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MPEs ou PMEs são os maiores empregadores do mundo, depois, obviamente, da Administração Pública das nações, inclusive nas nações mais liberais do planeta. São empresas que adentram a mercados onde as grandes corporações não conseguem se sobrepor e, com isso, atuam em nichos específicos de mercados. Veja o caso das empresas born globals que atuam em nicho de mercado selecionadíssimos.
Hoje, a boa doutrina de internacionalização preconiza que a atuação de MPEs no mercado externo é exatamente em nichos onde as grandes empresas multinacionais e transnacionais não terão como atuar, e, como aquelas empresas tem uma menor capilaridade e capacidade financeira, em comparado a estas, precisam de um target de mercado bastante bem definido.
Assim, tendo em vista a explanação do texto, responda o seguinte:
1 - Na sua compreensão há espaço para MPEs brasileiras se tornarem empresas internacionais? 
Sim. O comércio exterior sempre foi um ambiente dominado pelos grandes, porém, nos últimos anos, as empresas de micro e pequeno porte (MPEs) estão ganhando espaço no mercado externo. As MPEs somam 10 milhões de empresas no Brasil e, apesar de terem ampliado o volume de participação no comércio exterior, os resultados financeiros permanecem baixos. Em 2016, empresas brasileiras de todos os portes movimentaram cerca de US$ 185 bilhões com exportação - as MPEs ficaram com apenas 1,1% desse bolo, ou R$ 2 bilhões. As grandes empresas representam 94,1% desse montante, conforme dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Em média, nos últimos três anos, a participação das MPEs nos embarques foi de 0,6%. Para a Associação Brasileira do Comércio Exterior, a variação no câmbio é diretamente responsável pelo insucesso das micro e pequenas empresas nos lucros. "As MPEs não têm preço competitivo, o câmbio varia muito. Se uma empresa de grande porte tem problema, a pequena sofre duas vezes mais".
Apesar do aumento da participação das MPEs no comércio exterior nos últimos anos, a burocracia ainda dificulta a ampliação dos lucros das MPEs, 90% são aduaneiros, ou seja, estão ligados aos trâmites de mercadoria na exportação.
Com a criação do Simples Internacional - que entrou em vigor em dezembro de 2016 - ajudou positivamente no volume de lucro das MPEs nas exportações. Assim como o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições (Simples Nacional), a versão internacional do regime visa unificar e simplificar a arrecadação de impostos e reduzir a tributação de exportação para micro e pequenas empresas. O regime facilita os processos relacionados à tarifação dos produtos, além de facilitar os processos logísticos para as empresas. 
O regime permite que as empresas nomeiem um operador logístico, que tem a missão de realizar as atividades relativas às operações de exportação, entre elas, habilitação, licenciamento administrativo, despacho aduaneiro, consolidação de cargas, contratação de seguro, câmbio, e transporte e armazenamento de mercadoria. Cabe às empresas apenas produzir. Trazendo mais competitividade e força para as MPEs entrarem no mercado internacional. 
2 - Quais as vantagens de as MPEs brasileiras ao utilizarem os consórcios de exportação para o início de sua internacionalização? Indique um caso que você conheça ou pesquise-o.
O consórcio é a reunião de empresas com o objetivo de exportar. Sua vantagem é a redução de custos com prospecção de mercado, confecção de material promocional e obtenção de escala de produção. O que se observa, entretanto, é que esse modelo funciona mais na teoria que na prática. Seu sucesso está condicionado a um alto grau de cooperação entre os produtores, que geralmente desaparece quando não há mercado. Observa-se que os casos de sucesso de consórcio são aqueles que foram criados com o objetivo de atender a uma demanda específica e já identificada. Outro fator que merece menção é que, muitas vezes, a capacitação necessária para vender ao mercado externo é obtida em uma venda para um cliente no mercado interno que possui níveis de exigências internacionais. O fato de estar próxima ao cliente garante a MPE grandes vantagens de custo, em razão de custos de transporte mais baixos e não pagamento de tarifas de importação. Essas vantagens podem levar o comprador a investir na MPE para garantir prazo e qualidade do produto, levando em uma relação ganha-ganha e aumentando a capacidade da MPE, conforme pode ser visto no caso do atendimento a redes de hotéis no Quênia.
· Hotéis 5 estrelas e produtores locais de móveis, Quênia
O caso do atendimento de redes de hotéis cinco estrelas no Quênia por produtores locais de móveis é um exemplo de como o fornecimento para um cliente local com padrão internacional pode ajudar pequenas empresas a aprimorarem seus produtos e ser o primeiro passo para a conquista do mercado externo.
Os hotéis de luxo do Quênia têm participação acionária de empresas estrangeiras e, muitas vezes, estão ligados a cadeias internacionais que fazem com que tenham que atender aos padrões dos hotéis mundiais. Esses hotéis têm a opção de importar os móveis, assim como outros produtos, ou buscar no mercado local. Os produtores locais têm algumas vantagens diante dos estrangeiros e são, de fato, em alguns casos escolhidos como fornecedores por: i) apresentarem custos mais baixo que o importado; ii) serem especializados na produção de móveis com características locais, o que é atraente para hotéis que desejam ter ambientes característicos do país; iii) terem uma maior capacidade em garantir a manutenção, consertos e trocas de produtos em casos de defeitos no pós-venda. Entretanto, tais características não são sufi cientes para garantir que as empresas locais sejam escolhidas como fornecedores. É preciso que elas sejam capazes de atender à qualidade e ao preço desejados. Além disso, muitas vezes a decoração de redes internacionais é padronizada e decidida por decoradores estrangeiros ou nacionais. Isso significa que em algumas circunstâncias os compradores irão trabalhar com produtores locais para aumentar sua demanda e tornar a compra local possível. No entanto, fábricas locais competentes podem ser ignoradas porque as decisões de compra são tomadas por estrangeiros que desconhecem a capacidade local. Um exemplo apresentado por Schneider (1999) revela o potencial que uma relação como essa entre um hotel comprador e a empresa local podem contribuir de forma significativa para o aprimoramento dos fornecedores. Os contratos oferecidos por uma cadeia de hotéis no país eram altamente cooperativos. Os produtores eram convidados a dar opinião sobre o design e especificações do produto. Em caso de projetos importantes, um grupo de engenheiros visitava as fábricas dos fornecedores potenciais e averiguavam suas capacidades antes de decidir para quem conceder o contrato. Geralmente, mais de três empresas eram convidadas para fazer a oferta. O produtor selecionado recebia então visitas do grupo de engenheiros de forma regular provendo assistência sobre organização e controle de qualidade. O apoio era essencialmente sobre como melhorar o ambiente de trabalho e a qualidade do produto. Esse trabalho foi reconhecido e valorizado pelos produtores, embora eles indiquem que nem todos os hotéis e compradores concedam esse tipo de assistência. Embora os benefícios sejam maiores para os produtores, ambos os lados são beneficiados pela parceria, visto que o apoio reduz significativamente os riscos de devolução e entrega fora do prazo.
Um dos benefícios obtidos pelos produtores é que as novas capacidades adquiridas os ajudaram a entrarem em novos mercados, tanto vendendo móveis para consumidores locais, quanto atendendo a contratos de hotéis em países vizinhos. Além disso, a exposição nos hotéis também chamou a atenção de turistas que encomendaram peças para levar aos seus países. O volume total de exportação, entretanto, ainda é pequeno. 
Fonte: SCHNEIDER, D. The Role of Buyer in the Development of the Hotel Furniture Industry in Kenya. IDS working paper 93, Agosto, 1999.

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