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Resumo sobre a Lei de Tortura (Lei n. 9455/97) A Lei de Tortura, estabelecida pela Lei n. 9455/97, surge em um contexto histórico de repúdio à tortura, especialmente após a 2ª Grande Guerra Mundial, quando diversos tratados internacionais foram criados para prevenir e punir essa prática. O Brasil ratificou importantes convenções, como a Convenção contra a Tortura e a Convenção Interamericana, que reforçam a proibição da tortura. A Constituição de 1988, em seu artigo 5º, assegura que "ninguém será submetido a tortura", estabelecendo um compromisso legal com a proteção dos direitos humanos. A lei de tortura é um marco na legislação penal brasileira, pois não apenas tipifica a tortura como crime, mas também a equipara a crimes hediondos, refletindo a gravidade dessa prática. A Lei n. 9455/97 define tortura como um crime que pode ser praticado tanto por agentes do Estado quanto por civis, o que amplia a responsabilidade penal. A lei não apenas descreve as formas de tortura, mas também estabelece a imprescritibilidade do crime em algumas circunstâncias, embora haja debates sobre a prescritibilidade em relação a tratados internacionais e à Constituição. A discussão gira em torno de três correntes principais: a primeira defende que a Constituição rotulou a tortura como um delito prescritivo; a segunda argumenta que os tratados internacionais devem prevalecer, considerando a imprescritibilidade da tortura; e a terceira sugere que a imprescritibilidade é incompatível com o Direito Penal moderno. A Lei de Tortura classifica as condutas em diferentes tipos, como tortura-prova, tortura para a prática de crime e tortura-preconceito. Cada uma dessas categorias possui definições específicas e penas que variam de 2 a 8 anos. A tortura-castigo, por exemplo, é caracterizada pela submissão de alguém sob guarda ou autoridade a intenso sofrimento físico ou mental, enquanto a tortura sem finalidade específica se refere a atos que causam sofrimento sem um objetivo claro. Além disso, a lei prevê a figura da tortura-omissão, onde a pessoa que se omite em evitar ou apurar a tortura pode ser punida. A legislação também estabelece que a tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, refletindo a seriedade com que o Estado brasileiro trata essa questão. Destaques A Lei de Tortura (Lei n. 9455/97) foi criada em resposta a um movimento global contra a tortura, ratificando compromissos internacionais. A tortura é tipificada como crime tanto por agentes do Estado quanto por civis, e é considerada imprescritível em certas circunstâncias. A lei classifica diferentes tipos de tortura, como tortura-prova, tortura para a prática de crime e tortura-preconceito, cada uma com definições e penas específicas. A tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, refletindo a gravidade da prática no contexto dos direitos humanos. A discussão sobre a prescritibilidade da tortura envolve a interação entre a Constituição e tratados internacionais, com diferentes correntes de interpretação.