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Aula 03 História p/ PM-SP (Soldado) Professor: Leandro Signori História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 41 AULA 03 – A estrutura política e os movimentos sociais no período militar. A abertura política e a redemocratização do Brasil. Caros Alunos, ふ Hoje é a nossa última aula … É verdade, nossa aula de hoje é a última… ふ Ah... ふ Eu também gostei muito da companhia de vocês… De coração, agradeço a oportunidade do convívio com vocês. Foi um imenso prazer ter ministrado este curso. Sobre o curso, espero sinceramente que ele tenha atendido as suas expectativas e lhes propiciado um excelente aprendizado. Fico no aguardo de notícias positivas sobre suas aprovações, que certamente virão. Ótimos estudos, que Deus os abençoe, ilumine e os acompanhe nos estudos, nas provas, como futuros servidores públicos e em todas as suas vidas, Um grande abraço, Prof. Leandro Signori Sumário Página 1. A estrutura política e os movimentos sociais no período militar 2 2. A abertura política e a redemocratização do Brasil 12 3. Questões Comentadas 15 4. Lista de Questões 33 5. Gabarito 41 História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 41 1. A estrutura política e os movimentos sociais no período militar No Brasil, ao longo do século XX, estratégias de domínio e de controle foram utilizadas, entre o uso da força e a submissão ideológica. Como exemplo, o populismo, utilizado durante a ditadura do Estado Novo na Era Vargas (1930- 1945). Em 1958, foi criada a ESG - Escola Superior de Guerra para formar uma elite militar para governar o país, se fosse necessária uma intervenção política- militar, com base na Doutrina de Segurança Nacional (DSN) para justificar uma intervenção militar e garantir a Segurança da Nação. Nas décadas de 1960 e 1970, na América Latina no contexto da Guerra Fria, depois de Cuba adotar o socialismo em 1961, ocorreu uma intensa repressão aos movimentos de esquerda para que não se espalhassem. Em consequência disso, aconteceram uma onda de golpes militares para conter o comunismo na América Latina: na Bolívia (1964), Argentina (1966), Peru (1968), Panamá (1968), Uruguai (1973) e Chile (1973) e em outros países. O Golpe Militar: o início da ditadura militar No Brasil, após o fim do Estado Novo (1937-1945) foi restabelecida a democracia com a reestruturação dos partidos políticos. Contudo, o período posterior, a República Populista (1945-1964) encerrou com o início da ditadura militar, com o afastamento do então presidente João Goulart (1961-1964). Na década de 1950, Jânio Quadros, conhecido como Jango, do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), foi tido como sucessor de Vargas, tendo sido Ministro do Trabalho no seu governo. Em 1960, foi eleito como vice-presidente ao governo de Jânio Quadros para o mandato de 1961 a 1965. Com a renúncia de Jânio Quadros ao governo, no mesmo ano, Jango tomou posse sob o sistema parlamentarista. Em seu governo, depois de 1961, nos últimos anos do período chamado de democrático, surgiram formas de ação popular fora do contexto tradicional que reivindicavam a solução de problemas. Esses problemas necessitavam de mudanças de base como a reforma agrária; a extensão dos direitos aos trabalhadores do campo; e a mobilização dos camponeses para a organização sindical. Entre as forças sociais ocorriam frequentes greves de trabalhadores e reinvindicações nacionalistas, além da mobilização da opinião pública em torno de reformas de estrutura. Para combater essa série de movimentos, colocar fim ao movimento de esquerda e controlar a crise econômica no país, o governo de Jango, legalmente constituído, foi derrubado em um golpe militar pelas Forças Armadas em 1964. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 41 A queda de João Goulart representou o auge da crise política iniciada com a renúncia de Jânio, em face da incapacidade de o populismo conter os trabalhadores que se organizavam para lutar por reformas políticas, econômicas e sociais. O golpe foi dado por uma classe de dirigentes formados na ESG, com o financiamento dos EUA através de armas, pautado nas ideias da Doutrina de Segurança Nacional na ESG, com apoio de forças conservadoras. O golpe foi bem recebido por importantes setores da sociedade brasileira, como grande parte do empresariado, da imprensa, dos proprietários rurais, da Igreja católica, dos governadores de estados e amplos setores da classe média. Não houve reação ao golpe pelo governo deposto e pelos grupos que o apoiavam. Os militares o justificaram como forma de restaurar a disciplina e a hierarquia nas Forças Armadas e deter a ameaça comunista. O golpe de 1964 foi um marco, pois os militares irão permanecer no poder, diferente do que já havia ocorrido em intervenções militares anteriores. Desse modo, o período de 1964 a 1985 foi consagrado como ditatura militar, por ter substituído o regime democrático pelo autoritário no Brasil. Com o golpe, o primeiro presidente a cumprir o mandato na presidência da República foi Castelo Branco, eleito por um Congresso em abril de 1964. Sua promessa de governo era retomar o crescimento da economia e a normalidade democrática, a qual somente ocorreria com o fim da ditatura em 1985. A estrutura política no período militar A ditatura militar no Brasil foi marcada por intensa repressão e violência, com início em 1964 com o Golpe Militar, durando até a eleição de Tancredo Neves, em 1985. Durante o regime militar, a Presidência da República foi ocupada pelos comandantes do Exército, indicados pelo Alto Comando das Forças Armadas, que eram aprovados pelo Congresso Nacional. Uma série de medidas foram sendo tomadas em nome do binômio fundamental no qual se pautava o governo militar: segurança interna e desenvolvimento econômico. A Doutrina de Segurança Nacional pretendia se constituir num corpo teórico, ideológico e diretivo para a elaboração de um programa de planejamento e projetos governamentais nos campos político, econômico, social e militar. No período da ditadura foram baixados vários atos institucionais (AIs), os quais asseguravam a censura, a perseguição política, a supressão de direitos constitucionais e a repressão aos que eram contrários ao regime militar. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 41 Após o golpe, antes de Castelo Branco assumir a presidência, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu interinamente a presidência, conforme previsto na Constituição de 1946. No dia 2 de abril, foi organizado o autodenominado "Comando Supremo da Revolução", compondo uma Junta Militar que permaneceria no poder por duas semanas. Era composta por três membros: o brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo (Aeronáutica), o vice-almirante Augusto Rademaker (Marinha) e o general Artur da Costa e Silva, representante do Exército. Com a Junta Militar no poder, imediatamente foi outorgado o Ato Institucional nº 1 (AI-1) em 9 de abril de 1964, cujas principais medidas foram: A realização de eleições indiretas para presidente da República em um prazo de dois dias a contar da publicação do ato e de eleições diretas em outubro de 1965. O fortalecimento dos poderes do presidente, que poderia apresentar emendas constitucionais ao Congresso, mudando a Constituição, e aprová- las por maioria simples. A suspenção dos direitos políticos de qualquer cidadão pordez anos, em nome de “interesses nacionais”. O decreto de estado de sítio sem a autorização do Congresso. Suspensão temporária da estabilidade dos funcionários públicos, sem apelação judicial. Com o AI-1, o governo divulgou uma lista dos cem primeiros cassados pelo novo regime. Entre eles estavam os ex-presidentes Jânio Quadros e João Goulart e muitos líderes políticos: o dirigente comunista Luís Carlos Prestes; o governador Miguel Arraes, de Pernambuco; o deputado federal Leonel Brizola e o deputado Francisco Julião, líder das Ligas Camponesas. Ligas Camponesas As Ligas Camponesas eram organizações vinculadas com as mobilizações no campo, que se expandiram nos estados do Nordeste, alcançando projeção nacional no início da década de 1960. A primeira foi criada em 1955, em Pernambuco. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 41 O general Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967), após dois dias da instauração do AI-1, foi promovido ao posto de marechal e eleito de forma indireta pelo Congresso Nacional para a Presidência da República. Ao assumir disse que cumpriria as promessas realizadas pelos militares: a “limpeza” e as eleições para presidente em 1965, a qual não aconteceu. No governo de Castelo Branco, foram apresentadas como base política e ideológica do regime: Uma maior centralização do poder. O fortalecimento do poder executivo. Extinção de partidos existentes. Formulação do bipartidarismo – com o objetivo real de evitar questionamentos sobre o governo. No regime militar, pautado no desenvolvimento e na segurança, com base na DSN, toda a forma de resistência era considerada subversiva e associada ao comunismo, assim a “segurança nacional” deveria ser defendida e a “subversão” combatida. Para isso, deveriam ser utilizados todos os meios possíveis de repressão. Nesse contexto, o Estado ditatorial declarou “guerra” às forças populares e as formas de resistência democrática. A relação com Cuba foi rompida como uma resposta à “ameaça vermelha”. Aos poucos, os direitos políticos foram sendo retirados dos que eram abertamente opositores ao sistema. A estrutura do novo regime controlava elementos de possível oposição, como universidades e sindicatos. Muitas pessoas foram perseguidas e presas, além de perderem seus direitos políticos, foram cassadas sendo obrigadas a se exilar no exterior. Outras foram torturadas e mortas. A vida política passou a ser regida por dispositivos autoritários que cerceavam a liberdade, censuravam os meios de comunicação e concentravam o poder nas mãos do governo militar. Os Atos Institucionais, as leis e os decretos eram elementos de controle sobre a oposição e sobre as estruturas políticas e sociais do país. A política econômica do novo governo foi elaborada pelos ministros Otávio Gouveia de Bulhões - da Fazenda e Roberto Campos - do Planejamento, através do Plano de Ação Econômica do Governo (Paeg), cujos objetivos eram: estabilizar a economia e lançar as bases para a retomada do crescimento econômico; combater o déficit público, proibindo os governos estaduais de emitirem títulos sem prévia autorização do governo federal. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 41 Para equilibrar receitas e despesas governamentais, entre as principais medidas adotadas, foi efetuado o corte dos gastos públicos e o aumento dos impostos e das tarifas dos serviços públicos. Foi fomentada a entrada de capitais estrangeiros para fortalecer a indústria e a agricultura, tendo à frente o governo dos Estados Unidos, o que aumentou a dívida externa brasileira. O governo também promoveu uma política salarial baseada no arrocho salarial, que afetou principalmente as camadas mais baixas da população e aumentou a concentração de renda nas mãos dos setores mais ricos da sociedade. Reduziu os salários do setor público, enquanto os do setor privado dependiam da livre negociação entre patrões e empregados, cabendo aos tribunais do trabalho a resolução de conflitos. Contudo, os juízes eram nomeados pelo governo, obedientes à política de arrocho salarial. O movimento sindical estava prejudicado devido à prisão dos principais líderes e pelas constantes intervenções, previstas na legislação vigente antes de 1964, mantidas pelo novo governo. A existência de um regime forte e autoritário tornou possível a adoção de certas medidas extremamente impopulares, como também foi impopular o conjunto da nova política econômica. Promovido à custa dos trabalhadores, essas medidas geraram uma queda da inflação e uma estabilidade econômica, para gerar um surto de crescimento, porém, também contribuíram para aumentar a impopularidade do regime. Como consequência, os políticos ligados ao regime militar começaram a sofrer sucessivas derrotas eleitorais, o que foi demonstrado em 1965, nas eleições para prefeito de São Paulo, e também para governador de estado em 1965, quando, entre os onze estados, a oposição venceu em cinco. Isso provocou a adoção de medidas mais repressivas e um “endurecimento” do regime, as medidas autoritárias se multiplicaram mediante pressão das Forças Armadas, da ala conhecida como “linha dura. O Ato Institucional n° 2 (AI-2) foi decretado no contexto da linha dura por Castelo Branco em 1965, o qual extinguiu os partidos políticos e implantou o bipartidarismo, conforme já mencionado. Com o bipartidarismo foram criados a Aliança Renovadora Nacional (Arena) - partido que daria sustentação política ao regime, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) - que reunia opositores de diversas tendências políticas. O Ato Institucional n° 3 (AI-3) decretado em 1966, também pelo presidente Castelo Branco, estabeleceu eleições indiretas para História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 41 governadores e prefeitos das capitais dos estados, e a eleição indireta para presidente da República, quando foi escolhido o general Artur da Costa e Silva para novo Presidente da República, o qual era ministro da Guerra do governo Castelo Branco. Castelo Branco em 1967, nos últimos meses de seu governo, adotou medidas que endureceram ainda mais o regime: A promulgação de uma Lei de Imprensa que cerceava a informação. O decreto de uma Lei de Segurança Nacional que restringia as liberdades civil. A cassação de parlamentares. O fechamento do Congresso. O Ato Institucional nº 4 (AI-4) foi decretado nesse mesmo ano, o qual reabriu o Congresso para que os parlamentares aprovassem uma nova Constituição. A Constituição promulgada em 15 de março de 1967 ampliou ainda mais os poderes do Executivo. Artur da Costa e Silva (1967-1969) foi escolhido presidente da República no início de 1967, eleito de forma indireta. Em dezembro de 1968, seu governo decretou o AI-5, o mais violento de todos os atos institucionais, até então outorgados, o qual aposentou juízes, cassou mandatos, aumentou a repressão militar e policial. O Ato Institucional nº 5 (AI-5) previa: Fechamento do Legislativo (Senado e Câmara dos Deputados), que, nos períodos de recesso, o presidente poderia legislar em seu lugar. Suspensão dos direitos políticos e garantias constitucionais individuais, incluindo a suspensão do habeas corpus. Intervenção federal em estados e municípios; Possibilidade de o presidente decretar estado de sítio sem autorização do Congresso. Diferente do caráter provisório dos outros atos institucionais, o AI-5 seria revogado somente após uma década, em 1978, indicando umasituação de História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 41 ditadura total, em que a violência só aumentaria, o que ocorreu no período de 1968 a 1971. Após decretar o AI-5, o governo de Costa e Silva foi interrompido, quando sofreu um derrame. O vice-presidente, o civil Pedro Aleixo, foi impedido de assumir pelos ministros militares. O governo de Costa e Silva, foi então substituído por uma Junta Militar formada pelos ministros do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, a qual indicou o novo presidente – o general Emílio Garrastazu Médici, o qual foi confirmado pelo Congresso. No governo de Médici (1969-1974), além de ser instaurada a censura aos meios de comunicação, a repressão e a tortura atingiram extremos. Por isso, seu governo é chamado de “Anos de Chumbo”. Sua justificativa para o radicalismo era a intensificação da luta armada contra o regime. Esse período foi marcado pela luta armada, que assumiu a forma de guerra de guerrilhas, com inspiração na Revolução Cubana de Fidel Castro (assumiu o poder em 1959) e na Guerra do Vietnã (que estava em acontecendo). Foi estabelecido um foco guerrilheiro na Floresta Amazônica, no Araguaia. O foco foi descoberto pelo exército em 1972, destruído em operação militar em 1975. Nas cidades, a guerrilha que teve sucesso operava na região das grandes capitais, principalmente em São Paulo. O combate pelas Forças Armadas foi feito através da informação, por órgãos de informação das Forças armadas: o Centro de Informação do Exército (CIEx); o Centro de Informações da Marinha (Cenimar); o Centro de Informação Social do Exército (Cisa) e o Serviço Nacional de Informações (SNI), subordinado à presidência da República. A tortura era utilizada na busca de informações, a violência contra o indivíduo era justificada pela Doutrina da Segurança Nacional. Cada região militar também contava com um Comando de Operações de Defesa Interna (Codi) para controlar a atuação das tropas dos Destacamentos de Operações Internas (DOI). A Oban - Operação Bandeirantes, criada em 1969, coordenava o trabalho dos diversos grupos, com a atuação de oficiais dos órgãos de informação do Exército e contingentes das polícias militares, financiada por industriais e homens de negócio. No final do governo Médici, a guerrilha já havia sido praticamente derrotada, com exceção de últimos núcleos no Araguaia. Na área econômica, o período de 1969 a 1974 ocorreu o chamado “Milagre Econômico” brasileiro com o crescimento da economia em ritmo bastante acelerado, cujo principal responsável foi o economista Antônio Delfim Netto, ministro da Fazenda desde o governo Costa e Silva. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 41 O “milagre” ocorreu devido ao ingresso maciço de capitais estrangeiros, atraídos pela estabilidade política promovida pelos governos militares, comprometidos com o combate às esquerdas. As baixas taxas de juros praticadas no mercado internacional no início da década de 1970 e o aval do governo norte-americano ao regime militar contribuíram para tornar possível a instrumentalização do “milagre”. O capital estrangeiro era absorvido por empresas privadas brasileiras e estrangeiras e empresas estatais. O PIB brasileiro crescia. Milhões de empregos foram gerados. Com o crescimento que atingiu vários setores - indústrias, agricultura, comércio e infraestrutura, o país se tornou a oitava economia do mundo. Além dos países de terceiros mundo, passou a exportar para a Europa e para os Estados Unidos. Contudo, para viabilizar o crescimento acelerado da produção industrial, a classe trabalhadora sofria o arrocho salarial, pois os salários eram mantidos baixos em função dos custos de produção. Ao mesmo tempo que ocorria o crescimento, continuavam as torturas e as perseguições do sistema, com a anuência das elites e a omissão da classe média, que estava sendo favorecida com o crescimento econômico, pois ampliou seu poder de compra, atingindo o consumo. No entanto, qualquer reivindicação trabalhista por melhores salários era reprimida com violência. O controle político ideológico do país não deixava espaço aberto para críticas ao regime e para articulações. A expansão econômica, criou uma situação favorável ao governo para manipular e afastar os opositores através de propagandas ufanistas. Surgia o mito do Brasil potência em slogans ufanistas divulgados pela propaganda oficial do governo: “Ninguém segura este país”, “Brasil, ame-o ou deixe-o”, “Pra frente, Brasil”, “Até 1964 o Brasil era o país do futuro: agora o futuro chegou”. A conquista do tricampeonato mundial de futebol no México, em 1970, colaborou para criar euforia e reforçar a imagem positiva do país para os porta-vozes do discurso oficial. Nesse cenário, os governos concretizaram grandes projetos de engenharia civil - símbolos do Brasil potência: a Transamazônica, a Ponte Rio-Niterói e Hidrelétrica de Itaipu. A proposta do governo era mostrar ao povo, à burguesia e à classe média que o país estava em um seleto grupo de países, e esconder a repressão e a violência. Apesar do sucesso econômico, as mesmas condições políticas e o arrocho salarial prevaleceram durante os anos de crescimento brasileiro do início dos anos 1970. O “milagre” gerou uma acentuada desigualdade da distribuição de renda. E a dependência do capital estrangeiro, através dos empréstimos, fazendo a dívida externa crescer muito, o que seria um custo mais alto a ser pago no futuro. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 41 No governo do general Ernesto Geisel (1974-1979) na Presidência da República, seu principal projeto foi iniciar a abertura política, anunciando uma abertura política “lenta, segura e gradual”, com uma transição para o regime democrático sem revanchismos. Em seu mandato, as denúncias de tortura diminuíram, mas, em outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog é assassinado sob tortura no Doi-Codi (órgão repressivo do regime). Contudo, a versão oficial é que ele teria cometido suicídio. Na área econômica manteve elementos do “milagre” econômico, investindo nos grandes projetos. Mas, no final do seu governo a situação econômica do país era bastante grave, com o fim do “milagre econômico”, provocado pela queda de investimentos estrangeiros no país, consequência de mudanças na economia mundial. O governo do presidente João Batista Figueiredo (1979-1985) deu seguimento à abertura política, iniciado por Geisel, a qual foi influenciada pela intensa crise econômica, causando um esgotamento do regime. A crise foi agravada pelos seguintes fatores: A segunda crise internacional do petróleo em 1979, provocando desequilíbrio nas contas externas. A brusca elevação dos juros no mercado internacional. O cancelamento de novos empréstimos pelos bancos internacionais, que temiam o não pagamento pelo Brasil, em função de sua alta dívida externa. A inflação que vinha crescendo e fugiu de controle. Déficit nas contas públicas. Estagflação – estagnação econômica com inflação. Figueiredo convocou Delfim Netto para o Ministério do Planejamento para conduzir a economia do país que, a partir de 1980, começou a ter saldo excepcionalmente favorável na balança comercial. Contudo, o grande volume de dólares que ingressava no país era remetido para o exterior para o pagamento da dívida. Isso gerava uma grande insatisfação entre os trabalhadores, como a onda de greves que ocorreu entre 1978 e 1979, entre os operários dos setores automobilístico e metalúrgico. Esse processo foi responsávelpelo surgimento de novas lideranças sindicais, entre essas a de Luiz Inácio da Silva, o Lula, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 41 A crise gerou uma grande insatisfação popular, contribuindo para o esgotamento do regime e a abertura política, o que será abordado no último tópico desta aula. Os movimentos sociais no período militar A década de 1960 foi chamada de “Anos Rebeldes”, pois foi marcada por vários movimentos sociais, protestos e mobilizações em países capitalistas e socialistas. Diferentes grupos exprimiam para a sociedade seu inconformismo com a situação do momento. Tratava-se de ativismos pelos direitos de negros, de mulheres, de homossexuais, de estudantes, de minorias, entre muitos outros. Nesse contexto, durante o regime militar no Brasil, ocorreu o fechamento do Congresso e seus poderes foram reduzidos; mandatos políticos foram cassados; líderes de movimentos sociais foram presos ou exilados e a censura era progressiva da imprensa. A partir do final da década de 1960, com o progressivo “endurecimento” do regime militar, praticar a oposição tornava-se cada vez mais difícil, restando aos opositores do regime sair às ruas e se manifestar publicamente. A maior dessas manifestações foi a Passeata dos Cem Mil que ocorreu, em 1968, no Rio de Janeiro. Nas ruas, havia enfrentamento com forças policiais. No governo de Costa e Silva (1967-1969), a mobilização popular se intensificou, principalmente de estudantes, trabalhadores e artistas. Os estudantes que se organizavam em associações, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), tornaram-se vítimas da repressão e, principalmente durante o governo Costa e Silva, reagiram intensamente. A causa imediata de muitas manifestações, principalmente no ano de 1968, estava ligada a problemas na educação, e não diretamente a problemas políticos, como uma manifestação que ocorreu diante de um restaurante ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro. Durante a manifestação, que reivindicava melhor qualidade da alimentação e preços mais baixos, a intervenção policial provocou a morte de um estudante. Após esse episódio, seguiram-se as tensões e novos confrontos com a polícia, multiplicaram-se as manifestações e passeatas organizadas por todas as universidades brasileiras, com as reivindicações estudantis servindo de pretexto para manifestações contra o governo. A violência da polícia e do exército contra essas demonstrações de insatisfação fez com que setores da classe média e também da Igreja se solidarizassem com os estudantes, aumentando o número daqueles que, nas ruas, protestavam contra o regime. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 41 Em 1968, o Congresso da UNE foi realizado clandestinamente em Ibiúna, São Paulo, pois a associação havia sido declarada ilegal, desde 1964. O congresso acabou sendo descoberto pela polícia, quando os principais líderes estudantis do país foram presos, enfraquecendo o movimento. No ano de 1968, também ocorreram duas greves bastante agressivas, em Osasco e Contagem, na periferia de São Paulo e de Belo Horizonte, respectivamente. Nesses casos, as reivindicações eram trabalhistas, que se misturavam com a oposição ao regime, com repressão violenta nos dois casos. Acompanhando o cenário mundial, no meio artístico e cultural também havia uma resistência à repressão do regime, havia uma agitação que vinha dos Centros Populares de Cultura (CPCs), criados na época por estudantes e que procuravam promover uma aproximação entre a arte e a população em geral. O teatro estava à frente do movimento, destacando-se os grupos Arena e Oficina, com Augusto Boal e José Celso Martinez Correa como líderes. No cinema, surgiu o movimento chamado Cinema Novo, discutindo problemas sociais e culturais essencialmente brasileiros, com os diretores Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos como seus principais representantes. Na música, as canções de protesto encontraram lugar nos grandes festivais, organizados pela TV Record a partir de 1965. Esses festivais também surgiram como tentativa de retomar os princípios antropofágicos do movimento modernista de 1922, especialmente de Oswald de Andrade, a Tropicália. Como toda essa atividade intelectual estava combinada com a política, com a crítica ao regime, os principais artistas acabaram sendo presos e exilados. 2. A abertura política e a redemocratização do Brasil No governo de Geisel (1974-1979) inicia o processo de redemocratização do país “lento, gradual e seguro”, de acordo com as palavras do presidente. O processo de abertura política foi provocado por diversos fatores: O principal motivo foi a entrega do poder aos civis, que fazia parte do projeto original do grupo “castelista”, em 1964. Esse projeto previa em uma sequência, o golpe, a “limpeza” e o retorno dos militares aos quarteis. O regime militar também estava passando por um processo natural de desgaste, até mesmo setores beneficiados pelo regime tinham certa insatisfação. Isso foi demonstrado nas eleições legislativas de 1974, História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 41 quando o partido de oposição - MDB venceu o partido situacionista Arena nas grandes cidades. O esgotamento do “milagre” econômico também foi um fator que contribuiu para a abertura do regime. Uma das principais iniciativas de Geisel para consolidar a abertura política foi a desmontagem do aparelho repressivo. Porém, foi necessário enfrentar alguns generais que haviam se fortalecido durante o regime que não aceitavam a desmontagem do aparelho repressivo, os quais encontravam apoio na alta oficialidade mais radical, ligada à linha dura do regime. O presidente João Batista Figueiredo (1979-1985) deu seguimento à abertura política, porém, essa foi influenciada pela intensa crise econômica. Foi aprovada pelo Congresso a Lei da Anistia, perdoando os presos políticos e exilados políticos acusados de crimes políticos. No entanto, a lei não incluía os considerados culpados por atos terroristas e luta armada contra o governo, embora perdoasse os militares que haviam cometido violências na repressão. Como forma de resistência à abertura política, alguns grupos mais reacionários dentro das forças armadas praticaram o terrorismo, com uma série de atentados e sequestros. No final de 1979, iniciou-se a organização de novos partidos políticos no lugar da Arena e do MDB, para as eleições diretas a governador de estado, as primeiras que seriam realizadas no país desde 1965. O MDB vinha registrando crescimento em meio à opinião pública e transformou-se em grande frente de oposição ao governo. Seu líder era Ulysses Guimarães, que se manteve à frente do partido que se transformou no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). O partido de apoio ao governo, a Arena transformou-se no Partido Democrático Social (PDS). Com a reforma surgiram outros partidos, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB); o Partido Democrático Trabalhista (PDT), em torno de Leonel Brizola e o Partido dos Trabalhadores (PT), organizado pelos novos líderes sindicais surgidos nas greves de 1978-1979, principalmente Lula. As eleições ocorreram de forma pacífica, em 15 de novembro de 1982. A oposição com o PMDB à frente conseguiu a maioria dos votos, elegendo os governadores dos principais estados: Franco Montoro e Tancredo Neves, do História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signoriwww.estrategiaconcursos.com.br 14 de 41 PMDB, respectivamente em São Paulo e Minas Gerais; e Leonel Brizola, do PDT, no Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, foram realizadas eleições legislativas, e o PDS conseguiu 235 das 480 cadeiras da Câmara dos Deputados. Em 1983, o PT, que teve fraco desempenho nas eleições do ano anterior, liderou uma campanha pela realização de eleições diretas para a escolha do sucessor de Figueiredo. A campanha pelas “Diretas Já” logo ganhou o apoio dos membros do PMDB e do PDT. Em pouco tempo, multidões tomaram as ruas das cidades em comícios gigantescos, numa mobilização popular rara na história do país. Contudo, a emenda constitucional que estabelecia as eleições diretas para presidente da República acabou não sendo aprovada pelo Congresso. A eleição de Tancredo Neves As eleições indiretas ocorreriam em janeiro de 1985. O Partido da Frente Liberal – PFL (oriundo da Frente Liberal que, por sua vez se originou do PDS) aproximou-se do PMDB. Este lançou a candidatura do moderado político mineiro Tancredo Neves à presidência da República, estabelecendo uma aliança entre os dois agrupamentos políticos, da qual nasceu a chapa Tancredo-Sarney, candidatos, respectivamente, à presidência da República e à vice-presidência. O Colégio Eleitoral reuniu-se em janeiro de 1985, para escolher o novo presidente do Brasil, dando vitória a Tancredo Neves. Com a eleição de Tancredo Neves em 1986 e a posse de José Sarney, após seu falecimento, encerra o período de 21 anos de ditadura militar. A nova época vivida pelo Brasil, após o regime autoritário instituído pelo golpe militar de 1964, seria marcada pela Constituição de 1988 como um marco jurídico-político da nova fase democrática. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 41 QUESTÕES COMENTADAS 01) (ESAF/CVM/2010 – AGENTE EXECUTIVO) Nas décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, o Brasil viveu rica experiência democrática, a despeito das sucessivas crises políticas pelas quais passou. Essa experiência foi interrompida pelo golpe de 1964. Sob o ponto de vista econômico, o período entre 1946 e 1964 foi marcado, entre outros aspectos, pela a) política desenvolvimentista de JK (1956-61), assentada no Plano de Metas e sintetizada no lema "50 anos em 5". b) opção de Vargas (1951-54) de afastar-se do modelo clássico de nacionalismo econômico e apoiar-se fortemente nos capitais internacionais. c) estabilidade econômica e financeira que caracterizou os cinco anos do governo Jânio Quadros, seguindo a trilha aberta por JK. d) superação do grave problema representado pela espiral inflacionária, provavelmente a maior vitória do governo João Goulart. e) capacidade demonstrada pelo governo Gaspar Dutra (1946-1951) de acumular reservas ao reduzir radicalmente os gastos do país no exterior. COMENTÁRIOS: a) Certa. JK adotou o slogan “Cinquenta anos em cinco” (vírgula) marca do desenvolvimentismo do seu governo. O que os outros governos levariam 50 anos para fazer, JK faria em cinco anos. O Plano de Metas prezou, fundamentalmente, pelo crescimento do país. JK dividiu o programa em três grandes áreas: (i) Investimentos em infraestrutura (transporte e energia elétrica); (ii) Estímulo à produção de bens intermediários (aço, carvão, cimento, zinco, etc.); (iii) Incentivos à introdução dos setores de consumo duráveis e de capital. Foi justamente nesse período que vimos o surgimento da indústria automobilística no país e a construção da malha rodoviária nacional. b) Errada. A política de desenvolvimento do segundo governo de Vargas (1951- 1954) caracterizou-se por desenvolvimento industrial, nacionalismo, dirigismo estatal e aproximação com o capital estrangeiro. Baseava-se na concepção de que o desenvolvimento se faria com base na articulação de um tripé: empresa pública, empresa privada nacional e capital internacional. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 41 c) Errada. Jânio Quadros renunciou ao mandato presidencial (1961), governando por apenas 7 meses. Para combater a inflação adotou medidas que tinham o aval do FMI – congelamento de salários, restrição ao crédito e desvalorização da moeda nacional. Mesmo assim, a inflação permaneceu alta, gerando o descontentamento por parte da população. d) Errada. A inflação cresceu no governo João Goulart, sendo de 33,2% em 1961, ano em que assumiu o governo; 49,4% em 1962; 72,8% em 1963 e 91,8% em 1964. e) Errada. No curso da II Guerra Mundial, o Brasil acumulou reservas cambiais. A política econômica e comercial do governo Dutra aumentou os gastos do Brasil no exterior e reduziu drasticamente as reservas cambiais. Gabarito: A 02)(ESAF/CVM/2010 – AGENTE EXECUTIVO) Bem mais que mero golpe militar, 1964 pode ser entendido como a vitória do projeto de modernização do capitalismo brasileiro pela via politicamente autoritária. Nesse sentido, pode-se dizer que o governo Castelo Branco voltou-se para o combate à inflação e para o reequilíbrio das finanças públicas. No governo Médici, fatores internos e externos possibilitaram o milagre brasileiro que, entre 1969 e 1973, permitiu ao país ostentar altíssimas taxas de crescimento econômico. Em linhas gerais, esse crescimento assentou-se, essencialmente, em dois pilares: a) poupança interna e altos índices inflacionários. b) compressão salarial e descompressão fiscal. c) pleno emprego e frágil mercado de capitais. d) compressão salarial e empréstimos externos. e) empréstimos externos e estímulo às importações. COMENTÁRIOS: É famosa a frase do então Ministro da Economia – Delfim Neto: “É preciso primeiro aumentar o bolo, para depois distribuir”. Uma alusão de que a economia brasileira primeiro precisava crescer para depois distribuir, entre os brasileiros, os resultados econômicos deste crescimento. O governo determinava os reajustes salariais, via política salarial, com a reposição salarial sendo menor que a inflação. Esta política ficou conhecida como "arrocho salarial". As vantagens do crescimento econômico não foram igualmente distribuídas pelas História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 41 diversas camadas da população e ficaram concentradas, principalmente nos capitalistas e nas classes sociais de renda mais alta. Nos anos do milagre brasileiro, a dívida externa cresceu exponencialmente, o que se tornou possível pelo elevado grau de liquidez internacional que então prevalecia. Os países produtores de petróleo dispunham de grande liquidez e estavam acumulando bilhões de dólares em seus caixas, que ofereciam, sob a forma de empréstimos a juros relativamente baixos, aos países importadores de petróleo, seus clientes. O Brasil se utilizou amplamente desses financiamentos para consolidar seu crescimento e para aumentar suas reservas internacionais. Em 1964, a dívida externa era de US$ 3 bilhões, chegando a US$ 17 bilhões em 1974. Gabarito: D 03) (ESAF/CVM/2010 – AGENTE EXECUTIVO) A crise do regime autoritário, esboçada nas eleições legislativas de 1974, estendeu-se por uma década. A distensão "lenta, gradual e segura" completou-se ao fim do governo João Figueiredo, com a eleição do civil Tancredo Neves. Relativamente ao processo histórico que marca essa transição e a implantação da Nova República, assinale a opção correta. a) A vigorosa crise econômica, caracterizada por elevada inflação e pelo crescimento da dívida externa, marcou boa parte das décadas de 1980 e 1990. b) Tendo mobilizado a opinião pública, a eleiçãodireta da chapa Tancredo Neves-José Sarney marcou a volta do poder civil após duas décadas de regime militar. c) Embora comprometida com o ideal de cidadania, a Constituição de 1988 foi elaborada por número restrito de juristas, sem o concurso da sociedade civil. d) Em meio a várias tentativas frustradas, a Nova República logrou sepultar a vertiginosa inflação com a edição do Plano Cruzado, no governo Sarney. e) Praticamente desaparecida no regime militar, a indústria cinematográfica brasileira renasceu com o fortalecimento da Embrafilme, no governo Collor. COMENTÁRIOS: a) Certa. No final da ditadura militar (Governo Figueiredo), em 1982, a dívida externa beirava os 100 bilhões de dólares, quase dobrando no ano de 2000, História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 41 quando atingiu o valor de 190 bilhões de dólares. O regime militar deixou uma herança de mais de 200% de inflação anual. Nos anos subsequentes, vários pacotes/planos econômicos foram instituídos para controlar o “dragão” da inflação: Plano Cruzado (1986), Cruzadinho, Cruzado II, Plano Bresser (1987) e Plano Verão (1989). Em 1989 com uma taxa de 1635% ao ano, o país conheceu a hiperinflação. A inflação somente veio a ser domada com o advento do Plano Real, (excluir vírgula) em 1994. Em junho de 1994, às vésperas da introdução do real, a inflação acumulada em 12 meses era de 4.922,60%. b) Errada. A opinião pública foi mobilizada pelo movimento “Diretas Já!”, que foi uma série de manifestações populares que pediam eleições diretas para Presidente da República e o fim da interferência militar no governo brasileiro. A campanha não logrou êxito, quanto às eleições diretas. A chapa dos civis Tancredo Neves/José Sarney foi eleita por meio de eleição indireta – Colégio Eleitoral – no ano de 1984. c) Errada. A Constituição de 1988 foi elaborada por deputados federais e senadores, eleitos para a legislatura 1987-1990 e também para formarem a Assembleia Nacional Constituinte. A sociedade civil se mobilizou para influenciar na elaboração da Carta Magna. Muitos dispositivos incluídos ao final do seu processo de elaboração foram resultado desta mobilização social. d) Errada. O Plano Cruzado, instituído em 28 de fevereiro de 1986, objetivou controlar o processo inflacionário existente naquele período. Inicialmente o plano obteve sucesso, a inflação nos meses posteriores foi praticamente nula, e houve crescimento do emprego e dos salários. Porém, o plano fracassou com o retorno da inflação que foi de 367% em 1987. e) Errada. Criada em 1969, a Embrafilme foi até a sua extinção em 1990, pelo governo Collor, o principal agente financiador e distribuidor de filmes brasileiros. A extinção atingiu drasticamente o cinema nacional, com a paralisação quase total da produção de filmes nacionais de longa-metragem nos anos subsequentes. Gabarito: A (CESPE/ANTT/2013 – ANALISTA ADMINISTRATIVO) Em 1930 chegou ao fim o período chamado de primeira república. Apesar da superação pacífica do antigo regime, teve início um período conturbado da história política brasileira. Em relação a esse tema, julgue o item que se segue. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 41 04) Em 1979 foram editadas novas leis que afetaram a organização partidária, extinguiram a antiga Arena e o MDB e possibilitaram a criação de um sistema pluripartidário. COMENTÁRIOS: Em 31 de março de 1964, os militares dão um golpe de estado e tomam o poder no Brasil. A ditadura militar dura 21 anos, até a posse em 15 de março de 1985, do presidente José Sarney. Em 1979, no período final da ditadura, na sua fase de abertura política, a Arena e o MDB são extintos, e o pluripartidarismo, restabelecido. A Arena transforma-se no Partido Democrático Social (PDS), enquanto o MDB vira PMDB. Mas a oposição dá origem a outros partidos, como PDT, PTB e PT. Gabarito: Certo 05) O sistema parlamentarista, implementado em 1961, foi uma maneira dos militares limitarem o poder de Jango Goulart. COMENTÁRIOS: Jânio Quadro renunciou à presidência da república em 1961. O seu vice- presidente era João Goulart (Jango). Os militares tentaram impedir a sua posse. Como não conseguiram, o Congresso Nacional aprovou arbitrariamente a mudança do regime político nacional para o parlamentarismo. Dessa maneira, os militares e políticos conservadores buscavam limitar significativamente as ações do Poder Executivo e, consequentemente, diminuir os poderes dados para Jango. Gabarito: Certo 06) Durante o período militar, o governo Médici foi marcado por uma liberalização da política de forma lenta e gradual, bem como pelo fim da repressão aos dissidentes. COMENTÁRIOS: O governo do Presidente Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), período mais repressivo da ditadura, ficou conhecido como os “anos de chumbo”. No seu mandato multiplicaram-se as acusações de torturas e desaparecimento de opositores. Nesse período, são mortos pela repressão os História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 41 dirigentes de esquerda Carlos Marighela (1969) e Carlos Lamarca (1971). A Guerrilha do Araguaia é combatida, vencida e desarticulada. A abertura política “lenta, segura e gradual” iniciou no mandato do presidente Ernesto Geisel (19741979). No seu governo, as denúncias de tortura diminuíram, mas, em outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog é assassinado sob tortura no Doi-Codi (órgão repressivo do regime). A abertura continuou “lenta e gradual” na gestão do general João Baptista Figueiredo (1979-1985). A liberdade de imprensa é restabelecida. Figueiredo promulga a Lei de Anistia, que permite a volta da maior parte dos exilados e liberta os opositores presos, mas exclui da lei os condenados por “terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal”. Posteriormente, a lei foi usada para impedir a apuração de crimes de acusados de tortura e de assassinatos sob as ordens da ditadura. O fim da repressão aos dissidentes viria a ocorrer somente no governo Figueiredo. Gabarito: Errado 07) (VUNESP/PM-SP/2015) Ato institucional era o decreto utilizado pelos militares para legitimarem suas decisões. Em dezembro de 1968, ocorreu a promulgação do Ato Institucional no 5 (AI-5) que, em seu preâmbulo, dizia-se ser uma necessidade para atingir os objetivos da revolução, “com vistas a encontrar os meios indispensáveis para a obra de reconstrução econômica, financeira e moral do país”. O AI-5 foi promulgado no governo de a) Ernesto Geisel e deu ao executivo plenos poderes para cassar mandatos, além de suspender a estabilidade dos funcionários públicos e militares. b) João Figueiredo e fechou o Congresso, determinou as regras para a aprovação de nova Constituição e suspendeu os direitos políticos de oposicionistas. c) Costa e Silva e representou o fechamento do sistema político, restringiu drasticamente a cidadania e permitiu a ampliação da repressão policial-militar. d) Castello Branco e fixou eleições indiretas para governadores e prefeitos das capitais, acabou com a garantia do habeas corpus e ampliou a repressão policial. e) Garrastazu Médici e estabeleceu eleições indiretas para os cargos de presidente e governador, extinguiu os partidos políticos e permitiu ao Executivo cassar mandatos de políticos. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 41 COMENTÁRIOS: Conforme o enunciado da questão, o AI-5, de 13 de dezembro de 1968,deu ao regime militar poderes absolutos, permitindo aos governos militares, total liberdade de legislar em matéria política, eleitoral, econômica e tributária. A Constituição de 1967, promulgada por exigência do regime militar, teve uma sucessiva expedição de Atos Institucionais (AIs), entre eles, o AI-5. Esse ato, conforme a alternativa “c”, foi baixado no governo do Presidente, general Costa e Silva, com várias medidas arbitrárias, que serviram de mecanismos de legitimação e legalização das ações políticas dos militares. Entre elas, a suspensão de reuniões de cunho político, a intervenção em estados e municípios, a censura aos meios de comunicação e a suspensão do habeas corpus. Gabarito: C 08) (VUNESP/PM-SP/2011 – SOLDADO) O golpe militar de 1964 foi justificado por seus executores como intervenção necessária para a defesa da ordem e da democracia - ameaçada, segundo eles, pela agitação de sindicalistas e comunistas. Alguns previam que seria uma intervenção de curta duração. Não foi o que aconteceu. Com o tempo, o que deveria ser provisório tornou-se permanente. Apoiados pelos grupos conservadores da sociedade, as Forças Armadas assumiram totalmente o poder. (Francisco Teixeira, Brasil: História e Sociedade) Foram características desse período a a) repressão aos opositores e o fortalecimento do poder Executivo. b) liberdade de organização partidária e a censura à imprensa, a cargo do DIP. c) extinção dos partidos políticos e o fechamento do poder Judiciário. d) anistia aos guerrilheiros e as eleições diretas para presidente. e) imposição dos Atos Institucionais e o reforço do poder do Congresso. COMENTÁRIOS: a) Certa. O Golpe Militar de 1964 foi apoiado por conservadores, setores da elite e da classe média, como forma de acabar com a ameaça da esquerda e controlar a crise econômica. A ditatura militar no Brasil foi marcada por intensa repressão e violência, o que passou a ocorrer logo nos primeiros dias do golpe a setores de oposição, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), as Ligas Camponesas, a Ação Popular (AP), a Central Geral dos Trabalhadores (CGT) e a grupos católicos como a Juventude Universitária Católica (JUC). O regime História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 41 político do período, pautado na autoridade do Estado, fortalecia o Poder Executivo, em detrimento do Legislativo e Judiciário. b) Errada. Não houve liberdade de organização partidária, ao contrário, no governo de Castelo Branco foi instituído o bipartidarismo com a Aliança Renovadora Nacional (Arena) que abrigava as forças de apoio direto ao regime e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) que reunia as demais forças em uma frente de oposição ampla e moderada. O DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda, criado na Era Vargas em 1940, era utilizado como instrumento para a censura e para a propaganda na ditadura do Estado Novo. c) Errada. A primeira parte da resposta está correta, pois o Ato Institucional n° 2 (AI-2), decretado por Castelo Branco em 1965, dissolveu os partidos políticos e implantou o bipartidarismo, que ficou em vigor durante a maior parte da ditadura militar. Porém, o judiciário não foi fechado, sua ação foi limitada. d) Errada. Durante a abertura política no governo do presidente João Batista Figueiredo (1979-1985) foi aprovada pelo Congresso a Lei da Anistia, perdoando os presos políticos e exilados políticos acusados de crimes políticos. Já a emenda proposta pelo deputado Dante de Oliveira, para restabelecer eleições direta para presidente, não foi aprovada. e) Errada. A Constituição de 1967 incorporou os Atos Institucionais, ampliando os poderes do presidente, o que foi uma característica do regime militar. Contudo, o poder do Congresso não foi reforçado, ao contrário, uma vez que o Congresso foi fechado no governo de Costa e Silva (1967-1969) com a baixa do AI-5 em 1968, permanecendo até 1978. Gabarito: A 09) (DRH-CRS/PM-MG/2013 – SOLDADO) Marque a alternativa CORRETA. O Golpe Militar de 1964 não trouxe para o Brasil mudanças significativas na estrutura econômica que permaneceu a mesma: capitalismo, latifúndio, forte presença do capital estrangeiro e na política a burguesia continuava a classe hegemônica. Os vencedores ESPERAVAM com o golpe: A. ( ) A criação de uma infraestrutura favorável para a implantação das reformas de base. B. ( ) A participação dos militares no novo governo, já que haviam se preparado longamente na Escola superior de Guerra. C.( ) Após os focos de tensão controlados foi colocado em prática o AI- 1 que determinava a volta ao poder do governo anterior. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 41 D. ( ) O esmagamento pelo autoproclamado Comando Supremo Revolucionário dos inimigos, denominados genericamente de “subversivos” como políticos. COMENTÁRIOS: A) Incorreta. As reformas de base foram propostas por Jango no governo anterior ao início do regime militar. O aprofundamento dessa reforma foi reivindicado em manifestações públicas no início de 1964 - pela reforma agrária, bancária e fiscal, e ainda, por direitos aos trabalhadores do campo e a mobilização dos camponeses para a organização sindical. Para combater essa série de movimentos e colocar fim ao movimento de esquerda, o governo de Jango foi derrubado pelo golpe militar em 1964. Portanto, os vencedores - militares e conservadores, com posição de direita, não esperavam por uma estrutura que fosse favorável a uma reforma de base, que atendesse às forças da esquerda. B) Incorreta. Uma elite militar foi preparada na ESG - Escola Superior de Guerra (1958), caso fosse necessária uma intervenção política-militar no país. Entretanto, os militares não somente participaram do governo militar, mas mantiveram o controle do Estado, a Presidência da República foi ocupada pelos comandantes do Exército durante a ditadura militar. C) Incorreta. O AI-1 não determinou a volta ao poder do governo anterior. Este ato institucional determinou em 9 de abril de 1964, entre as medidas, a realização de eleições indiretas para presidente da República em um prazo de dois dias, e determinou eleições diretas em outubro de 1965, o que não ocorreu. D) Correta. Conforme o enunciado do texto, “os vencedores”, ou seja, os militares, justificaram o golpe como capaz de deter a principal ameaça ao capitalismo e à segurança do Brasil – o comunismo, que seria implantado por brasileiros considerados “inimigos internos”, a exemplo do que ocorreu em outros países como em Cuba. Na ESG (Escola Superior de Guerra) foi formulada a Doutrina de Segurança Nacional (DSN), ensinada nas escolas superiores das Forças Armadas, que tinha em sua base uma teoria de guerra de combate aos revolucionários, que seriam os inimigos, chamados de subversivos da ordem existente. Após o Golpe Militar de 1964, também chamado por seus defensores de “Revolução de 1964”, foi formada uma junta militar - o Comando Supremo Revolucionário (ou Comando Supremo Revolucionário ou Comando Supremo da Revolução). Essa junta baixou o Ato Institucional nº 1 (AI-1), que, entre outras medidas, suspendeu os direitos políticos de vários cidadãos brasileiros em nome de “interesses nacionais” por dez anos, entre eles, Jânio Quadros, João Goulart e líderes políticos como o dirigente comunista Luís Carlos Prestes e deputado federal Leonel Brizola e o deputado Francisco Julião, líder das Ligas Camponesas. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 41Gabarito: D 10) (FADESP/PM-PA/2016 – SOLDADO) Observe a capa da revista semanal abaixo e responda à questão proposta sobre o processo de redemocratização no Brasil de 1980. A fotografia que compõe a capa da revista Veja de 1984 mostrava um grande ajuntamento popular no centro de São Paulo. Os manifestantes desejavam votar para presidente em um movimento conhecido como “Diretas já”, que pleiteava a) lutar para que o Congresso Nacional Brasileiro aprovasse uma emenda que antecipasse as eleições diretas para presidente da República, antecipando assim o fim da ditadura civil militar no Brasil. b) direito de voto direto – e sem manobras – para todos os cargos políticos no Brasil e, em especial, para presidente da República, nas eleições de 1989. c) ao presidente militar, o general Figueiredo, que suspendesse as eleições indiretas e convocasse a nação a novas eleições gerais constitucionais. d) abertura política, anistia aos presos políticos filiados ao PCdoB (Partido Comunista do Brasil) e eleições diretas para todos os níveis dos governos, especialmente para o cargo maior de presidente da República, nas eleições de 1985. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 41 COMENTÁRIOS: A abertura política inicia de forma gradual no governo de Geisel (1974- 1979) e tem continuidade no governo de Figueiredo (1979-1985). Na década de 1980, durante esse processo de redemocratização no Brasil inicia, em 1983, uma campanha pela realização de eleições diretas para presidente, para a escolha do sucessor de Figueiredo. Essa campanha chamada de “Diretas Já”, representada na imagem da capa da Revista Veja, levou multidões de pessoas às ruas em comícios gigantescos nos primeiros meses de 1984, numa mobilização popular. Essa ideia começou a tomar força em 1982, quando Figueiredo restabeleceu eleições diretas para governador. Em 1983, o deputado federal Dante de Oliveira (PMDB-MT) apresentou ao Congresso Nacional tal emenda constitucional, que propunha o fim do Colégio Eleitoral (que antes elegia os presidentes militares) e o retorno das eleições diretas para presidente e vice-presidente para as eleições seguintes, previstas para 1985. Gabarito: A 11) (PM-MG/PM-MG/2015 – SOLDADO) O Regime Militar instaurado no Brasil entre 1964 a 1985 trouxe como proposta uma intervenção militar que deveria ser curta e saneadora, tendo em vista a ordem política e econômica, para permitir em seguida a volta à vida política normal do país. Analise as afirmativas abaixo e marque a alternativa INCORRETA em relação ao período do Regime Militar: a) O período chamado “Milagre Econômico” (1969-1973) combinou o extraordinário crescimento econômico com as relativas taxas de inflação e independência do sistema financeiro e do comércio internacional. b) O general Ernesto Geisel, ao assumir a presidência em 1974, propõe um projeto de abertura política, de forma a ocorrer uma “distensão lenta e gradual”, devolvendo o país “saneado” a um regime constitucional civil. c) Em resposta às manifestações de milhares de pessoas contra o Regime Militar, no fim de 1968 é editado o AI-5, que fechou o Congresso Nacional, cassou inúmeros mandatos, estabeleceu a censura prévia e inquéritos militares sigilosos. d) A legislação partidária forçou na prática a organização apenas de dois partidos políticos: ARENA (Aliança Renovadora Nacional), agrupando os História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 41 partidários do governo, e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), reunindo a oposição. COMENTÁRIOS: a) Incorreta. Em relação à economia no Regime Militar, as metas estabelecidas pelos governos Costa e Silva (1967-1969) e Médici (1969-1974) eram de crescimento econômico e de contenção da inflação. No governo Médici, a economia brasileira cresceu em ritmo acelerado de 1969 a 1973, período que foi denominado de “milagre econômico”. Isso ocorreu devido à política econômica implementada pelo Ministro da Fazenda Antônio Delfim Neto, com subsídios e incentivos fiscais à produção industrial e apoio à exportação; e a uma conjuntura internacional que facilitou a obtenção de crédito no estrangeiro. Essa política provocou uma estabilidade econômica e a queda da inflação por um período. Porém, também gerou uma dependência do capital estrangeiro, em função dos empréstimos, logo essa proposição é a incorreta. b) Correta. O governo do presidente Geisel (1974-1979) foi marcado pelo processo de “distensão lenta”, como ele denominou, para restabelecer o sistema democrático no país. Para iniciar esse processo, no seu governo estabeleceu o término do AI-5 e a restauração da liberdade de imprensa, diminuindo as denúncias de tortura. c) Correta. No governo de Costa e Silva (1967-1969) foi decretado o AI-5, o mais violento de todos os atos institucionais até então outorgados, o qual suspendeu os direitos políticos e garantias constitucionais individuais, aumentando a repressão militar e policial. d) Correta. A extinção dos partidos políticos e a implantação do bipartidarismo foram medidas do Ato Institucional n° 2 (AI-2), decretado por Castelo Branco em 1965. Com o bipartidarismo, foram criados a Aliança Renovadora Nacional (Arena) - que daria sustentação política ao regime, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) - reunindo opositores de diversas tendências políticas. Gabarito: A (Incorreta) 12) (VUNESP/PM-SP/2010 – SOLDADO) Assinale a alternativa que aponta corretamente um dos fatos que influenciou o endurecimento do regime militar com a decretação do AI-5, em dezembro de 1968. a) O comício do Presidente João Goulart na Central do Brasil. b) A nacionalização de empresas norte-americanas pelo governo do Rio Grande do Sul. c) O fechamento da empresa aérea Panair do Brasil. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 41 d) A vitória da Revolução Cubana. e) As greves operárias nas cidades de Osasco e Contagem. COMENTÁRIOS: a) Incorreta. O presidente João Goulart realizou um comício na Central do Brasil sobre as reformas de base em 1964, contrariando as forças da direita. Esse fato é um antecedente do golpe militar, portanto, não é um dos fatores que provocou o endurecimento do regime militar. b) Incorreta. Leonel Brizola também provocou a direita do país quando era governador do Rio Grande do Sul (1959-1963), com a nacionalização de duas empresas norte-americanas, o que ocorreu antes do golpe militar. c) Incorreta. Em 1965, um decreto suspendeu as linhas da empresa aérea Panair do Brasil, a qual foi fechada em 1969 através de outro decreto. Embora esse fato tenha ocorrido durante o regime militar, não foi motivo de seu endurecimento. d) Incorreta. A vitória da Revolução Cubana em 1959 e a adoção do socialismo contribuíram para que fossem adotadas estratégias de controle em outros países da América Latina, para que ideias de esquerda não se espalhassem. Isso contribuiu para que ocorressem os vários golpes militares na América Latina, inclusive no Brasil. Assim, foi um fator que influenciou no desencadeamento do golpe, mas não foi um fator direto do endurecimento do regime, embora tenha inspirado opositores do regime à luta armada, o que levou a um maior endurecimento do regime, porém isso ocorreu após o decreto do AI-5, no governo de Médici (1969-1974). e) Correta. O AI-5 foi decretado em 1968 durante a ditadura militar no Governo de Costa e Silva (1967-1969), período em que a mobilização popular se intensificou, principalmente de estudantes, trabalhadores e artistas. Em 1968, com reivindicaçõestrabalhistas que se misturavam com a oposição ao regime, ocorreram duas greves bem agressivas com repressão violenta, em Osasco e Contagem, na periferia de São Paulo e de Belo Horizonte, respectivamente. Ao final do mesmo ano, foi decretado o AI-5, aumentando a repressão militar e policial, indicando uma situação de ditadura total, em que a violência só aumentaria até 1971. A resposta dessa questão parte do próprio enunciado, pois a partir do AI-5 e do ano em que ele foi baixado, da situação que prevalecia nesse ano, se chega à resposta correta. Gabarito: E 13) (VUNESP/PM-SP/2014 - SOLDADO) A partir de meados da década de 1970, a ditadura militar brasileira iniciou um lento processo de História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 41 abertura. As medidas liberalizantes que aos poucos fizeram o país retornar a uma democracia foram comandadas a) pelos estudantes universitários, lutando pela reorganização de suas entidades. b) pelos sindicatos de trabalhadores em busca de melhores condições de vida e trabalho. c) pelas autoridades militares, buscando promover uma transição sem revanchismos. d) pelos políticos do MDB, exercendo sua função de partido de oposição ao governo. e) pelo empresariado nacional, contrário à política econômica praticada pelos militares. COMENTÁRIOS: O projeto inicial dos militares em 1964 previa uma sequência de acontecimentos: a ocorrência do golpe, a “limpeza” e o retorno dos militares aos quarteis. Porém, o processo de abertura política iniciou somente com a entrada de Geisel no governo, em 1974, quando o “milagre econômico” dava sinais de esgotamento. O objetivo de Geisel, que era da ala moderada das Forças Armadas, era realizar uma “transição controlada” que, aos poucos, através de um processo de liberalização do regime, suprimisse o aparelho repressivo e garantisse a volta dos militares aos quartéis sem risco de revanchismos e outras punições. Logo, fica claro que a proposição da alternativa (A) é a correta, pois os motivos apresentados nas alternativas restantes, embora estejam relacionados à crise pela qual o regime militar estava passando, não foram responsáveis pela forma como foi realizado o processo de transição do regime militar para o retorno ao sistema democrático. Gabarito: C 14) (UEPA/PM-PA/2012 – SOLDADO) O Projeto “Brasil: Nunca Mais”, coordenado pelo Bispo Dom Paulo Evaristo Arns, foi conduzido de forma clandestina no período final da ditadura militar no Brasil. No relatório divulgado em 1985, foram trazidas à público notícias de pessoas acusadas de subversão política pela ditadura e que foram submetidas a tortura ou mesmo assassinadas pelo regime. Estas práticas: História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 41 a) caracterizaram a ação repressiva dos governos militares contra o suposto “inimigo interno”, tomado pela linha dura militar como defensores da “cubanização” do país. b) foram somente aplicadas em presos comuns retidos nas prisões públicas com o conhecimento da imprensa e da opinião pública. c) foram o único meio justificável de desmantelamento da conspiração comunista que visava tomar o poder no país. d) foram denunciadas sem sustentação razoável na documentação oficial consultada pelos realizadores do projeto. e) desencadearam uma forte reação da opinião pública, de direita e de esquerda, contra a tortura, mesmo após o fim do regime ditatorial. COMENTÁRIOS: O projeto “Brasil Nunca Mais” foi desenvolvido pelo Conselho Mundial de Igrejas e pela Arquidiocese de São Paulo, de forma clandestina, entre 1979 e 1985, ainda durante o regime militar. O objetivo era evitar que os processos judiciais por crimes políticos fossem destruídos, assim estes foram copiados. Após quatro meses do fim do regime, em julho de 1985, foram publicados. Dessa forma, o projeto acabou revelando e denunciando as práticas de repressão do regime militar caracterizadas pelas torturas e outras graves violações aos direitos humanos, aos que eram denominados de “inimigos internos” pela linha dura do regime. Estes eram considerados pelo governo uma ameaça à ordem, defensores do que ocorreu em Cuba com a vitória da Revolução. Gabarito: A 15) (PM-MG/PM-MG/2015 – SOLDADO) “Em 1983, o governo militar estava nas últimas. A inflação, a recessão e o desemprego aumentavam. A moratória e os acordos com o FMI paralisavam a economia. As forças democráticas do país se lançaram, então, num grande movimento para apressar a redemocratização: a campanha das Diretas já” [Fonte: Ronaldo Vainfas (et.al). História: volume único. São Paulo: Saraiva, 2010, p.816-817]. A partir do trecho acima é CORRETO afirmar que: a) A Emenda Dante de Oliveira, por meio das articulações políticas dos setores oposicionistas no Congresso Nacional, conseguiu ser aprovada, restabelecendo o voto direto para o cargo de Presidente da República. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 41 b) O movimento “Diretas já” se fundamentou em grandes comícios que, no entanto, concentrou-se nos estados da região nordeste do Brasil, área com maior concentração de pessoas pobres e atingidas pela crise que se instalava no país. c) As oposições se uniram no segundo semestre de 1983 para aprovação da Emenda Dante de Oliveira, que restabelecia o voto direto para Presidente da República sem, no entanto, alcançar êxito, pois não conseguiram os 2/3 de votos do plenário. d) Tancredo Neves foi o primeiro Presidente da República a ser eleito pelo voto direto após a aprovação da Emenda Dante de Oliveira. COMENTÁRIOS: a) Incorreto. A Emenda Dante de Oliveira, proposta pelo deputado do PMDB para o restabelecimento de eleições direta para presidente e vice-presidente, não foi aprovada pelo Congresso Nacional. b) Incorreto. Os comícios pelas “Diretas Já” ocorreram em todo o Brasil. A primeira manifestação organizada ocorreu em Recife, Pernambuco, em março de 1983. c) Correto. Essa questão poderia ser resolvida com a eliminação das outras alternativas, pois além de estarem incorretas, não correspondem ao trecho de texto apresentado, o qual se refere a um momento de esgotamento do regime militar em que as forças que lutam pela democracia se unem pelo retorno das eleições diretas, através da emenda Dante de Oliveira e na campanha das “Diretas Já”, cujas manifestações ocorreram em todo país. Como a emenda não foi aprovada, a escolha do próximo presidente, Tancredo Neves, ainda ocorreu pelo voto indireto. d) Incorreto. Tancredo Neves não foi eleito por voto direto, foi eleito pelo Colégio Eleitoral, o mesmo que elegia os presidentes militares da ditadura. Gabarito: C 16) (VUNESP/PM-SP/2010 – SOLDADO) Os festivais da canção realizados em fins dos anos 1960 pelas emissoras de televisão, especialmente a Record e a Excelsior, foram importantes do ponto de vista social e político, pois a) funcionaram como veículos de propaganda política do regime militar, no intuito de propagar o patriotismo. b) tornaram-se expressão de contestação dos movimentos sociais, especialmente do estudantil. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 41 c) levaram compositores, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, a aderir à luta armada contra o regime militar. d) trouxeram o entretenimento para a sociedade por intermédio da Jovem Guarda, o gênero musical que predominou nos festivais. e) contribuíram para diminuir a oposição da classemédia ao regime militar, pois demonstraram o caráter democrático desse regime. COMENTÁRIOS: A década de 1960 foi marcada por movimentos sociais que ocorreram em todo o mundo. No Brasil, ficou conhecida por “Anos Rebeldes”, quando diferentes grupos exprimiram sua contestação à situação do momento, entre eles, os trabalhadores, artistas e estudantes. A música foi um importante canal de protesto social. Em abril de 1965, foi realizado o primeiro festival de música popular brasileira transmitido pela TV Excelsior, além de outros que se seguiram. Os festivais da canção, além de lançarem nomes importantes para a música brasileira, tiveram um caráter crítico ao regime militar. Como exemplo, a música ”Caminhando” de Geraldo Vandré, até hoje cantada em manifestações políticas, sobretudo de estudantes, concorreu no 3º Festival Internacional da Canção, em 1968. Isso ocorreu antes da vigência do Ato Institucional número 5 (AI-5) que decretou a censura aos meios de comunicação e também às manifestações artísticas, como a música. Gabarito: B 17) (UPENET/IAUPE/PM-PE/2009 - Soldado) O Ato Institucional Número 5 (AI-5), um dos mais terríveis instrumentos normativos lançados pelo Regime Militar, foi extinto no governo de a) João Batista de Figueiredo. b) Humberto de Alencar Castelo Branco. c) Emílio Garrastazu Médici. d) Ernesto Geisel. e) José Sarney. COMENTÁRIOS: O Ato Institucional nº 5 (AI-5) foi baixado durante o governo do general Costa e Silva em dezembro de 1968, sendo considerado o mais violento de todos os atos até então outorgados. Vigorou por dez anos, sendo extinto somente em História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 41 dezembro de 1978, pelo presidente Geisel, no governo em que se tem início a abertura política. Gabarito: D História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 41 LISTA DE QUESTÕES: 01) (ESAF/CVM/2010 – AGENTE EXECUTIVO) Nas décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, o Brasil viveu rica experiência democrática, a despeito das sucessivas crises políticas pelas quais passou. Essa experiência foi interrompida pelo golpe de 1964. Sob o ponto de vista econômico, o período entre 1946 e 1964 foi marcado, entre outros aspectos, pela a) política desenvolvimentista de JK (1956-61), assentada no Plano de Metas e sintetizada no lema "50 anos em 5". b) opção de Vargas (1951-54) de afastar-se do modelo clássico de nacionalismo econômico e apoiar-se fortemente nos capitais internacionais. c) estabilidade econômica e financeira que caracterizou os cinco anos do governo Jânio Quadros, seguindo a trilha aberta por JK. d) superação do grave problema representado pela espiral inflacionária, provavelmente a maior vitória do governo João Goulart. e) capacidade demonstrada pelo governo Gaspar Dutra (1946-1951) de acumular reservas ao reduzir radicalmente os gastos do país no exterior. 02)(ESAF/CVM/2010 – AGENTE EXECUTIVO) Bem mais que mero golpe militar, 1964 pode ser entendido como a vitória do projeto de modernização do capitalismo brasileiro pela via politicamente autoritária. Nesse sentido, pode-se dizer que o governo Castelo Branco voltou-se para o combate à inflação e para o reequilíbrio das finanças públicas. No governo Médici, fatores internos e externos possibilitaram o milagre brasileiro que, entre 1969 e 1973, permitiu ao país ostentar altíssimas taxas de crescimento econômico. Em linhas gerais, esse crescimento assentou-se, essencialmente, em dois pilares: a) poupança interna e altos índices inflacionários. b) compressão salarial e descompressão fiscal. c) pleno emprego e frágil mercado de capitais. d) compressão salarial e empréstimos externos. e) empréstimos externos e estímulo às importações. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 41 03) (ESAF/CVM/2010 – AGENTE EXECUTIVO) A crise do regime autoritário, esboçada nas eleições legislativas de 1974, estendeu-se por uma década. A distensão "lenta, gradual e segura" completou-se ao fim do governo João Figueiredo, com a eleição do civil Tancredo Neves. Relativamente ao processo histórico que marca essa transição e a implantação da Nova República, assinale a opção correta. a) A vigorosa crise econômica, caracterizada por elevada inflação e pelo crescimento da dívida externa, marcou boa parte das décadas de 1980 e 1990. b) Tendo mobilizado a opinião pública, a eleição direta da chapa Tancredo Neves-José Sarney marcou a volta do poder civil após duas décadas de regime militar. c) Embora comprometida com o ideal de cidadania, a Constituição de 1988 foi elaborada por número restrito de juristas, sem o concurso da sociedade civil. d) Em meio a várias tentativas frustradas, a Nova República logrou sepultar a vertiginosa inflação com a edição do Plano Cruzado, no governo Sarney. e) Praticamente desaparecida no regime militar, a indústria cinematográfica brasileira renasceu com o fortalecimento da Embrafilme, no governo Collor. (CESPE/ANTT/2013 – ANALISTA ADMINISTRATIVO) Em 1930 chegou ao fim o período chamado de primeira república. Apesar da superação pacífica do antigo regime, teve início um período conturbado da história política brasileira. Em relação a esse tema, julgue o item que se segue. 04) Em 1979 foram editadas novas leis que afetaram a organização partidária, extinguiram a antiga Arena e o MDB e possibilitaram a criação de um sistema pluripartidário. 05) O sistema parlamentarista, implementado em 1961, foi uma maneira dos militares limitarem o poder de Jango Goulart. História para a Polícia Militar de São Paulo - Soldado Prof. Leandro Signori Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 41 06) Durante o período militar, o governo Médici foi marcado por uma liberalização da política de forma lenta e gradual, bem como pelo fim da repressão aos dissidentes. 07) (VUNESP/PM-SP/2015) Ato institucional era o decreto utilizado pelos militares para legitimarem suas decisões. Em dezembro de 1968, ocorreu a promulgação do Ato Institucional no 5 (AI-5) que, em seu preâmbulo, dizia-se ser uma necessidade para atingir os objetivos da revolução, “com vistas a encontrar os meios indispensáveis para a obra de reconstrução econômica, financeira e moral do país”. O AI-5 foi promulgado no governo de a) Ernesto Geisel e deu ao executivo plenos poderes para cassar mandatos, além de suspender a estabilidade dos funcionários públicos e militares. b) João Figueiredo e fechou o Congresso, determinou as regras para a aprovação de nova Constituição e suspendeu os direitos políticos de oposicionistas. c) Costa e Silva e representou o fechamento do sistema político, restringiu drasticamente a cidadania e permitiu a ampliação da repressão policial-militar. d) Castello Branco e fixou eleições indiretas para governadores e prefeitos das capitais, acabou com a garantia do habeas corpus e ampliou a repressão policial. e) Garrastazu Médici e estabeleceu eleições indiretas para os cargos de presidente e governador, extinguiu os partidos políticos e permitiu ao Executivo cassar mandatos de políticos. 08) (VUNESP/PM-SP/2011 – SOLDADO) O golpe militar de 1964 foi justificado por seus executores como intervenção necessária para a defesa da ordem e da democracia - ameaçada, segundo eles, pela agitação de sindicalistas e comunistas. Alguns previam que seria uma intervenção de
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