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Página | 1 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. TURMA SEREI DELTA 4.0 MATERIAL DE APOIO ESQUEMATIZADO A finalidade deste material não é exaurir o conteúdo, mas trazer de forma complementar, direcionada e esquematizada, fazendo com que o aluno tenha contato com os temas de maior incidência nas provas de Delegado de Polícia, baseando-se em pesquisas e análise das provas. Além disso, utilizamos o processo de aprendizado avançado, explicitando informações na medida suficiente e necessária para que o aluno consiga estudar, revisar e memorizar com qualidade. Página | 2 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. DIREITO ADMINISTRATIVO SUMÁRIO 1. ATOS ADMINISTRATIVOS 1.1. Conceito e classificação dos Atos Administrativos............................................................7 1.2. Elementos ou Requisitos do Ato Administrativo...............................................................11 1.3. Atributos do Ato Administrativo.........................................................................................17 1.4. Atos Administrativos em Espécie......................................................................................21 1.5. Extinção do Ato Administrativo.........................................................................................24 Página | 3 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. NOVO EDITAL CODIFICADO – TURMA SEREI DELTA 4.0 DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO TÓPICO Atos Administrativos SUBTÓPICO Conceito e classificação dos Atos Administrativos Elementos ou Requisitos dos Atos Administrativos Atributos do Atos Administrativos Atos Administrativos em Espécie Extinção dos Atos Administrativos MAPA Atos Administrativos Conceito e classificação dos Atos Administrativos Qual o conceito de ato administrativo? Não há um conceito uniforme definido entre os autores, de ato administrativo, e isso porque o conceito deve atender ao exato perfil do instituto. Considera-se, portanto, que são fundamentais três pontos para a caracterização do ato administrativo: 1) É necessário que a vontade emane de agente da Administração Pública ou dotado de prerrogativas desta; 2) Seu conteúdo deve propiciar a produção de efeitos jurídicos com fim público; 3) Deve toda essa categoria de atos ser regida basicamente pelo direito público. Qual a classificação dos Atos Administrativos? São variadas as classificações doutrinárias dos atos administrativos, sendo as mais recorrentes e exigidas em provas de concursos: 1) Quanto aos destinatários; 2) Quanto ao alcance; 3) Quanto ao objeto ou quantos às prerrogativas da Administração; 4) Quanto à margem de liberdade de atuação do agente; 5) Quanto à estrutura; 6) Quanto à formação da vontade; 7) Quanto aos efeitos. Elementos ou Requisitos dos Atos Administrativos Apesar de não existir uma uniformidade na doutrina no que toca aos pressupostos de existência e validade do ato administrativo, o mais utilizado é o rol elencado pela Lei 4.717/65 (Lei da Ação Popular). Na verdade, este artigo define os vícios dos atos administrativos e fala nos cinco elementos do ato: Os atos administrativos para que sejam formados dependem dos elementos essenciais que constituem sua infraestrutura, por esta razão são reconhecidos como requisitos de validade. São eles: 1) Sujeito competente ou Competência; 2) Forma; 3) Finalidade; 4) Motivo; 5) Objeto ou conteúdo. ATENÇÃO! Os requisitos da Competência, Forma e Finalidade estão presentes em todos os atos, na medida em que são elementos vinculados. Enquanto que os requisitos Motivo e Objeto não estarão presentes, necessariamente, em todos os atos, haja vista serem elementos discricionários (praticados com autorização da lei, de Página | 4 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. acordo com a oportunidade e conveniência). TEMA POTENCIAL! Ao menos três requisitos são necessários para a que exista um procedimento, cada um dos atos da cadeia deve ser autônomo; estes atos têm que ter conexão e deve haver uma causa que provoque a necessidade de sucessão destes atos até que atinja o ato final. Esta tese é sustentada pelo monografista Jesus G. Perez (31ª Editora 2014). BIZU! Elementos ou Requisitos para formação do ato administrativo: COFIFORMOB COmpetência FInalidade FORma Motivo OBjeto Atributos dos Atos Administrativos O que são atributos? Atributos são as qualidades dos atos administrativos. O ato administrativo constitui exteriorização da vontade estatal e, por isso, é dotado de determinadas características não presentes nos atos jurídicos em geral. São características inerentes aos atos administrativos e que decorrem do regime de direito público ao qual se submetem, e que outorgam certas prerrogativas ao Poder Público. ATENÇÃO! Os atributos inerentes ao ato administrativo são: 1) Presunção de legitimidade; 2) Autoexecutoriedade; 3) Tipicidade; 4) Imperatividade. BIZU! Atributos do Ato Administrativo: PATI Presunção de legitimidade Autoexecutoriedade Tipicidade Imperatividade Atos Administrativos em Espécie São variadas as espécies de atos administrativos existentes: 1) Atos Gerais ou Normativos: São atos dotados das características de generalidade e abstração, ou seja, visam atingir sujeitos indeterminados e disciplinam hipóteses de aplicação. São também chamados atos gerais e possuem eficácia externa à organização administrativa. 2) Atos ordinários: Visam dar ordem à Administração, ou seja, organizar o seu funcionamento e regular a conduta de seus agentes. Possuem eficácia interna e decorrem do poder hierárquico. 3) Atos Negociais: A manifestação de vontade da Administração coincide com o interesse de um particular, visando à concretização de negócios jurídicos públicos ou à atribuição de certos direitos ou vantagens ao interessado. Página | 5 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. ATENÇÃO! São atos unilaterais, mas que possuem conteúdo tipicamente negocial por atenderem interesses recíprocos da Administração e do particular, diferenciando-se assim, dos contratos administrativos, que são atos bilaterais. 4) Atos Enunciativos: São aqueles em que a Administração atesta ou certifica determinado fato, ou emite sua opinião sobre determinado tema, sem se vincular ao seu conteúdo. São, portanto, considerados atos administrativos apenas em sentido formal, porquanto não há uma manifestação de vontade da Administração. Estes atos não gozam de imperatividade, pois não tem o condão de criar obrigações ou impor obrigações aos administrados. 5) Atos Punitivos: São os atos que contêm uma sanção imposta pela Administração àqueles que infringem disposições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens ou serviços públicos. Exemplo: Multa, interdições de atividade, destruição de coisas, etc. Decorrem do poder de império da Administração. Extinção do Ato Administrativo Os atos administrativos serão extintos de forma natural, objetiva e subjetiva. 1) Natural: Após transcorrido o prazo previsto para a duração do ato administrativo; 2) Objetiva: Após o desaparecimento do objeto do ato administrativo; 3) Subjetiva: Após o desaparecimento do sujeito destinatário do ato administrativo. E serão extintos também por: 1) Anulação; 2) Revogação; 3) Cassação; 4) Caducidade; 5) Contraposição. TEMA POTENCIAL! Teoria dos Motivos Determinantes O motivo justifica a realização do ato. O administrador público está vinculado ao motivo declarado para o ato. Essa teoria se relaciona com a prática de atos administrativos e impõe que, uma vez declarado o motivo do ato, este deve ser respeitado. A teoria dos motivos determinantes estipula que a validade do ato está adstrita aos motivos indicados como seu fundamento, de maneira que, se os motivos forem inexistentesou falsos, o ato será nulo. Caso seja comprovada a não ocorrência da situação declarada (pressuposto de fato), ou a inadequação entre a situação ocorrida e o motivo descrito na lei (pressuposto de direito), o ato será nulo. Aplica-se, inclusive, nos casos em que a motivação do ato não é obrigatória, mas tenha sido efetivamente realizada pela Administração. Exemplo: Exoneração de cargo em comissão prescinde (dispensa) de motivação, mas se a autoridade competente praticar esse ato e expressamente motivar sua decisão, a validade do ato ficará vinculada à veracidade do motivo indicado. Página | 6 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 1) ATOS ADMINISTRATIVOS 1.1) Conceito e classificação dos Atos Administrativos COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA: Não há uniformidade entre os autores quanto a um conceito de ato administrativo, e isso porque o conceito deve atender ao exato perfil do instituto. Considera-se, portanto, que são fundamentais para a caracterização do ato administrativo, três pontos: 1) Em primeiro lugar, é necessário que a vontade emane de agente da Administração Pública ou dotado de prerrogativas desta. 2) Em segundo lugar, seu conteúdo deve propiciar a produção de efeitos jurídicos com fim público. 3) E, por fim, deve toda essa categoria de atos ser regida basicamente pelo direito público. E qual a classificação dos Atos Administrativos? Visando a otimização dos estudos, vamos resumir as classificações mais recorrentes e exigidas em concursos públicos: 1.1.1) Quanto aos destinatários: 1) Atos gerais ou regulamentar: São editados sem destinatários específicos, determinados ou determináveis, sendo aplicáveis a todos os que se enquadrarem nas hipóteses reguladas pelo ato. São chamados por alguns doutrinadores de atos normativos, em razão da generalidade de seu alcance. Exemplo: Instrução normativa que regula o procedimento de requerimento de benefícios junto ao INSS. 2) Atos especiais ou individuais: Possuem destinatários determinados ou determináveis. Serão singulares, se destinados a um único sujeito. Exemplo: Concessão de licença por motivo de saúde a servidor público. Serão plúrimos, se destinados a um grupo ou pluralidade de sujeitos determinados. Exemplo: Nomeação de candidatos aprovados em concurso público de provas e títulos. 1.1.2) Quanto ao alcance: 1) Ato interno: Restringe-se à Administração Pública e, logicamente, destina-se a seus agentes e órgãos. Exemplo: Ordem de serviço. 2) Ato externo: Destina-se aos administrados que estejam abrangidos por sua incidência ou que devam produzir efeitos fora da organização administrativa. Exemplo: Instruções normativas. 1.1.3) Quanto ao objeto ou quanto às prerrogativas da Administração: 1) Atos de Império: São os atos em que a Administração atua valendo-se de sua supremacia sobre o particular, em nome do interesse coletivo. Exemplo: Interdição de restaurante que não atende condições de higiene. 2) Atos de Gestão: Geralmente se refere aos atos de administração de bens e de serviços públicos e atos negociais firmados com particulares, sem que haja supremacia da Administração. 3) Atos de expediente: São atos que visam dar tramitação aos procedimentos em curso na administração pública, visando prepará-los para a decisão da autoridade competente. Exemplo: Intimação do interessado para sanar irregularidade no procedimento. 1.1.4) Quanto à margem de liberdade de atuação do agente: 1) Vinculados ou regrados: A lei preestabelece os requisitos e condições para a atuação do agente, não deixando margem de discricionariedade para sua decisão. Logo, as imposições legais absorvem quase que por completo a liberdade do administrador. Exemplo: Licença para construir. 2) Discricionários: São os atos em que o agente tem, segundo critérios de conveniência e oportunidade e nos limites da lei, certa liberdade para definir os elementos, motivo e objeto (mérito administrativo), além Página | 7 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. de permitir, conforme lições doutrinárias, a definição, os destinatários, o momento de sua prática e o modo de sua realização. Os demais elementos do ato serão vinculados. Exemplo: Decretação de utilidade pública de imóvel para fins de desapropriação. 1.1.5) Quanto à estrutura: 1) Ato concreto: Destina-se a regular um caso específico. Uma vez praticado, seus efeitos são esgotados. Exemplo: Exoneração de um servidor. 2) Ato abstrato ou normativo: Aplica-se a várias situações concretas. Possuem aplicação contínua, mesmo que já tenha sido aplicado a determinadas situações. Exemplo: Regulamentos administrativos. 1.1.6) Quanto à formação da vontade: 1) Ato simples: Representa a manifestação e um único agente ou órgão (mesmo que seja colegiado). Exemplo: Multa de trânsito. 2) Ato complexo: Decorre da manifestação de duas ou mais vontades produzidas por mais de um órgão ou agente, em patamar de igualdade e importância, que se fundem para formar um único ato. Exemplo: Nomeação de Ministro do STF. ATENÇÃO! Há autores, como Di Pietro, que defendem que atos de nomeação de agentes públicos sujeitos à aprovação prévia do Poder Legislativo seria exemplo de ato composto, visto que a nomeação seria o ato principal e a aprovação seria ato secundário. A doutrina majoritária defende que se trata mesmo de ato complexo. Importante ficar atendo a esse detalhe. 3) Ato composto: Decorre da manifestação de duas ou mais vontades, sendo uma instrumental à outra, ou seja, há um ato principal e outro acessório. Exemplo: Aprovação de um parecer, tornando-o vinculante. Alguns autores defendem que a manifestação das vontades deve ocorrer dentro do mesmo órgão. IMPORTANTE! Atos complexos e compostos não se confundem com procedimento administrativo, que se configura em uma sequência de atos administrativos independentes e que seguem um encadeamento lógico rumo a um objetivo. 1.1.7) Quanto aos efeitos: 1) Ato constitutivo: Cria uma situação jurídica. Exemplo: Admissão de um servidor aprovado em concurso público. 2) Ato extintivo ou desconstitutivo: Põe fim a uma relação jurídica. Exemplo: Exoneração de um servidor. 3) Ato declaratório: Destina-se a declarar uma situação preexistente. Exemplo: Certidões. 4) Ato alienativo: Transfere bens ou direitos a terceiros. Exemplo: Venda de um bem público. 5) Ato modificativo: Promove a modificação de uma situação existente, mas sem suprimir direitos ou obrigações. Exemplo: Alteração do horário de atendimento de uma repartição. 6) Ato abdicativo: O titular abre mão de um direito em caráter irretratável e incondicional. Exemplo: Renúncia TEMA POTENCIAL! Se atente aos atos administrativos de império, pois o tema pode ser cobrado em sua prova. Página | 8 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Como já mencionado anteriormente, são aqueles atos praticados de ofício pelos agentes públicos e impostos de maneira coercitiva aos administrados, os quais estão obrigados a obedecer-lhes. Há a presença do Princípio da Supremacia do Interesse Público. Exemplos: A desapropriação de um bem privado, a interdição de um estabelecimento comercial, a apreensão de mercadorias, a imposição de multas administrativas, etc. Se atente a esses exemplos, pois a banca pode mencioná-los na questão. PODE CAIR NA PROVA! Os processos administrativos constituem uma série encadeada de atos administrativos, visando atingir um objetivo. Isso os torna exemplos de atos complexos? Não, os atos administrativos proferidos em âmbito de processo administrativo são dotados de perfeição e conclusão podendo, inclusive, ser objeto de impugnação administrativa ou judicial. Os atos administrativos complexos, por outro lado, são imperfeitos enquanto não há a efetiva manifestação de vontades distintas necessárias à sua formação, e só podem ser impugnados após isso. O que é o ato composto? É aquele cujoconteúdo resulta da manifestação de um só órgão, mas a sua edição ou a produção de seus efeitos depende de um outro ato que o aprove. A função desse outro ato é meramente instrumental: autorizar a prática do ato principal, ou conferir eficácia a este. O ato acessório ou instrumental em nada altera o conteúdo do ato principal. Citamos como exemplo um parecer exarado por servidor público integrante do departamento jurídico de determinado órgão da administração direta, que depende de homologação ainda pendente, de autoridade superior para ser validado (CESPE - 2016). Veja que esses atos complexos podem receber a denominação de aprovação, ratificação, homologação, visto, entro outros, conforme for o caso. QUADRO ESQUEMÁTICO! Guerreiros, não confunda Atos Administrativos e Atos da Administração: ATOS ADMINISTRATIVOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO Atos realizados pela Administração em posição de superioridade perante os particulares, ou seja, são apenas os atos realizados sob regime jurídico de direito público. Atos que não se revestem do regime jurídico administrativo, ou seja, são atos de Direito Privado, em que há igualdade entre as partes. Por exemplo, quando a Administração emite um cheque ela não realiza um ato administrativo, mas um ato da Administração, uma vez que não existe superioridade nesse tipo de ato. Nessa perspectiva, atos administrativos são aqueles realizados sob Direito Público (superioridade), enquanto os atos da Administração são regidos pelo Direito Privado (horizontalidade). QUADRO ESQUEMÁTICO! É importante não confundir Atos de Império com Atos de Gestão: ATOS DE IMPÉRIO ATOS DE GESTÃO O Estado atua com supremacia (Princípio da Supremacia do Interesse Público). O Estado atua como se fosse pessoa privada. Exemplo: Desapropriação, interdição de estabelecimento, etc. Exemplo: Alienação de bem público, aluguel de imóvel, etc. QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja a diferença entre Processo Administrativo e os Atos Complexos: PROCESSO ADMINISTRATIVO ATOS COMPLEXOS Constituem uma série encadeada de atos administrativos, em regra, perfeitos. Só se aperfeiçoam com a manifestação de vontade de dois ou mais diferentes órgãos ou autoridades. Podem ser atacados administrativamente ou judicialmente. Não podem ser atacados administrativamente ou judicialmente, enquanto não se tornarem perfeitos. Página | 9 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. QUADRO ESQUEMÁTICO! Não confunda, Guerreiros, Ato complexo com Ato composto: ATO COMPLEXO ATO COMPOSTO Um ato = Duas vontades Dois atos = Duas vontades Dois ou mais órgãos Um órgão com aprovação de outro VAMOS PRATICAR 1. (FGV - 2015 – CÂMARA MUNICIPAL DE CARUARU – Técnico Legislativo) No que concerne às características dos atos administrativos, é possível definir uma autorização comum de uso de um bem público como um ato a) vinculado e punitivo. b) discricionário e unilateral. c) vinculado e normativo. d) discricionário e punitivo. e) vinculado e enunciativo. 2. (Quadrix – 2019 – COREN-AC – Assistente Administrativo) A respeito dos atos administrativos, julgue o item. Ato administrativo é a manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que tenha por fim adquirir, transferir, modificar, extinguir, declarar direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. Certo ou Errado 3. (FGV -2018- Câmara de Salvador – BA- Analista Legislativo Municipal - Área Legislativa) O processo de que se vale a Administração Pública para aproveitar atos administrativos com vícios superáveis (nos elementos forma ou competência), de maneira a confirmá-los no todo ou em parte, chama-se: a) ratificação, e ocorre desde que se observe o interesse público, independentemente de causar prejuízo a terceiros, operando efeitos ex nunc; b) convalidação, e ocorre desde que não cause prejuízo a terceiros e se observe o interesse público, operando efeitos ex tunc; c) cassação, e ocorre mediante regular processo administrativo, desde que se observe o interesse público, operando efeitos ex tunc; d) contraposição, e ocorre mediante regular processo administrativo, desde que não cause prejuízo a terceiros, operando efeitos ex tunc; e) confirmação, e ocorre mediante regular processo administrativo, desde que não cause prejuízo a terceiros, operando efeitos ex nunc. 4. (CESPE - 2016 - PC-PE - Delegado de Polícia - Adaptada) Acerca dos atos do poder público, julgue o item seguinte. Atos compostos resultam da manifestação de dois ou mais órgãos, quando a vontade de um é instrumental em relação à do outro. Nesse caso, praticam-se dois atos: um principal e outro acessório. Certo ou Errado Página | 10 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. GABARITOS COMENTADOS 1. COMENTÁRIO: Guerreiros, essa questão dispensa comentário letra por letra. Como vimos no nosso material a autorização é o ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração, analisando aspectos de conveniência e oportunidade faculta ao particular o exercício de atividade de caráter material. Numa segunda definição é o ato pelo qual a administração faculta ao particular o uso privativo de um bem público. Exemplos: autorização de porte de arma, autorização para exploração de jazida mineral (CF, art. 146, parágrafo único). A diferença em relação a Licença é que a Administração pode negar a autorização. A alternativa “b” está correta. 2.COMENTÁRIO: Segundo Hely Lopes Meirelles: "Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria". O item está certo. BIZU! Ato Administrativo é de MARTE: Tem como finalidade Modificar, Adquirir, Resguardar, Transferir, Extinguir direitos e obrigações. 3. COMENTÁRIO: São passíveis de convalidação os atos com defeito na competência ou na forma. A alternativa “b” está correta. a) A alternativa está errada. A ratificação é espécies de convalidação (que possui efeito ex tunc) e aquela é realizada pela mesma autoridade que praticou o ato. c) A alternativa está errada. Cassação é a modalidade de extinção do ato administrativo que ocorre quando o administrado deixa de preencher condição necessária para permanência da vantagem. d) A alternativa está errada. A contraposição ocorre com a expedição de um segundo ato, fundado em competência diversa, cujos efeitos são contrapostos aos do ato inicial, produzindo sua extinção. A contraposição é uma espécie de revogação pratica por autoridade distinta da que expediu o ato inicial." e) A alternativa está errada. A confirmação é espécie de convalidação. E ela é reavalidada por outra autoridade. 4. COMENTÁRIO: A presente afirmativa se mostra em perfeita sintonia com nossa abalizada postura doutrinária, como se depreende, uma vez mais, da seguinte passagem da obra de DI PIETRO: "Ato composto é o que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um é instrumental em relação a de outro, que edita o ato principal. Enquanto no ato complexo fundem-se vontades para praticar um só ato, no ato composto, praticam-se dois atos, um principal e outro acessório; este último pode ser pressuposto ou complementar daquele."1 Desse modo, somente uma alternativa está correta. O item está certo. 1.2) Elementos ou Requisitos dos Atos Administrativos COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA: Em sua atuação a Administração exterioriza sua vontade de várias maneiras, praticando atos que são regidos ora pelo direito público, ora pelo direito privado, todos incluídos no gênero atos da Administração Pública. 1 Idem. Página | 11 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. ATENÇÃO! Quais são os requisitos para a formação dos Atos Administrativos?O exame do ato administrativo revela nitidamente a existência de cinco requisitos necessários à sua formação, a saber: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Tais componentes, pode-se dizer, constituem a infraestrutura do ato administrativo, seja ele vinculado ou discricionário, simples ou complexo, de império ou de gestão. São elementos indispensáveis à sua validade. IMPORTANTE! Todos os atos administrativos devem possuir os cinco elementos citados, pois fazem parte de sua estrutura. O que pode acontecer é a lei conferir maior liberdade decisória ao agente público da definição de alguns destes elementos, conforme critérios de conveniência e oportunidade (discricionariedade administrativa). Em outras situações, por outro lado, o legislador determinará de antemão o conteúdo do ato, observando o regramento que lhe foi imposto (vinculação). TEMA POTENCIAL! Há um vício denominado de desvio de finalidade consta no artigo 2º, parágrafo único, alínea “e” da Lei 4.717/65: “o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”. Este vício é conhecido também de desvio de poder. Se o agente se valeu de um ato administrativo para atender finalidade diversa da prevista explícita ou implicitamente no ordenamento jurídico, esse ato será inválido, não podendo ser convalidado, em razão do desvio de poder ou desvio de finalidade. DOUTRINA! Acerca dos requisitos necessários para a formação dos atos administrativos, veja o que diz a doutrina. Lembrando que, é muito importante que você leia a questão da sua prova com muita atenção, para saber exatamente qual entendimento ela cobra. A competência é definida por Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo como o “poder legal conferido ao agente público para o desempenho específico das atribuições de seu cargo”.2 Quanto à finalidade: “Representa, pois, o interesse público a ser atingido, indicado pela lei de maneira explícita ou implícita, sendo vedado ao administrador, em quaisquer hipóteses, escolher outra finalidade a ser atingida pelo ato, ou substituir a prevista em lei”.3 A forma - requisito vinculado para a edição, modificação e desfazimento do ato administrativo – pode ser definida como o revestimento material exteriorizador do ato. Todavia, importa mencionar que, em princípio, todo ato administrativo é formal e, normalmente, na forma escrita; todavia, existem atos que se manifestam sob as formas de ordens verbais (nos casos das instruções de superior a inferior hierárquico) e sinais convencionais (como ocorre no trânsito e nas abordagens policiais).4 O motivo do ato administrativo, a depender do caso, poderá ser vinculado ou discricionário. “Será vinculado quando a lei, ao descrevê-lo, utilizar noções precisas, vocábulos unissignificativos, conceitos matemáticos, que não dão margem a qualquer apreciação subjetiva”.5 Finalmente, o objeto, visto por Hely Lopes Meirelles, como o conteúdo do ato administrativo, por meio do qual a Administração Pública cria, modifica ou comprova determinadas relações jurídicas que digam respeito a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à tutela do Poder Público.6 2 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo Descomplicado. 16 ed. São Paulo: Método, 2008, p. 401. 3 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 34 ed. São Paulo: Malheiros, 2004, pp. 149-150. 4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 34 ed. São Paulo: Malheiros, 2004, pp. 150-151. 5 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 19 ed. São Paulo: Atlas, 2006, p. 225. 6 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 34 ed. São Paulo: Malheiros, 2004, p. 152. Página | 12 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja aqui, acerca da formação do ato administrativo para melhor fixação do conteúdo: FORMAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO COMPETÊNCIA Natureza: Vinculado Características: Resulta da lei, esta, dá ao agente o poder de praticar o ato administrativo. Admite delegação e avocação. FINALIDADE Natureza: Vinculado Características: É o fim com o qual o ato se compromete. Ou seja, o bem jurídico quer se quer alcançar pelo ato. FORMA Natureza: Vinculado Características: É como o ato se reveste externo do ato. MOTIVO Natureza: Vinculado ou Discricionário Características: É o porquê do ato, a situação de direito que autoriza ou exige a prática do ato. OBJETO Natureza: Vinculado ou Discricionário Características: É o conteúdo do ato. QUADRO ESQUEMÁTICO! Importante saber a diferenciação entre a existência e a validade, veja: PRESSUPOSTOS DO ATO ADMINISTRATIVO EXISTÊNCIA VALIDADE Objeto – é aquilo sobre o que o ato dispõe Competência – produtor do ato, deve-se atuar no limite da sua capacidade, atribuição e competência para o caso concreto Finalidade - o interesse que se pretende atingir Pertinência da função administrativa – ato tem de ser imputável ao Estado, no exercício da função Administrativa. Forma - revestimento externo do ato Motivo - razões que justifiquem o ato Objeto - efeito jurídico produzido pelo ato QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja acerca do vício do art. 2º da Lei 4.717/65, explanado no TEMA POTENCIAL: ABUSO DE PODER EXCESSO DE PODER DESVIO DE PODER O Agente Público atua além das suas atribuições legais. O Agente Público não observa o fim legal do ato administrativo. Viola a Competência do ato administrativo. Viola a Finalidade do ato administrativo. É caso em que o agente público atua sem possuir poder para tanto, sem possuir a função para o qual o ato necessita ser praticado. Pode-se verificar dois casos de desvio de poder: 1) O agente público pratica um ato visando interesses individuais, de caráter pessoal, sem atentar para o interesse público; 2) O agente público pratica o ato respeitando a busca pelo interesse público, mas não respeitando a finalidade especificada por lei para aquele determinado ato Página | 13 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Exemplo: A remoção de o funcionário “ex- officio”, a título de punição; o funcionário é mandado para um outro lugar, a título de punição. Ao invés de se instaurar um processo e aplicar a penalidade adequada, usa-se a remoção, com caráter punitivo, quando ela não tem uma finalidade punitiva; isso é um vício relativo à finalidade. BIZU! Para decorar os elementos de formação do ato administrativo, vamos utilizar o mnemônico: COM FI FOR M OB CO MPETÊNCIA FI NALIDADE FOR RMA M OTIVO OB JETO TOME NOTA! Lei nº 9.784/99: Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I- negue, limitem ou afetem direitos ou interesses; II- imponha ou agravem deveres, encargos ou sanções; III-decidam processos administrativo de concurso ou seleção pública; IV- dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V- decidam recursos administrativos; VI- decorram de reexame de ofício. VII- deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudo, propostas e relatórios oficiais; VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. § 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente , podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. Lei 4.717/65: Na verdade, este artigo define os vícios dos atos administrativos e fala nos cinco elementos do ato: competência, objeto, forma, motivo e finalidade. Art. 2º. São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: a) incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistência dos motivos; e)desvio de finalidade. Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas: Página | 14 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou; b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato; c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo; d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido; e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência. 1.2.1) Convalidação do Ato Administrativo A convalidação representa a possibilidade de “corrigir” ou “regularizar” um ato administrativo, possuindo efeitos retroativos (ex tunc). Assim, a convalidação tem por objetivo manter os efeitos já produzidos pelo ato e permitir que ele permaneça no mundo jurídico. ATENÇÃO! São quatro condições para a convalidação de um ato segundo a Lei 9.784/99: 1) Que isso não acarrete lesão ao interesse público; 2) Que não cause prejuízo a terceiros; 3) Que os defeitos dos atos sejam sanáveis; 4) Decisão discricionária acerca da conveniência e oportunidade de convalidar o ato. TEMA POTENCIAL! Existem apenas dois tipos de vícios sanáveis. O primeiro se relaciona com a competência, e só é admitido se ela não for exclusiva. O segundo trata da forma, permitindo a convalidação quando ela não for essencial. Vamos analisar essas hipóteses: 1) Vício decorrente da competência (desde que não se trate de competência exclusiva): Se o subordinado, sem delegação, praticar um ato que era de competência não exclusiva de seu superior, será possível convalidar o ato; 2) Vício decorrente da forma (desde que não se trate de forma essencial): Por exemplo, se para punir um agente, a lei determina a motivação, a sua ausência constitui vício de forma essencial, insanável. Porém, quando o agente determina a realização de um serviço por meio de portaria, quando deveria fazê-lo por ordem de serviço, não se trata de forma essencial e, por conseguinte, é possível convalidar o ato. IMPORTANTE! A convalidação pode abranger atos discricionários e vinculados, pois não se trata de controle de mérito, mas tão somente de legalidade. VAMOS PRATICAR 5. (CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) No que se refere a atos administrativos, julgue o item a seguir. De acordo com a teoria dos motivos determinantes, a validade de um ato administrativo vincula-se aos motivos indicados como seus fundamentos, de modo que, se inexistentes ou falsos os motivos, o ato torna-se nulo. Certo ou Errado 6. (CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário – Administrativa) Julgue o item a seguir, relativo aos atos administrativos. São exemplos de atos administrativos normativos os decretos, as resoluções e as circulares Página | 15 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Certo ou Errado 7. (NUCEPE - 2014 - PC-PI - Delegado de Polícia) Na hipótese de uma autarquia realizar um contrato verbal com uma empresa prestadora de serviços de vigilância, pode- se dizer que foi ferido o seguinte requisito do ato administrativo: a) competência b) finalidade c) forma d) motivo e) objeto 8. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) Acerca dos atos administrativos, julgue os itens a seguir. Não é possível, nos atos administrativos, haver a dispensa de sua motivação. Certo ou Errado 9. (FUNCAB - 2016 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil – Reaplicação - Adaptada) Quanto aos requisitos do ato administrativo, responda a alternativa correta. a) A forma é elemento vinculado do ato administrativo, decorrente do princípio da solenidade, podendo ser exteriorizado de forma escrita, que é a regra, por sinal luminoso e mesmo por sons e gestos. b) A lei deverá determinado a forma de exteriorização do ato, podendo prever mais de uma forma, sendo que a ausência de forma do ato administrativo importa na sua ineficácia, embora seja perfeito ou existente e válido. c) A forma é elemento essencial ao ato, uma vez sendo desrespeitada a forma prescrita em lei o ato é inexistente. d) A forma do ato administrativo decorre do princípio da liberdade das formas, trazido do direito civil. e) A forma é elemento não essencial ao ato administrativo, sendo o seu vício sempre insanável. 10. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) Acerca dos atos administrativos, julgue os itens a seguir. Considere que o prefeito de um município tenha determinado a desapropriação de uma fazenda de seu adversário político, como forma de retaliação. Nesse caso, fica configurado o desvio de finalidade do ato. Certo ou Errado 11. (FGV - 2010 - PC-AP - Delegado de Polícia) Quanto à finalidade, é caracterizado como vício do ato administrativo: a) a função de fato. b) a inexistência de motivos. c) o desvio de poder. d) o excesso de poder. e) o objeto impossível. 12. (FCC – 2018 – Prefeitura de São Luís – MA – Auditor Fiscal de Tributos 1) A convalidação dos atos administrativos Página | 16 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. a) produz efeitos futuros, ou seja, posteriores à data da convalidação, anulando aqueles decorrentes da edição do ato viciado. b) enseja a edição de novo ato administrativo, que produz efeitos desde a data em que foi editado o ato viciado, salvo disposição expressa em sentido contrário. c) é admitida diante da constatação de vício de qualquer natureza, salvo se já exauridos os efeitos do ato originalmente praticado. d) é causa de extinção do ato administrativo original, que fica substituído pelo novo ato editado. e) pode se referir apenas a atos discricionários, pois demanda juízo de oportunidade e conveniência para edição do ato convalidatório. 13. (PGM-MS - 2019 - PGM-MS – Procurador Municipal) Acerca de atos administrativos, julgue o item que se segue. Ato administrativo vinculado que tenha vício de competência poderá ser convalidado por meio de ratificação, desde que não seja de competência exclusiva. Certo ou Errado 14. (TJ-SC - 2019 - TJ-SC – Titular de serviços de Notas e Registros) Com relação à convalidação do ato administrativo é correto afirmar: a) Qualquer ato administrativo é passível de convalidação. b) Encerra meio de suprimento de vício existente em ato ilegal, passível de saneamento. c) Os efeitos da convalidação não retroagem. d)Envolve a retirada de um ato administrativo por razões de conveniência e oportunidade. GABARITOS COMENTADOS 5. COMENTÁRIO: A teoria dos motivos determinantes ocorre quando a Administração Pública declara a motivação de um ato administrativo discricionário, a validade do ato fica vinculada à existência e à veracidade dos motivos por ela apresentados como fundamentação. Portanto, a denominada teoria dos motivos determinantes consiste em explicitar que a administração pública está sujeita ao controle administrativo e judicial relativo à existência e à pertinência ou adequação dos motivos que ela declarou como causa determinante da prática de um ato. O item está certo. 6. COMENTÁRIO: As circulares são atos administrativos ordinatórios. O item está errado. 7. COMENTÁRIO: Essa questão trata dos pressupostos de validade dos atos administrativos. São eles a competência, finalidade, forma e objetivo. A alternativa “c” está correta. a) A alternativa está errada. De acordo com o enunciado da questão não houve vicio de competência. b) A alternativa está errada. De acordo com o enunciado da questão não houve vicio de finalidade. c) A alternativa está correta. Em regra, o ato administrativo deve serformalizado por escrito. No caso, o contrato não poderia ser verbal, teria de ser escrito, tendo ferido então, a forma do Ato Administrativo. d) A alternativa está errada. De acordo com o enunciado da questão não houve vicio de motivo. e) A alternativa está errada. De acordo com o enunciado da questão não houve vicio de objeto. Página | 17 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 8. COMENTÁRIO: A assertiva ora em comento, nos termos em que redigida, conduz à conclusão de que não haveria atos administrativos que pudessem ser praticados independentemente de motivação, o que não é verdade. Embora a regra geral seja, de fato, na linha de que os atos administrativos devem ser motivados, excepcionalmente, existem atos que podem ser validamente praticados, mesmo sem fundamentação. O exemplo clássico, inclusive com amparo constitucional, é o da nomeação e exoneração de servidores para cargos em comissão e funções de confiança (CF, art. 37, II, parte final). O fato de o texto estabelecer a "livre nomeação e exoneração" evidencia a desnecessidade de motivação desses atos. O Item está errado. 9. COMENTÁRIO: A questão trata sobre os requisitos do ato administrativos. Fique atentos, pois esse tema chove em provas. A alternativa “a” está correta. a) A alternativa está correta. São considerados elementos vinculados do ato administrativo: competência, forma e finalidade, por outro lado, são elementos discricionários do ato administrativo: Motivo e Objeto (mérito administrativo). Quanto à forma, a regra é ser escrita, entretanto, existem os atos administrativos não escritos, como são exemplos: ordens verbais do superior ao seu subordinado; gestos, apitos e sinais luminosos na condução do trânsito; cartazes e placas que expressam uma ordem da administração pública, tais quais as que proíbem estacionar, proíbem fumar etc. b) A alternativa está errada. A falta de um dos requisitos do ato administrativo torna-o inexistente e nulo. c) A alternativa está errada. Uma vez sendo desrespeitada a forma prescrita em lei, a hipótese não será de inexistência do ato, mas sim de invalidade. O ato existirá, porém, ostentará vício que, a depender da gravidade e dos prejuízos gerados, ou não, a terceiros, poderá resultar em sua nulidade plena ou mera anulabilidade, com possibilidade de convalidação. d) A alternativa está errada. A forma é elemento vinculado do ato administrativo, a lei traz a maneira como aquele ato se exteriorizará. e) A alternativa está errada. A forma é obrigatória no ato administrativo, sendo seu vicio anulável, ou seja, passível de convalidação. 10. COMENTÁRIO: O desvio de finalidade, também chamado de desvio de poder, constitui vício do ato administrativo que recai sobre o elemento finalidade, e tem lugar quando o agente competente pratica o ato visando a um fim diverso daquele previsto em lei (Lei 4.717/65, art. 2º, parágrafo único, alínea "e"). E é claro que a lei sempre estabelece que um ato administrativo tem por objetivo atender a um interesse público. Ora, se a desapropriação se opera não para beneficiar a coletividade, mas sim como instrumento de perseguição pessoal de desafetos políticos do governante de ocasião, se está diante de clara hipótese de desvio de finalidade, porquanto o ato está sendo praticado objetivando a um fim diferente daquele previsto em lei. O item está certo. 11. COMENTÁRIO: Essa questão trata com sobre os vícios do ato administrativo. Esse conteúdo cai muito em provas. Fiquem atentos! A alternativa “c” está correta. a) A alternativa está errada. A função de fato ocorre quando alguém está investido de forma irregular em cargo público. Ou seja, é um vício no elemento sujeito/ competência. b) A alternativa está errada. A inexistência de motivos é um vício de motivo. Página | 18 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. c) A alternativa está correta. O vício chamado desvio de poder ou desvio de finalidade está definido na lei de ação popular; ocorre quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência. d) A alternativa está errada. O excesso de poder é um vício no elemento competência/sujeito. e) A alternativa está errada. O objeto do impossível é um vício do elemento do objeto. 12. COMENTÁRIO: A questão aborda a convalidação dos atos administrativos. Outro tema de grande incidência nas provas para delta. A alternativa “b” está correta. a) A alternativa está errada. A convalidação não anula efeitos retroativos. b) A alternativa está correta. A convalidação é um ato que “faz um remendo” em outro ato, corrigindo o seu vício. Com efeito, a convalidação gera efeitos retroativos (ex tunc), corrigindo o vício desde a sua origem. Ressalva-se, porém, que é possível fazer a modulação dos efeitos, isto é, fazer com que a convalidação produza efeitos a partir de um momento específico, conforme exigir o interesse público. c) A alternativa está errada. A convalidação não é aceita em caso de vicio de legalidade, finalidade, objetivo e motivo. d) A alternativa está errada. A convalidação se refere a contraposição ou derrubada. e) A alternativa está errada. A convalidação está ligada aos requisitos do ato e não sua classificação. 13. COMENTÁRIO: A Convalidação, consiste na faculdade que a Administração tem de corrigir e regularizar os vícios sanáveis dos atos administrativos. Pode ser convalidada por meio de Ratificação (Quando é realizada pela mesma autoridade que a praticou), Confirmação (Quando é realizada por outra autoridade.) E Saneamento (Nos casos em que o particular é quem promove a sanatória do ato.). O item está certo. 14. COMENTÁRIO: Novamente outra questão sobre convalidação. Não esqueçam, de maneira objetiva: a convalidação é a hipótese em que um ato é ilegal, mas possuí um vício sanável. A alternativa “b” está correta. a) A alternativa está errada. Cuidado, Guerreiros! Não é qualquer ato administrativo que é passível de convalidação, mas apenas quanto a forma e competência. b) A alternativa está correta. A convalidação se faz diante de atos ilegais. Não há como convalidar um ato legal, pois se fosse legal poderia revogá-lo e não precisaria convalidar. c) A alternativa está errada. Os efeitos da convalidação são retroativos ( ex tunc ) ao tempo de sua execução. d) A alternativa está errada. Fiquem atentos, também chamada de ratificação, confirmação ou sanatória, a convalidação é uma forma de corrigir vícios existentes em um ato ilegal sendo preceituado no art. 55 da Lei nº 9.784/1999. 1.3) Atributos dos Atos Administrativos COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA: Há um conceito exato acerca dos atributos do Ato Administrativo? Veja bem, futuro Delegado! Não há uma sistematização legal específica sobre o ato administrativo, de modo que é muito comum que se utilize a teoria do fato jurídico desenvolvida pelo direito civil. Os atos administrativos enquadram-se na categoria dos atos jurídicos, porém, regidos por normas de direito público. Página | 19 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Em razão deste regime jurídico público, os atos administrativos possuem atributos ou qualidades que permitem diferenciá-los dos atos jurídicos de direito privado e lhes conferem uma dinâmica diferenciada para que atinjam seus objetivos. PODE CAIR NA PROVA! Cabimento da executoriedade e exigibilidade: 1) Quando a lei prevê expressamente. 2) Quando a executoriedade é condição indispensável à eficaz garantia do interesse público confiado pela lei à Administração - se não for utilizada haverá grave comprometimento do interesse que incumbe à Administração assegurar. Nos casos de exigibilidade e executoriedade, a pessoa fica obrigada independentemente de ordem judicial, contrariamente ao que ocorre na relação entre particulares, quando se faz necessário, em geral, aforamento de demanda judicialpara compelir alguém a fazer, não fazer ou dar algo. Defesas contra a executoriedade: 1) Mandado de segurança preventivo ou repressivo - art. 5º, LXIX, da CF e Lei 12.016/09. 2) Habeas corpus - art. 5º, LXVIII, CF. O dano que houver resultado para o particular em decorrência de ilegítima ou abusiva utilização da autoexecutoriedade acarreta responsabilidade do Estado - constitui a obrigação de indenizar o lesado - art. 37, § 6º, da CF. DOUTRINA! Importa registrar que, só se aplica presunção relativa (juris tantum), uma vez que ao interessado tem que ter oportunizado defesa. Conclui-se, desse modo, que o ônus da prova no ato administrativo diverge da regra geral do direito processual, no qual cabe a quem acusa provar. Aqui, é facultado ao acusado provar sua inocência diante dos fatos apresentados pela Administração e demonstrar que essa não tinha razão.7 A Administração Pública pode impor suas decisões, independentemente de provimento judicial. Dessa maneira, a Autoexecutoriedade faz a junção de duas outras características dos atos, que é a Exigibilidade + Executoriedade: 1) Exigibilidade: Meios indiretos de coerção. Exemplo: Só consegue obter alvará para funcionamento do estabelecimento, se atender as exigências legais. 2) Executoriedade: São meios diretos de coerção. Exemplo: Exercício do Poder de Polícia, quando na apreensão de mercadorias impróprias para consumo realizadas por fiscais sanitários. QUADRO ESQUEMÁTICO! É importante saber que a doutrina não é uniforme na nomenclatura utilizada para os atributos dos atos administrativos. Desta forma, trouxemos aqui as principais terminologias utilizadas pelos principais doutrinadores, você precisa se atentar ao que está sendo cobrado na prova: TERMINOLOGIAS Hely Lopes Meirelles Presunção de legitimidade e veracidade Imperatividade Autoexecutoriedade Celso Antônio Bandeira de Mello Presunção de legitimidade Imperatividade Exigibilidade Executoriedade Maria Sylvia Z. Di Pietro Presunção de legitimidade e veracidade Imperatividade Autoexecutoriedade 7 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo Descomplicado. 16 ed. São Paulo: Método, 2008. Página | 20 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Tipicidade José dos Santos Carvalho Filho Presunção de legitimidade Imperatividade Autoexecutoriedade QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja de forma bem sintetizada, os atributos dos atos administrativos: Presunção da Legitimidade O ato administrativo é válido e produz efeitos até a prova em contrário. Autoexecutoriedade A administração não precisa de autorização do Poder Judiciário para praticar o ato administrativo. Imperatividade A administração pode se impor a terceiros. Tipicidade O ato deve corresponder a figuras definidas previamente em lei. QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja também, para uma melhor fixação, sobre os atributos do ato administrativo: ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE/ VERACIDADE Conceito: Significa que o ato administrativo praticado por um agente público, presume-se (juris tantum), ou seja, que é ele legítimo para praticar o ato. Trata-se de presunção relativa, logo, admite-se, prova em contrário. Fundamento: Princípio da Legalidade, em que extrai-se que ao administrador público só é permitido fazer aquilo que a lei autoriza e permite. Exemplo: Quando um agente público aplica uma multa de trânsito, presume-se que o motorista estava, de fato, e cometeu alguma infração. AUTOEXECUTORIEDADE Conceito: Poder de impor uma conduta ao administrado. Logo, dispensa-se o uso das vias judiciais, pois o agente pode embargar, interditar ou apreender e destruir produtos piratas. Decorre: Da autotutela. Exemplo: No exercício do Poder de Polícia, se o agente flagra um supermercado que estava com produtos vencidos na prateleira, o agente pode, nesse momento, impor uma sanção, independendo do poder judiciário. TIPICIDADE Conceito: Atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras e modelos previamente determinados em lei. Ademais, esse atributo assegura aos administrados que a Administração não praticará atos inominados, todos os seus atos atendem ao princípio da legalidade, ou seja, estão definidos em lei. Função Limitadora: Sem previsão legal, a Administração não pode nem vincular unilateralmente o particular e nem praticar ato totalmente discricionário sem limitações calculadas em norma. Exemplo: Para cada finalidade que a Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei. IMPERATIVIDADE Não é todo ato que tem imperatividade. Há imperatividade em atos normativos (como decreto), atos ordinários e punitivos, mas não está presente em atos enunciativos e de outorga (negociais), como a expedição de mera certidão (ato enunciativo) e licença (outorga) Características: 1) Poder extroverso: É como se chama essa qualidade de imperatividade. Significa imposição da força do Estado, em que o ato administrativo é uma manifestação unilateral. 2) Coercibilidade: Imposição da vontade do Estado. Exemplo: O Poder Executivo baixa um decreto, que é ato normativo, Página | 21 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. sem consultar se é vontade dos cidadãos individualmente considerados. QUADRO ESQUEMÁTICO! Outro ponto digno de nota é: segundo a doutrina, os atributos da presunção da legitimidade e da tipicidade estão presentes em todos os atos administrativos; já a autoexecutoriedade e a imperatividade não. ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO PRESENTES EM: TODOS OS ATOS APENAS ALGUNS TIPOS DE ATOS Presunção de legitimidade Autoexecutoriedade Tipicidade Imperatividade QUADRO ESQUEMÁTICO! Cuidado, Guerreiros, pois, elementos e atributos do ato administrativo são coisas distintas, e você precisa ter isso em mente para a sua prova. Para facilitar o estudo, trouxemos o quadro abaixo comparando as duas situações: ATRIBUTOS ELEMENTOS Presunção de Legitimidade e Veracidade: Presume-se que o ato está de acordo com a lei (legítimo) e que os fatos ocorreram da forma como foram descritos pelo agente (veracidade). Competência: Conjunto de atribuições conferidas pelo ordenamento jurídico às entidades, os órgãos ou agentes, para que estes, nos limites conferidos, possam exercer suas funções. Imperatividade: O ato deve ser observado independentemente da concordância do administrado. Finalidade: O ato deve buscar o interesse público, o bem comum. Autoexecutoriedade: Os atos podem ser executados pela própria Administração, sem necessidade de intervenção do Judiciário. Forma: É o modo de exteriorização do ato administrativo, como este se manifesta para todos. Tipicidade: O ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Motivo: É o pressuposto de direito e de fato que serve de fundamento para a produção do ato administrativo. Objeto: É o efeito jurídico imediato que o ato efetivamente produz. BIZU! Veja o macete: PATI P resunção de Legitimidade A utoexecutoriedade T ipicidade I mperatividade VAMOS PRATICAR 15. (Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia - Adaptada) Sobre os Atos Administrativos e a Presunção de Legitimidade, é correto afirmar que a Presunção de Legitimidade a) não se aplica aos atos do Poder Legislativo, devendo estes ser subsumidos à comissão especial antes de sua concretização, devido aos inúmeros episódios de corrupção. b) não se aplica a todos os atos administrativos, apenas aos dos chefes de poderes e seus assessores. c) é um dos princípios que rege os atos administrativos. d) é uma diretriz arcaica do período ditatorial militar do Brasil, extirpada por completo com a Constituição de 1988. Página | 22 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. e) é universal, exceto para ações das polícias militares, civil e federal, que necessitamde aprovação dos respectivos órgãos corregedores. 16. (VUNESP - 2018 - PC-BA - Delegado de Polícia) A imperatividade é o atributo do ato administrativo que impõe a coercibilidade para seu cumprimento ou execução. Dispensam esse atributo os atos administrativos: a) enunciativos. b) normativos. c) punitivos. d) ordinatórios. e) vinculados. 17. (FUNCAB - 2016 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil - Prova Anulada) Acerca da disciplina dos atos administrativos, especificamente os seus atributos, assinale a opção correta. a) A exigibilidade dos atos administrativos ocorre quando, por meios da coação direta, a administração pública executa diretamente o ato desrespeitado, fundamentadamente em nome da supremacia do interesse público e da indisponibilidade deste interesse. b) Os atos administrativos devem ser editados conforme disposições legais, a chamada presunção de veracidade. Esta presunção é absoluta, júris tantum. O ato goza de fé pública, devendo o particular lesado fazer provas de negativa dos fatos. c) Os atos administrativos possuem a presunção de serem verdadeiros, a chamada presunção de veracidade, sendo essa presunção absoluta, juris et jure. O ato goza de fé pública, devendo o particular lesado fazer provas de negativa dos fatos. d) Todos os atos administrativos são imperativos, ou seja, obrigam de forma unilateral o particular, encontrando limite na legalidade em sentido estrito. A exceção ao atributo da imperatividade são os atos ilícitos, que não devem ser cumpridos pelo administrado, prescindindo de manifestação judicial. e) O poder público poderá executar atos administrativos diretamente ante a inexecução de obrigação pelo particular, atributo que recebe o nome de autoexecutoriedade, que prescinde da participação do poder judiciário. 18. (TJ-SC - 2019 - Titular de serviços de Notas e Registros - Adaptada) Julgue o item a seguir com base nos atributos dos Atos Administrativos. A realização de atos concretos pela Administração Pública para o cumprimento de suas determinações, encerra a autoexecutoriedade do ato administrativo. Certo ou errado GABARITOS COMENTADOS 15. COMENTÁRIO: A questão trata acerca dos atos administrativos e a presunção de legitimidade. A alternativa “c” está correta. a) A alternativa está errada. Aplicável ao Poder Legislativo quando atua desempenhando atos administrativos na organização de sua estrutura interna. b) A alternativa está errada. É atributo dos atos administrativos, logo, a presunção de legitimidade decorre do pressuposto de que a Administração Pública sempre atua nos limites da legalidade. c) A alternativa está correta. Na visão de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, para quem "Esse princípio, que alguns chamam de princípio da presunção de legalidade, abrange dois aspectos: de um lado, a presunção de verdade, que diz respeito à certeza dos fatos; de outro lado, a presunção da legalidade, Página | 23 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. pois, se a Administração Pública se submete à lei, presume-se, até prova em contrário, que todos os seus atos sejam verdadeiros e praticados com observância das normas legais pertinentes. Trata-se de presunção relativa (juris tantum) que, como tal, admite prova em contrário. O efeito de tal presunção é o de inverter o ônus da prova. d) A alternativa está errada. A alternativa contraria o que se aplica acerca dos atributos do ato, uma vez que, a presunção de legitimidade ainda se relaciona com o poder que tem a Administração de impor seus atos sobre seus administrados. e) A alternativa está errada. É imprescindível compreender que a presunção de legitimidade é uma prerrogativa em que os atos produzem efeitos tão logo são praticados, logo, traduz-se na necessidade da prova de que o ato é ilegítimo para que cesse seus efeitos. 16. COMENTÁRIO: A questão trata acerca dos atributos dos atos administrativos. A alternativa “a” está correta. a) A alternativa está correta. Segundo Mazza (2013), o atributo da imperatividade ou coercibilidade significa que o ato administrativo pode criar unilateralmente obrigações aos particulares, independentemente da anuência destes.8 Brevemente, pode-se dizer que a imperatividade é a possibilidade da Administração impor aos administrados obrigações independentemente de sua concordância. Conforme exposto por Mazza (2013), a imperatividade ou coercibilidade é atributo da maioria dos atos administrativos, não estando presente nos atos enunciativos, como certidões e atestados, nem nos atos negociais, como permissões e autorizações. b) A alternativa está errada. Tendo em vista que a imperatividade é força impositiva própria do Poder Público, que nasce com alguns atos - atos normativos, ordinatórios e punitivos. c) A alternativa está errada. Já que a imperatividade está presente nos atos punitivos - imposição de multa administrativa. d) A alternativa está errada. Uma vez que a imperatividade está presente nos atos ordinatórios. e) A alternativa está errada. Tendo em vista que a imperatividade está presente nos atos vinculados - que sujeitam o administrado ao seu fiel atendimento. 17. COMENTÁRIO: A autoexecutoriedade é o atributo que autoriza a Administração a executar diretamente seus atos e fazer cumprir suas determinações sem precisar recorrer ao Judiciário, admitindo, inclusive, o uso da força quando autorizado por lei. A autoexecutoriedade sofre limitações, porquanto não se aplica às penalidades de natureza pecuniária, como a aplicação de multas. Deve ser feita prévia notificação do administrado informando-o acerca da infração cometida, instaurando procedimento administrativo e oportunizando a ampla defesa e o contraditório. A alternativa correta é a letra “e”. a) A alternativa está errada. A alternativa trata da autoexecutoriedade e seus atributos. Muito se assemelha a exigibilidade/coercibilidade. A distinção está em que a autoexecutoriedade trata de coação direta e a exigibilidade trata de coação indireta. O que reforça tal argumento é que a alternativa “e” nos traz praticamente o conceito da alternativa. b) A alternativa está errada. A presunção de legitimidade, legalidade e veracidade decorre do Princípio da Legalidade, que deve informar toda atividade da Administração, e pode ser: Absoluta (jure et de jure) – quando não admitir prova em contrário. Relativa (juris tantum) – quando admitir prova em contrário. Para os atos administrativos essa presunção é relativa, admitindo contestação, e cabendo o ônus a quem alega a ilegitimidade / ilegalidade do ato. Em razão da presunção de legitimidade, o ato administrativo 8 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2013. Página | 24 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. produzirá seus efeitos como se válido fosse até a declaração de ilegalidade e sua retirada do ordenamento. c) A alternativa está errada. A presunção absoluta, que não admite prova em contrário, é chamada jure et de jure. d) A alternativa está errada. Os atos podem ser: Normativos – quando regulam determinada situação. Ordinatórios – quando organizam a estrutura da Administração. Punitivos – quando aplicam penalidades. 18. COMENTÁRIO: A Autoexecutoriedade é a prerrogativa de que certos atos administrativos sejam executados imediata e diretamente pela própria Administração, inclusive mediante o uso de força, independentemente de ordem ou autorização judicial prévia. O item está certo. 1.4) Atos Administrativos em Espécie COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA: Quais são as espécies de atos administrativos? Para Vicente Paulo e Alexandrino9, temos as seguintes espécies de atos: 1) Normativos: Os atos administrativos normativos contêm determinações gerais e abstratas (diz-se que há "normatividade" quando um comando jurídico é caracterizado pela generalidade e pela abstração).Tais atos não têm destinatários determinados; incidem sobre todos os fatos ou situações que se enquadrem nas hipóteses que abstratamente preveem. Os atos normativos possuem conteúdo análogo ao das leis - são "lei em sentido material". A principal diferença - além do aspecto formal - é que os atos administrativos normativos não podem inovar o ordenamento jurídico, criando para os administrados direitos ou obrigações que não se encontrem previamente estabelecidos em uma lei. A função dos atos normativos não é, entretanto, simplesmente repetir o que se encontra enunciado na lei. Sendo destinados a possibilitar a fiel execução de leis pela administração, os atos normativos devem detalhar o conteúdo das leis que regulamentam e, sobretudo, uniformizar a atuação e os procedimentos a serem adotados pelos agentes administrativos, sempre que se deparem com situações concretas semelhantes. 2) Ordinatórios: Os atos ordinatórios são atos administrativos internos, endereçados aos servidores públicos, que veiculam determinações concernentes ao adequado desempenho de suas funções. Os atos ordinatórios têm fundamento no poder hierárquico e somente vinculam os servidores que se encontrem subordinados à autoridade que os expediu. Não atingem os administrados; não criam para eles direitos ou obrigações. Os atos ordinatórios são inferiores em hierarquia aos atos normativos, significa dizer, a autoridade administrativa, ao editar um ato ordinatório, deve observância aos atos administrativos normativos que tratem da matéria a ele relacionada. 3) Negociais: Os atos negociais são editados em situações nas quais o ordenamento jurídico exige que o particular obtenha anuência prévia da administração para realizar determinada atividade de interesse dele, ou exercer determinado direito. Quando há direito do particular, a administração deve praticar o ato, sempre que o administrado demonstre que cumpre todos os requisitos estabelecidos na lei como condição para exercício daquele direito. Na hipótese de existir mero interesse do administrado (e não um direito subjetivo à prática do ato negocial), a administração praticará, ou não, o ato negocial solicitado, conforme seus critérios de conveniência e oportunidade administrativas. 9 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado 23ª Edição, São Paulo, Editora Método: 2017 Página | 25 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. É necessário ter em conta que sempre deverá o ato negocial – assim como qualquer ato administrativo - ter como finalidade a satisfação do interesse público, ainda que este possa coincidir com um interesse do particular que solicitou o ato. Como se vê, não cabe cogitar a existência de imperatividade, coercitividade ou autoexecutoriedade nos atos negociais. O administrado solicita à administração consentimento para exercer determinada atividade, ou requer o reconhecimento de um direito; a administração, caso o ato requerido atenda ao interesse público (ainda que o interesse seja predominantemente do particular), defere o pedido do administrado. 4) Enunciativos: Em uma acepção estrita, "atos enunciativos" são definidos como atos que contêm apenas um juízo de valor, uma opinião, uma sugestão ou uma recomendação de atuação administrativa. São exemplo típico de atos com esse conteúdo os pareceres. O que caracteriza os atos enunciativos assim descritos é não produzirem eles, por si sós, efeitos jurídicos quaisquer, dependendo sempre de um outro ato, de conteúdo decisório, que eventualmente adote como razão de decidir a fundamentação expendida no ato enunciativo. Em um sentido mais abrangente - de emprego mais tradicional na doutrina -, são também "atos enunciativos" os atos de conteúdo declaratório (e não meramente opinativo), tais como as certidões e os atestados. O ponto comum a todas as definições de "atos enunciativos" apresentadas pelos diferentes autores é a afirmação de que eles não contêm uma manifestação de vontade da Administração. São, portanto, considerados atos administrativos apenas em sentido formal. 5) Punitivos: Os atos punitivos são os meios pelos quais a administração pode impor diretamente sanções a seus servidores ou aos administrados em geral. O ato punitivo pode ter fundamento: 1) No poder disciplinar, no que tange aos servidores públicos e aos particulares ligados à administração por algum vínculo jurídico específico (por exemplo, um contrato administrativo); 2) No poder de polícia, quanto aos particulares em geral, não ligados à administração por vínculo jurídico específico (esses atos punitivos são aplicados no exercício do poder de polícia administrativa de natureza repressiva). Não deve a edição de atos punitivos ser confundida com o exercício do jus puniendi do Estado, por meio do qual este aplica o direito penal objetivo visando a reprimir as infrações conceituadas em lei como crimes ou contravenções. O exercício do jus puniendi sempre exige intervenção prévia do Poder Judiciário, diferentemente do que ocorre relativamente às sanções administrativas. As sanções administrativas podem, em regra, ser diretamente aplicadas pela administração, sem necessidade de intervenção prévia do Poder Judiciário. QUADRO ESQUEMÁTICO! Vejamos as espécies de atos administrativos: ESPÉCIES DE ATOS NORMATIVOS ORDINATÓRIOS NEGOCIAIS ENUNCIATIVOS PUNITIVOS Aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando a correta aplicação da lei. Visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. Aqueles que contêm uma declaração de vontade do Poder Público coincidente com a vontade do particular. Aqueles que se limitam a certificar ou atestar um fato, ou emitir opinião sobre determinado assunto. Atos com que a Administração visa a punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular dos administrados ou de servidores. Estabelecem regras gerais e abstratas, pois visam a explicitar a norma legal. Emanam do poder hierárquico da Administração. Visa a concretizar negócios públicos ou atribuir certos direitos ou vantagens ao particular Não se vincula a seu enunciado. É a aplicação do Poder de Polícia e Poder Disciplinar. Página | 26 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Exemplo: Decretos, Regulamentos, Regimentos, Resoluções, Deliberações. Exemplo: Instruções, Circulares, Avisos, Portarias, Ordens de Serviço, Ofícios, Despachos. Exemplo: Licença; Autorização; Permissão; Aprovação; Apreciação; Visto; Homologação; Dispensa; Renúncia; Exemplo: Certidões; Atestados; Pareceres. Exemplo: Multa; Interdição de atividades; Destruição de coisas; Afastamento de cargo ou função. BIZU! São espécies de atos administrativos: “NONEP” Normativo Ordinatório Negocial Enunciativo Punitivo VAMOS PRATICAR 19. (INSTITUTO AOCP- 2018- ITEP – RN - Agente Técnico Forense) Em relação à revogação e à anulação dos atos administrativos, assinale a alternativa correta. a) O judiciário pode entrar no mérito do ato administrativo. b) A Administração pública não pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. c) A administração não pode revogar seus atos. d) A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos. e) A administração não pode anular seus próprios atos ilegais, porque deles não se originam direitos. 20. (CESPE/CEBRASPE – 2018 – STJ – Analista Judiciário) Julgue o item a seguir, relativo aos atos administrativos. São exemplos de atos administrativos normativos os decretos, as resoluções e as circulares. Certo ou Errado GABARITOS COMENTADOS 19.COMENTÁRIO: A questão exige conhecimento sobre atos administrativos de acordo com o instituto da revogação e anulação dos atos administrativos.Em virtude da autonomia dos Poderes e consequentemente independência funcional, o princípio da autotutela leciona que compete à Administração a anulação de atos ilegais e a revogação de atos inoportunos e inconvenientes. A alternativa “d” está correta. a) A alternativa está errada. O Judiciário pode exercer controle sobre a discricionariedade quanto a três aspectos fundamentais: i) razoabilidade/proporcionalidade da decisão; ii) teoria dos motivos determinantes; iii) ausência de desvio de finalidade. b) A alternativa está errada. Os atos nulos são aqueles expedidos em desconformidade com as regras do sistema normativo. Assim, a Administração pode, sim, declarar a nulidade dos seus próprios atos. c) A alternativa está errada. A Administração pode revogar seus atos, em razão da oportunidade e conveniência Página | 27 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. e) A alternativa está errada. A Administração pode anular atos ilegais, sim. 20. COMENTÁRIO: É importante se atentar, pois a banca vai fazer uma confusão nos conceitos e exemplos, para tentar te confundir. As circulares se trata de ato administrativo ordinatório. O item está errado. BIZU! Normativos (3R2D): normas gerais, atos abstratos e gerais que decorrem do poder regulamentar. Regulamentos Regimentos Resoluções Deliberações Decretos 1.5) Extinção do Ato Administrativo COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA: O ato administrativo tende a um fim, salvo se tiver sido editado com o objetivo de produzir efeitos continuados. Aqui, vamos analisar as principais formas de extinção dos atos administrativos, para que você não erre na sua prova. 1.5.1) Anulação ou Invalidação COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA: Anulação ou invalidação é a forma de extinção de um ato administrativo por outro ato (poder de autotutela), ou por decisão judicial, por motivo de ilegalidade ou ilegitimidade, em regra com retroação para desconstituição de seus efeitos (ex tunc). Exemplo: Anulação de benefício previdenciário concedido mediante fraude. ATENÇÃO! A anulação pode ser realizada tanto pela administração pública que praticou o ato quanto pelo Poder Judiciário, exigindo-se, neste último caso, a provocação do referido Poder, em plena consonância com o princípio da inafastabilidade de jurisdição. Salienta-se, no entanto, que a atividade administrativa não é exclusividade do Poder Executivo, de forma que os demais Poderes podem, no exercício de suas funções atípicas, praticar atos administrativos. Nestes casos, um ato administrativo editado pelo Poder Legislativo pode perfeitamente ser anulado pelo mencionado Poder, sem haver a necessidade de provocação do Poder Judiciário. TEMA POTENCIAL! A anulação pode atingir tanto atos vinculados quanto atos discricionários, sendo declarada pela própria Administração (de ofício ou por provocação) ou pelo Judiciário (por provocação). Quais os efeitos que ela produz? Em regra, o ato de anulação produz efeitos retroativos (ex tunc), retirando do mundo jurídico o ato anulado desde sua edição. Porém, em algumas situações serão mantidos os efeitos do ato administrativo entre a data de sua edição e sua anulação. IMPORTANTE! Nenhum dos efeitos produzidos pelos atos anulados devem, como regra, ser mantidos em nosso ordenamento. Em caráter de exceção, os terceiros de boa-fé devem ter os seus direitos adquiridos preservados, sob pena de violação do princípio da segurança jurídica. JURISPRUDÊNCIA! 1) Merece destaque o teor da Súmula 473 do STF, que assim dispõe: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou Página | 28 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”10. 2) Vale destacar outro entendimento importante do STF, conforme se observa do julgado do RMS 31661- DF, de seguinte teor: “A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem ilegais. No entanto, se a invalidação do ato administrativo repercute no campo de interesses individuais, faz-se necessária a instauração de procedimento administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa. Assim, a prerrogativa de a Administração Pública controlar seus próprios atos não dispensa a observância do contraditório e ampla defesa prévios em âmbito administrativo”11. 3) Súmula Vinculante nº 3 do STF: Aos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão12. O STF afastava a aplicação da referida súmula vinculante nos casos em que a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão se desse após o decurso do prazo de 5 anos. Assim, decorridos 5 anos sem a apreciação conclusiva do TCU, seria obrigatória a convocação do interessado para exercitar as garantias do contraditório e da ampla defesa. Como observamos acima no início do comentário, houve mudança de entendimento. 1.5.2) Revogação COMPLEMENTAÇÃO DA RESPOSTA: Revogação é a forma de extinção de um ato administrativo legal por outro ato, efetuada somente pela Administração, em razão da existência de fato novo que o torne inconveniente ou inoportuno (razões de mérito administrativo), com efeitos prospectivos (ex nunc). Assim, correto afirmar que ao Poder Judiciário, no exercício de sua função típica (jurisprudencial), é vedado revogar atos administrativos emanados pela Administração Pública. É importante destacar, Guerreiros, que a revogação somente se dará em relação aos atos válidos e praticados dentro de uma competência discricionária. Existe prazo para a revogação? Veja bem, futuros Deltas! Não há previsão de prazo para a revogação de atos administrativos, uma vez que o interesse público pode ser modificado em qualquer tempo. Desta forma, não há decadência para revogação de ato discricionário. Quais atos não admitem a revogação? A doutrina define que em primeiro lugar: não podem ser revogados os atos vinculados, porque os atos vinculados geram direitos subjetivos. Por exemplo, se foi concedida aposentadoria para um servidor, é porque ele preencheu os requisitos. É um direito dele, o de se aposentar. A Administração não pode revogar a aposentadoria. Ela pode anular, se for ilegal, mas não pode revogar. Não pode revogar os atos que já exauriram os seus efeitos. Quer dizer, a revogação supõe sempre um ato que ainda esteja produzindo efeitos e o que a revogação faz, na realidade, não é desfazer o ato original, esse ato é respeitado. Ela tira do ato a possibilidade de continuar a produzir efeitos. A pessoa tem uma permissão de uso de um bem público, que é válida, ela vem utilizando aquele bem. A Administração pode revogar, de tal modo que a partir daquela data, a permissão deixa de produzir efeitos. Mas se o ato já exauriu seus efeitos, porque a permissão foi dada por um prazo que já terminou, não vai mais se cogitar de revogação. Também não se pode revogar quando a autoridade já exauriu a sua competência, quer dizer, o ato já saiu da competência dela, já está na mão da autoridade de nível superior. Não podem ser revogados os atos enunciativos, porque eles não produzem efeitos. Você não vai revogar uma certidão, um atestado, uma informação. 10 <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumarioSumulas.asp?sumula=1602> 11 <https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/25135549/recurso-ord-em-mandado-de-seguranca-rms-31661-df-stf/inteiro-teor- 124550954> 12 <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=1191> Página | 29 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos osdireitos reservados. Não podem ser revogados os atos que integram um procedimento, pois a cada novo ato, ocorre a a preclusão com relação ao ato anterior. Por exemplo, você tem as várias fases da licitação e não vai revogar um ato do procedimento. Quando praticou o ato subsequente, o ato anterior já ficou precluso. Também não podem ser revogados os atos que gerem direitos adquiridos e isto consta da parte final da Súmula 473 do Supremo. ATENÇÃO! De um modo geral, as licenças são consideradas como atos administrativos vinculados, de modo que, preenchendo o interessado os requisitos legais, a Administração Pública deverá concedê-las. Todavia, pode ocorrer de o legislador considerar a licença um ato discricionário. É o que ocorre com a licença para tratar de interesse particular, prevista no art. 91 da Lei. 8.112/90, que, por ser ato discricionário da Administração, poderá ser revogado caso haja interesse do serviço público. TEMA POTENCIAL! Em regra, a revogação não cria o dever de indenizar, mas em algumas situações o administrado poderá ser ressarcido dos prejuízos causados pelo ato de revogação, caso tenha realizado gastos, esteja de boa- fé a não tenha concorrido para a revogação. Muitas questões de concurso versam sobre anulação e revogação do ato administrativo, assim convém saber assimilar e diferenciar os conceitos. JURISPRUDÊNCIA! Conforme a Súmula 473, “a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, apreciação judicial”13. QUADRO ESQUEMÁTICO! Para facilitar a memorização e ajudar a diferenciar anulação e revogação, se atente ao quadro: FORMAS DE EXTINÇÃO: ANULAÇÃO REVOGAÇÃO Razão Ilegalidade do ato Razões de Mérito Administrativo Atos atingidos Atos inválidos: Vinculados ou Discricionários. Atos Válidos: Somente Atos Discricionários. Quem pode decretar? Administração Pública e Poder Judiciário. Somente a Administração Pública. Efeitos Ex tunc Ex nunc BIZU! Para memorizar a diferença entre as eficácias ex-tunc e ex-nunc, observe o seguinte esquema: Ex-Tunc: Tudo retroage (efeitos retroativos) Ex-Nunc: nada retroage (efeitos prospectivos) 1.5.3) Caducidade COMPLEMENTAÇÃO DA RESPOSTA: Temos a caducidade quando uma legislação posterior à edição do ato administrativo deixa aquele ato em desconformidade com o ordenamento jurídico. Trata-se, assim, de uma legislação superveniente que deixa o ato sem a possibilidade de produzir novos efeitos. Exemplo: A administração municipal concede uma permissão para que o particular utilize uma praça pública. Posteriormente, o Município edita uma lei proibindo a realização de concessões e permissões aos particulares. Nesta situação, estamos diante da caducidade do ato administrativo que concedeu a permissão, uma vez que legislação posterior o deixou em desconformidade com o ordenamento jurídico. 1.5.4) Cassação COMPLEMENTAÇÃO DA RESPOSTA: É a extinção de um ato válido em virtude de falta de observância por parte do administrado de condições que deveriam permanecer atendidas a fim de poder continuar desfrutando da situação jurídica. 13 <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumarioSumulas.asp?sumula=1602> Página | 30 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Exemplo: Cassação do alvará de funcionamento de restaurante que não mantém condições de higiene. ATENÇÃO! A cassação, assim com a anulação e a revogação, são formas de desfazimento volitivo do ato administrativo, uma vez que, para a sua aplicação, torna-se necessário a edição de um novo ato desfazendo o ato administrativo anterior. Se tomarmos o exemplo anteriormente mencionado, nota-se que o desfazimento da permissão apenas se efetiva com a edição de um novo ato declarando que o particular não cumpriu as obrigações anteriormente acordadas. 1.5.5) Contraposição Ocorre quando há prática de outro ato administrativo contrário ao primeiro, extinguindo os efeitos deste. Exemplo: Exoneração de um servidor (o ato é contrário ao de nomeação do mesmo servidor). 1.5.7) Renúncia Na renúncia, o administrado deixa de ter interesse na situação jurídica benéfica estabelecida pelo ato e o renuncia. Obviamente a renúncia não tem cabimento em atos que implicam em obrigações para os administrados. Exemplo: Servidor que renuncia à aposentadoria para poder assumir outro cargo efetivo. QUADRO ESQUEMÁTICO! Para não se esquecer, veja sobre as formas de extinção dos Atos Administrativos: ANULAÇÃO Ilegalidade Competência: Administração ou Poder Judiciário Efeitos: Retroativos (ex tunc). Natureza do controle: Legalidade e legitimidade Incidência: Atos discricionários e vinculados Prazo: 5 anos REVOGAÇÃO Ocorre quando ato é legal, porém inconveniente e inoportuno Competência: Administração Pública, somente Efeitos: Não retroativos (ex nunc) Natureza do controle: De mérito Incidência: Atos discricionários, perfeitos e eficazes Prazo: A qualquer tempo CADUCIDADE Uma lei posterior torna o ato ilegal Efeitos: Não retroativos (ex nunc) Natureza do controle: De mérito Prazo: A qualquer tempo CONTRAPOSIÇÃO Ato superveniente efeitos opostos a um ato anterior Efeitos: Não retroativos (ex nunc) Natureza do controle: De mérito Prazo: A qualquer tempo RENÚNCIA O beneficiário abre mão dos efeitos do ato Prazo: A qualquer tempo CASSAÇÃO Beneficiário do ato descumpre os requisitos necessários à sua manutenção Efeitos: Não Retroativos (ex nunc) Natureza do controle: De mérito Prazo: A qualquer tempo IMPORTANTE! Convém destacar ainda, a Extinção natural, objetiva e subjetiva: 1) A extinção natural ocorre após transcorrido o prazo previsto para a duração do ato administrativo. 2) A extinção objetiva ocorre após o desaparecimento do objeto do ato administrativo. Página | 31 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 3) Já a extinção subjetiva ocorre após o desaparecimento do sujeito destinatário do ato administrativo. QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja o quadro para não esquecer: Formas de Extinção Conceito Exemplo Natural Ocorre quando o ato administrativo cumpre todos os seus efeitos. Gozo de licença paternidade. Objetiva Ocorre com o desaparecimento do objeto do ato. Fechamento de um estabelecimento interditado. Subjetiva Ocorre com o desaparecimento do sujeito que se beneficiou com o ato. Falecimento de um servidor nomeado. TOME NOTA! Lei nº 9.784/99: Da Anulação, Revogação e Convalidação Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. 1.5.8) Teoria dos Motivos Determinantes COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA: Por esta teoria, a Administração fica vinculada aos motivos declarados para a prática do ato. Isso significa que a motivação dada ao ato deve corresponder à realidade, caso contrário, o ato é nulo. Um exemplo da teoria dos motivos determinantes: os ocupantes de cargo em comissão podem ser exonerados a qualquer tempo sem que a autoridade precise motivar sua decisão. Mas, se, em determinadocaso, motiva-se a exoneração em razão da falta de verbas para pagamento, nomeando-se outro servidor em seguida, o ato será nulo porque o motivo (falta de verba) não era verdadeiro. TEMA POTENCIAL! A teoria dos motivos determinantes está relacionada a prática de atos administrativos, impondo que, uma vez declarado o motivo do ato, este deve ser respeitado. Esta teoria vincula o administrador ao motivo declarado. Além disso, fundamenta-se no princípio de que o motivo do ato administrativo deve ser compatível com a situação de fato que gerou a manifestação de vontade. Segundo o STJ, a teoria dos motivos determinantes é uma aplicação direta da boa-fé objetiva, como consectário do princípio da moralidade administrativa. PODE CAIR NA PROVA! Quanto ao motivo do ato administrativo, a depender do caso, poderá ser vinculado ou discricionário. Página | 32 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. “Será vinculado quando a lei, ao descrevê-lo, utilizar noções precisas, vocábulos unissignificativos, conceitos matemáticos, que não dão margem a qualquer apreciação subjetiva”. Nos chamados atos discricionários, motivo e objeto caracterizam o que se denomina de mérito administrativo. Importa destacar que o mérito administrativo corresponde à esfera de discricionariedade reservada ao Administrador e, em princípio, não pode o Poder Judiciário pretender substituir a discricionariedade do administrador pela discricionariedade do Juiz. Entretanto, pode examinar os motivos invocados pelo Administrador para verificar se eles efetivamente existem e se porventura está caracterizado um desvio de finalidade. QUADRO ESQUEMÁTICO! Faça esta diferenciação: Motivo x Motivação MOTIVO MOTIVAÇÃO É elemento obrigatório do ato administrativo, essencial, ou seja, o ato administrativo sem motivo, isto é, sem estar investido dos pressupostos de fato e de direito que justificam sua prática, é totalmente nulo. A exposição dos motivos que determinam a prática do ato, a exteriorização dos motivos que levaram a Administração a praticar o ato. É a demonstração por escrito, de que os pressupostos autorizadores da prática do ato realmente aconteceram. VAMOS PRATICAR 21. (ACAFE - 2008 - PC-SC - Delegado de Polícia) Complete as lacunas na frase a seguir e assinale a alternativa correta. A____________é a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz realizado pelo (a)__________. O ato ilegal ou ilegítimo ensejará a _____________. a) revogação - Administração Pública - anulação b) anulação - Judiciário - revogação c) revogação - Judiciário - anulação d) anulação - Administração Pública – revogação 22. (UEG - 2013 - PC-GO - Delegado de Polícia - 1ª prova ) Quanto ao desfazimento do ato administrativo: a) a Administração pode anular os seus atos por conveniência e oportunidade. b) a anulação produz efeitos retroativos à data em que o ato administrativo foi realizado. c) a publicação impede que o ato administrativo seja anulado. d) o Poder Judiciário não pode rever ato administrativo anulado pela Administração. 23. (Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia) Em relação ao tema das nulidades dos atos administrativos, a doutrina majoritária no Brasil consolidou o entendimento decorrente da teoria dos motivos determinantes. À luz desta teoria, marque a alternativa INCORRETA. a) Na exoneração de cargos de livre nomeação não é necessária, para a validade do ato, a enunciação dos motivos de fato pelo administrador. b) Os elementos do ato administrativo são: a competência, a forma, a finalidade, o objeto e a motivação. c) A exoneração ad nutum não necessita de explicitação do motivo para sua validade; todavia, se o administrador, por faculdade, declarar o motivo, esse fato passará a ser determinante para a configuração lícita do ato administrativo exoneratório. d) A existência real de um motivo de fato alegado para a realização de ato administrativo vincula o administrador, sendo um pressuposto de validade deste mesmo ato. Página | 33 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. e) Se um ato administrativo é realizado com motivo de fato inexistente, mesmo que exista motivação, ele é considerado ilícito com base na teoria dos motivos determinantes. 24. (CESPE - 2017 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto) Após o término de estágio probatório, a administração reprovou servidor público e editou ato de exoneração, no qual declarou que esta se dera por inassiduidade. Posteriormente, o servidor demonstrou que nunca havia faltado ao serviço ou se atrasado para nele chegar. Nessa situação hipotética, o ato administrativo de exoneração é a) nulo por ausência de finalidade. b) anulável por ausência de objeto. c) anulável por ausência de forma. d) anulável por ausência de motivação. e) nulo por ausência de motivo. 25. (UESPI - 2009 - PC-PI - Delegado de Polícia) Em relação aos atos administrativos, assinale a opção correta. a) Motivo é a situação fática ou a situação jurídica que autoriza ou impõe ao agente público a prática de ato administrativo. b) A revogação opera efeitos “ex tunc”; portanto, caso o ato administrativo seja revogado, são considerados inválidos os efeitos por ele produzidos a partir do momento de sua realização. c) Compete ao Poder Judiciário, mediante decisão fundamentada, revogar atos praticados pela Administração Pública. d) Ato administrativo discricionário é aquele em que o poder de agir da Administração é completamente livre, até mesmo quanto à competência para a prática do ato. e) Como decorrência do princípio da legalidade, os atos administrativos não admitem convalidação. 26. (Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia) A Lei 9.784, de 29 de janeiro de 1999, trata de vários aspectos relacionados às nulidades, aos vícios dos atos administrativos, além de disposições procedimentais. Leia as afirmativas a seguir e, de acordo com este diploma legal, marque a opção INCORRETA: a) O agente público responsável por um ato administrativo eivado de vício de legalidade tem o dever de anulá-lo, havendo, ainda, a faculdade de revogação deste ato, respeitando-se os direitos adquiridos, por razões de conveniência e oportunidade. b) Decai em 5 anos o direito da administração de anular atos que sejam favoráveis aos seus destinatários, sendo que este prazo decadencial, na hipótese de efeitos patrimoniais contínuos, contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. c) A convalidação de decisão administrativa com defeitos sanáveis é um dever condicionado à não ocorrência de lesão ao interesse público e prejuízo a terceiros. d) Aplicam-se aos processos administrativos os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. e) Mesmo na hipótese de reexame necessário, o ato administrativo decisório deve ser motivado, indicando-se os fatos e fundamentos jurídicos que lhe dão sustentação. 27. (CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia) A respeito da extinção de atos administrativos, julgue o próximo item. A anulação de ato administrativo fundamenta-se na ilegalidade do ato, enquanto a revogação funciona como uma espécie de sanção para aqueles que deixaram de cumprir as condições determinadas pelo ato. Página | 34 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Certo ou Errado 28. (PGM-MS - 2019 - PGM-MS – Procurador Municipal) Acerca de atos administrativos, julgue o item que se segue. A administração pública poderá revogar atos administrativos que possuam vício que os torne ilegais, ainda que o ato revogatório não tenha sido determinado pelo Poder Judiciário. Certo ou Errado 29. (TJ-SC - 2019 - TJ-SC – Titular de Serviços de Notas e de Registros) No ato administrativo a teoria dos motivos determinantes significa: a) A busca da realização do interesse público primário. b) A conformidadeda exteriorização da vontade do administrador aos termos previstos em lei. c) A vinculação da validade do ato administrativo à situação de fato externada pelo administrador público como fundamento da emanação de vontade à prática do ato administrativo. d) A atribuição legislativa concernente à competência para a prática do ato administrativo. 30. (Câmara de Monte Alto-SC - 2019 - Procurador Jurídico) Sobre os motivos e os efeitos da revogação e da anulação dos atos pela Administração, julgue o próximo item. Revogação se baseia em motivos de mérito e anulação ocorre por razões de ilegalidade. Quanto ao momento dos efeitos, a revogação produz efeitos futuros e a anulação tem efeitos pretéritos. Certo ou Errado 31. QUADRIX – 2018 – CREF-13ª Região (BA-SE) - Agente de Orientação e Fiscalização) Quanto à organização administrativa e aos atos administrativos, julgue o item. A licença é o ato administrativo discricionário, de natureza declaratória, por meio do qual o Estado exerce o seu poder de polícia fiscalizatório em relação ao desempenho, pelo particular, de determinada atividade. Certo ou Errado 32. (CESPE/CEBRASPE – 2009 – DPE-AL) Com relação à disciplina do ato administrativo, julgue o item seguinte. O ato composto é aquele que resulta de manifestação de dois ou mais órgãos, singulares ou colegiados, cuja vontade se funde para a formação de um único ato. Certo ou Errado 33. (FGV- 2018 - MPE-AL- Técnico do Ministério Público – Geral) Determinada norma jurídica dispôs sobre a prática de ato administrativo, sob a forma de decreto, e permitiu, ao agente competente, que escolhesse a melhor solução considerando as peculiaridades do caso concreto. O ato que venha a ser praticado, em razão da liberdade na valoração dos motivos e na escolha do objeto, será considerado um ato a) discricionário. b) vinculado. c) imperativo. d) mitigado. e) difuso. Página | 35 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 34. (INSTITUTO AOCP- 2019- PC-ES- Investigador) A aptidão do Ato Administrativo em produzir efeitos denomina-se a) Objetividade. b) Tipicidade. c) Motivação. d) Validade. e) Eficácia. 35. (INSTITUTO AOCP- 2015 - PC-ES – Investigador) De acordo com a Teoria dos Atos Administrativos, o requisito de validade do ato, discricionário e que consiste na “situação fática ou jurídica cuja ocorrência autoriza ou determina a prática do ato”, denomina-se: a) Competência. b) Finalidade. c) Objeto. d) Forma. e) Motivo. 36. (CESPE/CEBRASPE – TJ-SE) – Agente de Orientação e Fiscalização) Com relação aos atos administrativos, julgue o item que se segue. A licença, a autorização, a permissão, a aprovação e a homologação são exemplos de atos administrativos negociais. Certo ou Errado GABARITOS COMENTADOS 21. COMENTÁRIO: A revogação é a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz realizado pelo (a) administração pública. O ato ilegal ou ilegítimo ensejará a anulação. A alternativa “a” está correta. b) A alternativa está errada. A revogação seria a resposta para a primeira lacuna, logo, ato da Administração, ou melhor, prerrogativa, diante da autotutela. Por conseguinte, a anulação que é resultado do reconhecimento de ato ilegal. c) A alternativa está errada. O erro reside em afirmar que o Poder Judiciário pode promover revogação. d) A alternativa está errada. Cuidado, aqui a banca trocou revogação por anulação. QUADRO ESQUEMÁTICO! Vejamos as diferenças entre anulação e revogação, para você não esquecer mais: Quadro comparativo (Mazza) Anulação Revogação Motivo Ilegalidade Conveniência e Oportunidade Competência Administração e Poder Judiciário Somente Administração Efeitos Retroativos (ex tunc) Não retroativos (ex nunc) Ato que realiza Ato anulatório Ato revogatório Natureza Decisão vinculada Decisão discricionária Alcance Atos vinculados e discricionários Atos discricionários perfeitos e eficazes Prazo 5 anos Não tem Página | 36 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 22. COMENTÁRIO: Tanto a anulação, quanto a convalidação produzem efeitos ex tunc, ou retroativos, enquanto a revogação opera efeitos ex nunc, ou prospectivos. A alternativa “b” está correta. a) A alternativa está errada. Por conveniência e oportunidade, não seria anulação, e sim revogação. A anulação decorre de vícios que contaminem os atos, tornando-os ilegais. É o que assevera a súmula 473 do STF, in verbis: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.” c) A alternativa está errada. A publicação tem o condão de atribuir eficácia ao ato, o que não impede que, verificado o vício, este venha a ser anulado posteriormente. d) A alternativa está errada. No Brasil, diferentemente do que ocorre em alguns países, vigora o sistema da jurisdição única, pelo qual os processos administrativos não produzem coisa julgada, podendo uma decisão tomada na esfera administrativa ser reformada pela via judicial, sendo esta a única capaz de produzir coisa julgada. Observamos também que a assertiva vai de encontro ao preconizado pelo princípio da sindicabilidade, o qual dispõe que o controle dos atos administrativos cabe tanto a própria Administração, quanto ao Poder Judiciário. 23. COMENTÁRIO: Fiquem atentos, o comando da questão pede a alternativa incorreta. O motivo é elemento obrigatório do ato administrativo, essencial, ou seja, o ato administrativo sem motivo, isto é, sem estar investido dos pressupostos de fato e de direito que justificam sua prática, é totalmente nulo. A motivação, por sua vez, vem a ser a exposição dos motivos que determinam a prática do ato, a exteriorização dos motivos que levaram a Administração a praticar o ato. É a demonstração por escrito, de que os pressupostos autorizadores da prática do ato realmente aconteceram. A motivação representa a exteriorização por escrito das razões que levaram à pratica do ato, portanto, ela não é obrigatória para todo o tipo de ato administrativo. A alternativa “b” está incorreta. a) A alternativa está correta. Existe a dispensa do motivo nos atos discricionários, lembrando que, uma vez apresentados, vincula o ato, tornando-se requisito de validade. c) A alternativa está correta. Exatamente como posto na assertiva, a apresentação de motivos vincula o ato. d) A alternativa está correta. Existência real de um motivo de fato alegado para a realização de ato administrativo vincula o administrador. e) A Alternativa está correta. Pela teoria dos motivos determinantes, a apresentação dos motivos vincula o ato, logo, sendo inexistente o motivo, o ato é viciado. 24. COMENTÁRIO: Ao motivar o ato administrativo, a Administração ficou vinculada aos motivos ali expostos, para todos os efeitos jurídicos. Tem aí aplicação a denominada teoria dos motivos determinantes, que preconiza a vinculação da Administração aos motivos ou pressupostos que serviram de fundamento ao ato. A motivação é que legitima e confere validade ao ato administrativo discricionário. Expostos os motivos, a validade do ato fica na dependência da efetiva existência do motivo. Presente e real o motivo, não poderá a Administração desconstituí-lo a seu capricho. Por outro lado, se inexistente o motivo declarado na formação do ato, o mesmo não tem vitalidade jurídica."14 A alternativa “e” está correta. a) A alternativa está errada. Finalidade é o objetivo que se deseja alcançar com o ato administrativo. 14 RMS 10.165/DF, 6.ª Turma, Rel. Min. Vicente Leal, DJ de 04/03/2002 Página | 37 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. b) A alternativa está errada. Objeto é o conteúdo ato administrativo. c) A alternativa está errada. Forma é o meio pelo qualo ato administrativo se exterioriza. d) A alternativa está errada. Motivação está dentro do elemento forma. Motivação é a exposição dos motivos que autorizam a prática do ato administrativo. 25. COMENTÁRIO: O Motivo está relacionado ao pressuposto de fato (situação fática) e de direito (situação jurídica) que vão servir de fundamento ao ato administrativo. Para toda a realização de um ato administrativo uma causa deve existir. A alternativa “a” está correta. b) A alternativa está errada. Os efeitos da revogação são ex nunc (expressão que significa "desde agora", significando que seus efeitos não retroagem, valendo somente a partir da data da decisão de revogação tomada). Então são validos os efeitos pelo ato produzido até o momento de sua revogação. c) A alternativa está errada. O Poder Judiciário pode apenas anular os atos da administração, como também o pode fazer a Administração. No que diz respeito a revogação (o ato é legal) somente a Administração Pública ou quem exerce a função administrativa, pode revogar. Em razão do Princípio da auto-tutela. d) A alternativa está errada. O ato discricionário se refere aquele onde a administração tem uma certa liberdade para agir (porem dentro de limites legais!) A competência para a prática do ato é algo irrenunciável! e) A alternativa está errada. Os atos administrativos (se forem de vícios sanáveis -os que ocorrem no sujeito e na forma- podem ser sim, se possível, convalidados). 26. COMENTÁRIO: Fiquem atentos, a alternativa pede o item incorreto. O item não cita todas as condições que são cumulativas. Nesse sentido "(...) São condições cumulativas para que o ato possa ser convalidado: defeito sanável; o ato não acarretar lesão ao interesse público; o ato não acarretar prejuízo a terceiros e a decisão discricionária da administração acerca da conveniência e oportunidade de convalidar o ato (em vez de anulá-lo)".15 A alternativa “c” está incorreta. a) A alternativa está correta. Lei 9.785/99, art. 53. “A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. b) A alternativa está correta. Conforme a Lei 9784/99 no art. 54 - (...) “O direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. (...) § 1° No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. d) A alternativa está correta. (...) qualquer ato da Administração Pública que tiver o condão de repercutir sobre a esfera de interesses do cidadão deve ser precedida de procedimento em que assegure o interessado o efetivo exercício do contraditório e à ampla defesa.16 e) A alternativa está correta. Art. 50. L.9.784: (...). “Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: (...) VI - decorram de reexame de ofício (...)”. 27. COMENTÁRIO: Na anulação, o ato é retirado pelo Poder Público em virtude de estar em desconformidade com a ordem jurídica. Ao passo que, na revogação o ato é retirado pelo Poder Público por razões de conveniência e oportunidade. 15 ALEXANDRINO, Marcelo e Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado, 27a ed. Se. Método, 2019, p. 609 16 Idem. Página | 38 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Complementando: "A anulação de ato administrativo fundamenta-se na ilegalidade do ato, enquanto a cassação funciona como uma espécie de sanção para aqueles que deixaram de cumprir as condições determinadas pelo ato. " "...na cassação, a retirada do ato se dá porque o destinatário descumpriu condições que deveriam permanecer atendidas a fim de poder continuar desfrutando da situação jurídica”.17 O item está errado. 28. COMENTÁRIO: O art. 53 da Lei 9.784/99 discorre: “A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. A anulação pode ser feita pela Administração, de ofício ou mediante provocação, ou pelo Poder Judiciário, mediante provocação. O item está errado. 29. COMENTÁRIO: Na Teoria dos Motivos Determinantes a validade do ato administrativo vincula- se aos motivos que o determinaram, sendo, portanto, nulo o ato administrativo cujo motivo estiver dissociado da situação de direito ou de fato que determinou ou autorizou a sua realização. É aplicado tanto em atos vinculados quanto em atos discricionários. Exemplo: Cargos de livre nomeação e exoneração não exigem motivação (ato discricionário), porém, caso o Administrador motive a exoneração de alguém que ocupe esse cargo em comissão, esse ato ficará vinculado a esse motivo. Sendo assim, se o motivo da exoneração for falso, esse ato será invalidado (nulo). A alternativa “c” está correta. a) A alternativa está errada. A teoria dos motivos determinantes não busca a realização do interesse público primário. b) A alternativa está errada. A teoria dos motivos determinantes não significa a conformidade da exteriorização da vontade do administrador aos termos previstos em lei. d) A alternativa está errada. A teoria dos motivos determinantes não significa que a atribuição legislativa concernente à competência para a prática do ato administrativo. 30. COMENTÁRIO: Revogação se baseia em motivos de mérito. Por razões de conveniência e oportunidade. Anulação ocorre por vícios de ilegalidade. Quanto ao momento dos efeitos, a revogação produz efeitos futuros, ex nunc. A anulação tem efeitos pretéritos, ex tunc. O item está certo. 31. COMENTÁRIO: Cuidado com as pegadinhas, Guerreiros. Estaria correto se fosse “A licença é o ato administrativo vinculado, de natureza declaratória, por meio do qual o Estado exerce o seu poder de polícia fiscalizatório em relação ao desempenho, pelo particular, de determinada atividade”. O item está errado. BIZU! Se tiver R é DISCRICIONÁRIO; Se não tiver, é VINCULADO. AUTORIZAÇÃO (DISCRICIONÁRIO) PERMISSÃO (DISCRICIONÁRIO) LICENÇA (VINCULADO) 17 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Discricionariedade Administrativa na Constituição de 1988. 3ª edição. São Paulo, Atlas, 2012. P. 8 Página | 39 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 32. COMENTÁRIO: Cuidado com a pegadinha. Na verdade, o ato complexo é aquele que resulta de manifestação de dois ou mais órgãos, singulares ou colegiados, cuja vontade se funde para a formação de um único ato. O item está errado. ATENÇÃO! O ato complexo é aquele que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos convergindo para a formação de um ato, enquanto o composto é a reunião de uma ou mais manifestações de dois ou mais órgãos que resultam em um ato principal e em outro ato acessório. 33. COMENTÁRIO: No ato discricionário, o agente público possui alguma margem de liberdade de atuação. No caso em concreto, o agente poderá fazer o seu juízo de conveniência e oportunidade e decidirá com base no mérito administrativo. Ademais, a discricionariedade estará presente no motivo e no objeto, de tal forma que a autoridade poderá avaliar os motivos para definir o conteúdo do ato. A alternativa “a” está correta. b) A Alternativa está errada. O ato vinculado ou regrado ocorre quando a lei, ao outorgar determinada competência ao agente público, não deixa nenhuma margem de liberdade para o seu exercício. c) A alternativa está errada. Pela imperatividade os atos administrativos impõem obrigações a terceiros, independentemente de concordância. d) A alternativa está errada. Mitigar significa deixar o ato mais brando, o que não ocorreu e) A alternativaestá errada. Ato difuso não é propriamente uma classificação dos atos. Costuma-se utilizar a expressão para falar de algo que se espalha, situação que não tem relação com a questão. 34. COMENTÁRIO: Guerreiros, essa questão dispensa comentário letra por letra, como vimos no nosso material a produção do ato está ligada à eficácia. Ou seja, a eficácia diz respeito à aptidão do ato para produzir efeitos jurídicos, é a idoneidade que se reconhece ao ato administrativo para que este possa produzir seus efeitos específicos. Vale ressaltar que a eficácia do ato administrativo ocorre a partir da publicação do respectivo ato na imprensa oficial. A alternativa “e” está correta. 35. COMENTÁRIO: Fiquem atentos, o instituto AOCP usou os conceitos da doutrina de Hely Lopes Meirelles na presente questão. Motivo é a situação fática ou jurídica cuja ocorrência autoriza ou determina a prática do ato. A alternativa “e” está correta. a) A alternativa está errada. Competência: é o poder, resultante da lei, que dá ao agente administrativo a capacidade de praticar o ato administrativo. admite delegação e avocação. b) A alternativa está errada. Finalidade é o bem jurídico objetivado pelo ato administrativo; é ao que o ato se compromete. c) A alternativa está errada. Objeto é o conteúdo do ato; é a própria alteração na ordem jurídica; é aquilo de que o ato dispõe, trata. d) A alternativa está errada. Forma é a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato deve ser praticado; é o revestimento externo do ato. 36. COMENTÁRIO: Veja bem, Guerreiros, atos negociais são aqueles em que a manifestação de vontade da Administração coincide com determinado interesse particular, são atos em que não se faz presente a imperatividade ou autoexecutoriedade do particular. O item está certo. BIZU! Página | 40 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Negociais (H.A.V. P.A.R.D.A.L.): têm interesse bilateral. O interessado busca a administração. São aqueles em que a manifestação de vontade da Administração coincide com determinado interesse particular, são atos em que não se faz presente a imperatividade ou autoexecutoriedade do particular. H = Homologação A = Autorização V = Visto. P = Permissão A = Aprovação R = Renúncia D = Dispensa A = Admissão L = Licença Página | 41 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Convém destacar ainda, a Extinção natural, objetiva e subjetiva: