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A LUZ E AS TREVAS NA TUA MENTE! CONHEÇA E VENÇA O INIMIGO E SUAS ARTIMANHAS POR Lucas Gil Costa 1º Edição 2022 AGRADECIMENTO Agradeço a Deus por este momento marcante em minha vida. Por me conceder neste tempo, jamais ter o desejo de desistir do alvo ao qual me propus realizar. Ainda que com muitas dificuldades, mas tendo a certeza que o Senhor sem- pre comigo caminhou. A todos que diretamente e indiretamente, participaram deste mo- mento. Louvo ao Senhor por colocá-los em meu caminho. Soli Deo Gloria! Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deusé a vida eterna em Cristo Jesus,nosso Senhor. (Romanos 6:23) Lucas Gil Sumário Prefácio ............................................................................ 5 Mate o pecado ................................................................. 8 Pecado de estimação. ...................................................... 15 Pare de brincar com o pecado ......................................... 17 Pornografia:uma ilusão que realmente aprisiona ........... 35 A Razão de Nossas Quedas, Desvios e Pecados ............. 45 O pecado não define quem você é .................................. 49 O pecado nunca fará você feliz ..................................... 55 Quebrando o ciclo da Masturbação. .............................. 64 5 mentiras que o pecado me conta ................................. 67 Orientações para odiar o pecado .................................... 69 Paciência com o pecado dos outros ............................... 83 CONCLUSÃO .............................................................. 90 Prefácio “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” (Lamentações 3:39) Nesta passagem extraída do belíssimo livro de Lamentações de Jeremias – livro que revela o coração desse notável profeta, e o seus sentimentos para com a nação judaica – nos leva a algo interessante: o pecado traz consequências. Quando ele pergunta “de que se queixa, pois, o homem vivente?”, os israelitas estavam se queixando do sofrimento que estavam vivendo, das moléstias, derrotas, miséria, consequências do justo juízo de Deus, enfim, males trazidos pela própria mão de Deus. Isso os levava a se queixarem, como se dissessem: por que estou passando isso? Que tempo ruim, que tempo difícil, quanta peste, quanta desgraça, quanta destruição, não aguentamos mais! Entretanto o versículo continua assim: “queixe-se cada um dos seus pecados”. O profeta está ensinando que os sofrimentos foram causados pelos pecados, pela iniquidade dos israelitas, então, ao invés de queixarmo-nos das consequências, Jeremias nos diz para nos queixarmos é do que as trouxe: os pecados. Mas eu não quero aqui tratar das consequências do pecado e sim do que está no coração de muitos cristãos: a queixa por eles, a insatisfação por tê-los e cometê-los! Quero ilustrar essa passagem com algo assim: se tem algo que eu me incômodo, se tem algo que me fere, que me dói, que é o motivo do meu infortúnio, da minha tristeza… se tem algo que realmente me decepciona, esse algo são os meus pecados. Quantos cristãos sinceros e idôneos, que tentam viver uma vida santa, pautada nas Escrituras, têm uma vida razoável, muitas vezes até vitoriosa, consistente, feliz, mas, invariavelmente, essa sequência promissora é frustrada quando nos deparamos com nossos pecados, produzindo desânimo, sentimento de culpa, auto-julgamento, incapacidade, decepção… e todos aqueles sonhos que construímos pautados nas Escrituras de sermos cristãos, santos, poderosos, bem sucedidos, desabam na nossa frente por conta de tais pecados, logo vem a nossa queixa: “Oh, esses malditos pecados de novo! Mais uma vez eles estão no meu caminho, que ódio! Por que eles não saem? Por que não os venço?” Então isso nos deixa loucos, nos faz ficar remoendo em nosso interior e travar uma batalha interna colossal, que envolve nossos sentimentos, mente e até o corpo, ao ponto de quase nos levar à autoflagelação! “Ah, malditos pecados! Se pudesse destruí-los, se pudesse estirpá-los cem por cento da minha vida agora, se pudesse dormir e acordar sem vocês, se pudesse não errar, não falhar, não cometer mais nenhum delito e viver o resto da minha vida sem vocês, eu o faria agora!” Davi era um homem que se queixava muito de seus pecados – o livro de Salmos está repleto de suas queixas – uma delas está no Salmo 38.4: “Pois já as minhas iniquidades sobrepassam a minha cabeça; como carga pesada são demais para as minhas forças”. Outra queixa está no Salmo 51.3: “Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim”. Irmãos, eu quero te mostrar o lado bom de tudo isso. À semelhança de Davi, apenas se queixam dos pecados pessoais os homens retos, íntegros e santos, que possuem o Espírito de Deus – só se queixam dos seus pecados os verdadeiros cristãos! Se você tem se incomodado, entristecido, sentido amargura e repulsa, isso tem o lado bom: é sinal que a graça está sobre você! Que o Espírito Santo está atuando na sua vida! É sinal que o pecado te incomoda demais, o que te faz repugná- lo, ainda que você o cometa! Na vida do apóstolo Paulo era assim: o mal que ele não queria fazer ele o fazia (Rm. 7.19). Esse mal que Paulo dizia está se referindo aos seus pecados, sendo assim, não devemos ficar desanimados, desistir ou decretar uma sentença a nós mesmos, pois vivemos num corpo de pecado, estamos debaixo da lei do pecado. Até sermos glorificados ele fará parte da nossa essência, porém se alegre, se anime, porque se você tem se queixado dos seus pecados, se eles ainda te incomodam e te entristecem é sinal de que Deus está sobre você, é sinal que você não se submeteu a eles, é sinal que mesmo fraco eles não têm domínio sobre você! O mal estaria se você não se queixasse e nem se entristecesse, ou mesmo, fosse indiferente a eles. Se erga, se levante e peça ajuda a Deus no combate a eles e não permita que tais deslizes, totalmente perdoados no Calvário, te paralizem. Vamos dizer como Davi: “Purifica-me com hissope, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste”. (Sl. 51.7-8). Mate o pecado “Mate o pecado, ou o pecado estará matando você”. Duas difíceis alternativas. O que poderia ser mais urgente? No entanto, quanto pensamos, ouvimos ou lemos sobre matar o pecado? Esta é uma das citações mais famosas de John Owen. Ele salienta que é um imperativo constante e diário. “Esteja sempre fazendo isso enquanto você vive. Não cesse um dia deste trabalho”. As razões bíblicas que ele dá podem ser resumidas da seguinte maneira: o pecado que nos habita nunca desaparece ou interrompe sua atividade. Está sempre buscando nossa destruição. É também nosso dever crescer em graça e santidade todos os dias. Nossa vida espiritual depende de mortificarmos o pecado. Antes de Owen pronunciar estas famosas palavras, elas foram declaradas por Hugh Binning. Não é necessariamente provável que Owen estivesse ciente disso. Ainda assim, isto mostra que os escritores e ministros escoceses se igualaram aos grandes pregadores puritanos. Eles compartilhavam uma profunda compreensão das Escrituras e da experiência espiritual. O que se segue é um resumo atualizado dos sermões que Binning pregou em Romanos 8:13. Matar o Pecado é Uma Autodefesa Espiritual Binning apela para a lei natural da autodefesa. Devemos ter medo do “perigo infinito” envolvido em ceder ao pecado. O pecado é nosso inimigo. A vida de pecado será sua morte e vice-versa. Nos abraça apenas para nos estrangular. Nós somos enfraquecidos pelos seus efeitos. Quando nos estrangula, a nossa vida espiritual fica sem fôlego. Ele quer tirar-nos a vida. Devemos portanto estarengajados em matá-lo. Binning diz: “Seus pecados e luxúrias aos quais você está inclinado e acostumado, certamente o matarão, se você os abrigar [acomodá-los]” O amor-próprio, pelo menos, deve nos motivar a esse dever. Mesmo se não formos persuadidos (como deveríamos ser) pelo amor a Deus. “A própria natureza te ensina a lei da autodefesa: matar, antes de morrer, matar o pecado, antes que ele te mate, mortificar os feitos e luxúrias do corpo, que abundam entre vocês, ou eles certamente mortificarão vocês, isto é, farão vocês morrerem”. Permanece verdadeiro e sempre será que “o salário do pecado é a morte”. Assim como foi para Adão e Eva no jardim. Em sua incredulidade, eles acreditaram em promessas atrativas sobre o fruto proibido. “De qualquer modo vocês escolhem satisfazer os desejos de sua carne e fazem provisão para ela, negligenciando o bem-estar eterno de suas almas. Certamente acontecerá o mesmo com vocês”. Ele não lhes concederá suas promessas, em vez disso “trará a morte – a separação eterna da alma de Deus”. Se entendêssemos tudo isso tão bem como deveríamos, pensaríamos que não devemos nada ao pecado, senão “inimizade, ódio e mortificação [matar]”. Não podemos fazer progresso espiritual sem isso. Ecoando Romanos 8:13, Binning diz: “Se você mortificar os atos do corpo você viverá. Quando o pecado se deteriora você progride e cresce, à medida que os pecados morrem suas almas vivem, e haverá uma promessa segura da vida eterna para você”. Matar o Pecado é Doloroso Binning reconhece que não é nada fácil mortificar o pecado. Parece desagradável no começo. O coração dos homens diz: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”. É realmente duro para nossa natureza corrupta. A Escritura descreve como grande esforço e dor, grande tormento e labor. É doloroso. Mas assim também é amputar uma parte do corpo com uma gangrena, para evitar que a infecção se espalhe. Você nunca será um perdedor ao mortificar o pecado. Você nunca se arrependerá disso. Morrer para nós mesmos e para o mundo, para matar o pecado interior […] abre caminho para uma vida escondida deste mundo. Até mesmo “uma hora” de tal vida espiritual é melhor do que milhares de anos em prazer pecaminoso. “Na medida em que o pecado está mais perto de expirar, e mais próximo do túmulo, suas almas estão mais próximas daquela vida sem fim”. Crucificar o pecado significa uma morte dolorosa e prolongada (Gálatas 5:24). Colocar o pecado à morte é “grande dor, mas é uma dor curta”. O prazer que resulta disso é maior. Também perdura mais do que o prazer que o pecado oferece. Por serem negligentes em colocar o pecado à morte, os cristãos só fazem a dor durar mais tempo. Eles permitem que “os cananeus vivam, e estes são espinhos e abrolhos cercando-os continuamente”. Matar o Pecado é Impossível Por Nós Mesmos É interessante que Binning enfatize muitos dos mesmos princípios que Owen afirmou mais tarde. Owen exortaria a “sinceridade universal”. Isso significa que os crentes devem estar preparados para resistir e matar todo e qualquer pecado. Não apenas aqueles aos quais eles não são particularmente propensos, ou aqueles que mais os incomodam. “Coloque-se imparcialmente contra todos os pecados conhecidos”, aconselha Binning. Certamente também precisamos identificar “os principais ídolos e inclinações predominantes” do coração. Devemos ser “particularmente contra o pecado mais amado, porque este interrompe mais a comunhão com Deus”. Isso separa você do seu Amado. Quanto mais estimado o pecado é para nós, mais perigoso ele se torna. John Owen enfatiza o seguinte como os dois principais meios para levar o pecado à morte: exercitar fé na morte de Cristo e confiar no poder do Espírito Santo. Estes são igualmente enfatizados por Hugh Binning. Ele diz: olhe para trás, para o Cristo que conquistou a vitória em nosso nome, e olhe ao redor agora, para a ajuda do Espírito Santo. Binning usa um jogo memorável de palavras. Ele diz que matar o pecado “será um negócio morto” se não formos estimulados por essas considerações. (1) Olhe Para a Morte de Cristo Pela Fé Cristo morreu para o pecado e viveu para Deus em Sua ressurreição. Nisso Ele estava representando crentes. Assim você pode concluir com Paulo: “Estou crucificado com Cristo” (Gálatas 2:20). “Fomos sepultados com ele pelo batismo na sua morte” (Romanos 6: 4). Considere que a união com Cristo crucificado e a vida brotará de Sua cruz, de Seu túmulo, para matar o pecado em você. Considere que o grande negócio já está feito e que a vitória foi conquistada em nossa Cabeça: “Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé”. Creia, e então você terá vencido antes de vencer, e isso o ajudará pessoalmente a vencer. (2) Busque ajuda do Espírito Santo Olhe para o forte auxiliador que você tem, o Espírito. Nós só podemos “mortificar as obras do corpo” “pelo Espírito” (Romanos 8:13). Há alguém envolvido na guerra conosco que nunca nos deixará, nem nos abandonará. Ele apenas retira Sua ajuda de vez em quando para expor nossa fraqueza a nós mesmos e fazer-nos apegar mais rápido a Ele. Ele nos leva através de fraquezas, enfermidades, desmaios e lutas. Sua força é aperfeiçoada na fraqueza. Que quando somos fracos, então podemos ser mais fortes nEle (2 Coríntios 12:9). Nosso dever é seguir esse Espírito onde quer que Ele nos conduza. Um cristão deve ser dependente e subordinado ao Espírito de Deus. Preste muita atenção ao seu Líder. Sempre que o Espírito te puxar pelo coração ou atrair sua consciência para levá-lo a orar ou a outros deveres, não resista a essa atração. Não apague o Espírito. Se você negligenciar tais advertências, então você poderá entristecê-Lo, e isso será apenas amargura para você no final. Certamente, muitos cristãos são culpados disso. Eles se privam do benefício dessa liderança. Eles seguem tão devagar e precisam de muita pressão e persuasão para se engajar em qualquer dever. Devemos estar prontos para obedecer ao menor impulso. Muitas vezes resistimos ao Espírito Santo. Isso é pior. Ele nos atrai, mas nos apegamos aos pecados amados. Ele nos puxa, mas nos afastamos dos deveres mais espirituais. Mas há conforto se você realmente se rendeu à orientação deste Espírito e sinceramente se esforçou para segui-Lo. Seja encorajado se você se lamenta em ser levado de volta ou for impedido pela tentação e pelo pecado. Você faz parte dos “filhos de Deus”. Deus não dá este guia para ninguém além de seus próprios filhos. “Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. Mesmo que você não siga todos os seus sussurros perfeitamente. Embora muitas vezes você seja expulso ou rejeitado, o Espírito não sustenta o seu coração? Este é um assunto grande, mas vital. Muito mais poderia ser dito. Mas precisamos da prática e não apenas da teoria. Você já começou a mortificar o pecado? Você vai começar a fazer isso? Será uma prioridade diária para você? Pecado de estimação Não há um justo sequer que não peque [esta é a declaração bíblica]. O pecado, em todas as suas ocorrências, ainda precisa ser apenas um acidente na vida de cada crente. Todavia, nós alimentamos as nossas fraquezas mais subjetivas e as nossas limitações mais intrínsecas com o passar do tempo e, por isto, existe sempre uma transgressãozinha lá no cantinho de nossas vontades naturalizadas, que enche os olhos de nossa carne e nos leva a um açougue de desejos, onde cada pecado foi especialmente pendurado para cada um de nós. Algumas pessoas têm dificuldades irrefutáveis com a sua sexualidade, outras não conseguem segurar a língua, também vejo problemas com insubmissão, falta completa de testemunho, presença humilde de muito orgulho e bastante facilidade com atitudes desonestas [falo de cristãos]. Nasce e se põe o sol e continuamos a praticar as mesmas mazelas que tanto nos épeculiar. No momento do ato, seja ele qual for, parece ser a melhor forma de desenvolver Dopamina, Serotonina e Noradrenalina em nosso cérebro. Depois dele, só resta cinzas de arrependimento e lágrimas de vergonha perante Deus. Daí é inevitável se indagar: mas de novo eu agi assim? Se considerarmos a tese que a natureza pecaminosa está presente em nosso corpo e que a natureza regenerada ocupa a nossa alma, poderemos conceber e estender a aflição poética de Paulo a todos os nascidos de mulher [Rm 7:15-23]. Por meio destas palavras, concluímos que há, de fato, confrontos travados nos altares de nossos anseios que se dividem em propósitos e em essência. Na maioria das vezes, vence o desejo mais cuidado, alimentado e massageado ao longo de nossos dias. É com isto que me preocupo. Além de entristecer o Espírito do Criador, pecar vai além de toda a nossa compreensão de crime e de transgressão social. Imagine-se como cristão no velho testamento. Se você pecasse, teria que se dirigir ao pasto e adquirir um cordeiro de um ano, macho e sem defeito, levá-lo para o sacrifício e, depois de amarrado na pedra da oferta, ouviria os gritos, choros e o ranger de dentes deste animal cujo sangue inocente fora derramado em seu lugar. Como cristão do novo concerto, você não passará por esta experiência, mas talvez cruzará piores estacas. Estará “crucificando de novo para si mesmo o Filho de Deus e o expondo à desonra pública” [Hb 6:6]. Seja em um concerto ou em outro, o seu pecado é uma desgraça e é necessário que você não o acolha como de estimação, não o alimente como faminto e não o customize como parte de você. Não podemos abusar da graça da salvação para nos instalar em práticas pecaminosas, [Rm 6:1-2; Gl 5:13]. O pecado, eu sei, é comum a todos e http://www.bibliaonline.com.br/nvi/rm/7 http://www.bibliaonline.com.br/nvi/hb/6 http://www.bibliaonline.com.br/nvi/rm/6 http://www.bibliaonline.com.br/nvi/gl/5 faz parte do processo de existência de cada um de nós. Mas ele não pode se tornar um engajamento rotineiro, normal, assíduo e constante. Temamos o “ser pecador”. Pare de brincar com o pecado (Parte 1): Não se embarace Alguém muito inteligente chamado Jonathan Edwards disse certa vez: “A perseverança é uma consequência necessária da salvação”. O que isso significa é que quando alguém é verdadeiramente salvo, quando alguém realmente se torna cristão, ele continuará por toda a sua vida amando a Jesus e obedecendo a sua Palavra. Tais pessoas vão pecar e tropeçar ao longo do caminho, às vezes, eles podem até mesmo se embaraçar, mas se forem realmente cristãos, se forem verdadeiramente convertidos, sempre se arrependerão do pecado e voltarão correndo para Jesus. Se eles não o fizerem, depois de uma semana, depois alguns meses ou mesmo depois de 20 anos, é porque nunca foram realmente cristãos, não importando o que disseram ou fizeram no passado. Estão mortos em pecado e enfrentarão as consequências do pecado, que é a ira boa e justa de um Deus santo, no inferno para sempre. A perseverança é extremamente séria e a falta de perseverança é simplesmente mortal. Cristãos verdadeiros correm a corrida até o final e, ao fazer isso, recebem a recompensa pela carreira. “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus” (Hb 12.1-2). O ponto principal deste texto é o único comando: CORRAMOS! Tudo o mais suporta, explica ou dá motivação para isso. CORRAMOS! Corra a corrida que está diante de você! Não passeie, não perca tempo, não vagueie sem rumo. Corra a corrida com perseverança, todo o caminho até a linha de chegada, porque tudo depende disso. Vamos dividir o texto em duas partes. Verifiquemos o que vamos fazer e como devemos fazer isso. O que e como? Em cada parte, vamos olhar para três coisas. Então, vamos entrar na primeira seção: o que devemos fazer? “Corramos”! Lembre-se, esse é o grande ponto da passagem. O que significa correr de verdade? Não se embarace, não deixe nada entrar no caminho e não desista. Não se embarace O livro de Hebreus foi escrito para uma igreja que havia se tornado muito confortável no mundo. Eles deixaram de ser distintos e começaram a vagar pela vida, e agora as circunstâncias em torno deles estavam mudando e estava se tornando impopular e desconfortável ser um cristão. Havia uma verdadeira tentação de desistir e retornar ao conforto e à segurança de suas vidas anteriores. Esse livro foi escrito para alertar as pessoas a não se afastarem de Jesus. Está repleto de advertências contra a rejeição de Cristo e lembranças das consequências de rejeitá-lo. Hebreus 2.1-3 adverte: “Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos… como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?”. Como crentes devemos prestar muita atenção às coisas que ouvimos e lemos da Palavra de Deus. Não é uma brincadeira; não prestar atenção resulta em naufrágio, o que leva a um julgamento inescapável. Não se embarace em relação a Deus e à sua Palavra. Hebreus 3.12-13 adverte novamente: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado”. Tenham cuidado, não se embaracem, examinem o seu coração, sejam responsáveis e encorajem-se mutuamente para que não enganem a si mesmos e venham a se tornar endurecidos quanto ao pecado. A responsabilidade individual e a responsabilidade corporativa da membresia na igreja são realmente importantes porque o pecado é enganoso e todo aquele que ler isso é um pecador. Jeremias 17.9 diz: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”. O autor de Hebreus está preocupado que as pessoas não estejam tomando os devidos cuidados em sua corrida; está preocupado que eles estejam desenvolvendo um senso preguiçoso de segurança e conforto. Ele está preocupado que as pessoas estejam brincando com Deus e ele escreve esse livro para alertar contra esse tipo de preguiça e insensatez. O autor dessa carta quer desesperadamente que nós vejamos o perigo de se embaraçar e se desviar na vida cristã. “Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido. Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal” (Hb 5.12-14). Deus espera que os cristãos estejam avançando na corrida, crescendo da infância à maturidade. Devemos passar do leite para os alimentos sólidos: devemos crescer em retidão, nos tornar mais parecidos com Jesus e ser capazes de discernir o bem do mal. Não há lugar na corrida cristã para ficar parado, relaxar ou descansar em realizações ou decisões. A realidade para o crente é que estamos nos movendo em direção a Jesus ou nos distanciando dele. Nós nunca permanecemos no mesmo lugar, porque a corrida cristã é subida, como que contra o fluxo de uma escada rolante. Quando paramos de correr, quando paramos e começamosa relaxar, começamos a voltar para onde iniciamos. Perceba, corações caídos querem fugir de Deus, não ir em direção a ele. João 3.19-20 diz: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras”. Quando deixamos nossas próprias carreiras, nos afastamos de Deus, e vivemos em um mundo cujo fluxo constante também está longe de Deus e da piedade. E não se esqueça, nós também temos um inimigo que está mais do que disposto a nos fazer tropeçar na escada rolante ou usar coisas para nos atrair com coisas agradáveis e nos fazer ficar paralisados. Então, vamos voltar ao nosso texto e ver por que o autor deste livro está tão preocupado em evitar que nos embaracemos. Brincar e deixar os resultados na incerteza leva ao desastre, e por isso há o mandamento: CORRAMOS. É necessário um esforço verdadeiro. Cave, cave fundo e siga em frente. Pare de brincar com o pecado (Parte 2): Não deixe nada atrapalhar Então, como avançamos? O que precisamos fazer para nos certificar de que estamos progredindo em nossa corrida? A resposta está em Hebreus 12.1: “Deixem de lado todo peso e o pecado que se apega tão de perto”. A chave para continuar avançando é a rejeição de tudo que nos engana, nos enreda e atrapalha. Este comando não vem do nada. Como eu disse anteriormente, esse é o ponto de todo o livro de Hebreus. Corra, lute, fique alerta, fortaleça-se, não se desvie, não negligencie, permaneça firme, não presuma sobre a sua segurança eterna. Há alguns meses, comecei o processo de perder peso, e uma das coisas que fiz para conseguir isso foi correr. É um fato muito engraçado: quanto mais magro eu fico, mais fácil é correr. Nas Olimpíadas, você pode apostar que nenhum dos corredores terá sobrepeso — isso é parte da razão pela qual eles correm tão bem. Corra, lute, esteja alerta Como cristãos, o pecado nos torna espiritualmente embaraçados, também temos que estar vigilantes contra ele, identificá-lo rapidamente e estarmos prontos para nos arrependermos dele. O pecado nos arrasta para baixo, nos prende e nos impede de correr. O pecado nos leva com o fluxo do mundo e nos afasta de Jesus. Mas não estamos falando apenas dos pecados óbvios, como ficar bêbado ou drogado, dos quais precisamos estar alertas. Muitas das coisas que nos atrapalham, atrasam e embaraçam não são realmente pecaminosas em si mesmas. Muitas vezes são coisas boas, até dons de Deus, que transformamos em problemas. Pode ser comida e bebida; nossos amigos; podemos fazer dos nossos filhos a coisa mais importante do mundo; relações com o sexo oposto. Toda vez que pegamos algo bom e o colocamos acima de Deus, fazemos um ídolo que nos torna embaraçados, nos desacelera e nos impede de correr. Outro homem sábio disse: “O coração do homem é uma constante fábrica de ídolos”. Fazemos ídolos naturalmente, porque é fácil colocarmos coisas acima de Jesus. Então, se desejamos rejeitar o pecado, precisamos ser sábios e cuidadosos em nossa corrida. Não podemos simplesmente lidar com as coisas perguntando: “Isso é pecaminoso ou não?”. Antes, precisamos fazer uma pergunta mais profunda: “Isso é proveitoso? Isso me fará correr melhor? Sou maduro e sábio o suficiente para não transformar esse dom em um ídolo? Há uma razão pela qual Mez estabelece as regras a cada semana de ambientação, começando com um apelo para os solteiros manterem-se discretos. Aqui está um cenário para você. Eu me referirei aos rapazes, mas se aplicará às moças também. Você é um novo cristão e um recém- estagiário no 20schemes. Vocês estão todos entusiasmados por Jesus e animados em relação ao futuro — depois… você vê uma bela moça caminhando. Ainda melhor do que isso, ela sabe que você existe; na verdade, a amiga dela disse para o seu amigo que ela não acha você um completo idiota. Resultado: o melhor de tudo é que ela ama Jesus e vai à igreja, o que significa que não é pecado você cortejar essa garota. Dias felizes podem ser vividos. Há duas coisas aqui, pessoal: há um longo caminho entre “não acha que você é um completo idiota” e uma cerimônia de casamento. Esforce-se para disfarçar a sua insensatez durante esse período. Uma vez que você for casado, não há nada que você possa fazer para disfarça-la; ela descobrirá. Mas o importante é: antes de tomar a decisão, faça a pergunta certa. Faça a pergunta real, que não é “isso é pecaminoso?”, mas sim: “isso é proveitoso? Isso me ajudará a correr melhor a carreira? Isso me fará melhor na busca por Jesus?”. John Piper diz o seguinte: “A carreira da vida cristã não é bem corrida perguntando, ‘o que há de errado nisso ou naquilo?’, mas perguntando: ‘isso me conduz à maiores fé, amor, pureza, coragem, humildade, paciência e domínio próprio?”. Não: “Isso é pecado?”, mas sim: “Isso me ajuda na corrida?”. Se a resposta a essa pergunta for: “Não, isso não me ajuda a corrida, é uma distração, atrai os meus olhos e meu coração para longe de Jesus” — então coloque-o de lado, lance-o fora, não deixe isso lhe atrapalhar. Cabeça para cima, olhos à frente, corra a corrida. Não desista Então não deixe nada lhe atrapalhar, e o ponto final dessa primeira seção: Não desista. Portanto, uma vez que estamos cercados por tão grande nuvem de testemunhas, vamos também deixar de lado todo embaraço e pecado que se apega tão de perto, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta. Esta palavra, perseverança, é absolutamente essencial para a tarefa de completar a corrida. Porque só quem perseverar até o fim e terminar a corrida receberá o prêmio. Resistência ou perseverança é o verdadeiro teste de autenticidade na vida cristã. Repetirei a citação de Edwards com a qual comecei: “A perseverança é uma consequência necessária da salvação”. Lembre-se do significado disso: quando alguém é verdadeiramente salvo, quando alguém realmente se torna cristão, ele continuará em toda a sua vida amando Jesus e obedecendo a sua Palavra. Eu disse anteriormente que o livro de Hebreus está repleto de advertências para perseverar porque o autor dessa carta desesperadamente quer que percebamos o perigo de nos afastarmos de Jesus e nos desviarmos dele. Ele quer que corramos, e não apenas comecemos a correr, mas continuemos correndo até o fim. Agora, eu sei que não é fácil correr a carreira cristã; na verdade, às vezes, é horrível. Viver como pessoas caídas em um mundo caído e corrompido pode ser brutal e doloroso. Às vezes, é necessário tudo o que temos para colocarmos um pé na frente do outro e prosseguirmos. Deus não espera que você corra como um Usain Bolt. Adoro essas palavras de Charles Spurgeon: “Pela perseverança, o caracol alcançou a arca”. Centímetro a centímetro, o caracol arrastou-se adiante e nós também precisamos fazê- lo. Pare de brincar com o pecado (Parte 3): Grande nuvem de testemunhas Então vamos seguir do que para o como. Você pode estar sentado agora mesmo, sentindo-se um pouco sobrecarregado, e pensando: “Você me disse que eu deveria correr a carreira sem me embaraçar e sem deixar nada entrar no caminho e que tenho que perseverar até o fim da corrida, e se eu não perseverar até o fim, estou condenado, mas na verdade você não me disse como fazer; as maratonas são muito difíceis e eu nem tenho certeza se isso pode ser feito”. Bem, tenha bom ânimo, usaremos o resto de nosso tempo para fornecer auxílio quanto a isso. Grande nuvem de testemunhas Em primeiro lugar, sejam encorajados pela grande nuvem de testemunhas, porque elas nos mostram tanto que a corrida pode ser realizada quanto como realizá-la. Nossa passagem começa: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas”, referindo-seao capítulo 11 e os relatos dos santos do Antigo Testamento. À luz dessa grande nuvem de testemunhas que agora nos cercam e nos animam no que diz respeito à nossa corrida, vamos ler um pouco do capítulo 11. Na verdade, vou ler quase todo o capítulo 11! Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala. Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus. De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé. Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia. Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador. Pela fé, também, a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não obstante o avançado de sua idade, pois teve por fiel aquele que lhe havia feito a promessa. Por isso, também de um, aliás já amortecido, saiu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como a areia que está na praia do mar. Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas, a quem se tinha dito: Em Isaque será chamada a tua descendência; porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou. Pela fé, igualmente Isaque abençoou a Jacó e a Esaú. Pela fé, Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José e, apoiado sobre a extremidade do seu bordão, adorou. Pela fé, José, próximo do seu fim, fez menção do êxodo dos filhos de Israel, bem como deu ordens quanto aos seus próprios ossos. Pela fé, Moisés, apenas nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram que a criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei. Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão. Pela fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível. Pela fé, celebrou a Páscoa e o derramamento do sangue, para que o exterminador não tocasse nos primogênitos dos israelitas. Pela fé, atravessaram o mar Vermelho como por terra seca; tentando-o os egípcios, foram tragados de todo. Pela fé, ruíram as muralhas de Jericó, depois de rodeadas por sete dias. Pela fé, Raabe, a meretriz, não foi destruída com os desobedientes, porque acolheu com paz aos espias. E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas, os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros. (Hebreus 11:4-34) Estas são alguns daqueles que fazem parte da grande nuvem de testemunhas que agora nos cercam e nos animam a persistir na carreira até o fim, e mais importante, elas nos provam que a corrida pode realmente ser completada. Você pode estar pensando: “Mas eu não sou nem um pouco parecido com aqueles gigantes do passado — sou apenas um corredor comum, e honestamente eu sou um desastre”, ao que eu responderia: eles eram assim também. Noé poderia ter construído a arca, mas uma das primeiras coisas que ele faz depois de sair da arca é fazer vinho e embebedar-se. Abraão poderia ser um covarde, Sara riu na face de Deus quando ouviu a promessa pela primeira vez, Isaque era pouco masculino, Jacó era um vigarista, Moisés era um assassino, Raabe era uma prostituta, Gideão precisava de mais um sinal, Barak não faria o que Deus lhe disse a menos que Deborah fosse com ele, Sansão foi um pesadelo total, Jefté fez o voto mais tragicamente insensato, Davi era um adúltero e um assassino. Você vê, a verdade é que esses gigantes da nossa fé estavam tão falhos e defeituosos quanto você e eu. A única coisa que com que esses homens e mulheres fossem especiais foi o Deus em quem eles confiaram. Portanto, considere: você pode não ser Davi, mas você tem o Deus de Davi e, sinceramente, é tudo o que você precisará. Se você notou a constante repetição do capítulo 11, você aprendeu como esses antigos heróis correram: Abraão, Moisés, Davi e todos os que já correram o fizeram pela fé, e é assim que você e eu devemos correr também. Jesus, o autor e consumador da fé Voltemos ao nosso texto. “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus”. Olhe para Jesus, o autor e consumador da nossa fé. Eu amo esta frase, e você deveria amar também, porque é o evangelho. Olhe para Jesus e não para si mesmo, olhe para aquele que fez por você o que você nunca poderia ter feito por si mesmo. No coração do evangelho, existem algumas perguntas essenciais: Como um Deus santo e justo pode perdoar o pecado e julgar o culpado? Como um Deus justo pode justificar o ímpio? Como eu, pecador, posso encontrar o padrão exigido por um Deus santo e justo? Como eu, pecador, posso escapar da punição que mereço? A resposta a estas perguntas é: “Olhe para Jesus, o autor e consumador da nossa fé”. Olhe para ele, ele viveu a vida perfeita que você não viveu. Ele correu uma corrida perfeita. Ele atingiu os padrões que um Deus bom, santo e justo requer. Olhe para ele, ele morreu a morte que você merece, tomou sobre si o seu pecado e a ira de Deus contra o pecado e os pecadores. Olhe para ele, ele está ressuscitado e glorificado, vitorioso sobre Satanás, sobre pecado, a morte e a sepultura. Olhe para ele, ele subiu ao céu e está sentado à direita do Pai, e ali intercede por você como seu Grande Sumo Sacerdote. Olhe para ele, ele está voltando para estabelecer seu reino, julgar a terra, punir os culpados e galardoar os fiéis. Olhe para ele e tenha certeza disso: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1:6). Olhe para Jesus, o autor e consumador de nossa fé, e seja tenha coragem, confiança e força para correr a carreira com base nessa gloriosa verdade. Jesus não responde apenas à nossa fé com ajuda. Ele é o autor, criador e fundador da fé, e é ele quem trabalha para aperfeiçoar a fé que ele cria. Ele trabalha para começá-la e trabalha para completá-la. Nossa fé se apega a Jesus em busca de ajuda, porque Jesus primeiro se apegou a nossos corações pela fé. Olhe para Jesus e corra. A alegria do triunfo Então, quando chegamos ao final de nossa meditação nessa passagem, vimos que corremos a corrida diante de nós colocando nossa fé e confiançaem Jesus, o autor e consumador da nossa fé, e fazendo isso recebemos a força e perseverança que precisamos para eliminar qualquer coisa que nos atrapalhe, lutar contra o pecado e alcançar a linha de chegada. E é na linha de chegada onde encontramos nossa motivação final para corrermos a corrida, porque é ali que a recompensa espera por nós. Nossa passagem nos fala que Jesus suportou a cruz pela alegria que lhe foi proposta, e como nosso Salvador, também devemos suportar as dificuldades, batalhas e provações que surgem em nosso caminho pela alegria que nos está proposta. Em Romanos 8.18, o apóstolo Paulo escreve: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós”. Talvez você tenha lido a declaração de fé do 20schemes. Eu amo a parte final dessa declaração de fé porque nos lembra da grande recompensa que espera por aqueles de nós que correm a corrida. A Restauração de Todas as Coisas: Cremos no retorno pessoal, glorioso e corporal de nosso Senhor Jesus Cristo com os seus santos anjos, quando ele exercerá seu papel como Juiz final, e seu reino será consumado. Cremos na ressurreição corporal tanto dos justos como dos injustos — o injusto para juízo e punição consciente e eterna no inferno, como nosso próprio Senhor ensinou, e o justo para a bem-aventurança eterna na presença daquele que está sentado no trono e do Cordeiro, no novo céu e na nova terra, a habitação da justiça. Naquele dia, a Igreja será apresentada sem máculas diante de Deus por meio da obediência, sofrimento e triunfo de Cristo, todo pecado será purgado e seus efeitos miseráveis banidos para sempre. Deus será tudo em todos e o seu povo será maravilhado ao estar diante de sua indescritível santidade, e tudo será para o louvor da sua gloriosa graça. Há um dia vindouro para aqueles que perseveram até o fim, quando estaremos com Jesus na habitação da justiça, e todo pecado e seus efeitos miseráveis serão banidos para sempre e tudo será para o louvor da gloriosa graça de Deus. Esse é um prêmio pelo qual vale a pena concorrer. Terminarei com uma citação do puritano Thomas Brooks, para citar um último homem sábio que já faleceu. Ele disse: “Sua vida é breve, seus deveres são muitos, sua ajuda é grande e sua recompensa é garantida; portanto, não desanime, fique firme e persevere em fazer o que é bom, e no céu tudo será retificado”. Pornografia: uma ilusão que realmente aprisiona Meu objetivo ao escrever sobre esse tema não é fazer um exame estatístico, psicológico ou mesmo dos efeitos neurológicos sobre a questão da sexualidade humana e seus desdobramentos históricos. A sexualidade foi criada por Deus e dada ao homem e a mulher como meio de procriação, de satisfação e felicidade. Vale ressaltar que Deus criou a sexualidade com fins familiares, ou seja, o casamento. O sexo foi criado para um relacionamento de um homem e uma mulher perante seu criador, Deus quer que seus filhos desfrutem dessa bênção, no entanto, dentro do âmbito conjugal. Toda a manifestação sexual fora do casamento é pecado, e a Bíblia trata isso como fornicação e adultério. Com esse entendimento sobre sexualidade, baseado na Palavra de Deus, podemos falar um pouco agora sobre o problema que realmente tem sido um inimigo feroz na vida de muitas pessoas dentro da igreja: a pornografia. Numa média de dez anos atrás não tínhamos tanto problema com material pornográfico na proporção que temos hoje, embora o Brasil sempre foi “terra fértil” para o mercado pornográfico. Com o passar dos https://bereianos.blogspot.com/2014/08/pornografia-uma-ilusao-que-realmente.html https://bereianos.blogspot.com/2014/08/pornografia-uma-ilusao-que-realmente.html anos o Brasil se tornou uma grande indústria do sexo. Com o advento da internet a coisa mudou e muito, o que antes era limitado a revistas de mulheres nuas e a filmes pornôs, agora possui amplo material free, disponível na web. Ao analisarmos essa evolução é importante pontuarmos aqui que o problema não se limita a pessoas que estão fora da igreja, mas, as que estão dentro também. E mais, não são somente jovens que tem problemas com a pornografia, mas pessoas das mais variadas idades e de ambos os sexos. A pornografia, na verdade, começa com pensamentos libidinosos que são vendidos a desejos com pessoas com quem não são casadas. Desse desejo não mortificado surge a “necessidade” do prazer, isso é a porta para a pornografia e às práticas sexuais desenfreadas. A Pornografia está entre os negócios mais rentáveis do mundo, a sociedade e a mídia praticamente vivem em torno de sugestões sexuais. Adultérios são incentivados pelas novelas e filmes, nas redes sociais vivemos um momento bem curioso das selfs, é normal vermos jovens cristãs fazendo poses sensuais para seduzir e sugestionar desejo nos homens que admirarem suas fotos. Existe, de fato, um estimulo a sexualidade desenfreada, o culto ao sexo, e a precocidade disso tem sido prejudicial não só a sociedade, mas também a igreja. Muitos casamentos têm sido prejudicados pela pornografia. Materiais eróticos têm sido cultuados como um bem cultural. O que é interessante notar é que, quanto mais a pornografia se avoluma e as exposições do mundo erótico se tornam comuns, a tendência é um abismo chamar outro abismo. As exposições tendem a ficar cada vez mais intensas e provocantes, e a demanda por material pornográfico aumentar a cada dia. Os jovens cristãos e a pornografia A liberdade para navegar na internet tem sido um dos fatores que mais contribuem para o crescimento da procura por pornografia. Infelizmente muitos jovens cristãos têm caído nesse laço. Podemos identificar alguns motivos que mais tem levado jovens, que frequentam comunidades cristãs, a estarem envolvidos com pornografia, vejamos: 1 - Pelo fato de não serem casados procuram um escape ao seu desejo sexual em material pornográfico. 2 - Muitos foram inseridos no mundo erótico por amigos, parentes, namorados ou namoradas, e até mesmo pelos pais. 3 - Por não poderem manter relações sexuais no namoro, buscam um escape na pornografia. É claro que temos uma lista de motivos muito maior que isso, mas, vale a reflexão. Como combater a pornografia em sua mente Como dissemos anteriormente, todo o processo erótico não começa quando se está na frente de um computador, mas, na mente. Ao alimentar pensamentos pecaminosos, ao desejar sexualmente pessoas que não são pares conjugais, ao manter um namoro libertino, o jovem está contribuindo para que sua vida continue presa nas correntes da pornografia. Mas, não devemos ficar no problema, e sim avançar para a solução. Primeiro, deve-se entender isso como pecado de idolatria. Quando um jovem não confia ao Senhor em suas afeições e suas necessidades, ele está sendo idólatra. Segundo, a busca pela pornografia é pecado e é uma afronta a Deus, a sexualidade está limitada ao casamento e toda manifestação sexual extraconjugal é prostituição. Terceiro, depois de uma convicção de pecado, arrependa-se. O arrependimento é o início do fim dessa prisão. Em quarto lugar, cultive em sua mente pensamentos espirituais. Deus lhe dará poder espiritual para vencer as tentações externas e internas. Leia a Palavra de Deus, uma vida devota ao Senhor é o maior instrumento para vencer as tentações. Ore, tenha uma vida de oração constante. Bom, até aqui falamos de armas espirituais, mas devem-se tomar alguns cuidados para não entrar em tentação. 1 - Lembre-se da história de José – Ao ser abordado pela mulher de Potifar ele fugiu dela. Fuja do pecado, fuja de toda aparência do mal. 2 - Evite circunstâncias que o leve facilmente a pornografia, como por exemplo, determinados sites, programas de televisão e revistas. 3 - Cuidado com o que você está olhando no facebook, muitasfotos de “amigos e amigas” são sensuais e provocantes, isso é muito prejudicial e pode levar ao pecado de cobiça. Se necessário faça uma faxina no seu facebook, é melhor perder uma amizade virtual do que sofrer com esse peso. 4 - Lembre-se do texto de Mateus 4 – Jesus estava sendo tentado por satanás, o inimigo lhe instigou para transformar pedras em pães, Jesus recusou. A Bíblia nos diz que Jesus estava com fome, mas aquele não era o tempo de comer. No final do texto nós lemos que os anjos o serviam. Espere o tempo de Deus, Ele o sustentará e ajudará. Deseje a Deus acima de tudo, o sexo não é a coisa mais importante da vida. Viver uma vida santificada é gratificante e fortalecedor. Creia que o Senhor Jesus é a fonte da vida e da liberdade, anseie ser servo somente de Cristo e não de práticas vis como a pornografia. Os cafetões do mundo pornográfico estão enriquecendo porque sabem que esse é o desejo mais baixo do ser humano. Não destrua sua vida e família por causa de um prazer momentâneo. Como dissemos, o sexo é bom e uma dadiva de Deus, dada exclusivamente ao matrimônio entre um homem e uma mulher. Considere o que dissemos aqui, sua felicidade não está na pornografia, toda verdadeira felicidade está em Cristo. A pornografia é uma prisão podre, fria e mortificadora. Se você leu esse texto e tem vivido nessa prisão, não foi por acaso que abriu essa página, procure refúgio em Deus e sua palavra, você vencerá essa situação quando zelar mais pela vontade de Deus do que a sua. Valorize as disciplinas espirituais: Leitura bíblica, meditação, oração e jejum. Como vencer o pecado da pornografia? Já disse certo autor que a diferença entre os "grandes cristãos" e os de nossos dias, é que aqueles tinham a consciência de que eram fracos, enquanto nós sustentamos a falsa ideia de que somos fortes. Ele estava certo. https://bereianos.blogspot.com/2016/12/como-vencer-o-pecado-da-pornografia.html A tentação às coisas pornográficas, sejam elas pelo computador ou andando pela rua e cobiçando as mulheres alheias (seja você casado ou não), quase sempre acontece nos momentos em que nós pensamos: "não vai acontecer nada". Sim, não minta para você mesmo. Nós homens (mas sem excluir as mulheres) sabemos que as inúmeras vezes em que caíamos neste pecado, há íntima relação com uma falta de confiança no Espírito Santo do Senhor, de maneira que quando nos apercebemos, já estamos envoltos ao pecado. - Pare de usar o computador; sim, possivelmente você pode - lembre de que é melhor entrar no Reino dos céus aleijado, do que ir com todo o corpo para o inferno (Mc 9.43). - Se você realmente não tem opção, então peça para alguém lhe supervisionar - é melhor confessar o pecado e ser sarado (Tg 5.16), do que viver na falsidade e pecado. - Sendo casado, converse com seu cônjuge e exponha sua dificuldade. Você tem a obrigação de fazer isso (clique aqui para ler um texto importante neste sentido) e seu cônjuge é seu melhor amigo, de maneira que o poderá sustentar e ajudar. - Procure transitar por ruas onde a "poluição visual" seja menor. - Limite seus passatempos e amizades, a fim de poder ser fortalecido. http://2timoteo316.blogspot.com.br/2013/08/o-quao-sincero-voce-e-com-seu-conjuge.html Todavia, se o seu desejo é realmente ser livre (sem excluir os conselhos acima), eu recomendaria uma única coisa: ore, meu irmão(ã). Não existe nenhuma receita para "nunca mais ter problema com a pornografia" e eu não ousaria lhe dar "10 passos" ou "20 coisas para fazer", como se isto fosse resolver este pecado. Entenda, porém, que a Escritura nos é firme em nos dizer que nós sempre lutaremos contra o pecado, afinal, "a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis" (Gl 5.17). Quer dizer, não espere nunca mais ter dificuldades com a pornografia. Ademais, a Escritura nos dá uma série de exortações neste sentido de manter a oração e demonstra firmemente que, enquanto estivermos nesta terra, precisaremos buscar muito ao Senhor. Convém, porém, lembrar das santas palavras, sempre que você incorrer neste pecado: "Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras" (Ap 2.5). Em tempo, ainda, não raro a pornografia é a primeira porta para demais desgraças, conforme lemos: "Um abismo chama outro abismo" (Sl 42.7). Fuja da aparência do mal (1Ts 5.22)! Para alentar os corações que constantemente caem neste pecado, é bem verdade que a Bíblia diz, "vai-te, e não peques mais" (Jo 8.11), mas também nos dá o conforto: "Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus”(Sl 51.17). Portanto, da próxima que pecar com a pornografia, vá até Cristo e n'Ele busque guarida, porque como nos diz o salmista, "Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos" (Sl 119.71) e também como Davi, o qual após numerar a Israel e reconhecer o seu pecado, firmemente expressou: "Então disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do Senhor, porque são muitíssimas as suas misericórdias; mas que eu não caia nas mãos dos homens"(1Cr 21.13). Melhor nos será ser castigado por Deus e sofrer certas disciplinas, "Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho" (Hb 12.6), do que nos afastarmos d'Ele e ficarmos sem correção, afinal, "se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos" (Hb 12.8). Que Deus abençoe a todos os cansados e abatidos. Que Ele nos encha de um profundo senso de pecaminosidade, a fim de sempre buscarmos ao Seu Filho, o qual pela Igreja se entregou (Ef 5.25) e por ela tudo venceu. Deseja vencer este pecado da pornografia? Então obedeça a Escritura, pois "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça" (1Jo 1.9). A Razão de Nossas Quedas, Desvios e Pecados Muito já se falou e já se escreveu sobre o porquê de esfriarmos na fé, desviarmos do caminho, cairmos repetidas vezes nos mesmos pecados. Uma enormidade de sermões já foram feitos à luz destes temas. As razões para tal desvio são as mais diversas. Existem aqueles que dizem: “Você deixou as Escrituras, volte a ler a Bíblia, você precisa ler mais”. Alguns argumentam: “Isso é falta de oração, você precisa orar mais. Mais tempo, mais intenso”. Outros ainda propõe: “Há quanto tempo você não jejua? Isso é falta de jejum. Faça um jejum forte”. Acredito piamente que todas essas coisas são necessárias, bíblicas e tem seu papel vital em nossa mortificação da carne e luta diária contra o pecado. Entretanto, com o passar do tempo, aqueles que andam com o Senhor tendem a amadurecer espiritualmente e enxergar detalhes da vida cristã mais acuradamente, compreendendo coisas que os primeiros anos de fé não os permitiram entender. Esse foi o meu caso. Lendo, estudando e meditado nas Escrituras com atenção, tendo comunhão diária com Deus através do seu Santo Espírito, percebei que não são aquelas “a grande” causa de nossa queda, desvio e ruína espiritual. Na verdade, o âmago de tudo isso reside no fato de “tirarmos os olhos de Cristo”. Nesse momento inicia-se o processo de queda, de desvio. Existe um trono em nosso coração, existe um altar em nosso interior, e estes só podem ser ocupados por Cristo. O amor por Ele começa se esfriar quando nesse altar vamos pouco a pouco colocando pequenos ídolos, e lentamente vamos empurrando Cristo da sua posição, até que o volume de ídolos chega a ser tão grande que não há mais espaço para Ele. Afinal de contas, “ninguém pode servir dois senhores, pois há de agradar a um e desagradar a outro”. Nessa queda espiritual, Cristo é o Senhora ser desagradado. Por essa razão caímos, pecamos e permanecemos no pecado. Não é somente por conta das tentações ou das inclinações de nossa natureza. Caímos por estarmos vazios de Cristo! Caímos, porque nosso coração está agora, suscetível a ser ocupado por outras coisas ou pessoas. Alguém que está cheio de Cristo não tem lugar para a pornografia, para o sexo ilícito ou qualquer fonte espúria de prazer, pois já está satisfeito Nele. Como alguém pode roubar, se embriagar, mentir, ou curtir noites e noites em orgias e dissoluções, quando está plenamente realizado em Cristo, a verdadeira fonte de prazer? As paixões que o mundo oferece, os atrativos à mostra na “Feira da Vaidade” e o próprio diabo em pessoa, mostrando todos os reinos da terra, não conseguem derrubar um homem que está completo em Cristo! Pois ele de nada tem falta! Nada pode ser comparado com a completude perene que Cristo proporciona. Caro leitor, se você que realmente deseja vencer essas tentações que estão exaurindo sua força; se você almeja abandonar essa vida de pecados, frieza, indiferença espiritual; você pode jejuar o quanto quiser, ler a Bíblia de “capa a capa”, e tentar ficar horas a fio orando. Isso não será suficiente. Ainda que você se mutilasse na tentativa de não mais pecar, ou se trancasse para sempre em um quarto escuro, sem saída, isso não lhe garantiria vitória. Você necessita ir ao CERNE do problema. E o problema é um só: “Você tirou os olhos do seu amado!”. Traiu Ele com seus inúmeros amantes! Expulso-o do lugar que só a Ele pertence, seu coração! Volte seus olhos novamente para Cristo. Compre de volta aquela pérola de grande valor que você vendeu. Mesmo que ela te custe TUDO! Eu disse TUDO! Preencha seu ser com o amado de sua alma, seu noivo, o mais formoso entre os milhares. CRISTO! Ele está à porta batendo novamente, dando-lhe um gentil convite. Mesmo fazendo as maiores barbáries com Ele, desprezando-o, ofendendo-o, e o deixando por um bom tempo, seu amor e misericórdia são tão grandes que Ele está pronto a perdoar e receber novamente em Seus braços, como fez com o filho prodigo. Vá querido irmão. Redescubra Cristo novamente! A centralidade Dele em sua vida. Diga a Ele: “Torna-me a dar a alegria da sua salvação”. Redescubra o prazer de servi-lo. E viva para Sua glória! Tudo fora de Cristo é o mais completo absurdo. Por Cristo nosso coração bate, o sangue corre em nossas veias. Por Cristo respiramos e, o ar só se encontra disponível neste exato momento, em razão da Sua misericórdia. “Nele nos movemos, existimos e vivemos”. Cristo é quem pinta as cores do universo, traz animação e beleza a toda a criação em nossa volta! Cristo é o único que dá sentido à vida. Sons, formas, tons, luz, trevas, dia, noite, vida! Tudo vem Dele e foi feito para Ele! Se preencha novamente do seu Senhor e Salvador. Então, nem o pecado, nem Satanás nem o presente século mal, acharão espaço em seu coração. O pecado não define quem você é Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus. (2 Coríntios 5.21) No cerne da fé cristã há uma grande troca. O povo de Deus traz seus pecados, falhas e culpa, e os trocam por perdão, por alegria, pela justiça de Cristo, o que conduz à vida eterna. Você já se maravilhou com isso recentemente? Permita-me contar a história mais uma vez. As Escrituras ilustram o povo de Deus como uma mulher que antes não possuía nada, a não ser pecado e vergonha (Ezequiel 16; Oseias 1). Porém, de alguma forma, o justo Rei celestial decidiu se casar com ela. Ela estava pobre, nua e doente, sem qualquer esperança de recuperação. Ela, em seu leito de morte, era incapaz de levantar-se; o rei, em seu trono celestial, é adorado por anjos. Ela cometera rebelião contra o Rei, amaldiçoando-o em pecado, apesar de sua incessante bondade e provisão. A última coisa que ela esperava (e, de fato, que ela sequer procurava) era o amor e o perdão desse Rei lhe concederia. Ele veio e se fez pecado Do céu ele veio para buscá-la. Ele veio às antigas ruínas do Éden, assumiu um corpo humano e uma alma pensante, a fim de visitar sua criação caída. Embora ele tenha criado o mundo, o mundo não o conheceu. Ainda mais impressionante, ele foi até Israel, seu próprio povo, e eles ainda não o reconheceram. Ele ensinou entre eles como nenhum outro jamais fez. Ele curou enfermidades, expeliu demônios e trouxe mortos à vida. Ao dar pistas de sua identidade, os líderes espirituais de Israel não ficaram aliviados ou cativados, mas invejosos e furiosos. Eles o rejeitaram, se recusaram a segui-lo, questionaram-no em cada oportunidade, incitaram o povo contra ele e, no fim, o crucificaram. Mas não sem seu consentimento. Ele se entregou à morte por vontade própria, para trazer sua noiva, ainda ignorante e morta em delitos, à vida. Ele recebeu a ira que ela merecia. Ele se fez pecado, o nosso pecado, para que pudéssemos ser perdoados. Uma segunda troca? Espero que você tenha ouvido essa história antes e que ame ouvi-la várias vezes. Não há história melhor. Porém, será que enquanto nos banqueteamos com sua generosidade, extraindo forças para cada novo dia, esquecemos que essa foi uma troca de mão dupla? Para mim, muitas vezes enfatizo o que Jesus encarou em meu favor: ira, castigo, morte, pecado, abandono. Diante da cruz, canto com gratidão: Eis que temos uma firme fundação, Aqui está o refúgio do perdido; Cristo, a Rocha de nossa salvação Neste nome o perdão foi concedido. Cordeiro de Deus para o pecador ferido, Sacrifício que cancela toda culpa! Dessa forma jamais será confundido Aquele que por isso não se preocupa. Contudo, poucas são as vezes em que nos lembramos do que recebemos além do perdão da dívida. C. R. Wiley observa: A maioria dos cristãos está familiarizada com a salvação como uma transação, mas pensam em termos de imputação única. Eles acreditam que nossos pecados foram imputados a Cristo e é por isso que ele morreu na cruz, para que pudesse pagar por eles. Mas eles param por aí. Pensam que a morte de Cristo os deixou com saldo zero. Mas observe novamente o versículo: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5.21). Cristo não apenas perdoa nem somente cancela dívidas. Ele concede justiça de modo que nos tornamos a justiça de Deus. A vida perfeita de Cristo é nossa; sua perfeita obediência nos é atribuída. Nossas “contas bancárias de justiça” explodem com a eterna riqueza da perfeição de Cristo. Nossa luta “inacabada” Caro crente, embora você ainda tenha de mortificar a carne diariamente e carregar uma cruz em um mundo caído, lembre-se de que Cristo o formou, em um sentido real, vivo e perfeito. Sim, você ainda peca, mas todo pecado, passado e futuro, foi pago na cruz. “Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” (Hebreus 10.14). Sua santificação contínua, por mais lenta e árdua que seja, confirma uma realidade notável: a oferta de Cristo já o aperfeiçoou. Sentimos o “ainda não” de continuar lutando, mas quantas vezes nos deleitamos no “já” de nosso santo estado diante de Deus? Por que isso importa na prática? À medida que percebemos nossa posição em Cristo — a grande bênção que temos não apenas ao entregar a punição de nossos pecados a Cristo, mas em receber sua vida perfeita —, sabemos que somos amados e aceitos antes de darmos grandes passos na vida cristã. E reconhecer isso nos permite dar passos maiores. Como eleitos de Deus Como um dentre tantos exemplos, perceba com atenção a ordem das palavras de Paulo: Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vosuns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós. (Colossenses 3.12–13) Quando Paulo nos ordena a nos revestirmos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão, paciência e amor, ele insere uma frase que carrega o peso de dez mundos: façam isso como eleitos de Deus, santos e amados. Revistam-se de tais virtudes — ou seja, “revistam-se do Senhor Jesus Cristo” (Romanos 13.14) — como eleitos, já santos e amados. Continuem a buscar uma vida digna do evangelho tendo como base esta firme verdade: sua jornada à frente já é santa e já foi amada por Deus. Você não precisa conquistar o amor de Deus. Cristo já fez isso em seu lugar. A consumação da santidade Do lado de cá da grande troca, ele lhe dá as boas-vindas antes que você continue a dar tais passos de humildade, mansidão e amor. Você não se revestirá de Cristo para se tornar definitivamente eleito, santo e amado, mas o fará como resposta ao que Cristo realizou há dois mil anos. À medida que progressivamente “aperfeiçoamos a santidade no temor de Deus” (2 Coríntios 7:1), fazemos isso já nos deleitando nas declarações de que somos santos e amados em Cristo. Crescemos na vida cristã em direção ao que já somos em união com nosso Salvador. No cerne do cristianismo está de fato uma grande troca, uma troca dupla. Cristo, nosso grande Noivo, se fez pecado e suportou a ira que merecíamos. E, em troca, recebemos sua vida perfeita e tudo o que vem com ela: o amor de Deus, a vida eterna, as recompensas celestiais, a unidade uns com os outros, a comunhão com Deus restaurada e indissolúvel. Somos ricos além da medida, tendo o próprio Deus como nosso tesouro, e isso nos capacita a viver inteiramente para ele. O pecado nunca fará você feliz Cravadas em cada árvore do jardim de Deus estão as palavras, “se morrer, produz muito fruto” (João 12.24). Uma palavra está gravada na carne de todo cristão: “Morreste” (Colossenses 3.3). E a confissão sincera de todo crente é: “Estou crucificado com Cristo” (Gálatas 2.20). Mas o que isso significa? Quem morreu quando eu me tornei cristão? Resposta: minha “carne” morreu. “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências” (Gálatas 5.24). Mas o que “carne” significa? Não é a minha pele. Não é o meu corpo. O meu corpo pode ser um instrumento de justiça (Romanos 6.13). Não, não é o meu corpo. Então, o que é? Vemos a resposta nos tipos de obras que a carne realiza. “As obras da carne” são coisas como idolatria, porfias, iras e invejas (Gálatas 5.19-21). São atitudes, não simplesmente atos imorais do corpo. O Que é a Carne? A passagem que chega mais perto de dar uma definição bíblica de “carne” é Romanos 8.7-8: “Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Romanos 8.7-8). A carne é o “velho eu” que era rebelde contra Deus. Na carne, eu era hostil e insubordinado. Eu odiava a ideia de admitir que eu estava doente com pecado. Eu desafiava a ideia de que a minha maior necessidade era que o Bom Médico me curasse. Na carne, eu me voltei para a minha própria sabedoria, não para a sabedoria de Deus. Então, nada do que eu fiz na carne era agradável a Deus, pois “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11.6). A carne não faz nada com fé. Então, “a carne” é o “velho eu” – autoconfiante e sem fé. Isso é o que morreu quando Deus me salvou. Deus apertou as artérias do meu velho coração incrédulo de pedra. E quando ele morreu, ele me deu um novo coração (Ezequiel 36.26). Qual é a diferença entre esse novo coração que vive e o velho que morreu? A resposta está em Gálatas 2.19-20: “Estou crucificado com Cristo… e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”. O velho coração que morreu confiou em si mesmo; o novo coração depende de Cristo todos os dias. Lute Contra o Pecado Confiando em Jesus Como pessoas mortas lutam contra o pecado? Elas lutam contra o pecado confiando no Filho de Deus. Elas estão mortas para as mentiras de Satanás. Mentiras como essa: “Você será mais feliz se você confiar nas próprias ideias sobre como ser feliz em vez de confiar no conselho e nas promessas de Cristo”. Cristãos estão mortos para esse engano. Eles lutam contra Satanás confiando que os caminhos e as promessas de Cristo são melhores que os caminhos e as promessas de Satanás. Essa maneira de lutar contra o pecado se chama “combate da fé” (1 Timóteo 6.12; 2 Timóteo 4.7). As vitórias dessa luta se chamam “obra da fé” (1 Tessaloniscenses 1.3; 2 Tessaloniscenses 1.11). Nessa guerra, os cristãos “são santificados pela fé” (Atos 26.18). Então, vamos refletir sobre esse combate da fé. Não é como brincar de guerra com armas de brinquedo. A eternidade está em jogo. Romanos 8.13 é o verso chave: “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis”. Isso foi escrito para aqueles que professam a fé cristã, e o ponto central é que a nossa vida eterna depende de nossa luta contra o pecado. Não significa que, ao matar o pecado, nos tornamos merecedores da vida eterna. Não, é “pelo Espírito” que nós lutamos. A glória é dele, não nossa. Romanos 8.13 também não significa que lutamos ansiosos pela incerteza da vitória. Pelo contrário, mesmo enquanto lutamos, temos confiança de que “aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1.6). Romanos 8.13 também não significa que precisamos ser perfeitos agora em nossa vitória sobre o pecado. Paulo nega toda reivindicação de perfeição: “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus” (Filipenses 3.12). O Combate que Deus Exige A exigência em Romanos 8.13 não é a impecabilidade, mas o combate mortal contra o pecado. Isso é completamente essencial na vida cristã. Caso contrário, não teremos evidência de que a carne foi crucificada. E se a carne não foi crucificada, nós não pertencemos a Cristo (Gálatas 5.24). Nessa guerra, há muitas coisas em jogo. O resultado é o Céu ou o inferno. De que maneira, então, os mortos podem “mortificar os feitos (pecaminosos) do corpo”? Nós já respondemos, “pela fé!” Mas o que exatamente isso significa? De que maneira é possível lutar contra o pecado pela fé? Suponha que eu esteja sendo tentado à cobiça. Alguma imagem sexual surge no meu cérebro e me convida a buscá-la. A maneira que essa tentação se torna mais forte é me convencendo a acreditar que eu serei mais feliz se eu ceder. O poder de toda tentação é a perspectiva de que ela me fará mais feliz. Ninguém peca por um senso de dever quando o que ele realmente quer é fazer o certo. Então, o que eu devo fazer? Alguns responderiam: “Sede santos, porque eu sou santo. “Lembre-se do mandamento de Deus para ser santo (1 Pedro 1.16) e exercite a sua vontade para obedecer porque ele é Deus!” Mas esse conselho falta algo crucial: a fé. Muitas pessoas que se esforçam para progredir moralmente não são capazes de dizer: “A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus” (Gálatas 2:20). Muitas pessoas tentam amar, mas não entendem que o que realmente conta é “a fé que atua pelo amor” (Gálatas 5:6). A luta contra a cobiça (ou contra a ganância, contra o medo ou qualquer outra tentação) é uma luta da fé. Caso contrário, o resultado é o legalismo. Lutando contra o Pecado pelo Espírito Quando a tentação à cobiça chega, Romanos 8.13 diz: “Se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente,vivereis”. Pelo Espírito! O que isso significa? No meio de toda a armadura que Deus nos dá para lutar contra Satanás, somente uma peça é usada para matar: a espada. É chamada de “espada do Espírito” (Efésios 6.17). Então, quando Paulo diz para matar o pecado pelo Espírito, eu entendo que o sentido é: “Dependa do Espírito, especialmente da sua espada”. O que é a espada do Espírito? É a Palavra de Deus (Efésios 6.17). É aí que entra a fé: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Romanos 10:17). A Palavra de Deus atravessa a neblina de mentiras de Satanás e me mostra onde a verdadeira e duradoura felicidade pode ser encontrada. Então, a Palavra me ajuda a parar de confiar no pecado em potencial para me fazer feliz e me incentiva a confiar na promessa de Deus de alegria (Salmo 16.11). Eu me pergunto quantos crentes hoje em dia tem consciência de que a fé não é meramente acreditar que Jesus morreu pelos nossos pecados. Fé é também a confiança de que o caminho dele é melhor do que o pecado. A vontade dele é mais sábia. A ajuda dele é mais segura. As promessas dele são mais preciosas. E a recompensa dele é mais gratificante. A fé começa olhando para a cruz do passado, mas vive olhando para as promessas de Deus para o futuro. Abraão “pela fé, se fortaleceu… estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera” (Romanos 4.20-21). “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” (Hebreus 11.1). Quando a fé prevalece em meu coração, então Cristo e suas promessas me satisfazem. Esse é o sentido do que Jesus disse: “O que crê em mim jamais terá sede” (João 6:35). Se a presença e as promessas de Cristo satisfazem a minha sede por alegria, por um sentido, por uma paixão, o pecado perde o seu poder. Não queremos aquele sanduíche de carne quando vemos o delicioso churrasco na grelha. A Satisfação Mata o Pecado O combate da fé é uma luta para estar satisfeito com Deus. “Pela fé, Moisés… recusou… os prazeres transitórios do pecado… porque contemplava o galardão” (Hebreus 11.24-26). A fé não se contenta com “prazeres transitórios”. Ela é faminta por alegria. E a Palavra de Deus diz, “na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Salmo 16.11). Assim, a fé não é desviada pelo pecado. Ela não desistirá tão facilmente em sua busca pela alegria máxima. A função da Palavra de Deus é alimentar a fome que a fé tem de Deus. Assim, ela afasta meu coração do enganoso sabor da cobiça. Inicialmente, a cobiça tenta me enganar com a sensação de que eu deixarei de experimentar um determinado prazer se eu seguir o caminho da pureza. Então, eu pego a espada do Espírito e começo a lutar. Eu leio que é melhor arrancar o meu olho e lançá-lo fora do que cobiçar (Mateus 5.29). Eu leio que se eu pensar nas coisas que são puras, amáveis e de boa fama, a paz de Deus estará comigo (Filipenses 4.7-8). Eu leio que o pendor da carne dá para a morte, mas que o pendor do Espírito dá para a vida e paz (Romanos 8.6). E enquanto eu oro para que a minha fé se satisfaça com a vida e a paz de Deus, a espada do Espírito remove a cobertura do veneno da cobiça. Eu passo a ver as coisas como elas realmente são. E pela graça de Deus, seu poder sedutor é anulado. A Fé que Olha para Frente É assim que os mortos lutam contra o pecado. Esse é o significado de ser um cristão. Estamos mortos no sentido de que o nosso velho eu incrédulo (a carne) morreu. Em seu lugar está uma nova criação. A fé faz com que seja novo. Não somente uma fé que olha para a morte de Jesus no passado, mas uma fé que olha para as promessas de Jesus no futuro. Não somente a certeza do que ele fez, mas a satisfação pelo que ele vai fazer. Com toda a eternidade na balança, nós lutamos o combate da fé. Nosso principal inimigo é a mentira que diz que o pecado sempre fará com que o nosso futuro seja mais feliz. Nossa principal arma é a verdade que diz que Deus fará com que o nosso futuro seja mais feliz. E a fé é a vitória que vence essa mentira, pois a fé se satisfaz com Deus. Então, o desafio que está diante de nós não é simplesmente fazer o que Deus diz porque ele é Deus, mas desejar o que Deus diz porque ele é bom. O desafio não é simplesmente buscar a justiça, mas preferir a justiça. O desafio é levantar de manhã e, em oração, meditar na Escritura até experimentar a alegria e a paz por crer nas “preciosas e mui grandes promessas” de Deus (Romanos 15.13; 2 Pedro 1.4). Com essa alegria diante de nós, os mandamentos de Deus não serão penosos (1 João 5.3) e a recompensa do pecado se mostrará muito passageira e superficial para nos atrair. Quebrandoo ciclo de Masturbação Considere o que isso significa para a masturbação. Na mitologia popular, a masturbação é o menor dos dois males: é melhor masturbar-se do que encontrar alívio no sexo extraconjugal. A Bíblia não fala explicitamente sobre masturbação. No passado, os cristãos costumavam condená-la, mas tornou-se mais comum nos últimos anos sugerir que essa prática pode ser legítima. Talvez os cristãos do passado tenham sido influenciados por visões negativas da sexualidade; por outro lado, talvez hoje sejamos influenciados por psicologias seculares sub-bíblicas. Como a Bíblia não se refere explicitamente à masturbação, devemos ser cautelosos em fazer uma condenação geral. Mas, ao pensar em masturbação, considere o seguinte. Primeiro, é um pecado fazer sexo com alguém que não seja seu cônjuge, mesmo que esse sexo ocorra apenas em sua mente. O fato é que a masturbação é praticamente impossível sem que se recorra a fantasias sexuais, e você precisa confiar que essas fantasias honram a Deus. Segundo, a masturbação não alivia a tensão sexual, exceto em uma perspectiva, prioritariamente, de curto prazo. Ela a abastece. Ela reforça pensamentos sexuais e, geralmente, faz com que a tentação volte com mais rapidez e intensidade. Essa é uma das razões pelas quais as pessoas pensam que não conseguem parar de se masturbar. Estão aprisionadas em um ciclo vicioso de desejo, que, na verdade, é reforçado cada vez mais pela liberação temporária da masturbação. Todo ato de masturbação ímpia aumenta o poder da lascívia sobre sua vida. Não resolve nada. De fato, só agrava o problema. Terceiro, a masturbação não envolve a abnegação, que é parte integrante da relação sexual. Trata-se de uma expressão egoísta do sexo fora da aliança do casamento. Existem exceções a essa regra. A mais óbvia é a masturbação mútua dentro do casamento; outra é quando faz parte de algum tratamento de fertilidade. Mas, na maioria das vezes, é um ato de amor a si próprio. Na melhor das hipóteses, então, a masturbação é repleta de perigos. Para usar a linguagem bíblica: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1Co 6.12). Então, faça a si mesmo as seguintes perguntas: • Minha prática de masturbação envolve fantasias sexuais inapropriadas? • Estou no controle dessa prática ou estou sendo dominado por ela? • A prática de me masturbar é benéfica? Fortalece meu casamento? Melhora meu serviço a Deus? • A prática de me masturbar é algo que eu posso fazer para a glória de Deus? O fato de você usar pornografia é um sinal claro de que sua masturbação é ímpia e doentia! Evidentemente, está fora de controle e produz frutos nocivos em sua vida. Você pode estar se masturbando há anos. Pode ter-se tornado a maneira normal de aliviar a tensão, o tédio ou o estresse. A vida sem ela parece inconcebível; seu domínio sobre sua vida parece completo. Mas descobri que muitos homens conseguem parar com a prática da masturbação habitual mais rapidamente do que imaginam. Quando se convencem de que a vida sem masturbação é melhor do que avida com masturbação, o ciclo virtuoso entra em ação. Todo ato de resistência fortalece sua determinação para a próxima vez. A santidade vai sendo reforçada. Não há soluções rápidas, mas os hábitos de pensamento podem ser realinhados tanto quanto os hábitos de ação. 5 mentiras que o pecado me conta “o pecado… me enganou e me matou” (Rm 7.11) O pecado busca nos enganar com suas mentiras e não é só no dia 1 de Abril. Aqui estão 5 mentiras que ele nos conta: MENTIRA: Este é um pecado tão pequeno, insignificante! Não é realmente grande coisa aos olhos de Deus. VERDADE: Todo pecado é uma terrível ofensa a Deus. O pecado é a soma de todos os males, o oposto de tudo que é bom, santo e belo. Até mesmo o menor dos meus pecados exigiu a morte do Filho de Deus. Não existe isso de pecadinho. Todo pecado é uma traição cósmica. MENTIRA: Eu vou ceder ao pecado desta vez, aí acaba. Eu só preciso tirá-lo do meu sistema. VERDADE: Toda vez que caio em um pecado torna-se mais difícil quebrar o poder desse pecado. O pecado tem uma maneira de afundar seus ganchos farpados profundamente em meu coração. Eu não posso simplesmente pecar e depois me afastar ileso. Quanto mais eu ceder ao pecado, mais enredado eu fico. O pecado sempre deixa cicatrizes. MENTIRA: Este pecado é parte de quem eu sou. Eu sempre luto contra isso e eu sempre vou pecar dessa forma. VERDADE: O pecado não define a minha identidade! Eu sou uma nova criatura em Cristo. Cristo me libertou do poder escravizador do pecado. Eu definitivamente não tenho que obedecer às paixões pecaminosas que surgem em mim. Talvez eu tenha que lutar contra isso para sempre, mas o meu passado não define o meu futuro. MENTIRA: Eu preciso cair nesse pecado para ser feliz. VERDADE: O pecado nunca fornece a verdadeira felicidade. Ele promete doçura, mas em ultima instância oferece uma carga de destruição, insatisfação, relacionamentos arruinados e dureza de coração. MENTIRA: Deus quer que eu seja feliz, por isso está tudo bem cair em pecado. VERDADE: Deus quer mesmo que eu seja feliz. No entanto, a minha felicidade só crescerá tão alto quanto a minha santidade. O pecado, por fim, corrói e destrói a verdadeira santidade e verdadeira felicidade. Richard Baxter – Orientações para Odiar o Pecado (Parte I) I. Orientação – Se esforce tanto para conhecer a Deus quanto para ser afetado pelos Seus atributos. Viva sempre diante Dele. Ninguém pode conhecer o pecado perfeitamente porque ninguém pode conhecer Deus perfeitamente. Você não pode conhecer o pecado mais do que você conhece a Deus, contra quem o seu pecado é cometido; a malignidade formal do pecado é relativa, pois é contra a vontade e os atributos de Deus. O homem piedoso tem algum conhecimento da malignidade do pecado porque ele tem algum conhecimento do Deus que é ofendido pelo mesmo. O ímpio não tem um conhecimento prático e prevalente da malignidade do pecado porque eles não têm um conhecimento de Deus. Aqueles que temem a Deus temerão o pecado; aqueles que em seus corações são irreverentes e impertinentes para com Deus, serão, em seus corações e em suas vidas, a mesma coisa para com o pecado; o ateísta, que acha que não existe Deus, também acha que não há pecado contra Ele. II. Nada no mundo inteiro irá nos mostrar de maneira tão simples e poderosa a maldade do pecado, do que o conhecimento da grandeza, bondade, sabedoria, santidade, autoridade, justiça, verdade, e etc., de Deus. Portanto, o senso da Sua presença irá reviver em nós o senso da malignidade do pecado. II. Orientação – Considere bem o ofício de Cristo, Seu sangue derramado e Sua vida santa. Seu ofício é expiar o pecado e destruí-lo. Seu sangue foi derramado por ele. Sua vida o condenou. Ame a Cristo e você odiará o que causou Sua morte. Ame-O e você irá amar ser feito à imagem Dele, e odiará aquilo que é tão contrário a Ele. III. Orientação – Pense bem o quão santo é a obra e o ofício do Espírito Santo, e quão grande misericórdia isto é para nós. Irá o próprio Deus, a luz celestial, descer a um coração pecaminoso para iluminá-lo e purificá-lo? E ainda devo manter minha escuridão e corrupção, em oposição a essa maravilhosa misericórdia? Embora nem todo pecado contra o Espírito Santo seja uma blasfêmia imperdoável, tudo é ainda mais agravado por meio disso. IV. Orientação – Considere e conheça o maravilhoso amor e a misericórdia de Deus, e pense no que ele tem feito por você e você odiará o pecado, e terá vergonha dele. É um agravamento do pecado até mesmo para a razão comum e a ingenuidade, que devemos ofender um Deus de infinita bondade que encheu nossas vidas de misericórdia. Você será afligido se você tem injustiçado um extraordinário amigo; seu amor e sua bondade virão aos seus pensamentos e você sentirá raiva de sua própria maldade. De um lado veja a grande lista das misericórdias de Deus pra você, para sua alma e seu corpo. Do outro, observe satanás, escondendo o amor de Deus de você, e tentando você debaixo de uma pretensa humildade de negar Sua grande e especial misericórdia; procurando destruir seu arrependimento e humilhação escondendo também o agravamento do seu pecado. V. Orientação – Pense no propósito da existência da alma humana. Para que ela fora criada? Para amar, obedecer, e glorificar nosso Criador; e você verá o que é o pecado, pois ele perverte e anula esse propósito. Quão excelentemente grande e santa é a obra para o qual fomos criados e chamados para fazer! E deveríamos desonrar o templo de Deus? E servir ao diabo em sua imundície e tolice, quando deveríamos receber, servir, e glorificar nosso Criador? Orientações para Odiar o Pecado (Parte II) VI. Orientação – Pense bem quão puros e doces deleites uma alma santa pode desfrutar de Deus em Sua santa adoração; e então você verá o que o pecado é, pois ele rouba-nos destes deleites e prefere uma luxúria carnal ao invés deles. Oh com quão grande felicidade poderíamos realizar cada dever, quão grandes frutos poderíamos produzir servindo nosso Senhor, e que deleites encontraríamos em Seu amor e aceitação, e como pensaríamos mais na bem- aventurança eterna, se não fosse o pecado; o qual afasta as almas dos portões dos céus, e as faz cair, como um suíno, no seu amado lamaçal. VII. Orientação – Considere a vida que você deverá viver para sempre, se você for para o céu; e a vida que os santos vivem lá agora; e então não pense que o pecado, que é tão contrário a isso, não seja uma coisa tão vil e odiosa. Ou você viverá no céu, ou não. Se não, você não é um daqueles para quem eu falo. Se você for, você sabe que lá não há prática de pecado; não há mente mundana, orgulho, paixões, luxúria e prazeres carnais lá. Oh se você pudesse ver e ouvir apenas uma hora, como aqueles abençoados espíritos estão elevadamente amando e magnificando o glorioso Deus em pureza e em santidade, e quão longe eles estão do pecado, isso faria você repugnar o pecado e ver os pecadores num estado de extrema decadência como homens nus nadando em seus excrementos. Especialmente, pensar que vocês têm esperança de viver para sempre com aqueles santos espíritos; e, portanto o pecado será desgostoso para você. VIII. Orientação – Olhe para o estado e tormento dos condenados, e pense bem na diferença entre anjos e demônios, e aí saberá o que é o pecado. Anjos são puros; demônios são sujos; santidade e pecado são extremos. Pecado habita no inferno, e santidade no céu. Lembre-se que toda tentação vem do diabo, para fazer você ser como ele; e toda santa disposição vem de Cristo, para fazer você como Ele. Lembre-se que quando você peca, você está aprendendo e imitando o diabo, e está até agora sendo como ele (João 8:44). E o fim de tudo isso é que você sinta também os sofrimentos dele. Se o inferno de fogo não é bom, então o pecado nãoé também. IX. Orientação – Sempre veja o pecado como alguém que está pronto a morrer e considere como todo homem o julga no final. O que os homens no céu dizem a respeito do pecado? O que os homens no inferno dizem a respeito do pecado? E o que os homens à beira da morte dizem a respeito do pecado? E o que as almas convertidas e as consciências despertadas dizem? O pecado traz deleite e é algo que eles não temem como é agora? Eles o aplaudem? Irão alguns deles falar bem do pecado? Porém, todo mundo fala mal do pecado em geral agora, mesmo quando eles amam e cometem diversos atos; Você irá pecar quando estiver à beira da morte? X. Orientação – Sempre veja o pecado e o julgamento juntos. Lembre-se que você terá que responder por isso diante de Deus, dos anjos, e de todo o mundo; e você o conhecerá melhor. XI. Orientação – Olhe para a doença, pobreza, vergonha, desespero, podridão e morte na sepultura; e isso vai te ajudar um pouco a entender o que é o pecado. Estas são coisas que estão diante de ti e em seus sentimentos; você não precisa de fé para entendê-las. E por tais efeitos você poderá entender um pouco da sua causa. XII. Orientação – Olhe para algumas pessoas santas e eminentes sobre a terra e para o louco, profano e maligno mundo. E a diferença vai te dizer em parte o que é o pecado. Não há afabilidade numa pessoa santa e irrepreensível, que vive em amor para com Deus e para com as pessoas, e na alegre esperança da vida eterna? Não é um abominável beberrão, promíscuo, blasfemador, malicioso, perseguidor, uma criatura muito repugnante e deformada? Não é uma visão muito miserável o estado ímpio, louco, confuso e ignorante deste mundo? Não é nisso tudo em que o pecado consiste? Orientações para Odiar o Pecado (Parte III) Embora a principal parte da cura seja fazer com que a vontade odeie o pecado, e isso é feito descobrindo sua malignidade; eu ainda adicionarei mais algumas orientações para a parte prática, supondo que o que já foi dito tenha causado efeito. I. Orientação – Quando você descobrir a sua enfermidade e perigo, se entregue a Cristo como o Salvador e médico de almas, e para o Espírito Santo como seu Santificador, lembrando que ele é suficiente e disposto a fazer o trabalho que Ele mesmo prometeu fazer. Não são vocês que devem salvar e santificar a vocês mesmos (a não ser que vocês façam isso através de Cristo). Mas aquele que assumiu fazê-lo, o faz para a sua glória. II. Orientação – Você deve estar preparado a ser obediente em aplicar os remédios que Cristo prescreveu a você; e observando as Suas orientações para que haja cura. Não seja tímido ou fraco dizendo que é muito amargo e muito dolorido; mas confie em Seu amor e no Seu cuidado; pegue aquilo que Ele te prescreveu ou te deu e não adicione mais nada. Não diga: “É muito penoso, e eu não consigo”. Porque o que Ele te ordena é seguro, proveitoso, e necessário; e se você não consegue, tente então carregar sobre você sua enfermidade, morte e o fogo do inferno! São a humilhação, confissão, restituição, mortificação e a santa diligência piores que o inferno? III. Orientação – Veja que você não tome parte com o pecado, nem dispute ou lute contra seu Médico, ou com qualquer coisa que lhe faça bem. Justificar o pecado, ir em direção a ele e subestimá-lo, lutar contra o Espírito e a consciência, ir contra os ministros e amigos piedosos, odiando a disciplina; estes não são os meios pelos quais você será curado e santificado. IV. Orientação – Veja aquela malignidade em cada um dos seus pecados particulares, que você pode ver e dizer que é generalizada. É um grotesco engano de vocês mesmo, se você vai falar muito do mal do pecado e não ver nenhuma malignidade em seu orgulho, em seu mundanismo, paixões e perversidades, em sua malícia e severidade, em suas mentiras, maledicências, escândalos, ou pecando contra a consciência por comodidade e segurança mundana. Que contradição é um homem orar e agravar seu pecado, e quando ele é reprovado por isso, tentar se esquivar ou justificar-se. É como se ele fosse falar contra a traição e contra os inimigos do rei, mas porque os traidores são os seus amigos e parentes, irá proteger ou escondê-los e tomar parte com eles. V. Orientação – Mantenha-se o mais longe que puder das tentações que alimentam e fortalecem o pecado que você dominaria. Ponha um cerco em seus pecados e os deixe morrer de fome afastando a comida e o combustível que o mantém vivo. VI. Orientação – Viva no exercício das graças e deveres que são contrários ao pecado que você está mais em perigo. Pois a graça e o dever são contrários ao pecado, isso o mata e nos cura, como o fogo nos cura do frio ou como a saúde nos cura da doença. VII. Orientação – Não seja enfraquecido ouvindo a incredulidade e a desconfiança, e não jogue fora os confortos de Deus, pois eles são sua força e podem te encorajar. Não é assustador, deprimente, nem desesperadamente desencorajador, estar apto a resistir ao pecado; mas o senso do amor de Deus e o senso de gratidão da graça recebida é um grande encorajamento (com temor cauteloso). VIII. Orientação – Sempre suspeite do amor próprio carnal, fique atento a isso. Pois essa é a fortaleza onde o pecado se esconde, e é também o seu patrono; sempre pronto para te arrastar para o pecado e para justificá- lo. Nós somos sempre muito propensos a sermos parciais em nosso próprio caso; como no caso de Judá com Tamar e Davi quando Natã o reprovou em sua parábola; isso mostra nossas próprias paixões, nosso próprio orgulho, nossa própria censura, nossa própria maledicência, nossas relações prejudiciais, nossa negligência nos deveres; estas coisas para nós parecem pequenas, desculpáveis, senão justificáveis. Considerando que poderíamos ver facilmente a culpa disso tudo nos outros, especialmente em um inimigo, deveríamos estar ainda mais familiarizado conosco e deveríamos amar mais a nós mesmos e, portanto odiando mais ainda nossos próprios pecados. Orientações para Odiar o Pecado (Parte IV) IX. Orientação – Considere seu primeiro e principal trabalho matar o pecado em sua raiz; limpar o coração, que é a fonte; pois é do coração que vem todo o mal em nossa vida. Saiba quais são as principais raízes; e use o seu maior cuidado e diligência para mortificá-las, especialmente as seguintes: 1. Ignorância. 2.Incredulidade. 3.Inconsideração. 4.Egoísmo e orgulho. 5.Carnalidade, em agradar um apetite, luxúria e fantasia selvagens. 6.Insensibilidade, dureza de coração e sonolência no pecado. X. Orientação – Conte o mundo todo e todos os seus prazeres; honras e riquezas não são melhores do que aparentam ser; assim satanás não vai conseguir encontrar iscas para te pegar. Como Paulo, considere tudo como esterco (Fil. 3:8) e nenhum homem vai pecar e vender sua alma, pois ele conta estas coisas como esterco. XI. Orientação – Mantenha-se em conversas celestiais, e então sua alma estará sempre na luz, assim como aos olhos de Deus; e ocupe-se com aqueles afazeres e deleites que o livram do prazer com as iscas do pecado. XII. Orientação – Que seu trabalho diário seja ser um cristão vigilante; embora haja distração e um medo desencorajador, nutra a perseverança. XIII. Orientação – Preste atenção no começo do pecado e suas primeiras abordagens. Oh quão grande diferença faz um pouco desse fogo aceso! E se você cair, levante rápido através de um profundo arrependimento, não importando o quanto isso pode te custar. XIV. Orientação – Faça do seu único labor e regra diligente o entender a Palavra de Deus. XV. Orientação – Em casos de dúvidas, não se aparte facilmente do julgamento unânime da maioria dos sábios e piedosos de todas as épocas. XVI. Orientação – Não seja precipitado nem aja por emoções, mas proceda deliberadamente e prove bem todas as coisas antes de sefirmar nelas. XVII. Orientação – Esteja familiarizado com a sua temperatura corporal e em quê o pecado é mais inclinado a você, e também em que situação o pecado te deixa mais vulnerável, e nisso você deve ser mais rigoroso. XVIII. Orientação – Mantenha sua vida em ordem santa, tal como Deus ordenou que você vivesse. Pois não há preservação para os retardatários que não se mantém no caminho, que abandonaram a ordem e o mandamento de Deus. E esta ordem está principalmente nestes pontos: 1. Que você mantenha união com a universal igreja. Não esteja separado do corpo de Cristo sobre qualquer pretensão que seja. Esteja na igreja como um regenerado, mantendo a comunhão espiritual em fé, amor e santidade; como um congregado, mantendo a comunhão externa, na profissão de fé e na adoração. 2. Se vocês não são mestres, vivam sob seus fiéis pastores como obedientes discípulos de Cristo. 3. Que os mais piedosos, se possível, sejam seus amigos íntimos. 4.Seja esforçado em algum chamado externo. XIX. Orientação – Coloque todas as providências de Deus, quer a prosperidade ou adversidade, contra seus pecados. Se ele te der saúde e prosperidade, lembre-se que por meio disso Ele requer sua obediência e tem um chamado especial para você. Se Ele te afligir, lembre-se que pode ser algum pecado pelo qual Ele está ofendido; portanto, agarre isso como Seu remédio e veja que você não obstrua essa obra, mas seja diligente, pois isso pode purgar seu pecado. XX. Orientação – Espere pacientemente em Cristo até que ele tenha realizado a cura, que não acabará até que essa árdua vida chegue ao fim. Persevere na assistência do Seu Espírito e dos Seus meios; pois Ele virá no tempo certo e não tardará. “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós com a chuva serôdia que rega a terra” (Os. 6:3). Ainda que você diga: “Não há cura para nós” (Jer. 14:19) “Eu curarei sua infidelidade, eu de mim de mesmo os amarei” (Os. 14:4). “Mas para vós outros que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo curas nas suas asas” (Mal. 4:2) “e bem-aventurado todos os que nele esperam” (Is. 30:18). Deste modo, eu dei algumas orientações que podem ser úteis para o ódio ao pecado, humilhação e libertação dele. Paciência com o pecado dos outros A compreensão de como Deus trabalha na vida de seus filhos não somente nos ajuda a saber como amar os outros, mas também nos ensina a vermos a nós mesmos com mais exatidão, quando estamos presos a padrões de pecado dos quais sabemos que devemos nos livrar, mas não conseguimos. Deus planeja algo bom até por meio de nossos piores pecados – de fato, especialmente por meio deles. Quando compreendemos e experimentamos nossa profunda incapacidade de obedecer ou de arrepender-nos, podemos nos tornar pessoas mais pacientes, meigas e, por fim, vemos as traves, em nossos próprios olhos, mais claramente do que vemos o argueiro nos olhos dos outros (Mateus 7.3-4). Nosso pecado pode nos moldar em pessoas que exortam amorosamente os outros ao arrependimento, sem um espírito de superioridade e julgamento, mas com tremendo amor e gentileza (Gálatas 6.1). Existem várias áreas de minha vida em que gostaria de mudar; e tenho pedido a Deus que me transforme, mas eu mesma ainda não cresci. Por exemplo, luto para ser uma amável esposa de pastor para as mulheres em nossa igreja. Tenho uma amiga estimada que é o tipo de esposa de pastor que eu gostaria de ser: ela é amorosamente interessada na vida das pessoas em sua igreja, preocupa-se com elas e as serve com paciência; lembra-se de todos os aniversários e dos detalhes importantes e menos importantes da vida das pessoas e de seus filhos; planeja estrategicamente receber em sua casa pessoas para uma refeição e tem comunhão fiel com as mulheres de sua igreja, por meio de estudos bíblicos e eventos sociais. Esse é o tipo de esposa de pastor que eu gostaria de ser, mas Deus não me escolheu para me tornar no docinho de coco que eu gostaria de ser, que transborda amor para todos ao seu redor. Em vez disso, sou inclinada a avaliar as pessoas com base no que elas fazem ou deixam de fazer pela igreja (e numa igreja sempre há muito a ser feito!). Favoreço pessoas que valorizo, mas sou igualmente propensa a julgar e a não favorecer outras pessoas, bem como a ter um coração que se ira facilmente se acho que elas têm expectativas injustas a meu respeito. Neste exato momento, há uma pessoa em minha vida a quem deveria perdoar por uma ofensa seríssima, e não quero fazê-lo. Na verdade, mal posso olhar para essa mulher. Sei que não tenho motivo algum para guardar tamanho rancor. Deveria perdoá-la livremente, assim como fui perdoada, mas não quero fazer isso. O que devo fazer comigo mesma? De certo modo, esta frieza em meu coração se opõe a cada coisa que escrevi neste livro sobre as maravilhas do evangelho. Ainda assim, acho que não consigo amolecer o coração nem renuir desejo necessário para que ele seja amolecido. Estou presa, mas, ao mesmo tempo, posso estar em paz com minha incapacidade de fazer como deveria. Entendo que nunca serei capaz de querer perdoar sem um ato de Deus em meu coração. Na verdade, em outro sentido, tudo que sinto em meu coração neste momento confirma tudo que aprendi. Não existe um interruptor que eu possa ligar para me fazer querer amar esta senhora, nenhuma disciplina espiritual que eu possa exercer para colocar meu coração rebelde em ordem. Ao lutar, sem sucesso, com meu coração, Satanás zomba de mim regularmente com o Evangelho, dizendo: “Como você ousa ensinar outros sobre a graça e o perdão de Deus quando não consegue nem mesmo olhar para esta senhora sem desprezá-la?” De fato, ele está certo; eu não tenho direito nenhum de abrir minha boca, mas, antes de tudo, o evangelho não se focaliza em mim; pelo contrário, o evangelho diz respeito à maravilhosa graça de Deus que se manifestou em Jesus — a boa nova que agora é declarada por meio de mensageiros imperfeitos, que precisam desesperadamente da mesma graça sobre a qual falamos aos outros. Portanto, assim como posso ter compaixão das outras pessoas quando seus pecados tornam sua vida tremendamente difícil, posso confiar que Deus usará o pecado delas, que ele odeia, para realizar coisas boas que ele ama na vida delas. Posso ter compaixão de mim mesma — confiando que Deus usará meu próprio pecado para sua glória e para meu benefício. Afinal, mesmo agora, Jesus olha para o meu coração imperdoável e manchado de pecado e declara: “nenhuma condenação” (Romanos 8.1). Eu não deveria concordar com a avaliação de Deus quanto ao meu status diante dele mesmo, em vez de concordar com a avaliação de Satanás? Paciência com o pecado dos outros Em seus escritos, John Newton expressou tremenda compaixão para com os pecadores fracos e reincidentes. Ele argumenta desta maneira: Um grupo de viajantes cai num fosso: um deles pega o outro a fim de puxá-lo para fora. Agora, este não deve ficar irritado com os demais por haverem caído no fosso, nem por não terem saído, como ele. Ele não puxou a si mesmo para fora. Portanto, em vez de reprová-los, deve mostrar-lhes compaixão… Um homem verdadeiramente iluminado não desprezará os outros, assim como Bartimeu, depois de abertos seus próprios olhos, não pegaria uma vara e agrediria todos os cegos que encontrasse. William Cowper, poeta e compositor de hinos, foi originalmente educado para ser um advogado, mas teve de desistir dessa ambição por causa de sua depressão. Ele tentou o suicídio três vezes e foi internado por um tempo numa clínica psiquiátrica, devido à depressão severa. Foi nessa clínica que, por meio da influência de um médico evangélico, sua fé em Cristo teve início. Cowper começou a frequentar a igreja de Newton quando se mudou para Olney e logo se tornaram amigosíntimos, colaborando nos projetos de composição de hinos. Entretanto, suas lutas com a depressão retornaram ao ponto em que Cowper já não era nem mais capaz de ir à igreja. Newton continuou a cuidar de Cowper e a encorajá-lo, fazendo grandes caminhadas com ele e ajudando-o em meio ao terrível desespero. Que maravilhosa providência de Deus levou esses dois homens a serem ricamente abençoados um pelo outro! Newton viu a glória de Deus em Cowper e, com grande gentileza e paciência, procurou aliviar seu sofrimento e fazer com que seus dons estivessem à disposição do corpo de Cristo. Ele não repreendeu Cowper por sua fé fraca ou por sua luta contínua com a depressão, mas caminhou amorosamente com ele. Embora nunca tenha sido curado, Cowper viveu a restauração de sua depressão por cerca de nove anos, que coincidiram com sua descoberta da doutrina da graça. Esse fato aliviou sua consciência e o convenceu, em seus melhores momentos, de que sua segurança repousava nas mãos de Deus e não na força de sua própria fé. A compreensão de Newton quanto ao sofrimento que o pecado e a fraqueza causam fez com que ele se tornasse um homem cheio de misericórdia e graça para com os que permaneciam incapazes de prosperar emocionalmente sob os fardos que Deus os chamou a carregar. A análise cuidadosa de Newton sobre o estado do crente o fez, como o cristão maduro que ele descreveu em suas cartas, a levar em contra as falhas de outros crentes. Sua resposta àqueles que lhe escreviam em estado de desespero, devido a seus pecados recorrentes, nunca teve o tom de “Como você pôde fazer isso?” Ao contrário, sua resposta habitual era: “Mas é claro que você fez isso; você é um pecador, e é isso que os pecadores fazem”. Ele ponderava que existem tantas coisas agindo contra os pecadores neste mundo, que nunca devemos ficar chocados quando eles caem. Pelo contrário, devemos ficar constantemente admirados quando não o fazem! O primeiro desses enormes obstáculos que se colocam entre os crentes e a vida santificada é a realidade poderosa da corrupção ainda existente em nós. É algo triste e desagradável conhecer o evangelho, experimentar a incrível e poderosa graça de Deus e, ainda assim, pecar e querer pecar novamente contra ela. Pecar contra a lei de Deus é bastante desagradável, porém, muito pior é pecar contra Deus em face de seu amor excepcional e de sua provisão sacrificial em favor de todo o nosso pecado. No entanto, apesar disso, pecamos repetidamente. CONCLUSÃO: Portanto, temos de manter os olhos fixos no alvo que é Cristo. Nosso maior problema é que sempre estamos olhando para nós mesmos e para o mundo. Se pensarmos mais e mais sobre nós mesmos como peregrinos da eternidade (o que, de fato, somos), todo o nosso viver será transformado. Paulo afirmou isso no versículo 11 deste capítulo. Mantenham seus olhos nisso, eles disse em outras palavras; mantenham seus olhos no alvo. João disse a mesma coisa: “Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro” (1 Jo 3.2-3). A causa de muitos de nossos problemas, como crentes, é que vivemos demais para este mundo. Persistimos em esquecer que somos apenas “peregrinos e forasteiros” neste mundo. Pertencemos ao céu; nossa pátria está no céu (Fp 3.20), e estamos indo para lá. Se apenas mantivéssemos isso diante de nossa mente, o problema de nossa luta contra o pecado assumiria um aspecto diferente. Devemos nos mover agora do geral para o específico, relembrando-nos de que tudo é feito “pelo Espírito”, com uma mente iluminada por Ele. O que temos de fazer especificamente? O ensino do apóstolo pode ser considerado sob dois aspectos: direto e negativo, indireto e positivo. No aspecto direto ou negativo, a primeira coisa que o crente tem de fazer é abster-se do pecado. É bem simples e direto! Pedro disse: “Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma” (1 Pe 2.11). Esse é um ensino bastante claro. Aqui não há qualquer sugestão de que somos incapazes, temos de desistir da luta e entregar tudo ao Senhor ressuscitado. Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes…” — parem de fazer isso, parem imediatamente, não o façam mais! Vocês precisam se abster totalmente desses pecados, essas “paixões carnais, que fazem guerra contra a alma”. Vocês não têm o direito de dizer: “Sou fraco, não posso; as tentações são poderosas”. A resposta do Novo Testamento é: “Parem de fazer isso”. Vocês não precisam de hospital e de um tratamento médico; precisam recompor-se e compreender que são “peregrinos e forasteiros”. “Exorto- vos a vos absterdes.” Vocês não têm qualquer negócio com essas coisas. Lembrem outra vez o ensino de Efésios 4: “Aquele que furtava não furte mais… Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe”. Não haja em vocês nenhuma dessas conversas ou gracejos tolos! Não façam isso! Abstenham-se! É tão simples e claro como estas palavras: parem de fazer isso! Em segundo lugar, de modo específico, citando outra vez as palavras do apóstolo em Efésios: “Não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha” (Ef 5.11-12). Observe o que ele disse: “Não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas”. Vocês não devem apenas abster-se dessas coisas, mas também não ter comunhão com pessoas que fazem essas coisas ou têm esse modo de vida. “Não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as.” O princípio governante de sua deve ser o não associar-se com pessoas desse tipo. Fazer isso é ruim para você e lhe será prejudicial… Não devemos ter qualquer comunhão com o mal; antes, precisamos fugir dele e manter-nos tão distantes quanto pudermos. Outro termo é “esmurrar” (1 Co 9.27). “Esmurro o meu corpo”, disse o apóstolo. “Todo atleta” — ou seja, aquele que compete nas corridas — em tudo se domina”. As pessoas que passam por treinos visando as grandes competições atléticas são bastante cuidadosas quanto à sua dieta; param de fumar e ingerem bebidas alcoólicas. Quão cuidadosos eles são! E fazem tudo isso porque desejam ganhar o prêmio! Se eles faziam isso, disse Paulo, por causa de coisas corruptíveis, quanto mais devemos disciplinar-nos a nós mesmos. O corpo tem de ser “esmurrado”. Nas palavras de nosso Senhor registradas em Lucas 21.34, há uma sugestão a respeito de como isso deve ser feito. Ele disse: “Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as conseqüências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente”. Não coma bem beba demais; não se preocupe excessivamente com as coisas deste mundo. Coma o suficiente e o alimento correto; mas não se torne culpado de “excesso”. Se uma pessoas satisfaz em demasia seu corpo, com alimento, bebida ou outra coisa, ele achará mais difícil viver uma vida cristã santificada e mortificar os feitos do corpo. Portanto, evite todos esses obstáculos, pois, do contrário, seu corpo se tornará indolente, pesado, moroso e lânguido. Há uma intimidade tão grande entre o corpo, a mente e o espírito, que achará grande problema em seu conflito espiritual. “Esmurre o corpo.” Outra máxima usada pelo apóstolo, na Epístola aos Romanos, se acha no capítulo 13: “Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (v. 14). Se querem mortificar os feitos do corpo, “nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências”. Oque isso significa? Em Salmos 1, achamos um discernimento claro quanto ao significado dessas palavras do apóstolo. Eis a prescrição: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores” (Sl 1.1). Se vocês querem viver esta vida piedosa e mortificar os feitos do corpo, não gastem tempo permanecendo nas esquinas das ruas, porque, se fizerem isso, provavelmente cairão em pecado. Se permanecerem no lugar por onde o pecado talvez passará, não se surpreendam se voltarem para casa em tristeza e infelicidade, porque caíram no pecado. Não se detenham no “caminho dos pecadores”. E, menos ainda, devem vocês assentar-se “na roda dos escarnecedores”. Se permanecerem em tais lugares, não haverá surpresa em caírem no pecado. Se vocês sabem que certas pessoas lhes são má influencia, evitem-nas, fujam delas. Talvez vocês digam: “Eu me ajunto com elas para ajudá-las, mas percebo que, todas as vezes, elas me levam ao pecado”. Se isso é verdade, não estão em condições de ajudá-las… No livro de Jó, o homem sábio disse: “Fiz aliança com meus olhos” (Jó 31.1). Era como se dissesse: “Olhem diretamente, não olhem para a direita ou para a direita. Cuidem de seus olhos propensos a vaguear, esses olhos que se movem quase automaticamente e veem coisas que iludem e induzem ao pecado”. “Faça uma aliança com os seus olhos”, declara esse homem. Concorde em não olhar para coisas que tendem a levá-lo ao pecado. Se isso era importante naqueles dias, é muito mais importante em nossos dias, quando temos jornais, cinemas, outdoors, televisão e assim por diante! Se há uma época em que os homens precisam fazer aliança com seus olhos, esta época é agora. Tenham cuidado com o que leem. Certos jornais, livros e diários, se os lerem, eles lhes serão prejudiciais. Vocês devem evitar tudo que lhes prejudica e diminui sua resistência. Não olhem na direção dessas coisas; não queira nada com elas. Na Palavra de Deus, vocês são instruídos a mortificar “os feitos do corpo” e não satisfazer “a carne no tocante às suas concupiscências”. Agradeça a Deus pelo evangelho poderoso. Agradeça a Deus pelo evangelho que nos diz que agora somos seres responsáveis em Cristo e que nos exorta a agir de um modo que glorifica o Salvador. Portanto, “nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências”. Meu próximo assunto é sobremodo importante: enfrentem as primeiras movimentações e impulsos do pecado em vocês; combatam-nos logo que aparecerem. Se não fizerem isso, estão arruinados. Vocês cairão, conforme somos ensinados na epístola de Tiago: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte”. O primeira moção do pecado é um encantamento, um leve incitação de cobiça e sedução. Esse é o momento em que temos de lidar com o pecado. Se deixarem de enfrentar o pecado nesse estágio, ele os vencerá. Cortem o mal pela raiz. Ataquem-no de imediato. Nunca lhes permitam qualquer avanço. Não o aceitem de maneia alguma. Talvez sintam-se inclinados a dizer: “Bem, não farei tal coisa”; mas, se aceitam a ideia em sua mente e começam a afagá-la e entretê-la em sua imaginação, vocês já estão derrotados. De acordo com o Senhor, vocês já pecaram. Não precisam realmente cometer o ato; nutri-lo no coração já é o suficiente. Permitir isso no coração significa pecar aos olhos de Deus, que conhece tudo a respeito de nós e vê até o que acontece na imaginação e no coração. Portanto, destruam o mal pela raiz, não tenham qualquer relação com ele, parem- no imediatamente, ao primeiro movimento, antes que comece a acontecer esse processo ímpio descrito por Tiago. No entanto, lembrem-se de que isto — que será nosso próximo assunto — não significa repressão. Se vocês apenas reprimirem uma tentação ou esse primeiro movimento do pecado, ele provavelmente surgirá novamente com mais vigor. Nesse sentido, concordo com a psicologia moderna. A repressão é sempre má. “Então, o que devo fazer?”, alguém pergunta. Eu respondo: quando sentir aquele primeiro movimento do pecado, erga-se e diga: “Isto é mau; isto é vileza; é aquilo que expulsou do Paraíso os nossos primeiros pais”. Rejeite-o, enfrente-o, denuncie-o, odeie-o pelo que é. Assim, terá lidado realmente com o pecado. Você não deve apenas fazê-lo recuar, com um espírito de temor e de maneira tímida. Traga-o à luz, exponha-o, analise-o e, denuncie-o pelo que ele é, até que o odeie. Meu último assunto neste tema é que, se você cair no pecado (e quem não cai?), não restaurem a si mesmos de modo superficial e apressado. Leiam 2 Coríntios 7 e considerem o que Paulo disse sobre a “a tristeza segundo Deus” que produz arrependimento. Outra vez, tragam à luz aquilo que fizeram, contemplem-no, analisem-no, exponham-no, denunciem-no, odeiem-no e denunciem a si mesmos. Mas não façam isso de um modo que os atire nas profundezas da depressão e desânimo! Sempre tendemos a ir aos extremos; ou somos muito superficiais ou muito profundos. Não devemos curar superficialmente a ferida (cf. Jr 6.14), mas tampouco devemos lançar-nos no desespero e melancolia, dizendo que tudo está perdido, que não podemos ser crentes, e retornar ao estado de condenação. Isso é igualmente errado. Temos de evitar ambos os extremos. Façam uma avaliação honesta de si mesmos e do que fizeram, condenando totalmente a si mesmos e seu ato; porém compreendam que, confessando-o a Deus, sem qualquer desculpa, “ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9). Se vocês fizerem essa obra de maneira superficial, cairão novamente no pecado. E, se vocês se lançarem em um abismo de depressão, hão de sentir-se tão desesperados que cairão em mais e mais pecado. Uma atmosfera de melancolia e fracasso leva a mais fracasso. Não caiam em nenhum desses erros, mas respondam à obra da maneira como o Espírito sempre nos instrui a fazê-la. Lucas Gil Costa, fundador, Renúncia Frases: Bacharel em Teologia pela Faculdade Batista de Minas Gerais. Casado e membro da Igreja Presbiteriana do Brasil. Contato (33) 988631628 Nos envie uma mensagem nos relatando como você foi impactado por esse livro. Notas: https://www.desiringgod.org/ https://voltemosaoevangelho.com/blog/ https://bereianos.blogspot.com/ https://www.desiringgod.org/ https://voltemosaoevangelho.com/blog/ https://bereianos.blogspot.com/