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Brasília-DF. SiStema de Comando de inCidenteS Elaboração Rodrigo Caselli Belém Atualização Marco Aurélio Rocha Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8 UNIDADE I PRINCÍPIOS E CONCEITOS ................................................................................................................... 11 CAPÍTULO 1 PRINCÍPIOS DO SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES (SCI) ................................................. 11 CAPÍTULO 2 SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES NO BRASIL E SUAS CARACTERÍSTICAS ........................ 20 CAPÍTULO 3 COMANDO UNIFICADO, CADEIA DE COMANDO E UNIDADES ................................................ 33 UNIDADE II ÁREAS FUNCIONAIS E FUNÇÕES DO STAFF DE COMANDO .................................................................. 39 CAPÍTULO 1 FUNÇÕES E ESTRUTURA .......................................................................................................... 39 CAPÍTULO 2 DESCRIÇÃO DAS ÁREAS FUNCIONAIS DO SCI ........................................................................ 43 CAPÍTULO 3 ESTRUTURA DETALHADA DO SCI .............................................................................................. 49 UNIDADE III FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI .................................................................................................... 52 CAPÍTULO 1 SEÇÕES DO SCI ..................................................................................................................... 52 CAPÍTULO 2 ESTABELECENDO O SCI E TRANSFERINDO O COMANDO ........................................................ 78 UNIDADE IV SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO ............................................................................. 82 CAPÍTULO 1 DESCRIÇÃO DAS INSTALAÇÕES E ZONAS DE ATENDIMENTO .................................................... 82 CAPÍTULO 2 RECURSOS A SEREM EMPREGADOS NOS INCIDENTES ............................................................. 94 CAPÍTULO 3 TREINAMENTO E AVALIAÇÃO .................................................................................................. 97 CAPÍTULO 4 FORMULÁRIOS UTILIZADOS NO SCI ....................................................................................... 104 PARA (NÃO) FINALIZAR ................................................................................................................... 110 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 111 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 7 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 8 Introdução O conceito de Sistema de Comando de Incidentes (SCI) nasceu da real necessidade de padronização e uniformização de posturas de coordenação e comando em situações de crise, que, via de regra, possui algumas características comuns que tornam esse tipo de ação cansativa, critica e, na maioria das vezes, não exitosas. Dentre tantos fatores, cabe destacar: » Atuação de diferentes agências e/ou órgãos de atendimento. » Terminologias diferentes adotadas e utilizadas por cada um dos presentes. » Planos de ação diferentes e, usualmente, muitos não consolidados. » Ruído e dificuldade de entendimento nas comunicações. » Dificuldade de adaptação das estruturas e em situações variantes. » Ausência de instalações com localização, disposição e denominação claras. A presença desses fatores pode acarretar atendimento desordenado, geralmente ocasionando dispêndio desnecessário de recursos e, até certo ponto, com eficácia questionável por parte das agências de resposta e dos órgãos públicos responsáveis. Como forma de tornarem efetivos o atendimento e a resposta, por meio da otimização e do adequado uso de recursos disponíveis (humanos e materiais), foi criado, na década de 1970, pelos bombeiros americanos, esse conceito de Sistema de Comando de Incidentes, que tem por essência a criação de ordenamento organizacional pré-definido, comum a todos os participantes e capaz de se adaptar aos mais variados tipos de ocorrências e porte de evento. Dessa forma podemos dizer que o SCI aplica-se às mais diversas situações e eventos, tais como: » incêndios e explosões; » emergências químicas e ocorrências com armas de destruição em massa (QBN); » emergências no modal de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, aquaviário e metroviário; 9 » acidentes em plantas industriais e alto risco; » desastres naturais e ambientais; » situações de crise; » distúrbios civis e atentados terroristas; » operações e paradas militares; » visita de dignitários; » competições esportivas; » situações de calamidade pública. Embora possua uma estrutura básica, esse modelo desistema permite adaptação a qualquer característica de serviço e tipo de operação, de forma a ser uma ferramenta gerencial útil e adaptável, não apenas um padrão rígido a ser seguido. Objetivos » Entender os conceitos que tratam e definem o Sistema de Comando de Incidentes. » Entender a real importância do tema no Gerenciamento de Crises e Emergências. » Apresentar conceitos e instrumentos de utilização do Sistema de Comando de Incidentes. » Realizar estudo de caso de aplicação do Sistema de Comando de Incidentes em atendimento a incidentes e emergências. » Tratar do plano de ação de incidentes. » Descrever as áreas funcionais e a estrutura do SCI. » Apresentar e tratar os recursos a serem empregados em incidentes e emergências. » Apresentar os Formulários SCI 201 e 202. 10 11 UNIDADE IPRINCÍPIOS E CONCEITOS CAPÍTULO 1 Princípios do Sistema de Comando de Incidentes (SCI) O que é, por que foi criado, quais são a sua finalidade e os seus benefícios e como é desenvolvido no Brasil? O Sistema de Comando de Incidentes (SCI, em português e ICS em inglês) é um sistema de coordenação integrada de recursos, voltado para a resposta em situações críticas. Esse sistema – mundialmente utilizado – faz uso de adequada combinação de recursos humanos e material, procedimentos padronizados, comunicações uníssonas e instalações. Ademais, opera sempre por meios de metodologias e particularidades próprias, com o objetivo de administrar eficaz e corretamente os recursos disponíveis para obtenção de resposta efetiva ao evento, incidente ou operação que seja objeto do acionamento. Podemos dizer que ele se baseia em princípios que permitem assegurar um início de ação rápido, coordenado e efetivo dos recursos disponíveis, evitando-se a alteração das funções e dos procedimentos operacionais próprios das instituições envolvidas. Apresenta como princípios básicos: » comando unificado; » unidade de comando; » alcance de controle; 12 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS E CONCEITOS » organização modular; » comunicações integradas; » terminologia comum; » instalações com localização determinada, denominação precisa e bem sinalizadas; » Planos de Ação de Incidente (PAI) integrados; » manejo integral dos recursos. Podemos dessa forma definir o SCI como ferramenta de gerenciamento de incidentes padronizada, para os mais diversos tipos de incidentes e sinistros, e que permite adotar estrutura organizacional integrada visando suprir as diversas e complexas demandas de incidentes únicos ou múltiplos, independentemente das barreiras jurisdicionais. Veremos durante a disciplina que existem, em nosso país, outras denominações de sistemas de comando correlatos ao SCI. Esses sistemas diferem entre si no que se refere às especificidades e necessidades peculiares de cada região, ente ou órgão. Entretanto, todos mantêm a essência da doutrina e do padrão preconizados pelos diversos entes de atendimento e resposta a emergências e desastres dos Estados Unidos da América (EUA). Como e por que o ICS foi criado? Tudo aconteceu no início na década de 1970, logo após o acontecimento de uma série de incêndios florestais nos EUA, incêndio estes que quase destruíram o sudoeste da Califórnia. Depois de resultados não muito exitosos no que tange às questões de atuação integrada, foi identificado que o problema raiz estava relacionado à notória dificuldade dos órgãos que estavam atuando em terem coordenação única bem como desenvolverem ações uniformes quando envolviam diferentes órgãos e jurisdições. Após esse evento, foi então criado Firefighting Resources of Southern California Organized for Pontential Emergencies (FIRESCOPE) para identificar os problemas que estavam acontecendo. Com isso, foi constatado que o problema havia na dificuldade em coordenar as ações de diferentes órgãos e jurisdições de maneira articulada e eficiente, tais como: 13 PRINCÍPIOS E CONCEITOS │ UNIDADE I » Falta de estrutura de um comando claro, definido e adaptável às situações. » Dificuldade em estabelecer prioridades e objetivos comuns. » Falta de aplicação e utilização de terminologia comum entre as agências envolvidas. » Falta de integração e padronização das comunicações. » Falta de planos e ordens consolidados. A partir de esforços comuns foram sanadas essas dificuldades, resultando no modelo original do SCI para gerenciamento de incidentes, sendo que o que fora desenvolvido para o combate a incêndios florestais, ganhou uma proporção bem maior, sendo emprego para todo e qualquer tipo de emergência, vindo a ter desta forma um resultado de aplicação diretamente de uma estrutura organizacional comum e princípios de gestão padronizados. Cronologia histórica do desenvolvimento do SCI: » 1970 – No decorrer de 13 dias, morreram 16 pessoas e cerca de 700 edificações foram destruídas, além de quinhentos mil acres queimados. » 1971 – Foram destinados recursos específicos para a realização de pesquisas por meio do Serviço Florestal dos Estados Unidos (agência do Departamento de Agricultura dos EUA que administra as 154 florestas e 20 pradarias nacionais). Esses recursos foram disponibilizados no intuito de desenvolver um sistema que melhorasse a capacidade de resposta e gerenciamento das entidades de combate a incêndio do Sul da Califórnia, sobretudo no que se refere a coordenar ações interinstitucionais (entre agências) e alocar (disponibilizar e distribuir) de forma adequada os recursos em situações dinâmicas de múltiplos incêndios. » 1972 – Integram-se às pesquisas o Departamento do Meio Ambiente e Proteção contra Incêndio da Califórnia, o Centro de Operações de Emergência do governo da Califórnia, os Corpos de Bombeiros dos condados de Santa Bárbara e Ventura e o Corpo de Bombeiros da Cidade de Los Angeles. » 1973 – É finalizada a primeira versão do Incident Command System (ICS). 14 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS E CONCEITOS » 1976 – Os diversos integrantes do Firefighting Resources of Southern California Organized for Pontential Emergencies (FIRESCOPE) concordam, formalmente, em adotar definições, denominações, procedimentos bem como funções do Incident Command System, sendo, posteriormente, realizadas aplicações práticas em campo. » 1978 – O Incident Command System é empregado com êxito no atendimento a diversos incêndios florestais, passando então a ser adotado para incêndios urbanos. » 1980 – O ICS mostra-se eficiente no combate a incêndios florestais e urbanos, começa a ser amplamente utilizado por outros condados e cidades da Califórnia e passa a ser adotado também por instituições de todas as esferas governamentais. » 1981 – O ICS é modificado e desenvolvido para atender os padrões norte-americanos de atendimento e resposta a emergências e desastres. » 1982 – Revisa-se toda a documentação sobre o Incident Command System de acordo com a terminologia e a organização do National Interagency Incident Management System (NIIMS), que é o Sistema Nacional de Gerenciamento Interinstitucional de Incidentes. Esse sistema é utilizado para integrar os níveis federal, estadual e municipal na resposta aos desastres nos EUA. Após aprovação, começou a ser empregado de forma padrão em todo o território norte-americano. No ano de 2003, o Sistema de Comando de Incidentes foi adotado e ampliado aos poucos para outros tipos de eventos (incidentes), tendo sido padronizado pela Federal Emergency Management Agency (FEMA) e pelo Homeland Security Department, agências que têm a missão de zelar pela segurança interna dos Estados Unidos da América. Com o sucesso das agências de resposta e gerenciamento de incidentes, os órgãos governamentais de emergência começaram a utilizar o Sistema de Comando de Incidentes no gerenciamento de emergências. O então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, expediu, dia 28 de fevereiro de 2003, a Diretiva Presidencial de no 5 (Homeland Security Presidential Directive no 5 – HSPD 5), que instituiuo Incident Command System (SCI), estabelecendo, a partir de então definido o estabelecimento do Sistema 15 PRINCÍPIOS E CONCEITOS │ UNIDADE I Nacional de Gerenciamento de Emergências (National Incident Management System – NIMS) e do Sistema de Comando de Incidentes (Incident Command System – ICS) como sistemas oficiais a serem utilizados para o gerenciamento de emergências e desastres em território norte-americano. Podemos dizer, dessa forma, que o SCI se tornou a ferramenta de gerenciamento de emergências oficialmente a ser utilizada, independentemente da causa, magnitude ou complexidade do evento (ocorrência, emergências e/ou desastre). O SCI foi testado e validado em resposta aos mais diversos tipos de eventos e incidentes, incluindo situações não emergenciais, que vão eventos propagados e planejados com celebrações, paradas militares, shows, concertos etc. até o atendimento e resposta a desastre naturais, emergências com produtos perigosos, acidentes com múltiplas vítimas, dentre outros. O SCI foi também testado em operações policiais envolvendo outros órgãos e agências, retomada de reféns, atentados terroristas, catástrofes, incêndios industriais e urbanos, missões de busca e salvamento, programas de vacinação em massa e controle de epidemias. Além dos tipos de incidentes citados, temos ainda: » Tremores de terra. » Explosões. » Incêndios em edificações com grande densidade de usuários (eventos públicos). » Incêndios em instalações e depósitos inflamáveis e combustíveis. » Incêndios florestais em áreas de relevante interesse ecológico e que fujam ao controle dos órgãos que têm atribuições específicas para combatê-los. » Acidentes no transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, aquático e metroviário. » Acidentes em estruturas industriais (plantas de alto risco). » Intoxicações coletivas (químicas e biológicas). » Acidentes e ocorrências relacionados a agentes químicos, biológicos e nucleares (QBN). 16 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS E CONCEITOS » Desastres relacionados à contaminação de mananciais e sistemas de abastecimento de águas. » Desastres relacionados a riscos de colapso ou exaurimento de recursos energéticos. » Situação de pânico em eventos de grande porte planejados, como celebrações, desfiles, concertos, visitas de dignitários, competições esportivas, grandes aglomerações de público. Desastres relacionados à construção civil, tais como patologias das edificações, desabamentos de prédios, viadutos, pontes, entre outros. » Rompimento de barragens. » Eventos naturais como: tufões, tornados, vendavais, tempestades, alagamentos e inundações, estiagem e quedas intensas da umidade do ar. » Escorregamentos e deslizamentos da terra e subsidências de solo. » Incidentes relativos a segurança e a ordem pública como desocupação de prédios e/ou de áreas públicas invadidas, além de situações envolvendo fugas e motins em estabelecimentos prisionais e, ainda, raptos, sequestros e atentados terroristas. » Ações individuais, de bandos ou quadrilhas organizadas que comprometam a segurança pública com capacidade para gerar pânico ou aterrorizar a população. Quais são as vantagens do ICS/SCI? Uma vantagem facilmente notada de se empregar o Sistema de Comando de Incidentes (SCI), diz respeito ao processo de planejamento utilizado para modificar uma resposta reativa inicial de um incidente para uma resposta proativa. Em uma ocorrência, nos deparamos com diversos atores no teatro das operações – agentes públicos, organizações não governamentais, indústrias e público em geral – o que exige respostas multidisciplinares como regra, pela qual o conhecimento e a habilidade dos respondedores envolvidos são absolutamente essenciais para minimizar a perda de vidas, os danos ao meio-ambiente bem como garantir a segurança global da população e da propriedade. Sabemos que os incidentes e as emergências podem até 17 PRINCÍPIOS E CONCEITOS │ UNIDADE I ser parecidos, mas nunca idênticas. Falamos, então, que cada emergência é uma nova emergência, de modo que, logo após serem as ações de resposta iniciadas, os respondedores envolvidos devem continuamente analisar a situação e adaptar estratégias e táticas para ir ao encontro da realidade do que estão enfrentando no campo. O SCI foi criado e projetado para auxiliar os entes a efetivamente cumprir tarefas e missões de forma rápida, padronizada e eficaz. Podemos, assim, afirmar que o sistema é uma ferramenta de gerenciamento, comando e coordenação de incidentes padronizada que pode se adaptar e ser utilizada em todos os tipos de sinistros, com a premissa de que seus usuários adotem estrutura organizacional integrada como forma de suprir as possíveis situações de complexidade e demandas de incidentes únicos ou múltiplos, independentemente das barreiras jurisdicionais e agências/órgãos envolvidos no evento. Podemos inclusive notar isso atentando para o significado das palavras que formam a expressão Sistema de Comando de Incidentes (SCI): » Sistema: é um conjunto de mecanismo, aparelhagem, equipamentos e pessoal dispostos de forma a interagir para o desempenho de determinada tarefa. » Comando: é relativo à ação e seus efeitos de impulsionar, designar, orientar e conduzir recursos para um dado objetivo/fim. » Incidente: é um evento (natural ou provocado pelo homem) que necessita de intervenção e reposta de equipes de respondedores (serviços de emergência) de forma a proteger a saúde e integridade física das pessoas, preservar o meio ambiente e proteger o patrimônio (bens materiais). Benefícios do uso do Sistema de Comando de Incidentes O adequado emprego do SCI, como ferramenta gerencial visando padronizar as ações de resposta em situações críticas, traz muitos benefícios, dentre eles podemos destacar: » Propiciar a utilização e aplicação de um modelo de gerenciamento padronizado para as diversas situações e eventos críticos de qualquer natureza, porte e complexidade. 18 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS E CONCEITOS » Permitir que profissionais de diferentes agências e organizações se integrem de forma rápida e eficaz numa estrutura esquematizada de gerenciamento comum. » Facilitar a integração e fluidez das comunicações, os fluxos de informações, melhorando sobretudo os trabalhos de inteligência, compilação de dados e planejamento estratégico. » Fornecer adequado apoio logístico e administrativo para o pessoal operacional; » Melhorar e qualificar a articulação do comando com elementos envolvidos de forma direta e indireta na operação, facilitando as relações institucionais. » Agregar valor à operação – evitando a duplicação e o dispêndio de esforços – bem como ampliar as condicionantes de segurança aos envolvidos no evento. O SCI como ferramenta de gestão Podemos dizer que, do ponto de vista teórico, o SCI é uma ferramenta gerencial, que possui concepção sistêmica, contingencial e preconiza as ações de intervenção em incidentes de qualquer natureza, complexidade ou magnitude. Por isso, entendermos que ele representa uma ferramenta adequada para gerenciamento de incidentes é muito importante, pois, quando devidamente empregado, esse sistema aumenta a eficácia das atividades de coordenação e comando, ampliando as condicionantes de segurança e reduzindo – e muito – a perda de vidas e de bens materiais, além de minimizar e/ou mitigar possíveis impactos e danos ambientais. Só que o uso de um sistema padronizado, visando o comando, o controle e a coordenação de ações de resposta em situações complexas e críticas, trará junto dificuldades decorrentes do próprio dinamismo e da complexidade relativos a tais eventos. Sabemos que o SCI já está consolidado como modelo padrão para a administração e o gerenciamento de incidentes, emergências e resposta a desastres em vários países, mas ainda é visível alguma resistência ao seu emprego ou até mesmo desconhecimento de seus benefícios como ferramenta de gestão. 19 PRINCÍPIOS E CONCEITOS│ UNIDADE I Por isso, apenas conhecer os princípios norteadores do SCI não garante o seu adequado uso e funcionamento. É fundamental que quem escolher o SCI como ferramenta de gestão para atendimento a eventos críticos o utilize desde os primeiros minutos da situação crítica – de forma sistemática – e partindo das três grandes etapas, que são: » etapa de resposta imediata; » etapa de elaboração do Plano de Ação do Incidente (PAI); e » etapa final de desmobilização e retorno à normalidade. Embora não exista uma sequência linear de caráter obrigatório para ser aplicável a todos os tipos de incidentes, via de regra, sugere-se que a etapa inicial de resposta imediata ao incidente crítico siga a ordem hierárquica descrita a seguir: » Instalação do Sistema de Comando de Incidente. » Assunção formal do comando do incidente, podendo ser único (quando assumido por uma pessoa) ou unificado (quando representantes de várias agências e organizações o assumem de forma colegiada). » Instalação do Posto de Comando (PC). » Após a instalação do PC, deve ser identificado pelo CI um local apropriado para instalação da Área de Espera (AE), devendo ser designado alguém para assumir a função de encarregado dessa área. » Após a instalação da área de espera e a designação do seu encarregado, o CI passará a buscar informações – obtidas mediante relato de vítimas, testemunhas, integrantes das equipes de resposta etc. – sobre o incidente. É baseado nessas informações que o CI irá implementar o Plano de Ação Inicial (PAI), visando estabelecer objetivos e prioridades, conforme situação e recursos disponíveis e considerando um dado período operacional. 20 CAPÍTULO 2 Sistema de comando de incidentes no Brasil e suas características Sistema de Comando de Incidentes no Brasil Até o momento, não existe nenhuma legislação nacional que torne o Sistema de Comando de Incidentes (SCI) oficial e único para gerenciamento e coordenação de incidentes e emergências. Contudo, atualmente, profissionais de diferentes organizações que trabalham com emergências têm participado de treinamentos sobre o tema, e muitas instituições e corporações já estão adotando e introduzindo essa ferramenta tão importante para resolver os problemas de coordenação de ações e resposta em diversos desastres no Brasil. Alguns estados da Federação já usam o SCI e outros já iniciaram o processo de estudo para elaboração e implantação. Mesmo que os sistemas de comando possam ter denominações (nomenclatura) diferentes, como será apresentado a seguir, eles devem manter os princípios básicos do SCI americano, de forma que, colocados em operação, os sistemas constituem ferramentas adequadas para coordenar, em situações diversas, a atuação de forma integrada de múltiplos entes (bombeiros, SAMU, concessionárias, polícias, órgãos federais, estaduais e municipais de proteção ambiental, dentre outros). Por isso, é importante destacar que o SCI é muito mais do que um organograma demonstrando as funções de cada um dos participantes. Um dos estados que se destacou foi Santa Catarina, no qual, mediante união de esforço entre a Defesa Civil Estadual e a Universidade de Santa Catarina, iniciaram-se o estudo e o processo de implantação utilizando princípios do SCI, mas com outra denominação, qual seja, Sistema de Comando de Operações (SCO), denominação também seguida pelo Estado do Paraná. No Estado de São Paulo, após estudo e análise do SCI, o Corpo de Bombeiro também aderiu aos princípios, mas, da mesma forma que outros estados, o fez usando outra denominação: Sistema de Coordenação de Operações de Emergência (Sicoe). Podemos salientar que o Estado de São Paulo realiza, 21 PRINCÍPIOS E CONCEITOS │ UNIDADE I periodicamente, exercícios e simulados objetivando a aplicação constante da ferramenta e a melhoria contínua dos processos. Ademais, importa ressaltar que esse é o nosso maior estado em termos populacionais. O Estado do Rio de Janeiro também adotou os princípios do SCI e ainda manteve a mesma nomenclatura dos Estados Unidos, isto é, Sistema de Comando de Incidentes. Nesse estado, foram alinhados as premissas e padrões básicos do SCI como também feito a customização para atendimento das necessidades específicas da região e atividades. O Distrito Federal (DF), local de integração entre os órgãos que compõem o Sistema de Segurança Pública e Defesa Social, estabeleceu um sistema de gerenciamento unificado, coordenado pela Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP/DF) para situações críticas com envolvimento de órgão diverso para a sua resolução. O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, em 2011, publicou o Manual de Sistema de Comando de Incidentes (SCI), para ser usado como referência e ferramenta de resposta. Foi também criado em 2018, pelo governo de Brasília, o Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob). As atividades desenvolvidas para as operações e eventos ordinários e extraordinários compreendem a execução, o acompanhamento e a avaliação de atividades de prevenção e respostas às ameaças ou aos incidentes ocorridos no Distrito Federal, cujos locais possam caracterizar Áreas de Interesse Operacional (AIO) e Áreas Impactadas (AI). No Estado de Goiás, em 2008, formou-se, no Curso de Sistema de Comando de Incidentes em parceria com o CMBDF, a primeira turma de Oficiais da Corporação. Com esta turma de formandos, a ferramenta começou a ser difundida e empregada em diversas ocorrências, criando dessa forma um elo positivo para o crescimento do SCI nas outras cidades do estado. O CBMGO, ao longo dos últimos anos, tem colocado em pratica o SCI nas principais operações institucionais de eventos planejados e de grande emprego de recursos – como a Operação Férias (nos meses de julho), Operação Cerrado Vivo (de junho a novembro/período de estiagem), Operação Carnaval, Operação Romaria do Divino Pai Eterno e, mais recentemente, a Operação Goiás contra o Aedes (com quase dois anos ininterruptos de duração) –, nas quais o sucesso acontece pelo gerenciamento e pelo conhecimento do SCI. 22 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS E CONCEITOS A corporação já teve, ao empregar a ferramenta em situações de operações não planejadas em incêndios, experiência em: unidade de processamento de carnes e derivados de aves e suínos na cidade de Rio Verde, em uma atacadista da região de campinas da cidade de Goiânia, uma indústria farmoquímica na cidade de Anápolis, incêndios florestais no Parque Nacional das Emas e no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas. Vemos então, com isso, a importância do SCI para nossos agentes de prevenção e resposta, bem como a todos os envolvidos no que diz respeito à Segurança Pública, ficando claro que a união entre todos os órgãos com um objetivo comum e único – sem vaidades e interesses difusos – faz com que o trabalho de salvar vidas, preservar o meio ambiente e proteger o patrimônio público ou privado não se transforme em uma catástrofe. Características básicas do ICS: terminologia comum, organização modular, Plano de Ação de Incidentes (PAI) e manejo dos recursos Considerando-se as particularidades dos órgãos e das entidades envolvidas no atendimento a um incidente, faz-se necessário o alinhamento e entendimento entres os responsáveis, uma vez que é complexa e dinâmica a natureza do desastre começando pela origem. Dessa forma, o SCI adota nove princípios que permitem assegurar um desfecho rápido, padronizado, coordenado e efetivo dos recursos disponíveis e utilizáveis, minimizando, assim, ruídos de comunicação e alteração de políticas e procedimentos operacionais dos entes envolvidos, visando solucionar e/ou mitigar os efeitos dos eventos adversos sobre as pessoas atingidas por eles. Terminologia comum Terminologia comum significa utilizar os mesmos nomes e termos para todas as operações, de forma a evitar confusões, uma vez que no ICS há várias organizações atuando em conjunto. Visa, portanto, a comunicação eficaz entre os diferentesórgãos e o manejo eficiente dos recursos disponíveis. São exemplos da terminologia comum: » nomes comuns para recursos materiais e humanos; » instalações com denominações comuns e precisas; » funções e níveis de organização comuns e precisos. 23 PRINCÍPIOS E CONCEITOS │ UNIDADE I O SCI adota linguagem única para os nomes, evitando dificuldades logísticas e de comando, promover comunicação clara e eficiente, facilitar o desencadeamento de ações e, consequentemente, a resposta rápida, efetiva e precisa por parte dos entes envolvidos. A terminologia comum ajuda a definir ainda: » as instalações do incidente; » as descrições dos recursos; » os títulos de posições e a execução das ordens. Por isso durante o processo de comunicação (interno e externo) deve ser feito de forma simples, objetiva e clara, propiciando o entendimento de todos os que estejam envolvidos – direta e/ou indiretamente, evitando o uso dos códigos de rádio (código Q) ou jargões específicos de dada agência, facilitando, assim, a compreensão por parte de todos os envolvidos. O processo de comunicação é de suma importância para o atendimento e a resposta a qualquer tipo de evento. A correta comunicação pode facilitar as diversas fases da resposta, assim como uma má comunicação pode gerar prejuízos notórios para o controle do evento e, até mesmo, uma situação catastrófica. USA – Unidade de Suporte Avançado (Samu) USB – Unidade de Suporte Básico (Samu) UTE – Unidade Tática de Emergência (Bombeiro) VIR – Veículo de Intervenção Rápida (Samu) URSA – Unidade de Resgate e Salvamento Avançado (Bombeiro) Qual a diferença entre os tipos de viaturas acima? Será que são os mesmos tipos de viaturas com nomes diferentes ou possuem efetivamente funções distintas? Além disso, há várias abreviaturas que podem ter diferentes significados. Uma IRA pode ser Insuficiência Renal Aguda, como também pode ser Insuficiência Respiratória Aguda. Por isso conforme exposto, não devemos utilizar abreviaturas nem códigos de rádio (código Q, código 10) para não gerar margem de 24 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS E CONCEITOS dúvidas quanto à mensagem a ser enviada. Esta deve ser clara, objetiva, curta, falada de forma pausada, sem abreviaturas ou códigos e em português normal (sem gírias e regionalismos). Organização modular O ICS possui uma organização modular, ou seja, uma estrutura baseada em posições de comando e chefia, como será explicado posteriormente. Esse modelo permite que as posições de trabalho (funções), possam somar-se (expansão do sistema) ou serem retiradas (retração) com facilidade. O organograma (figura 1) mostra o exemplo de uma estrutura básica na qual o comandante do incidente preencheu toda a estrutura (funções do SCI), e o quantitativo de recursos humanos e materiais ainda não é o ideal. Sempre partimos da premissa básica de que a primeira agência que chegar ao local do evento e que possua capacidade operacional deve assumir inicialmente o comando do incidente bem como desempenhar as tarefas de todas as funções previstas no SCI até que cheguem efetivo suficiente para delegar e distribuir as tarefas. Figura 1. Organização modular. Comandante do incidente Grupo Força-tarefa Equipe de int. Recurso único Fonte: Manual SCI, CBMDF (2011). 25 PRINCÍPIOS E CONCEITOS │ UNIDADE I Essa organização modular do SCI está alicerçada e projetada de acordo com o tipo, o porte e a complexidade do evento, de modo que a sua expansão ocorrerá verticalmente (de baixo para cima) à medida que os recursos são designados na cena, e estabelecida de cima para baixo, de acordo com as necessidades determinadas pelo comandante de incidentes. Dessa forma, é possível que as posições de trabalho possam somar-se (expansão) ou serem reduzidas (contração) com mais facilidade/agilidade, estar em consonância com o que chamamos de concepção contingencial, em que a estrutura organizacional de resposta aos incidentes tem que ser capaz de se adaptar (expandindo ou retraindo) de acordo com cada situação. A sua distribuição obedecerá aos seguintes princípios: » tipo de evento, porte (magnitude) e complexidade; » planejamento de cima para baixo, de acordo com as necessidades ou o tipo de ação; » operacionalização de baixo para cima, em função dos recursos disponíveis e do alcance de controle. Figura 2. Exemplo de estrutura de gerenciamento de resposta médica. Coordenador Médico Geral (CMG) Coordenador de Logística Médica Coordenador do Posto Médico Avançado Coordenador Apoio Psicologia Coordenador Zona Vermelha Coordenador Zona Amarela Coordenador Zona Verde Coordenador Regulador de Campo Fonte: Adaptado pelo autor. 26 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS E CONCEITOS Podemos dizer que o organograma do SCI nada mais é que a representação gráfica das funções estabelecidas na Estrutura Organizacional de Resposta (EOR), identificando de forma objetiva e clara quem é que está como responsável, naquele momento, por uma determinada função. [Fim Atenção] Tais princípios devem ser rigorosamente observados para se evitar o desenvolvimento de estrutura esteticamente adequada, mas operacionalmente ineficaz, de forma que as funções de assistência devem ser assumidas inicialmente, evoluindo, à medida que recursos humanos forem sendo disponibilizados para as funções de comando. O Sistema de Comando de Incidentes, como vimos, foi desenvolvido e projetado para identificar as funções e atividades principais e primárias a serem ativadas para efetivamente responder ao evento. O modelo clássico e mais simplificado de estrutura do SCI é o apresentado abaixo, mas não podemos nos esquecer de que, a depender do sistema adotado – e como forma de garantir a manutenção da terminologia comum usual em cada nível da organização –, as funções e os responsáveis por elas possuem títulos diferentes que devem ser conhecidos e entendidos por todos que trabalham nesse dado sistema de gerenciamento. Figura 3. Modelo do SCI. COMANDO DO INCIDENTE PLANEJAMENTOOPERAÇÕESLOGISTICAFINANÇAS Assessoria Segurança Porta-voz Contatos Fonte: Adaptado pelo autor. Na estrutura acima, temos o comando do incidente sendo assessorado por um porta-voz (Public Information Officer), uma pessoa responsável por fazer os 27 PRINCÍPIOS E CONCEITOS │ UNIDADE I contatos com outros órgãos (Liaison Officer) e um assessor de segurança (Safety Officer), este com a finalidade de verificar se há possibilidades de acidentes ou outras situações que possam colocar em risco a vida dos respondedores. Observem que o termo utilizado em inglês é Safety Officer, nomenclatura de segurança mais voltada para a prevenção de acidentes. O comando é representado pelo comandante do incidente (Incident Commander) ou comandantes do incidente, quando o comando é unificado (explicado mais a frente), as funções de assessoria juntamente com o comandante do incidente formam o staff de comando. Abaixo dessa estrutura de comando, vemos quatro seções (Finanças, Logística, Operações e Planejamento). Cada uma delas (explicadas mais a frente) é gerenciada por um chefe que,dependendo da complexidade da emergência e do tamanho da estrutura de resposta, pode ser um oficial, coordenador ou diretor. Se prosseguirmos nessa estrutura, veremos níveis abaixo das seções, conforme a necessidade. Planos de Ação de Incidentes (PAI) consolidados e integrados Podemos defini-los como um planejamento operacional direcionado para a resposta a um dado incidente. Esses planos são elaborados no momento da resposta e consolidados em um só. A maioria dos incidentes não necessita de um PAI escrito, mas sim mental, uma vez que, para o período inicial (fase reativa), ou seja, as primeiras quatro horas do incidente, ele não se faz necessário, e se estrutura nos seguintes tópicos: objetivos, estratégias, organização e recursos requeridos. O plano de ação deve corresponder a cada período operacional. Os períodos operacionaisde qualquer evento quase nunca são superiores a 24 horas. Pode-se dizer que, a partir do momento em que as ações se tornam ordinárias e rotineiras, os períodos operacionais podem ser prolongados, podendo perdurar até uma semana. Para a implementação do PAI, é importante realizar um briefing com a equipe de trabalho e repassar objetivos, estratégias, táticas e recursos requeridos. O Plano de Ação de Incidente escrito caracteriza a fase proativa de resposta ao incidente. 28 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS E CONCEITOS Considerações importantes para definição dos objetivos: » Inicialmente o comandante de incidente estabelece os objetivos. » Os objetivos devem ser atingíveis, mensuráveis e flexíveis. » Todo trabalho deve ser conduzido com base no resultado desejado. » Após definidos os objetivos, as estratégias e táticas são implementadas e trabalhadas pelo staff. Considerações importantes para a definição das estratégias: » A estratégia nada mais é do que como chegar ao resultado esperado. » São determinadas pelo chefe de Seção de Operações. » Considere estratégias alternativas baseadas em considerações das prioridades e limitações. » Considere sempre a possibilidade: “E se...”. Considerações para se atentar no estabelecimento das táticas: » As táticas que serão empregadas no evento devem ser estabelecidas pelo Chefe da Seção de Operações (CSO) com o devido suporte da Seção de Planejamento (SP). » Perguntas a serem feitas: Quem? O quê? Onde e quando? Já que o Sistema de Comando de Incidentes (SCI) pressupõe a participação de vários entes e instituições atuando de forma conjunta num mesmo cenário acidental (teatro das operações), torna-se necessário que cada um dos participantes (respeitadas as atribuições, a autonomia e a jurisdição) possua um Plano de Ação de Incidentes (PAI) próprio, de forma consolidada, e que seja capaz de se integrar aos outros planos. Caso contrário, a tarefa de equacionar as diferenças e unificar os planos durante a ocorrência do evento será difícil e demandará tempo e esforço do comando do incidente, acarretando retardo nas ações e ineficiência na resposta. Para alcançar esse objetivo, tornam-se necessárias a atualização constante desses planos por parte de cada órgão, mediante exercícios próprios, e a avaliação permanente deles, por meio de exercícios conjuntos, visando a integração e articulação. Muitas vezes, em função de diferentes cenários e situações, o PAI será definido durante a ação, mas será planejado e difundido a todos os participantes antes de sua execução. 29 PRINCÍPIOS E CONCEITOS │ UNIDADE I Como regra geral, cada plano deverá conter, em sua essência, as definições a cerca de: » objetivos do plano; » mecanismos de acionamento; » organização da estrutura; » estratégias de ação; » recursos a serem utilizados. Podemos dizer dessa forma que o PAI é a expressão escrita dos objetivos, das estratégias operacionais, das táticas, dos recursos e das estruturas a serem cumpridos durante um período operacional visando controlar um incidente, um evento ou uma operação. Componentes do Plano de Ação de Incidentes (PAI) Todo Plano de Ação de Incidentes considera quatro aspectos fundamentais: » objetivos; » estratégias e táticas; » alocação de recursos; » estrutura organizacional esperada. Considerações que devemos ponderar para elaborar o PAI Objetivos Os objetivos do incidente devem ser: » específicos; » observáveis; » alcançáveis; » avaliável, baseado no tempo e nos recursos. 30 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS E CONCEITOS Recursos Deverá ser desenvolvida lista de recursos disponíveis e necessários (pessoal, veículos, equipamentos de comunicação etc.) de acordo com as estratégias e táticas propostas. Estratégias As boas estratégias devem: » Ser específicas. » Fornecer orientação geral. » Ser viáveis, com a possibilidade de alcançar o resultado desejado. » Cumprir com os padrões de saúde e segurança estabelecidos. » Ser rentáveis e considerar os padrões de proteção ambiental, se aplicável. Táticas As táticas descrevem o que, onde e quando implementar ações específicas para atender os objetivos e implementar as estratégias. Dessa forma, podemos dizer que as táticas descrevem e direcionam a implantação e a direção dos recursos como meio de atender uma atribuição específica. Deverá ser desenvolvida lista descrevendo as equipes, as ferramentas e os acessórios que farão parte do PAI. Período inicial Período estabelecido variando de 1 a 4 horas, lembrando-se de que sempre haverá um período inicial. Período operacional É um espaço de tempo programado para executar um conjunto de objetivos e ações operacionais, conforme especificado no PAI. Os períodos operacionais variam de 12 a 24 horas. Fatores para definir um período operacional » Condições de segurança. » Condição de recursos. 31 PRINCÍPIOS E CONCEITOS │ UNIDADE I » Estabelecer o período de tempo necessário ou disponível para cumprir as tarefas táticas. » Disponibilidade de pessoal de atendimento de urgência (socorro). » Envolvimento futuro de outras jurisdições ou instituições/agências adicionais. » Condições ambientais. » Resolução de problemas com enfoque analítico. Para os períodos operacionais, faz-se necessário processo de planejamento operacional prévio, devendo ser preparado no PAI e registrado no Formulário específico (SCI-202), fazendo uso e apoio dos Formulários SCI-205 e SCI-206. Figura 4. Fluxograma analítico. Identificar o problema Explorar as alternativas Selecionar uma alternativa Implementar a alternativa Avaliar a situação Fonte: Adaptado pelo autor. O Plano de Ação Inicial (PAI) tem que conter informações sobre o cenário acidental ou crítico (mapas, cartas topográficas, croquis), os objetivos estratégicos e táticos da operação, as principais atividades e operações a serem desenvolvidas, a estrutura organizacional de resposta do SCI, a descrição dos recursos humanos e materiais disponíveis, os dados relativos aos riscos e a estrutura de comunicações do SCI. 32 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS E CONCEITOS Com base no PAI, o CI acompanha os trabalhos e continua reunindo informações, sendo que, do interior do PC, ele irá permanecer controlando as informações, os recursos, o organograma, os mapas e croquis e o plano de ação inicial, ou seja, a operação como um todo. Quando o período operacional estipulado estiver chegando a fase final, o CI deve reunir-se com os integrantes do staff de comando visando avaliar os resultados obtidos e elaborar um novo plano de ação para mais um período. Cada período requer um novo PAI. Matriz de análise de trabalho Essa matriz serve de apoio e visa facilitar o estabelecimento dos objetivos, das estratégias e das táticas para a elaboração do Plano de Ação de Incidentes. Podemos dizer ainda que ela deve ser elaborada/confeccionada, em conjunto, pelos Chefes das Seções de Operações (CSO) e Planejamento (CSSP), devendo estar afixada em local visível, normalmente no posto de comando, já que ela será o foco permanente da operação, pois ali estarão estabelecidos os objetivos, as estratégias e as táticas. Tabela 1. Modelo de Matriz de Análise de Trabalho. Objetivo da operação Estratégia operacional (Como?) Tática (Quem? O quê? Onde? Quando? Fonte: Manual SCI, CBMDF (2011). Manejo Integral dos recursos Finalmente, como objetivo maior e final do Sistema de Comando de Incidentes, o manejo eficaz e integral de todos os recursos disponíveis (humanos e materiais), gerará uma resposta adequada e eficiente ao evento. Tal manejo permitirá ainda: » Otimizar o uso dos recursos. » Garantir a segurança do pessoal envolvido. » Contabilizar e controlar o uso de recursos humanos e materiais. » Unificar e reduzir a dispersão no fluxo de comunicações. » Reduzir as influências externas e dispersão dos comandos. 33 CAPÍTULO 3 Comando unificado, cadeia de comando e unidades No Sistema de Comando de Incidentes (SCI), cadamembro da estrutura responde e informa somente a um designado (comandante do incidente, oficial, chefe, encarregado, coordenador, líder, supervisor), de forma a proporcionar o cumprimento das ordens de maneira eficaz e hierarquizada. Comando unificado Mesmo que um único comandante consiga desempenhar as funções de comando de modo eficaz e assertivo, a organização e emprego do SCI pode expandir para um sistema de comando unificado. O comando unificado nada mais é que uma estrutura de gerenciamento que envolve todos os “Comandantes de Incidente” das agências e organizações envolvidas em um único evento, visando garantir a coordenação efetiva da resposta e do atendimento, ao passo que cada um dos comandantes cumpre com suas responsabilidades e atribuições funcionais e/ou jurisdicionais. Assim, podemos dizer que o comando unificado se aplica quando várias instituições/agências com competências técnica e jurisdicional promovem acordos conjuntos visando atender e gerenciar um evento no qual cada inst i tuição conserva sua autoridade, responsabi l idade e obrigação institucional. A definição do comando geral de um incidente é uma tarefa muitas vezes confusa, cujo desempenho esbarra em obstáculos de ordem político- operacional das instituições envolvidas na ação. Será formado por instituições e órgãos com competências técnica, legal e jurisdicional diferentes. Uma definição prévia e precisa acerca dos papéis desenvolvidos por cada comando individualmente e da forma de trabalho conjunto, visando objetivos e estratégias comuns, é fundamental. 34 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS E CONCEITOS Depois de definido o comando unificado, levando em consideração o tipo de evento/incidente, as estratégias deverão ser baseadas em alguns princípios, a saber: » Planejamento conjunto das atividades de atendimento e resposta. » Identificação e determinação dos objetivos em conformidade com o período operacional previsto. » Condução das atividades operacionais de forma integrada e efetiva. » Otimização e aproveitamento dos recursos disponíveis. Embora todas as decisões sejam tomadas em conjunto, e cada instituição mantenha sua autoridade e responsabilidade institucional, somente uma pessoa deve assumir a função de comandante-geral do evento, com suas ordens passadas adiante e respeitadas por todos. A decisão sobre qual órgão ou instituição representará esse comando dependerá do tipo de evento e qual a instituição de maior pertinência ou competência legal está presente naquele momento. Eventualmente, e a partir de planos de atendimento específicos bem como da magnitude do evento, pode-se ter como comando-gera, um comando único, e não unificado. Todas as decisões são tomadas em conjunto, mas somente um único comandante – representante da instituição – terá pertinência ou competência legal de acordo com o evento. Características principais do comando unificado: » Instalações compartilhadas. » Um posto de Comando de Incidente (PC). » Operações, planejamento, logísticas e administração e finanças compartilhadas. » Um processo coordenado/padronizado para solicitação de recursos. » Um processo padronizado de planejamento do Plano do Incidente ou de Emergência (PAI/PRE). 35 PRINCÍPIOS E CONCEITOS │ UNIDADE I Unidade de comando Durante resposta a situações de crise, um dos grandes fatores de incertezas e dificuldades no seu manejo refere-se a situação em que, no desempenho de sua função, o indivíduo recebe ordens de diferentes fontes, tornando dispendiosa e ineficaz a sua ação, uma vez que tais ordens, geralmente, podem apresentar-se superpostas, gerando desperdício de recursos ou pessoal, ou ainda se apresentar contraditórias, gerando ações antagônicas que comprometem a eficácia da ação. Um dos princípios mais importantes, do qual depende toda a dinâmica envolvida no SCI, é o que define que cada pessoa responde e informa somente a uma pessoa designada em função hierarquicamente superior. De forma clara, cada pessoa imbuída de função só pode receber ordem de uma única pessoa, entretanto, pode emitir ordens para mais de uma (alcance de controle). Alcance de controle Juntamente com a unidade de comando, o alcance de controle forma um processo dinâmico de atuação do Sistema de Comando de Incidentes. Podemos dizer, então, que o alcance de controle refere-se basicamente a quantidade de membros que são coordenados/comandados por uma única pessoa. Quando o sistema foi desenvolvido concluiu-se que o número de pessoas que deveriam se reportar a um líder, supervisor, coordenador e assim sucessivamente, teria que ter um limite. Portanto, esse princípio preconiza que o número de subordinados a cada indivíduo deve ser algo entre três e sete pessoas, e considera-se como valor ideal o número de cinco. De acordo com os diversos Sistemas de Comando de Operações (SCO) existentes no Brasil, é recomendado o número de pessoas ou recursos sob a responsabilidade de um determinado coordenador, encarregado ou líder, compatível com a sua capacidade gerencial, logo, não deve ser inferior a três nem superior a sete. Em função desses valores, serão avaliadas as reais necessidades de expansão ou retração da estrutura de comando definida para o evento, por isso sempre devemos atentar para que, à medida que os recursos forem chegando ao local da ocorrência, haja a necessária promoção da expansão da estrutura do Sistema de Comando de Incidentes (SCI), ficando, dessa forma, o alcance de controle sempre mantido com a mesma quantidade de pessoas. 36 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS E CONCEITOS Devemos lembrar ainda de que durante o atendimento a incidentes, em especial as emergências, a chegada de informações bem como a tomada de decisões geralmente ocorrem de maneira rápida, intensa e sob pressão, motivo pelo qual podem facilmente não saírem como programadas. Figura 5. Alcance e controle ideal. Líder 1 2 3 4 5 Fonte: Adaptada pelo autor. Podemos dizer que a amplitude de controle é influenciada por vários fatores, tais como: » Natureza e porte da emergência ou da situação crítica. » Natureza e complexidade das tarefas, riscos específicos e fatores de segurança atribuídos. » Complexidade e especificidade dos cenários acidentais. » Número de membros participantes de cada seção. » Distância entre os recursos humanos e materiais etc. Figura 6. Amplitude de Controle – Inadequada. Recurso Recurso Recurso Recurso Recurso Recurso Recurso Recurso Operações Fonte: Manual Gestão de Gerenciamento de Desastres, SNDC (2010). 37 PRINCÍPIOS E CONCEITOS │ UNIDADE I Figura 7. Amplitude de Controle – Adequada. Operações Grupo A Grupo B Recurso Recurso Recurso Recurso Recurso Recurso Recurso Recurso Fonte: Manual Gestão de Gerenciamento de Desastres, SNDC (2010). Comunicações integradas No desenvolvimento de uma estrutura de SCI, as comunicações representam um ponto crítico, cujo desempenho poderá determinar o fracasso ou sucesso da operação. Influenciada por uma série de fatores, seus mecanismos e sua tecnologia estão em constante aprimoramento, sendo uma ferramenta que deve estar em constante avaliação e aperfeiçoamento, por meio de exercícios e checagens constantes. Por isso, na estrutura do SCI, as comunicações devem ser estabelecidas em um único plano, no qual é utilizada a mesma terminologia, os canais e as frequências devem ser comuns ou interconectados e as redes de comunicação devem ser estabelecidas dependendo do tamanho e da complexidade do incidente. Dessa forma, torna-se vital que o SCI processe um plano de comunicações no qual deverá prever uma série de condições operacionais, administrativas e outras que forem necessárias. Deve-se estar previsto quem falará com quem, como, quando, por meio de que etc. No plano de comunicação também devem estar previstas e estabelecidas as diferentes redes de comunicação que possam ser necessárias e que sejam exequíveis, visando evitarpossível congestionamento nas transmissões que atrapalham e dificultam o desenvolvimento da adequada resposta ao evento. As redes de comunicação geralmente são estabelecidas levando em consideração o porte, a especificidade e a complexidade do evento ou incidente. Alguns princípios básicos devem ser seguidos: » Estabelecimento das comunicações em um único plano. » Formas e meio de comunicação simples, objetivo e direto. 38 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS E CONCEITOS » Verificação da forma de recepção dos informes e informações. » Utilização de fraseologia única e uníssona. » Garantia da segurança das comunicações durante todas as fases do atendimento e da resposta ao evento. » Utilização de canais e frequências comuns ou com possibilidade de interconexão. » Determinação e dimensionamento do sistema de comunicação levando em consideração o porte, a criticidade e a complexidade do cenário acidental do evento e/ou incidente. » Não utilização de códigos que não sejam do conhecimento de todos os envolvidos. » Previsão de sistemas de contingência para fatos fortuitos ou eventos não previstos. Instalações com localização determinada, denominação precisa e sinalizada Logo após a instalação do Comando do Incidente e da identificação, reconhecimento e avaliação da cena, deverão ser definidas e delimitadas as áreas e os locais onde serão alocados e dispostos os recursos e desenvolvidas as atividades durante as fases de duração do atendimento e da resposta ao incidente. Essas definições e delimitações são importantes para evitar a dispersão ou a distribuição desordenada dos recursos, impedindo sua utilização efetiva e prejudicando o controle da ação pelo comando do incidente. Além disso, tais áreas devem ter denominação comum e sinalização própria, facilitando a sua identificação e localização por todos os componentes do SCI. Lembrando-se de que durante um desastre, essas instalações podem ter suas localizações alteradas em função de mudanças dinâmicas no cenário, devendo ser prevista a necessidade de retirada rápida de equipamentos e pessoal. Dessa forma, devemos sempre atentar para as condicionantes meteorológicas que estão presentes e/ou possam a vir estar presentes durante as fases do atendimento e da resposta ao evento, bem como observar e atentar para a geografia do local. 39 UNIDADE II ÁREAS FUNCIONAIS E FUNÇÕES DO STAFF DE COMANDO CAPÍTULO 1 Funções e estrutura Organização funcional do SCI O Sistema de Comando de Incidentes (SCI) é uma forma de organização funcional, na qual suas funções, atribuições e estrutura são desenhadas e definidas levando em consideração o porte, o tipo e a natureza do evento acidental envolvido, como, por exemplo, um evento complexo envolvendo tarefas e funções para um cenário de grande porte. Cada ocorrência ou evento possui certas especificidades ou funções que devem ser desenvolvidas de modo a permitir a resolução desse evento. Assim, se o incidente é de pequeno porte, talvez uma única pessoa possa desenvolver todas as ações bem como assumir todas as funções para gerenciá-lo. No entanto, se o evento for de grande porte ou de alta complexidade, serão necessários mais membros, objetivando o desenvolvimento de todas as ações previstas no PAI/PRE, de maneira que cada uma dessas pessoas deverá compreender o papel que ela irá desempenhar naquela Estrutura Organizacional de Resposta (EOR) ou organograma funcional. Como já dissemos, a organização e o dimensionamento do SCI poderão se expandir ou contrair para atender às demandas relativas ao evento que está sendo atendido. Durante o atendimento a uma emergência e/ou ocorrência, o Comandante do Incidente (CI) inicialmente desempenha todas as funções previstas no SCI, mas à medida que o evento aumenta e torna-se mais complexo ou que se tenha necessidade de pessoal, o CI poderá ativar seções e designar responsáveis para dirigi-las. Essa necessidade não depende dos limites institucionais dos respondedores, reforçando a importância do trabalho integrado das instituições. 40 UNIDADE II │ ÁREAS FUNCIONAIS E FUNÇÕES DO STAFF DE COMANDO As funções básicas de comando e assessoria ao comando são distribuídas e descritas na seguinte forma: » Comando do incidente: é a mais alta função no SCI e consiste em administrar, coordenar, dirigir e controlar os recursos na cena, seja por competência legal, institucional, hierárquica ou técnica. Pode ser exercido por um comandante ou por um comando unificado. » Funções de segurança: tem como missão apoiar o Comando do Incidente na avaliação de situações de risco, perigosas e/ou inseguras, elaborar, especificar e desenvolver medidas de segurança de acordo com os riscos específicos das tarefas versus cenário emergencial, bem como deve prevenir atitudes comportamentais inseguras por meio da cadeia normal de comando e alertar as questões de segurança durante a execução do Plano de Resposta à Emergência (PRE). » Funções de informação pública (porta-voz): serão desenvolvidas mediante contato com os meios de imprensa e o público em geral. São responsáveis pelo manejo dos dados acerca do incidente. Atua mediante um centro único de informações e comunicados periódicos à imprensa. » Funções de ligação: auxiliam o comando-geral do incidente nas ações de contato com os representantes de instituições de ajuda e cooperação. » Funções de planejamento: promovem ações de previsão de necessidades; recolhimento, avaliação e difusão das informações sobre o andamento das ações no âmbito interno; realizar o controle dos recursos; compilar toda informação escrita do incidente, elaborar o plano de ação para o próximo período operacional (normalmente em 24 horas); e planejar a desmobilização de todos os recursos do incidente. » Funções de operações: executam todas as operações de resposta; implementam e desempenham o PRE; determinam as necessidades; e solicitam recursos adicionais que se façam necessários. » Funções de logística: proporcionam instalações, serviços e materiais para apoio durante o evento, operação ou incidente; e asseguram o bem- estar de todo o pessoal, por meio de mantimentos e suprimentos às necessidades básicas das equipes. » Funções de administração/finanças: administram e justificam para as autoridades competentes os gastos e as necessidades que se façam necessários durante o evento. 41 ÁREAS FUNCIONAIS E FUNÇÕES DO STAFF DE COMANDO │ UNIDADE II Responsabilidades do comandante do incidente O Comandante do Incidente (CI) é o membro da EOR que possui a maior autoridade do Sistema de Comando e deve estar plenamente qualificado para conduzir a resposta ao incidente, tendo como responsabilidades: » Assumir o comando da ocorrência e estabelecer o Posto de Comando (PC). » Zelar pela segurança dos respondedores e da segurança pública. » Avaliar as prioridades da ocorrência. » Determinar os objetivos operacionais. » Desenvolver e executar planos de atendimento (PRE, PAI, PEI etc.). » Desenvolver Estrutura Organizacional de Resposta (EOR) adequada. » Manter o Alcance de Controle; » Coordenar os recursos (humanos e materiais). » Realizar a coordenação geral das atividades. » Coordenar as ações das demais agências e instituições que façam parte do SCI ou que estejam presentes no Teatro das Operações (TO). » Atualizar a divulgação das informações pelos meios de comunicação apropriada. » Manter o quadro de situação para assegurar a gestão do estado e a aplicação dos recursos empregados. » Encarregar-se da documentação e dos controles dos gastos bem como apresentar o relatório final. Perfil do comandante do incidente » Ter poder de decisão. » Ser seguro, objetivo e calmo. » Possuir resiliência (adaptação ao meio físico), raciocínio ágil e flexível. 42 UNIDADE II │ ÁREAS FUNCIONAIS E FUNÇÕES DO STAFF DE COMANDO » Conhecer suas limitações. » Ter capacidade de delegar funções de forma clara, apropriada e oportuna visando manter o controle da situação.Todos os eventos, independentemente de porte, especificidade ou nível de complexidade, devem contar com apenas um Comandante do Incidente (CI). Ele é o responsável por, na chegada ao Teatro das Operações (TO), assumir a responsabilidade das ações até que a autoridade de comando seja transferida e instituída a outra pessoa ou ente. 43 CAPÍTULO 2 Descrição das áreas funcionais do SCI Staff de comando Conforme o evento e/ou incidente tome proporções maiores ou haja o acréscimo de recursos (humanos e/ou materiais), o Comando do Incidente (CI) pode atribuir (delegar) autoridade a outros membros para o desenvolvimento de algumas atividades específicas. É válido salientar que sempre que a expansão da estrutura do SCI se faça necessária, em termos de segurança, relacionamento com a imprensa e/ou articulação com outros agentes/instituições, deverão ser estabelecidas pelo comando as posições do staff de comando. O CI pode designar, de acordo com o porte (magnitude) e a complexidade do incidente, qualquer uma de suas três áreas de apoio, que constituem a equipe de comando. As designações dos ocupantes das funções descritas podem variar em função da magnitude do evento e de características próprias de cada instituição. De maneira didática apresentaremos no organograma abaixo a cadeia de comando básica entre o CI e seu staff: Figura 8. Staff de Comando. C O M AN D O D O IN C ID EN TE Segurança Porta-voz Ligação Fonte: Adaptado pelo autor. 44 UNIDADE II │ ÁREAS FUNCIONAIS E FUNÇÕES DO STAFF DE COMANDO Oficial de Segurança (OFS) O oficial de segurança faz parte da equipe de comando. Ele é responsável por assessorar e apoiar o Comando do Incidente (CI) nas questões que envolvam o gerenciamento das ações de segurança associadas ao pessoal envolvido e aos recursos da estrutura de comando de incidentes, bem como quanto aos riscos inerentes aos cenários acidentais e às tarefas associados ao incidente e à área de operações. A ele cabe ser o guardião e zelar pela segurança das operações em todas as suas fases, bem como avaliar situações perigosas e inseguras, tendo, assim, a responsabilidade pelo desenvolvimento de medidas para a segurança do pessoal envolvido no incidente. Tem ainda, dentro de suas atribuições e responsabilidades, o poder para prevenir ações inseguras quando a criticidade da situação exigir ações imediatas, geralmente faz as correções das ações com desvio ou condições inseguras por meio da cadeia de comando normal, respeitando a hierarquia estabelecida. O Oficial de Segurança (OFS) mantém-se inteirado e conhecedor de todas as ações e operações desenvolvidas. Demais responsabilidades: » Obter relato do Comandante do Incidente (CI). » Apoiar o CI na reunião de objetivos e estratégias no que corresponde aos aspectos de segurança; » Identificar e reconhecer situações perigosas e de risco associados ao incidente e/ou à resposta à ocorrência. » Participar das reuniões de planejamento e auxiliar na revisão do Plano de Ação do Incidente (PIA). » Identificar situações potencialmente inseguras durante a execução de operações táticas e/ou ações de resposta. » Fazer valer sua autoridade para prevenir e/ou neutralizar ações perigosas. » Investigar e analisar os incidentes e acidentes ocorridos no teatro das operações durante as ações de resposta. » Auxiliar na revisão do Plano Médico (SCI-206) e do Plano de Ação do Incidente. » Definir mensagens de segurança para o PAI. 45 ÁREAS FUNCIONAIS E FUNÇÕES DO STAFF DE COMANDO │ UNIDADE II Oficial de informação pública (porta-voz) O Oficial de Informações Públicas (OIP) é um membro da equipe de comando que ficará responsável pelo fluxo de informações entre o evento e a parte externa, ficando, dessa forma, responsável pelo contato com os meios de comunicação ou outras organizações/instituições que busquem informação direta sobre o evento. Ainda que todos os órgãos que estejam respondendo ao incidente possam designar membros de seu pessoal como oficiais de informação pública, durante o evento haverá somente um “porta-voz”. Os demais poderão servir como auxiliares e apoiar as fases do processo de comunicação, mas as informações partem, obrigatoriamente, do “porta-voz” e para ele convergem, uma vez que ele é o responsável formal por elas. Lembrando-se de que toda informação que vá ser emitida ou passada, deverá ser anteriormente validada e aprovada pelo Comando do Incidente (CI). O oficial de informação tem, dentre várias responsabilidades, que: » Receber do comandante do incidente os relatos iniciais. » Coordenar todas as atividades de informação pública do incidente. » Atuar de acordo com protocolos locais levando em consideração a estrutura legal que se aplica (se houver). » Estabelecer contato com a instituição jurisdicional para coordenar as atividades de informações. » Preparar comunicados à imprensa e enviá-los ao CI para análise e aprovação. » Coordenar e preparar o terreno para as coletivas de imprensa de CI bem como preparar os relatórios de status para as autoridades, conforme solicitado pelo CI. » Coordenar, com a Seção de Logística, a organização do espaço de trabalho do pessoal, dos materiais, dos equipamentos e dos suprimentos necessários. » Garantir que informações consolidadas e consistentes sejam mantidas a fim de fornecer informes aos atores externos ao incidente bem como à comunidade em geral. 46 UNIDADE II │ ÁREAS FUNCIONAIS E FUNÇÕES DO STAFF DE COMANDO » Manter e/ou consolidar o registro fotográfico do incidente, se solicitado pelo CI. » Estabelecer um centro único de informações, sempre que possível. » Receber cópias atualizadas dos Formulários SCI-201 e 211. » Preparar resumo inicial de informações depois de chegar ao teatro das operações. » Respeitar as limitações para a emissão de informação que imponha o CI e obter aprovação deste para a emissão de qualquer informação bem como emitir notícias aos meios de imprensa e enviá-las ao Posto de Comando e a outras instâncias relevantes. » Estar presente nas reuniões visando atualizar as notas de imprensa. » Sempre que acionado, responder às solicitações de informes e informações. Formato resumido de comunicado de imprensa » nome do incidente, evento ou operação; » número da declaração; » data e hora do lançamento; » breve descrição do incidente, evento ou operação; » ações realizadas até o momento; » resultados durante o período operacional; » instituições participantes; » recursos disponíveis; » evolução esperada; » assinatura do CI; » data e hora do próximo comunicado; » assinatura de quem preparou o comunicado. 47 ÁREAS FUNCIONAIS E FUNÇÕES DO STAFF DE COMANDO │ UNIDADE II Oficial de Ligação (OFL) Podemos dizer que o oficial de ligação é o membro da equipe de comando responsável por articular as informações relativas às necessidades de gerenciamento do incidente com os atores externos do incidente e vice-versa. É o ponto de contato entre os representantes das agências e órgãos públicos que estejam atuando na ocorrência ou que possam ser convocados para atuação. Isso inclui instituições e órgãos de primeira resposta, saúde, obras, energia elétrica, instituições públicas e privadas entre outras organizações no teatro das operações. Toda a informação deverá ser aprovada pelo Comando do Incidente (CI). O oficial de ligação tem como responsabilidades principais: » Receber com o comandante do incidente o relato do evento. » Proporcionar um ponto de contato para os representantes de todas as agências e instituições presentes bem como manter atualização de referências por instituição/agências. » Atuar de acordo com protocolos locais e levando em consideração a estrutura legal que se aplica (se houver). » Fornecer um ponto de contato para representantes de instituições de ajuda e cooperação. » Desenvolver ações para resolver requisitos de gerenciamento de incidentes. » Monitorar operações para identificarproblemas atuais ou potenciais que possam vir a ocorrer entre as várias organizações presentes no teatro das operações. » Identificar os representantes de cada uma das instituições, incluindo sua localização e linhas de comunicação. Decisão de expandir ou contrair a estrutura e os níveis de estrutura Sabemos que a flexibilidade atribuída à ferramenta SCI permite que ela tenha a prerrogativa de se expandir ou contrair visando atingir as diferentes necessidades impostas pelo incidente ao qual se está atendendo. Por isso, essa possibilidade de 48 UNIDADE II │ ÁREAS FUNCIONAIS E FUNÇÕES DO STAFF DE COMANDO flexibilização torna o método de gerenciamento de incidentes mais assertivo e efetivo para qualquer tipo de evento, desde as complexas e críticas, as mais simples e comuns, tanto do ponto de vista financeiro (custo operacional) quanto da eficiência da abordagem do ponto de vista gerencial. Em um evento, a decisão de expandir ou contrair a estrutura do SCI será fundamentada levando em consideração: » Proteção à vida. Esta é a prioridade para a decisão mais assertiva, na escala hierarquizada de tomada de decisão, essa é a principal. Por isso a prioridade zero deve ser sempre relativa à proteção da vida dos que respondem ao evento bem como da comunidade. » Estabilização do evento. O comando do incidente é o responsável por definir e estabelecer estratégia de tal forma que minimize os efeitos do sinistro sobre a área circundante e intensifique a resposta utilizando de forma racional e eficiente os recursos. Na ocorrência de um evento de pequeno porte, pode ser necessária a expansão diante da complexidade que se apresente (nível de exigência e de especificidade da resposta). » Assertividade nas ações. Por exemplo: um incêndio em um pequeno depósito de produtos químicos agropecuários necessitará de uma estrutura expandida com posições especializadas (inflamáveis, tóxicos, venenos, explosivos). Já um incidente de grande magnitude, como um incêndio em uma grande madeireira, pode ser que se requeira estrutura simples de manejo de fogo e nada mais. » Preservação de bens patrimoniais. O Comando do Incidente tem sob sua guarda a responsabilidade de minimizar e/ou mitigar os danos patrimoniais, da mesma forma que cumpre com os objetivos de atendimento do evento. Sempre que se necessitar de um tipo específico ou de uma quantidade de recursos que superam seu alcance de controle, outras seções poderão ser ativadas (Planejamento, Operações, Logística e Administração e Finanças) ou outras posições, conforme necessidade da demanda. Cada chefe de seção tem a liberdade e a autoridade para expandir ou retrair sua organização interna. 49 CAPÍTULO 3 Estrutura detalhada do SCI Títulos e posições no SCI As designações dos ocupantes das funções do Sistema de Comando de Incidentes (SCI) podem variar em função da magnitude (porte) do evento e de características próprias de cada instituição/agência envolvida no atendimento. De maneira didática, as designações seguem a seguinte terminologia: » Gerentes – também chamados de staffs de comando, assumem as funções de segurança, informação e ligação. » Chefes de seção – responsáveis por uma área funcional principal no incidente – planejamento, operações, logística e administração. » Encarregados – responsáveis pelo manejo de todas as atividades em uma instalação – por exemplo, a área de espera, a base. » Coordenadores, líderes ou supervisores – responsáveis por funções de apoio específicos a cada uma das funções anteriores. Visando a execução coordenada e sistematizada das atividades desenvolvidas, deverá ser mantida uma organização, uma vez que, para que cada nível da organização e estrutura do SCI, existem posições específicas, e os responsáveis de cada estrutura têm títulos diferentes, os quais devem ser de conhecimento de todos que trabalham com esse sistema. Devemos observar e atentar a descrição abaixo: » Comando: comandante/oficiais » Seções: chefes » Setor: coordenador » Divisão/grupo: supervisores » Unidades: líderes » Instalações: encarregado 50 UNIDADE II │ ÁREAS FUNCIONAIS E FUNÇÕES DO STAFF DE COMANDO Setor Nível da estrutura com responsabilidade funcional ou geográfica designada pelo CI, sob direção de um chefe de seção. O CI pode implementar setores funcionais (operações aéreas, controle de trânsito). Também podem ser setores geográficos que conduzirão operações em áreas geográficas delimitadas. Na estrutura do SCI os setores são encontrados nas seções de operações e logística. Unidade Nível da estrutura que tem a função de apoiar as atividades de planejamento, logística e administração e finanças. Por exemplo, a Seção de Planejamento tem a Unidade de Documentação que recolhe e mantém todos os documentos do incidente; a Seção de Logística possui a Unidade Médica, a Unidade de Alimentos e outras. Divisão Nível da estrutura que tem a responsabilidade de atuar dentro de uma área geográfica definida. As divisões cobrem operações em áreas geográficas delimitadas quando o número de divisões ou grupos excede os cinco recomendados para o alcance de controle do chefe de seção. Caso existam várias instituições com competência no incidente, convém que os recursos sejam administrados sob suas linhas de subordinação. Grupo Nível da estrutura que tem a responsabilidade de uma designação funcional específica. Os grupos cobrem funções específicas de operação. O primeiro nível da estrutura se define com recursos únicos, forças-tarefa e equipes de intervenção. A divisão e o grupo são níveis organizacionais que se encontram entre força-tarefa, equipe de intervenção, recursos únicos e o nível de setor (caso este tenha sido implementado). 51 ÁREAS FUNCIONAIS E FUNÇÕES DO STAFF DE COMANDO │ UNIDADE II Note-se que, a partir de grupo, as posições que seguem indicam níveis dentro da estrutura. Esses níveis serão estabelecidos à medida que o alcance de controle se faça necessário. Podem ter responsabilidades funcionais específicas (grupo) ou desempenhar funções em uma área geográfica delimitada (divisão). Em uma divisão poderão funcionar vários grupos. Excedendo o alcance de controle no nível de grupo e divisão implementa-se setores para garantir esse princípio. Essas mudanças ocorrem exclusivamente na seção de operações e está diretamente relacionada com o princípio do alcance de controle. Excedendo o alcance de controle no nível de grupo e divisão implementam-se setores para garantir o princípio. 52 UNIDADE IIIFUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI CAPÍTULO 1 Seções do SCI Seções da Estrutura Organizacional de Resposta (EOR) do organograma do SCI As seções são níveis da estrutura de resposta que têm a responsabilidade de uma área funcional principal no incidente/evento (Planejamento, Operações, Logística, Administração e Finanças). As seções são posições subordinadas diretamente ao comando do incidente, estão sob a responsabilidade de um chefe e contêm unidades específicas. Figura 9. Staff Geral (Seções). Comando do incidente Planejamento Operações Logistica Finanças Fonte: Adaptado pelo autor. Cargos e responsabilidades da Seção de Planejamento As funções dessa seção incluem recolher, avaliar, difundir e usar a informação acerca do desenvolvimento do incidente e manter um controle dos recursos. Ela elabora o Plano de Ação do Incidente (PAI), o qual define as atividades de resposta e o uso dos recursos durante um período operacional. Sob sua direção, 53 FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI │ UNIDADE III estão os líderes das Unidades de Recursos, de Situação, de Documentação, de Desmobilização e Unidades Técnicas. O chefe da Seção de Planejamento está subordinado diretamente ao comandante do incidente. É ele quem determina a estrutura interna da seção e é responsável por: » Obter diretamente com o Comando do Incidente (CI) as informações sobre o evento. » Acionar e ativar as unidades da Seção de Planejamento. » Designar, de forma apropriada,o pessoal de intervenção de acordo com as posições e necessidades face ao evento que está sendo atendido. » Definir e estabelecer as necessidades e agendas de informação para todo o Sistema de Comando do Incidente (SCI). » Notificar a Unidade de Recursos sobre todas as unidades da Seção de Planejamento que tenham sido acionadas, incluindo os nomes e os locais onde estão instalados e designados. » Estabelecer uma sistemática visando o recebimento de informações meteorológicas, quando necessário e aplicável. » Supervisionar a preparação do Plano de Ação do Incidente (PAI). » Organizar as informações sobre as estratégias diretas e alternativas. » Organizar e desfazer as equipes de intervenção que não sejam designadas às operações. » Identificar a necessidade de uso de recursos (humanos e materiais) especializados. » Prover o planejamento operacional da Seção de Planejamento. » Proporcionar previsões periódicas sobre o potencial do incidente. » Compilar e distribuir informações resumidas sobre o estado do evento. Chefe da Seção de Planejamento Ele é responsável por dirigir o processo de coleta, consolidação, análise e transformação das informações em planos de ação, além de controlar sua evolução – processo de coleta, consolidação, análise e transformação das informações – e representar através de indicadores. Tem como responsabilidades: » Dirigir a coleta e a documentação de todos os dados operacionais gerados no incidente. 54 UNIDADE III │ FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI » Atuar em conformidade com os protocolos locais, levando em consideração a estrutura e o arcabouço legal aplicável (se houver). » Assegurar a preparação do Plano de Ação para Incidentes (SCI-202). » Verificar se o SCI-205 e o SCI-206 foram desenvolvidos e suportam o PAI. » Fornecer informações relevantes ao CI e ao CSO no processo de preparação do PAI. » Realizar e facilitar as reuniões de planejamento. » Desenvolver a estrutura organizacional de sua seção. » Coletar e apresentar a análise da situação do incidente. » Fornecer previsões periódicas sobre o incidente e eventos associados. » Assumir o controle de todos os recursos. » Coordenar com o CSO a organização dos recursos do incidente. » Determinar a necessidade de recursos especializados. » Relatar mudanças significativas no status do incidente. » Recomendar ao CI a distribuição de pessoal de acordo com as posições definidas para o novo período operacional. » Estabelecer necessidades de reuniões e informações para todas as áreas da estrutura organizacional. » Compilar e distribuir informações resumidas sobre o status do incidente. » Notificar a Unidade de Recursos de todas as áreas que foram ativadas na Seção de Planejamento, incluindo nome do líder, ponto de contato e atribuição. O mesmo deve acontecer ao desmobilizar essas áreas. » Estabelecer o mecanismo oficial de informação meteorológica para o incidente, evento ou operação, quando necessário. » Assegurar-se de que todos os formulários de responsabilidade do pessoal da sua unidade sejam devidamente preenchidos e entregues à unidade de documentação antes da desmobilização, assim como os relatórios. 55 FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI │ UNIDADE III » Preparar o plano de desmobilização. » O Chefe da Seção de Operações (CSO) consolida as informações geradas no Planejamento Operacional e prepara o PAI. Também se responsabiliza pela avaliação das informações e sua utilização na Estrutura Organizacional de Resposta (EOR), assumindo o controle dos recursos. » Responsável pela elaboração e preparação do plano de desmobilização do incidente. Líder da Unidade de Recursos (Lurec) O líder da Unidade de Recursos é responsável por: 1. Estabelecer todas as atividades de registro de recursos para o incidente. 2. Preparar e processar as informações sobre mudanças no estado dos recursos. 3. Preparar e manter todos os quadros de avisos, cartas e listas que refletem o status atual e a localização dos recursos para controle, transporte e suporte a veículos. 4. Manter lista principal de chegadas e desmobilização do incidente, evento ou recursos operacionais. Responsabilidades: » Verificar e implementar pontos de registro de recursos em coordenação com o CSO. » Atuar em conformidade com os protocolos locais, levando em consideração a estrutura e o arcabouço legal aplicável (se houver). » Preparar e manter a estrutura organizacional do incidente, evento ou operação atualizada no PC. » Preparar e manter na Seção Planejamento quadro-negro ou similar atualizado, que inclua os recursos atualmente disponíveis, a entidade e a alocação. » Delegar as responsabilidades aos funcionários da unidade. 56 UNIDADE III │ FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI » Confirmar a expedição e a hora prevista de chegada dos funcionários da unidade. » Solicitar pessoal adicional, se necessário, e desmobilizar o excesso desse recurso. » Estabelecer contato com as instalações do incidente, evento ou operacional, para manter o status do recurso atualizado. » Participar de reuniões solicitadas pelo CSO. » Consolidar as informações de desmobilização de recursos do incidente. » Verificar se todo o pessoal foi desmobilizado e se sua partida foi registrada. » Verificar se todos os recursos da sua unidade são inventariados e liberados antes de sair. » Assegurar-se de que todos os formulários de responsabilidade do pessoal da unidade sejam devidamente preenchidos e entregues à unidade de documentação antes da desmobilização, assim como os relatórios. » Desenvolver o registro de atividades (SCI-214). Líder de Unidade de Situação (Lusit) O Líder da Unidade de Situação é responsável pela coleta e organização de informações sobre o status do incidente, evento ou operação, além de avaliar, analisar e divulgar as informações para uso da equipe do SCI, dos operadores de rádio das instituições e do Centro de Operações de Emergência (COE). Responsabilidades: » Preparar e manter um quadro no PC com as informações da situação no momento, bem como anúncios importantes que se fizerem necessários. » Atuar em conformidade com os protocolos locais, levando em consideração a estrutura e o arcabouço legal aplicável (se houver). » Atribuir as responsabilidades do pessoal da Unidade de Situação. » Confirmar o despacho e a hora aproximada de chegada do pessoal solicitado para a Unidade de Situação. 57 FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI │ UNIDADE III » Solicitar pessoal adicional ou desmobilizar excesso de pessoal, conforme apropriado. » Coletar informações sobre o incidente o mais rápido possível e manter esse trabalho durante todo o incidente. » Preparar previsões em intervalos periódicos ou quando solicitado pelo CSO. » Colocar as informações nos quadros de avisos das unidades de trabalho e no PC, de acordo com uma agenda pré-determinada. » Participar de reuniões de planejamento de incidentes que sejam convocadas pelo CI/CSO. » Preparar relatórios resumidos sobre o status de incidente. » Fornecer informações sobre os recursos e a situação da resposta a solicitações específicas. » Manter registros sobre a situação da unidade. » Receber ordens de desmobilização da Unidade de Situação. » Manter o registro das informações descritas nas placas do PC e da seção. » Preparar listas de insumos que requerer reposição e enviá-las à Unidade de Aprovisionamento. » Assegurar que todos os recursos da sua unidade são inventariados e liberados antes de partir. » Assegurar-se de que todos os formulários de responsabilidade do pessoal da sua unidade sejam devidamente preenchidos e entregues à Unidade de Documentação antes da desmobilização, assim como os relatórios. » Participar do encerramento do incidente. » Desenvolver o registro de atividades (SCI-214). Líder da Unidade de Documentação (Ludoc) O líder da unidade de documentação é responsável por: » Manter os registros completos e precisos do incidente, eventoou operação. » Prestar serviços de fotocópias ao pessoal da estrutura organizacional. 58 UNIDADE III │ FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI » Apoiar as demais seções no que se referir aos trâmites documentais. » Empacotar e armazenar arquivos do incidente para qualquer finalidade legal, analítica ou histórica. Responsabilidades: » Estabelecer uma área de trabalho. » Estabelecer e organizar os arquivos do evento bem como estabelecer serviços de fotocópia e responder a solicitações, quando aplicável. » Atuar em conformidade com os protocolos locais, levando em consideração a estrutura e o arcabouço legal aplicável (se houver). » Acessar, organizar e arquivar cópias duplicadas de formulários e relatórios oficiais. » Verificar a precisão e a integridade dos relatórios enviados para arquivamento. » Corrigir erros ou omissões entrando em contato com os responsáveis pelo documento. » Fornecer duplicatas de relatórios e formulários para candidatos autorizados. » Preparar a documentação do incidente, evento ou operação para o CI/CSO quando solicitado. » Assegurar que todos os recursos da sua unidade são inventariados e liberados antes de partir. » Assegurar-se de que todos os formulários de responsabilidade do pessoal da sua unidade sejam devidamente preenchidos e entregues à Unidade de Documentação antes da desmobilização, assim como os relatórios. » Participar do encerramento do incidente. » Desenvolver o registro de atividades (SCI-214). Líder da Unidade de Desmobilização (Lues) O líder da unidade de desmobilização é responsável pela elaboração do plano de desmobilização e pela assistência às unidades e seções participantes do evento, 59 FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI │ UNIDADE III quando esta terminar, garantindo a movimentação dos equipamentos e do pessoal de maneira organizada, segura e com o menor custo possível. Responsabilidades: » Preparar e executar o plano de desmobilização após a aprovação do CI. » Revisar os registros de recurso (SCI-211) para determinar o tamanho provável do esforço de desmobilização. » Identificar com a CSO e a CI as prioridades e limitações da desmobilização. » Avaliar a capacidade de transporte ou de outros meios empregados para a desmobilização. » Preparar o plano de desmobilização e enviá-lo ao CSO. » Identificar as necessidades básicas e específicas de recursos para desmobilização. » Preparar o pressuposto e os recursos necessários para a desmobilização. » Identificar e disseminar os pontos de registro de saída, levando em consideração os insumos, os equipamentos, as equipes e os materiais empregados. » Estabelecer comunicação com as instalações do incidente, com as entidades de apoio e com os cooperadores, para definir o processo de desmobilização de seus recursos. » Verificar se todos os recursos da unidade são inventariados e liberados antes de partir. » Participar do fechamento operacional. » Desenvolver o registro de atividades (SCI-214). Encarregado da Base (Ebas) Ele é quem garante que os serviços de saúde, segurança e gerenciamento das instalações da base sejam conduzidos adequadamente e responde às responsabilidades do líder da unidade de instalações. 60 UNIDADE III │ FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI Responsabilidades: » Gerenciar a base. » Determinar necessidades ou restrições especiais das instalações ou operações. » Determinar as necessidades da equipe de suporte para administrar a base. » Solicitar equipamentos e suprimentos necessários para desenvolver sua tarefa. » Supervisionar o estabelecimento dos serviços necessários para a instalação (escritórios, salas, serviços sanitários, áreas para passar a noite, entre outros). » Estabelecer a regulamentação da segurança e convivência na base. » Assegurar que todos os serviços de manutenção e limpeza da base sejam fornecidos. » Preparar e entregar os relatórios solicitados. » Desmobilizar Unidade de acordo com Plano de Desmobilização. » Desenvolver o registro de atividades (SCI-214). Encarregado de Acampamento (Ecam) Em incidentes maiores, um ou mais acampamentos podem ser estabelecidos para fornecer suporte às operações. Os acampamentos podem ficar em um local por vários dias ou podem ser movidos dependendo da natureza do incidente. As funções desempenhadas em um acampamento são: » abastecimento/aprovisionamento; » serviços médicos; » apoio terrestre; » alimentação; 61 FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI │ UNIDADE III » comunicações; » manutenção; » segurança. Responsabilidades: » Responsabilizar-se pela coordenação geral do acampamento. » Coordenar o fornecimento de instalações adequadas para pernoites, banheiros e chuveiros. » Adaptar o espaço de recuperação da equipe. » Realizar a supervisão direta dos serviços de manutenção e de segurança nas instalações e áreas do acampamento. » Assegurar a estrita conformidade com todas as normas de segurança. » Garantir que todas as comunicações entre o campo e a base sejam centralizadas e coordenadas. » Garantir que todo o transporte do campo para a base tenha um cronograma centralizado e coordenado. » Preparar e entregar os relatórios solicitados. » Realizar a desmobilização da Unidade conforme o Plano de Desmobilização. » Desenvolver o registro de atividades (SCI-214). Cargos e responsabilidades da seção de operações Essa seção é a responsável pela realização e operacionalização das ações de resposta ao incidente. O Chefe da Seção de Operações (CSO) reporta-se diretamente ao comando de incidentes, cabendo a ele determinar a estrutura organizacional interna da sua seção, dirigir, supervisionar e coordenar todas as operações, zelando pela segurança dos membros da Seção e, ainda, assistir o CI na elaboração e no desenvolvimento dos objetivos da resposta ao incidente, além de ter como atribuição a execução do Plano de Ação do Incidente (PAI) e/ou outro Plano de Resposta (Plano de Resposta de Emergência (PRE), Plano 62 UNIDADE III │ FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI de Emergência Individual (PEI) ou Plano de Controle de Emergência (PCE). Dentre suas atribuições, destaca-se: » Receber do Comando do Incidente relatório do incidente. » Desenvolver a parte operacional do Plano de Ação do Incidente (PAI) ou do plano de Resposta a Emergência (PRE) em conjunto com a seção de planejamento. » Distribuir atividade e destinação dos membros da seção bem como fazer um relato da situação inicial e futura sobre o evento, devendo estar tudo em conformidade com o PAI/PRE. » Supervisionar as operações realizadas pelos membros da seção. » Determinar as necessidades e solicitar recursos adicionais e de especialistas. » Compor as equipes de resposta designadas para a Seção de Operações. » Manter atualizado e regularmente informado o CI sobre a execução das atividades especiais da operação. Chefe da Seção de Operações (CSO) O chefe de operações é responsável por gerenciar todas as operações diretamente aplicáveis à missão principal, supervisiona os recursos organizacionais de acordo com o plano de ação para incidentes (PAI) e dirige sua execução, além de orientar a preparação de planos operacionais, solicitações e entrega de recursos, faz alterações rápidas no Plano de Ação para Incidentes, conforme necessário, e reporta o mesmo ao Comandante do Incidente. Tem como responsabilidades: » Obter com o IC relatório inicial e detalhado do evento. » Atuar em conformidade com os protocolos locais, levando em consideração a estrutura e o arcabouço legal aplicável (se houver). » Desenvolver as táticas expressas pelo CI. » Coordenar e preparar a reunião tática. » Liderar a reunião tática. 63 FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI │ UNIDADE III » Executar o plano de segurança. » Desenvolver as estruturas internas da seção. » Implementar a parte operacional do PAI. » Formar forças-tarefa e equipes de intervenção a serem designadas. » Supervisionar operações de campo. » Determinar asnecessidades e solicitar recursos adicionais, se necessário. » Criar um arquivo e informar ao CI quaisquer alterações no PAI. » Manter o CI informado sobre atividades especiais, eventos e ocorrências. » Preencher/completar o Formulário SCI-204. Encarregado de Área de Espera (EAE) Responsável por gerenciar todas as atividades executadas na área de espera. Responsabilidades: » Obter um reporte rápido do chefe da Seção de Operações. » Atuar em conformidade com os protocolos locais, levando em consideração a estrutura e o arcabouço legal aplicável (se houver). » Estabelecer um diagrama da área de espera. » Definir site para o registro. » Marcar as áreas para identificação, sinalização e controle de tráfego. » Solicitar serviços de manutenção quando necessário. » Determinar necessidades e requisitos de alimentação, equipamentos, saúde e segurança e informar ao CSO. » Responder aos requisitos de alocação de recursos. » Manter o CSO informado sobre os recursos disponíveis na AE, podendo ser feito nas operações por meio do centro de comunicações de incidentes. » Relatar alterações no status dos recursos materiais. 64 UNIDADE III │ FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI » Manter a área de espera organizada e limpa. » Desmobilizar a área de espera de acordo com o plano de desmobilização de incidentes. » Assegurar que todo o pessoal tenha sido desmobilizado. » Garantir o inventário dos recursos utilizados antes de serem liberados. » Informar à Unidade de Desmobilização sua partida do incidente. » Certificar-se de que todos os formulários de responsabilidade da equipe de sua instituição sejam preenchidos. » Manter o registro de atividades – SCI-214. Encarregado da Área de Concentração de Vítimas (EACV) O Encarregado da ACV é responsável por gerenciar todas as atividades da área, tendo como responsabilidade: » Obter um reporte rápido do chefe da Seção de Operações. » Atuar em conformidade com os protocolos locais, levando em consideração a estrutura e o arcabouço legal aplicável (se houver). » Estabelecer, se necessário, uma estrutura organizacional da ACV. » Manter registro das pessoas atendidas e/ou transferidas (SCI-207). » Classificar e transferir as vítimas. » Realizar a triagem das vítimas usando o protocolo específico. » Coordenar a transferência de pacientes com os centros hospitalares específicos. » Determinar a transferência de pacientes. » Determinar as necessidades dos pacientes e os recursos necessários e informar ao CSO ou ao CI. » Se ocorrer um óbito, coordenar as ações e trâmites com as autoridades pertinentes para esse fim. 65 FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI │ UNIDADE III » Manter a ACV ordenada bem como definir e delimitar as rotas de entrada e saída de veículo. » Assegurar que todo o pessoal tenha sido desmobilizado ao final do evento. » Assegurar que todos os seus recursos sejam inventariados e liberados antes de sair. » Informar a Unidade de Desmobilização sua partida do incidente. » Certificar-se que todos os formulários de responsabilidade da equipe de sua instituição sejam preenchidos. » Manter registro de atividades – SCI-214. Supervisor de Divisão/Grupo (SD/SG) O supervisor de divisão e/ou de grupo informa ao chefe da Seção de Operações, ficando responsável pela implementação da sua parte ora designada no plano de ação de incidentes, pela alocação de recursos dentro da divisão e/ou grupo, bem como informar sobre o andamento das operações de controle e o status dos recursos de sua divisão e/ou grupo. Demais atribuições e responsabilidades: » Obter informações breves do chefe de operações. » Atuar de acordo com protocolos locais e levando em consideração a estrutura legal que se aplica (se houver). » Implementar o PAI quando a responsabilidade for da sua divisão/grupo. » Atribuir e revisar, juntamente com seus subordinados, as atribuições da divisão/grupo, bem como as atividades de incidentes correspondentes. » Certificar-se de que as unidades e/ou recursos de comunicação de incidentes estejam cientes de quaisquer alterações no status dos recursos atribuídos à divisão/grupo. » Coordenar as atividades com divisões adjacentes. » Determinar as necessidades de suporte para tarefas atribuídas a sua divisão/grupo. 66 UNIDADE III │ FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI » Enviar relatórios sobre o status e o status dos recursos ao chefe de operações. » Informar ocorrência de eventos como acidentes ou doenças ao supervisor imediato. » Resolver os aspectos logísticos dentro da divisão/grupo. » Manter o registro de atividades (Formulário SCI-214). » Participar das reuniões, conforme solicitado pelo Chefe da Seção de Operações (CSO). » Reconhecer os problemas logísticos relatados pelos seus subordinados. » Informar ao CSO quando o PAI deve ser modificado; se necessitam de recursos adicionais; se há mais recursos que o necessário; e ocorrências de situações perigosas ou eventos importantes. » Aprovar os informes médicos e relatórios de acidentes originários de sua divisão/grupo. Líder da Equipe de Intervenção/Força-Tarefa (LEI/ LFT) O líder da equipe de intervenção ou força-tarefa informa o supervisor de uma divisão e/ou grupo. Ele é responsável pela execução das tarefas táticas da equipe de intervenção e/ou força-tarefa. O líder informa sobre andamento do trabalho, status dos recursos, bem como quaisquer outras informações importantes para o supervisor da divisão/grupo e mantém registros do trabalho e do pessoal designado. É responsável por: » Obter com o chefe de operações, da divisão ou do supervisor do grupo informações e relatos breves da situação e do evento. » Atuar em conformidade com os protocolos locais, levando em consideração a estrutura e o arcabouço legal aplicável (se houver). » Revisar com seus subordinados as áreas atribuídas. » Monitorar o andamento do trabalho e fazer as alterações necessárias. 67 FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI │ UNIDADE III » Coordenar as atividades com equipes de intervenção, forças-tarefa e recursos simples adjacentes. » Enviar informações sobre a situação e o status dos recursos ao supervisor da divisão/grupo. » Acompanhar as atividades (Formulário SCI-214). Encarregado de Helibase (EH) É responsável por coordenar, juntamente com as autoridades aeroportuárias, as operações aéreas que serão realizadas, acompanhar a aeronave e revisar o plano de voo com os pilotos, de acordo com o previsto no PAI. É responsável por: » Obter com o coordenador as informações breves e especificas sobre o evento. » Atuar em conformidade com os protocolos locais, levando em consideração a estrutura e o arcabouço legal aplicável (se houver). » Conhecer o plano de ação para incidentes do SCI-202. » Participar das atividades de planejamento do grupo de apoio aéreo. » Informar o coordenador da área sobre as atividades nas helibases. » Monitorar o envio de recursos e suprimentos até que sejam entregues aos destinatários. » Assegurar a prestação de serviços de combustível e resgate em caso de acidentes nas helibases e nos helipontos. » Supervisionar o registro e o embarque de pessoal e carga. » Receber e responder solicitações especiais de logística aérea. » Supervisionar o pessoal responsável pela manutenção dos registros e relatórios de helicópteros da instituição. » Estabelecer a organização e o cronograma de trabalho de cada helibase e heliponto, incluindo as frequências de rádio. » Coordenar o abastecimento de aeronaves e assumir o controle do combustível da aeronave. 68 UNIDADE III │ FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI » Planificar o plano de voo. » Acompanhar o registro da aeronave e verifcar o nome do piloto. » Indicar aos pilotos o plano de voo e os locais atribuídos. » Acompanhar o controle do tanque das aeronaves e acompanhar os voos. » Acompanhar as atividades (Formulário SCI-14). » Passar um relatório diário ao CSO sobre o número de voos realizados, bem como combustívelgasto por cada aeronave e apresentar um resumo das operações aéreas. Encarregado de Heliponto (EHP) Ele é responsável por coordenar, orientar a aeronave (na decolagem e no pouso) e assumir o controle de equipamentos e pessoas que chegam ou saem do heliponto. Tem como responsabilidades: » Obter informações breves do encarregado da helibase. » Orientar a subida e a descida da(s) aeronave(s). » Atuar de acordo com os protocolos locais estabelecidos, levando em conta a estrutura legal que se aplica (se houver). » Revisar o plano de voo das operações aéreas. » Reportar-se ao EH ou CSO quando chegar ao heliponto. » Coordenar atividades com o responsável da helibase. » Verificar se o equipamento está bem embalado e acompanhar o peso. » Manter a lista do pessoal transportado. » Monitorar a conformidade com os padrões de segurança na subida e descida de pessoal. » Coordenar com a pessoa encarregada dos suprimentos especiais da helibase para suporte aéreo que sejam necessários. » Estabelecer local para o registro do pessoal a ser transportado. » Coordenar o cumprimento dos padrões e das normas de segurança. » Manter registros e informes das atividades (Formulário SCI-214). 69 FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI │ UNIDADE III Líder de Unidade de Comunicações (Lucom) O líder da unidade de situação é responsável pela coleta e organização de informações sobre o status de incidente, evento ou operação, além de avaliar, analisar e divulgar as informações para uso da equipe do SCI, dos operadores de rádio das instituições e do Centro de Operações de Emergência (COE). Responsabilidades: » Desenvolver o plano de comunicação (SCI-205) e o plano alternativo de comunicação para uso efetivo das equipes e sistemas de comunicação de incidentes. » Supervisionar o centro de comunicações de incidente, evento ou operação. » Gerenciar todas as necessidades para a operação do centro de comunicações de incidentes, eventos ou operações e instalações relacionadas. » Instalar e testar equipamentos de comunicação. » Distribuir equipamentos de comunicação de acordo com o plano de comunicação (SCI-205). » Definir pontos de indução, entrega e manutenção de equipamentos dentro da base e/ou campo(s). » Assegurar que todos os equipamentos estejam instalados, testados, inventariados e operacionais. » Fornecer aconselhamento sobre o escopo e as limitações das comunicações no incidente, evento ou operação. » Estabelecer, se necessário, o centro de mensagens. » Instalar serviços telefônicos e anúncios públicos e manter o status atualizado dos recursos disponíveis. » Recuperar o equipamento de unidades desmobilizadas e realizar as respectivas manutenções. » Assegurar que todos os recursos da sua unidade sejam inventariados e liberados antes de partir. 70 UNIDADE III │ FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI » Assegurar-se de que todos os formulários da responsabilidade da equipe de sua unidade sejam devidamente preenchidos e entregues à unidade de documentação antes da desmobilização, bem como os relatórios. » Participar do encerramento operacional. » Desenvolver o registro de atividades (SCI-214). Técnico de Comunicação (Tcom) É o suporte técnico do líder da unidade de comunicações aos processos mais críticos de incidente, evento ou operação, pois garante o fluxo de informações entre as diferentes posições. Responsabilidades: » Realizar instalação de antenas, rádios e sistemas de comunicação. » Realizar testes de desempenho do equipamento. » Realizar programação de frequência. » Vincular o sistema de informações de incidentes. » Apoiar o Líder de Comunicação (LCOM) na elaboração e preparação do plano de comunicação (SCI-205). Líder da Unidade Médica (Luem) O líder da unidade médica está localizado na Seção de Logística, no ramo de serviços, onde todas as atividades de suporte médico são administradas. Responsabilidades: » Preparar, desenvolver e controlar no plano médico de incidentes, evento ou operação (SCI-206). » Obter e dispor ajuda médica e transporte para o pessoal atendido no incidente, evento ou operação. » Preparar informes e registros da unidade médica. » Determinar o nível de atividades médicas de emergência que foram desenvolvidas antes da ativação da unidade médica. 71 FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI │ UNIDADE III » Proporcionar atenção médica e assistência às vítimas que resultarem do incidente. » Definir as prioridades em relação à atenção médica e coordenar com os centros hospitalares na área do incidente. » Declarar emergências médicas principais, conforme apropriado. » Responder solicitação de atendimento médico. » Responder solicitação de transporte médico. » Responder solicitação de suprimentos médicos. » Acompanhar as atividades (SCI-214 e SCI-207). » Realizar a instalação de antenas, rádios e sistemas de comunicação. » Realizar testes de desempenho do equipamento. » Realizar programação de frequência. » Vincular o sistema de informações de incidentes. » Apoiar o Líder de Unidade Médica (Luem) na elaboração e preparação do plano de comunicação (SCI-205). Líder da Unidade de Alimentação (Lual) O líder da unidade de alimentação está sob a direção do chefe da Seção de Logística (CSL). Sua principal função é proporcionar o bem-estar da equipe, em termos de necessidades básicas de alimentação e de hidratação. Responsabilidades: » Determinar o número de pessoas que participam do incidente, evento ou operação, sua atribuição e local. » Identificar as necessidades de alimentação e hidratação do pessoal pertencente à estrutura organizacional de resposta ao evento ou operação. » Coordenar e gerenciar o fornecimento dos cardápios apropriados para cada situação. » Determinar as instalações necessárias para cozinhar e servir alimentos. 72 UNIDADE III │ FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI » Determinar as necessidades especiais para embalagem de alimentos. » Coordenar o fornecimento constante de hidratação a todo o pessoal. » Assegurar a manutenção geral das áreas de serviços de alimentação. » Solicitar os equipamentos e suprimentos necessários para operar as instalações de serviços de alimentação. » Coordenar com a unidade de transporte e, se for necessário, transferir alimentos para um local específico. » Garantir que todas as medidas adequadas de higiene, saúde e segurança sejam levadas em consideração. » Supervisionar cozinheiros e demais funcionários da unidade. » Manter um inventário de alimentos disponíveis e enviar pedidos de alimentos. » Desmobilizar a unidade de acordo com o plano de desmobilização. » Coordenar a disposição final de resíduos. » Manter o registro de atividades (SCI-214). Cargos e responsabilidades da Seção de Logística A Seção de Logística (Selog) é responsável por prover instalações, serviços e materiais, incluindo o pessoal que operará os equipamentos solicitados para atender no incidente. É uma seção vital para o desenvolvimento das operações, sendo indispensável quando estas são desenvolvidas em áreas muito extensas e quando as operações perduram por muito tempo (longa duração). As funções dessa Seção são de apoio exclusivo às demais estruturas que atendem o evento. A Selog é responsável por supervisionar e coordenar: o setor de serviços; o coordenador do setor de apoio; os líderes das unidades médicas (proporciona atendimento ao pessoal de resposta ao incidente, e não às vítimas), as comunicações, a recepção e a distribuição, as instalações, as provisões, o apoio terrestre e de alimentação; os encarregados de base, as a equipes, o acampamento, a segurança e as requisições. 73 FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI │ UNIDADE III Responsabilidades: » Planejar a organização da Seção de Logística. » Designar lugares de trabalho e tarefas preliminares ao pessoal da seção. » Notificar à unidade de recursos sobre ativação das unidades da Seção de Logística, incluindo nome e localização do pessoal designado. » Comporos setores e proporcionar informação sumária aos coordenadores e aos líderes das unidades. » Participar da elaboração e preparação do plano de ação do incidente e/ou do plano de resposta a emergência. » Identificar os serviços e as necessidades de apoio para as operações planejadas e esperadas. » Opinar e revisar o plano de comunicações e o plano médico. » Coordenar e processar as solicitações de recursos adicionais. » Revisar o plano de ação do incidente e fazer uma estimativa das necessidades da seção para o período operacional seguinte. » Apresentar conselhos acerca das capacidades disponíveis de serviços e apoio. » Preparar os elementos de serviços e apoio do plano de ação do incidente. » Fazer uma estimativa das necessidades futuras de serviços e apoio. » Receber o plano de desmobilização da seção de planejamento. » Recomendar a descarga de recursos da unidade de acordo com o plano de desmobilização. » Assegurar o bem-estar geral e a segurança do pessoal da Seção de Logística. Chefe da Seção de Logística (CSL) Essa chefia é de suma importância para o desenvolvimento das tarefas inerentes à resposta ao evento. É por meio de suas habilidades de gestão e otimização de recursos que as operações serão realizadas em tempo hábil e adequado. Além disso, seu apoio às diferentes posições da estrutura organizacional de resposta é vital para o fluxo de informações e também para manter a equipe 74 UNIDADE III │ FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI concentrada em suas tarefas, já que as demandas e necessidades básicas da seção de operação bem como dos demais participantes das ações de resposta estarão sendo adequadamente atendidas. Ele está subordinado diretamente ao comandante do incidente, reportando-se somente a ele. Também é função do chefe determinar a estrutura organizacional interna da sua seção, bem como coordenar as atividades de todos os membros de forma direta ou remota (delegada). Responsabilidades: » Coordenar o fornecimento de todos os serviços de transporte, comunicações, suprimentos, equipamentos, manutenção e abastecimento de combustível para o desenvolvimento ou suporte do incidente. » Garantir a provisão de serviços médicos, segurança e alimentação para o pessoal que trabalha no incidente » Garantir que os padrões de higiene e nutrição sejam cumpridos para todo o pessoal envolvido. » Dimensionar as necessidades de recursos e os requisitos de suporte para os próximos períodos operacionais. » Solicitar recursos adicionais conforme necessidade. » Garantir e supervisionar o desenvolvimento do atendimento a comunicações, unidades médicas e planos de tráfego, se necessário. » Revisar e comentar o plano de comunicações, o plano médico e o plano de circulação. » Revisar o plano de desmobilização e ver os requerimentos. » Supervisionar e coordenar as atividades de desmobilização da seção e dos recursos associados. » Participar do encerramento do incidente. Cargos e responsabilidades da Seção de Finanças Apesar de receber a importância que merece, a Seção de Finanças é crítica e de suma importância para manter o controle contábil que envolve o incidente. 75 FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI │ UNIDADE III Essa seção se responsabiliza por justificar, controlar e registrar todos os gastos envolvidos nas diversas atividades e fases do evento. Ela deve manter atualizado a documentação requerida para possíveis processos indenizatórios. A Seção de Finanças é especialmente importante quando o incidente apresenta um porte que poderia resultar na decretação de situação de emergência ou estado de calamidade pública. Essa seção também dirige os líderes das unidades de tempos, de provedoria e de custos. O chefe se reporta diretamente ao CI, é responsável por determinar a estrutura organizacional interna da sua seção e coordenar as atividades de: » Obter breve informação do comando do incidente. » Participar das reuniões dos representantes de instituições para receber informação. » Participar das reuniões de planejamento para obter informação. » Identificar e solicitar insumos e necessidades de apoio para a Seção de Finanças. » Desenvolver plano operacional para o funcionamento das finanças no incidente. » Preparar objetivos de trabalho para seus subordinados e prestar breve relato ao seu pessoal. » Fazer designações e avaliar desempenhos. » Determinar as necessidades da operação de comissariado. » Informar ao comando do incidente e ao pessoal quando sua seção estiver em completa operacionalidade. » Reunir-se com os representantes das instituições de apoio quando for necessário. » Manter contato diário com as instituições no que diz respeito a assuntos financeiros. » Assegurar que todos os registros de tempo do pessoal sejam transmitidos à instituição, de acordo com as normas estabelecidas. 76 UNIDADE III │ FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI » Participar de todo o planejamento de desmobilização. » Assegurar que todos os documentos de obrigações iniciados durante o incidente estejam devidamente preparados e completos. » Informar ao pessoal administrativo sobre todos os assuntos de manejo de negócios do incidente que requeira atenção, proporcionando-lhes andamento antes de deixar o incidente. Chefe da Seção de Finanças (CSF) O chefe da Seção de Finanças é responsável por todos os aspectos administrativos, financeiros e de custos do incidente e pela supervisão dos membros da seção. Responsabilidades: » Obter informações breves do comando do incidente. » Participar de reuniões de planejamento para obter informações e requisitos. » Coordenar a gestão dos recursos. » Desenvolver um plano para a operação das finanças relativas ao evento. » Estabelecer quadros de controle de acordo com os regulamentos estabelecidos. » Informar a equipe do plano de trabalho e atribuições e monitorar o desempenho e o cumprimento dos objetivos. » Informar o CI quando a Seção estiver totalmente operacional. » Acompanhar e controlar os investimentos que entram. » Acompanhar as despesas. » Assumir o controle e o monitoramento dos serviços contratados. » Cumprir os procedimentos e regulamentos estabelecidos para a gestão de fundos. » Reunir-se com representantes de instituições de apoio em questões financeiras. 77 FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI │ UNIDADE III » Manter contato diário com as instituições no que diz respeito aos aspectos financeiros. » Assegurar que todos os registros de horas da equipe sejam transmitidos à instituição de acordo com as regras. » Participar das fases de planejamento para desmobilização de recursos. » Garantir que todos os documentos de obrigação iniciados durante o incidente sejam devidamente preenchidos. » Informar a equipe administrativa sobre questões relativas ao incidente que exija atenção e fornecer acompanhamento antes de concluí-lo. 78 CAPÍTULO 2 Estabelecendo o SCI e transferindo o comando Numa situação adversa, a instalação do SCI se iniciará assim que a primeira pessoa com capacidade técnica e operacional chegar ao local do incidente. Alguns passos básicos deverão ser seguidos no estabelecimento do SCI: » Informar a base ou central da chegada a um local de incidente ou evento adverso. » Assumir e estabelecer um posto de comando. » Avaliar a situação. » Estabelecer um perímetro de segurança. » Estabelecer seus objetivos. » Determinar as estratégias. » Identificar e determinar a necessidade de recursos e das instalações. » Preparar as informações para transferir o comando. Ao assumir e estabelecer um posto de comando, devem ser asseguradas as seguintes condições. » segurança e visibilidade; » facilidade de acesso e circulação; » disponibilidade de comunicação; » capacidade de expansão física; » distância da cena, ruído e confusão. A avaliação da situação deve considerar os seguintes aspectos. » Qual a natureza do incidente? » O que ocorreu? 79 FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI │ UNIDADE III» Quais ameaças ainda estão presentes? » Qual o tamanho estimado da área afetada? » Como o incidente pode evoluir? » Como seria viável realizar o isolamento da área? » Quais seriam os locais mais adequados para instalação do PC, da AE e da ACV? » Quais as rotas de acesso e de saída mais seguras para permitir um fluxo seguro e adequado de materiais e pessoal? » Quais as necessidades em termos de recursos e organização? Ao estabelecer um perímetro de segurança, devem ser consideradas as seguintes características do cenário. » Tipo de incidente. » Tamanho estimado da área afetada. » Topografia da região afetada e vizinha. » Localização do incidente em relação à via de acesso e áreas disponíveis ao redor. » Áreas sujeitas a deslizamentos, explosões, queda de escombros, cabos elétricos caídos etc. » Condições atmosféricas. » Possível entrada e saída de veículos. A função de isolamento deve ser coordenada com o organismo de segurança correspondente no local, solicitando todas as pessoas que se encontrem na zona de risco sejam afastadas, exceto o pessoal autorizado. Após o isolamento da área, devem ser estabelecidos objetivos da ação e estratégia para alcançar os mesmos. Tais ações podem fazer parte de um Plano de Ação de Incidente (PAI) já previamente definido, ou serem definidos a partir de um cenário novo que se faça presente. 80 UNIDADE III │ FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI As necessidades de recursos e as localizações das possíveis instalações também já podem estar previamente definidas no PAI, ou serem avaliadas e identificadas no momento inicial. Quando o pessoal tecnicamente qualificado ou com responsabilidade institucional definida chegar ao local do incidente, será necessário transferir para esse pessoala responsabilidade do comando do incidente. Essa transferência dar-se-á, num primeiro momento, pessoalmente, de forma verbal e, nesse momento, deverão ser transmitidas as seguintes as informações: » estado do incidente; » situação atual de segurança; » organização atual; » designação de recursos; » recursos solicitados e a caminho; » instalações estabelecidas; » plano de comunicações; » provável evolução. O processo participativo de tomada de decisões deve ser sempre considerado pelo comandante do incidente, já que dificuldades práticas podem estar presentes no comando e no controle das diversas frentes de atuação. Isso pode acontecer sobretudo em eventos de alta complexidade e/ou quando este atinge grandes extensões geográficas. Uma vez feita a transferência do comando, todo o pessoal em operação deverá ser informado da mudança, bem como da identificação do novo comandante do incidente Devido a sua capacidade de expansão e contração, a estrutura do SCI é eficaz e eficiente no manejo de operações ou incidentes de qualquer natureza. Na grande maioria dos incidentes menores, somente a ativação das funções de comando e operações serão suficientes para uma resposta adequada. Uma identificação inicial adequada e estimativa de prováveis consequências permitirá que se calcule o número de recursos necessários e a necessidade de expansão do sistema, delegando-se novas funções e alocando mais 81 FUNÇÕES DO STAFF GERAL DO SCI │ UNIDADE III recursos. A avaliação deve ser mantida durante toda a operação, e caberá ao comandante do incidente definir a necessidade de maior expansão, contração ou desmobilização de recursos e funções. O comandante do incidente deve estar presente no Posto de Comando (PC) e não na área de intervenção. Se houver a real necessidade dele se afastar do posto de comando, deve ser designado um substituto, o qual assumirá temporariamente sua função, de forma que as equipes de intervenção e de apoio não percam a referência hierárquica da linha de comando. 82 UNIDADE IV SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO CAPÍTULO 1 Descrição das instalações e zonas de atendimento Instalações são espaços físicos ou estruturas fixas ou móveis, designadas pelo comando do incidente para cumprir uma determinada função no Sistema de Comando de Incidentes (SCI). No Sistema de Comando de Incidentes a premissa básica é que as instalações sejam localizadas de forma clara e precisa, com denominação comum e de conhecimento dos envolvidos e devem estar bem sinalizadas e instaladas em locais seguros (afastado da zona quente). Instalações comuns São aquelas que cumprem com as necessidades na maioria dos cenários e incidentes, quais sejam: » Posto de Comando (PC); » Área de Espera (AE); » Área de Concentração de Vítimas (ACV). Outras instalações São aquelas que podem ser utilizadas ou não, a depender das características do evento, podendo ser: » base; » heliponto; 83 SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO │ UNIDADE IV » helibase; » acampamento. A definição da necessidade e local das instalações serão realizadas pelo comando do incidente, após avaliar as ações prioritárias, as necessidades envolvidas, os riscos inerentes ao evento e aos locais estabelecidos. Posto de Comando (PC) O Posto de Comando será o local inicial para onde o comando do incidente iniciará sua execução. Poderá ser fixo ou móvel, devendo ser único no local e identificado pelo símbolo. Figura 10. Posto de Comando. PC Fonte: Manual SCI, CBMDF (2011). No Posto de Comando serão instalados o comando do incidente ou comando unificado, os oficiais do staff de comando e os chefes de seção. A escolha do local para instalação do Posto de Comando deve considerar as características e particularidades relativas ao tipo de cenário acidental (incêndio, resgate, atendimento a emergências químicas, vazamento e derrame de produto tóxico, evento natural etc.) e magnitude do evento (pequeno, médio ou grande porte), seu provável tempo de duração, se está o evento em fase de crescimento ou retração e se o espaço geográfico é suficientemente amplo e não oferece condições de risco para as pessoas que nele se instalaram. Em incidentes de longa duração ou que possa haver mudança das condicionantes atmosféricas ou da dinâmica do evento, é desejável selecionar uma área que ofereça boa ventilação, boa iluminação e que seja adequadamente protegida. 84 UNIDADE IV │ SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO A Área de Espera (AE) A Área de Espera é um local demarcado e identificado para onde se dirigirão os recursos operacionais que se integrarem ao SCI. É onde se fará a recepção (check-in) e o devido cadastramento dos recursos. Se os recursos não forem necessários para uso imediato, devem ser acondicionados e permanecerem em condições de pronto emprego, aguardando o acionamento. Pode-se dizer que essa área é o local onde os recursos humanos e materiais deverão, inicialmente, ser concentrados, até que sejam solicitados para desempenhar sua função. De acordo com a complexidade do evento e dos recursos envolvidos, pode-se fazer necessário mais de uma área de espera para um mesmo evento/incidente. No começo da emergência, pode ocorrer a designação direta dos recursos, sem passar pela Área de Espera, sendo necessário fazer o check-in pelo rádio. À proporção que o evento cresça, poderá ser necessário a mobilização de recursos adicionais. Visando evitar a convergência de grande quantidade de recursos diretamente na cena, muitas vezes desnecessária, bem como visando para administrá-los de forma mais efetiva, o Comandante do Incidente (CI) poderá definir e estabelecer tantas Áreas de Espera que julgar necessárias. É notório que fica mais difícil controlar e cadastrar os recursos operacionais que estão distribuídos pela área de operação (Teatro das Operações) do que os que estão devidamente concentrados em pontos específicos para isso. Quanto ao posicionamento da Área de Espera (AE), desde que não haja comprometimento das condicionantes de segurança, é desejável que ela fique posicionada o mais próximo possível do local do evento, de forma a evitar perda desnecessária de tempo nouso de recursos operacionais e mobilização de outros recursos disponíveis. Também é importante que a Área de Espera (AE) seja instalada em local de fácil acesso tanto para aqueles que chegam ao local da emergência como para seu pronto emprego na operação. Por isso, é de suma importância que ela seja corretamente sinalizada e de fácil identificação a quem chega ao local e que garanta que nenhum recurso seja extraviado ou não cadastrado. Em eventos (incidentes e/ou emergências) que possam se prolongar por mais tempo, é recomendado que sejam estruturados na área de espera locais de apoio para descanso, hidratação, alimentação, reuniões, registro de dados etc. 85 SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO │ UNIDADE IV Podemos dizer que a designação, a denominação e a implementação de uma área de espera podem variar em função das conformações da estrutura do SCI. Por isso, ela é descrita em algumas bibliografias como área de estacionamento (E). Ela também servirá de área de retenção ou estacionamento devendo ficar próxima da cena, com os recursos materiais, que devem permanecer lá até que sejam designados e distribuídos no teatro de operações. Figura 11. Área de Espera. E Fonte: Autoria própria. O estabelecimento do Posto de Comando (PC) e da Área de Espera (AE) deve obedecer ainda a alguns requisitos para suas instalações e delimitações. » Possuir visibilidade e segurança adequadas. » Facilitar o acesso e a circulação. » Possuir rotas diferentes para entrada e saída dos recursos. » Ter dimensões que possam acomodar os recursos humanos e materiais. » Manter a área segura, fora da zona quente ou de área de risco. » Garantir condições de segurança tanto para o pessoal quanto para os equipamentos. » Ter disponibilidade de comunicação. » Manter-se afastado da cena (distante da zona quente), do ruído, dos agentes químicos e da confusão. » Possuir capacidade de mobilização e expansão física. 86 UNIDADE IV │ SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO Área de Concentração de Vítimas (ACV) Quando numa emergência ou num evento houver um número elevado de vítimas ou pessoas necessitando de atendimento na cena, torna-se difícil dedicar atenção adequada para todos ao mesmo tempo. Dessa forma, a triagem de vítimas/pacientes deve ser usada como forma de auxiliar na identificação da gravidade das vítimas que podem necessitar de atendimento imediato ou com menor urgência. A Área de Concentração de Vítimas (ACV) deve ser instalada logo após a identificação de qualquer emergência que envolva muitas vítimas que venham a sobrecarregar as unidades de socorro de urgência (BERGERON et al, 2007). Dessa forma, podemos definir Área de Concentração de Vítimas como o local estabelecido onde será efetuado a triagem, a classificação, a estabilização inicial e a destinação das vítimas de um incidente. Para definir sua instalação, devem ser levados em consideração alguns aspectos relacionados abaixo: » Quanto às condicionantes de segurança, é importante salientar que a área de concentração de vítimas deve ser instalada em um local seguro na zona de fria (área fria). » Quanto à proximidade ou posicionamento na cena, desde que não comprometa a segurança, é salutar que a ACV fique instalada o mais próximo do local da ocorrência, visando facilitar a triagem, o atendimento inicial e o início do transporte das vítimas para unidades hospitalares adequadas. » Acessibilidade aos veículos de evacuação. » Capacidade de expansão. » Isolamento do acesso ao público. » Que seja a ACV organizada e planejada de forma a facilitar um fluxo acelerado, mas seguro para as equipes de atendimento e viaturas (VTR) de emergência responsáveis pela triagem, pela estabilização e pelo transporte dos feridos até as unidades hospitalares, devendo, preferencialmente, possuir acessos e rotas diferenciadas de entrada e saída na área. No que diz respeito à capacidade de ampliação da ACV, é importante que ela possa se expandir e ocupar espaços maiores quando houver necessidade . 87 SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO │ UNIDADE IV Vale ressaltar que outro item importante é a atenção à segurança física das instalações através de vigilância, com o devido isolamento do local a fim de garantir proteção patrimonial aos equipamentos, materiais e bens pessoais dos envolvidos, bem como prevenção de barreiras para controle de acesso, evitando presença de pessoas que pode atrapalhar o atendimento (parentes das vítimas, curiosos etc.). A simbologia usada para designar e/ou indicar a ACV é representada por um círculo de cor amarela com as letras ACV em cor preta no centro: Figura 12. Área de Concentração de Vítimas. Fonte: Autoria própria. Recurso é todo equipamento e/ou pessoal disponíveis ou potencialmente disponíveis para sua aplicação tática em um incidente. Como exemplos, podemos citar: viaturas, medicamentos, bombeiros, médicos, ambulâncias, ferramentas etc. Todos são inicialmente alocados na Área de Espera e devidamente registrados pelo encarregado da área, sendo passada a informação ao comando do incidente. A depender da necessidade e disponibilidade, esses recursos serão designados pelo comando do incidente para atuação em diferentes áreas no cenário. As equipes de atendimento devem começar o atendimento das vítimas triadas conduzindo-as de maneira ordenada, levando em conta a triagem realizada bem como a sua gravidade, para a ACV. Na ACV as vítimas devem receber monitoramento constante e serem reclassificadas pela equipe de atendimento pré-hospitalar. Sempre que possível, a equipe deve atuar em quatro divisões: 1. transporte; 2. estabilização e monitoramento; 3. triagem; 4. manejo/remoção de mortos (da ACV). 88 UNIDADE IV │ SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO Figura 13. Disposição final das instalações. Fonte: Manual SCI, CBMDF (2011). Podemos dizer que as principais instalações cumprem com as necessidades da maioria das ocorrências, mas, em alguns eventos específicos, o Comando de Incidente poderá determinar a necessidade de outras instalações, tais como base, acampamento e heliponto. Bases ou bases de apoio A base de apoio é uma instalação utilizada em grandes eventos. É o lugar onde se desenvolvem as funções logísticas primárias e ordinárias. Geralmente há apenas uma base em cada evento. No entanto, em alguns eventos como incêndio florestal, é necessário haver bases auxiliares, que muitas vezes atuam em mais de uma frente de combate. A base, pela sua característica, regularmente é um bom local para se instalar o Posto de Comando (PC). O sinal de identificação da Base é um círculo com fundo amarelo e um “B” de cor preta em seu interior, com 90 cm de diâmetro. Figura 14. Simbologia Base. B Fonte: Adaptado pelo autor. Acampamento O acampamento é um local estabelecido dentro da área geral do incidente. Ele deve ser equipado e adequadamente preparado para dar suporte no que tange a 89 SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO │ UNIDADE IV alojamento, alimentação, hidratação e instalações sanitárias. Ele pode localizar-se na Base e desempenhar, a partir dela, as funções específicas. Em um evento, pode ser necessário o estabelecimento de mais de um Acampamento (A). É importante salientar que, para cada um desses acampamentos, deverá haver um encarregado identificado por nome geográfico ou número. O sinal padronizado para a correta identificação e sinalização da área do Acampamento é um círculo com fundo amarelo e um “A” de cor preta em seu interior, com 90 cm de diâmetro. Figura 15. Simbologia Acampamento. A Fonte: Adaptado pelo autor. Centro de Informação ao Público (CIP) Os centros de informação pública não são comuns em emergências e ocorrência convencionais, mas em eventos de grande porte, de alta complexidade ou repercussão. A instalação desses centros tem sua importância, já que eles representam os locais onde serão desenvolvidas as atividades de atendimento à impressa. Geralmente,esse Centro de Informação ao Público (CIP) é estabelecido quando há possibilidade de que o evento tenha presença considerável de profissionais da imprensa ou quando há necessidade de geração e disseminação de informações sobre as operações e situação do incidente. Figura 16. Simbologia do Centro de Informação ao Público. I Fonte: Adaptado pelo autor. 90 UNIDADE IV │ SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO É importante que o CIP seja instalado a uma distância equilibrada (nem muito perto, nem muito longe do PC), de forma que o comando e seu staff de comando tenham garantida sua privacidade, mas também as equipes de mídia possam ter acesso facilitado às informações sem atrapalhar as ações realizadas no Teatro de Operações. Por isso, é importante que a sistemática de vigilância continuada tenha sido prevista visando a segurança dos equipamentos e dos materiais presentes no local. Helibase Localização definida para o estacionamento, abastecimento, manutenção e demais rotinas que se fizerem necessárias para a operacionalidade dos helicópteros. O sinal padronizado para a correta identificação e sinalização da helibase é um círculo com fundo amarelo e um “H” de cor preta em seu interior, com 90 cm de diâmetro. Figura 17. Simbologia Helibase. H Fonte: Adaptado pelo autor. Heliponto É o local devidamente selecionado e preparado para que os helicópteros possam realizar operações de aterrissagem, decolagem, carregamento e descarregamento de pessoas, equipamentos e materiais diversos. O sinal padronizado para a correta identificação e sinalização do heliponto é representado por um círculo com fundo amarelo e um “H1” (“H2”, “H3”) de cor preta em seu interior, com 90cm de diâmetro. Figura 18. Simbologia Heliponto. H1 11 Fonte: Adaptado pelo autor. 91 SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO │ UNIDADE IV Abaixo, listaremos algumas informações relevantes que devem ser consideradas na instalação de helibases e helipontos: » As helibases e os helipontos deverão adotar normas específicas de segurança em função dos riscos específicos decorrentes das operações aéreas. » Deve ser previsto para as helibases vigilância continuada visando a proteção e a segurança patrimonial das aeronaves envolvidas nas operações, dos equipamentos, dos acessórios e dos demais materiais distribuídos na área, bem como para os bens pessoais das equipes de pilotos e demais envolvidos nas operações. Zonas de atendimento (zonas de trabalho) Quanto ao atendimento a incidentes, eventos críticos e/ou emergências, recomenda-se organizar e delimitar as áreas de atuação em diferentes zonas de trabalho. Deve-se dimensionar levando em consideração o tipo de ocorrência, magnitude, natureza e particularidades das ações e das tarefas que serão executadas, bem como os riscos inerentes ao cenário envolvido. A delimitação da área de atuação das equipes em zonas de trabalho visa facilitar a coordenação das operações específicas e o controle dos recursos empregados, além de realizar o controle de acesso efetivo ao ponto zero (área com maior risco), contribuindo, dessa forma, para ampliar as condicionantes de segurança relativas às operações desenvolvidas. No caso específico de ocorrências com cargas perigosas em rodovias (estaduais ou federais), o adequado controle de acesso ao local da ocorrência tem por objetivo principal restringir o acesso ou a permanência de pessoas que não estejam envolvidas com as ações de resposta; ou que não estejam protegidas nas áreas sujeitas à possível exposição de produtos vazados e/ou derramados, ou outro local onde a utilização dos equipamentos de proteção individual (EPIs) seja obrigatória. As zonas de trabalho devem ser delimitadas e sinalizadas com fitas coloridas, cones de sinalização ou outro recurso visual e, sempre que possível, mapeadas. Essas áreas farão parte do teatro de operações e serão delimitadas por acessos e corredores que servem para controlar a situação como um todo. A dimensão das zonas e os pontos de controle de acesso devem ser do conhecimento de todos os envolvidos na operação de resposta. 92 UNIDADE IV │ SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO É importante comentar que o adequado delineamento das zonas de trabalho deve, sempre que possível, ser estabelecido com base em resultados de avaliações atmosféricas ambientais, associado ao conhecimento técnico do comando do incidente ou especialista presente no teatro de operações. Zona quente As Zonas de Trabalho devem ser definidas dentro do perímetro de isolamento, considerando o grau de risco e os perigos inerentes ao avento. O procedimento deve ser iniciado a partir da zona mais perigosa (zona quente), que é a de maior risco, já que é a área diretamente impactada pelo produto. Sua delimitação se inicia no entorno dessa área diretamente afetada. Por isso, por questões de segurança, a aproximação, o acesso e a permanência nessa essa área são restritas a pessoas “autorizadas”, uma vez que podem ser necessários recursos adequados. É nessa área onde serão realizadas as operações de maior risco e complexidade. Portanto, o limite geográfico da parte externa da zona quente deve ser claramente demarcado com barreiras físicas que facilitem sua identificação à distância. Assim, será garantido que apenas pessoas equipadas e devidamente autorizadas adentrem ou permaneçam nela. Zona morna Podemos dizer que a zona morna é o espaço de transição entre a área imediatamente impactada (zona quente) e as zonas livres de contaminação (zonas fria e de exclusão). A zona morna foi concebida para evitar que a movimentação de pessoas, veículos e equipamentos entre as diferentes zonas permita a contaminação cruzada, que ocorre quando se ultrapassa a zona impactada. Nessa zona (morna) é que deve ser instalado o corredor de redução de contaminação ou, conforme algumas bibl iograf ias , corredor de descontaminação. Nessa área, o acesso e a c irculação ainda são restr i tos a pessoas autorizadas, pois as condições de r isco não são tão altas. Assim, essa área torna-se o local onde os envolvidos no incidente podem receber e repassar orientações, o pessoal autorizado pode fazer troca e reposição de equipamentos e materiais , executar veri f icações de segurança e passar por procedimentos de descontaminação, ao sair ou antes de entrar propriamente na área quente. Portanto, a premissa básica é que qualquer entrada ou saída da zona quente seja real izada por esse ponto. 93 SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO │ UNIDADE IV A partir dos limites externos da zona morna, inicia-se o perímetro das áreas isentas de exposição e/ou contaminação, que chamamos de zona fria. Nessa zona, o Posto de Comando (PC) será instalado e os recursos humanos e materiais serão armazenados para possibilitar atendimento às necessidades das equipes de intervenção, reserva (backup) e de redução de contaminação (descontaminação). Zona fria Essa zona deve ser localizada imediatamente após a faixa limítrofe da zona morna. Nesse espaço não pode haver qualquer concentração de produto perigoso, pois é o local onde estão posicionados o apoio da operação, o posto de comando, o comando do incidente, as equipes de apoio, os materiais, os equipamentos, os maquinários, as viaturas e as demais pessoas não paramentadas que estejam, de alguma forma, envolvidas com o atendimento do incidente. Zona de exclusão É delimitada a partir dos limites externos da zona fria. Nessa zona, devem permanecer as pessoas e as instituições que não possuem envolvimento direto com o evento, tais como, membros da comunidade, órgãos de imprensa, dentre outros. Há poucas citações bibliográficas a respeito da zona de exclusão. Nas edições mais antigas, apenas as zonas quente, morna e fria eram relatadas. Figura 19. Delimitação das zonas de atendimento. Fonte: CETESB/SP (2015). 94 CAPÍTULO 2 Recursos a serem empregados nos incidentes Recurso únicoPodemos definir como equipamento, acessório e seu complemento, bem como recursos humanos que podem ser designados para compor uma ação tática em um incidente. Cada recurso deve estar registrado numa das instalações estabelecidas ou designado no incidente para que possa ser classificado como recurso único, e seu responsável é um líder. Exemplos de recurso único: helicópteros com tripulação, ambulância com time de atendimento de urgência, cães para ações de busca e salvamento etc. Figura 20. Recurso Único e/ou Resgate Aéreo. Fonte: Manual SCI, CBMDF (2011). Equipe ou time de intervenção Pode ser definido como o conjunto de recursos únicos de uma mesma classe e tipo, que conta com um só líder e comunicações integradas. O time deve atuar limitado a uma mesma área geográfica, respeitando o alcance de controle. Os recursos podem ser descritos por sua classe e por seu tipo. Podemos dizer que a função do recurso está relacionada com a classe, por exemplo: um caminhão de combate a incêndio, uma ambulância de resgate, uma viatura de patrulhamento, um veículo de transporte de cargas. O tipo está diretamente relacionado com o nível de capacidade que o recurso oferece, como autonomia de trabalho de um equipamento/veículo, capacidade de carga a ser transportada etc. 95 SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO │ UNIDADE IV Força tarefa Representa qualquer união/combinação de recursos únicos de diferentes classes e/ou tipos. Deve ser constituída para uma necessidade particular e específica e contar com um só líder e suas comunicações. A equipe dessa força tarefa deve ser autônoma, mas tem que desenvolver as atividades dentro de uma mesma área geográfica, devendo também ser respeitado o alcance de controle. Líder da unidade de situação Ele é o responsável pela elaboração e disseminação do status da situação do incidente. O líder da unidade de situação é auxiliado por duas funções estabelecidas no sistema. Figura 21. Estrutura da seção de planejamento. Expositores de mapas e painéis Observadores de campo Fonte: Manual SCI, CBMDF (2011). Observadores de campo A eles cabem a responsabilidade de executar o levantamento inicial da situação relativa ao incidente e fazer o repasse dessa situação ao líder da unidade. » Os observadores devem possuir orientação clara sobre as exigências de informação. 96 UNIDADE IV │ SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO » As pessoas que estão designadas para a resposta do incidente podem ser utilizadas. » Geralmente as atividades executadas pelos observadores se dão in loco (no campo), mas algumas informações importantes poderão ser adquiridas em outro local e/ou frente de atuação. » Deve ser garantido o atendimento dos horários para elaboração e liberação do relatório da informação. » Aos observadores de campo, deverão ser garantidas condições operacionais e logísticas para que possam executar de forma adequada suas funções, sobretudo no que se relaciona a transporte e comunicações. 97 CAPÍTULO 3 Treinamento e avaliação Assim como em qualquer procedimento técnico, o segredo para o sucesso ou o fracasso na realização está na repetição e avaliação constantes, que visam ajustar os erros, adequar as diferenças entre teoria e prática, e tornar a sua utilização difundida e bem conhecida por todos os envolvidos com situações de crise. Dessa forma, é fundamental para o sucesso da aplicação do Sistema de Comando de Incidentes que sejam realizados exercícios básicos e complexos com todos os órgãos e instituições de resposta, para que seus planos de atendimento inicial sejam colocados em prática e estejam articulados entre si. Figura 22. Simulado de Mesa (Table Top). Fonte: Autoria própria. Cada instituição deve ter seu Plano de Resposta à Emergência (PRE) bem definido. Ele deve ser colocado em prática regularmente por meio de realização de exercícios simulados de mesa (table top), exercícios simulados parciais ou exercícios simulados completo. Lembrando que todas essas ações devem ser devidamente registradas por meio de formulários e relatórios de tal forma que permitam uma avaliação crítica após sua realização. Assim, será possível propor mudanças e melhorias visando aperfeiçoar a resposta a situações de desastres e/ou emergências. 98 UNIDADE IV │ SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO O artigo abaixo (em inglês) relata a resposta ao atentado terrorista de 11 de setembro de 2001, no Pentágono (EUA), e mostra as dificuldades encontradas, mesmo com o uso do ICS. http://www.semp.us/publications/biot_reader.php?BiotID=135. O site abaixo mostra apresentação em powerpoint sobre o ICS: www.emacintl.com/docs/ICS%20Overview.ppt. O site abaixo mostra como foi o atendimento inicial ao atentado terrorista de Oklahoma City e a resposta de comando: http://www.ojp.usdoj.gov/ovc/publications/infores/respterrorism/chap2.html. Dentre tantos benefícios oferecidos pelo SCI, podemos listar: » Atendimento às necessidades de incidentes de qualquer natureza e tamanho. » Permissão para que diferentes agências e instituições possam rapidamente estar dentro da mesma estrutura e time de atuação. » Providências rápidas e eficientes do apoio logístico e administrativo às equipes operacionais. » Impedimento da duplicação ações, que o torna altamente custo/efetivo. Responsabilidade dos líderes De acordo com a Federal Emergency Management Agency (Fema), os líderes devem possuir muitas responsabilidades. Um bom líder operacional deverá: » Assegurar práticas de trabalho seguras e eficientes. » Assumir a responsabilidade e a coordenação dos recursos de trabalho. » Motivar a equipe com atitude de “poder fazer com segurança”. » Demonstrar espírito de iniciativa e pró-atividade. » Comunicar-se de forma objetiva, fornecendo instruções específicas e solicitando feedback. » Supervisionar as ações de campo. » Avaliar a efetividade do plano. » Entender e aceitar a necessidade de modificação de instruções ou planos. 99 SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO │ UNIDADE IV São deveres do líder operacional: » Assumir a coordenação e cumprir com suas responsabilidades de acordo com a hierarquia apropriada dentro da estrutura. » Estar preparado para sair de uma função tática e assumir uma função de liderança. » Ser eficiente em seu trabalho. » Tomar decisões no tempo adequado. » Ter certeza de que foi compreendido. » Preparar seus subordinados para ações futuras. Comunicação integrada Com relação à comunicação integrada, de acordo com a FEMA, é necessário estar assegurado quanto ao compartilhamento de informações. Todo profissional deve estar pronto para: › “Brifar” os demais sempre que necessário. › Ações de debriefing. › Comunicar riscos aos demais. › Receber e repassar informações e perguntar quando tiver dúvidas. Briefing Ao realizar o briefing, algumas ações devem estar claras: » Missão: o que terá que ser feito. » Propósito: por que terá que ser feito. » Conclusão: como saber que foi feito. Gerenciamento por objetivos (segundo a FEMA). O ICS é gerenciado por objetivos. Os objetivos são comunicados para toda a organização ICS a partir do processo de planejamento. Quais seriam os passos para estabelecer os objetivos? » Passo 1: entender a política e as ações da agência ou instituição. » Passo 2: acesso à situação do incidente. 100 UNIDADE IV │ SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO » Passo 3: estabelecer objetivos da ação. » Passo 4: seleção de estratégia apropriada para alcançar os objetivos. » Passo 5: fornecer direção tática. » Passo 6: prover follow-up. Quais são as prioridades absolutas do ICS: » 1: Salvar vidas. » 2: Estabilizar o incidente. » 3: Preservação do patrimônio. Cada incidente deve ter um plano de ação de incidentes que: » Especifique os objetivos do incidente. » Estabeleça as atividades a serem cumpridas. » Cubra um período de ações chamado período operacional. Algumas perguntas que devem serrespondidas pelo Plano de Ação de Incidentes (PAI). » O que nós queremos fazer? » Quem é responsável por fazê-lo? » Como nos comunicamos uns com os outros? » Qual é o procedimento se alguém fica ferido? O Bureau dos Serviços de Emergência do Estado de Idaho (USA) fez uma análise sob o ponto de vista de “lições aprendidas” no evento de 11 de setembro de 2001, no World Trade Center, sobretudo no quesito “Comando”. » New York City não tinha nem usava o ICS. » NYC Police Fire Departments possuem longa história de planejamentos independentes. » Planos dos bombeiros e da polícia eram particularmente incompatíveis. » Não havia nos bombeiros planos para eventos multicomplexos. 101 SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO │ UNIDADE IV » Não havia sistemas para avaliação de problemas multicomplexos. (Joint Exercises and Joint AAR). » Não havia planos formais nos bombeiros, em nível operacional. » Havia um agreement (assinado em 1993) para bombeiros e policiais compartilharem os helicópteros da polícia para atendimento a incêndios em prédios altos e para treinamento de combate a incêndios em edifícios. » Houve apenas um voo de familiarização com bombeiros e policiais antes de 11/9/2001 (sem registro). Nenhum treinamento conjunto foi realizado. » Os planos de resposta dos bombeiros acima do nível tático possuíam diversas lacunas no comando e no controle. » “Ninguém tinha um plano.” (Aide to Fire Chief killed in the collapse of the north tower). » Simulados raramente possuem mais de 100 participantes. Acima de 1000 bombeiros responderam ao World Trade Center. » Bombeiros que sobreviveram disseram que entraram nas torres sem uma missão claramente definida. » Um comando unificado não foi estabelecido. » Chefes de bombeiro realizaram comando nos lobbies das torres. » Comando da polícia foi estabelecido a três quarteirões além da esquina das ruas Church e Vessey. » A polícia não trabalhou em conjunto com os bombeiros, eu não sei o porquê. (Thomas Von Essen, Fire Commissioner, 1996-2001). » Comandantes da polícia e dos bombeiros raramente se falaram e não coordenaram estratégias em conjunto. » Bombeiros, contrariamente às orientações, correram para carros de combate à incêndio que já estavam lotados. » Quando ordenados a deixarem os caminhões de bombeiros, passaram a dirigir-se às torres em carros privados e metrô. 102 UNIDADE IV │ SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO » Policiais da autoridade portuária abandonaram seus postos nas pontes, nos túneis e nos portos. » Um número exagerado de bombeiros foi enviado às torres gêmeas. » Muitos bombeiros entraram nas torres sem terem recebido orientação. (60 bombeiros que estavam de folga morreram). » Muitos bombeiros se autodespacharam para o local e ignoraram as áreas de estacionamento. O comando não sabia quantos e quais bombeiros estavam nas torres. » A Unidade de Serviços de Emergência do Departamento de Polícia (ESU) enviou equipes às duas torres. » Os policiais da ESU são treinados em táticas de resgate e frequentemente realizam as mesmas funções que os bombeiros. » Nas escadas, bombeiros e policiais da ESU ajudaram-se mutuamente no transporte de equipamentos, primeiros socorros e envio de mensagens. » Policiais da ESU não checaram com os bombeiros sobre quem estava no comando do resgate. » O sistema de rádios dos bombeiros falhou da mesma forma que tinha ocorrido no atentado à bomba no mesmo prédio em 1993. » Nenhuma outra instituição teve problemas de comunicação tão graves no dia 11 de setembro como os bombeiros. » Assistant Fire Chief Donald J. Jones, que participou do combate às chamas em 1993, escreveu: “façam planejamentos e construam planos de contingência”. » Chief Burns também escreveu um relatório federal em 1994: “nossa efetividade é boa na mesma proporção em que conseguimos nos comunicar”. » Enquanto dirigia-se para as torres, Chief Burns lembrou seus colegas a respeito dos graves problemas de comunicações que experimentaram em 1993, no atentado à bomba ao WTC. 103 SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO │ UNIDADE IV » Em 11 de setembro, ele assumiu o comando das operações na Torre Sul, o segundo edifício a ser atingido, mas o primeiro a desmoronar. Chief Burns faleceu. » Durante os minutos finais, a maioria dos bombeiros na Torre Norte não sabia que a Torre Sul havia desmoronado. » A maioria dos bombeiros na Torre Norte não sabia o quanto era urgente para eles abandonarem o edifício. 104 CAPÍTULO 4 Formulários utilizados no SCI Existem muitos formulários padrões que são utilizados no SCI como forma de facilitar, padronizar e organizar as informações e tomadas de decisão. Listaremos apenas os formulários SCI-201 e 202, pois acreditamos serem os mais específicos para esse momento da disciplina. Outros formulários podem ser utilizados para elaboração do PAI, tais como: SCI-204; 205; 206; 211; 215; 219; e 234, que servem não somente para planejar, mas para controlar a operação de resposta. Devemos levar em consideração que o SCI recomenda a utilização de formulários padronizados para facilitar a transmissão de todas as informações necessárias. Essa prática é especialmente importante durante a primeira transferência de comando, ainda na fase inicial da operação. O Formulário padronizado SCI-201 serve para registrar uma série de informações básicas iniciais e deve ser preenchido pelo próprio comando (em alguns casos com o auxílio do chefe de operações ou de outra pessoa do staff do comando, quando tal função já estiver ativada). Formulário SCI 201 Na primeira transferência de comando, as informações necessárias estão escritas no Formulário SCI-201, em virtude de o PAI não ter sido elaborado nesse período inicial. O Formulário SCI-201 oferece ao comandante do incidente (ao staff de comando e às seções) a informação básica sobre a situação do incidente e a dos recursos já empenhados. Também serve como um registro permanente da resposta inicial que teve o incidente. As informações contidas no SCI-201 podem ser usadas como ponto de partida para outros formulários ou documentos do SCI. Durante o processo de transferência do comando, um briefing no formato do SCI-201 dá ao comandante do incidente/comando unificado informações básicas sobre a situação do incidente e os recursos alocados. 105 SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO │ UNIDADE IV Importante! O formulário funciona como plano de ação do incidente em respostas iniciais, é mantido e continua a evoluir até que a Seção de Planejamento gere o primeiro PAI. O Formulário SCI-100 também é aplicável para fornecer informações sobre os recursos táticos por vir, bem como sobre as necessidades de avaliação do desempenho que sejam necessárias ao novo staff de comando. O Formulário SCI-201 facilita documentar a situação atual, os objetivos da resposta inicial, as ações atuais e planejadas, os recursos utilizados na cena e os requisitados, a organização estrutural da cena e o potencial do incidente. Esse formulário é essencial para o planejamento futuro e gerência efetiva das atividades de primeira resposta. Formulário SCI 202 O Formulário SCI-202, do Plano de Ação do Incidente (PAI), serve para descrever os objetivos para o período operacional, as estratégias, os recursos e a organização. Nele estão inclusas a previsão do tempo e as considerações de segurança a serem utilizadas durante o período. Esse formulário é elaborado pela Seção de Planejamento. Quadro 1. Formulário SCI-201. 1. Nome do incidente 2. Preparado por SCI-2013. Data 4. Horário 5. Mapa/croqui 6. Situação (resumo do incidente) Fonte: Adaptado pelo autor. 106 UNIDADE IV │ SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO Quadro 2. Formulário SCI-201. 1. Nome do incidente 2. Preparado por SCI-2013. Data 4. Horário 7. Objetivos de resposta inicial, ações implementadas, ações planejadas. 8. Organização atual Fonte: Adaptado pelo autor. Quadro 3. FormulárioSCI-201. 1. Nome do incidente 2. Preparado por SCI-2013. Data 4. Horário 9. Recursos. Recurso Identificação Data/hora da solicitação Horário da entrada Local 10. Observações Fonte: Adaptado pelo autor. 107 SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO │ UNIDADE IV Quadro 4. Instruções de preenchimento do Formulário SCI-201. 1 Nome do incidente Informe o nome do incidente. 2 Elaborado por Informe o nome e o cargo de quem elabora o formulário. 3 Data Informe a data (mês, dia, ano). 4 Hora Informe a hora (formato 24h). 5 Mapa/croqui Especifique a área total de operação, a área do incidente, resultados adversos, trajetórias, áreas afetadas, ou outros gráficos que demonstrem o andamento da resposta. 6 Situação atual Descreva resumidamente as ações implementadas para a execução da resposta inicial. 7 Objetivos iniciais de resposta, ações atuais e planejadas Escreva os objetivos da resposta inicial incluindo a hora, e informe situações relevantes para as ações futuras, bem como os problemas presentes. 8 Organização atual Informe os nomes e os cargos dos participantes do incidente. Modifique o gráfico se necessário, acrescentando ou retirando equipes. As linhas em branco do comando unificado são para as agências que também irão compor o atendimento ao Incidente. 9 Recurso Descrição do recurso. 9 Identificação Identificação do recurso (frequência do rádio, nome da embarcação, nome do fornecedor etc.). 9 Data/hora da solicitação Hora e data da solicitação (formato 24h). 9 Hora de entrada Data e hora da chegada do recurso na área de espera. 9 No local “X” indica os recursos presentes. 10 Observações Localização do recurso, atividade que está sendo executada, e status do recurso (se não estiver atuando). Fonte: Adaptado pelo autor. Quadro 5. Formulário SCI-202. Objetivos da resposta 1. Nome do incidente 2. Data da elaboração 2. Hora da elaboração 4. Período Operacional no ________________ Hora de início: ________________________ Data: _____________________ Hora de finalização:__________ 5. Objetivos específicos para o período operacional: 6. Previsão do tempo (anexar folha de previsão respectiva): 7. Mensagem geral de segurança: 10. Estratégias: SCI-202 1 de 4 8. Preparado por (chefe de Seção de Planejamento): 9. Aprovado por (comandante do incidente): Fonte: Adaptado pelo autor. 108 UNIDADE IV │ SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO Quadro 6. Formulário SCI-202. Objetivos da resposta 1. Nome do incidente 2. Data da elaboração 2. Hora da elaboração 4. Período Operacional no________________ Hora de início: _________________________ Data: _____________________ Hora de finalização:__________ 11. Recursos necessários: 12. Designação de trabalho: 13. Localização: SCI-202 1 de 4 8. Preparado por (chefe da Seção de Planejamento): 9. Aprovado por (comandante do incidente): Fonte: Adaptado pelo autor. Quadro 7. Formulário SCI-202. Objetivos da resposta 1. Nome do incidente 2. Data da elaboração 2. Hora da elaboração 14. Organização: SCI-202 1 de 4 8. Preparado por (chefe da Seção de Planejamento): 9. Aprovado por (comandante do incidente): Fonte: Adaptado pelo autor. Quadro 8. Instruções de preenchimento do Formulário SCI-202. No Título Instruções 1 Nome do incidente Escreva o nome designado para o incidente. 2 Data de elaboração Escreva a data (dia, mês, ano). 3 Hora de elaboração Escreva a hora (24 horas). 4 Período operacional Escreva o intervalo de tempo para o qual será aplicado o formulário. Registre com um número o período operacional, a hora de início, a hora de finalização e inclua data(s). 5 Objetivos para o período operacional Escreva de maneira rápida, clara e concisa os objetivos de resposta para esse período operacional. 6 Previsão do tempo para o período operacional Escreva a informação meteorológica que preveja as condições do tempo para o período operacional específico. 109 SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES APLICADO │ UNIDADE IV No Título Instruções 7 Mensagem geral de segurança Escreva as informações que se referem aos perigos conhecidos para a segurança e especifique quais precauções devem ser tomadas durante o período operacional. Caso existam, devem ser citadas e anexadas na mensagem de segurança. 8 Elaborado por Escreva nome e posição da pessoa que prepara o formulário (usualmente é o chefe da Seção de Planejamento). 9 Aprovado por Escreva o nome e a posição da pessoa que aprova o formulário (usualmente é o comandante do incidente). 10 Estratégia Escreva, em relação a cada objetivo definido, as estratégias a executar para o período operacional proposto. 11 Recursos Descreva os recursos necessários detalhadamente, de acordo com objetivo e estratégia, e anote o número de recursos que requer para o período operacional proposto. 12 Designações de Trabalho Anote as designações específicas de trabalho para cada divisão ou grupo (ex.: remoção de escombros, avaliação estrutural, triagem etc.). 13 Localização Lugar onde se estabelecerá o recurso. 14 Organização Faça um esboço da estrutura organizacional para o período operacional. 15 Anexos Anexe o plano médico, o mapa do incidente, a distribuição de canais e as frequências de rádio. Fonte: Adaptado pelo autor. 110 Para (não) Finalizar Lições aprendidas » Planejamento independente = custa vidas. » Treinamento isolado = custa vidas. » Simulados independentes = custam vidas. » Falha de comunicações = custa vidas. » Simule o “Plano”. » Se o plano está ruim, modifique-o (por escrito). » Faça simulados com outras instituições em conjunto. » Simule o comando unificado. » Auto-despacho para socorro não deve ser aceito. 111 Referências BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Política Nacional de Defesa Civil. Brasília: Secretaria Nacional de Defesa Civil, 2007. Disponível em: http://www. defesacivil.gov.br/publicacoes/publicacoes/pndc.asp. Acesso em: 10 set. 2009. BERGERON, J. David et al. Primeiros socorros. 2. ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2007. _______. CBMGO. Manual Operacional de Bombeiros: SCI. Goiânia: 2017. ______. Sistema de Comando de Incidentes. Revista Emergência. Novo Hamburgo/ RS: 2017. _______. USAID/OFDA. Manual del Curso SCI elaborado por la Oficina de Asistencia para Desastres del Gobierno de los Estados Unidos. San José, Costa Rica: 2016. _______. CBMDF. Manual de Sistema de Comando de Incidentes. Brasília/ DF: 2011. _______. SENDC. Secretária Nacional de Defesa Civil. Manual de Gerenciamento de Desastres – Sistema de Comando de Operações. Florianópolis: 2010 ______. CEPED/UFSC. Sistemas de Comando: Considerações Doutrinárias para a construção de um modelo nacional aplicável às ações de Defesa Civil. Florianópolis: 2009. _______. SENASP. Secretaria Nacional de Segurança Pública, Curso de Sistema de Comando de Incidentes. 2. ed. Brasília: 2008. CBMPR. Corpo de Bombeiros do Paraná. Manual de Sistema de Comando de Incidentes. Disponível em: http://www.defesacivil.pr.gov.br/arquivos/File/ publicacoes/ManualSCI.pdf. Acesso em: 6 dez. 2018. Emergency Management Institute. Disponível em: http://training.fema.gov/IS/. Acesso em: 25 mar. 2011. 112 REFERÊNCIAS ESTEVES JR., Hamilton Santos et al. Curso de Sistema de Comando de Incidentes. Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. Brasília/DF: SENASP, 2008. U.S. Department of Homeland Security. National Incident Management System. Washington: DHS/FEMA, 2004. Disponível em: http://www.fema. gov/emergency/nims/. Acesso em: 15 set. 2009. _Hlk41647061 _Hlk41645858 _Hlk41647075 _Hlk41645875 _Hlk41647085 _Hlk41647096 _Hlk41645887 _Hlk41647105 _Hlk41647112 _Hlk41645920 _Hlk41645927 _Hlk41647125 _Hlk41647131 _Hlk41647138 _Hlk41647150 _Hlk34826608 _Hlk27552404 _Hlk30506135 _Hlk34232318 _Hlk41647158 _Hlk41647168 _Hlk41647188 _Hlk41647198 _Hlk41647256 _Hlk41647270 _Hlk41647304 _Hlk41647310 _Hlk41647316 _Hlk41647321 _Hlk41647333 _Hlk41647339 _Hlk41647347 _Hlk41647354 _Hlk41647384 _Hlk41028351_Hlk41647392 _Hlk41647398 _Hlk41647404 _Hlk41647413 _Hlk41647421 _Hlk41647444 _Hlk41647460 _Hlk41647466 _Hlk41647483 _Hlk41028855 _GoBack _Hlk41028876