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ALUNA: ELOÁ SOUTO
1. "Se cada uma das seis bilhões de pessoas da Terra tivesse computador, celular
e carro, consumisse a mesma quantidade de água, de cercais e de energia que
os norte-americanos, seria preciso quatro planetas para dar conta do recado."
Com base nessa afirmação, comente sobre a questão da apropriação de bens
de consumo e recursos naturais no mundo atual:
Na cultura de massa, a boneca Barbie se destaca como um ícone do consumismo
exacerbado, incentivando a aquisição desenfreada de produtos e a busca incessante por um
ideal de vida superficialmente perfeito, sem considerar aspectos essenciais para a existência
humana, como a preservação dos recursos naturais. Fora da ficção, essa dinâmica reflete-se
na apropriação excessiva de bens de consumo e recursos naturais no mundo hodierno,
fenômeno que gera um efeito deletério em cadeia. Com base nesse cenário, é essencial
analisar dois espectros da problemática: a aplicação prática do conceito marxista do fetichismo
da mercadoria e a retórica do crescimento em detrimento do desenvolvimento como ideologia
capitalista.
Com este viés, sabe-se que a ideologia da dinâmica de consumo atualmente é que
onde o lucro vira prioridade, os recursos naturais são apropriados como riquezas, incentivando
um ideal consumista desenfreado, em uma lógica líquida e inconsistente que percorre a ânsia
de ter e o tédio de possuir. Essa ideia inicialmente foi proposta por Karl Marx no estudo do
“fetichismo da mercadoria” no seu livro “O Capital”, que explica como, na sociedade capitalista,
as mercadorias ocultam a exploração nas relações de trabalho, e objetos são apenas isso,
objetos - ignorando o fato de que a mercadoria está sob domínio do sujeito que trabalha,
transformando-a em objeto útil. Essa ocultação de identidade do que está além do resultado da
produção, cria uma alienação profunda, invertendo a ordem dos fatores, na qual as pessoas
são dominadas pelas coisas que elas próprias criam. Por conseguinte, o consumo se torna
desenfreado e fetichizado, trazendo cada vez mais danos para o meio ambiente - a grande
fonte de matérias primas e armazenamento de todo o lixo gerado por essa lógica.
Outrossim, outro espectro que influencia na relação de apropriação de bens de
consumo e recursos naturais é a ideologia capitalista do crescimento em detrimento do
desenvolvimento, assemelhando-se à de uma célula cancerígena (Ladislau Dowbor), já que
prioriza a expansão descontrolada sem considerar as consequências a longo prazo. Isto
porque, historicamente, essa abordagem tem negligenciado o fato de que o verdadeiro
progresso não se mede apenas pelo aumento econômico nos diversos escopos -
internacionais, empresariais ou individuais do ser humano -, mas pela capacidade de garantir a
existência digna das futuras gerações e a sobrevivência de todas as espécies. Contudo, essa
garantia é corrompida todos os dias, pois a coexistência das duas ideias aqui apresentadas
implicam no aumento exacerbado da demanda que aplica uma coerção no sistema, que produz
e explora cada vez mais. Essa é uma reação em cadeia, de constante produção e descarte,
que faz com que as coisas se tornem obsoletas para si próprios, mas não para o ambiente -
que passa séculos para os decompor de modo adequado.
Dado o pressuposto, urge-se que o governo crie um projeto robusto que incentive o
desenvolvimento sustentável. Tal projeto, denominado VIDA (Valorização e Incentivo ao
Desenvolvimento Ambiental), deve englobar iniciativas como a promoção de tecnologias
verdes, incentivos fiscais para práticas sustentáveis, a adoção de legislações mais fortes e uma
fiscalização efetiva da exploração de recursos naturais. Ademais, é crucial que haja uma
parceria com o Ministério da Educação para implementar programas de conscientização
ambiental nas escolas, formando cidadãos mais conscientes sobre a importância da
sustentabilidade. Somente dessa forma, Barbies em todo o mundo poderão consumir de modo
consciente e seguro para as Barbies que estão por vir.

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