Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

ANÁLISE DE 
CENÁRIOS 
ECONÔMICOS 
E APLICAÇÕES 
ESTRATÉGICAS
FABRÍCIO PESSATO FERREIRA
Sumário
AULA 1
INTRODUÇÃO A CENÁRIOS ECONÔMICOS E 
INDICADORES SOCIAIS I ....................................... 7
I. Introdução ....................................................... 9
II. Lei da Escassez ................................................ 9
III. Fluxo Circular de Renda ................................. 11
IV. Ciclos Econômicos e 
Formação de Expectativas .................................. 15
AULA 2
INTRODUÇÃO A CENÁRIOS ECONÔMICOS E 
INDICADORES SOCIAIS II .................................... 18
I. Introdução ..................................................... 20
II. PIB ................................................................. 20
III. PIB per capita ................................................ 23
IV. Juros .............................................................. 24
V. Taxa de Desocupação .................................... 24
VI. Inflação .......................................................... 26
VII. Taxa de câmbio .............................................. 28
VIII. Índice de Desenvolvimento 
Humano (IDH) ..................................................... 28
IX. Índice de Gini ................................................ 30
AULA 3
INTRODUÇÃO A CENÁRIOS ECONÔMICOS E 
INDICADORES SOCIAIS III ................................... 32
I. Introdução ..................................................... 34
II. Escolaridade .................................................. 35
III. Sistema tributário brasileiro .......................... 36
IV. Regressividade tributária .............................. 40
V. Considerações finais ...................................... 42
AULA 4
POLÍTICA FISCAL E MONETÁRIA I ...................... 43
I. Introdução ..................................................... 45
II. As Políticas Macroeconômicas ...................... 47
III. A Política Fiscal .............................................. 47
AULA 5
POLÍTICA FISCAL E MONETÁRIA II ..................... 52
I. Execução dos gastos públicos ....................... 53
II. O déficit público ............................................ 55
III. O endividamento público .............................. 55
AULA 6
POLÍTICA FISCAL E MONETÁRIA III .................... 62
I. As Funções da Moeda e a Política Monetária 64
II. O Banco Central e os Agregados Monetários 65
III. Instrumentos de Política Monetária .............. 67
IV. Sistema de Metas de Inflação e COPOM ....... 72
V. Mecanismos de transmissão da Política 
Monetária ........................................................... 73
AULA 7
CONTAS EXTERNAS E COMÉRCIO 
INTERNACIONAL I ............................................... 77
I. Taxa de câmbio .............................................. 78
II. Mercado cambial .......................................... 79
III. Taxa de câmbio e as contas externas ............ 81
AULA 8
CONTAS EXTERNAS E COMÉRCIO 
INTERNACIONAL II .............................................. 91
I. Introdução ..................................................... 93
II. Balança comercial ......................................... 95
III. Balança de serviços ....................................... 97
IV. Renda primária .............................................. 98
V. Renda secundária ........................................ 102
VI. Saldo das transações correntes (ou conta 
corrente) ........................................................... 102
VII. Conta capital e conta financeira .................. 105
VIII. Reservas cambiais ou 
reservas internacionais ..................................... 109
AULA 9
CONTAS EXTERNAS E COMÉRCIO 
INTERNACIONAL III ........................................... 112
I. Impacto da política cambial sobre as contas 
externas ............................................................ 114
II. Benefícios do comércio internacional ......... 117
III. Protecionismo ............................................. 119
IV. Dumping ...................................................... 122
V. Do GATT à OMC ........................................... 124
VI. Blocos comerciais ........................................ 128
AULA 10
A NOVA ECONOMIA E A TRANSFORMAÇÃO 
DIGITAL I ............................................................. 132
I. Hipertrofia financeira .................................. 133
II. Globalização: a “Nova Economia” e a bolha das 
“Empresas Ponto-Com” .................................... 136
III. Do Mundo VUCA à Economia Digital .......... 138
IV. Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) e Ciência e 
Tecnologia (C&T) .............................................. 144
AULA 11
A NOVA ECONOMIA E A TRANSFORMAÇÃO 
DIGITAL II ............................................................ 150
I. Blockchain .................................................. 152
II. Criptomoedas .............................................. 158
AULA 12
A NOVA ECONOMIA E A TRANSFORMAÇÃO 
DIGITAL III .......................................................... 164
I. Da posse ao acesso ..................................... 166
II. Inteligência Artificial ................................... 170
III. Economia criativa ........................................ 173
IV. Veículos autônomos e drones para pessoas 175
V. O fim dos empregos na indústria 4.0 .......... 177
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................... 180
AULA 1
INTRODUÇÃO 
A CENÁRIOS 
ECONÔMICOS E 
INDICADORES 
SOCIAIS I
CONCEITO DE ECONOMIA, 
LEI DE ESCASSEZ, CICLOS 
ECONÔMICOS, CONTEXTO 
GEOPOLÍTICO E PERSPECTIVAS 
ECONÔMICAS GLOBAIS DE 
CURTO E MÉDIO PRAZO
I. INTRODUÇÃO
A palavra “economia” advém do grego, “oikos”, 
que significa “lar” e do latim “nomus” que 
significa “norma”. Assim, quem estuda Economia 
busca sistematizar as normas que explicam as 
condições de nosso lar.
As escolas de pensamento econômico estão 
relacionadas aos pressupostos teóricos ligados 
aos princípios ideológicos de quem analisa. 
Portanto, a Economia é indissociável da política. 
Daí a expressão política econômica, quando se 
referem às práticas das autoridades de Estado 
responsáveis pela condução dos rumos da 
Economia.
II. LEI DA ESCASSEZ
Um dos principais preceitos econômicos é a lei 
da escassez. A lei da escassez pressupõe que 
os recursos são escassos no sentido de que são 
finitos. Como os recursos poderiam ser finitos? 
Para ilustrar, tomemos a população mundial é 
de aproximadamente 7,6 bilhões de pessoas 
o número de adultos aproximadamente 5,8 
milhões. A população dos Estados Unidos é de 
aproximadamente 325 milhões de pessoas, o que 
9
representa aproximadamente 4% da população 
mundial. O número de adultos nos Estados 
Unidos é de cerca de 241 milhões de pessoas. 
E eis que surge a questão: o que aconteceria se 
os 7,6 bilhões de pessoas no mundo tivessem o 
mesmo padrão de consumo dos habitantes dos 
Estados Unidos? 
Para atender tal demanda, em princípio, seriam 
necessários de 4 (quatro) a 5 (cinco) planetas 
Terra. Seria necessário quintuplicar a produção 
mundial de energia elétrica. Haveria cerca de 
5,8 bilhão de automóveis – atualmente há cerca 
de 850 milhões. Em um ano seriam consumidas 
todas as reservas de petróleo. Seria necessário 
aumentar em 80% a extração de minério de ferro, 
o equivalente a 4 mineradoras como a Vale. As 
reservas mundiais de ferro se esgotariam em 
menos de um século. Seria necessário triplicar 
a produção mundial de alimentos e não há 
áreas disponíveis para tanto. As emissões de 
CO2 (dióxido de carbono) aumentaram em 
500% até 2050. Os recursos hídricos entrariam 
em colapso em função do consumo humano e, 
principalmente, da irrigação na agricultura e na 
criação animal da pecuária. Haveria contaminação 
do solo e subsolo por lixo.
10
III. FLUXO CIRCULAR DE RENDA
Portanto é razoável dizer que os recursos naturais 
são escassos. Nessa condição de escassez, a 
humanidade, por meio do sistema econômico 
mundial, precisaresponder às perguntas: 
O QUE PRODUZIR? 
EM QUE QUANTIDADE 
PRODUZIR? 
COMO PRODUZIR?
PARA QUEM PRODUZIR?
E tendo como base a premissa de que os recursos 
são escassos, há que se responder: 
COMO SISTEMA PRODUZ?
COMO O SISTEMA CONSOME 
AQUILO QUE PRODUZ?
Todas essas perguntas são respondidas por meio 
do fluxo circular da renda, formado por:
11
FLUXO REAL 
 DA ECONOMIA
FLUXO MONETÁRIO 
DA ECONOMIA
O Fluxo Real da Economia mostra como são 
produzidos os bens e serviços do sistema 
econômico, bem como de que forma são 
adquiridos os fatores de produção, sendo estes os 
itens necessários para se produzir e se prestar os 
serviços. Os fatores de produção e seus respectivos 
remuneradores são apontados a seguir:
FATOR DE PRODUÇÃO REMUNERAÇÃO
TRABALHO SALÁRIO
CAPITAL JURO
TERRA/PROPRIEDADE ALUGUEL
TECNOLOGIA ROYALTY
CAPACIDADE 
EMPRESARIAL LUCRO
No fluxo real da economia, as empresas e as 
famílias ora agem como consumidores, ora como 
vendedores. A figura, a seguir, ilustra o Fluxo Real 
12
da Economia.
FLUXO REAL DA ECONOMIA
Demanda Oferta
Oferta Demanda
MERCADO DE BENS E SERVIÇOS
FAMÍLIAS EMPRESAS
MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO
O fluxo monetário mostra como as famílias e as 
empresas serão remuneradas. Na ilustração a seguir, 
identifica-se o fluxo monetário da economia. Neste, 
as famílias transferem recursos monetários para 
compra de bens e serviços por meio dos salários 
e as empresas os recebem para, no momento 
subsequente, remunerar os fatores de produção.
13
FLUXO MONETÁRIO DA ECONOMIA
PAGAMENTO DE BENS E SERVIÇOS
FAMÍLIAS EMPRESAS
REMUNERAÇÃO DOS FATORES DE PRODUÇÃO
Da interação entre o fluxo real e o fluxo 
monetário surge o fluxo circular da renda o fluxo 
responde àquelas perguntas iniciais, conforme se 
identifica no gráfico a seguir:
14
FLUXO CIRCULAR DE RENDA
O que produzir?
Quanto produzir?
Para quem produzir?
Como produzir?
Oferta de 
bens e 
serviços 
Demanda 
de bens e 
serviços
Demanda 
de serviços 
dos fatores 
de produção
Oferta de 
serviços dos 
fatores de 
produção
MERCADO DE 
BENS E SERVIÇOS
MERCADO DE 
FATORES DE PRODUÇÃO
FAMÍLIAS EMPRESAS
IV. CICLOS ECONÔMICOS E 
FORMAÇÃO DE EXPECTATIVAS
O fluxo circular da renda descreve de que 
forma a economia mundial cresce. Contudo, 
esse crescimento não se dá de forma linear. 
Eventualmente, a economia pode entrar em 
um processo de estagnação, eventualmente de 
recessão e, na pior das hipóteses, depressão. 
A ilustração, a seguir, apresenta os ciclos 
econômicos ao longo do tempo, bem como as 
15
fases de cada ciclo.
Pr
od
ut
o*
Tempo
*Dados hipotéticos
DEPRESSÃO
RECESSÃO
ESTAGN
AÇÃO
BO
O
M
EXPAN
SÃO
Por que ocorrem os ciclos econômicos? Em geral, 
devido à saturação do consumo das famílias ou 
uma crise cíclica endógena dos investimentos das 
16
empresas. A compreensão dos ciclos econômicos 
ajuda na formação das expectativas dos agentes, 
facilitando a construção de cenários. Antecipar 
uma crise, por exemplo, pode ser a diferença 
entre uma empresa investir na alta do ciclo ou 
no momento em que se aproxima de um ciclo de 
estagnação, o que inevitavelmente, neste último 
caso, levaria a empresa à capacidade ociosa, 
podendo levar a prejuízos.
Uma forma de acompanhar as tendências do 
mercado é observando o que diz o relatório Focus 
do Banco Central do Brasil. Esse documento, 
disponível no site do Banco Central, apresenta 
a síntese das expectativas que as instituições 
financeiras, corretoras e empresas de 
relevância fazem sobre os principais indicadores 
econômicos, tais como a expectativa de 
crescimento, inflação e taxa de câmbio para este 
e os próximos anos. O relatório Focus é divulgado 
gratuitamente toda segunda-feira. O endereço 
direto do Relatório Focus é:
https://www.bcb.gov.br/publicacoes/focus
17
https://www.bcb.gov.br/publicacoes/focus
AULA 2
INTRODUÇÃO 
A CENÁRIOS 
ECONÔMICOS E 
INDICADORES 
SOCIAIS II
INDICADORES ECONÔMICOS 
E SOCIAIS: PIB, RENDA, 
JUROS, TAXA DE 
DESEMPREGO, INFLAÇÃO, 
TAXA DE CÂMBIO, IDH E 
ÍNDICE DE GINI
I. INTRODUÇÃO
Nesta aula, serão abordados alguns 
indicadores para situar alguns dos problemas 
socioeconômicos brasileiros. Os indicadores 
socioeconômicos permitem compreender 
a situação de um país, bem como analisar a 
efetividade das políticas públicas para a melhoria 
das condições da sociedade.
II. PIB
O PIB é a soma da riqueza produzida em um 
país ao longo de um intervalo de tempo (mês, 
trimestre, semestre, ano). O PIB pode ser medido 
pelo lado da produção. Nesses termos, será 
calculado tudo o que foi produzido pelos três 
setores da economia:
PRIMÁRIO 
(agropecuária, pesca, caça 
e extrativismo vegetal)
SECUNDÁRIO 
(indústria de transformação 
e construção civil)
TERCIÁRIO 
(serviços)
20
O PIB também pode ser calculado pelo lado 
do dispêndio, que são os gastos. Neste caso, o 
cálculo compreende tudo o que foi despendido 
em:
Consumo das famílias;
Investimentos das empresas ou 
formação bruta de capital fixo;
Gastos do governo;
Exportações de bens e serviços;
Importações de bens e serviços.
A tabela a seguir mostra qual foi o PIB do Brasil 
nos anos de 2017 e 2018 e o crescimento real do 
produto interno em cada um dos setores e das 
variáveis da economia.
21
Período 2017 
(R$ bilhões)
2018 
(R$ bilhões)
cresc. 
real 
2018
Agropecuária 304 298 0,1%
Indústria 1.203 1.259 0,6%
Serviços 4.134 4.276 1,3%
Valor Agregado 5.641 5.833 1,1%
Imposto 913 995 1,4%
PIB 6.554 6.828 1,12%
Consumo das Famílias 4.193 4.392 1,9%
Consumo do Governo 1.309 1.346 0,0%
Formação Bruta de 
Capital Fixo 982 1.081 4,1%
Var. de Estoques 4 -28 
Exportação 824 1.011 4,1%
Importação -758 -975 8,5%
Fonte: IBGE, disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/
Contas_Nacionais_Trimestrais/Tabelas_Completas/Tab_Compl_CNT.
zip, acesso em março de 2019.
22
ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Tabelas_Completas/Tab_Compl_CNT.zip
ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Tabelas_Completas/Tab_Compl_CNT.zip
ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Tabelas_Completas/Tab_Compl_CNT.zip
III. PIB PER CAPITA
O PIB per capita é obtido pela divisão do Produto 
Interno Bruto pelo número de habitantes do país. 
O PIB per capita dá a noção de como a riqueza é 
dividida – em média – pela sociedade. Oferece 
a possibilidade de comparação entre o tamanho 
de uma economia e sua respectiva população. O 
gráfico, a seguir, ilustra o PIB per capita no Brasil 
para um período selecionado.
PIB PER CAPITA NO BRASIL 
(VALORES CORRIGIDOS A PREÇOS 
DE 2019 [IPCA] – R$)
 
30.543 
30.592 
34.437 
35.756 
35.428 
36.307 
36.387 
36.862 
34.515 
33.702 
33.842 
30.000
31.000
32.000
33.000
34.000
35.000
36.000
37.000
Fonte: 
2012 e 2013: IBGE, http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/
projecao/index.html, acesso em abril de 2019.
2008, 2009 e 2011: IBGE, http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/
23
http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html
http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html
http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?c=261&z=t&o=1&i=P
protabl.asp?c=261&z=t&o=1&i=P, acesso em abril de 2019.
2010: IBGE, http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.
asp?c=202&z=t&o=1&i=P, acesso em abril de 2019.
2014 a 2018, disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/
Contas_Nacionais_Trimestrais/Tabelas_Completas/Tab_Compl_CNT.
zip, acesso em março de 2019.
IPCA: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/
inpc_ipca/ipca-inpc_201602_1.shtm, acesso em 2019.
IV. JUROS
Juro é o “preço” que se paga por não ter todo o 
dinheiro de que se precisa à vista. É como se fosse 
um aluguel. O principal é o dinheiro que pertence 
ao emprestador. Os juros pagos correspondem 
a esse “aluguel”. Na teoria, o “preço” da taxa de 
juros é formado pelo sistema de mercado, pela 
interação entre oferta e demanda por dinheiro. 
Na prática da política econômica,os juros básicos 
são determinados pelo Banco Central e, a partir 
desse valor, todo o sistema bancário incorpora 
uma margem à taxa básica.
V. TAXA DE DESOCUPAÇÃO
Frequentemente no Brasil, a taxa de desocupação 
é usada como sinônimo de taxa de desemprego. 
Mas há uma diferença importante entre os dois 
conceitos. Uma pessoa ocupada nem sempre 
24
http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?c=261&z=t&o=1&i=P
http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?c=202&z=t&o=1&i=P
http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?c=202&z=t&o=1&i=P
ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Tabelas_Completas/Tab_Compl_CNT.zip
ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Tabelas_Completas/Tab_Compl_CNT.zip
ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Tabelas_Completas/Tab_Compl_CNT.zip
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/ipca-inpc_201602_1.shtm
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/ipca-inpc_201602_1.shtm
está empregada. Pode estar ocupada por conta 
própria, por exemplo. A ocupação pressupõe 
que todo o setor informal da economia seja 
contado. Já uma pessoa empregada, é aquela 
que foi contratada por uma empresa ou por um 
trabalhador por conta própria. O gráfico, a seguir, 
mostra a taxa de desocupação do Brasil entre 
2012 e 2018.
 
7,9% 8,0% 
6,2% 6,5% 
9,0% 
13,7% 
11,6% 
12,4% 
5,5
6,5
7,5
8,5
9,5
10,5
11,5
12,5
13,5
14,5
Fonte: IBGE, disponível em ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_
Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de_Domicilios_
continua/Mensal/Tabelas/pnadc_201902_mensal.xlsx, 2019.
25
ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de_Domicilios_continua/Mensal/Tabelas/pnadc_201902_mensal.xlsx
ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de_Domicilios_continua/Mensal/Tabelas/pnadc_201902_mensal.xlsx
ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de_Domicilios_continua/Mensal/Tabelas/pnadc_201902_mensal.xlsx
VI. INFLAÇÃO
Inflação é definida como o aumento generalizado 
e contínuo dos preços. Esse aumento decorre 
de vários fatores. Há basicamente três tipos de 
inflação:
DE DEMANDA
DE CUSTOS
INERCIAL
O gráfico, a seguir, mostra os números do 
indicador da inflação oficial do Brasil: o IPCA – 
índice de preços ao consumidor amplo – medido 
pelo IBGE.
26
 
22,41 
9,56 
5,22 
1,65 
8,94 
5,97 
7,67 
12,53 
9,30 
7,60 
5,69 
3,14 
4,46 
5,90 
4,31 
5,91 
6,50 
5,84 
5,91 
6,41 
10,67 
6,29 
2,95 
0% 5% 10% 15% 20% 25%
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
Fonte: IBGE. Sistema de Contas Nacionais Trimestrais - SCNT. 
Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_
Nacionais_Trimestrais/Tabelas_Completas/Tab_Compl_CNT.zip, 
acesso em 2018.
27
ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Tabelas_Completas/Tab_Compl_CNT.zip
ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Tabelas_Completas/Tab_Compl_CNT.zip
VII. TAXA DE CÂMBIO
Taxa de câmbio é a razão matemática por meio 
da qual se troca moeda doméstica por moeda 
estrangeira. A taxa de câmbio de referência 
das operações internacionais brasileiras é 
medida pelo valor do dólar. Uma taxa de câmbio 
elevada significa que são necessários mais reais 
para comprar um dólar. Portanto, um câmbio 
desvalorizado.
VIII. ÍNDICE DE 
DESENVOLVIMENTO 
HUMANO (IDH)
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é 
um número entre 0 e 1 que considera a média 
harmônica entre três indicadores: 
RENDA PER CAPITA
EXPECTATIVA DE VIDA AO NASCER
NÍVEL DE ESCOLARIDADE
Todos esses indicadores retornam uma base 
numérica entre 0 e 1, de modo que quanto mais 
próximo de 1 for o IDH de um país, mais alto é 
28
o grau de desenvolvimento deste. Na tabela, a 
seguir, pode-se verificar quais são os dez países 
que têm o mais alto grau de desenvolvimento 
humano do mundo e o Brasil na posição de 
número 79.
posição País IDH Expectativa de 
vida ao nascer
Anos de 
estudo
Renda 
per capita
1º Noruega 0,949 81,7 anos 12,7 anos US$ 67.614
2º Austrália 0,939 82,5 anos 13,2 anos US$ 42.822
2º Suíça 0,939 83,1 anos 13,4 anos US$ 56.364
4º Alemanha 0,926 81,1 anos 13,2 anos US$ 45.000
5º Dinamarca 0,925 80,4 anos 12,7 anos US$ 44.519
5º Cingapura 0,925 83,2 anos 11,6 anos US$ 78.162
7º Holanda 0,924 81,7 anos 11,9 anos US$ 46.326
8º Irlanda 0,923 81,1 anos 12,3 anos US$ 43.798
9º Islândia 0,921 82,7 anos 12,2 anos US$ 37.065
10º Canadá 0,92 82,2 anos 13,1 anos US$ 42.582
10º Estados Unidos 0,92 79,2 anos 13,2 anos US$ 53.245
79º Brasil 0,754 74,7 anos 7,8 anos US$ 14.145
Fonte: UNDP, 2018. 
UNDP. Human Development Report 2016, disponível em: http://hdr.
undp.org/sites/default/files/2016_human_development_report.pdf, 
acesso em agosto de 2018.
29
http://hdr.undp.org/sites/default/files/2016_human_development_report.pdf
http://hdr.undp.org/sites/default/files/2016_human_development_report.pdf
IX. ÍNDICE DE GINI
O Índice de Gini é um indicador de concentração 
de riqueza do país. A metodologia de cálculo 
retorna um valor entre 0 e 1, sendo que:
• ZERO: representa uma situação ideal de 
máxima distribuição de renda ou mínima 
desigualdade.
• UM: extremo oposto, é a situação em que 
há máxima concentração de renda e, portanto, 
máxima desigualdade social.
CURVA DE LORENZ
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0% 10
%
20
%
30
%
40
%
50
%
60
%
70
%
80
%
90
%
10
0%
Brasil Alemanha EUA
Fonte: Banco Mundial, 2015. 
WORLD BANK. World Development Indicators: Distribution of 
30
income or consumption. Disponível em: http://wdi.worldbank.org/
table/2.9 (acesso em março de 2015), 2014.
O Índice de Gini é calculado com base na Curva de 
Lorenz, pela área medida na “barriga” que traça 
a distribuição da renda da população em decis, 
começando pelas pessoas de mais baixa renda 
até as de mais alta renda. Acima, tem-se a Curva 
de Lorenz para três países selecionados: Brasil, 
Estados Unidos e Alemanha.
31
http://wdi.worldbank.org/table/2.9
http://wdi.worldbank.org/table/2.9
AULA 3
INTRODUÇÃO 
A CENÁRIOS 
ECONÔMICOS E 
INDICADORES 
SOCIAIS III
REDUÇÃO DA 
DESIGUALDADE 
ECONÔMICA E SOCIAL
I. INTRODUÇÃO
Nas aulas 1e 2 falamos, foram abordados dois 
conceitos que serão resgatados aqui:
FLUXO CIRCULAR DA RENDA
ÍNDICE DE GINI
O FLUXO CIRCULAR de renda mostra como os 
recursos da economia real – a produção de bens e 
prestação de serviços – e os recursos monetários 
fluem das empresas para as famílias. O ÍNDICE 
DE GINI, formado pela curva de Lorenz, mostra 
quão concentrada é a renda de um país.
Conforme pode ser visualizado no gráfico a seguir, 
a renda no Brasil é bastante. E, portanto, mal 
distribuída.
OS 10% MAIS RICOS DETÊM
 
42% da renda 
nacional 
30% da renda 
nacional 
24% da renda 
nacional 
0% 10% 20% 30% 40% 50%
Brasil
EUA
Alemanha
Fonte: Banco Mundial, 2015. 
34
WORLD BANK. World Development Indicators: Distribution of 
income or consumption. Disponível em: http://wdi.worldbank.org/
table/2.9 (acesso em março de 2015), 2014.
Quando se analisa o gráfico acima, identifica-se 
que, na Alemanha, os 10% mais ricos detêm 24% 
da renda Nacional, enquanto nos Estados Unidos 
detêm 30% da renda nacional e no Brasil 42% da 
renda. Quais são os fatores que explicam essa 
desigualdade?
II. ESCOLARIDADE
Uma das causas da desigualdade social está na 
baixa escolaridade média do brasileiro. Em todos 
os países do mundo, identifica-se a correlação 
positiva entre anos de estudo e nível de renda. 
O que significa dizer que, quanto mais anos de 
estudo, em média, a pessoa tem, maior tende a 
ser o nível de renda.
O nível médio de escolaridade da população 
ainda é muito baixo. Dados do IBGE para 2018 
mostram que 45% da população brasileira adulta 
não têm nem o ensino fundamental completoe pouco mais da metade da população adulta 
35
http://wdi.worldbank.org/table/2.9
http://wdi.worldbank.org/table/2.9
tem apenas ensino fundamental completo. 
Assim, mais da metade da população brasileira 
está sujeita a ocupações que demandam pouca 
capacidade intelectual e tendem a proporcionar 
baixos salários.
 
11,2% 
34,3% 
8,3% 
6,8% 
23,6% 
4,3% 
11,5% 
Sem instrução
Fund. incompl.
Fund. compl.
Méd. incompl.
Méd. compl.
Sup. incompl.
Sup. compl.
Fonte: IBGE, disponível em https://sidra.ibge.gov.br/tabela/5919, 2019.
III. SISTEMA TRIBUTÁRIO 
BRASILEIRO
Outro fator que explica a desigualdade de renda 
tem a ver com o sistema tributário brasileiro. Os 
tributos são divididos em dois grupos os tributos 
diretos e indiretos:
36
https://sidra.ibge.gov.br/tabela/5919
TRIBUTOS DIRETOS: 
incidem sobre renda, lucro ganho 
de capital e sobre a propriedade.
TRIBUTOS INDIRETOS: 
são aqueles que incidem 
sobre o consumo.
Os TRIBUTOS DIRETOS estão embutidos no 
preço final dos produtos e dos serviços pelos 
quais a população paga. O sistema tributário 
brasileiro é excessivamente concentrado em 
tributos sobre o consumo. Quase a metade 
da arrecadação tributária do país, advém dos 
tributos que incidem sobre o consumo de bens e 
serviços: 49,4% dos tributos incidem sobre bens 
e serviços apenas 18,3% de tributos que incidem 
sobre a renda. O Brasil é um dos países do mundo 
que mais arrecada tributos sobre o consumo, 
considerando o percentual da carga tributária 
sobre o PIB. Por outro lado, o Brasil arrecada 
pouco com relação à renda, lucro e ganhos de 
capital, conforme os gráficos a seguir ilustram.
37
CARGA TRIBUTÁRIA SOBRE O CONSUMO 
COMO PERCENTUAL SOBRE O PIB
 
 
 
17,2 
15,8 
15,5 
15,0 
14,6 
14,2 
14,1 
13,3 
13,3 
12,6 
12,3 
12,0 
12,0 
11,8 
11,7 
11,7 
Hungria
Brasil
Grécia
Dinamarca
Eslovênia
Finlândia
Estônia
Turquia
Portugal
Nova Zelândia
Suécia
Israel
Latívia
Islândia
Itália
Áustria
Fonte: RECEITA FEDERAL. Carga Tributária no Brasil 2016. Disponível 
em: http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-
tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/
carga-tributaria-2016.pdf, acesso em 2018.
38
CARGA TRIBUTÁRIA SOBRE RENDA, 
LUCRO E GANHOS DE CAPITAL COMO 
PERCENTUAL SOBRE O PIB
 
10,5 
10,4 
10,2 
9,9 
9,7 
8,7 
7,9 
7,6 
7,5 
7,5 
7,2 
6,9 
6,9 
6,8 
6,6 
6,1 
5,9 
Holanda
Japão
Irlanda
Israel
Espanha
Grécia
Estónia
Coreia do Sul
Chile
Latívia
República Tcheca
República Eslováquia
Hungria
México
Eslovénia
Turquia
Brasil
Fonte: RECEITA FEDERAL. Carga Tributária no Brasil 2016. Disponível 
em: http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-
tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-
brasil/carga-tributaria-2016.pdf, acesso em 2018.
39
http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/carga-tributaria-2016.pdf
http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/carga-tributaria-2016.pdf
http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/carga-tributaria-2016.pdf
IV. REGRESSIVIDADE TRIBUTÁRIA
As características do Sistema tributário brasileiro 
geram o que é conhecido como regressividade 
tributária, caracterizada pelo fato de que quem 
ganha mais pagar menos tributos, seja isso em 
termos absolutos, ou em termos relativos. A 
regressividade tributária tende a causar dois 
efeitos sobre a economia: 
EFEITO SOCIAL
EFEITO ECONÔMICO
Para entender o efeito social, considere-se 
um exemplo hipotético. Suponha que duas 
pessoas, Pedro e João, irão comprar uma 
televisão que custa R$ 1.000. Pedro ganha R$ 
2.000 por mês e João R$ 40.000. A televisão 
tem aproximadamente 40% de TRIBUTOS 
INDIRETOS embutidos no preço final, ou seja, 
R$ 400. Nessa situação Pedro, terá pago 20% 
da renda ao adquirir a televisão, enquanto João 
Acará com apenas 1% da renda. Isto é: quem 
ganha menos e proporcionalmente mais em 
tributos ao consumir.
40
REGRESSIVIDADE TRIBUTÁRIA
Pedro 
Renda: R$ 2.000 
TV: R$ 1.000
Tributos: R$ 400 
(40% de alíquota)
20% da renda 
de Pedro
João 
Renda: R$ 40.000 
TV: R$ 1.000
Tributos: R$ 400 
(40% de alíquota)
1% da renda 
de João
41
O efeito econômico diz respeito ao fato de que 
ao se tributar excessivamente os mais pobres 
retira poder de compra de aproximadamente 65 
milhões de pessoas. Com base no fluxo circular de 
renda, quanto mais o governo tributa o consumo, 
menos dinheiro os mais pobres têm disponível 
para comprar os bens e serviços produzidos pelas 
empresas. As empresas, por sua vez, deixam de 
gerar empregos e renda.
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto políticas de desconcentração de renda 
são necessárias, tanto para melhorar a justiça 
social, como para potencializar a eficiência do 
fluxo circular da renda de forma a promover o 
crescimento econômico do país. Para promover 
políticas de desconcentração de renda, o governo 
deve diminuir a carga tributária sobre o consumo 
e aumentar a carga tributária progressivamente 
sobre a renda, os ganhos de capital e sobre a 
propriedade. Promover políticas públicas que 
aumentem o grau de escolaridade da população é 
outra forma de melhorar a distribuição de renda 
do país.
42
AULA 4
POLÍTICA 
FISCAL E 
MONETÁRIA I
POLÍTICA FISCAL: 
EQUILÍBRIO FISCAL, 
ARRECADAÇÃO 
TRIBUTÁRIA, GASTOS 
PRIMÁRIOS, RESULTADO 
PRIMÁRIO, GASTOS 
COM JUROS, RESULTADO 
FISCAL, POLÍTICA 
FISCAL E O NÍVEL DE 
ATIVIDADE ECONÔMICA, 
POLÍTICA FISCAL E O 
CONTROLE SOBRE A 
INFLAÇÃO, MECANISMOS 
DE TRANSMISSÃO DA 
POLÍTICA FISCAL
I. INTRODUÇÃO
Inicia-se esta unidade de estudos descrevendo o 
FLUXO DA RENDA NACIONAL. O Fluxo da Renda 
Nacional é um sistema dinâmico e permanente 
que movimenta a economia do país. A ilustração 
a seguir mostra como funciona.
Consumo 
das Famílias
Poder de 
Compra
Lucro
Emprego
Salário
Renda
Capital
Compra de máquinas, 
equipamentos, terrenos, 
material de construção...
Investimento 
das empresas
Contratação de 
funcionários
45
O fluxo da renda Nacional começa com o 
investimento das empresas. Estas compram 
máquinas equipamentos, constroem em terrenos, 
adquirem material de construção e contratam 
funcionários, gerando empregos que pagam 
salários e renda, o que se torna o poder de 
compra para o consumo das famílias. O consumo 
das famílias gera lucro às empresas, retornando 
ao ciclo de capital e investimentos.
Mas falta um personagem nessa ilustração: o 
governo. O governo participa ativamente desse 
circuito, sendo responsável por potencializar 
o crescimento econômico, contudo, sem se 
descuidar da estabilidade dos preços. A figura, 
a seguir, descreve a participação do governo no 
fluxo da renda nacional.
Gastos 
públicos
Lucro
Capital
Investimento 
das empresas
Funcionários 
públicos
Consumo 
das Famílias
Poder de 
Compra
Salário
Compras 
do governo, 
obras públicas
Contratação 
de empresas
Tributos
Renda
Emprego
46
II. AS POLÍTICAS 
MACROECONÔMICAS
Como se pode ver, o governo tem um papel 
decisivo no funcionamento da Economia, de 
forma que, ao intervir diretamente no fluxo da 
renda nacional, tem de cumprir dois objetivos na 
efetivação das políticas macroeconômicas.
• Crescimento econômico para a geração de 
empregos e renda.
• Assegurar a estabilidade da moeda e, portanto 
dos preços.
E como o governo executa as políticas 
macroeconômicas para alcançar tais objetivos? 
Por meio de dois “braços” independentes:
• Política Fiscal.
• Política Monetária.
III. A POLÍTICA FISCAL
A política fiscal consiste basicamente no equilíbrio 
entre a arrecadação tributária e os gastos do 
governo, o que se constitui na essência do 
equilíbrio fiscal. No Brasil, a política fiscal é de 
responsabilidade do Ministério da Economia naesfera do poder executivo, sendo que o Congresso 
47
Nacional examina e aprova o orçamento enviado 
por este ministério, conforme se verá adiante.
A equação da política fiscal é basicamente a 
seguinte:
(+) Arrecadação Tributária
(–) Gastos primários
(=) Resultado primário
(–) Gastos com juros da dívida pública
(=) Resultado fiscal
O que é tributo? Tributo é o conjunto que 
abrange: 
IMPOSTOS CONTRIBUIÇÕES TAXAS
A TAXA é como um serviço prestado pelo governo 
pelo qual se paga imediatamente a contrapartida 
monetária por tal serviço. Por exemplo, taxa de 
limpeza urbana e taxa de iluminação pública. 
Portanto, o fato gerador – o evento que deflagra 
a cobrança do tributo – de uma taxa coincide com 
o destino dos recursos.
A CONTRIBUIÇÃO tem um fato gerador 
distinto do destino dos recursos. Todavia, uma 
48
contribuição tem um destino pré-estabelecido 
para os recursos arrecadados. Por exemplo, a 
Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL) 
tem como fato gerador o lucro das empresas, 
sobre o qual incide uma alíquota de 9%. O destino 
desses recursos é a Seguridade Social.
O IMPOSTO não tem destino pré-estabelecido 
para os recursos arrecadados. Quem determina 
onde serão gastos os recursos dos impostos 
são os parlamentos, quando votam a Lei 
Orçamentária Anual (LOA) e a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias (LDB).
Exemplos de impostos:
• Âmbito MUNICIPAL: IPTU (Imposto Predial 
Territorial Urbano) e ISSQN (Imposto Sobre 
Serviços de Qualquer Natureza). O destino desses 
impostos é decidido pelas Câmaras de Vereadores 
dos 5.567 municípios brasileiros.
• Âmbito ESTADUAL: ICMS (Imposto sobre 
Circulação de Mercadorias e Serviços) e o 
IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos 
Automotores). As assembleias legislativas 
estaduais decidem onde os recursos desses 
impostos serão empregados.
• Âmbito FEDERAL: IRPF (Imposto de Renda 
da Pessoa Física), IRPJ (Imposto de Renda da 
49
Pessoa Jurídica) e IPI (Imposto sobre Produtos 
Industrializados). O Congresso Nacional – Câmara 
dos Deputados e Senado Federal – decide para 
onde vai o dinheiro desses impostos.
Os gastos primários consistem em itens tais 
como: 
• Compras diretas do governo: material de 
escritório, combustível, merenda escolar, etc.
• Despesas com o funcionalismo público: 
pagamento dos salários dos funcionários públicos.
• Seguridade social: gastos com aposentadorias, 
pensões, licença maternidade, seguro acidente, 
saúde pública, etc.
• Obras públicas: construção de prédios 
públicos, moradias populares, estradas, portos, 
aeroportos, obras de infraestrutura, etc.
• Investimentos em empresas públicas: 
quando estes advêm do orçamento público, mas 
não quando são reinvestimentos de lucros das 
empresas estatais.
Como funciona na prática a equação do equilíbrio 
fiscal? Vejamos, por exemplo, os dados de 2018.
50
(+) Arrecadação 
Tributária ≈ + R$2,176 trilhões
(–) Gastos 
primários ≈ – R$2,228 trilhões
(=) Resultado 
primário = – R$112,3 bilhões
(–) Gastos com juros 
da dívida pública = – R$393,4 bilhões
(=) Resultado 
fiscal = – R$505,7 bilhões
Fonte: Banco Central do Brasil, 2019.
Isso significa que, mesmo arrecadando R$ 2,176 
trilhões, o governo não conseguiu cobrir os gastos 
primários, incorrendo em déficit primário de 
R$112,3 bilhões. Considerando os juros da dívida 
interna e externa de R$ 393,4 bilhões, o resultado 
fiscal equivaleu, em 2018, a um déficit de R$505,7 
bilhões.
51
AULA 5
POLÍTICA 
FISCAL E 
MONETÁRIA II
POLÍTICA MONETÁRIA: 
OBJETIVOS, BASE MONETÁRIA, 
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA 
MONETÁRIA: DEPÓSITO 
COMPULSÓRIO, OPERAÇÕES 
DE REDESCONTO E 
OPERAÇÕES DE MERCADO 
ABERTO
I. EXECUÇÃO DOS GASTOS 
PÚBLICOS
Os gastos públicos definidos no orçamento são 
executados segundo o princípio de caixa, isto 
é, conforme a arrecadação tributária vai sendo 
realizada. O governo define o orçamento público 
com base na Lei Orçamentária Anual e na Lei de 
Diretrizes Orçamentárias. Os gastos executados 
são disponibilizados por lei ao público. Por 
exemplo, por meio do Portal da Transparência. 
O gráfico, a seguir, apresenta o Orçamento 
Executado pela União no ano de 2018 por áreas 
selecionadas. Os dados estão em R$ bilhões.
 
29,9 
117,1 
159,0 
786,4 
279,4 
627,9 
509,7 
Bolsa Família
Saúde
Educação
Amortização/Refinanciamento da Dívida
Juros e Encargos da Dívida
Previdência
Outros
Fonte: Portal da Transparência, disponível em: http://www.
portaldatransparencia.gov.br/orcamento/lista-consultas, acesso em 
junho de 2019.
54
http://www.portaldatransparencia.gov.br/orcamento/lista-consultas
http://www.portaldatransparencia.gov.br/orcamento/lista-consultas
II. O DÉFICIT PÚBLICO
Quando as despesas públicas são maiores do 
que os gastos, o país incorre em déficit público. 
O déficit público é geralmente medido como 
um percentual em proporção ao PIB. A tabela, a 
seguir, apresenta o resultado primário corrigido 
pelo IPCA acumulado, assim como os valores 
corrigidos pelo IPCA para o pagamento de juros 
internos, juros externos da dívida pública e o 
resultado fiscal entre 2002 e 2018 no Brasil.
Os dados da tabela mostram que o Brasil fez um 
esforço fiscal acumulado entre 2002 e 2018 de 
R$ 1,316 trilhão. Ou seja, a arrecadação tributária 
menos gastos primários obteve um resultado 
acumulado positivo, apesar de ter sido negativo 
no quadriênio 2014-2018. Ainda assim, tal esforço 
foi insuficiente para pagar os R$ 6,065 trilhões 
de juros da dívida interna e os mais de R$ 210 
bilhões da dívida externa. O resultado fiscal foi 
um déficit acumulado de R$ 4,959 trilhões, que 
correspondem às necessidades de financiamento 
do setor público.
III. O ENDIVIDAMENTO PÚBLICO
Quanto maior o descontrole financeiro por parte 
do Estado, mais ele se endivida. O descontrole 
financeiro pode ocorrer por um aumento dos 
55
gastos correntes, ou por frustração de receitas. 
A frustração de receitas é comum acontecer em 
períodos de queda na atividade econômica em 
função de uma recessão do ciclo.
ano
Resultado 
Primário 
corrigido 
(IPCA 
acumulado 
2019) 
R$ bilhões
Juros 
Internos 
corrigido 
(IPCA 
acumulado 
2019) 
R$ bilhões
Juros 
Externos 
corrigido 
(IPCA 
acumulado 
2019) 
R$ bilhões
Resultado 
Fiscal 
corrigido 
(IPCA 
acumulado 
2019) 
R$ bilhões
2002 133,7 273,9 44,9 -185,1
2003 139,0 316,3 45,3 -222,6
2004 165,2 255,6 38,5 -128,9
2005 172,8 306,4 29,7 -163,3
2006 152,7 309,1 16,6 -173,0
2007 171,8 315,9 1,2 -145,3
2008 193,4 313,6 -4,6 -115,6
2009 114,2 301,8 -0,3 -187,3
2010 171,9 328,7 1,5 -158,3
2011 205,4 379,4 -1,6 -172,4
2012 157,3 322,1 -1,6 -163,2
2013 129,3 352,2 0,2 -223,1
2014 -43,5 415,2 1,1 -459,8
2015 -139,8 627,7 2,7 -770,2
2016 -176,9 460,5 1,5 -638,9
2017 -118,1 427,1 1,0 -546,2
2018 -112,3 359,3 34,1 -505,7
Total 1.316,1 6.064,8 210,2 -4.958,9
56
Fonte: BANCO CENTRAL DO BRASIL. NFSP - Usos. Disponível em: 
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_
especiais/Nfspusop.xls. Acesso em: julho de 2019.
Uma medida importante do endividamento do 
Estado é a Dívida Líquida do Setor Público.
“A Dívida Líquida do Setor Público 
(DLSP) consolida o endividamento 
líquido do setor público não 
financeiro e do Banco Central 
junto ao setor privado (títulos 
públicos), ao setor financeiro e ao 
resto do mundo”. (p. 16).
Fonte: BANCO CENTRAL DO BRASIL. Indicadores Fiscais. Disponível 
em: https://www.bcb.gov.br/conteudo/home-ptbr/FAQs/FAQ%20
04-Indicadores%20Fiscais.pdf. [Acesso em: julho de 2019], junho de 
2016.
No Brasil, as próprias taxas de juros acabam 
determinando muitas vezes uma elevação 
da dívida líquida do setor público, mesmo se 
houver retração dos gastos. Quando os juros 
são elevados, o Estado entra em uma ciranda 
financeira, tomando empréstimos novos cada vez 
mais caros para pagar os financiamentos a vencer. 
O gráfico, a seguir, apresenta a dívida líquida do 
setor público do Brasil em períodos selecionados.
57
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/Nfspusop.xlshttps://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/Nfspusop.xls
https://www.bcb.gov.br/conteudo/home-ptbr/FAQs/FAQ%2004-Indicadores%20Fiscais.pdf
https://www.bcb.gov.br/conteudo/home-ptbr/FAQs/FAQ%2004-Indicadores%20Fiscais.pdf
DÍVIDA LÍQUIDA DO SETOR PÚBLICO 
(% DO PIB)
 
 
 
31,4% 
42,7% 
45,8% 
60,4% 
54,8% 
46,5% 45,9% 
38,0% 
37,6% 
32,6% 32,5% 
39,2% 
41,4% 
53,3% 
30%
35%
40%
45%
50%
55%
60%
65%
1996
2º ano
FHC1
1998
fim
FHC1
1999
início
FHC2
2002
fim
FHC2
2003
início
Lula1
2006
fim
Lula1
2007
início
Lula2
2010
fim
Lula2
2011
início
Dilma1
2014
fim
Dilma1
2015
início
Dilma2
2016
fim
Dilma2
2016
início
Temer
2018
fim
Temer
Evolução da Dívida Líquida do Setor Público (período selecionado). 
Fonte: BANCO CENTRAL DO BRASIL. Série histórica da Dívida líquida 
e bruta do governo geral. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/
ftp/notaecon/Divggp.zip. Acesso em: julho de 2019.
Uma observação importante: nem sempre 
um país com uma dívida elevada está em uma 
situação financeira ruim. Depende muito também 
de dois aspectos importantes: 
• O perfil da dívida
• A taxa de juros da dívida
Se a dívida for elevada, mas o prazo de 
pagamento é longo e os juros são baixos, é 
possível que o país tenha uma situação financeira 
relativamente confortável, mesmo se a dívida 
for elevada. O gráfico, a seguir, ilustra a Dívida 
Líquida do Setor Público como percentual do PIB 
para países selecionados.
58
https://www.bcb.gov.br/ftp/notaecon/Divggp.zip
https://www.bcb.gov.br/ftp/notaecon/Divggp.zip
 
33,9% 
44,9% 
46,0% 
46,0% 
46,8% 
51,6% 
77,9% 
78,8% 
85,0% 
87,5% 
119,5% 
154,9% 
Bolívia
Alemanha
Países Baixos
México
África do Sul
Brasil
Reino Unido
Estados Unidos
Espanha
França
Itália
Japão
Fonte: FMI, disponível em: https://www.imf.org/external/pubs/ft/
weo/2018/02/weodata/weoselgr.aspx, acesso em junho de 2019. 
(Cor cinza: estimativas do FMI).
A política fiscal, na prática, pode ser usada para 
alcançar os objetivos pré-estabelecidos:
• Auxiliar no crescimento econômico
• Controle da Inflação
Por exemplo, se o governo quiser usar os 
gastos públicos para impulsionar o crescimento 
econômico, poderá elevar os gastos públicos. 
Neste caso, o mecanismo de transmissão da 
política fiscal tenderá a ocorrer da forma que é 
descrita na figura a seguir: 
59
https://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2018/02/weodata/weoselgr.aspx
https://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2018/02/weodata/weoselgr.aspx
Lucro das 
empresas
Consumo 
das Famílias
Poder de 
Compra
Emprego
Salário
Renda 
disponível Capital
Investimento 
das empresas
Gastos 
públicos
Compras do 
governo, 
obras 
públicas
Contratação 
de empresas
Esse mecanismo pode produzir na Economia o 
que John Maynard Keynes denominou “Efeito 
Multiplicador”. O efeito multiplicador pressupõe 
que um aumento de gastos públicos pode levar 
a um aumento do PIB mais do que proporcional. 
Por exemplo, o governo aumenta os gastos 
em R$10 bilhões e o impacto no PIB é de R$80 
bilhões. Nesse caso, o efeito multiplicador seria 
de 8 vezes.
▲G = R$10 bilhões → ▲PIB = R$80 bilhões 
α = 8 → efeito multiplicador
Todavia, o descontrole nos gastos públicos tende 
a causar um excesso de dinheiro em circulação, 
o que pode deflagrar o fenômeno da inflação. 
60
Nesse caso, para reequilibrar as finanças públicas, 
o governo deve efetuar uma política contracionista 
reduzindo os gastos públicos, política mais 
conhecida como Ajuste Fiscal. Visando o controle 
da inflação, o mecanismo de transmissão da 
política fiscal ocorrerá da seguinte forma:
Estoques 
involuntários
Consumo 
das Famílias
Poder de 
Compra
Emprego
Salário
Renda 
disponível Preços
INFLAÇÃO
Gastos 
públicos
Compras do 
governo, 
obras 
públicas
Contratação 
de empresas
Ajustes fiscais costumam ser impopulares, porque 
tendem a elevar a taxa de desemprego. O Efeito 
Multiplicador descrito acima tende a funcionar 
tanto para cima, como para baixo. O que significa 
dizer que um corte de gastos de R$10 bilhões, 
retomando o exemplo anterior, pode levar a uma 
queda no PIB de R$80 bilhões.
▲G = R$10 bilhões → ▲PIB = R$80 bilhões 
α = 8 → efeito multiplicador
61
AULA 6
POLÍTICA 
FISCAL E 
MONETÁRIA III
SELIC E O SISTEMA DE 
METAS DE INFLAÇÃO, 
CONCEITO DE 
INFLAÇÃO, MEDIDAS DE 
INFLAÇÃO NO BRASIL, 
TIPOS DE INFLAÇÃO, 
MECANISMOS DE 
TRANSMISSÃO DA 
POLÍTICA MONETÁRIA 
I. AS FUNÇÕES DA MOEDA E A 
POLÍTICA MONETÁRIA
Política monetária é o expediente por meio 
do qual o governo efetua o controle sobre 
a quantidade de moeda em circulação. 
Basicamente, a moeda cumpre 3 funções:
• MEIO DE PAGAMENTO: a moeda facilita as 
trocas, tornando desnecessário que o adquirente 
de um bem tenha obrigatoriamente de entregar 
outro bem, o que caracterizaria uma economia de 
escambo (troca de mercadoria por mercadoria).
• UNIDADE DE VALOR: esta função refere-se 
à capacidade que a moeda tem de estabelecer 
parâmetros para as trocas. Por exemplo, 1 
vaca = 1.000 unidades monetárias, 1 galinha 
= 5 unidades monetárias. Assim, em uma 
economia de escambo, 1 vaca = 200 galinhas 
Esse parâmetro oferecido pela moeda torna 
desnecessária a medição em termos de 
mercadorias e a própria moeda oferece a unidade 
de valor.
• RESERVA DE VALOR: refere-se à capacidade 
de preservar o poder de compra ao longo do 
tempo. Assim, se hoje 1 vaca = 1.000 unidades 
monetárias e daqui a um ano 1 vaca = 1.200 
unidades monetárias, para este item específico 
64
– vacas – a moeda não preservou o poder de 
compra. Se todos os bens e serviços da economia 
ficarem mais caros, sabe-se que a moeda perdeu 
em parte a capacidade de cumprir a função de 
reserva de valor.
E por que o governo deve controlar a quantidade 
de moeda em circulação? Imagine-se a seguinte 
situação hipotética: o que aconteceria se, de 
repente, milhões de pessoas recebem dezenas de 
milhares de reais da noite para o dia?
As pessoas sairiam às compras todas ao mesmo 
tempo. Haveria o que é chamado de choque de 
demanda. Os empresários, aproveitando-se da 
repentina “enxurrada” de dinheiro na economia, 
aumentariam seus preços. Resultado: haveria 
inflação. A moeda, assim, perderia a função de 
reserva de valor. E isso decorreria do fato de 
haver muita moeda em circulação, muito acima 
das reais capacidades da própria Economia. Por 
isso, o governo não pode permitir que haja um 
excesso de moeda em circulação.
II. O BANCO CENTRAL E OS 
AGREGADOS MONETÁRIOS
O Banco Central é a autarquia do governo 
responsável pela execução da política monetária.
65
A atenção do Banco Central é sempre voltada 
para os bancos comerciais, que são potenciais 
criadores de moeda quando concedem crédito. 
Em outras palavras, os bancos comerciais captam 
recursos dos depositantes de recursos financeiros 
e emprestam parte desses recursos a juros. 
Quando concede um crédito, um banco comercial 
está – do ponto de vista da teoria monetária – 
criando moeda.
Basicamente, a atenção dos responsáveis 
pela condução da política está nos agregados 
monetários da Economia. Dentre os agregados 
monetários, o que requer mais atenção é a 
base monetária M1, que constitui na seguinte 
equação:
M1 = PMPP + DV
onde PMPP é o papel moeda em poder do 
público e DV são os depósitos à vista.
Os bancos comerciais captam os recursos de 
depósitos a prazo, como os certificados de 
depósitos bancários (CDBs) e emprestam estes 
recursos aos tomadores de empréstimos. Por lei é 
vetado aos bancos comerciais emprestar recursos 
advindos de depósitos à vista. Contudo, quando 
um banco comercial empresta dinheiro ele amplia 
o volume total de depósitos à vista.
66
III. INSTRUMENTOS DE POLÍTICA 
MONETÁRIA
Os três instrumentos usados pelo Banco Central 
para o controle sobre o volume de moeda em 
circulação são:
DEPÓSITO COMPULSÓRIO
OPERAÇÕES DE REDESCONTO
OPERAÇÕES DE MERCADO ABERTO
DEPÓSITO COMPULSÓRIO
O Banco Central é “o banco dos bancos” 
comerciais. O Banco Central é a instituiçãoresponsável pela emissão de papel moeda que 
será distribuída aos bancos comerciais e chegará 
aos proprietários das contas correntes e depósitos 
a prazo. E para funcionar como o banco dos 
bancos, o banco central obriga por força de lei os 
bancos comerciais depositem um percentual dos 
depósitos efetuados pelos correntistas no próprio 
banco central. O depósito compulsório.
67
EMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO 
DE PAPEL MOEDA
68
DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS
Quanto maior for o percentual do depósito 
compulsório, menos recursos monetários os 
bancos comerciais terão à disposição para 
emprestar a juros. Portanto, sempre que o BC 
aumenta as exigibilidades do compulsório, está 
dando um recado aos bancos: “emprestem 
menos”. Ao emprestar menos, há uma redução do 
volume de recursos em circulação.
69
OPERAÇÕES DE REDESCONTO
Redesconto é o termo usado para designar a 
concessão de empréstimos do Banco Central aos 
bancos comerciais. Eventualmente, um banco 
comercial pode identificar uma insuficiência 
momentânea de liquidez. Quando isso ocorre, 
pode tomar recursos emprestados de outros 
bancos, pagando a taxa de juros do sistema 
interbancário, conhecida como CDI – certificado 
de depósito interbancário. Ou pode tomar 
recursos emprestados diretamente do BC, 
por meio da taxa de juros das operações de 
redesconto.
Quando o BC aumenta a taxa de juros do 
redesconto, está transmitindo uma mensagem 
aos bancos: “exponham-se menos, porque, 
se tiverem dificuldades de liquidez, pagarão 
mais caro”. Assim, os bancos tendem a ser 
mais seletivos na concessão de crédito, o que 
possibilita a redução de moeda em circulação na 
Economia.
OPERAÇÕES DE MERCADO ABERTO
O Banco Central oferece a possibilidade de 
pessoas físicas e jurídicas adquirirem, por meio 
do Tesouro Nacional, títulos da dívida pública. E o 
70
faz nas chamadas operações de mercado aberto, 
sendo esta a forma mais eficiente de diminuir 
a liquidez – ou seja, o excesso de moeda em 
circulação – da Economia. A figura a seguir ilustra 
a situação.
TÍTULOS DA 
DÍVIDA PÚBLICA
MOEDA 
($)
TESOURO 
NACIONAL PÚBLICO
As operações de mercado aberto no Brasil 
têm como referência a taxa de juros básica 
chamada Selic, que significa “Sistema Especial de 
Liquidação e Custódia”.
71
IV. SISTEMA DE METAS DE 
INFLAÇÃO E COPOM
O Sistema Especial de Liquidação e 
Custódia é um “sistema informatizado 
que se destina à custódia de títulos 
escriturais de emissão do Tesouro 
Nacional, bem como ao registro e à 
liquidação de operações com os referidos 
títulos”.
(Banco Central do Brasil. Disponível em: 
https://www.bcb.gov.br/htms/selic/
selicintro.asp?idpai=SELIC&frame=1, 
acesso em agosto de 2019).
As operações de mercado aberto no Brasil 
fazem parte do controle do nível de preços 
intitulado “Sistema de Metas de Inflação” que 
são definidas pelo Banco Central. Para atingir 
as metas de inflação, com base no Índice de 
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado 
pelo IBGE, o valor da taxa básica de juros, Selic, é 
definido periodicamente pelo Comitê de Política 
Monetária (Copom).
72
https://www.bcb.gov.br/htms/selic/selicintro.asp?idpai=SELIC&frame=1
https://www.bcb.gov.br/htms/selic/selicintro.asp?idpai=SELIC&frame=1
V. MECANISMOS DE 
TRANSMISSÃO DA POLÍTICA 
MONETÁRIA
A Política Monetária é usada para atingir um dos 
objetivos já abordados anteriormente:
CONTROLE DA 
INFLAÇÃO
AUXILIAR NO 
CRESCIMENTO ECONÔMICO
Por exemplo, se o Banco Central identifica que 
há uma tendência a um aumento do centro da 
inflação que pode ultrapassar o teto da meta, por 
meio do Copom, aumenta a taxa de juros básica, 
Selic. A figura, a seguir, ilustra o mecanismo de 
transmissão.
73
Volume de 
moeda em 
circulação
Taxa SELIC
Bancos 
Comerciais
Banco Central 
(Copom)
Aquisição 
de títulos 
do governo
Público
Empréstimos
Recursos 
disponíveis para 
empréstimos
Consumo 
das famílias
PreçosINFLAÇÃO Estoques 
involuntários
Na figura acima, o Banco Central, por meio do 
COPOM, aumenta a taxa básica de juros, SELIC. 
O público aumenta o interesse pela aquisição 
dos títulos públicos, o que diminui o volume de 
moeda em circulação. Os bancos centrais têm 
menos recursos disponíveis para empréstimo e 
o volume de empréstimos diminui, em função 
do encarecimento dos juros ao consumidor, 
fazendo com que o consumo das famílias também 
diminua. A queda no consumo agregado faz 
aumentar os estoques involuntários, o que 
faz com que os preços diminuam e, portanto, 
diminuindo a inflação.
74
A alta da Selic é eficiente no controle da inflação. 
No entanto, a tendência é que a alta dos juros 
tenha um efeito colateral na Economia: a queda 
dos investimentos privados por duas razões:
1. ESCOLHA DO EMPRESÁRIO: o empresário 
tem de decidir entre um investimento que renda 
X% ao ano ou adquirir um título do governo com 
rendimento de Y% ao ano. Se Y > X, o empresário 
tende a preferir a aquisição dos títulos públicos.
2. ENCARECIMENTO DO CRÉDITO AO 
EMPREENDEDOR: se o volume de recursos 
disponíveis aos bancos comerciais para 
empréstimos diminui, os investimentos que 
precisariam ser alavancados têm o cálculo 
revisado para baixo. O custo de captação de 
empréstimo para alavancar um investimento 
pode torná-lo inviável.
A política monetária pode ser utilizada também 
no estímulo à atividade econômica, para 
ajudar no crescimento do PIB e no combate 
ao desemprego. Neste caso, o mecanismo de 
transmissão da política monetária funciona da 
forma ilustrada a seguir.
75
Volume de 
moeda em 
circulação
Taxa SELIC
Bancos 
Comerciais
Banco Central 
(Copom)
Aquisição 
de títulos 
do governo
Público
Empréstimos
Recursos 
disponíveis para 
empréstimos
Consumo 
das famílias
DESEMPREGO Investimentos 
privados
Conforme é ilustrado acima, o Banco Central, por 
meio do Copom, diminui a taxa básica de juros, 
SELIC. O público, por sua vez, diminui o interesse 
pela aquisição dos títulos do governo, o que 
tende a levar a um aumento do volume de moeda 
em circulação. Os bancos comerciais terão mais 
recursos disponíveis para empréstimos, fazendo 
com que as taxas de juros para o crédito pessoal 
diminua e, portanto, o volume de empréstimos 
às pessoas físicas aumente. Consequentemente, 
o consumo das famílias tenderá a aumentar, 
elevando também os investimentos privados, o 
que leva à redução do desemprego.
76
AULA 7
CONTAS 
EXTERNAS E 
COMÉRCIO 
INTERNACIONAL I
TAXA DE CÂMBIO: 
CONCEITO, REGIMES 
CAMBIAIS E MERCADO 
CAMBIAL NO BRASIL
I. TAXA DE CÂMBIO
Taxa de câmbio é definida como a relação na qual 
se troca moeda local por moeda estrangeira. O 
câmbio representa o valor de determinada moeda 
com relação ao padrão internacionalmente 
adotado. No Brasil, usamos o dólar como moeda 
reserva e como referência nas operações com 
mercado internacional.
Dentre os regimes cambiais possíveis destacam-
se dois: o regime de câmbio fixo e o regime de 
câmbio flutuante.
CÂMBIO FIXO: 
o governo determina qual será a 
paridade, ou seja, a cotação da moeda.
CÂMBIO FLUTUANTE: 
o mercado determina a cotação 
da moeda estrangeira.
Por exemplo, no Brasil entre 1994 e 1998, era 
estabelecida pelo governo, que determinava que 
a paridade entre o real e o dólar era US$1 ↔ 
R$1. A partir de janeiro de 1999, o Brasil adotou 
o sistema de câmbio flutuante. Neste regime, o 
mercado determina qual será a cotação da moeda 
estrangeira baseado simplesmente na relação 
entre oferta e demanda por dólares.
II. MERCADO CAMBIAL
O mercado cambial? Quem participa do mercado 
cambial? 
OFERTA DE 
DÓLARES
 ● Exportadores
 ● Investidores 
estrangeiros
 ● Bancos 
internacionais
 ● Banco Central
 ● Importadores
 ● Empresas 
multinacionais
 ● Pagamento de 
empréstimos
 ● Banco Central
DEMANDA POR 
DÓLARES
79
Em primeiro lugar, os dólares são trazidos 
ao mercado cambial pelos exportadores de 
mercadorias e de serviços. Por exemplo, quando 
um agricultor exporta soja para China, recebe em 
dólares e traz esses dólares ao Brasil para serem 
trocadospor reais. Ou seja, esse exportador está 
ajudando a compor a oferta por dólares.
Também ofertam dólares no mercado cambial os 
investidores estrangeiros. Por exemplo, quando 
investidores diretos resolvem abrir uma filial de 
uma empresa multinacional no Brasil.
Os bancos internacionais eventualmente 
oferecem empréstimos às empresas 
brasileiras. Quando estas empresas recebem 
os empréstimos, estes empréstimos são 
contabilizados como uma oferta de dólares no 
mercado cambial.
Enfim, o banco central participa da oferta no 
mercado cambial quando vende dólares das suas 
reservas.
E quem faz parte da demanda por dólares no 
mercado cambial? 
Os IMPORTADORES, quando compram produtos 
do exterior, são obrigados a pagar por esses 
produtos em dólares. E os importadores precisam 
80
comprar dólares no mercado cambial para 
poder trazer os produtos do exterior. Logo, os 
importadores demandam dólares.
Da mesma forma, as EMPRESAS 
MULTINACIONAIS, quando têm lucros, parte 
desses lucros é remetida ao exterior. Para enviar 
os lucros ao exterior, as empresas precisam 
comprar dólares no mercado cambial.
Quando as EMPRESAS BRASILEIRAS 
que obtiveram empréstimos dos bancos 
internacionais forem pagar amortização e juros 
desses empréstimos, as empresas que tomaram 
crédito precisam comprar moeda estrangeira.
E também o BANCO CENTRAL muitas vezes 
compra dólares no mercado de câmbio para 
compor as suas reservas cambiais.
III. TAXA DE CÂMBIO E AS 
CONTAS EXTERNAS
Como a taxa de câmbio influencia nas contas 
externas do país? 
Por exemplo, suponha que o dólar hoje esteja na 
cotação de US$1 = R$4. Suponha ainda que uma 
empresa brasileira fabrica um produto que custa 
81
R$270 já descontados os tributos. Quanto custará 
esse produto em dólares? Fazendo uma regra de 
três:
US$ 1 R$ 4,00
US$ x R$ 270,00
x = US$ 67,50
Agora, imaginemos que o dólar aumente a 
cotação para US$1 é igual a R$5. O mesmo 
produto continua custando R$270. Mas agora 
quanto esse produto custará em dólares? Fazendo 
a regra de três:
US$ 1 R$ 5,00
US$ y R$ 270,00
y = US$ 54,00 
Quando a taxa de câmbio aumenta de US$4 para 
US$5 dizemos que houve uma desvalorização 
cambial. Na desvalorização cambial é necessária 
mais moeda local para comprar moeda 
estrangeira, ou seja, há uma perda do poder 
aquisitivo da nossa moeda em relação ao dólar.
Quando ocorre a DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL, 
o produto que o Brasil vende no exterior fica mais 
barato em dólares. Como no exemplo em que 
o produto diminuiu de valor de US$67,50 para 
82
US$54. Nessa situação com preço mais baixo pela 
situação de oferta e demanda pela lei de oferta 
e demanda. A tendência é que o consumidor 
estrangeiro compre mais deste produto cujo 
preço em dólares diminuiu.
Exemplo:
SITUAÇÃO INICIAL
US$ 1 R$ 4,00 US$ 67,50 400.000 unid.
US$ 67,50 x 400.000 unid. = US$ 27,0 milhões
US$ 27 mi → US$1 R$4,00 R$ 108 milhões
COM A DESVALORIZAÇÃO
A demanda aumenta:
US$ 1 R$ 5,00 US$ 54,00 450.000 unid.
US$ 54,00 x 450.000 unid. = US$ 24,3 milhões
 Diminuiu???
US$ 24,3 mi → US$1 R$5,00 R$ 121,5 milhões
83
Vamos supor que na paridade US$1 R$4 o 
produto que custava US$67,50 alcançasse um 
volume de vendas de 400.000 unidades. A receita 
da empresa em dólares será US$67,50 vezes 400 
mil unidades é igual a 27 milhões de dólares. E 
a receita em reais será de 27 milhões de dólares 
vezes R$4, totalizando 108 milhões de reais.
Com a desvalorização, a demanda aumenta. 
Suponhamos que na cotação de US$1 para R$5, 
ou seja, o produto custando US$54, haja um 
aumento nas vendas para 450.000 unidades do 
produto. US$54 vezes 450.000 unidades perfaz 
um total de receita em dólares de 24,3 milhões 
de dólares. Aí você pergunta: diminuiu? 
Na verdade, o exportador não está preocupado 
com o valor em dólares, já que suas contas serão 
pagas em reais. Ao converter os 24,3 milhões de 
dólares na cotação de US$1 para R$5, a receita 
será de 121,5 milhões de reais, contra uma 
receita de 108 milhões de reais na cotação de 
US$1 para R$4. Ou seja, houve um aumento da 
receita para o exportador no montante de 13 
milhões e 500 mil reais.
As desvalorizações cambiais, portanto, tendem 
a aumentar o volume das exportações, o que 
aumenta a receita das empresas brasileiras em 
reais. E, conforme verificamos na contabilidade 
84
internacional no cálculo do PIB, um aumento das 
exportações significa um estímulo à produção 
doméstica, o que tende a gerar mais empregos e 
renda.
DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL 
E EXPORTAÇÕES
 ● Aumenta o VOLUME de exportações.
 ● Aumenta a RECEITA das empresas brasileiras em 
REAIS.
 ● Estimula a PRODUÇÃO doméstica, gerando mais 
empregos e mais renda.
Todavia a taxa de câmbio também tem efeitos 
sobre as importações. Suponha que o dólar 
hoje esteja na cotação de US$1 = R$4. Suponha 
também que uma empresa brasileira importa 
um insumo que custe US$60 já descontados os 
tributos. Quanto este insumo custa em reais?
85
US$ 1 R$ 4,00
US$ 60 R$ z
z = R$ 240,00
Agora se a cotação aumenta para US$1 igual a 
R$5, isto é, uma desvalorização cambial, insumo 
que custa US$60 irá custar:
US$ 1 R$ 5,00
US$ 60 R$ w
w = R$ 300,00
A DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL, portanto, leva 
a um aumento do custo dos produtos adquiridos 
do exterior. As importações ficam mais caras em 
reais, o que aumentará o custo da fabricação dos 
produtos brasileiros que dependem dos insumos 
Importados. Assim como aumenta o preço ao 
consumidor dos bens de consumo importados. 
A desvalorização cambial tende, portanto, a 
aumentar o aumento dos preços em escala 
nacional, o leva ao conhecido o fenômeno da 
inflação.
86
DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL 
E IMPORTAÇÕES
 ● Produto adquirido do exterior fica mais caro em 
reais.
 ● Importações mais caras em reais aumentará o 
custo de fabricação dos produtos brasileiros que 
dependam de insumos importados.
 ● Preços ao consumidor final tendem a subir.
 ● INFLAÇÃO!
Quando acontece a VALORIZAÇÃO CAMBIAL é 
o inverso. Por exemplo, se o produto fabricado 
no Brasil que custa R$ 270, for exposto a uma 
cotação cambial de US$1 = R$ 3, o chegará 
ao exterior custando US$ 90. Aos olhos dos 
estrangeiros o produto ficará mais caro e estes 
deixaram de comprá-los. Por outro lado, o insumo 
que custa US$60, com a cotação de US$1 a R$ 3, 
chega ao Brasil custando R$ 180, mais barato para 
o fabricante nacional.
87
A valorização cambial, portanto, desestimula 
as exportações e estimula as importações. A 
valorização cambial descontrolada tende a 
causar o que é conhecido na economia como 
desindustrialização. Porque fica mais barato 
comprar do exterior do que comprar da indústria 
nacional.
VALORIZAÇÃO CAMBIAL 
E EXPORTAÇÕES:
 ● Diminui o VOLUME de exportações.
 ● Diminui a RECEITA das empresas brasileiras em 
REAIS.
 ● Desestimula a PRODUÇÃO doméstica, gerando 
menos empregos e menos renda.
88
VALORIZAÇÃO CAMBIAL 
E IMPORTAÇÕES:
 ● Produto adquirido do exterior fica mais barato 
em reais.
 ● Importações mais baratas em reais reduzirá o 
custo de fabricação dos produtos brasileiros que 
dependam de insumos importados.
 ● Preços ao consumidor final tendem a cair.
 ● QUEDA DA INFLAÇÃO! 
Ainda que a valorização cambial ajude no controle 
da inflação, no médio a longo prazo, ela pode 
levar à quebra de empresas da indústria nacional 
e ao desemprego no setor industrial.
Por todas essas razões, oscilações na taxa de 
câmbio tendem a causar instabilidades na 
economia como um todo. O governo, ciente 
desse risco, muitas vezes é obrigado a intervir no 
mercado de câmbio via Banco Central.
Por exemplo, se a cotação do dólar começar 
89
a cair muito, isto é, começar a se valorizar 
excessivamente, o banco central compra dólares 
no mercado cambial retirando assim dólares de 
circulação e forçando uma alta na cotação. Caso 
contrário se a moeda tende a se desvalorizar 
excessivamente frente ao dólar, o banco central 
pode vender dólares no mercado cambial de 
maneira a forçar uma queda na cotaçãopor meio 
do excesso de dólares no mercado cambial. 
90
AULA 8
CONTAS EXTERNAS 
E COMÉRCIO 
INTERNACIONAL II
BALANÇO DE 
PAGAMENTOS: BALANÇA 
COMERCIAL, BALANÇA 
DE SERVIÇOS, CONTA 
DE RENDAS PRIMÁRIAS 
E SECUNDÁRIAS, O 
SALDO DE TRANSAÇÕES 
CORRENTES (CONTA 
CORRENTE) E A 
POUPANÇA EXTERNA, 
CONTA CAPITAL 
E FINANCEIRA, O 
RESULTADO DO 
BALANÇO E AS RESERVAS 
CAMBIAIS
I. INTRODUÇÃO
Conforme informa o Banco Central do Brasil, 
“O balanço de pagamentos é o registro 
estatístico de todas as transações – fluxo de 
bens e direitos de valor econômico – entre os 
residentes de uma economia e o restante do 
mundo, ocorridos em determinado período de 
tempo”.
Fonte: Banco Central do Brasil, disponível em: https://www4.bcb.
gov.br/pec/series/port/metadados/mg152p.htm, acesso em 2019.
93
https://www4.bcb.gov.br/pec/series/port/metadados/mg152p.htm
https://www4.bcb.gov.br/pec/series/port/metadados/mg152p.htm
https://www4.bcb.gov.br/pec/series/port/metadados/mg152p.htm
O Banco Central estrutura a série temporal de 
balanço de pagamentos do Brasil seguindo as 
diretrizes conceituais estabelecidas na 6ª edição 
do Manual de Balanço de Pagamentos do Fundo 
Monetário Internacional, conhecido como 
BPM6. Em outras palavras, todas as transações 
que o Brasil faz com o restante do mundo são 
registradas no Balanço de Pagamentos, que se 
constitui na base das contas externas de um país.
O Balanço de Pagamentos é dividido em 
subcontas de acordo com a natureza da operação 
efetuada. Os principais grupos de subcontas são 
os seguintes:
BALANÇA COMERCIAL
SERVIÇOS
RENDA PRIMÁRIA
RENDA SECUNDÁRIA
CONTA CAPITAL
CONTA FINANCEIRA
94
II. BALANÇA COMERCIAL
A balança comercial reflete o resultado das 
vendas menos as compras de mercadorias 
ao exterior. O resultado da balança comercial 
corresponde a exportações menos importações. 
O termo FOB, que significa “livre para embarcar” 
(Free on Board), contabiliza apenas o valor da 
mercadoria vendida e os não serviços prestados 
para desembaraço aduaneiro e transporte da 
mercadoria.
No gráfico a seguir você ver as exportações e 
as importações brasileiras para um período 
selecionado. O melhor resultado das exportações 
brasileiras ocorreu no ano de 2011 com 
255,5 bilhões de dólar. O valor mais alto das 
importações correspondeu ao ano de 2013 cerca 
de 241 trilhões de dólares. Veja o efeito da crise 
econômica iniciada em 2008 sobre as exportações 
e as importações brasileiras no ano seguinte, 
2009. E note que a partir de 2015 o Brasil 
obteve um volume significativamente menor 
de importações. Essa queda nas importações 
reflete a crise econômica pela qual o Brasil 
passou no período. De fato, em 2018 o nível das 
importações corresponde ao valor próximo ao do 
que era no ano de 2010.
95
EXPORTAÇÕES E 
IMPORTAÇÕES DO BRASIL 
(PERÍODO SELECIONADO)
 
19
8,
4 
15
3,
6 
25
5,
5 
23
9,
0 
17
4,
6 
12
8,
7 18
2,
8 24
1,
2 
23
0,
7 
17
2,
4 
13
9,
4 
15
3,
2 
18
5,
4 
0
50
100
150
200
250
300
19
98
19
99
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
20
11
20
12
20
13
20
14
20
15
20
16
20
17
20
18
U
S$
 b
ilh
õe
s 
Exportações Importações
Fonte: Banco Central do Brasil, disponível em https://www.bcb.gov.
br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx, 
acesso em agosto de 2019.
A partir de 2015, é possível identificar que o 
resultado positivo que o Brasil obteve na conta 
comercial do período se deve pelo baixo nível das 
importações, refletindo o baixo nível do consumo 
das famílias no Brasil.
96
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
III. BALANÇA DE SERVIÇOS
A conta de serviços reflete operações que o Brasil 
fez com exterior principalmente em termos de 
Transportes, viagens, propriedade intelectual, 
aluguel de equipamentos, entre outros serviços.
Por exemplo, se o exportador de soja contrata 
os serviços da marinha mercante da Inglaterra 
para levar um carregamento de soja do Brasil 
até a China, o valor pago a essa transportadora 
corresponderá a uma saída de recursos. E, 
portanto, sinal negativo na conta de serviço de 
Transportes.
Quando brasileiros viajam ao exterior, levam 
dólares para fora e quando os estrangeiros fazem 
viagens de turismo ou negócios ao Brasil trazem 
dólares.
Caso uma empresa brasileira pague royalties 
referentes à patente de uma empresa estrangeira, 
esse pagamento corresponderá a uma saída de 
recursos via conta propriedade intelectual.
Os dados que a seguir correspondem à conta de 
serviços do Brasil no período recente. Verifica-
se que a conta de serviços é estruturalmente 
deficitária no Brasil.
97
SALDO DE SERVIÇOS DO BRASIL 
(PERÍODO SELECIONADO)
 
-9
,8
 
-7
,0
 
-7
,2
 
-7
,6
 
-4
,8
 
-4
,7
 
-4
,3
 
-7
,9
 
-9
,4
 
-1
3,
1 
-1
6,
9 
-1
9,
6 
-3
0,
2 
-3
7,
2 
-4
0,
2 
-4
6,
4 
-4
8,
1 -3
6,
9 -3
0,
4 
-3
3,
9 
-3
3,
9 
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
19
98
19
99
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
20
11
20
12
20
13
20
14
20
15
20
16
20
17
20
18
U
S$
 b
ilh
õe
s 
Fonte: Banco Central do Brasil, disponível em https://www.bcb.gov.
br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx, 
acesso em agosto de 2019.
IV. RENDA PRIMÁRIA
A conta renda primária corresponde às 
transferências de recursos que são feitas ao 
exterior, ou obtidas do exterior em termos de 
remuneração de funcionários, remessa de lucros 
dividendos e pagamentos de juros em operações 
bancárias com o resto do mundo.
Por exemplo, conforme se pode identificar na 
tabela a seguir, no ano de 2018 o Brasil enviou 
um valor líquido ao exterior de 19,8 bilhões de 
98
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
dólares em lucros e dividendos das empresas 
multinacionais instaladas no Brasil. Assim como 
enviou 15,7 bilhões de dólares em função de 
renda de investimento de carteira, como ações de 
empresas brasileiras listadas na Bovespa e títulos 
do governo brasileiro, além de quase 7,9 bilhões 
de dólares em pagamento de juros ao exterior. 
O Brasil aplica parte das suas reservas cambiais 
em títulos do governo dos Estados Unidos, o que 
justifica o valor 6,4 bilhões de dólares de reservas 
obtidas do exterior. 
OBTENÇÃO VERSUS REMESSA 
DE RENDAS AO EXTERIOR 
PELO BRASIL EM 2018
(dados em US$ bilhões) 2018
Renda primária -36,67
Remuneração de empregados 0,25
Renda de investimento direto -19,84
Renda de investimentos em carteira -15,65
Renda de outros investimentos (juros) -7,88
Renda de reservas – receitas 6,44
Fonte: Banco Central do Brasil, disponível em https://www.bcb.gov.
br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx, 
acesso em agosto de 2019.
99
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
O gráfico a seguir mostra que o Brasil também 
tem um problema estrutural na conta de rendas 
primárias. Isso se deve ao fato de que há muito 
mais empresas multinacionais estrangeiras no 
Brasil do que empresas brasileiras no exterior, o 
que desequilibra a balança.
SALDO LÍQUIDO DE REMESSAS DE 
RENDA AO EXTERIOR DO BRASIL 
(PERÍODO SELECIONADO)
 
-1
7,
8 
-1
8,
5 
-1
7,
5 
-1
9,
3 
-1
7,
7 
-1
8,
1 
-2
0,
1 
-2
5,
6 
-2
7,
0 
-2
9,
0 
-4
1,
8 -3
5,
0 
-7
0,
2 
-6
9,
7 
-6
3,
9 
-3
7,
5 
-4
9,
4 -3
8,
0 
-4
1,
5 
-4
0,
0 
-3
6,
7 
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
19
98
19
99
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
20
11
20
12
20
13
20
14
20
15
20
16
20
17
20
18
U
S$
 b
ilh
õe
s 
Fonte: Banco Central do Brasil, disponível em https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx, 
acesso em agosto de 2019.
De fato, a situação das contas externas brasileiras 
no quesito remessa de lucros e pagamento de 
juros ao exterior é complicada, conforme se pode 
100
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
ver no quadro a seguir.
ENTRE 1973 E 2018:
Remessa de lucros: US$ 518,6 bilhões
Pagamento de juros: US$ 631,1 bilhões
Subtotal: US$ 1,15 trilhão
Receita de juros e lucros advindos do 
exterior: US$ 121,3 bilhões;
Déficit líquido: US$ 995,6 bilhões.
Fontes: 
Banco Central do Brasil, disponível em: http://www.bcb.gov.br/ftp/
notaecon/balpagabpm5.zip, acesso em fevereiro de 2016.
Banco Central do Brasil, disponível em https://www.bcb.gov.br/
content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx, 
acesso em agosto de 2019.
Boreau of Labor Statistics, disponível em: http://www.bls.gov/data/
inflation_calculator.htm, acesso em agosto de 2019.
Conforme se vê no quadro acima, entre 1973 
e 2018, o Brasil enviou ao exterior na forma de 
remessa de lucros US$518,6 bilhões e pagou 
em juros aos bancos estrangeiros US$631,1 
bilhões. Somando-se as remessas de lucros com 
os pagamentos de juros entre 1973 e 2018, 
totalizam US$1,15 trilhão. No mesmo período as 
101
http://www.bcb.gov.br/ftp/notaecon/balpagabpm5.zip
http://www.bcb.gov.br/ftp/notaecon/balpagabpm5.zip
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
http://www.bls.gov/data/inflation_calculator.htm
http://www.bls.gov/data/inflation_calculator.htm
receitas que o Brasil obteve do exterior em lucros 
e juros foi de apenas US$121,3 bilhões. Um déficit 
líquido de US$995,6 bilhões – quase US$1 trilhão 
– em 45 anos.
V. RENDA SECUNDÁRIA
A conta “renda secundária” refere-se aos 
pagamentos e recebimentos efetuados com 
o exterior sem que haja a contrapartida de 
um serviço de qualquer natureza, bem como 
a obrigatoriedade de compensações futuras. 
Compreendem doações, verbas a fundo perdido 
e remessas de patrimônio de imigrantes, entre 
outros. O Brasil obteve do exterior 2,5 bilhões de 
dólares em 2018 de renda secundárias.
VI. SALDO DAS TRANSAÇÕES 
CORRENTES (OU CONTA 
CORRENTE)
A soma da balança comercial, da conta de 
serviços, renda primária e renda secundária 
totaliza o saldo das transações correntes. O saldo 
das transações correntes é a principal variável 
para se avaliar a saúde financeira de um país 
com relação às contas externas. Se o saldo das 
102
transações correntes for positivo, significa que 
o país é um formador de poupança externa e 
potencializa a obtenção de crédito com restante 
do mundo.
Caso contrário, se o saldo da conta corrente 
for negativo, o país será um tomador de 
poupança externa e precisará obter recursos do 
exterior para “fechar as contas” do balanço de 
pagamentos.
A tabela a seguir apresenta a situação da conta 
corrente do Brasil no ano de 2018.
SALDO EM TRANSAÇÕES 
CORRENTES DO BRASIL EM 2018
(dados em US$ bilhões) 2018
Balança Comercial 53,59
Balança de Serviços -33,95
Renda primária -36,67
Renda secundária 2,52
Transações Correntes -14,51
Fonte: Banco Central do Brasil, disponível em https://www.bcb.gov.
br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx, 
acesso em agosto de 2019.
103
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
Conforme pode ser visualizado na tabela, para 
o ano de 2018, somando-se a balança comercial 
que teve um superávit de US$53,6 bilhões, com o 
déficit da balança de serviços que foi de US$33,95 
bilhões, o déficit da renda primária de US$36,67 
bilhões e o superávit da renda secundária de 
US$2,52 bilhões, totaliza um saldo de transações 
correntes de US$14,51 bilhões. Isso significa que 
o Brasil, em 2018, foi um tomador de poupança 
externa.
No gráfico a seguir é possível verificar os 
resultados das transações correntes do Brasil 
para um período selecionado. De fato o Brasil 
só teve valor positivo das transações correntes 
no período selecionado entre 2003 e 2007. Nos 
demais períodos, sempre se verificaram déficits 
em conta corrente, sendo o pior resultado 
ocorrido no ano de 2014, no valor de mais de 
US$101 bilhões.
104
RESULTADO DAS 
TRANSAÇÕES CORRENTES 
(PERÍODO SELECIONADO)
 
-3
3,
9 
-2
5,
9 
-2
4,
8 
-2
3,
7 -8
,1
 
3,
8 11
,3
 
13
,5
 
13
,0
 
0,
4 
-3
0,
6 
-2
6,
3 
-7
9,
0 
-7
6,
3 
-8
3,
8 
-7
9,
8 
-1
01
,4
 -5
4,
5 
-2
4,
0 -7
,2
 
-1
4,
5 
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
20
40
19
98
19
99
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
20
11
20
12
20
13
20
14
20
15
20
16
20
17
20
18
U
S$
 b
ilh
õe
s
Fonte: Banco Central do Brasil, disponível em https://www.bcb.gov.
br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx, 
acesso em agosto de 2019.
VII. CONTA CAPITAL E CONTA 
FINANCEIRA
A conta capital refere-se as transações 
envolvendo compra e venda de ativos não 
financeiros. Não produzidos. E das transferências 
de Capital entre companhias. Em 2018 o saldo da 
conta capital foi de US$440 milhões.
A conta financeira refere-se as captações e 
concessões que o país faz com o restante do 
105
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
mundo em termos de investimento direto 
investimentos em carteira derivativos e outros 
investimentos como empréstimos bancários 
e ativos de reserva. Por exemplo quando uma 
empresa estrangeira resolve abrir uma filial no 
Brasil ao trazer os recursos ao Brasil esses dólares 
são registrados como um investimento direto.
Na sexta edição do manual de balanço de 
pagamentos do fundo monetário internacional, 
esses valores são registrados com sinal negativo, 
embora sejam positivos para o país. Portanto as 
concessões líquidas ao exterior têm sinal positivo. 
Enquanto as captações que o Brasil obtém do 
exterior tem sinal negativo.
Os números a seguir referem-se à conta financeira 
do ano de 2018.
106
CONTA FINANCEIRA 
DO BRASIL EM 2018
(dados em US$ bilhões) 2018
Investimento direto (líquido) -74,26
Investimentos em carteira (líquido) 8,89
Derivativos (líquido) 2,75
Outros investimentos (líquido) 51,94
Ativos de reserva 2,93
Conta financeira: Concessões líquidas (+) / 
Captações líquidas (-) -7,75
Fonte: Banco Central do Brasil, disponível em https://www.bcb.gov.
br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx, 
acesso em agosto de 2019.
O Brasil obteve “investimentos diretos líquidos” 
do exterior de US$74,26 bilhões. Isto é, 
considerando tudo aquilo que as empresas 
estrangeiras investiram no Brasil, menos todos os 
investimentos que empresas brasileiras fizeram 
ao exterior, resultou em um saldo positivo para o 
país de US$74,26 bilhões.
Já os “investimentos em carteira” tiveram 
uma saída líquida de US$8,89 bilhões. Assim 
107
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
como derivativos de US$2,75 bilhões e 
“outros investimentos” – como empréstimos 
e amortizações de empréstimos – uma saída 
líquida de US$51,94 bilhões. Os ativos de reserva 
totalizaram US$2,3 bilhões – neste caso positivo 
para o país, o que significa um acúmulo de 
reservas cambiais.
Quando a soma do saldo de transações correntes 
e das captações financeiras líquidas – descontadas 
as concessões – é positiva, o país acumula reservas 
cambiais ou reservas internacionais. No ano de2018, por exemplo, houve um resultado positivo 
no balanço de pagamentos e um acúmulo líquido 
de reservas cambiais.
CONTA FINANCEIRA DO BRASIL EM 2018
(dados em US$ bilhões) 2018
Transações Correntes -14,51
Conta capital 0,44
Conta financeira 7,75
Erros e omissões 6,32
Fonte: Banco Central do Brasil, disponível em https://www.bcb.gov.
br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx, 
acesso em agosto de 2019.
108
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagA.xlsx
VIII. RESERVAS CAMBIAIS OU 
RESERVAS INTERNACIONAIS
Reservas cambiais são os recursos que os bancos 
centrais detêm em moeda estrangeira derivados 
do superávit do balanço de pagamentos. O 
gráfico, a seguir, apresenta a evolução das 
reservas cambiais de janeiro de 2000 até junho de 
2019.
RESERVAS CAMBIAIS DO BRASIL 
(PERÍODO SELECIONADO)
 
37
,8
20
6,
5
37
4,
3
38
6,
2
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
20
11
20
12
20
13
20
14
20
15
20
16
20
17
20
18
20
19
U
S$
 b
ilh
õe
s 
Fonte: Banco Central do Brasil, disponível em https://www.
bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/
DemonstrReservas_M.xls, acesso em agosto de 2019.
109
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/DemonstrReservas_M.xls
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/DemonstrReservas_M.xls
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/DemonstrReservas_M.xls
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/DemonstrReservas_M.xls
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/DemonstrReservas_M.xls
Por exemplo, em janeiro de 2003 o Brasil detinha 
US$37,8 bilhões em reservas cambiais. Em 
outubro de 2008 chegou a US$206,5 bilhões, 
atingindo US$374,3 bilhões em maio de 2012. Em 
junho de 2019 totalizou US$ 386,2 bilhões.
Esse volume de reservas permite certo conforto 
para manter a estabilidade cambial, evitando 
que o câmbio se desvalorize abruptamente, o 
que poderia levar à inflação. Além de permitir 
estabilizar as transações brasileiras com o 
restante do mundo.
A China, por sua vez, detém mais de 3 trilhões de 
dólares em reservas cambiais, sendo atualmente 
o país com mais reservas cambiais do mundo. 
Essas reservas são constituídas principalmente 
por títulos da dívida do governo dos Estados 
Unidos.
Assim como as reservas brasileiras. No gráfico, 
a seguir, é possível identificar que as reservas 
brasileiras de julho de 2019, que totalizaram 
quase 386 bilhões de dólares, estão 96,6% 
denominadas em títulos do tesouro dos Estados 
Unidos.
110
COMPOSIÇÃO DAS RESERVAS CAMBIAIS 
DO BRASIL EM JULHO DE 2019
 
 
96,6% 
0,8% 
1,0% 
0,8% 
0,8% 
1. Títulos do governo dos EUA
2. Posição de reserva no FMI
3. Direito Especial de Saque
4. Ouro (inclusive depósitos de ouro)
5. Outros ativos de reserva
Fonte: Banco Central do Brasil, disponível em https://www.
bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/
DemonstrReservas_M.xls, acesso em agosto de 2019.
111
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/DemonstrReservas_M.xls
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/DemonstrReservas_M.xls
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/DemonstrReservas_M.xls
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/DemonstrReservas_M.xls
https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/DemonstrReservas_M.xls
AULA 9
CONTAS EXTERNAS 
E COMÉRCIO 
INTERNACIONAL III
IMPACTO DA POLÍTICA 
CAMBIAL SOBRE AS 
CONTAS EXTERNAS. 
BLOCOS COMERCIAIS 
E ACORDOS DE LIVRE 
COMÉRCIO
I. IMPACTO DA POLÍTICA 
CAMBIAL SOBRE AS CONTAS 
EXTERNAS
As oscilações na taxa de câmbio têm impactos 
sobre as contas externas do país. Conforme visto 
na aula anterior, as desvalorizações da taxa de 
câmbio tendem a aumentar as exportações e a 
encarecer as importações.
Aos olhos dos estrangeiros, a mercadoria fica mais 
barata, o que estimula o aumento do consumo 
lá fora e os exportadores são beneficiados, 
enquanto do ponto de vista dos residentes do 
país, importar uma mercadoria torna-se mais 
caro, o que pode levar a um aumento no índice 
de preços. Mas as oscilações na taxa de câmbio 
também têm impacto nas demais contas.
Desvalorizações cambiais na conta de serviços 
tendem a diminuir a demanda por serviços 
estrangeiros. Viajar ao exterior, contratar serviços 
de transporte e seguros, bem como os demais 
serviços do exterior torna-se muito mais caro. 
Isso leva aos residentes a evitar contratar serviços 
do exterior.
Assim como as desvalorizações tendem a 
diminuir as remessas de lucros ao exterior. As 
114
empresas multinacionais podem preferir esperar 
remeter parte dos lucros das filiais à matriz, 
para minimizar as perdas com a desvalorização 
cambial, caso haja expectativa de que a 
desvalorização seja temporária e reversível.
Quanto ao pagamento de juros, as 
desvalorizações cambiais tendem a ter pouco 
efeito se os contratos já são pré-estabelecidos. 
Contudo, se houver uma desvalorização forte e 
descontrolada, o país pode ter dificuldade em 
pagar juros da dívida externa e, numa situação 
extrema, entrar em situação de moratória.
Sob a ótica do tomador, os juros pagos, 
medidos em moeda local, acabam ficando mais 
caros, ainda que o valor em dólares ou euros 
permanecesse constante. Contudo, dependendo 
do tamanho da desvalorização, alguns créditos 
podem se tornar impagáveis, diminuindo os 
envios de dólares ao exterior.
Já investimentos diretos advindos do exterior 
podem aumentar com as desvalorizações 
cambiais. A moeda local desvalorizada aumenta 
o poder de compra da moeda internacional 
no país destino dos investimentos. Isso tende 
a melhorar a retorno sobre investimento de 
recursos em dólares – novamente, ressalte-
se – se a expectativa for de reversão da 
115
desvalorização cambial.
Por outro lado, as valorizações cambiais também 
podem ter efeitos sobre a economia.
Por exemplo, se os produtos importados se 
tornam sistematicamente mais baratos do que 
os nacionais, os fabricantes nacionais podem ter 
que fechar as portas. Isso levaria a um fenômeno 
chamado DESINDUSTRIALIZAÇÃO, que costuma 
ser acompanhado por desemprego e pela 
redução da capacidade do país de gerar valor 
agregado nos produtos que fabrica.
Por todos esses motivos, o governo muitas 
vezes é obrigado a ter uma política cambial 
intervencionista. Para evitar que as oscilações 
cambiais bruscas tenham impacto nas contas 
externas, na inflação e no crescimento 
econômico.
Eventualmente, o Banco Central intervém no 
mercado cambial, vendendo dólares quando a 
taxa de câmbio se desvaloriza; ou comprando 
dólares quando a taxa de câmbio se valoriza. 
Essas operações de compras e vendas de dólares 
pelo Banco Central alteram o nível das reservas 
cambiais.
Além disso, existem produtos financeiros, tais 
116
como swaps e seguros cambiais, que funcionam 
como hedge, isto é, proteção para evitar perdas 
com operações envolvendo taxa de câmbio.
II. BENEFÍCIOS DO COMÉRCIO 
INTERNACIONAL
O comércio exterior tem efeitos positivos sobre 
a economia dos países por diversas razões. Um 
dos aspectos benéficos tem a ver com fatores 
geográficos, como o acesso a gêneros agrícolas de 
países com climas diferentes.
Outro aspecto tem a ver com os ganhos 
de produtividade. A especialização tende a 
potencializar o desenvolvimento de técnicas 
e procedimentos que levam a ganhos 
mútuos de produtividade aos países que 
comercializam. Nessas condições, há um volume 
consideravelmente maior de bens à disposição 
da população, a preços mais baixos e qualidade 
superior.
O comércio multilateral potencializa também o 
desenvolvimento do sistema de empréstimosinternacionais. Quando os empresários de 
um país têm acesso a um número maior de 
instituições que ofertam empréstimos, a 
tendência é que haja uma queda nas taxas de 
117
juros. Taxas de juros mais baixas possibilitam 
um volume maior de investimentos produtivos, 
otimizando os recursos financeiros disponíveis 
em favor da produção de bens de consumo e 
serviços.
O comércio exterior também possibilita o 
aprimoramento da força-de-trabalho. Ainda 
que as práticas comuns na Europa e nos Estados 
Unidos em relação aos fluxos migratórios 
sejam frequentemente repressivas, a teoria 
econômica prevê que tais fluxos são positivos. O 
conhecimento de diversas formas de condução 
de processos e tarefas permite a escolha dos mais 
eficientes. Ademais, permite a ascensão social de 
diversas camadas da população e que os salários 
pagos reflitam especificamente os ganhos de 
produtividade efetivos.
Por fim, permite a minimização dos riscos. O 
intercâmbio de ativos de risco entre os países – 
tais como títulos de dívida e ações de empresas – 
potencializa que os riscos inerentes desses ativos 
sejam minimizados.
Portanto, quando o comércio mundial se 
expande, o PIB mundial tende a aumentar e a 
melhorar as condições da população ao acesso 
global de bens e serviços.
118
III. PROTECIONISMO
Se o comércio mundial é tão benéfico ao 
desenvolvimento socioeconômico, por que, os 
países frequentemente adotam medidas contra 
o comércio internacional? Para responder a essa 
pergunta, lembremo-nos da equação do PIB pelo 
lado do dispêndio, que vimos na aula 2:
PIB =
(+) Consumo das famílias
(+) Investimentos das empresas
(+) Gastos do governo
(+) Exportações de bens e serviços
(–) Importações de bens e serviços.
Imaginemos o PIB de um país com os seguintes 
valores:
119
SITUAÇÃO 1
Consumo das famílias = +4.300
Gastos do Governo = +1.300
Formações Bruta de Capital Fixo = +1.000
Exportações = +1.100
Importações = -900
PIB = +6.800
Agora, suponha que as exportações do país 
aumentem para 1.200, mas que todas as demais 
variáveis permanecem constantes, condição 
conhecida como ceteris paribus ou coeteris 
paribus. O que aconteceria com o PIB? 
120
SITUAÇÃO 2
Consumo das famílias = +4.300
Gastos do Governo = +1.300
Formações Bruta de Capital Fixo = +1.000
Exportações = +1.100
Importações = -1.200
PIB = +6.500
Comparando-se a situação 1 com a situação 2, o 
PIB diminuiu de 6.800 para 6.500 em função do 
aumento das importações.
Os países sabem, portanto, que, se aumentarem 
as importações sem aumentarem as demais 
variáveis, poderão ter uma queda no PIB. 
Porque essa seria uma situação na qual estariam 
“exportando empregos” e prejudicando a 
agropecuária e a indústria nacional. E é por 
essa razão que os países se lançam em práticas 
chamadas de protecionistas.
São práticas protecionistas: 
• a adoção de barreiras e limites à importação 
de bens e serviços que concorrem diretamente 
121
com similares fabricados no país,
• bem como a adoção de subsídios aos 
produtores locais para estes terem seus produtos 
barateados em relação aos exportados,
• ou concessão de subsídios aos exportadores 
visando aumentar a fatia de mercado 
internacional.
IV. DUMPING
Outra palavra frequentemente usada de 
forma negativa no comércio internacional 
é o “dumping”. Dumping é a exportação de 
mercadorias a preços abaixo do valor efetuado 
no mercado interno. Os tratados internacionais 
respaldados pela Organização Mundial do 
Comércio têm sido contundentes no combate às 
práticas de dumping, sintetizados pelos Direitos 
Anti-Dumping. As modalidades mais nocivas de 
dumping são as seguintes:
• PREDATÓRIO: o objetivo dessa forma de 
dumping é eliminar os concorrentes, situação 
em que uma empresa – ou um país – executa a 
venda de produtos com preços abaixo do custo 
de produção, com a finalidade óbvia de eliminar 
os concorrentes e passar a deter poder de 
monopólio.
122
• SOCIAL: causado pelas desigualdades, no que 
diz respeito à remuneração e direitos trabalhistas, 
entre países ricos e pobres.
 — Nos países atrasados, o custo do produto 
é determinado principalmente pelo valor 
da mão-de-obra. Nessas circunstâncias, 
as nações em desenvolvimento obtêm 
vantagem em relação aos países 
desenvolvidos. O dumping social é 
frequentemente foco de investigação por 
parte da Organização Internacional do 
Trabalho (OIT).
• AMBIENTAL: utilizada em larga escala 
pelos países europeus e pelos Estados Unidos, 
caracteriza-se pela utilização de fontes de energia 
não-renováveis.
 — Também ocorre, com frequência, a 
transferência de empresas que geram 
grande quantidade de resíduos poluentes 
dos países com exigências mais severas 
em relação ao meio-ambiente para 
nações com legislação mais permissiva 
(em geral, países atrasados).
• CAMBIAL: possibilitado pela prática recorrente 
de taxas de câmbio desvalorizadas, o que encarece 
as importações e barateia – aos olhos dos países 
do resto do mundo – as exportações.
123
V. DO GATT À OMC
Apesar do frequente protecionismo praticado 
pela maior parte dos países, desde o final da 
Segunda Guerra Mundial o mundo se lançou na 
busca por melhores condições de livre comércio.
Embora haja dissenso em relação à efetividade 
de políticas comerciais intervencionistas como 
instrumento para promover o desenvolvimento, 
é consenso de que o comércio exterior tende 
a melhorar o bem-estar das nações. É fato, 
também, que o protecionismo irrefletido e 
indiscriminado tende a causar males diversos. 
Contudo, as disputas políticas internas dos 
países, desde a década de 1930, iniciou-se um 
movimento mais incisivo em favor da redução das 
tarifas e barreiras não tarifárias.
Há certo consenso de que a lei tarifária “Smoot-
Hawley” de 1930, nos Estados Unidos, promoveu 
um retrocesso econômico no país e foi um dos 
possíveis fatores que agravou a Grande Depressão 
naquela década. Muitos países promoveram 
uma espécie de retaliação aos Estados Unidos, 
aumentando paulatinamente as alíquotas de 
importação sobre produtos estadunidenses. 
A existência de fortes lobbies no Congresso 
Americano foi uma das causas de entrave ao 
124
comércio exterior daquele país, razão pela qual 
se iniciou o movimento de NEGOCIAÇÕES 
BILATERAIS.
As negociações bilaterais consistiam em acordos 
de concessões entre dois países, de sorte que 
ambos baixavam, simultaneamente, as tarifas 
de importação de um produto de importância 
na pauta do parceiro comercial. Por exemplo, os 
Estados Unidos aceitavam reduzir a alíquota de 
importação do café mediante a redução, pelo 
Brasil, das taxas dos automóveis exportados pelos 
estadunidenses.
Contudo, esse mecanismo continha uma falha 
intrínseca. Eventualmente, outro país que não 
assinara o acordo acabava sendo beneficiado 
pela redução de alíquotas entre os dois países. 
Seguindo o exemplo anterior, a redução do 
imposto de importação do café, pelos Estados 
Unidos, beneficiavam o Brasil, mas também a 
Colômbia, que não havia se comprometido com 
a redução de tarifa sobre qualquer produto 
importante na pauta de importações americanas.
Após a Segunda Guerra Mundial, a diplomacia 
internacional, sob a ótica da Economia 
Internacional, voltou as atenções para a 
consolidação de um organismo multilateral que 
supervisionasse o comércio mundial. O consenso 
125
então estabelecido foi o de que a redução 
coordenada de tarifas e barreiras alfandegárias, 
em todos os países, era condição primordial 
para que as relações econômicas internacionais 
trouxessem os benefícios prometidos pela teoria 
econômica.
Baseado nessa prerrogativa, iniciaram-se as 
rodadas de negociação do Acordo Geral sobre 
Tarifas e Comércio, conhecido simplesmente pela 
sigla, em inglês, GATT (General Agreement on 
Tariffs and Trade). Ao todo, oito rodadas foram 
concluídas e ainda há uma em andamento.
Entre os principais temas abordados, foram 
aprovadas as seguintes restrições:
1. PROIBIÇÃO DE CONCESSÃO a subsídios 
às exportações: os países signatáriosficam 
proibidos de conceder subsídios às exportações. 
Os Estados Unidos, contudo, conseguiram impor 
uma cláusula que abria exceção para os produtos 
agrícolas;
2. PROIBIÇÃO DE IMPOSIÇÃO de cotas de 
importação: de acordo com o tratado, os países 
não podem impor cotas unilaterais sobre as 
importações. O acordo também dispõe de 
uma cláusula de exceção, que se traduz na 
possibilidade de adotar as cotas quando houver 
o risco de “ruptura de mercado”. A expressão 
126
é obviamente vaga, que pode ser interpretada 
de várias formas, mas que tem sido usada para 
situações em que existe a possibilidade de que 
os concorrentes externos possam eliminar os 
concorrentes no plano doméstico.
3. COMPENSAÇÃO DE TARIFAS: o aumento 
de uma alíquota de importação deverá ser 
compensada pela redução de outras tarifas para 
compensar os países exportadores que possam 
ser prejudicados pela medida.
Entre todos os grupos de negociação, destaca-se 
a Rodada Uruguai. Com a participação e a adesão 
de 123 países, a Rodada Uruguai definiu as bases 
para a constituição da Organização Mundial do 
Comércio, em 1994. Além de tarifas, a Rodada 
Uruguai abordou temas controversos, como a 
questão de reservas de mercado para gastos 
governamentais e a regulamentação internacional 
com relação à propriedade intelectual.
Os acordos internacionais sobre redução 
de tarifas beneficiavam todos os países que 
exportavam a mesma mercadoria. É o que 
se convencionou denominar tarifas não 
discriminatórias. Após a Segunda Guerra 
Mundial, contudo, as dificuldades em torno de 
consolidação de uma legislação internacional 
comum levaram alguns países a optar por 
127
um caminho alternativo. Emerge assim o 
conceito de “Nação Mais Favorecida”, segundo 
o qual, adquire-se o status formal de que os 
exportadores de determinados pagarão tarifas 
não maiores do que a de outros.
A evolução da ideia de favorecimento implica 
ACORDOS COMERCIAIS PREFERENCIAIS, em 
que um conjunto de tarifas aplicadas sobre os 
produtos dos demais países é maior do que as 
alíquotas sobre os mesmos produtos importados 
do país preferencial.
VI. BLOCOS COMERCIAIS
Ainda que o GATT proibisse esse tipo de prática, 
segundo o estatuto fundamental, efetivamente 
o século 20 foi marcado por exceções que 
beneficiavam principalmente aos EUA e Europa. 
Alguns países promoveram o desenvolvimento de 
acordos comerciais preferenciais e estabeleceram 
BLOCOS COMERCIAIS, que podem se constituir 
de duas formas: 
128
BLOCOS COMERCIAIS
 1 ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO
 2 UNIÃO ALFANDEGÁRIA
A ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO é o estágio inicial 
de um bloco econômico. Uma área de livre 
comércio é caracterizada pela comercialização de 
mercadorias sem alíquotas de importação a todos 
os países membros. Todavia, os signatários do 
acordo podem estabelecer tarifas sobre produtos 
importados de nações fora da área de livre 
comércio de forma independente.
Uma UNIÃO ALFANDEGÁRIA está um estágio à 
frente. Caracteriza-se como um acordo em que, 
além de ser uma área de livre comércio, obriga a 
que todos os signatários do tratado estabeleçam 
uma alíquota unificada para os produtos 
importados de países não pertencentes à união 
alfandegária.
A Zona do Euro, por exemplo, está no estágio 
mais avançado de um bloco econômico. Iniciou-
se como um plano de acordos comerciais 
preferenciais, a Comunidade Econômica Europeia, 
no tratado de Roma de 1957. Em 1992, tornou-se 
129
uma área de livre comércio, o Mercado Comum 
Europeu, por meio do Tratado de Maastricht 
(na Holanda), que, em paralelo à eliminação 
das últimas restrições alfandegárias entre os 
países membros, iniciou as negociações para 
a consolidação do plano da adoção da moeda 
única. As exigências de resultados fiscais austeros 
nas contas dos governos dos países membros, 
quase inviabilizaram a implantação da moeda 
comum. Em 1º de janeiro de 2002, foi lançada a 
moeda única, o Euro. O lançamento da moeda 
única consolidou a União Europeia como um 
bloco econômico que em 2018 alcançou um PIB 
de €11,6 trilhões, cerca de US$12,8 trilhões.
O Acordo de Livre Comércio da América do Norte 
(NAFTA) teve início em 1988, com a assinatura do 
Canadá e dos Estados Unidos. Em 1991, o Acordo 
de Liberação Econômica instituiu a formalização 
do tratado para constituição do bloco econômico. 
A entrada no bloco do México ocorreu em 13 
de agosto de 1992. O NAFTA passou a vigorar 
efetivamente em 1º de janeiro de 1994, 
estabelecendo o prazo de quinze anos para a 
eliminação das barreiras alfandegárias.
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) começou 
a ser instituído por meio de dois tratados: o 
Tratado de Assunção de 26 de março de 1991, e o 
Protocolo de Ouro Preto em 17 de dezembro de 
130
1994. Reuniu inicialmente quatro países, Brasil, 
Argentina, Paraguai e Uruguai.
Atualmente, são membros efetivos do Mercosul: 
Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela 
(2012 e suspensa em dezembro de 2016). Há 
também os membros associados do Mercosul: 
Bolívia (1996), Chile (1996), Peru (2003), 
Colômbia (2004), Equador (2004), Guiana (2013) 
e Suriname (2013). E os membros observadores: 
México (2006) e Nova Zelândia (2010).
O principal objetivo do bloco foi criar um 
mercado comum com livre circulação de 
mercadorias, serviços e de fatores de produção 
– portanto, uma área de livre comércio. No ato 
da implantação, também havia objetivos mais 
audaciosos, como a implementação de uma 
política externa comum e a coordenação das 
políticas macroeconômicas, o que se configuraria 
uma união alfandegária.
O Mercosul, hoje, enfrenta problemas estruturais. 
Frequentes disputas entre Brasil e Argentina 
em diversos segmentos e acordos bilaterais do 
Paraguai com a Ásia têm colocado em xeque a 
viabilidade política do bloco. As pressões dos 
Estados Unidos pela adesão ao que seria uma Área 
de Livre Comércio das Américas também tem sido 
um fato desagregador nos países membros.
 
131
AULA 10
A NOVA 
ECONOMIA E A 
TRANSFORMAÇÃO 
DIGITAL I
A TRANSIÇÃO DA 
NOVA ECONOMIA 
PARA A ECONOMIA 
DIGITAL – MUNDO 
VUCA E O IMPACTO 
DAS EMPRESAS DIGITAIS 
PARA A ECONOMIA E 
INDUSTRIA 4.0
I. HIPERTROFIA FINANCEIRA
Para entender o que está acontecendo no 
mundo hoje, precisamos voltar um pouco no 
tempo. Entre os anos 1980 e 1990, o mundo 
passou a vivenciar o que o economista francês, 
François Chesnais, qualificou como “hipertrofia 
financeira”. Na tabela a seguir, é possível ver que 
as operações transnacionais de ações e títulos 
explodiram de cerca de 7% do PIB para mais de 
100% do PIB entre 1980 e 1992.
Operações transnacionais de ações e títulos como 
percentual do PIB (países selecionados).
 1980 1992
EUA 9,3 109,3
Alemanha 7,5 90,8
Itália 1,1 118,4
Canadá 9,6 111,2
Fonte: BIS, 1996. (Citado por CHESNAIS, F. A mundialização do 
capital. São Paulo: Xamã, 1996.
Isso significa que aquela forma tradicional que os 
bancos tinham de ganhar dinheiro, emprestando 
às famílias e às empresas, deixou de ser a 
principal fonte de lucro. O ganho passou a ser 
muito mais da compra e venda de papéis de 
empresas e governos pelo mundo.
A economia financeira se “descolou” da economia 
real. O que significa esse descolamento? Para 
ilustrar a situação, em 2012, recorra-se ao gráfico 
a seguir.
134
 
US$ 225,0 
trilhões 
US$ 71,3 
trilhões 
Ativos financeiros
PIB mundial
Fonte: McKinsey Global Institute analysis, 2014. Citado por 
SILVA e ÁVILA. Instabilidade financeira recente e crise subprime: 
uma abordagem a partir de Minsky. Disponível em: https://
www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2014/10/20141015td-
125-instabilidade-financeira-recente-e-crise-subprime_-uma-
abordagem-a-partir-de-minsky.pdf, acesso em 2019.
Conforme se observa no gráfico, o PIB mundial 
em 2012 foi de US$71,3 trilhões, enquanto que 
o volume mundial de ativos financeiros foi de 
US$225 trilhões.
De fato, é possível visualizar essa hipertrofia 
financeira neste gráfico, quando comparamos o 
volume mundial de ativos financeiros com o PIB 
mundial.Mesmo em períodos de crise, como em 
2008 e 2011, essa proporção não retornou aos 
patamares dos anos 1990.
135
https://www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2014/10/20141015td-125-instabilidade-financeira-recente-e-crise-subprime_-uma-abordagem-a-partir-de-minsky.pdf
https://www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2014/10/20141015td-125-instabilidade-financeira-recente-e-crise-subprime_-uma-abordagem-a-partir-de-minsky.pdf
https://www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2014/10/20141015td-125-instabilidade-financeira-recente-e-crise-subprime_-uma-abordagem-a-partir-de-minsky.pdf
https://www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2014/10/20141015td-125-instabilidade-financeira-recente-e-crise-subprime_-uma-abordagem-a-partir-de-minsky.pdf
https://www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2014/10/20141015td-125-instabilidade-financeira-recente-e-crise-subprime_-uma-abordagem-a-partir-de-minsky.pdf
VOLUME MUNDIAL DE 
ATIVOS FINANCEIROS COMO 
PERCENTUAL DO PIB MUNDIAL
 
 
 
263% 
256% 
310% 
331% 
345% 
355% 
307% 
339% 335% 
312% 
312% 
250%
270%
290%
310%
330%
350%
370%
1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Fonte: McKinsey Global Institute analysis, 2014. Citado por 
SILVA e ÁVILA. Instabilidade financeira recente e crise subprime: 
uma abordagem a partir de Minsky. Disponível em: https://
www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2014/10/20141015td-
125-instabilidade-financeira-recente-e-crise-subprime_-uma-
abordagem-a-partir-de-minsky.pdf, acesso em 2019.
II. GLOBALIZAÇÃO: A “NOVA 
ECONOMIA” E A BOLHA DAS 
“EMPRESAS PONTO-COM”
No final dos anos 1980, começou-se a usar muito 
a palavra Globalização. A Globalização está 
associada: 
• ao conjunto das transformações financeiras 
136
https://www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2014/10/20141015td-125-instabilidade-financeira-recente-e-crise-subprime_-uma-abordagem-a-partir-de-minsky.pdf
https://www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2014/10/20141015td-125-instabilidade-financeira-recente-e-crise-subprime_-uma-abordagem-a-partir-de-minsky.pdf
https://www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2014/10/20141015td-125-instabilidade-financeira-recente-e-crise-subprime_-uma-abordagem-a-partir-de-minsky.pdf
https://www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2014/10/20141015td-125-instabilidade-financeira-recente-e-crise-subprime_-uma-abordagem-a-partir-de-minsky.pdf
https://www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2014/10/20141015td-125-instabilidade-financeira-recente-e-crise-subprime_-uma-abordagem-a-partir-de-minsky.pdf
iniciadas na década de 1970; 
• e ao aumento da velocidade de transmissão 
de dados por meio eletrônico, a partir dos anos 
1980.
De fato, a informática potencializou a 
integração dos mercados financeiros mundiais, 
intensificando as transações financeiras mundiais 
em escala jamais imaginada. Com a popularização 
da internet em meados dos anos 1990, inicia-
se o que passou a ser conhecida como a “NOVA 
ECONOMIA”. Proliferam empresas que passaram 
a ser conhecida como “ponto-com”. Com as 
empresas “ponto-com”, houve uma profunda 
transformação econômica, social e até cultural.
Empresas como E-Bay e Amazon revolucionavam 
a forma de fazer compras. Na segunda metade 
dos anos 90, as pessoas acessavam esses sites, 
comparavam preços e escolhiam os melhores 
produtos e recebiam em casa pelo correio.
A Napster, criada em 1999, devastaria a 
indústria fonográfica mundial ao permitir o 
compartilhamento de músicas no formato 
MP3. Se nos anos 80 o compartilhamento das 
137
músicas acontecia por meio de gravações das 
antigas fitas K7, agora, milhões de músicas eram 
transformadas em MP3 e compartilhadas por 
meio da plataforma digital da Napster.
A Nova Economia tinha lançado a humanidade 
em um patamar jamais imaginado. E que parecia 
inabalável. Parecia. Mas no dia 15 de abril de 
2000, o Índice Dow Jones caiu 5,6% e o Nasdaq 
caiu 9,6%. Era o início do que seria conhecido 
como o “Estouro da Bolha das Empresas Ponto-
Com”. Centenas de empresas de médio e grande 
porte faliram. A fé na “Nova Economia” estava 
abalada. Mas o pior ainda estaria por vir.
III. DO MUNDO VUCA À 
ECONOMIA DIGITAL
Os atentados às Torres Gêmeas no dia 11 de 
setembro de 2001 marcam o início do que 
passou a ser conhecido como “Mundo VUCA”. 
VUCA é o acrônimo formado pelas iniciais em 
inglês: volatilidade, incerteza, complexidade e 
ambiguidade.
138
V.U.C.A.
V = volatilidade (volatility)
U = incerteza (uncertainty)
C = complexidade (complexity)
A = ambiguidade (ambiguity)
Em um documento do Exército dos Estados 
Unidos de 1998, o Tenente Coronel Wayne 
Whiteman usou o termo VUCA empregado por 
Robert Murphy, que descrevia o seguinte:
“Em situações caracterizadas por condições 
voláteis, incertas, complexas e ambíguas 
(VUCA), torna-se necessário estruturar as 
organizações de maneira a atender aos 
desafios apresentados pelo ambiente”.
(Robert M. Murphy, “Overview of Strategic 
Management” Leading and Managing in the 
Strategic Arena: A Reference Text (Carlisle Barracks, 
PA: U.S. Army War College, 1996-1997), 454.
Após os atentados às torres gêmeas, o termo 
VUCA passou a ser amplamente empregado para 
139
descrever as condições da sobrevivência das 
empresas no século 21. Mas a “Nova Economia” 
não desapareceu. As bases permaneceram 
fortes nos anos 2000. Até que, em 2007, uma 
verdadeira revolução se iniciou. É o ano do 
lançamento do iPhone pela empresa Apple. 
No ano seguinte ao lançamento do iPhone, a 
Google lançou o Android, sistema operacional 
livre que seria usado nos aparelhos celulares da 
maioria dos concorrentes da Apple. Esses eventos 
marcam o início da era dos smartphones, o que 
revolucionaria a “Nova Economia”.
Nos anos seguintes, conforme pode ser 
visualizado no gráfico a seguir, o número 
de aplicativos disponíveis aumentou 
exponencialmente, o que originou um novo 
segmento da economia e potencializou a 
proliferação das chamadas “Empresas Digitais”.
140
NÚMERO DE APPS DISPONÍVEIS 
PARA ANDROID
 
30.000 
38.000 
70.000 
100.000 
200.000 
250.000 
300.000 
400.000 
450.000 
500.000 
600.000 
675.000 
700.000 
850.000 
1.000.000 
1.300.000 
1.400.000 
1.600.000 
1.800.000 
2.000.000 
2.400.000 
2.600.000 
2.800.000 
3.000.000 
3.300.000 
3.500.000 
3.600.000 
3.300.000 
2.600.000 
2.600.000 
2.600.000 
2.700.000 
0 1.000.000 2.000.000 3.000.000 4.000.000
mar/2010
abr/2010
jul/2010
out/2010
abr/2011
jul/2011
ago/2011
dez/2011
fev/2012
mar/2012
jun/2012
set/2012
out/2012
abr/2013
jul/2013
jul/2014
fev/2015
jul/2015
nov/2015
fev/2016
set/2016
dez/2016
mar/2017
jun/2017
set/2017
dez/2017
mar/2018
jun/2018
set/2018
dez/2018
mar/2019
jul/2019
 
141
Fonte: Statista. Disponível em: https://www.statista.com/
statistics/266210/number-of-available-applications-in-the-google-
play-store/, acesso em 2019.
Entre as dez marcas mais valiosas de empresas do 
mundo do ano de 2018, a 2ª e a 3ª maiores são 
empresas digitais: Google e Amazon. E a maior, a 
Apple, foi a principal responsável pela economia 
digital que caracteriza o sistema atual.
AS 10 MARCAS MAIS VALIOSAS 
DO MUNDO EM 2018 
(US$ BILHÕES)
 
 
43,4 
45,2 
48,6 
53,4 
59,9 
66,3 
82,7 
100,8 
155,5 
214,5 
McDonalds
Facebook
Mercedes Benz
Toyota
Samsung
Coca-Cola
Microsoft
Amazon
Google
Apple
Fonte: Interbrand, disponível em https://www.interbrand.com/best-
brands/best-global-brands/2018/ranking/, acesso em agosto de 
2019.
Dez anos antes, a marca mais valiosa era 
142
https://www.statista.com/statistics/266210/number-of-available-applications-in-the-google-play-store/
https://www.statista.com/statistics/266210/number-of-available-applications-in-the-google-play-store/
https://www.statista.com/statistics/266210/number-of-available-applications-in-the-google-play-store/
https://www.statista.com/statistics/266210/number-of-available-applications-in-the-google-play-store/
https://www.interbrand.com/best-brands/best-global-brands/2018/ranking/
https://www.interbrand.com/best-brands/best-global-brands/2018/ranking/fabricante de refrigerantes. Parece ser uma 
tendência de que cada vez mais empresas ligadas 
à tecnologia de ponta detenham a liderança 
mundial.
AS 10 MARCAS MAIS VALIOSAS 
DO MUNDO EM 2008 
(US$ BILHÕES)
 
 
28,4 
30,6 
31,3 
32,0 
32,3 
34,9 
47,8 
56,6 
60,2 
68,7 
Disney
Intel
Toyota
Google
McDonalds
Nokia
G.E.
Microsoft
IBM
Coca-Cola
Fonte: Interbrand, disponível em https://www.interbrand.com/best-
brands/best-global-brands/2008/ranking/, acesso em agosto de 
2019.
De acordo com a Forbes Digital 100, as 10 
maiores empresas digitais do mundo têm, como 
unidade de negócios, serviços e softwares de 
tecnologia da informação, equipamentos e 
tecnologia de hardware, semicondutores e mídia.
143
https://www.interbrand.com/best-brands/best-global-brands/2018/ranking/
https://www.interbrand.com/best-brands/best-global-brands/2018/ranking/
1ª Amazon
2ª Netflix
3ª NVIDIA
4ª Salesforce
5ª Service Now
6ª Square
7ª Analog Devices
8ª Palo Alto Networks
9ª Splunk
10ª Adobe Systems
Fonte: Forbes, disponível em https://forbes.uol.com.br/
listas/2018/09/10-maiores-empresas-do-segmento-digital-
de-2018/, acesso em agosto de 2019.
IV. PESQUISA & 
DESENVOLVIMENTO (P&D) E 
CIÊNCIA E TECNOLOGIA (C&T)
Nesse cenário, as empresas precisam investir 
cifras vultosas em Pesquisa e Desenvolvimento 
(P&D). Por exemplo, a empresa chinesa Huawei, 
líder mundial na tecnologia 5G e pivô de uma 
disputa internacional com os Estados Unidos, 
aumentou os investimentos em P&D de US$13,23 
144
https://forbes.uol.com.br/listas/2018/09/10-maiores-empresas-do-segmento-digital-de-2018/
https://forbes.uol.com.br/listas/2018/09/10-maiores-empresas-do-segmento-digital-de-2018/
https://forbes.uol.com.br/listas/2018/09/10-maiores-empresas-do-segmento-digital-de-2018/
https://forbes.uol.com.br/listas/2018/09/10-maiores-empresas-do-segmento-digital-de-2018/
bilhões em 2017 para quase US$20 bilhões em 
2018.
Os países que quiserem atravessar o século 21 em 
condições de competir no mercado internacional 
precisam investir em Ciência e Tecnologia 
(C&T). No Brasil, os investimentos em C&T 
são historicamente baixos, conforme pode ser 
visualizado no gráfico a seguir.
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO 
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA, 
INOVAÇÕES E COMUNICAÇÕES 
(MCTIC), 2000-2018 
(EM VALORES DO IPCA – 2019)
 
R$
 5
,8
 b
ilh
õe
s 
R$
 1
3,
3 
bi
lh
õe
s 
R$
 1
6,
0 
bi
lh
õe
s 
R$
 9
,1
 b
ilh
õe
s 
R$
 1
1,
0 
bi
lh
õe
s 
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
20
11
20
12
20
13
20
14
20
15
20
16
20
17
20
18
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. 
Disponível em: https://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/
145
https://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/indicadores/detalhe/recursos_aplicados/governo_federal/2_2_4.html
https://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/indicadores/detalhe/recursos_aplicados/governo_federal/2_2_4.html
indicadores/detalhe/recursos_aplicados/governo_federal/2_2_4.
html, acesso em 2019.
Considerando-se a taxa de câmbio de US$1 ↔ 
R$4, a empresa chinesa Huawei investiu quase 
oito vezes mais do que todo o Brasil investiu no 
ano de 2018.
P&D C&T
2018: 
R$ 80 bilhões
2018: 
R$ 11 bilhões
Países que negligenciarem a tecnologia e 
apostarem em produtos de baixo valor agregado 
estão fadados ao atraso. Para ter uma ideia, 
ilustremos a situação a seguir:
146
https://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/indicadores/detalhe/recursos_aplicados/governo_federal/2_2_4.html
https://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/indicadores/detalhe/recursos_aplicados/governo_federal/2_2_4.html
1 chip U$ 1.700
Intel® Core™ i9-9980XE 
Extreme Edition Processor
1 brushel de soja US$ 8,57 
1 brushel > 27,215 kg
1 tonelada de soja US$ 315
1 chip vale 5,4 toneladas de soja
Fontes: 
(1) Intel. Acesso em https://www.intel.com/content/www/us/en/
products/processors/core/x-series.html, acesso em 02/09/2019.
(2) Notícias Agrícolas. Disponível em: https://www.noticiasagricolas.
com.br/cotacoes/soja/soja-bolsa-de-chicago-cme-group, acesso em 
02/09/2019.
De acordo com a ilustração, um chip de 
computador valia, em setembro de 2019, 
US$1.700. Já um bushel de soja, equivalente a 27 
quilos, valia, no mesmo período, US$8,57. Isto 
é, no dia em que foi feita a ilustração, o Brasil 
precisaria exportar 5,4 toneladas de soja para 
147
https://www.intel.com/content/www/us/en/products/processors/core/x-series.html
https://www.intel.com/content/www/us/en/products/processors/core/x-series.html
https://www.intel.com/content/www/us/en/products/processors/core/x-series.html
https://www.noticiasagricolas.com.br/cotacoes/soja/soja-bolsa-de-chicago-cme-group
https://www.noticiasagricolas.com.br/cotacoes/soja/soja-bolsa-de-chicago-cme-group
https://www.noticiasagricolas.com.br/cotacoes/soja/soja-bolsa-de-chicago-cme-group
importar um único chip de computador. Isso 
evidencia um velho conhecido da economia: 
a “deterioração dos termos de troca”. O que 
equivale a dizer que precisamos exportar cada vez 
mais commodities para conseguir importar cada 
vez menos componentes com alta tecnologia.
E a tecnologia de ponta que está sendo 
empregada na produção industrial dos países 
mais avançados faz parte do que está sendo 
chamado de “indústria 4.0”, o que equivale à 4ª 
Revolução Industrial.
Sistemas de armazenamento de dados em 
nuvem, inteligência artificial, sistemas autônomos 
integrados à automação industrial que são 
capazes de prever e corrigir falhas de produção, 
internet das coisas, comunicação “máquina para 
máquina” (a chamada M2M), Big Data, Sistemas 
Ciberfísicos... Mais do que expressões, já são 
realidade na indústria 4.0 em muitos países.
148
INDÚSTRIA 4.0
SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO 
DE DADOS EM NUVEM
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
SISTEMAS AUTÔNOMOS 
INTEGRADOS 
À AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
INTERNET DAS COISAS (IOT)
COMUNICAÇÃO 
“MÁQUINA PARA MÁQUINA” 
(M2M)
BIG DATA
SISTEMAS CIBERFÍSICOS
149
AULA 11
A NOVA 
ECONOMIA E A 
TRANSFORMAÇÃO 
DIGITAL II
MERCADOS E 
CRIPTOMOEDAS
I. BLOCKCHAIN 
Para falar das criptomoedas, é importante 
entender o conceito de blockchain, que, na 
tradução literal significa “cadeia de blocos” ou 
“corrente de blocos”. Blockchain é antes de 
tudo um sistema descentralizado de registro de 
informações. Esse sistema descentralizado tem 
sido empregado principalmente para o registro 
das informações contábeis e financeiras.
Uma das características do nosso sistema 
econômico é operar de forma centralizada. Nosso 
modelo mental de séculos reproduz esse modelo 
centralizado. Por exemplo, vimos na aula 6 como 
funciona a emissão e distribuição de papel moeda 
pelo Banco Central.
152
EMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE PAPEL 
MOEDA PELO BANCO CENTRAL
De fato, quando os Estados Absolutistas 
começaram a se unificar no século 16, uma 
das providências que os reis tomaram para a 
unificação é assegurar que somente o Banco 
Central emitiria o papel moeda que circularia 
no reinado, diferentemente do modelo 
descentralizado em que várias unidades feudais 
emitiam diferentes registros de moeda.
153
Assim, durante quase cinco séculos entendemos 
que o sistema de emissão de moeda é 
centralizado. Mas não somente a emissão. 
Qualquer registro contábil no modelo anterior à 
indústria 4.0 é centralizado.
Por exemplo, imagine que uma pessoa compre 
um carro de outra e faz a transferência do 
dinheiro por meio de uma TED bancária do 
smartphone.
Mesmo que essa operação seja ágil, digital e 
envolvendo uma tecnologia de ponta, ainda 
assim, trata-se de uma operação centralizada, 
pelo fato de as pessoas precisarem do banco para 
intermediar a operação financeira. O banco fará 
a transação e dela terá o registro, guardando a 
informação do seu acontecimento. Registro que 
poderá ser requisitado a qualquer momento por 
154
quem o executou. No caso, a pessoa que efetuou 
a compra do carro.
Inúmeras operações acontecem dessa forma, 
passando por um intermediário central que 
efetua a operaçãoe é encarregado de guardar seu 
respectivo registro.
155
Agora, imagine se, ao invés de um sistema 
centralizado, houvesse uma cadeia de blocos 
contendo as informações das operações 
financeiras. E que todos os integrantes dessa rede 
distribuída fossem igualmente responsáveis por 
certificar a ocorrência das operações.
Uma das vantagens desse sistema é a segurança. 
Em um sistema centralizado, um hacker poderia, 
em tese, invadir a central de dados do banco e 
alterar as informações para, por exemplo, efetuar 
uma fraude transferindo dinheiro do banco para a 
conta pessoal dele.
Em um sistema de cadeia de blocos, isso não 
seria possível, porque, como o sistema não é 
centralizado, o hacker teria que invadir cada 
156
um dos blocos que fazem parte do sistema para 
consumar a fraude. Lembrando que se tratam de 
milhões de blocos na cadeia de informações.
Agora, imagine que essa cadeia de blocos não 
sirva apenas para atestar as operações e manter 
o registro das informações, mas também que 
essa cadeia de blocos resolva “emitir” a moeda 
virtual que fará as operações do próprio sistema. 
Ou seja, é uma moeda emitida não mais por uma 
instituição centralizada – o Banco Central que 
157
vimos na aula 6. Dessa forma, o governo não teria 
mais qualquer controle sobre essa moeda, tanto 
sobre a emissão, como principalmente sobre as 
transações efetuadas com essa moeda, tanto 
internamente, como além das barreiras nacionais.
II. CRIPTOMOEDAS
As moedas emitidas dentro desse sistema de 
cadeias de blocos (blockchain) são chamadas 
“CRIPTOMOEDAS”. A primeira criptomoeda de 
que se tem notícia é o Bitcoin, criada em 2008 e 
sua criação é atribuída a uma personalidade oculta 
chamada Satoshi Nakamoto. Essa personalidade 
pode ser uma pessoa ou um conjunto de pessoas 
158
sob esse pseudônimo. O fato é que ninguém sabe 
quem ou o que é Satoshi Nakamoto.
Há vários mistérios e histórias curiosas 
envolvendo os bitcoins. Uma das mais 
interessantes é o relato da primeira compra em 
bitcoins, realizada em 2010. Um programador 
chamado Laszlo Hanyecz comprou duas pizzas 
na rede Papa John’s por US$30, pagando 10 mil 
bitcoins. Essa operação, em dólares pela cotação 
do bitcoin em maio de 2019, equivaleria a US$80 
milhões de dólares.
Existem hoje milhares de criptomoedas e um 
mercado crescente ao redor delas. Para os 
governos do mundo todo, a preocupação com 
as criptomoedas deve-se ao fato de que elas 
praticamente não são rastreáveis. Assim, não é 
possível controlar o tipo de transação econômica 
que se faz com as criptomoedas.
De fato, as criptomoedas têm facilitado a lavagem 
de dinheiro oriundo de tráfico de drogas e de 
armas, terrorismo e outras atividades criminosas.
Outra preocupação óbvia é com fato de que 
os governos, ao não conseguirem rastrear as 
criptomoedas, estão mais vulneráveis à evasão 
fiscal. Dependendo do volume que as operações 
em criptomoedas tomar, partindo-se de uma 
hipótese distópica no mundo VUCA, em um futuro 
159
não muito distante isso poderia comprometer até 
o equilíbrio fiscal dos países em função de uma 
possível queda de arrecadação tributária.
Outra coisa, conforme o número cada vez maior 
de pessoas físicas e jurídicas passe a aceitar 
operações com criptomoedas, mais difícil tenderá 
a ser a autonomia do Banco Central na execução 
da política monetária. Em dimensão internacional, 
os bancos centrais podem perder a capacidade de 
coordenação das políticas monetárias de forma 
cooperativa para evitar ataques especulativos, 
o que poderá provocar fortes oscilações dos 
preços das moedas no mundo inteiro, colocando 
em xeque o mercado financeiro. As reservas 
cambiais de posse dos bancos centrais também 
poderão perder valor, em função de operações de 
exportação e importação cada vez mais frequente 
em criptomoedas.
Outro risco inerente à proliferação das 
criptomoedas é a possibilidade de fortes 
oscilações do valor das próprias criptomoedas na 
cotação com as moedas tradicionais, como dólar 
e euro. Se grandes detentores de criptomoedas 
promoverem vendas massivas, isso poderá levar 
a fortes quedas no valor das criptomoedas, sem 
qualquer possibilidade de intervenção por parte 
dos governos. Isso poderia levar milhões de 
pessoas a terem perdas financeiras significativas.
160
Há uma controvérsia sobre a possibilidade de as 
criptomoedas, particularmente o bitcoin, estar 
vivendo uma bolha financeira. O bitcoin tem 
despertado a atenção de pequenos investidores 
interessados em obter ganhos no bitcoin como 
uma aplicação financeira comum.
De fato, no gráfico que se pode verificar a seguir, 
o valor do bitcoin obteve uma valorização 
expressiva desde a sua criação.
VALOR DO BITCOIN EM DÓLARES
 
6 188 
1.010 
19.187 
3.283 
12.876 
10
.6
61
 
0
4.000
8.000
12.000
16.000
20.000
fe
v/
20
12
ou
t/
20
12
ju
n/
20
13
fe
v/
20
14
ou
t/
20
14
ju
l/2
01
5
m
ar
/2
01
6
no
v/
20
16
ju
l/2
01
7
ab
r/
20
18
de
z/
20
18
ag
o/
20
19
Fonte: Investing.com, disponível em: https://br.investing.com/
crypto/bitcoin/btc-usd-historical-data, acesso em setembro de 
2019.
A título de exemplo, no dia 3 de fevereiro de 
2012, 1 bitcoin valia apenas US$6. Em novembro 
de 2013, ultrapassou a barreira dos US$1.000 
pela primeira vez. No dia 16 de dezembro de 
161
https://br.investing.com/crypto/bitcoin/btc-usd-historical-data
https://br.investing.com/crypto/bitcoin/btc-usd-historical-data
https://br.investing.com/crypto/bitcoin/btc-usd-historical-data
2017, alcançou o valor máximo histórico de 
US$19.187. Quem comprou 1 bitcoin no dia 
3 de fevereiro de 2012 e vendeu no dia 16 de 
dezembro de 2017, obteve uma valorização de 
319.683%, um rendimento médio de 12,2% ao 
mês. Apesar disso, entre o valor do dia 16 de 
dezembro de 2017 e 14 de dezembro de 2018, 
o bitcoin teve uma desvalorização de 83%, uma 
perda de 13,7% ao mês.
Essas oscilações bruscas no valor do bitcoin 
revelam que essa criptomoeda realmente se 
tornou nos últimos tempos: mais um ativo 
financeiro especulativo, como outros tantos. As 
pessoas compram com o desejo de obter ganhos 
na “moeda física”, denominada em dólares, euros 
ou reais.
Contudo, as criptomoedas parecem ter outra 
função em um futuro próximo. Elas podem 
se tornar o meio de pagamento no mundo da 
indústria 4.0 e revolucionar o sistema econômico 
de uma forma que ainda não há como prever. 
Mas há uma pista: se milhões de pessoas 
passarem a comprar e vender diretamente 
usando as criptomoedas, sem passar pelo sistema 
bancário tradicional, é possível que surja um 
sistema financeiro internacional completamente 
diferente deste que existe agora.
162
Nesse novo sistema, o poder de mercado dos 
bancos pode diminuir consideravelmente. 
No limite, é possível especular que os bancos 
tradicionais podem até desaparecer, porque 
eles não teriam em princípio como controlar o 
funcionamento das criptomoedas.
Ou pode ocorrer o contrário. Os bancos 
comerciais podem se unir para construir um 
sistema próprio de criptomoedas e passarem 
a deter um poder econômico ainda maior do 
que aquele que detêm hoje, sem ter acesso à 
regulamentação dos bancos centrais.
Enfim, não há como saber. Pode-se até especular, 
mas verdadeiro papel das criptomoedas na 
indústria 4.0, apenas o futuro dirá.
163
AULA 12
A NOVA 
ECONOMIA E A 
TRANSFORMAÇÃO 
DIGITAL III
TENDÊNCIAS EM 
ECONOMIA CRIATIVA 
E COLABORATIVA
I. DA POSSE AO ACESSO
A economia colaborativa promoverá uma 
verdadeira revolução na humanidade. Para 
entender essa revolução, é necessário abordar 
um dos preceitos do sistema econômico 
capitalista. Um dos pilares do capitalismo é a 
PROPRIEDADE PRIVADA.
A propriedade privada está associada com a 
POSSE que o ser humano tem sobre as coisas. A 
relação de posse guarda uma relação direta com o 
instinto animal, um elemento fisiológico presente 
em quase todas as espécies, que nos faz lutar por 
espaço físico, comida, água, sexo, etc...
Esse instinto animal, no sistema capitalista, acabase reproduzindo com o sentimento que temos 
a respeito dos bens de consumo de maneira 
geral. Para definir a personalidade, o ser humano 
precisa “ter”, possuir. Logicamente, faz sentido ter 
a posse de alguns itens. Por exemplo, a comida 
que iremos ingerir inevitavelmente exige a posse. 
Assim como alguns itens de uso individual, tais 
como roupas e calçados. Agora: faz sentido ter a 
propriedade sobre a moradia?
Essa é uma pergunta interessante. O pensamento 
do brasileiro médio, por uma questão de 
precaução, é o de ter a posse da própria moradia. 
166
Na eventualidade da pessoa ficar desempregada, 
a posse da moradia dá a sensação de segurança 
de pelo menos ter onde morar. Já a posse sobre 
um veículo dá a sensação de independência de 
poder se deslocar.
Na economia colaborativa, a posse tende a se 
tornar desnecessária. O importante é o acesso. 
Acesso à moradia, acesso ao transporte, acesso 
ao entretenimento. Acesso é a palavra chave.
ECONOMIA COLABORATIVA
POSSE ACESSO
Trata-se de uma questão de racionalidade 
econômica. O carro, por exemplo, quais são os 
gastos para mantê-lo? IPVA, seguro, manutenção, 
combustível, depreciação, entre outros gastos, 
são somente a ponta do iceberg. Há outros gastos 
em que se incorre para manter um veículo que 
certamente a maioria das pessoas não se lembra. 
Por exemplo, a área construída na residência 
para manter o carro na garagem, o valor do 
167
estacionamento em que se deixa o automóvel 
enquanto se vai trabalhar ou nos momentos de 
lazer.
GASTOS PARA SE MANTER UM VEÍCULO:
 ● IPVA
 ● seguro
 ● manutenção
 ● combustível
 ● depreciação
 ● custo do m² 
da garagem
 ● estacionamento
Ademais, o automóvel representa também um 
gasto morto em termos sociais. Em média nos 
grandes centros urbanos, as pessoas usam o carro 
no máximo de 1 a 3 horas por dia enquanto se 
deslocam para o trabalho e voltam para casa. No 
restante do dia, o carro está parado e ocupando 
um espaço inútil. Isto é, o carro parado na maior 
parte do dia gera um gasto fixo.
168
Pensemos agora no custo social de milhões de 
automóveis, na necessidade de vias cada vez 
mais largas, de cada vez mais espaços públicos 
destinados aos veículos. Espaços esses que 
poderiam ser áreas de lazer, áreas verdes, lugares 
para convívio entre as pessoas. Que ora são 
asfaltadas, levando à impermeabilização do solo, 
o que produz alagamentos nos períodos em que 
o índice pluviométrico é elevado, calor excessivo 
pelo asfalto, entre outros problemas.
COMPARAÇÃO ENTRE AS ÁREAS 
OCUPADAS PELO MESMO NÚMERO DE 
PESSOAS EM: ÔNIBUS, BICICLETAS E 
AUTOMÓVEIS
Fonte: CYCLING PROMOTION. Canberra Transport Photo. Disponível 
em: https://www.cyclingpromotion.org, acesso em 2019.
169
https://www.cyclingpromotion.org
Quando empresas como Uber e Cabify 
possibilitaram a integração entre aplicativos como 
o Waze ou Google Maps para que as pessoas 
pudessem dirigir em qualquer lugar, oferecendo 
acesso ao transporte a outras pessoas, há 
uma tendência a um sistema de colaboração. 
Os veículos passam a ser usados de forma 
compartilhada pelo proprietário do veículo com 
uma pessoa que precisa se deslocar e acessa a 
plataforma.
Essa lógica possibilitará uma verdadeira revolução 
nos meios de transporte das grandes cidades. E é 
o fato de as pessoas não precisarem mais deter a 
posse sobre itens de consumo que está no cerne 
dessa revolução. A transformação pela qual a 
humanidade passa é possibilitada pela revolução 
tecnológica que se iniciou a partir de meados dos 
anos 2000. Os aplicativos de celulares criados a 
partir de 2007/2008 possibilitaram o início de 
uma mudança na percepção da necessidade de se 
obter a posse sobre as coisas.
II. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
A digitalização que então se iniciou é o 
grande fenômeno do século 21, um processo 
profundamente disruptivo, revolucionário. E a 
revolução está apenas começando. A inteligência 
170
artificial ainda está na fase inicial, mas logo 
promoverá uma profunda transformação na 
indústria 4.0 e na forma como as relações 
econômicas acontecerão no futuro.
Robôs dotados de Inteligência Artificial (I.A.) 
executarão praticamente todas as atividades 
que hoje são exercidas por humanos. De fato 
Inteligência Artificial será capaz de efetuar 
análises econômicas, administrativas, contábeis, 
advocatícias. Terá aplicações diretas na 
engenharia, medicina, odontologia, entre outras 
tantas profissões.
Fonte: Fortune. IBM Watson. Disponível em https://fortune.
com/2016/01/09/ibm-bringing-watson-wine/, acesso em 2019.
Por falar em profissões, ainda não há como 
171
saber quais serão as profissões daqui a 10, 15 
anos. Mas certamente a maioria dos postos 
de trabalho tais como conhecemos hoje 
serão sumariamente extintos. Professores, 
economistas, advogados, administradores, 
contadores, engenheiros todos esses 
profissionais podem estar com os dias contados. 
As profissões da indústria 4.0 ainda não existem, 
não sabemos quais serão. Só para fazer um 
paralelo, por exemplo, no início da década de 
1950 não existia a função de programador de 
sistemas de informação para computadores.
Assim como trabalho braçal foi praticamente 
extinto na chamada Terceira Revolução 
Industrial, em que as linhas de montagem, ao 
incorporar automação industrial, substituíram 
o trabalho manual em larga escala, a maior 
parte do trabalho mental poderá ser extinto na 
indústria 4.0. Não há como saber quais serão 
as profissões do futuro. Mas, por enquanto, 
as máquinas não são capazes de substituir 
o trabalho criativo: música, literatura, artes 
plásticas, teatro...
172
A PROFISSÃO DE TORNEARIA 
MECÂNICA FOI EXTINTA QUANDO 
A INDÚSTRIA PASSOU A USAR A 
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 
(3ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL)
Fonte: The Future of Technology by Kuka Industries Robot & 
Automatic. Disponível em: https://youtu.be/BcItrKUgTnY, acesso em 
2019.
III. ECONOMIA CRIATIVA
A capacidade de conceber novos modelos de 
colaboração está associada à criatividade. Por 
isso, as escolas deveriam estar incentivando mais 
a criatividade e a capacidade de reflexão crítica 
em crianças e adolescentes.
173
https://youtu.be/BcItrKUgTnY
https://youtu.be/BcItrKUgTnY
As escolas deveriam estar incentivando mais a 
criatividade e a capacidade de reflexão crítica 
em nossas crianças e adolescentes.
E qual o impacto que isso tudo terá na economia? 
Há algumas perspectivas positivas. Na primeira 
aula foi abordada a LEI DA ESCASSEZ, 
enfatizando-se o fato de que o ser humano está 
operando no limite da capacidade do planeta 
Terra.
A economia colaborativa tende a introduzir 
novos padrões de comportamento de forma a 
reduzir drasticamente o consumo dos recursos 
naturais. Além disso, a inteligência artificial 
poderá ser decisiva na viabilidade econômica 
da plena reciclagem em escala mundial, de 
forma a praticamente eliminar a produção de 
resíduos industriais e residenciais. As técnicas de 
dessalinização da água poderão levar a acesso 
de água potável à população. As energias 100% 
limpas e renováveis, principalmente eólica e solar, 
poderão estar igualmente acessíveis. O emprego 
da tecnologia da indústria 4.0 com inteligência 
artificial na agricultura poderá levar ao 
desenvolvimento de novas técnicas agricultáveis, 
de forma a erradicar a fome no mundo com 
mínimo impacto sobre o meio ambiente. A 
impressora 3D poderá dar acesso às pessoas 
174
a produção dos próprios bens de consumo, 
também com mínimo impacto ambiental e com 
custo tendendo a zero em termos de transporte e 
logística.
IMPRESSORA 3D SENDO USADA EM 
UMA CONSTRUÇÃO NA FRANÇA
Fonte: BBC. The world’s first family to live in a 3D-printed home. 
Disponível em: https://www.bbc.com/news/technology-44709534, 
(acesso em 2019), 06/07/2018.
IV. VEÍCULOS AUTÔNOMOS E 
DRONES PARA PESSOAS
A mudança no padrão de comportamento 
com relação à posse de automóveis poderá 
levar a uma profunda mudança no sistema de 
175
https://www.bbc.com/news/technology-44709534
transportes. Os veículos funcionarãode forma 
autônoma, dirigidos por inteligência artificial 
de forma autônoma, o que pode praticamente 
erradicar acidentes de trânsito, evitando milhões 
de mortes por ano. Os congestionamentos 
urbanos poderão ser coisa do passado.
VEÍCULOS AUTÔNOMOS + 
COMPARTILHAMENTO: 
O FIM DOS ENGARRAFAMENTOS?
Os transportes ocorrerão por terra e por ar. Já há 
drones para o transporte de pessoas. Em breve 
o uso intensivo desses drones revolucionará 
os meios de transportes em todo mundo. Já 
há protótipos inclusive de drones autônomos. 
Atualmente, drones já são usados para entregas 
em domicílio de comidas, o que provavelmente 
substituirá os motociclistas em um intervalo de 
tempo relativamente curto.
176
DRONE PARA TRANSPORTE DE PESSOAS
Fonte: DW BRASIL. Primeiro drone de passageiros faz voo na China. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sRrCp7JV86A, 
acesso em 2019.
V. O FIM DOS EMPREGOS NA 
INDÚSTRIA 4.0
Uma das grandes preocupações são os empregos. 
De fato, em todas as revoluções tecnológicas 
houve desemprego em massa. E com a indústria 
4.0 não deverá ser diferente. No tocante ao fluxo 
circular de renda abordado na aula 1, a pergunta 
é: de que forma as pessoas consumirão se não 
tiverem empregos?
O fluxo circular de renda “quebrado”: sem 
177
https://www.youtube.com/watch?v=sRrCp7JV86A
https://www.youtube.com/watch?v=sRrCp7JV86A
empregos, como as famílias consumirão os 
produtos e serviços ofertados pelas empresas?
FLUXO CIRCULAR DE RENDA 
NA ERA DA I.A.
Oferta de 
bens e 
serviços 
Demanda 
de bens e 
serviços
Demanda 
de serviços 
dos fatores 
de produção
Oferta de 
serviços dos 
fatores de 
produção
MERCADO DE 
BENS E SERVIÇOS
MERCADO DE 
FATORES DE PRODUÇÃO
FAMÍLIAS EMPRESAS
O desaparecimento dos empregos tal como 
conhecemos é uma possibilidade. Em um 
mundo em que o trabalho humano praticamente 
desapareça, como prover o acesso aos 
recursos básicos às pessoas? Possivelmente, os 
governos serão obrigados a criar algum novo 
modelo de transferência de renda. E esse novo 
modelo enfrentará um problema adicional: 
178
as criptomoedas terão um papel decisivo na 
forma como funcionaram os governos. Uma 
possibilidade é que as famílias passem a prover 
os próprios recursos. O acesso às impressoras 
3D poderá tornar a indústria de transformação 
prescindível.
Como e quando isso tudo acontecerá? A única 
certeza é que as mudanças virão. E é bom 
estarmos preparados para tais mudanças.
179
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS
BONAVIDES, P. Teoria do Estado. 7ª Edição. São 
Paulo: Malheiros Editores, 2008.
CARDIM DE CARVALHO, F. et. ali. Economia 
Monetária e Financeira, teoria e prática. Rio de 
Janeiro: Campus, 2000.
CARNEIRO, R. (org.) Os clássicos da Economia. 
São Paulo: Editora Ática, vol. 2.
DORNBUSCH, R. et. ali. Macroeconomia. 11ª 
Edição. São Paulo: McGrawHill, 2010.
EATON, B. C. EATON, D. F. Microeconomia. 3ª 
Edição. São Paulo: Saraiva, 1999.
GIAMBIAGI, F. ALÉM, A. C. D. Finanças Públicas. 
2ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.
GREMAUD, A. P. et. ali. Manual de Economia. 4ª 
Edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2003.
HUNT, E. K. História do Pensamento Econômico, 
7ª Ed. Rio de Janeiro: Campus, 1981.
KEYNES, J. M. Teoria Geral do Emprego, do Juro e 
da Moeda. São Paulo: Atlas, 1982 (edição original: 
1936).
KRUGMAN, P. OBSTFELD. M Economia 
Internacional. Teoria e Política. 5ª Edição. São 
Paulo: Makron Boonks, 2001.
KUPFER, D. HASENCLEVER L. Economia Industrial: 
Fundamentos Teóricos e Práticas no Brasil. Rio de 
Janeiro: Campus, 2002.
MARX, K. O Capital: crítica da Economia política, 
2ª Ed. São Paulo: Nova Cultural, 1985 (original 
publicado em 1867).
PAULANI, L. M. BRAGA, M. B. A nova 
contabilidade social: uma introdução à 
macroeconomia. 3ª Edição. São Paulo: Saraiva 
2007.
PINDYCK, R. S. RUBINFELD, D. L. Microeconomia, 
5ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
SACHS, J. LARRAIN, B. Macroeconomia - em uma 
economia global. São Paulo. MAKRON Books, 
2000.
STEVAN JÚNIOR, S. L. LEME, M. O. SANTOS, M. 
M. D. Indústria 4.0: fundamentos, perspectivas e 
aplicações. São Paulo: Érica, 2018.
	Sumario01
	Sumario02
	Sumario03
	Sumario04
	Sumario05
	AULA 1
	Introdução a cenários econômicos e indicadores sociais I
	I.	Introdução
	II.	Lei da Escassez
	III.	Fluxo Circular de Renda
	IV.	Ciclos Econômicos e
Formação de Expectativas
	AULA 2
	Introdução a cenários econômicos e indicadores sociais II
	I.	Introdução
	II.	PIB
	III.	PIB per capita
	IV.	Juros
	V.	Taxa de Desocupação
	VI.	Inflação
	VII.	Taxa de câmbio
	VIII.	Índice de Desenvolvimento 
Humano (IDH)
	IX.	Índice de Gini
	AULA 3
	Introdução a cenários econômicos e indicadores sociais III
	I.	Introdução
	II.	Escolaridade
	III.	Sistema tributário brasileiro
	IV.	Regressividade tributária
	V.	Considerações finais
	AULA 4
	Política Fiscal e Monetária I
	I.	Introdução
	II.	As Políticas Macroeconômicas
	III.	A Política Fiscal
	AULA 5
	Política Fiscal e Monetária II
	I.	Execução dos gastos públicos
	II.	O déficit público
	III.	O endividamento público
	AULA 6
	Política Fiscal e Monetária III
	I.	As Funções da Moeda e a Política Monetária
	II.	O Banco Central e os Agregados Monetários
	III.	Instrumentos de Política Monetária
	IV.	Sistema de Metas de Inflação e COPOM
	V.	Mecanismos de transmissão da Política Monetária
	AULA 7
	Contas Externas e Comércio 
Internacional I
	I.	Taxa de câmbio
	II.	Mercado cambial
	III.	Taxa de câmbio e as contas externas
	AULA 8
	Contas Externas e Comércio Internacional II
	I.	Introdução
	II.	Balança comercial
	III.	Balança de serviços
	IV.	Renda primária
	V.	Renda secundária
	VI.	Saldo das transações correntes (ou conta corrente)
	VII.	Conta capital e conta financeira
	VIII.	Reservas cambiais ou 
reservas internacionais
	AULA 9
	Contas Externas e Comércio Internacional III
	I.	Impacto da política cambial sobre as contas externas
	II.	Benefícios do comércio internacional
	III.	Protecionismo
	IV.	Dumping
	V.	Do GATT à OMC
	VI.	Blocos comerciais
	AULA 10
	A Nova Economia e a Transformação Digital I
	I.	Hipertrofia financeira
	II.	Globalização: a “Nova Economia” e a bolha das “Empresas Ponto-Com”
	III.	Do Mundo VUCA à Economia Digital
	IV.	Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) e Ciência e Tecnologia (C&T)
	AULA 11
	A Nova Economia e a Transformação Digital II
	I.	Blockchain 
	II.	Criptomoedas
	AULA 12
	A Nova Economia e a Transformação Digital III
	I.	Da posse ao acesso
	II.	Inteligência Artificial
	III.	Economia criativa
	IV.	Veículos autônomos e drones para pessoas
	V.	O fim dos empregos na indústria 4.0
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Sumario14: 
	Master sumario1: 
	Page 9: Off
	Page 101: Off
	Page 112: Off
	Page 123: Off
	Page 134: Off
	Page 145: Off
	Page 156: Off
	Page 167: Off
	Page 178: Off
	Page 209: Off
	Page 2110: Off
	Page 2211: Off
	Page 2312: Off
	Page 2413: Off
	Page 2514: Off
	Page 2615: Off
	Page 2716: Off
	Page 2817: Off
	Page 2918: Off
	Page 3019: Off
	Page 3120: Off
	Sumario2: 
	Sumario15: 
	Master sumario2: 
	Page 34: Off
	Page 351: Off
	Page 362: Off
	Page 373: Off
	Page 384: Off
	Page 395: Off
	Page 406: Off
	Page 417: Off
	Page 428: Off
	Page 459: Off
	Page 4610: Off
	Page 4711: Off
	Page 4812: Off
	Page 4913: Off
	Page 5014: Off
	Page 5115: Off
	Page 5416: Off
	Page 5517: Off
	Page 5618: Off
	Page 5719: Off
	Page 5820: Off
	Page 5921: Off
	Page 6022: Off
	Page 6123: Off
	Sumario16: 
	Sumario17: 
	Master sumario6: 
	Sumario06: 
	Master sumario3: 
	Page 64: Off
	Page 651: Off
	Page 662: Off
	Page 673: Off
	Page 684: Off
	Page 695: Off
	Page 706: Off
	Page 717: Off
	Page 728: Off
	Page 739: Off
	Page 7410: Off
	Page 7511: Off
	Page 7612: Off
	Page 7913: Off
	Page 8014: Off
	Page 8115: Off
	Page 8216: Off
	Page 8317: Off
	Page 8418: Off
	Page 8519: Off
	Page 8620: Off
	Page 8721: Off
	Page 8822: Off
	Page 8923: Off
	Page 9024: Off
	Page 9325: Off
	Page 9426: Off
	Page 9527: Off
	Page 9628: Off
	Page 9729: Off
	Page 9830: Off
	Page 9931: Off
	Page 10032: Off
	Page 10133: Off
	Page 10234: Off
	Page 10335: Off
	Page 10436: Off
	Page 10537:Off
	Page 10638: Off
	Page 10739: Off
	Page 10840: Off
	Page 10941: Off
	Page 11042: Off
	Page 11143: Off
	Sumario07: 
	Master sumario7: 
	Sumario08: 
	Sumario09: 
	Master sumario4: 
	Page 114: Off
	Page 1151: Off
	Page 1162: Off
	Page 1173: Off
	Page 1184: Off
	Page 1195: Off
	Page 1206: Off
	Page 1217: Off
	Page 1228: Off
	Page 1239: Off
	Page 12410: Off
	Page 12511: Off
	Page 12612: Off
	Page 12713: Off
	Page 12814: Off
	Page 12915: Off
	Page 13016: Off
	Page 13117: Off
	Page 13418: Off
	Page 13519: Off
	Page 13620: Off
	Page 13721: Off
	Page 13822: Off
	Page 13923: Off
	Page 14024: Off
	Page 14125: Off
	Page 14226: Off
	Page 14327: Off
	Page 14428: Off
	Page 14529: Off
	Page 14630: Off
	Page 14731: Off
	Page 14832: Off
	Page 14933: Off
	Sumario010: 
	Master sumario8: 
	Sumario011: 
	Master sumario5: 
	Page 152: Off
	Page 1531: Off
	Page 1542: Off
	Page 1553: Off
	Page 1564: Off
	Page 1575: Off
	Page 1586: Off
	Page 1597: Off
	Page 1608: Off
	Page 1619: Off
	Page 16210: Off
	Page 16311: Off
	Page 16612: Off
	Page 16713: Off
	Page 16814: Off
	Page 16915: Off
	Page 17016: Off
	Page 17117: Off
	Page 17218: Off
	Page 17319: Off
	Page 17420: Off
	Page 17521: Off
	Page 17622: Off
	Page 17723: Off
	Page 17824: Off
	Page 17925: Off
	Sumario12:

Mais conteúdos dessa disciplina