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1 PROFISSIONALISMO NA ATUALIDADE 2 APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR Professor Me. Marcelo Cristian Vieira possui Mestrado em Ciência Social pela UEM - Universidade Estadual de Maringá (2014) com Bacharelado em Administração (2007). Pós-Graduado em Docência no Ensino Superior (2010), Pós-Graduado em Educação a Distância e Tecnologias Educacionais (2013) e Pós-Graduado em Auditoria e Controladoria (2012). Possui experiência na área comercial, onde atuou em grandes empresas do segmento do varejo como Lojas Americanas e C&A Modas, e também foi consultor pelo SEBRAE-PR, onde prestou consultoria em micro e pequenas empresas. Na área educacional atua desde 2008, possui experiência na coordenação e gerência de Pós-Graduação na Educação a Distância na Unicesumar, onde escreveu alguns livros para os cursos na área de gestão. Atualmente é Microempreendedor na área educacional e Professor Universitário nas modalidades a distância e presencial nos cursos de Graduação e Pós-Graduação. 3 UNIDADE I – RELACIONAMENTO INTERPESSOAL, TRABALHO EM EQUIPE E LIDERANÇA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Definir equipe e suas características; Apresentar as características compartilhadas de uma equipe; Conceituar liderança e suas características; Apresentar os estilos que um líder pode ter; Diferenciar os tipos de estruturas organizacionais: formal e informal; Compreender sobre relacionamento interpessoal e suas características; Demonstrar a importância da comunicação para uma boa relação interpessoal; Apresentar exemplos de empresas que buscam o trabalho em equipe e o bom relacionamento entre seus funcionários. PLANO DE ESTUDO A seguir apresentam-se os tópicos que você estudará nessa unidade: TÓPICO 1 – RELACIONAMENTO ENTRE AS PESSOAS NO AMBIENTE DE TRABALHO TÓPICO 2 – DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS, ESTILO DE LIDERANÇA, QUALIDADE DE UM LÍDER TÓPICO 3 – HABILIDADES INTRAPESSOAIS E TRABALHO EM EQUIPE 4 INTRODUÇÃO DA UNIDADE Olá caro aluno, seja bem-vindo à disciplina de Profissionalismo na Atualidade. Primeiramente quero parabenizá-lo pela iniciativa de se dispor ao aprendizado e ao conhecimento que um curso superior pode proporcionar. O conteúdo dessa disciplina foi produzido com muita satisfação e pensado no perfil do aluno da Educação a Distância, ou seja, um aluno autônomo e condutor do próprio aprendizado. Nessa disciplina veremos que não é de hoje que as empresas de todos os tipos criam equipes para desempenhar melhor suas atividades. Há um provérbio africano que diz "Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo". Pode ser que você já tenha visto esse provérbio, mas você já parou para refletir sobre ele? Já questionou sobre o trabalho em equipe ou sobre as suas vantagens e desvantagens? Bom, é nesse contexto que iremos trabalhar em nossa primeira unidade. Ela será dividida em três tópicos principais, sendo que no primeiro abordaremos sobre relacionamento entre as pessoas no ambiente de trabalho, será discutido sobre equipe, trabalho em grupo e as relações interpessoais nas organizações. Apresentaremos a definição de equipe, e as características compartilhadas. No segundo tópico, abordaremos sobre liderança. Veremos o que a literatura fala sobre o assunto e, também, descreveremos os estilos e as qualidades que um líder deve ter, bem como o conceito de liderança e suas características. Também, serão apresentados os tipos de estruturas organizacionais: formal e informal e discutiremos como ela se relaciona com o processo de liderança na organização. Por fim, falaremos sobre as habilidades intrapessoais e trabalho em equipe. Serão apresentadas as características necessárias que uma pessoa precisa ter para criar e manter bons relacionamentos interpessoais e também o que as empresas fazem para facilitar a integração e incentivar o trabalho em equipe. Será demonstrada a importância da comunicação para uma boa relação interpessoal e alguns exemplos de empresas que buscam o trabalho em equipe e o bom relacionamento entre seus funcionários. 5 Novamente quero agradecer a sua pré-disposição em adquirir conhecimento e desejar muito sucesso na sua caminhada profissional e que alcance suas metas e objetivos. 6 TÓPICO 1 – RELACIONAMENTO ENTRE AS PESSOAS NO AMBIENTE DE TRABALHO Olá aluno, hoje em dia é muito importante que as organizações estejam cientes de que por trás dos valores, da produção, dos resultados, estão as pessoas, cada qual com suas habilidades, competências e experiências. Sendo assim as relações interpessoais no trabalho e a capacidade de trabalhar em equipe estão cada vez mais valorizadas no mundo corporativo (SANTOS 2016). Pois, trabalhar em equipe potencializa as características individuais e aumenta a produtividade. Para entendermos melhor sobre o assunto, primeiramente, devemos compreender que equipe é quando várias pessoas se juntam para realizar a mesma tarefa ou o mesmo trabalho. Na esfera esportiva, temos como exemplo os times de futebol ou de vôlei, que tem como objetivo a participação em uma competição esportiva. Na esfera coorporativa verificamos grupo de pessoas, onde todos se dedicam à realização de uma tarefa, para atingir o objetivo principal da empresa. Vejamos outros exemplos: Grupo de Estudos Comissões de Escola Grupos Políticos Unidades Militares Grupos Musicais Equipes de Projetos Grupos de Pais e Mestres Clubes de Hobbies Grupos Religiosos Grupos Sindicais Grupo de Jovens Associações em geral Quadro 1: Exemplos de equipes Fonte: Adaptado de Maginn (1996) Conforme Maginn (1996) qualquer que seja a denominação para equipe (grupo, unidade, comissões, associações...), há sempre três características em comum que são compartilhadas. E você, conseguiu identificar quais são elas? Conforme o autor a primeira característica que uma equipe apresenta é o Propósito Compartilhado. As pessoas possuem diversas habilidades, percepções, 7 experiências, talentos, porém em uma equipe todos devem ter o mesmo foco. Essa é uma das vantagens da equipe, unir todas as características das pessoas em prol de um único resultado. Nesse sentido, temos a segunda característica, Cooperação. As pessoas precisam trabalhar juntas, temos que entender que um depende do outro, pois se as pessoas trabalharem isoladamente, as metas dificilmente serão alcançadas. Tente imaginar como seria uma empresa onde cada funcionário busca atingir seus objetivos de forma isolada. Vamos fazer uma analogia com as engrenagens de um relógio, conforme a imagem a seguir. Imagem 1: Engrenagens de um relógio Fonte: Pixabay (2017) Repare no trabalho em conjunto entre as catracas. Caso uma quebre ou deixe de fazer sua função, o relógio irá parar de funcionar. Por fim, a terceira característica, Benefício ou Compensação. É simples falar em Propósito Compartilhado e Cooperação, mas se não tiver algo em troca, uma equipe não é formada. As pessoas, para fazerem parte de algo, precisam ter ou receber algo em troca. Alcançar metas ou propósitos que beneficiam direta ou indiretamente os integrantes da equipe facilitará a união e cooperação das pessoas nos processos, além de deixar o trabalho mais interessante e satisfatório. 8 Um time de futebol, por exemplo, é composto por jogadores com diversas características (rápido, alto, forte, baixo, destro, canhoto), pois cada um desempenhará funções distintas no campo de jogo. . Imagem 2: Time de Futebol Fonte: Pixabay (2017) Mas, para se tornar uma equipe é preciso conter as três características compartilhadas (Propósito Compartilhado, Cooperação e Benefício ou Compensação). Nesse contexto e levando em consideração a economia globalizada, um tema que está muito em voga é o trabalho em equipe. Autorescomo Schein (2009); Carvalho (2010); Portal Educação (2013); Rocha (2009); Santos (2016), comentam que o trabalho em equipe passou a ser uma das características mais importantes, tanto para gestores quanto para os colaboradores da empresa. Com isso, muitas empresas estão percebendo que o conhecimento econômico, técnico e financeiro, não é suficiente, também é preciso ter conhecimento sobre comportamento interpessoal e a compreensão das pessoas com quem se relacionam, por isso, o investimento em 9 cursos, treinamentos e palestras sobre o tema qualificam melhor seus funcionários para o dia a dia, reduzindo ou preparando os funcionários a resolver conflitos no trabalho, problemas da empresa e problemas pessoais. - Preconceito - Diferença de interesses - Grosseria - Competição - Teimosia - Distorções na comunicação - Diferença de valores - Luta por status ou poder - Diferença de percepções - Vaidade desmedida Quadro 2: Exemplos de Causas de Conflitos Fonte: Adaptado de Carvalho (2010) Sendo assim, as relações interpessoais são fundamentais para o bom desenvolvimento da equipe, pois trabalhar em equipe, antes de tudo, significa ter uma boa comunicação, não basta apenas seguir ou dar ordens, é necessário que as tarefas sejam contextualizadas por prioridade, para que as tarefas importantes não sejam preteridas para outras de menor urgência (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013). Portanto, aprender a trabalhar em equipe e a desenvolver as relações interpessoais é um passo muito importante que você terá que dar dentro de uma organização, pois caso não consiga exercer tais habilidades, as chances de ser rotulado como um profissional de difícil convivência dificultará, em muito, suas chances de crescimento profissional. TÓPICO 2 – DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS, ESTILO DE LIDERANÇA, QUALIDADE DE UM LÍDER Bom, caro aluno, vamos falar agora um pouco sobre liderança, aquela capacidade que algumas pessoas têm em conduzir outras pessoas para um determinado caminho. Vamos ver como Maximiano (2012, p.205 e 206) define liderança: “Liderança é o processo de conduzir as ações ou influenciar o 10 comportamento e a mentalidade de outras pessoas [...] é a realização de metas por meio da direção de colaboradores”. Atualmente, as organizações estão repletas de sistemas, processos e tecnologias, porém o fator humano, ainda é essencial para o bom desenvolvimento das atividades. Todos os dados e informações gerados pelos sistemas terão que ser interpretados pelas pessoas, que juntamente com seus conhecimentos e habilidades terão que tomar decisões e conduzir toda equipe, visando o melhor resultado para a organização. Portanto, o papel do líder nas organizações é muito importante, uma vez que se faz necessário que a empresa tenha um caminho a percorrer em busca de objetivos satisfatórios (PESSOTTI, 2016). Imagem 3: Liderança Fonte: Pixabay (2017) Maximiano (2012) descreve que a liderança não é apenas baseada nas habilidades de uma pessoa, ela dependerá de um contexto e de outros elementos, tais como: características do líder, características da tarefa, motivação dos liderados e a conjuntura (contexto). 11 Características do líder: independente da qualidade de cada um, muitas vezes as pessoas são colocadas em situação de liderança, onde deverá tomar decisões que conduzirá outros. Como no caso de professores, treinadores, gerentes ou até mesmo na situação de pai ou mãe. Na situação de liderança, algumas pessoas serão mais motivadas para realizar a tarefa, outras podem ter mais capacidade. Características da tarefa: é a responsável pela ligação entre líder e liderado, pois sem uma tarefa a ser realizada, não existiria o processo de liderança. As características de uma tarefa fornecerão os motivos, as motivações para os liderados. Motivação dos liderados: os liderados irão seguir o líder por algum motivo, e o interesse de realizá-lo dependerá do benefício conseguido. Neste sentido, entendemos que podem existir liderados fiéis e mercenários. Isso mesmo, encontraremos pessoas que seguirão um líder devido a uma mensagem intrínseca, em prol de uma missão e outros que buscarão algo material ou psicológico em troca. Temos como exemplo os soldados do exército que lutam até a morte pelo seu país, em busca de um sonho, de uma condição visualizada pelo seu líder. Por outro lado, temos um jogador de futebol, que se esforça em uma partida, para receber uma bonificação ofertada pelo clube. Conjuntura (contexto): é a representação dos fatores históricos, culturais e organizacionais nos quais ocorre o processo de liderança. Entender a contextualização fará com que compreenda o processo de liderança. No exército, por exemplo, é impossível exercer a liderança de baixo para cima, algo possível de ser enxergado em outros tipos de organizações. Entendido que em um processo de liderança existem essas características, vamos ver que cada líder tem um estilo e que esse estilo está relacionado com a forma de autoridade exercida. 12 Figura 1: Quatro estilos de liderança desde a antiguidade Fonte: Adaptado de Maximiano (2012) O estilo de liderança pode ser Autocrático ou Democrático, isso dependerá da forma como o líder conduzirá a autoridade com a equipe. Um líder Autocrático é aquele que centraliza o poder de decisão consigo, porém o abuso de poder o transforma em tirano. Por outro lado, um líder que compartilha o poder de decisão com a equipe, busca uma liderança democrática, mas o excesso de liberdade fará de sua liderança uma demagogia, uma vez que sempre buscará a popularidade e dificilmente entrará em conflito. A formalidade da liderança é um tema importante a ser abordado, pois ajudará na compreensão dos estilos citados. A estrutura formal da organização “[...] é aquela deliberadamente planejada e formalmente representada, em alguns de seus aspectos, pelo organograma” (OLIVEIRA, 2009, p. 65). Na mesma linha Johnson (1997, p. 163) define: Uma organização formal é um sistema social estruturado em torno de metas específicas e que, em geral, consiste de vários grupos ou subsistemas interrelacionados. É dirigida de acordo com normas estabelecidas de forma facilmente clara e rigidamente imposta. Empresas, a Igreja Católica, os sistemas judiciários, as reitorias de universidades e as forças militares exibem as propriedades das organizações formais. A princípio, a estrutura formal de uma organização é facilmente percebida, porém, nem tudo é explícito, em qualquer organização existem também as relações que não são visíveis na estrutura formal, são os chamados grupos informais, com 13 relações informais. Tais relações estão presentes entre as pessoas e não correspondem às regras, normas, organogramas estabelecidos pela estrutura formal. Os grupos informais, por exemplo, são grupos criados por iniciativa de seus próprios integrantes, para defender seus interesses ou atender a necessidade de convivência social. Sobre as relações informais nas organizações, Johnson (1997, p. 164) descreve que: Nas organizações formais, indivíduos muitas vezes participam de redes de informações informais, nas que as expectativas são menos rigidamente definidas e menos focalizadas em objetivos específicos. Amizades de escritório (e animosidades), por exemplo, com frequência desempenham uma parte importante no desempenho de papéis mais formais. No mesmo sentido, em Oliveira (2009, p. 65) verifica-se: Estrutura formal é a rede de relações sociais e pessoais que não é estabelecida ou requerida pela estrutura formal. Surge da interação social das pessoas, o que significa que se desenvolve, espontaneamente, quando as pessoas se reúnem. Portanto, apresenta relações que, usualmente, não aparecem no organograma. Desta forma, as diferentes estruturas existentes que uma organização possa ter e seus diversoselementos e interações humanas, produzem líderes com características diferenciadas. Você consegue imaginar um líder dentro de um sistema formalizado? Bom, esse parece fácil, se você imaginou um presidente de um país, um treinador de algum clube esportivo, um gerente de um departamento, ou algo semelhante, você está certo. No sistema formal, a hierarquia é definida pela organização e os líderes são escolhidos, como por exemplo, Papa Francisco, Sir Winston Churchil, Barack Obama, Mao Tsé-tung, Margaret Thatcher, Nelson Mandela. E de maneira informal, você consegue imaginar um líder? 14 Esse líder irá surgir, não será escolhido e nem eleito, ele aparece e as pessoas o seguem. Um jogador de futebol, que não é o capitão do time (o capitão é a liderança formal), mas que consegue o respeito dos outros atletas e consegue exercer uma liderança informal. Outro exemplo seria um revolucionário que lidera um grupo em busca de algo maior, como por exemplo: Che Guevara, Joana d'Arc, Mahatma Gandhi, Martin Luther King Jr, E você, ocupa ou já ocupou uma situação de liderança? Conseguiu desempenhar com sucesso? Como você reage a essa situação? Com naturalidade? Quando se trata do futuro do trabalho, os gestores estão assumindo novas formas de atuação para que de fato se tornem grandes líderes. Em um artigo, Yamaoka (2015) descreveu algumas características, consideradas, fundamentais para um líder de sucesso. São elas: (1) Ser um líder atuante; (2) Assumir as responsabilidades; (3) Entender sobre as tecnologias; (4) Liderar pelo exemplo; (5) Pedir ajuda se necessário; (6) Acreditar na inteligência coletiva; (7) Ser um tomador de decisões; (8) Saber reconhecer os méritos; (9) Oferecer feedback; (10) Reconhecer os limites pessoais. SAIBA MAIS SOBRE O ASSUNTO Para saber mais sobre o assunto, acesse o link: http://exame.abril.com.br/pme/as-10-caracteristicas-fundamentais-de-um-lider-de- sucesso/ O líder do futuro é aquele que possui ênfase em suas competências e comportamentos definidos a partir da organização e suas estratégias. Nesse sentido as competências para a liderança no futuro é ter uma visão ampla do negócio, saber gerenciar complexidade e mudanças, desenvolver a si mesmo e aos outros, ter alinhamento emocional e focar nos resultados. http://exame.abril.com.br/pme/as-10-caracteristicas-fundamentais-de-um-lider-de-sucesso/ http://exame.abril.com.br/pme/as-10-caracteristicas-fundamentais-de-um-lider-de-sucesso/ 15 Os modelos de liderança que estudamos nessa unidade estão relacionados ao comportamento, características humanas e nas estruturas organizacionais. Podemos perceber a existência de uma interdependência entre as partes, organização, líder e liderados. TÓPICO 3 – HABILIDADES INTRAPESSOAIS E TRABALHO EM EQUIPE Para Pereira (2013), na vida temos vários relacionamentos, porém os de trabalho são diferenciados, pois temos que realizar nossas atividades e obter resultados juntos de pessoas que não escolhemos para trabalhar e que muitas vezes não temos afinidade. É nesse ambiente e nessa situação que nos obrigamos a lidar com diferenças de opinião, de visão, de formação, de cultura e de comportamento. Imagem 4: Trabalho em Equipe Fonte: Pixabay (2017) Podemos perceber que essa situação não é muito fácil, alguns podem ter mais facilidades, mas outros têm mais dificuldades de adaptação. Para a autora, se basearmos nossos relacionamentos interpessoais em cinco pilares: Autoconhecimento, Empatia, Assertividade, Cordialidade e Ética, a adaptação se torna mais fácil. 16 Vejamos agora como os autores, Pereira (2013), Santos (2016), Dicio (2017) falam sobre as características dos cinco pilares. Autoconhecimento – Implica em reconhecer nossos traços de comportamento, o impacto que causamos nos outros e que comportamentos dos outros nos incomodam. Santos (2016) complementa dizendo que ao trabalhar o relacionamento interpessoal, as pessoas passam a conhecer melhor a si próprias (maior autoconhecimento), e sua maneira de relacionar-se com o mundo e com as pessoas, muda. Por exemplo: uma pessoa objetiva e dinâmica, que gosta de agir com independência e rapidez para atingir seus objetivos, pode ter conflitos na interação com um colega de perfil mais cauteloso e metódico, que segue regras à risca e tem um ritmo mais lento, por se preocupar com detalhes. Porém, se pelo menos um dos dois tiver autoconhecimento, pode utilizar estratégias que minimizam o conflito com o outro (PEREIRA, 2013). Empatia – Ação de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria nas mesmas circunstâncias (DICIO, 2017). Exemplo: A empatia também nos torna capazes de enxergar além do próprio umbigo e ampliar nossa percepção da realidade com os pontos de vista dos outros. Entre as várias coisas que se pode fazer para praticá-la, a mais básica é saber ouvir (PEREIRA, 2013). Assertividade – Aquele que possui uma afirmação categórica; afirmativo. Ter a habilidade de se expressar de forma franca, direta, clara, serena e respeitosa. Expressar segurança ao agir; que se comporta de maneira firme; que demonstra decisão nas palavras (DICIO, 2017). A palavra está ligada à forma de expor e defender posições. Exemplo: Pessoas assertivas não dispendem tempo com fofocas ou assuntos fora do contexto, é transparente nas suas intenções e colocações. Cordialidade – Tratar as pessoas com cordialidade, ser gentil e simpático. Demonstrar consideração pelo outro de várias formas. Ação de expressar carinho, afeto e amizade, ser educado em ambientes de trabalho (DICIO, 2017). 17 Exemplo: Pode ser com o “bom dia” com que saudamos o destinatário de nossa mensagem de e-mail, com o ato de segurar a porta do elevador para alguém entrar ou apanhar do chão um objeto que o colega deixou cair (PEREIRA, 2013). Tratar as pessoas de forma cordial e respeitosa é fundamental em um relacionamento duradouro. Ética – Reunião das normas de valor moral presentes numa pessoa, sociedade ou grupo social. Razões que ocasionam, alteram ou orientam a maneira de agir do ser humano (DICIO, 2017). Exemplo: Ser ético é ter atitudes que não prejudiquem os outros, não quebrem acordos e não contrariem o que se considera certo e justo. Podemos ter muito autoconhecimento, ser altamente empáticos e assertivos, mas, se não nos conduzirmos pela ética, não conseguiremos manter relacionamentos equilibrados (PEREIRA, 2013). Outra característica que é muito citada nas leituras e que podemos acrescentar como mais um elemento desse pilar é a Comunicação. Comunicação – O que se relaciona ou pode ocasionar a transmissão ou recepção de ideias ou de mensagens, buscando compartilhar informações. Ação de transmitir ou de receber essas mensagens: comunicação empresarial (DICIO, 2017). Exemplo: Rocha (2009) cita que uma boa comunicação é um fator relevante para a uma boa relação interpessoal, pois se em um ambiente de trabalho, os colaboradores possuírem a mesma linha de pensamento, as informações necessárias para o desenvolvimento das atividades serão facilmente absorvidas e as ações ocorrerão com maior êxito. A autora também alerta sobre a falta da comunicação: “A inexistência da comunicação entre os indivíduos em ambientes de trabalho é um fator negativo que influencia diretamente na organização de pessoas e, consequentemente, na má qualidade do processo produtivo, seja ele, por motivo de horário (os funcionários não são devidamente avisados de reuniões importantes), desenvolvimento das 18 ações, falta de afinidade entre os grupos e a precária liderança do gestor” (ROCHA, 2009, P. ONLINE). Conforme podemos observar, o ambiente corporativo é uma grande escola de relacionamento, por isso, desenvolver e fortalecer as características dos pilares melhorará não apenas a sua capacidade de serelacionar no ambiente de trabalho, mas também o ajudará nas áreas da vida, como familiar, social, ciclo de amizades. Conhecer seus sentimentos e emoções o ajudará a ter mais foco e ser mais produtivos no trabalho, além de propiciar maior capacidade de lidar e entender os outros, e trabalhar em equipe (SANTOS, 2016). SAIBA MAIS SOBRE O ASSUNTO O Desafio do comprometimento da equipe O que você faria se fosse um técnico de futebol com a responsabilidade de ganhar o jogo e percebesse que a metade do seu time não está comprometido? Como você se sentiria? Link: https://www.elos360.com.br/artigos/o-desafio-do-comprometimento-da-equipe Outro ponto importante a ser abordado e que Santos (2016) exemplifica muito bem, é o fato de as empresas criarem o hábito, a cultura baseada nos princípios, nos pilares do trabalho em equipe. A autora traz alguns exemplos de grandes empresas que se empenham realmente nesse quesito. Vejamos o exemplo: O setor de RH da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) desenvolve há algum tempo programas que visam estimular as relações interpessoais de seus colaboradores, através de dinâmicas de grupo e atividades destinadas à melhoria das relações, trabalhando, inclusive, questões trazidas pelos próprios funcionários. A loja de departamentos Magazine Luiza também investe em programas que trabalham o relacionamento interpessoal de seus colaboradores. Há 13 anos, https://www.elos360.com.br/artigos/o-desafio-do-comprometimento-da-equipe 19 desenvolve um trabalho de fortalecimento de cultura e clima com os colaboradores, com o objetivo de internalizar valores da empresa - ética, colaboração, transparência, simplicidade, respeito, amor, fé - e de promover o amadurecimento das relações interpessoais, familiares, corporativas e, obviamente, com o cliente. Além disso, a cada nova loja do Magazine Luiza inaugurada, os colaboradores passam por um programa, chamado fortalecimento interno. O programa foca no autoconhecimento, na ampliação da consciência e da visão sistêmica e no fortalecimento interior, para somente depois, trabalhar as relações externas. Esse trabalho acaba sendo um preventivo de clima e promove o engajamento dos colaboradores. Esse tipo de ação aumenta a integração entre os membros da equipe, soluciona conflitos e proporciona o autoconhecimento, trazendo maior produtividade e comprometimento, o que é benéfico tanto para o colaborador, quanto para a empresa (SANTOS, 2016). Muitas empresas perceberam o quanto é importante cultivar hábitos com base em princípios sólidos e transmitir para todos os colaboradores. Organizações que buscam melhores desempenhos por meio, ou melhor, junto de seus colaboradores, devem se tornar exemplos, ser fonte de inspiração para seus colaboradores. Exemplo de bons relacionamentos e a criação de um bom ambiente de trabalho deve seguir a hierarquia, vir de cima para baixo. Os líderes devem atuar de forma incentivadora, investindo no bom relacionamento, sendo respeitoso e maduro com todos. Santos (2016) complementa dizendo que as empresas podem investir em programas e treinamentos que promovam o autoconhecimento, através de trabalhos de desenvolvimento, ou também, incentivar os colaboradores a participar de workshops e eventos. Portanto, é importante mencionar que relacionamento interpessoal não significa amizade e intimidade. Significa entender as pessoas e saber lidar com as diversidades, pois como vimos, cada pessoa possui sua personalidade, costumes e estilo de vida distintos dos demais. O segredo é focar na importância do 20 estabelecimento de confiança, respeito mútuo, ética e na percepção de saber escutar os outros e entender as diferenças (SANTOS, 2013). 21 CONSIDERAÇÕES FINAIS Encerro nossa primeira unidade relembrando que as pessoas com suas habilidades, competências e experiências são essenciais para as organizações e as relações interpessoais no trabalho e a capacidade de trabalhar em equipe estão cada vez mais valorizados no mundo corporativo. Após ter definido equipe e compreendido sobre as características compartilhadas da mesma, foi possível aprender a trabalhar em equipe e a desenvolver as relações interpessoais, que é um passo muito importante que você terá que dar dentro de uma organização, pois caso não consiga exercer tais habilidades, as chances de ser rotulado como um profissional de difícil convivência dificultará, em muito, suas chances de crescimento profissional. Vimos também o conceito de liderança, que é o processo de conduzir as ações ou influenciar o comportamento e a mentalidade de outras pessoas para a realização de metas, por meio da direção de colaboradores, suas características e estilos. Foi possível entender que as organizações estão repletas de sistemas, processos e tecnologias, porém o fator humano, ainda, é essencial para o bom desenvolvimento das suas atividades, pois o papel do líder nas organizações é muito importante, uma vez que se faz necessário que a empresa tenha um caminho a percorrer em busca de objetivos satisfatórios. Com relação às características de um líder, vimos que a liderança não é baseada apenas nas habilidades de uma pessoa, ela dependerá de um contexto e de outros elementos, tais como: características do líder, características da tarefa, motivação dos liderados e a conjuntura (contexto), e que em um processo de liderança cada líder pode ter seu estilo e que esse está relacionado com a forma de autoridade exercida, que pode ser tirana, autocrata, democrata ou demagoga. Além das características pessoais de um líder, foi feita a diferenciação dos tipos de estruturas de organizacionais (formal e informal) e vimos também sobre a formalidade da liderança e como ela tem relação com os estilos estudados. Pois as 22 diferentes estruturas existentes que uma organização possa ter e seus diversos elementos e interações humanas, produzem líderes com características diferenciadas. Nesta unidade foi compreendido sobre relacionamento interpessoal e suas características, vimos que na vida temos vários relacionamentos, porém os de trabalho são diferenciados, pois temos que realizar nossas atividades e obter resultados juntos de pessoas que não escolhemos para trabalhar e que muitas vezes não temos afinidade. É nesse ambiente e nessa situação que nos obrigamos a lidar com diferenças de opinião, de visão, de formação, de cultura e de comportamento. Discutiu-se que nem todas as pessoas têm facilidade de se adaptar a um ambiente diferente, e que num relacionamento interpessoal existem cinco pilares que podem facilitar essa adaptação: Autoconhecimento, Empatia, Assertividade, Cordialidade e Ética. Sendo assim, desenvolver e fortalecer as características dos pilares melhorará não apenas a sua capacidade de se relacionar no ambiente de trabalho, mas também o ajudará nas áreas da vida, como familiar, social, ciclo de amizades. Conhecer seus sentimentos e emoções o ajudará a ter mais foco e ser mais produtivos no trabalho, além de propiciar maior capacidade de lidar e entender os outros, e trabalhar em equipe. Por fim, foi demonstrada a importância da comunicação para uma boa relação interpessoal e apresentados exemplos de empresas que buscam o trabalho em equipe e o bom relacionamento entre seus funcionários. Pois, muitas empresas perceberam o quanto é importante cultivar hábitos com base em princípios sólidos e transmitir para todos os colaboradores. Organizações que buscam melhores desempenhos por meio, ou melhor, junto de seus colaboradores, devem se tornar exemplos, ser fonte de inspiração para seus colaboradores. 23 UNIDADE II – ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO E METAS PESSOAIS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Diferenciar administração do tempo de administração dos eventos e atividades pessoais; Conceituaradministração; Compreender sobre administração do tempo; Refletir sobre como utilizamos nosso tempo; Aprender a fazer um quadro de distribuição de atividades; Aprender a elaborar um planejamento da utilização do tempo; Entender a lei de Parkinson; Aprender sobre mapa de prioridade; Diferenciar as características do mapa de prioridade; Apresentar dicas para melhorar o uso do tempo. PLANO DE ESTUDO A seguir apresentam-se os tópicos que você estudará nessa unidade: TÓPICO 1 – ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO? TÓPICO 2 – COMO VOCÊ UTILIZA SEU TEMPO? TÓPICO 3 – UTILIZANDO MELHOR O TEMPO 24 INTRODUÇÃO DA UNIDADE Olá caro aluno, é muito comum ouvirmos pessoas reclamando que não tem tempo para desenvolver suas atividades cotidianas devido ao excesso de tarefas que tem para realizar. Ao se questionar o que é tempo, verificará que é algo complexo sem uma resposta ou um conceito único. Ao refletir sobre o assunto você perceberá que o futuro não existe, o passado já aconteceu e o presente é apenas uma fração de segundo, pois ao pensar nele já se torna passado. Provavelmente, você já deve ter visto a expressão “tempo é dinheiro”. Para muitos, essa é a definição simplista de tempo. Se analisar o período de 1 ano, verá que existem 12 meses, dividido em 52 semanas ou 365 dias. Se dividir por hora encontrará 8.760, o equivalente a 525.600 minutos. A comparação com o dinheiro, fez do tempo algo valoroso, e consequentemente perigoso. A ansiedade em lidar com o tempo, pois poupar tempo tornou-se uma virtude, assim como poupar dinheiro. Com a criação dos dispositivos tecnológicos, poupar tempo é sinônimo de produtividade, de progresso. Desta forma, a perda de tempo é visto como algo pecaminoso, é a não produção, é a ineficiência do uso de recursos. Como você se sentiria se em um dia de semana, na parte da tarde, ficasse algumas horas assistindo TV ou lendo uma revista? A sensação de não estar fazendo nada, de não estar produzindo, está mais comum na nossa sociedade e aflige cada vez mais as pessoas. Você se lembra da relação tempo x dinheiro? Então, esse conceito moderno, é proveniente das revoluções industriais. Em nossa atual sociedade industrial um dos grandes desafios do homem moderno é saber lidar e gerenciar bem o tempo, ou seja, produzir o máximo dentro de um pequeno espaço de tempo. Bernhoeft (2009) explica que essa angustiosa realidade moderna, está diretamente ligada com a pressa, ou seja, uma necessidade (consciente ou inconsciente) de realizar determinada tarefa em um período de tempo escasso e comprimido. 25 O autor continua dizendo que essa realidade é igual para todos, o dom do tempo se reparte igualmente para todos, porém algumas pessoas conseguem realizar uma grande quantidade de atividades, com alto nível de qualidade, enquanto outras não conseguem avançar. Para essas pessoas, a resposta está sempre na ponta da língua.... Falta tempo!!! Mas afinal, por que algumas pessoas conseguem lidar melhor com o tempo do que outras? Para ajudar a compreender esse dilema, nessa unidade iremos trabalhar em três tópicos, sendo que no primeiro iremos diferenciar administração do tempo de administração dos eventos e atividades pessoais, para depois conceituar administração e, por fim, compreender sobre administração do tempo. No segundo tópico iremos refletir sobre como utilizamos nosso tempo e iremos aprender a fazer um quadro de distribuição de atividades. Por último, no terceiro tópico será visto como elaborar um planejamento da utilização do tempo e entender a lei de Parkinson. Após isso, aprenderemos sobre mapa de prioridade, suas características e serão apresentadas dicas para melhorar o uso do tempo. 26 TÓPICO 1 – ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO? Imagem 5: Engrenagens de um relógio Fonte: Pixabay (2017) Você consegue administrar bem o seu tempo? Consegue realizar tudo aquilo que planejou? E se eu perguntar de forma diferente, você tem o costume de planejar suas tarefas? Quando iniciamos uma atividade, seja ela no trabalho, na faculdade ou no dia a dia, é comum focarmos mais no ‘o que’ fazer do que no ‘como fazer’. Medeiros (2015, p.6) explica que: [...] as pessoas quando aprendem em um curso acadêmico, ou mesmo ingressam de alguma forma em uma função, profissão, são sempre instruídas sobre “O que” fazer sendo ignorado o modo como se fazer o trabalho, principalmente aos detalhes que fazem o diferencial para se obter uma maior eficiência e eficácia. 27 Vamos primeiro ao exemplo, para depois discutirmos mais sobre o assunto. João é vendedor em uma grande empresa do varejo, seu horário de trabalho é das 8hrs as 18hrs de segunda a sábado. Como ele sempre buscou melhores condições de vida começou a fazer faculdade a noite, pois era o período que ele tinha livre. No decorrer do curso, João percebeu que precisava aprender um novo idioma, e se inscreveu em um curso de inglês aos sábados à noite, pois era o período em que ele não trabalhava e não tinha aula. João sabia o quanto essa jornada semanal era cansativa, mas também sabia que era passageiro, pois dentro de alguns anos ele terminaria seus estudos. Como não tinha muito tempo livre na semana, João prestava o máximo de atenção nas aulas e tentava realizar todas as atividades dentro desse período. Com relação ao seu trabalho, ele buscava desempenhar suas tarefas dentro de sua carga horária, tentando não levar trabalho para casa. Domingo era o dia em que João descansava e finalizava alguma atividade pendente. Num período de quatro anos essa foi a jornada de João, de segunda a sábado, nos períodos de manhã, tarde e noite, ele se dedicava ao trabalho e aos estudos, e aos domingos, buscava descansar. Talvez você tenha passado por algo semelhante, provavelmente, no período acadêmico. Também, é provável que conheça pessoas que não se submeteriam a tal jornada. Pois bem, o exemplo de João demonstra que não há grandes segredos para se utilizar bem o tempo; o que ele fez foi planejar e manter o foco no planejamento. Administrar ou gerenciar o tempo são termos comuns e empregados em várias leituras, porém, particularmente não acredito na administração do tempo, mas sim na administração dos eventos e atividades pessoais. Por que digo isso? Porque o tempo é algo que não se pode controlar e muito menos modificar. Kroehnert (2001 p.13) explica que o “correto seria autoadministração, pois não 28 podemos administrar o tempo em si, mas podemos nos administrar com maior eficiência”. Olhe para o relógio nesse momento, agora cruze os braços e tente lembrar qual é a marca de seu computador ou de seu celular. Lembrou? Bem, agora olhe novamente no relógio. Continua na mesma hora, minutos e segundos? Com certeza não. Essa pequena dinâmica foi para demonstrar como não temos controle sobre o tempo, mas temos sobre nossas ações. Portanto, o foco nessa unidade será como podemos administrar melhor nossas ações para que possamos aproveitar melhor o tempo. Para que isso seja possível, é importante conhecer melhor o conceito de administração. Processo Significado Planejar Decisões sobre objetivos e recursos necessários para realizá-los. Organizar Decisões sobre a divisão de autoridade, responsabilidades e recursos para realizar objetivos. Executar Decisões de execução de planos. Direção, coordenação e autogestão são estratégias de execução. Controlar Decisões de assegurar a realização dos objetivos. Quadro 3: Principais Funções da Administração Fonte: Adaptado de Maximiano (2012) O quadro acima demonstra as principais funções da administração. Ela se inicia com o Planejamento do que será feito, para depois Organizar os recursos e as responsabilidades. Após planejado e organizado é hora de colocar em prática, Executar. Conforme ocorre a execução, deve-sefazer o Controle, ou seja, verificar se o que foi planejado está realmente acontecendo. 29 TÓPICO 2 – COMO VOCÊ UTILIZA SEU TEMPO? Normalmente achamos que sabemos como utilizamos nosso tempo, porém nem sempre isso é verdade. Primeiramente, para utilizar bem o tempo, temos que priorizar as tarefas realmente importantes e que nos trazem maiores resultados. Fazer em primeiro lugar as mais importantes e não as mais fáceis. (MEDEIROS, 2015). Para que possamos definir quais são as tarefas mais importantes, temos que analisar e avaliar como estamos utilizando nosso tempo. Depois disso, temos que questionar: como poderia executar melhor as tarefas mais importantes? Como consigo melhorar os resultados? Para fazer a identificação com precisão de como utilizamos nosso tempo, Medeiros (2015) explica que temos de criar uma agenda, para conseguir dimensionar exatamente o percentual de tempo que usamos em cada tipo de tarefa. Imagem 6: Agenda de Trabalho Fonte: KROEHNERT (2001) 30 Afinal, se não sabemos como estamos utilizando nosso tempo, como poderemos dimensioná-lo melhor? Segue um texto “Cuidado com o jacaré”, muito interessante, do professor Luiz Carlos de Queirós Cabrera para fazermos algumas reflexões. Cuidado com o jacaré, por Luiz Carlos de Queirós Cabrera Como lidar com as tarefas (e pessoas) que ficam no seu pé só para tirar o seu foco. Estou muito impressionado com o número de profissionais, de todas as idades, que me contam estar preocupados com sua performance. Nós todos sabemos que, depois das reengenharias, “downsizings” e outros processos chamados de modernização organizacional, as pessoas estão com uma carga de trabalho que beira o limite físico. Por outro lado, a constante busca de ferramentas modernas, como os sistemas integrados de gestão, procura facilitar a rotina diária, mas, na verdade, está criando mais tensão, até essas ferramentas estarem perfeitamente implantadas. Tudo isso afeta a performance, fora o fato que hoje a competitividade exige tudo mais rápido, mais perfeito e mais barato. No entanto, quando estou entrevistando profissionais durante os processos de seleção que conduzo, tenho notado que existe um inimigo maior ainda, que afasta as pessoas da tão sonhada alta performance. É o jacaré. Deixe-me explicar: muitos anos atrás, ouvi numa aula do professor Larry Greiner, da University of Southern California, a seguinte frase: Se você tem um jacaré a lhe morder a perna, a tendência é esquecer que sua tarefa principal era drenar o pântano. Realmente, nessa hora a sobrevivência fala mais alto. Você entra no pântano, cheio de vontade de executar a tarefa de drená-lo. Aí, o jacaré morde a sua perna. E você vai querer matar o jacaré, claro. O pântano que espere. 31 O jacaré desta história é o nosso dia a dia. É a rotina que lhe ataca de manhã e que impede que você faça todas as tarefas que planejou para o dia. E ao final, exausto, você olha a pilha de jacarés mortos e é cobrado, pelo seu chefe, pelo pântano que não drenou. Saber enfrentar a rotina é uma tarefa fundamental para quem quer ter alta performance. Evitar o jacaré é planejar melhor, é testar todas as hipóteses, é prever os desvios e inconsistências. O jacaré detesta planejamento. Ele anda pela empresa com sua casca grossa, rabo comprido e braços curtos dizendo que planejamento não serve para nada, que nunca dá certo, que é um jogo de adivinhação. Tudo mentira. O jacaré morre de medo do PLANEJAMENTO, que, quando bem-feito, é um exercício de previsibilidade. E que não é feito para dar certo, mas sim para testar antecipadamente todas as hipóteses. Olhe bem a sua volta. Os jacarés estão por todos os lugares, com sua fala mansa e andar desengonçado. E, se você bobear, um deles ataca: Cadê a cópia do relatório A45 que você ficou de me mandar? Pronto, ele mordeu sua perna! Agora vai ter de matar este… e lá se vão quase duas horas do dia. Fique atento. Planeje bem o seu dia. Exercite o planejamento, pratique o exercício da previsibilidade, ou você vai se tornar um especialista em matar jacarés. E o duro desta vida é que o reconhecimento, as oportunidades e as recompensas só virão para os que drenarem o pântano. Vade retro, jacaré. Fonte: http://lock.com.br/port/noticia/noticias/cuidado-com-o-jacare Medeiros (2015) comenta que normalmente você recebe mensagens ou tarefas que não dizem respeito à sua atividade principal ou aquela em que você está focado. Encaminhe tal material diretamente para a pessoa responsável e dê um retorno ao remetente dizendo que foi encaminhado para o responsável pela tarefa. Evite assumir http://lock.com.br/port/noticia/noticias/cuidado-com-o-jacare 32 atividades que não são suas, ou dar resposta do tipo: vou verificar e assim que possível lhe retorno. Dê as informações ou o encaminhamento necessário de imediato, não atue como intermediário, deixe que a própria pessoa pesquise e busque as informações necessárias. Seguindo as orientações de Medeiros (2015), a primeira coisa que deve ser feita para melhor utilizar seu tempo é verificar como ele está sendo empregado. O autor nos alerta sobre alguns pontos poderá encontrar em seu quadro e algumas conclusões que você poderá ter. Decisões sobre assuntos importantes; Conversas telefônicas que se estendem demasiadamente; Período de interrupções constantes; Concentração em assuntos poucos importantes; Período de escravidão ao papel, onde se manuseiam muitos papéis sem importância; Falta de tempo para pensar e planejar, ficando escravo da rotina; Período de grandes atividades consertando ou refazendo atividades anteriores. Monte um quadro de registro de tempo, isso mesmo, faça um registro de um dia seu para te auxiliar na identificação do uso de tempo. Segue modelo de exemplo. Atividade Início Fim Total Percentual (480min=8hrs) Arrumação da Mesa 8:00 8:20 20 min 4,16% Reunião 8:30 9:40 70 min 15,22% Responder e-mails durante o dia ---- ---- 50 min 10,41% 33 Quadro 4: Quadro de Distribuição de Atividade Fonte: Próprio Autor (2017) Lembrando o modelo criado é apenas uma sugestão, você poderá acrescentar mais dados ou fazer qualquer modificação que achar necessário. O intuito é que você realmente faça um registro e depois uma análise sobre seu dia a dia. Caso não tenha uma rotina, tente criar um padrão, listar atividades semelhantes. TÓPICO 3 – UTILIZANDO MELHOR O TEMPO - Estabelecimento de prazo Depois de feito o registro e a análise de sua rotina, o próximo passo é começar a planejar suas atividades, seu dia. Você já deve ter ouvido a seguinte frase: “Se quer ver algo feito, peça a alguém que não tenha tempo; para se certificar de que isso não ficará feito, peça a alguém com tempo. A primeira pessoa não tem tempo porque faz tudo que lhe dizem para fazer; a segunda tem tempo porque não faz nada do que lhe pedem.” Alfonso Milagro. Em 1955 o historiador Cyril Northcote Parkinson, disse: "O homem mais ocupado é o que tem mais tempo livre". Essa é a essência da "Lei de Parkinson", o trabalho tende a preencher (ou adaptar-se) ao tempo disponível ou alocado para ele. Medeiros (2015) descreve que se você determinar trinta minutos para fazer uma tarefa usará esses trinta minutos. Mas ao invés de trinta minutos você determinar uma hora, provavelmente utilizará essa uma hora. Quando temos pouco tempo para realizar uma atividade, buscamos ser mais prático e objetivo, com mais foco para terminar no tempo restante. Agora, quando o prazo é maior, provavelmente relaxamos, deixando para começar a fazer mais próximo do prazo final. 34 Com base na lei de Parkinson, a lição que tiramos é que devemos estabelecer horas e datas para a entrega da tarefa, mesmo que possua um bom prazo. - Estabelecimento de prioridade No dia a dia de muitas empresasé comum recebermos tarefas consideradas urgentes, o famoso “apagar incêndio”. Ávila (2017) comenta que normalmente isso ocorre quando não existe muito planejamento e, muitas coisas precisam ser resolvidas sem se pensar na sua real importância. Quando falamos de problemas que surgem de forma inesperada e das nossas atividades rotineiras é preciso trabalhar com prioridades, a fim de organizar de forma mais eficaz nossos esforços. Uma forma de organizar é classificando como Prioridade, Urgência e Importância. As três classificações (conceitos) são parecidas e muitas vezes as usamos de forma equivocada. Entretanto, conforme Zapata (2014, online), “em um ambiente profissional, que exija que ações sejam efetuadas precisamente, que energia seja focada claramente em certas ações e em uma determinada ordem, é essencial saber diferenciar cada um desses conceitos”. De acordo com Zapata (2014), seguem suas definições quanto a Prioridade, Urgência e Importância. Prioridade Definição do que deve ser feito primeiro, o lugar onde a energia precisa ser focalizada antes dos demais. Exemplo: É impossível fazer mais que uma coisa ao mesmo tempo. Mesmo quando alguém diz que faz multitarefa, no microcosmo esta pessoa está primeiro focando na tarefa A, e rapidamente foca na tarefa B, para voltar para a tarefa A. Mesmo se esse movimento for rápido, a prioridade é clara: primeiro fez A, depois B e 35 retornou para A. Em nenhum momento as tarefas A e B foram feitas ao mesmo tempo, sempre uma delas estava com a prioridade. Urgência Está intimamente ligado a tempo, é algo que grita por atenção porque tem um tempo limite para ser feito. Se for ultrapassado aquele tempo limite, não faz mais sentido dar prioridade a tal tarefa, por mais insignificante que ela seja. Exemplo: Um telefone tocando no meio de uma reunião chama por atenção. Quem nunca parou rapidamente para checar quem estava telefonando, nem que seja para desligar o telefone e retornar depois? Pois bem, nesses poucos segundos o telefone se transformou em sua prioridade, por mais significativa que fosse a reunião onde você estava. Você inclusive parou de focar na reunião para checar o telefone. Ele era algo tão urgente que se tornou sua prioridade momentânea. Importância Refere-se a impacto, ao tamanho do risco envolvido em não priorizar tal assunto. Se urgência chama por prioridade devido ao tempo limite que ele impõe, a importância chama por prioridade pelo impacto do assunto em questão. Exemplo: É importante fazer exercícios regularmente, mas você pode esperar alguns dias se estiver com algum projeto atrasado. Importante mas não urgente. Entendido as diferenças, vejamos como podemos usar os conceitos de forma mais prática 36 . Figura 2: Mapa de Prioridade Fonte: Zapata (2014) Você deverá montar uma matriz com 4 quadrantes, sendo que em cada quadrante deverá ser inserido as tarefas, de acordo com sua classificação. Quadrante 1 – Alta Urgência e Alta Importância; Quadrante 2 – Baixa Urgência e Alta Importância; Quadrante 3 – Alta Urgência e Baixa Importância; Quadrante 4 – Baixa Urgência e Baixa Importância. 37 Figura 3: Exemplo de Mapa de Prioridade Fonte: Zapata (2014). “Para um problema ser resolvido é necessário alocar recursos, destinar tempo, energia e atenção ao mesmo. Isso tudo custa caro, portanto é essencial que tenha sido escolhido o alvo certo para focar a energia [...]” (ZAPATA, 2014, online). Prioridade Atividade Início Fim Total Percentual (480min=8hrs) Urgente Arrumação da Mesa 8:00 8:20 20 min 4,16% Importante Reunião 8:30 9:40 70 min 15,22% Importante Responder e-mails durante o dia ---- ---- 50 min 10,41% Quadro 5: Quadro de Distribuição de Atividade com Prioridades Fonte: Próprio Autor (2017) 38 Você também poderá aproveitar o quadro de distribuição de tarefa e acrescentar o nível de prioridade. Fazendo a Matriz ou o Quadro, você terá mais facilidade para visualizar as tarefas e sua importância. - Separação em Lotes Outra maneira de melhorar o uso do tempo é dividir suas tarefas em lotes, ou seja, agrupar atividades semelhantes e executá-las juntas. Assim você conseguirá economizar tempo e deslocamento. Vamos supor que você precise ir ao banco, desta forma você lista tudo que precisa ser feito nas proximidades do banco e elabora uma rota com os destinos e as tarefas. Assim, conseguirá aproveitar melhor a saída que teve que fazer. - Foco/Atenção Pereira (2016) faz um alerta com relação ao foco e atenção durante a execução das tarefas. Muitos autores escrevem sobre a gestão do tempo, porém pouco tem se falado sobre atenção. A autora descreve a situação clássica, onde ao ligar o computador para pagar uma conta, acaba desviando o foco e se entretendo com outras informações que acabam surgindo. Devido a essa dificuldade, Pereira (2016) separa algumas medidas que ela começou a fazer e que ajudou muito. 1 - Dividiu o dia em duas partes. Pela manhã, cuida do varejo e a tarde do atacado. 2 - Quando precisa se concentrar, silencia o celular e trabalha com o computador off-line. 3 - Realiza uma tarefa por vez e, ao terminar, se permite a espiar um site interessante ou ler notícias. Distrações programadas são uma boa forma de descansar a mente após um período de concentração. 39 4 - Adotou o lema: faça logo, faça direito, faça até o fim. 5 – Passou a usar uma agenda de papel, grande, em que podia visualizar a semana inteira, e marcou ali até as pequenas coisas que precisa fazer. 6 - Parou de jogar Candy Crush. SAIBA MAIS SOBRE O ASSUNTO Leia a matéria, “Gestão do tempo não é tudo: é preciso também gerenciar a atenção”, na íntegra acessando o link: https://reginagiannetti.wordpress.com/2016/07/25/gestao-do- tempo-gerenciamento-da-atencao/ Para encerrarmos o assunto, segue indicação de outro texto com dicas para melhorar a produtividade no dia a dia. No texto “Administração do tempo: 5 dicas para melhorar sua produtividade” você terá acesso a dicas importantes como: 1. Limpe e organize: deixar o local de trabalho em condições de organização e limpeza, poupará tempo e evitará a perda de documentos importantes. 2. Renove seus apps: instale bons aplicativos para organizar seus afazeres. Pomodo Timer, Evernote e Remember the Milk são alguns exemplos. 3. Calcule e priorize: Calcular o tempo de trabalho e de compromissos e tentar respeitá-lo. 4. Seja rigoroso: Seja rigoroso com os cálculos de tempo que você estimou. Evite se distrair com outras coisas. https://reginagiannetti.wordpress.com/2016/07/25/gestao-do-tempo-gerenciamento-da-atencao/ https://reginagiannetti.wordpress.com/2016/07/25/gestao-do-tempo-gerenciamento-da-atencao/ 40 5. Descanso também tem hora: respeite seus intervalos para descansar, fazer alongamentos e se alimentar. SAIBA MAIS SOBRE O ASSUNTO Esse texto, “Administração do tempo: 5 dicas para melhorar sua produtividade”, você poderá ler na integra acessando o link: http://ecommerce.uol.com.br/impulso-digital/temas/diagnostico-e- planejamento/administracao-do-tempo-5-dicas-para-melhorar-sua-produtividade.html#rmcl Acredito que você levará um tempo para absorver essas novas técnicas, isso dependerá da sua motivação e da adaptação e capacidade em absorver coisas novas. Tente encarar essa oportunidade de mudança como algo que fará diferença na sua vida. Fácil, sei que não é, mas se criar o hábito do planejamento e de manter o foco na tarefa estipulada, os ganhos com a sua produtividade serão incríveis. CONSIDERAÇÕES FINAIS Você consegue administrar bem o seu tempo? Consegue realizar tudo aquilo que planejou? Esses foram os questionamentos que fiz ao iniciar a unidade. Vimos que é comum iniciarmos uma atividade, seja ela no trabalho, na faculdade ou no dia a dia, focandomais no ‘o que’ fazer do que no ‘como fazer’. Se dedicar ao como fazer é um dos segredos de se administrar melhor o tempo. Aliás, o ‘termo administrar o tempo’ foi algo discutido na unidade. Particularmente não acredito na administração do tempo, mas sim na administração dos eventos e atividades http://ecommerce.uol.com.br/impulso-digital/temas/diagnostico-e-planejamento/administracao-do-tempo-5-dicas-para-melhorar-sua-produtividade.html#rmcl http://ecommerce.uol.com.br/impulso-digital/temas/diagnostico-e-planejamento/administracao-do-tempo-5-dicas-para-melhorar-sua-produtividade.html#rmcl 41 pessoais e, por isso, que é importante se dedicar ao como fazer, pois o tempo é algo que não se pode controlar e muito menos modificar. Depois de diferenciar administração do tempo de administração dos eventos e atividades pessoais, foi conceituada Administração e suas principais funções (Planejar, Organizar, Executar e Controlar). Ela se inicia com o Planejamento do que será feito, para depois Organizar os recursos e as responsabilidades. Após planejado e organizado é hora de colocar em prática, Executar. Conforme ocorre a execução, deve-se fazer o Controle, ou seja, verificar se o que foi planejado está realmente acontecendo. Como normalmente achamos que sabemos como utilizar nosso tempo, porém isso nem sempre é verdade, vimos que para utilizar bem o tempo temos que priorizar as tarefas realmente importantes e que nos trazem maiores resultados. Fazer em primeiro as mais importantes e não as mais fáceis. Para que possamos definir quais são as tarefas mais importantes, temos que analisar e avaliar como estamos utilizando nosso tempo. Para isso, foi visto como criar uma agenda, para conseguir dimensionar exatamente o percentual de tempo que usamos em cada tipo de tarefa. A criação de um quadro de distribuição de atividade permitirá verificar como o seu tempo está sendo empregado no dia a dia. A reflexão de como utilizamos nosso tempo foi um dos objetivos da unidade, e de posse dessa ciência, a criação do mapa de prioridade se torna mais fácil. O mapa de prioridade visa classificar suas atividades em status como urgência e importância e, com isso determinar o que é prioridade. O conceito de Parkinson, também foi apresentado, nele percebemos como nos sabotamos ou procrastinamos quando temos mais ou menos prazo para cumprir uma tarefa. Por fim, vimos algumas dicas do que fazer para melhorarmos a produtividade em nosso dia a dia. Separar atividades por lote é uma das dicas, com isso podemos economizar mais tempo e se deslocar menos. Outra dica é que temos que manter o foco/atenção no que estamos fazendo, tomar cuidado para não cair nas armadilhas cotidianas, como por exemplo, abrir site de relacionamento social ou aplicativos no 42 smartphone. Com isso, devemos apagar aplicativos desnecessários, manter o local de trabalho organizado, e programar momento de descanso, pois corpo e mente cansados não têm o mesmo rendimento. Todo esse processo de mudança é lento e custoso, porém com um pouco de esforço e dedicação você conseguirá criar o hábito do planejamento e colher resultados incríveis. 43 UNIDADE III – INTRAEMPREENDEDORISMO E FINANÇAS PESSOAIS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Definir e conceituar intraempreendedorismo; Apresentar as características de uma pessoa intraempreendedor; Apresentar os 10 mandamentos do intraempreendedor; Apresentar a importância de mudar hábitos; Conceituar roda da vida; Refletir sobre como gerenciamos as finanças pessoais; Compreender sobre spread bancário; Apresentar um controle financeiro; Diferenciar tipos de gastos; Apresentar dicas de controle das finanças pessoais. PLANO DE ESTUDO A seguir apresentam-se os tópicos que você estudará nessa unidade: TÓPICO 1 – INTRAEMPREENDEDORISMO E SUAS CARACTERÍSTICAS TÓPICO 2 – MUDANÇA DE COMPORTAMENTO TÓPICO 3 – GERENCIAMENTO PESSOAL: FINANÇAS 44 INTRODUÇÃO DA UNIDADE O empreendedorismo no Brasil vem ganhando espaço no mercado e passou a ser uma ótima opção de carreira para muitos. Diversos empresários cheios de novas ideias entram no mercado com suas empresas a todo instante. Dedicados e com dinheiro para investir, esses empreendedores encontram um mercado cada vez mais competitivo, onde a concorrência vem aumentado a uma velocidade incrível. Desta forma, as empresas precisam buscar inovações e diferenciais para se diferenciar no mercado. O que muitos empresários (empreendedores) ainda não perceberam, é que a “chave para o sucesso pode estar dentro da sua própria empresa e recebe o nome de Intraempreendedorismo” (SANTOS, 2017, ONLINE). Nesse mesmo contexto, surge intraempreendedorismo, onde Montenegro (2015, p.01) explica que é “um processo que ocorre dentro de uma empresa existente, independente de seu porte, e leva-a não somente a novos negócios, mas também a outras atividades e orientações inovadoras”. O intraempreendedor é um dos mais importantes recursos nas empresas de alta competitividade. As empresas perceberam a importância e a oportunidade de estimular o crescimento profissional de seus funcionários, para extrair todo o seu potencial, revertendo isso em benefícios para a empresa. Por isso, segundo Periard (2010, online) “as organizações buscam colaboradores que possam oferecer um “algo mais” para a elas, pessoas dedicadas que trabalhem como verdadeiros sócios do negócio”. Diante do contexto, a seguinte unidade foi dividida em três tópicos. No primeiro será definido e conceituado intraempreendedorismo e apresentado as características de uma pessoa intraempreendedora. Depois serão apresentados os 10 mandamentos do intraempreendedor. No segundo capítulo será abordado sobre a importância de mudar hábitos e apresentado o conceito da roda da vida. No terceiro e último tópico, será feita uma reflexão sobre a forma como gerenciamos nossas finanças. Será abordado o tema spread bancário e apresentado 45 controle financeiro. Por fim, será feito a diferenciação dos tipos de gastos e a apresentação de dicas de controle das finanças pessoais. 46 TÓPICO 1 – INTRAEMPREENDEDORISMO E SUAS CARACTERÍSTICAS O termo Intraempreendedorismo, conforme Santos (2017, online) “é a tradução de “intrapreneur” e nada mais é do que o empreendedorismo interno, ou seja, é a existência do espírito empreendedor nos funcionários que atuam como se fossem “donos do próprio negócio”, tornando-se verdadeiros líderes para os demais colegas”. Imagem 7: intraempreendedor Fonte: Pixabay (2017) Periard (2010) segue a mesma linha, e acrescenta dizendo que os profissionais internos “[...] possuem uma capacidade diferenciada de analisar cenários, criar ideias, inovar e buscar novas oportunidades para estas empresas. São eles que ajudam a movimentar a criação de ideias dentro das organizações, mesmo que indiretamente”. A similaridade é percebida nas palavras de Garcia et al. (2008) apud Munhoz e Santos (2014, p.52) “o intraempreendedorismo é fruto de comportamento de indivíduos dentro de organizações associados à sua capacidade e inovação, guiados por um sentido de visão e integração, determinação e competitividade, por meio de 47 um processo de liderança e iniciativa e voltados para resultados e busca de oportunidades. Costumo dizer que o intraempreendedor é aquele funcionário que ‘pensa com a cabeça do dono’. São funcionários que buscam melhorar o processo, não se contentam em apenas fazer sua função, querem o melhor para a empresa. Os intraempreendedores, segundo Santos (2014), têm as seguintes características: Se sentem responsáveis pela empresa, agindo como “donos do negócio”; São criativos, inovadores, ousados e proativos; Possuem capacidade para analisar os diversos cenários e tomar decisões coerentes; Tem foco na solução; Possuem autonomia; Rogers (2011), complementa, trazendo mais algumas características: Estar disposto a assumir riscos; Dedicar-se arduamente ao trabalho; Ter planos; Saber administrar; Ser visionário; Concentrar-se no lucro; Ser inovador; Aceitar ser comandado. O conhecimento das características que identificam os intraempreendedores pode contribuir para o desenvolvimento e melhoria dos processos da empresa. 48 Entendido o conceito de intraempreendedorismo, você se considera um intraempreendedor? Caso você seja proprietário de uma empresa, você tem ou já identificou algum intraempreendedor na sua empresa? “Muitas organizações já perceberam nesse processo uma grande oportunidade de estimular o crescimento profissional de seus funcionários e extrair todo o seu potencial, revertendo isso em benefícios para a empresa” (SANTOS, 2014, ONLINE). A autora continua dizendo que é preciso observar quais funcionários possuem o perfil intraempreendedor, deve-se estimular a autonomia e criatividade na equipe, permitindo que os funcionários inovem e se sintam diretamente responsáveis pelo crescimento do negócio. Por ser um profissional que agrega valor à equipe, é comprometido com a empresa, busca soluções e traz benefícios como inovação e redução de custos, Santos (2014) explica que esse profissional é muito demandado no mercado e ter esse tipo de perfil na empresa pode trazer um bom diferencial competitivo. Periard (2010), com base no consultor Gifford Pinchot, traz os 10 Mandamentos do intraempreendedor 1 – Forme sua equipe. Intraempreendedorismo não é uma atividade solitária; 2 – Compartilhe o mais amplamente possível as recompensas; 3 – Solicite aconselhamento antes de pedir recursos; 4 – É melhor prometer pouco e realizar em excesso; 5 – Faça o trabalho necessário para atingir o seu sonho, independentemente de sua descrição de cargo; 6 – Lembre-se de que é mais fácil pedir perdão do que pedir permissão; 7 – Tenha sempre em mente os interesses de sua empresa e dos clientes, especialmente quando você tiver que quebrar alguma regra ou evitar a burocracia; 49 8 – Vá para o trabalho a cada dia disposto a ser demitido; 9 – Seja leal à suas metas, mas realista quanto às maneiras de atingi-las; 10 – Honre e eduque seus patrocinadores. Desta forma, com base em Periard (2010) e nos outros autores estudados, podemos perceber que a motivação interna é de suma importância para que os funcionários se sintam à vontade para trabalhar desta maneira. Pois, um funcionário que possua um perfil empreendedor pode desenvolver as habilidades de um intraempreendedor. Porém, para que isso aconteça é preciso que a empresa crie programas ou projetos que façam o acompanhamento dos colaboradores que se destacam. TÓPICO 2 – MUDANÇA DE COMPORTAMENTO Um belo dia, após ter ministrado mais uma aula, os alunos já se retirando da sala, uma aluna se aproxima e me pergunta se poderia conversar comigo. Naturalmente, como sempre faço, digo que sim e ela fala: - Professor, preciso de um conselho seu: é sobre meu namorado. - Claro, o que tem ele? - Professor, ele não me ama mais... só briga comigo... não me dá mais atenção. - Mas então, por que não termina? - PROFESSOR, eu “AMO ELE”. 50 Essa situação realmente aconteceu comigo, porém me baseei e fiz uma adaptação de Guindani, Martins e Cruz (2008). O que quero chamar atenção é com relação a como nos sujeitamos a certos sofrimentos ou ao medo da mudança, por gostar muito de algo (AMAR ELE). Muitas vezes nos acostumamos com certas situações até que aconteça algo que nos force a mudar. Tem uma parábola muito interessante que se chama A Vaquinha e o Precipício. Talvez já conheça, mas em suma ela conta o seguinte. Um mestre passeava por uma floresta com seu fiel discípulo, quando avistou ao longe um sítio de aparência pobre e resolveu fazer-lhe uma breve visita. Durante o percurso, ele falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e as oportunidades de aprendizado que temos, também, com as pessoas que mal conhecemos. Chegando ao sítio, constatou a pobreza do lugar, sem calçamento, casa de madeira, os moradores – um casal e três filhos – vestidos com roupas rasgadas e sujas. Então, aproximou-se do senhor e perguntou-lhe: – Neste lugar, não há sinais de pontos de comércio e de trabalho. Como a sua família sobrevive aqui? O senhor respondeu: – Nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite. Uma parte do produto nós vendemos ou trocamos na cidade vizinha por comida e a outra produzimos queijo e coalhada para o nosso consumo, e assim vamos sobrevivendo. O sábio agradeceu, se despediu e foi embora. No meio do caminho, voltou ao seu discípulo e ordenou-lhe: – Aprendiz, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali na frente e jogue-a. O jovem arregalou os olhos e questionou o mestre sobre o fato de a vaquinha ser o único meio de sobrevivência daquela família; mas, como percebeu o silêncio do seu mestre, cumpriu a ordem: empurrou a vaquinha morro abaixo e a viu morrer. Anos depois, ele resolveu largar tudo e voltar àquele lugar, pedir perdão e ajudar a família. Quando se aproximou, do local avistou um sítio bonito, com árvores floridas, carro na garagem e crianças brincando no jardim. Ficou desesperado, imaginando que a família tivera de vender o sítio para sobreviver. Chegando lá, foi 51 recebido por um caseiro simpático, a quem perguntou sobre as pessoas que ali moravam. Ele respondeu: – Continuam aqui. Espantado, entrou correndo casa adentro e viu que era mesmo a família que visitara antes com o mestre. Elogiou o local e perguntou ao senhor (o dono da vaquinha): – Como o senhor melhorou o lugar e agora está bem? O senhor, entusiasmado, respondeu: – Nós tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Daí em diante, tivemos de fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos e, assim, alcançamos o sucesso que seus olhos vislumbram agora. Muitas vezes temos que nos desvencilhar do que estamos habituados para podermos conhecer nossas verdadeiras habilidades. Cada dia, é uma oportunidade de refletirmos sobre a “nossa” vaquinha e empurrá-la morro abaixo... Fonte: https://pensador.uol.com.br/frase/MTQyNzE4MA/ Obs.: Caso queira assistir essa parábola em formato de animação, clique no link https://www.youtube.com/watch?v=Gbnj6c38NVU. Essa parábola nos remete a algumas reflexões sobre como nos prometemos várias mudanças, normalmente nas viradas de anos ou no início da semana, mas não cumprimos. Sabe aqueles quilinhos que sempre quis perder, aquele hábito ou vício que precisa ser descontinuado ou aquela prática de exercício que tanto precisa iniciar? Então, muitas vezes nem as colocamos em prática, ficamos só na promessa. Mas quando a vaquinha cai no precipício, somos forçados a mudar. Caso faça ou https://www.youtube.com/watch?v=Gbnj6c38NVU 52 tenha feito algum processo de Coaching Pessoal1, você irá se deparar com a Roda da Vida2, ou com algo semelhante. Figura 4: Roda da Vida Fonte: http://coachingnapratica.com.br/a-roda-da-vida/ Esse processo fará com que você faça uma autoanálise das diversas áreas e elabore ações de melhora. Nessa unidade irei focar em apenas uma dessas áreas, a área Financeira. 1 O Coaching pessoal (também conhecido como Coaching de vida) é um dos ramos do Coaching e é uma técnica de desenvolvimento humano, que pretende alcançar a transformação pessoal. 2 A Roda da Vida é uma ferramenta de Coaching que facilita o autoconhecimento, a percepção acerca das áreas que nos cercam. http://coachingnapratica.com.br/a-roda-da-vida/ 53 SAIBA MAIS SOBRE O ASSUNTO A Roda da Vida é uma das ferramentas mais utilizadas no processo de coaching.O motivo para isso é simples: a ferramenta fornece uma imagem que possibilita a imediata visualização de como se encontra o equilíbrio entre os diversos aspectos da vida em determinado momento. Para saber mais sobre o assunto, acesse o link abaixo: http://coachingnapratica.com.br/a-roda-da-vida/ http://coachingnapratica.com.br/a-roda-da-vida/ 54 TÓPICO 3 – GERENCIAMENTO PESSOAL: FINANÇAS Imagem 8: Finanças Pessoais Fonte: Pixabay (2017) Começarei esse tópico fazendo algumas perguntas: Como gerencia seu dinheiro? Como aprendeu a gerenciar suas finanças? Talvez você seja um privilegiado e fez algum curso relacionado a área financeira, mas acredito que a grande maioria responderá: - Não sei, acho que aprendi sozinho. Pergunto isso, pois em nosso país não temos em nossas escolas uma disciplina que aborda sobre finanças e nos prepara a lidar com o dinheiro. Também não temos a cultura de trabalhar com o dinheiro, se verificarmos a história, veremos que há um pouco mais de vinte anos atrás tínhamos uma economia totalmente desestabilizada, com inflação superando o 100% ao mês. Esse cenário fazia com que os brasileiros gastassem todo o seu dinheiro, fazendo estoques, antes que ele se desvalorizasse. Naquela época, poupar ou economizar, era inviável e fazer compras parceladas era inimaginável, e esse costume foi passado por muitos pais para seus filhos, mesmo depois da estabilidade econômica. Hoje, vivemos em um cenário antagônico, temos um dos sistemas bancários mais desenvolvidos do mundo, porém, com uma 55 população despreparada, sem conhecimento para lidar com empresas especializadas. É o qualificado lidando com o desqualificado. E qual o reflexo disso? Um spread bancário imenso. O spread bancário é a diferença entre as taxas que as instituições financeiras pagam para captar recursos e as que cobram do cliente final. Ou seja, é a diferença entre quanto de juros o banco cobra de você quando pega um empréstimo, para quanto ele paga quando você investe. Para termos uma ideia, até o dia da escrita desse material, se você precisasse usar o crédito rotativo de seu cartão de crédito, pagaria 15,90% de juros mensais ou 487,49% de juros anuais. Figura 5: Taxa de Juros do Cartão de Crédito Fonte: http://www.bb.com.br/ (2017) http://www.bb.com.br/ 56 Agora, se você tivesse um pouco de dinheiro sobrando e decidisse investir nesse mesmo banco, você teria um retorno mensal de 0,48%, com um acumulado anual de 11,07%. Figura 6: Rentabilidade para Investimento de Curto Prazo Fonte: http://www37.bb.com.br/ (2017) Baseando-se nessas taxas, farei duas simulações. A primeira, utilizaremos um crédito rotativo de R$10.000 e a segunda faremos um investimento do mesmo valor. Ambos terão o mesmo período de um mês e o acumulado de um ano. Quadro 6: Simulação de Juros Fonte: Próprio Autor (2017) Surpreso? Pois é, em um ano você estaria devendo R$48.749,00 de juros mais os R$10.000 que utilizou, ou seja, R$58.749,00. Agora, se tivesse investido, teria recebido os míseros R$1.110,70. Isso porque me baseei no acumulado, onde a média Valor do Crédito 10.000,00R$ Valor do Investimento 10.000,00R$ 1 mês 1.590,00R$ 1 mês 48,00R$ 12 meses 48.749,00R$ 12 meses 1.110,70R$ http://www37.bb.com.br/ 57 de juros é um pouco maior do que 0,48% ao mês. Essa diferença recebe o nome de Spread Bancário. Compreendido sobre essa diferença percebemos que não há muita margem para o erro, e muitos brasileiros estão nessa situação. Abusaram nos gastos, se perderam nas dívidas e acabaram entrando no crédito rotativo ou no cheque especial, que é praticamente a mesma coisa. Como não temos uma fonte de renda ilimitada, é preciso tomar algumas providências para evitar essa situação e, consequentemente, usufruir do nosso dinheiro. Primeiro é preciso que organize suas finanças pessoais, faça um registro das entradas e saídas do seu dinheiro. Com isso saberá exatamente quanto ganha e quanto gasta. Caso não tenha esse controle, ficará surpreso, pois terá mais dinheiro do que imagina. Para auxiliar nesse controle, segue um exemplo de uma tabela que poderá montar, tanto num caderno quanto numa planilha em Excel. Controle Financeiro Valor R$ Receita Salário Outras Receitas Total das Receitas R$ Gastos Fixos: Contas necessárias que têm o mesmo valor todo mês. Aluguel/Prestação Condomínio Impostos (IPTU, IPVA...) Plano de Saúde Colégio/Curso Clube/Academia Plano de Aposentadoria Assinaturas TV/NET/Revista Outros Total dos Gastos Fixos R$ 58 Gastos Variáveis: Contas necessárias, mas que não têm o mesmo valor todo mês. Alimentação Água/Gás/Luz Telefone/Celular Cartão de Crédito Gasolina/Transporte Outros Total dos Gastos Variáveis R$ Gastos Arbitrários: São Gastos que você não, necessariamente, precisa ter. Viagem Cinema Restaurante Roupas/Acessórios Outros Total dos Gastos Arbitrários R$ Saldo Total (Receitas - Gastos) R$ Quadro 7: Modelo de Controle Financeiro Fonte: Próprio Autor (2017). SAIBA MAIS SOBRE O ASSUNTO Está com dificuldades de controlar os gastos e mal sabe o que entra e o que sai da sua conta corrente? Que tal criar uma planilha personalizada com a indicação de receitas e despesas para deixar claro se sua saúde financeira está boa ou se é hora de colocar o pé no freio? No link a seguir você encontrará um passo a passo de como montar uma planilha de controle financeiro. https://tecnologia.uol.com.br/album/2016/08/17/saiba-como-montar-uma-planilha-de- gastos-mensais-personalizada.htm#fotoNav=4 https://tecnologia.uol.com.br/album/2016/08/17/saiba-como-montar-uma-planilha-de-gastos-mensais-personalizada.htm#fotoNav=4 https://tecnologia.uol.com.br/album/2016/08/17/saiba-como-montar-uma-planilha-de-gastos-mensais-personalizada.htm#fotoNav=4 59 Com o controle feito, é possível identificar onde estão os maiores gastos. Essa organização não depende de quanto tem, Luquet (2007, p.14) comenta que ao “organizar suas finanças com critérios definidos e sendo bastante realista com suas receitas e despesas, você acabará por descobrir que tem mais recursos do que imagina para fazer suas aplicações”. Para fazer com que seu orçamento caiba em seu salário, Luquet (2007) recomenda que devemos começar revendo os gastos Arbitrários e Variáveis. A autora explica que se conseguir reduzir uma parcela de cada item dos Gastos Variáveis, você consegue no final do mês ter uma folga. Nesse item, estamos falando em reduzir o consumo da água, luz, telefone. Com relação à alimentação, é trocar a marca de algum produto por outra mais barata, não ir ao supermercado com fome, tentar pagar tudo a vista, parcelar somente quando não tiver dinheiro. Conseguir reduzir os Gastos Variáveis é um grande passo, mas se conseguir cortar os Gastos Arbitrários, você terá sua independência financeira, pois com as sobra de dinheiro conseguirá fazer investimentos. Luquet (2007) explica que são gastos que você poderá cortar de imediato e quando tiver com suas finanças organizadas, poderá inseri-los aos poucos. Para cortar esses gastos você deve fugir das armadilhas do impulso, não carregue os cartões de crédito, aliás, cancele alguns, fique somente com alguns e carregue-os somente quando for comprar algo. Lembre- se, o valor que tem em crédito não é extensão do seu salário. Não compre roupas, calçados e acessórios antes de fazer uma geral no guarda- roupa e se mesmo assim identificar a necessidade, não compre sem antes rever seu controle financeiro. Além das orientações feitas por Luquet ((2007), Takar (2017) apresenta outras dicas para ajudar no controle das finanças pessoais, seguemalgumas delas: - Reveja as anotações: se não anotou nada, comece já. Se você já anota suas receitas e despesas, faça um balanço do ano. É um bom momento para descobrir falhas nas planilhas, perceber alguma despesa que fugiu do controle. 60 Anote tudo, mas tudo mesmo: é preciso lembrar de todas as despesas, valores pequenos, quando somados fazem toda a diferença no fim do mês. - Troque o restaurante pela marmita: em vez de comprar lanche ou almoçar perto do serviço, que normalmente é mais caro, você pode levar comida de casa ou passar no mercado antes do trabalho. - Lembretes para pagar as contas no dia certo: pagar contas após o vencimento aumentará em média 10%, acostume-se a colocar lembretes em locais estratégicos. - Reúna a família para economizarem juntos: falar sobre finanças em família ainda é um tema difícil. A conversa em família pode facilitar, por exemplo, a decisão de abrir mão da TV a cabo, de reduzir o plano de internet ou até de vender um carro. - Conserte, recicle, reaproveite, faça manutenção: cuide da manutenção do carro, conserte a máquina de lavar, ponha uma capa de proteção no celular para ele durar mais. - Explore as redes sociais, junte os amigos: você pode montar grupos de pais para comprar material escolar em quantidade, com desconto. Se o esquema der certo, você pode juntar essa mesma turma, uma vez por mês, para comprar comida e outros produtos em supermercados que vendem por atacado. - Estimule seus filhos a ajudar na economia: seus filhos também podem ajudar, buscando livros usados com colegas mais velhos e oferecendo os livros deles para os mais novos. Esse processo vai conscientizá-los a cuidar mais de cadernos e livros. - Nunca é tarde para mudar: o cheque especial e o rotativo do cartão são as dívidas mais comuns hoje porque não exigem nenhum esforço. Mas essa comodidade tem um preço. Se você recebe salário pelo banco, o consignado pode ser uma boa opção. 61 - Cuidado para não entrar em dívidas sem parar: pegue o dinheiro de empréstimos mais baratos para pagar as dívidas mais caras. As prestações ao longo dos próximos meses serão bem mais suaves. Mas tome cuidado para não cometer o erro de entrar de novo no cheque especial ou no cartão. - Comece a planejar hoje 2018, 2019… e 2048: separe uma parte das economias para os imprevistos e, principalmente, para os previstos, como o IPTU, IPVA e material escolar de 2018. Agora vamos ilustrar a situação onde você já possua um equilíbrio financeiro, tem os controles necessários e no final do mês sobre um pouco. Nesse caso vamos falar sobre o hábito de guardar dinheiro e de fazer investimento. Muitas pessoas têm a dificuldade de vencer a tentação do consumo, na maioria das vezes compram de forma desnecessária e com isso acabam não conseguindo poupar. Dessen (2015) descreve que para poupar é preciso ter um objetivo forte o suficiente para renunciar à tentação do consumo. Todo objetivo precisa de prazo e valor para ser atingido, deve-se fazer um planejamento e estipular as metas. Caso contrário, poupar dinheiro perde o sentido e o que sobrar será entendido como uma “sobra” e facilmente será gasto com outras coisas. Outra forma de guardar dinheiro é programar investimento automático. O autor alerta para não esperar sobrar muito dinheiro para começar a poupar, comece aos poucos, com 5% e depois vai aumentando. Agende com o banco um valor para ser retirado de sua conta e depositado em algum investimento. Todo mês o valor estipulado será retirado e você deverá desconsiderar esse valor de suas receitas. Quando for possível você poderá aumentar o valor até chegar aos 20%, valor considerado ideal pelos especialistas. Um investimento que você pode fazer para aumentar a possibilidade de ganhar mais é na Educação. Pesquise cursos em áreas que te ajudará a ampliar suas qualificações profissionais e sua empregabilidade, como também, algo que você se identifica e traga satisfação. 62 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade vimos que intraempreendedor é o empreendedor interno, ou seja, é aquele funcionário que tem espírito empreendedor, que atua como se fosse ‘dono do negócio’, tornando-se verdadeiro líder para os demais colegas. Essas pessoas têm características diferenciadas, são criativos, responsáveis, proativos, assumem riscos, são autônomos, visionários, enfim, ‘pensam’ com a cabeça do dono. O conhecimento das características que identificam os intraempreendedores pode contribuir para o desenvolvimento e melhoria dos processos da empresa e muitas organizações já perceberam nesse processo uma grande oportunidade de estimular o crescimento profissional de seus funcionários e extrair todo o seu potencial, revertendo isso em benefícios para a empresa. Também vimos sobre mudança de comportamento e o quanto ficamos presos a velhos hábitos por medo ou por termos medo de mudar. Sujeitamo-nos a certos sofrimentos ou ao medo da mudança, por gostar muito de algo, sendo que muitas vezes nos acostumamos com certas situações até que aconteça algo que nos force a mudar. Uma forma de conhecer melhor nossas características e analisar nossos hábitos é elaborando e aplicando a roda da vida. Essa técnica fará com que façamos uma autoanálise das diversas áreas e nos conduz a uma elaboração de ações de melhora. Como o foco do nosso estudo era a área financeira, foi feita uma autoanálise, uma reflexão de como gerenciamos nossas finanças pessoais. Vimos que a falta de conhecimento ou hábitos ruins são culturais, vindo de um período onde no Brasil os juros e a inflação eram exorbitantes, o que obrigavam nossos pais e avós a gastar seu salário o quanto antes, para não ser desvalorizado. Hoje, vivemos em um cenário antagônico, temos um dos sistemas bancários mais desenvolvidos do mundo, porém, com uma população despreparada, sem conhecimento para lidar com empresas especializadas. É o qualificado lidando com o 63 desqualificado. O resultado disso é o imenso spread bancário, a diferença entre as taxas que as instituições financeiras pagam para captar recursos e as que cobram do cliente final. Por meio de exemplos, foi possível perceber o quanto é perigoso se endividar com credito rotativo do cartão ou cheque especial. Como não temos uma fonte de renda ilimitada, é preciso tomar algumas providências para evitar essa situação e, consequentemente, usufruir do nosso dinheiro. Para isso, foram apresentados alguns modelos de controle financeiro, onde primeiramente diferenciamos os tipos de gastos, para posteriormente apresentarmos formas e metodologias de organizar e gerenciar bem os recursos financeiros pessoais. Foi estudado que reduzir os Gastos Variáveis é um grande passo, mas se conseguirmos cortar os Gastos Arbitrários, possivelmente, conquistaremos a tão sonhada independência financeira, pois com as sobras de dinheiro conseguiremos fazer investimentos. Para cortar os gastos devemos fugir das armadilhas das compras por impulso, como não carregando os cartões de crédito, pois o valor que temos em crédito não é extensão do nosso salário. Outras dicas foram apresentadas como rever o planejamento feito no ano anterior, para verificar o que deu certo ou errado, trocar produtos ou serviços por marcas mais em conta, expor para família a situação e incluí-los no processo, poupar e investir o quanto puder, não esperar sobrar muito dinheiro para fazer isso e começar a preparar o planejamento dos próximos anos. Outra forma de investimento é na educação, pois isso poderá dar a possibilidade de ganhos maiores, além de elevar sua qualificação profissional e empregabilidade. Pois, as empresas precisam buscar inovações e diferenciais para se diferenciar no mercado. O que muitos empresários (empreendedores) perceberam, é que a chave para o sucesso pode estar dentro da sua própria empresa e recebe o nome de Intraempreendedorismo.Portanto, esteja preparado e pense com a cabeça do dono! 64 65 UNIDADE IV – ÉTICA PROFISSIONAL E A RESPONSABILIDADE SOCIAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Conceituar ética e moral; Fazer a diferenciação de ética e moral; Entender como funciona ética e moral nas organizações; Compreender sobre código de ética profissional e empresarial; Ver exemplos antiéticos; Apresentar ações para criar uma cultura ética nas organizações; Conceituar Responsabilidade Social Empresarial; Entender o histórico de Responsabilidade Social Empresarial; Compreender sobre as formas de atuação com Responsabilidade Social Empresarial. PLANO DE ESTUDO A seguir apresentam-se os tópicos que você estudará nessa unidade: TÓPICO 1 – O QUE É ÉTICA E MORAL? TÓPICO 2 – ÉTICA E MORAL NAS ORGANIZAÇÕES TÓPICO 3 – RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E ALGUMAS FORMAS DE ATUAÇÃO 66 INTRODUÇÃO DA UNIDADE Olá caro aluno, chegamos ao final do nosso livro, esta é última unidade. Nela vamos trabalhar conceitos importantes para o profissional, vamos falar sobre ética e moral. Pesquisas demonstram que o currículo, com as qualificações e competências técnicas, é a maior responsável pela contratação do profissional por uma empresa, porém a maioria dos desligamentos é proveniente do comportamento e relacionamento com as outras pessoas, poucos são desligados por falta de competência ou erro técnico. É com essa visão que essa unidade foi dividida em três tópicos, sendo que primeiro abordaremos sobre ética e moral; iremos trabalhar sobre conceituar a ética e a moral para depois fazermos as diferenciações e entendimento de como funciona dentro nas organizações, que é o assunto do segundo tópico. Nela estudaremos sobre código de ética profissional e empresarial. Veremos que o surgimento dos códigos profissionais pode ser considerado um dos componentes do progresso moral, uma vez que refletem o crescimento do valor da personalidade e estabelecem os princípios humanos nas relações entre as pessoas e profissionais. Serão trazidos alguns exemplos antiéticos, de algumas empresas e profissionais que apresentaram desvio de conduta e viraram caso de investigação e polícia. Também serão abordadas algumas ações que as empresas podem fazer para criar ou manter uma cultura ética, com o intuito de criar uma cultura organizacional ética como forma de base de sustentação e longevidade, que reflete em uma imagem empresarial sólida e transparente, diante do mercado em que atua. No terceiro e último tópico, será discutido sobre Responsabilidade Social Empresarial e algumas formas de atuação. Veremos que esse assunto é algo recente, dinâmico e polêmico, pois o modelo baseado em extração, transformação, 67 comercialização, exploração da mão de obra e descarte de recursos naturais, sustentado por muitos anos pelas organizações, desde as revoluções industriais, não é mais viável. Devido ao surgimento de ONGs (Organizações não Governamentais) e o desenvolvimento do Terceiro setor, no começo de 1990 no Brasil, muitas empresas brasileiras começaram a buscar formas de agregar valor social às suas atividades, interessando-se em desenvolver atividades sociais devido à importância e aos impactos positivos aos negócios. Com isso, termos e expressões como filantropia, cidadania empresarial, ética nos negócios, voluntariado empresarial e responsabilidade social foram incorporados ao vocabulário corporativo. Desta forma, o tópico apresentará possíveis ações que as organizações poderão fazer para ter um modelo econômico e sustentável, possibilitando a internalização de nova cultura gerencial revestida de máxima transparência e orientada por sólidos princípios éticos. Boa leitura e aprendizado!!! 68 TÓPICO 1 – O QUE É ÉTICA E MORAL? Escrever sobre ética é falar de um momento da humanidade onde o ser humano começou a viver em sociedade, a conviver e dividir espaço com outras pessoas. Dessas experiências surgiram normas e regras comportamentais para manter sadio o convívio. Nesse contexto surge a ética, onde os valores permanecem até hoje, porém constantemente são questionados e sofrem alterações ou até o esquecimento. Holanda, (1999, p.848) apud Egg (2012, p. 5) descreve que na “Língua Portuguesa, ética é o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação, do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”. O autor, também, comenta que a palavra Ética tem sua origem no vocábulo grego ethos, que significa o modo de ser de um indivíduo, o seu caráter. Segundo Egg (2012) os filósofos gregos, na Grécia Antiga por volta do século IV a.C., foram os primeiros a pensar no conceito de ética. Uma vez que suas cidades- estados estavam crescendo, necessitavam de honestidade, harmonia e felicidade entre os cidadãos e por isso o conceito se associava à ideia de moral, da cidadania. “Sócrates, Platão e Aristóteles são os pensadores gregos mais estudados e citados no campo da ética. De um modo geral, afirmavam que a conduta do ser humano deveria ser pautada no equilíbrio, a fim de evitar a falta de ética. Pregavam a virtude, a estreiteza moral e outras atitudes voltadas para a ética” (EGG, 2012, p.5). Ao pesquisar na literatura atual, diversas são as definições sobre ética. Seguem-se algumas delas, descritas por Mattos (2012): “Ética é uma parte da Filosofia que reflete sobre a moral, e por isso recebe o nome de ‘filosofia moral’” (CORTINA, 2003, P. 14). “Ética, ou filosofia moral, é uma reflexão sistemática sobre o comportamento moral. Ela investiga, analisa e explica a moral de uma determinada sociedade. A ética não diz o que deve ser feito (moral), a ética tira conclusões, elaborando princípios sobre o comportamento moral” (CORDI ET AL. 1995, P.45). 69 “Ética vem do grego ethos, que tem o mesmo significado de ‘costume’. Ética ou filosofia moral é a parte da Filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral” (ARRUDA E MARTINS, 2003, P. 305). “Ética vem de duas palavras gregas: ethos, que significa ‘o caráter de alguém’ e êthos, que significa ‘o conjunto de costumes instituídos por uma sociedade para formar, regular e controlar a conduta de seus membros’” (CHAUÍ, 2003, P. 307). De forma geral, podemos identificar nas definições dos autores sobre a ética, palavras como costumes, comportamento moral, conduta humana e valores. Neste contexto, Mattos (2012) explica que ética é a parte da Filosofia que reflete sobre a moral e concepção do indivíduo, instituindo valores que o orienta na sociedade. Repare que moral é constantemente citada pelos autores e para clarear um pouco mais o entendimento sobre a ética, vamos conhecer um pouco sobre a moral e suas definições. Moral vem do latim mos ou mores, que significa costumes, normas adquiridas por hábitos. Pereira (1991, p.11) apud Mattos (2012, p.19) complementa que “moral é tudo aquilo (ato, comportamento, fato, acontecimento,) que realiza o homem, que o enraíza em si mesmo e, por ele e para ele, ganha sentido humano”. No mesmo sentido, Chauí (2003, p.307) apud Mattos (2012, p.19) descreve que “moral vem de uma palavra latina: mos, moris, que quer dizer ‘o costume’, e no plural, mores, significa os hábitos de conduta ou de comportamento instituído por uma sociedade em condições históricas determinadas”. Mattos (2012, p.19) explica que os autores descrevem a moral como algo da “vida concreta, como uma prática objetiva das pessoas que se expressam nas ações, nos costumes, nos hábitos e nos valores que a cultura produz”. Em suma, baseando-se nos Significados (2017), pode-se entender que a Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada70 cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau. Já a Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral. Imagem 10: Ética e Moral Fonte: Shutterstock (2017) “No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito semelhante. São ambas responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade” (SIGNIFICADOS, 2017, ONLINE). TÓPICO 2 – ÉTICA E MORAL NAS ORGANIZAÇÕES 71 Em nossa trajetória profissional podemos escolher diversas profissões e áreas de atuação. Porém, ao fazer uma escolha temos que seguir as normas de conduta da profissão, o chamado código de ética. Glock e Goldim (2005, p.2) apud Mattos (2012, p.23) explica que: [...] ao completar a formação em nível superior, a pessoa faz um juramento, que significa sua adesão e comprometimento com a categoria profissional onde formalmente ingressa. Isso caracteriza o aspecto moral da chamada ética profissional, esta adesão voluntária a um conjunto como sendo as mais adequadas para o seu exercício. Segundo o Código de Ética (2017, online) “O código de ética é um documento que busca expor os princípios e a missão de uma determinada profissão ou empresa. Seu conteúdo deve ser pensado para atender às necessidades que aquela categoria serve e representa”. Em maneira geral, os códigos são baseados na legislação vigente, na Declaração dos Direitos Humanos, nas Leis Trabalhistas, entre outras. Entre os códigos existem algumas diferenças e Código de Ética (2017, online) faz a distinção em: Códigos de Ética Profissionais - códigos em que estão especificados os direitos e deveres, o que é vetado eticamente naquele exercício profissional e as possíveis punições no caso de desobediência ao código. Ex.: código de ética do contador, código de ética do assistente social, etc. Os códigos mais conhecidos no Brasil são os de Medicina, Enfermagem, Psicologia e o da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Cada um deles especifica o papel dessas profissões na sociedade e a importância do respeito à dignidade humana, no exercício de cada um desses trabalhos tão importantes. Códigos de Ética Empresariais - códigos em que estão contidos a missão, a visão e os princípios da empresa. Itens, os quais, todo funcionário da instituição deve 72 conhecer. Através do Código de ética institucional é possível perceber a função da empresa na sociedade e os valores que se cultivam lá dentro. Neste sentido, Mattos (2012, p.23) descreve que “o surgimento dos códigos profissionais pode ser considerado um dos componentes do progresso moral, uma vez que refletem o crescimento do valor da personalidade e estabelecem os princípios humanos nas relações entre as pessoas e profissionais”. Sendo assim, percebe-se que uma pessoa, ao ingressar em uma profissão, terá um conjunto de regras estabelecidas por sua confederação, que trará de forma detalhada suas responsabilidades, direitos e formas de punição, caso necessária. Por mais que as empresas e as confederações se esforcem na criação dos códigos, e em fazer com que os profissionais ajam conforme os mesmos, muitas vezes isso não acontece. Basta ligar a televisão ou ler um jornal para perceber isso. Várias são as reportagens que apresentam desvios de condutas de profissionais qualificados e muitas vezes renomados. Imagem 11: Antiético Fonte: Shutterstock (2017) 73 Vejamos alguns exemplos de reportagens: 1 - Fraude da Volkswagen: Denúncia surgiu em 2015, nos EUA, mas investigação começou em 2009 A Volkswagen está envolvida em um escândalo de falsificação de resultados de emissões de poluentes em motores a diesel. A montadora admitiu que, para burlar inspeções, usou um programa de computador em 11 milhões de carros em todo o mundo. O escândalo veio à tona em setembro de 2015, nos Estados Unidos, mas as suspeitas foram levantadas muito antes. Veja abaixo a cronologia do caso. Para ver a matéria na íntegra, acesse o link: http://g1.globo.com/carros/noticia/2015/09/escandalo-da-volkswagen-veja-o-passo- passo-do-caso.html 2 - Novo laudo aponta que médica foi responsável por antecipar mortes Um laudo complementar, feito a pedido do Ministério Público do Paraná (MP- PR), aponta que a médica Virgínia Soares de Souza foi a responsável pela antecipação de morte de pacientes. Ela chefiava a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico, em Curitiba. Para ver a matéria na íntegra, acesse o link: http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/07/novo-laudo-aponta-que-medica-foi- responsavel-por-antecipar-mortes.html 3 - Odebrecht condenado: Entenda as polêmicas envolvendo a maior construtora do país http://g1.globo.com/carros/noticia/2015/09/escandalo-da-volkswagen-veja-o-passo-passo-do-caso.html http://g1.globo.com/carros/noticia/2015/09/escandalo-da-volkswagen-veja-o-passo-passo-do-caso.html http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/07/novo-laudo-aponta-que-medica-foi-responsavel-por-antecipar-mortes.html http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/07/novo-laudo-aponta-que-medica-foi-responsavel-por-antecipar-mortes.html 74 Ocorrida em junho do ano passado, a prisão do então presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, foi avaliada por analistas como um "duro golpe" para uma das maiores multinacionais brasileiras, que se tornou um dos ícones da projeção internacional do país. Para ver a matéria na íntegra, acesse o link: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160308_perfil_odebrecht_condena cao_jf_ab 4 - Advogados são acusados de dar golpe em aposentados rurais Trabalhadores rurais são obrigados a entregar parcelas atrasadas de benefício por meio de contratos abusivos. A reportagem especial do Fantástico conta a triste história de trabalhadores rurais, gente muito humilde, que esperou meses, até anos, para receber a aposentadoria a que tinha direito. Para ver a matéria na íntegra, acesse o link: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/01/advogados-sao-acusados-de-dar- golpe-em-aposentados-rurais.html Muitas vezes as questões éticas são postas em prova perante a possibilidade de lucro ou vantagem nos negócios. Santos (2017) comenta que não só os profissionais devem seguir os padrões éticos sociais, mas também as empresas devem aplicar as normas internas. A presença da ética na cultura organizacional é a base de sustentação e longevidade que reflete em uma imagem empresarial sólida e transparente diante do mercado em que atua. Sendo assim, para finalizarmos o assunto, a autora apresenta em seu texto algumas ações que as empresas podem fazer para criar ou manter uma cultura ética, são elas: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160308_perfil_odebrecht_condenacao_jf_ab http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160308_perfil_odebrecht_condenacao_jf_ab http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/01/advogados-sao-acusados-de-dar-golpe-em-aposentados-rurais.html http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/01/advogados-sao-acusados-de-dar-golpe-em-aposentados-rurais.html 75 Código de Conduta Ética Organizacional: criar ou seguir o Código de Ética de suas profissões. Quanto mais simples melhor. Disk Denúncia ou Canal Aberto: geralmente é uma Linha telefônica específica para receber denúncias anônimas de funcionários, clientes, fornecedores e etc., sobre atos fraudulentos e ações antiéticas ou até mesmo criminosas. Auditorias: implantar Auditorias em todas as áreas, a fim de verificar se os processos estão ocorrendo de forma transparente e de acordo com os princípiosda empresa, não somente a financeira. Avaliações: as avaliações periódicas e de Clima, também auxiliam os líderes a enxergarem e entenderem melhor o comportamento de seus funcionários e assim ajustar possíveis falhas. Desenvolvimento e Feedback: é papel do líder incentivar a verdade e a cultura de princípios. Encontros de desenvolvimento e feedback possibilitam a relação de trocas, propiciando a oportunidade de manifestação. 76 Figura 7: Exemplos de Condutas antiéticas Fonte: Toi e Carmo (2015). SAIBA MAIS SOBRE O ASSUNTO Ética, ética Empresarial, Moral e Responsabilidade Social Ao iniciar um trabalho que envolve a ética como objeto de estudo, consideramos importante, como ponto de partida, estudar os conceitos de ética, ética empresarial e fazendo uma pequena abordagem sobre a Moral e a Responsabilidade Social, que consideramos muito importantes para o nosso trabalho. Para ler o texto na íntegra acesse o link: http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/etica-etica-empresarial-moral-e- responsabilidade-social/57698/ http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/etica-etica-empresarial-moral-e-responsabilidade-social/57698/ http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/etica-etica-empresarial-moral-e-responsabilidade-social/57698/ 77 TÓPICO 3 – RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E ALGUMAS FORMAS DE ATUAÇÃO O tema Responsabilidade Social é algo recente, dinâmico e polêmico, o modelo baseado em extração, transformação, comercialização, exploração da mão de obra e descarte de recursos naturais, sustentado por muitos anos pelas organizações, desde as revoluções industriais, não é mais viável. A escassez de recursos naturais, a conscientização social e a facilidade de disseminação de informação fizeram, ou estão fazendo, com que muitas organizações repensem seu modo de gestão. A exposição nas mídias de algo ruim feito por uma organização e a repercussão disso, fizeram surgir uma preocupação constante em não ter sua imagem vinculada a algo negativo. Essa exposição mais a melhoria no nível educacional da população propiciou o surgimento de um novo mercado, com um consumidor mais consciente e exigente, pressionando uma atuação mais responsável por parte das organizações. Garcia (2006, p.16) explica que “as organizações, cientes de que o mercado consumidor é cada vez mais um bem escasso, visto que a miséria exclui um grande contingente populacional do processo de consumo, por insuficiência de renda, assume um papel ativo na melhoria das condições, compartilhando essa atuação com o governo e a sociedade”. A atuação social das empresas surgiu no início do século XX, conforme menciona Tenório (2006). Até meados de 1950, devido aos avanços tecnológicos, a sociedade transitava da economia agrícola para a industrial, o que acarretava na mudança do processo produtivo. Com a difusão da Administração Científica3 e com um modelo econômico liberal4, muitas indústrias surgiram e com elas o acúmulo de 3 Administração Científica é a corrente administrativa iniciada por Taylor e que enfatiza a administração das tarefas, isto é, focaliza a racionalização do trabalho operário, a padronização e o estabelecimento de princípios básicos de organização racional do trabalho. 4 Liberalismo Econômico é uma ideologia baseada na organização da economia em linhas individualistas, o que significa que o maior número possível de decisões econômicas são tomadas por indivíduos e não por instituições ou organizações coletivas. 78 capital, a degradação da qualidade de vida, os problemas ambientais e a precariedade das relações de trabalho. Foi a partir desse período que segundo Tenório (2006, p.18) a “sociedade começou a se mobilizar, pressionando o governo e empresas a solucionarem os problemas gerados pela industrialização”. Diante disso, o conceito de responsabilidade social empresarial passou a ser entendido não somente pela geração de empregos, pagamentos de impostos e geração de lucro, mas também pelo cumprimento das obrigações legais, trabalhistas e ambientais. Sendo assim, Garcia (2006) afirma que as empresas já não podem atuar como um sistema fechado, devendo buscar a sobrevivência em longo prazo com equilíbrio entre o desempenho econômico, social e natural. Segundo Tenório (2006), devido ao surgimento de ONGs (Organizações não Governamentais) e o desenvolvimento do Terceiro setor, no começo de 1990 no Brasil, muitas empresas brasileiras começaram a buscar formas de agregar valor social às suas atividades, se interessando em desenvolver atividades sociais devido à importância e aos impactos positivos aos negócios. Com isso, termos e expressões como filantropia, cidadania empresarial, ética nos negócios, voluntariado empresarial e responsabilidade social foram incorporados ao vocabulário corporativo (TENÓRIO, 2006, p.23). Desta forma, seguem as definições conforme o próprio autor: Filantropia Empresarial: filantropia faz referência a caridade, a uma ação altruísta e desprendida. Significa ‘amor ao homem ou a humanidade’. Desta forma, a Filantropia Empresarial pode ser entendida como uma ação social de natureza assistencialista, caridosa e temporária, por meio de doações financeiras ou materiais. É valido frisar que a ação filantrópica não garante que a empresa esteja respeitando o ambiente social, pois se trata de algo esporádico. 79 Cidadania Empresarial: expressão utilizada para demonstrar o envolvimento da empresa em programas sociais, por meio de incentivo ao trabalho voluntário, a parcerias com a comunidade, ao investimento em projetos sociais nas áreas da saúde, educação e meio ambiente. As ações adotadas pelas empresas podem ser no âmbito interno e externo. Voluntariado Empresarial: conjunto de ações empresariais para incentivar os colaboradores a engajarem-se em atividades voluntárias na comunidade. As ações podem ser as mais variadas possíveis e passíveis de dispêndio de horas dos colaboradores e espaço físico da empresa. Responsabilidade Social: compromisso ético com os diversos agentes sociais participantes da cadeia produtiva. Remete à constituição de uma cidadania organizacional no âmbito interno e externo. Faz relação com os cumprimentos das obrigações legais e com o comprometimento do desenvolvimento econômico. Também visa o envolvimento da empresa com as atividades comunitárias, participando diretamente das ações em sua região e minimizando os danos ambientais, decorrentes do exercício de suas atividades. Young (2014, online) descreve Responsabilidade Social Empresarial como: [...] a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os seus públicos e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável (DS) da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. O autor traz em seu texto que muitas empresas buscam por uma visão mais ampla de si, de seus públicos e da sociedade. Com relação ao grau de responsabilidade interna é possível mensurar, utilizando-se de indicadores de Responsabilidade Social e o modelo de Balanço Social do Ethos. Há também as ferramentas desenvolvidas por instituições como Ibase, GRI e ISO, que se revelaram importantes para orientar as organizações quanto à aplicação das práticas de responsabilidade social. 80 Young (2014) acredita na construção de um país melhor, onde as empresas, que são poderosas agentes de transformação, adotem um comportamento socialmente responsável, se juntando com o Governo e com a sociedade civil. Pois a responsabilidade social empresarial implicaria na melhora do desempenho da empresa e também no impacto sobre o bem-estar humano. Porém,são grandes os desafios para se chegar a esse patamar. Primeiramente é fazer com que as empresas aderem aos indicadores de responsabilidade social empresarial, o autor descreve que atualmente no Brasil, cerca de 400 empresas aplicam regularmente os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social, 200 publicam Balanços Sociais e outras utilizam as diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI). Outro ponto é a desigualdade social no país, onde a concentração de renda mantém na pobreza mais de 50 milhões de pessoas. Nessa situação, cerca de um terço da população brasileira convive com a insegurança alimentar, sendo que o Brasil é um dos maiores exportadores de carne e grãos do mundo. SAIBA MAIS SOBRE O ASSUNTO Responsabilidade Social Empresarial, Filantropia e Investimento Social Você realmente sabe o que isso significa? Em outras palavras, a responsabilidade social da atividade de negócios é econômica por natureza, pois a instituição de negócios é a unidade econômica base de nossa sociedade e sub-entende a competência e a excelência na gestão capaz de gerar lucros suficientes e adequados. Para ler o texto na íntegra acesse o link: http://www.revistanegociospe.com.br/materia/RESPONSABILIDADE-SOCIAL- EMPRESARIAL-FILANTROPIA-E-INVESTIMENTO-SOCIAL http://www.revistanegociospe.com.br/materia/RESPONSABILIDADE-SOCIAL-EMPRESARIAL-FILANTROPIA-E-INVESTIMENTO-SOCIAL http://www.revistanegociospe.com.br/materia/RESPONSABILIDADE-SOCIAL-EMPRESARIAL-FILANTROPIA-E-INVESTIMENTO-SOCIAL 81 Outro desafio está na esfera governamental, que é desenvolver regulação de iniciativas que estimulem empresas que têm adotado estratégias de Responsabilidade Social. E também, possibilitar que ações para o desenvolvimento sustentável possam inspirar políticas públicas; possibilitar ações de redirecionamento fiscal em projetos de inclusão social e sustentabilidade; disseminar políticas sociais; criar mecanismos de monitoramento de RSE e desenvolvimento sustentável em conjunto com a sociedade civil; criar o Fórum Nacional de Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável; estimular a criação de um conselho e órgãos técnicos que deem suporte científico às iniciativas de RSE e desenvolvimento sustentável; disseminar nas universidades programas de capacitação em gestão socialmente responsável; reforçar os acordos e as decisões das conferências multilaterais, esforçando-se para implementá-los (YOUNG, 2014, ONLINE). Sendo assim, conforme Young (2014) “expandir a responsabilidade social empresarial como ferramenta concreta para uma referência de um modelo econômico sustentável significa avançar nos métodos, instrumentos, indicadores e processos de capacitação que possibilitem a internalização de nova cultura gerencial, revestida de máxima transparência e orientada por sólidos princípios éticos”. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nessa última unidade do livro, primeiramente foi discutido sobre o conceito de ética e moral. Vimos que Ética é o conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral. Já, Moral, é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, 82 bom ou mau. Pode-se entender que ambas são responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade. Depois de conceituado e entendido as diferenças entre ética e moral, discutimos sobre como elas funcionam dentro das organizações. Vimos que em nossa trajetória profissional podemos escolher diversas profissões e áreas de atuação. Porém, ao fazer uma escolha temos que seguir as normas de conduta da profissão, o chamado código de ética. O código de ética é um documento que busca expor os princípios e a missão de uma determinada profissão ou empresa. Seu conteúdo deve ser pensado para atender às necessidades que aquela categoria serve e representa. São baseados na legislação vigente, na Declaração dos Direitos Humanos, nas Leis Trabalhistas, entre outras. Vimos, também, que por mais que as empresas e as confederações se esforcem na criação dos códigos, e em fazer com que os profissionais ajam conforme os mesmos, muitas vezes isso não acontece. Para exemplificar a afirmação, foram citados vários casos de desvios de condutas de empresas e profissionais qualificados. Os casos foram: Fraude da Volkswagen; Médica responsável por antecipar mortes; Condenação da Odebrecht; Acusação de advogados por dar golpe em aposentados rurais. Por meio dos exemplos, percebemos que, muitas vezes, as questões éticas são postas em prova perante a possibilidade de lucro ou vantagem nos negócios, e alguns acabam se desviando. Com base na situação, foram apresentadas algumas ações que as empresas podem fazer para criar ou manter uma cultura ética, como a criação do Código de Conduta Ética Organizacional e do Disk Denúncia, da execução de Auditorias e Avaliações periódicas e da elaboração de Feedback pelo líder. A Responsabilidade Social Empresarial foi outro assunto discutido na unidade, a escassez de recursos naturais, a conscientização social e a facilidade de disseminação de informação fizeram, ou estão fazendo, com que muitas organizações 83 repensassem seu modo de gestão, pois a exposição nas mídias de algo ruim feito por uma organização e a repercussão dessa ação fizeram surgir uma preocupação constante em não ter sua imagem vinculada a algo negativo. Devido aos avanços tecnológicos no início do século XX, a sociedade transitou da economia agrícola para a industrial, fazendo com que a forma de as empresas atuarem se modificassem. Foi a partir desse período que a sociedade começou a se mobilizar e pressionar o governo e empresas a solucionarem os problemas gerados pela industrialização. Essa pressão fez com que muitas empresas começassem a se preocupar com os aspectos sociais. Com surgimento de ONGs (Organizações não Governamentais) e o desenvolvimento do Terceiro setor, no começo de 1990 no Brasil, muitas empresas brasileiras começaram a buscar formas de agregar valor social às suas atividades, se interessando em desenvolver atividades sociais devido à importância e aos impactos positivos aos negócios. Hoje, existem algumas formas de atuação com Responsabilidade Social Empresarial, como filantrópica, uma ação social de natureza assistencialista, caridosa e temporária, por meio de doações financeiras ou materiais. Com cidadania empresarial, onde se envolve em programas sociais, por meio de incentivo ao trabalho voluntário, a parcerias com a comunidade, ao investimento em projetos sociais nas áreas da saúde, educação e meio ambiente. Há também o voluntariado empresarial, onde são criadas ações empresariais para incentivar os colaboradores a engajarem- se em atividades voluntárias na comunidade. Vimos que são grandes os desafios para se chegar ao patamar desejado, pois no país há muita desigualdade social, sendo que a concentração de renda mantém na pobreza mais de 50 milhões de pessoas. Outro ponto é o número de empresas que aderem aos indicadores de Responsabilidade social empresarial, como balanço social e as diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI). Enfim, podemos acreditar na construção de um país melhor, onde as empresas, que são poderosas agentes de transformação, adotem um comportamento 84 socialmente responsável, se juntando com o Governo e com a sociedade civil. Uma vez que a responsabilidade social empresarial implicaria na melhora do desempenho da empresa e também no impacto sobre o bem-estar humano.85 REFERÊNCIAS ÁVILA, Rafael (2017). Use a Matriz de Priorização para fazer as atividades importantes, não as urgentes. Disponível em: <http://blog.luz.vc/como-fazer/voce- deve-priorizar-as-atividades-importantes-nao-as-urgentes/#sthash.uUrkMaB2.dpuf>. 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