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<p>SAÚDE MENTAL OU DOENÇA MENTAL:</p><p>A QUESTÃO DA NORMALIDADE</p><p>SAÚDE MENTAL OU DOENÇA MENTAL: A QUESTÃO DA</p><p>NORMALIDADE</p><p>• Em muitos momentos, uma pessoa pode pensar que vai</p><p>perder o controle de si mesma... Que vai enlouquecer.</p><p>• A doença mental é produto da interação das condições de</p><p>vida social com a trajetória específica do indivíduo e sua</p><p>estrutura psíquica.</p><p>• O progresso na tecnologia médica, como a neuroimagem</p><p>estrutural e funcional, nos abriu uma janela para o</p><p>funcionamento do cérebro humano. Nosso maior</p><p>conhecimento dos efeitos dos genes, neurotransmissores e</p><p>hormônios sobre o cérebro e o comportamento resultou</p><p>em notáveis avanços no entendimento do comportamento</p><p>humano normal e anormal.</p><p>UM BREVE OLHAR SOBRE A HISTÓRIA DA LOUCURA</p><p>• O filósofo e psicólogo francês Michel Foucault</p><p>( 1926-1984) deu valiosa contribuição para a</p><p>compreensão histórica do conceito de doença</p><p>mental.</p><p>• Sua pesquisa baseou-se em documentos</p><p>• ( discursos) encontrados em arquivos de</p><p>prisões, hospitais e hospícios.</p><p>SÉC XVI</p><p>• Período do Renascimento -início do trabalho de</p><p>Foucault.</p><p>• Louco vivia “solto, errante, expulso das cidades e</p><p>entregue aos peregrinos e navegantes”.</p><p>• Louco visto como “tendo um saber esotérico</p><p>sobre os homens e o mundo, um saber cósmico</p><p>que revela verdades secretas”.</p><p>• A loucura significava “ignorância, ilusão,</p><p>desregramento de conduta, desvio moral, pois o</p><p>louco toma o erro como verdade, a mentira como</p><p>realidade”.</p><p>• Idade Média e no Renascimento, eram raros</p><p>os casos de internação de loucos em hospitais</p><p>e, quando isso ocorria, recebiam o mesmo</p><p>tratamento dispensado aos demais doentes,</p><p>com sangrias, purgações, banhos.</p><p>SÉC. XVII E XVIII</p><p>• Os critérios para definir a loucura ainda não eram médicos – a</p><p>designação de louco não dependia de uma ciência médica.</p><p>• A designação de louco dependia da percepção que instituições</p><p>como a Igreja, a justiça e a família tinham do indivíduo e os</p><p>critérios referiam-se à transgressão da lei e da moralidade.</p><p>• Final do séc. XVII ( 1656), foi criado em Paris o Hospital Geral,</p><p>onde se iniciou a grande internação.</p><p>• A população internada era heterogênea, embora pudesse ser</p><p>agrupada em quatro grandes categorias:</p><p>• Os devassos ( doentes venéreos), os feiticeiros (profanadores), os</p><p>libertinos e os loucos.</p><p>• O hospital geral não era uma instituição médica, mas assistencial.</p><p>Não havia tratamento.</p><p>• O critério de exclusão baseava-se na inadequação do louco à vida</p><p>social.</p><p>FINAL DO SÉC. XVIII – INÍCIO DO SÉC XIX</p><p>• Iniciaram-se reflexões médicas e filosóficas que situavam a loucura</p><p>como algo que ocorria no interior do próprio homem, como perda</p><p>da natureza humana, como alienação.</p><p>• Segundo Foucault, já estaríamos na modernidade.</p><p>• Criação do asilo – primeira instituição destinada exclusivamente à</p><p>reclusão dos loucos.</p><p>• Métodos terapêuticos do asilo: a religião, o medo, a culpa, o</p><p>trabalho, a vigilância, o julgamento.</p><p>• Médico como autoridade máxima. Sua ação era moral e social,</p><p>voltada para a normatização do louco, agora concebido como capaz</p><p>de se recuperar.</p><p>• Medicalização – a cura da doença mental – o novo estatuto da</p><p>loucura – ocorreria a partir de uma liberdade vigiada e do</p><p>isolamento.</p><p>A PSIQUIATRIA CLÁSSICA</p><p>• Considera os sintomas como sinal de um distúrbio orgânico, isto é,</p><p>doença mental é igual a doença cerebral. Sua origem é endógena,</p><p>dentro do organismo , e refere-se a alguma lesão de natureza</p><p>anatômica ou distúrbio fisiológico cerebral.</p><p>• Na química da loucura, algum distúrbio ou anomalia da estrutura ou</p><p>funcionamento cerebral leva a distúrbios do comportamento, da</p><p>afetividade, do pensamento, etc.</p><p>• O sintoma apoia-se e tem sua origem no orgânico. Nesse sentido,</p><p>existem mapas cerebrais que localizam em cada área cerebral</p><p>funções sensoriais, motoras, afetivas, de intelecção.</p><p>Sintomas na abordagem química da loucura</p><p>• A psicastenia – é caracterizada por esgotamento</p><p>nervoso, com traços de fadiga mental, impotência</p><p>diante do esforço, inserção difícil do real,</p><p>cefaleias, distúrbios gastrointestinais, inquietude,</p><p>tristeza.</p><p>• Se a doença mental é orgânica, ela será tratada</p><p>com medicamentos e produtos químicos.</p><p>• Ao lado da medicação , ainda são usados</p><p>eletrochoques, choques insulínicos e, em casos</p><p>mais graves, o internamento psiquiátrico.</p><p>A ABORDAGEM PSICOLÓGICA</p><p>• A abordagem psicológica encara os sintomas e,</p><p>portanto, a doença mental , como desorganização</p><p>do “mundo interno”.</p><p>• A doença instala-se na subjetividade e leva a uma</p><p>alteração de sua estrutura ou a um desvio</p><p>progressivo em seu desenvolvimento.</p><p>• As doenças mentais definem-se a partir do grau</p><p>de perturbação da “organização psíquica”, isto é,</p><p>do grau de desvio do que é considerado</p><p>“comportamento padrão”.</p><p>NORMAL E PATOLÓGICO</p><p>• O conceito de normal e patológico é extremamente relativo.</p><p>• Ex; o comportamento homossexual.</p><p>• Década de 50 – mulheres consideradas loucas foram internadas</p><p>por comportamento sexual avançado para a época, como não</p><p>preservar a virgindade até o casamento.</p><p>• Algumas tribos da África espalham fezes pelo cabelo como parte</p><p>de rituais.</p><p>• Em algumas culturas nativo-americanas e do Extremo Oriente,</p><p>receber mensagens dos espíritos é considerado uma grande</p><p>honra. Na américa urbana, isso seria tomado como evidência de</p><p>alucinação auditiva.</p><p>ANTIPSIQUIATRIA E PSIQUIATRIA SOCIAL</p><p>• A doença mental é uma construção da</p><p>sociedade.</p><p>• “a doença só tem realidade e valor de doença</p><p>no interior de uma cultura que a reconhece</p><p>como tal”. ( FOUCAULT. Michel)</p><p>Michel Foucault aponta as diferenças de concepções</p><p>entre os séculos XVII/XVIII e o XIX sobre loucura e</p><p>doença:</p><p>"Pode ser que, de um século para outro, não se fale 'das</p><p>mesmas doenças' com os mesmos nomes, mas isso é</p><p>porque, fundamentalmente, não se trata 'da mesma'</p><p>doença”. A passagem da loucura à doença mental reflete</p><p>as mudanças nas concepções de loucura, embora as</p><p>heranças de outros tempos – começo/início – não são</p><p>totalmente abandonadas, implicando também em</p><p>diferenças (O’BRIEN, 1992, p. 49 apud ENGEL, 2001).</p><p>ENFOQUE DA LOUCURA A PARTIR SEC . XIX</p><p>• O enfoque a partir do século XIX passa a ser o</p><p>tratamento/diagnóstico da loucura, dando espaço,</p><p>principalmente, a clínica. Não é uma ciência, é o</p><p>resultado de observações empíricas, ensaios,</p><p>prescrições terapêuticas, regulamentos</p><p>institucionais”. Trata-se de uma concepção</p><p>discursiva, a partir das obras de Michel Foucault,</p><p>que trazem a ideia de que a clínica responde a</p><p>uma reestruturação das formas do ver e do falar.</p><p>A PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL</p><p>• A prevenção da doença mental significa criar estratégias</p><p>para evitar seu aparecimento.</p><p>• A prevenção implica sempre ações localizadas no meio</p><p>social.</p><p>• Ex; determinadas condições de trabalho ,por exemplo,</p><p>propiciam o aparecimento de certo distúrbio de</p><p>comportamento.</p><p>• Falar em saúde significa pensar em promoção da saúde</p><p>mental, o que implica pensar o homem como totalidade,</p><p>isto é, como ser biológico, psicológico e sociológico, e ao</p><p>mesmo tempo, em todas as condições de vida que visam</p><p>propiciar-lhe bem estar físico, mental e social.</p><p>Promoção da saúde mental</p><p>continuação...</p><p>Nessa perspectiva, significa pensar na pobreza, que determina</p><p>condições de vida pouco propícias à satisfação das necessidades</p><p>básicas dos indivíduos , e ao mesmo tempo, pensar na violência</p><p>urbana e no direito a segurança; no sistema educacional, que</p><p>reproduz a competitividade da nossa sociedade; na</p><p>desumanização crescente das relações humanas, que levam à</p><p>“coisificação” do outro e de nós mesmos.</p><p>A PSIQUIATRIA SOCIAL OU PSIQUIATRIA ALTERNATIVA</p><p>• Embora questionem as abordagens clássicas da</p><p>doença mental, não negam que a doença exista. F.</p><p>Basaglia afirma:</p><p>• “Eu penso que a loucura, como todas as doenças,</p><p>são expressões das contradições do nosso corpo,</p><p>e dizendo corpo, digo corpo orgânico e social. É</p><p>nesse sentido que direi que a doença, sendo uma</p><p>contradição que se verifica no ambiente social,</p><p>não é um produto apenas da sociedade, mas uma</p><p>interação dos níveis nos quais nos compomos:</p><p>biológico, sociológico , psicológico.</p><p>Saúde mental e transtorno mental</p><p>• ... Nós não sabemos o que é são ou doente na</p><p>vida social.</p><p>• ( Fernando Pessoa, 2006,p.177)</p><p>Conceito de saúde mental e transtorno mental</p><p>• Entende-se como indivíduo “ mentalmente</p><p>saudável” aquele que (ASSOCIAÇÃO,1991,p.5):</p><p>• Compreende que não é perfeito;</p><p>• Entende que não pode ser tudo para todos;</p><p>• Vivencia uma vasta gama de emoções;</p><p>• Enfrenta desafios e mudanças na vida cotidiana;</p><p>• Procura ajuda para lidar com traumas e transições</p><p>importantes ( não se considera onipotente).</p><p>Transtorno mental</p><p>A expressão transtorno mental, adotada em lugar de “doença”,</p><p>acompanha o critério da CID 10 (1993, p.5) : o desvio ou conflito</p><p>social sozinho, sem comprometimento do funcionamento do</p><p>indivíduo, não deve ser incluído em transtorno mental. Há</p><p>comprometimento quando:</p><p>• Funções mentais superiores recebem interferência,</p><p>dificultando ou afetando a atuação ( por exemplo, o indivíduo</p><p>não consegue lembrar-se de compromissos);</p><p>• Atividades da vida diária, rotineiras, usualmente necessárias,</p><p>sofrem comprometimento em algum grau.</p><p>Considerações finais</p><p>• considerar tudo isso significa pensar na superação das</p><p>condições que desencadeiam ou determinam a loucura.</p><p>Como cidadãos, é preciso compreender que a saúde mental é,</p><p>além de uma questão psicológica, uma questão política, e</p><p>que interessa a todos os que estão comprometidos com a</p><p>vida.</p><p>Caso Phineas Gage</p><p>Alteração via acidental atingindo o lobo frontal</p><p>e o desvio de personalidade</p><p>Movimento antipsiquiatria no Brasil</p><p>• https://youtu.be/p9y8q4tvQgw</p><p>Desvios psíquicos ou transtorno</p><p>mental</p><p>O normal e o patológico para a Psicanálise</p><p>• Para a Psicanálise, o que distingue o normal</p><p>do anormal é uma questão de grau e não de</p><p>natureza, isto é, em todos os indivíduos</p><p>existem as mesmas estruturas psíquicas que,</p><p>se mais ou menos “ativadas”, são</p><p>responsáveis pelos distúrbios e pelo</p><p>sofrimento psíquico. Essa estruturas são</p><p>neuróticas ou psicóticas.</p><p>neurose</p><p>• Segundo Freud “ neurose são os sintomas</p><p>(distúrbios do comportamento, das idéias</p><p>ou dos sentimentos) são a expressão</p><p>simbólica de um conflito psíquico que tem</p><p>suas raízes na história infantil do</p><p>indivíduo.”</p><p>NEUROSES</p><p>• As neuroses referem-se a distúrbios de aspectos do</p><p>“ mundo interno”, por exemplo, permanecem</p><p>íntegras a capacidade de pensamento, de</p><p>estabelecer relações afetivas, mas a sua relação com</p><p>o mundo encontra-se alterada, como no caso do</p><p>indivíduo que tem um medo intenso de cachorro e</p><p>não consegue nem passar a mão em um bichinho de</p><p>pelúcia.</p><p>NEUROSES</p><p>• As neuroses podem ser subdivididas em:</p><p>• Neurose fóbica ou histeria de angústia</p><p>• Neurose obsessiva</p><p>• Neurose histérica ou histeria de conversão</p><p>1- Neurose fóbica ou histeria de angústia</p><p>- Caracteriza-se por um medo aterrorizante e irracional</p><p>por uma pessoa, objeto, situação ou lugar.</p><p>• Na neurose fóbica há o deslocamento (mecanismo de</p><p>defesa do ego) de um conflito e medo interno, para</p><p>uma pessoa, objeto, situação ou lugar externo.</p><p>• A escolha deste objeto externo pode ocorrer ao acaso,</p><p>sem uma prévia relação com a realidade.</p><p>• Ex. medo de ser abandonado deslocado por fobia a</p><p>lugares fechados, medo de altura, medo de animais,</p><p>medo de ficar sozinho, etc.</p><p>• O neurótico fóbico não consegue entrar em contato</p><p>com o objeto fobogênico e caso consigam obrigá-lo,</p><p>apresentará reações neurovegetativas, como falta</p><p>de ar, desmaios, etc.</p><p>• Claustrofobia : fobia a lugares pequenos/fechados</p><p>• Acrofobia : fobia a lugares altos</p><p>• Zoofobia : fobia a um animal ou a animais</p><p>• Agorafobia: fobia a lugares abertos</p><p>2- Neurose obsessiva ou Transtorno obsessivo</p><p>compulsivo (TOC)</p><p>• Define-se e caracteriza-se pelo caráter obrigatório</p><p>( compulsivo) dos sentimentos, ideias ou condutas que</p><p>impõe-se ao individuo e o envolvem em uma luta</p><p>inesgotável, apesar de intelectualmente o indivíduo</p><p>reconhecer o absurdo lógico da ideia ou ato impostos.</p><p>Ele é mais comum nas mulheres e, geralmente, começa no</p><p>inicio da idade adulta.</p><p>• Ideias obsessivas: são pensamentos, palavras ou</p><p>imagens que se impõe à consciência do individuo</p><p>contra a sua vontade.</p><p>• Ideias obsessivas podem expressar-se por:</p><p>•</p><p>• Dúvidas obsessivas : o indivíduo não confia em sua percepção. Ex:</p><p>duvida se trancou a porta. O individuo repete a verificação várias vezes</p><p>devido a duvida com uma possível invasão de sua casa;</p><p>• Tendência a pensamentos agressivos: ideias temidas pelo individuo</p><p>invadem o pensamento. Ex. ideia de matar alguém.</p><p>• Obsessões de responsabilidade: o indivíduo sente que esta</p><p>prejudicando alguém.</p><p>• Repetições obsessivas: :frases, imagens, questões religiosas que se</p><p>repetem constantemente. Ex. “Deus não me perdoará, Deus não me</p><p>perdoará...”</p><p>• Atos compulsivos : o neurótico obsessivo pode sentir-se compelido a</p><p>executar certos atos mesmo contra sua própria vontade. Estes podem ser</p><p>considerados inúteis e sem sentido.</p><p>• Os atos compulsivos mais comuns são limpar, verificar e contar.</p><p>• ex; lavar as mãos repetidas vezes. ;</p><p>• Ficar contando, supersticiosamente, para se proteger de acidentes, etc.</p><p>Transtorno obsessivo- ( toc) continuação...</p><p>• As pessoas com TOC antecipam catástrofes e perda de controle.</p><p>Entretanto, diferentemente dos que sofrem de outros</p><p>transtornos de ansiedade, que temem o que poderia lhes</p><p>acontecer, os que sofrem de TOC geralmente temem o que eles</p><p>podem vir a fazer ou podem ter feito:</p><p>• Embora, na verdade, não haja ninguém na estrada, sou invadido pelo</p><p>horroroso pensamento de que eu poderia ter batido em alguém... Um ser</p><p>humano! Deus sabe de onde vem essa fantasia... Eu tento fazer com que a</p><p>realidade afugente esse pensamento. Eu raciocíno: “Bem, se eu bati em</p><p>alguém enquanto estava dirigindo, eu teria sentido”. Essa breve viagem à</p><p>realidade ajuda a dissipar o sofrimento... Mas só por um segundo... Eu começo</p><p>a ruminar: “talvez eu tenha batido em alguém e não percebi... Oh, meu Deus!</p><p>Eu posso ter matado alguém! Terei de voltar e verificar”. Verificar é a única</p><p>maneira de aliviar a ansiedade. (Rapoport, 1990, p.22-27)</p><p>3- Neurose Histérica ou de Conversão</p><p>• A angustia é convertida para o plano corporal ( somático)</p><p>porém, realizados os exames médicos, constata-se uma</p><p>ausência de enfermidades físicas apesar de serem</p><p>expressos seus sintomas como crises.</p><p>• Este quadro é consequência da repressão mal sucedida</p><p>de conteúdos, de conflitos inconscientes que acabam</p><p>sendo convertidos para o corpo quando atualizados por</p><p>um conflito. Apresenta-se descrito por sintomas</p><p>psicológicos e fisiológicos.</p><p>• Ex; crise de choro com teatralidade ;</p><p>• Paralisia de um membro, úlcera, etc. Ex. caso Ana O.</p><p>Neuroses histéricas psicológicas</p><p>• Fugas : a pessoa apresenta esquecimentos.</p><p>• Sonambulismo: o individuo apresenta</p><p>sonambulismo atos e desejos que não apresentaria</p><p>em vigília, pois durante o sono a censura está mais</p><p>relaxada.</p><p>• Distúrbios sexuais: sejam eles masculinos ou</p><p>femininos, como por exemplo ejaculação precoce,</p><p>impotência ou frigidez, etc.</p><p>• Intentos de suicidio: a intenção primordial é de</p><p>mobilizar o ambiente ( inconsciente).</p><p>Neurose histéricas fisiológicos</p><p>• Exemplo de conversões:</p><p>• Motores: conversão para a musculatura voluntária,</p><p>ocasionando paralisias, tiques, tremores, mutismo e</p><p>afonia.</p><p>• Sensoriais: conversão em cegueira, surdez e ou</p><p>anestesias.</p><p>• Viscerais: dores e espasmos abdominais.</p><p>• Dores: em qualquer parte do corpo.</p><p>• Lesões na pele, eritemas, alergias.</p><p>• Pseudociese: gravidez psíquica.</p><p>PSICOSES</p><p>AS PSICOSES</p><p>• São consideradas distúrbios da “organização</p><p>psíquica” total, envolvendo os aspectos da</p><p>afetividade, de pensamento e de percepção</p><p>de si e do mundo.</p><p>etiologia</p><p>• Quanto à sua etiologia existem controvérsias</p><p>importantes alguns autores defendem uma origem</p><p>psicogênica relacionada à estruturação egóica, a</p><p>qual se relaciona aos primeiros anos de vida da</p><p>criança.</p><p>• Mecanismos psíquicos muito primitivos são então</p><p>utilizados, em situações de vida percebidas</p><p>internamente pelo indivíduo como frustrantes,</p><p>angustiantes.</p><p>psicoses</p><p>• Em geral nos quadros de psicoses,</p><p>há uma distorção, uma</p><p>alteração da percepção da realidade, apresentando-se em</p><p>forma de delírios e alucinações.</p><p>• O delírio representa um fenômeno psicótico básico. O</p><p>paciente durante um delírio é totalmente convencido da</p><p>veracidade de suas ideias delirantes, e o delírio não pode</p><p>ser desfeito por sua incompatibilidade com a realidade.</p><p>• As alucinações são alterações sensório-perceptivas sem</p><p>que haja estimulação sensorial. Assim como os delírios são</p><p>percebidos como reais.</p><p>• Elas podem ser olfativas, gustativas, visuais, táteis e</p><p>cinestésicas.</p><p>• Os quadros de psicose existentes são:</p><p>1- Esquizofrenia,</p><p>2- Psicose maníaco- depressiva (PMD)</p><p>3- Paranóia.</p><p>1- Esquizofrenia</p><p>• Esquizofrenia etimologicamente significa “mente dividida”</p><p>ou “divisão da mente” e se refere a uma divisão entre</p><p>pensamento e emoção.</p><p>• A Esquizofrenia é um transtorno psicótico, o que significa</p><p>que é caracterizado por alterações de pensamento,</p><p>percepção e consciência.</p><p>• Atualmente , estima-se que cerca de 1% da população tem</p><p>esquizofrenia.</p><p>• Quanto a sua etiologia existem divergências: existe uma</p><p>corrente organicista, isto é, que defende a possibilidade de</p><p>causa orgânica, hereditária e a outra corrente defende a</p><p>possibilidade de uma falta de estruturação egóica, devido a</p><p>uma falha no desenvolvimento emocional.</p><p>Esquizofrenia...</p><p>• Independente da corrente que se adote, observa-se</p><p>que indivíduos esquizofrênicos, normalmente,</p><p>provém de famílias desorganizadas, desestruturadas,</p><p>sendo comum também em suas historias a presença</p><p>de grandes lutos na primeira infância ( de 0 a 7 anos).</p><p>• Na maioria das vezes apresenta-se por meio de</p><p>crises agudas ( surtos) e, às vezes, de um modo lento</p><p>sorrateiro.</p><p>Distúrbios da esquizofrenia</p><p>• Do curso do pensamento: pensamento ilógico, pensamento e</p><p>afeto dissociados, tendência ao abstracionismo e bloqueio do</p><p>pensamento.</p><p>• Da percepção da realidade: alucinações, delirios, ilusões na</p><p>percepção da vivência do tempo, estranhamento em relação a si</p><p>próprio, com sentimentos de perda de identidade,</p><p>despersonalização, alienação do próprio eu.</p><p>• Do controle dos impulsos e dos afetos: incapacidade para</p><p>tolerar frustrações e adiar satisfação dos desejos. O individuo</p><p>tende a expressar abertamente seus impulsos sexuais e</p><p>agressivos.</p><p>• Das funções defensivas: incapacidade para manter a repressão (</p><p>mecanismo de defesa do ego) sobre conteúdos inconscientes e de</p><p>elaborar mecanismos de defesa adequados para equilibrar os</p><p>desejos com a realidade.</p><p>• Das funções autônomas: perturbação da linguagem, da memória,</p><p>da motricidade e incapacidade de planejamento.</p><p>• Apresentam ainda uma sensação de confusão, perda do senso de</p><p>causalidade e do senso crítico.</p><p>Relação do esquizofrênico com o profissional</p><p>• Com um paciente psicótico, seja ele esquizofrênico,</p><p>psicótico maníaco depressivo, paranóico ou sem</p><p>diagnóstico preciso, a única conduta adequada para</p><p>relacionar-se com este será a de “entrar” em seus</p><p>delírios e alucinações. É a única forma de tentar</p><p>compreender e que está querendo dizer, o que está</p><p>vivenciando e de como se sente em relação ao</p><p>tratamento .</p><p>Ex: existência de pus num dente sadio.</p><p>Certeza de que tem algo podre dentro dele e que vai leva-lo a morte.</p><p>2- Psicose maníaco depressiva: psicose cíclica</p><p>ou transtorno bipolar</p><p>• Apresenta-se um pouco mais tardiamente do que a</p><p>esquizofrenia, considerada uma doença jovem, ela</p><p>comumente tem inicio em uma idade mais madura (30-35</p><p>anos).</p><p>• Exterioriza-se pela alternância de fases maníacas e</p><p>depressivas, em uma proporção temporal de 3 para 1.</p><p>• Para receber o diagnóstico de transtorno bipolar , a pessoa</p><p>precisa ter períodos de depressão maior ( humor deprimido –</p><p>frequentemente irritável) ou (perda do interesse por</p><p>atividades prazerosas), mas também experienciar episódios</p><p>de mania.</p><p>MANIA</p><p>• Estado de excitação que tem as seguintes</p><p>características:</p><p>• O indivíduo apresenta humor eufórico, sente-</p><p>se confiante, disposto/animado, ou irritado/</p><p>arrogante, não admite ser contrariado.</p><p>• Aumento de sua autovalorização,</p><p>hiperatividade motora.</p><p>• Aumento dos impulsos sexuais e da força física.</p><p>• Dorme pouco e pensa não necessitar mais de</p><p>sono, além de fazer planos constantemente.</p><p>Mania continuação...</p><p>• Tende a sentir-se melhor que os outros, e</p><p>superestimar em exagero suas capacidades, podendo</p><p>chegar à megalomania ( delírio de grandeza),</p><p>acreditando ser um grande milionário, um grande</p><p>inventor.</p><p>• O pensamento caracteriza-se pela fuga de ideias. O</p><p>individuo fala sem parar, apresenta ideias novas, salta</p><p>de um assunto para outro, desvia-se facilmente do</p><p>tema que tinha em mente.</p><p>• Alternam-se com fases depressivas quando</p><p>apresentam uma percepção oposta de si mesmos e da</p><p>realidade.</p><p>Um episódio de mania</p><p>Kay Redfield jamison, uma conhecida autora e</p><p>professora de psiquiatria, descreve um de seus episódios</p><p>de mania:</p><p>• Com as vibrissas ardendo, as antenas empinadas, os</p><p>olhos se adiantando velozes, facetados como os de</p><p>uma mosca, eu absorvia tudo ao meu redor. Eu estava</p><p>correndo. Não simplesmente correndo, mas correndo</p><p>com velocidade e fúria. Como um relâmpago a</p><p>atravessar, de um lado para o outro, o</p><p>estacionamento do hospital, procurando gastar uma</p><p>energia ilimitada, irrequieta, maníaca. Eu corria rápido,</p><p>mas lentamente enlouquecia. ( Jamison, 1995, p.3)</p><p>depressão</p><p>• A depressão é causada por uma combinação de fatores.</p><p>• Estudos de gêmeos, famílias e adoção confirmam a noção de que</p><p>existe um componente genético na depressão. Embora haja certa</p><p>variabilidade entre os estudos, os índices de concordância entre</p><p>gêmeos idênticos geralmente são quatro vezes mais altos do que</p><p>os índices de gêmeos fraternos. A existência de um componente</p><p>genético implica que há fatores biológicos envolvidos na depressão,</p><p>mas ainda não existe consenso sobre quais são esses fatores.</p><p>Sabemos que as medicações que aumentam a disponibilidade de</p><p>noradrenalina aliviam a depressão, ao passo que aquelas que</p><p>diminuem os níveis desse neurotransmissor causam depressão.</p><p>• Estudos da função cerebral sugeriram estruturas neurais que</p><p>podem estar envolvidas nos transtornos de humor.</p><p>DEPRESSÃO : características</p><p>• Estado de tristeza, falta de animação, desesperança,</p><p>perda de interesse em relação ao meio. Apresenta</p><p>queda do humor básico e da capacidade de vivência,</p><p>sensação de vazio. Apresenta-se dando a impressão</p><p>de um individuo relaxado, onde tudo lhe é penoso e</p><p>difícil, torna-se lento, seu modo de fala é monótono,</p><p>apresenta-se empobrecido de movimentos e de</p><p>expressão.</p><p>Em fases de depressão o indivíduo pode apresentar</p><p>delírios tais como:</p><p>• Culpa : sente-se culpado por tudo e merecedor de castigo.</p><p>• Ruína : o individuo pensa não ter nada em dinheiro, declara</p><p>durante o delírio que terá de pedir esmolas,</p><p>independentemente de sua real condição financeira.</p><p>• Hipocondríaco: acredita ter uma doença incurável e que</p><p>morrerá brevemente. Apresenta ainda ideias delirantes</p><p>frente as estímulos ambientais. Ex. ao ver alguém cavando</p><p>um buraco, acredita estarem cavando sua sepultura.</p><p>• O indivíduo PMD ( psicose maníaco depressiva) em fase de</p><p>depressão, sente e vivencia como se fosse um luto real, mas</p><p>na verdade ele tem a perda de um ideal.</p><p>• Ex; um homem tenta suicídio e entra numa crise depressiva</p><p>com a presença de alguns delírios após o término de um</p><p>relacionamento.</p><p>PARANÓIA</p><p>• Dos quadros psicóticos a paranóia é o que se pronuncia</p><p>mais tardiamente ( 40-45 anos).</p><p>• Caracteriza-se pela construção “lógica do delírio”.</p><p>• O paranóico mostra uma personalidade bem conservada</p><p>e um certo grau de adaptação ao mundo em que vive.</p><p>• Suas ideias delirantes se manifestam muito bem</p><p>estruturadas e sistematizadas. São delírios que</p><p>apresentam uma lógica possível. Ex. ciúmes, perseguição,</p><p>desconfiança, traição.</p><p>• O paranóico é essencialmente um individuo que se sente</p><p>perseguido e que, portanto pode perseguir.</p><p>fim</p><p>Transtorno de personalidade antissocial</p><p>• Tem particular interesse para a Psicologia</p><p>Forense. Também denominado psicopatia,</p><p>sociopatia, transtorno de caráter, transtorno</p><p>sociopático,</p><p>transtorno dissocial. A variação</p><p>terminológica reflete a aridez do tema e o</p><p>fato de a ciência não ter chegado a</p><p>conclusões definitivas a respeito de suas</p><p>origens, desenvolvimento e tratamento.</p><p>História da psicopatia</p><p>• Foi cunhado inicialmente por Kraepelin ( 1856-1925)</p><p>em 1904 (“possuem personalidade psicopática</p><p>aqueles que não se adaptam à sociedade e sentem</p><p>necessidade de ser diferentes”).</p><p>• Em 1995, o DSM IV ( Diagnostic and Statistical Manual</p><p>of Mental Disorders) introduz o conceito da seguinte</p><p>forma:</p><p>• 301.7 – Transtorno da Personalidade Antissocial.</p><p>Característica essencial: padrão invasivo de</p><p>desrespeito e violação dos direitos dos outros, que</p><p>inicia na infância ou começo da adolescência e</p><p>continua na idade adulta. Sinônimos: psicopatia,</p><p>sociopatia ou transtorno da personalidade dissocial.</p><p>Bases para definição de psicopatia</p><p>• As bases para a definição de psicopatia oscilam entre</p><p>aspectos orgânicos e sociais. Principais características:</p><p>• Loquacidade; charme superficial</p><p>• Superestima</p><p>• Estilo de vida parasitário; necessidade de estimulação;</p><p>tendência ao tédio;</p><p>• Mentira patológica; vigarice; manipulação;</p><p>• Ausência de remorso ou culpa;</p><p>• Insensibilidade afetivo-emocional; indiferença; falta de</p><p>empatia;</p><p>• Impulsividade; descontroles comportamentais;</p><p>• Ausência de metas realistas a longo prazo;</p><p>• Irresponsabilidade; incapacidade para aceitar</p><p>responsabilidade pelos próprios atos;</p><p>• Promiscuidade sexual;</p><p>• Muitas relações conjugais de curta duração;</p><p>• Transtornos de conduta na infância;</p><p>• Delinquência juvenil</p><p>• Revogação de liberdade condicional;</p><p>• Versatilidade criminal.</p><p>Características comportamentais nos</p><p>ambientes</p><p>• Na empresa – furtos, destruição do patrimônio,</p><p>vadiagem, alegação falsa de doença de maneira</p><p>injustificada e sistemática, envolvimento em conflitos</p><p>corporais.</p><p>• Na família – traição, violência contra conjuge e filhos,</p><p>ausência prolongada, dilapidação do patrimônio em</p><p>aventuras relacionadas com sexo, assédio sexual e</p><p>moral a servidores domésticos, etc.</p><p>• Esses indivíduos encontram campo fértil no tráfico de</p><p>drogas, no crime organizado em geral, na política, na</p><p>religião tornam-se líderes carismáticos e poderosos.</p><p>BIBLIOGRAFIA</p><p>• BIBLIOGRAFIA BÁSICA</p><p>•</p><p>• -BLOCK, A.M.B; FURTADO, O; TEIXEIRA, M.L.T- Psicologias. Uma Introdução ao estudo da</p><p>Psicologia. 14ª ed. S.Paulo: Saraiva, 2008.</p><p>• GONÇALVES, H. S.; BRANDÃO, E. P. (Org.). Psicologia jurídica no Brasil. Rio de Janeiro: NAU, 2004.</p><p>• PAULO, BEATRICE Marinho. Psicologia na prática jurídica. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2012.</p><p>• PINHEIRO, Carla. Manual de Psicologia Jurídica /Carla Pinheiro- 5ª ed. São Paulo: Saraiva</p><p>Educação,2019.</p><p>• PINHEIRO, Carla. Psicologia Jurídica. Carla Pinheiro- 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017.</p><p>•</p><p>•</p><p>• BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR</p><p>•</p><p>• FIORELLE, José Osmir. Psicologia jurídica. São Paulo: Atlas, 2011.</p><p>• FOUCAULT, M. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: Nau, 2003.</p><p>• FREITAS, Ana Carla Pinheiro. Direito Vivo – Psicologia Jurídica. S.Paulo: Saraiva, 2014.</p><p>• MIRA Y LOPES, Emilio. Manual de psicologia jurídica. São Paulo: Impactus, 2008.</p><p>• SEGER, Liliana. Psicologia e Odontologia – Uma Abordagem Integradora. Livraria Santos Editora</p><p>Com.Imp.Ltda.</p>

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