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<p>Gestão Ambiental</p><p>Legislação e Normas na Gestão de Recursos Hídricos</p><p>A Lei Federal nº 9.433/1997 - Da política nacional de recursos hídricos, também conhecida como lei das águas, é a base da legislação sobre recursos hídricos no Brasil. Estabelecendo os princípios, diretrizes e instrumentos para a gestão sustentável e integrada destes recursos hídricos brasileiros.</p><p>Os fundamentos da lei são estabelecidos em seu Artigo 1º, apresentando uma abordagem abrangente em relação à gestão da água no Brasil. Com isso, reconhece-se que a água é um bem de domínio público, destacando sua importância como um recurso essencial compartilhado por todos os cidadãos. Além disso, ao afirmar que a água é um recurso natural limitado e dotado de valor econômico, promove-se a necessidade de uma abordagem cuidadosa e sustentável em sua utilização. O artigo também define que em casos de escassez, prioriza-se o uso para consumo humano e dessedentação de animais, refletindo o compromisso com a segurança e bem-estar das populações e ecossistemas.</p><p>A gestão dos recursos hídricos deve buscar sempre o uso múltiplo das águas, reconhecendo sua relevância em diversos setores, como agricultura, indústria e lazer. A bacia hidrográfica é definida como a unidade territorial chave para implementação da política e atuação do sistema de gerenciamento, enfatizando a importância da abordagem integrada e contextualizada na gestão dos recursos hídricos. Por fim, destaca-se a descentralização da gestão e a participação ativa do Poder Público, dos usuários e das comunidades, reconhecendo a importância da governança participativa e do envolvimento de todas as partes interessadas na busca por soluções sustentáveis e equitativas.</p><p>Constituição Federal de 1988</p><p>Artigo 21, Inciso XIX: Determina que a União é responsável por instituir um sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga para uso desses recursos.</p><p>Artigo 225: Declara o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e determina a responsabilidade do poder público e da sociedade de defendê-lo e preservá-lo para as gerações presentes e futuras.</p><p>Lei nº 10.881/2004 - A Lei nº 10.881, de 9 de junho de 2004, dispõe sobre a estrutura e as competências da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), órgão federal responsável por regular e fiscalizar o uso dos recursos hídricos no Brasil. A ANA é parte do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) e tem um papel central na implementação das diretrizes da Política Nacional de Recursos Hídricos, estabelecida pela Lei nº 9.433/1997.</p><p>A Lei nº 10.881/2004 define a estrutura organizacional da ANA, detalhando suas competências para outorgar direitos de uso da água, fiscalizar a exploração de recursos hídricos e implementar instrumentos de gestão da água, como a cobrança pelo uso dos recursos hídricos e o planejamento integrado por bacias hidrográficas. A lei também estabelece que a ANA deve promover o uso sustentável da água e garantir que a gestão dos recursos hídricos ocorra de forma descentralizada e participativa.</p><p>Além de suas atribuições relacionadas à água, a Lei nº 10.881/2004 também prevê que a ANA terá um papel na regulação do setor de saneamento básico. A lei indica que a ANA deve criar padrões para o saneamento, visando garantir a universalização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, bem como a qualidade dos serviços prestados. Assim, a Lei nº 10.881/2004 reforça a importância da ANA como agência reguladora e sua responsabilidade em promover a gestão sustentável e eficaz dos recursos hídricos e do saneamento básico no Brasil.</p><p>Decreto nº 4.613/2003 - O Decreto nº 4.613, de 11 de março de 2003, regulamenta a Lei nº 9.433/1997, estabelecendo o funcionamento do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) no Brasil. Ele define as competências e atribuições dos órgãos que compõem o SINGREH, incluindo o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), a Agência Nacional de Águas (ANA), os Comitês de Bacias Hidrográficas e os órgãos gestores estaduais.</p><p>O CNRH é responsável por formular diretrizes nacionais para a gestão dos recursos hídricos, adotando uma abordagem participativa e descentralizada. A ANA atua como órgão executivo do sistema, encarregada de implementar as políticas definidas pelo CNRH, gerenciar o uso da água sob jurisdição da União e coordenar as atividades relacionadas à outorga, fiscalização e monitoramento dos recursos hídricos.</p><p>Os Comitês de Bacias Hidrográficas são a instância local do SINGREH, reunindo representantes do poder público, usuários da água e sociedade civil para gerir as bacias hidrográficas de forma participativa. O decreto também define o papel dos órgãos gestores estaduais, que atuam em conformidade com o SINGREH para assegurar a gestão integrada e descentralizada dos recursos hídricos em âmbito estadual. Em resumo, o Decreto nº 4.613/2003 promove uma estrutura de gestão de recursos hídricos que enfatiza a descentralização, a participação e a sustentabilidade.</p><p>Lei nº 6.938/1981 - A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), uma das principais leis ambientais do Brasil. A legislação criou o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), definindo suas estruturas, objetivos e instrumentos para a promoção do desenvolvimento sustentável e a proteção do meio ambiente.</p><p>Um dos aspectos centrais da Lei nº 6.938/1981 é o SISNAMA, uma rede integrada de órgãos e entidades responsáveis pela gestão ambiental em diferentes níveis, desde o âmbito federal até o municipal. O SISNAMA inclui o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), um órgão colegiado que define normas e regulamentos para a preservação ambiental, e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que é o órgão executor responsável por fiscalizar e implementar as políticas ambientais.</p><p>A lei também delineia instrumentos importantes para a gestão ambiental, como o Licenciamento Ambiental, Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), e a Política Nacional de Educação Ambiental. A legislação enfatiza a necessidade de participação da sociedade e a responsabilidade do poder público e da coletividade na preservação do meio ambiente, buscando um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade. A Lei nº 6.938/1981 é fundamental para estabelecer os fundamentos jurídicos da proteção ambiental no Brasil.</p><p>ABNT NBR 12266 - A ABNT NBR 12266 é uma norma técnica brasileira emitida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), relacionada à gestão de recursos hídricos. Embora a ABNT produza diversas normas sobre vários temas, a NBR 12266 trata especificamente da elaboração de estudos de bacias hidrográficas para fins de gerenciamento de recursos hídricos.</p><p>Esta norma define procedimentos e metodologias para o desenvolvimento de estudos e planos de gestão de bacias hidrográficas. A NBR 12266 estabelece diretrizes para a coleta e análise de dados hidrológicos, a elaboração de planos de uso racional da água e a aplicação de ferramentas de gestão sustentável. O objetivo é fornecer uma base técnica sólida para a tomada de decisões em relação ao gerenciamento de recursos hídricos em nível de bacia hidrográfica.</p><p>A norma aborda aspectos como:</p><p>· Levantamento de dados hidrográficos, hidrológicos e ambientais.</p><p>· Caracterização das bacias, incluindo topografia, uso do solo, vegetação e ocupação humana.</p><p>· Análise da disponibilidade e demanda por recursos hídricos.</p><p>· Identificação de conflitos de uso da água e propostas para seu gerenciamento.</p><p>· Desenvolvimento de estratégias para uso sustentável da água, incluindo projetos de recuperação de bacias e controle de erosão.</p><p>Por ser uma norma técnica, a NBR 12266 é utilizada por engenheiros, gestores de recursos hídricos, órgãos reguladores e empresas que atuam no setor de água para garantir que as análises e os planos de gestão de bacias hidrográficas sejam conduzidos de forma</p><p>consistente, confiável e alinhada com as melhores práticas. Ela desempenha um papel importante na promoção da gestão integrada e sustentável dos recursos hídricos no Brasil.</p><p>Resolução CONAMA nº 357/2005 - A Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, estabelece a classificação das águas superficiais no Brasil e define diretrizes ambientais para o seu enquadramento, além de condições e padrões para o lançamento de efluentes. Essa resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é uma das mais importantes para a gestão de recursos hídricos e controle da poluição, pois fornece um marco regulatório para a qualidade das águas e sua gestão sustentável.</p><p>A resolução estabelece uma classificação das águas em categorias, com base no uso predominante de cada corpo hídrico. As categorias principais incluem:</p><p>· Classe 1: Águas de alta qualidade, adequadas para abastecimento humano após tratamento simplificado, preservação de fauna e flora aquáticas, entre outros usos.</p><p>· Classe 2: Águas que podem ser utilizadas para abastecimento humano após tratamento convencional, recreação de contato primário, pesca, irrigação, etc.</p><p>· Classe 3: Águas adequadas para abastecimento humano após tratamento mais rigoroso, bem como para irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras, além de recreação de contato secundário.</p><p>· Classe 4: Águas indicadas apenas para navegação, paisagismo e outros usos de menor restrição.</p><p>Além disso, a Resolução CONAMA nº 357/2005 define parâmetros e limites para a qualidade da água, considerando aspectos como pH, temperatura, oxigênio dissolvido, nutrientes, metais pesados, entre outros. Também estabelece condições para o lançamento de efluentes, impondo limites para diversos poluentes e exigindo o tratamento adequado antes do descarte no ambiente.</p><p>Aborda-se também a necessidade de proteger e restaurar a qualidade das águas, prevendo medidas para recuperar corpos hídricos degradados. A resolução é um instrumento essencial para orientar órgãos ambientais, empresas, indústrias e a sociedade sobre os padrões necessários para preservar e melhorar a qualidade das águas no Brasil, contribuindo para a gestão sustentável dos recursos hídricos.</p><p>MARPOL (Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios)</p><p>A Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios (MARPOL), uma das principais convenções da Organização Marítima Internacional (IMO), é um tratado global criado para combater a poluição marinha causada por navios. Firmada em 1973 e emendada em 1978, ela oferece uma estrutura abrangente para controlar diversas fontes de poluição nos mares.</p><p>MARPOL inclui regras para evitar derramamentos de petróleo e produtos químicos, regular o descarte de lixo e esgotos, e reduzir emissões atmosféricas oriundas de navios. Com suas disposições, a convenção visa mitigar o impacto ambiental das operações marítimas, exigindo que os navios adotem práticas seguras e eficientes para prevenir a poluição. Por exemplo, um dos focos é a prevenção de vazamentos de petróleo, estabelecendo procedimentos rigorosos para a limpeza e descarte seguro de resíduos oleosos.</p><p>Outro aspecto importante da MARPOL é a regulamentação do lixo marinho, estabelecendo normas para a gestão dos resíduos gerados por embarcações, como plásticos, vidros e outros materiais sólidos, proibindo seu descarte no oceano. Além disso, a convenção aborda a poluição atmosférica causada por navios, impondo limites para emissões de gases tóxicos e incentivando o uso de combustíveis mais limpos.</p><p>A convenção também atribui responsabilidades aos países signatários para garantir que os navios sob suas bandeiras cumpram essas regras, incluindo inspeções regulares e aplicação de penalidades em caso de descumprimento. Com isso, a MARPOL busca garantir uma abordagem global e coerente para a proteção dos oceanos e ecossistemas marinhos.</p><p>image1.png</p>