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Placenta
SUMÁRIO
1. Introdução .............................................................................................................. 3
2. Desenvolvimento da Placenta ................................................................................ 4
3. Funções Vitais da Placenta .................................................................................... 9
4. Circulação Placentária ......................................................................................... 11
5. Anomalias e Patologias Placentárias ................................................................... 15
Referências ........................................................................................................................18
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1. INTRODUÇÃO
A placenta é um órgão complexo e temporário, essencial para a gestação. Ela se de-
senvolve a partir do tecido trofoblástico após a implantação do blastocisto no endométrio 
materno. Este processo inicia-se por volta do sexto dia após a fertilização e envolve a 
formação de duas camadas distintas de células trofoblásticas: o citotrofoblasto, uma 
camada de células mitoticamente ativas, e o sinciciotrofoblasto, uma camada multinu-
cleada que invade o endométrio.
As membranas fetais, compostas pelo âmnio e córion, desempenham papéis cruciais 
na proteção e sustentação do ambiente fetal. O âmnio é a membrana mais interna, con-
tendo o líquido amniótico, que permite o movimento fetal e previne aderências. O córion, 
por sua vez, envolve o âmnio e contribui para a formação da placenta.
Parte Fetal e Materna da Placenta
A placenta é constituída por uma parte fetal e uma parte materna. A parte fetal é formada 
pelas vilosidades coriônicas, que se originam do córion e contêm os vasos sanguíneos 
fetais. Estas vilosidades mergulham nos espaços intervilosos preenchidos com sangue 
materno, permitindo a troca de substâncias entre os dois organismos.
A parte materna é derivada do endométrio e é conhecida como decídua basalis. Esta 
região é onde o tecido materno e as vilosidades coriônicas se encontram, estabelecendo 
a interface para a troca metabólica e gasosa.
A complexidade da placenta e das membranas fetais é fundamental para a manu-
tenção da gravidez, e qualquer disfunção neste sistema pode levar a complicações 
obstétricas graves. A compreensão detalhada dessas estruturas é vital para o diagnós-
tico e manejo de condições como ruptura prematura das membranas, placenta prévia 
e descolamento placentário.
Figura 1. Estruturas da placenta.
Fonte: VectorMine/Shutterstock.com. 
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2. DESENVOLVIMENTO DA PLACENTA
O desenvolvimento embriológico da placenta é um processo altamente coordenado 
que começa com a implantação do blastocisto e termina com a formação de um órgão 
plenamente funcional capaz de sustentar o desenvolvimento fetal até o parto. 
Implantação do Blastocisto e Formação Inicial
• Implantação: Por volta do sexto dia após a fertilização, o blastocisto, que consis-
te em uma massa celular interna e uma camada externa chamada trofoblasto, 
começa a se implantar no endométrio uterino.
1. Formação do Trofoblasto: O trofoblasto se diferencia em duas camadas distintas:
• Citotrofoblasto: Uma camada interna de células mononucleares que mantém 
a capacidade de divisão celular.
• Sinciciotrofoblasto: Uma camada externa multinucleada que se forma pela fusão 
das células do citotrofoblasto e invade o endométrio, facilitando a implantação.
2. Formação do Saco Gestacional: Após a implantação, o blastocisto se expande e 
forma o saco gestacional, que eventualmente se desenvolve no córion e no âmnio.
Figura 2. Representação do Blastocisto.
Fonte: Sakurra/Shutterstock.com. 
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Desenvolvimento das Membranas e Vilosidades Coriônicas
1. Córion: O córion se forma a partir do mesoderma extraembrionário e do trofoblas-
to. Ele se expande para envolver o embrião e o saco amniótico, contribuindo para 
a formação da placenta.
2. Vilosidades Primárias: No final da primeira semana, as vilosidades primárias se 
formam como projeções do sinciciotrofoblasto. Elas são essencialmente colunas 
de células trofoblásticas sem vasos sanguíneos internos.
3. Vilosidades Secundárias: Na segunda semana, o mesoderma invade as vilosida-
des primárias, formando as vilosidades secundárias. Essas estruturas começam 
a conter vasos sanguíneos primitivos.
4. Vilosidades Terceárias: Por volta da terceira semana, os vasos sanguíneos se 
conectam com o sistema circulatório do embrião, formando as vilosidades ter-
ceárias. Essas vilosidades são altamente vascularizadas e prontas para a troca 
de substâncias com o sangue materno.
Figura 3. Anatomia Placentária.
Fonte: Sakurra/Shutterstock.com. 
Vilosidade-Tronco
As vilosidades-tronco são as maiores vilosidades da placenta e dão origem a vilosi-
dades menores. Elas contêm vasos sanguíneos centrais que se ramificam para formar a 
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rede vascular dentro das vilosidades coriônicas. As vilosidades-tronco são cruciais para 
estabelecer a circulação sanguínea eficiente entre a mãe e o feto.
Capa Citotrofoblástica
A capa citotrofoblástica, ou camada de Langhans, é uma camada de células trofoblásticas 
que envolve as vilosidades coriônicas. Ela é essencial para o crescimento e ramificação 
das vilosidades, além de ser uma fonte de células para a formação do sinciciotrofoblasto.
Diferenciação da Decídua e Desenvolvimento Placentário
Após a implantação do blastocisto, o endométrio materno sofre transformações e 
passa a ser chamado de decídua. A decídua desempenha um papel crucial na nutrição 
e proteção do embrião e pode ser dividida em três partes:
• Decídua Basal: Localizada diretamente sob a placenta, é a área onde ocorre a 
maior parte da invasão trofoblástica e onde a placenta se fixa firmemente. É onde 
o blastocisto se implanta, se torna o sítio da placenta. As células do sinciciotro-
foblasto e do citotrofoblasto invadem a decídua, formando o leito placentário.
• Decídua Capsular: Cobrindo o blastocisto implantado, esta parte da decídua en-
volve o embrião e o saco gestacional durante as fases iniciais da gravidez.
• Decídua Parietal: Representa o restante do revestimento uterino e não está dire-
tamente envolvida na implantação.
• Espaços Intervilosos: O sinciciotrofoblasto erode os vasos maternos, criando es-
paços intervilosos que se enchem de sangue materno. As vilosidades coriônicas 
mergulham nesses espaços, permitindo a troca de gases e nutrientes.
• Desenvolvimento da Circulação Placentária: À medida que a gravidez progride, a 
circulação placentária se estabelece e se torna mais eficiente. As artérias espira-
ladas maternas fornecem sangue rico em oxigênio e nutrientes para os espaços 
intervilosos, enquanto as veias removem o sangue carregado de resíduos.
• Maturação da Placenta: Durante o segundo trimestre, a placenta cresce e suas 
vilosidades se ramificam ainda mais, aumentando a superfície de contato para 
trocas metabólicas. A placenta atinge a maturidade funcional e continua a se 
adaptar até o final da gravidez.
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Figura 4. Representação do desenvolvimento placentário e membranas placentárias.
Fonte: inspiring.team/Shutterstock.com. 
Aspectos Clínicos do Desenvolvimento Placentário
O desenvolvimento placentário é crítico para a saúde fetal e materna. Anormalidades 
no processo, como insuficiência placentária, podem levar a condições como pré-eclâmp-
sia, crescimento intrauterino restrito (CIUR) e descolamento prematuro da placenta. O 
monitoramento ultrassonográfico regular é essencial para avaliar a saúde e a função 
placentárias ao longo da gravidez.
ESTÁGIO DESCRIÇÃO IMPLICAÇÕES
Implantação O blastocisto se implanta no 
endométrio.
In íc io da formação da inter face 
materno-fetal.
Decídua O endométrio grávido se transforma 
em decídua.
Fornece suporte nutricional inicial e 
imunoproteção.
Formação do Córion O trofoblasto se diferencia em córion 
frondoso e córion liso.
O córion frondoso dá origem à parte fetal 
daplacenta.
Desenvolvimento 
das Vilosidades
Formação das vilosidades primárias, 
secundárias e terciárias.
As vilosidades terciárias são o local de 
troca efetiva de substâncias.
Estabelecimento 
da Circulação
Desenvolvimento dos vasos sanguí-
neos fetais nas vilosidades.
Permite a circulação sanguínea fetal e a 
troca de substâncias.
Maturação Placentária A placenta cresce e amadurece ao 
longo da gestação.
Aumenta a capacidade de suportar as 
necessidades do feto em crescimento.
Tabela 1. Desenvolvimento da placenta.
Fonte: Elaborado pelo autor.
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Placenta no Pós-Parto
Após o nascimento do bebê, a placenta, que serviu como o órgão de suporte à vida do 
feto durante a gravidez, também deve ser entregue. Este estágio do parto é conhecido 
como a terceira fase do trabalho de parto.
Dequitação da Placenta
A dequitação é o processo pelo qual a placenta se separa da parede uterina. Após o 
parto, a contração do útero diminui a área de superfície da decídua basalis, o que ajuda 
a desalojar a placenta. A placenta normalmente se desprende dentro de 5 a 30 minutos 
após o nascimento, mas pode levar mais tempo.
Inspeção da Placenta
Após a dequitação, a placenta é examinada para garantir que esteja intacta. A retenção 
de fragmentos placentários pode causar hemorragia pós-parto e infecção. A inspeção 
inclui a verificação do lado materno (decídua basalis) e do lado fetal (córion e âmnio) da 
placenta, bem como as membranas e o cordão umbilical.
Manejo do Cordão Umbilical
O cordão umbilical é geralmente clampeado e cortado após o nascimento. Em algu-
mas práticas, espera-se até que a pulsação do cordão cesse, o que pode beneficiar o 
recém-nascido ao garantir uma transfusão de sangue placentário adicional.
Cordão Umbilical e Seus Componentes
O cordão umbilical é a conexão vital entre a mãe e o feto, transportando sangue rico 
em oxigênio e nutrientes do útero para o feto e retornando sangue desoxigenado e resí-
duos metabólicos do feto para a placenta.
Estrutura do Cordão Umbilical
1. Vasos Sanguíneos: O cordão umbilical típico contém dois vasos sanguíneos 
arteriais e uma veia umbilical. As artérias transportam sangue desoxigenado e 
resíduos do feto para a placenta, enquanto a veia transporta sangue oxigenado e 
nutrientes da placenta para o feto.
2. Gelatina de Wharton: Os vasos sanguíneos do cordão umbilical são embutidos na 
gelatina de Wharton, uma substância gelatinosa que fornece suporte e proteção 
contra torções e compressões.
3. Membrana do Cordão: O cordão umbilical é revestido por uma membrana contínua 
com o âmnio, proporcionando uma barreira adicional contra infecções.
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Figura 5. Representação do Cordão Umbilical.
Fonte: Sakurra/Shutterstock.com. 
Funções do Cordão Umbilical
• Transporte de Nutrientes e Gases: O cordão umbilical é essencial para o trans-
porte de oxigênio e nutrientes essenciais do sangue materno para o feto e para a 
remoção de dióxido de carbono e outros resíduos metabólicos do feto para a mãe.
• Proteção Imunológica: O cordão umbilical também transporta anticorpos da mãe 
para o feto, fornecendo imunidade passiva que protege o recém-nascido até que 
seu próprio sistema imunológico se desenvolva.
Aspectos Clínicos do Cordão Umbilical
Anormalidades no cordão umbilical, como nós verdadeiros, torções excessivas ou 
vasos umbilicais anormais, podem afetar o fluxo sanguíneo para o feto e exigem moni-
toramento cuidadoso durante a gravidez e o parto.
3. FUNÇÕES VITAIS DA PLACENTA
A placenta é um órgão multifuncional que desempenha papéis críticos no desenvol-
vimento fetal, atuando como uma interface metabólica entre a mãe e o feto. Vamos 
explorar suas funções em detalhes:
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Metabolismo
A placenta é um centro metabólico ativo que realiza a síntese e o catabolismo de várias 
substâncias. Ela tem a capacidade de metabolizar carboidratos, lipídios e proteínas, forne-
cendo energia e precursores para o crescimento fetal. Além disso, a placenta metaboliza 
hormônios e fármacos, modificando sua estrutura e função antes de alcançarem o feto.
Transporte de Gases e Nutrientes
O transporte de oxigênio e dióxido de carbono entre a mãe e o feto é uma das fun-
ções mais críticas da placenta. Utilizando mecanismos de difusão simples e facilitada, 
a placenta garante que o feto receba oxigênio suficiente para a respiração celular e que 
o dióxido de carbono seja eficientemente eliminado.
O transporte de nutrientes é igualmente vital. A placenta transporta glicose, aminoáci-
dos, ácidos graxos, vitaminas e minerais do sangue materno para o feto, utilizando uma 
combinação de transporte ativo, transporte passivo e endocitose.
Secreção Endócrina
A placenta funciona como uma glândula endócrina, produzindo hormônios essenciais 
para a manutenção da gravidez e o desenvolvimento fetal. Ela secreta gonadotrofina 
coriônica humana (hCG), que é crucial nos estágios iniciais da gravidez para manter o 
corpo lúteo e a produção de progesterona. A placenta também produz progesterona, es-
trogênios, lactogênio placentário humano (hPL), somatomamotropina coriônica humana 
(hCS) e uma variedade de outros hormônios e fatores de crescimento.
Proteção
A placenta oferece proteção ao feto contra infecções e imunoglobulinas maternas. 
Ela atua como uma barreira seletiva, permitindo a passagem de anticorpos maternos 
benéficos, como IgG, enquanto limita a exposição a patógenos e células imunológicas 
que poderiam reconhecer o feto como estranho.
Excreção
A placenta é responsável pela remoção de resíduos metabólicos do feto, como ureia, 
creatinina e bilirrubina. Esses resíduos são transferidos para o sangue materno para 
serem excretados pelos rins da mãe.
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FUNÇÃO 
PLACENTÁRIA
MECANISMO IMPLICAÇÕES CLÍNICAS
Metabolismo
Síntese de glicogênio, colesterol e ácidos 
graxos
Metabolização de medicamentos e 
hormônios.
Alterações podem afetar o crescimento fetal
Importante considerar a farmacoterapia 
materna.
Transporte de Gases Difusão facilitada de 02 e C02 entre o 
sangue materno e fetal.
Hipóxia fetal pode ocorrer se o fluxo san-
guíneo placentário estiver comprometido.
Transporte de 
Nutrientes
Transporte ativo, passivo e facilitado de 
glicose, aminoácidos, lipídios, vitaminas 
e minerais.
Nutrição inadequada pode levar a restrição 
do crescimento intrauterino (RCIU).
Secreção Endócrina Produção de hCG, progesterona, estrogê-
nios, hPL, relaxina, entre outros.
Hormônios essenciais para a manutenção 
da gravidez e preparação do parto.
Proteção Imunológica Barreira contra patógenos 
Transporte de anticorpos maternos (lgG).
Protege o feto de infecções enquanto per-
mite a transferência de imunidade passiva.
Excreção
Transferência de resíduos metabólicos 
e produtos de excreção do feto para o 
sangue materno.
Acúmulo de resíduos pode ser tóxico para 
o feto a função renal materna é crucial.
Tabela 2. Funções Vitais da Placenta.
Fonte: Elaborado pelo autor.
4. CIRCULAÇÃO PLACENTÁRIA
A circulação placentária é um sistema complexo e especializado que permite a troca 
de substâncias entre a mãe e o feto. Este sistema é essencial para o desenvolvimento 
fetal e a manutenção da gravidez.
Membrana Placentária
A membrana placentária é a barreira física entre o sangue materno e fetal. Ela é com-
posta por várias camadas:
1. Sinciciotrofoblasto: Uma camada externa multinucleada que está em contato 
direto com o sangue materno nos espaços intervilosos.
2. Citotrofoblasto: Uma camada de células individuais sob o sinciciotrofoblasto.
3. Estroma da Vilosidade: Contém tecido conjuntivo e células imunológicas.
4. Endotélio dos Capilares Fetais: A camada mais interna, que reveste os vasos 
sanguíneos fetais.
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Essas camadas facilitam a troca seletiva de substâncias, permitindo que nutrientes 
e oxigênio passem para o feto enquanto mantêm a maioria das células sanguíneas e 
patógenos fora da circulação fetal.
Estrutura da Circulação Placentária
A circulação placentária envolve dois sistemas distintos,mas interconectados: a cir-
culação fetal e a circulação materna.
Circulação Fetal
• Vasos Umbilicais: O sangue fetal flui para a placenta através das duas artérias 
umbilicais. Dentro da placenta, essas artérias se ramificam em capilares nas 
vilosidades coriônicas.
• Troca Gasosa e Nutricional: Nos capilares das vilosidades, o sangue fetal libera 
dióxido de carbono e resíduos metabólicos e recebe oxigênio e nutrientes do 
sangue materno.
• Retorno Venoso: O sangue enriquecido retorna ao feto através da veia umbilical 
única, que leva o sangue para a veia porta hepática e, em seguida, para a circula-
ção sistêmica fetal.
Circulação Materna
• Artérias Espiraladas: O sangue materno é fornecido às cavidades intervilosas da 
placenta pelas artérias espiraladas do útero. Essas artérias penetram a decídua 
e se abrem nos espaços intervilosos.
• Espaços Intervilosos: O sangue materno flui ao redor das vilosidades coriônicas, 
permitindo a troca de gases e nutrientes através da membrana sinciciotrofoblástica.
• Drenagem Venosa: Após a troca de substâncias, o sangue materno é coletado 
pelas veias uterinas para retornar à circulação materna.
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Figura 6. Representação da circulação materna e fetal.
Fonte: inspiring.team/Shutterstock.com. 
Figura 7. Representação da circulação placentária.
Fonte: logika600/Shutterstock.com. 
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Produtos Residuais
Os resíuos metabólicos do feto, como dióxido de carbono, ureia e bilirrubina, são 
transferidos para o sangue materno para serem eliminados pelo sistema excretor da mãe. 
Este processo é crucial para manter o ambiente interno fetal estável e livre de toxinas.
Mecanismos de Troca
A troca de substâncias entre o sangue materno e fetal ocorre principalmente por di-
fusão, transporte ativo e pinocitose.
• Difusão: Gases como oxigênio e dióxido de carbono são trocados por difusão 
simples, seguindo seus gradientes de concentração.
• Transporte Ativo: Nutrientes essenciais, como glicose e aminoácidos, são trans-
portados contra seus gradientes de concentração por meio de transporte ativo.
• Pinocitose: Moléculas maiores, como proteínas e imunoglobulinas, são trans-
portadas por pinocitose, um processo em que a célula engloba e transporta 
substâncias em vesículas.
Regulação da Circulação Placentária
A circulação placentária é regulada por vários fatores, incluindo hormônios, fatores de 
crescimento e a pressão arterial materna e fetal.
• Hormônios: Hormônios como a progesterona e o estrogênio desempenham um 
papel na dilatação das artérias espiraladas e na manutenção do fluxo sanguíneo 
adequado.
• Fatores de Crescimento: Fatores como o VEGF (Fator de Crescimento Endotelial 
Vascular) são cruciais para o desenvolvimento dos vasos sanguíneos placentários 
e a formação das vilosidades.
Aspectos Clínicos
• Barreira Placentária: A eficiência da barreira placentária é vital. Se comprometi-
da, pode permitir a passagem de patógenos ou substâncias nocivas, afetando o 
desenvolvimento fetal.
• Insuficiência Placentária: Uma circulação placentária inadequada pode levar à 
insuficiência placentária, resultando em hipóxia e nutrição insuficiente para o feto, 
podendo causar restrição do crescimento intrauterino (RCIU) ou parto prematuro.
• Monitoramento: A ultrassonografia Doppler é frequentemente usada para avaliar 
a circulação placentária e fetal, permitindo a detecção precoce de anormalidades.
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COMPONENTE DESCRIÇÃO FUNÇÃO
Espaços lntervilosos Lacunas preenchidas com sangue 
materno. Facilitam a troca de gases e nutrientes.
Vilosidades Coriônicas Projeções do córion que se imergem 
nos espaços intervilosos.
Local de troca entre os sistemas circula-
tórios materno e fetal.
Artérias Umbilicais
Duas artérias que transportam san-
gue desoxigenado e resíduos do feto 
para a placenta.
Removem resíduos metabólicos e C02 
do feto.
Veia Umbilical Transporta sangue oxigenado e rico 
em nutrientes de volta ao feto.
Fornece oxigênio e nutrientes essenciais 
para o feto.
Artérias Espiraladas Ramos das artérias uterinas que 
fornecem sangue à placenta.
Entregam sangue rico em oxigênio e 
nutrientes para os espaços intervilosos.
Veias Uterinas Drenam o sangue dos espaços inter-
vilosos de volta à circulação materna.
Removem sangue após a troca de subs-
tâncias com o feto.
Tabela 3. Circulação Placentária.
Fonte: Elaborado pelo autor. 
5. ANOMALIAS E PATOLOGIAS PLACENTÁRIAS
Anomalias e patologias placentárias podem ter implicações significativas na saúde 
e no desenvolvimento do feto, bem como na saúde da mãe. Essas condições podem 
variar de anormalidades estruturais a disfunções funcionais. Vamos explorar algumas 
das mais comuns:
Anomalias Estruturais
1. Placenta Prévia: Ocorre quando a placenta cobre parcial ou totalmente o orifício 
cervical interno, podendo causar sangramento indolor no terceiro trimestre e ge-
ralmente requer parto cesáreo.
2. Placenta Acretismo: Inclui placenta acreta, increta e percreta, dependendo da 
profundidade da invasão do tecido placentário no miométrio. Isso pode levar a 
hemorragia severa durante a tentativa de remoção da placenta.
3. Placenta Circumvallata: Caracterizada por uma borda espessa de membranas 
que se dobram para trás sobre a face fetal da placenta, pode estar associada a 
sangramento, parto prematuro e restrição do crescimento fetal.
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4. Placenta Bicórnea ou Bilobada: Uma placenta com dois lóbulos pode ter um 
risco aumentado de retenção de um dos lóbulos após o parto, o que pode levar 
a hemorragia pós-parto.
5. Placenta Succenturiata: Presença de um ou mais lóbulos placentários acessó-
rios separados do corpo principal da placenta, o que pode aumentar o risco de 
retenção de tecido após o parto.
Disfunções Funcionais
1. Insuficiência Placentária: Uma condição onde a placenta não consegue fornecer 
oxigênio e nutrientes suficientes ao feto, podendo resultar em restrição do cres-
cimento intrauterino (RCIU) e parto prematuro.
2. Pré-eclâmpsia e Eclâmpsia: Distúrbios hipertensivos da gravidez que podem ser 
associados a uma placenta disfuncional. A pré-eclâmpsia é caracterizada por 
hipertensão e proteinúria, enquanto a eclâmpsia inclui convulsões.
3. Descolamento Prematuro da Placenta (DPP): Separação da placenta da parede 
uterina antes do parto, que pode causar hemorragia interna e comprometer a 
oxigenação fetal.
Infecções Placentárias
Infecções da placenta, como corioamnionite, podem ocorrer devido à ascensão de 
bactérias do trato genital inferior. Isso pode levar a parto prematuro, infecção fetal e, em 
casos graves, sepse materna.
Tumores Placentários
1. Mola Hidatiforme: Uma doença trofoblástica gestacional onde há proliferação 
anormal das células trofoblásticas, resultando em uma massa de vesículas em 
vez de uma placenta normal.
2. Corioangioma: Um tumor benigno da placenta que pode causar complicações 
dependendo do seu tamanho e localização, como polidrâmnio e insuficiência 
cardíaca fetal.
Placenta   17
Placenta e Membranas
Fetais
Desenvolvimento
Placentário
Implantação do Blastocisto
Formação do Trofoblasto
Citotrofoblasto
Sinciciotrofoblasto
Membranas Fetais
Âmnio
Líquido Amniótico
Proteção e Movimento
Fetal
Córion
Contribuição à Placentção
Parte Fetal
Vilosidades Coriônicas
Vasos Sanguíneos Fetais
Parte Materna
Decídua Basalis
Interface Metabólica e
Gasosa
Funções Vitais
Troca Gasosa
Transferência de Nutrientes
Excreção de Resíduos
Produção de Hormônios
Circulação Placentária
Espaços Intervilosos
Troca Materno-Fetal
Patologias
Ruptura Prematura das
Membranas
Placenta Prévia
Descolamento Placentário
MAPA MENTAL
Mapa Mental. Placenta e Membranas Fetais.
Fonte: Elaborado pelo autor.
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REFERÊNCIAS
1. Moore KL, Persaud TVN, Torchia MG. Desenvolvimento Embriológico e Humano. 10ª 
ed. Philadelphia: Saunders; 2013.
2. Cunningham FG, Leveno KJ, Bloom SL, et al. Williams Obstetrícia. 24ª ed. New York: 
McGraw-Hill; 2014.
Autor: Rafael Magalhães Carvalho, em parceria cominteligência artificial chat GPT 4.0
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