Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

FACULDADE SANTA RITA – FASAR
Curso de Engenharia Metalúrgica
INFLUÊNCIA DOS ELEMENTOS DE LIGA NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE TRÊS DIFERENTES GRAUS DE AÇOS
Wagner Luis Alves Custódio
 (
CONSELHEIRO
 
LAFAIETE
 
-
 MG
2019
)
Wagner Luis Alves Custódio
INFLUÊNCIA DOS ELEMENTOS DE LIGA NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE TRÊS DIFERENTES GRAUS DE AÇOS
Trabalho de conclusão do curso apresentada ao Curso de Engenharia Metalúrgica da Faculdade Santa Rita como parte dos requisitos para a obtenção do Grau de Engenheiro Metalurgista.
Orientador: Prof. Josemar Laurenço da Costa
AGRADECIMENTOS
Pode parecer fácil agradecer, mas definitivamente não é; você pode esquecer por um momento de falha da memória, aquelas pessoas que realmente fizeram a diferença nesses cinco anos de estudos.
Agradeço a minha amada esposa pelo apoio que me deu durante todos esses anos, por ter-me “deixado” estudar na sua frente! Valeu Cinthya, te AMO.
Obrigado “MAMÃE”, pela confiança e por ter pago minhas mensalidades, quando eu estava “apertado”, minha AMIGONA!
Obrigado Guigui, por ter cuidado da mamãe Cinthya na minha ausência, papai te AMA! Valeu Amigos de Ouro Preto!
Obrigado aos AMIGOS de batalha, foram 5 anos inesquecíveis, vocês sempre estarão em minhas boas lembranças.
Aos mestres, agradeço a paciência e dedicação.
Ao DEUS bondoso, por ter me dado forças e não deixou me desistir, e por ter guiado e iluminando meu caminho, e me livrado de todo mal que poderia haver na estrada.
A FÉ NA VITORIA TEM QUE SER INABALÁVEL!!
EPÍGRAFE
A FÉ NA VITORIA TEM QUE SER INABALÁVEL!!
Marcelo Falcão
RESUMO
O presente trabalho analisou em primeiro lugar a produção de chapas grossas laminadas e como ocorre o processo na empresa Gerdau, localizada em Ouro Branco/MG, passando pelo fluxo do processo, até o local de estocagem das chapas laminadas; para estas laminações, a empresa pode utilizar vários microligantes (como titânio, vanádio e nióbio), onde, a adição destes, em aços estruturais visa, principalmente, o refinamento de grão e endurecimento por precipitação, para se obter as propriedades desejadas. Em segundo plano, estudou-se os aços ASTM-A36, ASTM-A572 e TS600, apresentando suas composições químicas, propriedades mecânicas e metalografia. Por fim, abordou-se a influência que estes aços sofrem quando tem algum elemento microligado a ele durante processos metalúrgicos. Restou claro que com a adição de elementos de ligas, há, algumas vezes, uma melhoria nas propriedades mecânicas dos aços, durante ou após a laminação. Pode ocorrer também a diminuição ou aumento do ponto de fusão, da dureza, da resistência mecânica, melhoramento da soldabilidade, da corrosão e/ou de outras características desejadas de acordo com o uso, em condições de serviço e aplicações.
Palavras chave: Aço; microligado; laminação; chapa grossa.
ABSTRACT
The present work in the first moment analyzed the production of plates and how the process occurs in the company Gerdau, located in Ouro Branco/MG, passing through the process flow, to the place of storage of the plates; for these laminations, the company can use several micro alloys (such as titanium and niobium), where the addition of these in structural steels mainly aims at grain refinement and precipitation hardening to obtain the desired properties. In the background, the ASTM A36, ASTM A572 and TS600 steels were studied, presenting their chemical compositions, mechanical properties and metallography. Finally, the influence that these steels undergo when they have some micro alloys to him during metallurgical processes. It has been clear that with the addition of alloying elements there is sometimes an improvement in the mechanical properties of the steels during or after rolling. There may also be a decrease or increase in melting point, hardness, mechanical strength, improved weldability, corrosion and / or other desired characteristics according to use under service conditions and applications.
Keywords: Steel; micro alloys; rolling; plates.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Fluxo de laminação de chapas grossas	15
Figura 2: Esquema da laminação de chapas grossas	16
Figura 3: Layout da linha de laminação	16
Figura 4: Layout da linha de acabamento	17
Figura 5: Laminador de Chapa Grossa da Gerdau	17
Figura 6: Pré-desempenadeira - Resfriamento de chapas	19
Figura 7: Tesoura Lateral e Tesoura Divisora	20
Figura 8: Regra de amostragem da linha de laminação de chapas grossas	29
Figura 9: Microscópio ótico OLYMPUS/Modelo BK60m	30
Figura 10: Máquina de lixamento e polimento semiautomático	30
Figura 11: Máquina de Tração SHIMADZU/Modelo UH-F600KNI	31
Figura 12: Máquina ZWICK/ Modelo RPK750	32
Figura 13: Propriedades mecânicas obtidas para o aço ASTM-A36	36
Figura 14: Propriedades mecânicas obtidas para o aço ASTM-A572	37
Figura 15: Propriedades mecânicas obtidas para o aço TS600	38
Figura 16: Análise microestrutural do aço ASTM-A36	39
Figura 17: Análise Metalográfica dos aços ASTM-A572	40
Figura 18: Análise Metalográfica dos aços TS600	41
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Classificação dos produtos planos	13
Tabela 2: Principais elementos de liga e suas características	24
Tabela 3: Composição química especificada para o aço ASTM-A36	33
Tabela 4: Composição química obtida para o ASTM-A36	33
Tabela 5: Composição química especificada para o aço ASTM-A572-50	34
Tabela 6: Composição química obtida para o ASTM-A572	34
Tabela 7: Composição química especificada para o aço TS600	35
Tabela 8: Composição química obtida para o aço TS600	35
Tabela 9: Propriedades mecânicas - Aço ASTM-A36 – Resultado do Ensaio	36
Tabela 10: Propriedades mecânicas - Aço ASTM-A572 – Resultado do Ensaio	37
Tabela 11: Propriedades mecânicas - Aço TS600 – Resultado do Ensaio	38
Tabela 12: Análise do tamanho de grão para o aço ASTM-A36	39
Tabela 13: Análise do tamanho de grão para o aço ASTM-A572	41
Tabela 14: Analise do tamanho de grão para o aço TS600	42
Tabela 15: Temperaturas do processo de Laminação	42
SUMARIO
INTRODUÇÃO	9
OBJETIVOS	11
Objetivo Geral	11
Objetivos Específicos	11
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA	12
Processo de laminação de produtos planos de empresa siderúrgica do Alto Paraopeba/MG	12
Laminação de chapas grossas	13
Aços de Alta resistência e Baixa Liga (ARBL)	20
Aços ASTM-A36, ASTM-A572 e TS600	21
Propriedades mecânicas	22
Elementos microligantes	23
MATERIAIS E MÉTODOS	27
Materiais Utilizados	27
Planejamento e Execução dos Testes e Análises	27
Análise Metalográfica do Material	29
Ensaios Mecânicos	30
Ensaios de tração	30
Ensaios de impacto Charpy	31
RESULTADOS E DISCUSSÕES	33
Composição química dos aços ASTM-A36, ASTM-A572 e TS600	33
Propriedades mecânicas do ASTM-A36, ASTM-A572 e TS600	35
Análise microestrutural e comparações entre as propriedades mecânicas químicas de um aço-carbono e um aço microligado	38
Análise do processo de laminação dos aços ASTM-A36, ASTM-A572 e TS600	42
CONSIDERAÇÕES FINAIS	43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	44
1 INTRODUÇÃO
A relevância de especificações bem elaboradas para produtos industriais não pode ser desconsiderada. Ao especificar, compradores e produtores serão beneficiados, já que haverá uma economia com o custo e os prazos de entrega serão mais curtos. Além disso, um melhor atendimento será dado aos produtores e seus clientes.
Por este motivo, muito esforço vem sendo dedicado por diversas entidades, privadas ou não, a nível nacional e internacional, no sentido de padronizar as especificações de produtos industriais, especialmente os materiais, entre eles estão: os aços e as ligas.
Em síntese, aços e ligas especiais são classificados de maneiras distintas. São métodos de classificação, por exemplo, as baseadas em características dos aços ou ligas e suas aplicações. Quando se trata de características do aço/liga, existem, por exemplo, as propriedades mecânicas e composições químicas. Com relação às aplicações dos aços/ligas tem-se os aços para ferramentas e para a construção mecânica, por exemplo. Como se dá sua utilização e suas principais características,é tema do presente estudo.
O presente trabalhou mostrou como é a etapa de laminação de chapas grossas dentro da empresa Gerdau, em Ouro Branco/MG, passando pelo fluxo do processo, até o local de estocagem das chapas laminadas.
A indústria de construção civil utiliza chapas grossas laminadas a quente de aço, como o ASTM-A36, enquadrado entre os materiais da chamada qualidade estrutural. Este material é usualmente empregado na construção de pontes, estruturas de equipamentos, passarelas, edifícios, plataformas de petróleo, dentre outros.
Quando o objetivo é a redução de peso, utiliza-se o ASTM-A572, que possui uma resistência maior que a de um aço carbono. Tem ainda boa soldadibilidade, em razão
 (
1
4
)
de ser um aço de alta resistência e baixa liga (ARBL). Entre suas principais aplicações estão as torres de telecomunicações e torres eólicas.
Outro importante aço é o TS600, da marca Gerdau, com alta resistência, soldável e de grão fino laminado termomecânicamente. A principal aplicação deste aço é a linha amarela, sendo utilizado principalmente na fabricação de tratores e equipamentos para construção civil e movimentação agrícola, no manuseio de terras (JÚNIOR, 2018).
Foram usados nesta pesquisa os aços ASTM-A36, ASTM-A572 e TS600, realizando ensaios com os mesmos a fim de comparar suas propriedades químicas e mecânicas Vale ressaltar que a adição de elementos de ligas, faz com que, algumas vezes, exista uma melhora nas propriedades mecânicas dos aços, durante ou após a laminação, podendo ocorrer também a diminuição ou aumento do ponto de fusão, da dureza, da resistência mecânica, melhoramento da soldabilidade, da corrosão e/ou de outras características desejadas de acordo com o uso, em condições de serviço e aplicações.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
O presente trabalho tem como objetivo comparar a composição química dos três aços desse estudo e a sua influência nas propriedades mecânicas e na microestrutura desses aços.
2.2 Objetivos Específicos
· Avaliar as composições químicas dos aços deste estudo;
· Avaliar as propriedades mecânicas aços deste estudo.
· Avaliar a microestrutura dos aços deste estudo.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Processo de laminação de produtos planos de empresa siderúrgica do Alto Paraopeba/MG
A laminação é um procedimento de conformação mecânica que objetiva transformar um metal (em seção transversal), em outros objetos como placas, barras, chapas, dentre outros. Poderá ser: laminação de produtos planos (com geratriz retilínea no meio de dois cilindros) ou laminação de produtos não planos (distância entre cilindros menor do que a espessura da peça metálica inicial) (NOBERTO, et al., 2018).
Este processo de transformação mecânica é muito utilizado, já que sua produtividade é elevada e possui um controle preciso do produto. Diversos aços com baixo teor de ligas são utilizados na fabricação dos produtos planos. Muitos deles, após adaptados, podem ser submetidos a algum tratamento térmico com o objetivo de refinar suas propriedades mecânicas, transcendentes às que dispõem do produto quando finalizado com laminação a quente. Estes aços, tem como características principais: resistência mecânica e resistência à corrosão atmosférica (ELGERT, et al., 2017).
Os produtos planos podem ser classificados da seguinte maneira (TAB. 1):
Tabela 1: Classificação dos produtos planos
	TIPO
	LAMINADO OU CHAPA
	CARACTERÍSTICA DA ESPESSURA
	Folha
	Laminado
	Espessura inferior a 0,30 mm de espessura.
	Tira
	Laminado
	Espessura compreendida entre 0,30 mm e 5,00 mm inclusive os extremos e
largura inferior a 300 mm.
	Chapa fina
	Chapa
	Espessura compreendida entre 0,30 e 6,00 mm, inclusive os extremos e
largura igual ou superior a 300 mm.
	Barra chata
	Laminado
	Espessura superior a 5,00 mm e largura inferior a 300 mm.
	Chapa grossa
	Chapa
	Espessura superior a 5,00 mm e largura igual ou superior a 300 mm
Fonte: adaptado de https://www.infomet.com.br/site/acos-e-ligas-conteudo-ler.php?codConteudo=24
Com a tabela acima, nota-se que as classificações variam de acordo com a relação largura-espessura. Ressalta-se que chapas, tiras e folhas, serão processadas a contar de aços efervescentes e acalmados, quando laminados a quente ou a frio (INFOMET, 2019).
3.1.1 Laminação de chapas grossas
A laminação de chapa grossa ocorre através de laminação a quente, após uma primeira etapa que reduz ou desbasta um lingote em tarugos, blocos ou placas. Tem- se que estas chapas são definidas, segundo a ABNT (Associação Brasileiro de Normas Técnicas), como um produto plano de aço laminado que apresentará uma espessura não inferior a 6,0 mm e com no máximo 150,00 mm, além de largura superior a 300mm. Ademais, as chapas grossas para comércio, devem apresentar espessuras entre 6,0 e 100 mm, largura por volta de 1.120 e 3.850 mm e, comprimento não superior à 18 metros (GORNI, 2018).
A superfície das chapas grossas, ordinariamente, é recoberta de ‘carepa de laminação’1, e podem estar pintadas ou jateadas2, com bordas aparadas ou não. Este tipo de chapa pode ser utilizada em diversos lugares e para diferentes funções, como:
· Estrutural: alta (microligados) e média (aços C-Mn) resistências mecânicas, boa soldadibilidade com baixo carbono equivalente;
· Construção Civil: semelhante ao estrutural, com maior resistência à corrosão atmosférica e resistência à incêndios;
· Naval: maior uso de aço microligado;
· Tubos: aços microligados ao Nióbio (Nb), ao Titânio (Ti) e ao Vanádio (V), resistência mecânica, tenacidade e soldadibilidade elevada;
· Resistentes à abrasão: pode ser microligado, necessário alta dureza, tenacidade secundária. Uma de suas principais aplicações é nos componentes do alto-forno (INFOMET, 2019).
Na figura 1, é possível observar um fluxo do processo de laminação de chapas grossas:
1 Película de óxido de ferro que se forma na superfície do aço laminado a quente, sendo removida com sprays de água em alta pressão, entre outros métodos (CIMM, 2018).
2 É a superfície resultante na chapa ao ser submetida ao tratamento com o equipamento de jateamento. Esta superfície pode ser obtida jateando-se a chapa tanto com areia como com granalha de aço. Tem por objetivo produzir uma superfície antiderrapante, podendo neste tipo de acabamento ser aplicado um produto chamado de “intensificador de cor” que irá trazer a impressão que a chapa encontra-se molhada, realçando a cor da mesma (SIGMA, 2011).
Figura 1: Fluxo de laminação de chapas grossas Fonte: Gorni, 2019, p. 16
Com esquema de laminação da seguinte maneira (FIG. 2):
Figura 2: Esquema da laminação de chapas grossas Fonte: GORNI, 2019, p. 40.
Na Gerdau Açominas, empresa siderúrgica do Alto Paraopeba, a empresa possui linhas de chapas grossas, semelhantes ao do layout (FIG. 3 e 4):
Figura 3: Layout da linha de laminação Fonte: Fraga et al., 2017, p. 3.
Figura 4: Layout da linha de acabamento FONTE: Fraga et al., 2017, p. 4.
A figura 5, apresenta um exemplar idêntico ao usado na empresa:
Figura 5: Laminador de Chapa Grossa da Gerdau Fonte: FRAGA et al., 2006, p. 6.
Este laminador tem, aproximadamente 900 metros de comprimento e suas chapas têm as espessuras entre 6,0mm e 150mm e a largura entre 900mm e 3.700mm (FRAGA et al., 2017).
É composto por:
Um Forno de Reaquecimento de Placas de 220/265 t/h, um Laminador de Chapas Grossas do tipo 4Hi, um Sistema de Resfriamento Acelerado - Mulpic® e Desempenadeiras a Quente. A linha de acabamento é composta por uma Linha principal totalmente automatizada está equipada com Tesoura Lateral e Tesoura Divisora, Área de Inspeção e Desempenadeira a Frio, Ultra Som e Oxi Corte (FRAGA, et al., 2017, p. 3).
Esta nova linha de laminação se dá por duas fases em seu processo, onde a primeira tem início com a aptidão para produzir um volume aproximado de 1,2 milhões de toneladas/ano, alcançando 1,8 milhões de toneladas na segunda fase (GORNI, 2019).
A principal matéria prima utilizada na fabricação de chapas grossas são as placas de aço lingotadas (moldadas)na Aciaria, continuadamente. Suas dimensões deverão ter espessura entre 120 a 300mm, largura de 1.000 a 1.900mm, além de comprimento variando de 2.200 a 3.650 mm. Acentua-se que haverá um processo de lingotamento contínuo, com relaminação antes do processo de laminação de chapas grossas, quando as espessuras da placa de aço, forem abaixo de 200 mm (GORNI, 2019).
As laminações mais modernas utilizam ainda, laminadores quádruos reversíveis, em que haverá o uso de apenas um laminador para o processo de esboçar, alargar e dar acabamento. Com o objetivo de laminações controladas, é ainda possível fazer o passe de espera. Após o processo de laminação, as chapas serão modificadas em esboços, e passarão por uma pré-desempenadeira (FIG. 6) (entre a saída do laminador e a máquina de resfriamento acelerado) com a intenção de minimizar a planicidade que se deu com o processo de laminação (GERDAU, 2019).
Figura 6: Pré-desempenadeira - Resfriamento de chapas Fonte: FRAGA et al., 2017, p. 8
O procedimento de resfriar o esboço é composto por quatro bancos de resfriamento com capacidade de resfriar de forma acelerada (ACC) e têmpera direta (DQ). A água será o meio utilizado para resfriar, através de jatos que serão distribuídos ao longo da mesa. Salienta-se que, não serão todos os esboços que passarão por este processo de resfriamento, já que isto dependerá do produto almejado. Frequentemente, os produtos que são de alta resistência, passam por este mesmo procedimento (GERDAU, 2019)
A empresa ainda faz uso do processo de reaquecimento, onde, objetiva-se com o procedimento, durante aproximadamente 6 horas, a depender das dimensões da placa, como espessura, e de sua qualidade, aquecê-las de forma uniforme e econômica, com temperatura variando de 1150 a 1250ºC, a fim de que suas dimensões, formas e propriedades mecânicas, sejam mais precisas. Além disto, com relação aos aços microligados, é considerado um processo crítico na laminação controlada (GORNI, 2019).
Em seguida, as Tesouras Laterais e Divisoras (FIG. 7) cortarão os esboços, onde a tesoura lateral objetiva cortar as bordas e a divisora tem a funcionalidade de cortar o esboço (em chapas, de acordo com o pedido do cliente), descartar pontas, e fazer tiras de amostragem.
Figura 7: Tesoura Lateral e Tesoura Divisora Fonte: FRAGA et al., 2017, p. 11.
Após esta etapa, os esboços dividem-se em chapas, passando por uma inspeção e indo para estocagem, além de exportação dos produtos. Ressalta-se que, na fabricação de produtos planos de aço, além do aço-carbono são utilizados em certas aplicações, aços-liga de baixo teor em ligas.
3.2 Aços de Alta resistência e Baixa Liga (ARBL)
Com o crescimento mundial e a urgência em transportar fontes de petróleo e gás, mercado e indústria viram-se diante da real necessidade em aperfeiçoar seu serviço, reduzindo significativamente a relação de peso e consumo de combustível nos automóveis em geral, além de preocupação social e econômica, foi a partir daí que encontraram nos aços ARBL uma garantia maior na eficiência da entrega do produto (YU et al., 2011).
Os aços estruturais classificam-se em: aço-carbono, aço-liga, aço alta liga, aço de alta resistência (ARBL) (HSLA: High Strength Low Alloy), aço de ultra/alta resistência (UHSS: Ultra-High Strength Steels), aço avançado de alta resistência (AHSS: Advanced High Strength Steels) (NOGUEIRA, 2013).
De um modo geral, os ARBL são aços que resultam de um procedimento de manufatura, que inclui no curso da produção dos aços a aplicação de endurecimento por precipitação, refinamento do grão, e adição de microligantes que serão
combinados a uma escala de passes e temperatura diferenciados (NOGUEIRA, 2013).
Estes aços trouxeram diversos benefícios, como a baixa de custos, já que com a redução das espessuras dos tubos, diminuiu também o material utilizado, o transporte e a soldagem. Além do mais, os aços ARBL fizeram com que houvesse um aumento no volume de gás e petróleo (e seus derivados) transportados, visto que a pressão nos dutos ficou maior (HILLEBRAND et al., 2002).
Tornou-se essencial, portanto, que novos aços estruturais fossem utilizados e que contivessem boas características como: soldadibilidade, tenacidade, além de alta resistência mecânica, já que eles passariam a ser utilizados em setores navais, construções civis, dentre outros (CHEN et al., 1984).
A principal razão para que estes aços apresentem uma excelente combinação entre resistência e tenacidade advém do fato de que a baixa concentração de carbono pode reduzir senão eliminar a cementita interplacas da matriz da ferrita bainítica, o que pode adicionalmente melhorar a tenacidade (YANG et al., 1992 apud NOGUEIRA, 2013, p. 27).
Gorni (2008), ressalta, porém, que estes aços possuem, mesmo com tantas qualidades, uma desvantagem significativa, visto que, eles têm uma pequena perda de estampabilidade3.
3.3 Aços ASTM-A36, ASTM-A572 e TS600
Com a variada categoria de aços, alguns sistemas de padronização foram criados para que estes fossem devidamente classificados. As propriedades comumente utilizadas para classificá-los são: método de fabricação, processos de acabamento
3 É a capacidade que a chapa metálica tem de adquirir à forma de uma matriz, pelo processo de estampagem sem se romper ou apresentar qualquer outro tipo de defeito de superfície ou de forma (CIMM, 2019).
(laminação – a quente ou a fria), condição de laminação (laminação convencional, laminação termomecânica, etc), forma final do produto acabado, desoxidação, microestrutura, resistência, tratamento térmico, qualidade.
Outra forma de classificar os aços é através de sua composição química. Desta forma, tem-se que estes são compostos basicamente de ferro, carbono (0,003<C, <2,0 %-p), manganês (>0,10 %-p), além de elementos residuais e elementos de liga.
ASTM ASTM-A36 e ASTM-A572 são normas específicas que estabelecem as condições químicas e mecânicas que são a base para os projetos de fabricação dos aços.
Outro importante aço é o TS600, da marca Gerdau, com alta resistência, soldável e de grão fino laminado termomecânicamente. Este aço é destinado principalmente a linha amarela, sendo utilizado principalmente na fabricação de tratores e equipamentos para construção civil e movimentação agrícola, no manuseio de terras (JÚNIOR, 2018).
3.3.1 Propriedades mecânicas
Além de suas composições químicas, compreender as propriedades mecânicas dos materiais é indispensável tanto para a empresa, quanto para os engenheiros e ao atendimento das especificações. Ao estudá-las, evita-se que existam falhas nos componentes e desperdício de materiais (HIBBELER, 2004).
As propriedades mecânicas são determinadas através de ensaios mecânicos. O ideal seria que estes ensaios fossem realizados nas próprias peças, mas por razões técnicas e econômicas, utiliza-se amostras que representem este material (HIBBELER, 2004).
Dentre as principais propriedades mecânicas encontram-se: resistência mecânica, elasticidade, ductilidade e tenacidade. Além disso, as propriedades são afetadas por dois fatores: composição química e microestrutura.
3.4 Elementos microligantes
Elementos microligantes são considerados elementos químicos que objetivam formar ligas metálicas, por isso são adicionados à uma matriz. Utiliza-se os metais, em geral, como ligas, em que dois ou mais materiais são misturados (desde que um desses seja um metal). Salienta-se, que estas ligas conservam as propriedades metálicas (ELGERT, et al., 2017).
Ao adicionar alguns dos elementos abaixo, objetiva-se mudar a microestrutura do material, que refletirá nas principais propriedades destes materiais, fazendo com que consigam desempenhar funções mais específicas. Dentre as propriedades estão as físicas, mecânicas e macroscópicas (BOTELHO, 2011).
Os principais elementos de liga são (TAB. 2):
Tabela 2: Principais elementos de liga e suas características
	AÇO
	CARACTERÍSTICA
	
Carbono (C)
	O aumento de teor de carbono constitui de uma forma mais econômica para obter resistência mecânica no aço. Poroutro lado, o carbono
prejudica a ductilidade e a tenacidade.
	
Manganês (Mn)
	É usado praticamente em todo aço comercial. O aumento do seu teor é também uma maneira de
melhorar sua resistência mecânica.
	
Silício (Si)
	É usado como desoxidante do aço. Favorece a resistência mecânica e a resistência à corrosão,
porém reduz a sua soldabilidade.
	
Enxofre (S)
	É extremamente prejudicial ao aço. Prejudica e desfavorece a ductilidade, reduz a soldabilidade
e diminui a tenacidade.
	
Fósforo (P)
	Aumenta o seu limite de resistência, favorece a corrosão e a dureza, prejudica a ductilidade e sua soldabilidade. Quando ultrapassado certos
valores o fósforo torna o aço quebradiço.
	Cobre (Cu)
	Aumenta a resistência atmosférica dos aços.
	Níquel (Ni)
	Aumenta a resistência mecânica, a tenacidade e
a resistência à corrosão, porém reduz a sua soldabilidade.
	
Cromo (Cr)
	Aumenta a resistência à corrosão atmosférica e à abrasão, e melhora o desempenho do aço a temperaturas elevadas, mas reduz a
soldabilidade.
	
Nióbio (Nb)
	Aumenta a resistência mecânica e a soldabilidade, e teores baixíssimos deste elemento permitem o aumento do limite de
escoamento e a resistência.
	Vanádio (V)
	Aumenta a resistência mecânica, altamente
solúvel, ajuda de forma significativa o endurecimento por precipitação.
	
Titânio (Ti)
	Aumenta o limite de resistência, abrasão e melhora o seu desempenho em temperaturas elevadas.
Fonte: elaborado pelo autor, baseado em BOTELHO, 2011
Ressalta-se que ao adicionar um ou mais elementos de liga, o resultado do efeito pode ser diferente quando for adicionado um único elemento ou vários, como será apresentado mais adiante (BOTELHO, 2011).
No geral, a presença de determinados elementos químicos no aço contribui para obtenção de um grão ferrítico pequeno e um aumento na resistência mecânica do material. Os elementos microligantes formam precipitados capazes de impedir o
aumento do tamanho de grão, alterando as propriedades mecânicas do aço (HONEYCOMBE, 1982).
Os principais mecanismos de endurecimento atrelados a este tipo de material são os por refino de grão, precipitação e encruamento. Todos esses mecanismos contribuem para o refino da estrutura e aumento da tenacidade à fratura e das propriedades mecânicas básicas do aço (HONEYCOMBE, 1982).
Como visto acima, cada elemento de liga, possui uma característica diferente na matriz do aço, o que atribui diversos efeitos devido a estas adições. Alguns expandem o campo da austenita, outros facilitam a formação da ferrita, a depender da quantidade de elementos adicionados na liga. Em pequenas quantidades estes elementos se dissolvem completamente na ferrita, porém em altas concentrações, formam carbonetos, nitretos e carbonitretos capazes de aumentar as propriedades mecânicas do material (BOTELHO, 2011).
Elementos como o manganês, o cromo, o titânio e o nióbio, se precipitam como carbonetos na matriz da microestrutura dos grãos que estiverem em formação. O teor excedente destes elementos, que não consegue migrar da fase austenítica para a formação de carbonetos, tende a ficar na fase ferrítica em solução sólida junto com outros elementos como, por exemplo o níquel, o fósforo, o silício e o cobre. (SOLDATTI, 2015).
Nióbio, titânio e vanádio são elementos formadores de carbonetos, nitretos e carbonitretos mesmo quando adicionados em pequenas proporções. Estes elementos formam precipitados ao serem ligados a átomos de carbono e nitrogênio em solução, servindo como barreiras ao crescimento dos grãos. Quando se precipitam na austenita com teores abaixo de 0,15% em peso, refinam o grão ferrítico promovendo o aumento da dureza da ferrita ao final do processamento termomecânico (SILVA, 2009).
Ressalta-se que, dentre as várias características dos microligantes nióbio e titânio, a que mais se destaca é a capacidade que estes elementos têm de gerar forças que servem como barreiras ao movimento das discordâncias e demais descontinuidades
cristalinas, impedindo que os fenômenos de recristalização e crescimento de grão austenítico ocorram (MIRANDA, 2010).
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Materiais Utilizados
O estudo visou, através de experiências de laminação em planta industrial, inspeções e testes diversos, a avaliação dos materiais produzidos e o estabelecimento de correlações entre suas características físicas e mecânicas e as condições de processamento. Para as experiências com os três aços, foram produzidas chapas de 6,00 a 25,00 mm de espessura em quantidades suficientes para determinação das melhores condições para a estabilização de processo.
O steel design do produto (definição das composições químicas das ligas, processos de fabricação, critérios de inspeção, de aprovação, etc.), que irão conferir à chapa grossa as características desejadas, foi elaborado a partir de informações obtidas em visitas a clientes de diversos segmentos do mercado, tais como distribuição, máquinas, equipamentos, estruturas, etc, onde através da observação dos processos de fabricação utilizados pelos clientes, dos controles empregados, das observações sobre desempenho de produtos de empresas concorrentes e outros comentários, foi possível identificar as características chave para o sucesso nas aplicações consideradas (mapeamento do valor percebido).
4.2 Planejamento e Execução dos Testes e Análises
O equipamento utilizado para a conformação mecânica dos aços foi um laminador quádruo reversível. A partir de tal processamento, é possível obter chapas com espessuras de 6,0 mm até 150 mm. As chapas deste trabalho foram provenientes deste processamento.
O laminador quádruo reversível é um equipamento capaz de executar dois tipos de laminação: laminação convencional e laminação controlada. Os dois tipos de laminação contribuíram ao trabalho em estudo da seguinte forma:
· Laminação convencional realizada no aço ASTM-A36, através da aplicação de sucessivos passes de deformação plástica, sem rigor quanto ao controle das temperaturas ao longo do processo, pois sua influência nas propriedades mecânicas é pouco significativa. Por outro lado, se deve respeitar certos limites de temperatura em função das limitações do equipamento e planicidade do esboço formado.
· Laminação controlada será aplicada ao aço ASTM-A572 por ser um produto que requer a adição de elementos de liga em sua composição. O material passará por vários passes de redução respeitando-se rigorosamente determinados patamares de temperatura que serão decisivos para obtenção de propriedades mecânicas do aço. Neste processo, os passes de acabamento serão realizados após um “tempo de espera”, onde a laminação só será reiniciada após resfriamento do esboço ao ar livre até atingir a temperatura especificada. Nesta temperatura, a laminação será reiniciada e reduções de espessura serão realizadas até 25,00 mm de espessura e temperatura final especificada, que normalmente varia de 750 a 850°C.
· Laminação controlada foi aplicada para melhorar também os resultados de absorção de energia no ensaio de impacto Charpy.
A partir da produção dos esboços, uma amostra de cada chapa será cortada em sua extremidade na região de topo, conforme estabelece a regra de amostragem. Esta região corresponde ao topo da laminação da chapa. As dimensões das amostras serão: 700 mm de largura por 300 mm de comprimento conforme ilustrado na figura 8:
Figura 8: Regra de amostragem da linha de laminação de chapas grossas Fonte: Acervo interno
4.3 Análise Metalográfica do Material
As características microestruturais dos aços estudados foi realizada em um Laboratório Físico-Químico através de análises Metalográfica em corpos de prova preparados nas direções transversal e longitudinal em relação à direção de laminação. Foram utilizados os seguintes equipamentos: microscópio ótico OLYMPUS modelo BK60m equipado com analisador de imagens e uma máquina de lixamento e polimento para preparação das amostras (FIG. 9 e 10).
Estas considerações permitiram, medir o tamanho de grão ferrítico das amostras e identificar os constituintes microestruturaispresentes no aço.
Figura 9: Microscópio ótico OLYMPUS/Modelo BK60m Fonte: Acervo interno
Figura 10: Máquina de lixamento e polimento semiautomático Fonte: Acervo interno
4.4 Ensaios Mecânicos
4.4.1 Ensaios de tração
A resistência mecânica dos aços foi determinada pela realização de ensaios de tração em corpos de prova usinados nas direções transversal e longitudinal em relação à direção de laminação. Os testes foram realizados numa máquina de tração de marca
SHIMADZU modelo UH-F600KNI com capacidade de 300KN. Os corpos-de-prova (CP) utilizados foram retirados da posição correspondente ao topo do esboço na posição da borda, conforme requerimento da norma ASTM-A36 (2014). A tensão de limite de escoamento foi determinada com uso de um extensômetro automático, como sendo aquela correspondente à tensão obtida para 0,5% de deformação. Os resultados de limite de escoamento (LE), limite de resistência (LR), alongamento (ALO) e razão elástica (LE/LR) serão obtidos pelos valores encontrados em cada CP ensaiado. A figura 11 representa a máquina de tração que foi utilizada para a realização dos ensaios.
Figura 11: Máquina de Tração SHIMADZU/Modelo UH-F600KNI Fonte: Acervo interno
4.4.2 Ensaios de impacto Charpy
Os testes de impacto Charpy, realizados na direção transversal e longitudinal à direção de laminação das chapas grossas, foram realizados com a utilização de CPs retirados na posição correspondente a ¼ da espessura das amostras. As condições de preparação dos CPs e de execução dos testes cumpriram com os requerimentos dados na especificação da norma ASTM-A370 (2014). Os testes foram realizados nas temperaturas de 20°C e 0°C, em uma máquina ZWICK modelo RPK750 com
capacidade máxima de 750J (FIG. 12). Os valores de energia absorvida serão apresentados individualmente para cada conjunto de CPs.
Figura 12: Máquina ZWICK/ Modelo RPK750 Fonte: Acervo interno
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados das análises das propriedades mecânicas dos aços ASTM-A36, ASTM-A572 e TS600 serão discutidos simultaneamente com a apresentação dos resultados.
5.1 Composição química dos aços ASTM-A36, ASTM-A572 e TS600
Aços ASTM A36 possuem como especificação química de norma elementos como carbono, manganês, silício, fósforo, enxofre, (TAB. 3).
Tabela 3: Composição química especificada para o aço ASTM-A36
	Composição Química de Norma (%)
	C max
	0,25
	Mn
	0,80 a 1,20
	Si max
	0,40
	P max
	0,030
	S max
	0,030
Fonte: elaborado pelo autor com base na norma ASTM-A36 2014
A tabela 4 contém a composição química obtida das chapas de ASTM-A36 deste estudo:
Tabela 4: Composição química obtida para o ASTM-A36
	Faixa de espessura
(mm)
	
C
	
Mn
	
Si
	
P
	
S
	6,00 a
25,00mm
	0,15
	0,80
	0,19
	0,019
	0,005
Fonte: elaborado pelo autor
No processo de fabricação do aço líquido empregou-se a desgaseificação a vácuo e o lingotamento contínuo com aplicação do soft reduction, como forma de maximizar o nível de sanidade interna. As placas foram produzidas nas espessuras de 220 mm e
com larguras e comprimentos definidos em função das dimensões das chapas para as quais foram laminadas.
Para o aço ASTM-A572, um aço ARBL, a composição química de norma está mostrada abaixo (TAB. 5):
Tabela 5: Composição química especificada para o aço ASTM-A572-50
	Composição Química de Norma (%)
	C max
	0,23
	Mn
	0,80 a 1,35
	Si max
	0,40
	P max
	0,030
	S max
	0,030
	Al
	0,020 a 0,030
	Nb
	0,010 a 0,015
	Ti
	0,008 a 0,014
Fonte: elaborado pelo autor
A tabela 6 contém a composição química obtida das chapas de ASTM-A572 deste estudo:
Tabela 6: Composição química obtida para o ASTM-A572
	Faixa de
espessura (mm)
	
C
	
Mn
	
Si
	
P
	
S
	
Alt
	
Nb
	
Ti
	6,00 a
25,00mm
	0,12
	1,15
	0,23
	0,010
	0,007
	0,029
	0,010
	0,009
Fonte: elaborado pelo autor
Fazem parte da composição química dos aços TS600 os elementos constantes na Tabela 7:
Tabela 7: Composição química especificada para o aço TS600
	Composição Química de Norma (%)
	C max
	0,18
	Mn max
	1,60
	Si max
	0,55
	P max
	0,025
	S max
	0,020
	Ni max
	0,05
	Cr max
	0,05
	Mo max
	0,010
	Cu max
	0,05
	Nb + v + t
	0,050
	Ceq = C + Mn/6 max
	0,45
Fonte: elaborado pelo autor
A composição química avaliada para o aço TS600, obtidos durante o processo de fabricação na aciaria constam na tabela 8:
Tabela 8: Composição química obtida para o aço TS600
	Espessura
	C
	Mn
	Si
	P
	S
	Ni
	Cr
	Mo
	Cu
	Nb+ V+Ti
	CEQ
	
	6,00 a
25,00mm
	0,16
	1,48
	0,25
	0,021
	0,005
	0,032
	0,01
	0,02
	0,01
	0,025
	0,41
	
Fonte: elaborado pelo autor
5.2 Propriedades mecânicas do ASTM-A36, ASTM-A572 e TS600
Como era de se esperar as propriedades mecânicas (LE e LR) caíram à medida que a espessura do produto final foi aumentando. De fato, esse fenômeno ocorre em função do nível de encruamento em que o material foi submetido, ou seja, considerando que todos os produtos possuem a mesmas composição química e demais condições de processo mantidas constantes, o fator determinante no acréscimo ou redução dessas propriedades mecânicas será o grau de encruamento, ou seja, quanto maior a redução a que o material for submetido (menor espessura final) maior os valores de LE e LR.
Aços ASTM-A36 apresentam propriedades mecânicas conforme apresentado na tabela 9, sendo considerado:
N: Número de corpos de provas LE: Tensão limite de escoamento LR: Tensão limite de resistência
Tabela 9: Propriedades mecânicas - Aço ASTM-A36 – Resultado do Ensaio
	Espessura mm
	6 a 25
	Espec. ASTM-A36
	N
	56
	
	
LE MPa
	MAX
	382
	
min. 250 Mpa
	
	MED
	315
	
	
	MIN
	284
	
	
	DESV PAD
	26
	
	
LR MPa
	MAX
	494
	
400 - 550 Mpa
	
	MED
	460
	
	
	MIN
	433
	
	
	DESV PAD
	14
	
 (
Propriedades
 
Mecânicas
 
ASTM-
A36
600
500
400
300
200
100
0
0
5
10
15
Espessura
 
MM
20
25
30
LE
LR
Linear
 
(LE)
Linear
 
(LR)
) (
MPa
)Fonte: elaborado pelo autor
Figura 13: Propriedades mecânicas obtidas para o aço ASTM-A36 Fonte: elaborado pelo autor
Aços ASTM-A572 apresentam propriedades mecânicas conforme apresentado na Tabela 10, sendo considerado:
N: Número de corpos de provas LE: Tensão limite de escoamento LR: Tensão limite de resistência
Tabela 10: Propriedades mecânicas - Aço ASTM-A572 – Resultado do Ensaio
	Espessura mm
	6 a 25
	Espec. ASTM-A572
	N
	68
	
	
LE Mpa
	MAX
	468
	
min. 345 Mpa
	
	MED
	412
	
	
	MIN
	375
	
	
	DESV PAD
	21
	
	
LR Mpa
	MAX
	567
	
min. 450 Mpa
	
	MED
	532
	
	
	MIN
	481
	
	
	DESV PAD
	19
	
 (
Propriedades
 
Mecânicas
 
ASTM-
A572
600
500
400
300
200
100
0
0
5
10
15
ESPESSURA
 
MM
20
25
30
LE
LR
Linear
 
(LE)
Linear
 
(LR)
) (
MPa
)Fonte: elaborado pelo autor
Figura 14: Propriedades mecânicas obtidas para o aço ASTM-A572 Fonte; elaborado pelo autor
Aços TS600 apresentam propriedades mecânicas conforme apresentado na Tabela 11, sendo considerado:
N: Número de corpos de provas LE: Tensão limite de escoamento LR: Tensão limite de resistência
Tabela 11: Propriedades mecânicas - Aço TS600 – Resultado do Ensaio
	Espessura mm
	6 a 25
	Espec. TS600
	N
	62
	
	
LE MPa
	MAX
	583
	
min. 460 Mpa
	
	MED
	527
	
	
	MIN
	458
	
	
	DESV PAD
	27
	
	
LR MPa
	MAX
	720
	
600 - 720 Mpa
	
	MED
	656
	
	
	MIN
	600
	
	
	DESV PAD
	26
	
 (
Propriedades
 
Mecânicas
 
TS600
800
700
600
500
400
300
200
100
0
0,00
5,00
10,00
15,00
ESPESSURA
 
MM
20,00
25,00
30,00
LE
LR
Linear
 
(LE)
Linear
 
(LR)
) (
MPa
)Fonte: elaborado pelo autor
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Figura 15: Propriedades mecânicas obtidas para o aço TS600 Fonte: elaborado pelo autor
5.3 Análise microestrutural e comparações entre as propriedades mecânicas químicas de um aço-carbono e um aço microligado
Ressalta-se que a composição química poderá atuar nos mecanismos de endurecimento, assim como na microestrutura dos aços. Embora os aços estudados sejam todos constituídos de ferrita + perlita, os teores desses constituintes podem variar entre eles.
As figuras 16 (a, b e C) mostram uma microestruturatípica de amostra de ASTM-A36 em diferentes posições da espessura em uma amostra de 6,00 mm de espessura.
A estrutura do material apresenta-se homogênea nas regiões (a, b e c) e são constituídas por grãos de Ferrita Equiaxial + Perlita.
a) Superfície do aço;
b) ¼ de espessura do aço
c) Centro do aço.
a) b) 
c) 
Figura 16: Análise microestrutural do aço ASTM-A36 Fonte: acervo próprio
Ataque químico utilizando ácido: Nital a 3% e o aumento de 200x nas figuras acima.
Tabela 12: Análise do tamanho de grão para o aço ASTM-A36
	AÇO
	Amostra
	Posição
	TAMANHO DE GRÃO
	
	
	
	TGF (µm)
	TGF (ASTM)
	ASTM-A36
	Amostra a
	L
	16,31
	9
	
	Amostra b
	L
	18,94
	8,5
	
	Amostra c
	L
	14,28
	9,5
	
	Média
	L
	16,51
	9
Fonte: elaborado pelo autor
As figuras 17 (a, b e c) mostram uma microestrutura típica de amostra de ASTM-A572 em diferentes posições da espessura em uma amostra de 6,00 mm de espessura. A estruturado material apresenta-se heterogênea nas regiões (a, b e c) e são constituídas por grãos refinados e grosseiros de Ferrita + Perlita.
a) Superfície do aço;
b) ¼ de espessura do aço
c) Centro do aço.
a) b) 
c) 
Figura 17: Análise Metalográfica dos aços ASTM-A572 Fonte: acervo próprio
Ataque químico utilizando ácido: Nital a 3% e o aumento de 100x nas figuras acima.
Tabela 13: Análise do tamanho de grão para o aço ASTM-A572
	AÇO
	Amostra
	Posição
	TAMANHO DE GRÃO
	
	
	
	TGF
(µm)
	TGF (ASTM)
	ASTM- A572
	Amostra a
	L
	5,96
	12
	
	Amostra b
	L
	5,21
	12
	
	Amostra c
	L
	5,64
	12
	
	Média
	L
	5,6
	12
Fonte: Elaborado pelo autor
As figuras 18 (a, b e C) mostram uma microestrutura típica de amostra de TS600 em diferentes posições da espessura em uma amostra de 6,00 mm de espessura.
A estruturado material apresenta-se heterogênea nas regiões (a, b e c) e são constituídas por grãos acicular de Ferrita + Perlita.
a) Superfície do aço;
b) ¼ de espessura do aço
c) Centro do aço.
a) b) 
.c) 
Figura 18: Análise Metalográfica dos aços TS600 Fonte: acervo próprio
Tabela 14: Analise do tamanho de grão para o aço TS600
	AÇO
	Amostra
	Posição
	TAMANHO DE GRÃO
	
	
	
	TGF (µm)
	TGF (ASTM)
	TS600
	Amostra a
	L
	5,7
	12,5
	
	Amostra b
	L
	5,5
	13
	
	Amostra c
	L
	5,8
	12
	
	Média
	L
	5,66
	12,5
Fonte: elaborado pelo autor
5.4 Análise do processo de laminação dos aços ASTM-A36, ASTM-A572 e TS600
As temperaturas utilizadas no processo de laminação para cada aço deste estudo foram baseadas nas temperaturas críticas (Gorni 1998). Desta forma, as placas foram reaquecidas sob temperatura suficiente para solubilizar o Nb, exceto para o A36, que não possui elementos de liga, de acordo com o valor previsto pela equação de Irvine (IRVINE KJ, Pickering FB, Gladman T, 1967 205:161-182)
A laminação foi efetuada com um período de espera entre as fases de esboçamento e acabamento, exceto no caso do ASTM-A36, para se poder cumprir adequadamente a temperatura de acabamento, ainda dentro do campo austenítico da liga, de acordo com o valor de Ar3 calculado pela equação de Ouchi (OUCHI C, Sampey T, Kosazu I et al.,1982, 22).
Tabela 15: Temperaturas do processo de Laminação
	Aço
	Tsol. Irvine (°C)
	Tnr Boratto (°C)
	TAr3 Ouchi (°C)
	A36
	728
	889
	798
	A572GR501
	728
	899
	799
	TS600
	743
	929
	759
Fonte: elaborado pelo autor
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com amostras analisadas dos aços-carbono e aços microligados ao nióbio, titânio e nióbio, titânio e vanádio, foi possível concluir que:
1) A composição química influencia diretamente no tamanho dos grãos após o processamento dos materiais, através do efeito dos elementos de liga utilizados.
2) A análise das imagens mostrou que os aços possuem uma microestrutura constituída por ferrita e perlita em sua matriz.
3) A diferença no tamanho de grão na comparação do aço microligado com o aço- carbono foi da ordem de 65%. Um valor expressivo o que confirma a importância dos mecanismos de endurecimento e a composição química na promoção de refino de grão.
4) Na análise dos resultados dos ensaios de tração, constatamos que para os aços microligados, obtivemos valores superiores em relação ao aço-carbono.
5) Percebemos que com o aumento da redução da espessura das amostras desse estudo, as propriedades mecânicas aumentam.
6) A influência da adição dos elementos microligantes obteve efeito notável em sua microestrutura atuando como estabilizador da ferrita modifica a estrutura e melhora a cinética durante o processamento termomecânico de um aço baixo carbono
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOTELHO, Vitor. 2011. Influência dos elementos de liga nas propriedades do aço. Disponível em: <https://literaturamecanica.wordpress.com/2011/06/14/influencia-dos- elementos-de-liga-nas-propriedades-do-aco/>. Acesso em: 15 mar. 2019.
CHEN, J. H. et al. Micro-fracture behaviour induced by M_A constituent (Island Martensite) in simulated welding heat affected zone of HT80 high strength low alloyed steel. Acta Metallurgica, v. 32, n. 10, p. 1779-1788, 1984. Disponível em:
<https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0001616084902347>. Acesso em: 14 fev. 2019.
CIMM. 2018. A estampabilidade dos Materiais Metálicos. Disponível em:
<https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6487-a-estampabilidade-dos- materiais-metalicos#.XJN3hyJKjIU>. Acesso em: 07 fev. 2019.
CIMM.	2018.	Definição	–	O	que	é	Carepa.	Disponível	em:
<https://www.cimm.com.br/portal/verbetes/exibir/438-carepa>. Acesso em: 07 fev. 2019.
ELGERT, Carolina Conter. et al. Influência da presença de elementos microligantes e do processo de laminação termomecânica nas propriedades mecânicas obtidas em uma barra de aço especial, p. 368-377. In: 54º Seminário de Laminação e Conformação, São Paulo, 2017.
FRAGA, Rafael Abreu. et al. 2017. Laminação de chapas grossas da Gerdau. Disponível	em:
<https://www.researchgate.net/publication/320122754_LAMINACAO_DE_CHAPAS_ GROSSAS_DA_GERDAU>. Acesso em: 14. Fev. 2019.
Gerdau.	2019.	Catálogo	de	aços	planos.	Disponível	em:
<http://www.acobril.com.br/wp-content/uploads/2014/01/catalogo-acos-planos- gerdau.pdf>. Acesso em: 13. Fev. 2019.
GORNI, Antônio Augusto. 2018. Curso de fabricação e aplicação de produtos planos de aço – Laminação de chapas grossas. Disponível em:
<http://www.gorni.eng.br>. Acesso em: 20 fev. 2019.
HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. Tradução: Joaquim Pinheiro Nunes. Revisão técnica: Wilson Carlos da Silva. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.
HILLENBRAND, H. G.; HECKMANN, C. J.; NIEDERHOFF, K. A. X80 line pipe for
large-diameter high strength pipelines. APIA 2002 Annual Conference, out. 2002, 15 p. EP_TP47_02.
HONEYCOMBE, R.W.K. Steels, Microstructure and Properties, ASM International USA, 1982. Disponível em: <https://www.abebooks.co.uk/book- search/title/steelsmicrostructure-properties/author/r-w-k-honeycombe/>. Acessado em 23 mar. 2018.
INFOMET. 2019. Aços & Ligas | Aços e Ferros Fundidos | Aços para Produtos Planos. Disponível em: <https://www.infomet.com.br/site/acos-e-ligas-conteudo- ler.php?codConteudo=24>. Acesso em: 05 fev. 2019.
INFOMET. 2019. Aços Microligados - ARBL - de Alta Resistência e Baixa Liga. Disponível	em:	<https://www.infomet.com.br/site/acos-e-ligas-conteudo- ler.php?codConteudo=199>. Acesso em: 07 fev. 2019.
JÚNIOR, Romeu Thomaz Viana. et al. INFTEC LCG 2018/026: Desenvolvimento de Chapas Grossas na Qualidade TS600. Dezembro. 2018. 39 slides. Pesquisa & Desenvolvimento & Qualidade de Chapas Grossas. Gerdau.
MIRANDA, L. S. Estudo da influência de variáveis de laminação em uma linha de tiras quente convencional nas propriedades mecânicas de um aço alto nióbio da classe API 5L X70, 2010. 91 f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia da UFMG, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/BUOS- 96WJ5L?show=full>. Acesso em: 21 mar. 2019.
NOBERTO,	Carlos.	et	al.	INFTEC	011/2016:
Avaliação Exploratória do Efeito das Características da Linha de Laminação sobre o Produto Chapas Grossas - Edição 2.Outubro. 2016. 35 slides. Pesquisa & Desenvolvimento de Aços Planos. Gerdau.
NOBERTO,	Carlos.	et	al.	INFTEC	019/2016:
Desenvolvimento de Chapas Grossas da Classe 50K ASTM A572 – 50. Novembro. 2016. 44 slides. Pesquisa & Desenvolvimento de Aços Planos. Gerdau.
NOGUEIRA, Rosiane de Castro. 2013. Caracterização mecânica e análise microestrutural com a utilização da técnica de tríplice ataque do aço multifásico AISI 4350. 136p. Tese (Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá) – Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá, São Paulo, 2013. Disponível em:
<https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/103722/000732465.pdf?sequen ce=1>. Acesso em: 14 fev. 2019.
SHEID, Adriano. Curso básico de aços. Disponível em:
<http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM343/A%C7OS.pdf>. Acesso em: 07. Fev. 2019.
SIGMA.	2011.	Acabamentos	de	superfícies	em	chapas.	Disponível	em:
<http://www.sigmadobrasil.com.br/noticia-acabamentos-de-superficies-em- chapas.php>. Acesso em 07 de fev. 2019.
SILVA, André Luiz da Costa e; MEI, Paulo Roberto. Aços e ligas especiais. 2 ed. Sumaré, São Paulo: Eletrometal S.A Metais Especiais, 1988.
SOLDATTI, H.B. 2015. Influência da adição do nióbio no comportamento mecânico	e	microestrutural	do	aço	SAE	6150.	Disponível	em:
<https://repositorio.unesp.br/handle/11449/127848>. Acesso em 17 mar .2018.
YU, W.; QIAN, Y.; WU, H.; YANG, Y. Effect of Heat Treatment Process on Properties of 1000 MPa Ultra-High Strength Steel. Journal of Iron and Steel Research, International, Beijing, v.18, n.2, p.64-69, 2011.
IRVINE KJ, Pickering FB, Gladman T. Grain-Refined C-Mn Steels. Journal of the Iron and Steel Institute, 1967, 205:161-182.
OUCHI C, Sampey T, Kosazu I. The Effect of Hot Rolling Condition and Chemical Composition on the Onset Temperature of Gamma-Alpha Transformation After Hot Rolling. Transactions of the ISIJ. 1982;22(3):214-222.
GORNI, A.A. & CAVALCANTI, C.G. Modelamento Matemático das Temperaturas Críticas da Laminação Controlada através de Equações Empíricas e Redes Neurais. LIII Congresso da Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, Belo Horizonte MG, 13 a 17 de Setembro de 1998.
image2.jpeg
image3.jpeg
image4.jpeg
image5.jpeg
image6.jpeg
image7.jpeg
image8.jpeg
image9.png
image10.jpeg
image11.jpeg
image12.jpeg
image13.jpeg
image14.png
image15.png
image16.png
image17.png
image18.png
image19.png
image20.png
image21.png
image22.png
image23.png
image24.png
image25.png
image26.png
image27.png
image28.png
image29.png
image30.png
image31.png
image32.png
image33.png
image34.png
image35.png
image36.png
image37.png
image38.png
image39.png
image40.png
image41.png
image42.png
image43.png
image44.png
image45.png
image46.png
image47.png
image48.png
image49.png
image50.png
image51.png
image52.png
image53.png
image1.jpeg
image54.png
image55.png
image56.png
image57.jpeg
image58.jpeg
image59.jpeg
image60.jpeg
image61.jpeg
image62.jpeg
image63.jpeg
image64.jpeg
image65.jpeg

Mais conteúdos dessa disciplina