Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

2
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE GOIÁS
CURSO DE PSICOLOGIA
CAMILLA HANNOUCHE CAMILO
VANESSA SANTOS SILVA
RELATÓRIO DO CASO 
GORILLA KOKO:
Goiânia-GO
2021
1. RELATO DO CASO
Hanabiko "Koko" foi uma gorila-ocidental-das-terras-baixas fêmea, conhecida por ter aprendido a se comunicar por meio de uma versão modificada da língua de sinais norte-americana (ASL), nasceu em 4 de julho de 1971, e viveu até 19 de junho de 2018.
Koko nasceu no Zoológico de São Francisco e viveu a maior parte de sua vida em Woodside, nas reservas da The Gorilla Foundation. Seu nome é de origem japonesa e significa "fogos de artifício.
Koko compreendia aproximadamente 2.000 palavras do inglês falado e possuía um vocabulário ativo com mais de 1.000 sinais do que Patterson (sua instrutora e cuidadora) chama de "língua de sinais de gorila” e equivale ao nível de um ser humano de três anos de idade.
A história de Koko e sua a interação com humanos começou em 1971, quando a mãe de Koko a rejeitou quando ainda era recém-nascida, no zoológico norte-americano da cidade de São Francisco. Pesquisadora da Universidade Stanford, Penny Patterson decidiu cuidar do animal e estabeleceu uma ligação com ele: em 1976, ela fundou a The Gorilla Foundation, que levantou recursos para que Koko vivesse de maneira adequada em um ambiente diferente do zoológico.  Apesar das controvérsias — ativistas criticaram a atitude de Patterson em introduzir um comportamento antinatural na vida do animal — a gorila aprendeu a se comunicar com sua criadora.
Para a pesquisadora, isso possibilitou que a comunidade científica compreendesse que os animais são inteligentes e demonstram sentimentos e emoções particulares.
	A primata impressionou muitos pesquisadores com seu domínio no uso da linguagem, em comparação com outros experimentos já ocorridos no uso de linguagem por primata não humanos. Ela usava em suas frases, substantivos, verbos, adjetivos e até mesmo conceitos abstratos e básico da gramatica, e se comparava ao domínio da sintaxe gramática de uma criança, chegando a pontuar em escalas Qi de 70 a 90 de acordo com alguns especialistas.
Penny relata que Koko fez uso complexos de sinais que sugeriam um grau de cognição mais desenvolvido do que geralmente é atribuído a primatas não humanos, sua comunicação era utilizava linguagem reflexiva, usava sinalização. Koko era capaz de formular declarações sobre fatos fictícios, com efeito humorístico, sugerindo uma mente subjacente com linguagem de maneira enganosa. Ela criava novos tipos de sinais para expressar seus pensamentos e sentimentos.
Nos últimos anos, já com idade avançada, Koko fazia sucesso na internet. A gorila morreu aos 46 anos de idade, e deixando um vasto repertório de possibilidades de estudo acerca da sua evolução no que tange a linguagem, pensamentos e sentimentos de seres tidos como irracionais.
2. DISCUSSÃO
Para Piaget, a linguagem é um acessório na construção do conhecimento, onde as raízes do pensamento estão presentes na ação e nos mecanismos sensório-motores, muito mais do que na própria língua falada em si; em um contexto onde o jogo simbólico possibilita a representação individual do mundo e da linguagem.
De acordo com a teoria de Piaget, o pensamento antecede a linguagem, e salienta que a aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções mentais superiores, criando o pensamento, possibilitando aparecimento da imaginação, desenvolvendo a memória e o planejamento da ação.
A obra de Piaget tem como objetivo solucionar a questão que engloba o sujeito e o conhecimento, explicando a estruturação progressiva de como o conhecimento surge e, nesse sentido, investigar o papel da lógica e da linguagem. 
É nesse contexto de inquietação e questionamento que se realizam os primeiros estudos sobre o desenvolvimento do pensamento e da linguagem da criança. Em seus conceitos, Piaget associa a linguagem socializada, aos termos e conceitos que são compartilhados por todos do grupo em se aplica, e formam uma estrutura lógica de pensamento e dialogo.
	Na perspectiva de Piaget os fatores sociais e culturais são aqueles que promovem o desenvolvimento do pensamento, enfocando a visão interacionista de maneira bastante ampla, de modo a abranger o interacionismo piagetiano, o socio interacionismo, o interacionismo histórico-cultural vygotskyano.
 Além dessas duas perspectivas interpretativas importantes, temos ainda uma visão e vertente bastante notória no caso de Koko – o comportamentalismo – para quem o aprendizado da linguagem é sobretudo resultado de treinamento e repetições até gerar o hábito e o entendimento.
A gorila Koko alcançou pontuações na faixa de 70–90, que é comparável a um bebê humano, apresentando respostas motoras de forma clara e suficiente para um animal. Gorilas e humanos também amadurecem em taxas diferentes, portanto, usar a idade cronológica de um gorila para calcular seus resultados de QI em uma pontuação não é um fator determinante e confiável. 
Não sabemos ao certo, o real nível de sensibilidade que esses animais podem desenvolver em relação às distinções fonológicas humanas, mas há algumas evidências empíricas de que vertebrados podem ser treinados para desenvolver uma audição mais apurada para a fala humana. 
Patterson, a criadora de Koko, foi bastante criticada pelo uso de seus métodos, vistos que muitos pesquisadores afirmavam que dessa forma, havia uma manipulação além do que o animal estaria sendo induzido a modificar sua natureza no que tange o comportamento.
Outros pesquisadores argumentaram que Koko não entendia o significado de suas falas e ações, e que aprendeu a completar os sinais simplesmente porque os pesquisadores a recompensaram por isso, sugerindo que suas ações eram produto do condicionamento operante.
Embora, não saibamos o real motivo do sucesso de Koko em aprender a se comunicar e expressar sentimentos de forma tão parecida com os humanos, podemos afirmar que os métodos de Patterson correlacionam com a teoria de Piaget, que enfatiza que ações repetidas, o ato de fazer, de ensinar, e a construção do conhecimento perfazem e conduzem ao pensamento e conhecimento da linguagem socializada de modo geral.
 
3. CONCLUSÃO
O presente trabalho apresenta dados relevantes, sobre o caso da Gorilla Koko, onde afinal percebe-se que as diferenças genéticas entre humanos e chimpanzés são tão pequenas, a ponto de chegarmos a uma conclusão que a diferença de comunicação e cultura resultado do ambiente em que vivemos. Inexplicavelmente, o experimento tido como o mais bem sucedido de ensino de língua sinalizada para um primata não-humano não foi com chimpanzés, mas com um gorila, visto que a pesquisadora Penny não somente ensinava a língua de sinais americana, mas também a pronúncia das palavras em inglês e gestos que facilitavam a comunicação entre as ambas. 
Durante essa pesquisa podemos concluir que é possível ensinar uma língua sinalizada, mesmo que o número de palavras conhecidas seja menor e que algumas variações sejam observadas. Dessa forma, fica evidente a capacidade linguística dos primatas não humanos, de modo que foi possível a comunicação acontecer com o uso da linguagem sinalizada.
Diante do exposto, nota-se que existe uma semelhança na capacidade dos primatas humanos e não-humanos em se comunicar através de línguas, mas ainda há muito o que se evoluir em pesquisas e estudos antes de formular que todas as especiais teriam o mesmo êxito em um experimento semelhante, isso porque o ambiente e a socialização do gorila Koko contribuíram de forma significativa para a construção de um vasto repertório de palavras, sinais, gestões e expressões. 
REFERÊNCIAS
ALENCAR, E. M. L. S. (org.). Novas contribuições da psicologia aos processos de ensino e aprendizagem. 2.ed. São Paulo: Cortez, 1993. 217p.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico: projetos de pesquisa,pesquisa bibliográfica, teses de doutorado, dissertações de mestrado, trabalhos de conclusão de curso. 2017.
PIAGET.J. (1999). O pensamento e a linguagem na criança. São Paulo: Martins Fontes.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 1987. Bibliografia de Vygotsky. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org>. Acesso em: 16.06.2021
Disponível conteúdo em: https://www.scielo.br/j/pe/a/fCP8sTNyyMf7rcmgvVxY8Ds/?lang=pt&format=pdf acesso em 16.06.2021
Disponível conteúdo em: https://www.youtube.com/watch?v=FqJf1mB5PjQ acesso em 16.06.2021

Mais conteúdos dessa disciplina