Prévia do material em texto
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Primeira Avaliação Presencial Casa – Álgebra Linear II – 01/10 (16h) a 03/10 (16h) GABARITO Questão 1 (3,0 pontos): Seja T : R3 −→ R3 o operador linear definido por T (x, y, z) = (x+ y, 2x+ 2y, 3z) a) [1,9 pts] Determine os autovalores e os respectivos autoespaços de T . b) [0.5 pt] Determine uma base do R3 formada por autovetores de T . c) [0,6 pt] Determine uma matriz inverśıvel P que diagonaliza T e a sua correspondente matriz diagonal D. Solução: Como T (1, 0, 0) = (1, 2, 0), T (0, 1, 0) = (1, 2, 0) e T (0, 0, 1) = (0, 0, 3), então A = 1 1 0 2 2 0 0 0 3 . O polinômio caracteŕıstico de A é: p(λ) = det(λI3 − A) = det λ− 1 −1 0 −2 λ− 2 0 0 0 λ− 3 = (λ− 3) det [ λ− 1 −1 −2 λ− 2 ] = (λ− 3) ( (λ− 1)(λ− 2)− 2 ) = (λ− 3)(λ2 − 3λ) = λ(λ− 3)2 Os autovalores de A são λ1 = 0 e λ2 = 3. Para determinar os autoespaços E(λ1) e E(λ2) devemos resolver os sistemas lineares homogêneos associados, respectivamente, às matrizes 0I3 − A e 3I3 − A. Reduzindo por linhas a matriz 0I3 − A, obtemos: 0I3−A = −1 −1 0 −2 −2 0 0 0 −3 ∼1 1 1 0 −2 −2 0 0 0 −3 ∼2 1 1 0 0 0 0 0 0 −3 ∼3 1 1 0 0 0 0 0 0 1 ∼4 1 1 0 0 0 1 0 0 0 , matriz reduzida por linhas à forma escalonada, onde fizemos a seguinte sequência de operações elementares: em ∼1: L1 ← −L1; em ∼2: L2 ← L2 + 2L1 em ∼3: L3 ← −1 3L3; em ∼4: L2 ↔ L3. O sistema (0I3 − A) x y z = 0 0 0 é equivalente a 1 1 0 0 0 1 0 0 0 x y z = 0 0 0 , portanto tem as mesmas soluções. Assim, x+ y = 0 e z = 0. Álgebra Linear 2 APX1 2020/2 E(λ1 = 0) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x+ y = 0 e z = 0} = {(−y, y, 0) ; y ∈ R}. Reduzindo por linhas a matriz 3I3 − A, obtemos: 3I3−A = 2 −1 0 −2 1 0 0 0 0 ∼1 2 −1 0 0 0 0 0 0 0 ∼2 1 −1 2 0 0 0 0 0 0 0 , matriz reduzida por linhas à forma escalonada, onde fizemos a seguinte sequência de operações elementares: em ∼1: L2 ← L2 + L1; em ∼2: L1 ← 1 2L1. O sistema (3I3 − A) x y z = 0 0 0 é equivalente a 1 −1 2 0 0 0 0 0 0 0 x y z = 0 0 0 , portanto tem as mesmas soluções. Assim, x− 1 2y = 0 e E(λ2 = 3) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x− 1 2y = 0} = {( 1 2y, y, z ) ; y, z ∈ R } b) Aproveitando os cálculos de E(λ1 = 0) do item anterior, os autovetores associados ao autovalor λ1 = 0 são v = (−y, y, 0) = y(−1, 1, 0) ; y ∈ R∗. Escolhemos v1 = (−1, 1, 0), fazendo y = 1. Os autovetores de T associados ao autovalor λ2 = 3 são v = ( 1 2y, y, z ) = ( 1 2 , 1, 0 ) y + (0, 0, 1)z, y ∈ R∗ ou z ∈ R∗. É posśıvel escolher dois autovetores linearmente independentes em E(λ2 = 3), pois a sua dimensão é 2. Por exemplo, tomamos v2 = (1, 2, 0) e v3 = (0, 0, 1) fazendo, respectivamente, y = 2 e z = 0, y = 0 e z = 1. Logo, {v1, v2, v3} é uma base de R3 formada por autovetores de T . c) Uma matriz inverśıvel P que diagonaliza T é a matriz de mudança de base, da base de autovetores {v1, v2, v3} para a base canônica do R3, e é dada por P = −1 1 0 1 2 0 0 0 1 e a correspondente matriz diagonal é D = 0 0 0 0 3 0 0 0 3 . Questão 2 (2,0 pontos): Seja Π o plano de equação 2x+ y − 2z = 0. a) [1,5 pt] Determine uma base ortonormal do R3 tal que o último vetor seja normal ao plano Π. b) [0,5 pt] Dê exemplo de uma matriz ortogonal de ordem 3 tal que sua última coluna seja paralela a 2 1 −2 . Solução: Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Álgebra Linear 2 APX1 2020/2 a) Primeiramente, vamos construir uma base ortogonal. O vetor v3 = (2, 1,−2) é vetor normal ao plano Π de equação 2x+ y − 2z = 0. Qualquer vetor do plano Π é ortogonal a (2, 1,−2). Escolhemos v1 = (1, 0, 1) ∈ Π, fazendo x = 1 e y = 0, obtendo z = 1. Devemos agora determinar v2 = (a, b, c) 6= (0, 0, 0) tal que: (i) v2 ∈ Π⇐⇒ 2a+ b− 2c = 0; (ii) v2 ⊥ v1 ⇐⇒ 〈(a, b, c), (1, 0, 1)〉 = a+ c = 0 ⇐⇒ { 2a+ b− 2c = 0 a+ c = 0. Reduzindo por linhas a matriz associada ao sistema, obtemos:[ 2 1 −2 1 0 1 ] ∼1 [ 1 0 1 2 1 −2 ] ∼2 [ 1 0 1 0 1 −4 ] , matriz reduzida à forma em escada obtida pela seguinte sequência de operações elementares: em ∼1: L2 ↔ L1; em ∼2: L2 ← L2 − 2L1. Logo, a+ c = 0 e b− 4c = 0, que é equivalente a a = −c e b = 4c. Assim, v2 = (−c, 4c, c), c ∈ R. Tomamos v2 = (−1, 4, 1), fazendo c = 1, O conjunto {v1, v2, v3} é uma base ortogonal do R3 com o terceiro vetor normal ao plano. Norma- lizando esses vetores obtemos β = {( 1√ 2 , 0, 1√ 2 ) , ( − 1 3 √ 2 , 4 3 √ 2 , 1 3 √ 2 ) , ( 2 3 , 1 3 ,− 2 3 )} que é uma base ortonormal do R3, com a propriedade requerida. b) Toda matriz de mudança de base entre duas bases ortonormais é uma matriz ortogonal. Portanto, a matriz P de mudança de base, da base ortonormal β acima para a base canônica do R3, é uma matriz ortogonal com a propriedade requerida, onde P = 1√ 2 − 1 3 √ 2 2 3 0 4 3 √ 2 1 3 1√ 2 1 3 √ 2 − 2 3 . Questão 3 (2,0 pontos): Considere o operador linear T : R2 −→ R2 cujos autovalores são λ1 = 1 e λ2 = 3 com autoespaços E(λ1 = 1) = {(−y, y) | y ∈ R} e E(λ2 = 3) = {y(1, 1) | y ∈ R}. a) [0,6 pt] Dê exemplo de uma base do R2 formada por autovetores de T , indicando os autovalores. b) [1,4 pts] Determine T (x, y). Solução: a) Note que T (−1, 1) = 1 · (−1, 1) e T (1, 1) = 3 · (1, 1). Assim, β = {v1 = (−1, 1), v2 = (1, 1)} é uma base do R2 formada por autovetores de T . b) Para determinar T (x, y) precisamos encontrar T (1, 0), T (0, 1) pois, dado (x, y) ∈ R2 temos que T (x, y) = xT (1, 0) + yT (0, 1). Para isto, precisamos escrever os elementos da base canônica {e1 = (1, 0), e2 = (0, 1)} como com- binação linear da base β (isto é equivalente a determinar a matriz Q de mudança de base, da base canônica para a base β, Q = P−1, onde P é a matriz de mudança de base, da base β para a base canônica). Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Álgebra Linear 2 APX1 2020/2 Note que: (1, 0) = ( −1 2 ) (−1, 1) + ( 1 2 ) (1, 1) (0, 1) = ( 1 2 ) (−1, 1) + ( 1 2 ) (1, 1) Assim, T (1, 0) = ( −1 2 ) T (−1, 1) + (1 2 ) T (1, 1) = ( −1 2 ) (−1, 1) + (1 2 ) (3, 3) = (2, 1) T (0, 1) = (1 2 ) T (−1, 1) + (1 2 ) T (1, 1) = (1 2 ) (−1, 1) + (1 2 ) (3, 3) = (1, 2). Logo, T (x, y) = xT (1, 0) + yT (0, 1) = x(2, 1) + y(1, 2) = (2x+ y, x+ 2y). Outra solução: Vamos determinar a matriz A, que representa T na base canônica. Temos que A = PDP−1, onde P = [ v1 v2 ] = [ −1 1 1 1 ] é a matriz de mudança de base, da base β para a base canônica, e D = [ λ1 0 0 λ2 ] = [ 1 0 0 3 ] é a correspondente matriz diagonal. Temos que P−1 = 1 −2 [ 1 −1 −1 −1 ] = [ −1 2 1 2 1 2 1 2 ] e A = [ −1 1 1 1 ] [ 1 0 0 3 ] [ −1 2 1 2 1 2 1 2 ] = [ −1 3 1 3 ] [ −1 2 1 2 1 2 1 2 ] = [ 2 1 1 2 ] . Logo, A [ x y ] = [ 2 1 1 2 ] [ x y ] = [ 2x+ y x+ 2y ] e T (x, y) = (2x+ y, x+ 2y). Questão 4 (2,0 pontos): Seja A ∈M2(R), tal que P = [ 3 2 1 1 ] diagonaliza A e a correspondente matriz diagonal é D = [ −1 0 0 0 ] . a) [0,7 pt] Dê exemplo de uma base do R2 formada por autovetores de A, indicando os respectivos autovalores. b) [1,3 pts] Determine A2020. Solução: a) Temos que P = [ 3 2 1 1 ] = [ v1 v2 ] e D = [ λ1 0 0 λ2 ] = [ −1 0 0 0 ] , onde os vetores colunas v1 = (3, 1) e v2 = (2, 1) são autovetores de A associados aos autovalores λ1 = −1 e λ2 = 0. Logo, {v1 = (3, 1)︸ ︷︷ ︸ λ1=−1 , v2 = (2, 1)︸ ︷︷ ︸ λ2=0 } é uma base do R2 formada por autovetores de A. b) Como A = PDP−1, então A2020 = PD2020P−1. Temos que D2020 = [ (−1)2020 0 0 02020 ] = [ 1 0 0 0 ] e P−1 = [ 1 −2 −1 3 ] . Assim, Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Álgebra Linear 2 APX1 2020/2 A2020 = PD2020P−1 = [ 3 2 1 1 ] [ 1 0 0 0 ] [ 1 −2 −1 3 ] = [ 3 0 1 0 ] [ 1 −2 −1 3 ] = [ 3 −6 1 −2 ] . Questão 5 (1,0 ponto) Determinea matriz C que representa, na base canônica do R2, o operador linear definido pela rotação de 3π 2 no sentido anti-horário seguida da reflexão com respeito ao eixo x. Solução: A matriz da rotação de 3π 2 , no sentido anti-horário, na base canônica, é dada por R = [ cos 3π 2 − sen 3π 2 sen 3π 2 cos 3π 2 ] = [ 0 1 −1 0 ] . A matriz da reflexão com respeito ao eixo x, na base canônica, é S = [ 1 0 0 −1 ] . A matriz C pedida é C = SR = [ 1 0 0 −1 ] [ 0 1 −1 0 ] = [ 0 1 1 0 ] . Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ