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1 
 
 
 
PERÍODO DA DITADURA MILITAR 
1 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA..................................................................................................... 2 
1 – Um disfarce legalista para a ditadura de 1964-1968 ..................................... 3 
2 – Anos de Terror de 1969 a 1978 .................................................................... 6 
2.4 - Solidariedade internacional ................................................................................ 9 
2.5 - A “democracia relativa” ...................................................................................... 9 
2.6 - Greves, manifestações e um general candidato de oposição .......................... 10 
3 – A reabertura da Política de 1979 a 1985 ............................................................ 11 
3.1 - Anistia restrita e recíproca ............................................................................... 11 
3.2 - Reorganização partidária ................................................................................. 12 
3.3 - As greves operárias contestam a ditadura ....................................................... 13 
3.4 - Recessão e divergências: terrorismo de direita ............................................... 13 
3.5 - As eleições de 1982: vitória da oposição ......................................................... 14 
3.6 - Diretas já! ......................................................................................................... 14 
4 - Governos Militares no Brasil ............................................................................... 16 
5 - Cronologia da Ditadura Militar ............................................................................ 19 
Bibliografia: ....................................................................................................... 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
3 
 
 
 
1 – Um disfarce legalista para a ditadura de 1964-1968 
 
Os militares desde o início sinalizaram quem estava no comando. Foram eles que 
escolheram os ministros, entre os quais predominavam os fardados, com espaço 
modesto para os civis que participaram do golpe. Imediatamente foram revogadas as 
leis e os decretos de João Goulart, como a nacionalização das refinarias de petróleo, 
a desapropriação de terras para a reforma agrária e, um pouco depois, a lei que 
controlava a remessa de lucros das empresas estrangeiras. 
 
Os investimentos estrangeiros, que haviam sido negados ao governo de Goulart, 
retornaram e o Fundo Monetário Internacional (FMI) deu sua benção para o 
reescalonamento da dívida externa brasileira. A dupla de economistas conservadores 
Roberto Campos e Gouveia de Bulhões adotou políticas ortodoxas para dar um 
rigoroso combate à inflação, a partir de um forte arrocho dos salários e da revogação 
de conquistas trabalhistas, como a da estabilidade no emprego. Até 1979, os salários 
sempre foram reajustados abaixo da inflação e somente a cada 12 meses. 
 
Foi imposto um arrocho salarial ao mesmo tempo em que as entidades sindicais foram 
reprimidas: 452 sindicatos de trabalhadores sofreram intervenção. Em vários deles, 
foram realizadas prisões. Os 17 dirigentes do Comando Geral de Trabalhadores 
(CGT), por exemplo, foram condenados a muitos anos de cadeia. Nos interrogatórios, 
já se adotava a tortura, conforme denúncia do advogado Sobral Pinto ao Superior 
Tribunal Militar. 
 
A resistência popular ao golpe começou a se manifestar. Nas eleições para 
governador de onze estados, em 1965, os candidatos do governo foram derrotados 
em cinco deles: Minas Gerais, Guanabara, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e 
Mato Grosso. Em represália, o governo impôs um endurecimento, que resultou no Ato 
Institucional Nº 2 (AI-2), de 27 de outubro de 1965. No preâmbulo, ele anuncia: “não 
se disse que a revolução foi, mas que é e continuará”. 
 
O AI-2 determinou que a eleição presidencial passasse a ser indireta, extinguiu os 
partidos, reafirmou as cassações e a suspensão de direitos políticos, transferiu para 
a Justiça Militar os julgamentos de civis pela Lei de Segurança Nacional, ampliou os 
poderes arbitrários do presidente da República para impor estado de sítio e intervir 
nos estados. Também determinou a criação de novos partidos, apenas dois: um de 
apoio ao governo, que seria a Aliança Renovadora Nacional (Arena), e o outro, de 
oposição “responsável”, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). 
 
O Ato Institucional Nº 3 (AI-3), de fevereiro de 1966, tornou indiretas também as 
eleições para governadores dos estados. Com cassações e pressões, o regime 
conseguiu criar um clima de constrangimento durante as eleições, e a Arena, o partido 
do governo, ampliou sua hegemonia nos estados, no Congresso Nacional e nas 
assembleias legislativas. Na sucessão presidencial, o general Costa e Silva, após 
bem sucedidas articulações entre os militares, impôs sua candidatura e foi eleito pelo 
Congresso em 1966. 
 
4 
 
 
Outra decisão do governo foi a de revogar a Constituição de 1946. Castelo Branco 
decretou o Ato Institucional Nº 4, pelo qual convocou extraordinariamente o 
Congresso, que estava em recesso, para aprovar o projeto da Nova Carta 
Constitucional, que havia sido formulado por quatro juristas em 72 horas. A nova 
constituição foi aprovada exatamente em 33 dias, no dia 24 de janeiro de 1967. 
 
Além disso, a “Constituição Liberticida”, como foi chamada por seu caráter autoritário, 
estabeleceu eleições indiretas para presidente e governadores e determinou que os 
governadores nomeassem os prefeitos das capitais. Os decretos-leis passaram há 
ter 60 dias para serem votados no Congresso. Vencido o prazo, eram considerados 
automaticamente aprovados. Ela incorporou a doutrina de segurança nacional: o 
Conselho de Segurança Nacional foi definido como instância máxima. Os poderes da 
União foram ampliados, em detrimento de Estados e municípios. 
 
1.1 - Governo de Costa e Silva: fortalecimento da resistência e a 
radicalização da repressão 
 
O general Costa e Silva tomou posse como presidente em março de 1967, no mesmo 
dia em que a nova constituição entrou em vigor. Prometia um regime mais “liberal” e 
“humano”, e uma revista chegou a anunciar o evento como “a posse da esperança”. 
Durante o governo Castelo Branco, muitos liberais que apoiaram o golpe tinham 
rompido com o regime, assustados com as cassações, com os inquéritos policiais e 
militares, com os Atos Institucionais, que pareciam consolidar uma ditadura militar, 
apesar das promessas feitas pelos golpistas de uma intervenção rápida. A crise 
econômica também preocupava, desgastando o governo. 
 
Mas no decorrer de 1967 e 1968 a resistência à ditadura se ampliou muito, a começar 
pelo movimento estudantil, que foiengajando setores da classe média em 
manifestações de rua cada vez maiores. Os trabalhadores também ensaiaram uma 
reação ao arrocho salarial, fazendo as greves de metalúrgicos em Contagem e 
Osasco. Elas foram fortemente reprimidas, com prisões, seguidas da elaboração de 
listas para que, quem tivesse participado, não conseguisse mais emprego em 
nenhuma indústria. A retomada do crescimento econômico ainda não era claramente 
percebida pela classe média e o país continuava a viver os efeitos da crise 
econômica. 
 
Os estudantes se mobilizavam contra a ditadura, mas também por questões 
específicas: contra a privatização do ensino superior e pela ampliação de vagas nas 
universidades. Os secundaristas estavam muito mobilizados, tanto quanto os 
universitários. 
 
No Rio de Janeiro, o assassinato do estudante Edson Luis pela polícia militar, em 
março de 1968, durante uma manifestação contra o fechamento de um restaurante 
estudantil, criou um clima de grande indignação. Cerca de 50 mil pessoas 
compareceram ao enterro do jovem. Já na missa de sétimo dia, a PM atuou com 
grande truculência. 
 
A violência policial contra populares e estudantes no Rio de Janeiro atingiu seu ápice 
no dia 21 de junho de 1968, chamado de “sexta-feira sangrenta”, com dezenas de 
5 
 
 
feridos e quatro mortos. Em resposta, a Passeata dos Cem Mil, que ocorreu em junho, 
foi a maior manifestação de massa do período, causou tanta repercussão que levou 
o governo a negociar com os estudantes, mas sem acordo. Em julho daquele ano, as 
manifestações de rua foram proibidas pelo ministro da Justiça. 
 
Ao mesmo tempo em que a repressão ia inviabilizando as ações pacíficas, surgiam 
às primeiras ações armadas de guerrilha. No dia 7 de março de 1968, um comando 
da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) promoveu o primeiro de uma série de 
370 assaltos a banco que seriam feitos pelos vários grupos de guerrilha urbana até 
1970. O segundo assalto foi um mês depois, promovido pela recém-formada Ação de 
Libertação Nacional (ALN), comandada por Carlos Marighella. Daí se seguiu as ações 
em série. 
 
No decorrer de 1968, as ações da guerrilha urbana, cada vez mais frequentes, 
tencionaram os governantes e seus apoiadores. De início, o aparato policial estava 
despreparado para fazer frente a essas ações clandestinas. Mas logo se articulou e 
a repressão começou a obter vitórias. Em 12 de outubro de 1968, a polícia prendeu 
cerca de mil estudantes, participantes de um Congresso da UNE, em Ibiúna, no 
interior de São Paulo. Toda a liderança estudantil foi presa. Todos foram fichados pelo 
DOPS e os lideres mais conhecidos foram mantidos na cadeia. Foi uma ação muito 
significativa, porque permitiu a identificação de um grande número de futuros 
guerrilheiros. Conhecidos e perseguidos pela repressão, muitos desses jovens 
apressaram sua entrada nas organizações de luta armada. 
 
Três fatos em particular causaram grande tensão na tropa que pressionava o governo 
por mais repressão. A manifestação de 1º de maio na Praça da Sé, em São Paulo, 
em que o governador Abreu Sodré foi expulso do palanque a pedradas; a bomba 
atirada por um comando da VPR contra um quartel do Exército, em julho de 1968, 
que provocou a morte de um soldado. E o terceiro, que foi a gota d´água: um discurso 
do deputado Marcio Moreira Alves na Câmara dos Deputados, propondo um boicote 
aos militares. 
 
 
 
A resposta do governo foi decretar, no mesmo dia, o Ato Institucional Nº 5 (AI-5), no 
dia 13 de dezembro de 1968, que consolidou a fase mais terrível do período ditatorial. 
A partir de então o presidente podia, sem qualquer limitação: 
 
• Fechar o Congresso Nacional, as assembleias legislativas e as câmaras 
municipais; 
• Cassar mandatos legislativos e executivos, federais, estaduais, municipais; 
• Suspender direitos políticos; 
• Demitir, remover, aposentar funcionários civis e militares; 
• Demitir ou remover juízes; 
• Decretar estado de sítio sem restrições; 
• Confiscar bens para punir corrupção; 
• Legislar por decreto, baixar atos institucionais e complementares. 
• Além disso, os acusados de crimes contra a segurança nacional perderam o 
direito a habeas corpus e passaram a ser julgados por tribunais militares, sem 
6 
 
 
recurso. Para completar o quadro, os atos com base no próprio AI-5 não 
podiam ser objeto de apreciação do Judiciário. 
 
Ainda no dia 13 de dezembro, o presidente fechou o Congresso por tempo 
indeterminado. As Forças Armadas e a polícia foram postas de prontidão. Havia medo 
de uma reação popular, por causa da memória das passeatas recentes. Mas a 
esquerda mais mobilizada apostava em outro projeto: a luta armada. 
 
No dia 30 de dezembro, saiu mais uma lista de cassados, entre eles os deputados 
federais Marcio Moreira Alves, Mario Covas e o líder da direita, Carlos Lacerda, 
grande conspirador contra Goulart e aliado dos militares que, vendo suas aspirações 
à presidência da República frustradas, havia passado para a oposição. 
 
Um balanço dessa primeira fase mostra que a ditadura alcançou a burocracia estatal 
em todos os níveis: as Forças Armadas, o Poder Judiciário, as universidades, os 
sindicatos, outras entidades de classe e as organizações estudantis. Prendeu 
milhares de pessoas, que foram processadas pela Comissão Geral de Investigações 
(CGI). Em consequência dessas prisões e processos, milhares de pessoas – 
militares, cientistas, professores, juízes, funcionários de empresas estatais e 
privadas, operários, marinheiros e portuários, jornalistas, artistas, intelectuais e 
lideranças sindicais – também perderam o emprego. Muitos foram proibidos de 
trabalhar em sua profissão. 
 
Quanto à liberdade de opinião, desde o início o regime militar fechou dezenas de 
jornais da imprensa comunista, socialista, e de caráter operário e sindical. Provocou 
a venda e a descaracterização da rede de jornais nacionalista Última Hora, e 
constrangeu à falência o Correio da Manhã, jornal liberal e independente. Uma das 
iniciativas mais arbitrárias da ditadura foi à destruição do grupo econômico do 
empresário nacionalista Wallace Simonsen, o que levou ao drástico fechamento da 
TV Excelsior, o canal de televisão mais moderno e de maior audiência no país, 
caracterizado por um jornalismo progressista. 
 
2 – Anos de Terror de 1969 a 1978 
 
A partir desse momento, o general-presidente podia tudo, passou a acumular poderes 
absolutos. E começou a fazer uso deles, caracterizando um período de arbítrio 
completo. Em 1969, Costa e Silva manteve fechado o Congresso e várias 
assembleias legislativas, aposentou intelectuais, como Caio Prado Jr., Florestan 
Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Octavio Ianni, cinco ministros do Supremo 
Tribunal Federal (STF), e o general Peri Bevilacqua, do Superior Tribunal Militar 
(STM). Cassou os mandatos de quatro senadores e de 95 deputados federais. 
Prendeu Juscelino Kubistchek e Carlos Lacerda. Em onze meses, impôs doze atos 
institucionais, 59 atos complementares e vinte decretos-lei. 
 
O sistema de segurança exacerbou as ações de violência, desrespeitando as próprias 
leis do regime, com a justificativa de que se vivia uma “guerra revolucionária”. O 
presidente Costa e Silva encomendou ao vice, Pedro Aleixo, uma reforma 
constitucional para reduzir o grau de arbítrio do AI-5 e restabelecer a “legalidade”. Em 
junho de 1969, anunciou que reabriria o Congresso para a reforma fosse apreciada. 
7 
 
 
 
Não conseguiu. Em agosto daquele ano, o presidente sofreu uma trombose e não 
tinha mais condições de governar. Seu sucessor legal, o civil Pedro Aleixo, que havia 
sido contrário ao AI-5, foi impedido de assumir por um golpe palaciano. Em seu lugar 
tomou posse uma Junta Militar, formada pelos ministros das três armas (Marinha, 
Aeronáutica e Exército), por decisão do Alto Comando das Forças Armadas, 
formalizada pelo Ato 
Institucional Nº 12. 
 
Quatro dias depois de sua posse, a Junta Militar iria enfrentarum grande desafio: o 
sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Elbrick, por um grupo de 
guerrilheiros de duas organizações de esquerda, a Dissidência Comunista da 
Guanabara, que a partir de então iria se denominar Movimento Revolucionário 8 de 
Outubro (MR-8), e a Ação Libertadora Nacional (ALN). Em troca do embaixador, a 
Junta Militar cedeu às exigências dos sequestradores: aceitou divulgar um 
comunicado escrito por eles e enviou ao México 15 militantes que estavam presos. 
 
Em represália, foram decretados três atos institucionais (número 13, 14 e 15) e uma 
versão ainda mais radical da Lei de Segurança Nacional. Caracterizando a situação 
como de guerra revolucionária, a nova legislação previa pena de morte por 
fuzilamento, prisão perpétua e banimento para alguns crimes, como as ações 
armadas. Também autorizava a prisão de qualquer cidadão, mesmo com residência 
e profissão fixas, em regime de incomunicabilidade por dez dias. 
 
A Lei de Segurança Nacional ainda previa penas pesadas para coibir a manifestação 
de pensamento, principalmente a veiculada por meio de comunicação. Esses 
dispositivos foram postos em prática de maneira generalizada, submetendo imprensa 
escrita, rádio, TV, música, teatro, cinema e literatura à censura prévia, intimidação, 
processos e prisões de jornalistas, artistas e intelectuais. 
 
2.1 - A eleição do general Médici 
 
O general Emílio Garrastazu Médici foi eleito no dia 25 de outubro de 1969 por oficiais 
generais referendados pelo Alto Comando, formado pelos ministros militares e os 
oficiais de Estado-Maior. O último ato institucional, o AI-17, de dez dias antes da 
eleição, declarou vago o cargo de presidente da Republica e autorizou a junta a punir 
atos de inconformismo de militares contra a escolha de Médici, sinal de radicalização 
das divergências internas. O ato tentava evitar o divisionismo nas Forças Armadas, 
sobretudo à ação do general Albuquerque Lima, considerado um aventureiro e 
excessivamente nacionalista, em política econômica. 
 
2.2 - Quando tortura e assassinato se torna política de Estado 
 
Mesmo contando com esse aparato legal extremamente rigoroso, o regime militar 
extrapolou suas próprias leis e praticou amplamente ações ilegais, cometeu crimes 
contra os direitos humanos e crimes de lesa-humanidade. 
 
O governo do general Médici inaugurou essa etapa mais sombria do regime, que foi 
a aplicação do terror do Estado para enfrentar a resistência dos opositores. Para isso, 
8 
 
 
a ditadura já vinha se preparando há anos, formando uma legião de oficiais, muitos 
deles recebendo treinamento nos Estados Unidos. 
 
2.3 - Geisel: distensão lenta e gradual 
 
No final de 1973, encerrava-se o ciclo de crescimento econômico financiado pelos 
investimentos internacionais e pelo petróleo barato. Os baixos preços do petróleo e a 
guerra árabe-israelense levaram os países árabes produtores de petróleo a criar a 
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a adotarem em conjunto 
a elevação do preço. Para amenizar o abalo em sua economia grande consumidora 
de óleo, o governo dos EUA promoveu uma forte elevação dos juros. O Brasil, 
dependente da importação de petróleo e endividado com os Estados Unidos, foi 
duplamente atingido pela elevação do preço do petróleo e pela forte subida dos juros. 
A economia brasileira entrou em crise. 
 
A nova conjuntura fragilizou o governo militar no campo de suas maiores conquistas: 
o crescimento econômico por meio do estímulo ao consumo da classe média. As 
condições de vida decaíram, a oposição cresceu. O regime se debateu em 
divergências internas sobre o presidente que substituiria Médici e o indicado, o 
general Ernesto Geisel, representava a tendência que buscava uma nova 
institucionalização do regime, em oposição à “linha dura”, defensora de repressão 
direta e sem “sutilezas” jurídicas. Afinal, a resistência armada já havia sido derrotada 
e o regime precisava se articular politicamente, ampliar sua base de apoio. 
 
A eleição indireta de Geisel para presidente, prevista na Constituição de 1969, foi feita 
em janeiro de 1974, num Colégio eleitoral e por delegados das assembleias 
estaduais, com vasta maioria da Arena, o partido do governo. O deputado Ulysses 
Guimarães, líder da oposição, participou com sua “anticandidatura”, apenas para ter 
espaço para fazer propaganda pela democratização (com isso, pôde viajar por todo 
país defendendo suas ideias). 
 
Geisel tomou posse em março daquele ano, anunciando um programa de distensão 
política, lenta e gradual. Suspendeu a censura ao jornal O Estado de S. Paulo. Buscou 
uma nova base de sustentação do regime e apostou nas eleições parlamentares que 
ocorreriam em novembro para a renovação da Câmara dos Deputados, de um terço 
do Senado, e das assembleias legislativas. 
 
O Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição consentida, estava 
tão enfraquecido por causa da derrota eleitoral de 1970 e do clima de repressão e 
censura que vários de seus membros pensavam em sua autodissolução. Mas, como 
o governo deu alguma liberdade para debates na TV e no rádio durante a campanha 
eleitoral, o partido aproveitou para denunciar a repressão e as injustiças sociais. Para 
surpresa geral, e não menor do próprio MDB, a oposição ganhou 16 das 22 vagas 
disponíveis. E na Câmara dos Deputados, sua bancada avançou de 87 para 165 
cadeiras, passando a ter número suficiente para impedir emendas à constituição e 
mudanças legais que viessem do governo, sem falar na possibilidade de ter maioria, 
em médio prazo, no próprio Colégio Eleitoral que elegia o Presidente. Nas 
assembleias estaduais, o MDB fez maioria em São Paulo, Rio Grande do Sul, 
Guanabara (atual estado do Rio de Janeiro), Amazonas e Acre. 
9 
 
 
 
2.4 - Solidariedade internacional 
 
Embora submetidos a uma pesada censura prévia, jornais da imprensa alternativa, 
como Opinião, Movimento, O São Paulo (este da cúria metropolitana de São Paulo, 
porta voz do arcebispo Evaristo Arns), começaram a passar as matérias censuradas 
a jornais estrangeiros, como o inglês The Guardian, e as denúncias se espalharam. 
Movimentos e entidades internacionais de defesa dos direitos humanos aproveitaram 
esse material para promover campanhas denunciando a política de repressão 
terrorista do governo brasileiro, o que prejudicava cada vez mais sua imagem no 
exterior, dificultava negócios e relações diplomáticas. 
 
O empenho da ditadura em desmentir esse cenário ficou mais uma vez desmoralizado 
quando ocorreu o chamado “Massacre da Lapa”. Em dezembro de 1976, o Exército 
surpreendeu uma reunião do Comitê Central do PC do B, assassinou três dos seus 
dirigentes, e prendeu mais seis militantes, que foram submetidos a torturas 
sistemáticas. Esses crimes ganharam grande repercussão na Europa e nos EUA. E 
mesmo no Brasil, porque jornais como O Estado de S. Paulo, já livres da censura, 
ousaram cobrir esses fatos. 
 
Em 1977, Jimmy Carter tomou posse como presidente dos EUA. Sua política de 
afastamento das ditaduras, que os governos que o antecederam haviam estimulado, 
e de defesa dos direitos humanos provocou dificuldades para o governo de Geisel e 
o arrefecimento das relações entre os dois países. 
 
2.5 - A “democracia relativa” 
 
O período que vai de 1974 a 1977 foi um verdadeiro carrossel de emoções políticas. 
O governo Geisel, que prometia mudanças, assustado com os resultados das 
eleições, resolveu se fechar novamente. Por um lado, aceitou a vitória do MDB, mas 
liberou a linha dura para fazer uma caça às bruxas vermelhas. Os comunistas do 
PCB, considerados os articuladores da vitória do MDB, foram duramente perseguidos 
a partir de janeiro de 1975. 
 
Para não ter outra surpresa eleitoral, o governo proibiu a campanha com debates no 
rádio e na TV, através da Lei Falcão. O governo se sentia tão senhor da situação que, 
em 1977, lançou o “Pacote de Abril” e fechou o Congresso. Ao mesmo tempo em que 
afrontavaos liberais e os que exigiam liberdades democráticas, o governo Geisel 
tentava controlar a oposição da 
“linha dura” militar. 
 
Em outubro de 1977, foi demitido o general Silvio Frota, ministro do Exército que se 
opunha à política de “abertura”. Quando tudo parecia controlado, à esquerda e à 
direita, explodiram as primeiras manifestações públicas depois de 1968, de 
estudantes e operários. Os operários também começavam a se agitar, cujo melhor 
exemplo foi a campanha salarial dos metalúrgicos do ABC paulista. Mesmo sem 
apelar para a greve, os metalúrgicos denunciaram o “arrocho” salarial a que foram 
submetidos pela política econômica do governo militar, enchendo novamente as 
assembleias sindicais. 
10 
 
 
 
 
 
 
No início de 1977, o general Geisel enviou ao Congresso um projeto de reforma do 
judiciário. Para ser aprovado, precisava de dois terços dos votos. Mas a Arena, partido 
do governo não tinha maioria absoluta. O governo precisava de votos de uma parte 
do MDB. Os emedebistas, no entanto, consideraram insuficientes as garantias para 
os juízes e para os habeas corpus para crimes políticos, e se recusaram a apoiar. 
Geisel reuniu o Conselho de Segurança Nacional e, em abril de 1977, fechou o 
Congresso Nacional. Usou a negativa do MDB como pretexto para impor um conjunto 
de medidas autoritárias que ficou conhecido como “Pacote de Abril”, tudo com base 
no AI-5. 
 
O Pacote de Abril ampliou os mandatos dos próximos presidentes para seis anos; 
suspendeu a eleição direta para governador, que estava prevista para 
1978; impôs a eleição indireta de um terço do Senado (senadores “biônicos” que 
seriam indicados pelo presidente); aumentou o número das bancadas de deputados 
dos estados menores, dominados pela Arena; ampliou as restrições da Lei Falcão 
sobre a propaganda eleitoral; e baixou de dois terços para maioria simples o quórum 
para aprovar mudanças na Constituição. O objetivo principal era evidente: evitar uma 
nova derrota eleitoral. 
 
Depois de afastar o general Silvio Frota do ministério da Guerra, que ameaçava um 
golpe de estado, articulado com setores militares que resistiam à “abertura”, o general 
Geisel acelerou as medidas de distensão. Em junho de 1978, revogou a censura 
prévia aos jornais Movimento, O São Paulo e Tribuna da Imprensa. Enviou ao 
Congresso a emenda constitucional nº 11, aprovada em agosto daquele ano, que 
revogava o AI5, substituindo-o por salvaguardas constitucionais (a oposição 
considerouas ainda muito restritivas e votou contra, mas a maioria simples, graças ao 
Pacote de Abril, foi suficiente para a aprovação). A Lei de Segurança Nacional foi 
abrandada, as penas de morte e prisão perpétua foram abolidas e o direito de habeas 
corpus foi restabelecido. A revogação do AI5 passou a valer a partir de 1979. 
 
2.6 - Greves, manifestações e um general candidato de oposição 
 
Geisel indicou o candidato à sua sucessão, o general João Batista Figueiredo, e 
enfrentou grandes divergências entre os militares. Surgiu uma candidatura de 
oposição, do general Euler Bentes Monteiro, que conseguiu unir em seu apoio tanto 
setores militares, quanto a oposição civil composta por deputados do grupo 
“autêntico” (a esquerda do MDB), assim como também outros setores da sociedade. 
 
O clima era tenso, ainda mais porque o movimento operário se reanimou e já pelo 
segundo ano promovia grandes greves no ABC paulista e na capital. O movimento 
estudantil, que já era protagonista de protestos públicos desde 1977, reorganizou a 
UNE e faz grandes manifestações, reivindicando a anistia dos oposicionistas presos 
e exilados e uma Assembleia 
Constituinte. 
 
11 
 
 
A imprensa alternativa cresceu exponencialmente no período, centenas de pequenos 
jornais se espalharam pelo país com posições críticas à ditadura. Mesmo tendo 
suspendido a censura prévia em jornais como Movimento, o governo do general 
Geisel moveu intensa campanha contra esses veículos, apreendeu edições, 
processou jornalistas pela Lei de Segurança Nacional, procurou inviabilizá-los com 
sanções econômicas. Militares praticaram atos de terrorismo, depredando e jogando 
bombas nas redações e bancas de jornal. 
 
A campanha eleitoral para a presidência foi bastante conturbada, mas, graças ao 
Pacote de Abril, Figueiredo recebeu a maioria dos votos na eleição indireta no 
Congresso Nacional, em outubro de 1978. O quinto e último general-presidente da 
ditadura tomou posse em março de 1979 para o mandato de seis anos. 
 
3 – A reabertura da Política de 1979 a 1985 
 
O general Figueiredo tomou posse, anunciando o propósito de “fazer deste país uma 
democracia”. A “abertura”, seu projeto de governo, significava reduzir aos poucos os 
aspectos mais autoritários da ditadura, institucionalizar o regime, mas sem ceder o 
poder à oposição, nem absorver suas propostas democratizantes. Ele controlou a 
situação, aproveitando as divergências que iam surgindo dentro da oposição. 
 
Assim mesmo a oposição cresceu as greves operárias no ABC paulista se 
espalharam para outras cidades e categorias de trabalhadores, o movimento pela 
anistia ganhou corpo e foi às ruas. O Comitê Brasileiro pela Anistia formou núcleos 
em diversos estados e realizou manifestações expressivas. Em diversos países da 
Europa e da América, os exilados receberam apoio dos movimentos democráticos e 
formaram dezenove comitês. Queriam uma anistia ampla, geral e irrestrita. 
 
Figueiredo começou rejeitando a proposta de anistia, pois queria apenas a revisão de 
algumas penas. Mas havia resistência no Congresso e suas propostas limitadas não 
avançavam. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se pronunciou pela 
anistia. Alguns presos políticos fizeram greve de fome em apoio à anistia. A “linha 
dura” militar, encastelada em seu sistema de informações e repressão, se opôs 
fervorosamente à ideia. 
 
3.1 - Anistia restrita e recíproca 
 
O governo enviou ao Congresso um projeto de anistia restrita. A oposição apresentou 
um substitutivo de anistia ampla. Em 21 de agosto de 1979, com as galerias do 
Congresso lotadas, vaiando pesadamente os políticos governistas, os debates se 
alongaram por horas. O projeto governamental foi aprovado por votação simbólica, 
depois que a emenda de Djalma Marinho, que ampliava a anistia do governo, tinha 
sido rejeitada por 206 a 201 votos. 
 
A luta pela anistia foi longa. A lei de 1979 não foi bem vista pelos militantes e familiares 
que exigiam uma anistia “ampla, geral e irrestrita”. Já em 1968, algumas vozes, até 
moderadas, falavam em anistia, mas naquele momento a esquerda tinha outra 
agenda, a luta armada. Depois da derrota das guerrilhas, o tema da anistia começou 
a tomar corpo entre os exilados brasileiros. 
12 
 
 
 
Mas essa luta entrou para a agenda política efetivamente após 1975, com a criação 
do Movimento Feminino Pela Anistia (MFPA), liderado por Therezinha Zerbini. Em 
1978, surgiu o Comitê Brasileiro de Anistia (CBA), apontando para outro sentido da 
palavra. Enquanto o MFPA defendia a anistia como “reconciliação da família 
brasileira”, os CBAs, mais ligados à militância de esquerda, defendiam essa medida 
como primeiro passo para a justiça e para a investigação das violações aos direitos 
humanos cometidos pelo regime em nome do combate à subversão. 
 
Nos anos de 1978 e 1979, ocorreram vários comícios e manifestações públicas a 
favor da anistia. O tema foi incorporado pelo regime, mas apropriado de maneira 
diferente das demandas do movimento. No final, a anistia legal foi parcial e restrita, e 
ainda por cima beneficiou os torturadores, através do perdão aos “crimes conexos” 
praticados para combater os “subversivos”. 
 
Ainda que limitada, a anistia permitiu que milhares de pessoas perseguidas ou com 
seus direitos políticos cassados recuperassem sua cidadania. Imediatamente 
milhares de exilados começaram a voltar. Dos 200 presos políticos, 19 tiveram 
libertação instantânea. Os outros foram sendolibertados nos meses seguintes. A 
Justiça Militar elaborou uma lista oficial de 374 anistiados, entre eles o histórico líder 
comunista, Luís Carlos Prestes, o líder trabalhista, Leonel Brizola, e o ex-governador 
de Pernambuco, Miguel Arraes. 
 
Tendo sido imposta a um Congresso mutilado e atemorizado sob o peso das leis 
draconianas da ditadura, decadente, mas ainda presente, a anistia foi cada vez mais 
considerada insuficiente pela sociedade, por ser recíproca, isto é, estabelecer que 
também os crimes cometidos pelos agentes do Estado nas ações de repressão 
fossem anistiados. 
 
Passados mais de trinta anos do fim da ditadura, esse continua a ser um dos 
problemas políticos mais graves e um entrave ao processo de plena democratização 
do país. Até porque, encorajados pela impunidade dos torturadores do passado, na 
atualidade os agentes policiais continuam praticando a tortura de maneira 
generalizada em todo o país. 
 
3.2 - Reorganização partidária 
 
Percebendo que o bipartidarismo imposto em 1966 não atendia mais a seus 
interesses, já que a cada eleição a oposição avançava, o governo de Figueiredo 
enviou um projeto de reforma partidária ao Congresso. Ela foi aprovada em novembro 
de 1979, contra o voto do MDB. A intenção era dividir a oposição e ampliar a base de 
apoio do governo, conforme denunciavam os emedebistas. 
 
Arena e MDB foram extintos e surgiram seis novos partidos. De fato, a oposição ficou 
dividida. 
 
O Partido Democrático Social (PDS) foi o herdeiro da Arena, portanto, passou a ser o 
novo partido de apoio ao governo. Já o MDB deu origem ao PMDB, sem os chamados 
“moderados”, que foram compor o Partido Progressista (PP), com setores minoritários 
13 
 
 
da Arena. O PP se dizia independente, mas seria um partido de apoio disfarçado ao 
regime. 
 
O governo dificultou a Leonel Brizola a posse da sigla do Partido Trabalhista Brasileiro 
(PTB), sua antiga legenda. Brizola fundou o Partido Democrático Trabalhista (PDT), 
procurando aglutinar as bases tradicionais trabalhistas e getulistas. Ainda banidos, o 
PCB e o PC do B se acomodaram dentro do PMDB. 
 
Havia a proposta de criação de um partido de trabalhadores, tendo como base os 
operários do ABC, as comunidades eclesiais de base da Igreja católica, e 
organizações de esquerda de cunho trotskista, classista e desligadas da tradição da 
esquerda existente anteriormente. Essa articulação se concretizou na formação do 
Partido dos Trabalhadores (PT), no início de 1980. Essa foi a mais importante 
novidade do novo cenário político, conforme o futuro confirmaria. 
 
3.3 - As greves operárias contestam a ditadura 
 
A inflação chegava a 78% ao ano. Os metalúrgicos do ABC organizaram grandes 
greves, de 1978 a 1980, sustentadas por assembleias com até 80 mil operários 
reunidos no Estádio de Vila Euclides, em São Bernardo. Essas greves confrontaram 
o poder e foi alvo de grande repressão. 
 
A de 1980 se estendeu por mais 16 cidades do interior de São Paulo. O sindicato dos 
metalúrgicos de São Bernardo foi alvo de intervenção, e 16 líderes da greve foram 
presos, inclusive o presidente do sindicato, Luís Inácio da Silva. 
 
A greve terminou no dia 11 de abril, após 41 dias de paralisação em meio a novas 
prisões e a uma maciça intervenção da polícia militar. Embora vencida, a greve 
contribuiu para comprometer o projeto de manutenção do poder da ditadura. A mais 
completa cobertura jornalística dessa greve está no jornal Movimento. 
 
3.4 - Recessão e divergências: terrorismo de direita 
 
Em 1982, a taxa de inflação foi a 99% ao ano, a economia entrou em recessão, a 
produção da indústria automobilística caíram 30%, milhares de trabalhadores foram 
demitidos. A dívida externa explodiu e os investimentos externos fugiram do país. 
 
Setores militares que se opunham à política de abertura manifestaram seu 
inconformismo, promovendo uma escalada de ações terroristas. Jogaram bombas, 
fizeram sequestros, incendiaram bancas que vendiam jornais da imprensa alternativa. 
Uma carta-bomba enviada ao escritório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do 
Rio Janeiro provocou a morte de uma funcionária, Lyda Monteiro, em agosto de 1980. 
 
Alguns meses depois, na noite de 30 de abril de 1981, duas bombas explodiram no 
Centro de Convenções Riocentro, no Rio de Janeiro, onde se realizava um evento de 
comemoração do 1º de maio, com a presença de cerca de 20 mil pessoas. Uma das 
bombas explodiu dentro de um automóvel ocupado por um capitão e um sargento do 
Exército. O segundo morreu no local e o primeiro ficou gravemente ferido. A segunda 
atingiu a casa de força do edifício. 
14 
 
 
 
Diante da evidência de que o ato terrorista havia sido cometido por militares, criou-se 
uma crise política. O governo prometeu esclarecimentos e um inquérito foi aberto pelo 
Exército. Mas o relatório final informou que os dois militares estavam a trabalho no 
local de uma festa de comunistas e foram vitimas de um atentado provocado por um 
grupo não identificado. O sargento foi sepultado com honras de herói militar. 
 
Na época houve forte contestação até mesmo no Superior Tribunal Militar (STM), mas 
o inquérito acabou arquivado. Embora o general Figueiredo tenha manifestado sua 
indignação com o acontecimento, documentos sigilosos do STM só divulgados em 
tempos recentes indicam que ele e outros altos oficiais sabiam previamente do 
atentado. 
 
3.5 - As eleições de 1982: vitória da oposição 
 
O governo legislou abundantemente, buscando enfraquecer e dividir a oposição: 
restabeleceu o voto direto para governador, mas proibiu coligações, obrigou o voto 
vinculado (só em candidatos da mesma legenda) e o lançamento de chapas 
completas ao Executivo e ao Legislativo. Para completar, fez ser aprovada a Emenda 
Constitucional que ampliou o número de deputados federais dos estados menos 
populosos onde seu partido, o PDS, era mais forte. 
 
 
Mesmo assim, não conseguiu impedir o clima plebiscitário que a eleição assumiu 
entre PDS e PMDB. Este chegou ao governo em nove estados, inclusive os dois de 
maior eleitorado, São Paulo, com Franco Montoro, e Minas Gerais, com Tancredo 
Neves. No Rio de Janeiro, venceu Leonel Brizola, do PDT, alvo da ojeriza do sistema 
militar, o que causou até ameaça de golpe. A oposição passou a governar a maior 
parte da população do país. 
 
3.6 - Diretas já! 
 
Os governadores eleitos se defrontaram com recessão, inflação alta, dívida externa 
impagável, desemprego, greves de funcionários públicos e de operários. Não 
conseguiram atender às necessidades da população. 
 
No plano político, surgiu a bandeira de eleições diretas para presidente em 1984. Um 
programa liderado pelo senador Teotônio Vilela defendeu eleições diretas, 
assembleia constituinte, moratória da dívida externa, conversão da dívida interna em 
“bônus de guerra”. 
 
Em junho de 1983, Ulysses Guimarães, líder do PMDB, se surpreendeu com o apoio 
a um ato em favor das diretas em Goiânia, quando dez mil pessoas foram às ruas. 
Criou-se uma frente dos partidos de oposição pelas eleições diretas. 
 
Em 27 de novembro de 1983, um comício convocado pelo PT em frente ao estádio 
do Pacaembu reuniu 15 mil pessoas. No dia seguinte, dez governadores assinaram 
um manifesto propondo as diretas. Foi criado o slogan “Diretas já! Eu quero votar para 
presidente”, e a cor amarela foi adotada como símbolo. A campanha envolveu todos 
15 
 
 
os grupos de oposição, e contou até com dissidências do regime, angariando amplo 
apoio na sociedade civil, independente de filiações ideológicas mais à esquerda ou 
mais à direita. 
 
Em 12 de janeiro de 1984, um comício em Curitiba reuniu 60 mil pessoas. No dia 
seguinte, em Porto Alegre, 10 participaram de uma passeata. No outro dia, num 
comício em Camboriú, em Santa Catarina, estiveram presentes 15 mil veranistas. No 
dia 25 daquele mês, aniversário de São Paulo, um comício na Praça da Sé reuniu 
uma multidão estimada em 250 milpessoas. A Caravana das Diretas percorreu todas 
as capitais com grande agenda de comícios. A adesão popular superou de longe as 
expectativas. O objetivo era aprovar a emenda apresentada pelo deputado Dante de 
Oliveira (PMDB-MT). 
 
A campanha crescia a cada dia. Em 10 de abril de 1984, um comício na Candelária, 
no Rio de Janeiro, atraiu uma multidão de 1,2 milhões de pessoas. Em 16 de abril, no 
Anhangabaú, estima-se em 1,5 milhões o número de participantes. São as maiores 
manifestações de massas da história do país, até hoje não superadas. Em 18 de abril, 
Brasília amanhece tomada por tropas do Exército, pois tinha sido decretado estado 
de emergência na capital. 
 
Em 25 de abril, o Congresso votou a emenda constitucional das diretas, que 
conseguiu o apoio da maioria, com 298 votos, mas ainda faltaram 22 para alcançar 
dois terços do total, o quórum necessário para aprovar uma emenda à Constituição. 
Uma grande frustração tomou conta do país. Mas ouviu-se por toda parte o grito: “a 
luta continua!”. 
 
Para as eleições indiretas, a oposição lançou a candidatura de Tancredo 
Neves, apoiado pelos dez governadores oposicionistas. Na convenção do PDS saiu 
vitorioso Paulo Maluf, o ex-governador indireto de São Paulo, o que causou tremenda 
insatisfação e um grande racha no partido. Parte dos delegados se bandeou para a 
candidatura de Tancredo, inclusive José Sarney, que viria a ser seu vice. 
 
A campanha transcorreu em clima de tensão, com grande irritação dos militares, e 
ameaças de golpe que não se concretizaram. Até que, em novembro, os chefes 
militares concordaram que a sucessão se fizesse “de acordo com a lei”. 
 
Na votação do Colégio Eleitoral, constituído pelo Congresso Nacional, Tancredo 
Neves derrotou Maluf com folga, por 480 votos a 180. No discurso da vitória, anunciou 
a Nova República, comprometendo-se a convocar a Assembleia Constituinte. Mas 
Tancredo não chegou a tomar posse, pois adoeceu antes da cerimônia, vindo a 
falecer em abril, depois de uma longa agonia que comoveu a população brasileira. 
 
Em 15 de março de 1985, ele não compareceu à cerimônia de posse. Quem assumiu 
a presidência foi o ex-governista José Sarney, seu vice. Revoltado com Sarney, a 
quem considerava um traidor, o general Figueiredo não lhe passou a faixa 
presidencial, saindo pela porta dos fundos do Palácio do Planalto. Esse foi o momento 
final da ditadura militar no Brasil. 
 
16 
 
 
4 - Governos Militares no Brasil 
 
Governo Castello Branco (1964-1967) 
 
Castello Branco, general militar, foi eleito pelo Congresso Nacional presidente da 
República em 15 de abril de 1964. Em seu pronunciamento, declarou defender a 
democracia, porém ao começar seu governo, assume uma posição autoritária. 
 
Estabeleceu eleições indiretas para presidente, além de dissolver os partidos 
políticos. Vários parlamentares federais e estaduais tiveram seus mandatos 
cassados, cidadãos tiveram seus direitos políticos e constitucionais cancelados e os 
sindicatos receberam intervenção do governo militar. 
 
Em seu governo, foi instituído o bipartidarismo. Só estava autorizado o funcionamento 
de dois partidos: Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e a Aliança Renovadora 
Nacional (ARENA). Enquanto o primeiro era de oposição, de certa forma controlada, 
o segundo representava os militares. 
 
O governo militar impõe, em janeiro de 1967, uma nova Constituição para o país. 
Aprovada neste mesmo ano, a Constituição de 1967 confirma e institucionaliza o 
regime militar e suas formas de atuação. 
 
Governo Costa e Silva (1967-1969) 
 
Em 1967, assume a presidência o general Arthur da Costa e Silva, após ser eleito 
indiretamente pelo Congresso Nacional. Seu governo é marcado por protestos e 
manifestações sociais. A oposição ao regime militar cresce no país. A UNE (União 
Nacional dos Estudantes) organiza, no Rio de Janeiro, a Passeata dos Cem Mil. 
 
Em Contagem (MG) e Osasco (SP), greves de operários paralisam fábricas em 
protesto ao regime militar. 
 
A guerrilha urbana começa a se organizar. Formada por jovens idealistas de 
esquerda, assaltam bancos e sequestram embaixadores para obterem fundos para o 
movimento de oposição armada. 
 
No dia 13 de dezembro de 1968, o governo decreta o Ato Institucional Número 5 (AI-
5). Este foi o mais duro do governo militar, pois aposentou juízes, cassou mandatos, 
acabou com as garantias do habeas-corpus e aumentou a repressão militar e policial. 
 
Governo da Junta Militar (31/8/1969-30/10/1969) 
 
Doente, Costa e Silva foi substituído por uma junta militar formada pelos ministros 
Aurélio de Lira Tavares (Exército), Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio de Sousa 
e Melo (Aeronáutica). 
 
Dois grupos de esquerda, O MR-8 e a ALN sequestram o embaixador dos EUA 
Charles Elbrick. Os guerrilheiros exigem a libertação de 15 presos políticos, exigência 
conseguida com sucesso. Porém, em 18 de setembro, o governo decreta a Lei de 
17 
 
 
Segurança Nacional. Esta lei decretava o exílio e a pena de morte em casos de 
"guerra psicológica adversa, ou revolucionária, ou subversiva". 
 
No final de 1969, o líder da ALN, Carlos Mariguella, foi morto pelas forças de 
repressão em São Paulo. 
 
 
Governo Medici (1969-1974) 
 
Em 1969, a Junta Militar escolhe o novo presidente: o general Emílio Garrastazu 
Medici. Seu governo é considerado o mais duro e repressivo do período, conhecido 
como “anos de chumbo”. A repressão à luta armada cresce e uma severa política de 
censura é colocada em execução. Jornais, revistas, livros, peças de teatro, filmes, 
músicas e outras formas de expressão artística são censurados. Muitos professores, 
políticos, músicos, artistas e escritores são investigados, presos, torturados ou 
exilados do país. O DOI-Codi ( Destacamento de Operações e Informações e ao 
Centro de Operações de Defesa Interna ) atua como centro de investigação e 
repressão do governo militar. 
 
Ganha força no campo a guerrilha rural, principalmente no Araguaia. A guerrilha do 
Araguaia é fortemente reprimida pelas forças militares. 
 
O Milagre Econômico 
 
Na área econômica, o país crescia rapidamente. Este período que vai de 1969 a 1973 
ficou conhecido com a época do Milagre Econômico. O PIB brasileiro crescia a uma 
taxa de quase 12% ao ano, enquanto a inflação beirava os 18%. Com investimentos 
internos e empréstimos do exterior, o país avançou e estruturou uma base de 
infraestrutura. Todos estes investimentos geraram milhões de empregos pelo país. 
Algumas obras, consideradas faraônicas, foram executadas, como a Rodovia 
Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói. 
 
Porém, todo esse crescimento teve um custo altíssimo e a conta deveria ser paga no 
futuro. Os empréstimos estrangeiros geraram uma dívida externa elevada para os 
padrões econômicos do Brasil 
 
Governo Geisel (1974-1979) 
 
Em 1974 assume a presidência o general Ernesto Geisel que começa um lento 
processo de transição rumo à democracia. Seu governo coincide com o fim do milagre 
econômico e com a insatisfação popular em altas taxas. A crise do petróleo e a 
recessão mundial interferem na economia brasileira, no momento em que os créditos 
e empréstimos internacionais diminuem. 
 
Geisel anuncia a abertura política lenta, gradual e segura. A oposição política começa 
a ganhar espaço. Nas eleições de 1974, o MDB conquista 59% dos votos para o 
Senado, 48% da Câmara dos Deputados e ganha a prefeitura da maioria das grandes 
cidades. 
 
18 
 
 
Os militares de linha dura, não contentes com os caminhos do governo Geisel, 
começam a promover ataques clandestinos aos membros da esquerda. Em 1975, o 
jornalista Vladimir Herzog á assassinado nas dependências do DOI-Codi em São 
Paulo. Em janeiro de 1976, o operário Manuel Fiel Filho aparece morto em situação 
semelhante. 
 
Em 1978, Geisel acaba com o AI-5, restaura o habeas-corpus e abre caminho para a 
volta da democracia no Brasil. 
 
Governo Figueiredo (1979-1985)A vitória do MDB nas eleições em 1978 começa a acelerar o processo de 
redemocratização. O general João Baptista Figueiredo decreta a Lei da Anistia, 
concedendo o direito de retorno ao Brasil para os políticos, artistas e demais 
brasileiros exilados e condenados por crimes políticos. Os militares de linha dura 
continuam com a repressão clandestina. Cartasbomba são colocadas em órgãos da 
imprensa e da OAB (Ordem dos advogados do Brasil). No dia 30 de Abril de 1981, 
uma bomba explode durante um show no centro de convenções do Rio Centro. O 
atentado fora provavelmente promovido por militares de linha dura, embora até hoje 
nada tenha sido provado. 
 
A volta dos partidos 
 
Neste governo, o pluripartidarismo foi restabelecido. A Arena mudou a sua 
denominação e passou a ser PDS (Partido Democrático Social); o MDB passou a ser 
PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro). Surgiram novas siglas, como 
o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT). 
 
O governo Figueiredo também enfrentou a resistência de militares radicais, que não 
aceitavam o fim da ditadura. Essa resistência tomou a forma de atos terroristas. 
Cartas-bombas eram deixadas em bancas de jornal, editoras e entidades da 
sociedade civil (Igreja Católica, Ordem dos Advogados do Brasil, Associação 
Brasileira de Imprensa, entre outras). O caso mais grave e de maior repercussão 
ocorreu em abril de 1981, quando uma bomba explodiu durante um show no centro 
de convenções do Rio Centro. O governo, porém, não investigou devidamente o 
episódio. 
 
Na área econômica, a atuação do governo foi medíocre, os índices de inflação e a 
recessão aumentaram drasticamente. 
 
A Redemocratização e a Campanha pelas Diretas Já 
 
Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apresenta vários problemas. A inflação 
é alta e a recessão também. Enquanto isso a oposição ganha terreno com o 
surgimento de novos partidos e com o fortalecimento dos sindicatos. 
 
Em 1984, políticos de oposição, artistas, jogadores de futebol e milhões de brasileiros 
participam do movimento das Diretas Já. O movimento era favorável à aprovação da 
Emenda Dante de Oliveira que garantiria eleições diretas para presidente naquele 
19 
 
 
ano. Para a decepção do povo, a emenda não foi aprovada pela Câmara dos 
Deputados. 
 
No dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolheria o deputado Tancredo 
Neves, que concorreu com Paulo Maluf, como novo presidente da República. Ele fazia 
parte da Aliança Democrática – o grupo de oposição formado pelo PMDB e pela 
Frente Liberal. 
 
Era o fim do regime militar. Porém Tancredo Neves fica doente antes de assumir e 
acaba falecendo. Assume o vice-presidente José Sarney. Em 1988 é aprovada uma 
nova constituição para o Brasil. A Constituição de 1988 apagou os rastros da ditadura 
militar e estabeleceu princípios democráticos no país. 
 
 
5 - Cronologia da Ditadura Militar 
 
A seguir, apresentamos uma cronologia do regime militar no Brasil e seus 
desdobramentos. 
 
1961 
25/08 - Renúncia de Jânio Quadros 
30/08 - Ministros militares declaram-se contrários à posse de João Goulart 02/09 - 
Instituído o sistema parlamentar de governo como resultado do 
acordo que possibilitaria a posse do vice-presidente João Goulart 
07/09 - Posse de João Goulart 
 
1962 
02/02 - Criação oficial do Instituto de Pesquisas Sociais (Ipês), que conspiraria contra 
o governo Goulart. 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
1963 
24/01 - Retorno ao sistema presidencialista de governo, após plebiscito realizado no 
dia 6, que não referendou o parlamentarismo. 
07/08 - Projeto de Milton Campos sobre a reforma agrária é rejeitado. 23/08 - Comício 
do CGT pelo aniversário da morte de Getúlio Vargas com a presença de Goulart. 
Presentes exigem definição do presidente durante seu discurso. Goulart promete que 
reformas serão implementadas. 12/09 - Revolta de sargentos da Aeronáutica e da 
Marinha em Brasília. 07/10 - Goulart retira o pedido de decretação de estado de sítio 
em função da ampla oposição que gerou. 
17/10 - Rejeitada emenda do PTB sobre reforma agrária na Câmara dos Deputados. 
Novembro: Greve dos cortadores de cana em Pernambuco e parte da 
 
 
1964 
17/01 - Regulamentação da lei de remessa de lucros. 
13/03 - Comício da Central do Brasil ou “das reformas”. 
Paraíba. 
 
 
 
21 
 
 
19/03 - Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade em São Paulo (SP), espécie 
de resposta ao Comício da central. 
20/03 - O chefe do Estado-Maior do Exército, general Castelo Branco, divulga circular 
reservada entre seus subordinados contra João Goulart. 
21 a 29/03 - “Marchas” da família, com Deus, pela Liberdade, em diversas cidades de 
São Paulo. 
31/03 - Inicia-se o movimento militar em Minas Gerais com deslocamento de tropas 
comandadas pelo general Mourão filho. 
01/04 a 08/06 - “Marchas” da Família, com Deus, pela Liberdade em São Paulo, 
Minas, Rio de Janeiro, Piauí, Paraná e Goiás. 
02/04 - João Goulart segue de Brasília pra Porto Alegre. De lá, sairia do Brasil. 
02/04 - General Costa e Silva autonomeia-se comandante-em-chefe do Exército 
nacional e organiza o “Comando Supremo da Revolução”. 04/04 - O nome do general 
Castelo Branco é indicado para a Presidência da república pelos líderes do Golpe. 
09/04 - Decretado o Ato Institucional que confere ao presidente da República poderes 
para cassar mandatos eletivos e suspender direitos políticos até 15 de junho de 1964, 
entre outros poderes discricionários. 
10/04 - A sede da UNE é incendiada por participantes do movimento político militar. 
13/04 - O Diário Oficial publica decreto que extingue o mandato de todos os 
membros do conselho diretor da Universidade de Brasília Ocorre uma 
invasão policial e a intervenção na UnB. 
 
 
 
Abril GPMI – Grupo Permanente de Mobilização Industrial – foi o primeiro de uma 
série de instrumentos gerados para adaptar o poderio bélico das Forças Armadas 
à nova doutrina de segurança. 
 
 
13/06 - Criado o Serviço Nacional de Investigações (SNI). 
27/10 - Declarada a extinção da União nacional dos Estudantes (UNE). 09/11 - 
Sancionada a Lei n. 4.464 (Lei Suplicy) proibindo atividades políticas estudantis. A 
Lei Suplicy de Lacerda coloca na ilegalidade a UNE e as UEEs, que passam a atuar 
na clandestinidade. Todas as instâncias da representação estudantil ficam 
submetidas ao MEC. 
 
22 
 
 
1965 
Ato Institucional Nº.2 extingue os partidos existentes, atribui à Justiça Militar o 
julgamento de civis acusados de crimes contra a segurança nacional e confere ao 
presidente da república poderes para cassar mandatos eletivos e suspender direitos 
políticos até 15 de março de 1967, entre outros dispositivos. 
Início: A UNE convoca um conselho para eleger, com mandato-tampão, o presidente 
que a chefiará até o 27º Congresso, em julho. Alberto Abissâmara, de tendências 
progressistas, é escolhido. 
05/02 - Ato Institucional Nº 3 estabelece eleição indireta para governadores. 01/04 - 
No dia 1º, o Conselho Universitário, presidido pelo reitor Pedro Calmon, dissolve a 
diretoria do CACO – Centro Acadêmico de Direito UFRJ. 12/04 - No dia 12, agentes 
do Dops e a Polícia Militar impedem com violência uma reunião do CACO – Centro 
Acadêmico de Direito UFRJ. As aulas são suspensas. 
Agosto: Surgem os Diretórios Acadêmicos Livres. 
23/09 - São feitas manifestações contra a Lei Suplicy, no Rio de Janeiro. 03/10 - O 
general Costa e Silva é eleito presidente da república pelo Congresso Nacional. 
20/10 - O general Castelo Branco decreta o recesso do Congresso Nacional até 22 
de novembro em função da não aceitação de cassações. 
 
1966 
O período de 1966 a 1973 é o da ilegalidade da UNE. 
Março: Uma passeata em Belo Horizonte contra o regime militar é brutalmente 
reprimida. A violência desencadeia passeatas estudantis em outros estados. 
28/07 a 02/08 - Mesmo na ilegalidade é realizado o XXVIII Congressoda 
UNE, em Belo Horizonte, que marca a oposição da entidade ao Acordo MEC-Usaid. 
- O congresso acontece no porão da Igreja de São Francisco de Assis. O mineiro José 
Luís Moreira Guedes é eleito presidente da UNE. Setembro: As aulas na Faculdade 
Nacional de Direito são suspensas e 178 estudantes paulistas são presos durante um 
congresso realizado pela UNEUEE, em São Bernardo do Campo. 
O General Castelo Branco cria o Movimento Universitário para o Desenvolvimento 
Econômico e Social (Mudes). 
14/09 - Alunos da Faculdade Nacional de Odontologia entram em greve de protesto 
e colocam cartazes nas imediações da faculdade. Há choque entre os estudantes e 
policiais do Dops. 
18/09 - A UNE decreta greve geral. 
22/09 - A UNE elege o dia 22 como o Dia Nacional de Luta contra a Ditadura. 
23/09 - A polícia invade a Faculdade de Medicina da UFRJ e expulsa estudantes com 
violência. O episódio ficou conhecido como o Massacre da Praia Vermelha. 
 
1967 
24/01 - Promulgada a nova Constituição do Brasil. 
11/03 - O general Castelo Branco edita nova Lei de Segurança Nacional. 
15/03 - O general Costa e Silva é empossado na Presidência da República. Agosto: 
É realizado o XXIX Congresso da UNE, em Valinhos (SP), na clandestinidade. Luís 
Travassos é eleito presidente da entidade. 
 
1968 
28/03 - O estudante Edson Luís de Lima Souto é morto durante conflito com a PM no 
restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro (RJ). 
23 
 
 
29/03 - Marcha de 50 mil pessoas repudia o assassinato de Edson Luis de Lima 
Souto. 
29/03 - A UNE decreta greve geral dos estudantes. 
30/03 - O ministro da Justiça, Gama e Silva, determina a repressão das passeatas 
estudantis. 
01/04 - Inúmeras passeatas estudantis irrompem em várias capitais brasileiras. 
22/05 - Lei N. 5.439 estabelece responsabilidade criminal para menores de 18 anos 
envolvidos em ações contra a segurança nacional. 
04/06 - Sessenta e oito cidades são declaradas áreas de segurança nacional e, por 
isso, seus eleitores ficam impedidos de escolher pelo voto direto, os respectivos 
prefeitos. 
21/06 - Prisão de trezentas pessoas na Universidade federal do Rio de Janeiro. As 
aulas são suspensas. 
25/06 - O ministro da Justiça, Gama e Silva, proíbe passeatas e comícios - relâmpago. 
26/06 - Passeata dos Cem Mil no Rio de Janeiro. 
16/07 - Greve de Osasco (SP) inicia-se com a ocupação da Cobrasma. 29/08 - 
Invasão do campus da Universidade Federal de Minas Gerais por tropas federais. 
30/08 - Invasão do campus da Universidade de Brasília por tropas policiais resulta em 
violência. 
02/10 - Invasão do prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da 
Universidade de São Paulo (USP) pelo Comando de Caça aos Comunistas e outros 
grupos. 
Outubro: É realizado clandestinamente o XXX Congresso da UNE, em Ibiúna (SP). 
12/10 - Prisão de estudantes em Ibiúna durante congresso da UNE. São presas mais 
de 700 pessoas, entre elas as principais lideranças do movimento estudantil: Luís 
Travassos (presidente eleito), Vladimir Palmeira, José Dirceu, Franklin Martins e Jean 
Marc Von Der Weid. 
24 
 
 
13/12 - Ato Institucional Nº 5 torna perenes os poderes discricionários que atribui ao 
presidente da República. O Congresso Nacional é posto em recesso. 
Com o decretado AI-5. Centros cívicos substituem os grêmios estudantis. 
 
1969 
Inicio: A UNE tenta manter uma direção com a eleição de Jean Marc Von Der Weid 
através dos Congressinhos Regionais. 
26/02 - Decreto-Lei Nº 477 dispõe sobre infrações disciplinares praticadas por 
professores, alunos, funcionários ou empregados de estabelecimentos de ensino. 
Que penaliza professores, alunos e funcionários de estabelecimentos de ensino 
público (até 1973, esse decreto atingiria 263 pessoas, a maioria estudantes). 
16/05 - O Ato Institucional Nº 10, dentre outros efeitos, levaria centenas de 
professores universitários à aposentadoria. 
01/07 - Criação da Operação bandeirantes (Oban), embrião da polícia política 
conhecida como “sistema Codi-Doi” que seria implantada em todo o país nos moldes 
da Oban. 
31/08 - Junta Militar, formada pelos ministros militares, assume o poder em função da 
doença de Costa e Silva, impedindo a posse do vice-presidente da República, que 
não concordara com o Ato Institucional Nº 5. 
Setembro: O presidente da UNE, Jean Marc Von Der Weid, é preso. 
05/09 - O Ato Institucional Nº 14 estabelece a pena de morte. 
30/10 - Posse do general Emílio Garrastazu Médici na presidência da República, já 
que fora caracterizada a incapacitação definitiva do general Costa e Silva. 
 
1970 
Inicio: Com quase todas as lideranças presas ou exiladas, o movimento estudantil 
realiza atos isolados, dentre eles uma missa pelo segundo aniversário da morte de 
Edson Luís. 
10/02 - Estabelecimento da censura prévia de livros e revistas pelo decretolei Nº 
1.077. 
20/05 - Início das operações oficiais do CIE. 
20/05 - Decreto Nº 66.608 cria o centro de Informações de Segurança da Aeronáutica 
(Cisa). 
 
1971 
30/03 - Decreto Nº 68.447 reorganiza o Centro de Informações da Marinha (Cenimar). 
Setembro: Honestino Guimarães, vice de Jean Marc Von Der Weid, é efetivado 
presidente da UNE, em micro congresso. 07/09 - Morte de Carlos Lamarca 
Novembro: O governo passa a editar “decretos reservados”. 
 
1972 
Inicio: A AP passa a denominar-se Ação Popular Marxista-Leninista (APML). 
O presidente da UNE, Honestino Guimarães, desaparece. 
Março: Inaugurada a Escola Nacional de informações 
12/04 - O Exército inicia o combate à guerrilha comandado pelo PC do B na região do 
Araguaia. 
 
1973 
25 
 
 
30/03 - Alexandre Vannucchi Leme, aluno da Universidade de São Paulo (USP), é 
preso e morto pelos militares. A missa em sua memória, realizada em 30 de março 
na Catedral da Sé, em São Paulo, é o primeiro grande movimento de massa desde 
1968. 
14/09 - A Arena homologa o nome do general Ernesto Geisel como candidato à 
presidência da república. 
07/10 - Início de nova tentativa, pelo Exército, de combate à guerrilha do Araguaia. 
Dezembro: O Exército derrota a guerrilha do Araguaia. 
 
1974 
Inicio: O Colégio Eleitoral homologa o nome do general Ernesto Geisel para a 
presidência da República. 
É criado o Comitê de Defesa dos Presos Políticos na Universidade de São Paulo 
(USP). 
 
1975 
30/01 - O ministro da justiça anuncia que continuam as atividades de repressão ao 
comunismo e à subversão. 
26/10 - Anunciada a morte do Jornalista Vladimir Herzog em dependências do II 
Exército (SP) 
 
1976 
17/01- Morte do operário Manuel Fiel Filho em de pendências do II Exército (SP). O 
general Geisel exonera o general Ednardo Dávila Melo do comando do II Exército em 
função doas mortes de Vladimir Herzog e de Manuel Fiel Filho. 
19/08 - Bombas explodem na ABI e na OAB. 
 
1977 
01/04 - Decretado o recesso do Congresso Nacional por 14 dias. Durante o período, 
o gen. Geisel edita uma série de medidas conhecidas como 
“pacote de abril”. 
 
1978 
Maio: Greve dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo 
15/10 - O colégio Eleitoral referenda o nome do general João Figueiredo para 
presidente da república. 
 
 
 
 
1979 
01/01 - Extinção do AI-5. 
15/03 - Posse do general João Baptista de Oliveira Figueiredo como presidente. 
28/08 - Decretada a anistia pelo governo Figueiredo. 
29/11 - Fim do bipartidarismo 
 
1980 
27/08 - Carta-bomba explode na sede da OAB e mata a secretária Lydia Monteiro. 
Desde janeiro diversas bombas explodiram ou foram encontradas no país. 
26 
 
 
 
1981 
30/04 - Integrantes do DOI do I Exército explodem acidentalmente uma bomba que 
planejam usar num atentado durante show de música no Rio Centro (RJ) 
 
1982 
15/11 - A oposição, em conjunto, conquista maioria na Câmara dos deputados. 
 
1983 
Inicia-se uma campanha pelas eleições diretas para a Presidência da República. 
 
1984 
25/04 - A emenda constitucional restabelecendoas eleições diretas para presidente 
da República é derrotada no Congresso Nacional. 
 
1985 
15/01 - Tancredo Neves e José Sarney vencem no Colégio Eleitoral a disputa com 
Paulo Maluf pela Presidência da República. 
15/03 - Posse do vice-presidente José Sarney na presidência da república em função 
de doença de Tancredo Neves. 
21/04 - Morte de Tancredo Neves. 
 
1988 
05/10 - Promulgada nova Constituição da República definida pelo Congresso 
Nacional, mantendo no Título V e Capítulo I o estado de Defesa e do estado de Sítio, 
com restrições aos direitos de reunião, sigilo de correspondência e de comunicação, 
além de manter a proibição de sindicalização e greve aos militares. 
 
2005 
04/07 - Criado pelo Departamento de Sociologia e Ciência Política da UFSC o 
Memorial dos Direitos Humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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