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<p>A Evolução do Telefone e uma Nova Forma de Sociabilidade:</p><p>O Flash Mob</p><p>Por Giovana Azevedo Pampanelli</p><p>http://www.razonypalabra.org.mx/anteriores/n41/gazevedo.html</p><p>1. É razoável examinar Platão e a cerâmica conjuntamente para compreender o mundo grego, Descartes e o relógio mecânico conjuntamente para compreender a Europa nos séculos XVII e XVIII. Da mesma maneira, é razoável considerar o computador como um paradigma tecnológico para a ciência, filosofia e até a arte da geração vindoura (David Bolter)</p><p>1. Introdução</p><p>1. Os novos usos do telefone - com a massificação do celular - com a inserção de mensagens de texto – SMS: Short Message Service - como uma de suas funções, fez surgir uma sociabilidade até então nunca vista: o Flash Mob. Este fenômeno instaura um novo sentido do uso desde aparelho, fazendo aparecer em vários países as “multidões relâmpago”, ou como já dito, o Flash Mob. O telefone se torna aqui um importante objeto cultural para a realização deste fenômeno social.</p><p>1. Por meio da evolução material do telefone, este trabalho pretende apontar uma nova sociabilidade que emergiu sob o suporte do aspecto portátil do celular. A partir da história do telefone, podemos vislumbrar, sob a perspectiva da materialidade da comunicação, as afetações que um artefato técnico pode trazer a tona em uma determinada cultura.</p><p>1. Para embasar teoricamente o trabalho, usou-se os pensadores da Escola de Toronto: Harold Innis, Eric Havelock e Marshall McLuhan. Estes autores chamam atenção sobre o fato de que as tecnologias comunicacionais possuem o poder de transformar as culturas e as subjetividades.</p><p>1. Em primeiro lugar, Eric Havelock irá chamar atenção para os efeitos subjetivos das tecnologias comunicacionais, em especial a escrita, enfatizando seus estudos em torno da transformação do pensamento ocidental tendo origem na Grécia antiga.</p><p>Harold Innis, por sua vez, observa como a menor ou maior utilização de um meio pode acarretar a emergência ou a “destruição” de uma determinada cultura. Já McLuhan, vai mais além quando afirma que as tecnologias de comunicação afetam as subjetividades e as culturas com sua célebre frase: “o meio é a mensagem”.</p><p>Um pouco de história – O Telefone</p><p>1. ... Em 1878, entra em operação o primeiro telefone mecanizado através de um quadro de distribuição. Com este invento, o telefone poderia ser completamente explorado, visto que todo aparelho poderia ser conectado a qualquer outro... “O quadro telefônico de distribuição foi o sistema chave que fez do mundo um lugar notavelmente mais seguro e previsível”.</p><p>1. ... Em 1956, nasceu o primeiro telefone digital. O novo sistema podia carregar vinte e quatro sinais de voz ou 1.5 megabits de informação num par de fios padrão. A comunicação por telégrafo e telefone, através do modo digital, pôde ser usada em larga escala. Em 1980, mais da metade das ligações na América do Norte foram realizadas eletronicamente.</p><p>1. Ainda por volta de 1980, surgiram os primeiros telefones celulares. Eles pesavam de 3 a 10 quilos, consumiam muita bateria e tinham baixa qualidade de voz e, além disso, o sinal era analógico. Em 1992, estes aparelhos começam a ser substituídos pelas redes digitais e em 1997, nasce a tecnologia GSM (Global System for Móbile Communication). Mais recentemente, em 2001, os celulares começam um processo de hibridização incorporando em suas funções mensagens de texto, envio e recebimento de e-mails, etc. A terceira geração de celulares começa a chegar ao Brasil. O aparelho se destaca por ser um terminal multimídia e pela sua maior velocidade de transmissão de dados que pode chegar a 2 Mbps. A tecnologia permite transmitir imagens ao vivo, música, e TV no celular. Por isso, devem ser muito diferentes dos atuais: as telas são maiores, vão trazer pequenas câmeras de vídeo embutidas, fones de ouvido, saídas de áudio, terão browser com acesso à internet e correio eletrônico. Há também uma proposta de mudança de nome. Ao invés de serem chamados simplesmente de telefones celulares serão tratados como “comunicadores móveis”.</p><p>Novos usos do telefone e transformações culturais</p><p>1. Após nos situarmos sobre toda a trajetória do telefone, é importante sabermos que a história deste artefato técnico revela algumas e, porque não dizer várias, afetações e sensoralidades no humano totalmente novas. Isto é, a história do telefone nos mostra como uma materialidade influência no corpo e traz novos e diferentes sentidos culturais que são explicitados através de novas práticas sociais.</p><p>1. Para se entender melhor tal afirmação, basta voltarmos um pouco atrás na história e analisarmos o surgimento da escrita. Esta nova tecnologia trouxe o afastamento do corpo nos processos comunicacionais, uma vez que não era mais preciso a presença física para a efetivação da comunicação. A escrita possibilitou um distanciamento crítico do grupo e a emergência da experiência da individuação. Eric Havelock, por exemplo, irá apontar como a escrita teria conseguido iniciar um corte dentro da tradição oral poética homérica na sociedade grega do século quarto a.c., interessando-se especialmente pelos efeitos da nova mídia sobre a organização e expressão do pensamento. A premissa é que todo avanço tecnológico determina uma mudança no campo das mentalidades. Com o exercício da leitura, segundo o autor, percebemos a separação do conhecedor e do objeto conhecido.</p><p>1. Mais do que isso, Havelock revela que não foi por acaso que a filosofia surgiu na Grécia, mas sim por decorrência direta da introdução do alfabeto. O registro escrito libera a energia, antes gasta com memorização, para novas descobertas, favorecendo acúmulo do saber e a criação do pensamento conceitual. Neste cenário se dá o nascimento da prosa, que aparece como veículo adequado para o florescimento das ciências, tais como, medicina, historiografia, geografia, além das reflexões de Platão e Aristóteles. Como podemos ver, neste pensamento está implícita a idéia de que uma materialidade, ou seja, um artefato técnico, tem influência direta na cultura humana.</p><p>1. Como já foi dito anteriormente, nos primórdios do telefone, a comunicação era realizada através de fios e cabos. Os telefones eram fixos e se resumiam às residências particulares e aos estabelecimentos comerciais. Mesmo depois, com a introdução dos telefones públicos, ainda persistia a separação público-privado com a divisória acústica dos “orelhões” que têm a função de isolar o universo particular da conversa do espaço público. O advento do telefone celular fez implodir esta fronteira, visto que trouxe com ele a “Era da comunicação sem fio”, permitindo que as pessoas tivessem maior flexibilidade no ato da comunicação. Agora os usuários não precisam permanecer numa localização fixa, como a casa ou o trabalho. As tecnologias sem fio tornam os serviços de comunicação mais facilmente disponíveis, possibilitando o contato nos locais mais remotos e principalmente, permite o deslocamento no ato da conversa – podemos estar no telefone no carro, no ônibus, no metrô, na rua, fazendo compras em uma loja ou em um supermercado.</p><p>1. Graças ao aspecto cada vez mais portátil do celular, percebemos novas tendências no comportamento humano com reflexos marcantes na cultura. Por exemplo, para estabelecer um diálogo no telefone nos afastávamos do “mundo”, tínhamos que nos concentrar e as conversas possuíam até mesmo um caráter e um sentido íntimo e confidencial. Mais do que isso, quando uma nova tecnologia começa a fazer parte do nosso cotidiano, como os celulares, novos tempos são inventados. O mundo se torna menor e a nossa noção de distância é totalmente alterada.</p><p>1. Nos dias de hoje, a função do celular, diferente do telefone convencional, é de monitoramento e parece não mais haver a distinção tradicional privado/público. A comunicação se faz de forma rápida e a função principal é a de identificar a localização do usuário e a de trocar informações bem resumidas. O significado do telefone mudou, interferindo nos hábitos sociais.</p><p>1. Maria Isabel Mendes de Almeida e Kátia Maria de Almeida Tracy</p><p>35. A nível mais profundo, homens radicados nas próprias tradições religiosas podem compartilhar as suas experiências de oração, de contemplação, de fé e de compromisso, expressões e caminhos da busca do Absoluto. Este tipo de diálogo torna-se enriquecimento recíproco e cooperação fecunda, na promoção e preservação dos valores e dos ideais espirituais mais altos do homem. Isso leva naturalmente à comunicação recíproca das razões da própria fé e não se detém diante das diferenças, às vezes profundas, mas confia-se, com humildade e confiança, a Deus, "que é maior do que o nosso coração" (1Jo 3,20). O cristão tem, assim, a ocasião de oferecer ao outro a possibilidade de experimentar, de maneira existencial, os valores do Evangelho.</p><p>DIÁLOGO E MISSÃO</p><p>36. São múltiplas as relações entre diálogo e missão. Detenhamo-nos em alguns aspectos que no momento atual têm maior relevância, pelos desafios e pelos problemas postos ou pelas atitudes requeridas.</p><p>MISSÃO E CONVERSÃO</p><p>37. Para o Concílio Vaticano II, o anúncio missionário tem por fim a conversão: "Só assim os não-cristãos, a quem o Espírito Santo abrirá o coração, acreditarão, converter-se-ão livremente ao Senhor e aderirão sinceramente a ele..." (AG 13; CJC 787, parágrafo 2). No contexto do diálogo entre crentes de fé diversa, não se pode evitar uma reflexão sobre o caminho espiritual da conversão.</p><p>Na linguagem bíblica e cristã, a conversão é o retorno do coração contrito e arrependido a Deus, com o desejo de submeter-lhe mais generosamente a própria vida (cf. AG 13). Todos são chamados permanentemente a esta conversão. Neste processo, pode nascer a decisão de deixar uma situação espiritual ou religiosa anterior para dirigir-se a uma outra. Assim, por exemplo, de um amor particular, o coração pode abrir-se a uma caridade universal.</p><p>Todo autêntico apelo de Deus comporta sempre uma superação de si mesmo. Não há vida nova sem porte, como mostra a dinâmica do mistério pascal (cf. GS 22). E "qualquer conversão é obra da graça, na qual o homem se deve reencontrar plenamente a si mesmo" (RH 12).</p><p>38. Neste processo de conversão prevalece a lei suprema da consciência, porque "ninguém deve ser forçado a agir contra a sua consciência. E também ninguém deve ser impedido de atuar segundo ela, sobretudo em matéria religiosa" (DH 3).</p><p>39. Na perspectiva cristã, o agente principal da conversão não é o homem, mas o Espírito Santo. "É ele que impulsiona a anunciar o Evangelho, e que no íntimo da consciência faz acolher e compreender a palavra da salvação" (EN 75). É ele que guia o movimento dos corações e faz nascer o ato de fé em Jesus, o Senhor (cf. 1Cor 2,4). O cristão é um simples instrumento e colaborador de Deus (cf. 1 Cor 3,9).</p><p>40. Também no diálogo, o cristão alimenta normalmente no seu coração o desejo de partilhar a sua experiência de Cristo com o irmão de outra religião (cf. At 26,29; ES 46). É igualmente natural que o outro crente deseje algo semelhante.</p><p>O DIÁLOGO PARA A EDIFICAÇÃO DO REINO</p><p>41. Deus continua a reconciliar os homens consigo, mediante o Espírito. A Igreja confia na promessa que lhe foi feita por Cristo de que o Espírito a</p><p>guiará, na história, para a plenitude da verdade (cf. Jo 16,13). Por isso, vai ao encontro dos homens, dos povos e das suas culturas, consciente de que toda comunidade humana tem gérmens de bem e de verdade, e que Deus tem um projeto de amor para todas as nações (cf. At 17,26-27). A Igreja quer, pois, colaborar com todos para a realização deste projeto, valorizando assim todas as riquezas da sabedoria infinita e multiforme de Deus, e contribuindo para a evangelização da cultura (cf. EN 18-20).</p><p>42. "Voltamos também o nosso pensamento para todos os que reconhecem Deus e guardam nas suas tradições preciosos elementos religiosos e humanos, desejando que um diálogo franco nos leve a todos a receber com fidelidade os impulsos do Espírito e a segui-lo com entusiasmo.</p><p>Por nossa parte, o desejo de tal diálogo, guiado apenas pelo amor à verdade e com a necessária prudência, não exclui ninguém; nem aqueles que cultivam os altos valores do espírito humano, sem ainda conhecerem o seu autor; nem aqueles que se opõem à Igreja, e de várias maneiras a perseguem.</p><p>Como Deus Pai é o princípio e o fim de todos eles, todos somos chamados a ser irmãos. Por isso, chamados a esta mesma vocação humana e divina, podemos e devemos cooperar pacificamente, sem violência nem engano, na edificação do mundo na verdadeira paz" (GS 92; cf. Mensagem para o Dia Mundial da Paz, Paulo VI e João Paulo II).</p><p>43. O diálogo torna-se, assim, fonte de esperança e fator de comunhão na transformação recíproca. É o Espírito Santo que guia a realização do plano de Deus na história dos indivíduos e de toda a humanidade, até todos os filhos de Deus, dispersos pelo pecado, estarem reunidos na unidade (cf. Jo 11,52).</p><p>44. Só Deus conhece os tempos, ele a quem nada é impossível, e cujo misterioso e silencioso Espírito abre, às pessoas e aos povos, os caminhos do diálogo para superar as diferenças raciais, sociais e religiosas, e enriquecer-se reciprocamente. Eis, pois, o tempo da paciência de Deus, no qual atua a Igreja e todas as comunidades cristãs, porque ninguém pode obrigar Deus a agir mais depressa do que ele decidiu fazer.</p><p>Mas, perante a nova humanidade do terceiro milênio, possa a Igreja irradiar um cristianismo aberto, para esperar, na paciência, que desponte a semente lançada com lágrimas e com confiança (cf. Tt 5,7-8; Mc 4,26-30).</p><p>Solenidade de Pentecostes, 10 de junho de 1984</p><p>FRANCIS ARINZE</p><p>Pró-Presidente do Secretariado para os Não-Cristãos P. MARCELLO ZAGO, O.M.I.</p><p>Secretário</p><p>AULA 9 SOCIOLOGIA GERAL</p><p>SOCIEDADE GLOBAL</p><p>FATOS SOCIAIS CONTEMPORANEOS</p><p>Consequências da Primeira Guerra Mundial Juliana Bezerra - Professora de História</p><p>https://www.todamateria.com.br/consequencias-da-primeiraguerra-mundial/</p><p>Consequências da Segunda Guerra Mundial Juliana Bezerra -Professora de História</p><p>https://www.todamateria.com.br/consequencias-da-segundaguerra-mundial/</p><p>A Evolução do Telefone e uma Nova Forma de Sociabilidade:</p><p>O Flash Mob</p><p>Por Giovana Azevedo Pampanelli http://www.razonypalabra.org.mx/anteriores/n41/gazevedo.html 1</p><p>Gripe espanhola: 100 anos da mãe das pandemias</p><p>O vírus influenza causou a epidemia mais mortal da história — foram mais de 50 milhões de vítimas. Será que algo parecido pode se repetir?</p><p>Por Dra. Natalia Pasternak Taschner –</p><p>bióloga, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo https://saude.abril.com.br/blog/cientistas-explicam/gripeespanhola-100-anos-da-mae-das-pandemias/</p><p>COVID 19 – UM FATO SOCIAL INESPERADO</p><p>https://www.scielo.br/j/sant/a/gFZZnKvcB3YcdqVKPmxR5zs/?lan g=pt</p><p>Consequências da Primeira Guerra Mundial Juliana Bezerra - Professora de História</p><p>https://www.todamateria.com.br/consequencias-da-primeira-guerra-mundial/</p><p>· No dia 11 de novembro de 1918, a Primeira Guerra Mundial chegava ao fim. O governo alemão assinou a rendição, aceitando todas as imposições dos vitoriosos.</p><p>· Em seguida, os vencedores se reuniram em Versalhes, França, onde discutiram os termos do Tratado de Versalhes.</p><p>· Principais Consequências</p><p>· A Primeira Guerra Mundial deixou milhares de mortos, modificou o mapa europeu e modo de fazer a diplomacia.</p><p>· Perdas Humanas e Materiais</p><p>· A guerra provocou a morte de quase 13 milhões de mortos e deixou vinte milhões de feridos e mutilados.</p><p>· Nesse conflito foram empregadas armas poderosas: gases asfixiantes, canhões de longo alcance, metralhadoras, lança chamas, tanques, aviões e submarinos. Muitos foram usados pela primeira vez numa guerra.</p><p>· Mesmo os países vitoriosos haviam perdido grande parte de sua população masculina jovem e quem voltou da guerra estava mutilado ou com sérios problemas mentais. As perdas materiais também eram enormes e havia que reconstruir estradas, pontes, cidades inteiras.</p><p>· Começou um período de declínio da Europa, com os problemas sociais de desemprego, fome e miséria. A instabilidade política e social favoreceu o surgimento de regimes</p><p>totalitários.</p><p>· Diante deste quadro, as sociedades viviam apreensivas com a possibilidade de um novo conflito mundial de maiores proporções e consequências do que o primeiro, o que de fato aconteceu com a Segunda Guerra Mundial.</p><p>· Novos Países</p><p>· Quatro impérios que eram considerados sólidos antes de 1914 simplesmente desmoronaram: Alemão, AustroHúngaro, Russo e Otomano.</p><p>· Com o Tratado de Versalhes, dos escombros desses impérios surgiram novos países como Polônia, Checoslováquia, Iugoslávia, Áustria, Hungria, Estônia, Lituânia e Letônia.</p><p>· Já o Império Otomano viu suas fronteiras diminuírem. Surgiu o moderno estado da Turquia, que teve que reconhecer a independência da Armênia. Coube à França e à Inglaterra administrarem sob mandato os territórios da Síria, Líbano e Iraque.</p><p>Mapa da Europa em 1919</p><p>· Liga das Nações</p><p>· A criação da Liga das Nações, em janeiro de 1919, com sede em Genebra, Suíça, foi inspirada nas propostas de paz do presidente americano Woodrow Wilsoon.</p><p>· O objetivo era fazer com que as nações discutissem diplomaticamente seus problemas antes de entrar em guerra.</p><p>· Estados Unidos</p><p>· Os Estados Unidos foram os grandes vencedores do conflito.</p><p>· Comercializaram por mais de três anos com os Aliados, não viram seu território ser invadido pelos inimigos e ainda se tornavam credores das nações europeias.</p><p>· Suas indústrias não sofreriam a concorrência da Europa e suas perdas foram poucas se comparadas às dos sócios europeus.</p><p>· Por isso tudo, o país seguiria sua ascensão como potência mundial.</p><p>Acesse e assita o vídeo:</p><p>· A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL</p><p>· https://www.youtube.com/watch?v=schV7xTs ZPE</p><p>AULA 4</p><p>SOCIOLOGIA GERAL</p><p>II - VALORES E CONCEITOS BÁSICOS DA VIDA SOCIAL.</p><p>3. RELIGIÃO – VISÃO GERAL</p><p>Consenso Universal</p><p>A humanidade no seu conjunto admite com unanimidade a existência da divindade o que faz supor a veracidade do seu objeto, ou seja, a existência de Deus. De fato desde não há nenhum registro de uma sociedade ou civilização que tivesse sido do inicio ao fim totalmente ateia. Pelo contrário a Ciência da História das Religiões observa que em toda a parte se encontra a ideia de Deus sem poder verificar como ela se formou. Esta noção e fé num Ser Supremo é o fundamento da religião dos povos primitivos. A Escola evolucionista inglesa com Andrew Lary, a Escola etnológica católica com o W. Schmidt afirmam esta verdade. Todas as civilizações, todos os “ciclos culturais” dão testemunho deste fato. Mais recentemente, os habitantes da Terra do Fogo descobriram o seu segredo e confirmavam o que se conhecia de todos os povos africanos: Bantos, Hotentotes, Pigmeus e Australianos. Este mesmo deísmo se encontra em todas as civilizações históricas: China antiga, Assíria e Babilônia, raças Semíticas, Fenícias, Egipcíacas e IndoEuropeias. Os congressos de Etnologia e de História das religiões recolhem cada ano fatos novos e comprovativos. Também no campo intelectual, pode-se ver que todos os inventores das ciências positivistas adoravam a Deus.</p><p>A Religião Natural</p><p>Definição: Em geral Religião é o conjunto de deveres do homem para com Deus. Divide-se em religião natural e sobrenatural ou positiva. A primeira determina os deveres da criatura para com o Criador com o auxílio da razão. A segunda inspira-se, nas luzes da fé e da revelação.</p><p>Religião natural: Conjunto dos atos pelos quais cumprimos os nossos deveres para com Deus constitui o culto. Este é interno, externo e público.</p><p>Culto interno: a oração que é elevação da alma para Deus a fim de o adorar, render-lhe graças e solicitar o seu perdão e a sua assistência. Culto externo: manifestação exterior dos sentimentos interiores por meio de sinais sensíveis, tais como as palavras, os gestos e as atitudes. Culto público: O culto público é o que a sociedade tributa a Deus por intermédio dos seus representantes.</p><p>Importância: A religião constitui o mais sólido fundamento dos Estados, é a grande inspiradora das mais nobres virtudes, principalmente da justiça e da caridade, sem as quais não pode haver sociedade duradoira.</p><p>Conceito 1:</p><p>DEUS E ABRAÃO</p><p>Conceito 2:</p><p>Monoteísmo primitivo</p><p>Monoteísmo primitivo é uma teoria desenvolvida por Wilhelm Schmidt (1868</p><p>-</p><p>,</p><p>1954)</p><p>antropólogo</p><p>, linguista e etnólogo alemão, segundo o qual a religião teve início com a crença</p><p>em um deus único. De 1912 até sua morte em 1954, Schmidt publicou seus 12 volumes</p><p>Der Ursprung der Gottesidee (A Origem da Ideia de Deus). Nesta obra ele explicou a sua</p><p>teoria do monoteísmo primitivo de que a religião em quase todos os povos tribais começou</p><p>com um conceito essencialmente monoteísta de um grande deus (geralmente um deus</p><p>-</p><p>céu), que era um criador benevolente. Ele argumentou que todas as culturas primitivas no</p><p>mundo tem essa noção de um deus supremo. Eles adoram uma única divindade, superior,</p><p>onisciente e essencialmente similar ao Deus do cristianismo. Aqui estão algumas crenças</p><p>típicas que ele observou:</p><p>Deus vive no, ou acima, do céu;</p><p>Ele é como um homem, ou um pai;</p><p>Ele é o criador de tudo;</p><p>Ele é eterno;</p><p>Ele é onisciente;</p><p>Tudo que é bom fundamentalmente vem Dele e Ele é o doador da lei moral;</p><p>Ele julga as pessoas após sua morte;</p><p>As pessoas estão alienadas</p><p>dele devido a algum delito no passado;</p><p>Ele é muitas vezes suplantado pelos deuses nas religiões que são "mais acessíveis", mas</p><p>muitas vezes as religiões carregam uma memória distante deste "Deus</p><p>-</p><p>Céu" com quem</p><p>perderam contato.</p><p>Baseado em suas descobertas, Schmidt afirmou que todos os povos originalmente</p><p>acreditavam em um deus único. No entanto, devido à rebelião contra Ele, essas pessoas</p><p>alienaram</p><p>-</p><p>se dele e seu conhecimento de Deus foi perdido. O que Wilhelm Schmidt estava</p><p>propondo era que as religiões primitivas não eram animistas, nem</p><p>totêmicas</p><p>como se</p><p>acreditava, mas que começaram como monoteístas. Assim, de acordo com Schmidt, o</p><p>monoteísmo é o mais antigo sistema religioso no mundo. Essa teoria tem sido pouco</p><p>discutida e muito rejeitada nos meios acadêmicos.</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Monote%C3%ADsmo_primitiv</p><p>o</p><p>RELIGIÃO – VISÃO CRISTÃ</p><p>A IGREJA (CATÓLICA) E AS OUTRAS RELIGIÕES</p><p>SECRETARIADO PARA OS NÃO-CRISTÃOS</p><p>https://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/interelg/documents/rc_pc_interelg_ doc_19840610_dialogo-missione_po.html (Texto completo)</p><p>RESUMO DAS PRINCIPAIS AFIRMAÇÕES</p><p>DIÁLOGO E MISSÃO</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>1. O Concílio Vaticano II assinalou uma nova etapa nas relações da Igreja com os que seguem as outras religiões. Muitos documentos conciliares fazem-lhes referência expressa, e em particular um, a declaração Nostra aetate, é inteiramente dedicado à "relação da Igreja católica com as religiões não-cristãs".</p><p>2. As rápidas transformações no mundo e o aprofundamento do mistério da Igreja ... favoreceu esta atitude....</p><p>3. Esta nova atitude recebeu o nome de diálogo.</p><p>4. Como sinal institucional desta vontade de colóquio... Procura, portanto, que os não-cristãos sejam devidamente conhecidos e justamente estimados pelos cristãos, para que, por sua vez, os mesmos possam também conhecer e estimar a doutrina e a vida cristãs (AAS 59, 1967, p. 919-920).</p><p>5. Após 20 anos da publicação... fez um balanço das experiências... em particular sobre a relação existente entre diálogo e missão.</p><p>6. ...Esta reflexão tem caráter prevalentemente pastoral; pretende favorecer um comportamento evangélico em relação aos outros crentes com os quais os cristãos convivem na cidade, no trabalho e na família.</p><p>7. Os membros das outras religiões poderão também compreender melhor como a Igreja os vê e como deseja comportar-se com eles.</p><p>8. Muitas Igrejas cristãs têm feito experiências semelhantes em relação aos outros crentes.</p><p>MISSÃO</p><p>9. Deus é amor... A Igreja deve ser o sinal vivo deste amor de modo a torná-lo norma de vida para todos.</p><p>10. A Igreja... Deve ser fermento e alma da sociedade para renová-la em Cristo e torná-la família de Deus...</p><p>11. ... Esta tarefa é única, mas realiza-se de diversos modos,</p><p>de acordo com os condicionamentos em que se exerce a missão.</p><p>12. Os diversos modos e aspectos da missão foram globalmente delineados pelo Concílio</p><p>Vaticano II.</p><p>13. A missão apresenta-se, na consciência da Igreja, como uma realidade unitária, mas complexa e articulada. Podem ser indicados os seus elementos principais... testemunho vivo da vida cristã... o empenho concreto ao serviço dos homens e toda a atividade de promoção social e de luta contra a pobreza e as estruturas que a provocam... a vida litúrgica, a oração e a contemplação... o diálogo, no qual os cristãos encontram os que seguem outras tradições religiosas para caminhar em conjunto em direção à verdade e colaborar em ações de interesse comum... o anúncio e a catequese, quando se proclama a boa notícia do Evangelho e se aprofundam as suas consequências para a vida e para a cultura.</p><p>14. Cada Igreja particular é responsável por toda a missão.</p><p>15. A vida de Jesus contém todos os elementos da missão.</p><p>16. Também o Novo Testamento dá uma imagem complexa e diferenciada da missão.</p><p>17. Entre os múltiplos exemplos, na história da missão cristã, são significativas as normas dadas por São Francisco, na Regra não submetida à aprovação (1221), aos irmãos que, "por divina inspiração quiserem ir para o meio dos sarracenos...: Podem organizar as relações espirituais, no meio deles, de dois modos. Um modo é que não façam litígios ou disputas, mas sejam sujeitos a cada criatura humana por amor de Deus e confessem ser cristãos. O outro modo é que, quando virem que agrada ao Senhor, anunciem a palavra de Deus".</p><p>18. A missão dirige-se sempre ao homem no respeito pleno da sua liberdade... De fato, a verdade deve ser buscada pelo modo que convém à dignidade da pessoa humana e da sua natureza social, isto é, por meio de uma busca livre, com a ajuda do magistério ou ensino, da comunicação e do diálogo, com os quais os homens dão a conhecer uns aos outros a verdade que encontraram ou julgam ter encontrado, a fim de se ajudarem mutuamente na inquirição da verdade; uma vez conhecida esta, deve-se aderir a ela com um firme assentimento pessoal."</p><p>19. O respeito a cada pessoa deve caracterizar a atividade missionária no mundo atual... Estes valores que a Igreja continua a aprender de Cristo, seu mestre, devem levar o cristão a amar e respeitar tudo o que há de bom na cultura e no compromisso religioso do outro. O DIÁLOGO</p><p>Princípios fundamentais</p><p>20. O diálogo não brota de oportunismos táticos do momento, mas sim de razões que a experiência, a reflexão, bem como as próprias dificuldades, foram aprofundando.</p><p>21. A Igreja abre-se ao diálogo por fidelidade ao homem... O acerto mútuo, a correção recíproca, a permuta fraterna dos respectivos dons favorecem uma maturidade cada vez maior, que gera a comunhão interpessoal. As próprias experiências e divisões religiosas podem ser purificadas e enriquecidas neste processo de confronto.</p><p>22. A Igreja, todavia, sente-se empenhada no diálogo sobretudo por causa da sua fé: A revelação faz-nos entrever no mistério trinitário uma vida de comunhão e de intercâmbio.</p><p>... Apesar da manifestação, por vezes violenta, do mal, nas vicissitudes de cada homem e de cada povo está presente a força da graça que eleva e redime.</p><p>23. Em Deus Filho é-nos dada a Palavra e a Sabedoria, onde tudo preexiste e subsiste desde todo o sempre. Cristo é o Verbo que ilumina todo homem... Cristo está de algum modo unido, mesmo quando esse homem não é disso consciente.</p><p>24. Em Deus Espírito Santo, a fé faz-nos entrever aquela força de vida, de movimento e de regeneração perene...</p><p>25. O Reino de Deus é a meta final de todos os homens... Este compromisso inclui a luta e a vitória sobre o mal e sobre o pecado, começando sempre por si mesma e abraçando o mistério da cruz. A Igreja prepara assim o Reino até à consecução da comunhão perfeita de todos os irmãos em Deus.</p><p>26. ... nas tradições religiosas não-cristãs existem "coisas boas e verdadeiras" (OT 16), "preciosos elementos religiosos e humanos" (GS 92), "germes de contemplação" (AG 18), "elementos de verdade e de graça" (AG 9), "sementes do Verbo" (AG 11, 15), "raios da verdade que ilumina a todos os homens" (NA 2)... o seu patrimônio espiritual é um eficaz convite ao diálogo (cf. NA 2.3; AG 11), não só sobre os elementos convergentes, mas também sobre os divergentes.</p><p>27. ...(os cristãos) relacionem-se com os homens do seu tempo com estima e caridade, considerem-se a si mesmos como membros dos agrupamentos humanos em que vivem, e participem na vida cultural e social através dos vários intercâmbios e problemas da vida humana...</p><p>FORMAS DE DIÁLOGO</p><p>28. As principais formas típicas aqui elencadas são vividas, ou de modo separado, ou então conjuntamente, umas com as outras.</p><p>29. O diálogo é, acima de tudo, um estilo de ação, uma atitude e um espírito que guia o comportamento.</p><p>30. Cada discípulo de Cristo, por força da sua vocação humana e cristã, é chamado a viver o diálogo na sua vida cotidiana, quer se encontre em situação de maioria, quer em situação de minoria...</p><p>31. Um nível ulterior é o diálogo das ações e da colaboração com objetivos de caráter humanitário, social, econômico e político que se orientem para a libertação e a promoção do homem.</p><p>32. Pode ser vastíssimo o campo da colaboração. Referindo-se em particular aos muçulmanos, o Concílio Vaticano II exorta a "esquecer o passado" e a "defender e promover em conjunto a justiça social, os bens morais, a paz e a liberdade para todos os homens"...</p><p>33. De particular interesse é o diálogo a nível de especialistas... Esse diálogo acontece normalmente nos casos em que o interlocutor possui já uma sua visão do mundo e adere a uma religião que o inspira para a ação.</p><p>34. Neste confronto... O cristão colabora, assim, na transformação evangélica da cultura (cf. EN 18-20, 63).</p><p>35. A nível mais profundo, homens radicados nas próprias tradições religiosas podem compartilhar as suas experiências de oração, de contemplação, de fé e de compromisso, expressões e caminhos da busca do Absoluto.</p><p>DIÁLOGO E MISSÃO</p><p>36. São múltiplas as relações entre diálogo e missão.</p><p>MISSÃO E CONVERSÃO</p><p>37. Na linguagem bíblica e cristã, a conversão é o retorno do coração contrito e arrependido a Deus, com o desejo de submeter-lhe mais generosamente a própria vida (cf. AG 13). Todos são chamados permanentemente a esta conversão...</p><p>38. Neste processo de conversão prevalece a lei suprema da consciência, porque "ninguém deve ser forçado a agir contra a sua consciência. E também ninguém deve ser impedido de atuar segundo ela, sobretudo em matéria religiosa" (DH 3).</p><p>39. Na perspectiva cristã, o agente principal da conversão não é o homem, mas o Espírito Santo. "É ele que impulsiona a anunciar o Evangelho, e que no íntimo da consciência faz acolher e compreender a palavra da salvação" (EN 75).</p><p>40. Também no diálogo, o cristão alimenta normalmente no seu coração o desejo de partilhar a sua experiência de Cristo com o irmão de outra religião (cf. At 26,29; ES 46).</p><p>O DIÁLOGO PARA A EDIFICAÇÃO DO REINO</p><p>41. Deus continua a reconciliar os homens consigo, mediante o Espírito...</p><p>42. "Voltamos também o nosso pensamento para todos os que reconhecem Deus e guardam nas suas tradições preciosos elementos religiosos e humanos, desejando que um diálogo franco nos leve a todos a receber com fidelidade os impulsos do Espírito e a segui-lo com entusiasmo... Por nossa parte, o desejo de tal diálogo, guiado apenas pelo amor à verdade e com a necessária prudência, não exclui ninguém”...</p><p>43. O diálogo torna-se, assim, fonte de esperança e fator de comunhão na transformação recíproca.</p><p>44. Só Deus conhece os tempos, ele a quem nada é impossível, e cujo misterioso e silencioso Espírito abre, às pessoas e aos povos, os caminhos do diálogo para superar as diferenças raciais, sociais e religiosas, e enriquecer-se reciprocamente.</p><p>AULA 5</p><p>SOCIOLOGIA GERAL</p><p>II - VALORES E CONCEITOS BÁSICOS DA VIDA SOCIAL.</p><p>4 	TRABALHO</p><p>Definição: Em geral, trabalhar consiste em aplicar a atividade</p><p>própria a qualquer obra útil.</p><p>Importância: O trabalho é a condição indispensável do desenvolvimento físico, intelectual e moral. Todos os membros do corpo, e todas as faculdades do espírito se tornam livres e se fortificam pelo exercício; definham e se atrofiam com a falta de ação. Aumentando-nos a energia, fortificando-nos para as lutas, e habituando-nos a triunfar dos obstáculos, o trabalho predispõe-nos para a virtude. O homem tem obrigação de prover à conservação da vida e ao desenvolvimento das suas faculdades por meio do trabalho e, por conseguinte, possui o direito correspondente.</p><p>1. O direito de trabalhar compreende o direito de escolher livremente a profissão que mais lhe convém, o direito de exercê-la onde julgar mais conveniente e de se associar com quem quiser, para que este trabalho seja mais fecundo, tudo dentro dos limites impostos pelo bem comum. '</p><p>2. A função do Estado consiste, em promover a boa organização da sociedade, de modo que todos possam encontrar meios de vida. Só em raras exceções, deve prover diretamente às necessidades dos cidadãos.</p><p>3. O trabalho é, para o homem e para a sociedade de que faz parte. Ninguém é totalmente inútil. Que é uma sociedade, senão solidariedade e troca de serviços?</p><p>Diversas espécies de trabalho</p><p>1. Sob o ponto de vista do objeto:</p><p>Atividade agrícola põe em ação as forças e os recursos da natureza.</p><p>Indústria extrativa tira numerosas riquezas da natureza, sem as modificar.</p><p>Indústria manufatureira, transforma as matérias primas, a fim de acomodá-las às necessidades do homem.</p><p>Atividade comercial Poe as coisas úteis ao alcance do consumido.</p><p>A indústria dos transportes. Deslocar as riquezas até aos consumidores. Prestação de serviços imateriais que prestam os médicos, professores, escritores, músicos, funcionários e em geral as profissões chamadas liberais.</p><p>2. Segundo as faculdades que eles põem principalmente em ação. Assim, nas indústrias enumeradas acima, distinguir-se-á:</p><p>O trabalho intelectual ou de invenção: como o dos engenheiros, agrônomos, etc.</p><p>O trabalho manual ou de execução: que é o do operário propriamente dito.</p><p>O trabalho misto de organização e de aplicação: empreiteiros, dos caseiros, etc.</p><p>O trabalho intelectual e o trabalho manual.</p><p>O trabalho do espírito é mais fecundo do que o trabalho manual, e este tira do primeiro o seu maior valor. Pode-se dizer que todo o operário, que trabalha com o carrinho de mão, tem um colaborador que faz pelo menos a terça parte do trabalho; é o inventor. O trabalho material está fatalmente limitado tanto no tempo como no espaço: morre com o braço que o executa; o trabalho do espírito participa de algum modo da universalidade da razão e dos seus princípios. Contudo estas duas ordens de trabalho necessitam uma da outra, e nada podem fazer sem mútuo apoio. Para serem fecundos na indústria, a cabeça e o braço devem andar unidos, como na ciência a ideia e o fato, como na arte o ideal e a forma sensível.</p><p>Fecundidade do trabalho</p><p>As condições mais favoráveis à fecundo trabalho, seja ele qual for, são: a liberdade, a associação e a divisão.</p><p>Liberdade: De escolher livremente a profissão mais conforme com o seu gosto e aptidão; De estabelecer sua indústria e empregar processos de fabricação mais vantajosos, desde que não sejam nocivos ao bem dos trabalhadores ou da sociedade.</p><p>Associação. Para ser fecundo, o trabalho deve ser associado, isto é, os trabalhadores devem unir as suas forças, a sua inteligência e os seus capitais.</p><p>Divisão: a divisão do trabalho decuplica e centuplica a fecundidade do trabalho. A divisão do trabalho constitui um verdadeiro método de produção rápida e fecunda, que abrange três progressos: Decompor o trabalho complexo num certo número de operações elementares; Executar essas operações por uma categoria especial de operários; Enfim, reunir os produtos parciais para com eles constituir o produto total e definitivo. Como se vê, é a análise e a síntese aplicadas à produção; nisso consiste o grande segredo do progresso industrial, e científico.</p><p>5. ECONOMIA E CAPITAL</p><p>Natureza do capital e da economia</p><p>O trabalho humano se torna fecundo com um auxiliar indispensável que é o capital. Efetivamente, para produzir vinho ou trigo, não basta que o cultivador possua o campo e tenha braços; precisa de semente, de instrumentos, de gado, de casa, etc., numa palavra, de tudo o que constitui o capital.</p><p>Definição: Capital é um bem econômico que tem por fim a produção de uma riqueza nova.</p><p>Economia é a conservação calculada de certos objetos úteis, para serem usados em um tempo de ter maior utilidade, quer pelo melhoramento, quer pela multiplicação.</p><p>É evidente a relação que existe entre estes três termos riqueza, economia e capital. Tudo o que é útil e permutável é riqueza; toda a riqueza conservada para o tempo em que será mais útil constitui economia; e toda a economia feita com o fim da produção é capital.</p><p>Harmonia entre o trabalho e o capital</p><p>Representa-se às vezes o capital como inimigo natural do trabalho. Há poucos erros econômicos tão funestos e grosseiros como este. O trabalho e o capital supõem-se e reclamam-se mutuamente; derivam um do outro, não podem viver separados; e conservam-se e desenvolvem-se pelo auxílio mútuo que se dão. Por que:</p><p>1. Derivam um do outro; o capital é trabalho acumulado e o trabalho é o capital posto em ação.</p><p>2. Do erro da teoria socialista de Karl Marx que considera o capital como «trabalho não pago», desconhecendo a influência do capital e não admitindo outro agente de produção, além do trabalho e que salário do operário está na razão inversa do crédito dos capitais e por isso o antagonismo irremediável que os divide e opõe.</p><p>3. Na realidade o trabalho e o capital desenvolvem-se paralelamente e a sua remuneração respectiva sobe ou baixa sincronicamente.</p><p>Não obstante, ainda que o trabalho e o capital sejam por natureza intimamente solidários, os seus interesses estarão de fato sempre de harmonia? E no caso contrário, quais serão os melhores meios de conciliá-los?</p><p>VISÃO CRISTÃ ACERCA DO TRABALHO E ECONOMIA</p><p>A VIDA ECONÔMICA-SOCIAL (GAUDIUM ET SPES – PARTE II - CAPÍTULO III)</p><p>http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vatii_const_19651207_gaudium-et-spes_po.html</p><p>Alguns aspectos da vida econômica atual</p><p>63. Também na vida econômica e social se devem respeitar e promover a dignidade e a vocação integral da pessoa humana e o bem de toda a sociedade. Com efeito, o homem é o protagonista, o centro e o fim de toda a vida econômico-social.</p><p>A economia atual, de modo semelhante ao que sucede noutros campos da vida social, é caracterizada por um crescente domínio do homem sobre a natureza, pela multiplicação e intensificação das relações e mútua dependência entre os cidadãos, grupos e nações e, finalmente, por mais frequentes intervenções do poder político. Ao mesmo tempo, o progresso das técnicas de produção e do intercâmbio de bens e serviços fizeram da economia um instrumento capaz de prover mais satisfatoriamente às acrescidas necessidades da família humana...</p><p>Mas não faltam motivos de inquietação... Coexistem o luxo e a miséria. Enquanto um pequeno número dispõe dum grande poder de decisão, muitos estão quase inteiramente privados da possibilidade de agir por própria iniciativa e responsabilidade, e vivem e trabalham em condições indignas da pessoa humana... as maiores possibilidades técnicas e econômicas de que desfruta o mundo atual podem e devem corrigir este funesto estado de coisas.</p><p>O DESENVOLVIMENTO ECONOMICO Desenvolvimento econômico ao serviço do homem</p><p>64. Hoje, mais do que nunca, para fazer frente ao aumento populacional e satisfazer às crescentes aspirações do gênero humano, com razão se faz um esforço por aumentar a produção agrícola e industrial e a prestação de serviços... Mas a finalidade fundamental da produção não é o mero aumento dos produtos, nem o lucro ou o poderio, mas o serviço do homem; do homem integral, isto é, tendo em conta a ordem das suas necessidades materiais e as exigências</p><p>da sua vida intelectual, moral, espiritual e religiosa...</p><p>O controle do desenvolvimento econômico</p><p>65. O desenvolvimento econômico deve permanecer sob a direção do homem... é necessário que, em todos os níveis, tenha parte na sua direção o maior número possível de homens, ou todas as nações, se se trata de relações internacionais...</p><p>A remoção das desigualdades econômico-sociais</p><p>66... Quanto aos agricultores, sobretudo os jovens, dediquem-se com empenho a desenvolver a própria competência profissional, sem a qual é impossível o progresso da agricultura (5).</p><p>É também exigência da justiça e da equidade que a mobilidade, necessária para o progresso econômico, seja regulada de tal maneira que a vida dos indivíduos e das famílias não se torne insegura e precária.</p><p>Seção 2</p><p>ALGUNS PRINCÍPIOS ORIENTADORES DE TODA A VIDA ECONÓMICO-SOCIAL</p><p>Trabalho, condições de trabalho, descanso.</p><p>67. O trabalho humano, que se exerce na produção e na troca dos bens econômicos e na prestação de serviços, sobreleva aos demais fatores da vida econômica, que apenas têm valor de instrumentos.</p><p>... É com o seu trabalho que o homem sustenta de ordinário a própria vida e a dos seus; por meio dele se une e serve aos seus irmãos, pode exercitar uma caridade autêntica e colaborar no acabamento da criação divina. Mais ainda: sabemos que, oferecendo a Deus o seu trabalho, o homem se associa à obra redentora de Cristo, o qual conferiu ao trabalho uma dignidade sublime, trabalhando com as suas próprias mãos em Nazaré. Daí nasce para cada um o dever de trabalhar fielmente, e também o direito ao trabalho; à sociedade cabe, por sua parte, ajudar em quanto possa, segundo as circunstâncias vigentes, os cidadãos para que possam encontrar oportunidade de trabalho suficiente... o trabalho deve ser remunerado de maneira a dar ao homem a possibilidade de cultivar dignamente a própria vida material, social, cultural e espiritual e a dos seus (6).</p><p>...Proporcione-se, além disso, aos trabalhadores a possibilidade de desenvolver, na execução do próprio trabalho, as suas qualidades e personalidade. Ao mesmo tempo que aplicam responsàvelmente a esta execução o seu tempo e forças, gozem, porém, todos de suficiente descanso e tempo livre para atender à vida familiar, cultural, social e religiosa...</p><p>Conflitos de trabalho</p><p>68... Entre os direitos fundamentais da pessoa humana deve contar-se o de os trabalhadores criarem livremente associações que os possam representar autenticamente e contribuir para a reta ordenação da vida econômica; e ainda o direito de participar, livremente, sem risco de represálias, na atividade das mesmas...</p><p>Os bens da terra, destinados a todos.</p><p>69... Sejam quais forem as formas de propriedade, conforme as legítimas instituições dos povos e segundo as diferentes e mutáveis circunstâncias, deve-se sempre atender a este destino universal dos bens. Por esta razão, quem usa desses bens, não deve considerar as coisas exteriores que legitimamente possui só como próprias, mas também como comuns, no sentido de que possam beneficiar não só a si mas também aos outros (9). De resto, todos têm o direito de ter uma parte de bens suficientes para si e suas famílias...</p><p>Inversões e política monetária</p><p>70. Os investimentos, por sua parte, devem tender a assegurar suficientes empregos e rendimentos, tanto para a população atual como para a de amanhã...</p><p>Acesso à propriedade e domínio privado. Problemas dos latifúndios</p><p>71... A propriedade privada ou um certo domínio sobre os bens externos asseguram a cada um a indispensável esfera de autonomia pessoal e familiar, e devem ser considerados como que uma extensão da liberdade humana. Finalmente, como estimulam o exercício da responsabilidade, constituem uma das condições das liberdades civis (13).</p><p>...No entanto, o direito à propriedade privada não é incompatível com as várias formas legítimas de direito de propriedade pública. Quanto à apropriação pública dos bens, ela só pode ser levada a cabo pela legítima autoridade, segundo as exigências e dentro dos limites do bem comum, e mediante uma compensação equitativa. Compete, além disso, à autoridade pública impedir o abuso da propriedade privada em detrimento do bem comum (14).</p><p>De resto, a mesma propriedade privada é de índole social, fundada na lei do destino comum dos bens (15). O desprezo deste caráter social foi muitas vezes ocasião de cobiças e de graves desordens, chegando mesmo a fornecer um pretexto para os que contestam esse próprio direito...</p><p>A atividade econômico-social e o reino de Cristo</p><p>72. Os cristãos que desempenham parte ativa no atual desenvolvimento econômicosocial e lutam pela justiça e pela caridade, estejam convencidos de que podem contribuir muito para o bem da humanidade e paz dó mundo. Em todas estas atividades, quer sozinhos quer associados, sejam exemplo para todos...</p><p>Livro do Genesis 2, 1-20</p><p>..."Assim foram concluídos o céu, a ter-ra e todo o seu exército... Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem se tornou um ser vivente... O Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden, para cultivar o solo e o guardar... Tendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais dos campos, e todas as aves do céu, levou-os ao homem, para ver como ele os havia de chamar; e todo o nome que o homem pôs aos animais vivos, esse é o seu verdadeiro nome. O homem pôs nomes a todos os animais, a todas as aves do céu e a todos os animais do campo; mas não se achava para ele uma</p><p>auxiliar que lhe fosse adequada. Gênesis, 2 - Bíblia Católica Online</p><p>Leia mais em: https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/genesis/2/</p><p>Quando o trabalho aparece a primeira vez na história dos homens?</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=t1KeFivnbu</p><p>M</p><p>EL PROCESO CERÁMICO (O PROCESSO CERÂMICO)</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=pLCLFDF_N3</p><p>Q</p><p>A invenção da máquina de Fiar e o Tear mecânico</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=B9gf1</p><p>D</p><p>-</p><p>WcY</p><p>s</p><p>AULA 7 SOCIOLOGIA GERAL</p><p>PROCESSOS SOCIAIS.</p><p>- A SOCIEDADE CIVIL E POLÍTICA</p><p>Natureza da sociedade civil e política</p><p>Definições:</p><p>Sociedade civil e política é a sociedade na qual as relações de governantes a governados estão claramente definidas em virtude de uma constituição, para o maior bem da comunidade e da prosperidade de todos os seus membros.</p><p>A nação é a sociedade política historicamente constituída por uma certa comunidade de origem, de língua, de tradições, de aspirações, de interesses, e animada de sentimentos comuns, provenientes da vida coletiva.</p><p>A língua é o primeiro sinal da nacionalidade. A língua é a alma da nação; ela é que encarna e conserva as suas crenças, tradições, modalidades de espírito e de coração que nela sobrevivem. É a chave da sua história, da sua psicologia, da sua literatura.</p><p>Vida em comum. Para formar uma nação é preciso também ter vivido por muito tempo a mesma vida, possuir memórias comuns de infortúnios e de glórias, e nutrir para o futuro as mesmas aspirações e as mesmas esperanças.</p><p>Não é raça. Não se deve confundir nação com raça; esta é uma variedade da espécie humana, fixada pela hereditariedade; a nação é um resultado intelectual e moral.</p><p>Pátria</p><p>A palavra Pátria significava primitivamente a terra dos antepassados (terra patrum), em seguida designou a associação estabelecida espontaneamente e perpetuada nesse solo. Um povo expulso do país natal ou que, embora tenha continuado a residir nele, perdeu, contudo a independência pode ainda formar nação, mas não pátria.</p><p>A ideia de pátria compreende: [footnoteRef:1] [1: O conjunto do solo e dos cidadãos constitui por assim dizer a parte material da pátria: a este corpo deve juntar-se a alma que é a autoridade. ]</p><p>a) Território comum e uma solidariedade entre as regiões que a compõem.</p><p>b) Autoridade que une entre si as instituições nacionais, o espírito comum, uma certa unanimidade de aspirações, sentimentos e de esforços. Tudo isso constitui a pátria.</p><p>c) A Pátria é uma pessoa moral. É</p><p>a nossa segunda mãe. Alimentamos a seu respeito sentimentos análogos à piedade filial: isto é, sentimentos de patriotismo.</p><p>Estado.</p><p>Definição: As nações independentes tomam naturalmente a forma de estados, isto é a associação independente de famílias, que vivem em território próprio, submetidas a leis comuns, sob a alçada da autoridade pública incumbida de velar pela sua execução. A família é como a célula geradora do Estado.</p><p>A palavra Estado significa também o conjunto dos poderes públicos que a representam e governam. Entendido deste modo, o estado é o governo no sentido concreto da palavra, isto é, aquela parte do grupo social que está encarregada de dirigir a outra parte.</p><p>O Governo</p><p>1. Três tipos de governos</p><p>a) Monárquico: a autoridade suprema reside nas mãos de um só</p><p>homem;</p><p>b) Aristocrático: o governo está nas mãos dos cidadãos reputados e</p><p>melhores;</p><p>c) Democrático: todos participam mais ou menos no governo do Estado.</p><p>Relações entre o cidadão e o poder civil</p><p>1. O fim e a razão de ser do poder são o bem e o interesse da sociedade que ele rege. Como diz S. Tomás, a nação não é para o rei, mas o rei para a nação.</p><p>2. A pessoa humana possui em si um valor que não permite que seja tratada como simples meio, independente da situação que ocupa na sociedade, o poder nunca terá o direito de sacrificar a sociedade em proveito pessoal.</p><p>ORIGEM DA SOCIEDADE CIVIL E DO PODER</p><p>Epicuro entre os antigos, Hobbes e Rousseau, modernamente, consideraram a sociedade apenas como a resultante de um contrato artificial. A filosofia perene pelo contrário, sustenta que ela é essencialmente natural.</p><p>Teoria do contrato social</p><p>1“De modo geral, Epicuro não atribuía grande importância nem a vida política nem à social. Considerava o Estado como uma mera conveniência e aconselhava o homem bem avisado a que não participasse da vida pública. Não propunha ao homem o abandono da civilização e o retorno à natureza. Sua concepção da mais feliz das existências era essencialmente passiva e indiferente. Por fim, para os epicuristas o homem sábio perceberá que não pode extirpar os males do mundo, por mais exaustivos e sagazes que sejam seus esforços. Por isso, devem “cultivar seu jardim”, estudar filosofia e gozar da convivência de seus poucos amigos, do mesmo temperamento”.</p><p>https://www.todamateria.com.br/</p><p>2. Hobbes: Parte do princípio que cada homem tem direito a tudo. Isto gera uma guerra permanente e universal de forma que o maior inimigo do homem é o seu semelhante. (O homem é um lobo para outro homem). A paz e o bem estar social se obtêm ou pela força ou por via de contrato. Quando o homem, para fugir da guerra da ao Soberano esse poder, se submete totalmente ao poder estatal: Absolutismo.</p><p>3. Rousseau desenvolve a ideia de um Contrato Social: Para ele o homem, no principio, vivia solitário, livre e independente, num ideal de paz e alegria. Mas, sozinho, não conseguiu vencer os perigos que atentavam contra sua vida. Sentiu a necessidade que tem de se associar. O estado social privou o homem da liberdade absoluta que gozava no estado de natureza, mas é um mal necessário para sobreviver (O homem nasce bom e livre, mas a sociedade o corrompe). Esta vontade coletiva exprime-se pelo sufrágio. As leis que a maioria decreta são a expressão de todas as vontades, ao obedecer as leis é a si mesmas que de fato obedecem: Liberalismo.</p><p>A diferença: Hobbes considera o homem fundamentalmente egoísta; por isso o poder sempre terá de agir com força para manter a ordem. Rousseau, ao contrario, considera o homem é essencialmente bom. O governo ideal será aquele que fizer o mínimo de coação.</p><p>Filosofia perene e sua refutação.</p><p>A filosofia perene considera esse estado natural de independência absoluta defendida por Hobbes é uma ficção imaginária, diretamente contrária à natureza humana que está essencialmente ordenada a uma vida social que aperfeiçoa o homem segundo as suas tendências legítimas. Também rejeita a tese de Hobbes que afirma: todos têm direito a tudo. Ora, isso é o mesmo que dizer que ninguém tem direito a nada; porque um direito, que não é inviolável, não é direito, o que é uma contradição.</p><p>Quanto a Rousseau a filosofia perene, baseada em dados históricos, rejeita a tese do Contrato Social porque ela é apenas uma suposição gratuita. Nenhuma tradição conservou memória e não há nenhuma prova histórica.</p><p>A sociedade política é fato essencialmente natural</p><p>Assim, a Filosofia perene e os mais respeitáveis estudos sociológicos afirmam que o estado social é indispensável ao homem, para se desenvolver conforme as exigências da sua natureza e para tender à perfeição do seu ser, na qual consiste o seu fim essencial. O homem é essencialmente um animal social, segundo a expressão de Aristóteles, e a sociedade é o meio fora do qual não se pode conservar nem desenvolver em conformidade com a sua natureza. Por isso perguntar quando e como é que o homem entrou em sociedade, é uma questão sem “pé nem cabeça”. Por isso Aristóteles afirma que o homem que vive no isolamento ou é animal irracional ou é Deus. Isto porque o estado social é condição do progresso; Só pode viver isolado o que for incapaz de desenvolvimento; Só pode ser Deus que é a perfeição infinita, ou vive isolado o bruto que não tem consciência do que lhe falta, nem desejo de remediá-lo. Assim, o homem pode aperfeiçoar-se ao sentir-se imperfeito. A sua razão aponta-lhe a idéia da perfeição e a necessidade de tender para ela. Por isso está naturalmente destinado a viver em sociedade. Tem necessidade do seu semelhante: eis a sua fraqueza; mas compreende também que se associando multiplica infinitamente os próprios recursos: eis a sua força e a sua superioridade.</p><p>MISSÃO E FUNÇÃO DO ESTADO</p><p>Duas são as funções do Estado:</p><p>1. Função de justiça: é assegurar a ordem externa, garantindo igual proteção a todos os direitos do cidadão. Portanto: antes de tudo, manter e exercer o direito.</p><p>2. Função de utilidade pública: concorrer para a prosperidade comum, pela instalação de alguns serviços públicos, e pela execução de certos trabalhos de modo secundário e variável segundo as circunstâncias.</p><p>DIREITOS E PODERES DO ESTADO</p><p>1. Dever de proteger a liberdade das famílias e dos indivíduos e de contribuir para a prosperidade comum.</p><p>2. Direito de escolher e impor os meios que julgar necessários ou úteis para esse duplo fim. O conjunto desses direitos constitui a soberania.</p><p>A soberania envolve três poderes: poder legislativo poder judiciário e poder executivo; ou seja, o poder de legislar, de aplicar a lei e assegurarlhe a execução.[footnoteRef:2] [2: Nas constituições modernas tem-se admitido, em geral, que estes três poderes, distintos por sua natureza e pelas aptidões que reclama o seu exercício, não devem acumular-se na mesma pessoa. É fácil compreender que a justiça e a imparcialidade serão tanto mais salvaguardadas, quanto menos poder tiver de modificá-la ou abrogar o que está encarregado de aplicar a lei. É o que se chama princípio de separação dos poderes. Na prática, porém, a separação absoluta é quase impossível e, sobretudo o poder executivo carece de participar em certa medida do poder legislativo. ]</p><p>O poder essencial e fundamental da soberania é o poder legislativo:</p><p>os outros dois são uma extensão e consequências desse poder.</p><p>O Poder Legislativo. — A lei civil</p><p>O poder legislativo é o direito e poder de elaborar as leis.</p><p>Lei civil é a ordenação ditada pela razão, que tem por fim o bem comum, promulgada por quem tem a seu cargo o governo da sociedade.[footnoteRef:3] [3: A lei deve ser ditada pela razão, porque a razão é a faculdade da ordem, só ela atinge a relação e a conveniência dos meios de que havemos de lançar mão para alcançar o fim que a autoridade deve procurar em todos os seus atos. A lei civil é também o ato de uma vontade superior que a promulga e impõe àqueles a quem tem direito de impô-la. O fim da lei civil é o bem comum. Portanto deve ser: justa, tender ao bem comum da sociedade, praticável, oportuna e suficientemente promulgada. ]</p><p>O Poder Judicial.</p><p>O Poder Judiciário tem o poder e o direito de aplicar a Lei aos casos particulares. Seja da repressão dos crimes ou delitos (justiça penal), seja de compor litígios entre os cidadãos (justiça civil). Por isso necessita de uma autoridade superior, um poder especial, para apreciar a culpabilidade dos acusados, interpretar a lei nos casos duvidosos, pronunciar as penas e regular as desavenças entre os cidadãos.</p><p>Há três funções do poder judiciário:</p><p>O Poder Executivo</p><p>O Poder Executivo tem o poder e o direito de assegurar a execução estrita das leis. Compreende a função de promulgar as leis; de regulamentar a sua execução com decretos, portarias e circulares; de executar as sanções ditadas pelo poder judicial; de manter a ordem contra os inimigos internos; de vigiar pela defesa do território contra os inimigos de fora; de cobrar os impostos; de fazer executar os trabalhos necessários ou úteis para a prosperidade geral De todos estes direitos o mais temível é o direito de guerra.[footnoteRef:4] [4: Em si a guerra é um mal, uma desordem, o mais cruel dos flagelos. Mas por outro lado não é necessariamente imoral. Na realidade, pode ser legítima, e às vezes até necessária. Em suma, a guerra ]</p><p>DEVERES DO CIDADÃO PARA COM O ESTADO</p><p>Os direitos do Estado supõem necessariamente nos cidadãos deveres correspondentes:</p><p>1. Obediência às leis e respeito às autoridades;</p><p>2. Cooperar nos gastos públicos por meio de contribuições ou impostos;</p><p>3. Concorrer para a defesa da pátria por meio do serviço militar;</p><p>4. Tomar parte na administração dos negócios do Estado através do voto.</p><p>Os impostos</p><p>Imposto é a quota (parte) exigida aos diferentes membros da sociedade para cobrir as despesas coletivas exigidas para o funcionamento do estado.</p><p>Justifica-se porque o estado está encarregado de manter a ordem externa e de proteger os direitos e as liberdades de todos. Ora o estado não tem outros recursos mais que os fornecidos pelos membros; tem, pois, o direito de exigir, de modo proporcional, e estes têm o estrito dever de pagar os impostos para retribuir estes serviços.</p><p>O voto</p><p>O cidadão pode tomar parte na gerência dos negócios públicos: diretamente exercendo com probidade, competência e dedicação os cargos públicos e as funções de que pode ser investido, ou indiretamente escolhendo os que hão de desempenhar a missão legislativa ou administrativa; tal é o objeto do voto.</p><p>não é mais que o direito de legítima defesa aplicado à sociedade; por isso está sujeita às mesmas condições e às mesmas regras morais.</p><p>1. O direito de legítima defesa, mas a sua aplicação só se pode exercer na ausência ou impotência das instituições internacionais constituídas pelo acordo dos povos civilizados em conformidade com o direito natural e com o fim de terminarem pacificamente os conflitos.</p><p>2. O interesse a necessidade de se expandir, os desejos ambiciosos de conquista ou de vingança não são motivos legítimos de fazer guerra.</p><p>3. Antes da guerra devem-se esgotar todos os outros meios de conciliação.</p><p>4. A soma de bens deve superar os males que se prevê com a guerra.</p><p>5. A guerra é meio e não fim, o único fim que se devem propor os beligerantes é o restabelecimento da paz. «os que fazem as guerras justas, procuram a paz».</p><p>Pode-se definir a guerra: A arte de forçar o governo inimigo a concluir uma paz justa.</p><p>6. A guerra deve ser feita conforme o direito natural e o direito das gentes. Nem tudo é, pois, permitido na guerra.</p><p>O voto é o dever moral escolher e eleger os que em consciência julga mais capazes de bem gerir os negócios públicos. Devem ser cumprido com inteligência, coragem e imparcialidade.</p><p>- A DEMOCRACIA</p><p>Definição: Democracia é o governo do povo pelo povo.</p><p>Princípios constitutivos do estado democrático são:</p><p>a) Igualdade de todos os cidadãos perante a lei;</p><p>b) Participação de todos os cidadãos no governo pelo direito de</p><p>sufrágio.</p><p>Nos países em que a população está disseminada por vastos territórios, a democracia reveste a forma representativa, isto é, o povo governa-se por meio de representantes que escolheu.</p><p>Nas democracias, todos os cidadãos que possuem o direito de eleger os governantes ou de serem eles próprios eleitos, participam simultaneamente do poder e da obediência; porque ainda que estejam sujeitos à lei, contribuem direta ou indiretamente para fazê-la; nisto distingue-se do súbdito que obedece sem mandar, e do senhor que manda sem obedecer.</p><p>Vantagens do regime democrático</p><p>A democracia, legitimamente constituída e praticada com equidade, realiza as condições de um bom governo.</p><p>1. Concede aos governados a maior parte das liberdades que são compatíveis com a ordem pública, e infunde-lhes em grau mais elevado o sentimento da sua dignidade e da sua responsabilidade.</p><p>2. Pelo fato de não admitir nenhuma distinção entre os cidadãos, a não ser a que provém do mérito pessoal, a todos concede a possibilidade de desempenhar as mais altas funções; e permite a cada um contribuir com o máximo do seu esforço para utilidade social.</p><p>Esta é a razão porque muitos consideram o regime democrático o último termo da evolução política dos povos, e a mais conveniente forma de governo para os povos adultos. Segundo Aristóteles, a forma democrática é a mais sólida de todas, porque nela domina a maioria, e a igualdade que se desfruta gera o amor da constituição que a proclama.</p><p>Seja o que for a respeito destas apreciações, o fato é que, desde o século XIX os governos tendem para a democracia. Vemos como as monarquias absolutas pouco a pouco se tornaram liberais e parlamentares, estas se transformaram em repúblicas, e as repúblicas tomaram formas cada vez mais democráticas pela extensão progressiva do direito de sufrágio.</p><p>Perigos da democracia</p><p>Observemos que não basta decretar o sufrágio universal e conceder subitamente as liberdades para realizar de improviso uma obra perfeita. Porque nem todos os povos estão preparados para a democracia, nem todos podem suportar o peso da liberdade política; em todo o caso é necessário saber adaptá-lo ao temperamento do povo que o experimenta. O governo popular exige longa preparação, e os estados, que se apressaram demasiado, expuseram-se aos maiores perigos. É fácil compreendê-lo:</p><p>1. No regime democrático em que todas as forças individuais se podem exercer sem obstáculos, e onde os meios de repressão são menos enérgicos, a desordem tem fácil entrada e o vício encontra as mais temíveis facilidades de expansão.</p><p>2. Por outra parte, a possibilidade que todos têm de chegar a exercer os cargos públicos traz consigo o perigo de abrir a porta às ambições menos justificadas. Em lugar dos mais capazes e dignos apresentam-se a os mais medíocres e pretensiosos.[footnoteRef:5] [5: A força de se repetir que todos podem chegar a tudo, cada um acaba por se persuadir de que é efetivamente idôneo para todos os empregos e digno de todas as honras; impelem-se, improvisam-se os homens, e a democracia é, conforme o dito famoso, o “reino das mediocridades”. «Não se requer, diz Montesquieu, muita probidade para que se possam manter os governos monárquicos ou os governos despóticos; a força das leis numa casa, o braço da autoridade sempre estendido no outro, regulam e mantêm tudo. “Nos estados populares, exige-se um elemento a mais que é a virtude; é necessário que o cidadão saiba preferir a cada momento o interesse público ao seu próprio». «O sufrágio universal, dizia por sua vez Macaulay, pressupõe a educação política universal»; ajuntemos com Tolstoi: «e a moralidade universal». ]</p><p>3. Tanto mais que nos países onde vigora o sufrágio universal, a quota parte de influência reservada a cada cidadão tem pouca importância. Daqui provém que as pessoas ilustradas, desgostosas de que o seu voto não tenha mais valor do que o do último dos cidadãos conservam-se afastadas, deixando o campo livre aos violentos, aos intrigantes e aos incapazes.</p><p>4. Pouco aproveita que Stuart Mill diga que os interessados são os melhores juízes dos seus negócios. Há necessidades gerais, interesses superiores,</p><p>morais, políticos e até econômicos, que os indivíduos, tomados coletivamente, não podem sentir nem compreender. Além disso, não se trata só do presente; ora a imprevidência é o defeito das multidões.</p><p>5. Finalmente, o grande perigo de todo o regime fundado no sufrágio popular, é a tentação de substituir a autoridade imprescritível do direito pela lei brutal do número, e de cair assim no pior dos despotismos, que é o das maiorias. Isto é demagogia.</p><p>Condições de uma boa democracia</p><p>Que condições se requerem para que a democracia realize o seu programa? Como poderá um povo preparar-se eficazmente para gozar da liberdade política?</p><p>Uma nação não é capaz de instituições livres, se não atingir um nível superior de moralidade.</p><p>1. Com efeito, numa democracia a ordem só é possível quando a consciência e a honestidade de cada um podem suprir o que falta de constrangimento externo.</p><p>2. Por outro lado, onde a justiça e as leis dependem de cada indivíduo, não há salvação possível, se a maioria não é honesta.</p><p>3. A participação de todos no governo do país, cria para cada um, deveres proporcionados aos seus direitos, o primeiro dos quais é ter em vista, não o seu interesse particular, mas o bem geral. Ora para discernir o bem geral cada cidadão deve possuir um certo grau de inteligência; e para preferir o bem geral ao próprio necessita de virtude e abnegação, que os outros regimes não exigem senão de um número restrito de indivíduos.</p><p>AULA 2</p><p>SOCIOLOGIA GERAL E RELIGIÃO</p><p>INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA</p><p>As questões sociais eram estudadas na Filosofia, particularmente no Tratado da Moral, no capítulo Ética Social que refletia sobre as normas relativas à atuação moral retamente ordenada no domínio social (Cf. Dicionário de Filosofia – Brugger).</p><p>2 História.</p><p>2.1 Mudanças sociais desde meados do século XVIII.</p><p>“A Sociologia é uma ciência social que surge em consequência das ideias iluministas e da busca de diferentes intelectuais de compreender a sociedade e suas dinâmicas. O principal fator social que conduz ao surgimento deste campo de conhecimento foi a Revolução Industrial e suas consequências, como a divisão do trabalho e o processo de urbanização”. (Marcele Juliane Frossard de Araujo).</p><p>https://www.infoescola.com/sociologia/surgimento-da-sociologia/</p><p>2.2 Emilio Durkhein (1858-1917), França.</p><p>A Sociologia, tal como a entendeu Durkheim, não se apresenta somente como uma renovação desta ciência particular, mas ministra ainda um princípio absolutamente geral que deve dominar toda a filosofia. A obra de E. Durkheim é dupla.</p><p>a) Demonstrar que a Sociologia é uma própria ciência;</p><p>b) Achar na Sociologia a explicação do conhecimento intelectual, o fundamento da moral e da religião.</p><p>c) Criar uma filosofia nova, a que podemos chamar filosofia sociológica.</p><p>Suas principais obras são: Anais da Sociologia a partir de 1898, O suicídio, Da divisão do trabalho social, As regras do método sociológico, As formas elementares da via religiosa.</p><p>2.3 Formação da Sociologia como Ciência.</p><p>A Sociologia será constituída como ciência propriamente dita, se tiver desde o começo, uma ideia exata e verdadeiramente científica do fato social, e traçar em seguida, regras seguras para observar, julgar e explicar os mesmos.</p><p>a) A noção de fato social deve ser atingida pela observação e não por uma concepção abstrata da natureza humana e da sociedade.</p><p>A generalidade de um costume entre os homens não basta para que este costume possa ser considerado como fato social. Nem todo o fato geral é necessariamente um fato social. Para que tais fatos possam chamar-se sociais, requerese que “consistam em maneiras de agir, de pensar e de sentir, externas ao indivíduo” e que sejam “dotadas de um poder coercitivo em virtude do qual se imponham ao indivíduo”.</p><p>A coação exercida do exterior sobre o indivíduo é o caráter específico do fato social.</p><p>b) As regras para observar os fatos sociais são determinadas segundo a natureza destes fatos.</p><p>· “A primeira é considerar os fatos sociais como coisas”, isto é, observá-los sem nenhuma ideia preconcebida, sem nenhum sistema prévio, sem nenhuma dessas pré-noções que os determinam a priori segundo as suas supostas causas. Esta primeira regra é, sobretudo negativa.</p><p>· A segunda resume-se em abarcar na mesma investigação os fenômenos que apresentam caracteres externos comuns: por exemplo, todo o ato que provoca da parte da sociedade esta reação que se chama pena e denomina-se como crime.</p><p>· A terceira regra é considerar estes fatos, abstraindo das suas manifestações individuais.</p><p>3. Para julgar os fatos sociais importa distinguir o que é normal do que o não é. Esta distinção não se pode fazer a priori. “Por exemplo, o selvagem que tivesse o tubo digestivo reduzido, e o sistema nervoso desenvolvido como o civilizado saudável, seria um doente com relação ao seu meio”. Mas “um fato social é normal para um certo tipo social considerado numa fase determinada do seu desenvolvimento, quando se produz na média das sociedades, desta espécie, consideradas na fase correspondente da sua evolução”.</p><p>4. Enfim, a explicação dos fatos sociais deve ser procurada independentemente de toda a ideia de intenção ou de finalidade. Com efeito, os fenômenos sociais só existem geralmente em vista dos resultados úteis que produzem. Importa determinar se há correspondência entre o fato em questão e as necessidades gerais do organismo social, e em que consiste esta correspondência, sem se preocupar se foi ou não intencional.</p><p>A sociologia assim entendida fica, à maneira da biologia, constituída como ciência positiva.</p><p>Vejamos a seguir como Durkheim pretende formar uma</p><p>Filosofia Sociológica a partir da Ciência Social.</p><p>2.4 Formação da Sociologia como Filosofia</p><p>Durkhein afirma que a coação externa é caráter essencial do fato social. Por ela é produzida a generalização de determinada maneira de proceder num dado grupo de indivíduos. Também explicaria os fenômenos da vida intelectual, da moral e da religião.</p><p>1. Teoria sociológica do Conceito. O primeiro elemento da nossa vida racional é o Conceito: este seria fruto da elaboração da inteligência comum e coletiva: portanto o Conceito seria um produto social.</p><p>2. Teoria sociológica da moral. — Sendo a coação o critério pelo qual se reconhece o fato social, toda a moral passa a ser apenas um produto social.</p><p>3. Características da religião: Para Durkheim, o caráter social de coação externa também se reflete na Religião.</p><p>Na sua visão a religião compreende, além das práticas prescritas ou proibidas, o culto, e portanto um objeto ao qual se presta este culto, que também é de origem social. O seu objeto primitivo é o Totem, animal ou planta sagrada, emblema da tribo ou do clã. O Totem, pela sua realidade ou imagem, simboliza o laço social que une todos os membros do clã. No sentimento de respeito impresso pela força social, que se concretiza e atua sobre a imaginação do selvagem nas reuniões da tribo ou do clã, reside o tipo primitivo do sentimento religioso.</p><p>Este sentimento de respeito e de dependência, mais ainda que a personificação das forças da natureza, produz e mantém a religião. Não se opõe às experiências que lhe são contrárias, como sucede constantemente à crença no caráter pessoal dos fenômenos naturais. O insucesso repetido dos esforços tentados para agir por meios religiosos sobre a natureza deve acabar por destruir esta crença, quando pelo contrário o progresso moral não faz senão tornar mais inviolável, mais sagrado e portanto mais religioso o sentimento do respeito e da dependência moral para com a sociedade.</p><p>3. Analise da Filosofia Sociológica.</p><p>A teoria de Durkheim contém algumas observações interessantes, mas tem o defeito de querer explicar, unicamente pela influência social, todos os fatos humanos verdadeiramente importantes. Muitos deles devem atribuir-se a outra origem. A sociedade longe de ser a última razão explicativa destes fatos, tem também necessidade de explicação. Espírito de sistema e explicação incompleta dada como universal e definitiva, são os dois</p><p>erros de que enfermam as principais conclusões da filosofia sociológica.</p><p>1. O fato social não tem como característica somente a generalidade, como o reconhece o próprio E. Durkheim; seria então unicamente pela coação externa? Sem dúvida a influência social manifesta-se muitas vezes desta maneira, mas não exclusivamente. Afinal a liberdade humana permanece como fator essencial da condição humana.</p><p>a) Há outras causas, diferentes das sociais, que podem exercer esta imposição. Tomemos o exemplo de como a variação da temperatura num pais exerce sobre cada indivíduo e sobre cada família uma coação externa que os obriga a mudar de roupa, a acender o fogo, etc. É fácil de ver, que esta coação exterior universalmente eficaz, ainda que produz uma reação uniforme de que se originam fatos de ordem econômica e social, não é no entanto de modo algum devida à influência social. Acontecimentos inteiramente estranhos à ordem social, que atuam sobre a natureza de cada indivíduo em particular, provocam neles reações uniformes.</p><p>b) A própria influência social, quando se exerce, não é a última explicação do fato social. Com efeito, a sociedade provém de uma necessidade da natureza humana individual: o indivíduo deve naturalmente encontrar-se em sociedade ou entrar nela para se desenvolver segundo as suas exigências naturais.</p><p>c) Donde se conclui o que devemos pensar das regras dadas por Durkheim para observar, explicar e julgar os fatos sociais:</p><p>2. A vida intelectual do homem é certamente modificada pela sociedade. O nosso modo de pensar ressente-se do meio social que nos rodeia; mas concluir deste fato que o conceito e a idéia geral são apenas um produto social, é simplesmente sofismar.</p><p>a) Segundo o próprio Durkheim confessa, o indivíduo possui a faculdade de abstrair e de generalizar: generaliza para si sem dúvida, mas, pelo fato de sustentar uma afirmação como objetivamente verdadeira, generaliza também para os outros, sem que nisto haja influxo social.</p><p>b) Mais ainda: esta mesma faculdade de abstrair e de generalizar, bem como a sua natureza racional, tornam o homem capaz de constituir sociedades propriamente ditas; a sociedade não é portanto, a causa da razão, mas ao contrário é a razão que gera a vida em sociedade. Senão perguntemos porque motivo o viver em sociedade não dota de razão e de faculdade de abstrair e generalizar os castores, as abelhas, ou as formigas.</p><p>3. Para a crítica da moral sociológica basta recordar o caráter absoluto do bem moral e da obrigação que a teoria do mero fato não pode explicar.</p><p>4. A teoria sociológica da religião manifesta claramente este espírito de sistema que assinalamos acima.</p><p>a) Grande número de manifestações religiosas tem sem dúvida caráter social, mas nem todas o têm. É, pelo menos, arbitrário pretender que todos os elementos individuais da religião têm origem social.</p><p>b) Concebemos sem dificuldade que o Totem simbolize e desenvolva as ideias e os sentimentos patrióticos nos membros da tribo ou do clã; mas a teoria sociológica não explica a transformação deste respeito social e patriótico em sentimento religioso propriamente dito. O mesmo se diga dos diversos tabus, práticas e outras coisas interditas pela sociedade; a violação de um tabu social é apenas contravenção; como se torna sacrilégio? — A submissão mais ou menos respeitosa ao poder da sociedade, assim como o sentimento patriótico são coisas diferentes do sentimento religioso. A teoria sociológica confunde-as sem justificar de modo algum esta confusão.</p><p>c) Além disso, ainda não se provou que as hordas selvagens da América e da Austrália, que foram objeto de observação, representem o estado primitivo da humanidade, nem que o totemismo se é verdade que constitui uma religião, seja o estado religioso primitivo. Autoridades melhor informadas do que Durkheim e Lévy-Bruhl, e com grande competência adquirida no contato íntimo e prolongado com os selvagens, inclinam-se a ver formas mais antigas da religião nas práticas de certas raças do centro da África, os Pigmeus. Estas práticas, muito mais nitidamente religiosas que o totemismo, exprimem um monoteísmo relativamente puro.</p><p>d) Ajuntemos que repugna absolutamente aos princípios da ciência positiva, instituir uma teoria da religião, sem ter em conta o fato religioso que, aos olhos dos mesmos incrédulos, é o mais notável de que dá testemunho a humanidade. Referimonos ao cristianismo e, anteriormente a ele, ao judaísmo, que durante longos séculos o anunciou e preparou. Ora o cristianismo e o judaísmo afirmam que a religião primitiva foi o monoteísmo, revelado pelo próprio Criador ao homem primitivo. Não se pode considerar como não realizado um fato religioso desta importância. Antes de propor uma solução diferente desta, conviria discutir seriamente os argumentos da teoria contrária. Foi o que a teoria sociológica se esqueceu de fazer.</p><p>Conceito 1:</p><p>CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA</p><p>:</p><p>Marx, Durkhein, Max Weber</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=eQzR7PuWvc</p><p>U</p><p>Conceito 2:</p><p>PRINCIPAIS OBRAS DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA.</p><p>RERUM NOVARUM http://www.vatican.va/content/leo-</p><p>xiii/pt/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_15051891_rerum-novarum.html</p><p>QUADRAGESIMO ANNO http://www.vatican.va/content/piusxi/pt/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_19310515_quadragesimo-anno.html</p><p>CENTISIMUS ANNUS http://www.vatican.va/content/john-paulii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_01051991_centesimus-annus.html</p><p>Conceito 3:</p><p>Prof. Felipe Aquino</p><p>-</p><p>B</p><p>reve exposição sobre a Doutrina Social da Igreja</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=QxznoLUqp0</p><p>M</p><p>Conceito</p><p>4</p><p>:</p><p>AS GRANDE</p><p>S</p><p>CIVILIZAÇÕES:</p><p>Mesopotania</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=Yi99p</p><p>g</p><p>-</p><p>Lx</p><p>8</p><p>6</p><p>Grecia</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=HfT5H_TOi7</p><p>Q</p><p>Hebreus</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=mWpfya2COT</p><p>E</p><p>AULA 8 SOCIOLOGIA GERAL</p><p>SOCIEDADE GLOBAL</p><p>1. A decadência do Socialismo e a crise do capitalismo</p><p>1. O Socialismo estende demasiadamente as funções e as atribuições do governo, a ponto de não deixar nada à iniciativa particular e às liberdades individuais. Levada a extremos, cai no Comunismo que suprime a propriedade particular, para entregar a gerência de todos os bens nas mãos do Estado. Historicamente esse sistema não resistiu ao mais duro golpe da verdade, ou seja: que a natureza humana grita por liberdade, propriedade e religião.</p><p>2. Por outro lado o Capitalismo guiado pelo Liberalismo radical, acentua a tendência individualista, restringindo as atribuições do Governo em proveito das liberdades e das associações privadas. Aqui a única missão do Estado seria a de proteger os direitos, as vidas e as propriedades. As questões de interesse e de prosperidade geral ficariam fora de sua alçada. As suas funções limitam-se ao policiamento que «deixa correr», contanto que a ordem externa não seja alterada. A Sociedade Liberal tem gerado a desintegração da família e decadência moral caracterizada pela extrapolação do egoísmo individual. O Capitalismo precisa de limites morais.</p><p>As várias e mutáveis circunstâncias não permitem fixar a priori os limites precisos, entre os quais se devem exercer a ação do Estado,ou seja, o papel do estado não é só deixar fazer; e muito menos, fazer por si; mas ajudar a fazer.</p><p>2. O Avanço tecnológico e o fim das fronteiras nacionais.</p><p>1. GLOBALIZAÇÃO.</p><p>Globalização é um processo de aprofundamento da integração econômica, social, cultural, política entre todos os países do mundo, graças ao barateamento dos meios de transporte e comunicação. Este fenômeno tem inicio no final do século XX e início do século XXI. É um fenômeno que nasce dentro da dinâmica capitalista de formar uma aldeia global que permita maiores mercados para os países centrais (ditos desenvolvidos) cujos mercados internos já estão saturados.</p><p>O processo de Globalização diz respeito à forma como os países interagem e aproximam as pessoas, levando em consideração aspectos econômicos, sociais, culturais e políticos. Surge uma nova fase de expansão capitalista, onde é</p><p>possível realizar transações financeiras, expandir negócios até então restritos por fronteiras nacionais.</p><p>2. HISTÓRIA.</p><p>A Globalização é um fenômeno capitalista complexo que começou na época dos Descobrimentos e que se desenvolveu a partir da Revolução Industrial. O seu conteúdo passou despercebido por muito tempo. Hoje, muitos economistas analisam a Globalização como resultado da Segunda Guerra Mundial, ou como resultado da Revolução Tecnológica.</p><p>Durante a Segunda Guerra Mundial surgiu um dos primeiros sintomas da Globalização das comunicações: o pacote cultural-ideológico dos Estados Unidos incluía várias edições diárias de O Repórter Esso (1941), uma síntese noticiosa de cinco minutos rigidamente cronometrados, a primeira de caráter global, transmitido em 14 países do continente americano por 59 estações de rádio, constituindo-se na mais ampla rede radiofônica mundial.</p><p>O fim da Segunda Guerra mundial gerou a vontade de impedir que uma nova guerra dessas proporções pudesse ocorrer no futuro. As nações vitoriosas da guerra e as devastadas potências do eixo chegaram a conclusão que era de suma importância para o futuro da humanidade a criação de mecanismos diplomáticos e comerciais para aproximar cada vez mais as nações uma das outras. Deste consenso nasceu as Nações Unidas (ONU) e muitos outras Organizações de cunho internacional.[footnoteRef:6] [6: Por exemplo Comunidade Econômica Europeia (CEE), Associação de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul), Comunidade de Estados Independentes (CEI), Círculo do Pacífico, FIFA, Federação Internacional de Futebol, etc. ]</p><p>A necessidade de expandir seus mercados levou as nações a começarem a se abrir para produtos de outros países, marcando o crescimento da ideologia econômica do liberalismo. Atualmente os grandes beneficiários da Globalização são os grandes países emergentes, com grandes economias de exportação, grande mercado interno e cada vez maior presença mundial.</p><p>3. Características Da Globalização</p><p>· As Marcas Mundiais constituem a característica mais notável da Globalização. A Globalização afeta todas as áreas da sociedade, principalmente comunicação, comércio internacional e liberdade de movimentação, com diferente intensidade dependendo do nível de desenvolvimento e integração das nações ao redor do planeta.</p><p>· Melhora da distribuição de renda está melhorando, embora que a ONU indica que "a 'Globalização' e 'liberalização', ainda que “motores do crescimento” econômico e o desenvolvimento dos países, não reduziram as desigualdades e a pobreza nas últimas décadas".2</p><p>· No mercado de trabalho da Globalização a criação da modalidade de outsourcing[footnoteRef:7]. Por outro lado a capacidade de uma pessoa em processar informações ficou mais importante que sua capacidade de trabalhar como operário em uma empresa graças a automação. [7: Outsourcing é a ação de delegar serviços a terceiros. Em geral um serviço muito pequeno e facilmente definido, É a ação de uma empresa de terceirizar serviços para outra empresa em outro país, visando principalmente beneficiar-se de mão de obra mais barata. Trata-se de uma situação política delicada porque apresenta maior probabilidade de resultar em demissões.</p><p>]</p><p>· O aumento de tecnologias limpas e sustentáveis na produção.</p><p>4. Teorias Da Globalização.</p><p>A Globalização, por ser um fenômeno espontâneo decorrente da evolução do mercado capitalista não direcionado por uma única entidade ou pessoa, possui várias linhas teóricas que tentam explicar sua origem e seu impacto no mundo atual.</p><p>Alguns cientistas políticos analisam a Globalização como o movimento sob o qual se constrói o processo de ampliação da hegemonia econômica, política e cultural ocidental sobre as demais nações. Outros sustentam que a Globalização é a reinvenção do processo expansionista americano[footnoteRef:8] no período pós-guerra-fria com a imposição dos modelos políticos (democracia), ideológico (liberalismo, hedonismo e individualismo) e econômico (abertura de mercados e livre competição). [8: Vale ressaltar que este projeto não é uma criação exclusiva do estado norte-americano, mas, é também um projeto das empresas, em especial das grandes empresas transnacionais, e governos do mundo inteiro.</p><p>]</p><p>Antonio Negri, pensador italiano, defende, em seu livro "Império", que a nova realidade sócio-política do mundo é definida por uma forma de</p><p>2 Para o prêmio nobel em economia Stiglitz, a Globalização, que poderia ser uma força propulsora de desenvolvimento e da redução das desigualdades internacionais, está sendo corrompida por um comportamento hipócrita que não contribui para a construção de uma ordem econômica mais justa e para um mundo com menos conflitos. Opositores de Stiglitz argumentam que a Globalização fracassou em alguns países, exatamente porque a Globalização foi refreada por uma influência indesejada dos governos nas taxas de juros e na reforma tributária.</p><p>organização diferente da hierarquia vertical. As relações de poder se dão mais por via cultural e econômica do que uso coercitivo de força.</p><p>Benjamin Barber Em seu artigo “Jihad vs. McWorld”, Benjamin Barber expõe sua visão dualista para a organização geopolítica global num futuro próximo. De um lado o McMundo (americanismo) e de outro o da Jihad, (movimentos de luta contra a ação globalizante). Ele aponta para o declínio da democracia porque os modos de produção de ambos exigem outros tipos de organização política cujas demandas o sistema democrático não é capaz de atender.</p><p>Daniele Conversi defende que a 'Globalização cultural' é sua forma mais visível e efetiva enquanto "ela caminha na sua trajetória letal de destruição global, removendo todas as seguranças e barreiras tradicionais em seu caminho. É também a forma de Globalização que pode ser mais facilmente identificada com uma dominação pelos Estados Unidos. Ele propõe a análise da 'Globalização cultural' em três linhas principais:</p><p>1. Nos efeitos políticos das alterações socioculturais.</p><p>2. A nova ordem mundial tem uma estrutura piramidal, onde os diversos grupos sociais têm cada vez menos oportunidades de se intercomunicar, ou interagir de maneira relevante e consoante suas tradições: uma erosão do entendimento, sob a fachada de uma homogenização global.</p><p>3. O nascimento do 'nacionalismo de e-mail", ou seja a expansão da Internet propiciou a criação de redes etnopolíticas que só podem ser limitadas pelas fronteiras nacionais às custas de violações de direitos humanos".</p><p>Samuel P. Huntington, neoconservador norte-americano, enxerga a Globalização como processo de expansão da cultura ocidental e do sistema capitalista sobre os demais modos de vida e de produção do mundo, que conduziria inevitavelmente a um "choque de civilizações".</p><p>Octávio Ianni, sociologo brasileiro, marxista, afirma que, com a Globalização, começou o réquiem do Estado-nação, e a própria noção de espaço nacional. O processo de Globalização e a emergência de uma sociedade global estaria paulatinamente subordinando as sociedades nacionais. O crescimento do neoliberalismo e das empresas transnacionais anulariam as estratégias nacionais de desenvolvimento e diminuiriam a capacidade decisória dos governos. No processo de Globalização, as fronteiras tendem a se anular ou pelo menos a se modificar. O Estado estaria deixando se ser um mediador entre o local e o global, já que os indivíduos "trocam o local pelo global". Apesar destas transformações o Estado-nação continua ainda a ser a única instância política realmente importante nas relações internacionais. Negar o papel do Estado e do território seria uma forma de negar a política, já que a sociedade global não tem um governo representativo e não conta com poderes centralizados.</p><p>Ponderações. Apesar das contradições há um consenso, entre as partes, a respeito das características da Globalização que envolve o aumento dos riscos globais de transações financeiras, perda de parte da soberania dos Estados com a ênfase das organizações supragovernamentais,</p><p>no livro “Noites Nômades”...</p><p>1. “Celular não é pra conversar, é pra se achar. É pra usar na hora, é instantâneo”.</p><p>1. Segundo Barry Wellman, o caráter móvel do telefone supõe que aquele que liga e aquele que recebe uma ligação estejam sempre disponíveis, não importando onde possam estar...</p><p>1. ...Claude Fischer (apud CASTELLS, 1999. p.449) estudou comunidades do norte da Califórnia e descobriu que o telefone incrementou as redes sociais de comunicação existentes e reforçou seus hábitos sociais profundamente enraizados...</p><p>O celular e a emergência do Flash Mob</p><p>1. ... A partir desta nova concepção e dos novos sentidos que o telefone passa a ter para o humano, não podemos deixar de frisar as múltiplas funções que os aparelhos celulares apresentam atualmente e das transformações advindas deste caráter multimídia. Envio de e-mails, recebimento de notícias, música através de rádio e mensagens de texto e, principalmente, esta última função vem servindo como suporte para uma nova forma de sociabilidade, o fenômeno do Flash Mob – mobilizações relâmpago que tem como característica principal realizar uma encenação em algum ponto da cidade. Ela pode ser convocada por e-mail através de grupos de discussão ou celular por meio de mensagens de texto com o objetivo último de marcar dia, hora e o lugar para a multidão se reunir.</p><p>1. A onda de flash mobs, isto é, mobilização relâmpago ou turba relâmpago se espalhou por várias cidades do mundo e teve início no segundo semestre de 2003. Atualmente, o fenômeno já não acontece, mas serve como um interessante exemplo para avaliação dos impactos sociais/ culturais e das utilizações sociais de uma tecnologia...</p><p>1. No sumário de seu livro disponível na internet , Rheingold fala da influência dos artefatos técnicos na vida cotidiana e, por conseqüência, na cultura:</p><p>1. Smart mobs emergem quando a comunicação e as tecnologias da computação ampliam os talentos humanos para cooperação. Os impactos da tecnologia smart mob já aparecem e podem ser benéficos e destrutivos, usados por alguns desses mais novos adeptos que dão suporte a democracia e por outros que coordenam ataques terroristas. As tecnologias que estão começando a fazer os smart mobs possíveis são os artefatos móveis de comunicação e computação penetrante – acessíveis microprocessadores embutidos nos objetos e no ambiente diário.</p><p>1. ... Podemos afirmar que o novo meio – o celular – dita alguns aspectos da cultura contemporânea. Encontramos esta perspectiva em H. Innis, autor de “The Bias of Communication”, sob uma forma de determinismo tecnológico. Para ele, os meios não são apenas formas convencionais de comunicação, mas também o são, por exemplo, a caravela, a carroça, etc. Ele foi o primeiro a ampliar a noção de meio. Além disso, Innis realizou um deslocamento de foco ao analisar os meios utilizados por uma cultura para compreende-la completamente. Assim, ele poderia conhecer o conjunto de materialidades e produções de sentido advindos de toda e qualquer tecnologia inserida em uma dada sociedade.</p><p>1. Percebemos que a inserção e massificação do telefone celular em nossa cultura transformou nitidamente a antiga concepção do telefone para nós. Como um novo meio, ele proporcionou o surgimento da cultura social do “estar junto”. A tecnologia aqui media e reúne indivíduo com indivíduo suscitando o aparecimento de fenômenos como o “nomadismo”, relatado pela autora Maria Isabel Mendes de Almeida, e mais recentemente também, os Flash Mobs. Novos significados foram produzidos a partir do novo meio e das várias funções que dele fazem parte. Novas sociabilidades emergem a partir do advento e disseminação dos telefones móveis</p><p>Materialidades da Comunicação e Considerações finais</p><p>1. ...No caso do presente trabalho, a materialidade do telefone celular, fez aparecer a nova cultura do nomadismo e do fenômeno do Flash Mob (que também tem como um de seus alicerces a internet) que têm como um dos resultados uma nova e diferente forma de coesão social.</p><p>1. Podemos agora viver, não apenas anfibiamente em dois mundos divididos e distintos, mas pluralisticamente, em muitos e simultâneos mundos e culturas. Não estamos, como anteriormente, limitados a uma só cultura – a uma única razão e proporção entre os sentidos humanos – do mesmo modo que já não nos reduzimos a um só livro, ou uma só língua, ou uma só tecnologia. Culturalmente, nossa necessidade hoje em dia é a mesma do cientista que, vigilante e atento, busca lucidamente corrigir as limitações, desvios e unilateralidades dos instrumentos de pesquisa. Compartimentalizar o potencial humano por culturas únicas, cedo será tão absurdo quanto se vem tornando a especialização por matérias ou disciplinas.</p><p>1. A partir do desenvolvimento e a disseminação das tecnologias de comunicação, o indivíduo passou a experimentar duas formas de interagir com o conhecimento e com outras pessoas: uma física, concreta e outra virtual, imaterial. As tecnologias de comunicação ampliaram e acentuaram as capacidades humanas de falar, ouvir e ver. Estas experiências aprimoradas pelo surgimento de artefatos técnicos ao longo do tempo fizeram com que o homem pudesse criar mecanismos diferentes para se comunicar cada vez mais. O uso humano das tecnologias de comunicação fazem com que as mídias se tornem novos ambientes sociais com transmissão de palavras, imagens e sons transformando lugares de geração de sociabilidade. O acesso facilitado a estes meios fazem com que a comunicação se torne mais acessível e assim, passa a aproximar pessoas que, devido à distância geográfica, nunca poderiam se conhecer; e as que já se conhecem, têm nas mãos novos canais de comunicação, reforçando os laços já existentes no espaço físico.</p><p>1. A disseminação do telefone móvel abriu oportunidades inéditas de comunicação. O caráter portátil do novo meio e seu uso social fez com que o homem inventasse novas e diferentes formas de interação e de se “estar junto” na contemporaneidade. O surgimento de fenômenos como o Flash Mob vêem demonstrar o impacto que uma determinada tecnologia pode causar na sociedade. Certamente, o telefone celular, foi decisivo para a constituição desta nova conjuntura em que explodem ativismos políticos e Flash Mobs. Estes episódios que eclodem no mundo físico demonstram que a materialidade do telefone móvel altera o nosso comportamento social, cria novos sentidos e novas formas de nos organizarmos na sociedade.</p><p>ACESSE E ASSISTA AO VÍDEO:</p><p>1. INVENÇÃO DO TELEFONE</p><p>1. https://www.youtube.com/watch?v=u08DPJ9w7GU</p><p>AULA 10</p><p>SOCIOLOGIA GERAL</p><p>FUNÇÃO SOCIAL DA RELIGIÃO EM GERAL E DO CRISTIANISMO.</p><p>O Estudo da Sociologia nos faz perceber melhor que os alicerces que formam a base da vida social precisam ser cada vez mais conhecidos e aprofundados. Sem a família e as suas finalidades o homem fica desorientado a respeito da sua própria vida. Sem a Religião e os conceitos da vida sobrenatural a vida humana cai num desespero. Todavia, também de pão vive o homem, e por isso a necessidade do trabalho não é apenas fonte de sobrevivência, mas também de crescimento pessoal e social. O Capital e a economia dão ao trabalho a sobriedade necessária para o bom uso dos bens conquistados e a conquistar. Finalmente como a própria sabedoria popular nos ensina; Quem casa quer casa! A propriedade e os bens necessários para a nossa sobrevivência e crescimento são fundamentais para garantir uma segurança para vida humana.</p><p>Sendo a vida social provida de constante movimento é sempre importante delimitar o alcance de cada alicerce e suas características próprias. Quando chamamos este movimento de Processos Sociais nosso objetivo é o de deixar bem claro que esta dinâmica social é um desafio de cada geração de homens. “Ainda somos os mesmos e vivemos, como os nossos pais...”(Belchior). Não há época da história da vida humana que não tenha o novo e o velho convivendo, ensinando e aprendendo.</p><p>Dentre tantos desafios da vida humana, a conciliação do temporal com o eterno, do natural com o sobrenatural será sempre um desafio na vida humana.</p><p>Nesta nossa última</p><p>aumento do volume e velocidade como os recursos vêm sendo transacionados pelo mundo, através do desenvolvimento tecnológico etc.</p><p>A Globalização é um fenômeno moderno que surgiu com a evolução dos novos meios de comunicação cada vez mais rápidos e mais eficazes. Há, no entanto, aspectos tanto positivos quanto negativos na Globalização. No que concerne aos aspectos negativos percebe-se que na facilidade de circulação de pessoas, informações e produtos sem grande controle, podese facilmente cair nos mais variados tipos de crimes, desde um vírus na internet, a pedofilia, drogas e até atentados terroristas como o de 11 de Setembro nos Estados Unidos da América. Todavia, a Globalização também serve para os mais fracos se equipararem aos mais fortes através desta grande autoestrada informacional do mundo que é a Internet.</p><p>Outro aspecto negativo é a grande instabilidade econômica que se cria no mundo, pois qualquer fenômeno que acontece num determinado país atinge rapidamente outros países criando-se contágios análogos a epidemias que se alastrariam por todos os pontos da Terra. Os países estão mais dependentes uns dos outros e já não há possibilidade de se isolarem e ninguém é imune a contágios positivos ou negativos.</p><p>Os aspectos positivos são: a facilidade com que as inovações se propagam entre países e continentes, o acesso fácil e rápido à informação e aos bens.</p><p>5. O meio ambiente tratado como questão mundial.</p><p>Em 1972, na Suécia, ocorreu a Primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, promovida pela ONU. Entretanto, só a partir dos anos 90 a questão do meio ambiente tornou-se essencial nas discussões internacionais, nas preocupações dos Estados - e principalmente dos grandes centros mundiais de poder quanto ao futuro. Em 1992, a Segunda Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, a ECO-92 ou RIO-92, realizada no Brasil, a questão ganhou força decisiva.</p><p>Depois da guerra fria a questão ambiental passou a ser um dos mais importantes riscos à estabilidade mundial. Além disso, os governos perceberam que as ameaças de catástrofes ecológicas são sérias e precisariam ser enfrentadas, e que preservar um meio ambiente sadio é condição indispensável para garantir um futuro tranquilo.</p><p>A problemática ambiental suscita várias controvérsias e oposições. Os países ricos voltam suas atenções para queimadas e os desmatamentos nas florestas tropicais, particularmente na floresta Amazônica. Já os países pobres acham natural gastar seus recursos naturais com o objetivo de se desenvolverem.</p><p>O problema é que até por volta dos anos 70 do século XX a humanidade não sabia que a biosfera podia ser irremediavelmente afetada pelas ações humanas e existiam muito mais florestas ou paisagens nativas no século passado do que hoje.</p><p>O grande problema que se coloca nos dias atuais é o de se pensar num novo tipo de desenvolvimento, diferente daquela que ocorreu até os anos 80, que foi baseado numa intensa utilização e até desperdício de recursos naturais não renováveis.</p><p>Ora, esse problema não é apenas nacional ou local mas, mundial e planetário. A humanidade vai percebendo que é uma só e que mais cedo ou mais tarde terá que estabelecer regras civilizadas de convivência. Uma espécie de “Constituição” ou carta de gestão do planeta e o nosso espaço de vivência em comum foi uma grande conquista da Rio-92 e aos poucos vão se criando as condições de sua aplicação.</p><p>6. A Internet e o fim das barreiras da comunicação</p><p>A Globalização das comunicações tem sua face mais visível na internet. A rede mundial de computadores é possível graças a acordos e protocolos entre diferentes entidades privadas da área de telecomunicações e governos no mundo. Isto permitiu um fluxo de troca de idéias e informações sem critérios na história da humanidade. Se antes uma pessoa estava limitada a imprensa local, agora ela mesma pode se tornar parte da imprensa e observar as tendências do mundo inteiro, tendo apenas como fator de limitação a barreira linguística.</p><p>Outra característica da Globalização das comunicações é o aumento da universalização do acesso aos meios de comunicação, graças ao barateamento dos aparelhos de tv, celulares, computadores, etc. Hoje uma inovação criada no Japão pode aparecer no mercado brasileiro em poucos dias e virar sucesso de mercado. Alem disso, Redes de TV e imprensa multimídia sofreram um grande impacto com a Globalização. Um país com imprensa livre hoje em dia pode ter acesso a tv por assinatura, satélite, e a emissoras do mundo inteiro.</p><p>Pode-se dizer que este incremento no acesso à comunicação em massa acionado pela Globalização tem impactado até mesmo nas estruturas de poder estabelecidas, com forte conotação a democracia, ajudando pessoas antes alienadas a um pequeno grupo de radiodifusão de informação a terem acesso a informação de todo o mundo, mostrando a elas como o mundo é e se comporta.</p><p>Infelizmente este mesmo livre fluxo de informações é “faca de dois gumes” para governos e sociedade. As discussões sobre limites, ética e censura estão sempre nas pautas de políticos, religiosos, artistas e intelectuais. O que ninguém nega é a força de influência que tais mecanismos possuem.[footnoteRef:9] [9: Na China, onde a internet tem registrado crescimento espetacular. Mas em uma economia socialista de mercado o Estado tenta limitar a visualização de certos conteúdos considerados "sensíveis" pelo governo, como do Protesto na Praça Tiananmem em 1989 ou acontecimentos desagradáveis durante os Jogos Olímpicos de 2008. Igualmente no Irã, Arábia Saudita e outros países islâmicos com grande influência da religião nas esferas governamentais, a internet sofre uma enorme pressão do estado. Por outro lado, Londres é a cidade mais globalizada do planeta. Mas também em países livres como o Brasil o tema gera polemicas, principalmente pelos apelos eróticos de consumo fácil e desinformação que o mal uso dos meios de comunicação podem trazer. Sem falar no uso político a que muitas emissoras estão subordinadas.</p><p>]</p><p>7. As Imigrações Modernas.</p><p>Em um mundo globalizado, quando se modificam, transformam, recriam ou anulam fronteiras reais e imaginárias, os indivíduos movem-se em todas as direções, mudam de país, trocam o local pelo global, diversificam seus horizontes, pluralizam as suas identidades. Os desenvolvimentos da nova divisão internacional do trabalho, do mercado mundial, da fábrica global não só abrem como criam e recriam espaços físicos, sociais, econômicos, políticos e culturais. As migrações internacionais parece diversificarem-se não só devido aos movimentos do mercado de força de trabalho. A indústria do turismo expande-se por todos os cantos do planeta. Acelera-se a movimentação de funcionários, técnicos, intelectuais, jornalistas, artistas, cientistas de todas as ciências e correntes. Trata-se de um âmbito do cosmopolitismo aberto pela Globalização.</p><p>Multiplicam-se as identidades de uns e outros, intercâmbios culturais e formas de organização social da vida, modos de trabalhar, agir, sentir, pensar, imaginar. Da mesma maneira que as coisas e as mercadorias, bem como as idéias e as fantasias, também os indivíduos se tornam cada vez mais cidadãos do mundo.</p><p>8. Os sonhos globais</p><p>OLIMPÍADAS</p><p>Em 23 de agosto de 1894, Barão de Coubertin Pierre de Fedri instituiu os Jogos Olímpicos da era moderna e criou a COI (Comitê Olímpico Internacional). Este criou algumas normais básicas para os jogos e a proibição de qualquer interferência ou descriminação política, religiosa ou</p><p>racial. O ideal olímpico foi tomando vulto e sofreu muitas alterações até torna-se como é hoje em dia um dos maiores espetáculos esportivos e multicultural a serviço da Globalização. Em menores proporções pode-se dizer o mesmo da Copa do Mundo de Futebol patrocinada pela FIFA.</p><p>ROCK AND ROLL</p><p>A música Rock é um termo abrangente para definir gênero musical popular que se desenvolveu durante e após a década de 1960. Suas raízes se encontram no rock and roll e se difundiu nos Estados Unidos entre 1945 a 1955. Evoluiu do blues, da música</p><p>country e do rhythm and blues, entre outras influências musicais que ainda incluem o folk, o gospel, o jazz e a música clássica. Todas estas influências combinadas em uma simples estrutura musical baseada no blues que era rápida, dançável e sensual. Alimentando-se de um espírito de contestação e revolução, o Rock, graças à influencia da cultura americana, tornou-se mania mundial entre os jovens e constitui-se num elemento de Globalização da cultura dos jovens.</p><p>O Rock foi mais do que uma revolução musical, foi uma revolução cultural que se estendeu das modas à religião, do gosto ao comportamento social. Ela impôs uma nova "arte", uma nova moda. Ela quer a libertação de todas as leis, regulamentos e normas sociais. Ela se impõe à sociedade liberal, querendo que ela se torne libertária... Defende taras e perversões. Quer o absurdo e preconiza a abolição da racionalidade. Naquilo que a arte moderna fracassou, o Rock obteve êxito; torna o feio, admirável.</p><p>"Mistura de ritmos e de gêneros musicais, de sons e tradições, a música corre mais depressa que os homens; ela conseguiu realizar a verdadeira revolução deste século"</p><p>John Lenon, declarou:"O Rock é mais do que música, é o centro energético de uma nova cultura e de uma juventude em Revolução". E é isso que ele prega em sua musica:</p><p>Sua canção é uma utopia de Globalização.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>"Imagine não haver paraíso</p><p>É fácil você tentar</p><p>Nenhum inferno abaixo de nós.</p><p>(...)</p><p>Imagine não haver países.</p><p>Não é difícil não.</p><p>Nada para matar ou pelo que morrer</p><p>E nenhuma religião também Imagine toda a gente vivendo a vida em paz.</p><p>(...)</p><p>Imagine não haver propriedade</p><p>Uma irmandade de homens.</p><p>Imagine toda gente</p><p>Compartilhando o mundo todo.</p><p>AULA 6</p><p>SOCIOLOGIA GERAL</p><p>II - VALORES E CONCEITOS BÁSICOS DA VIDA SOCIAL.</p><p>PROPRIEDADE</p><p>Natureza da propriedade</p><p>Definição: Em geral, a propriedade é o direito de usufruir e dispor de uma coisa com exclusão de outrem. Todo o direito de propriedade comporta, pois, dois aspectos: um positivo, isto é, o poder de desfrutar e dispor de certas coisas, outro negativo, o poder de proibir a qualquer outra pessoa o uso de tais coisas.</p><p>A palavra propriedade emprega-se também em sentido concreto, não já para expressar o direito em si, mas sim o objeto do direito; significa então tudo o que se possui legitimamente.</p><p>A propriedade divide-se em privada e comum ou coletiva. Pela propriedade privada, o indivíduo desfruta e dispõe a seu bel-prazer de certos bens como de coisa própria com exclusão de qualquer outro indivíduo. Na propriedade comum ou coletiva, com todos os bens ficam nas mãos da coletividade, todos e cada um dos membros que a compõem podem desfrutá-los em comum com a exclusão dos que não fazem parte dessa sociedade.</p><p>A Propriedade Privada</p><p>Os fundamentados da propriedade privada se encontram no direito natural, das exigências concretas da natureza do ser humano que o torna capaz de governar a si mesmo. O homem possui uma espécie de disposição natural, de vocação para servir-se dos bens desta terra. A razão e a inteligência humana exigem o direito estável e perpétuo de possuí-los. Esta visão sustenta a abertura a um direito natural de propriedade sobre a terra, seus recursos estáveis e permanentes, como também sobre todas as realidades susceptíveis de serem fecundadas pelo trabalho do homem. Subtrair esse domínio humano é restringir a liberdade humana.</p><p>O Homem e os bens exteriores</p><p>Os bens materiais podem servir não somente para o sustento do corpo, mas também de meios para o aperfeiçoamento do conhecimento intelectual do homem. Por isso, o homem é capaz de exercer um domínio natural sobre os bens materiais na medida em que pode utilizálos. O domínio natural do homem sobre a natureza deve sempre estar acompanhado da responsabilidade de usar destes bens em conformidade com os desígnios divinos.</p><p>A referência ao direito positivo, não obstante, é oportuna enquanto diz respeito àqueles aspectos de regulação da propriedade que podem e devem ser convenientemente regulados pelas livres convenções e por meio de leis. Em decorrência desta variedade pode-se estabelecer junto à propriedade privada diversas formas de divisão de propriedade.</p><p>O bem comum e a propriedade privada.</p><p>Quanto à liceidade da propriedade privada, Santo Tomás propõe como solução razões de utilidade pública. Estas razões são oriundas da justiça legal, segundo os termos empregados por ele. Portanto estão relacionados ao bem comum, que, segundo ele, possui as seguintes características:</p><p>· Totalidade: todos os indivíduos devem participar, por direito natural, da universalidade dos bens. Sendo uma parte da cidade, cada indivíduo só poderá ser bom se puder participar proporcionalmente do bem comum: nem o todo pode ter boa consistência senão pelas partes, que lhe sejam proporcionadas.</p><p>· Comunicabilidade: A busca do bem comum, por consequência, resulta no bem particular, pois quem serve a uma comunidade, serve a todos os homens que dela fazem parte e vice-versa, ou seja, o bem feito a uma parte ordena-se ao todo.</p><p>Quanto à distribuição dos bens Santo Tomás ancorando-se em Cícero, destaca que uma distribuição excessiva dos bens comporta riscos quanto ao esgotamento das riquezas e corrupção dos costumes, uma vez que aquele que só recebe benefícios está cada vez mais inclinado a acomodar-se e só esperar. Assim recomenda às pessoas que na sua liberdade sejam moderadas, evitando a prodigalidade, como também na distribuição dos bens comuns deve-se observar moderação. Todos esses critérios pertencem à justiça distributiva.</p><p>Santo Tomás dá o exemplo das abelhas das quais nem todas se dedicam ao mesmo ofício, mas enquanto umas recolhem o mel, outras constroem com cera os favos ainda na corte da rainha e na proteção da colméia. O mesmo se aplica de modo análogo ao homem que não pode satisfazer sozinho todas as coisas necessárias para sua vida e aperfeiçoamento tanto corporal quanto espiritual.</p><p>· Um favorecimento dos aspectos sociológicos de organização social e responsabilidade afetiva de cada um. A experiência dos fatos mostra que uma pessoa administra com melhor ordem e cuidado o que lhe compete diretamente em vista dos próprios interesses ao passo que reinaria confusão se cada um cuidasse de tudo e de todos indistintamente.</p><p>· Uma ação politicamente favorável à paz social.</p><p>Santo Tomás de Aquino em seus comentários à política de Aristóteles enfoca as formas de propriedade pública para observar que conduzem a todo tipo de acusações e discordâncias e a todos os outros males.</p><p>· Uma legítima defesa da liberdade. Diante do poder imenso que o Estado outorga à liberdade ao encarnar a vontade geral, o contrapeso da propriedade privada garante os devidos limites face a uma interpretação, ás vezes, equivocada do poder estatal.</p><p>O Estado tem de se empenhar em manter a ordem suscitando uma reação social em lugar de substituí-la por intervenções totalitárias ou meramente tecnocráticas. Por outro lado é necessário que todos os homens acolham a necessidade do exercício harmônico das virtudes cardeais – prudência, justiça, fortaleza, temperança – como também daquelas de cunho teológico – fé, esperança, caridade.</p><p>Precisamente por esta razão, diz Tomás de Aquino que, se harmonizarem com as exigências da justiça, a crítica e a reforma social são muito mais difíceis do que a profissão do médico.</p><p>TEORIA SOCIALISTA DA PROPRIEDADE</p><p>Natureza do socialismo.</p><p>1. A palavra socialismo, inventada cerca de 1840 por Pierré Leroux, em oposição a individualismo, é termo genérico que exprime algumas espécies de ingerência do estado nas relações entre produtores e consumidores. A dar ouvidos ao socialismo, o grande flagelo das sociedades modernas é o individualismo; por isso pretende remediá-lo socializando, isto é, pondo nas mãos da comunidade inteira e do Estado que a representa, todas ou parte das funções econômicas: produção, repartição, consumo.</p><p>2. O socialismo admite numerosas variantes. Distinguem-se principalmente o comunismo absoluto e o comunismo</p><p>mitigado ou coletivismo, os quais se diferenciam ainda entre si de vários modos. O comunismo absoluto pretende socializar as três grandes funções econômicas. Não só a produção será em comum mas o próprio consumo será coletivo, e o Estado fará a repartição.</p><p>O comunismo mitigado, ou coletivismo contenta-se com socializar a produção. Respeita a propriedade individual dos objetos de consumo, mas declara propriedade coletiva todos os instrumentos de produção, a saber: o solo, e os capitais, e transforma assim o Estado numa vasta associação cooperativa que abrange obrigatoriamente todos os cidadãos.</p><p>3. Muitos pedem, para um futuro mais ou menos próximo, a entrega do poder da administração pública e até da propriedade, nas mãos de organismos sindicais emanados da «classe operária». Esta classe operária compreenderá não só o «proletariado», mas também os trabalhadores intelectuais, as diferentes agremiações sindicais de engenheiros ou de funcionários, e até em certa medida parte do pessoal de direção.</p><p>Os partidos extremistas: libertários, revolucionários, etc., exigem a ação violenta, insurrecional, imediata: a substituição imediata e revolucionária do Estado burguês pelo Estado dos trabalhadores.</p><p>Os partidos moderados, reformistas, pedem a evolução lenta, pela educação do proletariado, conquista regulada das várias funções sociais, arregimentação dos elementos burgueses susceptíveis de educação sindicalista, e reformas progressivas. O fim porém é comum.</p><p>6.2 Refutação filosófica.</p><p>Depois de ter estabelecido que a lei civil não pode decretar a abolição da propriedade privada, sendo como é de direito natural, importa mostrar que a socialização do solo e dos capitais, não só não favorece o progresso e o aperfeiçoamento do indivíduo e da sociedade, mas se opõe diretamente.</p><p>1. Que responderemos à objeção coletivista, que afirma que no princípio tudo é naturalmente comum e por conseguinte que, segundo a frase de Proudhon, «a propriedade é roubo»?</p><p>- A conclusão que se requeria de a natureza não fazer proprietários, não é que no começo tudo é comum, mas pelo contrário, que ninguém possui coisa alguma, pela simples razão de que ninguém trabalhou ainda para se apropriar das coisas.</p><p>No princípio todos podem adquirir direito a tudo. Este direito universal, abstrato, fundado nas exigências essências da natureza humana, tornase concreto pelo fato da apropriação. Efetivamente com o trabalho, com a exploração inteligente de qualquer solo ou matéria prima aplicamos a esse objeto determinado o nosso direito universal à propriedade.</p><p>2. O argumento decisivo que Aristóteles já se servia contra Platão, é que o regime de comunidade aplicado à sociedade tem como resultado fatal a decadência física e moral do indivíduo e da espécie.</p><p>a) Faz diminuir o trabalho e o esforço que são a primeira condição de todo o progresso e aperfeiçoamento. Sem a esperança de acumular pela economia os frutos do próprio trabalho, a imensa maioria dos cidadãos trabalharia o menos possível. De fato, que zelo se poderia esperar de quem cultivasse o campo comum, tendo a sua subsistência assegurada pelo Estado, seja qual for o resultado dos seus esforços? Esta doutrina é confirmada pela experiência russa. A abolição da propriedade particular provocou um enorme abaixamento da produção. Por isso, foi necessário voltar ao regime da propriedade particular, ainda que bastante limitada.</p><p>b) O Estado, para obter os recursos de que precisasse, se veria obrigado a constranger os recalcitrantes, a impor-lhes obrigações e a vigiar por que se cumprissem. Seria o funcionalismo convertido em maquinismo universal da expansão econômica; a ruína da liberdade e da responsabilidade individuais; cada cidadão seria um escravo sob a tirania do Estado.</p><p>Consequências da Segunda Guerra Mundial Juliana Bezerra -Professora de História</p><p>https://www.todamateria.com.br/consequencias-da-segunda-guerra-mundial/</p><p>· A Segunda Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 e 1945, deixou milhares de mortos, incontáveis feridos e redefiniu o equilíbrio de poder mundial.</p><p>· As principais consequências deste conflito foram a ascensão dos Estados Unidos, a divisão do mundo entre capitalismo e socialismo e o surgimento da ONU.</p><p>· No Brasil, verifica-se o fim do governo de Getúlio Vargas e a aproximação com os americanos.</p><p>· Número de Vítimas da Segunda Guerra</p><p>· O conflito, de acordo com algumas estimativas, causou a morte de 45 milhões de pessoas e deixou 35 milhões de feridos. A maior quantidade de vítimas foi registrada na União Soviética com 20 milhões de mortos.</p><p>· Na Polônia, calcula-se 6 milhões de baixas, enquanto a Alemanha contabiliza 5,5 milhões. Em decorrência do conflito morreram ainda 1,5 milhão de japoneses.</p><p>· Além disso, a Segunda Guerra produziu um dos crimes mais atrozes contra a humanidade: o assassinato de 6 milhões de judeus em escala industrial.</p><p>· A eliminação física deste povo fazia parte de um projeto de Adolf Hitler (1889-1945), conhecido como Solução Final. Para realizá-lo, os nazistas elaboraram um complexo sistema de extermínio em campos de concentração e de morte.</p><p>· Consequências Econômicas da Segunda Guerra</p><p>· Além das perdas humanas, o conflito custou 1 trilhão e 385 bilhões de dólares em perdas monetárias. Do montante, 21% coube aos Estados Unidos, 13% à União Soviética e 4% ao Japão.</p><p>· Todos os 72 países envolvidos acumularam perdas em diferentes proporções. Houve intensa queda na produção industrial e os investimentos dos governos foram direcionados para a guerra, em detrimento de outras áreas, gerando intensos problemas sociais.</p><p>· Se para a maioria dos países houve perda, para os Estados Unidos, a guerra resultou em fortalecimento de sua posição imperialista e econômica. Afinal, este país não foi atacado e, portanto, não foi preciso destinar recursos para sua reconstrução.</p><p>· Consequências Geopolíticas da Segunda Guerra</p><p>· Após a Segunda Guerra Mundial novos países surgiram e alguns tiveram suas fronteiras redesenhadas.</p><p>A Europa após 1945 era um continente dividido entre capitalistas e socialistas</p><p>· A Áustria, que havia sido anexada pela Alemanha em 1938, ressurge como país independente.</p><p>· Itália, Hungria, Bulgária, Romênia e Iugoslávia depõem a monarquia e a substituem pelo regime republicano.</p><p>· Portugal e Espanha se isolam do sistema internacional até meados dos anos 50, por conta das ditaduras de Salazar e Franco, respectivamente.</p><p>· Os países libertados pela União Soviética como a Polônia, Hungria e Tchecoslováquia passam à esfera de influência soviética; enquanto os demais países continuam com a social-democracia.</p><p>· Alemanha</p><p>· Após a guerra, a Alemanha teve que aceitar os quatro "Ds" impostos pelas potências aliadas: "desnazificação", desmilitarização, democratização, desarmamento.</p><p>· Assim, alguns líderes nazistas foram julgados pelo Tribunal de Nuremberg. Destes, 12 foram sentenciados à morte.</p><p>· Por outra parte, o país foi dividido em duas zonas de influência bem claras: a República Democrática Alemã (RDA), com um regime socialista, e a República Federal Alemã (RFA), que continuou a ser capitalista.</p><p>· Na cidade de Berlim, então capital da RDA, foi construído o Muro de Berlim que se tornou o símbolo da divisão ideológica do mundo.</p><p>· Igualmente, as Forças Armadas foram reduzidas e o país cedeu instalações para acolher tanto tropas americanas quanto soviéticas.</p><p>· Japão</p><p>· O Japão foi obrigado a reconhecer a independência da Coreia, devolver as ilhas Curilas à União Soviética e reduzir suas Forças Armadas.</p><p>· O país teve as cidades de Hiroshima e Nagasaki destruídas por duas bombas atômicas lançadas pelos EUA e receberam 2,5 bilhões para sua reconstrução.</p><p>· Guerra Fria</p><p>· Durante o conflito, os EUA investiram aproximadamente US$ 300 bilhões, que foram recuperados com o incremento de 75% da indústria armamentista.</p><p>· Os Estados Unidos também passaram à posição de credores dos países destruídos e em 1948 elaboraram o Plano Marshall. Este consistia numa ajuda financeira de US$ 38 bilhões a fim de recuperar as indústrias e cidades europeias.</p><p>· O auxílio norte-americano,</p><p>no entanto, foi recusado pela União Soviética, dando início ao processo que ficou conhecido como Guerra Fria.</p><p>· A União Soviética estendeu sua influência aos países do leste europeu e continuaria a apoiar os movimentos que desejavam implantar o socialismo como regime de governo.</p><p>Acesse e Assista aos vídeos:</p><p>· A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 	•	A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL</p><p>· 1ª. PARTE	•	2ª. PARTE</p><p>· https://www.youtube.com/watch?v=v9aa • https://www.youtube.com/watch?v=S7XY u5onflo	gnsvW3k</p><p>AULA 3</p><p>SOCIOLOGIA GERAL</p><p>II - VALORES E CONCEITOS BÁSICOS DA VIDA SOCIAL.</p><p>NATUREZA DA SOCIEDADE</p><p>Definição: Sociedade é a união estável de muitas vontades que conspiram para o mesmo fim.</p><p>A sociedade supõe a autoridade, ou o princípio de direção que reduz à unidade todas as tendências.</p><p>Definição: Autoridade é o poder moral de decretar e legislar; é o direito de mandar; isto corresponde nos membros da sociedade o dever de obedecer.</p><p>Características: A sociedade é um todo que se pode comparar ao organismo:</p><p>Semelhanças: Ela se compõe de membros que são como a matéria desse organismo e dum princípio que é como a alma: a autoridade. A autoridade dá unidade e vida, conserva a sua identidade apesar da renovação contínua das suas partes.</p><p>Diferenças: Não se deve ver na sociedade um verdadeiro ser vivo, e pretender aplicar-lhe as leis da biologia. A sociedade existe para bem dos membros; pelo contrário no ser vivo, os membros não têm outro fim mais que o bem do organismo inteiro. No ser vivo as unidades constituintes perdem toda a individualidade; nas sociedades humanas conservam sempre a sua personalidade e os seus direitos essenciais.</p><p>Importância: A simples consideração do indivíduo humano nos leva ao conhecimento da sociedade, porque o homem individual tem certo número de inclinações, de aptidões naturais para um desenvolvimento que não pode ser atingido na existência puramente individual. O bem comum é o bem dos indivíduos na medida em que supera os esforços individuais e não atinge o indivíduo senão como membro da sociedade.</p><p>Espécies de sociedades</p><p>1. Sob o ponto de vista da matéria e dos elementos que a integram:</p><p>Sociedade é simples (sociedade doméstica) ou composta (sociedade civil).</p><p>2. Sob o ponto de vista da forma, isto é, da autoridade que as rege:</p><p>Sociedades soberanas (sociedade civil) e dependentes (doméstica).</p><p>3. Sob o ponto de vista da sua origem:</p><p>Sociedades naturais (família) e necessárias (sociedade civil).</p><p>Sociedades livres e artificiais, que se formam por uma convenção, como as sociedades financeiras ou industriais.</p><p>Quanto às Sociedades naturais e necessárias:</p><p>Distinguem-se três espécies de sociedades naturais:</p><p>1. A grande sociedade humana fundada na igualdade de natureza, que torna todos os homens aptos para se unirem em sociedades propriamente ditas.</p><p>2. A família: associação constante do homem e da mulher com o fim da vida comum, da assistência mútua e da educação dos filhos.</p><p>3. A sociedade civil, que é a associação de famílias reunidas com o objetivo de se ajudarem e de mutuamente protegerem os seus direitos.</p><p>A FAMÍLIA</p><p>NATUREZA, DIREITOS E DEVERES</p><p>Definição: A família é a sociedade formada pelo pai, mãe e filhos. Tem por fim a assistência mútua, a propagação do gênero humano, a boa educação dos filhos. Com esta definição pode ser também chamada de Família Natural.</p><p>A família é sociedade essencialmente natural que corresponde à necessidade tão sensível e profunda da nossa natureza, de viver e de se perpetuar; por isso, onde quer que haja homens, encontramos um ambiente familiar mais ou menos bem organizado.</p><p>Constituição moral da família.</p><p>A família é constituída pelo casamento, isto é: União voluntária e constante do homem e da mulher, com o intuito de viverem em comum, para se auxiliarem mutuamente e educarem os filhos.</p><p>As três características essenciais do casamento para obter todos os seus fins, são:</p><p>Liberdade, no sentido de que o matrimônio não deve ser forçado ou imposto por nenhuma autoridade humana, mas provir do livre consentimento dos que o contraem; por isso reveste sempre a forma de contrato.</p><p>Unidade: o casamento deve consistir na união de um só homem com uma só mulher. A dignidade inviolável das pessoas contratantes e a natureza exclusiva do amor conjugal assim o exigem.</p><p>Indissolubilidade: a educação tanto física como moral dos filhos exige cuidados contínuos que só a constante união do pai e da mãe pode tornar eficazes; o mesmo se diga da honra e dignidade do homem e da mulher.</p><p>Função social da família.</p><p>1. A família é a condição primária da sociedade civil e como a célula orgânica do corpo social. Foi a ela que lhe deu origem; é ela que lhe assegura a perpetuidade, fornecendo-lhe continuamente novos membros.</p><p>2. A família é a grande escola de todas as virtudes sociais: amor, obediência, fraternidade, dedicação. Em geral, ninguém é bom cidadão, se não for bom filho, bom pai, bom irmão, bom amigo, bom esposo.</p><p>3. A família é ainda o principal estímulo ao trabalho e à economia; por isso influi sobremaneira no engrandecimento da riqueza pública e do bem-estar da coletividade inteira.</p><p>A família origina relações múltiplas entre os diversos membros que a compõem, e donde provêm os diferentes direitos e deveres cujo conjunto forma a moral doméstica.</p><p>A moral familiar comporta cinco pontos.</p><p>1) Direitos e deveres dos esposos entre si; fidelidade, auxílio e amor.</p><p>2) Direitos e deveres dos pais para com os filhos; Educá-los, isto é, fazer dele um ser humano, no sentido completo da palavra.</p><p>3) Deveres dos filhos para com os pais; Obediência e afeição profunda e sincera.</p><p>4) Deveres dos filhos entre si; Amor e auxilio recíproco.</p><p>5) Direitos e deveres recíprocos entre patrões e empregados. Há desigualdade das condições sociais, mas igualdade das pessoas. Patrões: pagando salário justo. Empregado: fidelidade aos compromissos contraídos, dedicação, zelo e discrição.</p><p>Conceito</p><p>1</p><p>:</p><p>Família: um conceito natural da vida do homem.</p><p>Assista o vídeo: O Farol</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=atTr7uwCVQI&t=4</p><p>s</p><p>Conceito 2: Doutrina De Jesus</p><p>"31.Foi também dito: Todo aquele que rejeitar sua mulher, dê lhe carta de divórcio. 32.Eu, porém, vos digo: todo aquele que rejeita sua mulher a faz tornar-se adúltera, a não ser que se trate de matrimônio falso; e todo aquele que desposa uma mulher rejeitada comete um adultério."</p><p>São Mateus, 5 - Bíblia Católica Online</p><p>https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/saomateus/5/</p><p>"31.Foi também dito: Todo aquele que rejeitar sua mulher, dê-lhe</p><p>Conceito 3: União civil e o divórcio no Brasil Lei do Divórcio - O que mudou em 40 anos no Brasil?</p><p>https://www.lfg.com.br/conteudos/artigos/geral/lei-do-divorcio-o-que-mudou-</p><p>em-40-anos-no-brasil (09.02.2018)</p><p>Um em cada três casamentos no Brasil termina em separação,</p><p>revela o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são um reflexo das facilidades de dissolução desse tipo de sociedade trazidas pela Lei do Divórcio (nº 6.515/77), que completou 40 anos no país em dezembro de 2017.</p><p>As últimas Estatísticas do Registro Civil do IBGE mostram que o Brasil registrou 1.095.535 casamentos civis em 2016. No mesmo período, foram registrados 344.526 divórcios em 1ª instância ou por escrituras extrajudiciais, um aumento de 4,7% em relação a 2015.</p><p>Na comparação com os dados de 1984, quando houve 93.384 pedidos de divórcio, o crescimento do número de separações nesta modalidade é de mais de 30%.</p><p>Os dados apontam uma grande mudança em quatro décadas. "Antes da Lei do Divórcio, o casamento era pautado pelo vínculo indissolúvel. As pessoas casavam e ficavam atadas até o fim da vida a essa relação", relata o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família em São Paulo (IBDFAM-SP), João Aguirre, especialista em Direito Processual Civil.</p><p>image8.jpg</p><p>image1.jpg</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.png</p><p>image4.png</p><p>image5.png</p><p>image6.png</p><p>image7.jpg</p><p>aula queria então abordar um dos aspectos da vida social muito pertinente em nosso tempo, que diz respeito às relações entre a Igreja e o Estado e por fim como isto também ocorre, em particular em nossa Pátria.</p><p>Selecionei dois textos que exprimem um pouco desta realidade. O primeiro tirado do Dicionário de Política, o verbete: Relações Igreja Estado. O segundo o Decreto nº 7.107, de 11 de fevereiro de 2010, sobre o acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé, relativo ao estatuto jurídico da Igreja Católica no Brasil.</p><p>RELAÇÕES IGREJA-ESTADO</p><p>(Dicionário de Política – José Pedro Galvão de Souza – T.A. Queiroz, editor, São Paulo, 1998 paginas 460-463)</p><p>As relações entre a Igreja e a sociedade política – ou, modernamente, o Estado – sempre foram de grande relevância, dado que essas duas entidades, tendo embora objetivos diversos, dirigem a própria ação ao mesmo sujeito: o homem. Essas relações têm assumido feições várias e, por vezes, candentes, especialmente porque nelas esta envolvida uma concepção da vida e do mundo, vale dizer, está em causa o fim do homem.</p><p>Ao proclamar, Cristo: “meu reino não é deste mundo” (Jo 18,33); ao afirmar que é preciso “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mc 12,17) e ao dizer a Pilatos: “não terias nenhum poder sobre mim se não te fosse dado do Alto” (Jo 19,11) – ou seja, que o poder, em sua essência e independentemente da forma de governo ou de quem o detém vem de Deus -, estava sendo feita a distinção entre os dois poderes, mas ao mesmo tempo, se fixava a primazia das coisas de Deus na ordem da vida humana, individual e social. Tanto assim que, já nos primeiros dias da existência da Igreja, os apóstolos, declarando não poder deixar de anunciar o que viram e ouviram, repetiam aos seus perseguidores, instalados nas elevadas instancias do poder: “Deve-se obedecer antes a Deus que aos homens” (At 5, 29). A partir dessa primazia é possível estabelecer o âmbito de compreensão das relações entre a Igreja e o Estado.</p><p>A Igreja foi fundada por Jesus Cristo como sociedade regida por um poder supremo hierarquicamente constituído e tendo por fim a santificação e a salvação eterna dos homens.</p><p>Por sua vez, o Estado é unidade política e jurídica estável, resultante da reunião de famílias e outros grupos, num mesmo território, aí constituindo uma sociedade independente que, sob a direção de uma autoridade suprema, visa a realizar o bem comum. Trata-se, pois, de duas sociedades, cada qual governada por um poder supremo em sua ordem: um, na ordem sobrenatural, a visar ao bem comum transcendente, e outro na ordem temporal, a visar ao bem comum terreno. Ambos os poderes, porém, se exercem sobre o homem, que integra ao mesmo tempo a Igreja e o Estado.</p><p>Por esse motivo, as duas sociedades embora soberanas, cada qual na sua ordem, não podem ignorar-se nem muito menos opor-se, uma vez que ambas, por caminhos próprios, têm por fim o bem do homem: uma a Igreja, o bem espiritual, eterno, e a outra, o Estado, o bem terreno, temporal. São bens de natureza diferente, mas que, a despeito disso, não se excluem, pois ainda que concernentes a esferas distintas, atendem às necessidade fundamentais da vida humana. Guardam esses bens, no entanto, indescurável hierarquia entre si, em razão do fim transcendente do homem. Por conseguinte, resulta evidente a primazia do bem espiritual sobre o bem temporal, sem perder-se de vista, porém, o imperativo da observância de uma reta ordenação das coisas no exercício das atividades específicas tanto por parte da Igreja quanto do Estado, no campo que lhes é próprio. Como uma e outro estão a serviço da pessoa humana, é indispensável que exercitem cooperação mútua, tendente a realizar o bem do homem. Daí por que incumbe ao Estado não só não levantar obstáculos à expansão da religião verdadeira (“Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.” – Mt 16,18), mas especialmente criar condições propícias para tanto. Cabe-lhe, outrossim, respeitar a liberdade da Igreja de manifestar juízo público sobre questões sociais e políticas que envolvam princípios de ordem moral. Isto não significa que a Igreja possa propor soluções de natureza técnica sobre assuntos da alçada do Estado. Não pode e não deve. Faz parte de sua missão, entretanto, apontar princípios e critérios morais e éticos com vistas a preservar os valores superiores da vida humana. Esse modo de agir não implica nenhum enfeudamento do Estado à Igreja, nem qualquer ressaibo de indesejado clericalismo.</p><p>Na sua atuação, fiel ao mandato recebido de Cristo de anunciar o Evangelho, a Igreja empenha-se em levar a todos a mensagem da salvação segundo o plano estabelecido pelo seu Fundador. Nessa linha, está a formação e aperfeiçoamento dos homens mediante a difusão e pratica das virtudes cristãs, as quais, a fortiori, fazem com que, simultaneamente, se vitalizem e adquiram maior força as virtudes cívicas. É isto um corolário natural, que tende a externar-se num crescente e cada vez mais apurado senso de responsabilidade das pessoas pelas coisas do bem comum temporal.</p><p>Ao longo da história, as mais diversas situações têm-se manifestado nas relações entre a Igreja e o Estado. Antes do Edito de Milão, promulgado em 313, por Constantino I )imperador romano, de 306-337), frequentes eram as perseguições e os martírios a que estavam sujeitos os cristão por parte da autoridade pública. Mas desde aquele Edito, que reconheceu aos cristãos o direito à livre prática da religião, inúmeras medidas de ordem pública foram tomadas obedecendo aos princípios da doutrina católica, propiciando a propagação da Igreja e levando à adoção de providências salutares à defesa da Fé, apesar de o Imperador ultrapassar, por vezes, os limites de sua competência específica, em detrimento do poder eclesiástico. Já seus sucessores abusaram dessa ultralimitação competencial, ganhando vulto, desde então, o cesaropapismo, que cessou com a queda do Império Romano do Ocidente (476), mas reapareceu com Carlos Magno (rei dos Francos, de 768 a 814, e imperador do Ocidente, de 800 a 814). Ainda que indébitas, não foram poucas as intervenções do imperadorfavorecendo as atividades da Igreja. No entanto, tal como ocorrera anteriormente, os seus sucessores também se desmandaram. No curso da Idade Média, porém, a Igreja foi recuperando a autonomia. E alcançou-a plenamente valendo assinalar que os tempos medievais foram o período histórico em que, de então aos nossos dias, os princípios do Cristianismo mais impregnaram a ordem social, pois o “sentido de Deus” era uma constante da vida em geral.</p><p>No Império Bizantino, o cesaropapismo teve maior duração, só terminando em 1453, quando da queda do Império Romano do Oriente. Manteve-se ele, porém, na Rússia, onde submeteu a Igreja Ortodoxa ao poder dos czares, ficando ela, em seguida, sob o domínio absoluto do regime comunista.</p><p>Na história do Papado, houve especialmente três pontificados – o de Gregório VII (Papa de 1073 a 1083), o de Inocêncio IV )Papa de 1245 a 1254) e o de Bonifácio VIII (Papa de 1294 a 1313) -, sob os quais pretendem alguns tenha havido teocracia, em razão do exercício simultâneo dos poderes temporal e espiritual por parte daqueles pontífices. Improcede, porém, esse entendimento. Não há falar, nesses casos em teocracia. Poderse-á dizer, tão somente, ter havido hierocracia, que configura o governo da sociedade política pelos sacerdotes, e, nos casos apontados, por razões históricas peculiares, ligadas à defesa de prerrogativas de ordem espiritual. Todavia, a doutrina tradicional da Igreja sempre se pautou pela distinção entre o poder espiritual e o poder temporal, inclusive nesse período. A este propósito, o Concílio Lateranense IV (1215), sob o pontificado de Inocêncio III (Papa, de 1198 a 1216), deixou estabelecido o seguinte: “Assim como queremos que os leigos não usurpem os direitos dos clérigos, do mesmo modo devemos querer que os clérigos não reclamem para si os direitos dos leigos. Portanto ordenamos a todos os clérigos que, sob o pretexto</p><p>de defender a liberdade da Igreja, não estendam a sua jurisdição com prejuízo da instituição secular, mas pelo contrário, se atenham às constituições, leis e costumes já aprovados para que seja dado, com reta distribuição ´o que é de César a César, e o que é de Deus, a Deus´.”</p><p>Nos pródromos da Renascença, surgiram formulações doutrinárias que sustentavam o predomínio do poder civil sobre o poder eclesiástico. Típicas a respeito são as ideias de Marsílio de Pádua (1275/12801342/1343), no Defensor pacis, e de John Wyclif (1320-1384), no De dominio divino e no De domínio civili. Das ideias desses autores derivou, além do absolutismo monárquico de caráter teocrático, o regalismo, com variados aspectos e denominações: galicanismo, na França; josefismo, na Áustria, febronianismo, na Alemanha. Outras nações foram, também, atingidas pelo regalismo, nelas vigorando instituições próprias desse sistema. Entre essas instituições, o exequatur (chancela do poder civil em documentos eclesiásticos, conferindo-lhes exequibilidade) subsiste ainda hoje, até mesmo em certos países governados por repúblicas.</p><p>Quando o antropocentrismo da Renascença entrou a suplantar o teocentrismo medieval, estava sendo inaugurado o humanismo dos “tempos modernos”. Um humanismo que faz do homem princípio e fim de si mesmo. Desde então, o individualismo dos modelos mentais renascentistas vieram alinhar-se o princípio do livre-exame protestante e, mormente, as concepções ideológicas da Revolução Francesa (1789), tudo a desembocar no sistema do liberalismo, em que a liberdade é valor absoluto e supremo, é um fim em si mesma. Partindo o liberalismo da suposta bondade natural do homem, a única fonte da verdade passaria a ser a própria razão individual. Por isso, deve o homem ter o máximo de liberdade, porque fará o máximo de bem para si e, por consequência, será maximamente feliz. Como cada qual tem sua própria verdade, não cabe falar em erro, até porque, para o liberalismo, “o erro é a essência mesma da liberdade”. A esse subjetivismo radical repugna qualquer verdade objetiva. A verdade de cada um dá origem a um deus de cada um, à religião de cada um. É a chamada “liberdade de consciência”: todas as religiões são boas, e cada um pode ter – se quiser ter – a que mais lhe convier.</p><p>O Estado que veio a se organizar a partir dessas ideias não tinha por que reconhecer na Igreja Católica, Apostólica, Romana, a única Igreja verdadeira, do único Deus verdadeiro, fundada por Jesus Cristo, com toda uma estrutura hierárquica por Ele estabelecida. Erigia-se, em decorrência, o Estado laico, melhor dizendo, laicista, que se pretende “neutro” e, na verdade, é ateu, confesso ou não. A separação absoluta entre a Igreja e o Estado tornou-se, assim, desdobramento lógico dos princípios que informavam a organização da sociedade política moderna, buscando-se, deste modo, confinar a Igreja no interior dos templos e as convicções religiosas, no interior das consciências.</p><p>Por fundar-se numa “nova “ concepção da vida e do mundo, o Estado do liberalismo não visava à mera “libertação” de reais ou supostos anquilosamentos de formas de vida social ou política vigentes especialmente nos séculos XVII e XVIII. Uma cosmovisão “nova” intentavase implantar, colocando o indivíduo soberano no ápice da estrutura estatal. Fazendo-se instrumento de afirmação da soberania do indivíduo, o Estado lançou as proclamações dos direitos “individuais”, das garantias da liberdade dos “cidadãos”, com visceral repulsa à ordem natural das coisas, como a multigrupalidade derivada da sociabilidade humana, negada e combatida em nome dos princípios do individualismo.</p><p>Esse Estado do liberalismo, além de gerar terríveis problemas sócioeconômicos (exploração do homem pelo homem, o trabalho considerado mercadoria sujeita à lei da oferta e da procura, os salários de fome, etc), característicos do capitalismo liberal, produziu sistemas políticos extremamente iníquos, cujos paradigmas são o comunismo e o nazismo. Também não foram poucos nem de pouca monta os problemas das relações entre a Igreja e o Estado desde que os princípios do liberalismo saturaram as estruturas do poder. Se a Igreja veio a sofrer procedimento persecutório implacável sob o comunismo e o nazismo, já sob os regimes liberais esse procedimento assumiu caráter diverso, que, embora não excluindo, em certas épocas e lugares, lances virulentos, se vem utilizando habitualmente do instrumental da legalidade e da invocação dos “direito humanos” para lograr a destruição da ordem natural e cristã: divórcio a vinculo, aborto, eutanásia, equiparação do concubinato à família legítima, educação laica (vale dizer, ateia), casamento de homossexuais, etc. E tudo isso a ganhar “direitos de cidadania”, em nome da”neutralidade” do poder civil, pretendida pelo liberalismo – quaisquer que sejam seus matizes, inclusive o “catolicismo liberal” - ,o qual, por razões óbvias, não pode deixar de propugnar e promover a separação absoluta entre Igreja e o Estado.</p><p>Por vezes, Igreja e Estado vêm a regular as relações entre respectivos poderes mediante a celebração de Concordata, ou seja, de um acordo em que estabelecem a forma de resolver assuntos de mútuo interesse. No instrumento que assinam, as duas entidades, distintas e soberanas em sua ordem – a sobrenatural e a temporal -, definem as próprias competências no tocante a determinadas matérias. Por exercerem autoridade sobre as mesmas pessoas, a Igreja e Estado buscam na Concordata, em certas ocasiões, o meio adequado à resolução ou prevenção de eventual dissídio.</p><p>Se não há que admitir a absorção de um poder por outro nem tampouco a ruptura entre eles, é, porém, indiscutível a necessidade de que prevaleça a distinção entre um e outro, entre a Igreja e o Estado. Cada qual, no campo que lhe é próprio, possui autonomia ou, em outras palavras, goza de independência e soberania em sua ordem. Ocorre, porém, que a jurisdição específica de cada entidade, em suas respectivas esferas, não exclui uma realidade de sempre: o homem, composto de espírito e matéria, para o qual convergem as ações do poder espiritual e do poder temporal. E naqueles assuntos em que as exigências fundamentais da vida humana se carregam de valores que implicam o fim do homem, a primazia do espiritual é inafastável. Entram aqui as chamadas “matérias mistas”, especialmente o matrimônio e a educação, em que as competências da Igreja e do Estado se devem harmonizar com vistas ao bem do homem, ao bem da família e ao bem comum da sociedade política. Essa cooperação no exercício das respectivas autonomias e em clima de respeito mútuo, poderá propiciar adequado relacionamento entre a Igreja e o Estado, trazendo benefício ao homem, especialmente se a sociedade se organizar sob a inspiração do direito natural e cristão.</p><p>ACORDO ENTRE A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E A SANTA SÉ</p><p>RELATIVO AO ESTATUTO JURÍDICO DA IGREJA CATÓLICA NO BRASIL DECRETO Nº 7.107, DE 11 DE FEVEREIRO DE 2010.</p><p>https://www.puc-</p><p>rio.br/ensinopesq/ccpg/pibic/relatorio_resumo2012/relatorios_pd f/ccs/DIR/JUR-Jairo%20Henrique%20de%20O.S.%20Pereira.pdf</p><p>“Após um longo processo de negociação iniciado oficialmente em 12 de setembro de 2006, o Governo Brasileiro e a Nunciatura Apostólica concluíram o texto final do Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé, relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, assinado no dia 13 de novembro de 2008 durante visita do Presidente Luiz Inácio da Silva ao Papa Bento XVI no Vaticano. A celebração de acordos com a Santa Sé não é uma experiência inédita no Brasil. Em 1989 já havia sido assinado o Acordo entre o Brasil e a Santa Sé sobre Assistência Religiosa às Forças Armadas; o Acordo de 2008, porém, é significativamente mais relevante, seja por sua abrangência, seja pela importância dos temas tratados, que estão diretamente ligados com questões referentes às relações entre o Estado Brasileiro e a Igreja Católica, e com o exercício da liberdade religiosa da comunidade católica brasileira.”</p><p>Ponto de Encontro</p><p>- Acordo Brasil Santa Sé</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=0PnuzwqJsHg</p><p>ACORDO ENTRE A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E A SANTA SÉ</p><p>RELATIVO AO ESTATUTO JURÍDICO DA IGREJA CATÓLICA NO BRASIL</p><p>A República Federativa do Brasil e A Santa Sé (doravante denominadas Altas Partes Contratantes),</p><p>Considerando que a Santa Sé é a suprema autoridade da Igreja Católica, regida pelo Direito Canônico;</p><p>Considerando as relações históricas entre a Igreja Católica e o Brasil e suas respectivas responsabilidades a serviço da sociedade e do bem integral da pessoa humana;</p><p>Afirmando que as Altas Partes Contratantes são, cada uma na própria ordem, autônomas, independentes e soberanas e cooperam para a construção de uma sociedade mais justa, pacífica e fraterna;</p><p>Baseando-se, a Santa Sé, nos documentos do Concílio Vaticano II e no Código de Direito Canônico, e a República Federativa do Brasil, no seu ordenamento jurídico;</p><p>Reafirmando a adesão ao princípio, internacionalmente reconhecido, de liberdade religiosa;</p><p>Reconhecendo que a Constituição brasileira garante o livre exercício dos cultos religiosos; Animados da intenção de fortalecer e incentivar as mútuas relações já existentes; Convieram no seguinte:</p><p>Artigo 1º</p><p>As Altas Partes Contratantes continuarão a ser representadas, em suas relações diplomáticas, por um Núncio Apostólico acreditado junto à República Federativa do Brasil e por um Embaixador(a) do Brasil acreditado(a) junto à Santa Sé, com as imunidades e garantias asseguradas pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 18 de abril de 1961, e demais regras internacionais.</p><p>Artigo 2º</p><p>A República Federativa do Brasil, com fundamento no direito de liberdade religiosa, reconhece à Igreja Católica o direito de desempenhar a sua missão apostólica, garantindo o exercício público de suas atividades, observado o ordenamento jurídico brasileiro.</p><p>Artigo 3º</p><p>A República Federativa do Brasil reafirma a personalidade jurídica da Igreja Católica e de todas as Instituições Eclesiásticas que possuem tal personalidade em conformidade com o direito canônico, desde que não contrarie o sistema constitucional e as leis brasileiras, tais como Conferência Episcopal, Províncias Eclesiásticas, Arquidioceses, Dioceses, Prelazias Territoriais ou Pessoais, Vicariatos e Prefeituras Apostólicas, Administrações Apostólicas, Administrações Apostólicas Pessoais, Missões Sui Iuris, Ordinariado Militar e Ordinariados para os Fiéis de Outros Ritos, Paróquias, Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.</p><p>§ 1º. A Igreja Católica pode livremente criar, modificar ou extinguir todas as Instituições Eclesiásticas mencionadas no caput deste artigo.</p><p>§ 2º. A personalidade jurídica das Instituições Eclesiásticas será reconhecida pela República Federativa do Brasil mediante a inscrição no respectivo registro do ato de criação, nos termos da legislação brasileira, vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro do ato de criação, devendo também ser averbadas todas as alterações por que passar o ato.</p><p>Artigo 4º</p><p>A Santa Sé declara que nenhuma circunscrição eclesiástica do Brasil dependerá de Bispo cuja sede esteja fixada em território estrangeiro.</p><p>Artigo 5º</p><p>As pessoas jurídicas eclesiásticas, reconhecidas nos termos do Artigo 3º, que, além de fins religiosos, persigam fins de assistência e solidariedade social, desenvolverão a própria atividade e gozarão de todos os direitos, imunidades, isenções e benefícios atribuídos às entidades com fins de natureza semelhante previstos no ordenamento jurídico brasileiro, desde que observados os requisitos e obrigações exigidos pela legislação brasileira.</p><p>Artigo 6º</p><p>As Altas Partes reconhecem que o patrimônio histórico, artístico e cultural da Igreja Católica, assim como os documentos custodiados nos seus arquivos e bibliotecas, constituem parte relevante do patrimônio cultural brasileiro, e continuarão a cooperar para salvaguardar, valorizar e promover a fruição dos bens, móveis e imóveis, de propriedade da Igreja Católica ou de outras pessoas jurídicas eclesiásticas, que sejam considerados pelo Brasil como parte de seu patrimônio cultural e artístico.</p><p>§ 1º. A República Federativa do Brasil, em atenção ao princípio da cooperação, reconhece que a finalidade própria dos bens eclesiásticos mencionados no caput deste artigo deve ser salvaguardada pelo ordenamento jurídico brasileiro, sem prejuízo de outras finalidades que possam surgir da sua natureza cultural.</p><p>§ 2º. A Igreja Católica, ciente do valor do seu patrimônio cultural, compromete-se a facilitar o acesso a ele para todos os que o queiram conhecer e estudar, salvaguardadas as suas finalidades religiosas e as exigências de sua proteção e da tutela dos arquivos.</p><p>Artigo 7º</p><p>A República Federativa do Brasil assegura, nos termos do seu ordenamento jurídico, as medidas necessárias para garantir a proteção dos lugares de culto da Igreja Católica e de suas liturgias, símbolos, imagens e objetos cultuais, contra toda forma de violação, desrespeito e uso ilegítimo.</p><p>§ 1º. Nenhum edifício, dependência ou objeto afeto ao culto católico, observada a função social da propriedade e a legislação, pode ser demolido, ocupado, transportado, sujeito a obras ou destinado pelo Estado e entidades públicas a outro fim, salvo por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, nos termos da Constituição brasileira.</p><p>Artigo 8º</p><p>A Igreja Católica, em vista do bem comum da sociedade brasileira, especialmente dos cidadãos mais necessitados, compromete-se, observadas as exigências da lei, a dar assistência espiritual aos fiéis internados em estabelecimentos de saúde, de assistência social, de educação ou similar, ou detidos em estabelecimento prisional ou similar, observadas as normas de cada estabelecimento, e que, por essa razão, estejam impedidos de exercer em condições normais a prática religiosa e a requeiram. A República Federativa do Brasil garante à Igreja Católica o direito de exercer este serviço, inerente à sua própria missão.</p><p>Artigo 9º</p><p>O reconhecimento recíproco de títulos e qualificações em nível de Graduação e Pós-Graduação estará sujeito, respectivamente, às exigências dos ordenamentos jurídicos brasileiro e da Santa Sé.</p><p>Artigo 10</p><p>A Igreja Católica, em atenção ao princípio de cooperação com o Estado, continuará a colocar suas instituições de ensino, em todos os níveis, a serviço da sociedade, em conformidade com seus fins e com as exigências do ordenamento jurídico brasileiro.</p><p>§ 1º. A República Federativa do Brasil reconhece à Igreja Católica o direito de constituir e administrar Seminários e outros Institutos eclesiásticos de formação e cultura.</p><p>§ 2º. O reconhecimento dos efeitos civis dos estudos, graus e títulos obtidos nos Seminários e Institutos antes mencionados é regulado pelo ordenamento jurídico brasileiro, em condição de paridade com estudos de idêntica natureza.</p><p>Artigo 11</p><p>A República Federativa do Brasil, em observância ao direito de liberdade religiosa, da diversidade cultural e da pluralidade confessional do País, respeita a importância do ensino religioso em vista da formação integral da pessoa.</p><p>§1º. O ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, em conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer forma de discriminação.</p><p>Artigo 12</p><p>O casamento celebrado em conformidade com as leis canônicas, que atender também às exigências estabelecidas pelo direito brasileiro para contrair o casamento, produz os efeitos civis, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.</p><p>§ 1º. A homologação das sentenças eclesiásticas em matéria matrimonial, confirmadas pelo órgão de controle superior da Santa Sé, será efetuada nos termos da legislação brasileira sobre homologação de sentenças estrangeiras.</p><p>Artigo</p><p>13</p><p>É garantido o segredo do ofício sacerdotal, especialmente o da confissão sacramental.</p><p>Artigo 14</p><p>A República Federativa do Brasil declara o seu empenho na destinação de espaços a fins religiosos, que deverão ser previstos nos instrumentos de planejamento urbano a serem estabelecidos no respectivo Plano Diretor.</p><p>Artigo 15</p><p>Às pessoas jurídicas eclesiásticas, assim como ao patrimônio, renda e serviços relacionados com as suas finalidades essenciais, é reconhecida a garantia de imunidade tributária referente aos impostos, em conformidade com a Constituição brasileira.</p><p>§ 1º. Para fins tributários, as pessoas jurídicas da Igreja Católica que exerçam atividade social e educacional sem finalidade lucrativa receberão o mesmo tratamento e benefícios outorgados às entidades filantrópicas reconhecidas pelo ordenamento jurídico brasileiro, inclusive, em termos de requisitos e obrigações exigidos para fins de imunidade e isenção.</p><p>Artigo 16</p><p>Dado o caráter peculiar religioso e beneficente da Igreja Católica e de suas instituições:</p><p>1. - O vínculo entre os ministros ordenados ou fiéis consagrados mediante votos e as Dioceses ou Institutos Religiosos e equiparados é de caráter religioso e portanto, observado o disposto na legislação trabalhista brasileira, não gera, por si mesmo, vínculo empregatício, a não ser que seja provado o desvirtuamento da instituição eclesiástica.</p><p>1. - As tarefas de índole apostólica, pastoral, litúrgica, catequética, assistencial, de promoção humana e semelhantes poderão ser realizadas a título voluntário, observado o disposto na legislação trabalhista brasileira.</p><p>Artigo 17</p><p>Os Bispos, no exercício de seu ministério pastoral, poderão convidar sacerdotes, membros de institutos religiosos e leigos, que não tenham nacionalidade brasileira, para servir no território de suas dioceses, e pedir às autoridades brasileiras, em nome deles, a concessão do visto para exercer atividade pastoral no Brasil.</p><p>§ 1º. Em consequência do pedido formal do Bispo, de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, poderá ser concedido o visto permanente ou temporário, conforme o caso, pelos motivos acima expostos.</p><p>Artigo 18</p><p>O presente acordo poderá ser complementado por ajustes concluídos entre as Altas Partes Contratantes.</p><p>§ 1º. Órgãos do Governo brasileiro, no âmbito de suas respectivas competências e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, devidamente autorizada pela Santa Sé, poderão celebrar convênio sobre matérias específicas, para implementação do presente Acordo.</p><p>Artigo 19</p><p>Quaisquer divergências na aplicação ou interpretação do presente acordo serão resolvidas por negociações diplomáticas diretas.</p><p>Artigo 20</p><p>O presente acordo entrará em vigor na data da troca dos instrumentos de ratificação, ressalvadas as situações jurídicas existentes e constituídas ao abrigo do Decreto nº 119-A, de 7 de janeiro de 1890 e do Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé sobre Assistência Religiosa às Forças Armadas, de 23 de outubro de 1989.</p><p>Feito na Cidade do Vaticano, aos 13 dias do mês de novembro do ano de 2008, em dois originais, nos idiomas português e italiano, sendo ambos os textos igualmente autênticos.</p><p>AULA 1</p><p>SOCIOLOGIA GERAL E RELIGIÃO</p><p>INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA</p><p>Sejam bem vindos caros estudantes! Vamos estudar juntos as questões relativas à Sociologia em Geral como também o tema da Religião, enquanto elemento constituinte da vida social.</p><p>1. Definição, objeto, método.</p><p>As questões relativas à religião, à família, ao trabalho, à propriedade são propriamente questões sociais. Neste sentido a Ciência Social ou Sociologia, distingue-se da Ciência Política por se ocupar do estudo das questões fundamentais da sociedade, antes de considerar as questões propriamente políticas, como por exemplo, as que se relacionam com a legislação civil, o regime dos impostos, e a constituição do País.</p><p>0. Definição</p><p>Sociologia é a ciência que investiga as leis que regem os fatos da vida social da humanidade.</p><p>Augusto Comte (1798-1857) é reconhecido como o verdadeiro fundador da Sociologia. Ele a define como física social e aponta como objeto:</p><p>0. Estudar as instituições e manifestações da vida social.</p><p>0. Analisar as variações e transformações das suas Instituições (leis dos Estados).</p><p>0. Defender a teses de que a Sociologia pertence unicamente à</p><p>ciência positiva, do mesmo modo que a física.</p><p>0. O objeto da Sociologia: o Fato social.</p><p>Não há dúvida que os fatos sociais são fatos psicológicos; resultam da natureza do indivíduo e da sua incorporação numa sociedade. Assim, pode-se considerar como fatos sociais as maneiras de pensar, os modos de atividade, os usos, costumes, leis, instituições, etc., que devem a sua origem, ou pelo menos o seu desenvolvimento, à influência da multidão sobre o indivíduo, e ao mesmo tempo os que dizem respeito ao indivíduo como membro da sociedade. O fato social, no sentido completo da palavra, é sem dúvida produto, e resultante da sociedade; é também um fator que reage sobre a sociedade como tal.</p><p>Estes fatos são tão variados como complexos. Eles podem estar dispostos em diferentes grupos, conforme se relacionam com a organização da família ou da sociedade civil, com as instituições políticas e econômicas, com a religião, costumes, línguas, artes, ciências, etc.</p><p>Os fatos sociais estão submetidos a duas espécies de leis:</p><p>0. Leis de coexistência. — São as que exprimem as relações de coordenação e subordinação necessárias entre os diferentes órgãos sociais, e ao mesmo tempo são as condições de equilíbrio das sociedades.</p><p>0. Leis da sucessão. — São as que regem o movimento e a evolução das sociedades e têm o caráter de verdadeiras leis de causalidade.</p><p>Para empregar a terminologia de Comte, as primeiras constituem o objeto da estática social e as segundas as da dinâmica social.</p><p>Todas estas leis são de extrema complexidade e a sua determinação exige, por vezes, o concurso de todas as ciências e o emprego de todos os métodos.</p><p>Os fatos sociais apresentam ainda outra dificuldade, a saber, que além das causas constantes e regulares é preciso contar com algumas causas acidentais, cujo efeito e influência não podemos prever nem calcular; por exemplo, uma grande descoberta científica, pandemias, a aparição de um gênio, um grande crime ou uma dedicação extraordinária. Além disso, a intervenção da liberdade humana introduz sempre nos fatos sociais um elemento de indeterminação, que não permite formular-lhe rigorosamente as relações.</p><p>0. Método da sociologia.</p><p>Seu método é indutivo, porque o conhecimento dos fatos precede necessariamente o estudo das leis. O Método começa por ajuntar o maior número possível de fatos, tanto pela observação direta como também pela história. Em seguida, depois de analisados cuidadosamente, irá procurar determinar as relações de causa e efeito, sem esquecer-se de extrair todos os elementos quantitativos com o auxílio de estatísticas.</p><p>Por estatística entende-se a enumeração dos fatos sociais de determinada ordem realizados num dado período.</p><p>As estatísticas são o instrumento indispensável das ciências sociais; porque as leis sociais não se revelam senão nos fatos tomados por conjunto.</p><p>Finalmente irá recorrer à dedução como meio de verificação, para obter a maior certeza possível ou ao menos a maior probabilidade, uma vez que a certeza absoluta nem sempre é possível de ser alcançada na ciência sociológica.</p><p>Conceito 1:</p><p>O primeiro fato social da humanidade 	(Gn 2,23-24)</p><p>Então o Homem exclamou: - Esta sim, é osso de meus ossos e carne de minha carne!</p><p>Ela será chamada ‘mulher’, porque foi tirada do homem!”.</p><p>Por isso um homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne</p><p>Conceito 2:</p><p>Um sociólogo não é necessariamente um</p><p>socialista.</p><p>Um sociólogo estuda a sociedade e com os seus estudos tenta criar formas de melhorar o convívio em sociedade, o sociólogo precisa entender a</p><p>sociedade e observar as diferenças e as disputas na</p><p>sociedade e saber</p><p>explicar as divergências...</p><p>E um socialista é uma pessoa que crê em uma ideia utópica sobre o socialismo, uma sociedade governada e controlada pela sociedade, aonde tudo seria decidido pela sociedade, não haveria</p><p>diferenças sociais, e sim a busca pela felicidade humana. Aonde todas as decisões de trabalho,</p><p>educação, saúde, e etc. será a cargo do estado...</p><p>Um sociólogo é um profissional, uma pessoa que estudou para uma função como qualquer outra, e enquanto que um socialista é uma pessoa crente,</p><p>um militante que acredita em uma ideologia, uma crença. Muito semelhante a um religioso de qualquer doutrina.</p><p>Essa é a grande diferença entre um sociólogo é um socialista, um analisa a sociedade de uma forma</p><p>mais clara e objetiva e outro defende uma crença</p><p>ideológica. http://liberdadepoliticasocial.blogspot.com/2011/01/umsociologo-nao-e-necessariamente-um.html</p><p>Conceito 3: Augusto Conte (1798-1857)</p><p>Crédito: Hulton Archive/Getty Images https://www.infoescola.com/biografias/auguste-comte/</p><p>... a missão de Comte torna-se elaborar uma ciência positiva capaz de explicar os fenômenos sociais através da aplicação da metodologia científica em busca de leis universais que fossem válidas para as dinâmicas humanas em todos os tempo e sociedades. O nome que Conte deu a essa ciência, a</p><p>“física social”, revela que, para os positivistas, seria possível estudar a sociedade e formular suas leis de funcionamento</p><p>com a mesma precisão e objetividade que se estuda o efeito da gravidade sobre os corpos ou o movimento dos astros no</p><p>sistema solar. Uma vez conhecidas essas leis universais, a expectativa de Comte era de que os conflitos sociais pudessem ser eliminados através de reformas e intervenções comandadas pelo Estado. O positivismo de Comte se apresenta, portanto, não apenas enquanto teoria, mas também como projeto político para a gestão da sociedade.</p><p>Conceito 4: Método</p><p>Método é uma palavra que provém do termo grego methodos (“caminho” ou “via”) e que se refere ao meio utilizado para chegar a um fim. O seu significado original aponta para o caminho que conduz a algures.14 de dez de 2010</p><p>https://conceito.de/metodo</p><p>A IGREJA E AS OUTRAS RELIGIÕES</p><p>SECRETARIADO PARA OS NÃO-CRISTÃOS</p><p>https://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/interelg/documents /rc_pc_interelg_doc_19840610_dialogo-missione_po.html</p><p>DIÁLOGO E MISSÃO</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>1. O Concílio Vaticano II assinalou uma nova etapa nas relações da Igreja com os que seguem as outras religiões. Muitos documentos conciliares fazem-lhes referência expressa, e em particular um, a declaração Nostra aetate, é inteiramente dedicado à "relação da Igreja católica com as religiões não-cristãs".</p><p>2. As rápidas transformações no mundo e o aprofundamento do mistério da Igreja "sacramento universal de salvação" (LG 48) favoreceu esta atitude para com as religiões não-cristãs. "Graças à abertura realizada pelo Concílio, a Igreja e todos os cristãos puderam alcançar uma consciência mais completa do mistério de Cristo" (RH 11).</p><p>3. Esta nova atitude recebeu o nome de diálogo. Este vocábulo, que é norma e ideal, foi valorizado na Igreja por Paulo VI com a Encíclica "Ecclesiam suam" (6 de agosto de 1964). Desde então tornou-se freqüente no Concílio e na linguagem eclesial. Indica não só o colóquio, mas também o conjunto das relações inter-religiosas, positivas e construtivas, com pessoas e comunidades de outras confissões religiosas, para um mútuo conhecimento e um recíproco enriquecimento.</p><p>4. Como sinal institucional desta vontade de colóquio e de encontro com os fiéis das outras tradições religiosas do mundo, o próprio Paulo VI instituiu, no clima do Concílio Vaticano II, no dia do Pentecostes de 1964, o Secretariatus pro non christianis (Secretariado para os Não-Cristãos), distinto da Sagrada Congregação para a Evangelização dos Povos. As suas atribuições vieram assim definidas na Constituição Regimini Ecclesiae: "Buscar o método e os caminhos para o estabelecimento de um diálogo adequado com os não-cristãos. Procura, portanto, que os não-cristãos sejam devidamente conhecidos e justamente estimados pelos cristãos, para que, por sua vez, os mesmos possam também conhecer e estimar a doutrina e a vida cristãs (AAS 59, 1967, p. 919-920).</p><p>5. Após 20 anos da publicação da Ecclesiam suam, e da sua fundação, o Secretariado, reunido em Assembléia Plenária, fez um balanço das experiências de diálogo verificadas por toda parte na Igreja, e refletiu sobre as atitudes eclesiais para com os outros crentes e em particular sobre a relação existente entre diálogo e missão.</p><p>6. A visão teológica deste documento inspira-se no Concílio Vaticano II e no magistério sucessivo. Permanece porém sempre desejável e necessário um ulterior aprofundamento por parte dos teólogos. Solicitada e enriquecida pela experiência, esta reflexão tem caráter prevalentemente pastoral; pretende favorecer um comportamento evangélico em relação aos outros crentes com os quais os cristãos convivem na cidade, no trabalho e na família.</p><p>7. Com este documento deseja-se ajudar a comunidade cristã, e em particular os seus responsáveis, a viver segundo as indicações do Concílio, oferecendo elementos de solução às dificuldades que possam surgir da presença simultânea, na missão, dos deveres de evangelização e de diálogo. Os membros das outras religiões poderão também compreender melhor como a Igreja os vê e como deseja comportar-se com eles.</p><p>8. Muitas Igrejas cristãs têm feito experiências semelhantes em relação aos outros crentes. O Conselho Ecumênico das Igrejas é dotado de um organismo para o "Diálogo com os povos de crenças vivas e ideologias", no âmbito do departamento "Testemunho Fiel". O Secretariado para os nãocristãos mantém relações estáveis e fraternas de consulta e de colaboração com esse organismo.</p><p>MISSÃO</p><p>9. Deus é amor (1 Jo 4,8.16). O seu amor salvífico foi revelado e comunicado aos homens em Cristo e está presente e ativo mediante o Espírito Santo. A Igreja deve ser o sinal vivo deste amor de modo a torná-lo norma de vida para todos. Querida por Cristo, a missão da Igreja é uma missão de amor, pois que é nele que encontra a origem, o fim e a modalidade de exercício (cf. AG 2-5, 12; EN 26). Cada aspecto e cada atividade da Igreja devem, portanto, estar impregnados de caridade, exatamente por fidelidade a Cristo, que ordenou a missão e que continua a animá-la e a torná-la possível na história.</p><p>10. A Igreja, como sublinhou o Concílio, é povo messiânico, assembléia visível e comunidade espiritual, povo peregrinante, a caminho, com toda a humanidade, com a qual compartilha a experiência. Deve ser fermento e alma da sociedade para renová-la em Cristo e torná-la família de Deus (cf. LG 9; GS 9, 40). "Este povo messiânico tem por lei o novo mandamento, o de amar assim como o próprio Cristo nos amou, e tem por fim o Reino de Deus, começado na terra pelo próprio Deus" (LG 9). "A Igreja peregrina é, pois, por sua natureza, missionária" (AG 2, cf. 6, 35, 36). A dimensão missionária é, para cada cristão, uma expressão normal da sua fé vivida.</p><p>11. "A missão da Igreja realiza-se, pois, mediante a atividade pela qual, obedecendo ao mandamento de Cristo e movida pela graça e pela caridade do Espírito Santo, ela se torna atual e plenamente presente a todos os homens e povos..." (AG 5).</p><p>Esta tarefa é única, mas realiza-se de diversos modos, de acordo com os condicionamentos em que se exerce a missão. "Esses condicionamentos tanto podem depender da Igreja como dos povos, dos agrupamentos ou até dos indivíduos a quem a missão se dirige... A cada condicionamento e a cada situação devem corresponder ações apropriadas ou meios aptos... O fim próprio desta atividade missionária é a evangelização e a implantação da Igreja nos povos ou grupos em que ainda não está radicada" (AG 6). Outras passagens do mesmo Concílio sublinham que a missão da Igreja é também trabalhar para a extensão do Reino e dos seus valores entre todos os homens (cf. LG 5,</p><p>9; 35; GS 39, 40-45, 91, 92; UR e; DH 14; AA 5).</p><p>12. Os diversos modos e aspectos da missão foram globalmente delineados pelo Concílio Vaticano II. Ata e documentos do magistério eclesiástico sucessivo, como o Sínodo dos Bispos sobre a justiça social (1971), o Sínodo dedicado à evangelização (1974) e à catequese (1977), numerosas intervenções de Paulo VI e de João Paulo II e das Conferências Episcopais da Ásia, da África e da América Latina, desenvolveram outros aspectos do ensinamento conciliar, apontando, por exemplo, "como elemento essencial da missão da Igreja, indissoluvelmente unido a ela" (RH 15) o compromisso em favor do homem, da justiça social, da liberdade e dos direitos humanos e a reforma das estruturas sociais injustas.</p><p>13. A missão apresenta-se, na consciência da Igreja, como uma realidade unitária, mas complexa e articulada. Podem ser indicados os seus elementos principais. A missão é constituída já pela simples presença e pelo testemunho vivo da vida cristã (cf. EN 21), mesmo se se deve reconhecer que "levamos este tesouro em vasos de argila" (2Cor 4,7), e por isso a diferença entre o modo como o cristão aparece, existencialmente, e aquilo que afirma ser, nunca desaparece. Há, depois, o empenho concreto ao serviço dos homens e toda a atividade de promoção social e de luta contra a pobreza e as estruturas que a provocam.</p><p>Há a vida litúrgica, a oração e a contemplação, testemunhas eloqüentes de uma relação viva e libertadora com o Deus vivo e verdadeiro que nos chama ao seu Reino e à sua glória (cf. At 2,42).</p><p>Há o diálogo, no qual os cristãos encontram os que seguem outras tradições religiosas para caminhar em conjunto em direção à verdade e colaborar em ações de interesse comum. Há o anúncio e a catequese, quando se proclama a boa notícia do Evangelho e se aprofundam as suas conseqüências para a vida e para a cultura. Tudo isto faz parte do conceito amplo de missão.</p><p>14. Cada Igreja particular é responsável por toda a missão. Também cada cristão, em virtude da fé e do batismo, é chamado a exercê-la, toda, em alguma medida. As exigências das situações, a posição concreta no Povo de Deus e o carisma pessoal habilitam o cristão a exercer prevalentemente um ou outro aspecto da missão.</p><p>15. A vida de Jesus contém todos os elementos da missão. Segundo os Evangelhos, ele manifesta-se com o silêncio, com a ação, com a oração, com o diálogo e com o anúncio. A sua mensagem é inseparável da ação; anuncia Deus e o seu Reino, não só com as palavras, mas também com os fatos, e com as ações que realiza. Aceita a contradição, o insucesso e a morte; a sua vitória passa pelo dom da vida. Tudo nele é meio e caminho de revelação e de salvação (cf. EN 6-12); tudo é expressão do seu amor (cf. Jo 3,16; 13,1; 1Jo 4,7-19). Assim devem fazer também os cristãos: "Por isto reconhecerão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (Jo 13,35).</p><p>16. Também o Novo Testamento dá uma imagem complexa e diferenciada da missão. Há uma pluralidade de serviços e de funções, originada por uma variedade de carismas (cf. l Cor 12,28-30; Ef 4,11-12; Rm 12,6-8). O próprio São Paulo nota a particularidade da sua vocação missionária quando declara "não ter sido enviado por Cristo a batizar, mas a anunciar o Evangelho" (1Cor 1,17). Por esta razão, ao lado dos "apóstolos", dos "profetas", dos "evangelistas", encontramos os que são chamados para as ações comunitárias e para a ajuda aos que sofrem; há as tarefas das famílias, dos maridos, das mulheres e dos filhos; há os deveres dos patrões e dos empregados. Cada um tem uma tarefa de testemunho particular na sociedade. A primeira Carta de Pedro dá aos cristãos que vivem em situação de diáspora indicações que não deixam de surpreender pela sua atualidade. João Paulo II indicava uma passagem dessa Carta como "a regra de ouro" nas relações dos cristãos com os seus concidadãos de fé diversa: "Venerai Cristo Senhor em vossos corações, prontos sempre a responder a quem quer que seja sobre a razão da esperança que há em vós. Mas que seja com brandura e respeito, conservando uma boa consciência" (1Pd 3,15-16) (Ankara, 29-11-1979).</p><p>17. Entre os múltiplos exemplos, na história da missão cristã, são significativas as normas dadas por São Francisco, na Regra não submetida à aprovação (1221), aos irmãos que, "por divina inspiração quiserem ir para o meio dos sarracenos...: Podem organizar as relações espirituais, no meio deles, de dois modos. Um modo é que não façam litígios ou disputas, mas sejam sujeitos a cada criatura humana por amor de Deus e confessem ser cristãos. O outro modo é que, quando virem que agrada ao Senhor, anunciem a palavra de Deus".</p><p>O nosso século viu surgir e afirmar-se, sobretudo no mundo islâmico, a experiência de Carlos de Foucauld, que exerceu a missão numa atitude humilde e silenciosa de união com Deus, de comunhão com os pobres e de fraternidade universal.</p><p>18. A missão dirige-se sempre ao homem no respeito pleno da sua liberdade. Por isso o Concílio Vaticano II, afirmando a necessidade e a urgência de anunciar Cristo, "a luz da vida, com desassombro e fortaleza apostólica, até à efusão de sangue" se necessário (DH 14), confirmou a exigência de promover e respeitar em cada interlocutor uma verdadeira liberdade, isenta de coação de qualquer espécie, sobretudo no âmbito religioso. "De fato, a verdade deve ser buscada pelo modo que convém à dignidade da pessoa humana e da sua natureza social, isto é, por meio de uma busca livre, com a ajuda do magistério ou ensino, da comunicação e do diálogo, com os quais os homens dão a conhecer uns aos outros a verdade que encontraram ou julgam ter encontrado, a fim de se ajudarem mutuamente na inquirição da verdade; uma vez conhecida esta, deve-se aderir a ela com um firme assentimento pessoal" (DH 3). Por conseqüência, "na difusão da fé religiosa e na introdução de novas práticas, deve sempre evitar-se todo o modo de agir que tenha aspectos de coação, persuasão desonesta ou simplesmente menos leal, sobretudo quando se trata de gente rude ou sem recursos. Tal modo de agir deve ser considerado como um abuso do próprio direito e lesão do direito alheio" (DH 4).</p><p>19. O respeito a cada pessoa deve caracterizar a atividade missionária no mundo atual (cf. ES 77; AAS 1964, p. 642-643; EN 79-80; RH 12). "O homem é o primeiro caminho que a Igreja deve percorrer no cumprimento da sua missão" (RH 14).</p><p>Estes valores que a Igreja continua a aprender de Cristo, seu mestre, devem levar o cristão a amar e respeitar tudo o que há de bom na cultura e no compromisso religioso do outro. "Trata-se de respeito por tudo o que realizou, em cada homem, o Espírito que sopra onde quer" (RH 12; cf. EN 79). A missão cristã não pode dissociar-se nunca do amor e do respeito pelos outros, e isto põe em evidência para nós, cristãos, o lugar do diálogo na missão.</p><p>O DIÁLOGO</p><p>Princípios fundamentais</p><p>20. O diálogo não brota de oportunismos táticos do momento, mas sim de razões que a experiência, a reflexão, bem como as próprias dificuldades, foram aprofundando.</p><p>21. A Igreja abre-se ao diálogo por fidelidade ao homem. Em cada homem e em cada grupo humano há a aspiração e a exigência de ser considerado e de poder agir como sujeito responsável, quer quando se adverte a necessidade de receber, quer, sobretudo, quando se é consciente de possuir qualquer coisa para comunicar.</p><p>Como sublinham as ciências humanas, no diálogo interpessoal o homem experimenta os próprios limites, mas também a possibilidade de superá-los; descobre que não possui a verdade de modo perfeito e total, mas que pode caminhar com confiança ao seu encontro, juntamente com os outros. O acerto mútuo, a correção recíproca, a permuta fraterna dos respectivos dons favorecem uma maturidade cada vez maior, que gera a comunhão interpessoal. As próprias experiências e divisões religiosas podem ser purificadas e enriquecidas neste processo de confronto.</p><p>Esta dinâmica de relações humanas impele-nos a nós, cristãos, a escutar e compreender o que os outros crentes possam transmitir-nos,</p><p>para tirar proveito dos dons que Deus concede.</p><p>As transformações sócio-culturais, com as tensões e dificuldades inerentes, a maior interdependência em todos os setores da convivência e da promoção humana, e em particular as exigências em favor da paz, tornam hoje mais urgente um estilo dialogal das relações.</p><p>22. A Igreja, todavia, sente-se empenhada no diálogo sobretudo por causa da sua fé: A revelação faz-nos entrever no mistério trinitário uma vida de comunhão e de intercâmbio.</p><p>Em Deus Pai nós contemplamos um amor preveniente, sem limites de espaço nem de tempo. O universo e a história estão repletos dos seus dons. Todas as realidades e todos os acontecimentos estão envolvidos pelo seu amor. Apesar da manifestação, por vezes violenta, do mal, nas vicissitudes de cada homem e de cada povo está presente a força da graça que eleva e redime.</p><p>A Igreja tem o dever de descobrir, trazer à luz, fazer amadurecer a riqueza que o Pai escondeu na criação e na história, não só para celebrar a glória de Deus na sua liturgia, mas também para promover a circulação, entre todos os homens, dos dons do Pai.</p><p>23. Em Deus Filho é-nos dada a Palavra e a Sabedoria, onde tudo preexiste e subsiste desde todo o sempre. Cristo é o Verbo que ilumina todo homem, porque nele se manifesta ao mesmo tempo o mistério de Deus e o mistério do homem (cf. RH 8, 10, 11, 13).</p><p>Ele é o Redentor presente com a graça em cada encontro humano, para libertar-nos do nosso egoísmo e fazer-nos amar uns aos outros como ele nos amou.</p><p>"Cada homem, sem exceção alguma — escreve João Paulo II — foi redimido por Cristo, e com o homem, com todo e qualquer homem, sem nenhuma exceção, Cristo está de algum modo unido, mesmo quando esse homem não é disso consciente. Cristo, morto e ressuscitado por todos, dá sempre ao homem — a cada homem e a todos os homens — luz e força para responder à sua suprema vocação" (RH 14).</p><p>24. Em Deus Espírito Santo, a fé faz-nos entrever aquela força de vida, de movimento e de regeneração perene (cf. LG 4) que age na profundidade da consciência, e acompanha o caminho secreto dos corações em direção à Verdade (cf. GS 22). Espírito que atua mesmo "para além dos confins visíveis do Corpo Místico..." RH 6; cf. LG 16; GS 22; AG 15); Espírito que antecipa e acompanha o caminho da Igreja, a qual, em conseqüência, se sente comprometida em discernir os sinais da sua presença, a segui-lo aonde quer que ele a conduza, e a servi-lo como colaboradora humilde e discreta.</p><p>25. O Reino de Deus é a meta final de todos os homens. A Igreja, que é dele "o germe e o início" (LG 5, 9), é solicitada a empreender, em primeiro lugar, este caminho para o Reino, e a fazer avançar todo o resto da humanidade em direção a ele.</p><p>Este compromisso inclui a luta e a vitória sobre o mal e sobre o pecado, começando sempre por si mesma e abraçando o mistério da cruz. A Igreja prepara assim o Reino até à consecução da comunhão perfeita de todos os irmãos em Deus.</p><p>Cristo constitui para a Igreja e para o mundo a garantia de que os últimos tempos já começaram, de que a época final da história está já fixada (cf. LG 48) e que por isso a Igreja está habilitada e comprometida a atuar para que se concretize o progressivo cumprimento de todas as coisas em Cristo.</p><p>26. Esta perspectiva levou os Padres do Concílio Vaticano II a afirmar que nas tradições religiosas não-cristãs existem "coisas boas e verdadeiras" (OT 16), "preciosos elementos religiosos e humanos" (GS 92), "germes de contemplação" (AG 18), "elementos de verdade e de graça" (AG 9), "sementes do Verbo" (AG 11, 15), "raios da verdade que ilumina a todos os homens" (NA 2). Segundo explícitas indicações conciliares, estes valores encontram-se condensados nas grandes tradições religiosas da humanidade. Elas merecem, portanto, a atenção e a estima dos cristãos, e o seu patrimônio espiritual é um eficaz convite ao diálogo (cf. NA 2.3; AG 11), não só sobre os elementos convergentes, mas também sobre os divergentes.</p><p>27. O Vaticano II pôde, assim, deduzir consequências do empenho concreto, exprimindo-se nos seguintes termos:</p><p>"Para poderem dar frutuosamente o testemunho de Cristo (os cristãos) relacionem-se com os homens do seu tempo com estima e caridade, considerem-se a si mesmos como membros dos agrupamentos humanos em que vivem, e participem na vida cultural e social através dos vários intercâmbios e problemas da vida humana; familiarizem-se com as suas tradições nacionais e religiosas; façam assomar à luz, com alegria e respeito, as sementes do Verbo neles adormecidas... Como o próprio Cristo... assim os seus discípulos... tomem conhecimento dos homens no meio dos quais vivem e conversem com eles, para que, através de um diálogo sincero e paciente, eles aprendam as riquezas que Deus liberalmente outorgou aos povos; mas esforcem-se também por iluminar estas riquezas com a luz evangélica, por libertá-las e restituí-las ao domínio de Deus Salvador" (AG 11; cf. 41; AA 14, 29 etc.).</p><p>FORMAS DE DIÁLOGO</p><p>28. A experiência destes anos pôs em evidência a multiplicidade dos modos em que se exerce o diálogo. As principais formas típicas aqui elencadas são vividas, ou de modo separado, ou então conjuntamente, umas com as outras.</p><p>29. O diálogo é, acima de tudo, um estilo de ação, uma atitude e um espírito que guia o comportamento. Implica atenção, respeito e acolhimento para com outro, a quem se reconhece espaço para a sua identidade pessoal, para as suas expressões, os seus valores. Tal diálogo é a norma e o estilo necessários de toda a missão cristã e de cada uma das suas partes, quer se trate das simples presença e testemunho, ou do serviço, ou do próprio anúncio direto (CJC 787, parágrafo 1). Uma missão que não fosse permeada pelo espírito dialogal estaria contra as exigências da verdadeira humanidade e contra as indicações do Evangelho.</p><p>30. Cada discípulo de Cristo, por força da sua vocação humana e cristã, é chamado a viver o diálogo na sua vida cotidiana, quer se encontre em situação de maioria, quer em situação de minoria. Deve infundir o sabor evangélico em cada ambiente em que vive e atua: o ambiente familiar, social, educativo, artístico, econômico, político etc. O diálogo insere-se, assim, no grande dinamismo da missão eclesial.</p><p>31. Um nível ulterior é o diálogo das ações e da colaboração com objetivos de caráter humanitário, social, econômico e político que se orientem para a libertação e a promoção do homem. O que acontece freqüentemente nas organizações locais, nacionais e internacionais, onde cristãos e crentes de outras religiões enfrentam em conjunto os problemas do mundo.</p><p>32. Pode ser vastíssimo o campo da colaboração. Referindo-se em particular aos muçulmanos, o Concílio Vaticano II exorta a "esquecer o passado" e a "defender e promover em conjunto a justiça social, os bens morais, a paz e a liberdade para todos os homens" (NA 3; cf. AG 11, 15, 21...). No mesmo sentido se pronunciaram Paulo VI, especialmente na Ecclesiam suam (AAS</p><p>56, 1964, p. 655), e João Paulo II nos numerosos encontros com chefes e representantes das diversas religiões. Os grandes problemas que atormentam a humanidade chamam os cristãos a colaborar com os outros crentes, exatamente em razão da fé de cada um.</p><p>33. De particular interesse é o diálogo a nível de especialistas, seja para confrontar, aprofundar e enriquecer os respectivos patrimônios religiosos, seja para aplicar os recursos, aí contidos, aos problemas que se põem à humanidade no decurso da sua história.</p><p>Esse diálogo acontece normalmente nos casos em que o interlocutor possui já uma sua visão do mundo e adere a uma religião que o inspira para a ação. Realiza-se mais facilmente nas sociedades pluralistas, onde coexistem e por vezes se defrontam diversas tradições e ideologias diferentes.</p><p>34. Neste confronto, os interlocutores conhecem e apreciam reciprocamente os valores espirituais e as categorias culturais, promovendo a comunhão e a fraternidade entre os homens (cf. NA 1). O cristão colabora, assim, na transformação evangélica da cultura (cf. EN 18-20, 63).</p>

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