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<p>CONHECENDO A DISCIPLINA .............................................................................................................4</p><p>CONVITE AO ESTUDO .......................................................................................................................... 6</p><p>PRATICAR PARA APRENDER ..............................................................................................................7</p><p>CONCEITO-CHAVE ................................................................................................................................8</p><p>SEMMEDO DE ERRAR ........................................................................................................................16</p><p>AVANÇANDO NA PRÁTICA ...............................................................................................................17</p><p>NUNCA É TARDE PARA APRENDER ....................................................................................................... 17</p><p>FAÇA VALER A PENA .........................................................................................................................17</p><p>REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 19</p><p>PRATICAR PARA APRENDER ............................................................................................................21</p><p>CONCEITO-CHAVE ..............................................................................................................................22</p><p>SEMMEDO DE ERRAR ........................................................................................................................31</p><p>AVANÇANDO NA PRÁTICA ...............................................................................................................33</p><p>O CONSELHO DE ESCOLA E A META DA GESTÃO DEMOCRÁTICA ................................................33</p><p>FAÇA VALER A PENA .........................................................................................................................33</p><p>REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 35</p><p>PRATICAR PARA APRENDER ............................................................................................................37</p><p>CONCEITO-CHAVE ..............................................................................................................................38</p><p>FAÇA VALER A PENA .........................................................................................................................45</p><p>REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 47</p><p>CONVITE AO ESTUDO ........................................................................................................................ 50</p><p>PRATICAR PARA APRENDER ............................................................................................................50</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA .................................................................................50</p><p>CONCEITO-CHAVE ..............................................................................................................................52</p><p>PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO ................................................................................................ 52</p><p>RECURSOS DESTINADOS À MELHORIA DA EDUCAÇÃO .......................................................... 54</p><p>EDUCAÇÃO ESPECIAL ....................................................................................................................... 55</p><p>FAÇA A VALER A PENA ..................................................................................................................... 56</p><p>REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 57</p><p>PRATICAR PARA APRENDER ............................................................................................................59</p><p>CONCEITO-CHAVE ..............................................................................................................................61</p><p>POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA ....................................................... 61</p><p>PROGRAMA CRIANÇA FELIZ ............................................................................................................63</p><p>POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL ..................................................... 63</p><p>ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL .......................................................................................................... 66</p><p>AS POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL ........................................................................ 67</p><p>FAÇA A VALER A PENA ..................................................................................................................... 68</p><p>REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 69</p><p>PRATICAR PARA APRENDER ............................................................................................................70</p><p>CONCEITO-CHAVE ..............................................................................................................................71</p><p>AS POLÍTICAS E A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL .........71</p><p>FAÇA A VALER A PENA ..................................................................................................................... 81</p><p>REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 82</p><p>CONVITE AO ESTUDO ........................................................................................................................ 84</p><p>PRATICAR PARA APRENDER ............................................................................................................85</p><p>CONCEITO-CHAVE ..............................................................................................................................87</p><p>DIREITO À EDUCAÇÃO .............................................................................................................................. 87</p><p>EDUCAÇÃO PARA JOVENS, ADULTOS E IDOSOS NO BRASIL ..................................................88</p><p>LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL – LEI Nº 9.394/96 (LDB) ..............91</p><p>DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 92</p><p>EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS POR MEIO DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA (EAD) ..... 93</p><p>FAÇA VALER A PENA .........................................................................................................................97</p><p>REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 98</p><p>PRATICAR PARA APRENDER ..........................................................................................................102</p><p>CONCEITO-CHAVE ............................................................................................................................103</p><p>EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ....................................................................................................................103</p><p>CONSTITUIÇÃO CIDADÃ DE 1988 ..................................................................................................106</p><p>ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA ............................................... 106</p><p>DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO ...............................................................................................................................108</p><p>POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA (EPT) .................................... 110</p><p>FAÇA VALER A PENA .......................................................................................................................114</p><p>as escolas primária, secundária e</p><p>superior e elaborou o estatuto da universidade brasileira. Através da Reforma Francisco</p><p>Campos, a Política Educacional brasileira introduziu o ensino primário gratuito e obrigatório e</p><p>o ensino religioso facultativo.</p><p>A Constituição de 1937 incorporou as indicações dessa reforma educacional e, visando</p><p>fortalecer a industrialização nacional, introduziu o ensino profissionalizante na lei como</p><p>obrigatório para as indústrias e sindicatos, os quais deveriam criar escolas na esfera de sua</p><p>especialidade para os filhos de seus operários ou associados a fim de prepará-los para o trabalho</p><p>nas indústrias.</p><p>É nesse cenário político e legalista que no ano de 1942 foi criado o Serviço Nacional de</p><p>Aprendizagem Industrial (SENAI) e, em 1946, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial</p><p>(SENAC).</p><p>Outra reforma que marcou a história da educação brasileira foi a Reforma Capanema, em 1942,</p><p>relativa ao ensino secundário (PIANA, 2009).</p><p>3º período (1960 em diante)</p><p>Em 1946 foi promulgada uma nova Constituição, e juntamente com esse novo cenário político</p><p>marcado pela redemocratização do Brasil, pós-Segunda Guerra Mundial (1945), baseado num</p><p>Estado populista desenvolvimentista, é que surgem, no campo da educação, movimentos em</p><p>favor da escola pública, universal e gratuita que culminam, em 1961, na promulgação da Lei de</p><p>Diretrizes e Bases da Educação Nacional no Brasil: Lei nº 4.024/1961.</p><p>Essa foi nossa primeira LDB – Lei de Diretrizes e Bases. De acordo com essa lei, o ensino no</p><p>Brasil de nível primário poderia ser ministrado pelo setor público e privado, extinguindo a</p><p>obrigatoriedade do ensino gratuito, o que permitia a subvenção estatal de estabelecimentos de</p><p>ensinos particulares através de bolsas de estudo e empréstimos.</p><p>Dentro da Política Educacional brasileira, a LDB se configurou como uma das medidas que</p><p>marcou os rumos da educação no Brasil. Vale destacar que entre 1961 a 1963, o Brasil foi</p><p>marcado por várias mudanças no campo político, social e econômico que, por sua vez,</p><p>impactaram na educação nacional, considerando que o índice de analfabetos revelava as</p><p>desigualdades, não apenas educacionais, mas também sociais e econômicas.</p><p>Com o início da ditadura militar, em 1964, o Estado ampliou o sistema de ensino, inclusive o</p><p>superior e estendeu o ensino obrigatório de quatro para oito anos. Contudo, cabe destacar que</p><p>nesse período os movimentos sociais passam a se organizar para demandar a implementação de</p><p>Políticas que respondessem suas necessidades enquanto Políticas Públicas.</p><p>Quanto ao problema do analfabetismo, é nesse período de nossa história da Educação que</p><p>desponta o educador Paulo Freire, que, com seu método pedagógico de alfabetização,</p><p>compreendia a Educação como prática da libertação e da conscientização política por meio da</p><p>prática da leitura e da escrita, como veremos mais adiante.</p><p>Legislação Educacional</p><p>As forças sociais tiveram um papel preponderante para o retorno da democracia enquanto</p><p>política brasileira. Durante o período da transição do autoritarismo para a democracia, as</p><p>propostas educacionais foram foco de discussão entre diferentes setores sociais, os quais</p><p>funcionaram como grupos de pressão para a formulação da Constituição de 1988, que, por sua</p><p>vez, expressa a política educacional do Brasil contemporâneo.</p><p>A Constituição Federal de 1988, promulgada após amplo movimento de redemocratização do País, marca</p><p>um novo período. Ampliam-se as responsabilidades do Poder Público e da sociedade em geral para com a</p><p>educação, a partir das novas demandas do mundo moderno e globalizado, em atendimento ao ideário</p><p>neoliberal. Essa Lei apresenta o mais longo capítulo sobre a educação de todas as Constituições Brasileiras,</p><p>pois apresenta dez artigos específicos (art. 205 a 214) que detalham a matéria, que também figura em quatro</p><p>artigos do texto constitucional (Art. 22, XXIV; 23, V; 30, VI e Art. 60 e 61 das Disposições Transitórias.</p><p>(PIANA, 2009, p.73)</p><p>Com promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988, temos uma nova realidade</p><p>brasileira pautada numa ordem política que declara, como um de seus princípios,</p><p>a descentralização político-administrativa garantindo à sociedade o direito de formular e de</p><p>controlar políticas, redimensionando relações entre Estado e sociedade civil. Entre as conquistas</p><p>afirmadas na referida legislação estão:</p><p> A concepção da educação como direito público subjetivo (Art. 208 § 1°).</p><p> O princípio da gestão democrática do ensino público (Art. 206, VI).</p><p> O dever do Estado em prover creche e pré-escola às crianças de 0 a 5 anos de idade (Art.</p><p>208, IV).</p><p> A oferta de ensino noturno regular (Art. 208, VI).</p><p> O ensino fundamental obrigatório e gratuito inclusive para os que a ele não tiveram</p><p>acesso em idade própria (Art. 208, I).</p><p>A Constituição Federal de 1988 fez emergir também a ideia de Plano Nacional de Educação,</p><p>apontando sua necessidade.</p><p>A ideia de um “Plano Educação” existia desde a década de 1930 no Brasil, porém, apenas</p><p>planos menores e pontuais aconteceram desde então. A ideia de um Plano Nacional de Educação</p><p>ganhou força com a Constituição de 1988, que em seu artigo 214 destacou:</p><p>Art. 214. - A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular</p><p>o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias</p><p>de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis,</p><p>etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas</p><p>que conduzam a:</p><p>I – Erradicação do analfabetismo;</p><p>II – Universalização do atendimento escolar;</p><p>III – Melhoria da qualidade do ensino;</p><p>IV – Formação para o trabalho;</p><p>V – Promoção humanística, científica e tecnológica do País.</p><p>VI – Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto</p><p>interno bruto.</p><p>(BRASIL, 1988)</p><p>A regulamentação da previsão constitucional do Plano Nacional de Educação (PNE) aconteceu</p><p>em 1996, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº</p><p>9394/1996.</p><p>Vale destacar aqui que o PNE é um plano de Estado, não um plano de governo, portanto, seu</p><p>processo de elaboração pode acontecer em diferentes instâncias: federal, estadual e municipal,</p><p>originando os Planos Estaduais e Municipais em conexão com o PNE, cuja vigência no Brasil é</p><p>de dez anos.</p><p>De acordo com a LDB nº 9.394/1996, o PNE seria elaborado pela União, com colaboração dos</p><p>demais entes federativos (estados, municípios e Distrito Federal), pois, segundo a Constituição</p><p>Federal brasileira, a Educação é responsabilidade compartilhada. O artigo 211 da CF reforça</p><p>essa ideia.</p><p>Conforme pontua o referido artigo, cabe aos Municípios prioritariamente o ensino fundamental e</p><p>a educação infantil; aos Estados e ao Distrito Federal compete prioritariamente o ensino</p><p>fundamental e médio; e destaca ainda que a verba destinada à educação será redistribuída entre a</p><p>União e os entes federativos.</p><p>O Quadro 1.3 apresenta a organização e o funcionamento da Educação Nacional com a LDB.</p><p>Quadro 1.3 | Organização e funcionamento da LDB</p><p>LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/1996 Níveis e Modalidades de ensino</p><p>EDUCAÇÃO BÁSICA Educação Infantil: creche e pré-escola</p><p>Ensino Fundamental</p><p>Ensino Médio</p><p>ENSINO SUPERIOR Graduação</p><p>Pós-Graduação</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (1996).</p><p>Vale retomar que a primeira LDB foi promulgada em 1961 (Lei nº 4.024/1961) e apresentava</p><p>outra configuração em termos organizacionais.</p><p>Pela Lei nº 9.394/1996, o governo passou a assumir a política educacional como tarefa de</p><p>sua competência, descentralizando sua execução para Estado e municípios. A Política de</p><p>Avaliação da Educação em todos os níveis de ensino também passou a ser exercida, buscando</p><p>um “controle” do sistema escolar.</p><p>Assim, nos anos de 1990, o tema “descentralização” ganhou um local de destaque na Educação</p><p>brasileira, acompanhado da “gestão democrática”, no sentido de possibilitar a participação de</p><p>diferentes</p><p>atores no processo educativo, inaugurando, como pontua Piana (2009), o sentido</p><p>democrático da prática social da educação.</p><p>No quadro a seguir, você, futuro educador, pode rever alguns marcos da História da Educação</p><p>no Brasil, apresentados nesta seção, visando favorecer a compreensão acerca do processo</p><p>histórico que tem permeado as Políticas Educacionais e as legislações que fundamentaram em</p><p>nosso país.</p><p>Quadro 1.4 | Marcos na História da Educação no Brasil – “linha do tempo”</p><p>Período Jesuítico</p><p>(1549–1759)</p><p> Em 1549, chega ao Brasil o primeiro grupo de padres jesuítas, chefiados por Manoel da</p><p>Nóbrega.</p><p> Início “formal” da Educação no Brasil.</p><p>Período Pombalino</p><p>(1760-1808)</p><p> Expulsão dos jesuítas do Brasil, em 1759, e a destruição do único sistema de ensino.</p><p> As Reformas Pombalinas no campo da educação introduziram as chamadas “aulas régias”:</p><p>estudos autônomos e isolados de Latim, Grego, Filosofia e Retórica.</p><p> Cada disciplina possuía um professor único e as matérias não se articulavam uma com as</p><p>outras.</p><p>Período Joanino</p><p>(1808–1821)</p><p> Mudança da Família Real para o Brasil em 1808.</p><p> D. João VI refunda a academia militar que havia (atual Academia Militar das Agulhas Negras) e</p><p>cria duas escolas de medicina – uma no Rio de Janeiro e outra em Salvador.</p><p>Período imperial</p><p>(1822-1889)</p><p> D. João VI volta a Portugal em 1821.</p><p> D. Pedro I proclama a Independência do Brasil em 1822.</p><p> A primeira Constituição brasileira é outorga em 1824.</p><p> Essa lei dizia que a “instrução primária é gratuita para todos os cidadãos”.</p><p>República Velha</p><p>(1889-1929)</p><p> Proclamou-se a República no sistema presidencialista em 1889.</p><p> Na organização escolar, percebe-se como princípios orientadores a liberdade e laicidade do</p><p>ensino, como também a gratuidade da escola primária.</p><p>Segunda República</p><p>(1930-1936)</p><p> Revolução de 1930 marca a entrada do Brasil no modelo capitalista de produção e o primórdio</p><p>do investimento na produção industrial.</p><p> Há necessidade de uma mão de obra especializada sendo preciso investir na educação.</p><p> Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública em 1930.</p><p> Em 1931, decretos organizam o ensino secundário e as universidades brasileiras ainda</p><p>inexistentes. Esses decretos ficam conhecidos como “Reforma Francisco Campos”.</p><p>Estado Novo</p><p>(1937-1945)</p><p> Em 1937, a Constituição outorgada com tendências fascistas, com orientação político-</p><p>educacional para o mundo capitalista:</p><p>o Enfatiza o ensino pré-vocacional e profissional.</p><p>o Propõe que a arte, a ciência e o ensino sejam livres à iniciativa individual tirando do</p><p>Estado o dever da educação.</p><p>o Mantém a gratuidade e a obrigatoriedade do ensino primário.</p><p>República Nova</p><p>(1946-1963)</p><p> Nova Constituição em 1946.</p><p> Na área da Educação, determina-se a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário e volta o</p><p>preceito de que a educação é direito de todos.</p><p> Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961 - prevalece as reivindicações da Igreja Católica e dos</p><p>donos de estabelecimentos particulares de ensino, confrontando com o dever do Estado para a</p><p>oferta da educação aos brasileiros.</p><p>Ditadura Civil-</p><p>Militar</p><p>(1964-1985)</p><p> Em 1964, o Golpe militar aborta todas as iniciativas de se revolucionar a educação brasileira.</p><p> Nesse período, deu-se a expansão das universidades no Brasil.</p><p> Criou-se o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) visando erradicar o analfabetismo.</p><p> Em 1971, é instituída a Lei nº 5.692: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, focando a</p><p>formação educacional com um cunho profissionalizante.</p><p>Nova República</p><p>(pós-ditadura - a</p><p>partir de 1985)</p><p> Fim do Regime Militar em 1985.</p><p> Constituição Federal aprovada em 1988 dentro dos princípios democráticos, reconhecendo a</p><p>Educação como direito subjetivo de todos.</p><p> Declaração Mundial sobre Educação para Todos é aprovada, em 1990, na Tailândia.</p><p> Promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9.394/1996), que</p><p>estipulou a formação do docente em nível superior e colocou a Educação Infantil na posição de</p><p>etapa inicial da Educação Básica.</p><p> Entra em vigor o Plano Nacional de Educação (2001-2011).</p><p> Novo Plano Nacional de Educação (2014-2024).</p><p>Fonte: adaptado de Freitag (1980) e Aranha (1989).</p><p>ASSIMILE</p><p>1. Aulas régias: durante o período do Brasil colônia, essa modalidade de aula foi</p><p>implementada e concentrava o ensino correspondente ao nível secundário, em especial às</p><p>classes de latim. A responsabilidade do Estado limitava-se ao pagamento do salário do</p><p>professor e às diretrizes curriculares da matéria a ser ensinada, deixando a cargo do</p><p>próprio professor a provisão das condições materiais relativas ao local, geralmente sua</p><p>própria casa, e a sua infraestrutura, assim como aos recursos pedagógicos a serem</p><p>utilizados no desenvolvimento do ensino.</p><p>2. Associação Brasileira de Educação (ABE): criada em 1924 por educadores, intelectuais,</p><p>políticos e figuras de expressão da sociedade brasileira, impulsionou as discussões em</p><p>torno dos problemas educacionais. Por meio dessa organização, eram promovidos cursos,</p><p>palestras, semanas da educação e conferências, principalmente as Conferências Nacionais</p><p>de Educação. Entre 1927 a 1929, foram realizadas três grandes Conferências Nacionais de</p><p>Educação, ocorridas em Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo. Foi por meio dessas</p><p>Conferências que surgiu. em 1932. o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, contendo</p><p>uma nova proposta pedagógica e trazendo em seu bojo uma proposta de reconstrução do</p><p>sistema educacional brasileiro.</p><p>3. Plano Nacional de Educação (PNE): é uma lei brasileira que estabelece diretrizes e</p><p>metas para o desenvolvimento nacional, estadual e municipal da educação. O Plano</p><p>vincula os entes federativos às suas medidas e os obriga a tomar medidas próprias para</p><p>alcançar as metas previstas. Também podemos considerar o Plano Nacional de Educação</p><p>como um documento editado periodicamente e que compreende desde diagnósticos sobre</p><p>a educação até a proposição de metas, diretrizes e estratégias para o desenvolvimento da</p><p>Educação.</p><p>REFLITA</p><p>Quando falamos em Educação, você considera necessário compreender as políticas que a</p><p>sustentam?</p><p>Você acredita que o cenário econômico determina os rumos das Políticas Educacionais?</p><p>EXEMPLIFICANDO</p><p>Quando falamos em PNE, por exemplo, vale destacar que ele é composto por várias metas. O</p><p>atual PNE, Lei nº 13.005 aprovada em 2014, apresenta 20 metas e tem a duração decenal (2014-</p><p>2024).</p><p>A meta 1, por exemplo, refere-se à Educação Infantil: “universalizar, até 2016, a educação</p><p>infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta</p><p>de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das</p><p>crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE”.</p><p>Assim, como apresentamos aqui a meta 1, você pode acessar o Plano Nacional e conhecer todas</p><p>as metas para a Educação Nacional.</p><p>Estamos chegando ao final de mais uma seção da disciplina “Funcionamento da Educação</p><p>Brasileira e Políticas Públicas”, lembrando que nosso foco foi resgatar a trajetória histórica da</p><p>Educação Brasileira, focando a hierarquia das leis e da ação da legislação na normatização da</p><p>Educação Nacional.</p><p>Nesse contexto, vimos o papel da Constituição como lei maior do país dentro dos princípios</p><p>democráticos, embasando as demais legislações em termos normativos, bem como pontuando o</p><p>papel dos entes federados e as responsabilidades de cada um na organização da Educação em</p><p>regime de colaboração, como prevê a Carta Magna, ou seja, a Constituição Federal do Brasil.</p><p>Seguiremos conversando sobre o cenário político, econômico e social, pois vemos o quanto cada</p><p>um deles interfere na formulação das Políticas Públicas, dando ênfase à atual legislação</p><p>educacional, as quais configuram a Política Educacional.</p><p>Conto com você nessa caminhada! Vamos em frente!</p><p>SEM MEDO DE ERRAR</p><p>João poderia acolher o grupo de pais e sugerir estudo e debates em torno das leis brasileiras, em</p><p>especial sobre a Constituição Federal, explicando sua importância principalmente considerando</p><p>sua hierarquia,</p><p>ou seja, reafirmando que as normas Constitucionais estão acima das demais leis.</p><p>Assim, em grupo, uma possibilidade seria estudar a Constituição Federal de 1988,</p><p>principalmente dos artigos que se referem à educação.</p><p>Algumas ações possibilitariam maior esclarecimento de toda a comunidade escolar sobre a</p><p>municipalização. João poderá organizar a confecção de cartazes explicando os artigos legais</p><p>referentes a educação. Além disso, ele também pode promover, por exemplo, uma roda de</p><p>conversa envolvendo a equipe gestora e diferentes representantes da Secretaria Municipal de</p><p>Educação com a comunidade escolar a fim de socializar os esclarecimentos.</p><p>Assim, João também deve sugerir uma reunião com a equipe gestora e representantes da</p><p>secretaria municipal de Educação para esclarecerem juntos como funciona aMunicipalização</p><p>da Educação.</p><p>Entre as dúvidas, provavelmente surgirão perguntas como: se a escola irá fechar, se os</p><p>professores e funcionários perderão o emprego e sobre os recursos financeiros para a</p><p>manutenção da educação no município.</p><p>Nesse sentido, organizar reuniões explicativas, esclarecendo o que significa a municipalização e</p><p>sua legitimidade, poderá ser uma das ações sugeridas por João. Depoimentos de outros</p><p>municípios explicando como foi a experiência e como funcionou a transição do Estado para o</p><p>Município também é uma forma de tranquilizar a todos.</p><p>É importante destacar que a Constituição Federal prevê que municípios, estados, distrito federal</p><p>e união compartilhem responsabilidades e em alguns pontos assumam responsabilidades.</p><p>Ao município compete a educação infantil e o ensino fundamental prioritariamente, por isso a</p><p>municipalização é urgente, visando responder uma determinação legal.</p><p>Contudo, os recursos para a manutenção da Educação também são de ordem federal,</p><p>complementando os recursos municipais, conforme prevê a lei, que destaca que a verba</p><p>destinada à educação será redistribuída entre a União e os entes federativos.</p><p>Quanto ao quadro de professores e funcionários, não haverá demissão; a equipe gestora e os</p><p>representantes da Secretaria Municipal de Educação explicarão que eles serão reabsorvidos.</p><p>Contudo, os funcionários e professores contratados não têm garantias, pois o regime de trabalho</p><p>tem cláusulas específicas que não garantem estabilidade.</p><p>A transição das escolas do Estado para o município é gradativa, visando que os ajustes</p><p>aconteçam com monitoramento e adequações, assim, não há previsão de fechamento de escolas,</p><p>ao contrário, o município deverá ampliar as vagas para atender a comunidade local.</p><p>A gestão local (do município) é muito mais próxima que a gestão pelo Estado, o que favorece</p><p>conhecer as demandas e realidades locais.</p><p>Após várias reuniões com a equipe gestora, estudos sobre legislação, leitura da Constituição</p><p>Federal, reunião com representantes da Secretaria municipal de Educação e comunidade escolar,</p><p>as dúvidas foram sanadas e o processo de municipalização tem acontecido com maior</p><p>serenidade.</p><p>AVANÇANDO NA PRÁTICA</p><p>O CONSELHO DE ESCOLA E A META DA GESTÃO DEMOCRÁTICA</p><p>Uma nova diretora chegou na escola onde João está estagiando e logo começou a realizar</p><p>compras sem consultar as necessidades dos alunos, funcionários e professores, gerando mal-</p><p>estar dentro da escola.</p><p>Em alguns momentos comprou muito material de papelaria e deixou de lado a compra de</p><p>materiais de limpeza, o que acarretou problema e a necessidade de realizar o dia da “PIZZA”</p><p>visando arrecadar fundos para a compra dos materiais de limpeza, que não poderiam faltar.</p><p>Diante dessa situação-problema, o conselho de escola foi acionado. De modo hipotético,</p><p>descreva a constituição do conselho de escola e possíveis resoluções para essa situação.</p><p>RESOLUÇÃO</p><p>O conselho de escola é formado por representantes de funcionários, professores e alunos (ou</p><p>famílias quando os alunos são crianças pequenas) e tem a função de acompanhar a gestão</p><p>escolar, visando que a gestão democrática aconteça de fato.</p><p>O grupo poderá expor para a nova diretora que estão acostumados a participar das decisões,</p><p>principalmente quando se trata das compras de materiais pedagógicos e de limpeza, além de</p><p>auxiliar com a realização de cotação e fazer a previsão dos gastos semestrais, considerando a</p><p>verba recebida e distribuindo-a entre as várias demandas da escola.</p><p>Eles poderiam, inclusive, comentar que auxiliaram na Festa da Pizza, pois a equipe é</p><p>corresponsável pelas ações e juntos trabalham para resolver os problemas, por isso, também</p><p>reivindicam a participação nos processos decisórios, sendo um Conselho de escola atuante.</p><p>A gestora deve escutar com atenção. Dessa forma, a partir do diálogo e se inteirando da</p><p>legislação que prevê a gestão democrática e a ação do Conselho de Escola, a nova diretora</p><p>passará a compreender e a agir dentro do princípio constitucional pautado na Gestão</p><p>Democrática da Educação.</p><p>FAÇA VALER A PENA</p><p>Questão 1</p><p>Para falarmos da organização e do funcionamento da Educação é importante conhecermos as</p><p>legislações que a regulamentam e destacar que existem hierarquias entre as leis, vigorando o</p><p>princípio da Supremacia da Constituição, ou seja, segundo o qual as normas constitucionais</p><p>estão num patamar de superioridade em relação às demais leis. Pensando na normatização e</p><p>nessa hierarquia, é importante destacarmos que existem três grupos de normas legais: Normas</p><p>constitucionais, Normas infraconstitucionais e Normas infralegais.</p><p>Leia as afirmações a seguir e analise se são verdadeiras.</p><p>I. Podemos afirmar que não há hierarquia entre as normas de um mesmo grupo, o que existe</p><p>é campo de atuação diferenciado, específico entre essas normas que compõem o mesmo</p><p>grupo.</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/fmt_u1s2.html</p><p>II. Existe hierarquia entre os grupos, sendo que as normas constitucionais são</p><p>hierarquicamente superiores às normas infraconstitucionais, que são hierarquicamente</p><p>superiores às normas infralegais.</p><p>III. A organização e o funcionamento da Educação brasileira se fundamentam em Normas</p><p>infralegais.</p><p>Indique a alternativa que apresenta a resposta correta.</p><p>a. As afirmações I e II são verdadeiras.</p><p>b. As afirmações I e III são verdadeiras.</p><p>c. As afirmações II e III são verdadeiras.</p><p>d. As afirmações I, II e III são verdadeiras.</p><p>e. Somente a afirmação III é verdadeira.</p><p>Questão 2</p><p>Em termos econômico, político e social, é importante recuperarmos que durante a Primeira</p><p>República o Brasil vivenciou um momento de efervescência cultural, que marcou as</p><p>transformações sociais do século XX. Em 1922, a Semana da Arte Moderno foi um marco para</p><p>a cultura brasileira. As inovações daquele momento histórico geraram um entusiasmo em termos</p><p>educacionais, levando a um “otimismo pedagógico”.</p><p>Diante do contexto apresentado, analise as afirmações a seguir e coloque V (para Verdadeiro)</p><p>ou F (para Falso):</p><p> ( ) Durante a primeira República, de 1889 a 1930, foram criadas escolas superiores e</p><p>escolas primárias e secundárias, que ampliou o número de estabelecimentos, mas não o</p><p>número de oportunidades educacionais, mantendo o sistema educacional elitista e</p><p>excludente.</p><p> ( ) Nos anos de 1930, surgiu um movimento conhecido como “Movimento</p><p>Escolanovista”, formado por educadores que juntos buscavam renovar o ensino,</p><p>organizando um manifesto, o qual seria conhecido mais tarde como “Manifesto dos</p><p>Pioneiros da Educação”.</p><p> ( ) O Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova surgiu em 1932 com uma nova proposta</p><p>pedagógica e trazendo em seu bojo uma proposta de elitização do sistema educacional</p><p>brasileiro.</p><p> ( ) Durante a Primeira República, o ensino no Brasil continuou estagnado, com grande</p><p>número de analfabetismo, o que correspondia a mais da metade da população brasileira.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo.</p><p>a. V, V, V, V.</p><p>b. V, V, F, F.</p><p>c. F, V, F, V.</p><p>d. F, V, V, F.</p><p>e. V, V, F, V.</p><p>Questão 3</p><p>Com promulgação da Constituição Federal do Brasil, em 5 de outubro de 1988, temos uma nova</p><p>realidade brasileira, pautada numa ordem</p><p>política que declara, como um de seus princípios, a</p><p>descentralização político-administrativa, garantindo à sociedade o direito de formular e de</p><p>controlar políticas, redimensionando relações entre Estado e sociedade civil. Quanto às</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s2.html</p><p>propostas educacionais, a Constituição Federal traz a democratização como marca para as</p><p>Políticas Educacionais.</p><p>Leia as afirmações a seguir e analise se são verdadeiras.</p><p>I. A Constituição de 1988 trouxe a concepção da educação como direito público subjetivo.</p><p>II. A Constituição de 1988 trouxe o princípio da gestão democrática do ensino público.</p><p>III. A Constituição de 1988 pontuou o dever do Estado em prover creche e pré-escola às</p><p>crianças de 0 a 5 anos de idade.</p><p>IV. A Constituição de 1988 considera o ensino fundamental obrigatório e gratuito inclusive</p><p>para os que a ele não tiveram acesso em idade própria.</p><p>Indique a alternativa que apresenta a resposta correta.</p><p>a. As afirmações I, II e III são verdadeiras.</p><p>b. As afirmações I, II e IV são verdadeiras.</p><p>c. As afirmações II, III e IV são verdadeiras.</p><p>d. As afirmações I, II, III e IV são verdadeiras.</p><p>e. As afirmações I, III e IV são verdadeiras.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ARANHA, M. L. A. História da educação. São Paulo: Moderna, 1989.</p><p>BITTENCOURT, P. O. S.; CLEMENTINO, J. C. Hierarquia das leis. Revista @lumni, v. 2,</p><p>2012. P. 1-12. Disponível em: https://bit.ly/2OxiDhE. Acesso em: 3 out. 2020.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília, DF: Senado</p><p>Federal, 1988. Disponível em: https://bit.ly/3b9Eof3. Acesso em: 23 mar. 2020.</p><p>BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 jul. 1990.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996.</p><p>BRASIL. Plano Nacional de Educação – PNE 2014-2024. Lei nº 13.005, de 25 de junho de</p><p>2014. Disponível em: https://bit.ly/3u0ugxQ. Acesso em: 2 out. 2020.</p><p>DIAS, J. A. Sistema escolar brasileiro. In: MENESES, J. G. (et.al.). Educação Básica: políticas,</p><p>legislação e gestão – Leituras. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004, p.127-136.</p><p>DOURADO, L. F. Políticas e Gestão da Educação Básica no Brasil: limites e perspectivas.</p><p>Educação e Sociedade, Campinas, v. 28, n 100 – Especial, p. 921-946, out. 2007. Disponível</p><p>em: https://bit.ly/3b8YdDl. Acesso em: 2 out. 2020.</p><p>FREITAG, B. Escola, Estado e Sociedade. 4 ed. São Paulo: Moraes, 1980.</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s2.html</p><p>https://silo.tips/download/hierarquia-das-leis-priscila-de-oliveira-stuque-bittencourt-1-jose-carlos-clemen</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm.</p><p>http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm</p><p>https://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a1428100.pdf</p><p>LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. Educação Escolar: políticas, estrutura e</p><p>organização. Elementos para uma análise crítico-compreensiva das políticas educacionais:</p><p>aspectos sociopolíticos e históricos. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2009. p127-145.</p><p>MARCÍLIO, M. L. História da escola em São Paulo e no Brasil. São Paulo: Imprensa Oficial,</p><p>2005.</p><p>PIANA, M.C. A construção do perfil do assistente social no cenário educacional. São Paulo:</p><p>Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 233 p.</p><p>PINHO, R. C. R. Da organização do estado, dos Poderes, e histórico das constituições. 12ª</p><p>ed. São Paulo: Saraiva, 2012.</p><p>SAVIANI, D. Política Educacional Brasileira: limites e perspectivas. Revista de Educação</p><p>PUC – Campinas, Campinas, n. 24, p. 7-16, 2008. Disponível em:</p><p>SAVIANI, D. A política educacional no Brasil. In: STEPHANOU, M.; BASTOS, M.H.C.</p><p>(org.). Histórias e Memórias da educação no Brasil. Vol. III: Século XX. Petrópolis: Vozes,</p><p>2005, p. 30-39.</p><p>SOUZA, D. B.; FARIA, L. C. M. Reforma do Estado, descentralização e municipalização do</p><p>ensino no Brasil: A gestão política dos sistemas públicos de ensino pós-LDB 9.394/96. Revista</p><p>Ensaio, v. 12, n.45. Rio de Janeiro, Out/Dez, 2004. Disponível em: https://bit.ly/3dhwHXc.</p><p>Acesso em: 10 dez. 2020.</p><p>SOUZA, P. N. P. LDB e Educação Superior: Estrutura e funcionamento. São Paulo: Thomson</p><p>Pioneira, 1997.</p><p>VIEIRA, S. L.; ALBUQUERQUE, M. G. M. Políticas internacionais e educação: uma agenda</p><p>para debate. In: ______. Política e planejamento educacional. 2ª ed. Fortaleza: Demócrito</p><p>Rocha, 2001, p. 43- 56 e 61-70.</p><p>http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v12n45/v12n45a02.pdf</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO</p><p>EDUCACIONAL –</p><p>AS POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL</p><p>PRATICAR PARA APRENDER</p><p>Olá! Nesta terceira seção da Unidade 1, conversaremos sobre as Políticas e Legislação</p><p>Educacional.</p><p>Vamos conversar sobre a ação dos Organismos Internacionais (Banco Mundial, Unesco, Unicef,</p><p>entre outros) e sua influência no campo educacional, orientando Reformas Educacionais no</p><p>decorrer dos anos de 1990.</p><p>Veremos o quanto a Legislação brasileira acaba refletindo as demandas internacionais, inclusive</p><p>no contexto econômico, direcionando as Políticas Públicas no nosso país. Iremos analisar a</p><p>Constituição Federal de 1988 e a legislação educacional homologada em 1996: a Lei de</p><p>Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/1996 (LDB), que por sua vez reconfigura a</p><p>estrutura da Educação Básica no Brasil.</p><p>É muito importante conhecermos o contexto histórico, político, econômico e social nos quais a</p><p>legislação brasileira se configura e orienta o funcionamento e a organização da Educação</p><p>Nacional.</p><p>Portanto, nesta seção temos como desafio conhecer o contexto em que as Reformas</p><p>Educacionais têm sido implementadas no Brasil, a partir dos anos de 1990, num movimento de</p><p>ordem internacional que impulsionado as transformações sociais em nosso país.</p><p>Destacamos aqui, futuro educador, que é muito importante compreender a legislação</p><p>educacional e analisar o cenário que permeia</p><p>as ações educacionais vigentes em nosso país, pois</p><p>ao final desta disciplina espera-se que você compreenda a organização e o funcionamento do</p><p>Sistema Educacional Brasileiro, bem como o papel da legislação educacional para a estruturação</p><p>e o funcionamento da Educação Nacional, favorecendo a reflexão acerca da ação educativa.</p><p>Assuma seu protagonismo formativo e invista em seu aprendizado!</p><p>Para isso, sugerimos que anote suas dúvidas, consulte os materiais complementares indicados e,</p><p>sobretudo, analise as situações-problemas, pois elas tornam o conhecimento teórico mais</p><p>ilustrativo, favorecendo sua compreensão acerca dos conteúdos trabalhados nesta seção.</p><p>O contexto de aprendizagem apresentado busca aproximar você da realidade de seu campo de</p><p>trabalho.</p><p>Lembre-se que, embora seja uma narrativa hipotética, o contexto de aprendizagem é um</p><p>exercício que mobiliza conhecimentos promovidos nesta disciplina conectando-os com as</p><p>situações da prática educacional, tornando-os mais compreensíveis e significativos.</p><p>João é estudante de Pedagogia e está estagiando aos finais de semana em uma escola pública.</p><p>Durante as rodas de conversa que acontecem aos finais de semana, João resolveu fazer um</p><p>projeto visando estimular os alunos do ensino médio a pensarem em seu futuro profissional.</p><p>Em um desses momentos, surgiu entre os alunos os seguintes questionamentos:</p><p> O ENEM é realmente um exame importante?</p><p> Não seria uma forma de mostrar que o ensino público “é fraco”? – disse Maria, uma aluna</p><p>que está no segundo ano do ensino médio.</p><p>Diante dessa percepção que revela o desconhecimento das Políticas Educacionais, João propôs</p><p>trazer diferentes depoimentos (pessoas convidadas) aos finais de semana para mostrar a</p><p>importância das políticas públicas, entre as quais está o ENEM, como forma de promover a</p><p>continuidade dos estudos e a possibilidade uma formação profissional.</p><p>Para início de conversa, João pontuou:</p><p>Vocês sabiam que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi criado pelo Ministério da</p><p>Educação em 1998, inicialmente com o objetivo de avaliar o desempenho dos estudantes ao</p><p>final da educação básica? E que no decorrer de seu funcionamento, passou a ser caminho para o</p><p>ingresso no ensino superior? Além disso, sabiam que existem outros programas que permitem</p><p>acessar o ensino superior destinados a quem tem uma situação econômica mais restrita?</p><p>Assim, falou do seu exemplo e de sua vivência como estagiário num programa que financia sua</p><p>faculdade.</p><p>Mediante essa conversa, João pôde perceber que muitos alunos se empolgaram, pois não</p><p>conheciam essas possibilidades e isso animou a roda de conversa. Os alunos ficaram ansiosos</p><p>para ouvir os demais convidados que também relatarão sua caminhada e seus desafios.</p><p>Quais perguntas podemos fazer aos convidados? Quais orientações podemos dar a João para</p><p>deixar a roda de conversa ainda mais interessante?</p><p>Vamos juntos nessa jornada formativa!</p><p>CONCEITO-CHAVE</p><p>Olá! Estamos iniciando a terceira seção da Unidade 1 – Políticas Públicas, e neste momento</p><p>conversaremos sobre as Reformas Educacionais dos anos 1990, focalizando a influência dos</p><p>Organismos Internacionais nos rumos das Políticas no Brasil e de sua legislação.</p><p>Mas você, futuro educador, já ouviu falar nos Organismos Internacionais que influenciaram as</p><p>Reformas Educacionais no Brasil nos anos 1990? Já ouviu falar em Banco Mundial, UNESCO e</p><p>UNICEF, por exemplo? Vamos conhecer mais sobre cada um desses deles e saber mais sobre</p><p>seu histórico, papel e foco de ação, assim como sua relação com as reformas educacionais no</p><p>Brasil.</p><p>O Banco Mundial foi criado em 1944 e exerceu nos seus primeiros anos um papel de</p><p>reconstrutor dos países atingidos pela guerra. Em meados da década de 1950 até o início dos</p><p>anos de 1970, com as crescentes tensões da Guerra Fria, teve como missão a incorporação dos</p><p>países do Terceiro Mundo, por meio da criação de programas de assistência econômica e de</p><p>empréstimos crescentes voltados às políticas de industrialização.</p><p>Como pontua Vieira (2001), após a Segunda Guerra Mundial tornou-se crescente o</p><p>intervencionismo estatal no campo econômico e social, em países muito, pouco, ou nada</p><p>industrializados.</p><p>Cabe destacar que, para o Banco Mundial, a educação é oferecida como prestação de serviço</p><p>(público ou privado) e não como um direito de todos à transmissão, construção e troca de</p><p>saberes, culturas e valores.</p><p>Através do documento Priorities and Strategies for Education (Prioridades e Estratégias para a</p><p>Educação), publicado em 1995, o Banco Mundial apresentou as diretrizes para a educação</p><p>básica dos países em desenvolvimento, recomendando a implantação de algumas orientações</p><p>como:</p><p> A melhoria da qualidade e da eficácia da educação.</p><p> A ênfase nos aspectos administrativos e financeiros.</p><p> A descentralização e autonomia das instituições escolares.</p><p> A maior participação dos pais e da comunidade nos assuntos escolares.</p><p> O impulso para o setor privado e organismos não governamentais no terreno educativo.</p><p> A mobilização e alocação eficaz de recursos adicionais para a educação.</p><p> E centralização nas propostas pedagógicas e avaliação de desempenho padronizadas.</p><p>Veremos mais adiante o quanto essas indicações influenciaram e ainda influenciam nas Políticas</p><p>Educacionais brasileiras.</p><p>Entre os organismos internacionais que acabam orientando nas ações educacionais nos países</p><p>em desenvolvimento estão também o UNICEF e a UNESCO.</p><p>O UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) foi criado no dia 11 de dezembro de</p><p>1946. Seus primeiros programas forneceram assistência emergencial a milhões de crianças no</p><p>período pós-guerra na Europa, no Oriente Médio e na China.</p><p>O princípio básico do UNICEF é a promoção do bem-estar da criança e do adolescente a partir</p><p>de suas necessidades, sem discriminação de raça, credo, nacionalidade, condição social ou</p><p>opinião política (VIEIRA; ALBUQUERQUE, 2001).</p><p>A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) foi</p><p>fundada em 16 de novembro de 1945 e serve como uma agência do conhecimento que visa</p><p>disseminar e compartilhar informação e conhecimento, colaborando com os países membros na</p><p>construção de suas capacidades humanas e institucionais em diversos campos. A UNESCO</p><p>busca promover a cooperação internacional entre seus 193 países nas áreas de educação,</p><p>ciências, cultura e comunicação.</p><p>Heloani e Piolli (2010) destacam que, seguindo as propostas do Banco Mundial para a educação,</p><p>o Brasil passa a adotar novas condutas de ação no campo Educacional: parceria com o setor</p><p>privado e adoção do ideário pautado na eficácia, competência, qualidade e equidade no setor</p><p>educacional.</p><p>A descentralização administrativa da educação também se configurou como uma</p><p>consequência da orientação do Banco Mundial, transferindo principais responsabilidades que</p><p>antes eram de ordem federal para níveis políticos regionais, colocando a escola como um</p><p>organismo central e autônomo, capaz de gerenciar seus próprios recursos e realidades.</p><p>É dentro desse contexto que teremos a municipalização da educação, por exemplo, assim</p><p>como ações que colocam a gestão da escola como responsabilidade local, seguindo o princípio</p><p>da descentralização administrativa, através do princípio da gestão democrática da educação.</p><p>A partir das determinações do Banco Mundial, a Educação como um serviço público passa, nos</p><p>anos 1990, a ser avaliado através de metas e resultados quantitativos.</p><p>Aqui devemos recuperar que as reformas implantadas, a partir de 1990, pelo Estado brasileiro</p><p>tinham como intenção o desenvolvimento econômico do país, redimensionando o papel do</p><p>Estado, “não mais como promotor direto do crescimento econômico, mas como catalisador e</p><p>facilitador” (HELOANI; PIOLLI, 2010).</p><p>Pautando-se nesse cenário, a função do Estado seria a de regular as atividades e os serviços,</p><p>incentivando a privatização sob o discurso de uma administração pública eficiente e em busca</p><p>da redução de gastos, focando na descentralização e nos processos de privatização de</p><p>empresas e serviços públicos. Estamos falando num modelo de Estado</p><p>Neoliberal!</p><p>Mas você já ouviu falar em Neoliberalismo?</p><p>O Neoliberalismo é uma doutrina socioeconômica que prevê a mínima intervenção do Estado na</p><p>economia, ou seja, o “Estado Mínimo”, combatendo dessa forma o Estado de Bem-Estar Social</p><p>(Welfare State), no qual o Estado intervém nos momentos de crise econômica fortalecendo as</p><p>leis trabalhistas e o mercado consumidor, protegendo a sociedade.</p><p>O sistema neoliberal considera que o Estado Protetor é oneroso para a Economia, defendendo a</p><p>desregulamentação da força de trabalho, diminuição da renda, a flexibilização do processo</p><p>produtivo e as privatizações dos órgãos estatais.</p><p>No Brasil, os anos 1990 foram marcantes para a implementação do neoliberalismo. A onda</p><p>privatista atingiu empresas estatais como Embratel, Telebrás e Vale do Rio Doce, por exemplo.</p><p>Souza (2004, p. 927) destaca que dentro da ótica neoliberal,</p><p>[...] formou-se a ideia hegemônica de que o Estado – sobretudo nos países periféricos – deveria focar sua</p><p>atuação nas relações exteriores e na regulação financeira, com base em critérios negociados diretamente com</p><p>os organismos internacionais. A reforma nas suas estruturas e aparato de funcionamento consolidou-se nos</p><p>anos 90, por meio de um processo de desregulamentação na economia, da privatização das empresas</p><p>produtivas estatais, da abertura de mercados, da reforma dos sistemas de previdência social, saúde e</p><p>educação, descentralizando-se seus serviços, sob a justificativa de otimizar seus recursos.</p><p>Vale ressaltar que o neoliberalismo age também como um padrão social de comportamento, pois</p><p>preconiza a sua individualização, sobretudo no campo profissional, o que é amplamente</p><p>difundido pelas concepções do empreendedorismo.</p><p>As atuais reformas e os modos de gerenciamento da educação pública brasileira têm sua origem</p><p>nas reformas introduzidas nos anos de 1990, mudando as formas de ação do Estado em termos</p><p>de Políticas Públicas, seguindo os preceitos neoliberais.</p><p>Em termos educacionais, Heloani e Piolli (2010, p. 17) pontuam que:</p><p>As reformas educacionais dos anos 1990 se inserem no contexto da reforma do Estado cujo paradigma foi o</p><p>da racionalidade empresarial. Novos métodos e conceitos oriundos do mercado são amplamente</p><p>disseminados. Um dos conceitos mais utilizados é o de gestão em substituição ao de administração.</p><p>Autores como Vieira (2001), Souza (2004), Dourado (2007) e Heloani e Piolli (2010) destacam</p><p>que o Neoliberalismo é criticado pelo desmonte das Políticas Públicas, influenciando na</p><p>desregulamentação da força de trabalho, no enfraquecimento das forças sindicais, na diminuição</p><p>dos direitos trabalhistas, enfim, interferindo no padrão de vida da classe trabalhadora em todo o</p><p>mundo. A Educação passa a ser foco do Estado, pois compreende-se que sua ação é instrumento</p><p>para o crescimento econômico em redução da pobreza.</p><p>É dentro desse contexto histórico que a educação brasileira passou a ser objeto de interesse do</p><p>Estado através da implantação de reformas educacionais que alteraram significativamente a</p><p>estrutura e o funcionamento do sistema educacional, seguindo as orientações do Banco Mundial.</p><p>Visando implementar as recomendações do Banco Mundial para a Educação nos países em</p><p>desenvolvimento, em 1990, aconteceu na Tailândia a Conferência de Jomtien. O referido</p><p>evento foi patrocinado pelo Banco Mundial, em parceria com a UNESCO, o UNICEF e o</p><p>Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e teve como foco países onde</p><p>era alta a taxa de analfabetismo como: Bangladesh, Brasil, China, Egito, Índia, Indonésia,</p><p>México, Nigéria e Paquistão) – conhecidos como “E-9”.</p><p>Em seu preâmbulo, a Declaração Mundial sobre Educação para todos: Plano de ação para</p><p>satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem, traz a seguinte contextualização:</p><p>Mais de 100 milhões de crianças, das quais pelo menos 60 milhões são meninas, não têm acesso ao ensino</p><p>primário; mais de 960 milhões de adultos - dois terços dos quais mulheres são analfabetos, e o analfabetismo</p><p>funcional é um problema significativo em todos os países industrializados ou em desenvolvimento; mais de</p><p>um terço dos adultos do mundo não têm acesso ao conhecimento impresso, às novas habilidades e</p><p>tecnologias, que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajudá-los a perceber e a adaptar-se às mudanças</p><p>sociais e culturais; e mais de 100 milhões de crianças e incontáveis adultos não conseguem concluir o ciclo</p><p>básico, e outros milhões, apesar de concluí-lo, não conseguem adquirir conhecimentos e habilidades</p><p>essenciais.</p><p>(UNESCO, 1990)</p><p>Diante do exposto no texto de abertura da Declaração de Jomtien, o documento elaborado na</p><p>referida Conferência estabelece como compromisso satisfazer as necessidades básicas de</p><p>aprendizagem, a universalização do acesso à educação e a promoção da equidade, a mudança no</p><p>modelo de gestão da educação e a definição de competências e responsabilidades das instâncias</p><p>de governo em relação à gestão e financiamento da Educação Básica (SOUZA, 2004).</p><p>Conforme sinaliza a autora,</p><p>[...] a partir desse momento, as políticas do BM – Banco Mundial voltam-se, ostensivamente, para a</p><p>“priorização sistemática do ensino fundamental, em detrimento dos demais níveis de ensino, e de defesa da</p><p>relativização do dever do Estado com a educação, tendo por base o postulado de que a tarefa de assegurar a</p><p>educação é de todos os setores da sociedade.</p><p>(SOUZA, 2004, p. 928)</p><p>Você, futuro educador, verá o quanto a Conferência de Jomtien, realizada em 1990, foi</p><p>referência para as Reformas educacionais brasileiras e o quanto o Brasil se inspirou na</p><p>Declaração de Jomtien para elaborar seu “Plano Decenal de Educação para Todos”, o qual teve</p><p>vigência de 1993 a 2003, pois lançou um movimento global para assegurar a todas as crianças,</p><p>jovens e adultos a educação básica.</p><p>Segundo a Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Satisfação das necessidades</p><p>básicas de aprendizagem (UNESCO, 1990), são objetivos gerais de desenvolvimento da</p><p>educação básica:</p><p>1. Satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem das crianças, jovens e adultos, provendo-lhes as</p><p>competências fundamentais requeridas para a participação na vida econômica, social, política e cultural do</p><p>país, especialmente as necessidades do mundo do trabalho;</p><p>2. Universalizar, com equidade, as oportunidades de alcançar e manter níveis apropriados de aprendizagem e</p><p>desenvolvimento;</p><p>3. Ampliar os meios e o alcance da educação básica;</p><p>4. Favorecer um ambiente adequado à aprendizagem;</p><p>5. Fortalecer os espaços institucionais de acordos, parcerias e compromisso;</p><p>6. Incrementar os recursos financeiros para manutenção e para investimentos na qualidade da educação</p><p>básica, conferindo maior eficiência e equidade em sua distribuição e aplicação;</p><p>7. Estabelecer canais mais amplos e qualificados de cooperação e intercâmbio educacional e cultural de</p><p>caráter bilateral, multilateral e internacional.</p><p>Cabe destacar que a Conferência impulsionou as Reformas Educacionais implementadas no</p><p>Brasil, priorizando a Educação Básica, por considerá-la como capaz de reduzir a pobreza nos</p><p>países em desenvolvimento.</p><p>Mas, o que se compreende como Educação Básica?</p><p>De acordo como Vieira e Albuquerque (2001), a educação básica deve ser a sustentação para a</p><p>aprendizagem e o desenvolvimento permanentes, para que os países organizem os níveis e tipos</p><p>mais avançados de educação e capacitação.</p><p>No Brasil, inicialmente compreendeu-se a capacidade de leitura e escrita e domínio dos cálculos</p><p>matemáticos elementares como parte da Educação Básica e assim se priorizou o ensino</p><p>fundamental como foco das Políticas nos anos 1990, por entender que era no ensino</p><p>fundamental que esses conhecimentos se davam.</p><p>Dentre as várias mudanças ocorridas nas políticas educacionais brasileira, destacamos a</p><p>legislação educacional: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394,</p><p>promulgada em 20 de dezembro de 1996.</p><p>Aqui devemos resgatar a hierarquia das leis e reafirmar que, no Brasil, a lei maior está</p><p>representada pela Constituição Federal de 1988.</p><p>A Constituição Federal do Brasil</p><p>determina que:</p><p>Art. 205 - “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com</p><p>a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da</p><p>cidadania e sua qualificação para o trabalho”.</p><p>(BRASIL, 1988)</p><p>Pela LDB temos as seguintes determinações quanto à Educação Nacional e sua especificação em</p><p>termos de fundamentos e princípios:</p><p>Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência</p><p>humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da</p><p>sociedade civil e nas manifestações culturais.</p><p>Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de</p><p>solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o</p><p>exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.</p><p>(BRASIL, 1996)</p><p>Estão previstos, tanto na Constituição Federal quanto na LDB, os princípios e as finalidades da</p><p>Educação, válidos para o sistema educacional, contudo, em 1996 vemos que o dever do Estado</p><p>aparece em segundo plano quando se refere à promoção da Educação, indicando os resquícios</p><p>dos princípios neoliberais quanto à desoneração do Estado em relação às Políticas Educacionais.</p><p>De forma geral, a partir de 1996 surgem no Brasil novas perspectivas para a política</p><p>educacional, expressadas na LDB. Em seu artigo 3°, a LDB destaca os princípios do ensino</p><p>que será ministrado. São eles:</p><p>I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;</p><p>II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;</p><p>III - Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de</p><p>ensino;</p><p>IV - Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;</p><p>V - Valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com</p><p>ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;</p><p>VI - Gestão democrática do ensino público, na forma da lei;</p><p>VII - Garantia de padrão de qualidade;</p><p>VIII - Piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei</p><p>federal.</p><p>(BRASIL, 1996)</p><p>Quanto aos níveis educacionais, ou seja, sobre a estruturação educacional brasileira, a LDB</p><p>estabeleceu dois níveis educacionais: a Educação Básica e o Ensino Superior.</p><p>A Educação Básica compreende:</p><p> Educação Infantil – creche de 0 a 3 anos e Pré-escola de 4 a 5 anos – visa o</p><p>desenvolvimento integral da criança.</p><p> Ensino Fundamental – composto por nove anos de estudos – com o objetivo de</p><p>desenvolver a capacidade de aprender e fortalecer os vínculos da família, da solidariedade</p><p>e da tolerância.</p><p> Ensino Médio – objetiva o aprofundamento dos estudos e a preparação para o mundo do</p><p>trabalho.</p><p>Já a Educação Superior é composta por graduação e pós-graduação.</p><p>Além dessa organização, a atual LDB introduziu modalidades educacionais, ou seja:</p><p> Educação de Jovens e Adultos (EJA) – estabelece a idade mínima de 15 anos para o</p><p>adulto cursar a EJA de Ensino Fundamental e 18 para o Ensino Médio.</p><p> Educação Profissional – visa o desenvolvimento de competências e habilidades para o</p><p>mundo produtivo.</p><p> Educação Especial – visa a inclusão das pessoas com necessidades especiais,</p><p>preferencialmente na rede regular de ensino.</p><p>Numa breve análise podemos perceber que a legislação educacional brasileira está sintonizada</p><p>com uma formação que privilegia o desenvolvimento econômico, como determina a orientação</p><p>do Banco Mundial para as Reformas implementadas nos anos de 1990, para os países em</p><p>desenvolvimento.</p><p>Além disso, é possível visualizar na LDB os objetivos expressos no Plano Decenal de Educação</p><p>para Todos, pois focaliza a ampliação do acesso à educação, considerando o dever do poder</p><p>público com a educação em geral e em particular com o ensino fundamental, entendido como a</p><p>promotor da alfabetização, ou seja, o foco da Educação Básica.</p><p>ASSIMILE</p><p>1. Estado de direito: é uma situação jurídica, ou um sistema institucional, no qual cada um</p><p>é submetido ao respeito do direito, do simples indivíduo à potência pública. O Estado de</p><p>direito é assim ligado ao respeito da hierarquia das normas, da separação dos poderes e</p><p>dos direitos fundamentais.</p><p>2. Welfare State ou Estado de Bem-Estar Social: caracterizado, entre outros aspectos, pela</p><p>implementação da esfera pública por meio do incremento de políticas sociais, postulando</p><p>a garantia de padrões mínimos de vida visando a manter o estímulo ao desenvolvimento e</p><p>a consolidação das economias de mercado; nesse caso, trata-se, portanto, do</p><p>fortalecimento do papel do Estado, por intermédio da adoção de uma feição</p><p>intervencionista na economia.</p><p>3. CEPAL: A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe foi criada em 25 de</p><p>fevereiro de 1948, pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), e</p><p>tem sua sede em Santiago, no Chile. Segundo a CEPAL, é fundamental conceber e pôr</p><p>em prática uma estratégia para dar impulso à transformação da educação e da capacitação</p><p>e para aumentar o potencial científico tecnológico da região, com vistas à formação de</p><p>uma cidadania moderna vinculada tanto à democracia e à equidade quanto à</p><p>competitividade internacional dos países, que possibilite o crescimento sustentado,</p><p>apoiado na incorporação e na disseminação do progresso técnico.</p><p>REFLITA</p><p>Estará o Sistema Educacional brasileiro se transformando em um serviço acima dos direitos</p><p>sociais?</p><p>É possível pensarmos na organização da Educação Brasileira de forma desconectada ao contexto</p><p>econômico mundial?</p><p>Quando a educação reduz as desigualdades? E quando a educação também pode promover</p><p>desigualdades?</p><p>EXEMPLIFICANDO</p><p>Segundo os Organismos Internacionais, a educação deve ser compreendida como fator de</p><p>redução de desigualdades e como elemento de desenvolvimento social dentro do conceito</p><p>democrático de Estado.</p><p>Atualmente, no Brasil, a partir das políticas neoliberais implementadas ao longo das últimas</p><p>décadas, assentada sobre estruturas capitalistas, a escola pública distancia-se cada vez mais de</p><p>sua função e significado enquanto instituição social, pois focaliza cada vez mais a formação para</p><p>o mercado, visando atender aos interesses econômicos e deixando em segundo plano a formação</p><p>para a emancipação humana.</p><p>A leitura e a escrita possuem uma função social na formação humana, favorecendo a autonomia</p><p>para a vida. Quando a leitura e a escrita são vistas apenas como fatores que habilitam</p><p>“funcionários” para uma prestação mais eficiente do serviço, estamos focando apenas no</p><p>mercado e não no humano e na sua emancipação e qualidade de vida.</p><p>Estamos chegando ao final de mais uma unidade da disciplina “Funcionamento da Educação</p><p>Brasileira e as Políticas Públicas” e nesta seção conversamos sobre as Políticas e Legislação</p><p>Educacional.</p><p>Nessa caminhada, buscamos compreender o contexto das Reformas Educacionais</p><p>implementadas no Brasil a partir da década de 1990, focando o quanto o cenário econômico</p><p>interfere nos rumos das Políticas, destacando como os Organismos Internacionais ditam as ações</p><p>dos países em desenvolvimento em termos de Políticas Públicas.</p><p>Focamos aqui também a legislação brasileira, em especial, a Constituição Federal do Brasil de</p><p>1988 e a LDB, homologada em 1996, a qual estrutura o funcionamento da Educação Nacional e</p><p>determina a organização do Sistema Educacional.</p><p>A Educação Básica tem sido o foco das Políticas Internacionais visando a superação do</p><p>analfabetismo e a preparação para o mundo do trabalho a fim de fortalecer as economias. Nessa</p><p>perspectiva, vemos o quanto o contexto econômico se conecta com o contexto educacional,</p><p>revelando intencionalidades conforme os valores determinados em cada contexto histórico.</p><p>Espera-se que você, futuro educador, compreenda o papel das Políticas Públicas enquanto</p><p>promotoras dos direitos sociais e analise criticamente o papel das Políticas Educacionais no</p><p>contexto atual. Esse é o nosso</p><p>grande desafio!</p><p>Vamos enfrentá-lo?</p><p>Bom estudo!</p><p>FAÇA VALER A PENA</p><p>Questão 1</p><p>As reformas da educação pública brasileira introduzidas a partir dos anos de 1990 pautaram-se</p><p>numa nova forma de ação do Estado em termos de Políticas Públicas, seguindo os preceitos</p><p>neoliberais, ou seja, o Estado Mínimo em termos de Políticas Sociais. Tais reformas contaram</p><p>com o apoio dos organismos internacionais que acabaram orientando as ações educacionais nos</p><p>países em desenvolvimento. Entre tais organismos, podemos destacar o Banco Mundial, o</p><p>UNICEF e a UNESCO.</p><p>Considerando esse contexto, analise as seguintes afirmativas:</p><p>I. O Banco Mundial foi criado em 1988, orientando a Constituição Federal do Brasil por</p><p>meio da criação de programas de assistência econômica e de empréstimos crescentes</p><p>voltados às políticas de industrialização.</p><p>II. O UNICEF tem como princípio promover o bem-estar da criança e do adolescente, com</p><p>base em sua necessidade, sem discriminação de raça, credo, nacionalidade, condição</p><p>social ou opinião política.</p><p>III. A UNESCO busca promover a cooperação internacional nas áreas de educação, ciências,</p><p>cultura e comunicação.</p><p>IV. A UNESCO, fundada em 1945, visa disseminar e compartilhar informação e</p><p>conhecimento, colaborando com a formação de capacidades humanas e institucionais.</p><p>Considerando as informações apresentadas, é correto o que se afirmar em:</p><p>a. I, II e IV apenas.</p><p>b. II, III e IV apenas.</p><p>c. I, II e III apenas.</p><p>d. I e II apenas.</p><p>e. II e IV apenas.</p><p>Questão 2</p><p>A partir dos anos de 1990, a proposta do Banco Mundial para a educação no Brasil passou a</p><p>adotar novas condutas de ação no campo Educacional: parceria com o setor privado e adoção do</p><p>ideário pautado na eficácia, competência, qualidade e equidade no setor educacional. Adotou-se</p><p>a visão de Estado Neoliberal, que, por sua vez, preconiza a individualização do comportamento,</p><p>sobretudo no campo profissional, o que é amplamente difundido pelas concepções do</p><p>empreendedorismo.</p><p>Com base no princípio neoliberal, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I. Dentro do princípio neoliberal, a função do Estado seria a de regular as atividades e os</p><p>serviços, incentivando a privatização.</p><p>II. Dentro do princípio neoliberal, a função do Estado seria a busca de uma administração</p><p>pública eficiente a fim de reduzir os gastos.</p><p>III. Dentro do princípio neoliberal, a função do Estado seria de descentralizar a administração,</p><p>promovendo a privatização de empresas e serviços públicos.</p><p>Considerando as informações apresentadas, é correto o que se afirmar em:</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s3.html</p><p>a. I, II e III.</p><p>b. II e III, apenas.</p><p>c. I e III, apenas.</p><p>d. I, apenas.</p><p>e. III, apenas.</p><p>Questão 3</p><p>Em 1990, na Tailândia, aconteceu a “Conferência de Jomtien”, evento patrocinado pelo Banco</p><p>Mundial, em parceria com a UNESCO, o UNICEF e o Programa das Nações Unidas (PNUD)</p><p>para o Desenvolvimento, tendo como foco países onde era alta a taxa de analfabetismo. Dessa</p><p>Conferência, originou-se um documento intitulado “Declaração Mundial sobre Educação para</p><p>Todos: Satisfação das necessidades básicas de aprendizagem” (UNESCO, 1990).</p><p>Considerando o foco do encontro, analise as afirmativas a seguir e julgue se são (V) verdadeiras</p><p>ou (F) falsas.</p><p> ( ) A Declaração de Jomtien (Tailândia) destaca como objetivo da educação básica</p><p>satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem das crianças, jovens e adultos,</p><p>provendo-lhes as competências fundamentais requeridas para a participação na vida.</p><p> ( ) A Declaração de Jomtien (Tailândia) destaca como objetivo da educação universalizar,</p><p>com equidade, as oportunidades de alcançar e manter níveis apropriados de aprendizagem</p><p>e desenvolvimento.</p><p> ( ) A Declaração de Jomtien (Tailândia) destaca como objetivo da educação ampliar os</p><p>meios e o alcance da educação básica e fortalecer os espaços institucionais de acordos,</p><p>parcerias e compromisso.</p><p> ( ) A Declaração de Jomtien (Tailândia) destaca como objetivo da educação promover a</p><p>manutenção e os investimentos na qualidade da educação básica, conferindo maior</p><p>eficiência e equidade em sua distribuição e aplicação apenas para o público analfabeto.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.</p><p>a. V – V – F – F.</p><p>b. F – V – V – V.</p><p>c. V – V – F – V.</p><p>d. V – F – V – F.</p><p>e. V – V – V – F.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ARANHA, M. L. A. História da educação. São Paulo: Moderna, 1989.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília, DF: Senado</p><p>Federal, 1988. Disponível em: https://bit.ly/3jSLOaH. Acesso em: 10 dez. 2020.</p><p>BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 jul. 1990.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. 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Disponível em: https://bit.ly/37k81JM.</p><p>Acesso em: 11 dez. 2020.</p><p>http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm</p><p>https://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a1428100.pdf</p><p>http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v12n45/v12n45a02.pdf</p><p>SOUZA, P. N. P. LDB e Educação Superior: Estrutura e funcionamento. São Paulo: Thomson</p><p>Pioneira, 1997.</p><p>UNESCO. Declaração mundial sobre educação para todos e plano de ação para satisfazer</p><p>as necessidades básicas de aprendizagem. Jomtien, Tailândia: UNESCO, 1990.</p><p>VIEIRA, S. L.; ALBUQUERQUE, M. G. M. Políticas internacionais e educação: uma agenda</p><p>para debate. In: ______. Política e planejamento educacional. 2. ed. Fortaleza: Demócrito</p><p>Rocha, 2001, p. 43- 56 e 61-70.</p><p>YANAGUITA, A. I. As Políticas Educacionais no Brasil nos anos 1990. Disponível</p><p>em: https://bit.ly/3u3TJq6. Acesso em: 11 dez. 2020.</p><p>https://anpae.org.br/simposio2011/cdrom2011/PDFs/trabalhosCompletos/comunicacoesRelatos/0004.pdf</p><p>POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL PARA A</p><p>EDUCAÇÃO BÁSICA</p><p>CONVITE AO ESTUDO</p><p>Pensar na educação é considerar um movimento constante de transformações que tentou, ao</p><p>longo de todo o processo histórico que a constitui, aproximar-se da sociedade com propostas,</p><p>saberes e aprendizagens que pudessem dar sentido a muitas situações.</p><p>Tendo como ponto de partida todas as mudanças já ocorridas e os impactos que ocasionaram</p><p>para o sistema educativo de maneira bem ampla, buscaremos nesta unidade refletir sobre alguns</p><p>aspectos considerados para a construção de uma legislação educacional e uma política pública</p><p>destinadas a regular ações nos espaços educativos em todo território nacional. A proposta</p><p>central é ofertar elementos que lhe possibilitem não apenas conhecer algumas legislações e</p><p>políticas educacionais presentes na educação básica, mas também compreender os impactos</p><p>positivos e negativos vinculados a esse desenvolvimento.</p><p>A construção desses referenciais também não acontece de maneira isolada e desconectada do</p><p>contexto social, e, com isso, temos resultados, projetos, programas de formação, princípios,</p><p>metas, índices e tantas outras características sendo planejadas com base nas orientações</p><p>presentes em diversos documentos normativos.</p><p>Começaremos nossos estudos com o Plano Nacional de Educação (PNE), evidenciando algumas</p><p>metas essenciais que impactam diretamente no trabalho docente. Em seguida, apresentaremos as</p><p>características do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) e</p><p>do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do</p><p>Magistério (FUNDEF), financiamentos essenciais presentes na educação básica e que são</p><p>influenciados, em situações específicas, pelo Custo Aluno Qualidade Inicial, que você também</p><p>vai conhecer.</p><p>As políticas de gestão democrática, os planos e programas governamentais, bem como as</p><p>avaliações externas farão parte do nosso estudo, que será finalizado com a diretrizes nacionais</p><p>para a educação especial e o atendimento educacional especializado na educação básica.</p><p>Parece muita coisa, mas você perceberá que os assuntos estão interligados como forma de</p><p>garantir um funcionamento da educação básica eficaz para o acesso e a permanência de todos os</p><p>estudantes, em qualquer região do país, com qualidade e equidade.</p><p>PRATICAR PARA APRENDER</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA</p><p>Falar de funcionamento da educação básica é, antes de qualquer discussão, considerar toda</p><p>transformação que ocorreu no cenário educacional até chegarmos no que temos hoje. Essas</p><p>mudanças não se referem apenas a nomenclaturas que passaram do primário, ginásio e colegial</p><p>para educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. As mudanças envolvem estruturas,</p><p>conceitos, procedimentos e concepções educacionais que resultam em diferentes práticas</p><p>pedagógicas e, desta forma, construções diversas por parte dos estudantes.</p><p>Muitos desafios e necessidades ainda precisam ser superados, no entanto a tentativa de mudar</p><p>encontra respaldo nos diferentes instrumentos legais. Mas de que forma esses documentos</p><p>interferem na mudança? Você já pensou sobre isso?</p><p>É importante considerarmos a integração desses documentos. Embora homologados em épocas</p><p>distintas e até mesmo em contextos bem diferentes, é na relação que podem estabelecer com o</p><p>dia a dia e o funcionamento de todos os estabelecimentos educacionais que a mudança acontece.</p><p>A educação, compreendida como um processo dinâmico, ainda passará por muitas</p><p>transformações e adequações. Novos documentos, propostas e políticas serão implantadas com o</p><p>objetivo de atender às especificidades de uma sociedade que continua se reinventando</p><p>diariamente.</p><p>Somos expostos a muitas demandas que requerem reflexões, flexibilizações e novas proposições</p><p>constantemente. A escola não está imune a tudo isso, e para que seja possível estabelecer uma</p><p>linha de trabalho e regulamentar essas práticas em todo território nacional é que temos os</p><p>documentos normativos, como os que vamos exemplificar nesta unidade de estudo.</p><p>A busca pela qualidade educacional é algo constante e acompanhado de perto por todos os</p><p>setores sociais. A educação está sempre em evidência, principalmente quando os índices e as</p><p>metas não são alcançados de maneira satisfatória. Como forma de sanar esses problemas,</p><p>considerados públicos e que refletem uma necessidade da coletividade, ações governamentais</p><p>são planejadas e incidem diretamente na organização das escolas e em seus processos educativos.</p><p>Pela gestão democrática, princípio presente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), as escolas</p><p>colocam em prática essas ações e demais programas governamentais que buscam, entre outras questões, a qualidade e</p><p>as garantias legais de acesso, permanência e equidade.</p><p>Diante do exposto, imagine que você leciona em uma escola localizada em uma região periférica</p><p>e que possui muitos problemas estruturais. O repasse de verbas não é suficiente e a escola ainda</p><p>enfrenta graves questões sociais. Esse cenário não é exclusivo desta escola, ele é compartilhado</p><p>por outras escolas da região.</p><p>Você e os demais membros da equipe gestora, pautados no princípio da gestão democrática,</p><p>realizaram algumas reuniões com a comunidade para que temas de interesse coletivo fossem</p><p>colocados em evidência. As discussões elencaram algumas emergências, e, com isso, um</p><p>documento coletivo foi protocolado na prefeitura. Se essa proposta for aprovada e implantada,</p><p>ela poderá ser considerada uma Política Pública Educacional para esta região? Quais</p><p>os</p><p>impactos que essa aprovação pode trazer para a escola, para os estudantes e para a comunidade</p><p>de maneira geral? Há elementos presentes em outros documentos normativos que podem apoiar</p><p>a ação da escola?</p><p>Sabe como tornar tudo isso significativo em sua prática profissional? Não é decorando artigos e</p><p>regulamentações, mas, sim, compreendendo sua importância. Por isso, é necessário sempre</p><p>aprofundar seus conhecimentos, estabelecer relações com o seu dia a dia e estudar sempre para</p><p>garantir que os direitos e deveres concebidos pela legislação se tornem realidade e possam</p><p>refletir sempre em uma educação de qualidade.</p><p>CONCEITO-CHAVE</p><p>PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO</p><p>Desde a homologação da Constituição Federal, em 1988, e a destinação de um capítulo</p><p>específico para a educação, cultura e desporto, foi apontada a necessidade de criação de um</p><p>plano nacional de educação (PNE). Com duração e planejamento decenal, a proposta é nortear</p><p>ações educativas, praticáveis em todo território nacional.</p><p>Desde a elaboração do primeiro PNE, temos, então, a cada dez anos, a reelaboração das metas</p><p>estabelecidas de acordo com as necessidades educacionais do país. A proposta inicial, na qual se</p><p>pautavam as demais metas do PNE, era a universalização da educação fundamental e a</p><p>erradicação do analfabetismo.</p><p>O acompanhamento das ações organizadas para o cumprimento das metas propostas é feito pelo</p><p>Ministério da Educação (MEC) em parceria com outros órgãos governamentais e tem como base</p><p>diversos documentos e indicadores fornecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas</p><p>Educacionais Anísio Teixeira (INEP).</p><p>O documento é composto por metas e estratégias que buscam a melhoria da educação em todo</p><p>território brasileiro. Essas metas podem ser agrupadas considerando:</p><p> Metas estruturantes.</p><p> Metas para redução das desigualdades e valorização da diversidade.</p><p> Metas para valorização dos profissionais da educação.</p><p> Metas que regulamentam e orientam a criação do sistema nacional de educação e a gestão</p><p>democrática.</p><p>Ao longo desta unidade de estudo, refletiremos sobre algumas dessas metas, buscando</p><p>compreender documentos, legislações, políticas públicas e demais materiais e propostas que</p><p>foram organizados para alcançar essas metas.</p><p>É por meio da análise de todas as metas e resultados alcançados, ou não, que as políticas</p><p>educacionais do país são estruturadas. Vejamos o primeiro exemplo com as informações</p><p>estabelecidas pela Meta 7 do PNE (PNE, 2014):</p><p>Vejamos o primeiro exemplo com as informações estabelecidas pela Meta 7 do PNE (PNE,</p><p>2014):</p><p>META 7: Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com</p><p>melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais</p><p>para o Ideb:</p><p>IDEB 2015 2017</p><p>IDEB 2015 2017</p><p>Anos iniciais do ensino fundamental 5,2 5,5</p><p>Anos finais do ensino fundamental 4,7 5,0</p><p>Ensino médio 4,3 4,7</p><p>Para o alcance dessa meta, o documento traz várias estratégias que devem ser executadas pelos diferentes</p><p>sistemas de ensino, entre elas temos (PNE, 2014):</p><p>Estratégias:</p><p>[...]</p><p>7.11) melhorar o desempenho dos alunos da educação básica nas avaliações da aprendizagem no Programa</p><p>Internacional de Avaliação de Estudantes - PISA, tomado como instrumento externo de referência,</p><p>internacionalmente reconhecido, de acordo com as seguintes projeções:</p><p>PISA 2015</p><p>Média dos resultados emmatemática, leitura e ciências 438</p><p>Temos, então, a partir do exposto, a necessidade de investir em recursos financeiros, estruturais,</p><p>materiais, entre outros, que favoreçam o alcance desses índices. Mas, antes de falarmos sobre o</p><p>repasse desses recursos, você percebeu que entre as metas e estratégias estabelecidas no PNE</p><p>temos as verificações e os índices sendo pautados nas avaliações externas?</p><p>ASSIMILE</p><p>O IDEB é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Criado em 2007 pelo INEP, tem</p><p>como objetivo estabelecer procedimentos e critérios para medir a qualidade da aprendizagem</p><p>dos estudantes em todo o Brasil. A partir do diagnóstico, novas metas são progressivamente</p><p>estabelecidas e os índices são registrados a partir do desempenho dos estudantes nas avaliações</p><p>externas.</p><p>Longe de discutirmos procedimentos avaliativos e concepções de avaliação, é importante para</p><p>este estudo considerarmos a necessidade governamental de acompanhamento das ações</p><p>desenvolvidas nas escolas e verificarmos os impactos de todos os investimentos e propostas</p><p>implementados na aprendizagem dos alunos, além de ser uma possibilidade de mapear áreas</p><p>com necessidades mais evidentes.</p><p>Essas avaliações fazem parte do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), que fornece dados para o INEP,</p><p>diagnosticando como está o desenvolvimento da educação básica no país. Esse índice tem alguns fatores</p><p>complementares para análise, tais como as taxas de aprovação, reprovação e evasão escolar dos estudantes.</p><p>Parece muita coisa, mas essas relações não param por aí. O mapeamento obtido com as</p><p>avalições externas, considerando a necessidade de alcançar as metas estabelecidas no PNE,</p><p>interfere também no repasse de verbas destinadas à educação.</p><p>EXEMPLIFICANDO</p><p>Os recursos com repasses necessários para as escolas estão explicitados na meta 7.16, vinculada</p><p>à qualidade da educação básica, que já mencionamos, e que traz a seguinte redação:</p><p>7.16) apoiar técnica e financeiramente a gestão escolar mediante transferência direta de recursos</p><p>financeiros à escola, garantindo a participação da comunidade escolar no planejamento e na</p><p>aplicação dos recursos, visando à ampliação da transparência e ao efetivo desenvolvimento da</p><p>gestão democrática. (PNE, 2014)</p><p>Com esse exemplo, evidenciamos mais uma vez a necessidade de ações integradas e que</p><p>justificam a criação dos recursos, como abordaremos a seguir.</p><p>RECURSOS DESTINADOS À MELHORIA DA EDUCAÇÃO</p><p>Os recursos destinados à melhoria da educação estão vinculados ao Fundo de Manutenção e</p><p>Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do</p><p>Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef).</p><p>O Fundeb, criado pela Lei nº 14.494, de 20 de junho de 2007, atende alunos da educação básica</p><p>em todas as suas etapas e modalidades. Como o próprio nome sugere, esse fundo é destinado a</p><p>aumentar os recursos aplicáveis na educação básica. Destina-se ainda à formação de professores</p><p>e à melhoria dos salários dos profissionais da educação.</p><p>Todos os estados repassam a arrecadação obtida a partir de outros impostos e, quando não</p><p>atingem os valores mínimos, são complementados por meio de verbas federais.</p><p>Complementar e de forma mais específica para o atendimento do ensino fundamental temos</p><p>o Fundef, criado como forma de atender às exigências previstas na LDB em seu artigo 10.</p><p>Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:</p><p>II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais devem</p><p>assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os</p><p>recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público.</p><p>(BRASIL, 1996)</p><p>Cada estado e município recebe os valores de acordo com o número de alunos matriculados no</p><p>ensino fundamental e devem destiná-los considerando:</p><p> 60% para remuneração dos profissionais em efetivo exercício.</p><p> 40% em ações de manutenção e desenvolvimento do ensino, o que inclui, por exemplo, a</p><p>aquisição de equipamentos que favoreçam a aprendizagem dos estudantes.</p><p>É necessário reconhecer que se trata de políticas públicas elaboradas e organizadas a partir de</p><p>muitos estudos, cujo objetivo central é a subvinculação de recursos para a educação,</p><p>assegurando essa distribuição em todos os lugares, principalmente os que necessitam melhorar</p><p>os índices e a qualidade das aprendizagens, conforme descrito anteriormente.</p><p>VOCABULÁRIO</p><p>Política pública corresponde ao conjunto de etapas e processos que culminam com a elaboração</p><p>de regras, cujo objetivo é resolver problemas públicos. No caso de uma Política Pública</p><p>Educacional, temos esses problemas vinculados à educação, sendo sempre de</p><p>REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 116</p><p>PRATICAR PARA APRENDER ..........................................................................................................119</p><p>CONCEITO-CHAVE ............................................................................................................................120</p><p>OUTRAS NECESSIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA ........................................................................... 121</p><p>CONDIÇÃO DE ITINERÂNCIA ......................................................................................................... 121</p><p>PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA ....................................................................................................124</p><p>EDUCAÇÃO EM CONTEXTO DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE ..................................................124</p><p>DIVERSIDADE CULTURAL NO ENSINO BÁSICO NO BRASIL ..................................................126</p><p>DIREITO À EDUCAÇÃO: QUILOMBOLAS .....................................................................................129</p><p>FAÇA VALER A PENA .......................................................................................................................133</p><p>REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 135</p><p>CONVITE AO ESTUDO ...................................................................................................................... 139</p><p>PRATICAR PARA APRENDER ..........................................................................................................140</p><p>CONCEITO-CHAVE ............................................................................................................................141</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL DE FORMAÇÃO INICIAL DE</p><p>PROFESSORES ............................................................................................................................................ 141</p><p>PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) ...................... 144</p><p>DIRETRIZES CURRICULARES PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES ....................................... 145</p><p>INCENTIVO À FORMAÇÃO NAS LICENCIATURAS ............................................................................ 147</p><p>FAÇA VALER A PENA .......................................................................................................................148</p><p>REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 149</p><p>PRATICAR PARA APRENDER ..........................................................................................................151</p><p>CONCEITO-CHAVE ............................................................................................................................153</p><p>POLÍTICA PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES153</p><p>PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA ................... 155</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS DE FORMAÇÃO POR MEIO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ....................156</p><p>POLÍTICAS DE FORMAÇÃO PARA IMPLEMENTAÇÃO DAS TDIC NAS ESCOLAS DE</p><p>EDUCAÇÃO BÁSICA ................................................................................................................................. 158</p><p>FAÇA VALER A PENA .......................................................................................................................160</p><p>REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 162</p><p>PRATICAR PARA APRENDER ..........................................................................................................163</p><p>CONCEITO-CHAVE ............................................................................................................................164</p><p>PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E REMUNERAÇÃO DOCENTE ............................................... 164</p><p>POLÍTICA DE RESULTADOS E AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOCENTE ................................. 167</p><p>PLANO DE CARREIRA DOCENTE ...........................................................................................................169</p><p>O DOCENTE COMO PROTAGONISTA NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS .......................................170</p><p>FAÇA VALER A PENA .......................................................................................................................171</p><p>REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 172</p><p>Funcionamento da</p><p>Educação Brasileira e</p><p>Políticas Públicas</p><p>CONHECENDO A DISCIPLINA</p><p>Seja bem-vindo à disciplina Funcionamento da Educação Brasileira e Políticas Públicas.</p><p>Vamos iniciar nosso estudo com algumas questões que nortearão nossa caminhada: Qual o papel</p><p>das Políticas na organização da Educação Nacional? Como o Estado pode atuar na organização</p><p>do Sistema Educacional? O momento histórico influencia na forma de se pensar e conceituar a</p><p>Educação? Quais leis norteiam o trabalho educacional no Brasil? Existem diretrizes que</p><p>orientam a prática pedagógica na atualidade?</p><p>São muitas as reflexões incitadas por meio dessas questões. Assim, objetivando contribuir para</p><p>seu aprendizado, esta disciplina abordará uma ampla variedade de temas.</p><p>Na Unidade 1, denominada “Políticas Públicas e Legislação Educacional”, você entrará em</p><p>contato com aspectos conceituais, históricos e legais que compõem a ação do Estado em termos</p><p>de Políticas Públicas voltadas à Educação. Conversaremos sobre as Políticas e suas</p><p>características, focando nas políticas educacionais e no impacto que promovem no trabalho</p><p>pedagógico. Nesse sentido, apresentaremos os antecedentes históricos da Legislação</p><p>Educacional e as leis educacionais em vigor, bem como sua forma de organização em termos de</p><p>instâncias administrativas (federal, estadual e municipal).</p><p>A Constituição Federal de 1988 e sua influência na educação brasileira e a Lei de Diretrizes e</p><p>Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB nº 9394/1996) e seu papel na estruturação da</p><p>educação básica serão foco de nosso estudo.</p><p>Na Unidade 2, intitulada “Educação Básica”, adentraremos no universo das Políticas e</p><p>Legislação Educacional para a Educação Básica e conversaremos sobre o Plano Nacional de</p><p>Educação, o Financiamento da Educação Brasileira, as Políticas de Gestão e sobre as diretrizes</p><p>da Educação Especial na Educação Básica. Nessa unidade, abordaremos as Políticas voltadas à</p><p>primeira infância, olhando para os referenciais da Educação Infantil e os Programa de</p><p>Alfabetização voltados ao Ensino Fundamental, bem como as Políticas voltadas ao Ensino</p><p>Médio.</p><p>A penúltima unidade (Unidade 3) desta disciplina, intitulada “Educação de Jovens e Adultos,</p><p>Educação Profissional e outros campos da educação”, focaliza as formas de organizarmos as</p><p>experiências educativas voltadas ao público jovem e adultos, olhando para os programas de</p><p>alfabetização na Educação de Jovens e Adultos (EJA), para as ações voltadas à educação</p><p>profissional, para a educação em contextos quilombolas e para as Diretrizes Curriculares</p><p>Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica.</p><p>Por fim, a última unidade (Unidade 4) desta disciplina, “Formação de Professores”,</p><p>apresentará as políticas voltadas à formação de professores, os programas de educação</p><p>continuada e os planos de valorização do magistério.</p><p>Diante do que apresentamos aqui, você, futuro pedagogo, percebe a importância de conhecer a</p><p>organização do Estado Brasileiro, as concepções de políticas públicas, o histórico da Educação</p><p>no Brasil, além dos seus processos organizacionais e legais para compreender as propostas</p><p>educacionais que se apresentam na atualidade?</p><p>O objetivo desta disciplina é possibilitar que você compreenda a organização da sociedade</p><p>brasileira: Estado, Governo e Política, as reformas educacionais</p><p>interesses</p><p>coletivos.</p><p>A partir da criação desses fundos, em 2010, o Parecer nº 8 da Câmara de Educação Básica e o</p><p>Conselho Nacional de Educação criaram o Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQi), que</p><p>determina o valor necessário por aluno para que a qualidade inicial da educação seja melhorada.</p><p>Qual é esse valor? Será que você consegue estabelecer qual é o valor mínimo necessário? Com</p><p>certeza é um cálculo bem complexo, pois envolve muitas variáveis, como o tamanho das turmas,</p><p>formação dos profissionais, salários, carreiras e até equipamentos de infraestrutura.</p><p>EDUCAÇÃO ESPECIAL</p><p>Algumas reflexões podem ser construídas com relação às metas e estratégias que objetivam a</p><p>redução das desigualdades e valorização da diversidade. Um exemplo é a proposta a criação de</p><p>indicadores específicos para a avaliação da qualidade da educação especial. Confira outro</p><p>exemplo:</p><p>7.26) consolidar a educação escolar no campo de populações tradicionais, de populações itinerantes e de</p><p>comunidades indígenas e quilombolas, respeitando a articulação entre os ambientes escolares e comunitários</p><p>e garantindo: o desenvolvimento sustentável e preservação da identidade cultural; a participação da</p><p>comunidade na definição do modelo de organização pedagógica e de gestão das instituições, consideradas as</p><p>práticas socioculturais e as formas particulares de organização do tempo; a oferta bilíngue na educação</p><p>infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, em língua materna das comunidades indígenas e em</p><p>língua portuguesa; a reestruturação e a aquisição de equipamentos; a oferta de programa para a formação</p><p>inicial e continuada de profissionais da educação; e o atendimento em educação especial.</p><p>(PNE, 2014)</p><p>REFLITA</p><p>Que ações podem ser planejadas nos espaços escolares para garantir não apenas a inclusão, mas</p><p>também a qualidade dos processos educativos para os estudantes com necessidades especiais? É</p><p>pensando nessa necessidade que temos a criação de documentos específicos que trazem o direito</p><p>de aprendizagem desses estudantes, como as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na</p><p>Educação Básica. Pense nisso!</p><p>Com a preocupação constante de assegurar o acesso e a permanência de todos na educação,</p><p>desde a LDB, a educação especial é reconhecida como uma modalidade educacional que deve</p><p>ser ofertada, preferencialmente, na rede regular. Para que isso ocorra com qualidade é que temos</p><p>no PNE a preocupação de que esse atendimento especial, de fato, possa acontecer.</p><p>Da mesma forma que tivemos fundos educacionais, avaliações externas e demais procedimentos</p><p>sendo criados, em 11 de setembro de 2001, por meio da Resolução CNE/CEB nº 2, houve a</p><p>homologação das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica,</p><p>assegurando o atendimento desses estudantes a partir do princípio da inclusão.</p><p>De acordo com o documento (BRASIL, 2001), não se trata de moldar os estudantes aos padrões</p><p>preestabelecidos presentes nos espaços escolares, mas sim planejar coletivamente ações que</p><p>possam inclui-los e atender suas necessidades.</p><p>Como você pode perceber, são propostas que envolvem o trabalho articulado de vários setores</p><p>sociais e não se limitam apenas ao que acontece na sala de aula. De nada adianta, por exemplo, a</p><p>criança participar de ações inclusivas em sala e a estrutura administrativa da escola não a</p><p>considerar da mesma forma.</p><p>Uma das ações que amplia ainda mais essa determinação é o Atendimento Educacional</p><p>Especializado (AEE). Ao estabelecer a necessidade do atendimento especializado, a proposta</p><p>tem como objetivo central disponibilizar recursos e serviços para os estudantes com</p><p>necessidades especiais, orientando a sua utilização no ensino regular. O que isso significa? De</p><p>acordo com o Ministério da Educação, “Art. 2º O AEE tem como função complementar ou</p><p>suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de</p><p>acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e</p><p>desenvolvimento de sua aprendizagem” (BRASIL, 2009).</p><p>Esse atendimento não substitui o ensino nas turmas regulares, ele complementa e é desenvolvido em salas específicas,</p><p>organizadas para este fim na própria escola onde o aluno está matriculado ou em escolas-polos, com a frequência</p><p>acontecendo no contraturno das salas regulares e com o acompanhamento de professores habilitados para o trabalho</p><p>com a educação especial.</p><p>Tudo o que abordamos até o momento tem como proposta central a garantia da qualidade dos</p><p>processos educacionais, atingindo metas do PNE e ampliando as possibilidades de</p><p>aprendizagem dos estudantes consideradas como direito.</p><p>FOCO NA BNCC</p><p>Você sabia que a construção de uma Base Nacional Comum Curricular também está presente</p><p>nas metas do PNE? A BNCC está organizada para o desenvolvimento de competências e</p><p>habilidades, de forma que os direitos essenciais de aprendizagens possam ser assegurados a</p><p>todos os estudantes da educação básica. Essa necessidade está presente no PNE que, além da</p><p>criação da base, especifica a necessidade de o documento ser um norteador para a construção</p><p>dos currículos, respeitando as especificidades que encontramos em todas as regiões do Brasil.</p><p>Note que a educação é um processo dinâmico que passou por muitas mudanças e, ainda hoje,</p><p>busca se aproximar constantemente do contexto social. Para isso, muitos documentos e</p><p>propostas são organizados. A sociedade muda, as necessidades tornam-se mais evidentes e a</p><p>escola, juntamente com todas as propostas que desenvolve em prol das aprendizagens dos</p><p>estudantes, não pode ser omissa a tudo isso.</p><p>FAÇA A VALER A PENA</p><p>Questão 1</p><p>O Plano Nacional de Educação (PNE), com duração decenal, estabelece as metas e estratégias</p><p>que devem nortear as ações escolares em todo território nacional. Está em consonância com</p><p>outros documentos normativos e busca assegurar, entre outras questões, a qualidade educativa a</p><p>todos os estudantes.</p><p>Diante do exposto, podemos afirmar que:</p><p>a. Desde a organização de propostas pedagógicas até a melhoria da infraestrutura da escola, o PNE especifica</p><p>metas e estratégias.</p><p>b. A preocupação central do PNE é adequar o repasse de verbas para que as escolas tenham recursos</p><p>financeiros para investir exclusivamente em infraestrutura.</p><p>c. O PNE tem autonomia para estabelecer as ações específicas que devem ser seguidas por todas as escolas.</p><p>d. O PNE não está vinculado a nenhuma legislação ou programa governamental. É independente e sua</p><p>aceitação opcional.</p><p>e. O PNE é utilizado apenas nas escolas com baixo rendimento no IDEB.</p><p>Questão 2</p><p>Como forma de acompanhar as ações desenvolvidas pelas escolas, a aplicação dos recursos e</p><p>demais objetivos expressos em diversos documentos, o governo estabelece a realização de</p><p>avaliações externas. Os dados obtidos constituem os índices de desenvolvimento da educação</p><p>básica.</p><p>A partir do exposto, podemos afirmar que:</p><p>a. Cada escola, considerando suas especificidades, possui autonomia na organização de suas avaliações e os</p><p>resultados são encaminhados para o INEP.</p><p>b. Os índices que compõe a base do INEP não interferem em nenhuma ação escolar ou política pública</p><p>educacional.</p><p>c. As avaliações externas não podem ser usadas como diagnóstico uma vez que são genéricas demais.</p><p>d. Os procedimentos e critérios para avaliação são estabelecidos pelo INEP e padronizados para todas as</p><p>escolas do país.</p><p>e. Não temos nenhum documento oficial que estabeleça a obrigatoriedade das escolas em participar das</p><p>avaliações externas realizadas pelo INEP.</p><p>Questão 3</p><p>As políticas públicas e legislações educacionais, seguem mandamentos constitucionais que</p><p>incluem a garantia de acesso, a permanência e o desenvolvimento de uma educação de qualidade</p><p>para todos. A partir disso, muitos documentos foram organizados com o objetivo de atender</p><p>essas necessidades expressas em nossa lei maior.</p><p>Dessa forma, podemos afirmar que:</p><p>a. As escolas têm a obrigatoriedade de garantir o acesso com a matrícula de todos os alunos nas salas regulares,</p><p>no entanto, a permanência é responsabilidade apenas das famílias.</p><p>b. As Diretrizes Nacionais para a</p><p>educação especial, pensada na perspectiva da inclusão visa garantir o acesso e</p><p>a qualidade expressas na constituição e demais documentos.</p><p>c. As famílias são responsáveis pela educação das crianças com necessidades especiais pois a escola, mesmo</p><p>pautada no princípio da democracia e precisando contemplar todos os alunos, não consegue garantir</p><p>aprendizagens significativas a essas crianças.</p><p>d. O PNE considera a necessidade de trabalhar a redução das desigualdades, mas explicita que isso só é</p><p>possível exclusivamente com o atendimento educacional especializado sendo ofertado fora do ensino regular.</p><p>e. O direito de aprendizagem dos alunos, expressos na BNCC, não considera o princípio da inclusão, que fica a</p><p>cargo de legislações específicas.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BACICH, L. Planejamento reverso e BNCC. Inovação na educação, São Paulo, 16 jan. 2019.</p><p>Disponível em:https://lilianbacich.com/2019/01/16/planejamento-reverso-e-bncc/. Acesso em:</p><p>20 jan. 2021.</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s1.html</p><p>https://lilianbacich.com/2019/01/16/planejamento-reverso-e-bncc/</p><p>BRASIL. Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. Dispõe sobre as Diretrizes e Bases da</p><p>Educação Nacional. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm.</p><p>Acesso em: 02 out. 2020.</p><p>BRASIL. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. 2001.</p><p>Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf. Acesso em: 03 out.</p><p>2020.</p><p>BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. 2018. Disponível</p><p>em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.</p><p>Acesso em: 01 out. 2020.</p><p>MEC. Diretrizes Operacionais da Educação especial para o Atendimentos Educacional</p><p>Especializado na Educação Básica. Disponível</p><p>em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=428-</p><p>diretrizes-publicacao&Itemid=30192. Acesso em: 02 out. 2020.</p><p>MEC. Plano Nacional de Educação. 2014. Disponível em: http://pne.mec.gov.br/18-planos-</p><p>subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014. Acesso em: 01</p><p>out. 2020</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=428-diretrizes-publicacao&Itemid=30192</p><p>http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=428-diretrizes-publicacao&Itemid=30192</p><p>http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014</p><p>http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014</p><p>PRIMEIRA INFÂNCIA, EDUCAÇÃO INFANTIL E</p><p>ALFABETIZAÇÃO</p><p>PRATICAR PARA APRENDER</p><p>As práticas escolares possuem algumas especificidades que mudam de acordo com a etapa em</p><p>que estamos atuando. Isso é ainda mais evidente na primeira infância, período em que a criança</p><p>tem a oportunidade de chegar na escola pelas portas da Educação Infantil e avançar nas</p><p>construções de suas aprendizagens nos anos iniciais do Ensino Fundamental.</p><p>São crianças que, mesmo bem pequenas, possuem uma história de vida, um repertório</p><p>extraescolar que, de maneira direta ou indireta, interfere em tudo o que será desenvolvido na</p><p>escola, desde o simples fato de segurar um objeto até conseguir organizar seu material na</p><p>mochila, tudo é aprendizagem e influencia no que acontecerá com essa criança nas etapas</p><p>seguintes.</p><p>Por esse motivo, compreender as características da primeira infância e seus impactos para o</p><p>planejamento docente fará parte dos nossos estudos. Além disso, pela importância desses</p><p>saberes, documentos norteadores foram organizados como forma de auxiliar o trabalho</p><p>pedagógico. Em nenhum deles você encontrará uma lista de conteúdo, mas, sim, reflexões e</p><p>orientações que enriquecem as ações pedagógicas, sempre considerando a aprendizagem das</p><p>crianças, entendida como um direito essencial.</p><p>Diretrizes Curriculares,</p><p>Referenciais Curriculares e Base Nacional Comum Curricular trazem</p><p>ações práticas, contextualizadas e indispensáveis para que as aprendizagens estejam em</p><p>evidência. E como planejar para aprendizagens, e não para o ensino? Culturalmente, a</p><p>formação inicial do professor traz o ensino como eixo estruturante de sua prática. O que se</p><p>propõe agora é uma inversão nessa lógica para que os direitos de aprendizagem estejam</p><p>assegurados em cada linha do currículo, em cada item do planejamento docente e,</p><p>principalmente, na vida de todos os estudantes, sejam crianças, jovens ou adultos.</p><p>POR DENTRO DA BNCC</p><p>Ao discutir as aprendizagens como um direito da criança, a BNCC orienta uma nova forma de</p><p>olhar para o desenvolvimento infantil. Temos então a proposição dos campos de experiência e</p><p>um conjunto de habilidades que deve fazer parte do planejamento docente. É a partir desses</p><p>elementos e da identificação do objeto de conhecimento que o professor deve pensar na</p><p>elaboração das situações de aprendizagem. É importante considerar que os campos de</p><p>experiências estão articulados aos direitos de aprendizagem e desenvolvimento, que incluem:</p><p> Conviver.</p><p> Brincar.</p><p> Participar.</p><p> Explorar.</p><p> Expressar-se.</p><p> Conhecer-se.</p><p>Temos então explicitadas as ações que devem ser potencializadas nas atividades ofertadas às</p><p>crianças. Uma aula que não estimule o protagonismo dessa criança, por exemplo, não atende às</p><p>necessidades nem aos direitos expressos no documento. Pense nisso!</p><p>Como vimos ao longo desta unidade, as ações escolares, desde a educação infantil, devem</p><p>buscar o desenvolvimento integral da criança, e isso significa considerar seus aspectos físicos,</p><p>sociais, emocionais e tudo o que está no entorno e faça parte da sua vida.</p><p>A partir da concepção de criança como ser ativo e capaz de construir suas aprendizagens, muitas</p><p>propostas educativas foram modificadas, ampliando as capacidades das crianças em todo o</p><p>processo de ensino-aprendizagem.</p><p>Mudar as lentes e garantir propostas que estejam compartilhadas com os estudantes, e não mais centradas na ação</p><p>exclusiva do professor, é, sem dúvida, desafiador e ainda encontra muita resistência.</p><p>Para que todas as questões apresentadas possam ser consideradas no planejamento docente e na</p><p>organização curricular das escolas, documentos norteadores são criados, como a Base Nacional</p><p>Comum Curricular (BNCC), recentemente criada, em que a educação infantil deve ofertar às</p><p>crianças aprendizagens essenciais como direito, apoiada em campos de experiência nos quais</p><p>habilidades são propostas e devem ser aprofundadas de acordo com as especificidades de bebês,</p><p>crianças bem pequenas e crianças pequenas.</p><p>Sendo assim, a proposta desta situação-problema é, a partir do campo de experiência</p><p>apresentado no quadro e das habilidades propostas ao longo da educação infantil, pensar em</p><p>uma situação de aprendizagem que evidencie essa progressão. Sua proposta deve ter como ponto</p><p>de partida as informações a seguir:</p><p>Campo de experiência: Corpo, Gestos e Movimentos</p><p>Bebês Crianças bem pequenas Crianças pequenas</p><p>(EI01CG03)</p><p>Imitar gestos e movimentos de</p><p>outras crianças, adultos e animais.</p><p>EI02CG03)</p><p>Explorar formas de deslocamento no espaço (pular, saltar,</p><p>dançar), combinando movimentos e seguindo orientações.</p><p>(EI03CG03)</p><p>Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em</p><p>brincadeiras, jogos e atividades artísticas como dança, teatro</p><p>e música.</p><p>Fonte: BRASIL (2018)</p><p>Agora você pode criar uma situação de aprendizagem a partir dos objetivos de</p><p>aprendizagem citados:</p><p> Analise as habilidades.</p><p> Escolha a faixa etária para a qual vai organizar sua proposta.</p><p> Estabeleça o objetivo de aprendizagem pensando em processos cognitivos que sejam</p><p>aprofundados.</p><p> Organize uma atividade que favoreça o alcance de um dos objetivos.</p><p> Não se esqueça de considerar o protagonismo dos estudantes na vivência que você irá</p><p>propor.)</p><p>Você descobrirá neste universo infantil muitas possibilidades. Sinta-se sensibilizado, envolva-se</p><p>e permita-se experimentar um pouco do que vamos conversar aqui pensando sempre que suas</p><p>aprendizagens pessoais são refletidas nas práticas que desenvolverá com as crianças.</p><p>Bons estudos!</p><p>CONCEITO-CHAVE</p><p>POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA</p><p>As políticas e legislações educacionais são propostas com o objetivo principal de regular as</p><p>ações pedagógicas praticadas em todo o território nacional. Regular não deve ser entendido</p><p>como padronizar. A ideia é termos documentos norteadores capazes de garantir os direitos de</p><p>aprendizagem das crianças, garantindo também que as especificidades locais sejam consideradas.</p><p>Além disso, características que fazem parte do desenvolvimento infantil diferem-se do que está</p><p>presente no contexto de jovens e ainda mais no de adultos. Essas características são</p><p>consideradas na organização de vários documentos, incluindo a educação infantil, que vamos</p><p>estudar a partir de agora.</p><p>Para começar, é importante que você reflita sobre quem são essas crianças. O que a escola</p><p>representa na vida delas?</p><p>REFLITA</p><p>Antes de chegar na escola, o único contato da criança é com seu ambiente familiar. Sons,</p><p>cheiros, espaços e tantas construções fazem parte de sua formação. Mesmo sem a</p><p>obrigatoriedade do acesso de crianças de 0 a 3 anos de idade à escola, muitas famílias</p><p>necessitam, desde muito cedo, enviá-las à instituição de ensino. Novos sons, cheiros, espaços,</p><p>rotina, tudo muda, e essa é uma reflexão importante para os profissionais que recebem essas</p><p>crianças. Da mesma forma, vários estudos foram utilizados para embasar os documentos legais</p><p>que discutem essa etapa de escolarização.</p><p>Cada criança é um ser único em constante transformação e desenvolvimento.</p><p>Os estudos indicam que a primeira infância, período compreendido entre o nascimento e os 6</p><p>anos de idade, possui uma riqueza de descobertas e aprendizagens. É o período em que as</p><p>sinapses são mais intensas, favorecendo o desenvolvimento cognitivo.</p><p>VOCABULÁRIO</p><p>Sinapses são conexões nervosas realizadas pelos neurônios para que as informações possam</p><p>chegar até o cérebro e uma resposta possa ser processada.</p><p>A Lei nº 13.257, de 2016, é considerada um marco para a primeira infância, resguardando a</p><p>proteção da criança e estabelecendo a necessidade de formulação e implementação de políticas</p><p>públicas destinadas a essas crianças.</p><p>Art. 1º Esta Lei estabelece princípios e diretrizes para a formulação e a implementação de políticas públicas</p><p>para a primeira infância em atenção à especificidade e à relevância dos primeiros anos de vida no</p><p>desenvolvimento infantil e no desenvolvimento do ser humano.</p><p>(BRASIL, 2016).</p><p>A formação integral deve ser considerada no planejamento docente, o que também se alinha</p><p>à BNCC. Esse documento reafirma o compromisso de garantir aos estudantes brasileiros o</p><p>desenvolvimento integral a partir do trabalho com as 10 competências gerais. De acordo com o</p><p>documento, essas competências são aprendizagens necessárias para a concretização dos projetos</p><p>de vida dos estudantes e a continuidade dos seus estudos.</p><p>O trabalho com as competências gerais inclui atitudes, procedimentos e conteúdos que</p><p>fomentam esse trabalho ao longo de toda a educação básica. Esse trabalho tem início na</p><p>Educação Infantil e segue aprofundando-se. Temos como exemplo de competência geral o</p><p>trabalho com Cultura Digital, Pensamento Crítico e Criativo, Trabalho e Projeto de Vida,</p><p>Responsabilidade e Cidadania, entre outros. Além das competências gerais, cada área do</p><p>conhecimento possui as competências específicas que seguem a mesma proposta de</p><p>aprofundamento mencionada.</p><p>FOCO NA BNCC</p><p>Vamos ver um exemplo:</p><p>Competência 5: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação</p><p>de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as</p><p>escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,</p><p>resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (BRASIL, 2018,</p><p>p. 9).</p><p>A partir do exposto, temos o trabalho do professor sendo organizado de forma a favorecer</p><p>a</p><p>compreensão, utilização e criação das tecnologias. Perceba que os verbos já indicam que essa</p><p>progressão não se finda em uma aula, mas, sim, ao longo do processo.</p><p>De acordo com a BNCC, o desenvolvimento integral é um direito dos estudantes e pressupõe</p><p>considerar o ser humano em suas dimensões intelectual, física, emocional, social e cultural.</p><p>Associado a esse conceito, temos a educação integral, pensada e organizada para atender a esse</p><p>desenvolvimento pleno em parceria com famílias, gestão e comunidade.</p><p>Atenção: falar em educação integral é diferente de falar em educação em tempo integral, que se refere ao tempo de</p><p>permanência do estudante na escola. Fique atento!</p><p>Ainda na primeira infância, duas situações devem ser pensadas com imenso cuidado:</p><p> Na primeira infância, temos a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental,</p><p>momento que deve ser planejado e organizado com tranquilidade para que não aconteçam</p><p>rupturas muito bruscas que comprometam o desenvolvimento da criança.</p><p> No 1º ano do Ensino Fundamental, a criança insere-se no ciclo alfabetizador e carrega</p><p>consigo uma expectativa muito grande para que aprenda logo a ler e a escrever, e isso</p><p>nem sempre é um processo tranquilo e bem administrado.</p><p>O art. 12 da Lei nº 13.257 estabelece que:</p><p>Art. 12. A sociedade participa solidariamente com a família e o Estado da proteção e da promoção da</p><p>criança na primeira infância, nos termos do caput e do § 7º do art. 227 , combinado com o inciso II do art.</p><p>204 da Constituição Federal, entre outras formas:</p><p>[...]</p><p>IV - desenvolvendo programas, projetos e ações compreendidos no conceito de responsabilidade social e de</p><p>investimento social privado (BRASIL, 2016).</p><p>Como forma de atender a essa demanda legal, temos a criação de um programa governamental</p><p>chamado Criança Feliz. Você já ouviu falar dele?</p><p>PROGRAMA CRIANÇA FELIZ</p><p>O objetivo do programa é oferecer às crianças meios para seu desenvolvimento integral. Para o</p><p>alcance desse objetivo, os eixos de visitas domiciliares e integração das políticas de atenção à</p><p>primeira infância no território são organizados. Os dois eixos são trabalhados na perspectiva da</p><p>prevenção, proteção e promoção do desenvolvimento infantil e fortalecimento de vínculos,</p><p>considerando a família e seu contexto de vida.</p><p>ATENÇÃO</p><p>Atrelado ao marco legal da primeira infância, o Programa Criança Feliz foi criado a partir do</p><p>Decreto nº 8.869, de 5 de outubro de 2016, e alterado pelo Decreto nº 9.579, de 22 de novembro</p><p>de 2018.</p><p>O programa não considera apenas a criança, mas também as gestantes, com vistas ao</p><p>desenvolvimento humano e à integralidade da criança.</p><p>POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL</p><p>Agora que você conheceu um pouco das características da primeira infância, suas</p><p>especificidades e necessidades, vejamos algumas orientações presentes nos documentos oficiais</p><p>que norteiam as ações pedagógicas com essas crianças.</p><p>DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS (DCNS)</p><p>A Educação Infantil, caracterizada como a primeira etapa da Educação Básica, recebe crianças</p><p>de 0 a 5 anos, sendo o atendimento opcional em creches para crianças de 0 a 3 anos e o</p><p>atendimento obrigatório na pré-escola para crianças de 4 e 5 anos. A responsabilidade de oferta</p><p>gratuita e de qualidade é estabelecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).</p><p>Para atender a essa necessidade, a Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, estabelece as</p><p>DCNs para a Educação Infantil, compreendendo a importância do desenvolvimento da criança e</p><p>considerando essas características no planejamento de suas orientações.</p><p>ASSIMILE</p><p>A Resolução nº 5, de 2009, considera criança como “sujeito histórico e de direitos que, nas</p><p>interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva,</p><p>brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói</p><p>sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura” (BRASIL, 2009, p.12). Fique</p><p>atento a esse conceito!</p><p>É importante lembrar que as DCNs orientam para a organização dos currículos e das demais</p><p>ações pedagógicas nos espaços escolares. De acordo com o documento, tempos, espaços e</p><p>materiais devem ser uma preocupação constante. São escolhas que contribuem para a ampliação</p><p>do repertório das crianças, cujo trabalho deve ser pensado de forma articulada com o que será</p><p>estudado no Ensino Fundamental. Não são etapas desconectadas, mas, sim, complementares.</p><p>DICA</p><p>Além das características e peculiaridades da primeira infância, as DCNs apresentam</p><p>considerações para o trabalho com diversidade, crianças indígenas e infância no campo.</p><p>Na proposta pedagógica organizada para o trabalho com as crianças indígenas, por exemplo,</p><p>temos como elemento central a necessidade de garantir autonomia para que essas comunidades</p><p>escolham como direcionar a educação de suas crianças, e as que optarem pela escola devem ter</p><p>suas especificidades respeitadas. Crenças, valores, linguagem e demais formas de manifestações</p><p>são consideradas.</p><p>A educação indígena também deve ser planejada visando o desenvolvimento integral e o</p><p>respeito pelas tradições dos povos originários que ocuparam nosso território. Para aproximar e</p><p>estreitar ainda mais essas relações, considera-se até mesmo a formação de professores</p><p>especialistas para atuarem em escolas indígenas.</p><p>Na rede regular, os saberes relacionados a esse assunto devem ser discutidos com base no</p><p>respeito e acolhimento à diversidade. Vale a pena consultar a sistematização das DCNs no site</p><p>do Ministério da Educação.</p><p>REFERENCIAIS CURRICULARES NACIONAIS (RCNS)</p><p>Os RCNs complementam as ações propostas nas DCNs, servindo também como orientação para</p><p>as práticas organizadas na Educação Infantil.</p><p>A organização do material é feita em três volumes, conforme apresentado no Quadro 2.1.</p><p>Quadro 2.1 | Organização dos volumes que compõem os RCNs</p><p>Volume 1 Volume 2 Volume 3</p><p>Formação Pessoal e Social e Conhecimento de</p><p>Mundo</p><p>Identidade e</p><p>Autonomia</p><p>Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e</p><p>Matemática</p><p>Fonte: elaborado pela autora.</p><p>Os eixos de trabalho estão organizados considerando a formação pessoal e social, bem como o</p><p>conhecimento de mundo. É a partir desses eixos que os demais volumes se fundamentam.</p><p>Temos, por exemplo, a compreensão de que, para a formação pessoal e social, é necessário o</p><p>trabalho com identidade e autonomia. Da mesma forma, para construir o conhecimento de</p><p>mundo, faz-se necessário o trabalho com natureza e sociedade, linguagem oral e escrita, etc.</p><p>Sua criação está articulada com os princípios presentes na LDB e objetiva, mais uma vez, auxiliar o trabalho</p><p>pedagógico. Além disso, o cuidar, o brincar e o perfil profissional do professor que escolhe atuar na Educação Infantil</p><p>são considerados.</p><p>Temos, por exemplo, a compreensão de que, para a formação pessoal e social, é necessário o</p><p>trabalho com identidade e autonomia. Da mesma forma, para construir o conhecimento de</p><p>mundo, faz-se necessário o trabalho com natureza e sociedade, linguagem oral e escrita, etc.</p><p>Sua criação está articulada com os princípios presentes na LDB e objetiva, mais uma vez,</p><p>auxiliar o trabalho pedagógico. Além disso, o cuidar, o brincar e o perfil profissional do</p><p>professor que escolhe atuar na Educação Infantil são considerados.</p><p>BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)</p><p>A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, destina-se ao atendimento das crianças</p><p>de 0 a 5 anos. Em sua organização, temos o atendimento opcional em creches para crianças de 0</p><p>a 3 anos e obrigatório na pré-escola para crianças de 4 e 5 anos.</p><p>Observe o Quadro 2.2:</p><p>Quadro 2.2 | Organização da Educação Infantil</p><p>EDUCAÇÃO INFANTIL</p><p>0 a 3 anos 4 a 5 anos</p><p>creches pré-escola</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>Seguindo a organização da Educação Infantil, conforme previsto na LDB, a BNCC considera a</p><p>concepção de criança a partir do educar e do cuidar, compreendidos como processos</p><p>indissociáveis, e reforça ainda a importância de criar situações que favoreçam a interação da</p><p>criança com o entorno, ampliando seu repertório</p><p>e suas vivências para a construção de</p><p>aprendizagens significativas.</p><p>Como já sinalizado em outros documentos, as vivências, a história de vida e os conhecimentos</p><p>adquiridos nos espaços extraescolares devem ser acolhidos e diagnosticados de maneira sensível</p><p>para que a ampliação possa acontecer.</p><p>A BNCC estabelece os direitos de aprendizagem dessas crianças e norteia a organização das</p><p>propostas pedagógicas para que as habilidades apresentadas nos diferentes campos de</p><p>experiências sejam contempladas. Os campos de experiências presentes na BNCC são:</p><p> Espaços, tempos, quantidade, relações e transformações.</p><p> Traços, sons, cores e formas.</p><p> O eu, o outro e o nós.</p><p> Corpo, gestos e movimentos.</p><p> Oralidade e escrita.</p><p>EXEMPLIFICANDO</p><p>Vejamos um exemplo de como as informações presentes na BNCC interferem e, ao mesmo</p><p>tempo, orientam o planejamento docente. No campo de experiência “Espaços, tempos,</p><p>quantidade, relações e transformações” temos a proposição da seguinte habilidade: “(EI02ET02)</p><p>Observar, relatar e descrever incidentes do cotidiano e fenômenos naturais (luz solar, vento,</p><p>chuva etc.)”.</p><p>Ela deve ser trabalhada com crianças bem pequenas, compreendidas segundo a Base, na faixa</p><p>etária de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses.</p><p>De que forma isso poderia ser contemplado no planejamento docente, considerando a habilidade</p><p>e os direitos de aprendizagem estabelecidos?</p><p>A própria habilidade traz como ação cognitiva o observar; sendo assim, podem ser realizadas</p><p>atividades que permitam a observação, a vivência e a exploração dos espaços, dando voz e vez</p><p>para as crianças.</p><p>Vale lembrar que, a partir das habilidades, o professor deve organizar objetivos de</p><p>aprendizagens que não necessariamente serão alcançados em apenas uma aula. A oferta de</p><p>novas vivências vai progressivamente sendo ampliada, consolidando novas aprendizagens ao</p><p>longo da educação básica.</p><p>ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL</p><p>Falar de alfabetização na Educação Infantil é considerarmos uma barreira e, ao mesmo tempo,</p><p>encararmos um fator de resistência enorme. É importante compreender o status da alfabetização</p><p>no Brasil para então analisar a importância desse trabalho desde a Educação Infantil.</p><p>No Brasil, podemos considerar a alfabetização a partir dos índices, sejam eles positivos ou não,</p><p>mas sempre utilizados como ponto de partida para o planejamento de ações de intervenção,</p><p>pensadas sob o ponto de vista governamental e pedagógico.</p><p>Os documentos normativos trazem muitas propostas para orientar esse trabalho e, ao mesmo</p><p>tempo, diminuir as taxas de analfabetismo no país.</p><p>O Indicador de Analfabetismo Funcional (INAF) define o alfabetismo como a capacidade de compreender e usar as</p><p>informações para diversos fins. Temos a função social da escrita sendo considerada e, dessa forma, alfabetizar</p><p>letrando faz parte dessas construções.</p><p>Alfabetizar na perspectiva do letramento é aproximar os estudantes do contexto social, do</p><p>entorno, usando o repertório presente no dia a dia como ponto de partida para a compreensão da</p><p>leitura e da escrita. Esse processo é algo muito maior do que a simples decodificação dos</p><p>símbolos que compõem o sistema alfabético.</p><p>ASSIMILE</p><p>Com a Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, temos a implantação do ensino fundamental de</p><p>9 anos, que faz com que as crianças comecem a ter acesso aos processos alfabetizadores de</p><p>maneira mais explícita a partir de 6 anos. Dessa forma, a preocupação das escolas e dos</p><p>professores das classes de alfabetização deve focar não na transferência das atividades realizadas</p><p>anteriormente, mas, sim, no planejamento eficaz e adequado para as crianças com 6 anos que</p><p>chegam no Ensino Fundamental. Aspectos da maturação biológica e social interferem nessas</p><p>construções e, mesmo sendo apenas um ano, há muita diferença.</p><p>Essas reflexões rompem com os modelos tradicionais ainda presentes em muitos contextos,</p><p>pautados na memorização e na transmissão linear dos códigos.</p><p>Essa perspectiva, considerada nos documentos normativos válidos em todo o território nacional,</p><p>reforça a importância de trabalharmos a leitura de mundo, não desconsiderando o repertório</p><p>construído pelas crianças.</p><p>Os espaços sendo pensados como ambientes alfabetizadores desde a Educação Infantil</p><p>favorecem o desenvolvimento de habilidades úteis para a leitura, escrita e demais procedimentos</p><p>que estarão presentes no Ensino Fundamental. O que isso significa? Que não temos que ensinar</p><p>a ler e a escrever na Educação Infantil, porém as atividades podem ser pensadas com essa</p><p>perspectiva. Podemos citar como exemplo a criança que consegue segurar um livro e começa a</p><p>passar os dedos pelas linhas ou passa as páginas do seu livro de banho. Temos ainda as</p><p>atividades que contribuem para o desenvolvimento da coordenação motora fina, movimento de</p><p>pinça que pode auxiliar no momento que a criança precisará segurar o lápis.</p><p>Essas considerações devem fazer parte das reflexões dos profissionais que pretendem atuar nas</p><p>classes de alfabetização em nosso país.</p><p>AS POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL</p><p>Considerando as especificidades presentes nas classes de alfabetização e a necessidade de elevar</p><p>os índices do país, alguns programas e projetos são criados e constituem políticas públicas</p><p>necessárias para atender às demandas sociais, incluindo o estabelecido pela BNCC, em que</p><p>todas as crianças devem ser alfabetizadas até o fim do segundo ano do ensino fundamental.</p><p>A maioria dessas propostas tem como objetivo principal potencializar a formação de professores</p><p>que atuam nas classes de alfabetização, para que assim possam multiplicar as práticas com os</p><p>estudantes nas escolas. Veja alguns exemplos.</p><p>A Política Nacional de Alfabetização (PNA) foi criada em 11 de abril 2019, pelo Decreto nº</p><p>9.765. Todas as ações são coordenadas pela Secretaria de Alfabetização (SeAlf), que organiza</p><p>propostas diversas relacionadas à alfabetização.</p><p>Vinculada a essas ações, temos o programa Tempo de Aprender. O programa atua com alguns</p><p>eixos que incluem a formação pedagógica e gerencial de professores e gestores, produção de</p><p>materiais e recursos que possam ser usados nas classes de alfabetização. Tudo com o objetivo de</p><p>apoiar professores e gestores que atuam em escolas com pré-escolas e anos iniciais do Ensino</p><p>Fundamental I. Além da oferta desses recursos e dessa formação, existe o acompanhamento das</p><p>ações praticadas para verificar a evolução dos alunos.</p><p>Em 2018, houve a criação do programa Mais Alfabetização. Instituído pela Portaria nº 142, o</p><p>programa tem como objetivo fortalecer as estratégias de alfabetização que são colocadas em</p><p>prática com as crianças.</p><p>O programa Brasil Alfabetizado, criado em 2003, tem como objetivo alfabetizar jovens e</p><p>adultos, priorizando o atendimento nas regiões onde a taxa de analfabetismo é maior. O</p><p>atendimento a jovens e adultos visa, ainda, sanar uma dívida social com esses estudantes que,</p><p>por motivos diversos, não puderam seguir nos estudos. Entre as ações está o apoio técnico e</p><p>financeiro para os projetos de alfabetização desse público.</p><p>Todas as ações devem ser reconhecidas como forma de atender às necessidades dos estudantes e levar as ações</p><p>planejadas para o dia a dia, garantindo o desenvolvimento da competência leitora e escritora.</p><p>A Educação Infantil, como primeira etapa da Educação Básica, precisa ter ações efetivas para o</p><p>desenvolvimento integral das crianças, considerando o preparo para as práticas alfabetizadoras</p><p>que serão aprofundadas no Ensino Fundamental. Assim, programas, projetos, políticas públicas</p><p>e demais documentos norteadores trazem considerações essenciais para que o planejamento</p><p>docente possa ser organizado tendo como foco esse desenvolvimento.</p><p>FAÇA A VALER A PENA</p><p>Questão 1</p><p>De acordo com a BNCC:</p><p>Na Educação Infantil, as aprendizagens essenciais compreendem tanto comportamentos,</p><p>habilidades e conhecimentos quanto vivências que promovem aprendizagem e desenvolvimento</p><p>nos diversos campos de experiências, sempre tomando as interações e a brincadeira como eixos</p><p>estruturantes. Essas aprendizagens, portanto, constituem-se como objetivos de aprendizagem e</p><p>desenvolvimento.</p><p>(BRASIL, 2018, p. 48).</p><p>Diante do exposto e considerando o que foi abordado nesta unidade, analise as sentenças a</p><p>seguir:</p><p>I. A BNCC, como forma de garantir a construção das aprendizagens das crianças na</p><p>educação infantil, estabelece seus direitos de aprendizagem.</p><p>II. As habilidades da educação infantil estão contempladas em diferentes campos de</p><p>experiência.</p><p>III. As áreas do conhecimento possuem a lista de conteúdos que deve ser trabalhada desde a</p><p>educação infantil, incluindo as propostas alfabetizadoras.</p><p>Estão corretas apenas:</p><p>a. I e II.</p><p>b. I e III.</p><p>c. II e III.</p><p>d. I, II e III.</p><p>e. Apenas a sentença II está correta.</p><p>Questão 2</p><p>As diretrizes curriculares nacionais definem criança como:</p><p>Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia,</p><p>constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa,</p><p>experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo</p><p>cultura.</p><p>(BRASIL, 2010, p. 12).</p><p>Pensar na criança, de acordo com a definição proposta nas DCNs, é considerar:</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>a. Um sujeito capaz de transformar os espaços com os quais interage, considerando apenas sua trajetória.</p><p>b. Um sujeito que, embora tenha uma história construída nas interações sociais, precisa incluir-se nas</p><p>propostas escolares que não consideram esses saberes.</p><p>c. Um ser que possui uma história de vida e um repertório construído fora da escola que interfere em suas</p><p>aprendizagens.</p><p>d. Um ser que aprende muito mais quando está sozinho.</p><p>e. Um sujeito que precisa descartar sua história quando chega na escola pois essa, na maioria das vezes, é</p><p>prejudicial.</p><p>Questão 3</p><p>No Brasil, a busca pela melhoria nos índices de alfabetismo continua sendo constante. Como</p><p>forma de contribuir com esse processo, programas e projetos governamentais, direcionados</p><p>principalmente para a formação de professores das classes alfabetizadoras, são colocados em</p><p>prática.</p><p>Pensando em uma situação prática, apoiada nos diferentes documentos norteadores, podemos</p><p>dizer que:</p><p>a. As práticas escolares devem buscar a alfabetização na perspectiva do letramento e isso acontece apenas no</p><p>ensino fundamental.</p><p>b. As propostas devem garantir a apropriação do sistema de escrita e isso só acontece com a memorização.</p><p>c. A formação de professores deve ensiná-los a usar a soletração como método alfabético.</p><p>d. As práticas escolares devem buscar a alfabetização na perspectiva do letramento e isso acontece desde a</p><p>educação infantil.</p><p>e. Os investimentos devem ser direcionados para a compra de cartilhas para todas as crianças.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de</p><p>1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996. Disponível</p><p>em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 10 out. 2020.</p><p>BRASIL. 1998. Referenciais Curriculares Nacionais. Disponível</p><p>em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf. Acesso em: 10 out. 2020.</p><p>BRASIL. 2010. Diretrizes Curriculares Nacionais. Disponível</p><p>em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/diretrizescurriculares_2012.pdf. Acesso em: 10 out.</p><p>2020.</p><p>BRASIL. 2016. Lei nº 13.257 de 08 de março de 2016. Dispõe sobre as Políticas Públicas para a</p><p>Primeira Infância. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-</p><p>2018/2016/lei/l13257.htm. Acesso em: 12 out. 2020.</p><p>BRASIL. 2018. Base Nacional Comum Curricular. Disponível</p><p>em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.</p><p>Acesso em: 16 out. 2020.</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s2.html</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf</p><p>http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/diretrizescurriculares_2012.pdf</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf</p><p>FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA E</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS</p><p>PRATICAR PARA APRENDER</p><p>Nesta seção, conversaremos sobre os diversos documentos normativos destinados a Ensino</p><p>Fundamental, Ensino Médio, educação no campo, trabalho com as questões afrodescendentes e</p><p>tantas outras especificidades presentes nos espaços escolares.</p><p>Durante muito tempo, para desenvolver o trabalho de professor, bastava o livro didático em</p><p>mãos, giz e lousa para que a informação pudesse ser compartilhada ou, pelo menos, transmitida</p><p>aos estudantes. Com tantas reformas educacionais, recursos sendo criados, outros ampliados, as</p><p>ações escolares precisaram ser revistas, e como forma de garantir que em todo o país a</p><p>organização da educação, seus princípios e ao menos os conhecimentos básicos fossem comuns</p><p>é que esses documentos foram organizados.</p><p>A recomendação, por exemplo, de uma base comum nos remete à Constituição Federal de 1988,</p><p>reforçada posteriormente pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 e, por fim,</p><p>homologada em 2017 com a Base Nacional Comum Curricular. Um longo caminho para que</p><p>garantias legais pudessem fomentar as práticas</p><p>escolares.</p><p>Muitos estudos nos mostram o distanciamento e o desinteresse dos estudantes que não</p><p>conseguem estabelecer um diálogo entre o que aprendem na escola e o seu dia a dia. Os índices</p><p>de evasão escolar aumentam significativamente, especialmente no Ensino Médio, sendo</p><p>emergencial uma mudança de paradigma, de concepção pedagógica, reconhecendo os estudantes</p><p>como parte ativa de todo o processo educativo.</p><p>É por tudo isso que nosso ponto de partida será pensar sobre as possibilidades de transposição</p><p>das normas, diretrizes e demais orientações para a escola, tornando as práticas pedagógicas mais</p><p>interessantes e correlacionáveis aos diferentes contextos que temos em nosso país.</p><p>Não se trata de descartar tudo o que temos construído, mas, sim, de rever algumas ações que</p><p>coloquem os estudantes participando de todas as construções, e não apenas recebendo as</p><p>informações.</p><p>Você perceberá que, compreendendo essas orientações, o trabalho docente torna-se mais</p><p>dinâmico, considera a construção e não a transmissão, visa à interação com os estudantes, ao uso</p><p>dos recursos e dos espaços escolares de forma intensa, ativa e muito significativa.</p><p>Chegou o momento de colocar a mão na massa e levar para sua prática docente algumas</p><p>considerações importantes que apresentamos neste estudo. Todos os documentos que</p><p>apresentaremos nesta seção objetivam orientar o planejamento docente, materializando-se em</p><p>práticas escolares mais significativas e que tenham como foco a aprendizagem dos alunos.</p><p>A discussão sobre a importância de planejarmos com foco nas aprendizagens faz com que o</p><p>professor repense algumas práticas culturalmente construídas. Nossa proposta pode parecer</p><p>simples, mas exigirá de você muitas reflexões. Então, vamos lá!</p><p>Você já ouviu falar em Taxonomia de Bloom? Ela também é conhecida como teoria dos</p><p>objetivos educacionais. Bloom organizou as ações indicadas pelos verbos em diferentes</p><p>domínios cognitivos.</p><p>PESQUISE MAIS</p><p>Para compreender melhor a Taxonomia de Bloom, acesse o artigo intitulado “Taxonomia de</p><p>Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de</p><p>objetivos instrucionais”, de Ferraz e Belhot (2010).</p><p>Se um objetivo de aprendizagem tem como proposta que o aluno possa localizar algo, a ação</p><p>cognitiva relaciona-se a um dos níveis propostos por Bloom. Pensando de maneira progressiva,</p><p>temos então que considerar, em outro momento, a ação de demonstrar algo a partir do que foi</p><p>identificado anteriormente, estando em outro nível cognitivo. Dessa forma, temos uma</p><p>progressão dos processos, uma ampliação nas aprendizagens: localizar – demonstrar.</p><p>Você já planejou algo ou organizou seus objetivos de aprendizagem nessa perspectiva? Esse é</p><p>seu desafio a partir de agora. Com a habilidade proposta, você deverá organizar três objetivos de</p><p>aprendizagem, como se estivesse estruturando seu planejamento.</p><p>A habilidade proposta é:</p><p>(EF01GE03) Identificar e relatar semelhanças e diferenças de usos do espaço público (praças,</p><p>parques) para o lazer e diferentes manifestações.</p><p>Mãos à obra e não se esqueça de pensar em ações cognitivas que representem as aprendizagens</p><p>dos alunos organizadas de maneira progressiva.</p><p>Pense sempre na capacidade de transformação que uma prática pedagógica é capaz de causar na</p><p>vida de uma pessoa. Somos agentes de transformação e conseguimos multiplicar nossos saberes</p><p>em muitos espaços. Isso não pode ser feito sem intencionalidade ou sem um embasamento legal</p><p>que a justifique. Educação não é “achar”, mas, sim, construir atitudes favoráveis à vida em</p><p>sociedade. Tenho certeza de que aprofundando seus conhecimentos sobre o assunto você</p><p>conseguirá organizar propostas ainda mais assertivas.</p><p>Bons estudos!</p><p>CONCEITO-CHAVE</p><p>AS POLÍTICAS E A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>O Ensino Fundamental, de acordo com a LDB (1996), é obrigatório a partir dos 6 anos de idade,</p><p>tem duração total de 9 anos e deve ser ofertado gratuitamente na escola pública.</p><p>O objetivo principal é a formação cidadã, no entanto alguns princípios são propostos para essa</p><p>formação, expressos nos incisos do artigo 32, em que temos:</p><p>I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da</p><p>escrita e do cálculo;</p><p>II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores</p><p>em que se fundamenta a sociedade;</p><p>III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e</p><p>habilidades e a formação de atitudes e valores;</p><p>IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca</p><p>em que se assenta a vida social.</p><p>(BRASIL, 1996).</p><p>A organização curricular para essa formação, a cargo das escolas e seus sistemas de ensino, deve</p><p>considerar questões como o direito das crianças e dos adolescentes, necessidades especiais e</p><p>outras especificidades que justificam a criação de documentos complementares à legislação,</p><p>assegurando aos estudantes as aprendizagens com base nos princípios elencados, tornando-os</p><p>aptos para a prática cidadã.</p><p>Vejamos o que esses documentos trazem quanto a normatizações e de que forma essas</p><p>orientações são convertidas em ações nos espaços escolares.</p><p>PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL (PCN)</p><p>Os Parâmetros Curriculares Nacionais, também conhecidos pela sigla PCNs, são orientações</p><p>elaboradas pelo Governo Federal e que norteiam as ações pedagógicas em todo Brasil. Na sua</p><p>organização, temos no volume 1 um documento introdutório no qual estão organizados a</p><p>trajetória para composição dos demais volumes, os objetivos e as variáveis consideradas. Em</p><p>seguida, temos os volumes agrupados por ciclo e áreas do conhecimento, conforme apresentado</p><p>no Quadro 2.3.</p><p>Quadro 2.1 | Volumes PCNs</p><p>Ensino Fundamental</p><p>1º ao 5º ano 6º ao 9º ano</p><p>Volume 1 - Introdução</p><p>Volume 2 - Língua Portuguesa</p><p>Volume 3 - Matemática</p><p>Volume 4 - Ciências Naturais</p><p>Volume 5 - História e Geografia</p><p>Volume 6 - Arte</p><p>Volume 7 - Educação Física</p><p>Volume 1 - Introdução</p><p>Volume 2 - Língua Portuguesa</p><p>Volume 3 - Matemática</p><p>Volume 4 - Ciências Naturais.</p><p>Volume 5 - Geografia</p><p>Volume 6 - História</p><p>Volume 7 - Arte</p><p>Volume 8 - Educação Física</p><p>Volume 9 - Língua Estrangeira</p><p>Temas transversais</p><p>Ética</p><p>Meio Ambiente</p><p>Saúde</p><p>Pluralidade Cultural</p><p>Orientação Sexual</p><p>Ética</p><p>Meio Ambiente</p><p>Saúde</p><p>Pluralidade Cultural</p><p>Orientação Sexual</p><p>Trabalho e Consumo</p><p>Bibliografia</p><p>Ensino Médio</p><p>Ensino Fundamental</p><p>Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Educação Física, Arte e Informática</p><p>Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias: Biologia, Física, Química, Matemática</p><p>Ciências Humanas e suas Tecnologias: História, Geografia, Sociologia, Antropologia, Filosofia e Política</p><p>Fonte: elaborado pela autora.</p><p>Conforme apresentado no Quadro 2.3, a organização desses volumes visa orientar os professores</p><p>na construção das propostas que serão desenvolvidas nas escolas. A diferença na organização</p><p>deve-se ao objetivo de formação presente no ensino fundamental e no ensino médio. Mesmo</p><p>uma etapa sendo complementar à outra, as propostas de formação, competências e habilidades</p><p>que se pretende desenvolver são diferentes.</p><p>Você sabe o que são temas transversais?</p><p>No Quadro 2.3, temos os volumes organizados por componentes curriculares, mas também uma</p><p>parte destinada para o trabalho com os temas transversais ética, meio ambiente, saúde,</p><p>pluralidade cultural e orientação sexual do 1º ao 5º ano e complementados com trabalho e</p><p>consumo do 6º ao 9º ano. Falar do trabalho com temas transversais é incluir essas temáticas</p><p>permeando todas as áreas do conhecimento.</p><p>ASSIMILE</p><p>Durante muito tempo, os conhecimentos relacionados a meio ambiente e orientação sexual</p><p>ficavam concentrados na disciplina de ciências. Nos anos iniciais, com o professor polivalente,</p><p>essas disciplinas ocupavam discretamente a grade curricular e, a partir do 6º ano, com a</p><p>presença do professor especialista, concentravam-se as discussões com o apoio desse</p><p>profissional. No entanto,</p><p>todas as discussões acerca do meio ambiente, os impactos das ações</p><p>antrópicas e interações que os seres vivos realizam são reflexões muito mais amplas, cuja</p><p>mudança de comportamento não está centrada em um conteúdo específico, mas no</p><p>desenvolvimento de atitudes, por isso discussões coletivas incluindo todas as áreas do</p><p>conhecimento fazem desses assuntos um tema transversal.</p><p>Os PCNs, assim como os outros documentos que apresentaremos em nossos estudos, precisam</p><p>de fato orientar o trabalho pedagógico. Como você pôde observar no Quadro 2.3, são muitos</p><p>volumes que trazem questões específicas para o desenvolvimento desse trabalho.</p><p>Você pode estar se perguntando neste momento como essa transposição é possível. Para</p><p>contribuir com sua compreensão, vamos lhe apresentar um exemplo utilizando as propostas</p><p>alfabetizadoras, de leitura e produção de texto ao longo do ensino fundamental.</p><p>De acordo com os PCNs (1997, p. 20):</p><p>Os resultados dessas investigações também permitiram compreender que a alfabetização não é um processo</p><p>baseado em perceber e memorizar, e, para aprender a ler e a escrever, o aluno precisa construir um</p><p>conhecimento de natureza conceitual: ele precisa compreender não só o que a escrita representa, mas</p><p>também de que forma ela representa graficamente a linguagem.</p><p>Todos os documentos que tratam desse assunto reforçam a importância de alfabetizar letrando.</p><p>Sendo assim, os documentos orientadores, como estamos apresentando, sugerem a organização</p><p>de propostas tendo em vista essa premissa.</p><p>[...] é necessário que se compreenda que leitura e escrita são práticas complementares, fortemente</p><p>relacionadas, que se modificam mutuamente no processo de letramento — a escrita transforma a fala (a</p><p>constituição da “fala letrada”) e a fala influencia a escrita (o aparecimento de “traços da oralidade” nos</p><p>textos escritos). São práticas que permitem ao aluno construir seu conhecimento sobre os diferentes gêneros,</p><p>sobre os procedimentos mais adequados para lê-los e escrevê-los e sobre as circunstâncias de uso da escrita.</p><p>(BRASIL, 1997, p. 40)</p><p>Nos PCNs, os princípios que norteiam essa prática devem considerar a abordagem aditiva. Isso</p><p>significa que o texto é utilizado como unidade de ensino, rompendo com a lógica de que</p><p>primeiro aprendemos letras, que formam palavras, frases e só então podemos chegar à</p><p>construção de textos. Além disso, temos ainda a orientação para que as especificidades de cada</p><p>série sejam consideradas, o que interfere diretamente na escolha de textos e demais materiais</p><p>diferentes para as necessidades que temos presentes do 1º ao 5º ano e do 6º ao 9º ano. O gênero</p><p>narrativo conto de fadas é adequado para o trabalho nos anos iniciais, por exemplo, enquanto a</p><p>análise mais crítica de uma reportagem é direcionada aos alunos maiores.</p><p>Completando esse exemplo, os PCNs reforçam a importância do professor leitor nos anos iniciais. O professor que lê</p><p>em voz alta para sua turma estimula essa prática, motiva seus alunos em várias ações que incluem revisão, reescrita e</p><p>produção.</p><p>A partir dessas orientações presentes nos PCNs, ao planejar sua aula, o professor de uma turma</p><p>que está no ciclo de alfabetização deve ter elementos presentes em um texto para estimular a</p><p>reflexão das crianças, e não cópias sistematizadas de letras e famílias silábicas para memorizar.</p><p>Na sequência planejada, deve haver momentos de troca, de escuta, de leitura em voz alta, e a</p><p>escolha do gênero deve considerar os interesses dos estudantes. Essa é uma forma de pensar na</p><p>transposição dos PCNs para o planejamento e a prática docente.</p><p>Conforme exemplificado, os PCNs não listam os conteúdos nem fornecem receitas prontas para</p><p>serem colocadas em prática, eles trazem elementos reflexivos para a construção do planejamento</p><p>docente. Pense sempre nisso!</p><p>FOCO NA BNCC</p><p>No que diz respeito à alfabetização, a Base Nacional Comum Curricular estabelece que todos os</p><p>alunos devem estar alfabetizados até o final do 2º ano do Ensino Fundamental. Esse período</p><p>corresponde ao ciclo de alfabetização que mencionamos. Vale lembrar que, desde a Educação</p><p>Infantil, atividades favoráveis para o desenvolvimento da competência leitora e escritora devem</p><p>ser ofertadas às crianças. Além disso, alfabetizar na perspectiva do letramento é dar sentido às</p><p>construções realizadas, reconhecendo a função social da escrita.</p><p>DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL (DCNS)</p><p>As Diretrizes Curriculares Nacionais, representadas pela sigla DCNs, representam normas</p><p>consideradas obrigatórias para as práticas em toda a Educação Básica. Possuem a função</p><p>de orientar o planejamento do currículo das escolas e dos sistemas de ensino. Foram</p><p>organizadas a partir de um debate com toda a sociedade e representantes da educação, fixadas</p><p>pelo Conselho Nacional de Educação, e buscam prover os sistemas educativos de instrumentos</p><p>que possam garantir a formação de qualidade, citada em tantos outros documentos.</p><p>Uma das grandes mudanças apresentadas nas DCNs alertam os profissionais sobre o acesso da</p><p>criança com 6 anos no Ensino Fundamental, o que anteriormente só acontecia com 7 anos.</p><p>Segundo o documento:</p><p>O acesso ao Ensino Fundamental aos 6 (seis) anos permite que todas as crianças brasileiras possam usufruir</p><p>do direito à educação, beneficiando-se de um ambiente educativo mais voltado à alfabetização e ao</p><p>letramento, à aquisição de conhecimentos de outras áreas e ao desenvolvimento de diversas formas de</p><p>expressão, ambiente a que já estavam expostas as crianças dos segmentos de rendas média e alta e que pode</p><p>aumentar a probabilidade de seu sucesso no processo de escolarização.</p><p>(BRASIL, 2013, p. 109)</p><p>Parece uma recomendação simples, mas na verdade ela tem grande representatividade. Com 6</p><p>anos, a criança está na fase considerada primeira infância e seu desenvolvimento cognitivo,</p><p>emocional, biológico e social, mesmo com apenas um ano de diferença, requer propostas</p><p>compatíveis, e não apenas a antecipação do que se praticava com crianças de 7 anos.</p><p>As DCNs consideram os princípios éticos, políticos e estéticos em sua elaboração. O que isso</p><p>significa? Observe a síntese apresentada no Quadro 2.4.</p><p>Quadro 2.2 | Princípios estabelecidos pelas DCNs</p><p>Princípios DCNs</p><p>Éticos No aspecto ético, o documento reforça a importância do trabalho pautado na justiça, solidariedade, liberdade e autonomia. Deve ainda considerar o</p><p>respeito à dignidade da pessoa humana e o compromisso com a promoção do bem de todos, contribuindo para combater e eliminar quaisquer</p><p>manifestações de preconceito e discriminação.</p><p>Políticos O princípio político inclui o reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, de respeito ao bem comum e à preservação do regime democrático e</p><p>dos recursos ambientais; de busca da equidade no acesso à educação, à saúde, ao trabalho, aos bens culturais e outros benefícios; de exigência de</p><p>diversidade de tratamento para assegurar a igualdade de direitos entre os alunos que apresentam diferentes necessidades; de redução da pobreza e</p><p>das desigualdades sociais e regionais.</p><p>EstéticosO princípio estético inclui o cultivo da sensibilidade juntamente com o da racionalidade; de enriquecimento das formas de expressão e do exercício da</p><p>criatividade; de valorização das diferentes manifestações culturais, especialmente as da cultura brasileira; de construção de identidades plurais e</p><p>solidárias.</p><p>Fonte: elaborado pela autora.</p><p>As DCNs, enquanto normas obrigatórias, são utilizadas no planejamento e na organização dos</p><p>currículos e devem ser usadas em conjunto com os outros documentos, incluindo o que se</p><p>propõe na BNCC.</p><p>Na organização do documento, temos orientação para o trabalho com as mais diversas situações</p><p>presentes nos espaços escolares. Para o Ensino Fundamental, as DCNs reforçam a todo</p><p>momento a importância de pensarmos na qualidade social na educação. Entre as ações, prevê:</p><p> Desenvolvimento pleno da leitura, da escrita e do cálculo.</p><p> Importância de os estudantes compreenderem o ambiente natural onde estão inseridos e</p><p>outros setores sociais.</p><p> Desenvolvimento de atitudes e valores.</p><p> Importância do trabalho escolar para fortalecer vínculos com a família.</p><p>ASSIMILE</p><p>Tendo as informações organizadas para contemplar toda a Educação Básica, as DCNs trazem</p><p>informações complementares para apoiar o professor sobre o trabalho com a Educação no</p><p>Campo, Educação Indígena, Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos em situação de</p><p>privação de liberdade e Educação Profissional. Temos também orientações para o trabalho com</p><p>Educação Ambiental, Educação em Direitos Humanos, Relações Étnico-Raciais e História e</p><p>Cultura Afro-Brasileira e Africana. Pela diversidade apresentada, perceba a importância e a</p><p>amplitude do documento para que tenhamos uniformidade da organização e do tratamento das</p><p>questões educativas em todo o território nacional.</p><p>Por fim, mas não menos importante, as DCNs apresentam ideias importantes sobre os processos</p><p>avaliativos, complementando as informações presentes em outros instrumentos legais que</p><p>consideram a avaliação formativa como elemento central dos processos de ensino e</p><p>aprendizagem.</p><p>A avaliação contínua não deve ser classificatória nem considerar o aluno em relação a ele mesmo, mas, sim, orientar</p><p>as ações dos professores para que possam planejar boas intervenções, garantindo o avanço dos estudantes, desafiando-</p><p>os e possibilitando-lhes novas conquistas.</p><p>DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA NAS ESCOLAS DO CAMPO</p><p>Muitas preocupações fazem parte do trabalho no Ensino Fundamental. Podemos pensar na</p><p>transição da criança da Educação Infantil que precisa ser recepcionada na nova etapa. Há grande</p><p>ansiedade depositada nos anos iniciais acerca da alfabetização ou ainda da criança com 6 anos</p><p>que acessa o 1º ano.</p><p>Ainda assim, não temos todas as variáveis consideradas nessa descrição. Por esse motivo, mais</p><p>um documento orientador e normativo é utilizado como forma de respeitar as especificidades</p><p>dos estudantes que estão nas Escolas do Campo.</p><p>A ideia do documento é estabelecer um conjunto de princípios e de procedimentos que visam</p><p>adequar o projeto institucional das escolas do campo às Diretrizes Curriculares Nacionais já</p><p>apresentadas aqui.</p><p>Essa proposta foi instituída pela Resolução CNE/CEB nº 01, de 3 de abril de 2002. Em seu</p><p>parágrafo único, o documento estabelece que:</p><p>Parágrafo único. A identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação às questões inerentes à sua</p><p>realidade, ancorando-se na temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que</p><p>sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologia disponível na sociedade e nos movimentos sociais em defesa</p><p>de projetos que associem as soluções exigidas por essas questões à qualidade social da vida coletiva no país.</p><p>(BRASIL, 2002)</p><p>Como forma de ampliar essa regulamentação, o Decreto nº 7.352, de 4 de novembro de 2010,</p><p>estabelece os princípios da educação do campo. Como eixos estruturados, temos o trabalho</p><p>considerando o respeito à diversidade, a formulação de projetos político-pedagógicos</p><p>específicos, o desenvolvimento de políticas de formação de profissionais da educação e a efetiva</p><p>participação da comunidade e dos movimentos sociais do campo nas práticas escolares.</p><p>PROGRAMA PRONACAMPO</p><p>O programa PRONACAMPO, instituído em 2011, beneficia cerca de 73.483 instituições de</p><p>ensino, segundo dados do Ministério da Educação. Nessas instituições, comunidades</p><p>quilombolas e indígenas são atendidas mais de 68 mil escolas consideradas rurais ou</p><p>construídas em áreas de assentamentos. Esses números, por si só, justificam a consolidação</p><p>de diretrizes específicas para atender a esses estudantes.</p><p>REFLITA</p><p>A educação no campo apresenta contextos e necessidades muito diferentes. Isso inclui não</p><p>apenas a organização dos projetos político-pedagógicos, mas também materiais didáticos e</p><p>educacionais que subsidiem os profissionais para esse trabalho. A diversidade dessas pessoas,</p><p>seus hábitos e tudo o que acontece no entorno é considerado, e, para isso, as DCNs reforçam a</p><p>importância da formação continuada do professor como forma de fortalecer essas práticas.</p><p>De acordo com o documento, o que se espera é que a Educação do Campo não funcione como</p><p>um mecanismo de expulsão das populações campesinas para as cidades, mas que ofereça</p><p>atrativos àqueles que nele desejarem permanecer e vencer.</p><p>DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS</p><p>O Ensino Fundamental de 9 anos foi instituído pela Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006,</p><p>que alterou os artigos das legislações anteriores que indicavam o acesso a esta etapa a partir dos</p><p>7 anos. A partir dessa modificação, muitas resoluções e pareceres foram publicados como forma</p><p>de regulamentar esse acesso, garantindo a qualidade das práticas que serão ofertadas às crianças.</p><p>Com a mudança, a criança ainda na primeira infância, com 6 anos, estaria no primeiro ano do</p><p>Ensino Fundamental.</p><p>O objetivo da lei, segundo documentos do Ministério da Educação, é assegurar a todas as crianças um tempo maior de</p><p>convívio escolar, maiores oportunidades de aprender e, com isso, ser possível a oferta de uma aprendizagem com mais</p><p>qualidade.</p><p>Ao ser homologada, houve um prazo de dois anos para que os sistemas de ensino pudessem se</p><p>organizar para atender essas crianças. Isso inclui pensar em propostas e currículos adaptados</p><p>para esse fim.</p><p>Uma das grandes preocupações foi não antecipar conteúdos, considerando a criança e seu</p><p>desenvolvimento integral. Em muitos locais, o que se viu foi apenas a transferência dos</p><p>conteúdos que antes eram trabalhados no 1º ano com crianças de 7 anos. A abordagem feita com</p><p>uma criança de 7 anos é muito diferente daquela que deve ser feita considerando uma criança de</p><p>6 anos, por isso a preocupação.</p><p>EXEMPLIFICANDO</p><p>Uma atividade que envolve coordenação motora pode parecer muito simples para o</p><p>desenvolvimento cognitivo de uma criança de 7 anos, mas pode ser essencial para crianças com</p><p>6 anos. Essa criança acabou de sair da Educação Infantil e necessita consolidar muitas práticas.</p><p>Outra questão relevante que pode ser usada como exemplo é o brincar. Com 6 anos, ainda na</p><p>primeira infância, a brincadeira, o lúdico e a interação estão muito presentes e são essenciais</p><p>para o desenvolvimento da criança, podendo inclusive comprometer ou favorecer as</p><p>aprendizagens que serão ofertadas ao longo do Ensino Fundamental. Vale lembrar que o brincar</p><p>estende-se com uma necessidade e um direito da criança por todo o ensino fundamental,</p><p>devendo assim ser considerada na organização das ações pedagógicas.</p><p>Nas orientações para o trabalho pedagógico, o brincar é considerado um eixo estruturante,</p><p>representando uma forma de a criança ser e estar no mundo. É pela interação e percepção do</p><p>meio que essa criança se relaciona com diferentes objetos de conhecimento e amplia seu</p><p>repertório progressivamente.</p><p>O documento reforça ainda a importância de reorganizar tempos e espaços para atender a essa</p><p>criança, respeitando sua história de vida e demais construções já adquiridas fora da escola.</p><p>BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR PARA O ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>A Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, foi homologada em 2017 como forma de atender</p><p>a recomendações presentes em diversos documentos legais. A necessidade de uma base comum</p><p>para orientar o trabalho em todo o país reforça a importância de garantir direitos básicos de</p><p>aprendizagem a todos os estudantes.</p><p>Consegue perceber algo diferente nesta descrição? Falamos em direitos de aprendizagem, e não</p><p>em listas ou orientações sobre o que o professor deve ensinar ao longo da Educação Básica.</p><p>A BNCC é planejada a partir de competências e habilidades que, organizadas desde a</p><p>Educação Infantil, direcionam a organização dos currículos, cuja autonomia é dos sistemas</p><p>educacionais e das unidades escolares.</p><p>REFLITA</p><p>Para fazer sentido, as competências e habilidades presentes na BNCC devem orientar o</p><p>planejamento docente e a organização das práticas nas escolas. Um grande erro é simplesmente</p><p>copiar as informações presentes no documento sem considerar a contextualização ou o</p><p>desmembramento das informações para que as experiências de aprendizagem</p><p>possam ser</p><p>colocadas em prática. É um documento vivo, e não burocrático. Pense nisso!</p><p>A competência é compreendida como a capacidade que o estudante adquire para intervir e</p><p>resolver problemas presentes no seu dia a dia. Todas as habilidades presentes no documento</p><p>favorecem o desenvolvimento das competências gerais, as quais podem ser observadas na</p><p>Figura 2.1:</p><p>Figura 2.1 | Competências Gerais da BNCC</p><p>Fonte: https://porvir.org/entenda-10-competencias-gerais-orientam-base-nacional-comum-curricular/</p><p>A partir da compreensão dessas 10 competências, chamadas de gerais, temos o trabalho sendo</p><p>organizado nas demais etapas.</p><p>Na Educação Infantil, além dos direitos de aprendizagem, temos os Campos de Experiência.</p><p>Em cada um, desde bebês, passando por crianças bem pequenas e crianças pequenas, um</p><p>conjunto de habilidades é apresentado. Como exemplo podemos citar o campo de</p><p>experiência: Escuta, fala, pensamento e imaginação. Temos então um conjunto de competências</p><p>e habilidades que, trabalhadas no contexto escolar, são favoráveis para que as crianças possam</p><p>desenvolver diferentes formas de se comunicarem com o mundo.</p><p>FOCO NA BNCC</p><p>Uma habilidade não se esgota em uma única aula. É uma proposta para ser desenvolvida e</p><p>aprofundada ao longo do processo de ensino e aprendizagem. A partir da habilidade é que o</p><p>professor planeja seus objetivos de aprendizagem, pensando no avanço dos processos cognitivos.</p><p>No Ensino Fundamental, além das competências gerais que já apresentamos, cada área do</p><p>conhecimento possui um conjunto de competências específicas, e na organização temos as áreas</p><p>do conhecimento integrando os diferentes componentes curriculares. Em cada componente</p><p>curricular temos ainda as unidades temáticas sendo definidas juntamente aos objetos de</p><p>conhecimento e às habilidades que devem nortear o trabalho docente.</p><p>Observe o exemplo no Quadro 2.5:</p><p>Quadro 2.5 | Organização dos quadros para o Ensino Fundamental</p><p>Ciências - 1º Ano</p><p>Unidades</p><p>Temáticas</p><p>Objetos do</p><p>conhecimento</p><p>Habilidades</p><p>Vida e Evolução Corpo humano</p><p>Respeito à</p><p>diversidade</p><p>(EF01CI02) Localizar, nomear e representar graficamente (por meio de desenhos) partes do corpo humano e explicar suas</p><p>funções.</p><p>(EF01CI03) Discutir as razões pelas quais os hábitos de higiene do corpo (lavar as mãos antes de comer, escovar os dentes,</p><p>limpar os olhos, o nariz e as orelhas etc.) são necessários para a manutenção da saúde.</p><p>(EF01CI04) Comparar características físicas entre os colegas, reconhecendo a diversidade e a importância da valorização,</p><p>do acolhimento e do respeito às diferenças.</p><p>Fonte: elaborado pela autora.</p><p>ASSIMILE</p><p>Nos códigos utilizados na habilidade, temos:</p><p>As duas primeiras letras indicando a etapa a qual se relaciona.</p><p>Os dois primeiros números indicando o ano.</p><p>Na sequência, as letras indicam o componente curricular.</p><p>Os dois últimos número indicam a ordem da habilidade.</p><p>No quadro, temos, por exemplo, EF01CI04. A habilidade é do ensino fundamental (EF),</p><p>trabalhada no 1º ano (01) no componente curricular de ciências (CI) e é a quarta habilidade da</p><p>sequência proposta (04).</p><p>https://porvir.org/entenda-10-competencias-gerais-orientam-base-nacional-comum-curricular/</p><p>A partir das aprendizagens presentes na BNCC, com foco no desenvolvimento de atitudes, procedimentos e conteúdo,</p><p>as escolas organizam seus currículos e os professores devem pensar na organização de suas propostas.</p><p>PESQUISE MAIS</p><p>Sugerimos como leitura complementar os seguintes documentos:</p><p> Movimento pela Base. Linha do tempo. Disponível</p><p>em: http://movimentopelabase.org.br/linha-do-tempo/. Acesso em: 15 de out. 2020.</p><p> RATIER, R. Entendendo os conceitos que organizam a Base Nacional. Nova Escola,</p><p>Edição 309, fev. 2018. Disponível</p><p>em:https://novaescola.org.br/conteudo/10053/entendendo-os-conceitos-que-organizam-a-</p><p>base-nacional. Acesso em: 15 de out. 2020.</p><p>Como você deve ter percebido ao longo do nosso estudo, temos muitos documentos orientadores</p><p>das ações escolares. Os PCNs foram organizados tendo como objetivo central garantir que um</p><p>conjunto básico de conhecimentos pudesse ser trabalhado em todas as regiões do país,</p><p>considerando os saberes locais e outras especificidades presentes no contexto social. Nesse</p><p>mesmo sentido, a BNCC consolida em grande parte essas práticas, estabelecendo as</p><p>aprendizagens essenciais, consideradas um direito e que também precisam ser desenvolvidas em</p><p>todo país.</p><p>Não se trata de estabelecer uma lista de ações, mas, sim, de orientar as práticas para que as</p><p>necessidades, especificidades e demais especificações legais sejam contempladas e favoreçam as</p><p>aprendizagens de crianças, jovens e adultos de todo o país.</p><p>FAÇA A VALER A PENA</p><p>Questão 1</p><p>De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais:</p><p>Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, optou-se por um tratamento específico das áreas, em</p><p>função da importância instrumental de cada uma, mas contemplou-se também a integração entre</p><p>elas. Quanto às questões sociais relevantes, reafirma-se a necessidade de sua problematização e</p><p>análise, incorporando-as como temas transversais. As questões sociais abordadas são: ética,</p><p>saúde, meio ambiente, orientação sexual e pluralidade cultural.</p><p>(BRASIL, 1998)</p><p>Sendo assim, podemos dizer que:</p><p>I. Os temas transversais favorecem a contextualização do ensino.</p><p>II. As práticas só são construídas coletivamente com crianças pequenas.</p><p>III. Os PCNs descrevem listas de conteúdos para que essas relações sejam possíveis.</p><p>Diante do exposto e considerando a importância de um trabalho contextualizado, podemos</p><p>afirmar que estão corretas:</p><p>http://movimentopelabase.org.br/linha-do-tempo/</p><p>https://novaescola.org.br/conteudo/10053/entendendo-os-conceitos-que-organizam-a-base-nacional</p><p>https://novaescola.org.br/conteudo/10053/entendendo-os-conceitos-que-organizam-a-base-nacional</p><p>a. I.</p><p>b. I e II.</p><p>c. II e III.</p><p>d. I, II e III.</p><p>e. III.</p><p>Questão 2</p><p>As DCNs afirmam que, para o trabalho no ensino fundamental, há necessidade de aproximação</p><p>da lógica dos discursos normativos com a lógica social, ou seja, a dos papéis e das funções</p><p>sociais em seu dinamismo. Sendo assim, o trabalho pedagógico precisa ser pensado de forma a</p><p>assegurar as aprendizagens dos estudantes.</p><p>Diante do exposto podemos afirmar que:</p><p>a. As práticas escolares devem ser contextualizadas.</p><p>b. O planejamento docente deve ter conteúdos exclusivamente humanos.</p><p>c. A escola precisa estar próxima do contexto social para que os conhecimentos válidos sejam absorvidos.</p><p>d. A escola precisa se preocupar com sua função ensinante, independentemente do contexto.</p><p>e. As práticas escolares devem ser fundamentadas no conhecimento científico pois este é inquestionável.</p><p>Questão 3</p><p>Em um dos trechos da BNCC temos a seguinte afirmação sendo apresentada “as competências</p><p>e diretrizes são comuns, os currículos são diversos”. Além disso, o documento propõe o trabalho</p><p>pautado no desenvolvimento de competências e habilidades que devem nortear a organização</p><p>dos currículos e planejamentos do professor.</p><p>A partir dessas considerações, podemos afirmar que:</p><p>I. A BNCC orienta a organização curricular, no entanto as especificidades locais divergem e,</p><p>por isso, os currículos são diversos.</p><p>II. As competências e habilidades orientam o planejamento docente que além de intencional</p><p>considera as necessidades do entorno onde a escola e os estudantes estão inseridos.</p><p>III. A BNCC organiza os conteúdos didáticos, alinhados às DCNs, para que os estudantes de</p><p>todo o território nacional tenham as mesmas oportunidades de aprender.</p><p>Podemos dizer que estão corretas apenas.</p><p>a. I e II.</p><p>b. I e III.</p><p>c. II e III.</p><p>d. I, II e III.</p><p>e. Apenas a sentença II está correta.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, 20 de dezembro de</p><p>1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 15 de</p><p>out. de 2020.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros Curriculares</p><p>Nacionais (PCNs). Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF. 1998. Disponível</p><p>em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf. Acesso em: 16</p><p>a partir da década de 1990, a</p><p>legislação que orienta a organização da Educação Nacional, assim como a ação da Base</p><p>Nacional Comum Curricular (BNCC) e o seu impacto no currículo e práxis educacional.</p><p>Assim, o foco está em oportunizar conhecimentos que lhe permitam distinguir a legislação e as</p><p>políticas educacionais brasileiras, compreender suas implicações e seus impactos na organização</p><p>social brasileira da educação e reconhecer a importância das políticas educacionais para a</p><p>formação dos professores.</p><p>Como futuro educador, esperamos que você utilize os conhecimentos aqui trabalhados acerca</p><p>do Funcionamento da Educação Brasileira e das Políticas Públicas para assumir a postura de</p><p>cidadão crítico e transformador e principalmente de um profissional da educação que valoriza</p><p>sua profissão e reflete sobre sua prática educativa.</p><p>Bom estudo!</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO</p><p>EDUCACIONAL – AS POLÍTICAS PÚBLICAS</p><p>CONVITE AO ESTUDO</p><p>Seja bem-vindo à primeira unidade desta disciplina.</p><p>A primeira unidade (Unidade 1), intitulada “Políticas Públicas e Legislação Educacional”, tem</p><p>como foco apresentar aspectos conceituais, históricos e legais que compõem a ação do Estado</p><p>em termos de Políticas Públicas voltadas à Educação.</p><p>Assim, na primeira seção desta unidade, “As Políticas Públicas”, conversaremos sobre as</p><p>Políticas e suas características, focando as políticas educacionais e o impacto que promovem no</p><p>trabalho pedagógico. Nesse contexto, é fundamental conhecer a Legislação Educacional e a</p><p>forma de organização do Estado e suas ações promotoras de políticas públicas.</p><p>Na segunda seção, “A Legislação Educacional Brasileira”, conversaremos sobre a hierarquia</p><p>da Legislação no Brasil, de forma a compreender a normas legais quanto a tramitação da</p><p>legislação educacional e o compartilhamento de responsabilidades entre Estados, municípios e</p><p>federação.</p><p>A Constituição Federal de 1988 e sua influência para a educação brasileira e a Lei de Diretrizes</p><p>e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB nº 9394/1996) e seu papel na estruturação da</p><p>educação básica serão foco de nosso estudo. Assim, na terceira seção, “as Políticas e</p><p>Legislação Educacional”, apresentaremos a Constituição Federal de 1988 e sua influência para</p><p>a educação do Brasil, assim como a ação dos organismos internacionais nos anos de 1990 e sua</p><p>influência nas reformas educacionais e na homologação da Lei de Diretrizes e Bases da</p><p>Educação Nacional, em 1996, buscando apresentar a estrutura da Educação Básica brasileira.</p><p>Enfim, o grande desafio desta disciplina está em apresentar os fundamentos da Educação</p><p>Nacional colaborando com sua formação e reflexão enquanto ser social e político e,</p><p>principalmente, como futuro educador. Portanto, é muito importante compreender a legislação</p><p>educacional e analisar o conjunto de valores socialmente acordados que permeiam as ações</p><p>educacionais vigentes em nosso país.</p><p>Vale destacar que, ao final desta disciplina, espera-se que você compreenda o atual conceito de</p><p>Estado e Políticas Pública, bem como o papel da legislação educacional para estruturação e</p><p>funcionamento da Educação Nacional, favorecendo a reflexão acerca da ação educativa.</p><p>O material didático está à sua disposição. Invista em seu aprendizado, olhe para os contextos de</p><p>aprendizagem, para as situações-problemas e busque retomar os conhecimentos que foram</p><p>tratados nesta disciplina.</p><p>É muito importante que você, futuro educador, seja o gestor de sua aprendizagem e invista em</p><p>sua formação, portanto, é fundamental conhecer a ação do Estado como promotor das Políticas</p><p>Públicas, enfim, das Políticas Educacionais.</p><p>PRATICAR PARA APRENDER</p><p>Olá! Nesta unidade conversaremos sobre a “Políticas Públicas e Legislação Educacional”,</p><p>percorrendo aspectos conceituais e históricos importantes para compreendermos as políticas</p><p>educacionais e o papel da legislação em sua normatização.</p><p>Assim, a primeira seção desta unidade, intitulada “As Políticas Públicas”, contribuirá para que</p><p>você compreenda o papel do Estado na promoção de políticas públicas entre as quais estão as</p><p>políticas educacionais, olhando para o Estado Brasileiro</p><p>Mas você sabe qual são as principais leis que regulamentam a Educação Brasileira?</p><p>Como futuro educador, é muito importante conhecer a Legislação Educacional e as diretrizes</p><p>que normatizam o trabalho pedagógico, ou seja, que regulamentam a Educação Nacional.</p><p>Portanto, nesta seção iniciaremos essa conversa.</p><p>Lembre-se da importância da postura analítica, crítica e ética do profissional da educação,</p><p>realize as leituras indicadas e anote suas observações acerca dos conteúdos aqui trabalhados.</p><p>Eles serão fundamentais na sua trajetória formativa!</p><p>O contexto de aprendizagem apresentado busca aproximar você da realidade de seu campo de</p><p>trabalho. Lembre-se que, embora seja uma narrativa hipotética, o contexto de aprendizagem é</p><p>um exercício que mobiliza conhecimentos promovidos nesta disciplina conectando-os com as</p><p>situações da prática educacional, tornando-os mais compreensíveis e significativos.</p><p>João é um jovem estudante de Pedagogia que estava estagiando numa escola particular nos anos</p><p>iniciais do ensino fundamental, contudo ele conseguiu entrar num programa estadual que</p><p>possibilita ao estudante trabalhar numa escola estadual aos finais de semana e assim ter a</p><p>isenção da mensalidade na Universidade Particular, durante o período de seu estágio, em seu</p><p>curso de formação para professor.</p><p>Cabe destacar que João nunca trabalhou em escola pública e desconhece as políticas públicas</p><p>voltadas à melhoria da Educação pública. Como atuará aos finais de semana com esse público, é</p><p>muito importante que se inteire das Políticas Educacionais e Sociais das quais pode indicar ou</p><p>lançar mão durante sua atividade.</p><p>Como João tem se mostrado muito comprometido com a qualidade de seu trabalho e a ética de</p><p>sua atuação, logo entrou em contato com você, professora-orientadora de estágio, para pedir</p><p>ajuda com a legislação educacional.</p><p>Nesse sentido, o seu papel enquanto professora-orientadora de estágio é orientá-lo quanto a</p><p>essas políticas. Considerando os conteúdos mobilizados nesta seção, você julgou importante</p><p>fazer alguns apontamentos acerca dos aspectos das políticas educacionais que se apresentam em</p><p>forma de Programas e Projetos Educacionais e que poderão permear o cotidiano profissional de</p><p>João:</p><p> Quais orientações você daria para João a fim de lhe esclarecer o papel das políticas</p><p>públicas voltadas à Educação?</p><p> Quais questionamentos você faria visando nortear sua percepção prática quanto às</p><p>políticas públicas na escola?</p><p> Quais políticas educacionais chegam à escola pública em forma de programas?</p><p> A educação pública e gratuita é um direito social?</p><p> Como os professores podem oportunizar aos alunos o acesso às políticas públicas?</p><p>Enfim, pense nos apontamentos que você considera fundamental para a prática educacional de</p><p>João durante seu estágio educacional, mas já assumindo o papel de futuro educador.</p><p>Você considera que esses conhecimentos auxiliarão na sua atuação dentro dos princípios</p><p>democráticos e promotores do direito à educação?</p><p>Aqui você ocupará esse lugar propositivo!</p><p>Vamos juntos enfrentar esse desafio?</p><p>Bom estudo!</p><p>CONCEITO-CHAVE</p><p>Cidadão</p><p>Tá vendo aquele edifício, moço?</p><p>Ajudei a levantar</p><p>Foi um tempo de aflição</p><p>Era quatro condução</p><p>Duas pra ir, duas pra voltar</p><p>Hoje depois dele pronto</p><p>Olho pra cima e fico tonto</p><p>Mas me vem um cidadão</p><p>E me diz, desconfiado</p><p>Tu tá aí admirado</p><p>Ou tá querendo roubar?</p><p>[...]</p><p>(CIDADÃO: Lúcio Barbosa; Zé Geraldo. Rio de Janeiro: CBS, 1979. LP Terceiro mundo.)</p><p>Olá, futuro educador!</p><p>Você já ouviu a música “Cidadão”, composta pelo poeta baiano Lúcio Barbosa? Essa música</p><p>nos leva a refletir sobre os direitos sociais que todas as pessoas, numa sociedade democrática,</p><p>deveriam ter acesso por meio das Políticas Públicas.</p><p>Assim, neste momento, iremos conversar sobre o que é a Política e o que são Políticas Públicas.</p><p>Você sabe de onde vem o termo Política e o que ele significa?</p><p>O termo “Política” se origina da palavra grega “polis”, que significa</p><p>de out. de 2020.</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u2s3.html</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm</p><p>http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf</p><p>BRASIL. Resolução nº 1 de 3 de abril de 2002. Pronacampo. Institui Diretrizes Operacionais</p><p>para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Disponível</p><p>em: http://pronacampo.mec.gov.br/images/pdf/mn_resolucao_%201_de_3_de_abril_de_2002.pd</p><p>f. Acesso em: 16 de out. de 2020.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares</p><p>nacionais para o ensino fundamental. Brasília: MEC, SEB, 2010b.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2019.</p><p>Disponível</p><p>em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.</p><p>Acesso em: 17 de out. 2020.</p><p>FERRAZ, Ana Paula do Carmo Marcheti; BELHOT, Renato Vairo. Taxonomia de Bloom:</p><p>revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos</p><p>instrucionais. Gest. Prod., São Carlos, v. 17, n. 2, 2010. Disponível</p><p>em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2010000200015.</p><p>Acesso em: 20 jan. 2021.</p><p>http://pronacampo.mec.gov.br/images/pdf/mn_resolucao_%201_de_3_de_abril_de_2002.pdf</p><p>http://pronacampo.mec.gov.br/images/pdf/mn_resolucao_%201_de_3_de_abril_de_2002.pdf</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf</p><p>https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2010000200015</p><p>EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS</p><p>CONVITE AO ESTUDO</p><p>Olá, futuro educador!</p><p>Estamos começando mais uma unidade da disciplina Funcionamento da Educação Brasileira e</p><p>Políticas Públicas.</p><p>Seja bem-vindo à terceira unidade intitulada “Educação de Jovens e Adultos, Educação</p><p>Profissional e outros campos da educação”.</p><p>Nesta unidade vamos conhecer as formas de organização das experiências educativas voltadas</p><p>aos públicos jovem e adulto, olhando para os programas de alfabetização de Jovens e Adultos,</p><p>para as ações voltadas à sua educação profissional, para a educação em contextos quilombolas e</p><p>indígenas, assim como para as diretrizes que orientam o trabalho pedagógico e organizacional</p><p>dessas modalidades educativas, segundo os princípios legais.</p><p>Vamos iniciar nosso estudo com algumas questões que permearão nossas reflexões ao longo desta</p><p>unidade, tais como:</p><p> Qual a relação da educação com o mundo do trabalho?</p><p> Qual é o papel da escolarização no processo formativo? O foco limita-se a formar mão de</p><p>obra qualificada?</p><p> A alfabetização nos instrumentaliza para uma vida cidadã em quais aspectos?</p><p> Quando pensamos na educação como prática da liberdade, o que exatamente queremos</p><p>dizer?</p><p>Assim, ao longo das três seções que compõem esta unidade buscaremos compreender melhor</p><p>esses questionamentos por meio da fundamentação teórica e dos exercícios reflexivos que</p><p>constituirão as situações-problemas que nos ligam à vida prática, nos permitindo uma análise</p><p>dialética sobre a educação básica no Brasil, considerando-se a especificidade das modalidades</p><p>educativas aqui focalizadas: Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional.</p><p>Nesse sentido, a primeira seção, Educação de Jovens e Adultos, tem por objetivo possibilitar a</p><p>reflexão sobre Educação para Jovens e Adultos (EJA) no Brasil a partir de suas faces históricas,</p><p>políticas e sociais, olhando para a alfabetização de Jovens e Adultos através da legislação, das</p><p>Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos na atualidade, e em suas</p><p>possibilidades e desafios.</p><p>Na segunda seção, intitulada Educação Profissional, abordaremos a relação entre educação e</p><p>trabalho relembrando que a relação entre educação e formação profissional começa a aparecer</p><p>no período de industrialização e internacionalização da economia nacional, ou seja, em meados</p><p>da década de 1930, no Brasil.</p><p>Assim, apresentaremos as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional e as</p><p>Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e para a Educação Profissional Técnica</p><p>de nível médio, contextualizando as possibilidades de formação profissional em cursos técnicos,</p><p>assim como para as Políticas de Educação Profissional brasileira, expressas em programas como:</p><p>Programa Brasil Profissionalizado, Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego</p><p>(PRONATEC), entre outros.</p><p>Por fim, na terceira seção denominada Outras necessidades da Educação Básica trataremos as</p><p>peculiaridades da Educação Básica, como prevê a LBD nº 9394/1996, ou seja, a educação</p><p>ofertada em contextos específicos, como as destinadas a indígenas, quilombolas e populações</p><p>em situação de itinerância, por exemplo.</p><p>Apresentaremos as Diretrizes para o atendimento de educação escolar para populações em</p><p>situação de itinerância; as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos</p><p>em situação de privação de liberdade nos estabelecimentos penais, assim como as Diretrizes</p><p>Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena e Quilombola na Educação Básica.</p><p>Futuro educador, como você pode perceber, o foco desta unidade está em lhe oportunizar</p><p>conhecimentos que lhe permitam distinguir a legislação e as políticas educacionais brasileira,</p><p>compreender suas implicações e seus impactos na organização social brasileira da educação,</p><p>bem como reconhecer a importância das políticas educacionais para a formação dos professores.</p><p>Como futuro educador, esperamos que você utilize os conhecimentos aqui trabalhados acerca</p><p>dos “Fundamentos da Educação Brasileira e Políticas Públicas” para assumir a postura</p><p>profissional que valoriza a formação numa perspectiva crítica e ativa, refletindo sobre sua</p><p>prática e considerando as especificidades do público atendido.</p><p>Acesse os materiais indicados, realize as leituras complementares, utilize os conhecimentos</p><p>teóricos nas suas reflexões sobre a prática educativa e invista em sua formação profissional.</p><p>Vamos juntos nessa caminhada!</p><p>Bom estudo!</p><p>PRATICAR PARA APRENDER</p><p>Olá! Estamos começando a Unidade 3 - “Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional</p><p>e outros campos da educação”.</p><p>Nesta seção 1 - “Educação de Jovens e Adultos”, o foco estará nos aspectos legais e</p><p>pedagógicos que orientam a oferta da modalidade EJA no Brasil, e serão apresentados os</p><p>processos históricos que permearam o ensino de Jovens e Adultos em nosso país.</p><p>Nesse sentido, além de contextualizar a historicidade da Educação de Jovens e Adultos no Brasil,</p><p>olhando para seus desafios e suas possibilidades, apresentaremos também seus aspectos legais</p><p>com base na legislação educacional que a regulamenta e os documentos normativos que</p><p>estruturam seu funcionamento e orientam desde sua gestão até seu funcionamento pedagógico,</p><p>considerando a especificidade do público atendido.</p><p>As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos acompanharão os</p><p>conteúdos trabalhados nesta seção pontuando os aspectos pedagógicos que permeiam a ação</p><p>educativa nesta modalidade educacional.</p><p>É importante conhecer os atos legais que normatizam a EJA, pois, como futuro educador, é</p><p>primordial que você reconheça as possíveis formas de aproveitamento dos estudos dos</p><p>educandos que se enquadram nessa modalidade, reconhecendo os exames de certificação</p><p>vigentes de forma a orientar os educandos quanto às possibilidades de certificação para o Ensino</p><p>Fundamental e o Ensino Médio.</p><p>Cabe destacar que a EJA é uma modalidade da Educação Básica com características próprias,</p><p>pois se pauta no princípio da equidade e tem a função reparadora por direcionar-se a educandos</p><p>de diversos perfis e faixas etárias que não tiveram acesso à escola na idade prevista ou que, por</p><p>algum motivo, evadiram do sistema educacional, retornando depois de adultos.</p><p>Você, futuro educador, ao conhecer o histórico a EJA no Brasil, irá compreender o quanto essa</p><p>modalidade contribui para a garantia do direito à educação para todos.</p><p>Lembre-se de que quando falamos em EJA estamos falando sobre a educação para estudantes</p><p>jovens, adultos e idosos que possuem trajetórias de vida com marcas sociais, afetivas, culturais e</p><p>que já carregam as marcas de experiências anteriores com a escola, muitas vezes, recordando</p><p>momentos de afastamento e abandono que geraram uma ideia de fracasso.</p><p>Portanto, é fundamental compreendermos a EJA como uma modalidade específica e que</p><p>considera o educando em sua história visando promover o direito à Educação como prevê a</p><p>Legislação brasileira.</p><p>Renata é professora na Educação de Jovens e Adultos na Fundação Municipal para a Educação</p><p>Comunitária (FUMEC), no município de Campinas - SP. Durante este ano letivo, Renata está</p><p>atuando na EJA como professora de referência, assim, tem auxiliado outros professores quanto à</p><p>adequação das metodologias a serem utilizadas seguindo as necessidades dos grupos e seus</p><p>interesses, visando atender da melhor forma o público do curso, considerando que na EJA é</p><p>possível atender jovens a partir dos 15 anos de idade, adultos e idosos.</p><p>Renata tem atuado orientando professores e alunos, propiciando canais de conversa e orientação que</p><p>estimulem os alunos na continuidade dos estudos. Através dessa ação, Renata busca reparar as</p><p>lacunas educacionais potencializando os diferentes saberes trazidos pelos alunos, utilizando-os</p><p>como caminho para aprendizagens significativas.</p><p>Nesse momento, você, futuro educador, está sendo convidado a assumir o lugar de Renata e</p><p>assim ser um facilitador do processo educativo, orientando e sugerindo metodologias ativas</p><p>que promovam aprendizagens significativas em alunos que já trazem um repertório muitas vezes</p><p>marcado pelo fracasso ou pela exclusão escolar, mas também permeado por saberes construídos</p><p>a partir de suas vivências.</p><p>Márcia é uma professora que está atuando no Programa de EJA I - Anos iniciais do Ensino</p><p>fundamental, destinado às pessoas com mais de 15 anos, não alfabetizadas ou com baixa</p><p>escolaridade. Como é uma professora novata na área da alfabetização de adultos, logo nos</p><p>primeiros dias de aula sentiu necessidade de conversar com Renata, pedindo dicas de como</p><p>tornar a aula interessante sem infantilizar o processo de alfabetização, pois como prevê as</p><p>Diretrizes da EJA, é preciso romper com as metodologias utilizadas no ensino regular quando</p><p>falamos em educação de jovens e adultos.</p><p>Ao ser procurada, Renata orientará Márcia em sua atuação junto a EJA.</p><p>Assim, nesse momento, você futuro educador está convidado a assumir o lugar de Renata e</p><p>orientar Márcia a superar o desafio de promover contextos educativos voltados a adultos.</p><p>Qual orientação você daria à Marcia em termos de organização do espaço e dos alunos? Por quê?</p><p>Você considera importante ouvir os alunos e conhecer suas trajetórias de vida? Como essa</p><p>informação pode gerar um tema disparador para trabalhar a alfabetização de forma ativa?</p><p>É importante ouvir os alunos no momento de fazer o planejamento educacional? Se sim, justifique o</p><p>porquê e revele quais elementos podem favorecer novas metodologias de ensino que revelem a</p><p>escuta dos alunos e seu protagonismo.</p><p>Considerando essa situação-problema, quais orientações você indicará?</p><p>Vamos em frente!</p><p>Conto com seu empenho nessa caminhada!</p><p>Bom estudo!</p><p>CONCEITO-CHAVE</p><p>Olá</p><p>Estamos começando a unidade 3 da disciplina “Funcionamento da Educação Brasileira e</p><p>Políticas Públicas”. Nesta seção iremos conversar sobre a Educação de Jovens e Adultos (EJA),</p><p>assim, o foco está em lhe propiciar conhecimentos sobre vários aspectos da realidade da EJA no</p><p>Brasil: as características, os desafios históricos, suas diretrizes pedagógicas e seus aspectos</p><p>legais.</p><p>Contudo, para que compreenda a importância da modalidade EJA é importante refletirmos sobre</p><p>o direito à educação.</p><p>DIREITO À EDUCAÇÃO</p><p>Você, futuro educador, já parou para pensar o que significa o “direito à educação”? Reflita</p><p>sobre essa questão principalmente em se tratando de pessoas com diferentes trajetórias de vida,</p><p>ou seja, pessoas jovens e adultas.</p><p>Quando falamos em direito à educação, não nos referimos apenas ao acesso à escola, através da</p><p>garantia da matrícula, estamos falando sobre o dever do Estado em garantir o acesso à escola,</p><p>mas também propiciar condições para que o aluno continue seus estudos, fornecendo o</p><p>transporte escolar, o material escolar adequado, o horário flexibilizado, respeitando a</p><p>especificidade do público atendido e suas reais necessidades garantindo-lhes o prosseguimento</p><p>dos estudos independente de sua idade e condição social.</p><p>Contudo, para que você compreenda essa modalidade de Educação Básica destina a Jovens e</p><p>Adultos é fundamental conhecer sua história.</p><p>Dessa forma, nesta seção recuperaremos aspectos de sua trajetória pontuando o quanto o ensino</p><p>destinado a jovens, adultos e idosos vem se constituindo no Brasil, tendo sua origem ligada a</p><p>campanhas de alfabetização e a movimentos populares.</p><p>EDUCAÇÃO PARA JOVENS, ADULTOS E IDOSOS NO BRASIL</p><p>Entre alguns marcos históricos, destacamos o ano de 1925 como de grande importância para a</p><p>EJA, pois foi o ano em que se iniciou o ensino noturno por meio da Reforma João Luiz Alves</p><p>(conhecida por Lei Rocha Vaz), Decreto nº 16.782 A, de 13 de janeiro de 1925. O Decreto</p><p>abordava a possibilidade de criação das escolas noturnas para os adultos, dizendo que: “[...]</p><p>poderão ser criadas escolas noturnas, do mesmo caráter (primário), para adultos, obedecendo às</p><p>mesmas condições do Art. 25” (GOMES, 2018, s.p.).</p><p>Quanto ao artigo 25, destacava o papel da União em subsidiar parcialmente o salário dos</p><p>professores primários atuantes em escolas rurais, indicando que cabia aos estados completar o</p><p>restante do salário, oferecer residência e material didático.</p><p>Pensando no contexto histórico brasileiro no início dos anos de 1920, Gomes (2018, s.p) destaca</p><p>que</p><p>[...] muitos movimentos civis e mesmo oficiais se empenharam na luta contra o analfabetismo, considerado</p><p>um “mal nacional” e “uma chaga social”. A pressão trazida pelos surtos de urbanização, os primórdios da</p><p>indústria nacional, a necessidade</p><p>de formação mínima da mão de obra do próprio país e a manutenção da</p><p>ordem social nas cidades impulsionaram as grandes reformas educacionais do período em quase todos os</p><p>Estados. Além disso, os movimentos operários, fossem eles de inspiração libertária ou comunista, passavam</p><p>a dar mais valor à educação em seus pleitos e reivindicações.</p><p>Como complementa Palma Filho (2005), essa reforma buscou atingir adultos analfabetos</p><p>visando uma formação mínima, ao mesmo tempo em que ampliava o número de eleitores, pois</p><p>nesse período os analfabetos não votavam.</p><p>Já a obrigatoriedade e gratuidade de ensino primário a todos logo se instituiu com</p><p>a Constituição Federal de 1934, visando diminuir os índices de analfabetismo no país, que</p><p>nesse período era de 69,9%, tendo como referência a população de 15 anos ou mais. Portanto,</p><p>por conta dos altos índices de analfabetismo e pelo foco no processo de industrialização, o</p><p>Governo Federal passa a propor políticas públicas voltadas à Educação de Adultos, sobretudo</p><p>em ações que visavam a alfabetização.</p><p>Em 1942, o Governo Federal criou o Fundo Nacional de Ensino Primário (FNEP) por meio do</p><p>Decreto Federal nº 4.458/1942, o qual destinava os recursos financeiros para a educação</p><p>primária e extensiva aos adultos que ultrapassaram a idade escolar.</p><p>No ano de 1945, foi criado o Serviço de Educação de Adultos (SEA) ligado ao Ministério da</p><p>Educação e Saúde (MEC), e ainda nesse ano se dispôs sobre a concessão de verbas federais para</p><p>os ensinos primários, destinando 25% desses recursos para o Ensino Supletivo, destinado a</p><p>adolescentes e adultos. Vale destacar que em 1942 criou-se o Serviço Nacional de</p><p>Aprendizagem Industrial (SENAI) e em 1946 o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial</p><p>(SENAC), duas importantes instituições de ensino voltadas para a qualificação e o</p><p>aperfeiçoamento profissional (FÁVERO, 2009).</p><p>Vemos através dessas ações o quanto pensar no processo de alfabetização da população adulta,</p><p>assim como sua profissionalização, tornaram-se metas a serem alcançadas dentro da Política</p><p>Educacional brasileira.</p><p>Visando o desenvolvimento do país, no decorrer das décadas de 1940 e 1950, o Instituto</p><p>Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP) organizou campanhas de alfabetização destinadas aos</p><p>adolescentes e adultos não alfabetizados. Foram elas: a Campanha de Educação de Adultos</p><p>(1947), a Campanha de Educação Rural (1952) e a Campanha Nacional de Erradicação do</p><p>Analfabetismo (1958).</p><p>A CAMPANHA DE EDUCAÇÃO DE ADULTOS (1947)</p><p>Em 1947, durante o Governo de Eurico Gaspar Dutra (1946-1951), criou-se a Campanha de</p><p>Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), a qual num primeiro momento pretendeu</p><p>promover a alfabetização em três meses e posteriormente, condensar o curso primário em dois</p><p>períodos de sete meses. Na sequência, focalizaria a capacitação profissional. De forma geral,</p><p>como pontua Fávero (2009), os primeiros anos da CEAA apresentou resultados positivos</p><p>ampliando-se em diversas regiões do país.</p><p>A CAMPANHA DE EDUCAÇÃO RURAL (1952)</p><p>Em 1952, durante o Governo de Getúlio Vargas (1951/1954), a campanha de alfabetização em</p><p>massa teve continuidade, contudo, a CEAA foi desdobrada em duas vertentes: a CEAA e a</p><p>Campanha Nacional de Educação Rural (CNER), em 1952.</p><p>A CNER foi criada com o objetivo de oferecer uma alfabetização direcionada aos trabalhadores</p><p>do campo não alfabetizados.</p><p>As missões da CNER eram compostas por uma enfermeira, um veterinário e um educador que</p><p>deveriam morar na localidade onde as aulas aconteceriam. Além da alfabetização, a CNER</p><p>proporcionava a educação para o trabalho, o lazer, a saúde e o desenvolvimento comunitário</p><p>(CARVALHO, 2010).</p><p>Segundo Fávero (2009), as campanhas CEAA e CNER constituíram-se “no primeiro grande</p><p>movimento oficial de alfabetização de massa no Brasil, mas sua ação extensiva tornou-se</p><p>bastante vulnerável, chegando mesmo a ser acusada de ‘fábrica de eleitores’” (FÁVERO, 2009,</p><p>p 53).</p><p>A CAMPANHA NACIONAL DE ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO (1958)</p><p>Em 1958, durante o mandato de Juscelino Kubistchek (1955/1960) no Governo Federal, criou-se</p><p>a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (CNEA). Vale destacar que nesse</p><p>período Anísio Teixeira estava à frente do INEP e havia desenvolvido pesquisas sobre os</p><p>resultados das campanhas anteriores, ou seja, sobre a CEAA e CNER, as quais indicavam a</p><p>ineficiência dessas campanhas (FÁVERO, 2009).</p><p>A CNEA tinha por objetivo contribuir para a melhoria do nível de vida das pessoas, com vistas</p><p>ao desenvolvimento social e econômico do país. A partir dessa meta, construiu novas classes e</p><p>focou na preparação dos professores que atuavam nas salas de alfabetização, assim como na</p><p>elaboração de materiais didáticos específicos para o trabalho com adolescentes e adultos e,</p><p>visando expandir o atendimento da Campanha, criou escolas radiofônicas regionais.</p><p>O Sistema de Rádio Educativo Nacional (SIRENA) foi oficializado em 1958 como um</p><p>programa de educação fundamental ligado à CNAE. As aulas eram oferecidas via rádio,</p><p>gravadas pelos locutores da Rádio Nacional e distribuídas em discos para as rádios regionais,</p><p>que as difundiam. Em 1960, o SIRENA criou a Rádio Cartilha para às escolas radiofônicas,</p><p>como um guia de orientação (FÁVERO, 2009).</p><p>Cabe destacar aqui, futuro educador, que a partir de 1961 os movimentos de educação de base e</p><p>ligados à alfabetização de adultos e adolescentes se multiplicavam no Brasil, caracterizando-se</p><p>como movimentos de educação popular que consideravam a alfabetização como um instrumento</p><p>de luta política e como caminho para a transformação social, tendo as ideias de Paulo Freire</p><p>como referencial de ação.</p><p>De acordo com Freire (1981), o educando cria sua própria educação de acordo com sua</p><p>realidade em contraposição a uma educação a qual chamou de “bancária”, tecnicista e alienante.</p><p>Com a educação popular, o aprendizado proporcionaria não apenas a alfabetização, mas a</p><p>formação da consciência política como prática da liberdade.</p><p>Através das primeiras experiências de alfabetização popular que se deu a constituição do</p><p>chamado “Método Paulo Freire”, responsável pela alfabetização de um grupo de cortadores de</p><p>cana em 45 dias. Nesse período, João Goulart ainda estava no governo brasileiro e aprovava</p><p>essas experiências através de Plano Nacional de Alfabetização (PNA), que previa a criação</p><p>de círculos de cultura para a alfabetização em massa pelo país (GADOTTI, 2013).</p><p>O Movimento de Cultura Popular (MCP), em Pernambuco, a Campanha de Pé no Chão também</p><p>se aprende a Ler, em Natal, e o Movimento de Educação de Base (MEB), ligados à Conferência</p><p>Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), são alguns exemplos de Políticas de Alfabetização de</p><p>Adultos que se pautavam nas ideias freirianas.</p><p>Quanto às Campanhas de Alfabetização, é importante destacar que em 1963, as três campanhas</p><p>de alfabetização em massa, a CEAA; a CNER e a CNEA, foram extintas seguindo uma política</p><p>de restrição de gastos, com o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI).</p><p>Com a implantação do Regime Militar, em 1964, os movimentos de educação popular e de</p><p>alfabetização, em sua maioria foram considerados “subversivos” e, por este motivo foram</p><p>extintos.</p><p>O MEB, por estar ligado à Igreja Católica, foi o único movimento de educação popular que</p><p>sobreviveu ao Golpe Militar de 1964, porém teve uma revisão em sua metodologia, material</p><p>didático e organização. Ao acessar o site do MEB constatamos que ele continua ativo e assume</p><p>como sua missão “contribuir para a promoção humana integral e superação da desigualdade</p><p>social por meio de programas de educação popular libertadora ao longo da vida” (MEB, 2020).</p><p>O Regime Militar assumiu oficialmente a Educação de Adultos em 15 de dezembro de 1967,</p><p>com a promulgação da Lei Federal nº 5.379/1967, que criou o programaMovimento Brasileiro</p><p>de Alfabetização (MOBRAL).</p><p>O MOBRAL foi destinado à população maior de 15 anos e tinha como objetivo a alfabetização</p><p>funcional, propondo eliminar o analfabetismo no Brasil num prazo de dez anos. O movimento</p><p>estava presente praticamente em todos os municípios brasileiros e tinha como seus</p><p>principais</p><p>objetivos erradicar o analfabetismo, integrar os analfabetos na sociedade, dar oportunidades a</p><p>eles através da educação, da alfabetização funcional, com a aquisição de técnicas elementares de</p><p>leitura, escrita e cálculos matemáticos.</p><p>As salas de aulas do MOBRAL funcionavam em estabelecimentos de ensino públicos e privados;</p><p>clubes; igrejas; centros de cultos; fábricas; galpões; quartéis; sindicatos; hospitais; oficinas;</p><p>canteiros de obras; granjas; estabelecimentos rurais, entre outros (BRASIL, 1973).</p><p>Na década de 1980, o MOBRAL diminuiu suas ações, porém sobreviveu até o final do Regime</p><p>Militar em 1985.</p><p>O Governo Federal criou a Fundação Nacional para a Educação de Jovens e Adultos, a</p><p>Fundação Educar para substituir ao MOBRAL (FÁVERO, 2009).</p><p>A Fundação Educar foi criada pelo Governo Federal durante o mandato do Presidente José</p><p>Sarney de Araújo Costa (1985/1990), pelo Decreto Federal nº 91.980/1985, de 25 de novembro</p><p>de 1985, e visava a criação não apenas de um programa de alfabetização, mas também de</p><p>educação de jovens e adultos (BRASIL, 1985, p. 7).</p><p>Vale destacar que em 1988 foi proclamada a Constituição Federal do Brasil, marco do processo</p><p>de redemocratização política, em que se estabeleceu o direito à educação pública e gratuita,</p><p>independentemente de idade, através do artigo 208.</p><p>Apesar dos ganhos efetivos para a garantia da manutenção dos direitos, a Fundação Educar foi</p><p>extinta em 1990, durante o mandato de Fernando Collor de Mello (1990/1992).</p><p>Aqui, você pode resgatar o conteúdo estudado na Unidade 1 desta disciplina e relembrar que em</p><p>1990 aconteceu a Conferência Mundial para a Educação para Todos, sendo esse mesmo ano</p><p>declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional da</p><p>Alfabetização.</p><p>LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL – LEI Nº 9.394/96 (LDB)</p><p>No Brasil, em dezembro de 1996, foi promulgada Lei de Diretrizes e Bases da Educação</p><p>Nacional – Lei nº 9.394/96 (LDB), na qual a Educação de Jovens e Adultos é considerada uma</p><p>Modalidade da Educação Básica (artigo 37), portanto, objeto da legislação educacional</p><p>brasileira, regulamentando seu funcionamento (BRASIL, 1996).</p><p>A Lei nº 9.394/96 determina que a EJA tenha identidade própria e seja destinada “àqueles que</p><p>não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”.</p><p>Em seu 1º parágrafo, o artigo 37, destaca que a EJA deve proporcionar oportunidades</p><p>educacionais apropriadas, sempre considerando as características do educando, os seus</p><p>interesses e as suas condições de vida e de trabalho. (BRASIL, 1996)</p><p>A referida LDB, em seu artigo 38, estabelece que tais oportunidades educacionais se realizarão</p><p>por meio de cursos e exames supletivos que compreenderão a base nacional comum do currículo.</p><p>Quanto aos exames supletivos, a lei estabelece que eles são destinados aos educandos com</p><p>conhecimentos e habilidades adquiridos por meios informais, sendo seus conhecimentos</p><p>reconhecidos por meio de exames: no nível de conclusão do Ensino Fundamental para os</p><p>maiores de 15 anos e no nível de conclusão do Ensino Médio para os maiores de 18 anos.</p><p>Pela LDB, a EJA assume a condição de uma educação que qualifica, desaparecendo com isso a</p><p>noção de supletivo, como ocorria antes de 1996. Portanto, denominamos “Educação de Jovens e</p><p>Adultos (EJA)” o que na lei anterior (Lei Federal nº 5692/1971) denominava de “Ensino</p><p>Supletivo”.</p><p>Segundo o Parecer CNE/CEB nº 11/2000, a EJA apresenta três funções:</p><p>A função reparadora, que se refere à restauração de um direito negado, assim, além de proporcionar a</p><p>presença dos jovens, adultos e idosos nas escolas, necessita ser pensada com um modelo pedagógico próprio</p><p>a fim de criar situações pedagógicas e satisfazer as necessidades de aprendizagens dos sujeitos da EJA;</p><p>A função equalizadora, segundo a qual além de proporcionar maiores oportunidades de acesso e</p><p>permanência na escola aos que, até então, foram desfavorecidos, também deve-se receber,</p><p>proporcionalmente, maiores oportunidades que outros, de modo que se estabeleça a trajetória escolar, e, por</p><p>fim, readquira a oportunidade de um ponto igualitário no jogo conflitual com a sociedade; e,</p><p>A função qualificadora, que corresponde às necessidades de atualização e aprendizagem continua.</p><p>(BRASIL, 2000)</p><p>Essas funções visam garantir uma oferta de qualidade que repare a ausência da educação formal</p><p>àqueles que não tiveram acesso à escola ou que dela se evadiram pelas mais diversas razões.</p><p>É importante abordarmos também que, em 2000, o Conselho Nacional de Educação homologou</p><p>a Resolução CNE/CEB Nº 1, de 5 de julho de 2000, que estabeleceu as Diretrizes Curriculares</p><p>Nacionais para a Educação e Jovens e Adultos. Entre as orientações, explicitou-se a necessidade</p><p>dos cursos de EJA pautarem-se pela flexibilidade, tanto de currículo quanto de tempo e espaço,</p><p>para que seja:</p><p>I – Rompida a simetria com o ensino regular para crianças e adolescentes, de modo a permitir percursos</p><p>individualizados e conteúdos significativos para os jovens e adultos;</p><p>II – Provido suporte e atenção individual às diferentes necessidades dos estudantes no processo de</p><p>aprendizagem, mediante atividades diversificadas;</p><p>III – Valorizada a realização de atividades e vivências socializadoras, culturais, recreativas e esportivas,</p><p>geradoras de enriquecimento do percurso formativo dos estudantes;</p><p>IV – Desenvolvida a agregação de competências para o trabalho;</p><p>V – Promovida a motivação e orientação permanente dos estudantes, visando à maior participação nas aulas</p><p>e seu melhor aproveitamento e desempenho;</p><p>VI – Realizada sistematicamente a formação continuada destinada especificamente aos educadores de jovens</p><p>e adultos.</p><p>(BRASIL, 2013, p. 41)</p><p>DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS</p><p>As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos tem como objetivo</p><p>garantir um modelo pedagógico diferenciado que atenda às especificidades dessa modalidade de</p><p>ensino referentes às diferentes faixas etárias, perfis e situações de vida dos educandos. Para tanto,</p><p>estabelece-se como princípios da Educação de Jovens e Adultos a equidade, a diferença e a</p><p>proporcionalidade.</p><p>Você, futuro educador, já ouviu falar nesses princípios? Neste momento vamos conhecer mais</p><p>sobre eles!</p><p>O princípio da Equidade refere-se à distribuição específica dos componentes curriculares da</p><p>EJA nos diferentes níveis de ensino (Etapa I, Etapa II e Ensino Médio), proporcionando a</p><p>igualdade de formação, com a distribuição dos componentes curriculares e oferta das mesmas</p><p>disciplinas curriculares da Educação Básica, garantindo, dessa forma, que os educandos da EJA</p><p>tenham acesso aos mesmos conhecimentos que os demais estudantes, restabelecendo a</p><p>igualdade de direitos e de oportunidades face ao direito à educação.</p><p>O princípio da Diferença pressupõe o reconhecimento da identidade própria dos jovens e dos</p><p>adultos em seu processo formativo, valorizando o desenvolvimento de cada um, de seus</p><p>conhecimentos e valores. Os conhecimentos científicos devem ser ensinados considerando as</p><p>diferentes formas de aprender dos educandos por meio de diferentes metodologias, que devem</p><p>se adequar às diferentes faixas etárias dos jovens, adultos e idosos.</p><p>O princípio da Proporcionalidade pressupõe o desenvolvimento de espaços e tempos nos</p><p>quais as práticas pedagógicas assegurem aos educandos identidade formativa comum aos demais</p><p>participantes da escolarização básica através da oferta dos componentes curriculares de forma</p><p>flexível, assegurando o cumprimento mínimo da carga horária estabelecida para a duração dos</p><p>cursos e possibilitando que os educandos conciliem os estudos com a dinâmica própria de suas</p><p>vidas e com o mundo do trabalho.</p><p>De forma geral, é preciso reconhecer como princípio educativo da EJA o ponto de partida para</p><p>o trabalho pedagógico, ou seja, o que o educando sabe, o que traz de sua vivência, experiências</p><p>e participações nos espaços sociais. A partir desse reconhecimento, professores da EJA</p><p>identificam-se, também, como sujeitos da EJA, pois se encontram</p><p>envoltos no processo de</p><p>ensino e aprendizagem, na troca de experiências e saberes.</p><p>Diante do exposto até aqui, podemos concluir que a aplicação de tais princípios é fundamental</p><p>para que a oferta da EJA atenda às necessidades dos jovens, adultos e idosos por meio de um</p><p>ensino de qualidade.</p><p>EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS POR MEIO DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA (EAD)</p><p>Quando se trata da Educação de Jovens e Adultos por meio da Educação a Distância (EAD),</p><p>devemos retomar o Decreto nº 5.622/2005, através do qual a Educação a Distância também é</p><p>possível na EJA, desde que respeitados os termos da LDB. Em seu artigo 31, a Lei pontua que:</p><p>Artigo 31 - Os cursos a distância para a Educação Básica de jovens e adultos que foram autorizados</p><p>excepcionalmente com duração inferior a dois anos no Ensino Fundamental e um ano e meio no Ensino</p><p>Médio deverão inscrever seus alunos em exames de certificação, para fins de conclusão do respectivo nível</p><p>de ensino.</p><p>(BRASIL, 1996, s.p.)</p><p>Regulamentando a Educação de Jovens e Adultos através da Educação à Distância, o Parecer</p><p>CNE/CEB nº 29/2006 colocou que os cursos de EJA, nos anos iniciais do Ensino Fundamental,</p><p>serão presenciais e a sua duração ficará a critério de cada sistema de ensino. Nos anos finais, ou</p><p>seja, do 6º ao 9º ano, os cursos, poderão ser presenciais ou a distância, quando devidamente</p><p>credenciados, e terão 1600 (mil e seiscentas) horas de duração (BRASIL, 2013).</p><p>O Parecer ainda indica que a idade mínima para integrar na EJA, com mediação da EAD, deve</p><p>ser de 15 (quinze) anos completos para o 2º segmento do Ensino Fundamental e de 18 (dezoito)</p><p>anos completos para o Ensino Médio.</p><p>A EJA por meio da EAD, no Ensino Médio, deve ser desenvolvida de forma interativa e os</p><p>cursos a distância devem ser reconhecidos e aceitos, sendo ofertados por professores licenciados</p><p>na disciplina ou atividade específica, respeitando-se a relação um professor por, no máximo, 120</p><p>estudantes, numa jornada de 40 horas de trabalho docente. Os estudantes deverão receber livros</p><p>e oportunidades de consulta no polo de apoio pedagógico, o qual deverá garantir acesso à</p><p>biblioteca, rádio, televisão e internet aberta.</p><p>Caberá ao Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) e às Universidades Públicas</p><p>consolidar os polos municipais de apoio à Educação Básica de Jovens e Adultos no Brasil.</p><p>Quanto à certificação do processo de ensino aprendizagem da EJA,</p><p>Os estudantes só poderão ser avaliados, para fins de certificados de conclusão, em exames de EJA</p><p>presenciais oferecidos por instituições especificamente autorizadas, credenciadas e avaliadas pelo poder</p><p>público, dentro das competências dos respectivos sistemas, conforme a norma própria sobre o assunto e sob</p><p>o princípio do regime de colaboração.</p><p>(BRASIL, 2013, p. 367)</p><p>Considerando as orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e</p><p>Adultos, de 2010, é fundamental que os projetos políticos pedagógicos levem em conta as</p><p>situações, os perfis e as faixas etárias dos adolescentes, jovens e adultos, viabilizando um</p><p>modelo pedagógico que valorize os conhecimentos e as experiências de seu público, adequando-</p><p>se às suas necessidades educativas.</p><p>Mas você, futuro educador, sabe quais são os Programas de Educação de Jovens e Adultos</p><p>vigentes na atualidade? É possível acompanhar esses programas no site do Ministério da</p><p>Educação, disponível em: https://bit.ly/3qpU0Sk. Acesso em: 11 Fev. 2021</p><p>São eles:</p><p> Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e</p><p>Adultos (PEJA).</p><p> Programa Brasil Alfabetizado (PBA).</p><p> Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem Urbano).</p><p> Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem Campo – Saberes da Terra).</p><p>Além disso, o Plano Nacional de Educação (PNE), Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014,</p><p>define naMeta 10 o oferecimento de, no mínimo, 25% das matrículas da EJA, nas etapas do</p><p>ensino fundamental e médio, para que sejam oferecidas de forma integrada à Educação</p><p>Profissional, a qual estudaremos na próxima seção desta unidade!</p><p>A seguir, você, futuro educador, pode retomar alguns marcos pautados em aspectos legais que</p><p>historicamente revelam a trajetória da Educação de Jovens e Adultos no Brasil até sua</p><p>constituição como modalidade educacional por meio da LDB e se constituindo em Política</p><p>Educacional por meio de programas voltados à população da EJA.</p><p>https://portal.mec.gov.br/secretaria-de-educacao-basica/programas-e-acoes</p><p>Quadro 3.1 | Trajetória da Educação de Jovens e Adultos no Brasil</p><p>1925 Ensino Noturno para Adultos (Lei Rocha Vaz) – Decreto nº 16.782 A</p><p>1934 Constituição Federal de 1934 – obrigatoriedade e gratuidade de ensino primário.</p><p>Década de 1940 Criação do Sistema S: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem</p><p>Comercial (SENAC), instituições de ensino para qualificação e o aperfeiçoamento profissional.</p><p>1947 Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), que pretendia a alfabetização em três meses.</p><p>1952 Campanha Nacional de Educação Rural (CNER), que visava a alfabetização dos trabalhadores do campo.</p><p>1958 Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (CNEA).</p><p>1961 Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA); Campanha Nacional de Educação Rural (CNER) e a</p><p>Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (CNEA).</p><p>1967 Lei Federal nº 5.379/1967, cria o programa Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL).</p><p>1985 Decreto Federal nº 91.980/1985, criou a Fundação Nacional para a Educação de Jovens e Adultos – Fundação Educar.</p><p>1990 Conferência Mundial para a Educação para Todos (ONU); Ano Internacional da Alfabetização.</p><p>1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394/96 (LDB), na qual a Educação de Jovens e Adultos é uma</p><p>modalidade da Educação Básica (artigo 37).</p><p>2000 Resolução CNE/CEB Nº 1, de 5 de julho de 2000, estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação e</p><p>Jovens e Adultos.</p><p>2003 Programa Brasil Alfabetizado.</p><p>2005 Decreto nº 5.622/2005, através do qual a Educação a Distância tornou-se possível na EJA.</p><p>2006 Parecer CNE/CEB nº 29/2006, que regulamentou a Educação de Jovens e Adultos através da Educação a Distância.</p><p>2014 Plano Nacional de Educação (PNE), Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, define a Educação de jovens e adultos</p><p>integrada à educação profissional.</p><p>Fonte: elaborado pela autora.</p><p>ASSIMILE</p><p>1. Círculo de Cultura: é um método criado por Paulo Freire que parte do pressuposto da</p><p>construção do conhecimento por meio do diálogo – fator básico e necessário à prática</p><p>pedagógica democrática. São características dos Círculos de Cultura: o diálogo, a</p><p>participação, o respeito ao outro e ao trabalho em grupo, e a dinâmica de um constructo</p><p>contínuo. Portanto, os Círculos de Cultura são espaços no qual se ensina e se aprende.</p><p>Espaço em que a preocupação não é simplesmente transmitir conteúdo, mas despertar</p><p>uma nova forma de construção do conhecimento de forma coletiva através das</p><p>experiências vividas.</p><p>2. Diretrizes e Bases: Diretriz é linha de orientação geral, norma de conduta. Base é a</p><p>superfície de apoio, o fundamento ou o alicerce. Nesse sentido, a Lei de Diretrizes e</p><p>Bases não pode ser muito extensa nem detalhista, pois visa apresentar as linhas ou</p><p>indicações fundamentais que garantam a organização dos sistemas educacionais do país</p><p>nos níveis federal, estadual, municipal e do Distrito Federal. Sua elaboração é</p><p>competência privativa da União, preservada à autonomia dos entes federativos do país,</p><p>que devem organizar, em regime de colaboração, os seus sistemas de ensino.</p><p>3. Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos</p><p>(ENCCEJA): autorizado pelo Parecer CNE/CEB nº 19/2005. Observa-se que, a partir da</p><p>aplicação do ENEM em 2009, este passou a substituir o ENCCEJA referente ao Ensino</p><p>Médio, passando a ser aplicado apenas o referente ao fundamental. Tais provas são</p><p>interdisciplinares e contextualizadas, percorrendo transversalmente quatro áreas de</p><p>conhecimento – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Ciências da Natureza,</p><p>e suas</p><p>Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias.</p><p>REFLITA</p><p>1. O que você compreende quando escuta o termo “educação como prática de liberdade”?</p><p>2. Pensando no público da EJA, você considera que a alfabetização promove maior</p><p>criticidade no educando? Em que sentido?</p><p>3. A Educação de Jovens e Adultos requer métodos pedagógicos específicos? Por quê?</p><p>FOCO NA BNCC</p><p>Neste espaço, você pode relacionar os conteúdos e as competências desenvolvidas na seção com</p><p>as exigências da BNCC para uma formação integral.</p><p>Obrigatório. Mínimo: 1. Máximo: 3.</p><p>Enfim, estamos encerrando esta seção retomando aqui, que você futuro educador, pode</p><p>compreender mais sobre o processo histórico da EJA no Brasil e conhecer sua legislação. Para</p><p>isso, focamos na Alfabetização de Jovens e Adultos a partir dos programas e legislações</p><p>voltados para essa modalidade educacional que faz parte da Educação Básica desde 1996, por</p><p>meio da LDB nº 9394/1996, além das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de</p><p>Jovens e Adultos e dos Programa voltados Educação para Jovens e Adultos (EJA) na atualidade,</p><p>em consonância com a legislação vigente e analisando os desafios que ainda se fazem presentes,</p><p>como a Educação a Distância para Jovens e Adultos.</p><p>Vale destacar que o primeiro documento legal que devemos consultar para compreender a</p><p>organização da EJA dentro do Sistema Educacional Brasileiro é a Lei de Diretrizes e Bases da</p><p>Educação Nacional (LDB nº 9.394/96), seguido dos documentos de âmbito federal, instituídos</p><p>pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), por meio da Câmara de Educação Básica (CEB),</p><p>que determinam as Diretrizes Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos vigentes no Brasil</p><p>e que regulamentam sua organização e seu funcionamento.</p><p>Esses documentos buscam fundamentar conceitualmente a EJA, destacando a obrigatoriedade da</p><p>Educação Básica como direito subjetivo, principalmente para os educandos que não tiveram</p><p>oportunidade de estudo em “idade própria”, assegurando uma nova oportunidade de acesso ao</p><p>direito à educação.</p><p>Vale lembrar que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem como objetivo garantir o</p><p>direito à aprendizagem e o desenvolvimento pleno de todos os estudantes, inclusive daqueles</p><p>que não tiveram a oportunidade de frequentar a Educação Básica na idade considerada própria,</p><p>como são os alunos da EJA. Portanto, a BNCC visa que todos tenham seus direitos de</p><p>aprendizagem garantidos como um direito à educação igualitária, assim como prevê a</p><p>Constituição Federal brasileira de 1988.</p><p>FAÇA VALER A PENA</p><p>Questão 1</p><p>Conhecer a história da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, desvelando sua trajetória e</p><p>revelando como o ensino destinado ao público jovem, adulto e idoso vem se constituindo em</p><p>nosso país é fundamental para compreendermos a importância das Políticas Públicas na correção</p><p>das desigualdades sociais, entre as quais está a desigualdade educacional. Desde a Constituição</p><p>de 1988 é dever do Estado a garantia do acesso à escola e às condições para que o aluno</p><p>continue seus estudos.</p><p>Considerando esse contexto, analise as seguintes afirmativas:</p><p>1. Quando falamos em direito à educação, não nos referimos apenas ao acesso à escola,</p><p>através da garantia da matrícula, mas também ao fornecimento de transporte escolar, de</p><p>material escolar adequado, de horário flexibilizado, além de respeitar a especificidade do</p><p>público atendido na EJA e suas reais necessidades.</p><p>2. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, homologada em 1996, determina que</p><p>a EJA tem identidade própria e é destinada “àqueles que não tiveram acesso ou</p><p>continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”, devendo dar</p><p>oportunidades educacionais apropriadas, considerando as características do educando, os</p><p>seus interesses e suas condições de vida e de trabalho.</p><p>3. A EJA deve ser desenvolvida através do Ensino a Distância, visando atender a mais</p><p>estudantes, garantindo a interatividade, o horário flexibilizado e respeitando as</p><p>especificidades do público atendido na EJA, considerando sua realidade e experiências.</p><p>Considerando as informações apresentadas, é correto o que se afirmar em:</p><p>a. I, II e III.</p><p>b. II e III apenas.</p><p>c. I e II apenas.</p><p>d. I apenas.</p><p>e. III apenas.</p><p>Questão 2</p><p>A atual legislação educacional voltada à EJA busca possibilitar o direito aos educandos dos</p><p>diversos perfis e faixas etárias matriculados nessa modalidade que não tiveram oportunidade de</p><p>estudo em “idade própria”, uma escolarização formal de qualidade. Devemos destacar que os</p><p>documentos legais referentes à EJA foram destacados o artigo 37 da Lei de Diretrizes e Bases da</p><p>Educação Nacional (LDBN nº 9.394/96) e destacam suas funções, que, de forma geral, buscam</p><p>incluir jovens e adultos no processo educacional garantindo-lhes o direito à educação.</p><p>Considerando esse contexto, analise as seguintes afirmativas:</p><p>I. Entre as funções da EJA está a função reparadora, relacionada ao princípio de igualdade</p><p>de educação para todos sem discriminação.</p><p>II. Entre as funções da EJA está a função equalizadora, que visa o restabelecimento das</p><p>mesmas oportunidades para os estudantes que se encontram em distorção série – idade.</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s1.html</p><p>III. Entre as funções da EJA está a função qualificadora, que visa possibilitar a apropriação,</p><p>atualização e utilização de conhecimentos por toda a vida.</p><p>Considerando as informações apresentadas, é correto o que se afirmar em:</p><p>a. I, II e III.</p><p>b. II e III apenas.</p><p>c. I e II apenas.</p><p>d. I apenas.</p><p>e. III apenas.</p><p>Questão 3</p><p>O início do atendimento à população jovem e adulta se deu através da ação dos movimentos</p><p>populares e das campanhas de alfabetização, visando à superação do analfabetismo. Num</p><p>segundo momento, temos a escolarização ofertada por meio de sistema de ensino que visa</p><p>inserir, permitir o acesso e a permanência dos sujeitos jovens e adultos no processo de</p><p>escolarização formal, como prevê a Constituição Federal brasileira de 1988 e a Lei de Diretrizes</p><p>e Bases da Educação Nacional nº 9394/1996.</p><p>Tendo como referência a história da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, julgue as</p><p>afirmativas a seguir em (V) Verdadeiras ou (F) Falsas.</p><p>( ) A Constituição Federal de 1934 instituiu a obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário a</p><p>todos, visando diminuir os índices de analfabetismo e potencializar o processo de</p><p>industrialização do Brasil.</p><p>( ) Nas décadas de 1940 e 1950, o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP) organizou</p><p>campanhas de alfabetização destinadas aos adolescentes e adultos não alfabetizados visando o</p><p>desenvolvimento do país.</p><p>( ) Em 2014, o Plano Nacional de Educação definiu, através da Meta 10, o oferecimento da</p><p>Educação Profissional em substituição da EJA devido à superação do analfabetismo no Brasil,</p><p>investindo na formação qualificadora para jovens e adultos.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.</p><p>a. V – V – F – F.</p><p>b. F – F – V – V.</p><p>c. V – V – F – V.</p><p>d. V – F – V – V.</p><p>e. V – V – V – F.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AÇÃO EDUCATIVA. O Direito Humano à Educação. Coleção Manual de Direitos</p><p>Humanos – volume 07. 2ª edição – Atualizada e Revisada. 2011. Disponível</p><p>em: https://bit.ly/2MQ3tDX. Acesso em: 31 out. 2020.</p><p>BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Tradução: Carlos Nelson Coutinho. 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Dispõe sobre as Diretrizes</p><p>Nacionais para a oferta de Educação para Jovens e Adultos em situação de privação de liberdade</p><p>nos estabelecimentos penais. Diário Oficial da União, Brasília, 20 maio 2010, seção 1, p. 20.</p><p>Disponível em: https://bit.ly/2LMZSpC. Acesso em: 31 out. 2020.</p><p>BRASIL. Resolução CNE/CEB n.º 3, de 15 de junho de 2010. Institui Diretrizes Operacionais</p><p>para a Educação de Jovens e Adultos nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade</p><p>mínima para ingresso nos cursos de EJA; idade mínima e certificação nos exames de EJA; e</p><p>Educação de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância. Diário Oficial</p><p>da União, Brasília, 16 jun. 2010, seção 1, p. 66. Disponível em: https://bit.ly/2LMZYgY.</p><p>Acesso em: 31 out. 2020.</p><p>BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Ministério da</p><p>Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. 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Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.</p><p>BRASIL. Resolução CNE/CEB n.º 4, de 30 de maio de 2016. Dispõe sobre a Diretrizes</p><p>Operacionais para a remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos</p><p>http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me002033.pdf</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s1.html</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm</p><p>http://portal.mec.gov.br/cne/%20arquivos/pdf/CEB012000.pdf</p><p>http://www.sinpro-rs.org.br/arquivos/legislacao/%20Resolu%C3%A7%C3%A3o_Ceb_n2_2010.%20pdf</p><p>http://confinteabrasilmais6.mec.gov.br/%20images/documentos/resolucao032010cne.pdf</p><p>http://www.uff.br/ejatrabalhadores/arquivos-agosto-2008/diretorF_parecer11_2000_resolucao1_00.pdf</p><p>http://confinteabrasilmais6.mec.gov.br/images/documentos/parecer_CNE_CEB_11_2000.pdf</p><p>estabelecimentos penais do sistema prisional brasileiro. Diário Oficial da União, Brasília, 31 de</p><p>maio de 2016, Seção 1, p. 16. Disponível em: https://bit.ly/3pggB24. Acesso em 31 de outubro</p><p>de 2020.</p><p>CARVALHO, M. Primeiras Letras: Alfabetização de Jovens e Adultos em Espaços Populares.</p><p>São Paulo: Ática. 2010.</p><p>CURY, C. R. J. Legislação Educacional no Brasil. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.</p><p>DI PIERRO, M. C.; JOIA, O.; RIBEIRO, V. M. Visões da Educação de Jovens e Adultos no</p><p>Brasil. Cadernos Cedes, ano XXI, no 55, 2001, p. 58-77. Disponível em: https://bit.ly/3aTIBUc.</p><p>Acesso em: 31 out. 2020.</p><p>DI PIERRO, M. C. ; HADDAD, S. Transformações nas políticas de educação de jovens e</p><p>adultos no brasil no início do terceiro milênio: uma análise das agendas nacional e</p><p>internacional. Caderno Cedes, Campinas, v. 35, n. 96, p. 197-217, maio-ago., 2015 Disponível</p><p>em: https://bit.ly/3jJnLuz. Acesso em: 30 out. 2020.</p><p>FÁVERO, O. 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Dando continuidade à Unidade 3 - “Educação de Jovens e Adultos, Educação</p><p>Profissional e outros campos da educação”, nesta seção 2 intitulada Educação Profissional o</p><p>foco está na relação entre educação e trabalho, relembrando que a relação entre educação e</p><p>formação profissional começa a se evidenciar no Brasil a partir do período de industrialização e</p><p>internacionalização da economia nacional, ou seja, em meados da década de 1930.</p><p>Assim, conversaremos sobre as Políticas de Formação Profissional e sua conexão com a</p><p>Legislação brasileira, em particular com a Legislação Educacional, que acaba por subsidiar as</p><p>Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional no Brasil, conectando-as com as</p><p>Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e para a Educação Profissional Técnica</p><p>de nível médio.</p><p>Nesta seção contextualizaremos as possibilidades de formação profissional em cursos técnicos</p><p>na atualidade, assim como apresentaremos a Política de Educação Profissional expressa em</p><p>programas como Programa Brasil Profissionalizado, Programa Nacional de Acesso ao Ensino</p><p>Técnico e Emprego (PRONATEC), por exemplo.</p><p>É muito importante refletirmos sobre o papel das Políticas Públicas, entre os quais estão as</p><p>Políticas Educacionais, principalmente por se articularem com o mundo do trabalho,</p><p>respondendo a preceitos constitucionais, ou seja, por possibilitarem uma qualificação para o</p><p>trabalho e para o exercício da cidadania, além de promoverem condições para o</p><p>desenvolvimento econômico de nosso país.</p><p>Portanto, convido você, futuro educador, a acessar os materiais indicados, realizar as leituras</p><p>complementares, utilizar os conhecimentos aqui trabalhados para promover uma educação mais</p><p>igualitária para todos os brasileiros, promovendo seus direitos de aprendizagem sem distinção de</p><p>classe social e rompendo com o dualismo educacional que por muito tempo vigorou em nossa</p><p>história educacional.</p><p>Renata é professora na Educação de Jovens e Adultos na Fundação Municipal para a Educação</p><p>Comunitária - FUMEC, no município de Campinas – SP. Durante esse ano letivo, Renata está</p><p>atuando na EJA como professora de referência, assim, tem auxiliado outros professores quanto à</p><p>adequação das metodologias a serem utilizadas seguindo as necessidades dos grupos e seus</p><p>interesses e visando atender da melhor forma as características do público atendido. Portanto,</p><p>Renata tem atuado orientando professores e inclusive alunos, propiciando canais de conversa e</p><p>orientação que estimulem os alunos na continuidade dos estudos.</p><p>Neste momento, você, futuro educador, está sendo convidado a assumir o lugar de Renata e</p><p>assim ser um facilitador do processo educativo, orientando e sugerindo metodologias ativas</p><p>que promovam aprendizagens significativas e impeçam a evasão escolar.</p><p>Márcia é professora da EJA – Ensino Fundamental e em sua turma tem 15 alunos matriculados,</p><p>entre os quais estão Maria de 40 anos e José de 39 anos, os mais velhos da turma.</p><p>No último mês, Márcia reparou que os dois têm faltado muito e está temendo que esses alunos</p><p>evadam da escola novamente.</p><p>Visando compreender o que está acontecendo, Márcia procurou Renata para saber quais</p><p>orientações ela poderia dar a fim de resgatar e compreender melhor o que está acontecendo com</p><p>esses alunos e os motivos de suas ausências.</p><p>Num primeiro momento, Renata sugeriu que Márcia entrasse em contato com os alunos e lhes</p><p>perguntasse o que tem acontecido, para que assim possa auxiliá-los da melhor forma, contudo,</p><p>tanto Renata quanto Márcia acreditam que o fator idade e a necessidade de trabalhar para</p><p>garantir um sustento à família tem sido o motivador das ausências.</p><p>Nesse sentido, Márcia já está se preparando para conversar com os alunos e encaminhá-los para</p><p>a “Qualificação Profissional” na EJA, por considerar que essa modalidade de ensino será muito</p><p>mais atraente e interessante a esses alunos por suas condições de vida.</p><p>Quais orientações você, futuro educador, dará para Márcia, visando a conversa com Maria e</p><p>José?</p><p>Conhecendo a legislação da EJA e a possibilidade de sua oferta na modalidade</p><p>profissionalizante, quais propostas você apresentaria?</p><p>Como um profissional que respeita as especificidades do público da EJA e busca garantir o</p><p>direito à educação a todos, quais encaminhamentos você sugerirá?</p><p>Lembre-se, sua atuação pode mudar vidas e promover o elo entre a escola e o trabalho!</p><p>Conto com você nessa caminhada!</p><p>Bom estudo</p><p>CONCEITO-CHAVE</p><p>EDUCAÇÃO PROFISSIONAL</p><p>Você, futuro educador, já ouviu falar em Educação Profissional? O que lhe vem à mente quando</p><p>ouve esse termo? Será que é possível nos profissionalizarmos durante o processo de formação</p><p>escolar, ainda na Educação Básica?</p><p>Quando falamos em “profissionalização” muitas pessoas logo imaginam o acesso ao ensino</p><p>superior, contudo, é importante destacar que o início da formação profissional pode anteceder</p><p>esse nível de ensino, ou seja, pode acontecer como formação técnica durante a Educação Básica.</p><p>Historicamente, no Brasil, foi somente na Constituição de 1937 que houve uma preocupação</p><p>com o ensino profissional, técnico e industrial, focando principalmente o desenvolvimento</p><p>econômico brasileiro, como nos apresenta Ramos (2014, p. 26):</p><p>O ensino pré-vocacional destinado às classes menos favorecidas é, em matéria de educação, o primeiro</p><p>dever do Estado. Cumpre-lhes dar execução a esse dever, fundando institutos de ensino profissional e</p><p>subsidiando os de iniciativa dos Estados, dos Municípios e dos indivíduos ou associações particulares e</p><p>profissionais. É dever das indústrias e dos sindicatos econômicos criar, na esfera de sua especificidade,</p><p>escolas de aprendizes, destinadas aos filhos de seus operários ou de seus associados. A lei regulará o</p><p>cumprimento desse dever e os poderes que caberão ao Estado sobre essas escolas, bem como os auxílios,</p><p>facilidades e subsídios a lhes serem concedidos pelo poder público.</p><p>(Constituição de 10 de novembro de 1937, art. 129)</p><p>A industrialização exigia uma mão de obra qualificada, o que reforçava a necessidade de um</p><p>ensino técnico industrial. Podemos dizer que a década de 1930 é uma referência para a Educação</p><p>Profissional do Brasil, pois foi nesse período que se iniciou a industrialização em nosso país.</p><p>Entre 1942 e 1946, o ensino no Brasil foi remodelado por meio de Leis Orgânicas que ficaram</p><p>conhecidas como Reforma Capanema, em referência a Gustavo Capanema, Ministro da</p><p>Educação e Saúde Pública da década de 1940.</p><p>Para Ghiraldelli Jr. (1990, p. 84), a Reforma Capanema instituiu o dualismo educacional, ou seja:</p><p>Para as elites, o caminho era simples: “do primário ao ginásio, do ginásio ao colégio e, posteriormente, a</p><p>opção por qualquer curso superior” [...] o caminho escolar das classes populares, caso escapassem da evasão,</p><p>ia do primário aos diversos cursos profissionalizantes. Cada curso profissionalizante só dava acesso ao curso</p><p>superior na mesma área.</p><p>Entretanto, a Reforma Capanema não atingiu seu objetivo em promover</p><p>uma rápida</p><p>profissionalização, pois a classe média não se interessava pelo ensino profissionalizante,</p><p>procurando se manter no ensino secundário, propedêutico que lhes possibilitava o acesso ao</p><p>ensino superior.</p><p>Diante da necessidade de formação de mão de obra principalmente para a indústria, em 1942,</p><p>por meio do Decreto-Lei nº 4.048, o governo criou o Serviço Nacional de Aprendizagem</p><p>Industrial (SENAI), um sistema de ensino profissionalizante em parceria com as indústrias e em</p><p>paralelo com a rede pública.</p><p>Como retoma Wittaczik (2008), durante a década de 1940, surge o sistema S, de grande</p><p>importância para a educação profissional brasileira.</p><p>Em 1942, tivemos a criação SENAI; em 1946, foram criados o Serviço Nacional de</p><p>Aprendizagem Comercial (Senac), o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Social da</p><p>Indústria (Sesi), impulsionando o atendimento em educação profissional em nosso país</p><p>(VIEIRA; SOUZA JR., 2016).</p><p>Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 4.024, de 1961), buscou-se equipar o</p><p>ensino propedêutico e o ensino profissionalizante, de forma a permitir a continuidade dos</p><p>estudos no ensino superior, independente do curso realizado, o que foi um grande avanço em</p><p>termos de educação nacional.</p><p>Como destaca a Lei nº 4.024/ 1961,</p><p>Art. 33. A educação de grau médio, em prosseguimento à ministrada na escola primária, destina-se à</p><p>formação do adolescente.</p><p>Art. 34. O ensino médio será ministrado em dois ciclos, o ginasial e o colegial, e abrangerá, entre outros, os</p><p>cursos secundários, técnicos e de formação de professores para o ensino primário e pré-primário</p><p>(BRASIL, 1961, s.p.)</p><p>A LBD de 1961 organizou o ensino técnico em dois ciclos: o ginasial, com duração de quatro</p><p>anos, e o colegial, com no mínimo três anos, voltado a cursos industrial, agrícola e comercial.</p><p>Essa forma de organização do ensino não foi capaz de romper com a dualidade do ensino,</p><p>marcado pela educação propedêutica e técnica que continuaram a existir.</p><p>A Lei nº 5.692, de 1971 tornou o currículo do segundo grau técnico-profissional, assim, todos</p><p>teriam uma única trajetória formativa, contendo a busca pelo ensino superior, acelerando a</p><p>formação profissional em cursos técnicos, de forma obrigatória.</p><p>Como destacam Vieira e Souza Jr. (2016, 158), “com a revolução civil militar de 1964, a</p><p>educação brasileira sofreu modificações por meio da Lei nº 5.692/71, que reformou o ensino do</p><p>1º e 2º grau e tentou impor o ensino médio profissionalizante para todos”.</p><p>Como contextualiza o Parecer do Conselho Nacional de Educação nº 16/99, a Lei nº 5692 não</p><p>conseguiu promover uma educação profissional de qualidade e focada numa formação efetiva,</p><p>pois:</p><p>Dentre seus efeitos vale destacar: a introdução generalizada do ensino profissional no segundo grau se fez</p><p>sem a preocupação de se preservar a carga horária destinada à formação de base; o desmantelamento, em</p><p>grande parte, das redes públicas de ensino técnico então existentes, assim como a descaracterização das</p><p>redes do ensino secundário e normal mantidas por estados e municípios; a criação de uma falsa imagem da</p><p>formação profissional como solução para os problemas de emprego, possibilitando a criação de muitos</p><p>cursos mais por imposição legal e motivação político-eleitoral que por demandas reais da sociedade.</p><p>(BRASIL, 1999, s.p.)</p><p>Diante da falta de diretrizes e estrutura, a obrigatoriedade da profissionalização no Ensino de 2º</p><p>Grau foi abolida em 1982, considerando-se a falta de condições e de recursos necessários para</p><p>sua implementação, já que a maioria das escolas não tinha estrutura para desenvolver o ensino</p><p>profissionalizante a nível de 2º grau, o qual hoje chamamos de ensino médio (BRASIL, 1999).</p><p>Futuro educador, no quadro a seguir você poderá verificar, de forma resumida, a trajetória</p><p>do ensino profissionalizante no Brasil, considerando como marco a Constituição de 1937 até a</p><p>revisão da Lei nº 5.692/1971, em 1982, rompendo com sua obrigatoriedade anteriormente</p><p>estabelecida pela referida legislação em relação ao ensino secundário no Brasil.</p><p>Quadro 3.2 | Trajetória do ensino profissionalizante no Brasil</p><p>O ensino profissionalizante: das primeiras normativas até a abolição de sua obrigatoriedade</p><p>1937 Constituição de 1937 – expressa preocupação com o ensino profissional, técnico e industrial.</p><p>1942 e 1946 Reforma Capanema – estabeleceu dualismo educacional: ou ensino propedêutico ou ensino profissional.</p><p>1961 Lei nº 4.024, de 1961 – equiparou o ensino propedêutico e o ensino profissionalizante permitindo o acesso no ensino</p><p>superior, independente do curso realizado.</p><p>1971 Lei nº. 5.692, de 1971 – tornou o currículo do segundo grau técnico-profissional, obrigatório, assim todos com uma</p><p>única trajetória formativa.</p><p>1982 Revisão da Lei nº 5692/71 - aboliu a obrigatoriedade da profissionalização no Ensino de 2º Grau por falta de diretrizes.</p><p>Fonte: elaborado pela autora</p><p>CONSTITUIÇÃO CIDADÃ DE 1988</p><p>Como abordam Almeida e Suhr (2012), em 1988, foi promulgada uma nova Constituição</p><p>Federal que recebeu a alcunha de “cidadã”, pois apontava para a necessidade de se criar uma</p><p>nova lei para a educação que superasse a fragmentação da Lei nº 5692/71 e representasse o</p><p>movimento em busca de uma educação igualitária como direito de todos.</p><p>A Constituição de 1988, em seu artigo 205, destaca que a educação é um direito de todos,</p><p>ancorando-se no princípio da gratuidade sempre que se tratar de estabelecimentos de ensino</p><p>público:</p><p>A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a</p><p>colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da</p><p>cidadania e sua qualificação para o trabalho .</p><p>(BRASIL, 1988)</p><p>ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA</p><p>Visando regulamentar a Educação Nacional, em 20 de dezembro de 1996, foi aprovada a atual</p><p>Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/1996 (LDB), a qual estabelece em seu</p><p>artigo 21 que a educação escolar se compõe de: “I. Educação básica, formada pela educação</p><p>infantil, ensino fundamental e ensino médio; II. Educação superior”. (BRASIL, 1996)</p><p>Figura 3.1 | Organização e Estrutura da Educação Brasileira – Educação Básica</p><p>Fonte: adaptado pela autora (BRASIL, 1996)</p><p>A LDB apresentou em sua estrutura um espaço privilegiado para a Educação Profissional, sendo</p><p>uma modalidade educacional dentro da Educação Básica, ou seja, articulada de forma inovadora</p><p>e estratégica dentro da formação básica, tanto a nível de ensino fundamental, quanto a nível de</p><p>ensino médio.</p><p>Dentro dessa legislação educacional, especificamente em seu artigo 39, a LDB trata</p><p>especificamente da Educação Profissional, compreendendo-a com uma organização curricular</p><p>própria, independente do Ensino Médio.</p><p>Ainda assim, em 1997, por meio do Decreto nº 2.208/1997, houve uma separação formal da</p><p>Educação Profissional da Educação Básica, criando duas redes de ensino, uma destinada à</p><p>formação acadêmica e outra à formação profissional, mas mantendo a articulação entre a escola</p><p>e o trabalho, independentemente do nível de escolaridade do aluno que busca pela qualificação</p><p>profissional.</p><p>Tanto a Constituição Federal quanto a nova LDB situam a educação profissional como direitos</p><p>do cidadão. Segundo o Decreto nº 2.208/97, são possibilidades formativas:</p><p>Art. 3º.</p><p>I - Básico: destinado à qualificação e profissionalização de trabalhadores, independente de escolaridade</p><p>prévia;</p><p>II - Técnico: destinado a proporcionar habilitação profissional a alunos matriculados ou egressos do ensino</p><p>médio, devendo ser ministrado na forma estabelecida por este Decreto;</p><p>III - Tecnológico: correspondente a cursos de nível superior na área tecnológica, destinados aos egressos do</p><p>ensino médio e técnico.</p><p>(BRASIL, 1999, s.p.)</p><p>O Decreto nº 2.208/97 foi substituído pelo Decreto-Lei nº 5.154, em 2004, pois sua estrutura era</p><p>considerada muito rígida. O Decreto nº 5.154/2004 buscou retomar a oferta da Educação</p><p>Profissional na rede pública estadual por meio de cursos e programas, conforme podemos</p><p>verificar através de seu art. 1º:</p><p>I - Formação</p><p>inicial e continuada;</p><p>II - Educação profissional técnica de nível médio; e</p><p>III - Educação profissional tecnológica de graduação e de pós-graduação.</p><p>(Decreto nº 5.154/04, s.p.)</p><p>Esse decreto trouxe mais flexibilidade à Educação Profissional, pois possibilitou maior</p><p>liberdade às escolas para organizarem sua formação, mas sempre respeitando as diretrizes do</p><p>Conselho Nacional de Educação e tendo como foco a integração à Educação de Jovens e</p><p>Adultos.</p><p>Dessa forma, vemos o quanto a legislação educacional também se ajusta a partir de decretos e</p><p>resoluções, visando a melhor articulação dentro do sistema de ensino.</p><p>Aqui, futuro educador, podemos ver que foi a partir do Decreto nº 5.154/2004 que se</p><p>restabeleceu a articulação entre o nível técnico e o nível médio, que podem ser desenvolvidos de</p><p>forma integrada, concomitante ou subsequente.</p><p>A forma integrada é ofertada aos alunos que já tenham concluído o Ensino Fundamental ou estejam</p><p>cursando o Ensino Médio, sendo a formação técnica oferecida ao mesmo tempo.</p><p>A forma concomitante é aquela na qual os cursos são ofertados separadamente aos que já concluíram o</p><p>Ensino Fundamental ou estejam cursando o Ensino Médio, com matrículas distintas para cada curso,</p><p>podendo até ocorrer em instituições diferentes.</p><p>A forma subsequente, por sua vez, é oferecida somente para os concluintes do Ensino Médio.</p><p>(ALMEIDA; SUHR, 2012, p. 100)</p><p>Também é importante retomarmos que o artigo 40 da LDB pontua que a Educação Profissional</p><p>deve ser articulada com o ensino regular, ou seja, o ensino ofertado para adolescentes, na</p><p>chamada idade própria, mas também com o ensino escolar organizado para jovens e adultos na</p><p>modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA).</p><p>Dentro dessa perspectiva, por meio do Decreto n°5.478/2005, o Governo Federal criou</p><p>o Programa de Integração da Educação Técnica de Nível Médio na modalidade de</p><p>Educação de Jovens e Adultos, o PROEJA.</p><p>Cabe destacar que a Educação Profissional é complementar à formação geral, mesmo que</p><p>oferecida de forma integrada com o Ensino Médio. A oferta da Educação Profissional Técnica</p><p>pode acontecer no Ensino Médio, de forma articulada, num mesmo curso de forma integrada, ou</p><p>concomitante com ele, em cursos distintos, podendo acontecer em diferentes estabelecimentos</p><p>de ensino ou no mesmo estabelecimento.</p><p>De acordo com a LDB nº 9394/1996, a Educação Profissional Técnica de Nível Médio deve ser</p><p>compreendida como</p><p>[...] uma oportunidade para a formação humana integral, tendo como eixo estruturante a integração entre</p><p>trabalho, ciência, tecnologia e cultura, fundamentando-se no trabalho como princípio educativo, na pesquisa</p><p>como princípio pedagógico e na permanente articulação com o desenvolvimento socioeconômico, para</p><p>garantir ao cidadão trabalhador a oportunidade de exercer sua cidadania com dignidade e justiça social.</p><p>(BRASIL, 2013, p. 237)</p><p>DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO</p><p>As mudanças sociais e no mundo do trabalho demandaram uma reorganização dos currículos,</p><p>tanto da Educação Básica como um todo, quanto da Educação Profissional, pois outras</p><p>habilidades e competências têm sido demandas, exigindo dos sujeitos uma maior capacidade de</p><p>raciocínio, autonomia, criticidade, iniciativa e empreendedorismo.</p><p>Em 2012, a Resolução CNE/CEB 6/2012 definiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a</p><p>Educação Profissional Técnica de Nível Médio, articulando-se com o mundo do trabalho a</p><p>partir do compromisso de oferta de uma Educação Profissional mais ampla e politécnica.</p><p>As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio</p><p>apresentam seus princípios norteadores, entre os quais destacamos articulação entre a</p><p>formação desenvolvida no Ensino Médio e a preparação para o exercício das profissões técnicas;</p><p>o respeito aos valores estéticos, políticos e éticos da educação nacional, na perspectiva do</p><p>desenvolvimento para a vida social e profissional; a integração entre ciência, tecnologia e</p><p>cultura como base da proposta político-pedagógica; a indissociabilidade entre educação e prática</p><p>social e o processo de ensino-aprendizagem, a interdisciplinaridade e a flexibilidade como elos</p><p>entre a teoria e prática profissional. (BRASIL, 2012)</p><p>Em termos de organização curricular, é importante destacar aqui que os cursos de Educação</p><p>Profissional Técnica de Nível Médio partem de eixos tecnológicos constantes do Catálogo</p><p>Nacional de Cursos Técnicos, instituído e organizado pelo Ministério da Educação ou em uma</p><p>ou mais ocupações da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).</p><p>CATÁLOGO NACIONAL DE CURSOS TÉCNICOS (CNCT)</p><p>Futuro educador, é importante relembrarmos que a Política Nacional de Educação Profissional</p><p>busca se conectar com as demandas dos setores produtivos e econômicos ao pensar a oferta dos</p><p>cursos técnicos profissionalizantes. Assim, no Brasil, o Ministério da Educação (MEC) criou</p><p>o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT) visando disciplinar a oferta de cursos</p><p>técnicos de nível médio, normatizando as denominações por eles empregadas e auxiliando na</p><p>escolha vocacional por parte dos alunos.</p><p>O CNCT apresenta-se organizado por eixos tecnológicos nos quais os cursos técnicos de cada</p><p>eixo são apresentados. O referido catálogo encontra-se em sua 3ª edição, classificando os cursos</p><p>técnicos em 13 eixos tecnológicos (BRASIL, 2016), como disposto no quadro a seguir.</p><p>Quadro 3.3 | Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio</p><p>Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio13 eixos tecnológicos/ nº de cursos em cada eixo</p><p>1 - Ambiente e saúde -</p><p>(29 cursos)</p><p>8 - Produção alimentícia</p><p>(8 cursos)</p><p>2 - Controle e processos industriais</p><p>(25 cursos)</p><p>9 - Produção cultural e design</p><p>(29 cursos)</p><p>3 - Desenvolvimento educacional e social</p><p>(11 cursos)</p><p>10 - Produção industrial</p><p>(18 cursos)</p><p>4 - Gestão e negócios</p><p>(17 cursos)</p><p>11 - Recursos naturais</p><p>(15 cursos)</p><p>5 - Informação e comunicação</p><p>(9 cursos)</p><p>12 – Segurança</p><p>(2 cursos)</p><p>6 – Infraestrutura</p><p>(17 cursos)</p><p>13 - Turismo, hospitalidade e lazer</p><p>(7 cursos)</p><p>7 – Militar</p><p>(34 cursos)</p><p>_______________________________</p><p>Fonte: adaptado pela autora (BRASIL, 2016).</p><p>EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)</p><p>Pensando na formação profissional de Jovens e Adultos, as Diretrizes Curriculares Nacionais</p><p>para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio articulam-se com o Ensino Médio e</p><p>suas diferentes modalidades, incluindo a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e com as</p><p>dimensões do trabalho, da tecnologia, da ciência e da cultura (Art. 4º - BRASIL, 2012).</p><p>Quanto a Educação de Jovens e Adultos, as diretrizes pontuam que, além de elevar o grau de</p><p>escolaridade de jovens e adultos, ela deve articular-se à Educação Profissional e Tecnológica e</p><p>com o ensino médio, lembrando que sua oferta pode ocorrer na modalidade de Educação de</p><p>Jovens e Adultos nos cursos do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com</p><p>a Educação Básica (PROEJA).</p><p>Futuro educador, aqui é importante relembrarmos que em 2014 o Governo Federal aprovou o</p><p>novo Plano Nacional de Educação (PNE), decênio 2014-2024, através da Lei nº 13.005, que</p><p>entre suas metas prevê o oferecimento de, no mínimo, 25% das matrículas de Educação de</p><p>Jovens e Adultos, nos Ensinos Fundamental e Médio, na forma integrada à Educação</p><p>Profissional.</p><p>POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA (EPT)</p><p>Para finalizar esta seção, cujo objetivo foi compreender a construção das políticas</p><p>educacionais, bem como sua articulação com a Legislação educacional e os impactos da</p><p>Legislação na educação brasileira, apresentaremos a seguir alguns programas educacionais que</p><p>integram educação e trabalho, visando atender à Constituição brasileira que destaca em seu</p><p>artigo 205 a importância da educação para o exercício da cidadania e para a qualificação para o</p><p>trabalho.</p><p>Entre as Políticas para a Educação Profissional, apresentamos a seguir o Programa Nacional de</p><p>Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), o Programa Brasil Profissionalizado e o</p><p>MEDIOTEC.</p><p>Vamos conhecer brevemente os referidos programas?</p><p>PROGRAMA NACIONAL</p><p>cidade, contudo, também</p><p>era sinônimo de cidade-Estado. A vida na polis podia ter duas esferas: uma privada (ligada aos</p><p>assuntos particulares da casa) e uma pública (expressa pelo espaço urbano público e político e</p><p>suas instituições). A política era a forma de normalizar a convivência entre os habitantes das</p><p>cidades e cidades-estados vizinhas. Quando a política era exercida dentro de um mesmo Estado</p><p>era nominada de Política Interna, e quando era realizada entre diferentes Estados, de Política</p><p>Externa.</p><p>Entre os filósofos gregos que discutiam o sentido da palavra Política está Aristóteles, o qual se</p><p>dedicou a escrever um livro nominado “A Política”.</p><p>De acordo com Aristóteles (2002, p. 64), “Em todas as ciências e em todas as artes, o alvo é o</p><p>bem; e o maior dos bens acha-se principalmente naquela dentre todas as ciências que é a mais</p><p>elevada: essa ciência é a Política e o bem da justiça é a política, isto é a utilidade geral [...]”.</p><p>No sentido aristotélico, a Política pode ser compreendida como uma ciência que tem por</p><p>objetivo a felicidade humana, pautada na ética, ao olhar para o homem individualmente, e na</p><p>política em si ao olhar para a coletividade. Portanto, a Política deve buscar boas ações para o</p><p>bem-estar tanto individual como coletivo.</p><p>Focando o olhar para as sociedades modernas, Saravia (2006) pontua que as relações sociais se</p><p>tornaram complexas, tanto entre seus membros quanto entre as instituições que a compõem, pois</p><p>há uma diversidade de interesses, ideias e valores e isso acaba ocasionando a incidência de</p><p>conflitos. Assim, a Política torna-se um meio capaz de administrar essa complexidade e, através</p><p>da tomada de decisões e da ação, levam a sociedade a progredir.</p><p>Nessa perspectiva, a Política é</p><p>[...] um fluxo de decisões públicas, orientado a manter o equilíbrio social ou a introduzir desequilíbrios</p><p>destinados a modificar essa realidade. Decisões condicionadas pelo próprio fluxo e pelas reações e</p><p>modificações que elas provocam no tecido social, bem como pelos valores, ideias e visões dos que adotam</p><p>ou influem na decisão. É possível considerá-las como estratégias que apontam para diversos fins, todos eles,</p><p>de alguma forma, desejados pelos diversos grupos que participam do processo decisório. A finalidade última</p><p>de tal dinâmica – consolidação da democracia, justiça social, manutenção do poder, felicidade das pessoas –</p><p>constitui elemento orientador geral das inúmeras ações que compõem determinada política.</p><p>(SARAVIA, 2006, p. 28).</p><p>Você, futuro educador, pode ver que a Política é uma forma dos indivíduos administrarem as</p><p>relações entre si, de forma a materializar as intenções em ações visando atender às necessidades</p><p>coletivas, ou seja, para um bem em comum.</p><p>É nessa linha que passamos a nos referir às Políticas Públicas, ou seja, às ações empreendidas</p><p>pelo Estado, ou, como diz Höfling (2001), as Políticas Públicas são aqui entendidas como o</p><p>“Estado em ação”.</p><p>Para Cunha e Cunha (2002, p. 12), “as políticas públicas têm sido criadas como resposta do</p><p>Estado às demandas que emergem da sociedade e do seu próprio interior, sendo a expressão do</p><p>compromisso público de atuação numa determinada área a longo prazo”.</p><p>De forma mais concreta, as Políticas Públicas se materializam como um conjunto de ações</p><p>coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais, configurando um compromisso público</p><p>que visa a dar conta de determinada demanda, em diversas áreas, e transformando ações</p><p>privadas em ações coletivas no espaço público.</p><p>As Políticas Públicas são voltadas à economia, à educação, à saúde, ao meio ambiente, à ciência</p><p>e tecnologia, ao trabalho, à moradia, entre outras.</p><p>As Políticas Públicas podem assumir quatro tipologias com características próprias, conforme</p><p>especifica Souza (2002):</p><p> Políticas Distributivas.</p><p> Políticas Regulatórias.</p><p> Políticas Redistributivas.</p><p> Políticas Constitutivas.</p><p>As Políticas Públicas Distributivas, como pontua Souza (2002), possuem objetivos pontuais,</p><p>visando contextos locais e não universais, ofertando serviços e equipamentos, focalizando</p><p>grupos sociais ou regiões em detrimento do todo. Essa modalidade de Política Pública, a</p><p>distributiva, favorece o clientelismo e o patrimonialismo, pois, dentro do jogo político, o</p><p>assistencialismo é utilizado como moeda de troca por apoio político.</p><p>No Brasil, esse tipo de política é comum, como a oferta de pavimentação de ruas, cadeiras de</p><p>rodas para deficientes físicos, principalmente em período eleitoral. Entretanto, Souza (2002)</p><p>alerta que nem toda política distributiva pode ser compreendida como assistencialista e</p><p>clientelista, principalmente após a criação da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), em</p><p>1988, pois essa legislação regulamentou o acesso aos serviços que os cidadãos têm o direito de</p><p>exigir, de forma autônoma como um direito social.</p><p>As Políticas Públicas Regulatórias foram criadas visando regulamentar, normatizar e</p><p>implementar as políticas distributivas e redistributivas, portanto se pautam em legislações</p><p>criadas com essa finalidade. São consideradas de ordem burocrática e grupos de interesse</p><p>pressionam sua elaboração.</p><p>De acordo com Souza (2002), as políticas regulatórias funcionam de forma diferenciada em cada</p><p>segmento social, sendo muitas vezes desconhecidas do público em geral, o qual somente revela</p><p>ciência de sua existência quando se veem prejudicados pela normatização, como por exemplo,</p><p>diante da limitação de venda de determinados produtos, como os antibióticos por exemplo,</p><p>vendidos somente mediante a receita médica e com controle.</p><p>As Políticas Públicas Redistributivas visam redistribuir não apenas finanças, mas também</p><p>serviços, os quais são disponibilizados pelo governo como forma de reduzir as resistências</p><p>sociais. O financiamento dessas políticas acaba sendo feito pelas pessoas que possuem uma</p><p>renda mais alta, em favorecimento às pessoas com rendas menores, chamadas de beneficiários.</p><p>As políticas públicas redistributivas são vistas como direitos sociais. Podemos citar como</p><p>exemplo os programas de habitação popular voltado à população de baixa renda, os quais dão</p><p>subsídios aos seus beneficiários que são compensados através da arrecadação de outros impostos.</p><p>Ainda no caso da habitação, vale dar o exemplo da isenção do IPTU para cidadãos de baixa</p><p>renda, enquanto o aumento desse imposto é realizado para os demais cidadãos, compensando a</p><p>não cobrança a esse público específico.</p><p>Já as Políticas Públicas Constitutivas estabelecem e distribuem a responsabilidade entre</p><p>municípios, estados e Governo Federal e estipulam competências e formas de participação social</p><p>nessas ações, regulando a criação das Políticas Públicas em si.</p><p>Sempre que uma demanda social surge e se caracteriza como parte de uma agenda política,</p><p>como um problema a ser resolvido por meio da constituição de uma nova Política Pública, a</p><p>“Política Pública Constitutiva” é a responsável pela discussão do problema, sua constituição</p><p>enquanto agenda passível de discussão, e formulação e implementação enquanto Política.</p><p>Ao falarmos na Política Pública Constitutiva acabamos falando sobre as etapas da Política, ou</p><p>seja, no processo de formulação das Políticas Públicas, também chamado de ciclo das Políticas</p><p>Públicas (HAM; HILL, 1993).</p><p>Como apresentam Ham & Hill (1993), o ciclo das Políticas é composto por fases, como você</p><p>pode ver no esquema a seguir.</p><p>Figura 1.1 | Fases da Política</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>A primeira fase é a formação da agenda, que se caracteriza pelo planejamento e percepção dos</p><p>problemas que merecem maior atenção, por meio da análise da situação e sua emergência, bem</p><p>como recursos para sua resolução.</p><p>A segunda fase é a formulação da política, portanto é quando se define o objetivo da política,</p><p>seus programas e suas linhas de ação. É nessa fase que as ideias devem se organizar e desenhar a</p><p>Política com o objetivo de resolver o problema em questão e os resultados que visa alcançar,</p><p>elencando as estratégias que serão utilizadas.</p><p>A terceira fase é o processo de tomada de decisão, no qual se define quais serão</p><p>DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO (PRONATEC)</p><p>Com a finalidade de ampliar a oferta do ensino profissional, em 2011, o governo federal criou</p><p>o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) – Lei nº</p><p>12.513. Assim, a Política Pública de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) se instituiu no</p><p>seguinte formato:</p><p>- Programa Brasil Profissionalizado;</p><p>- Rede e-Tec Brasil;</p><p>- Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica;</p><p>- Acordo de Gratuidade com os Serviços Nacionais de Aprendizagem.</p><p>- Acordo de Gratuidade com os Serviços Nacionais de Aprendizagem.</p><p>Recentemente, duas novas iniciativas foram desenvolvidas oMediotec e o Pronatec</p><p>Oferta Voluntária (PORTAL DO MEC).</p><p>De forma geral, o PRONATEC é um programa de formação para o trabalho que se destina</p><p>prioritariamente a:</p><p>I - Estudantes do ensino médio da rede pública, inclusive da educação de jovens e adultos;</p><p>II - Trabalhadores;</p><p>III - Beneficiários dos programas federais de transferência de renda; e</p><p>IV - Estudante que tenha cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou em instituições</p><p>privadas na condição de bolsista integral, nos termos do regulamento.</p><p>(BRASIL, 2011, s.p.)</p><p>PROGRAMA BRASIL PROFISSIONALIZADO</p><p>Outro programa que faz parte das Políticas de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) é</p><p>o Programa Brasil Profissionalizado, criado em 2007 pelo Decreto nº 6.302/2007. Esse</p><p>programa visa fortalecer as redes estaduais de Educação Profissional e Tecnológica por meio de</p><p>repasse de recursos do Governo Federal para os Governos Estaduais a fim de que eles invistam</p><p>na construção, modernização, estruturação de laboratórios e até mesmo recursos pedagógicos de</p><p>escolas técnicas. O objetivo é integrar o conhecimento do ensino médio à prática fortalecendo o</p><p>ensino médio integrado à educação profissional nas redes estaduais de educação profissional. As</p><p>ações do Programa Brasil Profissionalizado são geridas pela Secretaria de Educação Profissional</p><p>e Tecnológica (Setec/MEC) e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).</p><p>MEDIOTEC</p><p>De acordo com o portal do MEC, oMedioTec é uma extensão do Programa Nacional de Acesso</p><p>ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) e tem como objetivo a oferta de formação técnica</p><p>e profissional em tempo integral para estudantes do ensino médio. As vagas são gratuitas</p><p>custeadas pela Setec/MEC por meio da Bolsa Formação e se efetiva por meio de parcerias com</p><p>as instituições privadas, institutos federais e o Sistema S. Nesse sentido, é importante observar a</p><p>dimensão da parceria público-privada, que caminha no sentido da privatização da educação, pois</p><p>prevê a transferência de recursos para as instituições privadas.</p><p>O MedioTec foi lançado juntamente com o Programa de Fomento à Escola em Tempo</p><p>Integral, Lei nº 13.415/2017 (BRASIL, 2017) e faz parte da iniciativa do governo federal em</p><p>reformular a educação de nível médio no Brasil.</p><p>Com o Medio Tec, a ideia é que alunos possam ter educação de base e educação técnica</p><p>simultaneamente, ou seja, terão dois diplomas ao término do curso. A formação integrada,</p><p>portanto, é uma tentativa de viabilizar exclusivamente para jovens alunos do ensino médio</p><p>uma dupla certificação através dessa integração com o Pronatec.</p><p>Além disso, os estudantes que fazem o curso técnico por meio do MedioTec farão estágios em</p><p>empresas mapeadas, lembrando que o objetivo do MedioTec é garantir que o estudante do</p><p>ensino médio, após concluir essa etapa de ensino, esteja apto a se inserir no mundo do trabalho e</p><p>possua uma renda. O programa considera as prospecções de crescimento econômico e social das</p><p>regiões do país, proporcionando maior sinergia entre os cursos e as demandas, estabelecendo</p><p>nesse sentido as parcerias. (BRASIL, 2017)</p><p>Você, futuro educador, pode consultar os referidos programas no portal do Ministério da</p><p>Educação.</p><p>http://portal.mec.gov.br/</p><p>http://portal.mec.gov.br/</p><p>ASSIMILE</p><p>Focando a Educação Profissional, nesta seção abordamos as Diretrizes Curriculares Nacionais</p><p>para a Educação Profissional, focando inclusive o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de</p><p>Nível Médio e as Políticas para a Educação Profissional: Programa Brasil Profissionalizado,</p><p>MEDIOTEC, Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), entre</p><p>outros. Assim, veja alguns conceitos referentes à Educação Profissional que poderão ser</p><p>aprofundados aqui:</p><p>1. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO): instituída por portaria ministerial nº 397,</p><p>de 9 de outubro de 2002, visa identificar as ocupações existentes no mercado de trabalho.</p><p>A uniformização ocasionada pela Classificação Brasileira de Ocupações é de ordem</p><p>administrativa e não interfere no cotidiano trabalhista. A regulamentação da profissão não</p><p>se dá pela CBO, mas sim por leis próprias apreciadas pelo Congresso Nacional.</p><p>2. A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec): é responsável por</p><p>formular, planejar, coordenar, implementar, monitorar e avaliar políticas públicas de</p><p>Educação Profissional e Tecnológica (EPT), desenvolvidas em regime de colaboração</p><p>com os sistemas de ensino e os agentes sociais parceiros. Assim, promove o fomento à</p><p>inovação, à expansão e à melhoria da qualidade da educação profissional e tecnológica,</p><p>especialmente quanto à integração com o ensino médio, à oferta em tempo integral e na</p><p>modalidade a distância, à certificação profissional de trabalhadores e ao diálogo com os</p><p>setores produtivos e sociais. A Setec coordena nacionalmente a política de EPT e</p><p>responde pela manutenção, supervisão e fortalecimento das instituições que compõem a</p><p>Rede Profissional, Científica e Tecnológica.</p><p>3. Projeto de Vida: é uma metodologia educacional que promove a reflexão acerca do</p><p>futuro profissional, levando o aluno a pensar sobre o caminho entre o “Quem eu sou” e o</p><p>“Quem eu quero ser”. Por meio de um processo bem estruturado unindo</p><p>autoconhecimento, planejamento e prática, o aluno aprende a se conhecer melhor,</p><p>identificar seus potenciais interesses e sonhos e a definir metas e estratégias para alcançar</p><p>seus objetivos.</p><p>REFLITA</p><p>Considerando os estudos que abordam a Educação de Jovens e Adultos, assim como aqueles que</p><p>abordam a Educação Profissional, nesta seção abordamos as Diretrizes Curriculares Nacionais</p><p>para a Educação Profissional, focando inclusive o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de</p><p>Nível Médio e as Políticas para a Educação Profissional: Programa Brasil Profissionalizado,</p><p>MEDIOTEC, Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), entre</p><p>outros. Partindo desses conteúdos, é importante nos indagarmos quanto à Educação Profissional</p><p>no Brasil, associada à Educação de Jovens e Adultos. Assim:</p><p>- Como superar o analfabetismo que marca nossa história de desigualdades sociais ao mesmo</p><p>tempo que buscamos uma preparação para o mundo do trabalho de forma a atender as demandas</p><p>econômicas de nosso país evidenciando o foco numa Educação Cidadã?</p><p>- A educação técnica integrada ou concomitante ao ensino médio superam o dualismo</p><p>educacional que marcou nossa história educacional?</p><p>- A educação profissionalizante junto à Educação de Jovens e Adultos promove a emancipação e</p><p>a formação cidadã?</p><p>EXEMPLIFICANDO</p><p>Nesta seção abordamos as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional,</p><p>focando inclusive no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio e as Políticas para</p><p>a Educação Profissional: Programa Brasil Profissionalizado, MEDIOTEC, Programa Nacional</p><p>de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), entre outros.</p><p>As Diretrizes Curriculares para a Educação Profissional de nível Técnico têm como objetivo</p><p>possibilitar a elaboração de currículos a partir de competências profissionais</p><p>gerais considerando a área de atuação.</p><p>Para isso, é fundamental um padrão na estrutura dos cursos, mantendo um perfil único de</p><p>formação em todo o Brasil para cada curso técnico profissional.</p><p>Nesse sentido, temos o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos e o Catálogo Brasileiro de</p><p>Ocupação (CBO) que fazem essa padronização e garantem uma mesma linha de</p><p>desenvolvimento</p><p>de habilidades e competências dentro de um mesmo curso, independente da</p><p>região do Brasil onde o curso técnico seja oferecido.</p><p>Assim, os cursos técnicos de educação profissional promovem uma formação cidadã e a</p><p>capacitação para o mundo do trabalho como orienta a legislação brasileira, garantindo o direito à</p><p>educação de qualidade a todos os brasileiros.</p><p>FOCO NA BNCC</p><p>Estamos chegando ao final de mais uma unidade da disciplina “Funcionamento da Educação</p><p>Brasileira e as Políticas Públicas”, e nesta seção conversamos sobre a Educação Profissional,</p><p>focando as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional, Diretrizes</p><p>Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e para a Educação Profissional Técnica de nível</p><p>médio às disposições do Decreto nº 5.154/2004, o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de</p><p>Nível Médio, as Políticas para a Educação Profissional: Programa Brasil Profissionalizado,</p><p>MEDIOTEC, Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), entre</p><p>outros.</p><p>Buscamos compreender Política educacional brasileira voltada para a articulação com o mundo</p><p>do trabalho, lembrando que, ao longo de nossa história, o Estado ofereceu diferentes modelos de</p><p>educação a depender do grupo social ao qual se destinava o saber.</p><p>A formação técnica sempre esteve direcionada aos filhos da classe trabalhadora com o intuito de</p><p>garantir-lhes a sobrevivência, ao mesmo tempo que formava mão de obra visando o</p><p>desenvolvimento econômico do país. A classe dominante sempre teve acesso a uma educação</p><p>mais propedêutica, o que favorecia a continuidade dos estudos e uma formação com nível</p><p>superior, formando para postos de trabalho quais qualificados, enfim, para a ocupação de</p><p>espaços de direção da sociedade.</p><p>A busca pela desconstrução do dualismo educacional passou a se vislumbrar a partir da</p><p>Constituição Federal do Brasil de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº</p><p>9.394/1996, a partir das quais a educação para a cidadania e para a qualificação para o trabalho</p><p>passou a ser repensada e encontra-se em processo de regulamentação.</p><p>Em 2017, tivemos aprovada a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que, por sua vez,</p><p>revela um grande esforço em promover os direitos de aprendizagens a todos os brasileiros,</p><p>reafirmando a necessidade de focarmos num currículo mais igualitário em termos de</p><p>competências e habilidades, conectando-se com o mundo do trabalho e com as reais</p><p>necessidades sociais em termos de formação para a vida.</p><p>Em termos de qualificação para o trabalho, temos vistos os esforços para incluir jovens e adultos</p><p>num processo formativo com significado para vida através do Proeja, por exemplo, assim como</p><p>integrando a formação básica com a formação profissional, como estabelece o Plano Nacional</p><p>de Educação – Lei nº 13.005/2014, em processo de implementação.</p><p>Os desafios são imensos!</p><p>Assim, neste momento, convido você, futuro educador a pensar esse desafio conosco e a buscar</p><p>compreender o papel das Políticas Públicas no diálogo necessário com a sociedade, olhando</p><p>para o mundo do trabalho, para a educação das pessoas, mas sobretudo para a vida em sociedade</p><p>e a busca por um país mais justo e igualitário.</p><p>Conto com você!</p><p>Vamos refletir sobre as possibilidades?</p><p>Bom estudo!</p><p>FAÇA VALER A PENA</p><p>Questão 1</p><p>No Brasil, somente na Constituição de 1937 vamos ter expressa uma preocupação com o ensino</p><p>profissional, técnico e industrial, focando principalmente o desenvolvimento econômico</p><p>brasileiro, já que a industrialização exigia uma mão de obra qualificada e reforçava a</p><p>necessidade de um ensino técnico industrial. Nesse sentido, podemos considerar que a década de</p><p>1930 é uma referência para a Educação Profissional do Brasil, pois foi nesse período que se</p><p>iniciou a industrialização em nosso país.</p><p>Considerando esse contexto, analise as seguintes afirmativas:</p><p>I. Entre 1942 e 1946, o ensino foi remodelado pela Reforma Capanema, mas instituiu o</p><p>dualismo educacional, pois as classes médias não se interessavam pelo ensino</p><p>profissionalizante, procurando se manter no ensino secundário, propedêutico que lhes</p><p>possibilitava o acesso ao ensino superior.</p><p>II. Em 1942, tivermos a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); em</p><p>1946, foram criados o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), o Serviço</p><p>Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Social da Indústria (Sesi), impulsionando o</p><p>atendimento em educação profissional no Brasil.</p><p>III. A Lei nº 5.692, de 1971, tornou o currículo do segundo grau técnico-profissional, assim</p><p>todos teriam uma única trajetória formativa, contendo a busca pelo ensino superior,</p><p>acelerando a formação profissional em cursos técnicos de forma obrigatória.</p><p>Considerando as informações apresentadas, é correto o que se afirmar em:</p><p>a. I, II e III.</p><p>b. II e III apenas.</p><p>c. I e III apenas.</p><p>d. I apenas.</p><p>e. III apenas.</p><p>Questão 2</p><p>Visando retomar a oferta da Educação Profissional na rede pública estadual por meio de cursos e</p><p>programas de forma articulada entre o nível técnico e o nível médio, em 2004 tivemos o</p><p>Decreto-Lei nº 5.154, que restabeleceu essa articulação, trazendo mais flexibilidade à Educação</p><p>Profissional, tornando possível seu oferecimento de forma integrada, concomitante ou</p><p>subsequente.</p><p>Considerando o contexto apresentado e focando a importância da articulação entre o ensino</p><p>técnico e o ensino médio, julgue as afirmativas a seguir em (V) verdadeiras ou (F) falsas.</p><p>( ) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/1996) destaca que a</p><p>Educação Profissional deve ser articulada com o ensino regular, tanto para adolescentes na</p><p>chamada idade própria, quanto na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA).</p><p>( ) A Educação Profissional na forma integrada é ofertada aos alunos que estejam cursando o</p><p>Ensino Médio, sendo a formação técnica oferecida ao mesmo tempo.</p><p>( ) A Educação Profissional na forma concomitante é aquela na qual os cursos são ofertados</p><p>separadamente aos que já concluíram o Ensino Fundamental ou estejam cursando o Ensino</p><p>Médio, com matrículas distintas para cada curso, podendo até ocorrer em instituições diferentes.</p><p>( ) A Educação Profissional na forma subsequente, por sua vez, é oferecida somente para os</p><p>concluintes do Ensino Médio, através do curso superior, garantindo uma formação completa e</p><p>legítima.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.</p><p>a. V – V – F – F.</p><p>b. F – F – V – V.</p><p>c. V – V – F – V.</p><p>d. V – V – V – F.</p><p>e. V – F – V – V.</p><p>Questão 3</p><p>Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível</p><p>Médio, aprovada em 2012, pela Resolução CNE/CEB 6/2012, a Educação Profissional Técnica</p><p>de Nível Médio apresenta princípios norteadores que se articulam ao mundo do trabalho a partir</p><p>do compromisso de sua oferta de forma mais ampla e politécnica. As mudanças sociais e no</p><p>mundo do trabalho demandaram uma reorganização dos currículos, tanto da Educação Básica</p><p>como um todo, quanto da Educação Profissional, pois outras habilidades e competências têm</p><p>sido demandas, exigindo dos sujeitos uma maior capacidade de raciocínio, autonomia,</p><p>criticidade, iniciativa e empreendedorismo, potencializando a necessidade das Diretrizes</p><p>Curriculares Nacionais para a Educação Profissional.</p><p>Considerando o contexto apresentado acerca das Diretrizes Curriculares Nacionais para a</p><p>Educação Profissional, analise as seguintes afirmativas:</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s2.html</p><p>I. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional buscam articulação</p><p>entre a formação desenvolvida no Ensino Médio e a preparação para o exercício das</p><p>profissões técnicas, visando à formação integral do estudante.</p><p>II. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional buscam integração</p><p>com a ciência, a tecnologia e a cultura como base da proposta político-pedagógica e do</p><p>desenvolvimento curricular.</p><p>III. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional buscam articulação da</p><p>Educação Básica com a Educação Profissional e Tecnológica, na perspectiva da</p><p>integração entre saberes específicos para a produção do conhecimento e a intervenção</p><p>social, assumindo a pesquisa como princípio pedagógico.</p><p>Considerando as informações apresentadas, é correto o que se afirmar em:</p><p>a. I apenas</p><p>b. III apenas.</p><p>c. I e III apenas</p><p>d. II e III apenas.</p><p>e. I, II e III.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALMEIDA, A. C.; SUHR, I. R. F. Educação profissional no Brasil: a construção de uma</p><p>proposta educativa dual Professional. Revista Intersaberes, vol.7 n.13, p. 81 – 110, jan. – jun.</p><p>2012.</p><p>AZEVEDO, M. A.; TAVARES, A. M. B. N. Educação de Jovens e Adultos e Educação</p><p>Profissional no Brasil: caminhos e descaminhos no contexto da diversidade. HOLOS, Ano 31,</p><p>Vol. 4, 2015, p. 107 – 118. Disponível em: https://bit.ly/3jKl63T. Acesso em: 15 nov. 2020.</p><p>BRASIL. Constituição Federal do Brasil. 1988. Disponível em: https://bit.ly/3qsFc56. Acesso</p><p>em: 25 jan. 2021.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,</p><p>Brasília, DF, 20 dez. 1996.</p><p>BRASIL. Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,</p><p>Brasília, DF, 20 dez. 1961.</p><p>BRASIL. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,</p><p>Brasília, DF, 12 ago. 1971. Disponível em:</p><p>BRASIL. Decreto-Lei nº 2.208, de 17 de abril de 1997. Diário Oficial da União, Poder</p><p>Legislativo, Brasília, DF, 17 abr. 1971.</p><p>BRASIL. CNE. CBE. PARECER CNE Nº 16/99 - Aprova as Diretrizes Curriculares Nacionais</p><p>para a Educação Profissional de Nível Técnico. Aprovado em 5 de outubro de 1999.</p><p>BRASIL. Decreto-Lei nº 5.154, de 23 de julho de 2004. Diário Oficial da União, Poder</p><p>Legislativo, Brasília, DF, 23 jul. 2004.</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s2.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s2.html</p><p>https://core.ac.uk/download/pdf/193125862.pdf</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>BRASIL. SETEC. MEC. Lei nº 12.513 - Institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino</p><p>Técnico e Emprego (Pronatec). Brasília, de 26 de outubro de 2011. Disponível</p><p>em: https://bit.ly/3ddQAOR. Acesso em 14 de novembro de 2020.</p><p>BRASIL. MEC. CNE. CBE. RESOLUÇÃO Nº 6/ 2012- Define Diretrizes Curriculares</p><p>Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio. 20 de setembro de 2012.</p><p>BRASIL. Lei 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e</p><p>dá outras providências.</p><p>BRASIL. MEC, SEB. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica.</p><p>Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.</p><p>BRASIL. MEC, SEPT. Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio. 3ªedição,</p><p>Brasília: MEC, 2016.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Básica. A Educação</p><p>Infantil Na Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível</p><p>em: https://bit.ly/376Gqve. Acesso em: 25 jan. 2021.</p><p>BRASIL. MEC. Lei Federal nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017 - Altera as Leis nº 9.394, de</p><p>20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de</p><p>20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação</p><p>Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, a Consolidação das Leis do Trabalho -</p><p>CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e o Decreto-Lei nº 236, de 28</p><p>de fevereiro de 1967; revoga a Lei nº 11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a Política de</p><p>Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Disponível</p><p>em: https://bit.ly/3qhfoJo. Acesso em: 08 nov. 2020.</p><p>GHIRALDELLI JR., P. História da educação. São Paulo: Cortez, 1990.</p><p>LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J.F. de; TOSCHI, M. S. Educação Escolar: políticas, estrutura e</p><p>organização. São Paulo: Cortez, 2003.</p><p>MANFREDI, S. M. Educação profissional no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002.</p><p>PACHECO, E. (Org.). Perspectivas da educação Profissional Técnica de nível médio -</p><p>Proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais. Secretaria de educação Profissional e</p><p>Tecnológica do Ministério da Educação – SETEC/MEC. Brasília, 2012</p><p>RAMOS, M. N. Educação profissional: história e legislação. Curitiba, PR: Instituto Federal</p><p>do Paraná, 2011, p. 11.</p><p>RAMOS, M. N. História e política da educação profissional [recurso eletrônico]. Curitiba:</p><p>Instituto Federal do Paraná, 2014. - (Coleção formação pedagógica; v. 5).</p><p>SILVA, D. M.; MOURA, D. H.; SOUZA, L. M. A trajetória do PRONATEC e a reforma do</p><p>ensino médio: algumas relações com a política de educação profissional mundial. Revista</p><p>Trabalho Necessário. ano 16, nº 30, 2018, p.183 – 206. Disponível em: https://bit.ly/37qqJzx.</p><p>Acesso em: 25 jan. 2021.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12513.htm</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13415.htm</p><p>https://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/article/view/10092</p><p>VIEIRA, A. M. D. P.; SOUZA JUNIOR, Antonio de. A Educação Profissional No</p><p>Brasil. INTERACÇÕES, nº. 40, p. 152-169, 2016. Disponível em: https://bit.ly/3qaN6jD.</p><p>Acesso em: 25 jan. 2021.</p><p>WITTACZIK, L. S. Educação Profissional no Brasil: histórico. E-Tech: Atualidades</p><p>Tecnológicas para Competitividade Industrial, Florianópolis, v. 1, n. 1, p. 77-86, 1º. sem., 2008.</p><p>https://revistas.rcaap.pt/interaccoes/article/view/10691/7655</p><p>OUTRAS NECESSIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA</p><p>PRATICAR PARA APRENDER</p><p>Olá! Estamos iniciando a seção 3.3 intitulada “Outras necessidades da Educação Básica”, da</p><p>disciplina “Funcionamento da Educação Brasileira e Políticas Públicas”, na qual</p><p>abordaremos algumas diretrizes educacionais direcionadas àquelas comunidades que</p><p>historicamente tiveram suas vozes silenciadas ou negadas, como as populações em situação de</p><p>itinerância, o público em situação de privação de liberdade, as comunidades quilombolas e os</p><p>povos indígenas.</p><p>Assim, você, futuro educador será apresentado nesta seção às Diretrizes para o atendimento de</p><p>educação escolar para populações em situação de itinerância; às Diretrizes Nacionais para a</p><p>oferta de educação para jovens e adultos em situação de privação de liberdade nos</p><p>estabelecimentos penais</p><p>ou em cumprimento de medidas socioeducativas; às Diretrizes</p><p>Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica e às Diretrizes</p><p>Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica.</p><p>Por meio dessa breve apresentação é possível constatar que estaremos acessando as diretrizes</p><p>pautadas em determinações legais que visam promover o direito à educação a todos os</p><p>brasileiros, inclusive àqueles em contextos especiais, compreendendo que é papel do Estado</p><p>promover Políticas Educacionais a todos os cidadãos, como confere a Constituição Federal do</p><p>Brasil, de 1988.</p><p>Como futuro educador, é muito importante conhecer as Diretrizes Educacionais que</p><p>regulamentam e normatizam o trabalho pedagógico, de forma a democratizar o acesso e a</p><p>permanência ao longo do processo educacional.</p><p>Ao longo desta seção estaremos apresentando as especificidades curriculares destinadas a</p><p>atender a diversidade cultural e social de nosso país, tendo como princípio o respeito às</p><p>diferenças e a valorização da diversidade.</p><p>É importante que você assuma a postura de um profissional ético e inclusivo e busque conhecer</p><p>as diretrizes com o olhar de um educador que acolhe a diversidade de forma a promover o</p><p>acesso e a permanência de todos no processo educacional.</p><p>Realize as leituras indicadas, destaque os princípios que permeiam cada diretriz e busque</p><p>conhecer mais sobre a diversidade do povo brasileiro, afinal somos um país plural e a Educação</p><p>também deve olhar para todos, em busca de promover os mesmos direitos olhando para as</p><p>especificidades construídas historicamente.</p><p>Essa postura será fundamental para sua formação como profissional da Educação!</p><p>Márcia é professora na EJA – Ensino Fundamental e no bairro onde atua está acontecendo um</p><p>grande empreendimento imobiliário. Para trabalhar na construção civil, a construtora contratou</p><p>trabalhadores de outra região do Brasil, muitos dos quais não concluíram a primeira etapa do</p><p>ensino fundamental.</p><p>Preocupada com a instrução da equipe contratada, muitos desses trabalhadores foram</p><p>incentivados a buscar a EJA para dar continuidade em seus estudos. Contudo, são pessoas</p><p>em situação de itinerância, pois quando terminam a fase da construção a qual estão</p><p>responsáveis, logo são transferidos para outra obra, não mantendo o vínculo numa só escola.</p><p>Considerando a Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), assim como</p><p>as Diretrizes para o atendimento de educação escolar para populações em situação de itinerância,</p><p>é preciso garantir o acesso à educação sem constrangimento e preconceitos ao público que se</p><p>encontra em itinerância (por questões culturais, trabalhistas, sociais).</p><p>De acordo com os preceitos legais, vale destacar que “se a pessoa exercitar profissão em lugares</p><p>diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem”.</p><p>Assim, a professora Márcia tem um grande desafio: incluir e considerar os conhecimentos dos</p><p>trabalhadores em condição de itinerância durante todo o período em que se mantiverem ligados</p><p>ao grupo, tornando significativa essa aprendizagem temporária.</p><p>Assim, neste momento, você está convidado a assumir o lugar de Márcia e buscar estratégias</p><p>para tornar significativa a aprendizagem desses trabalhadores da construção civil de forma a</p><p>promover sua emancipação, instrumentalizando-os para continuar os estudos em diferentes</p><p>locais.</p><p>Quais estratégias você indicaria?</p><p>É importante realizar uma avaliação diagnóstica do desenvolvimento e da aprendizagem desse</p><p>estudante para saber de onde partir?</p><p>Como garantir um atendimento educacional que respeite às particularidades culturais, regionais,</p><p>religiosas, étnicas e raciais dos estudantes em situação de itinerância?</p><p>Quais outras questões ou propostas você faria?</p><p>Conto com você na promoção do direito à educação!</p><p>Juntos promoveremos os direitos de aprendizagem a todos os brasileiros!</p><p>Vamos em frente!</p><p>CONCEITO-CHAVE</p><p>Olá! Futuro educador, você já refletiu sobre a importância de pensarmos na diversidade em</p><p>termos educacionais?</p><p>Vale relembrar que a Constituição Federal brasileira de 1988 é reconhecida mundialmente como</p><p>a Constituição Cidadã, considerando a Educação como um direito de todos. Nesse sentido, os</p><p>direitos de aprendizagem devem ser oportunizados a todos os brasileiros e brasileiras, visando</p><p>uma formação humana integral, justa e democrática, pautada em princípios éticos, políticos e</p><p>estéticos, como determina a legislação educacional, ou seja, a Lei de Diretrizes e Bases da</p><p>Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), bem como normatiza a Base Nacional Comum</p><p>Curricular (BNCC) (BRASIL, 2017).</p><p>Assim, devemos considerar que ao nos referirmos à cidadania, nos referimos ao respeito às</p><p>diferenças, não com a intenção de acentuar as desigualdades, mas sim com o objetivo de</p><p>respeitar e valorizar a diversidade existente em nosso país.</p><p>Como educadores, outro ponto que não podemos deixar de lado em nossas reflexões é quanto ao</p><p>papel da Educação em nossa sociedade, resgatando que dentro das metodologias ativas o</p><p>protagonismo do aluno deve ser estimulado, buscando promover suas competências e</p><p>habilidades e visando sua atuação como cidadão autônomo e escritor de sua própria história,</p><p>independentemente de sua condição social, gênero ou grupo cultural.</p><p>OUTRAS NECESSIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA</p><p>Pensar nas Diretrizes Educacionais com vistas à inclusão da diversidade no processo</p><p>educacional de forma justa, democrática e inclusiva é uma forma de atender às especificidades</p><p>dos alunos que chegam à escola, cabendo à educação adequar-se às necessidades dos alunos e</p><p>não os alunos às características da escola.</p><p>Dessa forma, estaremos conversando aqui nesta seção sobre diferentes diretrizes voltadas</p><p>às outras necessidades da Educação Básica, focando a diversidade de demandas que</p><p>socialmente nos são apresentadas.</p><p>Quando falamos em diversidade educacional nos remetemos à necessidade de oportunizar a</p><p>todos os alunos o direito à educação, ou seja, o direito ao acesso e à permanência na escola,</p><p>com igualdade de condições, respeitando as diferenças e valorizando as diversas formas de vida,</p><p>catalisando as vivências dos diferentes grupos e visando promover Políticas Curriculares que</p><p>acolham as multiplicidades culturais e sociais.</p><p>Pensando em Políticas Educacionais que respeitam o direito de todos a uma educação</p><p>igualitária, as diretrizes educacionais são formuladas representando o esforço em se</p><p>promover os direitos educacionais que considerem as especificidades dos grupos a que se</p><p>destinam.</p><p>CONDIÇÃO DE ITINERÂNCIA</p><p>Um desses grupos é representado pelas populações em situação de itinerância. De acordo com</p><p>o parecer do CNE/CEB nº 14/2011, podem ser considerados como vivendo em situação de</p><p>itinerância ciganos, indígenas, povos nômades, trabalhadores itinerantes, acampados, artistas,</p><p>demais trabalhadores em circos, parques de diversão e teatro mambembe que se declarem como</p><p>itinerantes ou sejam declarados pelo seu responsável legal como itinerantes.</p><p>No Brasil, a partir da segunda metade do século XX, devido a uma fase desenvolvimentista de</p><p>nosso país, focando a industrialização, houve um processo de migração do campo para a cidade,</p><p>pois era intensa a busca de melhores condições de vida através do trabalho na cidade. Através</p><p>desse processo migratório, outra demanda também se intensificou: a demanda por escolarização.</p><p>Entretanto, como sinaliza Paiva (1987), o êxodo rural favoreceu a busca pela escola,</p><p>promovendo a expansão das vagas, contudo, de forma insuficiente e desorganizada.</p><p>A condição de itinerância é uma prática vivenciada por muitas famílias que buscam novas</p><p>oportunidades de trabalho, se submetendo a deslocamentos constantes como alternativa para</p><p>uma melhor condição de vida. No entanto, o deslocamento culmina com a mudança de escola e</p><p>inclusive com o afastamento da escola, dificultando até mesmo a continuidade no processo de</p><p>escolarização.</p><p>Ao estudar a condição de itinerância de trabalhadores rurais, Oliveira (2013) nos apresenta</p><p>pesquisadores como Sequeira e Batanero</p><p>(2010) que também fizeram essa análise olhando para</p><p>a situação de alunos itinerantes de origem circense e destacaram que:</p><p>A itinerância, enquanto modo de vida peculiar de muitas famílias em várias partes do mundo, remete às</p><p>formas residuais de vida de nossos antepassados. Nessa lógica se integram os ciganos, os circenses, os</p><p>trabalhadores sazonais, entre outros, que preenchem a tipificação “clássica” habitual de vida itinerante,</p><p>relacionada ao modo de vida que necessitava se deslocar constantemente, em busca de condições mais</p><p>favoráveis.</p><p>(SEQUEIRA; BATANERO, 2010 apud OLIVEIRA, 2013, p. 443)</p><p>De forma geral, vemos que o contexto de itinerância afeta o percurso na Educação Básica de</p><p>crianças, adolescentes e adultos pertencentes aos grupos sociais em situação de itinerância:</p><p>ciganos, trabalhadores do campo, povos nômades, trabalhadores itinerantes, acampados, artistas,</p><p>demais trabalhadores em circos, parques de diversão e teatro mambembe.</p><p>Em termos legais, aqui cabe resgatar que a Constituição Federal de 1988 pontua que é dever do</p><p>Estado a oferta da educação a todos e responsabilidade das famílias a matricula de seus filhos</p><p>em estabelecimentos de ensino, como uma garantia de seus direitos.</p><p>Nesse sentido, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069/1990, regulamenta</p><p>que.</p><p>Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. A</p><p>inércia ou omissão destes em relação à regularização da matrícula escolar dos seus filhos configura infração</p><p>administrativa, sujeita à multa de três a vinte salários mínimos – ECA, art. 249.</p><p>(BRASIL, 1990, s.p)</p><p>Vale destacar que nem na Constituição Federal, nem no Estatuto da Criança e do Adolescente,</p><p>tampouco na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional existe a exigência para a matrícula</p><p>escolar de tempo de permanência ou de residência do estudante em determinada localidade.</p><p>Assim, a legislação não impede que uma pessoa em situação de itinerância frequente a escola,</p><p>pois o direito à educação é de todos, independente de sua condição de vida.</p><p>Em 2012, foi aprovada a Resolução nº 3, de 16 de maio, que define diretrizes para o</p><p>atendimento de educação escolar para populações em situação de itinerância, que destaca</p><p>em seu Artigo 1º que:</p><p>Art. 1º As crianças, adolescentes e jovens em situação de itinerância deverão ter garantido o direito à</p><p>matrícula em escola pública, gratuita, com qualidade social e que garanta a liberdade de consciência e de</p><p>crença. (s.p)</p><p>É o caso do estudante circense, cuja as condições culturais o impede de frequentar regularmente</p><p>uma escola. Entretanto, seu direito à educação deve ser protegido e garantido, respeitando-se sua</p><p>especificidade, lembrando que inclusive o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990)</p><p>reforça a necessidade dessa proteção e garantia, quando pontua que:</p><p>Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação,</p><p>exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão,</p><p>aos seus direitos fundamentais.</p><p>Art. 17 O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e</p><p>do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e</p><p>crenças, dos espaços e objetos pessoais.</p><p>(BRASIL, 1990, s.p.)</p><p>Nesse sentido, as Diretrizes para o atendimento de educação escolar para populações em</p><p>situação de itinerância, estabelecidas pela Resolução nº 3/ 2012 (BRASIL, 2012), determinam</p><p>que:</p><p>Art. 2º Visando à garantia dos direitos socioeducacionais de crianças, adolescentes e jovens em situação de</p><p>itinerância os sistemas de ensino deverão adequar-se às particularidades desses estudantes.</p><p>Art. 3º Os sistemas de ensino, por meio de seus estabelecimentos públicos ou privados de Educação Básica</p><p>deverão assegurar a matrícula de estudante em situação de itinerância sem a imposição de qualquer forma de</p><p>embaraço, preconceito e/ou qualquer forma de discriminação, pois se trata de direito fundamental, mediante</p><p>auto declaração ou declaração do responsável.</p><p>§ 1º No caso de matrícula de jovens e adultos, poderá ser usada a autodeclaração.</p><p>As Diretrizes voltadas ao público itinerante ainda especificam que as instituições de ensino</p><p>devem olhar a situação de cada aluno, avaliá-lo de forma a não causar constrangimento e inclui-</p><p>los em salas onde seu perfil etário seja respeitado, assim como suas particularidades</p><p>socioculturais, adequando os programas educacionais para que seu direito à educação seja</p><p>garantido. Essas orientações podem ser constatadas nos artigos 4º e 9º das diretrizes, conforme</p><p>podemos conferir a seguir:</p><p>Art. 4º Caso o estudante itinerante não disponha, no ato da matrícula, de certificado, memorial e/ou relatório</p><p>da instituição de educação anterior, este deverá ser inserido no grupamento correspondente aos seus</p><p>pares de idade, mediante diagnóstico de suas necessidades de aprendizagem, realizado pela instituição</p><p>de ensino que o recebe.</p><p>Art. 9º O Ministério da Educação deverá criar programas, ações e orientações especiais destinados à</p><p>escolarização de pessoas, sobretudo crianças, adolescentes e jovens que vivem em situação de itinerância.</p><p>§ 1º Os programas e/ou ações socioeducativas destinados a estudantes itinerantes deverão ser elaborados e</p><p>implementados com a participação dos atores sociais diretamente interessados (responsáveis pelos</p><p>estudantes, os próprios estudantes, dentre outros), visando o respeito às particularidades socioculturais,</p><p>políticas e econômicas dos referidos atores sociais.</p><p>§ 2º O atendimento socioeducacional ofertado pelas escolas e programas educacionais deverá garantir o</p><p>respeito às particularidades culturais, regionais, religiosas, étnicas e raciais dos estudantes em situação</p><p>de itinerância, bem como o tratamento pedagógico, ético e não discriminatório, na forma da lei.</p><p>(BRASIL, 2012, s.p.)</p><p>As diretrizes ainda destacam que cada sistema de ensino deverá regulamentar seu</p><p>funcionamento, visando atender às normativas postas pela Resolução nº3/ 2012, de forma a não</p><p>causar prejuízo ao educando itinerante e garantindo que ele prossiga nos estudos com condições</p><p>para sua conclusão. Assim,</p><p>Art. 10 Os sistemas de ensino deverão orientar as escolas quanto a sua obrigação de garantir não só a</p><p>matrícula, mas, também, a permanência e, quando for o caso, a conclusão dos estudos aos estudantes em</p><p>situação de itinerância, bem como a elaboração e disponibilização do memorial.</p><p>Art. 11 Os sistemas de ensino, por meio de seus diferentes órgãos, deverão definir normas complementares</p><p>para o ingresso, permanência e conclusão de estudos de crianças, adolescentes e jovens em situação de</p><p>itinerância, com base na presente resolução.</p><p>(BRASIL, 2012, s.p)</p><p>PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA</p><p>E você, futuro educador, já ouviu falar em Pedagogia da Alternância? Essa é uma forma</p><p>organizacional e metodológica utilizada com a população camponesa, ou seja, ao trabalhador</p><p>rural, que muitas vezes precisa trabalhar na lavoura em determinadas épocas do ano,</p><p>necessitando que a escola o acolha através da adequação de seu calendário escolar, por meio da</p><p>organização de ciclos da alternância entre a escola e a lida no campo.</p><p>Siqueira (2015) destaca que a Pedagogia da Alternância surgiu na França, nos anos 1930, como</p><p>forma de atender à necessidade da população camponesa; assim buscaram desenvolver</p><p>alternativas que possibilitassem a permanência dos alunos na escola, correlacionando os saberes</p><p>do cotidiano aos saberes científicos.</p><p>Vale destacar aqui que a LDB nº 9394/1996 considera essa forma de organização,</p><p>normatizando-a legalmente, possibilitando que essa adequação aconteça, como propõe</p><p>as Diretrizes para o atendimento de educação escolar para populações em situação de</p><p>itinerância (BRASIL, 2012).</p><p>EDUCAÇÃO EM CONTEXTO DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE</p><p>Considerando as diferentes demandas que ocorrem no sistema educacional, devemos acrescentar</p><p>às outras necessidades da Educação Básica a inclusão dos sujeitos em contexto de privação</p><p>de</p><p>liberdade, por exemplo.</p><p>Você, futuro educador, sabe como se organiza a educação de jovens e adultos em situação de</p><p>privação de liberdade nos estabelecimentos penais?</p><p>Antes de adentrarmos nas Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e</p><p>adultos em situação de privação de liberdade nos estabelecimentos penais, regulamentada</p><p>em 2010, por meio da Resolução nº 2 (BRASIL, 2010), devemos destacar que desde o século</p><p>XX o índice de violência urbana vem crescendo de forma descontrolada, ocasionando um</p><p>aumento na população carcerária, ou seja, do sistema prisional brasileiro.</p><p>Contudo, como a própria Constituição Federal do Brasil de 1988 pontua, a educação é um</p><p>direito humano subjetivo, como vemos nos artigos a seguir:</p><p>Art. 205: “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a</p><p>colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da</p><p>cidadania e a sua qualificação para o trabalho”. No artigo 208, estabelece-se o dever do Estado na garantia</p><p>do Ensino Fundamental obrigatório e gratuito, assegurando, inclusive, “sua oferta gratuita para todos os que</p><p>a ele não tiveram acesso na idade própria”.</p><p>(BRASIL, 2013, p. 317)</p><p>Dessa forma, jovens e adultos em situação de privação de liberdade possuem o direito à</p><p>educação, portanto, o acesso a esse direito deve ser assegurado na perspectiva de garantir-lhes</p><p>integridade física, psicológica e moral.</p><p>A Educação de Jovens e Adultos privados de liberdade não é benefício; pelo contrário, é direito</p><p>humano subjetivo e deve possibilitar a reinserção social do apenado, garantindo a sua cidadania.</p><p>Nesse contexto, vemos que um dos principais objetivos das instituições de tratamento desses</p><p>jovens e adultos é a promoção de sua educação visando sua reinserção social e seu</p><p>desenvolvimento saudável.</p><p>Assim, vemos o quanto é preciso repensar a função social da escola e superar aquela concepção</p><p>pautada apenas no conteudismo, sendo necessária a valorização de outros saberes promovidos</p><p>via educação, como aqueles provindos da socialização saudável.</p><p>A escola seja para crianças, jovens e adultos, inclusive em ambientes de privação de liberdade, nesta</p><p>concepção, deve ser concebida como um espaço de encontro e socialização ao mundo livre em que o saber</p><p>é apenas um dos elementos para a sua constituição. É preciso romper com a concepção tradicional e</p><p>reducionista de escola, cujo objetivo central está na aquisição de conteúdos pragmáticos e muitas vezes</p><p>descontextualizados do ambiente em que se vive, principalmente do mundo moderno.</p><p>(BRASIL, 2013, p. 320)</p><p>Somente em 2010 tivemos aprovada as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para</p><p>jovens e adultos em situação de privação de liberdade nos estabelecimentos penais. Como</p><p>pontua as Diretrizes Nacionais para a Educação Básica (BRASIL, 2013):</p><p>A prisão, em tese, representa a perda dos direitos civis e políticos. Suspensão, por tempo determinado, do</p><p>direito do interno ir e vir livremente, de acordo com a sua vontade, mas não implica, contudo, a suspensão</p><p>dos seus direitos ao respeito, à dignidade, à privacidade, à integridade física, psicológica e moral, ao</p><p>desenvolvimento pessoal e social, espaço onde se insere a prática educacional.</p><p>(BRASIL, 2013, p.320)</p><p>Quanto à oferta da Educação de Jovens e Adultos nos estabelecimentos penais, o artigo 3º da</p><p>Resolução nº 2 (BRASIL, 2010), especifica que:</p><p>– Estará associada às ações complementares de cultura, esporte, inclusão digital, educação profissional,</p><p>fomento à leitura e a programas de implantação, recuperação e manutenção de bibliotecas destinadas ao</p><p>atendimento à população privada de liberdade, inclusive as ações de valorização dos profissionais que</p><p>trabalham nesses espaços;</p><p>– Promoverá o envolvimento da comunidade e dos familiares dos indivíduos em situação de privação de</p><p>liberdade e preverá atendimento diferenciado de acordo com as especificidades de cada medida e/ou regime</p><p>prisional, considerando as necessidades de inclusão e acessibilidade, bem como as peculiaridades de gênero,</p><p>raça e etnia, credo, idade e condição social da população atendida;</p><p>– Poderá ser realizada mediante vinculação a unidades educacionais e a programas que funcionam fora dos</p><p>estabelecimentos penais;</p><p>– Desenvolverá políticas de elevação de escolaridade associada à qualificação profissional, articulando-</p><p>as, também, de maneira intersetorial, a políticas e programas destinados a jovens e adultos;</p><p>– Contemplará o atendimento em todos os turnos;</p><p>– Será organizada de modo a atender às peculiaridades de tempo, espaço e rotatividade da população</p><p>carcerária levando em consideração a flexibilidade prevista no art. 23 da Lei nº 9.394/96 (LDB).</p><p>(BRASIL, 2013, p. 334)</p><p>De forma geral, as diretrizes voltadas ao público privado de liberdade destacam que quando se</p><p>fala em direito à Educação no sistema prisional, não se almeja a reprodução da escola tradicional,</p><p>pois o que se requer é o olhar para as necessidades do sujeito privado de liberdade, visando</p><p>sua valorização a partir da promoção de aprendizagens que fortifiquem suas habilidades e</p><p>competências, visando sua reinserção social.</p><p>Quando a BNCC (BRASIL, 2017) normatiza que todos devem ter os mesmos direitos de</p><p>aprendizagens visando a promoção de sua cidadania, essa normativa se aplica a todos que estão</p><p>vivenciando os programas educativos em ambientes prisionais. O foco deve estar na política de</p><p>reinserção social, em consonância com os princípios éticos, estéticos e políticos que pautam</p><p>as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (BRASIL, 2013).</p><p>Segundo a Resolução nº 2 (BRASIL, 2010), a fim de promover a reinserção de jovens e adultos</p><p>em instituições prisionais, é preciso planejar a articulação entre educação formal e não formal,</p><p>inclusive sua qualificação profissional, de forma a consolidar seu direito à cidadania. Assim,</p><p>Art. 12 O planejamento das ações de educação em espaços prisionais poderá contemplar, além das</p><p>atividades de educação formal, propostas de educação não-formal, bem como de educação para o trabalho,</p><p>inclusive na modalidade de Educação a Distância, conforme previsto em Resoluções deste Conselho sobre a</p><p>EJA.</p><p>(BRASIL, 2010, s.p)</p><p>DIVERSIDADE CULTURAL NO ENSINO BÁSICO NO BRASIL</p><p>São vários os desafios da Educação Básica no Brasil, pois quando falamos em formação cidadã</p><p>devemos considerar que os aspectos sociais e culturais do povo brasileiro são vistos em suas</p><p>especificidades. Dentro dessa perspectiva, vale recuperar que o Brasil é um país multicultural,</p><p>portanto, o povo brasileiro traz nas veias diferentes origens: indígenas, europeias, africanas e</p><p>asiáticas, e o processo educacional deve considerar a diversidade como um dos princípios</p><p>educacionais.</p><p>DIREITO À EDUCAÇÃO: INDÍGENAS</p><p>Ao falarmos em diversidade, é fundamental olharmos para os indígenas como parte do povo</p><p>brasileiro, ou seja, com direito à educação, contudo, os processos educacionais devem valorizar</p><p>suas línguas e saberes tradicionais.</p><p>Portanto, não podemos deixar de considerar as demandas e especificidades apresentadas pelos</p><p>povos indígenas em termos de educação, as quais revelam a importância da aprovação</p><p>da Resolução nº 5, de 22 de junho de 2012, por meio da qual se definem as Diretrizes</p><p>Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica.</p><p>Somente com a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) que os indígenas passaram a ter</p><p>seus direitos reconhecidos, pressionando as Políticas Educacionais a possibilitarem a oferta da</p><p>Educação de forma diferenciada, respeitando as especificidades das diversas comunidades</p><p>indígenas.</p><p>A LDB estabelece, nas disposições gerais, que a responsabilidade de fomento para o</p><p>desenvolvimento de programas para oferta de educação bilíngue e intercultural cabe ao</p><p>sistema de ensino da União com a colaboração das agências federais (Art. 78).</p><p>Conforme normatiza o artigo 78 da LDB, os povos indígenas requerem a oferta de educação</p><p>escolar bilíngue e intercultural, a recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação</p><p>de</p><p>suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências. (BRASIL, 1996, s.p.).</p><p>Embora a Constituição Federal e a legislação educacional reconheçam a importância do respeito</p><p>e reconhecimento das culturas indígenas, somente em 2012 foi aprovada a Resolução nº 5, do</p><p>Conselho de Educação Básica, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a</p><p>Educação Escolar Indígena na Educação Básica.</p><p>A referida resolução se pauta em princípios da igualdade social, da diferença, da especificidade,</p><p>do bilinguismo e da interculturalidade, fundamentos da Educação Escolar Indígena.</p><p>Considerando a organização e o funcionamento da escola indígena, as Diretrizes Curriculares</p><p>Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica estabelecem que:</p><p>Art. 4º Constituem elementos básicos para a organização, a estrutura e o funcionamento da escola indígena:</p><p>I – A centralidade do território para o bem viver dos povos indígenas e para seus processos formativos e,</p><p>portanto, a localização das escolas em terras habitadas por comunidades indígenas, ainda que se estendam</p><p>por territórios de diversos Estados ou Municípios contíguos;</p><p>II – A importância das línguas indígenas e dos registros linguísticos específicos do português para o ensino</p><p>ministrado nas línguas maternas das comunidades indígenas, como uma das formas de preservação da</p><p>realidade sociolinguística de cada povo;</p><p>III – A organização escolar própria, nos termos detalhados nesta Resolução;</p><p>IV – A exclusividade do atendimento a comunidades indígenas por parte de professores indígenas oriundos</p><p>da respectiva comunidade.</p><p>Parágrafo único A escola indígena será criada em atendimento à reivindicação ou por iniciativa da</p><p>comunidade interessada, ou com a anuência da mesma, respeitadas suas formas de representação.</p><p>(BRASIL, 2012b, s.p)</p><p>Visando atender plenamente a cultura das diversas comunidades indígenas existentes no</p><p>território brasileiro, as diretrizes curriculares nacionais para a educação escolar indígenas na</p><p>Educação Básica ressaltam a importância de as propostas pedagógicas serem construídas junto</p><p>com a comunidade à que se destinam por profissionais da educação que sejam originários da</p><p>comunidade indígena a qual se direcionam, com o objetivo de preservar a identidade do grupo,</p><p>seus saberes, sua língua, sua memória.</p><p>O artigo 19 das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na</p><p>Educação Básica pontuam que:</p><p>Art. 19 A qualidade sociocultural da Educação Escolar Indígena necessita que sua proposta educativa seja</p><p>conduzida por professores indígenas, como docentes e como gestores, pertencentes às suas respectivas</p><p>comunidades.</p><p>§ 1º Os professores indígenas, no cenário político e pedagógico, são importantes interlocutores nos</p><p>processos de construção do diálogo intercultural, mediando e articulando os interesses de suas</p><p>comunidades com os da sociedade em geral e com os de outros grupos particulares, promovendo a</p><p>sistematização e organização de novos saberes e práticas.</p><p>§ 2º Compete aos professores indígenas a tarefa de refletir criticamente sobre as práticas políticas</p><p>pedagógicas da Educação Escolar Indígena, buscando criar estratégias para promover a interação dos</p><p>diversos tipos de conhecimentos que se apresentam e se entrelaçam no processo escolar: de um lado, os</p><p>conhecimentos ditos universais, a que todo estudante, indígena ou não, deve ter acesso, e, de outro, os</p><p>conhecimentos étnicos, próprios ao seu grupo social de origem que hoje assumem importância crescente nos</p><p>contextos escolares indígenas.</p><p>(BRASIL, 2012b)</p><p>Vemos que são muitos os desafios que ainda se aplicam à educação indígena no Brasil.</p><p>O próprio Plano Nacional de Educação (PNE – Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014), através</p><p>da Meta 7 – “fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades”,</p><p>pontua a necessidade de se desenvolver proposta pedagógicas que olhem para a especificidade</p><p>das comunidades indígenas, indicando que esse contexto ainda não se consolidou no Brasil,</p><p>compondo uma meta a ser alcançada, como podemos ver na descrição da estratégia 27:</p><p>7.27) desenvolver currículos e propostas pedagógicas específicas para educação escolar para as escolas</p><p>do campo e para as comunidades indígenas e quilombolas, incluindo os conteúdos culturais</p><p>correspondentes às respectivas comunidades e considerando o fortalecimento das práticas</p><p>socioculturais e da língua materna de cada comunidade indígena, produzindo e disponibilizando</p><p>materiais didáticos específicos, inclusive para os (as) alunos (as) com deficiência.</p><p>(BRASIL, 2014, s.p.)</p><p>A escola indígena é um espaço cultural que tem como objetivo acolher os conhecimentos</p><p>indígenas, manter a memória do grupo, valorizando-a e perpetuando-a em interlocução com os</p><p>conhecimentos científicos produzidos pela humanidade, visando seu fortalecimento.</p><p>Você, futuro educador, considera que a formação do profissional da educação indígena</p><p>favorecerá a manutenção de sua cultura?</p><p>As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica</p><p>destacam a importância de se formar professores e gestores indígenas, indicando que eles</p><p>garantirão a especificidade cultural do grupo ao qual pertencem, consolidando sua cultura por</p><p>meio de uma Educação que olha para as necessidades reais do grupo.</p><p>Art. 20 Formar indígenas para serem professores e gestores das escolas indígenas deve ser uma das</p><p>prioridades dos sistemas de ensino e de suas instituições formadoras, visando consolidar a Educação</p><p>Escolar Indígena como um compromisso público do Estado brasileiro.</p><p>(BRASIL, 2013, p.411)</p><p>Enfim, a escola indígena é um local de diálogo, marcado pela língua nativa e a língua nacional</p><p>do Brasil, ou seja, a Língua Portuguesa, bem como a defesa da identidade das comunidades</p><p>indígenas, incluindo os direitos de aprendizagens que todo o cidadão brasileiro tem direito,</p><p>como normatiza a BNCC (BRASIL, 2017).</p><p>DIREITO À EDUCAÇÃO: QUILOMBOLAS</p><p>Mas, e quando pensamos nas comunidades quilombolas? Você, futuro educador, sabe o que</p><p>são Quilombos?</p><p>De acordo com Brasil (2013),</p><p>Entende-se por quilombos:</p><p>I - Os grupos étnico-raciais definidos por auto atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de</p><p>relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à</p><p>opressão histórica;</p><p>II - Comunidades rurais e urbanas que:</p><p>a) lutam historicamente pelo direito à terra e ao território o qual diz respeito não somente à propriedade da</p><p>terra, mas a todos os elementos que fazem parte de seus usos, costumes e tradições;</p><p>b) possuem os recursos ambientais necessários à sua manutenção e às reminiscências históricas que</p><p>permitam perpetuar sua memória.</p><p>III - comunidades rurais e urbanas que compartilham trajetórias comuns, possuem laços de pertencimento,</p><p>tradição cultural de valorização dos antepassados calcada numa história identitária comum, entre outros.</p><p>(BRASIL, 2013, p. 479)</p><p>Outro ponto que precisamos refletir é quanto à Educação Quilombola. Como tem sido a</p><p>educação escolar nessas comunidades?</p><p>Pensando nas especificidades das comunidades quilombolas, a Educação precisa considerar suas</p><p>demandas, posto que o direito à Educação é abrangente e deve compreender o direito à</p><p>identidade de grupo, assim a diversidade precisa ser considerada como um valor.</p><p>Vale destacar que,</p><p>[...] o território quilombola se constitui como um agrupamento de pessoas que se reconhecem com a</p><p>mesma ascendência étnica, que passam por numerosos processos de mudanças culturais como formas de</p><p>adaptação resultantes do processo histórico, mas se mantêm, fortalecem-se e redimensionam as suas redes de</p><p>solidariedade. A terra, para os quilombolas, tem valor diferente daquele dado pelos grandes proprietários.</p><p>Ela representa o sustento e é, ao mesmo tempo, um resgate da memória dos antepassados, onde realizam</p><p>tradições, criam e recriam valores, lutam para garantir o direito de ser diferente sem ser desigual.</p><p>Portanto, a terra não é percebida apenas como objeto em si mesmo, de trabalho e de propriedade individual,</p><p>uma vez</p><p>que está relacionada com a dignidade, a ancestralidade e a uma dimensão coletiva.</p><p>(BRASIL, 2013, p. 438)</p><p>Portanto, para as comunidades quilombolas, a territorialidade é um princípio fundamental,</p><p>pois relaciona-se à busca pela manutenção de suas referências ancestrais e ao seu direito de ser</p><p>diferente sem ser desigual. Nesse contexto, a Educação Escolar Quilombola deve</p><p>fundamenta-se na memória coletiva, nas línguas reminiscentes, nas práticas culturais, nas</p><p>tradições orais e demais acervos que conformam o patrimônio cultural das comunidades</p><p>quilombolas de todo o país.</p><p>As orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (BRASIL,</p><p>2013) referem-se à educação escolar quilombola, pontuando que:</p><p>A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades educacionais inscritas em suas terras e</p><p>cultura, requerendo pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-cultural de cada</p><p>comunidade e formação específica de seu quadro docente, observados os princípios constitucionais, a</p><p>base nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira. Na estruturação e no</p><p>funcionamento das escolas quilombolas, deve ser reconhecida e valorizada sua diversidade cultural.</p><p>(BRASIL. 2013, p. 42)</p><p>Entretanto, inserir nos currículos escolares a história e a cultura afro-brasileiras e africana,</p><p>abordando o contexto quilombola nas discussões, tem sido um desafio no Brasil, revelando as</p><p>lacunas existentes em nosso Sistema Educacional e apontam para a necessidade de</p><p>normatizações que regulamentem o acolhimento a História afro-brasileira.</p><p>Somente em 2012 o Ministério da Educação do Brasil em conjunto com o Conselho Nacional de</p><p>Educação e a Câmara de Educação Básica definiram as Diretrizes Curriculares para a</p><p>Educação Escolar Quilombola na Educação Básica, por meio da resolução nº 8 (BRASIL,</p><p>2012c).</p><p>As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica</p><p>estabelecem como “povos e comunidades tradicionais os grupos culturalmente</p><p>diferenciados e possuem formas próprias de organização social, que usam seu território e os</p><p>recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e</p><p>econômica”. (BRASIL, 2010, p.435)</p><p>Nesse sentido são considerados territórios tradicionais os espaços utilizados de forma</p><p>permanente pelos quilombolas visando a sua reprodução cultural, social e econômica,</p><p>preservando sua identidade afro-brasileira por meio do desenvolvimento sustentável, ou seja,</p><p>com o uso equilibrado dos recursos naturais.</p><p>A partir da Resolução nº 8/2012 (BRASIL, 2012c), a educação escolar quilombola passa a ser</p><p>normatizada e fica estabelecida como diretriz que sua organização deve compreender que as</p><p>instituições educacionais se fundamentarão na memória coletiva, nas línguas reminiscentes, nos</p><p>acervos e repertórios orais, nos festejos, usos, tradições e demais elementos que conformam o</p><p>patrimônio cultural das comunidades quilombolas de todo o país, respeitando sua territorialidade.</p><p>Nessa perspectiva, são objetivos da educação escolar quilombola:</p><p>Art. 6º.</p><p>I - Orientar os sistemas de ensino e as escolas de Educação Básica da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios na elaboração, desenvolvimento e avaliação de seus projetos educativos;</p><p>II - Orientar os processos de construção de instrumentos normativos dos sistemas de ensino visando garantir</p><p>a Educação Escolar Quilombola nas diferentes etapas e modalidades, da Educação Básica, sendo respeitadas</p><p>as suas especificidades;</p><p>III - Assegurar que as escolas quilombolas e as escolas que atendem estudantes oriundos dos territórios</p><p>quilombolas considerem as práticas socioculturais, políticas e econômicas das comunidades quilombolas,</p><p>bem como os seus processos próprios de ensino-aprendizagem e as suas formas de produção e de</p><p>conhecimento tecnológico;</p><p>IV - Assegurar que o modelo de organização e gestão das escolas quilombolas e das escolas que atendem</p><p>estudantes oriundos desses territórios considerem o direito de consulta e a participação da comunidade e</p><p>suas lideranças;</p><p>V - Fortalecer o regime de colaboração entre os sistemas de ensino da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios na oferta da Educação Escolar Quilombola;</p><p>VI - Zelar pela garantia do direito à Educação Escolar Quilombola às comunidades quilombolas rurais e</p><p>urbanas, respeitando a história, o território, a memória, a ancestralidade e os conhecimentos tradicionais;</p><p>VII - Subsidiar a abordagem da temática quilombola em todas as etapas da Educação Básica, pública e</p><p>privada, compreendida como parte integrante da cultura e do patrimônio afro-brasileiro, cujo conhecimento</p><p>é imprescindível para a compreensão da história, da cultura e da realidade brasileira.</p><p>(BRASIL, 2013, p. 480)</p><p>Enfim, o currículo da Educação Escolar Quilombola deve se pautar nas Diretrizes Curriculares</p><p>Nacionais, garantindo “ao educando o direito a conhecer o conceito, a história dos quilombos no</p><p>Brasil, o protagonismo do movimento quilombola e do movimento negro, assim como o seu</p><p>histórico de lutas”. Também deverão abordar a história e a cultura afro-brasileira como</p><p>elementos estruturantes do processo civilizatório nacional, fortalecendo a identidade étnico-</p><p>racial, a história e cultura afro-brasileira e africana, a cultura e a linguagem e a liberdade</p><p>religiosa de matriz africana ou não, como eixos norteadores do currículo na Educação Básica.</p><p>(BRASIL, 2013, p. 489)</p><p>Vale destacar que ainda hoje muitas comunidades quilombolas ainda não possuem escolas</p><p>situadas em seu território, entretanto, como estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para</p><p>a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica, a especificidade étnico-racial e cultural de</p><p>cada comunidade deve ser considerada nas escolas quilombolas e nas que recebem alunos</p><p>quilombolas.</p><p>Ainda são muitos os desafios da Educação Básica no Brasil, mas é preciso olhar cada contexto</p><p>dentro de suas demandas buscando atender o direito de todos.</p><p>ASSIMILE</p><p>I. Leis étnico-raciais: Entre a legislação brasileira que aborda as questões étnico-raciais</p><p>estão a Lei nº 10.639/2003, que aborda a obrigatoriedade do ensino da história e cultura</p><p>afro-brasileiras e africanas nas escolas públicas e privadas do ensino fundamental e médio;</p><p>o Parecer do CNE/CP 03/2004, que aprovou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a</p><p>Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-</p><p>Brasileiras e Africanas; e a Resolução CNE/CP 01/2004, que detalha os direitos e as</p><p>obrigações dos entes federados ante a implementação da lei. Essas políticas compõem um</p><p>conjunto de dispositivos legais considerados como indutores de uma política educacional</p><p>voltada para a afirmação da diversidade cultural e da concretização de uma educação das</p><p>relações étnico-raciais nas escolas. O Plano Nacional das Diretrizes Curriculares</p><p>Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e</p><p>Cultura Afro-Brasileira e Africana foi aprovado em 2009 (BRASIL, 2009).</p><p>II. Multiculturalismo: ou pluralismo cultural, é um termo que descreve a existência de</p><p>muitas culturas numa região, cidade ou país, com no mínimo uma predominante. O</p><p>Canadá é um exemplo de país multiculturalista, sendo o inglês a língua oficial de parte do</p><p>país e a língua francesa oficial na outra parte.</p><p>A política multiculturalista visa resistir à homogeneidade cultural, principalmente quando</p><p>essa homogeneidade é considerada única e legítima, submetendo outras culturas a</p><p>particularismos e dependência. Sociedades pluriculturais coexistiram em todas as épocas,</p><p>e hoje, estima-se que apenas 10 a 15% dos países sejam etnicamente homogêneos.</p><p>III. Ressocialização: Oferecer reeducação a um indivíduo é uma forma de reintegrá-lo à</p><p>sociedade, dando-lhe condições para que ele consiga se reavaliar e não voltar mais a</p><p>realizar o mesmo crime. Assim, a ressocialização propicia a dignidade e o tratamento</p><p>humanizado, mantendo a honra e a autoestima do detento. Encaminhar o sujeito para um</p><p>aconselhamento psicológico e para projetos</p><p>de profissionalização incentiva que</p><p>condenados tenham seus direitos básicos respeitados.</p><p>REFLITA</p><p>- A avaliação de alunos itinerantes deve ser pautada em seus conhecimentos e, a partir desse</p><p>diagnóstico, ser organizado um plano de estudos. Esse procedimento não seria indicado para</p><p>todos os alunos da Educação Básica?</p><p>- Quando propomos uma educação diferenciada para comunidades indígenas e quilombolas, por</p><p>exemplo, estamos respeitando a diversidade cultural ou estamos oferecendo um tratamento</p><p>desigual em termos de educação?</p><p>EXEMPLIFICANDO</p><p>Entre as comunidades itinerantes encontramos os artistas circenses. Quando um circo chega</p><p>numa cidade é importante orientar que as crianças sejam matriculadas na escola mais próxima</p><p>do local onde estão fixados em determinado momento.</p><p>O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (BRASIL, 1990) orienta que as crianças e os</p><p>adolescentes devem ser protegidos, pois a educação é um direito que não pode ser negligenciado.</p><p>Além disso, a própria LDB nº 9394/ 1996 determina que a Educação Básica é obrigatória a</p><p>partir dos 4 anos de idade e que não existe nenhuma norma que impeça a matricula de uma</p><p>pessoa em situação de itinerância, a qual deve ser acolhida pelo sistema educacional sem</p><p>discriminação e preconceito.</p><p>Cabe à escola verificar os conhecimentos dos alunos itinerantes e montar um plano de estudo</p><p>que os acolha e promova conhecimentos, sempre os ajustando em turmas em que eles se</p><p>identifiquem em termos etários, para que não haja constrangimentos.</p><p>Assim, uma criança de 9 anos, por exemplo, deve ser matriculada numa turma com seu mesmo</p><p>perfil etário e seus conhecimentos averiguados, ou através de seu memorial (documento escolar),</p><p>ou através da verificação diagnóstica de seus saberes a partir dos quais seu plano de estudo se</p><p>dará de forma acolhedora.</p><p>Lembre-se: a educação é um direito de todos!</p><p>Enfim, estamos encerrando esta seção e esperamos que você, futuro educador, tenha</p><p>compreendido mais sobre a diversidade do povo brasileiro e o quanto suas especificidades</p><p>devem ser tratadas pela Política Educacional Nacional. Essa, por sua vez, se traduz em diretrizes</p><p>que buscam regulamentar as ações, considerando o princípio Constitucional de que todos temos</p><p>os mesmos direitos, entre os quais se situa o direito à Educação.</p><p>Aqui, buscamos conhecer um pouco sobre as demandas especiais da Educação Básica, e para</p><p>isso nos amparamos nas Diretrizes para o atendimento de educação escolar para populações em</p><p>situação de itinerância, nas Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos</p><p>em situação de privação de liberdade nos estabelecimentos penais, nas Diretrizes Curriculares</p><p>Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica e nas Diretrizes Curriculares</p><p>Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica.</p><p>Reconhecer a importância do multiculturalismo é uma forma de promover a igualdade de</p><p>direitos da população brasileira, considerando aspectos históricos e culturais que devem</p><p>ser assimilados no processo educacional de forma a atender às necessidades dos diferentes</p><p>grupos que compõem nosso país.</p><p>Vemos a partir das Diretrizes aqui apresentadas o quanto é importante adotar Políticas</p><p>Educacionais que superem a desigualdade e respeitem a diversidade como um princípio ético e</p><p>educacional. É preciso olhar para a diversidade e respeitar as diretrizes educacionais que</p><p>valorizam os diferentes saberes, tradições e o patrimônio cultural de comunidades itinerantes, de</p><p>jovens e adultos privados de liberdade, de indígenas e quilombolas.</p><p>FOCO NA BNCC</p><p>Nesse momento, você, futuro educador, deve retomar que a BNCC (BRASIL, 2017) destaca</p><p>entre as competências que deverão ser desenvolvidas no decorrer da Educação Básica a</p><p>valorização das diversas manifestações artísticas e culturais existentes tanto mundialmente,</p><p>quanto em contexto mais próximos e que representam as marcas de nosso povo. Assim, a BNCC</p><p>estabelece como fundamental que os alunos conheçam, compreendam e reconheçam a</p><p>importância das mais diversas manifestações artísticas e culturais existentes em nosso país.</p><p>FAÇA VALER A PENA</p><p>Questão 1</p><p>Quando falamos em diversidade educacional nos remetemos à necessidade de oportunizar a</p><p>todos os alunos o direito à educação, ou seja, o direito ao acesso e permanência na escola, com</p><p>igualdade de condições, respeitando as diferenças e valorizando as diversas formas de vida,</p><p>catalisando as vivências dos diferentes grupos visando promover Políticas Curriculares que</p><p>acolham as multiplicidades culturais e sociais.</p><p>Considerando esse contexto, analise as seguintes afirmativas:</p><p>I. A condição de itinerância é uma prática vivenciada por muitas famílias que buscam novas</p><p>oportunidades de trabalho, que se submetem a deslocamentos constantes como alternativa</p><p>para uma melhor condição de vida. Contudo, o deslocamento culmina com a mudança de</p><p>escola e inclusive com o afastamento da escola, até mesmo dificultando a continuidade no</p><p>processo de escolarização.</p><p>II. A promoção da reinserção de jovens e adultos em instituições prisionais se consolida pela</p><p>articulação entre educação formal e não formal, inclusive sua qualificação profissional, de</p><p>forma a consolidar seu direito à cidadania.</p><p>III. A escola indígena é um espaço cultural que tem como objetivo acolher os conhecimentos</p><p>indígenas, manter a memória do grupo, valorizando-a e perpetuando-a em interlocução</p><p>com os conhecimentos científicos produzidos pela humanidade, visando seu</p><p>fortalecimento.</p><p>Considerando as informações apresentadas, é correto o que se afirmar em:</p><p>a. I, II e III.</p><p>b. II e III apenas.</p><p>c. I e III apenas.</p><p>d. I apenas.</p><p>III apenas.</p><p>Questão 2</p><p>A Constituição Federal e a legislação educacional reconhecem a importância do respeito e</p><p>reconhecimento das culturas indígenas por meio da aprovação da Resolução nº 5/ 2012, a qual</p><p>define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação</p><p>Básica. As diretrizes se pautam nos princípios da igualdade social, da diferença, da</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s3.html</p><p>especificidade, do bilinguismo e da interculturalidade, fundamentos da Educação Escolar</p><p>Indígena.</p><p>Considerando o contexto apresentado e a importância das diretrizes para a organização e o</p><p>funcionamento da escola indígena, julgue as afirmativas a seguir em (V) verdadeiras ou (F)</p><p>falsas.</p><p>( ) A centralidade do território para o bem viver dos povos indígenas e para seus processos</p><p>formativos é foco da organização educacional indígena, prezando pela localização das escolas</p><p>em terras habitadas por suas comunidades.</p><p>( ) As línguas indígenas e os registros linguísticos específicos do português para o ensino</p><p>ministrado nas línguas maternas das comunidades indígenas são estratégias que visam à</p><p>preservação da realidade sociolinguística de cada povo.</p><p>( ) As escolas indígenas requerem que o atendimento às comunidades indígenas sejam</p><p>realizados exclusivamente por professores indígenas oriundos da respectiva comunidade,</p><p>visando preservar sua identidade.</p><p>( ) As escolas indígenas não requerem de uma organização escolar específica, pois a</p><p>diferenciação pode ser compreendida como um tratamento desigual ou mesmo com prioridades,</p><p>rompendo com o princípio da igualdade de direitos.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.</p><p>a. V – V – F – F.</p><p>b. F – F – V – V.</p><p>c. V – V – F – V.</p><p>d. V – V – V – F.</p><p>V – F –</p><p>V – V.</p><p>Questão 3</p><p>Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação</p><p>Básica, Resolução nº 8/2012 (BRASIL, 2012), a educação escolar quilombola deve</p><p>compreender que as instituições educacionais se fundamentarão na memória coletiva, nas</p><p>línguas reminiscentes, nos acervos e repertórios orais, nos festejos, usos, tradições e demais</p><p>elementos que conformam o patrimônio cultural das comunidades quilombolas de todo o país,</p><p>respeitando sua territorialidade.</p><p>Considerando esse contexto, analise as seguintes afirmativas:</p><p>I. As Diretrizes visam assegurar que as escolas quilombolas e as escolas que atendem</p><p>estudantes oriundos dos territórios quilombolas considerem as práticas socioculturais,</p><p>políticas e econômicas das comunidades quilombolas.</p><p>II. As Diretrizes visam assegurar que o modelo de organização e gestão das escolas</p><p>quilombolas e das escolas que atendem estudantes oriundos desses territórios considerem</p><p>o direito de consulta e a participação da comunidade e suas lideranças.</p><p>III. As Diretrizes visam subsidiar a abordagem da temática quilombola em todas as etapas da</p><p>Educação Básica, pública e privada, compreendida como parte integrante da cultura e do</p><p>patrimônio afro-brasileiro.</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s3.html</p><p>Considerando as informações apresentadas, é correto o que se afirmar em:</p><p>a. I, II e III.</p><p>b. II e III apenas.</p><p>c. I e III apenas.</p><p>d. I apenas.</p><p>e. III apenas.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ARROYO, M. Currículo, Território em Disputa. Petrópolis: Vozes, 2012.</p><p>ARRUTI, J. M. A. A Emergência dos “Remanescentes”: notas para o diálogo entre indígenas e</p><p>quilombolas.Mana, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, out. 1997. Disponível em: https://bit.ly/3tNfpqF.</p><p>Acesso em: 26 jan. 2021.</p><p>BOTO, C. A Educação Escolar como Direito Humano de Três Gerações: identidades e</p><p>universalismos. Educação & Sociedade, Campinas, v. 26, n. 92, p.777-798, 2005.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de</p><p>1988. Organização do texto: Juarez de Oliveira. São Paulo: Saraiva,1990. (Série Legislação</p><p>Brasileira).</p><p>BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil:</p><p>Poder Legislativo, Brasília, DF, 16 jul. 1990. p. 13563. Disponível em: https://bit.ly/3qff7GU.</p><p>Acesso em: 25 jan. 2021.</p><p>BRASIL. Decreto no 26, de 4 de fevereiro de 1991. Dispõe sobre a Educação Indígena no</p><p>Brasil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 fev. 1991.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da</p><p>educação. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996.</p><p>BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e</p><p>para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Brasília: junho, 2005.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros Básicos de</p><p>Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil. Brasília: MEC/ SEB, 2006.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e</p><p>Diversidade. Educação Escolar Indígena: diversidade sociocultural indígena ressignificando a</p><p>escola. Cadernos SECAD 3. Brasília: SECAD/MEC, 2007.</p><p>BRASIL. Decreto nº 6.861, de 27 de maio de 2009. Dispõe sobre a Educação Escolar Indígena,</p><p>define sua organização em territórios etnoeducacionais e dá outras providências. Diário Oficial</p><p>da União, Brasília, DF, 28 maio 2009.</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s3.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u3s3.html</p><p>http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93131997000200001</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm</p><p>BRASIL. MEC. CNE. CEB. Resolução nº 2, de 19 de maio de 2010. Dispõe sobre as Diretrizes</p><p>Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos em situação de privação de liberdade</p><p>nos estabelecimentos penais.</p><p>BRASIL. MEC. CNE. CEB. Resolução nº 3, de 16 de maio 2012. Define diretrizes para o</p><p>atendimento de educação escolar para populações em situação de itinerância.</p><p>BRASIL. MEC. CEB. Resolução nº 5, de 22 de junho de 2012b. Define Diretrizes Curriculares</p><p>Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica.</p><p>BRASIL. MEC. CEB. Resolução nº 8, de 20 de novembro de 2012c. Define Diretrizes</p><p>Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação</p><p>Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Secretaria de Educação Profissional e</p><p>Tecnológica. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica. Brasília: MEC, SEB,</p><p>DICEI, 2013. Disponível em: https://bit.ly/3rOW1aM. Acesso em: 25 jan. 2021.</p><p>BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE</p><p>e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 jun. 2014.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação. Brasília: Inep, 2014.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Básica. A Educação</p><p>Infantil Na Base Nacional Comum Curricular. 2017. Disponível em: https://bit.ly/3rU2kdr.</p><p>Acesso em: 25 jan. 2021.</p><p>CONFERÊNCIA DE EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA, 1., 2009, Luziânia, GO.</p><p>CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2014, Brasília. Documento – Referência.</p><p>Elaborado pelo Fórum Nacional de Educação. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria</p><p>Executiva Adjunta, [2013].</p><p>CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Câmara de Educação Básica. Resolução CEB nº 3,</p><p>de 10 de novembro de 1999. Fixa as Diretrizes Nacionais para o funcionamento das escolas</p><p>indígenas e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 abr. 1999. Seção I.</p><p>P. 18.</p><p>CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Resolução CNE/CEB nº 5, de 22 de junho de</p><p>2012. Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação</p><p>Básica. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 jun. 2012.</p><p>CURY, C. R. J. A Educação Escolar, a Exclusão e seus Destinatários. Educação em Revista,</p><p>Belo Horizonte, n. 48, p. 205-222, dez. 2008.</p><p>DECRETO nº 5.051, de 19 de abril de 2004. Promulga a Convenção nº 169 da Organização</p><p>Internacional do Trabalho – OIT sobre Povos Indígenas e Tribais. In: SHIRAISHI NETO,</p><p>Joaquim (Org.). Direito dos povos e das comunidades tradicionais no Brasil: declarações,</p><p>convenções internacionais e dispositivos jurídicos definidores de uma política nacional. Manaus:</p><p>UEA, 2007. p. 133-155.</p><p>http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/</p><p>FRAGO, A. V.; ESCOLANO, A. Currículo, Espaço e Subjetividade: a arquitetura como</p><p>programa. Tradução de Alfredo Veiga-Neto.</p><p>as ações</p><p>adotadas, os recursos e os prazos para cada ação política.</p><p>A quarta fase, a implementação da política, é quando se põe os planos em prática, se direciona</p><p>os recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos para executar a política.</p><p>Por fim, a quinta fase, a avaliação, que contribui para o acompanhamento da Política visando o</p><p>sucesso da ação. Para isso, é muito importante que a avaliação aconteça em todas as fases da</p><p>Política, visando os melhores resultados, corrigindo as possíveis falhas ao longo do processo de</p><p>efetivação (HAM & HILL, 1993).</p><p>Assim, o Estado age por meio das Políticas Públicas visando atender às demandas sociais em</p><p>termos de distribuição de bens e serviços sociais, podendo sua abrangência acontecer no âmbito</p><p>federal, estadual e municipal.</p><p>Você, futuro educador, sabe qual é a diferença entre Estado e Governo?</p><p>É muito importante compreendermos essa diferenciação, pois é comum confundirmos Estado e</p><p>Governo.</p><p>A palavra “Estado” como a compreendemos hoje, passou a ser utilizada no século XVI,</p><p>conforme pontua Bobbio (2004). Se origina da palavra latina “status”, utilizada para denominar</p><p>o conjunto de instituições e pessoas que tinham o domínio sobre um território e seus habitantes</p><p>(BOBBIO, 2004).</p><p>Segundo Rocha (2008), podemos dizer que Estado é toda a sociedade política, incluindo o</p><p>governo. O Estado possui as funções executiva, legislativa e judiciária.</p><p>O Governo faz parte do Estado e pode ser identificado pelo grupo político que está no seu</p><p>comando. Contudo, uma Política de Estado é regulamentada por leis e tem uma duração ampla,</p><p>independente do grupo político no poder.</p><p>Um exemplo de Política de Estado é o Plano Nacional de Educação (PNE). Sua duração é</p><p>para uma temporalidade de 10 anos e estabelece metas a serem atingidas pelos municípios,</p><p>estados e federação, independente dos grupos que estão em seu governo.</p><p>Já uma Política de Governo dura o tempo que determinado grupo se mantém no comando.</p><p>Dentro das políticas municipais de educação infantil, por exemplo, a cada quatro anos costuma-</p><p>se haver novas normatizações na forma de conduzir a educação em creches e pré-escolas a nível</p><p>local, entretanto, as Políticas de Estado devem ser cumpridas independente do governo local,</p><p>sendo normatizadas por uma legislação.</p><p>Como resume Rocha (2008, p. 141),</p><p>O Estado é um conjunto de órgãos responsáveis pelo desempenho de suas funções. Os órgãos do Estado</p><p>fazem o que é do seu interesse, pois exercem o poder do Estado, não possuem vontade própria, por isso são</p><p>órgãos. As funções são a executiva, a legislativa e a judiciária.</p><p>Nesse contexto, apresentamos a seguir como estão constituídos os poderes do Estado e suas</p><p>funções.</p><p>A administração pública compõe a função executiva, como organização da burocracia estatal, e</p><p>o governo que representa um conjunto de órgãos decisórios.</p><p>Podemos considerar a organização e estrutura do Estado sob três aspectos: forma de governo,</p><p>sistema de governo e forma de Estado.</p><p>Quadro 1.1 | Organização e Estrutura do Estado</p><p>FORMA DE GOVERNO SISTEMA DE GOVERNO FORMA DE ESTADO</p><p>República Presidencialismo Estado Unitário</p><p>Monarquia Parlamentarismo Federação</p><p>Fonte: elaborado pela autora.</p><p>O Brasil adotou a Federação como forma de organização do Estado. Como coloca Pinho (2012),</p><p>a Federação é uma aliança de Estados para a formação de um Estado único, em que as unidades</p><p>federadas preservam autonomia política, enquanto a soberania é transferida para o Estado</p><p>Federal. São características de um Estado Federal:</p><p> As atribuições da União e as das unidades federadas são fixadas na Constituição, por</p><p>meio de uma distribuição de competências (União, Estados e Municípios).</p><p> Cada esfera de competência se atribui renda própria.</p><p> O poder político é compartilhado pela União e pelas unidades federadas.</p><p> Os cidadãos do Estado que aderem à federação adquirem a cidadania do Estado Federal e</p><p>perdem a anterior.</p><p> A base jurídica da Federação é uma Constituição e não um tratado.</p><p> Não existe o direito de secessão.</p><p> O indivíduo é cidadão do Estado Federal e não da unidade em que nasceu ou reside.</p><p>(PINHO, 2012)</p><p>É importante destacar que o governo possui a discricionariedade, ou seja, tem liberdade de ação</p><p>dentro dos limites da legalidade, entretanto, o Estado possui princípios que limitam a opção</p><p>ideológica dos governos, lembrando que no Brasil nos referimos a um Estado democrático, onde</p><p>o voto popular determina a escolha política.</p><p>O poder legislativo é realizado por colegiados com distribuição de representatividades, visando</p><p>discussões amadurecidas com foco na resolução dos problemas sociais. A função legislativa,</p><p>conforme afirma Vieira (2007), é a essência do poder.</p><p>O poder judiciário tem a função de controle sobre os atos públicos e privados para a garantia da</p><p>legalidade. Além de identificar a legalidade das ações na sociedade, o poder judiciário também</p><p>deve preencher as lacunas que aparecem nas leis através de ações decisórias (VIEIRA, 2007).</p><p>Visando afirmar que o Estado democrático de direitos deve responder a princípios que garantam</p><p>a todos os cidadãos o mesmo tratamento perante a lei, não possibilitando favorecimentos, Rocha</p><p>(2008, p. 142) destaca que</p><p>No Estado de Direito, as funções do Estado, caracterizadas na forma de poder, devem ser separadas para não</p><p>caracterizar o benefício do poder para o indivíduo que a ocupa, segundo a teoria de freios e contrapesos. É</p><p>neste sentido que as funções do Estado não devem também se confundir com os ocupantes do governo.</p><p>Nesse contexto, vale resgatar que quando falamos em Políticas Sociais, estamos falando em</p><p>decisões políticas que são tomadas pelo Estado, visando atender às demandas sociais, ou seja,</p><p>olhando para a coletividade.</p><p>Quando falamos especificamente da Política Educacional, estamos nos referindo a uma política</p><p>social voltada à educação, portanto, às decisões que o Poder Público, ou seja, o Estado, toma</p><p>em relação à educação (SAVIANI, 2008).</p><p>Segundo Vieira (2007, p. 56), a Política Educacional pode ser considerada como uma aplicação</p><p>da Ciência Política ao estudo do setor educacional e, por sua parte, as políticas educacionais</p><p>como “políticas públicas que se dirigem a resolver questões educacionais”.</p><p>As iniciativas do Poder Público, em suas diferentes instâncias (União, Estados, Distrito Federal</p><p>e Municípios), voltadas à Educação acabam influenciando diretamente o desenvolvimento das</p><p>ações pedagógicas nas escolas e sua organização.</p><p>Um exemplo dessa influência pode ser verificado ao analisarmos o papel da nossa legislação</p><p>brasileira, a Constituição Federal de 1988, na regulamentação da Educação Nacional.</p><p>Na Constituição Federal se estabelece que a gestão da educação deve ser pautada no princípio</p><p>democrático, assim, os estabelecimentos de ensino, sejam estaduais, federais ou municipais,</p><p>devem se adequar à legislação nacional ao organizarem a gestão escolar, por exemplo.</p><p>Na atualidade, podemos destacar duas legislações que impactam diretamente nas Políticas</p><p>Educacionais brasileiras. São elas: a Constituição Federal (CF), de 1988, e a Lei de Diretrizes e</p><p>Bases da Educação Nacional (LDB – Lei nº 9394/1996), pois são leis maiores que normatizam o</p><p>funcionamento das instituições e se referem aos direitos e deveres dos cidadãos em termos</p><p>educacionais.</p><p>Futuro educador, na próxima seção estaremos conversando de forma mais aprofundada sobre a</p><p>legislação educacional, explicitando sua constituição e ação social. Contudo, cabe destacar que</p><p>as Políticas Educacionais se amparam em regulamentações legais, as quais impactam</p><p>diretamente no trabalho pedagógico realizado pelas escolas.</p><p>Vieira (2007) destaca que os estabelecimentos de ensino funcionam com base nas legislações</p><p>em vigor as quais orientam as Políticas Educacionais, devendo elaborar e executar suas</p><p>propostas educacionais de maneira articulada com as orientações presentes nas Políticas em</p><p>vigor, administrando seu pessoal, os recursos materiais e financeiros, cumprindo os dias letivos,</p><p>articulando-se com as famílias e comunidades de forma a executar sua proposta</p><p>Rio de Janeiro: DP&A, 2001.</p><p>GOMES, N. L. Diversidade e Currículo. Salto para o Futuro, Brasília, v.17, p. 30-33, 2007.</p><p>GOMES, N. L. Educação, relações étnico-raciais e a Lei 10.639/03. Portal Geledés, 27 ago.</p><p>2011. Disponível em: https://bit.ly/3pemsoH. Acesso em: 5 fev. 2021.</p><p>GOMES, N. P. M.; PEREIRA, E. A. 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Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 43, n. 1, p. 201-222, jan./mar. 2018.</p><p>http://sistemas3.sead.ufscar.br/snfee/index.php/snfee/article/view/39</p><p>http://dx.doi.org/10.1590/2175-623662535</p><p>POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO PARA FORMAÇÃO DE</p><p>PROFESSORES</p><p>CONVITE AO ESTUDO</p><p>Você já parou para pensar na importância do processo formativo dos professores?</p><p>O sistema educacional, historicamente constituído, continua passando por diversas modificações.</p><p>A sociedade muda e, assim, a escola busca aproximar-se cada vez mais dessa realidade e</p><p>conquistar os alunos, engajando-os na construção de suas aprendizagens.</p><p>Para o alcance desse objetivo, deposita-se nas mãos dos professores a responsabilidade de agir,</p><p>intervir, planejar, executar, mediar, resgatar e outras infinitas atribuições para serem</p><p>compartilhadas com você nesse momento.</p><p>Pensando nessa dinâmica e em todos os elementos que permeiam os processos educativos,</p><p>esperamos que com os estudos apresentados aqui, você possa compreender a importância da</p><p>construção de uma legislação educacional e uma política educacional, identificando seus</p><p>impactos em todo sistema, incluindo os mais diversos contextos escolares.</p><p>Nessa reflexão, temos ainda a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tratando não apenas</p><p>das aprendizagens dos alunos como da formação de professores. Sendo assim, perceber as</p><p>possibilidades e os desdobramentos desse documento fará parte dos nossos estudos.</p><p>É importante compreender esse processo como algo contínuo. Em sua formação inicial, o</p><p>professor tem contato com as ferramentas que poderá usar em sua prática, porém, não é um</p><p>processo que se finda com a conclusão de um curso superior, por exemplo. É na formação</p><p>continuada, no dia a dia dos espaços escolares e demais ações que estão ao seu entorno, com as</p><p>quais interage constantemente, que se torna possível aperfeiçoar práticas e processos de ensino e</p><p>aprendizagem.</p><p>Compreender a dinâmica de um processo formativo, reconhecendo suas necessidades e</p><p>buscando flexibilizar-se diante do contexto que está inserido faz toda diferença.</p><p>Por todas as características apresentadas é que buscaremos aprofundar seus conhecimentos,</p><p>possibilitando que possa diferenciar legislações e políticas públicas, responsáveis pela</p><p>estruturação da educação brasileira e, além disso, perceber de que forma esses documentos</p><p>normativos impactam as práticas educativas.</p><p>E muitas pessoas ainda acham que é fácil ser professor, não é mesmo?</p><p>Valorizar sua formação inicial e continuada, reconhecendo-se como agente de transformação faz</p><p>com que suas aprendizagens também sejam potencializadas.</p><p>Escutamos o tempo todo sobre a importância de pensarmos e planejarmos para que os alunos</p><p>construam suas aprendizagens. Agora chegou o momento de olharmos para as nossas</p><p>aprendizagens, aquelas mediadas por tantas normas e que precisam ser materializadas na sala de</p><p>aula. Vamos lá?</p><p>PRATICAR PARA APRENDER</p><p>Você estava desenvolvendo sua aula, tudo caminhava conforme o planejamento semanal, mas,</p><p>de forma repentina, a escola foi acionada para atender uma demanda emergencial e seu</p><p>planejamento foi totalmente comprometido.</p><p>O que fazer?</p><p>Será que as informações sobre como agir diante de imprevistos estão em um livro de pedagogia?</p><p>Alguma teoria ou concepção pedagógica pode te auxiliar nesse momento?</p><p>A escola não é uma célula isolada. Ela se conecta de maneira intensa com tudo que está à sua</p><p>volta, aproximando-se do contexto social, dando sentido, buscando significados e se fazendo</p><p>presente a todo momento.</p><p>Sendo assim, uma das palavras mais presentes em seu repertório deve ser flexibilidade. Seja de</p><p>tempos, espaços, planejamento, tudo precisa ser revisitado o tempo todo para atender às</p><p>especificidades das turmas e do momento.</p><p>Alguns ajustes são inevitáveis e devem fundamentar-se no cumprimento de normas legalmente</p><p>instituídas. Não podemos, por exemplo, na interrupção de um dia letivo não propor uma forma</p><p>de reposição. A legislação estabelece a carga horária e os dias letivos que devem ser cumpridos,</p><p>e isso só pode ser alterado a partir de orientações governamentais.</p><p>Como forma de regular algumas ações, temos Políticas Públicas Educacionais e Legislações que,</p><p>entre outras questões, visam assegurar os direitos dos estudantes em todo território brasileiro.</p><p>Embora normatize e impacte diretamente as ações escolares, traz também orientações para que o</p><p>professor pense sua formação e, com isso, tanto a formação inicial como a continuada ofertam</p><p>importantes reflexões para que, em situações como essa que acabamos de apresentar, o professor</p><p>tenha repertório para agir com tranquilidade</p><p>pedagógica,</p><p>como determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - Art. 12, Incisos I a</p><p>VII – VIEIRA, 2007, p. 61).</p><p>Como uma lei específica e voltada à Educação, a LDB regulamenta todas as ações educacionais</p><p>e junto com a Constituição Federal devem zelar pelo direito à educação de todos os cidadãos,</p><p>desde o nascimento, visando garantir o direito à Educação desde a educação básica até o</p><p>ensino superior.</p><p>Nessa perspectiva, cabem aos formuladores de política e aos gestores concentrarem esforços na tarefa de</p><p>fazer chegar às escolas os instrumentos para operacionalizarem o desafio do sucesso do ensino e da</p><p>aprendizagem. Esta tarefa sem trégua está posta para todos. A ela não podem se furtar a(s) política(s) e a</p><p>gestão da educação básica.</p><p>(VIEIRA, 2007, p. 68)</p><p>Para finalizar esta seção, cujo objetivo foi apresentar as Políticas Públicas, compreendê-las</p><p>conceitualmente e conhecer como funciona a Política voltada à Educação, ou seja, a Política</p><p>Educacional, deixamos aqui dois exemplos de Políticas Públicas direcionadas às ações</p><p>educacionais, visando ilustrar essa ação do Estado. São elas a EJA e o Prouni – Programa</p><p>Universidade para Todos.</p><p>A EJA é um exemplo de Política Pública redistributiva ligada à educação, que tem sua origem</p><p>na Pedagogia de Paulo Freire e destina-se a erradicar o analfabetismo da população brasileira.</p><p>O Prouni é um programa do Ministério da Educação (MEC) que oferece bolsas de estudos totais</p><p>e parciais a estudantes da rede pública de ensino que foram aprovados em universidades</p><p>privadas de ensino. O critério para a aquisição da bolsa se pauta na questão financeira da família</p><p>(rendimento médio) e na pontuação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), classificando</p><p>os estudantes que demandarem a referida bolsa.</p><p>ASSIMILE</p><p>1. Atores das Políticas Públicas: chamamos de atores os grupos que integram o Sistema</p><p>Político, apresentando reivindicações ou executando ações que serão transformadas em</p><p>Políticas Públicas. Podemos dizer que existem dois tipos de atores: os estatais e os</p><p>privados.</p><p>o Os estatais são oriundos do Governo ou do Estado e exercem funções públicas,</p><p>são eleitos pela sociedade para um cargo por tempo determinado (os políticos), ou</p><p>atuam de forma permanente, como os servidores públicos (que operam a</p><p>burocracia).</p><p>o Os privados são oriundos da Sociedade Civil e não possuem vínculo direto com a</p><p>estrutura administrativa do Estado. Exemplo: a imprensa; os centros de pesquisa;</p><p>os movimentos sociais; os representantes comerciais; os sindicatos e outras</p><p>entidades representativas da Sociedade Civil.</p><p>2. Plano diretor: é uma lei municipal obrigatória para municípios com população superior a</p><p>vinte mil habitantes, que integram regiões metropolitanas, ou ainda, que estejam situados</p><p>em áreas de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto</p><p>ambiental, visando estabelecer as diretrizes de ocupação da cidade. Em outras palavras,</p><p>ele define o que pode e o que não pode ser feito em um município, orientando as ações do</p><p>Poder Público e as tomadas de decisão.</p><p>3. Programas: no contexto das Políticas Públicas, programas nada mais são do que as ações</p><p>previstas no planejamento estratégico detalhadas em projetos. Para que um projeto esteja</p><p>completo é preciso que ele contenha não apenas os objetivos, mas um plano de ação</p><p>dividido em várias fases (como em um cronograma) com os resultados esperados.</p><p>Exemplo: Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).</p><p>REFLITA</p><p>A participação social influência no bom desempenho das Políticas Públicas?</p><p>Os atores sociais são capazes de pressionar o Estado quanto à elaboração de Políticas Públicas?</p><p>EXEMPLIFICANDO</p><p>Quando falamos em Gestão democrática na escola é fundamental pensarmos na participação</p><p>das famílias, alunos e comunidade em geral em sua gestão, participando dos processos</p><p>decisórios, acompanhando as ações tomadas pela escola, de forma a favorecer a gestão escolar</p><p>de forma eficiente, ou seja, garantindo o bom uso dos recursos para a promoção de uma</p><p>qualidade educacional.</p><p>Você está caminhando rumo ao resultado de aprendizagem desta unidade, compreendendo a</p><p>construção de uma legislação educacional e das Políticas Educacionais, sua hierarquia e os</p><p>impactos na educação brasileira e refletindo sobre os desafios da formação de professores.</p><p>Até aqui você pôde ver que as Políticas Públicas influenciam diretamente a Educação,</p><p>principalmente ao estabelecer em lei o direito à educação, o direito ao seu acesso e permanência,</p><p>questões que ainda são grandes desafios no Brasil.</p><p>Bom trabalho!</p><p>SEM MEDO DE ERRAR</p><p>Como professora-orientadora de estágio, você pode orientar João a acessar o site do Ministério</p><p>de Educação para acessar os Programas Educacionais que se encontram em vigor a fim de que</p><p>ele conheça os programas e projetos decorrentes das Políticas Educacionais na atualidade. Cada</p><p>programa tem um objetivo específico e busca responder a uma demanda específica, por isso é</p><p>muito importante conhecer seu objetivo e o público alvo.</p><p>Entre as Políticas Educacionais que chegam na escola em forma de programa está o Programa</p><p>de Inovação Educação Conectada, que tem por objetivo levar a todas as escolas de Educação</p><p>Básica, ou seja, Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, o acesso à internet com</p><p>qualidade, permitindo pesquisas e novos conteúdos educacionais.</p><p>Políticas de incentivo à leitura também chegam às escolas através de Programas. Por exemplo, o</p><p>Programa Nacional de Alfabetização tem o projeto “Conta pra Mim”, que visa a literacia</p><p>familiar, ou seja, o incentivo à leitura para a criança sendo realizada pela família. Há também o</p><p>Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que é uma forma de garantir o material didático</p><p>a todos os alunos. Esse programa tem sua versão literária, a qual fornece livros de literatura para</p><p>bibliotecas escolares e visando o incentivo à leitura.</p><p>Até aqui, conhecemos três Programas que fazem parte da Política Educacional Brasileira:</p><p> Programa de Inovação Educação Conectada.</p><p> Programa Nacional de Alfabetização, com seu projeto “Conta pra Mim”.</p><p> PNLD e sua versão literária.</p><p>João poderá promover o acesso às salas de informática a fim de oportunizar o acesso a essa</p><p>Política Pública a todos os alunos que frequentam a escola aos finais de semana, mostrando que</p><p>o acesso à uma educação de qualidade a todos é um direito social.</p><p>O empréstimo de livros da biblioteca também é uma forma de oportunizar um direito</p><p>educacional, incentivando a leitura.</p><p>Enfim, a partir dessas orientações João pode verificar quais politicas já se fazem presente em sua</p><p>escola e quais podem ser implementadas, visando promover o direito à educação.</p><p>Conhecer a equipe gestora e pensar em meios de participação de todos os profissionais e da</p><p>comunidade e alunos e uma forma de deixar a gestão democrática e transparente aproximando a</p><p>todos aos direitos sociais, entre os quais está o direito à Educação.</p><p>Essas são apenas algumas dicas a serem dadas a João!</p><p>AVANÇANDO NA PRÁTICA</p><p>NUNCA É TARDE PARA APRENDER</p><p>Dona Jussara tem 50 anos e trabalha na Escola como servente. Nunca comentou com ninguém</p><p>que sabe escrever apenas o nome, pois treinou muito e acabou decorando sua grafia, contudo</p><p>não sabe ler nem escrever.</p><p>João, estagiário de Pedagogia, começou a conversar com dona Jussara e em um determinado</p><p>momento ela acabou contando que não sabia ler. Logo ficou envergonhada, afinal, trabalha</p><p>dentro de uma escola.</p><p>João comentou com dona Jussara que também tem uma origem social bastante difícil: foi criado</p><p>pela mãe e é o primeiro na família a cursar o ensino superior. Se você fosse João, como</p><p>motivaria Dona Jussara a estudar para que ela finalmente aprenda a ler e escrever?</p><p>RESOLUÇÃO</p><p>A mãe de João só aprendeu a ler e a escrever depois que os filhos estavam maiores, num curso</p><p>de EJA – Educação de Jovens e Adultos.</p><p>Esse programa visa garantir o direito à educação a quem não teve oportunidade na idade certa,</p><p>por isso é uma política redistributiva que visa corrigir uma distorção do passado.</p><p>João incentivou dona Jussara a se matricular e</p><p>explicou que na EJA ela encontrará pessoas com</p><p>sua faixa etária e com experiência de vida muito parecida. Além de aprender a ler e escrever,</p><p>fará amizades e ampliará seu repertório social, afinal, a EJA busca olhar para as trajetórias de</p><p>vida e promover aprendizagens significativas respeitando a faixa etária de seu público.</p><p>Dona Jussara ficou muito feliz, principalmente por saber que, no período noturno, no centro</p><p>social do bairro há uma sala de EJA e aceita matrículas, assim, seu acesso é possível e lhe</p><p>permitirá realizar seu grande sonho: aprender a ler e a escrever.</p><p>Todos têm direito à educação, como declara a Constituição Federal do Brasil.</p><p>FAÇA VALER A PENA</p><p>Questão 1</p><p>O termo “Política” se origina da palavra grega “polis” que significa cidade, contudo, também era</p><p>sinônimo de cidade-Estado. A vida na polis podia ter duas esferas: uma privada (ligada aos</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/fmt_u1s1.html</p><p>assuntos particulares da casa) e uma pública (expresso pelo espaço urbano público e político e</p><p>suas instituições).</p><p>Considerando esse contexto, analise as seguintes afirmativas:</p><p>I. A política era a forma de normalizar a convivência entre os habitantes das cidades e</p><p>cidades-estados vizinhas.</p><p>II. Quando a política era exercida dentro de um mesmo Estado, era nominada de Política</p><p>Interna e quando era realizada entre diferentes Estados, de Política Externa.</p><p>III. A Política deve buscar boas ações para o bem-estar tanto individual como coletivo,</p><p>priorizando o clientelismo e o patrimonialismo político.</p><p>a. As afirmações I e II estão corretas.</p><p>b. As afirmações I e III estão corretas.</p><p>c. As afirmações II e III estão corretas.</p><p>d. Apenas a afirmação I está correta.</p><p>e. Apenas a afirmação III está correta.</p><p>Questão 2</p><p>No sentido aristotélico, a Política pode ser compreendida como uma ciência que tem por</p><p>objetivo a felicidade humana, pautada na ética, ao olhar para o homem individualmente, e na</p><p>política em si, ao olhar para a coletividade. Portanto, a Política deve buscar boas ações para o</p><p>bem-estar tanto individual como coletivo.</p><p>Considerando o sentido da palavra Política proposta por Aristóteles, analise o excerto a seguir,</p><p>completando suas lacunas.</p><p>Em todas as ____________ e em todas as artes, o alvo é o ____________; e o maior dos bens</p><p>acha-se principalmente naquela dentre todas as ciências que é a mais elevada: essa ciência é a</p><p>____________ e o bem da justiça é a política, isto é a utilidade geral [...] (ARISTÓTELES,</p><p>2002, p.64)</p><p>Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.</p><p>a. matérias / dinheiro / Biologia.</p><p>b. disciplinas / aprendizado / Vida.</p><p>c. ciências / bem / Política.</p><p>d. escolas / trabalho / Matemática.</p><p>e. pesquisas / lucro / Economia.</p><p>Questão 3</p><p>As Políticas Públicas são as ações empreendidas pelo Estado, ou seja, podemos dizer que as</p><p>Políticas Públicas são o “Estado em ação”. Vale destacar que as Políticas Públicas podem</p><p>assumir tipologias, apresentando cada uma delas características próprias.</p><p>Assim, podemos dizer que as Políticas Públicas podem ser classificadas em:</p><p>I. Políticas Distributivas.</p><p>II. Políticas Regulatórias.</p><p>III. Políticas Redistributivas.</p><p>IV. Políticas Constitutivas.</p><p>V. Políticas Administrativas.</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s1.html</p><p>https://conteudo.colaboraread.com.br/202101/INTERATIVAS_2_0/FUNCIONAMENTO_DA_EDUCACAO_BRASILEIRA_E_POLITICAS_PUBLICAS/LIVRO_DIGITAL/npf_u1s1.html</p><p>a. I, II, III e V estão corretas.</p><p>b. I, II, III e IV estão corretas.</p><p>c. I, IV e V estão corretas.</p><p>d. II, III, IV e V estão corretas.</p><p>e. III, IV e V estão corretas.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ARISTÓTELES. Política. Trad. Torrieri Guimarães. São Paulo: Martin Claret. 2002.</p><p>Disponível em: https://bit.ly/3qnC4Yr. Acesso em: 29 set. 2020.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível</p><p>em: https://bit.ly/3akCWay. Acesso em: 29 set. 2020.</p><p>BARBOSA, L.; GERALDO, Z. Cidadão. Rio de Janeiro: CBS, 1979. LP Terceiro mundo.</p><p>CUNHA, E. de P.; CUNHA, E. S. M. Políticas públicas e sociais. In: CARVALHO, A.; SALES,</p><p>F. (Org.). Políticas públicas. Belo Horizonte: UFMG, 2002.</p><p>DOURADO, L. F.; PARO, V. H. (org.). Políticas Públicas e Educação Básica. São Paulo:</p><p>Xamã, 2001.</p><p>DOURADO, L. F. Políticas e Gestão da Educação Básica no Brasil: limites e</p><p>perspectivas. 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Política e planejamento educacional. 2ª ed.</p><p>Fortaleza: Demócrito Rocha, 2001.</p><p>http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392000000100002&script=sci_arttext</p><p>http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v12n45/v12n45a02.pdf</p><p>http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/3843/material/001-%20A-%20POLITICAS%20PUBLICAS.pdf</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO</p><p>EDUCACIONAL –</p><p>A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL BRASILEIRA</p><p>PRATICAR PARA APRENDER</p><p>Olá! Nesta seção estaremos conversando sobre A Legislação Educacional Brasileira,</p><p>abordando a hierarquia da Legislação no Brasil, as normas legais quanto à tramitação da</p><p>legislação educacional e compartilhamento de responsabilidades entre entes federados, ou seja,</p><p>entre Distrito Federal, Estados, municípios e federação, relativos à implementação das Políticas</p><p>Educacionais.</p><p>Aqui estaremos retomando a trajetória histórica da educação brasileira, visando demonstrar o</p><p>quanto os aspectos sociais, políticos e econômicos influenciam na concepção da educação e o</p><p>quanto influenciam na elaboração de leis que norteiam as Políticas Públicas.</p><p>Nesta seção, focalizaremos os aspectos legais atuais que orientam e regulamentam o Sistema</p><p>Educacional brasileiro, com destaque para a Constituição Federal (CF), de 1988, e sua</p><p>influência na educação brasileira, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996,</p><p>(LDB nº 9394/1996) e o seu papel na estruturação da educação básica.</p><p>Vale destacar que, ao final desta seção, espera-se que você compreenda o papel da legislação</p><p>educacional para a organização e o funcionamento da Educação Nacional, favorecendo a</p><p>reflexão acerca da ação educativa.</p><p>Qual a visão de Educação presente em nossa atual Constituição Federal? Você já parou para</p><p>fazer essa análise e verificar sua relação com as Políticas Educacionais que temos vivenciado?</p><p>Como você está se preparando para ser um futuro educador, é fundamental conhecer mais sobre</p><p>o funcionamento da Educação no Brasil, por isso, adote a postura de um educador pesquisador e</p><p>busque conhecer nossa legislação educacional, com destaque para a Lei de Diretrizes e Bases</p><p>da Educação Nacional, de 1996.</p><p>O contexto de aprendizagem apresentado busca aproximar você da realidade de seu campo de</p><p>trabalho. Lembre-se de que, embora seja uma narrativa hipotética, é um exercício que mobiliza</p><p>conhecimentos promovidos nesta disciplina, conectando-os com as situações da prática</p><p>educacional e tornando-os mais compreensíveis e significativos.</p><p>Em um final de semana, João estava na escola pública de ensino fundamental “Construindo o</p><p>Futuro”, onde está estagiando, e enquanto organizava os espaços para a utilização da</p><p>comunidade, recebeu um grupo de pais preocupados com alguns boatos que estão circulando na</p><p>comunidade. Ouviram dizer que a escola será municipalizada e estão preocupados com o destino</p><p>de seus filhos. Muitos professores têm comentado que no próximo ano letivo talvez não estejam</p><p>mais na escola e não sabem se as turmas serão mantidas, ou se haverá alguma reestruturação,</p><p>portanto, o futuro dos empregos também é incerto, o que tem ocasionado grande insegurança e a</p><p>mobilização da comunidade. Diante dos comentários, os pais procuraram João para verificar</p><p>essas informações e juntos pensarem numa mobilização.</p><p>Durante a conversa com João, alguns pais acabam expondo que estão inseguros, pois temem que</p><p>a escola feche no bairro, além de não acreditarem que o município consiga manter a escola</p><p>funcionando no mesmo padrão que o Estado.</p><p>João ouve todas as dúvidas da comunidade para, em um segundo momento, poder orientar e</p><p>propor ações.</p><p>Entre as principais dúvidas pontuadas pelos pais estão:</p><p> Com a municipalização corre o risco da escola do bairro fechar?</p><p> A qualidade do ensino será mantida pelo município? De onde virá o dinheiro para a</p><p>manutenção da escola?</p><p> Os professores perderão o emprego? E os demais funcionários da escola?</p><p> Por que o Estado não quer mais assumir o ensino nesta escola?</p><p>Nesse momento, você, futuro educador, deve ocupar o lugar de João e propor ações para</p><p>resolver essa situação-problema apresentada. Descreva hipoteticamente quais seriam as</p><p>possíveis ações de João.</p><p>Vamos juntos conhecer mais sobre o histórico e funcionamento da Educação no Brasil?</p><p>Um excelente estudo!</p><p>CONCEITO-CHAVE</p><p>Olá! Vamos conversar nesta seção sobre a Legislação Educacional brasileira recuperando, de</p><p>forma breve, o percurso histórico da educação no Brasil, focando o papel das regulamentações</p><p>para sua organização e funcionamento.</p><p>Na atualidade, quando falamos em Educação, logo nos vem à mente a ideia de um projeto de</p><p>sociedade e de formação humana, assim, analisamos aspectos que a influenciam como: a cultura,</p><p>a economia e a política em vigor.</p><p>A partir da visão de Educação e do contexto sociopolítico, teremos Legislações que</p><p>regulamentaram sua implementação.</p><p>Hierarquia da Legislação no Brasil</p><p>Pensando na hierarquia das leis, cabe destacar que, no Brasil, vigora o princípio da</p><p>Supremacia da Constituição, ou seja, as normas constitucionais estão num patamar de</p><p>superioridade em relação às demais leis, servindo de fundamento de validade para estas.</p><p>Pensando na normatização e nessa hierarquia, Bittencourt e Clementino (2012) pontuam que</p><p>podemos pensar em três grupos de normas legais:</p><p> Normas constitucionais.</p><p> Normas infraconstitucionais.</p><p> Normas infralegais.</p><p>Quadro 1.2 | Normas legais</p><p>Fonte: adaptado de Bittencourt e Clementino (2012)</p><p>É fundamental destacar que não há hierarquia entre as normas de um mesmo grupo, o que existe</p><p>é campo de atuação diferenciado, específico entre essas normas que compõem o mesmo grupo.</p><p>O que existe também é hierarquia entre os grupos, sendo que as normas constitucionais são</p><p>hierarquicamente superiores às normas infraconstitucionais, que são hierarquicamente</p><p>superiores às normas infralegais.</p><p>Pensando na organização e no funcionamento da educação brasileira, o caminho histórico que</p><p>constituiu nossa realidade educacional é longo e pautado em leis que revelam cenários sociais,</p><p>políticos e econômicos.</p><p>Antecedentes históricos da Legislação Educacional e Políticas Públicas</p><p>Neste momento, futuro educador, resgataremos o histórico da educação brasileira para</p><p>compreendermos sua forma de organização e funcionamento, compreendendo o momento em</p><p>que a Legislação Educacional passou a compor sua história.</p><p>De acordo com Freitag (1980), para compreendermos melhor a organização da Educação</p><p>brasileira podemos dividi-la em três períodos históricos, cada qual com uma perspectiva política</p><p>e que revela interesses sociais e econômicos do período em que abrangem. São eles:</p><p> 1º período: de 1500 a 1930, envolvendo a Colônia, o Império e a Primeira República.</p><p> 2º período: de 1930 a 1960.</p><p> 3º período: de 1960 em diante.</p><p>Normas</p><p>constitucionais</p><p> Constituição Federal (05/10/88)</p><p> Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT)</p><p> Emendas Constitucionais (nem tudo pode ser alterado, sendo que devem ser respeitadas as</p><p>cláusulas Pétreas)</p><p> Tratados e Convenções internacionais sobre Direitos Humanos</p><p>Normas</p><p>infraconstitucionais</p><p> Lei Complementar – as hipóteses de regulamentação da constituição por meio de lei</p><p>complementar estão taxativamente previstas na CF.</p><p> Lei Ordinária – o campo por elas ocupado é residual, ou seja, tudo o que não for regulamentado</p><p>por lei complementar, decreto legislativo, resoluções, será regulamentado por lei ordinária.</p><p> Lei Delegada – é a espécie normativa utilizada nas hipóteses de transferência da competência</p><p>do Poder Legislativo para o Poder Executivo.</p><p> Medida provisória.</p><p> Decreto Legislativo.</p><p> Resolução.</p><p>Normas infralegais Decretos – são expedidos pelo Presidente de República, para dar fiel execução a uma lei já</p><p>existente.</p><p> Portaria – é o instrumento pelo qual Ministros ou outras autoridades de alto escalão expedem</p><p>instruções sobre procedimentos relativos à organização e ao funcionamento de serviços e,</p><p>ainda, podem orientar quanto à aplicação de textos legais.</p><p> Instrução Normativa</p><p>1º período (1500 a 1930)</p><p>Podemos dizer que o 1º período da história da Educação Brasileira iniciou-se com a chegada dos</p><p>jesuítas no Brasil, no período colonial português, sendo “Regimentos” o primeiro documento</p><p>que marcou a política educacional daquele momento, assinado por Dom João III, em 1548.</p><p>Quando Manuel da Nóbrega chegou no Brasil, em 1549, iniciou-se o ensino na colônia, sendo</p><p>este pautado na catequese, sob o comando dos jesuítas e com a manutenção financeira da coroa</p><p>portuguesa.</p><p>Já em 1564, foi criado o primeiro sistema de cobrança de impostos que previa a aplicação de</p><p>10% da arrecadação para a manutenção dos colégios jesuíticos, ou seja, para a Educação na</p><p>colônia, a qual se caracterizava como religiosa, sendo o ensino ministrado pelos jesuítas.</p><p>Embora os recursos financeiros fossem de origem pública, a infraestrutura, os materiais</p><p>pedagógicos, os agentes educacionais (jesuítas), as normas disciplinares e diretrizes pedagógicas</p><p>eram de domínio privado, ou seja, sob o controle dos jesuítas.</p><p>Em 1759, o Marquês de Pombal rompe com os jesuítas da Companhia de Jesus, dando início a</p><p>uma nova fase na educação brasileira, marcada pela “Reforma Pombalina”, que vigorou de 1759</p><p>a 1827, fase a qual podemos considerar como um ensaio da educação pública estatal.</p><p>Quando os jesuítas foram expulsos do Brasil, apenas uma ínfima parcela da população acessava</p><p>as escolas, pois o acesso era restrito. Como pontua Marcílio (2005, p. 3), “estavam excluídas as</p><p>mulheres (50% da população), os escravos (40%), os negros livres, os pardos, filhos ilegítimos e</p><p>crianças abandonadas”.</p><p>Com o fechamento dos colégios jesuíticos em 1759, iniciaram-se as “aulas régias” mantidas pela</p><p>Coroa e para as quais se criou um novo imposto em 1772, o “subsídio literário”. Em termos</p><p>educacionais, cabe destacar que as reformas pombalinas romperam com as ideias religiosas,</p><p>baseando-se em ideias laicas em termos de instrução, iniciando uma nova forma de “educação</p><p>pública estatal” (SAVIANI, 2008).</p><p>Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, foi preciso implementar o</p><p>Ensino Superior com o intuito de garantir o acesso aos serviços que anteriormente tinham na</p><p>Europa: assim nasce o ensino superior baseado no modelo de instituto isolado e de natureza</p><p>profissionalizante, elitista, apenas para atender aos filhos da aristocracia colonial, que não mais</p><p>tinham acesso às academias europeias, sendo forçados a cursar estudos superiores por aqui</p><p>mesmo, no Brasil. A primeira faculdade de medicina é criada em Salvador, em 1808: FAMEB –</p><p>Faculdade de Medicina da Bahia (SOUZA, 1997).</p><p>Com a independência do Brasil em 1822, instaurou-se o Primeiro Império, política esta que</p><p>estabeleceu, a partir de 1827, uma nova diretriz educacional que instituiu as escolas de primeiras</p><p>letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos. Em 1834, o Ato Adicional à</p><p>Constituição do Império colocou o ensino primário sob a responsabilidade das Províncias,</p><p>desobrigando o Estado Nacional a cuidar desse nível de ensino.</p><p>É possível ver que desde os primeiros tempos de nossa história, a consolidação de uma</p><p>Educação Nacional tem sido um desafio, principalmente em termos de educação pública e sua</p><p>responsabilização como um bem nacional. Cabe destacar que as províncias não apresentavam</p><p>estrutura financeira para financiar o ensino de forma local.</p><p>De 1889 a 1930, ou seja, durante a Primeira República, o ensino no Brasil continuou estagnado,</p><p>com grande número de analfabetismo, correspondendo a mais da metade da população brasileira.</p><p>Cabe destacar nesse período, como retoma Freitag (1980), foram criadas escolas superiores e</p><p>escolas primárias e secundárias, o que ampliou o número de estabelecimentos, mas não o</p><p>número de oportunidades educacionais, mantendo o sistema educacional elitista e excludente.</p><p>O grande marco expansionista e de investimentos foi sentido no ensino superior, pois muitas</p><p>escolas superiores foram criadas nesse momento de nossa história, focando a formação de</p><p>profissionais liberais, atendendo aos interesses da classe dominante visando sua manutenção no</p><p>poder.</p><p>Em termos econômico, político e social, é importante recuperarmos que durante a Primeira</p><p>República o Brasil vivenciou um momento de efervescência cultural que marcou as</p><p>transformações sociais do século XX. Em 1922, a Semana da Arte Moderna foi um marco para a</p><p>cultura brasileira. As inovações apresentadas naquele momento histórico geraram um</p><p>entusiasmo em termos educacionais, levando a um “otimismo pedagógico”.</p><p>A partir disso, as reflexões acerca da escola primária aumentaram, contudo, somente após a</p><p>Primeira Guerra Mundial que a política educacional passou a ser revista no Brasil.</p><p>2º período (1930 a 1960)</p><p>Nos anos de 1930, surge um movimento conhecido como “Movimento Escolanovista” formado</p><p>por educadores como Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo e Francisco</p><p>Campos, que juntos buscavam renovar o ensino, organizando um manifesto, o qual seria</p><p>conhecido mais tarde como “Manifesto dos Pioneiros da Educação”.</p><p>Esse manifesto denunciava o atraso do sistema educacional brasileiro e evidenciava a</p><p>necessidade de ampliação da educação para toda a população, dando destaque à educação</p><p>escolarizada. Enfim, o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova surgiu em 1932 contendo uma</p><p>nova proposta pedagógica e trazendo em seu bojo uma proposta de reconstrução do sistema</p><p>educacional brasileiro, demandando por uma Política Educacional do Estado (PIANA,2009).</p><p>Cabe recuperar aqui que, em 1929, a economia mundial sofreu com a quebra da Bolsa de Nova</p><p>Iorque, e no Brasil a crise foi sentida em 1930, pois como nossa economia era agrícola, a</p><p>superprodução do café, nosso principal produto de exportação, fez com que os preços sofressem</p><p>uma queda no mercado internacional, o que ocasionou um colapso em nossas finanças públicas.</p><p>Nesse momento de nossa história republicana, o governo de Getúlio Vargas adotou medidas</p><p>para diminuir o prejuízo dos cafeicultores em decorrência da crise e restringiu as importações</p><p>dos bens de consumo, o que favoreceu e fortaleceu nossa produção industrial.</p><p>Portanto, somente no 2º período da História de Educação brasileira, ou seja, de 1930 a 1960,</p><p>com o avanço da industrialização e urbanização que a pressão para uma maior escolarização se</p><p>tornou uma demanda política e social, exigindo uma nova condição em termos de investimentos.</p><p>Você, futuro educador, consegue perceber, a partir dessa contextualização histórica, o quanto a</p><p>economia pode influenciar nos rumos das Políticas Educacionais?</p><p>De um país agroexportador, o Brasil passa a se configurar também como um país com potencial</p><p>industrial, da qual emergiu um novo grupo econômico: a burguesia urbano-industrial.</p><p>O País foi assumindo desta forma, uma política de industrialização e, consequentemente, esta mudança</p><p>evidenciou uma reestruturação no seio da sociedade política e da sociedade civil, pois ao lado dos</p><p>aristocratas e latifundiários do café, emergiu a burguesia financeira e industrial, e o operariado também</p><p>sofreu ampliações.</p><p>(FREITAG, 1980, p. 50)</p><p>Esse período foi marcado por grandes transformações no campo educacional brasileiro, pois se</p><p>desenhou uma possibilidade de democratização no ensino, fruto das ideias dos “Escola</p><p>Novistas”: Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo e Francisco Campos,</p><p>pautados na concepção de “escola ativa” de Dewey.</p><p>Não podemos deixar de frisar que em 1930 criou-se oMinistério da Educação e Saúde, com a</p><p>função de orientar e coordenar as reformas educacionais que aconteceriam adiante, entre as</p><p>quais estavam a Reforma Francisco Campos, que integrou</p>