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Apresentação - Gravidez e Puerpério - Psicologia Hospitalar

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Descoberta da gestação
A gestação é um momento de um período de muita ambivalência e
questionamentos.
O contexto que ocorreu essa gravidez;
Rede de apoio: mudanças importantes no contexto familiar;
Transição de ciclos na vida da mulher;
Expectativas a cerca do bebê.
Gravidez e Puerpério
Gravidez
A gravidez é um período de alterações físicas e psicológicas comum às
mulheres, porém é vivenciado de maneira particular, de acordo com
inúmeras variáveis, como a relação com o parceiro, o planejamento ou falta
dele para engravidar, o momento de vida em que se engravidou (carreira,
estudos), o contexto familiar que se vive e o apoio recebido (Bortoletti,
2007).
Segundo Bortoletti (2007), a gestação é um período de ambivalências
afetivas, pois ganha-se e perde-se ao mesmo tempo e, com isso, a incerteza
pode permear a vida da mulher. Incertezas abrangem o sexo do bebê, como
ela própria ficará fisicamente durante a gestação, como o bebê se
desenvolverá em seu útero; incerteza sobre o momento do parto, sobre
como será no papel de mãe, entre outras.
Ocorrem náuseas matinais, vômitos; retenção de líquido com
possibilidade de inchaços e edemas; aumento da barriga e das mamas;
aumento de sono; variação de humor; aumento do apetite; desejo de
comer algo diferente (por crendices, como uma forma de receber
atenção especial e/ou deficiência nutritiva); possibilidade de aborto
espontâneo; maior labilidade emotiva (o que é muitas vezes reforçado
socialmente), irritabilidade. Do ponto de vista psicológico, a relação
mãe-bebê e os sentimentos de ambivalência iniciam-se a partir da
percepção de estar grávida. Com as alterações corporais iniciais, a
ambivalência se caracteriza pela dúvida de estar ou não grávida,
mesmo após confirmação por meio de exames. Os sentimentos mais
frequentes são de alegria, apreensão, rejeição e fantasias de aborto.
Primeiro Trimestre
É o período mais estável emocionalmente; ocorre o aumento visível do
ventre; diminuição do mal-estar e das náuseas; aumento do volume
circundante, possibilitando o aparecimento de estrias, manchas no
rosto e mamas, além de linha escura no ventre; percepção dos
primeiros movimentos fetais (realidade concreta e interpretação dos
movimentos), assegurando à mãe que tudo está indo bem;
participação do genitor, podendo sentir a criança ao colocar a mão na
barriga da gestante; aumento exagerado do apetite; aumento mais
rápido de peso; micção mais frequente; diminuição do desejo e
desempenho sexual (sente-se feia e sem atrativos sexuais, ou tem
sentimentos de ciúmes e medo de ser traída) 
SegundoTrimestre
O nível de ansiedade tende a aumentar em razão da proximidade do
parto; aumento da atividade contrátil do útero; ocorrência de
problemas odontológicos (em decorrência da necessidade de cálcio pelo
feto); eventual vazamento de colostro; dificuldades digestivas; sensação
de pressão nos órgãos abdominais e de peso no baixo-ventre; alteração
na postura e no andar, devido ao peso no baixo-ventre; dias mais
cansativos e sentimentos ambíguos, por exemplo, vontade de ter o
filho versus adiar as novas adaptações, medo de morrer no parto, de ter
os órgãos genitais dilacerados, de ter um filho malformado, medo de
ter pouco leite e da alteração da rotina.
Terceiro Trimestre
É importante conhecer esses estágios a fim de intervir e orientar adequadamente
a gestante em cada fase, já que cada período tem características diferentes e
riscos específicos.
Além do desenvolvimento do concepto, a mulher também passa por alterações
físicas, hormonais e emocionais relevantes. A mulher se preocupa com o próprio
corpo durante todo o período gestacional, sobretudo em relação à sexualidade,
pois o corpo se modifica constantemente e ela tem medo de as mudanças serem
irreversíveis (Maldonado, 1986).
É importante, também, os profissionais da saúde ficarem atentos para as
questões psiquiátricas presentes durante a gravidez. Entre os quadros mais
típicos estão: transtorno de humor, transtornos psicóticos, quadros de
ansiedade, transtornos alimentares e uso abusivo de álcool e outras drogas. 
Para o Psicólogo...
A avaliação psicológica durante o pré-natal pode auxiliar na detecção de depressão ao
longo do período gestacional e na prevenção de depressão pós-parto. Durante o
atendimento psicológico, é preciso investigar situações de risco e proteção para a
depressão, com base em entrevistas que levantem dados como informações
sociodemográficas, história da gestação, histórico de gestações anteriores, presença de
rede de apoio. 
Avaliação Psicológica
Portanto, é de grande importância durante o período
gestacional a realização do pré-natal, pois trata-se de um
modo de prevenção de problemas gestacionais e de
controle para o desenvolvimento de problemas
psicológicos, já que muitos fatores de risco para a mãe e
para o concepto podem ser identificados e conduzidos
positivamente por meio de intervenções eficazes.
Assistência psicológica à família
O atendimento psicológico também se estende à família da paciente, podendo acontecer
em conjunto com a paciente ou de maneira individual. Na Enfermaria de Obstetrícia, os
principais familiares avaliados e acompanhados pela equipe de Psicologia são as mães das
pacientes e os companheiros (geralmente pais do RN). A grande maioria das queixas
psicossociais trazidas pelas gestantes estão associadas à falta da presença da família.
Destaca-se o papel de confiança que o familiar transmite
durante intercorrências na internação, acolhimento dos medos
frequentes na hora do parto, auxílio nos cuidados ao RN
durante a recuperação da paciente no puerpério.
Especificamente em casos de óbito fetal, os familiares ofertam
apoio emocional à paciente e ao mesmo tempo sofrem com a
perda, por isso, o atendimento e o apoio psicológico precisam
estar voltados também para a família.
O momento do parto causa muita angústia, medo e ansiedade durante toda a
gestação. O parto pode ser traumatizante para a mulher e para o bebê, tanto do
ponto de vista clínico quanto do psicológico. Para evitar complicações nesse
momento, é importante que o cuidado e a preparação da mulher sejam iniciados
no pré-natal, trabalhando com educação em saúde (Silva, 2013).
Parto
A dessensibilização consiste em um método para reduzir o medo e a
ansiedade. Eventos previamente “neutros” que ocorreram com eventos
aversivos provocam emoções. Como consequência, no momento do parto, é
possível dessensibilizar a associação entre contração uterina e dor,
associando as contrações a relaxamento e respiração adequada.
Já a psicoterapia breve, como técnica de atendimento psicológico, consiste
em atendimentos breves com objetivos determinados. Durante o
atendimento de preparação das gestantes para o momento do parto, é
permitido que elas reconheçam suas emoções e aprendam técnicas para seu
enfrentamento.
Maldonado (1986) descreve intervenções psicológicas eficazes para o controle da
ansiedade no momento do parto, como a dessensibilização sistemática e a
psicoterapia breve.
Primeiro: caracteriza-se pelo início das contrações uterinas com
intervalos de 10 a 30 min, evoluindo posteriormente de maneira mais
frequente (2 a 3 min), além da dilatação do colo uterino em 3 a 4 cm e
perda do tampão mucoso (Brasil, 2017).
Segundo: apresenta a dilatação total do colo uterino com posterior
coroamento do bebê, com contrações de expulsão do feto.
Terceiro: é o momento desde o nascimento do bebê até a expulsão da
placenta e membranas (Brasil, 2017).
Para o parto normal, o trabalho é dividido em três períodos:
Pontos importantes a serem
trabalhados com as pacientes
História de vida da paciente e preparo recebido durante o pré-
natal;
Orientação sobre técnicas de controle da dor;
Explicação sobre as possibilidades de analgesia;
Escuta de seus pensamentos sobre o parto e apontamento de
quais são reais e quais são imaginários;
Descrição do ambiente físico do centro obstétrico;
Orientação e acolhimento do acompanhante que assistirá o
parto.
Tipos de partos mais comuns
NORMAL: ocorre por via vaginal, pelaqual o bebê é expulso por movimentos
ocasionados pelas contrações e força realizada pela mãe. Em alguns casos, é realizado
um corte na região perineal (episiotomia), que facilita a saída do feto e evita a
dilaceração na mulher. Nesse tipo de parto, a puérpera apresenta uma recuperação e
retomada de suas atividades precocemente (Camano et al., 2007) 
Tipos de partos mais comuns
FÓRCEPS: tem a finalidade de extrair o polo cefálico fetal com auxílio do fórceps, uma
pinça; serve para o alívio materno-fetal e para abreviar o período expulsivo, ocorrendo
via vaginal. A puérpera apresenta uma recuperação e retomada de suas atividades
precocemente. O uso do fórceps é indicado nos casos de exaustão materna,
resistência perineal, intercorrências clínicas, sofrimento fetal, entre outras.
CESÁREO: é uma opção cirúrgica em que o feto é retirado
por meio de uma incisão nas paredes abdominais e uterina
com a utilização de anestesia (Souza et al., 2007).
Atuação do Psicólogo Hospitalar:
Obstetrícia
É sabido que os aspectos emocionais são alterados em decorrência das mudanças
hormonais e, consequentemente, influenciam na adaptação da mulher nesse
período, modificando sua relação com o meio. Aos profissionais de saúde cabe
acompanhar essa gestante afim de proporcionar e abrir espaço de reflexão e
flexibilização para os conflitos e necessidades que perpassam por esta fase. 
Atuação do Psicólogo Hospitalar:
Obstetrícia
O psicólogo pode atuar prevenindo alterações psiquiátricas e auxiliando na percepção e
aceitação das mudanças físicas e de papéis sociais no puerpério, além de intervir com toda a
equipe depositando um olhar integral à mulher, não somente em seu papel como mãe
(Almeida e Malagris, 2011). O psicólogo que atua em Obstetrícia precisa ter conhecimentos
sobre as patologias obstétricas, possíveis intercorrências, e noções de fisiologia e medicina
fetal. 
Além disso, precisa estar capacitado quanto aos
conhecimentos sobre o ciclo gravídico puerperal,
psicodinâmica desse período e psicopatologias
características da fase. Com esses conhecimentos,
o psicólogo atua de maneira interdisciplinar
(Bortoletti e Silva, 2007).
O psicólogo deverá tomar cuidado na explicação de todos os sintomas que aparece na
gestação/puérpera partindo somente de um olhar psicológico, pois, é essencial cuidar e
olhar a mulher como um todo e sempre lembrando que tem outras alterações
importantes em seu corpo. 
Para o psicólogo, é importante conhecer as fases gestacional, a fim de orientar e intervir
adequadamente a gestante em cada fase. A fase gestacional passa por três períodos
distintos:
Pré-embrionário: três primeiras semanas do desenvolvimento.
Período em que ocorrem as divisões celulares, transporte do
concepto das tubas para a cavidade uterina.
Embrionário: da 3 até a 8 semana ocorre o desenvolvimento dos
órgãos principais e sistemas corporais, respiratórios e nervoso.
Fetal: Da 9 semana ao nascimento. Nesse período ocorre apenas
o crescimento e não mais a formação de novos órgãos, que se
tornam mais complexos.
 
Uti Neonatal
No momento do parto, médicos especializados em RN (termo
utilizado até as primeiras 4 semanas de vida do bebê), os
chamados neonatologistas, avaliam os bebês em relação à sua
idade gestacional (IG), seu peso e desenvolvimento intrauterino,
atribuindo classificações que possibilitam prever morbidade
(outras doenças associadas) e mortalidade (probabilidade de óbito;
Baptista et al., 2010). Desse modo, identificadas as condições
gerais do RN, decide-se pela assistência que ele receberá. 
Uti Neonatal
Quando o RN está em condições gerais adequadas, é
encaminhado para o contato físico com a parturiente (genitora), a
fim de que o contato físico entre eles estimule o RN em sua
ambientação com o mundo externo ao útero. Contudo, quando o
RN não está em condições adequadas, ele pode ser encaminhado
para uma UTI neonatal. Esse encaminhamento pode ser
determinado pela prematuridade, por meio da IG, pelo baixo peso
em relação à IG e ainda por outras indicações, como asfixias,
síndrome do desconforto respiratório, sepse, hemorragia
intracraniana (Rades et al., 2004), malformações congênitas e
disfunções cardiovasculares, além de indicações para cirurgias.
Atuação do Psicólogo
A atuação psicológica em uma unidade de terapia intensiva (UTI)
neonatal remete a um conjunto de discussões que vão desde a
concepção do bebê e seu nascimento até a necessidade de
internação em situação de urgência e emergência em uma unidade
médica hospitalar e, portanto, de alta complexidade.
Prática de alojamento conjunto, por meio do qual a presença da
mãe nos cuidados do filho hospitalizado era entendida como
favorável ao desenvolvimento do bebê.
Atuação do Psicólogo
Os avanços dos processos diagnósticos e terapêuticos na área da
Neonatologia e o posterior acompanhamento da evolução a longo
prazo de bebês mostraram que a falta de interação mãe-bebê
poderia causar desordens em seu relacionamento, além de
prejuízos no processo de desenvolvimento da criança. Essas
constatações fortaleceram a estimulação da participação da família
no cuidado dos RN nas unidades de internação de alojamentos
conjuntos e/ou em UTI neonatais (Gaiva e Scochi, 2005).
Atuação do Psicólogo
Segundo Benzaquen (2002), não se pode esquecer que, durante a
gestação e a realização do acompanhamento pré-natal, não se
avaliam somente as condições de saúde e a normalidade do feto e
da gestante, mas indiretamente também a capacidade dessa
mulher (e/ou do casal) de gerar um filho saudável. Assim, ao
constatar algum tipo de possibilidade de perda ou de
malformação, seja durante a gestação ou no momento do parto,
às dores e às incertezas acrescem-se os sentimentos de culpa,
autodepreciação, fracasso e impotência (Carnielli, 2014).
Atuação do Psicólogo
A participação do psicólogo no processo de avaliação e
acompanhamento de irmão(s) do RN em uma visita à UTI
neonatal tem sido também uma prática recorrente nos hospitais.
A equipe de Psicologia avalia os resultados da visita realizada,
considerando o relato dos pais sobre os comportamentos da
criança desde a visita, e orienta manejos, caso necessário,
agendando novas entrevistas de avaliação interventiva com a
criança e/ou realizando encaminhamentos para seguimentos
psicológicos externos.
Interação mãe-bebê
Os estudos relativos ao período puerperal (pós-parto, nascimento do bebê) apontam,
no geral, a interação mãe-bebê como fundamental ao desenvolvimento do RN, pois,
de maneira usual, há a predominância do contato mais direto do bebê com a mãe e, a
partir do crescimento e da independência da criança, há uma tendência de ela
aumentar os vínculos sociais naturais com o pai e/ou outras pessoas significativas. 
Contudo, a avaliação da condição emocional dessa mãe, em período gestacional e/ou
puerperal, possibilita prever o tipo de contato que a mãe estabelecerá com o bebê e os
benefícios do estímulo oferecido pela sua presença à criança que se desenvolverá.
Assim, a estruturação de um programa de atuação psicológica em UTI neonatal deve
ter por objetivo a avaliação da estabilidade emocional mãe-pai em situações de
conflitos (internação de seu bebê em situação de risco biológico) e favorecer a
ampliação das relações de cuidadores do RN a partir de um vínculo estruturado às
condições de estimulação do desenvolvimento integral futuro dessas crianças.
Puerpério
É o período que ocorre logo após o parto, também conhecido como
período pós parto. Nesta fase o corpo da mulher entra em um processo
de recuperação da gravidez ocorrendo modificações tanto físicas quanto
psicológicas, a mulher nesta fase é clinicamente chamada de puérpera. 
 
Divisões do Puerpério
A primeira fase é o puerpério imediato, onde ocorre a saída da placenta e
esta fase vai até 2 horas após a saída da placenta. é conhecido também
como período de greenberg. 
A segunda fase é o puerpério mediato que ocorre no final da primeira fase
até o décimo dia. 
A terceira fase é o perpétuo tardio que ocorre do 11º dia até 45 dias após o
parto, esteperíodo o alguns obstetras consideram que ao final do período
do puerpério, mas didaticamente ainda considera-se mais uma fase. 
A quarta fase é o perpétuo remoto que após 45 dias até 60 dias.
 
É importante ser considerado que os sentimentos e reflexões acerca do
puerpério devam ser claramente discutidos pelas equipes de saúde, pois, às
vezes, interferem como dificuldades no nosso dia a dia.
Deve-se salientar também, que uma intervenção psicológica neste período tem
como objetivo prevenir a saúde mental e física da mãe e do bebê, com o intuito
de estimular uma ligação saudável entre ambos.
Segundo Maldonado (1985) o puerpério, assim como a gravidez, é um período
bastante vulnerável à ocorrência de crises, devido às profundas mudanças intra
e interpessoais desencadeadas pelo parto.
Puerpério
Kitzinger (conf. Maldonado) considera o puerpério como o “quarto trimestre”
da gravidez, considerando-o um período de transição que dura
aproximadamente três meses após o parto, particularmente acentuado no
primeiro filho. Nesse período, a mulher torna-se especialmente sensível,
muitas vezes confusa, onde a ansiedade normal e a depressão reativa é
extremamente comum.
É fato que os primeiros dias após o parto estão repletos de emoções intensas e
variadas, envolvendo cansaço – principalmente nas primeiras 24hrs – e,
especialmente, quando o parto é feito sob narcose. 
Puerpério
A labilidade emocional - ou seja, a instabilidade emocional - é o padrão mais
característico da primeira semana pós parto pois, a euforia e a depressão
alternam-se rapidamente, podendo esta última atingir grande intensidade.
Alguns autores consideram que tais sintomas sejam decorrentes das mudanças
bioquímicas que são processadas logo após o parto.
É levado em conta também, a atuação de outros fatores como: frustrações,
monotonia do período de internação e a passagem da situação de espera
ansiosa (típica do final da gravidez) para a conscientização da nova realidade.
Juntamente com a satisfação da maternidade, há também a responsabilidade
de assumir novas tarefas e a limitação de algumas atividades anteriores.
Puerpério
De acordo com Soifer, observa-se neste período estados de confusão na
parturiente, ansiedades de esvaziamento e de castração, ou seja, a ambivalência
entre o perdido (a gravidez) e o adquirido (o filho).
Um ponto de vista importante é que, para a genitora, a realidade do feto “in
útero” não é a mesma realidade do bebê recém-nascido, e para muitas mulheres
é difícil fazer esta transição, principalmente quando a mulher apresenta forte
dependência infantil em relação à própria mãe ou ao marido.
Puerpério
Podem gostar do filho enquanto ainda está dentro delas e amar uma imagem
idealizada do bebê, mas não a realidade do recém-nascido. De acordo com a
autora, isso ocorre principalmente nas mulheres que tendem a acreditar que
seus filhos serão “diferentes” – tranquilos, choram pouco, dormem a noite toda
desde o início, etc – negando antecipadamente a realidade de um bebê nas
primeiras semanas de vida, quando sentem-se frequentemente assustadas e
confusas com a responsabilidade dos cuidados maternos.
Puerpério
Kitzinger comenta que, durante a gravidez, o filho é muitas vezes sentido como
parte do corpo da mãe e, por essa razão, o nascimento pode ser vivido como
uma amputação.
Logo após o parto, a mulher se dá conta que o bebê é outra pessoa: é necessário
elaborar a perda do bebê fantasia para entrar em contato com o bebê real. Esta
tarefa pode ser particularmente penosa no caso de crianças que nascem com
problemas graves ou com malformações extensas.
De acordo com alguns autores, o período de duração do puerpério é variável.
Porém, sabe-se que os primeiro 6 meses após o parto servem como parâmetro
na avaliação da saúde mental da mulher.
Puerpério
É importante frisar que o puerpério causa também bastante impacto no
companheiro (a) que pode tanto participar ativamente dos cuidados com o bebê
ao dividir as tarefas com a mãe e dando-lhe apoio e encorajamento, ou sentir-se
marginalizado e rejeitado na relação mãe-filho. Tais sentimentos tendem a
agravar-se com a abstinência sexual das primeiras semanas e com o maior
envolvimento da mulher com o bebê. Em muitos casos o companheiro (a)
recorre a mecanismos de fuga, mergulhando no trabalho ou em relações
extraconjugais.
Puerpério
“A intensidade das vivências do parto e a regressão da esposa induzem-no
também a um estado depressivo e regressivo, embora menos intenso, que se
choca com as exigências impostas pelo puerpério da mulher. Por outro lado,
sente-se necessidade de apoio e estímulo; encontra-se sozinho em casa,
assumiu nova responsabilidade, experimenta um sentimento ante esse
desconhecido que é o bebê, agora seu rival definido” (Soifer, 1980, p. 70).
Puerpério
Em casos de mãe com mais de um filho, observa-se um grande impacto
puerpério nos outros filhos, pois, sentimentos como ciúme, traição e abandono
podem surgir. Os outros filhos também enfrentam uma situação de crise, com
muitas mudanças: a mãe um dia sai de casa e não volta, ausenta-se por alguns
dias e quando volta traz com ela um bebê que passa a solicitar a maior parte do
seu tempo e atenção. Alguns sintomas regressivos por parte dos outros filhos
são comuns, como: voltar a molhar a cama, querer mamadeira ou chupeta,
pedir atenção e cuidados, etc.
Puerpério
Conforme Videla (1973) “Um irmão é a maior riqueza psicológica que os pais
podem dar ao filho. Será o caminho que o conduzirá à socialização humana, o
modo mais simples onde aprenderá a compartilhar, a receber e dar, a querer e ser
querido por alguém de seu mesmo sangue e ou outro ser semelhante”.
Outros fatores importantes a serem considerados são as influências sociais,
culturais e econômicas ligadas ao puerpério. Segundo Helene Deutch (1960) o
processo psíquico do puerpério, em seu conjunto, depende naturalmente do
ambiente, da situação real de vida, dos costumes dos pais, da família, etc.
Videla (1973) coloca que a mulher não necessita que lhe digamos como deve pôr o
nenê no peito, nem quando e nem quanto tempo de cada lado. O que deve
acontecer é um método de ensaio e erro através desta delicada aprendizagem tanto
da criança, como da mãe.
Puerpério
Com as manifestações da depressão puerperal exacerbada, surge o quadro
conhecido comumente como psicose puerperal. Tal estado caracteriza-se pelo
repúdio total ao bebê: a paciente não quer vê- lo, aterroriza-se com ele, permanece
triste, afastada, ausente, sofre insônia, inapetência, descuida-se da própria
aparência, não se veste, não se banha nem se penteia. Muitas vezes faz referência a
alucinações geralmente auditivas, ou exprime ideias delirantes. Tal estado pode
remitir por si mesmo, no decorrer de alguns dias, semanas ou meses. Na
remissão, é muito importante a capacidade dos familiares para tolerar, absorver e
modificar a ansiedade que determina o quadro: ansiedade de esvaziamento ou de
castração. As ideias delirantes são do tipo paranoide: alguém vem roubar a
paciente, matá-la, envenená-la. Também podem apresentar sentimentos de
autodepreciação e autocensura com características melancólicas: ela se vê inútil,
imprestável, não se sabe se poderá criar os filhos, etc.
Puerpério
Às vezes esse quadro aterroriza tanto a família, que a mesma recorrer a um
psiquiatra.
Entre algumas manifestações mais alarmantes pode-se mencionar tentativas de
suicídio ou ataque direto ao bebê, mas, em geral, antes de chegar a ação a puérpera
comunica suas intenções nesse sentido, pedindo ajuda.
Outra forma de depressão anormal é a maníaca. A puérpera age como se nada
tivesse acontecido, mostra-se alegre e não se ocupa do bebê. A partir da segunda
ou terceira semana, procura permanecer o mais afastada possível do filho,
deixando-o aos cuidados de outra pessoa. A anormalidade se exprime por um
estado de tensão permanente, irritabilidade e hiperatividade.
Puerpério
Após o parto, os pais se defrontam com percepções sobre diferentes
características, particularidades e peculiaridades entre o“bebê imaginário”
(gestação) e o “bebê real”. Esse período traz muitas transformações de ajustamento
a uma nova realidade.
Uma boa interação mãe-bebê desde o início mostra a existência de uma sutil
conexão entre a dupla. Quando existe harmonia e entendimento entre mãe-bebê
durante a amamentação, o leite flui natural e normalmente, o que faz surgir a
regulação entre a sucção da criança e a liberação de leite produzido.
Porém, quando há uma desarmonia no momento da mamada, surgem diversos
problemas e dificuldades que bloqueiam a lactação, inibindo a produção e/ou
liberação do leite. Além de uma falta de sintonia entre boca e mamilo, dificuldades
da mãe, da criança, e boicotes familiares, a instituição hospitalar com sua rotina
rígida e falta de alojamento conjunto contribuem para maiores problemas neste
período.
Puerpério
Uma outra questão importante, é que o leite é um produto interno do corpo, assim
como a menstruação e o gozo sexual, assim, mantém-se a ideia e autoimagem de
que seu interior e seus produtos são contaminados (essa autoimagem é oriunda de
vivências relativas a culpa sexual, doenças, infertilidade, abortos, etc.).
A ligação entre sexo e amamentação também deve ser considerada, pois há uma
dissociação entre maternidade e sexo tornando difícil esta integração para homens
e mulheres. Muitos homens se unem ao “não querer amamentar” da mulher,
desestimulando-a para a amamentação, ao colocá-la como antagônica ao encontro
sexual. 
A puérpera torna-se vulnerável às pessoas e situações que acercam, e a
amamentação fica influenciada por fatores e obstáculos que devem ser analisados.
Puerpério
Por fim, é importante lembrar que nas mulheres, onde o “não querer” amamentar
torna-se uma escolha, a possibilidade de ser boa mãe não se esgota no ato de
amamentar, mas sobretudo na intimidade e em favorecer o desabrochar de seu
filho.
O processo de formação do vínculo mãe-filho se inicia durante a gravidez.
Algumas mulheres, iniciam ou intensificam o vínculo, quando aparecem os
movimentos fetais de seus bebês.
Segundo Klaus e Kennell (1978) o sentimento de apego começa num pós-parto
imediato, chamado de período sensível.
Segundo Bowlby (1981) existem condições necessárias para que o apego se dê entre
mãe e filho. 1. A sensibilidade da mãe frente aos sinais do bebê. 2. A capacidade do
bebê para sentir que suas iniciativas sociais levam à troca afetiva com sua mãe.
Puerpério
Bowlby (1981) acredita que ao término do primeiro ano a dupla mãe-bebê já tenha
desenvolvido um padrão próprio de interação. 
As relações estabelecidas pelas mães em sua família de origem podem influenciar a
ligação com seu filho. Assim como o desejo de gravidez, a expectativa frente ao
sexo do bebê, as fantasias anteriores ao nascimento desde, as frustrações e
sentimentos ocorridos neste período, têm ligação direta na interação da dupla
mãe-bebê. 
O sentimento de tristeza pela separação e perda que surge nas mulheres, ocorre
em todos os partos com significativa frequência.
Segundo Brazelton (1988) essa sensação de perda ocorre em todas as mulheres
depois de qualquer tipo de parto, sendo assim, a consequência do período
gratificante em que carregou o bebê dentro de si.
Puerpério
Em todo nascimento de um bebê, existe um curto período em que ocorre a
sensação de perda e separação de uma parte muito amada do próprio corpo. 
Segundo Klaus-Kennell (1978) “este vínculo entre mãe e filho é a fonte de onde
emana, depois, todos os vínculos que haverão de ser estabelecidos pela criança e
que constituem a relação que se formará durante o curso da criança. Para toda a
vida, a força e a qualidade deste laço influem sobre a qualidade de todos os futuros
vínculos que serão estabelecidos com outras pessoas”.
A qualidade de relação entre a mãe e seu filho, influencia diretamente o
desenvolvimento físico e emocional do bebê, formando a base para um progresso
adicional posterior.
O obstetra não se restringe somente aos exames rotineiros nos atendimentos, mas
também em estar atento às necessidades emocionais do paciente.
Puerpério
O obstetra é uma figura muito importante, com quem a mulher estabelecerá um
vínculo no acompanhamento pré-natal e, especialmente, no momento do
puerpério, em que todos dedicam atenção somente ao bebê.
A rotina em um hospital pode ser prejudicial para a mãe e seu bebê. Por exemplo,
levar o recém-nascido para a mãe somente 24 horas após o parto, vários estudos,
entre eles de Klaus e Kennel, demonstram que essa separação interfere
negativamente na consolidação do vínculo mãe-bebê, sendo assim, intensificando
a depressão pós-parto e prejudicando a amamentação.
Puerpério
Outro fator que nos faz pensar como seria nocivo o berçário, pois implica numa
separação mãe-bebê e numa rotina “artificial” sabotando a amamentação. O bebê,
quando toma mamadeira no berçário, chega ao quarto da mãe já sem fome,
prejudicando a produção de leite. Se faz necessário tanto a ação do obstetra quanto
do pediatra suspendendo o uso das mamadeiras.
O alojamento conjunto traz muitas vantagens para muitas mulheres. Um maior
contato do bebê com seus pais diminui a ansiedade da saída para casa, uma vez
que a mãe já sai da maternidade sabendo lidar com seu filho.
O ambiente da maternidade deveria ser mais caseiro do que hospitalar, para que a
mulher pudesse sentir-se acolhida. Às vezes, nem tudo ocorre bem, ou seja, onde
mãe e filho nem sempre estão em perfeitas condições, instalando-se uma situação
crítica de cuidados especiais.
Puerpério
Quando nasce uma criança malformada ou morta, instala-se uma situação de crise
na família.
A criança que morre ao nascer em decorrência de acidente, em geral, suscita
profundos sentimentos de perda e depressão, pois a mulher e a família se
preparam para acolher o bebê que nem sequer chega a ir para casa. A mulher
sente-se deprimida quando chega o leite, pois ele acaba ficando sem função. A
lactação, em muitos casos, cessa espontaneamente. Em outros, torna-se
necessário o uso de substâncias inibidoras.
Quando a criança é malformada, especialmente se nasce com deformações
visíveis, sua morte traz não só tristeza, mas também alívio, muitas vezes
inconfesso e vivido com culpa.
Puerpério
Referências
BAPTISTA, M. N.; DIAS, R. R. (org.). Psicologia hospitalar: teoria, 
aplicações e casos clínicos. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
 
 
ANGERAMI-CAMON, V. A. (org.). Psicologia Hospitalar: teoria e 
prática. São Paulo: Cengage Learning, 2010.