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FACULDADE DE DIREITO PADRE ARNALDO JANSSEN 
Pós-Graduação em Direito Penal e Proc. Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL 
 
 
 
Bruno de Lima Souza 
 
Orientador: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2021 
2 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Artigo intitulado “A redução da maioridade penal.” apresentadao pelo aluno Bruno de 
lima Souza, para a obtenção do título de especialista, perante a Faculdade Arnaldo e 
o Supremo Concursos. 
Rio de Janeiro, 12 de Agosto de 2021. 
Nota: 
Avaliador: 
3 
Sumário 
1- Introdução.....................................................................................................................6 
2- Conceitos ........................................................................................................................6 
2.1- Conceitos de menor de idade .....................................................................................6 
2.2 – Conceitos de imputabilidade penal ...........................................................................7 
2.3 – Conceitos de inimputabilidade ..................................................................................7 
2.4 – Conceitos de Culpabilidade ......................................................................................8 
3- O menor e a idade penal em outros países ..................................................................9 
3.1 - O menor e o código penal Brasileiro .......................................................................11 
3.2 - O menor e o Código Civil Brasileiro.........................................................................11 
3.3 - O menor e a Consolidação das Leis do Trabalho – (CLT) .....................................12 
3.4 - O menor e a Constituição Federal de 1988 ............................................................12 
4- As consequências da redução da maioridade penal para a sociedade brasileira.....12 
4.1- Aspectos positivos .....................................................................................................12 
4.2- Aspectos negativos ...................................................................................................14 
5. CONCLUSÃO ...............................................................................................................15 
6- Referências Bibliográficas ............................................ Error! Bookmark not defined. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL: REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL 
 
 
Souza, Bruno 
SOBRENOME, nome professora 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho tem o objetivo de discutir o impacto da redução da maioridade 
penal no Brasil, diante do aumento dos crimes violentos praticados por adolescentes 
e a necessidade de puni-los, mostrando os aspectos positivos e os seus impactos 
para a sociedade brasileira, assim como também mostrando os aspectos negativos e 
seus impactos para a sociedade brasileira, uma vez que a sociedade como um todo 
evoluiu, e os menores de idade acompanharam essa evolução, uma vez que hoje 
uma criança/adolescente tem muito mais acesso a infromação e educação e 
infelizmente o nosso código penal não acompanhou essa evolução psíquica e 
bilógica, para tratar eventuais crimes envolvendo menores de idade. 
 
5 
PALAVRAS-CHAVE: Direito Penal. Direito processual penal. Eca- Estatuto da criança 
e do adolescente. Redução da maior idade penal. 
 
 
ABSTRACT: This article aims to discuss the impact of reducing the age of criminal 
responsibility in Brazil, in view of the increase in violent crimes committed by 
adolescents and the need to punish them, showing the positive aspects and their 
impacts on Brazilian society, as well as also showing the negative aspects and their 
impacts on Brazilian society, since society as a whole has evolved, and minors have 
followed this evolution, since today a child / adolescent has much more access to 
information and education and unfortunately our penal code has not kept up with this 
psychological and biological evolution, to deal with possible crimes involving minors. 
 
 
 
KEY-WORDS: Criminal Law; Criminal; Child and Adolescent Statute; Reduce of the 
age of criminal responsibility. 
6 
1- Introdução 
 
 
Ao falarmos de violência, vemos diversos debates sobre este assunto, como 
por exemplo, como podemos trazer uma maior segurança para a população, como 
punir aqueles que cometeram crimes de uma maneira que reprima a pratica de 
crimes, dentre outros. De fato hoje no Brasil os crimes veem cada vez mais se 
tornando comuns e habituais, como podemos ver todos os dias nos diversos meios 
de comunicação informando noticias sobre o aumento da criminalidade. Diante deste 
cenário preocupante o que impressiona é a presença cada vez maior de menores de 
dezoito anos de idade na pratica dos mais diversos e até mesmo hediondos delitos. 
 
Desta forma temos que discutir o assunto, trazendo a análise dos pontos 
positivos e os pontos negativos a cerca do tema, devendo nos perguntar se a 
redução da maioridade penal seria a unica solução para a diminuição do crescente 
numero de crimes praticados por menores, de fato, é inegável que já estamos 
saturados com este crescimento desenfreiado de crimes praticados por menores de 
idade, porém seria esta a melhor e unica resposta que o Estado Brasileiro tem para 
conter o avanço da criminalidade juvenil? Por outro lado não devemor ficar inertes, 
diante do avanço e crescimento da pratica de crimes por menores de idade, devendo 
o Estado Brasileiro trazer uma respsota definitva para conter este avanço. 
 
Fundamenta este trabalho, entre outros, obras e artigos como o “Estatuto da 
Criança e do Adolescente” do autor Guilherme de Souza Nucci e “Reflexões sobre a 
Redução da Maioridade Penal” de Rogério Greco. 
 
Para o alcance dos objetivos deste trabalho foi adotada a pesquisa 
bibliográfica como forma metodológica. 
 
2- Conceitos 
 
2.1- Conceitos de menor de idade 
 
Segundo o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, significa substantivo 
masculino e feminino; Pessoa que ainda não atingiu a maioridade. Adjetivo De 
tamanho reduzido, em comparação com outra coisa ou pessoa. 
Já o art. 1º da Convenção sobre os Direitos da Criança considera como 
criança todo ser humano menor de 18 anos, a não ser que, em conformidade com a 
7 
lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes. 
 
Já para o ECA – Lei 8.069/1990 – em seu Art. 2º Considera-se criança, 
para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e 
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade 
 
2.2 – Conceitos de imputabilidade penal 
 
O código penal brasileiro, não trás expressamente um conceito de 
imputabilidade penal, mas temos diversos conceitos doutrinários como, por exemplo, 
para André Stefam ´´Consiste no conjunto de condições de maturidade e sanidade 
mental, a ponto de permitir ao sujeito a capacidade de compreessão e de 
autodeterminação. ´´ 
 
Já Segundo Cleber Masson, a imputabilidade é a capacidade mental, 
relativo ao ser humano de, no tempo da ação ou da omissão, entender o caráter 
ilícito do fato penal depende de dois elementos: 
 
- intelectivo: que é consistente na higidez psíquica que permita ao agente 
ter consciência do caráter ilícito do fato; 
 
- volitivo: é o domínio da vontade, é exercer o controle sobre a disposição 
surgida com o entendimento do caráter ilícito do fato, determinando-se de acordo 
com esse entendimento. 
 
Para Rogério Sanches a imputabilidade é a capacidade de imputação, a 
possibilidade de atribuir a um indivíduo a responsabilidade pela prática de uma 
infração penal. Assim como no Direito Privado pode-se falar em capacidade e 
incapacidade para realizar negócios jurídicos, no DireitoPenal fala-se em 
imputabilidade e inimputabilidade para responder por uma ação delitiva cometida. 
 
Diante de tais conceitos, podemos entender que imputabilidade se define 
na possibilidade de atribuir a alguém responsabilidade por algum fato criminoso em 
que o agente apresente um conjunto de condições pessoais que lhe dê a 
capacidade de lhe ser imputado pelo mesmo. 
 
2.3 – Conceitos de inimputabilidade 
8 
 
 
Para Cléber Masson, é inimputável o indivíduo que por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto não tem condições de autodeterminação na 
época dos fatos, ou que seja inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do 
fato. 
O Código Penal em seu artigo 26, caput, institui as hipóteses de 
inimputabilidade por doença mental, desenvolvimento mental ou retardo, que assim 
determina: 
 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da 
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
se de acordo com esse entendimento (Código Penal, 1940). 
 
Para Rogério Greco, interpretando o artigo, percebe-se que o Código Penal 
adotou dois critérios para concluir a inimputabilidade do agente, que são, a de uma 
doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado e a absoluta 
incapacidade de, no tempo da ação ou omissão, o indivíduo entender o caráter ilícito 
do fato ou determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 
Diante disso, podemos concluir que somente pode ser imputável 
penalmente aquele que ao tempo da pratica do fato típico não era afetado por 
doença mental, não possuía desenvolvimento mental retardado ou incompleto, ou 
seja, só é imputável aquele que possui desenvolvimento mental correto, sendo 
assim totalmente capaz de entender o caráter ilícito do fato e principalmente de 
posicionar-se de acordo com tal entendimento, escolhendo em prosseguir com a 
pratica do mesmo, ou não, já o inimputável não comete crime. 
 
 
2.4 – Conceitos de Culpabilidade 
 
Guilherme de Souza Nucci conceitua o crime como ´´fato típico, antijurídico 
e culpável´´, adotando a teoria tripartida do delito, desta forma o crime trata-se de 
uma conduta típica, antijurídica e culpável, vale dizer, uma ação ou omissão 
ajustada a um modelo legal de conduta proibida (tipicidade), contrária ao direito 
(antijuridicidade) e sujeita a um juízo de reprovação social incidente sobre o fato e 
9 
seu autor, desde que existam imputabilidade, consciência potencial de ilicitude e 
exigibilidade e possibilidade de agir conforme o direito. 
 
Para Rogério Greco, “Culpabilidade é o juízo de reprovação pessoal que se 
realiza sobre a conduta típica e ilícita praticada pelo agente”, ou seja, culpabilidade é 
o juízo de reprovação de determinada conduta, portanto, não basta que a ação seja 
típica e ilícita, deve ser ter também uma reprovação em relação aquele 
comportamento. 
 
Podemos concluir então, que perante uma conduta ilícita é necessário 
verificar se há culpabilidade, ou seja, se estão presentes todos os seus elementos, 
pois na inexistência de um deles, não haverá culpabilidade e consequentemente não 
haverá crime. 
 
3- O menor e a idade penal em outros países 
 
 
Em nosso país a maioridade penal é fixada aos dezoito anos, como já vimos, 
porém nem todos os países consideram esta idade, pra considerar a maioridade 
penal: 
 
Segundo levantamento do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a 
Infância), a legislação no Brasil é parecida com a do Chile — onde adolescentes 
com idades entre 14 e 18 anos são submetidos a um “sistema de responsabilidade”, 
com “medidas penais fundadas na possibilidade de reabilitação”. Lá, as internações 
podem durar até dez anos, mas só quando o adolescente tiver entre 16 a 17 anos. 
 
Ainda na América do Sul, a Argentina considera que os jovens só podem ser 
enquadrados no “sistema de responsabilidade” — com medidas socioeducativas e 
privação de liberdade — aos 16 anos. 
 
Já na Venezuela a responsabilidade penal é prevista para adolescentes de 
12 a 18 anos, mas o tempo de internação varia conforme a faixa etária. Menores 
com idades entre 12 e 14 anos podem ficar até dois anos privados de liberdade; 
para aqueles com idades entre 14 e 18 anos, a medida não pode passar de cinco 
anos. 
 
10 
Já nos Estados Unidos, não há maioridade penal a nível federal. A Unicef 
lembra que o país não ratificou a Convenção Internacional sobre os Direitos da 
Criança e, em muitos estados, “adolescentes com mais de 12 anos podem ser 
submetidos aos mesmos procedimentos dos adultos, inclusive com a imposição de 
pena de morte ou prisão perpétua”. 
 
No Canadá, a legislação prevê que, nos casos de delitos de extrema 
gravidade, adolescentes com idades a partir de 14 anos sejam julgado pela Justiça 
comum e recebam penas previstas no Código Criminal — o texto estabelece, 
entretanto, que nenhum menor de 18 anos pode receber uma punição mais severa 
do que aquela aplicada a um adulto pela prática do mesmo crime. 
 
Entre os países europeus, a legislação da Inglaterra estipula que a privação 
de liberdade só seja admitida após os 15 anos de idade — ainda que, a partir dos 10 
anos de idade, já se reconheça a “responsabilidade” penal. Até os 18, há a 
imposição de penas em intensidade diferenciada daquelas aplicadas aos adultos. 
Mesmo entre 18 e 21 anos, se mantém a atenuação das penas aplicadas. 
 
Na França, qualquer adolescente com idade entre 13 e 18 anos goza de 
“presunção relativa de irresponsabilidade penal”, conforme explica a Unicef. Quando 
demonstrado o discernimento do indivíduo e fixada a pena, há diminuições 
obrigatórias em relação às punições aplicadas aos adultos, pelo menos até os 16 
anos. Depois disso, a medida fica a critério do juiz. 
 
A Alemanha, por sua vez, prevê a chamada “responsabilidade penal” para 
adolescentes de, no mínimo, 14 anos. Até os 21, entretanto, “a depender do estudo 
do discernimento”, os denominados “jovens adultos” podem responder pelo Sistema 
de Justiça Juvenil. A jurisdição penal tradicional só julga os crimes cometidos por 
quem tem mais de 21 anos. O mesmo sistema é aplicado na Grécia, na Escócia e 
em Portugal. 
 
Na Rússia, em casos de delitos graves, há a presunção de responsabilidade 
a partir dos 14 anos de idade. A maioridade penal propriamente dita tem início aos 
16 anos. 
 
O Japão, por outro lado, possui leis com “uma definição delinquência juvenil 
mais ampla que a maioria dos países”, diz a Unicef, mas “fixa a maioridade penal 
11 
aos 21 anos”. 
 
A China, por fim, admite a responsabilidade penal de adolescentes com 
idade a partir de 14 anos nos casos de crimes violentos como homicídios, lesões 
graves, estupro, roubo e tráfico de drogas. Quando não há violência na infração 
cometida, a maioridade penal é estipulada aos 16 anos. 
 
3.1 - O menor e o código penal Brasileiro 
 
 
Conforme dispsoto no art. 27 do código penal brasileiro de 1940, reformado 
pela Lei 7.209 de 1984, considera-se como menor e inimputável todo individuo com 
menos de 18 anos de idade. (Código Penal, 1940) 
 
Deste modo podemos perceber que para adotar essa idade limite de 18 
(dezoito) anos, foi utilizado o critério unicamente biológico, onde o legislador 
presumiu de forma absoluta que o menor de dezoito anos, pelo fato do seu 
desenvolvimento mental incompleto, não possui condições de compreender a 
ilicitude de seus atos. 
 
Portanto fica evidente que todo individuo antes de completar dezoito anos de 
idade, e que cometer algum crime, não será punido, por ser incapaz de responder 
por tais ilícitos, pelo simples fato de ainda não ter alcançado a idade legal 
estipulada, pois nosso CPB/40 adotou o principio biológico. (Código Penal, 1940) 
 
3.2 - O menor e o Código Civil Brasileiro 
 
O código civil brasileiro de 2002, em concordância com CPB/40, e a 
ConstituiçãoFederal de 1988, também dispõe no seu 5º art. ´´Que a menoridade só 
cessará aos dezoito anos de idade, quando enfim estaria pronta para praticar todos 
os atos da vida civil´´, porém nem sempre foi desta forma, pois o Código Civil de 
1916 determinava que o limite fosse aos 21 (vinte e um) anos de idade, mas o 
legislador do CC/02 não enxergou tal necessidade, determinando o limite de idade 
fosse diminuído, vindo a ser aos dezoito anos. (cCódigo Civil, 2002 
 
Expondo o art. 3º inciso I, do CC/02, consideram-se absolutamente incapaz 
de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de dezesseis anos. Já o 
12 
art. 4º, inciso I, diz que os maiores de dezesseis anos e menores de dezoito anos 
são relativamente incapazes para praticarem certos atos. 
 
3.3 - O menor e a Consolidação das Leis do Trabalho – (CLT) 
 
Neste sentido, a consolidação das leis trabalhistas, revela a possibilidade 
dos jovens com menos de 18 (dezoito) anos terem um emprego. 
 
É muito importante ressaltar a forma pela qual a Consolidação das Leis do 
Trabalho prevê tal trabalho, podendo ser encontrado no Capitulo IV – Da Proteção 
do Trabalho do Menor. 
Sendo assim, a CLT/43 considera menor para os efeitos da lei do 
trabalhador, jovens com idades entre 14 (quatorze) e 18 (dezoito) anos. A legislação 
determina que menores de 16 anos somente possam trabalhar na condição de 
menor aprendiz, que não pode ser inferior aos 14 anos. Ou seja, 14 é a idade 
mínima para qualquer indivíduo poder entrar legalmente no mercado de trabalho, 
desde que a condição específica seja cumprida. (CLT, 1943) 
 
3.4 - O menor e a Constituição Federal de 1988 
 
A Constituição Federal em seu artigo 228 ´´São penalmente inimputáveis os 
menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial´´, recepcionou o 
princípio da imputabilidade Penal determinada no art. 27 do Código penal, Os 
menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às 
normas estabelecidas na legislação especial, ou seja, condicionou aos menores de 
dezoito anos a inimputabilidade.(ConstituiçÕ Fedral, 1988) 
 
4- As consequências da redução da maioridade penal para a sociedade 
brasileira. 
 
4.1- Aspectos positivos 
Podemos citar como exemplo daqueles que defendem a redução da 
maioridade penal no Brasil é o crescimento da violência infanto-juvenil que no país está 
alarmante e para combater esse crescimento e necessário uma intervenção do 
legislativo urgente. Quem defende essa Tese explica que diariamente os cidadãos de 
13 
bem vem testemunhando verdadeiras barbáries, pelos denominado ´´di menor´´, estes 
jovens praticam atos violentos com a certeza da impunidade, muitas das vezes com o 
intuito de conseguir simplesmente o dinheiro, ou até mesmo a obtenção de objetos 
para posterior venda para a aquisição de entorpecentes. E para chegar aos seus 
objetivos esses jovens são na maioria das vezes, cruéis, impiedosos e sem limites ou 
remorsos, muitas das vezes até mesmo pior que um adulto. (Lucena, Jorge, 2015) 
Também devemos destacar que a maioridade penal foi fixada em 1940. 
Porém, não podemos dizer que o mesmo jovem de 18 anos daquela época é o mesmo 
de hoje. Acesso à tecnologia e informação favorecem o desenvolvimento precoce dos 
adolescentes e faz com que tenham mais acesso a informação e total discernimento de 
seus atos. (Fernandes dos Santos, Marcelo, 2014) 
Outro ponto a se considerar é que os menores de 18 anos e maiores de 16 
anos já são considerados aptos a intervir em processo judicial e auxiliar na formação 
do convencimento do Juiz. (Fernandes dos Santos, Marcelo, 2014) . 
Podemos citar também que hoje o menor tem a capacidade eleitoral ativa, 
podendo escolher os seus governantes e também o caso quem pode trabalhar em 
diversas áreas, recebendo inclusive proteção trabalhista em todos os casos. 
Outro exemplo presente também é que o adolescente maior de 16 anos 
poder casar-se mesmo que com a anuência dos pais ou do responsável legal. 
(Fernandes dos Santos, Marcelo, 2014) 
Podemos citar também a certeza da impunidade, adolescente, em conflito 
com a lei, ao saber que não receberá as mesmas penas de um adulto, não se inibe ao 
cometer mais atos infracionais. Isso alimenta a sensação de impunidade e gera crimes 
que jamais poderiam acontecer. Um menor de idade sabe que, em função de sua 
idade, poderá cometer quantos delitos puder, sabendo que terá uma pena branda. A 
impunidade gera mais violência. Os jovens "de hoje" têm consciência de que não 
podem ser presos e punidos como adultos. Por isso continuam a cometer crimes; 
(Cardozo, Jorge, 2013) 
Ou seja, hoje em dia o próprio legislador já coloca o menor de 16 anos como 
um cidadão com pleno discernimento do que é certo e errado e mais do que isso já lhe 
torna apto a praticar atos civis, desta forma não é mais possível que diante diversos 
crimes hediondos praticados por menores, este mesmo legislador tente tratá-los como 
crianças. O Brasil precisa alinhar a sua legislação à de países desenvolvidos com os 
14 
Estados Unidos, onde, na maioria dos Estados, adolescentes acima de 12 anos de 
idade podem ser submetidos a processos judiciais da mesma forma que adultos. 
(Vicente Alexandrino, Paulo, 2011) 
4.2- Aspectos negativos 
Aqueles que são contra a redução da maioridade penal, defendem que a 
redução da maioridade penal, não irá reduzir a criminalidade no Brasil. Apontam que 
antes de reduzir a maioridade penal temos que investir no sistema penitenciário 
brasileiro. Hoje o Brasil tem uma das maiores populações carcerárias do planeta, de 
modo que, a violência e o menosprezo a vida reina dentro dos presídios, que na 
verdade hoje nada mais são do que centro de formações de personalidades 
criminosas. (Fernando Prates, Hennynk, 2014) 
Ainda falando dos presídios o poder público é omisso, e não cumpre o seu 
dever de ressocialização e que na verdade o que acontece é o contrário as leis não 
são aplicadas, a violência é tremenda, a droga é livre e a presença de organizações 
criminosas é real, e estas que na verdade ditam as regras dentro dos presídios. 
(Fernando Prates, Hennynk, 2014) 
 Desta maneira o que um adolescente de 16 anos faria em um presídio? 
Segundo os que defendem essa tese, nada de bom a não ser cria-lo em um 
adolescente graduado na marginalidade, pois a superlotação e as condições 
desumanas das cadeias brasileiras deixam esse sistema incapaz de cumprir sua 
finalidade de recuperar alguém. Deste modo a inclusão de adolescentes infratores 
nesse sistema não só tornaria mais caótico o sistema carcerário como tenderia a 
aumentar o número de reincidentes menores. (Fernando Prates, Hennynk, 2014) 
Devemos analisar também, a desigualdade social que é uma das causas 
principais da violência. A redução da maioridade em nada resolverá o problema da 
desigualdade social que assola nosso país. De certo modo, será mais uma forma de 
colocar jovens negros e pardos das comunidades carentes e das periferias atrás das 
grades. Na prática, voltaríamos aos tempos da escravidão. Só que dessa vez, ao invés 
de correntes nos pés, nosso povo receberia grades para colocar as mãos. 
 
 No Brasil, a violência está profundamente ligada a questões como: 
desigualdade social, exclusão social, impunidade, falhas na educação familiar, 
desestruturação da família, deterioração dos valores ou do comportamento ético, e, 
finalmente, individualismo, consumismo e cultura do prazer. Deste modo a redução da 
15 
maioridade penal trará prejuízos irreparáveis, uma ruína praticamente sem volta, onde 
ao invés dos jovens estarem frequentando uma faculdade e formando-se melhores 
cidadãos, estarão reclusos, enfurnados em uma cela minúscula e superlotada, sem 
chances de um futuro melhor, com grandes probabilidades de enegrecerem ainda mais 
as suas vidas na violência e no crime. (Fernando Prates, Hennynk, 2014) 
Outra corrente que é contraa redução da maioridade penal, afirma que tal 
medida seria inconstitucional, se tratando de uma violação clara a art. 228 da nossa 
constituição federal. Afirmam que leis possuem efeito simbólico, de atingir a população 
que já não aguenta mais tamanha violência, mas como leis não mudam realidade é 
essa mesma população que hoje pede para reduzir a maioridade penal para 16 anos, 
em breve pedirá para reduzir para os 14 anos, e logo para os 12 anos e seguindo essa 
linha de raciocínio chegaria a proposta de mantar o feto ainda na barriga de sua mãe. 
(Gomes, Luiz Flávio, 2014) 
A violência não é solucionada pela culpabilização e pela punição, antes pela 
ação nas instâncias psíquicas, sociais, políticas e econômicas que a produzem. Agir 
punindo e sem se preocupar em revelar os mecanismos produtores e mantenedores 
de violência tem como um de seus efeitos principais aumentar a violência. Reduzir a 
maioridade penal é tratar o efeito, não a causa. É encarcerar mais cedo a população 
pobre jovem, apostando que ela não tem outro destino ou possibilidade. Reduzir a 
maioridade penal isenta o Estado do compromisso com a construção de políticas 
educativas e de atenção para com a juventude. (Tavares, André Ramos, 2007) 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Nosso país presencia um elevado numero de homicídios, sequestros, 
estupros e roubos praticados por jovens, e não é mais possível acreditar que nossas 
crianças e adolescentes continuam sendo pessoas com desenvolvimento mental 
incompleto ou que sejam incapazes de entender os atos que praticam. A legislação 
vigente hoje em dia é omissa é flexível demais com os jovens do século XXI, 
trazendo para os mesmos, proteção legislativa que só faz estimula- los a prática de 
atos infracionais. 
 
As leis que vigoram em nosso país não podem mais simplesmente parar no 
tempo, deixando de acompanhar a evolução de seus cidadãos, o que traz para todos 
nós esse sentimento de impunidade. O que precisamos é de legislações que 
acompanhem a evolução do homem adaptando-se às aspirações e às necessidades 
16 
das novas gerações. 
 
Com o término deste trabalho ficou claro que a redução da maioridade penal 
é possível no Brasil e que esta será um meio para diminuirmos ou tentarmos diminuir 
o crescente número de crimes praticados por menores infratores. Logicamente esta 
é uma medida, a curto prazo, na busca da redução dos crimes praticados por 
crianças e adolescentes, porém é de suma importância dizer que precisamos 
também de medidas a médio e a longo prazo, cumuladas às políticas públicas de 
educação, profissionalização e emprego. 
 
Nossos jovens podem votar, trabalhar, contrair matrimonio, ingressar em 
instituição de ensino superior e até mesmo assumir cargos publico antes de 
completarem 18 (dezoito) anos, mas não podem ser punidos pelas leis penais e 
processuais, pois os legisladores acreditam que estes não possuem discernimento 
para compreenderem o caráter criminoso de seus atos. 
 
Assim, as alegações de que a sociedade não pode suportar o ônus de ter 
mais gente, cada vez mais jovem, encarcerados, não se sobressai sobre a hipótese de 
que essa mesma sociedade não pode mais suportar o peso da criminalidade juvenil. 
 
A sociedade em geral não pode ser punida pela constatação da 
incompetência do Estado em gerir o sistema penitenciário, não podendo ser isso de 
maneira nenhuma uma justificativa para se manter criminosos fora desse sistema. A 
constatação da incompetência do Estado em colocar em prática o estabelecido pelo 
ECA não serve de justificativa para a manutenção da maioridade penal em 18 anos 
necessitando-se sim de um método punitivo e coercitivo mais eficaz e atualizado. 
 
 O debate é atual, pois a violência e o envolvimento de menores de dezoito 
anos têm aumentado, é inegável que o mais justo e socialmente adequado para os 
dias atuais é a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, sem necessidade de 
avaliação do grau de desenvolvimento psíquico-emocional do menor, adotando-se 
exclusivamente do critério puramente biológico, ou seja, uma vez completados 16 anos 
de idade, a pessoa sujeitar-se-ia às regras do Código Penal. 
 
Não podemos assistir de braços cruzados a escalada de violência, onde 
menores de 18 anos praticam os mais hediondos crimes e já integram organizações 
delituosas, sendo inteiramente capazes de entender o caráter ilícito do fato e de 
17 
determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 
 
6- Referências Bibliográficas 
 
Angel Ardanaz. A redução da maioridade penal. Disponível em: 
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/9101/Reducao-da-maioridade-penal Acesso 
em: 7 de novembro de 2020. 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral. 26ª Edição. 
São Paulo. Editora Saraiva. 2020. 
BITTENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. 10°. ed. São Paulo: 
Saraiva Jur., 2020. 
CAPEZ, Fernando. Direito Penal - Parte Geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2018 
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal, 26° ed. São Paulo: Saraiva, 2019. 
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	1- Introdução
	2- Conceitos
	2.1- Conceitos de menor de idade
	2.2 – Conceitos de imputabilidade penal
	2.3 – Conceitos de inimputabilidade
	2.4 – Conceitos de Culpabilidade
	3- O menor e a idade penal em outros países
	3.1 - O menor e o código penal Brasileiro
	3.2 - O menor e o Código Civil Brasileiro
	3.3 - O menor e a Consolidação das Leis do Trabalho – (CLT)
	3.4 - O menor e a Constituição Federal de 1988
	4- As consequências da redução da maioridade penal para a sociedade brasileira.
	4.1- Aspectos positivos
	4.2- Aspectos negativos
	5. CONCLUSÃO
	6- Referências Bibliográficas

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