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<p>CURSO DE LICENCIATURA EM</p><p>GESTÃO AMBIENTAL</p><p>Manual de Ecologia</p><p>2022</p><p>Direitos de autor (copyright)</p><p>Este manual é propriedade da Universidade Aberta ISCED(UnISCED), e contêm reservados</p><p>todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob</p><p>quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónico, mecânico, gravação, fotocópia ou</p><p>outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Aberta ISCED</p><p>(UnISCED)).</p><p>A não observância do acima estipulado, o infractor é passível a aplicação de processos</p><p>judiciais em vigor no País.</p><p>Universidade Aberta ISCED(UnISCED)</p><p>Vice-reitoria academica</p><p>Rua Couceiro. Macuti</p><p>Beira - Moçambique</p><p>Telefone: 23323501</p><p>E-mail: isced.edu.mz</p><p>Agradecimentos</p><p>Universidade Aberta ISCED(UnISCED) − Coordenação do Programa das Licenciaturas</p><p>agradecem os autores deste manual agradecem a colaboração dos seguintes individuos:</p><p>Pela coordenação Direcção Académica</p><p>Pelo design Direcção de Qualidade e Avaliação da</p><p>UnISCED</p><p>Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção e Educação a</p><p>Distância (IAPED),</p><p>Revisão Final Dr. Celso Cruz</p><p>Elaborado Por:</p><p>Dr. Inácio Manuel Muthetho – Licenciado Engenharia Agronómica pela UEM.</p><p>Visão geral 1</p><p>Bem-vindo ao Módulo de Ecologia .................................................................................. 1</p><p>Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1</p><p>Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 1</p><p>Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2</p><p>Ícones de actividade ......................................................................................................... 4</p><p>Habilidades de estudo ...................................................................................................... 4</p><p>Precisa de apoio? .............................................................................................................. 7</p><p>Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 8</p><p>Avaliação ........................................................................................................................... 8</p><p>TEMA – I: CONCEITOS E ORIGEM DA ECOLOGIA 11</p><p>UNIDADE Temática 1.1. Conceitos aplicados em Ecologia. ............................................ 11</p><p>UNIDADE Temática 1.2. Origens e o desenvolvimento da ecologia. .............................. 19</p><p>UNIDADE Temática 1.3. Princípios metodológicos e abordagens de estudo em Ecologia.27</p><p>UNIDADE Temática 1.4. Aplicação da ecologia .............................................................. 35</p><p>TEMA – II: ECOSSISTEMA 39</p><p>UNIDADE Temática 2.1. Conceitos e classificação dos ecossistemas naturais (Mundiais</p><p>e de Moçambique) .......................................................................................................... 39</p><p>UNIDADE Temática 2.2. Ecossistemas Artificiais ............................................................ 64</p><p>UNIDADE Temática 2.3. Ecossistemas Degradados ........................................................ 67</p><p>TEMA – III: PRODUÇÃO E FLUXO DE ENERGIA 73</p><p>UNIDADE Temática 3.1. Introdução (Conceitos e generalidades) .................................. 73</p><p>UNIDADE Temática 3.2. Estrutura trófica ....................................................................... 77</p><p>UNIDADE Temática 3.3. Ruptura de cadeia alimentar, Bioacumulação nas cadeias</p><p>alimentares e Espécie Chave .......................................................................................... 80</p><p>TEMA – IV: CICLOS BIOGEOQUÍMICOS. 84</p><p>UNIDADE Temática 4.1. Introdução (Generalidades) ..................................................... 84</p><p>UNIDADE Temática 4.2. Principais Cíclos Biogeoquímicos ............................................. 85</p><p>UNIDADE Temática 4.3. Cíclo de Nutrientes e Aplicação Ambiental ............................. 95</p><p>TEMA – V: SUCESSÃO ECOLÓGICA 108</p><p>UNIDADE Temática 5.1. Conceitos e Generalidades. ................................................... 108</p><p>UNIDADE Temática 5.2. Tipos de Sucessão .................................................................. 109</p><p>UNIDADE Temática 5.3. Mecanismos da Sucessão e Aplicação Ambiental ................. 110</p><p>TEMA – VI: RECURSOS RENOVÁVEIS E NÃO RENOVAVEIS (Conceitos e Generalidades) 113</p><p>Visão geral</p><p>Bem-vindo ao Módulo de Ecologia</p><p>Objectivos do Módulo</p><p>Ao terminar o estudo deste módulo de Ecologia, o estudante</p><p>deverás ser capaz de:</p><p>Objectivos</p><p>• Propiciar o entendimento sobre a organização da biosfera</p><p>ao nível de ecossistemas.</p><p>• Capacitar os alunos para compreender aspectos</p><p>relacionados à estrutura e dinâmica dos ecossistemas.</p><p>• Oferecer bases para a compreensão e interpretação das</p><p>consequências da ação humana sobre os ecossistemas.</p><p>• Proporcionar embasamento teórico com relação à</p><p>aspectos aplicados como manejo e conservação de</p><p>ecossistemas.</p><p>Quem deveria estudar este módulo</p><p>Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano de todos os</p><p>curso de licenciatura em Gestão Ambiental da UnISCED. Poderá</p><p>ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e</p><p>consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-</p><p>vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá</p><p>adquirir o manual.</p><p>Como está estruturado este módulo</p><p>Este módulo de Ecologia, para estudantes do 1º ano dos cursos de</p><p>licenciatura Gestão Ambiental da UnISCED, está estruturado como</p><p>se segue:</p><p>Páginas introdutórias</p><p>▪ Um índice completo.</p><p>▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,</p><p>resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para</p><p>melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta</p><p>secção com atenção antes de começar o seu estudo, como</p><p>componente de habilidades de estudos.</p><p>Conteúdo desta Disciplina / módulo</p><p>Este módulo está estruturado em quatro Temas. Cada tema, por</p><p>sua vez comporta certo número de unidades temáticas</p><p>visualizadas por um sumário. Cada unidade temática se caracteriza</p><p>por conter uma introdução, objectivos, conteúdos. No final de</p><p>cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporados</p><p>antes exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os</p><p>de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as seguintes</p><p>características: Puros exercícios teóricos, Problemas não</p><p>resolvidos e actividades práticas algumas, incluido estudo de</p><p>casos.</p><p>Outros recursos</p><p>A equipa dos académicos e pedagogos da UnISCED pensando em</p><p>si, num cantinho, mesmo recôndito deste nosso vasto</p><p>Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de</p><p>aprendizagem, apresenta uma lista de recursos didácticos</p><p>adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal a UnISCED</p><p>disponibiliza na biblioteca do seu centro de recursos mais material</p><p>de estudos relacionado com o seu curso como: livros e/ou</p><p>módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste material físico ou</p><p>electrónico disponível nas bibliotecas física e virtual, pode</p><p>é influenciado por outros ecossistemas, como sistemas</p><p>abertos, as saidas de um ecossistemas podem ser as entradas de outro</p><p>vice versa.</p><p>Quando se estuda um ecossistema é preciso estabeler os limites do</p><p>ecossistema em estudo, em ecossistema terrestre, aquático, entre</p><p>outros. É dificil estabelecer as fronteiras exactas entre os ecossistemas</p><p>e pode-se afirmar que não existem limites no que respeita a dimensão</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>de um ecossistema, sendo que o investigador pode estabelecer as</p><p>dimensões de um ecossistema de acordo com o seu interesse de</p><p>estudo. Assim, os ecossistemas podem variar desde, por exemplo um</p><p>vaso contendo solo e plantas, um jardim, uma machamba até as</p><p>formas mais amplas como as florestas e savanas; os ecossistemas</p><p>podem ser sistemas naturais ou sistemas criados pela acção humana.</p><p>Tipos de Ecossistemas</p><p>Os ecossistemas segundo a sua origem podem ser classificados em</p><p>dois tipos, ecossistemas naturais e ecossistemas artificiais e podem ser</p><p>terrestres ou aquáticos.</p><p>Ecossistemas Naturais</p><p>São aqueles que existem na natureza, resultantes de factores</p><p>geológicos e biológicos sem nenhuma intervenção do homem.</p><p>Tipos de Ecossistemas naturais</p><p>Biomas</p><p>Segundo O’ Hare(1988), biomas são definidos como sendo</p><p>ecossistemas globais, caracterizados em função da vegetação</p><p>predominate. Assim definidos, os biomas, mostram uma relação</p><p>estreita entre: ( i) o solo e o clima ( factores abióticos) e ( ii) a</p><p>vegetação e os organismos adaptados a ela ( factores bióticos).</p><p>Vários ecologistas classificam os biomas de várias maneiras, por</p><p>exemplo Whittaker (1975, Apud Morin, 1999) designou 36 biomas</p><p>diferentes. Neste capítulo, apresenta-se uma classificação simplificada,</p><p>com base em alguns autores como UCMP (2007), Krohne (2001) e</p><p>O’Hare (1988). Assim, podemos destinguir no nosso planeta os</p><p>seguintes biomas naturais principais: a tundra a floresta de folhagem</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>decidua ou caduca, os graminais, os desertos, os biomas de água doce</p><p>e os biomas marinhos.</p><p>Tundra</p><p>Segundo UCMP (2007) e Krohne ( 2001), o termo tundra provém da</p><p>palavra finlandesa, tunturi que significa " planície sem árvores". A</p><p>tundura ocorre a partir do limite norte da linha de árvores, na região</p><p>sul da massa de gelo do oceano Árctico, estendendo-se até as zonas</p><p>montanhosas da América do Norte, Europa e Sibéria,. Compreende</p><p>enormes planícies sem árvores, cercadas de lagos e charcos.</p><p>A tundura é o bioma que ocorre em regiões de clima mais frio, com</p><p>temperaturas que chegam a atingir 40o C negativos durante o inverno</p><p>escuro que dura cerca de seis meses; a precipitação annual total é</p><p>escassa ( 150 a 250 mm), chegando a ser inferior do que a da maioria</p><p>dos desertos quentes.</p><p>O solo superficial, até mais ou menos 5 centímetros descongela</p><p>durante o verão, mas o sbsolo é permanantemente congelado (</p><p>permafrost); o permafrost pode atingir uma profundidade de 400 a</p><p>600 metros (Krohne, 2001; UCMP, 2007).</p><p>Devido ás caracteristicas do solo, a vegetação é geralmente rasteira de</p><p>crescimento lento, algumas espécies que mal se desenvolvem na</p><p>tundura, crescem melhor naslatitudes mais baixas. A vegetação varia</p><p>conforme as características de região. Em algumas regiões abundam</p><p>arbustos anões, musgos e líquenes (Krohne, 2001). As plantas da</p><p>tundura reproduzem-se vegetativamente, por meio de rizomas,</p><p>bolbos, ou tubérculos que são órgãos que resistem ao frio, que</p><p>podem permanecer no estado latent durante o inverno e produzir</p><p>rebento no verão, as plantas da tundura estão também adaptadas á</p><p>seca, uma vez que a água se encontra congelada e a chuva é escassa</p><p>(Krohne, 2001; UCMP, 2007).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>A fauna adaptada á tundura é contituída por roedores e outros</p><p>animais escavadores( vivem por baixo da neve); de entre outros</p><p>ani,ais, encontram-se também as renas, as lebre-árcticas, as raposas,</p><p>os esquilos as dononhas e várias espécies de aves ( UCMP 2007).</p><p>Florestas de coníferas</p><p>As florestas de coníferas ocorre no hemisfério norte, entre a tundura (</p><p>a norte) e a floresta decidua ( a sul). Encontra-se distribuída pela</p><p>América do Norte , Europa e a Ásia. O bioma compreende a taiga, a</p><p>floresta boreal, as florestas de coníferas das zonas montanhosas e as</p><p>florestas de coníferas das regiões conteiras.</p><p>As coníferas constituem um grupo de plantas a que pertencem, por</p><p>exemplo, os pinheiros e são assim designadas pelo facto de</p><p>apresentarem frutos de forma de cones ( pinhas). As florestas de</p><p>coníferas constituem uma vegetação sempre verde ( conservam-se</p><p>verdes durante todo ano). As folhas são geralmente pequenas e finas,</p><p>modificadas n forma de agulhas ( redução da área foliar) e cobertas</p><p>por uma cutícula de cera, que as permite resistir ao frio e á seca</p><p>fisiológica; as conífera chegam a suportar temperaturas negativas</p><p>extremas, inferiors a -30o C.</p><p>Várias espécies de coníferas possuem seiva oleosa, chamada resina,</p><p>que não é agradável para muitos insectos que evitam consumer estas</p><p>plantas. A resina atrasa a decomposição das folhas, quando came no</p><p>chão florestal, por isso, o chão florestal, neste bioma, apresenta uma</p><p>boa espessura de manta morta. A resina das coníferas são inflamáveis,</p><p>daí resulta a alta susceptibilidade deste bioma ao fogo.</p><p>A precipitação media anula na floresta de coníferas varia de 300 a 900</p><p>mm e algumas florestas recebem até2,000mm( a quantidade de</p><p>precipitação depende da localização da floresta).nas florestas borealis</p><p>os invernos são longos, frios secos, enquanto os verões são curtos e</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>moderadamene quentes. Nas latitudes mais baixas , a precipitação é</p><p>bem distribuída ao longo do ano.</p><p>A taiga ocorre imediatamente a sul do círculo polar árctico. É u tipo de</p><p>floresta de coníferas mis dispersas, que estabelece a transição entre a</p><p>tundra e a floresta boreal. Tal como a tundra, o solo de algumas</p><p>regiões ocupadas pela taiga congeladas durante o inverno, ficando</p><p>descongeladas no verão.</p><p>A floresta boreal é um tipo de floresta de coníferas luxiriosa, mais</p><p>fechada e de crescimento mais vigoroso, que ocorre mais a sul. Nas</p><p>zonas montanhosas as espécies de coníferas tornaam-se mais</p><p>dispersas e nas zonas costeriras da América do Norte, a florestade</p><p>coníferas assemelha-se á floresta boreal, sendo mais vigorosa e</p><p>fechada.</p><p>Devido ao alto poder de inlfamação da vegetação e as temperaturas</p><p>altas de verão, o fogo exerce um factor importante na estrutura da</p><p>floresta de coníferas, sendo os relâmpagos a principal causa da</p><p>frequência do fogo. Algumas espécies de pinheiros são bem adaptadas</p><p>ao fogo, os seus cones abrem quando são atingidos pelo fogo( Krohne</p><p>2001).</p><p>Ocorrem várias centenas de espécies de coníferas, algumas das quais</p><p>com importância económica, sendo aplicada por exemplo na</p><p>contrução, fabric de mobiliário e do papel.</p><p>De entre as espécies com grande valor económico encontram-se os</p><p>pinheiros.</p><p>Na floresta de coníferas ocorrem naturalmente, várias espécies de</p><p>cogumelos comestíveis, frutas silvestres, flores e espécies de plantas</p><p>com valor medicinal. Para além de oferecer a madeira, a floresta de</p><p>coníferas é explorada para fins de lazer e ecoturismo, principalmente</p><p>na primavera e verão quando várias espécies de aves migram para a</p><p>floresta boreal.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>A fauna da floresta de coníferas é diversificada, devido à variedade de</p><p>recursos vegetai (casca, rebentos das árvores, flores. Frutos e</p><p>sementes). De entre outros, ocorrem lebres, lobos, alces e raposas</p><p>que conseguem permanecer activos no inverno devido à pelagem</p><p>espessa</p><p>e quente. Durante o inverno, alguns mamíferos tornam-se</p><p>inactivos como defesa contra frio e os animais escavadores refugiam-</p><p>se debaixo do solo para conservaren o calor corporal.</p><p>Floresta temperada decídua</p><p>A floresta decidua está distribuída pela Europa (noroeste, centro e</p><p>leste) a Ásia ( China, Coreia e Japão). O Canadá e o nordeste dos</p><p>Estados Unidos da América, em regiões expostas às masas de frio, que</p><p>são responsáveis pela ocorrência de quarto estações do ano. As</p><p>temperaturas media mensais variam de -30o C a 30o C, sendo a media</p><p>annual de 10o C. os verões são quentes e húmidos e os invernos frios.</p><p>A precipitação annual é de 750 a 1500 mm de chuva, bem distribuída</p><p>ao longo do ano (UCMP, 2007).</p><p>Os solos da floresta decidua são geralmente castanhos, com uma boa</p><p>espessura de matéria orgânica, ricos em minhocas e outros</p><p>decompositores; são solos geralmente férteis, obtendo-¬ase boms</p><p>rendimentos agrícolas a partir deles. Os solos suprotam várias espécies</p><p>de árvores, arbustos e ervas de folha larga, como o ulmeiro, a faia, a</p><p>bétula e o castanheiro (O’Hare, 1988).</p><p>Contrariamente às coníferas , a vegetação apresenta folhas largas, que</p><p>não possuem protecção especial contra a perda da humidade por</p><p>transpiração. Como resposta á redução da luz e temperature que</p><p>ocorre durante o outono e o inverno, as plantas deixam cair as suas</p><p>folhas. A queda das folhas pela vegetação constitui uma adaptação</p><p>que previne contra a perda de água durante o inverno. Esta é a</p><p>principal carcterística da vegetação e que confere o nome à floresta (</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>floresta temperada de folhagem de cídua ou floresta de folhagem</p><p>caduca). O grande mamífero típico deste bioma é o urso negro.</p><p>Ocorrem também as raposas e os esquilos (O’Hare, 1988).</p><p>Floresta tropical húmida</p><p>A floresta tropical húmida é encontrada perto do equador , entre o</p><p>Trópico de Câncer e o Trópico de Capricónio, onde a precipitação</p><p>media anual é superior a 2000 milímetros. A chuva é bem distribuída</p><p>ao longo do ano e as temperaturas medias anuais são mais ou menos</p><p>constants ao longo do ano, podendo entre 20o C a 25o C (UCMP, 2007).</p><p>As áreas de dintribuição das floresta tropival húmida incluema Bacia</p><p>do Amazónia na Américado Sul, África occidental ( Zaire e Guiné-</p><p>Bissau); alguns fragmentos são encontrados na Índia, Indonésia e na</p><p>Zona Norte da Austrália (O’Hare, 1988).</p><p>A vegetação é muito densa, ocorrendo uma grande diversidade de</p><p>espécies. Uma das características importantes da vegetação é a de</p><p>apresentar uma maior predominância de plantas epífitas,</p><p>comparativamente a outros biomas. É também encontrada uma</p><p>grande diversidade de plantas parasitas e plantas trepadeiras (UCMP,</p><p>2007, Krohne, 2001).</p><p>A vegetação apresenta pelo menos três estratos de vegetação e a</p><p>competiçäo pela luz é intesa, dada a alta densidade de espécies. Existe</p><p>um estrato de árvores de muito altas gigantes que emerge por cima do</p><p>estrato de que forma uma copa fechada ou abóbada ( estrato de</p><p>árvores emergentes). Este estrato superior compreende uma grande</p><p>diversidade de espécie de árvores muito altas que podem atingir mais</p><p>de 60 metros.</p><p>Num hectare de floresta podem ser encontradas mais de 100 espécie</p><p>de árvores fazendo parte do estrato superior (UCMP, 2007, Krohne,</p><p>2001).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>O estrato imtermédio, é portanto, constituído por trepadeiras (lianas),</p><p>árvores menores, fetos e palmeiras. O interior de uma floresta tropical</p><p>húmida torna-se escuro, tem pouca luz, devido á sombre produzida</p><p>pelas árvores do estrato intermédio e superio( UCMP, 2007, Krohne,</p><p>2001).</p><p>Como forma de maximizar a captação da luz solar, grande parte das</p><p>plantas deste estrato possuem folhas largas.</p><p>O estrato inferior compreende árvores de dimensões pequenas,</p><p>porém a existência deste estrato, depende do grau de disponibilidade</p><p>da luz. Em florestas muto fechadas, este estrato pode não existir, por</p><p>falta da luz ( Krohne, 2001).</p><p>O chão da floresta é coberto por uma camada de lixo florestal, sempre</p><p>húmida devido ás chuvas ntensas, que é composta por folhas mortas e</p><p>outros restos de vegetais e animais Krohne, 2001). Poucas plantas</p><p>estão presentes no chão florestal, devido á falta de luz.</p><p>No entanto, as condições de temperature e humidade e as condições</p><p>criadas pelo lixo florestal permitem o desenvolvimento de vários</p><p>organismos decompositores como as minhocas bactérias e fungos ( o</p><p>lixo florestal funciona como se fosse uma pilha de adubo( Krohne,</p><p>2001).</p><p>A floresta tropical devido a grande diversidade de recursos e nichos</p><p>que oferece, compeende a maior diversidade de espéciaes do mundo.</p><p>Por exemplo, uma grande diversidade de aves que ocupa os estratos</p><p>superiors encontra uma alta diversidade de recursos alimantares,</p><p>como insectos, frutos, sementes, nectar das flores, rebentos de</p><p>plantas; varias espécies de animais estão adaptados a viver sobre as</p><p>árvores; o chão da floresta é ocupado por animais roedores que se</p><p>alimentam de frutos e sementes que came dos estratos superiors; o</p><p>chão florestal constitui um ambiente propício para ocorrência de</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>animais como sapos e rãs e por isso, as cobras contituem o principal</p><p>grupo de predadores da floresta( O’Hare, 1988).</p><p>Graminais</p><p>Os graminais são zonas que apresentam um Sistema contínuo ou</p><p>menos plano e coberto predominantemente por gramíneas (O’ Hare,</p><p>1988; UCMP, 2007).</p><p>As gramíneas são plantas herbáceas com folhas, caules aéreos e caules</p><p>subterrâneos( rizoma) capazes de resistirá seca e aos incêndios.</p><p>Durante a estação seca, os rizomas ficam dormentes; os rizomas</p><p>rebentam, formando novas folhas e caules, quando inicia a estação</p><p>chuvosa. Os incêndiso tabém interrompem a dormência dos rizomas.</p><p>Graminais das Regiões Temperadas</p><p>Os graminais temperados compreendem as pradarias dos Grandes</p><p>Planaltos da América do Norte, as estepes da Eurásia Central, as</p><p>pampas da América do Sul e os celds da África do Sul. Dependente da</p><p>latitude, a temperature media annual fica distribuída entre 20o C a 30o</p><p>C (as temperaturas de verão podem ser superiores a 38o C) e a</p><p>precipitação annual varia entre 500 e 900 mm. as estações do ano</p><p>estão bem demarcadas, no verão ocorre a máxima precipitação (</p><p>O’Hare, 1988; UCMP,2007).</p><p>Nas zonas mais produticvas, as gramíneas podem atingir 1 metro de</p><p>altura; o crescimento rápido da vegetação durante a primavera e o</p><p>verão resulta em altos niveis de adição da material orgânica no solo,</p><p>proveniente principalmente das raizesç nas zonas menos produtivas as</p><p>gramineas apresentam cerca de 50cm de altura. Aptodutividade</p><p>depende da precipitação e dos solos de cada região( O’ Hare, 1988).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Savanas</p><p>Os graminais das regiões tropicais são geralmente designados por</p><p>savanas. As savanas ocorrem entre o Trópico de Câncer e o Trópico de</p><p>Capricórnio( O’ Hare, 1988).</p><p>As savanas estão distribuídas pela África, Austrália, América do Sul e</p><p>Índia ( UCMP 2007); e constituem um dos biomas mais vasto do</p><p>mundo, e cobrindo cerca de 20% da superfície da terra</p><p>(Shorrocks,2007).</p><p>A distribuição da precitação ao longo do ano é sazonal; a chuva cai na</p><p>época chuvosa e esta é seuida de um longo período seco ( o period das</p><p>chuvas altera com o período seco). A precipitação determna uma</p><p>maior ou menor predominância da vegetação lenhosa principalmente</p><p>as árvores e gramíneas. As savanas são geralmente caracterizadas pela</p><p>coexistênia de árvores e gramíneas, apresentam padrões variados de</p><p>dispersão de espécies de árvores ( Shorrocks, 2007;Smith, 1992, UCMP</p><p>2007).</p><p>Em Moçambique, Angola, Tanzânia, Zaire, Zimbabwe, Zâmbia, Malawi,</p><p>Angola ocorre</p><p>a savana do tipo Miombo, cobrindo uma área de 3</p><p>milhões de km2. O termo miombo provém do nome da árvores</p><p>Muuyombo ( Brachystegia boehmii), que é dominante em toda neste</p><p>tipo de savana. As árvores podem atingir 15 a 20 metros de altura,</p><p>com um estrato basal de arbustos e de gramíneas (Shorrocks,2007).</p><p>A precipitação varia de 1500mm a 2000mm por ano e a maior parte da</p><p>chuva cai na época das chuvas ( Novembro a Março/Abril) e ocorre</p><p>uma longa estação seca. A temperatura media é de 27oC a 30o C (</p><p>Shorrocks, 2007;Smith, 1992, UCMP 2007).</p><p>O clima o pastoreio exercem forte influência na estrutura da</p><p>vegetação; as queimadas que podem ser naturais ou praticadas pelo</p><p>Homem são frequentes na savana.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>A frequência das queimadas diminui a densidade da vegetação e</p><p>mantém as árvores dispersas permitindo a coexistência dos dois</p><p>principais estratos da vegetação ( as gramíneas e as árvores). Por isso,</p><p>quando as queimadas são bem praticadas, ajudam a manter a</p><p>estrutura da savana. O longo período seco favorece uma maior</p><p>ocorrência do fogo ( Shorrocks, 2007;Smith, 1992, UCMP 2007).</p><p>Os solos são em geral pobres em nutrientes (Smith 1992; Shorrocks,</p><p>2007). A pobreza dos solos ( que determina uma comunidade vegetal</p><p>de fraco valor nutritivo) e a prolongada seca fazem com que a savana</p><p>de miombo supore uma baixa densidade de grandes mamíferos. O que</p><p>mais valoriza a importância do miombo para as espécies de maíferos é</p><p>a sua extensão ( Shorrocks, 2007).</p><p>Várias espécies de animais são endémicas á região do miombo, como</p><p>é o caso do antelope roano e do chacal de estria lateral. No entanto, a</p><p>maioria das espécies de grandes mamíferos que ocorrem noutros tipos</p><p>de savana ocorrem na savana de miombo, nomeadamente o elefante,</p><p>rinoceronte, o buffalo. Estes animais compensam a pobreza</p><p>nutricional da forragem consumindo grandes de alimento. Os</p><p>carnívoros associados ao miombo incluem a chita, o leão, o leopard e</p><p>as hienas, dentre outros ( Shorrocks, 2007).</p><p>Desertos</p><p>Os desertos ocorrem entre as latitudes 15o Norte e 35o C Sul do</p><p>equador. São exemplos Sahara ( na Àfrica), os desertos de Mojave,</p><p>Sonora, Chihuahua, da Grande Bacia ( na Amèrica); o deserto do</p><p>Negev ( no Mèdio Oriente) e o deserto de Gobi ( na Àsia) ( Krohne,</p><p>2001).</p><p>Os desertos ocorrem em regiões onde a evaporação é superior á</p><p>precipitação. São tipicamente secos e quentes, exibindo uma grande</p><p>variabilidade da temperature e uma marcante impresibilidade da</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>precipitação ( Krohne, 2001). As temperaturas medias do deserto são</p><p>de 20oC a 25oC, sendo as extremas de 44oC a 49oC ( durante o dia ) e</p><p>cerca de 18oC negativos (durante a noite ). A temperatura muda</p><p>drasticamente, sendo demasiadamente alta durante o dia e</p><p>extremamente baixa durante a noite, porque o ar contém muito</p><p>pouca humidade; a humidade absorve o calor e a falta de humidade</p><p>reduz a possibilidade de aquecimento ( UCM,2007 ).</p><p>A precipitação total anual é inferior a 300 mm. No deserto, de</p><p>Atacama no Chile, por exemplo nunca chove enquanto algumas áreas</p><p>do deserto de Kalahari na África ocorrem nevoeiros; a distribuição da</p><p>chuva varia, mesmo dentro da mesma região – no deserto de Sonora ,</p><p>no Arizona, pode chover numa parte do deserto e não chover noutras</p><p>áreas que ditam apenas 1 km ( Krohne, 2001 ).</p><p>Os substratos onde ocorrem os desertos são demasiadamente</p><p>variáveis, dependendo da região onde o deserto ocorre. Alguns são</p><p>pouco profundos, outros são constituídos de areias brancas, profundas</p><p>e antigas, outros são de origem vulcânica. Alguns desertos, o Grande</p><p>Lago Salgadona América do Norte, são salgados e derivam da seca de</p><p>lagos. O chão de alguns desertos é constituído por pedras, designados</p><p>por “pavimentos do deserto” que por vezes ficam cobertos de</p><p>materiais brilhantes constituído de argilas e óxidos de ferro e</p><p>manganésio ( Krohne, 2001 ).</p><p>As plantas que vivem no deserto possuem mecanismos de adaptação</p><p>que os permite sobreviver em ambientes de escassez de água.</p><p>Ocorrem plantas suculantes como os cactos, pequenas ervas e</p><p>arbustos. Os cactos são capazes de conservar água nos seus ramos e</p><p>caules e as suas folhas são transformadas em pequenos espinhos (</p><p>UCM, 2007 ).</p><p>Outras adaptações incluem o desenvolvimento de um número</p><p>reduzido de folhas pequenas. Algumas plantas desenvolvem um</p><p>sistema de raízes muito profundo que os permite extrair água em</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>profundidade. Várias plantas são efémeras, ou seja têm um ciclo de</p><p>vida muito curto, crescem e florescem e produzem sementes no curto</p><p>período de chuvas ( algumas semanas ) ( Krohne, 2001).</p><p>Para evitar o calor, alguns animais são escavadores e possuem hábitos</p><p>nocturnos. Por falta de água, vários animais bebem pouca água e</p><p>obtém água a partir dos alimentos que consomem ( leia os exemplos</p><p>de adaptações de animais e plantas às condições de temperatura e</p><p>escassez de água apresentados da unidade II, capítulo II, páginas 29 e</p><p>32 )</p><p>Biomas de água doce</p><p>A Água doce é definida como tendo uma concentração de sal baixa,</p><p>normalmente inferior a 1%. As plantas e os animais de água doce</p><p>estão adaptadas ao baixo reor de sal e não são capazes de sobreviver</p><p>em ambientes muito salgados ( nos oceanos, por exemplo ) ( UCM,</p><p>2007 ).</p><p>Os sistemas de água doce podem ser classificados em dois grandes</p><p>grupos: sitema de águas paradas ou sistemas lênticos e sistemas de</p><p>águas correntes ou sistema lóticos (Odum, 1993 ).</p><p>Estes sistemas podem ser agrupados em três tipos principais de</p><p>regióes: (i) lagoas e lagos; (ii) fontes, rios e riachos (iii) terras húmidas,</p><p>que constituem a transição entre os sistemas aquáticos e os sistemas</p><p>terrestres ( Odum, 1993; UCM, 2007 ).</p><p>Terras Húmidas</p><p>As terras húmidas formam um conjunto de ecossistemas que</p><p>constituem a transição entre os sistemas aquáticos e os sistemas</p><p>aquáticos e os sistemas terrestres. Alguns destes sistemas podem ficar</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>permanentemente húmidos e assim tornam-se importantes para um</p><p>conjunto de organismos que utilizam esses ecossistemas como zonas</p><p>de reprodução, de forragem ou de esconderijo ( Krohne,2001).</p><p>As terras húmidas suportam diversas espécies de plantas aquáticas.</p><p>Comportam também várias espécies de anfíbios, répteis e aves, pelo</p><p>que possuem alto valor económico.</p><p>As terras húmidas podem ser classificadas de acordo comas suas</p><p>condições de drenagem da água do solo e outras características</p><p>físicas(Krohne,2001). Por exemplo, os pântanos são bacias planas onde</p><p>a água flui lentamente saturando o solo. Uma das diferênças entre os</p><p>pântanos e outros tipos de terras húmidas é que os pântanos são</p><p>dominados por plantas lenhosas.</p><p>Bioma marinhos</p><p>Os sistemas marinhos incluem os oceanos, os corais e as zonas</p><p>estuarinas; os oceanos compreendem cerca de ¾ da superfície</p><p>terrestre, constituindo um habitat potencialmente mais vasto [ara as</p><p>comunidades vagetias e animais. Nos biomas marinhos, as algas e as</p><p>ervas marinhas são as principais comunidade produtoras. Os oceanos</p><p>fornecem a maior parte do vapir de água para a precipitação na terra.</p><p>A importância dos oceanos para o ciclo do carbon foi referida no</p><p>capítulo I desta unidade.</p><p>Oceanos</p><p>Os oceanos estão ligados entre si num vasto oceano global e foram</p><p>geograficamente divididos em quarto corpos de água: Oceano</p><p>Pacífico, Atlântico e Árctico. Os oceanos cobrem mais de 70% da</p><p>superfície do Globo ( Odum,1993).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>O sal ( cloreto de sódio) é o principal compost químico da água do</p><p>mar, para além do cloro e do sódio, o magnésio,</p><p>o potássio, o cálcio e</p><p>o enxofre que fazem parte da composição da água do mar. A água do</p><p>mar é alcalina, devido a elevada presença de iões de carga positive ou</p><p>catiões ( Odum,1993).</p><p>Distinguem-se nos oceanos diferentes zonas ou regiões. Das costa</p><p>para o mar profundo, distinguee-se a plataforma continental que</p><p>começa na linha da costa e desce com um declive suave até ao talude</p><p>continental ( onde o declive é muito mais pronunciado); a plataforma</p><p>continental atinge a bacia oceânica(Odum,1993).</p><p>A região do mar está situada para além da plataforma continental e é</p><p>designada por região oceânica ou bacia oceânica; é formada por</p><p>planícies abissais e cordilheiras ou fossas oceânicas ( Odum, 1993;</p><p>Krohne,2001). A região do declive e da elevação continental é a zona</p><p>batipelágica que pode ser active geologicamente, com movimentos</p><p>das placas do substrato, actividades vulcânicas e contém trincheiras e</p><p>desfiladeiros. A região abissal é a área das profundidades oceânicas</p><p>2000 a 5000 metros de profundidade( zona hadal) (Odum,1993).</p><p>Em profundidade, as zonas podem ser ecologicamente classificadas</p><p>em termos da penetração da luz, sendo a parte superficial onde a luz</p><p>penetra facilmente, a zona eufótuca ou fótica- é a zona do corpo de</p><p>água que recebe a luz e onde ocorre a fotossíntese ( região</p><p>produtora); a zona afótica— a zona que compreende coluna de água</p><p>que não recebe luz. A zona eufótica é a mais profunda, onde as águas</p><p>da região oceânica são claras ( pode ter 100 a 200 metros de</p><p>profundidade), sendo pouco profunda na costa onde ocorre maior</p><p>turvação ( cerca de 3 metros de profundidade) (Odum,1993).</p><p>A zona pelágica é a zona que compreende a coluna de água onde os</p><p>animais não estão fixos, ou não dependem de um substrato ( o</p><p>bentos); a zona palágica compreende a plataforma continental e a</p><p>zona oceânica (Odum,1993).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>As temperaturas da águas dos oceanos variam bastante e diminuem</p><p>com a profundidade (Odum,1993; Krohne, 2001). Nas zonas tropicais a</p><p>temperature media pode atingir os 30o C, enquanto uqe nas regiões</p><p>polares a temperature das águas do mar podem estar abaixo das</p><p>temperaturas de congelamento das água, porem as águas</p><p>permanecem no estado líquido devido ao seu teor de sa ( Krohne,</p><p>2001).</p><p>Em geral , os organismos que habitam os oceanos estão adaptados ás</p><p>correntes de água e á pressão exercida pela água. As correntes podem</p><p>ser geradas tanto pelas mudanças de temperature, como pela</p><p>salinidade e tanto a temperature como a salinidade influenciam a</p><p>densidade da água. As correnytes são importantes para a circulação de</p><p>nutrientes do fundo dos oceanos para zonas mais superficiais. A alta</p><p>produtividade dos oceanos que se reflecte na alta riqueza do pescado</p><p>é o resultado da ocorrência das correntes marinhas frias ascendentes</p><p>que trazem á superfíe os nutrientes das camadas mais profundas</p><p>(Odum,1993; Krohne, 2001).</p><p>Para além de outros organismos, os nutrientes são utilizados pelo</p><p>plâncton marinho inclui o fitoplâncton (produtores) e o zooplâncton (</p><p>os consumidores). O plâncton contitui uma grande diversidade de</p><p>organismos microscópicos que não possuem movimento próprio, são</p><p>flutuantes, movidos pelas correntes.</p><p>A grande diversidade de organismos marinhos depende do plâncton.</p><p>Muitos animais pelágicos ( do alto mar) como as baleias, alimentam-se</p><p>de plâncton (Odum,1993; Krohne, 2001).</p><p>Ligadas á ocorrência das correntes, várias espécies marinhas de</p><p>interesse commercial encontram-se na plataforma continental ou</p><p>próximo da mesma e incluem o bacalhau, as anchovas, a sardinha da</p><p>África do Sul, o atum (Odum 1993).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Por sua vez, as zonas mais profundas do oceano, apresentam uma</p><p>grande diversidade de fauna, apesar de ocorrer pouca luz. A</p><p>bioluminescência é uma das principais características adaptativas dos</p><p>organismos desta zona, dede os microscópicos até aos maiores. A</p><p>natureza oferece variados exemplos muito interessantes de</p><p>estratégias de utilização da bioluminescência para garantir a</p><p>sobrevivência das espécies portadoras dessa característica (Krohne,</p><p>2001).</p><p>As zonas entre mares das costas arenosas não exibem uma</p><p>estratificação acentuada, como acontece nas costas rochosas. Nas</p><p>costas arenosas, as ondas do mar movimentam constantemente as</p><p>areias, a lama e os organismos adapltados a estas coircunstâncias</p><p>incluem os vermes ( exemplo, os poliquetos), os bivalves ( por</p><p>exemplo, as amêjoas) e algumas espécies de caranguejos. Várias</p><p>espécies de aves visitam as zonbas arenosas entre mares( Krohne,</p><p>2001).</p><p>Recifes de coral</p><p>Recifes de corais são importantes ecossistemas costeiros que ocorrem</p><p>em águas pouco profundas das zonas tro[icais e subtropicais, cujas</p><p>temperaturas das águas não descem até abaixo de 18oC.</p><p>Os recifes podem desenvolver-se em substrates rochosos presentes</p><p>nas ilhas e continents; alguns recifes de corais formam autênticas</p><p>barreiras ao longo das linhas consteira dos continents, por exemplo, a</p><p>Grande Barreira de Corais da Austrália; outros corais formam ilhas ( os</p><p>atóis), onde os sedimentos se acumulam e acbam emergindo na</p><p>superfície dos oceanos(Krohne, 2001;UCM,2007).</p><p>Os recifes de corais constituem os habitais mais produtivos dos</p><p>oceanos. Um dos factores que tornam os coprais mais produtivos do</p><p>que a água oceânica circunvizinha é a sua associação mutualista com</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>algumas espécies de algas fotossintéticas. Os corais obtêm os seus</p><p>nutrientes directamente a partir das algas com as quais vive mem</p><p>associação e que realizam a fotossíntese. Os pólipos de corais também</p><p>alimantam-se do plâncton. A fauna nos recifes de corais inclui várias</p><p>espécies de peixes, ouriços-do- mar, estrelas-do-mar, polvos, de entre</p><p>outros animais ( Krohne, 2001).</p><p>Outro factor que responde pela alta produtividade dos corais é a sua</p><p>proximidade com o interior, a terra do continente, o qual providencia</p><p>nutrientes para o system a. o sistema de corais é similar ao da floresta</p><p>tropical, onde ocorre também uma eficiência na reciclagem de</p><p>nutrientes, de tal modo que ocorrem poucas perdas na sua utilização</p><p>ao longo das cadeias alimentares estabelecidas no sistema ( Krohne,</p><p>2001).</p><p>Vários mariscos, esponjas e algas podem ser encontrados nos recifes</p><p>de corais. Muitos animais utilizam o coral como fonte de alimento,</p><p>como o peixe papagaio. Outros pequenos peixes, os pepinos do mar,</p><p>grandes carnivores como as moreias, barracudas e pequenos tubarões</p><p>encontram seus alimentos nos recifes.</p><p>Estuários</p><p>Estuários são áreas ecológicas importantes onde os cusos de água</p><p>doce dos rios misturam-se com água dos oceanos, criando</p><p>ecossistemas muito especiais. A camada de água doce que</p><p>desemboca dos sistemas dos rios, por ser enos densa, tende a</p><p>localizar-se por cima da água salgada( mais densa) e as variações de</p><p>salinidade constituem o factor ecológico determinate da vida nos</p><p>estuários ( Odum,1993).</p><p>Ocorrem enormes amplitudes de variação do teor de sal das águas</p><p>estuarinas em função da evaporação da água superficial e das</p><p>correntes de água ( doce e salgada) que entram ou saem do sistema.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Em geral, a evaporação tende a aumentar a salinidade e água muito</p><p>salgada pode entrar para o interior dos rios, especialmente nas zonas</p><p>tropicais, onde ocorrem elevadas taxas de evaporação; as entradas de</p><p>água doce tendem a diluir a água salgada (Odum, 1993;Krohne,2001).</p><p>O substrato dos estuários está em constant dinâmica. Um factor que é</p><p>responsável pela dinâmica das zonas estuarinas é a entrada da água</p><p>doce flutuante para o ame e a saida de água salgada sbjacente em</p><p>direcção ao rio. Os dois fluxos</p><p>cobtrários, provocam contracorrentes.</p><p>Estas contracorrentes funcionam como espécies de " malha" de</p><p>recolha de nutrientes, impedindo o transporte e a perda de nutrientes</p><p>e de partículas de materias dos sistemas de água doce para dentro do</p><p>mar. quando as correntes de água dos rios são lentas, o material</p><p>importado pelos rios é depositado na foz, na forma de um delta. A</p><p>acção dos oceanos actua ao contrário, tende a empurrar os mateiais</p><p>para dentro dos rios ( Krohne,2001).</p><p>Mangais</p><p>Os pântanos de mangais são ecossistemas típicos das zonas estuarinas</p><p>das regiões tropicais e subtropicais e que possuem uma enorme</p><p>importância ecológica e económica.</p><p>Os mangais protegem a zona consteira, amortecendo o impacto das</p><p>ondas do mar. as raízes das plantas do mangal servem para moderar a</p><p>força das correntes de água do mar, o que faz com que os sedimentos</p><p>precipitem no fundo e formen um substrato mais ou menos estável. A</p><p>medida que o substrato vai ficando estável, outras espécies de árvores</p><p>vão se fixando. A dinâmica estuarine faz com que os mangais</p><p>funcionem como filtros, colctando vários materiais e poluentes que</p><p>cao contrário entrariam directamente para o mar (Krohne,2001).</p><p>Os pântanos de mangais functional como viveiros para o</p><p>desenvolvimento de vários animais marinhos, alguns deles de elevada</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>importância económica. O camarão desova e passa as primeiras fases</p><p>do seu desenvolvimento nos mangais e migra para o oceano aberto na</p><p>fase adulta. (Krohne,2001).</p><p>Segundo Macne& Kalk (1969), na Ilha de Inhaca em Moçambique,</p><p>ocorrem espécies de mangal da família Rhizophoraceae,</p><p>representados por três géneros que se distribuem de uma forma</p><p>zoneada, do mar para a terra; Rhizophora, Bruguiera e Ceriops.</p><p>Avicenna maina é pioneira e alastra-se até a terra firme. As plantas do</p><p>mangal apresentam vários mecanismos de adaptação á água e á altos</p><p>níveis de alinidade. Para evitar o apodrecimento em água, as suas</p><p>sementes germinam antes de cairem para o substrato, formando uma</p><p>espécie de “estaca pontiaguda” que permite uma eficaz fixação sobre</p><p>o substrato lodoso, quando a semente se desprende da árvore e cai.</p><p>Para respirar , as plantas do amgal possuem várias formas de raízes</p><p>que emerge da superfície da água.</p><p>Rhizophora, tem raízes na forma de estacas; as raizes de Bruguiera</p><p>formam curvaturas que lembram joelhos; Avicena possui raízes que</p><p>aparecem á superfície na forma de agulhas ( os pneumatóforos).</p><p>Principais ecossistemas de Moçambique</p><p>A classificação mais simples da vegetação de Moçambique encontra-se</p><p>no atlas geográfico de Moçambique (MEC, 1979), que ilustra com o</p><p>respectivo mapa a sua distribuição pelo teritório.</p><p>Esta classificação apresenta cinco grupos principais da vegetação</p><p>natural, e dentro destas as suas respectivas subdivisões.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Florestas</p><p>Florestas Sempreverdes de Montanha</p><p>Encontram-se desde os 1200 a 1600 m.s.n.m. com precipitações de</p><p>1700 a 2000 mm por ano. Nas seguintes regiões: Gurué, Milange,</p><p>Chimanimani, Vumba, Gorongonza e outras zonas altas.</p><p>Espécies predominantes: Khaya anthoteca, Erythrophleum suaveolens,</p><p>Albizia spp e Macaranga spp, entre outras.</p><p>Floresta Semi-decídua húmida de baixa altitude</p><p>Encontra-se na região sublitoral, na parte norte sul do delta do</p><p>Zambeze: em Nicuadala, Namacura e Maganja da Costa ao Norte e em</p><p>Cheringoma, Inhaminga e Marromeu ao Sul.</p><p>Espécies predominantes: Pteleopsis myrtifolia, Erythrophleum</p><p>suavelens, Brachyategia spiciformis, Julbernardia globiflora, e Hirtella</p><p>zanguebarica.</p><p>Esta é uma das formações vegetais mais ricas e mais diversificadas de</p><p>espécies arbóreas de Moçambique.</p><p>Florestas Semi-decídua e decídua seca</p><p>Ocorre em várias regiões do país:</p><p>Ao sul de Maputo, na reserva de Liquati com predominância de Afzelia</p><p>quanzensis, Sideroxlon inerme, Balanites maughamii, Dialium</p><p>schlechteri, entre outras.</p><p>Na região sublitoral, desde a cidade de Maputo até Quissico</p><p>(Inhambane) com as mesmas espécies predominantes no sul de</p><p>Maputo.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Ao sul do rio Save entre Massingue e Vilanculos, com a predominância</p><p>de Adansonia digitata, Cordyla africana entre outras.</p><p>Outras várias regiões ao norte do país, entre o Rio Rovuma e</p><p>Macomia, e na região costeira da província de Sofala, Zambézia e</p><p>Nampula.</p><p>Floresta aberta de Miombo</p><p>Miombo é o termo usado na Africa Austral para designar as formações</p><p>florestais compostas à base de espécies dos géneros Brachystegia e</p><p>Julbernardia e Isoberlinia.</p><p>O miombo é a formação vegetal mais comum na Africa Central e</p><p>Austral especificamente no Zimbabwe, Zambia, Malawi, Tanzania e</p><p>Moçambique (Camphel 1996). Ocorre sob diversas formas em quase</p><p>todo o norte de Moçambique (Cabo Delgado, Niassa, Nampula e</p><p>Zambézia), no norte da província de Tete, no oeste da província de</p><p>Manica e na faixa costeira (sublitoral) desde o norte do Save descendo</p><p>para o sul até o rio Limpopo.</p><p>Nas regiões de média altitude, ocorre o miombo semidecíduo devido a</p><p>alta pluviosidade enquanto que em sitios mais baixos ocorre o</p><p>miombo decíduo seco.</p><p>Savanas arbóreas (em zonas de baixa precipitação)</p><p>Savana de Mopane</p><p>Mopane deriva do nome científico da espécie dominante,</p><p>Colophospermum mopane. Ocorre largamente no vale do Limpopo,</p><p>em toda a região Noroeste da província de Gaza desde o Chókwè até</p><p>ligeiramente ao norte do rio Save. Outra região é o centro da</p><p>província de Tete-no vale do Zambeze. Encontra-se associado a</p><p>espécies como Acacia exuvialis, Combretum apiculatum, C. imberbe e</p><p>Commiphora Sp.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Savana de Imbondeiros</p><p>Ocorre na província de Tete ao Sul do Zambeze com a Adansonia</p><p>digitata como espécie predominante.</p><p>Savana de Acacia e de folha larga</p><p>Ocorre preticamente em todo o sul do rio Limpopo com</p><p>predominância de espécies dos gêneros Acacia, Albizia, Combretum,</p><p>Strychnos, entre outros.</p><p>Savanas herbáceas e arbóreas</p><p>Pradaria de aluvião de terras salgadas</p><p>Em todas as bacias dos rios principais de Moçambique e com maior</p><p>enfase no Delta do Zambeze. A composição específica varia de uma</p><p>região para a outra e da distância ao curso de água.</p><p>É comum encontrar espécies herbáceas dos géneros Cyperus, Juncus e</p><p>Thypha misturadas com algumas árvores dispersas do genero Acácia e</p><p>Palmeiras como Phoenix reclinata, Borassus aethiopum, entre outras.</p><p>Pastagens de montanha e planalto</p><p>Principalmente no planalto de Angonia e nas partes mais altas do</p><p>planalto do Chimoio. As espécies predominantes são capins do genero</p><p>Panicum, Paspalum, Hyparrhenia, entre outros. Encontram-se árvores</p><p>espalhadas, geralmente do género Uapaca, Parinari, Lonchocarpus,</p><p>entre outras.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Vegetação Litoral</p><p>Mangal</p><p>Vegetação típica das zonas costeiras lamacentas e na foz das rios.</p><p>Espécies dominantes são: Rhizophora mucronata, Bruguiera</p><p>gymnorrhiza, Avicennia marina, Lumnitzera racemosa. Os principais</p><p>mangais de Moçambique localizam-se em Nampula (129000 ha),</p><p>Sofala (107000 ha) e Zambézia (105000 ha).</p><p>Brenha Costeira</p><p>Em quase toda a costa de Moçambique povoando as dunas de areia.</p><p>As espécies predominantes são Mimusops caffra, Acacia spp.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Figura 1: Mapa de distribuição das principais formações vegetais em</p><p>Moçambique (Sitoe, 2003).</p><p>Figura 2: Vista parcial de algumas formações vegetais importantes de</p><p>Moçambique. a) Floresta Densa Humida em Chimanimani, Manica; b)</p><p>Floresta aberta de Miombo em Baruè, Manica; c) Pradaria de Aluvião</p><p>no vale do Limpopo, Xai-Xai, Gaza; d) Mangal na foz do rio Zongoene,</p><p>Gaza (Sitoe, 2003).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>UNIDADE Temática 2.2. Ecossistemas Artificiais</p><p>Ecossistemas Artificiais</p><p>Os ecossistemas artificiais resultam da acção do homem sobre os</p><p>ecossistemas naturais, criando uma alteração parcial ou completa nos</p><p>ecossistemas naturais para dar lugar actividades a actividades do seu</p><p>interesse.</p><p>Principais tipos de ecossistemas artificiais</p><p>Ecossistemas agrícolas</p><p>São aqueles que resultam da interferência do homem sobre os</p><p>ecossistemas naturais para dar lugar a produção agrícola. Estes</p><p>ecossistemas podem ser de curto prazo, em sistemas de produção de</p><p>subsistencia com pousio permanente, dando lugar a processos</p><p>sucessionais e restauração da vegetação natural ou de longo prazo em</p><p>sistemas de produção industrial, em grande escala com intenso uso da</p><p>terra e agro-químicos.</p><p>Figura 3: Campo de produção de algodão (Tete) (Sitoe, 2003).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Ecossistemas urbanos</p><p>São lugares que um dia eram ecossistemas naturais, que devido a</p><p>actividades de urbanização foram transformados em edifícios e casas.</p><p>O crescimento urbano no mundo assim como em Moçambique é uma</p><p>das causas do desaparecimento de ambientes naturais em benefício</p><p>do cimento.</p><p>Figura 4: Imagem da cidade de Maputo, Moçambique</p><p>(www.google.co.mz).</p><p>Ecossistemas Piscícolas</p><p>São ecossistemas que são criados pelo homem, são um lugar onde se</p><p>criam artificialmente peixes utilizados para exportação e importação</p><p>de peixes em quantidades massivas para o benefício humano.</p><p>Figura 5: Parque piscícola (Brasil) (www.google.co.br)</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Aplicação ambiental- a destruição de ecossistemas</p><p>Os biomas mundias representam os principais tipos de habitats</p><p>existentes no planeta e albergam as plantas e os animais da terra.</p><p>Várias facetas de transformação de ecossistemas e os seus efeitos</p><p>sobre a ecologia global, foram analisados nos capítulos anteriore.</p><p>Nesta secção são considerados apenas alguns exemplos para ilustra</p><p>em que medida a transformação e destruição de habitats ocorre no</p><p>planeta, rompendo com o equilíbrio global.</p><p>As florestas possuem uma capacidade tampão global e a sua</p><p>destruição pode provocar mudanças climáticas globais. As florestas</p><p>têm sido reduzidas ou eliminadas, para alimentar as crescents</p><p>necessidades de lenha, construção, desenvolvimento da agricultura e</p><p>pecuária e outras comodidades.</p><p>A taxa de redução da floresta tropical humida está na ordem de 17</p><p>milhões de hectares por ano. As áreas são queimadas e convertidas</p><p>em parcelas para a prática da agricultura.</p><p>O agravante é que as áreas convertidas não conseguem recuperar de</p><p>modeo a atingirem o estado inicial de equilibrio. Por outro lado, a</p><p>destruição de florestas é responsável pela extinção de 17000 especies</p><p>de organismos por ano ( Krohne, 2001).</p><p>Por sua vez, os ecossistemas aquáticos ( de água doce e marinho)</p><p>fornecem a água para a irrigação e para beber e recursos importanytes</p><p>para a vida da humanidade, para alem de exercer um enorme efeito</p><p>sobre o clima. A sobrepesca e a poluição tornam estes ecossistemas</p><p>em risco de sustentar a vida dos organismos desses ecossistemas.</p><p>Arturton et al.(2006) referem que a degradação dos ambientes</p><p>consteiros e marinhos da África intensificou nos últimos 50 anos</p><p>contribuindo para isso vários factores entre os quais o crescimento</p><p>populacional, a sobrepesca, a pobreza e a pressões de impostos pelas</p><p>necessidades de desenvolvimento. Por exemplo, cerca de 1/5 dos</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>mangais do mundo ocorrem na África sub- Sahariana e 70% destes</p><p>mangais estão distribuídos em 19 países da África Ocidental, com uma</p><p>área total de 20144Km2. Nesta região, pelo menos 25% da área do</p><p>mangal foi perdida ( UNEP-WCMC,2007;apud Diop et al.,2010).</p><p>Estes exemplos reforçam as necessidades de protecção, restauração</p><p>de habitats para que a humanidade continue a beneficiar, a longo</p><p>prazo, dos recursos e dos serviços que os ecossistemas providenciam</p><p>local ou globalmente.</p><p>UNIDADE Temática 2.3. Ecossistemas Degradados</p><p>Ecossistemas degradados</p><p>A preocupação com a reparação de danos provocados pelo homem</p><p>aos ecossistemas não é recente. Plantações florestais têm sido</p><p>estabelecidas no mundo desde a séculos com diferentes objetivos.</p><p>Entretanto, somente nos anos 90, com o desenvolvimento da ecologia</p><p>da restauração como ciência, o termo restauração ecológica passou a</p><p>ser mais claramente definido, com objetivos mais amplos, passando a</p><p>ser o mais utilizado no mundo nos últimos anos (Engel & Parrotta</p><p>2003).</p><p>Causas da degradação dos Ecossistemas</p><p>Queimadas</p><p>As queimadas são um factor muito importante na degradação de</p><p>ecossistemas. Exiestem várias fontes de queimadas na vegetação: os</p><p>relampagos, a lava dos vulcões, os fogos provocados pelo homem</p><p>(para a caça e agricultura).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Na situação de Moçambique as principais causas das queimadas são as</p><p>actividades humanas. Nas regiões norte e centro de Moçambique as</p><p>florestas são queimadas pelo menos uma vez por ano (Sitoe, 2003).</p><p>Sendo assim é lógico concluir que a vegetação destas zonas está</p><p>sujeita a destruição anual e deve se restaurar anualmente.</p><p>As queimadas são quase sempre resultado de actividades humanas</p><p>para (a) agricultura: o camponês antes de entrar na machamba com a</p><p>enxada a capinar primeiro passa fogo sobre o capim que está na</p><p>machamba, estes fogos muitas vezes são descontrolados queimando</p><p>grandes áreas florestais; (b) caça: para afogentar os animais de uma</p><p>área para cairem nas armadilhas dos caçadores; ou depois de apanhar</p><p>os animais o processo de conservação comumente usado é a secagem;</p><p>esta exige o estabelecimento de uma fogueira, a qual é feita dentro da</p><p>própria floresta; depois do trabalho feito, o fogo pode-se alastrar e</p><p>ficar descontrolado; (c) pastagem: no período seco, nas zonas onde se</p><p>pratica actividade pecuária há deficiência de pastos frescos para os</p><p>animais porque o capim está seco; o método que se usa é queimar</p><p>largas áreas (muitas vezes descontroladamente); a queimada vai</p><p>eliminar a parte aérea das ervas deixando a parte redicular; esta , por</p><p>sua vez vai criar condições para a rebrotação de novas folhas</p><p>proporcionando uma boa pastagem para os animais.</p><p>Factores bióticos</p><p>Na natureza nenhum indivíduo vive separado dos outros seres vivos,</p><p>há sempre outros indivíduos à sua volta, estes podem ser da mesma</p><p>espécie ou de espécie diferente. Como cada indivíduo tem seus</p><p>requerimentos em termos de nutrientes e condições de vida que pode</p><p>coincidir com as dos outros é fácil concluir que um indivíduo será</p><p>sempre influenciado pelos seus vizinhos duma forma directa ou</p><p>indirecta. A capacidade competitiva entre indivíduos de difetentes</p><p>espécies que leva à não ocorrência de outros é o exemplo mais</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>comum de influência de factores bióticos. Porém alargando o termo</p><p>para outros elementos que não só as plantas, observa-se que os</p><p>animais, dependemda vegetação como sua principal fonte de</p><p>alimentação. Este processo de alimentação representa uma influência</p><p>na vegetação. Como exemplo deste caso tem se indicado, a</p><p>desertificação verificada nas regiões semi-aridas com maior detalhe</p><p>nas regiões subtropicais resultante de processos de sobre-pastoreio.</p><p>Factores antrópicos</p><p>As acções humanas podem ser analizadas duma maneira geral dentro</p><p>de outros factores mas é comum apresentar-se este factor devido as</p><p>características</p><p>particulares que este apresenta: o homem é o animal</p><p>que maior influência tem dado sobre os ecossistemas naturais em</p><p>geral e à vegetação em particular.</p><p>Se recuarmos uns anos atrás e verificarmos quantas áreas naturais</p><p>havia no século XIX em todo planeta e observarmos quanto existe</p><p>hoje, vamos concluir que houve uma diminuição drástica</p><p>principalmente devida às actividades humanas. Uma parte já foi</p><p>indicada nos pontos anteriores sobre queimadas mas outras</p><p>actividades como agricultura, construção de cidades, aldeias, estradas,</p><p>emissão de de gases de resíduos tóxicos, entre outras são resultado da</p><p>actividade humana que resulta da destruição das massas naturais de</p><p>florestas e outros campos naturais. Não é preciso ir longe nem recuar</p><p>muito tempo para dar exemplo do fenómeno de influência humana</p><p>nos ecossistemas: Em Moçambique, à volta de grandes cidades já não</p><p>se encontra nenhuma floresta como resultado de corte para</p><p>fornecimento de combustível lenhoso às populações urbanas e</p><p>suburbanas. Duma forma geral toda a actividade agrícola silvícola,</p><p>mineira, petrolífera, etc. é uma influência humana na degradação de</p><p>ecossistemas.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Restauração de ecossistemas degradados</p><p>Consideram-se degradadas áreas que apresentam “sintomas” como:</p><p>mineração, processos erosivos, ausência ou diminuição da cobertura</p><p>vegetal, deposição de lixo, superfície espelhada...entre outros (SMA</p><p>2004). Em 2004 a “Society for Ecological Restoration” - SER publicou</p><p>“Os Princípios da SER na Ecologia de Restauração” esse guia define a</p><p>restauração ecológica como uma atividade intencional que inicia ou</p><p>acelera a recuperação de um ecossistema no que diz respeito a sua</p><p>saúde, integridade e sustentabilidade. Ecossistemas que requerem</p><p>restauração têm sido degradados, danificados, transformados ou</p><p>inteiramente destruídos como resultado direto e indireto das</p><p>atividades humanas. Adicionalmente, descreve vários passos a serem</p><p>tomados para o desenvolvimento e o manejo de projetos de</p><p>restauração ecológica.</p><p>Dentre as várias atividades a serem realizadas estão: identificar o local</p><p>e o tipo de ecossistema a ser restaurado; identificar o agente causador</p><p>da degradação; e identificar se há necessidade de intervenções diretas</p><p>para a restauração.</p><p>Dentro desses princípios foram desenvolvidos vários modelos para a</p><p>restauração de áreas degradadas, dentre eles:</p><p>Condução da Regeneração Natural: Restauração através da sucessão</p><p>secundária, sendo necessário apenas o abandono da área a ser</p><p>restaurada para que esta, naturalmente, se desenvolva através da</p><p>regeneração natural (Engel e Parrotta, 2003). No entanto, para que</p><p>isso ocorra, há a necessidade de superar barreiras para a regeneração</p><p>natural, como a ausência ou a baixa disponibilidade de propágulos</p><p>(sementes) para a colonização do local, a falha no recrutamento de</p><p>plântulas e jovens (predação de sementes e plântulas e/ou ausência</p><p>de um microclima favorável), falta de simbiontes (micorrizas e</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>rizobactérias) e polinizadores e dispersores. Atualmente o método é</p><p>um dos indicados para restauração florestal em áreas de preservação</p><p>permanente pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Ver:</p><p>http://www.mma.gov.br/port/conama/).</p><p>Plantio por sementes: Esta técnica supera uma das barreiras à</p><p>regeneração natural, pois os propágulos seriam diretamente lançados</p><p>no local a ser restaurado. Mas o sucesso no emprego desta técnica</p><p>depende de haver condições mínimas para que ocorra o recrutamento</p><p>das plântulas e dos juvenis e da manutenção das interações para a</p><p>funcionabilidade do ecossistema. No Mato Grosso algumas iniciativas</p><p>demonstram que o método da semeadura direta, ainda que com</p><p>desempenho não satisfatório para algumas espécies, mostrou-se</p><p>viável, o que o recomenda como alternativa econômica de restauração</p><p>florestal (Ver: www. socioambiental.org).</p><p>Plantio de mudas: Apesar de ser uma forma mais onerosa de</p><p>restauração de áreas degradadas, por aumentar as chances de sucesso</p><p>do desenvolvimento das plântulas e diminuir a perda das sementes, o</p><p>plantio de mudas de espécies nativas de rápido crescimento apresenta</p><p>alta eficácia na restauração e com o passar do tempo proporciona o</p><p>desenvolvimento de espécies vegetais de outros níveis de sucessão e a</p><p>atração de animais frugívoros dispersores de sementes. Pelo alto</p><p>índice de sucesso dessa técnica, com a utilização de espécies de rápido</p><p>desenvolvimento, cerca de um a dois anos após o plantio têm-se áreas</p><p>onde espécies arbóreas venceram a competição com espécies</p><p>invasoras herbáceas e gramíneas, através do sombreamento</p><p>(Cavalheiro et al., 2002).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>É possível baixar os custos das atividades de restauração com o plantio</p><p>de mudas em “ilhas”. O plantio de mudas pode ser feito conforme</p><p>sugerido por Kageyama e Gandara (2000), as ilhas de alta diversidade</p><p>são formações de pequenos núcleos onde são colocadas plantas de</p><p>distintas formas de vida (ervas, arbustos, lianas e árvores). Com a</p><p>utilização de uma alta diversidade e densidades de espécies arbóreas,</p><p>essas ilhas serviriam como “trampolins” para restaurar a conectividade</p><p>entre os fragmentos e auxiliar o processo de restauração de florestas</p><p>nativas (Kageyama, et al., 2003). Ou ainda, com o plantio de árvores</p><p>isoladas ou em grupos – de espécies que atraem a fauna, servindo</p><p>como dispersores de sementes (SMA 2004).</p><p>EXERCÍCIOS DO TEMA II</p><p>1. O que entende por ecossistema?</p><p>2. Quais são os principais ecossistemas mundiais?</p><p>3. Quais são as principais formações vegetais de Mocambique?</p><p>4. Dê 3 exemplos de ecossistemas artificiais?</p><p>5. Indique as causas de degradação dos ecossistemas?</p><p>6. Quais são as principais razões da degradação de ecossistemas em</p><p>Moçambique?</p><p>7. Que medidas podem ser tomadas para a recuperação de</p><p>ecossistemas degradados?</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>TEMA – III: PRODUÇÃO E FLUXO DE ENERGIA</p><p>UNIDADE Temática 3.1. Introdução (Conceitos e Generalidades).</p><p>UNIDADE Temática 3.2. Estrutura trófica.</p><p>UNIDADE Temática 3.3. Ruptura de cadeias alimentares,</p><p>Bioacumulação nas cadeias alimentares e Espécie chave.</p><p>UNIDADE Temática 3.1. Introdução (Conceitos e generalidades)</p><p>Produção e fluxo de energia</p><p>A energia é a capacidade de realizar trabalho, condição inerente à</p><p>material. A ernergia manifesta-0se de diversas formas, sendo as mais</p><p>importantes: a energia química, a mecânica, a radiante e a calorífica.</p><p>Um dos princípios que se baseiam os fenómenos da natureza (físicos,</p><p>químicos e biológicos) é o princípio da coservação da energia que</p><p>anuncia: a energia não pode ser criada, nem destruída nas reacções</p><p>químicas comuns, mas apenas modificada em suas formas.</p><p>Lembrando os conceitos da unidade I, estudar ecossistemas implica</p><p>analisar o conjunto das interacções entre os organismos vivos (as</p><p>comunidades biológicas – os animais, as plantas, ou seja o</p><p>componente biótico) e o ambiente físico e químico (os solos, aluz, a</p><p>temoeratura, a humidade, o clima em geral – componente abiótico).</p><p>Segundo O’Hare (1988), na prática os ecossistemas distinguem-se um</p><p>dos outros na base dos componentes que podem ser visualizados,</p><p>podendo ser utilizada a vegetação, por exemplo, as florestas, os</p><p>graminais, arbustosdesértico ou na base dos habiitats (por exemplo,</p><p>lagos, charcos ou pântanos). A estrutura e funcionamento dos</p><p>principais ecossistemas globais são descritos na capítulo III.</p><p>Ainda segundo O’Hare (1988) os ecossistemas podem ser definidos ou</p><p>identificados com base na sua estrutura que é o conjunto de tudo o</p><p>que constitui o componente biótico e abiótico e da sua função que</p><p>é o</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>conjunto de processos e de interacções que têm lugar no ecossistema;</p><p>os processos integram o ecossistema de modo que ele constitua uma</p><p>unidde integrada. Os processos básicos que fazem funcionar os</p><p>ecossistemas são ambos conduzidos pela energia solar. São eles o</p><p>fluxo de energia e o movimento de materiais, desigando por ciclo de</p><p>nutrientes (O’Hare, 1988).</p><p>Segundo Nobel (1991, apud Newman 1993), a radiação emitida pelo</p><p>sol (radiação solar) encontra-se dentro das chamadas radiações de</p><p>comprimento de onda curto, cujo comprimento de onda varia entre</p><p>0,2 a 3μm e quando atinge o topo da atmosfera terrestre, ela pode ter</p><p>vários percursos:</p><p>i. uma parte da radiação é devolvida – refelectida pelas nuvens</p><p>(vapor de água);</p><p>ii. outra parte da energia é absorvida por alguns gases presentes</p><p>na atmosfera, principalmente o ozono, o dióxido de carbono e</p><p>o vapor de água; e</p><p>iii. uma fracção atinge a superfície da Terra.</p><p>A energia solar que atinge a superfície da terra pode também ter</p><p>vários caminhos:</p><p>i. Pode eventualmente atingir as plantas;</p><p>ii. Pode ser também reflectida pela superfície das plantas;</p><p>iii. Pode ser absorvida e utilizada para para o fabrico de glicose</p><p>(hidrato de carbono), no processo desigando po fotossínte.</p><p>Portanto, a energia entra para os ecossistemas através da radiação</p><p>solar que atinge a suoerfície da Terra. É necessário notar também que</p><p>apenas cerca de 50% da energia no comprimento de onda curta e que</p><p>atinge a terra é activa em termos fotossintéticos, ou seja, está dentro</p><p>dos comprimentos de onda de 0,4 a 0,7μm.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>A glicose é o produto básico da fotossíntese e entra na composição</p><p>dos principais compostos org^anicos e mais complexos da planta</p><p>como é o caso da celulose ( Killham, 1994).</p><p>A taxa de conversão da energia em moléculas orgânicas que é</p><p>realizada duarante a fotossíntese é designada por produção primária</p><p>e essa taxa é medida em unidades de energia por unidade de área por</p><p>unidade de tempo (Krohne, 2001).</p><p>A produção é designada primária, quando é feita por organismos</p><p>fotossintéticos (Newman, 1993). As plantas e outros organismos</p><p>fotossintéticos fazem parte do conjunto dos organismos produtores</p><p>primários; nos ecossistemas aquáticos (rios e oceanos)os produtores</p><p>primários fazem parte do fitoplâcton, organismos microscópicos, de</p><p>entre os quais se encontram algas, que constituem a base das cadeias</p><p>alimentares nesses sistemas. Deste modo, quando a energia é captada</p><p>pelos produtores primários, ela é convertida noutras formas de</p><p>energia, através de sistemas metabólicos diversos em que os</p><p>carbohidratos são decompostos e a energia neles contida é utilizada,</p><p>porexemplo, para sintetizar outros compostos orgânicos necessários</p><p>para a vida das plantas.</p><p>Os vários processos vitais incluem, de entre outros, o crescimento, a</p><p>floração, frutificação e produção de sementes. A energia pode</p><p>também ser conservada pelas plantas em órgãos de reserva como nas</p><p>raízes e tubérculos (é o caso da mandioca e da batata doce). Portanto,</p><p>energia total captada e acumulada é transformada em biomassa viva</p><p>da planta e a biomassa viva vai mudando à medida que a planta se vai</p><p>desenvolvendo e quando a planta é consumida pelos heteretróficos</p><p>(Krohne, 2001). Isto significa que ao realizarem os eus processos vitais,</p><p>as plantas perdem parte da energia acumulada. Essa perda pode ser</p><p>realizada na forma de calor, uma vez que podem ser formadas</p><p>substâncias memos energéticas.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>A produção primária líquida é aprodução da matéria orgânica da</p><p>plabta ou de compostos orgânicos da planta, excluindo aquela que é</p><p>degradada, ou seja, a que é utilizda pelos produtores primários para a</p><p>manutenção doss eus processos vitais. A produtividade primária</p><p>líquida é a taxa com que a produção primária líquida é realizada.</p><p>Portanto, a produção primária líquida representa o que é</p><p>potencialmente disponível para o consumo pelos organismos</p><p>heteretróficos. Por isso, nos ecossistemas, a produção primária líquida</p><p>durante uma no raramente é igual a que está presente na forma da</p><p>biomassa viva no fim desse ano (Newman, 1993).</p><p>Quando morrem as plantas, os compostosorgânicos contidos na</p><p>biomassa vegetal são decompostos pelos organismos decompositores.</p><p>Durante o processo de degradação, a energia contida nesses</p><p>compostos vai sendo transformad em substâncias masi simples,</p><p>menos energéticos, sendo os produtos finais desse processo, o dióxido</p><p>de carbono e água. Assi, pode-se compreender que o movimento da</p><p>energia é unidireccinonal. A energia entra para o ecossistema, é</p><p>captada pela vegatação, é convertida em carbohidratos e, por fim, é</p><p>dissipada na forma de calor. É por isso que se fala de fluxo de energia,</p><p>portanto nos ecossistemas, não circula, flui.</p><p>Os produtores primários (palantas e outros organismos</p><p>fotossintéticos) não utilizam apenas os carbohidratos que produzem</p><p>durante a fotossíntese. O seu desenvolvimento e sobrevivência</p><p>dependem também dos nutrientes prsentes no solo ou nos meios</p><p>aquáticos. Quando os herbívoros se alimentam, incorporam os</p><p>nutrientes contidos nos na biomassa vegatal e, quando os carnívoros</p><p>se alimentam, os nutrientes contidos nos herbívoros passam para</p><p>abiomassa dos carnívoros. Tantos os herbívoros como os carnívoros</p><p>são heteretróficos, uma vez que dependem dos comopostos orgânicos</p><p>de outros organismos para obterem a energia necessária para a sua</p><p>vida.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>UNIDADE Temática 3.2. Estrutura trófica</p><p>Estrutura trófica</p><p>Um ecossistema pode ser descrito com base nas cadeias alimentares</p><p>estabelecidas nesse ecossistema. Por exemplo, numa savana, a</p><p>produção primária é realizda pelo capim, algumas árvores eoutras</p><p>palntas que lá ocorrem; o capim pode ser consumido pelas zebras que</p><p>por sua vez podem ser consumidas pelo leão.</p><p>O movimento (fluxo) da energia contida nos alimentos e que se</p><p>estabelece dos produtores paar os animais e para os decompositores,</p><p>pode ser representada na forma de cadeia alimentar ou cadeia trófica.</p><p>As cadeias alimentares, podem ser representadas graficamente de</p><p>várias maneiras. Uma delas é a de representar as interacções do tipo</p><p>“quem?com quem?”, ou seja as ligações entre as populações</p><p>consumidoras e as populações consumidas por meio de setas que</p><p>indicam o fluxo de energia que se estabelece nessas interacções, por</p><p>exemplo:</p><p>Capim → zebra → leão</p><p>Assim, no exemplo acima indicado, o capim capta a energia solar para</p><p>fabricar os seus alimentos (produtor primário). Quando a zebra come</p><p>o capim, parte da energia do capim passa para azebra. Esta é um</p><p>consumidor primário. O leão quando consome a zebra é um</p><p>consumidor secundário, o que significa que parte da energia</p><p>acumulada pela zebra passa para o leão.</p><p>Em resumo, o capim (produtor primário) ocupa o primeiro nel trófico,</p><p>a zebra (consumidor primário) é dos egundo nível e o leão</p><p>(consumidor secundário) ocupa o terceiro nível trófico. Neste</p><p>percurso, produz-se uma corrente unidireccional de transferência de</p><p>energia.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Portanto, o caminho que a energia percorre a partir dos produtores</p><p>aos consumidores, é designado por cadeia alimentar; a estrutura</p><p>trófica. A cadeia alimentar é caracterizada pelos intervenientes dessa</p><p>cadeia.</p><p>Nível trófico é a posição que ocupa um organismo na cdeia alimentar.</p><p>A posição é avaliada através do número de etapas de transferência de</p><p>energia para atingir tal nível, por outras palavras, cada etapa de</p><p>transferência de energia na cadeia alimentar ou trófica é designada</p><p>por nível trófico</p><p>( O’Hare, 1988; Krohne, 2001).</p><p>Alguns consumidores encontram-se no topo das cadeias alimentres,</p><p>ou seja, não constituem presa para nenhum outro predador, por isso</p><p>são designados predadores do topo (Krohne, 2001). O leão, o</p><p>leopardo, as baleias assassinas e as aves de rapina, são exemplos de</p><p>predadores do topo.</p><p>O comprimento de uma cadeia alimentar, ou seja, o número de níveis</p><p>tróficos numa cadeia alimentar´é determinado pelo número médio de</p><p>ligações que se estabelecem entre o produtor e o carnívoro do topo.</p><p>Em geral, nenhuma comunidade seja ela aquática, terrestre ou</p><p>detritívora exibe mais do que seis níveis tróficos e, a maior parte</p><p>possui três ou quatro níveis (Krohne, 2001).</p><p>Na natureaza as interacções baseadas na alimentação não são simples,</p><p>uma vez que várias espécies podem ocupra vários níveis tróficos e</p><p>assim se estabelecem redes alimentares e de transferência de energia</p><p>extremamente complexas. Por isso, fala-se també de redes</p><p>alimentares. Uma rede alimentar ou teia alimentar é representada</p><p>por todas as espécies que intervêm na transferência de energia de</p><p>cada nível trófico (Krohne, 2001). Um exemplo de teia alimentar pode</p><p>ser visualizado partindo de uma parcela de terra de produção de milho</p><p>(machamba de milho). As plantas de milho podem ser consumidas</p><p>pelos gafanhotos; os ratos podem roer a maçroca do milho. Os</p><p>gafanhotos podem ser condumidos por pássaros. Tanto os ratos como</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>os pássaros podem servir de alimento para s cobras e também para as</p><p>aves de rapina (águias e mochos). O homem, alimenta-se de milho e</p><p>pode também comer o pássaros; na mesma teia, o Homem pode servir</p><p>de presa para um leão. Esta teia pode crescer e tornar-se masi</p><p>complicada, à mediada que se estabelecem as conexões na base do</p><p>alimento.</p><p>Uma outra maneira de reoresentar graficamente a estrutura trófica de</p><p>um ecossistema é através de pirâmides ecológicas m designadas por</p><p>pirâmides Eltonianas pelo facto de ter sido Elton (1990-1991) quem as</p><p>concebeu pela primeira vez. Segundo este modelo, todas as espécies</p><p>que pertencem a um determinado nível trófico são colocadas no</p><p>mesmo grupo. As pirâmides ecológicas podem representar o número</p><p>(pirâmides de números), a biomassa (pirâmides de biomassa) ou de</p><p>conteúdo de energia (pirâmides de energia) de cada nível trófico</p><p>(Krohne, 2001)</p><p>A forma piramidal, deve-se à perda de energia na forma de calor, por</p><p>isso, o número de indivíduos, a biomassa e a energia de um</p><p>determinado nível trófico de uma cadeia trófica são em geral, sempre</p><p>menores do que no nível precedente (anterior) e amaior do que no</p><p>nível seguinte. Em geral, na transferência de matéria de um nível para</p><p>o outro, somente 10% da energia é transferida, sendo a restante</p><p>perdida. Em alguns casos, as pirâmides ficam distorcidas. Por exemplo,</p><p>quando numa cultura de milho ocorrem pragas de gafanhotos, o</p><p>número de produtores pode ser inferior ao número de consumidores</p><p>que neste caso são os gafanhotos que devoram as folhas de milho.</p><p>Figura 6: Representação da cadeia trofica por meio de piramede</p><p>Consumidoressecundarios-Leoes</p><p>Consumidoresprimarios-Gado caprino</p><p>Produtores-Capim</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>UNIDADE Temática 3.3. Ruptura de cadeia alimentar, Bioacumulação nas</p><p>cadeias alimentares e Espécie Chave</p><p>Ruptura de cadeia de alimentos</p><p>Quando uma espécie é removida de uma cadeia, a sua ausência pode</p><p>provocar efeitos em cadeia para outras espécies, que aquelas que</p><p>estão nos níveis tróficos superiores, como aquelas que estão nos níveis</p><p>tróficos inferiores. Existe um variado número de exemplos de</p><p>rompimento de cadeias alimentares que resultam da actividade</p><p>humana .</p><p>Um exemplo hipotético pode ser colocado a partir da cadeia alimentar</p><p>indicada na seccção anterior, em que a cultura de milho é consumida</p><p>por uma praga de gafanhotos. Que consequências produziria a</p><p>eliminação completa de gafanhotos?</p><p>É muito provável que os gafanhotos sirvam de alimento a pássaros.</p><p>Estes por sua vez servem de alimento para as serpentes e estas às</p><p>águias. Algumas espécies generalistas poderão mudar o tipo de</p><p>alimento, quando outro tipo de alimento é escasso. No entanto, se</p><p>uma das espécies da cadeia alimentar for especialista, ou seja,</p><p>depender exclusivamente de uma espécie como fonte de alimeto, a</p><p>espécie especialista poderá ser eliminada, por falta de alimento.</p><p>Supõe-se que em algumas regiões do sul Moçambique exista uma</p><p>correlação entre a redução de mochos(animais predadores),</p><p>resultante da sua eliminação desenferada por razões culturais, e o</p><p>aumento da população de ratos e de pássaros que por sua vez, acaba</p><p>afectando a produção de algumas culturas.</p><p>Umexemplo, de natureza diferente, é apresentado por Hunter (2008).</p><p>Esta autora descreve como as indústrias de produção de salmão</p><p>podem afectar os ecossistemas pela ruptura de cadeias alimentares. O</p><p>salmão é produzido em aquacultura e é uma espécie muito apreciada</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>em várias partes do mundo, sendo de alto valor económico nos</p><p>mercados internacionais. Refere-se que algumas espécies de peixes</p><p>(como as anchovas) são muito utilizadas para o fabrico de rações para</p><p>produzir outros peixes, incluindo o salmão. Esta sobrexploração de</p><p>peixe, tem colocado em risco a sobrevivência de outras espécies de</p><p>animais marinhos, como é o caso do bacalhau e das focas.</p><p>Bioacumulação</p><p>Por via da alimentação, algumas substâncias poluentes e não</p><p>degradáveis ou que degradam lentamente podem ser incorporadas e</p><p>acumular no interior dos tecidos de um organismo. Este fenómeno é</p><p>designado por bioacumulação (Krohne, 2001).</p><p>No percurso de uma cadeia alimentar, as substâncias tóxicas</p><p>acumuladas nos tecidos de um organismo podem depois passar para o</p><p>outro organismo e deste, sucessivamente passarem a ficar acumuladas</p><p>nas espéciaes quw fazem parte dos níveis tróficos seguintes.</p><p>Quanto mais alto for o nível trófico, maior é a quantidade de químicos</p><p>acumulados pelo ser vivo, uma vez que, ao longo da sua vida, o</p><p>mesmo vai concentrando substâncias que foram concentradas pelos</p><p>organismos que estão nos níveis tróficos inferiores. Verifica-se que nos</p><p>animais predadores os valores de concentração de substâncias tóxicas</p><p>são mais elevados que nos animais de que os mesmos predadores se</p><p>alimentam.</p><p>A poluição dos oceanos por substâncias químicas tóxicas, como por</p><p>exemplo as dioxinas, os bifenis, policlorados e o DDT, geralmente</p><p>conhecidas por poluentes orgânicos persistentes (POP’s) afectam</p><p>várias espécies marinhas incluindo os peixes, e as espécies que</p><p>consomem o peixe, como os ursos e o próprio Homem. Casos</p><p>concretos estão a acontecer com as populações que vivem no Ártico e</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>que se alimentam fundamentelmente de animais gordurosos como as</p><p>focas, para além dos peixes.</p><p>Quando os POP’s acumulam-se nos tecidos de um amulher, podem</p><p>passar da mãe para os filhos atravás da amamentação, prejudicando a</p><p>saúde da criança.</p><p>Conceito de espécie chave</p><p>Algumas espécies são numericamente mais abundantes do que outras,</p><p>outras são mais frequentes do que outras, independentemente do seu</p><p>número. No entando, algumas espécies exercem maior impacto que as</p><p>outras no seio de uma determinada comunidade e, esse impacto não</p><p>pode ser explicada apenas pelas suas abundância numérica mas sim</p><p>pelo seu papel e impacto nessa comunidade.</p><p>Espécies chave são espécies que garantem o equilíbrio na estrutura e</p><p>na composição das espécies da comunidade. A extinção de uma</p><p>espécie chave pode desencadear efeitos diversos noutras espécies e</p><p>na estrutura das comunidades (Newman, 1993).</p><p>Por exemplo, vários estudos sobre</p><p>o efeito dos herbívoros na</p><p>abundância de espécies de plantas mostram que a exclusão de</p><p>herbívoros em algumas comunidades pode promover o</p><p>desenvolvimento de algumas espécies vegetais superiormente</p><p>competitivas e prejudicar outras espécies. Newman (1993), cita o</p><p>exemplo de coelhos que foram introduzidos e naturalizados na</p><p>Inglaterra no século XI ou XII. Durante muito tempo os coelhos</p><p>transformaram a vegetação natural, reduzindo a diversidade de</p><p>algumas espécies de plantas em alguns habitats.</p><p>Em 1950, uma doença quase dizimou a população de coelhos; uma das</p><p>consequências da redução drástica da população de coelhos observou-</p><p>se no melhoramento da vegetação. Algumas áreas que tinham pouca</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>vegetação, devido a acção herbívora dos coelhos, passaram a ficar</p><p>colonizadas por arbustros e árvores e transformaram-se em autênticas</p><p>florestas que até hoje se observam em algumas regiões da Inglatera.</p><p>O elefante é uma espécie chave nas comunidades vegetais africanas. A</p><p>acção do elefante combinada com a acção do fogo jogam um papel</p><p>impotante no funcionamento e na formação da estrutura das savanas</p><p>africanas. A passagem do elefante pelas áreas de floresta, permite</p><p>abrir corredores para os animais de menor porte que, doutra forma,</p><p>teriam dificuldades de atravessar as densas florestas e de ter o acesso</p><p>às áreas de forragem. O elefante e o fogo podem transformar as</p><p>savanas arborizadas em savanas abertas (Shorrocks, 2007).</p><p>EXERCÍCIOS DO TEMAIII</p><p>1. Definine cadeia alimentar?</p><p>2. Oque entende por espécie chave?</p><p>3. Quais são níveis da cadeia trófica?</p><p>4. Indique os diferentes tipos de piramedes ecológicas que conhece?</p><p>5. Explique o que entende por bioacumulação?</p><p>6. Quais são as consequências de ruptura da cadeia alimentar?</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>TEMA – IV: CICLOS BIOGEOQUÍMICOS.</p><p>UNIDADE Temática 4.1. Introduão (Generalidades).</p><p>UNIDADE Temática 4.2. Principais cíclos biogeoquímicos.</p><p>UNIDADE Temática 4.3. Cíclo de Nutrientes e Aplicação Ambiental.</p><p>UNIDADE Temática 4.1. Introdução (Generalidades)</p><p>Cíclos biogequímicos</p><p>Os organismos sintetizam compostos orgânicos e concentram</p><p>elementos químicos diversos na sua biomassa. No decurso das vidas,</p><p>os seres vivos (animais, plantas e outros) libertam para o meio</p><p>ambiente produtos de excreção de natureza dibversa e, os nutrientes</p><p>nos corpos dos organismos podem ser reciclados através dos</p><p>processos de decomposição, nos quais intervêm uma grande</p><p>diversidade de organismos decompositores. O nutrientes tornam-se</p><p>assim, novamente disponíveis para os organismos. Os decompositores</p><p>promovem a continuidade da utilização de nutrientesn pelas cadeias</p><p>alimentares e assim se estabelecem os nutrientes nos ecossistemas.</p><p>Por isso, contrariamente ao que acontece com a energia, num</p><p>ecossistema, geralmente os nutrientes movimentam-se de forma</p><p>cíclica. Na biosfera, os nutrientes nunca se perdem, embora os</p><p>nutrientes possam estar relativamente inacessíveis, quando</p><p>permanecem depositados em alguns depósitos durante longos</p><p>períodos de tempo (Krohne, 2001).</p><p>Os ciclos globais são designados ciclos biogeequímicos, uma vez que</p><p>envolvem a circulação de elementos químicos na biosfera entre</p><p>compartimentos geológicos, a hidrosfera, a atmosfera e os</p><p>compartimentos biológicos (a biomassa dpos organismos).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>A análise dos ciclos biogeoquímicos permite reconhecer que</p><p>globalmente não existem fronteiras na circulação dos elementos</p><p>químicos, ou seja, os materiais produzidos localmente produzem</p><p>efeitos muito longe da origem de produção desses materiais.</p><p>Os ciclos biogeoquímicos podem ser estudados para quase todos os</p><p>elementos químicos, no entanto, quatro elementos químicos são</p><p>considerados cruciais para avida dos organismos. São eles o carbono, o</p><p>nitrogénio, o fosfóro e o enxofre. Estes elementos também designados</p><p>por “elementos biológicos”, forma a base da constituição dos tecidos</p><p>vivos (Killham, 1994; Krohne, 2001).</p><p>UNIDADE Temática 4.2. Principais Cíclos Biogeoquímicos</p><p>Cíclo do carbono</p><p>A seguir ao hidrógenio, o hélio e o oxigénio, o carbono (C) é o quarto</p><p>elemento mais abundante no universo e é a base da constituição da</p><p>vida. O carbono é o elemento que compõe a estrutura de todos os</p><p>compostos orgânicos. Compostos orgânicos diversos como os</p><p>carbohidratos, os lípidos (gorduras), as proteínas, os hidrocarbonetos</p><p>(combustíveis fósseis) e o DNA (Ácido Desoxiribonucléico –</p><p>responsável pela transmissão de caracteres hereditários de pais para</p><p>filhos), contêm átomos de carbono na sua constituição.</p><p>Os principais reservatórios de carbono são os ecossistemas aquáticos,</p><p>especialmente os oceanso, os quais detêm a maior quantidade de</p><p>carbono. Um outro grande reservatório de carbono é a atmosfera,</p><p>onde o carbono está presente na forma de dióxido de carbono (CO2),</p><p>constituindo cerca de 700 gigatoneladas (Newman, 1993). A</p><p>quantidade de carbono ana atmosfera é muito inferior as reservas</p><p>contidas nas rochas e nos combustíveis fósseis (veja os dados sobre as</p><p>dimensões dos principais reservatórios de carbono na Tabela 1).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Gigatoneladas (Gton) =</p><p>109ton</p><p>Carbono Atmosférico 700</p><p>Nos oceanos</p><p>• Carbono nas plantas</p><p>• Carbono em animais e organismos</p><p>terrestres</p><p>• Carbono inorgânico dissolvido</p><p>• Matéria orgânica dissolvida</p><p>• Carbono contido nos combustíveis</p><p>2</p><p><1</p><p>40.000</p><p>2.000</p><p>10.000</p><p>NaTerra</p><p>• Carbono contido nas plantas</p><p>• Carbono contido nos animais e</p><p>microrganismos terrestres</p><p>• Carbono contido na matéria</p><p>orgânica</p><p>• Carbono nas rochas e nos</p><p>sedimentos marinhos</p><p>600</p><p><1</p><p>1.000</p><p>75.000.000</p><p>Fonte: Newman (1993)</p><p>Para facilitar a esplicação do ciclo global do carbono ou o ciclo</p><p>biogeoquímico do carbono, é utilizado o método de Riebeeck (2011),</p><p>em que o autor subdivide o ciclo do carbono em duas partes: O ciclo</p><p>rápido (ou ciclo biológico) e o ciclo lento (ou ciclo geológico). Este,</p><p>opera numa escala de tempo mais longo, 100-200 milhões de anos</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>(tempo geológico) e o ciclo biológico opera numa escala de tempo</p><p>mais curto (dias a milhares de anos). Note, no entanto, que na</p><p>natureza, o ciclo opera como um todo.</p><p>O ciclo Rápido</p><p>O ciclo biológico do carbono é movido através de dois processos, dois</p><p>fluxos ou movimentos básicos:</p><p>i. a captação ou fluxação do dióxido de carbono durante o</p><p>processo da fotossíntese (que é um processo de conservação</p><p>da energia solar na forma de carbohidratos); e</p><p>ii. a libertação do carbono durante o processo respiratório, no</p><p>qual a energia é perdida na forma de calor e dióxido de</p><p>carbono.</p><p>Como fizémos referência no capítulo I, o carbono atmosférico entra</p><p>entra para os ecossistemas (terrestres e aquáticos) durante o processo</p><p>da fotossíntese em que o carbono presente na atmosfera é absorvido,</p><p>levando à formação de compostos de carbono orgânico (dióxido de</p><p>carbono e água formam açucares e oxigénio).</p><p>CO2 + H2O → (CH2O) + O2</p><p>As plantas degradam os açucares para obterem energia necessária</p><p>para a sua vida; os compostos d carbono contidos na biomassa dos</p><p>produtores primários passam para os consumidores, ao longo das</p><p>cadeiais alimentares e, durante o processo da decomposição dos</p><p>organismos mortos os compostos de carbono complexos são</p><p>transformados em moléculas mais simples, sendo finalmente o</p><p>carbono libertado na forma de dióxido de carbono, energia e água</p><p>(CH2O) + O2 → CO2 + H2O + energia. Portanto, os produtores, tanto na</p><p>terra como na água, movem o carbono dos reservatórios abióticos</p><p>(atmosfera e a</p><p>ter</p><p>acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as</p><p>possibilidades dos seus estudos.</p><p>Auto - avaliação e Tarefas de avaliação</p><p>Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final</p><p>de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos</p><p>exercícios de auto-avaliação apresentam duas caracteristicas:</p><p>primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo,</p><p>exercícios que mostram apenas respostas.</p><p>Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação</p><p>mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de</p><p>dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.</p><p>Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de</p><p>campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de</p><p>correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame</p><p>do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os</p><p>exercícios de avaliação é uma grande vantagem.</p><p>Comentários e sugestões</p><p>Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados</p><p>aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-</p><p>pedagógica, etc. Sobre como deveriam ser ou estar apresentadas.</p><p>Ícones de actividade</p><p>Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas</p><p>margens das folhas. Estes icones servem para identificar</p><p>diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar</p><p>uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa,</p><p>uma mudança de actividade, etc.</p><p>Habilidades de estudo</p><p>O principal objectivo deste capítulo é o de ensinar aprender a</p><p>aprender. Aprender aprende-se.</p><p>Durante a formação e desenvolvimento de competências, para</p><p>facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará</p><p>empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons</p><p>resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e</p><p>eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando</p><p>estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos</p><p>que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos</p><p>estudos, procedendo como se segue:</p><p>1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de</p><p>leitura.</p><p>2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).</p><p>3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e</p><p>assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).</p><p>4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua</p><p>aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.</p><p>5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou</p><p>as de estudo de caso se existir.</p><p>IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,</p><p>respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido</p><p>no início deste item, antes de organizar os seus momentos de</p><p>estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si:</p><p>Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo</p><p>melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da</p><p>semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num</p><p>sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em</p><p>cada hora, etc.</p><p>É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido</p><p>estudado durante um determinado período de tempo; Deve</p><p>estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao</p><p>seguinte quando achar que já domina bem o anterior.</p><p>Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler</p><p>e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é</p><p>juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos os</p><p>conteúdos de cada tema, no módulo.</p><p>DICA IMPORTANTE: não recomendamos estudar seguidamente por</p><p>tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora</p><p>intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso</p><p>(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja, que</p><p>durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos</p><p>das actividades obrigatórias.</p><p>Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual</p><p>obrigatório pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento</p><p>da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado</p><p>volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo,</p><p>criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência</p><p>lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai</p><p>em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente</p><p>incapaz!</p><p>Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma</p><p>avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda</p><p>sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões</p><p>de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobretudo,</p><p>estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área</p><p>em que está a se formar.</p><p>Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que</p><p>matérias deve estudar durante a semana. Face ao tempo livre que</p><p>resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo</p><p>quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.</p><p>É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será</p><p>uma necessidade para o estudo das diversas matérias que</p><p>compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar</p><p>a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as</p><p>partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos,</p><p>vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a</p><p>margem para colocar comentários seus relacionados com o que</p><p>está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir</p><p>à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;</p><p>Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado</p><p>não conhece ou não lhe é familiar;</p><p>Precisa de apoio?</p><p>Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o</p><p>material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas</p><p>como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis</p><p>erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas</p><p>trocadas ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os seriços de</p><p>atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR),</p><p>via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta</p><p>participando a preocupação.</p><p>Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes</p><p>(Pedagógico e Administrativo) é a de monitorar e garantir a sua</p><p>aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da</p><p>comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se</p><p>torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,</p><p>estudante – CR, etc.</p><p>As sessões presenciais/virtuais são um momento em que você,</p><p>caro estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com</p><p>staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central da</p><p>UnISCED indigitada para acompanhar as suas sessões</p><p>presenciais/virtuais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar</p><p>assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa.</p><p>O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%</p><p>do tempo de estudos a distância, é de muita importância, na</p><p>medida em que permite-lhe situar, em termos do grau de</p><p>aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira</p><p>ficará a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas.</p><p>Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os</p><p>conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e</p><p>unidade temática, no módulo.</p><p>Tarefas (avaliação e auto-avaliação)</p><p>O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e</p><p>auto−avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é</p><p>importante que sejam realizadas. As tarefas</p><p>água) para compartimentos bióticos dos ecossistemas,</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>onde o carbono é depois transferido ao longo das cadeias alimentares.</p><p>O processo da respiração devolve o carbono para a atmosfera. O</p><p>carbono é conservado na biomassa dos organismos no decurso das</p><p>suas bidas e quando os organismos os organismos morrem, o carbono</p><p>acumulado é devolvido para a atmosfera na forma de dióxido de</p><p>carbono através da actividade dos decompositadores, parte do</p><p>carbono da biomassa dos organismos fica residente fica residente na</p><p>matéria orgânica do solo ou húmus.</p><p>O ciclo lento</p><p>Os compartimentos que participam no ciclo geológico do carbono</p><p>compreendem as rochas e os mineirais, os oceanos e atmosfera. O</p><p>carbono entra para os oceanos por simples difusão do dióxido de</p><p>carbono atmosférico. O dióxido de carbono dissolvido na água dos</p><p>oceanos é utilizado durante o processo da fotossíntese pelo</p><p>fitoplâcton, sendo assim transferido para os organismos ao longo das</p><p>cadeiais alimentares.</p><p>Os organismos marinhos mortos sedimentam e são convertidos em</p><p>compostos de carbono mais simples; grandes quantidades efezes dos</p><p>organismos marinhos também sedimentam nos oceanos. Deste modo,</p><p>grandes quantidades de garndes quantidades de acrbono depositam</p><p>no fundo dos oceanos. O maior reservatório de carbono é</p><p>representado pelos sedimentos marinhos e pelas rochas na forma de</p><p>bicarbonatos e combustíveis fosséis (veja as dimensões na Tabela 1).</p><p>Estes sedimentos vão-se acumulando ao longo de milhares de anos,</p><p>formando as rochas sedimentares como, por exemplo, as rochas</p><p>calcárias.</p><p>Com os kovimentos das placas tectónicas e as erupções vulcânicas, as</p><p>rochas calcárias que estão presentes no fundo dos oceanos vão</p><p>surgindo na superfície da terra. O carbono contido nas rochas e nos</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>sedimentos é libertado para atmosfera quando ocorrem erupções</p><p>vulcânicas.</p><p>Do mesmo modo que o dióxido de carbono reage com a água dos</p><p>oceanos, ele também reage com o vapor de água presente na</p><p>atmosfera formando o ácido carbónico. Este, pode atingir a superfície</p><p>da crosta na forma de precipitação (chuvas, por exemplo).</p><p>O ácido carbónico que cai sobre a superfície terrestre, vai reagindo</p><p>lentamente com os compostos e elementos contidos nas rochas, por</p><p>exemplo com o cálcio e magnésio, formando carbonatos de cálcio e de</p><p>magnésio, respectivamente. O processo químico de transformação de</p><p>rochas é desigando por meteorização e pode levar à formação de</p><p>solos. Pela acção das chuvas, os carbonatos presentes nas rochas e nos</p><p>solos podem ser escoados paar os oceanos onde ficam disponíveis</p><p>para os organismos marinhos.</p><p>A fotossíntese e arespiração também jogam um papel importante no</p><p>ciclo geológico do carbono. A presença da vegetação terrestre conduz,</p><p>a longo prazo, ao processo de absorção do carbono atmosférico. Nos</p><p>oceanos, parte do carbono absorvido pelo fitoplâcton é utilizado para</p><p>o fabrico de conchas de carbonato de calcário (CaCO3) dos organismos</p><p>marinhos. As conchas sedimentam paar os fundos dos oceanos</p><p>quando os organismos morrem. Assim, a matéria orgânica fabricada</p><p>durante a fotossíntese acumula lentamente duarante milhões de anos</p><p>e forma sedimentos rochosos e os depósitos de combustíveis fósseis.</p><p>Portanto, o fluxo de carbono para os oceanos representa uma forma</p><p>de remoção e de conservação do carbono em sedimentos geológicos,</p><p>sendo essas reservas de carbono enormes.</p><p>O balanço entre ameteorização, os movimentos das placas tectónicas</p><p>e o vulcanismo, determinam a concentração do carbono numa escala</p><p>de milhões de centenas de anos. Antes do aparecimento da vida, a</p><p>concentração já foi cem vezes superior aos níveis actuais, daí que as</p><p>temperaturas do planeta eram elevadíssimas, impossibilitando a vida.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Porém, há 20.000 anos, a voncentração do carbono na atmosfera era</p><p>metade dos níveis exibidos actualmente (o balanço do carbono e</p><p>analisado na secção 2.3.1)</p><p>Cíclo do nitrogénio</p><p>O nitrogénio entra na composição de todos os organismos vivos,</p><p>fazendo parte de compostos orgânicos como aminoácidos, proteínas e</p><p>ácidos nucléicos; é um recurso nutricional crucial nos ecossistemas,</p><p>uamvez que limita a produtividade primária dos mesmos. O nitrogénio</p><p>limita a produção primária tanto nos sistemas terrestres como nos</p><p>sistemas aquáticos; no mar tanto o nitrogénio como o fósfóro estão</p><p>muito diluídos, de tal maneira que a produção de biomassa é limitada</p><p>(Killham, 1994; Begon et al, 1990).</p><p>O maior reservatório do nitrogénio é a atmosfera (o oxigénio constitui</p><p>78% doa ar atmosférico). O nitrogénio entra para os ecossistemas</p><p>através do processo desiganado por fixação do nitrogénio. A fixação</p><p>do nitrogénio pode ser biológica e não biológica. Na fixação biológica</p><p>do nitrogénio intervêm os organismos fixadores do nitrogénio, alguns</p><p>dos quais (bactéria s e cianobactérias) vivem livremente no solo ou na</p><p>água. Alguns fixadores vivem em simbiose com algumas plantas,</p><p>especialmente as leguminosas, por exemplo as bactérias do género</p><p>Rhizobium. No precesso da fixação biológica, o nitrogénio atmosférico</p><p>(N2) é convertido em nitrogénio orgânico, formando-se os</p><p>aminoácidos e por via de outros processos bioquímicos os</p><p>aminoácidos vão constituir as proteínas dos organismos (lembre-se</p><p>das relações mutualistas entre as bactérias e as leguminosas, referidas</p><p>na Unidade II, capítulo I, secção 1.3).</p><p>A fixação não biológica do nitrogénio pode ocorrer através da acção da</p><p>energia produzida pelos relâmpagos, em as moléculas d nitrogénio</p><p>(N2) separam-se e segue-se uma oxidação do nitrogénio, formando-se</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>o monóxido de nitrogénio (NO2). Na atmosfera, este composto reage</p><p>com as gotículas de água, formando-se o ácido nítrico que cai na</p><p>superfície da terra na forma de precipitação (Begon et al., 1996;</p><p>Krohne, 2001).</p><p>Quando os organismos são decompostos, o nitrogénio que entra na</p><p>composição dos organismos é convertido para amónia (NH3), através</p><p>do processo desigano por amonificação; uma das causas do mu cheiro</p><p>característico dos animais em putrefacção resulta da volatização da</p><p>amónia que se forma durante a composição das proteínas; portanto</p><p>parte do nitrogénio perde-se durante este processo. A amónia é</p><p>convertida em nitritos (nitritação) e estes são transformados em</p><p>nitratos (nitritaçõ). O conjunto da nitritação e nitratação é designado</p><p>por nitritificação. Estas trasnsformações são mediadas</p><p>biologicamente, participando em cada etapa diversas espécies de</p><p>organismos que incluem bactérias, fungos, plantas e animais (Killman,</p><p>1994; Krohne,2001).</p><p>Tanto os nitratos como os nitritos formados entram na solução do solo</p><p>e podem ser depois absorvidos por várias espécies de organismos,</p><p>incluindo as planats, através das raízes e esta é uma das formas por via</p><p>da qual os produtores podem obter o nitrogénio que é necessário para</p><p>a sua subsistência (para além da fixação biológica).</p><p>Apesar de que a vegetação pode absorver os nitritos ou nitratos</p><p>provenientes da decomposição da manta morta, o nitrogénio é</p><p>sempre escasso nos ecossistemas devido à enorme demanda pelos</p><p>organismos; existe uma alta taxa de imobilização do nitrogénio na</p><p>biomassa dos organismos; outro factor que reduz o teor do nitrogénio</p><p>do solo é alta facilidade com que os nitratos presentes na solução do</p><p>solo são transportado paar fora dos ecossistemas (Killman, 1994).</p><p>Os recifes de corais estão de entre os ecossistemas mais produtivos do</p><p>planeta Terra e esta produçao deve-se à taxa de fixação do nitrogénio</p><p>que é mais elevada de todos os ecossistemas marinhos (Krohne,</p><p>UnISCED</p><p>Disciplina: Ecologia</p><p>2001). O nitrogénio orgânico pode perder-se para a atmosfera através</p><p>de um processo natural desigando por desnitrificação, se ndo a</p><p>bactéria Pseudomonas denitrificans responsável por este processo.</p><p>Contudo, durante as queima de florestas o nitrognénio, presente na</p><p>vegetação e no solo, é perdido em grandes quantidades para a</p><p>atmosfera.</p><p>Figura 7: Representacao esquemática do ciclo de nitrogenio</p><p>Cíclo do fósforo</p><p>Nos organismos, o fósforo entra na composição do ATP (Adenosina</p><p>Trifosfato) que é um composto altamente energético e que constitui a</p><p>forma de conservação e transporte de energia dentro das células dos</p><p>organismos vivos (Krohne, 2001). O fósforo entra para os sistemas</p><p>ecológicos a partir do momento en que o elemento se encontra no</p><p>solo na forma disponível. A disponibilidade do fósforo no solodepende</p><p>da transformação (meteorização) das rochas que contêm fosfatos. A</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>forma de fósforo disponível para os organismos, tanto nos sistemas</p><p>terrestres como marinhos é o ião fosfato (PO4-3) (Krohne, 2001).</p><p>O fósforo dissolvido na água dos solos entra para a biomassa dos</p><p>produtores primários e deste, ao longo das cadeias tróficas, passa para</p><p>os consumidores. Através do processo da decomposição dos</p><p>compostos org6anicos contendo fósforo, o fósforo volta a tornar-se</p><p>disponível para os produtores primários e outros organismos.</p><p>Quando morrem os organismos marinhos, grandes quantidades de</p><p>partículas de fósforo precipitam paar o fundo e misturam-se com os</p><p>sedimentos, podendo ficar enterrados. Assim enterrado nos</p><p>sedimentos, o fósforo pode permanecer não disponível para os</p><p>organismos vivos, duarante longos períodos de tempo, até que</p><p>eventualmente possa ser trazido à superfície por meio de actividades</p><p>geológicas que elevam os sedimentos à superfície da Terra. A</p><p>meteorização das rochas torna o fósforo novamente disponível paar</p><p>os organismos e o fósforo recicla (Krohne,2001).</p><p>Figura 8: Representacao esquematica do ciclo do fosforo</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Cíclo do enxofre</p><p>Do mesmo do como o carbono, o nitrognio e o fósforo, o enxofre é</p><p>essencial para a vida dos organismos e ele entyra na composição de</p><p>alguns aminoácidos como a cisteína e a metionina, que são essenciais</p><p>para asíntese de proteínas (Killman,1994). Contrariamente aos</p><p>vegetais, os animais, incluíndo o homem,não conseguem sintetizar</p><p>directamente a partir de enxofre atmosférico, os aminoácidos</p><p>contendo enxofre. Elês obtêm esses aminoácidos consumindo</p><p>vegetais.</p><p>A seguir é apresentado um resuno do ciclo do enxofre segundo Krohne</p><p>(2001).</p><p>As reservas de enxofre encontram-se na atmosfera e nas rochas. Parte</p><p>do enxofre presente na atmosfera na forma de H2S é proveniente de</p><p>reupções vulcânicas, mas, como é referido nos paragráfos a seguir,</p><p>também alguns processos biológicos conduzem à formação de H2S.</p><p>Uma outra forma de enxofre presente na atmosfera é dióxido de</p><p>enxofre (SO2). As plantas podem absorver directamente o enxofre</p><p>presente na atmosfera, porém o processo não é mediado por</p><p>bactérias, como acontece com o nitrogénio; o enxofre na forma de</p><p>dióxido de enxofre (SO2), entra através do poros das folhas não sendo,</p><p>portanto, necessária a participação de bactérias simbióticas.</p><p>Tal como o fósforo, os produtores primários obtêm o enxofre a partir</p><p>do solo, onde ele está presente à custa do processo à custa do</p><p>processo da meteorização das rochas contendo enxofre. O enxofre</p><p>dissolvido na água do solo é absorvido pelas plantas na forma do ião</p><p>sulfato (SO4-2). O enxofre presente na biomassa dos produtores</p><p>primários passa ao longo das cadeia tróficas para os consumidores e</p><p>através dos processos de decomposição de organismos mortos, o</p><p>enxofre volta a tornar-se disponível na forma de SO4-2 para os</p><p>produtores primários e outros organismos.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Nos sistemas aquáticos os iões sulfato podem formar sedimentos no</p><p>fundo, no lodo, onde o teor de oxigénio é reduzido (condições</p><p>anaeróbicas ou de anaerobiose). Nesses sistemas, em condições</p><p>anaeróbias, algumas bactérias (dos géneros Dissulvovibrio e</p><p>Dissulfomonas) utilizam o ião sulfato como fonte de oxigénio e como</p><p>resultado, forma-se o sulfureto de hidrogénio (H2S) e outras formas</p><p>reduzidas de enxofre. É o sulforeto de hidrogénio que é responsável</p><p>pelo cheiro típico, natural, dos chrcos e das zonas lodosas. Através da</p><p>acção de algumas bactérias especializadas, o sulfureto de enxofre de</p><p>hidrogénio pode ser convertido novamente para ião (SO4-2), a forma</p><p>que pode ser novamente absorvida e assimilada pelos produtores</p><p>primários e o ciclo continua.</p><p>UNIDADE Temática 4.3. Cíclo de Nutrientes e Aplicação Ambiental</p><p>Cíclo de nutrientes</p><p>Os ecossistemas podem ser estudados numa escala geográfica</p><p>pequena (local) ou numa escala geográfica global. Numa escala</p><p>geográfica pequena distinguem-se as principais fontes ou entradas de</p><p>nutrientes e as saídas de nutrientes. Em geral as principais entrdas de</p><p>nutrientes para os ecossistemas são provenientes fundamentalmente</p><p>de quatro compartimentos:</p><p>I. A biomassa viva é a quantidade de matéria viva presente</p><p>numecossistema, num dado momento. É referido como sendo</p><p>o peso seco de tecidos por unidade de área (ton/ha ou kg/m2)</p><p>(O’Hare, 1988). É por exemplo, a biomassa da vegetação de</p><p>uma floresta, dos animais de uma savana, ou das culturas de</p><p>uma parcela de produção agrícola. Nos sistemas terrestres, a</p><p>biomassa compreende os organismos (plantas, animais e</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>outros) presentes na superfície do solo bem como os que estão</p><p>no subsolo.</p><p>II. A matéria orgânica morta é constituída por animais, plantas e</p><p>outros organismos em decomposição. Nos sistemas terrestres</p><p>encontra-se por exemplo o lixo floresatl ou a manta florestal,</p><p>constituída por folhas, ramos, frutos e animais em</p><p>decomposição e também o húmus que representa difersntes</p><p>fases de decomposição da matéria orgânica no solo (Killman,</p><p>1994). Nos sistemas aquáticos, parte da matéria orgânica</p><p>morta precipita para o dundo, nos sedimenros, e outra parte</p><p>da matéria orgânica morta dissolve no meio aquático.</p><p>III. O Solo é uma fonte importante de nutrientes nos ecossistemas</p><p>terrestres. O solo é derivado de rochas e tanto os solos como</p><p>as rochas estão em constante alteração, como resulatdo do</p><p>clima e das alterações induzidas pelos próprios organismos,</p><p>incluindo o Homem.</p><p>IV. A atmosfera – poeiras depositadas pela acção dos ventos e</p><p>gases na superfície do solo e subsolo.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Figura 9: Modelo conceitual do ciclo de nutrientes</p><p>No que se refere às saídas dos nutrientes paar fora dos ecossistemas,</p><p>os nutrientes podem ser transportados pela água, quando estão nela</p><p>dissolvidos, podendo infiltrar em profundidade no interior do solo,</p><p>atingindo a àgua subterrânea. Os nutrientes podem também ser</p><p>escoados pelo fluxo da água das chuvas, até aos rios e os oceanos. A</p><p>erosão é uma fonte de perda de nutrientes. Portanto, quando são</p><p>analisados os movimentos dos nutrientes nos ecossistemas numa</p><p>escalapequena, pode-se dizer que alguns nutrientes podem ser</p><p>completamente perdidos dos ecossistemas; como resultado, os</p><p>nutrientes podem simplesmente fluir e não ser observada a sua</p><p>reciclagem.</p><p>Pode também ocorrer a interferência entre diferentes nutrientes</p><p>provenientes de outros ecossistemas (Krohne, 2001). Neste caso, o</p><p>conjunto das saídas é superior às entradas de nutrientes para o</p><p>ecossistema (entrdas - saídas = perdas). Em contarpartida, quando as</p><p>entradas são iguais às saídas o balanço está em equilíbrio (entradas</p><p>=</p><p>saídas); quando as entradas são superiores às saídas, os nutrientes</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>acumulam-se na biomassa viva, isto acontece por exemolo, durante a</p><p>sucessão ecológica, à medida que se vai formando uma floresta clímax</p><p>(entras – saídas = acumulação) (Begon et al., 1996).</p><p>A pertir de dois exemplos analisa-se, nesta secção, como operam os</p><p>ecossiatemas numa escala geográfica pequena. Os padrões são</p><p>específicos para cada local. O primeiro exemplo é dado a aprtir da</p><p>análise de estudos realizados por vários autores na ilha de</p><p>moçambique, localizada na costa de Moçambique, onde podemos</p><p>verificar como o percurso de nutrientes de um ecossistema de</p><p>dimensão realtivamente pequena, neste caso a de uma machamba,</p><p>pode ser estudado.</p><p>Segundo Macnae & Kalk (1959), a população da ilha deMoçabique foi</p><p>estiamda como sendo de 2000 habitantes em 1950, tendo aumentado</p><p>para 5.21 habiatntes em 2007 (INE, 2007).</p><p>Na ilha de Inhaca, a terra potencialmente propícia para agricultura é</p><p>escassa e os solos da ilha são predominantemente arenosos, pobres</p><p>em matéria orgânica e vulneráveis à erosão (Koning & Balkwill, 1995).</p><p>A conservação das florestas é necessária para aprotecção da Ilha</p><p>contra aerosão, no entanto, a população pratica agricultura de corte e</p><p>queima, pondo em risco a estabilidade da ilha e contribuindo mais</p><p>para o declíneo dos nutrientes do solo. Por exemplo, os estudos</p><p>realizados por José e Lagerlof em 1992-1994, revelam que a queima da</p><p>biomassa florestal resulta em perdas do nitrogénio (em 16%) e do</p><p>enxofre (em 10%) e vários nutrientes como o magnésio, o cálcio,</p><p>potássio e o fósforo que resultam da queima da vegetação, são</p><p>adicionados ao solo.</p><p>Por outro lado, sabe-se que a adição da matéria orgânica, de lixos</p><p>vegetais e estrumes org^anicos no solo é essencial para a</p><p>sustentabilidade dos sistemas agrícolas nas regiões tropicais; a matéria</p><p>org^anica liberta nutrientes lentamente, protege o o solo contra a</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>erosão e forma a matéria orgânica estabilizada ou húmus; o húmus,</p><p>por sua vez, regula a libertação de nutrientes, minimiza a perda de</p><p>nutrientes por lixiviação e melhora a estrutura do solo (Weischet &</p><p>Caeviedes, 1993; Palm et al., 2001; Tejada et al., 2008). No entanto, na</p><p>ilha de inhaca, os resíduos orgânicos produzidos durantes a</p><p>preparação da terra para a gricultura ou depois da colheita das</p><p>culturas são queimados. Isto contribui para que depois de 2-3 anos de</p><p>exploração agrícola ocorra um declíneo acentuado da matéria</p><p>orgânica dos solo e dos nutrientes do solo, perde-se fertilidade.</p><p>Os estudos realizados por v’arios investigadores revelam que na ilha</p><p>de Inhaca, a fertilidade so solo depois de queimar, não recupera,</p><p>mesmo passados 20 anos de pousio. A matéria orgânica mineralizada</p><p>(liberta nutrientes) rapidamente, os nutrientes tendem a ser</p><p>facilmente perdidos pelas acção da água das chuvas – o facto de os</p><p>solos serem arenosos, facilita a infiltração e perda de nutrientes</p><p>(Campbell et al., 1998; Munisse, 1991; Serra-King & Halton, 1994;</p><p>Serra-King, 1995).</p><p>Contudo, a gestão dos solos pode ser determinante para recuperação</p><p>dos nutrientes dos solos, como revelam os estudos realizados em</p><p>1992-1994 por José & Lagerlof. Estes estudos dão aindicação de que a</p><p>adição de resíduos orgânicos como restos de milho e folhas de</p><p>leguminosas pode ser uma alternativa pra adevolução de alguns</p><p>nutrientes paar o solo, embora seja necessária a avaliação dessa</p><p>prática a longo prazo e o estudo da sua viabilidade em termos</p><p>económicos.</p><p>A floresta tropical húmida oferece o segundo exemplo interessante</p><p>para analisar como um ciclo de nutriente oprea numa escala geogáfica</p><p>local.</p><p>O conjunto de condições da floresta tropical húmida (temperatura e</p><p>humidade) é favorável ao processo de decompsição, a qual decorre</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>muito rapidamente devolvendo o nutriente para o solo (krohne,</p><p>2001).</p><p>No ecossistema da floresta trpocal húmida, os nutrientes tendem a</p><p>perder-se devido aos elevados níveis de precipitação. Contudo, a</p><p>vegetação da floresta possui estratégias que permitem uma imediata</p><p>absorção de nutrientes. Por isso, o ciclo de nutrientes na floresta</p><p>tropical húmida é demasiadamente fechado, evitando perdas.</p><p>Assim, observa-se que na floresta trpical ocorre um grande contraste</p><p>entre os solos pobres (cujos nutrientes tendem a ser transportados</p><p>pelas águas das chuvas que são intensas) e a elevada produtividade</p><p>da floresta tropical (Weischet & Caviedes, 1993).</p><p>É este contraste que tem movido a acção humana negativa sobre as</p><p>florestas tropicais – a vegetação luxuriosa tem induzido o</p><p>desbravamento acelerado das florestas tropicais, com o intuito de</p><p>transformá-las em áreas de produção agrícola (veja descrição da</p><p>floresta tropical no capítulo III).</p><p>Vários mecanismos adapativos sincronizados controlam o fluxo de</p><p>nutrientes na floresta tropical húmida, resultando numa eficiente</p><p>reciclagem de nutrientes e maximização da utilização dos mesmos.</p><p>Como resultado, as perdas para fora do sistema são inimizadas.</p><p>Por exemplo, as raízes de akgumas espécies de plantas que se estende</p><p>à superfície penetram e extraem os nutrientes directamente dos</p><p>materiais em decomposição na manta morta da floresta (este caminho</p><p>pode ser também visualizado no ecossistema florestal da ilha de</p><p>Inhaca); outras espécies, como é o caso ads plantas epífitas,</p><p>intersectam os nutrientes dissolvidos na água das chuvas que escorre</p><p>pelos troncos das árvores. Os nutrientes que escorrem são</p><p>provenientes dos estratos superiores donde caem vários materiais em</p><p>decomposição como os frutos, folhas e sementes, para além dos</p><p>produtos de excrecção dos animais que vivem nas árvores. Outro</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>exemplo é a ocorrência de associações mutualistas entre fungos e as</p><p>raízes das plantas e as que ocorrem dentro da cadeia dos</p><p>decompositores, de tal forma que tudo que é decomposto localmente</p><p>é imediatamente absorvido (Weischet & Caviedes, 1993).</p><p>Como resultado, na floresta tropical húmida, a maior parte dos</p><p>nutrientes dos solo estão fixados na biomassa da vegetação. Quando a</p><p>floresta é queimada ocorre uma ruptura dos mecanismos</p><p>conservadores de nutrientes e os utrientes são rapidamente</p><p>mineralizados, arrastados pela água das chuvas e perdem-se do</p><p>sistema. Daí que quando se derruba a floresta tropical húmida para</p><p>praticar a agricultura, não são obtidos os rendimentos que seriam de</p><p>esperar (Weischet & Caviedes, 1993; Krohne, 2001).</p><p>Armazenamento e fluxo de nutruentes</p><p>O armazenamento e fluxo de nutrientes é muito importante na</p><p>medida em que ajuda a explicar a localização de e a mobilidade dos</p><p>nutrientes dentro de um ecossistema. O movimento de nutrientes</p><p>entre partes de de um sistema é muito mais importante do que a sua</p><p>localização num determinado período de tempo. A reciclagem intra-</p><p>sistema ocorre quando a planta absorve e assimila os nutrientes, a</p><p>queda de partes vegetais e a sua posterior decomposição biológica.</p><p>A rapidez com que os nutrientes passam duma fase para a outra é</p><p>muito variável: tanto pode levar apenas uns minutos assim como pode</p><p>pode durar séculos ou milénios. Por exemplo, no processo de</p><p>fotorespiração a planta capta o carbono da atmosfera e em poucos</p><p>minutos torna a colocá-lo na atmosfera (disponível para ser utilizado</p><p>por esta ou outras plantas); um elemento incorporado na estrutura de</p><p>uma folha de uma planta anual poderá retornar à disponibilidade</p><p>anualmente; por outro lado, um elemento incorporado na estrutura</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>lenhosa de uma árvore longeva</p><p>pode durar muitos séculos a ser</p><p>reincorporado na fase mineral.</p><p>A localização e circulação de nutrientes num sistema varia de uma</p><p>região para outra de acordo com as condições climáticas da</p><p>Figura 10: Circulação de nutrients, a) intrassistemas e b) intersistemas.</p><p>A circulação dos elementos dá-se por duas vias essenciais: a) aqueles</p><p>que apresentam uma grande fase gasosa estão incluidas no ciclo</p><p>gasoso que é de ambito regionale inter-sistemas; b) aqueles que</p><p>carecem duma fase gasosa e perfazem o seu ciclo nos sedimentos.</p><p>Estes últimos são normalmente basicamente de circulação intra-</p><p>sistema e o seu cíclo é muito mais lento que os gasosos; a sua</p><p>circulação entre sistemas é insignificante e pode realizar-se por meio</p><p>de animais ou de errupções que removem a terra e trazem a superfície</p><p>os elementos que se haviam sedimentado.</p><p>Um desequíbrio (dentro de um sistema) nos elementos de cíclo gasoso</p><p>é facilmente compensado por outros sistemas próximos, enquanto</p><p>que o desequilíbrio de um elemento de cíclo sedimentar pode ser fatal</p><p>para o sistema, pois a sua mobilização desde outros sistemas, ou o seu</p><p>retorno dentro do mesmo sistema é muito lento e casual. Alguns</p><p>elementos como o enxofre, podem apresentar-se nos cíclos gasoso e</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>no sedimento, porém este deve ser incluido dentro da fase em que se</p><p>apresenta disponível para as plantas.</p><p>Aplicação ambiental- a interferência humana sobre os ciclos</p><p>Aa descrição de ciclos biogeoquímicos apresentada na secção 2.1,</p><p>representa o movimento natural dos elementos, sem considerar o</p><p>impacto do Homem na alteração desses movimentos. Contudo, o</p><p>Homem interfere no movimento natural dos elementos químicos,</p><p>aumentando as entradas desses elementos nos sistemas naturais e</p><p>interferindo nas taxas de transferência entre os reservatórios naturais</p><p>desses elementos. Essa secção analisa como o Homem pode interferir</p><p>na alteração do equilibrio dos ciclos biogeoquímicos.</p><p>Desbalanço de carbono e aquecimento global</p><p>Um dos produtos resultantes da queima de florestas e de</p><p>combustíveis fósseis é o dióxido de carbono. O fogo é um dos</p><p>resultados de uma reacção violenta entre os compostos de carbono e</p><p>oxigénio. Os combustíveis fósseis são queimados para suportar</p><p>diversas necessidades da vida e do desenvolvimento humano, por</p><p>exemplo, os meios de transporte, a produção de alimentos, o</p><p>aquecimento e a produção de energia electrica.</p><p>A nível global, a taxa de transferência do carbono como resultado da</p><p>queima de combustíveis fósseis é da ordem de 5 Gton de carbono por</p><p>ano. A remoção e queima de florestas contribui com uma</p><p>transferência do carbono da biomassa viva para atmosfera da ordem</p><p>de 1 gton de carbono por ano globalmente. Portanto, no total, 6 Gton</p><p>de carbono por ano são emitidos para atmosfera como resultado da</p><p>actividade humana. Parte do dióxido de carbono emitido é absorvida</p><p>pelos diferentes reservatório, principalmente os oceanos. Porém, são</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>excedentes 3 Gton por ano. Portantanto, a taxa de aumento do</p><p>carbono é de 3 Gton por ano (Newman, 1993).</p><p>Os dados apresentados por Newman (1993) são muito importantes</p><p>para analisar o nível de desbalanço do carbono, apeasr de terem sido</p><p>disponibilizados há 21 anos. Hoje, a humanidade continua a adicionar</p><p>quantidades enormes de dióxido de carbono na atmosfera e dados</p><p>mais recentes indicam que a concentração do carbon tende a</p><p>aumentar ( Riebeek 2011).</p><p>O dióxido de carbon é um dos gases que contribui para o efeito de</p><p>estufa. O aumento da concentração dos gases de estufa altera a</p><p>temperature da terra, tornando- a mais quente.</p><p>Umas das consequências do aquecimento verifica-se no</p><p>comportamento das chuvas. Com o aquecimento, tanto a água dos</p><p>oceanos como a água contida nos solos evapora com uma</p><p>intensidade; como resultado, grandes quantidades de vapour de água</p><p>vão para a atmosfera, provocando grandes quantidades de</p><p>precipitação em algumas regiões e a seca dos solos noutras regiões.</p><p>Em algumas regiões, grandes quantidades de chuva came de uma só</p><p>vez, provocando cheias e catástrofes. Portanto, o aquecimento global</p><p>provoca grandes contrasres: não causa apenas maiores quantidades</p><p>de chuva, mas também grandes secas.</p><p>Segundo a Convenção das Nações Unidades para as Mudanças</p><p>Climáticas ( UNCCD 2011), as regiões áridos e semi-áridas são áreas</p><p>susceptíveis á cheias,á seca e á desertificação e são especialmemte</p><p>vulneráveis ás adversidades das mudanças climáticas.</p><p>Eutrofização</p><p>A eutrofização pode ser resultante de uma tendência natural, mas</p><p>também pode ser causada pela actividade humana quando ela afecta</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>o ciclo do nitrogénio e do fósforo. A adição de fertilizantes nos</p><p>sistemas agrícolas, contribui para o aumento do nitrogénio e do</p><p>fósforo nos cursos de água ( frequentemente nos rios e lagos),</p><p>principalmente através dos processos de escoamento e/ou infiltração</p><p>da água das chuvas para os sistemas aquáticos; o fósforo é geralmente</p><p>adicionado quando os despejos domésticos são drenados nos sistemas</p><p>aquáticos. Geralmente, os despejos domésticos são ricos em fósforo (</p><p>Newman,1993;Begon et al., 1996).</p><p>Os produtores respondem positivamente ao eriquecimento (</p><p>eutrofização) de rios e lagos, pelo fósforo e nitrogénio, aumentando a</p><p>produção primária, o que se traduz num maior crescimento e</p><p>produção da biomassa do fitoplâncton nos sistemas aquáticos. O</p><p>crescimento rápido e explosive dos produtores provoca váriso efeitos</p><p>ecológicos em cascata dentro dos sistemas aquáticos (Begon et al.,</p><p>1996). Por exemplo, as algas formam uma espécie de “tapete”</p><p>superficial, reduzindo a penetração da luz nas camadas inferiors.</p><p>Como resultado, grandes quantidades de algas morrem e a demanda</p><p>de oxigénio para a decomposição aumenta, provocando a redução do</p><p>teor de oxigénio no sistema; consequentemente, ocorre a morte de</p><p>organismos e a redução da biodiversidade ( Begon et al., 1996)</p><p>Como fizemos referncia na secção 2.1.2, nos ecossistemas terrestres</p><p>naturais, a produção primaria e tambem limitada pelo nitrogenio, por</p><p>isso as comunidades vegetais naturais estão adaptadas a viver nestas</p><p>condiçãoes. Analisando o ciclo do nitrogénio, pode-se facilmente</p><p>deduzir que os ecossistemas terrestres naturais podem também ser</p><p>enriquecidos pelo nitogénio resultante da actividade antropogénica.</p><p>Esta adição pode ser conseguida através da precipitação ou pelo</p><p>escoamento da água das chuvas que eventualmete tenham passado</p><p>por terreno contend quantidades de fertilizantes azotados. A</p><p>eutrofização dos ecossistemas terrestres é um problema menos</p><p>conhecido do que a eutrofização dos ecossistemas aquáticos.</p><p>Contudo, ele tem provocado profundas alterações de algumas</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>comunidades vegetais , especialmente nos países europeus(Begon et</p><p>al., 1996).</p><p>Chuvas ácidas</p><p>Alguns produtos da combustão de carvões, petróleo e gasolinsa</p><p>(combustíveis fósseis) compreendem o dióxido de nitrogénio ( NO2 ) e</p><p>o dióxido de enxofre ( SO2 ). Estes compostos são emitidos para</p><p>atmosfera onde, em combinação com o vapor de água atmosférico</p><p>formam respectivamente, o ácido nítrico e o ácido sulfúrico que</p><p>precipitam, dando origem ás chamadas chuvas ácidas (Begon et al.,</p><p>1996; Krohne,2001). Outra forma de nitrogénio que contribui para as</p><p>chuvas ácidas é a ammonia ( NH3) formada durante o processo da</p><p>amonificação. Grandes quantidades de amónia são emitidas para a</p><p>atmosfera, por exemplo, quando os estrumes são aplicados para</p><p>fertilizar os solos.</p><p>As chuvas ácidas são susceptíveis de danificar os ecossistemas</p><p>aquáticos. Muitas espécies de peixes morrem quando aumenta a</p><p>acidez da água. A acidez pode favorecer a solubilizaçªao de alguns</p><p>elementos quimicos tóxicos (como por exemplo, o alumínio)</p><p>tornando-os mais concentrados na água; a acidez pode conduzir á</p><p>diminuiçªao da concentração de alguns elementos quimicos</p><p>necessaries, como e o cas do fosforo que em ambientes acidos,</p><p>combina com o ferro, formando complexos insoluveis e por isso,</p><p>torna’se pouco disponivel para os organismos (Begon et al., 1996;</p><p>Krohne,2001).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>EXERCÍCIOS DO TEMA IV</p><p>1. Explique o que entende por cíclos biogeoquímicos?</p><p>2. Quais são os principais cíclos que conheces?</p><p>3. Descreve o cíclo do nitrogénio?</p><p>4. Descreve o cíclo do enxofre?</p><p>5. O que entende por cíclo de nutrientes?</p><p>6. Qual é a importância do conhecimento dos cíclos?</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>TEMA – V: SUCESSÃO ECOLÓGICA</p><p>UNIDADE Temática 5.1. Conceitos e Generalidades.</p><p>UNIDADE Temática 5.2. Tipos de Sucessão.</p><p>UNIDADE Temática 5.3. Mecanismos da sucessão e Aplicação</p><p>Ambiental.</p><p>UNIDADE Temática 5.1. Conceitos e Generalidades.</p><p>Sucessão ecológica</p><p>Sucessão Ecológica é o processo de mudança contínua (colonização e</p><p>extinção), ao longo do tempo, na composição das espécies de uma</p><p>comunidade, a qual se verifica depois de uma perturbação natural ou</p><p>de origem antropogénica e que envolve três mecanismos: a facilitação,</p><p>a tolerância e a inibição (Krohne, 2001).</p><p>Grande parte dos tesxtos que discutem as sucessões falam de</p><p>mudanças que ocorrem num padrão de tempo de 1-500 anos. Caso</p><p>não se verifiquem mudanças significativas na composição das espécies</p><p>durante este período, a comunidade é dita madura ou Climax.</p><p>Deve-se notar, porém que estas comunidades climax não são</p><p>estáticas, elas mudam mas não tem efeito cumulativo. Além disso, as</p><p>pequenas mudanças no número de plantas ou mesmo na composição</p><p>das espécies, resulta de algumas flutuações a largo prazo. Este é o</p><p>estado de equilíbrio dinâmico, similar ao balaço quimico numa</p><p>solução.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Figura 11: Representação Esquemática dos diferentes estágios da</p><p>sucessão ecológica</p><p>UNIDADE Temática 5.2. Tipos de Sucessão</p><p>Sucessão Primária</p><p>Ocorre nos sítios onde a vegetação nunca se estabeleceu antes, sobre</p><p>as dunas de areia, rochas ou sobre outro tipo de substratos. O</p><p>desmatamento, o fogo, o vento, as cheias, as erupções vulcânicas e</p><p>outros factores podem interromper o processo da sucessão ecológica,</p><p>passando a ocorrer a sucessão secundária.</p><p>Sucessão Secundária</p><p>É o processo de colonização de uma área que desprovida de vegetação</p><p>mas cujo o solo mantém um banco de sementes viáveis e matéria</p><p>orgânica que facilita o estabelecimento da vegetação.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>UNIDADE Temática 5.3. Mecanismos da Sucessão e Aplicação Ambiental</p><p>Mecanismos da Sucessão Ecológica</p><p>As espécies que colonizam os primeiros estágios da sucessão primária</p><p>são designadas por espécies pioneiras. Durante o processo de</p><p>colonização, as espécies pioneiras propiciam o melhoramento das</p><p>condições do substrato para o estabelecimento de espécies que se vão</p><p>desenvolver nos estágios subsequentes, ou seja, facilitam a</p><p>colonização por outras espécies. Este mecanismo é designado por</p><p>facilitação. Por exemplo as raizes asseguram as areias, a cobertura</p><p>vegetal reduz a temperatura no substrato e aumenta o teor de</p><p>humidade (Krome, 2001).</p><p>O mecanismo da tolerância envolve a substituição de espécies que se</p><p>estabeleceram nos primeiros estágios de colonização por espécies</p><p>mais tolerantes às condições criadas pelas espécies pioneiras. As</p><p>espécies que se vão estabelecendo tendem a inibir a colonização de</p><p>outras espécies prolongando assim o tempo da sucessão ecológica.</p><p>Este mecanimo é designado por inibição (Krome, 2001).</p><p>O último estágio do desenvolvimento em que a comunidade atinge o</p><p>estágio de maturação é designado por climax. Contudo, existe o</p><p>debate entre ecologistas se um equilíbrio completo chega a ser</p><p>atingido ou não na natureza. Vários autores consideram que mesmo</p><p>no estágio de maturidade, as comunidades observam um equilíbrio</p><p>dinâmico, ou seja, uma constante mudança (Carpenter et. Al. 2001).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Aplicação Ambiental do Conceito de Sucessão Ecológica</p><p>Compreender os mecanismos que governam a sucessão ecológica</p><p>permite predizer e acelerar os mecanismos de mudança das</p><p>comunidades através da realização de planos de restauração de</p><p>habitats perturbados tanto pela acção humana, por exemplo fogo,</p><p>como por factores naturais. Na ilha de Inhaca (Moçambique), por</p><p>exemplo, a população pratica agricultura de corte e queima, sendo</p><p>que em algumas áreas a vegetação foi profundamente alterada. A ilha</p><p>é susceptítivel à erosão e o grau de transformação das florestas</p><p>primárias em áreas abertas levou a declaração de zonas de protecção</p><p>(reservas) em 1976, a qual abarcou algumas áreas que já tinham sido</p><p>transformadas em áreas agrícolas e algumas zonas marinhas (Kalk,</p><p>1995).</p><p>Nas áreas protegidas, foi possivel a recuperação natural da vegetação</p><p>por via da sucessão secundária, podendo ser observadas formações de</p><p>vegetação secundária de diferentes idades de recuperação. A</p><p>vegetação secundária pode ser observada nas dunas da zona leste da</p><p>ilha e que estão dentro da área protegida.</p><p>O mosaico de vegetação estabelecido na ilha, permite observar e</p><p>estudar o efeito da sucessão ecológica, sendo até possível estimar as</p><p>idades de alguns mosaicos de vegetação. Os solos da ilha são pobres</p><p>por inerência, são arenosos e com um teor de matéria orgânica muito</p><p>fraco. Por isso, o processo de corte e queima torna os solos ainda mais</p><p>pobres, o que torna difícil o sustento da vegetação e por sua vez, torna</p><p>o solo susceptível à erosão.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>EXERCÍCIOS DO TEMA V</p><p>1. O que é sucessão ecológica?</p><p>2. Indique os tipos de sucessões que conheces?</p><p>3. Quando os agricultores deixam as machambas em poseio para a</p><p>recuperação da fertilidade do solo, que tipo de sucessão ecológica</p><p>estão a promover?</p><p>4. Que aplicação ambiental tem o conhecimento das sucessões</p><p>ecológicas?</p><p>5. Quando é que se considera uma comunidade madura ou climax?</p><p>6. Faça a distinção entre uma sucessão primária e uma sucessão</p><p>secundária?</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>TEMA – VI: RECURSOS RENOVÁVEIS E NÃO RENOVAVEIS (Conceitos e Generalidades)</p><p>RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS E NÃO RENOVÁVEIS</p><p>Recursos Naturais</p><p>Qualquer recurso que o homem usa que é extraído do ambiente para</p><p>a sobrevivência ou progresso é considerado um recurso natural.</p><p>Recursos são encontrados em todos os lugares, mas diferentes regiões</p><p>do mundo são ricas em diferentes variedades. Os recursos naturais em</p><p>geral são separados em duas categorias: renováveis e não-renováveis.</p><p>Recursos renováveis</p><p>Um recurso renovável é algo que está continuamente disponível, ou</p><p>que pode ser restabelecido facilmente. Por outro lado recursos</p><p>naturais podem ser renovados com a mesma velocidade, ou ainda</p><p>mais rápido, do que são consumidos. A água, solo, animais, florestas e</p><p>produtos agrícolas são exemplos de recursos renováveis. Enquanto</p><p>estes recursos podem ser substituídos — as colheitas são colhidas e</p><p>plantadas todo ano, por exemplo —, é importante monitorar o uso</p><p>deles e evitar o consumo excessivo, especialmente no caso das</p><p>florestas, que levam décadas para se renovarem.</p><p>Energia</p><p>renovável</p><p>A energia renovável inclui os recursos continuamente renováveis,</p><p>como a luz solar, vento, água e energia geotérmica, todos sendo</p><p>restabelecidos naturalmente. Esses recursos são aproveitados por</p><p>dispositivos como painéis solares e turbinas eólicas, e são convertidos</p><p>em mais fontes de energia utilizável. As energias renováveis são</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>consideradas mais limpas e ambientalmente benéficas do que as</p><p>fontes tradicionais. Em alguns países, essa energia conta como a maior</p><p>parte das fontes de energia. Por exemplo, toda a eletricidade da</p><p>Islândia é produzida com energia hidráulica e geotérmica. Muitos</p><p>países, tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento, estão</p><p>optando por essas energias renováveis.</p><p>Recursos não-renováveis</p><p>Os recursos não-renováveis são aqueles que podem acabar, ou que</p><p>não podem ser restabelecidos com a mesma velocidade com que são</p><p>consumidos. A maioria dos recursos não-renováveis é extraída das</p><p>camadas profundas da Terra e leva várias eras geológicas para se</p><p>desenvolver. Os principais exemplos incluem o petróleo, urânio, gás</p><p>natural e carvão. Esses recursos abastecem a maior parte da energia</p><p>do planeta em termos de produção humana. Os recursos não-</p><p>renováveis também incluem os minerais, como cobre, diamante e</p><p>alumínio. Embora eles sejam finitos, alguns produtos criados a partir</p><p>deles podem ser reciclados e reutilizados.</p><p>Factores ambientais</p><p>O recolhimento e utilização dos recursos naturais afecta o bem-estar</p><p>do ambiente de várias maneiras. É importante para o ser humano</p><p>praticar a sustentabilidade de recursos renováveis para não perturbar</p><p>a produção natural desses materiais no planeta. Infelizmente, as</p><p>práticas não-sustentáveis são comuns. O desmatamento, que são as</p><p>atividades de exploração de madeira que acabam com grandes áreas</p><p>de florestas, contribui para a poluição e põe em perigo os habitats de</p><p>animais, assim como a existência de muitas florestas. Também existe</p><p>uma controvérsia envolvendo o uso excessivo de recursos não-</p><p>renováveis. Quando os combustíveis fósseis são queimados, liberam</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>quantidades prejudiciais de gases de efeito estufa para a atmosfera.</p><p>Até mesmo a extração de recursos não-renováveis pode causar graves</p><p>impactos negativos no meio ambiente, como por exemplo a</p><p>mineração a céu aberto, que deixa grandes crateras na superfície da</p><p>Terra, destruindo os habitats de ecossistemas inteiros.</p><p>EXERCÍCIOS DO TEMA VI</p><p>1. O que entende por recurso natural?</p><p>2. Distingue recurso natural renovável de recurso natural não</p><p>renovável?</p><p>3. Dê 3 exemplos de recursos naturais renováveis?</p><p>4. Indique as consequências da exploração de recursos naturais para o</p><p>ambiente?</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>1. Odum, Eugene P. (1997). Funadamentos de Ecologia. Lisboa.</p><p>Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.</p><p>2. Killham, Ken (1994). Soil Ecology. Cambridge: Cambridge</p><p>University Press.</p><p>3. Krohne, David T. (2001). General Ecology. Australia:</p><p>Brooks/Cole.</p><p>4. O´Hare, G. (1992). Soil, Vegetation, Ecossistems. UK: Oliver and</p><p>Boyd.</p><p>5. Arthurton, R.S., Kremer, H.H., Odada, E., Salomons, W.,</p><p>Marshall Crossland, J.I. (2002), African Basins: Loicz Global</p><p>Change Assessment and Synthesis of River Catchment-Coastal</p><p>Sea Interaction and Human Dimensions. Loicz Reports &</p><p>Studies No. 25, Netherlands.</p><p>6. Kareiva, Peter, Watts, S., McDonald, R., Boucher, T. (2007).</p><p>Domesticated Nature: Shaping Landscape and Ecosystem for</p><p>Human Walfare in Science, vol 316.</p><p>7. Ministerio da Educação e Cultura. (1979). Atlas Geográfico, vol.</p><p>1, Maputo.</p><p>8. Odum, E. P. (1985). Ecologia, Interamericana, Brasil.</p><p>9. Longnam, K. A. & Jenik, J. (1974). Tropical forest and its</p><p>enviroment, Lowe & Brydone printers limited, Thelford.</p><p>10. Lamprecht, H. (1990). Silviculturanos trópicos, GTZ, Eschborn.</p><p>11. Collinson, A. S. (1988). An Introduction to world vegetation,</p><p>Unwin Hyman, Lta. Wellington.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>12. Begon, M., Harper, J.L. & Townsend, C.R. (1986). Ecology,</p><p>Individuals, populations and communities. Blackwell Scientific</p><p>publications, Oxford. R.U.</p><p>13. Cary Institute of Ecossystem Studies (2008). Defining Ecology.</p><p>14. Krebs, Charles. J. (1972). Ecology. The Experimental Analysis of</p><p>Distribution and Abundance. New York. Harper & Row,</p><p>Publications.</p><p>15. Tjallingii, Style (1986). Ecologia. Faculdade de Educação,</p><p>Universidade Eduardo Mondlane, Maputo.</p><p>16. Sitoe, Almeida (2003). Bases Ecológicas pra Agronomia e</p><p>Silvicultura. Universidade Eduardo Mondlane, versão 3,</p><p>Maputo.</p><p>17. Dajoz, Roger (1983). Ecologia. 4a edição, Rio de Janeiro, Editora</p><p>Vozes.</p><p>18. Futuyma, Douglas (1986). Evolutionary Biology. 2a edição,</p><p>Sunderland, Sinauer Associates, Inc. Publishers.</p><p>devem ser entregues</p><p>duas semanas antes das sessões presenciais/virtuais seguintes.</p><p>Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não</p><p>cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do</p><p>estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de</p><p>campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da</p><p>disciplina/módulo.</p><p>Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os</p><p>mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.</p><p>Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,</p><p>contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,</p><p>respeitando os direitos do autor.</p><p>O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma</p><p>transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um</p><p>autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade</p><p>científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a</p><p>realização dos trabalhos e seu autor (estudante da UnISCED).</p><p>Avaliação</p><p>Muitos perguntam: Como é possível avaliar estudantes à distância,</p><p>estando eles fisicamente separados e muito distantes do</p><p>docente/turor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja</p><p>uma avaliação mais fiável e consistente.</p><p>Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com</p><p>um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os</p><p>conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial</p><p>conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A</p><p>avaliação do estudante consta detalhada do regulamento da de</p><p>avaliação.</p><p>Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e</p><p>aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de</p><p>frequência para ir aos exames.</p><p>Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e</p><p>decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no</p><p>mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,</p><p>determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.</p><p>A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da</p><p>cadeira.</p><p>Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)</p><p>trabalhos e 1 (um) (exame).</p><p>Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados</p><p>como ferramentas de avaliação formativa.</p><p>Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em</p><p>consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de</p><p>cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as</p><p>recomendações, a identificação das referências bibliográficas</p><p>utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.</p><p>Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de</p><p>Avaliação.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>TEMA – I: CONCEITOS E ORIGEM DA ECOLOGIA</p><p>UNIDADE Temática 1.1. Conceitos aplicados em Ecologia.</p><p>UNIDADE Temática 1.2. Origens e Desenvolvimento da Ecologia.</p><p>UNIDADE Temática 1.3. Princípios metodológicos e abordagens de</p><p>estudo da Ecologia.</p><p>UNIDADE Temática 1.4. Aplicação da Ecologia.</p><p>UNIDADE Temática 1.1. Conceitos aplicados em Ecologia.</p><p>Definição</p><p>O termo “ECOLOGIA” provém das palavras gregas oikos que significa</p><p>“casa” e logos que siginica estudo, ciência. Olhando para a origem da</p><p>palavra, é comum dizer-se que a ecologia é o estudo “da casa onde</p><p>vivem os organismos”.</p><p>O termo ecologia foi utilizado pela primeira vez em 1869 por Ernest</p><p>Heackel . Haeckel, considerou a ecologia como sendo o estudo</p><p>científico das interacções entre os organismos e o seu ambiente</p><p>(Begon et al, 1996).</p><p>É comum definir-se a ecologia como sendo a “ciência que estuda as</p><p>relações entre os organismos vivos e o meio ambiente”</p><p>(Odum,1997)ou o “estudo das interacções entre os organismos e o seu</p><p>ambiente” (Krohne, 2001).</p><p>Tjallingii (1986) define a ecologia como sendo “o estudo das relações</p><p>entre os organismos e entre eles e o meu ambiente”.</p><p>As definções acima apresentadas implicam a compreensão de</p><p>organismo e de ambiente. A definição de organismo é dada na</p><p>sesecção 3.1.1 e o ambiente de um organismo compreende todos os</p><p>factores e fenómenos externos ao organismo e que exercem</p><p>influências sobre o mesmo. Os factores e fenómenos do ambiente que</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>podem influenciar o organismo podem ser físicos ou químicos</p><p>(factores abióticos) bem como o conjunto de interacções que esse</p><p>organismo estabelece com outros organismos (factores bióticos)</p><p>(Begon et al, 1996).</p><p>A resposta à pergunta que a seguir é colocada, ajuda a compreender</p><p>definições acima apresentadas. Que factores do anbiente podem</p><p>exercer influência sobre um peixe (organismo) no seu habitat?</p><p>Os factores abióticos (não vivos) que interagem com o peixe podem</p><p>ser as correntes do mar, a salinidade, a temperatura da água e</p><p>substâncias químicas diversas que são lançadas ao mar através das</p><p>diversas actividades humanas.</p><p>O mar está em constante circulação, as diferenças de temperatura</p><p>entre os polos e o equador, originam ventos constantes que provocam</p><p>correntes superficiais; para além destas, desenvolvem-se correntes</p><p>mais profundas geradas pelas diferenças de temperatura e de</p><p>salinidade da água. No ambiente marinho, a circulação da água</p><p>proporciona a distribuição de alimentos para o peixe. Por exemplo, a</p><p>circulação ascendente produzida pela Corrente de Peru gera uma das</p><p>zonas mais produtivas do mundo em termos de pescado (Odum,</p><p>1997).</p><p>Um dos problemas ecológicos das zonas costeiras de Moçambique é a</p><p>poluíção marinha que pode ser causada por desastres de navios,</p><p>descargas dos esgotos domésticos e industriais. A poluíção marinha</p><p>afecta a fauna e aflora marinhas (Honguane, 2007). Foi muito</p><p>divulgado o desastre do navio-tanque grego, Katina P, que, ao afundar</p><p>na baía de Maputo descarregou milhares de toneladas de</p><p>hidrocarbonetos (Rádio Moçambique, 2010).</p><p>No mar, o peixe não vive isoladamente, ele compete pelo mesmo</p><p>alimento com os outros organismos, e pode ser parasitado por outros</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>organismos (bactérias ou vermes), ou pode servir de alimento para</p><p>outros peixes.</p><p>Como pode imaginar, o conjunto de todas as possíveis interacções</p><p>entre um organismo e o meio ambiente podem ser inúmeras.</p><p>Uma outra definição igualmente bem divulgada é dada por Krebs</p><p>(1972) que considera a ecologia como sendo “ o estudo científico das</p><p>interacções que determinam a distribuição e abundância de</p><p>organismos”. Esta definição tem o mérito de oferecer o objectivo final</p><p>da ecologia, que é compreender onde os organismos ocorrem,</p><p>quantos são e o que fazem, porém, a definição não inclui a palavra</p><p>ambiente. Analisando as duas primeiras definições, percebe-se que</p><p>elas colocam o ambiente numa posição central. Por este motivo,</p><p>Begon et al (1996) consideram vaga a definição de Krebs.</p><p>Domínio da ecologia</p><p>O domínio da ecologia ou campo da ecologia compreende os níveis de</p><p>organização biológica mais complezas, que partem do organismo até</p><p>ao ecossistema e a biosfera (Odum, 1997 & Krohne, 2001). Pertencem</p><p>ao domínio da ecologia o indivíduo, a população, a comunidade, o</p><p>ecossistema e a biosfera (Tjallingii, 1986; Odum, 1997 & Krohne,</p><p>2001).</p><p>Os níveis de organização biológica que constituem o domínio da</p><p>ecologia são definidos na secção seguinte (2.1).</p><p>Ecologia e os níveis de organização biológica</p><p>Os biólogos tendem a organizar, ou “arrumar” os seres vivos em</p><p>hierarquias em que um nível de organização superior vai incluindo</p><p>progressivamente os nívei inferiores. Para visualizar isso, abaixo são</p><p>apresentados e definidos os níveis de organização biológica que</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>partem</p><p>da célula (nível mais baixo) até a biosfera (nível mais alto). Os</p><p>níveis inferiores ao indivíduo ( a célula, os tecidos, os órgãos, os</p><p>sistemas ou aparelhos não pertencem à ecologia, mas sim ao campo</p><p>da Biologia).</p><p>A célula é unidade básica da vida, é constituída por organelos. Os</p><p>organelos são estruturas presentes no interior das células, que</p><p>desempenham funções específicas. São formados a partir da união de</p><p>vároas moléculas que por sua vez são constituídas por átomos.</p><p>Existem vários tipos de células, cada uma com uma função específica</p><p>como, por exemplo, as células musculares e as células da pele.</p><p>Os tecidos são constituídos por células. Os tecidos são formados pelo</p><p>conjunto de celulas e estão presentes apenas em alguns oragnismos</p><p>pluricelulares como as palantas e os animais. Dando seguimento ao</p><p>exemplo das células acima indicado, as células muscularaes formam</p><p>tecido muscular que tem a função de produzir os movimentos</p><p>musculares dos braços, das pernas e de outros órgãos.</p><p>Diferentes tecidos formam órgãos que funcionam em harmonia para</p><p>desempenhar uma determinada função. Por exemplo: a raiz das</p><p>plantas é um órgão que é constiyuído por vários tecidos cuja função</p><p>geral é de absorver e transportar água e sais minerais para a planta; o</p><p>coração é formado por tecido muscular, sangíneo e o tecido nervoso e</p><p>tem como função didtribuir o sangue pelo corpo.</p><p>Os sistemas são formados por órgãos que trabalham em conjunto</p><p>para exercer uma determinada função corporal. Por exemplo: alguns</p><p>órgãos que fazem parte do sistema digestivo compreendem a boca, o</p><p>estômago, os intestinos, o fígado e o pâncreas.</p><p>O organismo (o organismo individual, o indivíduo, a espécie</p><p>individual) é constituído por vários sistemas.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Existem organismos unicelulares e organismos pluricelulares. Por</p><p>exemplo: a bactéria que provoca a cólera é um organismo unicelular.</p><p>Já uma planta, um peixe, uma rã, um mosquito, são organismos</p><p>pluricelulares.</p><p>A população “é o conjunto de indivíduos que pertencem à mesma</p><p>espécie habitando numa certa área e que interactuam e se cruzam</p><p>livremente” (Tjallingii, 1986).</p><p>Uma espécie biológica é o conjunto de indivíduos ou populações que</p><p>estão ou têm o potencial de se intercruzarem. As populações da</p><p>mesma espécie estõ isoladas em termos reprodutivos de outros</p><p>grupos, com os quais, quando se cruzam, não originam indivíduos</p><p>férteis (Krohne, 2001). Por exemplo, na reserva de Gorongoza são</p><p>encontradas populações de leões, de búfalos, de zebras, de girafas, de</p><p>entre outras. Estes animais pertencem a espécias diferentes. Na</p><p>natureza, estas espécies não se cruzam livremente entre elas, por isso,</p><p>se diz que estão isoladas uma das outras, em termos reprodutivos. Se</p><p>no entanto o conseguissem, os seus descendentes não seriam férteis,</p><p>ou seja, os descendentes resultantes desse cruzamento não</p><p>produziriam descendentes iguais.</p><p>Vários exemplos de populações e espécieas que constituem recursos</p><p>cinegéticos ( com interesse para caça) e são citados em trabalhos</p><p>desenvolvidos por GENTINSA/AECI (1995), na província de Cabo</p><p>Delgado. As populações dessas espécies encontram-se geralmente</p><p>reduzidas e incluem de entre outras, as seguintes:</p><p>I. Populações de Hipopótamos (Hippotamus amphibius) que</p><p>habitam pontos de água permanente; as populações de</p><p>hipopótamos ocorrem em grupos de baixas densidades nos</p><p>rios Lúrio (desde Papai até a sua foz), rio Montepuez, rio</p><p>Messalo e, rio Rovuma-Lugenda; igualmente, ocorrem alguns</p><p>efectivos nas lagoas Lidedes, Nangade, N’guri, Bilibiza e</p><p>Nhandjemuano;</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>II. Populações de zebras, cuja área de distribuição compreende</p><p>unicamente a zona situada entre a Sede dos Postos</p><p>administrativos de Ngapa e Chapa, no norte de Naitoro e</p><p>Lugenda. Dentro desses territórios, as populações ocorrem em</p><p>grupos pequenos, sendo os indivíduis de pequeno porte;</p><p>III. Populações de búfalos (Syncerus caffer), totalizando</p><p>possivelmente menos de um milhar de indivíduos, como</p><p>consquência da caça furtiva, da alteração do seu habitat e da</p><p>mortalidade pela acção de doenças; os búfalos encontram-se</p><p>distribuídos em vários pontos, especialmente Lugenda-</p><p>Rovuma, a norte de Quissanga e Muidumbe (área de Messalo e</p><p>lagoa de N’guri);</p><p>IV. As populações de impalas (Aepyceros melampus), espécie</p><p>característica das savavas arborizadas; as populações são</p><p>muito reduzidas; localizam-se principalmente na região</p><p>setentrional e ocidental e nas zonas de confluência dos rios</p><p>Megaruna e Lúrio; a população residente de Intutupe</p><p>(Ancuabe) considera, no entanto, a impala abundante, sendo</p><p>utilizada como alimento.</p><p>Morin (1999) define a Comunidade como sendo “a menos fracção da</p><p>enorme colecção global de espécies que pode ser encontrada num</p><p>determinado local” e estipula um mínimo de duas espécies</p><p>coexistentes num determinado local, para que seja constituída a</p><p>comunidade.</p><p>A comunidade pode também ser definida como sendo o conjunto de</p><p>populações de totas as espécies que vivem numa detrminada área,</p><p>num dado período de tempo (Krohne, 2001).</p><p>Na natureaza, as plantas e os animais não vivem isoladamente como</p><p>entidades. Eles partilham os mesmos ambientes e interagem de várias</p><p>maneiras. Dando continuidade aos exemplos de Cabo Delgado, a</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>região que compreende as zonas lacustres, fluviais e as savanas que se</p><p>encontram à beira dos rios, constitui uma das entidades faunísticas</p><p>características da província. É uma zona heterogénea abarcando locais</p><p>com cursos de água corrente, bancos de areia fluviais, charcos</p><p>estacionados, lagos, bosques, savanas, canaviais ou caniçal. Devido a</p><p>disponibilidade de água, a região torna-se muito produtiva atarindo</p><p>comunidades de fauna bastante diversificada como é o caso dos</p><p>hipopótamos, os inhacosos, os crocodilos e galápagos que frequentam</p><p>a zona (GENTINSA/AECI, 1995). Analisando as definições de</p><p>comunidade acima apresentadas, nesta unidade heterogénea</p><p>podemos então distinguir as comunidades vegetais, constituídas pelas</p><p>populações de árvores, arbustos, gramíneas (capim) o caniço, bem</p><p>como, as comunidades animais constituídas pelas populações de</p><p>todas as espécies de aniamis que coexistem naquela zona.</p><p>A biosfera ou ecosfera inclui todos organismos vivos da Terra que</p><p>interagem com o seu ambiente físico, como um todo ( Odum, 1997). A</p><p>biosfera compreende três regiões físicas distintas;</p><p>• Litosfera – é a camada superficial sólida da Terra, constituída</p><p>por rochas e solos ( NASA Education, 2011).</p><p>• Hidrosfera – Toda a água da Terra é contida num sistema que é</p><p>designado por hidrosfera. Os subssitemas da hidrosfera</p><p>incluem os oceanos, os glaciares e outras formas de água</p><p>congelada, águas subterrâneas e o vapor de água contido na</p><p>atmosfera. Cada subsistema é designado por “reservatório”. O</p><p>maior reservatório é o oceano e compreende mais ou menos</p><p>97% da água da Terra ( NASA Education, 2011).</p><p>• Atmosfera – é a camada gasosa que circunda a superfície da</p><p>Terra, envolvendo portanto, a litosfera e a hidrosfera, atinge</p><p>uma espessura de 600 km ( NASA Education, 2011).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Prestando atenção para a definição, pode-se dizer que a biosfera</p><p>abarca uma grande diversidade biológica (biodiversidade).</p><p>O desenvolvimento tecnológico que acompaha o Homem sobre a</p><p>natureza tem vindo a provocar fortes alterações sobre as três</p><p>componentes da biosfera. Por exemplo, a combustão de</p><p>hidrocarbonetos para a obtenção de energia tem sido responsável, em</p><p>grande medida, pela alteração da composição química da atmosfera,</p><p>poluíndo rios, lagos, e oceanos (hidrosfera) e o transporte marítimo</p><p>desse</p><p>combustíveis, por grandes petroleiros, tem provocado acidentes</p><p>que causam a morte de milhões de seres vivos, reduzindo a</p><p>biodiversidade.</p><p>O reconhecimento e a distinção da biosfera, reveste-se hoje de uma</p><p>grande importância prática pelo crescente surgimento de reservas da</p><p>biosfera no mundo que têm vindo a ser designadas pela UNESCO (</p><p>Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) e</p><p>que visam a realizar a gestão e conservação da biodiversidade de uma</p><p>região. A selecção dessas reservas é feita a partir de propostas dos</p><p>estados membros da UNESCO, seguida de uma avaliação por</p><p>especialistas que assessoram o programa Homem e a Biosfera ( MAB).</p><p>Anualmente, durante a reunião do Conselho Internacional de</p><p>Coordenação do Programa, composto por representantes dos estados,</p><p>são designadas novas reservas. Participam neste processo as</p><p>comunidades locais, as organizações não governamentais, as</p><p>autoridades e peritos em questões ambientais. África do Sul, camarões</p><p>e Madagáscar, de entre outros, são alguns exemplos de países</p><p>africanos obnde foram declaradas várias reservas da biosfera</p><p>(UNESCO/MAB, 2010).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>UNIDADE Temática 1.2. Origens e o desenvolvimento da ecologia.</p><p>Origem</p><p>A ecologia teve um percurso histórico longo e sempre suscitou vários</p><p>debates de diversos pensadores que ao longo do tempo foram</p><p>aparecendo.</p><p>A ciência da ecologia teve, ao longo da história, um desenvolvimento</p><p>paulatino, como todas as outras ciências. As obras dos antigos</p><p>pensadores e filósofos da cultura grega já continham assuntos de</p><p>natureza ecológica, apesar de que ainda não utilizavam a desegnação</p><p>de “ecologia” para o tipo de material que era produzido.</p><p>No século IV a.c., existia o conceito de “equilibrio perfeito” que era um</p><p>príncipio básico para compreender a natureza. Este conceito, inseria a</p><p>visão de que a natureza está deseignada para beneficiar e preservar</p><p>cada espécie e que as espécies permanecem sempre imutáveis. Por</p><p>isso, a eclosão das pragas era considerada passageira e muitas vezes</p><p>atribuída às pinições de natureza divina (Krebs, 1972).</p><p>Antes de Haeckel descobrir, em 1869, a palavra certa para designar os</p><p>estudos da ecologia, muitos pensadores da época do renascimento</p><p>biológico dos séculos XVIII e XIX, tinham já dado a sua contribiição</p><p>para o estudo da ecologia. Um deles foi Leeuwenhoek (1632-1723)</p><p>que realizou estudos sobre cadeias alimentares e sobre a regulação da</p><p>população (temas centrais da ecologia moderna) (Odum, 1997).</p><p>Vários autores convergem no facto de que a ecologia tem as suas</p><p>origens na história natural (por exemplo: Krebs, 1972; e Smith, 1991).</p><p>A história natural é definida, por Krohne (2001), como sendo “o estudo</p><p>descritivo dos hábitos, do comportamento dos organismos nos</p><p>ambientes naturais”.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Analisando esta definição pode-se dizer que a história da ecologia</p><p>acompanha a hostória do desenvolvimento da humanidade, já que</p><p>desde a era primitiva, o Homem que dependia da caça, da pesca e</p><p>outras formas de busca de alimentos, tinha que ter um conhecimento</p><p>profundo sobre a natureza, para poder encontrar os alimentos</p><p>necessários para a sua subsistência.</p><p>Até meados do século XIX os estudos da natureza eram</p><p>profundamente descritivos, de história natural, que por sua vez</p><p>propiciaram o levantamento de hipóteses sobre as interacções</p><p>ecológicas, permitindo o desenvolvimento da ciência da ecologia. Para</p><p>além da história natural, aw actividades exploratórias da natureza,</p><p>realizadas por vários geógrafos de plantas botânicos, [rincipalmente</p><p>nas Américas de Sul e Latina, também contribuíram para a ecologia.</p><p>Eles encontraram a explicação das diferenças e das semelhanças dos</p><p>diferentes tipos de vegetação nas semelhanças e diferenças climáticas.</p><p>O resultado dos estudos exploratórios realizados foi a publicação de</p><p>trabalhos descrevendo os diferentes tipos de vegetação e a sua</p><p>correlação com as característucas ambientais. Um dos geógrafos</p><p>destacados foi Warming (1841-1924), considerado o fundador da</p><p>ecologia vegetal, tendo estudado a vegetação de algumas regiões do</p><p>Brasil. Por sua vez, Clements introduziu a dinâmica das comunidades</p><p>vegetais, sucessão ecológiaca, que examina por exemplo, a dinâmica</p><p>da colonização da vegetação nas zonas dunares (dunas de areia) (</p><p>Smith, 1992).</p><p>Os primeiros ecologistas estavam mais interessados na vegetação</p><p>terrestre, mais tarde surgiram estudos sobre as relações entre</p><p>organismos e o ambiente aquático, desenvolvidos por F.A. forel e A.</p><p>Thienemann. Forel introduziu o termo limnologia para designar o</p><p>estudo da vida em ambientes de água doce e Thienemann utilizou os</p><p>termos proutores e consumidores e introduziu os conceitos de níveis</p><p>tróficos e ciclos de nutrientes e fluxo de energia nos sistemas</p><p>aquáticos. Linderman foi outro ecologista interessado em água doce,</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>tendo estudado os ciclos de nutrientes e o fluxo de energia nos</p><p>sistemas aquáticos; foi quem lançou os estudos da ecologia dos</p><p>ecossistemas. Os trabalhos de Linderman ajudaram s desenvolver a</p><p>investigação sobre fluxos de energia e o balanço de nutrientes em</p><p>vários países da América e Europa (Smiyth, 1992; Shorrocks, 2007).</p><p>A partir do século XVII, alguns estudantes de história natural e ecologia</p><p>humana desenvolvem novas abordagens científicas. Um deles Gaunt,</p><p>considerado pioneiro da demografia. Gaunt trabalhou sobre censos da</p><p>população humana na cidade de Londres e pela primeira vez</p><p>determinou quantitativamente alguns parâmetros populacionais.</p><p>Outro naturalista foi Buffon (1756) apontou a existência de “forças”</p><p>(algumas doenças e a ecassez de alimentos) capazes de contrabalançar</p><p>o crescimento populacional, ou seja, o princípio básico da regulação</p><p>ecológica das populações. Tal como Gaunt e Buffon, os estudos de</p><p>Thomas Malthus (1766-1834), economista britânico, estimularam</p><p>também o desenvolvimento da ecologias das populações e, em 1798,</p><p>Malthus publica um livro sobre a demografia humana, intitulado Essay</p><p>on populations que gerou uma polémica na altura. No livro, Malthus</p><p>defendeu a teoria segundo a qual as populações crescem a uma</p><p>progressão geométrica (2n-1), enquanto os seus recursos alimentares</p><p>crescem numa progressão aritmética (2n-1) (Krebs, 1972).</p><p>Em termos simples, segundo a teoria de Malthus,a população</p><p>aumenta mais depressa do que o abastecimento de alimentos</p><p>necessários para o seu sustento (Odum, 1997) e o controlo do</p><p>crescimento da população é exercido pela ocorrência de doenças,</p><p>fome e outros males (Smith, 1992).</p><p>Maltus estimulou os estudos da dinâmica das populações que</p><p>analisam como as populações crescem ( por exemplo: as taxas de</p><p>natalidade e mortalidade), como se dispersam e como interagem. As</p><p>ideias de Malthus não eram novas, outros pensadores e pesquisadores</p><p>anteciparam Malthus. Contudo, pela polémica que gerou a sua teoria,</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>foi Malthus quem mais chamou a atenção da sociedade sobre a</p><p>questão do crescimento populacional. Nos finais do século XVIII e</p><p>inícios do século XIX, Malthus e Cahrles Darwin (1809-1882), inglês</p><p>naturalista, foram os que mais contribuíram para a extinção da visão</p><p>do “equilíbrio perfeito” da natureza. Dos estudos realizados por esses</p><p>pensadores, emergiram três conceitos básicos novos que levaram ao</p><p>descrdito a visão de “equilíbrio perfeito”:</p><p>I. Muitas espécies extinguiram-se ao longo do tempo;</p><p>II. A pressão populacional causa competição</p><p>III. A selecção natural e luta pela existência são mecanismos que</p><p>podem ser evidenciadas na natureza (Krebs, 1972).</p><p>De facto, Darwin utilizou a teoria de Malthus para desenvolver</p><p>uma</p><p>nova teoria da selecção natural e luta pela sobrevivência. A teoria da</p><p>selecção natural serviu para melhor explicar a teoria da origem e</p><p>evolução das espécies, sustentando a idéia da “sobrevivência do</p><p>melhor daptado” ao meio ambiente. Darwion piblicou o livro On the</p><p>Origin os Species em 1859 que pode ser traduzido para “ A Origem das</p><p>espécies” (Dajoz, 1983; Smith, 1992).</p><p>Gregor Mendel (1822-1884), monge austríaco, desenvolveu a genética</p><p>ao estudar a teoria da transmissão de carcteres hereditários. Tanto a</p><p>genética mendeliana como a teoria de Darwin formam combinadas</p><p>para compreender a questão da evolução ao ambiente, doisn temas</p><p>centrais em ecologia ( Smith, 1992).</p><p>Ramos da ecologia</p><p>Alguns autores como Odum (1997) dividem a ecologia em duas</p><p>subdisciplinas principais: o ramo que estuda o indivíduo</p><p>(autoecologia)e o ramo que estuda os grupos (sinecologia).</p><p>Dajoz (1983) apresenta três subdivisões: a auatoecologia, a sinecologia</p><p>e dinâmica das populações.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>A autocologia estuda a relação entre um organismo individual, ou s</p><p>espécie individual, com o seu ambiente. A autoecologia analisa</p><p>essencialmente as questões como os limites de tolerância e as</p><p>preferências das espécies face aos diversos factores ecológicos</p><p>(bióticos e abióticos) e examina como o meio ambiente pode</p><p>influenciar a morfologia, a fisiologia e o comportamento de um</p><p>organismo ( Dajoz, 1983; Odum, 1997 & Krohne, 2001).</p><p>Por exemplo, os conhecimentos das preferências térmicas de uma</p><p>espécie permitirão explicar a sua localização nos diversos meios, a sua</p><p>distribuição geográfica, abundância e actividade. É o caso dos estudos</p><p>que nos permitem conhecer a distribuição do mosquitos e da malária</p><p>hoje.</p><p>A malária ocorre principalmente nos países tropicais e subtropicais,</p><p>concretamente na África subsahariana, no sudoeste Asiático e na</p><p>América so Sul. A ecologia da doença está associada à distribuição da</p><p>água, uma vez que o estágio larval do mosquito desenvolve-se em</p><p>corpos de água. Diferentes espécies de mosquito também requerem</p><p>requisitos diferentes de temperatura, de luz, de água ( se é corrente o</p><p>estagnada), de vegetação e outros factores. O actual aquecimento</p><p>global da terra tem vindo a alterar os limites de distribuição do</p><p>mosquito. Porque a temperatura subiu, o mosquito consegue hoje</p><p>sobreviver também nas zonas de grandes altitudes onde</p><p>anteriormente não conseguia sobreviver por serem muito frias (WHO,</p><p>2011).</p><p>A ecologia das populações lida com a dinâmica das espécies que</p><p>constituem as populações e como essas popula,cões interagem com o</p><p>meio ambiente (Krohne, 2011). Este ramo enquadra-se na subdivisão</p><p>que Dajoz (1983) designa por dinâmica de populações.</p><p>É na ecologia das populações onde são realizados estudos, por</p><p>exemplo, sobre os factores que são reponsáveis pelo crescimento de</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>uma população (a natalidade) e os factores que contribuem para o seu</p><p>declíneo (a mortalidade).</p><p>Outros estudos da ecologia de populações têm ajudado a</p><p>compreender porque é que a fragmentação dos habitats pode afectar</p><p>a viabilidade das populações e contrinuir para a sua extinção</p><p>(Newman, 1993).</p><p>Por exemplo, em várias regiões de Moçambique, como em Cabo</p><p>Delgado, as queimadas contribuem para criar um padrão de paisagem</p><p>em que as zonas cultivadas ficam intercaladas com zonas de savana ou</p><p>floresta primária ou vegetaçãi secundária (a que se desenvolve depos</p><p>da queima) (GENTINSA? AECI, 1995). Formam-se assim fragmentos de</p><p>habitats naturais de vários grupos de animais.</p><p>Pelo facto de algumas espécies de animais de grande porte como as</p><p>impalas, zebras e gazelas de Thomson necessitarem de extensas áreas</p><p>de forragem, os fragmentos de habitats tornam-se pequenos para a</p><p>busca de alimentos (e de outros recursos) e cirulação para o</p><p>acasalamento. A longo prazo, estas limitações podem conduzir à</p><p>extinção de algumas espécies (Newman, 1993).</p><p>Um caso concreto observa-se em Cabo Delgado. As queimadas</p><p>praticadas pelo Homem para vários fins, incluindo a caça, têm vindo a</p><p>contribuir para a fragmentação e eliminação de habitats preferidos</p><p>por alguns animais tornando-os mais expostos aos seus predadores</p><p>(especialmente o Homem), para além de diminuir as suas fontes</p><p>alimentares. Através da fragmentação e eliminação de habitats,</p><p>aumenta a vulnerabilidade das espécies animais para a sua caça</p><p>descontrolada, o que ameaça a sua sobrevivência. As espécies como o</p><p>macaco-cão e o leopardo, por exemplo, estõe reconhecidas</p><p>internacionalmente como espécies ameaçadas. A caça descontrolada</p><p>destes animais pode conduzir à sua extinção e, por isso, está em</p><p>conflito com as regras internacionais e nacionais de conservação de</p><p>espécies.</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Sendo a comunidade o conjunto de populações de todas as espécies</p><p>que coexistem numa detrminada área num determinado período de</p><p>tempo, a ecologia das comunidades é o estudo das interacções que</p><p>ocorrem entre os grupos de espécies que coexistem nessa área, por</p><p>exemplo, a predação e a competição de entre outras interacções. Para</p><p>além de estudar como as espécies interagem, a ecologia das</p><p>comunidades preocupa-se em compreender como as comunidades</p><p>podem mudar com o tempo ( Krohne, 2001). Este ramo (ecologia das</p><p>comunidades) corresponde à subdivisão sinecologia definida por Dajoz</p><p>(1983) e por Odum (1997).</p><p>São enquadrados nea ecologias das comunidades, por exemplo, os</p><p>estudos do processo de retorno natural da vegetação, depois da</p><p>queima de uma floresta, num detrminado local.</p><p>Durante o processo de sucessão podemos observar todas as espécies</p><p>de plantas (e espécies de outros organismos) que se sucedem ao longo</p><p>do tempo, até que a floresta eventualmente se restabeleça. Podem</p><p>ser obseravados alguns aspectos de sucessão vegetal um ano depois</p><p>do abandono da exploração de uma machamba. Um outro exemplo de</p><p>sucessão ecológica pode ser observado olhando para os padrões de</p><p>vegetação que ocorrem na ilha da Inhaca (Maputo). Estes</p><p>compreendem florestas primárias e secundárias (desenvolvidas depois</p><p>da queima das florestas primárias).</p><p>A ecologia do ecossistema estuda a transferência de energia e o</p><p>movimento de materiais entre as componentes do ecossistema, ou</p><p>seja, entre a atmosfera, os oceanos, plantas e animais (ciclos</p><p>biogeoquímicos), como é o caso do ciclo de carbono (Krohne, 2001).</p><p>A ecologia das paisagens é um ramo novo da ecologia que estuda o</p><p>problema da heterogeneidade espacial numa detrminada escala</p><p>geográfica. Ela examina, por exemplo, os padrões do uso da terra eos</p><p>factores que determinam esses padr~oes. De entre outras ciências, a</p><p>ecologia das paisagens integra conhecimentos da geologia, ciências do</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>solo, hidrologia, e da climatologia para compreender os determinantes</p><p>dos padrões observados (Metzger, 2001).</p><p>Para definir os ramos da ecologia são também comuns critérios</p><p>taxonómicos de divisão em que se estuda esoecificamente um</p><p>determinado grupo de organismos. Exemplo, a ecologia de plantas, a</p><p>ecologia dos insectos, a ecologia microbiana (Odum, 1997).</p><p>Embora centrem os seus estudos num organismo específico, estes</p><p>estudos dificilmente ignoram outros organismos, pois acabam</p><p>incluindo também as interacções do organismo central, que é objecto</p><p>de estudo, com outros organismos.</p><p>Por exemplo, na obra editada por Crawlwy (1997) sobre ecologia</p><p>vegetal, Howe&Westley (1997) desenvolvem tópicos ligados à</p><p>coexistência entre as espécies de plantas e os agentes de dispersão</p><p>das plantas de entre outros temas abordados. O conjunto das</p><p>interacções analisadas por Howe&Westley (19987) denota a</p><p>coexistência entre planats</p><p>e animais (insectos, aves, mamíferos e</p><p>outros). Alguns animais como os pássaros e os insectos facilitam a</p><p>polinização das plantas e a disseminação de sementes.</p><p>Os vários tipos de ambientes podem também constituir critério para</p><p>subdivisões (Odum, 1997). Por exemplo, ecologia marinha, ecologia de</p><p>ágia doce, ecologia do solo, ecologia terrestre, de entre outras. A</p><p>ecologia marinha estuda a relaçao entre organismos e o meio</p><p>ambiente marinho.</p><p>Na ecologia das águas doces é estudada “a relação entre os</p><p>organismos eo meio aquático de água doce, no contexto do</p><p>ecossistema principal”. Os habitats aquáticos podem ser de água</p><p>parada (lgos, lagoas, charcos e pântanos) ou corrente (nascentes e</p><p>rios). A ecologia terrestre estuda a relação entre os organismos</p><p>terrestres e o meio ambiente. O clima e os solos constituem os dois</p><p>factores principais que são responsáveis pela estrutura das</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>comunidades ecossistemas terrestres, para além dos factores que</p><p>resultam das interacções entre as populações que constituem essas</p><p>comunidades (Odum, 1997).</p><p>A ecologia do solo, por sua vez, examina as interacções entre os</p><p>organismos do solo e ambiente do solo. Ela procura “compreender a</p><p>dinâmica do solo, enquanto ecossistema, estudando os seus</p><p>componentes e as interacções entre outros comonentes” (Oliveira,</p><p>1976).</p><p>Os organismos do solo, especialmente as minhoca, têm impactos</p><p>importantes na decomposição da matéria orgânica e na reciclagem de</p><p>nutrientes (Decaens et al, 2006). A ecologia do solo responde às</p><p>questões: como o solo funciona? Que nutrientes podem ser reciclados</p><p>no solo? Que organismos vivem no solo? Que processos ocorrem no</p><p>solo e que relações é que esses processos têm com a produtividade da</p><p>vegetação que o solo pode sustentra? ( Coleman&Crossley, 1996;</p><p>Kilkham, 1994). A ecologia do solo oferece o conhecimento científico</p><p>necessário para evotar a sobre-exploração dos solos da qual resulta a</p><p>sua degradação.</p><p>UNIDADE Temática 1.3. Princípios metodológicos e abordagens de estudo em</p><p>Ecologia.</p><p>Homolismo e reducionismo</p><p>O reduccionismo e homolismo são duas formas de abordagem</p><p>complementares na investigação ecológica. Os holistas consideram os</p><p>ecossistemas demasiadamente complexos e para eles, para melhor</p><p>investigar os ecossistemas, eles devem ser considerados unidades</p><p>funcionais. Contrariramnte, o reducionistas, consideram que se</p><p>formos capazes de descobrir como funciona parte de um sistema,</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>então seremos capazes de compreender o funcionamento de todo o</p><p>sistema( Smith, 1992; Krohne, 2001)</p><p>Krohne (2001) considera que a ciência se desenvolve na base do</p><p>reducionismo, uma vez que na base da experimentação, os</p><p>investigadores reduzem e controlam diferentes variáveis possíveis e</p><p>estudam com detalhe apenas algumas variáveis de cada vez.</p><p>Considerando a nossa definição, o interesse da ecologia é de estudar</p><p>todo o conjunto de interacções em que um organismo participa.</p><p>Imagine todo o conjunto de possíveis interacções entre uma impla e o</p><p>meio ambiente num ecossistema do tipo savana em Moçambique. As</p><p>possíveis interacções entre a impala e savana são inúmeras e,</p><p>compreender como funciona essa rede de interacções no seu</p><p>conjunto, seria um dos exemplo dos desafios dos holistas. Portanto,</p><p>Krohne (2001) considera a ecologia como sendo uma ciência</p><p>basicamente holista, sendo esta uma abordagem que enfatiza a</p><p>totalidade das interacções.</p><p>Contudo, as duas formas de abordagem(reducionista e holista) são</p><p>consideradas complementares e os reconhecimentos que se tem hoje</p><p>sobre a natureza foram e continuam sendo conseguidos na base dos</p><p>dois métodos de abordagem (Smith, 1992; Krohne, 1991).</p><p>Método científico</p><p>Lembremo-nos que o método científico estrutura-se basicamente em</p><p>cinco etapas:</p><p>I. Observação;</p><p>II. Definição clara do problema;</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>III. Formulação de hipóteses ( uma hipótese é uma resposta</p><p>provisória ao problema que, sendo testada, pode ser</p><p>confirmada ou refutada);</p><p>IV. Teste de hipóteses; e</p><p>V. Formulação das conclusões finais.</p><p>As conclusões finais não significam necessariamente o encerramento</p><p>definitivo de um detrminado estudo, embora procurem sistematizar</p><p>os resultados obtidos. De facto, as conclusões finais pode suscitar mais</p><p>perguntas para posteriores investigações. Além do mais, as conclusões</p><p>podem servir de base para elaboraç~ao de políticas, de planos de</p><p>acção ou recomendações de diversa natureza que possam orientar os</p><p>processos de tomada de descisões.</p><p>Para testar hipótes em ecologia pode-se utilizar experiências</p><p>laboratóriais em que o investigador pode reduzir e controlar as</p><p>variáveis, estudando alguns aspectos com maior detalhe. Porém, a</p><p>maior parte dos estudos experimentais em ecologia são realizados em</p><p>campo. Estes podem envolver a manipulação de algumas variáveis,</p><p>como por exemplo, a remoção ou adição de nutrientes ou de algumas</p><p>espécies de animais ou de plantas numa dada área, a construção de</p><p>cercados de modo a vedar o acesso a u recurso, a marcação de</p><p>algumas espécies de animais de modo a monitorar os seus</p><p>movimentos e comportamento, de outos tipos de manipulação. Como</p><p>pode imaginar, nos estudos de campo muitos factores ambientais</p><p>inevitavelmente interferem com o trabalho experimental que se está a</p><p>realizar, tornando mais complexa a análise de dados e a formulação</p><p>das conclusões (Krohne, 2001).</p><p>Para ilustrar estas complicações, Krohne (2001) apresenta o exemplo</p><p>da predação de alces (Alces alces) pelos lobos em Isle Royale,</p><p>Michigan, Estados Unidos. Os alces, também designados por cervos,</p><p>são animais ruminantes, típicos das zonas frias do Hemisfério Norte,</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>América do Norte e Europa, e que se alimentam de rebentos de folhas</p><p>de arbustos. O exemplo pode ser adaptado para nossa situação local.</p><p>Imagine que se observa uma reduao da população de impalas numa</p><p>savana e somos chamados a investigar a causa dessa redução.</p><p>Então poderíamos, por exemplo, colocar a seguinte hipótese: porque o</p><p>leão se alimenta de impalas, o declíneo da população de impalas é o</p><p>resultado da predaçao dos leões. Numa abordagem reducionista</p><p>poderíamos simplificar esta relação de predação leão→impala,</p><p>estabelecendo uma única ligação e consideraríamos as restantes</p><p>possíveis interelações constantes e exeperimentalmente iríamos</p><p>manipular a predação para observarmos os efeitos da mesma</p><p>predação sobre a população de impalas. Poderíamos propor uma</p><p>campanha de abate de leões e observar os efeitos dessa campanha no</p><p>aumento sa população de impalas na savana.</p><p>Poré, posteriormente a essa campanha, poderíamos não observar o</p><p>efeito desejado. Assim, rejeitaríamos essa hipótese e formularíamos</p><p>outra até chegarmos a compreender o sistema todo.</p><p>De facto, as interacções entre a impala e oleão podem ser bem mais</p><p>complexas. Por isso, ao reduzirmos a população de leões pode dar-se</p><p>o caso de estarmos a afectar outrs interações que também podem</p><p>afectar a população de impalas. A redução da população de leões</p><p>pode por exemplo, exercer efeitos sobre outras presas do leão como</p><p>as zebras e gazelas. A população destes animais poderia também</p><p>aumentar, uma vez que o predador tornar-se-ia pouco frequente.</p><p>Contudo, se as gazelas e as zebras competem com as impalas pelo</p><p>mesmo alimento (mesmo tipo de capim), a população de impalas, em</p><p>relação a qual centramos as nossas atenções e pretendemos</p><p>aumentar, pode vir a diminuir por escassez de alimentos.</p><p>Então, voltando à nosa manipulação experimental, se ao</p><p>manipularmos a população de leões verificarmos uma rdeução no</p><p>UnISCED</p><p>Disciplina: Ecologia</p><p>número de impalas ficaríamos na dúvida se de facto essa redução</p><p>resulta da manipulação feita ou se a redução se deve a outras causas,</p><p>via outras interacções indirectas. Daqui, pode se concluir que é</p><p>importante observarmos outras possíveis interacções entre</p><p>apopulação de impalas e o meio na savana em questão, para</p><p>compreendermos as causas das fluatuações da população de impalas,</p><p>ou seja, é necessária também uma abordagem holística do sistema.</p><p>Por isso, Krohne (2001) concluiu que devido a xomplexidade das</p><p>interacções entre organismo e o meio, em ecologia é difícil assegurar</p><p>que um trabalho experimental não seja prejudicado por outrs</p><p>interacções. Portanto, para que a abordagem experimental seja bem</p><p>sucedida, é necessário:</p><p>a) Que se tenha um conhecimento muito detalhado do sistema</p><p>sobre o qual se está a trabalhar ou se pretende investigar;</p><p>b) Permitir que as interacções mais prováveis sejam previamente</p><p>conhecidas de modo a garantir a realização de desenhos</p><p>experimentais válidas e uma boa interpretação de dados.</p><p>Vários príncipios fundamentais gerais em ecologia são conseguidos na</p><p>base da comparação de estudos similares, realizados em regiões</p><p>diferentes. Estes estudos respondem às questões como: será que as</p><p>conclusões sobre um detrminado estudo podem ser aplicads noutrs</p><p>regiões, em situações similares? Portanto, a investigação ecológica</p><p>pode prosseguir na base da interferência ecológica. Na base desses</p><p>estudos comparativos, se conseguirmos chegar a uma conclusão</p><p>comum, podemos inferir que descobrimos um princípio mais</p><p>fundamental. A descoberta de temas comuns em sitemas muito</p><p>diferentes permite generalizar os príncipios (Krohne, 2001).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>Explicação, descrição, previsão e controlo</p><p>A descrição e a explicação são fundamentais em ecologia. Para</p><p>compreendermos algo é necessário descrevermos e explicarmos</p><p>devidamente o objecto que pretendemos compreender, o</p><p>conhecimento constrói-se através da descrição e explicação (Begon et</p><p>al, 1996).</p><p>Independemente das formas de abordagem acima descritas (holismo e</p><p>reducionismo), os ecologistas preocupam-se em responder a três</p><p>questões básicas: o quê, como e porquê? (Smith, 1992)</p><p>A resposta à questão o quê implica descrição. As primeiras</p><p>publicaç~oes em ecologia eram de natureza descritiva, tendo</p><p>possibilitado a descrição da estrutura das florestas, dos diferentes</p><p>tipos de graminais, das zonas húmidas, dos processos de sucessão</p><p>vegetal, da estrutura social das plantas e dos animais, da dispersão das</p><p>populações, de entre outros ambientes e processos ecológicos.</p><p>Portanto, a ecologia descritiva caracteriza o que existe e como o que</p><p>existe se apresenta: a estrutura da população, das comunidades e dos</p><p>ecossistemas. Ela busca o conhecimento sem testar hipóteses (estudos</p><p>descritivos) e como deve ser do seu conhecimento, alguns tipos de</p><p>pesquisa não requerem a formulação e nem teste de hipóteses. Os</p><p>estudos descritivos têm contribuido para o desenvolvimento da</p><p>ecologia, abrindo a oportunidade para formulação de questões ou</p><p>problemas de pesquisa que impulsionam o desenvolvimentp da</p><p>ciência e da ecologia (Smith, 1992).</p><p>A ecologia funcional responde às questões: como é que funcionam as</p><p>populações, as comunidades e os ecossistemas? Aqui é estudado, por</p><p>exemplo, como funciona uma floresta tropical (o fluxo de enercia e</p><p>ciclo de nutrientes; como as populações que constituem as</p><p>comunidades desses ecossistemas respondem às mudanças climáticas</p><p>ou à acção de pertubações diversas como as queimadas, cheias,</p><p>ciclones, invasão de pragas, de entre outros numerosos factores. O</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>estudo da função (ecologia funcional)nenvolve a experimentação, que</p><p>pode ser feita no ccampo como no laboratório (Smith, 1992).</p><p>Falámos, na secção anterior, que as experiências no laboratório ou no</p><p>campo envolvem algumas formas de manipiulação (desenhos</p><p>experimentais) para testar hipóteses e analisámos alguns aspectos</p><p>básicos que devem ser observados para a realização de uma</p><p>experimentação.</p><p>Os cientistas distinguem duas classes de explicações: a explicação</p><p>imediata e a explicação final. Com base na explicação imediata passa-</p><p>se a conhecer a causa imediata do fenómeno observado. É com base</p><p>na explicação imediata que respondemos às questões do tipo</p><p>“como?”; por exemplo, “como funciona um detrrminado fenómeno?”</p><p>Estudos enquadrados na ecologia funcional. A explicação final, por</p><p>sua vez, responde às questões do tipo “porquê?” e para o efeito é</p><p>utilizado o conceito da evoluç~ao ( Begon et al, 1996; Smith, 1992;</p><p>Krohne, 2001).</p><p>Krohne (2001) apresenta uma abordagem mais abragente ao afirmar</p><p>que “as nossas explicações ecológicas actuais sobre a natureza estão</p><p>previstas no conceito de evolução”</p><p>Begon et al (1996) dão exemplo do que hoje se observa sobre a</p><p>distribuição e abundância das espécies de aves e que a seguir</p><p>apresentamos.</p><p>A explicação imediata para esta observação pode ser dada na base de</p><p>factores ambientais diversos como a distribuição dos alimentos, os</p><p>parasitas e predadores que atacam as aves. Muitas espécies de aves</p><p>tornam-se abundantes num dado local numa dada época porque</p><p>abundam os insectos ou sementes que servem de alimento para eles.</p><p>A abundância de uma espécie de ave acompanha a da disponibilidade</p><p>de fonte alimentar. Esta seria uma possível explicação imediata.</p><p>Contudo, poderíamos também perguntar como é que a mesma</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>espécie de ave parece estar “sujeita” a peramnecer sempre nos</p><p>mesmos lugares onde ela se encontra? Porque é que um leão ou um</p><p>leopardo adopta o mesmo padrão comportamental quando pretende</p><p>caçar a presa? Estas questões são explicads com base na evolução.</p><p>Neste caso concreto, encontramos a explicação final da presente</p><p>distribuição e abundância de uma espécie de ave nas experiências</p><p>ecológicas dos seus ancestrais (Begon et al, 1996).</p><p>Autores referem ainda que em ecologia existem muitos problemas</p><p>que requerem um explicação final e consideram os problemas que</p><p>exigem uma explicação final tão importante quanto são as questões</p><p>relacionadas com o controlo de pragas ou com a preservação de</p><p>espécies raras.</p><p>Muitas vezes, os ecologistas tentam fazer previsões do que vai</p><p>acontecer a um organismo, uma população ou uma comunidade, um</p><p>ecossistema, sob determinadas circunstâncias e com base nessas</p><p>previsões tentamos explorar e fazer o controlo dessas populações,</p><p>comunidades e ecossistemas. Por exemplo, procura-se minimizar o</p><p>efeito da eclosão de uma praga de gafanhotos, fazendo a previsão de</p><p>quando é que é mais provável que essa praga ocorra; tentamso</p><p>proteger as culturas, fazendo a previsão sobre quando é que as</p><p>condições sã favoráveis para o desenvolvimento duma cultura e</p><p>desfavoráveis para os inimigos dessa cultura; tentamos proteger uma</p><p>espécie rara fazendo uma previsão da política de conservação que nos</p><p>vai permitir realizar essa protecção (Begon et al, 1996).</p><p>Para facilitar a explicação de fenómenos naturais ou previsões, muitas</p><p>vezes os ecologistas desenvolvem modelos. Modelos são abstracções</p><p>ou simulações de fenómenos naturais que possibilitam a visualização</p><p>mais claar de fenómenos que ocorrem ou a previsão de novos</p><p>fenómenos. Modelos podem ser fórmulas matemáticas, por exemplo,</p><p>as fórmulas matemáticas existentes sobre crescimento populacional e</p><p>que podem ser traduzidos em gráficos (Smith, 1991).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>É através de modelos matemáticos que os ecologistas foram capazes</p><p>de esclarecer o crescimento populacional e sobre previs~oes do</p><p>aquecimento global do planeta Terra e elucidar sobre as</p><p>consequências</p><p>desse fenómeno que hoje se traduz nos desastres</p><p>naturais que se observam.</p><p>UNIDADE Temática 1.4. Aplicação da ecologia</p><p>Aplicação da ecologia</p><p>A ecologia pode ser aplicada na ciência ambiental, a qual envolve os</p><p>estudos da acção humana sobre a natureza. O homem exerce</p><p>modificações sobre a natureza, sendo uma delas a poluíção. Os</p><p>estudos sobre os efeitos do aquecimento global, da poluíção dos rios,</p><p>dos derrames de petróleo nos mares e oceanos, são alguns dos</p><p>exemplos de estudo de investigação ambiental que aplicam a ecologia.</p><p>Para além da ecologia, na ciência ambiental intervêm várias outras</p><p>ciências como a Química, a Geologia, a Sociologia e a Economia</p><p>(Krohne, 2001; Smith, 1992).</p><p>As ciências de gestão de recursos aplicam conceitos de ecologia para</p><p>gerir de forma sustentável os recursos como populações animais e</p><p>populações vegetais, de entre outros recursos. A título de exemplo,</p><p>através da ciência da gestão da vida da fauna bravia é realizado o</p><p>meneio dos animais selvagens nas reservas naturais e outros</p><p>habitats,controlando os mecanismos que possam favorecer o</p><p>desenvolvimento e a manutenção dessas populações animais de modo</p><p>a providenciarem benefícios recreacionais, culturais ou económicos. A</p><p>gestão de animais selvagens implica também a necessidade de</p><p>conhecimentos de gestão de áreas de pasto, de reprodução e refúgio</p><p>desses animais, de modo a garantir que essas áreas sejam capazes de</p><p>sustentar a vida das populações animais (Yarrow, 2009).</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>As florestas têm muitas funções. Fornecem a madeira que pode ser</p><p>utilizada para o fabrico de vários objectos ou como combustível,</p><p>fornecem os frutos, taninos, látex e outros produtos; fornecem</p><p>animais que lá civem que podem ser caçados pelo Homem; protegem</p><p>o solo, prevenindo a erosão; fornecem o espaço para a recreação e</p><p>lazer; alternam a apar^encia da paisagem (Newman, 1993). A gestão</p><p>de florestas constitui o conjunto de métodos que permitem explorar</p><p>e utilizar de forma sustentável os benefícios directos e indirectos</p><p>proporcionados pelas florestas. Similarmente, os conceitos da ecologia</p><p>são aplicados na ciência da gestão dos recursos pesqueiros, a qual</p><p>regula a actividade pesqueira de um país.</p><p>A biologia da conservação é uma área que também aplica a ecologia,</p><p>realizando a conservação e a promoção da biodiversidade. Uma</p><p>grande pressão é exercida pela população humana para a conversão</p><p>de áreas naturais, para acomodar as actividades como a agricultura,</p><p>pastagens e exploração florestal. Estas actividades ameaçam e</p><p>continuarão a ameaçar durante muito tempo a vida das espécies</p><p>selvagens. Por isso, aumentam cada vez mais os desafios dos</p><p>ecologistas para o aconselhamento na tomada de decisões sobre que</p><p>áreas a preservar, que áreas naturais devem ser sacrificadas e como</p><p>minimizar os prejuízos da perda da biodiversidade. A conservação</p><p>deve ser feita sempre em prol da conservação da biodiversidade</p><p>(Newman, 1993).</p><p>Na área da agricultura, os conceitos de ecologia são aplicados, por</p><p>exemplo, no controlo biológico ou biocontyrolo também conhecido</p><p>por luta biológica. O controlo biológico é o conjunto de métodos que</p><p>visam reduzir as populações de pragas utilizando inimigos naturais</p><p>dessas pragas, implicando a intervenção do Homem. É necessário</p><p>notar que as pragas podem ser eliminadas pela acção de organismos</p><p>que ocorrem naturalmente e pelos factores ambientais, sem que seja</p><p>necessária a intervenção do Homem; este tipo de controlo é</p><p>designado por controlo natural (Shelton, 2010). No controlo biológico</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>aplica-se, muitas vezes, o conceito da predação que é uma interação</p><p>biológica em que um organismo (predador) consome outro organismo</p><p>(presa).</p><p>O emprego de predadores constitui o primeiro sucesso na luta</p><p>biológica. Existem muitos exemplos deste sucesso sendo um deles, o</p><p>da utilização de besouro (coleóptero) cujo nome científico Rodalia</p><p>cardinalis e que é vulgarmente conhecido por “joaninha”. Este besoro</p><p>é originário da Austrália e é actualmente cultivado em várias partes do</p><p>mundo para ser utilizado no controlo e desenvolvimento da</p><p>cochonolha da laranjeira (Icerya puchasi). A cochonilha foi introduzida</p><p>acidentalmente em vários países e contibuiu para a eliminação de</p><p>plantações de laranjeiras e de limoeiros, de entre outras plantações</p><p>(dajoz, 1983) Note que a cochonilha é um insecto que ataca também a</p><p>planta da mandioca.</p><p>Para que os inimigos naturais sejam eficazes no controlo biológico é</p><p>necessário que as populações do inimigo cresçam rapidamente</p><p>quando o hospedeiro está dispnível. O inimigo natural deve reunir</p><p>alguns requisitos para que seja efectivo no controlo biológico:</p><p>• Ocorrer ao mesmo tempo que ocorre o hospedeiro;</p><p>• Ser fectivo na procura do seu hospedeiro; e</p><p>• Ser específico</p><p>Nenhum inimigo natural consegue reunir todos os atributos no seu</p><p>conjunto. Contudo, é necessário que reúna a maior parte deles, para</p><p>que seja capaz de controlar a população da praga. As aranhas são</p><p>geralmente predadoras, no entanto, elas procuram várias espécies</p><p>como alimento, por isso não reúnem o critério desejado (Shelton,</p><p>2010).</p><p>Podemos indicar também a ciência de restauração ecológica como</p><p>sendo uma área científica que parte de princípios e conceitos de</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>ecologia já estabelecidos. A restauração ecológica é uma actividade</p><p>intencional que inicia ou acelera a recuperação de um ecossistema, no</p><p>que respeita a sua saúde, integridade e sustentabilidade (Young et al,</p><p>2005). A prática da restauração ecológica lida, por exemplo, com</p><p>aspectos relacionados com a recuperação de solos, controlo da</p><p>erosão, o reflorestamento de áreas degradadas, melhoramento de</p><p>habitats, recuperação de zonas contaminadas ou degradads, durante a</p><p>exploração mineira e a recuperação de áreas de pastagem (James,</p><p>2010).</p><p>EXERCÍCIOS DO TEMA I</p><p>1. Busque na literatura outra definição de ecologia diferente das</p><p>apresentadas neste manual e faça uma análise crítica da mesma,</p><p>comparando-a com uma das definições apresentadas neste capítulo?</p><p>2. Pesquise na literatura e descreva 4 áreas de aplicação da ecologia</p><p>que sejam diferentes das que estão apresentadas neste manual?</p><p>3. Indique duas áreas científicas que contribuiram para o para o</p><p>desenvolvimento da ecologia?</p><p>4. Explique a importancia de ecologia?</p><p>5. Quais são os niveis de organização biológica que conheces?</p><p>6. Indique os principais ramos de estudo da ecologia?</p><p>UnISCED Disciplina: Ecologia</p><p>TEMA – II: ECOSSISTEMA</p><p>UNIDADE Temática 2.1. Conceitos e classificação dos ecossistemas</p><p>naturais (Mundiais e de Moçambique).</p><p>UNIDADE Temática 2.2. Ecossistemas Artificiais.</p><p>UNIDADE Temática 3.3. Ecossistemas degradados.</p><p>UNIDADE Temática 2.1. Conceitos e classificação dos ecossistemas naturais</p><p>(Mundiais e de Moçambique)</p><p>Ecossistema</p><p>Um ecossistema é uma sistema ecológico processador de energia que</p><p>inclui a comunidade e o seu ambiente fisico. As populações de</p><p>organismos do sistema (plantas, animais e outros organismos) são os</p><p>objectos através dos quais o sistema funciona. As entradas para</p><p>dentro do ecossistema (inputs) são abióticas e bióticas. Os inputs</p><p>abióticos são energia e a matéria inorgânica. A energia influencia a</p><p>temperatura e a humidade. A matéria inorgânica é constituida pelos</p><p>nutrientes que influenciam o crescimento e a reprodução. Os inputs</p><p>bióticos incluem outros organismos que entram para o ecossistema</p><p>bem como as influências exercidas por outros ecossistemas (Smith,</p><p>1992).</p><p>Ainda segundo Smith (1992), é muito importante reter que nenhum</p><p>ecossistema se encontra isolado de outros ecossistemas. Um</p><p>ecossistema</p>