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ELE NASCEU, E AGORA? 1- Definir puerpério e suas fases: Segundo o Williams e o artigo “Assistência ao puerpério – Rotinas assistenciais da maternidade escola da UFRJ” Segundo Williams, obstetrícia, o tempo de puerpério é o intervalo após o nascimento durante o qual as alterações fisiológicas e anatômicas maternas retornam ao seu estado original. A duração desse período é variável, durando cerca de 4 a 6 semanas. FASE 1 – De 1 a 10 dias é o puerpério imediato FASE 2 – De 10 a 45 dias é o puerpério tardio FASE 3 – De 45 dias pra frente... É puerpério remoto O puerpério inclui alterações consideráveis, sendo algumas muito preocupante para a mulher que se tornou mãe. · Canal de parto: O retorno dos tecidos inicia-se logo após o parto, a vagina e suas porções diminuem gradativamente de tamanho. O parto vaginal predispõe à incontinência urinária e ao prolapso dos órgãos pélvicos. · Útero: Após o parto o calibre dos vasos da pelve retorna as dimensões aproximadas as dimensões que tinham antes. Durante o trabalho de parto o orifício externo pode ser lacerado, o orifício externo não adquire inteiramente seu aspecto pré-concepcional. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: TEMPERATURA – Apojadura (endurecimento do peito) 3 e 5 dias após o parto, elevando o número de bactérias e aumentando a temperatura da mulher. DOR ABDOMINAL – Tipo cólica durante a primeria semana com os estímulos da mamada do bebê, por causa da ocitocina liberada pela hipófise. LÓQUIOS – Secreção vaginal pós-parto, composta por sangue, bactérias, fragmentos deciduais, apresenta odor forte com volume e aspecto influenciados por gradual redução do conteúdo hemático. APARELHO URINÁRIO – Edema e lesões traumáticas do trígono vesical e uretra, podendo causar retenção urinária. APARELHO DIGESTIVO - comum o retardo na primeira evacuação, pelo relaxamento da musculatura abdominal e perineal, assim como pelo desconforto em caso de episiorrafia e hemorróidas. Alterações psíquicas: breves crises de choro por instabilidade emocional, com marcantes mudanças de humor (disforia pós-parto ou blues puerperal) incidem em mais de 50% das pacientes nas duas primeiras semanas do puerpério. Mamas: o colostro já pode estar presente desde a 2ª metade da gravidez, ou no mais tardar, surge nos primeiros dias pós-parto. Apojadura com ingurgitamento mamário por volta do 3º dia pós-parto. RELAÇÃO SEXUAL PÓS-PARTO: Após duas semanas as relações sexuais podem ser retomadas normalmente, Barret e colaboradores 2000 relataram que quase 90% das 484 mulheres primíparas reiniciaram suas atividades sexuais até o sexto mês, 65% delas relataram problemas e apenas 15% conversaram com um profissional médico sobre o assunto. As relações sexuais precoces podem oferecer desconforto principalmente em casos de realização de episiotomia. No pós-parto há ainda HIPOESTROGENEMIA que dificulta a lubrificação vaginal e permanece até a volta da ovulação. Principalmente em mulheres que amamentam é algo complicado, pois o quadro de hipoestrogenemia persiste por muitos meses. Pode se aplicar estrogênio em formato de creme diariamente 2- Apresentar o funcionamento da visita domiciliar pela ESF durante o puerpério Segundo o Governo Federal, recomenda-se uma visita domiciliar após 1 semana da alta do bebê, caso o RN seja classificado com algum risco de saúde essa visita poderá acontecer nos primeiros 3 dias após a alta. O retorno da mãe com o bebê ao serviço de saúde vai de 7 a 10 dias após o parto, sendo essa incentivada através da visita domiciliar e durante o pré-natal. Os objetivos são: • Avaliar o estado de saúde da mulher e do recém-nascido. • Orientar e apoiar a família para a amamentação. • Orientar os cuidados básicos com o recém-nascido. • Avaliar a interação da mãe com o recém-nascido. • Identificar situações de risco ou intercorrências e conduzi-las. • Orientar o planejamento familiar. · Agente comunitário de saúde devera checar durante a visita: Atualizar o cadastro familiar, observar o estado geral da mãe, checar a caderneta do pré-natal da mãe · Verificar na carteirinha do bebê informações sobre o nascimento · Até completar 28 dias de vida a criança é chamada de recém-nascida Normalmente nascem com peso entre 2,5kg a 4kg e entre 47cm e 54cm de comprimento É normal a perda de peso do bebê nos primeiros dias de vida. Ele deve recuperar o peso do nascimento até o 10º dia de vida · Orientar sobre cuidados de higiene Banho diário, nos horários mais quentes do dia Água morna, limpa e sabonete neutro Secar bem, principalmente regiões de dobras Não usar perfumes, óleos industriais ou talcos. · Cortar as unhas do bebê para evitar arranhões Realizar troca de fraldas freqüentes A cada troca de fralda limpar com água morna e limpa Se assaduras que não melhoram, procurar UBS · Avaliar início da vacinação: Verificar se a criança recebeu primeira dose da vacina da Hepatite B na maternidade Orientar procurar UBS, caso não tenha recebeido Orientar vacina BCG no primeiro mês de vida Orientar registro civil da criança, se ainda não realizado Orientar a primeira consulta de puerpério e acompanhamento do bebê na UBS, até o 10º dia após o parto Realizar busca ativa de gestantes e crianças que não compareceram a UBS para acompanhamento 3- Explicar os fatores relacionados a depressão pós-parto Segundo o Governo Federal e o ministério da saúde: A depressão pós-parto é uma condição de profunda tristeza, desespero e falta de esperança que ocorre logo após o parto, raramente, a situação pode se complicar e evoluir para uma forma mais agressiva e extrema da depressão pós-parto, conhecida como psicose pós-parto. A depressão pós-parto traz inúmeras consequências ao vínculo da mãe com o bebê, sobretudo no que se refere ao aspecto afetivo. A literatura cita efeitos no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança, além de sequelas prolongadas na infância e adolescência. Depressão pós-parto não é uma falha de caráter ou uma fraqueza. Homens também podem ser afetados. A principal causa da depressão pós-parto é a desregulação dos hormônios após o nascimento do bebê, fatores que podem causar depressão são: · Isolamento; · Alimentação inadequada; · Sedentarismo; · Falta de apoio do parceiro; · Falta de apoio da família; · Depressão, ansiedade, estresse ou outros transtornos mentais; · Vício em crack, álcool ou outras drogas. No caso dos homens, a depressão pós-parto pode surgir por conta da preocupação com sua própria capacidade de educar um recém-nascido. A ansiedade em prover uma boa vida para a criança, o aumento das responsabilidades e o suporte que se deve dar ao parceiro(a) estão entre as causas do problema. Existem alguns fatores de risco que podem aumentar o surgimento de depressão pós-parto: · Histórico de depressão pós-parto anterior; · Falta de apoio da família, parceiro e amigo; · Estresse, problemas financeiros ou familiares; · Falta de planejamento da gravidez; · Limitações físicas anteriores, durante ou após o parto; · Depressão antes ou durante a gravidez; · Depressão anterior; · Transtorno bipolar; · Histórico familiar de depressão ou outros transtornos mentais; · História de desordem disfórica pré-menstrual (PMDD), que é a forma grave de tensão pré-menstrual (TPM); · Violência doméstica. DEPRESSÃO PÓS-PARTO PSICOSE PÓS-PARTO Os sintomas típicos da depressão pós-parto são melancolia intensa/desmedida, desmotivação profunda diante da vida, ausência de forças para lidar com a rotina e muita tristeza, acompanhada de desespero constante. Além disso, se você apresentar os sinais abaixo também pode estar com depressão pós-parto: · Perda de interesse ou prazer em atividades diárias; · Perda de interesse ou prazer em atividades/coisas/pessoas que antes gostava; · Pensamento na morte ou suicídio; · Vontade súbita de prejudicar ou fazer mal ao bebê; · Perda ou ganha de peso; · Vontade de comer mais ou menos do que o habitual; · Dormir muito ou não dormir o suficiente; · Insônia; É a condição grave mais susceptível de afetar as mulheres que têm distúrbio bipolarou histórico de psicose pós-parto. Os sintomas, que começam geralmente durante as primeiras três semanas após o parto, incluem: · Desconexão com o bebê e pessoas ao redor; · Sono perturbado, mesmo quando o bebê está dormindo; · Pensamento confuso e desorganizado; · Vontade extrema de prejudicar/fazer mal ao bebê, a si mesma ou a qualquer pessoa; · Mudanças drásticas de humor e comportamento; · Alucinações, que podem ser visuais, auditivas ou olfativas; · Pensamentos delirantes e irreais. Importante: Toda mulher que dá à luz pelo SUS é acompanhada em seu puerpério pela Estratégia Saúde da Família, independentemente de ter sintomas ligado à depressão. Toda mulher tem direito a receber tratamento gratuito pelo SUS, independentemente do local onde o pré-natal e o parto foram realizados, assim como esse direito também é assegurado a qualquer cidadão que necessite de tratamento relacionado a depressão. HORMONAL: BHCG tem uma queda (normal) LH e FSH muito baixos (amamentação, estimula a neurohipófise, eleva a prolactina e inibe o FSH e LH) Estrogênio baixo Progesterona não detectável 4- Definir puericultura e o que é preconizado pelo MS SEGUNDO O GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ – Secretária de saúde Puericultura consiste no acompanhamento periódico visando a promoção e proteção da saúde da criança e do adolescente e por meio dela acompanha-se integralmente o ser humano de 0 a 19 anos, sendo possível identificar precocemente qualquer distúrbio de crescimento e desenvolvimento físico e mental ou nutricional. A periodicidade dependerá da estratificação de risco da criança, sendo que o calendário mínimo consiste em receber uma visita domiciliar de um ACS até o 5 dia de vida, para verificar os sinais de alerta relacionados ao recém-nascido e a puérpera, bem como realização da triagem neonatal e como está o aleitamento materno. Além disso, a recomendação é de que as consultas sejam mensais até o 6º mês de vida, trimestral do 6º ao 12º mês de vida, semestral do 12º ao 24º mês de vida e anualmente do 3º ao 19º ano de vida. · Agente comunitário de saúde devera checar durante a visita: Atualizar o cadastro familiar, observar o estado geral da mãe, checar a caderneta do pré-natal da mãe · Verificar na carteirinha do bebê informações sobre o nascimento · Até completar 28 dias de vida a criança é chamada de recém-nascida Normalmente nascem com peso entre 2,5kg a 4kg e entre 47cm e 54cm de comprimento É normal a perda de peso do bebê nos primeiros dias de vida. Ele deve recuperar o peso do nascimento até o 10º dia de vida · Orientar sobre cuidados de higiene Banho diário, nos horários mais quentes do dia Água morna, limpa e sabonete neutro Secar bem, principalmente regiões de dobras Não usar perfumes, óleos industriais ou talcos. · Cortar as unhas do bebê para evitar arranhões Realizar troca de fraldas freqüentes A cada troca de fralda limpar com água morna e limpa Se assaduras que não melhoram, procurar UBS · Avaliar início da vacinação: Verificar se a criança recebeu primeira dose da vacina da Hepatite B na maternidade Orientar procurar UBS, caso não tenha recebeido Orientar vacina BCG no primeiro mês de vida · Orientar registro civil da criança, se ainda não realizado Orientar a primeira consulta de puerpério e acompanhamento do bebê na UBS, até o 10º dia após o parto Realizar busca ativa de gestantes e crianças que não compareceram a UBS para acompanhamento Orientar acesso à Assistencia Social, se necessário image1.png image2.png