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<p>Aspectos culturais e políticos da Grécia</p><p>Antiga</p><p>Apresentação</p><p>O antropólogo e historiador francês Jean-Pierre Vernant, em sua obra As origens do pensamento</p><p>grego, assim fez referência aos aspectos culturais e políticos da Grécia Antiga: "quando Aristóteles</p><p>define o homem como 'animal político', sublinha o que separa a razão grega da de hoje. Se o Homo</p><p>sapiens é a seus olhos um Homo politicus, é que a própria razão, em sua essência, é política". Em</p><p>outras palavras, cultura e política estavam inter-relacionadas por um dos maiores legados desse</p><p>período: a filosofia.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender um pouco mais sobre os filósofos gregos e</p><p>seus pensamentos e vai conhecer as formas de organização política e as instituições da antiguidade</p><p>grega. Por fim, vai estudar o helenismo, sua origem e suas características, em um período de</p><p>intensas trocas culturais entre diferentes povos.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Reconhecer as contribuições da filosofia na produção cultural grega•</p><p>Apontar as formas de organização política e de instituições da Grécia clássica•</p><p>Analisar as origens e a influência do helenismo na formação da cultura grega•</p><p>Desafio</p><p>Novos estudos historiográficos têm permitido outras abordagens para o ensino de história,</p><p>complementando os tradicionais enfoques econômicos e políticos que costumam orientar os</p><p>currículos da educação básica. Uma dessas perspectivas provém da história das mulheres e dos</p><p>recortes de gênero na sociedade, que também podem ser trabalhados na história antiga, de</p><p>diferentes formas.</p><p>Veja a situação a seguir:</p><p>Após as manifestações dos alunos, você comenta as diferenças existentes entre homens e</p><p>mulheres na sociedade ateniense, falando que somente os homens tinham direitos políticos. Um</p><p>aluno intervém e afirma que os atenienses estavam corretos em impedir as mulheres de</p><p>participarem da política, porque os homens são mais inteligentes e aptos para essa tarefa.</p><p>A partir dessa situação-problema, responda:</p><p>a) Que resposta você daria ao aluno?</p><p>b) Que ações você proporia para o desenvolvimento de uma educação para a igualdade de gênero,</p><p>tendo em vista as diferenças existentes na política ateniense?</p><p>Infográfico</p><p>Uma das características das cidades-estados da Grécia Antiga era a autonomia, que lhes permitia</p><p>definir seus próprios ordenamentos jurídicos, políticos e sociais, independentemente das outras.</p><p>Essas múltiplas experiências tornam muito difícil abordar a Grécia como uma unidade política e</p><p>territorial. Além disso, é importante lembrar que a palavra "gregos" era utilizada para denominar</p><p>aqueles que falavam o idioma grego.</p><p>No Infográfico, veja exemplo das instituições políticas na cidade-estado de Esparta, observando</p><p>suas características.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/32bdcc08-522e-4025-a87e-a05b7804a3fe/a8aaeeee-64ba-4b9f-ac22-71de0cb4e6ec.jpg</p><p>Conteúdo do livro</p><p>Seja na filosofia ou na política, aspectos que permearam as práticas culturais e políticas da Grécia</p><p>Antiga seguem sendo debatidos contemporaneamente: democracia direta, ética, representação, o</p><p>"bem viver", que foram temas de diálogos dos filósofos da antiguidade, não somente como</p><p>diletantismo, mas para pensar como gerir suas próprias cidades-estados. Que tal aprender sobre</p><p>essa relação entre cultura e política na Grécia Antiga?</p><p>No Capítulo Aspectos culturais e políticos da Grécia Antiga, da obra História antiga, você vai</p><p>conhecer um pouco mais sobre os pensadores da antiguidade grega e suas obras, vai estudar as</p><p>organizações políticas das cidades-estados e as principais instituições existentes em duas delas,</p><p>Atenas e Esparta. Ainda, você vai aprender um pouco mais sobre o helenismo.</p><p>HISTÓRIA</p><p>ANTIGA</p><p>Caroline Silveira Bauer</p><p>Aspectos culturais e</p><p>políticos da Grécia Antiga</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Reconhecer as contribuições da filosofia na produção cultural grega.</p><p> Apontar as formas de organização política e as instituições da Grécia</p><p>clássica.</p><p> Analisar as origens e a influência do helenismo na formação da cultura</p><p>grega.</p><p>Introdução</p><p>Diferentes aspectos da cultura e da política da Grécia Antiga permeiam</p><p>o mundo contemporâneo. A filosofia, por exemplo, desenvolveu-se</p><p>com esse nome a partir da Antiguidade Grega, legando práticas, como</p><p>a dialética, e reflexões, como aquelas a respeito do real e do sensorial.</p><p>Isso sem falar da arquitetura e dos mitos, que, para além de sua função</p><p>no mundo antigo, ainda fascinam as pessoas devido à beleza de suas</p><p>narrativas. Quanto à política, muitos valores presentes na democracia</p><p>liberal são oriundos da democracia ateniense.</p><p>Neste capítulo, você vai conhecer alguns filósofos gregos e o seu</p><p>pensamento, compreendendo os seus questionamentos e as respostas</p><p>que encontraram para entender o homem e a natureza. Você também vai</p><p>conhecer as formas de organização e as instituições políticas do período</p><p>clássico da Grécia Antiga, em especial os casos das cidades-estado de</p><p>Atenas e Esparta. Por fim, você vai estudar o helenismo, as suas origens</p><p>e a sua influência nas sociedades asiática e europeia.</p><p>A filosofia grega</p><p>Antes de conhecer o pensamento fi losófi co grego, você deve lembrar-se de que</p><p>a Grécia não existia enquanto organização política única. Ela era constituída</p><p>por diferentes cidades-estado com características particulares. Assim, quando</p><p>se fala em “fi losofi a grega”, deve-se compreender o pensamento e a produção</p><p>daqueles que viveram nessa região e compartilharam um mesmo contexto</p><p>cultural. Contudo, não se deve considerar os pensadores como “gregos” nem</p><p>buscar uma unicidade em suas refl exões.</p><p>Os registros apontam que Pitágoras de Samos foi o primeiro a utilizar a</p><p>palavra “filósofo”, que literalmente significa “amigo do saber”. Desse termo</p><p>derivou a palavra “filosofia” (GHIRALDELLI JÚNIOR, 2018). Veja o que</p><p>afirma Ghiraldelli Júnior (2018, p. 5):</p><p>Os historiadores da filosofia afirmam que a filosofia surgiu como uma forma</p><p>de explicar o mundo em contraposição às formas narrativas mitológicas.</p><p>Os antropólogos e sociólogos, por sua vez, preferem enfatizar a função</p><p>socializadora do mito. O mito proporcionaria a um povo a comunhão em</p><p>um assunto, de modo a dar a cada indivíduo de sua comunidade uma boa</p><p>parte do que ele precisaria saber para se sentir um membro dessa socieda-</p><p>de. Isso daria coesão à comunidade. Mas não é esse aspecto socializador</p><p>e unificador do mito que importa quando queremos relacioná-lo à função</p><p>original da filosofia. Não é errado dizer que o mito teria antes de tudo uma</p><p>função explicativa, tanto quanto a filosofia, e que por isso os filósofos deram</p><p>combate às narrativas mitológicas, pois seriam narrativas competidoras com</p><p>as suas próprias narrativas. Todavia, seriam narrativas incapazes — como</p><p>os filósofos enfatizaram — de fazer a distinção entre o real e o ilusório ou</p><p>meramente aparente (ou ficcional). A filosofia, por sua vez, teria nascido</p><p>para fazer tal distinção e, mais que isso, deveria ser capaz de explicar por</p><p>que tomamos o ilusório pelo real, se é que de fato fazemos essa inversão.</p><p>Assim, a filosofia teria vindo de uma articulação e ao mesmo tempo de um</p><p>rompimento com o mito.</p><p>Aspectos culturais e políticos da Grécia Antiga2</p><p>A filosofia surge quando alguns gregos começam a se fazer perguntas a respeito do</p><p>mundo, do homem e da natureza. Aos poucos, eles demonstram que o mundo e os</p><p>seres humanos, os acontecimentos e as coisas da natureza, por exemplo, podem ser</p><p>conhecidos por meio da razão humana. Além disso, eles se dão conta de que a própria</p><p>razão é capaz de conhecer a si mesma. Como afirma Chauí (2000, p. 24), “[...] a Filosofia</p><p>surge quando se descobriu que a verdade do mundo e dos humanos não era algo</p><p>secreto e misterioso, que precisasse ser revelado por divindades</p><p>a alguns escolhidos [...]”.</p><p>Com o surgimento da filosofia, surge a noção de que a “verdade” pode ser conhecida</p><p>por todos e também transmitida por meio da razão (CHAUÍ, 2000).</p><p>Para fins didáticos, aqui você vai conhecer a cronologia proposta por Chauí</p><p>(2000) para a filosofia grega antiga. De acordo com a autora, tal filosofia pode</p><p>ser dividida em quatro fases. Veja a seguir.</p><p> Período pré-socrático ou cosmológico: vai do final do século VII ao</p><p>final do século V a.C., quando a filosofia se ocupa fundamentalmente</p><p>com a origem do mundo e as causas das transformações na natureza.</p><p> Período socrático ou antropológico: começa no final do século V e se</p><p>estende ao longo de todo o século IV a.C., quando a filosofia investiga</p><p>as questões humanas, isto é, a ética, a política e as técnicas.</p><p> Período sistemático: compreende o período que vai do final do século</p><p>IV ao final do século III a.C., quando a filosofia busca reunir e siste-</p><p>matizar tudo quanto foi pensado sobre a cosmologia e a antropologia,</p><p>interessando-se sobretudo em mostrar que tudo pode ser objeto do</p><p>conhecimento filosófico, desde que as leis do pensamento e de suas</p><p>demonstrações estejam firmemente estabelecidas para oferecer os</p><p>critérios da verdade e da ciência.</p><p> Período helenístico ou greco-romano: vai do final do século III a.C.</p><p>até o século VI depois de Cristo. Nesse longo período, que já alcança</p><p>Roma e o pensamento dos primeiros padres da Igreja, a filosofia se</p><p>ocupa sobretudo com as questões da ética, do conhecimento humano e</p><p>das relações entre o homem e a natureza e de ambos com Deus.</p><p>3Aspectos culturais e políticos da Grécia Antiga</p><p>Os primeiros filósofos gregos — chamados pré-socráticos não porque</p><p>teriam vivido antes de Sócrates, mas por se utilizarem de conceitos diversos</p><p>— podem ser representados por Tales (624–556 a.C.), Anaximandro (60–546</p><p>a.C.) e Anaxímenes (585–528 a.C.), todos provenientes de Mileto, região</p><p>das colônias gregas da Jônia, território que hoje pertence à Turquia. Os três</p><p>buscaram compreender o princípio organizador do mundo, como uma “ori-</p><p>gem”. Resumidamente, para Tales, o princípio primeiro era a água; para</p><p>Anaximandro, seu discípulo, existia um princípio geral e básico, mas que era</p><p>indeterminado, chamado apeirón; já Anaxímenes acreditava que o ar era o</p><p>elemento de ordenação do mundo (GHIRALDELLI JÚNIOR, 2018).</p><p>Além desses três filósofos, pode-se citar Heráclito, de Éfeso, também da</p><p>região da Jônia, que acreditava que o princípio ordenador do cosmos era o</p><p>fogo; e, também da Jônia, Anaxágoras, de Clazômena, para quem os princípios</p><p>seriam as sementes e a inteligência. Da região da Trácia, Demócrito e Leucipo,</p><p>de Abdera, acreditavam que tudo provinha do átomo. Da região da Itália, da</p><p>cidade de Cróton, Pitágoras estabeleceu as unidades ou o número como princípio</p><p>primeiro; da cidade de Eleia, Parmênides e Zenão acreditavam no “ser”. E da</p><p>região da Sicília, Empédocles, de Agrigento, afirmava que os princípios do</p><p>cosmos seriam o ar, a água, a terra e o fogo (GHIRALDELLI JÚNIOR, 2018).</p><p>Agora, conheça a “tríade clássica” da filosofia grega antiga:</p><p>Sócrates (469–399 a.C.) não era rico, mas era grego, isto é, filho de gregos. Esta</p><p>última condição lhe garantiu o direito a uma boa educação, aquela fornecida</p><p>a todos os cidadãos gregos autênticos. Platão (427–347 a.C.), diferentemente,</p><p>era rico e nobre — teve mais do que uma simples boa educação. Ganhou</p><p>uma formação esmerada em um ambiente de pessoas influentes. Ambos</p><p>eram atenienses. Aristóteles (384–322 a.C.), por sua vez, veio de Estagira,</p><p>na Macedônia, para Atenas. Seu pai havia sido médico do pai de Alexandre</p><p>(356–326 a.C.), de quem ele próprio, depois, foi preceptor (GHIRALDELLI</p><p>JÚNIOR, 2018, p. 58).</p><p>Ghiraldelli Júnior (2018, p. 59–60) segue comentando as relações entre as</p><p>obras dos três autores:</p><p>Quando Sócrates morreu, Platão tinha 29 anos. Não sabemos quando ele co-</p><p>meçou a escrever, mas há a sugestão historiográfica de que ele nada escreveu</p><p>antes da morte de Sócrates. Somente depois dos 40 anos de idade ele fundou</p><p>a Academia e começou a ensinar em Atenas. Aristóteles chegou à Academia</p><p>com 19 anos. Então, já haviam se passado 32 anos da morte de Sócrates. Ele</p><p>só deixou a Academia com a morte de Platão. Saiu de Atenas e voltou quando</p><p>Alexandre unificou macedônios e gregos sob um só comando; Aristóteles</p><p>Aspectos culturais e políticos da Grécia Antiga4</p><p>criou o Peripatos, no local conhecido por Liceu, e passou a ensinar em Atenas.</p><p>Platão faleceu com 80 anos, quando Aristóteles estava com 37 anos. Aristó-</p><p>teles morreu com 62 anos. Entre o nascimento de Sócrates e o falecimento</p><p>de Aristóteles decorreu menos de um século e meio. Foi o bastante para que</p><p>a filosofia se estabelecesse de um modo bem delimitado, marcando a história</p><p>ocidental de um modo insuperável nos mais de vinte séculos posteriores.</p><p>Sócrates nasceu em Atenas em 470 ou 469 a.C. e morreu em 399 a.C.,</p><p>após ser condenado à morte por não crer nos deuses da cidade e corromper</p><p>os jovens. Contudo, sabe-se por meio da Apologia de Sócrates, de Platão, que</p><p>essa foi uma acusação injusta, que explicitava muito mais desentendimentos</p><p>e inimizades do que práticas ilegais ou imorais. Diferentemente de outros</p><p>filósofos de sua época, Sócrates não fundou uma escola, realizando seus</p><p>ensinamentos em locais públicos.</p><p>Não há registros de que Sócrates tenha deixado algo escrito, e a sua obra</p><p>é conhecida apenas por comentários, estudos e relatos de outras pessoas que</p><p>viveram junto a ele. Talvez, um dos motivos para que não existam textos de</p><p>Sócrates seja a sua própria concepção do ato de filosofar, que implicava o</p><p>diálogo (GHIRALDELLI JÚNIOR, 2018).</p><p>Platão (424 ou 423–348 ou 347 a.C.) também nasceu em Atenas e, em 387</p><p>a.C., fundou a Academia, uma escola de formação integral, sem restrições</p><p>de conteúdo, valor que seria apropriado, posteriormente, para a criação das</p><p>universidades. Seus diálogos mais famosos são A República, O Banquete,</p><p>Fédon e Apologia de Sócrates.</p><p>Aristóteles (384–322 a.C.) nasceu em Estagira, na Macedônia, e era aluno e</p><p>discípulo de Platão, tendo estudado muitos anos na Academia. Porém, ele elaborou</p><p>uma concepção filosófica diferente e fundou sua própria escola, o Liceu, em 336</p><p>a.C. Enquanto Platão permanecia no plano das ideias, Aristóteles, embora consi-</p><p>derasse a dimensão metafísica da realidade, preocupava-se com a materialidade.</p><p>Ele estudou e refletiu sobre inúmeras áreas do pensamento, escrevendo as obras</p><p>Metafísica, Ética a Nicômaco, Física, Política, Retórica, Poética, entre outras.</p><p>Por fim, há um grupo de filósofos chamados “helenistas”. Você vai aprender</p><p>um pouco mais sobre o helenismo ainda neste capítulo. Agora, é importante</p><p>apenas que você saiba que, após a morte de Alexandre, em 323 a.C. (marco</p><p>inicial do helenismo), houve uma mudança na história da filosofia. Com a</p><p>morte de Alexandre, Aristóteles sai de Atenas e morre no ano seguinte. Entre</p><p>a morte dele e os primeiros séculos da Era Cristã, várias escolas filosóficas</p><p>se desenvolveram em uma Atenas que continuou a receber jovens de todas as</p><p>regiões da Europa, agora sob domínio romano. Entre essas escolas, destacam-se</p><p>as dos epicuristas, dos estoicos e dos céticos (GHIRALDELLI JÚNIOR, 2018).</p><p>5Aspectos culturais e políticos da Grécia Antiga</p><p>Organização política e instituições gregas</p><p>As condições geográfi cas do território da Hélade, somadas às experiências</p><p>culturais, econômicas e políticas das diferentes organizações sociais existentes</p><p>na região, deram origem ao conceito de “pólis”. Esse termo costuma ser tradu-</p><p>zido como “cidade”, mas possui um signifi cado mais amplo: “vida e governo</p><p>da comunidade”. Os fi lósofos gregos refl etiram muito sobre a política, e muitos</p><p>valores que os antigos acreditavam ser importantes para um bom governo</p><p>continuam sendo valorizados hoje em dia, como a ética, a responsabilidade</p><p>pelo bem comum e o princípio da isonomia perante a lei. A política e as suas</p><p>instituições eram tão importantes que fi zeram com que Aristóteles</p><p>afi rmasse</p><p>que “o homem é um animal político”. Além disso, a sociedade praticamente</p><p>se dividia entre os que possuíam o direito de participar da política e os que</p><p>não o possuíam, ou seja, entre os cidadãos e os não cidadãos.</p><p>Porém, como você já viu, a Grécia Antiga nunca foi um estado unificado,</p><p>com governo único. Ela era um conjunto de cidades-estado independentes</p><p>entre si, com características próprias, ou seja, cada uma possuía organização</p><p>e instituições políticas diferentes, com mais ou menos semelhanças entre</p><p>si. Algumas regiões desenvolveram cidades-estado com um complexo fun-</p><p>cionamento e com alternância entre sistemas políticos diferentes, enquanto</p><p>outras mantiveram sistemas de governo do tipo clã e com as peculiaridades</p><p>da organização social do período homérico.</p><p>De acordo com Cardoso (1990, p. 7), embora cada uma dessas cidades</p><p>possuísse as suas particularidades, é possível encontrar, pelo menos, três</p><p>pontos em comum:</p><p>1. Tripartição formal do governo em uma ou mais assembleias, um ou mais</p><p>conselhos, e certo número de magistrados escolhidos — quase sempre anu-</p><p>almente — entre os homens elegíveis;</p><p>2. Participação direta dos cidadãos no processo político; a noção de cidade-</p><p>-estado implica a existência de decisões coletivas, votadas após discussões</p><p>realizadas (nos conselhos e/ou assembleias) que eram obrigatórias para todas</p><p>as comunidades; isso significa dizer que os cidadãos com plenos direitos</p><p>eram soberanos;</p><p>3. Inexistência de uma separação absoluta entre os órgãos de governo e de jus-</p><p>tiça e o fato de que a religião e os sacerdócios integravam o aparelho de Estado.</p><p>A seguir, você vai conhecer as formas de organização política e as insti-</p><p>tuições de duas cidades-estado gregas, Atenas e Esparta.</p><p>Aspectos culturais e políticos da Grécia Antiga6</p><p>Organização e instituições políticas de Atenas</p><p>Até o século V a.C., a cidade de Atenas não possuía grande infl uência na região</p><p>da Hélade. Esse protagonismo adveio de suas vitórias militares, aliadas às</p><p>relações econômicas que a cidade-estado estabeleceu e ao desenvolvimento</p><p>da democracia, que a tornou uma referência, a ponto de a sua organização</p><p>cultural, política e social ser confundida com a “história da Grécia”, o que é</p><p>um erro historiográfi co. A organização política ateniense passou da monarquia</p><p>aos governos aristocráticos e às tiranias até que, naquele século, durante o</p><p>período “clássico”, foi instaurada a democracia.</p><p>Veja o que afirma Funari (2002, documento on-line):</p><p>O regime aristocrático não acabou de uma hora para outra em Atenas.</p><p>A trajetória política dos atenienses até o regime de maior participação popular</p><p>da Antiguidade foi marcada por várias e longas etapas. Para que se chegasse</p><p>à democracia foi preciso muita luta popular, pois os aristocratas não cederam</p><p>facilmente. Isso foi possível, entre outros motivos, graças à ampliação do</p><p>comércio marítimo ateniense, ocorrida a partir do século VI a.C., que tornou</p><p>o poder dos comerciantes grande o suficiente para contrastar com o domínio</p><p>dos grandes proprietários rurais. Os próprios camponeses conseguiram ampliar</p><p>sua participação social devido, também, ao seu crescente papel econômico</p><p>em uma Atenas cada vez mais voltada para o mundo exterior.</p><p>Para compreender o sistema político-democrático ateniense e as suas institui-</p><p>ções políticas, você deve lembrar-se de que a sociedade ateniense estava dividida</p><p>entre cidadãos e não cidadãos. Pertenciam ao primeiro grupo apenas homens</p><p>livres que fossem filhos de pai e mãe atenienses. O segundo grupo era composto</p><p>pelas mulheres, pelos metecos (estrangeiros) e pelos escravizados. Somente os</p><p>cidadãos tinham direitos políticos, podendo votar e ser votados, ou seja, admi-</p><p>nistrar e dirigir a pólis de forma direta, por meio da assembleia. Essa é uma das</p><p>principais diferenças entre a democracia ateniense e a democracia contemporânea,</p><p>que é majoritariamente representativa, enquanto no período clássico ela era direta.</p><p>A seguir, veja quais eram as instituições de governo da democracia</p><p>ateniense.</p><p> Assembleia: composta por todos os cidadãos atenienses, maiores de</p><p>20 anos, que se reuniam na colina de Pnix a cada 10 dias para debater</p><p>sobre os assuntos da cidade. A assembleia elegia funcionários, declarava</p><p>a guerra e a paz, promulgava leis e elaborava orçamentos, decidia sobre</p><p>a pena de ostracismo, entre outras atribuições.</p><p>7Aspectos culturais e políticos da Grécia Antiga</p><p> Conselho ou bulé: era formado por 500 membros, maiores de 30 anos,</p><p>que eram sorteados para mandatos de um ano. A sua função era preparar</p><p>a pauta para a assembleia.</p><p> Areópago: funcionava como um tribunal para julgar os crimes de san-</p><p>gue. Era formado por anciãos aristocráticos, que, mais tarde, passaram</p><p>a ser eleitos democraticamente.</p><p> Helieia: era a instância máxima do poder judiciário. Era dividida em 10</p><p>câmaras e possuía cerca de 6 mil jurados, cidadãos eleitos por sorteio.</p><p>Não havia advogados de acusação ou defesa: o acusador e o acusado</p><p>falavam por si próprios.</p><p> Magistraturas: os magistrados eram eleitos por sorteio entre os cida-</p><p>dãos, em mandatos de um ano não renováveis. Ao final de seu mandato,</p><p>deveriam comprovar que não haviam enriquecido durante o período.</p><p>Entre as magistraturas, destacam-se:</p><p>■ arcontes — 10 governantes eleitos entre os candidatos, que se ocu-</p><p>pavam de assuntos jurídicos e religiosos;</p><p>■ estrategas — 10 generais do exército eleitos por votação, que con-</p><p>centravam o mais alto poder administrativo, executivo e militar,</p><p>ocupando-se do exército e da frota marítima de guerra, bem como</p><p>de assuntos de política exterior. Contudo, eram subordinados à as-</p><p>sembleia, à qual prestavam contas.</p><p>Segundo Finley (1988), a concentração da autoridade na assembleia, a</p><p>fragmentação e o rodízio dos cargos administrativos, a escolha por sorteio, a</p><p>ausência de uma burocracia remunerada e as cortes com júri popular visavam</p><p>a combater uma partidarização da política, bem como evitar o retorno de</p><p>aristocratas ou tiranos ao poder.</p><p>A democracia ateniense era direta. Isso quer dizer que todos os cidadãos podiam</p><p>participar da assembleia do povo (eclésia). Tal assembleia decidia a respeito de assuntos</p><p>políticos, em praça pública. Entretanto, o regime democrático ateniense tinha os seus</p><p>limites. Em Atenas, eram considerados cidadãos apenas os homens adultos (com mais</p><p>de 18 anos de idade) nascidos de pai e mãe atenienses. Apenas eles podiam participar</p><p>do governo democrático ateniense. Os cidadãos possuíam três direitos principais:</p><p>liberdade individual, igualdade com relação aos outros cidadãos perante a lei e direito</p><p>a falar na assembleia (FUNARI, 2002).</p><p>Aspectos culturais e políticos da Grécia Antiga8</p><p>Organização e instituições políticas de Esparta</p><p>Devido às condições históricas que levaram ao surgimento da cidade-estado</p><p>de Esparta, esta se tornou uma grande organização política e social militarista.</p><p>A sociedade espartana estava dividida em três grandes classes sociais:</p><p> os homoios, ou “os iguais”, que eram os cidadãos e possuíam todos os</p><p>direitos, inclusive de ingressar na ápela (assembleia de cidadãos), tendo</p><p>conquistado essa posição social após concluírem a educação militar</p><p>espartana, caracterizada por sua férrea disciplina;</p><p> os periecos, ou “os que vivem ao redor”, que não possuíam direitos</p><p>políticos e que viviam e cultivavam terras;</p><p> os hilotas, que cultivavam lotes de terra dos homoios para que estes</p><p>pudessem se dedicar integralmente ao militarismo.</p><p>Como você pode imaginar, os hilotas não gostavam muito dos espartanos e se re-</p><p>voltaram diversas vezes. Uma das revoltas mais expressivas ocorreu na Messênia, no</p><p>século VII a.C. Depois de muitos anos de conflito, os rebeldes foram derrotados pelos</p><p>espartanos. Um dos episódios mais famosos dessa revolta envolveu uma batalha san-</p><p>grenta entre espartanos e rebeldes. Depois de terem sitiado um acampamento hilota,</p><p>os espartanos deram início a uma batalha noturna. As mulheres hilotas combateram</p><p>também, lançando pedras e incentivando os homens</p><p>a lutar até a morte. Ao fim de</p><p>três dias, os espartanos deram liberdade aos sobreviventes, contanto que deixassem a</p><p>Messênia. Como destaca Funari (2002, documento on-line), “[...] essa história é importante</p><p>para percebermos que os hilotas não eram escravos e que sempre houve conflitos</p><p>sociais em Esparta [...]”.</p><p>A seguir, veja quais eram as instituições de governo de Esparta.</p><p> Diarquia: Esparta possuía dois reis, que dividiam o trono para evitar</p><p>um poder ditatorial. Os reis possuíam mando militar supremo, mas</p><p>foram paulatinamente perdendo importância, convertendo-se em apenas</p><p>mais dois membros da gerúsia. Por isso, afirma-se que Esparta era uma</p><p>oligarquia mais do que uma monarquia.</p><p> Éforos: eram cinco homens, nomeados pela ápela todos os anos, res-</p><p>ponsáveis por fiscalizar o trabalho dos magistrados e manter a ordem, a</p><p>9Aspectos culturais e políticos da Grécia Antiga</p><p>obediência e a segurança da cidade-estado contra possíveis revoltas de</p><p>grupos sociais. Realizavam a mobilização do exército e o recrutamento</p><p>de soldados.</p><p> Gerúsia: funcionava como um conselho de anciãos, integrado pelos</p><p>dois reis e por 28 membros escolhidos pela ápela entre os cidadãos</p><p>maiores de 60 anos com um passado ilibado. Esse conselho também</p><p>deliberava e atuava juridicamente.</p><p> Ápela: era formada por todos os cidadãos com plenos direitos. A sua</p><p>função era aprovar ou rechaçar (e não debater), por aclamação, os as-</p><p>suntos propostos pelos reis, pelos éforos ou pelos membros da gerúsia.</p><p>O helenismo e a cultura grega</p><p>Você sabe o que é o helenismo? Veja o que afi rmam Silva e Silva (2009, p. 179):</p><p>Ao falarmos de helenismo, estamos normalmente nos referindo à civilização</p><p>desenvolvida na Antiguidade a partir da Grécia Clássica e de sua cultura. Tal</p><p>período, iniciado, para alguns autores, com o Império de Alexandre Magno</p><p>[também conhecido como Alexandre, o Grande] no século IV a.C., marcou a</p><p>transição da civilização grega para a romana. Nesse sentido, o helenismo foi a</p><p>expansão da cultura grega a partir do intercâmbio que o Império de Alexandre</p><p>Magno promoveu entre essa cultura e diversas civilizações orientais, como</p><p>os egípcios e os persas.</p><p>Portanto, o helenismo foi a expansão da cultura grega, paralela à construção</p><p>do império de Alexandre, o Grande. O término desse período foi marcado pela</p><p>conquista do Oriente por Roma. Como sugere Momigliano (1991, p. 13–14),</p><p>o helenismo pode ser encarado quase como uma nova sociedade, devido às</p><p>suas assimilações, transformações e sincretismos:</p><p>A civilização helenística permaneceu grega na língua, nos costumes e, sobre-</p><p>tudo, na consciência de si mesma. [...] Isso significou que judeus, romanos,</p><p>egípcios, fenícios, babilônios e até indianos [...] se inseriram na literatura grega</p><p>com suas próprias colaborações [...]. No panteão grego foram admitidos mais</p><p>deuses estrangeiros do que em qualquer época desde a pré-história [...]. Era</p><p>um sincretismo assimétrico que foi particularmente bem-sucedido na Itália</p><p>(Etrúria e Roma), deixou sua marca em Cartago, na Síria e no Egito, foi malsu-</p><p>cedido na Judeia, bastante insignificante na Mesopotâmia e afetou pelo menos</p><p>a iconografia senão a essência da religião indiana por meio da arte gândora.</p><p>Aspectos culturais e políticos da Grécia Antiga10</p><p>Agora veja o que afirma Chauí (2010, p. 13):</p><p>A designação [helenismo] refere-se à presença dominante da língua e da</p><p>cultura gregas em todo o mundo conhecido, numa difusão sem precedentes</p><p>cuja causa inicial foi a convicção de Alexandre, aluno de Aristóteles, de que</p><p>por seu intermédio a Grécia devia cumprir uma missão civilizatória sobre</p><p>todos os povos da Terra.</p><p>Alexandre, o Grande, conquistou um imenso território, para além das</p><p>cidades-estado da Hélade. Para você ter uma ideia, o seu império abrangia</p><p>o Egito, a Palestina, a Mesopotâmia e a Pérsia, chegando à Índia (FUNARI,</p><p>2002). Assim, “A expansão da cultura grega realizada ainda em vida de Ale-</p><p>xandre incentivou a helenização do Império, e o processo de fusão cultural das</p><p>matrizes helênicas, egípcias, persas e mesopotâmicas continuou nos grandes</p><p>centros urbanos, após a fragmentação do Império [...]” (SILVA; SILVA, 2009,</p><p>p. 179). Depois da morte de Alexandre, o Império dividiu-se em três reinos,</p><p>centrados na Macedônia, no Egito e na Mesopotâmia.</p><p>É por esse motivo, também, que se afirma que o helenismo é um conjunto</p><p>cultural de princípios provenientes dos gregos, mas com influências asiáticas</p><p>diversas. Silva e Silva (2009, p. 181) apontam que “[...] o helenismo representa</p><p>um momento de intensa fusão cultural entre o clássico grego, a cultura egípcia,</p><p>a mesopotâmica, a persa e mesmo a hindu [...]”.</p><p>Um dos mais importantes centros do helenismo foi Alexandria, no Egito. A cidade</p><p>foi fundada por Alexandre e se transformou na capital do Egito ptolomaico, sendo</p><p>considerada pela maioria dos estudiosos a principal metrópole do helenismo. Ela tinha</p><p>cerca de 500 mil habitantes. O que fez de Alexandria a cidade helênica por excelência</p><p>foi principalmente o seu cosmopolitismo. Governada por uma dinastia grega e fundada</p><p>entre o Egito e o Mediterrâneo, a cidade abrigou instituições culturais que buscavam</p><p>reunir o conhecimento produzido no mundo conhecido. Como afirmam Silva e Silva</p><p>(2009, p. 180), “[...] a mais famosa de suas instituições foi a Biblioteca, paradigma para</p><p>todas as bibliotecas posteriores, que chegou a ter 200 mil volumes. Mas a cidade</p><p>abrigava ainda museu, zoológico, jardim botânico e observatório, além de ser o lar</p><p>de uma multiplicidade de estudiosos [...]”.</p><p>11Aspectos culturais e políticos da Grécia Antiga</p><p>Outro elemento muito importante para a compreensão do helenismo é a</p><p>língua grega. Alexandre, durante as suas campanhas, promoveu uma impo-</p><p>sição do grego “comum” sobre os outros dialetos, incorporando elementos</p><p>de outras culturas. Isso proporcionou maior facilidade de comunicação frente</p><p>à diversidade étnica existente em seu extenso território. A partir de então,</p><p>diversas práticas culturais gregas, como a educação, se espalharam pelo im-</p><p>pério. Biazotto e Funari (2015), baseados na obra de Momigliano (1991),</p><p>afirmam que a expansão territorial promovida pelas falanges alexandrinas</p><p>teria fomentado a curiosidade dos gregos a respeito dessas populações. Isso</p><p>fez com que eles avaliassem seus traços culturais, “[...] cotejando-os aos dos</p><p>nativos, assimilando, rejeitando e adaptando as singularidades com as quais</p><p>se defrontavam [...]” (BIAZOTTO; FUNARI, 2015, p. 249).</p><p>BIAZOTTO, T. A.; FUNARI, P. P. A sabedoria bárbara e os limites da helenização: o mundo</p><p>helenístico de Arnaldo Momigliano. História da Historiografia, Ouro Preto, n. 17, p. 244-</p><p>261, abr. 2015.</p><p>CARDOSO, C. Antiguidade oriental: política e religião. São Paulo: Contexto, 1990.</p><p>CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000.</p><p>CHAUI, M. Introdução à história da filosofia: as escolas helenísticas. São Paulo: Companhia</p><p>das Letras, 2010. v. 2.</p><p>FINLEY, M. Democracia antiga e moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1988.</p><p>FUNARI, P. P. Grécia e Roma. 2. ed. São Paulo: Contexo, 2002. Disponível em: https://geo-</p><p>praxis.files.wordpress.com/2016/03/livro-grc3a9cia-e-roma.pdf. Acesso em: 14 jul. 2019.</p><p>GHIRALDELLI JÚNIOR, P. História da filosofia: dos pré-socráticos a Santo Agostinho. São</p><p>Paulo: CEFA Editorial, 2018.</p><p>MOMIGLIANO, A. Os limites da helenização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1991.</p><p>SILVA, K.; SILVA, M. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2009.</p><p>Aspectos culturais e políticos da Grécia Antiga12</p><p>Leituras recomendadas</p><p>AUSTIN, M.; VIDAL-NAQUET, T. Economia e sociedade na Grécia Antiga. São Paulo: Edi-</p><p>ções 70, 1986.</p><p>CHAMOUX, F. A civilização Grega. São Paulo: Edições 70, 2003.</p><p>FUNARI, P. P. A.; GRILLO, J. G. C. Os conceitos de helenização e de romanização e a</p><p>construção de uma Antiguidade Clássica. In: ALMEIDA, N. B.; NEMI, A.; PINHIEIRO, R.</p><p>A. B. (org.). A construção da narrativa histórica: séculos XIX e XX. Campinas: Unicamp,</p><p>2014. p. 205–214.</p><p>LEÃO, D.; FERREIRA, J. R.; FIALHO, M. C.</p><p>Cidadania e Paideia na Grécia Antiga. Coimbra:</p><p>Universidade de Coimbra, 2010.</p><p>VERNANT, J.-P. Mito e religião na Grécia Antiga. São Paulo: Papirus, 1992.</p><p>VERNANT, J.-P. Mito e sociedade na Grécia Antiga. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.</p><p>13Aspectos culturais e políticos da Grécia Antiga</p><p>Dica do professor</p><p>Esparta e Atenas foram duas cidades-estados que apresentaram diferentes sistemas de educação: a</p><p>educação espartana tinha um viés militarista, enquanto a ateniense propunha uma formação mais</p><p>holística do cidadão.</p><p>Na Dica do Professor, veja como era a formação das crianças e dos jovens atenienses e espartanos,</p><p>suas característica e os valores que eram difundidos a partir de suas práticas educativas.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/5f9feb07a5242a3ed3cc947725448210</p><p>Exercícios</p><p>1) Nem todos os filósofos gregos antigos deixaram escritos sobre seus pensamentos e também</p><p>houve problemas de conservação dessa produção. Contudo, a história da filosofia do</p><p>período é riquíssima em exemplos de pensadores que se ocuparam das mais diferentes</p><p>temáticas. Assinale a alternativa que apresenta as principais características da filosofia na</p><p>Grécia Antiga.</p><p>A) Os filósofos gregos antigos se questionaram sobre o homem e a natureza, bem como as</p><p>relações que estabelecem entre si.</p><p>B) O pensamento dos filósofos gregos antigos não se apartou dos mitos e da religião, pois</p><p>negavam a importância da sistematização do pensamento, aceitando apenas dogmas.</p><p>C) Uma das principais características da filosofia grega antiga é a negação da discussão sobre a</p><p>ética e a política, para evitar partidarizações intelectuais.</p><p>D) A filosofia grega antiga acabou, enquanto período histórico, com a morte de Sócrates,</p><p>condenado por não crer nos deuses da cidade e corromper os jovens.</p><p>E) Uma das principais características da filosofia grega antiga é a negação da dialética, método</p><p>de reflexão considerado ultrapassado desde os filósofos pré-socráticos.</p><p>Leia o trecho abaixo, do livro A cidade-estado antiga, escrito pelo historiador Ciro Flamarion</p><p>Cardoso:</p><p>“A cidade-estado clássica parece ter sido criada paralelamente pelos gregos e pelos etruscos</p><p>e/ou romanos. No caso destes últimos, a influência grega foi inegável, embora difícil de</p><p>avaliar e medir.”</p><p>Sobre as cidades-estados na Antiguidade, são feitas as seguintes considerações:</p><p>I –Tinham diferentes formas de governo e organizações institucionais, mas, como uma</p><p>característica em comum, pelo menos em Atenas e Esparta, existiam assembleias.</p><p>II – Em Atenas, os cidadãos eram todos os habitantes da cidades-estados, sem distinção de</p><p>gênero.</p><p>III – A forma de participação política era direta, sem eleições para cargos representativos.</p><p>IV – Em Esparta, somente homens e mulheres livres tinham direitos políticos.</p><p>2)</p><p>Quais das afirmativas acima estão corretas?</p><p>A) Apenas I e II.</p><p>B) Apenas I e III.</p><p>C) Apenas II e III.</p><p>D) Apenas I e IV.</p><p>E) I, II, III e IV.</p><p>3) Leia o trecho a seguir, retirado da obra História da Guerra do Peloponeso, escrito pelo</p><p>historiador grego Tucídides (460-400 a.C.):</p><p>"Vivemos sob a forma de governo que não se baseia nas instituições de nossos vizinhos; ao</p><p>contrário, servimos de modelo a alguns ao invés de imitar os outros. Seu nome, como tudo o</p><p>que depende não de poucos, mas da maioria, é democracia. Quando se trata de resolver</p><p>disputas privadas, todos são iguais perante a lei. Ninguém, na medida em que é passível de</p><p>servir o Estado, é mantido à margem da política por conta da pobreza.”</p><p>São feitas as seguintes afirmações sobre a democracia ateniense:</p><p>I – Era excludente, pois determinados seguimentos sociais não tinham direitos políticos.</p><p>II – Foi copiada da cidade-estado de Esparta, onde floresciam as discussões sobre a</p><p>participação popular.</p><p>III – Tinha mecanismos que possibilitavam a alternância das pessoas nos cargos</p><p>administrativos.</p><p>Quais das afirmativas estão corretas?</p><p>A) Apenas a I.</p><p>B) Apenas a II.</p><p>C) Apenas a III.</p><p>D) Apenas I e III.</p><p>E) I, II e III.</p><p>4)</p><p>As poleis gregas surgiram em torno do século VIII a.C., porém atingiram seu apogeu somente</p><p>nos séculos VI e V a.C. Elas eram várias: Corinto, Tebas, Argos, Mileto, Mégara, além de</p><p>Atenas e Esparta. O texto a seguir traz algumas informações sobre a cidade-estado</p><p>espartana.</p><p>Esparta foi uma das principais poleis da Grécia Antiga. Situava-se geograficamente na região</p><p>sudeste da Península do Peloponeso e destacou-se no aspecto _____________. O regime</p><p>político em que se organizava era uma __________________. Em suas instituições,</p><p>_____________ uma separação entre os poderes executivo, legislativo e judiciário.</p><p>Qual é a alternativa que melhor preenche as lacunas do texto?</p><p>A) filosófico, plutocracia, havia</p><p>B) militar, tirania, havia</p><p>C) filosófico, oligarquia, não havia</p><p>D) militar, democracia, não havia</p><p>E) militar, oligarquia, não havia</p><p>5) Felipe II, rei da Macedônia, conquistou a Grécia. Seu filho, Alexandre, o Grande, consolidou</p><p>as conquistas do pai e expandiu o império em direção à Ásia, chegando até a Índia e dando</p><p>início a um período que ficou conhecido como helenismo. Assinale a alternativa que</p><p>apresenta uma característica correta desse momento histórico.</p><p>A) Foi um período de perseguição religiosa aos que não eram adeptos ao cristianismo, religião</p><p>oficial do império de Alexandre.</p><p>B) Caracterizou-se por um intercâmbio cultural entre o Ocidente e o Oriente, com a difusão das</p><p>tradições gregas e com a expansão das culturas mesopotâmicas, egípcias, hebraicas e persas.</p><p>C) Permitiu a substituição da visão de mundo mística de povos orientais pela razão e pelo</p><p>raciocínio lógico dos filósofos helenísticos gregos.</p><p>D) Possibilitou a universalização da democracia ateniense como forma de governo para todos os</p><p>povos que foram conquistados por Alexandre.</p><p>E) Foram implementadas medidas protecionistas à cultura ateniense, para que se mantivesse</p><p>intacta às influências provenientes das trocas estabelecidas com outros povos.</p><p>Na prática</p><p>No ano de 2016, o Brasil sediou os Jogos Olímpicos. A temática despertou inúmeros debates e</p><p>transformou algumas cidades brasileiras, além de promover uma experiência inédita para a região.</p><p>Os alunos brasileiros vivenciaram esse momento, mas será que eles conhecem a história dos Jogos</p><p>Olímpicos? O que você acha de propor uma atividade para estimular o aprendizado da história</p><p>dessa competição?</p><p>Na Prática, veja como organizar um conjunto de atividades, de maneira interdisciplinar, para o</p><p>aprendizado sobre aspectos da cultura grega e dos valores que norteavam aquelas cidades-estados.</p><p>Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>História geral: Grécia Antiga (Atenas e Esparta)</p><p>Aprenda um pouco mais sobre essas duas cidades-estados gregas assistindo ao vídeo do canal</p><p>Parabólica do YouTube.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>O conhecimento histórico entre mapas e jogos: o ensino de</p><p>grécia antiga a partir do jogo de tabuleiro.</p><p>“Este trabalho visa refletir sobre a utilização de jogos no ensino de história a partir de uma</p><p>experiência docente com estudantes do sexto ano do Ensino Fundamental. A elaboração do jogo</p><p>de tabuleiro, confeccionado pelos docentes, teve como finalidade abordar questões relativas ao</p><p>conteúdo de Grécia Antiga, tanto já trabalhados em sala de aula através de outras metodologias,</p><p>quanto novas informações a serem refletidos a partir do jogo propriamente. Através desta</p><p>experiência, discute-se neste artigo pressupostos do ensino de história que dialogam com o lúdico</p><p>em sala de aula, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento da Consciência Histórica</p><p>dos/as estudantes, visando propor um ensino-aprendizagem voltado para o uso prático e cotidiano</p><p>da história, bem como</p><p>o estabelecimento de conhecimentos interdisciplinares. Também,</p><p>desenvolve-se uma reflexão sobre o aspecto lúdico, e como este possibilita ferramentas de</p><p>socialização e aprendizagem dentro do ambiente escolar, especialmente a partir da formatação do</p><p>jogo proposto.”</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>O ensino de História Antiga em debate: educação com</p><p>https://www.youtube.com/embed/GiptK0MhFFI</p><p>http://revistas.ufcg.edu.br/ch/index.php/Leia/article/view/1656</p><p>pluralidade ou tradicionalismo acadêmico?</p><p>“O texto tem por objetivo problematizar o debate acerca do ensino de História Antiga na Educação</p><p>Básica, seja nas tentativas de reduzi-lo, seja em sua defesa, na medida em que se faz necessária</p><p>uma busca por um denominador comum entre a democratização do conhecimento e a dimensão</p><p>ideológica que um conteúdo contém. O objetivo central é o de permitir ao aluno uma melhor</p><p>compreensão do mundo a partir de uma educação com pluralidade de conhecimentos, mas</p><p>evitando a noção de conteúdos “universalmente indispensáveis” em detrimento de uma análise</p><p>verdadeiramente profunda sobre os usos feitos do passado, e no caso do ensino de História, os</p><p>usos feitos do passado no próprio passado.”</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>História Antiga no ensino fundamental: Um estudo sobre a os</p><p>mitos gregos antigos e a consciência histórica.</p><p>“As narrativas míticas, entendidas aqui como um conjunto de discursos que emprestavam</p><p>inteligibilidade, coerência e muitas vezes coesão às culturas antigas, estão absolutamente presentes</p><p>nos currículos do 6o ano do ensino fundamental. O presente trabalho tem como principal intuito</p><p>unir a noção de consciência histórica e as narrativas míticas em uma pesquisa empírica com os</p><p>alunos do 6o ano do ensino público do município de Duque de Caxias/RJ. Dessa maneira, este</p><p>paper vislumbra apresentar um conjunto de resultados de uma experiência pedagógica, ao criar um</p><p>universo de alteridades, mas também de possibilidades de identificação e novas leituras de mundo</p><p>por parte dos alunos ao entrarem em contato com sociedades pretéritas.”</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/histensino/article/view/33165</p><p>https://rhhj.anpuh.org/RHHJ/article/view/418</p>

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