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BIOSSEGURANÇA INTRODUÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Prof. Enf. Claudenice M. Silva BIOSSEGURANÇA No aspecto geral Biossegurança significa (vida + segurança), ou seja, A vida livres de perigos. • Conceito biossegurança é o conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes as atividades profissionais, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. • Finalidade a biossegurança existe com a finalidade de prevenção de riscos gerados pelos agentes químicos e físicos envolvidos em processos de saúde, onde o risco biológico pode se fazer presente. • Importância é promover um ambiente biologicamente seguro tanto para p cliente quanto para si mesmo e para os demais profissionais. POR QUE ESTUDAR BIOSSEGURANÇA? • Profissionais de saúde estão expostos, pela natureza de seu trabalho em hospitais ou em outras instituições, a riscos relacionados a agentes de diferentes patologias. • Estar capacitado para evitar contrair no ambiente de trabalho, determinados tipos de doenças (contaminação física, química ou biológica) NORMA REGULAMENTADORA 32 (NR 32) • Norma do Ministério do Trabalho de 16 de novembro 2005. • Finalidade: estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção á segurança e á saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência á saúde em geral. • A Biossegurança envolve o conjunto de estratégia que propõem o manuseio adequado de substâncias biológicas avaliando todas as condições que serão necessárias para a atividade de enfermagem. PRECAUÇÕES PADRÃO • O profissional de saúde principalmente da enfermagem deve ter uma postura consciente da utilização destas precauções como forma de não se infectar ou servir de fonte de contaminação. • A adoção destas medidas é importante para não adquirir algumas doenças, tais como: Hepatite B e C, AIDS, Sífilis, Influenza, além de Tuberculose e outros processos patológicos, principalmente, doenças respiratórias. PRINCIPAIS MICRORGANISMOS • Staphylococus Aureus: feridas cirúrgicas e suturas • Streptococus: infecções de garganta e vias aéreas • Escherichia Coli, Klebsiellas e Enterobcter: adquirem resistência rapidamente, maior periculosidade. • Salmonellas: transmitida com facilidade por agua ou alimentos. Mais suscetíveis portadores de enfermidades malignas. • Pseudômonas Aeruginosas: encontradas em toda a área hospitalar que houver líquidos em geral (agua, nebulizador, entre outros). Mais suscetíveis a pacientes em antibioticoterapia, recém-nascidos, imunodeprimidos, traqueostomizados, ou em uso de cateterismo urinário de demora. • Candida Albicans: agente micótico mais comuns em pacientes em antibioticoterapia prolongada que elimina bactérias, mas não fungos. BIOSSEGURANÇA X INFECÇÃO HOSPITALAR • Os princípios da Biossegurança são fundamentais tanto para a manutenção da saúde do trabalhador como para a prevenção de infecção Hospitalar. • De acordo com o Ministério de saúde, entende-se por infecção hospitalar qualquer infecção adquirida após a admissão do paciente na unidade hospitalar e que se manifeste durante a internação ou mesmo após a alta. • Defesas Gerais do Organismo: Pele e mucosa, Enzimas e secreções e Sistema imunológico. SUSCETIBILIDADE Á INFECÇÃO • Condições Nutricionais: Emagrecimento • Doenças Anteriores: Imunidade diminuída (AIDS, doenças crônicas, Câncer) • Lesão Tecidual: Úlcera de pressão, Queimaduras, Ferimentos, Traumatismo, Dispositivos invasivos (cateteres, sondas) • Idade: Prematuros e crianças menores de 1 ano, adultos maiores de 65 anos Falta de Proteção Individual !!! PRINCIPIOS BASICOS DE HIGIENE AMBIENTAL • Boa higiene hospitalar (manter um ambiente sempre limpo e arejado) • Uniformes dos profissionais sempre limpos, cabelos presos, unhas curtas • Remover adornos antes do inicio da trabalho • As lesões de pele protegidas antes de entrar na unidade. • Uso correto de EPI’S, Lavagens das mãos e uso de álcool gel HIGIENIZAÇÃO • DEFINIÇÃO: É um conjunto de técnicas utilizadas para prevenir a entrada de microrganismos em um ambiente ou impede sua proliferação. • OBJETIVO: Reduzir o risco de infecções em procedimentos médicos ou em ambientes onde a manipulação de materiais é frequente. • EXEMPLO DE TÉCNICAS: Lavagem das mãos, utilização de materiais esterilizados, uso de luvas e aventais descartáveis, cobertura de feridas ASSEPSIA • DEFINIÇÃO: A antissepsia envolve a utilização de substâncias químicas ou físicas para eliminar microrganismos presentes na pele ou em tecidos vivos. • OBJETIVO: Prevenir infecções em feridas, incisões cirúrgicas ou em áreas onde haja contato direto com pacientes. • EXEMPLOS DE ANTISSÉPTICOS: Álcool 70%, iodopovidona, clorexidina. ANTISSEPSIA • DEFINIÇÃO: Processo que visa eliminar a maioria dos microrganismos patogênicos presentes em superfícies inanimadas, objetos ou equipamentos. • OBJETIVO: Reduzir o risco de contaminação cruzada e prevenir a transmissão de doenças. • EXEMPLOS DE DESINFETANTES: Solução de hipoclorito de sódio (água sanitária), compostos de amônio quaternário, peróxido de hidrogênio. DESINFECÇÃO HIGIENIZAÇÃO • DEFINIÇÃO: A descontaminação é o processo de remoção ou inativação de agentes contaminantes, como produtos químicos ou materiais biológicos, de uma superfície ou objeto. • OBJETIVO: Evitar danos à saúde e garantir a segurança do ambiente ou dos materiais. • EXEMPLO DE TÉCNICAS DE DESCONTAMINAÇÃO: Lavagem com água e sabão, uso de agentes quelantes, neutralização de produtos químicos. DESCONTAMINAÇÃO • DEFINIÇÃO: é o processo que elimina todas as formas de vida microbiana, incluindo esporos bacterianos, vírus e fungos. OBJETIVO: Garantir a completa ausência de microrganismos viáveis em materiais ou instrumentos utilizados em procedimentos médicos. • EXEMPLOS DE ESTERILIZAÇÃO: Autoclavagem, radiação ionizante, filtração, agentes químicos esterilizantes ESTERILIZAÇÃO Princípios Básicos para o uso de EPI’S • EPIS Equipamentos de proteção individual • De acordo com a NR 6 da Portaria nº 3214 de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego, considera-se: • EPI: todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a sua segurança e saúde no trabalho OBRIGATORIEDADE DA EMPRESA: • Fornecer aos empregados, gratuitamente, os EPIS adequado aos riscos, em perfeito estados de conservação e funcionamento • Se não houver EPI’S na instituição, o profissional pode recusar-se em realizar o procedimento, respaldado pela NR 32 e pelo código de ética dos profissionais de enfermagem Princípios Básicos para o uso de EPI’S Responsabilidade do Empregado: • Usar os EPI’S apenas para a finalidade a que se destina • Responsabilizar-se pela guarda, conservação e limpeza • Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado • Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso EPC Equipamento de Proteção Coletiva São dispositivos de uso coletivo, destinados a proteger as integridades físicas dos trabalhadores, Exemplo: Autoclave, Cabine de Segurança Biológica, Chuveiros de emergência e lava olhos. EPI’S - Luvas • Luvas de procedimentos – Látex: oferecem boa adaptação; Uso obrigatório em procedimentos clínicos. Devem ser descartáveis, calçadas imediatamente antes do procedimento de risco e removida logo após o procedimento. • Luvas Cirúrgicas Estéreis e Descartáveis: confeccionadas com látex de melhor qualidade, melhor adaptabilidade, indicada para procedimentos cirúrgicos, auxilio nos procedimentos invasivos de contato com locais estéreis Devem ser descartáveis, calçadas imediatamente antes do procedimento de risco e removida logo após o procedimento • Indicaçãopara o uso das luvas: manipulação de sangue e fluidos corporais, membrana mucosa, pele não integra, procedimentos em acessos vasculares, em equipamentos e superfícies contaminadas com sangue e fluídos corporais EPI’S - Máscaras • A Máscara deve ser escolhida de modo a permitir a proteção adequada, Utilizadas no contato direto com os pacientes, no preparo de medicamentos e em procedimentos em geral. Quando em atendimento a pacientes com infecção ativa. • Máscaras Simples: Utilizadas, principalmente, quando há anormalidades respiratórias, que são transmitidas pelo ar porem alcançam curtas distâncias (maiores de 5 micra), como: Doenças como H1N1, Pneumonia, Meningite, Rubéola, Caxumba, Coqueluche entre outros. • Máscaras N95 ou Bico de Pato: Utilizadas, principalmente, quando há anormalidades respiratórias, que transmitidas pelo ar porem de longas distâncias (menores de 5 micra), como: Doenças como TB, COVID, Sarampo, Varicela entre outras. EPI’S – PROTETORES OCULARES • Têm por finalidade proteger a mucosa ocular de contaminações e acidentes ocupacional; • Os protetores mais indicados possuem vedação periférica e melhor adaptação ao rosto; • Após o uso os protetores oculares devem ser descontaminados • Os óculos comuns não oferecem proteção. EPI’S - Avental • O avental deve ser utilizado sempre, a roupa branca (uniforme) não o substitui. Não utiliza as roupas comuns durante o atendimento, pois elas ficaram contaminadas, tornam-se fontes de infecção para o profissional, sua equipe e seus profissionais. • Avental Comum: Aventais descartáveis devem ser empregadas sempre que houver risco de exposição da roupa ou uniformes a sangue, fluídos, secreções e excretas. • Avental Impermeável: Aventais que cubram todo o corpo, com material impermeável, devem ser empregados quando houver riscos de extravasamento intenso de sangue, fluídos corporais, secreção e excretas • Indicações de uso: é importante a utilização de aventais durante qualquer contato com o paciente, especialmente quando houver suspeitas ou indicação de processos patológicos: infecção ou colonização por agentes multirresistentes; Herpes; Conjuntivite.. EPI’S – Gorros e Propés • Gorros: Proporciona uma barreira efetiva para o profissional, sua equipe e paciente, protege contra gotículas de saliva, aerossóis e respingos de sangue contaminado. • Propés: Protetores dos sapatos, para serem usados em unidades em que a rotina do local recomenda. PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O USO SEGURO E DESCARTES ADEQUADO DOS MATERIAIS • Em todo o mundo, os acidentes e doenças do trabalho matam, por ano, cerca de 2 milhões de trabalhadores, estima a Organização Internacional do Trabalho. Em um total de 458.956 os acidentes notificados 30.161 ocorrem no setor da saúde (2006). • Descartes de agulha (perfuro-cortante): Agulhas não devem ser veiculadas de uma mão para a outra e sua manipulação deve ser mínima; As agulhas não podem ser entortadas ou quebradas após o uso; As Agulhas não podem ser reencapadas ou desconectadas da seringa após o uso; As Agulhas devem ser descartadas (“caixa amarela”) nos coletores de perfuro-cortantes. ACIDENTES COM MATERIAL PERFURO-CORTANTE • Mantenha acalma: você tem cerca de h para agir. Segundo o Ministério da Saúde (Brasil 1996), as quimioprofiláxias HBV e HIV devem ser iniciadas até 2h após o acidente. O risco de transmissão ocupacional de HIV para o trabalhador de saúde após exposição percutânea é estimada em 0,3% e após exposição muco-cutâneo em 0,09%. Para Hepatite B o risco para o profissional depende da situação do paciente fonte. • Lave exaustivamente com agua e sabão o ferimento ou a pele exposta ao sangue ou liquido orgânico. Lave as mucosas com agua em abundancia ou soro fisiológico. • Dirija-se imediatamente ao Centro de referencia no atendimento de acidentes ocupacionais, onde iram realizar a coleta de material biológico, e o técnico de segurança do trabalho ira preencher a notificação Cat-Comunicação de acidente de trabalho. Os exames são repetidos por 3 meses em casos de suspeitas de infecção. Obtenha do paciente fonte a maior coleta de dados possível para saber qual tipo de contaminação você esta exposta. RESIDUOS HOSPITALARES Os resíduos hospitalares, também conhecidos como resíduos de serviços de saúde, são materiais descartados no ambiente hospitalar que podem apresentar riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Dentre esses resíduos, encontramos materiais contaminados com sangue, tecidos, medicamentos vencidos, agulhas e outros materiais perfuro cortantes, entre outros. A correta gestão dos resíduos hospitalares é fundamental para a prevenção de doenças e para a preservação do meio ambiente. A responsabilidade pelo manejo adequado desses resíduos recai sobre toda a equipe de profissionais de saúde, incluindo os enfermeiros. Os enfermeiros desempenham um papel fundamental na gestão dos resíduos hospitalares, sendo responsáveis por separar, acondicionar e descartar adequadamente esses materiais de acordo com as normas e legislações vigentes. Eles também são responsáveis por orientar os demais profissionais de saúde sobre os cuidados necessários no manuseio dos resíduos e pela segurança e saúde das equipes e pacientes. Além disso, os enfermeiros também são responsáveis por identificar possíveis falhas no manejo dos resíduos hospitalares e propor medidas corretivas para garantir a segurança de todos os envolvidos. Eles devem estar sempre atentos às normas e procedimentos estabelecidos para o correto descarte desses materiais, contribuindo assim para a prevenção de acidentes e para a promoção de um ambiente de trabalho seguro e saudável.