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<p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM</p><p>NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do</p><p>Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais</p><p>em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo,</p><p>Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória,</p><p>e com a Educação a Distância presente</p><p>em todo estado do Espírito Santo, e com</p><p>polos distribuídos por todo o país.</p><p>Desde 1999 atua no mercado capixaba,</p><p>destacando-se pela oferta de cursos de</p><p>graduação, técnico, pós-graduação e</p><p>extensão, com qualidade nas quatro</p><p>áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas,</p><p>Humanas e Saúde, sempre primando</p><p>pela qualidade de seu ensino e pela</p><p>formação de profissionais com consciência</p><p>cidadã para o mercado de trabalho.</p><p>Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de</p><p>Instituições de Ensino Superior que</p><p>possuem conceito de excelência junto ao</p><p>Ministério da Educação (MEC). Das 2109</p><p>instituições avaliadas no Brasil, apenas</p><p>15% conquistaram notas 4 e 5, que são</p><p>consideradas conceitos de excelência em</p><p>ensino. Estes resultados acadêmicos</p><p>colocam todas as unidades da Multivix</p><p>entre as melhores do Estado do Espírito</p><p>Santo e entre as 50 melhores do país.</p><p>MISSÃO</p><p>Formar profissionais com consciência cidadã para o</p><p>mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-</p><p>dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança</p><p>e modernidade, visando à satisfação dos clientes e</p><p>colaboradores.</p><p>VISÃO</p><p>Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida</p><p>nacionalmente como referência em qualidade</p><p>educacional.</p><p>R E I TO R</p><p>GRUPO</p><p>MULTIVIX</p><p>R E I</p><p>2</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>3</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)</p><p>Laís Cristina Gonçalves</p><p>Assistência de Enfermagem na Saúde da Mulher II / GONÇALVES, L. C. -</p><p>Multivix, 2023</p><p>Catalogação: Biblioteca Central Multivix</p><p>2023 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.</p><p>4</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>LISTA DE QUADROS</p><p>UNIDADE 1</p><p>Enfermagem obstétrica: marcos legais e principais fatos históricos 19</p><p>Exame físico obstétrico e ginecológico completo: investigações clínicas 27</p><p>Gestação de alto risco: condições clínicas 37</p><p>UNIDADE 3</p><p>DPP x PP 107</p><p>DPP x PP: principais intervenções de enfermagem 110</p><p>UNIDADE 5</p><p>Condições para diagnóstico de TPP 145</p><p>UNIDADE 6</p><p>Resultados alterados dos exames citopatológicos nas unidades de</p><p>atenção básica de saúde (UBS): recomendações para conduta inicial 181</p><p>População-alvo e periodicidade de rastreamento precoce do câncer</p><p>de mama 192</p><p>Risco de câncer e conduta a partir da categoria de avaliação BI-RADS® 193</p><p>5</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>LISTA DE FIGURAS</p><p>UNIDADE 1</p><p>Atuação do enfermeiro no pré-natal 16</p><p>Período gestacional 17</p><p>Cuidados de enfermagem na gestação 18</p><p>Papel do enfermeiro como membro de uma equipe de saúde 21</p><p>Vínculo enfermeiro-paciente 24</p><p>Anamnese no contexto da propedêutica obstétrica:</p><p>pontos importantes 26</p><p>Manobras de Leopold 30</p><p>Situação fetal 31</p><p>Apresentação fetal 31</p><p>Medição da altura uterina 32</p><p>Ausculta cardíaca fetal por meio de estetoscópio de Pinard 33</p><p>Consulta de enfermagem no pré-natal 35</p><p>Estratificação de risco obstétrico 36</p><p>Complicações hipertensivas gestacionais 43</p><p>Complicações obstétricas durante a gestação 44</p><p>Gestação de risco 46</p><p>UNIDADE 2</p><p>Complicação gestacional 50</p><p>Mulher passando por um processo de abortamento 54</p><p>Diagnóstico de gestação 56</p><p>Classificação de abortamento 57</p><p>Abortamento 58</p><p>Abortamento completo 59</p><p>Abortamento infectado: quadro clínico 60</p><p>6</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Etiologias do abortamento recorrente 62</p><p>Código penal: práticas de abortamento 63</p><p>Aspectos legais do abortamento 64</p><p>Prática de aborto 65</p><p>Bactérias comuns encontradas na flora vaginal e no canal cervical 66</p><p>Complicações do abortamento 68</p><p>Ultrassonografia obstétrica 70</p><p>Doença trofoblástica gestacional (DTG) 71</p><p>Mola hidatiforme completa 73</p><p>Mola invasiva 75</p><p>Mola hidatiforme parcial: sintomas 75</p><p>Tumor trofoblástico epitelioide 76</p><p>Tumor trofoblástico do sítio placentário 77</p><p>Complicações hemorrágicas do primeiro trimestre: atitudes</p><p>do enfermeiro 79</p><p>Principais cuidados clínicos frente ao abortamento 80</p><p>UNIDADE 3</p><p>Síndromes hemorrágicas do terceiro trimestre gestacional 84</p><p>Gestação: terceiro trimestre 86</p><p>Fatores de risco para ocorrência de PP 87</p><p>Acretismo placentário 89</p><p>Tipos de placenta prévia 90</p><p>Quadro clínico da placenta prévia 92</p><p>Classificação de placenta prévia 93</p><p>Exame obstétrico 95</p><p>Complicações relacionadas à mãe causadas pela PP 96</p><p>Complicações relacionadas ao feto causadas pela PP 96</p><p>Sinais de hemorragias maciças/choque hipovolêmico 98</p><p>Exame obstétrico: ações empregadas 98</p><p>7</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Descolamento prematuro de placenta (DPP) 101</p><p>Fatores de risco associados ao DPP 102</p><p>Quadro de dor no descolamento prematuro de placenta 104</p><p>DPP: sintomas mais frequentes 106</p><p>Cuidado de enfermagem 108</p><p>Avaliação obstétrica da gestante com quadro hemorrágico 109</p><p>UNIDADE 4</p><p>Diabetes mellitus 115</p><p>Fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes mellitus</p><p>gestacional (DMG) 118</p><p>Fatores de risco do DMG 122</p><p>Recomendações para rastreamento de DMG 123</p><p>Recomendações nutricionais na gestação 125</p><p>Administração de insulinoterapia subcutânea 129</p><p>Macrossomia fetal 133</p><p>Período puerperal 135</p><p>UNIDADE 5</p><p>Classificação da prematuridade 141</p><p>Indicação para a tocólise 147</p><p>Inibidores farmacológicos utilizados na tocólise 148</p><p>Indicação da corticoterapia no TPP 149</p><p>Fatores de risco para os distúrbios hipertensivos no ciclo gravídico 155</p><p>Abordagem da pré-eclâmpsia com sinais de gravidade 157</p><p>Terapia medicamentosa para os distúrbios hipertensivos no</p><p>ciclo gravídico 158</p><p>Fluxograma de atendimento à pré-eclâmpsia leve 161</p><p>Fluxograma de atendimento à pré-eclâmpsia grave 162</p><p>8</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>UNIDADE 6</p><p>Consulta de enfermagem em ginecologia 166</p><p>Eixos do plano de ações estratégicas para o enfrentamento das</p><p>doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 170</p><p>Panorama da morbimortalidade por neoplasia do colo do útero</p><p>no Brasil 171</p><p>Tipos de prevenção 173</p><p>Posição ginecológica 176</p><p>Colocação do espéculo vaginal 177</p><p>Espátula de Ayre e coleta da ectocérvice 178</p><p>Autoexame das mamas 186</p><p>Sintomas do câncer de mama 188</p><p>Ações de prevenção primária para o câncer de mama 190</p><p>9</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>10</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>1UNIDADE</p><p>SUMÁRIO</p><p>APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 13</p><p>1 PROCESSO DE CUIDAR EM ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL 15</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE 15</p><p>1.1 PRÉ-NATAL 15</p><p>1.2 PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO 33</p><p>2 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA E PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES</p><p>OBSTÉTRICAS – PARTE I 49</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE 49</p><p>2.1 SÍNDROMES HEMORRÁGICAS DO PRIMEIRO TRIMESTRE 50</p><p>2.2 DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL (DTG) 71</p><p>3 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA E AS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES</p><p>OBSTÉTRICAS – PARTE II 83</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE 83</p><p>3.1 SÍNDROMES HEMORRÁGICAS DO TERCEIRO TRIMESTRE 84</p><p>3.2 EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS DO TERCEIRO TRIMESTRE 99</p><p>4 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA E PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES</p><p>OBSTÉTRICAS</p><p>Abortamento</p><p>completo</p><p>Abortamento</p><p>inevitável/</p><p>incompleto</p><p>Abortamento</p><p>retido</p><p>Abortamento</p><p>infectado</p><p>Abortamento</p><p>habitual</p><p>Abortamento</p><p>eletivo previsto</p><p>em lei</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (2022a, p. 22).</p><p>#pratodosverem: figura formada por sete retângulos que trazem os tipos</p><p>de abortamento. Os quatro primeiros retângulos compreendem os tipos:</p><p>ameaça de abortamento, abortamento completo, abortamento inevitável/</p><p>incompleto e abortamento retido. Os três últimos são: abortamento</p><p>infectado, abortamento habitual e abortamento eletivo previsto em lei</p><p>Durante a ameaça de abortamento, pode acontecer sangramento via vagi-</p><p>nal de intensidade pequena a moderada, acompanhado de dores, em geral,</p><p>do tipo cólica de intensidade leve. Não ocorre dilatação do colo uterino, a me-</p><p>dida da altura uterina corresponde à idade gestacional e não são encontrados</p><p>focos infecciosos. Quanto ao exame de imagem, a ultrassonografia pode apre-</p><p>sentar pequena área de descolamento ovular (Brasil, 2022a; Feltrin et al., 2021).</p><p>58</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ABORTAMENTO</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: ilustração de uma gestante chorando e segurando a barriga. Aos</p><p>pés dela, está um homem que a abraça. Ao fundo deles há a imagem de um feto</p><p>com uma tarja vermelha por cima, um coração partido e um relógio de parede.</p><p>Nos casos de ameaça de abortamento, não há necessidade de internação da</p><p>gestante, mas alguns cuidados devem ser tomados (Brasil, 2022a, p. 22), como:</p><p>• repouso;</p><p>• medicações analgésicas para controlar o quadro de dor;</p><p>• evitar relações sexuais; e</p><p>• comparecimento às consultas de pré-natal.</p><p>Nos casos em que houver evolução do quadro clínico com o surgimento de</p><p>piora do quadro de dor, aumento da intensidade do sangramento, febre e</p><p>sangramento com odor fétido, a gestante deve ser avaliada novamente (Bra-</p><p>sil, 2022a).</p><p>59</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Normalmente, o abortamento completo ocorre em gestações com até oito</p><p>semanas. Nesses casos, os principais sinais e sintomas estão relacionados ao</p><p>sangramento vaginal e à presença de dor do tipo cólica de intensidade forte,</p><p>que cessa a partir da eliminação do concepto (Feltrin et al., 2021).</p><p>Nessas situações, durante a avaliação obstétrica, é possível notar que o colo</p><p>de útero está aberto. A altura uterina não é compatível com a idade gesta-</p><p>cional, mensurações inferiores podem ser identificadas e a ultrassonografia</p><p>apresenta ausência de embrião ou presença de coágulos (Feltrin et al., 2021).</p><p>ABORTAMENTO COMPLETO</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de duas mulheres sentadas em um consultório. Uma delas</p><p>está chorando, com o rosto apoiado sobre as mãos, enquanto é consolada por uma</p><p>enfermeira, que está de costas na fotografia e toca o ombro da outra com a mão direita.</p><p>No abortamento incompleto/inevitável, também há dor de intensidade for-</p><p>te, orifício do colo uterino aberto e presença de sangramento via vaginal (Bra-</p><p>sil, 2022a; Feltrin et al., 2021).</p><p>60</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Já no abortamento retido, algumas diferenças podem ser notadas. Nesse</p><p>caso, não há sangramento via vaginal e o colo de útero está fechado. Durante</p><p>o exame de ultrassonografia, é possível perceber que o feto não apresenta</p><p>batimentos cardíacos e, apesar de haver o saco gestacional, não haverá um</p><p>embrião/feto, sendo assim, nomeada como gestação anembrionária (Feltrin</p><p>et al., 2021).</p><p>Gestação anembrionária: diz respeito ao</p><p>desenvolvimento do saco gestacional, mas sem a</p><p>presença de um embrião.</p><p>O abortamento infectado é considerado uma complicação e deve ser trata-</p><p>do. Pode ocorrer em virtude de manipulações da cavidade uterina por meio</p><p>de técnicas inadequadas e geralmente está associado às infecções por bacté-</p><p>rias que estão presentes na flora vaginal (Brasil, 2022a).</p><p>Os seguintes sintomas podem ocorrer no abortamento infectado:</p><p>ABORTAMENTO INFECTADO: QUADRO CLÍNICO</p><p>Febre</p><p>Sangramento</p><p>vaginal com</p><p>odor fétido</p><p>Dor abdominal</p><p>Presença de</p><p>exsudato purulento</p><p>pelo orifício do</p><p>colo de útero</p><p>Dor intensa</p><p>durante o</p><p>toque vaginal</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (2022a, p. 24).</p><p>#pratodosverem: figura formada por cinco retângulos que trazem as características</p><p>do quadro clínico de um abortamento infectado. Os quatro primeiros retângulos</p><p>compreendem os seguintes aspectos: febre, sangramento vaginal com odor fétido,</p><p>dor abdominal e presença de exsudato purulento pelo orifício do colo de útero.</p><p>No último retângulo, aparece o sintoma dor intensa durante o toque vaginal.</p><p>61</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>É essencial saber que os exames laboratoriais e de imagem podem contribuir</p><p>para aprimorar a avaliação clínica da mulher e auxiliar na conduta correta a</p><p>ser empregada. Segundo o Brasil (2022a, p. 24), esses exames são:</p><p>• hemograma com contagem de plaquetas;</p><p>• urina tipo I;</p><p>• coagulograma;</p><p>• hemocultura;</p><p>• cultura da secreção vaginal e do material endometrial, também para</p><p>anaeróbios;</p><p>• raios-x do abdome;</p><p>• ultrassonografia pélvica ou de abdome total; e</p><p>• tomografia, principalmente para definir coleções intracavitárias.</p><p>Em relação ao tratamento, é essencial que a mulher tenha suas condições vi-</p><p>tais reestabelecidas pela opção terapêutica que mais atende o quadro clínico</p><p>e as escolhas do obstetra, além de tratar a infecção por meio de antibiotico-</p><p>terapia, sendo que a primeira escolha são os antibióticos de largo espectro</p><p>(Brasil, 2022a).</p><p>Em algumas situações, podem ocorrer abortamento espontâneos e recorren-</p><p>tes. Nesses casos, o ideal é que uma investigação clínica seja realizada para</p><p>definir a causa dessa complicação obstétrica. Entre as etiologias do aborta-</p><p>mento recorrentes, estão:</p><p>62</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ETIOLOGIAS DO ABORTAMENTO RECORRENTE</p><p>Fatores genéticos</p><p>Fatores autoimunes</p><p>Fatores aloimunes</p><p>Anomalias uterinas</p><p>Incompetência cervical</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (2022a).</p><p>#pratodosverem: figura formada por cinco retângulos na horizontal que trazem</p><p>as etiologias do abortamento recorrente: fatores genéticos, fatores autoimunes,</p><p>fatores aloimunes, anomalias uterinas e incompetência cervical.</p><p>Algumas condutas podem ser definidas para evitar o abortamento espontâ-</p><p>neo recorrente, a depender da causa. Nos casos de incompetência cervical, a</p><p>cerclagem do colo uterino é considerada uma opção válida (Piato, 2009).</p><p>De acordo com Piato (2009, p. 15), a cerclagem do</p><p>colo uterino consiste em um procedimento em que</p><p>o colo do útero grávido é reforçado por meio de</p><p>sutura constritora. Esse procedimento proporciona</p><p>resultados altamente favoráveis nos casos em</p><p>que o abortamento recorrente tem como causa a</p><p>incompetência cervical.</p><p>A seguir, compreenderemos os aspectos legais e éticos do abortamento.</p><p>63</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>2.1.2 ASPECTOS LEGAIS E ÉTICOS</p><p>DO ABORTAMENTO</p><p>No Brasil, o abortamento é considerado uma prática ilegal. Todo abortamen-</p><p>to induzido que não esteja amparado nos princípios da lei é considerado cri-</p><p>me contra à vida (Piato, 2009).</p><p>Em alguns casos específicos, o abortamento é considerado legal pelo código</p><p>penal. Segundo o artigo 128, a prática do abortamento é autorizada em:</p><p>CÓDIGO PENAL: PRÁTICAS DE ABORTAMENTO</p><p>Casos em que haja risco de</p><p>morte iminente da gestante.</p><p>Gravidez como resultado de</p><p>estupro, desde que seja acordado</p><p>com a gestante ou, em caso de</p><p>incapacidade, seja</p><p>autorizado</p><p>pelo seu representante legal.</p><p>Fonte: adaptado de Piato (2009).</p><p>#pratodosverem: figura formada por dois retângulos que apresentam as</p><p>práticas de abortamento liberadas pelo código penal do Brasil.</p><p>O aborto realizado nos casos em que há risco de morte para a gestante é de-</p><p>nominado abortamento terapêutico. Já o abortamento realizado em virtude</p><p>da gravidez ocasionada decorrente de estupro é chamado de abortamento</p><p>sentimental (Brasil, 2022a).</p><p>Situações em que a própria gestante provoca o aborto em sim mesma ou dá</p><p>permissão para que terceiros realizem tal prática são passíveis de pena, con-</p><p>forme esclarecido no artigo 24 do Código Penal (Brasil, 2022a).</p><p>São considerados agravantes os casos de abortamento realizado em gestante</p><p>com idade inferior a 14 anos, que esteja alienada ou seja considerada incapaz,</p><p>com deficiência mental ou em casos em que ela autorize o procedimento</p><p>sob ameaças, fraudes ou violência. Além disso, a pena é agravada caso lesões</p><p>corporais graves ocorram (Brasil, 2022a).</p><p>64</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASPECTOS LEGAIS DO ABORTAMENTO</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: imagem da balança da justiça em bronze.</p><p>O Código Penal Brasileiro e o Código de Ética dos Profissionais de Enferma-</p><p>gem apresentam, portanto, as diretrizes para os profissionais da saúde que</p><p>participam direta ou indiretamente de práticas de abortamento que não são</p><p>respaldados pela lei. A menção sobre esse assunto citada no Código de Ética</p><p>dos Profissionais de Enfermagem aponta que “nos casos previstos em lei, o</p><p>profissional deverá decidir de acordo com sua consciência sobre sua partici-</p><p>pação ou não no ato de um aborto” (Conselho Federal de Enfermagem, 2017).</p><p>A prática do aborto é considerada um problema de saúde pública em virtu-</p><p>de dos gastos exorbitantes relacionados às internações decorrentes das com-</p><p>plicações desse procedimento, além da vulnerabilidade ao agravamento em</p><p>que a mulher está exposta. Dados epidemiológicos apontam que uma a cada</p><p>cinco mulheres já realizaram algum aborto durante a vida (Silva; Ferreira; Frei-</p><p>tas, 2019).</p><p>O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem prevê a proibição da par-</p><p>ticipação desses profissionais em quaisquer práticas de aborto não legalizado</p><p>(Silva; Ferreira; Freitas, 2019).</p><p>65</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>PRÁTICA DE ABORTO</p><p>Fonte: © wavebreakmedia_micro, Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma gestante em posição ginecológica</p><p>sendo examinada por um médico e acolhida por uma enfermeira.</p><p>Vale a pena ressaltar que a prática insegura do aborto pode ocasionar diver-</p><p>sas e graves complicações que podem colocar a vida da mulher em risco, seja</p><p>por questões fisiológicas e/ou psicológicas.</p><p>As principais complicações são:</p><p>• infecção;</p><p>• embolia;</p><p>• perfuração ou dilaceração do útero;</p><p>• complicações com a anestesia;</p><p>• crises convulsivas;</p><p>• hemorragias agudas; e</p><p>• choque endotóxico.</p><p>A seguir abordaremos as principais complicações do abortamento.</p><p>66</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>2.1.3 COMPLICAÇÕES DO ABORTAMENTO</p><p>A prática insegura do abortamento pode ocasionar complicações graves, au-</p><p>mentando o risco de morbimortalidade materna. Entre as principais compli-</p><p>cações estão a infecção e a hemorragia.</p><p>A infecção pode estar presente no abortamento e ocasionar aumento dos</p><p>índices de morbidade materna, de infertilidade, de sinequias intrauterinas, de</p><p>dores crônicas e de óbito (Piato, 2009; Brasil, 2022a).</p><p>Em sua maioria, a infecção no abortamento tem como principal causa a prá-</p><p>tica insegura do procedimento, no qual instrumentos não esterilizados de</p><p>modo correto são utilizados ou a técnica empregada não é segura. Comu-</p><p>mente, são encontradas bactérias anaeróbicas e aeróbicas que estão presen-</p><p>tes na flora vaginal e no canal cervical.</p><p>BACTÉRIAS COMUNS ENCONTRADAS NA FLORA VAGINAL E NO CANAL CERVICAL</p><p>Peptoestreptococos Escherichia coli Pseudomonas</p><p>aeruginosa</p><p>Estreptococos</p><p>beta-hemolíticos Enterococos</p><p>Fonte: adaptado de Piato (2009, p. 17).</p><p>#pratodosverem: figura formada por cinco retângulos que trazem as bactérias</p><p>mais comuns encontradas na flora vaginal e no canal cervical.</p><p>A infecção ocorre por meio de instrumentais contaminados que são conside-</p><p>rados o “transporte” dos microrganismos patogênicos. Esses microrganismos</p><p>se proliferam em contato com restos ovulares, tecidos desvitalizados ou feri-</p><p>mentos na parede uterina. A partir de então, instala-se o quadro de endome-</p><p>trite aguda e/ou miometrite e, ultrapassando os órgãos genitais, a infecção</p><p>pode se instalar em outros órgãos considerados vitais ou em estruturas pél-</p><p>vicas. Outra grave complicação é o abcesso tubo-ovariano e a pelviperitonite</p><p>(Piato, 2009; Brasil, 2022a).</p><p>67</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Endometrite: diz respeito à inflamação do</p><p>endométrio, tecido que reveste a cavidade uterina.</p><p>A partir do agravamento da infecção, a mulher pode evoluir para o quadro de</p><p>sepse, que consiste na generalização do processo infeccioso, podendo levar a</p><p>outras infecções consideradas graves como pneumonia, meningite, endocar-</p><p>dite, miocardite, tromboflebite, entre outros, sendo o choque séptico o qua-</p><p>dro de máxima gravidade (Piato, 2009, p. 18).</p><p>Endocardite: infecção do endocárdio, membrana</p><p>que reveste a parede interna do coração.</p><p>Os sinais e sintomas mais presentes em pacientes diagnosticadas com abor-</p><p>to infectado são a febre, o sangramento via vaginal, a dor abdominal, a dor</p><p>pélvica e a presença de exsudato purulento expelido pelo colo uterino. Além</p><p>dessas, outras manifestações clínicas recorrentes são cefaleia, inapetência,</p><p>náusea, vômito e confusão mental (Piato, 2009, p. 18).</p><p>68</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>COMPLICAÇÕES DO ABORTAMENTO</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma mulher deitada em um leito</p><p>hospitalar enquanto a equipe de enfermagem realiza a aferição dos</p><p>sinais vitais e a instalação do soro como terapia endovenosa.</p><p>Em situações em que o comprometimento do peritônio é identificado, du-</p><p>rante o exame físico de palpação abdominal, uma dor de intensidade variável</p><p>e relacionada à descompressão brusca e à contratura de músculos abdomi-</p><p>nais pode ser observada (Piato, 2009, p. 18).</p><p>Nos casos de aborto infectado, o tratamento adequado é o esvaziamento da</p><p>cavidade uterina por meio da curetagem, que, preferencialmente, deverá ser</p><p>realizada imediatamente após o início da antibioticoterapia. Em algumas si-</p><p>tuações em que ocorre a falha terapêutica por meio do uso de antibióticos ou</p><p>da gangrena do miométrio, pode-se optar pela realização de histerectomia</p><p>(Piato, 2009).</p><p>Já as hemorragias podem ocorrer em qualquer forma de abortamento, seja</p><p>o abortamento espontâneo ou o provocado. Entretanto, elas estão mais pre-</p><p>sentes nos abortos provocados por instrumentos (Piato, 2009).</p><p>69</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>De acordo com Piato (2009, p. 22), a hemorragia</p><p>pode estar relacionada com a persistência</p><p>de restos ovulares ou com a atonia uterina.</p><p>Contudo, as principais causas de sangramentos</p><p>excessivos por ocasião do abortamento são</p><p>traumas genitais ou extragenitais ocasionados</p><p>por procedimentos cirúrgicos feitos por médicos</p><p>ou pelo uso de instrumentos por leigos. Nesses</p><p>casos o sangramento ocasionado pelas lacerações</p><p>é proporcional ao calibre dos vasos sanguíneos</p><p>comprometidos. Em decorrência da hemorragia</p><p>vaginal e, eventualmente, do extravasamento de</p><p>sangue para o interior da cavidade abdominal</p><p>(hemoperitônio), pode-se instalar um quadro</p><p>variável de anemia e de hipovolemia, chegando,</p><p>inclusive, ao quadro de choque hemorrágico.</p><p>O exame físico é uma excelente estratégia para identificar hemorragias in-</p><p>ternas. Além da alteração dos sinais vitais, como taquicardia, hipotensão e di-</p><p>minuição do fluxo de diurese, há também alteração das mucosas e, diante</p><p>da suspeita de hemoperitônio, a mulher evolui para uma dor forte, principal-</p><p>mente quando a palpação profunda é realizada (Piato, 2009).</p><p>O enfermeiro obstetra pode contribuir para o diagnóstico da hemorragia e</p><p>sua localização. O exame especular pode ser utilizado para identificar lacera-</p><p>ções do colo uterino. A atonia uterina ou os restos ovulares podem ser diag-</p><p>nosticados por toque vaginal (Piato, 2009).</p><p>70</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de um médico realizando uma</p><p>ultrassonografia obstétrica em uma gestante.</p><p>Durante o exame especular, o enfermeiro encontrará o canal cervical dilata-</p><p>do e será possível palpar os restos ovulares ao introduzir o dedo indicador na</p><p>cavidade uterina. A realização de ultrassonografia também é utilizada como</p><p>um método diagnóstico para restos ovulares. A atonia uterina pode ser evi-</p><p>denciada pelo toque vaginal, que mostrará o corpo uterino amolecido, flácido</p><p>e com as paredes contraídas durante a realização de massagem (Piato, 2009).</p><p>Clique aqui para conferir as boas práticas</p><p>recomendadas à equipe de enfermagem para o</p><p>atendimento a pacientes vítimas de aborto.</p><p>A seguir leia sobre a doença trofoblástica gestacional (DTG).</p><p>https://static.poder360.com.br/2022/06/cartilha-aborto.pdf</p><p>71</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>2.2 DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL (DTG)</p><p>A doença trofoblástica gestacional (DTG) está entre as causas de hemorragia</p><p>do primeiro trimestre e representa um importante problema de saúde repro-</p><p>dutiva, tendo em comum com as demais causas o β-hCG (hormônio gonado-</p><p>trofina coriônica humana) reagente.</p><p>A DTG é uma doença pouco conhecida entre os profissionais de saúde e con-</p><p>siste em “um grupo heterogêneo de afecções originadas da proliferação anor-</p><p>mal e aberrante de diferentes tipos de tecido trofoblástico (sinciciotrofoblasto,</p><p>citotrofoblasto viloso e trofoblasto intermediário)” (Brasil, 2022b, p. 14).</p><p>DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL (DTG)</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: foto de uma mulher deitada de costas em</p><p>posição fetal em uma cama com lençóis brancos.</p><p>Outra definição trazida por Santos et al. (2010, p. 164) diz que a DTG consiste em:</p><p>Qualquer blastoma procedente do tecido de revestimento vilositário</p><p>(trofoblasto), exibindo crescimento desordenado e suscetível de apresentar</p><p>modificações no estroma, perdendo, assim, suas características primitivas.</p><p>Existe tecido gestacional, porém a gravidez não é possível. (Santos et al., 2010,</p><p>p. 164).</p><p>72</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Geralmente, a DTG acomete mulheres jovens e primigestas e está relaciona-</p><p>da ao comprometimento do potencial reprodutivo da mulher (Brasil, 2022b).</p><p>Primigesta: refere-se à primeira gestação da mulher.</p><p>Agora que introduzimos brevemente a temática, aprofundaremos as particu-</p><p>laridades dessa doença. Confira os tópicos a seguir.</p><p>2.2.1 ABORDAGEM GERAL DA DTG</p><p>A doença trofoblástica gestacional não é uma doença que ocorre com muita</p><p>frequência, sendo uma doença grave em que o embrião não se desenvolve</p><p>durante a gestação devido a um erro durante a fecundação e, em seu lugar,</p><p>é originado um aglomerado de células, em que tanto as formas malignas</p><p>quanto benignas podem evoluir para quadros gravíssimos (Soares et al., 2017).</p><p>Nesse contexto, a DTG é dividida em benigna e maligna. Em relação às formas</p><p>benignas estão a mola hidatiforme parcial (MHP) e mola hidatiforme comple-</p><p>ta (MHC). Já, na forma maligna, há um grupo de doenças chamado de neo-</p><p>plasia trofoblástica gestacional (NTG) (Feltrin et al., 2021).</p><p>73</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MOLA HIDATIFORME COMPLETA</p><p>Fonte: adaptado de Feltrin et al. (2021, p. 207).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma mola hidatiforme</p><p>completa sobre um campo cirúrgico azul.</p><p>A partir da análise histológica, é possível identificar os estágios da doença trofo-</p><p>blástica gestacional, conforme descrito a seguir (Feltrin et al., 2021, p. 207-209):</p><p>Mola hidatiforme completa</p><p>Não há o desenvolvimento do concepto e dos anexos. Caracteriza-se</p><p>por hiperplasia difusa do trofoblasto e todas as vilosidades apresentam</p><p>alterações e dilatação hidrópica com líquido.</p><p>Mola hidatiforme parcial</p><p>O concepto apresenta frequentemente malformação. Caracteriza-</p><p>se pela hiperplasia focal do trofoblasto, apresentando edema focal e</p><p>fibrose do estroma.</p><p>74</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Mola invasiva</p><p>Compreende um tipo persistente da forma hidatiforme.</p><p>Coriocarcinoma</p><p>Trata-se da forma maligna da doença trofoblástica gestacional, com</p><p>possibilidades elevadas de metástase.</p><p>Tumor trofoblástico no sítio placentário</p><p>Refere-se a tumores considerados raros, que podem surgir meses ou</p><p>anos após uma gestação, com crescimento demorado, derivado das</p><p>células intermediárias do citotrofoblasto.</p><p>Tumor trofoblástico epitelioide</p><p>Tumor considerado muito raro, de difícil diagnóstico e que também</p><p>pode surgir depois de meses ou anos de uma gestação.</p><p>A mola hidatiforme é considerada uma gestação anormal, em que a mulher</p><p>apresenta sinais e sintomas comuns da gestação, mas de modo exagerado.</p><p>Também estão presentes o atraso menstrual, a dosagem aumentada de hCG</p><p>quantitativo e o sangramento transvaginal em pequena quantidade, poden-</p><p>do evoluir para quadros hemorrágicos. A mola hidatiforme parcial pode ser</p><p>facilmente confundida com abortamento retido, em virtude de seus sinais e</p><p>sintomas, e, muitas vezes, é necessário o diagnóstico retrospectivo por meio</p><p>de exame histopatológico (Santos et al., 2010).</p><p>75</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MOLA INVASIVA</p><p>Fonte: adaptado de Feltrin et al. (2021, p. 208).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma mola invasiva sobre um campo cirúrgico verde.</p><p>Em algumas situações, quando o diagnóstico é tardio, pode ocorrer a expul-</p><p>são de vesículas, o que auxilia no diagnóstico doença. Outros sintomas po-</p><p>dem estar presentes (Santos et al., 2010), como:</p><p>MOLA HIDATIFORME PARCIAL: SINTOMAS</p><p>Náuseas Vômitos</p><p>Útero aumentado</p><p>para a idade</p><p>gestacional</p><p>Pré-eclâmpsiaCistos tecaluteínicos</p><p>dos ovários Hipertireoidismo</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (2022b, p. 16).</p><p>#pratodosverem: figura formada por cinco retângulos que trazem os sintomas</p><p>da mola hidatiforme parcial: náuseas, vômitos, útero aumentado para a idade</p><p>gestacional, cistos tecaluteínicos dos ovários, hipertireoidismo e pré-eclâmpsia.</p><p>76</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Para diagnosticar a mola hidatiforme, são utilizados a dosagem sérica do hor-</p><p>mônio hCG e exames de imagem como a ultrassonografia. Na ultrassonogra-</p><p>fia, verifica-se a ausência de batimentos cardiofetais, além da presença de</p><p>imagens semelhantes a flocos de neve, sugestivas de mola. Já o diagnóstico</p><p>histopatológico se dá pela análise do material extraído da cavidade</p><p>uterina</p><p>(Santos et al., 2010).</p><p>2.2.2 TRATAMENTO DA DTG</p><p>Apesar de a DTG ser considerada uma doença incomum, as mulheres aco-</p><p>metidas por ela podem evoluir para formas graves e correm risco de vida.</p><p>Considerando que a DTG:</p><p>[...] compreende um grupo de tumores que se proliferam a partir do epitélio</p><p>trofoblástico placentário, apresentando diferentes graus de reversão,</p><p>invasão e transformação maligna, podem levar ao sofrimento psíquico,</p><p>devido ao futuro duvidoso quanto a evolução da doença e a possibilidade</p><p>de tratamentos mais agressivos como a quimioterapia, além de incertezas</p><p>quanto à possibilidade de gravidez futura (Soares et al., 2017, p. 2).</p><p>TUMOR TROFOBLÁSTICO EPITELIOIDE</p><p>Fonte: adaptado de Feltrin et al.(2021, p. 209).</p><p>#pratodosverem: fotografia de um tumor trofoblástico epitelioide</p><p>em cima de um campo cirúrgico azul-claro.</p><p>77</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Diante do diagnóstico de DTG, realiza-se a aspiração do conteúdo da cavida-</p><p>de uterina e, caso seja necessário, associa-se a utilização de medicamentos.</p><p>Idealmente, o β-hCG deve ser coletado antes da realização do procedimento</p><p>(Santos et al., 2010).</p><p>Após a realização da conduta inicial de esvaziamento da cavidade uterina,</p><p>deve-se priorizar o seguimento pós-molar. Essa etapa do tratamento se faz</p><p>essencial para acompanhar a DTG que pode evoluir para formas malignas,</p><p>tendo por objetivo o diagnóstico precoce (Santos et al., 2010).</p><p>O acompanhamento da fase pós-molar é feito com base na interpretação do</p><p>hormônio gonadotrofina coriônica humana (beta-hCG) e na conduta imedia-</p><p>ta de acordo com o resultado. A seguir confira o detalhamento do tratamento</p><p>na fase pós-molar (Santos et al., 2010).</p><p>TUMOR TROFOBLÁSTICO DO SÍTIO PLACENTÁRIO</p><p>Fonte: adaptado de Feltrin et al. (2021, p. 209).</p><p>#pratodosverem: fotografia de um tumor trofoblástico do sítio placentário.</p><p>Semanalmente, uma avaliação clínica deve ser realizada por meio de exame</p><p>pélvico que inclui o exame especular e o toque vaginal, além da dosagem</p><p>quantitativa de β-hCG. Após a redução do hormônio, a avaliação deve ser feita</p><p>a cada 15 dias e, posteriormente, em intervalos mensais (Santos et al., 2010).</p><p>78</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Depois do resultado negativo do β-hCG, o exame deve ser repetido a cada 15</p><p>dias durante três meses e, depois, mensalmente durante o primeiro ano. Caso</p><p>não ocorra a diminuição dos níveis de β-hCG, o aumento progressivo ou até</p><p>mesmo a estabilização dos valores ou surgimento de metástases, a quimiote-</p><p>rapia deve ser iniciada (Santos et al., 2010).</p><p>Para o acompanhamento de metástases pulmonares, uma vez ao mês é rea-</p><p>lizada uma radiografia de tórax. Já para avaliar a cavidade uterina, a cavidade</p><p>abdominal e os ovários, é utilizada a ultrassonografia. Uma nova gravidez só</p><p>pode ser liberada após o término de todo o seguimento da doença (Santos</p><p>et al., 2010).</p><p>Nos casos em que a malignização da DTG for confirmada, tratamentos mais</p><p>severos são feitos, como a histerectomia total ou tratamentos farmacológicos</p><p>como monoquimioterapia para riscos mais baixos e poliquimioterapia para</p><p>riscos mais altos (Santos et al., 2010).</p><p>2.2.3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À GESTANTE</p><p>VÍTIMA DE SÍNDROMES HEMORRÁGICAS DO</p><p>PRIMEIRO TRIMESTRE</p><p>Os cuidados realizados pela enfermagem, tanto diante do abortamento</p><p>quanto da DTG, devem ser pautados no cuidado humanizado e segundo os</p><p>preceitos dos padrões éticos e legais da profissão (Brasil, 2022a).</p><p>A enfermagem é a categoria profissional que está presente em todos os mo-</p><p>mentos de cuidado da paciente, desde sua admissão no serviço de saúde até</p><p>a alta. Em alguns casos, esse cuidado se prolonga mesmo após a alta hospi-</p><p>talar. Diante do fato de que o enfermeiro participará do cuidado da gestante,</p><p>seja no pré-natal, no parto, no puerpério e/ou nas complicações que envol-</p><p>vem essa fase, considera-se essencial e relevante que esse profissional tenha</p><p>conhecimento técnico-científico, buscando acolher e prestar assistência de</p><p>qualidade à mulher que sofreu ou praticou aborto, bem como às portadoras</p><p>de doenças como a DTG (Brasil, 2022a).</p><p>79</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>O acolhimento e a orientação são a base para uma atenção de qualidade e</p><p>humanizada. Acolher significa tratar com dignidade, reconhecendo as dife-</p><p>renças e particularidades de cada ser humano e respeitando suas escolhas</p><p>e seus direitos. Orientar é um ato intrínseco aos profissionais da saúde, em</p><p>especial ao enfermeiro. A orientação tem por objetivo repassar informações</p><p>que tragam resultados benéficos à paciente ou que resulte na minimização</p><p>de possíveis danos (Maciel; Silva, 2015; Brasil, 2022a).</p><p>Nesse sentido, nas complicações hemorrágicas do primeiro trimestre, cabe</p><p>ao enfermeiro:</p><p>COMPLICAÇÕES HEMORRÁGICAS DO PRIMEIRO TRIMESTRE: ATITUDES DO ENFERMEIRO</p><p>Respeitar e identificar a fala e</p><p>os sentimentos não verbalizados,</p><p>estabelecendo uma relação</p><p>de confiança entre o</p><p>profissional-paciente.</p><p>Organizar o acesso da mulher,</p><p>priorizando o atendimento</p><p>de acordo com</p><p>necessidades detectadas.</p><p>Identificar e avaliar as necessidades</p><p>e os riscos dos agravos à saúde</p><p>em cada caso, resolvendo-os</p><p>conforme a capacidade técnica</p><p>do serviço ou encaminhando-a</p><p>para serviços de referência.</p><p>Encaminhar a paciente de acordo</p><p>com os problemas levantados</p><p>e apresentados, visando</p><p>ao seu bem-estar e à</p><p>resolutividade do caso.</p><p>Realizar os procedimentos</p><p>técnicos de forma humanizada</p><p>e informando as mulheres sobre</p><p>as intervenções necessárias.</p><p>Garantir a privacidade</p><p>no atendimento e a</p><p>confidencialidade</p><p>das informações.</p><p>Fonte: Brasil (2022a, p. 33).</p><p>#pratodosverem: figura formada por seis retângulos dispostos em duas colunas.</p><p>Cada retângulo apresenta as atitudes recomendadas ao enfermeiro em situações</p><p>de complicações hemorrágicas no primeiro trimestre de gestação.</p><p>80</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Quanto aos cuidados clínicos frente ao abortamento, os principais são:</p><p>PRINCIPAIS CUIDADOS CLÍNICOS FRENTE AO ABORTAMENTO</p><p>Recuperação</p><p>normal</p><p>• Dor discreta do tipo cólica por curto período de tempo,</p><p>aproximadamente 48 horas.</p><p>• Baixo fluxo de sangramento similar ao do</p><p>período menstrual.</p><p>Sinais de</p><p>alerta</p><p>• Dor do tipo cólica por períodos prolongados.</p><p>• Sangramento intenso ou prolongado superior a 14 dias.</p><p>• Febre, calafrios, mal-estar e desmaios.</p><p>Fonte: Brasil (2022a, p. 34-35).</p><p>#pratodosverem: figura formada por duas colunas, cujos títulos “recuperação normal”</p><p>e “sinais de alerta” estão escritos dentro de círculos. Na primeira coluna, abaixo</p><p>do título há dois retângulos com duas características do quadro clínico de uma</p><p>recuperação normal; na segunda, há três retângulos com três sinais de alerta.</p><p>No que diz respeito à DTG, as mulheres que sofrem com essa doença pas-</p><p>sam por alguns transtornos psicológicos, frente à interrupção da gestação,</p><p>muitas vezes sonhada e esperada pela mulher e/ou pelo casal. Em alguns ca-</p><p>sos as mulheres podem relatar sentimentos como impotência, incapacidade,</p><p>desvalia e baixa autoestima, o que muitas vezes impacta a relação conjugal.</p><p>Comumente, as mulheres sentem medo e dúvidas quanto à infertilidade e à</p><p>recorrência da doença em gestações futuras (Brasil, 2022b).</p><p>Dessa forma, é de suma importância a aproximação do enfermeiro e de ou-</p><p>tros profissionais da saúde em busca da prevenção e da promoção da saúde,</p><p>apoiando e acolhendo tanto a mulher quanto o casal em si, buscando ser um</p><p>pilar em cada etapa do tratamento da DTG, promovendo bem-estar físico e</p><p>mental (Brasil, 2022b).</p><p>Assim, é papel do enfermeiro acolher a mulher de modo humanizado e orien-</p><p>tá-la</p><p>sobre cada etapa do processo de tratamento da DTG, informando-a so-</p><p>bre a doença, os procedimentos diagnósticos, os tratamentos, as possíveis</p><p>complicações e o seguimento da doença e, posteriormente, o novo planeja-</p><p>mento reprodutivo (Maciel; Silva, 2015; Brasil, 2022b).</p><p>81</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Esta unidade apresentou uma reflexão sobre a assistência de enfermagem</p><p>durante as síndromes hemorrágicas do primeiro trimestre: o abortamento e</p><p>a doença trofoblástica gestacional. Além disso, teve como propósito detalhar</p><p>conceitos, diagnósticos, tratamentos e complicações desses dois agravantes</p><p>da gestação.</p><p>Para prestar assistência de qualidade frente a essas duas complicações, é pri-</p><p>mordial que o enfermeiro conheça as peculiaridades de cada doença, saben-</p><p>do identificá-las, bem como as complicações de cada uma delas, a fim de</p><p>minimizar os riscos e os desfechos desfavoráveis.</p><p>As duas doenças causam grandes efeitos negativos no aspecto psicológico</p><p>da mulher. Por isso, o enfermeiro precisa reconhecer sua própria importância</p><p>no processo de acolhimento e cuidado humanizado, para que a experiência</p><p>da mulher durante o tratamento e seguimento dessas complicações sejam</p><p>pautados no que a enfermagem é expert: cuidar.</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>Para saber mais sobre o tema dessa unidade, leia os</p><p>artigos a seguir:</p><p>1. Taxa de mortalidade das síndromes hemorrágicas</p><p>no primeiro trimestre da gestação no período de</p><p>2001 a 2020.</p><p>2. Humanização na assistência de enfermagem à</p><p>mulher em situação pós-abortamento.</p><p>3. Condições potencialmente ameaçadoras à vida</p><p>no ciclo gravídico-puerperal.</p><p>4. O impacto e a dimensão psicológica da doença</p><p>trofoblástica gestacional: um estudo de caso.</p><p>5. Panorama da doença trofoblástica gestacional</p><p>numa capital do Nordeste.</p><p>https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/54849</p><p>https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/54849</p><p>https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/54849</p><p>https://pdfs.semanticscholar.org/7c54/0f95c550c99b0a564e21a41bdf8ebb86afd3.pdf</p><p>https://pdfs.semanticscholar.org/7c54/0f95c550c99b0a564e21a41bdf8ebb86afd3.pdf</p><p>https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/57258/751375154326</p><p>https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/57258/751375154326</p><p>https://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/refacs/article/view/3295</p><p>https://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/refacs/article/view/3295</p><p>https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/4212</p><p>https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/4212</p><p>UNIDADE 3</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos que</p><p>possa:</p><p>82</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>> Refletir sobre</p><p>a assistência de</p><p>enfermagem durante</p><p>as complicações</p><p>obstétricas, em</p><p>especial, nas síndromes</p><p>hemorrágicas do</p><p>segundo e do terceiro</p><p>trimestre, como a</p><p>placenta prévia (PP)</p><p>e o descolamento</p><p>prematuro de</p><p>placenta (DPP).</p><p>> Conhecer os principais</p><p>sinais e sintomas de</p><p>cada doença, bem</p><p>como o diagnóstico,</p><p>o tratamento e, por</p><p>fim, os cuidados de</p><p>enfermagem adequados</p><p>para cada situação.</p><p>83</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>3 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA</p><p>E AS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES</p><p>OBSTÉTRICAS – PARTE II</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>Esta unidade aborda uma reflexão sobre a assistência de enfermagem duran-</p><p>te as complicações obstétricas, com o intuito de apresentar particularidades</p><p>sobre a placenta prévia (PP) e o descolamento prematuro de placenta (DPP).</p><p>A mortalidade materna consiste na morte da mulher durante o período ges-</p><p>tacional ou até 42 dias após o parto e é um dos maiores problemas sociais e</p><p>de saúde no Brasil, sendo que as causas são consideradas evitáveis na maioria</p><p>das vezes (Ricci, 2019; Brasil, 2022).</p><p>A morte materna ocorre com maior frequência em mulheres mais vulnerá-</p><p>veis e não está associada apenas à qualidade da assistência recebida no pré-</p><p>-natal, no parto e no puerpério, envolvendo, igualmente, a deficiência do pla-</p><p>nejamento familiar, o risco reprodutivo e a fragilidade do sistema de saúde</p><p>para referência e contrarreferência dos casos considerados mais graves (Ricci,</p><p>2019; Brasil, 2022).</p><p>Para familiarizar o futuro profissional de enfermagem acerca dessa temática,</p><p>esta unidade está subdividida em dois tópicos que englobam as síndromes</p><p>hemorrágicas que podem ocorrer na segunda metade da gestação como a</p><p>PP e o DPP.</p><p>Ao longo da unidade, você encontrará o conceito de cada patologia, assim</p><p>como o quadro clínico, o diagnóstico, as principais intervenções, as condutas</p><p>e os cuidados de enfermagem.</p><p>84</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>3.1 SÍNDROMES HEMORRÁGICAS DO</p><p>TERCEIRO TRIMESTRE</p><p>Oferecer uma maternidade segura é um dos objetivos do Ministério da Saúde</p><p>e de todos os profissionais que direta ou indiretamente prestam assistência</p><p>à saúde da mulher durante a gestação, o parto e o puerpério. Para que esse</p><p>compromisso possa ser firmado, é essencial identificar e dispensar atenção</p><p>especial à população de mulheres que pode evoluir para desfechos desfavo-</p><p>ráveis durante um desses períodos (Brasil, 2001; 2010).</p><p>É primordial que o enfermeiro e toda a equipe de enfermagem estejam aptos</p><p>a reconhecer as particularidades de cada agravo e saibam aplicar o conheci-</p><p>mento que possuem na prática, a fim de reduzir a morbimortalidade mater-</p><p>na (Brasil, 2001; 2010).</p><p>O grupo de mulheres mais vulnerável ao desencadeamento de uma evolução</p><p>desfavorável recebe o nome de gestante de alto risco. Diante desse cenário,</p><p>determina-se a importância do conhecimento científico e atualizado do en-</p><p>fermeiro e dos demais profissionais que atuam no cuidado com a saúde (Bra-</p><p>sil, 2010; Fernandes; Narchi, 2012).</p><p>SÍNDROMES HEMORRÁGICAS DO TERCEIRO TRIMESTRE GESTACIONAL</p><p>Fonte: © our-team, Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma mulher grávida com dor, sentada em um</p><p>sofá, com a mão direita na cabeça e a mão esquerda sobre a barriga.</p><p>85</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Considerando o princípio de que cada indivíduo tem determinada probabi-</p><p>lidade de adoecer e morrer, além de poder ter comorbidades prévias, apre-</p><p>sentar certo estilo de vida, entre outros determinantes que impactam dire-</p><p>tamente a vulnerabilidade, é incontestável que a parcela da população que</p><p>for considerada mais suscetível exigirá maiores cuidados e atenção, visando à</p><p>redução de danos e riscos (Brasil, 2010; Fernandes; Narchi, 2012).</p><p>Vulnerabilidade: no contexto da área da saúde, a</p><p>vulnerabilidade está relacionada com as pessoas</p><p>que estão ou possuem algum fator de risco que as</p><p>deixem em situação de fragilidade/maior exposição</p><p>a situações que podem implicar o agravamento da</p><p>saúde como um todo.</p><p>Nesse sentido, o enfermeiro e sua equipe deverão ter conhecimento do pro-</p><p>cesso de saúde-doença, atuando de forma eficiente, por meio de instrumen-</p><p>tos e de uma assistência de saúde que busquem fornecer cuidados diferen-</p><p>ciados e com maior vigilância aos fatores de risco que são complicadores em</p><p>potencial (Brasil, 2010).</p><p>Para seguir a avaliação e manter a gestação, a realização do pré-natal é uma</p><p>estratégia que permite avaliar de modo dinâmico as situações e os fatores</p><p>que envolvem a gestante e o feto e que podem levar a um resultado desfavo-</p><p>rável (Brasil, 2010; Maciel; Silva, 2015).</p><p>É importante relembrar a dinamicidade da classificação de risco gestacional,</p><p>que já foi abordada em uma unidade anterior. De acordo com essa classifica-</p><p>ção, a gestante deve ser avaliada e estratificada em cada encontro – avaliação</p><p>obstétrica ou parto –, independentemente se a avaliação for realizada pelo</p><p>enfermeiro ou pelo profissional médico (Brasil, 2010; Feltrin et al., 2021).</p><p>“É importante alertar que uma gestação que está transcorrendo bem pode</p><p>se tornar de risco a qualquer momento, durante a evolução da gestação ou</p><p>durante o trabalho de parto” (Brasil, 2010, p. 11).</p><p>86</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>GESTAÇÃO: TERCEIRO TRIMESTRE</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma mulher grávida, cujo foco está na barriga da</p><p>gestante. A mulher está sentada com as duas mãos sobre a barriga à mostra.</p><p>As hemorragias do terceiro trimestre são a segunda causa de morte mais fre-</p><p>quente no Brasil e ocorrem entre 5% e 10% das gestações (Santos et al., 2010,</p><p>p. 181).</p><p>As principais complicações obstétricas relacionadas às hemorragias na se-</p><p>gunda metade da gestação envolvem a PP, o DPP, o acretismo placentário, a</p><p>rotura uterina e a vasa prévia (Brasil, 2010; Lara; Cesar, 2017; Feltrin et al., 2021;</p><p>Brasil, 2022). Essas complicações serão abordadas a seguir.</p><p>3.1.1 PLACENTA PRÉVIA (PP)</p><p>Considerada um importante fator de risco para a hemorragia e para a morbi-</p><p>mortalidade materna e neonatal, a placenta prévia (PP) é a implantação total</p><p>ou parcial da placenta no segmento inferior do útero, normalmente a partir</p><p>da 22ª semana de gestação, e, na maioria das vezes, impossibilita a via de par-</p><p>to vaginal.</p><p>87</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Com o avanço da gestação e consequente desenvolvimento do segmento</p><p>inferior do útero, pode ocorrer a chamada migração placentária,</p><p>determinando aumento da distância entre a borda inferior da placenta e o</p><p>colo do útero. O termo “inserção baixa de placenta” deve ser reservado aos</p><p>casos em que o anexo não está à frente da apresentação (lateral). (Brasil,</p><p>2022, p. 81)</p><p>A classificação da placenta prévia se dá de acordo com a inserção/posição da</p><p>placenta em relação ao colo uterino, podendo ser:</p><p>• placenta prévia centro-total (completa);</p><p>• placenta prévia centro-parcial;</p><p>• placenta prévia marginal; ou</p><p>• placenta prévia lateral.</p><p>Fonte: Lara; Cesar (2017).</p><p>FATORES DE RISCO PARA OCORRÊNCIA DE PP</p><p>Cesariana</p><p>prévia</p><p>Gestação</p><p>múltipla Multiparidade</p><p>Histórico pessoal</p><p>de placenta</p><p>prévia anterior</p><p>Idade materna</p><p>acima dos</p><p>35 anos</p><p>Tabagismo Uso de drogas Fertilização</p><p>in vitro</p><p>Histórico pessoal</p><p>de curetagens e</p><p>cirurgias uterinas</p><p>Histórico pessoal</p><p>de aborto</p><p>espontâneo</p><p>e eletivo</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (2022, p. 81).</p><p>#pratodosverem: figura formada por dez retângulos pequenos na cor azul-marinho com as</p><p>letras brancas; cada um deles apresenta um dos fatores de risco para a ocorrência de PP.</p><p>88</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>A etiologia da PP não é conhecida de fato. Entretanto, sabe-se que há associa-</p><p>ção entre cicatrizes uterinas e o dano endometrial (Brasil, 2022).</p><p>A implantação de um zigoto (óvulo fertilizado) requer um ambiente rico em</p><p>oxigênio e colágeno. A camada externa do zigoto em divisão, o blastocisto,</p><p>é composta de células trofoblásticas que se desenvolvem na placenta e</p><p>nas membranas fetais. O trofoblasto adere à decídua basal do endométrio,</p><p>formando uma gravidez normal. Cicatrizes uterinas anteriores proporcionam</p><p>um ambiente rico em oxigênio e colágeno. O trofoblasto pode aderir à</p><p>cicatriz uterina levando à placenta que cobre o orifício cervical ou à placenta</p><p>invadindo as paredes do miométrio. (Anderson-Bagga; Sze, 2022)</p><p>Pesquisas comprovam que as mulheres que possuem cicatrizes uterinas têm</p><p>maiores chances de evoluir para um caso de placenta prévia. Mulheres que</p><p>já passaram por uma cesariana, por exemplo, têm 4,5 vezes mais chances de</p><p>apresentar esse quadro. Já, em casos de duas cesáreas, o risco aumenta para</p><p>7,4 vezes e, para multíparas, com quatro ou mais cesáreas, a chance de des-</p><p>fechos extremamente nocivos pode ser 45 vezes maior, principalmente em</p><p>razão da possibilidade de desenvolver hemorragias (Brasil, 2022).</p><p>Nocivo: aquilo que é prejudicial, que causa danos.</p><p>Outra complicação importante se dá pela probabilidade de a placenta aderir</p><p>ao útero de forma incomum, podendo haver infiltração na musculatura do</p><p>útero e/ou em outros órgãos pélvicos da mulher. Esse distúrbio é chamado de</p><p>acretismo placentário ou placenta acreta (Rodrigues et al., 2022).</p><p>89</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>ACRETISMO PLACENTÁRIO</p><p>Fonte: © wavebreakmedia_micro, Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma sala de parto cujo ângulo mostra</p><p>as costas de uma mulher durante o parto. A gestante está em posição</p><p>ginecológica e é examinada por um médico, que está de frente para a</p><p>paciente; ao lado dela, há uma enfermeira que aparece de perfil.</p><p>Essa condição é considerada grave e aumenta exponencialmente o risco de</p><p>hemorragias graves e de outras complicações, podendo levar à histerecto-</p><p>mia. Muitas vezes, a placenta acreta não é identificada antes do parto, apenas</p><p>durante ele, com a dificuldade de extração da placenta na dequitação (Rodri-</p><p>gues et al., 2022).</p><p>Histerectomia: procedimento cirúrgico para</p><p>retirada do útero.</p><p>90</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>A seguir, trataremos das manifestações clínicas e das abordagens adequadas</p><p>para a placenta prévia.</p><p>3.1.2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO</p><p>DA PLACENTA PRÉVIA</p><p>Como visto anteriormente, a placenta prévia é uma condição em que ocorre</p><p>a implantação da placenta no segmento inferior do útero, podendo se desen-</p><p>volver parcial ou totalmente no local (Lara; Cesar, 2017).</p><p>TIPOS DE PLACENTA PRÉVIA</p><p>Fonte: adaptado de Lara; Cesar (2017, p. 146).</p><p>#pratodosverem: ilustração de uma implantação normal de placenta,</p><p>seguida de duas ilustrações com dois tipos de placenta prévia.</p><p>Nesse sentido, a placenta prévia pode ser categorizada como:</p><p>Placenta prévia centro-total (completa)</p><p>Todo o orifício interno do colo do útero é recoberto.</p><p>91</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Placenta prévia centro-parcial</p><p>O orifício interno do útero é recoberto parcialmente.</p><p>Placenta prévia marginal</p><p>A borda da placenta margeia o orifício interno do colo do útero.</p><p>Placenta prévia lateral</p><p>A placenta é implantada no segmento inferior do útero, mas não</p><p>alcança o orifício interno dele.</p><p>Fonte: Lara; Cesar (2017, p. 146).</p><p>Diante desse cenário, compreenda a seguir a fisiopatologia da PP.</p><p>A placenta prévia é caracterizada pela cobertura</p><p>total ou parcial do colo do útero. Uma placenta baixa</p><p>é aquela em que a borda está de 2 cm a 3,5 cm do</p><p>orifício interno. A placenta prévia marginal é aquela</p><p>em que a borda da placenta está a 2 cm do orifício</p><p>interno. Quase 90% das placentas identificadas</p><p>como baixas acabarão desaparecendo no terceiro</p><p>trimestre devido à migração placentária. A placenta</p><p>em si não se move, mas cresce em direção ao</p><p>aumento do suprimento sanguíneo no fundo,</p><p>deixando a porção distal da placenta no segmento</p><p>uterino inferior com suprimento sanguíneo</p><p>relativamente fraco para regredir e atrofiar. A</p><p>migração também pode ocorrer pelo segmento</p><p>uterino inferior crescente, aumentando assim a</p><p>distância da margem inferior da placenta ao colo</p><p>do útero. Fonte: Anderson-Bagga; Sze, (2022, p. 2).</p><p>92</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U</p><p>em 23/06/2017</p><p>Um dos principais fatores de risco para a ocorrência dessa condição se dá</p><p>pelo número de cesarianas. Por esse motivo, deve-se incentivar o parto por via</p><p>vaginal, reduzindo, quando possível, o número de cesarianas sem indicação</p><p>clínica (Rodrigues et al., 2022).</p><p>Em relação ao quadro clínico, normalmente, durante o segundo ou terceiro</p><p>trimestre gestacional, a mulher apresenta sangramento via vaginal de início</p><p>súbito em pequena quantidade, na cor vermelho-vivo e sem dor, ou seja, não</p><p>há contração uterina nem contração uterina reincidente e progressiva. Geral-</p><p>mente, as condições e os batimentos fetais estão preservados, com exceção</p><p>dos casos que evoluem com agravantes como a hemorragia e o choque hipo-</p><p>volêmico (Brasil, 2010).</p><p>QUADRO CLÍNICO DA PLACENTA PRÉVIA</p><p>Fonte: © senivpetro, Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia cujo ângulo enfoca a barriga de uma gestante que</p><p>está sentada em uma cama, com um cobertor rosa sobre as pernas, a mão</p><p>direita apoiada sobre a barriga e a outra está em cima de um móvel.</p><p>93</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Em algumas situações, pode não ocorrer sangramento até o momento do</p><p>parto, principalmente nos casos de placenta prévia marginal. Já, as mulheres</p><p>com placenta prévia centro-totais podem evoluir com sangramento sentine-</p><p>la, ou seja, sangramento entre a 26ª e a 28ª semana de gestação, normal-</p><p>mente apresentando sangramento vermelho-vivo em grande quantidade,</p><p>intermitente e com necessidade de intervenções clínicas como internação e</p><p>transfusão de sangue (Brasil, 2010).</p><p>CLASSIFICAÇÃO DE PLACENTA PRÉVIA</p><p>Fonte: adaptado de Santos et al. (2010).</p><p>#pratodosverem: ilustração de três classificações de placenta prévia.</p><p>Por fim, no diagnóstico de acretismo placentário, ou placenta acreta, geralmen-</p><p>te não ocorre sangramento até o parto, porém as mulheres podem apresentar</p><p>contrações uterinas sem aumento do tônus entre as contrações (Brasil, 2010).</p><p>Para diagnosticar a PP, primeiramente, os sinais e os sintomas apresentados</p><p>devem ser avaliados e o exame físico deve ser feito. O enfermeiro pode se ba-</p><p>sear na história clínica e no quadro referido/apresentado. Além disso, deve-se</p><p>descartar os possíveis diagnósticos diferenciais: descolamento prematuro de</p><p>placenta, rotura uterina, rotura do seio marginal, rotura de vasa prévia, lesões</p><p>cervicais, vaginais ou vulvares (Campaner; Carvalho; Ribeiro, 2019). Além do</p><p>diagnóstico clínico, a confirmação por meio da ultrassonografia (USG) deve</p><p>ser feita.</p><p>94</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>A ultrassonografia como método para diagnóstico</p><p>de PP tem acurácia de 95%. O diagnóstico de</p><p>inserção baixa da placenta entre 16 e 20 semanas é</p><p>frequente, mas 90% desses achados se normalizam</p><p>até o termo. Assim, somente após 28 semanas</p><p>de gestação, é possível definir o diagnóstico de</p><p>placenta prévia. Fonte: Silva-Filho; D’Abreu (2021,</p><p>p. 187).</p><p>Nesse sentido, a ultrassonografia abdominal é o melhor método para o diag-</p><p>nóstico de PP, visto que é possível identificar a localização placentária e sua</p><p>posição em relação ao orifício interno do colo do útero por meio desse exame.</p><p>Para melhor visualização e diagnóstico assertivo, é indicado que o exame seja</p><p>realizado com a bexiga semicheia; a bexiga dessa forma permite a localização</p><p>exata do bordo placentário, com menor risco de falsos diagnósticos de pla-</p><p>centa baixa (Brasil, 2010).</p><p>Nos casos em que há dúvida sobre a posição do bordo placentário, opta-se</p><p>pela realização da ultrassonografia por via transvaginal. Porém, essa via deve</p><p>ser realizada de modo cuidadoso, não introduzindo o transdutor na vagina de</p><p>modo abrupto e sem atingir o colo uterino (Brasil, 2010).</p><p>No exame obstétrico, um útero de consistência e tônus normais pode ser</p><p>identificado, assim como a ausência de dor. Durante o exame especular, pode</p><p>haver sangramento vermelho-vivo proveniente do orifício do colo uterino ou</p><p>do acúmulo do sangue no interior da vagina (Brasil, 2022).</p><p>95</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>EXAME OBSTÉTRICO</p><p>Fonte: © ArtPhoto_studio, Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma gestante deitada em uma maca ginecológica; o</p><p>ângulo da imagem enfoca a parte das pernas da gestante, sem mostrar o rosto dela.</p><p>É desaconselhada a realização do toque vaginal na suspeita de PP devido</p><p>ao risco de agravamento no quadro hemorrágico. Por isso, essa conduta não</p><p>deve ser empregada até a confirmação do posicionamento exato da placenta</p><p>(Lara; Cesar, 2017; Brasil, 2022).</p><p>3.1.3 COMPLICAÇÕES E TRATAMENTO DA</p><p>PLACENTA PRÉVIA</p><p>Entre as principais complicações da PP estão a hemorragia grave, com con-</p><p>sequente choque hipovolêmico, e a morte materna. Quando o diagnóstico</p><p>de PP estiver relacionado ao histórico de cesariana anterior, as chances de</p><p>complicações graves aumentam, sendo assim, há maior probabilidade de</p><p>evolução desfavorável, podendo ocorrer hemorragias maciças, acretismo pla-</p><p>centário, rotura uterina, amniorrexe prematura, histerectomia e morte (Dias</p><p>et al., 2010).</p><p>96</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>A hemorragia é considerada uma complicação grave que pode levar à mor-</p><p>talidade materno-fetal. Considera-se hemorragia anteparto o “sangramento</p><p>vaginal que ocorre a partir da vigésima semana de gestação até o parto” (Dias</p><p>et al., 2010, p. 126).</p><p>Além disso, a hemorragia durante a gestação como consequência da PP pode</p><p>levar à anemia severa, à necessidade de transfusão sanguínea e à sepse. A PP</p><p>pode estar associada à placenta acreta, considerada uma das complicações</p><p>mais perigosas (Dias et al., 2010).</p><p>Outras complicações relacionadas à mãe, causadas pela PP, podem ser:</p><p>COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À MÃE CAUSADAS PELA PP</p><p>Crescimento</p><p>uterino diminuído</p><p>Prolapso do</p><p>cordão umbilical Placentite</p><p>Fonte: adaptado de Santos et al. (2010, p. 184).</p><p>#pratodosverem: figura formada por três retângulos pequenos na cor</p><p>azul-marinho com as letras brancas; cada um deles apresenta uma</p><p>das complicações relacionadas à mãe causadas pela PP.</p><p>Já, no que se refere ao feto, podem ocorrer:</p><p>COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO FETO CAUSADAS PELA PP</p><p>Prematuridade Hemorragia fetal</p><p>Má-formação</p><p>congênita</p><p>Recém-nascidos</p><p>pequenos para a</p><p>idade gestacional (PIG)</p><p>Morbimortalidade</p><p>perinatal</p><p>Fonte: adaptado de Santos et al. (2010, p. 184).</p><p>#pratodosverem: figura formada por cinco retângulos pequenos na cor</p><p>azul-marinho com as letras brancas, cada um deles apresenta uma</p><p>das complicações relacionadas ao feto causadas pela PP.</p><p>97</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>A principal causa de mortalidade perinatal está vinculada à prematuridade</p><p>extrema. Para evitar ou diminuir as taxas de mortalidade nessa população, é</p><p>preciso tentar prolongar a idade gestacional. Por isso, é recomendada a utili-</p><p>zação de estratégias que visem a esse objetivo em vez de optar pela interrup-</p><p>ção precoce da gestação (Dias et al., 2010).</p><p>A incidência de trabalho de parto prematuro</p><p>associado à placentação baixa é de 20%. A</p><p>mortalidade perinatal encontrada é de 17% a 26%</p><p>e depende mais da quantidade de sangramentos</p><p>do que do número de episódios. Fonte: Urbanetz</p><p>(2018, p. 166).</p><p>Nos casos em que houver cessamento do sangramento, pode ser dada alta</p><p>para a gestante com orientação assertiva de retorno imediato ao serviço de ur-</p><p>gência, caso novos episódios de hemorragia e/ou sangramento voltem a ocor-</p><p>rer, além da recomendação de abstinência sexual e repouso (Dias et al., 2010).</p><p>Caso a interrupção da gestação seja uma recomendação médica,</p><p>algumas</p><p>particularidades devem ser respeitadas. A via de parto de escolha é a abdo-</p><p>minal, contudo, a via vaginal pode ser considerada caso a implantação da pla-</p><p>centa ocorra “até dois centímetros do orifício interno do colo uterino” (Dias</p><p>et al., 2010, p. 127).</p><p>Diante desse contexto, é possível afirmar que o tratamento da PP visa garan-</p><p>tir o bem-estar materno e o fetal, bem como minimizar o risco de morbimor-</p><p>talidade materna e perinatal. Assim, todo caso suspeito ou confirmado de PP,</p><p>especialmente aqueles com associação de acretismo placentário, deve ser</p><p>minuciosamente avaliado, com atenção extrema aos sinais de hemorragias</p><p>maciças/choque hipovolêmico, voltados para as condições hemodinâmicas, a</p><p>saber (Dias et al. 2010; Urbanetz, 2018):</p><p>98</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>SINAIS DE HEMORRAGIAS MACIÇAS/CHOQUE HIPOVOLÊMICO</p><p>Pressão</p><p>arterial</p><p>Perfusão</p><p>tecidual</p><p>Frequência</p><p>cardíaca</p><p>Nível de</p><p>consciência</p><p>Frequência</p><p>respiratória</p><p>Volume de</p><p>diurese</p><p>Fonte: adaptado de Urbanetz (2018, p. 166).</p><p>#pratodosverem: figura formada por seis retângulos pequenos na cor azul-</p><p>marinho com as letras brancas, dispostos em um círculo; cada um deles</p><p>apresenta um dos sinais de hemorragias maciças/choque hipovolêmico.</p><p>Além da investigação acerca desses sinais, é essencial que seja realizado o</p><p>exame obstétrico cuidadosamente:</p><p>EXAME OBSTÉTRICO: AÇÕES EMPREGADAS</p><p>BCF</p><p>Tônus</p><p>uterino</p><p>Inspeção</p><p>de genitália</p><p>externa</p><p>Exame</p><p>especular</p><p>Presença</p><p>de dinâmica</p><p>uterina</p><p>Altura</p><p>uterina (AU)</p><p>Fonte: adaptado de Urbanetz (2018, p. 166).</p><p>#pratodosverem: figura formada por seis retângulos pequenos na cor azul-</p><p>marinho com as letras brancas, dispostos em um círculo, cada um deles</p><p>apresenta uma das ações empregadas no exame obstétrico.</p><p>99</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>O exame especular tem como objetivo localizar a origem do sangramento: se</p><p>é proveniente da cavidade uterina, do orifício do colo uterino, da ectopia e/ou</p><p>dos pólipos cervicais. Já, a inspeção da genitália externa visa identificar trau-</p><p>mas vulvares e/ou outras lesões que possam provocar sangramentos (Dias et</p><p>al. 2010; Urbanetz, 2018).</p><p>BCF: batimento cardíaco fetal ou batimento</p><p>cardiofetal. A aferição do batimento cardíaco fetal</p><p>pode ser realizada por meio de um instrumento</p><p>chamado sonar, podendo ser avaliado a partir da 9ª</p><p>semana gestacional.</p><p>A seguir, abordaremos outra complicação comum no segundo e/ou terceiro</p><p>trimestre gestacional e que pode ser a causa de hemorragias: o descolamen-</p><p>to prematuro da placenta (DPP).</p><p>3.2 EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS DO</p><p>TERCEIRO TRIMESTRE</p><p>Você conferirá a seguir uma emergência obstétrica importante que pode</p><p>causar hemorragias e altos índices de mortalidade materno-fetal: o descola-</p><p>mento prematuro de placenta.</p><p>3.2.1 DESCOLAMENTO PREMATURO DE</p><p>PLACENTA (DPP)</p><p>Definido como uma das principais emergências obstétricas, o descolamento</p><p>prematuro de placenta (DPP) é considerado uma condição que coloca em</p><p>risco iminente a vida das mulheres acometidas por ele, para além do risco de</p><p>morte do feto, pois é uma condição cuja evolução acontece de maneira rápi-</p><p>da, podendo ocorrer em até 1% das gestações (Brasil, 2022).</p><p>O DPP é definido como o “descolamento parcial ou completo da placenta,</p><p>normalmente inserida de forma inopinada, intempestiva e prematura no cor-</p><p>po do útero, após a vigésima semana de gestação” (Brasil, 2022, p. 86).</p><p>100</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>• O DPP ocorre em cerca de 5% a 10% das gestações</p><p>que ultrapassam a 20ª semana de gestação.</p><p>• A taxa de mortalidade fetal para DPP é de 20% a</p><p>40%, dependendo da extensão do descolamento.</p><p>Já, a taxa de mortalidade materna é de cerca de</p><p>6% e pode estar relacionada com a cesariana, a</p><p>hemorragia ou a coagulopatia.</p><p>• O DPP é uma emergência clínica importante e</p><p>exige intervenções rápidas e efetivas para evitar</p><p>morbimortalidade materna e fetal.</p><p>• Existe uma probabilidade maior de repetição do</p><p>DPP em gestações futuras: 10% após um caso e</p><p>25% após dois casos.</p><p>• O DPP representa mais de 30% de todas as</p><p>hemorragias do terceiro trimestre.</p><p>• Cerca de 50% dos casos ocorrem antes do início</p><p>do trabalho de parto; 40%, durante o período de</p><p>dilatação; e 10% no período expulsivo.</p><p>Fonte: Santos et al. (2010, p. 186).</p><p>O diagnóstico do DPP é feito com base no exame clínico, podendo ser respal-</p><p>dado por exames laboratoriais e de imagem, como a ultrassonografia, ou pela</p><p>avaliação no período pós-parto (Silva-Filho; D’Abreu, 2021; Brasil, 2022).</p><p>101</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA (DPP)</p><p>Fonte: © Dragana_Gordic, Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia cujo ângulo enfoca a parte do troco até</p><p>os joelhos de uma gestante que está sentada em uma cama, com a</p><p>barriga à mostra, segurando a barriga com as duas mãos.</p><p>O DPP pode ocasionar uma série de outras complicações. Em relação à sua</p><p>fisiopatologia, podem ser observadas alterações uterinas como a hipertonia</p><p>uterina e a apoplexia uteroplacentária, bem como alterações de coagulação,</p><p>nos rins e na hipófise como necrose tubular e cortical aguda, síndrome de</p><p>Sheehan, coagulopatia de consumo e processo de fibrinólise (Brasil, 2022).</p><p>Entre as causas do DPP, estão os processos patológicos vasculares crônicos,</p><p>os traumas abdominais causados por acidentes automobilísticos, quedas etc.</p><p>Nesses casos, os sinais e os sintomas costumam ocorrer nas primeiras 24 ho-</p><p>ras após o incidente ou, em alguns casos, pode ocorrer na drenagem do polid-</p><p>râmnio ou após o parto do primeiro gemelar (Silva-Filho; D’Abreu, 2021, p. 192).</p><p>102</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Diante desse cenário, destaca-se que a etiologia do DPP ainda é desconhecida.</p><p>Entretanto, alguns fatores de risco são mais evidentes nos casos desse agravo:</p><p>FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO DPP</p><p>Hipertensão</p><p>arterial</p><p>Uso de</p><p>drogas como</p><p>cocaína</p><p>Idade</p><p>materna</p><p>avançada</p><p>Tabagismo</p><p>Multiparidade</p><p>Rotura</p><p>prematura das</p><p>membranas</p><p>Histórico de</p><p>trombofilia</p><p>DPP prévio</p><p>DPP</p><p>Fonte: adaptado de Silva-Filho; D’Abreu (2021, p. 192).</p><p>#pratodosverem: figura formada por oito círculos pequenos na cor cinza com as</p><p>letras pretas, dispostos em um círculo, cada um deles apresenta um dos fatores</p><p>de risco associados ao DPP. No centro, há um círculo maior escrito “DPP”.</p><p>A ocorrência de DPP em gestações anteriores é considerada o principal fator</p><p>de risco para a ocorrência de novo DPP. Além disso, é importante destacar</p><p>que a hipertensão arterial aumenta em 5 vezes a chance de evolução do qua-</p><p>dro (Silva-Filho; D’Abreu, 2021).</p><p>A seguir, confira outros pontos importantes sobre o DPP que completarão o</p><p>raciocínio a respeito dessa condição: a classificação e as manifestações clíni-</p><p>cas do DPP.</p><p>103</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>3.2.2 CLASSIFICAÇÃO E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS</p><p>DO DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA</p><p>Considerando que o DPP é uma das principais causas de hemorragias na se-</p><p>gunda metade da gestação, a classificação dessa condição se dá de acordo</p><p>com a forma clínica, conforme o grau de comprometimento (Santos et al., 2010).</p><p>Segundo Santos et al. (2010), há quatro classificações válidas:</p><p>• grau zero;</p><p>• grau I;</p><p>• grau II; ou</p><p>• grau III.</p><p>O DPP classificado como grau zero é assintomático, não confere risco para a</p><p>mãe ou para o feto e seu diagnóstico é feito por meio do exame da placenta</p><p>após o nascimento – o chamado diagnóstico retrospectivo</p><p>– ou ainda pode</p><p>ser feito em curso, ao longo da gestação, por meio da ultrassonografia para</p><p>avaliação de DPP crônico (Santos et al., 2010, p. 186-187).</p><p>O DPP grau I apresenta quadro diferente do grau zero, principalmente devi-</p><p>do à presença de quadro de dor e de sangramento genital. Nesse caso, ocorre</p><p>hipersensibilidade uterina e discreta hipertonia uterina. Não há comprometi-</p><p>mento hemodinâmico materno e/ou fetal (Santos et al., 2010, p. 186-187).</p><p>104</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>QUADRO DE DOR NO DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA</p><p>Fonte: © DCStudio, Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma gestante de perfil deitada em uma maca com</p><p>face de intensa dor; ao lado dela está um homem que a olha com atenção.</p><p>Já, o DPP estratificado como grau II é considerado mais grave do que as duas</p><p>primeiras classificações em virtude da presença de sangramento externo ou</p><p>interno associado à hipersensibilidade uterina e à hipertonia uterina. Nessa</p><p>situação, pode ser notado o sofrimento fetal, justificado pela taquicardia fetal</p><p>ou pela desaceleração precoce dos batimentos cardiofetais (DIP). A gestante</p><p>com esse grau de DPP pode evoluir para um quadro de anemia, mas não há</p><p>evidências de sangramentos abundantes que possam desencadear choque</p><p>hipovolêmico (Santos et al., 2010, p. 186-187).</p><p>Por fim, o DPP grau III é avaliado como a forma mais grave de DPP e está</p><p>relacionado a altíssimos índices de mortalidade materna e fetal. Nesses casos,</p><p>podem ser observados quadros de sangramento externo ou interno, associa-</p><p>dos à hipersensibilidade e à dor uterina e à hipertonia uterina intensa. Nor-</p><p>malmente, ocorre o óbito fetal e o choque hipovolêmico materno, podendo</p><p>ou não apresentar coagulopatia (Santos et al., 2010, p. 186-187).</p><p>105</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>• O sangramento no DPP pode se manifestar das</p><p>seguintes maneiras: hemorragia exteriorizada,</p><p>hemoâmnio e sangramento retroplacentário.</p><p>• Até 20% dos sangramentos no DPP são ocultos,</p><p>com formação de coágulo retroplacentário</p><p>e infiltração sanguínea intramiometrial. Esse</p><p>sangramento é responsável pela apoplexia</p><p>uteroplacentária ou “útero de Couvelaire” que</p><p>ocasiona déficit contrátil, sendo uma causa</p><p>importante de hemorragia no pós-parto.</p><p>• A coagulopatia pode estar presente no momento</p><p>do diagnóstico, pois ela pode se instalar em</p><p>razão do consumo dos fatores de coagulação</p><p>pelo coágulo retroplacentário e pela coagulação</p><p>intravascular disseminada e pela liberação de</p><p>tromboplastina na circulação materna devido ao</p><p>descolamento placentário.</p><p>• A quantidade do sangramento exteriorizado</p><p>pode não refletir a perda sanguínea exata. Um</p><p>sangramento de coloração escurecida pode</p><p>refletir a presença de formação de coágulo</p><p>retroplacentário.</p><p>Fonte: Brasil (2010, p. 59).</p><p>106</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Os sinais e os sintomas mais comumente relacionados ao DPP são:</p><p>DPP: SINTOMAS MAIS FREQUENTES</p><p>Sangramento vaginal vermelho-escuro</p><p>Abdome doloroso à palpação</p><p>Hipertonia uterina</p><p>Hipersensibilidade e dor quando o útero é apalpado</p><p>Aumento rápido da altura do fundo uterino</p><p>Abaulamento uterino</p><p>Contrações uterinas</p><p>Diminuição dos movimentos fetais</p><p>Fonte: adaptado de Santos et al. (2010, p. 188).</p><p>#pratodosverem: figura formada por oito retângulos na cor azul-marinho</p><p>com as letras brancas, enfileirados na horizontal. Cada um deles apresenta</p><p>um dos sintomas mais frequentes relacionados ao DPP.</p><p>A maior parte das gestantes com DPP evolui com sangramento vaginal, mas</p><p>é importante se atentar para a parcela que apresenta hemorragias ocultas,</p><p>ou seja, quando os sangramentos vaginais não estão presentes. Durante a</p><p>avaliação obstétrica, o toque vaginal evidencia grande parte do colo uterino</p><p>dilatado e sem a presença de tecido placentário (Santos et al., 2010).</p><p>Agora que você já sabe identificar os sinais e os sintomas tanto do DPP quan-</p><p>to da PP, analise e fixe seus conhecimentos por meio do quadro a seguir.</p><p>107</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>DPP X PP</p><p>ASPECTOS DESCOLAMENTO</p><p>PREMATURO DE PLACENTA PLACENTA PRÉVIA</p><p>Sangramento Interno ou externo</p><p>Vermelho escuro</p><p>Externo</p><p>Vermelho vivo</p><p>Manifestações clínicas Início súbito Progressivas</p><p>Insidiosas</p><p>Alterações hemodinâmicas Desproporcionais à</p><p>hemorragia aparente</p><p>Proporcionais à</p><p>hemorragia aparente</p><p>Dor Intensa Ausente</p><p>Vitalidade fetal Alterada Preservada</p><p>Principal fator de risco Hipertensão Cesariana anterior</p><p>Ultrassonografia Pode não apresentar alterações Confirma o diagnóstico</p><p>Fonte: adaptado de Lara; Cesar (2017, p. 148).</p><p>#pratodosverem: quadro formado por três colunas com os principais sintomas do</p><p>DPP e da PP e as características de cada um desses sintomas para cada quadro.</p><p>Adiante abordaremos os principais cuidados que devem ser tomados em re-</p><p>lação às síndromes hemorrágicas gestacionais abordadas nesta unidade.</p><p>3.2.3 CONDUTAS DE ENFERMAGEM NAS</p><p>SÍNDROMES HEMORRÁGICAS</p><p>O enfermeiro e a equipe de enfermagem são essenciais no cuidado da ges-</p><p>tante, pois é por meio do olhar e dos cuidados desses profissionais que as</p><p>condições materno-fetais podem ser avaliadas diante de situações que colo-</p><p>quem em risco a vida do binômio mãe-bebê. Assim, estabelece-se a impor-</p><p>tância desses profissionais na prestação de um atendimento de qualidade</p><p>durante a assistência à parturiente (Falcão Júnior et al., 2016; Urbanetz, 2018).</p><p>Nesse sentido, a avaliação de enfermagem deve estar voltada para a detecção</p><p>precoce de sinais e sintomas, a fim de desenvolver um plano de cuidados es-</p><p>pecíficos que visa minimizar os danos diante de quaisquer intercorrências no</p><p>ciclo gravídico-puerperal, em especial as complicações relacionadas às sín-</p><p>dromes hemorrágicas na segunda metade gestacional (Falcão Júnior et al.,</p><p>2016; Urbanetz, 2018).</p><p>108</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>CUIDADO DE ENFERMAGEM</p><p>Fonte: © partystock, Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia cujo enfoque está na barriga de uma gestante sendo avaliada</p><p>por um enfermeiro, que ausculta o abdome da mulher com um estetoscópio.</p><p>Dentro dessa perspectiva, o papel do enfermeiro não se limita aos problemas</p><p>físicos e fisiológicos apresentados pela mulher, mas por toda assistência inte-</p><p>gral e individualizada, voltada para o holístico, para que o processo da doença</p><p>seja transpassado com maior segurança e menos traumas. Nesse sentido, as</p><p>condutas diante de síndromes hemorrágicas no terceiro trimestre gestacional</p><p>visam ao bem-estar materno e fetal (Falcão Júnior et al., 2016; Urbanetz, 2018).</p><p>Considerando que as síndromes que desencadeiam sangramento no ter-</p><p>ceiro trimestre de gestação podem variar desde um pequeno escape a uma</p><p>hemorragia maciça, é primordial que o enfermeiro esteja apto a reconhecer</p><p>todos os sinais e os sintomas durante a primeira abordagem da gestante no</p><p>serviço de saúde, sendo essencial coletar todos os dados de forma rápida, mas</p><p>de modo minucioso e atencioso. Também se faz importante saber diferen-</p><p>ciar causas não obstétricas que possam levar ao sangramento vaginal ou a</p><p>quadros de dor por meio do exame dos genitais externos (Falcão Júnior et al.,</p><p>2016; Urbanetz, 2018).</p><p>109</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Após a rápida coleta de dados, a realização do exame físico geral é indispensá-</p><p>vel, com atenção especial para as condições hemodinâmicas: pressão arterial,</p><p>frequência cardíaca, saturação de oxigênio, temperatura</p><p>axilar e frequência</p><p>respiratória. Além disso, o exame obstétrico deve ser feito para avaliar a altura</p><p>uterina, o tônus uterino, a presença de atividade uterina de trabalho de parto</p><p>e o BCF. Por fim, o exame especular precisa ser realizado para avaliar a origem</p><p>do sangramento, com ressalva ao toque vaginal, pois, em alguns casos, como</p><p>a PP, esse procedimento é contraindicado em razão do risco de agravamento</p><p>do quadro hemorrágico (Falcão Júnior et al., 2016; Urbanetz, 2018).</p><p>AVALIAÇÃO OBSTÉTRICA DA GESTANTE COM QUADRO HEMORRÁGICO</p><p>Fonte: © wavebreakmedia_micro, Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma gestante em posição ginecológica sendo avaliada</p><p>por um médico, enquanto o companheiro dela está ao lado dando suporte psicológico.</p><p>A avaliação laboratorial também é essencial para definir a conduta clínica que</p><p>será seguida pelo profissional médico. Exames como tipagem sanguínea,</p><p>prova cruzada, hemograma, indicadores de função renal, gasometria arterial,</p><p>coagulograma e dosagem de fibrinogênio podem ser solicitados para esse</p><p>fim (Falcão Júnior et al., 2016; Urbanetz, 2018).</p><p>Diante disso, o quadro a seguir mostra as principais intervenções de enferma-</p><p>gem na PP e no DPP:</p><p>110</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>DPP X PP: PRINCIPAIS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM</p><p>PLACENTA PRÉVIA (PP) DESCOLAMENTO PREMATURO DE</p><p>PLACENTA (DPP)</p><p>Realizar anamnese da paciente e</p><p>registrar seu histórico.</p><p>Realizar anamnese da paciente e registrar</p><p>seu histórico.</p><p>Realizar exame físico obstétrico,</p><p>avaliando altura uterina, monitoração</p><p>fetal contínua (quando possível ou</p><p>necessário) e hipertonia uterina.</p><p>Realizar exame físico obstétrico, avaliando altura</p><p>uterina, monitoração fetal contínua (quando</p><p>possível ou necessário) e hipertonia uterina.</p><p>Puncionar veia calibrosa e coletar</p><p>sangue para realização de tipagem</p><p>sanguínea, prova cruzada, hemograma</p><p>(Hb e Ht), coagulograma e exames</p><p>rotineiros de cada instituição.</p><p>Puncionar duas veias calibrosas e coletar sangue</p><p>para realização de tipagem sanguínea, prova</p><p>cruzada, hemograma com contagem de plaquetas,</p><p>coagulograma e exames rotineiros de cada</p><p>instituição para o quadro.</p><p>Avaliar sinais vitais, sangramento</p><p>e sinais de choque hipovolêmico</p><p>e hipotensão.</p><p>Avaliar sinais vitais (manter-se atento à taquicardia),</p><p>sangramento e sinais de choque hipovolêmico e</p><p>hipotensão. Promover disponibilidade de sangue.</p><p>Promover disponibilidade de sangue. Preparar paciente para cirurgia de emergência.</p><p>Iniciar corticoterapia para aceleração</p><p>da maturidade pulmonar do feto,</p><p>conforme prescrição médica.</p><p>Orientar a paciente a manter jejum, conforme</p><p>prescrição médica.</p><p>Avaliar vitalidade fetal pela ausculta</p><p>intermitente e por cardiotocografia.</p><p>Estabilizar a paciente, promovendo a reposição</p><p>volêmica para evitar choque e manter a perfusão</p><p>tecidual.</p><p>Orientar a paciente a manter jejum,</p><p>conforme prescrição médica.</p><p>Oferecer suporte psicológico, disponibilizando-se</p><p>para tirar dúvidas e conhecer os medos da gestante.</p><p>Caso a transfusão de sangue seja</p><p>necessária, puncionar um segundo</p><p>acesso venoso calibroso.</p><p>Em casos de emergência, preparar a paciente para</p><p>resolução imediata.</p><p>Orientar a paciente a manter</p><p>repouso relativo.</p><p>Oferecer suporte psicológico,</p><p>disponibilizando-se para tirar dúvidas</p><p>e conhecer os medos da gestante.</p><p>Em casos de emergência, preparar a</p><p>paciente para resolução imediata.</p><p>Fonte: adaptado de Lara; Cesar (2017, p. 144-148).</p><p>#pratodosverem: quadro com duas colunas apresentando as principais intervenções</p><p>que podem ser feitas pela equipe de enfermagem em casos de PP e de DPP.</p><p>111</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Esperamos que você tenha compreendido a importância de conhecer as</p><p>particularidades das síndromes, bem como os principais cuidados para cada</p><p>uma delas.</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>Para saber mais sobre o tema desta unidade, leia os</p><p>artigos a seguir:</p><p>1. Sistematização da assistência de enfermagem</p><p>a uma adolescente com sífilis e descolamento</p><p>prematuro da placenta.</p><p>2. Hemorragia pós-parto: intervenções de</p><p>enfermagem e gestão para prevenir o choque</p><p>hipovolêmico.</p><p>3. Atribuições do enfermeiro em casos de placenta</p><p>acreta. Revisión bibliográfica.</p><p>4. Assistência de enfermagem à gestante com</p><p>placenta prévia.</p><p>5. Condutas no descolamento prematuro de</p><p>placenta.</p><p>https://www.revistaenfermagematual.com.br/index.php/revista/article/view/1077/890</p><p>https://www.revistaenfermagematual.com.br/index.php/revista/article/view/1077/890</p><p>https://www.revistaenfermagematual.com.br/index.php/revista/article/view/1077/890</p><p>http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S2216-09732022000100009&script=sci_abstract&tlng=pt</p><p>http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S2216-09732022000100009&script=sci_abstract&tlng=pt</p><p>http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S2216-09732022000100009&script=sci_abstract&tlng=pt</p><p>https://www.medigraphic.com/pdfs/salcietec/sct-2022/sct221ce.pdf</p><p>https://www.medigraphic.com/pdfs/salcietec/sct-2022/sct221ce.pdf</p><p>https://editoraime.com.br/revistas/index.php/rems/article/view/225</p><p>https://editoraime.com.br/revistas/index.php/rems/article/view/225</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/25784</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/25784</p><p>UNIDADE 4</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos que</p><p>possa:</p><p>112</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>> Compreender</p><p>o diabetes</p><p>gestacional, bem</p><p>como os cuidados</p><p>de enfermagem</p><p>para as gestantes</p><p>acometidas por</p><p>essa patologia.</p><p>113</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>4 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA</p><p>E PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES</p><p>OBSTÉTRICAS – PARTE III</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>Esta unidade abordará uma reflexão sobre o diabetes gestacional voltada para</p><p>a assistência de enfermagem no que se refere a essa complicação gestacional.</p><p>O pré-natal é o período em que algumas mulheres podem receber o diag-</p><p>nóstico de diabetes mellitus gestacional. A investigação acerca da possibi-</p><p>lidade de se apresentar essa condição durante o pré-natal reduz o risco de</p><p>anomalias congênitas causadas por esse agravo e proporciona o tratamento</p><p>adequado para as complicações que o diabetes mellitus pode acarretar (Fer-</p><p>nandes; Narchi, 2012; Zajdenverg et al., 2022).</p><p>Diante desse contexto, nesta unidade, apresentaremos a relação do diabetes</p><p>mellitus com a gravidez, bem como os fatores inerentes ao diagnóstico, os</p><p>fatores de risco, o tratamento, o acompanhamento e a assistência de enfer-</p><p>magem voltada para as mulheres acometidas por essa condição.</p><p>Para isso, é pertinente que você, estudante e futuro enfermeiro, esteja familiari-</p><p>zado com o desenvolvimento e o aprimoramento dos conhecimentos técnicos</p><p>desse tema. Para alcançar os objetivos propostos, esta unidade está dividida</p><p>em dois tópicos. O primeiro compreende as particularidades do diabetes melli-</p><p>tus, e o segundo, os cuidados de enfermagem para o diabetes gestacional.</p><p>114</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>4.1 DIABETES MELLITUS E GRAVIDEZ</p><p>Um dos objetivos do Ministério da Saúde em relação à saúde da mulher é ga-</p><p>rantir a diminuição dos riscos que podem prejudicar a saúde dela durante a</p><p>gestação, o parto e o puerpério.</p><p>Uma das complicações que pode ser identificada durante esses períodos é o</p><p>diabetes mellitus (DM). O DM é uma patologia que resulta na falha da produ-</p><p>ção ou da ação da insulina (Brêtas; Gamba, 2006; Ricci, 2019).</p><p>Insulina: hormônio produzido pelo pâncreas,</p><p>especificamente pelas células betapancreáticas,</p><p>sendo responsável pela manutenção dos</p><p>níveis não patológicos</p><p>– PARTE III 113</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE 113</p><p>4.1 DIABETES MELLITUS E GRAVIDEZ 114</p><p>4.2 CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA O DIABETES GESTACIONAL 128</p><p>2UNIDADE</p><p>3UNIDADE</p><p>4UNIDADE</p><p>11</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>5 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA E PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES</p><p>OBSTÉTRICAS – PARTE IV 139</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE 139</p><p>5.1 TRABALHO DE PARTO PREMATURO 141</p><p>5.2 CUIDADOS DE ENFERMAGEM À GESTANTE PORTADORA DE</p><p>DISTÚRBIOS HIPERTENSIVOS NO CICLO GRAVÍDICO 152</p><p>6 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA 165</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE 165</p><p>6.1 ATENÇÃO PREVENTIVA À SAÚDE DA MULHER: PREVENÇÃO DO</p><p>CÂNCER DE COLO UTERINO 169</p><p>6.2 ATENÇÃO PREVENTIVA À SAÚDE DA MULHER: PREVENÇÃO DO</p><p>CÂNCER DE MAMA 182</p><p>5UNIDADE</p><p>6UNIDADE</p><p>12</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ATENÇÃO</p><p>PARA SABER</p><p>SAIBA MAIS</p><p>ONDE PESQUISAR</p><p>DICAS</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>GLOSSÁRIO</p><p>ATIVIDADES DE</p><p>APRENDIZAGEM</p><p>CURIOSIDADES</p><p>QUESTÕES</p><p>ÁUDIOSMÍDIAS</p><p>INTEGRADAS</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>EXEMPLOS</p><p>CITAÇÕES</p><p>DOWNLOADS</p><p>ICONOGRAFIA</p><p>13</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA</p><p>Para iniciar esta disciplina, iremos abordar brevemente a importância da en-</p><p>fermagem no cuidado da saúde da mulher no período gestacional e puerpe-</p><p>ral. Alguns cuidados são necessários para que a gravidez transcorra de modo</p><p>seguro, entre eles estão o acolhimento e os cuidados da própria gestante, a</p><p>rede de apoio em torno dela – como familiares e amigos – e a equipe multidis-</p><p>ciplinar envolvida em todo o período gestacional, pós-parto e puerperal, em</p><p>especial, o enfermeiro.</p><p>A ação do enfermeiro durante todo o pré-natal se destaca por meio da con-</p><p>sulta de enfermagem, em que o profissional consegue identificar problemas</p><p>iminentes ou que podem ser considerados fatores de risco para complicações</p><p>durante a gravidez, o pós-parto e o puerpério. Por meio disso, é possível pla-</p><p>nejar ações necessárias para minimizar os riscos, estabelecendo estratégias</p><p>preventivas e de tratamento para morbidades (Feltrin et al., 2021).</p><p>Nesse sentido, visando melhorar a qualidade de atendimento do enfermeiro</p><p>durante o pré-natal, o pós-parto e o puerpério, almejamos que você possa</p><p>compreender sobre assuntos relacionados aos conceitos, à fisiopatologia, aos</p><p>fatores de risco, aos diagnósticos, aos tratamentos e cuidados de enferma-</p><p>gem frente às principais situações de risco e distúrbios que podem ocorrer</p><p>durante o período gestacional, o pós-parto e o puerpério.</p><p>UNIDADE 1</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos que</p><p>possa:</p><p>14</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>> Compreender</p><p>o pré-natal e a</p><p>estratificação de</p><p>risco obstétrico.</p><p>> Compreender o</p><p>pré-natal de alto</p><p>risco, bem como</p><p>suas complicações</p><p>frente à qualidade</p><p>da assistência</p><p>de saúde.</p><p>15</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>1 PROCESSO DE CUIDAR EM</p><p>ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>Esta unidade abordará uma reflexão sobre a assistência de enfermagem du-</p><p>rante o pré-natal com o intuito de apresentar particularidades sobre a estrati-</p><p>ficação de risco obstétrico e o pré-natal de alto risco.</p><p>No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Atenção Primária à Saúde</p><p>(APS) deve ser considerada a principal porta de entrada da gestante. De acor-</p><p>do com A Lei do Exercício Profissional de Enfermagem, são direitos garanti-</p><p>dos ao enfermeiro a realização do pré-natal de baixo risco, bem como a atua-</p><p>ção em partos classificados como de baixo-risco para a puérpera e a criança</p><p>(Brasil, 1986).</p><p>Entretanto, concomitantemente ao acompanhamento da APS, a atenção ter-</p><p>ciária presta atendimentos médico e de enfermagem e faz procedimentos de</p><p>média/alta complexidade, como a realização do pré-natal de alto risco, visan-</p><p>do proporcionar qualidade de assistência durante a gravidez e minimizando</p><p>as complicações durante o período gestacional e, consequentemente, dimi-</p><p>nuindo a morbimortalidade materna e infantil (Fernandes; Narchi, 2012).</p><p>Esta disciplina está, portanto, subdividida em dois tópicos que abordam o</p><p>pré-natal, a enfermagem obstétrica e os aspectos legais, ou seja, a propedêu-</p><p>tica obstétrica, e a estratificação de risco obstétrico no pré-natal, que trata da</p><p>mortalidade materna, da epidemiologia da morte materna e do desafio da</p><p>qualificação da assistência.</p><p>1.1 PRÉ-NATAL</p><p>A gravidez ocasiona diversas modificações no organismo da mulher, desde</p><p>mudanças relacionadas ao comportamento psíquico e físico até alterações</p><p>hormonais e biológicas. Embora essas modificações estejam relacionadas ao</p><p>período gestacional, algumas delas podem se tornar patológicas, necessitan-</p><p>do da intervenção médica e/ou da enfermagem (Santos et al., 2010; Feltrin</p><p>et al., 2021).</p><p>16</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO PRÉ-NATAL</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma gestante sendo atendida por uma</p><p>enfermeira; elas estão sentadas e olham uma para a outra.</p><p>O primeiro trimestre de gestação, que vai da concepção até a 12ª semana gesta-</p><p>cional, é marcado, em sua maioria, por náuseas, vômitos, sonolência, aumento</p><p>da secreção gástrica, alteração do humor, astenia, lipotimia, pirose e polaciúria.</p><p>• Astenia: o mesmo que fraqueza.</p><p>• Lipotimia: o mesmo que tontura.</p><p>• Pirose: o mesmo que azia, ou seja, trata-se de</p><p>uma queixa gastroesofágica caracterizada pela</p><p>sensação de queimação na região esternal.</p><p>• Polaciúria: caracteriza-se pela vontade de urinar</p><p>inúmeras vezes.</p><p>17</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Essas alterações são resultantes das mudanças hormonais, da influência da pro-</p><p>gesterona sobre o sistema nervoso central etc. e desaparecem ou se minimi-</p><p>zam no final do primeiro trimestre (Santos, et al., 2010; Fernandes; Narchi, 2012).</p><p>O segundo trimestre gestacional pode ser considerado um período em que</p><p>os sinais mais presentes durante o primeiro trimestre começam a se ameni-</p><p>zar ou somem. As principais mudanças nessa fase estão relacionadas ao pos-</p><p>sível aparecimento de gengivite, ao aumento de cáries dentárias, do volume</p><p>da região cervical, do refluxo gástrico e da produção de melanina e ao ganho</p><p>de peso, o que pode levar a danos psicoemocionais (Oliveira et al., 2017). Tam-</p><p>bém podem acontecer nesse período edemas de membros inferiores e surgi-</p><p>mento de varizes (Santos, et al., 2010; Fernandes; Narchi, 2012).</p><p>Já no terceiro trimestre gestacional, que vai da 29ª até a 38ª semana, o enfer-</p><p>meiro deve estar mais atento a possíveis complicações. Nessa fase, sinais de</p><p>pré-eclâmpsia devem ser observados e investigados. Entre os principais sinais</p><p>de pré-eclâmpsia estão edemas de mãos e pés, ganho excessivo de peso em</p><p>períodos curtos, escotomas, dor de cabeça, dor na nuca, hipertensão arterial</p><p>etc. (Santos et al., 2010).</p><p>PERÍODO GESTACIONAL</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma mulher em período gestacional mostrando a</p><p>barriga pela abertura da camisa; ela segura um urso de pelúcia em frente à barriga.</p><p>18</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Diante dessas informações, fica evidente a importância do acompanhamen-</p><p>to de pré-natal da gestante de modo correto e contínuo, visando minimizar</p><p>as possíveis intercorrências e complicações que podem surgir ao longo do</p><p>período gestacional (Oliveira et al., 2017; Brasil, 2022). Em outras</p><p>de glicose no sangue e</p><p>pelo armazenamento da glicose em forma de</p><p>glicogênio no fígado e nos músculos. Fonte: Brêtas;</p><p>Gamba (2006).</p><p>Nesse sentido, o DM é classificado em: tipo 1, tipo 2, tolerância à glicose dimi-</p><p>nuída e diabetes gestacional (DMG).</p><p>A insulina liga-se a receptores específicos na parede celular e ativa o processo</p><p>de entrada da molécula de glicose na célula. O processo se dá por intermédio</p><p>de uma proteína transportadora conhecida como GLUT4. Esse mecanismo</p><p>permite o uso da glicose como fonte energética pelas células e mantém</p><p>uma taxa normal de glicose no sangue. A Associação Americana de Diabetes</p><p>(ADA) considera o valor normal da glicemia de jejum até 100 mg/dL. Valores</p><p>entre 100 e 125 mg/dL são considerados glicemia de jejum alterada. Neste</p><p>caso, é necessária a confirmação do diagnóstico pelo teste de tolerância à</p><p>glicose oral. (Brêtas; Gamba, 2006, p. 170)</p><p>115</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>DIABETES MELLITUS</p><p>Fonte: © wirestock, Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia cujo foco está nas mãos de um profissional da</p><p>saúde que realiza a aferição da glicemia capilar de um paciente.</p><p>Confira a seguir as classificações existentes para o DM:</p><p>Tipo 1</p><p>Conhecido como insulinodependente ou infanto-juvenil, sua maior</p><p>prevalência ocorre em crianças e jovens, sendo caracterizado pelo</p><p>baixo nível de insulina. Acontece em razão da destruição autoimune</p><p>das células betapancreáticas.</p><p>Tipo 2</p><p>Mais prevalente em adultos com idade superior a 40 anos e obesos,</p><p>está relacionado aos hábitos de vida como diminuição da atividade</p><p>física e alimentação inapropriada com aumento de obesidade. Esse</p><p>tipo de diabetes é caracterizado pela diminuição da secreção de</p><p>insulina pelo pâncreas, resultando em pouca repercussão na ação</p><p>insulínica. Apresenta início insidioso e com hiperglicemia de jejum</p><p>pouco alterada.</p><p>116</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Tolerância à glicose diminuída</p><p>Ocorre com pessoas que costumam ter glicemia de jejum entre</p><p>100 mg/dL e 125 mg/dL, mas que, quando submetidas ao teste de</p><p>tolerância à glicose, apresentam glicemia alterada. Esse teste consiste</p><p>na coleta de sangue em jejum com posterior ingestão de solução</p><p>contendo 1,75 g de glicose por quilo de peso ou até no máximo 75 g de</p><p>glicose e, depois de duas horas, uma nova coleta de sangue é realizada;</p><p>se os valores estiverem entre 140 mg/dL e 200 mg/dL, o diagnóstico de</p><p>tolerância à glicose diminuída é confirmado.</p><p>Diabetes gestacional (DMG)</p><p>Ocorre durante a gravidez, podendo ou não persistir após o parto.</p><p>Decorre da combinação do aumento da resistência e da diminuição</p><p>da secreção de insulina. Como complicações decorrentes do DMG,</p><p>pode haver crescimento excessivo do feto (macrossomia), retardo</p><p>da maturação pulmonar – que pode causar hipoxemia crônica –</p><p>prematuridade e polidrâmnio.</p><p>Fonte: Brêtas; Gamba (2006, p. 172).</p><p>A seguir apresentaremos o conceito amplo do DM na gestação e os principais</p><p>fatores de risco desse agravo.</p><p>4.1.1 ENFOQUE GERAL E FATORES DE RISCO</p><p>O diabetes na gestação está relacionado à produção fisiológica de hormônios</p><p>hiperglicemiantes pela placenta, os quais são necessários para dar suporte</p><p>ao crescimento e ao desenvolvimento do feto. Entretanto, em gestantes com</p><p>reserva pancreática subnormal ou limítrofe, a hiperglicemia funciona como</p><p>um teste de estresse, resultando em um estado latente de intolerância aos</p><p>carboidratos (Santos et al., 2010, p. 191; Santos, 2018).</p><p>117</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Os hormônios placentários promovem resistência</p><p>insulínica semelhante ao crescimento da unidade</p><p>fetoplacentária, aumentando a produção e a</p><p>secreção à medida que ocorre o crescimento</p><p>da placenta. Em outras palavras, o lactogênio</p><p>placentário e o hormônio do crescimento</p><p>aumentam em correlação direta com o crescimento</p><p>do tecido placentário, o que é intensificado ao longo</p><p>das últimas 20 semanas de gestação, gerando</p><p>resistência à insulina e aumento da secreção de</p><p>insulina para combater a resistência ocasionada</p><p>por esses dois hormônios. Fonte: Santos et al. (2010).</p><p>Nas gestantes não diabéticas, o pâncreas consegue responder às demandas</p><p>de maior produção de insulina para manter o nível de glicemia normal duran-</p><p>te a gestação. Entretanto, as gestantes com intolerância à glicose ou com dia-</p><p>betes mellitus (DM), devido à insuficiência de insulina, não respondem bem</p><p>às alterações do metabolismo para satisfazer as necessidades durante a ges-</p><p>tação (Santos et al., 2010; Santos, 2018).</p><p>Durante a gestação, o organismo materno passa por diversas alterações que</p><p>podem determinar a ocorrência de doenças crônicas no futuro, seja para a</p><p>mulher, seja para a criança. Esse aspecto deve ser ressaltado e considerado</p><p>durante a elaboração de uma proposta terapêutica para as gestantes diag-</p><p>nosticadas com DMG (Santos et al., 2010; Ricci, 2019).</p><p>Nesse contexto, o DMG configura uma oportunidade de prever o risco de de-</p><p>senvolvimento do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e outras comorbidades, o</p><p>que determina a importância do início do tratamento em tempo hábil, a fim</p><p>de diminuir a morbimortalidade perinatal e a morbidade materna a curto e</p><p>longo prazos (Santos et al., 2010; Maciel; Silva, 2015).</p><p>118</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Alguns fatores de risco podem ser determinantes para o desenvolvimento do</p><p>DMG, como:</p><p>FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE DIABETES MELLITUS</p><p>GESTACIONAL (DMG)</p><p>DMG</p><p>Idade > 35 anos</p><p>Obesidade</p><p>IMC > 25</p><p>DMG prévio</p><p>Polidrâmnio</p><p>Glicosúria</p><p>Histórico de</p><p>pré-eclâmpsiaPrematuridade</p><p>Fonte: adaptado de Santos et al. (2010, p. 192).</p><p>#pratodosverem: figura composta por um quadrado com a sigla DMG ao centro;</p><p>ao quadro, estão interligados outros sete quadrados com os seguintes fatores</p><p>de risco: idade maior que 35 anos; obesidade IMC maior que 25; DMG prévio;</p><p>histórico de pré-eclâmpsia; prematuridade; glicosúria; e polidrâmnio.</p><p>O índice de massa corporal (IMC), o ganho de peso e a circunferência da cintura</p><p>são ótimos parâmetros para predizer a DMG (Bolognani; Souza; Calderon, 2011).</p><p>Adequado</p><p>IMC entre 18,5 e 24,9.</p><p>Sobrepeso</p><p>IMC entre 25 e 29,9.</p><p>Obesidade</p><p>IMC 30 kg/m2.</p><p>Fonte: Bolognani; Souza; Calderon (2011).</p><p>119</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>A síndrome dos ovários policísticos é uma endocrinopatia frequentemente</p><p>encontrada entre as mulheres. Entre as mulheres acometidas por essa sín-</p><p>drome, aproximadamente 50% delas são obesas e a resistência à insulina tem</p><p>um papel relevante em sua gênese, o que desencadeia um aumento consi-</p><p>derável do risco de desenvolver DMG (Bolognani; Souza; Calderon, 2011).</p><p>Gênese: no sentido figurado, corresponde a um</p><p>conjunto de condições que favorecem a produção</p><p>ou o desenvolvimento de algo. Fonte: Brêtas;</p><p>Gamba (2006).</p><p>Para além da idade da mãe, a baixa estatura e o sedentarismo materno tam-</p><p>bém estão entre os fatores de risco associados ao DMG (Bolognani; Souza;</p><p>Calderon, 2011).</p><p>Sedentarismo: pouca prática de atividade física</p><p>leve, inferior a 150 minutos por semana. Fonte:</p><p>Brêtas; Gamba (2006).</p><p>A insulina foi isolada pela primeira vez por Banting</p><p>e Best, em 1922. Esse evento representou um marco</p><p>muito importante para a medicina, pois, antes</p><p>disso, os pacientes com diabetes mellitus pioravam</p><p>rapidamente e morriam. Após tal descoberta,</p><p>indivíduos com essa condição passaram a ter uma</p><p>vida praticamente normal. Fonte: Sartori; Amaro;</p><p>Carnier (2019, p. 225).</p><p>Na sequência, acompanharemos a classificação e o rastreamento do diabetes</p><p>gestacional.</p><p>120</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>4.1.2 CLASSIFICAÇÃO E RASTREAMENTO DO</p><p>DIABETES GESTACIONAL</p><p>A gestação é um processo fisiológico pelo qual a mulher passa e pode ser vista</p><p>como uma oportunidade para rastrear o diabetes, pois, por ser possível identi-</p><p>ficar alterações relacionadas à tolerância à glicose, essa poderia, inclusive, ser</p><p>uma estratégia para prevenir o diabetes clínico no futuro (Santos et al., 2010).</p><p>O esquema de Priscilla White pode ser utilizado para realizar a classificação</p><p>do diabetes na gestação. Esse esquema destaca o grau de comprometimen-</p><p>to e estabelece a categorização por meio de letras (Santos et al., 2010).</p><p>Nesse esquema, a letra A está associada ao diabetes gestacional. As letras B,</p><p>C e D se referem ao diabetes clínico. As letras F, H, R e T determinam as carac-</p><p>terísticas do comprometimento clínico do diabetes na gestação:</p><p>A</p><p>Diabetes gestacional</p><p>A1 – controlado apenas com dieta: glicemia de jejum < 105 mg/dL e</p><p>glicemia pós-prandial < 120 mg/dL.</p><p>A2 – uso de insulina: glicemia de jejum 105 mg/dL e glicemia</p><p>pós-prandial 120mg/dL.</p><p>B</p><p>Diabetes clínico com início depois dos 20 anos e duração inferior a</p><p>dez anos.</p><p>C</p><p>Diabetes com início antes dos 20 anos ou com duração entre dez e</p><p>19 anos.</p><p>121</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>D</p><p>Diabetes com início antes dos dez anos ou com duração superior a 20</p><p>anos: hipertensão crônica associada e retinopatia benigna.</p><p>F</p><p>Doença renal.</p><p>H</p><p>Doença coronariana.</p><p>R</p><p>Retinopatia proliferativa.</p><p>T</p><p>Transplante renal.</p><p>Fonte: Santos et al. (2010, p. 193).</p><p>É recomendado que o rastreio do DMG seja realizado entre 24 e 28 semanas</p><p>de gestação em razão dos efeitos diabetogênicos desse período e por essa</p><p>ser uma fase em que ainda é possível estabelecer uma conduta terapêutica</p><p>eficaz e em tempo hábil. Rastrear precocemente o DMG é considerado uma</p><p>estratégia para facilitar o diagnóstico de DM prévio à gestação, ainda não</p><p>diagnosticado, atualmente definido como overt diabetes (Bolognani; Souza;</p><p>Calderon, 2011).</p><p>Nesse sentido, “recomenda-se que a hiperglicemia inicialmente detectada</p><p>em qualquer momento da gravidez seja categorizada e diferenciada em: DM</p><p>diagnosticado na gestação (do inglês overt diabetes) ou em DMG” (Organiza-</p><p>ção Pan-Americana da Saúde, 2016, p. 11).</p><p>122</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Overt diabetes: mulher sem diagnóstico prévio</p><p>de DM, com hiperglicemia detectada na gravidez</p><p>e com níveis glicêmicos, identificados por exame</p><p>de sangue, que atingem os critérios da OMS para o</p><p>diagnóstico de DM na ausência de gestação. Fonte:</p><p>Organização Pan-Americana da Saúde (2016, p. 12).</p><p>Diante desse cenário, a recomendação é rastrear o DMG por meio da associa-</p><p>ção de dois fatores: fatores de risco intrínsecos àquela gestante e glicemia de</p><p>jejum no início da gravidez, preferencialmente antes da 20ª semana de ges-</p><p>tação (Organização Pan-Americana da Saúde, 2016).</p><p>FATORES DE RISCO DO DMG</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma gestante sentada no chão de uma sala com as</p><p>pernas cruzadas; ela está com a barriga à mostra e com as duas mãos sobre a barriga.</p><p>123</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Na presença de glicemia de jejum de 85 mg/dL a 125 mg/dL ou de qualquer</p><p>fator de risco clínico, a gestante deve realizar o Teste Oral de Tolerância à Gli-</p><p>cose (TOTG) com 75 g de glicose. Nesse caso, o diagnóstico de DMG é es-</p><p>tabelecido diante de pelo menos dois valores maiores ou iguais a 95 mg/dL</p><p>(jejum), 180 mg/dL (primeira hora) e 155 mg/dL (segunda hora) (Organização</p><p>Pan-Americana da Saúde, 2016, p. 18).</p><p>Mulheres com duas glicemias de jejum maiores ou iguais a 126 mg/dL tam-</p><p>bém recebem a confirmação do diagnóstico de DMG, sem necessidade de</p><p>realizar o teste de sobrecarga de glicose. Caso apenas um valor anormal seja</p><p>observado no TOTG com 75 g, o teste deve ser repetido com 34 semanas (Or-</p><p>ganização Pan-Americana da Saúde, 2016, p. 19).</p><p>RECOMENDAÇÕES PARA RASTREAMENTO DE DMG</p><p>Fonte: adaptado de Silva-Filho; D’Abreu (2021, p. 246).</p><p>#pratodosverem: fluxograma com as recomendações para</p><p>rastreamento de DMG de acordo com a idade gestacional.</p><p>A seguir, abordaremos o diagnóstico, as complicações e o tratamento do DMG.</p><p>124</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>4.1.3 DIAGNÓSTICO, COMPLICAÇÕES E</p><p>TRATAMENTO DO DIABETES GESTACIONAL</p><p>Após o DMG ser diagnosticado, a gestante deve ser orientada quanto aos be-</p><p>nefícios do controle dos níveis de glicemia, às técnicas corretas da automoni-</p><p>toração da glicemia capilar e à frequência com que o controle deve ser reali-</p><p>zado (Silva-Filho; D’Abreu, 2021).</p><p>Automonitoração: nesse contexto, refere-se à</p><p>prática empregada pelo paciente com diabetes em</p><p>que ele realiza a própria mensuração da glicemia</p><p>capilar por meio do uso doméstico do glicosímetro.</p><p>O tratamento do DMG consiste na normalização dos níveis glicêmicos e na</p><p>redução das complicações associadas a essa condição. Nesse sentido, o trata-</p><p>mento sempre deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, incluindo</p><p>profissionais como endocrinologista e nutricionista (Silva-Filho; D’Abreu, 2021).</p><p>Inicialmente, o aconselhamento nutricional e a prática de exercícios físicos</p><p>são as recomendações dadas para a gestante recém-diagnosticada com</p><p>DMG. Entretanto, as orientações e os planejamentos precisam ser individuali-</p><p>zados, de acordo com o histórico de cada gestante (Silva-Filho; D’Abreu, 2021).</p><p>As recomendações nutricionais devem levar em consideração o IMC prévio</p><p>ou do início do pré-natal, sendo acompanhadas mediante o ganho de peso</p><p>da gestante, os níveis glicêmicos identificados e os resultados dos exames la-</p><p>boratoriais e das ultrassonografias (Silva-Filho; D’Abreu, 2021).</p><p>125</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NA GESTAÇÃO</p><p>Fonte: © gpointstudio, Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma gestante sentada em uma cama enquanto</p><p>come porções de frutas diversas, como mirtilo, kiwi e laranja, com iogurte.</p><p>A prática de exercícios físicos deve ser orientada desde que não haja con-</p><p>traindicações e restrições médicas. Caso não haja nenhum tipo de restrição,</p><p>é recomendada a realização de exercícios físicos aeróbicos com intensidade</p><p>de leve a moderada por, no mínimo, 150 minutos por semana (Silva-Filho;</p><p>D’Abreu, 2021).</p><p>Após o início das terapias não medicamentosas, a glicemia capilar deve ser</p><p>medida diariamente, a fim de monitorar os valores para verificar a necessida-</p><p>de de introdução da terapia medicamentosa.</p><p>Em caso de mais de 30% de glicemias capilares acima das metas terapêuticas</p><p>uma a duas semanas após o tratamento inicial, deve-se proceder com a</p><p>terapia medicamentosa […]. A insulina é o agente de primeira linha. A dose</p><p>inicial pode ser individualizada conforme a IG e os sinais clínicos de resistência</p><p>insulínica, muitas vezes sendo possível alcançar o controle glicêmico com</p><p>doses mais baixas. O ajuste de dose, caso necessário, deve ser realizado no</p><p>mínimo a cada 7 a 14 dias. (Silva-Filho; D’Abreu, 2021, p. 248)</p><p>126</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Uma das complicações que podem ocorrer em virtude da DMG é o risco de</p><p>evolução para diabetes mellitus tipo 2. Por isso, é essencial que todas as ges-</p><p>tantes com DMG sejam avaliadas entre seis</p><p>e oito semanas após o parto por</p><p>meio da realização de TOTG 75 g. Se o teste estiver normal, recomenda-se a</p><p>realização de glicemia de jejum anualmente.</p><p>Algumas anomalias congênitas também podem ser desencadeadas em vir-</p><p>tude do DMG, são elas:</p><p>• regressão caudal;</p><p>• espinha bífida, hidrocefalia e diversas malformações no sistema nervoso central;</p><p>• anencefalia;</p><p>• anomalias cardiovasculares diversas;</p><p>• atresia anal/retal;</p><p>• agenesia renal;</p><p>• cisto renal;</p><p>• duplicação de ureter;</p><p>• situs inversus.</p><p>Anencefalia: ausência total ou parcial da calota</p><p>craniana e do cérebro.</p><p>Além dessas, outras manifestações podem estar presentes, como:</p><p>Macrossomia</p><p>Está relacionada com hiperinsulinemia fetal, obesidade materna e</p><p>fatores genéticos. Ocorre quando o bebê nasce com peso acima de 4 kg</p><p>nas gestações a termo. A macrossomia fetal é provavelmente o problema</p><p>mais significativo na gravidez em que a gestante tem diabetes.</p><p>127</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Malformações congênitas</p><p>A incidência de anomalias congênitas na população de gestantes</p><p>com DM é de quatro a oito vezes maior em comparação a gestantes</p><p>normoglicêmicas. As lesões mais encontradas são as do sistema</p><p>cardiovascular (sendo a hipertrofia do septo interventricular a mais</p><p>prevalente) e do sistema nervoso (principalmente malformações no</p><p>tubo neural).</p><p>Hipoglicemia neonatal</p><p>Ocorre quando o bebê tem glicemia inferior a 40 mg/dL nas primeiras</p><p>cinco horas após o parto, mantendo-se dessa forma até os dois ou três</p><p>dias de vida.</p><p>Outras complicações relacionadas com o DM</p><p>Hipocalcemia, hiperbilirrubinemia e risco de síndrome da</p><p>angústia respiratória.</p><p>Obesidade e intolerância à glicose</p><p>O bebê tem o risco aumentado de desenvolver obesidade na</p><p>adolescência e intolerância à glicose na infância ou no início da</p><p>vida adulta.</p><p>Fonte: Milech et al. (2014).</p><p>Agora que você aprendeu os fatores inerentes ao DMG, apresentaremos a se-</p><p>guir os cuidados de enfermagem relacionados a essa condição.</p><p>128</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>4.2 CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA O</p><p>DIABETES GESTACIONAL</p><p>O enfermeiro e a equipe de enfermagem são os profissionais que estão mais</p><p>próximos da gestante em todo o período da gravidez. O enfermeiro, de acor-</p><p>do com as normativas que regulamentam a profissão, pode executar o pré-</p><p>-natal de baixo risco (Mariano et al., 2021).</p><p>Durante a consulta de pré-natal, o enfermeiro pode diagnosticar o DM/DMG</p><p>e encaminhar a gestante para a realização do pré-natal de alto risco devido a</p><p>possíveis complicações que podem acontecer com a mãe e o bebê (Mariano</p><p>et al., 2021).</p><p>Mesmo diante da realização do pré-natal de alto risco pelo médico, o enfer-</p><p>meiro não se isenta de sua responsabilidade em relação ao cuidado de enfer-</p><p>magem para com a gestante diagnosticada com DMG (Mariano et al., 2021).</p><p>O enfermeiro atua orientando uma dieta mais</p><p>saudável, estimulando a prática de atividade física,</p><p>realizando controle glicêmico e acompanhando</p><p>as consultas subsequentes ao pré-natal; dessa</p><p>maneira, ele auxilia a gestante a minimizar os danos</p><p>causados pela condição. Fonte: Mariano et al. (2021).</p><p>O enfermeiro assume, portanto, um papel de educador, devendo acompa-</p><p>nhar as gestantes em todos os períodos, alertando-as quanto às caracterís-</p><p>ticas da doença, aos sintomas e à terapêutica medicamentosa, contribuindo</p><p>para a elucidação das dúvidas durante a evolução da gestação e promovendo</p><p>o incentivo ao autocuidado (Mariano et al., 2021).</p><p>4.2.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DURANTE</p><p>A GESTAÇÃO</p><p>O enfermeiro, no exercício da sua profissão, deve estar atento a todos os riscos</p><p>que uma gestante está submetida, zelando pelo bem-estar e pela diminuição</p><p>dos riscos da gestação e de suas complicações (Santos et al., 2010).</p><p>129</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Uma gestante portadora do DMG deve ter uma assistência mais rigorosa, de</p><p>acordo com a classificação de gestação de alto risco. Assim, o enfermeiro que</p><p>estiver responsável por essa mulher deve ter conhecimento técnico-científico</p><p>do DMG, das características, dos potenciais agravantes e das consequências</p><p>tanto durante a gestação quanto no pós-parto (Santos et al., 2010).</p><p>Para prestar assistência de qualidade, é importante que o enfermeiro partici-</p><p>pe de atualizações relacionadas à educação em saúde, a fim de ofertar o me-</p><p>lhor atendimento à gestante, buscando bons resultados. Para uma gestante</p><p>portadora de DMG, o enfermeiro deve ser responsável pelo planejamento do</p><p>cuidado, que precisa ser voltado para o tratamento, priorizando a normaliza-</p><p>ção dos níveis de glicose no sangue e assegurando o bem-estar da mulher e</p><p>do feto. Nesse sentido, é preciso que o enfermeiro monitore rigorosamente a</p><p>mãe e o feto, visando acompanhar o crescimento intrauterino e a vitalidade</p><p>do feto por meio de exames de imagem como o ultrassom (Santos et al., 2010).</p><p>ADMINISTRAÇÃO DE INSULINOTERAPIA SUBCUTÂNEA</p><p>Fonte: © stefamerpik, Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia cujo foco está na parte abdominal de</p><p>uma paciente com diabetes e que usa a caneta de insulina para fazer</p><p>administração da medicação por via subcutânea na região.</p><p>130</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Levando em consideração o papel do enfermeiro em uma gestação em que</p><p>há o fator complicador do DM, uma das ações relacionadas à assistência de</p><p>enfermagem se dá por meio de orientações extremamente necessárias para</p><p>diminuir os danos decorrentes dessa condição (Santos et al., 2010, p. 198).</p><p>• Orientar a gestante com relação aos sinais de hipoglicemia (sudorese,</p><p>tremores, vista turva, pele fria e desorientação).</p><p>• Realizar o hemoglicoteste (HGT) conforme prescrição (se alterado, seguir</p><p>prescrição médica e comunicar ao médico).</p><p>• Orientar a gestante quanto aos sinais e aos sintomas de hiperglicemia (boca</p><p>ressequida, polaciúria, polidipsia, taquipneia, adinamia, pele quente, cefaleia</p><p>e torpor).</p><p>Para as gestantes que necessitarem de insulinoterapia (Santos et al., 2010,</p><p>p. 198), deve-se:</p><p>• Orientar o horário da administração.</p><p>• Ensinar a gestante a preparar a dose conforme prescrição (sempre conferir a</p><p>dose na prescrição médica).</p><p>• Orientar quanto à via e aos locais de administração.</p><p>• Solicitar que a gestante prepare a dose na presença do enfermeiro para</p><p>confirmar que ela sabe preparar e administrar.</p><p>Apesar de o enfoque deste tópico estar direcionado aos cuidados na gesta-</p><p>ção, é importante abordar o papel do enfermeiro no período preconcepção</p><p>das mulheres já portadoras de DM tipo 1 ou tipo 2.</p><p>131</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>No aconselhamento preconcepção de pacientes</p><p>com diabetes, deve-se:</p><p>• Orientar a paciente quanto à importância do</p><p>valor da hemoglobina glicada, que precisa</p><p>estar menor que 6%. Nesse valor, o risco para</p><p>malformações se iguala ao da população geral.</p><p>• Pesquisar as complicações do DM, especialmente</p><p>a retinopatia proliferativa e a nefropatia, que</p><p>podem apresentar piora durante a gestação, e</p><p>tratá-las quando possível.</p><p>• Suspender o uso de estatinas e de IECA/ARA2,</p><p>que não devem ser utilizadas durante a gestação.</p><p>• Assegurar a contracepção até que um controle</p><p>clínico melhor seja alcançado.</p><p>• Reforçar as atitudes capazes de melhorar o</p><p>controle glicêmico, como automonitoramento</p><p>glicêmico e dieta adequada.</p><p>Fonte: Silva; Osanan; Bonomi (2018, p. 123).</p><p>Acompanhe a seguir a assistência de enfermagem no pós-parto.</p><p>4.2.2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM</p><p>NO PÓS-PARTO</p><p>O feto da mulher com DMG pode apresentar uma série de complicações</p><p>fe-</p><p>tais e neonatais, as quais têm probabilidade de permanecer por toda a vida, a</p><p>depender das condições e dos níveis de hiperglicemia a que o feto foi exposto</p><p>durante a permanência no útero (Silva; Osanan; Bonomi, 2018).</p><p>132</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>As gestantes com diagnóstico de DMG, mas com níveis glicêmicos adequa-</p><p>dos, que não necessitaram de intervenção farmacológica e cujo feto não</p><p>apresentou crescimento aumentado e teve a vitalidade preservada, em teo-</p><p>ria, podem aguardar o início do trabalho de parto espontâneo (Silva; Osanan;</p><p>Bonomi, 2018).</p><p>Já as gestantes que precisaram de intervenção farmacológica para alcançar o</p><p>controle glicêmico adequado ou cujo feto apresentou crescimento aumenta-</p><p>do devem ser avaliadas para concluir a resolução da gestação.</p><p>Caso o controle glicêmico permaneça adequado e o peso fetal estimado não</p><p>seja 4.000 g, a gestação é acompanhada até a idade gestacional de 39 a 40</p><p>semanas. Se o controle glicêmico for insatisfatório, a resolução da gestação</p><p>pode ser considerada entre 37 e 40 semanas. Ocasionalmente, em pacientes</p><p>com diabetes pré-gestacional, pode ser necessário a antecipação do parto</p><p>por indicação materna (piora clínica de retinopatia ou nefropatia) ou por</p><p>indicação fetal (anormalidade nos exames de vitalidade fetal). Se o peso</p><p>fetal estimado for 4 kg em razão de hiperglicemia persistente, o risco de</p><p>óbito fetal aumenta, e o parto está indicado independentemente da idade</p><p>gestacional. A via de parto é de indicação obstétrica. (Silva; Osanan; Bonomi,</p><p>2018, p. 125)</p><p>No momento de iniciar a indução do parto, alguns procedimentos devem ser</p><p>realizados (Santos et al., 2010):</p><p>• Jejum no dia da indução.</p><p>• Em gestantes insulinodependentes, não se administra a dose usual de</p><p>insulina.</p><p>• Iniciar infusão de soro glicosado a 7,5% (25 mL de glicose a 50% em 500 mL</p><p>de soro glicosado) uma hora antes da indução. Essa é uma indicação; a</p><p>prescrição médica deve ser respeitada.</p><p>• O controle glicêmico deve ser feito a cada hora.</p><p>• A administração de insulina simples será realizada de acordo com a glicemia.</p><p>• A glicosúria/cetonúria deve ser monitorada a cada hora.</p><p>133</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MACROSSOMIA FETAL</p><p>Fonte: © freestockcenter, Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de um médico segurando um</p><p>recém-nascido grande para a idade gestacional.</p><p>Orientações a serem realizadas em caso de parto cesáreo (Santos et al., 2010):</p><p>• Jejum no dia da interrupção.</p><p>• Instalação do soro glicosado a 7,5% uma hora antes da interrupção.</p><p>• Administração de um terço da dose habitual de insulina pela manhã.</p><p>Orientações em caso de trabalho de parto espontâneo:</p><p>• Os níveis glicêmicos devem ser avaliados.</p><p>• Instalação do soro glicosado a 7,5%, caso os níveis glicêmicos estejam abaixo</p><p>de 70%.</p><p>• Administração de insulina simples (regular) se a glicemia estiver acima de</p><p>120 mg/dL.</p><p>Por fim, o último tópico desta unidade detalha os cuidados de enfermagem</p><p>destinados à gestante com DMG no período puerperal.</p><p>134</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>4.2.3 ASSISTÊNCIA NO PUERPÉRIO</p><p>A assistência puerperal para a mulher diagnosticada com DM na gestação ou</p><p>com DMG deve ser realizada independentemente da via de parto e da idade</p><p>gestacional. Um dos primeiros cuidados é a prevenção de infecção, visto que</p><p>as mulheres com DMG estão mais propensas ao desenvolvimento de infec-</p><p>ções, principalmente as que foram submetidas à cesariana. Assim, a atenção</p><p>deve ser redobrada para a involução uterina, para além das feridas cirúrgicas</p><p>e das mamas que precisam de cuidados especiais, sendo que em vários casos</p><p>a prescrição de antibiótico profilático pelo profissional médico torna-se uma</p><p>necessidade (Brasil, 2000; Silva; Osanan; Bonomi, 2018).</p><p>O DMG é um fator precursor para o possível DM tipo 2 no futuro. Diante des-</p><p>se fato, justifica-se a orientação de realizar a investigação periódica para essa</p><p>condição (Silva; Osanan; Bonomi, 2018).</p><p>Geralmente, as mulheres que tiveram DMG durante a gestação evoluem para</p><p>a normalização metabólica dos carboidratos após o parto, entretanto man-</p><p>têm o risco maior de desenvolvimento de DM do tipo 2 ou de intolerância à</p><p>glicose. Por esse motivo, é essencial que todas passem por uma reclassifica-</p><p>ção quanto à doença dentro de seis semanas após o parto, sendo o TOTG com</p><p>75 g de glicose considerado o padrão-ouro para o diagnóstico de diabetes</p><p>após a gestação.</p><p>O diagnóstico de DM é estabelecido quando a glicemia em jejum é ≥ 126 mg/</p><p>dL ou ≥ 200mg/dL duas horas após sobrecarga de 75 g de glicose. Em</p><p>algumas situações, a glicemia de jejum permanece alterada (de 100 mg/ dL a</p><p>125 mg/ dL) e, caso esteja < 126 mg/dL em jejum, mas a glicemia na segunda</p><p>hora após a sobrecarga com 75 g alcance valores de 140 mg/ dL a 199 mg/</p><p>dL, é estabelecido o diagnóstico de intolerância à glicose. Convém ressaltar</p><p>que, caso o TOTG com sobrecarga de 75 g de glicose seja normal, a paciente</p><p>deverá ser avaliada todos os anos por meio de glicemia de jejum, TOTG com</p><p>75 g de glicose ou pela medida da HbA1c. Destaca-se aqui a importância</p><p>das orientações quanto às modificações no estilo de vida como uma medida</p><p>eficaz para evitar ou retardar o aparecimento do diabetes. (Silva; Osanan;</p><p>Bonomi, 2018, p. 125)</p><p>Além disso, mulheres portadoras de DMG estão mais predispostas a ter DMG</p><p>em outras gestações, por isso o enfermeiro precisa preparar essa mulher du-</p><p>rante o planejamento familiar caso seja da vontade dela uma gravidez futura</p><p>(Silva; Osanan; Bonomi, 2018).</p><p>135</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Nesse sentido, o enfermeiro deve monitorar e controlar as comorbidades</p><p>dessa puérpera, como obesidade e hipertensão arterial, a fim de diminuir as</p><p>chances de uma nova gravidez com comprometimento por DMG. Para con-</p><p>tribuir com isso, a prática de exercício físico deve ser estimulada, bem como a</p><p>alimentação saudável e balanceada (Silva; Osanan; Bonomi, 2018).</p><p>PERÍODO PUERPERAL</p><p>Fonte: © rawpixel, Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia cujo foco está nos braços de</p><p>uma mulher que segura um recém-nascido.</p><p>A amamentação também deve ser fortemente orientada e incentivada pelo</p><p>enfermeiro, pois traz benefícios a curto e longo prazos tanto para a mãe quan-</p><p>to para o bebê. A curto prazo, a amamentação auxilia na perda de peso pon-</p><p>deral, contribui para a diminuição dos níveis de glicemia e compreende um</p><p>fator preventivo para o acometimento futuro do DM tipo 2, em razão do au-</p><p>mento do consumo de glicose associado aos receptores de insulina na glân-</p><p>dula mamária, aumentando a sensibilidade à insulina e diminuindo o risco</p><p>de desenvolvimento do diabetes mellitus tipo 2 a longo prazo. Para o bebê,</p><p>o aleitamento materno nas primeiras horas de vida age prevenindo o DM no</p><p>futuro (Silva; Osanan; Bonomi, 2018).</p><p>136</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Os cuidados pós-parto em longo prazo devem ser mantidos e, se necessário,</p><p>é importante realizar uma busca ativa para contatar as mulheres. Algumas</p><p>barreiras dificultam a realização desse acompanhamento a longo prazo. En-</p><p>tretanto, a transição de cuidados deve ser realizada, passando de cuidados de</p><p>saúde intensivos cujo foco era a gravidez para cuidados de saúde primários</p><p>estabelecidos a longo prazo (Silva; Osanan; Bonomi, 2018).</p><p>Caso não haja persistência por parte do profissional da saúde, muitas mu-</p><p>lheres não mantêm a rotina de cuidados pautados no DMG e procuram a</p><p>assistência à saúde somente em busca de atendimento pediátrico</p><p>e vacina-</p><p>ção (Silva; Osanan; Bonomi, 2018). Por esse motivo, é essencial estabelecer um</p><p>vínculo entre essas mulheres e os profissionais da saúde da atenção primária,</p><p>principalmente o enfermeiro e sua equipe e o agente comunitário de saúde</p><p>(ACS), para que seja possível monitorar e dar seguimento ao binômio mãe-</p><p>-bebê (Silva; Osanan; Bonomi, 2018).</p><p>137</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>CONCLUSÃO</p><p>O diabetes mellitus é considerado um problema de saúde pública e, quando</p><p>afeta a mulher no período gestacional, representa uma situação de risco que</p><p>envolve o binômio materno-fetal a curto, médio e longo prazos (Organização</p><p>Pan-Americana da Saúde, 2016; Lara; Cesar, 2017).</p><p>Com o passar dos anos, houve um aumento progressivo do número de mu-</p><p>lheres com diagnóstico de diabetes em idade fértil e durante o ciclo graví-</p><p>dico-puerperal. Isso se dá em virtude do aumento dos fatores de risco entre</p><p>as mulheres, explicado pelo aumento da idade materna, sedentarismo, au-</p><p>mento da obesidade entre as mulheres, tabagismo, histórico de dislipidemia,</p><p>entre outros fatores que levam ao aumento da incidência do diabetes na ges-</p><p>tação (Organização Pan-Americana da Saúde, 2016).</p><p>Diante disso, esperamos que você tenha alcançado os objetivos propostos para</p><p>esta unidade, para que, ao ingressar no mercado de trabalho, possa colocar em</p><p>prática seus conhecimentos técnico-científicos, reduzindo a prevalência do DMG.</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>Para saber mais sobre o tema desta unidade, leia os</p><p>artigos a seguir:</p><p>1. Complicaciones materna-perinatales y diabetes</p><p>gestacional en pacientes atendidas en el Hospital</p><p>Santa Rosa – Piura, 2019-2022.</p><p>2. A importância da assistência de enfermagem na</p><p>realização do pré-natal de gestantes com diabetes</p><p>gestacional: uma revisão integrativa da literatura.</p><p>3. Influência da amamentação nos resultados do</p><p>teste oral de tolerância à glicose pós-parto de</p><p>mulheres com diabetes mellitus gestacional.</p><p>4. Prevalência do rastreamento de diabetes mellitus em</p><p>pacientes diagnosticadas previamente com diabetes</p><p>gestacional: fatores relacionados à sua realização.</p><p>5. Macrossomia fetal como complicação da diabetes</p><p>gestacional e a eficácia da dieta e exercícios físicos</p><p>como tratamento primário: revisão de literatura.</p><p>https://repositorio.ucv.edu.pe/handle/20.500.12692/111435</p><p>https://repositorio.ucv.edu.pe/handle/20.500.12692/111435</p><p>https://repositorio.ucv.edu.pe/handle/20.500.12692/111435</p><p>https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/58970</p><p>https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/58970</p><p>https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/58970</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgo/a/5CH4JmrkKqnbDzbKht9f3NB/?lang=pt&format=html</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgo/a/5CH4JmrkKqnbDzbKht9f3NB/?lang=pt&format=html</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgo/a/5CH4JmrkKqnbDzbKht9f3NB/?lang=pt&format=html</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgo/a/VpgptCvw3rRpnrZzwJ9KGXn/abstract/?format=html&lang=pt#</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgo/a/VpgptCvw3rRpnrZzwJ9KGXn/abstract/?format=html&lang=pt#</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgo/a/VpgptCvw3rRpnrZzwJ9KGXn/abstract/?format=html&lang=pt#</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/43354</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/43354</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/43354</p><p>UNIDADE 5</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos que</p><p>possa:</p><p>138</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>> Compreender o</p><p>trabalho de parto</p><p>prematuro como</p><p>uma das principais</p><p>complicações</p><p>obstétricas.</p><p>> Entender os</p><p>principais distúrbios</p><p>hipertensivos</p><p>gestacionais e</p><p>as respectivas</p><p>complicações, além</p><p>dos cuidados de</p><p>enfermagem frente</p><p>a essa situação.</p><p>139</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>5 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA</p><p>E PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES</p><p>OBSTÉTRICAS – PARTE IV</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>Esta unidade aborda uma reflexão sobre o trabalho de parto prematuro como</p><p>uma das principais complicações obstétricas e apresenta os principais dis-</p><p>túrbios hipertensivos gestacionais e as respectivas complicações, além dos</p><p>cuidados de enfermagem frente a essa situação.</p><p>Os cuidados durante a gestação são voltados para ações de prevenção, pro-</p><p>moção e educação, o que permite que esse período ocorra com menores ris-</p><p>cos tanto para a mãe quanto para o feto (Ricci, 2019).</p><p>O enfermeiro, enquanto profissional da saúde que realiza o acompanhamen-</p><p>to pré-natal, precisa de competência técnica para atender às necessidades de</p><p>cada gestante, identificando os fatores de risco que podem desencadear con-</p><p>dições anormais durante a gestação e prejudicar o curso normal da gravidez.</p><p>Nesse sentido, esta unidade detalha os principais distúrbios hipertensivos</p><p>gestacionais e as particularidades do trabalho de parto prematuro.</p><p>140</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>A prematuridade é vista como um problema de saúde pública, sendo consi-</p><p>derada um prenunciador importante de morbimortalidade. A Organização</p><p>Mundial da Saúde (OMS) atesta que, em 2020, no mundo, 13,4 milhões de be-</p><p>bês nasceram com idade gestacional (IG) inferior a 37 semanas (WHO, 2023).</p><p>No que se refere ao Brasil, entre 2011 e 2021, ocorreram 31.625.722 nascidos vi-</p><p>vos, sendo que, desses, 3.503.085 (11%) foram prematuros, o que corresponde</p><p>a uma prevalência de prematuridade de 11,1% (Alberton; Rosa; Iser, 2023).</p><p>As complicações do parto prematuro são a</p><p>principal causa de morte entre crianças menores</p><p>de cinco anos de idade, sendo responsável por</p><p>aproximadamente 900.000 mortes em 2019.</p><p>Fonte: WHO (2023).</p><p>Fatores sociais, ambientais e maternos estão associados ao maior risco de</p><p>parto prematuro. Entre as principais complicações estão os distúrbios hiper-</p><p>tensivos da gestação como a pré-eclâmpsia.</p><p>A taxa de prematuridade diz respeito ao número de nascidos vivos prematu-</p><p>ros em relação ao total de nascidos (vivos e mortos) de determinada região</p><p>em um determinado período.</p><p>Para compreender melhor, confira a definição dos termos a seguir:</p><p>Nascido vivo</p><p>É o nascimento do concepto, seja por parto normal ou parto cesárea,</p><p>independentemente da idade gestacional, que evoluiu com sinais</p><p>de vida – como batimento cardíaco, pulsação do cordão umbilical ou</p><p>contração voluntária –, teve ou não o cordão umbilical cortado e esteve</p><p>ou não com a placenta desprendida.</p><p>Nascido vivo prematuro</p><p>É o nascimento do concepto, seja por parto normal ou parto cesárea,</p><p>com idade gestacional igual ou inferior a 36 semanas e 6 dias, que</p><p>evoluiu com algum sinal vital.</p><p>141</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Nascido morto</p><p>É o nascimento do concepto, seja por parto normal ou parto cesárea,</p><p>com idade gestacional igual a 22 semanas ou mais de gestação, ou</p><p>pelo menos 500 gramas de peso, que não manifestou qualquer sinal</p><p>de vida.</p><p>Fonte: Bolognani; Souza; Calderon (2011).</p><p>A seguir, abordaremos o trabalho de parto prematuro.</p><p>5.1 TRABALHO DE PARTO PREMATURO</p><p>O trabalho de parto prematuro (TPP), ou pré-termo, é aquele iniciado antes</p><p>de 37 semanas completas de gestação. A prematuridade ser classificada em:</p><p>CLASSIFICAÇÃO DA PREMATURIDADE</p><p>Extrema Moderada Leve</p><p>Fonte: adaptado de Lara e Cesar (2017).</p><p>#pratodosverem: figura formada por três retângulos. No primeiro, aparece a</p><p>classificação “extrema”; no segundo, “moderada”; e no terceiro, “leve”.</p><p>A prematuridade extrema compreende o nascimento que ocorre entre a 20ª</p><p>e a 27ª semanas completas. A prematuridade moderada envolve o nascimen-</p><p>to entre a 28ª e a 31ª semanas completas. Por fim, a prematuridade</p><p>leve ocor-</p><p>re entre a 32ª e 36ª semanas completas (Lara; Cesar, 2017).</p><p>Alguns fatores de risco acentuam a possibilidade de um parto prematuro, en-</p><p>tretanto, em alguns casos, a prematuridade do parto pode acontecer sem</p><p>nenhum fator de risco identificável. Entre os fatores de risco para o parto pre-</p><p>maturo estão (Lara; Cesar, 2017):</p><p>• história de parto prematuro anterior;</p><p>• idade materna;</p><p>• cirurgia cervical;</p><p>• colo uterino curto;</p><p>142</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>• alterações anatômicas uterinas;</p><p>• gestações múltiplas;</p><p>• dilatação cervical precoce;</p><p>• assistência pré-natal deficiente;</p><p>• bacteriúria assintomática;</p><p>• doença periodontal;</p><p>• infecção/colonização do trato genital;</p><p>• intervalo intergestacional curto;</p><p>• tabagismo;</p><p>• uso de drogas;</p><p>• desnutrição;</p><p>• obesidade; e</p><p>• doenças crônicas maternas.</p><p>A etiologia do parto prematuro é considerada multifatorial, complexa ou, até</p><p>mesmo, sem causa definida. Atualmente, com o avanço da medicina perina-</p><p>tal, a sobrevivência de um prematuro extremo torna-se uma possibilidade.</p><p>Entretanto, é importante frisar que a prematuridade não afeta apenas o nas-</p><p>cimento, mas também os primeiros anos de vida, podendo ocasionar danos</p><p>severos como sequelas neurológicas, asma, diabetes, epilepsia, entre outros</p><p>(Lara; Cesar, 2017).</p><p>Etiologia: estudo das causas das doenças.</p><p>Em razão da etiologia muitas vezes desconhecida, a prevenção primária da</p><p>prematuridade do parto fica comprometida, sendo necessário seguir com a</p><p>prevenção secundária ou terciária.</p><p>143</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Prevenção primária</p><p>É a ação tomada para remover causas e fatores de risco de um problema</p><p>de saúde individual ou populacional antes do desenvolvimento de uma</p><p>condição clínica. Inclui a promoção da saúde e a proteção específica</p><p>(por exemplo, imunização e orientação de atividade física para diminuir</p><p>as chances de um indivíduo ter obesidade).</p><p>Prevenção secundária</p><p>É a ação realizada para detectar um problema de saúde em estágio</p><p>inicial, muitas vezes em estágio subclínico, no indivíduo ou na</p><p>população, facilitando o diagnóstico definitivo e o tratamento e</p><p>reduzindo ou prevenindo a disseminação e os efeitos a longo prazo</p><p>(por exemplo, rastreamento e diagnóstico precoce).</p><p>Prevenção terciária</p><p>É a ação implementada para reduzir prejuízos funcionais</p><p>consequentes de um problema agudo ou crônico em um indivíduo</p><p>ou na população, incluindo reabilitação (por exemplo, prevenir</p><p>complicações do diabetes, reabilitar paciente pós-infarto – IAM – ou</p><p>acidente vascular cerebral).</p><p>Fonte: Brasil (2013, p. 14-15).</p><p>Os indicadores de maior valor para a prevenção secundária são a ultrassono-</p><p>grafia transvaginal e os métodos bioquímicos (Lara; Cesar, 2017).</p><p>Um dos fatores de risco mais citados atualmente é a presença de um colo</p><p>uterino encurtado, observado na ultrassonografia transvaginal. Admite-</p><p>se que a medida do colo pode ser realizada a partir de 16 semanas nos</p><p>casos considerados de maior risco; essa aferição, nos demais casos,</p><p>quando disponível, pode ser feita entre 19 e 24 semanas, no momento da</p><p>ultrassonografia morfológica de segundo trimestre. O comprimento do</p><p>canal cervical ≤ 25 mm indica maior risco de parto pré-termo; e quanto mais</p><p>curto o colo do útero, maior o risco. (Brasil, 2022, p. 100-101)</p><p>A seguir, abordaremos a fisiopatologia e o diagnóstico do trabalho de parto</p><p>prematuro.</p><p>144</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>5.1.1 FISIOPATOLOGIA E DIAGNÓSTICO</p><p>A infecção bacteriana intrauterina é o cenário mais tangível para o parto pre-</p><p>maturo espontâneo:</p><p>A invasão bacteriana do espaço coriodecidual, agindo em parte mediante</p><p>a liberação de endotoxinas, ativa a produção de numerosas citocinas pela</p><p>decídua e pelas membranas fetais. Além disso, citocinas, endotoxinas e</p><p>exotoxicinas estimulam a síntese de prostaglandina (PGE2 e PGE2α) e também</p><p>iniciam a quimiotaxia, infiltração e ativação dos neutrófilos, culminando na</p><p>síntese e liberação de metaloproteinases. As prostaglandinas estimulam as</p><p>contrações uterinas, enquanto as metaloproteinases agem na membrana</p><p>corioamniótica, levando à sua rotura. Além disso, remodelam o colágeno</p><p>da cérvice e o amolecem. Em fetos com infecção, há aumento da produção</p><p>hipotalâmica e placentária do hormônio de liberação da corticotrofina</p><p>(CRH), no que resulta elevação da produção de cortisol pela suprarrenal</p><p>fetal, o qual aumenta a produção de prostaglandina. A fibronectina é uma</p><p>proteína produzida durante a gestação e funciona como um adesivo entre</p><p>as membranas fetais e o útero. Aparece de modo abundante no líquido</p><p>âmnico, com papéis ainda não bem-definidos. Sua detecção em secreções</p><p>cervicovaginais, antes da rotura das membranas, poderia indicar risco de</p><p>trabalho de parto prematuro (TPP). (Santos et al., 2010, p. 210)</p><p>Nesse sentido, caso o hormônio corticotrofina (CRH) seja identificado, os ris-</p><p>cos de evolução para parto prematuro são aumentados. Já em casos negati-</p><p>vos, existe a possibilidade de prolongar a gestação de uma a duas semanas</p><p>(Santos et al., 2010).</p><p>Assim, para diagnosticar o trabalho de parto prematuro, é preciso que o en-</p><p>fermeiro avalie e identifique as contrações uterinas, a dilatação cervical e o</p><p>esvaecimento cervical (Lara; Cesar, 2017).</p><p>Esvaecimento cervical: consiste na modificação</p><p>cervical, caracterizada pelo afinamento,</p><p>amolecimento e encurtamento do colo uterino.</p><p>145</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>No quadro a seguir, apresentamos as condições para o diagnóstico de traba-</p><p>lho de parto prematuro.</p><p>CONDIÇÕES PARA DIAGNÓSTICO DE TPP</p><p>FORMAS</p><p>CLÍNICAS AMEAÇA DE TPP INÍCIO DE TPP FRANCO TPP</p><p>Dinâmica uterina Presente.</p><p>Até 32 segundos (duas a</p><p>três contrações por hora).</p><p>Acima de 32 segundos</p><p>(três a quatro contrações</p><p>por hora).</p><p>Uma ou mais em</p><p>10 minutos com</p><p>duração de mais</p><p>20 segundos.</p><p>Duas ou mais em 10</p><p>minutos, dolorosas</p><p>e ritmadas.</p><p>Modificação</p><p>cervical</p><p>Ausente. Apagamento e</p><p>dilatação (< 4 cm).</p><p>Apagamento ≥ 80%</p><p>e dilatação (≥ 4 cm).</p><p>Formação de</p><p>bolsa das águas</p><p>Ausente. Ausente. Presente.</p><p>Fonte: adaptado de Santos et al. (2010, p. 210-211).</p><p>#pratodosverem: quadro com quatro colunas e quatro linhas que apresentam as</p><p>condições para diagnóstico do trabalho de parto prematuro de acordo com a</p><p>dinâmica uterina, a modificação cervical e a formação de bolsa das águas.</p><p>Nesse contexto, o diagnóstico do TPP é definido pela presença de contrações</p><p>uterinas em associação com modificações do colo uterino, como amoleci-</p><p>mento, esvaecimento e dilatação (Brasil, 2022).</p><p>Em alguns casos, a gestante pode dar entrada no serviço de urgência obs-</p><p>tétrica com queixas que indicam o TPP, mas, para que o diagnóstico correto</p><p>seja feito, será necessário mantê-la em observação por algumas horas para</p><p>avaliar as contrações uterinas, os sinais das formas clínicas do TPP e como</p><p>ocorrerá a evolução do trabalho de parto (Brasil, 2022).</p><p>Diagnósticos diferenciais devem ser considerados e precisam ser avaliados.</p><p>Além disso, é essencial que o enfermeiro esteja atento à vitalidade fetal, que</p><p>pode ser avaliada pela cardiotocografia ou pelo sonar fetal, e consiga investi-</p><p>gar a perda de líquido amniótico, pois alguns casos de trabalho de parto pre-</p><p>maturo decorrem de rotura prematura das membranas ovulares (Brasil, 2022).</p><p>146</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Sonar fetal: aparelho que permite auscultar os</p><p>batimentos cardiofetais através da parede abdominal.</p><p>Quando a gestante não desenvolver os sinais de TPP verdadeiro,</p><p>é essencial</p><p>que, na alta, o enfermeiro a oriente quanto às contrações e a outros sinais e</p><p>sintomas que poderão configurar o início do trabalho de parto prematuro de</p><p>verdade, devendo a gestante, então, retornar imediatamente ao serviço de</p><p>saúde no momento em que isso ocorrer (Brasil, 2022).</p><p>5.1.2 CONDUTA E TRATAMENTO NO TPP</p><p>Detectado o TPP, a inibição é feita entre a 24ª e a 34ª semanas de gestação.</p><p>Uma das alternativas válidas para inibir o TPP é a realização da tocólise (Lara;</p><p>Cesar, 2017).</p><p>Tocólise: consiste na administração de drogas</p><p>uterolíticas para evitar o nascimento prematuro.</p><p>O principal objetivo da droga tocolítica é postergar o nascimento, permitindo</p><p>a utilização de corticosteroide para a maturação pulmonar fetal. Para que a</p><p>tocólise seja indicada, alguns sinais devem ser avaliados (Lara; Cesar, 2017):</p><p>147</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>INDICAÇÃO PARA A TOCÓLISE</p><p>Dilatação cervical</p><p>menor que 3 cm.</p><p>Idade gestacional com data limite</p><p>entre 20 a 22 semanas.</p><p>Idade gestacional com data limite</p><p>acima de 34 semanas.</p><p>Pode ser estendida para a</p><p>36ª semana quando os riscos de</p><p>prematuridade para o recém-nascido</p><p>forem maiores em consequência de</p><p>um atendimento neonatal precário.</p><p>Fonte: adaptado de Lara e Cesar (2017, p. 169).</p><p>#pratodosverem: figura formada por quatro retângulos. No primeiro, aparece a</p><p>indicação “dilatação cervical menor que 3 cm”. No segundo, “idade gestacional</p><p>com data limite abaixo de 20 a 22 semanas”. No terceiro, “idade gestacional</p><p>com data limite superior a 34 semanas”. E, no quarto, “pode ser estendida</p><p>para a 36ª semana quando os riscos de prematuridade para o recém-nascido</p><p>forem maiores em consequência de um atendimento neonatal precário”.</p><p>Já as contraindicações para a realização da tocólise são (Lara; Cesar, 2017):</p><p>• morte fetal;</p><p>• sofrimento fetal;</p><p>• malformações fetais graves;</p><p>• restrição de crescimento intrauterino;</p><p>• rotura prematura de membranas;</p><p>• corioamnionite;</p><p>• síndromes hemorrágicas; e</p><p>• doenças maternas com insuficiência placentária.</p><p>148</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Entre os inibidores farmacológicos, existem cinco classes de medicamentos</p><p>que podem ser consideradas a depender de critério médico (Lara; Cesar, 2017):</p><p>INIBIDORES FARMACOLÓGICOS UTILIZADOS NA TOCÓLISE</p><p>Beta-agonistas (betamiméticos): terbutalina, salbutamol,</p><p>fenoterol e ritodrina.</p><p>Bloqueadores do canal de cálcio: nifedipina.</p><p>Antagonista da ocitocina: atosibano.</p><p>Antagonista do cálcio: sulfato de magnésio.</p><p>Inibidores de prostaglandinas: indometacina.</p><p>Doadores de óxido nítrico: nitroglicerina transdérmica.</p><p>Fonte: adaptado de Lara e Cesar (2017, p. 169).</p><p>#pratodosverem: figura formada por seis retângulos. No primeiro, aparece a</p><p>indicação “beta-agonistas (betamiméticos): terbutalina, salbutamol, fenoterol</p><p>e ritodrina”. No segundo, “bloqueadores do canal de cálcio: nifedipina”. No</p><p>terceiro, “antagonista da ocitocina: atosibano”. No quarto, antagonista do cálcio:</p><p>sulfato de magnésio”. No quinto, “inibidores de prostaglandinas: indometacina”.</p><p>E, no sexto, “doadores de óxido nítrico: nitroglicerina transdérmica”.</p><p>Em algumas situações, a indicação de antibioticoterapia torna-se necessária,</p><p>mas, é importante frisar que</p><p>a utilização de antibiótico durante o TPP, na ausência de infecção clínica ou</p><p>bacteriúria assintomática, não adia o parto. A profilaxia para infecção neonatal</p><p>pelo estreptococo do grupo B deve ser adotada quando as culturas vaginal e</p><p>retal forem positivas ou desconhecidas ou quando negativas com mais de 5</p><p>semanas ou, ainda, na presença de estreptococo na urina. Nos casos de TPP</p><p>antes de 35 semanas cujo resultado para o grupo de estreptococo do grupo</p><p>B estiver indisponível, deve-se realizar a profilaxia, independentemente da</p><p>via de parto. (Lara; Cesar, 2017, p. 172)</p><p>149</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Já a corticoterapia é utilizada como opção clínica para prevenir e modificar a</p><p>evolução da síndrome da angústia respiratória (SAR) no recém-nascido, oti-</p><p>mizar os efeitos da terapêutica com o surfactante após o nascimento e redu-</p><p>zir a incidência de hemorragia peri-intraventricular (Lara; Cesar, 2017). Essa</p><p>terapia é indicada para:</p><p>INDICAÇÃO DA CORTICOTERAPIA NO TPP</p><p>Gravidez entre a 26ª e a</p><p>34ª semanas de gestação.</p><p>Fonte: adaptado de Lara e Cesar (2017, p. 169).</p><p>#pratodosverem: figura formada por um retângulo, em que parece a</p><p>indicação “gravidez entre a 26ª e a 34ª semanas de gestação”.</p><p>Entre as principais drogas utilizadas, a opção mais utilizada é a dexametasona,</p><p>cujo pico máximo ocorre nas 24 horas após a administração (Lara; Cesar, 2017).</p><p>5.1.3 CUIDADOS DE ENFERMAGEM</p><p>Assim como todo o tratamento, os cuidados de enfermagem são direcio-</p><p>nados para adiar o parto, minimizando o máximo possível as complicações</p><p>inerentes à prematuridade, como a síndrome da angústia respiratória, bem</p><p>como para promover assistência integral à gestante e ao feto, reduzindo a</p><p>incidência de morbimortalidade perinatal (Santos et al., 2010).</p><p>O enfermeiro é responsável por prestar assistência de qualidade, envolvendo</p><p>todas as etapas do processo de enfermagem e da sistematização da assistên-</p><p>cia de enfermagem (SAE), por meio da própria competência, para identificar</p><p>precocemente os sinais de TPP e gerenciar a equipe de enfermagem para a re-</p><p>alização de condutas terapêuticas com base em evidências (Santos et al., 2010).</p><p>A SAE possibilita a operacionalização do processo de enfermagem (PE), ins-</p><p>trumento metodológico que orienta a assistência e os registros das ações</p><p>de enfermagem. Nesse sentido, a partir da realização da SAE e do PE, é im-</p><p>prescindível voltar todo cuidado para as necessidades e particularidades da</p><p>paciente de forma holística, segura e sistematizada, independentemente do</p><p>ambiente onde esse cuidado será realizado (Santos et al., 2010; Sartori; Amaro;</p><p>Carnier, 2019).</p><p>150</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Para saber mais sobre o PE e a SAE, bem como as</p><p>etapas que os compõem, acesse aqui.</p><p>Primeiramente, é preciso realizar a coleta e a análise de dados, que deve res-</p><p>peitar alguns componentes essenciais (Santos et al., 2010), como:</p><p>1. Coleta de informações</p><p>Objetiva conhecer o histórico de doença atual, os resultados dos</p><p>exames laboratoriais realizados e a evolução clínica.</p><p>2. Anamnese</p><p>Identifica o histórico de saúde atual, as possíveis queixas e o perfil</p><p>da paciente.</p><p>3. Exame físico</p><p>De sentido cefalocaudal, observa e avalia o funcionamento dos</p><p>sistemas fisiológicos e as eventuais alterações.</p><p>Fonte: Oliveira et al. (2022).</p><p>Na anamnese, investigam-se (Santos et al., 2010):</p><p>• antecedentes obstétricos (parto prematuro anterior);</p><p>• início do pré-natal;</p><p>• uso abusivo de substâncias;</p><p>• queixas urinárias (rastrear infecção do trato urinário);</p><p>https://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009/</p><p>151</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>• presença de vulvovaginites; e</p><p>• perdas vaginais (sangramento, perda de líquido amniótico).</p><p>Ao realizar o primeiro exame físico, deve-se avaliar (Santos et al., 2010):</p><p>• dinâmica uterina;</p><p>• batimentos cardiofetais (BCF);</p><p>• dilatação cervical;</p><p>• perdas vaginais; e</p><p>• exame especular caso a paciente refira perda de líquido amniótico.</p><p>Vale ressaltar a importância de manter as membranas</p><p>íntegras durante o maior tempo possível ao longo</p><p>do trabalho de parto. A deambulação estimula a</p><p>contração uterina, portanto a conduta adotada</p><p>consiste em repouso absoluto no leito. Durante</p><p>o trabalho de parto, ocorrem perdas vaginais</p><p>constantes, por isso medidas de higiene e conforto</p><p>devem ser colocadas em prática. Fonte: Santos</p><p>et al. (2010, p. 212).</p><p>Nesse contexto:</p><p>Gestantes em trabalho de parto prematuro devem ser internadas e</p><p>submetidas a anamnese e exame físico detalhados, buscando identificar</p><p>diagnósticos diferenciais e eventuais comorbidades. Os dados vitais, como</p><p>frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial e temperatura</p><p>materna, devem ser aferidos, bem como a dinâmica uterina, a altura</p><p>uterina, a apresentação fetal e a frequência cardíaca fetal. Recomenda-se</p><p>a realização de cardiotocografia fetal sempre que possível, e a repetição</p><p>conforme avaliação clínica. É recomendável questionar a gestante sobre a</p><p>movimentação fetal percebida nos últimos dias e horas. (Brasil, 2022, p. 102)</p><p>Agora que já abordamos o trabalho de parto prematuro e quais cuidados de</p><p>enfermagem podem ser desempenhados, daremos sequência a outro tópico</p><p>importante: os cuidados de enfermagem à gestante portadora de distúrbios</p><p>hipertensivos no ciclo gravídico.</p><p>152</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>5.2 CUIDADOS DE ENFERMAGEM À GESTANTE</p><p>PORTADORA DE DISTÚRBIOS HIPERTENSIVOS</p><p>NO CICLO GRAVÍDICO</p><p>As complicações que ocorrem durante ou após a gestação devem ser evita-</p><p>das ou tratadas, caso contrário elas podem desencadear a morte materna.</p><p>Algumas das complicações que mais causam a mortalidade materna são:</p><p>• hipertensão (pré-eclâmpsia e eclâmpsia);</p><p>• hemorragias graves (principalmente após o parto);</p><p>• infecções (normalmente depois do parto);</p><p>• complicações no parto; e</p><p>• abortos inseguros.</p><p>A síndrome hipertensiva específica da gestação (SHEG) é uma patologia obs-</p><p>tétrica que merece grande atenção dos profissionais da saúde por representar</p><p>a primeira causa de morte materna no Brasil e a terceira causa de morte ma-</p><p>terna no mundo, indicando um enorme problema de saúde pública. Em parti-</p><p>cular, a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia podem desencadear desfechos obstétri-</p><p>cos e perinatais graves, sendo a principal causa de prematuridade iatrogênica.</p><p>5.2.1 CLASSIFICAÇÃO, CONCEITO E FISIOPATOLOGIA</p><p>A síndrome hipertensiva específica da gestação (SHEG) é uma das doenças</p><p>mais comuns durante o período gestacional e configura altos índices de mor-</p><p>bidade e mortalidade maternas e perinatais no Brasil. Ela é definida pela pre-</p><p>sença de hipertensão arterial, edema e/ou proteinúria a partir de 20 semanas</p><p>de gestação (Lara; Cesar, 2017).</p><p>Essas síndromes podem ser classificadas da seguinte forma:</p><p>153</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Hipertensão arterial crônica</p><p>Aumento dos níveis pressóricos no período pré-concepcional ou</p><p>diagnosticado antes da 20ª semana pós-parto, sem evidência de</p><p>proteinúria. Inclui ainda os casos de hipertensão diagnosticada após</p><p>a 20a semana de gestação, quando a pressão arterial não retorna aos</p><p>níveis normais após a 12ª semana depois do parto.</p><p>Pré-eclâmpsia</p><p>Hipertensão associada à proteinúria. Costuma ocorrer depois da 20ª</p><p>semana de gestação, embora casos precoces possam surgir na doença</p><p>trofoblástica gestacional ou na hidropisia fetal. É mais frequente entre</p><p>nulíparas, gestações gemelares e em casos de gestações anteriores</p><p>que tiveram diagnóstico de pré-eclâmpsia/eclâmpsia. Pode ocorrer,</p><p>ainda, a ausência de proteinúria, quando há associação com sintomas</p><p>visuais e cerebrais, dor abdominal ou exames laboratoriais alterados</p><p>(plaquetopenia e enzimas hepáticas). O edema deixou de ser um</p><p>elemento diagnóstico e passou a fazer parte do prognóstico em</p><p>casos de distúrbios hipertensivos na gravidez, visto que grande parte</p><p>das gestantes de baixo risco pode apresentar edemas de membros</p><p>inferiores no final da gravidez.</p><p>Pré-eclâmpsia leve</p><p>Hipertensão (pressão sistólica 140 mmHg e diastólica 90 mmHg)</p><p>com proteinúria acima de 300 mg em diurese de 24 horas ou 1+ ou</p><p>mais em amostra simples de urina (exame de fita), desde que não</p><p>preencha os critérios de pré-eclâmpsia grave.</p><p>Pré-eclâmpsia grave</p><p>Pressão sistólica 160 mmHg e diastólica 110 mmHg com</p><p>proteinúria acima de 2 g/dia ou 3+ ou mais em exame de fita,</p><p>hipertensão associada com proteinúria grave, hipertensão associada</p><p>a comprometimento de múltiplos órgãos e hipertensão associada a</p><p>sintomas persistentes (visuais, cerebrais e dor abdominal).</p><p>154</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Hipertensão arterial crônica agravada pela gestação</p><p>Presença de hipertensão crônica associada ao aumento súbito dos</p><p>níveis pressóricos e da proteinúria ou evidência de alguma disfunção</p><p>orgânica, por meio de sintomas ou exames laboratoriais.</p><p>Eclâmpsia</p><p>Ocorrência de convulsões em gestantes com pré-eclâmpsia que</p><p>não podem ser atribuídas a outras causas. Caracteriza-se por crises</p><p>convulsivas tônico-clônicas generalizadas.</p><p>Hipertensão gestacional</p><p>Pressão sistólica 140 mmHg e diastólica 90 mmHg que não cursa</p><p>com proteinúria, após a 20ª semana de gestação, em mulheres</p><p>previamente normotensas. O diagnóstico não é definitivo, sendo feito</p><p>após a 12ª semana pós-parto.</p><p>Fonte: Santos et al. (2010, p. 128).</p><p>A síndrome hipertensiva especifica da gestação (SHEG) pode ser dividida em</p><p>casos mais leves e formas mais graves. Em ocorrências mais leves, na maioria</p><p>das vezes, o prognóstico é favorável. Contudo, nos casos mais graves, em que</p><p>a mulher evolui com eclâmpsia e síndrome Hellp, as taxas de morbimortali-</p><p>dade materna e neonatal aumentam consideravelmente (Santos et al., 2010).</p><p>Para conhecer mais a respeito da Síndrome Hellp,</p><p>acesse aqui.</p><p>Na sequência, estudaremos a fisiopatologia, os fatores de risco, as complica-</p><p>ções e o tratamento para essa doença.</p><p>http://www.scielo.org.pe/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s2304-51322020000100057</p><p>155</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>5.2.2 FISIOPATOLOGIA, FATORES DE RISCO,</p><p>COMPLICAÇÕES E TRATAMENTO</p><p>Entre as teorias fisiopatológicas dos distúrbios hipertensivos no ciclo gravídi-</p><p>co, a citada com maior frequência compreende as alterações imunológicas</p><p>com resposta materna anormal ao trofoblasto. A má adaptação placentária</p><p>desencadearia lesões endoteliais prejudiciais à manutenção natural da gra-</p><p>videz, que levam a alterações funcionais e morfológicas em vários órgãos, re-</p><p>sultando em manifestações clínicas como a pré-eclâmpsia (Santos et al., 2010;</p><p>Maciel; Silva, 2015).</p><p>Muitos são os fatores de risco que podem desencadear os distúrbios hiperten-</p><p>sivos no ciclo gravídico, sendo os principais deles (Santos et al., 2010):</p><p>FATORES DE RISCO PARA OS DISTÚRBIOS HIPERTENSIVOS NO CICLO GRAVÍDICO</p><p>Hipertensão arterial</p><p>crônica prévia Pré-eclâmpsia prévia</p><p>Obesidade Diabetes</p><p>Histórico de</p><p>lúpus eritematoso</p><p>Extremos de idades:</p><p>gestantes muito jovens</p><p>ou acima de 40 anos</p><p>Fonte: adaptado de Santos et al. (2010).</p><p>#pratodosverem: figura formada por seis retângulos. No primeiro, aparece o fator de</p><p>risco “hipertensão arterial crônica prévia”. No segundo, “pré-eclâmpsia prévia”. No</p><p>terceiro, “histórico de lúpus eritematoso”. No quarto, “obesidade”. No quinto, “diabetes”.</p><p>E, no sexto, “extremos de idades: gestantes muito jovens ou acima de 40 anos”.</p><p>Em pacientes com síndromes hipertensivas da gestação, podem ocorrer</p><p>complicações como:</p><p>• eclâmpsia com as possíveis complicações secundárias: hemorragia cerebral,</p><p>pneumonia aspirativa e parada cardiorrespiratória (PCR);</p><p>• hemorragia;</p><p>• descolamento prematuro de placenta normoinserida (DPPNI);</p><p>• edema agudo de pulmão (EAP);</p><p>• coagulação intravascular disseminada (CIVD);</p><p>• síndrome Hellp (hemólise, elevação das enzimas hepáticas e plaquetopenia);</p><p>156</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada</p><p>pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>• hematoma subcapsular hepático íntegro ou roto principalmente em casos</p><p>de síndrome Hellp;</p><p>• insuficiência renal aguda;</p><p>• coma; e</p><p>• óbito.</p><p>A pré-eclâmpsia com sinais de gravidade pode evoluir para quadros gravís-</p><p>simos que podem levar à morte materna e perinatal. Uma das alterações se</p><p>dá pelo estado hipertensivo com pressão arterial (PA) sistólica ≥ 160 mmHg e</p><p>PA diastólica ≥ 110 mmHg, confirmada por meio de intervalo de 15 minutos e</p><p>pela aferição com a técnica adequada. Essa condição pode estar associada a</p><p>outros sintomas como cefaleia e distúrbios visuais (fotofobia, fosfenas e esco-</p><p>tomas e hiperreflexia ou hepáticas, náuseas, vômitos e dor no andar superior</p><p>do abdome –epigástrio ou no hipocôndrio direito) (Ministério da Saúde, 2022).</p><p>Fotofobia: sensibilidade extrema à luz.</p><p>A eclâmpsia é uma complicação da pré-eclâmpsia e consiste no desenvolvi-</p><p>mento de convulsões tônico-clônicas em pacientes com pré-eclâmpsia. Nes-</p><p>ses casos, é indicado lateralizar a paciente à esquerda, oferecer oxigenotera-</p><p>pia como suplementação, avaliar constantemente a perviedade da via aérea</p><p>e realizar monitorização, estabilização clínica e neuroproteção materna com</p><p>sulfato de magnésio (Brasil, 2001; Silva-Filho; D’Abreu, 2021).</p><p>Nessa situação, independentemente da idade</p><p>gestacional, a resolução do parto é indicada após a</p><p>estabilização inicial e a recuperação em CTI (Silva-</p><p>Filho; D’Abreu, 2021).</p><p>157</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Confira, a seguir, sinais específicos que indicam complicações da pré-eclâmp-</p><p>sia (Lara; Cesar, 2017, p. 134):</p><p>• pressão arterial diastólica ≥ 110 mmHg;</p><p>• proteinúria ≥ 2 g em 24 horas ou 2+ em fita urinária;</p><p>• oliguria (< 500 mL/dia ou 25 mL/hora);</p><p>• níveis séricos de creatinina 1,2 mg/dL;</p><p>• plaquetopenia (< 100.000 mm3); e</p><p>• aumento de enzimas hepáticas (AST ou TGO, ALT ou TGP, DHL) e bilirrubinas.</p><p>ABORDAGEM DA PRÉ-ECLÂMPSIA COM SINAIS DE GRAVIDADE</p><p>Pré-eclâmpsia com sinais de gravidade</p><p>Iniciar sulfato</p><p>de magnésio</p><p>Avaliar</p><p>interrupção</p><p>da gestação</p><p>Anti-hipertensivos</p><p>para alvo</p><p>PA < 160 × 110 mmHg</p><p>Nifidepino oral</p><p>Hidralazina venosa</p><p>Parto se descompensação materna e fetal</p><p>Manejo clínico Cortiocoterapia</p><p>antenatal</p><p>IG < 34 semanas</p><p>IG ≥ a 34</p><p>semanas: parto</p><p>Internação</p><p>hospitalar</p><p>Fonte: adaptado Silva-Filho; D’Abreu (2021, p. 215).</p><p>#pratodosverem: fluxograma explicativo sobre a abordagem clínica da pré-eclâmpsia</p><p>com sinais de gravidade. O primeiro retângulo traz a indicação “pré-eclâmpsia com</p><p>sinais de gravidade”. A partir dele, surgem outros quatro retângulos na horizontal</p><p>com as respectivas inscrições “internação hospitalar”; “iniciar sulfato de magnésio”;</p><p>“anti-hipertensivos para alvo PA menor que 160 × 110 mmHg” e “avaliar interrupção</p><p>da gestação”. A partir do último, dois retângulos surgem, um com a seta para baixo,</p><p>em que está escrito “IG menor que 34 semanas”, e outro com a seta para o lado</p><p>direito, indicando “IG maior ou igual a 34 semanas: parto”. A partir do retângulo “IG</p><p>menor que 34 semanas”, aparecem outros dois, um para “manejo clínico” e outro</p><p>para “corticoterapia antenatal”, o retângulo de “manejo clínico” gera o retângulo</p><p>que traz a inscrição “parto se descompensação materna e fetal”. Por fim, a partir do</p><p>retângulo “anti-hipertensivos para alvo PA menor que 160 × 110 mmHg”, há um último</p><p>com a seta para baixo, em que está escrito “nifidepino oral; hidralazina venosa”.</p><p>158</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Algumas terapias medicamentosas podem ser consideradas para tratar as</p><p>síndromes hipertensivas da gestação (Santos, 2018), como:</p><p>TERAPIA MEDICAMENTOSA PARA OS DISTÚRBIOS HIPERTENSIVOS NO CICLO GRAVÍDICO</p><p>metildopa pindolol</p><p>hidralazina sulfato de magnésio</p><p>nifedipina</p><p>gluconato de cálcio</p><p>Fonte: adaptado de Santos et al. (2010).</p><p>#pratodosverem: figura formada por seis retângulos. No primeiro, aparece a</p><p>medicação “metildopa”. No segundo, “pindolol”. No terceiro, “nifedipina”. No quarto,</p><p>“hidralazina”. No quinto, “sulfato de magnésio”. E, no sexto, “gluconato de cálcio”.</p><p>A metildopa é uma medicação anti-hipertensiva utilizada em apresentações</p><p>de 250 mg a 500 mg. Essa medicação estimula os receptores centrais alfa-2-</p><p>adrenérgicos e minimiza os impulsos simpáticos, diminuindo, consequente-</p><p>mente, a pressão arterial (Lara; Cesar, 2017).</p><p>O pindolol também é uma medicação anti-hipertensiva, disponível em com-</p><p>primidos de 5 mg e 10 mg. A ação dele está voltada para o bloqueio dos efei-</p><p>tos estimulantes agonistas dos neurotransmissores simpáticos, competindo</p><p>pela ligação dos receptores beta. Trata-se de um bloqueador não seletivo dos</p><p>receptores B1 e B2 que resulta na redução da frequência cardíaca e da pres-</p><p>são arterial (Lara; Cesar, 2017).</p><p>A nifedipina é um anti-hipertensivo disponível em comprimidos de 10 mg, 20</p><p>mg, 30 mg, 50 mg e 60 mg. Ela diminui a concentração de cálcio no interior</p><p>das células do músculo cardíaco e da musculatura lisa, dilatando as artérias</p><p>coronárias, periféricas e arteríolas. Dessa forma, reduz a frequência cardíaca e</p><p>a contratilidade do miocárdio, diminuindo a pressão arterial (Lara; Cesar, 2017).</p><p>A hidralazina é uma medicação anti-hipertensiva que proporciona a vasodila-</p><p>tação por ação direta da musculatura lisa arterial, diminuindo a pressão arterial.</p><p>Apresenta-se em comprimidos de 25 mg e 50 mg ou injetável (Lara; Cesar, 2017).</p><p>159</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>O sulfato de magnésio é utilizado em crises convulsivas, age deprimindo o</p><p>sistema nervoso central e bloqueando a transmissão neuromuscular, o que</p><p>viabiliza o controle das convulsões. Em razão da toxicidade que ele apresenta</p><p>quando são administradas altas doses, é necessário utilizá-lo concomitante-</p><p>mente com o gluconato de cálcio como antídoto (Lara; Cesar, 2017).</p><p>5.2.3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM</p><p>ÀS GESTANTES PORTADORAS DE</p><p>DISTÚRBIOS HIPERTENSIVOS</p><p>A assistência de enfermagem às gestantes portadoras de distúrbios hiperten-</p><p>sivos é de extrema importância. Essa assistência deve ser individualizada para</p><p>cada paciente, objetivando a intervenção precoce e a minimização dos danos.</p><p>Detectar o quanto antes as alterações na gestação diminui consideravelmen-</p><p>te a morbimortalidade do binômio mãe-filho.</p><p>Pensando nesse cenário, o enfermeiro é considerado o profissional com capa-</p><p>cidade, competência e formação para colocar em prática os conhecimentos</p><p>técnicos-científicos necessários. Assim, a assistência de enfermagem visa ao</p><p>controle da patologia e ao bem-estar durante a gestação.</p><p>Nesse sentido, alguns cuidados de enfermagem podem ser feitos em casos</p><p>de gestantes portadoras de distúrbios hipertensivos:</p><p>• manter a paciente em decúbito lateral esquerdo (DLE);</p><p>• prover monitoração contínua da paciente, atentando-se para pressão arterial,</p><p>frequências cardíaca e respiratória, temperatura e saturação de oxigênio;</p><p>• atentar-se para queixas como cefaleia, alterações visuais, epigastralgia,</p><p>náuseas e vômitos;</p><p>• atentar-se para a presença de edema generalizado;</p><p>• atentar-se para o padrão urinário; e</p><p>• manter a monitoração fetal de acordo com a idade gestacional.</p><p>160</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Caso a gestante esteja em uso de sulfato de magnésio, alguns cuidados espe-</p><p>cíficos devem ser realizados:</p><p>• ambiente tranquilo e silencioso, se possível na penumbra;</p><p>• cateter nasal com oxigênio – 5 L/minuto;</p><p>• decúbito elevado a 30º;</p><p>• posicionamento da paciente em decúbito lateral esquerdo;</p><p>• monitoração contínua da pressão arterial;</p><p>• sondagem vesical de demora;</p><p>• acesso venoso calibroso;</p><p>• reflexo patelar;</p><p>• monitoração da frequência respiratória;</p><p>• monitoração fetal de acordo com a idade gestacional; e</p><p>• gluconato de cálcio a 10% aspirado à beira do leito e devidamente identificado.</p><p>Confira a seguir o fluxograma de atendimento à pré-eclâmpsia leve:</p><p>161</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO À PRÉ-ECLÂMPSIA LEVE</p><p>Pré-eclâmpsia leve</p><p>< 40 semanas</p><p>Não</p><p>Sim</p><p>40 semanas ou mais</p><p>Admissão hospitalar por</p><p>24 a 48 horas</p><p>Condições materno-fetais</p><p>comprometidas?</p><p>Acompanhamento</p><p>ambulatorial semanal</p><p>Cuidados maternos:</p><p>Pressão arterial a cada 4 horas</p><p>Peso diário</p><p>Pesquisa de sintomas de iminência de eclâmpsia</p><p>(cefaleia frontal ou occipital persistente, distúrbios visuais,</p><p>dor epigástrica ou no hipocôndrio direito)</p><p>Proteinúria na fita ou proteinúria de 24 horas</p><p>Hematócrito e plaquetas 2 vezes/semana</p><p>Provas de funções renal e hepática 1 a 2 vezes/semana</p><p>Corticosteroide se < 34 semanas</p><p>Parto pela via apropriada</p><p>Fonte: adaptado de Lara e Cesar (2017, p. 138).</p><p>#pratodosverem: fluxograma de atendimento à pré-eclâmpsia leve. O primeiro retângulo</p><p>apresenta o nome do fluxograma, “pré-eclâmpsia leve”, e gera outros dois retângulos,</p><p>que aparecem abaixo, na horizontal, com as inscrições “menos de 40 semanas” e “40</p><p>semanas ou mais”. Do primeiro, surge outro retângulo que traz a descrição “admissão</p><p>hospitalar por 24 a 48 horas”. Do segundo, também surge outro retângulo com a</p><p>inscrição “parto pela via apropriada”. A partir do retângulo “admissão hospitalar por</p><p>24 a 48 horas”, aparecem outros três. O primeiro traz o escrito “cuidados maternos:</p><p>pressão arterial a cada quatro horas, peso diário, pesquisa de sintomas de iminência de</p><p>eclâmpsia (cefaleia frontal ou occipital persistente, distúrbios visuais, dor epigástrica</p><p>ou no hipocôndrio direito), proteinúria na fita ou proteinúria de 24 horas, hematócrito</p><p>e plaquetas duas vezes/semana, provas de funções renal e hepática uma a duas vezes/</p><p>semana e corticosteroide se menos de 34 semanas”; o segundo, “condições materno-</p><p>fetais comprometidas?”; e, o terceiro, “acompanhamento ambulatorial semanal”. A seta</p><p>entre o segundo e o terceiro retângulo apresenta um “não” escrito do lado direito, e</p><p>do retângulo “condições materno-fetais comprometidas?” sai uma seta que vai até o</p><p>retângulo “parto pela via apropriada” com a palavra “sim”, na parte superior dessa seta.</p><p>162</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Por fim, acompanhe o fluxograma da pré-eclâmpsia grave:</p><p>FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO À PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE</p><p>Pré-eclâmpsia grave</p><p>< 34 semanas</p><p>Não</p><p>Não</p><p>Sim</p><p>Sim</p><p>≥ 34 semanas</p><p>Admissão hospitalar, avaliação materno-fetal por 24 horas,</p><p>sulfato de magnésio, anti-hipertensivos se pressão</p><p>arterial sistólica ≥ 160 mmHg e pressão arterial diastólica</p><p>≥ 110 mmHg, corticosteroides para maturidade pulmonar</p><p>Síndrome Hellp, RCF + oligoidrômnio,</p><p>doppler fetal com diástole reversa em artéria umbilical,</p><p>sintomas persistentes, trombocitopenia</p><p>e trabalho de parto</p><p>Eclâmpsia, edema pulmonar, insuficiência renal aguda,</p><p>coagulopatia, estado fetal comprometido</p><p>Avaliação diária de condições materno-fetais,</p><p>anti-hipertensivo, se necessário</p><p>Parto pela via</p><p>apropriada</p><p>Fonte: adaptado de Lara; Cesar (2017, p. 139).</p><p>#pratodosverem: fluxograma de atendimento à pré-eclâmpsia grave. O primeiro retângulo apresenta</p><p>o nome do fluxograma, “pré-eclâmpsia grave”, e gera outros dois retângulos, que aparecem</p><p>abaixo, na horizontal, com as inscrições “menos de 34 semanas” e “igual a 34 semanas ou mais”.</p><p>Do primeiro, surge outro retângulo que traz a descrição “admissão hospitalar, avaliação materno-</p><p>fetal por 24 horas, sulfato de magnésio, anti-hipertensivos se pressão arterial sistólica maior ou</p><p>igual a 160 mmHg pressão arterial diastólica menor ou igual a 110 mmHg, corticosteroides para</p><p>maturidade e pulmonar”. Em seguida, a partir desse, aparecem outros três retângulos, o primeiro</p><p>traz o escrito “eclâmpsia, edema pulmonar, insuficiência renal aguda, coagulopatia, estado fetal</p><p>comprometido”; o próximo retângulo é “síndrome Hellp, RCF + oligoidrômnio, doppler fetal com</p><p>diástole reversa em artéria umbilical, sintomas persistentes, trombocitopenia e trabalho de parto”;</p><p>e, o terceiro, “avaliação diária de condições materno-fetais, anti-hipertensivo, se necessário”. As</p><p>setas que fazem a ligação desse primeiro retângulo com o segundo e com o terceiro apresentam</p><p>um “não” escrito do lado direito. Outras duas setas com a palavra “sim”, na parte superior de cada</p><p>uma delas, saem do primeiro e do segundo retângulo em direção ao retângulo com a inscrição</p><p>“parto pela via apropriada”, que aparece embaixo do retângulo “igual a 34 semanas ou mais”.</p><p>Esperamos que você tenha conseguido desenvolver habilidades importantes</p><p>com base nos conhecimentos apresentados até aqui.</p><p>163</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>CONCLUSÃO</p><p>As complicações gestacionais como o trabalho de parto prematuro e as sín-</p><p>dromes hipertensivas gestacionais configuram-se como um grave problema</p><p>de saúde pública, sendo motivo de inúmeros casos de morbimortalidade ma-</p><p>terna e fetal (Lara; Cesar, 2017).</p><p>Há um grande número de mulheres acometidas por essas condições, princi-</p><p>palmente por conta da combinação de fatores de risco preexistentes entre as</p><p>gestantes (Fernandes; Narchi, 2012).</p><p>Diante disso, esperamos que você possa ter alcançado os objetivos desta uni-</p><p>dade para que, ao ingressar no mercado de trabalho, possa colocar em prá-</p><p>tica seus conhecimentos técnico-científicos, contribuindo para a redução da</p><p>morbimortalidade materna e perinatal.</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>Para saber mais sobre o tema desta unidade, leia os</p><p>artigos a seguir:</p><p>1. Assistência de enfermagem em mulheres</p><p>com pré-eclâmpsia e eclâmpsia: uma revisão</p><p>integrativa da literatura.</p><p>2. Avaliação e atuação do enfermeiro a gestante</p><p>portadora de doença hipertensiva específica da</p><p>gestação (DHEG).</p><p>3. Perfil epidemiológico de gestantes de alto risco.</p><p>4. Prevalência do rastreamento de diabetes mellitus</p><p>em pacientes diagnosticadas previamente com</p><p>diabetes gestacional: fatores relacionados à sua</p><p>realização.</p><p>5. Macrossomia fetal como complicação da</p><p>diabetes gestacional e a eficácia da dieta e</p><p>exercícios físicos como tratamento primário:</p><p>revisão de literatura.</p><p>https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/487</p><p>https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/487</p><p>https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/487</p><p>https://fanorpi.com.br/universitas/index.php/revista/article/view/126</p><p>https://fanorpi.com.br/universitas/index.php/revista/article/view/126</p><p>https://fanorpi.com.br/universitas/index.php/revista/article/view/126</p><p>https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/44192/2823</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgo/a/VpgptCvw3rRpnrZzwJ9KGXn/abstract/?format=html&lang=pt#</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgo/a/VpgptCvw3rRpnrZzwJ9KGXn/abstract/?format=html&lang=pt#</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgo/a/VpgptCvw3rRpnrZzwJ9KGXn/abstract/?format=html&lang=pt#</p><p>https://www.scielo.br/j/rbgo/a/VpgptCvw3rRpnrZzwJ9KGXn/abstract/?format=html&lang=pt#</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/43354</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/43354</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/43354</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/43354</p><p>UNIDADE 6</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos que</p><p>possa:</p><p>164</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>> Compreender</p><p>a prevenção dos</p><p>cânceres do colo</p><p>do útero e de</p><p>mama como parte</p><p>da assistência de</p><p>enfermagem em</p><p>ginecologia.</p><p>165</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela</p><p>palavras, a</p><p>realização do pré-natal tem como objetivo o desenvolvimento de uma ges-</p><p>tação segura, o que contribui para a redução da morbimortalidade materna</p><p>e fetal, além de reduzir os riscos do parto e do puerpério (Oliveira et al., 2017;</p><p>Ministério da Saúde, 2022).</p><p>CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA GESTAÇÃO</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de um enfermeiro e uma gestante sentados. A gestante está</p><p>com as mãos apoiadas na barriga e olha para as anotações que o enfermeiro está fazendo.</p><p>A atenção à gestante é intrínseca à atuação do enfermeiro, seja na atenção pri-</p><p>mária à saúde, seja nos serviços de atenção secundária e terciária. Para isso, é</p><p>essencial que o profissional de enfermagem esteja apto e tenha conhecimen-</p><p>tos técnicos e teóricos adequados, o que proporciona qualidade de assistência</p><p>ao longo do pré-natal de baixo ou alto risco, gerando uma atenção resolutiva</p><p>para atender às necessidades das gestantes (Santos et al., 2010; Brasil, 2022).</p><p>19</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>1.1.1 ENFERMAGEM OBSTÉTRICA E</p><p>ASPECTOS LEGAIS</p><p>É importante saber a história da enfermagem obstétrica para compreender</p><p>os preceitos legais e éticos da profissão. O quadro a seguir traz os principais</p><p>fatos históricos e marcos legais da enfermagem obstétrica.</p><p>ENFERMAGEM OBSTÉTRICA: MARCOS LEGAIS E PRINCIPAIS</p><p>FATOS HISTÓRICOS</p><p>Ano Feitos históricos e marcos legais</p><p>Século XVIII Nasce, na França, a profissão conhecida como sage-femme, traduzida</p><p>como “parteira ou obstetriz”. Na época, essas profissionais eram vítimas</p><p>de discriminação e tinham acusações acerca de suas reputações. A partir</p><p>da liberação pela legislação, foram criados cursos como o Mme Angélique</p><p>Marguerite Le Bousier Du Coudray.</p><p>1832 Publicação do primeiro documento legal sobre o ensino de parteiras.</p><p>Século XVIII</p><p>até 1949</p><p>A legislação sobre o ensino de parteiras estava inserida na legislação do</p><p>ensino da Medicina.</p><p>1955 Legalização do exercício da enfermagem, distinguindo a obstetriz das</p><p>demais categorias de enfermagem.</p><p>1961 Criação da Especialização em Enfermagem no Hospital Infantil do</p><p>Morumbi, em São Paulo.</p><p>1972 Aprovação do parecer 163/72 pelo Conselho Federal de Educação, levando</p><p>à resolução 04/77, que dispõe sobre a responsabilidade do curso para</p><p>formação de enfermeiros e obstetrizes pelas escolas de enfermagem.</p><p>1998 Iniciativas governamentais para a redução das cesarianas sem</p><p>indicação clínica, apoiados no incentivo ao parto vaginal realizados por</p><p>enfermeiros obstetras.</p><p>1999 Resolução do Cofen 223/1999.</p><p>2000 Publicação da Portaria n. 569, de 1º de junho de 2000.</p><p>2003 Publicação da Resolução Cofen 278/2003.</p><p>2005 Publicação da Portaria 743, de 20 de dezembro de 2005.</p><p>2006 Resolução Cofen 305/2006.</p><p>2011 Institui a Rede Cegonha por meio da Portaria n. 1.459/2011.</p><p>Fonte: adaptado de Santos et al. (2010, p. 321-325).</p><p>#pratodosverem: quadro com duas colunas apresentando os fatos históricos e os</p><p>marcos legais da enfermagem obstétrica desde o século XVIII até o ano de 2011.</p><p>20</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>A Portaria n. 569, de 1º de junho de 2000, prevê a atuação e o papel do enfer-</p><p>meiro na assistência à gestante e à puérpera, garantindo ao profissional e aos</p><p>enfermeiros obstetras/obstetrizes a atuação durante o parto vaginal sem dis-</p><p>tocia, bem como a assistência de enfermagem à parturiente e à puérpera. En-</p><p>tretanto, ressalta-se, nessa portaria, que a identificação da distocia obstétrica,</p><p>a realização de procedimentos como episiotomia, episiorrafia e administra-</p><p>ção de anestésico local, que podem garantir a proteção da mãe e do bebê até</p><p>a chegada do médico, são de competência exclusiva de profissionais como o</p><p>“enfermeiro obstetra, obstetriz ou enfermeiros especialistas em enfermagem</p><p>obstétrica e assistência à saúde da mulher” (Santos et al., 2010, p. 324).</p><p>A Portaria n. 569, de 1º de junho de 2000, instituiu</p><p>o Programa de Humanização no Pré-natal e</p><p>Nascimento, no âmbito do Sistema Único de Saúde,</p><p>e estabeleceu os princípios e as diretrizes desse</p><p>programa. Para saber mais sobre essa portaria,</p><p>clique aqui.</p><p>A Resolução Cofen n. 278/2003 traz o respaldo legal para essa classe profis-</p><p>sional, orientando as práticas corretas durante os procedimentos de episio-</p><p>tomia e episiorrafia, por exemplo. Essas práticas devem ser minuciosamente</p><p>descritas e precisam ter o laudo emitido pelo médico, cirurgião, dentista e/ou</p><p>enfermeiro obstetra, de modo legível e sem abreviaturas, conforme prevê a</p><p>Portaria n. 743, de 20 de dezembro de 2005 (Santos et al., 2010).</p><p>Nesse sentido, outras resoluções e portarias foram publicadas a fim de garan-</p><p>tir os aspectos legais da profissão e humanizar a assistência ao parto, como é</p><p>o caso da Resolução Cofen n. 305/2006, que direciona o papel do enfermeiro</p><p>nas Casas de Parto/Centros de Parto Normal, garantindo qualidade de assis-</p><p>tência à saúde ao binômio mãe-filho durante todo o período gestacional, do</p><p>parto e do puerpério (Santos et al., 2010). Isso garante respaldo legal e científi-</p><p>co à enfermagem obstétrica, por meio das leis e resoluções citadas no quadro</p><p>que trata sobre os fatos históricos e marcos legais da enfermagem obstétrica,</p><p>bem como pela Lei do Exercício Profissional em Enfermagem de 1986. Entre</p><p>as diretrizes dessa lei (Brasil, 1986), são considerados enfermeiros, seja conferi-</p><p>do por instituição de ensino nacional ou estrangeira – desde que estejam de</p><p>acordo com as leis do país, registrado ou revalido no Brasil:</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2000/prt0569_01_06_2000_rep.html</p><p>21</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>• o titular do diploma de enfermeiro; ou</p><p>• o titular do diploma ou do certificado de obstetriz ou enfermeira obstétrica.</p><p>Para melhor compreensão do exercício da</p><p>enfermagem, aconselhamos a leitura da Lei n. 7.498,</p><p>de 25 de junho de 1986. Para acessá-la, clique aqui.</p><p>As parteiras são as titulares do certificado ou do diploma conferido por esco-</p><p>la nacional ou estrangeira, desde que revalidado no Brasil ou registrado por</p><p>meio de intercâmbio cultural (Brasil, 1986). Além disso, o enfermeiro, como</p><p>membro de equipe de saúde, tem o papel de, por exemplo:</p><p>PAPEL DO ENFERMEIRO COMO MEMBRO DE UMA EQUIPE DE SAÚDE</p><p>Assistência de</p><p>enfermagem</p><p>à gestante,</p><p>parturiente</p><p>e puérpera.</p><p>Acompanhamento</p><p>da evolução e</p><p>do trabalho</p><p>de parto.</p><p>Execução</p><p>do parto</p><p>sem distocia.</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (1986).</p><p>#pratodosverem: figura formada por três retângulos que trazem algumas das funções</p><p>do enfermeiro como integrante de uma equipe de saúde. A primeira função, descrita no</p><p>retângulo laranja, é “assistência de enfermagem à gestante, parturiente e puérpera”. A</p><p>segunda, descrita no retângulo cinza, é “acompanhamento da evolução e do trabalho</p><p>de parto”. A terceira, descrita no retângulo amarelo, é “execução do parto sem distocia”.</p><p>Nesse contexto, a atuação dos enfermeiros obstetras é respaldada por políti-</p><p>cas nacionais de saúde que vão de encontro com a qualificação da assistência</p><p>de saúde prestada na atenção primária, secundária e terciária, por meio da</p><p>realização do pré-natal e da assistência ao parto, seja no pré-natal de risco ha-</p><p>bitual ou de alto risco, por meio de ações ou orientações de qualidade como</p><p>forma de minimizar os riscos e as complicações que podem ocorrer ao longo</p><p>da gravidez (Ricci, 2019).</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7498.htm#:~:text=L7498&text=LEI%20No%207.498%2C%20DE%2025%20DE%20JUNHO%20DE%201986.&text=Disp%C3%B5e%20sobre%20a%20regulamenta%C3%A7%C3%A3o%20do,enfermagem%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias</p><p>22</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>6 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM</p><p>EM GINECOLOGIA</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>Uma das atribuições do enfermeiro é a consulta ginecológica, principalmente</p><p>no âmbito da atenção primária à saúde. No contexto da saúde, como estraté-</p><p>gia de prevenção, o enfermeiro deve atuar com maestria, visto que esse pro-</p><p>fissional precisa estar capacitado sobre o que envolve o desenvolvimento de</p><p>um plano de cuidados para os pacientes. Esse plano deve estar voltado para</p><p>ações que permitem o cuidado da saúde da mulher, como coleta de citologia</p><p>oncótica, tratamento de infecções vaginais/cervicais e infecções sexualmente</p><p>transmissíveis (IST), realização de planejamento familiar e promoção de ativi-</p><p>dades de educação em saúde no geral, principalmente no controle dos cân-</p><p>ceres de colo do útero e de mama (Santos et al., 2010).</p><p>Nesta unidade, abordaremos uma reflexão sobre a prevenção dos cânceres</p><p>do colo do útero e de mama como parte da assistência de enfermagem em</p><p>ginecologia. Sendo assim, detalharemos a atenção preventiva da saúde da</p><p>mulher, como a prevenção desses quadros, os principais exames de apoio ao</p><p>diagnóstico dessas patologias e a assistência de enfermagem nesse contexto.</p><p>166</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>A assistência à saúde da mulher brasileira tem sido uma das prioridades dos</p><p>programas nacionais de saúde. Para que essa assistência seja eficiente, deve-</p><p>-se enxergar a mulher como um ser único, dotado de particularidades e que</p><p>necessita de cuidados relacionados à saúde feminina (Lara; Cesar, 2017).</p><p>O profissional de enfermagem pode contribuir de forma efetiva para a melho-</p><p>ria da qualidade de vida da mulher, principalmente por meio da consulta de</p><p>enfermagem, que permite identificar situações de saúde/doença, prescrever</p><p>e implementar medidas de enfermagem que contribuam para a promoção,</p><p>prevenção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde, além de identificar</p><p>condições que necessitem de intervenção de outros profissionais (Fernandes;</p><p>Narchi, 2012).</p><p>A atenção à saúde em ginecologia ocorre na prevenção primária, com méto-</p><p>dos de rastreamento das patologias mamárias e do colo uterino, incluindo as</p><p>orientações sobre os métodos contraceptivos e o planejamento familiar como</p><p>um todo. Por isso, é essencial coletar e avaliar dados subjetivos e objetivos que</p><p>contribuam para o planejamento de cuidados que será estipulado pelo enfer-</p><p>meiro, sendo necessário avaliar os seguintes critérios (Lara; Cesar, 2017):</p><p>CONSULTA DE ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA</p><p>História da</p><p>moléstia atual</p><p>Antecedentes</p><p>familiares</p><p>Antecedentes</p><p>pessoais</p><p>Antecedentes</p><p>ginecológicos</p><p>Antecedentes</p><p>obstétricos</p><p>Antecedentes</p><p>sexuais</p><p>Inspeção Exame ginecológico</p><p>dos órgãos internos</p><p>Exame ginecológico</p><p>dos órgãos externos</p><p>Fonte: adaptado de Lara e Cesar (2017).</p><p>#pratodosverem: figura formada por nove retângulos. No primeiro,</p><p>aparece o critério “história da moléstia atual”. No segundo, “antecedentes</p><p>familiares”. No terceiro, “antecedentes pessoais”. No quarto, “antecedentes</p><p>ginecológicos”. No quinto, “antecedentes obstétricos”. No sexto, “antecedentes</p><p>sexuais”. No sétimo, “inspeção”. No oitavo, “exame ginecológico dos órgãos</p><p>internos”. No nono, “exame ginecológico dos órgãos externos”.</p><p>167</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>A consulta de enfermagem em ginecologia visa prestar um atendimento vol-</p><p>tado para diversas vertentes que englobam a saúde da mulher.</p><p>Antecedentes familiares</p><p>Diabetes, hipertensão, cânceres, alergias e doenças infectocontagiosas</p><p>devem ser rigorosamente anotados. Além disso, precisam ser</p><p>rastreadas histórias de ginecoplastias, que comumente tendem a se</p><p>repetir entre membros de uma mesma família.</p><p>Antecedentes pessoais</p><p>Doenças que aconteceram na infância devem ser rastreadas,</p><p>porque elas podem impactar a vida reprodutiva da mulher, como</p><p>hipertensão, diabetes, cardiopatias, anemias, neuropatias e motivos</p><p>de hospitalizações. Informações sobre vícios também precisam</p><p>ser registradas, por exemplo, tipo de vício, por quanto tempo é/foi</p><p>dependente e quantidade ingerida por dia.</p><p>Antecedentes ginecológicos</p><p>Histórico de ginecoplastias; cirurgias ginecológicas; infecções</p><p>sexualmente transmissíveis; leucorreia, incluindo tempo de</p><p>duração, quantidade, coloração, odor e presença de coceira vaginal;</p><p>intercorrências urinárias; realização de cauterização; data da menarca;</p><p>ciclo menstrual; data da última menstruação (DUM); fluxo menstrual;</p><p>transição para menopausa; coleta de exame de colpocitologia oncótica</p><p>e realização de colposcopia, biópsias e exames de imagem.</p><p>Antecedentes obstétricos</p><p>Número de gestações, de partos, de abortos, de filhos nascidos vivos</p><p>ou natimortos, complicações gestacionais e amamentação.</p><p>168</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Antecedentes sexuais</p><p>Idade da primeira relação sexual; número de parceiros; frequência</p><p>da atividade sexual; dispareunia; violência sexual; uso de método</p><p>contraceptivo, incluindo o tipo e por quanto tempo usa/usou.</p><p>Exame ginecológico dos órgãos externos</p><p>Como a vagina (externa e interna) é uma região da mulher muito</p><p>sensível e delicada, o exame ginecológico deve ser feito com cuidado e</p><p>o profissional sempre deve manter a mulher informada sobre o que vai</p><p>ser ou está sendo realizado.</p><p>Exame ginecológico dos órgãos internos</p><p>Para o exame dos órgãos internos, são necessários os seguintes</p><p>materiais: espéculo bivalvar, luvas de procedimento, vaselina líquida,</p><p>soro fisiológico, gazes, pinça Cheron e foco de luz.</p><p>Fonte: Lara; Cesar (2017).</p><p>Pensando no papel do enfermeiro na consulta ginecológica de enfermagem,</p><p>apresentaremos a seguir as características do câncer de colo uterino.</p><p>Menarca: a primeira menstruação da vida de uma</p><p>mulher.</p><p>Leucorreia: corrimento vaginal.</p><p>169</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>6.1 ATENÇÃO PREVENTIVA À SAÚDE DA MULHER:</p><p>PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO</p><p>As doenças e os agravos não transmissíveis (Dant) são responsáveis por mais</p><p>da metade do total de mortes no Brasil. Em 2019, 54,7% dos óbitos registra-</p><p>dos no país tiveram como principais causas as doenças cardiovasculares, os</p><p>cânceres, o diabetes e as doenças respiratórias crônicas. Em 2011, o “Plano de</p><p>ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmis-</p><p>síveis (DCNT) no Brasil 2011-2022” foi criado pelo Ministério da Saúde com o</p><p>objetivo de desenvolver e implementar políticas públicas efetivas, integradas,</p><p>sustentáveis e com base em evidências para a prevenção e o controle das</p><p>DCNTs e dos fatores de risco, além de fortalecer os serviços de saúde voltados</p><p>às doenças crônicas (Brasil, 2021).</p><p>Dispareunia: dor durante as relações sexuais.</p><p>Esse plano de ações estratégicas abordou as doenças cardiovasculares, os</p><p>cânceres, as doenças respiratórias crônicas e o diabetes, além de envolver os</p><p>fatores de risco intrínsecos a essas condições como tabagismo, alcoolismo, se-</p><p>dentarismo, alimentação não saudável e obesidade, estando fundamentado</p><p>em três eixos (Brasil, 2021):</p><p>170</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>EIXOS DO PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O ENFRENTAMENTO DAS</p><p>DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT) NO BRASIL</p><p>Vigilância, informação, avaliação e monitoramento</p><p>Promoção da saúde</p><p>Cuidado integral</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (2022).</p><p>#pratodosverem: figura formada por três retângulos. No primeiro retângulo,</p><p>aparece o eixo “vigilância, informação, avaliação</p><p>e monitoramento”. No</p><p>segundo, “promoção da saúde”. No terceiro, “cuidado integral”.</p><p>Atualmente, está em vigor o “Plano de Ações estratégicas para o enfrenta-</p><p>mento das doenças crônicas e agravos não transmissíveis no Brasil 20212030”</p><p>(Brasil, 2021).</p><p>Para saber mais sobre o “Plano de ações estratégicas</p><p>para o enfrentamento das doenças crônicas e</p><p>agravos não transmissíveis no Brasil 2021-2030”,</p><p>acesse aqui.</p><p>Há muitos anos, o câncer do colo do útero ou câncer cervical tem sido alvo de</p><p>preocupação da comunidade científica, dos médicos e dos enfermeiros em ra-</p><p>zão das altas taxas de morbimortalidade entre as mulheres. Tal tipo de câncer</p><p>corresponde, aproximadamente, a 15% de todos os cânceres femininos, sendo o</p><p>segundo tipo mais comum entre as mulheres (Fernandes; Narchi, 2012).</p><p>Esse tipo de câncer está fortemente associado ao perfil epidemiológico das</p><p>mulheres, à ocorrência dos fatores de risco e à inexistência de ações e estra-</p><p>tégias de prevenção a curto, médio e longo prazos (Fernandes; Narchi, 2012).</p><p>https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/doencas-cronicas-nao-transmissiveis-dcnt/09-plano-de-dant-2022_2030.pdf</p><p>171</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>PANORAMA DA MORBIMORTALIDADE POR NEOPLASIA DO COLO DO ÚTERO NO BRASIL</p><p>Fonte: Brasil (2021, p. 26).</p><p>#pratodosverem: representação gráfica do panorama da morbimortalidade do câncer</p><p>do colo do útero no Brasil. Os dados apresentados são os seguintes: 18 óbitos por</p><p>dia; terceiro tipo de câncer que mais mata entre as mulheres; 22 mil internações</p><p>pelo SUS; 42 milhões gastos em internações motivadas pelo câncer do colo do</p><p>útero. Os dados de distribuição dos óbitos de acordo com a faixa etária são: 3% de</p><p>10 a 29 anos; 13% de 30 a 39 anos; 20% de 40 a 49 anos; 21% de 50 a 59 anos; 20%</p><p>de 60 a 69 anos e 23% a partir de 70 anos. Por último, é apresentada a distribuição</p><p>de mortes prematuras em razão do câncer do colo do útero por região do país,</p><p>sendo os maiores índices da região Norte e os menores da região Sudeste.</p><p>Nesse sentido, o câncer do colo do útero está associado aos grupos femininos</p><p>com maior vulnerabilidade social, que apresentam maiores dificuldades de</p><p>acesso à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento precoce tanto da doença</p><p>quanto de lesões precursoras (Fernandes; Narchi, 2012).</p><p>O comportamento sexual da mulher é outra característica significativa asso-</p><p>ciada ao desenvolvimento de câncer de colo uterino. Mulheres com múltiplos</p><p>parceiros sexuais e que não fazem uso de preservativos durante as relações</p><p>tendem a estar mais suscetíveis à infecção pelo papilomavírus humano (HPV),</p><p>considerado o principal fator de risco para a doença (Fernandes; Narchi, 2012).</p><p>172</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Multiparidade: mulher que passou por duas ou</p><p>mais gestações.</p><p>Muitos outros fatores de risco podem ser citados, entre eles (Girão; Lima; Ba-</p><p>racat, 2019, p. 633):</p><p>• infecção genital persistente por HPV de alto risco;</p><p>• tabagismo;</p><p>• início da vida sexual e paridade precoce, principalmente abaixo dos 20 anos</p><p>de idade;</p><p>• número elevado de parceiros sexuais;</p><p>• parceiro sexual promíscuo;</p><p>• multiparidade;</p><p>• doenças sexualmente transmissíveis;</p><p>• anticoncepcional oral;</p><p>• baixo nível socioeconômico;</p><p>• imunossupressão (por exemplo, imunodeficiência pelo vírus HIV,</p><p>transplantadas); e</p><p>• falta de acesso aos programas de rastreamento do câncer do colo do útero.</p><p>Atualmente, algumas recomendações são dadas para a realização do rastre-</p><p>amento do câncer do colo do útero, sendo a população-alvo mulheres de 25</p><p>até 65 anos, ou seja, até 64 anos, 11 meses e 29 dias (Brasil, 2018).</p><p>A incidência do câncer invasor do colo do útero em mulheres até 24 anos</p><p>é muito baixa e o rastreamento é menos eficiente para detectá-lo. Por</p><p>outro lado, o início mais precoce representaria um significativo aumento de</p><p>diagnósticos de lesões de baixo grau, que apresentam grande probabilidade</p><p>de regressão, resultando num aumento significativo de colposcopias e na</p><p>possibilidade de tratamentos desnecessários, o que acarretaria maior risco</p><p>de morbidade obstétrica e neonatal associado a uma futura gestação. Assim,</p><p>173</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>os riscos do rastreamento indiscriminado em mulheres [de] até 24 anos</p><p>superam os possíveis benefícios. Já em mulheres mais maduras, mesmo em</p><p>países com população de alta longevidade, não há dados objetivos de que o</p><p>rastreamento seja efetivo após 65 anos. (Brasil, 2018, p. 2)</p><p>A seguir, abordaremos as particularidades do exercício da enfermagem no</p><p>exame citopatológico do colo uterino e na colposcopia.</p><p>6.1.1 A ENFERMAGEM NO EXAME PAPANICOLAU E</p><p>NA COLPOSCOPIA</p><p>O método de rastreamento do câncer do colo do útero e de lesões precurso-</p><p>ras consiste no exame citopatológico, que é um procedimento de baixo custo</p><p>e de realização fácil e rápida. A prevenção do câncer do colo do útero pode ser</p><p>dividida em (Santos et al., 2010):</p><p>TIPOS DE PREVENÇÃO</p><p>Prevenção primária Prevenção secundária</p><p>Fonte: adaptado de Santos et al. (2010).</p><p>#pratodosverem: figura formada por dois retângulos. No primeiro, está</p><p>escrito “prevenção primária”; no segundo, “prevenção secundária”.</p><p>A prevenção primária consiste na identificação ou na remoção dos fatores de</p><p>risco, prevenindo a manifestação da doença. A prevenção secundária busca</p><p>identificar as lesões pré-neoplásicas para tratamento, antes do acometimen-</p><p>to pelo câncer. Nesse sentido, a realização do exame citopatológico do colo do</p><p>útero está na prevenção secundária, já que tem como objetivo avaliar as alte-</p><p>rações celulares que ocorrem no período pré-neoplásico (Santos et al., 2010).</p><p>Como dito anteriormente, no Brasil, o rastreamento do câncer do colo do úte-</p><p>ro por meio do exame de citologia oncótica deve ser oferecido às mulheres</p><p>ou a qualquer pessoa com colo do útero, que esteja na faixa etária de 25 a 64</p><p>anos e que já teve (ou tem) alguma atividade sexual, incluindo homens trans</p><p>e pessoas não binárias designadas como mulheres ao nascer (Brasil, 2022).</p><p>De acordo com a resolução do Cofen n. 381/2011, a coleta do exame de citolo-</p><p>gia oncótica é uma atividade que deve ser realizada pelo enfermeiro ou pelo</p><p>profissional médico, não podendo ser feita por profissionais de nível técnico.</p><p>174</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Para ler a resolução do Cofen n. 381/2011 na íntegra,</p><p>acesse aqui.</p><p>Conforme o protocolo, o exame citopatológico do colo de útero pode ser rea-</p><p>lizado a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos com resultado</p><p>normal (Brasil, 2022).</p><p>O rastreamento de mulheres portadoras do vírus</p><p>HIV ou imunodeprimidas constitui uma situação</p><p>especial, pois, em função da defesa imunológica</p><p>reduzida e, consequentemente, da maior</p><p>vulnerabilidade para as lesões precursoras do câncer</p><p>do colo do útero, o exame deve ser realizado logo</p><p>após o início da atividade sexual, com periodicidade</p><p>anual após dois exames normais consecutivos</p><p>realizados com intervalo semestral. Por outro lado,</p><p>não devem ser incluídas no rastreamento mulheres</p><p>sem história de atividade sexual ou submetidas a</p><p>histerectomia total por outras razões que não o</p><p>câncer do colo do útero.</p><p>Fonte: Brasil (2022).</p><p>https://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-3812011/</p><p>https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/acoes/deteccao-precoce</p><p>175</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Acerca da detecção precoce, Santos et al. (2010, p. 285) afirmam</p><p>que:</p><p>A detecção precoce de displasias do colo de útero evita ou retarda a</p><p>progressão para o câncer invasor mediante intervenções clínicas, como</p><p>cauterização, colposcopia, conização, vaporização a laser, ou cirurgias de alta</p><p>frequência.</p><p>Conização: procedimento cirúrgico simples que</p><p>consiste na retirada de lesões pré-cancerosas.</p><p>Para a realização da coleta de citologia oncótica, algumas instruções devem</p><p>ser explicadas para a paciente:</p><p>• É vetado o uso de duchas vaginais nas 48 horas que antecedem o exame.</p><p>• É necessária abstinência sexual nas 48 horas que antecedem o exame.</p><p>• Não é indicado realizar o exame em período menstrual. Idealmente, deve-se</p><p>aguardar o término completo do ciclo.</p><p>A coleta do exame citopatológico é realizada por</p><p>meio da introdução de espéculo vaginal. Não é</p><p>indicado o uso de lubrificantes para que não haja</p><p>interferência na qualidade do material. No entanto,</p><p>caso haja necessidade de lubrificação, como em</p><p>mulheres na pós-menopausa, recomenda-se</p><p>somente o uso de soro fisiológico.</p><p>Fonte: Santos (2018).</p><p>176</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Antes da realização do exame, o enfermeiro precisa organizar a mesa de exa-</p><p>me, trocando o lençol de papel. No momento da coleta, o profissional deve</p><p>orientar a paciente:</p><p>• a esvaziar a bexiga antes do procedimento;</p><p>• quanto ao procedimento do exame e sanar as possíveis dúvidas;</p><p>• da necessidade de retirar a roupa da cintura para baixo, podendo ser mantido</p><p>o que não interferir na realização do exame;</p><p>• sobre o posicionamento para o exame – posição ginecológica; e</p><p>• a aproximar as nádegas da extremidade da mesa.</p><p>POSIÇÃO GINECOLÓGICA</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: a fotografia mostra um consultório no qual uma mulher</p><p>está em posição ginecológica para a coleta de exame citopatológico do</p><p>colo uterino; ela está com uma camisola de TNT e usa propés.</p><p>177</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>A coleta do exame citopatológico consiste na introdução de um espéculo va-</p><p>ginal no orifício da vagina até que seja possível a visualização do colo uterino.</p><p>A partir desse ponto, o enfermeiro, por meio da espátula de Ayre, procede</p><p>com a coleta da ectocérvice, realizando uma rotação de 360º para escamação</p><p>da superfície externa do colo uterino. Em seguida, com uma escovinha, o ma-</p><p>terial é coletado da endocérvice, introduzindo o dispositivo no interior do colo</p><p>uterino por meio de movimentos circulares. Na sequência, o material coleta-</p><p>do é aplicado na lâmina de vidro presente no kit de coleta (Santos et al., 2010).</p><p>COLOCAÇÃO DO ESPÉCULO VAGINAL</p><p>Fonte: adaptado de Santos et al. (2010, p. 286).</p><p>#pratodosverem: representação da colocação do espéculo vaginal. A figura A</p><p>mostra o posicionamento da mão do profissional e a introdução do espéculo</p><p>na vagina. A figura B mostra o espéculo introduzido no canal vaginal.</p><p>A imagem C mostra a visão do enfermeiro quando localiza o colo uterino.</p><p>178</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>A imagem a seguir representa a utilização da escovinha e da espátula de</p><p>Ayres na coleta:</p><p>ESPÁTULA DE AYRE E COLETA DA ECTOCÉRVICE</p><p>Fonte: adaptado de Santos et al. (2010, p. 286).</p><p>#pratodosverem: ilustração da utilização da escovinha e da espátula de Ayres na</p><p>coleta da ectocérvice. A figura A mostra o posicionamento da espátula de Ayres para</p><p>a coleta da amostra celular da ectocérvice. A figura B mostra o posicionamento da</p><p>espátula de Ayres para coletar a amostra celular da ectocérvice com movimento</p><p>circular (360º). A imagem C mostra a aplicação da amostra coletada na lâmina</p><p>de vidro. Por fim, a imagem D indica como a amostra deve ser depositada na</p><p>lâmina de vidro, ou seja, girando a escova com a amostra sobre a lâmina.</p><p>179</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>O diagnóstico do câncer do colo do útero baseia-se nos dados da anamnese e</p><p>da avaliação física, além da citologia cervicovaginal, da colposcopia e da bióp-</p><p>sia (Girão; Lima; Baracat, 2019). Hans Hinselmann foi o pioneiro da colposcopia</p><p>em meados de 1925 e, por meio dela, ele conseguiu descrever as principais</p><p>lesões malignas e benignas do colo uterino. No Brasil, a prática e o ensino da</p><p>colposcopia iniciaram-se em 1940 (Freire et al., 2008).</p><p>A colposcopia consiste no exame minucioso do colo uterino com o auxílio de</p><p>um instrumento denominado colposcópio. Para a realização desse exame, é</p><p>utilizado o ácido acético (Freire et al., 2008).</p><p>A aplicação não afeta o epitélio escamoso normal, que continua com</p><p>aspecto liso e coloração rosada, já o epitélio glandular faz aparecer suas</p><p>vilosidades, com aparência em cacho e com discreto esbranquiçado e a área</p><p>da JEC [ junção escamocolunar] também apresenta um transitório contorno</p><p>esbranquiçado. O ácido acético provoca edema dos tecidos e coagulação</p><p>superficial das proteínas intracelulares, reduzindo a transparência do epitélio.</p><p>A duração do esbranquiçado e sua intensidade variam de acordo com o</p><p>grau de atipia celular, ou seja, sua tonalidade aumenta com a gravidade das</p><p>anormalidades epiteliais. Uma reação acetobranca irá ocorrer no epitélio</p><p>escamoso quando este apresentar alguma anormalidade. O teste de Schiller,</p><p>por sua vez, consiste na aplicação do lugol (solução iodada a 1%) na região de</p><p>colo uterino e provoca uma coloração castanho escura ao epitélio escamoso</p><p>normal, sendo a intensidade da coloração proporcional a concentração de</p><p>glicogênio das camadas superficiais da mucosa. A solução de lugol cora o</p><p>epitélio escamoso maduro, mas não cora as células com pouco ou nenhum</p><p>glicogênio, como por exemplo as células imaturas e áreas displásicas</p><p>ou ulceradas, sem cobertura por epitélio escamoso, revelando assim as</p><p>alterações presentes nesse epitélio. (Freire et al., 2008, p. 3)</p><p>A partir daqui, daremos sequência à assistência de enfermagem na preven-</p><p>ção do câncer de colo uterino.</p><p>6.1.2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA</p><p>PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO UTERINO</p><p>Diante do cenário de câncer de colo uterino, o enfermeiro precisa ser proativo,</p><p>estimulando desde a adesão da mulher ao exame até o tratamento da do-</p><p>ença, caso seja necessário. A orientação em saúde é a base para a prevenção</p><p>do câncer de colo uterino. Apesar das recomendações de faixa etária para a</p><p>realização do exame, é essencial que as pacientes sejam orientadas quanto</p><p>180</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>à necessidade de realizar o Papanicolau a partir do início da atividade sexu-</p><p>al, não havendo idade para a descontinuação da realização desse exame. É</p><p>primordial que antes do profissional médico ou do enfermeiro contraindicar</p><p>o exame, a mulher seja avaliada, atentando-se para as queixas, os sinais e os</p><p>sintomas que ela possa apresentar (Santos, 2018).</p><p>Apesar de o risco de câncer de colo uterino ser baixo nas mulheres que não</p><p>são ativas sexualmente, elas podem desenvolver esse tipo de câncer em algu-</p><p>ma etapa da vida. Por isso, é importante manter a recomendação acerca da</p><p>realização do exame (Santos, 2018).</p><p>O enfermeiro deve ficar atento às mulheres consideradas de alto risco para</p><p>o desenvolvimento do câncer do colo do útero, principalmente aquelas que</p><p>raramente procuram os serviços de saúde e que dificilmente se envolvem em</p><p>programas de rastreamento regular. Para esses casos, é indispensável o en-</p><p>volvimento de outros profissionais que possam realizar a busca ativa, como, o</p><p>agente comunitário de saúde (ACS), sendo a Estratégia de Saúde da Família</p><p>(ESF) um instrumento propício a esse fim (Santos, 2018). As campanhas de</p><p>prevenção também são</p><p>ações estratégicas interessantes para incentivar que</p><p>um maior número de mulheres façam o exame, sobretudo as pacientes que</p><p>não costumam frequentar o serviço de saúde (Inca, 2002; Santos, 2018).</p><p>Para contribuir na prevenção do câncer de colo uterino, além de indicação</p><p>correta, educação em saúde e incentivo, é necessário que o enfermeiro saiba</p><p>reconhecer as recomendações para a conduta inicial frente às alterações dos</p><p>exames citopatológicos nas unidades de atenção básica (Brasil, 2016a).</p><p>É importante ressaltar que o papel do enfermeiro não está limitado à coleta</p><p>do material para análise; ele também precisa estar atento aos resultados dos</p><p>exames coletados e à condução dos casos de acordo com o resultado recebi-</p><p>do (Brasil, 2016a).</p><p>Com base nessa perspectiva, a seguir iremos conferir resumidamente quais</p><p>são as recomendações para a conduta inicial do enfermeiro frente aos resul-</p><p>tados alterados de exames citopatológicos nas unidades de atenção básica</p><p>de saúde (UBS) (Santos, 2018):</p><p>181</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>RESULTADOS ALTERADOS DOS EXAMES CITOPATOLÓGICOS</p><p>NAS UNIDADES DE ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE (UBS):</p><p>RECOMENDAÇÕES PARA CONDUTA INICIAL</p><p>Diagnóstico citopatológico Faixa etária Conduta inicial</p><p>Células escamosas</p><p>atípicas de significado</p><p>indeterminado (ASCUS)</p><p>Possivelmente não</p><p>neoplásicas (ASC-US)</p><p>< 25 anos Repetir em três anos</p><p>Entre 25 e</p><p>29 anos</p><p>Repetir a citologia em</p><p>doze meses</p><p>≥ 30 anos Repetir a citologia em</p><p>seis meses</p><p>Caso a lesão de alto</p><p>grau (ASC-H) não</p><p>possa ser descartada</p><p>Encaminhar para</p><p>colposcopia</p><p>Células glandulares</p><p>atípicas de significado</p><p>indeterminado (AGC)</p><p>Possivelmente não</p><p>neoplásicas ou caso a</p><p>lesão de alto grau não</p><p>possa ser descartada</p><p>Encaminhar para</p><p>colposcopia</p><p>Células atípicas de</p><p>origem indefinida (AOI)</p><p>Possivelmente não</p><p>neoplásicas ou caso a</p><p>lesão de alto grau não</p><p>possa ser descartada</p><p>Encaminhar para</p><p>colposcopia</p><p>Lesão de Baixo Grau</p><p>(LSIL)</p><p>< 25 anos Repetir em três anos</p><p>≥ 25 anos Repetir a citologia em</p><p>seis meses</p><p>Lesão de Alto Grau</p><p>(HSIL)</p><p>Encaminhar para</p><p>colposcopia</p><p>Lesão intraepitelial de</p><p>alto grau não podendo</p><p>excluir microinvasão</p><p>Encaminhar para</p><p>colposcopia</p><p>Carcinoma escamoso</p><p>invasor</p><p>Encaminhar para</p><p>colposcopia</p><p>Adenocarcinoma in</p><p>situ (AIS) ou invasor</p><p>Encaminhar para</p><p>colposcopia</p><p>Fonte: Brasil (2016a).</p><p>#pratodosverem: quadro com quatro colunas mostrando as recomendações</p><p>para a conduta inicial de acordo com a faixa etária da mulher e o diagnóstico,</p><p>quando os exames citopatológicos apresentam resultados alterados.</p><p>182</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Diante disso, o enfermeiro deve orientar a paciente sobre a importância de re-</p><p>tornar à UBS para saber o resultado do exame realizado e receber orientações</p><p>e condutas de acordo com o que foi encontrado (Santos, 2018).</p><p>Nesse contexto, as ações recomendadas são (Fernandes; Narchi, 2012):</p><p>• Promover educação em saúde, para controlar os fatores de risco,</p><p>especialmente das IST.</p><p>• Realizar consultas de enfermagem de qualidade.</p><p>• Fazer registros que lembrem as mulheres da periodicidade do exame.</p><p>• Agir imediatamente diante da detecção de alterações no exame, garantindo</p><p>tratamento e seguimento adequados em todos os âmbitos da assistência à</p><p>saúde, seja primária, secundária ou terciária.</p><p>• Realizar busca ativa da mulher com colpocitologia alterada a fim de reduzir</p><p>a descontinuidade dessa paciente no serviço de saúde.</p><p>• Orientar e explicar para a paciente todos os detalhes sobre os resultados</p><p>do exame para que não haja temores, fortalecendo o vínculo paciente</p><p>e profissional.</p><p>6.2 ATENÇÃO PREVENTIVA À SAÚDE DA MULHER:</p><p>PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA</p><p>A atenção à saúde da mulher no que envolve o âmbito ginecológico é conhe-</p><p>cida como atenção/prevenção primária, a qual está fundamentada nos exa-</p><p>mes de rastreamento das patologias mamárias, em decorrência do aumento</p><p>dos fatores de risco, o que leva à maior suscetibilidade da mulher frente ao</p><p>câncer de mama (Ricci, 2019; Sartori; Amaro; Carnier, 2019).</p><p>Os dados epidemiológicos disponíveis atualmente permitem considerar o</p><p>câncer de mama como um problema de saúde pública no Brasil. Fatores</p><p>como o aumento da expectativa de vida, a industrialização, a urbanização e</p><p>os avanços tecnológicos na área da saúde estão relacionados com o aumento</p><p>do risco de desenvolvimento de câncer, além da mudança de hábitos de vida</p><p>da população. (Fernandes; Narchi, 2012, p. 142)</p><p>183</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Geralmente, o câncer de mama se caracteriza como um tumor endurecido,</p><p>de limite mal definido e tamanho variável, cujo aumento é progressivo de</p><p>acordo com o tempo de evolução. Pode estar aderido à pele ou com mobi-</p><p>lidade preservada. Além disso, pode ocasionar alteração da pele da mama,</p><p>variando entre manter a pele íntegra, ulcerada ou com textura semelhante a</p><p>uma casca de laranja (Fernandes; Narchi, 2012).</p><p>Algumas mulheres apresentam risco elevado para o desenvolvimento do</p><p>câncer de mama. Entre elas, estão as mulheres</p><p>com histórico familiar de câncer de mama em ascendentes ou parentes</p><p>diretos (mãe ou irmã); na pré-menopausa com diagnóstico prévio de</p><p>hiperplasia atípica ou neoplasia lobular in situ ou com câncer de mama</p><p>prévio (Fernandes; Narchi, 2012, p. 144).</p><p>Nesse contexto, os principais fatores associados ao desenvolvimento do cân-</p><p>cer de mama são:</p><p>• sexo feminino;</p><p>• menarca precoce (antes dos 11 anos);</p><p>• menopausa tardia (depois dos 55 anos);</p><p>• nuliparidade;</p><p>• primeira gestação a termo após os 30 anos;</p><p>• ciclos menstruais menores que 21 dias;</p><p>• mãe ou irmã com histórico de câncer de mama;</p><p>• dieta rica em gordura animal e pobre em fibras na pré-menopausa;</p><p>• obesidade (principalmente após a menopausa);</p><p>• radiações ionizantes; e</p><p>• alcoolismo.</p><p>184</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>6.2.1 AUTOEXAME DAS MAMAS</p><p>Cushman Haagensen, um cirurgião de mama dos Estados Unidos, foi o pre-</p><p>cursor acerca do conceito do autoexame das mamas (AEM), definido como a</p><p>avaliação dos seios pela própria mulher (Brasil, 2004; 2015):</p><p>Por definição, o AEM é o procedimento em que a mulher observa e palpa</p><p>as próprias mamas e as estruturas anatômicas acessórias, visando detectar</p><p>mudanças ou anormalidades que possam indicar a presença de um câncer.</p><p>Em geral, recomenda-se que a periodicidade do AEM seja uma vez por mês</p><p>e uma semana após o término da menstruação, caso a mulher esteja no</p><p>período reprodutivo. Embora existam variações nas técnicas de realização,</p><p>normalmente as orientações sobre como fazer o exame são palpar as</p><p>mamas, nas posições deitada e em pé, e observar a aparência e o contorno</p><p>das mamas na frente do espelho. (Brasil, 2015, p. 50)</p><p>O exame das mamas pode ser realizado pela própria mulher ou pelo profis-</p><p>sional da saúde. Caso seja realizado pela mulher, a prática recebe o nome de</p><p>autoexame e a execução deve ser orientada pelo profissional da saúde, que</p><p>precisa explicar as técnicas e os principais achados. Em uma das técnicas de</p><p>autoexame, a mulher deve estar de frente para o espelho ou deitada (Santos</p><p>et al., 2010):</p><p>Primeiro passo</p><p>Em pé ou sentada, observar as duas mamas para identificar se há</p><p>presença de algo incomum, alterações na pele ou secreção do mamilo,</p><p>além de observar se há simetria ou assimetria das mamas.</p><p>Segundo passo</p><p>Elevar os braços e posicionar as mãos atrás da cabeça, pressionando-as</p><p>para frente, e observar se há alterações no contorno das mamas.</p><p>185</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Terceiro</p><p>passo</p><p>Pressionar as mãos firmemente nos quadris e arquear em direção</p><p>ao espelho, isto é, inclinar ombros e cotovelos para a frente (o que</p><p>favorece a contração dos músculos peitorais), observando se há</p><p>alteração no contorno das mamas. Diante da contração dos músculos</p><p>do peitoral, as ondulações da pele são ressaltadas.</p><p>Quarto passo</p><p>Elevar um dos braços (por exemplo, o esquerdo) e realizar a palpação</p><p>da mama esquerda (com a mão direita); usando três ou quatro dedos,</p><p>palpar a mama esquerda fazendo uso de três níveis de pressão:</p><p>leve, médio e firme e sentindo em toda extensão de modo firme</p><p>e cuidadoso; começar pela borda externa, pressionando os dedos</p><p>contra a mama em pequenos círculos e ao redor de toda a mama, e</p><p>encaminhar para o mamilo. Realizar ainda a palpação na área entre a</p><p>mama e a axila e na própria axila, abrangendo desde a clavícula até a</p><p>prega inframamária, do esterno até o grande dorsal lateral, atentando-</p><p>se sempre para alguma alteração ou modificação, como massa</p><p>ou nódulo. Realizar expressão no mamilo em busca de secreções</p><p>mamilares. Repetir o exame na mama contralateral.</p><p>Quinto passo</p><p>Deitada em decúbito dorsal na horizontal com o braço esquerdo sobre</p><p>a cabeça e um travesseiro sob o ombro esquerdo, repetir a palpação</p><p>e a expressão realizada no quarto passo. Nessa posição, ocorrem</p><p>o afastamento e o achatamento da mama, tornando mais fácil a</p><p>verificação. Repetir o exame na mama contralateral.</p><p>Fonte: Santos et al. (2010, p. 293-294).</p><p>186</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>O principal objetivo da realização do autoexame das mamas se dá em virtude</p><p>do autoconhecimento do corpo da mulher. A paciente deve estar ciente do</p><p>fato de que não encontrar alterações nas mamas não exime a realização do</p><p>exame clínico por um profissional da saúde nem a investigação por meio de</p><p>mamografia, em razão da baixa sensibilidade e da incerteza na interpretação</p><p>dos achados (Brasil, 2015).</p><p>AUTOEXAME DAS MAMAS</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma mulher mostrada da cintura até o início do</p><p>pescoço e que realiza o autoexame das mamas, tocando o seio direito.</p><p>Em razão da falsa sensação de proteção adquirida após um autoexame consi-</p><p>derado normal pela mulher, é comum que ela não procure o serviço de saúde</p><p>para dar continuidade ao rastreamento do câncer de mama. Por esse motivo,</p><p>apesar da grande difusão do ensino do método de AEM na segunda metade</p><p>do século XX, o Ministério da Saúde contraindica a realização do autoexame</p><p>das mamas de forma isolada, sendo recomendado, portanto, que o exame</p><p>das mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação em saúde</p><p>que contempla o conhecimento do próprio corpo (Brasil, 2015).</p><p>187</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>6.2.2 EXAME CLÍNICO DAS MAMAS</p><p>E MAMOGRAFIA</p><p>O exame clínico das mamas deve ser realizado por um profissional da saúde</p><p>treinado e habilitado, e a técnica consiste em inspeção e palpação. A inspeção</p><p>deve ser:</p><p>Estática</p><p>Inspecionar a mama com relação à simetria, ao contorno, ao número,</p><p>ao tamanho e à pele – coloração, padrão venoso, edema e textura,</p><p>mamilos e aréolas –, procurando a presença de massas, depressões,</p><p>retração, lesões eczematosas e ulcerações ou equimoses.</p><p>Dinâmica</p><p>Realizada por meio da elevação dos braços, o que possibilita a</p><p>completa inspeção dos quadrantes mamários inferiores e da axila,</p><p>completando a inspeção com a disposição dos braços da mulher na</p><p>cintura e com a contração dos músculos do peitoral.</p><p>Palpação</p><p>Realizar a palpação da mama com a ponta dos dedos ou com a mão</p><p>espalmada (a superfície de contato torna-se maior entre o examinador</p><p>e a área examinada) no sentido de espiral, cunha ou faixa vertical. Em</p><p>seguida, examinar a aréola, o mamilo e a área axilar até as costelas,</p><p>abaixo da mama, buscando áreas de sensibilidade ou aumento dos</p><p>linfonodos (esta avaliação deve ser realizada com o braço da mulher</p><p>apoiado no ombro do examinador).</p><p>Fonte: Santos et al. (2010, p. 296-297).</p><p>Caso o profissional da saúde identifique linfonodos palpáveis, é preciso avaliar</p><p>o tamanho, a quantidade, a consistência, a mobilidade e o grau de fixação.</p><p>Geralmente, os linfonodos de consistência macia, pequenos e móveis não são</p><p>suspeitos de malignidade (Santos et al., 2010).</p><p>188</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Por vezes, durante a inspeção, o profissional da saúde pode identificar algu-</p><p>mas anormalidades nas mamas, como (Santos, 2018, p. 110):</p><p>• Dor na mama, acompanhada de calor local, edema, rubor e até descamação.</p><p>• Alteração na forma ou no tamanho da mama.</p><p>• Presença de nódulo na auréola ou no mamilo, nas áreas próximas a eles e</p><p>nas axilas.</p><p>• Saída de secreção pelos mamilos.</p><p>• Alteração de sensibilidade nos mamilos.</p><p>• Alteração na consistência da pele da mama, como endurecimento ou</p><p>enrugamento, tipo “casca de laranja”.</p><p>SINTOMAS DO CÂNCER DE MAMA</p><p>Fonte: adaptado de Santos (2018, p. 110).</p><p>#pratodosverem: ilustração de oito mamas mostrando alguns sintomas do câncer</p><p>de mama, entre eles estão: mudança de textura, covinha, descarga linfática,</p><p>descarga sangrenta, vermelhidão, nódulo na axila, inversão do mamilo e nódulo.</p><p>189</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Nesse sentido, o profissional avalia a necessidade de serem realizados exames</p><p>complementares, como mamografia ou ultrassonografia, e outros procedi-</p><p>mentos. A mamografia foi descoberta em meados do século XX, sendo um</p><p>exame de detecção precoce do câncer de mama e, consequentemente, auxi-</p><p>liou na redução da mortalidade por essa doença (Brasil, 2015).</p><p>Atualmente, a mamografia é utilizada para detecção de tumores assintomá-</p><p>ticos e impalpáveis, sendo considerada uma intervenção fundamental na</p><p>detecção precoce do câncer de mama. Alguns estudiosos apontam riscos à</p><p>saúde associados ao rastreamento com mamografia. Entretanto, apesar des-</p><p>ses riscos, é preciso avaliar a paciente como um ser dotado de necessidades,</p><p>seguir o protocolo e avaliar os sinais e sintomas referidos e detectados. Entre</p><p>os principais riscos da mamografia estão (Brasil, 2015):</p><p>• resultados falso positivos;</p><p>• indução do câncer de mama pela radiação e morte por cânceres</p><p>radioinduzidos; e</p><p>• sobrediagóstico e sobretratamento.</p><p>A mamografia é considerada um exame de imagem, realizada por um técni-</p><p>co de exame radiológico especializado em radiografia das mamas. Após reali-</p><p>zado o exame, um médico habilitado avalia as imagens e verifica a existência</p><p>de alterações, mesmo que pequenas. Para a realização do exame, as mamas</p><p>são depositadas sobre uma placa de acrílico, enquanto uma placa paralela re-</p><p>aliza a compressão das mamas para que elas fiquem em espessura uniforme.</p><p>Essa compressão tem duração de alguns segundos (Brasil, 2015).</p><p>Apesar de desconfortável para algumas mulheres, essa compressão é primor-</p><p>dial para a identificação de pequenos nódulos não palpáveis ou impercep-</p><p>tíveis durante o exame clínico das mamas. Esse cuidado também permite</p><p>que os resultados falso positivos sejam menos frequentes, os quais são mais</p><p>comuns em mulheres com mamas mais densas (Brasil, 2015).</p><p>Caso sejam detectadas alterações sugestivas de malignidade, classificadas</p><p>por meio de BI-RADS®, o diagnóstico deve ser confirmado ou descartado</p><p>apenas por meio de biópsia (Brasil, 2015).</p><p>190</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>O câncer de mama masculino é raro e, atualmente,</p><p>não existem políticas de saúde que visem ao rastrea-</p><p>mento tal como existem para as mulheres. Entre-</p><p>tanto, quando há sinais e sintomas,</p><p>a mamografia é</p><p>recomendada para investigação diagnóstica.</p><p>Na sequência, continuaremos com a assistência de enfermagem no rastrea-</p><p>mento do câncer de mama.</p><p>6.2.3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO</p><p>RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA</p><p>Assim como no câncer de colo uterino, as ações de prevenção do câncer de</p><p>mama são divididas em primária e secundária. A prevenção primária consiste</p><p>na redução ou anulação dos fatores de risco modificáveis que podem levar</p><p>ao desenvolvimento de determinada patologia, no caso, o câncer de mama.</p><p>É fato que a mulher que não está exposta, ou está menos exposta, aos fatores</p><p>de risco para o câncer de mama tem menos chances de evoluir com a doen-</p><p>ça (Brasil, 2015), por isso um dos objetivos do enfermeiro é tentar diminuir, ao</p><p>máximo, o número de novos casos de câncer de mama. Entre as atividades</p><p>que esse profissional pode realizar para alcançar tal meta estão as ações de</p><p>prevenção, que englobam:</p><p>AÇÕES DE PREVENÇÃO PRIMÁRIA PARA O CÂNCER DE MAMA</p><p>Combate ao</p><p>tabagismo</p><p>Combate ao uso</p><p>excessivo de álcool</p><p>Combate à</p><p>obesidade</p><p>Estímulo a uma</p><p>alimentação saudável</p><p>Estímulo à prática</p><p>de atividade física</p><p>Combate ao</p><p>sedentarismo</p><p>Fonte: adaptado de Santos (2018).</p><p>#pratodosverem: a imagem mostra seis retângulos com ações de prevenção</p><p>primária para o câncer de mama que podem ser realizadas pelo enfermeiro</p><p>no serviço de atenção primária. No primeiro retângulo, aparece “combate ao</p><p>tabagismo”. No segundo, “combate ao uso excessivo de álcool”. No terceiro, “combate</p><p>à obesidade”. No quarto, “estímulo a uma alimentação saudável”. No quinto,</p><p>“estímulo à prática de atividade física”. No sexto, “combate ao sedentarismo”.</p><p>191</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Como podemos notar, as ações voltadas para a prevenção primária são sim-</p><p>ples e a maioria tem baixo custo, sendo acessível a boa parte da população. Já</p><p>a prevenção secundária para o câncer de mama aborda a detecção precoce,</p><p>melhorando o prognóstico da doença. Sendo assim, quanto mais evoluído es-</p><p>tiver o câncer, mais agressivo é o tratamento e, consequentemente, menores</p><p>são as taxas de cura (Brasil, 2015).</p><p>Prognóstico: avaliação baseada no diagnóstico e na</p><p>condição clínica do paciente que determina ou prevê</p><p>um resultado para o tratamento de certa doença.</p><p>Os profissionais da saúde, em especial o enfermeiro, são responsáveis pela</p><p>prevenção e detecção do câncer de mama na população atendida pela uni-</p><p>dade básica de saúde onde ele trabalha. O rastreamento do câncer de mama</p><p>no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) faz parte do Programa de Detec-</p><p>ção Precoce do Câncer de Mama e deve seguir as diretrizes preconizadas pelo</p><p>Ministério da Saúde, as quais são desenvolvidas em conjunto com o Instituto</p><p>Nacional de Câncer, o Inca (Brasil, 2015).</p><p>Nesse sentido, as equipes devem agir e trabalhar em conjunto para identifi-</p><p>car as mulheres que estão na faixa etária elegível de acordo com os protocolos</p><p>preestabelecidos, rastreando a população adscrita por meio de busca ativa.</p><p>Para auxiliar nessa tarefa, uma estratégia é realizar um relatório nominal com</p><p>todas as mulheres na idade de 50 a 64 anos (Brasil, 2015).</p><p>192</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>O quadro adiante apresenta a população-alvo e a periodicidade de rastrea-</p><p>mento precoce do câncer de mama:</p><p>POPULAÇÃO-ALVO E PERIODICIDADE DE RASTREAMENTO</p><p>PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA</p><p>População alvo Periodicidade dos exames</p><p>Mulheres de 40 anos ou mais</p><p>com risco elevado.</p><p>Conduta deve ser individualizada, considerando riscos</p><p>e benefícios dos exames de rastreamento.</p><p>Mulheres de 50 a 69 anos. Mamografia a cada dois anos.</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (2015).</p><p>#pratodosverem: quadro com duas colunas apresentando a população-alvo dos exames</p><p>para rastreamento precoce do câncer de mama e a periodicidade dos exames.</p><p>Deve-se considerar que o ultrassom de mamas pode ser utilizado como um</p><p>método de diagnóstico adicional à mamografia para auxiliar no diagnóstico</p><p>de mulheres com alta densidade mamária (Brasil, 2015).</p><p>Além disso, é essencial que o enfermeiro saiba realizar a leitura dos laudos de</p><p>mamografia para conduzir os casos e orientar quanto à periodicidade dos</p><p>exames. Para isso, a seguir, abordamos os principais aspectos que podem ser</p><p>identificados em uma mamografia (Brasil, 2015).</p><p>193</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>RISCO DE CÂNCER E CONDUTA A PARTIR DA</p><p>CATEGORIA DE AVALIAÇÃO BI-RADS®</p><p>Categoria BI-RADS® Risco de câncer Conduta</p><p>0 – Indefinido Mamografia: avaliação adicional com</p><p>exame de imagem e/ou comparação</p><p>com exames anteriores.</p><p>USG e RM: avaliação adicional com</p><p>exame de imagem.</p><p>1 – Negativo < 0,05% Rotina de rastreamento</p><p>2 – Benigno < 0,05% Rotina de rastreamento</p><p>3 - Provavelmente</p><p>benigno</p><p>< 2% Controle radiológico por três anos</p><p>(semestral no primeiro ano e anual no</p><p>segundo e no terceiro anos).</p><p>Confirmada a estabilidade da lesão, voltar</p><p>à rotina. Eventualmente, realizar biópsia.</p><p>4 – Suspeito:</p><p>4A baixa suspeita</p><p>4B moderada suspeita</p><p>4C alta suspeita</p><p>Entre 2 e 95% Encaminhar para consulta médica</p><p>especializada.</p><p>Biópsia e estudo histopatológico.</p><p>5 - Altamente sugestivo</p><p>de malignidade</p><p>95% Encaminhar para consulta médica</p><p>especializada.</p><p>Biópsia e estudo histopatológico.</p><p>6 - Malignidade</p><p>comprovada por biópsia</p><p>100% Encaminhar para consulta médica</p><p>especializada.</p><p>Seguir tratamento conforme o caso.</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (2015).</p><p>#pratodosverem: quadro formado por três colunas mostrando as categorias que constituem</p><p>o BI-RADS®, o risco de câncer medido em porcentagem, e a conduta que deve ser tomada.</p><p>Chegamos ao fim de mais uma unidade sobre a saúde da mulher. Esperamos</p><p>que você tenha adquirido bastante conhecimento para utilizar na sua prática</p><p>profissional.</p><p>194</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Nesta unidade, é evidente a importância da prevenção primária para os cân-</p><p>ceres do colo do útero e de mama como uma estratégia para diminuir a inci-</p><p>dência dessas doenças. A partir disso, a conscientização dos profissionais da</p><p>saúde e das mulheres quanto à realização das ações e das estratégias especí-</p><p>ficas voltadas para a saúde feminina tornam-se fundamentais.</p><p>Esperamos, portanto, que você possa ter alcançado os objetivos desta unida-</p><p>de para que, ao ingressar no mercado de trabalho, consiga colocar em prática</p><p>os conhecimentos técnico-científicos adquiridos.</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>Para saber mais sobre o tema desta unidade, leia os</p><p>artigos a seguir:</p><p>1. A relação entre HPV e câncer do colo do útero:</p><p>um panorama a partir da produção bibliográfica</p><p>da área.</p><p>2. Atitudes dos pais diante da vacinação de suas</p><p>filhas contra o HPV na prevenção do câncer do</p><p>colo do útero.</p><p>3. Vacina contra HPV na prevenção do câncer do</p><p>colo do útero.</p><p>4. Tendência de realização da mamografia e fatores</p><p>associados em mulheres de 50 a 69 anos.</p><p>5. A importância do enfermeiro na prevenção do</p><p>câncer de mama: revisão de literatura.</p><p>https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2019/02/021_A-RELA%C3%87%C3%83O-ENTRE-HPV-E-C%C3%82NCER-DE-COLO-DE-%C3%9ATERO-UM-PANORAMA-A-PARTIR-DA-PRODU%C3%87%C3%83O-BIBLIOGR%C3%81FICA-DA-%C3%81REA.pdf</p><p>https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2019/02/021_A-RELA%C3%87%C3%83O-ENTRE-HPV-E-C%C3%82NCER-DE-COLO-DE-%C3%9ATERO-UM-PANORAMA-A-PARTIR-DA-PRODU%C3%87%C3%83O-BIBLIOGR%C3%81FICA-DA-%C3%81REA.pdf</p><p>https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2019/02/021_A-RELA%C3%87%C3%83O-ENTRE-HPV-E-C%C3%82NCER-DE-COLO-DE-%C3%9ATERO-UM-PANORAMA-A-PARTIR-DA-PRODU%C3%87%C3%83O-BIBLIOGR%C3%81FICA-DA-%C3%81REA.pdf</p><p>https://www.scielo.br/j/cadsc/a/Vs6MVSY84SpGq4nTjXvmMPn/</p><p>https://www.scielo.br/j/cadsc/a/Vs6MVSY84SpGq4nTjXvmMPn/</p><p>https://www.scielo.br/j/cadsc/a/Vs6MVSY84SpGq4nTjXvmMPn/</p><p>https://www.periodicorease.pro.br/rease/article/view/8574</p><p>https://www.periodicorease.pro.br/rease/article/view/8574</p><p>https://www.scielo.br/j/cadsc/a/D4r6BfknxZ9MBX5Q6qT7sgg/?lang=pt</p><p>https://www.scielo.br/j/cadsc/a/D4r6BfknxZ9MBX5Q6qT7sgg/?lang=pt</p><p>https://ojs.revistasunipar.com.br/index.php/saude/article/view/9924</p><p>https://ojs.revistasunipar.com.br/index.php/saude/article/view/9924</p><p>195</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>196</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALBERTON, M.; ROSA, V. M.; ISER, B. P. M. Prevalência e tendência temporal da prematuridade no</p><p>Brasil antes e durante a pandemia de covid-19: análise da série histórica 2011-2021. Epidemiologia</p><p>e Serviços de Saúde, Brasília, 2023. Disponível em: https://scielosp.org/article/ress/2023.v32n2/</p><p>e2022603/pt/. Acesso em: 17 out. 2023.</p><p>ANDERSON-BAGGA, F. M.; SZE, A. Placenta Prévia. In: StatPearls. Publicação StatPearls, Treasu-</p><p>re Island (FL); 2022. Disponível em: https://europepmc.org/article/nbk/nbk539818#free-full-text.</p><p>Acesso em: 29 out. 2023.</p><p>ASSIS, J. C.; SANTOS, P. S.; BOCARDI, M. I. B. Vacina contra HPV na prevenção do câncer do colo</p><p>do útero. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, [S. l.], 2023. Dispo-</p><p>nível em: https://www.periodicorease.pro.br/rease/article/view/8574. Acesso em: 3 nov. 2023.</p><p>BOLOGNANI, C. V.; SOUZA, S. S.; CALDERON, I. D. M. P. 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Complicações em obstetrícia. Barueri: Manole, 2009.</p><p>PINTO, K. B. Panorama de mortalidade materna no Brasil por causas</p><p>1.1.2 CONSULTA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL</p><p>Conforme elucidado anteriormente, a gestação implica em diversas altera-</p><p>ções biológicas, físicas, sociais, culturais, econômicas e psicológicas. Diante</p><p>desse contexto de modificações, o papel do enfermeiro durante o pré-natal é</p><p>fundamental para que a mulher passe por essas mudanças com maior con-</p><p>trole e segurança (Santos et al., 2010).</p><p>Assim, a consulta de enfermagem engloba a prevenção, a promoção e a edu-</p><p>cação em saúde. Em outras palavras, o principal propósito dessa consulta é</p><p>contribuir para a redução de riscos para a mãe e para o bebê, seja nos perío-</p><p>dos gestacional, intraparto, pós-parto ou puerperal.</p><p>Diante da importância dessa fase e de seus cuidados, é essencial que o enfer-</p><p>meiro esteja capacitado e atualizado no que envolve as competências técni-</p><p>cas, atentando-se a cada queixa, sinal e sintoma que possa permear o período</p><p>gestacional (Santos et al., 2010).</p><p>A partir disso, embasado pela Sistematização da Assistência de Enfermagem,</p><p>na consulta de enfermagem, é possível fazer o levantamento de dados, o</p><p>diagnóstico de enfermagem, para desenvolver um plano de cuidados e de in-</p><p>tervenções necessárias para suprir as necessidades de cada gestante (Santos</p><p>et al., 2010).</p><p>Santos et al. (2010) mencionam que a Resolução Cofen n. 358/2009 prevê que</p><p>o processo de enfermagem deve estar baseado em um suporte teórico que</p><p>oriente a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem</p><p>e o planejamento das ações ou intervenções de enfermagem e que forneça</p><p>uma base para a avaliação dos resultados alcançados no que diz respeito à</p><p>enfermagem. Tal processo está organizado em cinco etapas interrelaciona-</p><p>das, interdependentes e recorrentes:</p><p>I. Coleta de dados de enfermagem (ou histórico de enfer-</p><p>magem)</p><p>Processo deliberado, sistemático e contínuo realizado com o auxílio de</p><p>métodos e técnicas variados, que tem por finalidade a obtenção de</p><p>informações sobre a pessoa, a família ou a coletividade humana e sobre</p><p>suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença.</p><p>23</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>II. Diagnóstico de enfermagem</p><p>Processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados na</p><p>primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os</p><p>conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com mais</p><p>exatidão, as respostas da pessoa, da família ou da coletividade humana</p><p>em um dado momento do processo saúde e doença e que constituem</p><p>a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se</p><p>objetiva alcançar os resultados esperados.</p><p>III. Planejamento de enfermagem</p><p>Processo de determinar os resultados que se espera alcançar e as</p><p>ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas face às</p><p>respostas da pessoa, da família ou da coletividade humana em um</p><p>dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de</p><p>diagnóstico de enfermagem.</p><p>IV. Implementação</p><p>Processo de realização das ações ou intervenções determinadas na</p><p>etapa de planejamento de enfermagem.</p><p>V. Avaliação de enfermagem</p><p>Processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de</p><p>mudanças nas respostas da pessoa, da família ou da coletividade</p><p>humana em um dado momento do processo saúde doença, para</p><p>determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o</p><p>resultado esperado e de verificação da necessidade de mudanças ou</p><p>adaptações nas etapas do processo de enfermagem.</p><p>Sendo assim, a consulta de enfermagem no pré-natal tem como objetivo a</p><p>identificação de riscos que possam interromper o curso normal e habitual</p><p>da gravidez, propiciando tratamento e acompanhamento adequados e em</p><p>tempo hábil (Santos et al., 2010).</p><p>24</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Para que essas intervenções sejam possíveis, é preciso que a gestante inicie o</p><p>pré-natal o mais cedo possível, preferencialmente no primeiro trimestre ges-</p><p>tacional, totalizando, no mínimo, seis consultas de pré-natal e acompanha-</p><p>mento concomitante com um profissional médico (Santos et al., 2010).</p><p>Durante a consulta de enfermagem no pré-natal, o enfermeiro precisa estar</p><p>atento à anamnese, à situação da gestação atual, ao exame físico completo,</p><p>à solicitação de exames de acordo com a idade gestacional, à realização de</p><p>encaminhamentos para outras especialidades e serviços especializados, às</p><p>orientações sobre a atual condição da gestante, à prescrição medicamentosa</p><p>permitida de acordo com o caso, às condições preexistentes e aos agenda-</p><p>mentos (Santos et al., 2010).</p><p>Um dos pilares que sustentam a qualidade de assistência pré-natal é o di-</p><p>álogo, ou seja, a comunicação ampla e livre que envolve a paciente e o en-</p><p>fermeiro. Esse aspecto é de extrema importância para a criação do vínculo</p><p>profissional-paciente (Santos et al., 2016).</p><p>VÍNCULO ENFERMEIRO-PACIENTE</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de um enfermeiro que está sentado e aparece de perfil na</p><p>imagem e de uma gestante, que também está sentada e tem as mãos sobre o rosto.</p><p>25</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Sendo assim, durante a consulta de pré-natal, realizada pelo enfermeiro, de-</p><p>vem ser levantados e investigados os seguintes pontos (Brasil, 2022):</p><p>• Problemas de saúde potenciais ou ativos.</p><p>• Condições que podem colocar em risco a saúde da mãe e do bebê.</p><p>• Sinais e sintomas que exigem a avaliação de uma equipe especializada ou</p><p>multiprofissional.</p><p>• Aspectos que necessitem de maior atenção durante a educação em saúde,</p><p>seja para a paciente, o parceiro ou a família.</p><p>• Investigação dos hábitos de vida/saúde da paciente e dos familiares que</p><p>possam ser vistos como potenciais riscos para o período gestacional, o parto</p><p>e/ou o puerpério.</p><p>A importância dessas ações durante o pré-natal está pautada na predileção</p><p>especial do aumento de risco gestacional em mulheres mais vulneráveis e</p><p>frágeis, representando uma oportunidade de integrar a promoção e a pre-</p><p>venção em saúde de modo qualificado, humanizado e hierarquizado ao binô-</p><p>mio mãe-bebê (Brasil, 2022).</p><p>1.1.3 PROPEDÊUTICA OBSTÉTRICA</p><p>O objetivo principal da propedêutica obstétrica é a execução do exame de</p><p>forma integral e holística, a fim de avaliar a gestante como um todo, reconhe-</p><p>cendo possíveis riscos e proporcionando a realização do pré-natal de modo</p><p>eficaz (Lara; Cesar, 2017).</p><p>A anamnese é um importante instrumento propedêutico. Trata-se da con-</p><p>versa informal entre a paciente e o enfermeiro. Essa simples conversa pode</p><p>resultar em informações valiosíssimas que podem ser utilizadas para aprimo-</p><p>rar o cuidado da saúde para essa gestante. Nela, é possível identificar ante-</p><p>cedentes pessoais, familiares, queixas, riscos, antecedentes sexuais etc. (Lara;</p><p>Cesar, 2017).</p><p>A anamnese completa faz parte do protocolo de atenção ao pré-natal em que</p><p>o enfermeiro consegue levantar os principais diagnósticos de enfermagem.</p><p>Nesse sentido, o profissional de enfermagem deve estar atento aos seguintes</p><p>sinais, sintomas e situações que podem ser potenciais fatores de risco para</p><p>complicações gestacionais (Lara; Cesar, 2017):</p><p>26</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ANAMNESE NO CONTEXTO DA PROPEDÊUTICA OBSTÉTRICA: PONTOS IMPORTANTES</p><p>Idade Cor Peso e altura Profissão</p><p>Nacionalidade Estado civil</p><p>Histórico</p><p>obstétrico e</p><p>ginecológico</p><p>Comorbidades</p><p>Contexto</p><p>familiar</p><p>Condições</p><p>de moradia Queixas atuais</p><p>Fonte: adaptado de Lara; Cesar (2017).</p><p>#pratodosverem: figura formada por 11 retângulos que trazem alguns pontos</p><p>importantes que o enfermeiro deve ficar atento durante a anamnese no contexto da</p><p>propedêutica obstétrica. Os quatro primeiros retângulos compreendem os pontos:</p><p>obstétricas diretas. Rese-</p><p>arch, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 6, 2022. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.</p><p>php/rsd/article/view/28753. Acesso em: 25 ago. 2023.</p><p>PIVOTO, G. P. D. R.; SILVA, L. F. R.; OPPENHEIMER, D. Macrossomia fetal como complicação do</p><p>diabetes gestacional e eficácia da dieta e exercício físico como tratamento primário: revisão de</p><p>literatura. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, [S. l.], 2023. Disponível em: https://rsdjournal.</p><p>org/index.php/rsd/article/view/43354. Acesso em: 9 out. 2023.</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-8114-270-8/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-8114-270-8/</p><p>https://www.scielo.br/j/cadsc/a/D4r6BfknxZ9MBX5Q6qT7sgg/?lang=pt</p><p>https://www.scielo.br/j/cadsc/a/Vs6MVSY84SpGq4nTjXvmMPn/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520461389/</p><p>https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/4212</p><p>https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/4212</p><p>https://revistaenfermagematual.com/index.php/revista/article/view/1268/1257</p><p>https://revistaenfermagematual.com/index.php/revista/article/view/1268/1257</p><p>https://www.paho.org/pt/noticias/8-3-2023-opas-e-parceiros-lancam-campanha-para-reduzir-mortalidade-materna-na-america</p><p>https://www.paho.org/pt/noticias/8-3-2023-opas-e-parceiros-lancam-campanha-para-reduzir-mortalidade-materna-na-america</p><p>https://www.febrasgo.org.br/images/pec/CNE_pdfs/Rastreamento-Diabetes.pdf</p><p>https://www.febrasgo.org.br/images/pec/CNE_pdfs/Rastreamento-Diabetes.pdf</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28753</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28753</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/43354</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/43354</p><p>202</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>RAMIREZ, M. A. R.; MARTINS, L. S. A importância do enfermeiro na prevenção do câncer de</p><p>mama: revisão de literatura. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, [S. l.], 2023. Disponível</p><p>em: https://ojs.revistasunipar.com.br/index.php/saude/article/view/9924. Acesso em: 3 nov. 2023.</p><p>REIS, V. O.; BEZERRA, M. M. Taxa de mortalidade das síndromes hemorrágicas no primeiro</p><p>trimestre da gestação no período de 2001 a 2020. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.],</p><p>p. 23423-23436, 30 nov. 2022. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/</p><p>BJHR/article/view/54849. Acesso em: 24 set. 2023.</p><p>RICCI, S. S. Enfermagem materno-neonatal e saúde da mulher. 4. ed. Rio de Janei-</p><p>ro: Guanabara Koogan, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/</p><p>books/9788527735728/. Acesso em: 15 ago. 2023.</p><p>RODRIGUES, G. V. et al. Atribuições do enfermeiro em casos de placenta acreta. Revisão biblio-</p><p>gráfica. Salud, Ciencia y Tecnología, Buenos Aires, p. 1-7, 2022. Disponível em: https://www.medi-</p><p>graphic.com/pdfs/salcietec/sct-2022/sct221ce.pdf. Acesso em: 14 set. 2023.</p><p>RODRIGUEZ, G.; AARON, B. Complicações materno-perinatais e diabetes gestacional em</p><p>pacientes atendidos no Hospital Santa Rosa – Piura, 2019-2022. 2023. Tese (Médico cirgurgião)</p><p>– Universidade César Vallejo, Faculdade de Ciências da Saúde, Piura, 2023. Disponível em: https://</p><p>repositorio.ucv.edu.pe/handle/20.500.12692/111435. Acesso em: 9 out. 2023.</p><p>SANTOS, L. G. A. D. et al. Enfermagem em ginecologia e obstetrícia. Rio de Janeiro: Me-</p><p>dbook Editora, 2010. E-book Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/</p><p>books/9786557830741/. Acesso em: 4 nov. 2023.</p><p>SANTOS, N. C. M. Enfermagem em ginecologia e saúde da mulher. São Paulo: Editora Saraiva,</p><p>2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536532455/. Acesso</p><p>em: 4 nov. 2023.</p><p>SARTORI, A. C.; AMARO, A. G. V.; CARNIER, M. Cuidado integral à saúde da mulher. Porto Alegre:</p><p>Grupo A, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595029538/.</p><p>Acesso em: 12 out. 2023.</p><p>SARTORI, A. C.; AMARO, A. G. V.; CARNIER, M. Cuidado Integral à Saúde da Mulher. Porto Alegre:</p><p>SAGAH, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595029538/.</p><p>Acesso em: 15 ago. 2023.</p><p>SARTORI, A. C. et al. Cuidado integral à saúde da mulher. Porto Alegre: Sagah, 2019. Disponível</p><p>em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595029538/. Acesso em: 15 ago. 2023.</p><p>SARTORI, A. C.; AMARO, A. G. V.; CARNIER, M. Cuidado integral à saúde da mulher. Porto Alegre:</p><p>Grupo A, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595029538/.</p><p>Acesso em: 15 ago. 2023.</p><p>SILVA, C. H. M.; OSANAN, G. C.; BONOMI, I. B. D. A. Manual SOGIMIG de gravidez e puerpério de</p><p>alto risco. Rio de Janeiro: MedBook Editora, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabibliote-</p><p>ca.com.br/#/books/9786557830192/. Acesso em: 12 out. 2023.</p><p>SILVA, E. R. R.; LUCENA, A. F. Diagnósticos de enfermagem com base em sinais e sinto-</p><p>mas. Porto Alegre: Artmed, 2011. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/</p><p>books/9788536326511/. Acesso em: 15 ago. 2023.</p><p>SILVA, L. F.; FERREIRA, C. A. L.; FREITAS, E. A. D. O. A enfermagem frente ao aborto legal. Connec-</p><p>tion line Revista Eletrônica do Univag, [S. l.], p. 121-133, 2019.</p><p>https://ojs.revistasunipar.com.br/index.php/saude/article/view/9924</p><p>https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/54849</p><p>https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/54849</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527735728/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527735728/</p><p>https://www.medigraphic.com/pdfs/salcietec/sct-2022/sct221ce.pdf</p><p>https://www.medigraphic.com/pdfs/salcietec/sct-2022/sct221ce.pdf</p><p>https://repositorio.ucv.edu.pe/handle/20.500.12692/111435</p><p>https://repositorio.ucv.edu.pe/handle/20.500.12692/111435</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830741/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830741/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536532455/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595029538/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595029538/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595029538/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595029538/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830192/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830192/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536326511/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536326511/</p><p>203</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>SILVA, R. B. et al. A importância da assistência de enfermagem na realização do pré-natal de</p><p>gestantes com diabetes gestacional: uma revisão integrativa da literatura. Brazilian Journal of</p><p>Health Review, Curitiba, 2023. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/</p><p>BJHR/article/view/58970. Acesso em: 9 out. 2023.</p><p>SILVA, V. W. A. D.; LIMA, R. N. Importância da enfermagem nas consultas de pré-natal: gravidez</p><p>de risco. Sapientiae, Perdizes, set. 2022-fev. 2023, p. 9-13, 2023.</p><p>SILVA-FILHO, A. L.; D’ABREU, B. F. Protocolos e condutas em ginecologia e obstetrícia.</p><p>Rio de Janeiro: Medbook, 2021. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/</p><p>books/9786557830789/. Acesso em: 22 out. 2023.</p><p>SOARES, M. K. P. et al. Tratamentos na doença trofoblástica gestacional: uma revisão integrativa.</p><p>Revista De Enfermagem Do Centro-Oeste Mineiro, [S. l.], p. 1-9, 20 dez. 2017.</p><p>SOUZA, G. S. et al. Conduzindo a descarga prematura da placenta. Pesquisa, Sociedade</p><p>e Desenvolvimento, [S. l.], 2022. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/</p><p>view/25784/24759. Acesso em: 14 set. 2023.</p><p>TINTORI, J. A. et al. Epidemiologia da morte materna e o desafio da qualificação da assistência.</p><p>Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, p. 1-8, 2022.</p><p>URBANETZ, A. A. Urgências e emergências</p><p>em ginecologia e obstetrícia. Barueri: Manole,</p><p>2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555762198/. Acesso</p><p>em: 14 set. 2023.</p><p>VILA NOVA, G. A. D. S.; PEGAS, R. R. D. S. Assistência de enfermagem no período-gravídico puer-</p><p>peral: pré-eclâmpsia e eclâmpsia na UTI. Repositório Institucional do UNILUS, São Paulo, 2023.</p><p>WHO. Nascimento prematuro. [S. l.]: Organização Mundial de Saúde, 2023. Disponível em: ht-</p><p>tps://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/preterm-birth. Acesso em: 19 out. 2023.</p><p>ZAJDENVERG, L. et al. Rastreamento e diagnóstico da hiperglicemia na gestação. Diretriz da</p><p>Sociedade Brasileira de Diabetes, [S. l.], 2022. Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/ras-</p><p>treamento-e-diagnostico-da-hiperglicemia-na-gestacao/#citacao. Acesso em: 5 out. 2023.</p><p>ZAPATA DÍAZ, B. M.; CABRERA, J. O. R. Diagnóstico y manejo oportunos del síndrome HELLP.</p><p>Revista Peruana de Ginecología y Obstetricia, Lima, 2020. Disponível em: http://www.scielo.org.</p><p>pe/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s2304-51322020000100057. Acesso em: 21 out. 2023.</p><p>https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/58970</p><p>https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/58970</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830789/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830789/</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/25784/24759</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/25784/24759</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555762198/</p><p>https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/preterm-birth</p><p>https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/preterm-birth</p><p>https://diretriz.diabetes.org.br/rastreamento-e-diagnostico-da-hiperglicemia-na-gestacao/#citacao</p><p>https://diretriz.diabetes.org.br/rastreamento-e-diagnostico-da-hiperglicemia-na-gestacao/#citacao</p><p>http://www.scielo.org.pe/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s2304-51322020000100057</p><p>http://www.scielo.org.pe/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s2304-51322020000100057</p><p>EAD.MULTIVIX.EDU.BR</p><p>CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE:</p><p>SAÚDE • EDUCAÇÃO • DIREITO • GESTÃO E NEGÓCIOS</p><p>Enfermagem obstétrica: marcos legais e principais fatos históricos</p><p>Exame físico obstétrico e ginecológico completo: investigações clínicas</p><p>Gestação de alto risco: condições clínicas</p><p>DPP x PP</p><p>DPP x PP: principais intervenções de enfermagem</p><p>Condições para diagnóstico de TPP</p><p>Resultados alterados dos exames citopatológicos nas unidades de atenção básica de saúde (UBS): recomendações para conduta inicial</p><p>População-alvo e periodicidade de rastreamento precoce do câncer de mama</p><p>Risco de câncer e conduta a partir da categoria de avaliação BI-RADS®</p><p>Atuação do enfermeiro no pré-natal</p><p>Período gestacional</p><p>Cuidados de enfermagem na gestação</p><p>Papel do enfermeiro como membro de uma equipe de saúde</p><p>Vínculo enfermeiro-paciente</p><p>Anamnese no contexto da propedêutica obstétrica: pontos importantes</p><p>Manobras de Leopold</p><p>Situação fetal</p><p>Apresentação fetal</p><p>Medição da altura uterina</p><p>Ausculta cardíaca fetal por meio de estetoscópio de Pinard</p><p>Consulta de enfermagem no pré-natal</p><p>Estratificação de risco obstétrico</p><p>Complicações hipertensivas gestacionais</p><p>Complicações obstétricas durante a gestação</p><p>Gestação de risco</p><p>Complicação gestacional</p><p>Mulher passando por um processo de abortamento</p><p>Diagnóstico de gestação</p><p>Classificação de abortamento</p><p>Abortamento</p><p>Abortamento completo</p><p>Abortamento infectado: quadro clínico</p><p>Etiologias do abortamento recorrente</p><p>Código penal: práticas de abortamento</p><p>Aspectos legais do abortamento</p><p>Prática de aborto</p><p>Bactérias comuns encontradas na flora vaginal e no canal cervical</p><p>Complicações do abortamento</p><p>Ultrassonografia obstétrica</p><p>Doença trofoblástica gestacional (DTG)</p><p>Mola hidatiforme completa</p><p>Mola invasiva</p><p>Mola hidatiforme parcial: sintomas</p><p>Tumor trofoblástico epitelioide</p><p>Tumor trofoblástico do sítio placentário</p><p>Complicações hemorrágicas do primeiro trimestre: atitudes do enfermeiro</p><p>Principais cuidados clínicos frente ao abortamento</p><p>Síndromes hemorrágicas do terceiro trimestre gestacional</p><p>Gestação: terceiro trimestre</p><p>Fatores de risco para ocorrência de PP</p><p>Acretismo placentário</p><p>Tipos de placenta prévia</p><p>Quadro clínico da placenta prévia</p><p>Classificação de placenta prévia</p><p>Exame obstétrico</p><p>Complicações relacionadas à mãe causadas pela PP</p><p>Complicações relacionadas ao feto causadas pela PP</p><p>Sinais de hemorragias maciças/choque hipovolêmico</p><p>Exame obstétrico: ações empregadas</p><p>Descolamento prematuro de placenta (DPP)</p><p>Fatores de risco associados ao DPP</p><p>Quadro de dor no descolamento prematuro de placenta</p><p>DPP: sintomas mais frequentes</p><p>Cuidado de enfermagem</p><p>Avaliação obstétrica da gestante com quadro hemorrágico</p><p>Diabetes mellitus</p><p>Fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes mellitus gestacional (DMG)</p><p>Fatores de risco do DMG</p><p>Recomendações para rastreamento de DMG</p><p>Recomendações nutricionais na gestação</p><p>Administração de insulinoterapia subcutânea</p><p>Macrossomia fetal</p><p>Período puerperal</p><p>Classificação da prematuridade</p><p>Indicação para a tocólise</p><p>Inibidores farmacológicos utilizados na tocólise</p><p>Indicação da corticoterapia no TPP</p><p>Fatores de risco para os distúrbios hipertensivos no ciclo gravídico</p><p>Abordagem da pré-eclâmpsia com sinais de gravidade</p><p>Terapia medicamentosa para os distúrbios hipertensivos no ciclo gravídico</p><p>Fluxograma de atendimento à pré-eclâmpsia leve</p><p>Fluxograma de atendimento à pré-eclâmpsia grave</p><p>Consulta de enfermagem em ginecologia</p><p>Eixos do plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil</p><p>Panorama da morbimortalidade por neoplasia do colo do útero no Brasil</p><p>Tipos de prevenção</p><p>Posição ginecológica</p><p>Colocação do espéculo vaginal</p><p>Espátula de Ayre e coleta da ectocérvice</p><p>Autoexame das mamas</p><p>Sintomas do câncer de mama</p><p>Ações de prevenção primária para o câncer de mama</p><p>Apresentação da disciplina</p><p>1 PROCESSO DE CUIDAR EM ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>1.1 PRÉ-NATAL</p><p>1.2 PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO</p><p>2 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA E PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS – PARTE I</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>2.1 SÍNDROMES HEMORRÁGICAS DO PRIMEIRO TRIMESTRE</p><p>2.2 DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL (DTG)</p><p>3 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA E AS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS – PARTE II</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>3.1 SÍNDROMES HEMORRÁGICAS DO TERCEIRO TRIMESTRE</p><p>3.2 EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS DO TERCEIRO TRIMESTRE</p><p>4 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA E PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS – PARTE III</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>4.1 DIABETES MELLITUS E GRAVIDEZ</p><p>4.2 CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA O DIABETES GESTACIONAL</p><p>5 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA E PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS – PARTE IV</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>5.1 TRABALHO DE PARTO PREMATURO</p><p>5.2 CUIDADOS DE ENFERMAGEM À GESTANTE PORTADORA DE DISTÚRBIOS HIPERTENSIVOS NO CICLO GRAVÍDICO</p><p>6 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>6.1 ATENÇÃO PREVENTIVA À SAÚDE DA MULHER: PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO</p><p>6.2 ATENÇÃO PREVENTIVA À SAÚDE DA MULHER: PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA</p><p>“idade”, “cor”, “peso e altura” e “profissão”. Os quatro seguintes são: “nacionalidade”,</p><p>“estado civil”, “histórico obstétrico e ginecológico” e “comorbidades”. Os três</p><p>últimos são: “contexto familiar”, “condições de moradia” e “queixas atuais”.</p><p>Já a anamnese obstétrica visa ao cuidado direcionado ao binômio mãe-filho,</p><p>objetivando um pré-natal de qualidade, minimizando riscos do parto prema-</p><p>turo e da morbimortalidade materna e fetal. O principal foco da anamnese</p><p>obstétrica é observar e avaliar as principais afecções ginecológicas e obstétri-</p><p>cas que podem ocasionar intercorrências durante a gestação, seja por meio</p><p>da consulta de pré-natal ou por conversas com parceiro e/ou familiares, que</p><p>podem representar importantes fontes de informação (Lara; Cesar, 2017).</p><p>Em relação ao exame físico obstétrico e ginecológico completo, os seguintes</p><p>aspectos são investigados:</p><p>27</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO E GINECOLÓGICO COMPLETO:</p><p>INVESTIGAÇÕES CLÍNICAS</p><p>Exame físico Investigação clínica</p><p>Cabeça Cloasma gravídico</p><p>Sinal de Halban</p><p>Pescoço Hipertrofia da glândula tireoide (mais comum</p><p>após a 20ª semana gestacional)</p><p>Nódulos cervicais</p><p>Mamas Volume das mamas</p><p>Tipos de mamilo</p><p>Sensibilidade das mamas</p><p>Presença de colostro</p><p>Sinal de Hunter</p><p>Rede de Haller</p><p>Presença de tubérculos de Montgomery</p><p>Abdome Presença de estrias</p><p>Tonicidade da musculatura</p><p>Mensuração da altura uterina (AU)</p><p>Ausculta do batimento cardiofetal (BCF)</p><p>Presença de movimentos fetais (MF)</p><p>Presença de dinâmica uterina (DU)</p><p>Genitália Presença de edema vulvovaginal</p><p>Presença de leucorreia (cor, odor e aspecto)</p><p>Sinal de Hartman</p><p>Sinal de Jacquemier</p><p>Sinal de Osiander</p><p>Sinal de Puzos</p><p>Sinal de Hegar</p><p>Sinal de Piskacek</p><p>Perdas vaginais (líquidas ou sanguíneas)</p><p>Membros inferiores Presença de varizes</p><p>Presença de edema</p><p>Fonte: adaptado de Lara; Cesar (2017, p. 46-47).</p><p>#pratodosverem: quadro com duas colunas mostrando o que é avaliado</p><p>no exame físico obstétrico e ginecológico para a cabeça, o pescoço,</p><p>as mamas, o abdome, a genitália e os membros inferiores.</p><p>28</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Leucorreia: nomenclatura para corrimento vaginal.</p><p>É possível que, no quadro anterior, haja alguns termos desconhecidos. Para</p><p>facilitar sua compreensão, leia as definições seguir:</p><p>Sinal de Hunter</p><p>Aumento da pigmentação dos mamilos.</p><p>Rede de Haller</p><p>Vasos sanguíneos visíveis nas mamas, similares a uma rede.</p><p>Tubérculos de Montgomery</p><p>Glândulas sebáceas e sudoríparas na região mamilar para hidratação.</p><p>Sinal de Hartman</p><p>Hemorragia de implantação que pode ocorrer de sete a oito dias após</p><p>a nidação do blastócito na cavidade uterina.</p><p>29</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Sinal de Jacquemier</p><p>Coloração arroxeada do vestíbulo vulvar.</p><p>Sinal de Osiander</p><p>Sensação tátil do pulso da artéria vaginal ao toque causada pela</p><p>hipervascularização.</p><p>Sinal de Puzos</p><p>Identificação de rechaço fetal intrauterino que ocorre a partir da 16ª</p><p>semana gestacional.</p><p>Sinal de Hegar</p><p>Amolecimento do útero decorrente da hipervascularização.</p><p>Sinal de Piskacek</p><p>Amolecimento e abaulamento localizado quando há implantação.</p><p>Fonte: Lara; Cesar (2017, p. 46-47).</p><p>A palpação obstétrica, conhecida como manobras de Leopold, é uma etapa</p><p>importante que deve ser realizada na anamnese obstétrica. Entretanto, ape-</p><p>nas recordaremos essas manobras, sem nos aprofundarmos, pois foi um as-</p><p>sunto abordado na disciplina de Saúde da Mulher I.</p><p>30</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>MANOBRAS DE LEOPOLD</p><p>Fonte: Lara; Cesar (2017, p. 48).</p><p>#pratodosverem: ilustração do primeiro, segundo, terceiro</p><p>e quarto tempo da manobra de Leopold.</p><p>A situação fetal também deve ser avaliada durante a anamnese obstétrica.</p><p>Vamos recordá-la a seguir.</p><p>31</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>SITUAÇÃO FETAL</p><p>Fonte: Lara; Cesar (2017, p. 48).</p><p>#pratodosverem: ilustração da situação fetal que pode ser longitudinal, quando o bebê está</p><p>com a cabeça para baixo, na vertical, ou transversal, quando o bebê está na horizontal.</p><p>Por fim, a apresentação fetal deve ser avaliada pelo enfermeiro.</p><p>APRESENTAÇÃO FETAL</p><p>Fonte: Lara; Cesar (2017, p. 49).</p><p>#pratodosverem: ilustração da apresentação fetal que pode ser cefálica, quando o</p><p>bebê está com a cabeça para baixo e as pernas para cima, ou pélvica, quando o bebê</p><p>está com a cabeça para cima e as pernas para baixo, como se estivesse sentado.</p><p>32</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>A medida da altura uterina também é uma etapa importante que precisa ser</p><p>avaliada. Trata-se da mensuração da altura do útero para acompanhar o cres-</p><p>cimento fetal, detectando normalidade ou anormalidade durante o período</p><p>gestacional. Igualmente, por já ter sido tratado na disciplina anterior, não nos</p><p>aprofundaremos nesse tema. Por isso, apenas ilustraremos, a seguir, o mo-</p><p>mento da anamnese obstétrica:</p><p>MEDIÇÃO DA ALTURA UTERINA</p><p>Fonte: Ministério da Saúde (2000, p. 40).</p><p>#pratodosverem: ilustração da medição da altura uterina por uma fita métrica,</p><p>posicionada, pelo enfermeiro, em cima do abdome da gestante.</p><p>A ausculta do batimento cardíaco fetal é de extrema importância. As alte-</p><p>rações nos batimentos cardíacos podem indicar sofrimento fetal e definir a</p><p>condução do pré-natal e possíveis intervenções.</p><p>33</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>AUSCULTA CARDÍACA FETAL POR MEIO DE ESTETOSCÓPIO DE PINARD</p><p>Fonte: Lara; Cesar (2017, p. 51).</p><p>#pratodosverem: ilustração de uma enfermeira fazendo auscuta cardíaca fetal por meio</p><p>de estetoscópio de Pinard em uma gestante que está deitada de barriga para cima.</p><p>Agora que compreendemos novos conceitos e revimos técnicas aprendidas</p><p>anteriormente, é hora de adentrarmos nos preceitos do pré-natal de alto ris-</p><p>co. Vamos lá?</p><p>1.2 PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO</p><p>Maternar de forma segura deve ser um dos compromissos do profissional en-</p><p>fermeiro. Essa afirmação vai de encontro com as altas taxas de morbimortali-</p><p>dade materna e perinatal encontradas no Brasil (Brasil, 2022).</p><p>A maioria das complicações e mortes maternas estão relacionadas à gravidez,</p><p>ao parto e ao puerpério, sendo que grande parte delas são casos evitáveis.</p><p>Uma parcela das gestantes possui probabilidade aumentada de desencadear</p><p>evolução desfavorável da gestação, nomeada como gestação de alto risco.</p><p>34</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Para minimizar os efeitos desses riscos, é imprescindível que haja eficiência</p><p>da equipe de saúde que acompanha a gestante, focando as necessidades</p><p>particulares de cada mulher, voltando à atenção à saúde, seja no âmbito pri-</p><p>mário, secundário ou terciário de saúde (Brasil, 2022).</p><p>Algumas gestantes precisarão de cuidados, procedimentos e exames mais</p><p>complexos e sofisticados. Elas deverão ser igualmente atendidas e avaliadas</p><p>nos níveis secundários/terciários de saúde. Outros casos podem também ser</p><p>manejados com o apoio da atenção primária. Para definir essa e outras ques-</p><p>tões inerentes às gestantes de alto risco, é necessário avaliar as condições e os</p><p>problemas apresentados pela paciente (Brasil, 2022).</p><p>A avaliação das condições e dos problemas da gestante devem ser verificados</p><p>pelo enfermeiro tão logo quanto possível.</p><p>A partir de então, é possível identifi-</p><p>car se a gestante precisará de cuidados especiais que necessitem que ela seja</p><p>encaminhada para níveis mais elevados de assistência à saúde (Brasil, 2022).</p><p>Você sabia que o despreparo profissional, ou</p><p>seja, a falta de conhecimento técnico-científico</p><p>pode agravar o estado de saúde, aumentando os</p><p>riscos de complicações gestacionais e desfechos</p><p>desfavoráveis? (Brasil, 2022).</p><p>É importante mencionar que uma gestação que foi classificada como de “ris-</p><p>co habitual” ou baixo risco pode se tornar de risco a qualquer momento, seja</p><p>durante a gestação ou o trabalho de parto. Por isso, é primordial que o médico</p><p>e o enfermeiro estejam atentos aos sinais e sintomas e às queixas apresenta-</p><p>das pela gestante a cada consulta de pré-natal, sendo então possível intervir</p><p>em tempo hábil (Brasil, 2022).</p><p>35</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>CONSULTA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma gestante em sua primeira</p><p>consulta de pré-natal; ela está sentada em frente a uma enfermeira</p><p>de jaleco branco cujas mãos estão apoiadas sobre a mesa.</p><p>Esse cuidado pode ser realizado por meio da estratificação de risco obstétrico</p><p>no pré-natal.</p><p>1.2.1 ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO OBSTÉTRICO</p><p>NO PRÉ-NATAL</p><p>Para definir se uma gestação tem maiores chances de evolução desfavorável,</p><p>é preciso que o enfermeiro domine todas as características que podem ser</p><p>consideradas potenciais fatores de risco gestacionais. Isso também envolve</p><p>a percepção do profissional acerca da qualidade da atenção prestada, bem</p><p>como da necessidade de vincular todo o conhecimento técnico-científico</p><p>com a parte clínica ao longo da assistência prestada ao binômio mãe-bebê</p><p>durante a consulta de pré-natal (Brasil, 2022).</p><p>36</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Você sabia que a maioria das mortes maternas são</p><p>ocasionadas por causas evitáveis? (Brasil, 2022).</p><p>A estratificação de risco obstétrico não deve ser realizada apenas na primeira</p><p>consulta de pré-natal; ela precisa ser vista como algo dinâmico, devendo ser</p><p>avaliada a cada consulta, seja médica ou de enfermagem. Mesmo que a ava-</p><p>liação da gestante resulte em alto risco, a APS não deve deixar de prestar assis-</p><p>tência à gestante, devendo o cuidado ser compartilhado e realizado de forma</p><p>concomitante com o serviço de atenção secundária ou terciária (Brasil, 2022).</p><p>ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO OBSTÉTRICO</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma gestante sentada em uma maca</p><p>de um consultório médico com as mãos apoiadas sobre a barriga; ela</p><p>conversa com um enfermeiro que está em pé diante dela.</p><p>A equipe especializada que atende a gestante de alto risco deve ser multipro-</p><p>fissional, com obstetras especialistas em medicina materno-fetal, enfermeiro</p><p>obstetra, além de outros profissionais que sejam capazes de prestar a assis-</p><p>tência necessária, de acordo com as necessidades e o nível de risco identifica-</p><p>do (Brasil, 2022). A seguir, confira as condições que indicam risco elevado para</p><p>a evolução desfavorável da gestação:</p><p>37</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>GESTAÇÃO DE ALTO RISCO: CONDIÇÕES CLÍNICAS</p><p>Condições clínicas Características</p><p>Características</p><p>individuais</p><p>e condições</p><p>sociodemográficas</p><p>Idade superior a 40 anos.</p><p>Obesidade com IMC 40.</p><p>Baixo peso no início da gestação (IMC < 18).</p><p>História reprodutiva</p><p>anterior</p><p>Abortamento espontâneo de repetição (três ou mais em sequência).</p><p>Parto pré-termo em qualquer gestação anterior (especialmente</p><p>antes de 34 semanas).</p><p>Restrição de crescimento fetal em gestações anteriores.</p><p>Óbito fetal de causa não identificada.</p><p>História característica de insuficiência istmocervical.</p><p>Isoimunização Rh.</p><p>Acretismo placentário.</p><p>Pré-eclâmpsia precoce (< 34 semanas). Eclâmpsia ou Síndrome</p><p>HELLP.</p><p>Condições clínicas</p><p>prévias à gestação</p><p>Hipertensão arterial crônica.</p><p>Diabetes mellitus prévio à gestação.</p><p>Tireoidopatias (hipertireoidismo ou hipotireoidismo clínico).</p><p>Cirurgia bariátrica.</p><p>Transtornos mentais.</p><p>Antecedentes de tromboembolismo.</p><p>Cardiopatias maternas.</p><p>Doenças hematológicas (doença falciforme, púrpura</p><p>trombocitopênica autoimune – PTI e trombótica – PTT, talassemias e</p><p>coagulopatias).</p><p>Nefropatias.</p><p>Neuropatias.</p><p>Hepatopatias.</p><p>Doenças autoimune.</p><p>Ginecopatias (malformações uterinas, útero bicorno e miomas</p><p>grandes).</p><p>Câncer diagnosticado.</p><p>Transplantes.</p><p>Portadoras do vírus HIV.</p><p>38</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Intercorrências</p><p>clínicas/obstétricas</p><p>na gestação atual</p><p>Síndromes hipertensivas (hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia).</p><p>Diabetes mellitus gestacional com necessidade de uso de insulina.</p><p>Infecção urinária alta.</p><p>Cálculo renal com obstrução.</p><p>Restrição de crescimento fetal.</p><p>Feto acima do percentil 90% ou suspeita de macrossomia.</p><p>Oligoâmnio/polidrâmnio.</p><p>Suspeita atual de insuficiência istmocervical.</p><p>Suspeita de acretismo placentário.</p><p>Placenta prévia.</p><p>Hepatopatias (por exemplo colestase gestacional ou elevação de</p><p>transaminases).</p><p>Anemia grave ou anemia refratária ao tratamento.</p><p>Suspeita de malformação fetal ou arritmia fetal.</p><p>Isoimunização Rh.</p><p>Doenças infecciosas na gestação: sífilis (terciária ou com achados</p><p>ecográficos sugestivos de sífilis congênita ou resistente ao</p><p>tratamento com penicilina benzatina), toxoplasmose aguda,</p><p>rubéola, citomegalovírus, herpes simples, tuberculose, hanseníase,</p><p>hepatites, condiloma acuminado (no canal vaginal/colo ou lesões</p><p>extensas localizadas em região genital/perianal).</p><p>Suspeita ou diagnóstico de câncer.</p><p>Transtorno mental.</p><p>Situações clínicas</p><p>de urgência/</p><p>emergência</p><p>obstétrica que</p><p>devem ser avaliadas</p><p>em contexto</p><p>hospitalar</p><p>Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento.</p><p>Anemia grave (Hb ≤ 7 g/dL).</p><p>Condições clínicas de emergência: cefaleia intensa e súbita, sinais</p><p>neurológicos, crise aguda de asma e edema agudo de pulmão.</p><p>Crise hipertensiva (PA ≥ 160/110 mmHg).</p><p>Sinais premonitórios de eclâmpsia (escotomas cintilantes, cefaleia</p><p>típica occipital, epigastralgia ou dor intensa no hipocôndrio direito</p><p>com ou sem hipertensão arterial grave e/ou proteinúria).</p><p>Eclâmpsia/convulsões.</p><p>Hipertermia (temperatura axilar ≥ 37,8 °C), na ausência de sinais ou</p><p>sintomas clínicos de infecção das vias aéreas superiores.</p><p>Suspeita de trombose venosa profunda.</p><p>Suspeita/diagnóstico de abdome agudo.</p><p>Suspeita/diagnóstico de pielonefrite, infecção ovular ou outra</p><p>infecção que necessite de internação hospitalar.</p><p>Prurido gestacional/icterícia.</p><p>Hemorragias na gestação (incluindo descolamento prematuro de</p><p>placenta e placenta prévia).</p><p>Idade gestacional de 41 semanas ou mais.</p><p>Fonte: Ministério da Saúde (2022, p. 13-15).</p><p>#pratodosverem: quadro com duas colunas apresentando as condições que</p><p>indicam risco elevado para a evolução desfavorável da gestação.</p><p>39</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Diante desse cenário, é importante destacar que assim como o alto risco ges-</p><p>tacional, existe a classificação de risco intermediário. As gestações de risco</p><p>intermediário que estiverem estáveis, com menor potencial de complicações,</p><p>podem ser acolhidas pela APS, preferencialmente, por uma equipe multipro-</p><p>fissional e um médico obstetra (Brasil, 2022).</p><p>A seguir, confira alguns pontos importantes, mencionados em publicação do</p><p>Ministério da Saúde (2022, p. 16-17), que devem ser levados em consideração</p><p>durante a assistência à gestante e a estratificação de risco gestacional.</p><p>Alta</p><p>Não existe alta do pré-natal. O pré-natal só chega ao fim com o</p><p>nascimento do bebê.</p><p>Estratificação de risco</p><p>Deve ser realizada de modo contínuo e dinâmico em todas as</p><p>consultas de pré-natal, seja pelo médico, seja pelo enfermeiro.</p><p>Além disso, a estratificação do risco é absoluta. Isso quer dizer que</p><p>predomina o critério relacionado ao maior risco e, uma vez que a</p><p>gestante é diagnosticada como de maior risco para complicações, ela</p><p>não volta a ser de risco habitual na gestação em questão.</p><p>Cuidado</p><p>O cuidado com a gestante pode ser compartilhado em qualquer</p><p>momento do pré-natal mediante a estratificação de risco gestacional.</p><p>Comunicação</p><p>O diálogo e a comunicação entre as equipes são ferramentas</p><p>essenciais para o sucesso do pré-natal de alto risco. Nesse sentido, a</p><p>comunicação deve ser ágil, qualificada e clara, tanto da APS para a</p><p>atenção especializada quanto vice-versa.</p><p>40</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Gestação de risco intermediário</p><p>Pode ser acompanhada na APS, desde que haja suporte clínico do</p><p>médico obstetra e de uma equipe especializada.</p><p>Fatores de risco</p><p>Quanto maior o número de fatores de risco identificados durante a</p><p>estratificação de risco gestacional, maior a complexidade da situação e</p><p>maior a atenção e os cuidados a serem prestados.</p><p>Fator de risco social</p><p>Situações como imigração, gestantes em situação de rua, vítimas</p><p>de violência e uso de drogas exigem ações intersetoriais e atenção</p><p>redobrada das equipes de saúde.</p><p>Urgência e emergência</p><p>As situações de urgência e emergência obstétrica demandam</p><p>assistência imediata.</p><p>Agora que compreendemos os fatores de risco gestacionais que podem de-</p><p>sencadear complicações, vamos falar sobre a mortalidade materna.</p><p>1.2.2 MORTALIDADE MATERNA</p><p>A melhora na saúde materna e a redução da mortalidade materna estão en-</p><p>tre os objetivos estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em</p><p>2015. Apesar de a redução da razão da mortalidade materna ter diminuído,</p><p>essa questão ainda é considerada um problema de saúde pública, pois al-</p><p>cança patamares elevados, variando as taxas em torno de 50 óbitos maternos</p><p>para cada 100 mil nascidos vivos, principalmente em razão das mortes evitá-</p><p>veis (Maciel; Silva, 2015; Brasil, 2022).</p><p>41</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Nesse contexto, é definido como morte materna:</p><p>Óbito de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da</p><p>gestação, independente da duração ou da localização da gravidez, devida</p><p>a qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez ou por medidas</p><p>em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou incidentais.</p><p>Quando essa morte é resultante de complicações obstétricas ocorridas na</p><p>gravidez, no parto ou no puerpério, é classificada como morte obstétrica</p><p>direta; por exemplo: a morte materna por pré-eclâmpsia, eclâmpsia, aborto,</p><p>hemorragia, infecção de foco uterino. Quando é resultante de doenças pré-</p><p>gestacionais ou que se desenvolveram durante a gestação, não devido a</p><p>causas obstétricas diretas, mas que foram agravadas pelos efeitos fisiológicos</p><p>da gravidez, é classificada como morte obstétrica indireta; por exemplo: a</p><p>morte materna decorrente de infecção de foco não uterino, hipertensão pré-</p><p>existente à gestação, cardiopatia etc. (Brasil, 2022, p. 24).</p><p>Entender a morbidade materna grave pode ser uma estratégia para a redu-</p><p>ção da mortalidade a curto e longo prazos e conhecer as condições que po-</p><p>dem desencadear potenciais agravos para a saúde materna podem auxiliar</p><p>no manejo dessas complicações. Entre essas complicações, estão as compli-</p><p>cações hemorrágicas, as complicações hipertensivas etc. (Brasil, 2022).</p><p>De acordo com o Ministério da Saúde (2022, p. 25), as complicações hemorrá-</p><p>gicas envolvem:</p><p>• Descolamento prematuro de placenta.</p><p>• Placenta prévia/acreta/increta/percreta.</p><p>• Gravidez ectópica.</p><p>• Rotura uterina.</p><p>• Hemorragia grave por aborto.</p><p>• Hemorragia pós-parto: atonia, lacerações de trajeto, restos placentários</p><p>e coagulopatia.</p><p>Ainda, segundo o Ministério da Saúde (2022, p. 26), as complicações hiperten-</p><p>sivas são:</p><p>• Pré-eclâmpsia grave.</p><p>• Eclâmpsia.</p><p>• Hipertensão grave.</p><p>• Síndrome HELLP.</p><p>42</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>O Ministério da Saúde (Brasil, 2022, p. 26) considera como outras complicações:</p><p>• Edema pulmonar.</p><p>• Convulsões.</p><p>• Sepse grave: endometrite pós-parto ou pós-aborto, sepse de foco urinário e</p><p>sepse de foco pulmonar.</p><p>• Trombocitopenia.</p><p>• Crise tireotóxica.</p><p>• Choque.</p><p>• Insuficiência respiratória aguda.</p><p>• Acidose cardiopatia.</p><p>• Acidente vascular cerebral.</p><p>• Distúrbio de coagulação.</p><p>• Tromboembolismo.</p><p>• Cetoacidose diabética.</p><p>• Icterícia/disfunção hepática.</p><p>• Meningite.</p><p>• Insuficiência renal aguda.</p><p>Recentemente, a Organização Mundial de</p><p>Saúde lançou uma campanha para a redução da</p><p>mortalidade materna. Para acessá-la, clique aqui.</p><p>Majoritariamente, as mortes maternas são consideradas evitáveis, pois o pro-</p><p>fissional de saúde fica conhecendo o agravo a tempo de prevenir ou evitar a</p><p>complicação a ponto de ocasionar o óbito. Uma das estratégias para minimizar</p><p>esse desfecho é reduzir o tempo de atendimento/procura do cuidado da ges-</p><p>tante/parturiente/puérpera, sendo assistidas por profissionais de saúde qualifi-</p><p>cados e preparados para identificar e tratar oportunamente (Paho, 2023).</p><p>https://www.paho.org/pt/noticias/8-3-2023-opas-e-parceiros-lancam-campanha-para-reduzir-mortalidade-materna-na-america</p><p>43</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>1.2.3 EPIDEMIOLOGIA DA MORTE MATERNA E O</p><p>DESAFIO DA QUALIFICAÇÃO DA ASSISTÊNCIA</p><p>A mortalidade materna é considerada um indicador de saúde que reflete as</p><p>condições sociais, econômicas e de qualidade de vida das pessoas que vivem</p><p>em um determinado local (Tintori et al., 2022, p. 2).</p><p>COMPLICAÇÕES HIPERTENSIVAS GESTACIONAIS</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma gestante sentada em uma cama com uma mão</p><p>apoiada sobre a barriga, enquanto afere a própria pressão com um aparelho digital.</p><p>Diante desse aspecto, destaca-se a importância em reduzir as mortes mater-</p><p>nas, sendo essa uma questão tratada como prioridade mundial e meta dos</p><p>Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2030 da Organização</p><p>das Nações Unidas.</p><p>A meta global prevê que a mortalidade materna alcance taxas menores de 70</p><p>mortes para cada 100.000 nascidos vivos até o ano de 2030, melhorando indi-</p><p>cadores de saúde e aprimorando a qualidade de assistência (Tintori et al., 2022).</p><p>44</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Mundialmente, estima-se que, por dia, quase mil mulheres morrem por cau-</p><p>sas evitáveis relacionadas à gestação e ao parto, sendo que 99% dessas mor-</p><p>tes ocorrem em países em desenvolvimento como o Brasil (Tintori et al., 2022).</p><p>Segundo o perfil epidemiológico que caracteriza as mortes maternas, algu-</p><p>mas variáveis podem ser citadas, como faixa etária, situação conjugal, cor da</p><p>pele, perfil de escolaridade, ocupação/profissão, situação de realização do</p><p>pré-natal e causa obstétrica que levou ao óbito materno (Tintori et al., 2022).</p><p>A morte materna reflete desigualdades de acesso aos serviços de saúde, bem</p><p>como as discrepâncias no contexto social e econômico dessas mulheres. No</p><p>âmbito mundial, a maioria das mortes maternas ocorre em países em desen-</p><p>volvimento, em ambientes vulneráveis, com baixa renda e condições precá-</p><p>rias de assistência à saúde (Tintori et al., 2022).</p><p>COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS DURANTE A GESTAÇÃO</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma gestante sentada no leito</p><p>hospitalar com as mãos apoiadas sobre a barriga.</p><p>Pesquisas corroboram com a teoria de que mulheres mais vulneráveis estão</p><p>mais suscetíveis à evolução desfavorável da gestação, do parto ou do puerpé-</p><p>rio. No que se refere ao perfil sociodemográfico das mulheres que evoluíram</p><p>para o desfecho do óbito materno, destacam-se as jovens, com idade entre</p><p>45</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>20 e 29 anos, solteiras, ou seja, sem rede de apoio, de pele branca e com es-</p><p>colaridade entre cinco e oito anos de estudo. Quanto às informações clínicas,</p><p>a maioria das mortes maternas foi acompanhada somente na Atenção Pri-</p><p>mária à Saúde, não estando vinculada a serviços especializados, eram primi-</p><p>gestas, iniciaram o pré-natal antes da 12ª semana de gestação e participaram</p><p>de sete ou mais consultas de pré-natal. A cesariana foi, majoritariamente, o</p><p>método de resolução do parto (Tintori et al., 2022).</p><p>Primigesta</p><p>Mulheres que estão grávidas pela primeira vez, considerando abortos.</p><p>Secundigesta</p><p>Mulheres que estão na segunda gestação, considerando abortos.</p><p>Multigesta</p><p>Mulheres que estão na terceira ou mais gestações, considerando abortos.</p><p>Fonte: Lara; Cesar (2017).</p><p>Já, em relação à causa obstétrica no momento do óbito, destacam-se as com-</p><p>plicações durante ou depois da gestação e do parto, como (Tintori et al., 2022;</p><p>Paho, 2023):</p><p>• Complicações hipertensivas: pré-eclâmpsia, eclâmpsia e síndrome HELLP.</p><p>• Complicações hemorrágicas.</p><p>• Infecções.</p><p>• Complicações no período intraparto.</p><p>• Abortos inseguros.</p><p>Essas informações revelam o desafio que profissionais da saúde enfrentam</p><p>para garantir uma assistência de qualidade à gestante, parturiente e puér-</p><p>pera, seja na APS ou na atenção especializada, não somente no acesso aos</p><p>46</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>serviços de saúde, mas principalmente na qualidade dos profissionais, capa-</p><p>citados com conhecimento técnico-científico, que consigam identificar pos-</p><p>síveis fatores que aumentem os riscos de evolução desfavorável da gestação,</p><p>do parto e do pós-parto (Tintori et al., 2022).</p><p>GESTAÇÃO DE RISCO</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma gestante segurando um cigarro</p><p>aceso na mão direita e uma taça de vinho na mão esquerda.</p><p>A partir da meta de redução da mortalidade materna até 2030, é preciso for-</p><p>talecer estratégias de saúde e políticas voltadas a minimizar as desigualdades</p><p>no acesso aos serviços de saúde em todos os vértices da saúde materna (Tin-</p><p>tori et al., 2022; Paho, 2023).</p><p>É necessário abordar, explorar e avaliar as causas de morbimortalidade ma-</p><p>terna, a fim de identificar precocemente riscos de agravos a essas mulheres,</p><p>fortalecendo os sistemas de saúde e garantindo a qualidade e a equidade no</p><p>atendimento (Tintori et al., 2022; Paho, 2023).</p><p>47</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Essa unidade teve como objetivo apresentar uma reflexão sobre a assistência</p><p>de enfermagem durante o pré-natal, em especial, o pré-natal de alto risco;</p><p>analisar os aspectos legais da enfermagem obstétrica; identificar a importân-</p><p>cia da estratificação de risco obstétrico no pré-natal; compreender a prope-</p><p>dêutica obstétrica; e conhecer a epidemiologia da mortalidade materna e o</p><p>desafio da qualidade de assistência.</p><p>Para tanto, é essencial que o enfermeiro compreenda seu papel frente à ges-</p><p>tação de alto risco, identificando riscos e minimizando complicações, em todo</p><p>o período gestacional, parto e puerpério, aliando o conhecimento técnico de</p><p>acordo com o risco gestacional estratificado.</p><p>Agregar conhecimento técnico-científico pode reduzir os desfechos desfavo-</p><p>ráveis da gestação, do intraparto e do período puerperal. Assim, será possí-</p><p>vel alcançar o objetivo de redução da mortalidade materna e da melhoria de</p><p>qualidade de assistência, seja no âmbito da Atenção Primária à Saúde, seja na</p><p>atenção especializada, como a secundária ou a terciária.</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>Para saber mais sobre o tema dessa unidade, leia os</p><p>artigos a seguir:</p><p>1. Importância da Enfermagem nas consultas de</p><p>pré-natal: gravidez de risco.</p><p>2. Assistência de enfermagem no período-gravídico</p><p>puerperal: pré-eclâmpsia e eclampsia na UTI.</p><p>3. Panorama de mortalidade materna no Brasil por</p><p>causas obstétricas diretas.</p><p>4. Contribuição da enfermagem na redução da</p><p>taxa de mortalidade materna no Brasil.</p><p>5. Principais diagnósticos e intervenções de</p><p>enfermagem no manejo da Síndrome de Hellp.</p><p>https://sapientiae.com.br/index.php/healthofhumans/article/view/229</p><p>https://sapientiae.com.br/index.php/healthofhumans/article/view/229</p><p>http://revista.lusiada.br/index.php/rtcc/article/view/1628</p><p>http://revista.lusiada.br/index.php/rtcc/article/view/1628</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28753</p><p>https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28753</p><p>https://acervomais.com.br/index.php/enfermagem/article/view/12152</p><p>https://acervomais.com.br/index.php/enfermagem/article/view/12152</p><p>https://www.medigraphic.com/cgi-bin/new/resumen.cgi?IDARTICULO=109341</p><p>https://www.medigraphic.com/cgi-bin/new/resumen.cgi?IDARTICULO=109341</p><p>UNIDADE 2</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos que</p><p>possa:</p><p>48</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>> Refletir sobre</p><p>a assistência de</p><p>enfermagem durante</p><p>as complicações</p><p>obstétricas, em especial,</p><p>acerca das síndromes</p><p>hemorrágicas do</p><p>primeiro trimestre, como</p><p>o abortamento.</p><p>> Estar ciente quanto aos</p><p>direitos da mulher frente</p><p>ao abortamento legal.</p><p>> Compreender a doença</p><p>trofoblástica gestacional,</p><p>bem como os cuidados</p><p>de enfermagem</p><p>relacionados a</p><p>essa doença.</p><p>49</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>2 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA</p><p>E PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES</p><p>OBSTÉTRICAS – PARTE I</p><p>INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>Esta unidade abordará uma reflexão sobre a assistência de enfermagem du-</p><p>rante as complicações obstétricas, com o intuito de apresentar as particulari-</p><p>dades sobre o abortamento e a doença trofoblástica gestacional.</p><p>Considera-se urgência/emergência obstétrica as situações que trazem amea-</p><p>ça à vida do binômio mãe-feto. Apesar de a gestação ser vista como um fenô-</p><p>meno fisiológico, uma porcentagem das gestações pode evoluir de maneira</p><p>desfavorável, em razão de comorbidades prévias ou complicações inerentes</p><p>ao período gestacional.</p><p>Nesse sentido, esta unidade está subdividida em dois tópicos: as síndromes</p><p>hemorrágicas do primeiro trimestre, como o abortamento, e os aspectos le-</p><p>gais e éticos do abortamento, bem como as complicações que podem surgir</p><p>diante dessa complicação/desse procedimento.</p><p>Em seguida, abordaremos a doença trofoblástica gestacional (DTG), focando</p><p>a abordagem geral, o tratamento e a assistência de enfermagem à gestante</p><p>portadora dessa patologia.</p><p>50</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>2.1 SÍNDROMES HEMORRÁGICAS DO</p><p>PRIMEIRO TRIMESTRE</p><p>A gestação é um processo biológico que, em geral, não é caracterizado como</p><p>um risco para a mulher. Entretanto, em alguns casos, podem ocorrer agra-</p><p>vantes que tornam esse evento favorável ao risco (Feltrin et al., 2021).</p><p>COMPLICAÇÃO GESTACIONAL</p><p>Fonte: © rawpixel, Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia em preto e branco de uma gestante com cara de</p><p>dor, deitada com a barriga à mostra e com as mãos apoiadas na barriga.</p><p>Em uma gestação considerada a termo, há uma divisão de três trimestres.</p><p>Cada um desses trimestres apresenta suas peculiaridades e necessita de co-</p><p>nhecimento técnico-científico do profissional enfermeiro para diferenciar</p><p>os</p><p>achados não prejudiciais, considerados comuns, dos prejudiciais, além dos</p><p>fatores de risco para o período gestacional e as situações de urgência e emer-</p><p>gência que necessitam de intervenção rápida em busca de bom prognóstico</p><p>(Brasil, 2022a).</p><p>51</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>A amenorreia é um sintoma que auxilia o diagnóstico clínico de gravidez. Por</p><p>isso, o sangramento vaginal representa um sinal de alerta (Lara; Cesar, 2017).</p><p>Amenorreia: ausência de menstruação.</p><p>As principais complicações obstétricas estão relacionadas à hipertensão ar-</p><p>terial, a hemorragias, a infecções e aos fatores ambientais/comportamentais</p><p>(Fernandes; Narchi, 2012; Feltrin et al., 2021).</p><p>De acordo com Ricci (2019, p. 366), alguns fatores de risco podem ocasionar</p><p>desfechos adversos, como:</p><p>Isotretinoína</p><p>A utilização de isotretinoína durante a gestação para o tratamento de</p><p>acne pode resultar em consumo abusivo de etanol.</p><p>Fármacos anticonvulsivantes</p><p>Determinados fármacos anticonvulsivantes são teratógenos, por</p><p>exemplo, o ácido valproico. As recomendações sugerem que, antes da</p><p>concepção, as mulheres que usam esses medicamentos e que estão</p><p>pensando em engravidar passem a tomar doses mais baixas.</p><p>Diabetes mellitus</p><p>A prevalência de defeitos congênitos nos filhos de mulheres com</p><p>diabetes mellitus dos tipos 1 e 2 é três vezes maior. Esse risco</p><p>é substancialmente reduzido por meio do manejo adequado</p><p>dessa condição.</p><p>52</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Deficiência de ácido fólico</p><p>Foi comprovado que o consumo diário de suplementos vitamínicos</p><p>que tenham ácido fólico (400 mg) reduz em dois terços a ocorrência</p><p>de defeitos do tubo neural.</p><p>Hepatite B</p><p>A vacinação contra a hepatite B é recomendada para todas as pessoas.</p><p>A prevenção da infecção pelo HBV em mulheres em idade fértil evita a</p><p>transmissão da infecção para a criança e elimina os riscos de infecção</p><p>pelo HBV e a ocorrência de sequelas, incluindo insuficiência hepática,</p><p>carcinoma hepático, cirrose hepática e morte.</p><p>HIV/AIDS</p><p>Se a infecção pelo HIV for identificada antes da concepção, um</p><p>tratamento antirretroviral oportuno pode ser feito, e as mulheres (ou</p><p>casais) precisam receber informações adicionais que podem ajudar a</p><p>prevenir a transmissão vertical.</p><p>Soronegatividade para rubéola</p><p>A vacinação contra a rubéola promove soropositividade protetora e</p><p>impede que a síndrome da rubéola congênita aconteça.</p><p>Obesidade</p><p>Os desfechos perinatais adversos associados à obesidade materna</p><p>incluem defeitos do tubo neural, parto pré-termo, diabetes</p><p>mellitus, realização de cesariana, doença hipertensiva e doença</p><p>tromboembólica. A perda de peso e a ingestão nutricional adequada</p><p>antes da gestação reduzem esses riscos.</p><p>53</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Doenças/infecções sexualmente transmissíveis (DST/IST)</p><p>A infecção por Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae</p><p>apresenta uma correlação significativa com a gestação ectópica, a</p><p>infertilidade e a dor pélvica crônica. A condição de portar DST/IST</p><p>durante a gestação pode resultar em morte fetal ou incapacidades</p><p>física e de desenvolvimento substanciais, incluindo déficit mental e</p><p>cegueira. O rastreamento e o tratamento precoces impedem esses</p><p>desfechos adversos.</p><p>Tabagismo</p><p>A prematuridade, o baixo peso ao nascer e outros desfechos perinatais</p><p>adversos associados ao tabagismo materno durante a gestação</p><p>podem ser evitados se as mulheres pararem de fumar antes ou</p><p>durante o início da gestação.</p><p>As hemorragias mais comuns são a prenhez ectópica e o abortamento, além</p><p>de outras como a placenta prévia e o descolamento prematuro de placenta</p><p>(Brasil, 2000; Lara; Cesar, 2017).</p><p>As síndromes hemorrágicas são consideradas uma complicação comum du-</p><p>rante o ciclo gravídico-puerperal e correspondem a uma das principais causas</p><p>de procura por consultas obstétricas de urgência. Além disso, estão relaciona-</p><p>das às altas taxas de mortalidade materna e à morbimortalidade perinatal</p><p>(Brasil, 2000; 2022a).</p><p>Morbimortalidade: conceito que combina dois</p><p>termos: “mortalidade” + “morbidade”.</p><p>54</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Nesse sentido, as síndromes hemorrágicas podem estar presentes em todo</p><p>o período gestacional, além do puerpério. Com relação às complicações he-</p><p>morrágicas do primeiro trimestre, destacam-se o abortamento, a gestação</p><p>ectópica e a doença trofoblástica gestacional. Já na segunda metade da ges-</p><p>tação estão presentes o descolamento da placenta, a placenta prévia e a rotu-</p><p>ra uterina (Lara; Cesar, 2017; Feltrin et al., 2021).</p><p>MULHER PASSANDO POR UM PROCESSO DE ABORTAMENTO</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia de uma mulher sentada à beira de uma</p><p>cama, com as mãos sobre os olhos e um semblante triste.</p><p>Diante desse cenário, o olhar do enfermeiro precisa estar voltado para a ava-</p><p>liação da paciente, sabendo identificar precocemente o quadro hemorrágico</p><p>e suas causas, a gravidade do caso, as alterações dos sinais vitais, entre ou-</p><p>tros cuidados, visando à redução da morte materna. A seguir, discutiremos</p><p>os principais distúrbios hemorrágicos da gestação, especificamente o aborta-</p><p>mento e a doença trofoblástica gestacional.</p><p>55</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>2.1.1 ABORTAMENTO</p><p>O Brasil é considerado um país em desenvolvimento, no qual o abortamento</p><p>é visto como um problema de saúde pública e envolve questões amplas e di-</p><p>versificadas como aspectos religiosos, médicos, legais, morais, culturais e so-</p><p>ciais; além disso, as complicações relacionadas ao abortamento estão ligadas</p><p>às altas taxas de morte materna (Piato, 2009).</p><p>Considera-se abortamento a interrupção da gravidez, seja de modo espontâ-</p><p>neo ou provocado, antes da 20ª semana de gestação ou se o concepto estiver</p><p>com peso inferior a 500 gramas (Piato, 2009).</p><p>Abortamento subclínico</p><p>Ocorre entre a 4ª e a 12ª semana gestacional.</p><p>Abortamento tardio</p><p>Ocorre após a 12ª semana gestacional, ou seja, entre a 13ª semana e a</p><p>22ª semana de gestação.</p><p>Fonte: Piato (2009); Lara; Cesar (2017).</p><p>É essencial que o enfermeiro saiba identificar as formas de abortamento, vis-</p><p>to que esse conhecimento técnico-científico pode nortear a conduta clínica</p><p>e as características dessa complicação. Os sinais de abortamento envolvem</p><p>a intensidade do sangramento, os níveis de dor, a presença ou a ausência de</p><p>batimento cardiofetal e as características do colo uterino e da imagem eco-</p><p>gráfica (Piato, 2009; Santos, 2018).</p><p>56</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO</p><p>Fonte: Freepik (2023).</p><p>#pratodosverem: fotografia em preto e branco mostrando um par de sapatinhos de bebê,</p><p>ao lado de uma imagem de ultrassom do concepto e de um exame de gravidez positivo.</p><p>Apesar do número considerável de gestações que evoluem naturalmente</p><p>para o abortamento, em algumas situações não é possível determinar a etio-</p><p>logia, ou seja, o motivo pelo qual a interrupção da gestação foi ocasionada</p><p>(Piato, 2009).</p><p>O abortamento é a interrupção da gravidez até a</p><p>20ª semana ou quando o produto da concepção</p><p>pesa menos que 500 g. O aborto é o produto da</p><p>concepção eliminado no abortamento. Fonte: Brasil</p><p>(2022a, p. 22).</p><p>57</p><p>MULTIVIX EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER II</p><p>Os abortamentos podem ser classificados em:</p><p>CLASSIFICAÇÃO DE ABORTAMENTO</p><p>Ameaça de</p><p>abortamento</p>