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HOTELARIA, 
HOSPITALIDADE 
E HUMANIZAÇÃO
Karen Cardoso
Arquitetura em 
saúde e a RDC 50
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir os principais conceitos relacionados à arquitetura hospitalar.
  Reconhecer a legislação vigente a respeito de arquitetura para serviços 
de saúde, destacando a RDC 50.
  Identificar a relação da arquitetura hospitalar e da hospitalidade com 
a humanização do atendimento à saúde.
Introdução
Neste capítulo, você vai conhecer aspectos importantes sobre a arquite-
tura hospitalar e seus principais conceitos. Os aspectos conceituais vão 
ajudar você a compreender quais são as bases teóricas da arquitetura 
hospitalar e sua aplicação nos estabelecimentos de saúde.
A arquitetura hospitalar segue uma regulamentação estrita, que define 
como deve ser a operacionalização de ambiência humanizada nos espaços. 
Além disso, é preciso estabelecer também a conexão entre os conceitos, 
a prática e a regulamentação, pois o equilíbrio desses fatores mostra a 
necessidade de refletir sobre a influência dos espaços com foco nas pessoas.
1 Conceitos relacionados à arquitetura 
hospitalar 
O hospital é uma estrutura complexa, que demanda o esforço de planejamento 
em um projeto arquitetônico. Para Góes (2011, p. 47), o hospital é um edi-
fício que contém múltiplas funções onde ocorrem inter-relações entre a alta 
tecnologia e processos especializados e complexos de cuidado e de atuação 
profi ssional. Dessa forma, o hospital possui características industriais devido 
aos serviços e produtos complementares que compõem o complexo hospitalar, 
como lavanderia, nutrição, transportes, entre outros. 
Nesse cenário multifacetado, é importante refletir sobre as mudanças que 
foram ocorrendo nos conceitos e na forma de conceber projetos de arquitetura 
hospitalar, além do processo de humanização, que era inexistente, mas hoje é 
prioritário em projetos centralizados nas pessoas, como é o caso do hospital. 
Assim, o conceito de hospital evoluiu, direcionando todo o seu processo de 
assistência e a sua estrutura para o paciente e para as pessoas que trabalham 
nessas estruturas.
A arquitetura é definida pela RDC 50, em seu anexo, observando uma 
série de aspectos:
Consiste na definição gráfica do partido arquitetônico, através de plantas, 
cortes e fachadas (opcional) em escala livre e que contenham graficamente:
– a implantação da edificação ou conjunto de edificações e seu relacionamento 
com o local escolhido;
– acessos, estacionamentos e outros - e expansões possíveis;
– a explicitação do sistema construtivo que serão empregados;
– os esquemas de zoneamento do conjunto de atividades, as circulações e 
organização volumétrica.
– o número de edificações, suas destinações e locações aproximadas;
– o número de pavimentos;
– os esquemas de infraestrutura de serviços;
– o atendimento às normas e índices de ocupação do solo (AGÊNCIA NACIO-
NAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002, documento on-line).
Quando aplicada ao contexto hospitalar, a arquitetura é um dos instrumentos 
para o planejamento, elaboração e execução de projetos de humanização das 
estruturas, visando proporcionar o espaço de cura, reflexão, cultura, diálogo 
e construção coletiva da saúde.
Nesse sentido, a mudança de paradigma envolve a construção de ambientes 
seguros, que atendam a uma série de requisitos para serem considerados saudá-
veis. Afinal, ambientes onde se desenvolvem atividades em prol da saúde devem 
promover a saúde e não o contrário, ou seja, não se deve focar na doença e sim 
na saúde. Dessa forma, Martins (2019) afirma que a mudança de paradigma de 
focar na saúde e não na doença das pessoas abre a visão de planejamento dos 
serviços e de seus edifícios para uma maneira muito mais holística agregando 
a complexidade do ser humano e suas diversas necessidades.
Arquitetura em saúde e a RDC 502
A RDC 50 traz vários conceitos importantes para compreender e designar 
corretamente o processo da elaboração de projetos em arquitetura hospitalar 
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002). Para de-
terminação das relações entre as diversas atribuições dos estabelecimentos 
assistenciais de saúde (EAS), é necessário reconhecer as categorias de pessoas 
circulantes, que definirão os fluxos e acessos. A classificação do público pode 
ser categorizada conforme os tópicos a seguir.
  Paciente — pessoa que está sob cuidados médicos:
 ■ paciente externo — paciente que, após ser registrado em um esta-
belecimento de saúde, recebe assistência ambulatorial ou de emer-
gência (unidades funcionais diretamente vinculadas, ambulatório e 
atendimento imediato); 
 ■ paciente interno — paciente que, admitido no estabelecimento de 
saúde, passa a ocupar um leito por período acima de 24 horas (unidade 
funcional diretamente ligada, internação);
 ■ doador — pessoa que, voluntariamente, doa insumos humanos com 
fins terapêuticos;
 ■ funcionário — pessoa que tem ocupação profissional no estabeleci-
mento, como, por exemplo, profissionais de nível técnico ou superior 
administrativo ou assistencial;
 ■ aluno — pessoa que recebe instrução ou educação no estabelecimento;
 ■ público — pessoa que circula no estabelecimento sem nenhuma das 
características citadas acima e pode ser classificada como acompa-
nhante de paciente, visitante, fornecedores e prestadores de serviço, etc.
  Quanto a elementos estruturais do hospital:
 ■ barreira (contra contaminação) — bloqueio físico que deve existir nos 
locais de acesso à área onde seja exigida assepsia e somente se permita 
a entrada de pessoas com indumentária apropriada (paramentação);
 ■ EAS — denominação dada a qualquer edificação destinada à pres-
tação de assistência à saúde da população e que demande o acesso 
de pacientes, em regime de internação ou não, qualquer que seja o 
seu nível de complexidade;
3Arquitetura em saúde e a RDC 50
 ■ estabelecimento autônomo especializado — EAS que realiza ativi-
dades especializadas relativas a uma ou mais unidades funcionais, 
físicas, isoladas ou extra-hospitalar, dispondo de recursos materiais 
e humanos compatíveis à prestação de assistência;
 ■ hospital — estabelecimento de saúde dotado de internação, meios 
diagnósticos e terapêuticos, com o objetivo de prestar assistência 
médica curativa e de reabilitação, podendo dispor de atividades 
de prevenção, assistência ambulatorial, atendimento de urgência e 
emergência e de ensino e pesquisa;
 ■ hospital-dia (regime de) — modalidade de assistência à saúde, cuja 
finalidade é a prestação de cuidados durante a realização de proce-
dimentos diagnósticos ou terapêuticos, que requeiram a permanência 
do paciente na unidade por um período de até 24 horas;
 ■ resíduos de serviços de saúde — resíduos resultantes das atividades 
exercidas por estabelecimento gerador, classificados de acordo com 
regulamento técnico da Anvisa sobre gerenciamento de resíduos de 
serviços de saúde;
 ■ unidade — conjunto de ambientes fisicamente agrupados, onde são 
executadas atividades afins.
Há mais conceitos que envolvem a arquitetura hospitalar e que também 
devem ser considerados, como o conforto ambiental, isto é, as condições 
ambientais, que incluem as condições agradáveis em relação à temperatura, 
ruído, vibração, segurança, iluminação, ventilação e privacidade.
No caso dos edifícios de assistência à saúde, onde é frequente a ocorrência de 
situações críticas e estressantes, envolvendo relações interpessoais e indivíduos 
com algum grau de sofrimento físico e/ou psíquico, os fatores ambientais que 
definem as condições de conforto, assumem responsabilidade significativa 
durante o desenvolvimento do projeto arquitetônico (BITENCOURT, 2002, 
documento on-line).
Ou seja, o conforto ambiental humanizado e intimamente conectado com 
aspectos de arquitetura hospitalar deve estar presente no ambiente que irá 
acolher as pessoas, conforme a Figura 1.
Arquitetura em saúde e a RDC 504
Figura 1. Conforto ambiental e ambientehumanizado.
Fonte: Rede Sarah ([201–?, documento on-line).
A percepção do ambiente é subjetiva para cada indivíduo, provocando 
sensações diferentes em cada pessoa. Dessa forma, os sistemas de controle 
ambiental dependem das dimensões endógenas e exógenas.
A dimensão endógena é fundamentada nas normas técnicas e de segurança 
do trabalho, devendo considerar as condições de salubridade necessárias e distan-
ciando, assim, variáveis ambientais externas. (BITENCOURT, 2002). Já a dimen-
são exógena é fundamentada no impacto que a construção causa no meio ambiente 
e suas interferências em aspectos como clima, terreno, esgoto e o cumprimento 
das normas e regras para construções como o hospital (BITENCOURT, 2002).
Portanto, os fatores ambientais que devem ser considerados na elaboração 
de projetos arquitetônicos são os seguintes (BITENCOURT, 2002).
  Acessibilidade: abrangência de contemplar todas as possibilidades de 
circulação horizontal (corredores e portas) e vertical (escadas, rampas, 
elevadores e planos inclinados), além de estar em conformidade com 
a NBR 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
  Acústica: condições de controle de ruídos nos ambientes. Esse controle 
do ruído nos ambientes é normatizado com regulamentação federal, es-
tadual e municipal, visando manter o conforto acústico nas instituições.
5Arquitetura em saúde e a RDC 50
  Biossegurança: elementos, práticas, adequações e uso de materiais e 
equipamentos que devem ser instalados com o propósito de preservar 
o ambiente, proporcionar a qualidade dos procedimentos e, principal-
mente, preservar a segurança e saúde das pessoas que desenvolvem as 
atividades inerentes ao espaço referido.
  Clima: relacionado com o controle de temperatura, ventilação, umidade 
e qualidade do ar em condições saudáveis para pacientes e equipes.
  Comunicação visual: elementos gráficos e pictóricos de comunicação 
visual que devem apresentar as condições de clareza de leitura, precisão, 
objetividade, dimensões razoáveis e compatibilidade ao ambiente onde es-
tejam inseridos, permitindo a percepção a uma distância proporcional sem, 
no entanto, interferir na harmonia do espaço arquitetônico circundante.
  Cores: diz respeito ao uso de diferentes cores no ambiente, com objetivo 
de provocar o conforto visual e acolhimento do usuário.
  Ergonomia do mobiliário: observação dos aspectos antropométricos, 
biomecânicos e fisiológicos da coletividade que usa o estabelecimento 
assistencial de saúde, como clientes, profissionais de saúde e visitantes, 
que deverão ser considerados na elaboração do projeto e na aquisição 
dos seus equipamentos e mobiliários.
  Iluminação natural e artificial: contempla o impacto dos efeitos bacte-
ricidas, biológicos e psicológicos da luz sobre o usuário.
  Substâncias químicas: refere-se às contribuições patogênicas decorrentes 
da presença de substâncias químicas presentes nos locais que necessitam 
de condições de ar climatizado.
  Vibrações: considera o desconforto decorrente dos reflexos das vibra-
ções provenientes de equipamentos instalados sem a devida acomodação 
e amortecimento de impacto (torres de arrefecimento de água, casas 
de máquinas de elevadores, etc.), além das vibrações provocadas pela 
ação dos ventos e dos movimentos das forças tectônicas, que devem 
merecer atenção especial no desenvolvimento do projeto e na execução 
da construção do ambiente de saúde. 
Por outro lado, temos os seguintes conceitos da arquitetura hospitalar que 
estão conectados ao planejamento dos projetos (GÓES, 2011).
  Conformidade: conceito que caracteriza um projeto para que ele atenda 
às condições essenciais para que os espaços projetados cumpram as 
funções para as quais foram planejados.
Arquitetura em saúde e a RDC 506
  Contiguidade: organização da anatomia hospitalar, de forma a estabele-
cer os trajetos, o fluxo, distância entre setores, unidades e departamentos.
  Expansibilidade: previsão de crescimento ou ampliações a partir do 
projeto desenvolvido.
  Flexibilidade: capacidade de absorver o dinamismo do ambiente hospi-
talar, bem como as constantes necessidades de ampliação, modificação 
e reformas, sem comprometer o funcionamento quanto à prioridade, 
urgência e necessidade.
  Estudo preliminar: estudo preliminar para verificar a viabilidade 
do projeto e o impacto ambiental de um determinado projeto ou 
empreendimento.
  Projeto básico: conjunto de informações técnicas básicas que caracterizam 
de forma suficiente o que necessita ser feito, as obras, os serviços, des-
crevendo com detalhes suficientes para definir quais são os materiais e a 
quantidade necessária, bem como os equipamentos e serviços necessários.
  Projeto legal: conjunto de informações técnicas que definem a sua 
aprovação pelos órgãos competentes.
  Projeto executivo: conjunto de informações técnicas necessárias para reali-
zação do projeto, contendo todas as indicações detalhadas para que ocorra 
a perfeita instalação, montagem e execução das obras e dos serviços.
  Parecer técnico: descrição, análise e avaliação do projeto básico de 
arquitetura, com foco na adequação do projeto para os EAS e verificação 
da pertinência do projeto físico em adequação à proposta assistencial 
pretendida, baseada em unidade funcional e no conjunto dos EAS, com 
o objetivo de adequação da proposta do plano.
  Funcionalidade do edifício: avaliação dos fluxos de trabalho que foram 
propostos no projeto físico, com objetivo de verificar os problemas de 
funcionamento e controle de infecção.
  Dimensionamento do ambiente: verificação das áreas e dimensões 
lineares do projeto proposto em comparação com a dimensão mínima 
exigida pela portaria, verificando a flexibilidade necessária para os 
ajustes sem a interferência no resultado.
  Instalações especiais e ordinárias: verificação de adequação de pontos 
de instalação que dão suporte ao funcionamento geral das unidades, 
como, por exemplo: verificação de sistemas de ar condicionado nas 
áreas críticas, fornecimento de energia geral e de emergência, sistemas 
de gases medicinais, sistema de tratamento de esgoto e equipamentos 
necessários para a infraestrutura.
7Arquitetura em saúde e a RDC 50
Os conceitos a seguir estão vinculados às instalações propriamente ditas 
(GÓES, 2011).
  Check-list: relacionado aos itens importantes que devem estar presentes 
nos projetos de arquitetura hospitalar, por exemplo: hidráulica, elétrica, 
normal, de urgência, diferenciada, fluido-mecânicas, climatização, cen-
trais energéticas, energias ativas e passivas, agrupamento de unidades 
com necessidades semelhantes, acesso aos sistemas, instalações aparentes, 
assepsias, manutenção, legislação, economia e consumo de energia.
  Condições ambientais: iluminação, conforto térmico e acústico, ergo-
nomia e sinalização de cores.
  Espaços lúdicos: espaços dentro de um hospital que não estão especifica-
mente ligados à assistência e à cura, como lojas, galerias de arte, lanchonete, 
locais para apresentações musicais, bancos, cabeleireiros, livrarias e capela.
Prédios e estruturas podem ser “doentes”, isto é, insalubres e com capacidade de 
adoecer pessoas (OLIVEIRA; MAZZURANA; OLIVEIRA, 2019).
2 Legislação sobre a arquitetura para serviços 
de saúde — RDC 50
No que se refere à legislação vigente aplicada à arquitetura para serviços 
de saúde, a RDC 50 é a legislação principal, entretanto, há outras normas 
complementares. A RDC 50, de 21 de fevereiro de 2002, dispõe sobre o 
regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação 
de projetos físicos de EAS.
Normas complementares
Na elaboração de projetos físicos, cabe a normatização complementar da 
ABNT se os casos descritos não forem atendidos pela RDC 50 (AGÊNCIA 
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002):
Arquitetura em saúde e a RDC 508
  NBR 6492 — representação de projetos de arquitetura;
  NBR 13532 — elaboração de projetos de edificações — arquitetura; 
  NBR 5261 — símbolosgráficos de eletricidade — princípios gerais 
para desenho de símbolos gráficos;
  NBR 7191 — execução de desenhos para obras de concreto simples 
ou armado;
  NBR 7808 — símbolos gráficos para projetos de estruturas;
  NBR 14611 — desenho técnico — representação simplificada em es-
truturas metálicas; 
  NBR 14100 — proteção contra incêndio — símbolos gráficos para projetos. 
Especificidades da regulamentação das instalações nos estudos 
preliminares
É necessário gerar programas básicos das instalações específi cas e atender às 
diretrizes básicas quando forem aplicáveis.
Elétrica e eletrônica
Os projetos para os EAS devem conter um programa básico que atenda à 
necessidade das instituições e do projeto arquitetônico, bem como à regula-
mentação vigente, de modo a contemplar vários aspectos da normatização 
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002).
Nesse sentido, o projeto deve conter todo o detalhamento da instalação 
elétrica, por exemplo:
  o fornecimento da rede pública; 
  o tipo de tensão;
  o sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramento de 
áreas específicas;
  a localização e características da instalação elétrica de cada unidade 
do EAS;
  especificação e descrição do sistema elétrico que alimentará a telefonia; 
  outros sistemas de comunicação, bem como do sistema de informação. 
9Arquitetura em saúde e a RDC 50
Além dessas descrições básicas e preliminares, o sistema de gerador, para 
caso de queda de energia, deve descrever e determinar quais áreas irá cobrir em 
caso de falta de energia. A confirmação dos seguintes aspectos vai determinar 
a viabilidade da execução do projeto elétrico (AGÊNCIA NACIONAL DE 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002):
  pontos de força para equipamentos e tomadas de uso geral; 
  pontos de luz e seus respectivos interruptores; 
  pontos de detecção e alarme de incêndio; 
  pontos de telefones e interfones; 
  pontos para o sistema de sinalização de enfermagem, com seus res-
pectivos acionamentos; 
  proposição dos pontos para locação dos captores e para o sistema de 
proteção contra descargas atmosféricas; 
  proposição dos pontos de alimentação do sistema de ar condicionado, ele-
vadores, sistema de som, intercomunicação e sistemas de computadores; 
  proposição dos pontos de alimentação de todos os sistemas de supri-
mento, processamento e tratamento de efluentes, líquidos ou sólidos, 
quando for o caso.
Ao final, a legislação determina que se elabore um memorial descritivo, 
definitivo e explicativo do projeto, com soluções adotadas e compatibilizadas 
com o projeto básico e as soluções adotadas nos projetos das áreas complemen-
tares, contendo os seguintes documentos gráficos (AGÊNCIA NACIONAL 
DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002).
  implantação geral — escala 1:500;
  plantas baixas — escala 1:100;
  planta de cobertura — escala 1:100.
Hidráulica e fluido-mecânica
Fazem parte das diretrizes dos estudos preliminares muitos detalhes que devem 
constar no projeto, por exemplo: tipo de fornecedor (público ou rede própria 
artesiana); previsão de consumo, formas de estoque de água e bombeamento; 
descrição do sistema de aquecimento, descrição do sistema de proteção e com-
bate de incêndios; localização da rede pública de esgoto e, quando necessário, 
a indicação de sistema de tratamento (fossa séptica, câmaras de decantação 
para esgoto radioativo, outros); localização de galeria para drenagem de águas 
Arquitetura em saúde e a RDC 5010
pluviais ou, quando necessário, a indicação de despejo livre e águas pluviais. 
Além disso, a previsão de fornecimento e consumo de vapor e gases medicinais 
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002).
Climatização
As seguintes diretrizes básicas devem ser adotadas no desenvolvimento do 
projeto em relação à climatização (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA, 2002, documento on-line):
– Proposição das áreas a serem climatizadas (refrigeração, calefação, umidi-
ficação, pressurização, ventilação e câmaras frigoríficas);
– Descrição básica do sistema de climatização, mencionando: filtros, água 
gelada, "self" a ar, Tc;
– Previsão do consumo de água;
– Previsão de consumo de energia elétrica; 
– Elaboração do perfil da carga térmica; 
– Elaboração do estudo comparativo técnico e econômico das alternativas 
técnicas para o sistema;
– Localização da central de casa de máquinas em função dos sistemas pro-
postos; 
– Pré-localização do sistema de distribuição, prumadas dos dutos e redes de 
água em unifilares da alternativa proposta.
Após a determinação das diretrizes do plano básico, deve ser elaborado 
o projeto básico de instalações de ar condicionado e ventilação mecânica, 
quando aplicáveis, e o memorial descritivo, explicativo e definitivo do projeto.
Programação físico-funcional dos estabelecimentos 
assistenciais de saúde
Esse programa é baseado no Plano de Atenção à Saúde já elaborado, onde 
são especifi cadas as ações e determinadas as metas a serem alcançadas. Ele 
também determina a listagem de atribuições dos estabelecimentos de saúde. 
Nesse sentido, a RDC 50 define as atribuições tanto no setor público 
quanto no privado como: 
Os conjuntos de atividades e sub-atividades específicas, que correspondem a 
uma descrição sinóptica da organização técnica do trabalho na assistência à 
saúde. Os conjuntos de atribuições admitem diversas composições (teóricas) 
11Arquitetura em saúde e a RDC 50
que são as tipologias (modelos funcionais) de estabelecimentos assistenciais 
de saúde. Portanto, cada composição de atribuições proposta definirá a tipo-
logia própria a ser implantada (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA, 2002, documento on-line).
Assim, a RDC 50 não limita a normatização a programas e projetos pré-
-elaborados, que, muitas vezes, não atendem a realidades e contextos locais ou 
regionais. Desse modo, evita o compromisso de soluções padronizadas e possibilita 
a complementação das atribuições conforme o perfil institucional. Portanto, de 
acordo com Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2002, documento on-line):
[…] a listagem contém as atribuições e atividades, com a qual se pode mon-
tar o estabelecimento desejado, ou seja, reunindo-se determinado grupo de 
atribuições-fim, associadas às atribuições de apoio necessárias ao pleno 
desenvolvimento das primeiras, define-se um estabelecimento específico.
Atribuições e atividades desenvolvidas nos diversos tipos de 
estabelecimentos assistenciais de saúde
São oito as atribuições que se desdobram em atividades e subatividades dos 
EAS (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002):
  prestação de atendimento eletivo de promoção e assistência à saúde 
em regime ambulatorial e de hospital-dia — atenção à saúde incluindo 
atividades de promoção, prevenção, vigilância à saúde da comunidade 
e atendimento a pacientes externos de forma programada e continuada; 
  prestação de atendimento imediato de assistência à saúde — atendimento 
a pacientes externos em situações de sofrimento, sem risco de vida 
(urgência) ou com risco de vida (emergência); 
  prestação de atendimento de assistência à saúde em regime de inter-
nação — atendimento a pacientes que necessitam de assistência direta 
programada por período superior a 24 horas (pacientes internos); 
  prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia — aten-
dimento a pacientes internos e externos em ações de apoio direto ao 
reconhecimento e recuperação do estado da saúde (contato direto); 
  prestação de serviços de apoio técnico — atendimento direto a assis-
tência à saúde em funções de apoio (contato indireto); 
  formação e desenvolvimento de recursos humanos e de pesquisa — 
atendimento direta ou indiretamente relacionado à atenção e assistência 
à saúde em funções de ensino e pesquisa; 
Arquitetura em saúde e a RDC 5012
  prestação de serviços de apoio à gestão e execução administrativa — 
atendimento ao estabelecimento em funções administrativas;
  prestação de serviços de apoio logístico —atendimento ao estabeleci-
mento em funções de suporte operacional.
A RDC 50 determina as características de dimensionamento e atividades 
das unidades funcionais, bem como os ambientes que devem ser atendidos no 
planejamento e execução de projetos de arquitetura hospitalar.
Critérios para projetos de estabelecimentos 
assistenciais de saúde
Os projetos podem ser regulados e orientados por determinadas variáveis que 
são importantes em diversas etapas.
  Circulações externas e internas: reguladas pela NBR 9050 da ABNT 
sobre acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, 
espaço, mobiliário e equipamentos urbanos.
  Condições ambientais de conforto: conforme o código de obras local 
em relação a condições térmicas e qualidade do ar. Quanto a condições 
acústicas, a NBR 10152 sobre níveis de ruído para conforto acústico e 
a NBR 12179 sobre tratamento acústico em recintos fechados devem 
ser seguidas. Quanto ao conforto luminoso, as condições são regula-
mentadas pela NBR 5413 sobre iluminância de interiores.
  Condições ambientais de controle de infecção hospitalar: seguem norma-
tização específica, conforme a RDC 307, de 14 de novembro de 2002, a 
NBR 13700 sobre áreas limpas e classificação e controle de contaminação, 
além da RDC 171, de 04 de setembro de 2006, que regulamenta todos os 
aspectos ambientais que promovem a proteção contra a infecção.
Além disso, a RDC 50 reconhece os níveis de biossegurança necessários 
para o estabelecimento de barreiras arquitetônicas para evitar a infecção.
  Instalações prediais ordinárias e especiais: normatizações referentes 
a questões hidráulicas, de gases medicinais, sinalização, instalações 
elétricas, esgoto sanitário, dentre outras.
  Condições de segurança contra incêndio: regulamentada por uma série 
de normas:
 ■ NBR 9441 — alarmes contra incêndio;
13Arquitetura em saúde e a RDC 50
 ■ NBR 8674 — execução de sistemas fixos automáticos de proteção 
contra incêndio com água nebulizada para transformadores e reatores 
de potência;
 ■ NBR 9441 — execução de sistemas de detecção e alarme de incêndio;
 ■ NBR 14432 — exigências de resistência ao fogo de elementos cons-
trutivos de edificações;
 ■ NBR 5628 — componentes construtivos estruturais e determinação 
da resistência ao fogo;
 ■ NBR 6125 — chuveiros automáticos para extinção de incêndio;
 ■ NBR 9077 — saídas de emergência em edifícios;
 ■ NBR 11785 — barra antipânico especificação;
 ■ NBR 11742 — porta corta fogo para saídas de emergência;
 ■ NBR 11711 — portas e vedadores corta-fogo com núcleo de madeira 
para isolamento de riscos em ambientes comerciais e industriais;
 ■ NBR 13714 — sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate 
a incêndios;
 ■ NBR 98 — armazenamento e manuseio de líquidos inflamáveis e 
combustíveis;
 ■ NBR 10897 — proteção contra incêndio por chuveiro automático;
 ■ NBR 12693 — sistemas de proteção por extintores de incêndio;
 ■ NBR 13434 — sinalização de segurança contra incêndio e pânico e 
formas, dimensões e cores;
 ■ NBR 13435 — sinalização de segurança contra incêndio e pânico;
 ■ NBR 13437 — símbolos gráficos para sinalização contra incêndio 
e pânico; 
 ■ NBR 11836 — detectores automáticos de fumaça para proteção 
contra incêndio.
Dessa forma, é possível perceber que a RDC 50 tem um papel determi-
nante no desenvolvimento e execução de projetos de arquitetura hospitalar. O 
planejamento de estruturas adequadas para funcionamento de EAS depende 
da observação dos critérios por ela regulamentados, além de outras normas 
complementares.
Arquitetura em saúde e a RDC 5014
Para entender melhor os novos caminhos da arquitetura hospitalar, leia o artigo Os 
novos caminhos da arquitetura hospitalar e o conceito de humanização, de Rogério 
dos Reis Brito.
3 Arquitetura hospitalar e hospitalidade 
na humanização do atendimento à saúde 
A conexão entre a arquitetura hospitalar, a hospitalidade e a humanização 
fi ca evidente quando é percebida sua importância no sentido de planejar e 
construir estruturas saudáveis e promover a saúde das pessoas:
A humanização de ambientes consiste na qualificação do espaço construído a 
fim de promover ao seu usuário conforto físico e psicológico, para a realização 
de suas atividades, através de atributos ambientais que provocam a sensação 
de bem-estar. Mas não se trata apenas disso, envolve principalmente a forma 
como o usuário do espaço percebe cada um dos elementos do ambiente e a 
forma como cada um desses elementos vai influenciá-lo (SOETHE; LEITE, 
2015, documento on-line).
Nesse sentido, essa relação se fortalece devido às mudanças de paradigmas 
que transformaram o modelo de atenção que é centrado na promoção da saúde, 
buscando não apenas prevenir as doenças, mas desenvolver espaços saudáveis 
e voltados para as pessoas e suas necessidades, auxiliando no processo de cura 
(SOETHE; LEITE, 2015).
Fica claro que a percepção de bem-estar está intimamente ligada ao processo 
de humanização quando faz parte de um ambiente que promove o bem-estar em 
todas as suas dimensões. A relação entre a arquitetura hospitalar, hospitalidade 
e a humanização tem se tornado cada vez maior à medida que o tempo foi 
passando e as estruturas hospitalares foram ficando obsoletas e longe do ideal 
de acolhimento e bem-estar. Dessa forma, surge um novo modelo de estruturas 
voltadas ao tratamento em saúde para o conforto ambiental e o bem-estar.
15Arquitetura em saúde e a RDC 50
Estudos demonstram que há requisitos para o desenvolvimento de uma 
nova geração de EAS, com outras funcionalidades e estruturas, evidenciando 
que os estabelecimentos podem influenciar na melhoria da saúde das pessoas 
(SOETHE; LEITE, 2015). O Quadro 1 apresenta os requisitos mencionados 
por Soethe e Leite (2015).
 Fonte: Adaptado de Soethe e Leite (2015). 
Requisitos Descrição
1 Eliminar os fatores estressantes do ambiente (ru-
ído, falta de privacidade, iluminação excessiva-
mente forte, baixa qualidade do ar interior) 
2 Promover o contato dos usuários com a natureza por 
meio de jardins e outros dispositivos semelhantes
3 Oferecer condições de controle individual da privacidade 
e contato social, incluindo o controle de luz, temperatura 
ambiente, tipo de música ambiente ou até da possibili-
dade de silêncio, opções de posicionamento corporal 
4 Possibilitar a socialização e encontro de grupos em 
áreas com arranjos ambientais apropriados
5 Promover atividades com potencial de distração e relaxamento 
como arte interativa, aquários, acesso à internet, acesso a ca-
nal e programas especiais com temáticas reconfortantes
6 Promover ambientes relaxantes, com possibilidade de 
conexão espiritual, relaxamento e bom humor
 Quadro 1. Requisitos para o desenho de EAS humanizadas baseado em evidências 
Portanto, a arquitetura e a hotelaria devem seguir alguns critérios para criar 
projetos e desenvolver os ambientes com as características necessárias para que 
ações e processos de humanização tenham a estrutura propícia para ocorrer. 
A conexão da pessoa com o ambiente, principalmente, em um momento tão 
crítico como a doença, leva à reflexão sobre a possibilidade de os ambientes 
contribuírem de alguma forma para a recuperação das pessoas, tornando a 
atividade laboral em saúde um processo com maior fluidez.
Arquitetura em saúde e a RDC 5016
No passado, as estruturas abrigavam doentes de forma totalmente insa-
lubre, revelando a intensidade que uma estrutura hospitalar pode influenciar 
para adoecer ou para curar as pessoas, pois “a arquitetura possui o poder de 
influenciar o aparecimento de enfermidades físicas e psíquicas, se pressupõem 
que também pode agir de maneira contrária, e contribuir para com a saúde 
de seus usuários” (SOETHE; LEITE, 2015, documento on-line). Assim, as 
recomendações envolvem o acolhimento, a informatização, a promoção, a 
flexibilização e a humanização.
Acesse o link a seguir para conhecer os “Doutores da alegria” e como é a proposta de 
humanização dos ambientes hospitalares(DOUTORES DA ALEGRIA, [2020?]).
https://qrgo.page.link/ZNEnb
Estruturas de redução psicológica do estresse
Ao desenvolver estruturas hospitalares humanizadas, cumprir a legislação para 
a adequação dos projetos conforme as necessidades dos usuários e oferecer 
serviços de hotelaria compatíveis, o ambiente tende a tornar o local menos 
estressante para todos os frequentadores. 
Assim, o conjunto de ações na estrutura se confunde com o foco de hu-
manizar os espaços:
A humanização de cada ambiente através da iluminação, cores e formas 
presentes no local motivam as pessoas que ali estarão. O projeto é elemento 
de fundamental importância, preza pela funcionalidade, conforto ambiental, 
flexibilidade e humanização das atividades e locais (BONI; SILVA; FORTU-
NA, 2018, documento on-line).
Quando se diminui o estresse nas estruturas dos EAS, nos processos de 
trabalho e nas relações entre as pessoas, a sensação de bem-estar se espalha 
por toda a instituição de saúde.
17Arquitetura em saúde e a RDC 50
Efeitos ambientais de projetos de arquitetura 
hospitalar sobre a saúde e o bem-estar
As estruturas dos EAS podem ser determinantes na saúde e recuperação das 
pessoas (Quadro 2). Uma das bases teóricas para compreender o efeito do 
ambiente nos indivíduos é a psiconeuroimunologia:
A Psiconeuroimunologia é a arte e ciência de criar ambientes que ajudam a 
evitar doenças, acelerar a cura e promover o bem-estar das pessoas. Estuda os 
estímulos sensoriais, os elementos do ambiente que os causam, e as relações 
entre estresse e saúde. Seus estudos demonstram que a variação na quantidade 
de estímulos sensoriais é necessária, pois a condição de monotonia permanente 
induz a distúrbios patológicos (SOETHE; LEITE, 2015, documento on-line).
Esse conceito é atribuído a Robert Ader, que o utiliza para se referir às 
emoções que podem influenciar no processo das doenças físicas, principal-
mente, aquelas de causa imunológica, como o câncer, infecções e doenças 
alérgicas (SOETHE; LEITE, 2015).
Fator ambiental
Efeito na saúde e 
no bem-estar Recomendações
Iluminação e vistas
Boa luz natural  Recuperação mais rápida do 
biorritmo após cirurgia
  Melhor absorção de 
vitaminas e sais minerais
  Aumento de produtividade 
de 2 a 3%
  Inserção de aberturas para a 
iluminação natural
  Considerar o impacto da 
variação da luminosidade 
no conforto visual e 
térmico dos pacientes
Vista da luz natural  Percepção do tempo, clima 
e localização
  Inserção de aberturas para 
o ambiente externo
Iluminação artificial 
apropriada
  Reforço de identidade 
  Melhora da atmosfera
  Aumento da segurança 
dentro e em torno das 
edificações
  Aumento de produtividade
  Seguir a Norma NBR 5413 – 
Iluminação de Interiores
 Quadro 2. Efeitos ambientais sobre a saúde e o bem-estar dos pacientes 
(Continua)
Arquitetura em saúde e a RDC 5018
Fator ambiental
Efeito na saúde e 
no bem-estar Recomendações
Iluminação e vistas
Qualidade da luz  Melhora da atmosfera
  Apoio à função 
  Relaxamento
  Projetar corretamente 
o nível de iluminação e 
proporcionar ambiente 
íntimo e aconchegante
Uso de cores 
funcional e 
ergonômico
  Redução da agitação
  Aumento do caráter
  Reconhecimento e senso de 
direção
  Aumento de produtividade
  Uso de luz em tom 
amarelado, que 
proporciona a sensação de 
aconchego e relaxamento
Atmosfera e identidade
Sala com propósitos 
especiais
  Reunião, distração, 
relaxamento, regeneração, 
recreação ativa, expressão 
cultural, redução do estresse
  Conversas particulares, 
privacidade, alívio mental
  Reflexão e oração, alívio 
mental, força espiritual, 
consolo
  Projetar locais para 
reuniões, formação de 
grupos, espaços para lazer 
e oração
Escritórios celulares 
(< 4 pessoas)
  Menor perturbação, maior 
concentração, 2 a 4% mais 
produtividade da mão de 
obra
  Projetar locais de 
trabalho que respeitem a 
privacidade, territorialidade 
e apropriação de cada 
indivíduo
Projeto adequado 
ao nível de 
interação social
  Estímulo a reuniões, 
distração, relaxamento ou 
simplesmente privacidade, 
individualidade
  Projetar espaços 
confortáveis e com 
mobiliário flexível — que 
permitam o rearranjo 
conforme as necessidades 
do indivíduo ou do grupo 
que o utiliza
 Quadro 2. Efeitos ambientais sobre a saúde e o bem-estar dos pacientes 
(Continuação)
(Continua)
19Arquitetura em saúde e a RDC 50
Fator ambiental
Efeito na saúde e 
no bem-estar Recomendações
Atmosfera e identidade
Integração de artes  Relaxamento, contemplação, 
apreciação da organização
  Visuais para trabalhos de 
arte, mobiliário interativo, 
presença de elementos 
como a água, iluminação e 
uso de cores
Cores adequadas 
aos estímulos
  Criar ilusões, influenciar 
diretamente o espaço e 
gerar efeitos diversos
  Diminuir ou aumentar a 
capacidade de percepção, 
de concentração e de 
atenção
  Fazer uso correto das cores, 
a fim de que ajudem 
a gerar os estímulos 
necessários ao usuário
Som e vibrações
Paz e tranquilidade, 
menos poluição 
sonora
  Menor perturbação do sono
  Menor irritação
  Menor estresse e problemas 
de ritmo cardíaco
  Recuperação mais rápida
  Melhor concentração, 
menor cansaço
  Aumento de produtividade
  Escolha adequada de 
móveis e revestimentos, 
a fim de que não reflitam 
ou amplifiquem as ondas 
sonoras
  Sons naturais, 
especialmente causados 
pela água e vegetação 
em movimento, possuem 
efeito calmante e relaxante 
e ajudam a diminuir a 
intensidade de sons 
indesejáveis
Música-ambiente  Distração, relaxamento, 
menor necessidade de 
analgésico
  Prever circuito de música 
ambiente
Autonomia
Controle pessoal 
de venezianas, 
aquecimento, etc.
  Aumento da noção de 
controle e autonomia
  Prever o máximo controle 
do ambiente por parte de 
seus ocupantes
 Quadro 2. Efeitos ambientais sobre a saúde e o bem-estar dos pacientes 
(Continuação)
(Continua)
Arquitetura em saúde e a RDC 5020
Fator ambiental
Efeito na saúde e 
no bem-estar Recomendações
Autonomia
Localização 
de instalações 
delicadas em 
lugares menos 
críticos
  Menor risco de transferência 
de infecções
  Menos problemas de 
contaminação biológica, 
física e química
  Prever localização de 
instalações de controle do 
ar em locais adequados, 
seguros, de fácil acesso e 
manutenção
Separação 
entre fontes de 
contaminantes
  Menor risco de transferência 
de infecções
  Menos problemas de 
contaminação biológica, 
física e química
  Prever locais adequados 
para manuseio de produtos 
com odor desagradável, 
indesejável ou que 
contaminem o ar
Menos fontes de 
poluição do ar
  Menor irritação das vias 
aéreas
  Menos infecções
  Menos problemas com 
odores 
  Aumento de produtividade 
de 3% a 8%. Redução de 
faltas por doença
  Minimizar ao máximo o 
uso de equipamentos ou 
produtos que provoquem 
a poluição do ar
  Risco menor de 
desenvolvimento de 
doenças em longo prazo
Odor agradável  Impressão positiva do 
espaço. Lembrança positiva 
da estada
  Arranjos florais e 
vegetações que 
proporcionam 
fragrâncias agradáveis. 
As plantas possuem a 
propriedade de purificar 
o ar, alegrar o ambiente e 
promover o contato com 
a natureza
Clima
Ambiente interno 
uniformemente 
bom
  Conforto, bem-estar, ganho 
de produtividade de 10% a 
15%, redução de faltas por 
doença
  Uso de ventilação natural, 
telhados verdes, vegetação, 
espelhos d’água e sistema 
de climatização quando 
necessário
 Quadro 2. Efeitos ambientais sobre a saúde e o bem-estar dos pacientes 
(Continuação)
(Continua)
21Arquitetura em saúde e a RDC 50
 Fonte: Adaptado de Soethe e Leite (2015). 
Fator ambiental
Efeito na saúde e 
no bem-estar Recomendações
Acessibilidade
Boa sinalização  Capacidade de encontrar 
o caminho, aumento da 
autonomia
  Prever projeto de 
sinalização e informação 
visual
Piso plano não 
escorregadio
  Melhor sensação de 
equilíbrio
  Movimentação mais segura
  Menos quedasacidentais
  Uso de piso antiderrapante 
e o mais linear possível
Espaços livres de 
obstruções físicas
  Maior segurança, aumento 
da autonomia 
  Projetar espaços sem 
obstruções físicas e com 
equipamentos para 
autonomia do usuário
  Projetar espaços sem 
obstruções físicas e 
com equipamentos que 
auxiliem a autonomia do 
usuário
Entrada protegida 
do vento e da chuva
  Segurança física, aumento 
da autonomia
  Projetar espaços de transição 
como halls e marquises, ao 
abrigo de intempéries
Ergonomia
Tamanho 
ergonômico dos 
locais de trabalho
  Postura correta, relaxamento, 
menos problemas físicos, 
maior produtividade
  Prever mobiliário adequado à 
antropometria do usuário e 
com sistema de regulagem
Tamanho 
ergonômico 
das rotas
  Movimento sem obstrução, 
menos acidentes, aumento 
da privacidade física e social
  Projetar circulações em 
dimensões adequadas ao 
fluxo de pessoas no local
Espaço verde
Bom acesso e jardins  Relaxamento, recreação, 
melhora do estado físico
  Projeto paisagístico
Vista para o verde 
e objetos naturais
  Relaxamento, regeneração, 
apreciação, recuperação 
física mais rápida
  Aberturas para visuais da 
paisagem e jardins. Uso 
de vegetação em jardins 
internos
 Quadro 2. Efeitos ambientais sobre a saúde e o bem-estar dos pacientes 
(Continuação)
Arquitetura em saúde e a RDC 5022
É possível perceber a grande contribuição da arquitetura hospitalar na 
humanização dos EAS e a importância da regulamentação para o planejamento 
e a execução dos projetos. A busca por ambientes humanizados é um processo 
que se inicia com a mudança de paradigmas, o planejamento e a execução de 
um projeto arquitetônico, além da percepção dos efeitos nas pessoas.
Para conhecer o caso da rede de hospitais Sarah e como ela trata a arquitetura hos-
pitalar e a humanização, leia o artigo “Conforto ambiental hospitalar na perspectiva 
dos hospitais da Rede Sarah Kubistchek”, de Cláudio Boni, Conrado Renan da Silva e 
Talita Carli Fortuna.
https://qrgo.page.link/Gg32b
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada — 
RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para plane-
jamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos 
assistenciais de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, n. 54, 20 mar. 2002. Disponível 
em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_50_2002_COMP.
pdf/9682e8b7-3c4f-4b30-bec9-f76de593696d. Acesso em: 17 fev. 2020.
BITENCOURT, F. Espaço e promoção de saúde: a contribuição da arquitetura ao conforto 
dos ambientes de saúde. Revista Saúde em Foco: informe epidemiológico em saúde 
coletiva, Rio de Janeiro, n. 23, p. 35–46, jul. 2002. Disponível em: http://smsrio.org/
revista/index.php/revsf/article/view/607/550. Acesso em: 17 de fev. 2020.
BONI, C.; SILVA C. R. da; FORTUNA, T. C. Conforto ambiental hospitalar na perspectiva dos 
hospitais da rede Sarah Kubistchek. Revista Contemporânea: Revista Unitoledo: Arquite-
tura, Comunicação, Design e Educação, Araçatuba, v. 03, n. 1, p. 74–88, jan./jun. 2018. 
Disponível em: http://ojs.toledo.br/index.php/contemporanea/article/view/2969/360. 
Acesso em: 17 fev. 2020.
DOUTORES DA ALEGRIA. [S. l.], [2020?]. Disponível em: https://doutoresdaalegria.org.
br/. Acesso em: 18 fev. 2020.
GÓES, R. de. Manual prático de arquitetura hospitalar. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2011. 
23Arquitetura em saúde e a RDC 50
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sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
MARTINS, B. C. (org.). Arquitetura e urbanismo: planejando e edificando espaços 2. Ponta 
Grossa: Atena, 2019. E-book. Disponível em: https://www.atenaeditora.com.br/wp-
-content/uploads/2019/07/E-book-Arquitetura-e-Urbanismo-Planejando-e-Edificando-
-Espacos-2.pdf. Acesso em: 17 fev. 2020.
OLIVEIRA, E. R. de; MAZZURANA, M. M.; OLIVEIRA, T. D. de. Edificações saudáveis e a 
síndrome do edifício doente. In: PAINEL DE PESQUISAS EM ARQUITETURA E URBANISMO, 
2., 2019, Ijuí. Anais [...]. Ijuí: Unijuí, 2019. p. 1–4. Disponível em: https://publicacoeseventos.
unijui.edu.br/index.php/papearur/article/view/17594/16341. Acesso em: 17 fev. 2020.
REDE SARAH. Unidade lago norte. [201–?]. 1 fotografia. Disponível em: http://www.
sarah.br/media/1398/a_redeSARAH_unid_lagonortegrande.jpg?anchor=center&m
ode=crop&rnd=130537082120000000. Acesso em: 17 fev. 2020.
SOETHE, A.; LEITE, L. S. Arquitetura e a saúde do usuário. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO 
DE QUALIDADE DO PROJETO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 4., 2015, Viçosa. Anais 
[...]. Viçosa: UFV, 2015. p. 1–13. Disponível em: https://www.locus.ufv.br/bitstream/
handle/123456789/6039/50.pdf?sequence=3&isAllowed=y. Acesso em: 17 fev. 2020.
Arquitetura em saúde e a RDC 5024

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