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O que é tecnologia? 
Teoria geral e/ou estudo sistemático sobre técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da atividade humana (p.ex., indústria, ciência etc.).
Origem
⊙ ETIM gr. tekhnología,as 'id.', a partir do rad. gr. tekhno- (de tékhnē 'arte, artesanato, indústria, ciência') e do rad. gr. -logía (de lógos,ou 'linguagem, proposição')
A tecnologia na história
Final do século 18 e início do século 19: 
Revolução industrial - auge do mito do progresso
O século 19, além de marcado pelo iluminismo e pelas revoluções sociais, também deve ser lembrado, segundo White (1967), como o período de emergência do casamento entre a ciência e a tecnologia, “uma união entre as abordagens teórica e empírica do nosso mundo natural” (White, 1967, p. 1203, tradução nossa). Foi só no século 18, com a Revolução Industrial, que o ideal baconiano de fazer o conhecimento científico se tornar poder tecnológico sobre a natureza começou a aparecer como uma prática generalizada, movimento que se consolidou em meados do século seguinte. Para White, essa fusão foi o maior evento na história da humanidade desde a invenção da agricultura. 
O autor explica que, historicamente, a ciência era tradicionalmente aristocrática, especulativa e intelectual, enquanto a tecnologia era ligada às classes mais baixas, empírica e orientada para a ação. Para ele, foram as revoluções democráticas que, ao reduzirem as barreiras sociais, tornaram tal união possível. Tantas mudanças sociais e técnicas fizeram surgir uma nova forma de o homem perceber o mundo ao seu redor. Ele passa a ser geométrico, homogêneo e governado por leis de causa e efeito. O tempo do camponês é substituído pelo tempo homogêneo e mensurável do relógio (Benoist, 2013). 
Século 20: Duas guerras mundiais, regimes totalitários, armas de destruição em massa, crise ambiental – “crise da modernidade”
A tecnologia na literatura
Até a aparição de Ecotopia, de Ernest Callenbach, em 1976, os autores utópicos modernos não haviam explorado a possibilidade de que uma sociedade poderia viver em harmonia com o seu meio ambiente ao mesmo tempo em que continuasse a utilizar muitos dos avanços feitos através da tecnologia moderna. A maior parte das utopias, feitas como reações ao potencial repressivo da tecnologia, haviam sido distopias tecnológicas, tipificadas por Admirável mundo novo, de Aldous Huxley, e 1984, de George Orwell. As utopias positivas, como A ilha, de Huxley, e Islandia, de A. T. Wright (com a exceção de Walden II, de B. F. Skinner, 1948) rejeitavam a tecnologia em favor do retorno a uma era de uma vida simples pré-tecnológica. Ambos os tipos refletiam a crescente descrença de autores sensíveis para com as máquinas e as suas implicações para o futuro da sociedade. (Merchant, 1989, p. 96, tradução nossa). 
A tecnologia no audiovisual
A tecnologia na filosofia
A tecnologia é neutra de valor - Um dispositivo técnico seria simplesmente a concatenação de mecanismos causais. Não haveria nenhuma materialidade no interior desse dispositivo que nos permitisse encontrar nele algum propósito. 
A tecnologia está carregada de valores - Nem tudo seria uma propriedade física ou química da matéria. Talvez as tecnologias tenham um modo especial de conter o valor em si mesmas como entidades sociais. 
A tecnologia é autônoma - a invenção e o desenvolvimento teriam suas próprias leis imanentes, as quais os seres humanos simplesmente seguem ao interagirem nesse domínio técnico. 
A tecnologia é humanamente
controlável - o próximo passo de evolução pode ser determinado em conformidade com intenções do ser humano. 
No quadrante 1, temos o determinismo, que traduz uma visão amplamente mantida nas ciências sociais desde Marx, segundo a qual a força motriz da história é o avanço tecnológico. Os deterministas acreditam que a tecnologia não é controlada humanamente, mas que, pelo contrário, controla os seres humanos, isto é, molda a sociedade às exigências de eficiência e progresso. Os deterministas tecnológicos usualmente argumentam que a tecnologia emprega o avanço do conhecimento do mundo natural para servir às características universais da natureza humana, tais como as necessidades e faculdades básicas. 
A tecnologia tem uma essência, que aqui é positiva. Marx e os teóricos da modernização do pós-guerra acreditaram que a tecnologia era o criado neutro das necessidades humanas básicas. 
No instrumentalismo (quadrante 2), o controle humano e a neutralidade de valor se entrecortam. Essa é a visão-padrão moderna, segundo a qual a tecnologia é simplesmente uma ferramenta ou instrumento com que a espécie humana satisfaz suas necessidades. Como se pode observar no esquema, essa visão corresponde à fé liberal no progresso, uma característica preponderante da tendência que dominou o pensamento ocidental até bastante recentemente. 
No substantivismo (quadrante 3), a autonomia da tecnologia é ameaçadora e malévola. A tecnologia uma vez liberta fica cada vez mais imperialista, tomando domínios sucessivos da vida social. Na imaginação mais extrema do substantivismo, a tecnologia pode, por exemplo, tomar a humanidade e converter os seres humanos em meros dentes de engrenagem de maquinaria. 
A tecnologia tem uma essência, que aqui é negativa.
Escola de Frankfurt (substantivismo)
Adorno e Horkheimer se baseiam, por sua vez, em uma teoria dialética da racionalidade. Em geral, suas análises terminam por abandonar a esfera técnica e vão se refugiar na arte, na religião ou na natureza. Essas teorias abrangentes não são inteiramente convincentes e são demasiado absolutas na sua condenação da técnica para serem capazes de orientar quaisquer esforços de reforma. Sua estratégia não consiste em reformar a técnica, mas em circunscrevê-la. No entanto, eles fornecem um antídoto precioso para a fé positivista no progresso inevitável (p. 132, tradução nossa) 
Heidegger (substantivismo)
No ensaio “A questão da técnica” (2007), Heidegger tem um tom bastante pessimista em relação ao que ele chama de essência da técnica moderna. “Mas de modo mais triste estamos entregues à técnica quando a consideramos como algo neutro; pois essa representação, à qual hoje em dia especialmente se adora prestar homenagem, nos torna completamente cegos perante a essência da técnica” (p. 376). Ou seja, para Heidegger, a técnica, além de não ser neutra, possui uma essência. E a essência da técnica moderna seria diferente do que havia antes da modernidade, sendo a mesma necessariamente negativa. Ele explica tal essência em termos de um percurso energético: 
O desabrigar imperante na técnica moderna é um desafiar <Herausfordern> que estabelece, para a natureza, a exigência de fornecer energia suscetível de ser extraída e armazenada enquanto tal. Mas o mesmo não vale para os antigos moinhos de vento? Não. Suas hélices giram, na verdade, pelo vento, permanecem imediatamente familiarizadas ao seu soprar. O moinho de vento, entretanto, não retira a energia da corrente de ar para armazená-la (Heidegger, 2007, p. 381). 
Teoria crítica da tecnologia
A teoria crítica da tecnologia sustenta que os seres humanos não precisam esperar um Deus para mudar a sua sociedade tecnológica em um lugar melhor para viver. A teoria crítica reconhece as consequências catastróficas do desenvolvimento tecnológico ressaltadas pelo substantivismo, mas ainda vê uma promessa de maior liberdade na tecnologia. O problema não está na tecnologia como tal, senão no nosso fracasso até agora em inventar instituições apropriadas para exercer o controle humano da tecnologia. Poderíamos adequar a tecnologia, todavia, submetendo-a a um processo mais democrático no design e no desenvolvimento. 
Na teoria crítica, a tecnologia não é vista como ferramenta, mas como estrutura para estilos de vida. As escolhas estão abertas para nós e situadas em nível mais alto que o instrumental. Não podemos concordar com o instrumentalista quandoafirma que as “armas não matam as pessoas, senão, as pessoas é que matam as pessoas”. Abastecer pessoas com armas cria um mundo social bastante diferente do mundo no qual as pessoas não têm armas. Podemos escolher em qual mundo desejamos viver, sob qual legislação, tornando a posse de armas legal ou ilegal. 
Estudo de caso: racismo algorítmico 
https://tarciziosilva.com.br/blog/destaques/posts/racismo-algoritmico-linha-do-tempo/
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