Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Introdução à Química Farmacêutica
A química farmacêutica é a ciência que estuda o desenvolvimento, a síntese e a análise de medicamentos. Esta disciplina abrange diversas áreas, incluindo a química orgânica, a bioquímica e a farmacologia.
1
Revisão
5.1. Algumas definições.
• Droga - Toda substância química, exceto alimento, capaz de produzir efeito farmacológico, provocando alterações somáticas e funcionais benéficas ou maléficas.
• Tóxico ou Veneno - Droga ou preparação com drogas que produz efeito
farmacológico maléfico.
• Fármaco - Toda substância de estrutura química bem definida utilizada para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos, para o benefício do organismo receptor.
• Medicamento - Toda substância ou associação de substâncias, de ação
farmacológica benéfica, quando utilizada de acordo com as suas indicações e propriedades.
2
Revisão
A Organização Mundial de Saúde (OMS), não faz distinção entre fármaco e
medicamento.
• Remédio - Tudo aquilo (inclusive o medicamento) que sirva para combater a dor e doenças, mas os leigos usam este termo como sinônimo de medicamento e especialidade farmacêutica.
3
Emprego / Uso dos Fármacos
• Fornecer elementos deficientes no organismo (ex.: vitaminas, sais minerais e
hormônios);
• Prevenção de doenças ou infeções (ex.: soros e vacinas);
• Controle de infecção (ex.: antimicrobianos);
• Bloqueio temporário de uma função normal (ex.: anestésicos);
• Correção de função orgânica desregulada:
-Disfunção: cardiotônicos no tratamento de insuficiência cardíaca congestiva;
-Hipofunção: hidrocortisona no tratamento de insuficiência supra-renal;
-Hiperfunção: metildopa em hipertensão arterial;
• Destoxificação do organismo (ex.: antídotos);
• Agentes auxiliares de diagnóstico (ex.: radiopacos / contraste)
4
Estudos pré-clínicos e clínicos
1
Estudos pré-clínicos
Realizados em modelos animais para avaliar a segurança e eficácia da droga antes de testes em humanos.
2
Fase I
Primeira fase de testes em humanos com um pequeno número de voluntários saudáveis para avaliar segurança e dose.
3
Fase II
Avalia a eficácia da droga em um grupo maior de pacientes com a doença alvo.
4
Fase III
Estudo em larga escala para confirmar a eficácia e segurança da droga em comparação com tratamentos padrão.
5
Aprovação da droga
Após a aprovação, a droga é comercializada e monitorada por efeitos colaterais a longo prazo.
5
Forma química dos fármacos
Compreender a forma química de um fármaco é crucial para o seu desenvolvimento e uso. Essa forma abrange a estrutura molecular, a composição e a estrutura tridimensional do composto. Esses aspectos influenciam diretamente as propriedades farmacológicas, como solubilidade, estabilidade, biodisponibilidade, metabolismo e interações com o alvo biológico.
A forma química também influencia a escolha de vias de administração e a formulação do medicamento. Além disso, o conhecimento da forma química permite otimizar o processo de síntese e purificação do fármaco, garantindo a qualidade e segurança do produto final.
6
Estrutura e propriedades de moléculas farmacêuticas
A estrutura de uma molécula farmacêutica é crucial para sua atividade biológica.
As propriedades físicas e químicas da molécula, como tamanho, forma, polaridade e grupos funcionais, influenciam a maneira como a molécula interage com o corpo e atinge seu alvo.
Propriedades como solubilidade, permeabilidade, estabilidade e farmacocinética também são influenciadas pela estrutura molecular.
 A compreensão dessas propriedades é essencial para o desenvolvimento de fármacos eficazes e seguros.
7
Forma química dos fármacos
Fármacos são ácidos ou bases orgânicas
“Conforme o conceito de Brönsted-Lowry, os ácidos podem ser definidos como aquelas substâncias que doam hidrogênios, entendidos como prótons (H+), enquanto que as bases são aquelas substâncias que aceitam prótons.”
8
Forma química dos fármacos
Fármacos são ácidos ou bases orgânicas, por várias razões são utilizados na forma de sais:
• Modificação de propriedades fisíco-químicas, tais como solubilidade,
estabilidade, fotossensibilidade e características organolépticas;
• Melhoramento da biodisponibilidade, mediante alteração da absorção,
aumento da potência e prolongamento do efeito;
Diclofenaco potássico e diclofenaco sódico não apresentam diferenças farmacodinâmicas (mecanismo de ação), nem farmacocinéticas significantes (Desde que na mesma forma farmacêutica). Ambos são administrados sob a mesma dose e absorvidos na forma ácida (diclofenaco). Ademais, a porção ativa da molécula é o diclofenaco.
Na prática, a diferença entre esses medicamentos é mínima ou quase inexistente. Então, como dito antes, ambos possuem o mesmo mecanismo de ação no organismo e, portanto, as mesmas propriedades farmacológicas. Possuem absorção, excreção, tempo de meia vida e ligação as proteínas plasmáticas muito próximas e/ ou idênticas. Ou seja, são medicamentos bastante parecidos e usados para as mesmas finalidades. 
A principal diferença entre esses medicamentos é a estrutura química do composto (o tamanho e o peso) que são diferentes devido ao Sódio e ao Potássio. Esses íons estão presentes na estrutura do diclofenaco.
Em razão das opções de formas farmacêuticas disponíveis, os produtos comercializados podem diferir quanto ao tempo de início e duração da ação, o que 
nterfere na dose e esquema posológico a serem indicados para cada um deles. Porém, isto não resulta do fato de serem sais diferentes (um sódico e outro potássico).
Dessa forma, as diferentes indicações das formas sódica e potássica do diclofenaco, se devem somente à tecnologia farmacêutica (forma de liberação do fármaco) empregada:
a) forma de liberação imediata: é empregada principalmente como analgésico, pois o comprimido sofre desintegração e dissolução do fármaco no estômago, produzindo início de ação mais rápido e maior pico de concentração plasmática;
b) forma de liberação retardada ou prolongada: é empregada, principalmente, em processos inflamatórios e uso prolongado, pois, o comprimido libera o fármaco de forma mais lenta, produzindo ação prolongada e menor pico de concentração plasmática.
Uma coisa bastante recorrente é que muitas pessoas acreditam que o sódio presente no diclofenaco de sódio é capaz de elevar a pressão arterial e por isso os hipertensos devem usar o diclofenaco de potássio, já adianto que isso NÃO tem base científica, mas abordarei em outro post.
Assim, pode-se dizer que não existe diferença significante capaz de mudar ou alterar a ação do medicamento no organismo. A presença do sódio ou do potássio não altera a eficácia e nem a segurança do diclofenaco! Logo, pacientes hipertensos não precisam substituir o diclofenaco de sódio pelo diclofenaco de potássio mas devem ter cautela em usar qualquer medicamento para o alívio de dores, febres e inchaços como anti-inflamatórios não esteroides (AINES) por outras consequências
hemodinâmicas.
É importante falar também que o diclofenaco pode ser combinado com outros ions além dos já citados, como o dietilamônio e a colestiramina, por exemplo, o complexo diclofenaco com colestiramina, o Flotac (R), é empregado por ter ação mais longa. Segundo o fabricante desse medicamento, o complexo diclofenaco-colestiramina proporciona início de ação mais rápida e de longa duração. Contudo, essa informação não foi confirmada no Martindale, DRUGDEX, USP-DI e nenhum artigo específico foi encontrado no MEDLINE ou IDIS.
9
Forma química dos fármacos
Contudo nem todos os sais são adequados para uso terapêutico, portanto o FDA, aprovou alguns ânions e cátions (orgânicos e metálicos) para tal uso.
• Ânions: acetato, bicarbonato, brometo, cloreto, cloridrato, estearato, fosfato, difosfato, fumarato, glutamato, iodeto, maleato, nitrato, salicilato,
succinato, sulfato, tartarato e outros.
• Cátions orgânicos: benzatina, meglumina e procaína.
• Cátions metálicos: alumínio, cálcio, lítio, magnésio, potássio, sódio e zinco.
Diclofenaco potássicoe diclofenaco sódico não apresentam diferenças farmacodinâmicas (mecanismo de ação), nem farmacocinéticas significantes (Desde que na mesma forma farmacêutica). Ambos são administrados sob a mesma dose e absorvidos na forma ácida (diclofenaco). Ademais, a porção ativa da molécula é o diclofenaco.
Na prática, a diferença entre esses medicamentos é mínima ou quase inexistente. Então, como dito antes, ambos possuem o mesmo mecanismo de ação no organismo e, portanto, as mesmas propriedades farmacológicas. Possuem absorção, excreção, tempo de meia vida e ligação as proteínas plasmáticas muito próximas e/ ou idênticas. Ou seja, são medicamentos bastante parecidos e usados para as mesmas finalidades. 
A principal diferença entre esses medicamentos é a estrutura química do composto (o tamanho e o peso) que são diferentes devido ao Sódio e ao Potássio. Esses íons estão presentes na estrutura do diclofenaco.
Em razão das opções de formas farmacêuticas disponíveis, os produtos comercializados podem diferir quanto ao tempo de início e duração da ação, o que 
nterfere na dose e esquema posológico a serem indicados para cada um deles. Porém, isto não resulta do fato de serem sais diferentes (um sódico e outro potássico).
Dessa forma, as diferentes indicações das formas sódica e potássica do diclofenaco, se devem somente à tecnologia farmacêutica (forma de liberação do fármaco) empregada:
a) forma de liberação imediata: é empregada principalmente como analgésico, pois o comprimido sofre desintegração e dissolução do fármaco no estômago, produzindo início de ação mais rápido e maior pico de concentração plasmática;
b) forma de liberação retardada ou prolongada: é empregada, principalmente, em processos inflamatórios e uso prolongado, pois, o comprimido libera o fármaco de forma mais lenta, produzindo ação prolongada e menor pico de concentração plasmática.
Uma coisa bastante recorrente é que muitas pessoas acreditam que o sódio presente no diclofenaco de sódio é capaz de elevar a pressão arterial e por isso os hipertensos devem usar o diclofenaco de potássio, já adianto que isso NÃO tem base científica, mas abordarei em outro post.
Assim, pode-se dizer que não existe diferença significante capaz de mudar ou alterar a ação do medicamento no organismo. A presença do sódio ou do potássio não altera a eficácia e nem a segurança do diclofenaco! Logo, pacientes hipertensos não precisam substituir o diclofenaco de sódio pelo diclofenaco de potássio mas devem ter cautela em usar qualquer medicamento para o alívio de dores, febres e inchaços como anti-inflamatórios não esteroides (AINES) por outras consequências
hemodinâmicas.
É importante falar também que o diclofenaco pode ser combinado com outros ions além dos já citados, como o dietilamônio e a colestiramina, por exemplo, o complexo diclofenaco com colestiramina, o Flotac (R), é empregado por ter ação mais longa. Segundo o fabricante desse medicamento, o complexo diclofenaco-colestiramina proporciona início de ação mais rápida e de longa duração. Contudo, essa informação não foi confirmada no Martindale, DRUGDEX, USP-DI e nenhum artigo específico foi encontrado no MEDLINE ou IDIS.
10
Ação Biológica
Na ação dos fármacos observam-se 03 fases:
• Fase farmacêutica (fase de exposição): ocorre desintegração da forma em que o fármaco é
administrado. A fração da dose disponível para a absorção constitui medida da disponibilidade
farmacêutica.
• Fase farmacocinética: absorção, distribuição, biotransformação e excreção do fármaco.
A fração da dose que chega à circulação geral é medida da disponibilidade biológica.
• Fase farmacodinâmica: processo de interação do fármaco com seu receptor. Desta interação
resulta um estímulo que, após uma série de fenômenos químicos e bioquímicos,
se traduz no efeito biológico.
11
Metabolismo / Biotransformação
Analgésico/antipirético
Antibacteriano
Anticonvulsivante
Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais
no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto
o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins,
plasma e mucosa intestinal.
12
 Fases do metabolismo
Tem como finalidade torná-los mais polares (menos lipossolúveis) para serem mais facilmente excretados pelos Rins, e para que não fiquem indefinidamente pelo organismo, causando, então, o surgimento de efeitos colaterais e tóxicos, ou seja, fisiologicamente, pode-se dizer que a biotransformação é um mecanismo de defesa do organismo, pois acelera a eliminação de substâncias estranhas do corpo.
Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais
no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto
o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins,
plasma e mucosa intestinal.
13
 Fases do metabolismo
Fase I: fármacos apolares são inativados ou têm sua polaridade aumentada
através de reações de:
• Oxidação: desalogenação, desalquilação, desaminação, hidroxilação, etc..
• Redução: azorredução, nitrorredução, redução aldeídica ou cetônica;
• Hidrólise: desaminação, desesterificação;
• Retirada de grupos (alquílicos) apolares.
Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais
no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto
o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins,
plasma e mucosa intestinal.
14
F>O>N: átomos mais eletronegativos da TP
Muitas ligações de H: solúvel em água
Pré-requisitos para formar LH:
Átomo eletronegativo com pares de elétrons livres
Uma molécula deve conter um átomo eletronegativo ligado COVALENTEMENTE ao Hidrogênio
 Fases do metabolismo
Fase II: compostos polares são inativados por processos de metilação, acilação
ou conjugação com sulfatos, dentre outros. Gera um produto menos tóxico do que o produzido pela Fase I, sendo excretado em uma das seguintes formas: conjugado, oxidado, reduzido, hidrolisado ou inalterado.
Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais
no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto
o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins,
plasma e mucosa intestinal.
17
 Indução e inibição do metabolismo
• Indução Enzimática: Quando um fármaco acelera a biotransformação de outros fármacos e também acelera a sua própria biotransformação, estimulando a síntese de enzimas microssômicas hepáticas. Ex: Barbitúricos, Anticonvulsivantes, Anestésicos gasosos, Hipoglicemiantes orais, Anti-inflamatórios e outros. Explica o surgimento da tolerância, quando da utilização de um fármaco por inteiro.
• Inibição Enzimática: É o inverso da indução, onde certos fármacos, por mecanismos diversos, inibem as enzimas que metabolizam os fármacos, e deste modo prolongam seus efeitos. Ex: Iponiazida, que inibe a MAO, prolongando os efeitos da noradrenalina.
Antidepressivo
Prozac
Vasopressora (aum. a PA no infarto)
É metabolizada pela MAO
Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais
no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto
o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins,
plasma e mucosa intestinal.
20
Interações Medicamentosas
Os anti-ácidos e o sulfato ferroso diminuem a absorção das tetraciclinas, formando quelatos com elas.
Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais
no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto
o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins,
plasma e mucosa intestinal.
21
Interações Medicamentosas
Definição
Interações medicamentosas ocorrem quando a ação de um fármaco é modificada pela presença de outro fármaco, alimento ou substância. Podem ser benéficas, mas geralmente são prejudiciais, alterando a farmacocinética ou farmacodinâmica.
ClassificaçãoFarmacocinéticas
Farmacodinâmicas
Farmacocinéticas alteram a absorção, distribuição, metabolismo ou excreção de um fármaco. Farmacodinâmicas alteram o efeito do fármaco no organismo.
Efeitos
Aumento ou diminuição da eficácia do fármaco, intensificação ou redução de efeitos adversos, desenvolvimento de efeitos tóxicos, redução da biodisponibilidade ou aumento da meia-vida.
Prevenção
Histórico completo de medicamentos e hábitos, monitorização clínica, conhecimento da farmacologia, prescrição e dispensação adequadas, atenção aos alertas de interações.
22
Efeitos adversos e toxicidade
Reações adversas
Reações inesperadas ou indesejadas aos medicamentos podem variar em gravidade, desde leves até graves.
Toxicidade
A toxicidade refere-se aos efeitos prejudiciais causados por doses excessivas de um fármaco.
Fatores de risco
Idade, condição médica pré-existente e interações medicamentosas podem aumentar o risco de efeitos adversos.
Monitorização
O acompanhamento médico e a comunicação aberta sobre efeitos adversos são essenciais para a segurança do paciente.
23
 Reações Adversas / Efeitos Colaterais
Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais
no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto
o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins,
plasma e mucosa intestinal.
24
CLASSIFICAÇÃO DE FÁRMACOS
Estrutura química (ácidos, álcoois, ésteres, amidas, etc.).
Emprego / classe terapêutica (semelhante ao anterior)
Ação farmacológica (fármacos cardiovasculares, antiinflamatórios, etc.)
Mecanismo de ação a nível molecular (fármacos que atuam sobre enzimas, que
suprimem a função gênica, etc. – não são todos os mecanismos conhecidos)
25
 Nomenclatura de fármacos
Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais
no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto
o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins,
plasma e mucosa intestinal.
26
É a combinação de duas ou mais substâncias ativas numa mesma formulação.
Objetivos da associação.
• Potenciação de efeitos (por sinergismo).
• Adição de efeitos (efeito aditivo).
• Inibição de efeitos (por antagonismo)
Associações de fármacos
Vantagens
• Mesmo efeito terapêutico com dose e RAM menores. Ex.: 50 mg/kg do fármaco A são necessários para produzir redução da pressão arterial. Associando-se 5 mg/kg do fármaco A + 5 mg/kg do fármaco B produzem o mesmo efeito e com menos reações adversas.
• Alivívio de sintomas enquanto o fármaco principal exerce seu efeito. Ex. nas infecções respiratórias utiliza-se quimioterápico para curar e um analgésico,
anti-histamínico e descongestionante para aliviar os sintomas.
• Promover profilaxia durante um tratamento com antimicrobiano. Ex. tetraciclina (antibiótico) + nistatina ou anfotericina B (antifúngicos) para tratar de certas infecções bacterianas.
• Tratamentos urgentes, onde não há tempo de se identificar rapidamente o agente infectante.
• Combate à infecções múltiplas. Ex. infecção por bactérias Gram-positivas e Gram-
negativas.
27
Associações de fármacos
Desvantagens
• Nem sempre contêm os fármacos adequados ou a dose adequada;
• Podem interferir com a identificação do agente etiológico;
• Podem conduzir à diagnose descuidada e terapia inadequada;
• Dificilmente é necessário mais de um fármaco para combater uma infecção ou corrigir uma disfunção orgânica;
• Podem potencializar demasiadamente os efeitos de outro;
• Podem promover o surgimento de resistência.
28
Síntese de compostos farmacêuticos
A síntese de compostos farmacêuticos é um processo complexo que envolve a conversão de matérias-primas em moléculas com atividade terapêutica. Essa área da química farmacêutica engloba a pesquisa, desenvolvimento e otimização de rotas sintéticas para a produção eficiente e segura de medicamentos.
A síntese orgânica fornece as ferramentas para a criação de moléculas com propriedades farmacológicas específicas. Os químicos farmacêuticos usam reações químicas para construir moléculas complexas, modificando e aprimorando as estruturas de compostos precursores.
Pesquisa e desenvolvimento
Otimização da rota sintética
Síntese em escala industrial
O processo de síntese envolve várias etapas, desde a pesquisa inicial de novos compostos até a produção em escala industrial.
29
Técnicas de purificação e caracterização
Purificação de Compostos
Técnicas como cristalização, destilação e cromatografia são empregadas para remover impurezas e obter compostos farmacêuticos de alta pureza.
Espectroscopia
Técnicas espectroscópicas como RMN, IV e espectrometria de massas fornecem informações sobre a estrutura e identidade dos compostos.
Cromatografia
A cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) é uma técnica fundamental para a análise e purificação de compostos farmacêuticos.
Microscopia
A microscopia, incluindo MEV e microscopia de força atômica (AFM), permite a visualização da morfologia e estrutura dos fármacos.
30
Relação estrutura e atividade biológica (SAR)
A relação estrutura-atividade (SAR) é um conceito fundamental na química medicinal e na descoberta de fármacos. Ela se concentra na correlação entre a estrutura química de um composto e sua atividade biológica.
O estudo de SAR permite entender como as alterações na estrutura molecular de um fármaco afetam sua capacidade de se ligar a um alvo biológico e produzir o efeito desejado. Essa compreensão é crucial para o desenvolvimento de novos fármacos mais eficazes e seguros.
31
Propriedades Físico-Químicas e Atividade Biológica
Influência das Propriedades
A atividade biológica de um fármaco é fortemente influenciada pelas suas propriedades físico-químicas. Aspectos como solubilidade, polaridade, tamanho e forma molecular, além de características relacionadas à interação com alvos biológicos, como grupos funcionais e centros quirais, desempenham um papel crucial na forma como um fármaco se comporta no organismo, desde a absorção até o seu mecanismo de ação.
Importância da Compreensão
Compreender a relação entre as propriedades físico-químicas e a atividade biológica é fundamental para o desenvolvimento de fármacos eficazes e seguros. A otimização dessas propriedades permite controlar a absorção, distribuição, metabolismo e excreção (ADME) do fármaco, impactando diretamente sua eficácia terapêutica e a minimização de efeitos colaterais.
32
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E ATIVIDADE BIOLÓGICA: Parâmetros utilizados
Parâmetros para analisar a estrutura
Esses parâmetros ajudam a entender a relação entre a estrutura química de um fármaco e sua atividade biológica.
Solubilidade: descreve a capacidade do fármaco de se dissolver em diferentes condições.
Parâmetros eletrônicos: descrevem a distribuição de carga eletrônica na molécula do fármaco.
Parâmetros estéricos: descrevem o tamanho e a forma da molécula do fármaco.
33
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E ATIVIDADE BIOLÓGICA: Parâmetros utilizados
Importância para o design de fármacos
Ao compreender esses parâmetros, os cientistas podem projetar fármacos mais eficazes, seguros e com melhor perfil farmacocinético.
Prever a atividade biológica: os parâmetros ajudam a prever se um composto terá atividade biológica desejada.
Desenvolver novos fármacos: esses parâmetros servem como base para o desenvolvimento de novos fármacos com propriedades aprimoradas.
Compreender a interação fármaco-receptor: eles fornecem informações sobre como o fármaco interage com seu alvo molecular, o receptor.
34
Parâmetros de Solubilidade
Coeficiente de Partição
É a razão das concentrações de um soluto em duas fases imiscíveis em equilíbrio, geralmente água e octanol.
Parâmetros de Solvatação
Medem a interação entre o soluto e o solvente, como a polaridade e a capacidade de formação de ligações de hidrogênio.
Constante de Solubilidade
Representa a solubilidade do soluto em um solvente específico em uma determinadatemperatura.
35
Parâmetros Eletrônicos Empíricos
Devido à natureza parcialmente lipídica das membranas biológicas, a passagem
dos fármacos através das mesmas é facilitada quando apresentam lipossolubilidade
alta.
38
Parâmetros Eletrônicos Empíricos
Esta, passagem é influenciada pelo pH do meio e pelo grau de dissociação ácida (pKa) do fármaco.
Geralmente os fármacos são ácidos fracos ou bases fracas. O grau de dissociação ácida (pKa) do
 fármaco é o valor de pH em que o fármaco encontra-se 50% na sua forma ionizada e 50% na sua forma não
 ionizada.
É um valor calculado a partir das equações de Henderson-Hasselbalch.
Ácidos fracos têm pKa alto e bases fracas têm pKa baixo.
O aumento da ionização aumenta a hidrosolubilidade do fármaco e diminui a sua lipossolubilidade,
 conseqüentemente, dificulta sua absorção e passagem através das barreiras e membranas biológicas.
Em geral, os fármacos atravessam as membranas celulares nas formas não-dissociadas (ionizadas), 
como moléculas íntegras, e atuam nas formas dissociadas (ionizadas).
39
Parâmetros Estéricos
Volume Molecular
O volume molecular refere-se ao espaço ocupado por uma molécula, incluindo os átomos e seus elétrons.
Área Superficial
A área superficial molecular é a medida da área total da superfície de uma molécula, incluindo todos os seus átomos e grupos funcionais.
Forma Molecular
A forma molecular é a geometria tridimensional de uma molécula, determinada pela disposição dos átomos e seus grupos funcionais.
40
Mecanismos de ação de fármacos
Compreender como os fármacos interagem com o corpo é crucial para o desenvolvimento de medicamentos eficazes e seguros.
1
Interação com receptores
União a receptores específicos, desencadeando respostas celulares.
2
Enzimas
Inibição ou ativação de enzimas, interferindo em vias metabólicas.
3
Canais iônicos
Bloqueio ou abertura de canais, alterando o fluxo de íons através das membranas celulares.
4
Outras
Interação com ácidos nucleicos, transporte de moléculas e outras ações.
A compreensão dos mecanismos de ação dos fármacos permite otimizar sua eficácia, minimizar efeitos colaterais e desenvolver novas terapias.
41
Regulamentação e aprovação de medicamentos
Agências Reguladoras
Agências como a ANVISA no Brasil e a FDA nos EUA garantem a segurança e eficácia dos medicamentos.
Estudos Clínicos
Os estudos clínicos são essenciais para avaliar a segurança e eficácia dos medicamentos em humanos.
Aprovação de Medicamentos
Após a aprovação, os medicamentos podem ser comercializados e prescritos por profissionais de saúde.
Monitoramento Pós-Comercialização
O monitoramento contínuo é importante para identificar possíveis efeitos colaterais ou problemas de segurança.
42
Aplicações da Química Computacional
A química computacional tem se tornado uma ferramenta essencial no desenvolvimento de fármacos.
Ela permite estudar a estrutura, propriedades e interações de moléculas, predizendo a atividade biológica e otimizando a síntese de novos compostos.
43
Nanotecnologia em produtos farmacêuticos
A nanotecnologia oferece um campo promissor para a indústria farmacêutica. Ela permite a criação de novos sistemas de administração de medicamentos, aprimorando a biodisponibilidade e a eficácia de fármacos.
Além disso, a nanotecnologia possibilita a criação de novos diagnósticos e terapias mais eficazes para doenças complexas.
44
Biotecnologia e Biofármacos
Engenharia Genética
A biotecnologia utiliza técnicas de engenharia genética para produzir proteínas terapêuticas, como anticorpos monoclonais e hormônios.
Cultura Celular
Células de mamíferos, insetos ou microrganismos são usadas para produzir biofármacos em larga escala.
Biofármacos Vegetais
Plantas geneticamente modificadas são utilizadas para produzir proteínas terapêuticas e vacinas.
Fármacos Biomiméticos
Biomoléculas como peptídeos e ácidos nucléicos são utilizados como fármacos ou para melhorar a entrega de medicamentos.
45
MÉTODOS DE ESTUDAR AS RELAÇÕES ENTRE ESTRUTURA E ATIVIDADE BIOLÓGICA (SAR)
Ensaios Biológicos
Ensaios in vitro e in vivo são realizados para avaliar a atividade biológica de compostos químicos, fornecendo dados sobre sua eficácia e mecanismos de ação.
Modelagem Molecular
Técnicas computacionais como docking e dinâmica molecular são usadas para prever e otimizar a interação entre moléculas e seus alvos biológicos.
Análise de Dados
Análises estatísticas e métodos quimiométricos são aplicados para identificar padrões estruturais e atividade biológica, revelando relações quantitativas estrutura-atividade (QSAR).
Modificações Estruturais
Síntese e avaliação de análogos estruturais permitem investigar o impacto de modificações químicas na atividade biológica, levando à otimização de moléculas.
46
EFEITOS FARMACOLÓGICOS DE GRUPAMENTOS ESPECÍFICOS
Grupos Alquila
Altera a solubilidade e lipofilicidade, influenciando a absorção, distribuição e excreção. Pode aumentar a atividade de fármacos.
Grupos Halogênios
Aumenta a lipofilicidade, facilita a penetração de membranas. Pode afetar o metabolismo, aumentando a meia-vida do fármaco.
Grupos Amina
Podem ser protonados, aumentando a solubilidade em pH ácido. A basicity pode influenciar a ligação a receptores, impactando a atividade.
Grupos Carboxila
Acidez aumenta a solubilidade em pH básico. Podem ser ionizados, impactando a absorção, ligação a proteínas e excreção.
47
ASPECTOS ESTEREOQUÍMICOS DE FÁRMACOS
A estereoquímica é fundamental no estudo de fármacos, pois a forma tridimensional de uma molécula pode influenciar significativamente sua interação com o alvo biológico. Isômeros, moléculas com a mesma fórmula molecular mas com diferentes arranjos espaciais, podem exibir propriedades farmacológicas distintas.
Enantiômeros, um tipo de isômero que é imagem especular um do outro, podem ter atividades farmacológicas diferentes, incluindo potência, duração de ação e efeitos colaterais. A compreensão da estereoquímica de um fármaco é crucial para o desenvolvimento de medicamentos seguros e eficazes.
48
RECEPTORES DE FARMACOS
Proteínas que reconhecem fármacos
Os receptores de fármacos são proteínas que reconhecem e ligam-se a fármacos, desencadeando uma resposta biológica.
Modelo de chave e fechadura
A ligação fármaco-receptor segue o modelo de chave e fechadura, com estruturas moleculares complementares.
Subtipos e especificidade
Os receptores existem em diferentes subtipos, cada um com afinidade e resposta específicas a fármacos.
Tipos de receptores
Existem vários tipos de receptores, incluindo receptores acoplados a proteína G, canais iônicos e receptores nucleares.
49
TEORIAS DA AÇÃO DOS FÁRMACOS
Teoria da Chave-Fechadura
Propõe que fármacos se encaixam em sítios específicos nas proteínas alvo, como uma chave em uma fechadura.
Teoria do Ajuste Induzido
O fármaco e a proteína alvo sofrem alterações conformacionais para otimizar a interação, criando um ajuste perfeito.
Teoria da Interação Molecular
As interações entre o fármaco e a proteína alvo são influenciadas por forças intermoleculares, como ligações de hidrogênio e forças de van der Waals.
50
MECANISMO DE AÇÃO DOS FÁRMACOS
O mecanismo de ação de um fármaco refere-se ao modo como ele interage com o organismo para produzir o seu efeito terapêutico.
1
Interação com o alvo
O fármaco liga-se ao seu alvo, um receptor, enzima ou outra molécula.
2
Alterações celulares
A ligação do fármaco ao alvo desencadeia uma cascata de eventos que altera a atividade celular.
3
Efeito farmacológico
A alteração da atividade celular resulta no efeito farmacológico desejado.
4
Resposta terapêutica
O efeito farmacológico produz a resposta terapêutica desejada.
A compreensão do mecanismo de ação de um fármaco é crucial para o desenvolvimento e otimização de novos medicamentos, bem como para a previsão e gestão de efeitos adversos.
51
Integração da Química Farmacêutica com Outras Áreas
A química farmacêutica é uma ciência multidisciplinar,com forte interação com diversas áreas, como a biologia, a bioquímica, a farmacologia, a medicina e a engenharia.
A colaboração entre essas áreas permite o desenvolvimento de novos fármacos mais eficazes e seguros, além de avanços na compreensão dos mecanismos de ação e na otimização de formulações.
Exemplos: biotecnologia (biofármacos), química computacional (descoberta de fármacos), nanotecnologia (sistemas de liberação controlados).
52
Definição de Anestésicos Locais e Gerais
Anestésicos Locais
Anestésicos locais são medicamentos que bloqueiam temporariamente a transmissão de impulsos nervosos em uma área específica do corpo, resultando na perda de sensibilidade à dor, temperatura e tato.
Anestésicos Gerais
Anestésicos gerais são medicamentos que induzem um estado de inconsciência reversível, perda de sensibilidade à dor, relaxamento muscular e amnésia, permitindo a realização de procedimentos cirúrgicos.
53
Histórico dos Anestésicos
1
Antiguidade
O uso de plantas com propriedades anestésicas é registrado desde a antiguidade. Civilizações antigas usavam ervas e ópio para aliviar a dor durante cirurgias e procedimentos médicos.
2
Século XIX
A descoberta do éter etílico, em 1842, revolucionou a medicina. O éter foi o primeiro anestésico geral amplamente utilizado, permitindo cirurgias mais complexas e seguras.
3
Século XX
No século XX, foram desenvolvidos novos anestésicos, como o clorofórmio, óxido nitroso e outros anestésicos locais. Esses avanços permitiram maior precisão e controle na anestesia.
54
Classificação dos Anestésicos Locais
Classificação por Via de Administração
Os anestésicos locais podem ser classificados de acordo com a via de administração, como tópica, injetada ou aplicada em mucosas.
Classificação por Tempo de Ação
O tempo de ação dos anestésicos locais pode variar dependendo da duração da analgesia, com classificações como curta, média e longa duração.
Classificação por Estrutura Química
A estrutura química é um critério importante para classificar os anestésicos locais, dividindo-os em famílias como ésteres e amidas.
55
Estrutura química dos anestésicos locais
Os anestésicos locais são moléculas orgânicas com uma estrutura química específica que permite que eles bloqueiem a condução de impulsos nervosos.
Geralmente, a estrutura dos anestésicos locais consiste em três partes principais: um grupo aromático, uma cadeia intermediária e um grupo amina.
O grupo aromático é responsável pela lipossolubilidade da molécula, permitindo que ela penetre nas membranas celulares dos nervos.
A cadeia intermediária é uma cadeia hidrofóbica que influencia a potência e a duração da ação do anestésico.
O grupo amina é carregado positivamente em pH fisiológico, permitindo que a molécula interaja com o receptor na membrana celular do nervo.
56
Mecanismo de ação dos anestésicos locais
Os anestésicos locais atuam bloqueando a condução nervosa, impedindo a transmissão de impulsos nervosos para o cérebro.
1
Bloqueio dos canais de sódio
Os anestésicos locais ligam-se aos canais de sódio voltagem-dependentes, bloqueando o fluxo de sódio para dentro do neurônio.
2
Redução da permeabilidade da membrana
A ligação do anestésico local impede a despolarização da membrana neuronal, necessária para a propagação do impulso nervoso.
3
Inibição da condução nervosa
O bloqueio da condução nervosa impede a transmissão de sinais de dor, temperatura e tato.
O bloqueio dos canais de sódio é dependente da concentração do anestésico local e do tipo de fibra nervosa.
57
Farmacocinética dos Anestésicos Locais
A farmacocinética dos anestésicos locais engloba os processos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção desses fármacos no organismo.
A absorção é influenciada por diversos fatores, incluindo o local de aplicação, a vascularização da região, o tipo de formulação e a presença de vasoconstrictores.
A distribuição dos anestésicos locais se dá principalmente pelo sangue, com maior afinidade por tecidos ricos em lipídios, como o sistema nervoso central.
O metabolismo dos anestésicos locais ocorre principalmente no fígado, com a formação de metabólitos inativos que são excretados pela urina.
58
Propriedades físico-químicas dos anestésicos locais
1
Lipossolubilidade
A capacidade de um anestésico local atravessar membranas celulares e alcançar o sítio de ação é crucial. Anestésicos locais mais lipossolúveis têm maior afinidade por tecidos lipídicos, como o sistema nervoso, e são mais eficazes.
2
Ionização
A maioria dos anestésicos locais são bases fracas, existindo em equilíbrio entre formas ionizadas e não ionizadas. A forma não ionizada é mais lipossolúvel e atravessa as membranas celulares mais facilmente, enquanto a forma ionizada bloqueia os canais de sódio.
3
PKa
O pKa de um anestésico local influencia a sua capacidade de penetrar nos tecidos e atingir o sítio de ação. Anestésicos locais com pKa mais baixo têm maior proporção de moléculas não ionizadas em pH fisiológico, aumentando a sua eficácia.
4
Estabilidade
A estabilidade química e a duração da ação de um anestésico local são importantes para a sua eficácia. A degradação ou decomposição do anestésico local pode reduzir a sua ação e aumentar o risco de efeitos adversos.
59
Exemplos de anestésicos locais
Anestésicos locais de uso comum
Lidocaína
Bupivacaína
Prilocaína
Tetracaína
Mepivacaína
Articaína
Anestésicos tópicos
Benzocaína
Lidocaína tópica
Prilocaína tópica
60
Usos clínicos dos anestésicos locais
Odontologia
Anestésicos locais são amplamente utilizados em procedimentos odontológicos, como extrações, obturações e cirurgias.
Cirurgia
Anestésicos locais são usados para bloquear a dor em procedimentos cirúrgicos menores, como biopsias e suturas.
Infiltração
A infiltração local de anestésicos é utilizada em procedimentos como suturas, drenagens e biópsias.
Diagnóstico
A aplicação de anestésicos locais pode ser utilizada para diagnosticar determinadas condições, como a presença de dor miofascial.
61
Efeitos Adversos dos Anestésicos Locais
Reações Alérgicas
As reações alérgicas são relativamente raras, mas podem ocorrer. Os sintomas incluem coceira, erupção cutânea e inchaço.
Dor e Inchaço
Alguns pacientes podem experimentar dor e inchaço no local da injeção, que geralmente desaparecem em poucas horas.
Efeitos Sistêmicos
Em casos raros, o anestésico local pode entrar na corrente sanguínea e causar efeitos sistêmicos, como tontura, náusea e vômito.
Problemas Respiratórios
Em casos mais graves, o anestésico local pode afetar a capacidade de respirar, necessitando de cuidados médicos imediatos.
62
Interações medicamentosas com anestésicos locais
Antibióticos
Alguns antibióticos, como a eritromicina, podem aumentar o risco de efeitos adversos dos anestésicos locais, como a toxicidade.
Medicamentos cardíacos
Beta-bloqueadores podem aumentar a duração e a intensidade do bloqueio neuromuscular induzido por anestésicos locais.
Relaxantes musculares
A administração concomitante de relaxantes musculares e anestésicos locais pode aumentar o risco de depressão respiratória.
63
Cuidados na administração de anestésicos locais
1
1. Avaliação Completa
É essencial realizar uma avaliação completa do paciente, incluindo histórico médico, alergias e condições pré-existentes.
2
2. Escolha Adequada
Selecionar a droga apropriada e a concentração correta com base no procedimento, local da aplicação e condições do paciente.
3
3. Técnica Asséptica
Manter rigorosa técnica asséptica para minimizar o risco de infecção, principalmente durante a injeção.
4
4. Monitoramento Constante
Monitorar o paciente durante e após a aplicação, observando sinais de efeitos adversos, como reações alérgicas ou toxicidade.
64
Definição de Anestésicos Gerais
Estado de inconsciência reversível
Anestésicos gerais induzem um estado de inconsciência reversível, caracterizado por perda da consciência, amnésia, analgesia, relaxamento muscular e diminuição dos reflexos.
Administração porvias diversas
Podem ser administrados por via intravenosa, inalatória ou retal, dependendo do tipo de procedimento e das características do paciente.
65
Classificação dos Anestésicos Gerais
Inalatórios
Gases ou líquidos voláteis que são inalados pelo paciente. Os exemplos incluem óxido nitroso, éter dietílico, halotano e isoflurano.
Intravenosos
Administrados por injeção intravenosa, agindo rapidamente e permitindo o controle preciso da profundidade da anestesia. Exemplos incluem propofol, tiopental e cetamina.
Outros
Outros métodos incluem a anestesia regional, como bloqueio de nervos periféricos ou raquidiana. A anestesia local é geralmente usada em combinação com a geral.
66
Mecanismo de ação dos anestésicos gerais
Interação com receptores
Os anestésicos gerais interagem com receptores específicos no sistema nervoso central, principalmente no córtex cerebral e no tronco encefálico, alterando a atividade neuronal.
Modulação da neurotransmissão
A interação com os receptores influencia a neurotransmissão, interferindo na sinalização sináptica e na transmissão de impulsos nervosos, levando à depressão do sistema nervoso central.
Efeitos na membrana celular
Alguns anestésicos gerais também podem afetar a fluidez da membrana celular, alterando a permeabilidade e a função das proteínas de membrana, contribuindo para a ação anestésica.
67
Farmacocinética dos Anestésicos Gerais
A farmacocinética dos anestésicos gerais envolve os processos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção desses medicamentos no corpo.
A absorção dos anestésicos gerais ocorre principalmente pelos pulmões, onde eles são rapidamente absorvidos e distribuídos para o cérebro e outros órgãos.
O metabolismo dos anestésicos gerais varia de acordo com o tipo de fármaco, sendo que alguns são metabolizados no fígado, enquanto outros são excretados inalterados pelos rins.
A excreção dos anestésicos gerais ocorre principalmente pelos rins e pelos pulmões.
68
Propriedades físico-químicas dos anestésicos gerais
Volatilidade
Os anestésicos gerais são tipicamente líquidos voláteis, o que permite sua rápida evaporação e administração por inalação, facilitando o controle da profundidade da anestesia.
Solubilidade
A solubilidade dos anestésicos gerais nos tecidos influencia a velocidade de início e recuperação da anestesia, com compostos mais solúveis em gordura tendo um início mais lento e recuperação mais prolongada.
Coeficiente de Partição Sangue-Ar
Esta propriedade determina a velocidade com que o anestésico se difunde do sangue para os tecidos, influenciando a duração da anestesia.
69
Exemplos de anestésicos gerais
Gases Inalatórios
O óxido nitroso, o halotano, o isoflurano, o sevoflurano e o desflurano são gases que atuam no sistema nervoso central, induzindo a inconsciência e relaxamento muscular.
Anestésicos Injetáveis
Propofol, tiopental sódico, etomidato e cetamina são exemplos de anestésicos injetáveis que agem rapidamente e proporcionam a indução anestésica, geralmente em procedimentos de curta duração.
70
Usos clínicos dos anestésicos gerais
Cirurgias
Anestésicos gerais são usados para induzir e manter o estado de inconsciência durante procedimentos cirúrgicos de diferentes especialidades, garantindo a analgesia e a imobilidade do paciente.
Procedimentos invasivos
São usados em procedimentos como endoscopias, biópsias e cateterismos, proporcionando sedação e relaxamento muscular, além de minimizar o desconforto do paciente.
Cuidados intensivos
Em casos de emergência, anestésicos gerais podem ser utilizados para intubar pacientes com dificuldade respiratória ou para controlar convulsões graves.
Outras aplicações
Os anestésicos gerais também são usados em procedimentos odontológicos complexos, como cirurgias bucais, e em tratamentos de emergência, como a redução de luxações ou a administração de sedação para crianças.
71
Efeitos Adversos dos Anestésicos Gerais
Náusea e Vômito
Ocorrem em até 30% dos pacientes, com maior probabilidade em mulheres e não fumantes. Medicamentos antieméticos podem ser administrados para prevenir ou reduzir estes efeitos.
Hipotensão
É um efeito comum, geralmente relacionado ao relaxamento muscular e à vasodilatação induzidos pelos anestésicos. Monitorização rigorosa da pressão arterial é essencial para o manejo adequado.
Malária
Os anestésicos gerais podem causar malária, um estado de confusão e desorientação após a recuperação da anestesia. A duração e a intensidade variam dependendo do paciente e do fármaco utilizado.
Riscos Respiratórios
A depressão respiratória é uma preocupação importante, especialmente em pacientes com doenças pulmonares pré-existentes. A ventilação mecânica pode ser necessária para garantir a oxigenação adequada.
72
Interações medicamentosas com anestésicos gerais
Interações medicamentosas
A interação com outros medicamentos pode alterar a ação dos anestésicos gerais, aumentando o risco de efeitos colaterais.
Efeitos cardiovasculares
Alguns medicamentos podem afetar o ritmo cardíaco, o que pode ser perigoso durante a anestesia geral.
Efeitos respiratórios
Alguns medicamentos podem diminuir a função respiratória, aumentando o risco de complicações durante a anestesia.
73
Cuidados na administração de anestésicos gerais
Monitorização rigorosa
A monitorização constante dos sinais vitais do paciente é crucial para garantir sua segurança durante a anestesia geral.
Equipamentos adequados
O uso de equipamentos de anestesia adequados e bem calibrados é fundamental para a administração segura e eficaz dos anestésicos.
Equipe qualificada
A presença de uma equipe médica experiente e qualificada é essencial para lidar com possíveis complicações durante a anestesia.
Recuperação pós-anestésica
O monitoramento e acompanhamento do paciente após a anestesia garantem uma recuperação segura e tranquila.
74
Diferenças entre anestésicos locais e gerais
Localização da ação
Anestésicos locais atuam em áreas específicas, bloqueando a transmissão de sinais nervosos. Anestésicos gerais agem no sistema nervoso central, induzindo inconsciência e analgesia.
Duração do efeito
Anestésicos locais produzem efeito temporário, enquanto anestésicos gerais causam perda de consciência por tempo determinado.
Administração
Anestésicos locais são administrados tópica, infiltrativa ou em bloco, enquanto anestésicos gerais são administrados via inalatória ou intravenosa.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais dos anestésicos locais são geralmente menos graves e mais localizados. Os efeitos colaterais dos anestésicos gerais podem ser mais abrangentes e sérios.
75
Considerações éticas no uso de anestésicos
Consentimento Informado
O paciente deve ser informado dos riscos e benefícios da anestesia, e sua decisão deve ser respeitada.
Equidade e Acesso
O acesso à anestesia deve ser equitativo, garantindo que todos tenham acesso a cuidados seguros e eficazes.
Confidencialidade e Privacidade
A informação médica do paciente deve ser mantida em sigilo e protegida, e sua privacidade deve ser respeitada.
Pesquisa e Inovação
A pesquisa em anestesia deve ser conduzida de forma ética, com foco na segurança e bem-estar do paciente.
76
Avanços e tendências futuras em anestesiologia
1
Anestésicos personalizados
Desenho de fármacos específicos para cada paciente.
2
Anestesia robotizada
Robôs realizando procedimentos de anestesia.
3
Realidade virtual
Imersão em ambientes virtuais para gerenciar a dor.
4
Inteligência artificial
Predição de necessidades e otimização de doses.
A anestesiologia está em constante evolução, com novas tecnologias e técnicas sendo desenvolvidas para melhorar a segurança e o conforto dos pacientes. A busca por tratamentos individualizados e menos invasivos impulsiona a pesquisa e o desenvolvimento de novas abordagens.
77
Conclusão e resumo dos principais pontos
Anestésicos Locais e Gerais
Compreender a química farmacêutica de anestésicos locais e gerais é crucial para a prática médica.Mecanismos de Ação
Os anestésicos atuam no sistema nervoso, bloqueando a transmissão de sinais de dor.
Aplicações Clínicas
A escolha do anestésico depende do tipo de procedimento e das necessidades do paciente.
Considerações Éticas
O uso seguro e eficaz de anestésicos requer conhecimento aprofundado e responsabilidade profissional.
78
image1.png
image2.png
image3.png
image4.png
image5.png
image6.png
image7.png
image8.png
image9.png
image10.jpg
image11.png
image12.png
image13.jpg
image14.jpg
image15.png
image16.png
image17.png
image18.png
image19.png
image20.jpg
image21.png
image22.png
image23.png
image24.png
image25.png
image26.png
image27.png
image28.png
image29.png
image30.png
image31.png
image32.png
image33.png
image34.png
image35.png
image36.png
image37.png
image38.jpg
image39.png
image40.png
image41.png
image42.png
image43.png
image44.png
image45.png
image46.png
image47.png
image48.png
image49.png
image50.png
image51.png
image52.png
image53.png
image54.png
image55.png
image56.png
image57.png
image58.png
image59.png
image60.png
image61.png
image62.png
image63.png
image64.png
image65.png
image66.png
image67.png
image68.png
image69.png
image70.png
image71.png
image72.png
image73.png
image74.png
image75.png
image76.png
image77.png
image78.png
image79.png
image80.png
image81.png
image82.png
image83.png
image84.png
image85.png
image86.png
image87.png
image88.png
image89.png
image90.png
image91.png
image92.png
image93.png
image94.png
image95.png
image96.png
image97.png
image98.png
image99.png
image100.png
image101.png
image102.png
image103.png
image104.png
image105.png
image106.png
image107.png
image108.png
image109.png
image110.png
image111.png
image112.png
image113.png
image114.png
image115.png
image116.png
image117.png
image118.png
image119.png
image120.png
image121.png
image122.png
image123.png
image124.png

Mais conteúdos dessa disciplina