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<p>A personalidade pode ser interpretada como a diversidade singular que define cada pessoa e ao mesmo tempo a difere das outras. Ou seja, é um modo de variação psicológica particular que é formada por um conjunto de traços e particularidades psicológicas e internas de cada ser humano, logo, são esses fatores que definem as ações e as formas de adaptação das pessoas perante as diferenças fundamentais. Sendo assim, mesmo que cada pessoa seja detentora de sua própria personalidade e não exista uma personalidade igual à outra, é preciso dizer que existem muitas características exatas para todas as personalidades.</p><p>Dessa forma, assim como fora estudado, pode-se concluir que, ainda que os teóricos não encontrem uma definição consensual para a personalidade, ela é um padrão de traços relativamente permanentes e de características individuais, o que desencadeia, concomitantemente, consistência e individualidade ao comportamento de um indivíduo. Os traços são aqueles que contribuem para a existência das diferenças de comportamento, eles podem ser únicos ou comuns, mas seu padrão é diferente para cada pessoa, e as características são as qualidades individuais de cada ser humano.</p><p>A psicanálise trás três partes da mente humana, o ID, o EGO e o SUPEREGO, vejamos:</p><p>a) ID: é um elemento psicológico da mente do ser humano, ou seja, é nesse “espaço” que ficam guardados as compulsões, a energia psíquica e os impulsos primitivos de cada indivíduo. O ID é controlado pelo prazer, mas para ele não há regras para seguir, logo, o importante é a demanda do desejo, a ação, a expressão, a satisfação.</p><p>Ele fica localizado na parte inconsciente do cérebro e acaba não reconhecendo o certo e o errado, já que não há tempo ou espaço, não há importância nas consequências. Consequentemente, ele é o espaço dos impulsos sexuais e com a busca incessante por seus desejos, não aceita ser frustrado.</p><p>b) EGO: na teoria de Freud, o ego é o principal elemento entre os três que estão sendo citados nesse texto. Pois o ego é a instancia psíquica do ser humano então ele possui os elementos do inconsciente. Contudo, ele funciona principalmente conscientemente. Esse, diferente do ID, é regido pela realidade, tendo como uma das suas principais funções limitar o ID quando ocorrer um desejo impróprio para uma situação estabelecida. O ego é o mediador entre as vontades do ID e as privações do Superego em conjunto com a sociedade.</p><p>É importante frisar que na maioridade das vezes, é na infância o momento em que o ego toma a decisão final, pois não há possibilidade de utilizar o Superego se o Ego não está bem desenvolvido, dando ouvidos apenas aos impulsos primitivos do ID.</p><p>c) SUPEREGO: é aquele que detém do consciente e do inconsciente. Essa parte da mente humana é desenvolvida na infância, a partir do EGO, assim que a criança inicia o processo de aprendizagem daquilo que é ensinado a ela. O Superego seria o socialista do trio, na maioria das vezes, ele é resultado de uma imposição ou algum castigo que fora sofrido durante a infância, portanto, ele é a censura, a culpa e o medo da punição.</p><p>Para concluir esse aspecto, é importante destacar que a moral, a ética, a noção de certo e errado e todas as imposições sociais se concentram no Superego, dessa forma, ele se instaura contra o ID, já que enquanto o ID não se importa com o que é certo ou errado, para o Superego não há meio termo entre certo e errado.</p><p>Para a psicanálise, o desenvolvimento do ser humano ocorre em cinco fases universais que são chamadas de psicossexuais. Para Freud, a personalidade é formada essencialmente no final da terceira fase, próximo aos cinco anos de idade, já que é nessa fase onde o ser humano já conquistou o desenvolvimento de estratégias fundamentais que formam o núcleo da personalidade, ou seja, estão prontos para expressarem os seus impulsos.</p><p>A primeira fase é chama de oral e ocorre desde o nascimento até os doze meses de vida. É nessa fase que ocorre o desenvolvimento do qual são formados os traços fundamentais como o otimismo, a passividade e a dependência. A segunda, fase anal, perdura durante o segundo e o terceiro ano de vida do bebê e tem como característica dessa fase a ordem, a moderação e a teimosia. Por fim, a terceira fase é a fálica, que se da dos três aos cinco anos. Desse modo, para Freud, a personalidade se forma durante esses três estágios psicossexuais, onde é estabelecido as ferramentas necessárias do ego para lidar com os seus impulsos primitivos.</p><p>O inconsciente atravessa as nossas ações cotidianas a todo tempo. Haja vista que é no inconsciente que se encontram todos os impulsos, as necessidades urgentes ou os instintos que estão além da percepção do ser humano, todavia, são eles que dão motivação para a maior parte das palavras, sentimentos e ações. Ainda que se possa estar consciente de seu comportamento aberto, continuamente se pode estar inconsciente dos processos mentais que se encontram por trás deles. Como por exemplo, ao sentir atração por outra pessoa, mas não entender as razões para sentir a atração, já que algumas podem ser irracionais.</p><p>5. Como o inconsciente interfere na tomada de decisão do "juiz" e na formação do self do juiz?</p><p>A concretização do deslinde pacífico de um litígio e a definição da forma adequada para resolve-lo encontra-se como função do Poder Judiciário. Portanto, a jurisdição para definir os limites do direito de cada uma das partes de um processo é dada pelo judiciário. Conforme os textos estudados, o que gera motivação as decisões prolatadas judicialmente, são, e devem ser, as leis, o anseio pessoal daquele que julga pelo o que é justo, fazendo jus à sua carreira de magistratura.</p><p>A ideia daquilo que é justo é buscado nos limites da lei, no decorrer do processo e na interpretação da qual ele mais se harmoniza, e assim, ao ser convencido do que seria a justiça em uma decisão, o Magistrado deve recorrer as leis e as provas para proferir uma decisão que contenha fundamento, no entanto, não coloca o seu senso de justiça como motivação do seu julgamento.</p><p>Indo ao encontro do fim, prosseguimento para o self do juiz, ou seja, consequentemente, a aproximação da adaptação de ser juiz ocasiona o distanciamento do verdadeiro eu daquele ser humano. O texto estudado diz que, para aqueles que não conseguem conciliar o “eu juiz” com o “eu verdadeiro”, a profissão da magistratura se torna cansativa, e mesmo que atuem de forma adequada e aparentem estar satisfeito com a carreira que fora escolhida, o sinais aparecem. Essa pressão ocorre principalmente da sociedade, haja vista que, para alguns, aquele que escolhe o caminho da magistratura não pode agir como “uma pessoa normal”, mas deve agir como um juiz, ou juíza em todos os momentos. Conclui-se, então, que a formação do self do juiz é aquela onde o “verdadeiro eu” deixa de existir, e transparece apenas o “eu juiz”.</p>