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PÓS-GRADUAÇÃO 
EM DIREITO PENAL
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Lei 12.850/13
Professor Márcio Alberto Gomes Silva
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Introdução – evolução histórica
Crimes plurissubjetivos anteriores à Lei 12.850/13:
• Quadrilha ou bando no artigo 288 (agora denominado
associação criminosa);
• Associação para o tráfico de drogas (primeiro no artigo 14 da Lei
6.368/76, depois no artigo 35 da Lei 11.343/06).
• Lei 9.034/95: primeira tentativa estatal de enfrentamento.
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Introdução – evolução histórica
• A Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional (Convenção de
Palermo) foi inserida formalmente em nosso ordenamento jurídico por meio do Decreto 5.015, de
12 de março de 2004, que a promulgou.
• O artigo 2º, ‘a’, da Convenção de Palermo definiu grupo criminoso organizado como:
Grupo estruturado de três ou mais pessoas, existente há algum tempo e atuando
concertadamente com o propósito de cometer uma ou mais infrações graves ou
enunciadas na presente Convenção, com a intenção de obter, direta ou
indiretamente, um benefício econômico ou outro benefício material.
• Infrações graves são as punidas com pena privativa de liberdade igual ou superior a quatro anos,
nos termos da Convenção.
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• Eis o primeiro conceito de organização criminosa criado pelo legislador
brasileiro (no artigo 2º da Lei 12.694/12):
Art. 2o Para os efeitos desta Lei, considera-se organização
criminosa a associação, de 3 (três) ou mais pessoas,
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de
tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta
ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a
prática de crimes cuja pena máxima seja igual ou superior a 4
(quatro) anos ou que sejam de caráter transnacional.
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Introdução – conceito de ORCRIM
• Definição de organização criminosa na Lei 12.850/13:
Art. 1o (...).
§ 1o Considera-se organização criminosa a associação de 4
(quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente,
com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de
qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas
penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que
sejam de caráter transnacional.
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Introdução – conceito de ORCRIM
§ 2o Esta Lei se aplica também:
I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção
internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha
ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para
a prática dos atos de terrorismo legalmente definidos.
*** Revogação tácita do artigo 2º da Lei 12.694/12. 
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Crime
• O artigo 2º da Lei 12.850/13 tipifica efetivamente a conduta de quem
promove, constitui, financia ou participa de organização criminosa:
Art. 2o Promover, constituir, financiar ou integrar,
pessoalmente ou por interposta pessoa, organização
criminosa:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem
prejuízo das penas correspondentes às demais infrações
penais praticadas.
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Crime
• Segundo Rogério Sanches (CUNHA, Rogério Sanches e PINTO, Ronaldo
Batista. Crime Organizado, editora JusPodivm, 2013, p. 17):
O crime, quanto ao sujeito ativo, é comum (dispensando
qualidade ou condição especial do agente), plurissubjetivo (de
concurso necessário) de condutas paralelas (umas auxiliando as
outras), estabelecendo o tipo incriminador a presença de, no
mínimo, quatro associados, computando-se eventuais
inimputáveis ou pessoas não identificadas, bastando prova no
sentido de que tomaram parte da divisão de tarefas
estruturadas dentro da organização.
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Crime
Eis o crime de “obstrução de Justiça”:
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma,
embaraça a investigação de infração penal que envolva organização
criminosa.
§ 2o As penas aumentam-se até a metade se na atuação da
organização criminosa houver emprego de arma de fogo.
§ 3o A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou
coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique
pessoalmente atos de execução.
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Crime
§ 4o A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois
terços):
I - se há participação de criança ou adolescente;
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a
organização criminosa dessa condição para a prática de
infração penal;
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Crime
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se,
no todo ou em parte, ao exterior;
IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras
organizações criminosas independentes;
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a
transnacionalidade da organização.
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Crime
§ 5o Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização
criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou função,
sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação ou
instrução processual.
• Efeito automático da condenação:
§ 6o A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do
cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo
público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.
§ 7o Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, a
Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que
designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão.
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Crime
• Dispositivos inseridos pelo Pacote Anticrime:
§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que
tenham armas à disposição deverão iniciar o cumprimento da
pena em estabelecimentos penais de segurança máxima.
§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar
organização criminosa ou por crime praticado por meio de
organização criminosa não poderá progredir de regime de
cumprimento de pena ou obter livramento condicional ou outros
benefícios prisionais se houver elementos probatórios que
indiquem a manutenção do vínculo associativo.
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Meios de obtenção de prova
• O artigo 3º da Lei 12.850/13 disciplina os meios de obtenção de prova.
• O artigo 4º da Lei 12.850/13 trata da colaboração premiada, que pode ser 
definida como:
O acordo firmado entre o membro de organização criminosa e o
Estado, por meio do qual é possível o perdão judicial, a redução
da pena ou a substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos (ou progressão de regime, caso o acordo
seja firmado depois da sentença) do colaborador voluntário,
desde que alcançado ao menos um dos resultados descritos nos
incisos do artigo 4º da Lei 12.850/13.
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Colaboração premiada
Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão
judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade
ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado
efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo
criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos
seguintes resultados:
I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização
criminosa e das infrações penais por eles praticadas;
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da
organização criminosa;
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Colaboração premiada
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das
atividades da organização criminosa;
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do
proveito das infrações penais praticadas pela organização
criminosa;
V - a localização de eventual vítima com a sua integridade
física preservada.
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Colaboração premiada
• Quebra da omertà: altruísmo ou pragmatismo?
• Colaboração premiada: novidade ou repetição de avença existente
em outros dispositivos?
• Estímulo estatal à delação de comparsas: antecedentes históricos e
pano de fundo funcionalista.
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Colaboração premiada
• A avença tem dupla natureza jurídica (meio de obtenção de prova e
negócio jurídico processual). Essa natureza dúplice, já ressaltada pela
doutrina, foi enxertada expressamente na Lei 12.850/13 pelo Pacote
Anticrime (inserção do artigo 3º-A):
Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é negócio
jurídico processual e meio de obtenção de prova, que
pressupõe utilidade e interesse públicos.
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Colaboração premiada
• O artigo 3º-B da Lei 12.850/13 afirma que a proposta para formalização do
acordo demarca o início das negociações e constitui, ainda, o marco de
confidencialidade. A divulgação das tratativas iniciais ou de documento que
as formalize, até o levantamento de sigilo por decisão judicial violação de
sigilo, constitui violação de sigilo e quebra da confiança e da boa-fé (o que
inviabiliza a formalização do acordo de colaboração premiada). Eis o caput
do dispositivo mencionado:
Art. 3º-B. O recebimento da proposta para formalização de
acordo de colaboração demarca o início das negociações e
constitui também marco de confidencialidade, configurando
violação de sigilo e quebra da confiança e da boa-fé a divulgação
de tais tratativas iniciais ou de documento que as formalize, até
o levantamento de sigilo por decisão judicial.
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Colaboração premiada
• Caso o delegado de polícia ou o membro do Ministério Público não se interesse pela proposta apresentada
pelo membro da organização criminosa investigada, é possível o indeferimento sumário desta:
Art. 3º-B (...)
§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada poderá ser sumariamente indeferida,
com a devida justificativa, cientificando-se o interessado.
• Anote-se que o Supremo Tribunal Federal decidiu, no bojo do MS 35693 (relatoria do Ministro Edson
Fachin), que o membro de organização criminosa não tem direito líquido e certo à materialização de acordo
de colaboração premiada.
• Caso o Ministério Público rechace a proposta, é possível que o pretenso colaborador entabule negociação
com o delegado de polícia (a legitimidade da autoridade policial para firmar acordo de colaboração foi
confirmada nos autos da ADI 5508, relatada pelo Ministro Marco Aurélio).
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Colaboração premiada
• O § 2º do artigo 3º-B da Lei 12.850/13 objetiva conferir segurança jurídica
às tratativas visando formalização de acordo de colaboração premiada,
ressaltando o princípio da impessoalidade (o delegado de polícia ou
promotor de justiça atuam em nome da instituição e não em nome
próprio):
Art. 3º-B (...)
§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão
firmar Termo de Confidencialidade para prosseguimento das
tratativas, o que vinculará os órgãos envolvidos na negociação e
impedirá o indeferimento posterior sem justa causa.
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Colaboração premiada
Art. 3º-B (...)
§ 5º Os termos de recebimento de proposta de colaboração e de confidencialidade serão elaborados pelo
celebrante e assinados por ele, pelo colaborador e pelo advogado ou defensor público com poderes específicos.
• Se o acordo não for celebrado por iniciativa do delegado de polícia ou do Ministério Público, esse não poderá se valer de nenhuma
das informações ou provas apresentadas pelo colaborador para qualquer finalidade (em face do princípio da boa-fé). A contrário
senso, parece-me que se o pretenso colaborador tiver dado causa a não finalização da avença, será possível a utilização das
informações ou provas apresentadas (ressalvadas as informações e provas autoincriminatórias, que não devem ser utilizadas em
nenhuma hipótese):
Art. 3º-B (...)
§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por iniciativa do celebrante, esse não poderá se valer de
nenhuma das informações ou provas apresentadas pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra finalidade.
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Colaboração premiada
• Narração de todos os fatos ilícitos (que guardem relação com os
fatos investigados): O primeiro passo para início das negociações é o
pretenso colaborador admitir ser membro da organização criminosa
investigada. Nessa esteira, há a necessidade de narração dos fatos
ilícitos para os quais concorreu e que tenham relação direita com os
fatos investigados (não será obrigatório/necessário a confissão de
infrações penais absolutamente alheias às investigadas no bojo do
feito, contudo, caso o investigado não admita, de logo, fatos
criminosos já conhecidos e apurados ou crimes conexos, isso pode ser
interpretado como quebra da boa-fé necessária ao prosseguimento
das negociações, justificando indeferimento da avença ou mesmo
retratação da colaboração).
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Colaboração premiada
• Corroboração: o colaborador deve instruir a proposta de colaboração
com todos os elementos probantes necessários à corroboração de
suas alegações (isso é extremamente importante, considerando que
não é possível decretação de medidas cautelares reais/pessoais,
recebimento da denúncia/queixa ou condenação de réus com base
exclusivamente nas declarações do colaborador). Exemplifico: se o
pretenso colaborador fala da existência de uma transferência ilícita
para a conta de outro membro da organização criminosa, haverá a
necessidade de demonstração dessa fala (entrega, por exemplo, do
comprovante bancário da operação).
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Colaboração premiada
• A eventual concessão do benefício deverá observar as circunstâncias previstas no § 1º do artigo 4º:
§ 1o Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a personalidade do
colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato
criminoso e a eficácia da colaboração.
• A depender da relevância da colaboração, o perdão judicial pode ser representado ou requerido pelo
delegado de polícia ou pelo MP ao juiz:
§ 2o Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Público, a qualquer
tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do
Ministério Público, poderão requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial
ao colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial,
aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de
1941 (Código de Processo Penal).
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Colaboração premiada
• O § 3º do artigo 4º trata da suspensão do prazo para oferecimento da
denúncia ou do processo, caso ainda estejam pendentes de
cumprimento medidas previstas no acordo de colaboração:
§ 3o O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo,
relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6
(seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam
cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se o
respectivo prazo prescricional.
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Colaboração premiada
• O § 4º, do artigo 4º, traz possibilidade de não oferecimento da denúncia pelo Ministério
Público em face do colaborador desde que cumulados os dois requisitos descritos em
seus incisos I e II (mitigação do princípio da obrigatoriedade) – o dispositivo foi alterado
pelo Pacote Anticrime:
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o Ministério Público
poderá deixar de oferecer denúncia se a proposta de acordo de colaboração
referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento e o
colaborador:
I - não for o líder da organização criminosa;
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.
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Art. 4º (...)
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento prévio da
infração quando o Ministério Público ou a autoridade
policial competente tenha instaurado inquérito ou
procedimento investigatório para apuração dos fatos
apresentados pelo colaborador.
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Colaboração premiada
• O § 5º trata da colaboração havida depois da sentença (que
ocasionará redução de pena ou progressão de regime, mesmo que
ausentes os requisitos objetivos):
§ 5o Se a colaboração for posterior à sentença, a pena
poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a
progressão de regime ainda que ausentes os requisitos
objetivos.
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Colaboração premiada
• Os parágrafos seguintes tratam do acordo de colaboração (leitura dos
dispositivos). Trata-se, como dito, de avença formal (escrita) entre o delegado de
polícia/MP e o investigado/acusado e seu defensor (ADIN 5508). O acordo deverá
mencionar os termos da colaboração, os objetivos a serem alcançados (vide
incisos I a V do artigo 4º) e eventuais medidas protetivas do colaborador (vide
artigo 6º). Uma vez firmado, deve ser enviado ao juízo com cópia da investigação
para homologação (§ 7º do artigo 4º). O juiz não participará da negociação:
§ 6o O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes
para a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o
delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação
do Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público
e o investigado ou acusado e seu defensor.
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Colaboração premiada
• O § 7º do artigo 4º da Lei 12.850/13 também tem nova redação.
Antes do Pacote Anticrime, o juiz devia analisar, para homologação do
acordo de colaboração premiada, a regularidade, a legalidade e a
voluntariedade da avença. Os requisitos reclamados pela lei para
homologação do acordo foram ampliados:
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Colaboração premiada
Art. 4º (...)
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, serão remetidos ao juiz, para análise, o respectivo termo, as declarações do
colaborador e cópia da investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o colaborador, acompanhado de seu defensor,
oportunidade em que analisará os seguintes aspectos na homologação:
I - regularidade e legalidade;
II - adequação dos benefícios pactuados àqueles previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, sendo nulas as cláusulas que
violem o critério de definição do regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), as regras de cada um dos regimes previstos no Código Penal e na Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de
Execução Penal) e os requisitos de progressão de regime não abrangidos pelo § 5º deste artigo;
III - adequação dos resultados da colaboração aos resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput deste artigo;
IV - voluntariedade da manifestação de vontade, especialmente nos casos em que o colaborador está ou esteve sob efeito de
medidas cautelares.
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Colaboração premiada
• O novel § 7º-A do artigo 4º da Lei 12.850/13 determina que o juiz proceda à análise
fundamentada do mérito da denúncia, do perdão judicial e das primeiras etapas da
aplicação de pena antes de conceder os benefícios pactuados (isso indica que os
benefícios serão analisados no bojo da sentença):
Art. 4º (...)
§ 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise fundamentada do mérito
da denúncia, do perdão judicial e das primeiras etapas de aplicação da pena,
nos termos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal) e do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
Processo Penal), antes de conceder os benefícios pactuados, exceto quando
o acordo prever o não oferecimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 4º-A
deste artigo ou já tiver sido proferida sentença.
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Colaboração premiada
• Não pode haver cláusula que impeçaa impugnação da decisão
homologatória do acordo (ela é nula de pleno direito):
Art. 4º. (...)
§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de renúncia
ao direito de impugnar a decisão homologatória.
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Colaboração premiada
• O juiz poderá recusar a homologação do acordo, devolvendo-o às partes para
adequações (não é mais possível que o próprio magistrado adeque o acordo – Pacote
Anticrime):
§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta que não atender aos
requisitos legais, devolvendo-a às partes para as adequações necessárias.
• Depois da homologação do acordo, o colaborador pode ser ouvido pelo Ministério
Público ou pelo delegado (mas sempre acompanhado do seu defensor):
§ 9o Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre
acompanhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério
Público ou pelo delegado de polícia responsável pelas investigações.
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Colaboração premiada
• Caso seja delatado imputado com prerrogativa de função, o Superior
Tribunal de Justiça entendeu, analisando caso concreto, que o juízo
de primeiro grau pode proceder à homologação. O Supremo Tribunal
Federal entendeu que não:
A homologação de acordo de colaboração premiada por juiz
de 1º grau de jurisdição, que mencione autoridade com
prerrogativa de foro no STJ, não traduz em usurpação de
competência deste Tribunal Superior. - STJ. Corte Especial.
Rcl 31.629-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
20/09/2017 (Info 612)
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Colaboração premiada
No caso, o investigado celebrou acordo de colaboração com o Ministério Público estadual, o qual foi
homologado pelo juiz. O acordo foi rescindido e outro foi firmado e homologado, com os mesmos sujeitos. O
colaborador imputou delitos ao governador. Sustentou que um grupo de auditores da Receita estadual cobrava
de empresários vantagem indevida para deixar de apurar ou reduzir tributos. Durante o período eleitoral de
2014, parte dos recursos teria sido repassada à campanha do paciente para o cargo de governador. Como
corroboração, o colaborador apresentou nota de compra de compensados, com endereço de entrega na sede do
comitê eleitoral da campanha do paciente. A despeito de terem sido imputados delitos ao governador, a
colaboração não foi realizada pela Procuradoria-Geral da República, tampouco foi submetida à homologação
pelo STJ.
Posteriormente, o STJ analisou a validade do acordo, em sede de reclamação. Reconheceu a usurpação da
própria competência, mas apenas após a homologação do acordo. Conforme a decisão, até os depoimentos do
colaborador, não havia elementos contra autoridades com prerrogativa de foro. Como os elementos que
atraíram a competência do STJ teriam surgido com o acordo, teria sido correto homologar o acordo e, em
seguida, remeter os autos ao STJ.
Essa interpretação, contudo, está em descompasso com o entendimento do STF, segundo o qual a delação de
autoridade com prerrogativa de foro atrai a competência do tribunal competente para a respectiva homologação
e, em consequência, do órgão do Ministério Público respectivo - STF. 2ª Turma. HC 151605/PR, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 20/3/2018 (Info 895).
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Colaboração premiada
• O acordo é retratável, mas em caso de retratação, as provas
autoincriminatórias não podem ser usadas em desfavor do
colaborador:
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que
as provas autoincriminatórias produzidas pelo colaborador
não poderão ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor.
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Colaboração premiada
• O novel § 10-A do artigo 4º da Lei 12.850/13 traduz adequação da legislação ao quanto decido pelo Supremo Tribunal Federal nos
autos do HC 157.627 (julgado pela 2ª Turma) e do HC 166.373 (julgado pelo Plenário), ambos relatados pelo Ministro Edson Fachin
(que restou vencido nas duas oportunidades). Em síntese, o Pretório Excelso decidiu que os réus delatados têm o direito de
apresentar memoriais escritos (alegações finais) depois dos seus delatores (colaboradores premiados). Considero tais decisões
verdadeiro superdimensionamento de direitos individuais (na época em que foram prolatadas não havia determinação legal para
que tal providência fosse adotada):
AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. CONHECIMENTO. POSSIBILIDADE. APRESENTAÇÃO DE MEMORIAIS
ESCRITOS POR RÉUS COLABORADORES E DELATADOS. PRAZO COMUM. INADMISSIBILIDADE. OFENSA ÀS REGRAS
DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. NULIDADE. EXISTÊNCIA DE PREJUÍZO. EXEGESE IMEDIATA DOS
DIREITOS FUNDAMENTAIS INDEPENDENTEMENTE DA NORMA INFRACONSTITUCIONAL. INTELIGÊNCIA DOS ARTS.
5º, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988, E 603, DO CPP. ORDEM CONCEDIDA. I – Possibilidade de
impetração de habeas corpus nos casos em que, configurada flagrante ilegalidade do provimento jurisdicional,
descortina-se premente o risco atual ou iminente à liberdade de locomoção, apta, pois, a gerar constrangimento
ilegal. Precedentes desta Suprema Corte (HC 87.926/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; HC 136.331, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski). II - Decisão de primeiro grau de jurisdição queindefere pedido para apresentação de memoriais
escritos após o prazo dos réus colaboradores. Prejuízo demonstrado. III – Memoriais escritos de réus
colaboradores, com nítida carga acusatória, deverão preceder aos dos réus delatados, sob pena de nulidade do
julgamento. Exegese imediata dos preceitos fundamentais do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV, da
CF/88) que prescindem da previsão expressa de regras infraconstitucionais. IV – Agravo regimental provido, para
conhecer e conceder a ordem (HC 157627 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: RICARDO
LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 27/08/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-059 DIVULG 16-03-2020
PUBLIC 17-03-2020).
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• O acordo será apreciado no momento da sentença:
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo
homologado e sua eficácia.
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Colaboração premiada
• O colaborador renunciará ao seu direito ao silêncio (penso ser
constitucional o dispositivo):
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador
renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao
silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a
verdade.
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Colaboração premiada
• O § 16 do artigo 4º da Lei 12.850/13 proibia prolação de sentença
condenatória com base exclusivamente nas declarações do
colaborador (reclamava-se e ainda se reclama, provas efetivas do
quanto alegado, a chamada corroboração). O Pacote Anticrime
ampliou o dispositivo. Agora não é possível decretar medidas
cautelares reais (sequestro de bens, por exemplo) ou pessoais (prisão
preventiva, por exemplo), receber denúncia/queixa ou proferir
sentença condenatória com base exclusivamente nas declarações do
colaborador.
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Colaboração premiada
• O novel § 17 do artigo 4º da Lei 12.850/13, tal qual já mencionado supra, permite rescisão do
acordo de colaboração caso o colaborador omita dolosamente fatos relacionados à colaboração.
Isso pode ser entendido como quebra da boa-fé (reclamada nos negócios jurídicos).
• Frise-se que, em caso de rescisão, as provas autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não
poderão ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor (tal qual grafado no § 10 do artigo 4º da
Lei 12.850/13, que trata da retratação da avença). Penso que é possível (assim como ocorre na
retratação) usar as provas e elementos trazidos pelo colaborador contra os outros membros da
organização criminosa que se tenciona desarticular (vez que foi o membro da organização
criminosa quem deu causa à rescisão):
Art. 4º (...)
§ 17. O acordo homologado poderá ser rescindido em caso de omissão dolosa sobre
os fatos objeto da colaboração.
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Colaboração premiada
• O § 18 do artigo 4º da Lei 12.850/13, também incluído pelo Pacote Anticrime, traz
outra situação que induz rescisão do acordo – detecção de que o colaborador não
cessou o envolvimento em conduta ilícita relacionada ao objeto da colaboração.
A formalização da colaboração premiada denota quebra do elo que liga o
colaborador e a organização criminosa que agora ele ajuda a desarticular. Não é
possível que o investigado/réu pretenda, a um só tempo, colaborar com os
órgãos estatais de persecução e manter laços ilícitos com seus comparsas:
Art. 4º (...)
§ 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe que o colaborador
cesse o envolvimento em conduta ilícita relacionada ao objeto da
colaboração, sob pena de rescisão.
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Colaboração premiada
• Os direitos do colaborador estão descritos no artigo 5º da Lei 12.850/13:
Art. 5o São direitos do colaborador:
I - usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica;
II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados;
III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes;
IV - participar das audiências sem contato visual com os outros acusados;
V - não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser
fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito;
VI - cumprir pena ou prisão cautelar em estabelecimento penal diverso dos demais
corréus ou condenados.
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Colaboração premiada
• Apesar da Lei 12.850/13 (desde sua redação original) afirmar que o acordo de
colaboração premiada deve ser mantido em sigilo até o recebimento da denúncia (§ 3º
do artigo 7º), o Pretório Excelso findava levantando o sigilo dos acordos logo depois da
homologação das avenças, em face do direito constitucional à informação (por exemplo,
decisão da lavra do Ministro Edson Fachin na PET 7003). Com o fito de evitar decisões
como essas, o legislador decidiu vedar expressamente o levantamento do sigilo do
acordo em momento anterior qualquer que seja a hipótese fática:
Art. 7º (...)
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador
serão mantidos em sigilo até o recebimento da denúncia ou da queixa-
crime, sendo vedado ao magistrado decidir por sua publicidade em qualquer
hipótese.
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Ação controlada
• Os artigos 8º e 9º tratam da ação controlada (técnica investigativa
que consiste em retardar a intervenção policial ou administrativa,
mantendo a prática delitiva em observação, para que a ação se
concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção
de informações).
• A técnica não exige autorização judicial, mas reclama comunicação
prévia ao juízo competente, que pode estabelecer limites para sua
utilização (não houve revogação da ação controlada existente no
artigo 53, inciso II, da Lei 11.343/06, que exige autorização judicial
prévia e se refere a investigações relacionadas ao tráfico de drogas).
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Infiltração policial
• A infiltração policial não é novidade em nosso ordenamento jurídico (as
Leis 9.034/95 e 11.343/06 já a mencionavam). Para decretação da
infiltração policial é preciso demonstrar a existência de indícios suficientes
da existência de uma organização criminosa e desde que a prova não possa
ser feita por outros meios. Ela é decretada por 6 meses, admitidas
sucessivas prorrogações – leia também a infiltração policial virtual prevista
no ECA e na própria Lei 12.850/13 (inserção do Pacote Anticrime).
• Caso o agente infiltrado pratique crime no decorrer da infiltração, exclui-se
a culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa, na forma do
parágrafo único do artigo 13 da Lei 12.850/13.
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Infiltração policial
HABEAS CORPUS. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. EXTORSÃO, CONCUSSÃO E EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO POR POLICIAIS CIVIS. POSSIBILIDADE DE APOIO
DE AGÊNCIA DE INTELIGÊNCIA À INVESTIGAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. NÃO OCORRÊNCIA DE INFILTRAÇÃO POLICIAL. DESNECESSIDADE DE
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PRÉVIA PARA A AÇÃO CONTROLADA. COMUNICAÇÃO POSTERIOR QUE VISA A PROTEGER O TRABALHO INVESTIGATIVO. HABEAS
CORPUS DENEGADO. 1. A atividade de inteligência desempenhada por agências dos estados, que integram o Subsistema de Inteligência criado pelo Decreto
n. 3.695, de 21/12/2012, consiste no exercício de ações especializadas para identificar, avaliar e acompanhar ameaças reais ou potenciais na esfera de
segurança pública. Alcança diversos campos de atuação - um deles a inteligência policial judiciária - e entre suas finalidades está não só subsidiar o
planejamento estratégico de políticas públicas, mas também assessorar com informações as ações de prevenção e repressão de atos criminosos. 2. Apesar
de não se confundir com a investigação, nem se esgotar com o objetivo desta, uma vez que a inteligência de segurança pública opera na busca incessante de
dados, o resultado de suas operações pode, ocasionalmente, ser aproveitado no processo penal para subsidiar a produção de provas, desde que
materializado em relatório técnico. 3. No passado, no Estado do Rio de Janeiro, ante a necessidade de aperfeiçoar o combate a crimes cometidos por
policiais, foi atribuída à Subscretaria de Inteligência (SSINTE/SESEG) a missão de prestar apoio a determinados órgãos em suas investigações criminais. 4.
Nesse contexto, não é ilegal o auxílio da agência de inteligência ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro durante procedimento criminal instaurado
para apurar graves crimes atribuídos a servidores de Delegacia do Meio Ambiente, em contexto de organização criminosa. Precedente. 5. O Parquet optou
por não utilizar a estrutura da própria Polícia Civil para auxiliá-lo no procedimento apuratório criminal, e é incabível criar limitação, alheia ao texto
constitucional, para o exercício conjunto da atividade investigativa pelos órgãos estatais. 6. Esta Corte possui o entendimento de que a atribuição de polícia
judiciária às polícias civil e federal não torna nula a colheita de elementos informativos por outras fontes. Ademais, o art. 3°, VIII, da Lei n. 12.850/2013
permite a cooperação entre as instituições públicas na busca de dados de interesse da investigação. 7. Se agente lotada em agência de inteligência, sob
identidade falsa, apenas representou o ofendido nas negociações da extorsão, sem se introduzir ou se infiltrar na organização criminosa com o propósito de
identificar e angariar a confiança de seus membros ou obter provas sobre a estrutura e o funcionamento do bando, não há falar em infiltração policial. 8. O
acórdão recorrido está em conformidade com a jurisprudência desta Corte, de que a gravação ambiental realizada por colaborador premiado, um dos
interlocutores da conversa, sem o consentimento dos outros, é lícita, ainda que obtida sem autorização judicial, e pode ser validamente utilizada como meio
de prova no processo penal. No caso, advogado decidiu colaborar com a Justiça e, munido com equipamentos estatais, registrou a conversa que entabulou
com policiais no momento da entrega do dinheiro após a extorsão mediante sequestro. 9. A ação controlada prevista no § 1° do art. 8° da Lei n. 12.850/2013
não necessita de autorização judicial. A comunicação prévia ao Poder Judiciário, a seu turno, visa a proteger o trabalho investigativo, de forma a afastar
eventual crime de prevaricação ou infração administrativa por parte do agente público, o qual responderá por eventuais abusos que venha a cometer. 10. As
autoridades acompanharam o recebimentode dinheiro por servidores suspeitos de extorsão mediante sequestro, na fase do exaurimento do crime, e não há
ilegalidade a ser reconhecida em habeas corpus se ausentes circunstâncias preparadas de forma insidiosa, de forma a induzir os réus à prática delitiva. 11. O
habeas corpus não se presta à análise de teses que demandam exame ou realização de provas. 12. Habeas corpus denegado (HC 512.290/RJ, Rel. Ministro
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 18/08/2020, DJe 25/08/2020).
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Acesso direto (dados cadastrais)
• A Lei 12.850/13 reforçou ainda mais o acesso direto pelo delegado de
polícia e pelo MP (independente de ordem judicial) a registros, dados
cadastrais, documentos e informações (vide artigo 2º, § 2º, da Lei
12.830/13, artigo 17-B da Lei 9.613/98 e artigo 13-A do CPP).
• O desatendimento às requisições do delegado de polícia ou do MP
configura prática do crime previsto no artigo 21 da Lei 12.850/13.
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Acesso direto (dados cadastrais)
Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso,
independentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do
investigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e
o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas,
instituições financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão
de crédito.
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo de 5 (cinco)
anos, acesso direto e permanente do juiz, do Ministério Público ou do
delegado de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel manterão, pelo prazo
de 5 (cinco) anos, à disposição das autoridades mencionadas no art. 15,
registros de identificação dos números dos terminais de origem e de destino
das ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais.
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Crimes
• Vejamos os tipos penais que podem ocorrer no curso da investigação
e na obtenção da prova. Destaco, sugestionando leitura detida, os
artigos 19 (crime cometido pelo colaborador) e 21 (praticado por
quem recusa ou omite dados cadastrais, registros, documentos e
informações requisitados pelo juiz, MP ou delegado de polícia) –
leitura dos dispositivos.
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Procedimento
• O artigo 22 da Lei 12.850/13 trata do procedimento adotado para processar integrantes de
organizações criminosas (comum ordinário) e do prazo máximo de duração da instrução criminal
quando o réu estiver preso (avanço importante da lei ao fixar qual a duração razoável do processo
relativo a crimes cometidos por integrantes de ORCRIM – restou prestigiado o inciso LXXVIII, do
artigo 5º, da CF):
Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais conexas serão apurados
mediante procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro
de 1941 (Código de Processo Penal), observado o disposto no parágrafo único deste
artigo.
Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo razoável, o
qual não poderá exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver preso,
prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada, devidamente
motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu.
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Procedimento
• O artigo 23 seguiu o quanto desenhado pela Súmula Vinculante 14 do STF, no que
toca a acesso do defensor do investigado a dados colhidos no curso do inquérito
policial, acrescentando que se o sigilo for decretado por decisão judicial, o
acesso só pode se dar por meio de autorização do juízo competente (o sigilo
determinado pela autoridade judiciária é um algo a mais em relação ao sigilo
ordinário previsto no artigo 20 do CPP, já que em investigações “normais”, o
delegado de polícia pode franquear o acesso ao advogado do investigado sem
necessidade de outorga judicial). Importante salientar que o parágrafo único do
mesmo artigo não determinou que os investigados integrantes de ORCRIM sejam
obrigatoriamente assistidos por defesa técnica na fase inquisitorial (o inquérito
que apura crimes praticados por ORCRIM não é contraditório). O dispositivo
apenas determinou que, caso os investigados tenham advogados, os causídicos
terão acesso aos autos três dias antes da oitiva. Vejamos o dispositivo:
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Procedimento
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela
autoridade judicial competente, para garantia da celeridade e da
eficácia das diligências investigatórias, assegurando-seao
defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos
elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito
de defesa, devidamente precedido de autorização judicial,
ressalvados os referentes às diligências em andamento.
Parágrafo único. Determinado o depoimento do investigado,
seu defensor terá assegurada a prévia vista dos autos, ainda que
classificados como sigilosos, no prazo mínimo de 3 (três) dias
que antecedem ao ato, podendo ser ampliado, a critério da
autoridade responsável pela investigação.
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Conclusão
• Por fim, para fechar a breve análise desta importantíssima lei, resta
afirmar que o artigo 288 agora se chama associação criminosa (e não
mais quadrilha ou bando), que o número mínimo reclamado para dita
associação agora é de três membros (antes era de quatro), que a
causa de aumento do parágrafo único do mesmo artigo foi ampliada
(agora também há aumento de pena se a associação contar com
participação de criança ou adolescente), que a pena do crime de falso
testemunho foi aumentada e que a Lei 9.034/95 foi revogada:
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Tipologia Artigo/Lei Número de 
integrantes
Definição legal completa
Associação para o tráfico
de drogas
35 da Lei 11.343/06 Dois ou mais Associação de duas ou mais pessoas para
o fim de praticar, reiteradamente ou não,
qualquer dos crimes previstos nos arts.
33, caput e § 1o, e 34 desta Lei.
Associação criminosa 288 do Código Penal Três ou mais Associação de 3 (três) ou mais pessoas,
para o fim específico de cometer crimes.
Organização criminosa 1º, § 1º, da Lei 12.850/13 Quatro ou mais Associação de 4 (quatro) ou mais pessoas
estruturalmente ordenada e caracterizada
pela divisão de tarefas, ainda que
informalmente, com objetivo de obter,
direta ou indiretamente, vantagem de
qualquer natureza, mediante a prática de
infrações penais cujas penas máximas
sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou
que sejam de caráter transnacional.
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