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CULTURA DA MANGA Professora: Drª Jullyanna Nair de Carvalho 2022 Aula 1. Cultura da mangueira: origem e distribuição. Importância econômica. Classificação botânica, aspectos morfofisiológicos. Produção de mudas. Melhoramento. Variedades. Influência do clima e do solo. Brasil: 3º maior produtor mundial de frutas, mas ainda tem uma expressão marginal no mercado internacional de frutas. O tamanho do mercado brasileiro explica a necessidade de importação (frutas temperadas), mas não explica o fraco desempenho das exportações (frutas tropicais). Tem ocorrido um expressivo crescimento na demanda mundial de frutas tropicais, especialmente de manga e de suco de frutas. A base comercial da mangicultura brasileira está alicerçada apenas em algumas poucas cultivares, dentre elas, a ‘Tommy Atkins’ é responsável por cerca de 80% da área plantada. Introdução Origem e dispersão • Sul da Ásia - Índia, onde existem mais de mil variedades e tem sido cultivada por mais de 4 mil anos. •Os portugueses transportaram, no início do séc. XVI, sementes e mudas de Goa, na Índia, para o Leste e Oeste da África América. •Chegada ao Brasil 1700 na Bahia e no sec XIX foi para o México, em seguida para a Flórida. •Atualmente a manga é cultivada em todos os países da faixa tropical e equatorial do mundo. Origem e dispersão da mangueira A mangueira no Brasil A mangueira no Brasil A mangueira no Brasil Manga firma-se como a fruta brasileira mais exportada Volume de manga Haden comercializado no CEAGESP em 2011 Preço (R$/kg) de manga Haden comercializado no CEAGESP em 2011 (Agrianual 2013). 0 100 200 300 400 500 600 700 800 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 1,5 1,7 1,9 2,1 2,3 2,5 2,7 2,9 3,1 3,3 3,5 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Período de maior oferta: outubro a março Escassez: abril a setembro. Mercado Interno Nos últimos anos houve aumento de área plantada da cultura da manga nos perímetros irrigados do nordeste e consequentemente um aumento do consumo de manga no Brasil. Os padrões de qualidade das mangas comercializada no mercado interno têm melhorado em decorrência da maior participação das variedades coloridas. Mercado Externo O mercado de frutas frescas é o mais importante (93%) Suco (2,5%) Polpa (1,47%) Importância alimentar da manga A manga é, hoje, uma das mais importantes frutas tropicais que compõem a dieta alimentar das classes média e alta brasileira com um consumo médio per capita da ordem de: 1,2 kg/ano Taxonomia • Reino: Plantae • Divisão: Spermatophytae • Subdivisão: Angiospermae • Classe: Dicotyledoneae • Ordem: Sapindales • Família: Anacardeaceae • Gênero: Mangifera (50 espécies) • Espécie: Mangifera indica L. Citogenética •Espécie alopoliplóide, mais provavelmente um anfidiplóide (poliplóide constituído por dois complementos somáticos completos de duas espécies diferentes). •Alógama. •A Mangifera indica é a espécie de maior estabilidade no número de cromossomos (2n = 40), embora Singh (1969) cite a ocorrência de plantas tetraplóides (4n = 80). Botânica Planta: árvore frondosa, de porte médio a grande, podendo atingir até 30 m de altura. Copa arredondada, folhagem sempre verde. Folhas: simples, alternas, lanceoladas, oblongas, oblongo-elípticas ou oblongo- lanceoladas, glabras, de consistência coriácea nervuras proeminentes em ambas as faces. Raiz: pivotante que pode ser aprofundar bastante no solo. Cerca de 77% das raízes são formadas por raízes finas e fibrosas, concentrado entre 20 a 40 cm de profundidade até 60 cm distante do tronco. Botânica Caule: é do tipo tronco, lignificado, ereto, casca rugosa, contendo resina. Ramos: são numerosos, grossos, com os inferiores muito altos em forma ereta no centro da planta. A planta emite várias brotações durante o ano, e a copa tem o seu crescimento através de fluxos vegetativos. Inflorescência: panícula pubescente ou glabra, muito ramificada, piramidal, 11 a 62 cm, rígida, ereta ou ascendente, densamente florida. Cada panícula pode formar de 500 a 17.000 flores, num total de 190 a 6.000 panículas na mesma planta. Botânica Flores: numa mesma panícula são encontradas dois tipos de flores: • Hermafroditas, bissexuais ou perfeitas (flores completas, com partes masculinas e femininas na mesma planta e na mesma flor); • Estaminadas ou masculinas, que possuem apenas a parte masculina da flor, que sempre estão em maioria e com um número muito elevado na base da panícula. Vegetação e florescimento • O florescimento ocorre em ramos com, no mínimo, 3 a 4 meses de idade e ocorre durante um período longo (vários meses), podendo ter seu início adiantando ou atrasado natural ou artificialmente. • A mangueira possui surtos de crescimento vegetativo várias vezes no ano. • A biologia floral da mangueira é totalmente adaptada para polinização a ser feita por trips e vários tipos de moscas e lepidoptera. • Baixas temperaturas durante o desenvolvimento da inflorescência contribuem para a redução no número de flores perfeitas na panícula. Polinização, fecundação e frutificação •60 a 90 % dos frutos caem nos primeiros 30 dias; •94 a 99 %, dos frutos caem aos 60 dias, •Menos de 1 % dos frutos atingem o estágio de maturação (1 a 3 frutos por panícula) •A maturação dos frutos ocorre, em geral, de 100 a 150 dias após a polinização. • 35% do total de flores da mangueira são polinizadas, resultando em cerca de 0,01% o número de frutos no stand final. Fruto: drupa carnosa, grande, de forma variável, sendo as mais comuns arredondado, cordiforme, elíptica, oblíqua- arredondada Polinização, fecundação e frutificação Produção de mudas ➢ Enxertia - porta-enxertos produzidos por sementes - sementes recalcitrantes (não armazenar) - retirar a capa que envolve a amêndoa - germinação em 25 dias com 95% de sucesso - desfolhar os ramos ponteiros da cultivar copa 10-15 dias antes da coleta das borbulhas e garfos Produção de mudas Colheita dos frutos e semeadura Germinação e emergência Transplante Enxertia Muda pronta Total: 260 a 430 dias 20 a 40 dias 60 a 90 dias 120 a 180 dias 60 a 120 dias Produção de mudas ➢ Enxertia Borbulhia em placa ou escudo Produção de mudas ➢ Enxertia Borbulhia em T invertido Produção de mudas ➢ Enxertia Garfagem em topo tipo fenda cheia Produção de mudas ➢ Enxertia Garfagem em topo tipo inglês simples Produção de mudas Produção de mudas Principais Cultivares • ‘Tommy Atkins’ – Cultivar mais cultivada e comercializada (80% da área plantada); • Elevada produtividade e regularidade na produção; • Monoembriônica, vigorosa, copa densa, precoce; • Resistente à impactos mecânicos, à deterioração pós colheita, antracnose (parcial) • Responsiva a indução floral; • Suscetível à morte descendente, malformação floral e colapso interno; • Frutos (500g), coloração avermelhada, alaranjada ou purpúrea, polpa consistente e firme, moderado teor de fibras, 17° Brix (baixo) • ‘Haden’ - Cultivar preferida dos consumidores pela qualidade de seu sabor; • Copa muito densa, elevada alternância de produção, autoincompatibilidade, monoembriônica. • Suscetível a antracnose, malformação floral, colapso interno de polpa, queda exagerada de frutos, resultando em baixa produção; • Frutos (700 g), saborosos, coloração vermelha/amarelada, moderado teor de fibras, 21° Brix Principais Cultivares ‘Palmer’ – Cultivar muito produtiva, tardia (Tommy e Haden), vigor moderado e produção regular, monoembriônica; Baixa vulnerabilidade ao colapso interno; Suscetível à antracnose; Utilização na indústria (> área cultivada); Frutos (900g), aromáticos, firmes, praticamente desprovidos de fibras, verde/arroxeados (imaturos) e avermelhado (maduros), 19° brix. Principais Cultivares ‘Keitt’ – Cultivar muito produtiva, tardia (Tommy e Haden), monoembriônica; Medianamente resistente à antracnose;Tolerância ao transporte e manuseio pós colheita; Frutos (700g), praticamente desprovidos de fibras, coloração esverdeada a amarelada, 21° brix. Principais Cultivares ‘Kent’ – Cultivar vigorosa, Copa compacta e arredondada, produtiva, tardia (Tommy e Haden), monoembriônica; Suscetível à antracnose, ao colapso interno e vulnerável ao transporte; Frutos (1000g), aromáticos, totalmente desprovidos de fibras, numerosas lenticelas, verde (imaturos) e avermelhado (maduros), 19° brix. Principais Cultivares ‘Espada’ – Cultivar nacional, vigorosa, copa densa, porte elevado, elevada produtividade, poliembriônica e precoce; Produz 2x ao ano, saborosa, utilizada como porta enxerto (rústica); Resistente à antracnose, colapso interno e morte descendente; Frutos (300g), aromáticos, muita fibra, verde ou verde-amarelado, 17° a 20°brix. Principais Cultivares ‘Rosa’ – Cultivar nacional, copa arredondada, vigorosa com creseimento lento, porte médio, tardia, predominantemente poliembriônica; Suscetível à antracnose, alternância de produção, menos produtiva; Florescimento intenso (respostas satisfatórias de indução floral), moderadamente resistente à morte descendente; Frutos (300g), aromáticos, amarelos ou rosado/avermelhado, expressiva em fibras, 14° a 16°brix. Principais Cultivares Natalina Alfa Clima Temperatura Faixa térmica ideal: 24 °C a 30 °C Acima de 40°C inibe o vingamento do fruto (cultivares monoembriônicas) Temperaturas baixas ocorre a paralisação do crescimento e queda na produção. Por outro lado, baixas temperaturas e o estresse hídrico são indispensáveis na floração e frutificação em mangueiras. Em condições não favoráveis ao estresse com baixa temperatura, tem-se utilizado o estresse hídrico, que por sua vez, se estende por um período que varia de 30 a 90 dias. Umidade relativa do ar Umidade relativa do ar entre 65 a 70% é considerada como favorável a planta. “A umidade relativa do ar durante o ciclo da cultura da mangueira favorece o surgimento de doenças fúngicas.” Clima Luminosidade: A mangueira exige altas intensidades de luz; panículas emitidas situam-se na periferia da copa. Ventos: redução significativa na produção, pois derrubam flores e frutos, causam ferimentos nos frutos pelo atrito com a folhagem e aumentam as taxas de transpiração da planta e evaporação do solo. Altitude: Os efeitos da altitude influem negativamente no ciclo, produtividade e qualidade do fruto, especialmente em altitudes mais elevadas (acima de 600 m). Para cada 150 m de aumento na altitude, ocorre um resfriamento de 1ºC, atrasando o florescimento em cinco dias. Clima Clima Regiões semiáridas Favoráveis ao cultivo da mangueira (irrigada); Maior exposição dos frutos a elevados níveis de radiação solar, deixando- os com coloração intensa e relativamente livres de doenças; Porém, embora esta radiação absorvida pela folhagem favoreça o crescimento vegetativo, as folhas situadas no interior do dossel recebem baixos níveis, reduzindo a disponibilidade de carboidratos, afetando o desenvolvimento dos frutos e a produção final. Poda apresenta grande importância e pode ser realizada de acordo com a localização do pomar e a necessidade de penetração de luz no interior do dossel. Manejo do solo •Propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. •Sistema de produção: integrada, orgânico, convencional. •A mangueira cresce bem em qualquer solo, desde que não sejam encharcados, alcalinos, rochosos, extremamente rasos ou demasiado pobre. Adapta-se melhor em solos profundos, moderadamente férteis e bem drenados. •Solos de fertilidade e textura média, profundos e permeáveis •Vale do são Francisco: Neossolo quartizarênico, Argissolo, Vertissolo Seleção da área e preparo do solo •Relevo e vias de acesso (práticas culturais e escoamento produção) •Limpeza da área (destocamento e roçagem) •Amostragem de solo: 0-20 e 20-40 cm - direcionar as práticas de correção e adubações. •Execução de práticas conservacionistas, • Abertura de carreadores e divisão da área em talhões. •Aração: 40 cm de profundidade; rompimento da camada de impedimento, incorporação / eliminação de plantas •Gradagem: leve ou pesada; destorroamento, nivelamento •Subsolagem: descompactação Seleção da área e preparo do solo • Solos arenosos (Neossolos): limpeza, sem aração/gradagem, abertura de sulcos de plantio (adubação) •Solos argilosos (Vertissolos): limpeza, gradagem (20 a 30 cm) •Solos com adensamento genético (Argissolos): subsolagem : Cobertura do solo e adubação verde • Consorciação: leguminosas e gramíneas Aumentam o teor de matéria orgânica, nitrogênio e fósforo no solo, além de diminuir a densidade e a resistência à penetração das raízes. O manejo de adubação da mangueira envolve três fases: 1)Adubação de plantio - Depende, essencialmente, da análise do solo. Os fertilizantes minerais e orgânicos são colocados na cova e misturados com a terra da própria cova, antes de se fazer o transplantio das mudas; 2)Adubação de formação - As adubações minerais devem ser iniciadas a partir de 50 a 60 dias após o plantio, distribuindo-se os fertilizantes na área correspondente a projeção da copa, mantendo-se uma distância mínima de 20 cm do tronco da planta Nutrição e adubação 3)Adubação de produção - A partir de três anos ou quando as plantas entrarem em produção, os fertilizantes deverão ser aplicados em sulcos, abertos ao lado da planta. A cada ano, o lado adubado deve ser alternado. A localização destes sulcos deve ser limitada pela projeção da copa. • Após a colheita: 50% N, 100% P e 25% K. • Antes da indução: 20% K; • Na floração:15% K; • Após pegamento dos frutos: 30% N, 15% K; • Cinquenta dias após o pegamento dos frutos: 20% N e 15% K. Adubação orgânica - Aplicar 20 a 30 L de esterco por cova no plantio, pelo menos uma vez por ano. Nutrição e adubação Adubação com micronutrientes - As deficiências mais comuns de micronutrientes que ocorrem na mangueira são de zinco e boro. A correção dessas deficiências poderá ser realizada por meio da aplicação de fertilizantes ao solo ou via foliar, em função dos resultados de análise foliar e de solo. Fornecimento de cálcio - Considerando a elevada exigência da mangueira em cálcio, recomenda-se associar a calagem com a aplicação de gesso na superfície, sem incorporação, após a calagem e antes da adubação. Nutrição e adubação Nutrição e adubação • Análise de solo e analise foliar Nutrição e adubação • Análise de solo e analise foliar Nutrição e adubação • Análise de solo e analise foliar Plantio ➢ Espaçamento: características do solo e clima, vigor do porta- enxerto/variedade copa, tolerância a doenças e pragas, manejo do pomar (podas, nutrição, irrigação..) • Plantios tradicionais: 12 x 10 m; 10 x 10 m. • Plantios adensados: 8x8, 8x7, 8x6, 10x6,10x5 m, • Semiárido brasileiro: entrelinhas (8 a 6 m), linhas (5 a 2 m) Tendência - mangueiras de pequeno porte, com porta-enxertos ananizantes, adensamento Plantio ► Época de plantio ► Abertura e adubação da cova -Marcação da cova -Abertura da cova (50x50x50 cm) ou sulcos (40 a 50 cm de profundidade) - Adubação de fundação / cova (Semiárido): • 20 a 30 L de esterco curtido, • 1 Kg de superfosfato simples, • 150g de KCl • 200g de um mistura de micronutrientes ► Plantio da muda e pintura do caule: Tinta látex branca diluída em água (1:1) Plantio ► Época de plantio ► Abertura e adubação da cova -Marcação da cova -Abertura da cova (50x50x50 cm) ou sulcos (40 a 50 cm de profundidade) - Adubação de fundação / cova (Semiárido): • 20 a 30 L de esterco curtido, • 1 Kg de superfosfato simples, • 150g de KCl • 200g de um mistura de micronutrientes Plantio ➢ Cobertura morta e tutoramento •Bacia ao redor da muda (80 a 100 cm de diâmetro), •Fazer o tutoramento da muda •Irrigar com cerca de 30 L de água aplicados ao redor da bacia; •Fazer cobertura morta utilizando capim seco, palhas ou outro material disponível, dispostossobre a bacia. Manejo da floração Floração no Semiárido: junho e agosto (temperaturas noturnas inferior a 20 ºC e diurnas inferior a 30 ºC e menor quantidade de chuva) Manejo da floração O florescimento da mangueira está relacionado a uma série de fatores: a) Maturidade dos ramos: ramos imaturos não florescem por causa do chamado efeito de juvenilidade. Os ramos atingem a maturidade, somente a partir de 90 a 120 dias. b) Safra anterior: a produção elevada em safra anterior concorre para o esgotamento das reservas (exaustão), resultando em redução na emissão de novos ramos. Manejo da floração c) reservas e relação C/N: o acúmulo de reservas e uma alta relação C/N resultam em florescimento e frutificação superiores. É fundamental o estabelecimento de um esquema racional de adubação. d) nutricionais: a elevação dos níveis de nitrogênio pode favorecer o aumento da produção, em decorrência de emissão de novos surtos vegetativos. e) ambientais: temperaturas acima de 25° C durante o dia e 20° C a noite, induzem o crescimento vegetativo. temperaturas entre 15-18° C durante o dia e 10° C durante a noite independentemente do fator umidade, podem induzir o florescimento. Manejo da floração Floração no Semiárido: junho e agosto (temperaturas noturnas inferior a 20 ºC e diurnas inferior a 30 ºC e menor quantidade de chuva) Indução artificial do florescimento Objetivos: concentração da colheita na entressafra, escalonamento da produção e escape das condições climáticas que propiciam a incidência de doenças 1) Nitrato de potássio ou cálcio: 2-4% 2) Ethephon: duas aplicações (200 ppm) espaçadas de 1-2 semanas 3) Paclobutrazol (1 g /m linear de diâmetro de copa): aplicado 1 mês após início das brotações, seguido de nitrato de potássio ou cálcio (2-4%) após 3 meses 4) Estresse hídrico: 2-3 meses após a aplicação de nitrato de potássio ou cálcio (2-4%) Aplicação do de Paclobutrazol Aplicação do de Nitrato Manejo da Poda “A planta de mangueira deve apresentar uma copa adequada e funcional, que facilite os diversos tratos culturais necessários à obtenção de frutas com padrão de qualidade que o mercado consumidor exige”. Poda de Formação •Condução em haste ou fuste único, até uma altura de 60 a 80 cm do solo. •Após a brotação, selecionam-se três ramos que serão as pernadas da planta, os demais são eliminados. •Os cortes deverão ser tratados com uma pasta (pasta bordaleza) a base de cobre (sulfato de cobre + cal hidratada). Poda Poda de Encurtamento de ramos:“Consiste no encurtamento e eliminação de ramos, com a finalidade de reduzir o volume da copa.” Poda de Abertura da copa:“Apresenta como objetivo, a redução da massa vegetativa na parte central da copa, resultando em maior arejamento e insolação em seu interior.” Poda de Eliminação do Centro da copa:“Através deste tipo de poda procura-se dar à planta a conformação semelhante a forma de tronco de um cone, reduzindo significativamente a altura da planta.” Poda Poda de “Renovação e rejuvenescimento”:“Consiste na eliminação de toda a parte vegetativa da planta através do corte ou redução drástica das pernadas. Após dois a três anos da realização desta poda a planta volta a ter produção satisfatória.” Poda Poda para manejo da floração: eliminação da floração terminal provoca uma segunda emissão de inflorescência axilar que deve produzir um número menor de furos abortados e atrasa a floração em até 30 dias. Deve ser realizada quando a flor ainda não foi polinizada. Poda Eliminação da inflorescência - é realizada cortando-se os botões florais, pelo menos, aos 5 cm do nó terminal, no estádio de chumbinho (pós a fertilização). Essa prática vai estimular a emissão de brotos vegetativos vigorosos e não vai haver a emissão de novos brotos florais. Limpeza da panícula e raleamentos dos frutos Eliminar os restos florais, folhas em excesso e frutos com problemas fitossanitários, mecânicos e fisiológicos. A retirada dos restos florais deve ser feita quando o fruto está no estádio conhecido como “ovo”. ➢ Retirada das folhas Objetivo: aumentar a incidência de sol nos frutos ➢Aplicação de cal nos frutos Objetivo: proteção dos frutos contra queima pelo sol. Aplicar hidróxido de cálcio (cal) a 5% (1 Kg/20 L) 30 dias antes da colheita Irrigação A mangueira apesar de ser considerada uma frutífera resistente à seca, quando sob condições de irrigação, poderá apresentar maior crescimento vegetativo, maior retenção de frutos e maior produtividade. Métodos mais utilizados: • Irrigação por superfície (sulcos, bacias em nível, faixas), • Aspersão sub copa fixa ou móvel, • Irrigação localizada (gotejamento e micro aspersão). Demanda hídrica: profundidade do sistema radicular, Kc, clima da região, eficiência do sistema de irrigação, cultivar, manejo... Controle de plantas invasoras Manter a área sob a projeção da copa sempre limpa e a área entrelinhas com as plantas ceifadas ou roçadas. Métodos: •Na linha: enxada, roçadeira e herbicidas do grupo Paraquat, Glifosate ou Terbacil. •Entrelinhas: grades e roçadeiras. Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) •A principal doença que ataca as flores, folhas, ramos e frutos. •A doença é extremamente prejudicial na florada. •O seu controle deve ser feito por meio de pulverizações com fungicidas (cúpricos, mancozebe, tiofanato metílico e tebuconazole), e práticas culturais para reduzir o nível de inóculo. Principais doenças da mangueira Fitossanidade - Doenças ➢Antracnose – Colletotrichum gloeosporioides Fitossanidade - Doenças ➢Antracnose – Colletotrichum gloeosporioides B) Oídio (Oidium mangiferae) Ocasiona danos às folhas novas, flores e início da frutificação. É prejudicial no período de florescimento, quando deve ser controlado por meio de pulverizações preventivas com fungicidas à base de enxofre, antes da antse e estender–se até o início da frutificação. Principais doenças da mangueira C) Seca da mangueira (Ceratocystis fimbriata) A seca da mangueira é a doença mais severa por ocasionar a morte das plantas de variedades suscetíveis. Geralmente transportado pelo besourinho Hipocryphalus mangiferae no caso da infecção se dar na parte aérea da planta. Não existe controle químico, razão pela qual o uso de porta-enxertos resistentes (Jasmim) e a eliminação dos ramos atacados, 40 cm abaixo da porção já colonizada pelo fungo, são as únicas medidas indicadas para evitar a morte da planta. Variedades resistentes: Rosa, Sabina, Oliveira Neto, Espada, Keitt, Sensation, Kent, Irwin e Tommy Atkins. Principais doenças da mangueira Fitossanidade - Doenças ➢ Seca da mangueira – Ceratocystis fimbriata Principais doenças da mangueira D) Malformação Vegetativa e Floral (Fusarium subglutinans) Sintoma de embonecamento ocorre por causa da redução no comprimento do eixo principal e surgimento de ramificações secundárias na panícula, gerando um aspecto de cacho que lembra uma boneca de pelúcia. Controle: Em plantas adultas, ao primeiro sinal da doença, podar e destruir os ramos com a malformação. O controle químico deve ser feito em viveiros com acaricidas e fungicidas (captan e mancozeb) após a poda dos ramos portadores de panículas malformadas. Fitossanidade - Doenças ➢ Mal formação floral - embonecamento Principais doenças da mangueira E) Mancha Angular (Xanthomonas campestris pv. Mangiferaeindicae) É bastante prejudicial à cultura, especialmente em localidades com umidade relativa do ar elevada. Esta doença é particularmente importante para certas variedades como a Tommy Atkins, na qual causa seca dos ponteiros. Em outras, como é o caso da Keit, ocasiona lesões na superfície dos frutos. Distúrbios fisiológicos Colapso Interno do fruto: distúrbio fisiológico de causa desconhecida, caracterizado pela desintegração e descoloração da polpa, que perde a sua consistência natural, tornando o fruto parcial ou totalmente imprestávelpara o consumo. Provavelmente o problema decorrente de desequilíbrio nutricional entre Ca e N Controle: Manter os pomares com uma adubação na qual os teores de N sejam baixos, com um teor de cálcio na folha em torno de 2,5%, aplicando calcário, gesso ou nitrato de cálcio; proceder a calagem, elevando a saturação em base (V%) por volta de 70. Colher os frutos ainda em fase de maturação, evitar que os frutos fiquem expostos ao sol, evitar tratamento hidrotérmicos. Distúrbios fisiológicos ➢ Colapso interno Distúrbios fisiológicos ➢ Colapso interno - Nariz mole Distúrbios fisiológicos ➢ Colapso interno - Semente gelatinosa Distúrbios fisiológicos ➢ Colapso interno - Tecido esponjoso Pragas na cultura da mangueira Moscas-das-frutas (Anastrepha sp) Dano é ocasionado pela larva do inseto, que se alimenta da polpa da fruta, provocando uma podridão generalizada. O controle é feito através de armadilhas tipo McPhail com utilização de atrativos alimentares (proteínas hidrolizadas a 7 %, o melaço de cana-de-açúcar a 10%, suco de frutas ou açúcar mascavo). Ou com a utilização de paraferomônios trimedilure em armadilhas tipo Jackson. Ácaros, Tripes, Cochonilhas e Microlepdópteros e inflorescência Colheita >A colheita inicia-se cinco a seis meses após o florescimento. A primeira produção ocorre após três anos do plantio em plantas enxertadas e em cinco anos para plantas de pé franco. > A fruta não deve ser apanhada antes do estádio denominado "de vez", quando se encontra 1/3 madura. > Para exportação a colheita deve ser feita com o auxílio de uma tesoura, seccionando o pedúnculo na porção mais estreita. Colheita > No campo as frutas são acondicionadas em contentors e mantidas à sombra até o envio para barracões ventilados, onde são classificadas e embaladas em caixas de papelão ou madeira, para remessa ao mercado interno. Para exportação elas sofrem antes um tratamento pós-colheita. Índices de colheita • Coloração e aspecto da casca: a tonalidade verde-oliva passa a verde-clara brilhante, livre da cerosidade (pruína); • forma do ápice: mais cheio e arredondado; • forma do bico: começa a aparecer em algumas cultivares e • conformação do ‘ombro’: na fruta verde está em linha com o ponto de inserção do pedúnculo, elevando-se com o avanço do processo de maturação. Para consumo mais rápido: teor de sólidos solúveis alcançar 10oBrix Para armazenar ou para mercados distantes, 7-8 oBrix. Os consumidores estrangeiros preferem frutas com acidez mais elevada. Pós-colheita Transporte para galpão de embalagens Operação no galpão de embalagem: • Recepção: em ordem cronológica • Lavagem: água tratada com hipoclorito de sódio ou hipoclorito de cálcio, na concentração de 100 ppm de cloro Pós-colheita •Corte de pedúnculo imergir os frutos em água contendo 0,4% de hidróxido de cálcio ou outro produto que neutralize o látex exsudado. O tempo de permanência do fruto nesta água, não deve ser superior a 3 ou 4 minutos. Pós-colheita •Seleção (frutos imaturos, danos físicos, etc - eliminados) •Seleção por tamanho ou peso Pós-colheita Tratamento fitossanitário Tratamento para controle de fungos: frutas imersas em água a 52 ºC, por 5 minutos; Tratamento par controle de mosca-das-frutas: imersão do fruto em água quente (46,1 ºC) durante 75 minutos (frutos com peso inferior a 425 g) ou 90 minutos (frutos com peso acima de 425 g). Pós-colheita Aplicação de cera: emulsão aquosa de grau alimentício à base de cera de carnaúba Pós-colheita Embalagem Pós-colheita Peletização: pallets com 12 caixas na base e 20 cm de altura Pré-resfriamento: túneis de ar forçado, UR 80-85%, 4 a 6 h para reduzir a T do fruto a 10°C Armazenamento/transporte (T ideal: 10-13°C) Colheita