Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

DIREITO DE FAMÍLIA 
PROFESSOR TITULAR: HEITOR LUIZ FERREIRA DO AMPARO 
Professor Assistente: André Luiz Brandini do Amparo 
1) Bibliografia 
• Carlos Roberto Gonçalves – Direito de Família, Volume 06 – 20ª 
Edição, 2023; 
• Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald – Direito de Família, 
Volume 06, 15ª Edição, 2023; 
• Flávio Tartuce – Direito de Família, Volume 05 - 2023; 
• Flávio Tartuce – Manual de Direito Civil Volume único, 13ª Edição, – 
2023. 
2) Conceitos Introdutórios 
 
• Todo homem ao nascer torna-se integrante de uma entidade natural, 
a família, e a ela fica ligado durante toda a sua existência. 
o Tal entrelaçamento e suas decorrências existenciais e 
patrimoniais são tão relevantes que o Código Civil possui em 
seu bojo livro específico sobre o assunto, o Livro IV; 
Apesar disso, a Lei Civil não trouxe conceito de família, cumprindo à 
doutrina fazê-lo. 
• Família num sentido tradicional, seria o conjunto de pessoas ligadas 
pelo vínculo da consanguinidade e derivados de ancestral comum. 
o A Constituição Federal, entretanto, desconstruiu o conceito 
basilar de família (até então baseado no patriarcalismo), 
baseado em família monogâmica/parental, ampliando 
sobremaneira seu espectro de abrangência, especialmente em 
razão da dignidade da pessoa humana e dos valores jurídicos 
da afetividade e solidariedade familiar. 
o Passa-se, a partir daqui, a considerar novas formas de 
constituição, mais flexíveis e plurais, conferindo superior valor 
ao affectus (afetividade). 
 
1.1. Das várias espécies de família 
Tradicionalmente, três são as espécies de família: 
• Família matrimonial (baseada no casamento); 
• Natural ou extramatrimonial (decorrente de relações 
extramatrimoniais); 
• Adotiva (família substituta, cf. disposição no Estatuto da Criança e do 
Adolescente). 
 
Mas não só. 
Apesar disso, doutrina (em especial Maria Berenice Dias e Carlos 
Alberto Dabus Maluf) e jurisprudência, em especial em tribunais superiores, 
possuem o entendimento de que o rol constitucional familiar é 
exemplificativo. 
• Família monoparental; 
Constituída por um dos pais e os filhos. 
• Família anaparental; 
Tem significado de família sem pais, baseada na affectio e na 
convivência mútua, com ou sem grau de parentesco. 
• Família homoafetiva; 
Constituída por pessoas do mesmo sexo, reconhecida largamente 
após a decisão do STF em que, por unanimidade, reconheceu a união 
homoafetiva como entidade familiar (ADPF 132/RJ e ADI 4.277/DF). 
• Família mosaico ou pluriparental; 
É a decorrente de vários casamentos, uniões estáveis ou mesmo 
simples relacionamentos afetivos de seus membros. 
Ex. “A” já foi casado por três vezes, tendo um filho do primeiro 
casamento, dois do segundo e um do terceiro. “A”, dissolvida a última 
união, passa a viver em união estável com “B”, que tem cinco filhos: dois 
do primeiro casamento, um do segundo, um do terceiro e um de união 
estável também já dissolvida. 
• Família Eudemonista; 
Decorrente do afeto e da felicidade individual de seus 
componentes. 
Ex. amigos que vivem juntos. 
• Família Paralela ou simultânea; 
Aquela formada a despeito do princípio da monogamia presente no 
ordenamento pátrio. 
• Família poliafetiva. 
Aquela formada por várias pessoas. 
Ex. um homem e duas mulheres; dois homens e uma mulher etc. 
 
A profunda modificação operada no Direito de Família, com a 
subsequente ampliação do conceito até então utilizado, se deu por 
intermédio dos princípios constitucionais presentes em nossa Carta Maior, 
merecendo detida análise. 
 
3) Princípios Constitucionais aplicáveis ao Direito de Família 
 
• Princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, inc. III da CF); 
o Princípio donde derivam todos os demais princípios (princípio 
dos princípios); 
o Valor Constitucional Supremo; 
o Deveres de Promoção, Proteção e Respeito; 
Em que pese por vezes ser tratado como direito fundamental, não 
o é. Em verdade, os direitos fundamentais concretizam a dignidade da 
pessoa humana. 
Ocasionou a despatrimonialização do Direito Civil e do Direito 
Processual Civil. 
Na prática do Direito de Família, tem incidência na realidade do ser 
humano e contexto social, com o direito à casa própria (bem de família), 
abandono afetivo (teoria do desamor), noção de paternidade socioafetiva. 
 
• Princípio da solidariedade familiar (art. 3º, inc. I da CF); 
o A solidariedade social é reconhecida como objetivo 
fundamental da República (art. 3º, inc. I), repercutindo nas 
relações familiares; 
o Tem sentido amplo, abrangendo o caráter afetivo, social, 
moral e patrimonial; 
 
• Princípio da afetividade; 
o Apesar de não constante na CF como direito fundamental, este 
decorre da valorização da dignidade humana e da 
solidariedade 
Em última análise, é o vínculo existente entre os membros de 
uma família. 
 
Nancy Andrighi, em brilhante julgado de sua lavra: “A quebra de paradigmas 
do Direito de Família tem como traço forte a valorização do afeto e das 
relações surgidas da sua livre manifestação, colocando à margem do sistema 
a antiga postura meramente patrimonialista ou ainda aquela voltada apenas 
ao intuito de procriação da entidade familiar. Hoje, muito mais visibilidade 
alcançam as relações afetivas, sejam entre pessoas de mesmo sexo, sejam 
entre o homem e a mulher, pela comunhão de vida e de interesses, pela 
reciprocidade zelosa entre os seus integrantes. Deve o juiz, nessa evolução de 
mentalidade, permanecer atento às manifestações de intolerância ou de 
repulsa que possam porventura se revelar em face das minorias, cabendo-lhe 
exercitar raciocínios de ponderação e apaziguamento de possíveis espíritos em 
conflito. A defesa dos direitos em sua plenitude deve assentar em ideais de 
fraternidade e solidariedade, não podendo o Poder Judiciário esquivar-se de 
ver e de dizer o novo, assim como já o fez, em tempos idos, quando emprestou 
normatividade aos relacionamentos entre pessoas não casadas, fazendo 
surgir, por consequência, o instituto da união estável. A temática ora em 
julgamento igualmente assenta sua premissa em vínculos lastreados em 
comprometimento amoroso” (STJ, REsp 1.026.981/RJ, 3.ª Turma, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, j. 04.02.2010, DJe 23.02.2010). 
 
• Princípio da função social da família (art. 226, caput, da CF); 
o Família é a Celula Mater da Sociedade; 
Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho que “a principal 
função da família e a sua característica de meio para a realização dos nossos 
anseios e pretensões. Não é mais a família um fim em sim mesmo, 
conforme já afirmamos, mas, sim, o meio social para a busca de nossa 
felicidade na relação com o outro” 
o "A sociedade muda, a família se altera e o Direito deve 
acompanhar estas transformações”. 
 
• Princípio da igualdade entre filhos (art. 227, §6º, da CF e art. 1.596 
do CC); 
o “os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por 
adoção terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas 
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”. 
o Isonomia constitucional (igualdade em sentido amplo); 
o Superação por absoluto da antiga discriminação entre os filhos 
presente no CC/16, que dispunha do parentesco “legítimo ou 
ilegítimo”. 
 
• Princípio da igualdade entre os cônjuges e companheiros (art. 226, 
§5º da CF e art. 1.511 do CC); 
o “o casamento estabelece comunhão plena de vida, com base 
na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges” 
o Extensão à União Estável, igualmente reconhecida como 
entidade familiar (art. 226, §3º da CF); 
o Família democrática e o Poder Familiar em substituição ao 
paterfamilias e pátrio poder. 
 
• Princípio da não intervenção ou da liberdade (art. 1.513 do CC); 
o “É defeso a qualquer pessoa de direito público ou direito 
privado interferir na comunhão de vida instituída pela família” 
o Autonomia privada aplicada na “Escala de Afeto” (Euclides de 
Oliveira);o Liberdade Negativa plena? 
▪ Necessidade de políticas públicas (controle de 
natalidade, planejamento familiar responsável, recursos 
educacionais e científicos) 
 
• Princípio da boa-fé objetiva (Flávio Tartuce). 
o A boa-fé objetiva representa uma evolução do conceito de 
boa-fé, que saiu do plano da mera intenção (boa-fé subjetiva) 
para o plano da conduta de lealdade das partes.

Mais conteúdos dessa disciplina