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<p>ATO ADMINISTRATIVO</p><p>Noções preliminares</p><p>Para o direito, ato é sinônimo de manifestação de vontade com aptidão para produzir</p><p>efeitos jurídicos. Em razão disso, Hely Lopes Meirelles dizia que o “o conceito de ato</p><p>administrativo é fundamentalmente o mesmo do ato jurídico, do qual se diferencia como uma</p><p>categoria informada pela finalidade pública”.</p><p>Seguindo essa linha de raciocínio, para o saudoso professor, o ato administrativo nada</p><p>mais é do que um ato jurídico stricto sensu por meio do qual a Administração Pública manifesta</p><p>sua vontade produzindo os efeitos jurídicos desejados para a satisfação do interesse público.</p><p>Para identificar o ato administrativo, devemos nos ater às seguintes características:</p><p>a) é uma manifestação unilateral de vontade;</p><p>b) da Administração Pública ou de seus delegatários no exercício da função delegada;</p><p>c) sujeita ao regime de direito público;</p><p>d) com o objetivo de satisfazer o interesse público.</p><p>Portanto, nem sempre os atos emanados da Administração Pública são atos</p><p>administrativos. De fato, em regra, a Administração atua por intermédio dos atos</p><p>administrativos, mas existem casos em que ela pratica atos regidos pelo regime eminentemente</p><p>de direito privado. Assim, a doutrina afirma que ato administrativo é uma espécie de atos da</p><p>administração, os quais englobam atos privados (ex: celebração de um contrato de locação) e</p><p>atos administrativos.</p><p>A doutrina também distingue o ato administrativo do fato administrativo. Enquanto</p><p>aquele é uma manifestação unilateral da vontade da Administração Pública, o fato</p><p>administrativo é uma atividade material da Administração que pode ou não decorrer de um ato</p><p>administrativo. Como exemplo, cite-se a apreensão de mercadorias pela Administração</p><p>alfandegária, ou a dispersão de manifestantes por órgãos de segurança pública.</p><p>Dito de outra forma, o fato administrativo é um acontecimento, voluntário ou natural,</p><p>que repercute na esfera administrativa.</p><p>ATOS DA</p><p>ADMINISTRAÇÃO</p><p>Atos Privados da</p><p>Administração</p><p>Atos</p><p>Administrativos</p><p>O ato administrativo é uma espécie de ato jurídico, ou seja, é uma manifestação de vontade que gera efeitos no mundo jurídico. A diferença é que o ato administrativo é orientado pelo interesse público.</p><p>Está sujeito às regras do direito público, ou seja, àquelas que regulam a atividade do Estado.</p><p>Exemplo: Quando a Administração emite um alvará, é um ato administrativo. Mas se a Administração faz um contrato de locação, este é um ato regido pelo direito privado, não pelo direito público.</p><p>O fato administrativo é uma ação ou evento concreto que acontece na prática, dentro da esfera da Administração Pública. Ele pode ser uma atividade executada pela Administração (voluntária) ou um evento natural que impacta a Administração.</p><p>Por exemplo:</p><p>Quando a polícia dispersa uma manifestação, essa é uma ação prática — um fato administrativo.</p><p>Se a Receita Federal apreende mercadorias na alfândega, também é uma ação material — um fato administrativo.</p><p>O fato administrativo pode ou não ser resultado de um ato administrativo (uma decisão anterior). Então, o ponto 2 significa que o fato é o resultado prático de uma ação e não é uma manifestação de vontade como o ato administrativo.</p><p>Elementos do ato administrativo</p><p>Ainda com apoio nas lições do professor Hely Lopes Mereilles, o ato administrativo é</p><p>composto por cinco elementos, sem os quais ele inexiste. Para ele, esses elementos constituem</p><p>a “infraestrutura” do ato administrativo, de modo que sem a convergência deles, o ato não se</p><p>aperfeiçoa e, por consequência, não produz efeitos válidos.</p><p>Uma dica para lembrar dos elementos é ler o art. 2º da Lei 4717/65, que rege a ação</p><p>popular. Nela, os elementos do ato administrativos são arrolados e conceituados no parágrafo</p><p>único do art. 2º. Esses elementos são:</p><p>a) competência;</p><p>b) finalidade;</p><p>c) forma;</p><p>d) motivo;</p><p>e) objeto.</p><p>Vamos analisar cada um deles separadamente.</p><p>a) COMPETÊNCIA</p><p>É a atribuição legal para a prática do ato, ou seja, é o poder atribuído ao agente da</p><p>Administração para o desempenho específico de suas funções. Decorre do princípio da</p><p>legalidade e é um elemento vinculado do ato. Embora se diga que é um poder, a competência é</p><p>um verdadeiro poder-dever, uma vez que o agente não pode deixar de cumprir com as suas</p><p>atribuições legais. Portanto, a competência é irrenunciável. Além disso, ela é intransferível e</p><p>improrrogável, isto é, não pode ser transferida por ato de vontade, salvo quando a lei permitir.</p><p>Existem dois casos que permitem a transferência de competência, que são a delegação e a</p><p>avocação. No âmbito federal, a Lei 9784/99 autoriza a delegação e a avocação de competência</p><p>em seu art. 11 e seguintes.</p><p>A delegação de competência é o ato por meio do qual um agente transfere a outro funções</p><p>que originariamente lhe são atribuídas. Pode envolver agentes da mesma ou diferente</p><p>hierarquia. A delegação é sempre parcial, pois se fosse total configuraria renúncia da</p><p>competência. Além disso, não existe delegação entre os Poderes orgânicos do Estado, nem de</p><p>atos políticos ou de competência exclusiva. Registre-se ainda que a delegação é revogável a</p><p>qualquer tempo e é ato formal, devendo ser publicado.</p><p>É importante ressaltar que, para o STF, a prática de ato pelo agente ou órgão no exercício</p><p>da função delegada os torna partes legítimas para figurar em eventual ação para impugná-lo.</p><p>Nesse sentido é a súmula 510 do STF:</p><p>Súmula 510. Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada,</p><p>contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.</p><p>A avocação de competência, por sua vez, consiste no ato mediante o qual uma</p><p>autoridade hierarquicamente superior atrai para sua esfera decisória a prática de ato de</p><p>competência natural de agente de menor hierarquia. Só existe entre agentes de hierarquia</p><p>diferentes (o superior avoca a atribuição do subordinado). É medida excepcional e sempre</p><p>temporária, que deve ser justificada.</p><p>Highlight</p><p>O ato praticado em desconformidade com a competência legal dá origem ao abuso de</p><p>poder, ou vício por falta de competência (ex: agente sem competência indefere um</p><p>requerimento administrativo).</p><p>b) FINALIDADE</p><p>A finalidade do ato administrativo é sempre o interesse público. Assim como a</p><p>competência, também é um elemento vinculado do ato, uma vez que a lei sempre define qual é</p><p>o interesse público a ser perseguido, implícita ou explicitamente. O ato praticado em desacordo</p><p>com a finalidade prevista em lei contém o chamado vício do desvio de finalidade, também</p><p>conhecido de vício ideológico ou subjetivo (ex: superior hierárquico remove um servidor para</p><p>uma lotação distante só porque não gosta dele).</p><p>c) FORMA</p><p>É o meio pelo qual se exterioriza a vontade. É o revestimento exteriorizador do ato. Todo</p><p>ato administrativo é, em princípio, formal. No direito privado a liberdade da forma do ato</p><p>jurídico é a regra, já no direito público é a exceção, pelo princípio da solenidade das formas.</p><p>Toda forma do ato é substancial. No ato administrativo, prevalece a forma escrita, de modo a</p><p>conferir maior controle na gestão do interesse público. Pode, no entanto, em situações</p><p>excepcionais, quando a lei autorizar, ser verbal ou gesticular. A forma é elemento vinculado do</p><p>ato. Enfim, se a lei estabelece determinada forma como revestimento do ato, não pode o</p><p>administrador deixar de observá-la, sob pena de invalidação por vício de ilegalidade.</p><p>d) MOTIVO</p><p>É a situação de direito ou de fato que determina ou autoriza a realização do ato</p><p>administrativo. Pode vir expresso em lei, como também ser deixado ao critério do administrador</p><p>público. Em outras palavras, pode ser vinculado ou discricionário, a depender do legislador.</p><p>A doutrina distingue o motivo e a motivação. O motivo é a situação de fato ou de direito</p><p>que justifica a edição do ato. Já a motivação é a exteriorização do motivo, ou seja, é a</p><p>justificativa apresentada pelo administrador para a prática do ato administrativo.</p><p>IMPORTANTE: por força da teoria dos motivos determinates, quando o agente público</p><p>apresentar a motivação do ato, ficará a ela vinculado, ainda que se trate de ato discricionário.</p><p>Portanto, essa teoria limita a discricionariedade da Administração nos casos em que o agente,</p><p>ainda que sem obrigação de motivar o ato, o faça.</p><p>e) OBJETO</p><p>É a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas concernentes a pessoas,</p><p>coisas ou atividades sujeitas à ação do Poder Público. É o conteúdo do ato, através do qual a</p><p>Administração manifesta a sua vontade. É elemento que pode ser vinculado ou discricionário.</p><p>DICA: Elementos do Ato Administrativo  COFIFOMOB</p><p>No direito privado, a regra é que as pessoas podem escolher a forma como vão fazer um ato jurídico. Por exemplo, se duas pessoas quiserem firmar um contrato verbal, isso é permitido em muitos casos. Essa liberdade é comum no direito privado, pois a relação entre particulares não exige tanta formalidade.</p><p>No direito público, a liberdade de forma é exceção. Isso porque, ao contrário do direito privado, o Estado tem que seguir regras específicas para garantir transparência e controle. Aqui, os atos precisam ser formais, respeitando o princípio da solenidade das formas. Ou seja, as ações da Administração Pública precisam seguir rigorosamente o que a lei exige em termos de forma (geralmente escrita).</p><p>Significa que a forma do ato administrativo é essencial e obrigatória. No direito público, a forma não é algo que pode ser deixado de lado, ela é um elemento importante para garantir a legalidade do ato.</p><p>A regra geral é que os atos administrativos devem ser feitos por escrito. Isso garante maior controle e fiscalização sobre as ações da Administração Pública, pois facilita o registro e acompanhamento desses atos.</p><p>Exceções (verbal ou gesticular): Em alguns casos raros, quando a lei autoriza, o ato administrativo pode ser realizado de forma verbal ou até gesticular. Mas isso só acontece em situações excepcionais. Por exemplo, em uma situação de emergência, um policial pode dar uma ordem gesticulando.</p><p>Highlight</p><p>Motivo Vinculado: Quando a lei define claramente a situação que obriga a prática do ato. Exemplo: concessão de aposentadoria se os requisitos legais forem cumpridos.</p><p>Motivo Discricionário: Quando o administrador avalia a conveniência e oportunidade. Exemplo: concessão de licença para um evento público, considerando condições adequadas.</p><p>Motivo: É o fato ou situação (de fato ou de direito) que justifica a realização do ato administrativo.</p><p>Motivação: É a explicação ou justificativa formal que o administrador público apresenta para fundamentar o ato. É a "exteriorização" do motivo.</p><p>A teoria dos motivos determinantes estabelece que, uma vez que o administrador público apresenta a motivação para um ato administrativo, ele fica vinculado a ela. Isso significa que, mesmo que o ato seja discricionário (com margem de escolha), a validade do ato dependerá da veracidade dos motivos apresentados.</p><p>Ou seja, se a motivação for falsa ou inexistente, o ato pode ser considerado inválido. Isso limita a discricionariedade, porque, ao justificar o ato, a Administração não pode agir de forma contraditória ou sem base nos motivos apresentados.</p><p>Exemplo:</p><p>Se um administrador concede uma licença afirmando que as condições de segurança estão adequadas (motivação), mas essa condição não é verdadeira, o ato pode ser anulado, mesmo que fosse um ato discricionário.</p><p>Objeto Vinculado: Quando a lei determina exatamente qual deve ser o conteúdo do ato. Exemplo: concessão de aposentadoria obrigatória após o cumprimento de todos os requisitos legais.</p><p>Objeto Discricionário: Quando a administração pública tem margem de escolha sobre o conteúdo do ato, dentro dos limites legais. Exemplo: concessão de uma autorização para uso de um espaço público, onde a administração pode decidir as condições.</p><p>O objeto de um ato administrativo é o efeito jurídico que o ato produz, ou seja, o que o ato visa alterar, criar ou extinguir em termos de direitos ou obrigações em relação a pessoas, bens ou atividades.</p><p>Highlight</p><p>Mérito administrativo:</p><p>O mérito administrativo, segundo José Carvalho dos Santos Filho, é “a avaliação da</p><p>conveniência e da oportunidade relativas ao motivo e ao objeto, inspiradoras da prática do ato</p><p>discricionário.”. De todos os elementos do ato administrativo, apenas o motivo e o objeto</p><p>podem ser discricionários.</p><p>De acordo com Alexandre Aragão, “discricionariedade administrativa seria, assim, a</p><p>margem de escolha deixada pela lei ao juízo do administrador público para que, na busca da</p><p>realização dos objetivos legais, opte, entre as opções juridicamente legítimas, pela medida que,</p><p>naquela realidade concreta, entender mais conveniente”.</p><p>Quando o administrador atua dentro da esfera de liberdade que a lei lhe confere, as</p><p>suas decisões são chamadas de mérito administrativo, que nada mais é do que a valoração da</p><p>oportunidade e conveniência de praticar o ato. Como se pode ver, o mérito administrativo só</p><p>existe nos atos discricionários.</p><p>Esse poder decisório é a prerrogativa que o administrador tem de representar o povo</p><p>fazendo as escolhas necessárias para bem atender o interesse público. Portanto, ele é protegido</p><p>até mesmo do Poder Judiciário, que não pode imiscuir-se no mérito administrativo, isto é, não</p><p>pode se substituir às escolhas do administrador público.</p><p>Essa construção consubstancia o chamado princípio da insindicabilidade do mérito</p><p>administrativo, por meio do qual é defeso ao Poder Judiciário imiscuir-se na esfera de liberdade</p><p>do administrador público, sob pena de violar a separação de poderes.</p><p>Mas, é importante observar que a insindicabilidade é apenas do mérito administrativo.</p><p>Em relação aos demais elementos (competência, finalidade e forma), qualquer ato, seja ele</p><p>vinculado ou discricionário, está sujeito ao controle de legalidade pelo Poder Judiciário.</p><p>Atributos do ato administrativo:</p><p>Os atributos do ato administrativos são as suas características próprias, oriundas do</p><p>regime jurídico de direito público que os rege. Estão baseados na supremacia do interesse</p><p>público e sua indisponibilidade. Com base nisso, a doutrina aponta como atributos do ato</p><p>administrativo:</p><p>a) PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE</p><p>Todo ato administrativo, quando nasce, presume-se praticado de acordo com a ordem</p><p>jurídica. Isso porque a Administração Pública está jungida ao princípio da legalidade, devendo</p><p>ELEMENTOS DO ATO</p><p>ADMINISTRATIVO</p><p>COmpetência</p><p>FInalidade</p><p>FOrma</p><p>Motivo</p><p>OBjeto</p><p>VINCULADOS</p><p>DISCRICIONÁRIOS</p><p>O Judiciário não pode revisar o mérito administrativo devido ao princípio da insindicabilidade do mérito, que respeita a separação de poderes e a especialização dos administradores públicos. Isso significa que o Judiciário não interfere nas escolhas sobre a conveniência e oportunidade feitas pelo administrador, pois essas decisões envolvem aspectos técnicos e práticos que estão fora do seu alcance. O Judiciário pode, no entanto, verificar se o ato respeita a legalidade e o devido processo.</p><p>A insindicabilidade do mérito administrativo significa que o Judiciário não pode interferir nas escolhas feitas pelo administrador público sobre a conveniência e oportunidade. No entanto, o Judiciário pode revisar outros aspectos dos atos administrativos, como:</p><p>Competência: Verificar se o administrador tinha a autoridade legal para praticar o ato.</p><p>Finalidade: Checar se o ato atende ao interesse público e aos objetivos para os quais foi criado.</p><p>Forma: Confirmar se o ato seguiu o procedimento e formalidades legais.</p><p>Portanto, enquanto as decisões sobre o mérito são protegidas da revisão judicial, o controle judicial sobre competência, finalidade e forma garante que os atos administrativos sejam legais e corretos.</p><p>Mérito Administrativo: Não pode avaliar as escolhas feitas pelo administrador sobre a conveniência e oportunidade de um ato discricionário. O mérito envolve a decisão subjetiva sobre a melhor medida a ser adotada, baseada</p><p>em circunstâncias específicas.</p><p>Highlight</p><p>agir sempre nos estritos termos e limites fixados pela lei e pela Constituição. Trata-se, porém,</p><p>de uma presunção relativa, que pode ser ilidida por prova em contrário. Até que venha a ser</p><p>suspenso ou invalidado, o ato produz todos os seus efeitos validamente.</p><p>Com base nisso, Hely Lopes Meirelles identifica dois principais efeitos que decorrem da</p><p>presunção de legalidade do ato administrativo:</p><p>● A imediata produção de efeitos dos atos administrativos</p><p>● Inversão do ônus da prova para o particular</p><p>Para Alexandre Aragão, essa presunção deve passar por uma releitura no atual estágio</p><p>do Estado Democrático de Direito. Segundo afirma, a presunção relativa de legitimidade dos</p><p>atos administrativos se decompõe em presunção de veracidade, ligada à certeza dos fatos</p><p>subjacentes ao ato, e a presunção de legalidade, concernente às razões jurídicas que amparam</p><p>o ato.</p><p>b) IMPERATIVIDADE</p><p>É o atributo do ato que impõe a coercibilidade para o seu cumprimento. Ele não é</p><p>aplicável a todos os atos, mas apenas àqueles cujo conteúdo seja uma ordem administrativa,</p><p>com força impositiva. Decorre da própria existência do ato, em virtude da sua presunção de</p><p>legitimidade.</p><p>c) AUTOEXECUTORIEDADE</p><p>Consiste na possibilidade de certos atos serem executados imediata e diretamente pela</p><p>Administração, sem a necessidade de um provimento jurisdicional.</p><p>A autoexecutoriedade somente será possível quando a lei expressamente a previr ou</p><p>quando se tratar de medida urgente, sem a qual haverá grave comprometimento do interesse</p><p>público, havendo, neste caso, uma autorização implícita.</p><p>Em regra, a Administração Pública não precisa de um respaldo do Poder Judiciário para</p><p>atuar, ela edita o ato e o executa. Mas como toda boa regra, há exceções: multas e penalidades</p><p>pecuniárias não são autoexecutáveis, elas devem ser executadas em processo judicial. Assim, os</p><p>atos que atingem o patrimônio não são autoexecutáveis.</p><p>IMPORTANTE: Existe uma exceção da exceção: as penalidades pecuniárias que podem ser</p><p>descontadas do contracheque são autoexecutáveis. É o caso de estatutos funcionais que</p><p>preveem hipóteses de ressarcimento pelos danos causados pelo agente público. Neste caso, é</p><p>possível o desconto em folha, sem ordem judicial.</p><p>Além desta, podemos citar a disposição contida no art. 87, II, § 1º da Lei 8.666/93, que determina</p><p>que as multas por descumprimento de contrato com a administração pública poderão ser</p><p>executadas diretamente da garantia prestada e, caso seja superior a esta, ainda será facultado</p><p>o desconto nos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ao contratado.</p><p>Classificação dos atos administrativos:</p><p>➢ QUANTO AOS DESTINATÁRIOS</p><p>O ato administrativo é presumido como válido e correto até que se prove o contrário. Ou seja, até que se demonstre que o ato é ilegal ou inadequado, ele é considerado legítimo.</p><p>Os atos administrativos têm efeitos diretos e imediatos assim que são emitidos. Ou seja, eles começam a produzir resultados sem precisar de aprovação adicional.</p><p>Exemplo: Se um órgão público concede uma licença de funcionamento para um comércio, o comércio pode começar a operar imediatamente após a concessão.</p><p>Significa que, ao contestar um ato administrativo, a pessoa que reclama (particular) precisa provar que o ato é ilegal. Normalmente, seria o órgão público que teria que provar que o ato é legal, mas a presunção de legalidade faz com que a pessoa que contesta o ato tenha essa responsabilidade.</p><p>Exemplo:</p><p>Maria pode operar seu café sem problemas, porque o alvará é considerado legal. João, que não concorda com o alvará, precisa provar que há um erro ou uma ilegalidade para que o alvará seja questionado.</p><p>Aragão sugere que, além da presunção de que os atos administrativos são legais, deve-se considerar a veracidade dos fatos que fundamentam esses atos. Assim, a presunção de legitimidade deve ser entendida como uma combinação de confiança na precisão dos fatos e na conformidade legal.</p><p>Imperatividade é a capacidade dos atos administrativos de impor obrigações e exigir cumprimento, mesmo que a pessoa a quem se dirige não queira seguir o ato.</p><p>Highlight</p><p>Embora a autoexecutoriedade permita que a Administração execute diretamente a maioria dos atos administrativos, há exceções significativas, como a cobrança de multas e penalidades e atos que afetam o patrimônio, que exigem procedimentos judiciais para sua efetiva execução.</p><p>Exemplo: Se um servidor público causa um dano à administração pública, o estatuto funcional pode prever que o valor do ressarcimento seja descontado diretamente de seu salário. Nesse caso, a Administração pode executar a penalidade sem precisar de autorização judicial.</p><p>A lei permite que multas por descumprimento de contrato sejam executadas diretamente da garantia prestada pelo contratado. Se a garantia não cobrir o valor total da multa, a Administração Pública pode descontar o valor restante dos pagamentos que ainda devem ser feitos ao contratado.</p><p>Exemplo: Se um contratado não cumprir as cláusulas de um contrato e a multa estipulada é maior que o valor da garantia prestada, a Administração pode descontar o valor restante da próxima fatura a ser paga ao contratado, além de utilizar a garantia.</p><p>a) ato geral: ato abstrato, impessoal, aplicável à coletividade como um todo. Não há destinatário</p><p>determinado.</p><p>b) ato individual: tem destinatário determinado. Se o ato só tem um destinatário (ex: nomeação</p><p>de servidor), será ato individual singular. Se o ato se dirige a mais de um cidadão determinado</p><p>(ex: que atinja todos os donos de bar), será individual plúrimo.</p><p>➢ QUANTO AO ALCANCE</p><p>a) atos internos: produz efeitos dentro da própria administração. (ex: determinação do horário</p><p>de lanche dos servidores da repartição X)</p><p>b) atos externos: produz efeitos fora da administração. Estes atos produzem efeitos dentro e</p><p>fora da administração (ex: determinação de que um órgão funcionará de 08:00h. às 14:00)</p><p>➢ QUANTO AO GRAU DE LIBERDADE</p><p>a) ato vinculado: preenchidos os requisitos legais, o administrador é obrigado a praticar o ato.</p><p>Gera direito subjetivo ao administrado. Não há valoração de conveniência e oportunidade.</p><p>b) ato discricionário: há juízo de valor sobre o motivo e o objeto. Analisa a conveniência e</p><p>oportunidade. Apesar de ser discricionário, deve observar os limites da lei. O ato discricionário</p><p>pode aparecer das seguintes formas:</p><p>b.1) a lei apresenta alternativas ao administrador</p><p>b.2) a lei estabelece uma competência e não diz como exercer (ex: compete ao prefeito</p><p>zelar pelo paisagismo do município)</p><p>b.3) a lei utiliza conceitos vagos ou indeterminados que exigem que o conteúdo seja</p><p>preenchido.</p><p>➢ QUANTO AO OBJETO</p><p>a) atos de império: aqueles que a administração pratica valendo-se de sua supremacia em face</p><p>do particular. Ex: desapropriação.</p><p>b) atos de gestão: aqueles que a administração pratica em patamar de igualdade com o</p><p>particular.</p><p>A doutrina tem criticado essa classificação porque quando a administração pratica atos em pé</p><p>de igualdade com o particular o regime jurídico será o privado, dessa forma, não será ato</p><p>administrativo e sim ato da administração.</p><p>c) atos de mero expediente: não possui qualquer conteúdo decisório</p><p>➢ QUANTO À FORMAÇÃO</p><p>Exemplo: Uma lei que estabelece regras gerais para a construção de prédios em uma cidade. Ela se aplica a todos os construtores e proprietários sem mencionar nomes específicos.</p><p>Individual Singular: O ato se dirige a uma única pessoa ou entidade específica.</p><p>Exemplo: A nomeação de um servidor público para um cargo específico.</p><p>Individual Plúrimo: O ato se dirige a um grupo de pessoas ou entidades específicas.</p><p>Exemplo: Uma ordem para todos os proprietários de estabelecimentos comerciais de uma determinada área para se adequarem a uma nova regulamentação.</p><p>O administrador público tem obrigação de praticá-lo assim que os requisitos legais forem preenchidos. Não há espaço para avaliação de conveniência ou oportunidade.</p><p>Exemplo:</p><p>A concessão de uma licença para construir, caso o requerente cumpra todas as exigências previstas na legislação. O administrador é obrigado a conceder a licença.</p><p>o direito subjetivo se refere ao direito de uma pessoa de exigir um determinado comportamento da administração pública, com base no cumprimento dos requisitos legais. Já o direito objetivo é o conjunto de normas que regulam essas obrigações e direitos.</p><p>Nos atos administrativos vinculados, o direito subjetivo surge porque, ao cumprir as condições impostas pela norma (direito objetivo), o administrado tem o direito de exigir que o ato seja praticado.</p><p>Exemplo: Se a lei prevê que qualquer cidadão que apresente certa documentação tem direito a um alvará, uma vez que o cidadão cumpre essa condição, ele pode exigir o alvará (direito subjetivo).</p><p>o administrador tem a liberdade de decidir com base na conveniência e oportunidade, desde que respeite os limites da lei.</p><p>Exemplo: A escolha de como zelar pelo paisagismo do município. O prefeito tem liberdade para decidir quais ações são mais adequadas, mas deve seguir o que a lei determina.</p><p>Quando a lei oferece alternativas de ação ao administrador.</p><p>Exemplo: Determinar o tipo de equipamento para serviços de limpeza urbana.</p><p>A competência do prefeito para cuidar do paisagismo, sem detalhar como isso deve ser feito.</p><p>Exemplo: A lei determina que o administrador deve garantir o "bem-estar da população" em uma cidade. Esse conceito de "bem-estar" é vago, e o administrador precisa decidir o que isso significa na prática, como criar mais áreas verdes ou melhorar o transporte público.</p><p>desapropriação de um imóvel para utilidade pública</p><p>Exemplo: quando a administração aluga um prédio de um particular. No entanto, há críticas, pois, nesse caso, o regime é privado e não seria um ato administrativo.</p><p>Não envolvem qualquer decisão, são atos puramente formais.</p><p>Exemplo: o envio de um documento de um setor para outro dentro da administração.</p><p>a) ato simples: aquele que se torna perfeito e acabado com uma simples manifestação de</p><p>vontade.</p><p>A manifestação de vontade que depende de um único agente será simples singular. Se a</p><p>manifestação da vontade depender de mais de um agente será simples colegiado (ex: votação</p><p>no senado).</p><p>b) ato composto: depende de mais de uma manifestação da vontade, que acontece dentro de</p><p>um mesmo órgão. A primeira manifestação é a principal, a segunda é secundária. Ex: ato</p><p>praticado pelo subordinado que depende de visto do superior (efeito prodrômico do ato</p><p>administrativo).</p><p>c) ato complexo: depende de mais de uma manifestação da vontade, que acontece em órgãos</p><p>diferentes, em patamar de igualdade. Ex: nomeação de dirigente de agência reguladora, senado</p><p>aprova e presidente nomeia (efeito prodrômico do ato administrativo).</p><p>Modalidades de atos administrativos:</p><p>a) ATO NORMATIVO: é aquele que vai disciplinar/normatizar, sendo complementar à lei,</p><p>buscando sua fiel execução. Trata-se do exercício do poder regulamentar.</p><p>b) ATO ORDINATÓRIO: é aquele que vai organizar, que vai escalonar os quadros da</p><p>administração. É o exercício do poder hierárquico.</p><p>c) ATO ENUNCIATIVO: é aquele que apenas atesta, que certifica uma situação (Ex: parecer). Não</p><p>tem conteúdo decisório.</p><p>d) ATO NEGOCIAL: é aquele em que há uma coincidência da vontade do poder público com a</p><p>vontade do particular (Ex: permissão, autorização, licença).</p><p>e) ATO PUNITIVO: aquele que tem no seu conteúdo uma punição. Trata-se do exercício do poder</p><p>disciplinar ou do poder de polícia.</p><p>Convalidação dos atos administrativos:</p><p>A aplicabilidade ou não da teoria das nulidades ao Direito Administrativo provocou uma</p><p>cisão na doutrina, surgindo as teorias monista e dualista. Para os autores da teoria monista o</p><p>ato administrativo apenas poderia ser considerado nulo ou válido, não cabendo a convalidação.</p><p>Por sua vez, de acordo com a teoria dualista, a qual, prestigiando o princípio da</p><p>segurança jurídica, considera-se que os atos podem ser, quando eivados de algum vício, nulos</p><p>ou anuláveis. Assim, passa-se a admitir institutos como a decadência e a convalidação no Direito</p><p>Administrativo.</p><p>Admite-se as chamadas “sanatórias” do ato administrativo, entendidas como</p><p>instrumentos que poderiam ser utilizados para a preservação dos efeitos de um ato ilegal. Diogo</p><p>de Figueiredo classifica essas “sanatórias” em duas espécies:</p><p>Torna-se perfeito com uma única manifestação de vontade.</p><p>Exemplo: uma decisão do prefeito para conceder um alvará de funcionamento. Se for uma decisão de um único agente, é simples singular; se envolver mais de um agente, como uma votação no Senado, é simples colegiado.</p><p>Requer mais de uma manifestação de vontade dentro do mesmo órgão. A primeira manifestação é principal, e a segunda é secundária.</p><p>Exemplo: um ato praticado por um servidor que precisa do visto do superior para ser validado.</p><p>Normatiza e complementa a lei, visando sua fiel execução.</p><p>Exemplo: um decreto que detalha e regulamenta uma lei federal.</p><p>Exemplo: uma ordem interna que define a rotina dos servidores de um departamento.</p><p>Exemplo: um parecer técnico que confirma a viabilidade de um projeto.</p><p>Exemplo: a concessão de uma licença para a construção de um prédio.</p><p>Exemplo: uma multa aplicada a um estabelecimento comercial por infração às normas sanitárias.</p><p>Exemplo:</p><p>Convalidação: Não é admitida. Por exemplo, se um ato administrativo é praticado por uma autoridade sem competência, a teoria monista consideraria o ato nulo, sem possibilidade de convalidação.</p><p>Exemplo: Um contrato administrativo foi assinado por um servidor que não tinha competência para tal. Posteriormente, a competência é conferida ao servidor. A convalidação permite que o contrato continue válido, corrigindo o vício de competência.</p><p>Instrumentos ou procedimentos usados para corrigir vícios e garantir a continuidade dos efeitos do ato, mesmo quando eivado de erros.</p><p>Exemplo: Se um ato administrativo foi assinado com um erro material (como um erro de digitação), uma retificação ou emenda pode ser realizada para sanar o erro, permitindo que o ato continue produzindo seus efeitos legais.</p><p>- Sanatória involuntária: pressupõe o decurso de certo prazo, independente da vontade da</p><p>administração (relaciona-se ao instituto da decadência, encontrada, por exemplo, no art. 54 da</p><p>L9784).</p><p>L9784, Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram</p><p>efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram</p><p>praticados, salvo comprovada má-fé.</p><p>Exemplo: ato administrativo praticado por um servidor incompetente, o qual a Administração</p><p>pretende anular 10 anos depois. Tal vício já estaria sanado por decurso do tempo.</p><p>- Sanatória voluntária: depende da vontade da Administração Pública. Relaciona-se com o</p><p>instituto da convalidação, mencionado no art. 55 da L9784.</p><p>L9784, Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem</p><p>prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela</p><p>própria Administração.</p><p>Assim, existem alguns vícios que são sanáveis, permitindo a convalidação do ato.</p><p>Segundo José dos Santos Carvalho Filho, são três as formas de convalidação do ato</p><p>administrativo:</p><p> Ratificação</p><p> Reforma</p><p> Conversão</p><p>Os vícios na FORMA e na COMPETÊNCIA poderiam ser sanados através da ratificação</p><p>(Ex: ratificação pela autoridade competente, quando o ato é praticado por um agente</p><p>incompetente; Ex²: ratificação por escrito de um ato verbal que não observou a formalidade</p><p>exigida).</p><p>Já os vícios no OBJETO poderiam ser sanados através da reforma ou conversão.</p><p>Na reforma, quando se tem um ato administrativo com 2 ou mais objetos, retira-se o</p><p>objeto viciado e mantém os demais, que são válidos. A reforma, portanto, só seria cabível para</p><p>atos administrativos com objetos plúrimos.</p><p>O instituto da conversão, por sua vez, é muito parecido com o da reforma. Nele, o poder</p><p>público inicialmente opera</p><p>uma reforma, retirando a parte viciada e, posteriormente,</p><p>acrescenta outro objeto para o ato, que não era inicialmente previsto.</p><p>Ex: é concedido a um servidor férias e licença. Só que o servidor não tinha preenchido os</p><p>requisitos para as férias. Nesse caso, o poder público pode fazer uma reforma: edita um novo</p><p>ato administrativo, mantendo a parte válida (a licença) e retirando a parte inválida (as férias);</p><p>Ex²: ato administrativo que promove 2 servidores distintos: X, por merecimento e Y, por</p><p>antiguidade no cargo. Posteriormente, a administração viu que Y não era o mais antigo na</p><p>carreira. Assim, primeiro faz uma reforma, mantendo a parte valida (promoção do servidor X</p><p>por merecimento) e retirando a parte inválida (promoção do servidor Y por antiguidade). Mas</p><p>também inclui no ato um novo objeto, que é a promoção do servidor Z, que de fato era o mais</p><p>antigo.</p><p>Exemplo: Um ato administrativo foi praticado por um servidor que não tinha competência, mas a Administração só tentou anular o ato 10 anos depois. De acordo com o prazo de decadência, esse ato já estaria sanado e não poderia ser mais anulado pela Administração.</p><p>Exemplo: Um ato administrativo foi praticado com um erro formal (por exemplo, falta de assinatura). A Administração pode corrigir esse erro por meio da convalidação, desde que isso não cause prejuízo a terceiros e não afete o interesse público.</p><p>Com Má-Fé: Um servidor concede um benefício de forma irregular, e o beneficiário sabia que o ato era fraudulento. Mesmo após cinco anos, a Administração pode anular o ato, pois a má-fé impede a aplicação do prazo de decadência.</p><p>A administração confirma um ato já realizado, corrigindo um vício.</p><p>A ratificação é feita pela autoridade competente que valida o ato como se tivesse sido praticado corretamente desde o início.</p><p>Exemplo: Um ato assinado por um servidor sem competência é ratificado pelo superior competente.</p><p>O ato é transformado em outro tipo que se adequa ao que foi originalmente pretendido.</p><p>A conversão é usada para substituir um ato inválido por outro válido que cumpra a mesma função.</p><p>Exemplo: Um ato de permissão é convertido em licença após correção de vício.</p><p>O ato é alterado para corrigir defeitos.</p><p>A reforma ajusta o ato aos requisitos legais, adaptando-o para atender às normas e propósitos adequados.</p><p>Exemplo: Um ato administrativo é modificado para atender à legislação vigente.</p><p>Um ato possui mais de um objetivo.</p><p>Exemplo de objetos plúrimos:</p><p>Concessão de Licença: Um ato administrativo que concede licença para atividades variadas (ex: para eventos, para uso de espaços públicos, etc.). Se uma das concessões estiver viciada, mas as outras não, pode-se retirar apenas a concessão problemática, mantendo as demais válidas.</p><p>Exemplo: Se um ato administrativo concedeu uma licença para a construção de um edifício e, ao mesmo tempo, uma autorização para usar uma área verde próxima, mas a autorização está viciada, a administração pode retirar apenas a autorização viciada e, além disso, adicionar uma nova autorização para outra atividade relevante que não estava prevista inicialmente.</p><p>OBS: De acordo com a doutrina majoritária, NÃO podem ser convalidados vícios nos elementos</p><p>motivo e finalidade, tidos como insanáveis. Assim, somente admitiriam sanatória os vícios nos</p><p>elementos competência, forma e objeto.</p><p>Extinção dos atos administrativos:</p><p>Segundo José dos Santos, existem seis formas de extinção dos atos administrativos:</p><p>a) EXTINÇÃO NATURAL: é a que decorre do cumprimento normal dos efeitos do ato, findo o qual</p><p>o ato deixa de existir.</p><p>b) EXTINÇÃO SUBJETIVA: é a que decorre do desaparecimento do sujeito que se beneficiou do</p><p>ato.</p><p>c) EXTINÇÃO OBJETIVA: é a que decorre do desaparecimento do objeto do ato.</p><p>d) CADUCIDADE: é a extinção que decorre do advento de nova legislação que impede a</p><p>permanência do ato.</p><p>e) CONTRAPOSIÇÃO: consiste na extinção de um ato administrativo válido, em decorrência da</p><p>edição de um outro ato posterior cujos efeitos são opostos ao seu (Ex: a exoneração de um</p><p>servidor derruba os efeitos de sua nomeação).</p><p>f) EXTINÇÃO VOLITIVA: é a que decorre de uma manifestação de vontade. Pode ser de três</p><p>espécies</p><p>f.1) anulação: é a extinção do ato em virtude de um vício de legalidade. Para Hely Lopes,</p><p>ela é sempre obrigatória por força do princípio da legalidade. Já Seabra Fagundes</p><p>entende ser possível a sua manutenção, a despeito do vício, quando houver prevalência</p><p>do interesse público, o que seria aferido em juízo discricionário. José dos Santos, a seu</p><p>turno, possui posição intermediária, segundo a qual a regra é a invalidação do ato, sendo</p><p>excepcionalmente possível a sua manutenção, não por uma discricionariedade, mas</p><p>porque a única conduta juridicamente viável seria a manutenção do ato. Haveria, assim,</p><p>limites à invalidação do ato: 1) decurso do tempo; e 2) consolidação dos efeitos</p><p>produzidos, o que alguns autores denominam de teoria do fato consumado. A anulação</p><p>decorre, portanto, do controle de legalidade do ato, podendo ser levada a efeito pelo</p><p>Poder Judiciário e também pela própria Administração Pública, por força do princípio da</p><p>autotutela administrativa. Nesse sentido são as súmulas 356 e 473 do STF.</p><p>Súmula 356: “A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus</p><p>próprios atos”</p><p>Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados</p><p>de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou</p><p>revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos</p><p>adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”</p><p>f.2) revogação: é a extinção em razão do juízo de conveniência e oportunidade do</p><p>administrador. Não pode ser feita pelo Poder Judiciário, salvo nos casos em que o ato</p><p>decorra dele próprio, no exercício da função atípica administrativa. Seu fundamento é</p><p>sempre o interesse público.</p><p>Ocorre quando o ato atinge o seu objetivo e seus efeitos são cumpridos. Após o término desse período, o ato deixa de existir.</p><p>Exemplo: A concessão de um alvará de construção que expira ao final do período de validade estabelecido.</p><p>Acontece quando o beneficiário do ato desaparece, seja por falecimento ou por perda da capacidade legal.</p><p>Exemplo: A extinção de uma pensão concedida a um servidor falecido.</p><p>Surge com o desaparecimento do objeto sobre o qual o ato se refere.</p><p>Exemplo: A revogação de uma licença para a exploração de um recurso natural que não está mais disponível.</p><p>Ocorre quando uma nova legislação torna o ato incompatível com a lei vigente, levando à sua extinção.</p><p>Exemplo: A extinção de um ato administrativo que concedia benefícios fiscais, após uma nova lei que modifica o regime de tributação.</p><p>Ocorre quando um novo ato administrativo é emitido e seus efeitos são opostos aos do ato anterior. Em outras palavras, o novo ato revoga ou substitui o anterior, produzindo efeitos contrários.</p><p>Exemplo: Se um servidor público é nomeado para um cargo por um ato administrativo, e posteriormente é exonerado por outro ato, a exoneração (novo ato) extingue os efeitos da nomeação anterior (ato antigo). Ou seja, a nova decisão cancela e substitui a decisão anterior.</p><p>Refere-se à extinção de um ato administrativo por uma manifestação de vontade da administração pública.</p><p>Anulação é o processo pelo qual um ato administrativo é declarado inválido, geralmente porque foi praticado com algum vício que compromete sua legalidade. A anulação pode ser realizada pela própria administração pública ou pelo Poder Judiciário, e tem como base a ilegalidade do ato. Isso significa que, se um ato foi feito de maneira irregular ou fora da lei, ele pode ser anulado para corrigir o erro.</p><p>Exemplos:</p><p>* Um servidor foi promovido sem cumprir os requisitos legais. O ato de promoção pode ser anulado por ser ilegal.</p><p>* Uma licitação foi realizada com regras que violam a legislação. A contratação resultante dessa licitação pode ser anulada.</p><p>A administração decide retirar o ato por conveniência e oportunidade administrativa, desde que o</p><p>ato ainda não tenha produzido efeitos.</p><p>Exemplo: Um órgão decide revogar uma portaria interna que determinava uma mudança no horário de expediente, pois percebeu que a mudança não trouxe os resultados esperados.</p><p>A Administração pode anular seus próprios atos se eles forem ilegais, ou seja, se tiverem algum vício que os torne inválidos. Atos ilegais não geram direitos para os beneficiários, portanto, podem ser desfeitos sem a necessidade de respeitar direitos adquiridos.</p><p>Quando um ato administrativo é anulado por ser ilegal, a anulação tem efeito retroativo, ou seja, os efeitos do ato são considerados como nunca tendo existido desde o princípio. Isso é conhecido como efeito ex tunc.</p><p>A Administração também pode revogar seus atos, mas isso só é permitido por motivos de conveniência e oportunidade. Diferente da anulação, a revogação respeita os direitos adquiridos pelos beneficiários.</p><p>Exemplo:</p><p>Um programa de incentivo que se tornou obsoleto pode ser revogado pela Administração por conveniência, mas direitos adquiridos pelos participantes (como benefícios já recebidos) devem ser respeitados.</p><p>Tanto a anulação quanto a revogação de atos administrativos estão sujeitas à revisão pelo Poder Judiciário, que pode avaliar se os procedimentos foram realizados de acordo com a lei e os direitos dos envolvidos.</p><p>Para José dos Santos, são insuscetíveis de revogação:</p><p>1. os atos que exauriram os seus efeitos;</p><p>2. os atos vinculados, porque em relação a estes o administrador não</p><p>tem liberdade de atuação</p><p>3. os atos que geram direitos adquiridos, garantidos por preceito</p><p>constitucional (art. 5º, XXXVI, CF);</p><p>4. os atos integrativos de um procedimento administrativo, pela simples</p><p>razão de que se opera a preclusão do ato anterior pela prática do ato</p><p>sucessivo;</p><p>5. os denominados meros atos administrativos, como os pareceres,</p><p>certidões e atestados.</p><p>f.3) cassação: é a extinção que decorre do descumprimento das condições estabelecidas</p><p>no ato pelo beneficiário. Trata-se de um ato vinculado, já que a cassação só pode ocorrer</p><p>nas hipóteses previstas em lei. Tal ato é ainda um ato sancionatório, que pune aquele</p><p>que descumpriu as condições para a subsistência do ato.</p><p>Quais os efeitos operados pela anulação e pela revogação?</p><p>A anulação opera efeitos ex tunc, retroagindo à data em que o ato foi praticado. Em</p><p>outras palavras, é como se o ato nunca tivesse existindo, não produzindo efeitos.</p><p>A convalidação também opera efeitos ex tunc, retroagindo à data da prática do ato.</p><p>Desse modo, convalidado o ato (Ex: ratificação promovida pela autoridade competente), é como</p><p>se o vício também nunca tivesse existido.</p><p>Já na revogação, como o ato era válido, produzirá seus regulares efeitos até a data em</p><p>que foi revogado pela autoridade competente. Diz, então, que a revogação possui efeitos “ex</p><p>nunc” (dali para frente).</p><p>ANULAÇÃO REVOGAÇÃO</p><p>Vício de Legalidade Análise de conveniência e oportunidade</p><p>Efeitos “ex tunc” (retroativos) Efeitos “ex nunc” (dali para frente)</p><p>Questões Objetivas</p><p>1. (FCC - 2018 - SEFAZ-GO - Auditor-Fiscal da Receita Estadual) A invalidação dos atos</p><p>administrativos pode se dar por anulação ou revogação. O aproveitamento dos atos</p><p>administrativos que apresentem vícios pode se dar por meio de convalidação,</p><p>Quando um ato já completou sua função e não tem mais efeitos a serem produzidos, não pode ser revogado.</p><p>Resumo: Se um ato já cumpriu todos os seus objetivos, como um contrato que foi totalmente executado, não pode ser revogado.</p><p>Atos em que a administração não tem liberdade de escolha, pois são obrigatórios e seguem estritamente a lei.</p><p>Resumo: Se a lei manda fazer algo de uma única maneira, como conceder um benefício a quem preenche todos os requisitos, não se pode revogar.</p><p>Atos que criam direitos garantidos pela Constituição, que não podem ser retirados retroativamente.</p><p>Resumo: Direitos garantidos pela Constituição, como aposentadorias, não podem ser revogados.</p><p>Atos que apenas certificam ou declaram algo, como pareceres, certidões e atestados, não podem ser revogados.</p><p>Resumo: Documentos que apenas confirmam informações ou opiniões não são passíveis de revogação.</p><p>Atos que fazem parte de um procedimento administrativo são considerados integrativos. Isso significa que esses atos são parte de uma sequência que, quando um novo ato é praticado, o anterior perde sua relevância ou efeito porque o procedimento avança.</p><p>Exemplo: Imagine que um procedimento administrativo tem várias etapas, como a instrução de um processo de licitação. Se você já tem uma decisão preliminar (ato anterior) e em seguida é feita uma decisão final (ato sucessivo), a decisão final substitui a preliminar porque faz parte da continuidade do processo. O ato anterior (decisão preliminar) não pode ser revogado separadamente porque sua função já foi cumprida pelo ato sucessivo.</p><p>É como em uma corrente: se um elo for removido, o próximo elo já assume sua função, tornando o anterior desnecessário.</p><p>a) inserta no juízo discricionário da Administração pública, razão pela qual aplicável apenas aos</p><p>atos discricionários.</p><p>b) incabível para os atos discricionários, porque outro agente público não pode se imiscuir nas</p><p>razões de mérito da decisão, à exceção do juízo de reconsideração, porque restrito à mesma</p><p>autoridade.</p><p>c) salvo se não houver ação judicial ajuizada, hipótese em que a competência revisional desloca-</p><p>se exclusivamente para o Judiciário.</p><p>d) considerando que se trate de vício sanável, ou seja, competência, forma ou finalidade.</p><p>e) desde que não se trate de ato que, por exemplo, tenha exaurido seus efeitos, de forma que</p><p>o ato convalidatório não produzirá qualquer outro efeito.</p><p>Gabarito: Alternativa E</p><p>a) Incorreta. A convalidação se aplica tanto aos atos discricionários quanto aos vinculados. Logo,</p><p>a expressão "apenas" restringe a assertiva.</p><p>b) Incorreta. Tal qual comentado acima, portanto, a expressão "incabível" torna incorreta a</p><p>assertiva.</p><p>c) Incorreta. A convalidação do ato administrativo cabe à Administração Pública e não ao Poder</p><p>Judiciário. Logo, não há o deslocamento mencionado na assertiva.</p><p>d) Incorreta. Os elementos do ato administrativo que podem ser convalidados são a</p><p>competência (quando não se trata de competência exclusiva), a forma (quando não se trata de</p><p>uma forma essencial ao ato) e, excepcionalmente, o objeto (quando se trata de objeto plúrimo).</p><p>e) Correta. Se um ato administrativo já exauriu seus efeitos, então não é possível realizar a sua</p><p>convalidação. A convalidação busca atender ao interesse público e a manter atos que possuem</p><p>vícios superáveis, logo, não faz sentido convalidar ato que já exauriu seus efeitos.</p><p>2. (FCC - 2018 – TRT – 6ª Região - Analista Judiciário - Área Administrativa) Considere os</p><p>itens:</p><p>I. Ato vinculado;</p><p>II. Ato discricionário.</p><p>No que concerne aos itens apresentados,</p><p>a) ambos se submetem a controle interno e externo, este exercido tanto pelo Poder</p><p>Legislativo, por meio do Tribunal de Contas, como pelo Poder Judiciário.</p><p>b) o item I submete-se a controle interno e externo; o item II a controle interno apenas, que é</p><p>denominado autotutela.</p><p>c) ambos se submetem a controle externo e interno, sendo o controle interno de menor</p><p>amplitude e extensão que o externo, pois limitado a questões de conveniência e</p><p>oportunidade.</p><p>d) o item I submete-se a controle externo; o item II não, pois os atos discricionários, por</p><p>envolverem juízo de conveniência e oportunidade, afastam o controle de legalidade pelo</p><p>Poder Judiciário.</p><p>e) o item II submete-se a controle externo; o item I não, pois os atos vinculados, por envolverem</p><p>juízo de conveniência e oportunidade, afastam o controle de legalidade pelo Poder Judiciário.</p><p>Gabarito: A</p><p>a) Correta. Tanto o ato administrativo vinculado quanto o ato administrativo discricionário estão</p><p>sujeitos a controle interno e externo. Deve-se, no entanto, considerar que no caso dos atos</p><p>discricionários a atuação do controle externo será limitada a aspectos de</p><p>legalidade. Desse</p><p>modo pode ser controlado externamente pelo poder legislativo, pelo tribunal de contas</p><p>auxiliando àquele, e também pelo poder judiciário, quando será analisado apenas questões</p><p>atinentes à legalidade.</p><p>b) Errada. Conforme comentário acima, ambos estão sujeitos aos dois tipos de controle.</p><p>c) Errada. O erro encontra-se em afirmar que o controle interno é de menor extensão do que o</p><p>controle externo e que se limita a questões de conveniência e oportunidade, uma vez que o</p><p>controle interno praticado pelo mesmo Poder será mais amplo, abrangendo a legalidade e o</p><p>mérito do ato administrativo, detendo a prerrogativa não só de anulá-lo, mas também de</p><p>revogá-lo em exercício da autotutela.</p><p>d) Errada. Como mencionado no item “a” ambos se submetem a controle interno e externo,</p><p>sendo que o ato discricionário será controlado externamente somente no que tange a</p><p>legalidade.</p><p>e) Errada. Atos vinculados não envolvem juízo de conveniência e oportunidade.</p><p>3. (FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Técnico Legislativo) Um administrador</p><p>apresentou requerimento perante a Administração pública pleiteando autorização para</p><p>utilização de determinado espaço destinado à exposição da produção por pequenas</p><p>empresas. O requerimento é preenchido eletronicamente, ao qual são acostados os</p><p>documentos necessários à outorga, que então é deferida pelo sistema, que seleciona a data</p><p>disponível. De acordo com a teoria do ato administrativo e considerando os elementos</p><p>descritos:</p><p>a) Trata-se de ato administrativo de natureza discricionária, pois o deferimento do pedido está</p><p>afeto a juízo de conveniência e oportunidade.</p><p>b) O ato de deferimento possui natureza vinculada, considerando que, para sua concessão,</p><p>basta a análise dos documentos exigidos pelo sistema.</p><p>c) Tem natureza de ato normativo, considerando que a análise do requerimento improvido é</p><p>abstrata e objetiva.</p><p>d) Há natureza híbrida, vinculada-discricionária, tendo em vista que a Municipalidade exerce</p><p>exame de legalidade e de conveniência e oportunidade.</p><p>e)A administração pode impor condição para que o particular utilize o espaço, editando, para</p><p>tanto, portaria específica.</p><p>Gabarito: Alternativa B</p><p>Atenção, pois o gabarito da questão gerou algumas críticas, mas explicamos. O</p><p>enunciado da questão pede: "de acordo com a teoria dos atos administrativos e CONSIDERANDO</p><p>os ELEMENTOS DESCRITOS."</p><p>Devemos então analisar a situação concreta colocada no enunciado. A situação narrada</p><p>é a caracterização perfeita de um ato vinculado, pois a administração não faz qualquer juízo de</p><p>conveniência e oportunidade, visto que não é sequer uma "pessoa física" que analisa o</p><p>requerimento.</p><p>O examinador fala em "autorização", entretanto, o que a questão pede é que se</p><p>classifique a situação jurídica apresentada à luz da teoria do ato administrativo e não a</p><p>classificação abstrata do ato administrativo autorização, mas sim a classificação (se vinculado</p><p>ou discricionário) do processo decisório que pautou a concessão do requerimento pleiteado.</p><p>4. (FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Consultor Legislativo)O ato</p><p>administrativo é dotado de determinados atributos, entre os quais se insere a tipicidade,</p><p>a) presente nos atos enunciativos e opinativos, bem como nos meramente declaratórios,</p><p>porém ausente nos atos constitutivos, eis que a estes se aplica o atributo da executoriedade.</p><p>b) que advém do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, decorrendo de</p><p>tal atributo a produção de efeitos do ato administrativo sobre particulares independentemente</p><p>da vontade dos mesmos.</p><p>c) que constitui decorrência do princípio da presunção de legitimidade e veracidade do ato</p><p>administrativo, própria apenas dos atos vinculados e que se opera com a observância dos</p><p>requisitos para sua edição.</p><p>d) decorrente do princípio da legalidade, que afasta a possibilidade de a administração praticar</p><p>atos inominados, predicando a utilização de figuras previamente definidas como aptas a</p><p>produzir determinados resultados.</p><p>e) segundo a qual todo ato administrativo deve ter por finalidade a consecução do interesse</p><p>público e cuja inobservância enseja a nulidade do ato, por desvio de finalidade.</p><p>Gabarito: Alternativa D</p><p>a) Incorreta. Tal tipo de ato não existe, sendo que a afirmativa não faz sentido.</p><p>b) Incorreta. Trata-se da Imperatividade.</p><p>c) Incorreta. Trata-se da presunção de legitimidade e veracidade.</p><p>d) Correta. Tipicidade é o atributo que preza que o ato deva ser enquadrado em alguns</p><p>parâmetros para ser classificado como tal.</p><p>e) Incorreta. Trata-se da finalidade.</p><p>5. (FGV - 2018 - AL-RO - Analista Legislativo) João, servidor público ocupante do cargo efetivo</p><p>de Analista da Assembleia Legislativa de Rondônia, no exercício da função, praticou dois atos</p><p>administrativos: no primeiro, elaborou um parecer com opinião na qualidade de órgão</p><p>consultivo sobre assunto técnico de sua competência; no segundo, redigiu um memorando</p><p>contendo comunicação interna entre agentes de um mesmo órgão, com solicitação de</p><p>informações para melhor executar a atividade pública.</p><p>De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, os atos administrativos praticados por</p><p>João são, respectivamente,</p><p>a) discricionário e requisitório.</p><p>b) enunciativo e ordinatório.</p><p>c) vinculado e precário.</p><p>d) executório e constitutivo.</p><p>e) normativo e declaratório.</p><p>Gabarito: Alternativa B</p><p>Primeiro, “parecer com opinião na qualidade de órgão consultivo sobre assunto técnico de sua</p><p>competência”. Atos administrativos enunciativos: atestam ou certificam uma situação</p><p>preexistente. Exemplos: certidão, atestado, parecer e apostila.</p><p>Segundo, “memorando contendo comunicação interna entre agentes de um mesmo órgão,</p><p>com solicitação de informações para melhor executar a atividade pública”. Atos</p><p>administrativos ordinatórios: efeitos internos (fundamento no poder hierárquico). Exemplos:</p><p>portarias, circulares internas, ordens de serviço, avisos, ofícios, memorandos etc.</p>

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