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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP.
Processo nº: xxxxxxxxx
RODRIGO, já qualificado nos autos, por seu advogado infra-assinado (procuração em anexo com poderes especiais), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a decisão, interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no artigo 581, inciso IV do Código de Processo Penal. 
Nesses termos, requer que seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, requer que seja encaminhado o presente recurso, já com as razões inclusas, ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Nestes termos, pede deferimento
São Paulo, 12 de abril de 2021.
Advogado
OAB
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
 
Processo nº: xxxxxx
Recorrente: RODRIGO 
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO
RAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Colenda câmara criminal
DOS FATOS
 
Rodrigo foi denunciado pelo crime de homicídio simples consumado, com a causa de aumento prevista na primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP, perante o Tribunal do Júri da Comarca de São Paulo. 
De acordo com o que consta na denúncia, no dia 26 de dezembro de 2019, em uma boate localizada na cidade de São Paulo, Rodrigo teria desferido um soco na barriga de João, além de ter lhe dado um empurrão, que fez com que a vítima caísse em cima da garrafa de vidro que segurava. 
O corte gerado foi a causa eficiente da morte de João, conforme consta do laudo acostado ao procedimento. Rodrigo teria sido encaminhado por seus amigos ao hospital após os fatos, pois se mostrava descontrolado, não tendo prestado socorro à vítima, por isso, sendo imputada a causa de aumento da primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP.
Após regular pro cessamento, o juiz pronunciou o réu nos termos da denúncia. Logo após, o Ministério Público e a defesa técnica foram intimados da decisão.
DO DIREITO
	a) Da nulidade da instrução pelo cerceamento de defesa 
 Durante a audiência de instrução e julgamento, o magistrado, diante do atraso justificado das testemunhas arroladas pelo órgão ministerial, optou por ouvir as testemunhas de defesa antes das testemunhas de acusação. No entanto, de acordo com o artigo 411 do Código de Processo Penal, as testemunhas de defesa devem ser ouvidas após a oitiva das testemunhas de acusação. 
Deste modo, ao fazer a inversão inadequada da ordem de inquirição, o juiz cerceou o direito de defesa do réu, ferindo o contraditório e ampla defesa, conforme expresso no artigo 5°, inciso LV, da Constituição Federal. 
Sendo assim, requer que seja declarada a nulidade da instrução, por clara violação aos artigos 411 do Código de Processo Penal artigo 5°, inciso LV, da Constituição Federal, conforme exigência do artigo 564, inciso IV do Código de Processo Penal. 
Ademais, ressalta-se que ficou demonstrado claro prejuízo para a defesa, inclusive, o inconformismo com a situação foi suscitado no momento oportuno em audiência. 
b) Da absolvição sumária 
 
O magistrado pronunciou o réu, nos termos da denúncia, pelo homicídio simples consumado com a causa de aumento de pena descrita no § 4° do artigo 121 do Código Penal. 
No entanto, na data dos fatos, o réu era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito de suas ações ou determinar-se de acordo com esse entendimento, pois, conforme demonstrado pelas provas anexas aos autos, câmeras de segurança do local dos fatos constataram que uma pessoa desconhecida colocou substância entorpecente na bebida do réu, causando-lhe embriaguez completa. 
 	Além disso, o laudo hospitalar, também anexado aos autos, comprova que o réu estaria completamente embriagado em razão da ingestão dessa substância entorpecente colocada em sua bebida sem o seu conhecimento, tornando-o inimputável. 
Diante disso, requer a absolvição sumária do réu, com base no artigo 415, inciso IV, do Código de Processo Penal, diante da manifesta causa de exclusão da culpabilidade decorrente da embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, conforme expresso no artigo 28, parágrafo 1° do Código Penal.
c) Da desclassificação do crime 
O magistrado pronunciou o réu, nos termos da denúncia, pelo homicídio simples consumado com a causa de aumento de pena descrita no §4° do artigo 121 do Código Penal. No entanto, o réu nunca teve o dolo de causar a morte da vítima, apenas lesão. 
Assim, ressalta-se que o soco desferido e o empurrão não foram causas por si só suficientes para resultar a morte de João, mas o corte na cabeça, provocado pela garrafa que a vítima segurava que sequer era fato conhecido pelo agente no momento dos fatos foi à causa da morte. 
Deste modo, embora tenha socado e empurrado a vítima, o resultado morte foi proveniente, no máximo, de conduta culposa do agente.
Além disso, restou demonstrado que o réu não aceitou de nenhum modo o resultado ocasionado pela sua conduta, sendo tal comportamento demonstrado através do tratamento psicológico a que teve de ser submetido em razão dos fatos. Assim, não pode ser imputado ao réu sequer o dolo eventual. 
Deste modo, não sendo reconhecida a inimputabilidade do agente, requer que seja desclassificada a conduta do réu para crime não doloso contra a vida, com remessa dos autos para juízo competente, de acordo com o artigo 419 do Código de Processo Penal, uma vez que, de acordo com os fatos, pode ser atribuída, no máximo, a conduta de lesão corporal seguida de morte, descrita no artigo 129, parágrafo §3º do Código Penal.
d) Do afastamento das causas de pena
 
O magistrado pronunciou o réu, nos termos da denúncia, pelo homicídio simples consumado com a causa de aumento de pena descrita no §4° do artigo 121 do Código Penal. Todavia, a mencionada causa de aumento de pena só pode ser aplicada ao homicídio culposo, o que não é o imputado pela denúncia oferecida pelo Ministério Público. 
Deste modo, requer o afastamento da causa de aumento de pena descrita no artigo 121, §4º, em razão da inaplicabilidade ao homicídio doloso, imputado ao agente na denúncia ofertada pelo órgão ministerial.
DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer que seja CONHECIDO e PROVIDO o recurso, a fim 
De que se opere a reforma da decisão de 1° grau para que ocorra: 
a) Reconhecimento da nulidade da instrução, nos termos dos artigos 411 e 564, inciso IV, ambos do Código de Processo Penal;
b) A absolvição sumária, com fulcro nos artigos 415, inciso IV, do Código de Processo Penal e art. 28, §1º do Código Penal;
c) A desclassificação do crime, com base no artigo 419 do Código de Processo Penal;
d) O afastamento da causa de aumento de pena, por não se tratar de homicídio culposo. 
Nestes termos, pede deferimento.
São Paulo, 12 de abril de 2021.
Advogado
OAB

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