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<p>Embora todos os esforços tenham sido feitos para garantir que a informação contida neste livro seja verdadeira,</p><p>o propósito desta publicação não é substituir tratamentos nem orientações de profissionais da área médica. Os</p><p>autores e a editora não se responsabilizam por quaisquer efeitos colaterais que possam resultar do uso ou da</p><p>aplicação das informações aqui apresentadas.</p><p>Título original: The Answer</p><p>Copyright © 2016 por Allan Pease</p><p>Copyright da tradução © 2017 por GMT Editores Ltda.</p><p>Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob</p><p>quaisquer meios existentes sem autorização por escrito dos editores.</p><p>tradução: Beatriz Medina</p><p>preparo de originais: Renata Dib</p><p>revisão: Flávia Midori e Rebeca Bolite</p><p>diagramação: Valéria Teixeira</p><p>ilustrações de miolo: John Hepworth</p><p>capa: DuatDesign</p><p>imagem de capa: Gregor Schuster | Getty Images</p><p>adaptação para e-book: Marcelo Morais</p><p>CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO</p><p>SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ</p><p>P375s</p><p>Pease, Allan</p><p>Se a vida é um jogo, aqui estão as regras [recurso eletrônico] / Allan Pease, Barbara Pease;</p><p>tradução de Beatriz Medina. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Sextante, 2017.</p><p>recurso digital</p><p>Tradução de: The answer</p><p>Formato: ePub</p><p>Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions</p><p>Modo de acesso: World Wide Web</p><p>ISBN: 978-85-431-0514-7 (recurso eletrônico)</p><p>1. Negócios - Administração. 2. Sucesso no negócios. 3. Livros eletrônicos. I. Pease, Barbara.</p><p>II. Medina, Beatriz. III. Título.</p><p>17-41519 CDD: 658.11</p><p>CDU: 658.016.1</p><p>Todos os direitos reservados, no Brasil, por</p><p>GMT Editores Ltda.</p><p>Rua Voluntários da Pátria, 45 – Gr. 1.404 – Botafogo</p><p>22270-000 – Rio de Janeiro – RJ</p><p>Tel.: (21) 2538-4100 – Fax: (21) 2286-9244</p><p>E-mail: atendimento@sextante.com.br</p><p>www.sextante.com.br</p><p>mailto:atendimento@sextante.com.br</p><p>http://www.sextante.com.br</p><p>Dedicamos este livro a Ray Pease, cujo</p><p>conhecimento, experiência e influência marcaram</p><p>a vida de todos os que o conheceram.</p><p>Sua sabedoria enche as páginas deste livro.</p><p>Introdução</p><p>“A vida não deveria ser uma jornada para o túmulo com a intenção de chegar lá em</p><p>segurança num corpo bonito e bem conservado, e sim chegar derrapando de lado, em uma</p><p>nuvem de fumaça, completamente desgastado e exausto, gritando: ‘Uau! Que viagem!’”</p><p>Hunter S. Thompson</p><p>Este livro é o seu primeiro passo na direção de estradas nas quais você talvez nunca</p><p>tivesse pensado em se aventurar e que talvez jamais viesse a conhecer. Ao longo da</p><p>leitura, você perceberá por que está onde está e por que tem o que tem neste</p><p>momento da vida, e encontrará as respostas que o ajudarão a ir aonde desejar.</p><p>Mostraremos a você como descobrir o que realmente quer e como atingir esse</p><p>objetivo. Você aprenderá a priorizar suas ideias, recuperar sua vida, superar</p><p>obstáculos e evitar que os outros, sobretudo amigos e parentes, o manipulem. Nós o</p><p>ajudaremos a escolher seu próprio caminho, não aquele que tentam lhe impor.</p><p>Vamos mostrar como assumir o controle de sua vida e se tornar quem você quer ser.</p><p>Você descobrirá como lidar com as situações que surgirem, por mais difíceis ou</p><p>desesperadoras que possam parecer.</p><p>Você também vai aprender o caminho para chegar aonde gostaria de estar.</p><p>Vamos explicar os princípios de sucesso que homens e mulheres utilizaram no</p><p>decorrer da história para atingir a grandeza e recuperar-se dos fracassos. Barbara e</p><p>eu aprendemos muitos desses princípios diretamente com os mestres nos últimos 50</p><p>anos, e essas lições são a principal razão de nosso sucesso. Também apresentaremos</p><p>novos estudos que revelam por que algumas pessoas são bem-sucedidas e outras</p><p>não. Examinaremos um sistema de funcionamento cerebral que você pode</p><p>programar para conquistar o que quiser. Discutiremos esse sistema no primeiro</p><p>capítulo e apresentaremos os benefícios de seu uso no restante do livro.</p><p>Também responderemos às perguntas acerca de tudo o que você já leu ou ouviu</p><p>falar sobre estabelecimento de metas, visualização, afirmações e Lei da Atração.</p><p>Como há muita informação, é importante que você faça pausas durante a leitura</p><p>para refletir e implementar o que foi dito. Sugerimos pontos específicos para isso,</p><p>indicados pelo símbolo . Mas essa orientação não precisa ser seguida à risca;</p><p>serve apenas de guia.</p><p>Discutiremos as habilidades simples mas poderosas que nos ajudam a lidar com</p><p>quase tudo o que acontece na vida, para o bem ou para o mal. E responderemos aos</p><p>grandes questionamentos sobre como obter o que se quer apesar das circunstâncias</p><p>adversas.</p><p>Os conceitos presentes neste livro foram transformadores para os participantes</p><p>de nossos seminários e podem fazer o mesmo por você.</p><p>Resumindo: se a vida é um jogo, aqui estão as regras.</p><p>No decorrer dos capítulos, muitos pontos importantes são repetidos de várias</p><p>formas, e isso é intencional. Estudos comprovam que o aprendizado ocorre de</p><p>maneira mais eficaz com a repetição de uma ideia numa série de seis exposições.</p><p>Quando você ouve ou lê uma afirmação pela primeira vez, sua mente pode rejeitá-la</p><p>caso entre em conflito com ideias preconcebidas. É por isso que a maioria dos</p><p>treinamentos motivacionais não dá certo. Mas depois de ouvir a mesma ideia seis</p><p>vezes, seu cérebro consegue aceitá-la e internalizá-la.</p><p>Apresentamos atividades em cada capítulo e sugerimos que você faça anotações</p><p>para usar como referência se quiser retomar a ideia mais tarde.</p><p>Por fim, embora o livro seja de autoria de nós dois, optamos por escrevê-lo em</p><p>primeira pessoa, como se fôssemos um só, para facilitar a leitura.</p><p>ALLAN E BARBARA PEASE</p><p>capítulo 1</p><p>Revelado o segredo</p><p>do SAR</p><p>“Tudo o que a mente consegue conceber e acreditar, o corpo consegue atingir.”</p><p>Napoleon Hill</p><p>Em 1937, quando fez essa importante afirmação no clássico livro Pense e enriqueça,</p><p>Napoleon Hill não tinha a ciência médica, os exames cerebrais nem a tecnologia de</p><p>que dispomos hoje para provar suas crenças. Ele afirmava que, se uma pessoa</p><p>pensasse claramente em alguma coisa e a quisesse de verdade, ela a conseguiria. A</p><p>ciência removeu boa parte do mistério e da magia que cercava afirmações icônicas</p><p>como a de Hill, e hoje temos informações científicas sobre o processo de</p><p>estabelecimento de metas, as profecias autorrealizáveis, a função da oração e a Lei da</p><p>Atração. A ciência agora é capaz de nos mostrar onde e como o sucesso age no</p><p>cérebro. E você está prestes a aprender um sistema extraordinário que todos nós</p><p>possuímos: o Sistema Ativador Reticular, ou SAR.</p><p>O SAR, localizado no tronco cerebral dos mamíferos, é um feixe de fibras</p><p>nervosas conhecido como formação reticular. Ele participa de muitas funções</p><p>importantes da biologia humana, como o sono e a vigília, a respiração, os batimentos</p><p>cardíacos e a motivação comportamental. O SAR também participa da excitação</p><p>sexual, do apetite e da vontade de comer, da eliminação de resíduos do organismo,</p><p>do controle da consciência e da capacidade de atenção. Lesões no SAR podem</p><p>provocar coma e estão relacionadas a várias doenças, como a narcolepsia.</p><p>Esse sistema tem duas partes: o SAR ascendente, ligado ao córtex, ao tálamo e ao</p><p>hipotálamo, e o SAR descendente, ligado ao cerebelo e aos nervos responsáveis pelos</p><p>sentidos.</p><p>Em meados do século XX, fisiologistas propuseram que alguma estrutura nas</p><p>profundezas do cérebro controlava os estados de vigília e prontidão e a motivação.</p><p>Os cientistas descobriram a existência do SAR em 1949, quando H. W. Magoun</p><p>e Giuseppe Moruzzi, da Universidade de Pisa, na Itália, estudaram os componentes</p><p>neuronais que regulavam o sono e a vigília e publicaram seus achados no primeiro</p><p>volume da revista científica Electroencephalography and Clinical Neurophysiology</p><p>(Eletroencefalografia e neurofisiologia clínica, em tradução livre). Essa pesquisa</p><p>pioneira acabou levando à descoberta de que o SAR é o portal pelo qual quase todas</p><p>as informações entram no cérebro (com exceção do cheiro, que vai diretamente para</p><p>a área emocional). O SAR filtra as informações que chegam, afeta nossa percepção e</p><p>nosso nível de excitação e decide quais informações não terão acesso</p><p>por dia para m arcar apresentações;</p><p>isso poderia ser resolvido em m enos de uma hora por dia. Embora em qualquer setor a</p><p>meta anual de 1 milhão de dólares pareça assustadora, ligar para nove clientes durante</p><p>uma hora por dia é bastante viável.</p><p>Aja agora</p><p>Assim que decidir o que vai fazer, comece. Não amanhã, nem na semana que vem,</p><p>nem depois do Natal, nem quando os filhos crescerem, nem quando o cometa</p><p>Halley passar. Comece agora mesmo. Matricule-se naquele curso, candidate-se</p><p>àquela entrevista, inscreva-se no clube que ensina a fazer o que você quer, encontre</p><p>um mentor ou se ofereça como aprendiz. Pegue o telefone e ligue para alguém que</p><p>possa lhe dizer por onde começar. A ação mais importante é dar o primeiro passo.</p><p>A maioria das pessoas não faz mais coisas na vida porque está sempre ocupada,</p><p>preparando-se para se preparar. Ontem você provavelmente disse “amanhã”. A hora</p><p>certa nunca chegará. Comece agora. Porque você só tem o agora. Daqui a 20 anos</p><p>você ficará mais desapontado com o que não fez do que com o que fez. Não é</p><p>preciso ver a escada inteira; basta subir o primeiro degrau.</p><p>Às vezes o menor passo na direção certa pode ser o maior passo da sua vida. Mesmo que</p><p>precise ir na ponta dos pés, dê esse passo.</p><p>Quando você entra em ação para realizar seus planos, o SAR provoca o efeito</p><p>chamado Lei da Atração. De repente, as coisas que você quer parecem atraídas por</p><p>você, e pessoas com ideias semelhantes surgem à sua volta. Outros começam a dar</p><p>informações que podem ajudá-lo a avançar, e pessoas com metas parecidas se</p><p>tornam suas aliadas. Se antes você considerava algumas coisas difíceis, agora começa</p><p>a enxergar maneiras de resolvê-las. Situações que pareciam vagas ficam mais claras, e</p><p>as respostas de que precisa começam a se materializar.</p><p>Assim que decidir qual será sua meta, comece a trabalhar imediatamente nela para</p><p>alcançá-la.</p><p>Embora ter um plano seja parte fundamental do sucesso, muita gente fica tão</p><p>envolvida no planejamento que acaba não começando. Entre em campo</p><p>imediatamente, sinta como é estar lá e comece a aprender o que fazer. Não</p><p>transforme seu plano em desculpa para começar lentamente. Entre em ação</p><p>enquanto está cheio de vontade. Não espere até pagar a hipoteca, os filhos</p><p>crescerem, até ganhar mais confiança, até o ano-novo, seu aniversário ou a próxima</p><p>superlua, até se casar, se divorciar, ser promovido, se aposentar, ser demitido ou seu</p><p>papagaio morrer. Comece agora!</p><p>Se o “plano A” não der certo, lembre-se de que o alfabeto tem mais 25 letras.</p><p>E se você não conseguir cumprir o prazo?</p><p>Às vezes, é preciso mais tempo do que pensamos para obter o resultado. Se isso</p><p>acontecer, decomponha a meta em metas menores e estabeleça outro prazo, depois</p><p>mais outro se necessário. O prazo é uma estimativa de quanto tempo você acha que</p><p>precisa para atingir sua meta, mas talvez tenha que fazer alguns ajustes. Quanto mais</p><p>prática tiver com a definição dos prazos, maior será sua exatidão ao prever</p><p>cronogramas.</p><p>HISTÓRIA REAL: ALLAN PEASE</p><p>Certo dia, quando eu tinha 5 anos, entrei numa piscina que não dava pé para m im e</p><p>quase me afoguei. Essa lem brança nunca mais m e deixou. Com 14 anos, estabeleci a</p><p>meta de fazer um curso de salva-vidas. Cheguei a me inscrever no curso, mas meu pai</p><p>foi transferido do em prego e nossa fam ília se m udou para outra cidade.</p><p>Nunca term inei o treinamento, m as deixei essa m eta na lista B porque eu</p><p>realmente queria atingi-la.</p><p>Vinte e cinco anos depois, com 39 anos, entrei no Avalon Life-Saving Club de Sydney,</p><p>me inscrevi no curso de treinamento de salva-vidas e recomecei. O curso exigia várias</p><p>habilidades, como reanimação cardiorrespiratória e resgate nas ondas, e o uso de</p><p>equipamentos variados, como coletes salva-vidas, pranchas e barcos. Também</p><p>impunha vários testes físicos, inclusive corrida e natação. O treinam ento físico era</p><p>intenso, principalmente para um homem de quase 40 anos. Os outros participantes do</p><p>curso tinham entre 17 e 22 anos, e me senti pressionado a acompanhá-los. Depois de</p><p>uma década treinando artes marciais, eu tinha condições físicas de aguentar aquilo</p><p>tudo... até que chegou a prova de natação. Era preciso nadar meio quilômetro no mar</p><p>em menos de oito m inutos. Do ponto de vista físico, isso não seria problema para mim,</p><p>mas eu precisaria de um estilo de natação forte e eficaz que exigia m anter o rosto</p><p>dentro d’água. Para meu horror, descobri que, aos 39 anos, eu ainda era prisioneiro de</p><p>meu quase afogamento aos 5.</p><p>Embora surfasse havia anos, simplesmente não conseguia manter o rosto dentro</p><p>d’água a fim de nadar com velocidade suficiente para passar na prova. Aqui, a resposta</p><p>fácil seria desistir, m as eu queria muito e me inscrevi em aulas de natação. Im agine a</p><p>cena: eu, sentado na borda da piscina, com meus seis colegas de 4 a 6 anos. Seguro uma</p><p>pranchinha de plástico e recebo instruções do professor. É um problema grave essa</p><p>questão do rosto dentro d’água, e as mães das crianças riem em segredo desse coroa</p><p>que obviamente não sabe nadar direito.</p><p>O professor nos dividiu em pares. Meu parceiro Danny, de 6 anos, sentiu pena de</p><p>mim em meus momentos de luta porque eu não conseguia manter o rosto dentro</p><p>d’água enquanto nadava para lá e para cá na piscina com minha pranchinha.</p><p>– Você pode usar minha prancha se quiser – cochichou ele com em patia. – Ela é</p><p>mais rápida que a sua.</p><p>– Todas vão na m esm a velocidade! – retorqui, sentindo-m e ansioso e inepto.</p><p>Mas, quando olhei o rostinho espantado daquele bem-intencionado consultor</p><p>motivacional de 6 anos, concordei em trocar de prancha com ele. Decidi que, se Danny</p><p>conseguia, eu também conseguiria.</p><p>Seis aulas e m uito treino depois, passei no teste do rosto dentro d’água na aula de</p><p>natação e, dali a uma sem ana, com três segundos abaixo do tempo exigido, consegui</p><p>me tornar um salva-vidas.</p><p>Se atingir sua meta exige que você aprenda a nadar com crianças de 4 anos, é isso que</p><p>você vai fazer, seja qual for sua idade.</p><p>Até que ponto você se dispõe a ir para atingir suas metas? Quando os objetivos</p><p>são definidos com clareza e você tem um plano e um prazo, é bem menos provável</p><p>que desista, sejam quais forem as circunstâncias. Esperei 25 anos para restabelecer o</p><p>prazo da minha meta; eu não ia desistir e recomeçar. O único obstáculo era a</p><p>questão do rosto dentro d’água. Criei o objetivo de me tornar salva-vidas aos 14 anos</p><p>e finalmente o conquistei com quase 40. Foram necessários 25 anos para que as</p><p>circunstâncias da vida me permitissem tentar de novo.</p><p>O importante é que decidi o que queria fazer e só determinei o prazo quando a</p><p>época certa chegou. Quando definimos uma meta, não precisamos começar a buscá-</p><p>la imediatamente, a não ser que seja sua prioridade. Não é possível fazer tudo ao</p><p>mesmo tempo. Comece a contar o prazo quando sentir que chegou a hora. Estabeleci</p><p>esse prazo duas vezes. Não é preciso desistir da meta só porque as circunstâncias</p><p>mudaram. As circunstâncias costumam ser temporárias. Mas lembre-se: antes de</p><p>determinar o prazo, nada acontecerá. O prazo nos incita a agir.</p><p>Daqui a um ano, você desejará ter começado hoje.</p><p>E se não for agora, quando será?</p><p>HISTÓRIA REAL: ALLAN E BARBARA</p><p>Quando eu e Barbara descobrimos que nosso contador mentia para nós sobre nossos</p><p>investimentos, ficamos chocados. Mas era tarde demais; tudo o que tínhamos se fora, e</p><p>precisamos vender o patrimônio que nos restava para pagar as últimas dívidas de mais</p><p>de 2 milhões de dólares. Duas décadas de trabalho – os livros, os filmes, as palestras –</p><p>acabaram de repente. Passamos por dificuldades financeiras nos dois anos seguintes</p><p>para pagar as dívidas, e fiquei deprimido, culpando-me pelo que tinha acontecido.</p><p>Após dois anos de pensamentos negativos, autocrítica, resfriados, letargia,</p><p>transtornos do sono e tumores da tireoide, Barbara disse “chega”.</p><p>– Ponha um prazo nisso, Allan! – brigou ela comigo certa manhã.</p><p>O quê? Prazo para se sentir deprimido?</p><p>Como muitos homens, eu negava minha depressão. Sabia que todos temos</p><p>controle sobre nossos pensamentos e podemos escolher 100% deles, mas nunca</p><p>pensei</p><p>que isso seria uma solução para quem estivesse deprimido. Assim, se os</p><p>pensamentos negativos sobre nossa situação tinham me deixado doente e me</p><p>transformado em alguém nada divertido, fazia sentido que eu estabelecesse um prazo</p><p>para minha depressão e, quando o prazo terminasse, só tivesse pensamentos positivos.</p><p>Dê prazo ao pensamento negativo</p><p>Para algumas pessoas, o pensamento negativo se torna um hábito de vida e um modo</p><p>confortável de se comportar. A não ser que alguém chame sua atenção, é fácil se tornar</p><p>um pessimista habitual. O máximo que os médicos podiam fazer era me receitar</p><p>Prozac. Mas simplesmente decidi dar um prazo para meu pensamento negativo.</p><p>Quando o prazo expirou, passei a pensar no que eu queria que acontecesse, e não</p><p>no que não queria.</p><p>Um dos primeiros sintomas da depressão é a perda do senso de humor e a</p><p>impossibilidade de ver o lado engraçado das coisas.</p><p>Foi numa manhã de terça-feira que defini que o fim do prazo seria às quatro da</p><p>tarde da sexta-feira da semana seguinte. Até aquele dia, eu poderia ser um verdadeiro</p><p>pentelho negativo se assim quisesse. O importante foi que isso me deu tempo para me</p><p>acostumar com a ideia de só pensar no que eu queria, em vez de pensar no que eu não</p><p>queria, como vinha fazendo naqueles dois anos. Às quatro horas da tarde daquela sexta-</p><p>feira, eu disse à Barbara: “Tudo bem... Voltei! A partir de hoje, só pensarei no que PODEMOS</p><p>fazer.” Lembro-me com clareza daquele momento. Foi uma experiência incrivelm ente</p><p>libertadora, e na mesma hora senti calma e otimismo, algo que não sentia havia muito</p><p>tempo. Eu voltara ao controle. E era meu 45o aniversário.</p><p>“Quando estiver passando pelo inferno, não pare.”</p><p>Winston Churchill</p><p>Então Barb e eu tomamos a decisão de que nunca mais ficaríamos naquelas</p><p>circunstâncias e que teríamos êxito mais uma vez. Não tínhamos ideia de como</p><p>conseguir; apenas resolvemos que seria assim. Isso foi o mais importante. E meu senso</p><p>de humor começou a voltar.</p><p>Quando estiver triste ou deprimido, dê um prazo a isso.</p><p>Resumo</p><p>Quando ficar estressado, preocupado ou deprimido com alguma coisa na vida e seus</p><p>pensamentos negativos se tornarem um hábito, dê a si mesmo um prazo para</p><p>superá-los. Decida que, a partir de uma hora ou um dia específico, você não pensará</p><p>negativamente sobre o que lhe aconteceu. Decida pensar apenas no que você quer. É</p><p>simples, porém, nem sempre é fácil.</p><p>Todos os que vivem até a velhice terão pelo menos três grandes desastres na</p><p>vida, como um divórcio, doenças, falência, demissão ou a morte de alguém querido.</p><p>As tragédias acontecem a todos; elas fazem parte da vida. Mas só porque foi</p><p>derrubado não significa que você esteja fora do jogo. Somos derrotados apenas</p><p>quando ficamos no chão. Decida com antecedência que, quando a onda chegar,</p><p>você sairá dela.</p><p>Um sonho não passa de sonho até que lhe damos um prazo.</p><p>Os prazos exigem ação e o impelem a avançar.</p><p>É possível dar prazo a qualquer coisa, inclusive ao pensamento negativo.</p><p>Decomponha as grandes metas em pedacinhos e coma um de cada vez.</p><p>Se acha que não conseguirá cumprir um prazo importante, ajuste-o.</p><p>Estabeleça prazos realistas que sejam curtos o suficiente para motivá-lo.</p><p>E faça isso agora. Anote pelo menos cinco metas e estabeleça os respectivos</p><p>prazos.</p><p>A vida é como uma câmera fotográfica. Focalize o que for importante. Registre os bons</p><p>momentos e, com base nos negativos, revele os positivos. E se não der certo, simplesmente</p><p>tire outra foto.</p><p>capítulo 5</p><p>Vá até o fim, apesar do que os outros</p><p>pensem, façam ou digam</p><p>Para muita gente, pôr os planos em prática pode ser a parte mais difícil do processo</p><p>de estabelecimento de metas. Você escolheu uma meta específica, escreveu um</p><p>plano com prazos e agora o anuncia ao mundo. Mas, de repente, encontra um</p><p>monte de gente – principalmente parentes e amigos – que tenta convencê-lo a</p><p>desistir. Dizem que você é velho demais, jovem demais, gordo demais, magro</p><p>demais, que é muito arriscado, que não é o momento certo, que a economia vai mal,</p><p>que você está falido, que não tem experiência, que há inflação, deflação, que você</p><p>não tem talento suficiente, que é preguiçoso ou maluco.</p><p>Perguntam: “Por que quer fazer isso neste momento da vida? Você pode ficar</p><p>doente/morrer/se machucar/ser enganado indo desse jeito a</p><p>lugares/empregos/cidades/carreiras/países. Não dá para ir agora porque está</p><p>casado/divorciado/solteiro/falido/bem de vida/mal de vida ou tem muitas</p><p>dívidas/muitos compromissos/família. Se fracassar, quem cuidará de seu</p><p>parceiro/esposa/marido/filhos/casa/carreira/cachorro/gato/avó doente?”</p><p>Decida agora mesmo que não dará ouvidos a essas pessoas. Não estamos</p><p>dizendo que você deva ser imprudente ou correr riscos desnecessários; em toda</p><p>escolha que fizer ao avançar, haverá riscos. Você precisa se informar e tomar as</p><p>próprias decisões; não deixe ninguém roubar seus sonhos. Pessoas fracas demais para</p><p>seguir os próprios sonhos sempre darão um jeito de desestimular os seus. Não deixe</p><p>que mentes pequenas o convençam de que suas metas são grandes demais. Se suas</p><p>metas não o assustarem um pouco, é porque não são suficientemente grandes.</p><p>Tome cuidado ao se abrir com os outros. Só conte seus sonhos às poucas pessoas que</p><p>realmente se importam. O resto está apenas curioso.</p><p>Por que os outros tentam convencê-lo a</p><p>desistir de suas metas</p><p>Há três razões principais para os outros – amigos e, principalmente, parentes –</p><p>tentarem dissuadi-lo de atingir certas metas.</p><p>1. Eles ficam preocupados.</p><p>Eles se preocupam genuinamente com você e não querem que perca dinheiro, saúde</p><p>ou oportunidades nem que retroceda na vida. “Se você for trabalhar com ajuda</p><p>humanitária na África, enfrentará animais, aranhas, mosquitos e terroristas que</p><p>podem matá-lo.”</p><p>2. Você vai expô-los.</p><p>Quando tenta atingir determinadas metas, você destaca o pouco que os outros estão</p><p>fazendo na própria vida. Você compreenderá isso quando perceber que as razões</p><p>que os outros dão para você não avançar são deles, não suas. “Abrir uma empresa</p><p>agora é perigoso porque você tem filhos para sustentar, aluguel para pagar, a</p><p>economia vai mal e muita gente precisa de você. Seria melhor esperar até que a</p><p>situação melhore.”</p><p>3. Eles ficam intimidados.</p><p>Estabelecer e cumprir metas novas e empolgantes pode provocar nas outras pessoas</p><p>sensações de ameaça ou inadequação com a própria vida ou com a falta pessoal de</p><p>realizações. “Escalar o monte Kilimanjaro? O que isso vai provar? Tome, coma outra</p><p>rosquinha.”</p><p>Em geral, os outros tentarão dissuadi-lo de suas metas por razões genuínas,</p><p>egoístas ou manipuladoras. Por isso, o último passo desse processo é seguir seu plano</p><p>até o fim, apesar do que os outros digam, façam ou pensem. Agradeça-lhes a</p><p>preocupação e o interesse, diga que os ama (quando necessário) e reafirme o que</p><p>pretende fazer e por que o fará. Se persistirem em tentar dissuadi-lo, agradeça</p><p>sinceramente mais uma vez e reafirme sua meta sem dar explicações. Então,</p><p>simplesmente aja. As únicas pessoas que podem falar algo sobre os seus objetivos são</p><p>aquelas que já conseguiram alcançá-lo ou que também estão tentando. Os outros só</p><p>podem dar opiniões com base no que fariam nas circunstâncias deles. Nunca tome</p><p>decisões com base em conselhos de quem não terá que conviver com o resultado.</p><p>Ao escrever a história de sua vida,</p><p>não deixe mais ninguém segurar a caneta.</p><p>O medo do fracasso</p><p>Muita gente não começa a jornada para atingir as próprias metas por ter medo do</p><p>fracasso. O fracasso é uma parte importante do sucesso, e poucas pessoas foram</p><p>bem-sucedidas em alguma coisa sem antes fracassar várias vezes. Os vencedores não</p><p>são os que nunca fracassam, mas aqueles que nunca desistem. Se desistir cedo</p><p>demais, você nunca saberá o que perdeu. Qualquer erro cometido simplesmente o</p><p>ajuda a aprender o jeito certo de fazer as coisas funcionarem. O boxeador não perde</p><p>a luta porque foi nocauteado; ele só perde se cair e não se levantar.</p><p>“O mestre falhou mais vezes do</p><p>que o iniciante tentou.”</p><p>Zig Ziglar, escritor e palestrante</p><p>motivacional norte-americano</p><p>Se J. K. Rowling tivesse ficado desestimulada</p><p>pelos 10 primeiros editores que a</p><p>recusaram, Harry Potter nunca teria existido. Se Howard Schultz tivesse desistido</p><p>depois de 242 rejeições de bancos e financiadores, não haveria Starbucks. Se Walt</p><p>Disney tivesse abandonado a ideia de um parque temático depois de sofrer mais de</p><p>300 rejeições, não haveria Disneylândia.</p><p>“O fundo do poço se tornou a base firme</p><p>sobre a qual reconstruí minha vida.”</p><p>J. K. Rowling</p><p>Como evitar ser manipulado pelos outros</p><p>Existem duas técnicas simples mas poderosas para lidar com aqueles que tentam</p><p>impedi-lo de atingir suas metas ou que só querem controlar você. Basta você</p><p>concordar com eles ou com o direito deles a ter opinião, por mais desinformada, sem</p><p>base e manipuladora que lhe pareça.</p><p>Técnica número 1: Concorde com a verdade</p><p>A resposta mais poderosa que você pode dar ao crítico é concordar com a verdade</p><p>do que ele diz e depois reafirmar sua decisão.</p><p>1o exemplo</p><p>MÃE: Se for trabalhar na África, você pode morrer de alguma doença.</p><p>FILHA: Posso mesmo. Mas me sinto obrigada a ajudar os menos favorecidos e estou</p><p>ansiosa para ir.</p><p>A filha concordou com a verdade da crítica da mãe, mas ao mesmo tempo</p><p>manteve sua decisão.</p><p>2o exemplo</p><p>SUE: Acho que você não deve largar seu trabalho, Brandon. Você é importante na</p><p>empresa e, se a economia piorar, ainda terá um salário. Abrir um negócio não lhe dá</p><p>nenhuma garantia.</p><p>BRANDON: Você tem toda a razão, Sue. Não há garantia nenhuma. Mas sei que vou</p><p>me dar bem e estou louco para aproveitar essa oportunidade.</p><p>Brandon concordou com a verdade dita por Sue. Ele não discutiu, não a</p><p>rebaixou nem rebaixou a si mesmo. Ao mesmo tempo, defendeu sua decisão sem ser</p><p>agressivo. Numa situação em que normalmente mandaria o outro não meter o nariz</p><p>onde não foi chamado, catar coquinho ou algo pior, Brandon reafirmou sua decisão</p><p>e ninguém se sentiu mal nem ameaçado.</p><p>Técnica número 2: Concorde com o direito do crítico a ter opinião</p><p>É comum discordarmos da opinião do crítico, mas mesmo assim é possível concordar</p><p>com o direito dele a ter opinião, por mais boba que seja.</p><p>1o exemplo</p><p>DAVE: Se vender sua casa para comprar duas menores, não terá tanto conforto quanto</p><p>agora.</p><p>MONICA: Entendo o motivo por que você pensa assim, Dave, mas quero ficar</p><p>milionária antes dos 30 e esse é um passo importante.</p><p>2o exemplo</p><p>LEANNE: Por que vai comprar um Mazda, Glen? Você sabe que os Toyotas são muito</p><p>melhores.</p><p>GLEN: Entendo seu ponto, Leanne, e você tem razão, os Toyotas são ótimos, mas adoro</p><p>a sensação de dirigir um Mazda.</p><p>Glen e Monica concordaram com o direito do crítico a ter opinião; Glen também</p><p>concordou com a verdade. Mas nenhum deles recuou de sua decisão nem fez com</p><p>que o outro se sentisse mal. Mesmo que discorde completamente da crítica, é</p><p>possível ser agradável e ao mesmo tempo afirmar que você não mudará de ideia. A</p><p>meta deve ser sempre fazer o outro se sentir bem, mesmo quando você discorda</p><p>dele.</p><p>Se alguém lhe disser que seus sonhos são</p><p>estúpidos, lembre-se de que em algum</p><p>lugar há um multimilionário que inventou</p><p>o macarrão de piscina.</p><p>Resumo</p><p>A diferença entre as pessoas bem-sucedidas e as outras é que as bem-sucedidas são</p><p>voltadas para a ação. Podem não parecer muito confiantes quando começam, mas</p><p>estão avançando. E se mantêm nos trilhos apesar das tentativas dos outros de</p><p>descarrilá-las.</p><p>Amigos, familiares e outros conhecidos bem-intencionados tentam impedir você</p><p>de avançar em direção às suas metas porque o amam, o odeiam ou não querem ficar</p><p>mal na fita. Não se preocupe com aqueles que falam de você pelas costas; isso</p><p>significa que você está dois passos à frente deles. Quando alguém tenta derrubá-lo,</p><p>isso significa que você está acima dessa pessoa. A única maneira de evitar críticas é</p><p>não fazer nada, não dizer nada e não ser nada. Quando estabelecer sua meta e criar</p><p>um plano com prazo, dê o primeiro passo e avance, apesar do que os outros pensem,</p><p>digam ou façam.</p><p>Você só pode levar um tiro no traseiro se estiver um degrau acima dos outros.</p><p>Seja agradável. Desenvolva uma natureza amistosa e faça com que todos se</p><p>sintam bem, seja qual for sua opinião. Admita a verdade. Deixe que os outros</p><p>saibam que você concorda com algo que disseram. Faça que sim e diga “Você tem</p><p>razão”. Na pior das hipóteses, concorde com o direito do crítico a ter opinião, mesmo</p><p>que ache que ele está falando uma grande bobagem. Reconheça que ele tem todo o</p><p>direito de pensar assim, mas ao mesmo tempo reafirme o que você acha que é</p><p>verdade.</p><p>Evite discutir. Raramente você conseguirá ganhar uma discussão, mesmo que</p><p>esteja certo. Ao discutir você perde amigos e credibilidade e dá aos belicosos o que</p><p>eles querem: uma briga.</p><p>Nunca brigue com porcos; você só vai se cobrir de lama.</p><p>capítulo 6</p><p>Assuma a</p><p>responsabilidade</p><p>por sua vida</p><p>Como funciona o carma.</p><p>Antes da crise financeira global de 2008, o mundo ocidental passava pelos 20 anos</p><p>mais prósperos da história. Em muitos países, virou quase regra que os habitantes</p><p>tivessem casa, carro novo, passassem as férias no exterior, se vestissem na última</p><p>moda e tomassem cappuccinos. Nesses países, tornou-se comum achar que todos</p><p>tinham direito a uma vida abastada, rica e satisfatória, tivessem ou não trabalhado</p><p>para isso. Embora a geração dos baby boomers, nascida depois da Segunda Guerra</p><p>Mundial, soubesse que esse conceito era incorreto, a geração X, nascida nas décadas</p><p>de 1960 e 1970, adotou a ideia. Para a Geração Y, nascida nas décadas de 1980 e</p><p>1990, essa era a única realidade que conheciam.</p><p>Esse período criou o tipo de pensamento que levou muitos a acreditar que</p><p>alguém, não eles, era responsável por lhes dar uma boa vida – o governo, os pais, a</p><p>sociedade, as empresas, os sindicatos, seus chefes ou o universo. Eles também</p><p>acreditavam que alguém ou alguma coisa, não eles, era culpado pelos aspectos</p><p>negativos de sua vida. As pessoas começaram a atribuir as circunstâncias ruins ao</p><p>cônjuge, ao sócio, ao lugar onde nasceram, ao país, ao clima, aos genes, aos bancos,</p><p>aos refugiados, à religião, à numerologia, à astrologia e até à atração magnética da</p><p>Lua.</p><p>Mas para ver quem realmente está por trás das circunstâncias de sua vida, de sua</p><p>condição financeira atual, de sua carreira, de sua saúde e de seus sucessos ou</p><p>fracassos em relacionamentos, basta olhar o espelho.</p><p>É você mesmo. Você é responsável pelas circunstâncias de sua vida agora, sejam</p><p>elas boas ou ruins. A não ser que sofra de algum problema de saúde – como</p><p>esquizofrenia, autismo ou lesão cerebral irreparável – ou more numa sociedade</p><p>totalmente repressora, sua responsabilidade por onde está agora não é parcial, é</p><p>completa. O modo como pensa e as decisões que tomou criaram as circunstâncias em</p><p>que está agora.</p><p>Se sua vida for um sucesso extraordinário, você é responsável por esse resultado.</p><p>Se não for, você também é responsável. Portanto, assuma todo o crédito, seja ele</p><p>bom ou ruim.</p><p>Para ser justo, seus pais, a sociedade, a cultura, a religião e a criação recebida</p><p>deram a seu SAR aquilo em que você acredita hoje. São essas crenças que o levaram</p><p>aonde você está neste momento. Mas agora que sabe como seu SAR funciona, você é</p><p>completamente responsável por sua vida daqui para a frente. Aceite que foi você que</p><p>criou, direta ou indiretamente, o mundo onde vive. Foi você que aceitou o emprego</p><p>em que trabalha hoje e foi você que decidiu ficar nele, mesmo tendo percebido que</p><p>não era sua paixão.</p><p>Foi você que decidiu comer bobagens com frequência e foi seu braço que as</p><p>conduziu até sua boca. Foi você que escolheu não se exercitar regularmente; e foi</p><p>você quem escolheu uma lógica irracional para defender hábitos autodestrutivos</p><p>como fumar, beber, dirigir de forma imprudente, usar drogas ou ter parceiros</p><p>abusivos. Foi você que aceitou fazer coisas que não queria, foi você que decidiu</p><p>confiar na pessoa que lhe deu uma rasteira. Foi você que se recusou a impor limites</p><p>aos filhos, aos parentes ou às pessoas que lhe causam tristeza. Foi você que escolheu</p><p>ficar num relacionamento sem futuro.</p><p>Se tem funcionários ou clientes que o enlouquecem, ou amigos egoístas, foi você</p><p>que escolheu</p><p>tê-los em sua vida. Se as pessoas à sua volta o deixam infeliz, a culpa</p><p>não é delas; é sua. Elas estão em sua vida pessoal ou profissional porque você as</p><p>atraiu e as deixou ficar. Foi você que fez as escolhas, teve as ideias e criou as</p><p>circunstâncias em que se encontra agora. E é você que inventa desculpas para si e</p><p>para os outros sobre a razão de estar no ponto onde está na vida.</p><p>Se estiver com raiva ou se sentindo ofendido pelo que acabou de ler, releia,</p><p>porque é óbvio que você precisa ler de novo. Os ambientes externos podem ter</p><p>alimentado seu SAR no passado, mas a partir de agora você está no comando</p><p>consciente do que entra nele.</p><p>Assumir a responsabilidade imediata pelas circunstâncias de sua vida significa</p><p>que, independentemente do que lhe acontecer de hoje em diante, você abordará</p><p>cada evento de forma objetiva. A partir de agora, pergunte-se: “O que fiz para obter</p><p>esse resultado?”; “O que pensei para atrair essas circunstâncias?”; “O que disse ou</p><p>deixei de dizer para a pessoa reagir desse jeito?”; “Em que acreditei para contribuir</p><p>com esse resultado?”; “O que posso fazer agora para obter algo diferente?”.</p><p>Assuma o controle de sua vida agora</p><p>A boa notícia é que assumir a responsabilidade total e imediata por sua situação põe</p><p>você no volante da própria vida. Você é quem controla aonde pode ir. Isso significa</p><p>que você começará a analisar o resultado de cada evento que ocorrer. Você</p><p>começará a usar seu SAR para obter para si um resultado melhor. Embora não seja</p><p>possível controlar algumas coisas, você tem o total controle de seus pensamentos, de</p><p>suas reações e das escolhas que faz. E são esses pensamentos, reações e escolhas que</p><p>criam seu próximo conjunto de circunstâncias. É você que controla tudo – e sempre</p><p>controlou, percebendo ou não.</p><p>“A única coisa que controlamos são nossos pensamentos e nossas atitudes. Quando</p><p>tomamos uma má decisão, o importante é como lidamos com isso, e assim trazemos a</p><p>situação de volta ao nosso controle.”</p><p>Rita Hartney, autora do livro It’s Time for Women to Take Control (É hora de as mulheres</p><p>assumirem o controle)</p><p>Suas escolhas</p><p>Tudo o que você tem na vida tem origem nas escolhas que faz. As escolhas do</p><p>passado são as razões da situação em que se encontra agora, seja ela positiva ou</p><p>negativa. E agora é você, só você, o responsável por todas as decisões que tomar e</p><p>todas as direções em que decidir avançar. Pensar de outro modo é se recusar a</p><p>assumir a responsabilidade por sua vida. Toda pessoa nascida hoje tem a</p><p>oportunidade de assumir o comando da própria vida e ser responsável por todos os</p><p>resultados. Mas você pode perguntar: e as pessoas que nascem na pobreza, em países</p><p>onde há casamentos forçados, onde as leis não funcionam ou onde você pode</p><p>morrer por ter opinião própria?</p><p>HISTÓRIA REAL: STEVEN</p><p>Nasci num país onde o governo e a sociedade decidiam o que eu tinha que pensar ou</p><p>fazer. Minha irm ã foi obrigada a se casar com um noivo arranjado e muitos amigos</p><p>foram presos, espancados ou mortos por expressarem suas opiniões. Mas percebi que</p><p>ainda tinha escolha: ficar ou partir. Minha escolha foi deixar m eu país e ter a</p><p>oportunidade de escolher meu futuro com o refugiado.</p><p>Caminhei mais de 3 m il quilôm etros e hoje m oro em outro país. Tenho um novo</p><p>nome, uma nova vida e um bom em prego, apesar de só ter um a das mãos. Muitos</p><p>amigos escolheram ficar e ainda são vítim as dessa decisão. Preferi correr o risco e</p><p>recomeçar; agora recebo as recompensas dessa escolha. Não vim para onde pensava</p><p>que iria, mas, enquanto seguia para a vida num novo país, abriram -se para m im portas</p><p>que eu não teria visto se tivesse ficado. É claro que sem pre houve o risco de eu ser</p><p>capturado e morto, mas ainda assim foi um a escolha entre ficar ou fugir.</p><p>Se quiser receber os benefícios da vida, você terá que correr os riscos necessários.</p><p>Não im porta quais são suas circunstâncias agora ou com o chegou aí; você ainda tem o</p><p>poder de escolher para si circunstâncias novas. Não se faça de vítima culpando o</p><p>ambiente ou a situação. Você sem pre tem o poder de escolher com o algo vai acabar.</p><p>Eventos que você não pode controlar</p><p>A vida é cheia de eventos sobre os quais temos pouco ou nenhum controle. Por</p><p>exemplo, um tsunami ou um incêndio florestal podem destruir sua casa, um</p><p>motorista bêbado pode envolver você num acidente, você pode contrair uma doença</p><p>potencialmente letal. Mas o necessário é ter 100% do controle sobre seus</p><p>pensamentos, ações e reações. Esses pensamentos, ações e reações são as decisões</p><p>que afetarão seu futuro. Sua vida é o resultado das escolhas que você faz.</p><p>Sua vida é o resultado das escolhas que você faz.</p><p>Se não gosta dela, passe a escolher melhor.</p><p>HISTÓRIA REAL: W. MITCHELL</p><p>Aos 27 anos, Mitchell se envolveu num grave acidente de moto que o deixou com 65%</p><p>do corpo queim ado. Quatro anos depois, quando se recuperou, decidiu tirar brevê de</p><p>piloto, m as o avião em que estava caiu e Mitchell foi confinado a viver em uma cadeira</p><p>de rodas. Durante todo o processo de recuperação, Mitchell estava determinado a</p><p>prosperar, a m anter o controle e a lidar com as incontáveis mudanças da vida, qualquer</p><p>que fosse o resultado. Com força e determinação, ele permitiu que a m udança se</p><p>tornasse um a fonte de energia positiva para enfrentar o im possível.</p><p>Seu lema agora é: “Não é o que nos acontece, é o que fazemos com isso.” Sua</p><p>história aparentemente sem esperança evoluiu para um a vida de conquistas</p><p>espantosas que inspirou milhões de pessoas no m undo inteiro.</p><p>Depois dos acidentes, Mitchell se tornou um prefeito mundialmente aclamado que</p><p>“salvou uma montanha”, um empresário bem-sucedido que ajudou a criar milhares de</p><p>empregos, candidato ao Congresso americano pelo Colorado e ambientalista e</p><p>conservacionista respeitado. Ele m anteve até seu amor por pilotar aviões e descer</p><p>corredeiras em caiaques. As realizações espantosas de Mitchell foram reconhecidas pela</p><p>mídia internacional. Ele é um escritor de sucesso e foi tema da série de televisão Super</p><p>Humans (Super-humanos). Sua vida ilustra com clareza a filosofia de que a maioria das</p><p>limitações é autoimposta.</p><p>“Antes de ficar paraplégico, havia 10 mil coisas que eu podia fazer. Agora há 9 mil. Posso</p><p>remoer as mil que perdi ou me concentrar nas 9 mil que me restam.”</p><p>W. Mitchell</p><p>Pare de inventar desculpas</p><p>Para ter uma vida com tudo o que sempre quis, você deve parar de inventar</p><p>desculpas para si mesmo. Ou seja, chega de se fazer de vítima porque alguém o</p><p>prejudicou ou porque forças externas, eventos ou uma pessoa o impedem de avançar</p><p>rumo a seus sonhos. Em mais de 40 anos ensinando os outros a obterem o que</p><p>querem da vida, ouvimos todo tipo de desculpa para explicar por que alguém não</p><p>pode avançar. A culpa é do governo, do ex-cônjuge, da economia, da cor da pele, do</p><p>gênero, do chefe, dos sogros, do cônjuge atual, da saúde, etc. Ouvimos golfistas</p><p>culparem o campo, os tacos, o tempo ou os parceiros quando jogaram mal. Embora</p><p>alguns argumentos sejam válidos, esses fatores não decidem o resultado geral do</p><p>golfe. Tiger Woods, Jack Nicklaus e Ernie Els nunca teriam sucesso se seus tacos, o</p><p>campo ou o tempo fossem fatores decisivos. Se Bill Gates, Mark Zuckerberg, Madre</p><p>Teresa ou Steve Jobs decidissem que a política do governo, o clima, o banco ou sua</p><p>terra natal eram fatores limitantes, não existiriam Microsoft, Facebook, as</p><p>Missionárias da Caridade nem a Apple. Para cada “fator limitante” que existe em</p><p>todos os setores, há milhares de pessoas que foram bem-sucedidas apesar de tais</p><p>fatores.</p><p>Se os “fatores limitantes” fossem mesmo importantes, ninguém nunca realizaria nada.</p><p>A verdade é que você escolheu os pensamentos que o levaram aonde se encontra</p><p>agora. É sempre assim. Mas não importam as decisões que você tomou no passado;</p><p>esse é o passado. Seu futuro será determinado pelos pensamentos e escolhas que</p><p>fizer a partir de hoje – e você tem 100% de controle sobre eles.</p><p>A única diferença é que agora você pode começar a escolher as circunstâncias</p><p>que realmente quer na vida. Seu SAR não vai decepcioná-lo. É por isso</p><p>que o que</p><p>você está lendo aqui é tão poderoso. Decida agora mesmo parar de inventar</p><p>desculpas para tudo.</p><p>Só há duas opções: avançar ou inventar desculpas.</p><p>Quando você escolher mal</p><p>Escolher mal não significa que você seja burro. As consequências da má escolha são</p><p>o jeito que a vida tem para lhe dizer que você precisava aprender uma lição. Se fizer</p><p>a mesma escolha errada uma segunda vez, a vida lhe mostrará de novo que você</p><p>ainda não aprendeu a lição. Se continuar a cometer o mesmo erro, é provável que</p><p>seu problema seja a autossabotagem e que você precise de orientação profissional.</p><p>Nada vai mudar, a menos que você aprenda o que precisa saber.</p><p>Quando repetido continuamente,</p><p>o erro não é mais um erro; é uma escolha.</p><p>Por que você obteve o que obteve</p><p>Muita gente acredita que é possível repetir o mesmo comportamento e ainda assim</p><p>obter resultados diferentes. Sua vida só está dessa forma agora porque você continua</p><p>pensando e se comportando do mesmo modo. Se quiser resultados diferentes –</p><p>resultados que mudarão e melhorarão drasticamente sua vida e o levarão até seus</p><p>sonhos –, é preciso começar a pensar e agir de um modo diferente. Se continuar a</p><p>pensar e agir como sempre, continuará obtendo os mesmos resultados.</p><p>É por isso que sua vida está como está agora. Você repete os mesmos processos</p><p>de pensamento e de escolha.</p><p>Se continuar a fazer o que sempre fez,</p><p>terá mais daquilo que já tem.</p><p>O resultado que você obteve na vida até agora é consequência de suas escolhas,</p><p>de seus pensamentos e de seus comportamentos. E o resultado não mente. Você é</p><p>gordo ou magro. Você é rico ou não. Sua família o respeita ou não. Você tem o que</p><p>quer na vida ou não. O resultado não mente.</p><p>Seu resultado lhe diz a verdade.</p><p>A partir de hoje, pare de se enganar achando que é vítima das circunstâncias.</p><p>Pare de dizer aos outros que nada é culpa sua. Tudo é culpa sua. Tudo é fruto do</p><p>seu pensamento, e a responsabilidade de mudar ou não é sua. Seu resultado lhe diz</p><p>a verdade sobre suas escolhas. Seu SAR precisa ser reprogramado.</p><p>Pare de reclamar</p><p>Por definição, quando você reclama, está dizendo que quer algo melhor do que tem</p><p>– uma casa melhor, um parceiro, um carro, saúde, emprego, o que for. Mas reclamar</p><p>também informa ao ouvinte que você não está disposto a tomar as providências e</p><p>correr os riscos necessários para obter esse resultado. Reclamar é fazer a mesma</p><p>queixa várias vezes sem absolutamente nenhuma intenção de agir de forma</p><p>afirmativa.</p><p>Mesmo quando acham que sua reclamação é legítima – como reclamar sobre a</p><p>quantidade de trabalho que lhe dão, o mau tratamento por parte do cônjuge, o</p><p>péssimo atendimento ao consumidor que recebeu –, o mais comum é reclamar com</p><p>a pessoa errada. A maioria reclama com os amigos que o marido/esposa/sócio os</p><p>trata mal; reclama com o cônjuge que o chefe é exigente demais; reclama com o</p><p>vizinho que o supermercado local tem um péssimo atendimento. Essas reclamações</p><p>são inúteis porque a pessoa que a ouve não pode fazer nada para resolver e</p><p>possivelmente nem se importa.</p><p>Não reclame. Como diz a piada, “80% das pessoas não ligam para os problemas que você</p><p>tem... e o resto está feliz por você tê-los”.</p><p>Por outro lado, a maioria elogia as pessoas erradas. Dizem ao garçom do</p><p>restaurante que a comida estava maravilhosa e que gostaram muito. Mas o garçom</p><p>não se importa; em geral, ele só quer que você deixe uma boa gorjeta e vá para casa.</p><p>Se acha que tem uma reclamação ou elogio sobre a comida, fale com o cozinheiro,</p><p>não com o garçom. Melhor ainda: se não gostou da comida, pratique uma ação</p><p>afirmativa e escolha um restaurante melhor da próxima vez. É preferível</p><p>experimentar um restaurante novo a tentar retreinar com reclamações o cozinheiro</p><p>do restaurante ruim.</p><p>Quando reclama da vida, você se concentra no que não quer, e assim seu SAR</p><p>busca mais circunstâncias parecidas com aquelas que o levaram até onde está agora.</p><p>Reclamar reforça as vias neurais negativas do cérebro, e o SAR cria repetições das</p><p>coisas negativas que você já vivenciou.</p><p>Se quiser que as coisas de sua vida mudem, mude as coisas de sua vida.</p><p>Aja de forma afirmativa rumo a suas metas e se concentre apenas nas coisas que</p><p>quer. E pare de reclamar... agora. Se tiver alguma reclamação legítima a fazer sobre</p><p>qualquer coisa, fale com a pessoa certa, alguém que possa tomar providências.</p><p>Escolha suas circunstâncias</p><p>Earl Nightingale foi um pioneiro da capacidade de autodesenvolvimento e um de</p><p>meus mentores na década de 1970. Ele me ensinou que eu podia escolher minhas</p><p>circunstâncias; se não o fizesse, as circunstâncias que eu não queria me escolheriam.</p><p>Embora para alguns pareça inquietante, essa ideia é libertadora, porque significa que</p><p>podemos ir aonde quisermos em vez de sermos carregados pela torrente das</p><p>circunstâncias dos outros ou pela opinião que eles têm de nós.</p><p>Quem não assume 100% da responsabilidade pessoal</p><p>pela vida acaba trabalhando para os que assumem.</p><p>Como mencionamos várias vezes, você é responsável pelo momento da vida em</p><p>que está agora. Suas ações e seus pensamentos passados o trouxeram até aqui.</p><p>Quando enfrentou eventos que não podia controlar, suas reações contribuíram para</p><p>suas circunstâncias atuais.</p><p>As consequências dos pensamentos negativos</p><p>Digamos que você reclamou em segredo com os colegas que seu chefe é um imbecil</p><p>que não conseguiria tomar uma decisão inteligente nem para salvar a própria vida.</p><p>Seu chefe fica sabendo do comentário e o demite. É fácil ver que suas ações</p><p>provocaram a atual situação – ou seja, agora você está desempregado. Mas e o fato</p><p>de que você estava ocupado demais para se dedicar àquela especialização ou ao</p><p>curso de autodesenvolvimento e depois viu a empresa promover alguém abaixo de</p><p>você que tinha menos experiência?</p><p>Talvez na sua vida pessoal você escolha um cônjuge ou parceiro que o agride</p><p>física ou psicologicamente, mas decide ficar com ele repetindo os clichês de sempre:</p><p>“Porque o/a amo”, “Faço isso pelo bem das crianças”, “Temos uma história/finanças</p><p>juntos” e outras desculpas que mascaram sua falta de ação afirmativa.</p><p>Ou diz que estava ocupado, cansado ou distraído demais para ter tempo para</p><p>cuidar dos filhos, que agora são mal-educados.</p><p>Ou finge que não é responsável por seu sobrepeso.</p><p>Toda vez que você aponta o dedo para algo,</p><p>três outros dedos apontam para você.</p><p>Você afirma que seu excesso de peso é culpa dos hormônios, dos genes ruins, da</p><p>sua criação ou do fato de ter dado à luz três filhos? Ou acha que é vítima dos</p><p>glóbulos aleatórios de gordura que flutuam no espaço e só grudam em determinadas</p><p>pessoas?</p><p>Não! Você escolheu não se informar e não agir sobre sua alimentação e a prática</p><p>de exercícios; e assim, em última análise, você é o responsável. Você prefere fingir</p><p>espanto com seu peso ou até culpar seu braço por não parar de enfiar junk food na</p><p>boca? Não. Seu braço não trabalha sozinho; você o instruiu a enfiar essa comida na</p><p>boca. Você o fez, e fez quando não tinha ninguém olhando. Desse modo, pode</p><p>afirmar com cara confusa: “Não sei como engordei... Não como tanto assim...”</p><p>Não importa para que lado prefere olhar; suas ações – ou a falta delas –</p><p>contribuíram diretamente para a situação em que está agora. Como dissemos, foi</p><p>você que criou sua realidade, e não “eles”, aquela gente sem rosto que dita suas</p><p>escolhas. Foi você.</p><p>Se não gosta de alguma coisa, mude. Se não pode mudar, mude seu modo de pensar a</p><p>respeito.</p><p>Assuma a responsabilidade por sua saúde</p><p>Mais de 80% dos casos de câncer e cardiopatia estão ligados ao estilo de vida: má</p><p>alimentação, hábito de fumar, consumo de bebidas alcoólicas e de junk food,</p><p>poluição, vida estressante e atitudes negativas. A partir de 2015, mais de 50% dos</p><p>habitantes dos países que seguem a alimentação e o estilo de vida ocidentais terão</p><p>algum tipo de câncer. Barbara e eu vemos constantemente a autoilusão a respeito de</p><p>quem (ou o que) é responsável pelo câncer quando encontramos pessoas que</p><p>receberam esse diagnóstico. Aconselhamos a todos, com ou sem câncer, que mudem</p><p>seu estilo de vida por outro que provoque menos risco – com</p><p>alimentação orgânica,</p><p>vegetarianismo, sem cigarros, sem bebidas, com exercícios regulares, com menos</p><p>estresse, pensamentos positivos e assim por diante.</p><p>Embora a maioria dos pacientes com câncer esteja ciente dessas coisas, na</p><p>verdade poucos mantêm a mudança depois do tratamento. Voltam a viver e pensar</p><p>do jeito anterior ao diagnóstico. Repetem o estilo de vida e os comportamentos que</p><p>contribuíram para o câncer. Eles não mudam. Delegam a responsabilidade por sua</p><p>saúde ao médico, ao especialista, ao radiologista, ao cônjuge ou a Deus. E vemos</p><p>regularmente essas pessoas morrerem, sobretudo porque não admitiram que eram</p><p>responsáveis pela própria saúde.</p><p>Assuma a responsabilidade de se manter atualizado</p><p>Não ignore os avisos de possíveis problemas ou grandes mudanças na vida. Escolher</p><p>a inércia em vez da ação é uma das principais razões para tanta gente conseguir tão</p><p>pouco na vida.</p><p>Pense nas pessoas mais velhas que você conhece e declaram com orgulho que</p><p>não têm e-mail nem usam internet. Elas não têm consciência de que, além de se</p><p>afastar da maioria das oportunidades de carreira, agora têm pouca ou nenhuma</p><p>capacidade de conversar sobre o mundo com os mais jovens. Os idosos que agem</p><p>dessa maneira não sabem que se afastaram completamente da realidade do século</p><p>XXI. Ignorar as tendências de mudança é algo comum na vida das pessoas que</p><p>envelhecem.</p><p>Eu me lembro de gente me dizendo que, na década de 1970, os celulares (tive</p><p>um dos primeiros) nunca fariam sucesso e que, quando quisessem telefonar, era só</p><p>usar o orelhão. Ainda ouço pessoas supostamente inteligentes dizerem que e-mail é</p><p>perda de tempo, que namorar pela internet é coisa de pervertidos e pedófilos e que</p><p>nunca usarão WhatsApp e Facebook porque não querem saber o que os outros</p><p>comeram no café da manhã. Assim, ignoram o mundo em constante mudança,</p><p>deixam de avançar para áreas novas e empolgantes e perdem a capacidade de</p><p>conversar com filhos e netos.</p><p>Não viva no passado; mantenha-se atualizado.</p><p>Assuma a responsabilidade de quem você traz para a sua vida</p><p>Fique atento às dicas sutis que as pessoas dão sobre si mesmas. Os gerentes de</p><p>recursos humanos sabem que a ficha corrida e o desempenho passado de alguém são</p><p>os melhores indicadores de como se comportarão no futuro. Se algum candidato a</p><p>uma vaga é rude, chega atrasado, é arrogante, não paga as contas, foi abusivo,</p><p>alcoólatra, drogado, obsessivo, desorganizado, preguiçoso e assim por diante, é</p><p>sensato supor que esses hábitos retornarão no desempenho futuro.</p><p>O modo como os outros o tratam</p><p>são uma declaração de quem eles são</p><p>e não diz nada sobre você.</p><p>É claro que um pequeno percentual de pessoas consegue mudar e melhorar, mas</p><p>normalmente é preciso um evento muito marcante, como um diagnóstico de câncer,</p><p>uma vivência religiosa, a perda de um ente querido ou uma experiência de quase</p><p>morte para provocar isso. A maioria das pessoas raramente muda muito. A maioria</p><p>não lê livros como este, que podem lhe dar as respostas às perguntas sobre o sucesso,</p><p>que podem lhe ensinar o que você precisa saber ou que mostram exatamente em que</p><p>pé está sua vida.</p><p>Não ignore os alertas. O modo como alguém trata os garçons, os funcionários do</p><p>hotel e os cachorros é o modo como acabará tratando o marido, a esposa, o parceiro,</p><p>os filhos. A vida nos dá dicas sobre tudo e todos. Se alguém é prejudicial a você,</p><p>afaste essa pessoa de sua vida, deixe-a de lado ou, pelo menos, planeje passar menos</p><p>tempo perto dela.</p><p>HISTÓRIA REAL: ANNE</p><p>O pai de Anne era distante, alcoólatra e a agredia fisicamente. Como a maioria das</p><p>crianças com menos de 7 anos, ela sempre tentou conquistar seu afeto e fazer com que</p><p>ele a amasse. Quando adulta, vivia se sentindo atraída por homens que a agrediam</p><p>mental e fisicamente, e esse se tornou um ciclo em sua vida. Sem querer, ela escolhia</p><p>parceiros com as características do pai e tentava fazer com que a amassem.</p><p>Anne acabou se casando com um homem que também a agredia e que a levou à</p><p>falência. Mas, aos 46 anos, ela tomou sua primeira decisão positiva importante:</p><p>divorciou-se dele.</p><p>Anne diz que essa foi a melhor escolha de sua vida. Só que a deixou numa situação</p><p>financeira crítica. Diz que a culpa não foi dela, e sim dele. A verdade é que, por não</p><p>assumir a responsabilidade das escolhas do passado – ficar com homens agressivos –,</p><p>Anne causou seu próprio prejuízo emocional e financeiro. Sua decisão positiva de</p><p>divorciar-se deu fim àquele período de dor.</p><p>Hoje Anne está num relacionamento com outro homem que também a agride. A</p><p>vida lhe mandou avisos claros, mas ela os ignorou e repetiu o que sempre fez.</p><p>Resumo</p><p>O mundo não nos devolve com base no que sabemos. Ele nos devolve com base no</p><p>que fazemos. Universitários costumam cometer o erro de supor que, assim que se</p><p>formarem, o mundo vai recompensar seu esforço. Não vai. Tudo o que você</p><p>consegue se baseia nas escolhas que faz. Os culpados não são seus pais, seus</p><p>relacionamentos passados, seu emprego, a economia, o clima, seus desafetos, sua</p><p>idade. Você, e só você, é responsável por cada decisão que toma, cada escolha que</p><p>faz, e ponto final. A boa notícia é que agora você tem 100% de controle sobre suas</p><p>escolhas. Neste livro, mostramos como viver a vida do “quero”, não a vida do “é</p><p>preciso”.</p><p>A partir de hoje, decida assumir 100% da responsabilidade por tudo em sua</p><p>vida. Quando se pegar reclamando de alguma coisa, pare imediatamente. Decida</p><p>agora mesmo mudar o modo como reage aos fatos da vida. Imediatamente você</p><p>começará a enxergar resultados diferentes daqueles que sempre obteve, e os</p><p>caminhos que o levarão aos seus sonhos começarão a se materializar. Comece a falar</p><p>positivamente sobre o que pode e vai fazer.</p><p>Caso ande com pessoas que se queixam e reclamam de tudo e de todos, afaste-</p><p>se. Aceite que você escolheu pertencer a esse grupo e que pode escolher outro mais</p><p>positivo. Dê permissão a si mesmo para abrir mão de tudo o que lhe traz más</p><p>vibrações. Você não precisa explicar nada a ninguém; basta confiar em sua voz</p><p>interior. Admita hoje que você foi responsável por atrair para sua vida as coisas e as</p><p>pessoas que o cercam. Decida agora que só terá em sua vida as coisas e as pessoas</p><p>que realmente quer e merece.</p><p>Faça uma lista das 10 coisas que desejaria mudar ou melhorar em si mesmo.</p><p>Examine a lista para perceber os sentimentos negativos que guarda e sinta-os indo</p><p>embora.</p><p>O melhor dia da sua vida é aquele em que você decide que a vida é só sua: sem</p><p>desculpas, sem ninguém em quem se apoiar, em quem confiar ou a quem culpar.</p><p>Esse é o dia em que sua vida começa de verdade.</p><p>Não culpe ninguém. Pessoas boas lhe trazem felicidade, pessoas más lhe trazem</p><p>experiência. As piores pessoas lhe trazem lições e as melhores, lembranças.</p><p>capítulo 7</p><p>A arte da visualização</p><p>Homem, mulher, cachorro... e o que eles veem.</p><p>Como você já sabe, o SAR busca e identifica recursos e informações que você</p><p>normalmente não notaria e que poderiam permanecer como um burburinho. O</p><p>segredo da visualização é que seu SAR atua completamente com base naquilo que</p><p>você diz para ele. Ele não sabe distinguir realidade de fantasia, por isso leva você a</p><p>reagir fisicamente a uma situação como se ela estivesse de fato acontecendo. Você</p><p>cria uma imagem específica de sua meta no consciente, em seguida o SAR a transfere</p><p>para o inconsciente, que, em seguida, o impelirá rumo a ela.</p><p>Visualizar significa fechar os olhos e imaginar vividamente o que você deseja.</p><p>Imagine o que faria e o que sentiria naquela situação e veja-se atingindo os</p><p>resultados que quer. Estudos mostraram que os alunos que visualizam com</p><p>antecedência o resultado almejado, conseguem, em média, um resultado 100%</p><p>melhor do que os colegas que não usam a visualização.</p><p>Como a mente funciona</p><p>Sua mente não percebe a diferença entre realidade e imaginação e não sabe se você</p><p>está de fato lendo este livro ou apenas imaginando que o lê. Por exemplo, se sonhar</p><p>que está correndo, a mente não saberá se está realmente correndo ou só sonhando.</p><p>Em consequência, o corpo pode reagir como se o fato fosse real e fazer com que você</p><p>aja fisicamente: é possível suar, ofegar ou mexer as pernas; um sonâmbulo pode até</p><p>se levantar da cama e correr.</p><p>Se avistar uma corda debaixo da cama e se convencer de que é uma cobra, verá</p><p>uma cobra. Caso você se convença de que não gostará do sabor de alguma coisa</p><p>antes mesmo de experimentar, provavelmente não gostará. Quem tem medo de</p><p>aranhas vai vê-las em todos os cantos, mesmo que não haja nenhuma.</p><p>Por outro lado, se você precisar dar uma palestra e treinar visualizando na mente</p><p>sua excelente atuação, esse “treino de mentirinha” melhorará drasticamente seu</p><p>desempenho real.</p><p>O teste do jogo de tênis</p><p>Imagine que você está num jogo de tênis, no meio do campo, observando a bola ser</p><p>jogada de lá para cá, de cá para lá, de lá para cá. Agora, experimente imaginar com</p><p>os olhos fechados. Para a maioria, os olhos começarão a se mexer nas órbitas de um</p><p>lado para outro, seguindo a bola imaginária. A mente não sabe que você não está</p><p>num jogo de tênis de verdade e faz seu corpo reagir como se a experiência fosse real.</p><p>É exatamente por isso que a visualização funciona no cumprimento de metas.</p><p>Seu cérebro não sabe a diferença entre realidade e fantasia e leva seu corpo a encenar o</p><p>que você imaginou.</p><p>Como atletas usam a visualização</p><p>A técnica de visualização é praticada há mais de 50 anos na maioria dos esportes e</p><p>hoje é usada por quase todos os atletas olímpicos, quer eles percebam ou não. Os</p><p>psicólogos do esporte instruem os jogadores a se visualizarem pulando os obstáculos,</p><p>pegando a bola ou atingindo o alvo.</p><p>Os maiores profissionais mundiais do golfe sabem que um dos segredos mais</p><p>importantes para fazer uma boa tacada é serem capazes de visualizar onde querem</p><p>que a bola chegue. Eles veem na mente o voo e a trajetória exatos da bola. Se você</p><p>também conseguir ouvir o barulho da bola contra o taco e sentir a flexão suave dos</p><p>músculos, a probabilidade de acertar é grande, porque o pensamento passa pelo SAR</p><p>e vai para as redes neurais. Toda a química do corpo recebe a mensagem com clareza</p><p>e sabe o que fazer, e seus músculos reagem de acordo com essas instruções exatas.</p><p>Seu ritmo, controle motor e balanço surgirão quase automaticamente, porque a</p><p>visualização ensinou ao corpo o que fazer.</p><p>“Nunca acertei uma tacada, nem mesmo nos treinos, sem ter uma imagem muito nítida</p><p>dela na cabeça.”</p><p>Jack Nicklaus</p><p>A mente pensa em imagens</p><p>A mente não pensa em palavras; ela pensa em imagens. É por isso que as metas</p><p>precisam ter descrições claríssimas e por escrito. Por exemplo, se você escrever como</p><p>meta “Quero ser rico”, não vai acontecer muita coisa, porque sua mente não</p><p>consegue imaginar como seria isso. É vago e nebuloso demais. Mas se escrever “Em</p><p>1o de julho de 2020, terei 1 milhão de reais em patrimônio líquido”, a mente</p><p>consegue imaginar e começará a procurar maneiras de conseguir atingir essa meta.</p><p>Como já mencionado, se você afirmar “Quero uma casa bonita”, sua mente terá</p><p>dificuldade de imaginar como ela será, porque a ideia é muito vaga. No entanto, se</p><p>você escrever as especificações de sua casa ideal nos mínimos detalhes, até o tipo</p><p>exato de maçaneta e cor de tinta, e depois se visualizar andando dentro dessa casa,</p><p>sua mente começará a procurar os recursos necessários para levá-lo até ela. É por isso</p><p>que a pobreza também é um estado de espírito. As pessoas na pobreza visualizam-se</p><p>constantemente sem dinheiro nem oportunidade e estão sempre reafirmando sua</p><p>situação. Todo mundo fica sem dinheiro; isso já aconteceu com quase todos nós.</p><p>Mas isso só significa que você não tem dinheiro agora; você espera que as</p><p>circunstâncias mudem logo. A verdadeira pobreza significa visualizar</p><p>constantemente nunca ter nada em momento algum.</p><p>“Se você nasceu pobre, o erro não é seu.</p><p>Mas se morrer pobre, o erro é seu.”</p><p>Bill Gates</p><p>Suas metas, ideias e pensamentos devem ser vivos e precisos a ponto de você ser</p><p>capaz de descrever cada detalhe. Você deveria ver não só suas metas, mas também</p><p>cada passo que dará para alcançá-las. E para conseguir esse tipo de pensamento</p><p>cristalino deve usar o processo de visualização.</p><p>A preocupação é o resultado de visualizar as coisas que você não quer que</p><p>aconteça: você visualiza um obstáculo que não consegue ultrapassar, o banco</p><p>colocando seu nome no Serviço de Proteção ao Crédito ou seu cônjuge trocando</p><p>você por outra pessoa. Quando visualizamos essas coisas constantemente, a mente</p><p>cria as circunstâncias que tornarão verdadeiro o que foi visualizado.</p><p>Por isso, é importantíssimo ter uma imagem clara e positiva do que você almeja e</p><p>de onde estará quando cumprir sua meta. Visualize o resultado com frequência,</p><p>repetidas vezes, e sua mente começará a reconhecê-lo como normal, aceitável e</p><p>passível de ser conquistado. Ponha toda a sua paixão e todo o seu entusiasmo em</p><p>imaginar-se depois da meta atingida.</p><p>Mas fique atento: as pesquisadoras Heather Kappes e Gabriele Oettingen</p><p>verificaram que, às vezes, visualizar apenas o resultado das metas pode estar</p><p>associado à falta de ímpeto de algumas pessoas. Isso acontece porque o cérebro</p><p>relaxa quando pensa que atingiu seu objetivo. Elas sugerem incluir a visualização</p><p>crítica, na qual obstáculos, reveses e outros fatores também são considerados.</p><p>Evidências do poder da visualização</p><p>O poder da visualização foi descoberto pelo Dr. Edmund Jacobson, pioneiro da</p><p>medicina psicossomática. Ele pediu que os participantes de uma pesquisa</p><p>visualizassem determinadas atividades atléticas e, com o uso de instrumentos de</p><p>detecção sensíveis, detectou movimentos sutis nos músculos – os mesmos</p><p>movimentos que fariam se realmente estivessem praticando a atividade imaginada.</p><p>Outras pesquisas revelaram que quem visualiza constantemente uma determinada</p><p>habilidade física desenvolve “memória muscular” que ajuda na hora de praticar a</p><p>atividade de fato.</p><p>Um estudo posterior e bastante conhecido do psicólogo australiano Alan</p><p>Richardson confirmou a realidade do poder de visualização. Ele escolheu</p><p>aleatoriamente três grupos de estudantes. Nenhum deles tinha usado a visualização</p><p>antes. O primeiro grupo treinou lances livres de basquete todos os dias durante 20</p><p>dias. O segundo só fez lances livres no primeiro e no vigésimo dia. Os integrantes do</p><p>terceiro grupo também só fizeram lances livres no primeiro e no vigésimo dia, mas</p><p>passaram 20 minutos por dia visualizando os lances livres na mente. Quando</p><p>“erravam” um lance, “treinavam” acertar o seguinte, mas só na mente.</p><p>No vigésimo dia, Richardson mediu o percentual de melhora de cada grupo. O</p><p>que treinou diariamente melhorou 24%. O segundo grupo, sem surpresa, não</p><p>melhorou. O terceiro, que treinou como o segundo grupo mas também usou a</p><p>visualização, melhorou 23% – quase tanto quanto o primeiro grupo.</p><p>No artigo sobre a experiência, publicado na revista Research Quarterly (Pesquisa</p><p>trimestral), Richardson disse que a visualização mais eficaz ocorre quando o</p><p>visualizador vê e sente o que está fazendo. Em outras palavras, os participantes da</p><p>experiência “sentiram” a bola nas mãos, “ouviram” seu ricochete e “viram” quando</p><p>ela entrou na cesta.</p><p>Já se demonstrou que o treino mental funciona quase tão bem quanto o treino real.</p><p>Outro estudo constatou que acrescentar a prática de visualização ao treinamento</p><p>de tiro de policiais foi extremamente eficaz para melhorar o desempenho dos</p><p>oficiais. O resultado do grupo da visualização mostrou um ganho médio de 32,86</p><p>pontos em relação ao grupo de controle.</p><p>Em 1954, Roger Bannister foi a primeira pessoa a correr 1 milha (que</p><p>corresponde a 1,6 quilômetro) em menos de quatro minutos. Antes de ele romper</p><p>essa barreira, acreditava-se que não era fisicamente possível para um ser humano</p><p>fazer esse percurso nesse tempo. Nas sessões de treinamento, Bannister sempre se</p><p>visualizava correndo a milha em menos de quatro minutos. Ele afirmou ter feito isso</p><p>com tanta frequência que houve momentos em que sentiu já ter conseguido: sua</p><p>imaginação atravessara o limite da percepção da realidade. Bannister finalmente</p><p>alcançou seu objetivo porque acreditava ser possível.</p><p>No ano seguinte, outras 26 pessoas repetiram</p><p>esse feito, porque, quando</p><p>perceberam que era possível, outros corredores passaram a acreditar que também</p><p>conseguiriam. O SAR disse ao corpo deles o que fazer, e isso fez com que</p><p>conseguissem o que antes era considerado impossível. Desde então, a barreira dos</p><p>quatro minutos foi quebrada milhares de vezes.</p><p>As descobertas de Carl e Stephanie Simonton</p><p>Os médicos Carl e Stephanie Simonton, autores do clássico Com a vida de novo,</p><p>foram pioneiros no uso de técnicas de visualização para controlar o câncer e</p><p>melhorar a qualidade de vida dos portadores da doença. Eles realizaram um estudo</p><p>com 245 pessoas diagnosticadas com câncer terminal em estado avançado; 67% eram</p><p>mulheres, 33% eram homens. A média de idade era de 47 anos. A terapia envolvia a</p><p>prática de visualização e relaxamento durante 10 a 15 minutos, três vezes por</p><p>semana. Outros recursos mentais e emocionais também eram usados, como</p><p>estabelecimento de metas, treinamento da assertividade, avaliação de crenças e</p><p>identificação dos fatores de estresse. Os resultados obtidos confirmaram, sem sombra</p><p>de dúvida, o poder da mente para manter a doença sob controle.</p><p>Na época, o tempo médio de sobrevivência ao câncer de mama avançado nos</p><p>Estados Unidos era de 18 meses, contra os 38,5 meses obtidos com o tratamento de</p><p>Simonton. Os pacientes de câncer avançado de intestino tinham uma sobrevida</p><p>média de nove meses, contra os 22,5 meses de Simonton. No caso do câncer</p><p>avançado de pulmão, esse tempo era de seis meses; nos pacientes de Simonton, 14,5</p><p>meses. Esses resultados extraordinários foram obtidos apenas mudando as imagens</p><p>que os pacientes criavam na cabeça. Nada de medicamentos, quimioterapia, cirurgia</p><p>nem radioterapia; só se encheu o SAR de imagens e afirmações positivas.</p><p>É exatamente por isso que a visualização funciona tão bem para estabelecer</p><p>qualquer tipo de meta. A única “habilidade” em comum que se destaca em quase</p><p>todos os casos de remissão espontânea de câncer é o uso de meditação e</p><p>visualização. O que você puser na mente é o que obterá.</p><p>Estudei hipnoterapia na década de 1970 (outra meta minha era ser</p><p>hipnotizador) e criei um número em que transformava grandes executivos em</p><p>galinhas e os fazia cantar como Elvis ou andar como patos. Se você inserir na mente</p><p>de uma pessoa a ideia de que ela é um astro do rock, ela vai cantar como nunca.</p><p>Diga-lhe que é um policial e a pessoa começa a prender os outros. E, como</p><p>aconteceu comigo certa noite, diga-lhe que é um bebê e talvez a pessoa faça xixi nas</p><p>calças! A base da hipnose é simples: se, nas circunstâncias corretas, sua mente</p><p>acreditar numa coisa, você a conseguirá.</p><p>Outros estudos de “ensaio mental”</p><p>Um estudo que examinou padrões cerebrais de halterofilistas verificou que os</p><p>músculos ativados quando eles levantam centenas de quilos eram igualmente</p><p>ativados quando os atletas só imaginavam levantar o peso.</p><p>Guang Yue, psicólogo do exercício da Fundação Clínica Cleveland, em Ohio,</p><p>comparou pessoas que frequentavam academia com as que realizavam exercícios na</p><p>mente. Ele verificou um aumento de 30% dos músculos no grupo que ia à academia,</p><p>e quase a metade disso nos que só realizavam exercícios mentais de treinamento com</p><p>pesos (13,5%). Esse aumento médio se manteve por três meses depois do</p><p>treinamento mental.</p><p>Um chip de silício foi implantado no cérebro do tetraplégico Matthew Nagle,</p><p>que usou a visualização para transformar toda a sua vida. Depois de apenas quatro</p><p>dias de treinamento mental, ele conseguiu mover o cursor na tela de um</p><p>computador, jogar, abrir e-mails e controlar um braço robótico.</p><p>Natan Sharansky passou nove anos preso na antiga União Soviética, acusado de</p><p>ser espião dos Estados Unidos. Na prisão, ele jogava xadrez mentalmente e dizia:</p><p>“Posso muito bem aproveitar essa oportunidade para me tornar campeão mundial!”</p><p>Em 1996, Sharansky venceu Garry Kasparov, o então campeão mundial de xadrez.</p><p>A visualização pode substituir o treino físico?</p><p>A resposta simples é: não. Uma pesquisa realizada em 1960 na Universidade de</p><p>Chicago comparou o efeito do treino mental com o do treino prático no</p><p>desenvolvimento de uma habilidade motora. Nesse estudo, 144 alunos foram</p><p>distribuídos em grupos para praticar treino mental ou físico. O treino mental foi</p><p>considerado quase tão eficaz quanto o treino físico nas condições da experiência.</p><p>Uma análise feita em 1994 de outros 35 estudos relacionados constatou que, embora</p><p>não fosse tão eficaz quanto o treino físico, o treino mental era um modo poderoso de</p><p>melhorar o desempenho físico real.</p><p>HISTÓRIA REAL: JIM CARREY</p><p>O ator Jim Carrey sempre acreditou que seu futuro seria brilhante, embora tenha</p><p>nascido pobre e, em certa época, sua família tenha morado numa van. No início da</p><p>adolescência, trabalhou como zelador, cumprindo jornadas de oito horas depois da</p><p>escola. No início da carreira, não tinha um tostão; mas, numa demonstração drástica de</p><p>visualização, preencheu um cheque de 10 milhões de dólares, nominal a si mesmo,</p><p>datado para dali a cinco anos. No canhoto do talão, escreveu “por serviços prestados”.</p><p>Jim Carrey passou anos com esse cheque na carteira. Ele o olhava todos os dias e se</p><p>visualizava tendo aquele dinheiro. Logo se tornou um dos comediantes mais bem</p><p>pagos do setor e ganhava mais de 20 milhões de dólares por filme.</p><p>“Dinheiro não é tudo, mas é melhor chorar num Mercedes do que numa bicicleta.”</p><p>Jim Carrey</p><p>Como treinar a visualização</p><p>Praticar a visualização é fácil, mas exige que você treine regularmente para obter o</p><p>melhor resultado. Comece com uma habilidade simples que você queira dominar,</p><p>como comer devagar, acordar cedo ou responder com calma a alguém que costume</p><p>incomodá-lo. Para fortalecer a habilidade de visualização, comece com coisas</p><p>simples, depois passe para itens maiores e mais complexos.</p><p>Digamos, por exemplo, que você queira aprender a tocar violão. Siga os seguintes</p><p>passos:</p><p>1. Relaxe.</p><p>Procure um lugar tranquilo onde ninguém vá incomodá-lo, feche os olhos, respire</p><p>fundo três vezes e deixe toda a tensão se esvair.</p><p>2. Imagine o que fará.</p><p>Visualize o violão, seu formato, as cordas e o espelho até ter uma imagem clara.</p><p>3. Coloque-se na imagem.</p><p>Imagine-se pegando e segurando o violão. Observe como se senta com ele no colo e</p><p>acrescente o máximo possível de detalhes.</p><p>4. Aja.</p><p>Sinta o violão nas mãos, sinta cada corda e concentre-se no som de cada uma delas.</p><p>Comece a tocar, como tocaria se estivesse estudando o instrumento. Imagine-se</p><p>tocando várias músicas sem parar ou errar alguma nota, como se fosse experiente.</p><p>Quando terminar alguma, abra os olhos.</p><p>Ao usar a visualização, envolva o máximo possível dos cinco sentidos e imagine a</p><p>cena com o máximo de detalhamento que conseguir. Por exemplo, que roupa está</p><p>usando? Com quem está? Como está se sentindo nesse momento? O que ouve? Qual</p><p>é o cheiro? Como é o ambiente?</p><p>Treine a visualização de manhã cedo ou à noite, pouco antes de dormir. Imagine</p><p>os bloqueios ou obstáculos que poderá encontrar e se visualize conseguindo superá-</p><p>los.</p><p>Resumo</p><p>Atualmente, os estudos do cérebro revelam que o pensamento produz as mesmas</p><p>instruções mentais que as ações físicas. A força da conexão entre mente e corpo e do</p><p>vínculo entre pensamento e comportamento é bem documentada pela ciência e é</p><p>considerada uma conexão vital para você obter o melhor da vida.</p><p>A visualização causa impacto sobre muitas funções do cérebro, como o controle</p><p>motor, a atenção, a percepção, o planejamento e a memória. Isso significa que,</p><p>durante a visualização, seu cérebro é treinado para o desempenho real. Já foi</p><p>constatado que a visualização estimula a motivação, aumenta a confiança e a</p><p>eficiência, melhora o desempenho motor e prepara o cérebro para atingir suas metas.</p><p>A pesquisa também revelou que a visualização pode ser quase tão eficaz quanto</p><p>o treino físico e que, juntos, os dois são mais eficazes do que qualquer um deles</p><p>sozinho.</p><p>Comece estabelecendo uma meta específica. Visualize que já atingiu a meta e</p><p>mantenha a imagem mental dela como se estivesse acontecendo neste exato</p><p>momento. Escreva na próxima página a lista das</p><p>metas que você pretende visualizar.</p><p>Não é preciso fazer todas elas hoje.</p><p>A visualização funciona porque fortalece as vias neurais de qualquer habilidade</p><p>específica e dará certo em quase qualquer meta que você estabelecer. Lembre-se: a</p><p>mente não sabe a diferença entre eventos reais e visualizados. Isso significa que você</p><p>pode treinar sua habilidade a qualquer momento e em qualquer lugar para se ajudar</p><p>a melhorar. Foi exatamente dessa maneira que você chegou ao ponto onde está hoje,</p><p>tendo percebido ou não. A partir de hoje, só visualize as coisas que quer, não as que</p><p>não quer.</p><p>E eis aqui a citação com que começamos este livro:</p><p>“Tudo o que a mente consegue conceber e acreditar, o corpo consegue atingir.”</p><p>Napoleon Hill</p><p>capítulo 8</p><p>O poder das afirmações</p><p>Por que o que dizemos é o que obtemos.</p><p>Além de visualizar suas metas, você também precisa treinar afirmações. Uma</p><p>afirmação é qualquer declaração que você repita regularmente para dizer a si mesmo</p><p>o que pretende ou o que fará. É uma declaração positiva do que você acredita ser</p><p>verdade ou a verdade segundo a qual escolheu viver. É como uma apólice de seguro</p><p>para suas metas e seus objetivos, um tipo de declaração de que você realizará o que</p><p>quer.</p><p>Como a visualização, as afirmações passam pelo SAR e reforçam as vias neurais</p><p>para que o pensamento se torne realidade. Portanto, as afirmações são um modo</p><p>essencial de mudar seus padrões internos de pensamento, sua autoimagem e as</p><p>conexões do cérebro para que suas metas se tornem sua realidade.</p><p>A afirmação pode ser qualquer ditado ou frase que você escuta ou repete várias</p><p>vezes até que ela seja internalizada. Em outras palavras, quando praticada</p><p>regularmente, ela passa a fazer parte de quem você é.</p><p>Durante milhares de anos, filósofos, líderes religiosos, políticos e escritores</p><p>usaram afirmações como forma de desenvolvimento pessoal ou para motivar os</p><p>outros a agir. Por exemplo, o discurso “Nós os combateremos nas praias”, de</p><p>Churchill, foi uma afirmação para motivar os britânicos a superarem o inimigo. A</p><p>declaração “Não pergunte o que seu país pode fazer por você, pergunte o que você</p><p>pode fazer por seu país”, de John F. Kennedy, foi uma afirmação para mudar o</p><p>pensamento americano. A frase “Sou o maior”, de Muhammad Ali, ajudou a fazer</p><p>dele um dos atletas mais bem-sucedidos do mundo. As afirmações nos ajudam a</p><p>exprimir em palavras o que sentimos e reforçam a missão do SAR de buscar as</p><p>circunstâncias que queremos. Como já disse, seu cérebro não sabe a diferença entre</p><p>realidade e fantasia, por isso as afirmações funcionam. Como no caso da</p><p>visualização, seu cérebro aceita a afirmação como realidade e cria as ligações neurais</p><p>que levam seu corpo em direção à meta.</p><p>O uso das afirmações é o segredo para avançar ao que você quer e é o processo que os</p><p>realizadores usam para cumprir suas metas.</p><p>O segredo para as afirmações funcionarem é escolher as que você quer para si.</p><p>Depois, visualize-as e repita-as até passarem a fazer parte de sua essência. É simples</p><p>assim, e é por isso que aquilo que dizemos é o que obtemos. O mais empolgante das</p><p>afirmações é que temos 100% de poder para escolher quais colocamos na mente. E</p><p>esse é exatamente o mesmo processo que os pensadores negativos usam para obter</p><p>seus péssimos resultados.</p><p>Você pode escolher cada afirmação que põe na mente.</p><p>O que pensam os céticos</p><p>Algumas pessoas veem com ceticismo o que digo aqui. Elas têm dificuldade de</p><p>aceitar que aquilo que repetem faz diferença no resultado. A verdade é que elas</p><p>praticam afirmações negativas há anos. Quem vive dizendo coisas como “Não</p><p>consigo lembrar piadas”, “Sempre chego atrasado”, “Nunca consigo terminar o que</p><p>começo”, “Não consigo discursar para um grupo” está treinando a afirmação</p><p>negativa e o que “afirmam” inevitavelmente acontece. Sem que percebam, pensam</p><p>no fracasso e o vivem. No caso de falar em público: quando alguém consegue reunir</p><p>coragem para fazer uma palestra mas diz que vai ser horrível, estraga tudo,</p><p>confirmando ainda mais a frase negativa. Por outro lado, quando alguém afirma que</p><p>consegue falar e repete e visualiza isso com frequência suficiente, seu SAR começa a</p><p>acreditar que é capaz. Por exemplo, se alguém afirma “Consigo falar em público</p><p>porque acredito no que digo. Melhoro sempre e minha crença no tema me ajuda a</p><p>ser convincente. Quanto mais falo, melhor eu fico. Os erros que cometo são apenas</p><p>pedras no caminho para me transformar em um orador extraordinário”, isso se</p><p>tornará realidade.</p><p>Se tudo isso lhe parece bom ou simples demais para ser verdade, entenda que o</p><p>processo é idêntico à maneira como você chegou aonde se encontra na vida.</p><p>Ninguém mais é responsável pela situação em que vive hoje. Você criou sua situação</p><p>com a ajuda de suas afirmações, sabendo disso ou não.</p><p>Suas afirmações resumem quem você é.</p><p>O que você diz é o que você obtém</p><p>– seja bom ou ruim.</p><p>HISTÓRIA REAL DE UM LEITOR: DARRIN CASSIDY</p><p>Quando m enino, eu era bom em kung fu, m as vivia tendo problem as com m eu chute</p><p>giratório por trás. Eu sim plesmente não conseguia e com ecei a perder a autoconfiança.</p><p>Quanto m ais tentava, m ais me achava desajeitado, e isso transform ava a falta de jeito</p><p>em realidade. Então certo dia li que os jogadores de basquete ficam diante do aro,</p><p>im aginam que ele é m aior do que é e se visualizam acertando o lançam ento todas as</p><p>vezes. Decidi m e visualizar fazendo aquele chute com perfeição. Peguei um a im agem de</p><p>Bruce Lee fazendo o m ovim ento num film e e o repassei várias e várias vezes na m ente,</p><p>todos os dias, enquanto trabalhava. Só que, em vez de Bruce Lee, quem estava na</p><p>im agem era eu.</p><p>Durante mais de três sem anas continuei a m e visualizar no film e dando aquele</p><p>chute com perfeição e a repetir que m eu chute não parava de m elhorar e que todos se</p><p>espantavam ao ver com o ele era perfeito. Mas naquelas três sem anas não treinei o</p><p>chute fisicam ente. Só o visualizei e afirmei o tempo todo o que queria com o resultado.</p><p>Quando enfim tentei pela primeira vez depois de tanta visualização, realm ente</p><p>consegui dar um bom chute! Foi m aravilhoso! Esse prim eiro chute não foi brilhante,</p><p>m as foi bastante bom. Então m inha autoconfiança ia aumentando a cada golpe, e não</p><p>dem orou para o instrutor pedir que eu o dem onstrasse à turm a. Ele até pediu que eu</p><p>m e apresentasse num evento público.</p><p>Já m ais velho, sofri um acidente grave e novam ente usei a técnica para reaprender a</p><p>andar, com afirmações positivas e visualização. Ao mesmo tem po, estabeleci a m eta de</p><p>m e tornar advogado. Visualizei-me constantem ente com o advogado, como Tom Cruise</p><p>nos film es Questão de honra e A firma. Durante a recuperação, tam bém estabeleci a</p><p>m eta de conseguir o diploma de direito e acabei passando nas provas. Descobri que, se</p><p>a gente pratica constantem ente as técnicas de visualização e repete afirm ações</p><p>positivas, não há lim ites.</p><p>Como desenvolver uma afirmação</p><p>Faça sua afirmação com termos positivos. Lembre-se: sua mente só pensa com</p><p>imagens positivas; ela não pode ver o que não existe. Para funcionar, a afirmação</p><p>precisa ser escrita e declarada em termos positivos para que a mente possa imaginá-</p><p>la. Sua mente não consegue ver uma imagem ligada às expressões “Não faça”, “Não</p><p>vá” e “Não posso”.</p><p>Quando alguém diz “Não caia da bicicleta”, a mente da criança ouve “Caia da</p><p>bicicleta” e pode fazer com que isso aconteça, enquanto “Você está se tornando um</p><p>bom ciclista” ajuda a manter o equilíbrio.</p><p>Sua mente não consegue ver imagens ligadas às expressões “Não faça”, “Não vá” e “Não</p><p>posso”.</p><p>Em nosso mundo com índices de obesidade crescentes, os seres humanos</p><p>ficaram obcecados com o emagrecimento. Quem traça como meta perder peso pode</p><p>ter afirmado “Vou perder 10 quilos” ou “Não vou mais ser gordo”, mas descobriu que</p><p>não dá certo. Nada mudou, porque sua mente não conseguiu visualizar a imagem</p><p>negativa.</p><p>O SAR simplesmente não consegue ver o que não existe. A mente já tem uma</p><p>imagem da pessoa com os quilos a mais e cria a sensação de fome que a leva a comer</p><p>tudo que fará seu corpo se igualar à</p><p>imagem gorda que tem de si. Em outras</p><p>palavras, a mente ou a autoimagem já está programada com o visual mais gordo.</p><p>Eis como declarar uma meta positiva de emagrecimento. Digamos, por exemplo,</p><p>que você pese 100 quilos e queira perder 10; você poderia afirmar “Em cinco meses,</p><p>estarei pesando 90 quilos”. Agora seu SAR cria essa imagem e seu cérebro consegue</p><p>imaginar você tendo 90 quilos, em vez de tentar vê-lo perdendo 10 quilos.</p><p>Eis o que fazer</p><p>1. Comece sua afirmativa com “sou”/“estou” ou “serei”/“estarei”.</p><p>Por exemplo, “Estou me tornando uma pessoa que pesa 90 quilos” ou “Estarei</p><p>pesando 90 quilos em cinco meses”.</p><p>2. Seja específico.</p><p>Afirmações pouco claras não dão certo. Por exemplo, “Estou emagrecendo” não tem</p><p>o poder de “Estou me tornando uma pessoa que pesa 90 quilos”.</p><p>Muitos fumantes dizem “Deixarei de fumar”, mas raramente conseguem. O SAR</p><p>não consegue criar uma imagem de tirar ou não fazer alguma coisa. Quando o</p><p>fumante afirma, de forma positiva, “Eu serei/sou um não fumante”, o SAR consegue</p><p>criar a imagem do não fumante, como ele é, cheira, se veste e se comporta. A partir</p><p>daí, começa a motivar seu corpo para se igualar àquela imagem. O fumante logo</p><p>começará a perder a vontade de fumar, porque a imagem em sua mente é a de uma</p><p>pessoa que não tem nenhuma fissura por nicotina. É simples assim, mas nem sempre</p><p>é fácil. Seu SAR trabalhará por você quando você programá-lo corretamente.</p><p>Escreva uma lista de metas positivas e específicas que você deseja alcançar.</p><p>Imagine os resultados que realmente quer, não os que não quer.</p><p>É possível usar afirmações positivas para cumprir qualquer meta ou tarefa. Um</p><p>estudo da Universidade de Michigan mostra que idosos com atitude positiva que</p><p>usam afirmações correm menos risco de insuficiência cardíaca que os pessimistas.</p><p>Não estou só me enganando?</p><p>Talvez você pense: A realidade não vai mudar só porque eu falei. Embora isso pareça</p><p>verdadeiro, a repetição de sua afirmação realmente muda seu ponto de vista sobre a</p><p>vida, e esse ponto de vista acabará se tornando sua realidade. Usemos nosso</p><p>exemplo de falar em público. Digamos que você use constantemente afirmações</p><p>negativas como “Sou um péssimo orador” e seja convidado a falar para um grupo.</p><p>Uma pesquisa sobre medos humanos mostra que o medo de falar em público está no</p><p>topo da lista da maioria. Muita gente convidada a fazer um discurso se vê em pânico</p><p>diante do público. As pessoas em volta reforçam esse medo, dizendo “Há uma</p><p>garrafa d’água para você ao lado da tribuna”, “Tomara que dê tudo certo” ou “Boa</p><p>sorte!”. Essas afirmações negativas bem-intencionadas transmitem a mensagem</p><p>subliminar de que esperam que você esteja nervoso ou com medo e fique com a</p><p>garganta seca, e que você precisa de sorte para fazer o discurso porque</p><p>provavelmente não conseguirá apenas com seu esforço.</p><p>Quando lhe pedem que ocupe o palco, seu cérebro repassa essas imagens e</p><p>afirmações. Ele imagina você suando, tremendo, gaguejando, esquecendo as</p><p>palavras, e o público não gostando. Então seu cérebro faz seu corpo reagir a essa</p><p>imagem mental como se fosse verdadeira. Mesmo que você só esteja sonhando que</p><p>faz um discurso, seu corpo pode ter as mesmas reações físicas, como se você falasse</p><p>de verdade. Até uma afirmação implícita como “Não gosto de falar em público”,</p><p>acoplada à repetição persistente no decorrer da vida, tem efeito drástico sobre seu</p><p>comportamento. Se você acredita que ficará com medo ao falar em público, sua</p><p>mente o fará ter medo. Se acredita que terá confiança e disser isso a si mesmo várias</p><p>vezes, você se tornará mais autoconfiante. É assim que as afirmações funcionam.</p><p>A vida inteira de alguém é simplesmente uma coletânea de suas afirmações.</p><p>As afirmações são a razão de a vida de cada um ser como é e o porquê de termos</p><p>ou não determinadas coisas. Mesmo sem se dar conta, as pessoas passam a vida</p><p>inteira acumulando afirmações. Se você afirmar “Sou um idiota”, “Não sou bom em</p><p>matemática”, “Não consigo fazer amigos”, “Sou péssimo em futebol/vôlei/basquete”,</p><p>“Vivo me perdendo”, “Sou velho demais para começar” ou “Sou assim mesmo”, essas</p><p>coisas se tornarão sua realidade. Não que sejam circunstâncias reais, mas, ao serem</p><p>afirmadas repetidamente, elas se tornaram reais.</p><p>A boa notícia é você se tornou quem é hoje pelo mesmo processo que pode usar</p><p>para obter o que realmente quer. A partir de agora, você pode fazer das afirmações</p><p>uma aliada para melhorar sua realidade, mudar um comportamento ou alcançar</p><p>uma meta.</p><p>“Hoje você está onde seus pensamentos o trouxeram; amanhã você estará onde seus</p><p>pensamentos o levarem.”</p><p>James Lane Allen, romancista americano</p><p>Experimente este teste simples</p><p>Mudanças simples da linguagem podem criar uma experiência muito diferente. Diga</p><p>em voz alta as seguintes frases para si mesmo e observe como sente cada uma:</p><p>1. “Espero gostar do jantar hoje.”</p><p>2. “Quero gostar do jantar hoje.”</p><p>3. “Tenho a intenção de gostar do jantar hoje.”</p><p>Para a maioria das pessoas, a primeira frase produzirá sentimentos de dúvida. A</p><p>segunda produzirá uma sensação diferente. Quando diz “Quero gostar do jantar</p><p>hoje”, você verá o que quer no futuro, mas não vê a si mesmo tendo isso no</p><p>momento. A terceira declaração da intenção de gostar do jantar o põe</p><p>imediatamente dentro da experiência. Quando pretende que algo aconteça, seu SAR</p><p>cria a experiência de atingir a meta juntamente com todos os sentimentos, sons e</p><p>imagens que a acompanham.</p><p>“Você é um ímã vivo. O que atrai para sua vida está em harmonia com seus pensamentos</p><p>dominantes.”</p><p>Brian Tracy, empreendedor</p><p>O princípio de Arquimedes</p><p>As afirmações funcionam segundo o princípio de Arquimedes. Se você pegar um</p><p>balde cheio d’água e despejar nele uma xícara de areia, a areia deslocará um volume</p><p>igual de água. Quanto mais areia você despejar, mais água será deslocada. Quando o</p><p>balde estiver cheio de areia, não restará água, porque a areia tomou seu lugar. Do</p><p>mesmo modo, quando alimentar sua mente com um pensamento positivo por meio</p><p>de uma afirmação, você deslocará um pensamento negativo. Só é preciso continuar</p><p>alimentando a mente com afirmações positivas, usando a repetição, até praticamente</p><p>todos os seus pensamentos negativos, dúvidas, medos e indecisões serem deslocados.</p><p>Autoimagem</p><p>A autoimagem é uma imagem clara que cada um tem de si. Ela foi criada</p><p>principalmente pelas afirmações negativas e positivas sobre nós feitas por amigos,</p><p>familiares, sociedade, religião e outros e que passaram pelo SAR. Quando as</p><p>reafirmamos para nós mesmos, elas se tornam a realidade de quem somos. No</p><p>entanto, o SAR pode impedir que nossas metas e mensagens positivas passem para o</p><p>inconsciente quando a autoimagem não é coerente com nossas metas. É por isso que</p><p>o princípio do deslocamento é tão importante. Quando você afirma constantemente</p><p>as coisas positivas que quer, elas acabarão substituindo as negativas; vão se tornar</p><p>sua nova realidade e sua nova autoimagem.</p><p>HISTÓRIA REAL: SAM</p><p>Quando eu tinha 7 anos, Sam era meu melhor amigo. Sua mãe costumava brigar</p><p>com ele na frente de todo mundo. “Você é um menino muito mau”, era uma das suas</p><p>afirmações mais constantes sobre ele, além de “Você nunca faz nada direito” e “Quanto</p><p>mais cresce, pior fica!”.</p><p>“Ele vive criando problemas”, dizia ela aos amigos e parentes. No entanto, o pai de</p><p>Sam o via de um jeito diferente. Tinha muito orgulho do filho. Ele afirmava “Sam é um</p><p>anjinho” e “Ele deixará sua marca na vida, é um menino muito inteligente”.</p><p>Pouca gente notava que, quando estava perto do pai, Sam era mesmo um anjinho</p><p>muito bem-educado, exatamente como o pai o descrevia. Mas, quando estava com a</p><p>mãe, era o terror que ela esperava que fosse. Sam atendia às afirmações dos dois a seu</p><p>respeito e encenava as expectativas deles. Quando Sam estava com 8 anos, o pai</p><p>morreu num acidente de carro, e sua mãe o criou sozinha. Suas afirmações negativas</p><p>sobre o filho ficaram mais frequentes, e ele atendeu a cada uma delas. Não demorou, e</p><p>ele as afirmava para si.</p><p>Com 12 anos, Sam foi expulso da escola. As afirmações negativas da mãe a seu</p><p>respeito se tornaram</p><p>ao cérebro.</p><p>A base desse sistema está ligada à medula espinhal, da qual recebe informações</p><p>vindas diretamente do trato sensorial ascendente. Toda nova informação ou</p><p>aprendizado precisa entrar no cérebro por meio de um ou mais sentidos e ser</p><p>decodificada pelos receptores específicos do corpo. A partir daí, as informações</p><p>viajam pelo sistema nervoso até a medula e sobem pelo Sistema Ativador Reticular</p><p>para a parte do cérebro que recebe os dados daquele sentido específico.</p><p>O SAR é o centro de comando e</p><p>controle do cérebro</p><p>É no SAR que os pensamentos, as sensações internas e as influências externas se</p><p>encontram. Ele produz efeitos dinâmicos nos centros de atividade motora do cérebro</p><p>e na atividade do córtex, como os lobos frontais. É uma rede de vias nervosas que</p><p>filtra todos os dados sensoriais que o cérebro recebe do mundo exterior. Tudo o que</p><p>vemos, ouvimos, sentimos ou provamos passa pelo SAR. Em poucas palavras, esse</p><p>sistema é o interruptor que liga o cérebro e é seu principal centro de motivação.</p><p>Como funciona o SAR</p><p>O cérebro processa mais de 400 milhões de bits de informação por segundo, mas</p><p>somente 2 mil bits podem ser processados de forma consciente. O restante é</p><p>processado sem percebermos. Em outras palavras, 99,9999% das informações que</p><p>nos são apresentadas todos os dias não são notadas. Essa é a única maneira de</p><p>lidarmos com o cotidiano e os milhões de bits de informação que inundam nossa</p><p>consciência e exigem nossa atenção. Se tivéssemos que processar todas as mensagens</p><p>simultaneamente, não aguentaríamos e desmaiaríamos. Por isso, a evolução nos deu</p><p>o SAR, um sistema que filtra todas as informações e só extrai o que é importante</p><p>para nós em determinado momento.</p><p>O SAR funciona como um centro de triagem que avalia as informações que</p><p>chegam e as organiza sob a forma de mensagens que exigem nossa atenção. É um</p><p>filtro que atua entre o inconsciente e o consciente, levando instruções do consciente</p><p>ao inconsciente. Depois, o cérebro instrui o corpo a executar as ações físicas</p><p>necessárias para se adequar à imagem formada pelo SAR, que então busca no</p><p>ambiente os padrões de informação que mais combinam com nossas crenças ou que</p><p>nos são mais familiares. Em seguida, o SAR interliga pensamentos e sentimentos com</p><p>coisas semelhantes no ambiente. Quando encontra algo que se encaixa, o consciente</p><p>é avisado.</p><p>Variações do SAR</p><p>O SAR também existe em outros primatas. Os chimpanzés, por exemplo, têm 99% de</p><p>seu DNA igual ao nosso, e, assim como o do ser humano, o SAR do chimpanzé</p><p>recebe todos os dados sensoriais que chegam, além de examinar e priorizar esses</p><p>dados de acordo com os “programas” nele embutidos. O SAR controla as funções</p><p>básicas do chimpanzé – ritmo cardíaco, sono, vigília, digestão –, assim como nos</p><p>humanos. Sua função só difere da nossa porque temos uma noção de “eu” mais</p><p>desenvolvida. Somos impelidos pela necessidade insaciável de saber o que, quem,</p><p>como, quando, onde e por quê. O SAR do chimpanzé funciona como um</p><p>computador primitivo que executa programas básicos; o SAR humano funciona</p><p>como os sistemas de computador mais recentes e dinâmicos.</p><p>Nem sempre o SAR consegue estimular o córtex como deveria. Quando isso</p><p>acontece, as pessoas têm dificuldade de aprendizagem, memória precária e baixo</p><p>autocontrole. Quando o SAR é estimulado em excesso, nosso comportamento se</p><p>caracteriza por hipervigilância, hipersensibilidade sensorial, fala constante,</p><p>inquietação e hiperatividade. Nas pessoas com transtorno do déficit de atenção (com</p><p>ou sem hiperatividade), o SAR ascendente não tem norepinefrina suficiente para</p><p>excitar o córtex. Essa substância é a mesma que é liberada quando a respiração ou o</p><p>ritmo cardíaco se aceleram. Quem tem hiperatividade e déficit de atenção toma</p><p>medicamentos que aumentam temporariamente a eficiência do SAR para usar a</p><p>norepinefrina já existente. Isso melhora a concentração, a percepção, a capacidade</p><p>de memorização e o aprendizado.</p><p>O SAR também é responsável pelos contatos sociais. Os introvertidos têm o SAR</p><p>mais ativo do que os extrovertidos. Os cientistas acreditam que o SAR do</p><p>introvertido se excita com mais facilidade porque pessoas assim costumam ter</p><p>dificuldade para falar com os outros, e, quando falam, o cérebro delas mostra uma</p><p>reação forte que lembra um tipo de pânico.</p><p>O SAR tem GPS e um mecanismo de busca</p><p>O SAR reage a seu nome, a qualquer coisa que ameace sua sobrevivência e a</p><p>informações que você precisa saber de imediato. Por exemplo, quando você procura</p><p>no computador um arquivo que tem certeza de ter gravado na área de trabalho, o</p><p>SAR avisa ao cérebro que procure pelo nome do arquivo – digamos, um roteiro de</p><p>viagem – ou que se concentre numa palavra – viagem – para ajudá-lo a encontrar.</p><p>Também é comum chamar essa função do SAR de Lei da Atração.</p><p>“Marco Aurélio disse: ‘O homem se torna aquilo em que</p><p>pensa o dia inteiro.’ Se isso fosse verdade, eu seria mulher.”</p><p>Steve Martin</p><p>Seu SAR tem um sistema de GPS embutido. Com o GPS, não é preciso saber</p><p>onde ficam todas as ruas de uma determinada cidade. Você só precisa saber aonde</p><p>quer ir. Inseridos os dados, o GPS vai guiá-lo. Se você entrar na rua errada, ele o leva</p><p>de volta ao caminho certo. O software por satélite do GPS decide como levá-lo até lá</p><p>– e é exatamente assim que nosso SAR funciona. Com o GPS, você precisa decidir</p><p>aonde quer ir e não como chegar lá. Exatamente do mesmo modo, depois que você</p><p>decide seu objetivo, o SAR começa a ver tudo o que está ligado a ele. Quando você</p><p>sai da rota, ele o redireciona. Você lerá mais sobre isso adiante.</p><p>O SAR também parece um míssil guiado por calor: você insere as coordenadas</p><p>do local aonde quer que ele vá, aperta o botão de lançamento e ele segue o</p><p>comando. No caminho, ele filtra todas as informações inúteis ao redor e só guarda o</p><p>que é relevante. Por exemplo, a instrução pode ser “Escute meu nome”; assim,</p><p>quando estiver andando num shopping ou aeroporto muito movimentado e</p><p>chamarem seu nome pelo alto-falante, você o ouvirá.</p><p>O SAR funciona da mesma maneira</p><p>que um míssil guiado por calor.</p><p>Como funciona seu sistema de crenças</p><p>Os cientistas descobriram que o SAR também controla nosso sistema de crenças e só</p><p>reconhece ou seleciona informações que o sustentam. Ou seja, não importa em que</p><p>acreditamos ou pensamos; nosso SAR prestará mais atenção nisso e filtrará todas as</p><p>outras informações para nos ajudar a selecionar aquilo em que escolhemos acreditar.</p><p>É por isso que alguns veem oportunidade onde outros veem dificuldade. Também é</p><p>por isso que alguns acreditam em coisas que os outros sabem que não são</p><p>verdadeiras.</p><p>null</p><p>null</p><p>Em chinês, a palavra “crise” é composta de dois caracteres: um representa perigo; o outro,</p><p>oportunidade.</p><p>É óbvio que o que sentimos sobre qualquer evento é influenciado pelo que</p><p>pensamos que ele significa. Em outras palavras, nosso sistema de crenças</p><p>determinará se o SAR trabalhará a nosso favor ou contra nós. Quem acredita que só</p><p>consegue ganhar dinheiro trabalhando muito, só verá informações que confirmem</p><p>essa crença e levará a vida como se isso fosse verdade. O SAR excluirá as</p><p>oportunidades de ganhar mais dinheiro sem precisar trabalhar tanto.</p><p>O SAR pode trabalhar a seu favor ou contra você.</p><p>Tudo depende do que você pensa.</p><p>Se quiser que seu SAR jogue a seu favor, é preciso programá-lo para buscar o que</p><p>você quer, e não o que não quer. Quando uma ideia ou meta específica é</p><p>programada no SAR, não importa se você está acordado ou dormindo, se pensa ou</p><p>não naquilo; o SAR achará exatamente o que você mandou que ele achasse, como a</p><p>função de busca do computador. Ele escolherá os dados pertinentes em meio aos</p><p>milhões de bits de informação à sua volta e eliminará as informações irrelevantes.</p><p>Quando você cria uma imagem clara e nítida do que deseja, o SAR entra em ação e</p><p>não para de trabalhar até encontrar isso para você.</p><p>Como o SAR escolhe as informações que verá</p><p>Imagine que você esteja andando num aeroporto movimentado e barulhento. Pense</p><p>em todos os sons que o cercam: centenas de pessoas falando, música e anúncios.</p><p>Você ouve o ruído de</p><p>sua realidade. Na adolescência, Sam entrou e saiu de centros de</p><p>detenção, atendendo às afirmações da mãe de que se tornaria “uma ameaça para a</p><p>sociedade”. Com 21 anos, foi condenado a três anos de prisão por tráfico de drogas. Ao</p><p>ser libertado, saiu da Austrália e virou mercenário na África, encenando sua autoimagem</p><p>de “terrorista”. Com 27 anos, foi morto numa troca de tiros na Nigéria.</p><p>Essa história é importante porque mostra que atendemos às expectativas contidas</p><p>nas afirmações das pessoas importantes para nós, sejam elas positivas ou negativas.</p><p>Nossos pais, professores, amigos, parentes, cônjuges e a sociedade afetarão nossa</p><p>vida de forma prejudicial se programarem nosso SAR com afirmações negativas</p><p>sobre nós. Também atendemos às expectativas que temos de nós mesmos e que,</p><p>consciente ou inconscientemente, repetimos com nossas afirmações diárias.</p><p>Você não precisa explicar suas afirmações aos outros; provavelmente eles lhe dirão que não</p><p>vai funcionar ou que você deveria parar de desperdiçar seu tempo e ir à luta.</p><p>Devaneios versus afirmações</p><p>Ter uma lista de afirmações não é a mesma coisa que devanear. Quem devaneia não</p><p>acredita em seus sonhos. Esses sonhos são caprichos ou fantasias que,</p><p>provavelmente, eles nem querem que se realizem, mesmo que fosse possível.</p><p>Quem devaneia não pretende agir; não tem planos nem prazos reais. Mas quem</p><p>desenvolve seu poder de visualização faz isso com um propósito.</p><p>As afirmações não estão ligadas à força de vontade. Força de vontade é quando</p><p>nos forçamos, mental ou fisicamente, a fazer alguma coisa. As afirmações fazem</p><p>parte de um plano geral para atingir uma meta. Elas constroem a crença interna de</p><p>que você realizará alguma coisa.</p><p>É possível escolher cada afirmação que se coloca na mente, e é exatamente por</p><p>isso que o que você diz é o que obterá. Seu SAR não sabe a diferença entre realidade</p><p>e fantasia, e assim instrui seu corpo a cumprir as afirmações que você lhe der.</p><p>Também é por isso que, de repente, quando estabelece metas positivas com prazos,</p><p>você começa a ver oportunidades aparecerem por toda parte. O modo como você se</p><p>comporta, sua atitude e até seu modo de falar começam a mudar. Você se torna a</p><p>nova pessoa de sucesso que afirma ser e a cumprir as afirmações que declarou para</p><p>si. O que dizemos é o que obtemos. É a famosa profecia que provoca seu próprio</p><p>cumprimento.</p><p>“Não é o que você diz da boca para fora que determina sua vida; o que você sussurra para si</p><p>é o que tem mais poder.”</p><p>Robert Kiyosaki, empresário norte-americano e autor de livros de autoajuda</p><p>O que acontece quando você diz “Não consigo”?</p><p>Já foi comprovado que, quando você pensa ou diz que não consegue fazer alguma</p><p>coisa, seu cérebro reduz a corrente nervosa que vai para as partes do corpo que</p><p>seriam usadas para fazer o que você afirma não conseguir fazer. Experimente este</p><p>teste simples: mantenha o braço estendido em ângulo reto com o tronco, com o</p><p>punho fechado, e pense em algo que consegue fazer muito bem. Agora peça a</p><p>alguém que tente baixar seu braço, e sua tarefa é resistir. Em seguida, repita o teste,</p><p>mas dessa vez pense em algo que você acha que não consegue fazer. Você descobrirá</p><p>que terá dificuldade para resistir à pessoa que empurra seu braço para baixo e que</p><p>boa parte da força anterior sumiu. Sua mente não consegue formar uma imagem</p><p>ligada às expressões “Não consigo”, “Não vou” e “Não faço”.</p><p>HISTÓRIA REAL: AS AFIRMAÇÕES DE SCOTT</p><p>Scott decidiu usar afirmações para ajudá-lo a atingir várias metas improváveis.</p><p>“Visualize o que quer e escreva 15 vezes seguidas, uma vez por dia, até conseguir.”</p><p>– Em poucas semanas, começaram a me acontecer coincidências – contou ele. –</p><p>Coincidências extraordinárias, várias delas, mas em poucos meses a meta foi atingida</p><p>exatamente como escrevi.</p><p>Então Scott decidiu escolher outra meta: ter algum lucro no mercado de ações. Ele</p><p>escreveu sua afirmação todos os dias até que, certa noite, acordou de um sonho com as</p><p>palavras “Compre Chrysler” se repetindo na cabeça. Ele comprou ações da Chrysler num</p><p>dos piores períodos da empresa, mas elas começaram a subir pouco depois e Scott</p><p>conseguiu um bom lucro. Então ele quis entrar no disputadíssimo programa de MBA do</p><p>campus de Berkeley da Universidade da Califórnia. Já tinha feito as provas de admissão,</p><p>mas só conseguira atingir 77.</p><p>Ele precisava obter uma nota acima de 90 para ter alguma probabilidade de ser</p><p>aceito. Scott escolheu como meta tirar 94 e, novamente, aplicou suas técnicas de</p><p>visualização e afirmação. Acabou tirando 94 e, em 1986, completou seu MBA em</p><p>Berkeley.</p><p>Logo ele estabeleceu a “meta maluca”, como disseram seus amigos, de se tornar</p><p>um cartunista de muito sucesso cujo trabalho era publicado em jornais.</p><p>Em junho de 1996, o livro O princípio de Dilbert, de Scott Adams, se tornou o número</p><p>1 na lista dos mais vendidos do The New York Times. Em novembro, seu segundo livro</p><p>Manual de Gerência Dogbert também chegou à lista de mais vendidos e deu a Scott a</p><p>primeira e a segunda posições simultaneamente.</p><p>“Os repórteres costumam me perguntar se me surpreendi com o sucesso da tirinha Dilbert.</p><p>Ficaria surpreso, claro, se não fosse minha experiência extraordinária com as afirmações.</p><p>Eu esperava conseguir esse sucesso.”</p><p>Scott Adams</p><p>Afirmações e câncer</p><p>Desde meu diagnóstico de câncer, conheci centenas de pessoas com tumores de</p><p>todos os tipos e em todas as regiões do corpo: linfoma, mama, pulmão, fígado,</p><p>tiroide, esôfago, ovário, melanoma... Muitos que conheci ou orientei já morreram.</p><p>Costumam me perguntar as principais diferenças entre os que sobreviveram e os que</p><p>morreram, e uma delas se destaca: os sobreviventes tomaram a decisão de viver,</p><p>agiram e deram os passos necessários para atingir essa meta. Mesmo sem saber,</p><p>usaram afirmações positivas do que pretendiam fazer na vida.</p><p>Os que acreditavam que iam morrer em geral morreram. É claro que houve</p><p>alguns pacientes com pensamento positivo que também morreram e alguns</p><p>pessimistas que sobreviveram, mas, grosso modo, os sobreviventes decidiram viver, e</p><p>os que morreram não tomaram essa decisão. Em mais de 20 anos orientando pessoas</p><p>com câncer, observei esse fenômeno independentemente do tipo de tumor, dos</p><p>tratamentos ou do prognóstico do paciente. Quando você diz ao SAR o que fazer, ele</p><p>faz – para o bem ou para o mal.</p><p>Resumo</p><p>Há incontáveis histórias de pessoas que atingiram suas metas usando afirmações para</p><p>concentrar a mente no resultado pretendido e que visualizam seu sucesso com</p><p>antecedência.</p><p>A partir de hoje, toda vez que disser algo negativo reformule a frase de modo</p><p>positivo. As metas precisam ser atingidas na mente antes de serem atingidas</p><p>concretamente, e ninguém consegue ir além das limitações autoimpostas. A</p><p>visualização e as afirmações podem quebrar as barreiras do sucesso e libertá-lo para</p><p>que tenha mais criatividade e aproveite um potencial que você nunca achou que</p><p>seria possível.</p><p>Você pode desenvolver sua coragem afirmando: “Resolvo todos os problemas</p><p>enfrentando-os com coragem e com a convicção de que consigo superá-los.”</p><p>A iniciativa pode ser desenvolvida com: “Tenho um suprimento abundante de</p><p>energia para aproveitar quando assim quiser.”</p><p>A franqueza pode ser desenvolvida afirmando: “Sou franco comigo e com os</p><p>outros o tempo todo e sob qualquer circunstância.”</p><p>Sua vida é a soma de suas afirmações passadas. Quando treinamos afirmações,</p><p>começamos a fazê-las trabalhar a nosso favor. Passamos a nos concentrar nas coisas</p><p>que desejamos e que esperamos que aconteça, como Darrin fez com seu chute por</p><p>trás, como Scott fez com Dilbert e Sam com sua breve vida. Começamos a agir como</p><p>a pessoa que resolvemos ser.</p><p>O modo como andamos e até nossa linguagem corporal começam a mudar.</p><p>Nossa conversa assume o tom de uma pessoa diferente. Literalmente, mudamos</p><p>nossa personalidade. E, como Darrin, Scott e Sam, começamos a agir do modo que</p><p>programamos.</p><p>Todos os atletas de sucesso treinam física e mentalmente seu esporte. Além de</p><p>construir os músculos com treinos físicos constantes, o corredor bem-sucedido</p><p>também cria uma imagem sua vencendo</p><p>cada corrida. Quando não conseguem se</p><p>ver atravessando a linha de chegada na frente de todos os outros competidores, os</p><p>atletas têm pouca probabilidade de vencer.</p><p>Sempre se veja vencendo. O que diz a si mesmo acontecerá.</p><p>“A pessoa que diz ‘Consigo!’ e a que diz ‘Não consigo!’ estão ambas certas quase o tempo</p><p>todo.”</p><p>Henry Ford</p><p>Nunca pense no que não quer que aconteça. Só pense no que quer, seja qual for</p><p>a situação. Em geral, o que você pensa e afirma é o que vai obter.</p><p>Um velho disse ao neto:</p><p>– Filho, dentro de todos nós há uma batalha entre dois lobos. Um deles é mau. É raiva,</p><p>inveja, ciúme, ganância, ressentimento, inferioridade, mentira e ego. O outro é bom. É paz,</p><p>esperança, alegria, amor, humildade, gentileza, bondade, empatia e verdade.</p><p>O menino pensou um pouco e perguntou:</p><p>– Vovô, qual deles ganha a batalha?</p><p>O velho respondeu tranquilamente:</p><p>– Aquele que escolhemos alimentar.</p><p>capítulo 9</p><p>Desenvolva novos hábitos</p><p>No fundo, a maioria não quer ouvir a verdade. Só quer a reafirmação constante de que</p><p>aquilo em que escolheram acreditar é a verdade.</p><p>Para operar com nível elevado de realização e sucesso, há certos hábitos que você</p><p>deve aprender e hábitos destrutivos que precisa admitir e remover. Por exemplo, os</p><p>hábitos mais comuns que impedem as pessoas de terem sucesso são comer junk food</p><p>regularmente, não retornar telefonemas, esquecer o nome dos outros, não ter uma</p><p>rotina de saúde e boa forma, assistir à televisão em excesso, fumar, usar drogas ou</p><p>beber, chegar sempre atrasado e deixar que os outros abusem de você. Entre os</p><p>hábitos dos bem-sucedidos, podemos citar: exercitar-se pelo menos três vezes por</p><p>semana, chegar na hora marcada para os compromissos, ter um plano de</p><p>gerenciamento do tempo, estabelecer metas, retornar telefonemas, controlar as</p><p>finanças, evitar pessoas abusivas e ter um estilo de vida saudável.</p><p>Mais de 80% do comportamento humano resulta dos hábitos – ou seja,</p><p>comportamentos que acabamos repetindo sem pensar. Isso é importante porque, se</p><p>tivéssemos de tomar decisões conscientes a cada ação realizada – comer, escovar os</p><p>dentes, vestir-se, dirigir, trabalhar –, a vida seria estressante e avassaladora.</p><p>Os hábitos repetitivos nos permitem andar escovando os dentes e planejar</p><p>mentalmente o dia enquanto nos vestimos.</p><p>Como os hábitos se formam</p><p>Quem já viu um elefante de circo deve ter notado que há apenas uma corda ou</p><p>corrente fina que prende sua pata a uma estaca enfiada no chão. Nenhum elefante</p><p>teria dificuldade de arrancar a estaca ou quebrar a corrente, mas os elefantes adultos</p><p>não tentam fugir. Por que isso acontece?</p><p>Quando bebês, os elefantes de circo passam várias horas por dia com uma das</p><p>patas presa por uma corrente forte a um grande bloco de concreto. Por mais que</p><p>bufem, puxem, se contorçam e chorem, eles não conseguem romper a corrente.</p><p>Quando crescem, os elefantes aprendem que, por mais que tentem, é impossível se</p><p>soltar. Por fim, param de tentar. Agora estão mentalmente condicionados a acreditar</p><p>que, quando há uma corrente presa em sua pata, é impossível escapar, por mais leve</p><p>que seja a corrente ou o modo de prendê-la. Ele fica mentalmente aprisionado.</p><p>Desde o dia em que nascemos, também somos condicionados por tratadores.</p><p>Fora os instintos naturais já programados, chegamos à vida com a mente vazia, e</p><p>tudo o que pensamos ou fazemos resulta do condicionamento de nossos “tratadores”</p><p>– pais, irmãos, amigos, professores, anúncios, sociedade, religião, televisão, meios de</p><p>comunicação e internet. A maior parte desse condicionamento é sutil e repetitivo, e</p><p>entra no inconsciente através do SAR para ser armazenado e usado mais tarde na</p><p>hora de tomar decisões. Embora parte desse condicionamento tenha a intenção de</p><p>nos manter sãos e salvos, outra parte dele limita o crescimento pessoal. Em</p><p>consequência, também ficamos aprisionados por correntes mentais e emocionais.</p><p>Nossos pais dizem: “Crianças não tem que querer.”</p><p>Nossos professores dizem: “Só fale quando falarem com você.”</p><p>Nossos amigos dizem: “Nunca largue um emprego seguro.”</p><p>A sociedade diz: “Pague suas contas e poupe para a aposentadoria.”</p><p>As religiões dizem: “Obedeça às regras.”</p><p>Sem perceber, a maioria das pessoas permite que essas frases se tornem as</p><p>afirmações segundo as quais vivem. Os meios de comunicação dizem</p><p>constantemente que não somos bons o suficiente. Para sermos felizes, devemos ser</p><p>magros, ter uma pele perfeita, cabelo brilhante e dentes brancos, cheirar bem, ter um</p><p>perfil em um site de encontros, comer hambúrgueres, fazer empréstimos e tomar</p><p>cappuccinos. As mensagens são sutis e repetitivas e passam a fazer parte de nosso</p><p>sistema de crenças. Durante nossa formação, todos repetem o que não podemos</p><p>fazer em vez daquilo que podemos conseguir. Assim como o elefante é condicionado</p><p>a acreditar que não consegue fugir, podemos facilmente nos tornar pessoas que “não</p><p>conseguem”. Esse condicionamento negativo e repetitivo pode impedir que</p><p>tenhamos sucesso.</p><p>Você só é confinado pelos muros que você mesmo construiu.</p><p>Formando novos hábitos</p><p>A maioria das pessoas formou na vida mais hábitos negativos do que positivos e</p><p>reage às situações repetindo comportamentos que não funcionam ou que provocam</p><p>resultados negativos. Grande parte dessas atitudes e hábitos negativos foi constituída</p><p>na infância, porque a criança de 5 anos ouve, em média, 11 vezes mais “não” do que</p><p>“sim”.</p><p>Consequentemente, as pessoas chegam à idade adulta com um conjunto de</p><p>hábitos e atitudes que não as leva a lugar algum.</p><p>Em geral, uma criança de 5 anos ouve 11 vezes por dia a palavra “sim” e 121 vezes a palavra</p><p>“não”.</p><p>Todo dia você enfrenta situações que precisam de solução, e desenvolver hábitos</p><p>positivos que tragam o resultado certo é fundamental para o sucesso de qualquer</p><p>meta que você estabelecer. Desenvolver um modo de lidar com cada situação</p><p>permite que, toda vez que enfrentar algum evento ou situação, você repita</p><p>comportamentos positivos que funcionam. Desse modo, não será preciso tomar uma</p><p>decisão ou fazer uma escolha consciente sempre que algo semelhante acontecer.</p><p>Com a repetição, o cérebro se lembra do caminho necessário para lidar com aquele</p><p>fato e entra no “modo automático”. Isso significa que você não desperdiçará tempo e</p><p>energia tentando pensar na resposta certa.</p><p>Hábitos de pensamento</p><p>Os hábitos de pensamento se chamam “atitudes”. É mais difícil lidar com elas do que</p><p>com os hábitos de ação porque é mais complicado isolar um único pensamento e</p><p>trabalhar para mudá-lo. Por isso é tão importante escrever seus pensamentos e</p><p>atitudes no papel: isso permite que você analise cada pensamento, cada fio de seu</p><p>novelo mental. Por exemplo, no Camboja é comum comer gafanhotos, tarântulas,</p><p>minhocas, baratas e outros insetos, e esses pratos são considerados iguarias. Poucos</p><p>ocidentais já os experimentaram, mas a maioria com certeza terá uma atitude</p><p>negativa em relação a comer insetos. Essa atitude costuma se basear na associação</p><p>entre insetos e possíveis doenças, e não no valor nutritivo. Quando eu e meu filho</p><p>Brandon fomos à Sibéria, nossos anfitriões nos serviram um prato que incluía língua</p><p>de boi, pés de porco, olhos de vaca, miolos de ovelha e outras iguarias não</p><p>identificáveis. Os não siberianos se encolheriam de medo diante da ideia de comer</p><p>uma refeição como essa e alguns talvez começassem a se sentir mal se dessem a seu</p><p>SAR uma imagem em que a consumissem.</p><p>Mas se você pensar apenas no valor nutritivo da refeição, será possível comê-la –</p><p>e a comemos. Conseguir qualquer coisa na vida começa quando alimentamos o SAR</p><p>com as imagens positivas do que queremos.</p><p>A má atitude é como um pneu furado.</p><p>Não se vai a lugar nenhum antes de trocá-lo.</p><p>Muita gente tem dificuldade de mudar hábitos negativos porque só tenta alterar</p><p>as ações físicas associadas ao hábito em vez de mudar a causa: o pensamento. É fácil</p><p>usar um garfo para espetar e comer miolo de ovelha; mas, sem mudar sua atitude</p><p>diante do motivo pelo qual faria isso, esse hábito não se tornará permanente.</p><p>Entusiasmo, amor-próprio, determinação e confiança são atitudes</p><p>positivas, assim como</p><p>procrastinação, negação e reclamação são negativas.</p><p>A autoconfiança é um hábito de pensamento. A confiança significa que você</p><p>sabe que o rumo de ação que escolheu lhe trará um resultado positivo. Mas só se</p><p>adquire esse conhecimento depois de tentar fazer alguma coisa de várias maneiras e</p><p>descobrir qual é o jeito certo para você. E geralmente as tentativas de fazer coisas</p><p>novas não costumam produzir bons resultados de imediato. Por isso, o fracasso é</p><p>parte fundamental do sucesso: quanto mais fracassar, mais você aprenderá o jeito</p><p>certo e mais autoconfiante se sentirá. Quem nunca fracassou nunca realizou nada.</p><p>“O fracasso é um requisito do sucesso. Se quer ter sucesso mais depressa, dobre sua taxa de</p><p>fracasso.”</p><p>Brian Tracy</p><p>Seja consistente</p><p>As pessoas produtivas e bem-sucedidas treinam constantemente as coisas que elas</p><p>consideram importantes. Os melhores levantadores de peso vão à academia à mesma</p><p>hora. Os melhores escritores sentam-se diante do computador todos os dias. Esse</p><p>princípio se aplica aos melhores líderes, pais, gerentes, músicos e médicos. Para os</p><p>grandes realizadores, a questão não é o desempenho, é a prática contínua.</p><p>A lista típica de maus hábitos do perdedor costuma incluir:</p><p>Deixar que os outros o irritem</p><p>Procrastinar</p><p>Não ter agenda nem diário</p><p>Falar demais e não escutar</p><p>Estar sempre atrasado</p><p>Comer junk food</p><p>Evitar exercícios físicos</p><p>Manter relacionamentos estressantes</p><p>Ter problemas financeiros</p><p>Ser infeliz</p><p>Ser um desmancha-prazeres</p><p>Estar num emprego que odeia</p><p>Para desenvolver novos hábitos produtivos, primeiro é preciso fazer uma lista</p><p>com todos os seus hábitos prejudiciais. Peça ajuda a amigos e colegas se não tiver</p><p>certeza. Se realmente não conseguir, peça a seus parentes; eles logo lhe fornecerão</p><p>uma lista longa.</p><p>As frases negativas mais comuns</p><p>Poucas pessoas percebem que frases como “Vou tentar”, “Não tenho tempo” e</p><p>“Estou muito ocupado” são afirmações negativas habituais dos perdedores.</p><p>“Não tenho tempo” é a versão adulta de “O cachorro comeu meu dever de casa”.</p><p>“Vou tentar” é usado por pessoas que geralmente não realizam nada para anunciar</p><p>com antecedência que não esperam sucesso numa tarefa. “Estou muito ocupado”</p><p>revela que a pessoa é desorganizada ou que sua solicitação não tem importância para</p><p>ela.</p><p>Não existe ninguém “muito ocupado”;</p><p>tudo é uma questão de prioridade.</p><p>É possível substituir os hábitos negativos de pensamento e atitude em três passos</p><p>com uma técnica simples:</p><p>1. Admita que você tem um hábito negativo.</p><p>2. Determine a fonte do hábito.</p><p>3. Desenvolva um novo hábito positivo e use o princípio do deslocamento para</p><p>substituir o negativo.</p><p>Se você pensar bem sobre o hábito negativo que adquiriu, é possível descobrir de</p><p>onde ele veio. Para mudar um hábito de pensamento, escreva o hábito novo e</p><p>alimente seu SAR com ele, usando visualização e afirmações para que se torne</p><p>permanente. Trata-se apenas de substituir um modo de pensar por outro. É o</p><p>mesmo processo utilizado para desenvolver os hábitos negativos.</p><p>Como guia, eis aqui alguns hábitos comuns de pessoas bem-sucedidas</p><p>e malsucedidas</p><p>Bem-sucedidos Malsucedidos</p><p>Elogiam Criticam</p><p>Perdoam Guardam rancor</p><p>Estimulam os outros a ter sucesso Torcem pelo fracasso dos outros</p><p>Veem o lado engraçado de tudo Irritam-se facilmente</p><p>São gratos Acham que têm direito a tudo</p><p>Falam sobre ideias Falam sobre pessoas</p><p>Leem com frequência Assistem à TV em excesso</p><p>Têm uma lista de afazeres Resolvem problemas à medida que surgem</p><p>Estão sempre aprendendo Acham que sabem tudo</p><p>Dão crédito aos outros Assumem todo o crédito</p><p>Aceitam a responsabilidade pelos fracassos Culpam os outros</p><p>Partilham informações e ideias Guardam tudo para si</p><p>Esperam e adotam mudanças Temem as mudanças</p><p>Têm planos e estabelecem metas Não têm planos nem metas</p><p>Contorne ou marque seus hábitos do lado direito e use os hábitos</p><p>correspondentes do lado esquerdo para substituí-los.</p><p>Faça novos amigos</p><p>Querendo ou não, você se tornará a média das cinco pessoas com quem mais</p><p>convive. Se você for o mais bem-sucedido de seu círculo de amigos, haverá uma</p><p>pressão velada e constante dos outros para puxá-lo aos poucos para a média de</p><p>renda, realização, posses e atitudes na vida.</p><p>Por outro lado, a pessoa mais malsucedida do grupo é quem mais se beneficia ao</p><p>ser puxada aos poucos para a média. Seus pais compreendiam esse princípio, e era</p><p>por isso que viviam tentando manter você afastado das crianças que consideravam</p><p>“más companhias”.</p><p>Portanto, em se tratando de amigos, escolha com cuidado. Decida agora se</p><p>cercar de pessoas que atingiram o que você quer ou que caminham nessa direção.</p><p>Não se pode conviver com gente negativa e ter uma vida positiva. Isso não significa</p><p>que você deva abandonar os velhos amigos. Significa apenas que deve acumular</p><p>novos amigos cuja influência o ajude a alcançar o próximo nível.</p><p>A melhor maneira de melhorar é cercar-se de pessoas melhores.</p><p>Elas farão de você uma pessoa melhor.</p><p>Eis o que fazer agora: escreva uma lista com o nome de todo mundo com quem</p><p>você convive. Inclua familiares, colegas de trabalho, vizinhos, antigos amigos de</p><p>escola. Depois, marque o nome das pessoas que têm influência positiva sobre sua</p><p>vida, as que o estimulam a melhorar e que estão avançando. Em seguida, risque o</p><p>nome das pessoas negativas, que dizem que não dá para fazer nada, que o criticam,</p><p>que culpam os outros por tudo, que têm inveja de você ou sempre lhe disseram que</p><p>a situação é péssima.</p><p>Depois, pare de passar seu tempo com as pessoas cujos nomes estão riscados! Se</p><p>for muito difícil (porque moram na mesma casa que você, por exemplo), reduza seu</p><p>envolvimento com elas. Não é preciso passar seu tempo com pessoas negativas só</p><p>porque você as conhece há muitos anos ou são da mesma família. Isso não significa</p><p>que você deixe de amá-las; só não desperdice seu tempo escutando as bobagens</p><p>negativas que elas contam. Por exemplo, se alguém cria estresse em sua vida quando</p><p>está por perto ou simplesmente quando lhe telefona, ou quando tenta lhe impor</p><p>suas metas e seus sonhos, pare de desperdiçar seu tempo com essa pessoa.</p><p>Mantenha distância de pessoas negativas e tóxicas, ladrões de sonhos e vampiros</p><p>emocionais.</p><p>HISTÓRIA REAL: MICHELLE E GAIL</p><p>Gail telefonava com frequência para Michelle a fim de fofocar, falar sobre como sua vida</p><p>andava péssima, contar que todos os homens são uns canalhas, que o futuro era</p><p>horrível. Michelle lhe dava conselhos regulares para melhorar a situação, mas Gail nunca</p><p>colocava nenhum deles em prática. Esses telefonemas costumavam durar mais de uma</p><p>hora e sempre deixavam Michelle deprimida ou com uma atitude negativa. Ela perdia a</p><p>paciência com os filhos e às vezes sua libido sumia durante semanas.</p><p>Michelle usou nossa técnica da lista e riscou o nome de Gail. Foi difícil, porque eram</p><p>primas. Mas Gail vinha usando Michelle como bode expiatório sob o disfarce de</p><p>“obrigação genética”. Em outras palavras: “Você faz parte da família e tem obrigação de</p><p>escutar meus desabafos.” Michelle decidiu pedir ao marido que atendesse ao telefone</p><p>nas noites em que Gail costumava ligar e dizer que ela estava ocupada ou que tinha</p><p>saído. Nas ocasiões em que atendeu ao telefone sem querer, Michelle deixou de dar</p><p>conselhos a Gail e mudava de assunto quando a prima começava com o papo negativo.</p><p>Em dois meses, Gail parou de ligar para Michelle e transferiu os ataques telefônicos</p><p>negativos para outros parentes. Hoje, quando se encontram em reuniões familiares,</p><p>Michelle e Gail são mais amigas do que nunca, porque Gail percebe que Michelle não</p><p>permitirá mais ser usada por vampiros emocionais.</p><p>Fique perto de quem incentiva o que você tem de melhor, não com quem aumenta seu</p><p>estresse.</p><p>Existem pessoas que ficam com o parceiro errado porque estão juntos há muito</p><p>tempo e afirmam que mantém a relação porque têm uma “história juntos” ou é “pelo</p><p>bem das crianças”, quando, na verdade, são maus exemplos para os filhos. Outros</p><p>aguentam familiares negativos simplesmente porque são parentes. O tempo e a</p><p>genética não transformam ninguém em escravo, e não existe “obrigação</p><p>genética”. Se</p><p>quer que sua vida avance e riscou o nome de alguém de sua lista, limite ou</p><p>interrompa a interação com essa pessoa. Essa ideia pode ser controversa para alguns,</p><p>mas lembre-se: se seus cinco amigos mais próximos hoje não o estimulam a melhorar</p><p>de vida, provavelmente eles o puxam para baixo. Não estamos dizendo que você</p><p>deva mudar de amigos, e sim que você se torna a média das cinco pessoas com quem</p><p>mais convive. Se não gosta dessa média, mude a situação. E, depois que se libertar</p><p>das pessoas negativas, as positivas vão aparecer.</p><p>Se convive com cinco milionários, você se transformará no sexto. Se convive com cinco</p><p>falidos, você se transformará no sexto.</p><p>Algumas pessoas questionarão essa afirmação sobre milionários e falidos. Mas a</p><p>análise atenta dos pessimistas revela que são eles os falidos que convivem com outros</p><p>falidos. Não se pode conviver com gente negativa e esperar resultados positivos na</p><p>vida.</p><p>Enquanto se aprimora e avança em direção a coisas melhores, tente evitar os</p><p>céticos, os ladrões de sonhos e aqueles com mentalidade de vítima ou que insistem</p><p>na mediocridade até ter confiança suficiente para lidar com a procissão constante de</p><p>espíritos de porco que encontrará na vida. Tome a decisão consciente de se cercar de</p><p>pessoas positivas e estimulantes que o incentivem a ir aonde quiser e que o</p><p>aplaudam quando você chegar lá.</p><p>O passarinho pousado na árvore não tem medo de que o galho quebre porque confia não</p><p>no galho, mas nas próprias asas.</p><p>Resumo</p><p>Os bons hábitos trarão resultados positivos. Os maus hábitos trarão as mesmas coisas</p><p>negativas que você sempre obteve na vida. Temos controle quase total sobre nossa</p><p>escolha de hábitos e pensamentos.</p><p>Em termos simples, adquirir intencionalmente os hábitos das pessoas bem-</p><p>sucedidas levará você ao sucesso que deseja. Agarrar-se a hábitos não produtivos o</p><p>impede de avançar. Seu sucesso ou fracasso em qualquer iniciativa será determinado</p><p>por pensamentos e atitudes aprendidos e habituais.</p><p>Aborde um hábito não produtivo de cada vez e desenvolva um plano para</p><p>substituí-lo por outro positivo. Faça com você mesmo um pacto de nunca mais</p><p>entrar numa rede de fast-food. Isso o obrigará a procurar alternativas saudáveis que</p><p>estão sempre disponíveis quando resolvemos procurá-las. Decida organizar sua vida</p><p>profissional com uma agenda e carregue-a consigo. Compre um livro que ensine a</p><p>memorizar o nome das pessoas. Caso fume, beba ou use drogas, tome as</p><p>providências necessárias para largar o vício.</p><p>Evite conviver com quem impede seu sucesso. Se o estilo de vida e as realizações</p><p>de seus cinco amigos mais íntimos não o empolgam, procure outros. Para encontrá-</p><p>los, pergunte-se que lugar seus novos amigos costumam frequentar. A que clubes,</p><p>associações, escolas ou entidades pertencem? Entre nessas organizações, seja</p><p>voluntário de algum comitê. Então, logo você fará novos amigos que já estão onde</p><p>você quer estar. Se você se limitar a andar com seu grupo de amigos atual, só poderá</p><p>atingir a média desse grupo. Muitas pessoas se sentem obrigadas a conviver com</p><p>amigos com quem estudaram, com quem já trabalharam ou de quem são parentes.</p><p>Tudo bem, desde que elas estejam dispostas a fazer parte da média de quem são e</p><p>do que têm na vida.</p><p>Os hábitos e as atitudes de sua vida atual são como a água num balde enchido</p><p>principalmente por pais, professores, colegas, a sociedade e os meios de</p><p>comunicação. Cada habilidade e abordagem positiva que você aprender com este</p><p>livro acabará combatendo a maioria dos maus hábitos. Então você ficará cheio de</p><p>habilidades, atitudes e hábitos positivos que o levarão aonde você quer.</p><p>Escolha uma habilidade por semana e pratique-a até que passe a fazer parte de</p><p>sua essência. São necessários 30 dias de repetição para formar um novo hábito e</p><p>torná-lo permanente. Comece agora a substituir restrições negativas por hábitos</p><p>positivos. Você pode conseguir isso do mesmo jeito que treinaram o elefante de</p><p>circo: por meio do aprendizado repetitivo.</p><p>Pelo resto da vida, transforme em hábito estabelecer metas diárias e atingi-las. Concentre-</p><p>se no que quer, não no que não quer.</p><p>capítulo 10</p><p>Pratique o jogo</p><p>dos números</p><p>Um contador tinha medo de voar. Ele telefonou para o setor de estatística de sua empresa e</p><p>perguntou:</p><p>– Qual a probabilidade de eu embarcar num avião de Sydney a Londres que tenha uma</p><p>bomba a bordo?</p><p>O setor de estatística respondeu que a probabilidade era cerca de uma em 2 milhões.</p><p>– Quero uma probabilidade melhor! – exigiu o contador.</p><p>E eles pesquisaram números melhores no computador.</p><p>– Sugerimos então que você leve uma bomba – disseram –, porque a probabilidade de</p><p>embarcar num avião que tenha duas bombas a bordo é de apenas uma em 15 milhões.</p><p>Muitas pessoas reclamam que andam ocupadas demais, seja com o trabalho, com a</p><p>família ou apenas com a manutenção básica da vida. Mas há outras, exatamente com</p><p>a mesma quantidade de tempo, que fazem coisas extraordinárias. A maioria também</p><p>acredita que os bem-sucedidos provavelmente trabalharam mais, tiveram mais sorte</p><p>ou estavam no lugar certo na hora certa e, por isso, avançaram mais. Mas isso não é</p><p>verdade. Então como é que as pessoas de sucesso conseguem chegar lá?</p><p>Toda atividade que praticamos na vida envolve um conjunto matemático de</p><p>princípios, leis e proporções. O segredo é descobrir os números e proporções que se</p><p>aplicam a um determinado evento e usar essa informação para avançar. Este capítulo</p><p>apresenta as leis numéricas mais importantes que você precisa conhecer.</p><p>A Lei das Médias</p><p>Essa lei governa o sucesso de cada atividade na vida. Ela significa que, se fizer a</p><p>mesma coisa várias vezes na mesma situação, você obterá um conjunto de resultados</p><p>que permanecerá constante. Foi essa lei que revelamos em nosso best-seller Como se</p><p>tornar um campeão de vendas.</p><p>Para demonstrar como funciona a Lei das Médias, suponhamos que a média de</p><p>ganhos em uma máquina de pôquer seja de 10:1. Numa máquina de 1 real, isso</p><p>significa que, em média, a cada 10 vezes que inserir 1 real e girar o mecanismo, você</p><p>ganhará de 60 centavos a 20 reais. Mas sua probabilidade estatística de ganhar de 20</p><p>a 100 reais é de apenas 118:1. Não há habilidade nenhuma envolvida, porque as</p><p>máquinas são programadas para dar o prêmio de acordo com uma razão pré-</p><p>estabelecida. Assim como essas máquinas, tudo o que você realiza na vida é</p><p>programado para dar o prêmio com base em médias estatísticas. E são esses números</p><p>que você precisa conhecer.</p><p>Quando era corretor de seguros de vida, aprendi uma estatística do meu</p><p>trabalho: 1:56. Isso significava que, se eu abordasse as pessoas na rua e perguntasse</p><p>“Quer comprar um seguro de vida?”, um de cada 56 clientes em potencial</p><p>responderia “Quero”. Ou seja, se eu perguntasse isso 168 vezes por dia, faria três</p><p>vendas e estaria entre os 5% melhores corretores de seguros! Se você ficar numa</p><p>esquina e pedir a todos os passantes que o ajudem a fazer suas ideias decolarem,</p><p>talvez apenas um em 50 concorde em ajudá-lo, talvez mais, talvez menos.</p><p>Quando eu tinha 11 anos, vendia esponjas de borracha de porta em porta por 20</p><p>centavos cada. Minhas médias eram 10:7:4:2.</p><p>Ou seja, a cada 10 casas que visitava depois da escola, das quatro às seis da tarde,</p><p>em média sete moradores atendiam. Quatro ouviam a apresentação que eu tinha</p><p>ensaiado, dois compravam uma esponja; isso significava que eu ganhava 40 centavos.</p><p>Em geral, eu visitava 30 casas por hora; fazia em média 12 vendas nas duas horas e</p><p>ganhava 2,40 dólares. Em 1962, isso era muito dinheiro para um garoto de 11 anos.</p><p>Meu pai era corretor de seguros de vida e me ensinou a Lei das Médias, e, quando</p><p>eu saía para vender depois da escola, sabia que, a cada 10 casas, ganharia 40</p><p>centavos. Nunca me preocupei com as três das 10 casas que não me atenderiam, as</p><p>três pessoas que não me escutariam ou me mandariam embora, nem mesmo com</p><p>quem recusaria a compra. Eu só sabia que, se visitasse 10 casas, ganharia 40</p><p>centavos. Isso significava que, cada vez que os nós de meus dedos batessem a uma</p><p>nova porta, eu ganharia 4 centavos, independentemente</p><p>do que acontecesse depois.</p><p>Para mim, essa foi uma grande força motivadora: visite 10 cassas e ganhe 40</p><p>centavos! Logo, o sucesso resultava da rapidez com que eu conseguiria visitar 10</p><p>casas e fazer minha apresentação.</p><p>A maioria das pessoas não conhece a Lei das Médias e, portanto, só se sente</p><p>motivada com o que acontece com elas depois. Estatisticamente falando, 80% do que</p><p>você faz na tentativa de obter alguma coisa não dá em nada. Embora minha razão de</p><p>10:7:4:2 produzisse duas vendas e eu ganhasse 40 centavos, 80% de minha atividade</p><p>geral ainda produzia zero. Mas, como uma máquina de pôquer, eu sabia que, se</p><p>girasse o mecanismo 10 vezes, ganharia os 40 centavos, mesmo que a maior parte</p><p>dos giros não produzisse nada. É por isso que você deve falar com todo mundo sobre</p><p>suas ideias, seus planos e suas metas e pedir que o ajudem, aconselhem ou</p><p>participem. Pratique o jogo dos números. Estatisticamente, pelo menos uma em</p><p>cinco pessoas que o conhecem vai ajudá-lo. Pode ser uma boa ideia ter um desejo</p><p>secreto, mas você precisa pedir aos que podem ajudar que o ajudem.</p><p>Você tem uma meta ou desejo secreto?</p><p>Se tiver, por quanto tempo vai mantê-lo em segredo?</p><p>Seja qual for sua meta, há uma razão – um conjunto de números – que</p><p>determina quantas vezes você tenta e quantas vezes de fato tem sucesso. A questão é</p><p>simplesmente descobrir esses números. As pessoas costumam se decepcionar quando</p><p>tentam avançar suas metas porque não entendem essa primeira lei. São motivadas</p><p>pelo que acontece depois e, como dissemos, a maior parte do que acontece depois</p><p>não resulta em nada. A maioria dos vendedores bem-sucedidos entende essa lei,</p><p>mas ela também se aplica a todas as atividades que você praticar. Só é preciso</p><p>descobrir seus números pessoais.</p><p>Quando adolescente, arranjei um emprego depois da escola como vendedor de</p><p>panelas, roupa de cama e mesa e cobertores, por indicação e por telefone. Mais uma</p><p>vez, usei a Lei das Médias. Depois de 30 dias, calculei que minha razão era 5:3:2:1.</p><p>Isso significava que, a cada cinco possíveis clientes para quem eu ligava, três</p><p>concordariam em me receber. Eu faria a apresentação a apenas dois, porque o</p><p>terceiro me interromperia, cancelaria o encontro, não me daria ouvidos ou haveria</p><p>alguma objeção fora de meu controle, como faltar dinheiro, ter gente discutindo na</p><p>sala ao lado, um cachorro me morder ou o prédio onde eu estava ser atingido por</p><p>um raio (essas coisas realmente me aconteceram).</p><p>Dos dois possíveis clientes que escutavam a apresentação, um compraria e eu</p><p>ganharia 45 dólares. Isso significava que, toda vez que falasse com cinco pessoas ao</p><p>telefone, eu acabaria ganhando 45 dólares de comissão. Portanto, eu ganharia 9</p><p>dólares a cada pessoa com quem falasse! Não importava se a pessoa concordaria ou</p><p>não em me receber, se diria “sim” ou “não”. Contanto que tentasse marcar um</p><p>encontro por telefone, eu ganharia 9 dólares cada vez que alguém atendesse. Logo,</p><p>escrevi “9 dólares” num grande cartaz e o deixei ao lado do telefone. Não demorei a</p><p>me tornar o melhor vendedor de panelas da Austrália.</p><p>Minha prioridade nunca foi procurar compradores, mas ligar para 10 pessoas</p><p>todo dia, e isso era bastante simples. Jogar com os números é um passo mais</p><p>importante do que realizar a venda.</p><p>Os vendedores fracassam não porque não concretizam a venda, mas por causa dos</p><p>possíveis clientes que não abordam.</p><p>Com 21 anos, eu tinha um Mercedes-Benz, uma casa, uma vida fabulosa e era o</p><p>australiano mais jovem a se qualificar para a Million Dollar Round Table, uma</p><p>associação comercial de corretores de seguros dos Estados Unidos que exige de seus</p><p>membros uma renda mínima em comissões. Com a Lei das Médias, aos 24 anos eu</p><p>era um dos 20 melhores corretores internacionais de uma das maiores seguradoras</p><p>da Austrália. Aos 28 anos, fiz uma parceria com Kerry Packer, o homem mais rico da</p><p>Austrália, e Tony Greig, a lenda do críquete. Construímos a maior corretora de</p><p>seguros independente da Austrália usando publicidade pela televisão. E o segredo de</p><p>todo esse sucesso foi a compreensão de como funcionam os números e as</p><p>proporções.</p><p>O princípio 80/20</p><p>Essa é uma das regras estatísticas mais fascinantes que você vai aprender, e o mais</p><p>incrível é que não é preciso ser um gênio para que ela funcione a seu favor.</p><p>O princípio 80/20 também é conhecido como princípio de Pareto, em</p><p>homenagem ao economista italiano Vilfredo Pareto, que observou que 80% da</p><p>renda do seu país era recebida por 20% da população. Segundo esse princípio, em</p><p>qualquer situação, a maioria dos resultados é determinada por um pequeno número</p><p>de causas. Os números indicam que 80% dos resultados virão de 20% das</p><p>contribuições. O importante é entender que, na vida, determinadas atividades suas</p><p>(20%) respondem pela maior parte (80%) de sua felicidade, seus resultados e sua</p><p>produção. É por isso que, se analisar o tempo que gasta com atividades em qualquer</p><p>semana, você descobrirá que a maior parte delas tem pouquíssimo impacto sobre o</p><p>que acontece.</p><p>Mais de 80% da riqueza do mundo pertence</p><p>a menos de 20% da população.</p><p>Você pode aplicar o princípio 80/20 a quase tudo. Por exemplo, nos negócios,</p><p>20% do estoque disponível ocupa 80% do espaço de armazenamento. Do mesmo</p><p>modo, 80% dos itens em estoque vêm de 20% dos fornecedores. É comum que 80%</p><p>da receita de uma empresa resulte de vendas feitas por 20% da equipe de</p><p>vendedores. Vinte por cento dos funcionários são responsáveis por 80% da produção</p><p>da empresa ou 20% dos clientes são responsáveis por 80% da receita. E, embora 20%</p><p>dos funcionários provoquem 80% dos problemas da empresa, 20% do pessoal</p><p>responde por 80% de toda a produção. E 20% dos defeitos provocam 80% dos</p><p>problemas em produtos. Grande parte dos gerentes de projeto sabe que 20% do</p><p>trabalho (em geral, os primeiros e os últimos 10%) consome 80% do tempo e dos</p><p>recursos disponíveis. Para a maioria, geralmente apenas algumas atividades</p><p>praticadas toda semana geram sua renda. Em outras palavras, 20% das atividades</p><p>geram 80% da compensação financeira.</p><p>Quando analisar a distribuição de riqueza e recursos no mundo, você descobrirá</p><p>que uma pequena percentagem da população controla a maior parte, demonstrando</p><p>claramente o princípio dos 80/20.</p><p>A. Como os bem-sucedidos usam o princípio 80/20</p><p>B. Como a maioria usa o princípio 80/20</p><p>O princípio 80/20 demonstra que, em quase tudo que você fizer, 80% de seu</p><p>resultado virá de 20% do esforço. Isso também significa que, para a maioria, 20% do</p><p>resultado virá de 80% do esforço. Essas regras não são rígidas, e nem toda atividade</p><p>obedecerá exatamente ao princípio 80/20, mas, quando se examinam muitos fatores</p><p>importantes, em geral a minoria cria a maioria.</p><p>Com o registro e a análise de seus hábitos cotidianos, você encontrará muitos</p><p>exemplos em que o princípio 80/20 se aplica a você. Provavelmente você dá a</p><p>maioria dos seus telefonemas a um percentual muito pequeno das pessoas que estão</p><p>na sua lista de contatos, e provavelmente passa a maior parte do tempo com poucas</p><p>das pessoas que conhece. Também deve gastar grande parte de seu dinheiro com</p><p>poucas coisas – aluguel, hipoteca, pagamentos e comida.</p><p>A maioria descobrirá que quase todo o seu tempo é gasto procrastinando ou</p><p>trabalhando sem eficiência em atividades que trazem pouquíssimo benefício. E que</p><p>passa 80% do tempo em empregos que detestam para ganhar dinheiro suficiente</p><p>para aproveitar os outros 20% do tempo.</p><p>Procrafeinar – tendência a não começar nada antes de tomar um cafezinho.</p><p>Do ponto de vista profissional, encontrar o princípio 80/20 é fundamental para</p><p>otimizar seu desempenho. É preciso identificar os produtos, serviços ou ações que</p><p>geram mais renda – os 20% – e abandonar o resto – os 80% – que traz resultados</p><p>mínimos. Trabalhe no que é capaz de melhorar com seus talentos e deixe os 80%</p><p>restantes para os outros. Trabalhe com mais afinco no que lhe dá o melhor</p><p>resultado. Recompense os melhores funcionários e demita os piores. Concentre-se</p><p>em aprimorar o serviço prestado aos melhores clientes e abandone os piores.</p><p>O princípio 80/20 é um lembrete constante</p><p>de que apenas 20% de todas as</p><p>tarefas que você cumpre durante o dia são realmente importantes. Provavelmente</p><p>elas produzirão 80% dos resultados, portanto, concentre-se nelas.</p><p>Se estiver se envolvendo em crises cotidianas, lembre-se de que é nos 20% fundamentais</p><p>que você precisa se concentrar.</p><p>Se conseguir alterar sua atividade para se concentrar nas ações que realmente</p><p>importam, você poderá ter uma vida fantástica. Ao eliminar 80% de todo o esforço,</p><p>você pode pegar os 20% restantes e obter resultados extraordinários. E é isso que os</p><p>bem-sucedidos fazem.</p><p>Como mostramos nos capítulos 2 e 3, a primeira coisa que você precisa fazer é</p><p>identificar aquilo que você ama. Para começar agora mesmo a levar uma vida 80/20,</p><p>concentre suas energias nessas paixões. Se acha que falta direção à sua vida ou se</p><p>sente deprimido, é porque ainda não descobriu suas paixões. Quando o fizer,</p><p>aplique imediatamente à sua vida o princípio 80/20. Muita gente tem um emprego</p><p>de horário integral e, nas horas vagas, se dedica a um negócio próprio, um</p><p>passatempo ou a seu talento criativo. Se for seu caso, sua razão não é 80/20;</p><p>provavelmente está mais perto de 20/80. É possível que você passe tempo demais</p><p>num emprego de que não gosta e portanto não se sente motivado para trabalhar</p><p>bem. Você não se encaixa na categoria do “funcionário eficaz” 80/20 que sua</p><p>empresa exige. Quando chega em casa à noite, está exausto demais para dedicar</p><p>tempo à sua paixão e sente que desse jeito não chegará a lugar nenhum. Com esse</p><p>estilo de vida, suas ações caem nos 80% que produzem 20% de sua felicidade. Você</p><p>está obtendo pouquíssimo em sua vida, e as pessoas para as quais trabalha recebem</p><p>pouquíssimo de você. Todo mundo sai perdendo.</p><p>Se está gastando 80% de seu tempo fazendo</p><p>o que não gosta, pare agora mesmo.</p><p>Se isso descreve sua vida, comece mudando os números. Reduza o tempo que</p><p>passa realizando atividades de que não gosta e aumente o tempo com as coisas pelas</p><p>quais é apaixonado. Talvez você argumente que não pode fazer isso porque precisa</p><p>de dinheiro – mas a maioria das pessoas não precisa de tanto dinheiro quanto pensa.</p><p>Muitos conseguem viver com um emprego de meio expediente, mas preferem</p><p>trabalhar mais porque desejam ter mais poder de compra. Não estamos dizendo que</p><p>deve viver na pobreza, mas você sabe que sua felicidade vem das coisas que mais</p><p>gosta de fazer, como passar o tempo com a família, e não ganhando ou comprando</p><p>mais. Correr atrás do dinheiro apenas pelo dinheiro não dá certo.</p><p>Você está realmente vivendo ou apenas</p><p>pagando contas até morrer?</p><p>Correr atrás de sua paixão costuma levar a um aumento de renda, porque a</p><p>qualidade da produção aumenta. Concentre sua energia em passar mais tempo</p><p>colocando em prática seus talentos principais e a recompensa virá. Reduza seu</p><p>horário de trabalho por semana e passe mais tempo atraindo clientes para sua</p><p>própria empresa, marcando mais espetáculos, escrevendo seu livro, desenvolvendo</p><p>sua invenção ou programa de computador, procurando investidores que comprem</p><p>ações do que você realmente quer fazer. Se ainda assim não estiver interessado em</p><p>transformar sua paixão em fonte de renda, o que sugerimos aqui é uma boa opção.</p><p>Se dinheiro não é sua preocupação primária, mas a música, por exemplo, então por</p><p>que passar tanto tempo trabalhando para ganhar mais do que precisa? É claro que</p><p>você deve planejar o futuro e adquirir patrimônio, mas não deixe que isso ocupe</p><p>todo o seu tempo e gaste toda a sua energia. Isso não satisfará sua alma musical.</p><p>Você pode ser feliz sem uma mansão à beira-mar, e, se você se dedicar mais a sua</p><p>música, as possíveis vendas do disco talvez o ajudem a adquirir essa mansão algum</p><p>dia. Na pior das hipóteses, você será muito mais feliz seguindo seu entusiasmo do</p><p>que seguindo o dinheiro.</p><p>“A maioria das pessoas morre com sua música ainda dentro de si porque está sempre se</p><p>preparando para viver. Antes de perceber, o tempo acaba.”</p><p>Oliver Wendell Holmes, juiz-assistente da Suprema Corte dos Estados Unidos</p><p>Se a liberdade financeira for importante para você e constituir grande parte de</p><p>seus planos, então comece a converter suas paixões em ideias que gerem renda. Faça</p><p>sua empresa crescer passo a passo, cliente a cliente, espetáculo a espetáculo, música a</p><p>música ou venda a venda. Continue a ajustar a razão entre tempo de trabalho e</p><p>tempo da paixão enquanto a empresa cresce, até você não precisar mais da renda do</p><p>emprego.</p><p>Procure atividades 80/20 em tudo o que faz e abandone todas as tarefas que não</p><p>produzam resultados. Concentre-se no que realmente importa e abra mão do resto.</p><p>Como as pessoas praticam o jogo dos números</p><p>A abordagem mais comum do jogo dos números é a loteria, mas a probabilidade</p><p>estatística de sucesso é tão remota que os ricos nem jogam. Ganhar na loteria</p><p>promove a ilusão de que todos os seus problemas se resolverão e você será feliz para</p><p>sempre. No entanto, as estatísticas contam outra história. Nos Estados Unidos, por</p><p>exemplo, sete em cada oito ganhadores declaram falência em menos de sete anos,</p><p>metade deles em menos de quatro anos, e a taxa de suicídio entre eles é o triplo da</p><p>média nacional. Então, o que acontece?</p><p>A maioria dos ganhadores vem da classe trabalhadora. Quando ganham, se</p><p>mudam para um bairro mais chique, compram uma casa grande e um carro novo.</p><p>Entretanto, infelizmente poucos vizinhos se identificam com eles, e os ganhadores</p><p>têm dificuldade para fazer novos amigos. Os antigos os rejeitam; eles não conseguem</p><p>mais se comunicar porque o dinheiro atrapalha. Três anos depois, os ganhadores</p><p>estão 30% a 40% mais gordos do que a média da sociedade e começam a morrer</p><p>mais cedo. Em geral, quem joga na loteria com frequência e ganha o dinheiro tem</p><p>pouca ou nenhuma experiência em lidar com quantias muito altas – e assim gastam</p><p>tudo.</p><p>Nos Estados Unidos, sete em cada oito ganhadores da loteria declaram falência em menos</p><p>de sete anos, metade deles em menos de quatro anos, e sua taxa de suicídio é o triplo da</p><p>média nacional.</p><p>Estatísticas semelhantes se aplicam a pessoas que recebem heranças ou</p><p>indenizações polpudas em processos judiciais. Às vezes, o prêmio leva os ganhadores</p><p>da loteria às manchetes da imprensa, e depois eles têm que se mudar por conta da</p><p>persistência de instituições de caridade e dos estelionatários. Estudos mostram que</p><p>ganhadores de prêmios menores, até 500 mil dólares, conseguem melhorar de vida e</p><p>se dar bem quando buscam uma orientação competente para o planejamento</p><p>financeiro. No entanto, a maioria não faz isso. O mais comum é pedirem conselhos a</p><p>amigos e parentes bem-intencionados mas malsucedidos financeiramente – e então</p><p>acabam perdendo tudo. Mas dê aos ganhadores 10 milhões de dólares ou mais e a</p><p>estatística revela que eles terão uma vida de sofrimento, sem amigos, sem saúde, e</p><p>uma morte precoce. Em geral, as pessoas ricas e muito bem-sucedidas são as que</p><p>menos jogam na loteria, porque sentem que a probabilidade de ganhar é baixa</p><p>demais e preferem assumir a responsabilidade pelo resultado financeiro em vez de</p><p>deixar tudo ao sabor da sorte.</p><p>Quando você estabelece metas financeiras claras e tem um plano de ação com</p><p>prazo, a probabilidade de você ganhar dinheiro é muito maior do que qualquer</p><p>prêmio de loteria ou coisa parecida. O mais importante é que suas metas põem você</p><p>no controle de sua vida financeira.</p><p>Meu terapeuta pôs meio copo d’água na minha frente e disse que, se o copo estivesse meio</p><p>cheio eu seria otimista, e se estivesse meio vazio, eu seria pessimista. Então tomei a água e</p><p>lhe disse que eu era um solucionador de problemas.</p><p>Os 3% melhores</p><p>Aos 47 anos, recebi o diagnóstico de câncer de próstata agressivo. O futuro parecia</p><p>pavoroso. Depois da segunda rodada de cirurgias, eu estava no leito do hospital,</p><p>cheio de morfina e com 13 tubos bombeando coisas para dentro e para fora de mim,</p><p>quando um especialista entrou no quarto e calmamente disse que eu tinha uma</p><p>“margem positiva”. Isso é mediquês para “o câncer foi embora, mas está por aí,</p><p>rondando seu corpo”. Outro especialista explicou a proposta da próxima rodada de</p><p>tratamento:</p><p>radiação. Eles queriam assar minhas bolas num forno de micro-ondas.</p><p>Tudo tem um conjunto de números, por isso perguntei:</p><p>– Qual a minha chance se eu não fizer isso?</p><p>– Você viverá uns três anos – respondeu um dos especialistas. – Os dois</p><p>primeiros devem ser bons, mas o último nem tanto...</p><p>Pedi a ele que explicasse.</p><p>– Bom, se pegarmos 100 homens com sua idade em seu estado, uns 20% vão</p><p>morrer dentro de dois anos e uns 50% em três anos. A maioria dos outros morrerá</p><p>pouco depois disso.</p><p>– Alguém sobrevive? – perguntei.</p><p>– Uns 3% vão passar dos 80 anos e morrer de outra coisa – respondeu ele</p><p>calmamente.</p><p>– Bom, doutor – falei –, vou ficar com o grupo dos 3%!</p><p>Ele me olhou sem entender. Prossegui:</p><p>– Vou ficar nos 3% que vivem até depois dos 80 anos – anunciei. – O que é</p><p>preciso para me qualificar?</p><p>– Não é assim que funciona! – exclamou ele. – Essas são estatísticas. Ninguém</p><p>escolhe em que grupo prefere ficar!</p><p>O quê? Por que não? Alguém teria que fazer parte do grupo dos 3%, então por</p><p>que não eu? O especialista concordou que alguém estaria nos 3%, mas que não cabia</p><p>a mim escolher. Era apenas uma estatística. Então expliquei por que ele estava</p><p>errado. Obviamente os sobreviventes do grupo dos 3% faziam alguma coisa que os</p><p>outros 97% não faziam. Então, o que era?</p><p>Logo descobri que os médicos não sabiam como ficar nos 3% melhores. A</p><p>maioria simplesmente ignorava minha pergunta como se eu fosse um idiota. Mas</p><p>para mim era simples: algumas pessoas precisam fazer parte dos 3% melhores, e</p><p>decidi ser uma delas. Eu só precisava saber o que fazer para me qualificar.</p><p>Decidi que um câncer que poderia me matar era apenas mais um obstáculo no</p><p>caminho das coisas que eu e Barb planejávamos fazer. Passei o ano seguinte</p><p>pesquisando as pessoas que se encontravam no grupo dos 3% e estudei o que faziam</p><p>e por que ainda estavam vivas. Eu removeria aquele obstáculo. Tornei-me</p><p>vegetariano orgânico, sem química, sem álcool, e segui cada conselho que apresento</p><p>neste livro. Isso aconteceu em 2001. Tudo na vida tem um conjunto de números; só</p><p>é preciso descobrir quais são eles.</p><p>Resumo</p><p>Não importa a atividade ou iniciativa que você empreenda na vida, inclusive</p><p>encontrar seu par perfeito ou sobreviver a uma doença: cada uma delas tem um</p><p>conjunto de números ou razão. Você também tem uma estatística pessoal que</p><p>determinará sua probabilidade de sucesso. Esses números lhe mostrarão as áreas em</p><p>que sua habilidade precisa melhorar para que você tenha mais chance de ser bem-</p><p>sucedido em tudo o que tentar. As razões lhe dizem onde é melhor empregar seu</p><p>tempo e quais atividades você deveria evitar.</p><p>Só é preciso registrar todas as atividades cotidianas, como quantas vezes tentou</p><p>alguma coisa, com que frequência conseguiu ou não, o que deu certo e o que deu</p><p>errado. Logo suas razões vão aparecer.</p><p>Descubra quais são suas verdadeiras paixões e as escreva no quadro a seguir com</p><p>descrições bem claras. Remova o dinheiro da equação, para pensar sem se preocupar</p><p>em finanças, e faça planos para avançar em direção às atividades de um estilo de</p><p>vida 80/20.</p><p>Maximize aquilo em que você é bom. Procure as atividades que produzam mais</p><p>resultado em sua vida pessoal e profissional e invista sua energia onde estão as</p><p>grandes recompensas.</p><p>Não perca tempo com esquemas para enriquecer depressa nem desperdice na</p><p>loteria o dinheiro que trabalha tanto para conseguir.</p><p>Quando entendemos nossos números, os caminhos do sucesso ficam mais claros.</p><p>capítulo 11</p><p>Como lidar com</p><p>o estresse</p><p>As pessoas bem-sucedidas têm uma característica em comum: elas aprenderam a</p><p>ver o lado engraçado dos fatos negativos. Há um aspecto positivo e divertido em</p><p>tudo de negativo que pode acontecer na vida; só é preciso procurar. O estudo do</p><p>humor e do riso e de seu efeito psicológico e fisiológico no organismo humano se</p><p>chama gelotologia.</p><p>Pense na última vez em que alguém lhe contou uma piada tão boa que você</p><p>gargalhou sem conseguir se controlar. Como se sentiu depois? Você sentiu um</p><p>formigamento pelo corpo, não foi? O cérebro liberou no sangue uma substância</p><p>chamada endorfina que provoca o chamado “barato natural”. Na verdade, você</p><p>ficou temporariamente “doidão” quando riu muito por um bom tempo.</p><p>Quem tem dificuldade de rir da vida costuma recorrer às drogas e ao álcool para</p><p>obter essa sensação de “ficar doidão”. O álcool reduz as inibições e faz rir, o que, por</p><p>sua vez, libera endorfinas. É por isso que a maioria das pessoas de bem com a vida ri</p><p>ainda mais quando usa drogas e álcool, e os infelizes ficam mais tristes e até</p><p>violentos.</p><p>No fim de uma grande sessão de gargalhadas, às vezes dizemos: “Chorei de rir!”</p><p>As lágrimas contêm encefalina, um tranquilizante natural do corpo que alivia a dor.</p><p>Choramos quando passamos por um evento doloroso, e as endorfinas auxiliam a</p><p>autoanestesia.</p><p>A ciência por trás do riso</p><p>O mecanismo do riso é semelhante nos outros primatas, como gorilas e</p><p>orangotangos, indicando que deve haver uma origem comum a esses animais. Sua</p><p>fonte biológica é uma expressão de alívio coletivo pelo fim do perigo. Pesquisas sobre</p><p>o riso mostram que partes do sistema límbico primitivo do cérebro (que controla</p><p>emoções básicas como medo, prazer e raiva) estão envolvidas no riso e nas emoções</p><p>e nos ajudam nas funções básicas necessárias à sobrevivência.</p><p>O som do riso é causado pela epiglote, que aperta a laringe e provoca sons</p><p>respiratórios. Portanto, rir é uma forma modificada de respirar. As duas estruturas</p><p>do sistema límbico envolvidas na produção do riso são a amígdala e o hipocampo.</p><p>Onde o riso é produzido no cérebro.</p><p>Encontrou-se um vínculo positivo entre o riso e o funcionamento dos vasos</p><p>sanguíneos. O riso faz o endotélio – o revestimento interno dos vasos sanguíneos –</p><p>dilatar-se ou expandir-se para aumentar o fluxo de sangue. O córtex pré-frontal</p><p>ventromedial produz as endorfinas que vão para a corrente sanguínea e deixam você</p><p>feliz quando ri.</p><p>Como o humor e as piadas funcionam</p><p>A base da maioria das piadas é algo desastroso ou doloroso que acontece a alguém.</p><p>Mesmo que saibamos conscientemente que a piada não é real, ela passa pelo SAR e,</p><p>quando rimos, o corpo libera endorfinas para a autoanestesia. Isso nos dá a sensação</p><p>de calor do formigamento depois do riso. O choro costuma ser uma extensão do riso.</p><p>Por isso, em crises emocionais sérias, como a morte de alguém próximo, a maioria</p><p>das pessoas chora, mas quem não consegue aceitar mentalmente a morte pode</p><p>começar a rir. Só quando a ficha cai, o riso se transforma em choro. A questão é que</p><p>o riso anestesia – acalma – o corpo e fortalece o sistema imunológico para nos</p><p>proteger das doenças. Também já se provou que o riso melhora a saúde e prolonga a</p><p>vida. Contar piadas faz bem.</p><p>“O riso libera a tensão e a ‘energia psíquica’ benéfica à saúde, por isso é um mecanismo</p><p>disparado quando estamos nervosos, zangados ou tristes.”</p><p>Sigmund Freud</p><p>Estudos mostram que dois minutos de riso podem baixar a pressão arterial,</p><p>reduzir os hormônios do estresse e exercitar os músculos. Rir também estimula a</p><p>função imunológica porque aumenta o nível das células T, do chamado interferon</p><p>gama e das células B, que produzem anticorpos contra as doenças.</p><p>A maioria de nós já sentiu o efeito físico da depressão, da tensão mental e do</p><p>estresse no organismo ou a euforia de um dia muito bom que faz todas as dores</p><p>sumirem. Sabemos que o sono pode influenciar nossa mente e nossas emoções,</p><p>assim como o nível de energia física. As emoções estão fundamentalmente ligadas a</p><p>todos os aspectos da saúde. O riso exercita os órgãos, promove a oxigenação do</p><p>cérebro, aumenta as endorfinas, fortalece o sistema imunológico e melhora nosso</p><p>humor e nossa visão da vida.</p><p>Os vínculos entre saúde mental, emocional e física explodiram quando Louise</p><p>Hay levou o conceito ao público em seus livros Cure seu corpo e Você pode curar sua</p><p>vida. Esses livros se tornaram clássicos para a abordagem holística da cura. A saúde,</p><p>a doença e até o formato do corpo foram vinculados a padrões mentais e emocionais</p><p>que, com o tempo, afetam a realidade física.</p><p>Os vínculos</p><p>entre os pensamentos e o desenvolvimento do câncer receberam</p><p>muito destaque em 1971, quando os pesquisadores Arthur Schmale e Howard Iker</p><p>realizaram um estudo que relacionava o câncer de colo do útero à emoção do</p><p>desamparo. Em 1977, o Dr. Keith Pettigale descreveu a redução do nível sérico de</p><p>IgA em pacientes que normalmente engoliam a raiva. A IgA sérica está ligada ao</p><p>aumento da taxa de câncer de mama metastático. Em 1978, D. P. Spence, H. S.</p><p>Scarborough e E. H. Ginsburg completaram um estudo que ligava fatores emocionais</p><p>ao câncer cervical. O professor-assistente Roger Bartro, da Universidade de Nova</p><p>Gales do Sul, constatou a redução da função das células T em pessoas enlutadas.</p><p>O Dr. Shevach Friedler, médico que trabalha com fertilização in vitro e é</p><p>formado na École Internationale de Théâtre Jacques Lecoq (Escola Jacques Lecoq de</p><p>Teatro), em Paris, criou um experimento sem igual que combinou a fertilização in</p><p>vitro com seu histórico como palhaço e estudioso do movimento. Durante um ano,</p><p>ele e sua equipe do Centro Médico Assaf Harofeh, em Zrifin, Israel, estudaram 219</p><p>mulheres num “encontro com palhaço médico” logo depois de realizada a</p><p>fertilização. Metade das mulheres participou de sessões regulares de truques, piadas,</p><p>mágica e comédia; a outra metade não. O resultado mostrou que 36% das mulheres</p><p>que tiveram 20 minutos de comédia após a fertilização in vitro engravidaram. Já no</p><p>grupo das sem comédia, apenas 20% engravidou.</p><p>Para as mulheres que querem engravidar com fertilização in vitro, o estudo</p><p>demonstra que o humor é benéfico nos momentos fundamentais logo após a</p><p>transferência do embrião e pode aumentar a probabilidade de concepção. A comédia</p><p>serve de desestressor num procedimento médico que, para muitas pacientes, é</p><p>estressante.</p><p>Os palhaços médicos estão envolvidos há algum tempo com a pediatria e o</p><p>tratamento do câncer, e seu trabalho com pacientes adultos vem crescendo</p><p>rapidamente.</p><p>A vida é curta demais para ficar sério o tempo todo. Portanto, se não consegue rir de si</p><p>mesmo, me chame... Eu rirei de você.</p><p>Como o humor alivia o estresse</p><p>A Associação Médica Americana (AMA) estima hoje que mais de 80% de todas as</p><p>doenças que levam alguém a ir ao consultório estão ligadas ao estresse. Já se</p><p>comprovou que o estresse é o gatilho principal de pelo menos 85% de todos os tipos</p><p>de câncer e doenças importantes.</p><p>No entanto, o estresse é o gatilho, não a causa. Está comprovado que o riso e o</p><p>humor estão entre as formas mais eficazes, baratas e naturais de lidar com o estresse</p><p>do século XXI. Sem risos e sem uma visão divertida das coisas, a probabilidade de</p><p>adoecer, envelhecer cedo, sofrer fracassos pessoais e ter morte prematura aumenta</p><p>drasticamente.</p><p>A vida de todos é cheia de contratempos que esgotam o sistema imunológico. O</p><p>corpo humano evoluiu para lidar com os surtos de estresse quando eles ocorrem.</p><p>Quando o homem ancestral era perseguido por um tigre-dentes-de-sabre, seu corpo</p><p>sofria um estresse imenso, mas por um curto período. Quando combatia inimigos, o</p><p>estresse poderia durar até uma hora depois de terminada a luta. Se não gostasse dos</p><p>vizinhos, podia remover o estresse causado matando-os rapidamente e seguindo com</p><p>a vida. O corpo humano é projetado para lidar com o estresse e voltar ao normal. No</p><p>entanto, para os humanos de hoje o estresse da vida no século XXI é bem diferente,</p><p>e nosso organismo não foi projetado para lidar com ele. A ansiedade de ter um</p><p>financiamento a pagar, a ameaça de demissão, o divórcio, as doenças graves e os</p><p>problemas financeiros podem durar décadas. Não somos projetados para aguentar</p><p>esses eventos e o estado de estresse prolongado que eles costumam criar.</p><p>Os camundongos C3H</p><p>O efeito debilitante do estresse foi demonstrado por Vernon Riley no campus de</p><p>Seattle da Universidade de Washington numa experiência pioneira que usou</p><p>camundongos C3H. Esses camundongos são criados para a pesquisa do câncer</p><p>porque, em determinada idade, a maioria deles terá câncer de mama. Riley verificou</p><p>que, variando os fatores de estresse aplicados aos camundongos, era possível variar a</p><p>incidência da doença: de 7% nos animais pouco estressados a 90% nos muito</p><p>estressados. Ele mostrou que o estresse crônico aumentava a produção de esteroides</p><p>e que o vírus de tumor do camundongo é mais carcinogênico na presença de nível</p><p>elevado de esteroides. Em seres humanos, já se demonstrou que o nível de estresse</p><p>crônico é um indicador de mau prognóstico no câncer de mama e de pulmão devido</p><p>ao aumento da produção de esteroides e à inibição do sistema imunológico. O</p><p>professor Philip Stricker, especialista australiano em câncer, nos disse que, depois do</p><p>diagnóstico, seus pacientes quase sempre conseguem identificar em sua vida um</p><p>evento estressante importante nos dois ou três anos anteriores – geralmente,</p><p>separação, divórcio, luto, demissão, acidente, falência ou problemas financeiros</p><p>graves.</p><p>A Dra. Joan Dale, oncologista de Sydney, contou que a primeira pergunta que</p><p>faz aos pacientes que acabaram de receber o diagnóstico de câncer é: “Você é dono</p><p>ou executivo de alguma empresa?” Ela descobriu que pessoas ambiciosas sob estresse</p><p>constante são candidatas a doenças graves.</p><p>Hoje, pesquisas do mundo inteiro concluem que o estresse crônico ou um</p><p>grande evento estressante são gatilhos que podem provocar o surgimento do câncer</p><p>e de outras doenças graves. Todos precisamos de um pouco de estresse na vida para</p><p>nos mantermos ativos e avançando, mas o organismo humano não foi projetado para</p><p>suportar períodos crônicos de estresse. Em outras palavras, se você promover um</p><p>camundongo C3H a um cargo executivo importante, lhe der uma dívida, fizer com</p><p>que ele abra a própria empresa, mandá-lo ao tribunal por causa de divórcio ou</p><p>falência, a probabilidade de o animal morrer de uma doença grave dispara.</p><p>Agarrar-se à raiva é como tomar veneno e esperar que o outro morra.</p><p>Rir para ter saúde</p><p>Norman Cousins foi pioneiro da terapia do riso e catalisador da pesquisa de Patch</p><p>Adams (veja a história real dele nas páginas 177 e 178). Cousins foi diagnosticado</p><p>com uma doença terminal chamada espondilite anquilosante, doença degenerativa</p><p>que provoca a decomposição do colágeno, o tecido fibroso que une as células do</p><p>corpo. Depois de ficar quase totalmente paralisado, com previsão de apenas poucos</p><p>meses de vida, Cousins saiu do hospital e se mudou para um quarto de hotel. Lá, ele</p><p>alugou todos os filmes de comédia que encontrou. Entre eles, estavam fitas originais</p><p>do programa Câmera indiscreta, antigas cópias de filmes dos Irmãos Marx e dos Três</p><p>Patetas e todos os tipos de programa humorístico, como seriados, sátiras e comédias</p><p>do tipo pastelão. Na primeira noite no hotel, Cousins contou que riu tanto dos filmes</p><p>que conseguiu produzir no corpo substâncias químicas que lhe permitiram várias</p><p>horas de sono indolor. Quando a dor voltava, ele simplesmente assistia a outro filme</p><p>engraçado e o riso lhe permitia dormir de novo. Ele registrou as mudanças do corpo</p><p>medindo a taxa de sedimentação sanguínea, um indicador importante de inflamação</p><p>e infecção no sangue. Ele descobriu que a taxa caía pelo menos cinco pontos toda vez</p><p>que assistia a um desses filmes.</p><p>Cousins assistiu a eles várias vezes, rindo o máximo possível. Depois de seis</p><p>meses dessa terapia do riso inventada por ele, os médicos se espantaram ao descobrir</p><p>que a doença estava completamente curada; ela tinha sumido! O resultado levou</p><p>Cousins a publicar o livro A força curadora da mente, que iniciou a enorme pesquisa</p><p>sobre a função da endorfina. Como já mencionamos, as endorfinas são liberadas</p><p>pelo cérebro quando rimos. Elas têm composição semelhante à da morfina e da</p><p>heroína. O caso de Cousins demonstrou que o riso tem efeito tranquilizante sobre o</p><p>corpo e estimula o sistema imunológico para nos proteger das doenças. Ele descobriu</p><p>que 10 minutos de gargalhadas lhe davam duas horas de alívio da dor sem</p><p>medicamentos. A experiência descrita em seu livro levou à descoberta médica de por</p><p>que pessoas felizes raramente adoecem e por que pessoas infelizes e sofredoras</p><p>parecem viver doentes.</p><p>O estudo de Norman Cousins e a pesquisa subsequente revelam que 10 minutos de</p><p>gargalhadas podem gerar duas horas de alívio da dor sem medicamentos.</p><p>Em dezembro de 1980, Cousins sofreu um infarto quase fatal enquanto</p><p>lecionava na Califórnia. Como antes, ele transformou seu corpo num laboratório</p><p>pessoal. Recusou a morfina e fez questão de ter muito riso e descanso. Aos poucos,</p><p>seu estado melhorou. Cousins publicou suas descobertas em outro livro, intitulado</p><p>The Healing Heart (O coração que cura).</p><p>Até morrer em 1990, Norman Cousins recebeu centenas de prêmios, como a</p><p>Medalha da Paz das Nações Unidas e 49 doutorados honorários por ter desafiado a</p><p>probabilidade com métodos não tradicionais. O riso funciona. E quem ri por</p><p>último...</p><p>Faça o teste do estresse agora</p><p>Todos os eventos importantes da vida produzem algum estresse, e nossa capacidade</p><p>de nos adaptarmos ou não a essas mudanças é que faz a diferença entre adoecer e</p><p>permanecer saudável. Os psiquiatras Thomas Holmes e Richard Rahe decidiram</p><p>estudar se o estresse contribui ou não para as doenças. Eles examinaram mais de 5</p><p>mil pacientes e lhes perguntaram se, nos dois anos anteriores, tinham passado por</p><p>algum dos 44 eventos de uma lista. A seguir está a lista criada por eles e chamada</p><p>Escala de Pontuação de Reajuste Social que mostra o estresse relativo ligado a vários</p><p>eventos.</p><p>Este teste pode avaliar se você corre risco de adoecer devido ao estresse. Faça-o</p><p>agora e veja sua pontuação.</p><p>Evento Pontuação</p><p>Morte de cônjuge ou parceiro(a) 100</p><p>Ameaça de morte 100</p><p>Divórcio 73</p><p>Separação 65</p><p>Prisão 63</p><p>Morte de parente próximo 63</p><p>Lesão ou doença pessoa 53</p><p>Casamento 50</p><p>Demissão 47</p><p>Reconciliação conjugal 45</p><p>Aposentadoria 45</p><p>Mudança na saúde de um familiar 44</p><p>Gravidez 40</p><p>Dificuldades sexuais 39</p><p>Novo membro na família 39</p><p>Reajuste no trabalho 39</p><p>Mudança de situação financeira 38</p><p>Morte de amigo próximo 37</p><p>Mudança de cargo 36</p><p>Mudança do número de discussões conjugais 36</p><p>Pedido de grande empréstimo 31</p><p>Término de pagamento de empréstimo 30</p><p>Mudança das responsabilidades profissionais 29</p><p>Filhos saírem de casa 29</p><p>Problema com parentes 29</p><p>Grande conquista pessoal 28</p><p>Cônjuge começa ou deixa de trabalhar 26</p><p>Começar ou terminar os estudos 26</p><p>Mudança nas condições de vida 25</p><p>Revisão de hábitos pessoais 24</p><p>Problemas com o(a) chefe 23</p><p>Mudança de horário ou condições de trabalho 20</p><p>Mudança de casa 20</p><p>Mudança de escola 20</p><p>Mudança de hábitos recreativos 19</p><p>Mudança de atividade na igreja 19</p><p>Mudança de atividade social 18</p><p>Pedido de empréstimo mais baixo 17</p><p>Mudança dos hábitos de sono 16</p><p>Mudança da quantidade de reuniões familiares 15</p><p>Mudança de hábitos alimentares 15</p><p>Férias 13</p><p>Festas de fim de ano 12</p><p>Pequena violação da lei 11</p><p>Sua pontuação = ________</p><p>Classificação da probabilidade de adoecer</p><p>em futuro próximo</p><p>11-</p><p>150 Baixa a moderada.</p><p>150-</p><p>299 Moderada a alta.</p><p>300-</p><p>600 Probabilidade alta a altíssima de adoecer em futuro próximo.</p><p>Você vai notar que eventos positivos como casamento e aposentadoria provocam</p><p>mais estresse do que eventos negativos como ser demitido ou perder um amigo</p><p>próximo.</p><p>Holmes e Rahe constataram que uma pontuação de 300 em qualquer ano</p><p>produz uma probabilidade de 50% de adoecer nos 12 meses seguintes. Também</p><p>verificaram que a pontuação abaixo de 200 produz um risco de menos de 10%.</p><p>A pesquisa de peptídeos de Candace Pert</p><p>Todo mundo tem a capacidade de aumentar a temperatura das mãos em 3 a 5 graus</p><p>quando ligado a máquinas de monitoramento. Esse processo de influenciar o</p><p>funcionamento do corpo enquanto se olha uma máquina de monitoramento se</p><p>chama biofeedback e é feito usando puramente os pensamentos.</p><p>No livro Molecules of Emotion: Why You Feel the Way You Feel (Moléculas de</p><p>emoção: por que você sente do jeito que se sente), Candace Pert mostrou que, no</p><p>corpo, as emoções assumem a forma de substâncias reais e concretas chamadas</p><p>peptídeos. Ela descobriu que o peptídeo produzido pelo riso (endorfina) corre pelo</p><p>corpo e tem um efeito direto e positivo sobre os sistemas orgânicos, inclusive o</p><p>imunológico. Isso explica de que modo a saúde é afetada pelas emoções. Em termos</p><p>médicos, esses peptídeos são a evidência física das emoções e entram em contato</p><p>contínuo com os sistemas imunológico, endócrino e nervoso.</p><p>Dependendo do nosso estado emocional (feliz, triste, zangado, etc.), liberam os</p><p>peptídeos diferentes que, portanto, enviam mensagens diferentes pelo corpo. Por</p><p>exemplo, sentimentos de bem-aventurança e união são acompanhados pela liberação</p><p>de endorfinas na via de comunicação do corpo. Os sentimentos de amor-próprio são</p><p>acompanhados pelo peptídeo vasoativo intestinal. Cada peptídeo tem um tom ou</p><p>clima emocional próprio que você consegue sentir.</p><p>Quando suas emoções mudam, peptídeos diferentes são liberados e mandam mensagens</p><p>diferentes pelo corpo.</p><p>Quando estamos estressados, nos concentramos num problema e podemos ter</p><p>sensações desconfortáveis e falta de autoestima. O riso pode liberar substâncias</p><p>químicas diferentes no reservatório de peptídeos. Isso muda o fluxo de peptídeos e</p><p>pode tornar mais positivas as associações, as lembranças, a noção do eu e os</p><p>sentimentos pelos outros. Em consequência, temos um novo ponto de vista sobre a</p><p>vida e a situação estressante. Por isso é importantíssimo escolher pensamentos</p><p>positivos e cômicos.</p><p>Aprender a ver o lado engraçado dos eventos negativos se mostrou uma</p><p>estratégia poderosa para reduzir o estresse, controlar doenças, aumentar a taxa de</p><p>sucesso e prolongar a vida. Decidir achar graça é uma escolha que pode ser</p><p>programada pelo SAR.</p><p>A sala do riso</p><p>Na década de 1980, vários hospitais americanos adotaram o conceito da “sala do</p><p>riso” com base nas experiências de Norman Cousins. Essa sala era cheia de livros de</p><p>piadas, filmes engraçados e outros materiais divertidos, com visitas frequentes de</p><p>comediantes ou palhaços. O resultado mostrou melhora da saúde e do sistema</p><p>imunológico dos pacientes e, em média, internações mais curtas. Depois de rir, o</p><p>pulso se estabiliza, a respiração se aprofunda e os músculos relaxam. Tudo isso ajuda</p><p>o paciente a enfrentar a doença. Além da redução do tempo de internação, os</p><p>hospitais participantes também registraram redução da quantidade de analgésicos</p><p>necessários e relataram que a relação com os pacientes se tornou mais fácil.</p><p>Portanto, não subestime o valor do riso. A maioria se leva muito a sério. Muita</p><p>gente se vê como importantíssima no esquema geral das coisas – fundamental para a</p><p>comunidade, vital para o relacionamento, indispensável no trabalho. Infelizmente, o</p><p>resultado do estresse associado a essa autoimportância são úlceras, hemorroidas,</p><p>pressão alta, problemas cardíacos e outras doenças graves.</p><p>Para demonstrar a falta que os outros sentirão de você caso deixe o emprego, o</p><p>bairro ou o grupo social, pegue um balde e encha-o de água. Ponha o braço na água</p><p>até o cotovelo e depois puxe-o para fora o mais depressa possível. Agora olhe o</p><p>balde. O buraco que seu braço deixou na água é o buraco que você deixará quando</p><p>for embora.</p><p>HISTÓRIA REAL: HUNTER CAMPBELL</p><p>Após viver muitas situações angustiantes, inclusive a morte de vários entes queridos,</p><p>Hunter Campbell teve depressão, pensou em suicídio e acabou num hospital</p><p>psiquiátrico. Depois de receber alta do hospital, matriculou-se na faculdade de</p><p>medicina.</p><p>Durante o curso, ele visitava pacientes e gostava de fazer truques engraçados para</p><p>eles rirem. Ao mesmo tempo, ele observou que a saúde de muitos melhorava</p><p>substancialmente quando riam com regularidade. Campbell terminou a faculdade de</p><p>medicina, se tornou médico e adotou um novo apelido: Patch Adams. Durante toda a</p><p>sua carreira, ele continuou a usar o riso e a diversão com seus pacientes como forma de</p><p>terapia.</p><p>Além de usar a terapia do riso na prática clínica, ele também abriu um hospital, o</p><p>Instituto Gesundheit, onde os médicos trabalham ganhando pouco e os pacientes</p><p>nunca são cobrados pelo serviço. Desde a década de 1980, Adams levou sua</p><p>incomparável terapia do riso a mais de 50 países, alguns destruídos pela guerra, como a</p><p>Bósnia e o</p><p>Afeganistão. Todo ano, Adams vai com uma trupe de palhaços voluntários à</p><p>Rússia para levar esperança e diversão a hospitais, orfanatos e casas de repouso para</p><p>idosos. Vestido com roupas chamativas e coloridas, com cabelo azul comprido</p><p>amarrado num rabo de cavalo, Adams, com uma brigada de voluntários e uma galinha</p><p>inflável gigantesca, apresenta-se regularmente para grupos de crianças com câncer. Os</p><p>médicos do Instituto de Oncologia Pediátrica de Moscou dizem que a visita dos</p><p>palhaços tem efeito tangível sobre a saúde dos pacientes. A Dra. Yevgenia Moiseyenko</p><p>afirmou que a terapia de Patch Adams deu forças às crianças para combater a doença e</p><p>que a saúde delas melhorou de forma perceptível.</p><p>Patch Adams foi o primeiro médico a reconhecer formalmente que pessoas felizes</p><p>têm sistema imunológico mais forte e são menos suscetíveis a doenças e aos sintomas</p><p>de estresse do que as infelizes. Suas descobertas foram reproduzidas no premiado filme</p><p>Patch Adams – O amor é contagioso , estrelado por Robin Williams.</p><p>“Inúmeros estudos já demonstraram o vínculo entre graça, riso, bom humor e recuperação</p><p>de doenças. Quem não ri com frequência e costuma ficar de mau humor talvez tenha</p><p>aquela personalidade que o psicólogo Eysenck chamou de “propensa à doença”, com maior</p><p>probabilidade de adoecer e menor de se curar do que seus pares mais otimistas ou outros</p><p>pacientes com o mesmo diagnóstico. O inverso também é verdadeiro. A atitude da pessoa</p><p>em relação à doença pode afetar sua probabilidade de se curar e a rapidez com que a saúde</p><p>melhora.”</p><p>Patch Adams</p><p>Escolha suas emoções</p><p>Várias emoções, como raiva, ciúme e remorso, têm um propósito útil para a</p><p>sobrevivência humana. O ciúme, por exemplo, parece ser uma emoção programada</p><p>para afastar os concorrentes de nossos parceiros sexuais, e o remorso nos faz criar</p><p>laços mais íntimos com os outros em situações difíceis. Mas há quatro emoções</p><p>destrutivas e contraproducentes para sua felicidade: culpa, embaraço, vergonha e</p><p>ofensa.</p><p>Os bebês não se sentem culpados, embaraçados, ofendidos nem envergonhados.</p><p>Aprendemos todas essas emoções quando adultos. O embaraço surge quando damos</p><p>mais poder à opinião que os outros tem sobre nós do que à nossa. Por exemplo, você</p><p>está de cuecas, fica trancado do lado de fora da casa e seus vizinhos o veem. Você só</p><p>se sentirá embaraçado se a opinião deles sobre a razão para você estar na rua de</p><p>cuecas – de que talvez você seja meio pervertido, por exemplo – for mais importante</p><p>do que a sua opinião sobre a verdade do que aconteceu.</p><p>Ou seja, só quando o que os outros pensam de você for mais importante do que</p><p>sua própria opinião você se sentirá embaraçado. De forma semelhante, a culpa e a</p><p>vergonha só podem existir quando você se permite ser julgado pelas opiniões,</p><p>expectativas ou regras dos outros. Culpa e vergonha são as duas principais emoções</p><p>usadas na religião para controlar os fiéis, ditando-lhes como agir diante de</p><p>determinadas situações. Descumpra uma lei e a vergonha o levará a fazer o que os</p><p>líderes exigem que você faça.</p><p>Culpa, embaraço, vergonha e ofensa são emoções aprendidas e prejudiciais ao seu sucesso</p><p>na vida.</p><p>Ofender-se também é uma escolha. Os outros não podem ofendê-lo; só você</p><p>pode escolher sentir-se ofendido. A ofensa não é algo que alguém lhe faz; é uma</p><p>atitude que você adota. Quem escolhe a ofensa diz ao mundo que é incapaz de</p><p>aceitar os problemas da vida. As pessoas calmas e bem-sucedidas escolhem não se</p><p>ofender; elas defendem a posição de que o que os outros pensam é a opinião deles, e</p><p>só.</p><p>Todas essas quatro emoções são escolhas, e não faz sentido escolhê-las, porque</p><p>são mais prejudiciais do que úteis para seu sucesso. Escolher qualquer uma dessas</p><p>quatro atitudes mostra aos outros que você não controla suas emoções ou que,</p><p>provavelmente, tem baixa autoestima.</p><p>Também há pessoas com doenças específicas que não sentem essas quatro</p><p>emoções negativas. Entre essas doenças estão o transtorno do déficit de atenção com</p><p>hiperatividade, o autismo e a síndrome de Asperger. Em consequência, essas pessoas</p><p>têm dificuldade de ler as emoções humanas e não percebem os sentimentos dos</p><p>outros, mas isso se deve à doença, não à sua escolha. Elas também são incapazes de</p><p>ler os sinais da linguagem corporal, que são o principal indicador dos sentimentos, e,</p><p>consequentemente, costumam ser considerados frios e insensíveis pelos outros.</p><p>Desenvolva um repertório bem-humorado para a sua situação</p><p>Pense em desenvolver um repertório bem-humorado para qualquer situação</p><p>estressante que a vida lhe oferecer. Lembre-se: não existe situação que não tenha um</p><p>lado engraçado, inclusive a morte. Só é preciso procurar.</p><p>Barb e eu moramos 11 anos na Inglaterra, e os ingleses contavam regularmente</p><p>piadas de australianos para nós. Por exemplo:</p><p>“Qual é a diferença entre a Austrália e o iogurte? O iogurte tem alguma cultura!”</p><p>“Os australianos não mancam. Eles são uma pedra nos dois sapatos.”</p><p>“Dá para dizer quem é australiano; só não dá pra lhe dizer muita coisa.”</p><p>“Os australianos usam bermudas para o ar chegar ao cérebro.”</p><p>Poderíamos ter escolhido nos ofender com essas piadinhas, mas decidimos ver o</p><p>lado engraçado e rimos junto com os nativos. Ofender-se ou não é sempre uma</p><p>escolha.</p><p>Quando estava tratando o câncer de próstata, criei uma série de frases bem-</p><p>humoradas para lidar com o estresse de ter homens desconhecidos enfiando o dedo</p><p>em mim. Contei estas frases a outros pacientes com câncer de próstata, e a maioria se</p><p>divertia usando-as. Eis algumas:</p><p>“Isso significa que estamos noivos, doutor? É possível, porque o senhor está com</p><p>meu anel no dedo!”</p><p>“Parece a nave Enterprise, doutor. O senhor está indo bravamente aonde nenhum</p><p>homem já foi!”</p><p>“Consegue me ouvir AGORA, doutor?”</p><p>“Sabe, doutor, na Nova Zelândia agora estamos legalmente casados!”</p><p>“Então é assim que Caco, o Sapo se sente!”</p><p>“Ei, doutor, o senhor pode escrever um bilhete para a minha esposa e lhe dizer que</p><p>minha cabeça não está aí dentro?”</p><p>Essas frases faziam todo mundo rir, liberavam endorfinas no sangue, divertiam</p><p>os médicos e nos ajudavam a lidar com situações desconfortáveis.</p><p>Resumo</p><p>Você pode escolher se zangar porque o trânsito está engarrafado. Mas isso não vai</p><p>liberar o tráfego; só vai aumentar seu nível de estresse. Se você escolher, por meio do</p><p>SAR, adotar uma abordagem calma e analítica do problema do engarrafamento,</p><p>talvez encontre uma resposta que o faça se sentir melhor.</p><p>Já se comprovou que ter senso de humor e rir da vida melhora</p><p>significativamente a saúde, ajuda a desestressar, a construir relações com os outros e</p><p>atingir níveis mais altos de sucesso.</p><p>A história de Norman Cousins despertou muitas maneiras novas de pensar que</p><p>contribuíram para o surgimento de clubes do riso, lojas de comédia e salas do riso</p><p>em hospitais. Em última análise, o riso representa o entusiasmo do espírito humano,</p><p>e com ele podemos encontrar o caminho de volta à boa saúde.</p><p>Temos o poder de usar a mente para mudar nosso estado físico. Para entender o</p><p>humor, usamos a mente consciente, mas ao mesmo tempo, graças ao SAR, nossa</p><p>verdadeira reação física ao humor e ao riso muda determinados elementos do corpo</p><p>de um modo benéfico à saúde.</p><p>Como a maioria dos remédios naturais, o riso não é uma cura absoluta. Mas já se</p><p>comprovou que é uma ferramenta médica poderosa num número surpreendente de</p><p>situações e ajuda a reduzir a dor e aliviar a tensão. Assim, na próxima vez em que</p><p>estiver em casa resfriado, esqueça a canja e o xarope; tire o dia de folga e</p><p>experimente a terapia clássica do riso com suas comédias favoritas. Levar-se muito a</p><p>sério faz mal à saúde.</p><p>Guardar rancor é como deixar alguém</p><p>morar em sua cabeça sem pagar aluguel.</p><p>Decida agora escolher o lado engraçado de tudo o que lhe acontecer,</p><p>principalmente das coisas negativas. Você pode escolher se ofender porque alguém</p><p>contou uma piada dizendo que pessoas da sua profissão ou nascidas em seu país são</p><p>burras. Isso não significa que essa pessoa seja estúpida, e mesmo que você acredite</p><p>que talvez seja, agredir o piadista não vai torná-lo mais inteligente.</p><p>fundo, mas seu SAR não escuta o som emitido por cada</p><p>indivíduo. Digamos que haja um anúncio no alto-falante chamando seu nome ou</p><p>talvez o número de seu voo. De repente, você fica superatento, porque seu SAR leva</p><p>essa informação relevante à sua atenção imediata e consciente. O SAR amortece o</p><p>efeito de todos os outros estímulos repetitivos, como o barulho alto, e impede a</p><p>sobrecarga dos sentidos. Depois, destaca seu nome.</p><p>Por que você vê seu carro por toda parte</p><p>Já percebeu que, quando você decide qual tipo de carro quer comprar, parece que</p><p>todos os outros automóveis na rua são do mesmo modelo? Você também o vê nos</p><p>estacionamentos, na televisão, nas revistas. Aquele modelo está por toda parte. Isso</p><p>acontece porque o SAR está trabalhando, descartando os outros carros (informação</p><p>desimportante) e trazendo o carro que está em seus pensamentos para o primeiro</p><p>null</p><p>null</p><p>plano. A quantidade de automóveis daquele tipo não aumentou depois que você</p><p>decidiu comprá-lo; simplesmente seu SAR entrou em ação. Se perder o interesse</p><p>pelo modelo, você não o verá mais tanto pelas ruas.</p><p>Seu SAR é a razão de você ver</p><p>seu carro por toda parte.</p><p>Quando engravida, a mulher fica com a impressão de ver grávidas em todo</p><p>lugar. Quando há um bebê novo em casa, você pode ficar cansado a ponto de</p><p>conseguir dormir com o ruído do trânsito e dos vizinhos barulhentos, mas basta o</p><p>bebê começar a chorar que você acorda.</p><p>Num exemplo bem diferente, quem escolhe acreditar que o mundo e as pessoas</p><p>são más, só vê tragédia, morte e guerra quando liga a TV ou lê o jornal. Não importa</p><p>se você gosta ou não de alguma coisa; o SAR procura os padrões do ambiente que</p><p>combinam com seus pensamentos frequentes ou crenças dominantes.</p><p>Quando você pensa continuamente em algo de que não gosta, o SAR se</p><p>programa para alertá-lo quando encontrar aquilo. Você verá tanta coisa que o</p><p>desagrada que vai parecer que está em guerra com o mundo. É por isso que peço que</p><p>só se concentre no que quer, não no que não quer.</p><p>Resumo</p><p>Acontece que Napoleon Hill tinha razão – e agora temos conhecimento científico</p><p>para provar. Você programa o SAR com suas expectativas e suas conversas consigo</p><p>mesmo. Quando a expectativa é positiva, você programa automaticamente seu SAR</p><p>para buscar informações sobre comportamentos positivos e eliminar informações</p><p>sobre os negativos. Devido a essa função biológica de filtragem, aquilo em que você</p><p>pensar ou se concentrar se infiltrará no inconsciente e ressurgirá no futuro.</p><p>A boa notícia é que podemos programar o SAR deliberadamente se escolhermos</p><p>de maneira consciente as mensagens que lhe enviamos. Isso significa que agora você</p><p>pode criar a própria realidade. Nada do que você aprender neste livro está ligado à</p><p>força de vontade. Tudo acontece neste pequeno feixe de fibras nervosas que passa</p><p>pelo tronco cerebral: o Sistema Ativador Reticular.</p><p>Nos próximos capítulos, você aprenderá a programá-lo.</p><p>“... não há nada bom nem mau;</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>o pensamento é que o faz assim.”</p><p>Shakespeare</p><p>capítulo 2</p><p>Decida o que quer</p><p>Um barco está atracado numa pequena aldeia mexicana. Um turista americano</p><p>cumprimenta o pescador mexicano pela excelente qualidade do peixe e lhe pergunta</p><p>quanto tempo levou para pescá-lo.</p><p>– Não muito – respondeu o pescador.</p><p>– Então por que não ficou mais tempo e pescou mais? – perguntou o americano.</p><p>O pescador explicou que aquela pequena quantidade era suficiente para atender</p><p>às suas necessidades e às da família. O americano perguntou:</p><p>– Mas o que você faz durante o dia?</p><p>– Durmo até tarde, pesco uns peixes, brinco com meus filhos, faço a sesta com</p><p>minha esposa. À noite, vou à aldeia ver os amigos, beber um pouco, tocar violão e</p><p>cantar algumas músicas... Tenho uma vida cheia.</p><p>O americano interrompeu:</p><p>– Fiz o MBA em Harvard e posso ajudá-lo! Para começar, você deve pescar por</p><p>mais tempo todos os dias para então vender o excedente. Com o aumento da receita,</p><p>deve comprar um barco maior. Com o dinheiro a mais que você ganhará com o barco</p><p>maior, compre um segundo barco, um terceiro e assim por diante, até ter uma frota de</p><p>traineiras. Em vez de vender seu peixe ao intermediário, negocie diretamente com as</p><p>grandes empresas e talvez até abra a sua própria. Então poderá sair desta aldeola e se</p><p>mudar para a Cidade do México, Los Angeles e até Nova York! De lá poderá</p><p>administrar sua imensa empresa.</p><p>– Quanto tempo isso vai levar? – perguntou o pescador.</p><p>– Uns 20, talvez 25 anos – respondeu o americano.</p><p>– E depois? – perguntou o pescador.</p><p>– Bom, é aí que fica interessante – respondeu o americano, rindo. – Quando sua</p><p>empresa ficar bem grande, você pode começar a vender ações e ganhar milhões!</p><p>– Milhões? É mesmo? E depois?</p><p>– Depois poderá se aposentar, morar numa aldeola perto da costa, dormir até</p><p>tarde, brincar com seus filhos, pescar um pouco, fazer a sesta com sua esposa e passar</p><p>a noite bebendo, cantando, tocando violão e se divertindo com os amigos!</p><p>Sua ambição secreta é realizar algo grande? Por quanto tempo ela continuará</p><p>secreta? A maioria das pessoas nunca descobre o que realmente quer fazer na vida e</p><p>acaba não fazendo nada.</p><p>Este capítulo vai apresentar o primeiro dilema que as pessoas enfrentam: como</p><p>decidir o que quer da vida. A princípio, essa decisão pode parecer simples; mas</p><p>muita gente não sabe como chegar a ela.</p><p>A maioria das pessoas não realiza muita</p><p>coisa nem possui muito na vida porque</p><p>não decide o que quer.</p><p>Muitas pessoas têm dificuldade de responder perguntas do tipo “Como definir o</p><p>sucesso?”, “Quem eu quero me tornar?”, “O que quero viver?”, “Que patrimônio</p><p>quero acumular?”</p><p>No entanto, todo mundo conhece a sensação de entusiasmo que surge quando</p><p>se pensa em algo que se deseja muito realizar. Mas, por não conseguir definir com</p><p>clareza seus objetivos, em geral quase ninguém realiza nada.</p><p>Por que a maioria das pessoas nunca</p><p>realiza nada</p><p>Quando bebê, você tinha clareza absoluta do que queria na vida e se recusava a</p><p>permitir que alguém ou alguma coisa atrapalhasse sua trajetória. Quando sentia</p><p>fome, berrava até que alguém lhe desse comida. Quando conseguiu engatinhar,</p><p>avançava destemido até a porta, o brinquedo ou o bichinho de estimação e não</p><p>deixava ninguém impedi-lo. Quando começou a falar, você importunava seus pais</p><p>sem parar com seus desejos até que eles cedessem ou ficassem loucos. Em termos</p><p>gerais, você ria da maioria das coisas que lhe aconteciam e não se levava muito a</p><p>sério. Então o que mudou entre a infância e a fase adulta?</p><p>Bom, na infância, o SAR é continuamente programado com frases como:</p><p>Você não tem mais idade para isso.</p><p>Você devia ter vergonha.</p><p>Você está sendo egoísta.</p><p>Aceite o que lhe deram e não reclame.</p><p>Quem você pensa que é?</p><p>Não se sinta assim.</p><p>Coma tudo o que estiver no prato.</p><p>Gostaria que você fosse mais...</p><p>Você é uma criança má!</p><p>Não diga isso!</p><p>Porque sou sua mãe, e pronto!</p><p>Se todo mundo pulasse da ponte, você ia pular também?</p><p>Porque eu mandei.</p><p>Vou lhe ensinar que “não” é “não”!</p><p>Faça o que eu digo, não faça o que eu faço.</p><p>Você é igualzinho ao(à) inútil de seu(sua) pai(mãe).</p><p>null</p><p>Dinheiro não dá em árvore.</p><p>Não faça essa cara; se bater um vento você vai ficar assim para sempre.</p><p>Use roupa de baixo limpa, já imaginou se sofrer um acidente?</p><p>Se não parar de chorar agora, vou lhe dar uma boa razão para chorar de verdade.</p><p>Agradeça pelo que tem e pare de ficar querendo mais.</p><p>Pense nas crianças passando fome na África.</p><p>Isso vai doer mais em mim do que em você.</p><p>Como consequência desse condicionamento do SAR, a maioria das crianças</p><p>chega à puberdade vulnerável às exigências dos outros. A espontaneidade e os</p><p>sonhos que tinham são suprimidos ou se perdem completamente. No final da</p><p>adolescência, eles fazem o que os adultos querem e, percebendo ou não, acabam</p><p>cedendo ao condicionamento, tomando decisões como se casar com a pessoa “certa”</p><p>em vez de com a pessoa por quem se apaixonaram, fazer a faculdade que os pais</p><p>escolheram ou arranjar um emprego estável em vez de ter uma vida de aventuras.</p><p>Eles seguem o caminho seguro e “sensato”, e muitos levam a vida com o máximo de</p><p>Talvez você se irrite porque choveu em sua festa de aniversário, mas a chuva</p><p>nem liga; ela só continua chovendo.</p><p>Tome a decisão de nunca mais escolher as emoções da culpa, do embaraço, da</p><p>vergonha e da ofensa e de nunca se zangar com o que não for capaz de mudar.</p><p>Leve a sério o que faz na vida. Mas nunca se leve a sério demais. Faz mal à</p><p>saúde, e os outros não o convidarão para sair.</p><p>Sempre ria quando puder. É mais barato que remédio.</p><p>capítulo 12</p><p>Supere o medo e</p><p>a preocupação</p><p>O jeito de John lidar com os problemas da</p><p>vida nunca dava certo.</p><p>Certo dia, o burro do fazendeiro caiu no poço. O anim al ficou berrando enquanto o fazendeiro tentava</p><p>imaginar o que fazer. Por fim, ele decidiu que o anim al já estava velho e que era preciso cobrir o poço</p><p>de qualquer modo; não valia a pena tentar recuperar o burro. Ele chamou todos os vizinhos para</p><p>ajudá-lo. Cada um pegou uma pá e com eçou a jogar terra no poço. A princípio, o burro percebeu o que</p><p>estava acontecendo e gritou de medo. Então de repente se calou.</p><p>Algumas pás depois, o fazendeiro olhou dentro do poço. Ficou espantado com o que viu. Cada</p><p>vez que a terra atingia suas costas, o burro a sacudia e subia em cima dela. Enquanto os vizinhos do</p><p>fazendeiro continuavam a jogar terra no animal, ele a sacudia e subia em cim a do monte cada vez</p><p>maior. Logo, todos se surpreenderam ao ver o burro sair pela borda do poço e ir embora trotando.</p><p>Moral da história: A vida vai lhe jogar todo tipo de terra, quer você goste ou não. O truque para sair</p><p>do buraco é sacudir a terra e subir em cima do monte. Na verdade, cada um de seus problemas é uma</p><p>pedra que o ajuda a subir. Podemos sair dos poços m ais profundos sem nunca parar de lutar ou</p><p>desistir! Sacuda a terra e suba em cim a.</p><p>No dia seguinte, o burro voltou e deu coices em todos que tentaram enterrá-lo. Lembre-se</p><p>sempre: se acha que tirar o seu da reta é o jeito mais fácil de safar, saiba que ele ficará na reta do coice</p><p>que virá do outro lado.</p><p>Os dois maiores obstáculos para obter sucesso, felicidade, realização e paz interior</p><p>são o medo e a preocupação.</p><p>Eles estão ligados à reação de “fuga ou luta”, que vem de nosso passado remoto e</p><p>evoluiu para reduzir a probabilidade de morte. Essas emoções assumem várias</p><p>formas que prejudicam muitos órgãos do corpo. Já se demonstrou que a raiva</p><p>enfraquece o fígado, a preocupação enfraquece o estômago, o estresse afeta o</p><p>coração, o luto adoece o pulmão e o medo debilita os rins.</p><p>O medo não passa da reação física a pensar em consequências que não</p><p>queremos. Isso cria uma corrente no cérebro que se transfere para o corpo.</p><p>É importante saber que todas as formas de medo estão ligadas ao estresse e</p><p>esgotam o sistema imunológico. Por isso, quem vive com medo adoece</p><p>constantemente e sofre de uma série de patologias incapacitantes. O segredo do</p><p>sucesso na vida é aprender a desenvolver uma mentalidade vencedora e a controlar</p><p>a preocupação e o medo em vez de deixar que eles o controlem.</p><p>Preocupar-se é como rezar pelo que você não quer.</p><p>A ciência por trás do medo</p><p>As emoções de medo e preocupação vêm do sistema nervoso central. São lembranças</p><p>armazenadas em regiões específicas do cérebro que podem ser desencadeadas por</p><p>quaisquer estímulos do cotidiano. Costumamos pensar que as lembranças são nossas</p><p>experiências ou impressões, fatos ou detalhes que podemos recordar à vontade. Mas</p><p>os neurocientistas descobriram que temos vários tipos de memória, e cada um deles</p><p>traça uma via neural separada no cérebro.</p><p>A Dra. Elizabeth Phelps, professora de psicologia e neurociência da Universidade</p><p>de Nova York, dedicou a carreira a descobrir como esses sistemas neurais</p><p>funcionam. Ela usa a neurociência cognitiva para investigar a relação entre emoção e</p><p>memória e descobriu que há dois tipos básicos de memória: a explícita e a implícita.</p><p>A primeira – a memória explícita – é quando nos lembramos de fatos, detalhes e</p><p>impressões. É a memória ativada quando lemos um cardápio e a boca começa a</p><p>salivar e quando ouvimos uma música de nosso passado que nos afeta</p><p>emocionalmente e pode até nos fazer chorar. No cérebro, o hipocampo cuida do</p><p>armazenamento e da recuperação da memória explícita, e são essas as recordações</p><p>que podemos escolher lembrar.</p><p>A segunda é a memória implícita, que é aprendida. As reações a experiências e</p><p>eventos emocionais passados são armazenadas e ligadas às reações físicas</p><p>automáticas. A amígdala, centro de ameaça do cérebro, armazena a memória</p><p>implícita no inconsciente. O medo é uma memória implícita, porque nos permite</p><p>reagir rapidamente para sobreviver se necessário.</p><p>Hoje os cientistas acreditam que os seres humanos evoluíram com esse processo</p><p>no cérebro para reagir depressa a uma situação perigosa sem precisar pensar. Por</p><p>exemplo, o medo de estrondos nos faz reagir rapidamente a um evento</p><p>potencialmente perigoso. O professor Joseph LeDoux, da Universidade de Nova</p><p>York, descreve duas vias de comprimentos diferentes seguidas pelos sinais de medo</p><p>dentro do cérebro. Suas experiências mostraram que nossos órgãos sensoriais</p><p>transmitem informações ao tálamo, onde os sinais se dividem e seguem vias</p><p>separadas em direção à amígdala, o centro de ameaça.</p><p>Pelo caminho mais curto, um sinal faz soar o alarme do medo antes mesmo que</p><p>tomemos consciência da situação. O outro chega ao córtex sensorial uma fração de</p><p>segundo depois, permitindo uma imagem muito mais clara da potencial ameaça. O</p><p>segundo sinal pode reforçar a reação de medo ou declará-la um falso alarme.</p><p>Por exemplo, uma pessoa vem correndo em sua direção na rua e o agride. Na</p><p>próxima vez em que você vir alguém correndo em sua direção, a reação de medo</p><p>talvez seja novamente provocada como prevenção. Essa reação foi aprendida por um</p><p>processo chamado condicionamento clássico, mediado pela amígdala.</p><p>Primeiras experiências sobre o medo</p><p>O funcionamento desses dois tipos de memória foi documentado em 1911, quando</p><p>o psicólogo suíço Édouard Claparède realizou um experimento com uma paciente</p><p>que tinha sofrido lesão cerebral e parecia incapaz de formar novas lembranças.</p><p>Toda vez que Claparède a entrevistava, ela não se lembrava de já conhecê-lo.</p><p>Portanto, toda vez que se encontravam ele voltava a se apresentar e apertava a mão</p><p>da paciente. Então o psicólogo teve uma ideia: estendeu a mão para cumprimentá-la,</p><p>mas dessa vez com uma tachinha escondida. Naturalmente, ela afastou a mão</p><p>quando se espetou na tachinha. Na próxima vez em que se encontraram, a paciente,</p><p>embora não o reconhecesse, se recusou a apertar sua mão, mas não soube dizer por</p><p>quê. O experimento de Claparède com essa paciente mostrou que a resposta de fuga</p><p>do medo pode ser aprendida sem consciência. Isso explica por que podemos sentir</p><p>medo sem saber a razão.</p><p>Às vezes, algumas lembranças ficam armazenadas tanto na memória explícita</p><p>quanto na implícita. Por exemplo, quando vai ao dentista, sua memória implícita</p><p>reage ao cheiro do antisséptico antes que você tenha consciência dele. Isso pode</p><p>fazer sua memória explícita recordar a visão da agulha. Quando ouve o som da broca</p><p>do dentista, sua memória explícita pode entrar em parafuso.</p><p>“A vida é como uma montanha-russa. Você pode gritar a cada descida ou levantar os braços</p><p>e aproveitar o passeio.”</p><p>Anônimo</p><p>Os hormônios do estresse liberados pelo sistema do medo fortalecem as vias da</p><p>memória no cérebro, permitindo que recordemos facilmente as experiências</p><p>emocionais. São as chamadas “memórias-relâmpago”. Por exemplo, a maioria dos</p><p>americanos que nasceu entre as décadas de 1940 e 1950 consegue se lembrar</p><p>facilmente do que estava fazendo quando ouviu a notícia de que John F. Kennedy</p><p>tinha levado um tiro, e os nascidos entre as décadas de 1960 e 1980 se recordarão de</p><p>onde estavam quando souberam da morte da princesa Diana. Pesquisadores</p><p>também descobriram que, quando se torna traumático demais, um evento</p><p>emocional pode afetar a memória de forma negativa. Embora as pessoas tenham</p><p>recordações nítidas ligadas às memórias-relâmpago, é comum porem a mão no fogo</p><p>por detalhes que, na verdade, estão errados.</p><p>Por que o medo</p><p>é importante para nós</p><p>Em termos evolutivos, os animais “destemidos” teriam menos probabilidade de</p><p>sobreviver, porque não se afastariam de situações perigosas. Também é por isso que,</p><p>nos seres humanos, o medo é uma reação importante. No entanto, para os seres</p><p>humanos do século XXI esses medos podem se apresentar como timidez, falta de</p><p>autoconfiança, transtornos de ansiedade, medo do fracasso e medo de avançar.</p><p>Apesar da função primária do medo – nos ajudar a sair de situações perigosas,</p><p>fisicamente ameaçadoras –, muitos passatempos populares são alimentados pela</p><p>atração que sentimos por ele. Por exemplo, assistir a filmes de terror, pular de</p><p>bungee-jump, visitar casas mal-assombradas, praticar esportes radicais e andar em</p><p>montanhas-russas. Temerários em busca de emoção se divertem com essas</p><p>atividades que provocam medo porque nessas pessoas o nível do neurotransmissor</p><p>dopamina sobe drasticamente. Elas têm sentimentos de prazer ou euforia,</p><p>semelhantes aos dos viciados em drogas.</p><p>Nosso cérebro é incapaz de distinguir as experiências verdadeiramente</p><p>assustadoras daquelas projetadas para assustar. É assim que esse tipo de atividade</p><p>nos permite sentir medo sem realmente nos expor a um perigo físico real. Por</p><p>exemplo, quando assistimos a um filme de terror, os hormônios do medo sobem</p><p>drasticamente, provocando algo parecido com o barato de uma droga.</p><p>Em nossa opinião, os cinco filmes mais assustadores já realizados são:</p><p>1. O exorcista</p><p>2. O iluminado</p><p>3. Psicose</p><p>4. O silêncio dos inocentes</p><p>5. Tubarão</p><p>O medo pode ser positivo ou negativo</p><p>Um pouco de medo é bom para nossa segurança, mas, em transtornos de ansiedade</p><p>– como a síndrome do pânico, o transtorno de estresse pós-traumático, o transtorno</p><p>de ansiedade social e o transtorno obsessivo-compulsivo – o medo pode incapacitar.</p><p>Os transtornos de ansiedade reproduzem a atividade de fuga nas partes do cérebro</p><p>que controlam o medo.</p><p>Esses transtornos podem provocar sintomas físicos e emocionais incômodos ou</p><p>incapacitantes e afetam pessoas de todas as idades. Por exemplo, todo ano mais de</p><p>40 milhões de americanos, cerca de 18% da população adulta dos Estados Unidos,</p><p>sofre de algum tipo de transtorno de ansiedade.</p><p>“A caverna em que você mais teme entrar contém o maior tesouro.”</p><p>Brian Tracy</p><p>O medo mais comum é o social: o medo de situações em que os outros</p><p>provavelmente vão julgá-lo. Por exemplo, o medo de falar em público afeta</p><p>gravemente cerca de 50% das pessoas. A maioria fica nervosa antes de falar a um</p><p>grupo; milhões de pessoas se sentem intimidadas só por entrar numa sala cheia de</p><p>desconhecidos.</p><p>Já se demonstrou que falar em público é o medo número um da lista da maioria das</p><p>pessoas. Em média, o medo da morte fica na sétima posição. Será que, num funeral, é</p><p>melhor estar no caixão do que fazendo o elogio fúnebre?</p><p>Embora esteja longe de parecer ser caçado por um leão faminto, subir numa</p><p>tribuna provoca as mesmas reações no organismo. Como os grupos nos ajudam a</p><p>continuar vivos, os cientistas acreditam que nossos medos sociais sejam ligados à</p><p>preocupação com a sobrevivência, porque tememos situações que possam levar à</p><p>nossa exclusão do grupo.</p><p>O lado positivo do medo</p><p>O medo e a ansiedade crônicos desgastam nossos recursos, tornando ineficientes os</p><p>mecanismos de autocura e preservação. Quanto mais sentimos essas emoções, pior</p><p>fica a saúde geral. As lembranças atuais são ligações elétricas e químicas</p><p>profundamente estabelecidas que existem entre os bilhões de superfícies interativas</p><p>dos neurônios que formam o cérebro. Os gatilhos do medo e da ansiedade crônicos</p><p>não representam riscos agudos à vida. Para superar essas falsas reações de medo e</p><p>ansiedade, é preciso criar novas memórias que possam modificar o sistema nervoso</p><p>central.</p><p>A solução é: quando perceber que está pensando em resultados que você não</p><p>deseja, escolha mudar o quadro e só pensar nos resultados que quer. É simples</p><p>assim.</p><p>Medo de rejeição</p><p>A primeira coisa a entender sobre a rejeição é que ela o acometerá constantemente</p><p>enquanto você estiver avançando. Qualquer pessoa que obteve algum nível</p><p>significativo de sucesso aprendeu a lidar com as rejeições ao longo do percurso.</p><p>Todos somos rejeitados regularmente: você pediu alguém em casamento e a pessoa</p><p>recusou, sua solicitação de aumento de salário foi negada, sua inscrição em um curso</p><p>não foi aceita, um cliente não fecha negócio com você, alguém cancelou o encontro</p><p>marcado, talvez ninguém tenha gostado de sua grande ideia.</p><p>Mas a rejeição não faz com que sua situação piore. Por exemplo, quem se</p><p>candidata a uma vaga de emprego mas é rejeitado porque não atendeu a alguma</p><p>exigência não perdeu nada; não estava empregado antes de se inscrever e ainda não</p><p>está depois da rejeição. Se você convida alguém para sair e a resposta é “não”, nada</p><p>mudou. Você continua sem sair com essa pessoa. Se apresentar um projeto ao chefe</p><p>e ele o rejeitar, você não ficará pior do que antes de apresentar o projeto. Na</p><p>verdade, você está em situação melhor depois da rejeição, porque agora sabe o que</p><p>fazer para modificar sua ideia ou abordagem e obter um resultado melhor na</p><p>próxima vez.</p><p>“A maioria obteve seu maior sucesso um passo além do que parecia ser seu maior</p><p>fracasso.”</p><p>Brian Tracy</p><p>Estudos científicos mostram que nossas reações à rejeição podem estar</p><p>embutidas no cérebro porque, antigamente, ser rejeitado pela tribo costumava</p><p>reduzir a probabilidade de sobrevivência. É por isso que tanta gente sente pânico e</p><p>medo de ser rejeitada por um grupo ou um parceiro e até de não conseguir uma</p><p>vaga de emprego. Embora a situação não seja tão grave quanto antigamente –</p><p>sempre temos uma boa probabilidade de arranjar outro emprego, um novo</p><p>namorado ou outro grupo social –, o cérebro e o corpo podem reagir como se a</p><p>situação pusesse a vida em risco.</p><p>Ao recordar uma ocasião em que sentiu dor física, como uma queimadura ou</p><p>uma torção no tornozelo, você lembra que sentiu dor, mas não a sente realmente</p><p>outra vez. No entanto, quando recorda uma rejeição, você pode reviver aquela dor</p><p>como se estivesse acontecendo agora. A lembrança da rejeição é mais poderosa do</p><p>que a lembrança da dor física. Para lidar com essa reação, nosso cérebro tem um</p><p>mecanismo embutido que libera opioides depois que sofremos uma rejeição. É</p><p>exatamente o mesmo mecanismo deflagrado quando sentimos dor física. Os opioides</p><p>são uma solução rápida: um “barato” que contrabalança a “ressaca” da rejeição. Um</p><p>dos efeitos colaterais dessa reação é a redução temporária do QI, o que afeta nossa</p><p>capacidade de tomar decisões e aumenta o nível de agressividade.</p><p>Esses também são os principais motores por trás de situações como agressões</p><p>físicas a um parceiro ou os tiroteios em escolas.</p><p>Quando receber uma rejeição, eis um modo simples de lidar com ela:</p><p>1. Não leve para o lado pessoal</p><p>Compreenda que você está programado para sentir dor emocional e é difícil evitar</p><p>que se sinta mal.</p><p>2. Dê a si mesmo permissão para sofrer</p><p>Quando for rejeitado, permita-se vivenciar os sentimentos.</p><p>3. Estabeleça um prazo</p><p>Tome a decisão consciente de parar de pensar na rejeição num momento específico.</p><p>Por exemplo, decida que, às oito horas da noite de hoje ou ao meio-dia de amanhã,</p><p>você vai parar de pensar nisso. Depois desse horário, você escolherá só pensar no</p><p>que quer que aconteça ou no que pode fazer. Em outras palavras, siga em frente. Se</p><p>não estabelecer um prazo, você pode afundar na depressão e acabar tomando</p><p>remédios – ou coisa pior.</p><p>Quando tiver que rejeitar alguém, eis um modo indolor mas eficaz de fazer isso:</p><p>1. Agradeça</p><p>“Obrigado por se candidatar ao cargo.”</p><p>“Obrigado por me convidar para sair.”</p><p>“Obrigado por apresentar suas ideias.”</p><p>2. Explique por que vai rejeitar a pessoa</p><p>“Precisamos de um candidato que tenha mais experiência/habilidades/possa</p><p>viajar.”</p><p>“Estou num momento complicado do relacionamento, por isso não posso aceitar</p><p>seu convite para jantar.”</p><p>“Precisamos estudar outras ideias primeiro.”</p><p>3. Elogie os pontos positivos da pessoa</p><p>“Você tem muitos talentos/atributos/qualidades excelentes que serão úteis</p><p>num</p><p>cargo mais adequado.”</p><p>“Muitos homens/mulheres adorariam lhe dizer ‘sim’.”</p><p>“Algumas empresas adorarão sua ideia.”</p><p>Três formas simples de lidar com o medo</p><p>1. Tire uma folga</p><p>Quando estiver se sentindo ameaçado ou intimidado, a primeira coisa a fazer é se</p><p>afastar um pouco para se acalmar fisicamente. O coração disparado, o suor nas mãos</p><p>e a sensação de desamparo e confusão resultam da adrenalina. Tire pelo menos 15</p><p>minutos de folga e vá caminhar, tomar um banho ou preparar uma xícara de chá ou</p><p>café. Ninguém consegue pensar com clareza quando está cheio de medo ou</p><p>ansiedade.</p><p>2. Seja realista</p><p>Muita gente afirma para si mesmo que vai fracassar em alguma coisa porque</p><p>fracassou em outra no passado. Mas em geral o medo é pior do que a realidade. Por</p><p>exemplo, quem já esteve na praia quando um tubarão foi avistado começará a</p><p>imaginar tubarões em todas as praias aonde for. Quem já foi assaltado começa a</p><p>pensar que será outra vez quando andar por uma rua escura. Lembre-se das vezes</p><p>em que superou obstáculos no passado. Você já fez isso antes e pode fazer de novo.</p><p>3. Volte ao básico</p><p>Muita gente usa drogas ou álcool para tratar a ansiedade na esperança de se sentir</p><p>melhor, mas essas coisas só pioram o medo. Uma boa noite de sono, uma refeição</p><p>agradável e uma caminhada costumam ser o melhor remédio para a tensão ou</p><p>ansiedade.</p><p>Algumas boas alternativas:</p><p>Coma bem: você se sentirá ótimo, física e mentalmente.</p><p>Leia, veja ou escute algo inspirador.</p><p>Ligue para um amigo com capacidade de orientá-lo e que o faça se sentir</p><p>melhor.</p><p>O YouTube está cheio de histórias inspiradoras.</p><p>Assista às apresentações motivacionais de Anthony Robbins, Brian Tracy e</p><p>Allan Pease.</p><p>Resumo</p><p>O medo é um elemento importante do cérebro humano. Sentir medo ou</p><p>preocupação pela vida é um comportamento normal. Em qualquer espécie, os</p><p>animais destemidos não costumam viver muito, e as espécies destemidas se</p><p>extinguem.</p><p>É comum que o medo e a preocupação resultem de sentimentos de inadequação</p><p>quando nos comparamos com outras pessoas que consideramos melhores do que</p><p>nós. Só é saudável se comparar com outra pessoa quando esta pessoa é mais bem-</p><p>sucedida e você a usa como fonte de inspiração.</p><p>Coragem é dominar o medo, não evitá-lo.</p><p>Coragem é sentir medo e agir mesmo assim.</p><p>Muita gente passa o dia inteiro se lembrando de seus fracassos – casamento,</p><p>falência, demissão, perda de algo importante. Essas pessoas revivem continuamente</p><p>esses fatos, chateiam todo mundo falando deles e não percebem que os outros</p><p>pararam de convidá-las para eventos sociais.</p><p>Quando algo acaba, decida que acabou: estabeleça um prazo para deixar de falar</p><p>ou pensar a respeito. Não é fácil, mas é simples assim. E você não precisa de</p><p>remédios. Os pensamentos positivos criam em abundância os hormônios do bem-</p><p>estar, como serotonina e dopamina, que os medicamentos tentam substituir.</p><p>Lembre-se de que às vezes há males que vêm para bem.</p><p>Estudos mostraram que a maioria das coisas que nos preocupam não acontece e</p><p>que temos pouco ou nenhum controle sobre as que acontecem. Eis o que foi</p><p>descoberto:</p><p>87% das nossas preocupações nunca acontecem</p><p>7% realmente acontecem</p><p>Temos alguma influência sobre apenas 6%</p><p>Portanto, não adianta se preocupar com as coisas que você teme. A maior parte</p><p>de suas preocupações nunca se realizará, e a maioria dos medos não passa de uma</p><p>falsa evidência que parece real.</p><p>Por fim, faça a si mesmo esta pergunta: Qual é a pior coisa que pode acontecer?</p><p>Quando se sentir ansioso ou atemorizado, pense em qual seria o pior resultado.</p><p>Seja uma apresentação, um telefonema, uma conversa ou um relacionamento que</p><p>deu muito errado, o sol ainda nascerá no dia seguinte e a vida continuará. Para ver</p><p>seus medos com outros olhos, dê um jeito de ajudar a quem precisa ou é menos</p><p>afortunado que você. Assim, você perceberá a sorte que tem, e seus problemas</p><p>parecerão menos assustadores.</p><p>“Quem está deprimido vive no passado.</p><p>Quem está ansioso vive no futuro.</p><p>Quem está em paz vive no presente.”</p><p>Lao-Tsé</p><p>O medo oferece dois caminhos:</p><p>Esqueça tudo e fuja.</p><p>Enfrente tudo e cresça.</p><p>A escolha é sua.</p><p>O medo não impede a morte. Ele impede a vida.</p><p>capítulo 13</p><p>Nunca desista</p><p>Os vencedores não são os que nunca fracassam;</p><p>são os que nunca desistem.</p><p>Todos os que já tiveram sucesso enfrentaram muitas dificuldades, como pouco</p><p>resultado, falta de dinheiro, estagnação, dor, críticas, más avaliações, infelicidade,</p><p>problemas de saúde e solidão. No entanto, todo tipo de rejeição é um sinal</p><p>importante que mostra onde é preciso melhorar e o que é preciso fazer para obter</p><p>mais elogios, felicidade, dinheiro, promoções e/ou resultados. O fracasso não passa</p><p>de um feedback negativo que mostra o que não fazer. Na verdade, o feedback</p><p>negativo é tão pertinente que deveria ser bem recebido, porque mostra o caminho</p><p>certo para o sucesso que você quer alcançar. A história é cheia de exemplos de gente</p><p>que se agarrou com força à sua visão e usou o feedback negativo para avançar.</p><p>Walt Disney foi demitido de um jornal por “falta de imaginação e por não ter</p><p>tido ideias originais”. Seu conceito de parque temático foi rejeitado mais de 300 vezes</p><p>por bancos, instituições financeiras e autoridades locais antes que ele finalmente</p><p>criasse a Disneylândia. Com 30 anos, Steve Jobs foi demitido pela diretoria da Apple</p><p>Computers, empresa que ele mesmo fundou. Oprah Winfrey foi demitida do</p><p>emprego de apresentadora de telejornal porque “não era adequada para a televisão”,</p><p>e os Beatles foram rejeitados pela gravadora Decca Studios porque não gostaram de</p><p>seu som: “Os Beatles não têm futuro no mundo do showbiz.” O boletim escolar de</p><p>Albert Einstein dizia que ele “nunca será muita coisa”.</p><p>A diferença entre essas pessoas e a maioria das outras é que elas escolheram se</p><p>agarrar às suas metas, apesar do que os outros diziam, pensavam ou faziam.</p><p>Se desistir, você nunca saberá o que perdeu. Se tiver uma ideia ou projeto em</p><p>que acredita e que acha que beneficiará outras pessoas, agarre-se a ela. Não desista</p><p>de cara. Enquanto avança rumo às metas, alguns lhe jogarão pedras, mas você pode</p><p>escolher usar essas pedras para construir um muro ou uma ponte.</p><p>Noventa e sete por cento das pessoas que desistem cedo demais são empregadas pelos 3%</p><p>que nunca desistem.</p><p>Pergunte aos especialistas</p><p>Procure pessoas que já fizeram o que você planeja conseguir. Vencer o câncer,</p><p>escalar o monte Everest, cavalgar, aprender outro idioma, acumular riqueza,</p><p>emagrecer ou cultivar alimentos orgânicos: muita gente já fez tudo isso. Alguns</p><p>escreveram livros a respeito, muitos dão cursos, fazem vídeos e tutoriais que você</p><p>pode encontrar facilmente no YouTube. Procure na internet quem são e onde</p><p>encontrá-las. Tente convidar um especialista para um almoço ou café e peça</p><p>orientação ou mentoria. Se rejeitarem sua abordagem inicial, peça de novo. Se ainda</p><p>disserem não, peça de novo. Foi assim que eles se tornaram bem-sucedidos. Todo</p><p>especialista já foi um iniciante à procura de alguém que os ajudasse a encontrar a</p><p>direção certa.</p><p>Eles podem indicar os atalhos e as armadilhas no caminho até sua meta. Não</p><p>reinvente a roda; pergunte o que os especialistas fizeram. Não peça conselhos ou</p><p>opinião a quem nunca fez o que você quer fazer. Eles só poderão lhe dizer que não é</p><p>possível.</p><p>Quando criança, você pedia o que queria várias e várias vezes até que alguém lhe</p><p>desse. Se a primeira pessoa não dava, a segunda talvez desse, caso contrário talvez a</p><p>terceira. As crianças são especialistas em esgotar os pais até conseguirem o que</p><p>querem. Peça, peça e peça de novo o que quiser. A pessoa a quem está pedindo hoje</p><p>costuma se sentir diferente em dias diferentes, e é possível que você escolha um dia</p><p>em que ela esteja disposta a dizer “sim”. Não guarde o que quer em segredo e nunca</p><p>espere que alguém descubra ou lhe dê. Isso não vai acontecer.</p><p>Por mais simples que pareça, pedir o que se quer pode trazer grandes resultados.</p><p>Mas pedir é uma das coisas mais difíceis em que a maioria das pessoas se dispõe a</p><p>pensar. Todos adorariam um aumento, uma doação, um encontro, um assento</p><p>melhor no avião, um upgrade no voo, que o filho troque de professora na escola,</p><p>mas não pedem, porque a resposta pode ser “não”.</p><p>A regra de ouro para pedir é não parar de pedir. Agarre-se a isso. Peça</p><p>continuamente aos outros o que quer. Não estamos dizendo que você deva</p><p>importuná-los. Estamos dizendo que, de maneira criativa e positiva, você deveria</p><p>continuar pedindo o que quer a quem toma a decisão. Em termos estatísticos, é mais</p><p>provável que a resposta seja “Não”, mas se a razão for, digamos, 10:1, você acabará</p><p>recebendo um “Sim”.</p><p>Mesmo quando a resposta é “não”, você não fica em situação pior do que antes de pedir.</p><p>Fica exatamente na mesma condição.</p><p>Quando pedir, seja absolutamente claro sobre o que está pedindo. Se vai chamar</p><p>alguém para sair, não diga: “Talvez a gente pudesse sair um dia...” Em vez disso,</p><p>diga: “Quero levar você para jantar e depois ao cinema no sábado à noite. Qual a</p><p>melhor hora para buscá-la? Às sete? Ou prefere às oito?”</p><p>Aborde os outros como se o trato estivesse acertado e fosse a coisa mais lógica a</p><p>fazer. É mais provável obter um “sim” dizendo “Gostaria de um aumento de 10%” do</p><p>que “Preciso de um aumento”.</p><p>“Obcecado” é a palavra que os preguiçosos costumam usar para descrever os dedicados.</p><p>Decida agora mesmo pedir ajuda aos outros para atingir suas metas. Peça aquele</p><p>aumento, o encontro, a indicação, a apresentação, o empréstimo, a mentoria ou o</p><p>que for necessário para avançar rumo à sua meta. E nunca desista de pedir. Em</p><p>algum lugar, alguém está esperando para dizer “sim” às suas ideias. Talvez você</p><p>precise pedir a mais 10, mais 20, talvez até mais 100 pessoas, mas é claro que alguém</p><p>aguarda por você. Como você já sabe, é uma questão de estatística. Não se sinta</p><p>desapontado ou deprimido se alguém disser “não”. Simplesmente peça ao próximo.</p><p>HISTÓRIA REAL: LINGUAGEM CORPORAL</p><p>Em 1978, quando term inei o m anuscrito do livro Linguagem corporal , liguei para as</p><p>principais editoras da Austrália, mas ninguém o quis nem dem onstrou interesse. Nunca</p><p>tinham ouvido falar do conceito, não me conheciam, acharam m eu manuscrito “muito</p><p>americano” e, em geral, desdenharam a ideia. Então decidi publicar por conta própria.</p><p>Não sabia com o, m as decidira que era o que faria, e isso era o m ais importante.</p><p>Depois de receber a 35a rejeição, um am igo m e deu um livro sobre autopublicação.</p><p>Eu precisava de 7 m il dólares para a publicação e, nos seis m eses seguintes, dei</p><p>palestras sobre linguagem corporal a qualquer público que quisesse escutar e, como em</p><p>uma pré-venda, ofereci m eu livro que ainda não existia por 10 dólares aos espectadores,</p><p>dizendo que o autografaria. Em seis m eses, levantei os 7 mil dólares em pré-venda e</p><p>publiquei Linguagem corporal . Depois, contratei uma pequena distribuidora para pôr o</p><p>livro em consignação nas livrarias. Escrevi um release para a im prensa e o enviei (sob o</p><p>nome de um amigo) a todos os veículos de com unicação im portantes, ressaltando que</p><p>eu era um palestrante engraçado e provocador. Dois dias depois, recebi um telefonema</p><p>do maior programa de entrevistas da TV australiana, The Mike Walsh Show. Seu principal</p><p>convidado tinha acabado de cancelar a participação, e “o senhor poderia vir</p><p>imediatamente com o substituto?”. Tom ei um banho, fiz a barba, m e vesti e cheguei ao</p><p>Canal 9 em tem po recorde. Eles m e deram 18 minutos no ar e, em duas semanas,</p><p>Linguagem corporal era o livro m ais vendido da Austrália.</p><p>Um rio corta a pedra – não por sua força,</p><p>mas por sua persistência.</p><p>Armado com o sucesso australiano de Linguagem corporal , passei dias reunindo</p><p>endereços de editoras dos Estados Unidos e do Reino Unido para lhes dar a</p><p>oportunidade de publicar m eu livro. Escrevi para as 53 maiores editoras, imaginando</p><p>que, estatisticamente falando, eu teria que receber um a oferta de algum lugar.</p><p>Eis parte da lista real de editoras com os quais entrei em contato:</p><p>Eis a carta que enviei:</p><p>Prentice Hall Inc.</p><p>U.S. Highway</p><p>9 Englewood Cliffs</p><p>NOVA YORK</p><p>E.U.A.</p><p>Caro senhor,</p><p>Anexo a esta carta há um exemplar do livro Linguagem corporal, publicado por Allan Pease</p><p>em Sydney, na Austrália. Esse livro foi lançado neste país em 15 de dezembro de 1981 e se tornou</p><p>um sucesso da noite para o dia; atualmente, está na quarta reimpressão. A quarta reimpressão eleva</p><p>a 27.000 o número total de exemplares neste país, o que é excepcional em relação à população.</p><p>O Sr. Pease é um assessor administrativo de North Sydney, uma pessoa muito amistosa, com</p><p>uma capacidade de apresentar esse tema de modo extraordinário. Ele foi entrevistado por todas as</p><p>redes de televisão da Austrália, além de aparecer em praticamente todos os jornais e revistas (ver</p><p>os recortes de imprensa incluídos).</p><p>Ele planeja ir aos Estados Unidos este ano para promover o livro e está interessado em buscar</p><p>uma editora que queira publicá-lo aí. Caso se interesse em editá-lo nos Estados Unidos, pedimos que</p><p>entre em contato conosco assim que possível.</p><p>Atenciosamente</p><p>Guardei quase todas as cartas que recebi de volta.</p><p>Eis algumas respostas das 23 editoras que entraram em contato:</p><p>“Este livro não é adequado ao nosso catálogo.”</p><p>“É interessante, m as não vemos como pode funcionar nos Estados Unidos.”</p><p>“Já vimos livros com o esse e não acham os nada de inovador nele.”</p><p>“Obrigado, mas não temos interesse.”</p><p>“Boa sorte em sua busca.”</p><p>A resposta mais mem orável foi: “Linguagem corporal talvez se aplique a</p><p>australianos, mas na verdade não se aplica aos britânicos.”</p><p>Quinze editoras me enviaram um cartão-resposta impresso “Não ligue para nós;</p><p>nós ligam os para você”, e o resto não respondeu. Fiquei desapontado e desanimado,</p><p>mas estava decidido a continuar, apesar do que qualquer um dissesse, pensasse ou</p><p>fizesse. Decidi pegar um avião para Nova York e bater pessoalmente à porta dessas</p><p>editoras e convencê-las a comprar Linguagem corporal . Depois de três dias telefonando</p><p>e batendo às portas, não cheguei a lugar nenhum. A maioria das editoras não me</p><p>atendeu, e as poucas que me receberam não dem onstraram muito interesse. Acabei</p><p>dando de cara num muro: 13 disseram “vá embora” e seis concordaram em me receber,</p><p>mas apenas três editores realmente apareceram. No 29o telefonema, o responsável por</p><p>uma pequena editora ficou com pena de mim e me recomendou que arranjasse um</p><p>agente literário. Ele disse que nos Estados Unidos o agente era necessário e me deu</p><p>uma lista de cinco nomes. Num nível básico, me senti reconfortado por estar</p><p>praticando o jogo dos números; mas rezei para que o resultado viesse mais depressa.</p><p>Dois agentes recusaram, dois não compareceram ao encontro marcado e o último,</p><p>um agente chamado Aaron Priest, gostou de mim e da tenacidade que demonstrei com</p><p>meu livro. Ele disse que ia ver o que poderia fazer. Depois da sétima tentativa de</p><p>encontrar uma editora que concordasse em negociar, ele fechou um contrato de 10 mil</p><p>dólares com a Bantam Books, uma das maiores editoras do mundo!</p><p>Desistir da meta porque houve um revés é como rasgar os três outros pneus porque</p><p>um deles furou.</p><p>Linguagem corporal vendeu mais de 7 milhões de exemplares, foi traduzido para 51</p><p>idiomas, tornou-se tema de nove programas da BBC Science e virou uma série de TV em</p><p>nove capítulos no Canal 4 do Reino Unido (apresentada por mim e Barbara). O livro foi</p><p>tema de especiais do canal National Geographic e do Discovery Channel e foi (ainda é)</p><p>usado em cursos universitários e em cursos de vendas e administração do mundo</p><p>inteiro. Fiz minha própria série de TV de sucesso sobre Linguagem corporal , que eu</p><p>mesmo escrevi e apresentei. Por fim, eu e Barb fomos convidados a ir ao Kremlin falar</p><p>aos 300 maiores políticos da nova Rússia. Com 33 anos, eu já aparecera na televisão de</p><p>35 países com Linguagem corporal e percorrera a Europa e 26 estados norte-americanos.</p><p>Vinte anos depois, já recebi toneladas de prêmios e elogios e sou professor honorário de</p><p>três universidades internacionais. A questão aqui é que, se eu houvesse desistido depois</p><p>da primeira, da quinta ou da décima quinta rejeição – como faz a maioria –,</p><p>Linguagem</p><p>corporal e tudo o que veio depois nunca teriam acontecido. Estatisticamente falando,</p><p>eu sabia que daria certo, a questão era apenas quando. Não desista cedo demais de</p><p>suas ideias.</p><p>“Muitos fracassados são pessoas que não perceberam como estavam perto do sucesso</p><p>quando desistiram.”</p><p>Thomas Edison</p><p>A sorte tem seu papel?</p><p>Você pode achar que tudo isso foi uma série de acasos felizes que levou a um</p><p>sucesso de vendas, mas não. Decidi que publicaria Linguagem corporal por conta</p><p>própria apesar do que todos disseram, pensaram ou fizeram, e meu SAR pôs a Lei da</p><p>Atração para funcionar. Se esse conjunto específico de circunstâncias não tivesse</p><p>acontecido, outro conjunto ocorreria. Seja como for, o livro teria sido um sucesso,</p><p>porque comecei decidindo o que faria, não como faria. Desenvolvi um plano por</p><p>escrito, estabeleci o prazo e dei o primeiro passo. O mais importante foi que, se desse</p><p>ouvidos aos que disseram que era um mau negócio, ou que eu não sabia nada sobre</p><p>escrita e publicação, ou que o mercado editorial era difícil, ou que eu deveria gastar</p><p>os 7 mil dólares em viagens, na educação dos filhos ou com um carro novo, ou que</p><p>eu deveria me limitar ao que sabia, Linguagem corporal nunca teria sido publicado.</p><p>Em vez disso, meu SAR localizou pessoas que eram escritores e editores bem-</p><p>sucedidos, e lhes perguntei o que deveria fazer e como eles agiam. Agradeci a meus</p><p>amigos e parentes negativos pela preocupação e pelo interesse e segui com meus</p><p>planos.</p><p>“Os que dizem que não dá para fazer não deveriam interromper quem está fazendo.”</p><p>Provérbio chinês</p><p>Vinte e cinco anos depois, após mais oito livros que encabeçaram listas de mais</p><p>vendidos, Barbara e eu escrevemos Desvendando os segredos da linguagem corporal</p><p>e, apesar de “especialistas” dizerem que era “batido” e “fora de moda”, ele voltou às</p><p>listas de mais vendidos do mundo inteiro. O livro continua sendo um best-seller até</p><p>hoje.</p><p>Resumo</p><p>A maioria das pessoas que tem dificuldades de obter sucesso na vida não pede o que</p><p>quer ou desiste logo.</p><p>Quando acreditar que tem uma ideia vencedora, agarre-se a ela até exaurir todas</p><p>as opções possíveis antes de pensar no que fazer em seguida. Conte a todo mundo</p><p>seus planos e ideias e peça ajuda.</p><p>Não desista. O começo é sempre a parte mais difícil. Se tiver vontade de desistir,</p><p>releia sua lista de metas e só pense no que quer como resultado.</p><p>Nunca deixe a probabilidade impedi-lo de fazer o que, no fundo, você sabe que</p><p>foi destinado a fazer.</p><p>Vá até onde consegue ver e, quando chegar lá, será capaz de enxergar mais longe</p><p>do que no começo. Faça mais um esforço; nunca será demais.</p><p>Alguns têm sucesso porque estão destinados a isso, mas a maioria tem sucesso por ser</p><p>determinada.</p><p>Seja qual for o empreendimento ou o rumo que você decida tomar na vida, só</p><p>peça opiniões a quem vivenciou sua situação, está onde você quer estar ou tem</p><p>conhecimento sobre o que você deseja. Quando se trata de suas metas, só peça</p><p>conselhos a quem já fez ou está fazendo o que você pretende. As opiniões dos outros</p><p>não passam de opiniões, e é comum serem destrutivas e pouco úteis.</p><p>Corra atrás do que quer, senão nunca conseguirá.</p><p>Peça, peça, peça, senão a resposta sempre será “não”.</p><p>Avance, senão ficará sempre no mesmo lugar.</p><p>O fracasso não vem da queda. O fracasso vem de não se levantar.</p><p>“Nunca desista – nunca, nunca, nunca, nunca, em nada, seja grande ou pequeno, ambicioso</p><p>ou discreto. Nunca desista, a não ser diante de convicções de honra e bom senso. Nunca</p><p>ceda à força; nunca ceda ao poder aparentemente avassalador do inimigo.”</p><p>Winston Churchill</p><p>capítulo 14</p><p>Do barraco à cobertura</p><p>Barbara e eu debatemos se devíamos ou não incluir no livro este capítulo e o</p><p>próximo. Eles são autobiográficos e pessoais, mas decidimos incluí-los porque</p><p>demonstram como aplicamos em nossa vida os princípios deste livro.</p><p>Depois de 15 anos de sucesso global com a série de livros Linguagem corporal e</p><p>os programas e documentários de TV que se seguiram, a vida era boa. Tínhamos</p><p>carrões, uma grande lancha, uma linda casa à beira-mar e uma casa de campo;</p><p>viajávamos para lugares exóticos e tínhamos muita fama e glória.</p><p>Em 1994, eu e Barbara fomos vítimas de uma má avaliação – nossa má avaliação.</p><p>Perdemos tudo: casa, investimentos, dinheiro e autoestima. Depois de anos de</p><p>imenso sucesso, tudo acabou quase da noite para o dia e ficamos devendo milhões.</p><p>Foram dois anos de advogados e contadores, sofrimento, depressão, dívidas e um</p><p>câncer em consequência do estresse até que decidimos recomeçar. Não seria fácil,</p><p>porque tínhamos exaurido o mercado de livros e produtos com a série Linguagem</p><p>corporal, eu tinha 45 anos, Barb, 34 – e estávamos falidos. Mas, naquele momento,</p><p>tomamos a decisão irreversível de ter mais sucesso do que nunca. Então nos</p><p>sentamos à mesa de plástico que um amigo nos emprestara e escrevemos nossas</p><p>novas metas à mão. Detalhamos o estilo de vida que teríamos e o sucesso que</p><p>conseguiríamos. Não sabíamos como fazer, mas decidimos o que fazer, e sabíamos</p><p>que isso era mais importante. Não havia outra opção; precisávamos avançar.</p><p>A boa capacidade de avaliação vem das más experiências.</p><p>E a maior parte delas vem das más avaliações.</p><p>Depois de meses de reflexão, decidimos que nosso plano seria escrever novos</p><p>livros que venderiam milhões de exemplares, em vez das dezenas ou centenas de</p><p>milhares a que estávamos acostumados. Essa meta definida com clareza significava</p><p>que teríamos que pensar em outra maneira de escrever livros se quiséssemos dar esse</p><p>salto. Decidimos só escrever livros que o público quisesse comprar sem precisar ser</p><p>convencido, livros que seriam desejados mesmo que ninguém soubesse quem</p><p>éramos.</p><p>Depois do sucesso internacional de Linguagem corporal nas décadas de 1970 e</p><p>1980, escrevemos livros que as pessoas realmente precisavam, como meu How to</p><p>Write Letters and Emails that Get Results (Como escrever cartas e e-mails que dão</p><p>certo) e How to Remember Names and Faces (Como se lembrar de nomes e rostos),</p><p>de Barbara. Esses livros entraram nas listas de best-sellers e venderam centenas de</p><p>milhares de exemplares, mas para nossa recuperação financeira essa abordagem era</p><p>limitante demais. Embora todo mundo concorde que melhorar a capacidade de</p><p>recordar nomes é importante, muitos nunca comprariam um livro sobre isso. Todos</p><p>concordam que a capacidade de se comunicar por escrito é essencial, mas nem todo</p><p>mundo busca um livro sobre o tema. Mas todos comprariam livros sobre ter mais</p><p>dinheiro, amor, poder e sexo. Então essa seria a nossa regra.</p><p>Tínhamos escrito livros sobre coisas de</p><p>que as pessoas realmente precisavam,</p><p>não sobre o que realmente queriam.</p><p>A partir daquele momento só escreveríamos livros sobre esses assuntos: eram os</p><p>tópicos pelos quais os leitores pagariam para ler. Usaríamos as preferências deles, não</p><p>as nossas. Ao afirmar claramente nossas metas por escrito, o SAR entrou em modo</p><p>de busca. Imediatamente começamos a ver novos temas e formas de escrever em que</p><p>nunca tínhamos pensado.</p><p>Programar o SAR em alto nível do jeito que fizemos foi drástico porque é bem</p><p>presunçoso decidir escrever apenas best-sellers. Mas tínhamos de agir assim, porque</p><p>eu tinha 45 anos e não queria chegar aos 70 e ainda estar pagando as prestações da</p><p>casa própria. Se não nos encontrássemos numa situação tão pavorosa, talvez nunca</p><p>tivéssemos estabelecido metas tão ambiciosas, mas não tínhamos opção. O que</p><p>aconteceu em consequência disso mostra como o SAR é poderoso quando usado da</p><p>forma correta.</p><p>São raros os escritores que tomam boas decisões sobre negócios, e decidimos</p><p>tomar todas as decisões futuras primeiro sob o ponto de vista empresarial. Desse</p><p>modo, nossas escolhas seriam financeiramente sensatas. Embora a maioria dos</p><p>escritores fale de suas paixões ou conhecimentos pessoais, decidimos que seríamos</p><p>empresários em primeiro lugar; o resto viria depois.</p><p>A formação de nosso próximo grande livro</p><p>Quem está falido, sem nada, é forçado a examinar o que realmente quer da vida.</p><p>Depois de quase três anos tentando sair do buraco financeiro, meu</p><p>casamento estava</p><p>sob grave pressão. Quem já esteve num relacionamento de longo prazo com alguém</p><p>vai se identificar com essa situação. “Não podemos viver com essa pessoa, mas não</p><p>conseguimos viver sem ela.”</p><p>Nossos principais problemas eram os mesmos da maioria dos casais: as diferenças</p><p>de percepção da vida entre homens e mulheres. Para tentar resolver essas questões e</p><p>evitar a separação ou o divórcio, decidimos escrever uma lista das coisas que</p><p>achávamos difícil tolerar no outro. Imaginamos que, se conseguíssemos resolver,</p><p>acertar ou negociar essas características, poderíamos voltar a ter uma vida feliz</p><p>juntos. A maioria dos homens consegue fazer uma lista de seis a oito coisas que os</p><p>incomodam nas parceiras; eu tinha seis em minha lista. Mas precisei pedir a Barbara</p><p>que parasse de escrever quando ela chegou à quarta página de sua lista! Em minha</p><p>lista de reclamações, estavam a incapacidade de Barb de entender mapas, não ir</p><p>direto ao assunto, falar quando eu precisava de silêncio, indecisão, não fazer sexo</p><p>comigo com a frequência que eu queria – todas queixas típicas masculinas. Na lista</p><p>dela, estavam hábitos como não pedir informações, resolver os problemas dela</p><p>quando ela só queria que eu escutasse, dizer-lhe como deveria pensar, querer sexo</p><p>demais e deixar a tampa do vaso sanitário levantada. Embora não percebêssemos na</p><p>época, essas listas formariam a base de um de nossos próximos best-sellers, que</p><p>chamamos provisoriamente de “Resgate de relacionamentos”.</p><p>Amizade entre mulheres:</p><p>A mulher não volta para casa certa noite.</p><p>No dia seguinte, ela diz ao marido que dormiu na casa de uma amiga. Ele liga para as 10</p><p>melhores amigas da esposa. Nenhuma delas sabe nada a respeito.</p><p>Amizade entre homens:</p><p>Um homem não volta para casa certa noite.</p><p>No dia seguinte, ele diz à mulher que dormiu na casa de um amigo. Ela liga para os 10</p><p>melhores amigos do marido. Oito deles confirmam a história e dois afirmam que ele ainda</p><p>está lá.</p><p>Com as novas metas e os novos planos consolidados por escrito, decidimos que a</p><p>Austrália não era suficientemente grande para nossas metas. Precisávamos encontrar</p><p>mercados maiores para chegar aonde queríamos. Tínhamos de ir para países com</p><p>população considerável para vender muitos livros e falar em conferências imensas.</p><p>Então atacamos a parte assustadora de nosso plano ambicioso: demos um prazo.</p><p>Decidimos que, em doze meses, estaríamos estabelecidos e trabalhando na Europa.</p><p>Em pé no topo do mundo</p><p>Compramos um grande mapa-múndi por quinze dólares, o abrimos no chão da</p><p>nossa sala e ficamos em pé sobre ele. Decidimos que só havia dois grandes mercados</p><p>mundiais para nós: os Estados Unidos e a Europa. A Europa parecia a melhor opção</p><p>porque a população era mais numerosa. Com a Rússia e os outros países do leste</p><p>europeu, ela tinha cerca de 1 bilhão de habitantes, comparada aos 300 milhões dos</p><p>Estados Unidos. Era mais fácil chegar à Europa do que aos Estados Unidos, e para</p><p>nós era um lugar mais misterioso e empolgante. O Muro de Berlim estava sendo</p><p>demolido, e o comunismo chegava ao fim na Europa oriental. Decidimos abordar o</p><p>desconhecido nesses novos mercados e nos tornar personalidades bem conhecidas.</p><p>Resolvemos que a Inglaterra era o país lógico para morarmos porque falávamos o</p><p>mesmo idioma. Moraríamos em algum ponto no centro, perto das estradas e de um</p><p>aeroporto internacional para viajarmos com facilidade. Pegamos um alfinete e o</p><p>espetamos no meio do mapa da Inglaterra. Ele caiu numa cidadezinha chamada</p><p>Henley-in-Arden, em Warwickshire.</p><p>A sala mais escura costuma guardar o maior tesouro.</p><p>Não sabíamos nada sobre Henley-in-Arden e não tínhamos absolutamente</p><p>nenhuma ideia de como a situação iria se desenrolar; só sabíamos o que queríamos</p><p>fazer, e Henley-in-Arden ficava mais ou menos no centro da Inglaterra. Tínhamos</p><p>decidido o que e alimentado o SAR com isso; confiávamos que o como logo surgiria.</p><p>A entrada no desconhecido</p><p>Ir para o Reino Unido tendo apenas uma meta e nossa confiança no universo foi, ao</p><p>mesmo tempo, assustador e empolgante. Combinamos que Barb seria o motor para</p><p>gerar renda: ela ligaria para grandes empresas para oferecer meus serviços como</p><p>palestrante. Pensando bem, parece quase impossível que tenhamos feito o que</p><p>fizemos, mas não tínhamos opção. Quem está contra a parede, com uma espada na</p><p>mão e nenhuma outra opção, só pode avançar. Nós nos recusamos a sequer pensar</p><p>no que não fosse o sucesso. Teríamos tudo de volta, e ainda mais do que antes. Fim</p><p>da história. E seguiríamos nosso plano, apesar do que os outros dissessem,</p><p>pensassem ou fizessem.</p><p>O caminho à frente se materializa</p><p>Dois anos antes, numa conferência em Hong Kong, tínhamos conhecido um</p><p>palestrante chamado John Fenton. Ele morava no Warwickshire e dissera: “Se algum</p><p>dia vocês forem a Warwickshire, fiquem lá em casa.” Era o tipo de convite que se faz</p><p>a pessoas que conhecemos e de quem gostamos, mas nunca esperamos que elas</p><p>apareçam. No entanto, ele morava perto de Henley-in-Arden, e decidimos aceitar o</p><p>convite. Seria educado telefonar-lhe primeiro e dizer que íamos, então fiz isso.</p><p>– Olá, John, você se lembra de nós? Aceitamos seu convite. Ponha a chaleira no</p><p>fogo; chegamos semana que vem!</p><p>O telefone ficou mudo. Depois, ele disse:</p><p>– Tudo bem... Podem vir!</p><p>Quando definimos as metas com clareza e pedimos ajuda aos outros, muita</p><p>gente quer nos ajudar. Pedimos claramente o que queríamos e recebemos um “sim”.</p><p>Sentimos que a abordagem direta seria melhor, porque não daria a John a</p><p>oportunidade de recusar – e precisávamos de um lugar para ficar. Se ele dissesse</p><p>“não”, recorreríamos ao plano B, fosse ele qual fosse!</p><p>Quando estabelecemos metas definidas com clareza, começamos a agir e falar de forma</p><p>direta e positiva sobre o que queremos e faremos.</p><p>A chegada a Henley-in-Arden</p><p>Compramos duas passagens baratíssimas e uma semana depois, em 10 de maio de</p><p>1997, embarcamos em Sydney rumo ao Reino Unido e pousamos no aeroporto</p><p>Heathrow às cinco da manhã. Alugamos um carro e dirigimos duas horas até a</p><p>minúscula aldeia shakespeariana de Henley-in-Arden, que logo se tornaria nosso lar.</p><p>Hoje, John Fenton está aposentado e conseguiu desacelerar, mas quando o</p><p>conhecemos ele era um homem sociável e dinâmico. Escrevera vários livros sobre</p><p>vendas, dava palestras motivacionais e era um incorporador imobiliário bem-</p><p>sucedido. John era o tipo de pessoa tão cheia de energia que, depois de passar uma</p><p>hora com ele, era preciso tirar uma semana de folga para superar. Também é uma</p><p>pessoa solícita e generosa. Chegamos à casa dele em Warwickshire e, durante o</p><p>jantar, lhe explicamos o que tinha acontecido conosco e por que estávamos lá. John</p><p>ficou espantado e impressionado.</p><p>– Então vocês simplesmente decidiram aparecer no outro lado do mundo, onde</p><p>não conhecem ninguém e ninguém os conhece, estão falidos, só escreverão best-</p><p>sellers e terão ainda mais sucesso que antes? É isso que estão me dizendo? –</p><p>perguntou ele.</p><p>– Foi um resumo perfeito, John! – respondi.</p><p>Ele baixou os olhos, pôs as mãos no rosto, balançou a cabeça e, rindo, disse:</p><p>– Então é melhor beber para comemorar!</p><p>John abriu uma garrafa de champanhe e logo estávamos todos morrendo de rir</p><p>do absurdo daquilo tudo.</p><p>Na manhã seguinte, enquanto observávamos o nascer do sol em Henley-in-</p><p>Arden, Barb e eu ficamos espantados com a realidade e a enormidade do que íamos</p><p>fazer.</p><p>– Então... Quais livros vocês vão escrever e como vão vendê-los? – perguntou</p><p>John durante o café da manhã.</p><p>– São detalhes técnicos, John – falei. – Mas vamos descobrir o que fazer e</p><p>faremos melhor do que todo mundo! Já decidimos o que faremos, e essa é a maior</p><p>decisão.</p><p>– Onde vocês vão morar? – continuou John.</p><p>– Esse é outro detalhe técnico, John – respondi, rindo. – Tem alguma sugestão?</p><p>Uma das coisas empolgantes de estabelecer grandes metas e contá-las aos outros</p><p>é que muita gente quer nos ajudar a atingi-las. John Fenton ficou empolgado com a</p><p>ideia de participar do que algumas pessoas veriam como um sonho impossível.</p><p>Primeiro precisávamos de um lugar para morar, e John nos apresentou</p><p>a Tony</p><p>Earl, um conservador de 60 anos que usava paletó de tweed. Tony administrava a</p><p>imobiliária que o pai fundara na cidade em 1920. Contamos nossa experiência a</p><p>Tony e sua equipe e explicamos como fomos parar em sua sala. Ele ficou ali sentado</p><p>e nos fitou com curiosidade, como se estivesse estudando chimpanzés num</p><p>zoológico.</p><p>– Então vocês puseram um alfinete num mapa... caíram em meu escritório... e</p><p>agora estão aqui para morar e fazer negócios? – perguntou ele. – Mas não têm</p><p>dinheiro, lugar para ficar nem trabalho?</p><p>– Exatamente! – respondi. – Mas logo teremos tudo isso, Tony, e é por isso que</p><p>viemos conversar com você. Como pode nos ajudar?</p><p>Tony riu. Na verdade, todos naquela reunião riram. Então, ele nos convidou</p><p>para almoçar e brincou que aquela poderia ser nossa “última ceia”.</p><p>Apesar de tanta risada, todos ficaram impressionados com nossa determinação</p><p>de fazer tudo aquilo depois do que passamos e com planos tão ambiciosos que</p><p>chegavam a ser quase ofensivos. Nos dois dias seguintes, desenvolvemos uma boa</p><p>relação com Tony, e ele nos mostrou imóveis à venda e para alugar para que</p><p>tivéssemos uma ideia de como era Henley-in-Arden. O melhor que conseguimos</p><p>encontrar para alugar custava 800 libras esterlinas (2 mil dólares australianos) por</p><p>mês. Além disso, teríamos que comprar móveis, material de escritório, telefone e,</p><p>não sei como, um carro antes de começar. Parecia quase impossível, porque não</p><p>tínhamos dinheiro. Mas, quando estamos voltados para as metas e usamos o SAR, as</p><p>respostas vêm. No terceiro dia sem resultado, Tony pôs as mãos em nossos ombros e,</p><p>de um jeito paternal e preocupado, perguntou:</p><p>– Vocês têm certeza de que é isso mesmo que querem fazer?</p><p>– Certeza absoluta, Tony! Decidimos o que queremos... só não sabemos ainda</p><p>como fazer.</p><p>Embora eu me mostrasse animado com tudo, Barbara e eu voltamos à casa de</p><p>John desapontados porque ainda não tínhamos onde morar.</p><p>– Alguma coisa vai aparecer, querida – falei para tranquilizá-la. – Sempre</p><p>aparece.</p><p>As estrelas não podem brilhar sem a escuridão</p><p>Embora mantivesse uma fé inabalável em minha determinação de descobrir o</p><p>próximo passo, Barb também deve ter pensado que eu era meio maluco. Além de</p><p>também ter perdido tudo financeiramente depois que nos conhecemos, agora ela</p><p>teria que administrar uma nova empresa no outro lado do mundo, sem ter onde</p><p>morar e com um homem sem dinheiro que só tinha sonhos. Mas imaginei que, com</p><p>o tipo de apoio que recebia dela e com o amor que sentíamos um pelo outro, nosso</p><p>sucesso seria inevitável. Qual a pior coisa que poderia acontecer? Eu sabia que,</p><p>mesmo que precisássemos dormir num estábulo com animais, Barb estaria disposta a</p><p>isso. E se, no final, só tivéssemos um ao outro, a vida ainda valeria a pena. Além</p><p>disso, eu usara o estabelecimento de metas com sucesso a vida inteira e</p><p>regularmente entrava em terreno desconhecido. Na verdade, aquilo era a mesma</p><p>coisa – só que muito maior. Algumas pessoas chamam isso de Lei da Atração,</p><p>Universo ou Deus; sabíamos que era o SAR.</p><p>Certo dia, de manhã cedo, Tony ligou e pediu para se encontrar conosco. Como</p><p>John, ele tinha se envolvido na Louca Viagem de Aventura dos Pease e estava</p><p>gostando de fazer parte dela.</p><p>Tony explicou que possuía um moinho d’água do século XVII pertinho de</p><p>Henley-in-Arden que estava vago. Disse que o moinho estava totalmente mobiliado</p><p>e tinha um porão que, depois de alguma faxina, poderia ser usado como escritório.</p><p>Ele nos cobraria um aluguel de 500 libras por mês e poderíamos lhe pagar mais</p><p>tarde, quando nos erguêssemos e tivéssemos dinheiro. Ficamos alucinados!</p><p>Poderíamos começar!</p><p>Quando você tem clareza do que quer e pede, a ajuda vem, até mesmo de pessoas que</p><p>ainda não conhece.</p><p>Tony e John contaram a todos os moradores da aldeia a história dos dois</p><p>australianos malucos que perderam tudo, espetaram um alfinete no mapa, foram</p><p>parar em Henley-in-Arden com uma mão na frente e outra atrás e agora moravam</p><p>no moinho de Tony. John disse que teria uma conferência em breve com mais de</p><p>dois mil participantes e que me colocaria no programa de palestras. Ele também nos</p><p>emprestou um carro. Quando embarcamos naquele avião em Sydney sete dias antes,</p><p>não conhecíamos ninguém no Reino Unido, a não ser John. Só nos restava nossas</p><p>metas, um prazo, determinação, um ao outro e um carrinho alugado. Agora</p><p>morávamos numa casa mobiliada, tínhamos um possível escritório, dois novos</p><p>melhores amigos, um carro e trabalho! O SAR sempre funciona...</p><p>Talvez você esteja pensando que só tivemos sorte de encontrar John e Tony, mas</p><p>isso não é verdade. Tínhamos uma meta claramente definida e só pensávamos no</p><p>sucesso. Se não tivéssemos conhecido John e Tony, teríamos conhecido outras</p><p>pessoas em outra cidade e outros casos de “sorte” teriam acontecido. Sorte é o que</p><p>acontece quando não temos uma meta clara e não esperamos nada. Para nós, a sorte</p><p>nunca fez parte do plano.</p><p>“Tome cuidado com o que deseja, porque pode acabar acontecendo.”</p><p>Júlio César</p><p>O nascimento de nossa empresa europeia</p><p>O moinho de Tony ficava ao lado de um cemitério na minúscula aldeia de Wootton</p><p>Wawen, de 186 habitantes, junto a Henley-in-Arden. Nos fundos havia um curso</p><p>d’água que antes girava a roda d’água e moía cereais. Tony nos deu um quarto no</p><p>terceiro andar e montamos nosso escritório no porão, uma sala fria e mofada de 5</p><p>por 5 metros sem uso desde o século XIX, mas que para nós era linda. A umidade, o</p><p>frio e o mofo eram irrelevantes. Ficamos empolgados por ter um lugar para chamar</p><p>de lar e uma base de operações; o cheiro não importava.</p><p>Com nossos últimos 800 dólares, visitamos uma loja que liquidava móveis de</p><p>escritório num celeiro no campo e conseguimos comprar duas escrivaninhas, três</p><p>cadeiras e um arquivo. Contamos nossa história ao dono da loja e perguntamos o</p><p>que ele poderia fazer para nos ajudar. O homem contou que ele e a esposa também</p><p>tinham se recuperado de um desastre financeiro e ficou tão impressionado com</p><p>nossa aventura que incluiu calendários de mesa, tapetes, material de escritório e</p><p>frete grátis para nos ajudar a começar. De novo, quando estabelecemos metas</p><p>definidas com clareza e pedimos ajuda aos outros, as pessoas reagem, mesmo</p><p>aquelas que ainda não conhecemos.</p><p>O velho moinho d’água de Wootton Wawen,</p><p>perto de Stratford-on-Avon.</p><p>Tínhamos trazido nossos laptops da Austrália, e John nos emprestou um carro,</p><p>dois telefones e uma lista telefônica. Estávamos prontos para agir! E pensar que, 10</p><p>dias antes, nunca tínhamos ouvido falar de Wootton Wawen. Nossas metas</p><p>definidas com clareza estavam escritas à mão numa lista na bolsa de Barbara, e</p><p>tínhamos determinação para segui-la, apesar do que os outros dissessem, pensassem</p><p>ou fizessem. Naquela noite, em nosso porão mofado, abrimos uma garrafa de vinho</p><p>de supermercado e brindamos à abertura da Pease International UK. Parecia surreal.</p><p>Nenhum amigo ou parente nosso tinha ideia de onde estávamos, do que fazíamos</p><p>nem de que estávamos no outro lado do mundo. Parecia que estávamos em outro</p><p>planeta. Às nove horas da manhã seguinte, Barb se sentou à sua mesa de segunda</p><p>mão, abriu a lista telefônica na seção de seguradoras, pegou o telefone e começou a</p><p>ligar.</p><p>Persistência</p><p>Nos dois primeiros meses, Barb ligou incansavelmente para diretores de treinamento</p><p>de grandes seguradoras, tentando me vender como palestrante nas próximas</p><p>conferências, enquanto eu trabalhava na elaboração de nosso próximo livro.</p><p>Fixar residência em outro país mostrou-se muito mais difícil do que tínhamos</p><p>imaginado. Embora muitos australianos tenham ascendência britânica, os britânicos</p><p>pensam de forma diferente, e os negócios se realizam de maneira bem distinta do</p><p>que eu e Barb conhecíamos. Não é tanto o que sabemos, mas quem conhecemos – e</p><p>só conhecíamos John, Tony e o sujeito da loja de móveis. Para nós, foi um início</p><p>complicado.</p><p>A Europa seria nosso maior mercado, e isso significava que teríamos que</p><p>aprender novos idiomas ou contratar intérpretes. Nós nos inscrevemos em cursos de</p><p>alemão e estabeleci a meta de ser competente o bastante para fazer uma palestra em</p><p>francês.</p><p>No fim de três meses, Barb conseguiu duas vagas para mim em conferências no</p><p>Reino Unido. Depois disso, voltamos à Austrália para cumprir compromissos e</p><p>amarrar pontas soltas. Permanecemos lá até que um dos clientes nos pagasse e</p><p>tivéssemos dinheiro suficiente para comprar as passagens de avião e voltar a</p><p>Wootton Wawen.</p><p>Uma flecha só pode ser atirada puxando-a para trás.</p><p>Assim, quando parece que a vida nos arrasta para trás com dificuldades, na verdade ela está</p><p>prestes a nos lançar em algo grande.</p><p>Naquele primeiro ano, viajamos quatro vezes entre Austrália e Reino Unido.</p><p>Devagar, pouco a pouco, montamos uma base de fãs e clientes britânicos, enquanto</p><p>nossos negócios europeus também começavam a tomar forma. As primeiras</p><p>conferências em que falei foram de seguradoras, bancos e empresas de computação.</p><p>Contamos nossos planos a todo mundo e pedimos ajuda, e, como fogo no mato,</p><p>nossa história começou a se espalhar. Por toda parte apareceram pessoas que</p><p>queriam ir conosco na montanha-russa ou vê-la cair e pegar fogo.</p><p>No fim da década de 1980, eu já aparecera em vários programas de TV</p><p>britânicos com cientistas que demonstravam as diferenças entre o cérebro do homem</p><p>e da mulher usando a nova tecnologia da ressonância magnética. Naquela época,</p><p>minhas palestras tratavam de como apresentar ideias de forma diferente a homens e</p><p>mulheres. Embora bem recebida em seminários, essa era uma ideia controversa,</p><p>porque era tido como politicamente incorreto dizer que homens e mulheres não</p><p>eram igualmente capazes de fazer certas coisas. Barb achava esse tópico perfeito para</p><p>nosso próximo livro por causa da controvérsia sobre o tema. E estava claro que era</p><p>algo que todos precisavam entender. Após muito debate e discussão, decidimos</p><p>desenvolver nosso próximo livro sobre a ciência dos homens, das mulheres e dos</p><p>relacionamentos. Tínhamos as listas pessoais escritas um sobre o outro; elas seriam a</p><p>base desse novo manuscrito.</p><p>“Todos enfrentamos uma série de grandes oportunidades brilhantemente disfarçadas de</p><p>situações inviáveis.”</p><p>Charles Swindoll, autor de Insight for Living</p><p>(Insights para a vida)</p><p>Tivemos a ideia do título do novo livro na Itália, quando estávamos atrasados</p><p>para pegar um avião no aeroporto de Milão. Eu dirigia o carro alugado e Barb lia o</p><p>mapa. Bom, ler o mapa é um exagero. Ela o girava de cabeça para baixo, tentando</p><p>fazê-lo combinar com a paisagem italiana que nos cercava enquanto, ao mesmo</p><p>tempo, insistia que eu devia parar e pedir informações. O resultado foi uma</p><p>discussão que todos os casais conhecem. Eu disse que se ela aprendesse a ler mapas</p><p>direito não estaríamos perdidos. E ela contrapôs que, se eu aprendesse a escutar em</p><p>vez de criticar – e parasse para pedir informações – nem teríamos nos perdido! A</p><p>discussão ficou tão acalorada que ela me mandou parar e pegou um táxi para ir ao</p><p>aeroporto. Enquanto eu seguia o táxi no pequeno Fiat de aluguel, vi que ela acenava</p><p>para mim pelo para-brisa traseiro, curiosamente usando apenas o dedo do meio.</p><p>Depois dessa experiência italiana, encontramos o título original de nosso livro: Why</p><p>Men Don’t Listen and Women Can’t Read Maps (Por que homens não ouvem e</p><p>mulheres não sabem ler mapas, que foi publicado no Brasil como Por que os homens</p><p>fazem sexo e as mulheres fazem amor?). Escreveríamos sobre as diferenças entre</p><p>homens e mulheres, embasaríamos tudo com provas científicas e histórias reais e</p><p>seria superdivertido! Acreditávamos que ninguém tinha escrito nada igual.</p><p>Enquanto Barb continuava a examinar as três primeiras letras da lista telefônica,</p><p>eu falava em seminários e, à noite, líamos e relíamos o manuscrito. Dois anos depois,</p><p>em 1998, ele ficou pronto. Abrimos uma garrafa de champanhe em nosso moinho e</p><p>brindamos ao futuro.</p><p>Estávamos no carro com o manuscrito pela estrada M40, na Inglaterra, e eu disse</p><p>calmamente a Barb:</p><p>– É isso aí, garota! Estamos de volta! Vamos chegar ao topo!</p><p>Sabíamos que tínhamos um sucesso em mãos.</p><p>Em Portofino, na Itália, quando chegamos ao título Why Men Don’t Listen and Women Can’t Read Maps (Por</p><p>que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor? no Brasil).</p><p>Nosso plano de ação</p><p>Decidimos publicar Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor? por</p><p>conta própria para maximizar o lucro. O livro seria lançado primeiro na Austrália</p><p>porque, embora não fosse um grande mercado, conseguiríamos colocá-lo</p><p>rapidamente na lista dos mais vendidos e usar essa credibilidade para vendê-lo no</p><p>mercado internacional. Precisaríamos de muita exposição na mídia, e nossa fórmula</p><p>para conseguir isso era fazer o trabalho dos jornalistas. Se você for escritor, nunca</p><p>espere que alguém o descubra; escreva as reportagens e as forneça aos meios de</p><p>comunicação. Criávamos nossas manchetes, temas e entrevistas e depois os dávamos</p><p>aos jornalistas adequados. Nossas reportagens eram sempre controversas,</p><p>provocadoras ou as duas coisas; em geral, iam contra a corrente do pensamento</p><p>politicamente correto da época. Isso aconteceu quando estava na moda fingir que</p><p>homens e mulheres pensavam do mesmo jeito. Voltamos à Austrália, lançamos Por</p><p>que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor? e mandamos para a imprensa</p><p>releases com títulos como:</p><p>Por que as mulheres não conseguem achar o caminho nem da própria casa</p><p>Por que os homens australianos são amantes sem noção</p><p>Por que as mulheres não conseguem estacionar de ré</p><p>Por que os homens só conseguem fazer uma coisa de cada vez</p><p>Por que as mulheres não param de falar</p><p>Por que os homens não se casam com feministas</p><p>Sabíamos que ser politicamente incorretos chamaria a atenção da mídia. E ser</p><p>controverso é um modo importante de se tornar conhecido. A maioria dos escritores,</p><p>músicos, artistas plásticos e atores fica sentada, esperando o grande telefonema que</p><p>raramente vem. Queríamos estar no leme de nosso navio e velejar para onde</p><p>quiséssemos ir, fosse qual fosse a direção do vento.</p><p>Assuma o comando. Não espere ser descoberto.</p><p>Logo descobrimos que as feministas australianas vinham atrás de mim com um</p><p>taco de beisebol e que refutavam qualquer coisa que eu dissesse. Mas também</p><p>descobrimos que, se Barbara dissesse as mesmas coisas – exatamente as mesmas</p><p>coisas –, as feministas não se incomodavam e até ficavam impressionadas. Portanto,</p><p>desenvolvemos a rotina do policial malvado e do policial bonzinho em que eu era o</p><p>provocador e Barb, a pacificadora. Isso funcionou bem, porque, em vez de levá-los</p><p>para o lado pessoal, usamos os ataques das feministas para empurrar Por que os</p><p>homens fazem sexo e as mulheres fazem amor? na cara de todo mundo, e o público</p><p>adorou. Em um mês, o livro chegou ao número 1 da lista de mais vendidos da</p><p>Austrália. Ficou três meses em primeiro lugar e vendeu mais de 50 mil exemplares.</p><p>Estávamos de volta ao mercado!</p><p>Obstáculos e bloqueios</p><p>Depois do sucesso australiano, enviamos nosso manuscrito a muitas editoras no</p><p>Reino Unido, mas elas não se interessaram. A história era a mesma: elas não nos</p><p>conheciam, não conheciam o tema e tudo era muito difícil. Disseram que nossas</p><p>ideias podiam funcionar na Austrália, mas que os britânicos não embarcariam. Então</p><p>estabelecemos a meta de criar nossa própria distribuidora de livros na Grã-Bretanha</p><p>e assumir o controle de nosso mercado. Estávamos decididos a continuar nosso</p><p>plano apesar do que os outros dissessem, pensassem ou fizessem. Logo descobrimos</p><p>que, no Reino Unido, a distribuição de livros era como o setor editorial: uma</p><p>panelinha de gente que se conhecia. Mais uma vez, o problema era que ninguém nos</p><p>conhecia, e os autores que optavam pela autopublicação não eram considerados</p><p>bacanas.</p><p>Barb estabeleceu a meta de se tornar conhecida pelas três maiores distribuidoras</p><p>de livros do Reino Unido. Telefonava toda semana, mandava bilhetes, dava ideias e</p><p>passou tanto tempo fazendo contato que as pessoas que trabalhavam lá acabaram se</p><p>acostumando com sua presença. Ela também telefonou para todos os jornalistas</p><p>importantes do Reino Unido e ficou amiga de uma repórter do Daily Mail que</p><p>adorou nosso livro e concordou em publicar uma série de três matérias</p><p>naquele</p><p>influente jornal. É importante entender que, quando o Daily Mail concordou em</p><p>publicar nossa série, Barb já tinha recebido 18 recusas de outros jornais e revistas.</p><p>Ela estava praticando o jogo dos números.</p><p>Como parte do plano, Barb e eu telefonamos todo dia para as principais livrarias</p><p>do Reino Unido perguntando se tinham o novo livro dos Pease. Era óbvio que não</p><p>tinham; nem sabiam de sua existência. Mas criamos a demanda, fazendo as livrarias</p><p>perguntarem às distribuidoras se tinham nosso livro. Aos poucos, as livrarias</p><p>começaram a fazer pedidos: 10 exemplares aqui, 20 ali, de vez em quando 50</p><p>exemplares. Barb embalava os livros e os levava a pé todo dia até a agência dos</p><p>correios. Por fim, ela convenceu Jim, um distribuidor, a nos dar o empurrãozinho de</p><p>que precisávamos. Ele ouvira nossa história em várias livrarias, lera a série do Daily</p><p>Mail e quis ajudar. Barb tinha passado seis meses telefonando regularmente para</p><p>ele, que também era assediado por livrarias que queriam encontrar esse livro de</p><p>título tão desprezível. Jim concordou em pegar 500 exemplares em consignação. Mas</p><p>se não vendessem, avisou ele, causaríamos uma má impressão e as lojas devolveriam</p><p>os livros. Barb ficou arrasada. Ela sozinha já vendia mais do que isso diretamente às</p><p>livrarias!</p><p>Os primeiros 500 exemplares de Jim se esgotaram no primeiro dia. Então ele</p><p>pegou mais 2 mil. Foram vendidos em menos de uma semana. Em três meses,</p><p>estávamos na lista dos mais vendidos da Grã-Bretanha.</p><p>Barb com seus pais em Umberslade Hall,</p><p>nossa nova casa britânica.</p><p>Nossa nova casa</p><p>Encontramos um lindo apartamento no último andar de uma casa senhorial</p><p>reformada do século XVII que estava à venda por 400 mil dólares australianos.</p><p>Pertencia a Maisey e Eric, um casal idoso. Oferecemos uma entrada de 5% (era o</p><p>que tínhamos então) e dissemos que pagaríamos o restante em 12 meses, quando</p><p>recebêssemos o dinheiro das vendas do livro. Tony, o corretor de imóveis, lhes</p><p>contara nossa história e o casal lera a nosso respeito nos jornais. Pedimos a ajuda</p><p>deles e os dois concordaram. Também ficaram empolgados com nossos planos, e 12</p><p>meses depois tínhamos nossa primeira casa britânica! Moramos lá nos cinco anos</p><p>seguintes e acabamos nos tornando os maiores acionistas do magnífico prédio</p><p>histórico chamado Umberslade Hall. Ele fica pertinho de Henley-in-Arden, no exato</p><p>local onde nosso alfinete caíra no mapa três anos antes.</p><p>Nunca desista</p><p>Houve muitos dias em que a situação pareceu soturna ou não foi favorável. Mas,</p><p>quando temos metas definidas com clareza, ficamos motivados ao olhar o resultado</p><p>final, e não o obstáculo à frente. Sem metas, as pessoas se motivam pelos bloqueios</p><p>que surgem diante delas ou pelo que acontecerá depois. Estatisticamente, a maioria</p><p>das coisas que acontecerá “depois” não produz resultados. Lembre-se: o princípio</p><p>80/20 significa que 80% do que fazemos não produzirá resultado.</p><p>Telefonávamos constantemente para os grandes programas de rádio e TV para</p><p>lhes dar ideias de temas estimulantes e divertidos, e logo nos tornamos assíduos na</p><p>televisão britânica. Esse sucesso resultou no nosso envolvimento em nove</p><p>importantes documentários e na nossa própria série de 10 episódios baseados em</p><p>nossos livros. Agora estávamos na crista da onda! Barb convenceu uma grande</p><p>editora do Reino Unido a nos distribuir e, depois de seis meses de sucesso, eles nos</p><p>ofereceram 1 milhão de dólares australianos para publicar Por que os homens fazem</p><p>sexo e as mulheres fazem amor?.</p><p>Ficamos ao mesmo tempo espantados e deliciados com a oferta, mas achamos</p><p>que, se valia 1 milhão para eles, nós mesmos poderíamos ganhar 10 vezes isso.</p><p>Lembre-se: nossa principal meta era nos tornar financeiramente independentes de</p><p>novo. Se não fosse essa meta, talvez aceitássemos o dinheiro. Então nos tornamos</p><p>nossos próprios editores britânicos.</p><p>Em vez de pensar fora da caixa, livre-se da caixa.</p><p>A jornalista do Daily Mail ficou empolgada para participar de nossa aventura e</p><p>se dispôs a nos ajudar ainda mais. Seis meses depois, ela nos apresentou à agente</p><p>literária anglo-americana Dorie Simmonds, que, segundo ela, poderia nos vender e</p><p>comercializar nossos livros a editoras estrangeiras. A parceria Pease-Simmonds</p><p>vendeu mais de 20 milhões de livros nos 10 anos seguintes, com traduções para 54</p><p>idiomas, e produzimos mais sete best-sellers. Viajamos pelo mundo como astros do</p><p>rock naquela década, visitando 20 a 30 países por ano, e atraímos dezenas de</p><p>milhões de fãs. Agora levávamos a vida que visualizamos no dia em que ficamos em</p><p>cima do mapa-múndi em nossa casinha em Sydney e estabelecemos nossas novas</p><p>metas.</p><p>Nessa época enlouquecida, também fizeram um filme na Europa baseado em</p><p>nosso livro que ficou em primeiro lugar nas bilheterias, intitulado Warum Männer</p><p>Nicht Zuhären und Frauen Schlecht Einparken (Por que os homens não escutam e as</p><p>mulheres não conseguem estacionar). O filme também passou na televisão em toda</p><p>Europa e foi levado aos palcos de Paris, Lyon, Roma, Praga e Amsterdã.</p><p>Reprodução da lista das maiores bilheterias</p><p>na Alemanha na época.</p><p>Criamos uma coluna de conselhos mensais que, em seu ápice, teve mais de 20</p><p>milhões de leitores. Em 2005, tínhamos cinco livros nas listas de best-sellers</p><p>europeias e éramos os autores de não ficção que mais vendiam no mundo; em</p><p>termos globais, só ficamos atrás de Harry Potter, de J. K. Rowling. Tínhamos nos</p><p>afastado bastante da falência e de nossa casinha cheia de baratas em Sydney.</p><p>Alguns de nossos livros tiveram dificuldade de chegar ao primeiro lugar porque outros também de nossa</p><p>autoria já o ocupavam.</p><p>Barb foi convidada para a Feira do Livro de Leipzig e ganhou um prêmio por nosso primeiro milhão de livros</p><p>vendidos em alemão.</p><p>Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor? vendeu mais de 12</p><p>milhões de exemplares. A continuação, Why Men Don’t Have a Clue and Women</p><p>Need More Shoes (Por que os homens não têm noção e as mulheres precisam de mais</p><p>sapatos), vendeu mais de 3 milhões de exemplares. Desvendando os segredos da</p><p>linguagem corporal vendeu mais de 2 milhões; Como se tornar um campeão de</p><p>vendas, 2 milhões. Se incluirmos as edições piratas de nossos livros publicadas em</p><p>russo, chinês, indiano, indonésio e outras línguas, a estimativa é de que haja 60</p><p>milhões de livros dos Pease em circulação.</p><p>É importante entender que escrevemos sobre o enorme sucesso que obtivemos,</p><p>mas a cada passo à frente, geralmente éramos jogados três passos para trás. O que</p><p>descrevemos aqui resultou de uns 20% do esforço inicial; os outros 80% do que</p><p>tentamos obteve zero resultado. Praticamos o jogo dos números, tínhamos metas</p><p>definidas com clareza, escritas à mão e com prazos. Visualizamos constantemente o</p><p>resultado que queríamos e usamos afirmações diariamente. Fazer isso, pedir ajuda</p><p>aos outros e tomar a decisão de continuar apesar do que os outros digam, pensem ou</p><p>façam dá resultado.</p><p>A entrada na Rússia</p><p>Em 1990, escrevemos a meta de penetrar no maior mercado não aproveitado do</p><p>mundo, mas com imenso potencial: a Rússia. Planejamos ir ao país nos associar a</p><p>pessoas de alto nível e nos tornar conhecidos. No início, pusemos essa meta na lista</p><p>C, sem prazo, porque não era possível obter um visto para entrar lá. Quando</p><p>estabelecemos essa meta em 1990, a União Soviética era comunista e fazia parte da</p><p>Cortina de Ferro. Era quase impossível viajar para lá, muito menos pensar em</p><p>publicar um livro ou falar numa conferência. Mas para nós era empolgante, porque</p><p>nenhum conferencista ou escritor ocidental fizera nada disso. Além do mais, a</p><p>Rússia tinha aquela imagem de espionagem, todo aquele ambiente de James Bond, e</p><p>a pusemos na lista C.</p><p>Quando mencionávamos essa meta aos outros, muita gente citava razões para</p><p>que fosse pouco realista e que seria desperdício de energia tentar chegar lá.</p><p>Mencionavam a Guerra Fria, a Cortina de Ferro, o misterioso desaparecimento de</p><p>ocidentais, a máfia, a KGB, e que provavelmente seríamos assaltados, assassinados e</p><p>teríamos nossos rins roubados. Agradecíamos a preocupação, admitíamos a verdade</p><p>ou seu direito</p><p>a ter opinião e deixávamos o SAR continuar a busca de respostas.</p><p>A partir do momento em que estabelecemos a meta russa, começamos a ver</p><p>informações sobre o país por toda parte – na TV, em jornais e revistas – e a ouvir</p><p>sotaques russos. Se não tivéssemos programado essa meta no SAR, nunca teríamos</p><p>visto nem ouvido nada disso. Quando o presidente Gorbatchev dissolveu a União</p><p>Soviética em 25 de dezembro de 1991, de repente nossa meta C assomou como</p><p>realidade. Nós a movemos para a lista B e demos um prazo de dois anos para nos</p><p>estabelecermos na Rússia.</p><p>No porto o navio está seguro, mas não é para isso que se constroem navios.</p><p>Em janeiro de 1992, estávamos numa sessão da Câmara de Comércio de Sydney</p><p>quando Barbara ouviu um sotaque russo em algum ponto atrás de nós. Havia umas</p><p>200 pessoas no evento; mas, como a meta russa estava escrita em nossa lista, os</p><p>ouvidos dela perceberam o sotaque. Se não fosse assim, ela nunca o teria percebido</p><p>acima de todo o ruído. É desse jeito que o SAR funciona. Nós nos apresentamos a</p><p>Alexandri, um russo que estava na Austrália, atrás de ideias para levar à nova Rússia.</p><p>Com entusiasmo, Barb e eu lhe vendemos a ideia de publicar Linguagem corporal na</p><p>Rússia e nos levar lá para um seminário e uma turnê de divulgação. Para nós, foi</p><p>uma venda fácil, porque tínhamos ensaiado mentalmente esse momento por mais de</p><p>dois anos.</p><p>Após duas semanas de discussões e negociações, chegamos a um acordo.</p><p>Ensinaríamos Alexandri a publicar um livro e a organizar um evento público com</p><p>uma campanha de divulgação. Em troca, ele procuraria patrocinadores para financiar</p><p>o projeto e dividiríamos os lucros. O plano de Alexandri era começarmos nossa</p><p>“turnê” com uma campanha de divulgação em Moscou e um primeiro seminário em</p><p>São Petersburgo, depois viajar de trem até Gorki, voltar a Moscou e em seguida ir a</p><p>outros lugares. Outros nos avisaram que talvez nunca recebêssemos 1 rublo pelos</p><p>lucros, mas queríamos realmente fazer aquilo, e prosseguimos! Naquela época, a</p><p>moeda russa não podia ser trocada nem transferida, e Alexandri concordou em</p><p>pagar nossa parte no lucro com vodca e caviar negro. Enviaríamos esses produtos de</p><p>caminhão para o Reino Unido e os venderíamos lá para recuperar nossa parte.</p><p>Diversão com a KGB</p><p>A KGB fora desmobilizada na época em que fomos da Austrália para Moscou pela</p><p>primeira vez, e era possível contratar ex-agentes como seguranças por 10 dólares ao</p><p>dia. Contratamos três. Seu trabalho era nos proteger e negociar nossa segurança</p><p>pessoal e patrimonial com a máfia local de cada cidade. Tínhamos até 11 pessoas em</p><p>nosso séquito: guarda-costas, equipe de TV, assessor de imprensa, Barb, Alexandri,</p><p>eu e Bill, o pai de Barb, que seria nosso “boy”. Todos os russos fumavam, tomavam</p><p>vodca e usavam armas. Brincando, eu disse a Alexandri que Barbara e eu éramos os</p><p>únicos que não tinham armas. Ele ficou constrangido e disse que arranjaria armas</p><p>para nós na próxima cidade! Em Moscou, ele nos levou a famosos programas de</p><p>entrevistas na TV russa e em outros meios de comunicação importantes, e em</p><p>seguida embarcamos no trem para Leningrado, então rebatizada de São Petersburgo.</p><p>Durante o mês de março de 1992, viajamos pela Rússia como celebridades,</p><p>dando palestras para um público imenso e aparecendo na TV, em jornais e revistas.</p><p>Os seminários foram filmados e depois produzidos como série de TV, transmitida</p><p>todo sábado durante mais de um ano, atraindo um público russófono de uns 70</p><p>milhões de pessoas. Nossa primeira tiragem russa de Linguagem corporal teve 1</p><p>milhão de exemplares e esgotou em quatro semanas, e imediatamente Alexandri</p><p>mandou imprimir mais 1 milhão. Logo nos tornamos os escritores mais famosos da</p><p>Rússia.</p><p>“Levem-me ao Kremlin”</p><p>Depois do colapso do comunismo, estudamos o comportamento dos políticos russos</p><p>que apareciam na televisão internacional. O interesse da mídia por eles era alto</p><p>devido às mudanças drásticas que ocorriam no país, mas, com a falta de</p><p>treinamento, esses políticos passaram ao mundo exterior a imagem de agressivos,</p><p>desajeitados e ineptos. Nosso plano era convencê-los de que era essencial causar</p><p>uma boa primeira impressão quando encontrassem outros líderes mundiais e que</p><p>eles precisavam de nossa ajuda. Queríamos que o novo presidente, Boris Iéltsin,</p><p>fosse nosso primeiro aluno russo, mas Alexandri disse que ele era pouco confiável e</p><p>imprevisível demais. Seria melhor fazermos uma conferência de treinamento de</p><p>mídia para outros políticos de alto nível que fossem mais cooperativos. Depois de</p><p>algumas tentativas frustradas de encontrar um político adequado para treinar,</p><p>Alexandri disse que um amigo seu conhecia Anatoli Sobchak, o novo governador de</p><p>São Petersburgo. Sobchak foi o primeiro político democraticamente eleito da Rússia e</p><p>era considerado progressista. Alexandri entrou em contato para sondar nossa ideia e</p><p>Sobchak adorou! Se não conseguir a ajuda da primeira pessoa, peça à próxima – e à</p><p>próxima. Sobchak conseguiu que 300 novos políticos comparecessem a uma</p><p>conferência que intitulamos Como ter credibilidade na mídia mundial, a ser realizada</p><p>no Kremlin. Apenas políticos e dignitários importantes compareceriam, inclusive o</p><p>novo vice de Sobchak, o ex-agente da KGB Vladimir Putin.</p><p>A partir de outra meta “impossível” que dois anos antes estava em nossa lista C,</p><p>nos tornamos celebridades televisivas na nova Rússia, viajamos com nossos próprios</p><p>agentes da KGB e Vladimir Putin nos aguardava no Kremlin. Isso era melhor do que</p><p>um filme de James Bond!</p><p>No trem noturno para Gorki: Barb, seu pai Bill, nossos agentes russos, muita vodca, armas e 10 graus negativos</p><p>lá fora.</p><p>Alexandri, Barb, Bill e nosso séquito russo. Você consegue descobrir as quatro pessoas que estão armadas?</p><p>Chegamos ao Kremlin e fomos para um magnífico teatro stalinista dourado onde</p><p>se realizaria o seminário. Quando entrou, Vladimir Putin não era a figura</p><p>avassaladora que esperávamos. Era um homem esbelto, de aparência solene, mas sua</p><p>presença chamou a atenção de todos na sala. Ele fora um agente importante da KGB</p><p>e tinha a fama de fazer o que fosse necessário para cumprir uma tarefa. O novo</p><p>papel de vice-prefeito foi sua entrada na política e seu avanço para um nível ainda</p><p>mais alto.</p><p>Naquele dia, nossa conferência foi um sucesso extraordinário, e os russos</p><p>aprenderam a aparecer de forma positiva diante das câmeras de TV e a ser aceitos</p><p>pelo resto do mundo. Não percebemos na época, mas tivemos a sorte de assistir a</p><p>uma virada histórica para a Rússia, seus políticos e seu povo. Hoje, passamos cerca</p><p>de três meses por ano no país, que é nosso maior mercado de conferências.</p><p>Resumo</p><p>O SAR é uma ferramenta tão poderosa que pode levar você a qualquer lugar aonde</p><p>queira ir. É seu GPS pessoal. Só é preciso decidir primeiro quais metas gostaria de</p><p>atingir e escrevê-las. Liste-as de A a C e crie prazos para os itens da lista A. Quando</p><p>o como começar a aparecer à sua volta, transforme-o num plano. Então, avance,</p><p>apesar do que os outros pensem, digam ou façam. Aprenda os novos hábitos de que</p><p>precisará para facilitar sua jornada, desenvolva as afirmações positivas e use a</p><p>visualização. E, aconteça o que acontecer pelo caminho, veja o lado engraçado das</p><p>coisas. Foi isso que Barb e eu sempre fizemos, porque sabemos que dá certo. E dará</p><p>certo com você, assim que decidir usar esse método.</p><p>capítulo 15</p><p>Diga a seu corpo</p><p>o que fazer</p><p>A capacidade do cérebro de instruir o corpo a atingir resultados extraordinários é</p><p>bem pesquisada e documentada. A história que você está prestes a ler mostra o</p><p>poder do SAR e destaca as lições deste livro. Esses fatos aconteceram com Barbara e</p><p>comigo e produziram um resultado diferente de tudo o que já tínhamos vivenciado.</p><p>Dois anos depois do diagnóstico e do tratamento de meu câncer de próstata,</p><p>Barb e eu decidimos ter mais filhos, apesar de as probabilidades de isso dar certo</p><p>serem quase nulas. Nossos familiares ficaram espantados com essa decisão e alguns</p><p>não conseguiram compreender por que escolhemos essa meta com nossa idade e</p><p>situação. Eu tinha 52 anos e nenhum espermatozoide</p><p>cautela até a aposentadoria e a morte precoce.</p><p>HISTÓRIA REAL: ROBERT</p><p>O pai de Robert o repreendeu a vida toda: “Faça o que é certo e pare de ser tão egoísta.”</p><p>Quando adolescente, Robert m orava na Europa, sonhava em ser artista e queria seguir</p><p>uma carreira de assistente social para ajudar os menos privilegiados. O pai disse que</p><p>seria perda de tempo e que ele nunca sustentaria uma fam ília fazendo isso. Queria que</p><p>Robert fosse m édico – não porque sua renda seria m elhor, m as porque queria se gabar</p><p>para os amigos de que o filho era doutor. O pai de Robert o mandou para a Nova</p><p>Zelândia e pagou todas as suas despesas. Depois de sete anos dedicados ao estudo, dos</p><p>quais Robert não gostou muito, ele se formou microbiologista e, para a alegria do pai,</p><p>logo se tornou médico.</p><p>Enquanto escrevemos esta história, Robert ensina rapel na Nova Zelândia, trabalha</p><p>com educação infantil e faz aulas de artes. Não tem a m ínim a intenção de voltar para</p><p>casa. Nunca praticará medicina e não faz m uita questão de voltar a ver o pai.</p><p>Robert foi para a Nova Zelândia para se afastar do dom ínio paterno, mas m esmo</p><p>assim realizou o sonho do pai de se form ar em m edicina porque era ele quem o</p><p>custeava. O preço que Robert pagou foram sete anos de vida e um a relação fracassada</p><p>com o pai. Será que valeu a pena?</p><p>De que adianta subir a escada do sucesso se for para descobrir que ela estava encostada na</p><p>parede errada?</p><p>Viver de acordo com as expectativas dos outros é inútil e só traz angústia e</p><p>infelicidade. Tome agora a decisão de assumir o controle e fazer o que quer, não o</p><p>que os outros exigem de você.</p><p>Como decidir o que você quer</p><p>O ponto de partida é escrever tudo o que acha que talvez queira fazer ou conquistar,</p><p>por mais trivial que pareça aos outros. Inclua na lista os sonhos que teve na infância</p><p>e que ainda tenham alguma importância. Registre também qualquer ideia que viu ou</p><p>ouviu e que reverberou dentro de você. Tente listar pelo menos 10 a 20 itens e</p><p>inclua tudo o que já lhe pareceu atraente. E quero dizer tudo. Escrever algo numa</p><p>lista não representa nenhum compromisso; cada item é só uma ideia que o atrai</p><p>agora ou que lhe interessou em algum momento passado. Quando começar sua lista,</p><p>guarde-a consigo ou mostre-a somente a alguém em quem confie plenamente. Não</p><p>discuta a lista com ninguém que queira manipulá-lo ou convencê-lo de que algum</p><p>item é bobagem ou não pode ser realizado. A lista é toda para você. Não a mostre a</p><p>ladrões de sonhos e nunca se deixe definir pela opinião dos outros.</p><p>Não deixe quem desistiu dos próprios sonhos</p><p>convencer você a desistir dos seus.</p><p>Decida o quê, não o como</p><p>A maioria das pessoas não consegue o que quer na vida porque se concentra em</p><p>como conquistar as coisas. Olham o que os outros realizaram e pensam: “Eu não</p><p>saberia fazer isso.” Portanto, não fazem nada. Em vez disso, eles deveriam decidir o</p><p>que querem atingir.</p><p>O primeiro princípio, o mais importante para cumprir qualquer meta, é decidir o</p><p>que você acha que quer. Não pense em como conseguir. Seu SAR fará isso por você.</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>Como você já sabe, seu SAR tem GPS embutido: só é preciso decidir aonde quer</p><p>ir que ele o levará até lá.</p><p>Caso se concentre em como algo poderia ser feito, você se sentirá desestimulado,</p><p>porque neste momento não sabe como fazer ou não tem as habilidades necessárias.</p><p>Portanto, nada acontece; você nunca começa. Neste instante, a lição mais importante</p><p>é pensar no que você quer ou não; em nenhuma circunstância pense em como vai</p><p>fazer – ainda não. Chegaremos lá depois.</p><p>Vamos repetir: pense primeiro apenas no que você quer. Não avalie como fará.</p><p>Ainda não. Por enquanto, concentre-se no “quê”. Use seu SAR.</p><p>Primeiro decida o que quer.</p><p>Então seu SAR procurará as respostas à</p><p>questão de como conseguir. Então as formas</p><p>de realizar começarão a aparecer.</p><p>Crie um livro de metas</p><p>Reúna fotos, imagens e textos que descrevam ou ilustrem suas metas. Coloque tudo</p><p>num caderno e leia-o todos os dias. Como exemplo, eis aqui algumas coisas que</p><p>Barbara e eu escrevemos em nossas listas pessoais. Alguns itens escrevemos juntos,</p><p>outros separadamente, outros ainda em épocas diferentes da vida.</p><p>Atingir estas metas</p><p>Correr uma maratona</p><p>Morar na praia</p><p>Construir uma piscina</p><p>Ser faixa-preta em artes marciais</p><p>Pular de paraquedas</p><p>Ter um programa de TV</p><p>Comandar uma grande empresa</p><p>Ser um palestrante famoso</p><p>Voar no Concorde</p><p>Dar palestras na Rússia</p><p>Ser hipnotizador</p><p>Segurar uma cobra</p><p>Boiar no mar Morto</p><p>null</p><p>null</p><p>Compor e gravar um disco que fique entre os 40 mais vendidos</p><p>Morar num castelo</p><p>Tornar-me salva-vidas</p><p>Pegar uma aranha-teia-de-funil</p><p>Vencer uma competição de surfe</p><p>Pular de bungee-jump</p><p>Visitar 50 países</p><p>Frequentar uma academia</p><p>Escalar as pirâmides</p><p>Escrever um livro best-seller</p><p>Representar a Austrália no basquete</p><p>Ser famoso na TV</p><p>Ser um vendedor bem-sucedido</p><p>Morar em outro país</p><p>Tocar guitarra num grupo de rock</p><p>Ter o próprio negócio</p><p>Ser milionário aos 30 anos</p><p>Ter um Mercedes-Benz</p><p>Aprender a</p><p>Sapatear</p><p>Andar de skate</p><p>Mergulhar</p><p>Cavalgar</p><p>Esquiar</p><p>Ler partitura</p><p>Fazer massagem</p><p>Falar francês e alemão</p><p>Fazer leitura dinâmica</p><p>Compor canções</p><p>Cantar de forma afinada</p><p>Tirar fotos fantásticas</p><p>Fazer truques de mágica</p><p>Criar filhos inteligentes</p><p>Lutar boxe</p><p>Ser um pai extraordinário</p><p>Pilotar helicóptero</p><p>Editar livros</p><p>Cuidar melhor da saúde</p><p>Velejar</p><p>Dançar rock</p><p>Criar filhos positivos e saudáveis</p><p>Ser um grande nadador</p><p>Fazer o passo moonwalk</p><p>Meditar</p><p>Preparar comida japonesa</p><p>Escrever uma harmonia a quatro vozes</p><p>Aprender a tocar</p><p>Guitarra</p><p>Piano</p><p>Bateria</p><p>Saxofone</p><p>Baixo</p><p>Violino</p><p>Gaita</p><p>Essas listas são amplas e variadas e incluem coisas que pareciam só interessantes</p><p>na época. Mas, juntos ou individualmente, começamos e realizamos mais de 90%</p><p>das metas que estabelecemos nessas listas – algumas em nível internacional; outras,</p><p>com elogios ou prêmios nacionais; algumas em nível local; outras tiveram apenas</p><p>importância pessoal. E em algumas fomos um verdadeiro lixo: Barbara não quer</p><p>mais tocar piano e eu não pretendo mais sapatear. Há metas que ainda não foram</p><p>atingidas e outras que foram abandonadas, porque, depois que começamos,</p><p>descobrimos que não gostávamos delas tanto assim.</p><p>“O segredo de avançar é começar.”</p><p>Mark Twain</p><p>Por que a lista funciona</p><p>Já notou que, quando lemos um jornal ou revista, vemos algumas reportagens e nem</p><p>notamos outras? Talvez você pense que leu o jornal todo até alguém lhe perguntar se</p><p>null</p><p>leu uma matéria específica que você nem se lembra de ter visto. Então, ao reler,</p><p>descobre que a reportagem ocupa uma página inteira! Mas você nem a viu. Isso</p><p>acontece porque o SAR só permite que você veja o que estiver relacionado aos</p><p>pensamentos e às ideias que inseriu nele. Por exemplo, quem vive pensando em</p><p>esportes mas nunca em arranjos florais deparará constantemente com reportagens</p><p>sobre esportes e atletas, mas nada sobre arranjos de flores, mesmo que essas</p><p>reportagens estejam lá.</p><p>Seu SAR só procura coisas ligadas ao que ele foi programado para procurar e</p><p>ignora o restante. Por exemplo, se decidir só pensar em tigres, você verá reportagens,</p><p>filmes e informações sobre tigres por todo lado. Verá tigres na televisão, na internet,</p><p>nas revistas, em embalagens de flocos de milho e em outdoors, e ouvirá pessoas</p><p>falando sobre tigres. Mas é bem provável que, antes de decidir pensar em tigres, você</p><p>nunca tivesse reparado em nada sobre eles.</p><p>Quando escreve um item na lista, você começa a ver informações sobre esse item em toda</p><p>parte.</p><p>Como eu já disse, é isso que acontece quando você vai comprar um carro. Se</p><p>decidir comprar um Toyota branco de quatro portas, começará a vê-lo por toda parte</p><p>– nas ruas, nos estacionamentos, na TV, na vitrine das concessionárias e na garagem</p><p>dos outros. Mas, antes de decidir comprar esse Toyota branco, você provavelmente</p><p>não tinha notado que existiam tantos.</p><p>Seja qual for o modelo escolhido, você verá outros iguais aonde quer que vá.</p><p>Você não consegue deixar de ver seu carro. Ele está por toda parte. É por isso que,</p><p>sempre que escreve uma meta, as informações e respostas a respeito dela começam</p><p>viável por conta da</p><p>radioterapia recebida para tratar o câncer. Barb tinha 41, o que, em termos de</p><p>concepção, é considerado idade praticamente geriátrica. No total, tínhamos quatro</p><p>filhos de casamentos anteriores, duas meninas e dois meninos. Foi uma decisão</p><p>impulsiva que, como sabíamos, alteraria drasticamente o rumo de nossas vidas.</p><p>Tínhamos passado os últimos 15 anos viajando pelo mundo, éramos autores de</p><p>sucesso em muitos países e estávamos nos divertindo para valer. Recuperamos o</p><p>sucesso financeiro, e o futuro não tinha limites. Mas também percebemos que,</p><p>quando finalmente tudo acabasse, não haveria prova visível de que já tínhamos</p><p>existido como casal. Nenhum legado real; só carros, dinheiro e casas. Quando a vida</p><p>gira em torno apenas de ganhar dinheiro e construir um império, não se tem muito a</p><p>deixar. Queríamos provas futuras de que tínhamos existido, e nosso nome num</p><p>hospital ou biblioteca não era o que desejávamos. Por isso a ideia de termos filhos</p><p>juntos foi tão atraente, e a estabelecemos como nossa meta seguinte. Conversamos</p><p>sobre a mudança que isso causaria no relacionamento de todos os membros de nossa</p><p>família e como lidaríamos com os resultados. Alguns familiares foram</p><p>terminantemente contrários à ideia, e a maioria de nossos amigos ficou</p><p>embasbacada. Mas essa era a resposta a muitas das nossas necessidades como casal.</p><p>Decidimos nos colocar em primeiro lugar, acima de tudo e de todos, e seguir esse</p><p>caminho apesar do que os outros dissessem, pensassem ou fizessem. No entanto, o</p><p>primeiro obstáculo era o fato de ser quase impossível, em termos estatísticos, que isso</p><p>acontecesse. Mas tínhamos decidido o que queríamos, sabendo que o como logo se</p><p>revelaria.</p><p>Eis uma anotação de meu diário na época:</p><p>2 de dezembro de 2002, Espanha</p><p>Decidimos ter mais filhos – que tal essa ambição? Eu sem próstata, tratado com</p><p>radiação e vasectomia, e Barb com mais de 40 anos! Esse será o verdadeiro teste do</p><p>estabelecimento de metas! Estamos vendo como fazer – achamos que teremos duas</p><p>meninas –, o caminho ainda não está claro. Se necessário, podemos até usar uma</p><p>barriga de aluguel. Se não der certo, adotaremos. Será o começo de nossa nova vida</p><p>nos próximos 40 anos. Ainda não sabemos como, só sabemos que faremos de algum</p><p>jeito, e é isso que importa.</p><p>1o round</p><p>Em nossa lista, escrevemos à mão nossa meta definida com clareza: Ter mais dois</p><p>filhos saudáveis. Vasculhamos a internet, procurando tudo sobre concepção.</p><p>Consultamos médicos, ginecologistas e urologistas especializados em fertilidade para</p><p>determinar como atingir essa meta fisicamente duvidosa. Foi decepcionante ler as</p><p>muitas histórias de casais jovens e saudáveis que tentaram conceber e não</p><p>conseguiram. Depois consultamos especialistas em fertilização in vitro, que se</p><p>mostraram pessimistas e disseram que nossa probabilidade de sucesso era baixíssima.</p><p>E se eu não conseguisse produzir espermatozoides viáveis, podíamos esquecer. Um</p><p>urologista me disse:</p><p>– Você vai morrer de câncer de qualquer forma, Allan, então por que ter mais</p><p>filhos?</p><p>Esse comentário aumentou o desrespeito geral que eu e Barb havíamos</p><p>desenvolvido pela classe médica durante o tratamento de meu câncer.</p><p>Alguns amigos e parentes disseram que estávamos sendo irresponsáveis por</p><p>pensar em ter filhos na nossa idade, principalmente com meu histórico de câncer.</p><p>Outros ressaltaram que, mesmo se desse certo, quando os novos filhos tivessem 21</p><p>anos eu estaria com 76 e Barb com 65. Assim, deixamos de lado todos os médicos,</p><p>parentes e outros que pareciam decididos a nos impedir de atingir essa meta. Em vez</p><p>disso, cultivamos novas amizades que nos apoiassem. Os verdadeiros amigos nos</p><p>apoiarão, não importa o que façamos. Nem tínhamos pensado que éramos velhos</p><p>demais para sermos pais. Teríamos nossos filhos apesar do que todos pensassem,</p><p>dissessem ou fizessem, e nosso plano era permanecer física e mentalmente jovens e</p><p>positivos. Isso significava que praticaríamos esportes, nos manteríamos em forma e</p><p>controlaríamos nossa saúde e alimentação para podermos participar da vida de</p><p>nossos novos filhos. Lembre-se: quem não passou pelo caminho que você quer</p><p>trilhar não pode lhe dar conselhos sobre o que você deveria fazer. Eles só podem lhe</p><p>impor suas atitudes e limitações.</p><p>O que dizia a estatística</p><p>A taxa de sucesso de nossa meta era de apenas 31% para mulheres com menos de 35</p><p>anos, e despencava para 4% em mulheres de 42, e a estatística indicava que seria de</p><p>esperar que Barb só produzisse óvulos de má qualidade. Acrescente à lista minha</p><p>falta de espermatozoides e a probabilidade de concepção ser menor que 2%.</p><p>Em segundo lugar, disseram que a probabilidade de Barb ter uma gestação bem-</p><p>sucedida com a idade dela também era baixa. A probabilidade de deformações,</p><p>natimortos e anormalidades genéticas aumentaria. Se já existiu uma meta com tudo</p><p>e todos contra ela, foi essa. Mas se nada disso desse certo, adotaríamos, e esse ainda</p><p>era um excelente plano B.</p><p>Em seguida, fiz uma série de exames nos testículos para verificar se havia algum</p><p>espermatozoide útil. Os exames deram negativo; meus espermatozoides eram</p><p>inviáveis porque a radiação que eu recebera para tratar o câncer os destruíra. Um</p><p>urologista chegou a dizer: “Esqueça; compre um cachorro.” Portanto, deixamos de</p><p>nos consultar com ele, tiramos um tempo para nos recuperar e voltamos a vasculhar</p><p>a internet. Decidimos que assumiríamos o controle do projeto e nos tornaríamos</p><p>especialistas em escolher nosso caminho. Quando “especialistas” ou outras pessoas</p><p>bem-intencionadas lhe disserem que algo não pode ser feito, procure novos</p><p>especialistas e novos amigos que acreditem em você e no que você quer atingir. Veja</p><p>bem, se déssemos ouvidos aos conselhos dos especialistas que diagnosticaram meu</p><p>câncer, eu provavelmente já estaria morto há muito tempo.</p><p>Não aceite conselhos de quem nunca fez</p><p>o que você quer fazer.</p><p>2o round</p><p>O espermatozoide é apenas um portador do DNA do homem. Decidimos então</p><p>coletar meus espermatozoides imóveis, inseri-los nos óvulos de Barb usando</p><p>fertilização in vitro e torcer para que algum DNA presente provocasse a concepção.</p><p>Então levei meus testículos para a sala de cirurgia, e marcaram a data para a</p><p>extração. Barb passou por um programa de 26 dias de injeções de hormônios com a</p><p>intenção de produzir óvulos suficientes para que o jogo dos números fizesse sua</p><p>mágica.</p><p>Marcaram a data para a transferência de meu DNA para os óvulos de Barb e</p><p>para a implantação dos embriões bem-sucedidos – os médicos ficaram espantados ao</p><p>ver que ela produzira 27 óvulos de “boa qualidade”. Todos esses óvulos receberam</p><p>meu DNA dos espermatozoides coletados e todos foram fertilizados. Santo time de</p><p>futebol, Batman! Logo teríamos nossa própria creche! Nos cinco dias seguintes,</p><p>monitoramos esses embriões para ver quantos sobreviveriam e estariam prontos para</p><p>a implantação.</p><p>No sexto dia, o médico chamou ao consultório o casal entusiasmado e anunciou</p><p>que todos os embriões tinham morrido. Nenhum sobrevivera. Tínhamos perdido o</p><p>lote.</p><p>Ficamos arrasados. Barb passou dias sem conseguir falar. Estava em choque,</p><p>contrariada porque a técnica havia sido um fracasso. Nas semanas seguintes,</p><p>recomeçamos a conversar e decidimos tentar de novo dali a seis meses, quando</p><p>nosso corpo se recuperasse. Isso significava que, por essa meta, eu levaria à sala de</p><p>cirurgia o que restava de meus testículos novamente e Barb voltaria a tomar as</p><p>injeções de hormônio.</p><p>Os médicos nos aconselharam a não tentar de novo, porque seria ainda mais</p><p>difícil dessa vez e ambos estaríamos ainda mais velhos. Com calma, dissemos aos</p><p>médicos que, se não quisessem nos ajudar, procuraríamos quem quisesse. De volta à</p><p>internet.</p><p>Caso seus “assessores” não acreditem que você possa atingir suas metas, arranje</p><p>assessores novos. A meta é sua, não deles. Eles são apenas orientadores com opinião.</p><p>3o round</p><p>Nós nos concentramos na meta, e não no fracasso, e foi isso que nos manteve</p><p>motivados. Ouvimos falar de um médico de Pequim que tinha aprimorado a técnica</p><p>de inseminar porcas artificialmente extraindo o código</p><p>do DNA dos machos. A</p><p>empresa Sydney IVF o levara recentemente à Austrália para que testasse sua técnica</p><p>em seres humanos. Essa nova técnica envolvia buscar o DNA na fonte, e não os</p><p>espermatozoides. Ele seria coletado e inserido diretamente nos óvulos da mulher, do</p><p>mesmo jeito que o médico e a equipe tinham conseguido fazer com porcos.</p><p>A Sydney IVF nos aceitou no programa, mas avisou que nossa probabilidade de</p><p>sucesso era baixíssima por causa da idade de Barb e da minha radioterapia. Agora eu</p><p>faria outra operação para procurar e extrair o DNA. Os detalhes desse tipo de</p><p>cirurgia fazem a maioria empalidecer e passar mal. Eles removeram meu testículo</p><p>direito e, ainda ligado a meu corpo, o puseram num prato. Depois, abriram-no como</p><p>uma laranja, achataram-no como uma pizza com um tipo de martelo e, com um</p><p>microscópio especial preso na cabeça do médico, procuraram a fonte do DNA.</p><p>Eu ficaria inconsciente na mesa de operações.</p><p>O cirurgião estaria com meu testículo numa das mãos e a marreta na outra: o pesadelo de</p><p>qualquer homem!</p><p>No fim desse procedimento, eles enrolariam o que restasse de meu testículo</p><p>direito numa bola – exatamente como se enrola massinha nas mãos –, colocariam</p><p>uma fita adesiva médica para envolvê-lo e recolocá-lo e costurariam tudo. O lado</p><p>ruim dessa operação era que eu poderia sofrer uma hemorragia (e sofri!) e andar</p><p>como John Wayne nos seis meses seguintes (e andei!). O lado bom foi que minha</p><p>voz poderia ficar aguda e eu conseguiria cantar as músicas dos Beach Boys!</p><p>Finalmente, eu poderia me candidatar ao</p><p>Coro de Meninos de Viena.</p><p>Durante seis semanas, Barb recebeu injeções diárias de hormônio para aumentar</p><p>a produção de óvulos e se preparar para a minha transferência de DNA no dia certo.</p><p>Eu fiquei bom em dar injeções durante o tratamento do câncer e me ofereci para lhe</p><p>ministrar as injeções diárias. A experiência foi fisicamente dura para nós dois, mas</p><p>há um preço a pagar para cada meta que valha a pena e que você queira atingir.</p><p>Barb ficou ainda mais firme em sua decisão de fazer a coisa funcionar de sua</p><p>parte. Ela começou a conversar com os óvulos e lhes dar instruções. Dizia o que</p><p>tinham que fazer e o que ela estava fazendo, fosse cozinhar, correr ou trabalhar.</p><p>Embora a visualização seja parte fundamental da realização de metas, comecei a me</p><p>preocupar com a saúde mental dela e tive medo de Barb ter um colapso caso o</p><p>procedimento falhasse de novo. Mas ela estava convencida de que daria certo, e</p><p>tinha conversas alegres e profundas com seus ovários todos os dias. Seguia fielmente</p><p>o princípio de que é preciso ter crença total em si mesmo e nunca pensar em</p><p>nenhum resultado que não seja o que você quer. O cérebro tem 3 bilhões de</p><p>neurônios que dizem ao corpo o que fazer. Eu usara esse mesmo princípio com</p><p>sucesso para vencer o câncer; por que Barb não poderia dizer ao corpo exatamente o</p><p>que queria que ele fizesse?</p><p>Fiz a terceira cirurgia no testículo – ovo esquerdo no prato dessa vez, médico</p><p>com marreta na mão. Novamente, meu DNA foi recolhido e minha voz ficou ainda</p><p>mais aguda. Sabe, quanto mais alto o nível de testosterona, mais grave fica a voz do</p><p>homem. É por isso que os barítonos têm duas vezes mais orgasmos que os sopranos.</p><p>O lado positivo da cirurgia foi que passei a cantar músicas de Frankie Valli. Mas</p><p>nunca voltarei a cantar “Duke of Earl”.</p><p>Nossa experiência em pleno ar</p><p>Eu apliquei na coxa de Barb a nova série de hormônios com uma agulha gigantesca</p><p>nos 26 dias seguintes. Na fertilização in vitro, a última injeção é chamada de</p><p>“gatilho” e instrui o ovário a liberar os óvulos para a coleta. Deve ser dada numa</p><p>hora exata, dentro de um intervalo de 10 minutos. No dia da “injeção-gatilho”,</p><p>estávamos voando para Sydney – um voo de uma hora – e eu precisaria lhe dar a</p><p>injeção meia hora após chegarmos ao aeroporto.</p><p>Infelizmente, devido a problemas de tráfego aéreo, o avião atrasou 20 minutos.</p><p>Ficamos na pista fazendo a contagem regressiva, com a injeção-gatilho pronta numa</p><p>bolsa térmica a meus pés. Finalmente nos aproximávamos do aeroporto de Sydney</p><p>quando o comandante anunciou que, devido ao excesso de tráfego, sobrevoaríamos</p><p>mais meia hora em tempo turbulento. Eu teria que dar a injeção-gatilho em Barb na</p><p>descida, senão todo o ciclo de fertilização se perderia!</p><p>Expliquei urgentemente a situação aos comissários, e eles disseram que não</p><p>tínhamos permissão de retirar os cintos de segurança nem de ir ao banheiro para a</p><p>injeção como planejado. Falei que, se não pudéssemos usar o banheiro, eu daria a</p><p>injeção ali mesmo na poltrona, e isso poderia aterrorizar os outros passageiros já</p><p>nervosos. A tripulação insistiu que a injeção não seria dada, mas expliquei que seria,</p><p>quer eles gostassem ou não – e peguei a agulha.</p><p>Pensei: Qual a pior coisa que poderia acontecer? Eu poderia ser preso ao pousar</p><p>por desobedecer à tripulação. E daí? Eu conheceria novas pessoas interessantes na</p><p>cadeia.</p><p>Consultei o comandante, que concordou que poderíamos usar a área da cozinha,</p><p>protegida por cortinas, para a injeção. Quando soltamos os cintos de segurança e</p><p>avançamos, passamos por uma região de turbulência e o avião começou a se sacudir.</p><p>Na cozinha, Barb puxou o vestido enquanto eu preparava a agulha e tentava manter</p><p>o equilíbrio com o avião sendo chacoalhado. Espetei-a depressa e com força, e enfiei</p><p>a agulha até o fundo. Ela gritou e chorou ainda mais... porém fiquei exultante!</p><p>Tarefa cumprida!</p><p>Siga seu plano de ação apesar do que os</p><p>outros digam, pensem ou façam.</p><p>Pessoalmente, achei que conseguiria lidar com o procedimento de fertilização in</p><p>vitro como um projeto científico lógico, mas não foi o que aconteceu. Quando o</p><p>processo começa, é uma experiência emocional para a qual ninguém está preparado.</p><p>Quem leva a sério suas metas, sejam elas quais forem, deve decidir fazer o que for</p><p>necessário, principalmente quando a situação fica difícil.</p><p>Dois dias depois, Barb produziu mais 25 óvulos e passei por outra rodada de</p><p>cirurgia nos testículos para obter DNA novo, que foi implantado nos óvulos. Dessa</p><p>vez, fomos recompensados com três embriões saudáveis: dois meninos, uma menina.</p><p>Os dois embriões masculinos foram implantados, e a menina foi mantida em</p><p>criossuspensão para uso futuro.</p><p>É arrebatador assistir à inserção do embrião vivo no útero. Vi o procedimento</p><p>num monitor. É uma experiência muito espiritual. Quando saímos da clínica uma</p><p>hora depois, Barb me olhou calmamente e disse:</p><p>– Estou grávida.</p><p>Eu a consolei e apoiei, mas ao mesmo tempo não queria exagerar na</p><p>comemoração porque a probabilidade de sucesso era estatisticamente remota. Era</p><p>quase impossível que tivéssemos chegado àquele ponto. Não queria que Barb ficasse</p><p>traumatizada se tudo desse errado, o que, em termos estatísticos, provavelmente</p><p>aconteceria.</p><p>Os médicos explicaram que, na verdade, as injeções de hormônio, as cirurgias no</p><p>testículo e nossos fracassos anteriores tinham sido a parte fácil. Agora Barb teria que</p><p>manter esse embrião durante pelo menos 12 semanas para que a gravidez fosse</p><p>considerada viável. E reiteraram que, com quase 43 anos de idade, a probabilidade</p><p>era mínima. Naquela noite, procurei na internet agências de adoção de crianças e</p><p>raças de cachorro. Não que eu não tivesse fé; é que sempre considerei as</p><p>probabilidades estatísticas de qualquer empreendimento e preparei um plano B. Sei</p><p>que é preciso ter fé em nossa capacidade de obter o que queremos apesar das</p><p>probabilidades, mas agora Barb pensava na gravidez e dizia às células de seu corpo o</p><p>que fazer. Nunca tinha ouvido falar de ninguém que fizesse isso. Era um conceito</p><p>que forçava a mente, mas era o mesmo processo que usei para vencer o câncer.</p><p>Tinha fé absoluta de que sobreviveria à doença, e agora via Barb usar esse mesmo</p><p>processo para produzir uma nova vida.</p><p>ESCRITORES NA MONTANHA-RUSSA DA FERTILIZAÇÃO</p><p>IN VITRO</p><p>Com seus filhos mais velhos Jasmine e Adam, Allan e Barbara Pease descansam em casa antes do</p><p>nascimento do novo filho.</p><p>Enquanto escutava a experiência dos famosos escritores/assessores/especialistas em</p><p>linguagem corporal Barbara e Allan Pease</p><p>com a fertilização in vitro, fiquei dividida entre</p><p>várias emoções.</p><p>Fui envolvida na empolgação do casal por finalmente conceber depois de 13 anos juntos.</p><p>Participei da expectativa do nascimento iminente de um menino (Barb estava com oito</p><p>meses e meio de gestação quando conversamos). Ainda assim, fiquei horrorizada com a</p><p>incrível experiência emocional dos dois.</p><p>– Apesar de orientar muitos casais em todos esses anos e realmente ter contato com o</p><p>modo como o cérebro humano funciona e os casais se relacionam, não fazíamos ideia de</p><p>que passar pelo processo de fertilização in vitro seria uma montanha-russa – disse Allan.</p><p>O casal já tinha quatro filhos maiores de 21 anos de casamentos anteriores.</p><p>– Queríamos muito um filho nosso, mas, como tínhamos outros filhos e como sou</p><p>viciado em pesquisa e descobri tudo sobre o lado científico do processo antes de colocá-lo</p><p>em prática, comecei francamente a pensar que o resultado não me incomodaria muito –</p><p>disse Allan. – Achei que ambos lidaríamos tranquilamente com qualquer coisa que</p><p>acontecesse. Sabíamos tudo sobre o comportamento humano e achamos que seria um</p><p>processo simples, mas depois, no meio de tudo, não havia como controlar a situação, e</p><p>tivemos que deixar as emoções fluírem.</p><p>cont. na pág. 6</p><p>Observar Barb fazer isso com a gravidez me deixou assombrado. Foi como</p><p>assistir a Roger Bannister correr 1 milha em quatro minutos. Não disse a ela o que</p><p>sentia na época porque queria que ela conseguisse e tinha lido sobre outras mulheres</p><p>bem-sucedidas nesse caminho. Agora eu morava com uma delas. Como seu marido,</p><p>permaneci nervoso em silêncio enquanto ela era firme e decidida, com uma estranha</p><p>calma e confiante de que teríamos pelo menos um filho, talvez dois, a caminho. Barb</p><p>continuou a falar com seus embriões, cantava para eles, explicava com detalhes tudo</p><p>o que fazia, usava roupinhas de bebê penduradas no pescoço, lia histórias para eles e</p><p>continuava a decorar o quarto da criança.</p><p>Brandon nasceu em 8 de março de 2005, depois de um parto de 12 horas sem</p><p>medicamentos.</p><p>Brandon Pease com seis dias de vida.</p><p>CASAL BOQUIABERTO COM EXPERIÊNCIA SURREAL</p><p>cont. na pág. 4</p><p>Barbara concordou que o processo foi a experiência mais emocionante que já teve e que</p><p>provavelmente virá a ter.</p><p>– A coisa toda foi uma experiência surreal. Quando a gente engravida do jeito natural, a</p><p>gravidez apenas acontece. Mas, com a fertilização in vitro, a gente realmente observa os</p><p>folículos crescerem e os medimos, vemos as células se dividirem. É como testemunhar a</p><p>criação da vida. Passamos por dois ciclos de fertilização, e o primeiro foi absolutamente</p><p>devastador para mim porque perdemos todos os folículos. Foi como perder meus filhos, e</p><p>me senti de luto. É preciso lembrar que passei semanas tomando injeções de hormônios, e o</p><p>humor já fica instável. E aí perceber que todos os folículos morreram e que todo o processo</p><p>maluco falhou... foi de partir o coração. Chorei dias e dias, nada conseguia me consolar. Foi</p><p>dificílimo para Allan, porque ele nunca tinha me visto naquele estado e não havia nada que</p><p>pudesse fazer para melhorar a situação. Foi muito duro para nós dois.</p><p>Barbara disse que, na segunda vez, ela ficou um pouquinho mais controlada.</p><p>– Sabia no que estava me metendo na segunda vez. Fiquei preocupadíssima, com medo</p><p>de que o segundo ciclo também falhasse, mas não sei por que senti que daria certo. Quando</p><p>descobri que estava grávida, fiquei muito aliviada e felicíssima, mas ainda havia mais</p><p>obstáculos a superar, porque eu estava mais velha e tinha uma boa probabilidade de perder o</p><p>neném. Mas não perdi, e todas as injeções diárias, as emoções e a dor valeram muito a pena.</p><p>Senti que precisava passar por tudo isso para ser capaz de entender outras mulheres na</p><p>mesma situação. Sem vivenciar de verdade, eu nunca teria ideia de como esse processo pode</p><p>ser intenso. E na verdade tudo deu m aravilhosamente certo, porque Jasmine, a filha de 23</p><p>anos de Allan, terá seu primeiro filho apenas oito semanas depois de mim. Ela engravidou</p><p>naturalmente e será maravilhoso receber ao mesmo tempo tanto nosso primeiro filho</p><p>quanto nosso primeiro neto.</p><p>A história de Barbara e Allan tem o melhor dos finais. Além de o primeiro filho do casal</p><p>que irá nascer em março de 2005, um dos outros óvulos do segundo ciclo também foi</p><p>fertilizado com sucesso e está congelado na clínica de fertilização in vitro do Hospital</p><p>Nambour Selangor para ser implantado daqui a cerca de um ano.</p><p>– É uma menininha, gêmea fraterna do menino que estamos prestes a ter. Na hora do</p><p>aperto, quando tivemos que decidir o que fazer com o óvulo fertilizado, não conseguimos</p><p>não ficar com ele – disse Allan.</p><p>O ponto de vista de Barb</p><p>Brandon nasceu quando eu tinha quase 43 anos. Embora a gravidez e seu</p><p>nascimento tenham sido estradas difíceis de percorrer, cheias de péssimas</p><p>estatísticas, tomei a decisão de não aceitar as palavras negativas que recebi de muitos</p><p>médicos, parentes e outras pessoas. Tomei a decisão de ser positiva sobre o resultado</p><p>que queria: engravidar e ter um parto normal sem medicamentos. Nunca pensei que</p><p>não fosse conseguir e só visualizei os resultados que queria.</p><p>A maioria de nossos amigos não acreditou que eu abriria mão da vida de fama,</p><p>empolgação e viagens pelo mundo para voltar a trocar fraldas e amamentar. Mas eu</p><p>estava convencida de que ir a festas na escola e preparar o almoço das crianças era o</p><p>que eu realmente queria fazer. Não conseguia imaginar que não fosse verdade.</p><p>Quando peguei Brandon no colo, virou verdade, exatamente como imaginei. De um</p><p>total de 57 óvulos que produzi durante os tratamentos para a fertilização in vitro,</p><p>agora eu tinha meu filho nos braços. Foi um sentimento que nunca esquecerei.</p><p>Dois anos extraordinários e abençoados depois do nascimento de Brandon, eu</p><p>disse a Allan que queria muito ter uma filha também. Minha filha era geneticamente</p><p>perfeita e estava em criossuspensão, e não conseguia tirá-la da cabeça porque sempre</p><p>quis uma menina. A princípio Allan ficou nervoso, porque já tínhamos cinco filhos e</p><p>a probabilidade de conceber de novo era ainda menor do que na primeira vez. Eu</p><p>estava com 46 anos; os médicos disseram que eu poria em risco a saúde do bebê e a</p><p>minha própria vida. Mas, positiva, definitiva, absoluta e inquestionavelmente, eu</p><p>queria uma menina. Não acreditei que não conseguisse fazer tudo de novo, apesar</p><p>das chances remotas de sucesso.</p><p>Noite após noite, imaginando deitada na cama como isso aconteceria, logo ficou</p><p>claro para mim que eu conseguiria outra vez. Meu corpo dizia: “Sim, você pode.” Os</p><p>médicos foram irredutíveis na opinião de que era um caminho perigoso, cheio de</p><p>riscos ainda maiores do que da última vez, mesmo que o processo de descongelar o</p><p>embrião desse certo. Amigos e familiares ficaram horrorizados e tentaram “enfiar</p><p>bom senso em mim”. Novamente, tomei a decisão concreta de que faria de novo e</p><p>que conseguiria, apesar das estatísticas e da probabilidade negativa. Se apenas uma</p><p>percentagem minúscula de mulheres conseguia, eu seria uma delas. Também decidi</p><p>só ficar perto de pessoas que acreditassem que seria possível e que me dessem apoio.</p><p>Minha embriãzinha – eu a chamava de Bella – foi descongelada com sucesso e</p><p>implantada em mim. Eu conversava com ela sem parar e lhe dizia o que fazer:</p><p>prender-se no útero, ser positiva e que eu logo a conheceria. Visualizei cada célula</p><p>de meu corpo e dei a todas elas instruções claras. Para espanto de todos, Bella se</p><p>agarrou ao útero, e passei por todos os exames fundamentais do início da gravidez</p><p>de uma mulher mais velha. Nove meses depois, Bella se tornou a gêmea fraterna de</p><p>Brandon, nascida três anos depois dele. Escolhi o parto normal novamente... Nada</p><p>mau para uma mulher “geriátrica”!</p><p>Costumam me perguntar como é ter uma segunda família quando se é uma</p><p>mulher mais velha. É o máximo! Dividi as duas gestações com minhas enteadas</p><p>Melissa e Jasmine, ambas grávidas ao mesmo tempo que eu. Que experiência foi ter</p><p>meu filho Adam, de 26 anos, me ver gestando seu irmão e sua irmã, e de ele pegar</p><p>os dois no colo assim que nasceram!</p><p>Foi enlouquecedor. Hoje tenho 54 anos, Allan</p><p>tem 65, e nossos caçulas nos mantêm jovens. A maioria das pessoas da nossa idade</p><p>está no estágio do ninho vazio e passa muito tempo comendo, bebendo, jogando</p><p>golfe e viajando. Em vez disso, Allan e eu corremos atrás de duas crianças pequenas</p><p>pela casa, vamos à escola todo dia, comparecemos a eventos esportivos, jogamos</p><p>tênis, praticamos artes marciais e nos exercitamos com Brandon e Bella. Nosso</p><p>círculo social é formado por pessoas de 20 e 30 anos.</p><p>Allan e eu estamos cercados de muitas pessoinhas... e adoramos isso. Brandon e</p><p>Bella são tio e tia de oito crianças de sua idade, que também fazem parte de nossa</p><p>nova família. Eu não mudaria uma vírgula no que aconteceu. Quando lhe disserem</p><p>que só há uma probabilidade mínima de conseguir alguma coisa, lembre-se de que é</p><p>apenas a opinião deles, com base nas experiências deles. Ou podem estar projetando</p><p>em você sua própria inadequação. Isso não significa que você não vá conseguir.</p><p>Geralmente, significa que você precisa adotar uma atitude positiva, se esforçar ainda</p><p>mais e decidir estar na minoria daqueles que conseguem. Foi o que fiz. Decidi que</p><p>alguém teria que estar naquele grupinho bem-sucedido; logo, por que não eu?</p><p>E eu não queria mesmo ter um cachorro.</p><p>Brandon e Bella, ambos com sete meses.</p><p>Eles seriam assim se tivessem nascido juntos.</p><p>Afirmações positivas</p><p>Um ano antes de Bella ser concebida, Barbara viu, numa feira inglesa, um retrato do</p><p>século XIX de uma menina loura que se parecia com a filha que ela imaginava. Meu</p><p>pai, Ray, comprou o retrato e deu à minha esposa de presente. Barb pendurou o</p><p>retrato na parede seis meses antes de tentar engravidar de Bella. Algumas pessoas</p><p>acharam que Barb tinha enlouquecido, mas ela o usou como apoio visual do que</p><p>pretendia criar. Compare o retrato que Ray comprou naquela feira com a foto de</p><p>Bella.</p><p>A imagem que Barb tinha de Bella (à esquerda) e a própria Bella.</p><p>Na mídia</p><p>A mídia, principalmente as revistas femininas, gostou de nossa história, que</p><p>começou a aparecer por toda parte, inclusive em dois segmentos do noticiário</p><p>americano 60 Minutes. Recebemos uma chuva de telefonemas e e-mails de outros</p><p>casais que haviam abandonado a esperança de ter filhos ou que foram aconselhados</p><p>a desistir da ideia. Eis um relato que chegou às nossas mãos escrito por uma mulher</p><p>chamada Helen.</p><p>Às vezes uma decisão impulsiva pode ter um impacto drástico na vida. Para mim, foi escolher</p><p>mandar um e-mail para uma desconhecida sobre quem li numa revista. Uma única frase de uma</p><p>pessoa que nunca vi me ajudou a dar a volta por cima e me deu forças para continuar. Nosso sonho</p><p>de ter uma família se mostrou uma das experiências mais desafiadoras de nossa vida.</p><p>Nossa história é a mesma de muitos casais do mundo inteiro. Sim, somos outro casal mais velho</p><p>que tenta ter filhos. Depois de três abortos muito tristes e quase um ano de luto, finalmente</p><p>decidimos fazer algo a respeito e começamos a explorar o programa de fertilização in vitro.</p><p>Amigos que também tiveram dificuldade para gerar filhos e que nos viram passar pelos altos e</p><p>baixos foram persistentes tentando nos levar a passar pela fertilização, mas não foi fácil para mim</p><p>convencer meu marido, porque ele acreditava que a fertilização in vitro era para casais que não</p><p>podiam conceber. Levei um ano para convencê-lo a ir a uma consulta, e a resposta do médico foi, ao</p><p>mesmo tempo, objetiva e arrasadora. Ele disse que não havia tempo a perder e que deveríamos ter</p><p>procurado ajuda mais cedo! Ei... só conheci meu marido com 33 anos!</p><p>Também fiquei preocupada em levar a cabo a gravidez depois de tantos abortos. É uma</p><p>experiência clínica completa: parar de tomar a pílula, tomar injeções todo dia, ir ao hospital para</p><p>coletar os óvulos, Jamie indo “retirar espermatozoide”... Depois da primeira rodada, minha contagem</p><p>de óvulos era baixa, e pude ver a preocupação do médico. Ele perguntou o que eu pensava de usar o</p><p>óvulo de uma doadora e se eu tinha alguma irmã. Fiquei arrasada. Na verdade, ele me perguntou</p><p>essas coisas enquanto implantava o único óvulo bom que coletamos no primeiro ciclo; em vez de eu</p><p>me sentir positiva e empolgada com o implante, saí de lá em prantos e liguei para minha irmã</p><p>caçula. Fiquei chocada com o que ele me disse, e o jogo de espera com o único óvulo foi doloroso.</p><p>Infelizmente, ele não vingou.</p><p>Acredito que terem me dito que eu deveria pensar em óvulos doados enquanto faziam o</p><p>implante teve muito a ver com o fracasso do primeiro óvulo, porque meu nível de expectativa era</p><p>baixo.</p><p>Comecei a pesquisar tudo o que pude sobre a fertilização in vitro e encontrei a reportagem de</p><p>uma revista sobre um casal que enfrentou a probabilidade e produziu gêmeos nascidos com três</p><p>anos de diferença. Esse casal eram Barb e Allan Pease. Assim, numa decisão repentina, procurei os</p><p>dois na internet, encontrei o site e mandei minhas perguntas, sem esperar uma resposta. No mesmo</p><p>dia recebi esse e-mail de Barbara:</p><p>Obrigada por entrar em contato conosco. Desejo tudo de bom a vocês, mas não se esqueça:</p><p>não acredite em ninguém que diga que é impossível; acredite apenas em si mesma e saiba que</p><p>acontecerá.</p><p>Sabendo o que sei agora, acredito que tenho meus gêmeos por causa de minha crença em</p><p>mim. O telefone de meu médico é . Não sei direito onde você está, mas, depois que</p><p>engravidar, seu clínico geral pode assumir.</p><p>Pensando em você,</p><p>Barb Pease</p><p>Duas frases ficaram em minha cabeça:</p><p>“Não acredite em ninguém [...]; acredite apenas em si mesma e saiba que acontecerá.”</p><p>“Sabendo o que sei agora, acredito que tenho meus gêmeos por causa de minha crença em</p><p>mim.”</p><p>Imprimi a história de Barb e Allan e pendurei na porta da geladeira. Devo ter lido umas 100 vezes!</p><p>Decidimos continuar, acontecesse o que acontecesse. Depois de mais duas tentativas demoradas,</p><p>tortuosas e fracassadas, nos recompusemos de novo. Dessa vez, Jamie e eu tomamos a decisão de</p><p>continuar tentando a longo prazo e ir levando a vida, marcando férias e aproveitando a companhia</p><p>um do outro. Na terceira tentativa, eles implantaram dois óvulos.</p><p>Foi nessa hora que eu e Jamie fizemos as coisas mais bobas do mundo para manter nossa</p><p>positividade elevada. É o que Barb e Allan chamaram de “visualização”. Pintamos dois ovos de</p><p>galinha, um como um menininho, outro como uma menininha. Dissemos que eram nossos</p><p>“Ovinhos Felizes” e os pusemos na bancada da cozinha. Toda manhã e toda noite, quando</p><p>preparávamos o café da manhã ou o jantar, olhávamos nossos “Ovinhos Felizes”, sorríamos e</p><p>conversávamos com eles. Ficamos muito apegados a eles, que nos faziam sorrir todos os dias. Barb</p><p>também me disse para ver o lado engraçado de tudo porque isso aumentaria minha probabilidade</p><p>de sucesso.</p><p>Mandei a Barb um e-mail sobre nossos “Ovinhos Felizes”, me sentindo meio boba, mas achei que</p><p>ela gostaria de nossa bobeira. Barb me respondeu com uma história sobre o que ela fazia toda vez</p><p>que ia ao médico. Ela usava um babador, alternando um rosa e um azul. O médico achava que ela</p><p>estava maluca, mas isso me fez rir, e alguma coisa nisso de ficar alegre e feliz durante o processo fez</p><p>eu me sentir muito bem.</p><p>Bom, o jogo da espera finalmente chegou ao fim. Fiz um exame de sangue que confirmou que eu</p><p>estava grávida. EBA! Ficamos muito empolgados. Eu ainda estava muito nervosa devido a meu</p><p>histórico gestacional, e sabia que seria um longo caminho até me sentir totalmente à vontade com a</p><p>gravidez. Fizemos uma ultra e descobrimos que só um dos óvulos vingara. Mas ainda estávamos</p><p>muito empolgados, porque um “Ovinho Feliz” crescia dentro de mim.</p><p>Depois disso, a gestação não foi fácil, e tive muitos problemas. Mas o que mudou foi minha</p><p>atitude. Eu tinha a crença íntima de que tudo daria certo e, toda vez que era atingida por mais um</p><p>problema médico, conversava com meu ovinho, pedia que aguentasse firme e deixava bem claro que</p><p>o amávamos.</p><p>Hoje, nosso ovinho é nosso novo filho. Eu e Jamie nos sentimos as pessoas mais sortudas do</p><p>mundo!</p><p>Nossa persistência e união durante os anos mais difíceis cimentaram o amor que temos um</p><p>pelo outro de um jeito que nunca aconteceria se tivéssemos desistido cedo. Na verdade, minha</p><p>mudança de atitude foi a maior diferença. A família e os amigos foram fontes extraordinárias de</p><p>força, e Barb Pease me ajudou a acreditar em mim numa época muito vulnerável de nossa vida.</p><p>Seremos gratos para sempre.</p><p>E se estivéssemos errados?</p><p>E se passássemos por todos esses procedimentos e não tivéssemos sucesso? E se tudo</p><p>houvesse falhado? Em termos estatísticos, nossa probabilidade era baixa. Mas outras</p><p>pessoas tinham conseguido e outras mais conseguirão no futuro, por isso</p><p>prosseguimos com determinação fortalecida. Teríamos filhos e os criaríamos apesar</p><p>de tudo, e a via da gravidez de Barb era o melhor caminho a seguir. Em último caso,</p><p>adotaríamos e também seria maravilhoso. Decidimos que, fosse qual fosse o</p><p>resultado, ficaríamos felizes com ele. Mesmo que nosso primeiro plano não desse</p><p>certo, de um jeito ou de outro atingiríamos nossa meta de ter um filho de nós dois.</p><p>Muita gente reluta em tomar um caminho positivo porque às vezes a</p><p>probabilidade negativa assusta. Mesmo que as chances não estejam a seu favor,</p><p>quando quiser alguma coisa, isso não significa que deva desistir. Quando escolher</p><p>um caminho para chegar a uma meta que você realmente quer, novas portas se</p><p>abrirão. Você verá outras opções e possibilidades que não tinha visto ou em que não</p><p>pensaria se não tivesse enveredado por aquele caminho.</p><p>Quando programamos metas definidas com clareza no SAR,ele busca um modo de nos dar o</p><p>que queremos.</p><p>capítulo 16</p><p>Como juntar tudo</p><p>Vamos resumir os pontos principais deste livro.</p><p>Ter sucesso na vida e obter as coisas que você quer ou se tornar quem quer ser é</p><p>mais uma questão de planejamento e organização do que de talento. Todos</p><p>conhecemos gente muita talentosa que não chega a lugar algum e pessoas que</p><p>parecem não ter muito a seu favor que pulam etapas. A maioria não faz tudo o que</p><p>poderia na vida porque pensa em como conseguir alguma coisa em vez de decidir o</p><p>que realmente quer. Como você já sabe, decidir o que é o passo mais importante do</p><p>sucesso. E, como já deve ter descoberto, quando decidimos o quê, o como logo surge.</p><p>Ponha-o em seu plano de ação e estabeleça prazos viáveis.</p><p>Aqui explicamos por que muitas coisas que talvez você já conheça dão certo:</p><p>visualização, afirmações, estabelecimento de metas, prazos, orações, o Universo, a</p><p>Lei da Atração e assim por diante. Agora você tem a base científica para provar como</p><p>e por que tudo isso funciona. A questão é como enviar para o SAR nossa conversa</p><p>íntima e nossas expectativas.</p><p>A descoberta empolgante deste livro é que podemos programar o SAR se</p><p>escolhermos as mensagens exatas que lhe enviamos do consciente. Quando a</p><p>expectativa é positiva, você programa automaticamente o SAR para buscar</p><p>informações sobre comportamentos positivos e eliminar informações sobre os</p><p>negativos. Isso significa que você pode criar sua própria realidade. Neste livro, nada</p><p>está ligado à força de vontade; tudo acontece por causa desse feixinho de fibras</p><p>nervosas que passa pelo tronco cerebral: seu Sistema Ativador Reticular.</p><p>Escreva</p><p>As pessoas mais bem-sucedidas na vida escrevem suas ideias e as priorizam. Assim</p><p>que seus pensamentos são passados para o papel, o SAR começa a buscar as respostas</p><p>para obter o que elas querem. Continue a escrever suas listas de tudo o que acha</p><p>interessante ou empolgante na vida e não julgue nada; só escreva. Isso concentra sua</p><p>atenção no que é realmente importante e desperta seu SAR para que trabalhe a seu</p><p>favor. O SAR sempre localizará os passos exatos necessários para chegar lá.</p><p>Continue aumentando sua lista e cuide para que suas metas sejam coisas que</p><p>você realmente quer e não o que os outros esperam de você. Escreva e reescreva suas</p><p>listas. Descubra quais são suas paixões e remova o dinheiro da equação para pensar</p><p>com clareza sem se preocupar com finanças. E faça planos para se alinhar com um</p><p>estilo de vida 80/20.</p><p>Decomponha e estabeleça prazos</p><p>Decomponha suas metas em partes pequenas e realize uma de cada vez. Se achar</p><p>que não vai dar para cumprir um prazo importante, ajuste-o. A diferença entre os</p><p>bem-sucedidos e os outros é que os bem-sucedidos estão voltados para a ação.</p><p>Podem não parecer muito confiantes quando começam, mas estão avançando. E se</p><p>mantêm nos trilhos apesar das tentativas dos outros de descarrilá-los. É possível dar</p><p>prazo a qualquer coisa, inclusive ao pensamento negativo.</p><p>Assuma a responsabilidade</p><p>Tudo o que você terá na vida se originará nas escolhas que fizer. Os culpados não</p><p>são os pais, os relacionamentos passados, o emprego, a economia, o clima ou a idade.</p><p>Você e só você é responsável por todas as decisões que tomou. A boa notícia é que</p><p>tem 100% de controle sobre as escolhas que fizer a partir de agora. Neste livro, você</p><p>aprendeu a levar a vida do “quero”, não a vida do “é preciso”. A partir de hoje,</p><p>decida assumir 100% da responsabilidade por tudo em sua vida. Quando se pegar</p><p>reclamando de alguma coisa, pare imediatamente. Decida agora mesmo mudar sua</p><p>reação aos fatos da vida. Comece a falar de forma positiva sobre o que pode e vai</p><p>fazer.</p><p>Use afirmações e pratique a visualização</p><p>Há incontáveis histórias de pessoas que atingiram suas metas usando afirmações para</p><p>concentrar a mente no resultado pretendido e que visualizam o sucesso. As metas</p><p>precisam ser atingidas na mente antes de serem atingidas em termos concretos, e</p><p>ninguém consegue ir além das limitações autoimpostas. A partir de hoje, toda vez</p><p>que disser algo negativo reformule-o de modo positivo. A visualização funciona</p><p>porque fortalece as vias neurais do cérebro de qualquer habilidade específica e dará</p><p>certo em quase qualquer meta que você estabelecer. A partir de hoje, só visualize as</p><p>coisas que quer, não as que não quer. A visualização e as afirmações podem quebrar</p><p>as barreiras no caminho do sucesso e lhe dar a liberdade de obter mais criatividade e</p><p>um potencial não aproveitado com o qual você nunca sonhou. Use a visualização e</p><p>as afirmações para manter o entusiasmo elevado e para lhe dar o tempo necessário</p><p>para desenvolver os novos hábitos de que precisa.</p><p>Todos os atletas de sucesso treinam física e mentalmente sua modalidade</p><p>esportiva. Sempre se veja vencendo. O que diz a si mesmo acontecerá. Pratique</p><p>continuamente ações positivas até que se tornem os hábitos de quem consegue.</p><p>Sua vida é a soma de suas afirmações passadas. Quando você pratica as</p><p>afirmações, a Lei do Reforço começa a trabalhar a seu favor. Primeiro, buscamos</p><p>aqueles pontos fortes e as mudanças que afirmamos; então, começamos a ver no</p><p>mundo real as coisas que esperamos ver, como Darrin fez com seu movimento</p><p>giratório por trás, como Scott fez com Dilbert e Sam com sua curta vida. Começamos</p><p>a agir como a pessoa que resolvemos ser.</p><p>Nunca pense no que não quer que aconteça. Só pense no que quer, seja qual for</p><p>o resultado da situação. Em geral, o que você pensa e afirma é o que vai obter.</p><p>Crie novos hábitos</p><p>Adquirir intencionalmente os hábitos dos bem-sucedidos levará você ao sucesso que</p><p>deseja. Agarrar-se a hábitos não produtivos é um obstáculo que o impede de</p><p>avançar. Seu eventual sucesso em qualquer iniciativa – ou a falta dele – será</p><p>controlado pelos pensamentos e atitudes habituais que você aprendeu. Gerencie sua</p><p>vida profissional com uma agenda e carregue-a sempre consigo. Compre um livro</p><p>que ensina a memorizar o nome das pessoas. Caso fume, beba ou use drogas, tome</p><p>as providências necessárias para abandonar esses hábitos agora.</p><p>Vá até o fim, apesar do que os outros digam,</p><p>pensem ou façam</p><p>Amigos, parentes e outros bem-intencionados podem tentar impedi-lo de avançar</p><p>rumo às suas metas, seja porque o amam, porque o odeiam ou porque não querem</p><p>ficar mal na fita. Quando estabelecer sua meta e criar um plano com prazos, dê o</p><p>primeiro passo, apesar do que os outros pensem, digam ou façam. A única maneira</p><p>de evitar críticas é não fazer nada, não dizer nada e não ser nada.</p><p>Dê a si mesmo permissão para se afastar de tudo o que lhe trouxer más</p><p>vibrações. Você não precisa explicar</p><p>nada a ninguém; basta confiar em sua voz</p><p>interior. Admita hoje que foi você o responsável por atrair para a sua vida as coisas e</p><p>as pessoas que o cercam hoje. Se o estilo de vida e as realizações de seus cinco</p><p>amigos mais íntimos não o empolgam, procure outros amigos. Se ficar apenas com</p><p>seu grupo de amigos atual, só se pode esperar que você continue na média desse</p><p>grupo. Se não quiser ser a média de seus amigos atuais, faça novas amizades.</p><p>Desenvolva uma natureza amistosa e faça os outros se sentirem bem, seja qual for</p><p>sua opinião. Reconheça que eles têm todo o direito de pensar como pensam e, ao</p><p>mesmo tempo, reafirme o que você acredita ser verdade.</p><p>Aceite o medo e a preocupação como normais</p><p>Quando ficar estressado, preocupado ou deprimido com alguma coisa na vida e seus</p><p>pensamentos negativos se tornarem um hábito, estipule um prazo para superá-los.</p><p>Decida que, a partir de uma hora ou um dia específico, você não pensará</p><p>negativamente sobre o que lhe aconteceu. Desastres acontecem; eles fazem parte da</p><p>vida. Mas só porque você foi derrubado não significa que está fora do jogo. Você só</p><p>será derrotado se ficar no chão. Decida com antecedência que, quando a tragédia</p><p>chegar, você sairá dela. Saiba que se assustará quando novas oportunidades</p><p>inesperadas surgirem, mas não deixe que isso o impeça de trabalhar para atingir sua</p><p>meta.</p><p>Pratique o jogo dos números</p><p>Lembre-se de que tudo o que você estabelece como meta se baseia em sequências de</p><p>números e fórmulas. Cada empreendimento na vida tem um conjunto de estatísticas</p><p>– uma razão – atrelado a ele. Você também tem uma estatística pessoal que</p><p>determinará sua probabilidade de sucesso. Registre todas as atividades cotidianas,</p><p>como quantas vezes tentou alguma coisa, com que frequência conseguiu ou não, o</p><p>que deu certo ou errado, e logo as razões e proporções vão aparecer.</p><p>Recupere sua vida</p><p>Não siga o caminho para onde tentam empurrá-lo, por mais honrosas que sejam as</p><p>intenções dos outros. Assuma o comando de sua vida, recupere-se e escolha se</p><p>tornar a pessoa que você quer. Se não estiver trabalhando em algo que o empolgue,</p><p>planeje mudar isso. A maioria não gosta do que faz. Muitas pessoas afirmam estar</p><p>ocupadas demais trabalhando para fazerem o que realmente querem. Não seja uma</p><p>delas.</p><p>Não desista</p><p>O começo é sempre a parte mais difícil. Se tiver vontade de desistir, releia sua lista</p><p>de metas e só pense no que quer como resultado. Vá até onde consegue enxergar;</p><p>quando chegar lá, será capaz de enxergar mais longe do que no começo. Agarre-se às</p><p>suas metas, apesar do que os outros digam, pensem ou façam. Hoje é possível ter</p><p>tudo o que se quer na vida, desde que se possa primeiro pensar, depois escrever uma</p><p>lista de prioridades e seguir as regras e princípios que apresentamos neste livro.</p><p>Por fim...</p><p>O SAR é uma ferramenta tão poderosa que pode levar você a qualquer lugar aonde</p><p>queira ir. Ele é seu GPS pessoal. Você só precisa decidir primeiro quais metas</p><p>gostaria de atingir, escrevê-las e criar prazos para os itens da lista A. Quando o como</p><p>começar a aparecer à sua volta, transforme-o num plano. Depois, avance, apesar do</p><p>que os outros pensem, digam ou façam. Crie os novos hábitos de que precisará para</p><p>facilitar sua jornada, desenvolva as afirmações positivas e pratique a visualização. E,</p><p>aconteça o que acontecer pelo caminho, veja o lado engraçado das coisas. Foi isso</p><p>que Barb e eu sempre fizemos, porque sabemos que dá certo. E dará certo com você</p><p>quando decidir seguir esses conselhos.</p><p>Leve a sério o que faz na vida, mas nunca se leve muito a sério. Combine consigo</p><p>mesmo buscar o lado engraçado de tudo o que acontecer pelo caminho. O melhor</p><p>dia de sua vida é aquele em que você decide que a vida é só sua: sem desculpas, sem</p><p>ninguém em quem se apoiar, em quem confiar ou a quem culpar. Esse é o dia em</p><p>que sua vida começa de verdade.</p><p>E eis aqui a citação com que começamos este livro:</p><p>“Tudo o que a mente consegue conceber e acreditar, o corpo consegue atingir.”</p><p>Napoleon Hill</p><p>Agradecimentos</p><p>Eis uma lista parcial de pessoas que, sabendo ou não, deram sua contribuição a</p><p>alguns de nossos conceitos, nossas ideias e histórias: Prof. Susan Greenfield, Dr.</p><p>David Buss, Darrin Cassidy, Ray e Ruth Pease, Bill e Beat Suter, Anthony Robbins,</p><p>Brian Tracy, Dr. Gennady Polonsky, Kath McConnell, Vicky Cook, Jim Cathcart,</p><p>Jack Canfield, Loren Wimhurst, Raelene Boyle, John Fenton, Tony Earle, Dra.</p><p>Helen Fisher, John Hepworth, Dr. Henning Kukenrenken, Dr. Patch Adams, Prof.</p><p>Alan Garner, The Junipers, Dorie Simmonds, Glenda Leonard, Gerry Hatton, Rita</p><p>Hartney, Jerry Seinfeld, Grant Sexton, Anatoly Sobchak, Dr. James Moir, Dr. Mark</p><p>Bowman, Dr. Denis Waitley, Prof. Phillip Stricker, Fiona Hedger.</p><p>Bibliografia</p><p>capítulo 1</p><p>BURLET, S., TYLER, C. J. e LEONARD, C. S. (2002). “Direct and Indirect excitation of Laterodorsal Tegmental</p><p>Neurons by Hypocretin/orexin Peptides: Implications for Wakefulness and Narcolepsy”, Journal of</p><p>Neuroscience 22 (7): 2.862-2.872.</p><p>EVANS, B. M. (2003). “Sleep, Consciousness and the Spontaneous and Evoked Electrical Activity of the Brain. Is</p><p>There a Cortical Integrating Mechanism?”, Neuophysiologie clinique 33: 1-10.</p><p>GARCIA-RILL, E. (1997). “Disorders of the Reticular Activating System”, Medical Hypotheses 49 (5): 379-387.</p><p>______________. (2008). “Long-term Deficits of Preterm Birth: Evidence for Arousal and Attentional</p><p>Disturbances”, Clinical Neurophysiology 119 (6): 1.281-1.291.</p><p>______________, BUCHANAN, R., MCKEON, K., SKINNER, R. R. e WALLACE, T. (2007). “Smoking during</p><p>Pregnancy: Postnatal Effects on Arousal and Attentional Brain Systems”, NeuroToxicology 28 (5): 915-923.</p><p>______________, HEISTER, D. 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Disponível em: <http://www.adaa.org/finding-help>.</p><p>http://www.psych.nyu.edu/phelpslab/whoweare.html</p><p>http://www.adaa.org/finding-help</p><p>Allan Pease</p><p>Palestrante</p><p>Por que não chamar Allan Pease como palestrante</p><p>para sua próxima conferência ou seminário?</p><p>E-mail: info@peaseinternational.com</p><p>Site: www.peaseinternational.com</p><p>Telefone: +61 7 5445 5600</p><p>Allan e Barbara Pease são os autores de relacionamentos mais bem -sucedidos do mercado. Eles</p><p>escreveram um total de 18 best-sellers – incluindo 10 livros que lideraram a lista – e fazem seminários</p><p>em até 30 países por ano. Seus livros estão disponíveis em m ais de 100 países, foram traduzidos para</p><p>55 idiomas e venderam mais de 27 m ilhões de exem plares. O casal de autores aparece com</p><p>frequência na m ídia mundial e seu trabalho foi tem a de nove séries de TV, quatro peças de teatro e</p><p>um filme campeão de bilheteria que atraiu uma audiência de mais de 100 milhões de pessoas.</p><p>Sua companhia, a Pease International Ltd, produz vídeos, cursos de treinamento e seminários</p><p>voltados para negócios e política mundo afora. Sua coluna m ensal sobre relacionamentos é lida por</p><p>mais de 20 milhões de pessoas em 25 países. Eles têm seis filhos e cinco netos e moram na Austrália.</p><p>DVDs</p><p>Série Body Language</p><p>How to Be a People Magnet – It’s Easy Peasey (Como atrair pessoas)</p><p>The Best of Body Language (O melhor da linguagem corporal)</p><p>How to Develop Powerful Communication Skills (Como desenvolver</p><p>poderosas habilidades de comunicação)</p><p>Áudios</p><p>Desvendando os segredos da linguagem corporal</p><p>Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?</p><p>mailto:info@peaseinternational.com</p><p>http://www.peaseinternational.com</p><p>Why Men Don’t Have a Clue & Women Always Need More Shoes</p><p>Questions Are the Answers</p><p>Se a vida é um jogo, aqui estão as regras</p><p>Livros</p><p>Desvendando os segredos da linguagem corporal</p><p>Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?</p><p>Why Men Don’t Have a Clue & Women Always Need More Shoes</p><p>Desvendando os segredos da atração sexual</p><p>Como conquistar as pessoas</p><p>Questions Are the Answers</p><p>Why He’s So Last Minute & She’s Got It All Wrapped Up</p><p>Por que os homens mentem e as mulheres choram?</p><p>Será que a gente combina?</p><p>Write Language</p><p>A linguagem corporal do amor</p><p>Se a vida é um jogo, aqui estão as regras</p><p>http://www.peaseinternational.com</p><p>Sobre os autores</p><p>Com mais de 27 milhões de livros vendidos sobre temas como relacionamento</p><p>humano e linguagem corporal, Allan e sua esposa Barbara Pease já ajudaram pessoas</p><p>do mundo inteiro a construir relações mais saudáveis e prazerosas.</p><p>Suas obras foram traduzidas para 55 idiomas e estão disponíveis em 100 países. Por</p><p>que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?, Por que os homens mentem e</p><p>as mulheres choram?, Como conquistar as pessoas, Como viver a dois, Desvendando</p><p>os segredos da linguagem corporal, Desvendando os segredos da atração sexual, A</p><p>linguagem corporal do amor e A linguagem corporal no trabalho são alguns de seus</p><p>títulos publicados pela Editora Sextante.</p><p>CONHEÇA OS CLÁSSICOS DA EDITORA SEXTANTE</p><p>1.000 lugares para conhecer antes de morrer, de Patricia Schultz</p><p>A História – A Bíblia contada como uma só história do começo ao fim, de The</p><p>Zondervan Corporation</p><p>Conversando com os espíritos e Espíritos entre nós, de James Van Praagh</p><p>Desvendando os segredos da linguagem corporal e Por que os homens fazem sexo e as</p><p>mulheres fazem amor?, de Allan e Barbara Pease</p><p>Enquanto o amor não vem, de Iyanla Vanzant</p><p>Faça o que tem de ser feito, de Bob Nelson</p><p>Fora de série – Outliers, de Malcolm Gladwell</p><p>Jesus, o maior psicólogo que já existiu, de Mark W. Baker</p><p>Mantenha o seu cérebro vivo, de Laurence Katz e Manning Rubin</p><p>Mil dias em Veneza, de Marlena de Blasi</p><p>Muitas vidas, muitos mestres, de Brian Weiss</p><p>Não tenha medo de ser chefe, de Bruce Tulgan</p><p>Nunca desista de seus sonhos e Pais brilhantes, professores fascinantes, de Augusto</p><p>Cury</p><p>O monge e o executivo, de James C. Hunter</p><p>O poder do Agora, de Eckhart Tolle</p><p>O que toda mulher inteligente deve saber, de Steven Carter e Julia Sokol</p><p>Os segredos da mente milionária, de T. Harv Eker</p><p>Salomão, o homem mais rico que já existiu, de Steven K. Scott</p><p>Transformando suor em ouro, de Bernardinho</p><p>Para saber mais sobre os títulos e autores</p><p>da Editora Sextante, visite o nosso site.</p><p>Além de informações sobre os próximos lançamentos,</p><p>você terá acesso a conteúdos exclusivos</p><p>e poderá participar de promoções e sorteios.</p><p>sextante.com.br</p><p>http://www.sextante.com.br</p><p>http://www.facebook.com/esextante</p><p>http://www.twitter.com/sextante</p><p>http://www.youtube.com.br/sextantetv</p><p>http://www.instagram.com/editorasextante</p><p>Sumário</p><p>Créditos</p><p>Introdução</p><p>capítulo 1 – Revelado o segredo do SAR</p><p>capítulo 2 – Decida o que quer</p><p>capítulo 3 – Estabeleça metas claras</p><p>capítulo 4 – Faça planos com prazos</p><p>capítulo 5 – Vá até o fim, apesar do que os outros pensem, façam ou digam</p><p>capítulo 6 – Assuma a responsabilidade por sua vida</p><p>capítulo 7 – A arte da visualização</p><p>capítulo 8 – O poder das afirmações</p><p>capítulo 9 – Desenvolva novos hábitos</p><p>capítulo 10 – Pratique o jogo dos números</p><p>capítulo 11 – Como lidar com o estresse</p><p>capítulo 12 – Supere o medo e a preocupação</p><p>capítulo 13 – Nunca desista</p><p>capítulo 14 – Do barraco à cobertura</p><p>capítulo 15 – Diga a seu corpo o que fazer</p><p>capítulo 16 – Como juntar tudo</p><p>Agradecimentos</p><p>Bibliografia</p><p>Sobre os autores</p><p>Informações sobre a Sextante</p><p>Desvendando os segredos da linguagem</p><p>corporal</p><p>Pease, Allan</p><p>9788575426302</p><p>187 páginas</p><p>Compre agora e leia</p><p>http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788543105147/9788575426302/74684e35eb0f8a7d6a5968202dd7d08d</p><p>Um gesto vale mais do que mil palavras. Provavelmente você já ouviu esta</p><p>frase, mas talvez não tenha se dado conta do quanto ela é verdadeira. Em</p><p>Desvendando os segredos da linguagem corporal Allan e Barbara Pease</p><p>esclarecem que 93% da comunicação humana é feita através de expressões</p><p>faciais e movimentos do corpo.Quando aprendemos a prestar atenção em</p><p>nossa linguagem corporal e a interpretar corretamente a dos outros,</p><p>passamos a ter maior controle sobre as situações, pois podemos identificar</p><p>sinais de abertura, de tédio, de atração ou de rivalidade e agir de forma</p><p>adequada aos nossos objetivos.Com bom-humor e uma sólida base</p><p>científica, os autores de Por que os homens fazem sexo e as mulheres</p><p>fazem amor? explicam o significado real de gestos que usamos no dia a dia,</p><p>como cruzar os braços, coçar o nariz e balançar a cabeça, evitando os</p><p>habituais mal-entendidos causados pela contradição entre o que dizem</p><p>nossas palavras e nosso corpo. Este guia fundamental ensina como</p><p>melhorar os relacionamentos, aumentando nossa capacidade de</p><p>comunicação e de entendimento com as pessoas.</p><p>Compre agora e leia</p><p>http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788543105147/9788575426302/74684e35eb0f8a7d6a5968202dd7d08d</p><p>A coragem de não agradar</p><p>Kishimi, Ichiro</p><p>9788543105703</p><p>272 páginas</p><p>Compre agora e leia</p><p>Na periferia de uma cidade milenar vivia um filósofo que ensinava que o</p><p>http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788543105147/9788543105703/b6c40a4933f05440715903edcfa8f3f5</p><p>mundo era simples e que a felicidade estava ao alcance de todos. Certo dia,</p><p>um jovem insatisfeito com a vida foi desafiá-lo a provar sua tese.Com mais</p><p>de 3 milhões de exemplares vendidos, A coragem de não agradar conta</p><p>uma história capaz de iluminar nosso poder interior e nos permitir ser quem</p><p>somos.Inspirado</p><p>a</p><p>aparecer na sua frente. Em outras palavras, seu SAR faz com que ela se materialize.</p><p>O princípio do espaguete</p><p>Seus pensamentos e ideias são como um prato cheio de espaguete. Cada pensamento</p><p>está entrelaçado com muitos outros, e fica difícil separar uma única ideia e se</p><p>concentrar nela. Registrar suas ideias no papel é importante porque a escrita</p><p>consolida cada pensamento, que pode então ser examinado isoladamente. Então,</p><p>quando você ler a lista e pensar nos itens que a compõem, alguns que pareciam</p><p>importantes no começo podem perder o brilho, enquanto outros, que, a princípio,</p><p>pareciam menores, começam a se destacar como mais empolgantes.</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>Por exemplo, assisti ao filme Cantando na chuva na infância e adorei o jeito</p><p>como Gene Kelly conseguia sapatear pela sala sem errar. Aos 20 anos, após assistir ao</p><p>filme várias vezes, decidi que adoraria aprender a sapatear como ele. Escrevi isso em</p><p>minha lista, e o sapateado ficou lá uns cinco anos. Mas, assim que escrevi a</p><p>possibilidade, comecei a ver sapateadores nos filmes e na TV; reportagens sobre</p><p>sapateado começaram a pular na minha cara. Esses programas e reportagens sobre</p><p>sapateado sempre existiram, mas só os notei quando escrevi as metas na minha lista.</p><p>Até que, aos 35 anos, me inscrevi num curso.</p><p>Por que é tão importante escrever a lista à mão</p><p>A Dra. Gail Matthews, professora de psicologia da Universidade Dominicana da</p><p>Califórnia, realizou um estudo com 267 participantes sobre o estabelecimento de</p><p>metas. Ela constatou que a probabilidade de atingir as metas é 42% maior quando</p><p>elas são escritas à mão. Usar o teclado para digitar envolve oito movimentos dos</p><p>dedos, e isso requer apenas um pequeno número de conexões neuronais. Escrever à</p><p>mão envolve até 10 mil movimentos e cria no cérebro milhares de vias neurais. Isso</p><p>explica por que escrever à mão tem um impacto muito maior sobre o apego</p><p>emocional às metas e seu compromisso com elas. Sem dúvida é útil usar o</p><p>computador para registrar seus objetivos, mas é como ler um texto sobre como é</p><p>empolgante ter um carro esportivo. Já escrever suas metas à mão é como se o cérebro</p><p>levasse o carro esportivo para um test drive pelos Alpes. Você fica mais envolvido</p><p>emocionalmente, e isso aumenta de forma drástica sua motivação. Escrever as metas</p><p>ativa o SAR e instrui seu inconsciente a trabalhar nelas, independentemente de você</p><p>pensar ou não nelas.</p><p>Na década de 1980, dar seminários na Rússia (então União Soviética), atrás da</p><p>Cortina de Ferro, era considerado impossível. Os ocidentais não podiam ir para lá</p><p>naquela época. Mas mesmo assim eu e Barb pusemos isso na lista, pois parecia uma</p><p>ideia empolgante e tinha um quê de James Bond. Assim que a escrevemos,</p><p>começamos imediatamente a ver informações, reportagens, documentários na TV e</p><p>artigos em revistas sobre a Rússia. Hoje, como resultado de ter incluído esse desejo</p><p>na lista em 1989, os países de língua russa estão entre nossos maiores mercados de</p><p>seminários e publicações. Se decidíssemos que aquela era só uma ideia maluca e não</p><p>a escrevêssemos, a Rússia nunca se tornaria um importante destino comercial para</p><p>nós, porque o SAR não teria buscado informações sobre o como. Por isso, é</p><p>importantíssimo que você não pense primeiro em como obter o que quer.</p><p>null</p><p>Quando decidir exatamente o que quer fazer, ter ou se tornar, seu SAR</p><p>começará a buscar como conseguir. Assim que puser a ideia na cabeça, você</p><p>começará a ver, ler e ouvir coisas sobre ela. É simples assim. Mas pouquíssimas</p><p>pessoas fazem isso.</p><p>Reler a lista de metas com frequência logo esclarecerá até que ponto cada item</p><p>realmente é importante ou não para você. Continue acrescentando itens à lista,</p><p>modificando-a, cortando coisas. Depois de um tempo, algumas continuarão</p><p>reaparecendo, porque são as que têm mais importância para você. Deixe a lista na</p><p>parede do quarto ou do banheiro, prenda uma cópia na porta da geladeira ou use-a</p><p>como fundo de tela no computador ou no celular. Deixe uma cópia em todos os</p><p>lugares onde possa sempre vê-la. Quando pensar em metas novas, acrescente-as à</p><p>lista. Quanto maior, melhor.</p><p>A diferença entre milionários e bilionários</p><p>Na década de 1970, foi feito um estudo com pessoas ricas para determinar as</p><p>principais diferenças entre milionários e bilionários. Embora os dois grupos fossem</p><p>ricos, os pesquisadores queriam saber por que um grupo era tão mais rico que o</p><p>outro. Depois de três anos de pesquisa, o único ponto semelhante entre eles era que</p><p>ambos sabiam exatamente o que queriam. Mas os bilionários tinham listas de ideias,</p><p>metas e objetivos escritas com clareza. Para surpresa dos pesquisadores, a existência</p><p>de uma lista de intenções escrita era a diferença mais notável. Embora fossem</p><p>igualmente apaixonados por suas metas e soubessem bem o que queriam, entre os</p><p>milionários a incidência de planos escritos era muito mais baixa do que entre os</p><p>bilionários. Em outro estudo realizado nos Estados Unidos sobre estabelecimento de</p><p>metas, Paul J. Meyer concluiu que:</p><p>3% dos americanos tinham metas e planos definidos por escrito</p><p>10% tinham uma boa ideia de suas metas na vida</p><p>60% tinham pensado nas metas, mas só em relação às finanças</p><p>27% pouco tinham pensado no futuro ou em metas</p><p>Entre os participantes desse estudo, Meyer constatou que:</p><p>3% eram muito bem-sucedidos</p><p>null</p><p>10% estavam moderadamente bem de vida</p><p>60% eram descritos como “modestos”</p><p>27% precisavam de ajuda ou caridade para sobreviver</p><p>A mensagem aqui é clara. Para prosperar, faça uma lista de suas metas – escrita à</p><p>mão.</p><p>Como descobrir sua verdadeira carreira ou missão na vida</p><p>A vida profissional costuma aparecer no topo da lista de prioridades, mas estudos</p><p>mostram que oito em cada 10 pessoas não gostam do que fazem. Uma pesquisa</p><p>realizada pela Gallup em 2012 em 140 países demonstrou que 67% não se</p><p>“engajam” no trabalho ou simplesmente não se sentem motivados e têm pouca</p><p>probabilidade de se esforçar mais, enquanto outros 24% estão “ativamente</p><p>desengajados” ou são funcionários infelizes e improdutivos.</p><p>Você espera com entusiasmo a hora de acordar num dia útil? Sai da cama toda</p><p>manhã empolgado com as possibilidades que o dia lhe reserva? Se a resposta for não</p><p>– e a probabilidade disso é de pelo menos 80% –, com que você deveria estar</p><p>trabalhando?</p><p>Eis aqui o caminho para encontrar a missão de sua vida: pense nas coisas que lhe</p><p>deram mais alegria e felicidade na vida e fizeram com que você se sentisse melhor. O</p><p>que você mais gostava de fazer no passado, algo de que gostava tanto que faria de</p><p>graça se tivesse a oportunidade? São essas as áreas em que você encontrará sua</p><p>missão ou sua verdadeira carreira.</p><p>Pergunte-se: “Qual é a coisa que gosto tanto de fazer que faria de graça, mas que, claro, não</p><p>me incomodaria de ser pago para fazer?”</p><p>Quando responder a essa pergunta, você descobrirá uma das missões de sua vida.</p><p>Muita gente acha que não seria possível viver bem ou enriquecer fazendo o que</p><p>gosta. Mas, se escrever isso em sua lista, encontrará o caminho. Talvez você diga:</p><p>null</p><p>“Adoro me relacionar com os outros e conversar. Como poderia viver disso?” Ora,</p><p>Jay Leno, David Letterman, Michael Parkinson e Oprah Winfrey também adoravam</p><p>fazer isso. Talvez você pense: “Adoro transformar meu lar num lugar bonito”. Ora,</p><p>Martha Stewart também. “Adoro praticar esportes...” Pense em Tiger Woods, Roger</p><p>Federer, Pat Rafter e Greg Norman. É claro que essas pessoas tiveram um sucesso</p><p>estrondoso e ficaram milionárias em suas jornadas, mas todas começaram como</p><p>anônimas que perseguiram o que mais gostavam de fazer e que fariam até de graça.</p><p>Pense nas dezenas de milhares de outras que não são famosas, mas têm uma vida</p><p>bem-sucedida fazendo essas mesmas coisas. Lembre-se: todo especialista já foi um</p><p>iniciante.</p><p>Descubra o que adora fazer e você nunca mais</p><p>trabalhará em nenhum dia de sua vida.</p><p>Talvez você goste de comer em bons restaurantes, ler livros e revistas, ir a festas e</p><p>boates, assistir a filmes, escutar ou tocar música, conhecer gente nova, navegar na</p><p>internet, praticar esportes ou fazer compras. Pois milhares de pessoas</p><p>nas ideias de Alfred Adler – um dos expoentes da</p><p>psicologia ao lado de Sigmund Freud e Carl Jung –, o livro apresenta o</p><p>debate transformador entre um jovem e um filósofo. Ao longo de cinco</p><p>noites, eles discutem temas como autoestima, raiva, autoaceitação e</p><p>complexo de inferioridade. Aos poucos, fica claro que libertar-se das</p><p>expectativas alheias e das dúvidas que nos paralisam e encontrar a</p><p>coragem para mudar está ao alcance de todos. Assim como nos diálogos de</p><p>Platão, em que o conhecimento vai sendo construído através do debate, o</p><p>filósofo oferece ao rapaz as ferramentas necessárias para que ele se torne</p><p>capaz de se reinventar e de dizer não às limitações impostas por si mesmo</p><p>e pelos outros.</p><p>Compre agora e leia</p><p>http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788543105147/9788543105703/b6c40a4933f05440715903edcfa8f3f5</p><p>Falando com estranhos</p><p>Gladwell, Malcolm</p><p>9788543108964</p><p>320 páginas</p><p>Compre agora e leia</p><p>O QUE DEVERÍAMOS SABER SOBRE AS PESSOAS QUE NÃO CONHECEMOS.Ao</p><p>apontar como nossas ideias preconcebidas afetam nossas interações com os</p><p>http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788543105147/9788543108964/f5a11baa2eb91fd69942040376ae9713</p><p>outros, Malcolm Gladwell, autor dos best-sellers Fora de série e O ponto da</p><p>virada, escreveu um guia valioso para tempos de intolerância e</p><p>crise."Gladwell é um brilhante explicador do comportamento humano." –</p><p>The WeekComo Fidel Castro conseguiu enganar a CIA durante décadas? Por</p><p>que Neville Chamberlain pensou que podia confiar em Hitler? Por que os</p><p>casos de ataques sexuais nas universidades estão crescendo?Neste livro,</p><p>Malcolm Gladwell apresenta uma análise surpreendente da maneira como</p><p>interagimos com as pessoas que não conhecemos – e questiona por que</p><p>tantas vezes fazemos julgamentos equivocados em relação a elas.Existe</p><p>algo muito errado com as estratégias que usamos para interpretar os</p><p>outros. Por não sabermos falar com estranhos, abrimos a porta para</p><p>conflitos e mal-entendidos, às vezes com consequências catastróficas.Em</p><p>Falando com estranhos , você lerá sobre uma espiã que passou anos nos</p><p>mais altos níveis do Pentágono sem ser detectada, sobre o homem que</p><p>derrubou o gestor de fundos Bernie Madoff, sobre o suicídio da poeta Sylvia</p><p>Plath e várias outras histórias intrigantes.</p><p>Compre agora e leia</p><p>http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788543105147/9788543108964/f5a11baa2eb91fd69942040376ae9713</p><p>Me Poupe!</p><p>Arcuri, Nathalia</p><p>9788543105826</p><p>176 páginas</p><p>Compre agora e leia</p><p>Como economizar no dia a dia? Como poupar mesmo ganhando pouco?</p><p>Quais são os melhores (e os piores) investimentos? Como poupar para o</p><p>http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788543105147/9788543105826/f1abd9a4bca2bed504e2ac64bdd477bc</p><p>futuro sem abrir mão dos desejos e necessidades do presente?Sei que você</p><p>tem muitas dúvidas sobre o que fazer com o seu dinheiro. Sei também que</p><p>muita gente simplesmente não faz nada com ele – a não ser pagar contas e</p><p>juntar moedinhas para chegar até o fim do mês.É por isso que estou</p><p>aqui.Sempre fui uma poupadora compulsiva. Desde cedo compreendi que</p><p>precisaria juntar dinheiro para realizar meus sonhos. Aos 7 anos comecei a</p><p>poupar para comprar um carro quando fizesse 18. Com 23 comprei meu</p><p>primeiro apartamento à vista. Aos 30 pedi demissão do meu emprego de</p><p>repórter de TV e montei o canal Me Poupe!, no YouTube. Aos 32 me tornei</p><p>milionária.Hoje o Me Poupe! tem mais de 2 milhões de inscritos e é visto</p><p>por mais de 8 milhões de pessoas por mês, sendo pioneiro na criação do</p><p>conceito de entretenimento financeiro ao falar de dinheiro com leveza e</p><p>bom humor. Tenho orgulho de dizer que, aos 35 anos, estou perto de</p><p>conquistar minha independência financeira.Vou contar para você como</p><p>cheguei até aqui, as roubadas em que me meti, as dúvidas que tive e tudo</p><p>o que aprendi ao longo desses anos. Mas este livro não é sobre mim. É</p><p>sobre você, o seu dinheiro e a maneira como vem lidando com ele até</p><p>agora.Eu resolvi escrevê-lo para passar uma mensagem curta e grossa:</p><p>você pode sair do buraco, não importa qual o tamanho dele.Para ajudar</p><p>nesse processo, reuni exemplos práticos, situações reais, planilhas e</p><p>exercícios, e organizei tudo isso em 10 passos simples para nunca mais</p><p>faltar dinheiro no seu bolso.A partir dessas dicas, você vai aprender a dar</p><p>um basta nos hábitos que sabotam sua saúde financeira, a identificar as</p><p>crenças que impedem seu enriquecimento e a encontrar modalidades de</p><p>investimento que caibam na sua realidade. E o melhor: vai descobrir um</p><p>mundo maravilhoso em que o dinheiro trabalha para você, e não você para</p><p>ele.Mas talvez a minha dica mais importante seja: poupar não é só</p><p>acumular um monte de dinheiro. Poupar tem a ver com realizar sonhos. É</p><p>necessário ter foco, estabelecer prioridades e até abrir mão de uma ou</p><p>outra coisa em nome de um objetivo maior.Eu poupo desde criança porque</p><p>tenho metas e propósitos. E essas metas e propósitos têm a ver com</p><p>pessoas e com experiências, porque, afinal, viver não é correr atrás de</p><p>grana. A vida vale pelas experiências que o dinheiro nos proporciona, pelos</p><p>encontros que temos pelo caminho e pela alegria de estarmos vivos todos</p><p>os dias.Nathalia Arcuri "Os fãs do canal Me Poupe! não vão se decepcionar.</p><p>Nathalia Arcuri venceu o desafio de levar para o papel a linguagem que se</p><p>tornou sua marca registrada, o que deve fidelizar multidões e reforçar o</p><p>propósito de seu trabalho. Você tem em mãos um instrumento de</p><p>transformação. Leia-o com sabedoria e coloque em prática o que encontrar</p><p>aqui. Sua vida será outra, certamente mais rica, depois desta leitura." –</p><p>Gustavo Cerbasi</p><p>Compre agora e leia</p><p>http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788543105147/9788543105826/f1abd9a4bca2bed504e2ac64bdd477bc</p><p>A história de Greta</p><p>Camerini, Valentina</p><p>9788543109077</p><p>128 páginas</p><p>Compre agora e leia</p><p>NINGUÉM É PEQUENO DEMAIS PARA FAZER A DIFERENÇA.Biografia não</p><p>http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788543105147/9788543109077/3e466bc23a81c9b56aaa5694f6f5ed76</p><p>oficial de Greta Thunberg. Neste livro, você vai conhecer a história dessa</p><p>jovem que está lutando para construir um mundo melhor e descobrir dicas</p><p>de como você também pode mudar alguns simples hábitos e fazer a</p><p>diferença."Uma das maiores defensoras do planeta." — BARACK OBAMA, ex-</p><p>presidente dos Estados Unidos"Vocês todos vêm até nós, jovens, em busca</p><p>de esperança. Como ousam? Vocês roubaram os meus sonhos e a minha</p><p>infância com suas palavras vazias. Pessoas estão morrendo, ecossistemas</p><p>inteiros estão entrando em colapso. Estamos no início de uma extinção em</p><p>massa, e vocês só falam em dinheiro. Como ousam?"Greta Thunberg, em</p><p>discurso na Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas, em Nova</p><p>YorkEsta é a história de coragem e determinação da jovem sueca Greta</p><p>Thunberg, que, inconformada com a indiferença da "gente grande" ao</p><p>problema do aquecimento global, resolveu fazer uma greve escolar para</p><p>salvar o planeta.Com apenas 15 anos, ela iniciou um movimento mundial</p><p>que já levou milhares de pessoas às ruas, provando que ninguém é</p><p>pequeno demais para fazer a diferença.Hoje, Greta é a maior voz na luta</p><p>para conscientizar os líderes mundiais de que o tempo da esperança acabou</p><p>e que, se não entrarmos em ação, logo será tarde demais.</p><p>Compre agora e leia</p><p>http://www.mynextread.de/redirect/Amazon+%28BR%29/3036000/9788543105147/9788543109077/3e466bc23a81c9b56aaa5694f6f5ed76</p><p>Créditos</p><p>Introdução</p><p>capítulo 1 – Revelado o segredo do SAR</p><p>capítulo 2 – Decida o que quer</p><p>capítulo 3 – Estabeleça metas claras</p><p>capítulo 4 – Faça planos com prazos</p><p>capítulo 5 – Vá até o fim, apesar do que os outros pensem, façam ou digam</p><p>capítulo 6 – Assuma a responsabilidade por sua vida</p><p>capítulo 7 – A arte da visualização</p><p>capítulo 8 – O poder das afirmações</p><p>capítulo 9 – Desenvolva novos hábitos</p><p>capítulo 10 – Pratique o jogo dos números</p><p>capítulo 11 – Como lidar com o estresse</p><p>capítulo 12 – Supere o medo e a preocupação</p><p>capítulo 13 – Nunca desista</p><p>capítulo 14 – Do barraco à cobertura</p><p>capítulo 15 – Diga a</p><p>são pagas para</p><p>fazer tudo isso. É bom gostar de comer fora e afirmar que a comida é sua paixão.</p><p>Mas por que não definir como meta abrir seu próprio restaurante, criar um site, blog</p><p>ou revista de crítica gastronômica ou tornar-se chef de cozinha? Se gosta de ouvir</p><p>música, talvez você também goste de compor ou de acompanhar o setor musical</p><p>como jornalista. Ao produzir conteúdo para os outros apreciarem ou usarem em sua</p><p>vida, você converte uma paixão em fonte de renda.</p><p>As coisas pelas quais você é apaixonado não são aleatórias. Elas são seu</p><p>chamado. Quando estava na escola, eu adorava ser engraçado e contar piadas. Certa</p><p>vez, uma professora disse que eu deveria seguir a carreira de “espertinho</p><p>profissional”. E é exatamente isso que faço há mais de 40 anos! Nunca soube como</p><p>realizaria isso; só decidi fazer e meu SAR se encarregou do resto. Com 24 anos,</p><p>escrevi um programa de treinamento em vendas. Foi um sucesso! Então decidi</p><p>escrever um livro e me tornar escritor. Não sabia como fazer isso nem qual seria o</p><p>tema, porém o mais importante foi decidir o que faria, apesar de ainda ser muito</p><p>jovem e não ter experiência nenhuma. Eu resolvi fazer e ponto final. Assim que</p><p>escrevi a meta, comecei a ver as respostas de como colocá-la em prática. Dois anos</p><p>depois, decidi escrever sobre a linguagem corporal. Então eu me sentei e escrevi a</p><p>primeira linha: “Era uma vez...” A primeira linha é sempre a mais difícil, mas foi com</p><p>ela que comecei. E aqui estou.</p><p>Você pode viver muito bem fazendo qualquer coisa que o deixe de fato</p><p>empolgado. Mas antes é preciso refletir exatamente sobre o que você adora e, em</p><p>seguida, anotar isso em algum lugar.</p><p>A partir de hoje, queremos que você pare de pensar em termos de arranjar um</p><p>“emprego”. O “emprego” pode ser algo temporário para pagar as contas enquanto</p><p>você persegue sua paixão. O “emprego” é algo que fazemos enquanto pensamos em</p><p>fazer outra coisa. E isso se aplica a mais de 80% das pessoas. Quando lhe</p><p>perguntamos o que faria de graça se pudesse, você respondeu que faria o que faz em</p><p>seu trabalho atual? Se deu outra resposta, comece a planejar desde já um plano B.</p><p>Milhões de pessoas atualmente têm carreiras de sucesso em áreas que as</p><p>empolgam. Elas acordam todo dia cheias de animação para trabalhar. É isso que você</p><p>também precisa fazer se quiser uma vida gratificante. Abrir uma empresa ou escolher</p><p>uma carreira só para ganhar dinheiro são atitudes que não suportam a prova do</p><p>tempo e podem torná-lo descrente e infeliz. Faça o que seu coração mandar e em</p><p>algum momento o dinheiro vai aparecer.</p><p>Não seja empurrado pelos problemas.</p><p>Seja guiado por seus sonhos.</p><p>Resumo</p><p>Comece a escrever hoje a lista de tudo o que acha interessante ou empolgante. Não</p><p>avalie os itens; só os escreva. Se vir um outdoor anunciando bungee-jump (como</p><p>aconteceu conosco), escreva. Quando assistir na TV a uma dança fabulosa de rock</p><p>(como eu) ou uma reportagem sobre alguém que mora em um castelo noutro país</p><p>(como Barbara), escreva tudo. Quando aprende a ativar o SAR, que faz parte de seu</p><p>sistema cortical de excitação, você aumenta a probabilidade de atingir suas metas de</p><p>modo mais eficiente.</p><p>Quando coloca as metas no papel, você aprende a concentrar sua atenção no que</p><p>realmente importa. Isso desperta seu SAR e o faz trabalhar a seu favor. Além disso,</p><p>você consolida seu pensamento e identifica para onde quer avançar. Seu SAR</p><p>identificará os passos exatos necessários para chegar lá.</p><p>As pessoas mais bem-sucedidas escrevem suas ideias e as priorizam. Assim que</p><p>seus pensamentos passam para o papel, o SAR começa a buscar as respostas para</p><p>obter o que procura.</p><p>Recupere sua vida hoje e não siga para onde tentam empurrá-lo, por melhores</p><p>que sejam as intenções dos outros.</p><p>null</p><p>null</p><p>Decida agora assumir o controle de sua vida e recuperar a si mesmo.</p><p>Decida ter e ser o que quiser.</p><p>Se não estiver trabalhando todo dia em algo que o empolgue, planeje mudar de</p><p>emprego. Estudos mostram que a maioria das pessoas não gosta do que faz para</p><p>viver. Não seja uma delas.</p><p>Comece a escrever sua lista agora. Não mais tarde, nem depois do café da</p><p>manhã, nem após a leitura deste livro. Faça isso agora. Senão algum dia você</p><p>acordará e descobrirá que não tem mais tempo.</p><p>Você nunca sairá de onde está</p><p>se não decidir onde preferiria estar.</p><p>null</p><p>null</p><p>capítulo 3</p><p>Estabeleça metas claras</p><p>As pessoas são motivadas por duas coisas: receber um benefício e evitar uma perda.</p><p>Algumas metas têm elementos de ambas. Por exemplo, você pode querer um cargo</p><p>elevado na empresa para obter prestígio, ganhar mais dinheiro e oferecer conforto à</p><p>sua família e, ao mesmo tempo, também evitar a dor de não ter recursos suficientes</p><p>para sustentar seus entes queridos.</p><p>O que motiva os seres humanos:</p><p>ganhar alguma coisa e evitar a dor.</p><p>Agora que escreveu sua lista principal, este capítulo mostrará como começar a</p><p>transformar suas ideias em realidade.</p><p>Reescreva todos os itens de sua lista em três seções intituladas A, B e C. Os itens</p><p>“A” são as coisas que você tem certeza de que gostaria de obter logo ou as mais</p><p>importantes para você neste momento. Os itens “B” também parecem importantes</p><p>agora, mas você precisará de mais tempo para pensar em cada um antes de se</p><p>comprometer. Os itens “C” são coisas divertidas ou desafiadoras, mas sobre as quais</p><p>ainda não tem informações suficientes para se motivar a promovê-las a itens “B” ou</p><p>“A”. São ideias interessantes ou atraentes, mas neste momento não passam de</p><p>possibilidades.</p><p>Em seguida, numere os itens das listas “A” e “B” de 1 a 10, na ordem daquelas</p><p>que são mais atraentes para você. Essa lista será o ponto de onde sua vida avançará</p><p>de hoje em diante. Crie sua lista agora e volte a olhá-la amanhã; reescreva-a se</p><p>necessário.</p><p>Neste capítulo você aprenderá como realizar uma grande variedade de metas na</p><p>vida profissional e pessoal. Também daremos exemplos de como Barbara e eu</p><p>atingimos alguns objetivos usando os princípios que você leu até aqui.</p><p>Como já mencionado, algumas foram atingidas em nível particular, outras em</p><p>nível local, algumas em nível estadual ou nacional e outras globalmente. Por</p><p>exemplo, tivemos cinco livros ao mesmo tempo na lista dos mais vendidos na Europa</p><p>e fomos os autores de não ficção mais bem-sucedidos do mundo. Entramos para o</p><p>Guinness, aprendemos a dançar rock, moramos num castelo, aprendi a fazer o</p><p>moonwalk e Barbara pulou de bungee-jump. Mais adiante, vamos mostrar como</p><p>alcançamos algumas dessas metas e por que fazer isso pode ser tão simples; fácil não</p><p>é, mas simples, sim. Este capítulo vai lhe provar como é possível fazer coisas que,</p><p>para muita gente, parecem extraordinárias ou impossíveis.</p><p>Quantifique suas metas</p><p>A meta é qualquer coisa que o motiva ou que você gostaria de atingir, com base em</p><p>seu sistema pessoal de valores. Para alguns, pode ser poder ou dinheiro; para outros,</p><p>talvez seja descobrir a cura do câncer ou ajudar aqueles que passam fome. É</p><p>qualquer coisa que o motive.</p><p>Para que seja motivadora, a meta precisa ser declarada em termos claros e</p><p>mensuráveis, com datas, períodos, quantias, formatos, cores, dimensões ou</p><p>resultados específicos. Por exemplo, caso seja “ficar rico um dia”, sua meta não terá</p><p>poder motivador, porque não é uma meta clara que sirva de alvo; é genérica e vaga,</p><p>e seu SAR não consegue trabalhar com ela. No entanto, se você afirmar que “Ao</p><p>meio-dia de 15 de agosto, daqui a cinco anos, terei 1 milhão de reais em patrimônio</p><p>null</p><p>líquido e estarei totalmente sem dívidas”, você se sentirá motivado a agir de</p><p>imediato, porque tem quantias, períodos e prazos específicos e seu SAR entrará em</p><p>“modo de busca”.</p><p>Por exemplo, se sua meta for “ter uma boa casa”, você não desenvolverá a</p><p>motivação necessária porque “uma boa casa” é um conceito vago. Um bilionário</p><p>pode considerar que tem uma “boa casa”, assim como um nativo de Botsuana vê sua</p><p>cabana de sapê no deserto como uma “boa casa”. No entanto, se sua meta for</p><p>“possuir daqui a três anos uma casa com quatro quartos, jardim e piscina, de frente</p><p>para a praia”, seu SAR será ativado a começar imediatamente</p><p>a busca de como</p><p>conseguir isso. Se descrever com clareza a planta baixa, os jardins, a mobília, as</p><p>maçanetas, o material de construção, as bancadas e os pisos, seu SAR passará a</p><p>imaginar como seria morar lá. Quando uma casa que atenda a essas especificações</p><p>estiver à venda, seu SAR chamará sua atenção. Então você a visitará, sentirá seu</p><p>clima, absorverá os cheiros e sensações e juntará informações sobre ela. Quanto mais</p><p>mensurável e quantificável for a meta, mais motivado o SAR ficará para atingi-la.</p><p>Sua meta deve estar fora do alcance, mas não além da vista.</p><p>Se não estiver satisfeito com seu progresso, é porque suas metas não foram</p><p>definidas com clareza suficiente para que seu SAR saiba onde procurar. Quando as</p><p>metas se consolidam nos mínimos detalhes e você sabe onde está agora e aonde quer</p><p>ir, seu sistema ativador reticular entra em ação e a motivação surge.</p><p>Afirme suas metas positivamente</p><p>É comum definir metas em termos negativos. No entanto, o SAR só consegue ver</p><p>imagens positivas; ele não pode visualizar o que não existe. Por isso, é raro atingir</p><p>metas compostas negativamente. Por exemplo, o fumante que decide largar o cigarro</p><p>poderia declarar sua meta assim: “Vou parar de fumar em 1o de janeiro.” Mas o</p><p>cérebro do fumante já tem fortes imagens positivas suas fumando cigarros. Dizer que</p><p>você não vai fazer alguma coisa é pedir ao SAR que imagine o que não pode</p><p>visualizar e aí nada acontece. Se você escrevesse “Em 1o de janeiro, serei um não</p><p>fumante”, seu SAR consegue formar uma imagem do que é um não fumante. Ele</p><p>pode visualizar você com unhas limpas, bom hálito, dentes brancos e aparência</p><p>saudável. Chamará sua atenção para anúncios de pasta de dentes, pessoas</p><p>praticando exercícios e imagens de você se tornando confiante e popular.</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>As metas descritas de modo positivo criam na mente imagens motivadoras, mas as</p><p>descritas negativamente não formam nenhuma imagem.</p><p>É por isso que, se você pesa 100 quilos e quer perder 10, afirmar “Perderei 10</p><p>quilos” não vai dar certo. Sua mente já tem uma imagem clara de você com 100</p><p>quilos, e essa imagem exige que você coma o suficiente para manter esse peso. No</p><p>entanto, afirmar “Em 20 de junho pesarei 90 quilos” faz sua mente se programar</p><p>para você ficar com esse peso, e isso instrui o SAR a se adequar a essa visualização. O</p><p>SAR passará essa mensagem dos 90 quilos para o inconsciente, que o impelirá rumo</p><p>à meta.</p><p>Afirme suas metas de modo que a mente veja imagens positivas; não tente forçá-</p><p>la a imaginar o que não pode ser visto.</p><p>“Se quer uma vida feliz amarre-a a uma meta,</p><p>não a uma pessoa nem a coisas.”</p><p>Albert Einstein</p><p>Torne suas metas tangíveis</p><p>Você já fez um test drive num carro zero e logo depois dirigiu um carro velho? Você</p><p>se sente insatisfeito e fica ainda mais motivado para ter um carro novo. Quanto mais</p><p>perto, física e emocionalmente, você chegar das imagens ligadas às metas, mais</p><p>depressa as atingirá. Por exemplo, se quiser um conversível vermelho de quatro</p><p>lugares, busque imagens, críticas, dados de venda e folhetos sobre esse carro. Mas se</p><p>fizer um test drive pelo litoral (onde ficará sua casa na praia), a experiência acentuará</p><p>todos os sentimentos e as emoções associados a essa meta.</p><p>Se quiser contribuir para a sociedade, você pode se inspirar lendo reportagens</p><p>sobre pessoas que se dedicam à caridade. Mas se trabalhar uma noite como</p><p>voluntário no Exército da Salvação ou passar o dia ajudando os menos favorecidos,</p><p>você sentirá uma necessidade louca de fazer mais caso essa seja realmente a meta</p><p>certa para você. Se quiser que seus filhos estudem nas melhores escolas, marque</p><p>visitas e conheça-as pessoalmente; não basta ler sobre elas. Não pense em como</p><p>pagará as mensalidades; deixe que o SAR descubra.</p><p>A maioria das pessoas encontra seus parceiros na vida por acaso. Encontrar o</p><p>parceiro certo é um dos fatos mais importantes na vida; então por que não procurar</p><p>exatamente o que você quer numa pessoa? Se você imaginar que sua companheira</p><p>null</p><p>perfeita é uma loura atlética, inteligente, de pensamento positivo e olhos azuis (como</p><p>foi meu caso), saia apenas com quem se encaixar nesses critérios. A maioria não faz</p><p>isso; simplesmente escolhe entre aqueles que aparecem em sua vida ou nos sites de</p><p>encontros.</p><p>Só escreva metas que você realmente deseja realizar.</p><p>Não escolha algo só porque não consegue pensar em nada melhor.</p><p>Como seu cérebro lida com as metas</p><p>Se não consegue imaginar a meta, então você não tem o necessário para atingi-la</p><p>agora. Seu cérebro só visualizará as coisas que você for física ou mentalmente capaz</p><p>de conseguir. O mundo dos esportes entende esse conceito há décadas. Erin Shackell</p><p>e Lionel Standing, da Bishop’s University, demonstraram que, se você treinar</p><p>mentalmente levantamento de pesos, seu corpo reagirá a essas imagens e se tornará</p><p>capaz de obter mais de 80% do resultado que você conseguiria se realmente</p><p>levantasse os pesos!</p><p>Por exemplo, se você consegue se imaginar como presidente de seu país, isso</p><p>significa que tem dentro de si os fundamentos necessários para isso; senão não</p><p>conseguiria nem visualizar. Portanto, se consegue escrever uma meta em sua lista,</p><p>você tem dentro de si o necessário para atingi-la, por mais ousada que pareça a</p><p>princípio. Isso traz oportunidades empolgantes: se você for capaz de pensar em algo,</p><p>seu corpo poderá consegui-lo! Exatamente como Napoleon Hill disse em 1937.</p><p>Se consegue imaginar, você tem como fazer.</p><p>Se você pode se imaginar como um multimilionário, é porque tem como atingir</p><p>esse status. Se consegue se ver pulando de bungee-jump num rio caudaloso, seu</p><p>corpo pode pular. Se é capaz de se imaginar falando com confiança a um público de</p><p>20 mil pessoas, então tem dentro de si o suficiente para fazer isso. Se consegue se</p><p>imaginar saudável e sem doenças, seu corpo trabalhará nessa direção. A vida não</p><p>tem como garantir que obteremos todos esses resultados, mas ser capaz de visualizar</p><p>a situação nos põe nos trilhos que podem levar à sua realização. O primeiro passo e o</p><p>mais importante é se imaginar conseguindo o resultado, e não pensar em como</p><p>conseguir. Logo discutiremos o como. E é isso que grande parte das pessoas não faz;</p><p>a maioria tenta imaginar como fazer alguma coisa e então, frustrada, desiste da</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>ideia.</p><p>“Na ausência de metas definidas com clareza, ficamos estranhamente leais às trivialidades</p><p>cotidianas até sermos escravizados por elas.”</p><p>Robert Heinlein, escritor de ficção científica norte-americano</p><p>Seu SAR em ação</p><p>Depois que você estabelecer uma meta pela qual seja apaixonado, seu SAR se</p><p>concentrará nela. De repente, você vai se conscientizar de coisas nas quais talvez não</p><p>prestasse atenção nenhuma no passado, mas que, agora, são úteis ou importantes.</p><p>Por exemplo, será mais fácil atingir sua meta se você conhecer as pessoas certas.</p><p>Numa festa ou num evento profissional, você ouve mencionarem o nome de alguém</p><p>cujos contatos o ajudariam a avançar. No passado, o SAR ignoraria o nome por não</p><p>ter nenhuma utilidade; mas, agora, por ser relevante para a meta que você quer</p><p>atingir, de repente ele ganha importância. Assim, você faz questão de se apresentar a</p><p>essa pessoa e estabelecer contato. Seu SAR filtrou aquela informação numa fração de</p><p>segundo por ter sido ativado quando você decidiu o que era importante. Embora o</p><p>evento fosse barulhento, com música alta, seu SAR conseguiu filtrar aquela</p><p>informação específica.</p><p>Ponha sua lista de metas em toda parte</p><p>Exiba a lista escrita de metas em todos os lugares: na porta da geladeira, como fundo</p><p>de tela do computador e do celular... Em qualquer lugar. Isso força o cérebro a</p><p>avaliar as metas o tempo todo; então, ele decidirá até que ponto cada uma é</p><p>realmente importante para você. Isso também permite ao cérebro ensaiar como será</p><p>a vida quando você realizá-las. O cérebro tem mais de 3 bilhões de conexões</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>elétricas que instruem o corpo a obedecer a suas instruções. Por isso, quando você</p><p>consegue se imaginar claramente cumprindo sua meta, o SAR instrui os neurônios</p><p>do cérebro a guiar o corpo para completar essa imagem mental, e é por isso que pôr</p><p>as listas em toda parte funciona tão bem.</p><p>Corte fotos ou imprima imagens de tudo o que estiver ligado às metas. Imagens</p><p>de casas, férias, carros, bungee-jump, discursar para grandes plateias, salvar o</p><p>universo, etc. Monte uma página na internet com todas essas imagens ou transforme</p><p>um caderno em branco em seu livro de metas atuais. Barbara e eu, juntos, listamos</p><p>até agora mais de 200 metas em nossa vida em comum e atingimos até hoje 122</p><p>delas: por exemplo, construir três lagos, dar seminários no Kremlin, morar num</p><p>castelo e publicar 10 livros que alcançaram o primeiro lugar na lista dos mais</p><p>vendidos. E listamos todas as nossas metas em um livro.</p><p>A vida começa quando termina sua zona de conforto</p><p>Se você promove uma meta da lista C para a lista B ou da B para a A, mas de repente</p><p>percebe que essa meta parece não ter mais a mesma importância que você achava</p><p>que tinha, é possível rebaixá-la, alterá-la ou removê-la da lista e procurar outra coisa.</p><p>Quando há uma lista de metas, modificar ou eliminar um item não é um problema.</p><p>Quem tem apenas uma meta costuma persistir nela, mesmo quando ela deixa de ter</p><p>importância ou relevância, e pode até acabar não a atingindo.</p><p>HISTÓRIA REAL: HANK</p><p>A ideia de alcançar o pico do Uluru, um monolito vermelho antigo e gigantesco perto de</p><p>Alice Springs, na Austrália Central, me atraía [diz Allan] e a escrevi em minha lista C.</p><p>Pensei que provavelmente gostaria de fazer isso nos cinco anos seguintes, mas, mesmo</p><p>que até lá não conseguisse, essa meta ainda ficaria na lista principal para mais tarde. Só</p><p>pensei no que queria fazer – escalar a pedra –, e não em como faria. Assim que escrevi a</p><p>meta, comecei a ver reportagens e documentários sobre Uluru em toda parte; eu não</p><p>estava procurando, eles apenas apareciam. Cerca de três anos depois, eu estava num</p><p>café e, acima de todos os outros ruídos, ouvi duas pessoas conversando na mesa ao</p><p>lado sobre uma conferência que seria realizada em Uluru. Eu me meti na conversa</p><p>imediatamente, pesquisei mais sobre a conferência, dei alguns telefonemas e me</p><p>inscrevi no programa como palestrante. Seis meses depois, escalei o monte. Meta</p><p>atingida!</p><p>Cerca de um ano mais tarde, eu falava numa conferência sobre estabelecimento de</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>metas e mencionei essa história. Hank, um</p><p>participante que era eletricista, perguntou:</p><p>“Como isso se aplicaria a mim, Allan? Eu</p><p>também gostaria de escalar Uluru. Mas, como</p><p>você trabalha como palestrante ao redor do</p><p>mundo, teve mais facilidade para chegar lá. Eu</p><p>precisaria economizar uns 3 mil dólares para</p><p>fazer isso.”</p><p>Veja, Hank tentava pensar em como</p><p>conseguir e, por não conseguir imaginar esse</p><p>“como”, nunca pusera aquilo como meta.</p><p>Eu pedi que primeiro escrevesse sua meta</p><p>e depois deixasse o SAR fazer o resto. Ele</p><p>estava cético, mas disse que tentaria e me</p><p>informaria em caso de progresso. Nos seis</p><p>meses seguintes, ele me contou que via</p><p>reportagens sobre Uluru em toda parte. Viu</p><p>artigos na imprensa, especiais de TV sobre</p><p>Alice Springs, encontrou passagens aéreas com</p><p>desconto para a Austrália Central na pasta de</p><p>spam, soube de uma exposição fotográfica</p><p>que iria à Austrália Central e alugou o filme</p><p>Mulheres fugitivas, cujo set era perto de Uluru. Ele também conversou com amigos</p><p>sobre a escalada, e alguns começaram a lhe mandar informações a respeito. Essas</p><p>informações sempre estiveram disponíveis, mas o SAR só chamou sua atenção para elas</p><p>depois que Hank escreveu a meta na lista.</p><p>Oito meses após escrever sua meta, um dos amigos de Hank telefonou para lhe</p><p>contar que o governo precisava de eletricistas qualificados para trabalhar numa</p><p>canalização de gás perto de Alice Springs! Hank mal conseguiu acreditar. Ele inscreveu-se</p><p>imediatamente e conseguiu a vaga. Foi contratado para trabalhar três meses como</p><p>eletricista em Alice Springs. Ele ficou embasbacado com o desenrolar dos</p><p>acontecimentos. Depois de um mês, Hank escalou o monte – e foi pago para estar lá!</p><p>Antes Hank pensava em como conseguiria escalar Uluru com base na minha</p><p>experiência. Ele só precisou decidir que queria aquilo e deixar que seu SAR encontrasse o</p><p>caminho.</p><p>Alguns amigos mais céticos de Hank disseram que o fato de terem visto o anúncio</p><p>provavelmente foi pura sorte. Mas não foi. Ao decidir que escalaria Uluru, Hank pôs em</p><p>ação as forças de seu SAR, e isso o levou ao resultado. E nenhum dos amigos céticos de</p><p>Hank escalou aquele monte; provavelmente não conseguem se imaginar fazendo isso.</p><p>Mais tarde, Hank admitiu que tinha pensado na ideia quando jovem, mas não sabia</p><p>como conseguir e, portanto, nunca a estabeleceu como meta.</p><p>Decida primeiro o que quer fazer, não como vai fazer.</p><p>As respostas começarão a aparecer assim que você estabelecer a meta.</p><p>null</p><p>Metas definidas com clareza e expectativa de vida</p><p>Patrick Hill e Nicholas Turiano, da Universidade Carleton, no Canadá, analisaram</p><p>dados de mais de 6 mil participantes do estudo MIDUS (“Midlife in the United</p><p>States”, ou Meia-idade nos Estados Unidos). Eles acompanharam os participantes</p><p>durante uma média de 14 anos. Concentraram-se nas metas de vida e no “senso de</p><p>propósito” dos indivíduos. No período de acompanhamento, 569 participantes</p><p>morreram. Hill e Turiano constataram que os que morreram tinham relatado menos</p><p>metas – quando as tinham – e menos propósito na vida do que os sobreviventes. Em</p><p>termos gerais, os indivíduos que disseram ter metas e um senso maior de propósito</p><p>tiveram um risco de mortalidade significativamente menor. Os pesquisadores</p><p>também verificaram que essa associação era verdadeira em todas as faixas etárias.</p><p>A pesquisa mostra que estabelecer metas e defini-las com clareza aumenta a expectativa</p><p>de vida e melhora a saúde.</p><p>As descobertas de Hill e Turiano mostram que ter um sentido na vida e ter</p><p>clareza do que se quer realizar aumenta a longevidade. Por isso, quanto mais cedo</p><p>começar o processo de estabelecer metas com clareza, mais cedo virão os benefícios.</p><p>O que as pessoas dizem no leito de morte</p><p>No final, o que você acha que realmente importa para a maioria das pessoas?</p><p>Bronnie Ware, enfermeira australiana, passou dias com pessoas que tinham menos</p><p>de três meses de vida e que foram mandadas para morrer em casa. Em seu livro</p><p>Antes de partir, ela registrou o que as pessoas à beira da morte tinham a dizer sobre a</p><p>vida. Quando lhes perguntava se tinham algum arrependimento ou se fariam algo</p><p>de forma diferente, temas comuns reapareceram.</p><p>Bronnie Ware conta que os cinco arrependimentos mais comuns são: não terem</p><p>sido mais felizes, não terem mantido contato com os amigos, não terem expressado</p><p>seus sentimentos, terem trabalhado demais e não terem levado a vida que queriam,</p><p>mas a que os outros queriam para eles.</p><p>A partir do momento que não temos mais saúde, já é tarde. A saúde traz uma</p><p>liberdade que as pessoas só percebem quando a perdem.</p><p>Quando simplificamos o estilo de vida e fazemos escolhas conscientes, talvez não</p><p>seja necessário ter tanto dinheiro quanto pensamos. E, ao criar mais espaço na vida,</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>ficamos mais felizes e abertos a novas oportunidades mais adequadas a nosso novo</p><p>estilo de vida.</p><p>Reviravoltas, mudanças e armadilhas</p><p>pelo caminho...</p><p>A maioria das pessoas acha que atingir uma meta é um processo direto, talvez com</p><p>alguns pequenos obstáculos ao longo do percurso. Na verdade, o caminho tem</p><p>reviravoltas, mudanças e armadilhas, encontros inesperados e portas que se abrem e</p><p>se fecham à nossa frente. Às vezes, perseguimos uma meta que achamos que</p><p>realmente queremos e, no decorrer da jornada, descobrimos que não a desejávamos</p><p>tanto assim. Mas, com frequência, só sabemos como nos sentimos a respeito de algo</p><p>quando damos o primeiro passo. Outras vezes, podemos vivenciar coisas que, na</p><p>época em que escrevemos a meta, pareciam menores, mas que podem evoluir para</p><p>grandes experiências de vida, como o que aconteceu conosco na Rússia.</p><p>Por isso precisamos de uma longa lista de metas reais e possíveis. Achei que</p><p>adoraria sapatear, mas não era o que eu esperava e substituí</p><p>essa meta por outra –</p><p>aprender a tocar jive – que Barb e eu amamos. Barbara achou que teria facilidade de</p><p>tocar piano e falar alemão, mas acabou não gostando de nenhum dos dois. Em nosso</p><p>leito de morte, Barbara e eu não ficaremos pensando em como seria ter morado na</p><p>França, dar seminários na Rússia, velejar num superiate, sapatear, mergulhar ou ter</p><p>um lindo lar cheio de filhos. Escrevemos esses sonhos no papel, estabelecemos</p><p>prazos e os realizamos.</p><p>Tenha pelo menos 10 metas possíveis em sua lista. Muitas pessoas se concentram</p><p>em um único desejo. Se ele não dá certo, elas desanimam. Ou então se agarram a</p><p>um objetivo menor que não lhes satisfaz plenamente. Com uma lista de no mínimo</p><p>10 metas, se uma não for atingida, você ainda terá nove outras e continuará com o</p><p>pensamento positivo.</p><p>Enquanto escrevemos este capítulo, estou aprendendo a tocar saxofone e a</p><p>gravar, mixar e masterizar músicas em nosso novo estúdio de gravação. Também</p><p>estou estudando russo e aprendendo a dirigir miniescavadeiras. Barbara está</p><p>treinando para ser uma excelente nadadora, dá aulas de leitura numa escola</p><p>primária, está aprendendo a ser uma boa jogadora de tênis e falta pouco para ela</p><p>obter a faixa-preta em artes marciais.</p><p>Então, o que você realizará este ano e como sua vida ficará mais rica? Como você</p><p>será uma pessoa melhor e mais interessante daqui a um ano?</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>null</p><p>Resumo</p><p>Defina metas com clareza, escreva-as à mão e não pare de aumentar a lista.</p><p>As metas nos dão uma vida mais longa, saudável e feliz e nos permitem atingir</p><p>nosso verdadeiro potencial.</p><p>Cuide para que suas metas sejam coisas que você realmente quer e não o que os</p><p>outros esperam de você.</p><p>Escreva e reescreva sua lista. Os itens mudaram?</p><p>Comece a escrever uma lista de metas.</p><p>E comece agora.</p><p>“É melhor olhar para trás e dizer ‘Não acredito que fiz isso’ do que dizer ‘Gostaria de ter</p><p>feito aquilo’.”</p><p>Lucille Ball</p><p>null</p><p>null</p><p>capítulo 4</p><p>Faça planos com prazos</p><p>Quando você estabelece prazos, seus sonhos viram metas.</p><p>Quando decidir criar um plano de ação para sua vida e começar a analisar onde</p><p>você está agora e para onde quer ir, as generalizações não lhe servirão mais. Já notou</p><p>quanta coisa você consegue fazer antes de sair de férias? Isso acontece porque seu</p><p>prazo está acabando e há tarefas que precisa cumprir antes de partir. Os prazos</p><p>estimulam você e o obriga a completar os projetos atuais.</p><p>null</p><p>null</p><p>O prazo é para as metas o que o</p><p>gatilho é para o revólver.</p><p>Ter um prazo definido vai forçar você a avançar. Precisará se esforçar para</p><p>cumprir a meta dentro do prazo estabelecido, e conforme for progredindo ele o</p><p>inspirará a se concentrar para conseguir o resultado. O prazo nos impele rumo ao</p><p>progresso constante nas metas sem a necessidade de doses imensas de força de</p><p>vontade ou motivação extraordinária. O SAR assume o comando.</p><p>Quando você pega um peso de 1 quilo, a mente prepara o corpo e os músculos</p><p>para erguê-lo. Quando você decide levantar 40 quilos, sua mente também ajusta o</p><p>corpo para levantar todo esse peso. Mas se achar que o peso de 40 quilos só pesa 1,</p><p>você pode sofrer uma lesão ao tentar erguê-lo, porque seu cérebro só se preparou</p><p>para levantar 1 quilo. É a mesma coisa quando você estabelece um prazo. A mente</p><p>prepara o corpo para a tarefa iminente dando-lhe mais força e energia e uma noção</p><p>maior de urgência.</p><p>A palavra “deadline” (“linha dos mortos” em tradução literal) significa “fim do prazo” e foi</p><p>usada pela primeira vez em 1864 na prisão de Andersonville, nos Estados Unidos: “Dentro</p><p>da paliçada e a 6 metros dela, há uma linha dos mortos, aonde nenhum prisioneiro tem</p><p>permissão de ir, durante o dia ou à noite, sob pena de ser fuzilado.”</p><p>Você pode ver esse efeito em qualquer esporte que tenha tempo estabelecido.</p><p>Conforme o cronômetro vai avançando, os jogadores se movem mais depressa, se</p><p>esforçam mais e parecem ter mais energia. O prazo nos mantém concentrados na</p><p>meta e ficamos mais resistentes a obstáculos e aos comentários negativos dos outros.</p><p>Um prazo escrito instrui a química do corpo a avançar e começar a agir com mais urgência.</p><p>Pelas razões já mencionadas, o prazo também deve ser especificado por escrito,</p><p>porque seu SAR envolverá você em seus planos de forma mais emocional e o ajudará</p><p>a combater o medo, a preocupação, a procrastinação e a dúvida.</p><p>Depois de decidir o que deseja conquistar, reúna todas as informações que vir,</p><p>ler ou ouvir a respeito. Lembre-se de que, assim que estabelecer sua meta, as</p><p>respostas começarão a aparecer por toda parte. Quando sentir que tem o máximo de</p><p>detalhes necessários para conhecer a meta e ver como funciona, priorize-a como A</p><p>ou B em sua lista e estabeleça um prazo para atingi-la.</p><p>null</p><p>null</p><p>Três maneiras de fazer o prazo funcionar</p><p>1. Seja realista – Estabeleça um limite de tempo que realmente possa ser</p><p>obedecido.</p><p>2. Faça com que ele o estimule – Quanto menor o prazo, melhor o resultado.</p><p>3. Aja agora – Não fique pensando muito. Apenas comece. Faça ajustes quando</p><p>necessário, mas não espere; nunca será exatamente o momento certo.</p><p>Não é preciso ser excelente para começar.</p><p>Mas é preciso começar para se tornar excelente.</p><p>Divida em partes menores</p><p>Como diz o velho ditado: “De grão em grão a galinha enche o papo.” Decomponha</p><p>suas metas em partes viáveis; isso as torna menos assustadoras. Se você passar muito</p><p>tempo contemplando a distância entre o ponto em que se encontra agora e aonde</p><p>quer chegar, há um grande risco de que nunca venha a começar. Divida as metas</p><p>maiores em metas anuais, mensais, semanais, diárias e até horárias. Decompor os</p><p>projetos numa série de tarefas menores faz com que sejam mais fáceis de cumprir e</p><p>impede que você espere até o último minuto para terminar o trabalho.</p><p>Com a criação de uma série de minimetas realistas, você também terá uma</p><p>sensação constante e crescente de realização que o estimulará a se esforçar ainda</p><p>mais. Pense no seu objetivo final. Toda vez que identificar uma etapa menor, veja se</p><p>pode decompô-la em outras etapas ainda menores. Trabalhando com a lógica de trás</p><p>para a frente, incluindo tudo o que é preciso fazer para cumprir sua meta, é possível</p><p>criar tarefas e cronogramas.</p><p>Fique de olho no próximo passo, não no pico</p><p>Em 1981, os pesquisadores Albert Bandura e Dale Schunk realizaram um teste com</p><p>crianças de 7 a 10 anos. Eles pediram a cerca de metade das crianças que</p><p>estabelecesse a meta de resolver seis páginas de problemas matemáticos a cada</p><p>sessão. Os pesquisadores sugeriram à outra metade que resolvesse as 42 páginas de</p><p>problemas matemáticos em sete sessões. As crianças com submetas menores</p><p>apresentaram taxas de desempenho mais rápidas e com mais respostas corretas do</p><p>que as que tinham uma única meta grande.</p><p>Há um poder real na criação de passos pequenos e viáveis. Dessa maneira, você</p><p>mantém a mente confiante no que sabe que consegue realizar e não se sente</p><p>intimidado pelo tamanho do desafio.</p><p>HISTÓRIA REAL: BARBARA E ALLAN PEASE</p><p>Quando Barbara com eçou a trabalhar com a venda de espaço publicitário, em 1981, sua</p><p>meta era vender m ais de 1 m ilhão de dólares naquele ano. Allan tinha a m esm a meta:</p><p>vender m ais de 1 m ilhão de dólares em seguros de vida. Am bos escreveram as metas</p><p>definidas com clareza e estabeleceram um prazo de 12 meses para atingi-las. Naquela</p><p>época, 1 m ilhão de dólares em qualquer setor era um a meta im ensa e assustadora. Mas,</p><p>quando eles as decompuseram em partes viáveis, as m etas com eçaram a parecer</p><p>possíveis. Um milhão de dólares num ano são 20 mil dólares por sem ana. Como o ano</p><p>tem 50 semanas; isso significa 4 mil dólares por dia, caso se trabalhe cinco dias por</p><p>semana. Para Barbara, eram quatro vendas por sem ana, com um valor m édio de 5 mil</p><p>dólares cada, e os números eram sem elhantes para Allan.</p><p>Supondo que os dois conseguissem concretizar uma venda a cada três</p><p>apresentações, isso significava fazer 12 apresentações bem -sucedidas por sem ana. Se</p><p>um de cada três clientes em potencial concordasse em m arcar um a reunião, isso</p><p>significava telefonar para nove clientes possíveis</p>