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<p>Ana Maria Stabelini</p><p>Pesquisa educacional</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)</p><p>(Simone M. P. Vieira – CRB 8a/4771)</p><p>Stabelini, Ana Maria</p><p>Pesquisa educacional / Ana Maria Stabelini. – São Paulo: Editora</p><p>Senac São Paulo, 2021. (Série Universitária)</p><p>Bibliografia.</p><p>e-ISBN 978-65-5536-831-4 (ePub/2021)</p><p>e-ISBN 978-65-5536-832-1 (PDF/2021)</p><p>1. Educação : Pesquisa 2. Pesquisa – Metodologia 3. Projeto de</p><p>pesquisa 4. Relatório de pesquisa I. Título. II. Série</p><p>21-1365t CDD – 370.7</p><p>001.4</p><p>BISAC EDU037000</p><p>SCI043000</p><p>Índice para catálogo sistemático</p><p>1. Educação : Pesquisa 370.7</p><p>2. Pesquisa científica 001.4</p><p>M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>PESQUISA EDUCACIONAL</p><p>Ana Maria Stabelini</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo</p><p>Presidente do Conselho Regional</p><p>Abram Szajman</p><p>Diretor do Departamento Regional</p><p>Luiz Francisco de A. Salgado</p><p>Superintendente Universitário e de Desenvolvimento</p><p>Luiz Carlos Dourado</p><p>M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>Editora Senac São Paulo</p><p>Conselho Editorial</p><p>Luiz Francisco de A. Salgado</p><p>Luiz Carlos Dourado</p><p>Darcio Sayad Maia</p><p>Lucila Mara Sbrana Sciotti</p><p>Luís Américo Tousi Botelho</p><p>Gerente/Publisher</p><p>Luís Américo Tousi Botelho (luis.tbotelho@sp.senac.br)</p><p>Coordenação Editorial/Prospecção</p><p>Dolores Crisci Manzano (dolores.cmanzano@sp.senac.br)</p><p>Administrativo</p><p>grupoedsadministrativo@sp.senac.br</p><p>Comercial</p><p>comercial@editorasenacsp.com.br</p><p>Acompanhamento Pedagógico</p><p>Ariadiny Carolina Brasileiro Maciel</p><p>Designer Educacional</p><p>Alexsandra Cristiane Santos da Silva</p><p>Revisão Técnica</p><p>Fernanda Guinoza Matuda</p><p>Preparação e Revisão de Texto</p><p>Deborah Quintal</p><p>Projeto Gráfico</p><p>Alexandre Lemes da Silva</p><p>Emília Corrêa Abreu</p><p>Capa</p><p>Antonio Carlos De Angelis</p><p>Editoração Eletrônica</p><p>Marcella Rigazzo Maiolino</p><p>Ilustrações</p><p>Marcella Rigazzo Maiolino</p><p>Imagens</p><p>Adobe Stock Photos</p><p>E-pub</p><p>Ricardo Diana</p><p>Proibida a reprodução sem autorização expressa.</p><p>Todos os direitos desta edição reservados à</p><p>Editora Senac São Paulo</p><p>Rua 24 de Maio, 208 – 3o andar</p><p>Centro – CEP 01041-000 – São Paulo – SP</p><p>Caixa Postal 1120 – CEP 01032-970 – São Paulo – SP</p><p>Tel. (11) 2187-4450 – Fax (11) 2187-4486</p><p>E-mail: editora@sp.senac.br</p><p>Home page: http://www.livrariasenac.com.br</p><p>© Editora Senac São Paulo, 2021</p><p>Sumário</p><p>Capítulo 1</p><p>Introdução à pesquisa em</p><p>educação no Brasil, 7</p><p>1 As terminologias da pesquisa</p><p>científica, 8</p><p>2 O conhecimento nas ciências</p><p>humanas, 9</p><p>3 Pesquisa em educação e seus eixos</p><p>epistemológicos, 12</p><p>Considerações	finais, 15</p><p>Referências, 16</p><p>Capítulo 2</p><p>Fundamentos da investigação</p><p>qualitativa em educação, 17</p><p>1 Pesquisa qualitativa e pesquisa</p><p>quantitativa, 18</p><p>2 Fundamentos da pesquisa</p><p>qualitativa, 19</p><p>3 A pesquisa qualitativa em</p><p>educação, 22</p><p>Considerações	finais, 23</p><p>Referências, 24</p><p>Capítulo 3</p><p>As especificidades da pesquisa</p><p>em educação, 25</p><p>1 A abrangência das pesquisas sobre</p><p>educação, 26</p><p>2	Problemas	e	desafios	da	pesquisa</p><p>educacional, 30</p><p>Considerações	finais, 31</p><p>Referências, 32</p><p>Capítulo 4</p><p>Diferentes abordagens da</p><p>pesquisa em educação, 33</p><p>1	A	pesquisa	etnográfica, 34</p><p>2	O	estudo	de	caso, 38</p><p>3	A	pesquisa	quantitativa, 40</p><p>Considerações	finais, 43</p><p>Referências, 43</p><p>Capítulo 5</p><p>As diferentes etapas da</p><p>pesquisa, 45</p><p>1	A	escolha	do	tema	e	a	definição	do</p><p>problema, 46</p><p>2	Os	métodos	de	coleta	de	dados, 48</p><p>3	A	análise	dos	dados, 54</p><p>Considerações	finais, 55</p><p>Referências, 56</p><p>Capítulo 6</p><p>A elaboração de projetos de</p><p>pesquisa: elementos e estrutura</p><p>básica, 57</p><p>1	O	projeto	de	pesquisa	, 58</p><p>2 Elementos do projeto de</p><p>pesquisa, 59</p><p>Considerações	finais, 63</p><p>Referências, 63</p><p>Capítulo 7</p><p>A elaboração de relatórios de</p><p>pesquisa, 65</p><p>1	O	relatório	de	pesquisa, 66</p><p>2 Formas de divulgação da pesquisa</p><p>científica, 69</p><p>Considerações	finais, 73</p><p>Referências, 73</p><p>Sobre a autora, 75</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>7</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Capítulo 1</p><p>Introdução à</p><p>pesquisa em</p><p>educação no Brasil</p><p>Uma	das características	de	nossa	sociedade	é	a	hegemonia	da	ciên-</p><p>cia como	forma	de	interpretar	o	mundo.	O	tema	abordado	neste	capí-</p><p>tulo	relaciona-se	às	pesquisas	cientificas	nas	ciências	humanas,	princi-</p><p>palmente a partir do século XIX.</p><p>As	ciências	humanas	 têm	como	objetivo estudar,	por	meio	de	um</p><p>conjunto	teórico	e	metodológico, aspectos característicos dos	seres	hu-</p><p>manos e sua organização em sociedade. Por esse motivo, a educação e</p><p>a instituição escolar se constituem como objetos de estudo fundamen-</p><p>tais para as ciências humanas.</p><p>8 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.As	pesquisas	na	área	de	educação	podem	contribuir	para as análi-</p><p>ses críticas da	educação,	com	vistas	à	transformação	social	e	supera-</p><p>ção	do	sistema	vigente, bem	como	podem	abordar	aspectos	que	visam</p><p>a	adaptação	dos	seres	humanos às	normas	sociais.</p><p>Neste	 capítulo	 abordaremos	 temas	 relativos	 à	 pesquisa	 cientifica,</p><p>seus	paradigmas	e	as	especificidades	das	ciências	humanas.	Em	segui-</p><p>da,	serão	destacadas	as	modificações	nas	tendências	na	pesquisa	edu-</p><p>cacional.	Ao	final,	será	apresentado	um	panorama	do	desenvolvimento</p><p>de pesquisas na área da educação no Brasil.</p><p>1 As terminologias da pesquisa científica</p><p>Há um conjunto de terminologias que fazem parte da pesquisa cien-</p><p>tífica,	 por	 exemplo,	 a	 epistemologia, que é uma área de investigação</p><p>filosófica	 voltada	 ao	 estudo	 da	 natureza	 do	 conhecimento.	 O	 termo,</p><p>cunhado	 pelo	 filósofo	 escocês	 James	 Frederick	 Ferrier	 (1808-1864),</p><p>une dois termos de origem grega, episteme e logos,	que	significam	res-</p><p>pectivamente conhecimento e palavra.</p><p>Acompanhe, no quadro 1, os principais termos da área.</p><p>Quadro 1 – Termos da área de pesquisa</p><p>Epistemologia</p><p>Estudo dos postulados, conclusões e métodos dos diferentes</p><p>ramos do saber científico, ou das teorias e práticas em geral,</p><p>avaliadas em sua validade cognitiva, ou descrita em trajetórias</p><p>evolutivas, seus paradigmas estruturais ou suas relações com</p><p>a sociedade e a história; teoria da ciência (HOUAISS; VILLAR;</p><p>FRANCO, 2009, p. 783 -784).</p><p>9Introdução à pesquisa em educação no Brasil</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Ciência</p><p>Corpo de conhecimentos</p><p>(Inep/ MEC), Cadernos de Pesquisa (Fundação Carlos Chagas), Educação</p><p>e Realidade (UFRS), Educação & Sociedade (Cedes/Unicamp), Revista</p><p>Brasileira de Educação (Anped), Estudos em Avaliação Educacional</p><p>(Fundação Carlos Chagas) e Ensaio (Fundação Cesgranrio).</p><p>A autora discorre sobre a pouca tradição de realização de trabalhos</p><p>em educação com metodologias quantitativas no Brasil e o possível pa-</p><p>pel da quantificação na pesquisa educacional. Demonstra ainda algu-</p><p>mas contribuições desses trabalhos à reflexão no campo da Educação,</p><p>bem como para a fundamentação de algumas perspectivas críticas.</p><p>Tais contribuições foram divididas por temas: analfabetismo; percurso e</p><p>fracasso escolar; fluxo escolar e análise de cortes; letramento; políticas</p><p>43 Diferentes abordagens da pesquisa na área de Educação:</p><p>pesquisa etnográfica, estudo de caso e pesquisa quantitativa</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>e educação básica; financiamento da educação e municipalização; fa-</p><p>tores sociais e educação; jovens e educação; avaliação educacional; te-</p><p>mas variados (GATTI, 2004).</p><p>Considerações finais</p><p>A pesquisa educacional conta com uma pluralidade de abordagens</p><p>em seu campo de pesquisa. A etnografia tem se demonstrado uma</p><p>área promissora para os estudos sobre educação. Ainda compondo as</p><p>pesquisas qualitativas, os estudos de caso oferecem uma perspectiva</p><p>singular de um objeto de estudo. Já as análises quantitativas buscam</p><p>demonstrar alguns dados que fazem parte da problemática estudada.</p><p>É comum ainda que esses métodos sejam utilizados de forma com-</p><p>binada, oferecendo ainda mais elementos para a análise crítica do(a)</p><p>pesquisador(a).</p><p>Referências</p><p>ANGROSINO, Michael. Etnografia e pesquisa participante. Porto Alegre:</p><p>Artmed, 2009. E-book.</p><p>COHN, Clarice. Educação escolar indígena: para uma discussão de cultura</p><p>criança e cidadania ativa. Perspectiva, Florianópolis, v. 23, n. 2, p. 485-515, jul./</p><p>dez. 2005. Disponível em: http://www.ced.ufsc.br/nucleos/nup/perspectiva.</p><p>html. Acesso em: 28 fev. 2021.</p><p>GATTI, Bernardete A. Estudos quantitativos em educação. Educação e</p><p>Pesquisa, São Paulo, v. 30, n. 1, p. 11-30, jan./abr. 2004.</p><p>MATOS, Kalma Socorro Lopes de; VIEIRA, Sofia Lerche. Pesquisa educacional:</p><p>o prazer de conhecer. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha; UECE, 2001.</p><p>LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Pesquisa em educa-</p><p>ção: abordagens qualitativas. Temas básicos de educação e ensino. São Paulo:</p><p>EPU, 1986.</p><p>http://www.ced.ufsc.br/nucleos/nup/perspectiva</p><p>44 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>PNE. 20 metas do PNE. Observatório do PNE. [s.d]. Disponível em: https://ob-</p><p>servatoriodopne.org.br/metas. Acesso em: 22 mar. 2021.</p><p>VILARINHO, Emília. Políticas educativas para a infância: o caso da educação</p><p>pré-escolar em Portugal (1995-2010). In: DORNELLES, Leni Vieira; FERNANDES,</p><p>Natália (ed.). Perspetivas sociológicas e educacionais em estudos da crian-</p><p>ça: as marcas das dialogicidades luso-brasileiras. Braga: Universidade do</p><p>Minho; Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC), 2012. p. 365-384.</p><p>Disponível em: http://hdl.handle.net/1822/32384. Acesso em: 28 fev. 2021.</p><p>http://hdl.handle.net/1822/32384</p><p>https://ob</p><p>45</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Capítulo 5</p><p>As diferentes</p><p>etapas da pesquisa</p><p>Para realizar uma pesquisa na área da educação, é necessário recor-</p><p>rer a uma série de procedimentos. Neste capítulo, serão abordadas as</p><p>etapas para a realização de uma pesquisa científica a partir da escolha</p><p>do tema a ser estudado. Serão destacados também os métodos e as</p><p>técnicas de coleta e análise dos dados.</p><p>46 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>1 A escolha do tema e a definição do</p><p>problema</p><p>O primeiro passo para iniciar uma pesquisa é a escolha do tema,</p><p>compreendido de forma abrangente, por exemplo, “mudanças na edu-</p><p>cação no período da pandemia de Covid-19 no Brasil”. Com base em</p><p>uma primeira visão sobre o tema, fazemos um recorte de acordo com</p><p>o tempo e os recursos disponíveis para a realização das pesquisas.</p><p>Há necessidade de verificar a produção científica realizada sobre o</p><p>tema e, para essa finalidade, faz-se pertinente um levantamento biblio-</p><p>gráfico. Em seguida, desenha-se um caminho a seguir, o que auxilia</p><p>na organização e na disciplina com o trabalho que será empenhado</p><p>(DEMO, 2011).</p><p>Acompanhe na figura 1 o esquema com os passos para iniciar uma</p><p>pesquisa.</p><p>Figura 1 - Passo a passo para iniciar uma pesquisa</p><p>Definição do</p><p>problema de</p><p>pesquisa</p><p>Desenho da</p><p>metodologia</p><p>LevantamentoRecorte Escolha</p><p>˜ ˜ ˜</p><p>bibliográficodo temado tema ˜</p><p>Na pesquisa educacional, a escolha do tema deve envolver questões</p><p>relativas à educação, que podem ser:</p><p>• de ordem teórica, o que envolverá uma pesquisa bibliográfica;</p><p>• voltadas à implementação de uma política educacional, que pode</p><p>envolver, por exemplo, entrevistas, pesquisa documental e pesqui-</p><p>sa bibliográfica;</p><p>• questões sobre processos de ensino e aprendizagem, e podem</p><p>envolver observação, entrevistas, pesquisa documental e pesqui-</p><p>sa bibliográfica.</p><p>47 As diferentes etapas da pesquisa</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Matos e Vieira (2002) destacam que:</p><p>É essencial na pesquisa planejar esse caminho, mesmo sabendo</p><p>que, na maioria das vezes o planejamento é modificado no decor-</p><p>rer do processo. Nesse plano é imprescindível apontar quais os ins-</p><p>trumentos que utilizaremos para a coleta de dados porque o mate-</p><p>rial de pesquisa é um dos pré-requisitos definidores do resultado a</p><p>ser obtido. (MATOS; VIEIRA, 2002, p. 58)</p><p>Por esse motivo, é muito importante que o(a) pesquisador(a) conhe-</p><p>ça os instrumentos que se adequam ao que se pretende verificar. Em</p><p>geral, esse processo acontece no momento da elaboração do projeto</p><p>de pesquisa. Ao final da graduação, os(as) estudantes candidatos(as)</p><p>à obtenção do título de licenciado(a) ou bacharel devem apresentar um</p><p>trabalho de conclusão de curso (TCC). É nesse momento que os(as)</p><p>estudantes se dedicam à elaboração de um projeto de pesquisa. É pos-</p><p>sível ainda que esse trabalho seja iniciado em um momento anterior –</p><p>no desenvolvimento de pesquisas de iniciação científica, por exemplo.</p><p>A seguir serão abordados os significados de três métodos de coleta</p><p>de dados: a observação, a entrevista e a análise documental.</p><p>IMPORTANTE</p><p>O campo da pesquisa científica é repleto de termos e significados pró-</p><p>prios. É importante que se diferencie esses termos para que fique ex-</p><p>plícita cada etapa do desenvolvimento da pesquisa. A abordagem da</p><p>pesquisa se refere às pesquisas qualitativas ou quantitativas (lembre-se</p><p>de que a</p><p>abordagem pode ser mista). O método (ou técnica) de coleta de</p><p>dados está relacionado ao tipo de abordagem escolhido, por exemplo,</p><p>em pesquisas qualitativas, pode-se usar observação ou entrevistas. Já</p><p>nas pesquisas quantitativas, é possível coletar os dados por meio de</p><p>questionários, por exemplo.</p><p></p><p>48 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>Durante o desenvolvimento da pesquisa, é comum e recomendável</p><p>que o(a) pesquisador(a) conte com o apoio e a supervisão de um pes-</p><p>quisador mais experiente, conhecido(a) como o(a) orientador(a), que é,</p><p>em geral, um(a) docente da área de estudo de interesse. A orientação no</p><p>decorrer da pesquisa é fundamental, pois é nesse momento que um(a)</p><p>profissional mais experiente contribui para o desenvolvimento do(a)</p><p>orientando(a) na pesquisa que ambos se propõem a fazer.</p><p>2 Os métodos de coleta de dados</p><p>A escolha do método de coleta de dados é parte importante da pes-</p><p>quisa científica. Cabe ressaltar que, na literatura da área de pesquisa</p><p>educacional, alguns(mas) autores(as) utilizam o termo “técnica de co-</p><p>leta” de dados, e não “métodos de coleta”. Mantivemos neste capítulo o</p><p>termo “métodos” por considerar que faz referência aos aspectos meto-</p><p>dológicos da pesquisa. A seguir, apresentamos alguns desses métodos</p><p>e suas especificidades.</p><p>2.1 A observação</p><p>A observação é um dos métodos de pesquisa mais comuns nas</p><p>abordagens qualitativas, pois possibilita o contato do(a) pesquisador(a)</p><p>com o local em que ocorrem as práticas que serão analisadas durante</p><p>a pesquisa, tomando como base suas considerações. Por esse moti-</p><p>vo, o(a) pesquisador(a) assume papel central. Flick (2009) afirma que</p><p>é possível realizar a observação durante a pesquisa de forma não par-</p><p>ticipante ou participante, conforme nível de imersão do observador no</p><p>campo, detalhado na sequência.</p><p>• Observação não participante: não há necessidade de o observado</p><p>se tornar membro ativo do campo estudado. Essa forma de ob-</p><p>servação coleta informações a partir de situações naturais, sem</p><p>recorrer a entrevistas ou a observação participante.</p><p>49 As diferentes etapas da pesquisa</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>• Observação participante: o(a) pesquisador(a) influencia o que é</p><p>observado, pois é participante ativo do processo de pesquisa. A</p><p>coleta de dados é com base na comunicação com os observados.</p><p>A pesquisa participante está relacionada necessariamente a uma</p><p>perspectiva de transformação social, e sua relevância é definida pela</p><p>significação do problema para a comunidade ou para os grupos em que</p><p>se realiza a pesquisa.</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>Quer saber mais sobre pesquisa participante? Uma referência impor-</p><p>tante é o livro Pesquisa participante: a partilha do saber, organizado</p><p>por Carlos Rodrigues Brandão e Danilo Romeu Streck, que conta com</p><p>a contribuição de autores(as) que discutem essa temática (BRANDÃO,</p><p>STRECK, 2016).</p><p></p><p>De acordo com Lüdke e André (2020), para que a observação possa</p><p>ser considerada instrumento válido de investigação científica, é neces-</p><p>sário que ela seja controlada e sistemática, o que implica um plane-</p><p>jamento cuidadoso do trabalho e uma preparação rigorosa do obser-</p><p>vador. É necessário, portanto, determinar com antecedência o que se</p><p>pretende observar e como será feito esse procedimento.</p><p>A figura 2 pode servir de referência para refletirmos sobre a observa-</p><p>ção como instrumento de coleta de dados para uma pesquisa científica.</p><p>A observação, no caso da figura, é apenas ilustrativa, pois retrata uma</p><p>paisagem. Entretanto, podemos notar a diferença de resultados entre</p><p>uma observação sem o instrumento (natural) e a observação com o</p><p>binóculo. A utilização do instrumento pode revelar detalhes que a ob-</p><p>servação natural não permite, por exemplo, escolher o ângulo de obser-</p><p>vação e aproximar da visualização elementos presentes na paisagem.</p><p>A observação com o instrumento de pesquisa é, portanto, fruto de um</p><p>planejamento e direcionamento realizado pelo(a) pesquisador(a).</p><p>50 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>Figura 2 - A observação da paisagem pelo binóculo</p><p>Podemos considerar, por exemplo, um(a) pesquisador(a) que decide in-</p><p>vestigar a rotina de determinada sala de aula de alfabetização. Ao entrar na</p><p>sala para realizar seu estudo, se não tiver planejado o que pretende observar,</p><p>ficará sem direcionamento, dificultando sua atividade de pesquisa.</p><p>Outro exemplo: um(a) pesquisador(a) que decide pesquisar a relação</p><p>entre os grupos escolares que se formam no cotidiano de uma escola terá</p><p>que considerar, em um momento anterior à pesquisa, quais grupos irá</p><p>observar, se serão de professores, estudantes, funcionários, membros da</p><p>equipe gestora ou, ainda, grupos mistos com professores e funcionários.</p><p>2.2 A entrevista</p><p>A entrevista também é um dos principais métodos de coleta de da-</p><p>dos na pesquisa educacional. Assim como a observação, permite o</p><p>contato direto entre pesquisador(a) e entrevistado e diferencia-se do</p><p>questionário, método desnecessário de ser realizado presencialmente</p><p>(MATOS; VIEIRA, 2002).</p><p>Lüdke e André (2020) destacam que é importante, de início, atentar-</p><p>-se para o caráter da interação que permeia a entrevista. Em geral, com</p><p>esse instrumento de pesquisa, estabelece-se uma relação de hierarquia</p><p>entre o(a) pesquisador(a) e o pesquisado. É importante que se crie uma</p><p>51 As diferentes etapas da pesquisa</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>interação, em que haja uma atmosfera de influência recíproca, especial-</p><p>mente nas entrevistas não totalmente estruturadas, em que não há im-</p><p>posição de uma ordem rígida de questões (LÜDKE; ANDRÉ, 2020).</p><p>Os(as) autores(as) da área definem de formas diferentes os tipos</p><p>de entrevista que podem ser realizadas enquanto método de pesquisa</p><p>científica. Utilizaremos as definições de Matos e Vieira (2002):</p><p>• Entrevista informal ou espontânea – Tem como característica a</p><p>conversa fluida entre pesquisador(a) e respondente para possibili-</p><p>tar a coleta de dados iniciais, o que viabiliza uma aproximação do</p><p>objeto pesquisado com mais qualidade. Os roteiros não são ne-</p><p>cessários, pois trata-se de uma entrevista de caráter exploratório.</p><p>• Entrevista estruturada ou orientada – É aplicada uma relação de</p><p>perguntas, o que permitirá, posteriormente, uma análise qualita-</p><p>tiva dos dados coletados. Deve-se atentar ao período agendado</p><p>para a realização desta atividade. Há necessidade de combinar</p><p>alguns pontos antes da entrevista: a forma de utilização dos da-</p><p>dos oriundos da entrevista, a identificação dos entrevistados (em</p><p>geral, recorre-se a nomes fictícios para preservar sua identidade</p><p>e a utilização de gravação ou de transcrição escrito, para registro</p><p>da entrevista). Quando o recurso de gravação é permitido, é pos-</p><p>sível fazer a transcrição da entrevista em um momento posterior.</p><p>• Entrevista por pautas ou semi-orientada</p><p>– O entrevistado fala so-</p><p>bre tópicos relacionados a um tema específico, definido previa-</p><p>mente pelo(a) entrevistador(a). É recomendável a estruturação de</p><p>um roteiro que conte com determinada sequência lógica e seja</p><p>compreensível ao entrevistado. Esse tipo de entrevista possibilita</p><p>mais flexibilidade nas respostas, característica que favorece a ob-</p><p>tenção de mais quantidade de dados.</p><p>• Entrevista focalizada ou livre – O(a) pesquisador(a) pouco inter-</p><p>vém, já que esse método tem como objetivo que o entrevistado</p><p>52 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>se expresse de forma livre. As intervenções devem ser pontuais</p><p>e apenas utilizadas em casos extremos. Fornece um grande nú-</p><p>mero de dados e é frequentemente utilizada em depoimentos</p><p>pessoais, história oral e história de vida.</p><p>Para a realização de uma pesquisa educacional, é possível utilizar</p><p>qualquer um dos tipos de entrevista apresentados. A forma de entrevista</p><p>escolhida deve estabelecer relação com o tema e a abordagem da pes-</p><p>quisa. É um instrumento que permite, ao mesmo tempo, aproximação</p><p>entre pesquisador(a) e entrevistado e uma ampla fonte de informação.</p><p>2.3 A pesquisa documental</p><p>A pesquisa documental é um método de coleta de dados que tem</p><p>como fonte qualquer documento escrito que possa fornecer infor-</p><p>mações sobre o comportamento humano (LÜDKE; ANDRÉ, 2020).</p><p>Acompanhe, no quadro 1, alguns exemplos de documentos que podem</p><p>ser utilizados.</p><p>Quadro 1 - Fontes documentais</p><p>TIPOS DE DOCUMENTOS EXEMPLOS</p><p>Oficiais</p><p>• Legislações educacionais</p><p>• Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)</p><p>• Pareceres do conselhos de educação nacional, estadual ou municipal</p><p>• Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs)</p><p>• Base Nacional Curricular Comum (BNCC)</p><p>Técnicos</p><p>• Relatórios de atividade docente</p><p>• Planejamento didático da escola</p><p>• Projeto político pedagógico da escola (PPP)</p><p>• Planos de aula</p><p>Pessoais</p><p>• Cartas</p><p>• Diários</p><p>• Autobiografias</p><p>53 As diferentes etapas da pesquisa</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Para selecionar um documento para análise, deve-se considerar a</p><p>pertinência para a pesquisa e, em especial, a coerência em relação aos</p><p>objetivos propostos. Os documentos são importantes fontes de infor-</p><p>mação, auxiliando, por vezes, na argumentação do(a) pesquisador(a).</p><p>Eles podem ser utilizados juntamente a outros métodos de coleta de da-</p><p>dos, o que enriquece ainda mais o escopo de informações à disposição</p><p>dos(as) pesquisadores(as) para a realização da análise.</p><p>2.3.1 Exemplo de pesquisa documental</p><p>A seguir, é possível verificar um exemplo de pesquisa educacional</p><p>que utilizou como método de coleta de dados a pesquisa documental.</p><p>As autoras e o autor do artigo denominado “ONGs na gestão: a ca-</p><p>pacitação de gestores escolares pelo Instituto Ayrton Senna e pela or-</p><p>ganização Cidade Escola Aprendiz” abordaram parte das pesquisas que</p><p>desenvolveram durante seu mestrado em educação. Para a realização</p><p>desta investigação, foram selecionados documentos presentes nos</p><p>sites oficiais e publicações dessas organizações. Os programas ana-</p><p>lisados foram: Gestão Nota 10, do Instituto Ayrton Senna, e Programa</p><p>Bairro Escola, da organização não governamental (ONG) Cidade Escola</p><p>Aprendiz. Ambos são voltados para a capacitação de profissionais da</p><p>gestão escolar em serviço nas redes de educação municipal ou estadu-</p><p>al por meio de parcerias com escolas públicas em todo o Brasil.</p><p>Esses programas chamaram a atenção dos(as) pesquisadores(as)</p><p>por serem voltados para a área de gestão escolar e, mais especifica-</p><p>mente, para a capacitação de gestores em exercício como parte de sua</p><p>formação continuada. Procurou-se analisar a concepção de gestão ex-</p><p>posta por essas organizações na capacitação desses profissionais. O</p><p>foco escolhido pelos pesquisadores foi a implementação desses pro-</p><p>gramas no estado de São Paulo, mas cabe ressaltar que eles são imple-</p><p>mentados em todo o território nacional.</p><p>54 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>Como material documental, os autores do artigo utilizaram informa-</p><p>ções online sobre as ONGs e seus programas, além de suas principais</p><p>publicações: o livro Educação para o desenvolvimento humano e a revis-</p><p>ta Educação em Cena, do Instituto Ayrton Senna, e os livros Bairro-Escola</p><p>passo a passo e Trilhas Educativas, da ONG Cidade Escola Aprendiz</p><p>(LIBANORI; STABELINI; FREITAS, 2012).</p><p>3 A análise dos dados</p><p>A análise dos dados é uma importante etapa da pesquisa científica.</p><p>É neste momento que os dados coletados sobre o tema pesquisado</p><p>passam a compor o relatório de pesquisa com base na análise dos(as)</p><p>pesquisador(as). É neste momento também que serão utilizadas as es-</p><p>tratégias indutiva ou dedutiva para a análise dos dados.</p><p>Todos os materiais levantados e coletados durante a pesquisa fazem</p><p>parte desta etapa: os relatos de observação, a análise dos documentos</p><p>e a transcrição de entrevistas. Para realizar essa análise, é preciso orga-</p><p>nizar as informações obtidas em partes, buscando estabelecer uma in-</p><p>ter-relação entre elas e destacando os aspectos mais relevantes para a</p><p>pesquisa. De acordo com Lüdke e André (2020):</p><p>A análise está presente em vários estágios da investigação, tornan-</p><p>do-se mais sistemática e mais formal no encerramento da coleta</p><p>de dados. Desde o início do estudo, no entanto, nós fazemos uso</p><p>de procedimentos analíticos quando procuramos verificar a perti-</p><p>nência das questões selecionadas frente às características especí-</p><p>ficas das questões estudadas. (LÜDKE; ANDRÉ, 2020, p. 53)</p><p>Durante a análise dos dados, portanto, a abordagem teórica e todos</p><p>os elementos coletados e aprendidos durante a pesquisa são confron-</p><p>tados. Trata-se de um momento que exige grande esforço analítico e</p><p>criatividade por parte do(a) pesquisador(a) e, também, um dos momen-</p><p>tos mais instigantes.</p><p>55 As diferentes etapas da pesquisa</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Retomando os métodos de coleta de dados citados nas seções ante-</p><p>riores, podemos perguntar como proceder a análise de dados coletados</p><p>por meio de entrevista. Em geral, as entrevistas realizadas de forma oral</p><p>são gravadas. Em seguida, há um processo de transcrição e depois é</p><p>necessário que o(a) pesquisador(a) se dedique à análise dos aspectos</p><p>relacionados aos objetivos da pesquisa que se destacaram.</p><p>É importante ressaltar também que a análise de dados, realizada</p><p>após a finalização da coleta de dados, é o momento em que se des-</p><p>tacam os principais argumentos e as descobertas da pesquisa. Para</p><p>essa análise final, é necessário que se estabeleça as categorias utiliza-</p><p>das. É um momento em que o(a) pesquisador(a) explicita os elemen-</p><p>tos não evidentes nos dados brutos coletados.</p><p>Considerações finais</p><p>Uma pesquisa científica sempre se inicia pela escolha do tema. A</p><p>partir desse momento,</p><p>é determinante para seu prosseguimento fazer</p><p>um recorte do tema estudado e, também, escolhas de cunho metodoló-</p><p>gico. É um caminho que se inicia por uma questão, uma curiosidade, e</p><p>se desdobra em descobertas e novas significações.</p><p>Durante todo o percurso é necessário um olhar analítico para os da-</p><p>dos coletados e, no momento final da pesquisa, há a explicitação dos</p><p>resultados obtidos por parte do(a) pesquisador(a) .</p><p>Referências</p><p>BRANDÃO, Carlos Rodrigues; STRECK, Danilo R. Pesquisa participante: a parti-</p><p>lha do saber. Aparecida: Ideias & Letras, 2016.</p><p>DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 14. ed. São Paulo:</p><p>Cortez, 2011.</p><p>56 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. Série Métodos de Pesquisa.</p><p>Porto Alegre: Artmed, 2009.</p><p>LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Pesquisa em educa-</p><p>ção: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 2020.</p><p>MATOS, Kalma Socorro Lopes de; VIEIRA, Sofia Lerche. Pesquisa educacional:</p><p>o prazer de conhecer. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha; UECE, 2002.</p><p>LIBANORI, Guilherme Andolfatto; STABELINI, Ana Maria; FREITAS, Mayara</p><p>de. ONGs na gestão: a capacitação de gestores escolares pelo Instituto</p><p>Ayrton Senna e pela Organização Cidade Escola Aprendiz. In: III Congresso</p><p>Ibero-americano de política e administración da educación, 2012. Zaragoza:</p><p>Anais... Disponível em: https://anpae.org.br/iberoamericano2012/Trabalhos/</p><p>GuilhermeAndolfattoLibanori_res_int_GT7.pdf. Acesso em: 4 mar. 2021.</p><p>https://anpae.org.br/iberoamericano2012/Trabalhos</p><p>57</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Capítulo 6</p><p>A elaboração</p><p>de projetos de</p><p>pesquisa: elementos</p><p>e estrutura básica</p><p>Neste capítulo, é abordado o projeto de pesquisa como etapa de pla-</p><p>nejamento de uma pesquisa educacional. Neste sentido, pretende-se</p><p>destacar seus elementos indispensáveis na composição de um projeto</p><p>científico, bem como os possíveis caminhos a serem trilhados pelo(a)</p><p>pesquisador(a).</p><p>58 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>1 O projeto de pesquisa</p><p>Após a escolha do tema a ser pesquisado, deve-se proceder a ela-</p><p>boração de um projeto de pesquisa, etapa que estabelece o caminho</p><p>que será trilhado pelo(a) pesquisador(a). Entretanto, cabe destacar que</p><p>estabelecê-lo não significa fixá-lo e, com isso, torná-lo extremamente</p><p>rígido. Trata-se de deixar mais explícito para o(a) pesquisador(a), bem</p><p>como para o(a) leitor(a)1, qual será esse caminho. Em outros termos, é</p><p>um momento de planejamento.</p><p>O fluxograma desse caminho demonstra as etapas do desenvolvi-</p><p>mento de um trabalho científico, conforme figura 1.</p><p>Figura 1 - Fluxograma da elaboração do trabalho científico</p><p>Elaboração de projeto de pesquisa</p><p>Levantamento das fontes</p><p>Atividades de pesquisa</p><p>e documentaçãoPesquisa teórica Pesquisa empírica</p><p>Análise dos dados e</p><p>construção lógica do</p><p>raciocínio demonstrativo</p><p>Processo dedutivo Processo indutivo</p><p>Redação do texto/</p><p>relatório</p><p>Fonte: adaptado de Severino (2013, p. 111).</p><p>1 O(a) leitor(a) pode ser tanto o(a) professor(a) orientador(a) ou um(a) parecerista, no caso de submissão do</p><p>projeto para agências de fomento à pesquisa ou para eventos acadêmicos. Pode ser ainda membro de um</p><p>grupo de pesquisa ou qualquer pessoa interessada no tema que tenha acesso ao projeto.</p><p>59 A elaboração de projetos de pesquisa: elementos e estrutura básica</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>O projeto de pesquisa auxilia na organização e na execução da pes-</p><p>quisa e, por este motivo, apresenta os elementos fundamentais que se-</p><p>rão desenvolvidos. Dentre esses elementos, destacam-se e requerem</p><p>atenção especial do(a) pesquisador(a) os objetivos da pesquisa e os</p><p>métodos de análise de dados, que devem estar alinhados entre si.</p><p>Como apresentado nos capítulos anteriores, o projeto de pesquisa</p><p>começa a ser definido a partir de uma indagação ou curiosidade do(a)</p><p>pesquisador(a). O interesse por um tema é o que move a elaboração do</p><p>projeto de pesquisa.</p><p>É a partir do tema que o pesquisador elabora um problema, defini-</p><p>do geralmente como uma pergunta, por exemplo: quais as atividades</p><p>realizadas por um(a) gestor(a) educacional para obter aprovação da</p><p>comunidade escolar em seu trabalho? Com base nesta pergunta, pode-</p><p>-se iniciar uma observação do cotidiano do(a) gestor(a) de uma escola.</p><p>Observando seu contexto, começa-se a indagar as formas de engajar a</p><p>comunidade nas atividades e decisões escolares.</p><p>2 Elementos do projeto de pesquisa</p><p>O projeto de pesquisa é fundamental para que ela seja realizada. Em</p><p>alguns casos, esse documento é utilizado para a seleção do pesquisa-</p><p>dor em programas de iniciação científica, pós-graduação, entre outros.</p><p>Entretanto, o principal objetivo do projeto de pesquisa é nortear o ca-</p><p>minho da pesquisa; por esse motivo, alguns elementos são essenciais</p><p>para a construção desse projeto. A seguir são apresentados os elemen-</p><p>tos fundamentais de um projeto de pesquisa.</p><p>• Título: expressa de forma sintética o tema que será pesquisado.</p><p>Há também alguns termos que podem ser utilizados de forma a</p><p>explicitar a escolha da abordagem da pesquisa.</p><p>• Resumo: é um elemento importante de apresentação projeto.</p><p>Nele, devem estar contidos, em síntese, todos os elementos que</p><p>60 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>serão desenvolvidos no corpo do projeto: o tema ou o problema</p><p>da pesquisa, os objetivos, a justificativa, os materiais e métodos</p><p>que se pretendem utilizar e os resultados esperados</p><p>• Palavras-chave: são aquelas que identificam a pesquisa aos(às)</p><p>interessados(as). Elas podem servir para ferramentas de bus-</p><p>cas, por exemplo, ou para designação de um parecerista para a</p><p>avaliação do projeto. É importante lembrar que esses termos se</p><p>referem a conceitos-chaves da pesquisa. Há alguns conceitos e</p><p>termos comuns na pesquisa educacional, e incluí-los nas “pala-</p><p>vras-chave” pode favorecer a busca por pesquisas semelhantes</p><p>ou relacionadas ao mesmo assunto. Exemplo: avaliação educa-</p><p>cional, formação docente, ensino superior, gestão escolar, entre</p><p>outros.</p><p>• Introdução: também é um elemento de apresentação do traba-</p><p>lho, porém, diferentemente do resumo, tem maior abrangência. A</p><p>ideia é introduzir e apresentar ao(à) leitor(a) o tema abordado pelo</p><p>projeto de pesquisa; por esse motivo, é importante contextualizar</p><p>o tema na introdução. Cabe destacar também que todos os ele-</p><p>mentos abordados no decorrer do projeto devem ser apresenta-</p><p>dos</p><p>na introdução.</p><p>• Objeto de pesquisa e problema da pesquisa: delimita, de forma</p><p>mais objetiva e técnica, como o tema será problematizado, o que</p><p>demonstra também por que ele deve ser estudado.</p><p>• Objetivos: determinam as finalidades do projeto. Portanto, são</p><p>responsáveis por explicitar ao(à) leitor(a) o ponto em que se pre-</p><p>tende chegar. Os objetivos podem ser de caráter geral ou de ca-</p><p>ráter específico, expressando as finalidades do(a) pesquisador(a)</p><p>de forma mais geral (objetivos gerais) e de forma mais circuns-</p><p>tanciada (objetivos específicos). Os objetivos de um projeto de</p><p>pesquisa costumam iniciar com um verbo no infinitivo. Esses</p><p>verbos indicam as ações de pesquisa a serem realizadas, como</p><p>61 A elaboração de projetos de pesquisa: elementos e estrutura básica</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>investigar, conhecer, identificar, analisar, entrevistar, observar, ve-</p><p>rificar, entre outros. Uma pesquisa educacional que pretende in-</p><p>vestigar as práticas de um(a) gestor(a) escolar pode ter como ob-</p><p>jetivo, por exemplo, observar quais práticas deste(a) profissional</p><p>dialogam com a perspectiva de gestão democrática.</p><p>• Justificativa: destaca a relevância da pesquisa. Nesse item, em</p><p>geral, é apresentado o estado da arte. Por estado da arte compre-</p><p>ende-se uma breve apresentação das pesquisas já realizadas so-</p><p>bre o tema do projeto, quando houver, destacando a necessidade</p><p>de continuidade das pesquisas sobre o tema e as contribuições</p><p>que o(a) pesquisador(a) pretende oferecer.</p><p>• Materiais e métodos: os materiais de pesquisa são aqueles que</p><p>serão objeto de estudo do(a) pesquisador(a), e os métodos são</p><p>aqueles escolhidos para a coleta e análise dos dados. Alguns</p><p>exemplos são a etnografia, o estudo de caso, a pesquisa docu-</p><p>mental, entre outros métodos de pesquisa já abordados em ca-</p><p>pítulos anteriores. Este elemento do projeto de pesquisa é muito</p><p>importante para seu desenvolvimento posterior, uma vez que,</p><p>quanto mais detalhado estiver o passo a passo da pesquisa,</p><p>maior será o foco nos objetivos traçados, o que facilitam as res-</p><p>postas à problemática apresentada.</p><p>• Cronograma: prevê as etapas e o período de realização da pes-</p><p>quisa. É importante que os objetivos específicos, a metodologia e</p><p>o cronograma estejam alinhados. O cronograma prevê o período</p><p>necessário para a realização de cada etapa da pesquisa. É igual-</p><p>mente importante que o(a) pesquisador(a) faça uma gestão do</p><p>tempo despendido para cada uma das etapas.</p><p>62 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>Quadro 1 - Exemplo de um cronograma de pesquisa documental</p><p>ATIVIDADES</p><p>SEMESTRE/ANO</p><p>1º 2022 2º 2022 1º 2023 2º 2023</p><p>Revisão bibliográfica X</p><p>Levantamento das fontes documentais X</p><p>Consolidação dos referenciais teóricos e</p><p>metodológicos</p><p>X</p><p>Elaboração de relatório parcial X</p><p>Análise dos dados X</p><p>Relatório final X</p><p>• Resultados esperados ou considerações finais: alguns modelos de</p><p>projetos de pesquisa apresentam os resultados esperados de for-</p><p>ma a enunciar o que se espera desse percurso de pesquisa. Esse</p><p>resultado esperado pode ser comprovado ou não pelo(a) pesqui-</p><p>sador(a). Em outros projetos, apenas apresentam-se as considera-</p><p>ções finais, tecendo reflexões sobre o que foi abordado no projeto.</p><p>• Referências: apresenta todo o material utilizado para a elabora-</p><p>ção do projeto de acordo com as normas científicas, que podem</p><p>ser compostas de fontes documentais, sites, filmes, vídeos, livros,</p><p>dentre outras.</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é responsável por</p><p>estabelecer os parâmetros para o desenvolvimento de projetos cientí-</p><p>ficos. É possível obter mais informações no site da associação. Esses</p><p>parâmetros são fundamentais para a elaboração de divulgação das pes-</p><p>quisas científicas, que devem respeitar a Lei de Direitos Autorais (BRA-</p><p>SIL, 1998). Por esse motivo, ao utilizar a produção de outro(a) autor(a)</p><p>de forma direta ou indireta, é necessário fazer as devidas referências</p><p>orientadas pelas normativas da ABNT (ABNT, 2018).</p><p></p><p>63 A elaboração de projetos de pesquisa: elementos e estrutura básica</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Os elementos apresentados compõem a maioria dos modelos de</p><p>projeto de pesquisa disponibilizados aos estudantes. É importante con-</p><p>siderar que a ordem de apresentação de um projeto pode ser diferente</p><p>da sequência de elaboração. Isso ocorre porque, em geral, a introdução,</p><p>o resumo, as palavras-chave e os títulos pode ser os últimos a serem</p><p>elaborados, pela necessidade de refletirem por completo o trabalho.</p><p>Considerações finais</p><p>A etapa do planejamento de pesquisa é realizada com a elaboração</p><p>de um projeto, que visa explicitar o tema que será pesquisado e os ob-</p><p>jetivos e métodos que serão empregados. Para a realização do proje-</p><p>to, é necessário que haja adequação aos padrões científicos, como a</p><p>explicitação do tema e dos objetivos da pesquisa, a metodologia e as</p><p>referências teóricas. Portanto, o projeto de pesquisa constitui-se como</p><p>etapa fundamental na elaboração de trabalhos acadêmicos.</p><p>Referências</p><p>ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Home. ABNT. 2018.</p><p>Disponível em: http://www.abnt.org.br/. Acesso em: 13 mar. 2021.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a</p><p>legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Diário Oficial [da]</p><p>República Federativa do Brasil, Brasília: Poder Executivo. 1998. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm. Acesso em: 10 mar. 2021.</p><p>SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo:</p><p>Cortez: 2013</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm</p><p>http://www.abnt.org.br</p><p>65</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Capítulo 7</p><p>A elaboração</p><p>de relatórios de</p><p>pesquisa</p><p>Neste capítulo, são abordadas a elaboração do relatório e a divul-</p><p>gação de pesquisas científicas, as etapas finais de uma pesquisa. O</p><p>relatório abrange todo o percurso realizado pelo(a) pesquisador(a) e</p><p>apresenta os resultados obtidos por ele(a). Por sua vez, os eventos aca-</p><p>dêmicos e demais meios de divulgação contribuem para que esses re-</p><p>sultados cheguem ao público e que se estabeleça um intercâmbio entre</p><p>pesquisadores(as).</p><p>66 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>1 O relatório de pesquisa</p><p>O relatório de pesquisa deve demonstrar todo o caminho percorri-</p><p>do pelo pesquisador e apresentar os resultados obtidos pela pesquisa.</p><p>Esse relatório pode ser parcial, ou seja, apresentar os dados obtidos</p><p>pelas etapas que já foram desenvolvidas, ou final, apresentando todos</p><p>os dados e todas as análises realizadas. Essa diferenciação</p><p>ocorre,</p><p>principalmente, quando o projeto conta com alguma fonte de financia-</p><p>mento de agências de fomento, como é o caso das bolsas de Iniciação</p><p>Científica (IC), por exemplo. Em geral, durante os cursos de graduação,</p><p>para a elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), são</p><p>apresentados apenas os resultados finais do projeto para a banca de</p><p>avaliação.1</p><p>Se o projeto de pesquisa é o primeiro passo para desenvolvê-la, o re-</p><p>latório apresenta o percurso e os resultados alcançados pela pesquisa,</p><p>ou seja, é a redação final do trabalho. O relatório pode se iniciar com a</p><p>apresentação do tema e a retomada dos objetivos elaborados no proje-</p><p>to de pesquisa. Em seguida, é necessário apresentar uma descrição das</p><p>atividades realizadas e dos resultados obtidos. No caso de um relatório</p><p>parcial, deve-se apresentar também as próximas etapas a serem desen-</p><p>volvidas (SEVERINO, 2013).</p><p>Por ser comum que os relatórios de pesquisa sejam construídos no</p><p>formato de monografia, a seguir serão apresentados o conceito de mo-</p><p>nografia e a sua estrutura.</p><p>1 A banca geralmente é composta por professores que atuam na mesma área de pesquisa do(a)</p><p>candidato(a) à colação de grau (no caso dos cursos de graduação) ou na obtenção dos títulos de mestre(a)</p><p>e doutor(a) (nos casos dos cursos de pós-graduação stricto sensu).</p><p>67 A elaboração de relatórios de pesquisa</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>1.1 O conceito de monografia</p><p>A monografia é um trabalho que se caracteriza por uma reflexão</p><p>aprofundada sobre determinado tema relevante para sua área e é estru-</p><p>turado de acordo com uma metodologia científica.</p><p>Este tipo de trabalho demonstra o resultado de uma pesquisa cientí-</p><p>fica e a capacidade do(a) pesquisador(a) em desenvolver um tema com</p><p>enfoque específico, a partir da revisão da literatura pertinente, do levan-</p><p>tamento de dados sobre problema definido, da análise desses dados</p><p>com base na metodologia adotada e nas considerações propiciadas</p><p>pela pesquisa. O termo “monografia” abrange livros, teses, dissertações</p><p>e trabalhos acadêmicos (DUARTE; FURTADO, 2014).</p><p>De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)2,</p><p>responsável por estabelecer os padrões normativos para a produção</p><p>de trabalhos nas diversas áreas do conhecimento, incluindo a pesquisa</p><p>científica, uma monografia conta com elementos pré-textuais, textuais</p><p>e pós-textuais (ABNT, 2018).</p><p>1.2 Partes que compõem a monografia</p><p>Para a realização da monografia, considera-se a divisão do texto</p><p>em elementos dispostos antes do texto, denominados pré-textuais, o</p><p>desenvolvimento do trabalho em si e as considerações, denominados</p><p>textuais, e as referências, apêndices e anexos, denominados pós-textu-</p><p>ais. Confira a seguir como se configuram cada uma dessas partes da</p><p>monografia.</p><p>2 A versão 2 corrigida da ABNT NBR 6023:2018 incorpora a Errata 2, de 24 de setembro de 2020. Também é</p><p>importante considerar que há nomas da ABNT específicas para resumo e referências.</p><p>68 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>Confira no quadro 1 os elementos obrigatórios e opcionais que com-</p><p>põem cada uma dessas partes em uma monografia.</p><p>Quadro 1 – Partes de uma monografia (elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais)</p><p>PARTE DA</p><p>MONOGRAFIA</p><p>ELEMENTOS</p><p>OBRIGATÓRIOS</p><p>ELEMENTOS</p><p>OPCIONAIS</p><p>PRÉ-TEXTUAIS</p><p>• Capa – em geral, contém o título e as informações</p><p>da instituição de ensino em que o trabalho será</p><p>apresentado</p><p>• Folha de Rosto – contém, além do título e da</p><p>identificação da instituição, a finalidade do trabalho</p><p>• Folha de Aprovação – identificação e assinatura da</p><p>banca avaliadora</p><p>• Resumo e palavras-chave na língua original</p><p>• Resumo e palavras-chave em língua estrangeira</p><p>• Sumário – apresenta as seções e subseções que</p><p>compõem o texto</p><p>• Introdução – contextualiza e apresenta a pesquisa</p><p>realizada</p><p>• Desenvolvimento – abrange todas as etapas de</p><p>desenvolvimento da pesquisa</p><p>• Conclusão – apresenta as considerações</p><p>resultantes da pesquisa realizada</p><p>• Dedicatória</p><p>• Agradecimentos</p><p>• Epígrafe</p><p>• Lista de tabelas</p><p>• Lista de abreviaturas</p><p>TEXTUAIS</p><p>---</p><p>---</p><p>---</p><p>PÓS-TEXTUAIS</p><p>• Referências – traz a lista das produções</p><p>consultadas e citadas pelo(a) pesquisador(a) no</p><p>decorrer do relatório</p><p>• Apêndices</p><p>• Anexos</p><p>• Índices</p><p>De acordo com o quadro 1, há elementos obrigatórios e outros que</p><p>ficam a critério do(a) pesquisador(a). Isso ocorre porque, a depender</p><p>da pesquisa desenvolvida, pode ser necessário incluir anexos e apên-</p><p>dices, por exemplo. Os elementos pré-textuais, como dedicatória, agra-</p><p>decimentos e epígrafe, trazem um caráter mais pessoal ao relatório. As</p><p>listas de tabelas e abreviaturas podem ser utilizadas também de acordo</p><p>com a necessidade do(a) pesquisador(a).</p><p>69 A elaboração de relatórios de pesquisa</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>2 Formas de divulgação da pesquisa</p><p>científica</p><p>A divulgação de pesquisas científicas é fundamental para a comunica-</p><p>ção dos resultados obtidos para a comunidade em geral e, também, para</p><p>pesquisadores da área de especialidade da pesquisa.</p><p>Como apresentado nos capítulos anteriores, a pesquisa científica</p><p>visa o desenvolvimento social. Por esse motivo, é importante que ela</p><p>não fique restrita ao(à) pesquisador(a) ou grupo de pesquisadores que</p><p>a desenvolveu. Assim, a divulgação dos resultados é fundamental para</p><p>que o conhecimento circule na comunidade científica e na sociedade</p><p>como um todo.</p><p>A comunidade acadêmica é responsável pela promoção dessa divul-</p><p>gação, que ocorre principalmente por meio de eventos e artigos em re-</p><p>vistas especializadas. A seguir estão dispostas as formas de divulgação</p><p>científica por meio de eventos ou de elaboração de artigo.</p><p>2.1 Eventos científicos</p><p>Os eventos científicos são promovidos por instituições educacio-</p><p>nais, universidades, associações de pesquisadores e grupos de pes-</p><p>quisa. Eles podem ser realizados de forma local, como congressos de</p><p>iniciação científica, por exemplo, com apresentação de projetos desen-</p><p>volvidos em determinada instituição estadual, reunindo pesquisadores</p><p>de um estado específico; regional, de acordo com cada região do país;</p><p>nacional, abrangendo pesquisadores de todo o território nacional; ou in-</p><p>ternacional, reunindo pesquisadores de diversas nacionalidades.</p><p>São exemplos de eventos científicos:</p><p>70 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>• Congresso: reunião cuja finalidade é promover debates de ideias,</p><p>é promovido por associações e instituições de especialistas de</p><p>diversas áreas.</p><p>• Conferência: assim como o congresso, sua finalidade é debater</p><p>um tema específico, entretanto sua organização conta com todas</p><p>as associações de determinada área e tende a ser realizada em</p><p>determinada periodicidade.</p><p>• Seminário: uma reunião de caráter</p><p>mais restrito, em que pesqui-</p><p>sadores(as) apresentam de forma sintética os resultados de suas</p><p>pesquisas.</p><p>• Simpósio: voltado apenas a especialistas e, em geral, dedica-se</p><p>apenas a um tema.</p><p>• Jornada: em geral, tem como característica um amplo período</p><p>em que será realizado um evento científico.</p><p>• Encontro: evento de menor porte, mas que também se designa a</p><p>discutir temas predeterminados.</p><p>No geral, os eventos científicos são organizados por um comitê com-</p><p>posto por pesquisadores(as) especializados(as) no tema que será dis-</p><p>cutido. Como o objetivo é promover um encontro de pesquisadores(as)</p><p>da área, esses eventos são abertos à participação de pesquisadores por</p><p>meio da submissão de trabalhos.</p><p>NA PRÁTICA</p><p>Na área de pesquisas educacionais, a Associação Nacional de Políti-</p><p>ca e Administração da Educação (Anpae) é um exemplo de entidade</p><p>que organiza e promove eventos acadêmicos em sua área de espe-</p><p>cialidade: políticas e gestão educacional. São promovidos seminários</p><p>regionais e encontros estaduais. A associação também é responsável</p><p>pela publicação da Revista Brasileira de Política e Administração da</p><p>71 A elaboração de relatórios de pesquisa</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Educação (RBPAE), que reúne artigos dos(as) pesquisadores(as) da</p><p>área. Todas as informações estão disponíveis no site oficial da asso-</p><p>ciação (ANPAE, [s.d]).</p><p></p><p>2.1.1 Tipos de apresentação</p><p>Os eventos científicos costumam possibilitar ao pesquisador diferen-</p><p>tes formas de apresentação de suas pesquisas. As mais comuns são:</p><p>• Pôster – apresentação de uma síntese da pesquisa por meio de</p><p>recursos visuais impressos. Em geral, o(a) pesquisador(a) apre-</p><p>senta seu pôster para os interessados e participantes do evento.</p><p>• Comunicação oral – apresentação verbal do trabalho, pode contar</p><p>também com recursos audiovisuais, como a apresentação de sli-</p><p>des. Em geral o(a) pesquisador(a) faz sua apresentação em uma</p><p>seção específica, juntamente a outros(as) pesquisadores(as) e ao</p><p>público participante do evento e interessados.</p><p>• Palestras – apresentação oral do trabalho de pesquisa desenvol-</p><p>vido por um(a) pesquisador(a) ao público interessado e pode con-</p><p>tar com a utilização de recursos audiovisuais.</p><p>As modalidades de apresentação e o formato dos trabalhos depen-</p><p>dem das regras estabelecidas pelo comitê organizador de cada even-</p><p>to científico. Essas normas podem ser acessadas, em geral, no site do</p><p>evento ou da associação/instituição organizadora.</p><p>2.2 Periódicos de comunicação científica</p><p>Os periódicos de comunicação científica são de suma importân-</p><p>cia para o desenvolvimento das pesquisas nas áreas do conhecimen-</p><p>to em que são especializados. É por meio dessas publicações que</p><p>72 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>pesquisadores(as) do Brasil e de todo o mundo entram em contato</p><p>com os resultados das pesquisas desenvolvidas recentemente. A se-</p><p>guir, abordaremos algumas modalidades de divulgação escrita por</p><p>esse meio.</p><p>2.2.1 Tipos de apresentação</p><p>Os artigos científicos são uma importante forma de divulgação</p><p>de pesquisas e são direcionados, especificamente, para a publicação</p><p>em revistas e periódicos científicos. Este tipo de produção tem como</p><p>objetivo divulgar a pesquisa ao público especializado. Os artigos são</p><p>elaborados de acordo com normas científicas e, quando apresentam o</p><p>resultado final de uma pesquisa, devem abordar objetivos, metodologia</p><p>e resultados. Em geral, as revistas e os periódicos estabelecem as nor-</p><p>mas de formatação e regras para a publicação.</p><p>Alguns exemplos de revistas na área de educação:</p><p>• Revista Brasileira de Educação (RBE)</p><p>• Educação & Sociedade</p><p>• Revista Brasileira de Política e Administração da Educação (RBPAE)</p><p>• Educação e Pesquisa</p><p>As normas para submissão de um artigo em revistas e periódicos</p><p>podem variar em relação à formatação e ao número de páginas, por</p><p>exemplo, entretanto, essas normas mantêm as características do estilo</p><p>de escrita acadêmica: a linguagem formal, a utilização de referenciais</p><p>com base nas discussões propostas e considerações e a originalidade</p><p>do texto, garantindo, que a produção resultante de pesquisa não se con-</p><p>figure plágio.</p><p>Muitos periódicos aceitam também relatos de experiência e rese-</p><p>nhas. No caso dos relatos de experiência, como o próprio nome diz,</p><p>73 A elaboração de relatórios de pesquisa</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>tratam-se de relatos específicos que podem contribuir para o desen-</p><p>volvimento das pesquisas em determinada área de atuação. Já as re-</p><p>senhas são textos acadêmicos que abordam, em geral, uma obra de</p><p>um(a) autor(a) de determinada área e que contribuem para a sua com-</p><p>preensão por se tratarem, em geral, de obras de grande complexidade.</p><p>Considerações finais</p><p>A pesquisa educacional abrange diversos temas e tem como objetivo</p><p>a investigação de saberes e práticas na área da educação. O desenvolvi-</p><p>mento de pesquisas nesta área requer dedicação dos(as) pesquisado-</p><p>res(as) e um olhar atento a seus desafios. As pesquisas educacionais</p><p>podem ter abordagem quantitativas e qualitativas e contam com diver-</p><p>sos métodos de coleta de dados.</p><p>Todo esse percurso é exposto, finalmente, pela elaboração do relató-</p><p>rio final e pela divulgação da pesquisa realizada, o que possibilita novas</p><p>parcerias entre pesquisadores, bem como novas questões de pesquisa.</p><p>Referências</p><p>ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Home. ABNT. 2018.</p><p>Disponível em: http://www.abnt.org.br/. Acesso em: 13 mar. 2021.</p><p>ANPAE – Associação Nacional de Política e Administração Educacional. Página</p><p>inicial. Anpae. [s.d.]. Disponível em: https://anpae.org.br/website/. Acesso em:</p><p>21 mar. 2021.</p><p>DUARTE, Simone Viana; FURTADO, Maria Sueli Viana. Trabalho de conclusão</p><p>de curso (TCC) em ciências sociais aplicadas. São Paulo: Saraiva, 2014.</p><p>SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo:</p><p>Cortez: 2013.</p><p>https://anpae.org.br/website</p><p>http://www.abnt.org.br</p><p>75</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Sobre a autora</p><p>Ana Maria Stabelini é doutora e mestra em Educação e gradua-</p><p>da em Pedagogia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).</p><p>Tem experiência no desenvolvimento de pesquisas com ênfase em:</p><p>políticas educacionais, gestão escolar e coordenação pedagógica.</p><p>Atuou profissionalmente no ensino fundamental, ensino superior e</p><p>educação a distância. Foi professora pesquisadora no curso de es-</p><p>pecialização em Coordenação Pedagógica MEC/UFSCar, tutora em</p><p>disciplinas da graduação em Pedagogia a distância (UAB-UFSCar)</p><p>e supervisora do curso de Pedagogia a distância da Universidade</p><p>Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Atuou também como pro-</p><p>fessora no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFSP</p><p>– Campus Caraguatatuba) e como professora formadora (EAD) na</p><p>Universidade Federal da Bahia (UFBA).</p><p>PES_EDU_01_ACE_2021.pdf</p><p>PES_EDU_02_ACE_2021.pdf</p><p>PES_EDU_03_ACE_2021.pdf</p><p>PES_EDU_04_ACE_2021.pdf</p><p>PES_EDU_05_ACE_2021.pdf</p><p>PES_EDU_06_ACE_2021.pdf</p><p>PES_EDU_07_ACE_2021.pdf</p><p>sistematizados adquiridos via</p><p>observação, identificação, pesquisa e explicação de</p><p>determinadas categorias de fenômenos e fatos, e formulados</p><p>metódica e racionalmente (HOUAISS; VILLAR; FRANCO, 2009,</p><p>p. 462).</p><p>Conhecimento</p><p>O ato ou a atividade de conhecer, realizado por meio da razão</p><p>e/ou da experiência (HOUAISS; VILLAR; FRANCO, 2009, p.</p><p>524).</p><p>Sujeito</p><p>Em epstemologia, especialmente a partir do cartesianismo</p><p>e do pensamento moderno, o eu pensante, consciência,</p><p>espírito ou mente enquanto faculdade cognoscente e princípio</p><p>fundador do conhecimento (HOUAISS; VILLAR; FRANCO,</p><p>2009, p. 1787).</p><p>Objeto</p><p>Assunto sobre o qual versa uma pesquisa, uma ciência</p><p>(HOUAISS; VILLAR; FRANCO, 2009, p. 1371).</p><p>O estudo das terminologias nos auxilia na compreensão de concei-</p><p>tos fundamentais para a realização de pesquisas em diversas áreas do</p><p>conhecimento. Quando se tratam de pesquisas realizadas nas ciências</p><p>humanas,	 essas	 terminologias	 assumem	 especificidades	 que	 com-</p><p>põem o campo teórico e metodológico da área.</p><p>10 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>2 O conhecimento nas ciências humanas</p><p>Com base no estudo de terminologia do campo do conhecimento,</p><p>podemos	concluir	que	a	pesquisa	científica	é	construída	pelos	seres	hu-</p><p>manos enquanto sujeitos históricos, a partir de uma metodologia1 que</p><p>considera a relação entre sujeito e objeto.</p><p>PARA PENSAR</p><p>Você já parou para pensar sobre a diferença entre as áreas científicas?</p><p>Quando os seres humanos se propõem a construir um conhecimento</p><p>com base em pesquisa, a área em que esse conhecimento está inseri-</p><p>do interfere na forma de abordagem do problema? Seria equivalente ter</p><p>como objeto de pesquisa, por exemplo, o impacto da poluição dos rios</p><p>para determinada comunidade ribeirinha na pesquisa em biologia e na</p><p>pesquisa em ciências sociais?</p><p></p><p>As	áreas	de	estudo	científico	consideram	as	transformações	ocor-</p><p>ridas ao longo da história por meio de enfoques e metodologias dife-</p><p>rentes.	O	conhecimento	científico	produzido	pelas	ciências	humanas,</p><p>consolidado no século XX, envolve a problemática do estudo de uma</p><p>rea lidade na qual estamos inseridos. Como não é possível traduzir a</p><p>complexidade do objeto principal de estudo desta área, o ser humano,</p><p>em dados mensuráveis numericamente, outras formas de pesquisa</p><p>buscaram abarcar a problemática que envolve essa área do conheci-</p><p>mento.	As	definições	metodológicas,	neste	sentido,	estabelecem	uma</p><p>relação direta com o conjunto de atividades desenvolvidas que com-</p><p>põem o percurso realizado pelo(a) pesquisador(a).</p><p>1 Parte de uma ciência que estrutura os métodos aos quais ela própria recorre (HOUAISS; VILLAR; FRANCO,</p><p>2009. p. 1284).</p><p>11Introdução à pesquisa em educação no Brasil</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>No início de sua trajetória, as atividades desenvolvidas pelas ciên-</p><p>cias	humanas	apresentaram	forte	 influência	dos	estudos	positivistas.</p><p>De acordo com Matos e Vieira (2002):</p><p>As ciências humanas estiveram inicialmente muito ligadas às ciên-</p><p>cias	naturais,	baseadas	na	neutralidade	e	na	objetividade	científica,</p><p>já legitimadas e substitutas da religião enquanto explicação sobre</p><p>o mundo e os homens. Pouco a pouco, foram encontrando cami-</p><p>nhos próprios e em maior sintonia com seus objetos de investiga-</p><p>ção – o homem, a sociedade e tudo o mais que lhe diz respeito.</p><p>(MATOS; VIEIRA, 2002, p. 26)</p><p>O positivismo foi a primeira corrente do pensamento sociológico a</p><p>influenciar	diretamente	a	pesquisa	social.	Émilie Durkheim	(1858-1917)</p><p>é um exemplo da perspectiva sociológica positivista francesa. Durkheim</p><p>é o primeiro a propor um método de investigação próprio para a pesqui-</p><p>sa social, descolando esse campo de pesquisa das ciências naturais, ao</p><p>qual era fortemente vinculado.</p><p>A reação à abordagem positivista nas ciências humanas aconteceu</p><p>na Alemanha, no século XX, com a concepção de que os estudos nas</p><p>ciências humanas não poderiam separar pesquisadores e objeto. Essa</p><p>abordagem, denominada interpretativo-idealista, considera que o objeto</p><p>das ciências sociais é a compreensão e a interpretação dos fatos com</p><p>base nas experiências vividas e na forma como os indivíduos a interiori-</p><p>zam (MATOS; VIEIRA, 2002).</p><p>Max Weber (1864-1920) é considerado o precursor da pesquisa in-</p><p>terpretativa.	Para	Weber, é	na	interação	entre os	homens	que	acontece</p><p>a ação social. A base de sua proposta é a investigação sobre as ações</p><p>sociais	praticadas pelos indivíduos.	Weber se	dedica a	analisar,	precisa-</p><p>mente,	o	significado	dessas	ações, buscando	explicar	a	dinâmica	do ca-</p><p>pitalismo e considerando	aspectos	que	não	são	puramente econômicos</p><p>(TOZONI-REIS,	2019).</p><p>12 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.Já	na	fenomenologia, a relação pesquisador-objeto acontece a partir</p><p>de uma abertura do pesquisador ao objeto que se mostra, visando sua</p><p>interpretação. Edmund Gustav Albrech Husserl (1859-1938), considera-</p><p>do o precursor da fenomenologia moderna, expõe o ponto de vista de</p><p>que o pesquisador é o protagonista na visão de mundo que se apresen-</p><p>ta em sua pesquisa. Com base nessa concepção, é possível observar a</p><p>influência	de	René	Descartes	(1596-1650),	que	indicava	o	protagonismo</p><p>do ser humano ao visualizar o mundo..</p><p>Em ruptura com todas as correntes epistemológicas anteriores, o</p><p>materialismo histórico dialético se constitui como uma proposta que</p><p>parte da compreensão do ser humano, com base em uma noção crítica</p><p>de sua realidade, que deve estabelecer como proposta a transformação</p><p>dessa realidade.</p><p>O precursor dessa corrente é Karl Marx (1818-1883), cuja obra im-</p><p>pactou de tal forma o campo da sociologia que ele é considerado um</p><p>dos clássicos desse campo de pesquisa, juntamente a Émilie Durkheim</p><p>e	Max	Weber. A	grande	importância	obtida	por	Karl	Marx	no	campo	das</p><p>pesquisas em ciências humanas está relacionada a sua capacidade de</p><p>identificar as	relações	de	compra	e	venda	de	força	de	trabalho na	so-</p><p>ciedade	capitalista	e a	classe	trabalhadora	como	a	força	revolucionária</p><p>de	nosso	tempo. Sua	teoria	sobre	a	dinâmica	da	sociedade	considera</p><p>principalmente	as	mudanças	econômicas ocorridas na	transição	do	sis-</p><p>tema	feudalista	para	o	capitalista	e	a	identificação	da	burguesia	como</p><p>classe propulsora dessas mudanças (TOZONI-REIS, 2019).</p><p>3 Pesquisa em educação e seus eixos</p><p>epistemológicos</p><p>Alguns desafios estão	presentes	na	pesquisa	educacional.	Um de-</p><p>les	 se	 refere	 à	 possibilidade	 de	modificação	 desses	 sentidos  axioló-</p><p>gicos, epistemológicos e antropológicos pela própria educação das</p><p>13Introdução à pesquisa em educação no Brasil</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>futuras gerações, dado que esse processo educacional é carregado de</p><p>concepções	de	valores	hegemônicos	em	determinada	sociedade.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Axiologia: área de estudo da filosofia voltada à compreensão do que é con-</p><p>siderado bom, estimado e que serve para orientar a ação, não apenas no</p><p>sentido</p><p>ético, mas também no sentido estético e político (ARANHA, 2006).</p><p>Antropologia: área científica que se dedica ao estudo das estruturas ou</p><p>das formas culturais em sua singularidade ou particularidade, isto é,</p><p>como diferentes entre si por seus princípios internos de funcionamento</p><p>e transformação (CHAUÍ, 2000).</p><p></p><p>Com base nos estudos sobre pesquisa educacional realizados até o</p><p>momento,	verificamos	a	relação	intrínseca	entre	as	vertentes	que	nor-</p><p>teiam	o	desenvolvimento	nas	ciências	humanas	na	produção	científica</p><p>sobre	educação,	bem	como	as	 influências	epistemológicas	europeias</p><p>nessas pesquisas.</p><p>Na sequência destacamos os autores representantes das principais</p><p>vertentes	com	ênfase	em	suas	contribuições	específicas	para	as	pes-</p><p>quisas educacionais.</p><p>• Émilie Durkheim: considera a educação um fato social, ou seja,</p><p>ela	é	uma	das	responsáveis	por	realizar o	papel	coercitivo de	ade-</p><p>quação	do	homem	à	sociedade. Em	suas	concepções,	a	escola	é</p><p>o	local	onde	as	crianças	aprendem	a obedecer	às exigências	do</p><p>conjunto	da	sociedade. Por	esse	motivo,	a função	escolar é	for-</p><p>mar cidadãos	integrados à sociedade,	ou	seja,	disciplinados. De</p><p>acordo	com Durkheim, a educação	moral	é	a	primeira	etapa	de</p><p>inserção	 das	 crianças	 na	 vida	 social.  A	 educação  compreendi-</p><p>da como fato	social transmite	as	representações	coletivas	ideais</p><p>e	sentimentos presentes nos	códigos	jurídicos,	poesias,	ditos	po-</p><p>pulares,	entre	outros, em	cada	consciência	individual.</p><p>14 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>. • Max Weber: considera a educação fundamental para transformar</p><p>o	ser	humano	em	um	ser	autônomo	e	politicamente	ligado	à	sua</p><p>nação. Neste	sentido,	a	obra	de	Max	Weber	colabora	para	a	com-</p><p>preensão	da	dinâmica	dos	processos	 educacionais,	 na	medida</p><p>em que busca o sentido das ações dos agentes envolvidos no</p><p>processo educacional, como são orientadas e quais os conheci-</p><p>mentos	ou	conflitos	que	essas	relações	podem	gerar.</p><p>• Karl	Marx:	em	relação	à	educação no	sistema capitalista,	Marx</p><p>afirma	que  esse	 processo	ocorre	 visando	 a  adaptação	dos	 se-</p><p>res	humanos	à  lógica	do	mercado e	a	reprodução	das	relações</p><p>hierárquicas presentes na sociedade. A superação da reprodução</p><p>aconteceria	por meio uma	perspectiva	transformadora da	realida-</p><p>de	social. Neste	sentido, o	conceito	de práxis como unidade na re-</p><p>lação	dialética	entre	teoria	e	prática é	fundamental na	medida	em</p><p>que	propicia	o	aprendizado	por	meio	da	ação.</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>Alguns autores desenvolveram seus estudos de forma a superar a di-</p><p>cotomia entre subjetivismo e objetivismo, por exemplo o autor francês</p><p>Pierre Félix Bourdieu (1930-2002) e os autores da escola de Frankfurt</p><p>Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno (1903-1969) e Herbert Marcuse</p><p>(1898-1979).</p><p></p><p>3.1 As pesquisas em educação no Brasil</p><p>No Brasil, a pesquisa educacional teve início no século XX. Sua im-</p><p>plementação ocorreu na década de 1930. Acompanhe na sequência os</p><p>principais eventos relacionados ao desenvolvimento da pesquisa edu-</p><p>cacional no Brasil.</p><p>• 1940-1950: professores acadêmicos passam a integram centros</p><p>de pesquisa.</p><p>15Introdução à pesquisa em educação no Brasil</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>• 1960: implementação de programas de formação no exterior e</p><p>criação de programas de pós-graduação.</p><p>• 1976: fundação da Associação Nacional de Pesquisa em</p><p>Educação (Anped).</p><p>• 1980:	 conferências	 nacionais	 de	 educação	 e	 intercâmbio	 entre</p><p>pesquisadores (as).</p><p>Em relação a abordagens das pesquisas educacionais no Brasil, te-</p><p>mos os seguintes pontos:</p><p>• 1950:	o	enfoque	psicopedagógico,	as	dificuldades	de	aprendiza-</p><p>gem e as relações entre sistema de ensino e desenvolvimento da</p><p>sociedade brasileira.</p><p>• Década	de	1960:	sob	regime	militar,	a	produção	científica	na	área</p><p>da educação voltou-se à teoria do capital humano, oriunda de teó-</p><p>ricos da escola de Chicago.</p><p>• Década de 1970: com a consolidação dos cursos de pós-gradua-</p><p>ção, houve ampliação das temáticas de estudo e aprimoramento</p><p>metodológico. Nesse período, as pesquisas começam a incorpo-</p><p>rar abordagens críticas, inspiradas em concepções marxistas e</p><p>que defendiam a retomada do regime democrático.</p><p>O desenvolvimento de pesquisas educacionais no Brasil é recente,</p><p>entretanto aconteceu de forma contínua. Atualmente, renomadas ins-</p><p>tituições contam com grupos de pesquisa e observatórios que têm</p><p>contribuído	de	forma	significativa	para	o	desenvolvimento	de	pesquisas</p><p>na área de educação e para a consolidação e internacionalização dos</p><p>programas de pós-graduação. Os (as) pesquisadores (as) têm se de-</p><p>dicado aos mais diversos temas que compõem essa área de estudo e</p><p>contribuído para a formação de professores nos cursos de licenciatura,</p><p>presentes em todo o território brasileiro.</p><p>16 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>Considerações finais</p><p>Neste	capítulo,	foram	abordados	os	significados	dos	principais	ter-</p><p>mos que envolvem a pesquisa educacional. Em seguida, buscou-se des-</p><p>tacar	as	especificidades	da	pesquisa	em	ciências	humanas,	campo	em</p><p>que a pesquisa educacional está inserida. Dessa maneira, foram salien-</p><p>tadas suas principais vertentes epistemológicas: o positivismo, a inter-</p><p>pretativa-idealista, a fenomenologia e o materialismo histórico-dialético.</p><p>Apresentou-se também a compreensão sobre educação na obra de</p><p>alguns autores representantes das vertentes epistemológicas aborda-</p><p>das	na	pesquisa	em	educação.	Ao	final,	foi	possível	conhecer	os	prin-</p><p>cipais eventos relacionados ao desenvolvimento e à consolidação do</p><p>campo de pesquisa educacional no Brasil e as principais temáticas</p><p>abordadas nessa trajetória.</p><p>Referências</p><p>ARANHA,	 Maria	 Lucia	 de	 Arruda.  Filosofia da educação. 3. ed. São Paulo:</p><p>Moderna,	2006.</p><p>CHAUÍ,	Marilena. Convite à filosofia.	São	Paulo:	Ática,	2000.</p><p>HOUAISS,	 Antônio;	 VILLAR,	Mauro	 de	 Salles;	 FRANCO,	 Francisco	Manoel	 de</p><p>Mello. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.	 Rio	 de	 Janeiro:	 Objetiva,</p><p>2009.</p><p>MATOS,	Kalma	Socorro	Lopes	de;	VIEIRA,	Sofia	Lerche.	Pesquisa educacional:</p><p>o prazer de conhecer. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha; UECE, 2001.</p><p>TOZONI-REIS,	 Marília  Freitas	 de	 Campos.  Sociologia:	 o	 estudo	 da	 socieda-</p><p>de. Objetos Educacionais Unesp. 25 maio 2010. São Paulo: Univesp; Unesp.</p><p>Disponível em: https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/168/3/</p><p>01d09t02.pdf. Acesso	em:	20	jul.	2019.</p><p>https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/168/3/01d09t%2002.pdf</p><p>https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/168/3/01d09t%2002.pdf</p><p>17</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Capítulo 2</p><p>Fundamentos</p><p>da investigação</p><p>qualitativa em</p><p>educação</p><p>A pesquisa educacional faz parte de um campo científico subsidia-</p><p>do por diferentes vertentes. Neste capítulo, serão abordadas as dife-</p><p>renças entre pesquisa qualitativa e pesquisa quantitativa, destacando a</p><p>predominância das pesquisas qualitativas</p><p>na área das ciências sociais</p><p>e da educação.</p><p>Em seguida, serão destacados os fundamentos da pesquisa quali-</p><p>tativa e seu desenvolvimento com base em uma perspectiva histórica.</p><p>A pesquisa qualitativa em educação será destacada ao final, a partir da</p><p>definição de educação.</p><p>18 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>1 Pesquisa qualitativa e pesquisa quantitativa</p><p>A pesquisa científica é caracterizada por um conjunto de métodos,</p><p>que se diferem entre as áreas de pesquisa, e pela natureza e por obje-</p><p>tivos do estudo. Trata-se, portanto, da investigação e produção de um</p><p>conhecimento sistematizado. Nas ciências humanas, em especial nas</p><p>ciências sociais e na pesquisa educacional, há predominância das abor-</p><p>dagens qualitativas. Entretanto, existem muitas pesquisas que utilizam</p><p>as abordagens qualitativas juntamente à quantitativa com base em uma</p><p>complementariedade dessas duas abordagens. Acompanhe no quadro</p><p>1 as diferenças entre cada uma.</p><p>Quadro 1 – Comparativo entre a pesquisa qualitativa e quantitativa</p><p>PESQUISA QUALITATIVA PESQUISA QUANTITATIVA</p><p>É caracterizada por uma reflexão contínua, em</p><p>que o pesquisador realiza a análise de forma</p><p>interpretativa, com base em pressupostos teóricos</p><p>e metodológicos estudados durante seu percurso</p><p>acadêmico ou durante as etapas de realização da</p><p>pesquisa.</p><p>É fundamentada na análise de dados numericamente</p><p>mensuráveis; tratam-se de análises que visam</p><p>explicar um fenômeno com base em dados</p><p>estatísticos ou numéricos; a quantidade é o</p><p>fator relevante para a resolução da problemática</p><p>apresentada pela pesquisa.</p><p>A predominância de uma abordagem de pesquisa diz respeito à na-</p><p>tureza dos estudos que fazem parte da área. Durante a realização de</p><p>uma pesquisa, é necessário confronto de dados, evidências, informa-</p><p>ções coletadas e estudo dos conhecimentos teóricos produzidos sobre</p><p>eles. A pesquisa se constitui, portanto, como um momento em que há</p><p>o esforço de uma pessoa ou de um grupo para elaborar conhecimentos</p><p>que servirão para soluções ou reflexões propostas para a problemática</p><p>investigada (LÜDKE; ANDRÉ, 2020).</p><p>Gamboa (2002) destaca que, no presente estágio de desenvolvi-</p><p>mento do conhecimento humano, especialmente na área de ciências</p><p>humanas e na educação, é defensável que se admita e se adote a com-</p><p>plementariedade das abordagens quantitativas e qualitativas com a</p><p>19 Fundamentos da investigação qualitativa em educação</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>finalidade de obter avanços nas pesquisas nessa área. Isso porque es-</p><p>sas abordagens metodológicas devem contribuir para a compreensão</p><p>mais aprofundada dos fenômenos humanos, que são dotados de gran-</p><p>de complexidade e necessitam de pesquisas que abordem uma proble-</p><p>mática por diversos ângulo e múltiplas metodologias.</p><p>2 Fundamentos da pesquisa qualitativa</p><p>De acordo com Flick (2009), a pesquisa qualitativa é de particular</p><p>relevância aos estudos das relações sociais devido ao que o autor de-</p><p>nomina “pluralização das esferas da vida”. Essa pluralização está rela-</p><p>cionada à crescente individualização dos padrões de vida e dos padrões</p><p>biográficos, bem como às desigualdades sociais e à existência de gran-</p><p>de diversidade, estilos e formas de vida. Tais modificações resultaram</p><p>na crescente eliminação do trabalho humano, na produção pelo uso da</p><p>robótica e da informatização, no aumento do desemprego estrutural</p><p>e na intensificação da desintegração social, na demanda por talento e</p><p>capacidades para o desenvolvimento de atividades que exigem mais</p><p>qualificação e no crescimento do setor de serviços, exigindo da educa-</p><p>ção uma formação que atendesse às novas exigências do mercado de</p><p>trabalho (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012).</p><p>Em decorrência dessas transformações, os estudos de abordagem</p><p>qualitativa são justificados, pois os dados quantitativos nem sempre</p><p>permitem uma análise sobre a complexidade das atuais questões so-</p><p>ciais e humanas. As pesquisas qualitativas podem ser dedutiva ou indu-</p><p>tiva, conforme ilustra a figura 1.</p><p>20 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>Figura 1 – Estratégias de pesquisa qualitativa</p><p>As categorias de análise são</p><p>previamente estabelecidas, antes</p><p>do início da análise dos dados</p><p>Dedutiva</p><p>As categorias são selecionadas</p><p>durante o processo de análise, tendo</p><p>em vista os conteúdos considerados</p><p>relevantes que emergem no</p><p>momento da pesquisa</p><p>Indutiva</p><p>Flick (2009) identifica que a pesquisa qualitativa está cada vez mais</p><p>voltada à estratégia indutiva, na medida em que a dedutiva parte de uma</p><p>teoria para testá-la nas análises dos dados e tem encontrado dificulda-</p><p>des pela intensa diferenciação dos objetos. De toda forma, é necessário</p><p>se atentar ao fato de que o método indutivo também é influenciado por</p><p>estudos teóricos anteriores, entretanto, conhecimento e prática são es-</p><p>tudados de forma contextualizada.</p><p>São aspectos essenciais das pesquisas qualitativas:</p><p>• A escolha adequada de métodos e teorias convenientes.</p><p>Flick (2009) aponta que o objeto de estudo é fator determinan-</p><p>te para a escolha do método. Por isso, cada área científica tem</p><p>uma especificidade metodológica, ou seja, para se estabelecerem</p><p>como campo científico, os métodos de pesquisa dessas áreas</p><p>passam a balizar a adequação das ideias e questões para investi-</p><p>gação empírica. Na Antropologia, por exemplo, o método etnográ-</p><p>fico é empregado em uma quantidade substancial de pesquisas;</p><p>mesmo que não seja o único, é um método característico da área.</p><p>Portanto, é fundamental conhecer as metodologias e teorias mais</p><p>frequentes em uma área de pesquisa com vistas à verificação da</p><p>adequação da proposta.</p><p>21 Fundamentos da investigação qualitativa em educação</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>• O reconhecimento e a análise de diferentes perspectivas.</p><p>A pesquisa qualitativa reconhece diferentes perspectivas sobre</p><p>o objeto de pesquisa. Nas pesquisas educacionais, tal fato pode</p><p>ser exemplificado por pesquisas que se utilizam de entrevista</p><p>para verificar a compreensão do entrevistado acerca de uma ca-</p><p>tegoria fundamental para a pesquisa. Em uma pesquisa sobre</p><p>gestão democrática, além de fontes documentais, investiga-se a</p><p>compreensão de professores, servidores, gestores, alunos e a co-</p><p>munidade escolar sobre o conceito de democracia, por exemplo.</p><p>Considera-se que há diferenças de compreensões e práticas, em</p><p>um mesmo campo, devido a diversas perspectivas e contextos</p><p>sociais aos quais se relaciona (FLICK, 2009).</p><p>• As reflexões de pesquisadores a respeito de suas pesquisas são</p><p>parte do processo de produção de conhecimento.</p><p>Os métodos qualitativos são caracterizados também pela comu-</p><p>nicação do pesquisador em campo como parte explícita da pro-</p><p>dução de conhecimento. Neste sentido, tornam-se parte do pro-</p><p>cesso de pesquisa a subjetividade do pesquisador e dos demais</p><p>envolvidos e as reflexões de pesquisadores</p><p>sobre suas próprias</p><p>atitudes e observações durante a pesquisa (FLICK, 2009).</p><p>• A variedade de abordagens e métodos.</p><p>A variedade de abordagens nas pesquisas qualitativas está rela-</p><p>cionada às diferentes linhas de desenvolvimento teórico e meto-</p><p>dológico no decorrer de sua história.</p><p>O histórico da pesquisa qualitativa remonta ao início do século XX.</p><p>Flick (2009) utiliza três escolas teóricas para contar essa história. A pri-</p><p>meira delas é na área da psicologia, que, em 1928, contou com as análi-</p><p>ses de Wilhelm Maximilian Wundt (1832-1920) com base em descrição</p><p>juntamente a métodos experimentais. O segundo destaque, também de</p><p>1928, faz referência à sociologia alemã, que se volta a uma concepção</p><p>22 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>monográfica de ciência a partir de estratégia indutiva, estudos de caso,</p><p>abordagem empírica e estatística. O terceiro exemplo é a sociologia es-</p><p>tadunidense que adotou, neste período, métodos biográficos, estudos</p><p>de casos e métodos descritivos, centrais até a década de 1940.</p><p>Após um período em que as abordagens qualitativas e experimen-</p><p>tais reassumiram papel de destaque, houve um renascimento da pes-</p><p>quisa qualitativa nas ciências sociais e na psicologia. Com base nesse</p><p>breve resumo histórico, podemos compreender o percurso da pesquisa</p><p>qualitativa e sua forte presença nas ciências humanas atualmente.</p><p>3 A pesquisa qualitativa em educação</p><p>São inúmeras as pesquisas que contam com abordagem qualita-</p><p>tiva na área da educação com os mais diversos objetos de pesquisa</p><p>que compõem a complexidade não apenas da instituição escolar, mas</p><p>também da educação como uma característica de nossa sociedade.</p><p>Brandão (2007) define a educação como: “a educação é, como outras,</p><p>uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam e recriam,</p><p>dentre tantas outras invenções de sua cultura, em  sua  sociedade”</p><p>(BRANDÃO, 2007, p. 10).</p><p>Apenas com base nesta definição de Brandão (2007), é possível elen-</p><p>car outras três áreas que estabelecem seus estudos em conjunto à edu-</p><p>cação: a filosofia, que tem sua origem intrínseca aos processos educati-</p><p>vos; a antropologia, que compreende a educação com parte das culturas;</p><p>e a sociologia, que a investiga com base no desenvolvimento da socieda-</p><p>de. Todas essas áreas adotam predominantemente a abordagem qualita-</p><p>tiva em suas pesquisas, seja pelo método de análise bibliográfica, análise</p><p>documental ou etnografia, por exemplo.</p><p>23 Fundamentos da investigação qualitativa em educação</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>Outros termos importantes para as pesquisas na área da educação:</p><p>• Subjetividade: “realidade psíquica, emocional e cognitiva do ser</p><p>humano, passível de manifestar-se simultaneamente nos âmbitos</p><p>individual e coletivo, e comprometida com a apropriação intelectual</p><p>dos objetos externos” (HOUAISS; VILLAR; FRANCO, 2009, p. 1779).</p><p>• Objetividade: “qualidade do que é imparcial, livre de interferência de</p><p>sentimentos, opiniões ou tendências pessoais” (HOUAISS; VILLAR;</p><p>FRANCO, 2009, p. 1371).</p><p></p><p>Considerações finais</p><p>Neste capítulo, foram abordados os conceitos de pesquisa quan-</p><p>titativa e pesquisa qualitativa. A primeira refere-se à análise de dados</p><p>estatísticos, mensuráveis quantitativamente, e à neutralidade de pesqui-</p><p>sadores. Já a pesquisa qualitativa considera os pesquisadores também</p><p>aspectos relevantes da pesquisa, uma vez que são eles quem interpre-</p><p>tarão os dados pesquisados. A predominância da abordagem qualitati-</p><p>va nas pesquisas em ciências sociais e na educação estão relacionadas</p><p>à complexidade dos fenômenos sociais por ela abordados. Decorre des-</p><p>sa compreensão as diversas vertentes teóricas e metodológicas que</p><p>subsidiam a área de pesquisa educacional.</p><p>São características da pesquisa qualitativa a escolha adequada de</p><p>métodos e teorias convenientes; o reconhecimento e a análise de dife-</p><p>rentes perspectivas que fazem parte da pesquisa; as reflexões de pes-</p><p>quisadores a respeito de suas pesquisas como parte do processo de</p><p>produção de conhecimento; e a variedade de abordagens e métodos.</p><p>24 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>Referências</p><p>BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação? São Paulo: Brasiliense, 2007.</p><p>FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. Série Métodos de Pesquisa.</p><p>Porto Alegre: Artmed, 2009.</p><p>GAMBOA, Sílvio Sanches. Quantidade-qualidade: para além de um dualismo</p><p>técnico e de uma dicotomia epistemológica. In: SANTOS FILHO, José Camilo;</p><p>GAMBOA, Sílvio Sanches (org.). Pesquisa educacional: quantidade-qualidade.</p><p>São Paulo: Cortez, 2002.</p><p>HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de</p><p>Mello. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva,</p><p>2009.</p><p>LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra.</p><p>Educação escolar: políticas, estrutura e organização. 10. ed. São Paulo: Cortez,</p><p>2012.</p><p>LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Pesquisa em educa-</p><p>ção: abordagens qualitativas. Temas básicos de educação e ensino. São Paulo:</p><p>EPU, 1986.</p><p>25</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Capítulo 3</p><p>As especificidades</p><p>da pesquisa</p><p>em educação</p><p>A educação é uma área que converge saberes e produz seus pró-</p><p>prios significados com base no estudo das problemáticas atuais, das</p><p>transformações nas relações humanas e dos novos paradigmas. É uma</p><p>área de pesquisa que se inter-relaciona com outras áreas do saber e,</p><p>por esse motivo, há dificuldade na compreensão de sua constituição e</p><p>suas especificidades. A seguir, serão abordados elementos presentes</p><p>no debate sobre pesquisa educacional, sua abrangência e o alcance dos</p><p>trabalhos realizados na área.</p><p>26 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>1 A abrangência das pesquisas sobre</p><p>educação</p><p>A educação, em nossa sociedade, assume diversos significados. A</p><p>expressão “ter educação”, geralmente, é associada a um aspecto posi-</p><p>tivo. Essa educação pode ser ofertada formalmente pelas instituições</p><p>de ensino ou estar presente em aprendizados que ocorrem em outros</p><p>meios de convívio social. Em decorrência disso, são diversas as possi-</p><p>bilidades para o desenvolvimento da pesquisa educacional.</p><p>Podemos ter uma noção da abrangência dos estudos sobre edu-</p><p>cação se considerarmos, por exemplo, a estrutura das universidades,</p><p>compostas por complexas atividades de ensino, pesquisa e extensão.</p><p>De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional</p><p>(LDB), Lei nº 9.394, de</p><p>1996, em seu artigo 43, as finalidades do ensino</p><p>superior estão relacionadas ao estímulo à criação cultural, ao desenvol-</p><p>vimento do espírito científico, ao pensamento reflexivo e à formação em</p><p>diferentes áreas do conhecimento, visando inserção em setores profis-</p><p>sionais, colaborando na sua formação continuada e desenvolvendo a</p><p>sociedade por meio da ciência e tecnologia.</p><p>Com o intuito de pensar a realidade, a pesquisa aparece, ou de-</p><p>veria aparecer, ligada ao ensino e à extensão, pois a atividade de</p><p>ensino além de refletir sobre o que é/foi investigado, apresenta</p><p>novas questões, proporcionando debates e, ao mesmo tempo,</p><p>atualizando-se com a dinâmica crescente das produções (MA-</p><p>TOS; VIEIRA, 2001, p. 22)</p><p>Portanto, as atividades no ensino superior envolvem o ensino na</p><p>medida em que as universidades são instituições formadoras de no-</p><p>vos profissionais. No caso da Educação, é comum que o ensino seja</p><p>abordado em cursos de Licenciatura, que formam profissionais para a</p><p>docência. A pesquisa, que promove a produção do conhecimento cien-</p><p>tífico em diversas áreas e que apoia as atividades de ensino, possibilita</p><p>27 As especificidades da pesquisa na área de Educação: problemas e desafios</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>mais imersão do profissional na área estudada, além do arejamento ne-</p><p>cessário para abranger questões atuais relacionadas a sua especialidade.</p><p>E, por fim, a extensão, aberta à participação da população, visando à difu-</p><p>são das conquistas e dos benefícios resultantes da criação cultural e da</p><p>pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição (BRASIL, 1996).</p><p>PARA PENSAR</p><p>É possível se dedicar a estudos na área de educação, com fundamenta-</p><p>ção histórica, buscando os elementos históricos que auxiliem a explica-</p><p>ção das modificações das estruturas físicas das instituições escolares.</p><p>É também possível analisar, com base em estudos filosóficos, quais as</p><p>modificações nas perspectivas pedagógicas e em suas bases filosófi-</p><p>cas. Outro exemplo é possível se pensarmos em uma pesquisa que bus-</p><p>que compreender as dificuldades de aprendizagem de estudantes nas</p><p>disciplinas de química, por exemplo.</p><p></p><p>A Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação</p><p>(Anped) tem como objetivo fortalecer e promover a consolidação e o</p><p>aperfeiçoamento das pesquisas em educação por meio do fortalecimen-</p><p>to e promoção dos cursos de pós-graduação stricto sensu.1 A associação</p><p>conta com 23 Grupos de Trabalho (GTs), cuja função é reunir e sociali-</p><p>zar conhecimentos produzidos por pesquisadores na área da educação</p><p>(ANPED, [s.d.]b). Esses grupos são responsáveis por aprofundar o debate</p><p>de suas temáticas específicas e organizar as atividades acadêmicas das</p><p>reuniões científicas nacionais da associação. É importante destacar que</p><p>cada GT são grupos de pesquisa que estudam as diferentes interfaces da</p><p>Educação, exemplificando como a área é abrangente.</p><p>1 Nos programas de pós-graduação, essa nomenclatura é utilizada para se referir a pesquisas de mestrado</p><p>e doutorado.</p><p>28 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>Na sequência estão relacionadas as áreas de cada Grupo de Trabalho</p><p>da Anped (ANPED, [s.d.]a)2.</p><p>• GT02 – História da Educação</p><p>• GT03 – Movimentos sociais, sujeitos e processos educativos</p><p>• GT04 – Didática</p><p>• GT05 – Estado e Política Educacional</p><p>• GT06 – Educação Popular</p><p>• GT07 – Educação de Crianças de 0 a 6 anos</p><p>• GT08 – Formação de Professores</p><p>• GT09 – Trabalho e Educação</p><p>• GT10 – Alfabetização, Leitura e Escrita</p><p>• GT11 – Política da Educação Superior</p><p>• GT12 – Currículo</p><p>• GT13 – Educação Fundamental</p><p>• GT14 – Sociologia da Educação</p><p>• GT15 – Educação Especial</p><p>• GT16 – Educação e Comunicação</p><p>• GT17 – Filosofia da Educação</p><p>• GT18 – Educação de Pessoas Jovens e Adultas</p><p>• GT19 – Educação Matemática</p><p>2 Verifique que são 23 Grupos de trabalho a iniciar pelo GT de número 2.</p><p>29 As especificidades da pesquisa na área de Educação: problemas e desafios</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>• GT20 – Psicologia da Educação</p><p>• GT21 – Educação e Relações Étnico-Raciais</p><p>• GT22 – Educação Ambiental</p><p>• GT23 – Gênero, Sexualidade e Educação</p><p>• GT24 – Educação e Arte</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>A Anped promove reuniões nacionais e regionais, que se constituíram</p><p>com um espaço permanente de debate para professores, pesquisado-</p><p>res e gestores da educação. Durante esses encontros há intercâmbio</p><p>entre profissionais de diferentes instituições, destacando-se pela pro-</p><p>dução e divulgação de conhecimento. No site da Anped, é possível en-</p><p>contrar inúmeras informações a respeito do histórico da associação e</p><p>informações sobre os Grupos de Trabalho (ANPED, [s.d.]b).</p><p></p><p>É importante considerar que as pesquisas educacionais podem es-</p><p>tar voltadas ao estudo de elementos da educação formal, que envolve</p><p>processos sistematizados de ensino-aprendizagem. Em contextos em</p><p>que se estuda a educação como direito, cabem também pesquisas so-</p><p>bre as políticas públicas educacionais.</p><p>Entretanto, a educação não se apresenta unicamente nas institui-</p><p>ções. É possível verificar processos educativos em expressões cultu-</p><p>rais, por exemplo, e essas práticas também podem compor os temas</p><p>de pesquisa educacional.</p><p>Em relação às pesquisas que envolvem aspectos culturais, há de se</p><p>considerar também os debates atuais  do campo da Antropologia da</p><p>Educação, que versam sobre a problematização da interação entre di-</p><p>ferentes culturas no ambiente escolar. Isso porque na escola há o pre-</p><p>domínio de uma concepção de ensino e aprendizagem que, mesmo</p><p>30 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>quando se pretende includente, esbarra nas concepções hegemônicas</p><p>sobre o conhecimento e o processo de ensino e aprendizagem. As con-</p><p>cepções hegemônicas são aquelas utilizadas de forma recorrente e que</p><p>considera apenas uma forma de ensinar e aprender.</p><p>Ao refletir sobre esses aspectos fora da instituição escolar, podemos</p><p>verificar que há poucos estudos que se dedicam a analisar as concep-</p><p>ções de ensino e aprendizagem como aspectos culturais de um povo ou</p><p>de uma comunidade. Tassinari (2008) afirma que há um vazio na etno-</p><p>logia sobre processos nativos de ensino e aprendizagem e sugere ainda</p><p>que essa lacuna pode ser explicada pela noção de educação que se cons-</p><p>truiu na cultura ocidental, excessivamente centrada no ambiente escolar.</p><p>2 Problemas e desafios da pesquisa</p><p>educacional</p><p>Charlot (2006) apresenta a problemática que envolve a pesquisa</p><p>educacional, argumentando que há uma dificuldade em se compreen-</p><p>der a Educação como um campo de pesquisa com questões específi-</p><p>cas. Essa falta de compreensão decorre da pluralidade de áreas que</p><p>compõem as pesquisas educacionais, como, por exemplo,</p><p>a Sociologia</p><p>e a Psicologia.</p><p>Portanto, por definição, é uma disciplina epistemologicamente</p><p>fraca: mal definida, de fronteiras tênues, de conceitos fluidos. Ela</p><p>não tem e jamais terá a aparente pureza e clareza da sociologia ou</p><p>da psicologia. Quem desenvolve pesquisas na área da educação</p><p>é sempre um pouco suspeito, e com frequência obrigado a justi-</p><p>ficar-se, com relação a questões como: “O que é exatamente esta</p><p>pesquisa? É de psicologia, de sociologia, é o quê?”. Mas, também</p><p>por definição, é uma disciplina capaz de afrontar a complexidade</p><p>e as contradições características da contemporaneidade. Quem</p><p>deseja estudar um fenômeno complexo não pode ter um discurso</p><p>simples, unidimensional (CHARLOT, 2006, p. 9)</p><p>31 As especificidades da pesquisa na área de Educação: problemas e desafios</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Existe, até os dias de hoje, uma dificuldade na compreensão das</p><p>ciências da educação, concebidas, por vezes, como um conglomerado</p><p>de áreas do saber que guardam em comum um objeto específico: a edu-</p><p>cação. Entretanto, essa falta de demarcação precisa é também consi-</p><p>derada por Charlot (2006) uma potencialidade de vencer os desafios da</p><p>contemporaneidade, que exigem pluridimensionalidade ao se dedicar</p><p>a um problema de pesquisa, haja vista as propostas de estudos trans-</p><p>disciplinares que visam romper com uma estrutura demasiadamente</p><p>segmentada.</p><p>Ora, à medida que avançam os estudos da educação, mais eviden-</p><p>te se torna seu caráter de fluidez dinâmica, de mudança natural a</p><p>todo o ser vivo. E mais claramente se nota a necessidade de mé-</p><p>todos de pesquisa que atentem a seu caráter dinâmico. (LÜDKE;</p><p>ANDRÉ, 2020, p. 6)</p><p>Ainda assim, é possível estabelecer as especificidades da pesqui-</p><p>sa sobre educação. Essa especificidade pode ser definida, de acordo</p><p>com Charlot (2006), como um triplo processo que opera em articulação.</p><p>Esse processo envolve humanização, socialização e entrada em uma</p><p>cultura. Pode ser atribuída ênfase a um desses processos, por exem-</p><p>plo; dentro do processo educacional, entretanto, esses elementos são</p><p>indissociáveis.</p><p>Considerações finais</p><p>Os problemas e desafios da pesquisa educacional estão relaciona-</p><p>dos à compreensão de que a educação está inserida nas relações hu-</p><p>manas e sociais, o que permite que seja objeto de estudo de diversas</p><p>áreas do saber. É possível se dedicar a estudos que envolvam aspec-</p><p>tos da educação formal, bem como concebê-la como parte integrante</p><p>das culturas de diversos povos. São diversas as possibilidades que in-</p><p>citam nossa curiosidade e nos propõem desafios metodológicos. Tais</p><p>32 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>características estão presentes em um campo de pesquisa que nos pro-</p><p>porciona cada vez mais intercâmbio de conhecimentos.</p><p>Referências</p><p>ANPED – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação.</p><p>Grupos de trabalho. Anped. [s.d.]a. Disponível em: https://anped.org.br/grupos-</p><p>-de-trabalho. Acesso em: 8 mar. 2021.</p><p>ANPED – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação.</p><p>Sobre Anped. Anped. [s.d.]b. Disponível em: https://anped.org.br/sobre-anped.</p><p>Acesso em: 10 mar. 2021.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece Diretrizes e Bases</p><p>da Educação Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,</p><p>Brasília: Poder Executivo. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/</p><p>ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 10 mar. 2021.</p><p>CHARLOT, Bernard. A pesquisa educacional entre conhecimentos, políticas e</p><p>práticas: especificidades e desafios de uma área de saber. Revista Brasileira</p><p>de Educação, v. 11, n. 31, jan./abr. 2006.</p><p>LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Pesquisa em educa-</p><p>ção: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 2020.</p><p>MATOS, Kalma Socorro Lopes de; VIEIRA, Sofia Lerche. Pesquisa educacional:</p><p>o prazer de conhecer. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha; UECE, 2001.</p><p>TASSINARI, Antonella. A educação escolar indígena no contexto da antropolo-</p><p>gia. Revista de Antropologia. Florianópolis: UFSC, 2008. Disponível em: https://</p><p>periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/viewFile/16328/14871. Acesso em: 9</p><p>ago. 2019.</p><p>http://www.planalto.gov.br</p><p>https://anped.org.br/sobre-anped</p><p>https://anped.org.br/grupos</p><p>33</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>Capítulo 4</p><p>Diferentes</p><p>abordagens</p><p>da pesquisa</p><p>em educação</p><p>A pesquisa educacional é um campo que conta com diversas pos-</p><p>sibilidades de abordagens teóricas e metodológicas, bem como de</p><p>temas e objetos de pesquisa. Neste capítulo, serão apresentadas a</p><p>pesquisa etnográfica, o estudo de caso e a pesquisa quantitativa com</p><p>base em suas especificidades e possíveis contribuições para os estu-</p><p>dos sobre educação.</p><p>34 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>1 A pesquisa etnográfica</p><p>Desde a década de 1970, a pesquisa etnográfica vem sendo adotada</p><p>na área da educação. Amplamente utilizada nas áreas de Antropologia</p><p>e Sociologia, esse método ganhou espaço na pesquisa educacional e</p><p>assumiu as especificidades da área.</p><p>Angrosino (2009) afirma que o significado da palavra etnografia é,</p><p>precisamente, a descrição de um povo. Neste sentido, o termo remete a</p><p>um tipo de pesquisa que tem caráter coletivo, e não individual. Por esse</p><p>motivo, a proposta de pesquisa etnográfica está relacionada ao estudo</p><p>de comunidades ou sociedades. Para a pesquisa educacional, o método</p><p>tem fundamental relevância na medida em que compreende a educa-</p><p>ção em seu aspecto cultural, ou seja, abrange a concepção de educação</p><p>em seu aspecto amplo e diferenciado, enraizado nas práticas culturais</p><p>das comunidades. “A etnografia é a arte e a ciência de descrever um</p><p>grupo humano, suas instituições, seus comportamentos interpessoais,</p><p>suas produções materiais e crenças” (ANGROSINO, 2009, p. 30).</p><p>Bronisław  Malinowski (1884-1942) foi um dos primeiros autores a</p><p>delimitar e organizar a pesquisa etnográfica. O antropólogo afirma que</p><p>a teoria etnográfica tem o papel de fornecer um vocabulário que expres-</p><p>se o papel da cultura na vida humana (MATOS; VIEIRA, 2001). Como o</p><p>propósito da pesquisa etnográfica é investigar grupos humanos, suas</p><p>instituições, seus comportamentos, suas produções e crenças, dentre</p><p>outros, é um método caracterizado pela pesquisa de campo que envol-</p><p>ve a observação participante do pesquisador.</p><p>Lüdke e André (1986), a respeito das pesquisas etnográficas, des-</p><p>tacam que não é apropriado denominar etnográfica toda pesquisa que</p><p>conta com observação participante, pois seu significado está relaciona-</p><p>do à busca da compreensão de um sistema de significados culturais de</p><p>determinado grupo.</p><p>35 Diferentes abordagens da pesquisa na área de Educação:</p><p>pesquisa etnográfica, estudo de caso e pesquisa quantitativa</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da</p><p>Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>São aspectos importantes da pesquisa etnográfica:</p><p>• observação cuidadosa de comportamentos vividos e entrevistas</p><p>detalhadas com pessoas da comunidade em estudo;</p><p>• atenção aos processos que envolvem a pesquisa de campo,</p><p>como o acesso ao campo e a forma como se estabelecem os</p><p>contatos (ANGROSINO, 2009).</p><p>De acordo com Angrosino (2009), a pesquisa etnográfica é feita no</p><p>próprio local (in loco), e o papel do(a) pesquisador(a), o(a) etnógrafo(a),</p><p>na medida do possível, é participar subjetivamente da vida daqueles que</p><p>estão sendo estudados.</p><p>De acordo com Lüdke e André (1986), os elementos que caracteri-</p><p>zam a pesquisa educacional etnográfica são:</p><p>• Flexibilidade em relação ao problema investigado: por se tratar de</p><p>uma pesquisa que busca conhecer a cultura e os modos de vida</p><p>de determinado grupo, é importante que a pesquisa não tenha</p><p>hipóteses fechadas e esteja aberta ao que pode ser encontrado</p><p>ao longo da investigação.</p><p>• A maior parte da pesquisa de campo deve ser realizada pessoal-</p><p>mente: é importante que o(a) pesquisador(a) tenha contato com</p><p>os participantes da pesquisa de forma a buscar compreender o</p><p>significado de determinadas práticas e sua relação com a cultu-</p><p>ra local.</p><p>• Duração de pelo menos um ano escolar: quando a intenção é in-</p><p>vestigar um contexto escolar, é importante que a pesquisa tenha</p><p>duração de pelo menos um ano letivo, o que permitirá ao(à) pes-</p><p>quisador(a) melhor acompanhamento da problemática estudada.</p><p>• Experiência do(a) pesquisador(a) com outros povos: é determi-</p><p>nante que o(a) pesquisador(a) tenha experiência em pesquisas</p><p>com outros povos ou uma perspectiva aberta em relação às</p><p>36 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>diferentes formas de compreensão que emergem das diferentes</p><p>culturas.</p><p>• Consideração sobre a pluralidade de métodos de pesquisa que</p><p>compõem a pesquisa etnográfica: a pesquisa etnográfica pode</p><p>contar com diversos métodos, além da observação participante:</p><p>entrevistas, análise documental, dentre outros, e o(a) pesquisa-</p><p>dor(a) deve estudar e compreender a forma de implementação</p><p>adequada desses métodos.</p><p>• A quantidade de dados primários presentes no relatório etnográ-</p><p>fico: considera-se dados primários o material produzido pelos</p><p>informantes.</p><p>As pesquisa etnográfica geralmente envolve as fases detalhadas</p><p>na figura 3.</p><p>Figura 3 – Fases da pesquisa etnográfica</p><p>Etapa 3Etapa 1 Etapa 2</p><p>• Tentativa por parte do(a)</p><p>pesquisador(a) de</p><p>encontrar os princípios que</p><p>fazem parte do fenômeno</p><p>estudado e situá-los em</p><p>um contexto mais amplo,</p><p>o que envolve o</p><p>desenvolvimento</p><p>de teorias.</p><p>• Seleção e definição de</p><p>problemas, escolha do local de</p><p>pesquisa e estabelecimento do</p><p>primeiro contato para a realização</p><p>do trabalho de campo.</p><p>• Formulação de algumas</p><p>questões relevantes, permitindo a</p><p>elaboração de algumas hipóteses,</p><p>que podem ser redefinidas no</p><p>decorrer da pesquisa.</p><p>• Busca sistemática</p><p>do(a) pesquisador(a)</p><p>pelos dados</p><p>considerados</p><p>mais relevantes.</p><p>Fonte: adaptado de Lüdke e André (1986).</p><p>O papel do(a) observador(a) é um dos grandes desafios da aborda-</p><p>gem etnográfica por tratar-se de uma tarefa de grande complexidade</p><p>(LÜDKE; ANDRÉ, 1986). É necessário que o(a) pesquisador(a) tenha</p><p>37 Diferentes abordagens da pesquisa na área de Educação:</p><p>pesquisa etnográfica, estudo de caso e pesquisa quantitativa</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>qualidades pessoais que possibilitem sua relação com o grupo pesqui-</p><p>sado, tome decisões quanto à forma de análise dos dados e selecione</p><p>conteúdos que serão abordados no relatório final, atividade sempre difí-</p><p>cil, pois implica necessariamente em um recorte da experiência vivida.</p><p>1.1 Exemplo de pesquisa etnográfica</p><p>Para conhecer como uma pesquisa educacional etnográfica é rea-</p><p>lizada na prática, conheça o estudo de Cohn (2005). Trata-se de uma</p><p>pesquisa sobre as experiências de educação indígena no Brasil. Nesse</p><p>estudo, observe que a autora indica que, desde a década de 1970, expe-</p><p>riências de educação indígena diferenciadas têm se efetivado no Brasil.</p><p>Com a Constituição de 1988 e as legislações específicas que a seguem,</p><p>a educação escolar indígena tem se constituído como uma educação</p><p>diferenciada, bilíngue e intercultural, uma reconhecida conquista das</p><p>políticas indígenas e indigenistas e da efetivação da cidadania para os</p><p>povos originários do Brasil. Entretanto, esse modelo tem sido implanta-</p><p>do de forma desigual no território nacional.</p><p>Cohn (2005) caracteriza o Xikrin como povo indígena de língua Jê,</p><p>habitante do sudoeste do Pará que vivenciou diversos modelos de edu-</p><p>cação escolar, dos quais poucos se aproximam eficazmente do modelo</p><p>contemporâneo e constitucional.</p><p>A pesquisa que a antropóloga se propôs a realizar tem como base</p><p>as observações em campo e a experiência de alguns projetos pedagó-</p><p>gicos entre os Xikrin, propondo-se a pensar as razões de sua adesão, a</p><p>inserção das crianças na disciplina escolar, as condições do trabalho</p><p>pedagógico e as possibilidades de comunicação intercultural nesse pro-</p><p>cesso. Nesse sentido, o caso Xikrin permite dar nova luz ao debate atual</p><p>sobre a educação intercultural e às expectativas dos povos indígenas</p><p>sobre o aprendizado da cultura que os rodeia e sobre suas crianças e</p><p>seu futuro (COHN, 2005).</p><p>38 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>2 O estudo de caso</p><p>O estudo de caso é uma abordagem de pesquisa frequentemen-</p><p>te utilizada na área de educação. Esse estudo remete a um tipo de</p><p>pesquisa que utiliza como fonte um caso específico. Entende-se caso</p><p>como uma situação ou estado que não pode ser generalizado por</p><p>conter aspectos específicos sobre o lugar, a situação e as pessoas</p><p>envolvidas.</p><p>De acordo com Lüdke e André (1986), o caso é sempre bem delimita-</p><p>do e seus contornos são claramente definidos durante o estudo. Nesse</p><p>sentido, o foco da pesquisa é voltado para aquilo que o caso apesen-</p><p>ta, destacando sua singularidade. Essa abordagem pode ser utilizada</p><p>quando o(a) pesquisador(a) quer estudar um evento específico.</p><p>O estudo de caso geralmente é desenvolvido como pesquisa quali-</p><p>tativa em que se analisa, por exemplo, determinada escola inovadora</p><p>em uma área rural, um estudo sobre o programa educacional desenvol-</p><p>vido em determinada instituição ou um método de alfabetização para</p><p>jovens e adultos. Existem também estudos de caso quantitativos que</p><p>envolvem dados estatísticos, como uma análise dos dados de evasão</p><p>escolar em uma cidade, por exemplo.</p><p>Os estudos de caso, de acordo com a abordagem adotada, caracte-</p><p>rizam-se pelos seguintes aspectos:</p><p>• Abordagem qualitativa:</p><p>◦ são estudos que visam uma descoberta;</p><p>◦ a ênfase é na interpretação em contexto;</p><p>◦ a busca por retratar a realidade é de forma completa e profunda;</p><p>◦ há variedade das fontes de informação;</p><p>◦ revelam experiências e permitem generalizações naturalísticas.</p><p>39 Diferentes abordagens da pesquisa na área de Educação:</p><p>pesquisa etnográfica, estudo de caso e pesquisa quantitativa</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>• Abordagem quantitativa:</p><p>◦ são estudos que visam demonstrar dados de um caso</p><p>específico;</p><p>◦ há ênfase na interpretação de dados quantitativos, como grá-</p><p>ficos, estatísticas e porcentagens;</p><p>◦ utilizam métodos próprios de pesquisa das abordagens quan-</p><p>titativas, como o survey, por exemplo;</p><p>◦ utilizam linguagem e forma mais visual.</p><p>O desenvolvimento de um estudo de caso caracteriza-se por três</p><p>fases, segundo demonstra a figura 4.</p><p>Figura 4 – Fases de um estudo de caso</p><p>3ª fase</p><p>Análise sistemática e</p><p>elaboração do relatório</p><p>1ª fase</p><p>Exploratória</p><p>2ª fase</p><p>Delimitação do estudo</p><p>• O(a) pesquisador(a)</p><p>procede a coleta</p><p>sistemática das</p><p>informações, visando definir</p><p>o contexto da pesquisa.</p><p>Os instrumentos utilizados</p><p>nesta etapa podem ser mais</p><p>ou menos estruturados a</p><p>depender do objeto</p><p>de pesquisa.</p><p>• Inicia-se por um plano,</p><p>que passa a ter forma mais</p><p>definida com o desenrolar</p><p>da pesquisa. À medida em</p><p>que a pesquisa se</p><p>desenvolve, as questões vão</p><p>sendo reformuladas,</p><p>explicadas ou abandonadas</p><p>de acordo com sua</p><p>relevância para a</p><p>situação estudada.</p><p>• Formatação dos dados de</p><p>pesquisa tendo em vista sua</p><p>divulgação, que pode</p><p>abordar determinado relato</p><p>de um caso estudado,</p><p>registro de observação,</p><p>slides com exposição</p><p>sistematizada ou ainda</p><p>a transcrição de uma</p><p>entrevista.</p><p>Fonte: adaptado de Lüdke e André (1986).</p><p>40 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>2.1 Exemplo de pesquisa com estudo de caso</p><p>A pesquisa de Vilarinho (2012) é um exemplo de estudo de caso que</p><p>envolveu a análise crítica sobre a implementação de um projeto político</p><p>de educação pré-escolar em Portugal, entre 1995 e 2010. A pesquisa vi-</p><p>sou o estudo, em particular, da emergência de novo padrão de governan-</p><p>ça deste nível de educação e seus efeitos na promoção da igualdade de</p><p>oportunidades de acesso das crianças a uma educação de qualidade.</p><p>Vilarinho (2012) buscou identificar e problematizar os alicerces da</p><p>construção do novo projeto da Educação Pré-Escolar, os seus grandes</p><p>eixos legitimadores e os papéis que o Estado e o terceiro setor foram as-</p><p>sumindo na sua implementação, inserida em uma conjuntura nacional</p><p>e transnacional em que são visíveis as crescentes influências dos pro-</p><p>cessos de globalização e transnacionalização, com repercussões nas</p><p>políticas educativas e nos direitos das crianças à educação.</p><p>Para essa finalidade, utilizou-se de um quadro teórico de análise e</p><p>problematização do objeto da investigação da Política Educativa e da</p><p>Sociologia da Infância e Educação. A partir de um estudo de caso, cen-</p><p>trado na análise da implementação da componente de apoio à família</p><p>em jardins de infância públicos, concluiu-se que houve uma melhoria</p><p>na expansão da oferta educativa, contudo verificaram-se problemas na</p><p>implementação do novo modelo e foram criados novos obstáculos à</p><p>igualdade de acesso das crianças à educação (VILARINHO, 2012).</p><p>3 A pesquisa quantitativa</p><p>A pesquisa quantitativa, menos frequente na área da educação, é</p><p>utilizada muitas vezes juntamente à abordagem qualitativa. Por ser um</p><p>tipo de pesquisa que visa demonstrar numericamente dados relaciona-</p><p>dos ao objeto de pesquisa, sua importância está ligada à demonstração</p><p>ou confirmação de tendências.</p><p>41 Diferentes abordagens da pesquisa na área de Educação:</p><p>pesquisa etnográfica, estudo de caso e pesquisa quantitativa</p><p>M</p><p>aterial para uso exclusivo de aluno m</p><p>atriculado em</p><p>curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com</p><p>partilham</p><p>ento digital, sob as penas da Lei. ©</p><p>Editora Senac São Paulo.</p><p>PARA PENSAR</p><p>Considerando como problemática a evasão de estudantes da Educa-</p><p>ção de Jovens e Adultos (EJA) em três turmas diferentes da mesma</p><p>instituição escolar, uma pesquisa de abordagem quantitativa buscaria</p><p>identificar o número de estudantes que evadiram em cada uma delas e</p><p>poderia estabelecer uma comparação numérica entre outras escolas da</p><p>região. Em um espectro mais amplo, é possível estabelecer números em</p><p>âmbito nacional e em diferentes regiões do país.</p><p></p><p>É possível utilizar o survey como instrumento da pesquisa quanti-</p><p>tativa. Trata-se de uma pesquisa de opinião pública que pode avaliar a</p><p>satisfação de usuários, os graus de conhecimento, o levantamento de</p><p>opiniões, dentre outras (MATOS; VIEIRA, 2001). Esse tipo de pesquisa é</p><p>utilizado por empresas e, também, por diversas áreas do conhecimento,</p><p>como as ciências políticas e sociais. Os dados são coletados por meio</p><p>de questionários que podem ser realizados por meio de entrevistas pre-</p><p>senciais, por correio ou digitalmente.</p><p>Outro método de pesquisa qualitativa é o levantamento de dados.</p><p>De acordo com Matos e Vieira (2001), esse tipo de pesquisa é útil para</p><p>estudos exploratórios e descritivos. O levantamento pode ser de dois</p><p>tipos: por amostragem ou por população. Em ambos há utilização de</p><p>questionários ou entrevista.</p><p>Essas pesquisas resultam em dados que podem ser analisados de</p><p>forma estatística. Um exemplo desse tipo de estudo é aquele realiza-</p><p>do pelo Observatório do Plano Nacional de Educação (PNE, [s.d.]), que</p><p>acompanha as metas estabelecidas pelo plano e auxilia na elaboração</p><p>de políticas educacionais. O PNE, Lei no 13.005/14, faz parte de medi-</p><p>das que visam regulamentar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação</p><p>Nacional (LDB), de 1996, juntamente aos mecanismos de financia-</p><p>mento da educação, o Fundo Nacional de desenvolvimento da educa-</p><p>ção básica (Fundeb) e um conjunto de ações agrupadas no Plano de</p><p>Desenvolvimento da Educação (PDE).</p><p>42 Pesquisa Educacional M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>3.1 Exemplo de pesquisa quantitativa</p><p>O Anuário Brasileiro da Educação Básica, desenvolvido pelo movi-</p><p>mento Todos pela Educação em parceria com a editora Moderna, é um</p><p>exemplo de pesquisa quantitativa na área da educação. O documento</p><p>traz dados, que são atualizados anualmente e auxiliam na elaboração</p><p>de políticas educacionais. Grande parte dos dados expostos no anuário</p><p>é oriunda do Censo Escolar.</p><p>O Censo Escolar é um instrumento de coleta de dados da educa-</p><p>ção básica e a pesquisa estatística mais importante sobre educação no</p><p>Brasil. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio</p><p>Teixeira (Inep) é responsável pela coordenação do Censo Escolar, conta</p><p>com a colaboração de secretarias de educação estaduais e municipais</p><p>e abrange as diferentes etapas da educação básica (Educação Infantil,</p><p>Ensino Fundamental e Ensino Médio) e profissional.</p><p>Outro exemplo é a pesquisa realizada por Gatti (2004), que analisou</p><p>os estudos em educação realizados no Brasil nas últimas três décadas</p><p>utilizando abordagens quantitativas. Os trabalhos foram selecionados</p><p>com base em um levantamento em todos os números publicados desde</p><p>1970 dos seguintes periódicos: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos</p>

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