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ECONOMIA MARXISTA I Mais-valia absoluta e relativa (Livro I, cap. 14) 1. O objeto deste
capítulo: uma determinação mais precisa do trabalho produtivo: “Inicialmente, consideramos
o processo de trabalho de modo abstrato (ver capítulo 5), independente de suas formas
históricas, como processo entre homem e natureza. Lá, dissemos: ‘Se consideramos o
processo inteiro do ponto de vista de seu resultado, do produto, tanto o meio como o objeto
do trabalho aparecem como meios de produção, e o próprio trabalho aparece como trabalho
produtivo’. E na nota 7, como complemento: ‘Essa determinação do trabalho produtivo, tal
como ela resulta do ponto de vista do processo simples de trabalho, não é de modo nenhum
suficiente para ser aplicada ao processo capitalista de produção’. É esse o ponto que cabe
desenvolver aqui.” (I, p. 577) 2. Ampliação e estreitamento do conceito de trabalho
produtivo: “O produto, que antes era o produto direto do produtor individual, transforma-se
num produto social, no produto comum de um trabalhador coletivo, i.e, de um pessoal
combinado de trabalho, cujos membros se encontram a uma distância maior ou menor do
manuseio do objeto de trabalho. Desse modo, a ampliação do caráter cooperativo do
próprio processo de trabalho é necessariamente acompanhada da ampliação do conceito
de trabalho produtivo e de seu portador, o trabalhador produtivo. Para trabalhar
produtivamente, já não é mais necessário fazê-lo com suas próprias mãos; basta, agora, ser
um órgão do trabalhador coletivo, executar qualquer uma de suas subfunções. A definição
original do trabalho produtivo citada mais acima, derivada da própria natureza da produção
material, continua válida para o trabalhador coletivo, considerado em seu conjunto. Mas já
não é válida para cada um de seus membros, tomados isoladamente.” (I, p. 577) “Por outro
lado, o conceito de trabalho produtivo se estreita. A produção capitalista não é apenas
produção de mercadoria, mas essencialmente produção de mais-valor. O trabalhador
produz não para si, mas para o capital. Não basta, por isso, que ele produza em geral. Ele
tem de produzir mais-valor. Só é produtivo o trabalhador que produz mais-valor para o
capitalista ou serve à autovalorização do capital. [...] Assim, o conceito de trabalhador
produtivo não implica de modo nenhum apenas uma relação entre atividade e efeito útil,
entre trabalhador e produto do trabalho, mas também uma relação de produção
especificamente social, surgida historicamente e que cola no trabalhador o rótulo de meio
direto de valorização do capital. Ser trabalhador produtivo não é, portanto, uma sorte, mas
um azar.” (I, p. 578) 3. A diferença entre mais-valia absoluta e relativa: “A extensão da JT
além do ponto em que o trabalhador teria produzido apenas um equivalente do valor de sua
força de trabalho, acompanhada da apropriação desse mais-trabalho pelo capital – nisso
consiste a produção do mais-valor absoluto. Ela forma a base geral do sistema capitalista e
o ponto de partida da produção do mais-valor relativo. Nesta última, a JT está desde o início
dividida em duas partes: trabalho necessário e mais-trabalho. Para prolongar o
mais-trabalho, o trabalho necessário é reduzido por meio de métodos que permitem
produzir em menos tempo o equivalente do salário. A produção do mais-valor absoluto gira
apenas em torno da duração da JT; a produção do mais-valor relativo revoluciona
inteiramente os processos técnicos do trabalho e os agrupamentos sociais.” (I, p. 578) 4.
Mais-valia absoluta e relativa e subsunção do trabalho sob o capital: “Ela [a produção do
mais-valor relativo] supõe, portanto, um modo de produção especificamente capitalista, que,
com seus próprios métodos, meios e condições, só surge e se desenvolve naturalmente
sobre a base da subsunção formal do trabalho sob o capital. O lugar da subsunção formal
do trabalho sob o capital é ocupado por sua subsunção real.” (I, p. 578) “Se, por um lado,
para a produção do mais-valor absoluto basta a subsunção meramente formal do trabalho
sob o capital – p.ex., que artesãos que antes trabalhavam para si mesmos ou como oficiais
de um mestre de corporação passem a atuar como trabalhadores assalariados sob o
controle direto do capitalista –, vimos, por outro, que os métodos para a produção do
mais-valor relativo são, ao mesmo tempo, métodos para a produção do mais-valor
absoluto.” (I, p. 579) 5. A diferença entre as duas formas da mais-valia se torna evidente
quando se trata de aumentar a taxa de mais-valia: “Visto sob certo ângulo, toda diferença
entre mais-valor absoluto e mais-valor relativo parece ilusória. O mais-valor relativo é
absoluto, pois condiciona uma extensão absoluta da JT além do tempo de trabalho
necessário à existência do próprio trabalhador. O mais-valor absoluto é relativo, pois
condiciona um desenvolvimento da produtividade do trabalho que possibilita limitar o tempo
de trabalho necessário a uma parte da JT. Mas quando observamos o movimento do
mais-valor, desfaz-se essa aparência de identidade. Tão logo o MPC esteja constituído e se
tenha tornado o modo geral de produção, a diferença entre mais-valor absoluto e relativo
torna-se perceptível assim que se trate de aumentar a taxa de mais-valor em geral. →
“Pressupondo-se que a força de trabalho seja remunerada por seu valor, vemo-nos, então,
diante da seguinte alternativa: por um lado, dada a força produtiva do trabalho e seu grau
normal de intensidade, a taxa de mais-valor só pode ser aumentada mediante o
prolongamento absoluto da JT; por outro lado, com uma dada limitação da JT, a taxa de
mais-valor só pode ser aumentada por meio de uma mudança relativa da grandeza de suas
partes constitutivas, do trabalho necessário e do mais-trabalho, o que, por sua vez,
pressupõe, para que o salário não caia abaixo do valor da força de trabalho, uma mudança
na produtividade ou intensidade do trabalho.” (I, p. 579-580) 6. Um certo grau de
produtividade do trabalho é necessário para a existência da mais-valia: “Se o trabalhador
necessita de todo o seu tempo para produzir os meios de subsistência necessários ao seu
próprio sustento e o de sua descendência [Race], não lhe sobra tempo algum para trabalhar
gratuitamente para um terceiro. Sem um certo grau de produtividade do trabalho não haverá
esse tempo disponível para o trabalhador; sem esse tempo excedente, não haverá
mais-trabalho e, por conseguinte, nenhum capitalista, tampouco senhor de escravos, barão
feudal, numa palavra, nenhuma classe de grandes proprietários.” (I, p. 580)

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