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<p>Curso Preparatório Conquistar.</p><p>Turma: Militec</p><p>Professora : Camila Pereira</p><p>Data: 18/05/2023</p><p>Disciplina: Direito Administrativo.</p><p>CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>“É o ramo do Direito Público que disciplina a função</p><p>administrativa e os órgãos que a</p><p>exercem.”</p><p>PROFESSOR HELY LOPES MEIRELLES</p><p>“É o conjunto harmônico de princípios jurídicos que</p><p>regem os órgãos, os agentes e as</p><p>atividades públicas administrativas.”</p><p>PROFESSORA MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO</p><p>“É o ramo do Direito Público que tem por objeto os</p><p>órgãos, agentes e pessoas jurídicas</p><p>administrativas que integram a Administração Pública, a</p><p>atividade jurídica não contenciosa</p><p>que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução</p><p>de seus fins, de natureza pública."</p><p>PROFESSOR JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO</p><p>“É o conjunto de normas e princípios que, visando</p><p>sempre ao interesse público, regem</p><p>as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e</p><p>entre este e as coletividades</p><p>a que devem servir.”</p><p>FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>As fontes jurídicas do Direito Administrativo são</p><p>classificadas de duas formas: i) primárias ou principais;</p><p>ii) secundárias ou indiretas.</p><p>Cabe lembrar que nosso Direito Administrativo não é</p><p>codificado, ou seja, não existe uma lei</p><p>ou código que o defina por inteiro, razão pela qual suas</p><p>fontes são as mais variadas normas. Por exemplo:</p><p>● Lei nº 8.112/90 (regime jurídico dos servidores</p><p>públicos civis da União, das autarquias e</p><p>das fundações públicas federais);</p><p>● Lei nº 9.784/99 (regula o processo administrativo</p><p>no âmbito da Administração Pública federal);</p><p>● Lei nº 8.666/93 (normas sobre licitações e</p><p>contratos administrativos); Lei nº 8987/95</p><p>(concessões e permissões de serviço público).</p><p>OBSERVAÇÃO: Além das leis, são fontes do direito</p><p>administrativo a jurisprudência, súmulas, doutrina e</p><p>os costumes.</p><p>FONTE PRIMÁRIA OU PRINCIPAL</p><p>É a lei em sentido amplo, isto é, englobando a</p><p>Constituição, as leis em geral e atos normativos</p><p>da administração pública.</p><p>A lei é a fonte principal do direito administrativo</p><p>brasileiro, haja vista a importância do princípio da</p><p>legalidade nesse campo. Quando se fala em „lei‟ como</p><p>fonte de direito administrativo, estão incluídos nesse</p><p>vocábulo a Constituição – sobretudo as regras e princípios</p><p>administrativos nela vazados –, os atos de natureza</p><p>legislativa que diretamente derivam da Constituição (leis,</p><p>medidas provisórias, decretos legislativos etc.) e os atos</p><p>normativos infralegais, expedidos pela administração</p><p>pública nos termos e limites das leis, os quais são de</p><p>observância obrigatória</p><p>pela própria administração.PAULO, V. de;</p><p>ALEXANDRINO, M. Direito Administrativo</p><p>descomplicado. São Paulo: Método.</p><p>É importante chamar atenção para as súmulas vinculantes,</p><p>em razão de a Emenda Constitu-</p><p>cional nº 45/2004 ter trazido a possibilidade de o</p><p>Supremo Tribunal Federal (STF) editar súmulas de efeito</p><p>vinculante para a Administração. Desse modo, depois da</p><p>edição dessas súmulas, o administrador estará vinculado</p><p>aos seus termos, devendo agir conforme o enunciado</p><p>proposto pelo STF.</p><p>SÚMULAS VINCULANTES</p><p>CF/1988. Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal</p><p>poderá, de ofício ou por provocação,</p><p>mediante decisão de dois terços dos seus membros,</p><p>após reiteradas decisões sobre matéria constitucional,</p><p>aprovar súmula que, a partir de sua publicação na</p><p>imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos</p><p>demais órgãos do Poder Judiciário e à administração</p><p>pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual</p><p>e municipal, bem como proceder à sua revisão ou</p><p>cancelamento, na forma estabelecida em lei.</p><p>FONTE SECUNDÁRIA OU INDIRETA</p><p>São instrumentos complementares derivados de fontes</p><p>primárias. A doutrina majoritária</p><p>apresenta como fontes indiretas a jurisprudência, as</p><p>súmulas, a doutrina e costumes.</p><p>● Jurisprudência: decisões reiteradas dos tribunais</p><p>sobre determinado tema. Embora desprovidas da</p><p>força cogente de uma lei, servem de parâmetro</p><p>para a atuação administrativa.</p><p>● Súmulas: são proferidas pelos tribunais. Nada</p><p>mais são do que o resumo da jurisprudência.</p><p>● Doutrina: conjunto de teses, formulações e</p><p>construções teóricas acerca do Direito</p><p>Administrativo.</p><p>● Costumes: Prática reiterada ao longo de um</p><p>período razoavelmente longo.</p><p>O QUE SÃO COMMON LAW E CIVIL LAW</p><p>Common Law: sistema do Direito cujas normas e regras</p><p>não estão escritas, mas são sancionadas</p><p>pelo costume ou pela jurisprudência. Nesse sistema, em</p><p>que a jurisprudência e os costumes são as principais</p><p>fontes, o Direito é criado ou aperfeiçoado pelos juízes. O</p><p>Brasil não adotou esse sistema.</p><p>Civil Law: sistema adotado pelo Brasil, tem como</p><p>principal caraterística a utilização, pelo</p><p>ordenamento jurídico, de normas escritas resultantes de</p><p>um processo legislativo. A norma jurídica constitui-se de</p><p>um comando abstrato e geral, que procura abranger uma</p><p>diversidade de casos futuros.</p><p>SISTEMA DA JURISDIÇÃO UNA</p><p>CRFB/88. Art. 5º XXXV – A lei não excluirá da</p><p>apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a</p><p>direito;</p><p>O Brasil adotou o sistema de jurisdição una, no qual ao</p><p>Judiciário é dada a missão de ser o</p><p>aplicador da lei ao caso concreto, independentemente</p><p>do sujeito da relação conflituosa. As causas podem</p><p>envolver a Administração Pública ou podem ser causas</p><p>entre particulares. Não há outro órgão com poder</p><p>jurisdicional de dizer o Direito ao caso concreto.</p><p>Esta é a definição de jurisdição una segundo o grande</p><p>mestre Hely Lopes Meirelles:</p><p>O sistema judiciário ou de jurisdição única, também</p><p>conhecido por sistema inglês e, modernamente,</p><p>denominado sistema de controle judicial, é aquele em</p><p>que todos os litígios – de natureza administrativa ou</p><p>de interesses exclusivamente privados – são resolvidos</p><p>judicialmente pela Justiça Comum, ou seja, pelos</p><p>juízes e tribunais do Poder Judiciário. Tal sistema é</p><p>originário da Inglaterra. MEIRELLES, H. L. Direito</p><p>Administrativo brasileiro. 42 ed. São Paulo: Malheiros,</p><p>2016. p. 59.</p><p>É importante saber que o Brasil não adotou o sistema do</p><p>contencioso administrativo, também</p><p>chamado de dualidade de jurisdição ou sistema dual.</p><p>Qualquer opção de prova que trouxer essa questão está</p><p>errada.</p><p>INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO</p><p>ADMINISTRATIVO</p><p>O direito é dividido em dois grandes grupos:</p><p>● Direito privado: Tem por objeto a regulação dos</p><p>interesses particulares.</p><p>● Direito público: Tem por objeto os interesses da</p><p>sociedade como um todo.</p><p>Uma característica do Direito público é a chamada</p><p>desigualdade das relações jurídicas, claramente marcada</p><p>pela verticalidade, pois nele prevalece o interesse da</p><p>coletividade, e não do particular.</p><p>» Exemplo: a desapropriação de um imóvel (CRFB/88,</p><p>art. 5º – XXIV) e a requisição</p><p>administrativa (CRFB/88, art. 5º – XXV).</p><p>No tocante ao Direito privado, observamos a igualdade</p><p>jurídica entre as partes da relação,</p><p>caracterizando assim uma horizontalidade. Nesse caso,</p><p>em regra, não há subordinação, mesmo quando o Estado</p><p>integra uma dessas partes.</p><p>» Exemplo: celebração de um contrato de locação entre o</p><p>particular e a Administração Pública.</p><p>REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO</p><p>Regime jurídico administrativo é o conceito dado ao</p><p>conjunto de prerrogativas e limitações que tipificam o</p><p>Direito Administrativo, colocando a Administração</p><p>Pública numa posição privilegiada na relação jurídico-</p><p>administrativa. Esse regime deriva, respectivamente, do</p><p>princípio da supremacia</p><p>do interesse público e do princípio da indisponibilidade</p><p>do interesse público.</p><p>Resumidamente, pode-se afirmar que o regime</p><p>administrativo se resume a duas palavras:</p><p>prerrogativas e sujeições.</p><p>PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE</p><p>PÚBLICO</p><p>Esse princípio tem por objetivo colocar a Administração</p><p>Pública em uma situação de superioridade, uma posição</p><p>acima do particular. A professora Maria Sylvia Zanella di</p><p>Pietro afirma que a supremacia do interesse público é</p><p>marcada pela “verticalidade” (tema muito cobrado em</p><p>prova)</p><p>O administrador público representa uma coletividade, o</p><p>interesse da maioria, por isso é necessário dispor de</p><p>prerrogativas para pôr em prática o interesse de toda a</p><p>coletividade.</p><p>Podemos citar como exemplos:</p><p>» a desapropriação de imóveis para a construção de uma</p><p>escola ou hospital públicos;</p><p>» a requisição administrativa, um ato administrativo</p><p>unilateral e auto-executório que</p><p>consiste na utilização de bens ou de serviços particulares</p><p>pela Administração, para o atendimento de necessidades</p><p>coletivas em caso de perigo público iminente, mediante o</p><p>pagamento de indenização posterior, se houver algum</p><p>dano.</p><p>PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO</p><p>INTERESSE PÚBLICO</p><p>O administrador, atuando em nome do interesse público, é</p><p>um mero gestor dos bens públicos, o que significa que</p><p>não poderá exercer suas atribuições legais tendo em vista</p><p>suas vontades</p><p>particulares. Ele deverá agir em busca, obrigatoriamente,</p><p>do interesse público. Por isso, podemos afirmar que,</p><p>enquanto o princípio da supremacia oferece prerrogativas</p><p>ao agente público, como contrapartida, para evitar</p><p>excessos, o princípio da indisponibilidade do interesse</p><p>público impõe restrições à atuação administrativa.</p><p>As restrições impostas à atividade administrativa ocorrem</p><p>exatamente pelo fato de a administração não ser dona do</p><p>bem público, e sim a gestora de bens e interesses</p><p>públicos.</p><p>Exercícios</p><p>Ano: 2007 Banca: FCC Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova:</p><p>FCC - 2007 - TRF - 2ª REGIÃO - Técnico Judiciário -</p><p>Área Administrativa.</p><p>A limitação imposta pela Administração Pública, ao</p><p>exercício de direitos e atividades individuais em função</p><p>do interesse público, relaciona-se com o poder.</p><p>Alternativas :</p><p>A.de polícia.x</p><p>B.regulamentar.</p><p>C.normativo.</p><p>D.de império.</p><p>E.hierárquico.</p><p>Ano: 2006 Banca: CESGRANRIO Órgão: DNPM Prova:</p><p>CESGRANRIO - 2006 - DNPM - Técnico Administrativo</p><p>- Direito administrativo.</p><p>De acordo com o livro "Direito Administrativo</p><p>Brasileiro", de Hely Lopes Meirelles, o Direito</p><p>Administrativo tem quatro fontes principais. Nesse</p><p>sentido, correlacione as fontes do Direito Administrativo</p><p>que se encontram na coluna da esquerda com as</p><p>afirmativas a elas referentes que se encontram na coluna</p><p>da direita.</p><p>I - Doutrina</p><p>II - Jurisprudência</p><p>III - Costume</p><p>IV - Lei</p><p>X - Influencia fortemente o Direito</p><p>Administrativo por traduzir</p><p>reiteração de decisões contenciosas.</p><p>Y - Tem tido utilização crescente</p><p>nos demais ramos do direito,</p><p>sendo importante para o</p><p>Direito Administrativo em</p><p>razão da deficiência da legislação.</p><p>Z - Distingue as regras que convêm</p><p>a cada um dos subramos</p><p>do saber jurídico e</p><p>influi tanto na elaboração da</p><p>Lei quanto nas decisões</p><p>contenciosas ou não contenciosas.</p><p>A relação correta é:</p><p>Alternativas</p><p>A.I - X; II - Z; III - Y</p><p>B.I - Y; II - X; IV - Z</p><p>C.I - Y; III - Z; IV - X</p><p>D.I - Z; II - X; III - Y x</p><p>E.II - Z; III - Y; IV - X</p><p>Ano: 2003 Banca: FCC Órgão: TRE-AC Prova: FCC -</p><p>2003 - TRE-AC - Técnico Judiciário - Área</p><p>Administrativa.</p><p>Um dos traços mais característicos da Administração</p><p>Pública é</p><p>Alternativas</p><p>A.a prevalência do interesse público sobre o interesse</p><p>privado.x</p><p>B.o monopólio da prática dos atos administrativos pelo</p><p>Poder Executivo.</p><p>C.a reserva constitucional de isonomia entre os interesses</p><p>públicos e os privados.</p><p>D.o uso legal da arbitrariedade pelo Administrador na</p><p>prática do ato administrativo.</p><p>E.a possibilidade de o Poder Judiciário rever qualquer ato</p><p>administrativo.</p><p>Ano: 2009 Banca: FCC Órgão: MPE-SE Prova: FCC -</p><p>2009 - MPE-SE - Técnico do Ministério Público – Área</p><p>Administrativa</p><p>A Constituição determina expressamente que são</p><p>princípios da Administração Pública:</p><p>Alternativas</p><p>A.publicidade, moralidade e eficiência.x</p><p>B.impessoalidade, moralidade e imperatividade.</p><p>C.hierarquia, moralidade e legalidade.</p><p>D.legalidade, impessoalidade e auto-executoriedade.</p><p>E.impessoalidade, presunção de legitimidade e hierarquia.</p><p>Ano: 2009 Banca: FCC Órgão: TJ-SE Prova: FCC - 2009</p><p>- TJ-SE - Técnico Judiciário - Área Administrativa.</p><p>São princípios da Administração Pública expressamente</p><p>previstos na Constituição da República Federativa do</p><p>Brasil:</p><p>Alternativas</p><p>A.especialidade, moralidade e autotutela.</p><p>B.legalidade, razoabilidade e supremacia do interesse</p><p>público.</p><p>C.publicidade, supremacia do interesse público e</p><p>veracidade.</p><p>D.veracidade, eficiência e razoabilidade.</p><p>E.eficiência, legalidade e publicidade</p>

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