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Paula Souza

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<p>WILLIAM WALKER ATKINSON</p><p>MENTAL</p><p>SEGUNDA EDIÇÃO</p><p>Direitos reservados da Empresa Edit. “O Pensamento”</p><p>EMPRESA EDITORA “O PENSAMENTO"</p><p>Rua Rodrigo Sn.va N.° 40 — São Paulo — (Brasil) — .1928</p><p>w OBRAS DE-WILLIAM WALKER ATKINSON</p><p>■ A FORÇA Dp PENSAMENTO —r Sua acção na, vida<-0 nos ne ]</p><p>’ gocios. Licções de Magnetismo Pèsâoal. Irifluencia Psychlca, Poder do</p><p>1 Pensamento, Concentração^ de Energy e Conhecimento Pratico» das ।</p><p>’ Forças da Alma Humana. Ei^ ohitti ajpresfenta a& regras vgaia sim- s</p><p>! píes e praticas para o desenvolvimento detícésas capacidades e para i</p><p>( a realização de nossas ambições na vida,pormais altas que sejam, i</p><p>i — Preço: Brochado, 4$0QÕ; 0qjead., 6$00<k Pelo correio, mais 500 réis. 1</p><p>» . w ’</p><p>। FASCINAÇÃO AfBNTMz ®r à melhor obra publicada sobre a 1</p><p>i influencia mental e o modo deipratical-a. Dácabal explicação de todos 1</p><p>i os factos maravilhosos da magia, do fakirisàio,da suggestfío, da fasci- ’</p><p>i nação, etc. O autor demonstra e expMca,qüe.’<mfente é a única produ-</p><p>1 ctbra de todos os grandes phenomena» õ ç^odftgios, pois é nella que l(l</p><p>[ residem todos o» poderes, por mais extraordinários que sejam. — ।</p><p>, Preço: Brochado. **01000; encadernado, 7$0Ò0. Pelo correio «riais 500' rs. i</p><p>I A LEI DO NOVO PENSAMENTO — O *Novo Pensamento” é uma J</p><p>f doutrina tão antiga como o mundo, sendo elle quem nos mostra as leis i</p><p>C da felicidade e da evolução e nos proporciona os mais interessantes i</p><p>w conhecimentos sobre nossa existência, nossa organisãção mental e a 1</p><p>i constituição do universo. O .autor nos mostra que o medo é o espectro 1</p><p>J que mais assusta otneophyto, quando este quer penetrar no plano astral. *</p><p>r — Preço: Brochado, 3$000; encad., 5$000. Pelo correio mais 500 réis. ,</p><p>r PSYCHOMANCIA PRATICA — As forças que em nós dormitam ]</p><p>í podem ser facilmente despertada» por aquedle que tenha a persistência ।</p><p>Ç de pôr em pratica, diariamente, dura#té um quarto de hora, os simples ।</p><p>í ensinos desta obra. A visão no crystal é-a chave dá felicidade, pois ,</p><p>S permitte tprevêr os acontecimentos e orientar-se em todas as emergen- ,</p><p>J cias. — Preço: Broch., 3$000; enc., 5$000. Pelo correio mais 500 réis.</p><p>MAGIA MENTAL — Esta notabilissima obra se recommenda, de</p><p>J modo especial, a todos os occultistas e ás pessoas que, crendo no podér</p><p>2 mental, desejam applical-o. Nenhum autor moderno aprofundou tanto</p><p>? o assumpto das forças mentaes, como Atkinson, que, além de conhecer</p><p>J bem a theoria, nos apresenta a pratica e nos mostra os resultados que</p><p>Ç podemos tirar desta. Este livro é dos mais importantes da nova psy-</p><p>í chologia, pelas innumeras observações que encerra sobre a energia men-</p><p>Ji tal. — Preço : Broch., 10$000; enc., 15ÇOOO. Pelo correio mais 1$000.</p><p>í A MENTE E O CORPO — Esta obra é necessária a todos aquelles</p><p>2 que se dedicam ao estudo do mentalismo e é uma bellissima rwelação</p><p>2 para todos os demais que se não preoccuparam ainda com taes pro-</p><p>r blemas. Altamente benefica, faculta aos estudiosos ou aos simples</p><p>t curiosos ensejos para observações próprias, nas suas admiráveis expli-</p><p>í cações sobre os estados mentaes e as condições physicas. Recommenda-</p><p>Ç mos a leitura de tal livro, que assegurará uma concepção perfeitamente</p><p>S sadia do duplo papel que desempenham, em communhão, o corpo e a</p><p>2 mente. — Preço : Broch., 5$000; enc., 7$000. Pelo correio mais 500 rs.</p><p>í PEDIDOS A’ LIVRARIA “O PENSAMENTO”</p><p>í Rua Rodrigo Silva N.® 40 -------- SÃo Paulo --------- (Bbasil)</p><p>WILLIAM WALKÈR ATKINSON</p><p>FASGINACAO MENTAL</p><p>SEGUNDA. EDIÇÃO</p><p>Direitos reservados da Empresa Editora “0 Pensamento”</p><p>Empresa- Typographic.! Editora “O Pensamento”</p><p>Bua Rodrigo Silva N.° 40 —— S. Paulo----- 1928</p><p>INDICE</p><p>Pags.</p><p>Prefacio ................................................................................. 3</p><p>Capitulo I — Que é “Fascinação Mental” ........... 5</p><p>II — A Fascinação Mental entre os animaes 11</p><p>Ill — A historia da Fascinação Mental .. 23</p><p>.. IV — A reconciliação ............................ 39</p><p>V — O Exame da Fascinação ................. 49</p><p>„ VI — Impressionabilidade ......................... 63</p><p>VII — A fabula do par mentativo ............. 77</p><p>„ VIII — Fascinação experimental ...................... 93</p><p>IX — Experiencias da sensação induzida 119</p><p>„ X — Os phenomenos de imaginação indu­</p><p>zida . 135</p><p>- XI — Uma investigação de certos pheno-</p><p>menos ............................................... 147</p><p>„ XII — Os perigos do Psychismo ................. 159</p><p>XIII — Fascinação Oriental . .......................... 169</p><p>„ XIV — Impressão do futuro ......................... 183</p><p>SJ XV — Estabelecendo um centro mentativo 189</p><p>XVI — Atmosphera pessoal ............................ 203</p><p>FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Bags.</p><p>Capitulo XVII — Influencia pessoal directa ............. 223</p><p>„ XVIII — Expressão do olhar ............................ 23ú</p><p>,, XIX — A fascinação dos olhos ..................... 243</p><p>„ XX — O uso dos instrumentos mentativos 251</p><p>„ XXI — Instrucção final ................................ 267</p><p>PREFACIO</p><p>Este livro é o Manual complemento N. 1 que acom­</p><p>panha a minha obra intitulada O Segredo da Magia</p><p>Mental e sáe em forma de uma continuação ou supple-</p><p>mento, ou commentarios a esse respeito. Os outros Ma-</p><p>nuaes de que este é o primeiro, são designados para</p><p>mostrar os detalhes e feições especiaes de varias lieções</p><p>de que se compõe O Segredo da Magia Mental; e dar</p><p>algo em natureza de Instrucção Especial concernente</p><p>á operação ou trabalho actual dos principies expostos</p><p>nas lieções de minha obra principal.</p><p>O presente manual está na relação acima mencio­</p><p>nada com esta licção em tainha obra capital intitula­</p><p>da Influencia Pessoal.</p><p>Para prevenir a repetição da informação contida</p><p>em minha obra, fui forçado a fazer constantes referen­</p><p>cias a esta.</p><p>Seria indesculpável fosse o presente livro offere-</p><p>cido como uma obra separada e independente, porque</p><p>seria justamente considerada domo um esforço ten-</p><p>4 FASCINAÇÃO MENTAL.</p><p>dente a pôr minha obra principal sob a attenção do</p><p>leitor, para o fim de augmentar a sua venda. Mas,</p><p>ainda que o presente livro se annuncie como um Com-</p><p>mentario e sua relação com minha obra principal es­</p><p>teja plenamente mencionada em cada noticia — e par­</p><p>ticularmente a sua venda seja quasi exclusivamente</p><p>entre as pessoas que já adquiriram e estudaram minha</p><p>obra acima — penso poder razoavelmente pedir ser</p><p>desculpado de taes suspeitas.</p><p>Eu penso que condensei muitas informações va­</p><p>liosas nas paginas deste livro, e confio em que meus</p><p>leitores gostarão da obra tanto quanto eu. Mas, seja</p><p>o que fôr, desafio alguém a que o leia sem ganhar uma</p><p>realização forte e pratica da parte poderosa para o bem</p><p>ou mal que a Fascinação Mental está exercendo no</p><p>Vigésimo Século do nosso mundo. E eu sinto que a mór</p><p>parte concordará commigo que chegamos ao tempo</p><p>em que esta influencia poderosa deve ser estudada,</p><p>comprehendida e seu jerrão, extrahido por um tal co­</p><p>nhecimento universal de seus principles, servirá tam­</p><p>bém para destruir a sua acção maléfica. Âquelles que</p><p>consideram antes ser este um perigoso conhecimento</p><p>que não deve ser divulgado, eu digo que a ignorância</p><p>não deve ser protecção — creio que, em todos os ca­</p><p>sos, o melhor meio para dissipar a ignorância, e todos</p><p>concordam commigo, é procurar a Luz.</p><p>Possaes recebel-o assim.</p><p>William Walker Atkinson.</p><p>CAPITULO I</p><p>QUE É FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Fascinação significa o “acto de fascinar” ou es­</p><p>tado de ser fascinado ! A palavra fascinar vem do ter­</p><p>mo latino fascinar e, que significa encantar; enfeiti­</p><p>çar, arrebatar pelos olhos ou lingua; captivar, attrahir,</p><p>etc. A definição do termo inglez fascinate, é a seguinte:</p><p>operar por alguma poderosa ou irresistivel influencia;</p><p>influir por um encanto irresistivel; seduzir ou excitar,</p><p>irresistivel ou poderosamente; encantar, captivar ou</p><p>attrahir, poderosamente; influenciar a imaginação, ra­</p><p>zão ou vontade alheia, de uma desordenada maneira;</p><p>encantar, captivar ou attrahir irresistivelmente.</p><p>A definição supra é condensada de um numero</p><p>dos melhores diccionarios, e</p><p>obediência, é capaz de</p><p>obter um effeito ainda mais considerável. Se lerdes as</p><p>notas sobre Suggestão pela Repetição em minha obra</p><p>sobre Magia Mental (pagina 120) ficareis convencido</p><p>da formidável força de repetição e habito, tão bem</p><p>como do poder de um juizo repetido. Este facto psy-</p><p>chologico é como a operação da cunha de extremidade</p><p>fina que cada golpe addicional a mette mais dentro.</p><p>Opera elle tanto nas linhas do bem como nas do</p><p>mal; lembrae-vos que o sabio usa delle, para sua pro­</p><p>pria fortaleza, ao passo que o louco faz delle a sua</p><p>perdição. Acautelae-vos contra as finas pontas da</p><p>cunha dos hábitos de pensamentos e acções que não</p><p>são de desejar.</p><p>60 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>UMA LEI PSYCHOLOGICA</p><p>O Mesmerista comprehende bem, tantas vezes muito</p><p>bem, a natureza e resultados da lei psychologica acima</p><p>mencionada. Eu achei pela experiencia que, supposto</p><p>seja difficil controlar um sujeito pela primeira vez, será</p><p>isto mais facil á vez mais próxima; e assim seguida­</p><p>mente até que obtenha sobre elle um perfeito dominio.</p><p>E, ai, quantos os que sabem que este mesmo principio</p><p>está em operação em cada vida do dia (*), ainda que</p><p>parecendo não ter nada com o Mesmerismo. Quantos</p><p>são capazes de lastimar o dia da penetração do fino</p><p>corte da Cunha.</p><p>(*) Isto é, diariamente.</p><p>Outro ponto a ser lembrado é que o sujeito que</p><p>está sob um bello grau de control não sente como se</p><p>elle estivesse obedecendo á ordem da Suggestão, tal</p><p>como um cavallo apressa seus passos quando mandado</p><p>ou um soldado age immediatamente em obediência ao</p><p>commando, etc., etc. Mas o motivo para a acção ou sen­</p><p>timento parece vir do interior proprio a um grande</p><p>grau. Elle tem a força e o effeito de uma acção i/nstin-</p><p>ctiva passa/ndo pelas linhas da sub-consciencia.</p><p>O sujeito parece desejar fazer a causa de seu pro­</p><p>prio accordo. Esta é a phase perigosa.</p><p>Em um modo geral, é esta, pois, a razão physica</p><p>da Fascinação Menta], vista como em sua phase de</p><p>O EXAME DA FASCINAÇÃO 61</p><p>Mesmerismo e exhibições correspondentes nas linhas</p><p>menos pronunciadas.</p><p>Se vós vos familiarisardes com estes principios de</p><p>operação, tereis uma idéa geral da matéria.</p><p>Em nossoi proximo capitulo, farémtos um exame</p><p><1ob Estados Mentaes do Operador e do Sujeito, exame</p><p>que nos trará muita luz sobre o assumpto ante nós.</p><p>CAPITULO VI</p><p>IMPRESSION ABILIDADE</p><p>No ultimo capitulo fiz-vos uma exposição dos</p><p>principies da operação da Fascinação Mental, par­</p><p>ticularmente em suas phases de Mesmerismo. O estu­</p><p>dante que seguiu o que eu disse nessa parte, viu que</p><p>deve, necessariamente, haver uma marcada differença</p><p>nos graus de Impressionabilidade ou Receptividade</p><p>para a Inducção Mentativa, differença manifestada</p><p>pelo operador e sujeito respectivamente para que o</p><p>phenomeno pronunciado possa ser manifestado. Mas</p><p>esta differença de grau de Impressionabilidade é ma­</p><p>nifestada por todos os homens e mulheres.</p><p>Entre um ponto extremo na escala de Impressio­</p><p>nabilidade e outro extremo ha vários graus — e cada</p><p>pessoa (homem ou mulher) tem o seu proprio grau,</p><p>sujeito, sem duvida, á mudança pelo desenvolvimento.</p><p>64 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>POSITIVIDADE MAGNÉTICA</p><p>Para illustrar este ultimo ponto mencionado, cito</p><p>de miinha obra Magia Mental o que eu disse nella: “Eu</p><p>não quero significar que o grau de Magnetismo Posi­</p><p>tivo está fixado permanentemente em cada pessoa, pois</p><p>contrario é o caso. Uma das pessoas que é realmente a</p><p>mais forte, de ordinário, pode ser a mais fraca em um</p><p>momento particular, devido ao facto de estar a sua</p><p>vontade fatigada, ou em virtude de haver relaxado a</p><p>sua Vontade-Poder, como é este muitas vezes o caso. E</p><p>em tal condição, o derrotado pode ser o vencedor no</p><p>ultimo encontro, ou, no ultimo 'momento, podem suas</p><p>energias reanimar-se e assim mudar de face o negocio.</p><p>Um pode ter uma forte Vontade em momentos de acti-</p><p>vidade e, comtudo, em momentos de passividade pode</p><p>relaxar-se demasiado. E, não obstante, este é um facto</p><p>mais importante: um pôde augmentar tanto sua Von­</p><p>tade-Poder que será capaz de dominar completamente</p><p>os que o supplantavam e até mesmo os que lhe incutiam</p><p>temor. Todos conhecemos exemplos desta ordem eim</p><p>nossa propria experiencia pessoal”.</p><p>OS DOIS EXTREMOS</p><p>No ponto extremo da Positividade Mentativa, es­</p><p>tão os homens de extraordinária força de vontade, os</p><p>quaes são guias natwraes e chefes.</p><p>IMPRESSION ABILIDADE 65</p><p>No extremo ponto Mentativo-Negativo acham-se os</p><p>que são movidos pelas suggestões passageiras ou cor­</p><p>rentes mentaes com que elles podem vir em contacto</p><p>— as pessoas impressionáveis que parecem viver no</p><p>plano emocional de seu ser, e que estão sempre abertas</p><p>ás influencias exteriores e são comoi catavento movido</p><p>por toda a brisa que passa. Estas pessoas são realmente</p><p>o reflexo dos pensamentos, desejos e vontades de ou­</p><p>tros — a ultima pessoa que lhes comprehende os pen­</p><p>samentos é a unica a seguir directamente.</p><p>Conheceis o typo, não é isso?</p><p>Eu não quero significar por isto que só os de von­</p><p>tade fraca podem ser naturalmente mesmerisados. Mas</p><p>digo que, quando os de vontade forte se deixam mes-</p><p>merisar, devem relaxar sua Vontade e tornal-a pas­</p><p>siva ou negativa ao operador, de modo contrario não</p><p>haverá nenhum resultado. Um hoímem de vontade forte</p><p>póde voluntariamente relaxar e tornar-se negativo para</p><p>ser mesmerisado.</p><p>Eu vi fazer-se isto em muitos casos, ainda que</p><p>sempre me pronunciei contra o facto, porque consi­</p><p>dero imprudência a submissão da vontade em tal or­</p><p>dem, mesmo para o fim de investigação scientifica. Es­</p><p>tou certo que eu não faria assim e por isso não posso</p><p>approvar semelhante pratica da parte de outros.</p><p>O TEMPERAMENTO ARTÍSTICO</p><p>Por outro' lado, conheci pessoas de ulm; tempera­</p><p>mento artístico altamente desenvolvido, taes como:</p><p>66 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>actores, poetas, artistas, escriptores e outras, que pos­</p><p>suíam Vontade forte para deixar que se tornassem</p><p>muito impressionareis, em virtude de suas activas ima­</p><p>ginações. Convem sabem: ellas se deixavam levar com</p><p>a idéa de serem impressionados por forma tal, que se</p><p>collocavam por si mesftnios na parte do sujeito mesme-</p><p>risado e se mesmerisavam a si mesmos, ainda que dei­</p><p>xassem que os operadores se julgassem causadores do</p><p>mesmerismo. Esta ultima explicação lançará luz na</p><p>phase do phenomeno que apresenta apparentemente</p><p>uma excepção á regra, mas que, quando visto assim</p><p>esclarecida, virá estrictalmente cahir no caso da Posi-</p><p>tividade e Negatividade.</p><p>UM TRICK (*) DE MESMERIST A</p><p>(*) Engano, pega, ardil.</p><p>Os provocadores públicos de mesmerismo, quando</p><p>encontram um sujeito imaginoso, cuja vontade se</p><p>presta á submissão, começam de inclinar os seus es­</p><p>forços para levantar a imaginação da pessoa e assim</p><p>pôl-a em condição subjectiva ou passiva de agir sob a</p><p>suggestão delles. Em casos taes, não ha comflictos de</p><p>vontades, quaesquer que sejam, mas, pelo contrario, o</p><p>sujeito desempenhará a sua parte e se tornará um</p><p>cooperador do mesmerista, em vez de seu adversário.</p><p>Neste caso, o sujeito mesmerisa-se e deixa voluntaria­</p><p>mente levar-se pelas suggestões do operador tanto</p><p>IMPRESSIONABILIDADE 67</p><p>quanto as suggestões deste se harmonisam ou identi­</p><p>ficam com as suas. Este instincto de autor é muita</p><p>forte em algumas pessoas e seu auto-mesmerismo é</p><p>muito mais commum do que se pensa. Vê-se no thea­</p><p>tre; entre prosadores e escriptores.</p><p>SUJEITOS MESMERICOS</p><p>Muitos, mesmo, dos melhores sujeitos mesmericos</p><p>que viajam com os mesmeristas profissionaes perten­</p><p>cem, a um certo grau, á classe dos mencionados atraz.</p><p>Elles são capazes de, por si mesmos e muito bem, de­</p><p>sempenhar a sua parte, com tanto que não sejam con­</p><p>trariamente affectados por esse meio. São seres diffe-</p><p>rentes dos de fraca vontade, creaturas frouxas das</p><p>quaes se vêm os mesímeristas acompanhados. O sujeito</p><p>profissional imaginativo vive só para os seus interes­</p><p>ses e como um amigo meu mordaz, que estudou demo-</p><p>radamente o sujeito, disse uma vez, ainda mesmo que</p><p>o sujeito mais obediente desta classe deixasse inteira­</p><p>mente de agir sob a suggestão</p><p>de seu poderoso opera­</p><p>dor em signal de consentimento na reducção de seus</p><p>salaries semanaes, produzir-se-ia, sem duvida, o estado</p><p>profundo do somno hypnotico.</p><p>NÃO ABANDONEIS A VOSSA VONTADE</p><p>Mas eu considero que mesmo esta classe imagina­</p><p>tiva de sujeitos commette uma imprudência em deixar-</p><p>68 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>se guiar e governar pelas suggestões e ordens de algum</p><p>operador, pois creio que mesmo um tal habito é damno-</p><p>so para a Vontade. A Vontade é uma cousa preciosa e</p><p>não devia ser prostituida de modo nenhum. Não posso</p><p>insistir sobre isto de uimt modo mais vigoroso do que</p><p>dizendo-vos: “Guardae a vossa Vontade contra as in­</p><p>fluencias extranhas”. Olhae-a como uma honrada mu­</p><p>lher olha a sua Virtude, não deixeis que alguém se en­</p><p>tre em liberdade com ella (*).</p><p>(*) Aqui se vê o inqualificável damno que póde causar</p><p>a mania do hypnotismo tão commum entre o povo. — (Nota</p><p>da Traducção).</p><p>QUEM PÓDE EXERCER A FASCINAÇÃO</p><p>Um termo médio de pessoas que possuem confian­</p><p>ça propria e força, póde exercer e exerce a Fascinação</p><p>Mental sobre outros com que entra em contacto, ainda</p><p>que isto requeira uma Vontade desenvolvida para tor­</p><p>nar-se um habil na obra mental.</p><p>Além disto, ha indubitavelmente certa destreza e</p><p>arte ácerca desta obra, que se adquire pela pratica,</p><p>ainda que muitos parecem) tel-a desenvolvida natural­</p><p>mente. Ha gênios na Fascinação como os ha na arte —</p><p>e outros ha que adquirem o dominio não só pela pra­</p><p>tica cuidadosa se não também pela determinação.</p><p>IMPRESSION ABILIDADE 69</p><p>REQUISITO PARA A FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Considerando as qualidades que deve ter a pessoa</p><p>em quem a Fascinação Mental poderá ser fortemente</p><p>desenvolvida, enumeral-as-ei como segue:</p><p>l .° — Bem-estur physico; porque ha uma certa</p><p>força no homem ou na 'mulher, de forte, robusta saúde,</p><p>a qual força deve ser tomada em consideração.</p><p>Verdade é que muitas pessoas, não de constituição</p><p>physicamente boas, mas doentias, exerceram fortes po­</p><p>deres de Fascinação, a qual, a despeito de sua falta</p><p>de saude physica, foi devida a uma forte Vontade sua</p><p>que lhes superou os obstáculos. Mas, estando tudo em</p><p>harmonia, ha um poder na pessoa, forte, vigorosa, sa­</p><p>dia, que se faz sentir.</p><p>2 .° — Crença cm um Ser Vnico; pois sem esta</p><p>ninguém manifesta Positividade. Crêde em vosso pro-</p><p>prio poder e habilidade e impressionareis a outros com</p><p>a mesma crença.</p><p>A confiança é contagiosa. Cultivae o Eu posso e</p><p>quero,</p><p>3 .° — Repouso; porque o homem calmo, repousa­</p><p>do, imperturbável, tem uma enorme vantagem sobre</p><p>um de qualidades fracas. O homem que encarar as cir-</p><p>cumstancias com firmeza d’wm/mo tem algulmia cousa</p><p>que o faz olhado como um chefe natural — tem uma</p><p>das qualidades de Positividade. Cultivae o modo equi­</p><p>librado, calmo.</p><p>70 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>4 .° — Valor; pois o medo é a emoção mais nega­</p><p>tiva do homem. A coragem é a qualidade mais posi­</p><p>tiva, como o medo a mais negativa. Cultivae o Eu faço</p><p>— Ouso fazer.</p><p>5 .° — Concentração; pois a “Centralisação da</p><p>mente” é a intensificação da Vontade-Poder sobre um</p><p>objecto. Fazei uma cousa em um tempo, e fazei-a com</p><p>todo poder que está em vós.</p><p>6 .° — Fixidez de proposito; pois deveis apprender</p><p>a conhecer o que desejaes fazer, e então traljalhae-o</p><p>com assiduidade, até que o tenhaes feito. Cultivae a</p><p>qualidade do Bull-dog — ella é necessária.</p><p>Aos que reconhecem a necessidade das qualidades</p><p>mencionadas acima e não as têm, eu recommendo o</p><p>estudo cuidadoso e a applicação determinada dos prin­</p><p>cípios de Architectura Mental, de que tratei na Licção</p><p>Sétima de meu livro intitulado Magia Mental, na qual</p><p>o assuimipto está desenvolvido em detalhes, com exer-</p><p>cicios, etc.</p><p>ABSURDOS EXPOSTOS</p><p>Houve muitos absurdos escriptos sobre quaes são</p><p>os bons sujeitos, em obras que tratam de Mesmerismo,</p><p>Hypnotismo, etc., e muitas regras divertidas se deram</p><p>para a determinação do grau de impressionabilidade</p><p>por vários escriptores. Muitos dizem que as raparigas</p><p>trigueiras são as mais impressionáveis, e outros affir-</p><p>mam que as louras são as que se impressionam mais</p><p>IMPRESSION ABILIDADE 71</p><p>proimiptamente, etc., etc.; mas o investigador experi­</p><p>mentado ri-se de taes distincções. Muitos consideram</p><p>que as mulheres são os melhores sujets, ao passo que</p><p>outros asseguram que os homens são influenciados com</p><p>maior felicidade. Minha propria opinião é que a por­</p><p>centagem é a mesma em ambos os sexos. Por outra</p><p>parte, devemos lembrai que os graus de impressiona-</p><p>bilidade são relativos. Por exemplo, A pode ser posi­</p><p>tivo para B, ao passo que B pode ser positivo para C,</p><p>e assim até o fim do alphabeto. E, usando a mesma</p><p>illustração, M é negativo para L, supposto positivo</p><p>para N. Vêdes isto?</p><p>UMA MENTIRA PREGADA</p><p>Muitos escriptores tentaram fazer crer ao povo</p><p>que somente a gente de mente forte podia ser mesine-</p><p>risada, e dão-nos como prova disso o facto que os idio­</p><p>tas e loucos são quasi immunes da influencia hypno-</p><p>tica e mesmerica. Este é um argulmento predilectO' de</p><p>hypnotistas profissionaes que delle se servem para</p><p>tranquillisar os seus sujeitos ou possiveis sujeitos, que</p><p>poderiam não desejar apparecer comoi gente de mente</p><p>fraca. A verdade é que a razão que as classes acima</p><p>citadas estão isentas, é: l.° — porque os idiotas têm</p><p>pouco ou nenhum poder de attenção, e são como simples</p><p>machinas e, por conseguinte, não podem ser induzidos</p><p>a prestar attenção um tempo sufficiente para serem</p><p>mesmerisados, mas todos os estudantes adeantados de</p><p>72 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Influencia Mental sabem que os idiotas, tão bem como</p><p>os animaes, podem ser influenciados pelas Vibrações</p><p>Mentaes ou Ondas Mentaes, etc., pelos tratamentos;</p><p>2.° — os loucos são usualmente levados com uma idéa</p><p>fixa ou illusão, e estão, de facto, em um estado affini</p><p>ao produzido pelo processo hypnotico ou mesmerico a</p><p>um grau considerável.</p><p>Suas mentes centralisaram-se na illusão e não po­</p><p>dem retiral-as dalli. Se a attracção pudesse ser remo­</p><p>vida, o paciente não ficaria louco por mais tempo ; e</p><p>ainda que a condição de somno não possa ser induzida</p><p>em pacientes loucos, comtudo as melhores autoridades</p><p>conhecem que taes gentes obedecem a fortes suggestões,</p><p>e tratamentos mentaes, a um certo grau, de modo que</p><p>a regra nem sempre se mantem..</p><p>GENTE IMPRESSIONÁVEL</p><p>A classe de gente que obedece mais promptamente</p><p>á Influencia Mesmerica (pondo de parte a sub-classe</p><p>da gente imaginativa mencionada poucas paginas atraz)</p><p>forma-se daquelles que não manifestaram sua Vontade,</p><p>Determinação e Confiança propria bastante. As pes­</p><p>soas que levaram uma vida em que cultivaram implí­</p><p>cita obediência a extranhos, confiança éini outros —</p><p>essas taes são as mais impressionáveis. Elias não fi­</p><p>zeram uso de sua Vontade, e estão mais inclinadas ao</p><p>dominio voluntário de outros ou ser levadas por extra-</p><p>nhas emoções.</p><p>IMPRESSION ABILIDADE 73</p><p>Conforme eu disse em meu livro maior: “O grau</p><p>de obedieneia á Suggestão pelo commando observa-se</p><p>em maior escala entre aquelles que sempre dependeram</p><p>de outros por ordens, instrucção e não fizeram uso</p><p>de seu proprio engenho e recursos na vida. Os traba­</p><p>lhadores imperitos e os filhos de hoimíens ricos que ti­</p><p>veram sempre quem pensasse por elles, pertencem a</p><p>esta classe. Esta gente parece ter necessidade de que al­</p><p>guém pense por ella, mesmo nas minimas circumstan-</p><p>cias de suas vidas, e é a mais impressionável entre as</p><p>outras classes. O grau de Positividade, pois, levanta,</p><p>como considerámos, aquelles que se habituaram a obrar</p><p>por si mesmos, sem dependencia de segundos. A posi­</p><p>tividade tem o seu grau máximo entre aquelles que</p><p>exerceram ordem outros ou que dependeram de seus</p><p>proprios recursos, de seu proprio engenho, em todos</p><p>os passos da vida. Os homens de reconhecida iniciativa</p><p>têm apenas um traço desta forma de suggestibilidade.</p><p>Iniciativa (vós conheceis) é um termo que significa:</p><p>fazer cousas sem ser levado por outrem — usando seu</p><p>proprio talento, recursos e VONTADE. O referido aci­</p><p>ma applica-se egualmente ao sujeito de impressionabi-</p><p>lidade exposto ás influencias mesmericas.</p><p>E que signi­</p><p>fica todo elle, quando seriamente examinado?</p><p>Justamente isto: — que o grau de impressionabi-</p><p>lidade depende do grau de falta de Desenvolvimento</p><p>de Vontade.</p><p>A palavra Vontade é a nota tônica! E isto apesar</p><p>de toda loquacidade, bacharelice e absurdos escriptos</p><p>74 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>e falados por aquelles que se interessam em ter o povo</p><p>como admirador das “assombrosas virtudes (?) do</p><p>Hypnotismo”.</p><p>O “ESPIRITO DA MULTIDÃO”</p><p>A razão pela qual o povo se deixa influenciar é que</p><p>elle abandona sua Individualidade e Vontade Indivi­</p><p>dual e a deixa confundir-se com as Vontades alheias,</p><p>até que nina Vontade do povo é criada, a qual repre­</p><p>senta o termo médio da multidão, sendo a força do todo</p><p>dissolvida pelas vontades mais fracas.</p><p>Quando esta porção de juntas e fracas vontades se</p><p>mistura propriamente, fica em uma condição offuscada</p><p>e excitada até que algum Individuo solte para frente</p><p>— como um chefe de homens que se apoiaram sobre</p><p>sua Vontade Individual — e imprime a sua Vontade</p><p>sobre as mais negativas da multidão, e esta aeceita</p><p>suas suggestões e segue-o como unia enfiada de carnei­</p><p>ros ou sujeitos mesmerisados, e cumpre as suas ordens</p><p>até que outro chefe lhe chame a attenção e interesse.</p><p>EMOCIONABILIDADE (*)</p><p>(*) Emotionability.</p><p>Ha outra phase de mentalidade que tem seu as­</p><p>pecto no grau de impressionabilidade.</p><p>IMPRESSION ABILIDADE 75</p><p>Refiro-me á qualidade conhecida como emociona-</p><p>biliãade. Uma pessoa emocional é a que se despe mais</p><p>promptamente da influencia ao jogo do lado emocional</p><p>de sua natureza. Uma tal pessoa é mais impressionável</p><p>do que aquella que não é tanto emocional, mas cuja</p><p>Vontade é realmente mais forte.</p><p>A razão disto é que, por seus hábitos mentaes, ella</p><p>se acostumou a abrir seu Polo Emotivo de Mentalidade</p><p>ás influencias exteriores, deixando-o ficar inactive. Em</p><p>vez de dominar seus sentimentos, deixou que elles o do­</p><p>minassem — e que sua Natureza Emocional usurpasse</p><p>o throno de sua Vontade, relegando esta para o ultimo</p><p>]ogar. E a consequência é que sua natureza emotiva fi­</p><p>cou mais aberta ás irresistiveis influencias e impressões</p><p>exteriores e a responder mais promptamente a ellas,</p><p>tendo assim adquirido o habito* de se impressionar.</p><p>Vêdes isto? Esta ultima explanação lançará alguma</p><p>luz ao facto que certas raças são mais impressionareis</p><p>do que outras. Ellas são mais emocionaes, eis tudo.</p><p>QUEM E’ UM “IMPRESSIONAVEL”</p><p>No seguinte capitulo usarei o termo impressiona­</p><p>rei como um nome designando uma pessoa que é bas­</p><p>tante impressionável para responder á influencia de</p><p>um mesmerista ou hypnotista a umi grau maior 3ou</p><p>menor. Estes impressionareis são comparativamente</p><p>impressionados pela Força Mentativa e SuggestÕes ao</p><p>76 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>longo destas linhas. Lembrae-vos do sentido em que usa­</p><p>rei do termo.</p><p>Posteriormente, usarei do termo hyper-impressio­</p><p>nável como um nome indicando uma pessoa excessiva-</p><p>rnlente ou anormalmente sujeita a impressões de mes-</p><p>mericas influencias. A ultima classe se descreverá no</p><p>seu proprio logar, no livro.</p><p>Deixaeme dar-vos uma tosca illustração do su­</p><p>jeito de impressionabilidade. Elle formará o assumpto</p><p>de nosso proximo capitulo, que se intitulará “A. Fa</p><p>bula do Par Mentativo”. Não só explicarei a materia</p><p>de resposta á influencia mesmerica, mas ainda lança­</p><p>rei luz no exercicio da Influencia Mental-Pessoal, que</p><p>está continuamente em acção em todos os dias da vida,</p><p>em todos os tempos, onde quer. Tereis uma idéa miuito</p><p>clara do assumpto depois de lerdes esta Fabula —- e</p><p>apprendereis a pôr-vos em guarda da licção que aqui</p><p>se vos offerece. Não deixeis de a ler cuidadosamente e</p><p>de procurar o segredo que nas suas linhas se contém.</p><p>CAPITULO VII</p><p>A FABULA DO PAR MENTATIVO</p><p>Certo tempo viveu no paiz de Mentalvania, em urn</p><p>soberbo edifício chamado o Castello Mentativo, um ho­</p><p>mem e uma mulher, por nome “O Par Mentativo”. El­</p><p>ies eram felizes emquanto casados. Viviam em harmo­</p><p>nia, porque um ao outro se prestava. Um não era com­</p><p>pleto sem a presença do outro, nem fazia a sua obra</p><p>melhor, a menos que o outro estivesse presente.</p><p>VOLOS E EMOÇÃO</p><p>Bem. Agora, o homem chamava-se Volos (que é o</p><p>mesmo que se dissesse Vontade) e a mulher chamava-se</p><p>Emoção, que na linguagem do paiz significava uma</p><p>como combinação de Emoção, Desejo e Imaginação.</p><p>AS DUAS NATUREZAS</p><p>Agora, o chronista informa-nos que estas duas</p><p>pessoas tinham natureza inteiramente differentes uma</p><p>78 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>da outra, como bem se disse. Dissemos que Volos era</p><p>austero, inflexivel, forte, de natureza positiva; prompto</p><p>a levar a termío uma cousa começada; cheio de vontade</p><p>de viver, de vitalidade, de determinação e espirito com</p><p>uma forte dose de deixa-me só e sáe de view caminho em</p><p>sua acção; com um gosto de encontrar difficuldades e</p><p>vencer obstáculos e um bom grau de habito de procurar</p><p>e possuir o que a Emoção quer e necessita e tendo, além</p><p>de tudo, uma poderosa porção de respeito proprio e con­</p><p>fiança em si mesmo.</p><p>Elle estava sempre prompto a ser firme, ainda que</p><p>a sua firmeza se não medisse pela obstinação do asno</p><p>e tinha por nota principal ou tônica a sua Força. Elle</p><p>era um bom guerreiro e defensor de seu castello. Mas a</p><p>Emoção era de um typo, temperamento e caracter dif­</p><p>ferent es.</p><p>Ella era mais impressionável, imaginativa, emo­</p><p>cional, crédula, caprichosa, cheia de desejos, curiosa,</p><p>sympathica e facilmente persuadida. Volos, pelo contra­</p><p>rio, era todo Resolução e Juizo. A Emoção era toda</p><p>Sensibilidade.</p><p>FOGO E AGUA</p><p>Volos era de um: caracter forte, mas carecia de</p><p>certas qualidades que trazem o exito. Estas possuia-as</p><p>a Emoção e nisto suppria a deficiência de Volos.</p><p>Tinha Volos que figurar todas as cousas, emquanto</p><p>a Emoção1 possuia intuição e ia a seu termo mais de­</p><p>A FABULA DO PAR MENTATIVO 79</p><p>pressa que Volos, que não podia atinar com o processo</p><p>de sua companheira. Quando elle lhe pedia explicação</p><p>disso, ella lhe dizia ligeiramente: “Oh, justamente</p><p>porque!”, resposta que provocava, muitas vezes, um</p><p>discurso profano e irreverente da parte de Volos.</p><p>Isto não obstante, elle sabia respeitar estes por­</p><p>quês de Emoção e achava que elles o auxiliariam em</p><p>seus negocios. Emoção perdia-se em sonhos e via cou-</p><p>sas muito antes de se realizarem, e Volos procurava</p><p>pôr estes planos em operação. Elle não podia ver mais</p><p>além do proprio nariz, ao passo que Emoção via mi­</p><p>lhas além e annos muito adeante.</p><p>E além desta faculdade da imagem mental que</p><p>fôra para os negocios de Volos de tão proveitoso em­</p><p>prego, Emoção também possuia um vivo e ardente de­</p><p>sejo para as cousas que ella usava de communicar a</p><p>Volos, obrigando-o por esse meio a sahir e a obrar cou­</p><p>sas que de outro modo nunca chegaria a fazer.</p><p>Emoção era como o Fogo, e Volos como a Agua.</p><p>A Agua chegava a conter o Fogo, mas ao mesmo</p><p>tempo o Fogo aquecia a Agua e o resultado era o Va­</p><p>por da Acção. E assim, vêdes estes dois — este Par</p><p>Mentativo — formava uma bella sociedade, e prospe­</p><p>rava muitissimo.</p><p>ENTRA O TENTADOR</p><p>Mas, ai! o Tentador entrou no Eden — e o Extra-</p><p>nho Attractive tomou pelo caminho do Castello Men-</p><p>80 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>tativo e tanto que lá chegou, plantou a perturbação. E</p><p>eis o que aconteceu:</p><p>O GASTELLO SEM GUARDA</p><p>Um dia, Volos estava ausente do Castello, tendo-se</p><p>entregado a algumas arduas empresas. Por isso, o</p><p>Castello achava-se sem vigia. Volos tinha prevenido isto</p><p>por algumas instrucções dadas á Emoção, nas quaes lhe</p><p>recommendava que tivesse bem fechada a Porta do Cas.</p><p>tello emquanto elle estava fora e não se puzesse a olhar</p><p>em sua ausência, porque nisso havia perigosas e myste-</p><p>riosas ciladas. Tinha Emoção observado, com boa fé, as</p><p>recommendações de seu senhor, supposto andasse, como</p><p>mulher que era, a arder em curiosidades. Muitas vezes</p><p>ella ouvira extranhos batidos á porta do Castello, mas</p><p>acautelou-se e absteve-se de olhar pelas fisgas, ainda</p><p>que o fez a contra gosto e torcendo a sua inclinação,</p><p>pois não via nenhum mal no simples facto de olhar.</p><p>O EXTRANGEIRO FASCINADOR</p><p>Mas, tornando ao nosso</p><p>conto, este dia particular</p><p>em que Volos estava ausente de casa, a curiosidade de</p><p>Emoção era maior quando ella sentia os batidos na</p><p>porta. E, infringindo a ordem, aventurou-se a mostrar-</p><p>se fora. Olhando para baixo, viu um extrangeiro muito</p><p>attractive, em cujos lábios pousava um sorriso. Pare­</p><p>ceu-lhe elle tão forte como Volos, e ter certo traço de</p><p>A FABULA DO PAR MENTATIVO 81</p><p>mulher, por accrescimo. Elle tinha a Força a que reu</p><p>na o Encanto que Emoção reconheceu como parte de</p><p>sua propria natureza. “Ah! — suspirou Emoção — eis</p><p>aqui um homem que póde comprehender-me”. O Ex­</p><p>trangeiro fascinador sorriu-]he docemente e, pondo seus</p><p>olhos nos delia, pediu-lhe habilmente que permittisse a</p><p>sua entrada no palacio. “Não, não — replicou Emoção,</p><p>—- não posso deixar-te entrar, porque Volos m?o prohi-</p><p>he”. “Ah, bella jovem — insistiu o Extrangeiro, — Vo­</p><p>los pretende ter toda razão, mas é um velho rotineiro</p><p>e ficou atraz dos tempos. Elle não comprehende como</p><p>eu e tu. Deixa-me entrar”. E, como Mãe Eva, Emoção</p><p>cedeu ao engano.</p><p>“QUANDO O GATO ESTA’ AUSENTE”, ETC.</p><p>Bem, para encurtar uma longa historia, direi que,</p><p>quando Volos voltou á casa, achou que Emoção havia</p><p>assignado, por ordem de Villeveaux Modern Art, uma</p><p>bella obra publicada por De Luxe Bros, Quinta Aveni­</p><p>da-, para ser distribuida em 824 partes semanaes, ao</p><p>preço de $5 cada parte — tendo sahido 739 partes, que</p><p>foram em breve entregues. Tinha Emoção também dado</p><p>outras ordens para Varias Mercadorias que deslumbra­</p><p>ram a sua Imaginação imprudente e inhabit Volos cla­</p><p>mou pelos Deuses nacionaes — mas fel-o já tarde, por­</p><p>que o Contracto tinha sido firmado.</p><p>G</p><p>82 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>O PEIOR E MAIS DISTO</p><p>Mas, não foi isto senão o principio. Volos não com-</p><p>prehenjeu do que se tratava, e contentou-se com ralhar</p><p>a Emoção, que, á vista disso, se derreteu toda em lagri­</p><p>mas. Mas o veneno tinha feito a sua obra mortal.</p><p>Quando Volos se ausentava de casa, o habito se</p><p>firmava alli novamente, entrando o Extrangeiro Fasci­</p><p>nante dentro do Castello todas as vezes que á sua porta</p><p>ia bater. Certa occasião, ao recolher-se, Volos achou o</p><p>Castello guarnecido, desde os baixos até as torres de</p><p>observação, de custosas tapeçarias e moveis e vários ou­</p><p>tros artigos comprados da Morganstern’s Popular Ins­</p><p>tallment House, ao preço de $1,000 e $100 por semana.</p><p>Elle achou também que o Castello tinha sido armado</p><p>de pára-raios desde o sólo ás torrinhas, em cada ala, em</p><p>cada torre e seus annexos; e que as Notas em que esta­</p><p>vam impressos os signaes da lei e as penas da sua iu-</p><p>fracção, tinham sido trocadas por outras. Então Volos</p><p>jurou pelas Barbas de Marte, Deus da Guerra, que</p><p>tal facto não se repetiria mais — que elle de então para</p><p>deante não se afastaria mais de casa e assim fez. Mas</p><p>o astuto Extrangeiro era Onto, o Jogo no todo de seus</p><p>Detalhes, que continuou a sua obra, ainda mesmo que</p><p>Volos estivesse presente.</p><p>A I'ABULA DO PAR MENTATIVO 83</p><p>COMO VOLOS COMMETTEU UM EERO</p><p>Poucos dias depois que Volos determinou ficar em</p><p>casa, chegou um bando de embusteiros, cantando, dan­</p><p>çando e fazendo manhas de pilotiqueiros. Volos sen­</p><p>tou-se em uma grande pedra ao lado da porta do cas-</p><p>tello, que estava aberta, e sua attenção foi attrahida</p><p>pelos sons e vistas. Quanto mais depressa giravam os</p><p>dansarinos, mais forte soavam os tambores, mais sua­</p><p>ves tornavam-se os cantos, mais confusas as proezas dos</p><p>charlatães — até que o pobre Volos se esqueceu de tudo</p><p>quanto dizia respeito á porta aberta do castello, tão em­</p><p>bebido ficou nas extranhas vistas, sons, danças e lanços</p><p>de prestigios. Então um dos do bando dos saltimbancos</p><p>(que era aquelle mesmo estrangeiro disfarçado com or-</p><p>nato de diversas côres) passou por volos sem ser visto</p><p>e, em um momento, travou conversa com a impressioná­</p><p>vel Elnoção.</p><p>Volos vigiava a multidão, até que esta se moveu</p><p>dalli, e entrando de novo no Castello e fechando a porta</p><p>atraz de si, encontrou Emoção banhada em lagrimas</p><p>pelo facto de deter a vinda de uma tempestade.</p><p>“Ai de mim, como sou desgraçada! — dizia ella —</p><p>Estou outra vez perturbada, 6 Volos, meu soberano se­</p><p>nhor! O Extrangeiro Encantador, que passou por vós</p><p>na porta, recommendou-me uma grande Boneca, que se</p><p>move por si, automatica, e um Cravo com valvula de</p><p>ar liquido, Carbureto de Radium, instrumento este com</p><p>84 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>que eu posso produzir-vos todas as classes de musica e</p><p>com especialidade uma bonita aria muito popular de</p><p>Gotterdammerung de Vagner, intitulada “Beijo vosso</p><p>Bébé, Adeus!”, aria cheia de ternura, muita expressão,</p><p>sentimento de alma, conforme as palavras do extran­</p><p>geiro, a quem dei minhas ordens”.</p><p>“Mariola! — bradou Volos — sou eu forçado a</p><p>pronunciar alto o nome da producção de Vagner, mes­</p><p>mo mencionada por ti. E pela minha Santa Virgem, até</p><p>mesmo virás a cantar-me logo as palavras da melodia</p><p>do tempo dos farrapos, justamente citada por teus fal­</p><p>sos, vermelhos lábios! Irra! Na verdade fui incommo-</p><p>dado novamente por este extrangeiro encantador. Não</p><p>devo mais ter contemplações com estas scenas passa­</p><p>geiras de alegrias e assombros, para não ser novamente</p><p>ornado com orelhas de burro. Ah! Volos é novamente</p><p>elle mesmo e, á primeira vez que o extrangeiro encanta­</p><p>dor apparecer em scena, dar-lhe-ei nas ancas e na coxa</p><p>com a minha fiel acha de armas e meu riso quebrará</p><p>sua feia carcassa”.</p><p>Mas, oh! mesmo uma vez mais o pobre Volos foi</p><p>enganado, ludibriado — uma vez mais a pobre Emoção</p><p>foi fascinada pelo extrangeiro. E isto succedeu do modo</p><p>seguinte:</p><p>SUA ULTIMA RUINA</p><p>No dia de sua ultima ruina, Volos estava sentado</p><p>a um degrau em frente á porta estreitamente aberta</p><p>A FABULA DO PAR MEN TAT IVO 85</p><p>do Gastello. “Ninguém passará agora por mim”, excla­</p><p>mava.</p><p>Mas o Fado quiz o contrario. Pois tanto que Volos</p><p>se sentou aqui, a cercaram-se delle varias gentes que po­</p><p>voaram os outros degraus deante da porta, e concita-</p><p>vam a Volos com calorosos e enfadonhos discursos á</p><p>Vigilância sobre as novidades; a Campanha Presiden­</p><p>cial; a Questão dos Japonezes; a Raça Suicida; a Nova</p><p>Theologia; Quão velha era Anna; o Problema do Re­</p><p>sultado final da Collisão entre a Força Irresistivel e</p><p>o Corpo Immovel; os Cannes de Marte; o que fará</p><p>Roosevelt, quando seu tempo expirar; e muitos outros</p><p>topicos importantes, de interesse, suggest!vos. de ge­</p><p>ral interesse.</p><p>Quanto mais agradaveis eram estes visitantes,</p><p>tanto mais indulgentes eram os sentimentos de Volos.</p><p>E ainda que elles parecessem, no começo, differir</p><p>delle, comtudo elles delicadamente se deixaram pouco</p><p>a pouco convencer por elle, até que, finalmente, com-</p><p>prehenderam que elle era Invencivel em Argumento e</p><p>Invulnerável em Lógica.</p><p>“Este é o extrangeiro importuno — disse Volos,</p><p>— mas não obstante é verdade — que Eu sempre me</p><p>acho do lado direito de toda questão^.</p><p>E sua admiração subiu de ponto, depois que todos</p><p>o acclamaram no fim. “Estou-me — disse — verdadei-</p><p>rameiite desenvolvendo em uma sábia lingua”.</p><p>86 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>A PALHA ULTIMA</p><p>E, assim pensando, sentiu-se suavemente adorme­</p><p>cer ao sahir do rigor das disputas. As attenções lison-</p><p>geiras, a alegria da Victoria e a excessiva somma de</p><p>attenção e interesse mostravam que elle tinha gasto</p><p>muita força e a Natureza Humana é limitada mesmo</p><p>no caso de um truculento Volos. E, tanto que elle dor­</p><p>miu, o Extrangeiro Encantador (que era em carne e</p><p>osso o chefe daquella quadrilha de visitantes importu­</p><p>nos) metteu-se pelas pontas a dentro do palacio e car­</p><p>regou sobre Emoção uma escolhida collecção de gene-</p><p>ros mineiros de borda dourada (puro ouro, já se vê);</p><p>uma machina de voar de correntes; um automovel de</p><p>marca Perigo Ama/rello e um carro de observação com</p><p>vestibulo e sala de visitas e força de 5.000 muares.</p><p>Quando Volos viu o que tinha acontecido, chorou e ex­</p><p>clamou amargamente: “São restos da discórdia, é a</p><p>morte de um certo “Eu sou o Barão E. Z. Marli”.</p><p>E sobre isto mandou chamar o Sabio que habitava</p><p>na próxima baronia.</p><p>O SABIO CHAMADO</p><p>Veiu o Sabio, e depois de ouvir a historia,</p><p>disse:</p><p>“Meus filhos, vosso caso é triste, mas importa que seja</p><p>A FABULA DO PAR MEN T ATIVO 87</p><p>aceommodádo sem uma visita aos Sioux (*) Tails,</p><p>e sem levantar-se questão concernente á Pensão. O</p><p>obstáculo é o seguinte:</p><p>(*) índios da America do Norte, aqui tomado em sentido</p><p>figurado. Sem grandes embaraços.</p><p>(♦♦) Clam-shell, pequena ostra americana. Figura damente;</p><p>uma cousa mui pequena, um quasi nada. — (Notas da Trad.),</p><p>VOLOS SEM EMOÇÃO</p><p>“Volos, sem Emoção, não tem desejo ou incentivo</p><p>para fazer as cousas. Elle não tem necessidades a sa­</p><p>tisfazer, e por isso não faz nada. Elle necessita de</p><p>Emoção para supprir os desejos. Sem Emoção, Volos</p><p>não tem sentimento, é uma mesquinha ostra (**). Por</p><p>isso, elle precisa delia para preencher o sentimento,</p><p>pois verdadeiramente o sentimento é uma especie de</p><p>vida. Sem Emoção, Volos não tem Imaginação, e não</p><p>póde ver nada além da ponta de seu nariz. E que é a</p><p>vida sem Imaginação? Por todos os numes, a gente</p><p>podería ser bem uma múmia!</p><p>EMOÇÃO SEM VOLOS</p><p>•E por outra parte, Emoção sem Volos é um fogo</p><p>de desejo consumidor; uma desenfreada Imaginação;</p><p>uma Faculdade Intuitiva degenerada na mais baixa</p><p>superstição, na mais deplorável credulidade, na mais</p><p>88 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>ociosa phantasia. Volos não tem Desejo, Emoção ou</p><p>Imaginação de si mesmo — ao passo que Emoção não</p><p>tem. Vontade de si mesma.</p><p>A FORÇA ESTA’ NA UNIÃO</p><p>Verdadeiramente, não se pode ver por tudo que</p><p>este Par necessita um do outro nas peiores circumstan-</p><p>cias? Cada um isolado é incompleto. Unidos, elles se</p><p>mantêm — separados, cahem. A força dos dois está</p><p>na união.</p><p>O PERIGO DA SEPARAÇÃO</p><p>E mais do que isso, cada um, sem o outro, cáe como</p><p>presa nas malhas de algum Fascinador Extranho.</p><p>Vimos como Emoção foi fascinada e controllada</p><p>pela vontade do extrangeiro que ganhou accesso no</p><p>castello.</p><p>Mas vimos também (pela minha arte magica) que,</p><p>quando Volos se afastou da casa em negocios importan-</p><p>ies, sem o ter guardado Emoção fortemente, elle cahiu</p><p>victima nas ciladas do Desejo e Imaginação de um bell o</p><p>extrangeiro ao cruzar o rio, e cumpriu as ordens delia</p><p>e empregou sua vontade para cumprir a sua tarefa em</p><p>vez das desejadas por sua propria Emoção. Na verda­</p><p>de, se estas duas entidades fossem independentes uma</p><p>da outra, não deviam agora recomeçar. Verdade é que</p><p>a Harmonia será sua, quando andarem juntas.</p><p>A FABULA DO PAR MENTATIVO 89</p><p>O SEGREDO DA RUINA</p><p>“E este é o Segredo da ruina de Emoção”.</p><p>Sem a Vontade de Volos para protegel-a, dirigil-a</p><p>e aconselhal-a, Emoção deixou correr impetuosamente</p><p>o Desejo e a Imaginação, como se estivessem desenfrea­</p><p>dos. E assim ella se fez tão impressionável que se dei­</p><p>xou governar pela Vontade de um Extranho que se</p><p>aproveitou da mesma e de muitas outras ordens por si</p><p>mesmo escolhidas. Mesmo quando Volos estava assen­</p><p>tado á porta, vigiando os jogadores, dansarinos e pelo-</p><p>tiqueiros, sua ATTENÇÃO estava tão occupada com</p><p>o que via, que o Extrangeiro Encantador passou pela</p><p>porta — e fêl-o como se Volos estivesse ausente de casa.</p><p>E, por outra parte, quando Volos deixou enredar-se nos</p><p>discursos da turba de visitadores, e empregou a sua</p><p>Energia e Força em argumentos e disputas com ella</p><p>— e quando elle se mostrou contente com a falsa se­</p><p>gurança de seus Irmãos unidos da Pedra da Lisonja —</p><p>elle descurou sua vigilância, deixou-se cançar, ficar</p><p>somnolento e dormiu e, aproveitando-se o Extrangeiro</p><p>do somno de Volos, penetrou outra vez no interior de</p><p>seu castello, onde recebeu as ordens de Emoção para</p><p>aquelles generos.</p><p>O REMEDIO DO SABIO</p><p>E este é, pois, o Remedio (como meu successor</p><p>Lawson of Boston), dirá nos séculos seguintes — este</p><p>90 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>é O REMEDIO. Cada pessoa deste Par Mentativo deve</p><p>ligar-se estreitamente á outra.</p><p>Volos não deve ter negocios importantes através</p><p>do rio, deixando Emoção sem um protector e conse­</p><p>lheiro. Emoção, por sua vez, deve unir-se fortemente a</p><p>Volos e satisfazer a curiosidade, a imaginação, a emo­</p><p>ção e desejo proprios, dispondo o seu companheiro a</p><p>crear as cousas por meio delia, a fazer as cousas que</p><p>ella sonha, a alcançar as cousas que ella deseje e ex­</p><p>pressar aquellas que ella sentiu. Este é o segredo do</p><p>successo, caro Par Mentativo — Trabalho mutuo pelo</p><p>Desejo e Vontade, com fé um no outro — guardando</p><p>um ao outro do Extrangeiro Encantador, que os as­</p><p>salta quando separados. Agora, pois, Filhos, LANÇAE-</p><p>VOS A’ OBRA!”</p><p>Isto dizendo, o Sábio desappareceu da vista.</p><p>A MORAL</p><p>E a Moral desta Fabula do Par Mentativo é esta:</p><p>Que a Mente de todos os Homens e Mulheres é um Cas­</p><p>tello Mentativo habitado por Volos e Emoção.</p><p>E o que aconteceu ao Par na Fabula, póde acon­</p><p>tecer, e acontece a muitos em cada dia da vida. A Von­</p><p>tade, afastando-se da casa, e attendendo a outras at-</p><p>tracções, deixa o Castello sem guarda e o Extrangeiro</p><p>Encantador penetra nelle. Por outra parte, a Vontade</p><p>tem sua attenção distrahida por objectos de interesse</p><p>passageiro e esquece a porta do Castello. E outra vez,</p><p>91A FABULA DO PAR MENTATIVO</p><p>a Vontade deixa-se ficar cançada, fatigada e divertida</p><p>por argumentos inúteis, conversas e cogitações instiga­</p><p>das pelo artificioso e encantador Extrangeiro, e este</p><p>se insinua pela porta. Em todos os casos, Emoção está</p><p>ao lado interior da porta, sem protecção e innocente,</p><p>fiel á sua propria natureza, crédula, imaginativa, phan-</p><p>tasista, desejosa e emocional — é admissive! que ella</p><p>ordene bens que não sejam de necessidade para a fa­</p><p>mília ?</p><p>E o Remedio do Sabio, como foi dado ao Par Men­</p><p>tativo, pode ser, e será applicado a todos os homens e</p><p>mulheres em seu Castello Mentativo.</p><p>E7 esta, pois, a Moral da Fabula.</p><p>CAPITULO VIII</p><p>FASCINAÇÃO EXPERIMENTAL</p><p>Nesta obra darei ao estudante uma idéa dos me-</p><p>1 bodos de conduzir a obra experimental nesta phase de</p><p>Fascinação que se chamou Impressão Mental, etc., se­</p><p>guindo as linhas dos melhores investigadores e experi-</p><p>mentadores na America e Europa.</p><p>Minha razão por assim fazer é que o estudante pôde</p><p>ter uma idéa completa da obra pratica, ainda mesmo</p><p>que elle não possa desejar conduzir taes experimentos</p><p>em pessoa. Eu penso que todos podem familiarisar-se</p><p>com estas cousas como materia de conhecimento, e tam­</p><p>bém para os fins da auto-protecção que nasce de uma</p><p>comprehensão do assumpto.</p><p>PHENOMENOS ATERRADORES EXPLICADOS</p><p>Desejo também informar o cuidadoso estudante e</p><p>investigador de que os factos, tests e phenomenos que</p><p>94 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>até aqui foram olhados pelo publico geral como inse-</p><p>paravelmente connexos com o mesmerismo, hypnotis-</p><p>mo e sleep-conditions, podem ser reproduzidos sem o</p><p>fim de condição de somno, e sem as peloticas do pu­</p><p>blico operador.</p><p>Os phenomenos inteiros de mesmerismo, hypno-</p><p>tismo, etc., podem ser produzidos pelos methodos scien-</p><p>tificos, simples ao longo das linhas da Fascinação Men­</p><p>tal, por meio da Inducção Mentativa, sem nenhuma ten­</p><p>tativa de produzir somno como uma condição prece­</p><p>dente.</p><p>Quando este assumpto for completamente conipre-</p><p>hendido pelo publico, o clamor e o sensacionalismo do</p><p>publico mesmerico desvanecer-se-ão, e a materia rece­</p><p>berá a consideração scientifica que merece.</p><p>Mas, ao mesmo tempo, o povo começará a realizar</p><p>a poderosa força da Influencia Mental que é capaz de</p><p>produzir taes manifestações surprehendentes em um</p><p>estado de vigilia, e procurará guardal-os contra o abu­</p><p>so do poder.</p><p>AS PRATICAS HYPNOTIGAS CONDBMNADAS</p><p>Fôra quasi desnecessário para mim ajuntar que</p><p>eu não me sympathise com as praticas publicas desta</p><p>phase de Impressão Mental conhecida como Hypnotis-</p><p>mo, Mesmerismo, etc., na qual os sujeitos executam, por</p><p>mandado, varias sortes de loucura e praticas absurdas.</p><p>Além da minha objecção ao povo que sujeita a sua von-</p><p>FASCINAÇÃO EXPERIMENTAL 95</p><p>fade á Vontade de outro neste caminho, eu sinto que</p><p>taes exhibições são falhas de sentimento, bom gosto e</p><p>muitas vezes de decencia. Para dizer o menos, ella (*)</p><p>se converte em um jogo de mão de um phenomeno scien-</p><p>tifico. Eu não me sympathiso com taes manifestações</p><p>ou exhibições e falarei deltas nesta obra para condem’</p><p>nar somente os methodos empregados.</p><p>(*) A Vontade do povo.</p><p>METHODOS SCIENTIFICOS</p><p>Em minhas notas, dou instrucções, ao longo das</p><p>linhas de methodos scientificos, de accordo com as</p><p>melhores autoridades sobre a materia e com todas as</p><p>regras observadas nos experimentos de taes autorida­</p><p>des levadas a bom termo, e nos quaes estive frequente­</p><p>mente presente.</p><p>Desejo que meus estudantes se colloquem em uma</p><p>attitude scientifica de mente, como se justamente es­</p><p>tivessem ouvindo leituras sobre o assumpto em cursos</p><p>scientificos de alguma das principaes Universidades.</p><p>O assumpto é estrictamente scientifico e seria</p><p>abordado, considerado e investigado somente de accor­</p><p>do com o espirito scientifico de investigação. A ma­</p><p>téria não é para risos (?) ou ocioso passatempo. Con­</p><p>fio em que fiz a minha posição sobre este ponto suffi-</p><p>cientemente clara para todos, por maneira que não</p><p>póde haver falsa comprehensão a respeito da mesma.</p><p>96 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO</p><p>Não aconselho todos os meus estudantes a darem-</p><p>se a esta ordem de experiencia, desde que não haja</p><p>necessidade para isso. O que eu realmente tento fazer</p><p>é tornar-lhes conhecidos os methodos usados nessas ex­</p><p>periências, e os resultados» obtidos. Por este meio, el-</p><p>les podem adquirir um considerável conhecimento da</p><p>materia, o qual os fará capazes de compreliender real-</p><p>mente as differentes phases, e prevenirá de manter</p><p>idéas errôneas a respeito da matéria. Este conheci­</p><p>mento pôl-os-á também no estado de descobrir alguns</p><p>symptomas de uma tentativa para usar esta força so­</p><p>bre elles em todos os dias da vida.</p><p>Quando uma pessoa se faz conhecedora do interior</p><p>de uma cousa, por maneira que a reconheça em qual­</p><p>quer tempo que a vê, corre pouco perigo de cahir no</p><p>erro, olhando-a. Este conhecimento de uma cousa é u’a</p><p>meia batalha para repulsal-a. E com esta comprehen-</p><p>são, passarei agora a descrever a obra na Fascinação</p><p>Mental, que é precisamente executada pelos investiga­</p><p>dores scientificos nos collegios e outros lugares, neste</p><p>paiz e na Europa.</p><p>MEIOS FAVORÁVEIS</p><p>O investigador acha que elle póde obter resulta­</p><p>dos muito melhores, quando seus experimentos são fei­</p><p>FASCINAÇÃO EXPERIMENTAL 97</p><p>tos em lugar quieto, cuja aitmosphera é proveitosa e</p><p>conduz á calma e aos estados de paz mentaes imper­</p><p>turbáveis.</p><p>Esta atmosphera affecta o operador e o sujeito,</p><p>contribuindo para que aquelle concentre sua mente e</p><p>este lhe preste bem attenção e descance em um estado</p><p>mental passivo. Bem será, se as experiencias se fizerem</p><p>em um quarto remoto, afastado da rua e apartado»</p><p>quanto possivel do resto da casa, de sorte que qual­</p><p>quer especie de rumor não possa penetrar alii. O ex-</p><p>perimentador tomará medidas tendentes a prevenir e</p><p>evitar que se não interrompam a concentração e a at­</p><p>tenção do sujeito.</p><p>IMPRESSÕES DO SENTIDO</p><p>Os melhores experimentadores vêm que o seu</p><p>quarto de experiencias está singelamente mobilado,</p><p>sem quadros ou decorações, etc., que pudessem attra-</p><p>hir a attenção do sujeito.</p><p>Um macio tapete que abafasse o rumor de seus</p><p>passos fôra aconselhável. Eu vi até mesmo alguns ex­</p><p>perimentadores collocarem pontas de borracha ou al­</p><p>mofadas sob os pés das cadeiras e das mesas, etc., nos</p><p>quartos de experiencias, afim de se evitarem os ruidos.</p><p>O quarto deveria manter-se em uma temperatura</p><p>agradavel, que não fosse muito quente ou muito frio,</p><p>visto como os extremos incommodarão o sujeito, im­</p><p>possibilitando-o de prestar toda a sua attenção ao ex-</p><p>98 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>perimentador. De quartos frios, e corrente de ar, etc.,</p><p>ouvi dizer que interrompem as mais bem encaminha­</p><p>das experiencias e todos os experimentadores estão ao</p><p>facto de que um dia escuro e quente é seriamente des­</p><p>favorável a taes experiencias. Evitae cuidadosamente</p><p>uma luz deslumbrante no quarto. São aconselháveis as</p><p>sombras de macios verdes ou azues e estas mesmas cô­</p><p>res seriam de conveniência quando usadas nas decora­</p><p>ções dos quartos pelo experimentador que deseja obter</p><p>os melhores resultados. Lembrae-vos da expressão, uma</p><p>luz fraca, religiosa, e alcançareis a idéa da luz.</p><p>EFFEITOS PSYCHOLOGICOS</p><p>Vários experimentadores queimaram incenso no</p><p>quarto antes de se fazer a experiencia, por ser a dita</p><p>essencia muito apropriada a acalmar os nervos e a</p><p>communicar um sentimento de quietação a todos que</p><p>estiverem no quarto» Haveis de conhecer que as con­</p><p>dições que tendem a produzir os resultados de maior</p><p>exito nestas experiencias são as mesmas que as egrejas</p><p>cerimoniaes de todas as raças adoptaram em seus ser­</p><p>viços, etc. Este facto só precisa ser mencionado clara­</p><p>mente ao pensador.</p><p>E’ bem conhecido que a musica suave, quieta, re­</p><p>ligiosa, produzirá uma condição psychologica em que</p><p>as pessoas se tornam impressionáveis, e muitos psycho-</p><p>logos francezes se aproveitaram deste facto. A theoria</p><p>inteira assenta na producção de um sentimento de</p><p>FASCINAÇÃO EXPERIMENTAL 99</p><p>conforto no sujeito. Por conseguinte, é apenas neces­</p><p>sário accrescentar que os assentos devem ser conforta­</p><p>reis e commodos.</p><p>O QUARTO DE UM IMPORTANTE</p><p>SUGGESTIONISTA</p><p>Posso concluir estas notas sobre as condições de­</p><p>sejáveis, citando um artigo de u'm magazine escripto</p><p>por mim ha uns sete annos, sob pseudonymo. Descre­</p><p>via o artigo uma experiencia do quarto de um celebre</p><p>suggestionista americano, em uma serie dellas levadas</p><p>a termo ante uma classe de investigadores e estudantes,</p><p>na minha presença. Penso que a descripção offerecerá</p><p>ás vossas mentes as condições ideaes para as experien­</p><p>cias ao longo destas linhas. Eu disse no artigo:</p><p>“O quarto é bem ventilado e claro, ainda que a luz</p><p>não seja forte. E? notavelmente quieto e livre de sons</p><p>disturbantes e vistas, sendo de notar o ar do sitio e o</p><p>afastamento de scenas. A pessoa, ao penetrar nelle, tem</p><p>a impressão que lhe deixa o interior de alguma rural e</p><p>quieta capella, em uma tarde de outono, quando tudo</p><p>em torno parece indicar a falta de existência de um</p><p>mundo exterior, salvo as brisas occasionaes soprando</p><p>as faces e algum som abafado que vem de algum ponto</p><p>muito distante e o zumbido de algum zangão extravia­</p><p>do que, porventura, entrou pela porta. O ar semi-reli-</p><p>gioso torna-se ainda mais grave pela fraca luz religio­</p><p>sa e pela voz do experimentador, quando dá as repeti­</p><p>100 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>das suggestões ao paciente, no mesmo tom monotono,</p><p>esperançoso e encorajador, e em que fica ao mesmo</p><p>tempo um pedido solicito. Os objeetos em torno, a tran-</p><p>quillidade, o tom do operador, a posição inclinada do</p><p>paciente, tudo dá uma suggestão mais forte de quieta­</p><p>rão, calma, paz, commodidade e descanço.</p><p>A influencia suggestiva de tudo quanto alli rodeia</p><p>á distinctamente sentida pelo visitante e este assume</p><p>também inconscientemente o papel de assistente na ca-</p><p>pella. Ao escriptor foi dito por muitos dos pacientes</p><p>que elles se tornavam totalmente esquecidos da pre­</p><p>sença da classe e ficavam entregues a todos os intentes</p><p>e propositos do operador só, não tendo outros pensa­</p><p>mentos que as suggestões dadas por elle”.</p><p>Eu poderia ajuntar que as suggestões dadas aos</p><p>patientes no principio do tratamento foram calculadas</p><p>para augmentar o estado desejado de descanço, calma</p><p>e quietação.</p><p>COMO DETERMINAR A IMPRESSIONABILIDADE</p><p>A primeira cousa que o experimenta dor faz é de­</p><p>terminar o grau de impressionabilidade do Impressio­</p><p>nável. Ha muitos modos de determinar isto. Um dos me-</p><p>thodos mais effectives que se acharam é ter o impres­</p><p>sionável extendido parcialmente sua mão e braço es­</p><p>querdos, até que obteve uma posição commoda. Então,</p><p>se elle pôz a mão com a palma para baixo, levanta ou</p><p>eleva o terceiro dedo (geralmente conhecido como o</p><p>FASCINAÇÃO EXPERIMENTAL 101</p><p>dedo anular), conservando os outros dedos firmes, e</p><p>em baixo, ao nivel com a palma, então dizei-lhe que vos</p><p>dirigireis á VONTADE de que elle ha-de sentir no dedo</p><p>uma sensação de comichão, a qual, começando a espa­</p><p>lhar-se por toda a mão, pulso e braços, se extenderá até</p><p>os</p><p>hombros. Dizei-lhe que este sentimento será fraco no</p><p>principio, mas que, começando a formigar cada vez</p><p>mais, irá augmentando até parar no estado que se des­</p><p>creveu. Depois disto, concentrae vossa propria mente</p><p>sobre o sentimento que desejaes produzir nelle, tendo</p><p>uma forte VONTADE que elle se produza. Passado</p><p>um momento, perguntae-lhe se elle não sente uma fraca</p><p>sensação> de formigueiro — mas, notae isto, perguntae-</p><p>lhe de um modo tal que lhe daes uma positiva sugges­</p><p>tão de que elle sente — desta maneira, por exemplo:</p><p>Vós já sentis a comichão, não é verdade? Esta forma</p><p>é já uma suggestão, porque formulae» a cousa antes</p><p>de fazer a pergunta.</p><p>Quando disserdes : Não é verdade? — pronunciae</p><p>a pergunta com emphase, forte e positivamente. Acha­</p><p>reis que a sensação se percebe em um momento ou dois,</p><p>em uma grande porcentagem de casos, e em muitos del-</p><p>les se obtem os mais pronunciados resultados.</p><p>O grau de sensação produzido determina o grau de</p><p>impressionabilidade da pessoa experimentada.</p><p>Quando concluirdes a prova, em todos os casos,</p><p>tratae de tomar a mão do sujeito, colhei-a firmemente,</p><p>e dizei-lhe com amabilidade: “Vossa mão está inteira­</p><p>mente boa agora — inteiramente boa”. Pronunciae as</p><p>102 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>palavras “inteiramente boa” com emphase, firme e po­</p><p>sitivamente. Dizei sempre estas cousas com um ar de</p><p>convicção e segurança — porque em taes tons ha uma</p><p>grande qualidade suggestiva.</p><p>EXPERIMENTANDO UM QUARTO CHEIO</p><p>DE GENTE</p><p>Se estaes experimentando muitas pessoas, um</p><p>quarto cheio de gente, por exemplo, omittireis rapi­</p><p>damente o numero a experimentar-se até que tenhaes</p><p>acabado. Podeis experimentar o quarto cheio, de uma</p><p>vez, como acima, se desejaes. Não façaes como se esti-</p><p>vesseis ligando muita importância á experiencia; di-</p><p>zei-lhes que estaes meramente cxperirti(nilamdo-os pela</p><p>impressionabilidade, etc. Mas, quando tiverdes aca­</p><p>bado, conhecereis justamente a grau de impressiona-</p><p>bilidade de cada pessoa no quarto e deste modo sereis</p><p>capaz de escolher os mais impressionáveis para a pró­</p><p>xima experiencia.</p><p>IMPRESSIONANDO O SUJEITO</p><p>Tendo escolhido um numero desejado de impres­</p><p>sionáveis, tirae um delles, mandae-o ficar em pé deante</p><p>de vós, olhar-vos directamente os olhos (veja-se a di­</p><p>recção para adquirir o Olhar Mental, no ultimo capi­</p><p>tulo), dizendo-lhe em um tom de palavra quieto, mas</p><p>firme e positivo para este effeito: “Agora dae-me vossa</p><p>FASCINAÇÃO EXPERIMENTAL 103</p><p>inteira attenção. Desejo que fixeis vossa attenção fir­</p><p>memente sobre mim e sobre o que eu digo, porque só</p><p>deste modo se podem obter os melhores resultados. De­</p><p>veis esquecer todas as cousas e pessoas no quarto e ou­</p><p>vir somente minha voz e sentir meus pensamentos. Fa-</p><p>zei-vos perfeitamente receptivo e passivo aos meus pen­</p><p>samentos e palavras. Deve parecer-vos que eu e vós só</p><p>nos achamos aqui e ninguém mais. Não deveis ver nin­</p><p>guém mais além de mim; não ouvir outra voz que a</p><p>minha; nem sentir outros pensamentos que os meus”.</p><p>Falae-lhe um pouco neste estylo, e então dizei-lhe:</p><p>“Tendes razão, estaes a dar-me toda vossa attenção —</p><p>estaes agora sentindo men pensamento — tudo vae</p><p>bem”, etc., etc., em um tom encorajador, naquelle mes­</p><p>mo espirito em que dirieis a uma creança que se está</p><p>ensaiando na obra de alguma tarefa sob vossa direcção.</p><p>INDUZINDO A RELAXAÇÃO</p><p>Ensinae-o a relaxar todos os seus musculos — a</p><p>tirar a sensação delles. Dizei-lhe que, assim fazendo,</p><p>elle attráe sua vontade fora de seus musculos, que é</p><p>realmente isto que deve acontecer. Se elle parece um</p><p>pouco vagaroso em receber esta idéa, dae-lhe uma pra­</p><p>tica illustração da relaxação, erguendo uma de suas</p><p>mãos e deixando-a cahir. Se ella não cáe livremente,</p><p>então elle não a relaxou. Exercitae-o até que elle ap-</p><p>pmida o significado da relaxação. Esta pratica trará</p><p>104 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>um estado de passividade que tenderá ao exito em vos­</p><p>sas experiencias.</p><p>EXERCÍCIOS DE RELAXAÇÃO</p><p>E? de maior importância que o sujeito que se ex­</p><p>perimenta seja levado a uma condição mental passiva.</p><p>E o melhor meio para induzir esta condição desejada</p><p>é realizar uma passiva condição de corpo, porque esta</p><p>terá uma acção reflexa na mente, conforme leis esta­</p><p>belecidas. Os seguintes exercicios ajudar-vos-ão a rea­</p><p>lizar a condição do relaxamento, preparatória para as</p><p>vossas experiencias psychologicas.</p><p>Exercidos. — Ensinae o sujeito a subtrahir sua</p><p>vontade de sua mão direita, tornando-a completamente</p><p>jlexivel, de modo que elle possa movel-a mollemente de</p><p>sua munheca.</p><p>Deixae-o depois leval-a para deante e para traz.</p><p>Repeti o exercicio com a mão esquerda. Tentae com as</p><p>mãos ambas ao mesmo tempo, fazendo-lhe communicar</p><p>ás mãos um movimento de torsão para uma parte e</p><p>para outra, partindo da munheca.</p><p>Deixae-o depois leval-a para deante e para traz.</p><p>Repeti o exercicio com a mão esquerda. Tentae com</p><p>as mãos ambas ao mesmo tempo, fazendo-lhe commu­</p><p>nicar ás mãos um movimento de torsão para uma parte</p><p>e para outra, partindo da munheca, sem duvida, dei­</p><p>xando torcel-as bambamente.</p><p>FASCINAÇÃO EXPERIMENTAL 105</p><p>Fazei-lhe retirar a Vontade de seus braços, depois</p><p>sacudi e movei-os em torno de seus hombros, como se</p><p>fossem umas vazias mangas. Levantae os seus braços</p><p>acima de sua cabeça e deixae-os cahir aos lados como</p><p>um peso morto — a queda deve ser occasionada pelo</p><p>peso dos braços e não ajudada pela Vontade — sua</p><p>Vontade deve ser completamente retirada.</p><p>Os exercicios acima devem ser variados e ampli­</p><p>ficados, conforme se achar conveniente.</p><p>PONDO OS SUJEITOS EM TRANQUILLIDADE</p><p>Muitos dos melhores experimentadores tomaram</p><p>um tempo considerável em pôr em trmquillidade as</p><p>pessoas que se lhes offereciam como sujeitos nas suas</p><p>experiencias psychologicas, e ao mesmo tempo realiza­</p><p>vam o estado desejado de relaxação. Consideraram o</p><p>descontentamento e o receio que alguma cousa como</p><p>hypnotismo inspira nas mentes populares, devido ás</p><p>praticas publicas delle e evitaram alguma suggestão</p><p>de condições similares.</p><p>Começaram geralmente por falar do valor da re­</p><p>laxação e como pouca gente é capaz de relaxar os seus</p><p>musculos. Depois explicaram a materia mostrando aos</p><p>sujeitos como pouco delles são capazes de os relaxar</p><p>facilmente.</p><p>Isto leva ao tentame dos exercicios de Relaxação</p><p>acima mencionados ou outros similares, que, como ha</p><p>pouco mostrámos, levam directamente ao primeiro e</p><p>106 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>real test (*) da Inducção e Suggestão Mental, que é</p><p>conhecido como a prova de cahir para deamde e que é</p><p>uma das experiencias mais samples conhecidas no la­</p><p>boratorio psychologico. Desta prova a outras, é mera­</p><p>mente questão de estados Isuccessivos. Assim, o experi-</p><p>mentador começa realmente sua obra com o processo</p><p>de pôr o sujeito no estado de trauquâltidade, treinan­</p><p>do-o na relaxação. Nesta connexão eu devo dizer que</p><p>poucos conhecem como relaxar o corpo e algum ensino</p><p>é necessário na maioria dos casos. Os exercicios acima</p><p>devem ser sufficientes.</p><p>(*) prova, ensaio.</p><p>A PRIMEIRA EXPERIENCIA</p><p>Depois de instruir o sujeito na relaxação, dizei-</p><p>lhe: “Agora, olha-me direito nos olhos, e deixa que</p><p>meu pensamento actúe sobre ti. Estás sentindo uma</p><p>inclinação de cahir para deante — CAHIR PARA</p><p>DEANTE — CAHIR PARA DEANTE, para meu</p><p>lado! Não a contraries. Deixa-a, eu digo! Eu te se­</p><p>guro se cahires. Agora, cáe para deante, para meu lado,</p><p>vagarosamente. E' isto; estás a cahir um pouco, agora.</p><p>Vem, vem, vem agora, assim, assim. AGORA!”</p><p>Extendei as vossas mãos ambas, uma de cada lado</p><p>de sua cabeça, mas um pouco em frente delle, de modo</p><p>que elle possa ver as palmas de vossas mãos se as ti­</p><p>vera encarado. Depois tanto que repetirdes a sugges-</p><p>FASCINAÇÃO EXPERIMENTAL 107</p><p>tão acima mencionada, retirae vagarosamente vossas</p><p>mãos delle, como se o estivesseis attrahindo por um</p><p>physico poder. Esta é umÉ forte suggestão que o tor­</p><p>nará mais susceptível á vos^i Vontade. Quanto mais</p><p>realidade puzerdes na acção de atrtrahir, mais força</p><p>dareis á vossa Vontade e mais promptamente elle vos</p><p>obedecerá.</p><p>USANDO A VONTADE</p><p>Emquanto falaes estas palavras, olhae attenta-</p><p>mente para os olhos delle e tende a VONTADE de que</p><p>elle cáia para deante. Em um momento, elle começará</p><p>a pender um pouco e, se mantiverdes concentradas a</p><p>VONTADE e a suggestão, elle cahirá para vós. Sêde</p><p>prompto em amparal-o e segurae-o com as vossas mãos.</p><p>Esta prova é muito mais simples do que pareceria da</p><p>leitura da descripção delia, e pode ser produzida em</p><p>uma larga porcentagem de casos, em que as pessoas dei­</p><p>xarão suas mentes tornarem passivas ás vossas.</p><p>Onde parece haver resistência, dizei á pessoa: Man­</p><p>tem o pensamento que se está inclinando para deante.</p><p>Muitos acham mais facil sentir a sensação da</p><p>queda para deante, com seus olhos fechados do que</p><p>com elles abertos. Com outros o contrario é verdadeiro.</p><p>A PROVA CONTRARIA</p><p>Depois de terdes sido bem succedido nesta expe-</p><p>riencia, ponde-vos de pé atraz da pessoa, cousa de uma</p><p>108 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>jarda, e concentrae vosso olhar sobre um ponto na</p><p>base do craneo, a qual está situada onde o pescoço en-</p><p>tronca com a cabeça. Depoisilizei-lhe que sentirá uma</p><p>sensação de estar cahind^ para traz, egual a que teve</p><p>na prova de cahir para deante. Não deixeis de dizer-</p><p>lhe que vós o segurareis quando vier cahindo, etc., afim</p><p>de o tranquillizar. Usae os pesmos tons, etc., como na</p><p>prova da queda para deante, salvo se substituirdes a</p><p>palavra para traz por para deante. Em poucos momen­</p><p>tos, obtereis o mesmo resultado como na queda para</p><p>deante.</p><p>Ambas estas experiencias estão collocadas entre</p><p>as provas mais fáceis conhecidas pelos experimenta­</p><p>dores, mas não deixam por isso de ser importantes</p><p>por servirem de inspirar confiança em si mesmo, na</p><p>mente do experimentador, e uma passiva confiança na</p><p>mente do impressionarei.</p><p>Depois é sempre bem começar por estas provas</p><p>fáceis e subir como por graus ás mais difficeis, em</p><p>subsequentes occasiões.</p><p>A PROVA DA PALMA LIGADA</p><p>A próxima experiencia deve ser como segue: Dizei</p><p>ao impressionarei que colloque a palma de sua mão</p><p>sobre a da vossa, deixando que ella descance aqui al­</p><p>guns momentos; que tire toda a sua Vontade de sua</p><p>mão e que a deixe perfeitamente relaxada como um</p><p>FASCINAÇÃO EXPERIMENTAL 109</p><p>peso morto. Dizei-lhe, depois, que estaes a ligar sua mão</p><p>á vossa, pelo pensamento.</p><p>Em seguida, olhando-o directamente nos olhos, di­</p><p>zei em tom forte, firme, positivo: “Agora não podes</p><p>afastar a tua mão — não podes, não podes, não podes,</p><p>eu digo”, etc. Accentuae sempre as palavras não podes,</p><p>nestas experiencias, porque estas são as palavras que</p><p>desejaes levar ao cerebro delle.</p><p>Deveis, sem duvida, acompanhar vossas palavras</p><p>com o vosso pensamento NÃO PODES — deveis QUE­</p><p>RER que elle não possa. Tirae a impressão dizendo:</p><p>Muito bem, agora — muito bem.</p><p>A PROVA DOS DEDOS FECHADOS</p><p>A próxima experiencia é a de ligar as suas pró­</p><p>prias mãos. Esta é feita mandando-o fechar os dedos de</p><p>suas mãos ambas, mantel-os tesos o mais que puder e</p><p>empregar no acto a sua Vontade. Dizei-lhe depois:</p><p>“Agora não me resistas, mas ficas como estás. Agora</p><p>NÃO PODES soltar tuas mãos — NÃO PODES, eu</p><p>digo, NÃO PODES; tenta, mas NÃO PODES”, etc.,</p><p>ao mesmo tempo que concentraes vosso olhar e VON­</p><p>TADE cobre suas mãos, mantendo-as ambas juntas.</p><p>Pôde ser-vos de auxilio pegar as suas mãos juntas com</p><p>as vossas primeiramente e depois gradualmente ir af-</p><p>frouxando as vossas, até se afastarem completamente</p><p>das suas, repetindo, neste interim, as vossas sugges-</p><p>110 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>tões. Removei a impressão como previamente se acon­</p><p>selhou.</p><p>A PROVA DA MÃO FECHADA</p><p>Vossa próxima experiencia pode ser a de impedil-o</p><p>de fechar a mão. Procedei como na prova ultima, dizen­</p><p>do-lhe que feche sua mão tão apertadamente quanto pu­</p><p>der e depois dizei-lhe : “Agora não podes abril-a — NÃO</p><p>PODES, eu digo”, etc. Passará algum tempo antes que</p><p>elle possa conseguir abrir a mão. Removei a impressão.</p><p>A PROVA DAS MÃOS GIRA}NTES</p><p>A próxima experiencia pode ser a de fazer que o</p><p>sujeito mova as suas mãos em roda. Procedei dizendo-</p><p>lhe que relaxe suas mãos um pouco, mas começae a</p><p>dar-lhes giro em torno uma de outra em direcção ex­</p><p>terna. Dizei-lhe: “Mais depressa, mais depressa, mods</p><p>depressa. Mais apressadamente. Com mais pressa que</p><p>puderes”. Então, quando suas mãos estiverem girando</p><p>rapidamente, dizei-lhe: “Agora, NÃO PODES paral-as</p><p>— NÃO PODES, eu digo — tenta, mas NÃO PODES,</p><p>não podes”, etc. E, passado algum tempo sem que elle</p><p>possa parar as mãos, removei a impressão pela sugges­</p><p>tão: “Muito bem — muito bem”.</p><p>FASCINAÇÃO EXPERIMENTAL 111</p><p>A PROVA DE ATTRAHIR</p><p>A próxima experiencia póde ser a de attrahil-o para</p><p>deante ou para traz de vós. Isto se faz pondo-vos em</p><p>pé deante ou atraz delle, conforme o pedir o caso.</p><p>Dizei-lhe que elle andará para vós, em frente ou</p><p>atraz, conforme desejardes. A ordem deve ser feita</p><p>acompanhada pela VONTADE. Removei depois a im­</p><p>pressão.</p><p>Semelhantes a esta são as seguintes experiencias:</p><p>l.a — Prohibil-o de avançar (*) de todo; e 2.° —</p><p>prohibil-o de sahir fóra de uri circulo imaginário quC</p><p>traçastes no assoalho. Estas experiencias são, sem du­</p><p>vida, acompanhadas pelas próprias suggestões e uso</p><p>da Vontade. Removei a impressão.</p><p>A PROVA DA CADEIRA</p><p>Outra experiencia semelhante é a de prohibil-o</p><p>de sentar-se em uma cadeira, ou falar-lhe para ficar</p><p>sentado em uma cadeira de onde será, ao depois, inca­</p><p>paz de se levantar. Esta prova pode-se fazer do mesmo</p><p>modo. Removei a impressão.</p><p>(♦) Dar um passo adeante.</p><p>112 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>OUTRAS EXPERIENCES</p><p>Outra experiencia commum é a de dar ao impres­</p><p>sionável um bastão è dizer que o tenha firme; accres­</p><p>cent e-sed he depois, com energia, que elle o não poderá</p><p>lançar de si, porque está pegado ás suas mãos, etc. Ti-</p><p>rae a impressão.</p><p>Outra experiencia semelhante é a de prohibil-o de</p><p>erguer um peso leve, uma caixa ou uma cadeira, pelas</p><p>vossas suggestões de “Tu NÃO PODES”, acompanha­</p><p>das pelo uso de vossa Vontade. Removei a impressão.</p><p>A PROVA DO NOME</p><p>Alguns experimentadores tentam a prova de pro-</p><p>hibir o impressionável de pronunciar seu nome, por</p><p>suas suggestões de não podes. Uma variação desta é</p><p>fazer-lhe dizer que seu nome é Thomaz Jones ou outro</p><p>qualquer nome falso, pelas meras suggestões de: Tho­</p><p>mas Jones, és Thomaz Jones, eu d/igo, segundo' a sa­</p><p>gaz questão, Qual é vosso nome?</p><p>Por mais extranha que esta experiencia possa pa­</p><p>recer, ella é coroada de muito exito. Removei a im­</p><p>pressão.</p><p>A EXPERIENCIA DA PALPEBRA</p><p>A experiencia de fechar as paJpehras se faz do se­</p><p>guinte modo: Tendo o impressionável fechado levemen­</p><p>FASCINAÇÃO EXPERIMENTAL 113</p><p>te suas palpebras e tendo-as conservado nesta posi­</p><p>ção durante alguns minutos, dizei-lhe: “Agora NÃO</p><p>PODES abril-as. NÃO PODES. Tenta, se queres, mas</p><p>NÃO PODES”, etc., etc., como acima se descreveu.</p><p>Apagae a impressão. A rijeza de braços ou pernas se</p><p>faz pelo mesmo processo, usando-se da suggestões e</p><p>Vontade. Removei a impressão.</p><p>A EXPERIENCIA DA OATALEPSIA</p><p>A prova da catalepsia dos hypnotistas profissio-</p><p>naes não é senão uma ampliação das experiencias</p><p>musculares, e consiste em produzir uma condição de</p><p>rigidez em todo o corpo do sujeito. Eu não aconselho</p><p>que se faça esta experiencia, porque muitos accidentes</p><p>occorreram em muitos casos e ha outras razões pelas</p><p>quaes ella não é aconselhável.</p><p>Aqui a menciono somente como um assumpto de</p><p>interesse scientifico. Apesar de pretenderem os hypno­</p><p>tistas que esta experiencia é capaz de produzir-se quan­</p><p>do o sujeito está no estado profundo de hypnosis, co­</p><p>nhecido como o estado cataleptico, todos os psychologos</p><p>reconhecem que ella póde produzir-se quando o sujeito</p><p>está bem accordado e é meramente uma prova muscular</p><p>que nada tem com o somno.</p><p>UM PRINCIPIO FUNDAMENTAL</p><p>Vereis que uma lei governa todas estas provas e</p><p>milhares outras de natureza semelhante que podem oc-</p><p>s</p><p>114 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>correr ao experimentador. E toda ella do uso da VON­</p><p>TADE e da SUGGESTÃO do experimentador acompa­</p><p>nhada pela relaxação da Vontade de outras jpessoas. A</p><p>Lei da Inducção</p><p>Mentativa é a causa real atraz dos phe­</p><p>nomenon.</p><p>As suggestões tornam duplamente efficiente o Po­</p><p>der da Vontade do experimentador dando á mente do</p><p>impressionável uma imagem mental em torno á qual</p><p>os Polos Mentaes materialisam uma acção.</p><p>EXPERIENCIAS MUSCULARES E OUTRAS</p><p>As experiencias acima são as que são conhecidas</p><p>como musculares, dependendo ellas do> control dos</p><p>musculos do impressionável pela Vontade do experi­</p><p>mentador. Muitas destas experiencias são julgadas</p><p>pelos Hypnotistas e Mesmeristas como possiveis de</p><p>se reproduzirem, somente quando seus sujeitos estão</p><p>no estado de somno profundo, ou finalmente só depois</p><p>que foram postos a dormir e despertados depois.</p><p>Como uma materia de facto, as condições de somno</p><p>não têm nada que fazer com estes phenomenos, como</p><p>se pode provar pelo facto que todas as experiencias</p><p>acima podem ser feitas sem nenhuma suggestão de</p><p>somno ou condição similar. Ha uma classe mais no­</p><p>tável de phenomenos que as mencionadas acima, a qual</p><p>pode ser considerada no proximo capitulo; todas as pro­</p><p>vas desta classe podem ser produzidas sem se tentar</p><p>a inducção ao somno.</p><p>FASCINAÇÃO EXPERIMENTAL 115</p><p>Esta illusão do somno desnorteou a muita gente</p><p>durante annos, mas presentemente se sabe que os phe­</p><p>nomenos do somno são meramente um effeito da Im­</p><p>pressão e Suggestão Mental, em vez de causa de vários</p><p>phenomenos conhecidos como Mesmerismo e Hypno-</p><p>tismo.</p><p>A REMOÇÃO DA IMPRESSÃO</p><p>Referindo-me á minha repetida advertência: Re­</p><p>movei a impressão, desejo chamar a vossa attenção</p><p>para um facto de que os melhores experimentadores</p><p>insistem na conveniência, se não absoluta necessidade,</p><p>de remover a condição induzida da mente da pessoa que</p><p>se presta á experiencia.</p><p>De outra forma, ella poderia levar comsigo a con­</p><p>dição induzida ou impressão, que é muitas vezes mais</p><p>profunda e mais forte do que commummente se crê ser</p><p>o caso. Insisto nisto especialmente: Não vos esqueçaes</p><p>de remover a impressão.</p><p>As condições podem ser promptamente removidas</p><p>pela suggestão de “Agora vaes muito bem — não ha</p><p>novidades, — comprehendes perfeitamente que TUDO</p><p>VAE MUITO BEM”. Acompanhae esta suggestão de</p><p>uma pintura mental de estar livre da condição indu­</p><p>zida. O brando toque da mão, com uma pancadinha1</p><p>na parte controllada, servirá para accentuar o effeito</p><p>da suggestão muito hem.</p><p>116 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>REMOVENDO CONDIÇÕES NÃO DESEJÁVEIS</p><p>Nesta connexão, póde ser bom mencionar que, se</p><p>vos succede achar um impressionável com uma ten­</p><p>dência manifesta á condição de somnolento, chamada</p><p>estado de somno de hypnotismo causado, provavelmen­</p><p>te, quer pelas suggestões directas de um hypnotisador,</p><p>quer por uma exhibição hypnotica, podeis accordal-o</p><p>pelo methodo já dado, removendo a impressão. Em tal</p><p>caso, podeis fazer passes dirigidos para cima, em toda</p><p>a extensão aos lados de sua cabeça, dizendo-lhe viva e</p><p>positivamente: “ACCORDA — desperta agora, eu</p><p>digo — DESPERTA! DESPERTA inteiramente AGO­</p><p>RA — Estás bem accordado! inteiramente desperto!</p><p>eu digo, perfeitamente DESPERTO! MUITO BEM,</p><p>COMPLETAMENTE ACCORDADO!” Podeis accres-</p><p>,centar o effeito, dando estalos com os dedos perto de</p><p>sua face, e batendo-lhe delicadamente nos hombros.</p><p>Falae-lhe positiva, firme e vivavnente, como um pae o</p><p>teria feito, ao accordar o seu filho de manhã, e não</p><p>percaes a vossa cabeça (*). Não é provável que te-</p><p>nhaes necessidade deste conselho, mas dou-vol-o no</p><p>caso que vierdes a encontrar algum impressionável ou</p><p>hyper-impressionavel (vejam-se os últimos capitulos)</p><p>que póde ter sido previamente hypnotisado por algum</p><p>operador que creu na Condição do somno e realizou</p><p>(♦) Não vos deixeis tomar de impaciência.</p><p>FASCINAÇÃO EXPERIMENTAL 117</p><p>alguma pela suggestão (vejam-se os últimos capítulos);</p><p>ou algum outro sujeito da mesma classe que viu su­</p><p>jeitos hypnoticos irem a dormir e induziu em si mesmo</p><p>aquelle estado pela auto-impressão imitativa. Em tal</p><p>caso, aconselho-vos que deis ao sujeito um bom, perfeito,</p><p>suggestive tratamento, com o fim de que elle nunca vá</p><p>a dormir outra vez deste modo — e para que elle fique</p><p>immune das suggestões do somno hypnotico — e a ou­</p><p>tros respeitos, forme em si uma resistência a esta de­</p><p>plorável condição.</p><p>Estes hypnotisadores partidários da condição de</p><p>aomno têm muito que responder, visto como a causa</p><p>da. sua ignorância não é bastante sufficiente.</p><p>CAPITULO IX</p><p>EXPERIENCES DE SENSAÇÃO</p><p>INDUZIDA</p><p>No ultimo capitulo consideramos exemplos de ex­</p><p>periências de Fascinação Experimental por meio do</p><p>Control Muscular. Neste capitulo consideraremos os</p><p>phenomenos dependentes da Sensação Induzida, dos</p><p>quaes todos seguem a mesma lei de causa e são produ­</p><p>zidos do mesmo modo e pelos mesmos methodos como os</p><p>phenomenos musculares.</p><p>Comecemos nossa consideração pelo Control dos</p><p>sentidos com a prova familiar da mão que arde,</p><p>A EXPERIENCIA DA MÃO QUE ARDE</p><p>Esta se faz da seguinte maneira: Ponde-vos em pé</p><p>ante o impressionarei e extenda este a sua mão para</p><p>vós com a palma virada para baixo. Collocae os primei­</p><p>ros dois dedos de vossa mão direita sobre as costas de</p><p>120 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>sua mão e conservae-os assim por um momento, tendo</p><p>o vosso olhar e vossa Vontade concentrados em sua</p><p>mão. Depois dizei-lhe, viva, rapida e positivamente:</p><p>“Estou queimando tua mão — estou queimando tua</p><p>mão. Ella está quente, quente, quente — está-se quei­</p><p>mando, queimando, queimando — queimando — eu</p><p>digo, retira-a, depressa, digo-te que ella se está quei­</p><p>mando”, etc., etc. (accentuando sempre as palavras</p><p>quente e queimando') e ao mesmo tempo DESEJANDO</p><p>que elle sinta quentes os vossos dedos. Será surprehen-</p><p>dente o numero das pessoas que experimentarão a sen­</p><p>sação do calor, se fizerdes convenientemente as provas,</p><p>concentrando bem a vossa VONTADE e acompanhan­</p><p>do-a de vivas suggestões. Uma variação desta experien-</p><p>cia é dar ao impressionarei uma moeda de prata e di­</p><p>zer-lhe que a tenha entre o pollegar e o index. Passado</p><p>um momento, dae-lhe as suggestões de estar ella quente,</p><p>quente, QUENTE — a queimal-o, a queimal-o, etc. Po­</p><p>deis imprimir-lhe a idéa que emquanto ella o está quei­</p><p>mando, elle é incapaz de lançai-a de si, etc.</p><p>A DOR INDUZIDA</p><p>Outra experiencia de sensação se mostra do se­</p><p>guinte modo. Tendo o impressionável conservado a sua</p><p>mão e o seu braço completamente extendidos, collocae-</p><p>vos em pé deante delle e com um alfinete entre o index</p><p>e o pollegar de vossa mão direita, pretendei picar a</p><p>vossa própria mão. Fingindo picar-se e fazendo caran-</p><p>EXPERIENCED DE SENSAÇÃO INDUZIDA 121</p><p>tonhas como se sentisseis a dor, dizei-lhe ao mesmo</p><p>tempo: “Tu vês, tu sentes a dor deste alfinete — elle</p><p>espeta-te, elle fere-te, eu digo — tu sentes a dor em</p><p>vez de eu a sentir — vês, tu a sentes agora (fingi cra­</p><p>var o alfinete em vossa propria mão) — tu a sentes —</p><p>eu digo”, etc. E’ notável como muitas pessoas tomarão</p><p>a dor que suppondes sentir. Sem duvida, vossa imagi­</p><p>nação deve actuar sob o control de vossa Vontade, por</p><p>maneira que vos deixareis levar pela imaginação de que</p><p>sentis a dor. Vi tentarem-se experiencias desta sorte</p><p>em um quarto cheio de gente e muitos dos expectado-</p><p>res receberem, com o impressionável com quem a ex-</p><p>periencia era feita, a dor induzida.</p><p>Não vos esqueçaes do que eu disse no ultimo ca­</p><p>pitulo sobre a remoção da condição induzida depois de</p><p>feita a experiencia.</p><p>Nos casos acima, esfregae vosso dedo sobre a parte</p><p>queimada (?) ou ferida (?), dizendo: “Está muito bem</p><p>— MUITO BEM — a dor já se foi”.</p><p>Se não fizerdes isso, o impressionarei levará com-</p><p>sigo uma sensação de que sua mão esteve sujeita ao</p><p>calor ou á dor.</p><p>PHENOMENOS NOTÁVEIS</p><p>Nesta connexão, póde ser mais proprio chamar</p><p>vossa attenção para o facto de que a historia do su­</p><p>jeito apresenta casos em que as chagas foram effecti-</p><p>vamente produzidas nos corpos das pessoas por fortes</p><p>122 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>suggestões, secundadas com auxílios physicos, por</p><p>exemplo, sellos de carta collocados sobre partes do</p><p>corpo com a suggestão que elles são cáusticos, e as</p><p>empolas</p><p>appareceram. Vereis que a materia é toda ella</p><p>do dominio do sentimento induzido, que os resultados</p><p>mais notáveis põem simplesmente em evidencia o po­</p><p>der da mente do indivíduo nas porções de seu corpo,</p><p>como mostrei no capitulo intitulado Therapeutic® Men­</p><p>tal, em minha obra sobre Magia Mental. Muitas outras</p><p>experiencias ao longo das linhas do Control dos senti­</p><p>dos poderíam ser mencionadas, mas são todas formas</p><p>differentes da mesma cousa. A habilidade do experi-</p><p>mentador indicará muitas variações, se elle se dispõe</p><p>a seguir de perto o sujeito.</p><p>SENTIDO DO CHEIRO INDUZIDO</p><p>A sensação do cheiro pode ser induzida pelo ex-</p><p>perimentador suggerindo este ao impressionarei que</p><p>um frasco contém um liquido cheiroso, como certos</p><p>perfumes, etc.</p><p>Esta experiencia pode variar-se, mudando a sug­</p><p>gestão por maneira que todos os perfumes bem conhe­</p><p>cidos podem ser sentidos como a lenda do frasco de</p><p>perfume mágico do encantador, a qual provavelmente</p><p>não foi outra que o caso da inducção habil da sensação</p><p>do cheiro pelo methodo aqui mencionado.</p><p>EXPERIENCIAS DE SENSAÇÃO INDUZIDA 123</p><p>EXPERIENCIAS PESSOAES</p><p>Vi um numero de casos desta sorte em minha ex­</p><p>periencia pessoal, na qual muitas pessoas foram im­</p><p>pressionadas desta maneira. Em um caso, eu estava</p><p>assistindo a uma representação, cuja scena se passara</p><p>no sul, e em que um dos personagens notou: “Oh que</p><p>cheiro de magnolias! quão forte é seu odor neste ar,</p><p>pesado, quente”, e em um momento todo o auditorio</p><p>accusou um perfeito odor de magnolias a fluctuar na</p><p>casa. Tão forte foi a impressão que muitos insistiram</p><p>em que o dono da casa havia realmente introduzido</p><p>alli aquelle odor, afim de encarecer mais o effeito, mas</p><p>o exame mostrou ser isto erroneo, porque nenhum odor</p><p>tinha sido usado.</p><p>Mais recentemente, assisti a uma peça (A rapariga</p><p>de olhos verdes), em que um dos personagens se suppôz</p><p>ter suicidado, affrouxando o gaz á plena vista do au­</p><p>ditorio. O quarto era espaçoso e a mulher provocou ja­</p><p>ctos e jactos de muitos candelabros, hracket-lights, etc.</p><p>Em pouco tempo o auditorio começou a aspirar e di­</p><p>zer : Cheiro de gaz, até que todos pensaram que o chei­</p><p>ravam e muitas mulheres desmaiaram. Sem duvida, a</p><p>impressão original foi dada pela suggestão physica,</p><p>mas tanto que a gente recebeu a impressão, esta espa­</p><p>lhou-se como um contagio pela lei de inducção mental,</p><p>até que todos mais ou menos a sentiram.</p><p>124 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>A EXPERIENCIA DO PROFESSOR</p><p>Recordados casos ha de ser o ef feito deliberada-</p><p>mente produzido, por exemplo, a historia do velho pro</p><p>fessor aliemão, que depois de dizer á sua classe que</p><p>elle devia abrir uma garrafa que continha um com­</p><p>posto chimico conhecido por seu mau odor, destapou a</p><p>garrafa de agua distilada que não tinha nenhum cheiro.</p><p>A classe sentiu immediatamente o supposto cheiro</p><p>e fileiras após fileiras de estudantes patentearam seu</p><p>desgosto. As ondas do supposto vapor fluctuaram por</p><p>todo o quarto como teria sido o caso, se o genuine li­</p><p>quido tivesse sido destapado. As plataformas mais</p><p>perto sentirani-n’o primeiro, depois as mais próximas</p><p>fileiras e assim por deante, até que toda a sala se en­</p><p>cheu do dito ether. Mesmo depois que o professor ex­</p><p>planou a natureza da experiencia, a classe ainda so­</p><p>prava fóra, e muitos estudantes recusaram crer na ex­</p><p>plicação, tão forte foi a impressão. Estes casos não são</p><p>nada mais que exemplos de sensação do olfacto indu­</p><p>zida ao longo das linhas da Impressão Mental.</p><p>VISÃO INDUZIDA</p><p>O sentido da vista póde ser induzido do mesmo</p><p>modo. Uma experiencia commum com uma pessoa muito</p><p>impressionável é como segue. Dizei-lhe que extenda a</p><p>sua mão com a palma para baixo; depois com o index</p><p>EXPERIENCIAS DE SENSAÇÃO INDUZIDA 125</p><p>marcae uma cruz nas costas da sua mão, comprimindo</p><p>bem a sua pelle e dizendo ao mesmo tempo: “Vedes,</p><p>eu marquei uma cruz preta em vossa mão — em vossa</p><p>mão, uma cruz preta — vede-a aqui — vós a vêdes ago­</p><p>ra — preta, preta, wmii cruz preta — vós a vêdes, não</p><p>é verdade?”, etc. Se elle for bastante impressionável,</p><p>vel-a-á. Quanto mais preta imaginardes a cruz, mais</p><p>forte será a sua impressão.</p><p>Se podeis chamar a attenção da gente para a ex­</p><p>traordinária côr azul do céo, ella estará prompta em</p><p>acquiescer, alguns individuos ficarão até mesmo arre­</p><p>batados, ainda que o céo não esteja mais azul do que</p><p>outras vezes. E’ de admirar como; muitas dessas ex­</p><p>pressões são dadas e tomadas em todos os dias da vida.</p><p>Alguém pensa que o quarto está muito fechado, e</p><p>immediatamente muitos começam a sentir-se suffoca-</p><p>dos e desejam que se abram as janellas. Um outro sug-</p><p>gere um perigo e muitos começam a tremer. Um tal</p><p>nota quão excessivamente quente está o dia e todos co­</p><p>meçam a franzir as testas. E assim no mais. Tudo são</p><p>partes da mesma peça.</p><p>AUDIÇÃO INDUZIDA</p><p>O sentido da audição póde ser induzido do mesmo</p><p>modo. Dizei ao impressionarei que elle ouve o canto de</p><p>um passaro ou o silvo da locomotiva e ao mesmo tempo</p><p>usae vossa própria imaginação vigorosamente, e dae as</p><p>126 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>suggestões sufficientemente fortes, e elle ouvirá os sons</p><p>mencionados.</p><p>Se puderdes tentar isto em um quarto com vária</p><p>gente, em uma occasião ordinaria, pretendei ouvir o</p><p>zunido de uma abelha ou um distante sibilo ou algum</p><p>outro som fraco tal como o choro distante de uma cream</p><p>ça, e algumas pessoas presentes, depois de um momento</p><p>ou dois de audição intensa, affirmarão que ellas ou­</p><p>vem o som.</p><p>GOSTO INDUZIDO</p><p>A sensação do gosto é facilmente induzida.</p><p>A bem conhecida experiencia de suggerir o gosto</p><p>de limões com um correr de saliva e gosto de acido, é</p><p>um bom exemplo.</p><p>A um bom impressionável podeis induzir-lhe a sen­</p><p>sação da mudança de gostos, indo da extrema DOÇU­</p><p>RA á extrema ACIDEZ, em um simples copo de agua</p><p>insipida. Tudo depende do grau de impressionabilida-</p><p>de das pessoas experimentadas e da força de vossa</p><p>propria vontade e suggestão.</p><p>E? tudo uma questão de sensação induzida. O</p><p>hypnotisador profissional tira disto um bom partido</p><p>em seu entretenimento.</p><p>EXPERIENCIAS PESSOAES</p><p>Nesta connexão devo dizer que, ha vários annos,</p><p>quando eu me dedicava á experimentação, curei mui­</p><p>EXPERIENCIAS DE SENSAÇÃO INDUZIDA 127</p><p>tos casos de mascar-tabaco, de fumar cigarros, etc., por</p><p>meio de fortes suggestões acompanhadas da visualisa-</p><p>ção (*), manifestando-se como inducção mental. Criei</p><p>uma imagem mental do tabaco ou cigarros com sabor</p><p>detestável — um gosto provocador de nauseas, e con­</p><p>centrei a minha mente e sentimento sobre a outra pes­</p><p>soa e dei-lhe ao mesmo tempo as suggestões mais for­</p><p>tes de desprazer, nauseas, enjoo, etc., etc., até que ella</p><p>deixou de mascar o tabaco ou fumar o cigarro. Depois</p><p>continuei dando-lhe as suggestões futuras mais fortes</p><p>que ella teria sempre a sensação de nausea quando se</p><p>lembrasse de mascar tabaco e que o tabaco e o cigarro</p><p>lhe induziriam sempre aquelles sentimentos, de modo</p><p>que se viesse a curar per feitamente daquelle habito.</p><p>(*) “Visualisation”.</p><p>O ESTADO DE SOMNO NÃO E’ NECESSÁRIO</p><p>Alguns práticos da Therapeutica Suggestiva acha­</p><p>ram feliz successo no tratamento de alguns hábitos</p><p>não desejáveis, deste modo.</p><p>Verdade é que muitos jjrofissionaes criam que era</p><p>necessário produzir o somno hypnotico afim de alcan­</p><p>çar os resultados, mas isto é simplesmente porque elles</p><p>mesmos se haviam auto-hypnotisado com a illusão do</p><p>wmno; se elles desfizessem o feitiço e se puzessem a</p><p>experimentar outros meios, veriam que os mesmos re-</p><p>328 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>sultados se obteriam sem a mais leve tentativa de obter</p><p>o somno.</p><p>SENSAÇÕES INHIBIDAS</p><p>Assim’ como os sentidos podem ser restituidos pela</p><p>inducção, assim elles podem ser inhibidos pela mesma</p><p>maneira.</p><p>Algumas das mencionadas experiencias com os sen­</p><p>tidos podem ser invertidas á vontade. Dizei ao vosso</p><p>impressionável que elle não pôde ouvir um certo som;</p><p>cheirar um certo odor; provar um certo gosto; sentir</p><p>uma certa sensação; ver uma certa cousa. Se fordes</p><p>sufficientemente positivo e sufficientemente impres­</p><p>sionável; se empregardes bem</p><p>apresenta a nata da idéa</p><p>contida no termo.</p><p>6 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>MINHA DEFINIÇÃO</p><p>Usarei neste manual do termo Fascinação Mental</p><p>com o sentido- de: A acção da Força Mental que injlue</p><p>poderosamente sobre a imaginação, desejo ou vontade</p><p>de outro. Esta é a minha propria definição que inclue</p><p>largamente todos os phenomenos variados do Magne­</p><p>tismo Pessoal, Influencia Psychologica, Hypnotismo,</p><p>Mesmerismo, Encanto, etc., etc., dos quaes todos são,</p><p>como considero, phases de phenomenos de uma Força.</p><p>Todas estas cousas são uma parte da mesma peça, a</p><p>despeito das reclamações ao contrario de uma parte</p><p>daquelles que desestimam a affinidade.</p><p>A NATUREZA DA FORÇA</p><p>Qual é a natureza da Força que produz o que cha­</p><p>mamos Fascinação Mental, que ultimamente definimos</p><p>coimo a acção da Força Mental que influe poderosa­</p><p>mente sobre a imaginação, desejo ou vontade de outro?</p><p>A Fascinação Mental é a manifestação que é a natu­</p><p>reza da Força Mental que influencia poderosamente?</p><p>Como haveis de ver em vários dos capitulos se­</p><p>guintes, houve muitas theorias avançadas a serem con­</p><p>sideradas sobre esta Força, variando ellas do flwido</p><p>magnético para as meras, simples suggestões sobre a</p><p>parte da influencia pessoal. Quasi cada escriptor tive­</p><p>ra a sua propria theoria favorita sobre este assumpto.</p><p>QUÈ E’ A FASCINAÇÃO MENTAL 7</p><p>Mas ainda que estas theorias variaram e differiram</p><p>grandemente, os effeitos produzidos foram os mesmos,</p><p>o que naturalmente nos leva a olhar o principio de al­</p><p>guma base compmum operando sob todas as formas, sem</p><p>se importar com muitas theorias avançadas por elles</p><p>produzindo os effeitos. Aqui como em qualquer outra</p><p>parte está a velha historia.</p><p>Um homelm acha que elle é capaz de produzir cer­</p><p>tos phenomenos por certos methodos. Elle opera ao</p><p>longo de linhas praticas por um tempo, tentando aper­</p><p>feiçoar seus methodos e augmentar a variedade e ef-</p><p>fectividade dos phenomenos.</p><p>Quando elle deu alguns passos ao longo dessas li­</p><p>nhas, começa a procurar em torno de si uma theoria</p><p>para accommodar os factos do caso, e aqui é onde elle</p><p>usualmente commette o seu erro.</p><p>Elle desenvolve algumas theorias phantasticas, que</p><p>lhe parecem explicar os effeitos produzidos, e então</p><p>tenta accotomodar os factos ás theorias. Se os factos</p><p>se não adaptam bem a ellas, tanto peior para os factos</p><p>— e ou elle descarta os factos que se não conformam</p><p>com ellas, ou aliás ignora ou nega-os. Este foi o curso</p><p>dos theoristas desde o principio. Depois de certo</p><p>tempo, algum homem de mente mais scientifica exajmina</p><p>os factos recordados, e descobre os verdadeiros princi­</p><p>ples fundamentaes, e reconcilia as differentes theorias</p><p>dos théoristas originaes por uma nova synthese que</p><p>combina os verdadeiros princípios com toda outra theo­</p><p>ria, descartando os predilectos caprichos ou prejuizos</p><p>s FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>das prévias autoridades. E assim é no caso da Fascina­</p><p>ção Mental, como veremos.</p><p>AS THEORIAS PRINCIPAES</p><p>Não terei muito que dizer sobre theorias neste</p><p>livro. Expliquei a theoria e o principio principal da</p><p>Fascinação Mental em meu livro maior, intitulado: O</p><p>Segredo da Magia Mental, de que este pequeno manual</p><p>é uiibí Elucidario. Neste livro explanei que a Força prin­</p><p>cipal que jaz sob todas as formas de Magia Mental,</p><p>— a Fascinação Mental é uma destas formas — é a</p><p>Energia mentativa universal, de que, e em que, cada</p><p>mente individual é, e póde ser transmittida de unia</p><p>pessoa á outra por meio de correntes mentativas e on­</p><p>das tendentes a induzir nas mentes de outras pessoas,</p><p>as emoções òu sentimentos existentes nos Estados Men-</p><p>taes da pessoa que envia as ondas ou correntes.</p><p>OS POLOS MENTAES</p><p>Eu já explanei que ha dois Polos Mentaes conheci­</p><p>dos coiino os Polos Emotivos e Motivos, que manifes­</p><p>tam, respectivamente, Poder-Vontade e Força-Desejo.</p><p>A Força-Desejo actúa na direcção de tirar, puxar, at-</p><p>trahir, engodar, enganar, encantar, etc., ao passo que</p><p>o Poder-Vontade actúa na direcção de compellir, for­</p><p>çar, levar, impellir, commandar, demandar, etc. O</p><p>Desejo sempre attráe seus óbjectos para si mesmo; em-</p><p>QUE E’ A FASCINAÇÃO MENTAL 9</p><p>quanto a Vontade sempre sujeita e compelle seus obje-</p><p>ctos, no sentido geralmente de leval-os á acção. Na</p><p>Fascinação Mental, a Força-Desejo e Poder-Vontade</p><p>empregam-se geralmente em coimjbinação.</p><p>A Força-Desejo chamou-se a phase Feminina de</p><p>Energia Mentativa; e o Poder-Vontade, a Masculina.</p><p>E tanto nesta como em outra qualquer cousa, a com­</p><p>binação das duas qualidades produz os resultados mais</p><p>notados. O estudante que quer ler as paginas deste li­</p><p>vro, em que se dão exemplos de Fascinação Mental,</p><p>será capaz de discernir entre a acção destas duas pha­</p><p>ses da força.</p><p>Isto é tudo que terei a dizer ácerca de theorias</p><p>neste livro, excepto onde se trazem vários pontos para,</p><p>illustração dos exemplos dados. Eu devo remetter os</p><p>meus estudantes ao meu Segredo de Magia Mental,</p><p>para os detalhes de theoria e principio.</p><p>O presente livro trata do Como? — antes que do</p><p>Porque ?</p><p>CAPITULO II</p><p>A FASCINAÇÃO MENTAL ENTRE</p><p>OS ANIMAES</p><p>Mesmo antes que se desenvolvesse a raça humana,</p><p>a Fascinação Mental era conhecida instinctivamente</p><p>pelas mais baixas formas de vida. Diz-se que as cel-</p><p>lulas no sangue das cousas vivas se tornaram conscien­</p><p>tes da presença de outras, sem ter em conta a distancia</p><p>que deve separar algulma theoria do sentido ordinário</p><p>de consciência. Não só ellas reconheciam ou sentiam</p><p>a presença de cada uma, mas viam-se attrahidas umas</p><p>ás outras pela mesma força ou fascinação, que deve</p><p>operar ao longo das linhas de Desejo ou Vontade.</p><p>Informam-nos eminentes «cientistas que mesmo</p><p>os átomos manifestam uma attracção uns para ou ou­</p><p>tros, variando esta em graus conforme a natureza dos</p><p>átomos respectivos. Dizem-nos as mesmas autoridades</p><p>que esta attracção se opera ao longo das linhas de um</p><p>12 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>desejo para cada outra, e uma vontade que as faz voar</p><p>para cada outra.</p><p>Não é razoavel suppôr que nesta manifestação de</p><p>Attracção instinctiva, e a resposta á Attracção, entre</p><p>os Átomos, deve achar-se o principio de Fascinação</p><p>Mental, e Attracção Magnética, relativas á Attracção</p><p>humana? E não são os phenomenos de Attracção Elé­</p><p>ctrica ligados por uma serie de connexões?</p><p>AS DUAS PHASES</p><p>Mas, deixando a questão acima sem outras consi­</p><p>derações, podemos achar ulma abundancia de provas</p><p>entre as mais altas formas dos mais baixos animaes.</p><p>Achamos, entre os animaes, muitos exemplos do</p><p>poder de encantar ou fascinar, ambos os quaes sustento</p><p>serem varias formas de manifestação de Fascinação</p><p>Mental, termo de que uso, isto é, a acção de uxma Força</p><p>que influe poderosamente sobre a imaginação, desejo</p><p>ou vontade de outro.</p><p>Esta Fascinação Mental, entre os animaes, mani-</p><p>festa-se ao longo de duas linhas, a saber: l.°, ao longo</p><p>das linhas de Desejo operando na direcção da mani­</p><p>festação do sexo, tal como a attracção de companhei­</p><p>ros, etc.; e 2.°, ao longo> das linhas de operação de Von­</p><p>tade na direcção de subjugar a presa do animal, tal</p><p>como o encanto dos passaros pela serpente, ou dos me­</p><p>nores animaes pelos tigres, etc. Estes casos são capa­</p><p>zes de livre illustração e provas, e a historia natural</p><p>A FASCINAÇÃO MENTAL ENTRE OS ANIMAES 13</p><p>fomece-nos á saciedade autoridades para a acceitação</p><p>das mesmas.</p><p>EXEMPLOS DE FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Eu li recentemente uma narração de um natura­</p><p>lista, que referiu que um dia, em um paiz tropical, elle</p><p>observou um insecto alado girando em torno a um es­</p><p>corpião. Depois de um pouco, o insecto fez uma série</p><p>de desesperadas precipitações sobre o escorpião, como</p><p>se em um furioso desejo estivesse de terminar o en­</p><p>canto; o escorpião abateu o insecto logo e o devorou</p><p>depois. Relatam os viajores que, quando alguém se</p><p>acha repentinamente na presença de um leão, tigre</p><p>ou leopardo, suas pernas parecem paralysadas, e os</p><p>olhos da besta exercem uma fascinação peculiar e po­</p><p>der sobre si. Eu vi um rato manifestar a mesma emo­</p><p>ção na presenta de um gato; e o mesmo é verdadeiro a</p><p>respeito de uma ratazana na presença</p><p>vossa imaginação e sug</p><p>gestão; os sentidos serão inhibidos em sua mente por</p><p>algum tempo.</p><p>EXEMPLOS NOTÁVEIS</p><p>A respeito da inhibição da sensação do tacto, obti­</p><p>veram-se muitos resultados importantes. De facto, to­</p><p>dos os resultados ao longo destas linhas alcançados</p><p>pelos hypnotisadores com o auxilio do somno profun</p><p>do, podem ser obtidos sem o estado de somno. Vi faze­</p><p>rem-se as menores operações por influencia da inhibi­</p><p>ção do sentido do tacto induzida. Vi extrahirem-se den­</p><p>tes com pouca ou nenhuma dor, desta maneira. Vi pa­</p><p>cientes nervosos resistirem a trabalhos dentaes sem</p><p>EXPERIENCIAS DE SENSAÇÃO INDUZIDA 129</p><p>manifestar desconforto, por meio de tal inhibição do</p><p>sentido do tacto. Mesmo as experiencias brutaes de</p><p>muitos dos estados de hypndtismo, que se fazem inu­</p><p>tilmente hypnotisando as faces do paciente e tornan­</p><p>do-o assim insensível á dor, mesmo essas podem ser du­</p><p>plicadas sem se necessitar do somno induzido, ainda</p><p>que eu considere taes praticas deploráveis, fastidiosas</p><p>e dignas das condemnações mais severas. Menciono-as</p><p>aqui para mostrar simplesmente o poder da sensação</p><p>induzida ou inhibição da mesma pela inducção.</p><p>O SEGREDO DA INHIBIÇÃO</p><p>O segredo da inhibição dos sentidos é que a Von­</p><p>tade é dirigida para interceptar a attenção a uma parte</p><p>ou orgão. Se a attenção pode ser removida ou interce­</p><p>ptada, nenhuma dor se sentirá.</p><p>Muitas pessoas praticaram comsigo mesmo, até</p><p>que conseguiram inhibir a dor nas partes de seus cor­</p><p>pos. E induzindo o effeito em outras pessoas, usaram</p><p><> mesmo methodo, acompanhando-o de suggestão.</p><p>ANESTHESIA MENTAL</p><p>Póde interessar a vários estudantes o fazer eu aqui</p><p>uma referencia pouco detalhada á Anesthesia pela In-</p><p>ducção Mental. A Anesthesia, como sabeis, é uona perda</p><p>inteira ou parcial ou ausência do tapeto ou sensação.</p><p>o</p><p>130 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Pensamos geralmente ser esta condição causada por</p><p>algo como o ether, gaz, etc.</p><p>Mas tudo aquillo que tende a inhibir a sensação</p><p>é um anesthesico. A palavra inhibir, como sabeis, si­</p><p>gnifica reprimir, deter, conter, etc.</p><p>E tanto a dor como a sensação podem ser inhibidas</p><p>pela impressão mental tão só.</p><p>EXEMPLOS HISTÓRICOS</p><p>A historia está cheia de exemplos de inhibição da</p><p>dor, pelo sentimento mental forte, emoção, extase, etc.</p><p>Os fanaticos religiosos mutilaram-se barbaramente, sem</p><p>sentir dor. Os índios Americanos, em suas danças sel­</p><p>vagens, feriam-se sem sentir dor.</p><p>Na índia os devotos fanaticos torturam-se de modo</p><p>horrivel, como um rito religioso e mostram-se insensi-</p><p>veis á dor.</p><p>E martyres foram devorados pelas bestas ferozes</p><p>com a mais risonha e manifesta plenitude de alegria.</p><p>Todos esses exemplos e muitos outros da mesma ordem</p><p>mostram que é possivel para a mente de uma pessoa</p><p>inhibir a dor em si mesma.</p><p>E a inhibição da dor em uma pessoa por outra é</p><p>meramente um effeito do mesmo poder pela inducção</p><p>e suggestão. Não é uma creação do poder na pessoa,</p><p>mas simplesmente uma provocação do que está já nella.</p><p>EXPERIENCES DE SENSAÇÃO INDUZIDA 131</p><p>COMO INHIBIR A DOR EM OUTROS</p><p>O seguinte, mas muito effectivo methodo, é usado</p><p>nos melhores laboratories psychologies. O impressio­</p><p>nável é confortavelmente sentado ou collocado em po­</p><p>sição reclinada deante do experimentador. Supponha-</p><p>mos que se desejou inhibir a sensação em seu braço.</p><p>Neste caso, o experimentador começará a passar a mão</p><p>pelo braço delle, de baixo para cima, das pontas dos</p><p>dedos até os hombros.</p><p>O effeito desta passagem de mão é reter a circula­</p><p>ção, que mais tarde responde promptamente á tal sug-</p><p>gestão, como já vimos um pouco atraz. O experimenta­</p><p>dor diz: “Agora eu tiro a circulação de teu braço, e po­</p><p>nho os nervos em descanço. Começarão elles a sentir</p><p>uma sensação de frescura e entorpecimento ir-se espa­</p><p>lhando pelo teu braço, das extremidades dos dedos até</p><p>os hombros. Agora, tu a sentes — teu braço vae-se tor­</p><p>nando entorpecido, entorpecido, eu digo — muito en­</p><p>torpecido. Vae-se entorpecendo, entorpecendo, entorpe­</p><p>cendo, entorpecendo, ENTORPECENDO, ENTORPE­</p><p>CENDO. Vês: eu pico-o com esta agulha, mas não sen­</p><p>tirás nenhuma dor. Podes sentir o toque, mas não sen­</p><p>tirás nenhuma dor”.</p><p>E assim por deante, até a completa inhibição ef-</p><p>fectuada.</p><p>Quando fordes a pical-o com a ponta da agulha,</p><p>fazei-o delicadamente, ainda que pareça que o fazeis</p><p>132 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>com força — isto tranquillizará o paciente e fará com</p><p>que elle relaxe mais a sua vontade resistente.</p><p>RESULTADO DA REPETIÇÃO</p><p>O processo continuado acima em uma boa pessoa</p><p>e da maneira mais propria, produzirá resultados admi­</p><p>ráveis. De facto, deste modo se produz a inhibição da</p><p>sensação, afim de que se possam fazer aquellas menores</p><p>operações, sem o emprego do ether, etc. Uma pouca pra­</p><p>tica de alguns dias, torna os effeitos mais apreciáveis</p><p>cada vez, até que se obtem o grau desejado. O methodo</p><p>acima é o mais simples e, comtudo, o mais effective e</p><p>em uso entre os psychologos experimentaes e, se é feito</p><p>persistente e intelligentemente, produzirá admiráveis</p><p>desenvolvimentos.</p><p>Fora desnecessário para mim a juntar que o expe</p><p>rimentador deve guardar ante sua propria mente, vi-</p><p>vidamente, a condição que elle deseja produzir no pa­</p><p>ciente. Elle deveria realmente ver o paciente insensível</p><p>á dor, e pôr toda a sua crença e solicitude na suggestão.</p><p>E’ necessário um trabalho maior que o dos lábios,</p><p>apenas.</p><p>DIRIGINDO A CIRCULAÇÃO</p><p>Em connexão com as experiencias acima, é interes­</p><p>sante o seguinte: Podeis tomar uma pessoa impressio­</p><p>nável e augmentar-lhe a circulação em uma parte do</p><p>EXPERIENCIAS DE SENSAÇÃO INDUZIDA 133</p><p>corpo ou, contrariamente, inhibil-a em parte, como o</p><p>desejardes.</p><p>Podeis provar isto tirando-lhe a circulação de um</p><p>braço e augmentando-lh’a em outro. O resultado é que</p><p>um braço ficará medonhamente branco e o outro toma­</p><p>rá uma côr vermelha pronunciada. Da mesma maneira</p><p>póde-se tirar o sangue da cabeça e alliviar a dor de</p><p>cabeça.</p><p>Mas devo parar aqui, para não usurpar o que é</p><p>do dominio da Therapeutica Mental.</p><p>Nesta direcção da circulação para cima ou para</p><p>baixo (como o caso: requer), passes de mãos serão de</p><p>grande proveito, porque seu movimento é seguido pela</p><p>attenção, e ha um axioma na Therapeutica Suggestiva,</p><p>o qual diz que a circulação segue a attenção. Passes</p><p>para baixo augmentam a circulação aos orgãos. Passes</p><p>para cima inhibem-n’a. Falei dos effeitos acima produ­</p><p>zidos sobre os impressionareis. Quero significar por</p><p>este termo que taes gentes são as mais promptamente</p><p>affectadas.</p><p>Mas, lembrae-vos que mesmo um homem ou uma</p><p>mulher de mais forte vontade póde ser affectado do</p><p>mesmo modo, se elle ou ella, dirigindo a sua vontade,</p><p>cooperar na matéria. Por exemplo, um homem de forte</p><p>vontade pôde ajudar a inhibir a dor pela Suggestão,</p><p>porque elle cooperará com o Suggestionador. Todos os</p><p>effeitos vêm do poder interno em qualquer caso — e</p><p>tudo o que o experimentador ou suggestionador faz, é</p><p>chamar este poder a effeito. Cousa semelhante é diri­</p><p>134 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>gir uma parelha de fortes cavallos ou a corrida de uma</p><p>machina com força de 1.000 cavallos.</p><p>O poder não está no director ou engenheiro; não</p><p>obstante, elle faz a cusa ewmwlhar.</p><p>Encerrando este capitulo, insisto outra vez na im­</p><p>portância de remover o experimentador, sempre, a im­</p><p>pressão, depois de feita a experiencia. Lembrae-vos do</p><p>final importante: Agora estás muito bem, muito bem,</p><p>muito bem!</p><p>No capitulo seguinte, consideraremos os Phenome-</p><p>menos de Imaginação Induzida.</p><p>CAPITULO X</p><p>OS PHENOMENOS DE IMAGINAÇÃO</p><p>INDUZIDA</p><p>Levar-vos-ei agora á consideração de uma classe de</p><p>experiencias mais marcadas em suas feições sensacio-</p><p>naes do que as relatadas nos dois capitulos prévios.</p><p>Estas experiencias são reputadas como as dos mais</p><p>altos phenomens hypnoticos, ainda que realmente são</p><p>distinctas das condições de somno hypnotico, como ge­</p><p>ralmente se consideram. As que pretencem aos pheno­</p><p>menos liypnoticos podem ser todas produzidas por ou­</p><p>tros meios que não os methodos dos hypnotisadores no</p><p>que concerne á producção das</p><p>condições de somno.</p><p>Chamo a esta classe de phenomenos Imaginação Indu­</p><p>zida.</p><p>O QUE E’ A IMAGINAÇÃO</p><p>O termo Imaginação, como sabeis, significa: “o</p><p>poder da mente para criar as imagens mentaes de ob-</p><p>136 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>jectos do sentido; o poder de reconstruir ou recombi-</p><p>nar os materiaes fornecidos pela experiencia, memó­</p><p>ria ou phantasia; uma imagem mental formada pela</p><p>faculdade da imaginação”, etc. etc. A palavra deriva-se</p><p>do vocábulo inglez Image, que se radica no latino imi­</p><p>tar i, significando imitar.</p><p>IMAGINAÇÃO E PHANTASIA</p><p>A imaginação é creadora em sua natureza e obra</p><p>com o material plástico da mente. Os escriptores fazem</p><p>usualmente uma distincção entre o que é chamado pro­</p><p>priamente imaginação por uma parte, e phantasia por</p><p>outra.</p><p>Por imaginação propria entendem elles as mais al­</p><p>tas formas de actividade da faculdade creadora, tal</p><p>qual se manifesta na creação de literatura, arte, mu­</p><p>sica, theoria philosophica, hypotheses scientificas, etc.</p><p>Por idéa significam as mais altas formas da manifes­</p><p>tação da faculdade imago-creadora, taes como as phan-</p><p>tasias ideaes e sonhos do homem; as imaginações capri­</p><p>chosas e arbitrarias, etc. A imaginação própria pôde</p><p>ser considerada como uma phase positiva; é phantasia</p><p>como uma phase negativa da faculdade imago-creadora.</p><p>IMAGINAÇÃO POSITIVA</p><p>A imaginação em sua phase positiva é a faculdade</p><p>mais importante do ser humano. Assenta na base da</p><p>OS PHENOMENOS DE IMAGINAÇÃO INDUZIDA 137</p><p>manifestação mental activa. Alguém deve formar uma</p><p>imagem mental de uma cousa antes que possa manifes­</p><p>tai-a em fôrma objectiva.</p><p>E’ distinctamente creadora em sua natureza e fôr­</p><p>ma realmente o molde em que se vasam os factos e as</p><p>acções; fôrma o plano de architecto, que usamos para</p><p>construir a nossa vida de acções e actos.</p><p>E, considerae isto, é a faculdade usada nas prati­</p><p>cas occultas conhecidas como Visualisação, da qual se</p><p>trata em muitas obras de Magia Mental. A imaginação</p><p>positiva está muito longe de ser uma cousa phantastica,</p><p>caprichosa, leve, extravagante, que muitos pensam ser.</p><p>E’ uma das manifestações mais positivas da mente. Não</p><p>sô ella a precede, é-lhe necessária para a producção dos</p><p>actos objectives e das cousas materiaes, mas ainda é a</p><p>faculdade por meio da qual imprimimos nossas imagens</p><p>mentaes nas mentes de outros pela Inducção Mentativa</p><p>e uso do desejo e vontade. A imaginação é a mãe das</p><p>Ideas.</p><p>Uma idéa é uma imagem formada na mente (Webs­</p><p>ter), e a imaginação é a faculdade em que a imagem (ou</p><p>idéa) se fôrma. Em proporção á actividade da imagi­</p><p>nação é a força da imagem ou idéa.</p><p>Como é a força da imagem ou idéa, assim é o grau</p><p>de seu poder para se imprimir nas mentes extranhas.</p><p>Como vêdes, a imaginação em sua phase positiva é uma</p><p>cousa forte, real.</p><p>Mas é largamente em sua phase negativa que temos</p><p>de tratar delia.</p><p>138 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>A NATUREZA DO CONTROL MESMERIOO</p><p>Todos vós que testemunhastes uma exhibição do</p><p>mesmerismo ou hypnotismo, ou lestes as descripções do</p><p>mesmo, ficastes, sem duvida, maravilhados com o phe-</p><p>nomeno da execução pelo sujeito de todas as sortes de</p><p>acções peculiares e ridiculas sob a direcção do hypnoti-</p><p>sador. Houve muitas theorias avançadas a respeito</p><p>deste phenomeno e a mor parte dellas complicadas e</p><p>trabalhadas. Mas eu descartei theorias e theorias deste</p><p>genero por achal-as incapazes de explicar o complicado</p><p>processo mental e muito menos o principio em que elle</p><p>se funda. Eu vim á conclusão tirada de minhas próprias</p><p>experiencias e investigações que vos darei aqui.</p><p>Esta theoria ou explanação, pois, é apenas uma</p><p>theoria; não tenta penetrar intimamente a questão que</p><p>é a mente, nem dividir ou subdividir a mente.</p><p>Explica simplesmente o trabalho cia mente nesta</p><p>classe de phenomenos.</p><p>UMA EXPLANAÇÃO</p><p>A explanação já mencionada é como segue: Tenho</p><p>que a acção do sujeito hypnotico pode ser explanada</p><p>sob a hypothese de que sua Imaginação Negativa ou</p><p>Phantasia, se preferis chamal-a assim, é influenciada</p><p>pelas Suggestões e Correntes mentaes do operador, e</p><p>um estado induzido de Imaginação Negativa se esta-</p><p>OS PHEN OMEN OS DE IMAGINAÇÃO INDUZIDA 139</p><p>belece. Convém saber, nos phenomenos hypnoticos, que</p><p>em vez de ser a Imaginação Negativa do sujeito exci­</p><p>tada pelo seu proprio Desejo ou Vontade, ou outros</p><p>planos de sua Mentalidade, tal condição é excitada</p><p>pela Inducção Mentativa, causada pelas Correntes</p><p>Mentativas do operador, e auxiliada pela Suggestão.</p><p>Vejamos se isto é razoavel.</p><p>IMAGINAÇÃO INDUZIDA</p><p>Todos vós conheceis que vossa imaginação Nega­</p><p>tiva pôde ser excitada por pessoas ou cousas exteriores.</p><p>Ouvis um trecho de musica e, antes de o conhecer,</p><p>vossa imaginação procura pintar todas as sortes de pin­</p><p>turas em vossa mente e induzir todas as sortes de senti­</p><p>mentos.</p><p>Um quadro pode affectar-vos do mesmo modo que</p><p>a obra de um poeta, ou poema, pode arrebatar-vos nas</p><p>azas da imaginação. Um livro pode levar-vos a um mun­</p><p>do de phantasias e chimeras até o ponto de esquecer­</p><p>des tudo quanto vos rodeia. Não o experimentastes</p><p>ainda? O mais notável de todos os casos acima refe­</p><p>ridos é o ef feito da representação de uma scena, em que</p><p>o mundo e os personagens da peça vos dominam de</p><p>tal sorte, que vos parecem reaes; então rides e excla-</p><p>maes quando elles riem e exclamam. Mostrae-vos som­</p><p>brio em presença do vilião b tremeis vendo o perigo</p><p>da heroina. Folgaes com o êxito do heroe e choraes com</p><p>os desgostos e tristezas dos personagens soffredores.</p><p>140 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Sentis estas cousas á medida que vossa Imaginação ou</p><p>Phantasia Negativa entra em actividade pela inducção.</p><p>Lembrae-vos que os autores, poetas, escriptores, com­</p><p>positores ou artistas criaram seus effeitos pelo exerci-</p><p>cio de sua Imaginação Positiva; emquanto o effeito so­</p><p>bre vós é induzido em vossa Imaginação Negativa.</p><p>O primeiro é um acto de Criação Positiva e o se­</p><p>gundo apenas uma Reflexão impressa em vossa mente</p><p>ou pela Suggestão ou pela Energia Mentativa do autor.</p><p>Em vossa consideração do exposto acima, lembrae o que</p><p>eu disse ácerca da Suggestão no primeiro capitulo.</p><p>A Suggestão é somente a apresentação do senti­</p><p>mento interno em um symbolo externo.</p><p>O ENGANO DOS SUGGESTIONADORES</p><p>A escola radical dos suggestionadores que batem a</p><p>idéa da Energia Mentativa não tem nada que fazer com</p><p>os phenomenos que vamos considerando.</p><p>Sustentam elles que a Suggestão é sufficiente para</p><p>fazer tudo isso. Sem entrar fundamente na discussão da</p><p>matéria, pergunto a esses gentis-homens: Porque é que</p><p>as mesmas palavras, preferidas no mesmo tom, por dois</p><p>differences suggestionadores, produzem graus de effeito</p><p>inteiramente difference? Mais: Que Força Pessoal pe­</p><p>culiar é essa que SENTIMOS, quando certas pessoas</p><p>nol-as suggerem? Está ella ausente nas suggestões de</p><p>outras? Minha resposta é que a differença assenta no</p><p>grau do sentimento que entra em actividade na mente</p><p>OS PHENOMENOS DE IMAGINAÇÃO INDUZIDA 141</p><p>da pessoa que suggere — o grau de Energia Mentativa</p><p>enüttido por ella. Penso que um investigador cuidadoso</p><p>concordará commigo nisto, se abrir sua mente a todas</p><p>as impressões recebidas durante suas investigações, em</p><p>vez de a estreitar dentro de uma theoria previamente</p><p>concebida.</p><p>SUJEITO ALTAMENTE IMPRESSIONÁVEL</p><p>A face dos phenomenos que consideramos agora é</p><p>importante. O investigador achará que, supposto as</p><p>condições mencionadas nestes dois últimos capitulos</p><p>-— a inducção muscular e a do sentido — possam res­</p><p>pectivamente ser produzidas em uma grande porcen­</p><p>tagem de impressionáveis, comtudo ha comparativa­</p><p>mente poucos delles em que se podem induzir as pha­</p><p>ses mais admiráveis. Porque isto?</p><p>A resposta é que ha um certo numero de pessoas</p><p>que reunem em si mesmas as qualidades negativas dos</p><p>impressionáveis^ combinadas com as faculdades alta­</p><p>mente desenvolvidas de Phantasia ou Imaginação Ne­</p><p>gativa. Esta combinação faz que a pessoa que a possue,</p><p>seja um sujeito ideal para as experiencias aqui refe­</p><p>ridas.</p><p>Tal pessoa é a que os francezes hypnotisadores</p><p>chamam uma somnanibula</p><p>ou hyper-sensitiva, mas cujo</p><p>termo abandono em razão da sua associação hypnotica</p><p>e o substituo pelo hyper-impressionaAel. Expliquei o</p><p>sentido em que uso o termo impressionável. A palavra</p><p>142 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>hyper é um prefixo que significa: sobre, acima, exces­</p><p>sivo, anormalmente grande, etc. O termo hyper-impres-</p><p>sionavel que eu uso, significa uma pessoa excessiva-</p><p>mente impressionarei, Esta impressionabilidade exces­</p><p>siva ou anormalmente grande, como eu disse, nasce da</p><p>combinação da Vontade Negativa com a faculdade de</p><p>Phantasia excessiva, sendo esta ultima uma fórma de</p><p>Imaginação Negativa, lembrae isto. Assim vêdes que</p><p>a negatividade está toda sobre estas pessoas.</p><p>UMA COMBINAÇÃO PSYCHOLOGICA</p><p>Afim de mostrar que estou certo fazendo esta clas­</p><p>sificação, chamarei a vossa attenção para o facto que</p><p>um impressionável ordinário, ainda mesmo com o poder</p><p>de vontade mais fraco, não pode ser induzido a fazer as</p><p>experiencias do hyper-impressionável, se a sua facul­</p><p>dade de phantasia não fôr excessiva. E, por outra par­</p><p>te, podemos tomar uma pessoa de imaginação positiva</p><p>altamente desenvolvida — e ha tantas no meio de nosso</p><p>povo — e difficilmente conseguiremos influencial-a des­</p><p>te modo. Taes pessoas estão, de facto, constantemente</p><p>affectando e influenciando outras. Os homens que exer­</p><p>cem as mais fortes influencias pertencem a esta classe</p><p>mencionada. Assim vêdes que o ideal hyper-impressio-</p><p>navel deve ter a combinação de negatividade e phanta­</p><p>sia. Elle é em uma classe tudo por si mesmo.</p><p>OS PHENOMENOS DE IMAGINAÇÃO INDUZIDA 143</p><p>O HYPER-IMPRESSIONAVEL</p><p>Em primeiro lugar, elle é o mais crédulo, supersti­</p><p>cioso, extravagante, fanatico e instável.</p><p>Elle pertence á classe cuja imaginação é facil­</p><p>mente exaltada e induzida e cuja tendencia é geral­</p><p>mente de dar ás cousas de nada uma habitação local e:></p><p>um nome; pertence á classe para a qual apenas se lhe</p><p>mostra um ovo, todp o ar, ao depois, parece cheio de</p><p>pennas!</p><p>Elle é também inclinado' á Imitação e gosta de</p><p>seguir o meu chefe, antes que crear um novo> caminho</p><p>para si. Só tem pouca originalidade e iniciativa, que</p><p>são altamente desenvolvidas no homem de forte Ima­</p><p>ginação Positiva. Parece-se com o carneiro e ganso,</p><p>antes que com a aguia ou leão. E? sempre dependente</p><p>de outros por idéas, informação, conselho, e muitas</p><p>vezes sustento material. Sua imaginação é negativa,</p><p>isto é, tem pouca ou nenhuma acção original, e age só</p><p>(e commodamente) quando induzido ou excitado por</p><p>suggestão ou mentalidade de outros. Não tem habili­</p><p>dade executiva e sente-se melhor quando tem alguém</p><p>que lhe dê ordens e o que fazer. E’ um bom copista, mi-</p><p>rnico, imitador e é, muitas vezes, bastante serviçal em</p><p>lugares onde o trabalho é mechanico e se necessita de</p><p>um bom copiador.</p><p>O mysterioso e pouco commum tem uma fascina­</p><p>ção para elle parecida com a fascinação exercida sobre</p><p>144 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>alguns passaros por um pedaço de panno de cor a</p><p>fluctuar. E? governado por suas emoções antes que por</p><p>sua razão. E’ excessivamente phantasista e imagina­</p><p>tivo (como o termo é geralmente usado) e tem uma</p><p>decidida tendencia hysterica, uma disposição para ver</p><p>c ousas e sentir extranhamente. Tem muitas experiên­</p><p>cias extranhas.</p><p>Não tem senão um minimum de dominio proprio,</p><p>e é capaz de fugir promptamente. Falta-lhe a attenção</p><p>voluntária e não é applicado, sua mente está sempre</p><p>prompta a errar como vagabunda, O unico tempo que</p><p>elle póde estar quieto é quando algum indivíduo posi­</p><p>tivo o dirige e superintende. O homem colorido, excitá­</p><p>vel, emocional, que se faz religioso em cada campo</p><p>que encontra e na próxima semana apóstata, é uma il-</p><p>lustração da classe deste typo. Elle absorve prompta­</p><p>mente os estados mentaes das pessoas que o cercam e</p><p>acceita promptamente uma suggestão forte e positiva.</p><p>OS SIGNAES</p><p>Ha muita gente desta classe no mundo, assim na</p><p>alta como na baixa vida. Mas, alta ou baixa, ha uma</p><p>forte semelhança de familia na formação de seu men­</p><p>tal. Ha dois grandes característicos pelos quaes elles</p><p>podem ser distinguidos, como se referiu — l.°: uma</p><p>Vontade Negativa e 2.°: uma faculdade excessiva de</p><p>Phantasia. Estes dois característicos combinam-se para</p><p>OS PHENOMENON DE IMAGINAÇÃO INDUZIDA 145</p><p>manifestar um exemplo notável de Imaginação Nega­</p><p>tiva.</p><p>OS “ SILJEITOS-PRESAS” DOS HYPNOTISADORES</p><p>Agora, a razão que me leva a ferir a questão da na­</p><p>tureza e caracter das pessoas hyper-impressionaveis é</p><p>esta: E’ das fileiras destas pessoas que os hypnotnsado^-</p><p>res tiram os seus sujeitos. Se comprehenderdes a na­</p><p>tureza destas pessoas, comprehendereis tombem como</p><p>os phenomenos se produzem.</p><p>Sem duvida, a maior parte dos hypnotisadores pro-</p><p>fissionaes negam isto, e pretendem que seus sujeitos per­</p><p>tençam á ordem da gente que tem qualidades peculiares</p><p>devidas á sua habilidade de concentrar, etc., porém</p><p>cada um dos hypnotisadores conhece intimamente a</p><p>verdade do que acima ficou exposto'. Os que tiveram a</p><p>opportunidade de se relacionar familiarmente com es­</p><p>tes sujeitos conhecem que todos elles se acham bem</p><p>classificados conforme o que acima se disse, exce-</p><p>ptuando-se as pessoas conhecidas como horses (*) —</p><p>nome este dado pelos hypnotisadores profissionaes</p><p>âquellas pessoas que viajam como sujeitos profissio-</p><p>'uaes e desempenham a sua parte como o faz qualquer</p><p>actor.</p><p>(*) Cavallos.</p><p>io</p><p>146 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Estes cavallos são treinados para desempenharem</p><p>o seu papel e servirem como bell-wethers (*) ou guias</p><p>do rebanho dos hyper-impressionaveis que são tomados</p><p>de entre o auditorio. Sei o que digo quando assim me</p><p>exprimo, não obstante ser commummente acceita a opi­</p><p>nião do publico ignorante — que os “sujeitos-prêsas”</p><p>formam um termo medio do rebanho. Assistamos agora</p><p>imaginariamente a uma experiencia publica afim de</p><p>fazermos uma idéa clara da materia.</p><p>(*) Carneiros de guia.</p><p>CAPITULO XI</p><p>UMA INVESTIGAÇÃO DE CERTOS</p><p>PHENOMENOS</p><p>E agora, para a nossa execução de phenomenos</p><p>hypnoticos públicos, fazei o favor de tomar os vossos</p><p>assentos.</p><p>AS EXPERIENCIAS HYPNOTICAS</p><p>Os assistentes estão sentados, e o hypnotisador</p><p>apparece.</p><p>Elle faz uma curta e delicada elocução preliminar</p><p>em que dá a historia do hypnotismo e mesmerismo.</p><p>Evita o lado scientifico do assumpto, excepto as par­</p><p>tes delle que despertam o interesse do auditorio.</p><p>Mostra que a opinião geralmente acceita de pos-</p><p>suirem os sujeitos vontade fraca, etc., é errônea e que</p><p>muito longe de ser este o facto, ninguém, a não serem</p><p>as pessoas que têm poder de vontade, pode ser hypno-</p><p>148 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>tisado. Menciona a historia gasta pelo tempo que os</p><p>idiotas, os loucos e as creanças mui tenras não estão</p><p>sujeitos á influencia do hypnotismo, e destas cousas</p><p>elle saca a moral que a habilidade para ser hypnoti</p><p>sado é uma honra e uma prova de mentalidade forte,</p><p>antes que o contrario. Isto, sem duvida, lisonjeia os</p><p>hyper-impressionar eis que se apresentam como reba­</p><p>nho nas experiencias hypnoticas, sendo ahi levados por</p><p>seu amor á curiosidade, e a fascinação que taes esehi-</p><p>l)içÔes parecem ter para esta gente.</p><p>A CHAMADA DOS SUJEITOS</p><p>O hypnotisador chama então os sujeitos amadores.</p><p>O auditorio não parece ter pressa em responder, ainda</p><p>que se encontram alguns que ficam agitados em suas</p><p>cadeiras e poucos delles quasi se levantam de seus as­</p><p>sentos como se fossem para deante. O hypnotisador</p><p>encoraja e commanda: “Vinde, vinde agora; direito</p><p>deste modo; vinde direito”, etc., e a inclinação a ir</p><p>para deante torna-se maior. Então um joven inclina-se</p><p>tremulo para deante como um canniço e outro de outro</p><p>lado da casa. Póde ser um terceiro ou um quarto. De­</p><p>pois vem a grande onda. Os primeiros que se moveram</p><p>para deante são geralmente os sujeitos pagos que tra­</p><p>balham com o hypnotisador, e a sua vinda á frente</p><p>assusta aos impressionareis e hyper-impressionareis en­</p><p>tre o auditorio e um pouco aos curiosos. Os sujeitos</p><p>UMA. INVESTIGAÇÃO DE CERTOS PHENOMENOS 149</p><p>assalariados obram como os guias para o rebanho de</p><p>carneiros humanos.</p><p>EXPERIMENTANDO</p><p>E ESCOLHENDO SUJEITOS</p><p>Os sujeitos curiosos (inclusivé os pagos) estão ago­</p><p>ra agrupados no fundo do theatro, em grande semi­</p><p>círculo. O hypnotisador começa a passal-os por provas.</p><p>Commummente principia pedindo ao semi-circulo para</p><p>olhar as suas mãos ou algum objecto brilhante collo-</p><p>eado entre seus dedos.</p><p>Depois que se aquietam, tornam passivos e atten-</p><p>tos, o hypnotisador chama-os um por um á frente e</p><p>dá-lhes uma prova para a impressionabilidade.</p><p>Usualmente começa com os sujeitos pagos, porque</p><p>sabe perfeitamente o que hão de fazer, e suas acções</p><p>têm uma impressão poderosa sobre os outros, ao longo</p><p>das linhas da suggestão imitativa. Como de costume,</p><p>elle tenta a prova da queda para deante e para traz e.</p><p>talvez, o fechamento das mãos ou qualquer outra prova</p><p>simples dos musculos. Aquelles que respondem a estas</p><p>provas são acceitos e mandados sentar novamente, ao</p><p>passo que aos que deixam de responder ás taes provas,</p><p>manda-se dizer que retomem seus lugares no auditorio.</p><p>visto não haver necessidade delles. O hypnotisador</p><p>deve racionalmente ter cousas certas para operar com</p><p>êxito, produzindo promptos resultados, e não póde em­</p><p>pregar o seu tempo no desenvolvimento de sujeitos, o</p><p>qual deve ser feito pelo experimentador no labora to-</p><p>150 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>rio. Finalmente, elle separa as cabras das ovelhas, leva</p><p>estas para um lugar de honra no theatro e manda</p><p>aquellas para o auditorio.</p><p>Tendo os primeiros passado por sua iniciação, são</p><p>agora acceitos como sujeitos.</p><p>A HISTORIA DOS “SUJEITOS PAGOS”</p><p>Agora, tratemos um momento dos sujeitos pagos.</p><p>Muitos delles são genuinos hyper-impressio^imeis,</p><p>que são fascinados pela natureza mysteriosa dos ne­</p><p>gócios e lisonjeados pelo lugar de distincção que se</p><p>lhes dá no theatro e que viajam com o hypnotisador,</p><p>sujeitos a um pequeno salario e mesa paga. Os cavai-</p><p>los (*) são differentes sortes de gente — andam só por</p><p>dinheiro e são geralmente jakires. Habituam-se a resis­</p><p>tir á dor e deixam que se lhes metta a agulha nas faces</p><p>e se submettem a outros estúpidos e semelhantes trata­</p><p>mentos. Muitos delles, com o tempo, se graduam como</p><p>actores de variedades e em poucos mezes desenvolvem,</p><p>como taes, um genuino e alto talento.</p><p>(*) E’ assim que o autor chama a essa ordem de sujeitos.</p><p>A mor parte delles são jovens a que chamam ciga­</p><p>rette type, os quaes, achando-se fora de casa por al­</p><p>gum tempo, se comprazem com representar a sua parte</p><p>nos theatros, tendo pagas as despesas de mesa e via­</p><p>gem e abiscoitam ainda o dinheiro para os cigarrinhos</p><p>e uma certa quantia livre com a notoriedade da re­</p><p>UMA INVESTIGAÇÃO DE CERTOS PHENOMENOS 151</p><p>presentação. Os mais astutos pedem e recebem bons sa­</p><p>laries como mais avançados na escala e poucos repre­</p><p>sentantes de estrella nos negocios exigem e alcançam</p><p>salaries mais gordos.</p><p>Os cavallos desenvolvem, nas linhas de suggestão,</p><p>extraordinária habilidade e arrastam com seus actos</p><p>aos sujeitos curiosos que pela força da suggestão imi-</p><p>tativa, com menor resistência lhes obedecem. Estes</p><p>representantes de estrella entre os cavallos, são hypno-</p><p>tisadores tão hábeis como os seus patrões, por onde</p><p>muitos dos successes da representação são devidos aos</p><p>seus esforços.</p><p>PRODUCÇÃO DO SOMNO (?)</p><p>O proximo estado na representação é o da inducção</p><p>cio somno (?) nos sujeitos. Faz-se isto primeiro indu­</p><p>zindo a fixação das palpebras por meio do control</p><p>muscular de que falei</p><p>Depois, as suggestões do somno são dadas pelo</p><p>hypnotisador, taes como: “Vaes tornando-te somno-</p><p>lento, somnolento — tuas palpebras estão pesadas, pe­</p><p>sadas, pesadas como chumbo — vaes adormecendo’’,</p><p>etc.; logo as cabeças dos cavallos e as dos liyper-impres-</p><p>sionareis se vão inclinando. Os impressionáveis que não</p><p>são affectados pelas suggestões do somno são separa­</p><p>dos e remettidos ao auditorio, ficando somente os ca-</p><p>ratios e os liy per-ini pressionareis^ entre estes os repre-</p><p>sentadores pagos e os sujeitos curiosos.</p><p>152 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Acto continuo, o hypnotisador obtem o que tentou.</p><p>Elle tem um circulo de hyper-impressionaveis e</p><p>cavallos que acceitam todas as suggestões que elle lhes</p><p>dá e respondem a cada pergunta que elle póde induzir</p><p>em sua Imaginação Negativa.</p><p>A CONDIÇÃO DO - SONHO”</p><p>Mas não estão elles realmente dormindo? pergun-</p><p>taes-me. Não!</p><p>EHes não estão dormindo. Sua condição é a da</p><p>somnolencia, estado de sonho, tal como muitos de nós</p><p>sentimos quando em delirio ou disposição de ausente.</p><p>Elles tiveram o sentimento de somnolencia induzido</p><p>nelles pelas suggestões e influencia do hypnotisador e</p><p>tiveram sua Imaginação Negativa actuada por elle. até</p><p>que se remetteram ao estado de sonho. Elles sabem</p><p>o que se passa em torno de si e realizam a illusão que</p><p>estão agindo, mas são assim passivos, porque sua ima­</p><p>ginação está parcial mente fora do control e é induzida</p><p>e manejada pelo hypnotisador por meio de sua Ima­</p><p>ginação e suas Suggestões. E’ um estado singular. Fa­</p><p>lei com muitas pessoas destas e penso que medi o es­</p><p>tado mental existente nellas. Estão vivendo em dois</p><p>mundos. Suas Vontades são passivas e sua Imagina­</p><p>ção Negativa, ou Phantasia. é mais activa e está sob o</p><p>control do hypnotisador.</p><p>UMA INVESTIGAÇÃO DE CERTOS PHENOMENOS 153</p><p>A EXPLICAÇÃO DO “BRINQUEDO DO URSO”</p><p>Uma explicação que dei a muitos dos meus leitores</p><p>a, este respeito, póde dar-vos também uma idéa mais</p><p>clara do assumpto.</p><p>E como segue: Uma parte das creanças faz o brin­</p><p>quedo do urso. Uma dellas é o urso e põe-se a rosnar,</p><p>agitando a cabeça e mostrando seus dentes de uma</p><p>feroz maneira. As outras fingem ter medo, mas depois</p><p>de certo tempo, induzem em si mesmas um sentimento</p><p>de real terror — e o tal terror torna-se quasi real para</p><p>eilas. As creanças possuem a Imaginação Negativa</p><p>mui viva e soffrem muitas vezes grandes torturas pelas</p><p>suggestões de loucura do papão; o grande urso pega-vos;</p><p>alguma cousa arrebata-vos quando fordes acima, etc.</p><p>(*). Uma comprehensão da suggestão mostra a lou­</p><p>cura e culpabilidade de taes cousas. O terror entre</p><p>as creanças torna-se mais agudo e as lagrimas mistu­</p><p>ram-se com o riso, quando eilas correm do urso. Final­</p><p>mente, uma das mais tenras corre gritando para sua</p><p>mãe e esconde a sua pequena face no seio materno, di­</p><p>zendo: “Fal-o ir embora”. “Porque? Não é um urso,</p><p>Maria, é o Joãozinho que se vestiu como urso”, diz a</p><p>mãe, procurando tranquillizar a filha. “Sim, eu o</p><p>sei”, soluça a pequena Maria, aventurando um olhar</p><p>assustado atraz da mãe; “mas eu tenho medo, de qual­</p><p>(*) Por aqui se vê quanto ha de prejudicial em metter</p><p>medo ás creanças. — (Nota da Traducção). ,</p><p>154 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>quer modo”. Bem, esta é a condição do liyper-impres-</p><p>sionavel que é hypnotisado. Elle sabe que é Joãozirího,</p><p>mas tem receio, de qualquer modo!</p><p>Não é tudo isto um fazer-crer, como alguns inves­</p><p>tigadores radicalmente iconoclastas affirmaram -—</p><p>parte é real, parte irreal. O hyper-impressionável hy­</p><p>pnotisado não é um fakir ou enganador teimoso — é</p><p>um gerador de crença, cuja illusão parece em parte</p><p>real ou mesmo mais ainda, supposto menos que meia</p><p>em alguns casos, variando o grau de impressionabili­</p><p>dade por uma parte e a vivacidade da Imaginação Ne­</p><p>gativa por outra.</p><p>VISTAS OPPOSTAS RECONCILIADAS</p><p>Tratei antes, plenamente, do estado mental dos</p><p>sujeitos genuinamente hypnoticos pela razão de que</p><p>os argumentos de duas escolas de investigadores são</p><p>diametralmente oppostos uns aos outros sobre a mate­</p><p>ria. A velha escola de mesmeristas e hypnotisadores</p><p>insiste em que os sujeitos estão em uma condição de</p><p>verdadeiro somno e esquecidos absolutamente de tudo</p><p>que os cerca, a não ser de suas illusões sob cujas sug-</p><p>gestões estão agindo.</p><p>A nova escola de Suggestão sustenta, por sua vez,</p><p>que os sujeitos ficam inteiramente accordados como de</p><p>costume e acceitam simplesmente as suggestões que</p><p>lhes são dadas como acceitariam outras; são total­</p><p>mente conscientes do que estão fazendo e geram as</p><p>UMA INVESTIGAÇÃO DE CERTOS PHENOMENOS 155</p><p>crenças por todos os meios, do principio ao fim. Penso</p><p>que a minha theoria ou explanação fará a Reconcilia­</p><p>ção, entre as duas vistas oppostas, e creio que ella terá</p><p>a approvação de muitos que, como eu, tiveram a op-</p><p>portunidade de examinar esta gente e fazer uma con­</p><p>clusão do assumpto.</p><p>Verdade é que muitos destes sujeitos vos dirão</p><p>que elles são totalmente conscientes do que fazem, mas</p><p>isto é porque, assim fazendo, elles levam as suggestões</p><p>expressas ou implicitas, do hypnotisador, que lhes diz</p><p>que elles são liypnotisados e nada sabem, etc. Uma</p><p>cousa engraçada ácerca destes sujeitos é que cada um</p><p>delles pensa que elle é o unico que ficou meio-accor-</p><p>dado e que seus companheiros estiveram completa-</p><p>wente sob a influencia. Lembrae-vos qu efalo agora</p><p>das condições de transe, que pertencem á outra phase</p><p>do sujeito, e não dos cavallos, no grau dos jakires que</p><p>de todos os modos contribuem para o interesse e acção</p><p>do espectáculo.</p><p>Minha descripção do estado mental do sujeito per­</p><p>tence aos casos genuínos de hyper-impressionabilidade</p><p>no estado de sonho.</p><p>O ESPECTÁCULO HYPNOTICO</p><p>Tomei vosso tempo e espaço descrevendo as varias</p><p>faces da representação hypnotica — a scena da barbea­</p><p>da; o giro do balão; o jogo de õase-õall; a colmeia de</p><p>abelhas; a sessão da escola; e as mil variedades repre­</p><p>156 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>sentadas pelos exhibidores e representadores, dos quaes</p><p>muitos são artistas em suas linhas e mostram uma ad­</p><p>mirável habilidade em fazer as suas exhibições interes­</p><p>sei ras tão semelhantes ao espectáculo de vaudeville.</p><p>Quasi todos que lêm estas linhas viram uma re­</p><p>presentação desta sorte e conhecem o que eu digo. O</p><p>principio é o mesmo em todos os actos ou representa­</p><p>ções/ Os cavallos e os hyperdmpre^sionu/veis acceitam</p><p>as suggestões, e depois são também impressionados pela</p><p>Imaginação Positiva do hypnotisador, servindo-se este</p><p>das suas Correntes Mentaes pela Inducção.</p><p>Mas mesmo as mais admiráveis e complicadas ex­</p><p>periencias são combinações das experiencias de Sensa­</p><p>ção Induzida. mencionadas no Capitulo IX deste livro,</p><p>levada ao grau superlativo por meio da Imaginação In­</p><p>duzida. As experiencias que eu fiz, e outras da mesma,</p><p>são as pedras do edificio com que se constroem as mes-</p><p>mericas estrueturas, — o estylo, variedade, decoração</p><p>e estabilidade dependem da arte do operador ou di­</p><p>rector.</p><p>Ha muitos livros sobre o Hypnotismo que ensinam</p><p>o operador a construir as scenes effectives. E’ questão</p><p>de arte de construir antes que de conhecimento scien-</p><p>tifico.</p><p>O hypnotisador de êxito deve ser um homem de</p><p>habilidade suggestiva forte — capaz de focalisar suas</p><p>forças em seus tons, e também de Imaginação activa</p><p>positiva, forte e, assim, capaz de formar uma pintura</p><p>mental clara, viva, da scena que deseja executar no</p><p>EMA INVESTIGAÇÃO DE CERTOS PHENOMENOS 157</p><p>palco. Formando esta imagem mental e usando com</p><p>sua vontade projectar e focalisar a Energia Mental</p><p>sobre os sujeitos, elle é capaz de induzir nelles as sen-</p><p>sacòes e chimeras desejadas. Seu successo com o ho­</p><p>mem de diversão requer, sem duvida, habilidade como</p><p>um gerador de scenas, etc., a qual nada tem com a sua</p><p>habilidade como hypnotisador.</p><p>EXPERIENCIAS PARTICULARES</p><p>Os princípios que entram em jogo* nos trabalhos</p><p>experimentaes de psychologia privada são os mesmos</p><p>por nós tratados nas experiencias publicas de hypno­</p><p>tism o.</p><p>Naquella não ha auditorio para se recrear, e po­</p><p>de -se empregar muito mais tempo no desenvolvimento</p><p>de nm sujeito e na producção de interessantes pheno­</p><p>menos. Os cavallos aqui são eliminados.</p><p>CAPITULO XII</p><p>OS PERIGOS DO PSYCHISMO</p><p>Nos capítulos precedentes, tratei do assumpto ra­</p><p>cional do Mesmerismo com o fim de mostrar-vos que</p><p>os seus phenomenos e os do* Hypnotismo não dependem</p><p>das condições de somno, mas podem ser promptamente</p><p>produzidos pela Fascinação Mental pura e simples,</p><p>sem intervenção do somno, que se crê associado aos</p><p>phenomenos.</p><p>Indiquei não só os princípios geraes básicos da</p><p>materia, mas dei detalhadamente a technica e os me-</p><p>thodos pelos quaes um experimentador pode produzir</p><p>os phenomenos. Os methodos dados aqui são os que</p><p>estão em uso constante nos principaes laboratorios de</p><p>experiencias psychologicas deste e de outros paizes, e</p><p>os resultados mencionados podem ser duplicados por</p><p>uma pessoa que puzer em operação os princípios men­</p><p>cionados.</p><p>160 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>PORQUE SE DA? O ESCLARECIMENTO</p><p>Mas eu desejo expôr que o meu primeiro objecto,</p><p>dando o dito esclarecimento, não foi que os estudantes</p><p>do livro devem necessariamente intentar uma serie de</p><p>experiencias psychologicas, mas principalmente que el­</p><p>les podem comprehender o poder e a força do principio</p><p>mental conhecido como Fascinação Mental e ver suas</p><p>operações praticas em todas as suas phases varias. Eu</p><p>desejo que elles conheçam as experiencias nos laborato­</p><p>rios psychologicos; os trabalhos dos mesmeristas pú­</p><p>blicos ou hypnotisadores, e o uso Influencia Mental no</p><p>commercio de todos os dias posto em operação por to­</p><p>dos os lados, e em- todos os tempos, são todos phases</p><p>do mesmo principio fundamental.</p><p>CERTAS PHASES MENCIONADAS</p><p>Ha uma phase dos phenomenos mesmericos ou hy-</p><p>pnoticos que eu omitti. Chamarei vossa attenção para</p><p>esta, brevemente, de modo que podeis saber que eu a</p><p>não desprezei e podeis também conhecer as razões por­</p><p>que não entrei no detalhe desta classe de phenomenos.</p><p>Alludo ás chamadas classes mais altas dos phenomenos</p><p>mesmericos ou hypnoticos — ás varias formas da con­</p><p>dição de transe.</p><p>OS PERIGOS DO PSYCHISMO 161</p><p>AS CONDIÇÕES ANORMAES</p><p>Este phenomeno de transe, se é produzido pelos</p><p>processos mesmericos ou por outros meios, são anor­</p><p>maes ou doentios, e phases não desejáveis de condição</p><p>mental. Eu não posso falar fortemente contra o in­</p><p>centivo e instrucção do desenvolvimento (eu quasi disse</p><p>Devil-opment) (* *), destes estados anormaes, ou pelas</p><p>praticas próprias ou por meio das praticas mesmeri-</p><p>cas ou hypnoticas. E’ tempo de que alguém chamasse</p><p>a attenção do publico para os perigos deste assim cha­</p><p>mado psychismo. Eu sei positivamente: que este psy-</p><p>chismo não é a cousa desejável que se suppõe ser. Eu</p><p>sei bem que elle está muito longe do Desenvolvimento</p><p>Occulto.</p><p>(*) Devil-opment, em lugar de development, trocadilho jo­</p><p>coso em que o autor critica o desenvolvimento destes estados</p><p>nu condições anormaes. — (Nota da Traducgão).</p><p>(*) Fogo fatuo.</p><p>Este psychismo, quando comparado com o verda­</p><p>deiro Occultismo, é um merencoreo clarão de lua em</p><p>contraste com os vivificadores, quentes e brilhantes</p><p>raios do sol. Este falso Occultismo, que não é de todo</p><p>< hcultismo, mas simplesmente psychismo, envolveu</p><p>muitos em suas malhas e levou seus adeptos a planos</p><p>semelhantes a tremedaes e pantanos, seguindo o ignis</p><p>fat nus, ou ivhill-o’-the-wisp (*) do Psychismo.</p><p>11</p><p>162 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>A ANTIGUIDADE DAS PRATICAS</p><p>Quasi todas as raças descobriram que ha, nas gen­</p><p>tes, meios possiveis por onde ellas podem produzir em</p><p>si mesmas condições anormaes, conhecidas como transe.</p><p>De tempos remotos até hoje, tem havido homens</p><p>que se devotam a estas praticas deploráveis. Vários são</p><p>os meios pelos quaes estes estados são obtidos, sendo</p><p>os methodos predilectos: olhar um» objecto brilhante ;</p><p>fixar os olhos na raiz do nariz; contemplar o umbigo;</p><p>fitar uma gotta de tinta; inhalar vapores; ouvir sons</p><p>metallicos; etc., etc. Muito deste Occultismo irrisorio,</p><p>que é realmente psychÀsmo, depende destes methodos</p><p>para seus resultados, manifestação e phenomenos. Os</p><p>jakires hindus e os dervishes arabes servem-se livremen­</p><p>te destes methodos e produzem resultados que, com-</p><p>quanto altamente estimados por elles, são, comtudo,</p><p>ouvidos com desgosto, horror e repulsão pelos verdadei­</p><p>ros occultistas de todos os paizes, incluindo-se entre</p><p>estes os reaes Yogis (*) Hindus, Sufis Persas. Estes</p><p>últimos occultistas orientaes aqui mencionados olham</p><p>estas praticas como nocivas e os phenomenos que dellas</p><p>resultam como falsos e enganadores.</p><p>(*) A lidima expressão portugueza é Jogue e não Yogi.</p><p>Mas estamos tão habituados a</p><p>escrever1 Yogi, que, parece, se o</p><p>deixarmos, deixaremos com elle o seu significado e effeito.</p><p>Tanta é a força do habito. — (Nota da Traducção)</p><p>OS PERIGOS DO PSYCHISMO 163</p><p>OS ERROS DO O0CIDENTE</p><p>Grande parte do moderno Psychismo do Occidente</p><p>baseia-se sobre as mesmas praticas e produzem seme­</p><p>lhantes resultados.</p><p>Nesta connexão devo dizer que algumas praticas</p><p>adoptadas por alguns do Novo Pensamento pertencem</p><p>a esta classe.</p><p>Eu vi methodos preconisados para Entrar no Si­</p><p>lencio^ nos quaes o estudante é aconselhado a focali-</p><p>sar o olhar sobre a raiz de seu nariz, etc., methodo este</p><p>idêntico ao usado por Braid para produzir condições</p><p>hypnoticas e empregado pelos fakires hindus para pro­</p><p>duzir condições de transe,</p><p>Não é tempo que a verdade no tocante a estas cou­</p><p>sas seja conhecida?</p><p>BAIXOS ESTADOS — NÃO ALTAS CONDIÇÕES</p><p>Estas condições anormaes auto-induzidas podem</p><p>ser também produzidas pelos methodos hypnoticos, le­</p><p>vando-se o sujeito a estados mans profundos, de que fa­</p><p>lam algumas autoridades, como se elles fossem um alto</p><p>estado espiritual, porém que não passam das taes con­</p><p>dições de transe miseráveis, anormaes, deploráveis, a</p><p>que me referi. Estas condições podem ser produzidas</p><p>pelos methodos hypnoticos, simplesmente porque algum</p><p>estado mental póde ser assim produzido, e não por qual­</p><p>164 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>quer processo ou conhecimento mystico ou cousa se­</p><p>melhante.</p><p>Lancemos outro olhar rápido sobre as assim cha­</p><p>madas condições de somno de hypnotismo, afim de que</p><p>possamos fazer uma idéa clara do assumpto.</p><p>A ILLUSÃO 1)0 SONHO</p><p>No primeiro lugar, não ha real condição de somno.</p><p>Vejamos porque isto é assim. Bem, para partir do prin­</p><p>cipio, muitos dos somnos não existem de todo. Em mui­</p><p>tos casos, o sujeito acquiesce meramente á suggestão</p><p>que elle dorme, e então age sob a suggestão, como agi-</p><p>ria sem alguma suggestão. Elle desempenha sua parte</p><p>— eis tudo. Esta phase é mais commum do que a mór</p><p>parte dos estudantes do hypnotismo pensam. Elles ou­</p><p>vem ao sujeito dizer que elle dorme, e não lembram uma</p><p>cousa que se lhe disse ou que fez. Mas tudo isto> está</p><p>simplesmente na linha da acquiescencia e no desempe­</p><p>nho da parte, facto este que foi positivamente provado</p><p>por adeantados experimentadores. Ha outros estados</p><p>de somno.</p><p>O primeiro na ordem é o estado de sonho que eu</p><p>descrevi com a phase do brinquedo do urso. Mesmo este</p><p>não é um verdadeiro somno, mas uma condição seme­</p><p>lhante á do sonho.</p><p>E’ neste estado que a mór parte dos exemplos de</p><p>phenomenos hypnoticos se produzem. Muitas vezes, o</p><p>sonho torna-se mui profundo, e a condição de transe é</p><p>OS PERIGOS DO PSYCHISMO 165</p><p>quasi alcançada. Comtudo, esta ainda não é somno,</p><p>como geralmente se usa esta palavra.</p><p>TRANSES IIYPNOTICOS DEPLORADOS</p><p>Na próxima ordem vêem vários estados de condi­</p><p>ção de que falam os hypnotisadores como sendo a de</p><p>somno profundo, mas que positivamente não é outra</p><p><pie a condição de transe, na qual cahiram gentes de</p><p>todas as nações e tempos pelos inethodos mencionados</p><p>a traz.</p><p>A unica differença é que o operador induz a con­</p><p>dição pela Influencia Mental e Suggestão, como indu­</p><p>ziría outro estado mental — em vez de induzil-o em si</p><p>mesmo.</p><p>E’ a mesma pratica, velha, anormal, perigosa, em</p><p>outra forma.</p><p>O que se disse contra a condição da auto-inducção,</p><p>applica-se egualmente á induzida do operador. Elias</p><p>são a mesma!</p><p>PRATICAS ENFRAQUECEDORAS DA VONTADE</p><p>Não levarei mais longe a deseripção das condições,</p><p>nem darei instrucção sobre a producção dellas. Consi­</p><p>dero-as essencialmente perigosas e nenhum outro fim,</p><p>falando dellas, tenho que prevenir e acautelar o estu­</p><p>dante contra taes condições em que possam ser postos</p><p>pelos experimentadores. Esta pratica enfraquece a vou-</p><p>166 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>fade, visto depender ella do cançaço desta pelo exer­</p><p>cício dos olhos e outros orgãos do sentido. Os que pra­</p><p>ticaram a Influencia Mental, durante todos os tempos,</p><p>reconheceram este facto e empregaram objectos que</p><p>estimaram como enfraquecedores da vontade. Empre­</p><p>garam-se objectos brilhantes para serem fitados pelo</p><p>sujeito com o fim de cançar-se-lhe a vista.</p><p>Os Orientaes usaram sons monotonos em um-m-m-m</p><p>para cançarem o sentido da audição com certa suavi­</p><p>dade; da mesma forma serviram-se dos vapores, perfu­</p><p>mes e incenso para submetterem o sentido do olfacto —</p><p>com o fim exclusivo de enfraquecerem a Vontade e tor-</p><p>narem-n’a PASSIVA, ANNULLANDO A SUA RE­</p><p>SISTÊNCIA.</p><p>Feita a Vontade passiva, ou cançada, a mente tor­</p><p>na-se receptiva e impressionável e, em casos extremos,</p><p>malleavel como a cera em mão do operador.</p><p>Lembrae-vos destas cousas, estudantes, e vereis</p><p>que estes princípios são empregados varias vezes, em</p><p>lugares inesperados.</p><p>Acautelae-vos contra os methodos que tendem ao</p><p>enfraquecimento da vontade por meio de drogas.</p><p>PSYCHISMO COMO UMA COBRA VENENOSA</p><p>Peço-vos, com instancia, que eviteis o Psychismo</p><p>— afastae-vos delle como de uma cobra venenosa, pois</p><p>elle procura ferir a vossa vontade, paralysar a vossa</p><p>mentalidade. Evitae tudo quanto tende a vos fazer fra-</p><p>OS PERIGOS DO PSYCHISMO 167</p><p>cos. Acautelae-vos contra as pretenções ao desenvolvi­</p><p>mento da alma on progresso-espiritual por meio desses</p><p>methodos, pois elles não são senão Psychismo com a</p><p>mascara de Occultismo ou Philosophia Espiritual (* (**)).</p><p>(*) Como se vê, o autor faz aqui, parece, uma distincção</p><p>entre Psychismo e Occultismo ou Philosophia Espiritual.</p><p>(**) Subentende-se sujeitos (sujeitos psychicos).</p><p>(Notas da Traducção).</p><p>Lembrae-vos da minha prova: Isto faz-me forte?</p><p>Applicae a pedra de toque e alcançareis dominar-</p><p>vos. Este é um conselho para o Prudente — cuidado</p><p>com isto!</p><p>A PROVA</p><p>Concluindo esta parte da materia, direi que, se</p><p>alguns de vós se dispuzerem a questionar a certeza do</p><p>enunciado acima, não terão mais nada a fazer que exa­</p><p>minar os typos de psychicos (*) vistos de todos os la­</p><p>dos. Não são todos elles hyper-impressionaveis, exces­</p><p>sivamente sensitivos, doentes dos nervos, hystericos,</p><p>passivos, negativos? Não se tornam elles meras har­</p><p>pas psychicas, de que tiram vários sons as brisas men­</p><p>taes peregrinas? Lembrae-vos, agora, e eu vos falo de</p><p>genuinos psychicos, que não de falsos psychicos que</p><p>viajam por dinheiro e formam uma classe sagaz, as­</p><p>tuta, a qual, longe de ser impressionável, usa em reali­</p><p>dade do poder mesmerico para impressionar e influen­</p><p>ciar as pessoas crédulas que cahem sob sua acção.</p><p>168 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Não faço allusão a estas pessoas, mas aos pobres</p><p>sensitivos negativos, de vontade fraca, os quaes são tão</p><p>impressionáveis como placas photographicas e para</p><p>quem o desenvolvimento não significa mais que mani­</p><p>festar as impressões exteriores. Aconselho-vos a que se-</p><p>jaes pessoas POSITIVAS e não NEGATIVAS.</p><p>CAPITULO XIII</p><p>FASCINAÇÃO ORIENTAL</p><p>Neste ponto, desejo chamar vossa attenção para</p><p>uma feição da materia, que recebeu pouco apreço dos</p><p>escriptores occidentaes. Alludo ás manifestações admi­</p><p>ráveis de Fascinação Mental empregada por alguns Ma­</p><p>gos do Oriente, particularmente da India e da Persia.</p><p>Estes factos são executados, hoje, naquelles paizes</p><p>e pertencem a alguns dos admiráveis exemplos, por nós</p><p>relatados, dos antigos Persas ou Magos Egypcios.</p><p>FASCINAÇÃO MENTAL NO ÉSTE</p><p>Sem fazer uma extensa consideração da materia em</p><p>questão, menciono alguns dos exemplos recordados de</p><p>Fascinação Mental entre Orientaes, afim de dar-vos uma</p><p>Idea do grau de poder possivel a um adepto na pratica</p><p>da Influencia Mental. Descreve um escriptor uma exhi-</p><p>hição desta ordem na índia, presenciada por elle. Era</p><p>170 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>este escriptor um profundo sceptico, e acreditou que</p><p>tudo aquillo era feito por ligeireza de mão ou methodos</p><p>semelhantes — isto é, elle assim creu até que realmente</p><p>testemunhou a demonstração. Relata elle que o Mági­</p><p>co (*) era um Hindu de apparencia nobre e imponente,</p><p>rodeado de numerosos assistentes da sua proprie raça.</p><p>(*) Um fakir, sem duvida. — (Nota da Traducção).</p><p>O FACTO DA SERPENTE</p><p>Sentou-se o Mágico no chão e pôz deante</p><p>de si can­</p><p>taros, caixas, utensilios e outros paraphernaes instru­</p><p>mentos. Abriu a sessão por uma numerosa producção</p><p>de cobras miúdas que tirou de uma das caixas e col-</p><p>locou no chão, deante de si, á plena vista do auditorio,</p><p>permittindo a este que examinasse as serpentes e, deste</p><p>modo, se certificasse da realidade dellas. Um natura­</p><p>lista inglez presente classificou as cobras como perten­</p><p>centes a uma variedade indigena muito conhecida. Co­</p><p>meçou o Mágico, então, a entoar uma cantiga vagarosa,</p><p>lugubre, sussurrante, monotona, cujo som predominante</p><p>era como o sussurro de um zangão? ou</p><p>de um distante moinho de serra. As cobras levantaram</p><p>e moveram suas cabeças de um lado a outro ao som</p><p>do canto.</p><p>Tocava-as o Mágico de tempos a tempos e branda­</p><p>mente com sua varinha.</p><p>FASCINAÇÃO ORIENTAL 171</p><p>Aos olhos do auditorio, as cobras pareciam augmen-</p><p>tar gradualmente, indo de finas proporções até final­</p><p>mente assumirem o tamanho de immensas giboias, que</p><p>causaram grande alarma entre o auditorio, composto</p><p>de inglezes e naturaes. Pediu o Mágico aos assistentes</p><p>que ficassem quietos e assegurou-lhes que não havia</p><p>perigo.</p><p>Então elle inverteu o processo e viu-se que se fo­</p><p>ram as cobras gradualmente diminuindo até que desap-</p><p>pareceram completamente da vista.</p><p>O HINDU QUE DESAPPARECE</p><p>O proximo acto foi egualmente maravilhoso. Col-</p><p>locou o Mágico um dos assistentes no centro do circulo</p><p>traçado na areia e com gestos e cerimônias apropria­</p><p>das executou alguma encantação magica. Viu-se, então,</p><p>o rapaz andar á roda e, posto cada vez mais accelera-</p><p>damente como uma grande pitorra, começou depois, na-</p><p>quelle mesmo giro, a elevar-se no ar até que se sumiu</p><p>inteiramente. Então o Mágico inverteu o processo, tra­</p><p>zendo o rapaz abaixo, das aereas alturas. Primeira­</p><p>mente o rapaz começou a apparecer como uma pequena</p><p>mancha que gradualmente se foi tornando maior á me­</p><p>dida que se approximava da terra, até que se pôz deante</p><p>do auditorio, cumprimentando-o e rindo-se.</p><p>172 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>O FACTO DA MANGUEIRA</p><p>O acto seguinte foi a collocação de alguns caro­</p><p>ços de manga na terra, construindo-se um outeirinho</p><p>em torno delles.</p><p>Começou o Mágico os seus cantos e agitou suas</p><p>mãos sobre o monticulo. Viu-se apparecer em um mo­</p><p>mento uma plantinlia que foi gradualmente crescendo,</p><p>até que se tornou uma grande mangueira coberta de</p><p>folhas. Viram-se as flores e appareceram fructos ma­</p><p>duros, os quaes foram entregues ao auditorio. Rever­</p><p>tendo-se o processo, a arvore foi decrescendo gradual­</p><p>mente e, por fim, o Mágico tirou da terra as sementes</p><p>e mostrou-as ao auditorio. E, facto admiravel, os fru­</p><p>ctos que tinham sido distribuidos pelo povo desappare-</p><p>ceram juntamente.</p><p>A PROEZA DA CORDA</p><p>Este acto final foi tão extraordinário quanto os</p><p>precedentes.</p><p>Produziu o Mágico um rolo de corda real, a qual</p><p>passou de mão em mão para ser examinada. Isto feito,</p><p>deu um nó a uma das extremidades da corda e lançou-a</p><p>ao ar. Um dos assistentes approximou-se da corda e pe­</p><p>gou delia.</p><p>A um grito do Mágico, o rapaz começou a subir</p><p>rapidamente pela corda e em um curto tempo desappa-</p><p>FASCINAÇÃO ORIENTAL 173</p><p>receu, depois de se fazer tão pequeno como uma man­</p><p>cha no ar. Então, á outra palavra do Mágico, a mesma,</p><p>corda fluctuou no espaço e desappareceu.</p><p>A PROVA E EXPLICAÇÃO</p><p>Isto fez fim ao espectáculo. Mas aqui ha um notá­</p><p>vel proseguimento. Um inglez presente provou um es­</p><p>talo com seu apparelho photographico de algibeira, jus­</p><p>tamente no tempo em que o rapaz trepava pela corda.</p><p>Quando a negativa se desenvolveu, não houve nenhum</p><p>signal de corda, nem do rapaz nem de nenhuma mitra</p><p>cousa pertencente á manifestação. O Mágico mesmo</p><p>achava-se fora do centro da scena, sentado em um ter­</p><p>reno ao lado, tendo nos lábios um sorriso de conten­</p><p>tamento. Demonstrou este facto o que similares tes­</p><p>temunhas também provaram; convém saber: que os</p><p>factos não se cumpriram realmente, mas foram apenas</p><p>illusões produzidas por impressões sobre as mentes do</p><p>auditorio.</p><p>De facto, houve exemplos de Magia Mental ao longo</p><p>da phase de Fascinação Mental, proveniente da Von­</p><p>tade concentrada, e Visualisação de Imagens Mentaes,</p><p>transmittidas por Correntes Mentaes e agindo por meio</p><p>da Inducção Mentativa. Dar-vos-ei outra prova disto,</p><p>em um momento ou dois, depois que eu referir um pouco</p><p>mais de exemplos desta estupenda manifestação- da</p><p>Influencia Mental.</p><p>174 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>UM HOMEM ADMIRAVEL</p><p>Relata outro escriptor, correspondente de um jor­</p><p>nal americano, que, indo uma vez em viagem de recreio</p><p>sobre um vapor por um dos rios da índia e, parando em</p><p>um lugar, viu subir á margem, com a rapidez de um</p><p>macaco, um indígena, tendo simplesmente um panno</p><p>nas costas e fortemente ligada á parte posterior do pes­</p><p>coço uma trouxa vermelha, para guardal-o da agua,</p><p>quando nadava da praia. Não havia nada nelle que o</p><p>distinguisse de um fakir ordinário. Mas elle logo mos­</p><p>trou a sua qualidade.</p><p>Passando por deante do convez, apanhou um rolo</p><p>de corda fina que alli se via, da qual, desenvolvendo</p><p>uma ponta, deu-lhe um nó e lançou este no ar, por onde</p><p>a dita corda foi subindo, até que desappareceu, con­</p><p>soante referimos no capitulo precedente. Passando um</p><p>marinheiro com parte de um coco na mão, contendo</p><p>o liquido ou agua da amêndoa, tomou o Mágico a casca</p><p>de suas mãos e, segurando-a sobre um balde, da nau,</p><p>alii proximo, vasou-a nelle até que o encheu, e repe­</p><p>tiu o processo com outro balde, enchendo-o da mesma</p><p>forma e mais doze baldes foram egualmente repletos</p><p>da dita agua tirada do pedaço daquelle coco.</p><p>Isto feito, tomou um dos baldes cheios e, tendo-o</p><p>em sua mão, fel-o gradualmente diminuir até que des­</p><p>appareceu. Um momento depois, mostrou um pequeno</p><p>balde em sua mão, o qual gradualmente foi crescendo</p><p>FASCINAÇÃO ORIENTAL 175</p><p>até que novamente se mostrou cheio do dito liquido</p><p>que lhe chegava ás bordas, o qual foi por elle entor­</p><p>nado no convez.</p><p>UMA EXTRANHA OCCORREiNCIA</p><p>Presenciando a extranha acção, estava uma joven</p><p>mãe com seu filho ao lado> e uma aia também moça, á</p><p>distancia de uns pés. Com certo horror, a mãe viu en­</p><p>tão a governante levantar-se no ar uns poucos pés e</p><p>dirigir-se para o seu filho como se ella se deslisasse</p><p>para elle e erguer-se no ar com a creança nos braços,</p><p>até que desappareceu com elle entre as nuvens. Pôz-se</p><p>a mãe a gritar desesperadamente e a olhar para cima;</p><p>e, estando ainda a olhar, viu apparecer uma nuvem</p><p>branca como lã, a qual gradualmente tomou a forma</p><p>da governante que se foi tornando maior á medida que</p><p>descia, até que finalmente alcançou o convez novamente</p><p>e entregou a creança á sua mãe já contente. A mãe,</p><p>depois de apertar a creança contra o seio, bradou:</p><p>“Como te atreves a tomar meu filho?”, quando com</p><p>sua surpreza a rapariga respondeu: “Porque, mama,</p><p>teu filho esteve sempre dormindo e eu não toquei nelle”.</p><p>Então o fakir pôz-se a rir e disse: “Mem Sahib esteve</p><p>soai ente sonhando entranhas cousas”, Dei aqui sim­</p><p>plesmente um exemplo de Impressão Mental de um</p><p>grau de poder notável, produzida pela Vontade e Ima­</p><p>ginação Mental do fakir; os factos precedentes foram</p><p>egualmente assim produzidos.</p><p>176 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>MARAVILHAS SOBRE MARAVILHAS</p><p>Mas isto foi só o principio. Desatou o fakir a sua</p><p>trouxa vermelha e, tirando delia um coco, mostrou-o</p><p>aos passageiros, passando-o de mão em mão para ins-</p><p>pecção. Isto feito, pôz o fructo na extremidade de um</p><p>bambu e, agitando este, mandou-o em Hindi chover</p><p>como uma fonte e, immediatamente, brotou delle um</p><p>jacto de agua que cahiu sobre o convez como chuva co-</p><p>piosa. Então mandou parar a chuva e esta obedeceu-</p><p>lhe. Depois, fêl-a novamente cahir. Isto elle repetiu va­</p><p>rias vezes. Em seguida, materialisou uma cobra no ar</p><p>e fêl-a desapparecer ao seu mando, depois de haver</p><p>com ella aterrorisado os passageiros. Feito o que, ma­</p><p>terialisou varias fôrmas humanas em plena luz, á vista</p><p>dos passageiros, e mandou-as, depois, desapparecer</p><p>gradualmente até dissipar-se como uma nuvem de va­</p><p>por. E tomando alli uma collecta, que foi bastante</p><p>liberal, em rápido nado, ganhou a praia.</p><p>O SEGREDO REAL</p><p>Os naturaes entre os passageiros do navio riam-se</p><p>da admiração dos europeus presentes e zombavam da</p><p>conversação sobre a pelotica ou poder mágico, infor­</p><p>mando-os de que aquillo era somente um exemplo do</p><p>Mesmerismo Hindu, ou Influencia Mental, e de que</p><p>os de entre elles que resistiam ao feitiço, não viam nada</p><p>FASCINAÇÃO ORIENTAL 177</p><p>do phenomeno, excepto ao fakir com seus olhos scin-</p><p>tillantes, e toods attestaram o exercicio da Vontade</p><p>concentrada como poderoso. Estes factos são bastante</p><p>communs em muitas partes da If^dia, mas são alli co­</p><p>nhecidos como illusões mentaes; os que tentaram1 apa­</p><p>nhar a exhibição ou placas photographicas falharam,</p><p>pois ellas nada mais revelaram que o mágico em um es­</p><p>tado de concentração mental.</p><p>Estes mágicos desenvolveram o poder de fazer que</p><p>muitas pessoas ao mesmo tempo, illusoriamente, ve­</p><p>jam, ouçam, gostem e cheirem cousas que não têm exis­</p><p>tência material.</p><p>Trata-se da Imaginação Mental Induzida em um</p><p>grau desenvolvido, porém differe somente em grau dos</p><p>phenomenos mais familiares no Occidente.</p><p>TESTEMUNHO DE UM SABIO HINDU</p><p>Nesta connexão apraz-me ajuntar o testemunho e</p><p>a explicação que me foram dadas pessoalmente por um</p><p>grande e estimado amigo meu, um sabio indio, que via­</p><p>java neste paiz. Recebeu este amigo meu uma alta edu­</p><p>cação em addição aos seus conhecimentos orientaes, e</p><p>se tornou mui versado assim nos ensinos de Este como</p><p>nas doutrinas do Occidente. Disse-me este gentleman</p><p>(*) que na sua juventude presenciou varias exhibições</p><p>(*) Homem fino, de boa sociedade, perfeito cavalheiro.</p><p>(Nota da Traducção).</p><p>12</p><p>178 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>da ordem já relatada no seu torrão nativo. Primeira­</p><p>mente foi confundido e mystificado pelos fakires, po­</p><p>rém a direcção scientifica que deu á mente, fez-lhe pro­</p><p>curar uma solução. AÜim, pôz-se a experimentar, e logo</p><p>se achou apto ao menos para classificar os phenomenos</p><p>como do dominio de pura Illusão Mental.</p><p>Achou elle que a multidão costumava juntar-se</p><p>mui estreitamente em torno do Mágico, posto que se</p><p>reservava certo numero de jardas afastadas do opera­</p><p>dor para as ultimas instrucções e necessidades. Meu</p><p>amigo achou que, se elle se retirava poucas jardas da</p><p>vizinhança do povo, não podia ver nada a não ser a</p><p>mágico, e todos os seus factos mágicos desappareciam.</p><p>Quando elle se juntava á multidão, via plenamente as</p><p>mysticas apparencias. Tentou vários modos, com o</p><p>mesmo resultado. Em resumo, a influencia confinava-</p><p>se a uma certa area e a influencia mental era, sem du­</p><p>vida, augmentada pelo contagio das differentes mentes</p><p>na multidão. Meu amigo presenciou o muito conhe­</p><p>cido facto da mangueira e do desapparecimento da cor­</p><p>da (ambos relatados nestas paginas) e desta maneira</p><p>determinou que tudo aquillo era obra de Illusão Men­</p><p>tal em vez de ser uma occorrencia que annullasse as</p><p>leis estabelecidas da Natureza.</p><p>O testemunho deste cavalheiro corroborou a opi*</p><p>nião que eu já formei a este effeito, a qual concorda</p><p>com as das melhores autoridades.</p><p>FASCINAÇÁO ORIENTAL 179</p><p>UMA IDÉA ERRÔNEA</p><p>Terminando este capitulo, desejo indicar aos estu­</p><p>dantes desta obra uma idéa errônea que se infiltrou em</p><p>muitos livros do Occidente que tratam de hypnotismo,</p><p>etc., e que eu menciono e explico. Os mágicos Hindus,</p><p>ou mesmeristas, frequentemente ficam de cócoras du­</p><p>rante seus encantamentos, sussurrando um canto mo-</p><p>notono, vagaroso, como já se descreveu, e, ao mesmo</p><p>tempo, movendo o corpo da cintura para cima, em mo­</p><p>vimento circular, de torsão dos quadris, e ao mesmo</p><p>tempo fixando firmemente seu olhar sobre o auditorio.</p><p>Este movimento e torcedura é meramente um acompa­</p><p>nhamento ao canto moroso, muito parecido com os mo­</p><p>vimentos dos bailarinos orientaes que torcem seus cor­</p><p>pos em um modo> semelhante em rhythmo á musica. O</p><p>movimento é simplesmente um costume entre estes po­</p><p>vos e nada tem com a producção do phenomeno, como</p><p>todos os Occultistas Hindus sabem e já vos dissemos.</p><p>De facto, os mágicos mais altos entre os Hindus não</p><p>fazem mais que manter uma posição digna, calma, per­</p><p>manente, ou a -firme posição do Yogi, na qual o corpo</p><p>mantem uma postura egual e firme, em uma posição</p><p>de descanço e de respeito, postas as mãos sobre os joe-</p><p>ihos, estando as costas de uma dentro da palma da</p><p>@utra.</p><p>180 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>UMA IDÊA IMPRUDENTE</p><p>Todos os naturae^ da India comprehendem a ma­</p><p>téria acima, mas os visitantes occidentaes concluem</p><p>que este giro circular do corpo, começando dos qua­</p><p>dris, tem alguma relação com o poder manifestado. E,</p><p>como eu disse, muitas obras occidentaes sobre este as­</p><p>sumpto entraram em consideráveis detalhes sobre este</p><p>maravilhoso Hypnotismo Oriental que elles affirmam</p><p>ser completado por este movimento corporal.</p><p>Elles podem do mesmo modo apontar alguns en­</p><p>ganos physicos de movimento de cada hypnotisador</p><p>occidental afamado e sustentar que o dito movimento</p><p>é o segredo de seu poder.</p><p>Penso não ser necessário um novo commentario</p><p>neste caso. Os movimentos, as attitudes, etc., são sim­</p><p>plesmente partes da disposição da peça ou, possivel­</p><p>mente, partes do trabalho scenico, destinados a realçar</p><p>a impressão do mysterio. Isto é tudo.</p><p>METHODOS ORIENTAES DE DESENVOLVER</p><p>O PODER</p><p>Fui informado por uma autoridade — cuja pala­</p><p>vra merece os maiores respeitos, por ter gasto mui­</p><p>tos annos na índia e outros paizes orientaes — de que</p><p>o seguinte methodo é usado por estes Mágicos Orien­</p><p>taes para desenvolver dentro em si mesmos o poder de</p><p>FASCINAÇÃO ORIENTAL 181</p><p>criar fortes imagens mentaes nas mentes daquelles</p><p>que assistem ás suas praticas. O Mágico principia,</p><p>quando moço, a praticar imagens mentaes em sua</p><p>propria mente. Á</p><p>Este processo é parecido com a Visualisação, como</p><p>eu mencionei no meu livro sobre Magia Mental.</p><p>Em primeiro lugar, o Mágico usa de sua Vontade</p><p>e tenta formar uma imagem mental distincta de muitos</p><p>objectos familiares, como uma rosa, por exemplo. Elle</p><p>faz este exercicio até que realmente vê a cousa deante</p><p>de si, com os olhos de sua mente, da mesma forma que</p><p>certos pintores eminentes adquiriram a faculdade de</p><p>visualisar as faces das pessoas com quem se encontram,</p><p>de modo que podem reproduzil-as na téla em novas</p><p>posturas.</p><p>SUPERLATIVA INDUCÇÃO DO SENTIDO</p><p>ALCANÇADA</p><p>Então o Mágico experimenta com objectos maiores</p><p>e com grupos de objectos, e assim por deante para ima­</p><p>gens mais complexas.</p><p>Após annos de constante experimentação e pratica</p><p>na producção daquella obra, elle se vê habilitado a pin­</p><p>tar algumas destas scenas descriptas neste capitulo</p><p>como jactos — convém saber: elles se tornam capazes</p><p>de pintal-as claramente em suas próprias mentes. Isto</p><p>leito, o Mágico se faz apto para, por sua Vontade alta­</p><p>mente educada, projectar a Imagem Mental nas mentes</p><p>182 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>dos que o cercam. E? a Inducção do Sentido, descripta</p><p>por mim neste livro, levada somente a um grau de</p><p>manifestação maior.</p><p>ORIENTAL VERSUS OCCIDENTAL</p><p>O povo do Oeste não dedica o tempo e a attenção</p><p>ao cultivo de taes faculdades, ao passo que o povo</p><p>oriental gasta voluntariamente parte de sua vida para</p><p>o fim deste alcance. Mas, por outra parte, o occidental</p><p>dedica todo seu tempo á acquisição do poder da von­</p><p>tade e concentração com o fim de se fazer um Esta­</p><p>dista ou Financeiro.</p><p>Cada um — conforme o seu gosto e temperamento</p><p>— não trocaria os lugares ou poderes com o outro. Am­</p><p>bos empregam, não obstante, a mesma força, e pouco a</p><p>pouco conseguem o que desejam.</p><p>CAPITULO XIV</p><p>IMPRESSÃO DO FUTURO</p><p>Agora desejo chamar vossa attenção para o que</p><p>pode chamar-se Impressão do Futuro, ou como os</p><p>hypnotisadores lhe chamam, post-hypnotismo, etc. As</p><p>futuras impressões são como sementes plantadas na</p><p>mente, as quaes, em um tempo futuro, germinam, flo­</p><p>rescem e produzem fructos.</p><p>Os hypnotisadores produzem este phenomeno, dan­</p><p>do ao sujeito, quando em somno hypnotico (?), a sug­</p><p>gestão que, em certo tempo ou em alguns minutos ou</p><p>horas, ou dias, elle fará ou sentirá certas cousas.</p><p>Mas a nova escola</p><p>de psychologistas descobriu que</p><p>estas impressões futuras podem ser feitas no estado</p><p>receptivo ordinário, como no caso em que se operam</p><p>Quaesquer outras formas de Impressão Mental, e o re­</p><p>sultado será o mesmo que o obtido pelos hypnotisado-</p><p>pes, em que pese a outras theorias e methodos.</p><p>184 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>OS PRINCÍPIOS geraes</p><p>Não tenho por fim entrar em detalhes sobre esta</p><p>classe de phenomenos, pois tudo o que é necessário di­</p><p>zer-se pode resumir-se em duas fôrmas: l.° — que, ge~</p><p>ralmentc falando, todos os phenomenos de Impressão</p><p>Mental ordinaria immediata podem produzir-se como</p><p>Impressão-Futura; 2.° — que todos os phenomenos de</p><p>Impressão-Futura produzidos pelo operador sobre o su­</p><p>jeito, podem ser semelhantemente produzidos pela auto-</p><p>impressão do sujeito (convém saber: pelas impressões</p><p>que o sujeito produz em si mesmo).</p><p>COMO SE DÃO FUTURAS IMPRESSÕES</p><p>Em primeiro lugar, nos principios estatuidosKaci­</p><p>ma se diz meramente ao sujeito: “Farás isto e isto em</p><p>tal e tal tempo”, em vez de “Faze isto”. Por exemplo,</p><p>em vez de dizerdes ao impressionável que sua cadeira</p><p>se está queimando, dizei-lhe que, em dois minutos, elle</p><p>sentirá queimar-se a sua cadeira — o resultado será</p><p>semelhante em ambos os casos. Applicae o mesmo prin­</p><p>cipio a outros phenomenos mesmericos mencionados</p><p>nos capitulos precedentes e o resultado será idêntico.</p><p>A força da impressão, o grau de impressionabilidade,</p><p>etc., desempenhará a mesma parte tanto na Impressão</p><p>Immediata como na Futura. Este principio é posto</p><p>IMPRESSÃO DO FUTURO 185</p><p>em pratica pelos suggestionadores quando tratam de</p><p>hahitos.</p><p>Dão-se estas suggestões ao sujeito, dizendo-lhe:</p><p>“Todas as vezes que pegares de um cigarro, sentirás</p><p>nauseas ao pensares na escarradeira da sala contigua</p><p>ao armazém de cerveja”, etc., etc. E sempre um caso</p><p>da suggestão farás isto em Futura Impressão.</p><p>EXEMPLOS DA VIDA DIARIA</p><p>Dão-se muitas suggestões imprudentes na vida dia-</p><p>ria nas linhas de Futura Impressão, e ai! muitas dei-</p><p>las são acceitas descuidadamente, por falta de conhe­</p><p>cimento do principio. Quantas vezes tem-se dito a uma</p><p>impressionável recem-casada: “Não importa, ficarás</p><p>cançada delle depois de certo tempo”, etc. Ou ao ho­</p><p>mem: “Espera até que a novidade acabe, e ficarás des-</p><p>gostoso do negocio que fizeste”. Ou: “Perderás o inte­</p><p>resse e o enthusiasmo, daqui a pouco tempo”. Ou:</p><p>“Achal-o-ás depois de algum tempo e verás que elle</p><p>não é o que parece”.</p><p>E assim por deante. Podeis ajuntar a estes exem­</p><p>plos os de vossa propria experiencia. Muitas vezes es­</p><p>tas suggestões são secundadas e tendem a fazei* que as</p><p>pessoas as tenham conto verdades.</p><p>Muitas predicções de adivinhos se fizeram verda­</p><p>deiras deste modo, pelas pessoas impressionáveis e</p><p>ignorantes. Dei-vos a chave para este principio, agora</p><p>— cuidado com a licção! Se sentirdes que uma tenta­</p><p>186 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>tiva de Futura Impressão se está fazendo, afastae-a de</p><p>vosso mental com esta fórma: “NÃO, NÃO QUERO!’’</p><p>Este é o antídoto para o Veneno. Lembrae-vos disto e</p><p>ficareis salvos de perturbação algum dia.</p><p>O SEGREDO DE AUTO IMPRESSÕES FUTURAS</p><p>O segundo principio já exposto em vários para-</p><p>gfaphos atraz — isto é, que todos os phenomenos de</p><p>Futura Impressão podem ser duplicados pela Auto-</p><p>Impressão, ou Impressões feitas por si mesmo — é ver­</p><p>dadeiro e digno de consideração. Entregae á vossa</p><p>mente que deveis accordar ás quatro horas da manhã</p><p>do dia seguinte, para tomar um trem, e accordareis no</p><p>tempo certo. Impuzestes ao vosso mental a hora de</p><p>alarma.</p><p>Se tendes um compromisso para as tres da tarde,</p><p>podeis encarregal-o á vossa mente, como segue (falan­</p><p>do a vós mesmo, sem duvida) : “Agora, vê aqui! Lem­</p><p>bra-te que deves ver ao snr. Smith, ás tres da tarde</p><p>— ás tres, tres, digo! Lembra-te agora, ás TRES, eu</p><p>digo!”</p><p>E, se a impressão na vossa mente for sufficients</p><p>mente forte, um pouco antes das tres, começareis a sen­</p><p>tir-vos incommodado, e então o compromisso com o snr.</p><p>Smith, sahindo da região de vossa sub-consciencia, se</p><p>precipitará, dentro de vossa mente e tomareis vosso so­</p><p>bretudo e chapéo. Lembrae-vos da hora do alarma men­</p><p>tal! Refere-a toda a historia.</p><p>IMPRESSÃO DO FUTURO 187</p><p>A HORA MENTAL DE ALARMA</p><p>Vêdes, o experimentador, dando a Impressão Fu­</p><p>tura, põe a hora mental de alarma nas linhas impressio­</p><p>náveis. Elle faz a impressão mental e liga a esta a hora</p><p>mental de alarma. Quando o Alarma sáe da Impressão,</p><p>salta no campo de consciência e age como se tivesse sido</p><p>rapidamente feito. Esta é toda a historia toscamente</p><p>narrada.</p><p>PROTECÇÃO DE SI-MESMO</p><p>Mas não vos assusteis, ó timida gente. Lembrae-</p><p>vos que não acceitareis uma Futura Impressão a me­</p><p>nos que não acceiteis também uma Impressão Presente</p><p>— o grau de Dnpressional)ilidade é o mesmo em ambos</p><p>os casos. A unica razão que uma Futura Impressão tem</p><p>vantagem sobre a presente é que aquella é mais subtil</p><p>do que esta e que o povo não se acautela das cousas fu­</p><p>turas mais que das presentes.</p><p>Sentis uma impressão que fazeis esta cousa agora,</p><p>ao passo que prestareis pouca attenção á solicita im­</p><p>pressão que d’aqui a um amuo sentireis isto e aquillo</p><p>acerca de tal matéria, e despedis o assumpto com um</p><p>encolher de hombros, em vez de dizer pelo menos men­</p><p>talmente: NÃO, NÃO QUERO! A impressão presente</p><p>£ bastante para attrahir vossa attenção mais forte-</p><p>mente, porque ella é mais apparente — ao passo que</p><p>188 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>a futura impressão é mais insinuante, Mas agora que</p><p>estaes ao facto deste assumpto, podeis rir-vos de am­</p><p>bas e extrahir o ferrão com o vosso: — NÃO, NÃO</p><p>QUERO.</p><p>COMO MATAR AS VELHAS E CONTRARIAS</p><p>IMPRESSÕES</p><p>E, mais uma palavra. Se sentirdes que estaes nu­</p><p>trindo uma futura impressão feita, no passado, em</p><p>vós, e contra a qual o Alarma ainda não partiu, podeis</p><p>matal-a pela impressão pessoal (*) directa ou Auto-</p><p>Suggestão em sentido contrario. Convém saber: podeis</p><p>dizer: “Eu não quero que nenhuma Impressão adversa</p><p>que me haja sido feita, obre sobre mim — eu QUERO</p><p>lançal-a de minha mente — eu A MATO neste momen­</p><p>to pelo poder da minha VONTADE”. E ao mesmo tem­</p><p>po fazei uma Pintura Mental da Impressão obliterada</p><p>pela acção de vossa Vontade, assim como um traço de</p><p>giz é apagado do quadro negro pela escova. Tentae isto</p><p>e sêde livres! Muitos de vós hão de ficar-me gratos por</p><p>este conselho; marcae as minhas palavras.</p><p>(*) Propria, de vós-mesmo.</p><p>CAPITULO XV</p><p>ESTABELECENDO UM CENTRO</p><p>MENTATIVO</p><p>Tocamos a parte deste livro a que cada estudante</p><p>individual é chamado para decidir se deseja ou não to­</p><p>mar seu lugar no mundo como uma vida, centro activo</p><p>de Energia Mentativa ou se prefere ficar como um cen­</p><p>tro meio-vivo, passivo, negativo. Não importa o plano</p><p>que possaes escolher, o certo é que não deixaes de ser.</p><p>de alguma sorte, um centro. A questão que deveis de­</p><p>cidir é: “Que ordem de centro devo tornar-me?”</p><p>CADA INDIVÍDUO E? UM CENTRO</p><p>Expliquei em minha obra sobre Magia Mental e no-</p><p>v amente no primeiro capitulo do presente livro, que</p><p>cada individuo é um centro de Vida, Energia e Força</p><p>no Grande Oceano de Energia Mentativa Universal.</p><p>190 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Cada indivíduo é um centro em torno do qual gira seu</p><p>proprio mundo, seja este maior ou menor. O principio</p><p>é o mesmo em todos os casos. E cada mundo do homem</p><p>é largamente o que elle faz — o que elle attráe para si.</p><p>Do momento que a crença começa a affirmar o Eu</p><p>nelle, começa ella também a crear por si mesmo este</p><p>mundo. Ella attráe esta pessoa e cousa, repelle aquella</p><p>pessoa e cousa, de accordo com sua natureza mental, e</p><p>muda constantemente seu pequeno mundo conforme o</p><p>progresso de sua natureza.</p><p>CONSTRUCÇÃO DO MUNDO MENTAL</p><p>Em vista desta lei de vida, não é para nós impor-</p><p>tante construir nosso mundo mental com cuidado e</p><p>com o melhor material possível? Não deveriamos tor­</p><p>nar-nos Centros Activos de Energia que podemos ter o</p><p>necessário poder de construir forte e bem? Não deve­</p><p>riamos desenvolver nossos poderes de Attracção que</p><p>nos podem attrahir as cousas, pessoas e circumstancias</p><p>que contribuem</p><p>para o nosso bem-estar e contentamen­</p><p>to? Não deveríam desenvolver o poder de nossa von­</p><p>tade afim de exercer esta Força que é necessária para</p><p>nos guiar por meio dos embaraçados abrolhos da vida</p><p>e tornar para nós o caminho largo? Respondei estas</p><p>questões como quizerdes. Eu as respondí por mim mes­</p><p>mo e deveis fazer o mesmo por vós mesmos.</p><p>ESTABELECENDO UM CENTRO MENTATIVO 191</p><p>A DECISÃO IMPORTANTE</p><p>E assim procederei com esta obra, tendo por certo</p><p>que respondestes ás minhas perguntas affirmativa-</p><p>mente e vos destinastes a crear um centro activo men­</p><p>tativo por vós mesmos. Se optastes pelo negativo, fe-</p><p>chae este livro agora mesmo e não cogiteis das instruc-</p><p>ções que foram dadas nas linhas acima.</p><p>A FORÇA DUAL</p><p>Paremos por um momento e vejamos que Forças</p><p>se combinam neste centro activoi mentativo. Em pri­</p><p>meiro lugar, vemos que o aspecto dual da Energia</p><p>Mental sempre se manifesta. Aquillo que chamamos</p><p>Força-Desejo e o que denominamos Vontade-Poder (*)</p><p>apparecem como dois polos mentativos. Bem o sabeis,</p><p>pois estudastes minha obra principal sobre Magia Men­</p><p>tal, onde este ponto foi tratado por illustração. Mas ha</p><p>um aspecto do assumpto que não tratei de apresentar</p><p>com muito interesse no dito livro.</p><p>(*) Vontade-Poder e não Poder-de-Vontade.</p><p>(Nota da Traducçao).</p><p>Alludo á semelhança das duas phases de Energia</p><p>Mentativa, convém saber, Desejo-Força e Vontade-Po­</p><p>der para os phenomenos physicos de Magnetisino e Ele­</p><p>ctricidade respectivamente.</p><p>192 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>LEIS PHYSICAS NO MUNDO MENTAL</p><p>Desejo-Força, como Magnetismo, manifesta-se em</p><p>forma de poder de attracção, de arrastamento, cha­</p><p>mado, ao passo que Vontade-Poder, como Electricidade,</p><p>manifesta-se em forma de poder de impulsão, arranco,</p><p>constrangimento. Desejo-Força, como Magnetismo, ten­</p><p>de a chamar as cousas para dentro, para si mesmas; em-</p><p>quanto Vontade-Poder, como Electricidade, tende a le­</p><p>var as cousas para fora e para longe de si-mesmo. Esta</p><p>manifestação dual de Energia manifesta-se em toda a</p><p>Natureza e em todas as formas e condições.</p><p>Ha sempre uma attracção para o centro — e uma</p><p>impulsão para fora do centro. Esta lei manifesta-se</p><p>tanto sobre o Plano Mental, como sobre o Plano Phy-</p><p>sico.</p><p>ELECTRO MAGNETISMO MENTAL</p><p>Da gente magnética já ouvimos dizer muito que</p><p>tem o poder de attrahir as pessoas, mas este poder é</p><p>simplesmente uma phase da operação da Energia Men-</p><p>tativa. O mesmo não ouvimos dizer dos que são Eléctri­</p><p>cos, e, comtudo, o termo é tão proprio e applicavel como</p><p>o Magnético. A gente electrica é aquella em que a Von­</p><p>tade-Poder está fortemente desenvolvida e manifestada.</p><p>Esta gente domina a outros e obriga-os a fazer as cou­</p><p>sas. Ella é activa, enei^gica, compõe-se de homens e mu­</p><p>ESTABELECENDO UM CENTRO MENTATIVO 193</p><p>lheres fortes que se collocam atraz das cousas e as im­</p><p>pellent para deante.</p><p>Todos os grandes chefes possuem esta phase de</p><p>Energia a um grau notável. A simples menção da ma­</p><p>téria para vós levar-vos-á a pensar nos exemplos dos</p><p>que possuem a Electricidade Mentativa. Homens ha</p><p>que são capazes de obrigar a multidão que os cerca a</p><p>fazer a sua Vontade — elles transmittem ao povo a sua</p><p>Vontade. Taes homens, se vê, possuem um extranho</p><p>poder, mas poucos o comprehendem. Este poder é in­</p><p>teiramente differente do da personalidade fascinante,</p><p>attrahente, encantadora, do homem Magnético, porque</p><p>elle força e compelle pela só força de caracter e Von­</p><p>tade, em vez de puxar e attrahir. Vereis porque falei</p><p>destas duas phases como Masculina e Feminina res­</p><p>pectivamente, quando considerámos suas differentes</p><p>maneiras de manifestação.</p><p>O INDIVÍDUO electromagnético</p><p>Mas, emquanto ambas estas fôrmas de Poder, o</p><p>Magnético e o Eléctrico, têm seus pontos fortes e van­</p><p>tagens, eu sustento que o individuo mais altamente</p><p>desenvolvido deve ter ambas estas phases altamente</p><p>desenvolvidas. Em resumo, em vez de ser meramente</p><p>um individuo muito Magnético de um lado, ou um in­</p><p>dividuo muito Eléctrico de outro lado, o homem deve</p><p>ser um Individuo Electro-Magnetico, Em outras pala­</p><p>vras, elle deve ter ambos os lados de sua Energia Men­</p><p>is</p><p>194 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>tativa altamente desenvolvidos e em plena operação.</p><p>Desta maneira elle torna-se capaz de manifestar uma</p><p>influencia combinada que o fará um verdadeiro gigante</p><p>de Energia Mentativa.</p><p>DA THEORIA A’ PRATICA</p><p>Agora eu disse o bastante acerca da theoria da</p><p>cousa.</p><p>Peço-vos que leiaes o que eu disse ácima varias</p><p>vezes, e que o torneis a ler, se é que o não comprehen-</p><p>destes totalmente. Recommendo-vos a pratica e o exer­</p><p>cicio moderado da obra, afim de que possaes desenvol­</p><p>ver em vós as qualidades mencionadas.</p><p>Admittindo que considerastes, cuidadosamente, o</p><p>que eu disse, peço-vos que façaes os seguintes exercícios:</p><p>PRIMEIRO EXERCÍCIO PARA REALIZAR</p><p>O CENTRO</p><p>Exercicio I — Para realizardes a verdade de que</p><p>sois um centro do Poder Mentativo, deveis primeiro</p><p>realizar a existência do Grande Oceano da mesma Ener­</p><p>gia Mentativa. Não passeis por isto ligeiramente, pois</p><p>este ponto é muito importante. Deveis começar por</p><p>criar uma Imagem Mental do Universo como um Gran­</p><p>de Oceano de Energia vivificante, vibrando com vida,</p><p>força e poder. Tentae fazer esta Imagem Mental tão</p><p>clara quanto puderdes, vendo-a com os olhos dc vossa</p><p>ESTABELECENDO UM CENTRO MENTATIVO 195</p><p>mente, até que ella se torne real para vós. Figurae-vos</p><p>conio estando só no universo e cercado de todos os la­</p><p>dos pelo mar de vibrações e pulsações de Energia ou</p><p>Poder. Vêde que TODO PODER está contido neste</p><p>oceano, e que o oceano existe EM TODA PARTE. Cor-</p><p>tae de vosso Campo Mental todas as outras pessoas,</p><p>cousas ou condições.</p><p>Imaginae-vos só no grande Oceano do Poder.</p><p>Deveis fazer, frequentemente, esta Imagem Men­</p><p>tal, até vos tornardes capaz de visualisal-a distincta-</p><p>mente. Não quero dizer que tendes de vel-a realmente</p><p>como impressa em uma pagina; mas que vos tornareis</p><p>capaz de sentil-a realmente.</p><p>Começareis a comprehender o que tenho em vista</p><p>depois de praticardes um pouco. Este Grande Oceano</p><p>de Poder Universal deve tornar-se REAL para vós e</p><p>deveis praticar até que o alcanceis.</p><p>A IMPORTÂNCIA DO EXERCÍCIO</p><p>A importância do exercicio acima póde ser com-</p><p>prehendida quando eu vos disser — que será possivel</p><p>para vós manifestar mais que um grau médio de poder</p><p>até que vos torneis capaz de realizar que vós mesmo</p><p>sois um Centro. E será possivel para vós realizar que</p><p>vos mesmo sois um centro, desde que realizaes a exis­</p><p>tência do mesmo Oceano de Poder. Pois como podereis</p><p>julgar-vos como um Centro de Poder em um Oceano de</p><p>196 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Poder, se não realizardes a existência deste mesmo</p><p>Oceano?</p><p>O Oceano Universal de Energia Mentativa contém</p><p>em si mesmo todo o Poder. Força e Energia que ha;</p><p>Elle é a fonte de todas as formas de Energia.</p><p>Elle está cheio de um numero Infinito de peque­</p><p>nos Centros de Energia, dos quaes sois um. Recebereis</p><p>a força no mesmo grau em que a sacardes delle. Tentae</p><p>por todos os meios visualisar claramente este Grande</p><p>Oceano Mentativo, porque elle é a fonte de toda a</p><p>Força que tendes e esperaes adquirir. Entrae nesta</p><p>Grande Realização, amigos, pois ella é o primeiro passo</p><p>para o poder.</p><p>SEGUNDO EXERCÍCIO PARA REALIZAR</p><p>O CENTRO</p><p>Exercicio II — O segundo exercicio que tenderá</p><p>a augmentar vossa vibração como um Centro de Força,</p><p>é como segue: Imaginae-vos claramente como um CEN­</p><p>TRO DE FORÇA no Oceano Mentativo. Ao mesmo</p><p>tempo que vêdes o Oceano cercando-vos por toda parte,</p><p>deveis ver-vos como o Centro delle.</p><p>Não vos assusteis com esta idéa, pois ella se ba­</p><p>seia sobre a Verdade. Dizem-nos os Ensinos Occultos</p><p>mais altos que o Grande Oceano Mentativo tem o seu</p><p>centro em toda parte e sua circwmferencia em nenhuma</p><p>parte. Isto é, que, sendo o infinito no Espaço, não ha</p><p>Jugar finito que seja realmente seu Centro, e, comtu-</p><p>ESTABELECENDO UM CENTRO MENTATIVO 197</p><p>do, por outra parte, todo ponto de actividade pode ser</p><p>chamado seu Centro.</p><p>Extendendo-se infinitamente a todas as direcções,</p><p>sua circumferencia não</p><p>de um furão ou</p><p>inimigo semelhante. Por outra parte, cada observador</p><p>tem observado o maravilhoso poder de encamto que os</p><p>animaes exercem sobre outros de sua especie, do sexo</p><p>opposto. Se já testemunhastes o cortejo de u(m> passaro,</p><p>durante a estação do ajuntamento, tereis um vivo sen­</p><p>tida da realidade do poder empregado. Um dos pas-</p><p>saros, pode ser o macho ou a femea, será visto a fasci-</p><p>na/r ou encantar energicamente a um do sexo opposto,</p><p>estando este quieto, com as azas tremulas e uma ex­</p><p>pressão de fraqueza em seus olhos.</p><p>14 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Comparada a attitude deste eom a de outro pas-</p><p>saro, quando encantado pela serpente, a semelhança é</p><p>pasmosa.</p><p>TESTEMUNHO SCIENTIFICO</p><p>Tive deante de mi|m< um livro, escripto em 1847,</p><p>que relata perfeitamente um numero de exemplos da</p><p>operação da Fascinação Mental entre os mais baixos</p><p>animaes. Direi-vos um delles, abreviado.</p><p>Cita-se o Prof. Silliman que narra que um dia,</p><p>quando atravessava o Rio Hudson, em Catskill, passou</p><p>por um estreito caminho tendo de um lado um rio e de</p><p>outro uma alcantilada encosta coberta de bosques. Sua</p><p>attenção foi attrahida á vista de um numero de pas-</p><p>saros, de especies variadas, que voavato para deante e</p><p>para traz, cruzando o caminho, dando voltas e giros</p><p>extranhos e, semelhantemente, com um forte chilrear,</p><p>pondo-se no centro de um ponto particular do caminho.</p><p>Fazendo observação, o Professor achou uma enor­</p><p>me cobra preta, parte enroscada, parte erecta, mos­</p><p>trando uma apparencia de grande animação, com seus</p><p>olhos luzindo como um diamante acceso, e dardejando</p><p>a sua lingua pdia dentro e para fora. A cobra era o</p><p>centro do movimento dos passaros.</p><p>Ajuntou o Promissor que, supposto a cobra desap-</p><p>parecesse no bosque, receiando o approxilmar dos ho­</p><p>mens, não obstante os passaros pareciam perturbados</p><p>para escapar, e pousaram na vizinhança do bosque,</p><p>A FASCINAÇÃO MENTAL ENTRE OS ANIMAES 15</p><p>evidentemente esperando o reapparecimento de sua</p><p>jascinadora,</p><p>A FASCINAÇÃO PELA SERPENTE</p><p>O mesmo livro relata um incidente de um homem</p><p>em Pensylvania, que viu uma grande serpente preta</p><p>a encantar um passaro. Descrevia este, gradualmente,</p><p>decrescentes circulos em torno á cobra, lançando ao</p><p>mesmo tdmpo piedosos pios. Quando elle pareceu</p><p>quasi a cahir na bocca da cobra, o homem afugentou-o</p><p>desta e o passaro ergueu o seu vôo com um canto de</p><p>alegria.</p><p>Outro caso se conta de um esquilo que se via a</p><p>correr para adeante e para traz, entre um regato e uma</p><p>grande arvore pouco distante. Sua pelle estava um</p><p>pouco encrespada, e elle mostrava medo e afflicção.</p><p>A investigação mostrou a cabeça e o pescoço de uma</p><p>cobra cascavel, sahindo da trincha da arvore, e pondo-</p><p>se em direcção ao esquilo, O pobre esquilo, finalmente,</p><p>deixou de luctar e, rendendo-se á fascinação, foi pou­</p><p>sar a sua cabeça bem perto da bocca da cobra. Ia esta</p><p>arrojar-se sobre o roedor, quando um golpe de chicote</p><p>das mãos do observador a afastou dag^ua caça. Livre</p><p>do feitiço, o esquilo lançou a fugir com alegria.</p><p>fr</p><p>EXEMPLOS INTERESSANTES</p><p>Cita-se o Dr. Good que fez um estudo bastante do</p><p>poder curioso de fascinar exercido pela cobra casca-</p><p>1G FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>vel sobre pequenos animaes, taes como os^ passaros,</p><p>ardas, lebres novas, etc. Refere elle que estes animaes</p><p>se mostram incapazes de escapar aos olhos da cobra,</p><p>e, supposto pareçam luctar para fugir, comtudo não</p><p>fazem mais que approximate gradualmente do réptil,</p><p>como se fosse arrastado para elle, ou dito» mais bem,</p><p>attrahido por um poder superior ao seu instincto na­</p><p>tural. Elie prosegue a relatar que o animal se arrasta</p><p>cada vez miais perto, até que, finalmente, se introduz</p><p>na bocca da serpente, que já se acha aberta para o</p><p>receber.</p><p>Cita-se o Dr. Barrow como fornecedor de vários</p><p>exemplos desta ordem, conhecidos pelos camponezes</p><p>em todas as partes do mundo. Williant, o viajor afri­</p><p>cano, fala de um exemplo em que elle assistiu uma</p><p>pega parda no acto quasi de ser fascinada, á distancia,</p><p>por uma grande cobra, cujos olhos e bocca estavam</p><p>abertos ao approximate a ave gradualmente, mani­</p><p>festando tremor convulsivo e lançando pios agudos</p><p>de afflicção. O viajor disparou contra a cobra, mas,</p><p>ao colher o passaro, achou-o morto ou fosse pelo receio</p><p>ou poder da serpente, ou pelo violento roímper do fei­</p><p>tiço. Elle mediu a distancia entre a cobra e a ave e</p><p>achou ser ella áe tres pés e meio.</p><p>HISTORIAS EXTRAÍNHAS</p><p>y</p><p>Relata-se um caso em um dos primeiros relatórios</p><p>da Sociedade Philosophica, no qual um rato foi posto</p><p>A FASCINAQÃO MENTAL ENTRE OS ANIMAES 17</p><p>em uma gaiola com uma víbora, a titulo de experien-</p><p>cia. Primeiramente o rato pareceu muito agitado, se­</p><p>guindo-se a este estado uma condição de fascinação;</p><p>avançava-se o rato cada vez mais perto da vibora, que</p><p>se puzera imlmiovel, com as queixadas extendidas e</p><p>olhar scintillante. O rato, finalmente, entrou, de facto,</p><p>na bocca da vibora e por esta foi devorado. Relata</p><p>Bruse, viajor africano, que os indígenas de uma +ribu</p><p>interior parecem ser pela natureza protegidos contra</p><p>as mordeduras de vibora e picadas de escorpiões. Di­</p><p>zem elles que tanto que tocam estes animaes sem re­</p><p>ceio, parecem os mesmos ficar como que faltos de seu</p><p>poder de resistência. Refere aquelle viajor que, no» mo­</p><p>mento em que os ditos animaes são tocados por algum</p><p>daquelles barbaras, adoecem e algumas vezes ficam</p><p>tão exhaustos pelo poder de fascinação invisível, que</p><p>morrem em pouco tempo. E accrescent a estas pala­</p><p>vras: “Eu observei constantemente que uma vibora,</p><p>por mais vigorosa que fosse, quando era tocada por al­</p><p>gum destes .barbaros, adoecia e fraquejava, frequente­</p><p>mente fechava os olhos e nunca tornava sua bocca</p><p>para o braço que a tinha”.</p><p>Pessoalmente, presenciei alguns casos semelhantes.</p><p>Quando menino, em Maryland, conhecí um trabalha­</p><p>dor de uma herdade que era havidoi por encantador de</p><p>cobras. Como elle fazia, não sei dizer, poréta sei que</p><p>exercia uma sorte de influencia sobre todas as especies</p><p>de cobras egualmente as venenosas, e punha-as numa</p><p>tal fascinação que, num movimento súbito, chegava a</p><p>2</p><p>18 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>isegural-as pelo pescoço com uma das mãos nua. Pa­</p><p>recia estar este homem perfeitamente contente, quan­</p><p>do, tendo uma cobra mettida em sua algibeira, dei­</p><p>xava a cabeça della de fora a olhar para a pessoa com</p><p>quem elle conversava.</p><p>Os negros daquelle logar tinhalm um horror mor­</p><p>tal a este homem e preferiam cortar largo a passar</p><p>perto da casa delle.</p><p>FASCINAÇÃO FORTE DE ANIMAES</p><p>Indubitavelmente alguns possuem, em vários graus^</p><p>o poder de fascinar animaes, cães e bestas ferozes. Quasi</p><p>toda gente conhece o encanto que certos homens exer­</p><p>cem, como por um poder mágico, sobre os cavallos mui­</p><p>tos bravos. Li eu casos de certos ladrões que eram ca­</p><p>pazes de aquietar os mais ferozes cães de guarda. Fala</p><p>nos Lindecrantz, um escriptor sueco, de certos indíge­</p><p>nas de Lapland que possuíam o processo de encantar</p><p>cães a um grau tal, que chegavam a metter medo até</p><p>mesmo aos maiores cães de caça, os quaes, tanto que</p><p>os viam, deitavam a correr com todos os signaes de</p><p>objecto receio.</p><p>Muitos de meus leitores já viram ou ouviram falar</p><p>de alguns domadores de cavallos, domadores que se</p><p>acham em varias partes do paiz. Encerram-se elles com</p><p>os cavallos bravos em uma estrebaria e por certos “se­</p><p>gredos” com os taes cavallos, conseguem! domal-os com- e</p><p>pletamente e fazel-os passivos á sua vontade.</p><p>A FASCINAÇÃO MENTAL ENTRE OS ANIMAES 19</p><p>FASCINADO POR UMA COBRA</p><p>Recordados ha em que alguns homens que foram</p><p>fascinados por uma cobra, cederam em suas experiên­</p><p>cias. Um destes casos relata que um homem estava tra­</p><p>balhando em seu jardim, quando repentinamente se</p><p>achou em presença de uma cobra, cujos olhos brilha­</p><p>vam de uma singular maneira. Achou-se o homem fas­</p><p>cinado como por encanto e incapaz de desviar os seus</p><p>olhos dos daquelle animal. A cobra (narrou elle de­</p><p>pois) parecia tornar-se intmensamente maior e assu­</p><p>mir, em successões rapidas, um mixto de côres bri­</p><p>lhantes. Sua vertigem augmentou e teria</p><p>existe. Por isso, com direito e</p><p>justiça, considerae-vos um Centro do Oceano-Poder.</p><p>Todo individuo é um Centro; tem o seu mundo que em</p><p>torno delle gira e faz a sua revolução.</p><p>Uns têm um pequeno mundo, outros um mundo</p><p>maior. Ha centros tão poderosos e exaltados, cuja im­</p><p>portância não pode ser alcançada pela mente humana.</p><p>Mas mesmo os Pontos de Actividade mais peque­</p><p>nos são outros centros em si mesmos. Assim, não duvi­</p><p>deis, mas começae por formar uma Pintura Mental de</p><p>vós mesmos como um CENTRO DE PODER.</p><p>UM PONTO FOCAL DE FORÇAS</p><p>Praticae este exercicio até que possaes claramepte</p><p>xentir-vos como um Centro de Poder. Deveis apprender</p><p>a julgar-vos como um Ponto Focal de Força no Grande</p><p>Oceano Mentativo. Assim como um corpo grande de</p><p>electricidade se manifesta em pequenos pontos de acti­</p><p>vidade, assim a Energia Mentativa se manifesta em</p><p>que sois um Ponto de Actividade nella. Aconse­</p><p>lhando-vos a aperfeiçoar-vos nesta realização, exponho-</p><p>vos este facto, conhecido de todos os occultistas adean-</p><p>tados: que o grau de Poder que haveis de possuir será</p><p>egual ao da realização vossa desta Natureza real do Eu.</p><p>198 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Todos os homens fortes de nosso tempo têm, in­</p><p>tuitiva ou instinctivamente, esta realização, como egual-</p><p>mente a tiveram os homens fortes de todas as edades.</p><p>Isto é, ainda que elles não conheceram a philosophia ou</p><p>sciencia da matéria, comtudo sentira/m e sentem este</p><p>Poder do Ego em si mesmos, o qual lhes dá a confiança</p><p>para obrar as causas e a Vontade-Poder e Desejo-Força</p><p>para realizar seus emprehendimentos.</p><p>E’ este sentimento de Força inherente o que faz os</p><p>homens fortes, bem succedidos e positivos. E este sen­</p><p>timento ou realização póde ser desenvolvido em uma</p><p>pessoa, comtanto que esta o deseje sufficient emente</p><p>forte. Pelo exercício de vosso Desejo e Vontade podeis</p><p>realizar este Poder e, ao realizal-o, virá para vós cons­</p><p>tantemente uma onda sempre crescente de Desejo e</p><p>Vontade. Na medida de vossa Expressão estará a de</p><p>vossa Idéa da Fonte de todas as Idéas Positivas.</p><p>TERCEIRO EXERCÍCIO PARA A REALIZAÇÃO</p><p>DO CENTRO</p><p>Exercício III — O terceiro exercício consiste na</p><p>realização da Natureza da Força. Esta Força, Energia</p><p>ou Poder que vos está enchendo, e sendo attrahida para</p><p>o vosso Centro, consiste na Manifestação Eléctrica de</p><p>Vontade-Poder e Manifestação Magnética de Desejo-</p><p>Força. Ambas estas constituem as Phases de uma</p><p>Força. Por isso, podeis começar a realizar que estas</p><p>qualidades estão dentro em vós, para que possaes ex-</p><p>ESTABELECENDO UM CENTRO MENT ATIVO 199</p><p>pressal-as, ganhando assim uma addição e augmento</p><p>de Força que vem para os que sabem expressal-a. De­</p><p>veis começar a realizar que tendes uma VONTADE</p><p>capaz de expressar-se nas cousas, homens e circums-</p><p>tancias de vosso mundo — e deveis começar a realizar</p><p>que tendes um DESEJO que vos attráe as cousas, ho­</p><p>mens e circumstancias de vosso mundo e que, de facto,</p><p>vos tira o puro material daquelle de que o mundo está</p><p>cheio. Tanto que realizardes esta força dual dentro em</p><p>vós, começareis a expressal-a automaticamente. O acto</p><p>de realização faz ao mechanismo mental começar a</p><p>obrar suave e effectivamente.</p><p>Por isso figurae em vós mesmo esta Força Dual.</p><p>Representae-vos produzindo uma influencia e acção</p><p>sobre o mundo que vos cerca. Vêde-vos como um Poder</p><p>no paiz. Vêde-vos como uma Força attrahente, tra­</p><p>zendo-vos o que necessitaes, quereis e pedis consciente</p><p>e inconscientemente. Figurae-vos um individ/uo electro-</p><p>Tnagiietico.</p><p>Sois um individuo, porque sois um Centro de Po­</p><p>der. Sois electro-magnetico, porque possuis a Vontade</p><p>Eléctrica e o Desejo Magnético.</p><p>UMA FORTE EXPOSIÇÃO</p><p>Levae com vos co constantemente este pensamento e</p><p>l epeti-o muitas vezes a vós mesmos e achareis nelle uma</p><p>fonte de Força — achareis que a Força flue para vós,</p><p>quando o disserdes ou pensardes. Quando vos sentirdes</p><p>200 ' FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>fracos, ou sentirdes a necessidade de ajuntar Forças,</p><p>usae desta Formula:</p><p>EU SOU UMA VIDA ELECTRO-MAGNETICA.</p><p>E, quando disserdes e pensardes isto, figurae-vos</p><p>representando o significado da phrase; d’aqui a impor­</p><p>tância do conhecimento de sua significação. Não passeis</p><p>ligeiramente por esta exposição de Força tão impor­</p><p>tante, mas tentae pratical-a realmente e vereis que se</p><p>acha nella uma Bateria. Os que vos cercam se farão</p><p>conscientes de um novo sentido de vosso Poder interno.</p><p>NÃO VOS ENCOSTEIS A OUTROS NEM DEIXEIS</p><p>QUE OUTROS SE ENCOSTEM A VÓS</p><p>Guardae comvosco este conselho. Não provoqueis</p><p>o ridiculo daquelles que vos cercam, falando-lhes da</p><p>Fonte de vossa Força. Não vos apoquenteis com elles.</p><p>Se elles são individuos, comprehenderão isso, sem que</p><p>alguém Ih’os diga. Se elles não são individuos, tudo que</p><p>se lhes venha a dizer não os esclarecerá. Tratae da</p><p>vossa parte, cuidae de vossos proprios negocios e dei-</p><p>xae que elles façam o mesmo. Ninguém pode construir</p><p>sua Individualidade a não ser de dentro.</p><p>Cada um deve alcançar a sua própria salvação e</p><p>subir por seus pés a escada do aperfeiçoamento. Quanto</p><p>mais cedo chegar o povo a este conhecimento, melhor</p><p>para elle. A ninguém sirvaes de apoio ou poste-de-en-</p><p>ESTABELECENDO UM CENTRO MENTATIVO 201</p><p>costo. Não vos encosteis a ninguém, nem deixeis que</p><p>outros se encostem a vós.</p><p>VIVEI VOSSA PROPRIA VIDA E DEIXAE QUE</p><p>OS OUTROS VIVAM A SUA</p><p>Houve muita tolice no dizerem que devieis viver</p><p>a vida de outros por elles, ou deixar que elles vivessem</p><p>a vossa vida por vós. Cada homem ou mulher deve tor­</p><p>nar-se um individuo por seu proprio trabalho e vida.</p><p>Não ha uma tal cousa como Individualidade de substi­</p><p>tuição. Não receieis afíirmar o Eu — reclamar a he­</p><p>rança que vos cabe por justiça e o vosso direito a ser</p><p>um Individuo e não uni parasita. Não temaes desem­</p><p>baraçar-vos das pessoas parasitas que impedem o vosso</p><p>desenvolvimento individual.</p><p>Lancem os parasitas as suas raizes na terra como</p><p>o fizestes; agarrem-se elles ao grande corpo de Força e</p><p>Poder em vez de pegarem do corpo mental de alguém.</p><p>Cesse o seu nutrimento de segunda-mão e apprendam a</p><p>tifal-o da Primeira Fonte. Este é o unico meio; a falta</p><p>de conhecimento disto é o que tem enchido o mundo de</p><p>homens fracos em vez de Individuos. Por isso, pensae</p><p>bem nestas cousas; conservae-as bem na vossa menté,</p><p>quando fizerdes o vosso enunciado de Força:</p><p>“SOU UMA VIDA ELECTRO MAGNÉTICA’.</p><p>CAPITULO XVI</p><p>ATMOSPHERA PESSOAL</p><p>A Força Mentativa que emana de todos os indiví­</p><p>duos cria em torno delles uma Atmosphera Mental que</p><p>se extende muitas vezes a uma considerável distancia</p><p>de seu corpo, especialmente no caso dos indivíduos for­</p><p>tes. cuja Atmosphera Mental é sentida, quando entram</p><p>em um quarto ou lugar publico.</p><p>As pessoas cuja personalidade é mais fraca têm</p><p>uma Atmosphera Mental que se extende a poucas pol-</p><p>legadas (*) de seus corpos, e que é difficilmente perce­</p><p>bida por aquelles com quem ellas entram em contacto.</p><p>A AURA POSITIVA</p><p>A homem de Individualidade Positiva — nosso ho­</p><p>mem que sente ser uma Vida Electro-Magneticd — leva</p><p>’ *) Inch.</p><p>204 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>comsigo uma aura, cuja Atmosphera Mental é de Força</p><p>Positiva. Esta atmosphera é sentida pelas pessoas com</p><p>quem elle se junta. As gentes dizem de um tal homem:</p><p>Elle tem alguma cousa ao seu redor, a qual os impres­</p><p>siona sem ser por ellas comprehendida. Será bem que</p><p>empregueis o vosso tempo no estudo desta Atmosphera</p><p>Mental de alguns homens fortes com quem vos relacio­</p><p>nardes, pois agora que tendes o segredo do assumpto,</p><p>podeis tomar delle algumas lieções de valor.</p><p>O “AR EM TORNO” DOS INDIVÍDUOS FORTES</p><p>Eu disse em minha Magia Mental*. “Não posso des-</p><p>crevervos muito bem este ar; a menos que não encon­</p><p>treis uni homem desta ordem, não podereis comprehen-</p><p>der isto.</p><p>(*) Vivo, provvpto, espirituoso, é o sentido em que o termo</p><p>é aqui empregado. Prefiro o original por estar em uso.</p><p>(Nota da Traducção).</p><p>Mas é uma cousa muito differente do pomposo in-</p><p>funado, impostor, espalhafatoso ar e procedimento ma­</p><p>nifestado pelos imitadores baratos destes grandes ho­</p><p>mens.</p><p>O homem magnético não vos diz quão grande,</p><p>smart (*) ou importante elle é. Isto elle o deixa para</p><p>os seus imitadores. Elle faz-vos sentir sua força por</p><p>seus modos e atmosphera, sem dizer uma palavra. Elle</p><p>tem este algo em torno de si que o povo conhece e admi-</p><p>ATMOSPHERA PESSOAL 205</p><p>ra. E este algo vem de sua consciente ou inconsciente re­</p><p>lação com a Vontade Universal”.</p><p>INDIVIDUALIDADE, NÃO PERSONALIDADE</p><p>No paragrapho acima, mostrei ao estudante a</p><p>amêndoa (*) da materia. O menor companheiro que</p><p>pensar ser elle um dos maiores, crê que sua força vem</p><p>de sua personalidade, e mais cedo ou mais tarde, cáe,</p><p>por causa de seu erro. Mas aquelles que são realmente</p><p>grandes de vida, sabem melhor; elles podem não enten-</p><p>del-o todo, mas sentem, de algum modo, que ha Alguma</p><p>('ousa atraz delles da qual tiram Força e Poder, e</p><p>crendo elles isto, enchem-se de coragem e audacia e ir­</p><p>radiam a sua força de todos os lados. Elles podem falar</p><p>de sua estreita feliz ou providencia especial, ou crer-se</p><p>especialmente favorecidos de Deus (como é o caso, pelo</p><p>menos, com um dos grandes financeiros modernos), mas</p><p>qualquer que seja a interpretação especial deste Algo,</p><p>todos elles reconhecem sua existência e confiam nella.</p><p>E esta convicção e realização communica aos individuos</p><p>fortes este ar de calma, poder positivo e confiança pro­</p><p>pria que impressionam aquelles com quem elles entram</p><p>en> contacto e que formam sua Atmosphera Mental.</p><p>(*) O essencial.</p><p>206 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>VOLTA AOS PRIMEIROS PRINCÍPIOS</p><p>Dando-vos instrucções na arte de construir por vós</p><p>mesmos uma Atmosphera Mental positiva, não posso</p><p>fazer mais que vos remetter aos primeiros principies</p><p>e pedir-vos realizeis que sois um Foco Dynamico — um</p><p>Centro de Força — na grande Vontade Universal, o</p><p>qual tem dois attributes: Vontade-Poder e Desejo-For­</p><p>ça. Que sois, em summa, UMA VIDA ELECTRO-MA-</p><p>GNETICA.</p><p>A REALIZAÇÃO TRAZ O PODER</p><p>Se alcançardes fixar firmemente esta realização em</p><p>vossa mente, creareis automaticamente para vós mes­</p><p>mos a Atmosphera Mental mais positiva que será sen­</p><p>tida por todos com quem entrardes em relação. Assim,</p><p>em primeiro e ultimo lugar, e em todos os tempos, tra-</p><p>tae de alcançar esta Realização. Dizei-vos: Eu sou uma</p><p>Vida Electro-Magnetica. Pensae isto, sonhae isto,</p><p>obrae isto. Sem duvida, realizareis o que tudo isto si­</p><p>gnifica. Sois um Electro-Magnete por onde flue a Von­</p><p>tade-Poder universal e em relação á corrente que per-</p><p>mittis manar por vós, será o Poder que sois capazes de</p><p>manifestar.</p><p>ATMOSPHERA PESSOAL 207</p><p>COMO USAR DA REALIZAÇÃO</p><p>Quando desejardes manifestar um grau especial</p><p>de Poder, fazei que esta exposição se inflamme em vossa</p><p>mente, como se nella estivesse esçripto em letras vivas.</p><p>Quando sentirdes que se approxima de vós uma pes­</p><p>soa, cuja influencia vos contraria, levae a effeito esta</p><p>exposição e vereis este effeito actuar sobre a dita pes­</p><p>soa. Ella sentirá a fortaleza de vossa Atmosphera</p><p>Mental e cessará de vos contrariar. Quando mesmo não</p><p>houver necessidade de vos recorrer ao Poder da Expo­</p><p>sição, será bem que a deixeis arder em vosso interior,</p><p>pois assim fazendo, fortaleceis a vossa realização e a</p><p>vossa Atmosphera Mental reflectirá em vosso estado</p><p>mental mais intimo.</p><p>ATMOSPHERAS MENTAES ESPECIAES</p><p>Uma egual quantidade para a Atmosphera Men­</p><p>tal Geral.</p><p>A7 medida que proseguirmos, veremos que o In­</p><p>dividuo Electro-Magnetico cria Atmospheras Mentaes</p><p>especiaes por meio de seus Estados Mentaes, depen­</p><p>dendo isto ao mesmo tempo de sua Vontade ou De­</p><p>sejo. Não só sua Vontade e Desejo affectam directa-</p><p>mente outras pessoas por meio de Correntes Mentaes,</p><p>nias ainda a Inducção Mentativa é estabelecida pela</p><p>Atmosphera Mental, sem nenhum esforço especial de</p><p>sua parte.</p><p>208 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>MANTENDE VOSSA POSITIVIDADE</p><p>Nesta parte desejo chamar vossa attenção para a</p><p>importância de manter sempre vossa positividade como</p><p>um meio de educação de vossa mente. Não vos torneis</p><p>negativo a outros, ainda mesmo que não haja nada a</p><p>perder com isso, pois pelo vosso descuido, podeis criar</p><p>um habito negativo que vos trará serias perturbações</p><p>mais tarde.</p><p>Se alguma pessoa topa comvosco e parece domi­</p><p>nar ou sujeitar-vos, interponde por todos os meios uma</p><p>resistência mental directa. Não necessitaes manifestar</p><p>a mesma em palavras, pois isto provocaria o ridicule</p><p>em muitos casos; nem precisaes dar uma physica ex­</p><p>pressão especialmente ao vosso estado mental. Olhae</p><p>simplesmente para os olhos da pessoa com bondade e</p><p>sem nenhum esforço mental e dizei ao mesmo tempo</p><p>mentalmente: Eu sou umu Vidu ElectroMagnctico.</p><p>Achareis que vossa Positividade se ergue até egualar-</p><p>se com a sua, e vosso sentimento de negatividade des-</p><p>apparecerá. Em casos excepcionaes, podeis ajuntar</p><p>mentalmente: Sou tão positivo como vós.</p><p>COMO CRIAR AURAS POSITIVAS</p><p>Fareis bem criando Atmospheras mentaes para</p><p>estabelecer o habito e assim aproveitar-vos das mesmas</p><p>em dadas occasiões.</p><p>ATMOSPHERA PESSOAL 209</p><p>As opportunidades de todas as sortes se vos apre­</p><p>sentarão todos os dias. O essencial é cercar-vos de uma</p><p>Aura Mental de uma natureza tal, que a gente proce­</p><p>derá para comvosco, conforme fôr do vosso agrado.</p><p>Poucos exemplos tornar-vos-hão mais clara a idéa que</p><p>eu quero significar, assim com este dou-vos a mesma.</p><p>UM EXEMPLO INTERESSANTE</p><p>Eu conheço uma joven em Chicago que se queixava</p><p>constantemente de que o povo a atropelava sempre, na</p><p>Rua State (uma das mais frequentadas da grande me­</p><p>tropole Occidental). Disse-me ella que os transeuntes</p><p>a impelliam para os lados do passeio, acotovelando,</p><p>apertando e encontrando-a de um modo o mais desagra­</p><p>dável. Pediu-me que lhe dissesse o que ella pode­</p><p>ría usar para prevenir ás pessoas que assim não</p><p>fizessem. Respondi-lhe que não julgava necessário con­</p><p>siderar, no caso, separados os individuos, mas que ella</p><p>devia tratar a multidão como um corpo e proteger-se</p><p>por meio de uma Atmosphera Mental. Aconselhei-a a</p><p>que construisse esta em torno de si com estes dizeres:</p><p>Povo, respeita9 meus direitos; não é justo que me ve-</p><p>a es na rua; nego á m ultidão o poder de me incommodar.</p><p>Segui ella este aviso e, em curto tempo, construiu em</p><p>torno de si uma Atmosphera Mental que actuou quasi</p><p>magicamente sobre o povo, o qual parava ao lado e</p><p>lhe deixava franca passagem na via. Pôz-se, então, ella</p><p>51 transitar calma e serenamente, sem incommodos, e a</p><p>14</p><p>210 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>multidão a deixava só. Devo accrescentar aqui que a</p><p>perturbação original nasceu de um desgosto sub-con-</p><p>sciente para a multidão e um extremo receio do povo,</p><p>resultando disso que seu desgosto actuou quasi como</p><p>Medo e attrahiu para si a interferencia do povo. A nova</p><p>Atmosphera Mental expelliu a velha e deu á joven,</p><p>além disso, uma Positividade AddicionaL</p><p>RECEIO COMO FORÇA DE ATTRACÇÃO</p><p>Nesta connexão, chamo vossa attenção para o facto</p><p>psychologico notável que o Receio actua como uma. força</p><p>attrahcnte, em via negativa. Se desejaes muito uma cou­</p><p>sa, vós a attrahis e se a receives, a attrahis da mesma</p><p>maneira. Esta contradicção apparente embaraçou mui­</p><p>tos estudantes do assumpto, mas parece-me clara.</p><p>Eu penso que a sua explicação é que, em ambos os</p><p>casos, se opera uma pintura mental viva, e a attracção</p><p>se realiza pela Visualisação que tende sempre a ma-</p><p>terialisar a Imagem Mental.</p><p>Vêdes o que eu quero significar? Pensae um pouco</p><p>sobre o assumpto e vel-o-eis claramente'.</p><p>A TRANSFORMAÇÃO DE UM CAPACHO HUMANO</p><p>Outro caso de experiencia real. Outra joven, tam­</p><p>bém residente em Chicago, queixava-se de que os cie-</p><p>ATMOSPHERA PESSOAL 211</p><p>rigos, na sua maior parte, a não tratavam cortezmente,</p><p>mas conservavam-n’a esperando sem prestar-lhe a me­</p><p>nor attenção; em outros termos, tratavam-ifa como</p><p>um “capacho humano”. Disse-me ella que não teria</p><p>pensado tanto no caso, se outras mulheres fossem pe­</p><p>los mesmos egualmente tratadas, mas em quanto ella</p><p>era ignorada, outras recebiam a maior attenção; os clé­</p><p>rigos, correndo para eilas, serviam-ifas. Eu disse-lhe</p><p>que ella tinha gradualmente</p><p>construido em torno de</p><p>sua pessoa uma Atmosphera Mental de Expectação —</p><p>que ella tinha cahido no habito de esperar tal trata­</p><p>mento, e , por conseguinte, tinha o que esperava.</p><p>Eu penso que no principio ella tinha manifestado</p><p>um estado de mente timido, humilde, brando, rasteiro,</p><p>quando dava entrada no meio daquella gente, que de</p><p>algum modo a opprimia. Então, depois que isto lhe</p><p>attrahiu sobre si o descuido dos reverendos, que se</p><p>mostravam mui promptos a limpar seus pés no capa­</p><p>cho humano, ella se pôz regularmente a esperar o re­</p><p>voltante tratamento. Não era o caso uma questão de</p><p>vestuário, ou algo semelhante, pois ella se trajava muito</p><p>bem — e no tocante a isso, eu conheço mulheres que,</p><p>supposto andam vestidas pobremente, conseguem to­</p><p>davia um bom tratamento, porque eilas conhecem as</p><p>leis mentaes que lhe evitam os maus tratos.</p><p>Foi, pois, este caso simplesmente o de uma At­</p><p>mosphera Mental, como muitos de vós claramente vêm.</p><p>212 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>COMO A MUDANÇA OCCORREU</p><p>Bem, eu disse-lhe que se fortalecesse e criasse uma</p><p>nova Atmosphera Mental, por meio destes dizeres ge-</p><p>raes: “Os clérigos gostam de mim; gostam de attender-</p><p>me; prestam-me toda attenção; fazem isto porque me</p><p>estimam. e também porque eu INSISTO NISTO como</p><p>meu Direito!'’ O encanto obrou em curto tempo, e</p><p>agora a boa joven diz que os padres não só a tratam</p><p>muito bem, mas se dão mesmo ao trabalho de chamar</p><p>a sua attenção para as escolhas desejáveis, especiaes</p><p>ajustes, e tudo o mais desta ordem. A cura foi perfeita.</p><p>UMA ANALYSE</p><p>Chamo vossa attenção para o referido acima —</p><p>peço-vos notar que a primeira parte do caso foi ope­</p><p>rado pelo Desejo-Força e a outra pela Vontade-Poder.</p><p>O caso da jovem mencionada primeiro (a que se oppôz</p><p>á multidão da rua) deu-se ao longo das linhas da Von-</p><p>tade-Poder.</p><p>Peço aos estudantes que examinam cada um dos</p><p>ditos casos, pois só fazendo assim, poderão applicar os</p><p>principios que se lhes offerecerem e nos proprios.</p><p>A JOVEN A QUEM “NINGUÉM AMAVA”</p><p>Certa occasião aconselhei uma jovem que lasti­</p><p>mava a sua impopularidade, dizendo-me que ninguém</p><p>a amava, etc., etc., a que seguisse egual methodo.</p><p>ATMOSPHERA PESSOAL 213</p><p>Ella criou uma Nova Atmosphera Mental em torno</p><p>de sua pessoa por meio da affirmação geral: “A gente</p><p>gosta de mim; acha-me attractiva; ama-me e se apraz</p><p>de estar em minha companhia”. Passado certo tempo,</p><p>referiu-me ella que, de flor desprezada, (*) se fizera fa­</p><p>vorita e só lhe faltava accommodar-se ás condições no­</p><p>vas, pois sentia ainda uma qualquer cousa embaraçosa</p><p>de gostos e amores. Foi este pura e simplesmente o caso</p><p>de Desejo-Força.</p><p>(*) No original se lê. “estado de goivo amarello”. wall-</p><p>Rawer dom,.</p><p>(**) As maiusculas sào do original: Power of Merc</p><p>ords. (Notas da Traducção).</p><p>NECESSITA SE MAIS DO QUE PALAVRAS</p><p>Imaginae, agora, por um momento, que, nos casos</p><p>acima e em centos de outros de mim conhecidos pes­</p><p>soalmente, o resultado desejado se obtem meramente</p><p>pela repetição papagueada ou a modo de um phonogra-</p><p>pho das palavras da Formula. Estas recitações do Po­</p><p>der de Meras Palavras (**) e todo o resto de taes par-</p><p>landas, cançaram-me de facto. Desde que travei conhe­</p><p>cimento com certas pessoas que se consideram no Novo</p><p>Rensamento, vi e ouvi tão grandes absurdos, que me não</p><p>apraz usar as palavras Representação ou Affirmação.</p><p>Imaginou esta gente que por mera repetição de pala­</p><p>vras, obrariam milagres. Ora essa! Que desatino! Con­</p><p>214 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>sidera-me como a um chinez ou a outro povo que escreve</p><p>longas preces em tiras de papel e as deixam fluctuar á</p><p>brisa, esperando que os deuses acceitem suas supplicas,</p><p>emquanto os supplicantes se põem a folgar em outros</p><p>lugares. Umas vezes prendem ás taes supplicas peque­</p><p>nos guisos para attrahir a attenção dos deuses. Ou­</p><p>tras fixam as preces em uma roda movida pela agua</p><p>e a cada volta desta pedem um favor para ella. Que</p><p>orações baratas! Oh, não riaes, muitos de vós obraram</p><p>como loucos. Fizestes vossas Representações e Affir-</p><p>mações no mesmo espirito, e agora sentis desaponta­</p><p>mento, porque nada aconteceu. Sem duvida, nada acon­</p><p>teceu; como poderia ser de outro modo?</p><p>O SENTIMENTO ATRAZ DAS PALAVRAS</p><p>E disse centenares de vezes — e agora repito outra</p><p>vez — que as palavras por si nada valem; a virtude real</p><p>jaz no sentimento atraz das palavras. Se não ha sen.</p><p>timento, não ha resultado. Para alcançarmos os resul­</p><p>tados, devemos erigir o vigamento das palavras e cons­</p><p>truir em torno delle a estructura do sentimento e ex­</p><p>portação e visualisação. Este é o meio para chegar ao</p><p>fim. As palavras são meramente o esqueleto — a carne</p><p>e o sangue são os sentimentos e visualisações materia-</p><p>lisadas.</p><p>ATMOSPHERA PESSOAL 215</p><p>IDE E FAZEI EGUALMENTE</p><p>As jovens atraz mencionadas, que eu apresentei</p><p>como casos typicos para illustrar o principio — não fi­</p><p>caram contentes com as palavras, porque não deixei que</p><p>o ficassem. Prevenindo-lh’o, instei com ellas que usas­</p><p>sem os proprios exercicios mentaes e methodos — que</p><p>foram os autores da obra.</p><p>E agora dou-vos a mesma instrucção e direcções</p><p>que Ihei dei — applicae-as aos vossos proprios casos e</p><p>sereis semelhantemente bem succedidos.</p><p>O ESSENCIAL (*) DA MATERIA</p><p>O essencial do processo^ de criar a Atmosphera Men­</p><p>tal baseia-se no que eu chamei Visualisação^ e de que</p><p>tratei no meu livro sobre Magia Mental. Esta Visuali­</p><p>zação é simplesmente a criação de uma Imagem Mental</p><p>forte da cousa desejada, aperfeiçoando-a cada dia até</p><p>que ella se torne tão clara como uma cousa material</p><p>existente. A Visuallisação tende, pois, a materializar-se,</p><p>convém saber, começa a construir-se em torno de suas</p><p>condições materiaes puras correspondentes ao vigamen­</p><p>to mental.</p><p>O corpo de palavras é o modelo em torno do qual a</p><p>Imagem Mental Visualidade se forma.</p><p>f.*) No original: A amêndoa, — the kernel.</p><p>216 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>E a Imagem Mental é o esqueleto em torno do qual</p><p>as verdadeiras condições materiaes se constroem. Lem­</p><p>brae-vos do exemplo do Mágico Hindu mencionado em</p><p>um capitulo anterior? Bern, este dá-vos uma idéa. A</p><p>joven fez sua Imagem Mental da rua em que a multi­</p><p>dão inconscientemente sentiu-a e se ajustou em torno</p><p>delia. Assim no caso da joven no departamento po­</p><p>voado e outros mencionados. A Imagem Mental mani­</p><p>festa-se como uma Atmosphera Mental e materializa-se</p><p>gradual mente.</p><p>COMO VISUALISAR</p><p>A cousa a fazer na Visualisação é trazer a Imagi­</p><p>nação Positiva a ver e sentir a cousa como real mente</p><p>existente. Então, por uma pratica constante e medita­</p><p>ção, a Atmosphera Mental torna-se formada e o resto</p><p>é tudo questão de tempo. Vêde-vos a cós mesmos como</p><p>desejaes ver-vos. Vede as condições que desejaes que</p><p>existam.</p><p>A Materialisação far-se-á após a Visualisação do</p><p>mesmo modo que este se formou logo depois da Formula.</p><p>GRAUS DE RECEPTIVIDADE</p><p>Nesta connexão, todavia, devo chamar vossa atten­</p><p>ção para o facto de que os graus de receptividade das</p><p>pessoas para as vossas Atmospheras Mentaes e Ima­</p><p>gens Mentaes, dependem inteiramente do grau de Posi-</p><p>ATMOSPHERA PESSOAL 217</p><p>tividade dellas. Ellas respondem-vos somente no gran</p><p>que respondem a outras influencias mentativas. Os for­</p><p>tes evitam as influencias a que os fracos se sujeitam,</p><p>tanto nesta como em outras phases do phenomeno. Mas</p><p>não deixeis que a causa receie de vossa parte.</p><p>Fazei-vos positivo — tendes instrucções para isso.</p><p>— e agora fazei o resto.</p><p>LEDE ENTRE AS LINHAS</p><p>Eu poderia escrever um livro todo a respeito da</p><p>Visualisação na phase da formação das Atmospheras</p><p>Mentaes, mas que utilidade teria ? Dei-vos aqui os prin­</p><p>cípios funda mentaes e alguns exemplos illustrative»;</p><p>deveis fazer o resto por vós mesmos.</p><p>Se lestes cuidadosamente este livro por entre as li­</p><p>nhas tão bem como pelas mesmas linhas, comprehendes-</p><p>tes os pequenos detalhes que escapam áquelles que não</p><p>fizeram o mesmo. Cada um achará nelle a parte que</p><p>lhe é própria (*). Penso que vós, os cuidadosos estu­</p><p>dantes, comprehendereis muito bem o que eu quero si­</p><p>gnificar. Se assim não fôr, não posso</p><p>auxiliar-vos, até</p><p>Qne alcanceis uma outra comprehensão desenvolvida.</p><p>(*) Each will finei in this book that for which he or she</p><p>w ready. Cada um achará neste livro aquillo para o qual elle</p><p>°u ella está preparada. — (Nota da Traducção).</p><p>Mas acho convinhavel que façaes deste livro e do</p><p>da Magia Alentai varias leituras.</p><p>218 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Todas as vezes que o relerdes, achareis alguma no­</p><p>vidade a (bccrescentar ao vosso conhecimento, e em cada</p><p>leitura descobrireis muitos significados occultos que</p><p>só agora se vos fizeram claros.</p><p>O ESSENCIAL PARA O EXITO</p><p>O homem que desejar exito no trato com seus seme­</p><p>lhantes, deve cercar-se de uma Atmosphera Mental Po­</p><p>sitiva. Elle deve criar uma atmosphera de Confiança</p><p>Propria e Positividade que supplantará a Negatividade</p><p>daquelles com quem entrar em contacto.</p><p>Esta Atmosphera Mental Positiva é aquella subtil</p><p>influencia que emana dos negociantes fortes, e que af</p><p>fecta, influencia e domina o povo em um grau maior do</p><p>que a onda de termos que muitos affectam crer ser a</p><p>chave do successo. Quando entrardes em relação com</p><p>uma pessoa que tem uma Atmosphera desta ordem, se­</p><p>reis consciente ou inconsicentemente affectado por ella.</p><p>E se notaes este effeito sobre vós no caso de outras pes­</p><p>soas, porque não procuraes alcançar vós mesmos este</p><p>poder? Porque não vos tornaes Positivos em vez de</p><p>Negativos?</p><p>COMO PROCEDER</p><p>As direcções e exercicios dados neste capitulo, se­</p><p>cundados pela instrucção dada em outros capitulos</p><p>deste livro, habilitar-vos-ão a formar em torno de vós</p><p>ATMOSPHERA PESSOAL 219</p><p>unia Atmosphera Mental mais positiva, que vos dará</p><p>poder. i</p><p>Depende, porém, tudo isso de vós mesmos. Deveis</p><p>exercitar vossa Vontade e Desejo, tal como um musculo</p><p>que desejaes desenvolver. A mesma regra que opera no</p><p>mundo physico, opera no mental. Em addição aos Exer­</p><p>cicios dados um pouco atraz, suggiro-vos o seguinte que</p><p>pode aproveitar-vos em casos especiaes, formando uma</p><p>Atmosphera Mental Positiva.</p><p>Dou-vos simplesmente o vigamento verbal, em torno</p><p>do qual deveis edificar a Imagem Mental, que, por sua</p><p>vez, produzirá a Atmosphera Mental. Lembrae-vos, po­</p><p>rém. que mesmo praticando estes exercicios, não de­</p><p>veis perder de vista a principal Formula de França:</p><p>Eu sou uma Vida Electro-Magnetica, por meio da qual</p><p>communicareis Vida, Vitalidade e Energia a outras</p><p>Imagens e Representações Mentaes.</p><p>Aqui estão as referidas Formulas-Vigamentos ver-</p><p>baes em torno das quaes construireis vossa Pintura Men­</p><p>tal que deveis materialisar no plano objective. Achal-</p><p>as-eis proveitosas em muitos casos.</p><p>VIGAMENTOS (*) MENTAES</p><p>I. Cerco-me de uma Atmosphera de Exito.</p><p>A) Affirmações, dir-se-ia excellen temente. — (N. da T).</p><p>220 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>II. Sou positivo. Tenho uma forte Vontade. Impres­</p><p>siono positivamente aquelles que entram no</p><p>campo de minha Força.</p><p>III. Não tenho medo. Absolutamente não tenho re­</p><p>ceio. Nada pôde prejudicarmie.</p><p>IV. Mato todo iwcomvmodo e desanimo. Irradio Es­</p><p>perança, Alegria e Bom humor. Sou vivo, ale­</p><p>gre e feliz e faço tudo em torno de mim sentir</p><p>o mesmo.</p><p>V. Sou equilibrado, calmo e senhor de mim mes­</p><p>mo. Domino perfeitamente meu temper armênio,</p><p>emoções e paixões, e todos reconhecem que isto</p><p>é um facto.</p><p>VI. Estou tranquillo aqui. Não tenho nenhum aca^</p><p>nhamento e timidez. Estou calmo, sereno e sin­</p><p>to-me em casa.</p><p>VII. A gente aprecia-me. Estou cercado de uma At­</p><p>mosphera Mental que faz que a gente goste de</p><p>mim.</p><p>VIII. Sou senhor do que me cerca; nada me pertur­</p><p>ba; nada me affect a contraria-mente ; sou o</p><p>Senhor.</p><p>IX. Estou protegido por uma A tmosphera Mental</p><p>que me rodeia. Nenhum pensamento contrario,</p><p>corrente ou suggestões inimigas podem pene­</p><p>trar esta armadura protectora.</p><p>Estou fóra de ataques mentaes; sou livre,</p><p>forte e positivo.</p><p>ATMOSPHERA PESSOAL 221</p><p>Usando alguns dos dizeres acima, não deixeis de</p><p>parte meus conselhos e instrucções concernentes ás Ima­</p><p>gens Mentaes, que restem de carne estes esqueletos ver-</p><p>Iws, transformando os ossos seccos das palavras em,</p><p>uma Força Viva.</p><p>Lembrae-vos da importância da Imagem Mental</p><p>e Vistualisação para criar Atmospheras Mentaes.</p><p>CAPITULO XVII</p><p>INFLUENCIA pessoal directa</p><p>Falei, no ultimo capitulo, do effeito das Atmosphe-</p><p>ras Mentaes de que as pessoas podem cercar-se e cer­</p><p>cam-se. Notareis que em minha discussão sobre parte</p><p>da materia, falei somente da injluweia geral exercida</p><p>sobre outros, e não da Influencia Pessoal Directa exer­</p><p>cida por um homem sobre outro em suas relações pes-</p><p>soaes.</p><p>O presente capitulo e os que seguem a este, serão</p><p>dedicados á parte da materia que trata da Influencia</p><p>Pessoal Directa.</p><p>O CONFLICTO MENTAL SILENCIOSO</p><p>Já vos eu disse em outra parte: todas as vezes que</p><p>^uas pessoas se encontram, dão lugar a um conflicto</p><p>dental silencioso ou lucta pela supremacia, da qual</p><p>224 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>uma dellas sáe victoriosa e o facto é reconhecido por</p><p>ambas as partes contendoras.</p><p>Esta lucta mental é habitualmente o combate en­</p><p>tre os poderes mentaes das duas, e não tem nada com</p><p>os estados mentaes induzidos ao mesmo tempo. Mas o</p><p>homem que é versado na arte da Fascinação Mental</p><p>vae além disto, porque reconhece que elle póde concen­</p><p>trar sua Energia Mental em modos e fôrmas differen-</p><p>tes sobre a outra pessoa e com uma força e poder taes,</p><p>que a segunda pessoa terá um estado mental semelhan­</p><p>te, induzido pelos meios familiares ao estudante deste</p><p>livro. *</p><p>AS LINHAS DE OPERAÇÃO</p><p>A influencia pessoal directa opera-se por meio da</p><p>Força do Desejo e do Poder da Vontade, sem duvida.</p><p>Já expliquei, em outro lugar, como o Poder da Von­</p><p>tade póde ser usado para despertar o Desejo em outrem;</p><p>e como elle póde também vencer a Vontade de segunda</p><p>pessoa. Expliquei como a Força-Desejo induz um Desejo</p><p>semelhante na segunda pessoa; ê, por outra parte, como</p><p>é usado para subjugar a Vontade de outra pessoa. Não</p><p>é necessário que eu repita estas cousas. Supponho que</p><p>já vos inteirastes disto pelo estudo deste livro e do da</p><p>Magia Mental. Passarei a considerar os Meios de Ex­</p><p>pressão da Influencia Pessoal e os methodos commum-</p><p>mente empregados para o uso delia.</p><p>INF LV ENCI A PESSOAL DIRECTA 225</p><p>OS MEIOS DE EXPRESSÃO</p><p>Estes meios de Expressão podem ser classificados</p><p><]o modo seguinte:</p><p>1. Meios Suggestivos que consistem (a) na ma­</p><p>neira Suggestiva, (b) no Tom Suggestivo e (c) na Pa­</p><p>lavra Suggestiva.</p><p>2. O meio dos olhos.</p><p>3. O meio do tacto.</p><p>Todas as tres formas mencionadas acima são, sem</p><p>duvida, meramente meios pelos quaes a Mente se expres­</p><p>sa : em outros termos: são canaes por onde sáe a Ener­</p><p>gia Mentativa.</p><p>Consideremol-os na ordem acima.</p><p>MEIOS SUGGESTIVOS</p><p>Peço-vos agora tornar-vos ao meu capitulo sobre</p><p>Suggestão Alentai em meu livro Magia Mental. Nelle</p><p>vereis estabelecidos os principios da Suggestão Mental,</p><p>com que vos tornastes •familiarisados, pois neste livro</p><p>uão repetirei as instrucções.</p><p>Vereis que a Suggestão é o symbolo externo do Es­</p><p>tado Mental Interno e que é o estado mais interno que</p><p>dá vitalidade á Suggestão. Fixae firmemente esta idéa</p><p>eni vossa mente, e pensae sempre na Força de suggestão</p><p>•a traz descripta.</p><p>15</p><p>226 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Expliquei-vos também que, quando alguém recebe;</p><p>uma Suggestão por uma agente physico, induz em si</p><p>mesmo o estado mental correspondente ao que originou</p><p>esta Suggestão Physica. Por exemplo: se vos sentirdes</p><p>cheio de confiança, energia e coragem, vossa apparent</p><p>cia exterior reflectirá o estado interno, e causará uma</p><p>suggestão a outros. Estes outros sentirão instinctiva-;</p><p>mente que o vosso estado interno é semelhante ao que!</p><p>estabeleci. E, isto sendo assim, uma Suggestão Physica</p><p>tornada mais forte que usual, produzirá em outros uma</p><p>impressão mais funda que a que é causada pela sugges­</p><p>tão ordinaria.</p><p>A MANEIRA SUGGESTIVA</p><p>Em vista do exposto acima, vereis porque é que</p><p>aquelles que se familiarisam com o assumpto conside­</p><p>ram importante cultivar os meios suggestivos. Princi­</p><p>piando com (a) a Maneira Suggestiva, vereis porque</p><p>é que nos impressionam as maneiras delicadas</p><p>de um ho­</p><p>mem que manifesta Energia, Confiança-propria e Po­</p><p>der em todos os seus movimentos. E também porque nos</p><p>inspira confiança um homem, cuja maneira indica que</p><p>elle é uma pessoa em quem outros depositam suas con-</p><p>fianças. Eu poderia mencionar aqui centenas de exem­</p><p>plos que mostram que, se a maneira de um homem traz</p><p>a impressão que nos faz, de certo modo, confiados e</p><p>crentes que elle age de uma certa maneira, estamos</p><p>aptos para acceitar a Suggestão de Maneira e cahimos</p><p>INFLTJEN CI A PESSOAL DIRECTA 227</p><p>na linha com o resto da gente. E, se o homem succede</p><p>ger um bom actor, podemos ser illudidos e enganados</p><p>pela sua maneira suggestiva.</p><p>A REGRA OPERA AMBOS OS MODOS</p><p>Não só esta lei se mantem boa no caso da maneira</p><p>e apparencia de Successo, Força, Confiança, etc., mas</p><p>ainda opera ao longo das linhas de apparencia e ma­</p><p>neira de mau exito, fraqueza e desconfiança. Conheceis</p><p>casos em que sentistes que certas pessoas não foram</p><p>dignas de confiança ou não eram acceitas onde se re­</p><p>queria a força de caracter; ou não pareciam ser bem</p><p>succedidas? Sem duvida que os conhecestes e agistes</p><p>inteiramente sob uma Suggestão.</p><p>UMA ILLUSTRAÇÃO</p><p>Illustrando este ponto, usei frequentemente o</p><p>exemplo de dois cães; um levando uma maneira que</p><p>indica respeito proprio e uma habilidade para preve:</p><p>nir e evitar liberdades inconvenientes; outro levando</p><p>seu rabo mettido entre as pernas em modo e apparen­</p><p>cia de indicar que elle espera ser lançado a ponta pés</p><p>e burros. O primeiro cão é quasi invariavelmente tra­</p><p>tado com respeito, mesmo pelos rapazotes malcreados;</p><p>a° passo que o segundo quasi sempre convida os cou-</p><p>as latas de estanho, os pedaços de tijolos e as bas-</p><p>t°uadas dos jovens da vizinhança.</p><p>228 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>E esta illustração é tão verdadeira no caso do povo,</p><p>como no caso dos cães.</p><p>Melhor é a idéa que encerra!</p><p>COMO ADQUIRIR ESTA MANEIRA</p><p>Mas, podeis dizer, como adquirir a gente esta Ma­</p><p>neira propria Suggestiva? Minha resposta é que só ha</p><p>um meio certo, que é começar a pensar fortemente em</p><p>um corpo, a visualisal-o, a represental-o. Vereis a phi-</p><p>losophia disto em minha licção sobre Architecture</p><p>Mental, em meu livro Magia Mental. Em outros termos,</p><p>se desejaes obter uma Suggestiva Maneira de confiança,</p><p>principiae por PENSAR na Confiança, desde manhã</p><p>até a noite. Deveis também iniciar a Visualisação da</p><p>Confiança, até que o consigaes; isto é, fazei uma Ima­</p><p>gem Mental de vós mesmos manifestando a confiança.</p><p>Deveis também começar de FAZER a VOSSA PARTE.</p><p>FAZENDO VOSSA PARTE</p><p>Agora, ácerca desta acção, devo dizer-vos que não</p><p>só significa o desempenho de vossa parte em vossa rela­</p><p>ção com as pessoas, senão também uma serie de recita­</p><p>ções, quando estiverdes só, como farieis se estivesseis</p><p>vos preparando para representar um papel em publico,</p><p>no theatro. Deveis formar uma Imagem Mental de vosso</p><p>olhar e acção confiada ao approximar das gentes. Acha­</p><p>reis que a pratica vos será muito proveitosa neste ca­</p><p>INFLUENCIA PESSOAL DIRECTA 220</p><p>minho e adquirireis uma maneira que será vossa segun­</p><p>da natureza, e que servirá para dar Suggestão ás pes­</p><p>soas com quem vos relacionardes. E, mais do que isto,</p><p>servirá, além de tudo, para obrar a vossa propria con­</p><p>fiança. Imaginae a approximação de gente extranha, e</p><p>então fazei vossa parte do melhor modo possivel, au-</p><p>gmentando. cada dia, em commodidade e brandura de</p><p>acção.</p><p>Pensae no como vos impressiona o actor no theatro</p><p>— e lembrae então que a sua maneira elle a adquiriu</p><p>por uma pratica e trabalho constantes; que podeis fa­</p><p>zer o mesmo e chegar, como elle, a impressionar as gen­</p><p>tes. O que é verdadeiro no caso da Confiança, o é tam­</p><p>bém a respeito da personagem que desejaes desempe­</p><p>nhar. Desta maneira podem-se desempenhar algumas ou</p><p>todas as personagens e uma apparencia e maneira ad­</p><p>quirida que a Suggestão a outrem.</p><p>Desejo e posso fazer-vos considerar que ha vários</p><p>modos neste methodo. Se puderdes considerar quantos</p><p>homens o empregaram para adquirir qualidades que os</p><p>habilitaram a conquistar o publico, vereis quão impor­</p><p>tante elle vos será por seu uso legitimo.</p><p>A PRATICA FAZ-VOS PERFEITO</p><p>Nesta representação, deveis lembrar que a pra­</p><p>tica vos fará tão perfeito, que vossa parte parecerá</p><p>Natural, quando a representardes em publico. Mas, sem</p><p>Ppatica, uma tentativa desta ordem, em publico, seria</p><p>230 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>ridícula. Lembrae-vos da illustração do actor real, e</p><p>tereis o segredo da representação. Lembrae-vos também</p><p>de que, na medida que puzerdes vossa mente na parte,</p><p>nessa será obtido o vosso exito. Quando praticardes,</p><p>deveis applicar a vossa mente na acção, como se o</p><p>fizesseis com muito interesse. Lembrae-vos de que a</p><p>mente jáz atraz de tudo.</p><p>O TOM SUGGESTIVO</p><p>O segundo meio suggestivo é o Tom Suggestivo.</p><p>Este só pode ser adquirido pela acção. Deveis pra­</p><p>ticar até que vos sintaes capazes de expressar a vossa</p><p>idéa em sentimento de modo tal que os vossos ouvin­</p><p>tes possam ser impressionados. Deveis começar vossa</p><p>pratica pelo uso diário de algumas simples palavras</p><p>— Bom dia, por exemplo. Tentae-o agora e vereis quão</p><p>grosseira, aspera e cruelmente fazeis as vossas sauda­</p><p>ções diarias. Tentae imaginar que tendes bom animo,</p><p>energia e alegria, depois lançae este sentimento ao</p><p>vosso l)om dia e vereis quão differente elle parece. Pra-</p><p>ticae isto por algum tempo, e logo adquirireis um tom</p><p>natural, franco, alegre, vigorisador, quando disserdes</p><p>tom dia. Não necessitareis de um mestre para vos di­</p><p>zer, em palavras, como fazer isto.</p><p>Procurae SENTIR a parte e expressal-a-eis com</p><p>naturalidade. Fazei os vossos sentimentos mais flexí­</p><p>veis e vossos Tons os reflectirão. Depois que tiverdes</p><p>INFLUENCIA PESSOAL DIRECTA 231</p><p>conseguido os termos mais simples de expressão, pas-</p><p>sae ás sentenças maiores.</p><p>Sentados sobre cadeiras, em vossos quartos, ex-</p><p>perimentae-as, imaginando ter deante de vós o povo;</p><p>falae a este com sentimento e expressão até que adqui-</p><p>raes a arte. Não consideraes quanto ganhareis com taes</p><p>praticas, antes de a experimentardes. Desejo que ouçaes</p><p>o testemunho daquelles a quem communique! esta cousa.</p><p>A IMPORTÂNCIA DO TOM SUGGESTIVO</p><p>Não ha nada mais importante na Influencia Pes­</p><p>soal do que um bom Tom Suggestivo. Pensae no povo</p><p>que conheceis, e então imaginae que influencia têm suas</p><p>vozes sobre vós. Não só a qualidade da voz, mas o Tom.</p><p>Vós realmente reconheceis a differença entre o tom da</p><p>pessoa hesitante, timida, desconfiada, e o do individuo</p><p>confiado, tranquillo.</p><p>Ha uma vibração subtil no tom deste ultimo, a</p><p>qual gera em outro a confiança e o respeito e exige obe­</p><p>diência em um modo quieto e calmo, fóra de rumores e</p><p>bacharelices. Lêde o que eu disse ácerca deste assumpto,</p><p>em minha licção sobre a Influencia Pessoal, em meu li­</p><p>vro Magia Mental.</p><p>EXEMPLO DO USO DELLE (*)</p><p>Se lerdes do presente livro a parte que trata da</p><p>Experimentação Psychologica, vereis que muito depende</p><p>‘ *) Do Tom Suggestivo. — (Nota da Traducção).</p><p>232 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>do Tom. Vereis que, quando disserdes ao sujeito: Tu</p><p>NÃO PODES, o tom em que pronunciardes “NÃO PO­</p><p>DES” concorrerá grandemente para a producção da</p><p>resposta.</p><p>E o mesmo acontece com o Tom Suggestive qual­</p><p>quer que seja o que exprima. Elle sempre deixa a im­</p><p>pressão daquillo que o emissor quiz que elle significas­</p><p>se. Esta é a razão pela qual muitos homens públicos se</p><p>esforçam annos após annos por alcançar este meio de</p><p>influencia — o Tom Suggestivo.</p><p>Remetto-vos novamente ao exemplo do Actor.</p><p>Vêde como elle consegue pôr Sentimento em seu Tom.</p><p>Podeis fazer o mesmo, se vos derdes á pratica com</p><p>interesse, levando a vossa mente á obra.</p><p>Pensae em uma cousa que desejaes expressar, vi-</p><p>sualisae-a e então representae-a em vosso Tom. Fica­</p><p>reis surpresos do rápido progresso que fareis. Lem­</p><p>brae-vos sempre do pensamento; o Tom só é um meio</p><p>de expressão da MENTE que jaz atraz delle.</p><p>USAE DOS NERVOS (*), NÃO DOS MUSCULOS</p><p>(*) Da força, do vigor. — (Nota da Traducção).</p><p>miu. Em outros termos, elles parecem levar a força</p><p>muscular</p><p>aos seus tons, em vez da energia nervosa, e,</p><p>assim fazendo, praticam um erro grave, pois onde a</p><p>Commettem muitos o erro de falar com os musculo s</p><p>em vez de com os nervos, como um escriptor se expri-</p><p>INFLUENCIA PESSOAL DIRECTA 233</p><p>primeira tem um effeito lento, não penetrante, a ulti­</p><p>ma vibra subtilmente e alcança a parte sensível de uma</p><p>mente. Falae com sentimento, sentimento, sentimento,</p><p>todas as vezes que desejardes que vossa linguagem im­</p><p>pressione, e vossos tons reflectirão o mesmo e induzi­</p><p>rão em outros um sentimento correspondente.</p><p>A PALAVRA SUGGESTIVA</p><p>A terceira fórma do Meio Suggestivo é a Palavra</p><p>Suggestiva. Posso explicar isto mais claramente, quan­</p><p>do chamar vossa attenção para o facto de que toda pa­</p><p>lavra é uni pensamento crystallisado. Em toda palavra</p><p>ha um pensamento impresso. Quando alojaes uma pala­</p><p>vra na mente de uma pessoa, a cobertura crystallina</p><p>delia se dissolve e o pensamento nú se manifesta. Isto</p><p>sendo assim, importante é para alguém — escolher cui­</p><p>dadosamente os pensamentos crystallisados ou pala­</p><p>vras que deseja implantar na mente de outrem. Falei</p><p>disto em meu livro maior, em minha licção sobre Sug­</p><p>gestão Mental, á qual eu vos remetto. Mas desejo dizer-</p><p>vos aqui, outra vez, que deveis estudar as palavras até</p><p>que vos sintaes capazes de distinguir entre as que levam</p><p>llm pensamento rwo, activo, de sentimento e as que são</p><p>menos fortes.</p><p>EXEMPLOS</p><p>Toniae a palavra FORTE, por exemplo. Não vos</p><p>faz ella sentir força, quando a ouvis forte e sensível­</p><p>234 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>mente pronunciada? Tomae a palavra AFFAVEL e</p><p>vêde os sentimentos que ella desperta em vós. Pronun-</p><p>ciae as palavras LEÃO e CORDEIRO e vêde os</p><p>differentes sentimentos que experimentaes nos diffe-</p><p>rentes sons.</p><p>Tomae a palavra ESTRONDO, e vêde como ella</p><p>suggere a cousa que estala, se choca, se rompe e as­</p><p>susta, da qual quereis dar idéa. Oomparae o som das</p><p>palavras ÁSPERO e SUAVE — e vereis o que eu</p><p>quero significar. O unico meio que posso indicar-vos</p><p>para adquirirdes o uso das Palavras Suggestivas é o</p><p>estudo das mesmas. Ouvi as palavras usadas por ou­</p><p>tros e notae o effeito que vos ellas causam. Tomae um</p><p>pequeno vocabulário, correi as suas paginas e, em breve,</p><p>colleccionareis termos effectives, bons e fortes para o</p><p>vosso uso em dadas occasiões. Não precisa ser um</p><p>homem altamente educado, no sentido commum deste</p><p>termo, para usar as palavras suggestivas, fortes. Ins-</p><p>tinctivamente alguns escolhem palavras vitaes, carre­</p><p>gadas de sentimento e fazem suas palavras sentidas.</p><p>Pensae sobre este assumpto.</p><p>INSTRUCÇÕES DE POUCO VALOR</p><p>No uso de todos os tres Meios Suggestivos, lem-</p><p>brae-vos de que o fim essencial é fazer a outros SEN­</p><p>TIR O ESTADO MENTAL que expressaes.</p><p>Esta é toda a cousa que se recommenda aqui.</p><p>CAPITULO XVIII</p><p>EXPRESSÃO 1)0 OLHAR</p><p>O proximo dos Instrumentos de Expressão Men-</p><p>tativa em ordem na nossa lista é o olhar, o mais admi­</p><p>rável dos orgãos humanos e o que é tanto um meio para</p><p>a Expressão da Força Mentativa como um instrumento</p><p>sensorial da vista. Consideremol-o no seu primeiro as­</p><p>pecto.</p><p>O OLHAR COMO INSTRUMENTO SUGGESTIVO</p><p>Em primeiro lugar, o olhar é um dos meios de</p><p>Suggestão mais poderosos e effectives, ainda que eu o</p><p>£ão inclui nesta classe. A expressão do olhar induzirá</p><p>em outros as condições mentaes pelas linhas de Sug­</p><p>gestão, e aquelles que comprehenderam e adquiriram</p><p>e$ta arte do uso dos olhos, puzeram á sua disposição</p><p>11111 admirável instrumento de Influencia Suggestiva.</p><p>Aquelles de entre nós que encontraram um homem</p><p>236 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>gnetico ou uma mulher encantadora e fascinante, le­</p><p>varão comnosco uma clara lembrança da expressão dos</p><p>olhos de uma tal pessoa. Ac tores e oradores públicos,</p><p>tanto quanto aquelles cuja mira é encontrar e impres­</p><p>sionar o povo, fizeram um acurado estudo da expressão</p><p>do olhar para, por este meio, produzir grandes effeitos.</p><p>Comquanto esta phase do assumpto pertença mais</p><p>propriamente ás varias Escolas de Expressão em nosso</p><p>paiz (* *), comtudo pode ser de proveito pararmos um</p><p>momento e examinar alguns dos básicos principios desta</p><p>Arte de expressão-do-olhar, considerada sem referencia</p><p>á phase da Energia Mentativa.</p><p>(♦) Refere-se aos Estados Unidos da America do Norte.</p><p>(Nota da Traducção).</p><p>(*) A menina do olho, como geralmente se diz.</p><p>(Nota da Traducção;.</p><p>EXERCÍCIOS DA EXPRESSÃO DO OLHAR</p><p>Começae pelo estudo de vossos olhos, em um es­</p><p>pelho. Vereis que no centro do globo ocular (*) ha</p><p>uma preta mancha; esta se chama a fpupiUa do olho.</p><p>O circulo maior que contorna a pupilla chama-se íris.</p><p>O branco do olho cerca o Iris. A palpebra superior</p><p>que se move sobre o globo ocular produz uma variedade</p><p>de expressões das quaes cada uma dá ao rosto uma ap-</p><p>parencia totalmente differente, expressão de signifi­</p><p>cado suggestivo.</p><p>EXPRESSÃO DO OLHAR 257</p><p>Todos nós reconhecemos a significação destas ex­</p><p>pressões differentes, mas mui poucos comprehendem o</p><p>mechanismo que produz a expressão. Collocae-vos dean-</p><p>fe de vosso espelho, estudae estas varias expressões.</p><p>*0s seguintes exercicios podem ser-vos uteis.</p><p>EXERCÍCIOS das palpebras</p><p>1. Tende as palpebras superiores em uma posi­</p><p>ção tal, que as suas bordas descancem a meio, entre</p><p>a. pupilia e o iris. Isto dá uma expressão de tranquil-</p><p>lidade.</p><p>2. Descançae a borda das palpebras superiores no</p><p>alto da pupilla. Isto dá uma expressão de Indifferença.</p><p>3, A borda da palpebra em descanço no alto do</p><p>iris, dá uma expressão de Forte Interesse.</p><p>I. A borda da palpebra descançando sobre a pu­</p><p>pilla, em meio, dá uma expressão de pensamento pro­</p><p>fundo.</p><p>5. A borda da palpebra descançando em cima da</p><p>extremidade do iris e, assim, mostrando uma risca bran­</p><p>ca entre a borda da palpebra e a extremidade do iris,</p><p>dá uma expressão de Actividade Emocional.</p><p>b. A posição acima, exaggerada de modo a mos­</p><p>trar a maior parte possivel do branco entre a extremi­</p><p>dade do iris e a borda da palpebra, dará uma expressão</p><p>de Excitamento Emocional.</p><p>238 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>COMO PRATICAR OS EXERCÍCIOS</p><p>Os mestres da Arte de Expressão ensinam os seus</p><p>discípulos a praticar as expressões e posições aciílla;</p><p>acham elles que, com um pouco de pratica, quasi todos</p><p>podem facilmente adquirir a arte de expressão nos qua­</p><p>tro exercícios primeiros; mas os dois últimos são mais</p><p>difficeis de ser adquiridos. O ultimo exercicio — Exci-</p><p>tamento Emocional — é especialmente bastante diffi-</p><p>cil de se adquirir, e os mestres sustentam que só uma</p><p>media porcentagem de seus discípulos póde produzir</p><p>a expressão sem pratica considerável. Praticae estes</p><p>movimentos até que chegueis a produzil-os sem o auxi­</p><p>lio do espelho, tal como um homem póde apprender a</p><p>barbear-se sem espelho, por meio de uma pratica cons­</p><p>tante deante de um (*). Os exercícios não só vos ha­</p><p>bilitarão a expressar commoda e livremente os diffe-</p><p>rentes estados mentaes, mas ainda tenderão a fortale­</p><p>cer os musculos e os nervos dos mesmos olhos, median­</p><p>te o vossoí proseguimento gradual sem sobrecarregar</p><p>demasiado os olhos no principio. Não façaes carranca,</p><p>carregando os sobr’olhos nas praticas. Uns poucos mi­</p><p>nutos por vez são tudo quanto deveis empregar na</p><p>pratica.</p><p>(*) Entende-se espelho, isto é, deante de um espelho.</p><p>(Nota da Traducção).</p><p>EXPRESSÃO DO OLHAR 239</p><p>O EXERCICIO SÉTIMO</p><p>Senhores já dos exercícios acima, especialmente</p><p>números 5 e 6, podeis tentar o seguinte, que é o mais</p><p>diífjfil de todos:</p><p>7. Descançae a palpebra na posição de forte in­</p><p>teresse (N.° 3), e, ao mesmo tempo, erguei a borda da</p><p>palpeRra inferior á extremidade mais baixa da pupilla.</p><p>Esta posição dá a expressão de exame minucioso.</p><p>O PODER DE EXPRESSÃO</p><p>Ficareis surprehendidos com o grande Poder de</p><p>Expressão que a pratica cuidadosa dos exercícios aci­</p><p>ma vos dará. Sereis capaz de manifestar mais Senti­</p><p>mento Suggestivo, e de induzir em outros emocionaes</p><p>estados de sentimento.</p><p>Uma pouca de pratica dar-vos-á uma tal convicção</p><p>disto, que não deveis mais incommodar-vos com aper­</p><p>feiçoar-vos nella.</p><p>As expressões de Actividade Emocional</p><p>e Excita-</p><p>mento Emocional dar-vos-ão especialmente um assom­</p><p>broso resultado, se forem usados em occasiões apro­</p><p>priadas, quando desejardes exhibir a apparencia do</p><p>Excitamento e Força Emocionaes.</p><p>exercícios de desenvolvimento</p><p>Os seguintes Exercícios de Desenvolvimento são</p><p>altamente recommendados pelos mestres que emprega­</p><p>240 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>ram annos de estudo e pratica ao longo destas linhas.</p><p>1. Abri bem os olhos, mas não demasiado que</p><p>os cance; mantende-os nesta posição por uns poucos</p><p>segundos, olhando em vosso espelho, que deve estar</p><p>directamente em vossa frente, ao nivel de vossos ol^os.</p><p>Emquanto olhaes, abri-os um poucochinho mais,</p><p>sem fadiga e communicae-lhes uma intensa expressão.</p><p>Não movaes as sobrancelhas, mas deixae-as na posição</p><p>normal.</p><p>2. Tomae de novo a posição acima, e depois tro-</p><p>cae-a pela expressão de Forte Interesse (vejam-se os</p><p>precedentes exercicios), olhando-vos ao espelho como</p><p>se olhásseis outra pessoa com esta expressão.</p><p>3. Tornae á posição l.a, depois passae gradual­</p><p>mente á expressão de Actividade Emocional (vejam-se</p><p>exercicios precedentes), olhando-vos ao espelho.</p><p>4. Voltae á posição l.a e passae, depois, gradual­</p><p>mente, á expressão de Excitamento Emocional (ve­</p><p>jam-se os exercicios precedentes), olhando-vos no es­</p><p>pelho.</p><p>5. Retomae a posição l.a e, depois, gradualmente,</p><p>a Expressão de Exame Minucioso (vejam-se os prévios</p><p>exercicios), olhando-vos ao espelho.</p><p>Nos exercicios acima deveis agir como se a vossa</p><p>reflexão no espelho* fosse a de uma outra pessoa que de-</p><p>sejaes influenciar. Quanto melhor o fizerdes, tanto me­</p><p>lhor será o resultado.</p><p>6. Praticae a expressão de forte interesse sobre</p><p>as pessoas que ouvis, até que sintaes que despertas tea</p><p>EXPRESSÃO DO OLHAR 241</p><p>unia resposta nellas. Posso accrescentar que a expres­</p><p>são de profundo interesse consiste na mesma expressão</p><p>ennobrecida por um sentimento melhor atraz delia; e</p><p>a expressão de interesse benevolente (*) é o mesmo, so-</p><p>mrnte maior sendo tal. Este sentimento melhor pode ser</p><p>on verdadeiro ou assumido, como no caso do melhor</p><p>actor.</p><p>7. Praticae a expressão de Exame Minucioso so­</p><p>bre outras pessoas em occasiões apropriadas em que</p><p>desejardes apparecer como se interessando profunda­</p><p>mente em alguma proposição, empresa, theoria, etc.</p><p>Muitas pessoas construiram uma reputação, com se­</p><p>rem boas ouvintes e finas observadoras por esta pra­</p><p>tica. Menciono isto porque pode ser-vos util. Dou-vos</p><p>simplesmente as regras do jogo, não sendo necessário</p><p>o aconselhar-vos a jogar.</p><p>P) O original diz: Interesse de Amor.— (Nota da Trad.).</p><p>(Nota da Traducção).</p><p>16</p><p>CAPITULO XIX</p><p>A FASCINAÇÃO DOS OLHOS</p><p>E agora alcancei esta parte do assumpto em que</p><p>devo falar do Poder dos olhos para levar a jorça men­</p><p>tativa.</p><p>Devida á mesma lei do mechanismo nervoso não</p><p>totalmente comprehendida ainda, os olhos são um dos</p><p>meios mais effectives para a passagem das Correntes</p><p>Mentativas de uma pessoa á outra.</p><p>Não tento armar uma theoria especial sobre o as-</p><p>sumpto, mas passarei á descripção dos factos no caso.</p><p>Posso accrescentar, todavia, que os occultistas adean-</p><p>lados nos referem que, porções do cerebro humano, du­</p><p>rante uma manifestação de grande esforço emocional,</p><p>°u exercicio de Vontade, se parecem com uma super­</p><p>fície incandescente, brilhante, phosphorescente.</p><p>E também que se vêem grandes raios desta ener­</p><p>gia incandenscente sahindo dos olhos da pessoa, e pro­</p><p>curando a mente de outras pessoas. E, mais do que isso,</p><p>244 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>esses raios de energia transmitter estados mentaes^</p><p>pensamentos, etc., da pessoa, como os scientistas achai</p><p>ram que raios de luz levam ondas de electricidade, tor­</p><p>nando-se, assim, capazes de serem portadores de men­</p><p>sagens telegraphicas e mesmo telephonicas.</p><p>RAIOS MENTATIVOS (♦) DE ENERGIA</p><p>Quem se tornou habil na Fascinação do olhar, se</p><p>fez capaz de transmittir a outros mais promptamente</p><p>as Correntes Mentativas tendentes a produzir-lhes es­</p><p>tados mentaes semelhantes pela Inducção Mentativa,</p><p>conforme se explanou em outro lugar deste livro, e no</p><p>da Magia Mental. Se vos lembrardes da illustração aci­</p><p>ma dos raios de luz, com os quaes as correntes eléctri­</p><p>cas e magnéticas viajam, e formarão uma Imagem Men­</p><p>tal destes raios mentativos que partes do olhar, com-</p><p>prehendereis muito melhor o processo e tendereis, ao</p><p>mesmo tempo, a dar aos vossos proprios raios mentati­</p><p>vos uma realidade substancial, por meio das linhas de</p><p>Visualisação. Isto é, quando desejardes usar os Raios</p><p>Mentativos, imaginal-os-eis como existindo de facto, em</p><p>plena força e realidade. Isto vos fará dar-lhes uma rea­</p><p>lidade material, e tornal-os assim um meio altamente (*)</p><p>(*) E’ o inglez Mentative que se não encontra nem no</p><p>Lacerda, nem no Bensabat, nem no Webster, que temos á mão,</p><p>edição de 1895. Força é criarmos também nós o termo Menta-</p><p>tivo, por não servir, no caso, o Mental, que corresponde ao In­</p><p>glez Mental. — (Nota da Traducção).</p><p>A FASCINAÇÃO DOS OLHOS 245</p><p>efficiente para a passagem de vossas Correntes Menta-</p><p>tivas.</p><p>O OLHAR FASCINANTE</p><p>E agora o caminho direito para vos instruir é o uso</p><p>proprio dos olhos no que se chamou O olhar magnético,</p><p>mas que melhor se intitulara O olhar fascinante.</p><p>Vários absurdos se escreveram a este respeito e eu</p><p>mesmo, nos meus primeiros escriptos, inculquei alguns</p><p>princípios que trato de substituir hoje por methodos</p><p>melhores e mais racionaes, em vista de certos resultados</p><p>que colhí do estudo e experiencia propria e de outros ao</p><p>longo destas linhas. Estou disposto a fazer estes repa­</p><p>ros tanto nos meus methodos como nos de outros. Não</p><p>tenho um falso orgulho a este respeito, pois se amanlV</p><p>eu achar que posso corrigir minha obra de hoje, o farei</p><p>de boa mente e darei aos meus estudantes os beneficios</p><p>da correcção, em vez de, obstinadamente, sustental-a,</p><p>por amor unico a uma theoria, facto ou resultado de</p><p>formação minha.</p><p>Não ha immobilidade na obra scientifica — aquelle</p><p>tpie fica quieto, realmente fica atraz.</p><p>OS PRIMEIROS METHODOS</p><p>As primeiras instrucções concernentes ao Olhar</p><p>Magnético mandam ao estudante concentrar seu olhar</p><p>raiz do nariz de outra pessoa, isto é, no ponto que</p><p>246 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>fica entre os dois olhos. Tudo isto foi muito bem, mas</p><p>ha um plano melhor.</p><p>Esta concentração do olhar entre os olhos de outra</p><p>pessoa resulta certamente num cruzamento de vossos</p><p>olhares, roubando-o a uma porção do directo poder ele</p><p>ctro-magnetico que ella possue. Podeis provar isso, pon­</p><p>do um lapis deante de vossos olhos e focalisando o olhar</p><p>nelle á medida que o approximeis de vossos olhos.</p><p>Quanto mais vos avizinhardes do lapis ou de outra</p><p>pessoa, tanto mais se enfraquecerá o vosso olhar e se</p><p>diminuirá o effeito delle. O olhar de um par de olhos</p><p>cruzados não é tão fascinante como o de um par de olhos</p><p>direitos, que dêem uma impressão directa, poderosa.</p><p>O NOVO METHODO</p><p>O novo Olhar Fasduanfe opera-se como segue:</p><p>Não focaliseis vosso olhar no ponto entre os olhos de</p><p>outra pessoa, mas olhae, directa e tensamente, com</p><p>ambos os vossos olhos, entre os seus. Achareis isto dif-</p><p>ficil e fatigante, se o fizerdes de um modo ordinário</p><p>— e aqui jaz o segredo. Em vez de focalisar vossos olhos</p><p>sobre os seus, como se quizesseis realmente ver a cor de</p><p>seus olhos, deveis focalisal-os de modo que olhaes atra­</p><p>vés delles, como se fossem transparentes e desejásseis</p><p>ver alguma cousa além delles. Uma pequena pratica</p><p>deante do espelho mostrar-vos-á o que quero significar</p><p>melhor do que uma explanação por palavras.</p><p>A FASCINAÇÃO DOS OLHOS 247</p><p>A pratica de olhar através dos objectos ajudar-vos-á</p><p>na acquisição deste olhar. Tentae, por exemplo, focali-</p><p>sar vossos olhos sobre a parede qne vos fica opposta,</p><p>tanto que levantardes o olhar destas paginas. Depois</p><p>qne olhardes na parede, passae vagarosamente vossa</p><p>mão deante de vossos olhos a uma distancia cerca de</p><p>dois pés, mas não mndeis a vossa focalisação — não</p><p>vejacs a mãos distinctamente, mas conservae o vosso</p><p>olhar focalisado sobre a parede, como se a visseis</p><p>atra-</p><p>rés ãe vossa mão.</p><p>OOMO PRATICAR</p><p>Este olhar não deve consistir em um estado per­</p><p>plexo. vago, estúpido, mas intenso e vehemente.</p><p>A pratica com os objectos, como acima ficou es­</p><p>tabelecida, e com um espelho, ajudar-vos-á no aperfei­</p><p>çoamento de vosso olhar. Ser-vos-á util a companhia de</p><p>um amigo com quem puderdes experimentar.</p><p>O EFFEITO SOBRE OUTROS</p><p>A outra pessoa não estará ao facto de que não a</p><p>e stars vendo e através delia. Parece-lhe que lhe estaes</p><p>dando um olhar profundo, intenso, firme, vehemente.</p><p>Ella verá dilatadas as vossas pupillas, como sempre</p><p>ficam quando olham um objecto distante, e vossa ex­</p><p>pressão será uma calma, de poder sereno.</p><p>248 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>O NOVO METHODO NÃO CANÇA OS OLHOS</p><p>Outro ponto importante deste olhar é que podeis</p><p>mantel-o longo tempo sem cançar os olhos, sem que la­</p><p>crimejem ou se turbem (*). Podeis encarar outra pes­</p><p>soa ou animal, desta maneira, sem fadiga, emquanto</p><p>outros olhos se tornam fatigados e fracos.</p><p>Tanto é isto verdade, que os resultados de minha</p><p>propria investigação a este respeito me convenceram</p><p>de que os animaes que manifestam o olhar fascinante</p><p>(conforme vem mencionado no capitulo antecedente),</p><p>focalisam realmente seus olhos além do objecto justa-</p><p>mente deste modo. Se vos derdes ao trabalho de exa­</p><p>minar um animal fascinando a outro, vereis que tenho</p><p>lazão nesta theoria.</p><p>A EXPLANAÇÃO SCIENTIFICA</p><p>Este olhar através de outra pessoa completa-se por</p><p>uma certa accommwdação dos olhos, como lhe chamam</p><p>alguns oculistas e opticos, e emquanto o executaes, não</p><p>podeis examinal-os distinctamente, ou ver distincta-</p><p>mente os olhos da outra pessoa, porque vossa concen­</p><p>tração é differente. Para vos mostrar porque sois ca­</p><p>pazes de manter este olhar um tal tempo sem cançar</p><p>vossos olhos, lembro-vos a commodidade com que podeis</p><p>(♦) No original se lê: ou se cegem.</p><p>A FASCINAÇÃO DOS OLHOS 249</p><p>manter a expressão de ser arrebatado em pensamento,</p><p>na. visão dos sentidos ac cor dados, distrahido num pro-</p><p>fundo estudo, no pcnsannento das cousas, etc., com que</p><p>estaes familiarisado. Em um tal estado mental, sois ca­</p><p>paz de olhar no espaço por longo tempo sem a menor fa­</p><p>diga, ao passo que uns poucos minutos de concentração</p><p>de vosso olhar sobre um proximo objecto, bastarão, com</p><p>effeito, para o cançar demasiado. E então, novamente,</p><p>conheceis quão longo tempo podereis olhar um objecto</p><p>muito ao longe no mar, ou através um grande deserto,</p><p>ou cruzando ao longe uma montanha, sem fatigar vossa</p><p>vista. Todo o segredo disto é: uma concentração curta</p><p>do olhar sobre um objecto cança os olhos muito mais</p><p>do que uma grande concentração do olhar no espaço.</p><p>Sendo este o caso, cançar-vos-eis menos, olhando atra­</p><p>vés de uma pessoa, do que olhando-a fixamente e ven­</p><p>do-a em curto tempo.</p><p>REGRAS PARA A PRATICA</p><p>Praticando a preservação do olhar por um largo</p><p>tempo, previno-vos contra o cançaço da vista, por se</p><p>fixar sobre objectos mui approximados.</p><p>Melhor é exercitar a vista, olhando objectos dis­</p><p>tantes, até que consigaes manter o olhar por muito</p><p>tempo, como sereis capaz de o fazer depois de uma pe­</p><p>quena pratica.</p><p>Be facto, aconselho-vos a praticar o olhar no espa-</p><p>ço, porque a proficiência nisso vos levará ao aperfeiçoa­</p><p>250 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>mento do olhar. Depois que houverdes praticado parte</p><p>do methodo deste olhwr, transversal, podereis fitar um</p><p>objecto a uma boa distancia (*) e olhar directamente</p><p>através delle, isto é, conscientemente não o vereis como</p><p>objective, ainda que o contempleis apparentemente.</p><p>(*) A’ letra: um par de pés de distancia, — (N. da T.).</p><p>PRATICAE COM MODERAÇÃO</p><p>Evitae todos os exercicios que vos cancem os olhos</p><p>e praticae com moderação, passando dos minimos suc­</p><p>cesses aos de maior importância. Ficareis surprehen-</p><p>dido ao ver quanto uma pequena mas intelligente pra­</p><p>tica ao longo destas linhas vos dará um olhar penetran­</p><p>te, firme, vehemente, e cheio de Fascinação e Magne­</p><p>tismo, sem a mais leve tensão do sentido, fadiga ou es­</p><p>forço. Desejastes muito uma tal expressão -— eil-a.</p><p>CAPITULO XX</p><p>O USO DOS INSTRUMENTOS</p><p>MENTATIVOS</p><p>No uso dos olhos com o fim de transmittir Correm</p><p>ie-s Mentativas, deveis sempre lembrar-vos que o SEN­</p><p>TIMENTO é o poder real atrás dessas correntes de</p><p>Força, e que o Cerebro é o Dynamo de que as correntes</p><p>se originam. O Cerebro, sabeis, é o grande Transforma­</p><p>dor ou Convertedor da Energia Mentativa e opera no</p><p>sentido de transmittir grandes ondas de Força.</p><p>Por conseguinte, se desejaes enviar a outros Cor­</p><p>rentes Mentaes com o fim de induzir algum sentimento</p><p>nelles, deveis, primeiro, ter tal SENTIMENTO gerado</p><p>em vosso Dynamo Mental.</p><p>EXERCÍCIOS valiosos</p><p>Será bem para duas pessoas o praticarem ambas</p><p>juntamente o exercicio do olhar, mas na falta de um</p><p>252 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>amigo em quem confiardes, deveis obter excellentes re-</p><p>sultdos, praticando deante de vosso- espelho predilecto.</p><p>Em qualquer caso, deveis, primeiro, levantar em vossa</p><p>mente o sentimento que desejaes exprimir em Correntes</p><p>Mentativas. Ponde vosso sentimento em vosso olhar e</p><p>este será sentido.</p><p>Exercício I — Olhae dentro dos olhos de vosso ami­</p><p>go (ou dos vossos mesmos, no espelho) e depois dizei</p><p>mentalmentea “Sou mais forte do que vós”. Lançae</p><p>dentro de vosso olhar o mais que puderdes de Senti­</p><p>mento de Força.</p><p>Exercicio II — Dizei rverbtaltnente', “Sou mais</p><p>positivo do que vós. — Estou a olhar-vos”. Lançae po­</p><p>sitividade em vosso olhar quanto puderdes, sendo, sem</p><p>duvida, a mesma inspirada por vosso sentimento.</p><p>Exercicio III — Dizei e senti: “Tendes medo de</p><p>mim. — Estou fazendo-vos sentir a minha Forca”.</p><p>Lançae o sentimento em vosso olhar.</p><p>PRATICA POSITIVA</p><p>Adquirida a faculdade de fazer vossa força sen­</p><p>tida por meio dos exercicios acima, podeis usar a mesma</p><p>sobre outra pessoa em occasião opportuna.</p><p>Se sois interrompido por alguma pessoa que, pen-</p><p>saes, tenta dominar-vos mentalmente, ou cuja forte in­</p><p>fluencia desejaes combater, podeis usar sobre ella o</p><p>methodo acima. Como de regra, a pessoa que está agin­</p><p>0 USO DOS INSTRUMENTOS MENTATIVOS 253</p><p>do ou conversando tem uma pequena vantagem sobre</p><p>o ouvinte ou egual, quando menos.</p><p>O que fala é o mais positivo, porque expressa maior</p><p>Energia. Mas podeis agir de modo contrario, se sois o</p><p>mivinte, lançando-lhe simplesmente um olhar acompa­</p><p>nhado do Sentimento de: Disperso a vossa Força — não</p><p>í>otleis affectar-me! (").</p><p>PONTOS DE PRATICA</p><p>Resistindo a um ataque desta sorte, mantende fe­</p><p>chada a vossa bocca, cerrados os dentes, pois isto ((*) **)</p><p>denota Força e Firmeza, e põe em jogo as partes do</p><p>cerebro que manifestam estas qualidades, e assim car­</p><p>rega as vossas Correntes Mentativas destes sentimen­</p><p>tos. Ao mesmo tempo, olhae firme e fixamente os olhos</p><p>do outro (***), empregando a Fascinação do olhar. Pe-</p><p>ço-vos que vos lembreis das minhas notas na Magia Men­</p><p>tal sobre a posição da pessoa que tem vantagem sobre</p><p>o que está assentado. Evitae assentar-vos quando outras</p><p>pessoas estiverem de pé. Não lhes dê esta vantagem,</p><p>mas tende-a vós mesmo, se quizerdes.</p><p>(*) Este me no original está com M maiusculo: affect Me.</p><p>(**) This bite, este bocado, esta parte.</p><p>(***) Dentro dos olhos do outro — é a letra.</p><p>(Notas da Traducção.</p><p>2Õ4 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>ORDENS MENTAES E RECUSAS</p><p>Falando ás pessoas e pedindo-lhes que façam al­</p><p>guma cousa, deveis acompanhar o pedido verbal de um</p><p>Commando Mental.</p><p>Por exemplo, se dizeis: “Fareis isto para mim,</p><p>quereis?” (*) (esta é uma forma suggestiva de pedido,</p><p>lembrae-vos), deveis acompanhar a questão com o</p><p>COMMANDO (feito mentalmente), com o proprio</p><p>olhar: Fareis isto.</p><p>(*) Ou Far-me-eis isto, quereis? ou Quereis fazer-me isto?</p><p>(Nota da Traducção).</p><p>Se sois a pessoa a quem se requer o serviço que</p><p>não desejaes fazer, deveis responder: “Não, não cuido</p><p>de fazer isto”, ou “Não vejo um meio claro de fazer</p><p>isto”, ou “Não posso satisfazer-vos”, etc., etc., mas ao</p><p>mesmo tempo dae a vossa resposta mental, acompa­</p><p>nhada do olhar: “INão farei isto, e vós não podeis obri­</p><p>gar-me a isso”.</p><p>CERTOS ENSINOS</p><p>PERIGOSOS</p><p>Um mestre bem conhecido ha vários annos ao longo</p><p>destas linhas, ensinou aos seus discipulos que olhassem</p><p>dentro dos olhos das pessoas a quem elles desejassem</p><p>affectar, dizendo-lhe ao mesmo tempo mentalmente:</p><p>0 USO DOS INSTRUMENTOS MENTATIVOS 255</p><p>Olho-vos, olho através de vossos olhos, dentro de</p><p>rosso cerehro.</p><p>Meu poder de vontade é mars forte do que o vosso.</p><p>Estaes soh o meu domínio. Compillo-vos a fazer o</p><p>que eu desejo. Deveis fazer o que eu digo.</p><p>Fareis isso. Fal-o-eis a um tempo.</p><p>Ver-se-á que isto produz uma Corrente Mentativa</p><p>poderosa, se vae sufficientemente acompanhado de um</p><p>forte Sentimento, Vontade e Desejo. Mas, por via de</p><p>justiça, dou-vos aqui também um Antídoto para esta</p><p>sorte de Influencia.</p><p>Nos casos em que fordes mentalmente atacados,</p><p>podeis dissolver a Força por uma POSITIVA RE­</p><p>PULSA.</p><p>A RECUSA POSITIVA</p><p>A RECUSA POSITIVA é a poderosa Força que</p><p>espalha em fracções tenues a Força dirigida contra um.</p><p>E’ um agente destructive, tal como é a FORMULA (*)</p><p>POSITIVA uma formula constructiva ou creativa.</p><p>(*) No original se lê: POSITIVE STATEMENT, cuja</p><p>traducção ã letra é: Exposição Positiva. Uma Formula Posi­</p><p>tiva, isto é, uma linguagem positiva.</p><p>Quem comprehende o uso scientifico desta força</p><p>destruetiva, pode desfazer a obra mentativa de outros,</p><p>a um grau surprehendente. Algum dia terei mais a di­</p><p>zer a respeito destas duas forças antagônicas pelas li-</p><p>2Õ6 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>nhas mais largas da Telementação (**)', mas limito-me</p><p>presentemente ao seu uso na Influencia Pessoal. Por</p><p>uma Recusa Forte, Positiva, podeis dispersar e desin­</p><p>tegrar toda Influencia Mentativa dirigida contra vós.</p><p>Esta formula dar-vos-á uma idéa geral delia. Supponde</p><p>que repellis uma exposição tal como a que se vê acima.</p><p>Neste caso deveis dizei’ mentalmente, servindo-vos ao</p><p>mesmo tempo do vosso olhar carregado do Sentimento:</p><p>“NEGO POSITIVAMENTE VOSSO PODER SOBRE</p><p>Mim (*). Nego a sua existência. Não DESEJO CUM­</p><p>PRIR vossa ordem, NEGO vosso poder e direito de</p><p>mandar-me. NEGO vosso poder e affirmo o meu.</p><p>(♦♦) T element ation, neologismo necessário. Telementação</p><p>quer dizer Transmissão da mente. Do grego e ° Iatini</p><p>mens. — (Notas da Traducção).</p><p>(*) O M maiusculo é do original" over Me. — (N. da T.).</p><p>COMO CULTIVAR ESTE PODER</p><p>Podeis cultivar este poder de usar da RECUSA</p><p>POSITIVA, praticando com uma imaginaria pessoa</p><p>que, podeis suppôr, procura influenciar-vos. Imaginae</p><p>uma pessoa forte, positiva, deante de vós, a tentar in­</p><p>fluenciar-vos e então ponde em pratica a Recusa Posi­</p><p>tiva contra ella, até que sintaes que a supplantaes e</p><p>que ella bate em retirada. Estas batalhas imaginarias</p><p>dar-vos-ão um grande poder de resistência mentativa e</p><p>aconselho-vos a fortificar-vos ao longo destas linhas, se</p><p>sentis que sois fraco.</p><p>0 USO DOS INSTRUMENTOS MENTATIVOS 257</p><p>Podeis augmentar alguma cousa ao exercício aci­</p><p>ma, imaginando que o vosso inimigo se retira e que o</p><p>perseguis com as vossas affirmações, trocando a vossa</p><p>posição de defensor pela de atacante.</p><p>LICÇÕES DE ESGRIMA MENTATIVA</p><p>Estas imaginarias repetições serão mais proveito­</p><p>sas para uma pessoa do que se pensa possível. Elias são</p><p>como as repetições theatraes que tornam o Actor per­</p><p>feito. São umas especies de licções de esgrima de que o</p><p>hábil esgriinidor (*) ganha destreza e força. A pratica,</p><p>a pratica, a pratica (**) dá-vos a perfeição em todas as</p><p>cousas, tanto na obra Mentativa como na physica. Ha</p><p>boas razões psychologicas e occultas atrás deste me-</p><p>thodo e pratica presentemente não trato destas.</p><p>(*) $ wordsman.</p><p>(**) Practice, practice, practice.</p><p>Este livro está destinado a dar-vos o Como da ma­</p><p>téria antes que o Porque delia.</p><p>O SEGREDO DA LINGUAGHM EFFECTIVA</p><p>Em conservação pessoal com outro, achareis que é</p><p>do maior valor ver tão claro quanto uma pintura men­</p><p>tal, carta ou mappa, do que lhe estaes a dizer. Assim</p><p>fazendo, imprimireis mais efficazmente sobre sua mente</p><p>aquíllo que desejaes seja visto por elle visto e sentido.</p><p>17</p><p>258 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Neste exposto está comprehendido o Segredo da Lin­</p><p>guagem Effectiva. No grau em que VEDES e SENTIS</p><p>o pensamento que exprimis em palavras, está o grau de</p><p>impressão, e Inducção Mentativa feitas sobre a outra</p><p>pessoa.</p><p>O segredo do curso assenta na Lei de Visualisação</p><p>como está explanada na Magia Mental e neste livro.</p><p>EXPERIENCIAS PSYCHOLOGICAS</p><p>Podeis achar uma evidencia do desenvolvimento</p><p>de vossa Influencia Mentativa, tentando uma experien­</p><p>cia psychologica de Querer que as pessoas se movam</p><p>deste ou daquelle modo, olhando-as intensamente. Nesta</p><p>experiencia não vos é necessário olhar dentro de seus</p><p>olhos. Olhando as suas costas, preferivelmente a parte</p><p>superior do pescoço, na base do cerebro, tereis a res­</p><p>posta.</p><p>Podeis experimentar querendo que as pessoas olhem</p><p>em torno na rua ou nas praças publicas, etc. Ora, po­</p><p>deis querer que ellas tornem o olhar para a vossa es­</p><p>querda ou direita, quando próximas umas das outras,</p><p>na rua. Ora, nos lugares onde a multidão se apinha, po­</p><p>deis querer que um certo clérigo sáia do numero para</p><p>vos servir. Estas e outras semelhantes experiencias têm</p><p>um interesse para a mór parte dos estudantes, e fazem-,</p><p>ise, commodamente, depois da pratica necessária. O todo</p><p>da theoria e pratica assenta na firmeza do olhar, na or­</p><p>dem mental, querendo que as pessoas façam isto e aquil-</p><p>0 USO DOS INSTRUMENTOS MENTATIVOS 259</p><p>lo, esperando, rehementomente, obedecer ao commando</p><p>e imagem mental de sua acção. Isto é tudo.</p><p>CONSELHO GERAL</p><p>No uso dos olhos como Instrumento Mentativo,</p><p>lembrae-vos, primeiro, ultimo e todos os tempos, que</p><p>o DESEJO e a VONTADE são as phases da Energia</p><p>Mentativa, e que o grau em que o Desejo se accende e</p><p>a Vontade se exerce, será o do Poder expresso por vós</p><p>e impresso sobre outros.</p><p>Lêde a Magia Mental algumas vezes, até que alcan­</p><p>ceis, completamente, os principios fundamentaes. De­</p><p>pois, tornae a ler este livro, e retende na memória taes</p><p>exercicios e instrucções. Em seguida, praticae, frequen­</p><p>temente, e aperfeiçoae-vos nos methodos indicados, até</p><p>que os torneis vossa segunda natureza. Sereis conscien­</p><p>tes de um gradual crescimento e desenvolução ao longo</p><p>das Unhas do Poder e Influencia Mentaes. Uma vez ac-</p><p>cesa a chamma do Poder Mentativo, não se extinguirá</p><p>jamais. Conservae-a cuidadosamente, tende prompto e</p><p>Hmpo o pavio, enchei a lampada de oleo e ella arderá</p><p>por certo, emittindo calor, luz e poder.</p><p>O TACTO MAGNÉTICO</p><p>O ultimo Instrumento Mentativo mencionado no</p><p>Precedente capitulo é o tacto. Houve um tempo, em</p><p>üieus primeiros graus de experimentação e pesquiza</p><p>FASCINAÇÃO MENTAL260</p><p>psychologica, no qual me ri da idéa de desempenhar o</p><p>tacto uma parte real na obra da Influencia Mental.</p><p>Sem duvida, vi o effeito do tacto em certas phases da</p><p>obra psychologica, mas julguei que tudo era mera</p><p>suggestão.</p><p>Pouco tempo depois, apprendi que o tacto era real­</p><p>mente o Instrumento (* *) mais poderoso de Energia</p><p>Mentativa.</p><p>(*) Meio.</p><p>(*) Tomado ou, dito mais bem, carregado da dita Ener­</p><p>gia. — (Nota da Traducção).</p><p>Agora explico-o por ser a idéa dos nervos como</p><p>uns fios, pelos quaes passam as correntes eléctricas.</p><p>O Cerebro é o Dynamo, ou Transformador da</p><p>Energia, e supposto esta viage em ondas e correntes</p><p>sem arame ( como o faz o telegrapho sem fio), comtu-</p><p>do, se ha um arame a ser tomado (*), ella segue as li­</p><p>nhas de menor resistência e avantaja-se aos arames-</p><p>nervos. Certas partes do corpo possuem as cellulas-</p><p>nervos altamente desenvolvidas, que são umas espe-</p><p>cies de cerebros em miniatura.</p><p>Os lábios são também altamente desenvolvidos a</p><p>este respeito, como os phenomenos, conhecidissimos, de</p><p>evidencias de beijos. Os dedos e mãos são excellentes</p><p>meios polares portadores da Energia Mentativa que</p><p>do cerebro flue sobre os nervos, por onde se transmitte</p><p>a outras pessoas.</p><p>O USO DOS INSTRUMENTOS MENTATIVOS 261</p><p>COMO USAR AS MÃOS</p><p>O uso do tacto das mãos como um canal para</p><p>transportar a Energia Mentativa, depende principal-</p><p>mente do desenvolvimento das mãos</p><p>pelo indivíduo.</p><p>Aquelles que comprehendem este assumpto, desen­</p><p>volvem a conductividade das mãos, tratando-as do modo</p><p>seguinte: Pensae em vossas mãos como excel!entes con-</p><p>ductores de Energia Mentativa, e imaginae que podeis</p><p>sentir inanar a Energia nos nervos de vossos braços e</p><p>de vossas mãos, obedecendo á vossa Vontade, quan­</p><p>do apertaes as mãos das pessoas.</p><p>Logo desenvolvereis vossas mãos a um grau tal, que</p><p>muitas pessoas sensitivas sentirão realmente a corrente</p><p>a passar para eilas. Acompanhae sempre a passagem da</p><p>corrente com o pensamento ou sentimento que desejaes</p><p>induzir em outras pessoas, como fazeis, quando usaes</p><p>do olhar fascinante. De facto, o olhar e o aperto de mão</p><p>devem ser usados juntamente, quando possível por modo</p><p>Tal que não haja duvida do effeito.</p><p>O APERTO DE MÃO MAGNÉTICO</p><p>Quando apertardes a mão a uma pessoa, lançae a</p><p>Mente e o Sentimento no acto, e não caiáes no methodo</p><p>ínechanico e frio (*) tão commum entre as gentes. Lan-</p><p>(*) O original diz: inanimado (lifeless). — (N. da Tr.).</p><p>262 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>çae vosso sentimento em vossa mão e, ao mesmo tempo,</p><p>fazei uma ordem mental ou locução apropriada ao caso.</p><p>Por exemplo, com sentimento e interesse, apertae</p><p>a mão a uma pessoa, e dizei-lhe mentalmente, ao mesmo</p><p>tempo: Gostaes de mim. Depois, recolhei a vossa mão,</p><p>e, se for possivel, ao afastal-a, deixae que vossos dedos</p><p>se deslisem sobre a palma em um modo de afago, e que</p><p>os primeiros dedos passem por entre o pollegar e o in­</p><p>dex, rente ao gancho daquelle.</p><p>Praticae isto bem, até que possaes executal-o sem</p><p>pensai’ no caso, isto é, fazei delle vosso natural modo</p><p>de saudar. Achareis que este methodo de apertar as</p><p>mãos despertará no povo um novo interesse por vós e</p><p>por vossa vez descobrireis suas vantagens. Jamais co­</p><p>nhecestes uma pessoa fascinante que não tivesse um</p><p>bom modo de apertar a mão. O aperto de mão faz parte</p><p>da personalidade fascinante.</p><p>OUTROS USOS DAS MÃOS</p><p>Muitas pessoas ha bem firmes nos principios psy-</p><p>chologicos que servem de base á Fascinação Mental, as</p><p>quaes usam das mãos como um meio para a Energia</p><p>Mentativa, sem apertal-as. Por exemplo, sentam-se</p><p>junto ao individuo e collocam as suas mãos de modo que</p><p>seus dedos apontem para o individuo, desejando, ao</p><p>mesmo tempo, que a corrente flua pelos dedos e para</p><p>O USO DOS INSTRUMENTOS MENTATIVOS 263</p><p>elle (* *). Este ultimo plano torna-se altamente effective,</p><p>quando usado com apropriados gestos, pois elle é affim</p><p>ao passe mesmerico das mãos.</p><p>(*) O individuo.</p><p>(*) Segurar as mãos e outras idênticas, de que tratou o</p><p>Autor no parte intitulada Uso das nulos. — (Nota da Trad.).</p><p>Nesta connexão, devo aconselhar-vos que vos acau­</p><p>teleis com a pessoa que procura sempre pôr as suas</p><p>mãos sobre vós. Evitae-o de um modo ordinário, se pos-</p><p>sivel, ou praticae determinadamente a RECUSA NE­</p><p>GATIVA, sustentando a idéa e a formula mental: “NE­</p><p>GO o poder de vosso magnetismo — espalho-o por mi­</p><p>nha Recusa”.</p><p>UMA ADVERTÊNCIA A’S MULHERES</p><p>Concluindo este capitulo, devo especialmente avi­</p><p>sar ás jovens e outras senhoras mais edosas que não</p><p>permitiam familiaridade com os homens que usem de</p><p>semelhantes praticas (*). Não só esta familiaridade en­</p><p>gendra desprezo, mas outras boas razões ha, pelas quaes</p><p>esta pratica deve ser condemnada. Vistes que parte de­</p><p>sempenham as mãos na magnetiscvção, como é chamada,</p><p>e não se discerne claramente como alguém pôde usar</p><p>das mãos nesse acto de acariciar e toda sorte de cousa</p><p>para affectar psychologicamente a pessoa? Não falo</p><p>agora dos affagos que se desculpam nos honraveis, ver­</p><p>dadeiros amantes, porque toda a linguagem no mundo</p><p>FASCINAÇÃO MENTAL204</p><p>não mudaria a sorte da cousa., mas alludo ás indiscri­</p><p>minadas meiguices de homens extranhos, as quaes são</p><p>* recebidas pelas jovens. Ha um perigo nesta sorte de</p><p>cousa, e eu tive desejo que não sejaes extranho a elle</p><p>(*). Se tiverdes irmãs ou parentas, preveni-as contra</p><p>esta cousa e dizei-lhes a razão.</p><p>(*) Isto é: desejo que conheçaes este perigo. — (N. <1. T.).</p><p>UM AVISO PARA OS HOMENS</p><p>E a mesma cousa se applica aos homens que estão</p><p>sempre pondo suas mãos sobre os hombros de outros ou</p><p>abraçando-se com elles ou apoderando-se delles de modo</p><p>carinhoso durante uma conversação. Taes homens po­</p><p>dem ignorar a psychologia da cousa, mas comprehende-</p><p>ram que esta sorte de carinho faz as pessoas mais im­</p><p>pressionáveis e dóceis ás suas influencias e assim o</p><p>praticam. Interrompei-os, já vos afastando, já vos ser­</p><p>vindo da RECUSA POSITIVA.</p><p>A PROTECTORA ARMADURA</p><p>Mais de uma vez agora lembrae-vos do poder desta</p><p>RECUSA POSITIVA que tem uma Influencia contra­</p><p>ria, dispersante, desintegradora.</p><p>Se este livro vos não ensinasse nada mais além</p><p>disto, seria ainda assim digno de vossa attenção só por</p><p>este ponto de instrucção.</p><p>0 USO DOS INSTRUMENTOS MENTATIVOS 265</p><p>Pois esta Recusa Positiva é uma Armadura Posi­</p><p>tiva que vos protegerá; é uma Espada Mentativa com</p><p>qu evos defenderá; um Raio Mentativo que clareará a</p><p>Atmosphera Mental. Apprendei o Segredo da Formula</p><p>Positiva e Recusa Positiva e ficareis vestido em uma in­</p><p>vulnerável armadura e armado de um gladio (*) de</p><p>força.</p><p><♦) No original se lê Weapon, que significa arma offen-</p><p>^iru. — (Nota da Traducção).</p><p>CAPITULO XXI</p><p>INSTRUCÇÃO FINAL</p><p>Alcançamos agora o fim de nossa consideração so­</p><p>bre o assumpto da Fascinação Mental, neste livro.</p><p>Mas tocaremos somente o principio da materia,</p><p>quando fechardes estas paginas, porque o objecto real</p><p>fica na acção dos princípios da vida real.</p><p>O EFFEITO DA INSTRUCÇÃO</p><p>Ainda que possaes não vos sentir disposto a pôr em</p><p>operação muitas das instrucções dadas aqui, comtudo,</p><p>de vosso conhecimento do que foi nestas paginas ensi­</p><p>nado. sereis compellido a ver a operação dos princípios</p><p>na vida diaria em redor de vós. Vel-os-eis em operação</p><p>eni todos os lados, agora que vos tornastes familiares</p><p>com as leis de operação. Achar-vos-eis instinctivamente</p><p>prevenido contra suas influencias como vos prevenis</p><p>contra um golpe physico terrível. Ficareis surprehendi-</p><p>268 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>dos e, comtudo, algumas vezes afflictos ao ver que al­</p><p>gumas pessoas, de quem não suspeitaveis uma tal acção,</p><p>procuram, por este meio, influenciar-vos. Sereis, sobre­</p><p>tudo, uns homens ou mulheres mais fortes em virtude</p><p>das instrucções que este livro vos deu. Tereis a vanta­</p><p>gem de saber o modo de residência e defesa, dispersando</p><p>a influencia contraria que procurava supplantar-vos,</p><p>Lembrae-vos da affirmação da Vontade Positiva e do</p><p>uso da Recusa Positiva.</p><p>INSTRUCÇÃO ADDICIONAL</p><p>Ha uma cousa maior para a qual desejo chamar</p><p>vossa attenção, antes de concluir.</p><p>Ainda que estrictamente falando, ella forma parte</p><p>da matéria de Influencia Telemental (*) antes que a de</p><p>Fascinação Mental. Mencionei esta materia em meu li­</p><p>vro sobre Magia Mental, em minha licção sobre A Scien-</p><p>cia de Telementação.</p><p>(*) Neologismo de que já tratámos a traz. E’ composto do</p><p>grego TvjXs (téle) e do latino mens. Está aqui tomado por</p><p>adjectivo e significa: transmissora da mente.</p><p>(Nota da Traducção).</p><p>Refiro-me ao uso da Telementação para o fim de</p><p>Fascinação Mental, que é exercida por algumas pessoas</p><p>que tiveram conhecimento da materia.</p><p>INSTRUCÇÃO FINAL 269</p><p>FASCINAÇÃO DISTANTE</p><p>A pessoa que deseja influenciar outra, á distancia,</p><p>■corno o faria no caso de uma entrevista pessoal, forma</p><p>uma Imagem Mental da que elle deseja influenciar e</p><p>então procede como se a pessoa estivesse realmente</p><p>deante de si, conforme os methodos mencionados nesta</p><p>obra. Sei, finalmente, de um mestre que aconselha seus</p><p>discípulos a tratarem freguezes distantes e outros com</p><p>quem elles esperam relacionar-se, do modo seguinte:</p><p>“Imaginae vosso freguez distante, ou outra pessoa,</p><p>sentado em uma cadeira, deante da qual estaes de pé.</p><p>Fazei uma pintura mental tão forte quanto possí­</p><p>vel pois disto depende o vosso exito.</p><p>Passae a tratar a pessoa como se ella estivesse real</p><p>mente presente. Concentrae sobre ella vossa mente e</p><p>falae-lhe o que esperaes dizer-lhe quando vos encontrar­</p><p>cahido na</p><p>direcção da cobra, se sua esposa não chegasse a tempo</p><p>de quebrar o feitiço, lançando em torno delle os seus</p><p>braços. Semelhante caso se relata, no qual um homem</p><p>achou um seu companheiro parado em silencio no ca­</p><p>minho, com os seus olhos attentamente fitos sobre os</p><p>de uma grande cobra cascavel. Olhava-o fixamente esta</p><p>com os seus olhos scintillantes e a cabeça levantada.</p><p>Inclinava-se o homem para o lado da cobra e já ia a</p><p>cahir sobre ella, gritando, fraca porém piedosamente:</p><p>Ella vae morder-me! Ella me matará! Segura/mjymtè</p><p>ella me matará! Replicou o amigo: Porque não te afas­</p><p>tas dahit Mas o homem parecia perfeitamente pertur­</p><p>bado e distrahido, e não respondeu. Finalmente o com­</p><p>panheiro apanhou um pau e deu com elle na cobra, a</p><p><pial se deslisou dalli raivosamente. O homem fascinado</p><p>ficou doente por algumas horas depois.</p><p>20 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>UMA EXPERIENCIA PESSOAL</p><p>Quando eu era menino, tive uma experiencia uim</p><p>tanto semelhante, supposto não assim tão grave. Pas­</p><p>seando eu em meio a umas arvores pertencentes a meu</p><p>avô, vim a dar com os olhos em uma cobra e me puz</p><p>a fital-a attentamente. Tinha ella cerca de dois pés de</p><p>longo e seus olhos brilhavam como dois diamantes. Em</p><p>ulni; momento, não vi mais nada se não aquelles olhos</p><p>terríveis que luziam e apresentavam ao meu olhar es­</p><p>pantado todas as côres do prisma.</p><p>Não era passado mais que um momento, quando</p><p>a cobra deu a fugir parecendo anciosa por safar-se de</p><p>mim, como eu por me ver livre delia. Não posso; dizer</p><p>se o feitiço fôra quebrado por mim, se a cobra se não</p><p>movesse dalli. Talvez sim, talvez não. Tudo me lembra</p><p>agora, depois de passados trinta e cinco annos, é que</p><p>não pareci sentir receio logo ao dar com; ella. Meu sen­</p><p>timento ou emoção foi semelhante a uma grande admi­</p><p>ração, e espanto proveniente do que eu vi naquelM</p><p>olhos.</p><p>UMA FORÇA ELEMENTAR</p><p>t Mas já eu disse bastante sobre a manifestação da</p><p>Fascinação Mental entre os mais baixos animaes. Ha</p><p>muitos exemplos interessantes desta sorte, dispersos</p><p>pelas paginas dos livros que se escreveram sobre a vida</p><p>A FASCINAÇÃO MENTAL ENTRE OS ANIMAES 21</p><p>dos animaes, e quem quer que viveu no bosque ou le­</p><p>vou uma vida agreste, pode referir vários factos dessa</p><p>ordem acontecidos sob a sua observação. Mencionei</p><p>esta face da matéria unicamente para mostrar-vos que</p><p>tratei coto o principio geral da natureza que se mani­</p><p>festa por toda a vida.</p><p>Este livro trata da manifestação desta força en­</p><p>tre os homens. Mas, ao terminar este capitulo, peço-vos</p><p>observeis a semelhança entre a manifestação da força</p><p>dos animaes de um lado, e do homem de outro. Em­</p><p>pregam os animaes a força para dois fins: captivar o</p><p>companheiro e capturar a presa. E qual o uso que delia</p><p>fazem o homem e a mulher ? O de fins semelhantes. Isto</p><p>digo eu, por m&is assustador que pareça. Não usam,</p><p>pois, os passares e animaes a fascinação para attrahir</p><p>um sexo ao outro? E não usam os homens e mulheres</p><p>influenciar os seus semelhantes em proveito de seus</p><p>negocios ou interesse pessoal, fascinação em tudo idên­</p><p>tica ao poder de encantar, exercido pelos animaes, ser­</p><p>pentes, etc.? Podeis ver que a evolução muda apenas</p><p>a forma do uso nisto e em outras qualidades naturaes,</p><p>e que a força ou poder sob todas as mudanças fica</p><p>sendo a mesma. E não é importante para nós compre-</p><p>hendel-a, estudal-a e guarda-nos contra o emprego de</p><p>utoa força elementar como esta que se manifesta por</p><p>todos os planos de vida, desde os mais baixos ? Respon­</p><p>do emphaticaniente: Sim!</p><p>CAPITULO III</p><p>A HISTORIA DA FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Corre a historia da Fascinação Mental ao lado da</p><p>historia da raça humana, pois aquella foi sempre co­</p><p>nhecida do homem em muitas formas. Vindo ao ho­</p><p>mem primitivo desenvolta com outras heranças das</p><p>mais baixas formas, foi usada do principio. Suas mais</p><p>primitivas formas foram similares ao seu emprego pe­</p><p>los animaes inferiores, tal como se mencionou no ca­</p><p>pitulo precedente. A raça de vontade mais forte influiu</p><p>e dominou sobre a de vontade mais fraca. Sem compre-</p><p>hensão de suas leis, os barbaros de vontade mais firme</p><p>descobriram que possuiam um extranho poder de in­</p><p>duzir os estados mentaes aos seus companheiros mais</p><p>fracos e se tornaram assim capazes de operar sobre</p><p>aquelles. Muitos dos leaders das raças barbaras con-</p><p>fessalm suas posições de proeminencia e superioridade</p><p>por esta lei de indúcção mental.</p><p>24 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>A MAGIA DOS PADRES</p><p>Mas com o levantar dos chefes manifestou-se tam­</p><p>bém um crescimento em poder e influencia dos padres.</p><p>Todas as raças tiveram seus padres e temol-os hoje.</p><p>Um padre é um homelm; cujo officio é o de mediador</p><p>entre o homem e as suas divindades — um homem que</p><p>pretende representar as entidades sobrenaturaes nas</p><p>relações destas com o homem — um religioso ou middle­</p><p>man espiritual, por assim dizer (uso- esta expressão</p><p>com toda seriedade, sem, comtudo, pretender colmi isso</p><p>metter a ridículo o officio sacerdotal que desempenhou</p><p>uma parte importante na historia da raça). Não se</p><p>occupando os padres com a guerra ou com a agricul­</p><p>tura, em virtude de ser a sua manutenção contribuída</p><p>pelo povo, acharam tempo de sobra para pensar em</p><p>um privilegio algo raro nos antigos dias (e mesmo nos</p><p>tempos actuaes, para esta materia). E, dest’arte, gra­</p><p>dualmente se alçou entre o povo e a casta sacerdotal que</p><p>possuiu a capacidade intellectual da raça. Começaram</p><p>logo estes padres de reconhecer a importância das For­</p><p>ças Mentaes, e estudaram os princípios fundamentaes</p><p>e leis de operação. Deu-lhes isso, sem duvida, uma in­</p><p>fluencia additional e poder sobre o povo. Parece não</p><p>haver duvida em que, nos primeiros dias da raça, a</p><p>casta sacerdotal teve um largo conhecimento das leis</p><p>e praticas da Fascinação Mental.</p><p>A HISTORIA DA FASCINAÇÃO MENTAL 25</p><p>OS MYSTERIOS ANTIGOS *</p><p>Entre os Mysteries Antigos e varias cerimônias</p><p>dos templos das primeiras raças, vemos muitos exem­</p><p>plos do uso da Fascinação Mental. Atraz dos ritos e</p><p>cerimônias houve sempre os mesmos principios fun-</p><p>damentaes da Inducção Mentativa. No uso mais antigo</p><p>da força, fez-se um largo emprego delia em todas as</p><p>linhas de cura, de cujo aspecto ou phase de materia</p><p>deixamos de falar neste manual particular, ainda que</p><p>forme o assumpto geral da Magia Mental. Mas ainda</p><p>nós leimos nas paginas mais velhas muitos exemplos</p><p>de Fascinação Mental, pura e simples. Aquillo que</p><p>veio depois a chamar-se Mesmerismo, Hypnotismo, etc.,</p><p>coneheceram-n?o, de facto, os antigos; muitos dos resul­</p><p>tados lembrados vieram-nos do passado e nunca foram</p><p>egualados pelos modernos experimentadores. Obras</p><p>eguaes ás dos modernos magos hindus ou fakires, que</p><p>serão mencionados em detalhes, ao proseguirmos, nun­</p><p>ca foram feitas pelos hypnotistas do Occidente.</p><p>A HISTORIA DOS MAGOS</p><p>< Colmo eu expuz na Licção IV da Magia Mental, o</p><p>nome Magnetic foi pelos antigos dado á pedra-iman, ou</p><p>magnete natural, por serem as suas propriedades obser­</p><p>vadas semelhantes ao poder mental dos Magos ou sa­</p><p>cerdotes esotéricos da antiga Persia e Média. Foram</p><p>26 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>estes padres os Magos ou Sábios do Oriente que desen­</p><p>volveram maravilhosos poderes mentaes e se tornaram</p><p>conhecidos como prodigiosos operadores.</p><p>A palavra Magia tem a mesma origem. Quando se</p><p>propalou o poder de attrahir a propriedade de induc-</p><p>ção da pedra-iman, notou-se tamberm que os phenome-</p><p>nos physicos eram estrictamente parecidos com os phe-</p><p>nomenos mentaes dos Magos, razão pela qual a pedra-</p><p>iman foi chamada pedra maga ou pedra de Magia, de</p><p>onde se originaram os termos Magnate e Magnetismo,</p><p>Quando, passados séculos, o mundo occidental pôz</p><p>sua attenção nos phenomenos mysteriosos do Mesme-</p><p>risino, etc., no século décimo oitavo, a mente publica</p><p>instinctivamente relacionou os phenomenos com os do</p><p>Magnetismo, e os termos Magnetismo Ajnimal, Magne­</p><p>tismo Pessoal, etc., foram usados de modo geral. E es­</p><p>tes termos são hoje correntes, e já ouvimos as expres­</p><p>sões: muito magnético, falho magnetismo, persona-</p><p>dade magnética, etc., etc., applicadas</p><p>des cora ella. Usae todos os argumentos em que puder­</p><p>des pensar e ao mesmo tempo mantende o pensamento</p><p>que ella DEVE fazer como dizeis.</p><p>Tentae imaginal-a submettendo-se aos vossos dese­</p><p>jos, em todos os respeitos, pois esta imaginação tende­</p><p>rá a verificar-se quando realmente encontrardes a</p><p>pessoa. ■'</p><p>Esta regra deve ser usada não só no caso de co­</p><p>nhecidos ausentes (*), mas ainda nos casos de pessoas</p><p>one desejaes, de qualquer maneira, influenciar.</p><p>(♦) Isto é: vistas ã distancia, tratadas á distancia.</p><p>(Nota da Traducçao).</p><p>270 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>COMO IMPEDIR A INFLUENCIA</p><p>Agora, tudo isto é claro ao estudante deste livro</p><p>e de minha obra sobre Magia Mental, pois os principies</p><p>empregados são familiares aos meus estudantes. O re­</p><p>sultado da pratica, como se estabeleceu acima, tenderá</p><p>indubitavelmente a esclarecer um caminho Mentativa</p><p>na mente de outras pessoas, e tornar mais facil o ef­</p><p>feito de uma subsequente entrevista. Pois a outra pes­</p><p>soa estaria assim acostumada á idéa, pensamento ou</p><p>sentimento, e a obra de esclarecer os arbustos mentaes</p><p>se faria de antemão.</p><p>Felizmente, porém, para nós todos, teremos o An­</p><p>tidote para este veneno, se conhecermos os principies</p><p>fundamentaes do assumpto. Tão importante considero</p><p>a obra da Protecção propria contra esta Influencia Te-</p><p>lemental, que proponho accrescentar ás minhas notas</p><p>sobre esta materia vários paragraphos de meu livro</p><p>Magia Mental, paragraphos que, supposto os tendes</p><p>já lido, ficarão bem collocados neste lugar para, em</p><p>connexão com o que vos disse, serem impressos em</p><p>vossa mente.</p><p>Desejo que releiaes o que eu disse sobre a protec­</p><p>ção propria. Assim aqui fica a reproducção de algumas</p><p>regras de que devereis usar, quando julgardes que al­</p><p>guém trata de vos influenciar. Estudae-as cuidadosa-</p><p>mente. Eil-as:</p><p>INSTRUCQÃO FINAL 271</p><p>REGRAS VALIOSAS</p><p>1. Em primeiro lugar, firmae vossa mente e acal­</p><p>ma e vossos sentimentos. Ficae quietos por um momen­</p><p>to e dizei estas palavras: “ESTOU tranquilla e effi-</p><p>cazmente formando uma pintura mental de vós mes­</p><p>mos como um Centro de Força e Poder no Grande Ocea­</p><p>no de Mente”. Vêde-vos como estando sós e cheios de</p><p>Poder.</p><p>Depois, formae mentalmente uma imagem de vossa</p><p>Aura, extendendo-se cerca de uma vara a todos os vos­</p><p>sos lados em forma de um ovo. Vêde que esta Aura está</p><p>carregada de vosso Poder-de-Vontade; que mana de vós,</p><p>repellindo algumas suggestões mentaes contrarias que</p><p>vos foram dirigidas, e fazendo-lhes tornar á fonte de</p><p>onde vieram.</p><p>Um pouco de pratica tornar-vos-á hábeis no aper­</p><p>feiçoamento desta pintura, que vos ajudará a criar uma</p><p>Aura de Vontade forte e positiva, a qual vos servirá de</p><p>Armadura Magnética e escudo.</p><p>UMA AFFIRMAÇÃO UTIL</p><p>A affirmação Eu Sou é a mais forte que se conhece</p><p>fia Sciencia Occulta. Podeis usar também, se vos apraz,4</p><p>a seguinte affirmação : Affirmo minha individualidade</p><p>como um Centro de Força, Poder e S&r. Nada pôde</p><p>adversam ente affect ar-me.</p><p>272 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Minha Mente é propriamente minha (*) e recuso</p><p>admittir as suggestões desagradareis por influencias!</p><p>Meus desejos são os meus proprios e recuso admittir</p><p>desagradareis vibrações por Inducção ou por outra</p><p>qualquer fórma.</p><p>(*) Estas e^pçessões, comquanto apparen temente viciosas,</p><p>são legitimas e de grande valor-em Occultismo.</p><p>(Nota da Traducção).</p><p>Minha Vontade é a minha propria e carrego-a de</p><p>Poder para combater e repellir todas as influencias in-</p><p>commodas. Estou cercado de uma Aura de Vontade Po­</p><p>sitiva, que me protege absolutamente.</p><p>UMA RECUSA PROVEITOSA</p><p>A seguinte Recusa foi por muitos considerada</p><p>como de maior valor: Nego, a todos ou a alguns, o per­</p><p>der de influenciar-me contra os meus melhores interes­</p><p>ses. Sou meu proprio Senhor. Estas palavras podem</p><p>parecer simples, mas se usardes dellas, ficareis sur-</p><p>prehendidos com a sua efficacia.</p><p>Realizaes, sem duvida, que é o Estado Mental for­</p><p>mado pelas palavras o que faz a obra e não alguma es­</p><p>pecial virtude das mesmas palavras.</p><p>GUARDAE-VOS CONTRA OS IMPULSOS</p><p>2. EvitWagir sob impulso^. Quando sentirdes um</p><p>impulso 'repentino ou inesperado para fazer esta ou</p><p>INSTRUCÇÃO FINAL 273</p><p>aquella cousa, parae e affirmae vossa Individualidade</p><p>Positiva. Depois, lançae fora todas as influencias exte­</p><p>riores, repetindo as Affirmações, etc., dadas acima, e</p><p>criando a propria Imagem Mental.</p><p>Quando tiverdes restabelecido vosso equilibrio, exa-</p><p>iiiinae o impulso e decidi se elle tende aos vossos me­</p><p>lhores interesses ou se não. Sereis capazes de ver isto</p><p>claramente, em virtude da limpeza de vossa camara</p><p>mental um momento antes. Se o impulso parece ser</p><p>contra vossos melhores interesses, lançae-o de vós, di­</p><p>zendo : Lanço-vos de mim, não me pertencei#, tornae</p><p>aos que me vos enviaram.</p><p>Isto pôde tornar-se mais forte, se criardes uma</p><p>Imagem Mental das idéas que sabem de vós em fórma</p><p>de uma tenue onda de pensamento. Estas pinturas</p><p>mentaes ajudam-vos materialmente tanto na emissão</p><p>de uma idéa como no descartal-a.</p><p>A AURA POSITIVA</p><p>3. Cultivae a pintura e a idéa de uma Aura Po­</p><p>sitiva, e pensae sempre em vós mesmos como protegi­</p><p>dos por uma. Vêde-vos como um Eu forte e positivo —</p><p>tnn Centro de Poder dentro de uma Inexpugnável bai­</p><p>nha de Força Aurica. gereis assim capaaes de vos hr-</p><p>*11 ar dentro de um Centro Poderoso.</p><p>Ficareis surprehendido com a maneira confusa</p><p>das pessoas que tentam influenciar-vos^ quando esbar-</p><p>t’arem com a vossa Aura e acharem que suas^sugges-</p><p>18</p><p>274 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>toes e Correntes Mentativas, sabem de retorno sobre</p><p>ellas. Taes pessoas acham-se todas separadas, quandó-</p><p>encontram uma condição como esta que não compre-'</p><p>hendem por não serem práticos occultistas.</p><p>A imagem mental de vós mesmos como um Centro</p><p>de Poder, cercado de uma Aura Positiva, tornar-vos-á,</p><p>se persistirdes, extremamente positivos por maneira</p><p>que vossa influencia será sentida por aquelles que se</p><p>relacionarem comvosco.</p><p>CONSEQUÊNCIAS AGRADAVEIS</p><p>Sereis, varias vezes, divertidos pelas occorrencias</p><p>que se seguirem á rejeição destes impulsos extraviados,</p><p>etc. Achareis que, se tiverdes tido um impulso para</p><p>certa cousa, ou vender uma certa cousa em um sacri-</p><p>ficio; em um dia, ou talvez em uma hora, se approxi-</p><p>mará de vós uma pessoa que vos aconselhará a fazer</p><p>tal cousa, sendo ella provavelmente a beneficiada com</p><p>o tal schema ou plano.</p><p>Não quero dizer que tal pessoa tentasse necessa­</p><p>riamente influenciar-vos pelas Correntes Mentativas,</p><p>pois^ella pode não ter feito isto conscientemente, po­</p><p>rém isto é o que acontece e seu Desejo ou Vontade pôz</p><p>estas Correntes em vossa direcção e as sentistes.</p><p>Agora que vossos olhos se abriram a este facto, fi­</p><p>careis divertidos e surpresos com ver quantas provas</p><p>corroborativas recebereis.</p><p>INSTRUCQÁO FINAL 275</p><p>Firmae, porém, vossa Individualidade como um</p><p>Centro de Poder, e tudo vos correrá ás mil maravilhas,</p><p>nestas matérias.</p><p>O AGENTE PROTECTOR</p><p>Espero que a reproducção acima do conselho dado</p><p>na Magia Mental vos será proveitosa.</p><p>Uma vez mais lembrae-vos do poder da RECUSA</p><p>POSITIVA como um Agente Protector.</p><p>Do seu uso podeis dispersar e espalhar as Corren­</p><p>tes Mentativas d eoutros e cercar-vos de uma armadura</p><p>impenetrável de Energia Mentativa. Lembrae-vos tam­</p><p>bém o que eu vos disse em outro lugar, isto é, que a Lei</p><p>de Vida diz respeito á protecção do individuo e dá a</p><p>cada qual as armas com que defenda a sua individua­</p><p>lidade.</p><p>E tão verdadeiro é isto, que os occultistas sabem</p><p>que ha a maior differença no uso do Poder Mentativo,</p><p>como uma Força offensiva e como uma Força defen­</p><p>siva. Explicarei isto brevemente.</p><p>INDIVIDUALIDAE PROTECTORA</p><p>Uma Força Mentativa do homem é immensamente</p><p>mais poderosa quando elle a usa para proteger sua In­</p><p>dividualidade do que quando a emprega para atacar a</p><p>Individualidade de outrem. De facto, se alguém com-</p><p>276 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>prehende as leis da Defesa Mentativa, e quer servir-se</p><p>das informações dadas por mim sob este titulo, haverá</p><p>quasi uma total ausência de Ataque Mentativo em vista5</p><p>de que a futilidade do mesmo</p><p>seria promptamente re­</p><p>conhecida.</p><p>A unica razão que os Individuos Forte são capa­</p><p>zes de affectar os mais fracos tão frequentemente, é por­</p><p>que estes não conhecem seu intimo Poder e não se de­</p><p>fendem. De facto, a mór parte do povo não conhece de</p><p>todo estas leis ; e, se alguém lhes diz, elles chacoteam e</p><p>riem-se a proposito, batendo na fronte para indicar que</p><p>o informante tem o juizo um tanto alterado. Pobres</p><p>carneiros e gansos, são felizes em sua ignorância e jul­</p><p>gam que é digno de lastima quem os disturba.</p><p>PODER PROTECTOR DA NATUREZA</p><p>Mas voltemos ao meu assumpto. Achareis que pro­</p><p>teger a vossa Individualidade requer muito menos es­</p><p>forço do que atacar a Individualidade de outrem.</p><p>Achareis que a Lei está de vosso lado quando di­</p><p>zeis: “NÃO QUERO SER INFLUENCIADO — NEGO</p><p>o poder de outrem para enfraquecer minha Individuali­</p><p>dade”, pois fizestes operar a Lei da Natureza que está</p><p>sempre em actividade e que dá ás suas creaturas em</p><p>caminho uma força instinctiva de protecção.</p><p>Assim não ha razão de terdes receios — sois im-</p><p>munes de ataques, se vos firmardes na Força interna.</p><p>INSTRUCÇÃO FINAL 277</p><p>A GLORIA DA INDIVIDUALIDADE</p><p>E agora, amigos, em conclusão peço-vos lembrar­</p><p>des que sois Individuos — Centros de Mente, Poder,</p><p>Força e Energia, sim, Centros de VIDA no grande</p><p>Oceano do Ser. Cada um de vós é algo differente de</p><p>outro Centro, e a Lei deseja que vivaes a vossa propria</p><p>vida; desenvolvaes a vossa propria individualidade;</p><p>firmeis a vossa propria herança — e na medida que o</p><p>fizerdes assim, a Lei estará de vosso proprio lado. Não</p><p>caiaes na armadilha do Orgulho Pessoal, não deixeis</p><p>que elle vos apanhe em suas malhas, porque elle é uma</p><p>illusão. Mas gloriae-vos em vossa Magnificência de In-</p><p>dividualdiade, e não fiqueis assustados, acariciados, se.</p><p>duzidos, enganados pelo pensamento da Raça e por elle</p><p>levados á condição de vermes da terra. Não sejaes ca­</p><p>pachos humanos, carneiros ou gansos seguindo passo a</p><p>passo algum chefe leviano, ou uma especie de carneiros</p><p>marchando atraz de seu chefe. Lembrae-vos que sois ho­</p><p>mens e mulheres — que sois Individuos, por isso que a</p><p>cósmica mechanica esteve trabalhando durante edades</p><p>para desenvolver-se.</p><p>A FORMULA DE INDIVIDUALIDADE</p><p>A Formula de Individualidade — Estou aqui agora</p><p>é poderosa. Será sempre Eu sou comvosco — será</p><p>sempre Aqui — será sempre Agora. Qualquer que seja o</p><p>278 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>estado que a Individualidade tenha alcançado; qualquer,</p><p>que seja o periodo de tempo, será sempre verdade que</p><p>“ESTOU AQUI, AGORA!” Pois será sempre vosso Eu</p><p>que fala — será sempre certo que estou comvosco em</p><p>qualquer parte em que esteja este Aqui.</p><p>Todo tempo para vos é Agora.</p><p>Desenvolvei-vos em uma percepção desta formula</p><p>de Individualidade. j</p><p>Se assim o fizerdes, alcançareis um plano mental</p><p>onde os mesmos principios aqui ensinados vos parece­</p><p>rão elementares — pois tereis remontado a elles e á sua</p><p>operação. Sirvam-vos esta e outras obras minhas de</p><p>escada para aquillo que puderdes alcançar, podendo lan­</p><p>çai-as de vossos pés quando dellas já não tiverdes ne­</p><p>cessidade. :</p><p>Estudantes, agradeço-vos. Digo-vos Auf Wieder-</p><p>sehen! Proteja-vos a Lei até que de novo nos encon­</p><p>tremos !</p><p>FIM</p><p>Circulo Esotérico da Communhão do Pensamento</p><p>IOD-HÈ-VAU-HÉ</p><p>Os fins da Communhão do Pensamento</p><p>O “Circulo Esotérico da Communhão do Pensa­</p><p>mento” tem por objecto levar a todos os que se</p><p>filiarem nelle a “mensagem d’alma”.</p><p>Essa mensagem diz que o homem é alguma cousa</p><p>mais do que um simples animal que traja roupas e</p><p>que a sua natureza intima é divina, ainda que a sua</p><p>divindade se conserve occulta pelo veu da carne.</p><p>O homem, affirmamos, não é simplesmente um phe-</p><p>nomeno da vida, ou um joguete da casualidade, mas</p><p>uma potência; é o Creador e Destruidor da casualidade.</p><p>Por meio de sua força interior, vencerá sua indo­</p><p>lência, libertar-se-á da ignorância e entrará no Reino</p><p>da Sabedoria. Então sentirá amor por tudo que vive</p><p>£ se constituirá em poder inexhaurivel para o bem da</p><p>especie.</p><p>Audaciosas palavras são as nossas e para alguém</p><p>poderão parecer fora de proposito neste mundo de per­</p><p>mitas, de confusões, de vicissitudes e de incertezas.</p><p>Affirmamos, entretanto, que são palavras de ver­</p><p>dade e, portanto, palavras de vida.</p><p>OS FINS DA COMM;. DO PENSAMENTO</p><p>No futuro a philosophia será alguma cousa mais</p><p>o que uma gymnastica mental; a sciencia supprirá o</p><p>aaterialismo; a religião será anti-sectaria; o homem</p><p>igirá então com toda a justiça e amará seu irmão como</p><p>t si mesmo, não porque espere uma recompensa ou tema</p><p>imá punição “post mortem” ou pelas leis humanas,</p><p>nas somente porque reconhecerá que elle é uma parte</p><p>ie seus semelhantes e que elle e seus semelhantes são</p><p>partes de um todo e que o todo é “Uno”; elle não pode</p><p>ferir a seu irmão sem ferir-se a si mesmo.</p><p>Na lucta pela existência diaria, os homens atro-</p><p>pelam-se mutuamente no emprégo de seus esforços para</p><p>obterem exito; e, mesmo que o alcancem, á custa de</p><p>privações e soffrimentos, não estão satisfeitos; buscam</p><p>um ideal sem perceberem que perseguem uma sombra</p><p>e, quando conseguem alcançal-a, esta se desvanece.</p><p>O egoismo e a ignorância fazem da vida um ter-</p><p>rivel pesadelo e da terra um inferno ardente.</p><p>Aos gemidos arrancados pela dôr unem-se as gar­</p><p>galhadas dos venturosos; paroxismos de mentirosa fe­</p><p>licidade são seguidos de accessos de desesperação; cada</p><p>vez mais o homem se vincula ás causas de seus males,</p><p>uma vez que esteja escravisado por ellas.</p><p>E’ por isso que a enfermidade sobrevem e o ataca</p><p>em suas fibras mais intimas; é então que elle escuta</p><p>a “mensagem da alma”.</p><p>Esta mensagem é sempre de força, de amor e de</p><p>paz; é a mensagem que nós também queremos entregar.</p><p>Offerecemos a “força”, que liberta a mente da</p><p>ignorância, do preconceito e do erro; queremos dar</p><p>valor para que busquem a verdade por todos òs mo­</p><p>dos; o “amor” pelo soccorro mutuo; a “paz” que sem­</p><p>pre chega a uma mente illuminada, a um coração</p><p>aberto, e á “consciência”'de uma vida immortal.</p><p>EXTRACTO DOS ESTATUTOS</p><p>— DO —</p><p>Circulo Esotérico da Communhão do Pensamento</p><p>I0D-HÉ-VAU-HÉ</p><p>Artigo l.° — O “Circulo Esotérico da Communhão do Pen­</p><p>samento”, fundado em 27 de Junho de 1909, na cidade de São</p><p>Paulo e com séde nella, é um circulo de communhão de pensa­</p><p>mento de seus membros e tem por fim: (*)</p><p>a) Promover o estudo das forças occultas da natureza e</p><p>do homem;</p><p>?> ) Promover o despertar das energias creativas latentes</p><p>no pensamento de cada filiado no sentido de lhe assegurar o</p><p>bem-estar physico moral e social, mantendo-lhe a saude do</p><p>corpo e do espirito;</p><p>c) Concorrer na medida de suas forças para que a Har­</p><p>monia, o Amor, a Verdade e a Justiça se effectivem cada vez</p><p>mais entre os homens;</p><p>d) Desenvolver uma propaganda activa e efficiente en­</p><p>tre seus filiados, por meio de publicações, conferências, etc.,</p><p>nas quaes recommendará o máximo respeito e tolerância para</p><p>com todas as religiões e credos philosophicos;</p><p>e) Empregar todos os meios ao seu alcance em prol do</p><p>bem-estar da humanidade, empenhando-se no combate aos vi­</p><p>cies que a flagellam, como: o alcoolismo, os toxicos inebriantes,</p><p>maus habito», etc.;</p><p>f) Auxiliar, na medida de seus recursos, todo o emprehen-</p><p>dimento humanitário e altruista;</p><p>y) Animar entre seus membros o culto civico dos grandes</p><p>bem feitores da humanidade, o respeito ás leis e aos poderes</p><p>constituidos do paiz;</p><p>(♦) Os estatutos acham-se registrados na Capital Federal sob o</p><p>de ordem 486 e 102.292 de 22 de Maio de 1911, e em S. Paulo sob</p><p>° n.° 344 de 5 de Dezembro de 1911 e averbados sob 0 n.° 1 de 26 de</p><p>Maio de 1924.</p><p>II ESTATUTOS DO CIRCULO ESOTERICO</p><p>70 Fomentar relações com outras aggremiações conge-</p><p>neres, quer nacionaes, quer extrangeiras.</p><p>Artigo 2.o — O “Circulo Esotérico da Commnhão do Pen­</p><p>samento” constará de illimitado numero de membros, sem dis-</p><p>tincção de sexo, nacionalidade, côr, posição social ou crença.</p><p>Artigo 3.° — A filiação no Circulo será feita mediante pe­</p><p>dido por escripto do pretendente, com a declaração de se com-</p><p>prometter</p><p>a bem cumprir os seus deveres para com o Circulo.</p><p>Artigo 4.° — São as seguintes as categorias dos membros</p><p>do Circulo: Effectives, accumulativos, bemfeitores, honorários</p><p>e remidos.</p><p>Artigo 5.° — Effectives são os filiados que pagarem no</p><p>acto da admissão 30$000 correspondentes ao primeiro anno e</p><p>lõ$OOO por annuidade subsequente. Para o extrangeiro, 60$000</p><p>de filiação e 20$000 de annuidade nos annos seguintes.</p><p>§ Unico — O anno social termina sempre no mez de JU­</p><p>NHO DE CADA ANNO.</p><p>Artigo 6.° — Accumulativos são os que pagarem, quando</p><p>admittidos, 15$000 de taxa de inscripção e 5$000 de annuidade</p><p>nos annos subsequentes, não tendo, porém, direito a receberem</p><p>as instrucções e a revista de que tratam as letras l) e c, § l.°</p><p>do art. ll.o.</p><p>§ Unico — O membro accumulative só poderá ser admitti-</p><p>do por proposta de um seu parente já filiado no Circulo.</p><p>Artigo 7.° — Bemfeitores são os membros que prestarem</p><p>serviços relevantes ao CiVculo ou a elle fizerem vultuosos do­</p><p>nativos.</p><p>Artigo 8.° — Honorários serão os grandes vultos que. ou</p><p>pela imprensa, pelo livro o upela tribuna, tenham desenvol­</p><p>vido uma propaganda efficiente em beneficio dos ideaes de­</p><p>fendidos pelo Circulo.</p><p>Artigo 9.° — Remidos são os que contribuírem de uma só</p><p>vez com a importância de 2008000. Para o extrangeiro 300$.</p><p>§ l.° — Ficam os socios remidos obrigados a communicar</p><p>annualmente á directoria do Circulo o seu endereço, para a</p><p>boa ordem na remessa da revista e na falta da communicaçao</p><p>será aquella suspensa.</p><p>Artigo 10.° — São deveres dos filiados:</p><p>§ l.° — Porem-se em communhão mental com os demais</p><p>membros uma vez ao dia (horas e instrucções reservadas).</p><p>§ 2.o -— Praticarem os exercícios que lhes são recommen-</p><p>dados, mantendo secretas as instrucções que lhes forem mi­</p><p>nistradas.</p><p>ESTATUTOS DO CIRCULO ESOTERICO III</p><p>§ 3.° — Empregarem todos os esforços na propaganda dos</p><p>ídeaes do Circulo, procurando angariar o maior numero de</p><p>adeptos, attenta á consideração de que quanto. maior1 fôr o</p><p>numero dos trabalhadores, tanto mais poderosa serã a sua</p><p>acção no Plano Invisivel.</p><p>§ 4.° — Prestarem todo o seu concurso moral e material,</p><p>acceitando as incumbências que lhes forem confiadas pelo Su­</p><p>premo Conselho.</p><p>§ 5.° — Pagarem pontualmente as suas contribuições an­</p><p>nua es.</p><p>Artigo 11.° — Todo filiado quite terá direito ao seguinte:</p><p>§ l.° — Receber gratuitamente as publicações abaixo:</p><p>a) Diploma de filiação;</p><p>fr) Instrucções esotéricas e exotericas;</p><p>c) Revista mensal “O Pensamento”.</p><p>§ 2.° — Gosar das regalias de que trata o art. 24.</p><p>NOTA — As importâncias pagas pelos filiados nas suas,</p><p>contribuições são correspondidas pelas publicações que recebem.</p><p>Artigo 24.° — As sessões exotericas terão lugar’ ás segun­</p><p>das-feiras, ás 20 h. 30 em ponto (8 e meia da noite) podendo</p><p>ser assistidas por todos os membros que estiverem quites com</p><p>o Circulo.</p><p>Artigo 2õ o — Só será permittido o ingresso aos profanos</p><p>nas sessões exotericas quando se fizerem acompanhar por fi­</p><p>liados do Circulo, que pela conducta dos mesmos se respon­</p><p>sa bilisem.</p><p>Artigo 26.° — Servirá de ingresso na séde do Circulo o</p><p>documento que prove achar-se o filiado quite com as suas con­</p><p>tribuições. (Recibo de filiação ou annuidade).</p><p>Artigo 47.° — Ao associado que não renovar sua annui­</p><p>dade dentro de tres mezes de seu vencimento, isto é, até o dia</p><p>de Setembro de cada anno, perderá o direito ás regalias de</p><p>que tratam as letras a, b e c, § l.° do art. 11.° e o art. 24.</p><p>Artigo 48.° — Na hypothese de que trata o art. precedente,</p><p>o considerado decahido o associado, podendo, entretanto, ser</p><p>readmittido logo que satisfaça as suas contribuições em atrazo.</p><p>Artigo 49.° — Os nomes dos filiados no Circulo, só figu­</p><p>rarão no registro do Supremo Conselho* e sobre todos os as-</p><p>uimptos exotericos serão impressos por numeração.</p><p>Aos interessados., enviaremos estatutos completos, bastando pe-</p><p>dil-os á séde : — Rua Rodrigo Silva, 23 — São Paulo (Brasil).</p><p>COMO DEVEM ESCREVER PARA PEDIR SUA INICIAÇÃO NO CIRCULO:</p><p>IOD-HÉ-VATJ-HÉ</p><p>Circulo Esotérico da Communhão do Pensamento</p><p>Rua Rodrigo Silva, 23 — S. PAULO (Brasil)</p><p>Obrigo-me, sob palavra de honra, a não fazer mau uso dos</p><p>conhecimentos que adquirir por intermédio do “Circulo Esoté­</p><p>rico da Communhão do Pensamento33, a evitar meu embruteoi-</p><p>mento pelo abuso do álcool e a cumprir com os deveres sotáaes,</p><p>ASSIGNATÜRA</p><p>Nome ............................................. -............-.................................... ......</p><p>Logar de residência .................. ........................................ .......... .....</p><p>Rua ................................................................................... N.o .............</p><p>Estado de................................................Paiz.....................................</p><p>P. 8. — Inclusa envio a contribuição de 30$000 (*), de con-</p><p>. formidade com o artigo 5.° dos Estatutos, afim de que me se~</p><p>•* jam remettidas as Instrucções, etc., para a indicação acima.</p><p>(*) Enviar mais 2$000, se quizer que as Instrucções sejam re­</p><p>mettidas todas sob registro do correio.</p><p>A filiação com direito ás Instrucções ricamente encadernadas em</p><p>3 volumes e bem acondicionadas numa caixinha, 40$000, indo tudo</p><p>registrado pelo correio.</p><p>Para o extrangeiro, 60$000; com as Instrucções encadernadas,</p><p>70$000.</p><p>Toda a correspondência deverá ser dirigida ao CIRCULO</p><p>ESOTERICO — Rua Rodrigo Silva, 23 — S. Paulo (Brasil).</p><p>INSTITUTO DE SCIENCIAS HERMÉTICAS</p><p>(PSYCHOLOGIA EXPERIMENTAL)</p><p>ASTROLOGIA. — De todas as</p><p>artes adi vinha torias, a Astrologia é</p><p>a mais completa. O conhecimento</p><p>da astrologia constitue um verdadei­</p><p>ro guia na vida, fornecendo ao estu­</p><p>dante uma directriz certa para pro­</p><p>gredir na vida. Todos temos qualida­</p><p>des para obter exito, fazer fortu­</p><p>na, gosar das boas cousas que a vida</p><p>nos offerece, porém ignoramos o ca­</p><p>minho que devemos seguir para isso</p><p>e, muitas vezes, procuramos a feli­</p><p>cidade e o progresso onde só pode­</p><p>mos encontrar soffrimento e insuc-</p><p>cesso. — Preço: 30$000. Pelo cor­</p><p>reio, 31$000.</p><p>CHIROMANCIA. — Este é o mais</p><p>completo tratado que ha sobre a</p><p>arte de ler a mão. A pessoa que o</p><p>conheça bem, está habilitada a des­</p><p>cobrir os mais intimos segredos das</p><p>outras, a predizer-lhe o futuro e a</p><p>revelar-lhe o passado em todos os</p><p>seus detalhes. Além disso, cada qual</p><p>apprende a conhecer a si mesmo, a</p><p>analysar seu lado fraco e a prever</p><p>quando terá prosperidade e quàndo</p><p>o destino lhe será adverso, podendo,</p><p>assim, prevenir-se em tempo. — Pre­</p><p>ço: 10$000. Pelo correio, 11$000.</p><p>EDUCAÇÃO PESSOAL. — Quem</p><p>seguir as lieções de educação pes­</p><p>soal, em pouco tempo se torhará</p><p>outro homem. Tem falta de memó­</p><p>ria ou intelligencia fraca? A licção</p><p>VI ensina a desenvolvel-a assombro-</p><p>samente. Quer adquirir a influen­</p><p>za pessoal? Quer fazer fortuna?</p><p>A licção VII ensina os meios de o</p><p>conseguir. Este tratado ensina o ho-</p><p>Iaeni a remodelar-se e a se refazer*</p><p>coxnpletamente, por peor que seja o</p><p>seu estado e suas condições: basta</p><p>saber como e querer agir! — Preço:</p><p>10$000. Pelo correio, 11$000.</p><p>GRÃPHOLOGIA. — Este é um</p><p>tratado positivo e experimental so­</p><p>bre o modo de conhecer o caracter,</p><p>aptidões e qualidades pelas formas</p><p>da letra. E’ muito util para o ho­</p><p>mem que trabalha numa profissão</p><p>commercial e relacionada com o pu­</p><p>blico, pois pela assignatura ou al­</p><p>gumas linhas de manuscripto, pode</p><p>conhecer o intimo do indivíduo com</p><p>quem está tratando. — Preço:</p><p>10$000. Pelo correio, 11$000.</p><p>HYPNOTISMO. — Quer dominar</p><p>sobre as multidões, fascinar os ou­</p><p>tros com o olhar? Estude o hypno-</p><p>tismo. Nelle encontrará a origem do</p><p>poder dos fakires, apprenderã a fa­</p><p>zer a transmutação das cousas. Os</p><p>processos aqui revelados para a ac-</p><p>quisição do poder* hypnotico são, in-</p><p>contestavelmente, superiores a quaes-</p><p>quer outros, permittindo ao estu­</p><p>dante ser bem succedido desde os</p><p>primeiros ensaios. As experiencias</p><p>variadas que este tratado apresen­</p><p>ta são simples e fáceis de serem</p><p>realisadas, ao mesmo tempo que</p><p>exercem uma notável influencia so­</p><p>bre o publico. O professor encontra</p><p>os meios de educar seus alumnos e</p><p>desenvolver-lhes as boas qualidades,</p><p>o pae de família apprende a corrigir</p><p>seus filhos, a dar-lhes vida e saude.</p><p>— Preço: 10$000. Pelo correio, 11$.</p><p>MAGIA. — Este tratado mostra a</p><p>magia sob seu verdadeiro aspecto,</p><p>dando instrucções claras e praticas.</p><p>As instrucções são divididas em tres</p><p>graus. As do primeiro grau ensinam</p><p>a obter dominio sobre as cousas de</p><p>interesse material, no segundo gr'au</p><p>entrará em contacto com os entes</p><p>astraes e no terceiro grau com as</p><p>jerarchias celestes e os espiritos pla­</p><p>netários. E’ muito util a todo estu­</p><p>dante sério do occultismo, apresen­</p><p>tando vistas novas e originaes e in-</p><p>dicando-lhe o caminho seguro para</p><p>veneer o Phantasma do Humbral. —</p><p>Preço: 20$000. Pelo correio, 21$000.</p><p>MEDICINA OCCULTA. — E’ uma</p><p>exposição completa da. verdadeira</p><p>medicina universal. E’ um comple­</p><p>mento indispensável «aos conheci­</p><p>mentos medicos da sciencia actual.</p><p>A verdadeira origem das doenças e</p><p>suas causas reaes são estudadas de</p><p>modo a ficarem completamente es­</p><p>clarecidas. Os conhecimentos neces­</p><p>sários ao verdadeiro medico são ex­</p><p>postos com toda clareza. Um dos co­</p><p>nhecimentos mais necessários ao</p><p>medico é o dos orgãos atacados e o</p><p>da determinação exacta das doenças,</p><p>não pelos seus nomes, mas pelos</p><p>symp tomas reaes que apresentam. O</p><p>medico que conhece a medicina oc­</p><p>culta pode descrever a doença, sem</p><p>mesmo ter visto o doente. — Preço:</p><p>10$000. Pelo correio, 11$000.</p><p>MAGNETISMO. — Este tratado</p><p>ensina de tal modo a adquirir a for­</p><p>ça magnética que, em pouco tempo,</p><p>se pode causar assombro pelos phe­</p><p>nomenos prodigiosos. O pensamento</p><p>do estudante, orientado pelo metho-</p><p>do aqui exposto, será uma poderosa</p><p>alavanca para demolir todas as bar­</p><p>reiras que se lhe apresentarem na</p><p>vida. A licção IV ensina a vencer a</p><p>timidez e dominar as emoções. Na</p><p>licção V, apprende-se a adquirir fa­</p><p>PEDIDOS A’ LIVRARIA</p><p>Rua Rodrigo Silva, 40</p><p>culdades transcendentaes, como, por</p><p>exemplo, a psychometria, a visão á</p><p>distancia, o desdobramento. Na li.c-</p><p>ção IX, apprende-se a combater to*</p><p>das as doenças por meio do magne­</p><p>tismo. — Preço: Í0$000. Pelo coi></p><p>reio, ll$000.</p><p>RADIOPATHTA. — O Sol consti*</p><p>tue um precioso elemento para o</p><p>tratamento das doenças, por mais</p><p>graves que sejam. A applicação</p><p>dos raios solares e das irradiações</p><p>humanas no tratamento das doenças</p><p>constitue o objecto da rad/iopathitâ</p><p>O verdadeiro meio de renovar a nai</p><p>tureza humana é pelo emprego dos</p><p>raios solares. O tratamento da&</p><p>doenças mais graves pode ser per-</p><p>feitamente emprehendido por qual*</p><p>quer pessoa, por mais pobre que</p><p>seja. Moysés, que conhecia a enor­</p><p>me importância que têm os raios</p><p>solares na purificação do corpo hu*</p><p>mano e na renovação do sangue 0</p><p>dos tecidos, estabeleceu certas re*</p><p>gras de purificação em que os raios</p><p>solares têm papel importante. —</p><p>Preço: 10$000. Pelo correio, ll$000.</p><p>PHYSIOGNOMONIA p PHRE-</p><p>NOLOGIA. — Este tratado comple­</p><p>to sobre a arte de conhecer o ho­</p><p>mem pelas formas de seu rosto, seu</p><p>olhar, seu porte, seus gestos, tem</p><p>vastíssima applicação na vida pra­</p><p>tica, em que quasi sempre encon­</p><p>tramos pessoas que estão destinadas</p><p>a prejudicar-nos por uma forma ou</p><p>outra. A physiognomonia nos revela</p><p>as qualidades boas ou más das pes­</p><p>soas e nos permitte avaliar sua ho­</p><p>nestidade, sinceridade e capacidade</p><p>para as luetas da vida. — Preço:</p><p>10$000. Pelo correio, ll$000.</p><p>O PENSAMENTO”</p><p>S. Paulo — (Brasil)</p><p>5</p><p>FELICIDADE, FORTUNA E SAUDE</p><p>somente podem ser obtidas pelo conhecimento das forças psy-</p><p>chicas, educação do pensamento e desenvolvimento da vontade,</p><p>de aécordo com o extraordinário livro:</p><p>MAGNETISMO PESSOAL</p><p>------------ de H. DURVILLF ----------- I;</p><p>Este volume deve ser o companheiro inseparável de todos, ]</p><p>quer do pobre, quer do rico, pois cada um encontrará nelle aquil- (</p><p>lo de que mais necessita para ser feli», porquanto nos ensina a ]</p><p>desenvolver a vontade e a energia mental; a conquistar a sym- ।</p><p>pathia, o amor e a ]</p><p>confiança; a alcan- j</p><p>çar exito nos empre* •</p><p>hendimentos e ven- ।</p><p>cer todos 0» obsta- ]</p><p>culos que se oppõem ।</p><p>aos nossos desejos; '</p><p>a adquirir autorida- t</p><p>de sobre os outros, ’</p><p>tornando-os instru- ।</p><p>men tos do nosso '</p><p>progresso} a obter ।</p><p>as melhores posi- ]</p><p>ções na vidà; a ।</p><p>conservar a nossa ]</p><p>saude ou a adquL ।</p><p>ril-a e a permanecermos sempre jovens de espirito e de corpo. ]</p><p>Tudo isso se obtém pela acquisição do magnetismo pessoal, que ।</p><p>existe em estado latente em todos nós. O desenvolvimento das ]</p><p>forças magnéticas no homem obedece a certas leis que, sendo ।</p><p>conhecidas e applicadas, levam o individuo á saúde, ao bem- •[</p><p>estar e á felicidade. Foi com esse intuito que o prof. Durville ।</p><p>publicou esta obra, simples e pratica. Bello volume, ornado de [</p><p>numerosas gravuras e impresso em papel superior. — Preço: ।</p><p>Brochado, 5$000; encadernado, 7$000. Pelo correio mais 500 réis. ]</p><p>PEDIDOS A’ LIVRARIA “O PENSAMENTO” I</p><p>Rua Rodrigo Silva N.° 40 —------ São Paulo--------- (Bràsil) J</p><p>ÍEMPRESA EDITORA “O PENSAMENTO”!</p><p>í — ---------------CASA FUNDADA EM 1907 (EDIFÍCIO PROPRIO)----------------------M</p><p>EXTRACTOD</p><p>A Anthroposophia, enc. 6$, broch. 4$000</p><p>A Chave dos Grandes Mysterios,</p><p>encadernado 25$000, brochado . 20$000</p><p>Adaptação Magica, enc. 4$, broch. 2$000</p><p>A Felicidade pelo Pensamento, en­</p><p>cadernado 5$000. brochado .... 3$000</p><p>A Grande Mensagem, enc. 7$, broc. 5$000</p><p>A Iniciação. Egypcia, enc. 5$, broc. 3$00ô</p><p>Alchimia Mental, enc. 5$, brochado 3$000</p><p>A Maravilhosa Fonte Interna, en­</p><p>cadernado 6$000, brochado ......... 4 $000</p><p>Amor e Sacrifício, enc. 5$, broch. 3$000</p><p>A Renovação do Homem, encader­</p><p>nado 5$000, brochado ................ 3$000</p><p>As Forças do Bem e do Mal, enca­</p><p>dernado 5$000, brochado .... 3$000</p><p>Astrologia (Tratado de), brochado 30$000</p><p>A Usina Humana, enc. 7$. brach. 5$000</p><p>A Vida Triumphante. enc. 5$. broc. 3 $000</p><p>Caminho da Realisação, enc. 7$, br. 5 $000</p><p>Catecismo Espirita, brochado .... $500</p><p>Christianismo Mystico, enc. 7$, br. 5$000</p><p>Como desenvolver as Faculdades</p><p>Intuitivas, encad. 5$000, broch.. 3$000</p><p>Como fazer se Yogi, enc. 6$. broch. 4$000</p><p>Como governar as Forças Astraes,</p><p>encadernado 5$000, brochado . . 3$000</p><p>Consciência Cósmica, enc. 7$. broc. 5$000</p><p>Cruz de Caravaca, enc. 3$, broch. 2$000</p><p>Curso de Iniciação Esotérica, en­</p><p>cadernado 15$000, brochado ... 10$000</p><p>Em hesrpanhol, enc. 25$. broch. 208000</p><p>Diário dos Invisíveis, enc. 7$, broc. 58000</p><p>Discursos sobre a Verdade, broch. 2$Ó00</p><p>Doutrina Secreta dos Rosacrucia-</p><p>nos, encadernado 10$000. broch. 7$000</p><p>Elementos de Chiromancia, enca­</p><p>dernado C$000, brochado ............ 4$000</p><p>Ensaio sobre a Evolução da Idéa,</p><p>encadernado 58000. brochado . . 3$000</p><p>Estudo da Religião,- enc. 7$, broc. 5$000</p><p>Força Attractiva do Pensamento,</p><p>encadernado 7$000, brochado . . 5$000</p><p>Forças Occultas, encad. 15$. broch. 12$000</p><p>Gnani Yoga, encad. 7$000, broch. õ'$000</p><p>Guia da Mediumnidade, encaderna-</p><p>nado 6$000, brochado .................. 4$000</p><p>Homeopathia Domestica Brasileira,</p><p>encadernado 7$000, brochado . . 5$000</p><p>Ideas e Commentaries, brochado . 3$000</p><p>Jesus, encadernado 7$000. broch. 5$000</p><p>Lei da Vida, enc. C$000, brochado 4$000</p><p>Leitura Pratica do Pensamento, en­</p><p>cadernado 5$000, brochado .... 3$000</p><p>Luz no Caminho, enc. 5$, brochado 3$0O0</p><p>Magia do Sertão, enc. 7$, brochado 5$00G*</p><p>20$000 i</p><p>5$000 I</p><p>10$000 |</p><p>5$000 T</p><p>3$000t</p><p>2$000 T</p><p>3$00Ó 1</p><p>3$000 |</p><p>7$000 I</p><p>5$000 •</p><p>10$000 !</p><p>3$000 I</p><p>3$000 t</p><p>5 $000.'J</p><p>5$000 ?</p><p>5$000 f</p><p>5$00Õ ?</p><p>5$000 I</p><p>O CATALOGO</p><p>Magia Theurgica (do Instit.), broc.</p><p>Magnetismo Pessoal, enc. 7$, broc.</p><p>Medicina Occulta (do Instit.), broc.</p><p>Methodo .de Hypnotismo, encader­</p><p>nado 7$000. brochado ............</p><p>Mysterio Sacerdotal, enc. 5$, broc.</p><p>No Jardim da Alma, brochado ....</p><p>Nossa Vida durante o Somno, en­</p><p>cadernado 5$000, brochado ....</p><p>O Adepto, encad. 5$000, brochado</p><p>O Christianismo Esotérico, enca­</p><p>dernado 10$000, brochado .......</p><p>O Espirito Consolador, enc. 7$, br.</p><p>O Filho de Zanoni, enc. 15$, broch.</p><p>O Homem conforme a Magia, en­</p><p>cadernado 5$000, brochado ....</p><p>O</p><p>Iniciado Indiano e a Feiticeira</p><p>Russa, encad. 5$000, brochado ..</p><p>O Occultismo e o Amor, enc. 7$, br.</p><p>O Poder da Vontade, enc. 7$. broc.</p><p>O Poder do Desejo, enc. 7$, broch.</p><p>O Poder Espiritual, enc. 7$, broch.</p><p>O Poder Regenerador, enc. 7$, br.</p><p>O Problema do Além e dQ Destino,</p><p>encadernado 7$000, brochado .. 5$0004</p><p>Os Pensamentos são Cousas, enca- *• *</p><p>dernado 5$000, brochado .......</p><p>O Sonho da Esphinge, enc. 7$, broc.</p><p>Padre Nosso Esotérico, brochado ...</p><p>Para combater o Medo, brochado .</p><p>Pelas Portas de Ouro, enc. 6$. broc.</p><p>Phenomenos Psychicos, enc. 7$, br.</p><p>Physiognomonia e Phrenologia (do</p><p>Instituto), brochado..................</p><p>Preces Espíritas, enc. 2$000, broch.</p><p>Propedêutica Respiratória, encader­</p><p>nado 30$000, brochado</p><p>Psychomancia Pratica, encad.’ ....</p><p>Que é o Occultismo?,’brochado ..</p><p>Realização do Homem Superior, en­</p><p>cadernado 4$000. brochado ....</p><p>Reencarnação, encad.. 7$000, broch.</p><p>Religião do Amor e da Belleza, en­</p><p>cadernado 7$000, brochado ....</p><p>Sciencia da Cura Psychica, enca­</p><p>dernado C$000, brochado .......</p><p>Sciencia Secreta, 2 volumes, enca­</p><p>dernados 50$000, brochados . . .</p><p>Simão o Mago, enc. 5$000. broch.</p><p>Swaramadra (Medida da Respira­</p><p>ção), brochado ..................... . .</p><p>Um Romance de Dois Mundos, en­</p><p>cadernado 7$000, brochado . ..</p><p>Vantagens da Riqueza, enc. 4$, br.</p><p>Voz da Natureza, brochado ............</p><p>Zanoni, encad. 25$000, brochado . 20$000</p><p>3 $000</p><p>5$000</p><p>1$000</p><p>1$000-</p><p>4 $000</p><p>5$OQO</p><p>108000 I</p><p>$500 |</p><p>25$000 •</p><p>5$000 |</p><p>2$000 |</p><p>2$000 ?</p><p>5$000 |</p><p>5$0O0 |</p><p>4$000 I</p><p>40$000 ?</p><p>3$000 ?</p><p>?</p><p>3$000 |</p><p>5$000 4</p><p>28000 l</p><p>l$000 ç</p><p>Pelo correio: quantia inferior a 10$, mais $500 por vol.; de 10$ para cima, mais 1$ |</p><p>Pedidos á Livraria O Pensamento - Rua Rodrigo Silva, 40 - S. Paulo I</p><p>pelo povo.</p><p>Dest’arte a historia dá-nos um exemplo da lei de</p><p>compensação. O Magnete, que tomou o seu nome por</p><p>se parecerem as suas propriedades com os phenomenos</p><p>resultantes do uso da Influencia Mentativa, tornou a</p><p>pagar a sua divida depois de muitos séculos, e serviu</p><p>para dar um nome ás manifestações mentaes semelhan­</p><p>tes ás dos Magos nos tempos escuros. O Magnete res-</p><p>titue aos modernos Magos o nome que elle tomou dos</p><p>Magos da antiga Persia. E? este um trecho interessante</p><p>A HISTORIA DA FASCINAÇAO MENTAL 27</p><p>da Historia Occulta, pouco conhecido do publico em</p><p>geral.</p><p>FASCINAÇÃO DE JULIO CESAR</p><p>A historia antiga está cheia de exemplos da ope­</p><p>ração de Fascinação Mental entre os povos dos tempos</p><p>passados. Contam de Julio Cesar que, quando era jo­</p><p>vem, cahiu em mãos dos piratas perto da Ilha de Rho­</p><p>des, os quaes capturaram o seu navio e o fizeram pri­</p><p>sioneiro.</p><p>Assim o tiveram por varias semanas, esperando</p><p>que os seus parentes o fossem resgatar com dinheiro.</p><p>Refere Plutarco que, emquanto o jovem Cesar estava</p><p>captivo dos piratas, exerceu sobre elles um dominio</p><p>tal, que parecia senhor antes que prisioneiro delles.</p><p>Quando elle desejava descançar ou dormir, prohibia-</p><p>Ihes que fizessem barulho, e elles obedeciam-lhe cega­</p><p>mente. Elle não hesitou em ameaçal-os com morte,</p><p>quando tornasse a ganhar a sua liberdade, e elles não</p><p>o castigaram — e depois disso Cesar cumpriu bem as</p><p>suas ameaças.</p><p>PODER MYSTICO DE ALCIBIADES</p><p>Refere-se de Alcibiades, o Atheniense, que apos­</p><p>tara com outros jovens athenienses que elle daria pu-</p><p>blicamente um murro etm| Hipponikos, varão grande­</p><p>mente respeitado e venerável. E não só elle apostou que</p><p>28 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>faria esta cousa, mas ainda affirmou que o obrigaria^</p><p>além disso, a dar-lhe sua filha predilecta em casamento.</p><p>No dia seguinte, quandoi Hipponikos sahia, indo-lhe</p><p>Alcibiades ao encontro, pespegou-lhe um sôcco. Offus-</p><p>cado e desorientado, o velho homem recolheu-se á sua</p><p>casa. Levantou-se um grande rumor publico e o man-</p><p>cebo pareceu cahir como victima sob a indignação dos</p><p>cidadãos. No proximo dia, Alcibiades dirigiu-se á casa</p><p>de Hipponikos e, fingindo sutoiietter-se ao castigo, con­</p><p>seguiu induzir no velho um sentimento de humor fran­</p><p>co e alegre, e obteve seu perdão e boa vontade, e foi</p><p>esta crescendo de ponto que se devotou todo ao man-</p><p>cebo e lhe offereceu a mão de sua filha em casamento,</p><p>a qual foi acceita. Quem teve noticia do recordado ca­</p><p>racter dos athenienses, convirá em que foi esta uma</p><p>admiravel occorrencia. Foi, sem duvida, uma pasmosa</p><p>exhibição da Fascinação Mental.</p><p>O ENCANTO NAPOLEONICO</p><p>Todos os grandes generaes da historia tiveram</p><p>esta qualidade. Cesar, Alexandre o Grande, Napoleão,.</p><p>Frederico o Grande, e o moderno Guerreiro-Mystico</p><p>gen. Gordon, todos commandavaim seus homens de um</p><p>modo tão mysterioso e admiravel, que suas tropas os</p><p>adoravam como a deuses, e iam de boa vontade e ale­</p><p>gres para a morte. O unico exemplo de Napoleão, quan­</p><p>do elle voltou do Elba, e encontrou o exercito de Bour­</p><p>bon que se puzera em ordem de batalha para o prender r</p><p>A HISTORIA DA FASCINAÇÃO MENTAL 29</p><p>fôra bastante para dar a um a idéa do maior poder de</p><p>Fascinação possuidoi por aquelle homem extraordiná­</p><p>rio. Estaes lembrados de que as tropas se haviam posto</p><p>dmi ordem de batalha para atacar a Napoleão, e já ti­</p><p>nham as suas espingardas apontadas para o peito delle</p><p>em obediência ao commando: Apontar- armas! Napo­</p><p>leão, que se achava em pé, avançou deliberadamente</p><p>para as tropas, com passos medidos, olhando directa-</p><p>mente para seus olhos. Então os officiaes gritaram:</p><p>Fogo! Uma só descarga fôra sufficiente para matar</p><p>Napoleão e trazer ao soldado que a dera uma fortuna</p><p>do Rei Bourbon. Mas nenhum dos soldados obedeceu á</p><p>ordem, tão completamente estavam] sob o encanto da</p><p>fascinação mental de Napoleão. Em vez de elles atirar,</p><p>lançaram suas espingardas e, cheios de alegria, corre­</p><p>ram para o corso, exclamando: Viva o Imperador!</p><p>Seus officiaes fugiram, e Napoleão, pondo-se á frente</p><p>das tropas, marchou sobre Paris. Outras tropas reu­</p><p>niram-se sob o seu estandarte em cada ponto em que</p><p>elle as encontrau, ainda que tinham sido mandadas</p><p>para prendel-o. Quando elle alcançou as portas de Pa­</p><p>ris, commandava já um| exercito numerosíssimo'. A</p><p>fascinação manifestada por este homem foi um dos</p><p>exemplos mais notáveis da posse delia de que temos</p><p>memória. E parece que dura até hoje — quasi um século</p><p>depois de sua morte. A simples menção de seu nome</p><p>causa-nos um formigamiento do sangue.</p><p>30 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>EXEMPLOS MODERNOS</p><p>Todos os grandes directores de homens, estadistas,,</p><p>oradores, politicos, etc., têm desenvolvido o poder da</p><p>Fascinação Mental a um grau considerável.</p><p>Se já vos achastes em contacto com um homem</p><p>desta sorte, lembrareis sempre a impressão que elle vos</p><p>causa. Todos os homens que conheceram a James G.</p><p>Blaine, recordar-se-hão de seu Magnetismo Pessoal, de</p><p>que tanto se disse no tempo dm que viveu.</p><p>Quem quer que ouviu o famoso discurso de Vm.</p><p>J. Bryan, na Convenção de Chicago, em que elle usou</p><p>da famosa expressão : Ta não apertarás a coroa ãe es­</p><p>pinho na fronte do operário; tu não crucificarás a Hu­</p><p>manidade em uma Cruz de Ouro, não necessita de mais</p><p>prova da realidade da Fascinação Mental.</p><p>Bryan passou quasi desconhecido á maioria dos</p><p>delegados e não pensaram em fazer menção delle. Mas</p><p>seu Magnetismo foi tão grande, que elle levou como</p><p>uma poderosa maré toda a convenção deante de si,</p><p>após o que os delegados o carregaralmj no hombro em</p><p>torno á sala e o nomearam seu presidente. E ainda que</p><p>derrotado duas vezes, comtudo este homem exerceu</p><p>uma poderosa fascinação sobre cem mil de seus compa-</p><p>tricios que vinham pôr-se em roda de seu estandarte</p><p>quando elle os chamava.</p><p>Henrique Ward Beecher, no grande meeting em</p><p>Inglaterra manifestou o mesmo poder. Todo o comicio</p><p>A HISTORIA DA FASCINAÇAO MENTAL 31</p><p>declarou-se contra elle e abafou suas palavras com.</p><p>apupos, gritos e outros ruidos. Mas Beecher olhou-os</p><p>directamente nos olhos, e gradualmente metteu-os no</p><p>jugo, e então falou-lhes por duas horas e suavemente</p><p>tomou a assembléa popular de assalto. Eil-o agora a</p><p>fazer um só homem de mil outros hostis a si e deter­</p><p>minados a impedil-o de falar. Mas um mero homem</p><p>ganho — pelo poder da sua Fascinação Mental, que se</p><p>manifestou na phase de VONTADE.</p><p>* Nestes casos, não obrou simplesimente a palavra,</p><p>mas a VONTADE atraz delia.</p><p>A VONTADE é uma força realmente viva, e uma</p><p>das duas grandes phases, em polos, da Fascinação</p><p>Mental.</p><p>MESMER E SUA OBRA</p><p>Volvendo á ultima parte do décimo oitavo século</p><p>e omittindo toda referencia aos phenomenos de Fasci­</p><p>nação Mental recordados da Edade Media, achamos que</p><p>pode chamar-se o principio do restabelecimento desta</p><p>materia entre os occidentaes.</p><p>Alludo á obra de Frederico Antonio Mesmer, um</p><p>homem que sabia imuito mais do que ensinava e era ha­</p><p>vido pelos sabichões ignorantes de seu tempo como um</p><p>charlatão e um impostor.</p><p>Os que estão informados a respeito da historia se­</p><p>creta de Mesmer, sabem que elle foi um occultista de</p><p>grande merecimento e como tal se viu forçado a en-</p><p>32 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>cobrir os seus reaes ensinos com as theorias populares</p><p>e phenomenos sensacionaes afim de chamar a attenção</p><p>do mundo e escapar ás perseguições religiosas.</p><p>Nasceu Mesmer em 1734, e em 1775 começou a sua</p><p>obra em Vienna, escrevendo e ensinando do fluido uni­</p><p>versal mysterioso que era capaz de dominar as vonta­</p><p>des do povo, curar-lhes as enfermidades e de ser diri­</p><p>gido e operado pelo homem. Ensinava que este fluido</p><p>universal penetrava todas as cousas e se prestava a re­</p><p>ceber e communicar todas as sortes de movimento e im­</p><p>pressões. Que elle actuava directamente sobre os nervos</p><p>em que está incorporado, e produzia no corpo humano</p><p>phenolnienos semelhantes aos da pedra-iamn ou magnate.</p><p>Chamou Mesmer a este fluido magnético animal e en­</p><p>sinou que este magnetismo flue rapidamente de corpo a</p><p>corpo; actúa á distancia; é reflectido por um espelho,</p><p>como luz,</p><p>etc., etc. Attrahiu Mesmer a si grande at-</p><p>tenção e não menor abuso; pois não só elle foi escarne­</p><p>cido e apupado, senão também expulso das egrejas como</p><p>possesso do poder domoniaco e feiticeiro. Isto não</p><p>obstante, soube elle captivar partidários e attrahir es­</p><p>tudantes. Mesmer foi examinado por uma Colmfmissão</p><p>Real e por um corpo de scientificos, os quaes obtiveram</p><p>vários resultados. Neste interim, rebentou a Revolução</p><p>Franceza que interrompeu o interesse geral na mate­</p><p>ria durante muitos annos. Os discipulos de Mesmer</p><p>seguiram as linhas geraes das praticas e theorias do</p><p>seu mestre, com addições ou mudanças de somenos im­</p><p>portância.</p><p>A HISTORIA DA FASCINAÇÃO MENTAL 33</p><p>O ABBADE FARIA</p><p>Em 1814, âttrahiu o Abbade Faria muito interesse</p><p>dm? Paris. Suas theorias differiam das de Mesmer, tanto</p><p>mais quanto elle inculcava que o somno produzido por</p><p>Mesmer e seus proselytos não era o resultado de uma</p><p>força exterior, mas causadoi pelo mesmo paciente. Por</p><p>vários annos, a animada contestação sustentou-se entre</p><p>as duas escolas de Mesmerist as e nasceram daqui mui­</p><p>tos sentimentos maus.</p><p>BRAID E O HYPNOTISMO</p><p>. Veiu depois James Braid, o cirurgião de Manches­</p><p>ter, que se pôz a demolir as theorias acceitas, substi­</p><p>tuindo-as pela sua. Braid pôde ser chamado o pae do</p><p>Hypnotismo; foi este termo prtajeiramente empregado</p><p>em connexão com a sua obra. Sua theoria foi que não</p><p>havia uma tal cousa como magnetismo animal, mas os</p><p>phenomenos obtidos por Mesmer e seus seguidores só</p><p>eram causados por uma condição physiologica effe-</p><p>ctuada por meios physicos, taes como fixação do olhar,</p><p>rigidez dos musculos, etc. Braid contribuiu importan-</p><p>temente para o conhecimento da materia, ainda que os</p><p>seus escriptos ou ensinos foram coloridos com as suas</p><p>theorias particulares. Braid considerou o somno hy-</p><p>pnotico produzido por seus methodos, como condição</p><p>necessária e causa dos phenomenos do» Magnetismo</p><p>animal.</p><p>3</p><p>34 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Seus escriptos attrahiram para o assumpto a at-</p><p>tenção dos medicos que haviam evitado, no seu tempo,</p><p>tocar nelle por lhes parecer fóra de sua profissão. Pro­</p><p>vocou também os escriptos de Braid uma série de in­</p><p>vestigações da parte dos medicos, as quaes começaram</p><p>a ser feitas tanto na França como na Allemanha e con­</p><p>tinuaram até este tempo.</p><p>O resultado de taes investigações foi collocar a</p><p>materia sob uma base scientific®.</p><p>LIEBAULT E A SUGGESTÃO</p><p>O Dr. Liebault, da Escola de Nancy, França, foi</p><p>o primeiro que apresentou a theoria da Suggestão, que</p><p>attrahiu muitos adeptos. O Dr. Bernheim, um discípulo</p><p>de Liebault, em seu livro Therapeutic® Suggestiva, ex-</p><p>pôz as Theorias de seu mestre e ainda foi adeante. A</p><p>theoria da Suggestão, ensinada por Liebault e Ber­</p><p>nheim, inculcava que os phenomenos do mesmerismo e</p><p>do magnetismo animal dependiam da Suggestão ver­</p><p>bal ou Ordem verbal, dada pelo hypnotisador ao sujeito</p><p>que a recebe sob o estado do somno hypnotico.</p><p>Este somno hypnotico foi considerado como ante­</p><p>cipadamente necessário, base e fundamento dos phe­</p><p>nomenos. Para os mestres, estudantes e investigadores</p><p>daquelle tempo, o Somno era tudo — e a maior parte</p><p>delles estava ainda sob a influencia dos velhos ensinos.</p><p>A HISTORIA DA FASCINAÇÃO MENTAL 35</p><p>O ENGANO DE BERNHEIM</p><p>Coimio um exemplo de quão pertoi um homem pode</p><p>estar de uma cousa e, não obstante, a não achar, men­</p><p>ciono aqui que Bernheim recordou que em raros casos,</p><p>onde as condições fossem excepcionalmente favoráveis,</p><p>elle poderia obter resultados, mesmo quando o sujeito</p><p>não estivesse dormindo. Mas não teve a opportunidade</p><p>de seguir esta direcção e no cabo de tudo abraçou a</p><p>crença e a theoria que o somno hypnotico era de uma</p><p>precedencia necessária para a obtenção dos phenome-</p><p>nos. Elle tentou produzir a condição de somno profun­</p><p>do ou hypnose profunda, crendo ser o mesmo uma con­</p><p>dição necessária para a suggestihilidade. A mesma pa­</p><p>lavra Hypnosis vem do termo grego que significa acal­</p><p>mar-se para dormir, por onde o leitor pôde ver quão</p><p>profunda esta idéa de somno era e é entre os hypno-</p><p>tistas. Lembremo-nos que Hypnose significa uma con­</p><p>dição de somno, e nunca usaremos da palavra em ou­</p><p>tro sentido. Fascinação Mental não é Hypnose, ainda</p><p>que a Hypnose é uma forma de applicação da Fascina­</p><p>ção Mental.</p><p>A NOVA ESCOLA</p><p>Durante os dez annos passados ou cousa seme­</p><p>lhante, esteve de pé uma nova escola de investigadores</p><p>dos phenomenos de Mesmerismo, etc. Procedeu a nova</p><p>36 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Escola da theoria que o somno hypnotiico era mera-</p><p>mente um incidente, e que todos os phenomenon obti­</p><p>dos pelas mais velhas autoridades eram possiveis sem</p><p>a producção da condição soporifica. Em outros termos,</p><p>o somno não é uma condição necessária de suggests</p><p>'bilidade.</p><p>Isto põe a escola dos suggestionistas muito perto</p><p>da idéa occulta de Fascinação Mental, ainda que haja</p><p>differenças radicaes, como passoi a demonstrar.</p><p>Em 1884, o doutor Bremand annunciou que elle</p><p>descobrira que ha um quarto estado (?) hi/pnotico a</p><p>que elle chamava Fascinação, a qual punha o sujeito</p><p>em plena consciência de tudo quanto o cercava e lem­</p><p>brança do que havia occorrido.</p><p>Se Bremand tivesse tido a coragem sdmente de</p><p>omittir o idolatrado termo hypnotico em sua propo­</p><p>sição, teria certamente fundado uma nova escola. Mas</p><p>não o fez! O allemão Froman escreveu um livro vo­</p><p>lumoso sobre Fascinação, no qual a definia como Hy*</p><p>pnotismo que não leva o somno.</p><p>A VERDADE SOBRE A SUGGESTÃO</p><p>Muitas das melhores obras sobre hypnotismo sem</p><p>somno (?) forafrn escriptas pelos experimentadores ame­</p><p>ricanos (medicos principalmente), levados quasi todos</p><p>pela crença que a suggestão é a explicação da cousa</p><p>toda, e que não ha passagem de correntes mentaes.</p><p>A HISTORIA DA FASCINAÇÃO MENTAL 37</p><p>Sustentam alguns suggestionistas que o sujeito</p><p>age sob a ordem ou suggestão immediata e faz o que</p><p>ella diz — e que isto é tudo o que ha.</p><p>A condição suggestive! para elles significa a em</p><p>que o sujeito presta toda sua attenção ao operador e</p><p>se torna, dest’arte, suggestive!, variando os graus com</p><p>o temperamento^ do sujeito, etc. Quando os suggestio-</p><p>nistas crêem que a Suggestão é a explicação toda a</p><p>causa, eu sustento — que ella é somente um dos metho-</p><p>dos de produzir os effeitos, e que atraz da suggestão</p><p>está a Inducção do Estado Mental pelo operador, como</p><p>já referi na minha obra sobre Magia Mental e como in­</p><p>dicarei no presente manual.</p><p>MAGNETISMO PESSOAL</p><p>Ao lado das novas theorias de Suggestão sem</p><p>somno, levantou-se um grande interesse no Magne­</p><p>tismo Pessoal, durante poucos annos passados. Houve</p><p>muitos escriptos sobre este assumpto — uns bons e</p><p>outros ridículos, e alguns entre os dois extremos. As</p><p>leis sobre tal materia estão sendo estudadas pelo pen­</p><p>samento publico. Tem havido uma grande reanimação</p><p>no interesse do occultismo, o qual juntamente com va­</p><p>rias phases da Sciencia Mental, Theosophia, Novo Pen­</p><p>samento e outras matérias semelhantes, attrahiu a at­</p><p>tenção de uma grande porção do publico para o as­</p><p>sumpto geral da Magia Mental, e o especial da Fasci­</p><p>nação Mental, em particular. E este manual escreveu-</p><p>38 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>se em resposta ao pedido presente de uma informação</p><p>sobre o assumpto.</p><p>Acho-me habilitado a mostrar-vos que a Lei da</p><p>Energia Mentativa, em sua operação pelas linhas de</p><p>correntes mentativas, como eu já expuz em meu livro</p><p>sob Magia Mental, dará razão de todos os phenomenos</p><p>mencionados acima na Historia do Assumpto geral,</p><p>tão bem como de muitas outras formas. Eu creio que</p><p>posso trazer tudo sob a definição de: A acção de uma</p><p>jorça mental que influe poderosamente sobre a imagi­</p><p>nação, desejo ou vontade de outro — que é a definição</p><p>que dei á Fascinação Mental,</p><p>CAPITULO IV</p><p>A RECONCILIAÇÃO</p><p>Em meu ultimo capitulo mostrei-vos as theorias</p><p>oppostas das varias escolas que investigaraimi e expe­</p><p>rimentaram ao longo das linhas de Fascinação Men­</p><p>tal, sob alguns de seus vários nomes. Todos destas es­</p><p>colas obtiveram resultados, não obstante suas theorias</p><p>varias e diametralmente oppostas — notae bem</p><p>— a</p><p>mesma sorte de resultados.</p><p>E? mais do que isto, todos elles obtiveram estes</p><p>resultados em grande quantidade do mesmo modo,</p><p>quando vieram a examinar a essencia da producção,</p><p>depois de descartar as fôrmas addicionadas para har-</p><p>toiionisal-os com as theorias particulares do profissio-</p><p>uista.</p><p>UMA NOVA SYNTHESE</p><p>Eu creio que todas as theorias oppostas das es­</p><p>colas podem conciliar-se por uma nova synthese — a</p><p>40 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>da Energia Mentativa com seus phenomenos fortuitos</p><p>de Inducção Mentativa, como mostrei em meu livro</p><p>Magia Mental e explico mais neste pequeno manual,</p><p>de que este capitulo é uma parte. Eu creio que theo­</p><p>rias tão divergentes como o Fluido Magnético de Mes­</p><p>mer, o Somno do Abbade Faria, o Hypnotismo de Braid,</p><p>a Eelectro-Biologia de Bovee Dod, a Suggestão de Lie-</p><p>bault, a Suggestão de Bernheim e mais tarde a Sugges-</p><p>tão-sem-soànmo, a Fascinação de Bremand, e varias</p><p>outras theorias avançadas desde o tempo de Mesmer</p><p>— tudo isso pode conciliar-se e harmonisar-se por uma</p><p>applicação cuidadosa da theoria da Inducção Menta­</p><p>tiva como propuz em minha obra sobre Magia Mental.</p><p>E eu creio que todos os phenomenos obtidos por</p><p>algumas ou todas as escolas supracitadas; bem como</p><p>os phenomenos dos Fascinadores Antigos; e os phe­</p><p>nomenos conhecidos como Magnetismo Pessoal, En­</p><p>canto, Influencia Pessoal, Personalidade Magnética</p><p>etc., dos tempos antigos e modernos, podem ser consi­</p><p>derados sob a mesma theoria. E, assim, este capitulo</p><p>será dedicado á conciliação de varias theorias velhas</p><p>com seu principio básico de Inducção Mentativa.</p><p>MESMER EXPLICADO</p><p>Examinemos os factos reaes que servem de base</p><p>ás theorias de Mesmer sobre o Fluido Universal Ma­</p><p>gnético. Ensinava Mesmer que existia um fluido subtil</p><p>peculiar, magnético em sua natureza, que se diffun-</p><p>A RECONCILIAÇÃO 41</p><p>dia por todo o espaço; que penetrava tudo e era capaz</p><p>de receber e communicar todas as sortes de movimen­</p><p>tos e impressões. Ensinava que este fluido passava li­</p><p>vremente de um corpo a outro, actuava á distancia e</p><p>podia ser reflectido por um espelho, etc. Elle não ex­</p><p>plicava o que este fluido era, se não que produzia ef-</p><p>feitos magnéticos, devendo, por isso, ser de natureza</p><p>magnética. Elle provou que poderia produzir éffeitos,</p><p>e estabeleceu uma theoria accommodada com os factos,</p><p>a qual estava ao alcance da comprehensão do povo de</p><p>seu tempo.</p><p>Agora, appliquemos a idéa da Energia Universal</p><p>Mentativa, com seus accidentaes phenomenos de In-</p><p>ducção Mentativa, á theoria de Meslmer, e vejamos</p><p>quão fácil é effectuar-.se a conciliação. A Energia Men­</p><p>tativa, como o Fluido Mesmerico, é universal; diffun-</p><p>de-se por todo o espaço; penetra todas as cousas. Como</p><p>o fluido, ella apparentemente passa de um corpo a ou­</p><p>tro e communica impressões, etc. Mas nós sabemos</p><p>presentemente que a Energia se transmitte em ondas</p><p>de vibrações que reproduzem o sentimento original pela</p><p>Inducção Mentativa na segunda pessoa. Não ha neces­</p><p>sidade para correr o fluido mais que para correr o</p><p>fluido electrico pelos fios ou pelo ar. A idéa de fluÂdo</p><p>substituiu a de onda tanto na physica como na meta-</p><p>physica.</p><p>Podemos protaiptamente ver que a theoria do fluido</p><p>magnético de Mesmer pode ser explicada pela theoria</p><p>da Energia Mentativa e Inducção Mentativa. Não ha</p><p>42 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>fluido “magnético”. A Energia é mental em natureza</p><p>e operação e os phenomenos que provêm delia também</p><p>são mentativos. Procurou Mesmer sua resposta na phy-</p><p>sica — mas achou-a na metaphysica. A força não é phy-</p><p>sica — é mental. Todos os phenomenos obtidos por</p><p>Mesmer e seus adeptos podem ser classificados na</p><p>theoria da Energia Mentativa e Inducção Mentativa.</p><p>Os Estados Mentaes do Meslmerista podem communi-</p><p>car-se ao seu sujeito por ondas de Energia Mentativa e</p><p>um sentimento correspondente ou Estado Mental é in­</p><p>duzido pela Inducção Mentativa.</p><p>Como veremos ao proseguirmos, o somno dos Mes-</p><p>meristas e Hypnotistas é meramente uma condição in­</p><p>duzida que nasce de um desejo na mente do operador,</p><p>acompanhado pela suggestão de sua parte.</p><p>FARIA EXPLANADO</p><p>A theoria do Abbade Faria, que a condição do</p><p>somno não era o resultado de nenhuma força exterior,</p><p>mas nascida do interior do mesmo paciente, reconcilia-</p><p>se também pela theoria da Energia Mentativa e In-</p><p>ducção.</p><p>Sem duvida, o somno vem do mesmo paciente —</p><p>mas é induzido pelas ondas de Energia Mentativa do</p><p>operador, acompanhadas de suas activas suggestões.</p><p>A RECONCILIAÇÃO 43</p><p>BRAID RECONCILIADO</p><p>A theoria de Braid é também reconciliada. Sus­</p><p>tentou elle que o phenomeno era de natureza physica</p><p>mais que de natureza mental, e que era acção de re­</p><p>flexo physico produzida pela fixação do olhar, rigidez</p><p>dos musculos, etc. Seu somno hypnotico foi indubita­</p><p>velmente aperfeiçoado pela pratica de cançar os olhos</p><p>e os musculos, sob o mesmo principio que ulmía pessoa</p><p>se cança mentalmente pelo desusado exercício dos olhos,</p><p>como nos casos de visitar uma galeria artística, museu,</p><p>cidade extranha, etc., e que o poder de resistência é,</p><p>deste modo, enfraquecido, ficando ella, por isso, mais</p><p>inclinada a acceitar as suggestões das ondas mentati-</p><p>vas. Quantos de nós têm-se sentido mentalmente actua-</p><p><lo depois de visitar um museu ou assisitr a uma parada</p><p>ou sentar-se depois de ter feito os exercícios do moder­</p><p>no circulo coto suas tres voltas ao mesmo tempo? E</p><p>quem não se lembra das loucuras que commetteu, quan­</p><p>do se achava exposto ás suggestões e influencias dos</p><p>que o cercavam?</p><p>UM SIGNAL DE PERIGO</p><p>Muitas vezes uma rapariga vae a perder-se pelas</p><p>suggestões subtis e influencia de algum dom-joão di­</p><p>rigidas para ella depois de um espectáculo ou circulo</p><p>ou depois de ura dia de encontro em uma cidade ex­</p><p>tranha.</p><p>44 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>Digo-vos, amigos, que em taes casos a Vontade se</p><p>torna cançada pela pratica de uma desusada tarefa e</p><p>inapta ou incapaz de resistir aos ataques que se lhe di­</p><p>rigem. Como já eu vos recomtaendei no meu livro maior,</p><p>torno a dizer-vos aqui: acautelae-vos contra todas as</p><p>suggestões, etc. quando vos achaes em um estado can-</p><p>çado.</p><p>Tende sempre o habito de dizer Não! ás tentativas</p><p>para comprometter-vos em qualquer tempo. Esperae até</p><p>que vos sintaes vigoroso e forte e que vossa Vontade</p><p>seja capaz de attender aos seus negocios por vós.</p><p>Muitas vezes um homem disse Sim! á sua tristeza,</p><p>ás proposições que se lhe avançaram, quando já se</p><p>tinha cançado dos trabalhos do dia, depois que sua</p><p>Vontade estava fraca e incapaz de resistir. Eu nào</p><p>posso dizer-vos isto muitas vezes, e por isso o trouxe</p><p>de novo a este lugar. Ha um grande principio psycho-</p><p>logico neste ponto e bem fareis elmj graval-o em vossa</p><p>memória. A theoria de Braid póde reconciliar-se com a</p><p>idéa da Energia Mentativa e Inducção, quando virmos</p><p>que a sua fixação do olhar, e rigidez muscular são me­</p><p>ramente meios de produzir uma condição suggestively</p><p>convem saber, uma condição em que as suggestões são</p><p>mais promptaíntente acceitas, e as correntes mentati-</p><p>vas mais promptamente recebidas — deixando em am­</p><p>bos os casos a Vontade cançada que entre a influencia</p><p>exterior.</p><p>A RECONCILIAÇÃO 45</p><p>A SUGGESTÃO EXPLICADA</p><p>As theorias da Suggestão não são contrarias ás da</p><p>Energia Mentativa e Inducção, quando propriamente</p><p>comprehendidas. Os factos dos suggestionistas são in-</p><p>dubitaveis, mas elles erram por ignorância dos Estados</p><p>Mentaes do Suggestionista. Elles pensam que seus effei-</p><p>tos são produzidos só pela Suggestão e esquecem o es-</p><p>tado mental atraz da Suggestão que é a força motriz</p><p>real. Se suas theorias são verdadeiras, porque é que</p><p>dois homens que usam as imiesmas palavras de Sugges­</p><p>tão, com o mesmo sujeito, produzem vários graus de</p><p>effeito? E? porque os Estados Mentaes ou Mentação</p><p>Dynamica de dois homens variam em qualidade e grau.</p><p>Pensa o Suggestionista que ella dirige meramente</p><p>a suggestão por palavras, etc., para o sujeito, mas todo</p><p>o tempo elle lança uma corrente de Energia Mentativa</p><p>que rapidamente induz no sujeito o estado mental de­</p><p>sejado. Os melhores suggestionistas</p><p>são aquelles que</p><p>adquiriam a Maneira Mentativa que se desenvolve pelo</p><p>exercicio e linguagem e commandos autoritários, phy-</p><p>sico aspecto, maneira e tom produzidos por uma re­</p><p>flexão do Estado Mental interno. Eu vi isto no caso</p><p>de um dos mais celebres suggestionistas americanos,</p><p>um medico e scientista proeminente, a quem eu me as­</p><p>sociei em revista a outras obras nos annos de 1900-01.</p><p>Eu vi o doutor dar a miais poderosa suggestão a um</p><p>dos seus collegas ou clinicos — de modo tal que os</p><p>46 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>membros da classe puderam distinctamente sentir os</p><p>effeitos das poderosas emanações de Energia Menta­</p><p>tiva e ao mesmo tempo vel-os. E, comtudo, o doutor,</p><p>que se achava aterrado ás suas theorias particulares</p><p>de Suggestão pura e simples, depois de uma tão admi-</p><p>ravel manifestação, pôde calmamente informar a sua</p><p>classe de que aquillo não era mais que Suggestão —</p><p>naãa mais. E elle acreditou isto; mas cem dos seus</p><p>collegas foram firmemente convencidos que havia sem­</p><p>pre mais alguma cousa para isto, e que havia uma</p><p>cousa atraz desta Suggestão, A theoria da Suggestão</p><p>é toda certa — mas que é o que assenta atraz da Sug­</p><p>gestão? Que é o que dá sua força á Suggestão? De que</p><p>cousa interna e invisível é a Suggestão o signal visível</p><p>e externo? Da Energia Mentativa.</p><p>DESHARMONIA HARMONISADA</p><p>E minha theoria de Energia Mentativa *e Inducção</p><p>pôde reconciliar-se com as theorias dos últimos sug-</p><p>gestionistas — incluindo as que ainda se adherem á</p><p>illusão do somno, tão bem como as que foram além</p><p>desta.</p><p>Explica ella todos os phenomenos dos antigos, coíin</p><p>seus ritos mysticos e religiosos. O phenomeno do En­</p><p>cantamento, Fascinação, Magnetismo Pessoal, Influen­</p><p>cia Pessoal, etc., tudo é abarcado pela theoria avan­</p><p>çada neste e no meu livro maior que o precedeu. Ao</p><p>proseguir esta obra, mostraremos que a Energia Men-</p><p>A RECONCILIAÇÃO 47</p><p>tal é Inducção Mentativa em operação activa actual</p><p>nestas varias phases de phenomeno, mas confio em que</p><p>este capitulo vos mostrará que ha um principio básico</p><p>para todas as varias theorias e phenolmenos, e que os</p><p>factos de Energia Mentativa e as operações da mesma</p><p>em seus incidentes phenomenos de Inducção Menta­</p><p>tiva são sufficientes para incluir e cobrir todas as ma­</p><p>nifestações varias da Força que observáveis sob os</p><p>disfarces de theorias antagônicas de varias escolas e</p><p>cultos.</p><p>Não ha senão uma causa principal, e esta é a Ener­</p><p>gia Mentativa. Não ha senão uma lei basica de opera­</p><p>ção desta Força destinada a affectar outras mentes,</p><p>e esta Lei é a da Inducção Mentativa, quer directa,</p><p>isto é, pelas Correntes Mentativas; quer indirecta, isto</p><p>é, pela Suggestão; ou (como é geralmente o caso) com­</p><p>binada por ambas.</p><p>CAPITULO V</p><p>O EXAME DA FASCINAÇÃO</p><p>Neste capitulo apresentar-vos-ei o excmc da Fasci­</p><p>nação, isto é, uma exposição dos principles de sua ope­</p><p>ração. Comquanto os phenomenos da Fascinação se ex-</p><p>tendem sobre uma vasta area ou campo, achamos, coan-</p><p>tudo, uma certa unidade de principio e operação as­</p><p>sente sob todas as formas e phases.</p><p>Deste ponto de vista, podemos falar da Sciencia</p><p>da Fascinação tão bem como da Philosophic, da Fasci­</p><p>nação.</p><p>O PRINCIPIO FUNDAMENTAL</p><p>O principio fundamental da operação do Pheno-</p><p>meno Mental conhecido como Fascinação, acha-se na</p><p>theoria de Inducção Mentatica, como expuz em minha</p><p>obra sobre Magia Mental e tratei brevemente no pri-</p><p>50 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>•meiro capitulo do presente livro. Esta theoria, lem-</p><p>brae-vos, sustenta que cada Mente Individual é uim</p><p>Centro de Energia Mentativa, e que a Energia Menta’</p><p>tiva de uma Mente Individual pode ser, e é, transmit-</p><p>tida de uma pessoa á outra por Ondas ou Correntes</p><p>Mentativas; que estas Corrente ou Ondes Mentativas</p><p>tendem a induzir nas mentes de outras pessoas as emo­</p><p>ções e sentimentos existentes nos Estados Mentaes da</p><p>pessoa que emitte as Ondas ou correntes. Nesta con-</p><p>nexão, devemos também lembrar que ha dois Polos</p><p>Mentaes, conhecidos respectivamente como Polos Mo­</p><p>tivo e Emotivo. O Polo Motivo manifesta-se como Von-</p><p>tade-Poder, e o Emotivo como Desejo-Força. O Desejo-</p><p>Força actúa no sentido de chamar, puxar, attrahir, en­</p><p>godar, agradar, encantar, etc., ao passo que a Vontade-</p><p>Poder actúa no sentido de compellir, forçar, levar, im-</p><p>pellir, commandar, ordenar, etc. O Desejo-Força &t~</p><p>tráe sempre para si seus objectos; a Vontade-Poder</p><p>obriga sempre e compelle seus objectos no sentido ge­</p><p>ral de os levar á acção.</p><p>INDUCÇÃO MENTATIVA</p><p>Esta Inducção Mentativa actúa ao longo das li­</p><p>nhas similares á Inducção de Electricidade e Magne­</p><p>tismo, isto é, estabelece estados semelhantes no objecto</p><p>affectado. E esta semelhança é mesmo mais bem no­</p><p>tada, quando consideramos que o phenomeno da Ele­</p><p>ctricidade se parece muito com a acção da Vontade,</p><p>O EXAME DA FASCINAÇÃO 51</p><p>tanto mais quanto ambos tendem a manifestar-se na</p><p>fórma de uma Força Impulsora; e que o phenomenoi do</p><p>Magnetismo se assemelha com a acção do Desejo, es­</p><p>pecialmente quando ambos tendem a mostrar-se na</p><p>fórma de uma Energia Attractiva.</p><p>UMA QUESTÃO INTERESSANTE</p><p>Nesta connexão, todavia, desejo chamar a atten-</p><p>ção do estudante para um facto concernente ao effeito</p><p>de estados induzidos que alguns deixaram de alcançar</p><p>em meus ensinos em minha obra sobre Magia Mental.</p><p>O assumpto pôde ser exposto por uma pergunta</p><p>de um estudante da ultihnia obra aqui mencionada no</p><p>modo seguinte: Informae-me, por favor, como é que um</p><p>estado mental induzido reproduz o estado mental ori­</p><p>ginal do Mentador nos casos seguintes: um homem de­</p><p>seja que outro execute certo acto, e envia-lhe uma cor­</p><p>rente mentativa que actúa por inducção sobre a mente</p><p>da segunda pessoa, formandodhe u)m estado mental in­</p><p>duzido. Então, a segunda pessoa executa o acto dese­</p><p>jado pela primeira pessoa. Agora, se o estad^ mental</p><p>induzido fosse o mesmo que o original, a segunda parte</p><p>também não desejara que a primeira fizesse o mesmo</p><p>acto, tanto quanto a primeira parte desejou que a se­</p><p>gunda o fizesse?</p><p>Mas isto não se opera deste modo, porque a se­</p><p>gunda parte não deseja assim, mas em vez de mera­</p><p>mente desejar fazer o que a primeira parte desejou que</p><p>52 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>ella fizesse, sente emi si o desejo de fazer o que a pri­</p><p>meira parte desejou que se fizesse. Parece-me que o es­</p><p>tado induzido é realmente o opposto do estado original.</p><p>PodeixS instruir-me sobre isso?</p><p>A RESPOSTA</p><p>Contento-me com ter a opportunidade de pôr os</p><p>meus estudantes ao facto deste ponto. Um pequeno, mas</p><p>cuidadoso exame, mostrará que ambos os estados são</p><p>semelhantes. Por exemplo, A deseja que B faça certa</p><p>cousa e induz um estado semelhante em B. O estado</p><p>induzido produz em B uimi desejo semelhante que a</p><p>cousa seja feita, e se põe a fazel-a. Existirá aqui ou alli</p><p>acção opposta? A essencia do DESEJO em ambos os</p><p>casos é a mesma, a saber, que a cousa se faça. A expres­</p><p>são do sentimento de duas pessoas no caso, como l.° Eu</p><p>desejo que façaes, e 2.° Eu desejo fazer, respectivamen­</p><p>te, são meramente as fôrmas de expressão pessoal, e</p><p>não a essencia do desejo ou sentimento. O desejo ou</p><p>sentimento, em sua real essencia, é Eu desejo esta</p><p>cousa feifa. E ambas levam o mesmo desejo, A encerra</p><p>o desejo original ou sentimento, e B o desejo induzido</p><p>ou sentimento. Pensae nisto um pouco, até que vejaes</p><p>o ponto.</p><p>A Vontade induzida actúa no mesmo caminho,</p><p>como o exemplo da acção do desejo induzido mencio­</p><p>nado acima. Sem duvida, em todos os casos da acção</p><p>do desejo, a Vontade é também chamada a opefrar.</p><p>O EXAME DA FASCINAÇÃO 53</p><p>No caso acima citado, ella obra como segue: A,</p><p>sente o desejo de que uma cousa se faça, e assirçi sua</p><p>Vontade é chamada a operar a concentração das Cor­</p><p>rentes Mentativas e a projectal-as sobre um ponto en­</p><p>focado na mente de B; então B, sentindo o desejo in­</p><p>duzido de que a cousa se faça, desperta sua Vontade</p><p>e faz a cousa. Vêde também isto? Fareis bem fixando</p><p>este processo firmemente em vossas mentes, pois elle é</p><p>a chave da operação do principio de Fascinação, e ou­</p><p>tros phenomenos mentativos.</p><p>FAZENDO</p><p>A OUTRO TER UM “SENTIMENTO</p><p>SEMELHANTE”</p><p>Tornemos agora ao primeiro principio, que é que</p><p>uma pessoa póde fazer a uma segunda pessoa SENTIR</p><p>como que fazendo uma cousa que a primeira pessoa</p><p>deseja ter feita.</p><p>Esta é a castanha em sua casca. Ao grau que a</p><p>segunda pessoa sente como que fazendo a ccgasa, egual</p><p>será o grau do Desejo e Vontade induzida nella, e con­</p><p>sequentemente a possibilidade de realizar o acho.</p><p>Vêde que a materia do Sentimento Semelhante</p><p>está assente no fundo de tudo. Isto sendo assim, vê-se</p><p>facilmente que se alguém é capaz de induzir um estado</p><p>de sentimento idêntico a uma pessoa, esse possue o se­</p><p>gredo de controlar as acções alheias.</p><p>54 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>ESTA E’ A BASE DA FASCINAÇÃO MENTAL!</p><p>Vejamos, agora, como este principio opera em, um</p><p>caso de Mesmerismo ou Hypnotismo, assim chamado, o</p><p>qual, depois de tudo, não é senão uma phase de Fasci­</p><p>nação Mental, governada pelo principio acima mencio­</p><p>nado.</p><p>Prefiro o termo Mesmerismo, por varias razões,</p><p>entre as quaes está o facto de que elle é um reconhe­</p><p>cimento de Mesmer, seu descobridor ou re-descobridor;</p><p>e também o facto de que Hypnotismo significa sonvno,</p><p>ao passo que Mesmerismo abrange todo o phenomeno,</p><p>a saber: a condição de somno e a de vigilia.</p><p>UM CASO DE MESMERISMO</p><p>Bem, supponhamos um caso de Mesmerismo. O</p><p>Mesmerista, a quem chamarei o operador, encara o su­</p><p>jeito. O operador assume o estado positivo de mente,</p><p>sua Vontade-Poder está activa e concentrada, haven­</p><p>do-lhe est# augmentado em virtude da pratica ao longo</p><p>destas linhas. O sujeito naturaltaente assume um es­</p><p>tado mental negativo, abrindo seu Polo Mental Emo­</p><p>tivo á influencia da Mente ou Vontade do operador, e</p><p>deixando seu Polo Mental Motivo ficar quiescente ou</p><p>relaxado. Convém saber, elle abre sua mente de Desejo</p><p>á influencia do operador, e deixa sua Vontade ficar</p><p>inactiva e relaxada. O operador deseja e quer que o su­</p><p>O EXAME DA FASCINAÇÃO 55</p><p>jeito seja influenciado, e o sujeito consente, consciente</p><p>ou inconscientemente, em ser influenciado — um quer,</p><p>e o outro está bem disposto (paradoxal expressão esta,</p><p>cujo significado é que elle não tem vontade) (*).</p><p>(*) Convem comprehender, por isso, que o sujeito se re-</p><p>mette a um estado de passividade, isto é, ao de receber e não</p><p>transmittir a vontade: daqui a expressão acima: “elle não tem</p><p>vontade”. — (Nota da Traducção).</p><p>O operador naturalmente affirma sua positivida-</p><p>de, ao passo que o sujeito assume um estado decidido</p><p>de negatividade — aquelle affirma a Supremacia de</p><p>Vontade; este se lhe submette. Desejo chamar vossa</p><p>attenção para o facto que não ha coacção physica, ou</p><p>influencia, no caso — é toda ella uma questão de Men-</p><p>tação! E aimibas as partes reconhecem plenamente a</p><p>realidade do phenomeno.</p><p>O OONFLICTO SILENCIOSO</p><p>O estado mental acima mencionado de duas pes­</p><p>soas é apparente em grau maior ou menor quando quer</p><p>que duas pessoas se encontram. Um é sempre mais forte</p><p>mentalmente que o outro e de um conflicto silencioso</p><p>sahido de um e de outro, emerge o vencedor — e o re­</p><p>sultado é reconhecido e possuído pelo vencedor e ven­</p><p>cido. Ordinariamente, comtudo, a distincção não é quasi</p><p>tão notada ou tão grande como no caso de um forte Mes-</p><p>merista e seu negativo sujeito, quando este foi prova­</p><p>56 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>velmente levado á Negatividade por repetidas provas</p><p>e experiencias tanto em particular como em publico.</p><p>Por isso, conhecei que, assim como a Positividade</p><p>pode ser cultivada, desenvolvida e fortfiicada pela pra­</p><p>tica e effectives exercicios, assim (ai!) a Negatividade</p><p>pode ser encorajada, desenvolvida e feita habitualmente</p><p>por uma pratica continua de se ahandonar á Vontade</p><p>alheia, — é uma questão de habito.</p><p>POSITIVO E NEGATIVO</p><p>Eu estarei em que, dado uma vez um sujeito e es­</p><p>tando o operador nos referidos graus de relativa Posi­</p><p>tividade e Negatividade, aquelle terá uma tendencia de</p><p>acceitar, obedecendo-lhe, os desejos e commandos do</p><p>operador ccto um grau minimo de resistência. O opera­</p><p>dor desejará fortemente que o sujeito sinta de um certo</p><p>modo e actuará sobre o sentimento.</p><p>Para chegar a esse resultado elle concentrará seu</p><p>Desejo por sua Vontade e depois dirigirá um combinado</p><p>e centralisado ataque á mente do sujeito. Provavel­</p><p>mente elle chamará a Suggestão em seu auxilio ao ata-</p><p>cal-a e, assim fazendo, será capaz de obter uma vanta­</p><p>gem additional, pois uma Suggestão (como eu já re­</p><p>feri em meu livro sobre Magia Mental) é um Agente</p><p>Physico de inducção dos Estados Mentaes — ou um</p><p>signal exterior e visivel de um sentimento interno ou</p><p>estado mental, o qual tende a induzir um sentimento</p><p>semelhante na mente receptora da Suggestão.</p><p>O EXAME DA FASCINAÇÃO</p><p>A ORDEM SUGGESTIVA</p><p>O operador dá ao sujeito a Suggestão pela ordem,</p><p>e de accordo com a phase de Suggestão conhecida como</p><p>Suggestão pela ObedÂencia (veja a isto a minha obra</p><p>sobre Magia Mental) o sujeito obedece. Não se deve es­</p><p>quecer, todavia, que a Suggestão é simplesmente o sym-</p><p>bolo exterior do estado mental interno do' operador, e</p><p>que ella se torna effectiva só em virtude deste facto.</p><p>O operador lança seu intensificado Desejo-Força e Von-</p><p>tade-Poder dentro da Suggestão, e recebe um effeito</p><p>pela linha de triplicada Actividade. Gom sua vontade</p><p>elle produz um effeito dual, isto é, 1? — elle captiva o</p><p>Desejo do Sujeito e induz nelle o desejado estado de</p><p>semelhante sentimento; 2.° — elle torna captiva a Von­</p><p>tade do sujeito e subjuga-a ao> seu prazer. E, ao mesmo</p><p>tempo, por seu Desejo, elle também produz um effeito</p><p>dual, isto é, l.°— elle induz um desejo similar na mente</p><p>do sujeito pelas ondas mentativas ou correntes, e 2.° —</p><p>elle engana ou seduz a Vontade do sujeito pela força</p><p>de seu Desejo. O resultado deste ataque combinado</p><p>faz a mente do sujeito agir como auxiliar, que ajunta</p><p>á operação um terceiro effeito dual, isto é, l.° — o De­</p><p>sejo do sujeito (sendo induzido colmlo dirigido pelo</p><p>operador), concorre para sujeitar mais a sua Vontade</p><p>á do operador, e assim fazendo submette-se a um De­</p><p>sejo induzido; 2.° — a Vontade do sujeito (fixamente</p><p>dirigida pelo operador) actúa sobre seu proprio De­</p><p>58 FASCINAÇÃO MENTAL</p><p>sejo, e assim fazendo o sujeito cede á Vontade in­</p><p>duzida.</p><p>Deve-se aqui lembrar que as tres operações mentaes</p><p>acima mencionadas, são concorrentes, isto é, actuam</p><p>ao mesmo tempo, e exercem uma acção conjuncta e do­</p><p>mínio sobre a mente do sujeito. Nem o operador nem o</p><p>sujeito são necessariamente conscientes de haver tres</p><p>acções duaes no mesmo fim. O operador simplesmente</p><p>deseja e quer, com ou sem Suggestão; emquanto o su­</p><p>jeito sente semelhantemente (como referi atraz) e ac-</p><p>ceita a suggestão que lhe é dada, sem reconhecer que as</p><p>varias operações mentaes lhe produziram o sentimento</p><p>semelhante, A explicação detalhada pode fazer a ope­</p><p>ração parecer complicada — quando, émí realidade,</p><p>tanto para o operador como para o sujeito a materia</p><p>é por demais simples.</p><p>O ESTADO DE SONHO</p><p>O processo acima é o mesmo, quer produza o ope­</p><p>rador meramente o mais simples resultado sobre o su­</p><p>jeito, quer conserve elle as mais notáveis e assustado­</p><p>ras exhibições do control de uma mente sobre outra.</p><p>O principio de operação é o mesmo em todos os</p><p>casos. Com o somno ou sem somno, elle é o mesmo. De</p><p>facto, como veremos, a verdadeira condição de somno</p><p>é produzida como são justamente produzidos outros</p><p>effeitos, e sua producção tende meramente a produzir</p><p>O EXAME DA FASCINAÇÃO 59</p><p>no sujeito um estado de sonho a assim fazel-o agir</p><p>como se estivesse sonhando, com apropriadas illusões.</p><p>Os phenomenos do somino são meramente um dos la­</p><p>dos do Mesmerismo, quando o verdadeiro principio é</p><p>comprehendido.</p><p>Em nossa consideração da operação do Mesme­</p><p>rismo não devemos esquecer-nos da parte que o habito</p><p>e a repetição desempenham nesta materia.</p><p>Por exemplo, o operador pode ser capaz de pro­</p><p>duzir somente os mais simples effeitos nas primeiras</p><p>tentativas; mas nas subsequentes em que elle ganha</p><p>um dominio cada vez maior sobre o sujeito e uma sub­</p><p>missão maior e maior grau de</p>

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