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PRÁTICA CLÍNICA
Prática
clínica
MANEJO DERMATOLÓGICO 
ORIENTADO AOS 
DIFERENTES TIPOS DE PELE
Sumário
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05
08
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Pele Oleosa
Pele Acneica
Pele Seca
Pele Sensível
Pele Negra
Clique no número para ir para a página.
PRÁTICA CLÍNICA
Pele 
Oleosa
É definida pela produção excessiva de 
sebo pelas glândulas sebáceas na unidade 
pilossebácea (pelo + glândula).
Apesar de seu padrão vital na manutenção 
da homeostase da pele, em situação de 
hiperprodução, a presença aumentada de 
sebo facilita a piora da acne, sendo uma das 
principais queixas do público juvenil, dado 
o papel do aumento da produção hormonal 
própria da fase puberal.
A identificação deste tipo de pele é guiada, 
primordialmente, pela presença de aspecto 
brilhoso na zona-T, ou seja, áreas de alta 
produção sebácea, concentradas em testa, nariz 
e bochechas.
Características
Clínica do 
Paciente
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PRÁTICA CLÍNICA
Este tipo de pele promove as mais diversas queixas, devido ao seu impacto 
na rotina e seus desafios para o controle da oleosidade, sendo as mais 
frequentes:
Aspecto oleoso pouca horas após lavagem;
Aspecto irregular e não aderente de base durante uso de maquiagem;
Incapacidade de ambientação ao uso de protetor solar facial com 
frequente piora do aspecto oleoso à aplicação do produto.
Cuidados com a 
Pele Oleosa
A pele oleosa é, naturalmente, propensa a inflamações e surgimento de 
acne, por este motivo é necessário o controle a fim de evitar exacerbações e 
progressão do quadro. 
Para isso, temos como principais orientações:
Lavar o rosto 2x ao dia com agentes de limpeza específicos para 
controle de oleosidade;
Hidratar o rosto com emolientes específicos;
Escolher um filtro solar toque seco;
Avaliar a necessidade de ácidos noturno (azelaico, retinoico e 
derivados, glicólico entre outros);
Alimentação saudável entre outras mudanças de estilo de vida.
Observação:
Evitar, na grande maioria dos casos, sabonetes muito 
adstringentes;
Não lavar o rosto com sabonete mais do que duas vezes ao 
dia;
Evitar realizar muitas esfoliações;
Não utilizar produtos ou maquiagens fora da validade.
PRÁTICA CLÍNICA
Pele 
Acneica
A acne ocorre devido a um conjunto de fatores, sendo eles:
Hiperprodução sebácea;
Hiperqueratinização folicular (obstrução folicular com sebo e 
queratinócitos);
Colonização dos folículos por Cutibacterium acnes; 
Inflamação.
É principal queixa dos pacientes nos atendimentos dermatológicos.
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PRÁTICA CLÍNICA
Clínica do Paciente
Fatores de agravo
Cuidados com a Pele 
Acneica
Comedões (cravos); 
Pápulas (lesões sólidas arredondadas, endurecidas e eritematosas); 
Pústulas (lesões com pus); 
Nódulos (lesões caracterizadas pela inflamação, que se expandem por 
camadas mais profundas da pele e podem levar à destruição de tecidos, 
causando cicatrizes)
Cistos (maiores que as pústulas, inflamados, expandem-se por camadas 
mais profundas da pele, podem ser muito dolorosos e deixar cicatrizes).
Pode ocorrer piora relacionada:
Situações de estresse; 
Alterações hormonais;
Período menstrual;
Certos medicamentos como corticoides, vitaminas do complexo B;
Exposição exagerada ao sol;
Contato com óleos, graxas ou produtos gordurosos;
Manipulação das lesões (“espremer cravos e espinhas”).
Além dos cuidados orientados ao paciente de pele oleosa, devemos 
complementar com seguintes orientações:
Orientar alimentação e mudança de estilo de vida;
Investigar doenças de base, como síndrome dos ovários policístico ou 
disfunções tireoidianas;
Investigar uso de medicações ou suplementos que possam piorar o 
quadro.
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PRÁTICA CLÍNICA
Tratamento 
Medicamentoso
Varia conforme o grau de acometimento e perfil do paciente:
Os ativos devem ser combinados e a escolha do tratamento deve ser 
individualizada para cada paciente.
Medicamentos Tópicos
Medicamentos Via Oral
Principais ativos: 
Retinoides tópicos (primeira linha de tratamento)
Peróxido de Benzoíla e ácido salicílico podem ser utilizados 
em agentes de limpeza, tônicos e emolientes
Alfa-hidroxiácidos (AHA): ácido glicólico ou mandélico
Ácido azelaico
Antibióticos tópicos, como a clindamicina (sempre 
associada a outros ativos para evitar a resistência 
bacteriana
Antibioticoterapia sistêmica: Principalmente as Tetraciclinas 
(nunca em monoterapia para reduzir o risco de resistência 
bacteriana)
Nos casos mais graves, refratários, múltiplas cicatrizes: 
avaliar o uso de isotretinoína
Na acne da mulher adulta: Avaliar o uso de Espironolactona
PRÁTICA CLÍNICA
Pele 
Seca
Existem diversos fatores que levam à piora da 
xerose cutânea: banhos quentes e demorados, 
ausência de hidratação diária, uso frequente de 
substâncias como álcool.
Essa condição afeta mais áreas do corpo com 
baixa densidade de glândulas sebáceas como 
membros superiores e, inferiores e torso.
Características
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PRÁTICA CLÍNICA
O primeiro sinal clínico de pele seca é o aumento da opacidade da pele 
somado ao acinzentamento (menor reflexão da luz) e aumento das marcas 
topográficas naturais da pele. 
A formação de escamas sugere um quadro mais reservado e quando ocorre 
sua deterioração pode-se perceber formação de fissuras e rachaduras 
cutâneas.
À palpação, é percebida uma redução da flexibilidade da pele, com perda da 
elasticidade e turgor característicos.
A maioria dos pacientes que se queixam de pele seca não possuem doença 
de base, mas sim uma habilidade inadequada em lidar com os agressores 
naturais e hábitos de vida que ocasionam pele seca.
Clínica do Paciente
A utilização de hidratantes com componentes oclusivos (que intensificam a 
barreira transdérmica) e umectantes pode minimizar os sintomas, aliando-
se aos emolientes para suavizar a superfície seca.
Frequentemente, estes contém lipídios como ceramidas, ácidos graxos, 
glicerina e colesterol.
Cuidados com a 
Pele Seca
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PRÁTICA CLÍNICA
Agentes Oclusivos
Excelente opção para o tratamento 
da pele seca, visto que além de 
contribuírem para a redução da 
perda de água por transpiração 
são dotados de efeito emoliente. 
Normalmente, estes são combinados 
em formulações contendo 
umectantes.
Exemplos:
• Petrolatos (Padrão Ouro);
• Lanolina;
• Óleos Minerais (Lauril sulfato 
sódico);
• Óleos Naturais (Óleo de girassol, 
óleo de coco).
Agentes Umectantes
São materiais solúveis em água 
e com alto poder de absorção 
hídrica, ou seja, “seguram” a água da 
atmosfera na pele (ao contrário dos 
oclusivos, que impedem a água da 
pele de sair). Em condições de baixa 
umidade atmosférica, os umectantes 
podem atrair água de camadas mais 
profundas da epiderme e da derme. 
Tem maior eficácia quando aliados à 
hidratação oclusiva.
Exemplos:
• Glicerina (glicerol);
• Sorbitol;
• HIaluronato sódico;
• Ureia;
• Propilenoglicol;
• Alfa-hidroxiácidos;
• Açúcares (ácido hialurônico).
Agentes Emolientes
São substâncias que penetram nos espaços existentes entre os corneócitos 
em descamação, o que aumenta a coesão intercelular e torna a superfície da 
pele mais macia e suave. Muitos agentes oclusivos e umectantes atuam como 
emolientes (ex: petrolato, lanolina).
PRÁTICA CLÍNICA
Pele 
Sensível
Como o nome sugere, a pele sensível denota 
uma hiperreatividade às intempéries (ambiente, 
cosméticos, alimentos). Cerca de metade dos 
pacientes que chegam com queixas de pele 
sensível não apresentaram sinais visíveis de 
inflamação ou lesões de pele.
Características
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A apresentação clínica dependerá do tipo de 
pele sensível apresentada pelo paciente e se 
este apresenta alguma doença dermatológica 
associada. 
Queixas frequentes:
Vermelhidão;
Sensação de queimação;
Descamação;
Pápulas ou pústulas;
Intolerância a diversos produtos de skincare/
medicamentos;
Piora do quadro relacionada a certos 
alimentos, emoções, comportamentos e 
clima.
Clínica do 
Paciente
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PRÁTICA CLÍNICA
Cuidados com a 
Pele Sensível
Cerca de 85% dos relatos de sensibilidade da pele ocorrem em face, 
podendo se apresentar em outros locais de forma isolada ou concomitante: 
58% nas mãos; 36%no couro cabeludo; 34% nos pés; 27% no pescoço; 23% 
no torso e 21% nas costas.
Condutas:
Realizar a limpeza do rosto com agentes de limpeza suaves, 
como os sabonetes syndets.
Optar por filtro solar para peles sensíveis ou físicos, como os 
produtos à base de óxido de zinco e/ou dióxido de titânio
Usar diariamente hidratantes com ativos calmantes
Orientar banhos curtos, com água morna, sabonete suaves e 
evitar buchas e esponjas
Evitar mais de um banho por dia
Sempre introduzir um produto por vez, para caso ocorra reação 
se possa saber qual ativo desencadeou o processo
Sempre testar produtos novos antes no punho ou região 
posterior da orelha, caso não ocorre reação o paciente pode, 
então, aplicar o produto na face 
Avaliar, diagnosticar e tratar doença de base associada, como 
dermatite atópica ou rosácea
Oriento alimentação e hábitos de vida
PRÁTICA CLÍNICA
Presença de fibroblastos maiores, bi ou multinucleados, em maior 
número e hiperativos, o que, combinado à diminuição da atividade da 
colagenase, pode originar a formação de quelóide, de incidência maior 
em negros.
Maior padrão de secreção das glândulas sudoríparas e sebáceas na 
pele negra, com predisposição à formação de acne.
A abordagem da pele negra é carregada de estereótipos que promovem uma 
rotina pobre em cuidados e permitem erros de conduta capazes de garantir a 
permanência de marcas, possivelmente, evitáveis.
Por isso, o primeiro passo para o manejo e cuidado desse tipo de pele 
é reconhecer o que a diferencia das demais, sendo possível reconhecer 
diversas especificidades, como:
Maior quantidade de melanina, não associada a maior quantidade de 
melanócitos.
Presença de melanossomas maiores, com número aumentado na 
camada basal e distribuídos por todas as camadas da epiderme, em 
oposição ao que se apresenta na pele branca.
Pele 
Negra
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PRÁTICA CLÍNICA
Alterações
pigmentares
Alterações em geral
• Melasma
• Hiperpigmentação e hipopigmentação 
pós-inflamatória
• Pitiríase alba
• Hipomelanose gutata idiopática
• Vitiligo
• Acne
• Dermatose papulosa negra
• Quelóide
• Úlceras na perna por anemia falciforme
• Pseudoacantose nigricante
• Dermatite Seborréica
• Pseudofoliculite da barba
• Acne queloideana da nuca ou foliculite 
da nuca
• Foliculite dissecante do couro cabeludo
• Alopecias (tração, por alisantes, 
cicatriciais)
A partir do reconhecimento do que a diferencia, podemos atestar possíveis 
achados a serem buscados no exame clínico destes pacientes, com predomínio 
de algumas patologias ou alterações cutâneas, sejam elas:
Clínica do Paciente
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PRÁTICA CLÍNICA
Cuidados com a 
Pele Negra
Evite água quente
Resseca a pele do corpo , pioram ressecamento dos fios, 
podem levar a oleosidade rebote no couro cabeludo e rosto)
Utilize sabonetes, espumas de controle de oleosidade 
ácido salicílico, glicólico para o rosto e Sabonetes , com 
substâncias hidratantes,suaves para o corpo
Limpeza de pele
Máscara de argila verde ou branca( efeito antiinflamatório, 
adstringente)
Dieta balanceada
Evitar alimentos com alto índice glicêmico
Hidrate bem a pele
Produtos a base de ácido hialurônico, pantenol, manteiga de 
karité
Observar veículo(gel, oil free) para o rosto
Use protetor solar
Observar o veículo utilizado
Produtos a base de vitamina c, ácido glicólico, ácido dioico, 
kojico, ferulico, tranexâmico
Evite procedimentos agressivos no verão
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PRÁTICA CLÍNICA
Referências
Zaenglein AL, Pathy AL, Schlosser BJ, Alikhan A, Baldwin 
HE, Berson DS, Bowe WP, Graber EM, Harper JC, Kang S, Keri 
JE, Leyden JJ, Reynolds RV, Silverberg NB, Stein Gold LF, 
Tollefson MM, Weiss JS, Dolan NC, Sagan AA, Stern M, Boyer 
KM, Bhushan R. Guidelines of care for the management of 
acne vulgaris. J Am Acad Dermatol. 2016 May;74(5):945-73.
e33. doi: 10.1016/j.jaad.2015.12.037. Epub 2016 Feb 17. 
Erratum in: J Am Acad Dermatol. 2020 Jun;82(6):1576. PMID: 
26897386.
Oliveira CMM, Almeida LMC, Bonamigo RR, Lima CWG, 
Bagatin E. Consensus on the therapeutic management 
of rosacea --- Brazilian Society of Dermatology. An Bras 
Dermatol. 2020;95(S1):53---69.
Cosmetic dermatology: principles and practice. Leslie 
Baumann. McGraw-Hill medical. New York, 2009.

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