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TEORIA DO PAGAMENTO
IZABELLA FERREIRA REIS - 2024
A forma mais comum de acabar com uma obrigação é pelo pagamento direto, que libera totalmente o devedor. Isso envolve considerar quem paga, o que é pago, como provar o pagamento, onde e quando ele ocorre.
1. Elementos subjetivos do pagamento direto.
1.1 Do solvens ou “quem deve pagar”
O termo "solvens" refere-se à pessoa que deve fazer o pagamento, geralmente o devedor. No entanto, o art. 304 CC permite que qualquer interessado na dívida possa pagá-la. Se o credor não aceitar, esse interessado pode usar meios legais, como o pagamento em consignação.
Um terceiro interessado é alguém com interesse financeiro na quitação da dívida, como um fiador, avalista ou herdeiro, de modo que este assume, automaticamente, todos os direitos do credor, havendo sub-rogação legal, (arts. 346, III e 349, CC). 
Destaque-se que não há qualquer impedimento jurídico para que o terceiro interessado firme um instrumento de sub-rogação convencional.
Quando um terceiro não interessado paga a dívida:
a) pagamento em nome próprio: direito ao reembolso, mas não assume os direitos do credor. Se pagar antes do vencimento, só pode pedir reembolso quando a dívida vencer (art. 305, CC).
b) pagamento em nome do devedor: sem oposição do devedor, é considerado um ato de doação.
Assim sendo, para o terceiro não interessado, há apenas o direito de regresso, e ele precisa provar a dívida e o pagamento. Ademais, se este paga a dívida em seu próprio nome, sem o conhecimento ou com a oposição do devedor, o devedor não tem a obrigação de reembolsar esse terceiro, desde que o terceiro prove que ele tinha meios para pagar a dívida (art. 306, CC)
Por fim, segundo o art. 307 do CC, o pagamento só é válido se for feito por alguém que possa transferir a propriedade do bem. Se alguém der em pagamento algo que pertence a outro, e o credor consumir de boa-fé, o terceiro não pode reclamar do credor. Se o bem não for consumido, o terceiro pode reclamar do credor.
Vejamos um exemplo: A entrega a B cem sacas de café pertencentes a C, como forma de pagamento. Três são as possibilidades nesse caso:
a) consumido de boa-fé: C deve cobrar de A;
b) não consumido: C pode cobrar de B;
c) consumido de má-fé: C pode cobrar de B. Em caso de má-fé, todos os culpados respondem solidariamente por perdas e danos.
Essas regras são baseadas nos princípios de função social e boa-fé que regem a teoria do pagamento 
1.2 Do accipiens ou “a quem se deve pagar”
A expressão latina "accipiens" se refere à pessoa que deve receber o pagamento, geralmente o credor. No entanto, o pagamento pode ser feito ao representante do credor, desde que ele tenha poderes para isso, ou se o credor confirmar o recebimento, ou se houver prova de que o valor beneficiou o credor (art. 308, CC).
Do mesmo modo, o pagamento também pode ser feito aos sucessores do credor, como herdeiros ou legatários, sendo considerado válido se feito ao "credor atual".
Além disso, o pagamento é válido se feito ao "credor putativo" (quem parece ter o poder de receber), desde que o devedor aja de boa-fé, conforme a teoria da aparência (art. 47, CDC e art. 309, CC).
Existe ainda o credor incapaz, que é aquele legalmente incapaz ou sem capacidade de receber o pagamento, devendo ser feito ao seu representante ou assistente ou provando que foi revertido ao seu benefício (art. 310, CC)
Ademais, quem estiver com o recibo é considerado autorizado a receber o pagamento, a menos que haja sinais claros de fraude, como uma assinatura falsificada. As circunstâncias específicas devem ser analisadas conforme a boa-fé objetiva e os costumes locais (art. 311, CC).
Por fim, se o devedor pagar ao credor após ser notificado de uma penhora ou contestação do crédito por um terceiro, esse pagamento é inválido em relação ao terceiro, que pode exigir que o devedor pague novamente, reservando ao devedor o direito de cobrar de volta do credor que recebeu indevidamente (art. 312, CC).
	Solvens e Accipiens
	Aspecto
	Descrição
	Solvens
	Refere-se à pessoa que deve fazer o pagamento, geralmente o devedor.
	Terceiro interessado
	Terceiro interessado pode pagar a dívida, assumindo os direitos do credor por sub-rogação legal (Arts. 346, III e 349, CC).
	Terceiro não interessado
	-Em nome próprio: Tem direito ao reembolso, mas não assume os direitos do credor. Se pagar antes do vencimento, só pode pedir reembolso quando a dívida vencer (Art. 305, CC).
-Em nome do devedor: Considerado ato de doação sem oposição do devedor.
	Accipiens
	Refere-se à pessoa que deve receber o pagamento, geralmente o credor.
	Representante do credor
	Válido se o representante tiver poderes para receber, ou se o credor confirmar o recebimento, ou se houver prova de que beneficiou o credor (Art. 308, CC).
	Sucessores do credor
	Válido se feito aos herdeiros ou legatários, considerados o "credor atual".
	Credor putativo
	Pagamento válido se feito à quem parece ter poder de receber, desde que o devedor aja de boa-fé (Art. 309, CC).
	Credor incapaz
	Pagamento deve ser feito ao representante ou assistente do credor incapaz, ou provando que reverteu ao seu benefício (Art. 310, CC).
	Recibo de pagamento
	Quem estiver com o recibo é considerado autorizado a receber, exceto em caso de sinais claros de fraude (Art. 311, CC).
	Pagamento após notificação de penhora
	Se o devedor pagar após ser notificado, o pagamento é inválido em relação ao terceiro que pode exigir pagamento novamente (Art. 312, CC).
2. Elementos objetivos do pagamento direto
2.1 Do objeto do pagamento
O objeto do pagamento é a prestação acordada, de modo que o credor pode recusar algo diferente, mesmo que de maior valor (art. 313, CC), em , conforme o princípio da identidade física da prestação.
No mais, o credor não pode ser forçado a aceitar pagamento parcial, nem o devedor a pagar em partes, salvo disposição contratual, em conformidade ao princípio do pagamento à vista. (art. 314, CC). 
Além disso, as dívidas em dinheiro devem ser pagas em moeda nacional e pelo valor nominal, vide o princípio do nominalismo (art. 315, CC). De modo que, o pagamento em moeda estrangeira é proibido, exceto em comércio internacional (art. 318, CC). 
Ademais, para ajustar à inflação, permite-se a cláusula de escala móvel para prestações sucessivas (art. 316, CC). Em caso de desproporção imprevista, o juiz pode ajustar o valor da prestação por meio de uma revisão contratual, sendo seus requisitos (art. 317, CC) tratar de um contrato bilateral e oneroso, comutativo, de execução diferida ou continuada, e deve haver um motivo imprevisível e desproporção ou onerosidade excessiva.
Em continuidade, o pagamento em ouro ou moeda estrangeira é nulo, exceto conforme legislação especial (art. 318, CC).
2.2 Da prova de pagamento
O devedor tem direito à quitação como prova de pagamento (art. 319, CC), que deve incluir valor, especificidade da dívida, identificação do devedor, tempo, lugar do pagamento e assinatura do credor, mas esses elementos não são obrigatórios (art. 320, CC), seguindo o princípio da liberdade das formas (art. 107, CC).
Ademais, nos casos em que a quitação consista na devolução do título e este for perdido, o devedor pode exigir declaração do credor (art. 321, CC). 
No mais, a quitação da última parcela presume que as anteriores foram pagas (art. 322, CC), e a quitação do capital presume que os juros foram pagos (art. 323, CC). Do mesmo modo que a entrega do título ao devedor presume o pagamento, mas pode ser contestada no prazo decadencial de 60 dias (art. 324, CC).
Por fim, as despesas de pagamento e quitação são do devedor, salvo aumento por culpa do credor (art. 325, CC). Se o pagamento for por medida ou peso, aplicam-se os costumes locais (art. 326, CC).
	Objeto e prova do pagamento
	Aspecto
	Descrição
	Objeto do pagamento
	Prestação acordada; credor pode recusar algo diferente, mesmo que de maior valor (art. 313, CC).
	Pagamento parcial
	Credor não pode ser forçado a aceitar parcial, nem devedor a pagar em partes,salvo disposição contratual (art. 314, CC).
	Moeda de pagamento e estrangeira ou em ouro
	Dívidas em dinheiro devem ser pagas em moeda nacional e pelo valor nominal (art. 315, CC). Pagamento em moeda estrangeira é proibido, salvo em comércio internacional, em ouro é nulo, exceto conforme legislação especial (art. 318, CC).
	Ajuste à inflação
	Permitido ajustar o valor das prestações sucessivas através da cláusula de escala móvel (art. 316, CC).
	Desproporção imprevista
	Juiz pode ajustar o valor da prestação em caso de desproporção imprevista (art. 317, CC).
	Quitação
prova do pagamento
	Devedor tem direito à quitação; deve incluir valor, especificidade da dívida, identificação do devedor, tempo, lugar do pagamento, e assinatura do credor, mas não são obrigatórios	 (art. 319-320, CC).
	Título perdido
	Devedor pode exigir declaração do credor (art. 321, CC).
	Presunções de quitação
	Última quitação presume as anteriores quitadas; quitação do capital sem reserva dos juros presume juros pagos; Entrega do título não contestada em 60 dias (art. 322-324, CC).
	Despesas de quitação
	A cargo do devedor, salvo aumento por culpa do credor (art. 325, CC).
	Pagamento por medida ou peso
	Aplicam-se os costumes locais (art. 326, CC).
2.3 Do lugar do pagamento
O lugar de pagamento é onde a obrigação deve ser cumprida, geralmente estipulado no título do negócio jurídico, respeitando a liberdade de eleição. As obrigações podem ser classificadas como:
a) quesível (quérable): pagamento deve ocorrer no domicílio do devedor (art. 327, caput, CC);
b) portável (portable): pagamento ocorre no domicílio do credor, estipulado pelo contrato ou pela natureza da obrigação, podendo também ser no domicílio de um terceiro.
No mais, se dois ou mais lugares forem designados, o credor escolhe onde será o pagamento (art. 327, parágrafo único, CC). Se o pagamento envolver a tradição de um imóvel ou prestações relacionadas, ocorrerá no local onde o bem está situado (art. 328, CC).
Em casos de motivo grave que impeça o pagamento no local determinado, o devedor pode fazê-lo em outro lugar, desde que não prejudique o credor (art. 329 do CC). Além disso, o pagamento reiterado em outro local faz presumir renúncia do credor quanto ao local previsto no contrato (art. 330 do CC).
	Lugar do pagamento
	Aspecto
	Detalhes
	Obrigação quesível (quérable)
	Pagamento no domicílio do devedor (art. 327, caput, CC) 
	Obrigação portável (portable)
	Pagamento no domicílio do credor ou de terceiro (art. 327, caput, CC) 
	Vários locais designados
	Credor escolhe o local (art. 327, parágrafo único, CC) 
	Pagamento de imóveis ou prestações relativas
	Pagamento no local do imóvel (art.328, CC)
	Motivo grave
	Devedor pode pagar em outro lugar sem prejuízo ao credor (art. 329, CC)
	Pagamento reiterado em outro local
	Presume renúncia do credor ao local previsto no contrato (art. 330, CC) 
2.4 Do tempo do pagamento
O vencimento é quando a obrigação deve ser paga, e o credor pode cobrá-la, podendo as partes definir acerca desta data no contrato. No mais, as obrigações, quanto ao tempo de pagamento, podem ser:
a) instantânea: paga imediatamente (à vista);
b) execução diferida: paga de uma vez no futuro;
c) execução periódica: paga em parcelas ao longo do tempo.
Além disso, o credor não pode exigir pagamento antes do vencimento, nem o devedor pode pagar após a data, sob pena de mora ou inadimplemento (art. 331 do CC).
No mais, obrigações condicionais dependem de um evento futuro e incerto, cumpridas quando a condição ocorre (art. 332 do CC). Já as obrigações de execução diferida ou continuada dependem de um termo (evento futuro e certo).
Ademais, o art. 333 do CC prevê situações de vencimento antecipado da dívida, como:
a) falência do devedor (art. 77 da Lei 11.101/2005) ou abertura de inventário;
b) penhora de bens hipotecados ou empenhados por outro credor;
c) insuficiência de garantias e recusa do devedor em reforçá-las.
Nessas situações, a solidariedade passiva não é afetada (art. 333, parágrafo único, do CC). Aliás, o vencimento antecipado também se aplica a dívidas garantidas por hipoteca (art. 1.425 do CC). Assim, as partes podem acordar vencimento antecipado em caso de inadimplemento. 
	Tempo do Pagamento
	Aspecto
	Detalhes
	Vencimento
	Momento em que a obrigação deve ser paga e pode ser cobrada pelo credor.
	
	Definição contratual: As partes podem estabelecer esta data no contrato.
	Tipos de obrigações	
	Instantânea: Pagamento imediato (à vista).
	
	Execução Diferida: Pagamento futuro em uma única vez. 
	
	Execução Periódica: Pagamento em parcelas ao longo do tempo.
	Limitações do vencimento
motivo grave
	Credor não pode exigir pagamento antes do vencimento.
	
	Devedor não pode pagar após a data sob pena de mora ou inadimplemento (art. 331, CC).
	Condições e termos
	Obrigações Condicionais: Dependem de um evento futuro e incerto, cumprindo-se quando a condição ocorre (art. 332, CC).
	
	De Execução Diferida ou Continuada: Dependem de um termo (evento futuro e certo)
	Vencimento antecipado
	Situações previstas no art. 333 do CC: falência do devedor, penhora de bens hipotecados, insuficiência de garantias.
	
	Solidariedade passiva não é afetada nestas situações (art. 333, parágrafo único, CC).
	
	As partes podem acordar vencimento antecipado em caso de inadimplemento.
3. Do pagamento em consignação
O pagamento em consignação permite ao devedor se livrar de uma obrigação ao depositar a coisa devida judicial ou extrajudicialmente (art. 334, CC). Consignação em pagamento ocorre quando o credor não aceita ou não pode receber o pagamento (art. 336, CC). No mais, há situações de consignação que incluem recusa injustificada, ausência do credor, e dúvidas sobre quem deve receber (art. 335, CC). 
De modo que uma importante decisão do STJ (2022) limitou a aplicação do inciso V do art. 335 a litígios entre credores, assim, estabeleceu que depósitos feitos em execução para garantia não eliminam os encargos moratórios (REsp 1.820.963/SP).
Para validade, é necessário cumprir requisitos como tempo e lugar adequados, evitando juros moratórios (art. 337, CC). Se a ação de consignação for procedente, o devedor é liberado da dívida (art. 339, CC). Renúncia do credor ao depósito afeta todos os devedores solidários e fiadores (art. 340, CC).
Assim, sendo o pagamento uma coisa certa, basta consignar; para coisa indeterminada, deve-se individualizar, com escolha pelo devedor ou, se do credor, este será intimado a escolher em cinco dias (art. 342, CC).
Por fim, as despesas do depósito judicial são do credor em caso de procedência e do devedor em caso de improcedência (art. 343, CC). Existem ações de consignação em pagamento e de aluguéis e encargos de locação, além de consignação extrajudicial, que permite depósito em banco oficial, com notificação ao credor. Se não houver recusa em dez dias, o devedor se livra da obrigação (art. 338, CC). Em caso de recusa, deve-se propor ação de consignação no prazo decadencial de um mês (art. 339, CC).
	Pagamento em consignação
	Aspecto
	Detalhes
	Definição
	Forma de o devedor se livrar da obrigação depositando a coisa devida judicial ou extrajudicialmente (Art. 334, CC).
	Função
	Permite ao devedor cumprir sua obrigação quando o credor não aceita ou é incapaz de receber o pagamento.
	Modalidades
	Judicial e extrajudicial (Art. 336, CC).
	Situações que permitem consignação
	Recusa injustificada do credor, ausência do credor, dúvidas sobre quem deve receber, entre outras (Art. 335, CC).
	Decisão relevante do STJ (2022)
	Depósitos em execução para garantia não eliminam encargos moratórios; aplicação limitada do inciso V do Art. 335 a litígios entre credores (REsp 1.820.963/SP).
	Requisitos para validade
	Observar tempo e lugar adequados do pagamento, evitando juros moratórios e riscos da dívida (Art. 337, CC).
	Resultado da ação de consignação
	Julgada procedente: devedor liberado da dívida, sem poder levantar o valor depositado(Art. 339, CC).
	Renúncia do credor
	Afeta devedores solidários e fiadores (Art. 340, CC).
	Coisa certa vs. indeterminada
	Coisa certa: consignar diretamente.
Coisa indeterminada: individualização e concentração do débito (Art. 342, CC).
	Despesas do depósito judicial
	Credor paga em caso de procedência; devedor paga em caso de improcedência (Art. 343, CC).
	Ações de consignação
	Consignação em pagamento e consignação de aluguéis e encargos da locação. Consignação extrajudicial com depósito em banco oficial (Art. 338, CC), o prazo para propositura da ação é de um mês (art. 339,CC)
4. Da imputação do pagamento
Imputar significa indicar ou apontar. Segundo o art. 352 do CC, um devedor com várias obrigações da mesma natureza para com um credor tem o direito de escolher qual débito pagar, desde que todas as dívidas sejam líquidas e vencidas.
Se o devedor não indicar qual débito deseja pagar, a escolha passa ao credor, exceto em caso de dolo ou violência por parte do credor (art. 353, CC). Na ausência de manifestação de ambas as partes, a imputação segue as regras legais (arts. 354 e 355, CC):
a) pagamento de juros antes do capital: primeiro, pagam-se os juros vencidos, seguidos pelo capital, salvo estipulação em contrário ou quitação do capital pelo credor; 
b) dívidas líquidas e vencidas: imputação se faz primeiro nas dívidas mais antigas;
c) dívida mais onerosa: se as dívidas forem líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação é feita na dívida mais onerosa;
d) dívidas iguais: na ausência de juros e com dívidas líquidas, vencidas ao mesmo tempo e de igual valor, a imputação é proporcional entre todas as dívidas.
A imputação de pagamento é um ato unilateral e está classificada como uma regra especial de pagamento no Código Civil.
	Imputação de pagamento
	Aspecto
	Detalhes
	Definição
	Indicar ou apontar a qual dívida se destina o pagamento (Art. 352, CC).
	Direito do devedor
	Escolher a dívida a ser paga quando possui várias obrigações da mesma natureza, desde que sejam líquidas e vencidas.
	Requisitos para imputação
	-Identidade;
-Dois ou mais débitos da mesma natureza.
-Dívidas líquidas e vencidas.
	Escolha do devedor
	O devedor escolhe qual débito deseja pagar (Art. 352, CC).
	Escolha do credor
	Se o devedor não indicar, o credor escolhe, exceto em caso de dolo ou violência (Art. 353, CC).
	Regras de imputação na ausência de manifestação
	-Pagamento de juros antes do capital: Juros vencidos pagos primeiro, seguidos pelo capital (Arts. 354 e 355, CC).
-Dívidas mais antigas: Imputação nas dívidas mais antigas.
-Dívida mais onerosa: Imputação na dívida mais onerosa se forem líquidas e vencidas ao mesmo tempo.
-Dívidas iguais: Imputação proporcional entre dívidas iguais em valor, líquidas e vencidas ao mesmo tempo.
	Natureza
	Ato unilateral e regra especial de pagamento no Código Civil.
5. Do pagamento com sub-rogação
A sub-rogação é a substituição em relação aos direitos de crédito, beneficiando quem paga a obrigação de outra pessoa.
a) sub-rogação pessoal ativa: terceiro paga a dívida do devedor original, transferindo todos os direitos, ações, privilégios e garantias ao terceiro pagante (art. 349, CC);
b) sub-rogação real ou objetiva: substituição de uma coisa por outra, aplicável principalmente no Direito de Família e Sucessões, mas não no Direito das Obrigações.
Deste modo, a sub-rogação pode ser:
a) legal: ocorre automaticamente em casos específicos, como (art. 346, CC):
· quando um credor paga a dívida de um devedor comum a outro credor;
· quando o adquirente de um imóvel hipotecado paga o credor hipotecário;
· quando um terceiro interessado paga a dívida.
b) convencional: ocorre por acordo entre as partes, em situações como (art. 347, CC):
· credor recebe o pagamento de terceiro e transfere expressamente seus direitos;
· terceiro empresta ao devedor a quantia necessária para quitar a dívida, sob condição expressa de sub-rogação.
Ademais, quanto aos efeitos, a sub-rogação transfere ao novo credor todos os acessórios da dívida, como juros e garantias, inclusive a fiança, mantendo-se o prazo prescricional da dívida original (art. 349, CC).
Em relação aos limites, o sub-rogado só pode exercer os direitos do credor até a quantia que pagou (art. 350, CC).
Quanto à preferência, se o credor original só for reembolsado parcialmente, ele terá preferência ao sub-rogado na cobrança do restante da dívida (art. 351, CC).
	Pagamento com sub-rogação
	Aspecto
	Detalhes
	Definição
	Substituição em relação aos direitos relacionados com o crédito, beneficiando quem pagou ou adimpliu a obrigação de outra pessoa.
	Sub-rogação pessoal ativa
	Terceiro paga a dívida do devedor original, transferindo direitos, ações, privilégios e garantias do credor original ao terceiro pagante (Art. 349, CC).
	Sub-rogação real ou objetiva
	Substituição de uma coisa por outra, aplicável principalmente no Direito de Família e Sucessões.
	Tipos de Sub-rogação
	Legal: Automaticamente em casos específicos (Art. 346, CC):
-Credor paga dívida de devedor comum a outro credor.
-Adquirente de imóvel hipotecado paga o credor hipotecário.
-Terceiro interessado, como um fiador, paga a dívida.
Convencional: Ocorre por acordo entre as partes (Art. 347, CC):
-Credor recebe pagamento de terceiro e transfere expressamente seus direitos.
-Terceiro empresta ao devedor quantia necessária para quitar a dívida, sob condição expressa de sub-rogação.
	Efeitos da Sub-rogação
	Transfere ao novo credor todos os acessórios da dívida, como juros e garantias, inclusive fiança, mantendo-se o prazo prescricional da dívida original (Art. 349, CC).
	Limites da Sub-rogação
	O sub-rogado só pode exercer os direitos do credor até a quantia que pagou (Art. 350, CC).
	Preferência
	Se o credor original só for reembolsado parcialmente, ele terá preferência ao sub-rogado na cobrança do restante da dívida (Art. 351, CC).
6. Da dação em pagamento
A dação em pagamento é um acordo bilateral onde o devedor substitui o objeto da obrigação original por outro, necessitando o consentimento expresso do credor. A substituição pode envolver dinheiro, bens móveis ou imóveis, e até ações ou abstenções (art. 356, CC), dividido nos seguintes tipos:
a) datio rem pro pecunia: substituição de dinheiro por bem;
b) datio rem pro re: substituição de um bem por outro.
Sua natureza jurídica é de pagamento indireto, diferente de uma novação (que substitui a obrigação) e da dação pro solvendo (que não extingue a dívida original até que o novo objeto seja pago).
Além disso, se o dinheiro for o objeto substituto, aplicam-se as regras do contrato de compra e venda (art. 357, CC), devendo o conteúdo da dação ser lícito, possível, determinado ou determinável (art. 104, inc. II, CC).
No mais, a transferência de títulos de crédito implica cessão, com a aplicação das regras da cessão de crédito (art. 358, CC).
Por fim, se o credor for evicto (perder a coisa por sentença judicial ou ato administrativo) da coisa recebida, a obrigação original é restabelecida, preservando os direitos de terceiros de boa-fé (art. 359, CC).
	Pagamento com sub-rogação
	Aspecto
	Detalhes
	Definição
	Substituição em relação aos direitos relacionados com o crédito, beneficiando quem pagou ou adimpliu a obrigação de outra pessoa.
	Sub-rogação pessoal ativa
	Terceiro paga a dívida do devedor original, transferindo direitos, ações, privilégios e garantias do credor original ao terceiro pagante (Art. 349, CC).
	Sub-rogação real ou objetiva
	Substituição de uma coisa por outra, aplicável principalmente no Direito de Família e Sucessões.
	Tipos de Sub-rogação
	Legal: Automaticamente em casos específicos (Art. 346, CC):
-Credor paga dívida de devedor comum a outro credor.
-Adquirente de imóvel hipotecado paga o credor hipotecário.
-Terceiro interessado, como um fiador, paga a dívida.
Convencional: Ocorre por acordo entre as partes (Art. 347, CC):
-Credor recebe pagamento de terceiro e transfere expressamente seus direitos.
-Terceiro empresta ao devedor quantianecessária para quitar a dívida, sob condição expressa de sub-rogação.
	Efeitos da Sub-rogação
	Transfere ao novo credor todos os acessórios da dívida, como juros e garantias, inclusive fiança, mantendo-se o prazo prescricional da dívida original (Art. 349, CC).
	Limites da Sub-rogação
	O sub-rogado só pode exercer os direitos do credor até a quantia que pagou (Art. 350, CC).
	Preferência
	Se o credor original só for reembolsado parcialmente, ele terá preferência ao sub-rogado na cobrança do restante da dívida (Art. 351, CC).
7. Da novação
8. Da compensação
9. Da confusão
10. Da remissão de dívidas
11. Os novos tratamentos legais da transação e do compromisso (arbitragem)
12. Da extinção da obrigação sem pagamento

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