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<p>Letícia Baptista</p><p>Eletrofisiologia Cardíaca</p><p>O músculo cardíaco é uma célula excitável, apresenta capacidade de gerar</p><p>potencial de ação independentemente de estímulos. O Sistema Nervoso</p><p>Autônomo apenas o modula! Todas as células musculares cardíacas são auto</p><p>excitáveis, porém as células nodais geram o potencial de ação antes das outras</p><p>células, ditando a frequência de disparo (são consideradas células marcapasso,</p><p>principalmente nó sinusal).</p><p>Células envolvidas na capacidade elétrica: nó Sinoatrial, nó Atrioventricular,</p><p>feixe de His e células de Purkinje.</p><p>-</p><p>O Nó Sinusal dispara o primeiro potencial de ação e a partir dos discos</p><p>intercalares, por meio de sinapse elétrica, é dissipado para todas as células atriais</p><p>promovendo uma contração análoga a um sincício. As Fibras Internodais</p><p>atravessam a camada de tecido conjuntivo alcançando o Nó Atrioventricular, que</p><p>manda o sinal para o Feixe de His. Entre o Nó Atrioventricular e o Feixe de His há</p><p>Letícia Baptista</p><p>uma menor quantidade de junções comunicantes nos discos intercalares, por</p><p>esse motivo, a velocidade de condução do potencial de ação do nó AV para o Feixe</p><p>de His é lentificada, objetivando que a contração ventricular ocorra um pouco</p><p>depois da atrial para que não contraiam juntos. Quando o potencial de ação chega</p><p>no Feixe de His o átrio já está despolarizando e o potencial rapidamente se dissipa</p><p>para as Fibras de Purkinje, atingindo as células ventriculares. Essa conformação</p><p>faz com que a contração ventricular ocorra do ápice para a base permitindo a</p><p>ejeção do sangue (de baixo para cima), enquanto no átrio ocorre de cima para</p><p>baixo.</p><p>Observação: a lentificação do potencial de ação só ocorre entre o nó</p><p>Atrioventricular e o feixe de His, a dissipação em seguida ocorre normalmente.</p><p>Além disso, enquanto o potencial ainda está no feixe de His ainda não há</p><p>contração ventricular.</p><p>As células excitáveis apresentam inicialmente um Potencial de Repouso que é</p><p>sempre negativo, uma vez que para gerar o potencial de ação é necessário alterar</p><p>a polaridade de membrana. O eletrocardiograma detecta os eventos de</p><p>despolarização e repolarização!</p><p>Despolarização: da membrana negativa para a positiva.</p><p>Repolarização: da membrana positiva para a negativa.</p><p>Esses eventos só são possíveis nas membranas por meio do fluxo (influxo e efluxo)</p><p>de íons, que ocorre por causa dos canais iônicos. Todos os íons envolvidos no</p><p>potencial de ação apresentam carga positiva, logo a polaridade é definida a partir</p><p>da entrada ou saída.</p><p>• Canais Iônicos</p><p>No músculo cardíaco apresentam-se os canais de sódio, potássio e cálcio.</p><p>Existem 2 tipos de potencial de ação: tipo lento e tipo rápido.</p><p>Bomba Na+/K+: transporte ativo com efluxo de 3 íons</p><p>Na+ e influxo de 2 íons K+, é responsável por gerar</p><p>gradiente de concentração, todas as células possuem</p><p>mais sódio no meio externo e mais potássio no meio</p><p>interno. Esse gradiente permite fluxo de íons na</p><p>membrana por meio dos canais! Quando há abertura</p><p>de canais específicos, de acordo com o gradiente de</p><p>concentração, o Na+ tende a entrar na célula e o K+ a</p><p>sair.</p><p>Letícia Baptista</p><p>Canais de Cálcio: participam do potencial de ação e permitem que seja do tipo</p><p>lento e rápido! O Cálcio fica dentro do retículo sarcoplasmático, isso faz com que</p><p>a concentração desse íon no citoplasma seja menor do que no meio extracelular.</p><p>Com isso, a abertura de canais de cálcio na membrana celular gera uma</p><p>tendência de entrada do íon na célula.</p><p>Observação: canais fazem transporte por difusão facilitada, é a favor do gradiente</p><p>de concentração.</p><p>Influxo = entrada;</p><p>Efluxo = saída.</p><p>No músculo cardíaco há muito potássio no meio intracelular, enquanto há muito</p><p>cálcio e sódio no meio extracelular. Na membrana há canais para sódio, cálcio e</p><p>potássio. A abertura de canais de sódio e cálcio causam as entradas dos íons, já</p><p>dos canais de potássio há saída do íon. O fluxo desses íons gera o potencial de</p><p>ação. Os tipos diferentes de canais geram diferentes tipos de potencial (lento e</p><p>rápido).</p><p>• Tipos de Potenciais de Ação</p><p>Nas células autoexcitáveis, como</p><p>nas células nodais (sinusal e</p><p>atrioventricular) há potencial de ação</p><p>do tipo LENTO, enquanto nas células</p><p>contráteis, como His, Purkinje,</p><p>células ventriculares e atriais os</p><p>potenciais de ação são do tipo</p><p>RÁPIDO. Os tipos de potenciais não</p><p>estão associados à frequência de disparo, e sim ao tempo de duração. Como</p><p>exemplo, o potencial lento é mais duradouro, dispara antes e leva mais tempo</p><p>para acabar, pois na membrana dessas células há canais iônicos que induzem</p><p>essa formação. O potencial do tipo lento não apresenta fase de repouso, assim</p><p>que repolariza ele já despolariza. O rápido apresenta fase de repouso!</p><p>O tempo de duração do potencial de ação é do início da despolarização até a</p><p>repolarização.</p><p>Tipo Lento: Células do nó sinusal e atrioventricular.</p><p>Tipo Rápido: Células atriais, ventriculares, feixe de His e fibras de Purkinje.</p><p>Letícia Baptista</p><p>Os canais iônicos presentes nas células nodais são diferentes dos canais</p><p>presentes nas outras células, com foco especial para os canais lentos de sódio</p><p>do tipo funny que não se fecham nunca! Essa é a principal diferença entre os</p><p>canais!</p><p>• Potencial de Ação Rápido</p><p>Fase 0: membrana em repouso,</p><p>polaridade negativa. Há abertura de</p><p>canais rápidos de Na+ que provocam</p><p>a despolarização inicial.</p><p>Fase 1: apresenta canal voltagem</p><p>dependente, a despolarização fecha</p><p>canais de Na+ e abre um pouco de</p><p>canais de K+ (começa a sair potássio,</p><p>membrana passa a ficar mais</p><p>negativa), induz uma breve</p><p>repolarização.</p><p>Fase 2: a breve repolarização induz a abertura de Canais de Ca2+ (fazem influxo) e</p><p>os canais de K+ seguem abertos promovendo o efluxo do íon, a membrana fica</p><p>com a polaridade estável e gera a fase de platô.</p><p>Fase 3: há fechamento dos canais de Ca2+ e abrem mais canais de K+ (grande</p><p>efluxo, membrana perde carga positiva e fica mais negativa), gerando um quadro</p><p>de repolarização.</p><p>Fase 4: Há fechamento dos canais de K+ e a membrana retorna ao seu potencial</p><p>de repouso.</p><p>Letícia Baptista</p><p>• Potencial de Ação Lento</p><p>Fase 0: O influxo de Ca2+ gera o limiar e</p><p>dispara o Potencial de Ação, que promove</p><p>a abertura de muitos canais de Ca2+,</p><p>membrana despolariza.</p><p>Fase 1: Ausente.</p><p>Fase 2: Ausente.</p><p>Fase 3: No pico da despolarização os</p><p>canais de Ca2+ se fecham e os de K+ se</p><p>abrem promovendo o efluxo, que sobrepõe</p><p>os canais tipo funny, ocorre a</p><p>repolarização.</p><p>Fase 4: Canais de K+ se fecham. Despolarização inicial causada pelos canais</p><p>de Na+ tipo funny. A célula não precisa de estímulo porque esses canais</p><p>permanecem sempre abertos (confere a capacidade de auto excitabilidade)</p><p>permitindo o influxo, são lentos, permitem a despolarização até o limiar de</p><p>disparo. Permeabilidade ao sódio constante, essa despolarização pelos canais</p><p>funny permite a abertura de canais de Ca2+.</p><p>• Nó Sinusal x Nó Atrioventricular</p><p>O nó sinusal é considerado o principal marcapasso do coração, mesmo que os 2</p><p>apresentem potencial de ação do tipo lento, já que ele gera e dispara o potencial</p><p>antes do nó atrioventricular. Isso ocorre porque na membrana das células do nó</p><p>Fase Rápido Lento</p><p>0 Despolarização com influxo de Na+ Despolarização com influxo de Ca2+</p><p>1 Breve repolarização com efluxo de K+ e</p><p>fechamento de canais de Na+</p><p>Ausente</p><p>2 Platô com influxo de Ca2+ e efluxo de K+ Ausente</p><p>3 Repolarização com fechamento de</p><p>canais de Ca2+ e abertura máxima de</p><p>canais de K+</p><p>Repolarização com fechamento dos</p><p>canais de Ca2+ e abertura dos canais</p><p>de K+, sobrepõem os funny</p><p>4 Potencial de repouso a partir do</p><p>fechamento dos canais de K+</p><p>Despolarização inicial pelo</p><p>fechamento de canais de K+, influxo</p><p>de Na+ pelos canais funny, abertura</p><p>com influxo de canais de Ca2+</p><p>Letícia Baptista</p><p>sinoatrial existe uma maior quantidade de canais do tipo funny, permitindo um</p><p>maior e mais rápido influxo de Na+. A fase 4 é mais retilínea, as células atingem</p><p>limiar de disparo mais rápido do que no nó AV, a despolarização inicial ocorre mais</p><p>rápida.</p><p>• Período Refratário</p><p>Quando os canais no músculo cardíaco se encontram inativados há o Período</p><p>Refratário Absoluto (vai até a metade da repolarização nos tipos rápidos e lentos)</p><p>e o Período Refratário Relativo (vai até metade da fase 4 nos 2 tipos).</p><p>Período Refratário Absoluto = mesmo com estímulo muito elevado, a célula não</p><p>consegue gerar um novo potencial de ação pela inativação dos canais.</p><p>Período Refratário Relativo = canais estão saindo da configuração inativada e</p><p>entram na configuração fechada, com o estímulo os canais podem ser abertos e</p><p>gerar um novo potencial de ação. No tipo rápido essa abertura é gerada pelos</p><p>canais de Na+, no lento pelos canais de Ca2+.</p><p>Duração de um ciclo: tempo entre os potenciais de</p><p>ação sucessivos. Ao aumentar o número de</p><p>potenciais de ação a duração do ciclo vai diminuir,</p><p>quanto menor a duração do ciclo menor será o</p><p>tempo de duração do potencial. Quando isso</p><p>ocorre, o potencial de ação fica praticamente todo</p><p>no Período Refratário Absoluto, não há o relativo!</p><p>Não há como regularizar esse quadro porque a</p><p>célula não fica responsiva a nenhum estímulo.</p><p>Ocorre sobrecarga da célula, aumenta o gasto de</p><p>energia e a frequência cardíaca, não dá tempo de a</p><p>coronária irrigar efetivamente o coração.</p>

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