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Supervisão na automação industrial Prof. Raphael de Souza dos Santos Descrição A organização hierárquica de todos os sistemas que integram a automação dos processos industriais e apresentação dos diversos níveis da pirâmide hierárquica e sua importância, assim como a função dos sistemas supervisórios e sua importância para o gerenciamento e controle dos processos produtivos e a relevância do sistema de supervisão e aquisição de dados (supervisory control and data acquisition – SCADA) e suas funcionalidades. Propósito Compreender que a automatização dos processos industriais envolve diversos sistemas e equipamentos que, uma vez integrados, permitem o monitoramento e o controle de todo um processo produtivo. Objetivos Módulo 1 Organização hierárquica de um sistema de automação industrial Descrever a organização hierárquica de um sistema de automação industrial, seus níveis e suas funções. Módulo 2 Papel dos sistemas supervisórios nos processos industriais Identificar o papel dos sistemas supervisórios nos processos industriais. Módulo 3 Funcionalidade de um SCADA Descrever a funcionalidade e a importância de um SCADA. Introdução Assista ao vídeo e compreenda melhor a importância dos sistemas supervisórios no monitoramento e controle dos processos industriais. 1 - Organização hierárquica de um sistema de automação industrial Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever a organização hierárquica de um sistema de automação industrial, seus níveis e suas funções. Vamos começar! O que é a pirâmide da automação industrial? Assista ao vídeo e entenda o conceito relacionado à pirâmide da automação industrial. Hierarquia dos sistemas de automação Hierarquia dos sistemas de automação Quando se discute o processo de automatização de uma indústria, são apresentados diversos equipamentos que deverão fazer parte desse sistema. Entretanto, nem sempre é possível perceber o tamanho da complexidade envolvida nesses sistemas, tendo em vista que muitas vezes o processo de automação é representado, para simplificação, por blocos genéricos. Diagrama em blocos da automatização de um processo. Assim, é possível apenas perceber que os blocos possuem alguma ligação entre si, sem a percepção de nenhuma hierarquia ou de diferentes níveis de relevância. Para ilustrar essa cadeia hierárquica de maneira mais clara e objetiva, foi desenvolvido o conceito de pirâmide da automação industrial. Pirâmide da automação industrial Essa pirâmide consiste em uma figura que representa, de maneira clara, a hierarquia existente entre as diferentes partes que formam um sistema de controle e automação de qualquer processo produtivo. Pirâmide da automação industrial. A pirâmide ilustra os diferentes níveis de controle existentes em um processo automatizado. Esses níveis compreendem os equipamentos e dispositivos utilizados diretamente na manufatura de determinados processos até os níveis de gerenciamento da produção. Diferentes níveis da pirâmide da automação industrial Diferentes níveis da pirâmide da automação industrial Como um sistema automático compreende diversos elementos, da arquitetura de comunicação e gerenciamento até os elementos atuadores e sensores, é fundamental que cada parte do sistema seja cuidadosamente separada e bem-especificada. Isso auxilia no planejamento operacional e facilita as atividades de manutenção. Vamos, a seguir, conhecer os níveis da pirâmide da automação industrial e o que cada um deles representa. Esse é o nível mais baixo da pirâmide e, por isso, forma sua base. Nele estão dispostos os sensores, máquinas, bombas, motores e outros componentes que formam o chamado “chão de fábrica”. Sendo assim, o nível 1 é composto essencialmente de elementos disponíveis em campo e que executam atividades diretamente no processo. Nesse nível, podem ser realizadas as operações manuais dos equipamentos, tais como: abertura e fechamento de válvulas; ligar e desligar bombas; entre outras. Também é no nível 1 que ocorre o monitoramento dos parâmetros do processo produtivo através dos sensores. Essas informações são enviadas para os níveis subsequentes para análise e armazenamento. Exemplo de equipamentos do nível 1 da pirâmide da automação industrial. Nesse nível, é possível observar os equipamentos que executam o controle automático das atividades da planta. Nele se enquadram os controladores lógicos programáveis (CLPs), os sistemas digitais de controle distribuído (SDCDs), os relés programáveis, entre outros. É nesse nível que se encontram as interfaces homem-máquina (IHM). Nível 1 - Aquisição de dados e controle manual Nível 2 - Controle individual Exemplo de equipamentos do nível 2 da pirâmide da automação industrial. Nesse nível, se enquadram os primeiros elementos de supervisão da planta. Essas informações possibilitam os ajustes operacionais que permitirão a otimização e o controle de todo o processo produtivo. No nível 3, o sistema de supervisão e controle ainda é considerado individualizado, ou seja, cada parte da fábrica. Dependendo das dimensões do chão de fábrica, essa individualização pode ser por equipamento. Isso permite que o controle de cada unidade da fábrica seja feito de maneira separada, o que possibilita uma análise mais detalhada do processo produtivo. Um exemplo pode ser visto na imagem, a qual demonstra que cada setor da fábrica possui seu sistema de controle e supervisão. As informações produzidas, normalmente, são armazenadas em um banco de dados para posterior análise. No nível 3, são utilizados os sistemas de supervisão e aquisição de dados (SCADA). Exemplo de um sistema do nível 3 da pirâmide da automação industrial. No nível 4, se encaixam os sistemas que permitem a programação dos controladores e o planejamento operacional do processo. Nele, os diversos setores de uma planta têm suas informações exibidas. É por meio desse nível que se pode fazer o controle do processo produtivo, o planejamento/agendamento das manutenções (preventivas e preditivas) e a logística para Nível 3 - Controle do processo, supervisão e otimização Nível 4 - Controle total da produção e programação dos sistemas abastecimento dos suprimentos necessários ao processo. Por toda capacidade de gestão oferecida por esse nível, também é chamado de nível de gerenciamento da planta. Nele, se enquadram os manufacturing execution system (MES), ou os sistemas de execução de fabricação. Exemplo de um sistema de controle de produção da planta do nível 4 da pirâmide da automação industrial. O topo da pirâmide é ilustrado pelo nível de administração dos recursos da empresa, permitindo gestão financeira, controle de vendas, estoque, entre outros. Esse nível envolve as tomadas de decisões que afetam a empresa como um todo. No nível 5, são encontrados os enterprise resource plannings (ERPs), ou sistemas para planejamento de recursos empresariais. Exemplo de um sistema de gerenciamento da planta do nível 5 da pirâmide da automação industrial. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Nível 5 - Planejamento estratégico e gerenciamento corporativo Módulo 1 - Vem que eu te explico! A representatividade da pirâmide da automação industrial Módulo 1 - Vem que eu te explico! Pirâmide da automação industrial – Nível 4 Todos Introdução - Video Introdução Módulo 1 - Video O que é a pirâmide da automação industrial? Módulo 2 - Video A importância dos sistemas supervisórios na automação industrial Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Todos Introdução Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Questão 1 A automatização dos processos produtivos é fundamental para questões de padronização, controle de qualidade e otimização dos processos produtivos. Os elementos que compõem os sistemas de automação são organizados estruturalmente de maneira hierárquica em um(a): A Chão de fábrica. B Sistema de controle distribuído. C Sistemasupervisório. D Pirâmide da automação. E Sistema de gerenciamento. Parabéns! A alternativa D está correta. A hierarquia dos sistemas que compõem um processo industrial é ilustrada de maneira clara em uma pirâmide da automação, que organiza em cinco níveis todas as estruturas responsáveis pelos sistemas de controle, gerenciamento, planejamento, programação e execução de estratégias e ações da planta. Questão 2 Entre os diversos níveis que compõem a pirâmide da automação industrial, aquele no qual se encontram os atuadores (elétricos, pneumáticos, hidráulicos etc.), os sensores e todas as partes que efetivamente trabalham diretamente no processo produtivo consistem no: A Nível 1 B Nível 4 C Nível 5 2 - Papel dos sistemas supervisórios nos processos industriais Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car o papel dos sistemas supervisórios nos D Nível 3 E Nível 2 Parabéns! A alternativa A está correta. O nível 1 é definido como o chão de fábrica, sendo formado por todos os elementos atuantes diretamente no processo produtivo e que interagem com a matéria-prima e com os produtos a serem fabricados. p p p p processos industriais. Vamos começar! A importância dos sistemas supervisórios na automação industrial Assista ao vídeo e compreenda a importância dos sistemas supervisórios na automação industrial. Evolução dos sistemas de supervisão e controle O desenvolvimento dos sistemas de controle sempre foi influenciado pelo desenvolvimento tecnológico. O aprimoramento das técnicas de controle e a integração com os periféricos (sensores, telas, entre outros) contribuíram significativamente para que o controle do processo se tornasse distribuído. No começo, apesar da descentralização do sistema, não havia uma integração realmente funcional, o que fazia com que os sistemas atuassem de uma maneira desorganizada por meio de conjuntos de malhas de controle independentes. Dessa maneira, o que se tinha eram diversas malhas integrantes de um mesmo processo, cada uma com seu conjunto de sensores, atuadores e controladores, sem que houvesse uma relação entre elas. Cada malha atuava de maneira independente, o que, em alguns casos, resultava em um funcionamento desorganizado e gerava falhas e inconsistências. Esse era um dos motivos pelos quais a centralização ainda era bastante difundida nos processos industriais, além do elevado custo associado à adoção de múltiplos controladores. Controle local Nessa topologia, o sistema de controle era considerado altamente distribuído, tendo em vista que cada variável do processo era monitorada e controlada de maneira local e individual. Um controlador era fixado próximo à unidade sob seu controle, por exemplo, uma bomba ou uma válvula. Nesse mesmo loca,l eram também instalados um medidor e um registrador, de maneira a permitir que o valor da variável fosse conhecido pelo operador mesmo em sua ausência. Sistema de controle local de fluxo com registrador. Apesar de perfeitamente distribuído, esse sistema de controle encontrava três grandes dificuldades: Di�culadade I O operador precisava estar no local de instalação do equipamento para conhecer seus parâmetros, o que impossibilitava que tivesse conhecimento do que ocorria no restante do processo. Di�culadade II A falta de comunicação entre os diversos controladores impossibilitava uma melhor integração, dificultando a atividade de controle nas plantas onde havia interdependência entre as variáveis. Di�culadade III Refere-se ao ajuste dos controladores, que demandava a presença dos operadores e seu contato direto com os equipamentos. Embora ainda estejam presentes em plantas industriais menores, esse sistema de controle local é considerado ultrapassado e deixou de ser adotado em plantas de maior porte e mais modernas. Controle centralizado Com o avanço da eletrônica e dos sistemas de comunicação (com e sem fio), as informações das variáveis e os comandos a serem executados nos atuadores passaram a ser realizados nas salas de controle. Esses locais passaram a ser equipados com controladores e indicadores, com os mais diversos formatos de exibição das informações (displays, barras gráficas, telas, entre outras) de maneira a permitir que os operadores observassem as variáveis e os status dos equipamentos de maneira remota. Os comandos produzidos pelos operadores também eram transmitidos de volta ao local de instalação dos equipamentos. Um problema com essas instalações, no início da implementação, eram as limitações que os sistemas pneumáticos e hidráulicos encontravam, tendo seu alcance limitado a alguns metros de distância. O avanço tecnológico no desenvolvimento dos transdutores (capazes de converter grandezas físicas) permitiu que essa limitação fosse superada, na medida em que os sinais transmitidos das salas de controle para os equipamentos passaram a ser elétricos. A conversão em sinais pneumáticos ou hidráulicos passou a ser realizada somente na proximidade dos equipamentos de campo. Apesar do avanço em relação ao controle local, o controle centralizado ainda apresenta algumas limitações, dependendo do tamanho do processo industrial e do número de variáveis. Processos de grande porte demandam diversas unidades de controle, e a falta de comunicação entre elas ainda representa um inconveniente. Exemplo de um grandioso painel de controle. As grandes dimensões dificultavam/inviabilizavam que apenas um operador controlasse mais de um painel. Além disso, o fator operacional tinha uma grande limitação na medida em que o excesso de informações e de comandos facilitava os erros operacionais. Controle digital distribuído A evolução dos sistemas de controle permitiu que fossem implementados os sistemas digitais de controle distribuído (SDCD). Nesse tipo de sistema, o processo de controle não é centralizado em um único dispositivo, mas distribuído em estações de controle remotas. Vale destacar que a existência de uma estação central não é essencial para a continuidade operacional, mas serve apenas para facilitar o processo de integração e oferecer maior suporte aos operadores. O desenvolvimento dos SDCD só foi possível graças aos seguintes adventos: DAS Data acquisition systems (sistemas de aquisição de dados). SPC Set point control (sistemas de controle supervisório). DDC Direct digital control (sistemas de controle digital). Conheça melhor cada um deles a seguir: Sistemas de aquisição de dados (DAS) São aqueles responsáveis pela medição e pelo processamento das variáveis (conversão, multiplexação etc.) para que sejam entregues aos controladores. Entre as funções dos sistemas de aquisição estão: coleta de dados do processo com precisão, periodicidade e confiabilidade; processamento das informações das variáveis coletadas; execução das funções matemáticas (caso necessárias) para conversão das variáveis obtidas (por exemplo: conversão entre unidades de temperatura – de Fahrenheit para Celsius; pressão – Psi para Bar etc.); supervisão das variáveis; armazenamento de dados históricos. Essas funções permitem que os operadores realizem um acompanhamento mais apurado do processo industrial e uma tomada de decisões mais eficiente. Sistemas de controle supervisório (SPC) Além das funcionalidades desenvolvidas pelos sistemas de aquisição de dados, os sistemas de controle supervisório são capazes de atualizar as informações enviadas para os controladores, modificando seus parâmetros. Esse tipo de sistema de controle é bastante importante na otimização das operações e melhoria de rendimento. Embora seja evoluído o suficiente para realizar modificações nos parâmetros dos controladores, essa ação nem sempre é desejável. Por esse motivo, os sistemas de controle podem ser configurados para malha aberta ou malha fechada. Malha aberta Apesar de o sistema determinar os novos parâmetros do controlador, baseando-se nas informações obtidas do processo, a atualização não se dá de forma automática. A informação é repassada ao operadorpara que se decida por sua atualização ou não. Malha fechada A atualização é realizada diretamente pelo controlador, de maneira a agilizar e otimizar o processo produtivo. Essa atualização é realizada através da manipulação direta dos set points (pontos de ajuste) dos controladores. Esse sistema apresenta como vantagens: capacidade de execução de algoritmos de controle; aumento de produtividade; precisão nas ações de controle; e aumento do tempo útil de operação. Como limitações podemos destacar: complexidade da integração entre hardware e software; alto custo no desenvolvimento dos programas; e necessidade de um elevado custo de instrumentação para garantir a confiabilidade no sistema. Sistemas de controle digital (DDC) Nesses sistemas utilizam-se computadores conectados diretamente aos elementos finais de controle no lugar dos controladores convencionais. Os algoritmos de controle são armazenados diretamente nos computadores e permitem a execução de uma gama muito maior de funções e com uma capacidade operacional substancialmente elevada. Contudo, a utilização dos computadores diretamente nos processos produtivos, sem os controladores como suporte (back-up), poderia levar a falhas operacionais no caso de problemas com os computadores. Assim, os sistemas digitais foram adaptados para atuar em conjunto com os sistemas de controle, abrindo caminho para a adoção dos sistemas digitais de controle distribuídos. Funções de um sistema supervisório SCADA O SCADA é um sistema de supervisão e controle de processos industriais que coleta dados do processo através de unidades terminais remotas instaladas no “chão de fábrica” (planta industrial). Principalmente controladores lógicos programáveis (CLP) e controladores digitais formatam esses dados (realizando processamentos básicos, operações matemáticas e lógicas digitais) e os apresentam ao operador em uma grande variedade de formas (telas, displays, contadores, barras gráficas, gráficos, entre outros). O objetivo maior do SCADA é proporcionar uma interface de alto nível para o operador do processo produtivo, informando-o em tempo real (real time) todos os eventos de importância da planta, permitindo ao operador atuar e monitorar o processo de acordo com suas necessidades. Vale destacar que, em muitos casos, as plantas possuem controladores com elevado nível de autonomia, ou seja, que são capazes de executar lógicas baseadas em programações sem sua memória e permitindo que o sistema atue de forma autônoma, cabendo ao operador apenas o monitoramento do processo. De maneira simplificada, os sistemas de supervisão aplicados aos processos industriais são responsáveis pelas coletas das variáveis dos processos (dados dos processos), além de permitirem a atuação pelo operador nos processos produtivos. Os controladores (CLPs, microcontroladores, entre outros) utilizados nos sistemas de automação econtrole são responsáveis por obter as informações dos sensores e formatar os dados obtidos. Esses dados, após o processamento, são exibidos para o operador em diferentes formas gráficas e/ou numéricas. Exemplo de tela de supervisão do sistema SCADA. Em seguida, são configurados de acordo com a necessidade do processo produtivo ou o padrão preestabelecido pela empresa. Assim, é possível observar que a principal funcionalidade dos sistemas supervisórios é fornecer ao operador uma interface de alto nível em tempo real. Dessa maneira, o operador será capaz de observar todos os eventos relevantes do processo industrial. Funções de supervisão A função de supervisão de um sistema supervisório consiste no monitoramento de todos os parâmetros do processo. Os valores e status desses parâmetros deverão ser exibidos aos operadores por meio de animações, gráficos, displays, entre outras ferramentas. Dessa maneira, o operador é capaz de observar todas as mudanças que ocorrerem no processo (temperatura, nível, vazão etc.), assim como acompanhar em tempo real todas as operações realizadas (abertura e fechamento de válvulas; acionamento de motores; entre outros). Exemplo de uma tela de supervisão desenvolvida no software Elipse SCADA. Funções de operação Outra função dos sistemas supervisórios consiste na atuação sobre os equipamentos instalados no “chão de fábrica” de um processo produtivo. Essa função inclui: ligar e desligar motores; abrir e fechar válvulas; acender e apagar lâmpadas; alterar sequências de acionamento; ajustar parâmetros do sistema de controle (PID); e modificar o status dos equipamentos. Essa função permitiu que os sistemas supervisórios substituíssem com sucesso os painéis e as mesas de controle. Exemplo de um painel de controle de um processo produtivo. Funções de controle Os sistemas de supervisão mais modernos permitem a inclusão de algoritmos (códigos) que tornam os sistemas de controle independentes da ação de operadores. Todas as ações do sistema são executadas tendo por base as entradas oriundas dos sensores e comandos produzidos pelos operadores ou a partir da planta industrial. Os algoritmos do controlador recebem as entradas e produzem saídas, tendo por base as estratégias de controle adotadas. A imagem adiante ilustra uma sala de controle automaticamente operada. A ausência de operadores deixa clara a capacidade do sistema de se autocontrolar, através de um ajuste automático dos seus parâmetros. Em alguns casos, os ambientes automaticamente operados não são recomendados, por questões de segurança e confiabilidade. Cabe destacar que todas as ações tomadas por um operador são registradas. Dessa maneira, é fundamental que cada operador (antes de assumir sua função) realize um login (nome e senha) para permitir que apenas as ações que sejam tomadas por ele fiquem registradas em seu histórico. Isso é essencial para análises futuras (em casos de acidentes ou graves problemas). Exemplo de uma sala de controle sem operadores. Estações de um sistema SCADA Dependendo da topologia em que são organizados, ou seja, da maneira como os equipamentos que integram o sistema estão distribuídos e interligados, as estruturas que compõem um SCADA podem ser denominadas de diferentes maneiras. É a denominação dada a um computador que esteja rodando o programa supervisório propriamente dito. Nela é possível inclusive realizar alteração na tela de operação. Pode ser dividida em: Estação nó local, operada e configurada diretamente pelo operador. Estação nó remota, operada e configurada através de um link de acesso remoto. Também denominada de stand alone, é capaz de realizar todas as funções de um sistema supervisório. Entretanto, não está conectada à rede de dados. Daí a denominação alone (“sozinho”, em inglês). É t ã d di d l i t à i i ã d d d lé d Estação nó Estação independente Estação servidora de dados É a estação dedicada exclusivamente ao acesso e à aquisição de dados, além de seu armazenamento em um banco de dados. Essa estação possibilita que o operador monitore e execute ações no processo, tais como alterar parâmetros, reconhecer alarmes e outras tarefas inerentes ao sistema de supervisão e controle do processo. Contudo, não é possível modificar a tela de operação ou a base de dados. Essa estação garante aos gerentes e supervisores as condições para acessar os dados contendo as informações do processo a partir de relatórios e gráficos, além de informações disponibilizadas nas telas de operação. As atividades de reconhecimento e outras funcionalidades, por questões hierárquicas, só poderão ser realizadas dessa tela e em nenhuma outra estação. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 2 - Vem que eu te explico! A função de controle de um sistema supervisório Módulo 2 - Vem que eu te explico! Três importantes funções Estação de monitorização e operação Estação de gerência Todos Introdução - Video Introdução Módulo 1 - Video O que é a pirâmide da automação industrial?Módulo 2 - Video A i tâ i d i t i ó i t ã i d t i l Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Todos Introdução Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Questão 1 O desenvolvimento dos sistemas de supervisão e controle representou uma evolução histórica para as atividades de controle e supervisão dos processos produtivos. Antes da consolidação dos sistemas SDCD, o controle das variáveis de um sistema era realizado de diferentes maneiras. Em qual topologia de controle o controlador era instalado próximo ao sistema controlado que demandava a presença de um operador para o ajuste dos parâmetros? A Controle local. B Controle distribuído. C Controle centralizado. D Malha aberta. E Malha fechada. Parabéns! A alternativa A está correta. No controle local, o controlador é instalado próximo ao sistema que se deseja controlar (seja uma válvula, seja uma bomba). Nessa topologia, também são instalados medidores e registradores que permitam que o operador conheça os valores que a variável apresentou em sua ausência. Nessa topologia, a presença do operador junto ao controlador é necessária para atualização ou modificação de seus parâmetros. Questão 2 Dependendo da maneira como os equipamentos são organizados, ou seja, como são interligados no processo produtivo, as diferentes estações que formam o sistema podem receber diferentes nomenclaturas. Quando um computador executa o sistema supervisório e permite, inclusive, a alteração da tela de operação por meio de um link, ela é denominada: A Estação nó local. B Estação nó remota. C Estação independente. D Estação servidora. E Estação de monitoração. 3 - Funcionalidade de um SCADA Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever a funcionalidade e a importância de um SCADA. Vamos começar! A estrutura de um sistema SCADA Parabéns! A alternativa B está correta. A estação nó remota executa o sistema supervisório e possibilita sua modificação (da tela e dos parâmetros) mesmo por meio de um acesso remoto. A estrutura de um sistema SCADA Assista ao vídeo e compreenda a funcionalidade e a importância de um SCADA. Sistema SCADA O SCADA é um sistema amplamente utilizado em processos industriais e envolve a aquisição de dados e o controle de variáveis (por meio da atuação em elementos periféricos, como os atuadores). É integrado aos controladores empregados nesses processos produtivos. Uma maneira bastante simples de organizar um sistema de controle distribuído é por meio de sua distribuição horizontal. Esse tipo de topologia permite que a carga de informações seja compartilhada entre diferentes controladores e computadores, sem haver a necessidade de transferência de dados de um controlador/computadorpara outro. Isso reduz a necessidade de aplicativos e otimiza o processo devido à grande quantidade de dados. Esse tipo de topologia é especialmente adequado para sistemas de aquisição de dados e de controle em grandes processos industriais. Como o processamento dos dados e a execução das funções de controle são particionados e alocados em diferentes controladores, cada um tem que executar apenas o conjunto específico de instruções (armazenado em sua memória) pertinente àquela aplicação. Atenção! Os dados a serem utilizados em determinada aplicação poderão ser obtidos a partir de uma memória principal (disponível a todos os controladores) ou secundária (disponível individualmente para cada controlador). No caso de dados do processo, poderão ainda ser obtidos diretamente da planta industrial por meio de sensores. Dessa maneira, é possível produzir uma base geral de dados da planta distribuídos localmente para os subsistemas (cada um formado por seus respectivos controladores e periféricos associados). Exemplo de topologia horizontal de um sistema de controle distribuído. As unidades terminais remotas (remote terminal unity – RTU) representam os dispositivos eletrônicos que realizam a interface entre os periféricos e os sistemas de controle distribuído. Nas condições de operação, cada controlador realiza individualmente a aquisição de dados, calibração de seus sistemas e execução de todos os processamentos necessários aos dados. Os dados são, então, utilizados em um ou mais algoritmos para que o controlador seja capaz de executar as ações de controle necessárias ao processo produtivo. Os próprios operadores são responsáveis pela execução dos cálculos necessários para a otimização das estratégias de controle. É importante destacar que a otimização das estratégias de controle é realizada individualmente por cada controlador. Caso seja necessária, ou desejável, uma otimização geral da planta industrial, é altamente recomendável a utilização de um computador central, que seja responsável por receber os dados da base de dados com alta velocidade e consiga enviar instruções para todos os controladores que fazem parte do processo. Esse computador central precisa, necessariamente, possuir uma capacidade computacional superior à dos controladores distribuídos para que o sistema funcione de maneira adequada. Esse computador central fica em um nível hierárquico superior ao dos controladores distribuídos horizontalmente e é denominado de hospedeiro. Essa verticalização promovida pelo hospedeiro torna a topologia uma arquitetura mista, uma vez que existem controladores interligados horizontalmente (ocupando o mesmo nível hierárquico) e conectados a um computador central de maneira vertical (em uma posição hierárquica superior). Exemplo de tela do sistema SCADA. A grande maioria dos SDCDs que executam funções de supervisão, coordenação e controle do processo produtivo é organizada em uma arquitetura mista. Somente assim é possível incorporar os diferentes níveis de hierarquia do sistema. Componentes lógicos de um SCADA Para aumentar a flexibilização do sistema e permitir a execução das instruções com maior velocidade, o SCADA, geralmente, divide suas tarefas em blocos ou módulos capazes de realizar atividades específicas. Veremos a seguir alguns desses blocos. Núcleo de processamento – Responsável pela execução das instruções alocadas em sua memória e, quando aplicável, das atividades lógicas e aritméticas necessárias. Comumente é denominado de CPU. Comunicação com CLPs/RTUs – Barramentos (linhas de comunicação entre dispositivos) para troca de informações entre os diferentes controladores e terminais. Gerenciamento de alarmes – Responsável por permitir o reconhecimento e o registro dos alarmes (situações indesejáveis ou problemas operacionais) que porventura tenham sido acionados no processo produtivo durante a operação. Banco de dados – Conjunto estruturado de dados e informações armazenados de maneira organizada em um computador. Histórico – Registro dos dados que ocorreram e são relevantes ao processo, em um período histórico que varia com as especificações do processo. Lógica de programação interna ou controle – Instruções desenvolvidas para controle e execução das estratégias de controle do sistema. Interface gráfica – Permite a visualização do processo de maneira mais “amigável” ao usuário. Relatório – Conjunto predefinido de informações pertinentes ao processo. Comunicação distribuída (com outras estações SCADA) – Comunicação realizada de maneira simultânea com diversos equipamentos. Comunicação com periféricos (sistemas externos) – Comunicação estabelecida diretamente com hardwares utilizados no processo produtivo etc. Uma das atividades mais importantes do SCADA consiste na comunicação com os periféricos de campo (equipamentos localizados no campo), cujas informações são repassadas ao núcleo de processamento. Esse núcleo é responsável por executar instruções, distribuir e coordenar os �uxos das informações para os demais módulos. E ti id d ã i i i f õ h d f d d d Essas atividades são essenciais para que as informações cheguem da forma esperada para o operador do sistema (por meio da interface gráfica, do console de operação do processo,dos gráficos e animações ou dos relatórios), de modo a ilustrar a evolução do estado dos dispositivos e do processo controlado. Diferenças entre um painel e um SDCD Entre um painel de controle e um sistema SDCD, existem algumas similaridades, sobretudo em relação às suas atividades fim: monitoramento e controle. Contudo, as diferenças entre os dois sistemassão diversas. Cabeamento Painel: normalmente, cada equipamento (instrumento ou atuador) tem um par de cabos conectado ao painel. SDCD: os cabos que saem dos periféricos são conectados a um barramento principal, após passarem pelas unidades de processamento. Con�guração Painel: fixa. Cada display, botão, indicador luminoso, entre outros dispositivos, possui uma posição predefinida no painel e de difícil (ou impossível reconfiguração). SDCD: pode ser alterada. Tanto em relação à distribuição na tela como nos formatos e cores. Pode ser alterada de acordo com as necessidades dos operadores (geralmente os programadores têm acesso exclusivo ao sistema de programação por meio de login e senha para evitar as alterações desnecessárias). Visão Painel: painéis de grande porte para comportar a quantidade de indicadores, gráficos e botões necessários ao controle do processo. SDCD: varia de acordo com o processo. As telas podem ser grandes ou pequenas. Também d tili d últi l t l Subsistemas funcionais Funcionamento dos subsistemas do SDCD A fim de melhor visualizar os elementos que compõe um SDCD, é possível agrupá-lo em subsistemas de podem ser utilizadas múltiplas telas. Registro de eventos Painel: normalmente, não apresenta capacidade de registro de eventos. SDCD: registra os eventos ocorridos em uma unidade de memória local ou remota. Falhas Painel: apresentam em alguns casos indicadores luminosos. Em outras situações, as falhas só são identificadas por meio de falhas nas plantas do processo produtivo. SDCD: possuem alarmes para diagnóstico de falhas no sistema e nos periféricos a eles ligados. Registro das variáveis Painel: os registros são realizados manualmente pelo operador ou utilizando sistemas rudimentares de registro. SDCD: apresenta registros em memórias que podem ser analisadas, sobrepostas e apagadas. acordo com suas características funcionais. Cada subgrupo está localizado em uma posição hierárquica diferente. Esse subsistema está diretamente ligado ao processo. É responsável pela execução das instruções de controle nas estações locais. Para realizar as funções de controle, esse subsistema promove uma interface direta com o processo. É importante destacar que, para serem capazes de permanecer executando suas funções, mesmo na ausência de níveis superiores (superiores hierárquica), esses módulos precisam ter autonomia (independência). Para serem independentes, esses subsistemas são equipados com memória para armazenamento de funções executáveis, rotinas, back-up etc. Alguns modelos de controladores se enquadram nesses subsistemas, tais como controladores lógicos programáveis, controladores digitais, entre outros. São capazes de controlar múltiplas variáveis, operações matemáticas, operações lógicas, entre outras funções. Nesse subsistema, são realizadas as funções de otimização e gerenciamento dos dados. Ele pode ser composto de um computador capaz de executar as funções de supervisão total do sistema e de produção de relatórios gerenciais. Pode indicar também as condições de alarmes e imprimir as informações na tela do sistema supervisório. É a infraestrutura que garante as condições de precisão da informação envolvendo os emissores, receptores, a mensagem e o meio. É fundamental haver um subsistema de comunicação para que seja possível realizar a integração entre os diversos módulos autônomos do sistema. Subsistema de aquisição de dados e controle Subsistema de supervisão e monitoração Subsistema de comunicação Subsistema de monitoração e operação É responsável pela interface homem-máquina, ou seja, pelo hardware de comunicação entre o operador e o sistema de controle. É esse subsistema que fornece ao operador as informações sobre o estado de operação da planta de processo e de todas as variáveis. Permite o uso simultâneo de várias estações de operação, mesmo que localizadas em lugares diferentes. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 3 - Vem que eu te explico! Topologia em um sistema SCADA Módulo 3 - Vem que eu te explico! Armazenamento dos dados Todos Introdução - Video Introdução Módulo 1 - Video O que é a pirâmide da automação industrial? Mód l 2 Vid Todos Introdução Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 2 - Video A importância dos sistemas supervisórios na automação industrial Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 A organização horizontal dos sistemas SDCD permite que as informações sejam compartilhadas de maneira mais dinâmica entre controladores, computadores e periféricos. Os dispositivos eletrônicos instalados para realizar a interface entre o SDCD e os periféricos são denominados: A SCADA B CLP C Subsistema D RTU E CPU Parabéns! A alternativa D está correta. As unidades terminais remotas, chamadas de RTUs, são responsáveis pela comunicação entre osQuestão 2 Considerações �nais Como foi observado, os sistemas supervisórios são essenciais (de diversas maneiras) para que um processo produtivo funcione de maneira eficiente. Foi apresentada a ideia da pirâmide da automação sistemas de controle e os periféricos instalados no campo (chão de fábrica). Questão 2 Os sistemas SCADA são formados por diversos componentes, cada um com suas funcionalidades específicas e dedicados à realização de tarefas bem-definidas. Por exemplo, as estruturas que permitem a troca de informações entre os dispositivos que compõem o sistema são denominadas: A Barramentos B Alarmes C Núcleo de processamento D Banco de dados E Hospedeiro Parabéns! A alternativa A está correta. O barramento é a base da comunicação entre os controladores e as RTUs, permitindo a troca de informações entre todos os dispositivos que formam o sistema SCADA. industrial, que ilustra a percepção de hierarquia das diversas partes que compõem o processo de controle e automação de uma planta industrial. Detalharam-se os níveis hierárquicos e as funções desenvolvidas em cada um. Foi possível observar que o nível mais alto da arquitetura é aquele responsável pelo planejamento estratégico, apresentando uma visão mais ampla do processo. De maneira contrária, o nível 1 envolve os elementos do chamado "chão de fábrica", que representam os equipamentos que atuam diretamente sobre o processo produtivo. A evolução dos sistemas de supervisão e controle foi abordada, assim como as diferenças entre os sistemas local e centralizado – suas vantagens e desvantagens foram destacadas. Também foram apresentadas as evoluções que permitiram que os sistemas de controle distribuído fossem desenvolvidos. A junção dos sistemas de aquisição de dados, controle supervisório e de controle digital, originando o SDCD, também foi explicitada. A diferenciação do sistema de controle em malha aberta e em malha fechada foi apresentada, destacando-se a importância e os limites de cada uso. As funções dos sistemas supervisórios também foram destacadas. O emprego desses sistemas na supervisão, operação e controle de processos produtivos foi cuidadosamente discutido. Foi apresentada, ainda, a estrutura de um sistema supervisório. O programa de supervisão deve ser capaz de adquirir os dados e condicioná-los (ou recebê-los condicionados de algum periférico) para que estejam em condições de ser interpretados pelo operador. Os sistemas podem ser vistos como a junção de diversos subsistemas, cada um com suas particularidades e funcionalidades. Observando-os separadamente, é possível verificar a existência de sistemas de comunicação, responsáveis pelainterligação entre as diferentes partes que formam a estrutura do sistema de aquisição de dados e controle, capaz de receber e processar os dados advindos dos periféricos e executar as estratégias de controle, bem como subsistemas de monitoração e operação, para fornecer dados do processo para o operador e o uso simultâneo das diferentes estações de trabalho. Podcast Ouça o conteúdo preparado especialmente para enriquecer o seu conhecimento. Referências BAYER, F. M.; ECKHARDT, M.; MACHADO, R.. Automação de sistemas. Santa Maria (RS): Rede E-tec Brasil, 2011. GARCIA JUNIOR, E,. Introdução a sistemas de supervisão, controle e aquisição de dados: SCADA. Rio de Janeiro: Alta Books, 2019. PAIOLA, C. E. G. O papel do supervisório no atual contexto tecnológico. [s.l.]: [s.n.], 2012. Explore + Amplie seu conhecimento sobre o software Elipse SCADA, acessando o Manual do Usuário e o Tutorial de Treinamento, ambos disponíveis na internet. Diversos desenvolvedores de softwares para produção de interfaces gráficas, para sistemas supervisórios, oferecem materiais para consulta e aprendizagem. A Elipse disponibiliza uma versão gratuita (para teste) do seu software que é amplamente utilizado em aplicações industriais. Outro desenvolvedor é o SCADA LAquis com tutoriais bem explicados e diversos exemplos de aplicações do seu software, incluindo a possibilidade de desenvolvimento de um sistema em 3D. Baixar conteúdo javascript:CriaPDF()