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Introdução à Química Farmacêutica A química farmacêutica é a ciência que estuda o desenvolvimento, a síntese e a análise de medicamentos. Esta disciplina abrange diversas áreas, incluindo a química orgânica, a bioquímica e a farmacologia. 1 Revisão 5.1. Algumas definições. • Droga - Toda substância química, exceto alimento, capaz de produzir efeito farmacológico, provocando alterações somáticas e funcionais benéficas ou maléficas. • Tóxico ou Veneno - Droga ou preparação com drogas que produz efeito farmacológico maléfico. • Fármaco - Toda substância de estrutura química bem definida utilizada para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos, para o benefício do organismo receptor. • Medicamento - Toda substância ou associação de substâncias, de ação farmacológica benéfica, quando utilizada de acordo com as suas indicações e propriedades. 2 Revisão A Organização Mundial de Saúde (OMS), não faz distinção entre fármaco e medicamento. • Remédio - Tudo aquilo (inclusive o medicamento) que sirva para combater a dor e doenças, mas os leigos usam este termo como sinônimo de medicamento e especialidade farmacêutica. 3 Emprego / Uso dos Fármacos • Fornecer elementos deficientes no organismo (ex.: vitaminas, sais minerais e hormônios); • Prevenção de doenças ou infeções (ex.: soros e vacinas); • Controle de infecção (ex.: antimicrobianos); • Bloqueio temporário de uma função normal (ex.: anestésicos); • Correção de função orgânica desregulada: -Disfunção: cardiotônicos no tratamento de insuficiência cardíaca congestiva; -Hipofunção: hidrocortisona no tratamento de insuficiência supra-renal; -Hiperfunção: metildopa em hipertensão arterial; • Destoxificação do organismo (ex.: antídotos); • Agentes auxiliares de diagnóstico (ex.: radiopacos / contraste) 4 Estudos pré-clínicos e clínicos 1 Estudos pré-clínicos Realizados em modelos animais para avaliar a segurança e eficácia da droga antes de testes em humanos. 2 Fase I Primeira fase de testes em humanos com um pequeno número de voluntários saudáveis para avaliar segurança e dose. 3 Fase II Avalia a eficácia da droga em um grupo maior de pacientes com a doença alvo. 4 Fase III Estudo em larga escala para confirmar a eficácia e segurança da droga em comparação com tratamentos padrão. 5 Aprovação da droga Após a aprovação, a droga é comercializada e monitorada por efeitos colaterais a longo prazo. 5 Forma química dos fármacos Compreender a forma química de um fármaco é crucial para o seu desenvolvimento e uso. Essa forma abrange a estrutura molecular, a composição e a estrutura tridimensional do composto. Esses aspectos influenciam diretamente as propriedades farmacológicas, como solubilidade, estabilidade, biodisponibilidade, metabolismo e interações com o alvo biológico. A forma química também influencia a escolha de vias de administração e a formulação do medicamento. Além disso, o conhecimento da forma química permite otimizar o processo de síntese e purificação do fármaco, garantindo a qualidade e segurança do produto final. 6 Estrutura e propriedades de moléculas farmacêuticas A estrutura de uma molécula farmacêutica é crucial para sua atividade biológica. As propriedades físicas e químicas da molécula, como tamanho, forma, polaridade e grupos funcionais, influenciam a maneira como a molécula interage com o corpo e atinge seu alvo. Propriedades como solubilidade, permeabilidade, estabilidade e farmacocinética também são influenciadas pela estrutura molecular. A compreensão dessas propriedades é essencial para o desenvolvimento de fármacos eficazes e seguros. 7 Forma química dos fármacos Fármacos são ácidos ou bases orgânicas “Conforme o conceito de Brönsted-Lowry, os ácidos podem ser definidos como aquelas substâncias que doam hidrogênios, entendidos como prótons (H+), enquanto que as bases são aquelas substâncias que aceitam prótons.” 8 Forma química dos fármacos Fármacos são ácidos ou bases orgânicas, por várias razões são utilizados na forma de sais: • Modificação de propriedades fisíco-químicas, tais como solubilidade, estabilidade, fotossensibilidade e características organolépticas; • Melhoramento da biodisponibilidade, mediante alteração da absorção, aumento da potência e prolongamento do efeito; Diclofenaco potássico e diclofenaco sódico não apresentam diferenças farmacodinâmicas (mecanismo de ação), nem farmacocinéticas significantes (Desde que na mesma forma farmacêutica). Ambos são administrados sob a mesma dose e absorvidos na forma ácida (diclofenaco). Ademais, a porção ativa da molécula é o diclofenaco. Na prática, a diferença entre esses medicamentos é mínima ou quase inexistente. Então, como dito antes, ambos possuem o mesmo mecanismo de ação no organismo e, portanto, as mesmas propriedades farmacológicas. Possuem absorção, excreção, tempo de meia vida e ligação as proteínas plasmáticas muito próximas e/ ou idênticas. Ou seja, são medicamentos bastante parecidos e usados para as mesmas finalidades. A principal diferença entre esses medicamentos é a estrutura química do composto (o tamanho e o peso) que são diferentes devido ao Sódio e ao Potássio. Esses íons estão presentes na estrutura do diclofenaco. Em razão das opções de formas farmacêuticas disponíveis, os produtos comercializados podem diferir quanto ao tempo de início e duração da ação, o que nterfere na dose e esquema posológico a serem indicados para cada um deles. Porém, isto não resulta do fato de serem sais diferentes (um sódico e outro potássico). Dessa forma, as diferentes indicações das formas sódica e potássica do diclofenaco, se devem somente à tecnologia farmacêutica (forma de liberação do fármaco) empregada: a) forma de liberação imediata: é empregada principalmente como analgésico, pois o comprimido sofre desintegração e dissolução do fármaco no estômago, produzindo início de ação mais rápido e maior pico de concentração plasmática; b) forma de liberação retardada ou prolongada: é empregada, principalmente, em processos inflamatórios e uso prolongado, pois, o comprimido libera o fármaco de forma mais lenta, produzindo ação prolongada e menor pico de concentração plasmática. Uma coisa bastante recorrente é que muitas pessoas acreditam que o sódio presente no diclofenaco de sódio é capaz de elevar a pressão arterial e por isso os hipertensos devem usar o diclofenaco de potássio, já adianto que isso NÃO tem base científica, mas abordarei em outro post. Assim, pode-se dizer que não existe diferença significante capaz de mudar ou alterar a ação do medicamento no organismo. A presença do sódio ou do potássio não altera a eficácia e nem a segurança do diclofenaco! Logo, pacientes hipertensos não precisam substituir o diclofenaco de sódio pelo diclofenaco de potássio mas devem ter cautela em usar qualquer medicamento para o alívio de dores, febres e inchaços como anti-inflamatórios não esteroides (AINES) por outras consequências hemodinâmicas. É importante falar também que o diclofenaco pode ser combinado com outros ions além dos já citados, como o dietilamônio e a colestiramina, por exemplo, o complexo diclofenaco com colestiramina, o Flotac (R), é empregado por ter ação mais longa. Segundo o fabricante desse medicamento, o complexo diclofenaco-colestiramina proporciona início de ação mais rápida e de longa duração. Contudo, essa informação não foi confirmada no Martindale, DRUGDEX, USP-DI e nenhum artigo específico foi encontrado no MEDLINE ou IDIS. 9 Forma química dos fármacos Contudo nem todos os sais são adequados para uso terapêutico, portanto o FDA, aprovou alguns ânions e cátions (orgânicos e metálicos) para tal uso. • Ânions: acetato, bicarbonato, brometo, cloreto, cloridrato, estearato, fosfato, difosfato, fumarato, glutamato, iodeto, maleato, nitrato, salicilato, succinato, sulfato, tartarato e outros. • Cátions orgânicos: benzatina, meglumina e procaína. • Cátions metálicos: alumínio, cálcio, lítio, magnésio, potássio, sódio e zinco. Diclofenaco potássicoe diclofenaco sódico não apresentam diferenças farmacodinâmicas (mecanismo de ação), nem farmacocinéticas significantes (Desde que na mesma forma farmacêutica). Ambos são administrados sob a mesma dose e absorvidos na forma ácida (diclofenaco). Ademais, a porção ativa da molécula é o diclofenaco. Na prática, a diferença entre esses medicamentos é mínima ou quase inexistente. Então, como dito antes, ambos possuem o mesmo mecanismo de ação no organismo e, portanto, as mesmas propriedades farmacológicas. Possuem absorção, excreção, tempo de meia vida e ligação as proteínas plasmáticas muito próximas e/ ou idênticas. Ou seja, são medicamentos bastante parecidos e usados para as mesmas finalidades. A principal diferença entre esses medicamentos é a estrutura química do composto (o tamanho e o peso) que são diferentes devido ao Sódio e ao Potássio. Esses íons estão presentes na estrutura do diclofenaco. Em razão das opções de formas farmacêuticas disponíveis, os produtos comercializados podem diferir quanto ao tempo de início e duração da ação, o que nterfere na dose e esquema posológico a serem indicados para cada um deles. Porém, isto não resulta do fato de serem sais diferentes (um sódico e outro potássico). Dessa forma, as diferentes indicações das formas sódica e potássica do diclofenaco, se devem somente à tecnologia farmacêutica (forma de liberação do fármaco) empregada: a) forma de liberação imediata: é empregada principalmente como analgésico, pois o comprimido sofre desintegração e dissolução do fármaco no estômago, produzindo início de ação mais rápido e maior pico de concentração plasmática; b) forma de liberação retardada ou prolongada: é empregada, principalmente, em processos inflamatórios e uso prolongado, pois, o comprimido libera o fármaco de forma mais lenta, produzindo ação prolongada e menor pico de concentração plasmática. Uma coisa bastante recorrente é que muitas pessoas acreditam que o sódio presente no diclofenaco de sódio é capaz de elevar a pressão arterial e por isso os hipertensos devem usar o diclofenaco de potássio, já adianto que isso NÃO tem base científica, mas abordarei em outro post. Assim, pode-se dizer que não existe diferença significante capaz de mudar ou alterar a ação do medicamento no organismo. A presença do sódio ou do potássio não altera a eficácia e nem a segurança do diclofenaco! Logo, pacientes hipertensos não precisam substituir o diclofenaco de sódio pelo diclofenaco de potássio mas devem ter cautela em usar qualquer medicamento para o alívio de dores, febres e inchaços como anti-inflamatórios não esteroides (AINES) por outras consequências hemodinâmicas. É importante falar também que o diclofenaco pode ser combinado com outros ions além dos já citados, como o dietilamônio e a colestiramina, por exemplo, o complexo diclofenaco com colestiramina, o Flotac (R), é empregado por ter ação mais longa. Segundo o fabricante desse medicamento, o complexo diclofenaco-colestiramina proporciona início de ação mais rápida e de longa duração. Contudo, essa informação não foi confirmada no Martindale, DRUGDEX, USP-DI e nenhum artigo específico foi encontrado no MEDLINE ou IDIS. 10 Ação Biológica Na ação dos fármacos observam-se 03 fases: • Fase farmacêutica (fase de exposição): ocorre desintegração da forma em que o fármaco é administrado. A fração da dose disponível para a absorção constitui medida da disponibilidade farmacêutica. • Fase farmacocinética: absorção, distribuição, biotransformação e excreção do fármaco. A fração da dose que chega à circulação geral é medida da disponibilidade biológica. • Fase farmacodinâmica: processo de interação do fármaco com seu receptor. Desta interação resulta um estímulo que, após uma série de fenômenos químicos e bioquímicos, se traduz no efeito biológico. 11 Metabolismo / Biotransformação Analgésico/antipirético Antibacteriano Anticonvulsivante Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins, plasma e mucosa intestinal. 12 Fases do metabolismo Tem como finalidade torná-los mais polares (menos lipossolúveis) para serem mais facilmente excretados pelos Rins, e para que não fiquem indefinidamente pelo organismo, causando, então, o surgimento de efeitos colaterais e tóxicos, ou seja, fisiologicamente, pode-se dizer que a biotransformação é um mecanismo de defesa do organismo, pois acelera a eliminação de substâncias estranhas do corpo. Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins, plasma e mucosa intestinal. 13 Fases do metabolismo Fase I: fármacos apolares são inativados ou têm sua polaridade aumentada através de reações de: • Oxidação: desalogenação, desalquilação, desaminação, hidroxilação, etc.. • Redução: azorredução, nitrorredução, redução aldeídica ou cetônica; • Hidrólise: desaminação, desesterificação; • Retirada de grupos (alquílicos) apolares. Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins, plasma e mucosa intestinal. 14 F>O>N: átomos mais eletronegativos da TP Muitas ligações de H: solúvel em água Pré-requisitos para formar LH: Átomo eletronegativo com pares de elétrons livres Uma molécula deve conter um átomo eletronegativo ligado COVALENTEMENTE ao Hidrogênio Fases do metabolismo Fase II: compostos polares são inativados por processos de metilação, acilação ou conjugação com sulfatos, dentre outros. Gera um produto menos tóxico do que o produzido pela Fase I, sendo excretado em uma das seguintes formas: conjugado, oxidado, reduzido, hidrolisado ou inalterado. Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins, plasma e mucosa intestinal. 17 Indução e inibição do metabolismo • Indução Enzimática: Quando um fármaco acelera a biotransformação de outros fármacos e também acelera a sua própria biotransformação, estimulando a síntese de enzimas microssômicas hepáticas. Ex: Barbitúricos, Anticonvulsivantes, Anestésicos gasosos, Hipoglicemiantes orais, Anti-inflamatórios e outros. Explica o surgimento da tolerância, quando da utilização de um fármaco por inteiro. • Inibição Enzimática: É o inverso da indução, onde certos fármacos, por mecanismos diversos, inibem as enzimas que metabolizam os fármacos, e deste modo prolongam seus efeitos. Ex: Iponiazida, que inibe a MAO, prolongando os efeitos da noradrenalina. Antidepressivo Prozac Vasopressora (aum. a PA no infarto) É metabolizada pela MAO Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins, plasma e mucosa intestinal. 20 Interações Medicamentosas Os anti-ácidos e o sulfato ferroso diminuem a absorção das tetraciclinas, formando quelatos com elas. Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins, plasma e mucosa intestinal. 21 Interações Medicamentosas Definição Interações medicamentosas ocorrem quando a ação de um fármaco é modificada pela presença de outro fármaco, alimento ou substância. Podem ser benéficas, mas geralmente são prejudiciais, alterando a farmacocinética ou farmacodinâmica. ClassificaçãoFarmacocinéticas Farmacodinâmicas Farmacocinéticas alteram a absorção, distribuição, metabolismo ou excreção de um fármaco. Farmacodinâmicas alteram o efeito do fármaco no organismo. Efeitos Aumento ou diminuição da eficácia do fármaco, intensificação ou redução de efeitos adversos, desenvolvimento de efeitos tóxicos, redução da biodisponibilidade ou aumento da meia-vida. Prevenção Histórico completo de medicamentos e hábitos, monitorização clínica, conhecimento da farmacologia, prescrição e dispensação adequadas, atenção aos alertas de interações. 22 Efeitos adversos e toxicidade Reações adversas Reações inesperadas ou indesejadas aos medicamentos podem variar em gravidade, desde leves até graves. Toxicidade A toxicidade refere-se aos efeitos prejudiciais causados por doses excessivas de um fármaco. Fatores de risco Idade, condição médica pré-existente e interações medicamentosas podem aumentar o risco de efeitos adversos. Monitorização O acompanhamento médico e a comunicação aberta sobre efeitos adversos são essenciais para a segurança do paciente. 23 Reações Adversas / Efeitos Colaterais Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins, plasma e mucosa intestinal. 24 CLASSIFICAÇÃO DE FÁRMACOS Estrutura química (ácidos, álcoois, ésteres, amidas, etc.). Emprego / classe terapêutica (semelhante ao anterior) Ação farmacológica (fármacos cardiovasculares, antiinflamatórios, etc.) Mecanismo de ação a nível molecular (fármacos que atuam sobre enzimas, que suprimem a função gênica, etc. – não são todos os mecanismos conhecidos) 25 Nomenclatura de fármacos Os fármacos são biotransformados principalmente por enzimas microssomais no Fígado, que é o órgão central do metabolismo dos fármacos no corpo. Entretanto o metabolismo pode também ocorrer em outros locais, como: pele, pulmões, rins, plasma e mucosa intestinal. 26 É a combinação de duas ou mais substâncias ativas numa mesma formulação. Objetivos da associação. • Potenciação de efeitos (por sinergismo). • Adição de efeitos (efeito aditivo). • Inibição de efeitos (por antagonismo) Associações de fármacos Vantagens • Mesmo efeito terapêutico com dose e RAM menores. Ex.: 50 mg/kg do fármaco A são necessários para produzir redução da pressão arterial. Associando-se 5 mg/kg do fármaco A + 5 mg/kg do fármaco B produzem o mesmo efeito e com menos reações adversas. • Alivívio de sintomas enquanto o fármaco principal exerce seu efeito. Ex. nas infecções respiratórias utiliza-se quimioterápico para curar e um analgésico, anti-histamínico e descongestionante para aliviar os sintomas. • Promover profilaxia durante um tratamento com antimicrobiano. Ex. tetraciclina (antibiótico) + nistatina ou anfotericina B (antifúngicos) para tratar de certas infecções bacterianas. • Tratamentos urgentes, onde não há tempo de se identificar rapidamente o agente infectante. • Combate à infecções múltiplas. Ex. infecção por bactérias Gram-positivas e Gram- negativas. 27 Associações de fármacos Desvantagens • Nem sempre contêm os fármacos adequados ou a dose adequada; • Podem interferir com a identificação do agente etiológico; • Podem conduzir à diagnose descuidada e terapia inadequada; • Dificilmente é necessário mais de um fármaco para combater uma infecção ou corrigir uma disfunção orgânica; • Podem potencializar demasiadamente os efeitos de outro; • Podem promover o surgimento de resistência. 28 Síntese de compostos farmacêuticos A síntese de compostos farmacêuticos é um processo complexo que envolve a conversão de matérias-primas em moléculas com atividade terapêutica. Essa área da química farmacêutica engloba a pesquisa, desenvolvimento e otimização de rotas sintéticas para a produção eficiente e segura de medicamentos. A síntese orgânica fornece as ferramentas para a criação de moléculas com propriedades farmacológicas específicas. Os químicos farmacêuticos usam reações químicas para construir moléculas complexas, modificando e aprimorando as estruturas de compostos precursores. Pesquisa e desenvolvimento Otimização da rota sintética Síntese em escala industrial O processo de síntese envolve várias etapas, desde a pesquisa inicial de novos compostos até a produção em escala industrial. 29 Técnicas de purificação e caracterização Purificação de Compostos Técnicas como cristalização, destilação e cromatografia são empregadas para remover impurezas e obter compostos farmacêuticos de alta pureza. Espectroscopia Técnicas espectroscópicas como RMN, IV e espectrometria de massas fornecem informações sobre a estrutura e identidade dos compostos. Cromatografia A cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) é uma técnica fundamental para a análise e purificação de compostos farmacêuticos. Microscopia A microscopia, incluindo MEV e microscopia de força atômica (AFM), permite a visualização da morfologia e estrutura dos fármacos. 30 Relação estrutura e atividade biológica (SAR) A relação estrutura-atividade (SAR) é um conceito fundamental na química medicinal e na descoberta de fármacos. Ela se concentra na correlação entre a estrutura química de um composto e sua atividade biológica. O estudo de SAR permite entender como as alterações na estrutura molecular de um fármaco afetam sua capacidade de se ligar a um alvo biológico e produzir o efeito desejado. Essa compreensão é crucial para o desenvolvimento de novos fármacos mais eficazes e seguros. 31 Propriedades Físico-Químicas e Atividade Biológica Influência das Propriedades A atividade biológica de um fármaco é fortemente influenciada pelas suas propriedades físico-químicas. Aspectos como solubilidade, polaridade, tamanho e forma molecular, além de características relacionadas à interação com alvos biológicos, como grupos funcionais e centros quirais, desempenham um papel crucial na forma como um fármaco se comporta no organismo, desde a absorção até o seu mecanismo de ação. Importância da Compreensão Compreender a relação entre as propriedades físico-químicas e a atividade biológica é fundamental para o desenvolvimento de fármacos eficazes e seguros. A otimização dessas propriedades permite controlar a absorção, distribuição, metabolismo e excreção (ADME) do fármaco, impactando diretamente sua eficácia terapêutica e a minimização de efeitos colaterais. 32 PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E ATIVIDADE BIOLÓGICA: Parâmetros utilizados Parâmetros para analisar a estrutura Esses parâmetros ajudam a entender a relação entre a estrutura química de um fármaco e sua atividade biológica. Solubilidade: descreve a capacidade do fármaco de se dissolver em diferentes condições. Parâmetros eletrônicos: descrevem a distribuição de carga eletrônica na molécula do fármaco. Parâmetros estéricos: descrevem o tamanho e a forma da molécula do fármaco. 33 PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E ATIVIDADE BIOLÓGICA: Parâmetros utilizados Importância para o design de fármacos Ao compreender esses parâmetros, os cientistas podem projetar fármacos mais eficazes, seguros e com melhor perfil farmacocinético. Prever a atividade biológica: os parâmetros ajudam a prever se um composto terá atividade biológica desejada. Desenvolver novos fármacos: esses parâmetros servem como base para o desenvolvimento de novos fármacos com propriedades aprimoradas. Compreender a interação fármaco-receptor: eles fornecem informações sobre como o fármaco interage com seu alvo molecular, o receptor. 34 Parâmetros de Solubilidade Coeficiente de Partição É a razão das concentrações de um soluto em duas fases imiscíveis em equilíbrio, geralmente água e octanol. Parâmetros de Solvatação Medem a interação entre o soluto e o solvente, como a polaridade e a capacidade de formação de ligações de hidrogênio. Constante de Solubilidade Representa a solubilidade do soluto em um solvente específico em uma determinadatemperatura. 35 Parâmetros Eletrônicos Empíricos Devido à natureza parcialmente lipídica das membranas biológicas, a passagem dos fármacos através das mesmas é facilitada quando apresentam lipossolubilidade alta. 38 Parâmetros Eletrônicos Empíricos Esta, passagem é influenciada pelo pH do meio e pelo grau de dissociação ácida (pKa) do fármaco. Geralmente os fármacos são ácidos fracos ou bases fracas. O grau de dissociação ácida (pKa) do fármaco é o valor de pH em que o fármaco encontra-se 50% na sua forma ionizada e 50% na sua forma não ionizada. É um valor calculado a partir das equações de Henderson-Hasselbalch. Ácidos fracos têm pKa alto e bases fracas têm pKa baixo. O aumento da ionização aumenta a hidrosolubilidade do fármaco e diminui a sua lipossolubilidade, conseqüentemente, dificulta sua absorção e passagem através das barreiras e membranas biológicas. Em geral, os fármacos atravessam as membranas celulares nas formas não-dissociadas (ionizadas), como moléculas íntegras, e atuam nas formas dissociadas (ionizadas). 39 Parâmetros Estéricos Volume Molecular O volume molecular refere-se ao espaço ocupado por uma molécula, incluindo os átomos e seus elétrons. Área Superficial A área superficial molecular é a medida da área total da superfície de uma molécula, incluindo todos os seus átomos e grupos funcionais. Forma Molecular A forma molecular é a geometria tridimensional de uma molécula, determinada pela disposição dos átomos e seus grupos funcionais. 40 Mecanismos de ação de fármacos Compreender como os fármacos interagem com o corpo é crucial para o desenvolvimento de medicamentos eficazes e seguros. 1 Interação com receptores União a receptores específicos, desencadeando respostas celulares. 2 Enzimas Inibição ou ativação de enzimas, interferindo em vias metabólicas. 3 Canais iônicos Bloqueio ou abertura de canais, alterando o fluxo de íons através das membranas celulares. 4 Outras Interação com ácidos nucleicos, transporte de moléculas e outras ações. A compreensão dos mecanismos de ação dos fármacos permite otimizar sua eficácia, minimizar efeitos colaterais e desenvolver novas terapias. 41 Regulamentação e aprovação de medicamentos Agências Reguladoras Agências como a ANVISA no Brasil e a FDA nos EUA garantem a segurança e eficácia dos medicamentos. Estudos Clínicos Os estudos clínicos são essenciais para avaliar a segurança e eficácia dos medicamentos em humanos. Aprovação de Medicamentos Após a aprovação, os medicamentos podem ser comercializados e prescritos por profissionais de saúde. Monitoramento Pós-Comercialização O monitoramento contínuo é importante para identificar possíveis efeitos colaterais ou problemas de segurança. 42 Aplicações da Química Computacional A química computacional tem se tornado uma ferramenta essencial no desenvolvimento de fármacos. Ela permite estudar a estrutura, propriedades e interações de moléculas, predizendo a atividade biológica e otimizando a síntese de novos compostos. 43 Nanotecnologia em produtos farmacêuticos A nanotecnologia oferece um campo promissor para a indústria farmacêutica. Ela permite a criação de novos sistemas de administração de medicamentos, aprimorando a biodisponibilidade e a eficácia de fármacos. Além disso, a nanotecnologia possibilita a criação de novos diagnósticos e terapias mais eficazes para doenças complexas. 44 Biotecnologia e Biofármacos Engenharia Genética A biotecnologia utiliza técnicas de engenharia genética para produzir proteínas terapêuticas, como anticorpos monoclonais e hormônios. Cultura Celular Células de mamíferos, insetos ou microrganismos são usadas para produzir biofármacos em larga escala. Biofármacos Vegetais Plantas geneticamente modificadas são utilizadas para produzir proteínas terapêuticas e vacinas. Fármacos Biomiméticos Biomoléculas como peptídeos e ácidos nucléicos são utilizados como fármacos ou para melhorar a entrega de medicamentos. 45 MÉTODOS DE ESTUDAR AS RELAÇÕES ENTRE ESTRUTURA E ATIVIDADE BIOLÓGICA (SAR) Ensaios Biológicos Ensaios in vitro e in vivo são realizados para avaliar a atividade biológica de compostos químicos, fornecendo dados sobre sua eficácia e mecanismos de ação. Modelagem Molecular Técnicas computacionais como docking e dinâmica molecular são usadas para prever e otimizar a interação entre moléculas e seus alvos biológicos. Análise de Dados Análises estatísticas e métodos quimiométricos são aplicados para identificar padrões estruturais e atividade biológica, revelando relações quantitativas estrutura-atividade (QSAR). Modificações Estruturais Síntese e avaliação de análogos estruturais permitem investigar o impacto de modificações químicas na atividade biológica, levando à otimização de moléculas. 46 EFEITOS FARMACOLÓGICOS DE GRUPAMENTOS ESPECÍFICOS Grupos Alquila Altera a solubilidade e lipofilicidade, influenciando a absorção, distribuição e excreção. Pode aumentar a atividade de fármacos. Grupos Halogênios Aumenta a lipofilicidade, facilita a penetração de membranas. Pode afetar o metabolismo, aumentando a meia-vida do fármaco. Grupos Amina Podem ser protonados, aumentando a solubilidade em pH ácido. A basicity pode influenciar a ligação a receptores, impactando a atividade. Grupos Carboxila Acidez aumenta a solubilidade em pH básico. Podem ser ionizados, impactando a absorção, ligação a proteínas e excreção. 47 ASPECTOS ESTEREOQUÍMICOS DE FÁRMACOS A estereoquímica é fundamental no estudo de fármacos, pois a forma tridimensional de uma molécula pode influenciar significativamente sua interação com o alvo biológico. Isômeros, moléculas com a mesma fórmula molecular mas com diferentes arranjos espaciais, podem exibir propriedades farmacológicas distintas. Enantiômeros, um tipo de isômero que é imagem especular um do outro, podem ter atividades farmacológicas diferentes, incluindo potência, duração de ação e efeitos colaterais. A compreensão da estereoquímica de um fármaco é crucial para o desenvolvimento de medicamentos seguros e eficazes. 48 RECEPTORES DE FARMACOS Proteínas que reconhecem fármacos Os receptores de fármacos são proteínas que reconhecem e ligam-se a fármacos, desencadeando uma resposta biológica. Modelo de chave e fechadura A ligação fármaco-receptor segue o modelo de chave e fechadura, com estruturas moleculares complementares. Subtipos e especificidade Os receptores existem em diferentes subtipos, cada um com afinidade e resposta específicas a fármacos. Tipos de receptores Existem vários tipos de receptores, incluindo receptores acoplados a proteína G, canais iônicos e receptores nucleares. 49 TEORIAS DA AÇÃO DOS FÁRMACOS Teoria da Chave-Fechadura Propõe que fármacos se encaixam em sítios específicos nas proteínas alvo, como uma chave em uma fechadura. Teoria do Ajuste Induzido O fármaco e a proteína alvo sofrem alterações conformacionais para otimizar a interação, criando um ajuste perfeito. Teoria da Interação Molecular As interações entre o fármaco e a proteína alvo são influenciadas por forças intermoleculares, como ligações de hidrogênio e forças de van der Waals. 50 MECANISMO DE AÇÃO DOS FÁRMACOS O mecanismo de ação de um fármaco refere-se ao modo como ele interage com o organismo para produzir o seu efeito terapêutico. 1 Interação com o alvo O fármaco liga-se ao seu alvo, um receptor, enzima ou outra molécula. 2 Alterações celulares A ligação do fármaco ao alvo desencadeia uma cascata de eventos que altera a atividade celular. 3 Efeito farmacológico A alteração da atividade celular resulta no efeito farmacológico desejado. 4 Resposta terapêutica O efeito farmacológico produz a resposta terapêutica desejada. A compreensão do mecanismo de ação de um fármaco é crucial para o desenvolvimento e otimização de novos medicamentos, bem como para a previsão e gestão de efeitos adversos. 51 Integração da Química Farmacêutica com Outras Áreas A química farmacêutica é uma ciência multidisciplinar,com forte interação com diversas áreas, como a biologia, a bioquímica, a farmacologia, a medicina e a engenharia. A colaboração entre essas áreas permite o desenvolvimento de novos fármacos mais eficazes e seguros, além de avanços na compreensão dos mecanismos de ação e na otimização de formulações. Exemplos: biotecnologia (biofármacos), química computacional (descoberta de fármacos), nanotecnologia (sistemas de liberação controlados). 52 Definição de Anestésicos Locais e Gerais Anestésicos Locais Anestésicos locais são medicamentos que bloqueiam temporariamente a transmissão de impulsos nervosos em uma área específica do corpo, resultando na perda de sensibilidade à dor, temperatura e tato. Anestésicos Gerais Anestésicos gerais são medicamentos que induzem um estado de inconsciência reversível, perda de sensibilidade à dor, relaxamento muscular e amnésia, permitindo a realização de procedimentos cirúrgicos. 53 Histórico dos Anestésicos 1 Antiguidade O uso de plantas com propriedades anestésicas é registrado desde a antiguidade. Civilizações antigas usavam ervas e ópio para aliviar a dor durante cirurgias e procedimentos médicos. 2 Século XIX A descoberta do éter etílico, em 1842, revolucionou a medicina. O éter foi o primeiro anestésico geral amplamente utilizado, permitindo cirurgias mais complexas e seguras. 3 Século XX No século XX, foram desenvolvidos novos anestésicos, como o clorofórmio, óxido nitroso e outros anestésicos locais. Esses avanços permitiram maior precisão e controle na anestesia. 54 Classificação dos Anestésicos Locais Classificação por Via de Administração Os anestésicos locais podem ser classificados de acordo com a via de administração, como tópica, injetada ou aplicada em mucosas. Classificação por Tempo de Ação O tempo de ação dos anestésicos locais pode variar dependendo da duração da analgesia, com classificações como curta, média e longa duração. Classificação por Estrutura Química A estrutura química é um critério importante para classificar os anestésicos locais, dividindo-os em famílias como ésteres e amidas. 55 Estrutura química dos anestésicos locais Os anestésicos locais são moléculas orgânicas com uma estrutura química específica que permite que eles bloqueiem a condução de impulsos nervosos. Geralmente, a estrutura dos anestésicos locais consiste em três partes principais: um grupo aromático, uma cadeia intermediária e um grupo amina. O grupo aromático é responsável pela lipossolubilidade da molécula, permitindo que ela penetre nas membranas celulares dos nervos. A cadeia intermediária é uma cadeia hidrofóbica que influencia a potência e a duração da ação do anestésico. O grupo amina é carregado positivamente em pH fisiológico, permitindo que a molécula interaja com o receptor na membrana celular do nervo. 56 Mecanismo de ação dos anestésicos locais Os anestésicos locais atuam bloqueando a condução nervosa, impedindo a transmissão de impulsos nervosos para o cérebro. 1 Bloqueio dos canais de sódio Os anestésicos locais ligam-se aos canais de sódio voltagem-dependentes, bloqueando o fluxo de sódio para dentro do neurônio. 2 Redução da permeabilidade da membrana A ligação do anestésico local impede a despolarização da membrana neuronal, necessária para a propagação do impulso nervoso. 3 Inibição da condução nervosa O bloqueio da condução nervosa impede a transmissão de sinais de dor, temperatura e tato. O bloqueio dos canais de sódio é dependente da concentração do anestésico local e do tipo de fibra nervosa. 57 Farmacocinética dos Anestésicos Locais A farmacocinética dos anestésicos locais engloba os processos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção desses fármacos no organismo. A absorção é influenciada por diversos fatores, incluindo o local de aplicação, a vascularização da região, o tipo de formulação e a presença de vasoconstrictores. A distribuição dos anestésicos locais se dá principalmente pelo sangue, com maior afinidade por tecidos ricos em lipídios, como o sistema nervoso central. O metabolismo dos anestésicos locais ocorre principalmente no fígado, com a formação de metabólitos inativos que são excretados pela urina. 58 Propriedades físico-químicas dos anestésicos locais 1 Lipossolubilidade A capacidade de um anestésico local atravessar membranas celulares e alcançar o sítio de ação é crucial. Anestésicos locais mais lipossolúveis têm maior afinidade por tecidos lipídicos, como o sistema nervoso, e são mais eficazes. 2 Ionização A maioria dos anestésicos locais são bases fracas, existindo em equilíbrio entre formas ionizadas e não ionizadas. A forma não ionizada é mais lipossolúvel e atravessa as membranas celulares mais facilmente, enquanto a forma ionizada bloqueia os canais de sódio. 3 PKa O pKa de um anestésico local influencia a sua capacidade de penetrar nos tecidos e atingir o sítio de ação. Anestésicos locais com pKa mais baixo têm maior proporção de moléculas não ionizadas em pH fisiológico, aumentando a sua eficácia. 4 Estabilidade A estabilidade química e a duração da ação de um anestésico local são importantes para a sua eficácia. A degradação ou decomposição do anestésico local pode reduzir a sua ação e aumentar o risco de efeitos adversos. 59 Exemplos de anestésicos locais Anestésicos locais de uso comum Lidocaína Bupivacaína Prilocaína Tetracaína Mepivacaína Articaína Anestésicos tópicos Benzocaína Lidocaína tópica Prilocaína tópica 60 Usos clínicos dos anestésicos locais Odontologia Anestésicos locais são amplamente utilizados em procedimentos odontológicos, como extrações, obturações e cirurgias. Cirurgia Anestésicos locais são usados para bloquear a dor em procedimentos cirúrgicos menores, como biopsias e suturas. Infiltração A infiltração local de anestésicos é utilizada em procedimentos como suturas, drenagens e biópsias. Diagnóstico A aplicação de anestésicos locais pode ser utilizada para diagnosticar determinadas condições, como a presença de dor miofascial. 61 Efeitos Adversos dos Anestésicos Locais Reações Alérgicas As reações alérgicas são relativamente raras, mas podem ocorrer. Os sintomas incluem coceira, erupção cutânea e inchaço. Dor e Inchaço Alguns pacientes podem experimentar dor e inchaço no local da injeção, que geralmente desaparecem em poucas horas. Efeitos Sistêmicos Em casos raros, o anestésico local pode entrar na corrente sanguínea e causar efeitos sistêmicos, como tontura, náusea e vômito. Problemas Respiratórios Em casos mais graves, o anestésico local pode afetar a capacidade de respirar, necessitando de cuidados médicos imediatos. 62 Interações medicamentosas com anestésicos locais Antibióticos Alguns antibióticos, como a eritromicina, podem aumentar o risco de efeitos adversos dos anestésicos locais, como a toxicidade. Medicamentos cardíacos Beta-bloqueadores podem aumentar a duração e a intensidade do bloqueio neuromuscular induzido por anestésicos locais. Relaxantes musculares A administração concomitante de relaxantes musculares e anestésicos locais pode aumentar o risco de depressão respiratória. 63 Cuidados na administração de anestésicos locais 1 1. Avaliação Completa É essencial realizar uma avaliação completa do paciente, incluindo histórico médico, alergias e condições pré-existentes. 2 2. Escolha Adequada Selecionar a droga apropriada e a concentração correta com base no procedimento, local da aplicação e condições do paciente. 3 3. Técnica Asséptica Manter rigorosa técnica asséptica para minimizar o risco de infecção, principalmente durante a injeção. 4 4. Monitoramento Constante Monitorar o paciente durante e após a aplicação, observando sinais de efeitos adversos, como reações alérgicas ou toxicidade. 64 Definição de Anestésicos Gerais Estado de inconsciência reversível Anestésicos gerais induzem um estado de inconsciência reversível, caracterizado por perda da consciência, amnésia, analgesia, relaxamento muscular e diminuição dos reflexos. Administração porvias diversas Podem ser administrados por via intravenosa, inalatória ou retal, dependendo do tipo de procedimento e das características do paciente. 65 Classificação dos Anestésicos Gerais Inalatórios Gases ou líquidos voláteis que são inalados pelo paciente. Os exemplos incluem óxido nitroso, éter dietílico, halotano e isoflurano. Intravenosos Administrados por injeção intravenosa, agindo rapidamente e permitindo o controle preciso da profundidade da anestesia. Exemplos incluem propofol, tiopental e cetamina. Outros Outros métodos incluem a anestesia regional, como bloqueio de nervos periféricos ou raquidiana. A anestesia local é geralmente usada em combinação com a geral. 66 Mecanismo de ação dos anestésicos gerais Interação com receptores Os anestésicos gerais interagem com receptores específicos no sistema nervoso central, principalmente no córtex cerebral e no tronco encefálico, alterando a atividade neuronal. Modulação da neurotransmissão A interação com os receptores influencia a neurotransmissão, interferindo na sinalização sináptica e na transmissão de impulsos nervosos, levando à depressão do sistema nervoso central. Efeitos na membrana celular Alguns anestésicos gerais também podem afetar a fluidez da membrana celular, alterando a permeabilidade e a função das proteínas de membrana, contribuindo para a ação anestésica. 67 Farmacocinética dos Anestésicos Gerais A farmacocinética dos anestésicos gerais envolve os processos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção desses medicamentos no corpo. A absorção dos anestésicos gerais ocorre principalmente pelos pulmões, onde eles são rapidamente absorvidos e distribuídos para o cérebro e outros órgãos. O metabolismo dos anestésicos gerais varia de acordo com o tipo de fármaco, sendo que alguns são metabolizados no fígado, enquanto outros são excretados inalterados pelos rins. A excreção dos anestésicos gerais ocorre principalmente pelos rins e pelos pulmões. 68 Propriedades físico-químicas dos anestésicos gerais Volatilidade Os anestésicos gerais são tipicamente líquidos voláteis, o que permite sua rápida evaporação e administração por inalação, facilitando o controle da profundidade da anestesia. Solubilidade A solubilidade dos anestésicos gerais nos tecidos influencia a velocidade de início e recuperação da anestesia, com compostos mais solúveis em gordura tendo um início mais lento e recuperação mais prolongada. Coeficiente de Partição Sangue-Ar Esta propriedade determina a velocidade com que o anestésico se difunde do sangue para os tecidos, influenciando a duração da anestesia. 69 Exemplos de anestésicos gerais Gases Inalatórios O óxido nitroso, o halotano, o isoflurano, o sevoflurano e o desflurano são gases que atuam no sistema nervoso central, induzindo a inconsciência e relaxamento muscular. Anestésicos Injetáveis Propofol, tiopental sódico, etomidato e cetamina são exemplos de anestésicos injetáveis que agem rapidamente e proporcionam a indução anestésica, geralmente em procedimentos de curta duração. 70 Usos clínicos dos anestésicos gerais Cirurgias Anestésicos gerais são usados para induzir e manter o estado de inconsciência durante procedimentos cirúrgicos de diferentes especialidades, garantindo a analgesia e a imobilidade do paciente. Procedimentos invasivos São usados em procedimentos como endoscopias, biópsias e cateterismos, proporcionando sedação e relaxamento muscular, além de minimizar o desconforto do paciente. Cuidados intensivos Em casos de emergência, anestésicos gerais podem ser utilizados para intubar pacientes com dificuldade respiratória ou para controlar convulsões graves. Outras aplicações Os anestésicos gerais também são usados em procedimentos odontológicos complexos, como cirurgias bucais, e em tratamentos de emergência, como a redução de luxações ou a administração de sedação para crianças. 71 Efeitos Adversos dos Anestésicos Gerais Náusea e Vômito Ocorrem em até 30% dos pacientes, com maior probabilidade em mulheres e não fumantes. Medicamentos antieméticos podem ser administrados para prevenir ou reduzir estes efeitos. Hipotensão É um efeito comum, geralmente relacionado ao relaxamento muscular e à vasodilatação induzidos pelos anestésicos. Monitorização rigorosa da pressão arterial é essencial para o manejo adequado. Malária Os anestésicos gerais podem causar malária, um estado de confusão e desorientação após a recuperação da anestesia. A duração e a intensidade variam dependendo do paciente e do fármaco utilizado. Riscos Respiratórios A depressão respiratória é uma preocupação importante, especialmente em pacientes com doenças pulmonares pré-existentes. A ventilação mecânica pode ser necessária para garantir a oxigenação adequada. 72 Interações medicamentosas com anestésicos gerais Interações medicamentosas A interação com outros medicamentos pode alterar a ação dos anestésicos gerais, aumentando o risco de efeitos colaterais. Efeitos cardiovasculares Alguns medicamentos podem afetar o ritmo cardíaco, o que pode ser perigoso durante a anestesia geral. Efeitos respiratórios Alguns medicamentos podem diminuir a função respiratória, aumentando o risco de complicações durante a anestesia. 73 Cuidados na administração de anestésicos gerais Monitorização rigorosa A monitorização constante dos sinais vitais do paciente é crucial para garantir sua segurança durante a anestesia geral. Equipamentos adequados O uso de equipamentos de anestesia adequados e bem calibrados é fundamental para a administração segura e eficaz dos anestésicos. Equipe qualificada A presença de uma equipe médica experiente e qualificada é essencial para lidar com possíveis complicações durante a anestesia. Recuperação pós-anestésica O monitoramento e acompanhamento do paciente após a anestesia garantem uma recuperação segura e tranquila. 74 Diferenças entre anestésicos locais e gerais Localização da ação Anestésicos locais atuam em áreas específicas, bloqueando a transmissão de sinais nervosos. Anestésicos gerais agem no sistema nervoso central, induzindo inconsciência e analgesia. Duração do efeito Anestésicos locais produzem efeito temporário, enquanto anestésicos gerais causam perda de consciência por tempo determinado. Administração Anestésicos locais são administrados tópica, infiltrativa ou em bloco, enquanto anestésicos gerais são administrados via inalatória ou intravenosa. Efeitos colaterais Os efeitos colaterais dos anestésicos locais são geralmente menos graves e mais localizados. Os efeitos colaterais dos anestésicos gerais podem ser mais abrangentes e sérios. 75 Considerações éticas no uso de anestésicos Consentimento Informado O paciente deve ser informado dos riscos e benefícios da anestesia, e sua decisão deve ser respeitada. Equidade e Acesso O acesso à anestesia deve ser equitativo, garantindo que todos tenham acesso a cuidados seguros e eficazes. Confidencialidade e Privacidade A informação médica do paciente deve ser mantida em sigilo e protegida, e sua privacidade deve ser respeitada. Pesquisa e Inovação A pesquisa em anestesia deve ser conduzida de forma ética, com foco na segurança e bem-estar do paciente. 76 Avanços e tendências futuras em anestesiologia 1 Anestésicos personalizados Desenho de fármacos específicos para cada paciente. 2 Anestesia robotizada Robôs realizando procedimentos de anestesia. 3 Realidade virtual Imersão em ambientes virtuais para gerenciar a dor. 4 Inteligência artificial Predição de necessidades e otimização de doses. A anestesiologia está em constante evolução, com novas tecnologias e técnicas sendo desenvolvidas para melhorar a segurança e o conforto dos pacientes. A busca por tratamentos individualizados e menos invasivos impulsiona a pesquisa e o desenvolvimento de novas abordagens. 77 Conclusão e resumo dos principais pontos Anestésicos Locais e Gerais Compreender a química farmacêutica de anestésicos locais e gerais é crucial para a prática médica.Mecanismos de Ação Os anestésicos atuam no sistema nervoso, bloqueando a transmissão de sinais de dor. Aplicações Clínicas A escolha do anestésico depende do tipo de procedimento e das necessidades do paciente. Considerações Éticas O uso seguro e eficaz de anestésicos requer conhecimento aprofundado e responsabilidade profissional. 78 image1.png image2.png image3.png image4.png image5.png image6.png image7.png image8.png image9.png image10.jpg image11.png image12.png image13.jpg image14.jpg image15.png image16.png image17.png image18.png image19.png image20.jpg image21.png image22.png image23.png image24.png image25.png image26.png image27.png image28.png image29.png image30.png image31.png image32.png image33.png image34.png image35.png image36.png image37.png image38.jpg image39.png image40.png image41.png image42.png image43.png image44.png image45.png image46.png image47.png image48.png image49.png image50.png image51.png image52.png image53.png image54.png image55.png image56.png image57.png image58.png image59.png image60.png image61.png image62.png image63.png image64.png image65.png image66.png image67.png image68.png image69.png image70.png image71.png image72.png image73.png image74.png image75.png image76.png image77.png image78.png image79.png image80.png image81.png image82.png image83.png image84.png image85.png image86.png image87.png image88.png image89.png image90.png image91.png image92.png image93.png image94.png image95.png image96.png image97.png image98.png image99.png image100.png image101.png image102.png image103.png image104.png image105.png image106.png image107.png image108.png image109.png image110.png image111.png image112.png image113.png image114.png image115.png image116.png image117.png image118.png image119.png image120.png image121.png image122.png image123.png image124.png