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<p>A formação da Grécia Antiga</p><p>Apresentação</p><p>A história da Grécia Antiga desperta fascínio em muitas pessoas por seu legado artístico, cultural,</p><p>filosófico, e também por contribuir com as bases e os valores da política até os dias de hoje. Mas</p><p>você sabe em quais conjunturas culturais e políticas foram produzidas essas manifestações</p><p>artísticas e reflexões político-filosóficas? É o que você vai descobrir nesta Unidade.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre os aspectos geográficos e o processo de</p><p>ocupação do território que ficaria conhecido como "Grécia". Além disso, vai estudar os diferentes</p><p>períodos da Grécia na Antiguidade e algumas de suas características. Por fim, você vai</p><p>compreender a hegemonia de Atenas frente as outras cidades-estados e como se desenvolveu o</p><p>regime democrático.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Descrever os aspectos geográficos e o povoamento da Grécia.•</p><p>Relacionar os diferentes períodos históricos da Grécia Antiga.•</p><p>Analisar a hegemonia ateniense e a construção da democracia grega.•</p><p>Desafio</p><p>Ainda que se tenha uma definição etimológica para o conceito de democracia, seus sentidos e suas</p><p>utilizações variaram muito ao longo do tempo. A compreensão que os atenienses do período antigo</p><p>tinham sobre a democracia é diferente do significado e das práticas das democracias liberais</p><p>contemporâneas. Como afirmam Kalina Silva e Maciel Silva, "a maioria dos professores de História</p><p>considera difícil trabalhar com o conceito de democracia em sala de aula, devido à sua</p><p>complexidade".</p><p>Frente às dificuldades e complexidades do trabalho com esse conceito e essas práticas na escola,</p><p>imagine que você está em uma entrevista de emprego em uma escola e precisa responder às</p><p>seguintes questões:</p><p>a) Como a escola pode ser um ambiente de aprendizagem da democracia?</p><p>b) Que práticas de gestão escolar podem ser aplicadas para o aprimoramento da democracia nas</p><p>escolas?</p><p>Infográfico</p><p>"Cidadania" e "democracia" na Grécia Antiga tinham sentidos diferentes dos significados que</p><p>apresentam nos dias de hoje. Atenas, por exemplo, era uma cidade-estado com uma hierarquia</p><p>social em que somente os cidadãos, ou seja, os homens maiores de 18 anos e nascidos livres,</p><p>tinham direitos políticos. Portanto, é muito importante conhecer a estrutura econômica e social</p><p>ateniense para saber quais são esses outros grupos que estavam excluídos da cidadania.</p><p>No Infográfico, você vai conhecer a organização econômico-social de Atenas, sua hierarquia e quais</p><p>as principais características de cada um desses grupos.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/7ea8c5e7-431d-4ec3-8bce-1c8a00e2f9c8/cbcb0be3-7238-452c-a0fd-9af727201f99.jpg</p><p>Conteúdo do livro</p><p>Você já deve ter ouvido falar que a democracia surgiu na Grécia Antiga, a partir de uma série de</p><p>transformações culturais e políticas ocorridas na cidade-estado de Atenas. Mas você conhece as</p><p>condições para a emergência da democracia naquele contexto? Sabe o que é uma cidade-estado? E</p><p>quais as características da democracia na Antiguidade? Em que ela se assemelha aos regimes</p><p>democráticos atuais e em que deles se diferencia?</p><p>No capítulo A formação da Grécia Antiga, da obra História Antiga, você vai estudar um pouco mais</p><p>sobre as características geográficas do território ocupado pelos diferentes povos que deram origem</p><p>aos gregos e como isso influenciou na formação das cidades-estados. Vai aprender também os</p><p>períodos da história da Grécia Antiga e os marcos que estabelecem essas divisões. Por fim, vai</p><p>conhecer um pouco mais sobre a hegemonia ateniense e o surgimento da democracia em Atenas.</p><p>Boa leitura.</p><p>HISTÓRIA ANTIGA</p><p>Caroline Silveira Bauer</p><p>A formação da Grécia Antiga</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Descrever os aspectos geográficos e o povoamento da Grécia.</p><p> Relacionar os diferentes períodos históricos da Grécia Antiga.</p><p> Analisar a hegemonia ateniense e a construção da democracia grega.</p><p>Introdução</p><p>A Grécia Antiga compreende o período que vai da ocupação do território</p><p>grego por povos nômades e ágrafos até o domínio da região pelos ro-</p><p>manos. Ainda que essa periodização possa ser contestada, ela é didática</p><p>e importante para você compreender aspectos relevantes da formação</p><p>da sociedade grega antiga.</p><p>Neste capítulo, você vai estudar a geografia do território da Grécia e a</p><p>sua influência na organização política e social dos diferentes povos que</p><p>se estabeleceram ali. Você também vai conhecer os períodos em que é</p><p>dividida a Antiguidade Grega e os marcos utilizados para circunscrevê-</p><p>-los. Além disso, você vai verificar por quê, entre todas as cidades-estado</p><p>da região, Atenas conquistou a hegemonia em diferentes aspectos e</p><p>instaurou um regime democrático.</p><p>Aspectos geográficos e povoamento da Grécia</p><p>Antes de conhecer os aspectos geográfi cos e o povoamento da Grécia, é</p><p>importante você ter em mente que o povo que hoje é chamado de “grego” não</p><p>dava esse nome a si mesmo. Essa nomenclatura foi cunhada pelos romanos</p><p>para caracterizar aqueles que falavam a língua grega, ou seja, tampouco estava</p><p>em jogo uma ideia de nação. Os “gregos” chamavam seu território de Hélade,</p><p>onde viviam os helenos, e denominavam “bárbaros” os estrangeiros que não</p><p>falavam a sua língua e não tinham os seus costumes. Na Figura 1, a seguir,</p><p>você pode ver a localização atual da Grécia.</p><p>Figura 1. Mapa atual da Grécia.</p><p>Fonte: Guia geográfico ([201-?]).</p><p>A região ocupada originalmente pelos helenos foi a atual Península Balcâ-</p><p>nica (também chamada de Grécia Continental). Em um movimento expansio-</p><p>nista, os gregos ocuparam também ilhas do mar Egeu, do mar Mediterrâneo</p><p>e do mar Jônico (chamada de Grécia Insular). Expandiram-se ainda para o</p><p>litoral da Ásia Menor, da antiga Jônia e da região da atual Turquia (chamada</p><p>de Grécia Asiática), bem como para o sul da Itália (chamada de Magna Grécia)</p><p>(FUNARI, 2002, documento on-line).</p><p>A Grécia Continental possui um relevo montanhoso com planícies fér-</p><p>teis, mas descontínuas, o que dificultou o desenvolvimento da agricultura e</p><p>impulsionou o movimento expansionista pela região. Por sua vez, o extenso</p><p>litoral facilitou a navegação e o desenvolvimento de uma frota marítima</p><p>de comércio e defesa. Alguns autores afirmam que o relevo montanhoso e</p><p>acidentado foi um dos fatores para o fracionamento administrativo e político</p><p>da Grécia em cidades-estado, devido às dificuldades de comunicação. Além</p><p>A formação da Grécia Antiga2</p><p>disso, havia muita competição e rivalidade entre as cidades. Contudo, essa é</p><p>uma interpretação fatalista, assentada no determinismo geográfico.</p><p>Mas você sabe o que era uma cidade-estado grega? Veja o que afirma</p><p>Funari (2002, documento on-line):</p><p>A cidade — pólis, em grego — é um pequeno Estado soberano que com-</p><p>preende uma cidade e o campo ao redor e, eventualmente, alguns povoados</p><p>urbanos secundários. A cidade se define, de fato, pelo povo — demos — que</p><p>a compõe: uma coletividade de indivíduos submetidos aos mesmos costumes</p><p>fundamentais e unidos por um culto comum às mesmas divindades protetoras.</p><p>Em geral, uma cidade, ao formar-se, compreende várias tribos; a tribo está</p><p>dividida em diversas frátrias e estas em clãs; estes, por sua vez, compostos de</p><p>muitas famílias no sentido estrito do termo (pai, mãe e filhos). A cada nível, os</p><p>membros desses agrupamentos acreditam descender de um ancestral comum</p><p>e se encontram ligados por estreitos laços de solidariedade. As pessoas que</p><p>não fazem parte destes grupos são estrangeiros na cidade e não lhes cabe</p><p>nem direitos, nem proteção.</p><p>Por essas características da cidade-estado, é importante reforçar a ideia de</p><p>que a Hélade, ou Grécia Antiga, não era um Estado unificado, com um governo</p><p>único e uma única nação: era um conjunto de cidades independentes, que</p><p>tinham governos, leis</p><p>e características culturais, políticas e sociais próprias.</p><p>Quais foram os povos que ocuparam a Hélade? Acredita-se que o início</p><p>da ocupação do território da Grécia tenha ocorrido há 4 mil anos. Estudos</p><p>arqueológicos permitem afirmar que quatro grandes povos indo-europeus</p><p>ocuparam essa região. A seguir, veja quais foram esses povos.</p><p> Aqueus: fundadores da cidade de Micenas, ocuparam a ilha de Creta há</p><p>3,5 mil anos, fundando a sociedade creto-micênica e espalhando-se pelo</p><p>mar Egeu. Mantiveram a dominância desse território até o século 13 a.C.</p><p> Jônios: fixaram-se na região da Península por volta do século 18 a.C.</p><p>e fundaram a cidade de Atenas. Expandiram-se para a região da Ásia</p><p>Menor e a chamaram de Jônia.</p><p> Eólios: ocuparam a região norte da Grécia por volta de 3,8 mil anos</p><p>atrás. Foram os fundadores da cidade de Tebas.</p><p> Dórios: foram os fundadores da cidade de Esparta e caracterizavam-se</p><p>pelo militarismo. Foram o último povo a dominar a Hélade.</p><p>Alguns estudos mais contemporâneos afirmam que o território da atual</p><p>Grécia era ocupado, em sua “pré-história”, por povos ágrafos, chamados leleges</p><p>e pelasgos. Assim, é possível considerar esses povos indo-europeus como</p><p>3A formação da Grécia Antiga</p><p>“invasores” que, juntamente aos “povos originais”, deram origem à Hélade.</p><p>Segundo Funari (2002, documento on-line), a sociedade grega se originou</p><p>durante os séculos que se seguiram às invasões dórias: “Ela não surgiu como</p><p>um milagre, e sim como herdeira dos avanços e conhecimentos aprendidos e</p><p>adaptados de outros povos”.</p><p>Periodização da Grécia Antiga</p><p>A Grécia Antiga corresponde aos eventos compreendidos entre a ocupação</p><p>do território por povos nômades e ágrafos e o domínio pelos romanos. No</p><p>entanto, essa datação e as suas subdivisões, que você vai ver a seguir, estão</p><p>baseadas na experiência ateniense, que deixou maior número de vestígios, o</p><p>que permite estudá-la historicamente. Dessa forma, é importante você lembrar-</p><p>-se das peculiaridades de cada uma das cidades-estado e perceber que nem</p><p>sempre a periodização está isenta de imprecisões.</p><p>Assim, de forma didática, a Grécia Antiga divide-se nos períodos listados</p><p>a seguir.</p><p> Sociedade cretense ou minoica (2000 a 1500 a.C.): estabeleceu-se na</p><p>ilha de Creta e seu nome deriva de um lendário monarca chamado Minos.</p><p>A organização política e social era feita em torno de palácios, que se</p><p>disseminaram pela ilha, dando origem a reinos autônomos. Segundo</p><p>Funari (2002, documento on-line), as invasões dóricas provocaram a</p><p>desagregação da sociedade cretense, dando início a um processo de</p><p>longa duração que resultou na formação da sociedade grega.</p><p> Período micênico ou pré-homérico (1500 a 1200 a.C.): o período</p><p>“micênico” ficou assim conhecido em função do rei aqueu Micenas, que</p><p>ocupou o território continental da Grécia e a ilha de Creta. As aldeias</p><p>e os palácios-fortalezas possuíam características bélicas, em função da</p><p>disputa por terras, rotas comerciais e outras riquezas. A partir dessas</p><p>atividades, o território da Grécia foi sendo ocupado. Com a invasão</p><p>dos dórios, houve a destruição ou o abandono de diversos palácios</p><p>e aldeias, gerando um processo de ruralização da população e a sua</p><p>organização em “genos”.</p><p> Período homérico ou idade das trevas (1200 a 800 a.C.): corresponde</p><p>ao processo de formação das estruturas sociais chamadas “genos”, termo</p><p>que costuma ser traduzido como “família”, mas que corresponde a uma</p><p>organização mais ampla do que a abarcada pelo sentido de “família”</p><p>A formação da Grécia Antiga4</p><p>contemporâneo. Os genos incluíam relações hereditárias e também laços</p><p>afetivos em relação a agregados. A organização da vida em coletividade</p><p>nesses “genos” daria origem às cidades-estado gregas. De acordo com</p><p>Barbosa (2009, p. 56), existem diferentes motivos para a desintegração</p><p>dos genos, como o crescimento populacional que acelerou mais do que</p><p>a produção de alimentos, resultando, assim, em disputas por alimentos</p><p>e em disputas por terrenos cultiváveis; diversos conflitos nos genos,</p><p>tais como as concorrências entre filhos, o desinteresse dos jovens pelo</p><p>trabalho monótono, a expulsão dos criminosos do convívio nos genos,</p><p>etc.”. Esse período possui o nome de “homérico” devido às obras Ilíada</p><p>e Odisseia, textos atribuídos a Homero que são as principais fontes para</p><p>se conhecer esse momento histórico, principalmente a Guerra de Troia</p><p>e as suas consequências.</p><p> Período arcaico (800 a 500 a.C.): é nesse período que ocorre o desen-</p><p>volvimento das cidades-estado gregas, com organizações econômicas</p><p>e políticas autônomas (AUSTIN; VIDAL-NAQUET, 1972), além de</p><p>manifestações artísticas, culturais e filosóficas cujos registros chega-</p><p>ram até o mundo contemporâneo. Uma das características do período</p><p>arcaico é a valorização e uma relativa separação entre o pensamento</p><p>social dos mitos e da religião. Também foi nesse momento histórico</p><p>que se iniciou em Atenas uma série de reformas políticas que levaram</p><p>ao desenvolvimento da democracia ateniense. Antes disso, houve uma</p><p>sucessão de regimes, como a aristocracia e a tirania (AUSTIN; VIDAL-</p><p>-NAQUET, 1972).</p><p> Período clássico (500 a 400 a.C.): esse período corresponde ao mo-</p><p>mento de apogeu das cidades-estado gregas, com grande desenvolvi-</p><p>mento cultural, econômico e político. O comércio marítimo e as lutas</p><p>por hegemonia na região acirram as relações entre as pólis, dando</p><p>origem a conflitos e guerras, como a Guerra do Peloponeso, conflito</p><p>entre Atenas e Liga de Delos e Esparta e Liga do Peloponeso, ligas estas</p><p>formadas por acordos econômicos e militares. Essa guerra, conforme</p><p>Finley (1989), teria resultado do confronto entre duas concepções de</p><p>mundo (economia, política e sociedade). Mesmo após a derrota de</p><p>Atenas para Esparta, continuaram ocorrendo conflitos menores que,</p><p>para Funari (2002, documento on-line), acarretaram o enfraquecimento</p><p>das cidades, abrindo caminho para a dominação macedônica.</p><p> Período helenístico (400 a 100 a.C.): após a Guerra do Peloponeso</p><p>e a derrota de Atenas para Esparta, houve um enfraquecimento das</p><p>cidades-estado devido às consequências do conflito. Alexandre, rei</p><p>5A formação da Grécia Antiga</p><p>da Macedônia, aproveitou-se dessa debilidade e invadiu o território</p><p>grego, conquistando-o e o incorporando ao seu gigantesco império. O</p><p>apreço de Alexandre, o Grande, pela cultura grega foi responsável pela</p><p>difusão de diferentes aspectos do pensamento e das práticas gregas,</p><p>que, em fusão com culturas orientais, deram origem ao chamado “he-</p><p>lenismo”. O helenismo também foi o período que antecedeu o domínio</p><p>e o apogeu de Roma na região. Para Funari (2002, documento on-line),</p><p>a desintegração do império macedônico em monarquias fez com que as</p><p>cidades-estado gregas perdessem a sua autonomia política e, com isso,</p><p>não possuíssem mais exércitos próprios. Porém, elas mantiveram as suas</p><p>leis e constituições. Além disso, mesmo quando foram gradativamente</p><p>incorporadas ao império romano, mantiveram-se fiéis à sua cultura.</p><p>Ainda que essa periodização o auxilie didaticamente na sua aprendizagem</p><p>sobre a Grécia Antiga, você deve utilizá-la com muito cuidado. Afinal, como</p><p>pontua Florenzano (1994), ela foi baseada na experiência de Atenas, a cidade-</p><p>-estado a respeito da qual existem mais registros. Além disso, como ocorre</p><p>com qualquer periodização, foram feitas algumas escolhas — nesse caso, para</p><p>considerar ou desconsiderar alguns povos que ocupavam a região da Hélade.</p><p>Hegemonia ateniense e democracia grega</p><p>Como resultado de sua liderança durante as Guerras Médicas, seu crescente</p><p>prestígio militar em comparação com Esparta e seu poder na Liga de Delos,</p><p>Atenas se converteu na cidade-estado mais infl uente da Grécia, dando origem</p><p>a um período que fi cou conhecido como “hegemonia ateniense” ou “idade de</p><p>ouro de Atenas”, que corresponde ao século V a.C.</p><p>As Guerras Médicas, também conhecidas como “medas”, foram um momento essencial</p><p>da história do mundo grego. Desse confronto surgiram a hegemonia ateniense e a</p><p>civilização</p><p>clássica associada a ela. Desde o século VI a.C., os persas dominavam os</p><p>países situados na região que vai do planalto do Irã às margens do Mediterrâneo.</p><p>Eles conquistaram a Mesopotâmia, a Ásia Menor e depois o Egito, assim como as</p><p>cidades-estado gregas.</p><p>A formação da Grécia Antiga6</p><p>Sob a liderança de Péricles, houve uma reforma constitucional, estabele-</p><p>cendo um modelo democrático bastante específico; foram construídos grandes</p><p>edifícios, como o Panteão; e o teatro grego apresentava tragédias escritas por</p><p>Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Também datam desse período as obras dos</p><p>historiadores Heródoto e Tucídides e do filósofo Sócrates. Do ponto de vista</p><p>artístico, cultural, filosófico e histórico, portanto, Atenas representava um</p><p>grande centro nas cidades da Antiguidade.</p><p>A hegemonia ateniense também era econômica. Após as Guerras Médicas,</p><p>Atenas construiu uma frota mercante, que transportava mercadorias de todas as</p><p>espécies. Aproveitando a sua posição no mar Egeu, estabeleceu a cobrança de</p><p>taxas aduaneiras. Na agricultura, Atenas produzia e comercializava azeitonas</p><p>e seus derivados. Produzia também, por meio da fundição de metais, armas</p><p>e joias, além de artigos em cerâmica.</p><p>Existia um comércio interno na península, baseado nas trocas e em pe-</p><p>quenos comércios, em que se trocavam e vendiam produtos necessários para</p><p>o cotidiano (como cestos e vasos), além de gêneros alimentícios. Juntamente</p><p>a esses pequenos comerciantes, havia “cambistas”, que trocavam moedas e</p><p>realizavam pequenos empréstimos. Existia também um comércio exterior,</p><p>que era dominado pelos metecos; o trigo era o único produto controlado pela</p><p>cidade-estado nesse comércio. Foi dessa maneira que a moeda ateniense se</p><p>converteu em uma forma de pagamento aceita em diferentes locais.</p><p>No início do século V, algumas dessas cidades revoltaram-se e pediram auxílio</p><p>aos gregos da Europa. Os atenienses responderam e participaram da tomada de</p><p>uma das capitais reais, Sardes. Essa vitória foi usada por Dario como pretexto para</p><p>lançar, em 490, uma expedição contra Atenas, que terminou em desastre para o</p><p>corpo expedicionário persa. Mais tarde, o filho de Dario, Xerxes, retomou o projeto,</p><p>unindo à expedição marítima um imenso exército de mercenários. Esse exército</p><p>cruzou o desfiladeiro das Termópilas e dominou a Acrópole de Atenas. No ano</p><p>seguinte, os gregos venceram os persas que haviam permanecido na Grécia. Para</p><p>a maioria deles, especialmente para os espartanos, a guerra terminara. Contudo,</p><p>não para os atenienses.</p><p>Os atenienses e os gregos das ilhas e do norte do Egeu formaram uma aliança, a</p><p>Liga de Delos, que buscou libertar dos persas as cidades gregas da Ásia. Essa aliança</p><p>deu origem ao império ateniense. Encarregando-se da defesa comum, os atenienses</p><p>exigiram dos aliados o pagamento de um tributo anual. Tal tributo servia para a ma-</p><p>nutenção de uma grande frota, mas permitiu também a Péricles, já o político mais</p><p>importante de Atenas, investir na arquitetura da cidade. Assim, Atenas se tornou o</p><p>centro da vida intelectual e artística grega, para onde confluíam sábios, filósofos e</p><p>artistas (MOSSÉ, 2004).</p><p>7A formação da Grécia Antiga</p><p>A democracia ateniense</p><p>Etimologicamente, a palavra “democracia” vem dos termos gregos demos</p><p>(povo) e cratos (poder). Contudo, você deve fi car atento: “povo” e “poder”</p><p>possuíam sentidos diferentes dos que têm hoje. Havia toda uma forma es-</p><p>pecífi ca de organização política dos gregos, em mandatos eletivos (em raros</p><p>postos, por sorteio) e temporais para assembleias e conselhos. Nesses espaços</p><p>de votação e deliberação coletivos, destacavam-se aqueles que possuíam</p><p>uma boa oratória e retórica, características muito valorizadas na política</p><p>naquele momento.</p><p>Veja o que afirma Vernant (1972, p. 35):</p><p>A palavra não é mais o termo ritual, a fórmula justa, mas o debate contradi-</p><p>tório, a discussão, a argumentação. Supõe um público ao qual ela se dirige</p><p>como a um juiz que decide em última instância, de mãos erguidas, entre dois</p><p>partidos que lhe são apresentados; é essa escolha puramente humana que mede</p><p>a força de persuasão respectiva dos dois discursos, assegurando a vitória de</p><p>um dos oradores sobre seu adversário. Todas as questões de interesse geral</p><p>que o Soberano tinha por função regularizar e que definem o campo da ar-</p><p>ché são agora submetidas à arte retórica e deverão resolver-se na conclusão</p><p>de um debate [...] Entre a política e o logos [conhecimento], há assim uma</p><p>relação estreita, vínculo recíproco. A arte política é essencialmente exercício</p><p>de linguagem; e o logos, na origem, toma consciência de si mesmo, de suas</p><p>regras, de sua eficácia, através de sua função política.</p><p>Mas isso não significa que todas as pessoas pudessem participar da</p><p>política. Somente os cidadãos possuíam direitos políticos. Outros grupos</p><p>sociais, como os escravizados e os metecos (considerados estrangeiros),</p><p>por sua origem e por transmitirem geracionalmente sua condição, eram</p><p>excluídos da política.</p><p>De acordo com Funari (2002, documento on-line):</p><p>Na democracia ateniense [...], apenas tinham direitos integrais os cidadãos.</p><p>Calcula-se que, em 431 a.C., havia 310 mil habitantes na Ática, região que</p><p>compreendia tanto a parte urbana como rural da cidade de Atenas, 172 mil</p><p>cidadãos com suas famílias, 28.500 estrangeiros com suas famílias e 110</p><p>mil escravos. Os escravos, os estrangeiros e mesmo as mulheres e crianças</p><p>atenienses não tinham qualquer direito político e para eles a democracia</p><p>vigente não trazia qualquer vantagem.</p><p>A formação da Grécia Antiga8</p><p>A democracia ateniense era direta, ou seja, todos os cidadãos podiam participar</p><p>da assembleia do povo (eclésia). Essa assembleia tomava as decisões relativas aos</p><p>assuntos políticos em praça pública. Entretanto, o regime democrático ateniense</p><p>tinha limites, e pode-se mesmo dizer que a democracia grega dependia da escravidão.</p><p>Eram considerados cidadãos apenas os homens adultos (com mais de 18 anos de</p><p>idade) nascidos de pai e mãe atenienses. Os cidadãos possuíam três direitos principais:</p><p>liberdade individual, igualdade com relação aos outros cidadãos perante a lei e direito</p><p>a falar na assembleia.</p><p>A eclésia reunia-se 10 vezes por ano, mas para cada uma dessas reuniões havia mais três</p><p>encontros extraordinários. As sessões começavam no início e terminavam ao final do dia.</p><p>Qualquer cidadão ateniense tinha o direito de pedir a palavra e ser ouvido. Contudo, na</p><p>prática, eram os líderes que falavam. Além disso, as decisões da assembleia eram inapeláveis.</p><p>No entanto, havia um conselho (bulé ou senado) de pessoas que se dedicavam o ano todo</p><p>a analisar questões e aconselhar sobre temas de interesse público. Os 500 senadores que</p><p>faziam parte da bulé eram homens sorteados entre aqueles que se apresentassem como</p><p>candidatos, necessariamente cidadãos com ao menos 30 anos de idade.</p><p>Como os participantes do conselho ateniense precisavam permanecer um ano no</p><p>cargo dedicando-se a reuniões diárias, adquiriam o direito a receber uma ajuda de</p><p>custo. Os magistrados eram apenas os executores das decisões da eclésia e da bulé.</p><p>Eles possuíam o poder de manter a ordem e o respeito a leis e decretos. Os magis-</p><p>trados podiam ser homens eleitos pela assembleia ou escolhidos por sorteio entre</p><p>os candidatos. Os gregos consideravam que o sorteio era influenciado pelos deuses.</p><p>O tribunal popular, ou helieia, contava com milhares de juízes, escolhidos por sorteio.</p><p>A partir de 395 a.C., os cidadãos que participavam da assembleia também adquiriam</p><p>o direito de receber um pagamento por sua presença. A ideia era que cidadãos de</p><p>menos posses pudessem assistir às reuniões e usufruir dos direitos políticos do mesmo</p><p>modo que os mais abastados (FUNARI, 2002).</p><p>Instaurada em Atenas após a queda dos tiranos, entre os anos 510 e 500</p><p>a.C., a democracia foi criticada por vários pensadores gregos, como Platão e</p><p>Aristóteles. Antes do período democrático, Atenas incorporou as seguintes</p><p>formas de governo: monarquia, oligarquia e tirania. Na monarquia, o rei</p><p>acumulava</p><p>funções jurídicas, militares e religiosas. Posteriormente, com os</p><p>oligarcas, a autoridade real passou ao grupo aristocrático dos eupátridas e o</p><p>rei permaneceu apenas com atribuições religiosas. A tirania correspondeu</p><p>ao período em que o monarca, Pisístrato, e seus filhos tomaram o poder e se</p><p>9A formação da Grécia Antiga</p><p>mantiveram nele por meio da atuação de soldados mercenários. Apenas com as</p><p>Guerras Médicas e a união da sociedade ateniense contra um inimigo comum,</p><p>os persas, foi possível consolidar o regime democrático (ROSSET, 2008).</p><p>Os fundamentos da democracia ateniense baseavam-se na igualdade (a</p><p>isonomia perante a lei), na liberdade (de votar, de ser votado e de se expressar)</p><p>e na construção de uma ideia de responsabilidade pela política, em que cada</p><p>cidadão era responsável pelo seu voto e por suas ações.</p><p>Veja o que afirma Rosset (2008, documento on-line):</p><p>Em Atenas, o cidadão exercia a democracia diretamente. O fundamento da</p><p>democracia ateniense era a igualdade de todos perante a lei. Bastava ser ci-</p><p>dadão para ter o direito de tomar parte nas decisões políticas, participar das</p><p>assembleias, fazer uso do direito da palavra, sentar-se no conselho e exercer</p><p>a maioria das magistraturas. Os cidadãos atenienses tinham fundamental-</p><p>mente três direitos democráticos: 1. liberdade individual; 2. igualdade de</p><p>todos os cidadãos perante a lei; 3. falar na assembleia. Apesar de ser direta,</p><p>a igualdade democrática ateniense era apenas teórica. Na prática, tratava-se</p><p>de uma democracia para poucos.</p><p>Como você viu, somente eram considerados cidadãos os homens livres e</p><p>nascidos de pais cidadãos atenienses. A mulher permaneceu sem o direito à</p><p>cidadania, assim como os estrangeiros e os escravizados. O exercício pleno da</p><p>democracia era realizado na assembleia e implicava uma dinâmica de debate,</p><p>de circulação de opinião e de exposição pública, além da elegibilidade, da</p><p>rotatividade, da anuência e da coesão social (LESSA, 2008).</p><p>AUSTIN, M.; VIDAL-NAQUET, P. Economia e sociedade na Grécia Antiga. Lisboa: Edições</p><p>70, 1972.</p><p>BARBOSA, M. T. Do antigo Oriente próximo a Roma: uma abordagem da antiguidade.</p><p>Guarapuava: Unicentro, 2009.</p><p>FINLEY, M. Economia e sociedade na Grécia Antiga. São Paulo: Martins Fontes, 1989.</p><p>FLORENZANO, M. B. O mundo antigo: economia e sociedade. São Paulo: Brasiliense, 1994.</p><p>FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexo, 2002. E-book.</p><p>GUIA geográfico. Mapa da Grécia. [S. l.: s. n., 201-?]. Disponível em: http://www.europa-</p><p>-mapas.com/grecia.htm. Acesso em: 7 jul. 2019.</p><p>A formação da Grécia Antiga10</p><p>LESSA, F. de S. Democracia e esportes em Atenas. Synthesis, v. 15, 2008. Disponível</p><p>em: http://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/art_revistas/pr.3582/pr.3582.pdf. Acesso</p><p>em: 7 jul. 2019.</p><p>MOSSÉ, C. Dicionário da civilização grega. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.</p><p>ROSSET, L. A democracia ateniense: filha de sua história, filha de sua época. Revista de</p><p>Cultura Teológica, n. 64, jul./set. 2008. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/culturateo/</p><p>article/view/15535/11601. Acesso em: 7 jul. 2019.</p><p>VERNANT, J.-P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 1972.</p><p>Leituras recomendadas</p><p>CARDOSO, C. F. A cidade-estado antiga. São Paulo: Ática, 1993.</p><p>FINLEY, M. História antiga: testemunhos e modelos. São Paulo: Martins Fontes, 1994.</p><p>FUNARI, P. P. A antiguidade clássica: a história e a cultura a partir dos documentos.</p><p>Campinas: Unicamp, 1995.</p><p>RAGO, M.; FUNARI, P. P. Subjetividades antigas e modernas. São Paulo: Annablume, 2008.</p><p>VERNANT, J.-P. Mito e pensamento entre os gregos: estudo de psicologia histórica. Rio</p><p>de Janeiro: Paz e Terra, 1990.</p><p>VEYNE, P. Acreditaram os gregos nos seus mitos? Lisboa: Edições 70, 1987.</p><p>VIDAL-NAQUET, P. O mundo de Homero. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.</p><p>11A formação da Grécia Antiga</p><p>Dica do professor</p><p>Você já deve ter escutado a frase "O homem é um animal político". Mas você sabe quem a escreveu</p><p>e em qual conjuntura? O que significa afirmar que o homem e a política estão intrinsecamente</p><p>relacionados?</p><p>Na Dica do Professor, você vai aprender um pouco mais sobre o pensamento de Aristóteles, autor</p><p>da frase citada, e sobre a importância da vida política em Atenas, além das penas implementadas</p><p>para aqueles que ameaçassem a democracia ateniense.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/c67b8a71f68fce458cd775597362d7be</p><p>Exercícios</p><p>1) No período chamado “Antiguidade Clássica”, a Grécia não existia como entidade política ou</p><p>nação, configurando-se como uma comunidade linguística que compartilhava algumas</p><p>crenças, costumes e hábitos, distribuída em diferentes cidades. Sobre essas cidades, são</p><p>feitas as seguintes afirmações:</p><p>I) Existiam em grande número, com tamanho e importância variados, independentes e</p><p>frequentemente rivais.</p><p>II) Cada cidade, por constituir um verdadeiro pequeno Estado, contava com um regime</p><p>político que lhe era próprio e instituições que variavam consideravelmente de uma</p><p>localidade para outra.</p><p>III) Atenas foi uma das principais cidades-estados da Antiguidade e seu regime democrático</p><p>caracterizava-se pela extensão dos direitos a todos os seus habitantes.</p><p>Qual(is) está(ão) correta(s)?</p><p>A) Apenas I.</p><p>B) Apenas II.</p><p>C) Apenas I e II.</p><p>D) Apenas II e III.</p><p>E) I, II e III.</p><p>2) Os poemas Ilíada e Odisseia, atribuídos a Homero, são fontes inestimáveis para a escrita da</p><p>história grega, principalmente do período chamado “homérico”. Como era costume na</p><p>cultura grega daquele período, esses poemas mesclam, com verossimilhança, relatos</p><p>históricos e narrativas míticas. Os versos desses poemas tratam de episódios e</p><p>consequências relativos:</p><p>A) à ocupação do território da Hélade por povos nômades e ágrafos e ao estabelecimento das</p><p>cidades-estados.</p><p>B) ao processo de implantação da democracia em Atenas e às críticas apresentadas por filósofos</p><p>como Platão e Aristóteles.</p><p>C) à conquista da Grécia por tropas romanas, em decorrência da fragilidade após uma sequência</p><p>de batalhas e guerras internas.</p><p>D) à guerra de Troia, conflito entre aqueus e troianos, que teria durado aproximadamente dez</p><p>anos.</p><p>E) à briga entre os deuses, os semideuses e os humanos sobre quem ficaria responsável pelo</p><p>governo de Atenas.</p><p>3) A história da Grécia Antiga é formada por diferentes conflitos e guerras ocorridos entre as</p><p>cidades-estados e entre estas e povos não gregos. Na listagem a seguir, apresentamos dois</p><p>conflitos. Preencha as alternativas, associando cada uma dessas guerras com sua correta</p><p>descrição.</p><p>I – Guerras Médicas</p><p>II – Guerra do Peloponeso</p><p>( ) Confronto entre as cidades-estados de Atenas e Esparta.</p><p>( ) Conflito entre gregos e persas.</p><p>( ) Foi responsável pela consolidação da hegemonia ateniense.</p><p>( ) Teve como consequência a derrota de Atenas.</p><p>( ) Resultou na formação de uma liga entre Atenas e outras cidades-estados, chamada Liga</p><p>de Delos.</p><p>A ordem correta do preenchimento das lacunas, de cima para baixo, é:</p><p>A) II – I – I – II – I.</p><p>B) I – II – I – II – I.</p><p>C) II – I – II – I – II.</p><p>D) II – I – I – II – II.</p><p>E) I – II – II – I – II.</p><p>Leia o trecho abaixo, escrito pelo historiador Jean-Jacques Maffre:</p><p>"O mundo grego do século V a.C. não tinha uma capital, no sentido político do termo. Cada</p><p>uma das cidades que o constituíam era independente e funcionava, pelo menos na teoria,</p><p>como um Estado autônomo, com sua própria constituição, leis, organização social, moeda e</p><p>sistema de pesos e medidas."</p><p>4)</p><p>Ainda que não houvesse governo centralizado e cada uma das cidades-estados tivesse</p><p>independência e autonomia para elaborar sua organização política e social, Atenas</p><p>tinha destaque e uma supremacia de fato e de direito, principalmente a partir do século V</p><p>a.C. Assinale a alternativa correta sobre a hegemonia ateniense.</p><p>A) A hegemonia ateniense foi uma construção discursiva dos democratas, porque não</p><p>encontrava correspondência no poder econômico</p><p>e militar da cidade de Atenas.</p><p>B) A hegemonia ateniense era decorrente somente de sua supremacia econômica, pois,</p><p>militarmente, Esparta e outras cidades-estados facilmente poderiam subjugar os atenienses.</p><p>C) A hegemonia ateniense era decorrente não somente de uma supremacia militar, mas também</p><p>de seu poderio econômico e de alianças com outras cidades-estados, por meio da Liga de</p><p>Delos.</p><p>D) A hegemonia ateniense era decorrente não somente de uma supremacia militar, mas também</p><p>de sua produção filosófica e historiográfica.</p><p>E) A hegemonia ateniense era decorrente somente de sua supremacia militar, já que o poderio</p><p>econômico era espartano, consolidado com a Liga do Peloponeso.</p><p>5) No poema grego Odisseia, que narra as viagens lendárias do herói Ulisses, esse personagem</p><p>chega a um país habitado por gigantes chamados ciclopes, que são descritos como “homens</p><p>sem leis”, porque “não têm assembleias que julguem ou deliberem” e “cada um dita a lei a</p><p>seus filhos e mulheres sem se preocuparem uns com os outros”. A partir de seu</p><p>conhecimento sobre a democracia ateniense e em comparação com essas citações do</p><p>poema, assinale a alternativa correta:</p><p>A) Semelhantemente ao país dos gigantes ciclopes, a democracia ateniense era contraditória,</p><p>porque permitia a participação política dos estrangeiros e dos escravizados, mas não das</p><p>mulheres.</p><p>B) Semelhantemente ao país dos gigantes ciclopes, a democracia ateniense conferia papel de</p><p>destaque para as mulheres na política, que deveriam presidir a Assembleia e as instituições</p><p>jurídicas.</p><p>C) Semelhantemente ao país dos gigantes ciclopes, a democracia ateniense não tinha</p><p>assembleias, porque era uma democracia direta, em que todos, independente do grupo social,</p><p>poderiam votar ou ser votados.</p><p>Diferentemente do país dos gigantes ciclopes, a democracia ateniense era representativa, por</p><p>isso havia cargos eletivos e os políticos estabeleciam leis distintas para os diferentes grupos</p><p>D)</p><p>sociais.</p><p>E) Diferentemente do país dos gigantes ciclopes, a democracia ateniense tinha na Assembleia</p><p>um de seus espaços mais importantes, onde eram debatidos e decididos temas relativos à</p><p>cidade.</p><p>Na prática</p><p>Existem diferentes formas de abordar a formação da Grécia Antiga na sala de aula. Ao trabalhar</p><p>diretamente com alguns textos produzidos naquele momento histórico, o professor pode evitar</p><p>certos anacronismos, por exemplo, conceitos e práticas que tinham significados diferentes daqueles</p><p>que são empregados hoje. Que tal trabalhar com o teatro grego e sua função pedagógica?</p><p>Neste Na Prática, veja como utilizar o teatro grego para compreender alguns valores que</p><p>permeavam a sociedade grega antiga e para estimular outras formas de aprendizagem histórica.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/97e8c3ba-5d20-4045-9f4c-f35e613e2983/34daa927-c830-4818-8f97-8e34516d02f7.jpg</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>Formação da Grécia Antiga</p><p>Assista ao vídeo do canal "Se Liga Nessa História" sobre a formação da Grécia Antiga e aprenda um</p><p>pouco mais sobre o processo.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>O que é a democracia?</p><p>Leia o capítulo "O que é a democracia?", do livro "Alfabetizar para a democracia", de José Morais, e</p><p>acompanhe um pouco mais a evolução do conceito até os dias de hoje.</p><p>Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!</p><p>O que é Tragédia Grega?</p><p>Estude um pouco mais sobre os mecanismos de reprodução social da sociedade grega antiga por</p><p>meio das tragédias com esse artigo da historiadora Fernanda Mattos da Silva.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://www.youtube.com/embed/-JLY_hoJUNE</p><p>https://www.spescoladeteatro.org.br/noticia/o-que-e-tragedia-grega</p>