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CADERNO LITERATURA 
ENEM 2009 a 2018 
 
133 novocadernoenem@gmail.com 
(PEIXOTO, J. Livro. São Paulo: Cia. das Letras, 12) 
 
No texto, observa-se o uso característico do 
português de Portugal, marcadamente diferente 
do uso do português do Brasil. O trecho que 
confirma essa afirmação é: 
 
A) “Pela primeira vez na vida teve pena de ha-
ver tantos assuntos no mundo que não compre-
endia e esmoreceu.” 
B) “Os assuntos que não compreendia eram 
uma espécie de tontura, mas o Ilídio era forte.” 
C) “Essa certeza dava-lhe forças para protestar 
mais, para gritar até, se lhe apetecesse.” 
D) “Se calhar estava a falar de tratar da cabra: 
nunca esqueças de tratar da cabra.” 
E) “O Ilídio não gostava que a mãe o mandasse 
tratar da cabra.” 
 
 
Questão 361 (2017.2) 
 
TEXTO I 
 
 
 
DUCHAMP, M. Roda de bicicleta. Aço e madei-
ra, 1,3 m x 64 cm x 42 cm, 1913. 
Museu de Arte Moderna de Nova York. 
 
(DUCHAMP, M. Roda de bicicleta. 
Barcelona: Polígrafa, 1995) 
 
TEXTO II 
 
Ao ser questionado sobre seu processo de cria-
ção de ready mades, Marcel Duchamp afirmou: 
— Isto dependia do objeto; em geral, era preci-
so tomar cuidado com o seu look. É muito difícil 
escolher um objeto porque depois de quinze 
dias você começa a gostar dele ou a detestá-lo. 
É preciso chegar a qualquer coisa com uma 
indiferença tal que você não tenha nenhuma 
emoção estética. A escolha do ready-made é 
sempre baseada na indiferença visual e, ao 
mesmo tempo, numa ausência total de bom ou 
mau gosto. 
 
(CABANNE, P. Marcel Duchamp: 
engenheiro do tempo perdido. São Paulo: 
 Perspectiva, 1987 - adaptado) 
 
Relacionando o texto e a imagem da obra, en-
tende-se que o artista Marcel Duchamp, ao criar 
os ready-mades, inaugurou um modo de fazer 
arte que consiste em: 
 
A) designar ao artista de vanguarda a tarefa de 
ser o artífice da arte do século XX. 
B) considerar a forma dos objetos como ele-
mento essencial da obra de arte. 
C) revitalizar de maneira radical o conceito clás-
sico do belo na arte. 
D) criticar os princípios que determinam o que é 
uma obra de arte. 
E) atribuir aos objetos industriais o status de 
obra de arte. 
 
 
Questão 362 (2017.2) 
Chamou-me o bragantino e levou-me pelos 
corredores e pátios até ao hospício propriamen-
te. Aí é que percebi que ficava e onde, na se-
ção, na de indigentes, aquela em que a imagem 
do que a Desgraça pode sobre a vida dos ho-
mens é mais formidável. O mobiliário, o vestuá-
rio das camas, as camas, tudo é de uma pobre-
za sem par. Sem fazer monopólio, os loucos 
são da proveniência mais diversa, originando-se 
em geral das camadas mais pobres da nossa 
gente pobre. São de imigrantes italianos, portu-
gueses e outros mais exóticos, são os negros 
roceiros, que teimam em dormir pelos desvãos 
das janelas sobre uma esteira esmolambada e 
uma manta sórdida; são copeiros, cocheiros, 
moços de cavalariça, trabalhadores braçais. No 
meio disto, muitos com educação, mas que a 
falta de recursos e proteção atira naquela geena 
social. 
 
(BARRETO, L. Diário do hospício e O cemitério dos 
vivos. São Paulo: Cosac & Naify, 2010) 
 
No relato de sua experiência no sanatório onde 
foi interno, Lima Barreto expõe uma realidade 
social e humana marcada pela exclusão. Em 
seu testemunho, essa reclusão demarca uma: 
 
A) medida necessária de intervenção terapêuti-
ca. 
B) forma de punição indireta aos hábitos desre-
grados. 
C) compensação para as desgraças dos indiví-
duos. 
CADERNO LITERATURA 
ENEM 2009 a 2018 
 
134 novocadernoenem@gmail.com 
D) oportunidade de ressocialização em um novo 
ambiente. 
E) conveniência da invisibilidade a grupos vul-
neráveis e periféricos. 
 
 
Questão 363 (2017.2) 
 
O exercício da crônica 
 
Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo pro-
sa fiada, como faz um cronista; não a prosa de 
um ficcionista, na qual este é levado meio a 
tapas pelas personagens e situações que, azar 
dele, criou porque quis. Com um prosador do 
cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se diante 
de sua máquina, acende um cigarro, olha atra-
vés da janela e busca fundo em sua imaginação 
um fato qualquer, de preferência colhido no 
noticiário matutino, ou da véspera, em que, com 
as suas artimanhas peculiares, possa injetar um 
sangue novo. 
 
(MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e 
poemas. São Paulo: Cia. das Letras, 1991) 
 
Nesse trecho, Vinicius de Moraes exercita a 
crônica para pensá-la como gênero e prática. 
Do ponto de vista dele, cabe ao cronista: 
 
A) criar fatos com a imaginação. 
B) reproduzir as notícias dos jornais. 
C) escrever em linguagem coloquial. 
D) construir personagens verossímeis. 
E) ressignificar o cotidiano pela escrita. 
 
 
Questão 364 (2017.2) 
 
Inspiração no lixo 
 
O paulistano Jaime Prades, um dos precursores 
do grafite e da arte urbana, chegou ao lixo por 
sua intensa relação com as ruas de São Paulo. 
“A partir da década de 1980, passei a perceber 
o desastre que é a ecologia urbana. Quando a 
gente fala em questão ambiental, sempre se 
refere à natureza, mas a crise ambiental urbana 
é forte”, diz Prades. Inspirado pela obra de 
Frans Krajcberg, há quatro anos Jaime Prades 
decidiu construir uma árvore gigante no Parque 
do Ibirapuera ou em outro local público, feita 
com sobras de madeira garimpadas em caçam-
bas. “Elas são como os intestinos da cidade, 
são vísceras expostas”, conta Prades. “Percebi 
que cada pedaço de madeira carregava a me-
mória da árvore de onde ela veio. Percebi que 
não estava só reciclando, e sim resgatando”. 
Sua árvore gigante ainda não vingou, mas a 
ideia evoluiu. Agora, ele pretende criar uma 
plataforma na internet para estimular outros 
artistas a fazer o mesmo. "Teríamos uma flores-
ta virtual planetária, na qual se colocariam es-
sas questões de forma poética, criando uma 
discussão enriquecedora.” 
 
(VIEIRA, A. National Geographic Brasil, n. 65-A, 15) 
 
O texto tematiza algumas transformações das 
funções da arte na atualidade. No trabalho cita-
do, do artista Jaime Prades, considera-se a: 
 
A) reflexão sobre a responsabilidade ambiental 
do homem. 
B) valorização da poética em detrimento do 
conteúdo. 
C) preocupação com o belo encontrado na natu-
reza. 
D) percepção da obra como suporte da memó-
ria. 
E) reutilização do lixo como forma de consumo. 
 
 
Questão 365 (2017.2) 
 
O último refúgio da língua geral no Brasil 
 
No coração da Floresta Amazônica é falada 
uma língua que participou intensamente da his-
tória da maior região do Brasil. Trata-se da lín-
gua geral, também conhecida como nheengatu 
ou tupi moderno. A língua geral foi ali mais fala-
da que o próprio português, inclusive por não 
índios, até o ano de 1877. Alguns fatores contri-
buíram para o desaparecimento dessa língua de 
grande parte da Amazônia, como perseguições 
oficiais no século XVIII e a chegada maciça de 
falantes de português durante o ciclo da borra-
cha, no século XIX. Língua-testemunho de um 
passado em que a Amazônia brasileira alargava 
seus territórios, a língua geral hoje é falada por 
mais de 6 mil pessoas, num território que se 
estende pelo Brasil, Venezuela e Colômbia. Em 
2002, o município de São Gabriel da Cachoeira 
ficou conhecido por ter oficializado as três lín-
guas indígenas mais usadas ali: ali: o nheenga-
tu, o baníua e o tucano. Foi a primeira vez que 
outras línguas, além do português, ascendiam à 
condição de línguas oficiais no Brasil. Embora a 
oficialização dessas línguas não tenha obtido 
todos os resultados esperados, redundou no 
ensino de nheengatu nas escolas municipais 
daquele município e em muitas escolas estadu-
ais nele situadas. É fundamental que essa lín-
gua de tradição eminentemente oral tenha ago-
ra sua gramática estudada e que textos de di-
versas naturezas sejam escritos, justamente 
para enfrentar os novos tempos que chegaram. 
 
(NAVARRO, E. Estudos Avançados, n. 26, 2012) 
 
O esforço de preservação do nheengatu, uma 
língua que sofre com o risco de extinção, signifi-
ca o reconhecimento de que: 
 
A) as línguas deorigem indígena têm seus pró-
prios mecanismos de autoconservação. 
CADERNO LITERATURA 
ENEM 2009 a 2018 
 
135 novocadernoenem@gmail.com 
B) a construção da cultura amazônica, ao longo 
dos anos, constituiu-se, em parte, pela expres-
são em línguas de origem indígena. 
C) as ações políticas e pedagógicas implemen-
tadas até o momento são suficientes para a 
preservação da língua geral amazônica. 
D) a diversidade do patrimônio cultural brasilei-
ro, historicamente, tem se construído com base 
na unidade da língua portuguesa. 
E) o Brasil precisa se diferenciar de países vizi-
nhos, como Venezuela e Colômbia, por meio de 
um idioma comum na Amazônia brasileira. 
 
 
Questão 366 (2017.2) 
 
Dois parlamentos 
 
Nestes cemitérios gerais 
não há morte pessoal. 
Nenhum morto se viu 
com modelo seu, especial. 
Vão todos com a morte padrão, 
em série fabricada. 
Morte que não se escolhe 
e aqui é fornecida de graça. 
Que acaba sempre por se impor 
sobre a que já medrasse. 
Vence a que, mais pessoal, 
alguém já trouxesse na carne. 
Mas afinal tem suas vantagens 
esta morte em série. 
Faz defuntos funcionais, 
próprios a uma terra sem vermes. 
 
(MELO NETO, J. C. Serial e antes. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 1997 - fragmento) 
 
A lida do sertanejo com suas adversidades 
constitui um viés temático muito presente em 
João Cabral de Melo Neto. No fragmento em 
destaque, essa abordagem ressalta o(a): 
 
A) inutilidade de divisão social e hierárquica 
após a morte. 
B) aspecto desumano dos cemitérios da popu-
lação carente. 
C) nivelamento do anonimato imposto pela mi-
séria na morte. 
D) tom de ironia para com a fragilidade dos cor-
pos e da terra. 
E) indiferença do sertanejo com a ausência de 
seus próximos. 
 
 
Questão 367 (2017.2) 
— Recusei a mão de minha filha, porque o se-
nhor é... 
 
— Eu? 
 
— O senhor é um homem de cor!... Infelizmente 
esta é a verdade... 
Raimundo tornou-se lívido. Manoel prosseguiu, 
no fim de um silêncio: 
 
— Já vê o amigo que não é por mim que lhe 
recusei. 
 
Ana Rosa, mas é por tudo! A família de minha 
mulher sempre foi muito escrupulosa a esse 
respeito, e como ela é toda a sociedade do Ma-
ranhão! Concordo que seja uma asneira; con-
cordo que seja um prejuízo tolo! O senhor po-
rém não imagina o que é por cá a prevenção 
contra os mulatos!... Nunca me perdoariam um 
tal casamento; além do que, para realizá-lo, 
teria que quebrar a promessa que fiz a minha 
sogra, de não dar a neta senão a um branco de 
lei, português ou descendente direto de portu-
gueses! 
 
(AZEVEDO, A. O mulato. São Paulo: Escala, 2008) 
 
Influenciada pelo ideário cientificista do Natura-
lismo, a obra destaca o modo como o mulato 
era visto pela sociedade de fins do século XIX. 
Nesse trecho, Manoel traduz uma concepção 
em que a: 
 
A) miscigenação racial desqualificava o indiví-
duo. 
B) condição econômica anulava os conflitos 
raciais. 
C) discriminação racial era condenada pela 
sociedade. 
D) escravidão negava o direito da negra à ma-
ternidade. 
E) união entre mestiços era um risco à hegemo-
nia dos brancos. 
 
 
Questão 368 (2017.2) 
 
 
 
MÚKHINA, V. Operário e mulher kolkosiana. 
Aço inoxidável, 24,5 m. Moscou, 1937. 
CADERNO LITERATURA 
ENEM 2009 a 2018 
 
136 novocadernoenem@gmail.com 
Essa escultura foi produzida durante o período 
da ditadura stalinista, na ex-União Soviética, e 
representa o(a): 
 
A) luta do proletariado soviético para sua eman-
cipação do sistema vigente. 
B) trabalhador soviético retratado de acordo 
com a realidade do período. 
C) exaltação idealizada da capacidade de traba-
lho do povo soviético. 
D) união de operários e camponeses soviéticos 
pela volta do regime czarista. 
E) sofrimento de trabalhadores soviéticos pela 
opressão do regime stalinista. 
 
 
Questão 369 (2017.2) 
 
 
 
PICASSO, P. Guitar, Sheet Music, and Glass, 
Fall. Papel colado, guache e carvão, 48 x 36,5 
cm. McNay Art Museum, San Antonio, 
Texas, 1912. 
 
(FOSTER, H. et al. Art since 1900: Modernism, Anti-
modernism,Postmodernism. Nova York: 
Thames & Hudson, 2004) 
 
Inovando os padrões estéticos de sua época, a 
obra de Pablo Picasso foi produzida utilizando 
características de um movimento artístico que: 
 
A) dispensa a representação da realidade. 
B) agrega elementos da publicidade em suas 
composições. 
C) valoriza a composição dinâmica para repre-
sentar movimento. 
D) busca uma composição reduzida e seus 
elementos primários de forma. 
E) explora a sobreposição de planos geométri-
cos e fragmentos de objetos. 
 
 
Questão 370 (2017.2) 
 
Sou um homem comum 
brasileiro, maior, casado, reservista, 
e não vejo na vida, amigo 
nenhum sentido, senão 
lutarmos juntos por um mundo melhor. 
Poeta fui de rápido destino 
Mas a poesia é rara e não comove 
nem move o pau de arara. 
Quero, por isso, falar com você 
de homem para homem, 
apoiar-me em você 
oferecer-lhe meu braço 
que o tempo é pouco 
e o latifúndio está aí matando 
[...] 
Homem comum, igual 
a você, 
[...] 
Mas somos muitos milhões de homens 
comuns 
e podemos formar uma muralha 
com nossos corpos de sonhos e margaridas. 
 
(FERREIRA GULLAR. Dentro da noite veloz. Rio de 
Janeiro: José Olympio, 2013 - fragmento) 
 
No poema, ocorre uma aproximação entre a 
realidade social e o fazer poético, frequente no 
Modernismo. Nessa aproximação, o eu lírico 
atribui à poesia um caráter de: 
 
A) agregação construtiva e poder de interven-
ção na ordem instituída. 
B) força emotiva e capacidade de preservação 
da memória social. 
C) denúncia retórica e habilidade para sedimen-
tar sonhos e utopias. 
D) ampliação do universo cultural e intervenção 
nos valores humanos. 
E) identificação com o discurso masculino e 
questionamento dos temas líricos. 
 
 
Questão 371 (2018.1) 
 
Quebranto 
 
às vezes sou o policial que me suspeito 
me peço documentos 
e mesmo de posse deles 
me prendo e me dou porrada 
 
às vezes sou o porteiro 
não me deixando entrar em mim mesmo 
a não ser 
pela porta de serviço 
CADERNO LITERATURA 
ENEM 2009 a 2018 
 
137 novocadernoenem@gmail.com 
[...] 
 
às vezes faço questão de não me ver 
e entupido com a visão deles 
sinto-me a miséria concebida como um eterno 
começo 
 
fecho-me o cerco 
sendo o gesto que me nego 
a pinga que me bebo e me embebedo 
o dedo que me aponto 
e denuncio 
o ponto em que me entrego. 
 
às vezes!... 
 
(CUTI. Negroesia. Belo Horizonte: 
Mazza. 2007 - fragmento) 
 
Na literatura de temática negra produzida no 
Brasil, é recorrente a presença de elementos 
que traduzem experiências históricas de pre-
conceito e violência. No poema, essa vivência 
revela que o eu lírico: 
 
A) incorpora seletivamente o discurso do seu 
opressor. 
B) submete-se à discriminação como meio de 
fortalecimento. 
C) engaja-se na denúncia do passado de opres-
são e injustiças. 
D) sofre uma perda de identidade e de noção de 
pertencimento. 
E) acredita esporadicamente na utopia de uma 
sociedade igualitária. 
 
 
Questão 372 (2018.1) 
 
TEXTO I 
 
 
 
ALMEIDA, H. Dentro de mim, 2000. Fotografia p/b. 
132 cm x 88 cm. Faculdade de Belas-Artes da 
Universidade de Lisboa 
 
TEXTO II 
 
A body art põe o corpo tão em evidência e o 
submete a experimentações tão variadas, que 
sua influência estende-se aos dias de hoje. Se 
na arte atual as possibilidades de investigação 
do corpo parecem ilimitadas – pode-se escolher 
entre representar, apresentar, ou ainda apenas 
evocar o corpo – isso ocorre graças ao legado 
dos artistas pioneiros. 
 
(SILVA, P R. Corpo na arte, body art, body modifica-
tion: fronteiras. II Encontro de História da Arte: 
IFCH-Unicamp, 2006 - adaptado) 
 
Nos textos, a concepção de body art está rela-
cionada à intenção de: 
 
A) estabelecer limites entre o corpo e a compo-
sição. 
B) fazer do corpo um suporte privilegiado de 
expressão. 
C) discutir políticas e ideologias sobre o corpo 
como arte. 
D) compreender a autonomia do corpo no con-
texto da obra. 
E) destacar o corpo do artista em contato com o 
expectador. 
 
 
Questão373 (2018.1) 
‘’Somente uns tufos secos de capim empedra-
dos crescem na silenciosa baixada que se per-
de de vista. Somente uma árvore, grande e 
esgalhada mas com pouquíssimas folhas, abre-
se em farrapos de sombra. Único ser nas cer-
canias, a mulher é magra, ossuda, seu rosto 
está lanhado de vento. Não se vê o cabelo, 
coberto por um pano desidratado. Mas seus 
olhos, a boca, a pele - tudo é de uma aridez 
sufocante. Ela está de pé. A seu lado está uma 
pedra. O sol explode. 
 
Ela estava de pé no fim do mundo. Como se 
andasse para aquela baixada largando para trás 
suas noções de si mesma. Desapossada e des-
pojada, não se abate em auto acusações e re-
morsos. Vive. 
 
Sua sombra somente é que lhe faz companhia. 
Sua sombra, que se derrama em traços grossos 
na areia, é que adoça como um gesto a clarida-
de esquelética. A mulher esvaziada emudece, 
se dessangra, se cristaliza, se mineraliza. Já é 
quase de pedra como a pedra a seu lado. Mas 
os traços de sua sombra caminham e, tomando-
se mais longos e finos, esticam-se para os far-
rapos de sombra da ossatura da árvore, com os 
quais se enlaçam.” 
 
(FRDES, L Vertigens obra reunida, 
Rio de Janeiro: Rocco, 1998) 
 
Na apresentação da paisagem e da persona-
gem, o narrador estabelece uma correlação de 
sentidos em que esses elementos se entrela-
çam. Nesse processo, a condição humana figu-
ra-se: 
CADERNO LITERATURA 
ENEM 2009 a 2018 
 
138 novocadernoenem@gmail.com 
A) amalgamada pelo processo comum de de-
sertificação e de solidão. 
B) fortalecida pela adversidade extensiva à terra 
e seres vivos. 
C) redimensionada pela intensidade da luz e da 
exuberância local. 
D) imersa num drama existencial de identidade 
e de origem. 
E) imobilizada pela escassez e pela opressão 
do ambiente. 
 
 
Questão 374 (2018.1) 
Vó Clarissa deixou cair os talheres no prato, 
fazendo a porcelana estalar. Joaquim, meu pri-
mo, continuava com o queixo suspenso, baten-
do com o garfo nos lábios, esperando a respos-
ta. Beatriz ecoou a palavra como pergunta, "o 
que é lésbica?". Eu fiquei muda. Joaquim sabia 
sobre mim e me entregaria para a vó e, mais 
tarde, para toda a família. Senti um calor letal 
subir pelo meu pescoço e me doer atrás das 
orelhas. Previ a cena: vó, a senhora é lésbica? 
Porque a Joana é. A vergonha estava na minha 
cara e me denunciava antes mesmo da delação. 
Apertei os olhos e contraí o peito, esperando o 
tiro. [...] 
 
[...] Pensei na naturalidade com que Taís e eu 
levávamos a nossa história. Pensei na minha 
insegurança de contar isso à minha família, 
pensei em todos os colegas e professores que 
já sabiam, fechei os olhos e vi a boca da minha 
vó e a boca da tia Carolina se tocando, apesar 
de todos os impedimentos. Eu quis saber mais, 
eu quis saber tudo, mas não consegui pergun-
tar. 
 
(POLESSO, N. B. Vó, a senhora é lésbica? Amora. 
Porto Alegre. Não Editora. 2015 - fragmento) 
 
A situação narrada revela uma tensão funda-
mentada na perspectiva do: 
 
A) conflito com os interesses de poder. 
B) silêncio em nome do equilíbrio familiar. 
C) medo instaurado pelas ameaças de punição. 
D) choque imposto pela distância entre as gera-
ções. 
E) apego aos protocolos de conduta segundo os 
gêneros. 
 
 
Questão 375 (2018.1) 
O trabalho não era penoso: colar rótulos, meter 
vidros em caixas, etiquetá-las, selá-las, envolvê-
las em papel celofane, branco, verde, azul, con-
forme o produto, separá-las em dúzias… Era 
fastidioso. Para passar mais rapidamente às 
oito horas havia o remédio: conversar. Era proi-
bido, mas quem ia atrás de proibições? O pa-
trão vinha? Vinha o encarregado do serviço? 
Calavam o bico, aplicavam-se ao trabalho. Mal 
viravam as costas, voltavam e taramelar. As 
mãos não paravam, as línguas não paravam. 
Nessas conversas intermináveis, de linguagem 
solta e assuntos crus, Leniza se completou. 
Isabela, Afonsina, Idália, Jurete, Deolinda — 
foram mestras. O mundo acabou de se desven-
dar. Leniza perdeu o tom ingênuo que ainda 
podia ter. Ganhou um jogar de corpo que convi-
da, um quebrar de olhos que promete tudo, à 
toa, gratuitamente. Modificou-se o timbre de sua 
voz. Ficou mais quente. A própria inteligência se 
transformou. Tornou-se mais aguda, mais trepi-
dante. 
 
(REBELO,M. A estrela sobe. 
Rio de Janeiro: José Olympio, 2009) 
 
O romance, de 1939, traz à cena tipos e situa-
ções que espelham o Rio de Janeiro daquela 
década. No fragmento, o narrador delineia esse 
contexto centrado no: 
 
A) julgamento da mulher fora do espaço domés-
tico. 
B) relato sobre as condições de trabalho do 
Estado Novo. 
C) destaque a grupos populares na condição de 
protagonistas. 
D) processo de inclusão do palavrão nos hábi-
tos de linguagem. 
E) vínculo entre as transformações urbanas e os 
papéis femininos. 
 
 
Questão 376 (2018.1) 
 
Eu sobrevivi do nada, do nada 
Eu não existia 
Não tinha uma existência 
Não tinha uma matéria 
Comecei existir com quinhentos milhões 
 e quinhentos mil anos 
Logo de uma vez, já velha 
Eu não nasci criança, nasci já velha 
Depois é que eu virei criança 
E agora continuei velha 
Me transformei novamente numa velha 
Voltei ao que eu era, uma velha 
 
(PATROCÍNIO, S. In; MOSÉ, V, (Org.). 
Reino dos bichos e dos animais é meu nome. 
Rio de Janeiro: Azougue, 2009) 
 
Nesse poema de Stela do Patrocínio. a singula-
ridade fie expressão lírica manifesta-se na: 
 
A) representação da infância, redimensionada 
resgate da memória. 
B) associação de imagens desconexas, articu-
ladas por uma fala delirante. 
CADERNO LITERATURA 
ENEM 2009 a 2018 
 
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C) expressão autobiográfica, fundada no relato 
de experiências de alteridade. 
D) incorporação de elementos fantásticos, expli-
citada por versos incoerentes. 
E) transgressão à razão, ecoada na desconstru-
ção de referências temporais. 
 
 
Questão 377 (2018.1) 
 
TEXTO I 
 
Também chamados impressões ou imagens 
fotogramáticas [...I, os fotogramas são, numa 
definição genérica, imagens realizadas sem a 
utilização da câmera fotográfica, por contato 
direto de um objeto ou material com uma super-
fície fotossensível exposta a uma fonte de luz. 
Essa técnica, que nasceu junto com a fotografia 
e serviu de modelo a muitas discussões sobre a 
ontologia da imagem fotográfica, foi profunda-
mente transformada pelos artistas da vanguar-
da, nas primeiras décadas do século XX. Re-
presentou mesmo, ao lado das colagens, foto-
montagens e outros procedimentos técnicos. a 
incorporação definitiva da fotografia à arte mo-
derna e seu distanciamento da representação 
figurativa. 
 
(COLUCCI, M. B. Impressões fotogramáticas 
e vanguardas: as experiências de 
Man Ray. Studium, n 2, 2000) 
 
TEXTO II 
 
 
 
RAY, M. Rayograph, 1922. 23.9 x 29,9 cm. 
MOMA, Nova York. 
 
(Disponível em: www.moma.org. 
Acesso em: 18 abr. 2018 - adaptado) 
 
No fotograma de Man Ray, o "distanciamento da 
representação figurativa" a que se refere o Tex-
to I manifesta-se na: 
 
A) ressignificação do jogo de luz e sombra, nos 
moldes surrealistas. 
B) imposição do acaso sobre a técnica, como 
crítica à arte realista. 
C) composição experimental, fragmentada e de 
contornos difusos. 
D) abstração radical, voltada para a própria 
linguagem fotográfica. 
E) imitação de formas humanas, com base em 
diferentes objetos. 
 
 
Questão 378 (2018.1) 
 
 
A imagem integra uma adaptação em quadri-
nhos da obra Grande sertão: veredas, de Gui-
marães Rosa. Na representação gráfica, a inter-
relação de diferentes linguagens caracteriza-se 
por: 
 
A) romper com a linearidade das ações da nar-
rativa literária 
B) ilustrar de modo fidedigno passagens repre-
sentativas da história. 
C) articular a tensão do romance à desproporci-
onalidade das formas. 
D) potencializar a dramaticidade do episódio 
com recursos das artes visuais. 
E) desconstruir a diagramação do texto literário 
pelo desequilíbrio da composição. 
CADERNO LITERATURA 
ENEM 2009 a 2018 
 
140 novocadernoenem@gmail.comQuestão 379 (2018.1) 
 
 
 
(Fotografia: LUCAS HALLEl. Disponível em: 
www.flickr.com.Acessoem: 16 abro 2018 - adaptado) 
 
O grupo O Teatro Mágico apresenta composi-
ções autorais que têm referências estéticas do 
rock, do pop e da música folclórica brasileira. A 
originalidade dos seus shows tem relação com a 
ópera europeia do século XIX a partir da: 
 
A) disposição cênica dos artistas no espaço 
teatral. 
B) integração de diversas linguagens artísticas. 
C) sobreposição entre música e texto literário. 
D) manutenção de um diálogo com o público. 
E) adoção de um enredo como fio condutor. 
 
 
Questão 380 (2018.1) 
A trajetória de Liesel Meminger é contada por 
uma narradora mórbida, surpreendentemente 
simpática. Ao perceber que a pequena ladra de 
livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e 
rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços 
de uma sobrevivente: a mãe comunista, perse-
guida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para 
o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde 
um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O 
garoto morre no trajeto e é enterrado por um 
coveiro que deixa cair um livro na neve. É o 
primeiro de uma série que a menina vai surrupi-
ar ao longo dos anos. O único vínculo com a 
família é esta obra, que ela ainda não sabe ler. 
A vida ao redor é a pseudorrealidade criada em 
torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela 
assiste à eufórica celebração do aniversário do 
Führer pela vizinhança. A Morte, perplexa diante 
da violência humana, dá um tom leve e divertido 
à narrativa deste duro confronto entre a infância 
perdida e a crueldade do mundo adulto, um 
sucesso absoluto – e raro – de crítica e público. 
 
(Disponível em: www.odevoradordelivros.com. 
Acesso em: 24 jun. 2014) 
 
Os gêneros textuais podem ser caracterizados, 
dentre outros fatores, por seus objetivos. Esse 
fragmento é um(a): 
 
A) reportagem, pois busca convencer o interlo-
cutor da tese defendida ao longo do texto. 
B) resumo, pois promove o contato rápido do 
leitor com uma informação desconhecida. 
C) sinopse, pois sintetiza as informações rele-
vantes de uma obra de modo impessoal. 
D) instrução, pois ensina algo por meio de expli-
cações sobre uma obra específica. 
E) resenha, pois apresenta uma produção inte-
lectual de forma crítica. 
 
 
Questão 381 (2018.1) 
 
o que será que ela quer 
essa mulher de vermelho 
alguma coisa ela quer 
pra ter posto esse vestido 
não pode ser apenas 
uma escolha casual 
podia ser um amarelo 
verde ou talvez azul 
mas ela escolheu vermelho 
ela sabe o que ela quer 
e ela escolheu vestido 
e ela é uma mulher 
então com base nesses fatos 
eu já posso afirmar 
que conheço o seu desejo 
caro watson, elementar: 
o que ela quer sou euzinho 
sou euzinho o que ela quer 
só pode ser euzinho 
o que mais podia ser 
 
(FREITAS, A. Um útero é do tamanho de um punho. 
São Paulo: Cosac Naify, 2013) 
 
No processo de elaboração do poema, a autora 
confere ao eu lírico uma identidade que aqui 
representa a: 
 
A) hipocrisia do discurso alicerçado sobre o 
senso comum. 
B) mudança de paradigmas de imagem atribuí-
dos à mulher. 
C) tentativa de estabelecer preceitos da psico-
logia feminina. 
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D) importância da correlação entre ações e efei-
tos causados. 
E) valorização da sensibilidade como caracterís-
tica de gênero. 
 
 
Questão 382 (2018.1) 
 
TEXTO I 
 
 
GRIMBERG, N. Estrutura vertical dupla. 
 
(Disponível em: www.normagrimberg.com.br. 
Acesso em: 13 dez. 2017) 
 
 
TEXTO II 
 
 
Urna cerimonial marajoara. Cerâmica. 1400 a 
400 a.C. 81 cm. Museu Nacional do 
Rio de Janeiro. 
 
(Disponível em: www.museunacional.ufrj.br. 
Acesso em: 11 dez. 2017) 
As duas imagens são produções que têm a 
cerâmica como matéria-prima. A obra Estrutura 
vertical dupla se distingue da urna funerária 
marajoara ao: 
 
A) evidenciar a simetria na disposição das pe-
ças. 
B) materializar a técnica sem função utilitária. 
C) abandonar a regularidade na composição. 
D) anular possibilidades de leituras afetivas. 
E) integrar o suporte em sua constituição. 
 
 
Questão 383 (2018.1) 
 
O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa 
era a imagem de um vidro mole que fazia uma 
volta atrás de casa. 
Passou um homem e disse: Essa volta que o rio 
faz por trás de sua casa se chama enseada. 
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro 
que fazia uma volta atrás de casa. 
Era uma enseada. 
Acho que o nome empobreceu a imagem. 
 
(BARROS, M. O livro das ignorãças. 
Rio de Janeiro: Best Seller, 2008) 
 
O sujeito poético questiona o uso do vocábulo 
“enseada” porque a: 
 
A) terminologia mencionada é incorreta. 
B) nomeação minimiza a percepção subjetiva. 
C) palavra é aplicada a outro espaço geográfico. 
D) designação atribuída ao termo é desconheci-
da. 
E) definição modifica o significado do termo no 
dicionário. 
 
 
Questão 384 (2018.1) 
 
A Casa de Vidro 
 
Houve protestos. 
 
Deram uma bola a cada criança e tempo para 
brincar. Elas aprenderam malabarismos incrí-
veis e algumas viajavam pelo mundo exibindo 
sua alegre habilidade. (O problema é que mui-
tos, a maioria, não tinham jeito e eram feios de 
noite, assustadores. Seria melhor prender essa 
gente – havia quem dissesse.) 
 
Houve protestos. 
 
Aumentaram o preço da carne, liberaram os 
preços dos cereais e abriram crédito a juros 
baixos para o agricultor. O dinheiro que sobras-
se, bem, digamos, ora o dinheiro que sobrasse! 
Houve protestos. 
 
Diminuíram os salários (infelizmente aumentou 
o número de assaltos) porque precisamos com-
bater a inflação e, como se sabe, quando os 
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salários estão acima do índice de produtividade 
eles se tornam altamente inflacionários, de mo-
do que. 
 
Houve protestos. 
 
Proibiram os protestos. 
 
E no lugar dos protestos nasceu o ódio. Então 
surgiu a Casa de Vidro, para acabar com aquele 
ódio. 
 
(ÂNGELO, I. A casa de vidro. 
São Paulo: Círculo do Livro, 1985) 
 
Publicado em 1979, o texto compartilha com 
outras obras da literatura brasileira escritas no 
período as marcas o contexto em que foi produ-
zido, como a: 
 
A) referência à censura e à opressão para ale-
gorizar a falta de liberdade de expressão carac-
terística da época. 
B) valorização de situações do cotidiano para 
atenuar os sentimentos de revolta em relação 
ao governo instituído. 
C) utilização de metáforas e ironias para ex-
pressar um olhar crítico em relação à situação 
social e política do país. 
D) tendência realista para documentar com ve-
rossimilhança o drama da população brasileira 
durante o Regime Militar. 
E) sobreposição das manifestações populares 
pelo discurso oficial para destacar o autoritaris-
mo do momento histórico. 
 
 
Questão 385 (2018.1) 
 
TEXTO I 
 
 
 
(BRACCO, A; LOSCHI, M. Quando rotas se 
tornam arte. Retratos: a revista do IBGE. 
Rio de Janeiro, n. 3, set. 2017 - adaptado) 
TEXTO II 
 
Stephen Lund, artista canadense, morador em 
Victoria, capital da Colúmbia Britânica (Canadá), 
transformou-se em fenômeno mundial produzin-
do obras de arte virtuais pedalando sua bike. 
Seguindo rotas traçadas com o auxílio de um 
dispositivo de GPS, ele calcula ter percorrido 
mais de 10 mil quilômetros. 
 
(Disponível em: www.booooooom.com. 
Acesso em: 9 dez. 2017 - adaptado) 
 
Os textos destacam a inovação artística propos-
ta por Stephen Lund a partir do(a): 
 
A) deslocamento das tecnologias de suas fun-
ções habituais. 
B) perspectiva de funcionamento do dispositivo 
de GPS. 
C) ato de guiar sua bicicleta pelas ruas da cida-
de. 
D) análise dos problemas de mobilidade urbana. 
E) foco na promoção cultural da sua cidade. 
 
 
Questão 386 (2018.2) 
 
Uma língua, múltiplos falares 
 
 Desde suas origens, o Brasil tem uma lín-
gua dividida em falares diversos. Mesmo antes 
da chegada dos portugueses, o território brasi-
leiro já era multilíngue. Havia cerca de 1,2 mil 
línguas faladas pelos povosindígenas. O portu-
guês trazido pelo colonizador tampouco era 
uma língua homogênea, havia variações de-
pendendo da região de Portugal de onde ele 
vinha. Há de se considerar também que a che-
gada de falantes de português acontece em 
diferentes etapas, em momentos históricos es-
pecíficos. Na cidade de São Paulo, por exem-
plo, temos primeiramente o encontro linguístico 
de portugueses com índios e, além dos negros 
da África, vieram italianos, japoneses, alemães, 
árabes, todos com suas línguas. “Todo este 
processo vai produzindo diversidades linguísti-
cas que caracterizam falares diferentes”, afirma 
um linguista da Unicamp. Daí que na mesma 
São Paulo pode-se encontrar modos de falar 
distintos como o de Adoniran Barbosa, que 
eternizou em suas composições o sotaque típi-
co de um filho de imigrantes italianos, ou o 
chamado erre retroflexo, aquele erre dobrado 
que, junto com a letra i, resulta naquele jeito de 
falar “cairne” e “poirta” característico do interior 
de São Paulo. 
 
(MARIUZZO, P. Disponível em: 
www.labjor.unicamp.br. Acesso em: 30 jul. 2012) 
 
A partir desse breve histórico da língua portu-
guesa no Brasil, um dos elementos de identida-
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de nacional, entende-se que a diversidade lin-
guística é resultado da: 
 
A) imposição da língua do colonizador sobre as 
línguas indígenas. 
B) interação entre os falantes de línguas e cultu-
ras diferentes. 
C) sobreposição das línguas europeias sobre as 
africanas e indígenas. 
D) heterogeneidade da língua trazida pelo colo-
nizador. 
E) preservação dos sotaques característicos 
dos imigrantes. 
 
 
Questão 387 (2018.2) 
 
Para que serve a tecnologia 
 
Computador 
 
 “Com os computadores e a internet, mudei 
muito. A Lian de hoje é totalmente diferente 
daquela de antes da informática. Me abriu por-
tas e, além de tudo, fui aceita por pessoas que 
achava que não iriam me aceitar. Com a inter-
net, viajei o mundo. Fui até Portugal e à África. 
Eu nem sabia que lá a realidade era tão forte. 
Perto deles, estamos até muito bem.” – Tânia 
“Lian” Silva, 26, índia pankararu. 
 
TV 
 
 “Eu gosto muito de televisão. Assisto às 
novelas, me divirto muito. Mas, ao mesmo tem-
po, sei que aquilo tudo que passa lá não é ver-
dade. É tudo uma ilusão.” – Valentina Maria 
Vieira dos Santos, 89, índia fulni-ô da aldeia Xixi 
a cla. 
 
MP3 Player 
 
 “Cuido do meu tocador de MP3 como se 
fosse um tesouro. É um pen drive simples, mas 
é muito especial para mim. Nele ouço músicas 
indígenas e bandas da própria aldeia. Ele vive 
emprestado porque acaba sendo a diversão da 
aldeia inteira. Uso até para exibir uns vídeos 
que baixo da internet. Basta colocar no aparelho 
de DVD com entrada USB que tenho.” – Jailton 
Pankararu, 23, índio pankararu. 
 
(Disponível em: www2.uol.com.br. 
Acesso em: 1 ago. 2012) 
 
Os depoimentos apresentados no texto retratam 
o modo como diferentes gerações indígenas 
relatam suas experiências com os artefatos 
tecnológicos. Os comentários revelam: 
 
A) uma preferência pela possibilidade de uso do 
computador. 
B) um elogio à utilidade da tecnologia no cotidi-
ano indígena. 
C) uma crítica à própria identidade antes da 
inclusão digital. 
D) o gosto pela ilusão em telenovelas transmiti-
das na TV. 
E) o desejo de possuir um aparelho importado. 
 
 
Questão 388 (2018.2) 
 
Quantos há que os telhados têm vidrosos 
E deixam de atirar sua pedrada, 
De sua mesma telha receiosos. 
Adeus, praia, adeus, ribeira, 
De regatões tabaquista, 
Que vende gato por lebre 
Querendo enganar a vista. 
Nenhum modo de desculpa 
Tendes, que valer-vos possa: 
Que se o cão entra na igreja, 
É porque acha aberta a porta. 
 
(GUERRA, G. M. In: LIMA, R. T. Abecê de folclore. 
São Paulo: Martins Fontes, 2003 - fragmento) 
 
Ao organizar as informações, no processo de 
construção do texto, o autor estabelece sua 
intenção comunicativa. Nesse poema, Gregório 
de Matos explora os ditados populares com o 
objetivo de: 
 
A) enumerar atitudes. 
B) descrever costumes. 
C) demonstrar sabedoria. 
D) recomendar precaução. 
E) criticar comportamentos. 
 
 
Questão 389 (2018.2) 
O tradicional ornato para cabelos, a tiara ou 
diadema, já foi uma exclusividade feminina. Na 
origem, tanto “tiara” quanto “diadema” eram 
palavras de bom berço. “Tiara” nomeava o 
adorno que era o signo de poder entre os pode-
rosos da Pérsia antiga e povos como os frísios, 
os bizantinos e os etíopes. A palavra foi incorpo-
rada do Oriente pela Grécia e chegou até nós 
por via latina, para quem queria referir-se à mi-
tra usada pelos persas. Diadema era a faixa ou 
tira de linho fino colocado na cabeça pelos anti-
gos latinos, herança do derivado grego para 
diádo (atar em volta, segundo o Houaiss). No 
Brasil, a forma de arco ou de laço das tiaras e 
alguns usos específicos (o nordestino “gigolete” 
faz alusão ao ornato usado por cafetinas, ver-
sões femininas do “gigolô”) produziram novos 
sinônimos regionais do objeto. 
 
(Os sinônimos da tiara. Língua Portuguesa, 
n. 23, 2007 - adaptado) 
 
No texto, relata-se que o nome de um enfeite 
para cabelo assumiu diferentes denominações 
ao longo da história. Essa variação justifica-se 
pelo(a):

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