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<p>1</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>Princípios e Normas Constitucionais</p><p>2</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>3</p><p>SUMÁRIO</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL ......................................................................................................... 6</p><p>1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................................................................... 6</p><p>1.1. Abordagem Constitucional Da Matéria .................................................................................................... 6</p><p>2. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................................................. 6</p><p>2.1. Regime Jurídico Administrativo .......................................................................................................... 6</p><p>2.2. Princípios x regras ................................................................................................................................ 8</p><p>2.3. Princípios Explícitos do Direito Administrativo .................................................................................. 9</p><p>3. Agentes Públicos ........................................................................................................................................ 22</p><p>3.1. Agentes Políticos ................................................................................................................................ 22</p><p>3.2. Particulares Em Colaboração Com O Poder Público ......................................................................... 23</p><p>3.3. Servidores Estatais (Agentes Administrativos) ................................................................................. 23</p><p>3.3.1 Servidores Temporários ................................................................................................................... 23</p><p>3.3.2 Regime Jurídico Dos Servidores Efetivos: ........................................................................................ 26</p><p>3.3.3 Servidores Celetistas: ....................................................................................................................... 27</p><p>3.3.4 Servidores Estatutários: ................................................................................................................... 28</p><p>4. Requisitos de ingresso no serviço público ................................................................................................. 29</p><p>4.1 Ampla Acessibilidade .......................................................................................................................... 30</p><p>4.2 Concurso Público ................................................................................................................................. 30</p><p>4.2.1 Regras Definidas Pelo Edital: .......................................................................................................... 31</p><p>4.2.2 Nulidade Do Concurso ..................................................................................................................... 33</p><p>4.2.3 Realização De Concurso Na Vigência Do Certame Anterior: .......................................................... 33</p><p>4.2.4 Direito Subjetivo À Nomeação ........................................................................................................ 34</p><p>a) Nacionalidade Brasileira ....................................................................................................................... 34</p><p>b) Gozo Dos Direitos Políticos .................................................................................................................. 34</p><p>c) Quitações Com As Obrigações Militares E Eleitorais ........................................................................... 34</p><p>d) Nível De Escolaridade Exigido Para O Cargo ........................................................................................ 34</p><p>e) Aptidão Física E Mental Para O Exercício Das Funções Do Cargo ....................................................... 34</p><p>4.3 Vedação Ao Nepotismo ...................................................................................................................... 35</p><p>4.4 Direito De Vista E Revisão Das Provas ............................................................................................... 36</p><p>5. Estabilidade ............................................................................................................................................... 36</p><p>5.1 Conceito E Evolução Constitucional .................................................................................................... 37</p><p>5.2 Empregos Públicos .............................................................................................................................. 38</p><p>5.3 Dispensa Do Servidor Estável ............................................................................................................. 38</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>4</p><p>5.4. Estabilidade X Estágio Probatório ..................................................................................................... 39</p><p>6. Direito De Greve Do Servidor Público ....................................................................................................... 40</p><p>7. Acumulação De Cargos .............................................................................................................................. 41</p><p>8. Remuneração Do Servidor Público ............................................................................................................ 43</p><p>8.1 Irredutibilidade De Remuneração ...................................................................................................... 43</p><p>8.2 Salário Mínimo .................................................................................................................................... 44</p><p>8.3 Pagamento Em Atraso ........................................................................................................................ 44</p><p>8.4 Vinculação E Equiparação De Remunerações .................................................................................... 45</p><p>8.5 Subsídios .............................................................................................................................................. 45</p><p>8.6 Teto Remuneratório ............................................................................................................................ 46</p><p>8.7 Desconto Na Remuneração Do Servidor Público ............................................................................... 47</p><p>9. Férias ......................................................................................................................................................... 48</p><p>10. Improbidade Administrativa E Responsabilidade Civil Da Administração .............................................. 48</p><p>QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................ 50</p><p>5</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>6</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>TEMA DO DIA</p><p>PRINCÍPIOS E NORMAS CONSTITUCIONAIS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>Segundo Uadi Lammêgo Bulos, administração pública é o conjunto orgânico e sistemático de normas</p><p>jurídicas que abrangem a Administração direta e indireta da União, Estados, DF e Municípios, regendo-se por</p><p>princípios constitucionais administrativos.</p><p>O Constituinte de 1988 escolheu o critério orgânico para expressar o significado de Administração</p><p>Pública.</p><p>1.1. Abordagem Constitucional Da Matéria</p><p>A CF/88 trata da Administração Pública nos arts. 37 a 42. No material, serão tratados os principais pontos</p><p>da matéria,</p><p>Aprovados por concurso e passíveis da aquisição da</p><p>estabilidade;</p><p>• CARGOS EM COMISSÃO: NÃO adquirem estabilidade, pois são cargos de livre</p><p>nomeação e exoneração.</p><p>A ESTABILIDADE é prerrogativa constitucional atribuída aos servidores públicos detentores de cargo</p><p>em provimento efetivo, de permanência no serviço público, só perdendo o cargo nas hipóteses definidas na</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>37</p><p>CF.</p><p>Logo, a estabilidade NÃO poderá ser adquirida pelos agentes detentores de empregos públicos, sob</p><p>regime da CLT, pois a estabilidade é prevista apenas para cargos públicos e não para empregos públicos (art.</p><p>41 CF).</p><p>Durante o estágio probatório, o servidor não é protegido contra a extinção do cargo (Súmula 22 do</p><p>STF). Em caso de extinção ou declaração de desnecessidade do cargo, o servidor NÃO será colocado em</p><p>disponibilidade remunerada, pois esse direito é exclusivo do servidor estável, mas será exonerado, NÃO</p><p>podendo ser aproveitado em outro cargo.</p><p>A aquisição da estabilidade pressupõe o efetivo exercício da função pelo período de 03 anos. Logo, na</p><p>hipótese de afastamento do cargo, a exemplo da licença, o prazo de avaliação deve ser prorrogado pelo mesmo</p><p>período do afastamento.</p><p>STF: Reconheceu a estabilidade de determinado servidor que exerceu as suas</p><p>funções por mais de três anos, mas não foi submetido à avaliação especial de</p><p>desempenho.</p><p>A estabilidade possui pertinência com o serviço, e não com o cargo. Logo, o STJ já asseverou que “a</p><p>estabilidade diz respeito ao serviço público, e não ao cargo”, razão pela qual o servidor estável, ao ser investido</p><p>em novo cargo, não fica dispensado de cumprir novo estágio probatório, SALVO se o cargo estiver inserido na</p><p>mesma carreira e submetido ao mesmo estatuto funcional.</p><p>5.1 Conceito E Evolução Constitucional</p><p>O texto originário previa que a estabilidade seria adquirida com 02 anos de efetivo exercício no cargo.</p><p>A EC 19/98ampliou o prazo para a aquisição de estabilidade de 02 para 03 anos e acrescentou a</p><p>aprovação em avaliação especial de desempenho realizada por comissão designada para esse fim. Logo, os</p><p>requisitos passaram a ser:</p><p>• 03 anos de efetivo exercício em cargo efetivo;</p><p>• aprovação em avaliação especial de desempenho, por comissão especialmente constituída.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>38</p><p>Doutrina e jurisprudência entendem que a avaliação pode ser expressa ou tácita, pois se passados 03</p><p>anos de exercício e a avaliação não for realizada pelo Poder Público, presume-se que o servidor foi avaliado e</p><p>aprovado.</p><p>Regra de estabilização: A estabilidade poderá ser adquirida pelos agentes que, mesmo sem aprovação</p><p>em concurso público, tenham ingressado no serviço público, ao menos 05 anos antes da promulgação da</p><p>CF/88, situação que NÃO se aplica a ocupantes de cargos, empregos de confiança ou em comissão.</p><p>O servidor em estágio probatório, uma vez que ainda NÃO adquiriu a estabilidade, NÃO possui a</p><p>garantia de permanência no serviço. Todavia, a perda do cargo depende necessariamente do respeito ao</p><p>princípio do contraditório e ampla defesa, conforme súmula 21 do STF.</p><p>5.2 Empregos Públicos</p><p>A súmula 331 TST prevê que ao empregado de empresa estatal, ainda que admitido por aprovação em</p><p>concurso público, não será garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/88.</p><p>STF: Já se manifestou no sentido de que, não havendo a garantia da estabilidade, é</p><p>prescindível a justificativa para a dispensa desses empregados. No entanto, existe</p><p>jurisprudência do STF que entende necessária a motivação, por se tratar de ato</p><p>administrativo.</p><p>Para empregados contratados para prestação de serviços na Administração Direta e autárquica, o TST</p><p>editou súmula 390, no sentido de que a estabilidade os alcança (aplicável para os que ingressaram no serviço</p><p>público até a EC 19/98).</p><p>5.3 Dispensa Do Servidor Estável</p><p>Os servidores estáveis só perderão o cargo nas seguintes hipóteses:</p><p>• Em virtude de sentença judicial transitada em julgado;</p><p>• Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;</p><p>• Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei complementar,</p><p>assegurada a ampla defesa;</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>39</p><p>• Exoneração para corte de gastos: hipótese do art. 169 cf.</p><p>LIMITE DE GASTOS: A LRF estabelece os limites de gastos que os entes federativos</p><p>podem ter como pagamento dos servidores:</p><p>• União: 50% rcl com gastos de pessoal;</p><p>• Estados + municípios: 60% rcl com gastos de pessoal.</p><p>EM CASO DE NECESSIDADE DE REDUÇÃO DAS DESPESAS COM PESSOAL, A CF DISPÕE A SEGUINTE</p><p>GRADAÇÃO:</p><p>• Redução em pelo menos 20% das despesas em cargos comissionados e funções de confiança;</p><p>• Exoneração dos servidores públicos não estáveis;</p><p>• Exoneração dos servidores estáveis: nesse caso, o cargo do servidor estável será extinto, sendo vedada</p><p>ao ente estatal a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo</p><p>prazo de 04 anos. Ademais, o servidor estável passa a receber uma indenização correspondente a um</p><p>mês de remuneração para cada ano de serviço público prestado.</p><p>A exoneração dos servidores estáveis deverá ser precedida de ato normativo motivado dos Chefes de</p><p>cada um dos poderes, o qual deverá apresentar a economia de recursos e o número de servidores a serem</p><p>exonerados, definindo critério impessoal para o desligamento de servidores estáveis.</p><p>EXONERAÇÃO X DEMISSÃO</p><p>1) Exoneração: Perda do cargo sem caráter de penalidade;</p><p>2) Demissão: Perda do cargo com caráter punitivo, decorrente de infração praticada pelo agente.</p><p>5.4. Estabilidade X Estágio Probatório</p><p>O estágio probatório é fase na qual o servidor público está sendo avaliado dentro da execução da</p><p>atividade pública, para verificar se possui aptidão para o exercício daquelas funções para as quais foi</p><p>designado.</p><p>Quando a CF foi promulgada, previa o prazo de 02 anos de efetivo exercício para a aquisição da</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>40</p><p>estabilidade, sendo esse prazo chamado pela Lei 8.112/90 de estágio probatório.</p><p>Com a EC 19/98, o prazo para que o servidor adquira a estabilidade passou a ser de 03 anos, além da</p><p>necessidade da aprovação em avaliação especial de desempenho. Com isso, surgiu divergência doutrinária,</p><p>pois para parte a estabilidade não se confundiria com o estágio probatório, sendo a estabilidade adquirida</p><p>após 03 anos, independente dos 24 meses de estágio probatório.</p><p>A partir de 2010, a jurisprudência entendeu que o prazo necessário à aquisição da estabilidade foi</p><p>definido como sendo o prazo de estágio probatório (03 anos).</p><p>6. Direito De Greve Do Servidor Público</p><p>Os militares NÃO têm direito à greve nem de sindicalização, por expressa vedação constitucional.</p><p>Para os servidores civis, o direito de greve está garantido e será exercido por lei especial. O STF entende</p><p>que o direito de greve dos servidores público é norma de eficácia limitada à edição de lei específica que o</p><p>regulamente. Como atualmente inexiste norma infraconstitucional, o STF, ao julgar Mandado de Injunção</p><p>referente à matéria, determinou que enquanto não houver lei específica para regulamentar a greve dos</p><p>servidores, será usada a lei geral de greve (Lei 7.783/89) para o exercício deste direito.</p><p>A greve pode ser utilizada inclusive por servidores em estágio probatório, pois a ausência ao trabalho</p><p>NÃO se configura imotivada em caso de greve, mas ocorrida de forma deliberada.</p><p>COMPETÊNCIA:</p><p>• Se a greve for realizada por empregados públicos: justiça do trabalho;</p><p>• Se realizada por servidores estatutários: justiça comum;</p><p>• Greve de servidores públicos civis, se movimento nacional ou abarcar mais de um ente federativo: stj.</p><p>STF (RE 846854): A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a</p><p>abusividade</p><p>de greve de servidores públicos celetistas da Administração pública</p><p>direta, autarquias e fundações públicas.</p><p>Sindicalização: Salvo os militares, aos servidores públicos civis é assegurado o direito à greve e à</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>41</p><p>sindicalização, norma de eficácia plena. O direito à sindicalização é uma faculdade do servidor, não podendo</p><p>ser objeto os vencimentos dos servidores públicos de convenção coletiva (VIDE SÚMULA 679 STF).</p><p>7. Acumulação De Cargos</p><p>Segundo a CF/88, em princípio NÃO é possível acumular cargos ou empregos públicos que qualquer</p><p>ente da Administração direta ou indireta da U, E, M, DF, abrangendo os servidores estatutários, celetistas e</p><p>temporários.</p><p>A CF veda a acumulação remunerada, razão pela qual, em princípio, NÃO há vedação para a</p><p>acumulação não remunerada de cargos, empregos e funções, desde que haja compatibilidade dos horários.</p><p>STF/STJ: NÃO é possível a acumulação de três fontes remuneratórias.</p><p>REQUISITOS CONSTITUCIONAIS PARA A ACUMULAÇÃO:</p><p>• Obediência ao teto remuneratório;</p><p>• Hipóteses previstas na CRFB/88.</p><p>EXCEÇÕES:</p><p>• 02 Cargos de professor;</p><p>• Um cargo de professor com outro técnico ou científico => O STJ entende que os cargos técnicos ou</p><p>científicos, para fins de acumulação, são os que exigem nível superior ou formação técnica</p><p>especializada, não bastando ter a nomenclatura de técnico. Assim, os cargos de técnico judiciário NÃO</p><p>estão abrangidos pela norma Constitucional;</p><p>• 02 cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde, com profissões regulamentadas;</p><p>• Um cargo de magistrado ou membro de MP + 01 cargo de professor;</p><p>• Um cargo efetivo + 01 cargo se vereador, se houver compatibilidade.</p><p>Para que a acumulação de cargos ou empregos seja lícita, deve haver a demonstração da</p><p>compatibilidade de horários.</p><p>ATENÇÃO!</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>42</p><p>O STJ SUPEROU O SEGUINTE ENTENDIMENTO:</p><p>(REsp 1565429): Não é possível a acumulação de dois cargos públicos quando a</p><p>soma da carga horária referente aos dois cargos ultrapassar o limite máximo de 60</p><p>horas semanais. Isso porque, apesar de a Constituição Federal permitir a acumulação</p><p>de dois cargos públicos privativos dos profissionais de saúde, deve haver, além da</p><p>compatibilidade de horários, observância ao princípio constitucional da eficiência, o</p><p>que significa que o servidor deve gozar de boas condições físicas e mentais para</p><p>exercer suas atribuições. ESSE ENTENDIMENTO ESTÁ SUPERADO!</p><p>O STF se posicionou de forma contrária, e o STJ resolveu se alinhar ao entendimento do STF.</p><p>VEJAM:</p><p>Quando verificada a ACUMULAÇÃO ILEGAL DE CARGOS por determinado servidor, a Administração</p><p>notificará o servidor para que adote uma das providências:</p><p>• Optando por um dos cargos, dentro do prazo de lei, considera-se que o servidor faltoso estava de boa-</p><p>fé, sendo-lhe concedida a exoneração a pedido do cargo ou emprego público que não foi objeto de</p><p>escolha;</p><p>A. Caso o servidor não opte em 10 dias, a Administração Pública instaura Procedimento Administrativo</p><p>sumário, nas seguintes etapas:</p><p>o Será designada portaria, formando comissão com 02 servidores estáveis;</p><p>o Posteriormente concede-se prazo de defesa pelo servidor, em 05 dias;</p><p>o Após a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou</p><p>responsabilidade do servidor, que opinará e remeterá os autos para a autoridade instauradora</p><p>para julgamento;</p><p>o Ao final, é proferida decisão, definindo pela ocorrência ou não da infração.</p><p>B. O servidor pode optar por um dos cargos até o último dia de defesa. Feita essa opção, considerar-se-</p><p>á de boa-fé e o Processo Administrativo será convertido em pedido de exoneração de cargo público;</p><p>C. Não sendo feita a opção e detectada a acumulação ilegal, o servidor será demitido de todos os cargos</p><p>ocupados.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>43</p><p>É possível acumular a aposentadoria do regime próprio de previdência com remuneração de cargo</p><p>efetivo nas seguintes hipóteses (deve respeitar o limite de remuneração):</p><p>• Proventos de aposentadoria + remuneração de cargo em comissão;</p><p>• Proventos de aposentadoria + remuneração de cargo eletivo;</p><p>• Proventos de aposentadoria + remuneração de cargo efetivo de cargo acumulável.</p><p>8. Remuneração Do Servidor Público</p><p>Remuneração ou vencimentos = vencimento + vantagens pecuniárias.</p><p>VENCIMENTOS: Somatório da parcela fixa e das vantagens pecuniárias.</p><p>SUBSÍDIOS: Parcela única, fixada em lei, sendo vedada a percepção de vantagens pecuniárias.</p><p>O vencimento ou remuneração configuram verbas de caráter alimentar, razão pela qual não se admite</p><p>arresto, sequestro ou penhora.</p><p>A remuneração do servidor deve ser definida mediante lei específica, sendo igualmente necessária</p><p>para revisão ou alteração do valor remuneratório das carreiras em geral. A iniciativa para a edição de lei é de</p><p>cada um dos poderes do Estado, para os seus agentes.</p><p>No entanto, pode ser fixado, por meio de decreto legislativo, desde que respeitada a limitação do art.</p><p>37, XI (teto remuneratório), a remuneração do:</p><p>• Presidente da república e do vice-presidente;</p><p>• Ministros de estado;</p><p>• Senadores;</p><p>• Deputados federais.</p><p>8.1 Irredutibilidade De Remuneração</p><p>A remuneração do servidor público é irredutível. No entanto, a irredutibilidade é nominal, não</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>44</p><p>havendo garantia da irredutibilidade real, não garantindo a remuneração dos servidores das perdas</p><p>decorrentes dos aumentos inflacionários (STF).</p><p>Em razão do caráter indenizatório, segundo JSCF, se a nomeação vier a ser anulada, o vencimento se</p><p>converte em indenização pelo trabalho executado, não tendo o servidor que devolver tais parcelas.</p><p>A jurisprudência pacificou entendimento de que a garantia de irredutibilidade NÃO impede a alteração</p><p>da forma de cálculo, desde que o valor total dos vencimentos não seja alterado.</p><p>O art. 37, X da CF define o direito à revisão geral anual dos vencimentos pagos aos</p><p>servidores estatais, devendo ser feita na mesma data e sem distinção de índices =></p><p>Norma de eficácia limitada, pois exige lei específica, devendo ainda a revisão estar</p><p>prevista na LDO, nos moldes da CF e LRF. Assim, a ausência de lei a fixar a revisão</p><p>geral anual dos vencimentos do servidor configura inconstitucionalidade por</p><p>omissão.</p><p>O STF Entendeu que, não sendo concedida a revisão, por meio de lei, NÃO compete ao Poder Judiciário</p><p>condenar o poder público ao pagamento de indenização. Isso porque a determinação para que se indenize o</p><p>servidor público seria verdadeira revisão imposta no exercício da jurisdição, sem regulamentação legal.</p><p>8.2 Salário Mínimo</p><p>A remuneração do servidor NÃO pode ser inferior ao salário mínimo, mas o vencimento básico pode</p><p>ser, desde que a remuneração total não o seja.</p><p>SÚMULA VINCULANTE 16: Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da</p><p>Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.</p><p>8.3 Pagamento Em Atraso</p><p>O pagamento da remuneração deve ser feito na data previamente estabelecida, mediante entrega em</p><p>dinheiro ou depósito em conta bancária, sendo devida ainda a entrega de contracheque.</p><p>O atraso do pagamento enseja a correção monetária, pela redução do valor real em virtude da mora</p><p>atribuída ao poder público.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>45</p><p>Vide súmula 682 STF.</p><p>O art. 1º-F da Lei 9.494/97 dispõe que devem incidir juros de mora nos pagamentos</p><p>em atraso feitos pela Administração.</p><p>Em caso de ausência de pagamento de remuneração pelo poder público ou de pagamento a menor, as</p><p>verbas podem ser pleiteadas pelo servidor público, dentro do prazo prescricional de 05 anos. Conforme</p><p>Decreto 20.910/32, por se tratar de pagamento de trato sucessivo, NÃO há prescrição do</p><p>fundo de direito,</p><p>mas das parcelas vencidas e não pagas há mais de 05 anos.</p><p>8.4 Vinculação E Equiparação De Remunerações</p><p>As diferenças de vencimentos para servidores públicos serão embasadas por critérios objetivos, não</p><p>sendo possível a discriminação de determinada carreira em benefício de outras.</p><p>NÃO se admite a equiparação ou vinculação de espécies remuneratórias entre carreiras no serviço</p><p>público.</p><p>Súmula Vinculante 37: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,</p><p>aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.</p><p>Súmula Vinculante 42: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos</p><p>de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.</p><p>REVISÃO DA REMUNERAÇÃO – REQUISITOS:</p><p>• A efetivação depende de lei, a ser elaborada por cada ente federado;</p><p>• A revisão geral deve ser anual;</p><p>• Não pode haver distinção de índices.</p><p>8.5 Subsídios</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>46</p><p>É a forma de pagamento feito em parcela única, não aceitando nenhum acréscimo patrimonial, a fim</p><p>de tornar mais clara a retribuição de determinados cargos.</p><p>É vedado aos que recebem subsídio o acréscimo fixado de qualquer gratificação, adicional, abono,</p><p>prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória.</p><p>Salvo as carreiras em que é obrigatório o subsídio, o Poder Público pode optar pelo pagamento em</p><p>subsídio ou remuneração.</p><p>O regime de subsídio é obrigatório para:</p><p>• Membros de poder</p><p>• Detentor de mandato eletivo</p><p>• Ministros e secretários estaduais e municipais</p><p>• Integrantes da agu, procuradores do estado e defensores públicos</p><p>• Ministros do tcu e servidores públicos policiais</p><p>Facultativo: demais agentes organizados em carreira.</p><p>Em qualquer hipótese, a instituição do subsídio depende de lei, NÃO decorre diretamente da</p><p>Constituição.</p><p>STF (Info 852): O art. 39, § 4º, da Constituição Federal não é incompatível com o</p><p>pagamento de terço de férias e décimo terceiro salário.</p><p>8.6 Teto Remuneratório</p><p>O STF pronunciou-se no sentido de que os Juízes estaduais NÃO se submetem à regra do subteto, mas</p><p>ao teto de remuneração (o de Ministro do STF), posto que devem ser aplicadas as mesmas regras dos Juízes</p><p>Federais, por não existir tratamento diferenciado entre eles (interpretação conforme a Constituição).</p><p>Fica facultado aos Estados e ao DF fixar, mediante emenda às Constituições e Lei Orgânica, como limite</p><p>único, o subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% dos Ministros do STF,</p><p>NÃO se aplicando aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e Vereadores.</p><p>A expressão "Procuradores", contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição da República,</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>47</p><p>compreende os procuradores municipais, uma vez que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça,</p><p>estando, portanto, submetidos ao teto de 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do</p><p>subsídio mensal, em espécie dos Desembargadores do Tribunal de Justiça.</p><p>Empresas estatais igualmente se submetem ao teto remuneratório.</p><p>A EC 47/2005 admite a fixação, mediante emendas às Constituições Estaduais e Lei Orgânica distrital,</p><p>de um subteto uniforme para os Estados e DF, em que o limite único seria o subsídio mensal dos</p><p>Desembargadores do respectivo TJ. No entanto, o referido subteto NÃO se aplicaria a Deputados Estaduais,</p><p>Distritais e Senadores.</p><p>O teto só será aplicado às empresas estatais e suas subsidiárias que seja dependente. As não</p><p>dependentes estão excluídas do teto.</p><p>A EC 41/2003 determinou a aplicação imediata do teto, devendo ser efetivada a redução das</p><p>remunerações acima do novo limite. Para Rafael Oliveira é norma inconstitucional, pois o Poder Constituinte</p><p>derivado é limitado e NÃO pode contrariar o direito fundamental à irredutibilidade das remunerações e o</p><p>direito adquirido, considerados cláusulas pétreas.</p><p>8.7 Desconto Na Remuneração Do Servidor Público</p><p>Regra geral: NÃO se admite a incidência de descontos da remuneração dos servidores estatais, salvo</p><p>as seguintes exceções:</p><p>• IMPOSIÇÃO LEGAL OU POR DECISÃO JUDICIAL: ex: desconto do IR, fixação de alimentos dos filhos;</p><p>• CONSIGNAÇÃO EM FOLHA DE PAGAMENTO: Nesse caso, deve haver: (i) interesse da Administração;</p><p>(ii) autorização do servidor público.</p><p>• RESSARCIMENTO AO ERÁRIO: Estando de má-fé, o servidor deve devolver os valores recebidos no</p><p>prazo de 30 dias. Se não puder pagar de uma vez só dentro do prazo, é possível parcelar, desde que a</p><p>parcela seja, no mínimo 10% da remuneração do servidor.</p><p>SÚMULA 249 TCU: É dispensada a reposição de importâncias indevidamente percebidas, de boa-fé, por</p><p>servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de erro escusável de interpretação de lei por parte do</p><p>órgão/entidade, ou por parte de autoridade legalmente investida em função de orientação e supervisão, à</p><p>vista da presunção de legalidade do ato administrativo e do caráter alimentar das parcelas salariais.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>48</p><p>9. Férias</p><p>O servidor público tem direito a 30 dias de férias por ano, mas para que possa gozar do primeiro</p><p>período de férias, deve ter mais de 12 meses de exercício.</p><p>É possível a acumulação por no máximo 02 períodos de férias, desde que no interesse da</p><p>Administração.</p><p>A pedido do servidor e a critério da administração, as férias do servidor público podem ser parceladas</p><p>em até 03 períodos, mas o adicional de férias será pago uma única vez, no primeiro período.</p><p>STF: Caso o servidor seja exonerado antes de usufruir de seu período de férias, fará</p><p>jus ao pagamento de férias, de forma proporcional, com acréscimo do adicional de</p><p>1/3.</p><p>As férias podem ser interrompidas para:</p><p>• Calamidade pública;</p><p>• Comoção interna;</p><p>• Convocação para júri;</p><p>• Serviço militar ou eleitoral;</p><p>• Necessidade do serviço declarada por autoridade máxima do órgão ou entidade.</p><p>10. Improbidade Administrativa E Responsabilidade Civil Da Administração</p><p>ATENÇÃO: O assunto será melhor trabalhado nas rodadas de Direito Administrativo!</p><p>§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos</p><p>políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento</p><p>ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.</p><p>§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer</p><p>agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas</p><p>ações de ressarcimento.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>49</p><p>§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de</p><p>serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,</p><p>causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos</p><p>casos de dolo ou culpa.</p><p>No concurso do TRT 23ª REGIÃO (2022), o tema foi cobrado da seguinte forma:</p><p>Com relação aos servidores públicos, considere:</p><p>I. São estáveis, automaticamente, após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para</p><p>cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público, podendo ser esse prazo reduzido para</p><p>dois anos se realizada a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa</p><p>finalidade.</p><p>II. O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado</p><p>compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 anos de idade</p><p>ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar.</p><p>III. Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o</p><p>eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,</p><p>aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional</p><p>ao tempo</p><p>de serviço.</p><p>De acordo com a Constituição Federal, está correto o que se afirma APENAS em</p><p>(A) I e III.</p><p>(B) I e II.</p><p>(C) II e III.</p><p>(D) II.</p><p>(E) III.</p><p>A alternativa considerada correta foi a letra C.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:</p><p>Alexandre Mazza. Manual de Direito Administrativo.</p><p>Diogo de Figueiredo Moreira Neto. Curso de Direito Administrativo.</p><p>Fernanda Marinela. Manual de Direito Administrativo.</p><p>https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2017/08/info-603-stj1.pdf</p><p>Maria Sylvia Zanella di Pietro. Direito Administrativo.</p><p>Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo</p><p>Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo</p><p>Odete Medauar. Direito Administrativo Moderno.</p><p>Patrícia Baptista. Transformações do direito administrativo. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>50</p><p>Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo</p><p>Rafael Carvalho Rezende Oliveira. Curso de Direito Administrativo</p><p>Uadi Lammêgo Bulos. Curso de Direito Constitucional.</p><p>Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direito Administrativo descomplicado.</p><p>QUESTÕES PROPOSTAS</p><p>01. TRT 1 – Juiz do Trabalho Substituto 1ª Região/2016</p><p>São princípios previstos na Constituição Federal e que devem ser obedecidos pela Administração</p><p>Pública Direta e Indireta de qualquer dos poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios:</p><p>I. Pessoalidade</p><p>II. Legalidade</p><p>III. Formalidade</p><p>IV. Eficiência</p><p>Está correto o que consta em</p><p>a) II e IV, apenas.</p><p>b) I, II, III e IV.</p><p>c) I e IV, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I e III, apenas.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A, B, C, D e E- Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos</p><p>Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,</p><p>moralidade, publicidade e eficiência.</p><p>Letra A</p><p>02. FCC – Juiz do Trabalho Substituto 6ª Região/2015</p><p>Acerca dos princípios informativos da Administração pública, considere:</p><p>I. O princípio da publicidade aplica-se também às entidades integrantes da Administração indireta, exceto</p><p>àquelas submetidas ao regime jurídico de direito privado e que atuam em regime de competição no mercado.</p><p>II. O princípio da moralidade é considerado um princípio prevalente e a ele se subordinam os demais princípios</p><p>reitores da Administração.</p><p>III. O princípio da eficiência, que passou a ser explicitamente citado pela Carta Magna a partir da Emenda</p><p>Constitucional nº 19/1998, aplica-se a todas as entidades integrantes da Administração direta e indireta.</p><p>Está correto o que consta APENAS em</p><p>a) III.</p><p>b) I e II.</p><p>c) I e III.</p><p>d) I.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>51</p><p>e) II.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Item I. ERRADO. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos</p><p>Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,</p><p>moralidade, publicidade e eficiência.</p><p>Item II. ERRADO. O princípio da moralidade NÃO é considerado um princípio prevalente. Não existe</p><p>subordinação ou princípio absoluto.</p><p>Item III. De acordo com o art. 37 da CF: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes</p><p>da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,</p><p>impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 19, de 1998)</p><p>Letra A</p><p>03. FCC – Juiz do Trabalho Substituto 15ª Região/2015</p><p>Um dos temas mais atuais no âmbito da Administração pública é o da “transparência”, que, remete, entre</p><p>outros aspectos, ao princípio da publicidade, o qual, por seu turno,</p><p>a) alcança todos os atos praticados no âmbito da Administração direta, sendo afastado em relação às</p><p>empresas públicas e sociedades de economia mista dado o regime privado a que se submetem.</p><p>b) não pode importar divulgação de informação relativa a vencimentos de servidores, salvo os ocupantes de</p><p>cargo de livre provimento.</p><p>c) preconiza a divulgação de salários e vencimentos praticados no âmbito de toda a Administração, vedada,</p><p>contudo, a individualização dos servidores.</p><p>d) faculta a qualquer cidadão, independentemente da comprovação de interesse direto, o acesso a</p><p>documentos e informações relativas a contratos celebrados pela Administração.</p><p>e) deve ser concatenado com o princípio da economicidade, de forma que a divulgação do ato somente é</p><p>obrigatória se não implicar ônus financeiro para a Administração.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A- Não cabe à todos os atos. O art. 7º, §1º da LAI aponta que o acesso à informação previsto no caput não</p><p>compreende as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou</p><p>tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Assim, existem atos que</p><p>podem ser sigilosos.</p><p>B e C- o STF decidiu (em Abril/2015) ser legítima a divulgação oficial da remuneração dos servidores (ARE</p><p>657.777). A divulgação da remuneração dos servidores públicos com o nome dos respectivos titulares é de</p><p>interesse geral e não viola o direito à intimidade e à privacidade (artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal).</p><p>Para eles, a pessoa que decide ingressar no serviço público adere ao regime jurídico próprio da</p><p>Administração Pública, que prevê a publicidade de todas as informações de interesse da coletividade.</p><p>A manifestação também destacou que a divulgação da remuneração dos servidores assegura a efetividade</p><p>da Lei de Acesso de Informação (Lei 12.527/2011), garantindo maior transparência à administração pública.</p><p>D- Art. 5º, INCISO XXXIII, CF - Todos têm direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse</p><p>particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestados no prazo de lei, sob pena de</p><p>responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível a segurança da sociedade e do Estado.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>52</p><p>E- A regra é a publicidade, o sigilo é a exceção.</p><p>Letra D</p><p>04. FCC – Juiz do Trabalho Substituto 23ª Região/2015</p><p>A respeito do poder de autotutela da Administração pública, o Supremo Tribunal Federal já pacificou, por meio</p><p>da Súmula 473 que “a Administração pública pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os</p><p>tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou</p><p>oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”, o</p><p>que, no que se refere ao Poder Executivo e Tribunais de Contas,</p><p>a) enseja a anulação dos atos concessórios de aposentadoria, independentemente da data da edição e da boa-</p><p>fé do administrado beneficiado, sendo vedado o ressarcimento dos proventos recebidos.</p><p>b) significa que a revisão dos atos de concessão de aposentadoria somente pode se dar após o registro nos</p><p>Tribunais de Contas, quando se aperfeiçoa o ato administrativo complexo, pois antes disso não se pode</p><p>considerar deferida a aposentadoria.</p><p>c) significa a necessidade de submissão dos atos de concessão de aposentadoria ao Tribunal de Contas, mas a</p><p>revisão dos referidos atos não envolve a participação daquela Corte de Contas, independentemente do prazo</p><p>decorrido desde a emissão.</p><p>d) pode significar revisão dos atos de concessão de aposentadoria pela própria Administração pública quando</p><p>tiver decorrido menos de cinco anos desde a edição daqueles e o Tribunal de Contas ainda não tiver procedido</p><p>ao registro dos mesmos.</p><p>e) acarreta a transferência da competência da declaração de nulidade para o pleno do Tribunal de Contas, que</p><p>cancelará o registro do ato e anulará a concessão da aposentadoria.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A e C - Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais de Contas estão</p><p>sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de</p><p>aposentadoria, reforma ou pensão, a contar</p><p>da chegada do processo à respectiva Corte de Contas.</p><p>STF. Plenário. RE 636553/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/2/2020 (repercussão geral – Tema</p><p>445) (Info 967).</p><p>B- A revisão dos atos acontecerá a qualquer tempo pela Administração, em respeito ao princípio da</p><p>Autotutela.</p><p>D- A Súmula 473 se refere ao Princípio da Autotutela. O prazo decadencial de decisão administrativa</p><p>benéfica é 5 anos, com fundamento no Princípio da Segurança Jurídica. Art. 54 da</p><p>Lei 9.784/1999 "O direito de a Administração anular os atos administrativos de que decorram efeit</p><p>os favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticad</p><p>s, salvo comprovada má-fé.</p><p>E- Não há essa transferência de competência.</p><p>Letra D</p><p>05. TRT 8 – Juiz do Trabalho Substituto 8ª Região/2014</p><p>Sobre os princípios que norteiam a atuação da Administração Pública é CORRETO afirmar:</p><p>I. Assim como o princípio da autonomia da vontade, aplicável nas relações entre os particulares, o princípio</p><p>da legalidade impõe à Administração Pública, em toda a sua atividade, obediência aos mandamentos da lei.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>53</p><p>Como corolário disso, a atuação da Administração Pública está presa aos mandamentos da lei, deles não</p><p>podendo se afastar, sob pena de invalidade do ato e responsabilidade de seu autor.</p><p>II. O princípio da impessoalidade destina-se a proteger simultaneamente o interesse público e os interesses</p><p>privados, na medida em que traz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem</p><p>discriminações, benéficas ou nocivas, coibindo a interferência de simpatias ou animosidades pessoais,</p><p>políticas ou ideológicas na atuação administrativa, impedindo que o ato administrativo tenha um beneficiário,</p><p>ante a prevalência do interesse público.</p><p>III. A Constituição Federal, ao consagrar o princípio da moralidade administrativa como vetor da atuação da</p><p>Administração Pública, igualmente consagrou a necessidade de proteção à moralidade e responsabilização do</p><p>administrador público imoral. Desse modo, qualquer cidadão pode propor ação popular objetivando anular</p><p>ato lesivo à moralidade administrativa.</p><p>IV. Em razão do princípio da moralidade, os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos</p><p>direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma</p><p>e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.</p><p>V. Segundo o princípio da publicidade, a Administração Pública direta e indireta está compelida à divulgação</p><p>de seus atos, conferindo transparência e visibilidade à atuação administrativa. Todavia, tal princípio não é</p><p>irrestrito, porquanto também é dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de informações sigilosas</p><p>produzidas por seus órgãos e entidades, assegurando a sua proteção.</p><p>a) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV.</p><p>b) Estão corretas apenas as assertivas I e IV.</p><p>c) Estão corretas apenas as afirmativas II, III e V.</p><p>d) Estão corretas apenas as afirmativas III, IV e V.</p><p>e) Todas as afirmativas estão corretas.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Item I: ERRADO. O princípio da legalidade estabelece que o administrador público deve agir de acordo com</p><p>as disposições da lei, tanto expressas quanto implicitamente determinadas. Isso significa que o</p><p>administrador público só pode exercer suas atribuições dentro dos limites estabelecidos pela legislação. Em</p><p>contraste, o princípio da autonomia da vontade não requer uma previsão legal específica para que os</p><p>cidadãos em geral ajam. Assim, desde que não haja proibição legal, os cidadãos têm a liberdade jurídica</p><p>para agir de acordo com sua vontade.</p><p>Item II: ERRADO. O princípio da impessoalidade estabelece que a conduta do agente púbico deve ser</p><p>pautada na busca pelo interesse coletivo, e não interesses privados, não beneficiando ou prejudicando</p><p>indivíduos ou grupos específicos.</p><p>Item III: CERTO. O princípio da moralidade exige que os agentes públicos ajam de acordo com padrões</p><p>éticos, visando atender às necessidades da sociedade. O artigo 5º, inciso LXXIII da Constituição prevê a</p><p>possibilidade de ajuizar uma Ação Popular para anular atos que violem a moralidade administrativa,</p><p>podendo ser feita por qualquer cidadão.</p><p>Item IV: CERTO. §4º do art. 37 da Constituição “os atos de improbidade administrativa importarão a</p><p>suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento</p><p>ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>54</p><p>Item V: CERTO. O princípio da publicidade estabelece que a Administração Pública deve agir de forma</p><p>transparente, divulgando suas atividades. No entanto, esse princípio não é absoluto, pois a Constituição</p><p>prevê exceções para garantir a segurança nacional e o interesse coletivo relevante.</p><p>Letra D</p><p>06. CESPE – Juiz do Trabalho Substituto 5ª Região/2013</p><p>Em relação aos atos e princípios administrativos, assinale a opção correta à luz da CF, da jurisprudência dos</p><p>tribunais superiores e da doutrina.</p><p>a) Segundo o STF, é imprescindível a existência de norma legal específica com vistas a coibir a prática do</p><p>nepotismo, haja vista que a vedação a essa prática decorre diretamente das normas constitucionais aplicáveis</p><p>à administração pública, em especial do princípio da moralidade.</p><p>b) É do princípio constitucional da eficiência que decorre o dever estatal de neutralidade, objetividade e</p><p>imparcialidade do comportamento dos agentes públicos.</p><p>c) O STF admite a aplicação do princípio da isonomia com vistas a elevar a remuneração de servidores públicos.</p><p>d) O princípio da razoabilidade é expressamente previsto na CF.</p><p>e) O ato administrativo complexo deve ser formado pela junção de manifestações de vontade de órgãos</p><p>diferentes, sendo, portanto, derivado da conjugação de vontades de órgãos diversos.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A- “As restrições impostas à atuação do administrador público pelo princípio da moralidade e demais</p><p>postulados do art. 37 da CF são auto-aplicáveis, por trazerem em si carga de normatividade apta a produzir</p><p>efeitos jurídicos, permitindo, em conseqüência, ao Judiciário exercer o controle dos atos que transgridam</p><p>os valores fundantes do texto constitucional.” RE 579951.</p><p>B- O princípio é, em verdade, o da impessoalidade.</p><p>C- Súmula nº 339 STF - Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos</p><p>de servidores públicos sob fundamento de isonomia. O princípio da isonomia dirige-se aos Poderes</p><p>Executivo e Legislativo, a quem cabe, mediante avaliação de conveniência e oportunidade, estabelecer a</p><p>remuneração dos servidores públicos, permitindo a sua efetivação. Vedado ao Judiciário elevar os</p><p>vencimentos de um servidor para o mesmo patamar de outro com base nesse postulado, nos termos da</p><p>Súmula 339/STF (RE 395.273-AgR,)</p><p>D- O princípio da razoabilidade está implícito na CF.</p><p>E- O ato complexo é necessário que haja manifestação de vontade de dois ou mais órgãos para que o ato</p><p>seja praticado. Importante notar que há apenas um ato, e não vários atos simples praticados em sequencia</p><p>por diferentes órgãos. Os autores citados acima dão como exemplo de ato complexo a concessão de</p><p>determinados regimes especiais de tributação que dependem de parece favorável de diferentes</p><p>ministérios, como o Ministério da Indústria e Comércio e o Ministério da Fazenda, no caso da isenção</p><p>relativa a algumas aquisições de bens de informática.</p><p>Letra E</p><p>07. TRT 14 – Juiz do Trabalho Substituto 14ª Região/2013</p><p>No que respeita à doutrina e jurisprudência concernentes aos princípios administrativos, é correto afirmar:</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>55</p><p>I. Decorre diretamente do princípio da impessoalidade a exigência constitucional de concurso público para</p><p>provimento de cargos públicos.</p><p>II. A observância</p><p>sobre atos de governo, observado o direito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem</p><p>das pessoas.</p><p>II. Subordina-se aos ditames da Lei n° 12.527/2011 (Lei de Transparência) a administração pública direta e</p><p>indireta da União, dos Estados e Municípios.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>58</p><p>III. O Ministério Público não se sujeita aos ditames da Lei n° 12.527/2011, uma vez que não integra o Poder</p><p>Executivo, estando sujeito à normatização própria pelo Conselho Nacional do Ministério Público.</p><p>IV. Aplicam-se as disposições da Lei n° 12.527/2011, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos</p><p>que recebam, para realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou</p><p>mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros</p><p>instrumentos congêneres.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) apenas as assertivas I e III estão corretas;</p><p>b) apenas as assertivas II e IV estão corretas;</p><p>c) apenas as assertivas III e IV estão corretas;</p><p>d) apenas a assertiva IV está correta;</p><p>e) não respondida.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Item I. ERRADO. XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse</p><p>particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de</p><p>responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do</p><p>Estado.</p><p>Item II. CERTO. art 1º da Lei 12.527/2011, Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: II - as</p><p>autarquias , as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais</p><p>entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.</p><p>Item III. ERRADO. Art. 1º, parágrafo único da Lei 12.527/2011, I - os órgãos públicos integrantes da</p><p>administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e</p><p>do Ministério Público;</p><p>Item IV. CERTO. Lei 12.527/2011, art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades</p><p>privadas sem fins lucrativos que recebam para realização de ações de interesse público, recursos públicos</p><p>diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria,</p><p>convênios, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres.</p><p>Letra B</p><p>13. TRT 19 – Juiz do Trabalho Substituto 19ª Região/2012</p><p>Assinale a alternativa incorreta, no que refere aos princípios que norteiam a Administração Pública brasileira:</p><p>a) Princípio da Legalidade – O administrador público está sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do</p><p>bem comum e deles não se pode afastar ou desviar.</p><p>b) Princípio da Moralidade – O Princípio da Moralidade restringe-se ao aspecto das práticas de improbidade</p><p>administrativa.</p><p>c) Princípio da Impessoalidade – Critério para evitar favoritismos ou privilégios. A Administração Pública não</p><p>pode, no exercício da atividade administrativa, atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas</p><p>determinadas, uma vez que é o interesse público seu elemento norteador.</p><p>d) Princípio da Publicidade – Pode ser visualizado na necessidade de divulgação oficial dos atos administrativos</p><p>para conhecimento público e, em regra, para início de seus efeitos.</p><p>e) Princípio da Eficiência – Obriga a Administração Pública a desenvolver mecanismos para o exercício de uma</p><p>atividade administrativa célere e com qualidade.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>59</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A, B, C, D e E- O princípio da moralidade não se restringe à improbidade administrativa.</p><p>O princípio da moralidade exige que os agentes públicos ajam de acordo com padrões éticos, visando</p><p>atender às necessidades da sociedade. O artigo 5º, inciso LXXIII da Constituição prevê a possibilidade de</p><p>ajuizar uma Ação Popular para anular atos que violem a moralidade administrativa, podendo ser feita por</p><p>qualquer cidadão.</p><p>Letra B</p><p>14. TRT 21 – Juiz do Trabalho Substituto 21ª Região/2012</p><p>Sobre os princípios que regem a administração pública, é incorreto afirmar:</p><p>a) o princípio da moralidade exige que o administrador se paute por conceitos éticos;</p><p>b) corolário do princípio da igualdade é a vedação de se estabelecer diferenças em razão da sede ou domicílio</p><p>dos licitantes;</p><p>c) o princípio da supremacia do interesse público decorre da posição privilegiada dos órgãos e entes públicos</p><p>encarregados da preservação do interesse público;</p><p>d) em decorrência do princípio da hierarquia, que é restrito às funções administrativas e não aplicáveis às</p><p>funções tipicamente legislativas e judiciais, a Administração Pública possui a prerrogativa de avocar</p><p>atribuições, e também de rever os atos dos subordinados;</p><p>e) A Constituição Federal prevê, expressamente, os princípios da legalidade, publicidade, impessoalidade,</p><p>moralidade, eficiência e razoabilidade.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A, B, C, D e E- A razoabilidade está prevista na CF apenas implicitamente.</p><p>Letra E</p><p>15. MPT – Procurador do Trabalho/2008</p><p>Quanto aos poderes e princípios da Administração Pública.</p><p>I. O poder disciplinar da Administração Pública autoriza a aplicação de sanções a particulares não sujeitos à</p><p>disciplina interna da Administração.</p><p>II. O princípio da continuidade do serviço público jamais cede em razão de seu caráter absoluto, não comporta</p><p>a aplicação do princípio da proporcionalidade e constitui um verdadeiro superprincípio que orienta todo o</p><p>ordenamento jurídico administrativo.</p><p>III. O princípio da motivação dos atos administrativos, embora recomendável em todos os atos que envolvam</p><p>o exercício de poderes, ao contrário dos atos praticados pelo Judiciário e Ministério Público, não possui</p><p>previsão nas normas jurídicas de direito administrativo brasileiro.</p><p>IV. O princípio da segurança jurídica não se aplica à Administração Pública brasileira, uma vez que ela possui</p><p>poderes para desconstituir situações jurídicas e aplicar retroativamente nova interpretação da norma</p><p>administrativa para garantir o atendimento do fim público a que se dirige.</p><p>Assinale a opção CORRETA:</p><p>a) apenas as de números I e III são corretas;</p><p>b) apenas as de números II e IV são corretas;</p><p>c) apenas a de número IV é correta;</p><p>d) todas são incorretas;</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>60</p><p>e) não respondida.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Item I. ERRADO. Para a aplicação do poder disciplinar, é necessário que o particular tenha vínculo específico</p><p>com a administração pública. caso contrário a punição decorrerá do poder de polícia.</p><p>Item II. ERRADO. Existem exceções que autorizam a interrupção do serviço. Além disso, não existem</p><p>princípios absolutos, tampouco “superprincípios”.</p><p>Item III. ERRADO. Através da inércia é que o judiciário poderá atuar, ou seja, é necessário provocar,</p><p>motivadamente, o judiciário para que possa proteger do direito de lesão ou ameaça de lesão.</p><p>Item IV. ERRADO. O princípio da segurança jurídica ultrapassa as fronteiras do direito administrativo,</p><p>consiste - na verdade - em um princípio geral do direito e tem por função assegurar estabilidade às situações</p><p>jurídicas já consolidadas frente à inevitável evolução do direito, tanto no nível legislativo quanto no nível</p><p>jurisdicional.</p><p>Letra D</p><p>16- FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Técnico Judiciário - Área Administrativa</p><p>Segundo a Constituição Federal, o servidor público nomeado para cargo de provimento efetivo em virtude de</p><p>concurso público</p><p>A) não poderá acumular nenhum outro cargo público remunerado, ainda que haja compatibilidade de</p><p>horários, sendo que essa proibição não abrange as sociedades de economia mista.</p><p>B) é estável, quanto ao requisito temporal, apenas após cinco anos de efetivo exercício, podendo perder o</p><p>cargo em virtude de sentença judicial, mesmo que ainda não transitada em julgado.</p><p>C) não possui direito à livre associação sindical durante o período que ainda não tenha adquirido a</p><p>estabilidade, o que ocorre após, no mínimo, dois anos de efetivo exercício.</p><p>D) poderá acumular qualquer outro cargo público, desde que haja compatibilidade de horários e que se limite</p><p>a dois cargos públicos remunerados.</p><p>E) é estável, quanto ao requisito temporal, após três anos de efetivo exercício, podendo, dentre outras</p><p>hipóteses, perder o cargo mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A- Art. 37, XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver</p><p>compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI (...)</p><p>B e E - Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de</p><p>provimento efetivo em virtude de concurso público.</p><p>§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: II - mediante processo administrativo em que lhe seja</p><p>assegurada ampla defesa;</p><p>C- Art. 37, VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; Não há exceções.</p><p>D- Art. 37, XVI traz as hipóteses onde é possível existir acumuação remunerada de cargos públicos. Assim,</p><p>não poderá acumular qualquer cargo público.</p><p>Letra E</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>61</p><p>17- FCC - 2022 - TRT - 17ª Região (ES) - Analista Judiciário - Área Administrativa</p><p>Marcela é servidora pública nomeada para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público, tendo</p><p>adquirido estabilidade. Em conformidade com a Constituição Federal, Marcela</p><p>A) ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado</p><p>aproveitamento em outro cargo, se extinto o seu cargo ou declarada a sua desnecessidade.</p><p>B) será aposentada imediatamente, de acordo com o regime próprio da previdência social, com remuneração</p><p>proporcional ao tempo de serviço, se extinto o seu cargo ou declarada a sua desnecessidade.</p><p>C) ficará em disponibilidade, sem perceber remuneração, até seu adequado aproveitamento em outro cargo,</p><p>se extinto o seu cargo ou se declarada a sua desnecessidade.</p><p>D) ficará em disponibilidade, sem perceber remuneração, até seu adequado aproveitamento em outro cargo,</p><p>apenas se extinto o seu cargo.</p><p>E) ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado</p><p>aproveitamento em outro cargo, apenas se declarada a desnecessidade de seu cargo.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A, B, C, D e E- CF, Art. 41, §3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará</p><p>em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado</p><p>aproveitamento em outro cargo.</p><p>Letra A</p><p>18- FCC - 2022 - TRT - 5ª Região (BA) - Técnico Judiciário - Área Administrativa</p><p>A Constituição Federal dispõe, em relação ao servidor público da administração direta, autárquica e</p><p>fundacional, no exercício do mandato eletivo, que:</p><p>A) tratando-se de mandato eletivo estadual, distrital ou municipal, ficará afastado do seu cargo, emprego ou</p><p>função.</p><p>B) investido no mandato de Governador, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado</p><p>optar pela sua remuneração.</p><p>C) na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse regime,</p><p>no ente federativo de origem.</p><p>D) investido no mandato legislativo estadual ou municipal, havendo compatibilidade de horários, perceberá</p><p>as vantagens de seu cargo.</p><p>E) o tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, em qualquer caso que exija o afastamento</p><p>para o exercício do mandato.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A- CF, Art. 38, I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,</p><p>emprego ou função.</p><p>B- CF, Art. 38, II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe</p><p>facultado optar pela sua remuneração.</p><p>C- CF, Art. 38, V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado</p><p>a esse regime, no ente federativo de origem.</p><p>D- CF, Art. 38, investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as</p><p>vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo</p><p>compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>62</p><p>E- CF, Art. 38, IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo</p><p>de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.</p><p>Letra C</p><p>19- FCC - 2022 - SEFAZ-AP - Auditor da Receita Estadual - Conhecimentos Gerais</p><p>Considere que leis de determinado Estado tenham contemplado as seguintes situações, em matéria de</p><p>remuneração de pessoal:</p><p>I. O reajuste dos vencimentos de servidores públicos ocupantes de cargos efetivos obedecerá a certo índice</p><p>federal de correção monetária.</p><p>II. Auditor do Tribunal de Contas, quando em substituição a Conselheiro, perceberá o equivalente a um</p><p>percentual do subsídio deste, proporcional aos dias em que exercer as funções do substituído.</p><p>À luz da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,</p><p>A) apenas a situação I é inconstitucional, por violar a vedação de vinculação ou equiparação de quaisquer</p><p>espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.</p><p>B) apenas a situação II é inconstitucional, por violar a vedação de vinculação ou equiparação de quaisquer</p><p>espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.</p><p>C) apenas a situação II é inconstitucional, uma vez que, pelo modelo federal, que deve ser seguido no âmbito</p><p>estadual, o auditor, quando em substituição, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular do cargo,</p><p>mas não se prevê a equiparação em relação à remuneração.</p><p>D) ambas as situações violam a vedação de vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias</p><p>para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.</p><p>E) ambas as situações são constitucionais, uma vez que foi respeitada a reserva de lei em matéria</p><p>remuneratória.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>Item I. ERRADO. SÚMULA VINCULANTE 42: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de</p><p>servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.</p><p>Item II. É constitucional norma estadual que prevê o pagamento proporcional da remuneração devida a</p><p>conselheiro de Tribunal de Contas para auditor em período de substituição. (ADI 6951/CE, relator Min.</p><p>Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 10.6.2022; ADI 6952/AM, relator Min. Edson Fachin,</p><p>julgamento virtual finalizado em 10.6.2022)</p><p>LETRA A</p><p>20- FCC - 2022 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Técnico Judiciário - Área Administrativa</p><p>Frederico, servidor público, foi condenado por sentença transitada em julgado pela prática de atos de</p><p>improbidade administrativa que causaram prejuízo ao erário. Nesse caso, Frederico</p><p>A) será suspenso da função pública por ele exercida, haja ou não o ressarcimento ao erário do dano que causou</p><p>com seus atos de improbidade, mas não terá suspensos os seus direitos políticos, nem os perderá.</p><p>B) deverá ressarcir ao erário o prejuízo causado, não podendo perder ou ter suspensa a função pública que</p><p>exerce por força de aprovação em concurso público, e terá suspensos seus direitos políticos.</p><p>C) perderá seus direitos políticos, mas não será suspenso da função pública por ele exercida, nem a perderá,</p><p>desde que haja o ressarcimento ao erário do dano causado pelos atos de improbidade que praticou.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>63</p><p>D) perderá seus direitos políticos e será suspenso da função pública que exerce, além de seus atos implicarem</p><p>a indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo</p><p>da ação penal cabível.</p><p>E) terá suspensos seus direitos políticos e perderá a função pública, além de seus atos implicarem a</p><p>indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo</p><p>da</p><p>ação penal cabível.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A, B, C, D e E- CF - Art. 37 - § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos</p><p>direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao</p><p>erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.</p><p>LETRA A</p><p>21- FGV - 2023 - SEFAZ-MG - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Auditoria e Fiscalização (Manhã)</p><p>O Estado Alfa editou lei dispondo que os deputados estaduais deverão receber 75% do subsídio dos deputados</p><p>federais. Consoante jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a citada legislação é</p><p>A) constitucional, pois a Constituição da República estabelece que o subsídio dos detentores de mandato</p><p>eletivo e dos demais agentes não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo</p><p>Tribunal Federal.</p><p>B) inconstitucional, pois a Constituição da República estabelece que é vedada a vinculação ou equiparação de</p><p>quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.</p><p>C) constitucional, pois a Constituição da República estabelece que os vencimentos dos cargos do Poder</p><p>Legislativo e do Poder Judiciário estadual não poderão ser superiores aos pagos pelos mesmos poderes em</p><p>nível federal.</p><p>D) constitucional, pois a Constituição da República estabelece que o subsídio e os vencimentos dos ocupantes</p><p>de cargos e empregos públicos são irredutíveis e devem ser fixados por lei específica.</p><p>E) inconstitucional, pois a Constituição da República estabelece que a remuneração dos servidores públicos</p><p>somente poderá ser fixada por lei complementar, assegurada revisão geral quinquenal, sempre na mesma</p><p>data e sem distinção de índices.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A, B, C, D e E- É inconstitucional lei estadual que afirme que os Deputados Estaduais deverão receber 75%</p><p>do subsídio dos Deputados Federais.</p><p>A lei que fixar o subsídio dos Deputados Estaduais não pode estabelecer uma vinculação automática com</p><p>o subsídio dos Deputados Federais. Essa vinculação afronta o princípio federativo e a autonomia do Estado-</p><p>membro. Isso porque, de forma indireta, quem estará fixando a remuneração dos Deputados Estaduais</p><p>será o Congresso Nacional, já que todas as vezes em que ele aumentar o subsídio dos Parlamentares</p><p>federais, haverá automática majoração em nível estadual.</p><p>A cada aumento efetuado no subsídio dos Deputados Federais, haveria repercussão, por via reflexa, no</p><p>correspondente subsídio dos Deputados Estaduais em questão. Isso esvaziaria a autonomia administrativa</p><p>e financeira dos Estados-membros, destituindo-os da prerrogativa de estipular o valor da remuneração de</p><p>seus agentes políticos em detrimento da observância do quantum definido pela União.</p><p>STF. Plenário. ADI 6468/SE, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2/8/2021 (Info 1024).</p><p>LETRA B</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>64</p><p>22- FGV - 2022 - AGE-MG - Procurador do Estado</p><p>Após regular processo administrativo, João, servidor ocupante de cargo de provimento efetivo no Estado Alfa</p><p>e em exercício ininterrupto há uma década, foi demitido.</p><p>Em razão da vacância, Pedro, que tinha acabado de ser aprovado em concurso público, foi nomeado para o</p><p>cargo. Após alguns anos, em um momento no qual Pedro já era estável, a demissão de João foi anulada, sendo</p><p>determinada a sua reintegração.</p><p>Considerando os balizamentos estabelecidos pela ordem constitucional, assinale a afirmativa correta.</p><p>A) João deve ser reintegrado ao cargo que ocupava e Pedro deve ser exonerado, com direito a indenização.</p><p>B) João deve ser aproveitado em outro cargo, com direito a indenização, ou, caso inexista cargo vago, posto</p><p>em disponibilidade.</p><p>C) João deve ser reintegrado ao cargo que ocupava e Pedro deve ser aproveitado em outro cargo ou, caso</p><p>inexista cargo vago, exonerado e indenizado.</p><p>D) João deve ser reintegrado ao cargo que ocupava, sendo assegurado a Pedro o direito de opção entre ocupar</p><p>outro cargo com mesmo nível de escolaridade e atribuições ou ser posto em disponibilidade.</p><p>E) João deve ser reintegrado ao cargo que ocupava e Pedro deve ser aproveitado em outro cargo ou, caso</p><p>inexista cargo vago, posto em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A, B, C, D e E- CF, Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para</p><p>cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (...)</p><p>§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual</p><p>ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado</p><p>em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.</p><p>LETRA E</p><p>23- INSTITUTO AOCP - 2022 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto</p><p>O regime republicano do Estado brasileiro leva à necessidade de que os cargos e funções públicas sejam</p><p>acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na</p><p>forma da lei. Assim, a Constituição Federal impõe condições e limites em matéria de acumulação de cargos ou</p><p>funções públicas, de modo que, em relação à Administração Pública, é vedada a acumulação remunerada de</p><p>cargos, funções ou empregos públicos, EXCETO</p><p>A) a de dois cargos de professor, independentemente de compatibilidade de horários.</p><p>B) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, independentemente de regulamentação</p><p>profissional.</p><p>C) quando houver compatibilidade de horários, a de um cargo de professor com outro técnico ou científico.</p><p>D) quando se tratar de funções exercidas junto a sociedades de economia mista.</p><p>E) quando se tratar de empregos em autarquias, fundações ou empresas públicas, regidos, portanto, pelo</p><p>regime da CLT.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A- O art. 37, XVI, “b” exige compatibilidade de horários.</p><p>B- O art. 37, XVI, “c” exige regulamentação profissional.</p><p>C- O art. 37, XVI, “d” aponta a possibilidade de acumulação de um cargo de professor com outro técnico ou</p><p>científico, desde que com compatibilidade de horários, exigida no inciso.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>65</p><p>D e E- Não há a referida exceção na CF. Além disso, servidores de autarquias estão sujeitos ao regime</p><p>estatutário e não celetista.</p><p>LETRA C</p><p>24- FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM – Advogado</p><p>O Estado Alfa criou a empresa pública XX, que explorava o serviço local de gás canalizado. Com o objetivo de</p><p>assegurar o seu equilíbrio financeiro, o Estado lhe concedeu alguns benefícios fiscais. Irresignada com esse</p><p>estado de coisas, a sociedade empresária WW consultou seu advogado a respeito da compatibilidade desse</p><p>proceder com a ordem constitucional.</p><p>O advogado respondeu corretamente que o proceder do Estado era</p><p>A) constitucional, pois a empresa pública XX é prestadora de serviços públicos, logo, pode gozar de privilégios</p><p>fiscais não extensivos às empresas do setor privado.</p><p>B) inconstitucional, já que a empresa pública XX não poderia gozar de nenhum benefício fiscal que não fosse</p><p>extensivo às empresas do setor privado, a exemplo de WW.</p><p>C) constitucional, pois todos os entes da administração pública indireta, com personalidade jurídica de direito</p><p>público ou de direito privado, podem gozar de privilégios fiscais não extensivos às empresas do setor privado.</p><p>D) inconstitucional, pois o Estado não pode explorar o serviço local de gás canalizado, por ser de competência</p><p>municipal, e muito menos conceder privilégios fiscais a um ente com personalidade jurídica de direito privado.</p><p>E) inconstitucional, pois o Estado não pode fornecer privilégios fiscais, em hipótese alguma, a sociedades</p><p>empresárias que se dediquem à atividade econômica em sentido amplo, pertençam, ou não, à administração</p><p>indireta.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A, B, C, D e E - A exploração de gás canalizado é um serviço público que cabe aos Estados. O Estado pode</p><p>explorar diretamente ou por concessão. Dessa</p><p>forma atua sem concorrência (Monopólio Estatal desse</p><p>serviço) e o fato de a questão não explicitar o regime não concorrencial não a torna incompleta, porque</p><p>isso já fica subentendido.</p><p>CF, art. 25, § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás</p><p>canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.</p><p>Art. 173, § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios</p><p>fiscais não extensivos às do setor privado.</p><p>O STF possui entendimento no sentido de que o art. 173, §2º, da CF, não se aplica às empresas públicas</p><p>prestadoras de serviços públicos. Dessa afirmação, porém, não se pode inferir que a CF tenha garantido a</p><p>estas entidades a isenção de custas processuais ou o privilégo do prazo em dobro para a interposição de</p><p>recursos. (STF - RE 596729 SC, Relato)r: Min. Ricardo Lewandowski, Órgão Julgador: 1ª Turma, Julgamento:</p><p>19/10/2010, Publicação: 10/11/2010.</p><p>LETRA A</p><p>25- FGV - 2022 - PC-AM - Escrivão de Polícia - 4ª Classe</p><p>João tencionava ingressar na sociedade de economia mista federal WW e tinha dúvidas em relação à sua</p><p>sujeição, ou não, ao teto remuneratório constitucional. Afinal, receava que uma remuneração elevada</p><p>pudesse ser simplesmente “cortada” na parte que ultrapassasse o teto, reduzindo drasticamente o que iria</p><p>receber.</p><p>Ao procurar um advogado, foi-lhe informado corretamente que o teto remuneratório constitucional</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>66</p><p>A) incide na integralidade da Administração Pública direta e indireta, incluindo a sociedade de economia mista</p><p>WW.</p><p>B) não incide, em hipótese alguma, nas sociedades de economia mista, desenvolvam, ou não, atividade</p><p>econômica em sentido estrito.</p><p>C) somente incide nas sociedades de economia mista que recebam recursos da União para pagamento de</p><p>despesas de capital.</p><p>D) somente incide nas sociedades de economia mista que recebam recursos da União para pagamento de</p><p>despesas de pessoal ou de custeio em geral.</p><p>E) somente incide nas sociedades de economia mista que recebam recursos da União para pagamento de</p><p>despesas de pessoal, de capital ou de custeio em geral.</p><p>COMENTÁRIOS</p><p>A, B, C, D e E – CF, Art. 37, § 9º - O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de</p><p>economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal</p><p>ou dos Municípios para pagamento de despesas DE PESSOAL ou de CUSTEIO EM GERAL.</p><p>Art. 37, XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da</p><p>administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos</p><p>Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes</p><p>políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,</p><p>incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,</p><p>em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o</p><p>subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do</p><p>Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio</p><p>dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por</p><p>cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder</p><p>Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores</p><p>Públicos;</p><p>LETRA D</p><p>o que NÃO dispensa a leitura dos dispositivos constitucionais – VIDE METAS DA SEMANA 1.</p><p>Outrossim, para nos atermos ao edital, serão tratados apenas os arts. 37 ao 41, excluindo-se o que diz respeito</p><p>às forças policiais.</p><p>2. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS</p><p>2.1. Regime Jurídico Administrativo</p><p>É o conjunto de regras e princípios que regem a Administração Pública. Celso Antônio Bandeira de</p><p>Mello defende a existência de verdadeiras “PEDRAS DE TOQUE” no Direito Administrativo, o que inclui a</p><p>Administração Pública Federal, quais sejam:</p><p>• Princípio da supremacia do interesse público sobre o privado: Os interesses coletivos devem</p><p>prevalecer ao interesse particular;</p><p>• Princípio da indisponibilidade do interesse público: O interesse público não se encontra à livre</p><p>disposição do administrador.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>7</p><p>Vamos aprofundar um pouco?</p><p>Conforme Rafael Carvalho, o fenômeno da constitucionalização do ordenamento jurídico abalou alguns dos</p><p>mais tradicionais dogmas do Direito Administrativo, a saber: a) a redefinição da ideia de supremacia do</p><p>interesse público sobre o privado e a ascensão do princípio da ponderação de direitos fundamentais. A partir</p><p>dessa distinção, a doutrina tradicional sempre apontou para a superioridade do interesse público primário (e</p><p>não do secundário) sobre o interesse privado. Atualmente, no entanto, com a relativização da dicotomia</p><p>público x privado, a democratização da defesa do interesse público e a complexidade (heterogeneidade) da</p><p>sociedade atual, entre outros fatores, vêm ganhando força a ideia de “desconstrução” do princípio da</p><p>supremacia do interesse público em abstrato. Portanto, não existe um interesse público único, estático e</p><p>abstrato, mas sim finalidades públicas normativamente elencadas que não estão necessariamente em</p><p>confronto com os interesses privados, razão pela qual seria mais adequado falar em “princípio da finalidade</p><p>pública”, em vez do tradicional “princípio da supremacia do interesse público”, o que reforça a ideia de que a</p><p>atuação estatal deve sempre estar apoiada em finalidades públicas, não egoístas, estabelecidas no</p><p>ordenamento jurídico. A atuação do Poder Público não pode ser pautada pela supremacia do interesse</p><p>público, mas, sim, pela ponderação e máxima realização dos interesses envolvidos</p><p>Interesse público primário x interesse público secundário</p><p>O interesse público primário é aquele relacionado à satisfação das necessidades coletivas (justiça,</p><p>segurança, bem comum do grupo social etc.), perseguido pelo exercício das atividades-fim do Poder Público,</p><p>enquanto o interesse público secundário corresponde ao interesse individual do próprio Estado, estando</p><p>relacionado à manutenção das receitas públicas e à defesa do patrimônio público, operacionalizadas mediante</p><p>exercício de atividades-meio do Poder Público (Ricardo Alexandre, 2018).</p><p>As seguintes assertivas foram consideradas corretas em provas:</p><p>• A supremacia do interesse público é considerada, pela doutrina, como um princípio implícito da</p><p>administração pública.</p><p>• O princípio da supremacia do interesse público não desconsidera os interesses</p><p>particulares/individuais, não obstante informa ao agente administrativo que o interesse público</p><p>prevalece sobre interesses privados. (DPC ES, 2019).</p><p>• Os contratos administrativos se distinguem dos contratos privados celebrados pela Administração</p><p>Pública pelo fato de assegurarem a esta certos poderes ou prerrogativas que a colocam em posição</p><p>de superioridade diante do particular contratado, a fim de que o interesse público seja preservado.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>8</p><p>• Entende-se por poder de polícia a atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando</p><p>direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato. É correto afirmar que o</p><p>princípio que fundamenta o exercício desse poder da Administração é: Princípio da supremacia do</p><p>interesse público.</p><p>• O princípio da supremacia do interesse público não se radica em dispositivo específico da CR/88, ainda</p><p>que inúmeros aludam ou impliquem manifestações concretas dele. (DPC MG, 2018).</p><p>• O administrador, quando gere a coisa pública conforme o que na lei estiver determinado, ciente de</p><p>que desempenha o papel de mero gestor de coisa que não é sua, observa o princípio da</p><p>indisponibilidade do interesse público.</p><p>• A supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade do interesse público se</p><p>constituem em supraprincípios, que refletem a dualidade existente no exercício da função</p><p>administrativa.</p><p>2.2. Princípios x regras</p><p>2.2.1. Princípios</p><p>Hoje são consideradas normas jurídicas primárias. Assim seu estudo ganhou força e importância nos</p><p>últimos anos.</p><p>• Possuem grau de abstração maior do que as regras, pois admitem uma série indefinida de aplicações.</p><p>• São Mandamentos de otimização, que determinam a realização de algo na maior medida possível</p><p>dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes, admitindo aplicação gradativa.</p><p>• Colisão de princípios: ponderação de interesses no caso concreto.</p><p>• Condensam os valores fundamentais da ordem jurídica, e se irradiam sobre todo o sistema jurídico,</p><p>garantindo-lhe harmonia e coerência.</p><p>• Encerram ideias centrais de um sistema e dão sentido lógico e harmonioso às demais normas que</p><p>regulamentam o Direito Administrativo, possibilitando sua melhor organização.</p><p>CATEGORIAS</p><p>Princípios fundamentais: Representam decisões políticas estruturais do Estado, servindo de matriz para</p><p>todas as demais normas constitucionais;</p><p>Princípios gerais: Em regra, são importantes especificações dos princípios fundamentais, possuindo menor</p><p>grau de abstração e irradiando-se sobre todo ordenamento jurídico. Ex: Princípio da isonomia e da</p><p>legalidade.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>9</p><p>Princípios setoriais ou especiais: Se aplicam a determinado tema, capítulo ou título da Constituição. Ex:</p><p>L.I.M.P.E – Art. 37 CF (princípios explícitos da Constituição/88)</p><p>2.2.2. Regras:</p><p>• Direcionam-se a situações determinadas;</p><p>• Estabelecem a forma e o momento de atuação do ente público, em observância a um determinado</p><p>acontecimento que precipita suas atividades.</p><p>• O conflito de regras é resolvido na dimensão da validade (“tudo ou nada”), ou seja, a regra é válida ou</p><p>inválida, a partir dos critérios de especialidade, hierarquia e cronológico (Dworkin).</p><p>• Em alguns casos, o conflito entre regras pode ser resolvido pela dimensão do peso e, não</p><p>necessariamente, pelo critério de validade. Ex: vedação à concessão de liminar contra a Fazenda que</p><p>esgote o objeto do litígio.</p><p>2.3. Princípios Explícitos do Direito Administrativo</p><p>Assim denominados pois constam expressamente no art. 37 da CF/88. São eles:</p><p>• LEGALIDADE</p><p>• IMPESSOALIDADE</p><p>• MORALIDADE</p><p>• PUBLICIDADE</p><p>• EFICIÊNCIA.</p><p>Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,</p><p>dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de</p><p>legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao</p><p>seguinte.</p><p>(...)</p><p>§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos</p><p>públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não</p><p>podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal</p><p>de autoridades ou servidores públicos.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>10</p><p>Obs.: Além dos princípios expressos pelo Direito Administrativo existem princípios implícitos (ou</p><p>reconhecidos) extraídos pela interpretação sistemática reconhecidos pela jurisprudência e doutrina.</p><p>PRINCÍPIOS EXPRESSOS PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS</p><p>• Legalidade</p><p>• Impessoalidade</p><p>• Moralidade</p><p>• Publicidade</p><p>• Eficiência</p><p>• Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade</p><p>• Princípio da Supremacia</p><p>do Interesse Público Sobre o</p><p>Privado (Princípio da Finalidade Pública)</p><p>• Princípio da Autotutela ou Sindicabilidade</p><p>• Princípio Da Continuidade Do Serviço Público</p><p>• Princípio da Motivação</p><p>• Princípio da Ampla Defesa e Contraditório</p><p>• Princípio da Segurança Jurídica e Legítima Confiança</p><p>• Princípio da Intranscendência Subjetiva das Sanções</p><p>Já caiu em prova e foi considerada correta a seguinte assertiva: Legalidade, publicidade, impessoalidade,</p><p>moralidade e eficiência são classificadas, pela doutrina, como princípios expressos da administração pública</p><p>por possuírem previsão normativa inserta no texto da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988</p><p>com aplicação direta ao campo do direito administrativo.</p><p>2.3.1. Legalidade (juridicidade)</p><p>Pelo princípio da legalidade, a atuação da administração pública subordina-se à lei, de modo que o</p><p>agente público somente poderá fazer o que proclama a lei. Assim, não havendo previsão legal, está proibida</p><p>a atuação do ente público e qualquer conduta praticada de forma arbitrária por ele.</p><p>O administrador público somente pode atuar conforme determina a lei (subordinação à lei).</p><p>Ressalta-se que a legalidade no âmbito do direito administrativo não se confunde com a legalidade</p><p>privada, em que é permitido fazer tudo que não é proibido (autonomia privada). Ex.: O princípio da legalidade</p><p>veda à administração a prática de atos inominados, embora estes sejam permitidos aos particulares.</p><p>LEGALIDADE ADMINISTRATIVA LEGALIDADE PRIVADA</p><p>file:///C:/Users/Usuario/APROVACAOPGE%20-%20DROPBOX/Dropbox/Resumos%20-%20Gheros/Aprovação%20PGE/DIREITO%20ADMINISTRATIVO/01%20-%20Introdução%20ao%20Direito%20Administrativo.docx%23_Toc68377966</p><p>file:///C:/Users/Usuario/APROVACAOPGE%20-%20DROPBOX/Dropbox/Resumos%20-%20Gheros/Aprovação%20PGE/DIREITO%20ADMINISTRATIVO/01%20-%20Introdução%20ao%20Direito%20Administrativo.docx%23_Toc68377966</p><p>file:///C:/Users/Usuario/APROVACAOPGE%20-%20DROPBOX/Dropbox/Resumos%20-%20Gheros/Aprovação%20PGE/DIREITO%20ADMINISTRATIVO/01%20-%20Introdução%20ao%20Direito%20Administrativo.docx%23_Toc68377967</p><p>file:///C:/Users/Usuario/APROVACAOPGE%20-%20DROPBOX/Dropbox/Resumos%20-%20Gheros/Aprovação%20PGE/DIREITO%20ADMINISTRATIVO/01%20-%20Introdução%20ao%20Direito%20Administrativo.docx%23_Toc68377968</p><p>file:///C:/Users/Usuario/APROVACAOPGE%20-%20DROPBOX/Dropbox/Resumos%20-%20Gheros/Aprovação%20PGE/DIREITO%20ADMINISTRATIVO/01%20-%20Introdução%20ao%20Direito%20Administrativo.docx%23_Toc68377969</p><p>file:///C:/Users/Usuario/APROVACAOPGE%20-%20DROPBOX/Dropbox/Resumos%20-%20Gheros/Aprovação%20PGE/DIREITO%20ADMINISTRATIVO/01%20-%20Introdução%20ao%20Direito%20Administrativo.docx%23_Toc68377970</p><p>file:///C:/Users/Usuario/APROVACAOPGE%20-%20DROPBOX/Dropbox/Resumos%20-%20Gheros/Aprovação%20PGE/DIREITO%20ADMINISTRATIVO/01%20-%20Introdução%20ao%20Direito%20Administrativo.docx%23_Toc68377971</p><p>file:///C:/Users/Usuario/APROVACAOPGE%20-%20DROPBOX/Dropbox/Resumos%20-%20Gheros/Aprovação%20PGE/DIREITO%20ADMINISTRATIVO/01%20-%20Introdução%20ao%20Direito%20Administrativo.docx%23_Toc68377972</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>11</p><p>A atuação da administração pública subordina-</p><p>se à lei, de modo que o agente público somente</p><p>poderá fazer o que proclama a lei</p><p>Vigora a autonomia privada. Por isso, o particular</p><p>pode fazer tudo aquilo que a lei não proibir.</p><p>Só deve deixar de fazer se estiver expressamente</p><p>proibido em lei.</p><p>Note a flagrante diferença entre os regimes jurídicos de direito público e direito privado, posto que,</p><p>neste último é possível realizar tudo o que a lei não proíbe, ao passo que, no primeiro, o administrador</p><p>somente pode atuar mediante previa autorização legal.</p><p>Já caiu em prova e foi considerada correta a seguinte assertiva: A legalidade administrativa é diferente da</p><p>legalidade civil, uma vez que aquela dita o limite da atuação do administrador público, conforme imposto pela</p><p>lei e esta permite ao particular aquilo que a lei não proíbe.</p><p>Já caiu em prova e foi considerada incorreta a seguinte assertiva: Em consonância com o princípio da</p><p>legalidade, estatuído no artigo 37, caput, da CR/88, a Administração Pública pode fazer tudo o que a lei não</p><p>proíbe.</p><p>Comporta dois desdobramentos:</p><p>1. Supremacia da lei: A lei prevalece e tem preferência sobre os atos da Administração.</p><p>- Relaciona-se com a doutrina da NEGATIVE BINDUNG (VINCULAÇÃO NEGATIVA),</p><p>segundo a qual a lei representa uma limitação à vontade do Administrador.</p><p>2. Reserva de lei: o tratamento de certas matérias deve ser formalizado necessariamente pela legislação.</p><p>- Relaciona-se com a POSITIVE BINDUNG (VINCULAÇÃO POSITIVA), condiciona a</p><p>validade da atuação dos agentes públicos à prévia autorização legal.</p><p>* Atualmente, prevalece a ideia da vinculação positiva da Administração à lei, ou seja, a atuação do</p><p>administrador depende de prévia habilitação legal para ser legítima.</p><p>Considerações importantes:</p><p>• A legalidade deve ser reinterpretada a partir da constitucionalização do Direito Administrativo.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>12</p><p>• A legalidade encontra-se inserida no denominado PRINCÍPIO DA JURIDICIDADE, que exige a submissão</p><p>da atuação administrativa à lei e ao Direito => Exige-se compatibilidade com o BLOCO DE LEGALIDADE.</p><p>Pelo princípio da juridicidade, deve se respeitar, inclusive, a noção de legitimidade do Direito.</p><p>• Difere do princípio da legalidade na esfera privada (princípio da não contradição à lei).</p><p>Segundo Rafael Oliveira, a legalidade se desdobra em supremacia da lei - a lei prevalece e tem</p><p>preferência sobre os atos da Administração - e em reserva de lei - o tratamento de certas matérias deve ser</p><p>formalizado necessariamente pela legislação, excluindo a utilização de outros atos com caráter normativo.</p><p>ATENÇÃO AOS CONCEITOS:</p><p>I) Juridicidade: Compatibilidade com todo ordenamento jurídico;</p><p>II) Legalidade: Verificar se o ato se compatibiliza com as exigências formais ou padrões materiais da lei;</p><p>III) Legitimidade: É o ato que observa não só as formalidades prescritas ou não defesas em lei, mas se há</p><p>adequação aos princípios da boa administração, dentro de padrões razoáveis, morais e dos princípios</p><p>constitucionalmente reconhecidos.</p><p>IV) Economicidade: Foco no binômio custo/ benefício em face do meio utilizado para satisfação social,</p><p>junto ao controle de eficiência da gestão financeira, para atingir melhor índice de resultado.</p><p>O QUE É O PRINCÍPIO DA RESPONSIVIDADE?</p><p>Consoante entendimento de Diogo de Figueiredo, a responsividade é um dos princípios modernos que</p><p>norteia a atuação da Administração Pública. Determina que, ao atuar, a Administração não obedeça</p><p>apenas à legalidade, mas também à legitimidade e ao princípio democrático, ou seja, que atue de modo a</p><p>atender os anseios da população. É, então, inegavelmente, um dever jurídico autônomo dos agentes do</p><p>Poder Público para, ao perfazerem suas escolhas discricionárias, observarem as demandas da sociedade.</p><p>→ Há exceções ao princípio da legalidade administrativa?</p><p>Segundo o Prof. Celso Antônio Bandeira de Melo (Curso de Direito Administrativo, 26ª Ed., pág. 105 e</p><p>126-136), é possível apontar três restrições excepcionais ao princípio da legalidade:</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>13</p><p>a) Estado de defesa;</p><p>b) Estado de sítio e</p><p>c) Medida provisória.</p><p>Nesses três casos, deve a Administração atuar, mesmo que não haja lei regulamentando sua atuação,</p><p>o que revela a mitigação da obrigatoriedade do princípio da legalidade.</p><p>2.3.2. Princípio da impessoalidade</p><p>Pelo princípio da impessoalidade, a atuação da administração pública deve ser imparcial, não visando</p><p>beneficiar ou prejudicar pessoa determinada, tendo em vista que a sua atuação está voltada à busca do</p><p>interesse público em geral.</p><p>Obs.: Para o professor Hely Lopes Meirelles (doutrina minoritária), o princípio da impessoalidade</p><p>nada</p><p>mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para</p><p>atingir o objetivo indicado expressa ou virtualmente pela norma de direito, de forma impessoal.</p><p>Reflete a necessidade de uma atuação que não discrimina as pessoas, seja para benefício ou para</p><p>prejuízo. Possui duas acepções:</p><p>i. Igualdade ou isonomia: A Administração deve dispensar tratamento impessoal e isonômico aos</p><p>particulares para atender a finalidade pública. Ex.: realização de concurso público é uma forma de</p><p>observar o princípio da igualdade ou isonomia e princípio republicano*.</p><p>*APROFUNDANDO: Desde a edição da Constituição da República Federativa do Brasil,</p><p>efetivou-se, dentro da ordem constitucional jurídica vigente, o princípio republicano, que</p><p>consagra a igualdade de acesso aos cargos e empregos públicos a todos os brasileiros</p><p>natos e naturalizados, bem como aos estrangeiros na forma da lei, conforme dicção do</p><p>art. 37, I, da CRFB.</p><p>ii. Proibição de promoção pessoal: Vedação do exercício da máquina pública para atingir interesses</p><p>particulares.</p><p>Art. 37, § 1º, CF: A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos</p><p>órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social,</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>14</p><p>dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção</p><p>pessoal de autoridades ou servidores públicos.</p><p>JURISPRUDÊNCIA. STF. RE. 191668. Supremo entendeu que a inclusão de slogan de partido político na</p><p>publicidade dos atos governamentais também ofende o art. 37§1º da Constituição Federal.</p><p>OBSERVAÇÃO:</p><p>Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por</p><p>afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica</p><p>investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de</p><p>confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes</p><p>da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações</p><p>recíprocas, viola a Constituição Federal.</p><p>Segundo Odete Medauar, os princípios da impessoalidade, moralidade e publicidade tem ligação</p><p>profunda, mais que isso, há uma instrumentalização recíproca. Dessa forma, a impessoalidade é considerada</p><p>um meio para atuações dentro da moralidade, enquanto a publicidade vai dificultar medidas contrárias à</p><p>moralidade e impessoalidade, além da moralidade administrativa implicar observância da impessoalidade e</p><p>da publicidade.</p><p>A Lei nº 14.230/2021 passou a prever expressamente que a prática do nepotismo configura ato de</p><p>improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública:</p><p>Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os</p><p>princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres</p><p>de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das</p><p>seguintes condutas: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)</p><p>(...)</p><p>XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por</p><p>afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor</p><p>da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou</p><p>assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda,</p><p>de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos</p><p>Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,</p><p>compreendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído pela Lei nº</p><p>14.230, de 2021)</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>15</p><p>2.3.3. Princípio da moralidade</p><p>Atuação segundo padrões éticos de probidade e decoro. Exige honestidade, lealdade, boa-fé de conduta</p><p>no exercício da função administrativa. Não se confunde com a “moral social”.</p><p>O princípio da moralidade traduz a ideia de honestidade, obediência a princípios éticos, boa-fé,</p><p>lealdade, boa administração, correção de atitudes. É diferente da moralidade comum (certo e errado do</p><p>convívio social) por ser mais rígida, exigindo a correção de atitudes e a boa administração. Trata-se, portanto,</p><p>da atuação segundo padrões éticos de probidade e decoro.</p><p>Nessa esteira, segundo Matheus Carvalho (Manual de D. Administrativo, 2014), “trata-se de princípio</p><p>que exige a honestidade, legalidade, boa-fé de conduta no exercício da função administrativa, ou seja, a</p><p>atuação não corrupta dos gestores públicos, ao tratar com a coisa de titularidade do Estado”.</p><p>Odete Medauar aponta que a ação popular é um dos instrumentos constitucionais para sancionar a</p><p>inobservância da moralidade, uma vez que pode ser proposta por qualquer cidadão para anular ato lesivo à</p><p>moralidade administrativa.</p><p>→ A prática do nepotismo na Administração Pública viola o princípio da moralidade?</p><p>R.: De acordo com o STF, nepotismo significa “proteção”, “apadrinhamento”, que é dado pelo superior para</p><p>um cônjuge, companheiro ou parente seu, contratado para o cargo ou designado para a função em virtude</p><p>desse vínculo. Isso ofende a moralidade. Ressalta-se que o nepotismo é vedado em qualquer dos Poderes da</p><p>República por força dos princípios constitucionais da impessoalidade, eficiência, igualdade e moralidade,</p><p>independentemente de previsão expressa em diploma legislativo. Assim, o nepotismo não exige a edição de</p><p>uma lei formal proibindo a sua prática, uma vez que tal vedação decorre diretamente dos princípios contidos</p><p>no art. 37, caput, da CF/88 (STF Rcl 6.70+2/PR-MC-Ag)</p><p>No entanto, o STF tem afastado a aplicação da SV 13 (que veda o nepotismo) a cargos públicos de</p><p>natureza política. Assim, a jurisprudência do STF, em regra, tem excepcionado a regra sumulada e garantido</p><p>a permanência de parentes de autoridades públicas em cargos políticos, sob o fundamento de que tal prática</p><p>não configura nepotismo.</p><p>Exceção: poderá ficar caracterizado o nepotismo mesmo em se tratando de cargo político em 2 casos:</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>16</p><p>1) Caso fique demonstrada a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação por manifesta ausência de</p><p>qualificação técnica ou inidoneidade moral do nomeado. STF. 1ª Turma. Rcl 28024 AgR, Rel. Min.</p><p>Roberto Barroso, julgado em 29/05/2018.</p><p>2) Em casos de fraude à lei.</p><p>Súmula vinculante 13-STF: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em</p><p>linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade</p><p>nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção,</p><p>chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança</p><p>ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta em</p><p>qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios,</p><p>compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição</p><p>Federal. (MUITO IMPORTANTE!)</p><p>A Lei nº 14.230/2021 passou a prever expressamente que a prática do nepotismo configura ato de</p><p>improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública:</p><p>Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os</p><p>princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres</p><p>de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das</p><p>seguintes condutas: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)</p><p>(...)</p><p>XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por</p><p>afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante</p><p>ou de servidor</p><p>da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou</p><p>assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda,</p><p>de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos</p><p>Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,</p><p>compreendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído pela Lei nº</p><p>14.230, de 2021)</p><p>Todavia, o art. 11, § 5º, da Lei 8.429/92, estabelece que não se configurará improbidade a mera nomeação</p><p>ou indicação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sendo necessária a aferição de dolo</p><p>com finalidade ilícita por parte do agente.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>17</p><p>Dissecando a Súmula Vinculante 13 e o dispositivo legal (art. 11, inciso XI, da Lei nº 8.429/92) para facilitar</p><p>a memorização:</p><p>→ Quem não pode ser nomeado?</p><p>R: Cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive,</p><p>da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou</p><p>assessoramento</p><p>▪ Cônjuge,</p><p>▪ Companheiro</p><p>▪ Parente em linha reta,</p><p>▪ Parente colateral até o 3ª grau, inclusive</p><p>▪ Parente por afinidade até o 3º grau, inclusive</p><p>➢ da autoridade nomeante ou</p><p>➢ de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia</p><p>ou assessoramento</p><p>→ Não pode ser nomeado para o que?</p><p>R.: Para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração</p><p>Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios,</p><p>compreendido o ajuste mediante designações recíprocas viola a Constituição Federal</p><p>▪ Cargo em comissão</p><p>▪ Cargo em confiança</p><p>▪ Função gratificada</p><p>Vamos relembrar...</p><p>CARGO EM COMISSÃO CARGO EM CONFIANÇA ou FUNÇÃO DE</p><p>CONFIANÇA</p><p>Cargo baseado na confiança, de livre</p><p>nomeação e livre exoneração</p><p>Cargo também baseado na confiança,</p><p>para atividades de direção, chefia e</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>18</p><p>(exoneração ad nutum), para</p><p>atividades de direção, chefia e</p><p>assessoramento. Pode ser ocupado por</p><p>qualquer pessoa, mas deve ser</p><p>guardado um percentual para quem já</p><p>é de carreira.</p><p>assessoramento. No entanto, somente</p><p>quem ocupa cargo efetivo pode ser</p><p>nomeado.</p><p>CF, Art. 37, V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes</p><p>de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira</p><p>nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às</p><p>atribuições de direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 19, de 1998)</p><p>→ E o nepotismo cruzado? Também é vedado?</p><p>A parte final da súmula proíbe o nepotismo no ajuste, mediante redesignações recíprocas. Não pode na</p><p>mesma pessoa jurídica, mas também não pode trocar de parentes, não pode nepotismo cruzado.</p><p>A União concede um cargo comissionado para um primo do governador, e o governador para um irmão do</p><p>presidente. Redesignações recíprocas é o nepotismo cruzado, o que é vedado.</p><p>Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte afirmativa: O acordo de designações reciprocas, a</p><p>despeito de ser prática socialmente reprovada, não chega a constituir violação aos princípios da moralidade,</p><p>impessoalidade, eficiência e isonomia.</p><p>2.3.4. Princípio da publicidade</p><p>Impõe a divulgação e exteriorização dos atos do poder público, guardando relação com o princípio</p><p>democrático, ao possibilitar o controle social sobre os atos públicos. Em outras palavras: a atuação da</p><p>Administração pública deve ser sempre o mais transparente possível!</p><p>Inclusive, atualmente, nos moldes da LIA – Lei de Improbidade Administrativa, constitui-se em ato de</p><p>improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública, negar publicidade</p><p>aos atos oficiais.</p><p>Ressalta-se ainda que a publicidade também representa condição de eficácia dos atos administrativos,</p><p>de modo que estes só começam a produzir efeitos a partir de sua publicidade. Assim, enquanto o ato não é</p><p>publicado, o particular não toma conhecimento deste, e sem tomar ciência, não pode praticar e/ou observá-</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>19</p><p>lo. Logo, não tem capacidade de ser eficiente, daí porque se fala que a publicidade é um pressuposto de</p><p>eficácia.</p><p>Requisito de eficácia dos atos administrativos = capacidade de produção de seus efeitos</p><p>É possível restringir a publicidade em casos excepcionais, conforme Artigo 5º, LX, CF:</p><p>“Artigo 5º, CF:</p><p>“LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa</p><p>da intimidade ou o interesse social o exigirem”.</p><p>X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,</p><p>assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua</p><p>violação;</p><p>XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse</p><p>particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob</p><p>pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à</p><p>segurança da sociedade e do Estado;</p><p>Frise-se que a Lei nº 12. 527/11 (Lei de Acesso à informação) prevê a possibilidade de restrição ao</p><p>fornecimento de informações, se imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado.</p><p>Ainda segundo a Lei de Acesso à Informação, os prazos máximos de restrição de acesso à informação,</p><p>conforme a classificação, são os seguintes:</p><p>• Ultrassecreta: 25 anos;</p><p>• Secreta: 15 anos;</p><p>• Reservada: 5 anos.</p><p>Por fim, com fundamento no princípio da publicidade, o STF decidiu ser legítima a possibilidade de</p><p>divulgação de vencimentos dos servidores públicos com relação nominal. Veja:</p><p>• STF (Info 782): É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração</p><p>Pública, dos nomes de seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens</p><p>http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%25C3%25A7%25C3%25A3o-federal-de-1988</p><p>http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/128510890/constitui%25C3%25A7%25C3%25A3o-federal-constitui%25C3%25A7%25C3%25A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>20</p><p>pecuniárias. A divulgação dos vencimentos dos servidores, a ser realizada oficialmente, constitui</p><p>informação de interesse público que não viola a intimidade e a segurança deles, uma vez que esses</p><p>dados dizem respeito a agentes públicos em exercício nessa qualidade.</p><p>• A publicidade tem grande abrangência, não só pela divulgação oficial, mas também para</p><p>conhecimento e fiscalização interna de seus agentes.</p><p>• Instrumentos: habeas data (art. 5º, LXXII, CF); direito à informação (art. 5º, XXXIII, CF); certidões</p><p>(art. 5º, XXXIV, ‘b’, CF).</p><p>• A publicidade também é apontada pela doutrina como requisito de eficácia dos atos</p><p>administrativos.</p><p>• Enunciado 15 da I Jornada de Direito Administrativo CJF/STJ: A administração pública promoverá a</p><p>publicidade das arbitragens da qual seja parte, nos termos da Lei de Acesso à Informação.</p><p>Mazza afirma que a publicidade dos atos administrativos tem a finalidade de: exteriorizar a vontade da</p><p>Administração Pública divulgando seu conteúdo para conhecimento público; presumir o conhecimento do ato</p><p>pelos interessados; tornar exigível o conteúdo do ato; desencadear a produção de efeitos do ato</p><p>administrativo; dar início ao prazo para interposição de recursos; indicar a fluência dos prazos de prescrição e</p><p>decadência;</p><p>impedir a alegação de ignorância quanto ao conteúdo do ato, e; permitir o controle de legalidade</p><p>do comportamento.</p><p>2.3.5. Princípio da eficiência</p><p>Inserido pela EC 19/98, para substituir a Administração Pública burocrática pela gerencial, tendo em</p><p>vista a necessidade de efetivação célere das finalidades públicas elencadas no ordenamento jurídico.</p><p>Relacionada com a necessidade de efetivação célere das finalidades públicas elencadas no</p><p>ordenamento jurídico.</p><p>Nesse sentido, o princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza,</p><p>perfeição e rendimento funcional, sua aplicação orienta e serve de fundamento para a construção de uma</p><p>concepção de Administração Pública Gerencial.</p><p>A eficiência ganhou roupagem de direito expresso, mas ela já era exigida como princípio implícito e já</p><p>existia de forma expressa no art. 6º da lei 8987/95, que trata de serviço público. Esse art. 6º traz o conceito</p><p>de serviço adequado, exigindo a eficiência. Vejamos:</p><p>Art. 6º - Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado</p><p>ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas</p><p>pertinentes e no respectivo contrato.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>21</p><p>§1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,</p><p>eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e</p><p>modicidade das tarifas.</p><p>De acordo com Rafael Oliveira, a concretização dos resultados, sempre que possível, deve ser realizada</p><p>através de processo político-participativo: planejamento - planos de ação, orçamento e prioridades, com</p><p>destaque para participação da população por meio de audiências e consultas públicas; execução - medidas</p><p>concretas para satisfação dos resultados previamente delimitados, e; controle - os órgãos controladores não</p><p>devem se restringir à legalidade formal na análise da juridicidade da ação administrativa, devendo levar em</p><p>consideração os demais princípios e o alcance dos resultados esperados.</p><p>A concretização dos resultados deve ser realizada por:</p><p>Planejamento Execução Controle</p><p>plano de ação, orçamento e</p><p>prioridades</p><p>medidas concretas para</p><p>satisfação dos resultados</p><p>órgãos controladores não devem</p><p>se restringir à legalidade formal</p><p>na análise da juridicidade da ação</p><p>administrativa, devendo levar em</p><p>conta os demais princípios e</p><p>alcance dos resultados.</p><p>OBSERVAÇÃO: trata-se de norma de aplicabilidade imediata.</p><p>- Exemplo de aplicação: avaliação periódica de desempenho dos servidores públicos (Art. 41, CF):</p><p> avaliação especial de desempenho - art. 41, §4º, “como condição para aquisição da estabilidade, é</p><p>obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para esse fim”.</p><p> avaliação periódica de desempenho - art. 41, III, da CF “mediante procedimento de avaliação periódica</p><p>de desempenho, na forma da lei complementar, assegurada ampla defesa”.</p><p> regra limitadora com gastos de pessoal (art. 169, CF).</p><p>Já caiu em prova e foi considerada CORRETA a seguinte assertiva: Tanto o modo de atuação do agente público</p><p>quanto o modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, a fim de alcançar os melhores</p><p>resultados, são aspectos a serem considerados na definição do princípio da eficiência</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>22</p><p>3. Agentes Públicos</p><p>“A expressão agente público é bastante ampla, para determinar, de forma específica, os sujeitos que</p><p>exercem funções públicas. Assim qualquer pessoa que age em nome do Estado é agente público,</p><p>independentemente de vínculo jurídico, ainda que atue sem remuneração e transitoriamente.” (CARVALHO,</p><p>2017, p. 769).</p><p>Art. 2º da Lei nº 8.429/92: Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo</p><p>aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,</p><p>nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou</p><p>vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo</p><p>anterior.</p><p>Art. 327 do Código Penal: Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,</p><p>quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou</p><p>função pública.</p><p>Segundo Uadi Lammêgo Bulos, agente público é toda pessoa física, investida numa função de Estado,</p><p>incumbida de prestar serviços ao Poder Público. Por meio dos agentes públicos, o Estado encontra quem</p><p>exprima a sua vontade.</p><p>Podem se dividir em:</p><p>3.1. Agentes Políticos</p><p>Agentes públicos que atuam no exercício da função política de Estado. São servidores estatutários, que</p><p>NÃO possuem vínculo contratual com o Estado. Seriam os detentores de mandato eletivo, secretários e</p><p>Ministros de Estado.</p><p>Quanto aos Membros dos Tribunais de Contas, o STF já se manifestou no sentido de enquadrá-los como</p><p>AGENTES ADMINISTRATIVOS, e não como agentes políticos, razão pela qual incidiria a Súmula Vinculante 13</p><p>STF (Vedação ao nepotismo).</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>23</p><p>3.2. Particulares Em Colaboração Com O Poder Público</p><p>Todos aqueles que, sem perder a qualidade de particulares, atuam em nome do Estado, mesmo em</p><p>caráter temporário ou ocasional. Se dividem em:</p><p>I. DESIGNADOS: Todos aqueles que atuam em virtude de convocação efetivada pelo Poder Público. Ex:</p><p>Mesários, jurados...</p><p>Segundo Hely Lopes, são chamados AGENTES HONORÍFICOS.</p><p>II. VOLUNTÁRIOS: Atuam voluntariamente em repartições, escolas, hospitais públicos.</p><p>III. Delegados: Atuam na prestação do serviço público mediante delegação do Estado. Ex: Titulares de</p><p>serventias de cartórios, concessionários e permissionários de serviços públicos.</p><p>IV. Credenciados: Atuam em nome do Estado em virtude de convênios celebrados com o Poder Público.</p><p>Ex: Médicos privados em convênio com o SUS.</p><p>3.3. Servidores Estatais (Agentes Administrativos)</p><p>Possuem vínculo com o Estado, no exercício da função administrativa, podendo ser:</p><p>3.3.1 Servidores Temporários</p><p>Contratados para atendimento, em caráter excepcional, de necessidades NÃO permanentes dos órgãos</p><p>públicos, devendo cumprir os seguintes requisitos:</p><p>• SERVIÇO TEMPORÁRIO, definido por lei específica, que deve especificar suas características, limite</p><p>máximo de duração e o regime dos servidores;</p><p>• INTERESSE PÚBLICO, devidamente justificado pela autoridade pública responsável pela contratação;</p><p>• EXCEPCIONALIDADE DA CONTRATAÇÃO, sendo o prazo de duração do contrato determinado pela lei</p><p>específica que regulamenta as contratações na esfera de cada ente federativo e deve ser definido no</p><p>contrato celebrado com o ente estatal.</p><p>➢ A contratação SEMPRE depende de lei específica que a regulamente.</p><p>➢ Esses servidores NÃO são celetistas, possuindo regime especial de direito administrativo, que</p><p>decorre da lei específica que justifica e ampara a sua contratação, sendo de competência a Justiça</p><p>Comum para julgar.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>24</p><p>ATENÇÃO ÀS DISPOSIÇÕES DA EC 106/20!</p><p>Art. 37, CF/88. (...)</p><p>IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender</p><p>a necessidade temporária de excepcional interesse público; (Vide Emenda</p><p>constitucional nº 106, de 2020)</p><p>Art. 2º Com o propósito exclusivo de enfrentamento do contexto da calamidade e de</p><p>seus efeitos sociais e econômicos, no seu período de duração, o Poder Executivo</p><p>federal, no âmbito de suas competências, poderá adotar processos simplificados de</p><p>contratação de pessoal, em caráter temporário e emergencial, e de obras, serviços e</p><p>compras que assegurem, quando possível, competição e igualdade de condições a</p><p>todos os concorrentes, dispensada a observância do § 1º do art. 169 da Constituição</p><p>Federal na contratação de que trata o inciso IX do caput do art. 37 da Constituição</p><p>Federal, limitada a dispensa às situações de que trata o referido</p><p>inciso, sem prejuízo</p><p>da tutela dos órgãos de controle.</p><p>STF (Info 869): É compatível com a Constituição Federal a previsão legal que exija o</p><p>transcurso de 24 (vinte e quatro) meses, contados do término do contrato, antes de</p><p>nova admissão de professor temporário anteriormente contratado.</p><p>SERVIÇOS DE EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO (LEI 8.745/93):</p><p>• Serviços de assistência a situações de calamidade pública;</p><p>• Assistência a emergências em saúde pública;</p><p>• Recenseamento pelo IBGE;</p><p>• Admissão de professor substituto e professor visitante;</p><p>• Admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro.</p><p>OBSERVAÇÃO: CLASSIFICAÇÃO DE DI PIETRO</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc106.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc106.htm</p><p>file:///C:/Users/Constituicao.htm%23art169§1</p><p>file:///C:/Users/Constituicao.htm%23art169§1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art37ix</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art37ix</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>25</p><p>AGENTES POLÍTICOS: São pessoas que exercem atividades típicas de governo e exercem</p><p>mandatos, para qual foram eleitos, não incluem nessa classificação os membros dos Tribunais de</p><p>Contas, Juízes, membros do Ministério Público, os Advogados da Advocacia Geral da União, etc.</p><p>MILITARES: Pessoas físicas que prestem serviço às forças Armadas.</p><p>SERVIDORES: Em sentido amplo, as pessoas físicas que prestam serviço ao Estado e às entidades</p><p>da Administração indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres</p><p>públicos, compreendem:</p><p>• Servidores estatuários;</p><p>• Empregados públicos;</p><p>• Servidores temporários-contratados por tempo determinado para atender à</p><p>necessidade temporária de excepcional interesse público (art.37, IX, da CF/88).</p><p>Eles exercem funções, sem estarem vinculados a cargo ou empregos. É a mesma classificação de</p><p>Helly Lopes Meirelles de agente administrativo.</p><p>PARTICULARES EM COLABORAÇÃO: São pessoas físicas que prestam serviços ao Estado, sem</p><p>vínculo empregatício, com ou sem remuneração. Compreendem:</p><p>• Delegação do Poder Público. Ex: empregados de empresas concessionárias e</p><p>permissionárias de serviços públicos, os que exercem serviços notariais e de</p><p>registro(art.236 da CF/88) os leiloeiros, tradutores e interpretes públicos; eles exercem</p><p>funções e suas remunerações são pagas pelos terceiros usuários do serviço.</p><p>• Requisição, nomeação ou designação: é o exercício de funções relevantes como:</p><p>jurados, convocados para o serviço militar ou eleitoral, os comissários de menores, os</p><p>integrantes das comissões, grupos de trabalhos etc. Também não tem vínculo</p><p>empregatício e, em geral, não recebem remuneração.</p><p>• Gestores de negócio: são pessoas físicas que assumem espontaneamente determinada</p><p>função pública em momento de emergência e urgência, como epidemia, incêndio,</p><p>enchente, etc.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>26</p><p>3.3.2 Regime Jurídico Dos Servidores Efetivos:</p><p>A CF/88, quando publicada, instituiu a exigência de regime jurídico único para ingresso de pessoal nas</p><p>entidades da Administração direta, autárquica e fundacional, não se admitindo a contratação de empregados</p><p>pela CLT e a nomeação para assumir cargos estatutários ao mesmo tempo. Com isso, a maioria dos entes</p><p>federativos optou pelo regime estatutário, mas alguns Municípios optaram pelo celetista.</p><p>Com a EC 19/98, foi abolida a exigência de regime jurídico único da Administração Direta, autárquica</p><p>e fundacional, passando a se admitir a convivência de ambos os regimes jurídicos (estatutário + celetista).</p><p>Todavia, foi movida a ADI 2135, para declarar a inconstitucionalidade da EC 19/98, sob alegação de</p><p>incompatibilidade formal com a CF, sendo posteriormente concedida medida cautelar para suspender a nova</p><p>redação do art. 39 CF. Com isso, passou a ser admitido apenas um regime de servidores nos entes da</p><p>Administração direta, autárquica e fundacional.</p><p>Com isso, é obrigatório o regime jurídico único, o qual proíbe que, somente no âmbito da mesma esfera</p><p>de governo haja multiplicidade de regimes, podendo o ente optar entre o celetista ou estatutário. E todos os</p><p>servidores que ingressaram antes da ADI 2135 mantêm o seu vínculo inalterado.</p><p>O regime estatutário prevalece ao celetista, por garantir maior segurança e conforto aos servidores.</p><p>AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE E AGENTES DE COMBATE ÀS ENDEMIAS:</p><p>Existe a possibilidade de contratação de empregados sob o regime da CLT para os agentes comunitários</p><p>de saúde e de combate às endemias (art. 198, §4º CF) – É exceção ao regime estatutário vigente para os entes</p><p>de direito público da Administração Federal. Os agentes devem:</p><p>• Ser aprovados em processo seletivo público de provas ou de provas e títulos, conforme natureza e</p><p>complexidade de suas atribuições;</p><p>• Residir na área da comunidade em que atuar, desde a data de publicação do edital do processo seletivo</p><p>(só para agente de saúde, e não para o de endemia);</p><p>• Haver concluído curso introdutório de formação inicial e continuada;</p><p>• Haver concluído o ensino fundamental.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>27</p><p>3.3.3 Servidores Celetistas:</p><p>Salvo em casos excepcionais, esse tipo de contratação se limita aos entes de direito privado (empresas</p><p>estatais e fundações de direito privado).</p><p>Aprovados em concurso, assinam contrato de emprego.</p><p>Possuem vínculo permanente com o Estado, a prazo indeterminado, sendo aplicável a CLT e o RGPS, e</p><p>se submetem a algumas restrições dos servidores públicos em geral:</p><p>• Proibidos de acumular seus empregos com outros cargos ou empregos públicos, salvo permissivo</p><p>constitucional;</p><p>• Podem ser responsabilizados por improbidade administrativa;</p><p>• Seus atos de submetem a controle judicial pelos remédios constitucionais;</p><p>• Devem se submeter a concurso público;</p><p>• Salários submetidos ao limite constitucional aplicado aos servidores públicos em geral.</p><p>A Súmula 390, II do TST determina que não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/88 aos</p><p>empregados públicos, mesmo entendimento da doutrina majoritária, já que a estabilidade, segundo CF, só</p><p>poderá ser adquirida pelos detentores de cargo efetivo. O STF já se posicionou no sentido de que, não havendo</p><p>garantia da estabilidade, é prescindível a justificativa para dispensa dos empregados das empresas estatais, a</p><p>exceção da ETC que, segundo STF, goza de regime de Fazenda Pública, com todas as prerrogativas e limitações</p><p>inerentes ao regime jurídico administrativo.</p><p>STF (RE 589.998): Reconhece o dever de motivar os atos de dispensa dos</p><p>empregados das empresas estatais prestadoras de servido público, assegurando o</p><p>contraditório e a ampla defesa.</p><p>Características:</p><p>• Unicidade normativa: A União detém competência privativa para legislar sobre direito do trabalho.</p><p>Logo, lei estadual que proibiu dispensa sem justa causa de empresa estatal estadual é inconstitucional,</p><p>pela falta de competência do Estado para legislar sobre direito do trabalho.</p><p>• Vínculo contratual: Os empregados públicos assinam contrato de trabalho.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>28</p><p>• Competência para processo e julgamento da justiça do trabalho.</p><p>3.3.4 Servidores Estatutários:</p><p>Possuem vínculo permanente com a Administração, decorrente da Lei, de natureza profissional e prazo</p><p>indeterminado.</p><p>STF: NÃO há direito adquirido a regime jurídico. Logo, os direitos instituídos pelo</p><p>estatuto dos servidores público NÃO se incorporam ao patrimônio jurídico desses</p><p>agentes.</p><p>Características do regime estatutário:</p><p>• PLURALIDADE NORMATIVA: Cada ente federativo possui autonomia para disciplinar normas</p><p>estatutárias que regem os seus respectivos servidores, sendo a iniciativa das leis do chefe do executivo;</p><p>•</p><p>VÍNCULO LEGAL: NÃO há contrato de trabalho, mas termo de posse. A ausência de vínculo contratual,</p><p>segundo o STJ, demonstra a inexistência do direito à inalterabilidade da situação funcional, por</p><p>predominar o interesse público na relação estatutária.</p><p>• COMPETÊNCIA PARA PROCESSO E JULGAMENTO: Justiça comum.</p><p>REGIME ESPECIAL</p><p>Aplica-se aos agentes públicos contratados por tempo determinado (temporários), com fundamento no art.</p><p>37, IX, da CRFB. Sendo norma de eficácia limitada, fica a cargo do legislador estabelecer os casos de contratação</p><p>por prazo determinado. Em razão da autonomia federativa, compete a cada ente federado legislar sobre a</p><p>matéria.</p><p>Os agentes temporários são contratados pela Administração Pública para exercer funções públicas em caráter</p><p>temporário e excepcional, mas não ocupam cargos ou empregos públicos.</p><p>NÃO se exige a realização de concurso público.</p><p>REQUISITOS:</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>29</p><p>a Existência de lei regulamentadora com a previsão dos casos de contratação temporária;</p><p>b Prazo determinado de contratação (a legislação deve estipular os prazos);</p><p>c Necessidade temporária (NÃO é possível utilizar a contratação para o exercício de funções burocráticas</p><p>ordinárias e permanentes);</p><p>d Excepcional interesse público (a contratação deve ser precedida de motivação que demonstre de maneira</p><p>irrefutável o excepcional interesse público);</p><p>e Pluralidade normativa, já que cada ente federado pode legislar autonomamente sobre as hipóteses de</p><p>contratação temporária e estabelecer os respectivos procedimentos;</p><p>f Vínculo contratual: celetista;</p><p>g Competência para processo e julgamento: Justiça comum, tendo em vista o caráter jurídico-administrativo do</p><p>agente, conforme entendeu o STF (embora o tema suscite divergências doutrinárias).</p><p>O plenário do STF declarou inconstitucionalidade de leis estaduais e municipais que tratavam da contratação</p><p>temporária de servidores com hipóteses abrangentes e genéricas de contratações temporárias de concursos</p><p>públicos e sem especificação da contingência fática que evidencie situação de emergência.</p><p>ATENÇÃO: FUNÇÃO DE CONFIANÇA X CARGO EM COMISSÃO</p><p>Função de Confiança: É uma função sem cargo, função isolada dentro do serviço público, somente podendo</p><p>ser exercida por quem já esteja investido em cargo efetivo;</p><p>Cargo em Comissão: É o cargo comissionado, também podendo ser exercido por servidores de cargo efetivo.</p><p>Cada entidade deverá estabelecer, por lei, um percentual mínimo de cargos em comissão que</p><p>necessariamente serão preenchidos por servidores efetivos.</p><p>É possível atribuir cargo em comissão ao servidor ocupante de outro cargo em comissão, desde que de forma</p><p>interina, caso em que o sujeito receberá apenas a maior remuneração.</p><p>4. Requisitos de ingresso no serviço público</p><p>É imprescindível a previsão legal de todos os requisitos necessários à investidura no cargo e no</p><p>emprego, sendo VEDADA a criação de novos requisitos por mera previsão no edital do concurso.</p><p>É possível dividir os requisitos em duas espécies:</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>30</p><p>• REQUISITOS DE INSCRIÇÃO: EXIGÊNCIAS PARA PARTICIPAÇÃO NO CERTAME;</p><p>• REQUISITOS: RELACIONAM-SE DIRETAMENTE COM A FUNÇÃO A SER DESEMPENHADA.</p><p>STF e STJ exigem a comprovação do requisito temporal de três anos de atividade</p><p>jurídica para ingresso no momento da inscrição no certame, e não da data da posse.</p><p>4.1 Ampla Acessibilidade</p><p>Devem ser acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos previstos em lei e aos estrangeiros,</p><p>na forma da legislação aplicável, em atenção ao princípio da isonomia.</p><p>A CF prevê alguns casos que só podem ser preenchidos por brasileiros natos (art. 13, §3º).</p><p>Quanto ao acesso aos cargos públicos por estrangeiros, a CF limita às hipóteses definidas em lei</p><p>específica, sendo norma de eficácia limitada, dependendo de regulamentação para produzir efeitos, não</p><p>sendo autoaplicável.</p><p>4.2 Concurso Público</p><p>Assegura a impessoalidade, moralidade e isonomia no acesso a cargos públicos.</p><p>É o processo administrativo pelo qual a Administração Pública seleciona o melhor candidato para</p><p>integrar os cargos e empregos públicos.</p><p>NÃO se admite no Brasil a escolha de candidatos unicamente com base em concurso de títulos</p><p>(violação à impessoalidade e isonomia).</p><p>NÃO se admite qualquer espécie de provimento derivado que permita ao servidor assumir cargo em</p><p>outra carreira que não aquele em que foi regularmente investido por concurso => VIDE SÚMULA 685 STF.</p><p>SÚMULA 231 TCU: A exigência de concurso público para admissão de pessoal se estende a</p><p>toda a Administração Indireta, nela compreendidas as Autarquias, as Fundações instituídas</p><p>e mantidas pelo Poder Público, as Sociedades de Economia Mista, as Empresas Públicas e,</p><p>ainda, as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, mesmo que</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>31</p><p>visem a objetivos estritamente econômicos, em regime de competitividade com a iniciativa</p><p>privada.</p><p>NÃO se admitem os concursos internos, pelos quais antigos servidores assumem cargos em nova</p><p>carreira que não guardam conformidade com a carreira na qual o servidor ingressou mediante concurso.</p><p>EXCEÇÕES AO CONCURSO PÚBLICO:</p><p>• Cargos em comissão;</p><p>• Servidores temporários;</p><p>• Cargos eletivos;</p><p>• Ex-combatentes – Desde que tenham participado efetivamente da II Guerra Mundial, conforme art.</p><p>53, I ADCT;</p><p>• Agentes comunitários de saúde e de combate às endemias – Processo seletivo simplificado;</p><p>• Nomeação direta para Ministro de Tribunais de Contas, STF, STJ e demais Tribunais Superiores;</p><p>• Dirigentes das empresas estatais – Por serem detentores de cargo em comissão, NÃO dependem de</p><p>concurso para a sua nomeação;</p><p>• Empresas estatais – A doutrina admite a contratação direta, sem necessidade de concurso, em</p><p>situações excepcionais, para a contratação de profissionais qualificados em determinados ramos de</p><p>atividade de interesse da entidade;</p><p>• OAB.</p><p>4.2.1 Regras Definidas Pelo Edital:</p><p>A. PRAZO DE VIGÊNCIA</p><p>O prazo de validade do concurso é de até 02 anos. Admitindo-se uma única prorrogação, por igual</p><p>período. O prazo inicia a partir da publicação da homologação do resultado final do concurso público.</p><p>Cabe ao Administrador definir se há interesse na prorrogação, com base nos critérios de oportunidade</p><p>e conveniência (discricionário), devendo eventual prorrogação ocorrer antes do término de vigência originário,</p><p>sob pena de se tornar impossível. => A prorrogação insere-se na discricionariedade, mas a possibilidade de</p><p>prorrogação deve constar expressamente da lei ou edital, sob pena de o certame ser improrrogável.</p><p>Não há óbice à investidura do candidato após o prazo de validade do concurso, por força de decisão</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>32</p><p>judicial, se a propositura da ação, com o objetivo de discutir essa questão, tenha ocorrido durante o prazo de</p><p>validade. Segundo o STJ, o término do prazo de validade do concurso NÃO enseja a perda do objeto da ação</p><p>ajuizada com a finalidade de sanar ilegalidade consistente na quebra da ordem classificatória, sob pena de o</p><p>candidato lesado ser punido pela demora na prestação jurisdicional.</p><p>Os aprovados em concurso em andamento terão prioridade sobre novos concursados, não havendo</p><p>óbice à instauração de novo concurso durante o período de validade do certame anterior.</p><p>B. ALTERAÇÃO DE DISPOSIÇÕES EDITALÍCIAS:</p><p>O edital é ato administrativo discricionário expedido pela Administração, devendo se adequar à Lei e</p><p>os princípios constitucionais aplicados à atuação do Estado.</p><p>O edital NÃO pode estipular regras e requisitos de ingresso que extrapolem as reais necessidades</p><p>daquele cargo ou emprego, sob pena de violar a isonomia, impessoalidade e moralidade administrativa.</p><p>PRINCÍPIO DE VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO</p><p>CONVOCATÓRIO: Uma vez publicado o edital, seus termos</p><p>vinculam aqueles que pretendem participar do certame, assim como a própria Administração.</p><p>STF: Veda a modificação editalícia que não seja embasada em alteração legislativa e,</p><p>ainda assim, restringe a modificação do edital enquanto não concluído e</p><p>homologado o certame (impossibilidade de alteração do edital no curso do processo</p><p>de seleção).</p><p>C. CONTROLE JUDICIAL:</p><p>Por ser ato discricionário, o instrumento convocatório e concurso público não se sujeitam a controle</p><p>jurisdicional amplo, sendo possível a análise do Judiciário quanto à regularidade do certame e adequação dos</p><p>princípios constitucionais.</p><p>O Judiciário NÃO pode substituir a Banca Examinadora, definindo critérios de seleção, reavaliando</p><p>provas e notas atribuídas a candidatos, sob pena de adentrar no mérito da atuação discricionária da</p><p>Administração.</p><p>O edital NÃO pode definir critérios de escolha e requisitos de admissão que extrapolem a razoabilidade</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>33</p><p>e isonomia. Nesses casos, o STF admite o controle das regras do concurso, seja na elaboração de questões ou</p><p>na avaliação das respostas do candidato.</p><p>4.2.2 Nulidade Do Concurso</p><p>Caso o concurso possua alguma irregularidade, sua invalidação induz à invalidação da nomeação</p><p>efetiva ou da contratação feita.</p><p>Doutrina e jurisprudência NÃO admitem a aplicação da TEORIA DO FATO CONSUMADO, sendo</p><p>impossível convalidar procedimento irregular. Assim, o particular deverá ser afastado das suas funções e ser</p><p>declarada a nulidade de nomeação baseado no concurso irregularmente conduzido.</p><p>Teoria do funcionário de fato ou teoria da aparência – Os atos praticados pelo agente regularmente</p><p>investido, por estar revestido de legalidade aparente, devem ser mantidos para evitar prejuízo a terceiros,</p><p>embora NÃO permita a regularização do particular como servidor público, sendo mantida a nulidade da</p><p>nomeação.</p><p>A anulação da nomeação deve respeitar o devido processo legal em que se observe o contraditório e</p><p>ampla defesa.</p><p>José dos Santos Carvalho Filho: Defende a desnecessidade de garantia do contraditório e ampla defesa</p><p>se a anulação do certame ocorrer antes da investidura dos candidatos no cargo, desde que demonstradas as</p><p>irregularidades ocorridas no certame, somente garantindo a oitiva do interessado caso tenha sido empossado</p><p>no cargo. No entanto, o STJ garante a defesa ao particular, mesmo que a anulação do concurso público ocorra</p><p>antes do ato de nomeação dos candidatos.</p><p>A nulidade do ato de nomeação dos servidores NÃO pode justificar o não pagamento das remunerações</p><p>pelos serviços prestados efetivamente pelo agente, sob pena de enriquecimento sem causa do poder público.</p><p>STF: Se anulação de concurso público para a contratação de empregados, além da</p><p>remuneração pelos dias trabalhados, o agente faz jus ao saldo do FGTS.</p><p>4.2.3 Realização De Concurso Na Vigência Do Certame Anterior:</p><p>É admitida a realização de novo processo seletivo, desde que respeitada a ordem de preferência aos</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>34</p><p>candidatos aprovados no concurso anterior.</p><p>4.2.4 Direito Subjetivo À Nomeação</p><p>STF: Candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas</p><p>previamente definido no edital terá direito subjetivo à nomeação e à posse, sob pena</p><p>de omissão ilícita da administração.</p><p>Súmula 15 do STF: Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado</p><p>tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da</p><p>classificação.</p><p>STF (MS 31732 ED): Candidato aprovado em concurso público para formação de</p><p>cadastro reserva é mero detentor de expectativa de direito à nomeação.</p><p>a) Nacionalidade Brasileira</p><p>b) Gozo Dos Direitos Políticos</p><p>c) Quitações Com As Obrigações Militares E Eleitorais</p><p>d) Nível De Escolaridade Exigido Para O Cargo</p><p>A exigência da escolaridade deve ser determinada por meio de lei e deve ser compatível com as</p><p>funções a serem atribuídas aos servidores dos cargos a serem providos. O edital deve especificar claramente</p><p>a escolaridade mínima exigida para exercer as atividades naquele cargo público, dando ampla publicidade a</p><p>esta informação.</p><p>e) Aptidão Física E Mental Para O Exercício Das Funções Do Cargo</p><p>Portadores De Necessidades Especiais</p><p>A impossibilidade de ingresso na carreira por qualquer necessidade especial deve se justificar pelas</p><p>atribuições da carreira.</p><p>A Lei 8.112/90 reserva até 20% das vagas aos portadores de deficiência, desde que não impeça o</p><p>exercício da função do cargo.</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>35</p><p>STJ: O edital deve respeitar um percentual mínimo de 5% das vagas destinadas a</p><p>estes candidatos.</p><p>Limite De Idade</p><p>A Lei 8.112/90 estipula idade mínima de 18 anos para ingresso nos cargos públicos federais.</p><p>Súmula 683 STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima</p><p>em face do art. 7º, XXX da CF quando possa ser justificado pela natureza das</p><p>atribuições do cargo a ser preenchido. => Essa súmula deve ser ampliada para os</p><p>casos em relação a sexo, altura mínima e outras restrições.</p><p>STF: Somente a lei pode estabelecer os limites e requisitos para acesso aos cargos</p><p>públicos, não devendo ser substituída por mera regulamentação editalícia - Mesmo</p><p>diante de situações que justifiquem restrições de ingresso, estas regras devem ser</p><p>estipuladas por meio de lei, não sendo suficiente a disposição no edital.</p><p>Exame Psicotécnico</p><p>Para a realização do exame devem estar preenchidos os seguintes requisitos:</p><p>• Se houver lei em sentido material que expressamente autorize (vide súmula vinculante 44, stf – só por</p><p>lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público).</p><p>• Previsão em edital;</p><p>• Grau mínimo de objetividade e publicidade dos critérios que nortearão a avaliação psicológica.</p><p>4.3 Vedação Ao Nepotismo</p><p>É requisito negativo de acesso.</p><p>Súmula Vinculante 13 STF: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em</p><p>linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade</p><p>nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção,</p><p>RETA FINAL AFT</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>36</p><p>chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança</p><p>ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em</p><p>qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,</p><p>compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição</p><p>Federal.</p><p>Obs.: A súmula veda inclusive as designações recíprocas (nepotismo cruzado).</p><p>4.4 Direito De Vista E Revisão Das Provas</p><p>A Administração deve possibilitar o acesso à correção das questões constantes em provas de concursos</p><p>públicos, independente de previsão do direito em edital. No entanto, o STJ já exarou julgados no sentido de</p><p>que o recurso administrativo contra o gabarito das provas somente será possível se houver previsão em edital,</p><p>já que o edital seria a lei do concurso.</p><p>Provas discursivas: o controle judicial não pode reexaminar a conveniência e oportunidade dos</p><p>critérios adotados na valoração das respostas pela Banca. No entanto, isso não afasta o controle judicial,</p><p>inclusive com perícia. O Judiciário NÃO pode substituir a banca para atribuir a nota que entende correta, mas</p><p>apenas decidir pela desproporcionalidade ou ilegalidade da nota, caso em que, após invalidar a atuação da</p><p>banca, deverá o Judiciário oportunizar nova correção pelos examinadores, com atribuição de nova nota à</p><p>questão.</p><p>5. Estabilidade</p><p>A EFETIVIDADE é atributo do cargo público, definido por lei no momento de sua criação, sendo</p><p>requisito indispensável para a aquisição da estabilidade. Os cargos públicos estatutários podem ser:</p><p>• CARGOS EFETIVOS:</p>forma atua sem concorrência (Monopólio Estatal desse serviço) e o fato de a questão não explicitar o regime não concorrencial não a torna incompleta, porque isso já fica subentendido. CF, art. 25, § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. Art. 173, § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. O STF possui entendimento no sentido de que o art. 173, §2º, da CF, não se aplica às empresas públicas prestadoras de serviços públicos. Dessa afirmação, porém, não se pode inferir que a CF tenha garantido a estas entidades a isenção de custas processuais ou o privilégo do prazo em dobro para a interposição de recursos. (STF - RE 596729 SC, Relato)r: Min. Ricardo Lewandowski, Órgão Julgador: 1ª Turma, Julgamento: 19/10/2010, Publicação: 10/11/2010. LETRA A 25- FGV - 2022 - PC-AM - Escrivão de Polícia - 4ª Classe João tencionava ingressar na sociedade de economia mista federal WW e tinha dúvidas em relação à sua sujeição, ou não, ao teto remuneratório constitucional. Afinal, receava que uma remuneração elevada pudesse ser simplesmente “cortada” na parte que ultrapassasse o teto, reduzindo drasticamente o que iria receber. Ao procurar um advogado, foi-lhe informado corretamente que o teto remuneratório constitucional RETA FINAL AFT ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL 66 A) incide na integralidade da Administração Pública direta e indireta, incluindo a sociedade de economia mista WW. B) não incide, em hipótese alguma, nas sociedades de economia mista, desenvolvam, ou não, atividade econômica em sentido estrito. C) somente incide nas sociedades de economia mista que recebam recursos da União para pagamento de despesas de capital. D) somente incide nas sociedades de economia mista que recebam recursos da União para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. E) somente incide nas sociedades de economia mista que recebam recursos da União para pagamento de despesas de pessoal, de capital ou de custeio em geral. COMENTÁRIOS A, B, C, D e E – CF, Art. 37, § 9º - O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas DE PESSOAL ou de CUSTEIO EM GERAL. Art. 37, XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; LETRA D