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<p>3</p><p>RECREAÇÃO E LAZER</p><p>Prof.ª. Esp. Wanderley Souto</p><p>Educação Física – Mauá DF</p><p>Pós em Gestão e Orientação Educacional</p><p>Pós em Educação Física Escolar</p><p>Pós em Fisiologia do Exercício</p><p>Soutoprofessor@gmail.com</p><p>SETEMBRO/2019</p><p>4</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Com o crescimento do setor de lazer e entretenimento, há um vasto campo de</p><p>trabalho para o Profissional de Educação Física que deseje atuar na área.</p><p>Hotéis e resorts, colônias de férias, cruzeiros marítimos, associações</p><p>filantrópicas, hospitais, clubes e casas de festa são algumas das possibilidades</p><p>a quem opta por ser um recreador.</p><p>Além do crescimento deste mercado, a recreação facilita o trabalho do</p><p>profissional de Educação Física, pois, através de jogos e brincadeiras o</p><p>repertório motor do público é grandemente ampliado em ambientes informais e</p><p>prazerosos para todos.</p><p>Esse módulo fará com que você amplie os seus horizontes em relação a sua</p><p>profissão.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A necessidade de divulgar a importância da recreação no desenvolvimento</p><p>motor, promoção de eventos, bem-estar social e desenvolvimento cognitivo,</p><p>têm necessitado a cada dia uma maior atenção, bem como os profissionais que</p><p>desenvolvem tais ações precisam buscar capacitação neste mercado que está</p><p>cada vez mais exigente, até podendo dizer cada vez mais dinâmico.</p><p>Uma gama tremenda de informação temos em mãos, cuja sua relevância no</p><p>desenvolvimento global se estende à hábitos alimentares, atividade física</p><p>regular, uso de medicina preventiva, onde os meios de comunicação a</p><p>ressaltam e intensificam. Hoje, a oportunidade nos é dada, através do lúdico,</p><p>da criatividade, da imaginação, atividade física, concentrada na vertente da</p><p>RECREAÇÃO, aumentar o conhecimento, incentivar pessoas, contribuir com a</p><p>comunidade e promoção do bem, enfim, criando alegria.</p><p>5</p><p>1 HISTÓRIA DA RECREAÇÃO</p><p>A recreação teve sua origem na pré-história, quando o homem primitivo se</p><p>divertia festejando o início da temporada de caça, ou a habitação de uma nova</p><p>caverna. As atividades se caracterizavam por festas de adoração, celebrações</p><p>fúnebres, invocação de Deuses, com alegria, caracterizando assim um dos</p><p>principais intuitos da recreação moderna, e também, o vencimento de um</p><p>obstáculo. As atividades (jogos coletivos) dos adultos em caráter religioso foram</p><p>passadas de geração em geração às crianças em forma de brincadeiras. Em</p><p>1906 foi criado um órgão responsável pela recreação, o Playground Association</p><p>Of America, hoje mundialmente conhecido com NATIONAL RECREATION</p><p>ASSOCIATION. O termo playground foi mudado para "recreação" devido à</p><p>necessidade de atingir um público de diferente faixa etária, como os jovens e</p><p>adultos. E devido a crescente importância do tempo de lazer dos indivíduos da</p><p>sociedade. No Brasil a criação de praças públicas iniciou-se em 1927, no Rio</p><p>Grande do Sul com o Professor Frederico Guilherme Gaelzer. O evento chamava</p><p>"Ato de Bronze", onde foram improvisadas as mais rudimentares aparelhagens.</p><p>Pneus velhos amarrados em árvores construíam um excelente meio de</p><p>recreação para a garotada. Em 1929, aparecem as praças para a Educação</p><p>Física, orientadas por instrutores, pois não havia professores especializados.</p><p>6</p><p>Surgia a partir daí Centros Comunitários Municipais. Em 1972, foi criado o</p><p>"Projeto RECOM" (Recreação - Educação - Comunicação), pelo prefeito Telmo</p><p>Flores juntamente com o professor Gaelzer. Porto Alegre (a pioneira desse tipo</p><p>de projeto), realizou atividades recreativas e físicas promovendo o</p><p>aproveitamento sadio das horas de lazer e a integração do homem com sua</p><p>comunidade. Funcionavam no RECOM uma Tenda de Cultura e um Carrossel</p><p>de Cultura, desmontáveis e de fácil remoção. A Tenda é uma casa de</p><p>espetáculos. O Carrossel foi criado para apresentações externas, espetáculos</p><p>ao ar livre. Façamos a ressalva pela importância da recreação, a Alemanha, a</p><p>introduzindo nas escolas e criando os parques infantis. Os EUA, criando os</p><p>playgrounds equipados revolucionando a recreação pública. O Rio Grande do</p><p>Sul pelo pioneirismo e a implantação do "RECOM" com a recreação móvel.</p><p>1.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS</p><p>Pretendemos deixar claras e diferenciadas as idéias de Lazer e Recreação. Para</p><p>isso, precisamos anteceder e partir de algumas outras idéias, que veremos a</p><p>seguir.</p><p>Chamaremos de TEMPO TOTAL todo o tempo da vida de uma pessoa, ou seja,</p><p>todas as horas do dia, todos os dias do ano e assim por diante. Esse tempo total</p><p>subdivide-se em três partes, as quais não tem obrigatoriamente a mesma</p><p>duração. Podemos ainda dizer, num estudo mais aprofundado, que cada uma</p><p>dessas partes aumenta em função da diminuição de alguma das outras duas.</p><p>Vamos analisá-las independentemente.</p><p>A primeira delas chamará de TEMPO DE TRABALHO. É esse o tempo que uma</p><p>pessoa utiliza direta ou indiretamente em função de sua produção. Isso implica</p><p>em compromisso, responsabilidade, obrigação e mesmo retorno financeiro.</p><p>Consideraremos como tempo de trabalho também o tempo que as pessoas</p><p>utilizam indiretamente para que sua produção ocorra, como, por exemplo, o</p><p>tempo gasto para chegar-se ao local de trabalho, ou mesmo, o tempo que um</p><p>professor gasta para elaborar uma aula ou corrigir provas, mesmo que isso</p><p>aconteça fora de seu ambiente e fora ele seu horário específico de trabalho. Isto</p><p>posto, é necessário frisar que TEMPO de trabalho e HORÁRIO de trabalho são</p><p>coisas diferentes, ou seja, nem tudo o que a pessoa faz em função de sua</p><p>produção é feito em seu HORÁRIO de trabalho, mas sempre será TEMPO de</p><p>trabalho. O tempo de estudo, dentro e fora da escola, também será considerado</p><p>como tempo de trabalho.</p><p>A segunda parte da divisão chamará de TEMPO DE NECESSIDADES</p><p>BÁSICAS VITAIS. Esse é todo o tempo utilizado para realização de</p><p>necessidades sem as quais um ser humano não vive, ou não tem boas condições</p><p>de sobrevivência. Podemos dividi-las em quatro grandes grupos: sono,</p><p>alimentação, necessidades fisiológicas e higiene.</p><p>7</p><p>A terceira parte, a mais importante em nosso estudo chamará de TEMPO LIVRE.</p><p>Se as outras duas partes do tempo total estão ocupadas, o que sobra é tempo</p><p>livre. Podemos ainda conceituar o tempo livre da seguinte maneira: tomando-se</p><p>o tempo total de uma pessoa, extraindo-se o tempo de trabalho e o tempo de</p><p>necessidades básicas vitais, o que resta é tempo livre. É dentro de seu tempo</p><p>livre que as pessoas têm seu tempo de lazer. Ao surgir em uma pessoa uma</p><p>predisposição, um estado de espírito favorável, uma vontade de se dedicar a</p><p>alguma atitude voltada para o lúdico, essa pessoa se encontra numa situação de</p><p>Lazer. Lúdico é tudo aquilo que leva uma pessoa somente a se divertir, se</p><p>entreter, se alegrar, passar o tempo. É importante observarmos que esse estado</p><p>de espírito acontece espontaneamente e não pode ser provocado, talvez,</p><p>apenas estimulado.</p><p>A partir do momento que uma pessoa passa a concretizar essa vontade</p><p>chamada lazer, ela está tendo sua recreação. Devemos observar que a</p><p>recreação não é a atividade, mas sim o fato de estar-se concretizando esse</p><p>anseio. Recreação é uma circunstância, uma atitude.</p><p>A atividade que a pessoa pratica e através da qual ela consegue atingir sua</p><p>recreação chamamos de ATIVIDADE LÚDICA ou ATIVIDADE RECREATIVA.</p><p>Devemos estar atentos para não confundirmos a recreação com a atividade</p><p>recreativa.</p><p>Devemos ainda considerar que existem determinadas atitudes que uma pessoa</p><p>dentro de seu tempo livre, mas não é Lazer, pois não apresentam o componente</p><p>lúdico. Temos, como exemplo, uma festa à qual não queremos comparecer,</p><p>porém vamos por obrigação, ou ainda um velório, ou mesmo fazer as compras</p><p>do dia-a-dia. São estas as chamadas OBRIGAÇÕES SOCIAIS. Repensando os</p><p>é montado um circuito de tarefas de diferentes</p><p>habilidades e cada grupo cumpre uma tarefa por vez, todos ao mesmo tempo.</p><p>Ao fim de um determinado tempo, todos mudam de tarefa juntos e assim</p><p>sucessivamente, até completarem todo o circuito.</p><p>Além destes mais comuns, existem outros tipos de gincanas, que podem ser</p><p>criados a qualquer momento ou ainda as GINCANAS MISTAS, as quais juntam</p><p>dois ou mais dos tipos anteriores.</p><p>As gincanas costumam ser promovidas por escolas, igrejas, clubes, rádios,</p><p>coordenadorias de lazer, prefeituras, centros recreativos ou então integram as</p><p>programações recreativas de hotéis, colônias de férias, acampamentos,</p><p>acantonamentos etc.</p><p>MATROGINÁSTICA</p><p>O prefixo MA TRO vem de “mater” que significa MÃE.</p><p>49</p><p>A matroginástica consiste na prática do exercício físico em família, de uma forma</p><p>lúdica e prazerosa.</p><p>Ela realça a importância e viabiliza a relação entre pais e filhos. A família é o</p><p>primeiro e principal elemento da educação.</p><p>A Matroginástica nasceu da idéia da mãe trabalhar com a criança, porém o pai</p><p>ou qualquer outro responsável por ela pode participar igualmente. Também</p><p>serve para proporcionar maior comunicação entre pais e filhos, despertando o</p><p>adulto para a prática do exercício físico.</p><p>Atualmente, utiliza-se a matroginástica até mesmo com grupos de faixa etária</p><p>homogênea, apenas como forma de ginástica aeróbica recreativa.</p><p>Segundo Edson da Costa Vitor, “a aeróbica recreativa é uma atividade física com</p><p>predominância de exercícios aeróbicos utilizando movimentos naturais, simples</p><p>e combinados, onde a música e a ludicidade são enfatizados”.</p><p>Na matroginástica e na aeróbica recreativa, não é tão importante desempenho,</p><p>mas sim participação. Características das atividades de Matroginástica:</p><p>– Utilização de música;</p><p>– Atividades preponderantemente lúdicas;</p><p>– inexistência da competição;</p><p>– Utilização do trabalho de formas básicas de movimento (andar, correr, saltar,</p><p>rolar etc.);</p><p>– Desenvolvimento de trabalho de imitação, cooperação, interação e expressão.</p><p>Para enriquecer ainda mais uma sessão de matroginástica, utilizamos elementos</p><p>como bolas, cordas, bastões, bexigas, jornal etc.</p><p>O tempo ideal para realização de uma sessão de matroginástica varia entre 35</p><p>e 70 minutos.</p><p>Toda sessão de matroginástica costuma ser dividida em três partes:</p><p>PARTE INICIAL: Aquecimento, com música contagiante. Preparar</p><p>fisiologicamente. Satisfazer a necessidade de movimento do grupo com</p><p>entusiasmo e de forma alegre. Tarefas com movimentações. Percepções do</p><p>espaço, observando direções, posições etc. Percepção do tempo, dos ritmos</p><p>50</p><p>rápidos, lentos e moderados. Organização individual ou só na família. Duração</p><p>de 30% do tempo.</p><p>PARTE PRINCIPAL: Mais dinâmica. Movimentação mais intensa. Tarefas de</p><p>formação corporal, domínio do corpo. Desenvolvimento das capacidades físicas</p><p>e habilidades motoras. Organização em duplas, só na família ou entre famílias.</p><p>Duração de 50% do tempo.</p><p>PARTE FINAL: Volta à calma. Atividades de integração e emotivas. Canto em</p><p>grupo. rodas cantadas. Brincadeiras historiadas. Desenvolvimento do sentido</p><p>rítmico e capacidade expressiva do corpo e do grupo. Organização em pequenos</p><p>e grandes grupos, na família ou entre famílias, grande roda com participação de</p><p>todos num só grupo. Duração de 20% do tempo.</p><p>ATIVIDADES LÚDICAS PARA DIAS DE CHUVA</p><p>Devido à dificuldade de se prever a condição do tempo toma-se de grande</p><p>importância à preocupação do recreacionista com uma programação alternativa</p><p>para dias de chuva.</p><p>Essa programação deve ser feita previamente, com o intuito de não se perder</p><p>tempo quando da execução das atividades, urna vez que a chuva pode começar</p><p>repentinamente.</p><p>A chuva implica na troca de espaços ao ar livre e maiores por espaços fechados</p><p>e menores. Em conseqüência dessa diminuição do espaço, as atividades serão</p><p>de pouca ou nenhuma movimentação.</p><p>Tipos de atividades mais propícios para caso de chuva:</p><p>– Artes plásticas;</p><p>– Gincanas de salão, culturais e musicais;</p><p>– Bingo;</p><p>– Trabalhos manuais, confecção de pipas, aproveitamento de sucata;</p><p>– Torneios de jogos de mesa em geral;</p><p>– Representação, teatralização, dramatização, improvisação;</p><p>– Rodas e brincadeiras cantadas;</p><p>51</p><p>– Jogos e brincadeiras de pouco deslocamento e pouca movimentação.</p><p>RODAS E BRINCADEIRAS CANTADAS</p><p>Rodas e brincadeiras cantadas, por mais estudos que se tenha feito quanto às</p><p>diferenças, hoje são sinônimos, independente de posicionamento, participação</p><p>e execução.</p><p>São atividades em que os próprios participantes cantam, sem a necessidade de</p><p>acompanhamento de instrumentos musicais ou equipamentos eletrônicos, e nas</p><p>quais existem brincadeiras que dependem da música. Essas brincadeiras são</p><p>feitas com a própria melodia ou com a letra da música, ou ainda com gestos e</p><p>movimentações divertidas. Vale ressaltar que se não houver a música, a</p><p>brincadeira não tem sentido.</p><p>Quando nenhuma atividade recreativa parece caber em determinado momento,</p><p>a música ainda é de grande utilidade.</p><p>Não existe ocasião específica para o desenvolvimento de uma brincadeira</p><p>cantada. Ela pode ser utilizada a qualquer momento em urna programação</p><p>recreativa.</p><p>As rodas cantadas atraem não apenas as crianças, porém todas as faixas</p><p>etárias, dependendo sempre do enfoque que o recreacionista dá a elas.</p><p>As rodas e brincadeiras cantadas podem ainda ajudar no desenvolvimento da</p><p>sociabilização, aprendizagem motora (ritmo, coordenação) e desenvolvimento</p><p>de percepções (observação, atenção).</p><p>O procedimento ao se ensinar uma roda ou brincadeira cantada a um grupo deve</p><p>ser o seguinte: primeiramente, cantar toda a canção para que os participantes</p><p>sintam-se motivados a aprendê-la; em seguida, cantar juntamente com os</p><p>participantes verso por verso, repetindo quantas vezes forem necessárias, até</p><p>que todos tenham aprendido a melodia e o ritmo; não bater palmas enquanto</p><p>estiver ensinando, pois o som das palmas atrapalha o entendimento da</p><p>pronúncia das palavras; após terem aprendido a canção, só então acoplar os</p><p>gestos e as movimentações pouco a pouco, até que todos tenham incorporado</p><p>toda a mensagem.</p><p>Os principais tipos de rodas cantadas são:</p><p>INTEGRAÇÃO: A própria brincadeira viabiliza a integração do grupo;</p><p>52</p><p>ACÚMULO DE MOVIMENTAÇÃO: Os gestos e os movimentos, no decorrer da</p><p>brincadeira, vão aumentando e tornando-se mais complexos;</p><p>REUNIÃO DA TURMA: A própria música sugere que as pessoas se agrupem;</p><p>CANONES: Divide-se a turma em grupos menores e cada grupo canta com uma</p><p>certa defasagem de tempo em relação ao grupo anterior;</p><p>DIDÁTICAS: A letra da canção ensina alguma coisa para os participantes;</p><p>LETRAS COM GESTOS: Os gestos feitos durante a brincadeira traduzem</p><p>exatamente o que a letra da canção está dizendo. Assim, os gestos ajudam a</p><p>lembrar da letra e vice-versa;</p><p>OMISSÂO DE PALAVRAS: Aos poucos se vão retirando palavras da música e</p><p>substituindo-as por sons, por gestos ou simplesmente omitindo-as;</p><p>COORDENAÇÃO DE GESTOS: Os gestos feitos durante a brincadeira são</p><p>difíceis, exigindo bastante da coordenação motora.</p><p>COORDENAÇÃO DE PALAVRAS: As palavras ditas e cantadas são de difícil</p><p>pronúncia quando colocadas juntas.</p><p>REPETIÇÃO: São as mais fáceis de ensinar, pois o recreacionista canta e os</p><p>participantes apenas repetem os versos, que são engraçados.</p><p>Existem ainda outros tipos, criados a todo o momento, inclusive derivados da</p><p>junção dos aqui citados.</p><p>53</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CAMARGO, Luiz O. Lima. O que é lazer. Editora Brasiliense.</p><p>FARINATTI, Pedro de Tarso Veras. Criança. Editora Sprint.</p><p>HUIZINGA, Johan. O homo Ludens. Editora Perspectiva.</p><p>LORDA, C. Raúl. Recreação na terceira idade. Editora Sprint.</p><p>MARCELLINO, Nelson Carvalho. Lazer: Formação e atuação profissional. Editora Papiros.</p><p>MIRANDA, Nicanor. 200 jogos infantis. Editora Itatiaia Ltda.</p><p>MIRANDA, Nicanor. Organização das atividades de Recreação. Editora Itatiaia Ltda.</p><p>PIMENTEL, Figueiredo & RABELO, Vitória. 268 jogos Infantis, Editora Villa Rica.</p><p>QUEIROZ, Claudia Alexandre. Recreação aquática. Editora Sprint</p><p>estudos feitos até este ponto, conceituaremos Lazer e recreação da seguinte</p><p>maneira:</p><p>O LAZER é o estado de espírito em que o ser humano se coloca, instintivamente</p><p>(não deliberadamente), dentro do seu tempo livre, em busca do lúdico (diversão,</p><p>alegria, entretenimento).</p><p>A RECREAÇÃO é o fato, ou o momento, ou a circunstância que o indivíduo</p><p>escolhe espontânea e deliberadamente, através do qual ele satisfaz (sacia) seus</p><p>anseias voltados ao seu lazer. Não podemos deixar de citar dois outros conceitos</p><p>também importantes:</p><p>ÓCIO é “nada fazer” de forma lúdica, positiva e opcional. Pode até ser uma</p><p>opção de lazer.</p><p>8</p><p>OCIOSIDADE é “nada fazer” de forma negativa, compulsória. O indivíduo</p><p>preferiria estar fazendo algo, mas é impedido, não tem opção.</p><p>1.2 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA RECREAÇÃO</p><p>A recreação apresenta características básicas, as quais deverão ser sempre</p><p>observadas, pois uma vez quebradas fazem com que o praticante não</p><p>desenvolva sua recreação na forma mais ampla. São elas:</p><p>- A recreação deve ser encarada pelo praticante como um fim em si mesma, sem</p><p>que se espere benefícios ou resultados específicos. A pessoa que busca sua</p><p>recreação nunca terá outro objetivo com sua prática que não apenas o fato de</p><p>se recrear. Há um total descompromisso e uma total gratuidade. Não busca</p><p>qualquer tipo de retorno.</p><p>- A recreação deve ser escolhida livremente e praticada espontaneamente,</p><p>segundo os interesses de cada um. Cada pessoa terá oportunidade de opção</p><p>quanto àquilo que pretenda fazer em função de sua recreação e, se preferir,</p><p>ainda optar por não a ter naquele ou em qualquer outro momento. Uma pessoa</p><p>não pode forçar outra à prática da recreação; pode apenas sugerir ou motivar.</p><p>9</p><p>Ninguém recreia ninguém. Os profissionais de recreação apenas criam</p><p>circunstâncias propícias para que cada pessoa se recreie.</p><p>- A prática da recreação busca levar o praticante a estados psicológicos</p><p>positivos. A recreação tem caráter hedonístico; está sempre ligada ao prazer;</p><p>recreação busca prazer. É necessário tomar-se cuidado com a prática de</p><p>determinadas atividades lúdicas que durante seu desenrolar poderão desviar-se</p><p>e acarretar no praticante de sensações indesejadas e negativas.</p><p>10</p><p>- A recreação deve ser de natureza a propiciar à pessoa exercício da criatividade.</p><p>Na medida em que se ofereça estimulação, essa criatividade deve ser</p><p>plenamente desenvolvida. O momento da prática da recreação é propício ao</p><p>desenvolvimento da criatividade, pois de acordo com as características</p><p>anteriores, notamos que não existe cobrança, é o momento de se ser criativo,</p><p>pois não há nada a perder, nem mesmo tempo, porque é lúdico passar-se o</p><p>tempo, não importando como. A importância da criatividade para a pessoa é</p><p>enorme, pois engrandece a personalidade e prepara para uma condição melhor</p><p>de vida. O trabalho será muito melhor e apresentará resultados muito mais</p><p>satisfatórios se desenvolvido desde a infância.</p><p>- Nas características de organização da sociedade nos níveis econômicos,</p><p>sociais, políticos e culturais em geral, a recreação de cada grupo é escolhida de</p><p>acordo com os interesses comuns dos participantes. Pessoas com as mesmas</p><p>características têm uma tendência natural de se procurarem e se agruparem.</p><p>Seu comportamento é semelhante. Essas pessoas formam os chamados grupos</p><p>de iguais. Cada grupo de iguais, de acordo com suas características, busca um</p><p>determinado tipo de recreação. Pessoas semelhantes buscam situações</p><p>semelhantes de recreação. Pessoas diferentes buscam recreação diferente. É a</p><p>isso que se deve a dificuldade de se atrair um grupo muito heterogêneo na sua</p><p>totalidade para uma mesma atividade lúdica.</p><p>11</p><p>1.3 PERFIL DO PROFISSIONAL DE RECREAÇÃO</p><p>O profissional de recreação não pode em nenhum momento esquecer que ele é</p><p>um EXEMPLO, e que suas atitudes vão se refletir sobre o grupo participante. Por</p><p>12</p><p>isso, elementos como caráter, princípios, linguagem, hábitos e educação são</p><p>alguns dos vários aspectos a serem vistos. Sua influência sobre o grupo deve</p><p>ser positiva e jamais arbitrária ou dúbia. Pró-atividade e iniciativa são</p><p>características inerentes àquele que busca criar alegria!</p><p>Todo profissional envolvido com recreação é chamado de recreacionista. Porém</p><p>em situações diferentes, os recreacionistas assumem papéis diferentes de</p><p>acordo com as necessidades do momento.</p><p>Animador</p><p>É aquele que tem contato direto e estrito com o público participante e com as</p><p>atividades lúdicas desenvolvidas. São características importantes para o bom</p><p>desenvolvimento do trabalho de animador: Ser comunicativo, simpático, alegre,</p><p>13</p><p>maleável, perspicaz, divertido e brincalhão, sabendo estabelecer e respeitar os</p><p>limites.</p><p>São suas principais funções: auxiliar o planejamento das atividades lúdicas;</p><p>operacionalizar as atividades lúdicas; liderar para que todos participem das</p><p>atividades lúdicas; explicar o funcionamento das atividades lúdicas; coordenar</p><p>as atividades lúdicas; propiciar a integração dos grupos; criar situações de</p><p>estados psicológicos positivos; arbitrar quando se fizer necessário; zelar pelo</p><p>material antes, durante e depois da atividade; responsabilizar-se pela integridade</p><p>física do grupo em nível de primeiros socorros; responsabilizar-se por todos os</p><p>participantes desde o início até o término da atividade lúdica.</p><p>Supervisor</p><p>É aquele que tem sob sua supervisão uma equipe de animadores e se torna o</p><p>elo entre eles e o público alvo. São características importantes para o bom</p><p>desenvolvimento do trabalho do supervisor: ser alegre, simpático, acessível e</p><p>adequadamente comunicativo, com habilidade para mediar questões, deve ter</p><p>espirito de liderança, ter a capacidade de avaliar a equipe, o desempenho dessa</p><p>equipe e as atividades a serem desenvolvidas.</p><p>Técnico em Recreação</p><p>14</p><p>Deve entender um pouco sobre o comportamento humano, saber o que as</p><p>pessoas esperam para sua recreação, tendo visão organizacional e de</p><p>planejamento e projetos, na intenção de ter uma visão de futuro a médio e longo</p><p>prazo. São características importantes para o bom desenvolvimento trabalho do</p><p>técnico em recreação: ter a capacidade de analisar a sociedade criticamente com</p><p>relação às necessidades de lazer e recreação do ser humano; deve possuir</p><p>pensamento científico quanto aos aspectos filosóficos, sociológicos,</p><p>antropológicos e psicológicos dos pequenos e grandes grupos humanos; deve</p><p>ter a capacidade de liderar, organizar, promover, desenvolver e observar</p><p>criticamente eventos na área de recreação; deve conhecer e saber explorar os</p><p>diversos campos existentes e disponíveis ao técnico em recreação. São suas</p><p>principais funções: idealizar, organizar, divulgar, favorecer, viabilizar e avaliar os</p><p>projetos de eventos recreativos; administrar burocrática e financeiramente esses</p><p>eventos; contato, seleção e contratação de pessoal; supervisionar todos os</p><p>recursos materiais e os equipamentos a serem utilizados.</p><p>1.4 ORGANIZAÇÃO DE UM PROGRAMA RECREATIVO</p><p>Processo de planejamento</p><p>Para qualquer área de estudo ou de atuação onde se faça necessário um</p><p>processo de planejamento, ele se subdivide em três etapas:</p><p>DIAGNÓSTICO: É o levantamento da situação atual / real; como tudo se</p><p>encontra no momento.</p><p>PROGNÓSTICO: É estabelecer critérios para se atingir a situação ideal; corno</p><p>tudo deverá ficar.</p><p>15</p><p>EXECUÇÃO: É o desenvolvimento efetivo do que foi estabelecido no</p><p>prognóstico; fazer acontecer e consequentemente avaliar. Para o melhor</p><p>resultado da execução, é necessário que se faça um bom prognóstico; por sua</p><p>vez, um bom prognóstico depende de um bom diagnóstico.</p><p>Assim, devemos ser cuidadosos com todas as etapas. Etapas de elaboração e</p><p>execução de um programa recreativo Para a melhor organização de um</p><p>programa recreativo, desenvolvemos um processo específico</p><p>para essa área.</p><p>A divisão foi feita em etapas, baseadas nos itens anteriores, com algumas</p><p>adaptações:</p><p>PREPARAÇÃO</p><p>Objetivos / Filosofia: Os objetivos do organizador devem estar muito bem</p><p>definidos, determinando assim a filosofia do evento.</p><p>– Público-alvo: Traçar o perfil da demanda, detectando características</p><p>individuais e do grupo, fazendo também um levantamento dos interesses e da</p><p>expectativa dos envolvidos.</p><p>– Estrutura: Análise do ambiente técnico ou natural (bosques, lagos, parques,</p><p>galpões, ruas etc.), espaços disponíveis (os que poderão ser utilizados),</p><p>equipamentos (piscinas, quadras esportivas, playgrounds, salões etc.) e</p><p>infraestrutura básica (luz, água, saneamento etc.). – Período: Escolher bem a</p><p>data, determinar os melhores horários, preocupando-se com a duração.</p><p>– Alimentação: Preparar tudo antecipadamente, mantendo um cardápio</p><p>equilibrado e compatível com as necessidades. – Meio de transportes: Qual será</p><p>utilizado, de uso comum ou individual, determinando o ponto de encontro.</p><p>– Recursos humanos: Básicos (cozinheiros, motoristas, faxineiras, enfermeiro,</p><p>nutricionistas etc.) e específicos de recreação (animadores, supervisares,</p><p>técnicos, arte educadores, árbitros, coordenadores etc.).</p><p>– Levantamento de custos: Estimativa dos gastos a serem despendidos e da</p><p>margem de lucro pretendida, estipulando o preço final para o cliente; determinar</p><p>a forma de obtenção desse recurso (patrocínio, investimento, taxa de inscrição</p><p>etc.).</p><p>– Critérios para participação: Quem poderá participar e quais os procedimentos</p><p>que deverão seguir para se envolver.</p><p>– Divulgação: Determinar a abrangência, os métodos a serem utilizados e pontos</p><p>de divulgação.</p><p>INSCRIÇÃO</p><p>16</p><p>– Cadastramento / identificação: Elaborar uma ficha contendo todos os dados de</p><p>identificação do participante (ou equipe) para cadastramento. Cuidados com</p><p>saúde / limitações / comportamento: Elaborar uma ficha, a qual deverá conter</p><p>dados importantes a respeito dessas características, ficando assim os</p><p>organizadores a par de tudo o que poderá vir a acontecer durante o período que</p><p>estiverem em contato com os participantes.</p><p>– Termo de responsabilidade: O participante deverá assinar um termo</p><p>assumindo a responsabilidade sobre sua participação. Em caso de menores, o</p><p>adulto responsável assinará uma autorização, isentando os organizadores das</p><p>responsabilidades legais. Salientamos a importância de um contato prévio com</p><p>os participantes, com o intuito de dar e obter maiores informações (que muitas</p><p>vezes não são citadas nas fichas). – Regulamentos: Elaborar e divulgar um</p><p>conjunto de todas as regras que deverão ser respeitadas.</p><p>– Premiação: Analisar a necessidade de premiar vencedores ou participantes.</p><p>Distribuir equilibradamente os prêmios entre os merecedores. Definir local e</p><p>momento da entrega da premiação.</p><p>– O que levar: Sugerir aos participantes uma lista de pertences que não deverão</p><p>ser esquecidos (trajes, materiais específicos, objetos de uso pessoal, higiene</p><p>etc.).</p><p>– Recomendações: Lembrar aos participantes alguns itens específicos do</p><p>programa em questão. Localização: Deixar bem claro para os participantes o</p><p>local onde deverão se apresentar, utilizando-se até mesmo de mapas.</p><p>– Horários: Comunicar aos participantes os horários a serem cumpridos.</p><p>PROGRAMAÇÃO</p><p>– Número de participantes: Estimar o número de participantes envolvidos para</p><p>embasar o trabalho de programação das atividades.</p><p>– Plano de ação: Determinar o sistema como o programa será desenvolvido.</p><p>– Atividades: Adequar os melhores tipos de atividades ao público, à organização</p><p>e à situação identificada anteriormente. Devemos relacionar atividades</p><p>pertinentes, selecionar as mais adequadas e organizá-las de forma coerente.</p><p>Cronograma completo: É necessário que se monte previamente um cronograma,</p><p>para que se saiba exatamente o que acontecerá em cada período disponível.</p><p>– Material esportivo e recreativo: Estabelecer todo o material necessário para</p><p>desenvolvimento das atividades e prepará-lo com a devida antecedência.</p><p>– Material de primeiros socorros: Manter um estojo de primeiras necessidades</p><p>sempre à mão, para atendimento imediato em caso de pequenos imprevistos.</p><p>17</p><p>Ter contato com assistência médico-hospitalar para caso de eventuais</p><p>problemas. Analisar a possibilidade de convênio médico. Ou seguro saúde para</p><p>todos os participantes ou funcionários.</p><p>– Material de uso genérico: Observar se algum outro tipo de material se faz</p><p>necessário (limpeza, manutenção, divulgação de outros programas, avaliações</p><p>etc.).</p><p>– Balanço financeiro: Fazer uma análise da receita e da despesa do programa,</p><p>estabelecendo ponto de equilíbrio/ lucro/ prejuízo.</p><p>OPERACIONALIZAÇÃO</p><p>– Imprevistos: A função do organizador é tentar evitar todos os imprevistos</p><p>possíveis, mas mesmo tendo tomado todas as providências anteriores com todo</p><p>cuidado, ainda assim esses imprevistos poderão acontecer. Nesse caso, o</p><p>organizador deverá ter perspicácia para perceber, maleabilidade para contornar</p><p>a situação e criatividade para encontrar soluções alternativas.</p><p>Postura profissional: O organizador deverá ter cuidados para passar ao</p><p>participante uma imagem totalmente profissional. Para isso, salientamos alguns</p><p>itens importantes:</p><p>• O recreacionistas não deve ter a atitude semelhante à do participante,</p><p>mantendo-se acima de qualquer suspeita; · Preocupar-se com sua atitude</p><p>em termos de postura física (como andar, sentar-se, postura à mesa etc.);</p><p>• · Cuidar da vestimenta, usando trajes bem apresentáveis e de acordo com</p><p>a ocasião;</p><p>• · Observar sua aparência pessoal (cabelos, unhas, barba etc.); · Adequar</p><p>sua linguagem oral e escrita ao público e à situação, evitando excesso de</p><p>gírias, palavrões etc.;</p><p>• · O consumo de cigarros e bebidas alcoólicas normalmente é mal visto</p><p>pelos participantes. Assim, deverão ser evitados em qualquer quantidade</p><p>e qualquer circunstância;</p><p>• · O recreacionista deve evitar qualquer tipo de relacionamento íntimo com</p><p>algum participante ou mesmo com colegas de equipe;</p><p>• · Evitar o excesso de atenção a alguns grupos (mais carismáticos),</p><p>deixando outros em segundo plano. Todos os participantes devem ser</p><p>tratados igualmente, sem que haja distinção entre eles;</p><p>18</p><p>• · Manter com os participantes uma relação de simpatia, confiança</p><p>(segurança) e de amizade, estabelecendo e respeitando limites;</p><p>• · Estar, na medida do possível, sempre disponível para atender aos</p><p>participantes;</p><p>• · Manter um relacionamento de igualdade com os outros profissionais de</p><p>outros setores, integrando-os se possível;</p><p>• · Saber fazer e receber críticas de colegas, não competindo para se</p><p>sobressair, mas integrando-se, para realizar um trabalho de grupo;</p><p>• · Evitar comentários desnecessários sobre o comportamento ou atitude</p><p>das pessoas em geral.</p><p>AVALIAÇÂO</p><p>– Quem: A avaliação pode ser feita pelos participantes, deve ser feita pelos</p><p>recreacionistas, e não pode deixar de ser feita pelos organizadores. Estes são</p><p>os responsáveis pela tabulação dos dados e resultado final.</p><p>– O quê: Serão avaliados os materiais, as atividades, a programação, a postura</p><p>e o desempenho da equipe, o resultado de todas as providências e se os</p><p>objetivos foram alcançados. Devem ser avaliados os itens independentemente e</p><p>também o resultado final.</p><p>– Quando: A avaliação deverá ser feita já durante a execução do programa e</p><p>encerrada no final. Não deixar tudo para depois para que nenhum item seja</p><p>esquecido.</p><p>– Como: Existem inúmeros processos de avaliação, mas alguns mais utilizados</p><p>são: observação, “boca-a-boca”, questionários e outros. – Para quê: Através da</p><p>avaliação criam-se parâmetros para que os próximos programas sejam sempre</p><p>melhores que os anteriores (“feedback”).</p><p>2. LAZER E QUALIDADE DE VIDA</p><p>19</p><p>Por muito tempo, os trabalhadores lutaram – e ainda lutam – pela redução da</p><p>jornada</p><p>de trabalho em busca de maior tempo livre. Com a revolução industrial</p><p>e mais ainda após a Segunda Guerra Mundial, os trabalhadores conquistaram</p><p>essa redução, diminuindo seu tempo de trabalho e consequentemente</p><p>aumentando seu tempo livre.</p><p>Na realidade, muito mais do que tempo livre, os trabalhadores conquistaram</p><p>também o direito ao lazer; sobrava mais tempo para se divertir, para relaxar, para</p><p>se entreter e para o seu desenvolvimento pessoal e social, aumentando a sua</p><p>qualidade de vida.</p><p>Quando falamos em trabalhador não estamos sós nos referindo aos</p><p>trabalhadores das indústrias, mas a todas as pessoas que, de uma forma ou de</p><p>outra, ocupam seu tempo de trabalho produzindo, seja na indústria, no comércio,</p><p>a criança na escola, a dona de casa, enfim todos aqueles que estão relacionados</p><p>à produção.</p><p>Talvez, na época, os trabalhadores não usassem nomenclaturas do tipo tempo</p><p>livre ou lazer, mas, com certeza, eles sentiam necessidade desse lazer e da</p><p>melhora da qualidade de vida.</p><p>Fomos ao passado para entender o futuro. Nos tempos de hoje também se luta</p><p>pelo direito ao lazer e pela qualidade de vida. Essa luta não é mais somente com</p><p>os empreendedores, mas também com o progresso e o ritmo da vida moderna.</p><p>20</p><p>Com o desenvolvimento da tecnologia e do progresso, surge também o stress</p><p>da vida moderna e as pessoas vêm cada vez mais buscando o bem-estar físico,</p><p>mental, social e cultural, sinônimo de qualidade de vida.</p><p>A qualidade de vida tem sido muito discutida hoje em dia, principalmente nas</p><p>grandes cidades, onde o progresso e a tecnologia têm contribuído para o</p><p>desenvolvimento e ao mesmo tempo têm sido prejudiciais; as pessoas se</p><p>tomaram “prisioneiras” desse desenvolvimento e a qualidade de vida passou de</p><p>importante a necessária.</p><p>As empresas, os órgãos públicos, as instituições, os centros comunitários e</p><p>outros têm exercido papel fundamental para as pessoas. É grande a sua</p><p>preocupação com a qualidade de viela. Cada vez mais surgem programas de</p><p>lazer oferecidos por essas instituições. Essas iniciativas têm contribuído – e</p><p>muito _ para aumentar a qualidade de vida das pessoas.</p><p>O lazer é um direito garantido pela Constituição Brasileira a todos os cidadãos</p><p>(crianças, adolescentes, adultos, terceira idade, portadores de necessidades</p><p>especiais etc.), mas não é preciso esperar as iniciativas das instituições. As</p><p>pessoas podem escolher sozinhas, com a família, com os amigos, a melhor</p><p>forma de usufruir seu tempo livre. O lazer tem sido diretamente relacionado ao</p><p>poder aquisitivo. É preciso que as pessoas entendam que o divertimento, o</p><p>entretenimento, o lúdico, podem ser adquiridos em quaisquer situações — pagas</p><p>ou não pagas. Podemos citar como exemplo, os parques públicos, as praças, as</p><p>praias, as feiras culturais, os shows oferecidos à comunidade, o próprio futebol</p><p>(tão popular entre os brasileiros), as escolas de samba etc., que normalmente</p><p>são oportunidades gratuitas. Existe, principalmente nas grandes cidades, uma</p><p>oferta muito grande de divertimento para a população.</p><p>Usufruir dessas oportunidades é uma forma de melhorar sua QUALIDADE DE</p><p>VIDA.</p><p>3. A RECREAÇÃO EM ESCOLAS</p><p>21</p><p>A recreação na escola é, talvez, o mais antigo trabalho de recreação que se tem</p><p>conhecimento. Porém, cada vez mais, vai tomando um aspecto diferente, pois o</p><p>próprio ambiente escolar vem se transformando. Os professores de sala e os</p><p>professores de Educação Física desenvolviam atividades simples, sempre com</p><p>o intuito de desenvolvimento psicomotor e cultural dos alunos. Pouco a pouco,</p><p>vão abrindo espaço para a recreação mais ampla, desenvolvida até mesmo fora</p><p>do horário de aula.</p><p>Neste caso, o espírito é muito mais lúdico, realizando atividades simplesmente</p><p>em busca do prazer da diversão.</p><p>A recreação na escola, então, acontece em dois momentos diferentes. Um deles</p><p>é durante a aula (de qualquer disciplina), no seu início ou no final, ou até mesmo</p><p>nos horários de intervalo, com atividades que tenham como objetivo somente o</p><p>lúdico, apenas para descontração dos alunos. Há uma grande diferença entre</p><p>uma aula e um momento de recreação durante a aula, pois na aula sempre</p><p>estará presente o objetivo cultural ou formativo, enquanto a recreação, como já</p><p>vimos, tem como objetivo apenas o de recrear. Não podemos deixar de salientar</p><p>que em quaisquer casos sempre estará presente o caráter educacional.</p><p>Outro momento de recreação na escola está mais favorável à atuação do</p><p>recreacionista, são as atividades proporcionadas a todos os alunos da escola,</p><p>ainda não visando objetivos específicos, mas sim o lúdico. Essas atividades</p><p>exploram datas ou momentos especiais, até mesmo os finais de semana ou</p><p>férias escolares, como veremos.</p><p>22</p><p>Esse momento de recreação necessita do auxílio outros profissionais e outros</p><p>professores, propiciando um trabalho multidisciplinar. Há ainda a atuação de</p><p>recreacionistas que organizam c promovem atividades ou eventos recreativos</p><p>dentro e fora da escola. Para melhor ilustrarmos, citamos como exemplo de</p><p>atividades recreacionais dentro da escola as festas, gincanas, matroginástica,</p><p>programas de férias, festivais de dança, festivais de música, concursos e outros.</p><p>Fora da escola temos passeios em geral, viagens, acampamentos,</p><p>acantonamentos, visitas e outros.</p><p>Os programas de férias são atividades feitas para receber os alunos,</p><p>promovendo atividades recreativas, mais uma vez voltadas para o lúdico e</p><p>desvinculadas do compromisso puramente cultural ou formativo. Levam-se as</p><p>crianças até a escola com o intuito de entretê-las e diverti-las durante todo o dia.</p><p>Utilizam-se atividades físicas, culturais, artísticas e sociais, porém todas sem</p><p>compromisso, de forma apenas a propiciar o lúdico.</p><p>RECREAÇÃO EM HOTÉIS</p><p>Tipos de hotel para recreação</p><p>Os hotéis que oferecem serviços de recreação podem ser divididos em três</p><p>categorias, que denominaremos: Hotel de Praia, Hotel de Campo e Hotel de</p><p>Estância. As três categorias diferenciam-se em função dos equipamentos de</p><p>lazer encontrados, em função do tipo de hóspedes que frequenta tal hotel e seu</p><p>23</p><p>comportamento, e consequentemente em função das atividades que serão</p><p>propostas em cada caso.</p><p>No Hotel de Praia, costuma-se utilizar quadras esportivas montadas na areia,</p><p>campo de futebol, salão ou áreas para ginástica, a própria praia e o mar,</p><p>passeios, excursões e outros. É onde se encontra a maior incidência de jovens,</p><p>exigindo atividades de muita movimentação e uma busca de contato entre as</p><p>pessoas. A dinâmica das atividades não é tão alta nem tão calma.</p><p>No Hotel de Campo, em sua maioria hotéis-fazendas, encontramos grandes</p><p>áreas livres disponíveis. Os equipamentos e materiais de lazer sempre são mais</p><p>sofisticados e existe uma exigência maior por parte dos hóspedes. Há um</p><p>número maior de famílias formadas por casais com filhos que podem ser</p><p>crianças ou adolescentes; o estímulo gira principalmente em torno dos próprios</p><p>equipamentos oferecidos pelo hotel. A dinâmica das atividades é altíssima.</p><p>No Hotel de Estância, quase sempre semiurbanos, o espaço livre disponível é</p><p>menor. As atividades são mais internas ou exigem que o hóspede saia da área</p><p>do hotel para realizá-las. As faixas etárias são normalmente mais altas, com</p><p>muita presença da terceira idade.</p><p>O estímulo é pelo descanso e as atividades são mais passivas. A dinâmica das</p><p>atividades é mais calma.</p><p>Existem também os “Spas”, que além de desenvolverem cuidados com a saúde</p><p>têm diversificado sua programação de lazer, oferecendo também jogos,</p><p>gincanas e brincadeiras para seus hóspedes, como forma de passatempo e</p><p>distração; os “Resorts” (macro complexos turísticos) que são hotéis de luxo</p><p>totalmente voltados para o lazer; também os “Lodges”, que são hotéis de selva,</p><p>localizados em sua maioria na região Norte do país e que oferecem atividades</p><p>na selva.</p><p>Objetivos do hotel e da equipe de recreacionistas</p><p>Ao contratar uma equipe de recreacionistas,</p><p>o estabelecimento hoteleiro está</p><p>buscando oferecer a seus hóspedes um serviço a mais. Com isso, ele cria mais</p><p>um diferencial, na tentativa de superar a concorrência. Dessa forma, a direção</p><p>ou gerência do hotel divulga suas campanhas de marketing com temas voltados</p><p>para as atividades recreativas. Por esse motivo, diretores e gerentes acham que</p><p>todo hóspede deve participar obrigatoriamente das atividades recreativas pro-</p><p>postas, pois só assim ele estará plenamente satisfeito, retornando e</p><p>recomendando o hotel, gerando maior retomo financeiro.</p><p>24</p><p>Por outro lado, a equipe de recreacionistas, ciente das características básicas</p><p>da recreação, sabe que a prática espontânea e a escolha livre são condições de</p><p>primeira importância. Por isso, para satisfazer plenamente o hóspede, é</p><p>necessário deixá-la livre para participar quando quiser e se quiser. Deve a equipe</p><p>convidar todos os hóspedes à participação, mas nunca a tornar compulsória.</p><p>Dessa diferença de pontos de vista é que surgem problemas, quando a gerência</p><p>do hotel vê hóspedes sem participar e cobra isso equipe de recreacionistas, a</p><p>qual sabe que essa não participação é opção do hóspede. Decorre disso que os</p><p>recreacionistas, muitas vezes, necessitam fazer um trabalho prévio de</p><p>esclarecimento de pontos de vista com a gerência e diretoria do hotel para</p><p>poderem todos juntos desenvolver o melhor trabalho com os hóspedes.</p><p>Localização dos profissionais de recreação no organograma do hotel</p><p>O setor de lazer de um hotel está diretamente ligado à gerência geral e à</p><p>gerência de marketing do mesmo. Existem três maneiras mais comuns de se</p><p>contratar recreacionistas para execução de atividades recreativas:</p><p>1 – Pode haver uma equipe de recreacionistas com todos seus elementos</p><p>contratados diretamente pelo hotel. Seu vínculo será com o próprio hotel. Esse</p><p>sistema é mais utilizado por hotéis que têm taxa de ocupação alta durante todo</p><p>o período do ano, independentemente de períodos e épocas especiais.</p><p>2 – O hotel contrata apenas um ou dois indivíduos, os coordenadores, os quais</p><p>têm vínculo com o hotel. Esses coordenadores, por sua vez, escalam a equipe</p><p>de animadores que irá atuar. Estes animadores geralmente são “freelances” e</p><p>trabalham como autônomos. São chamados em maior ou menor quantidade de</p><p>acordo com a ocupação do hotel no período. Esse sistema é mais utilizado por</p><p>hotéis que têm sua taxa de ocupação muito variável de acordo com a época do</p><p>ano ou finais de semana etc.</p><p>3 – Há ainda a contratação de empresas de prestação de serviços de recreação.</p><p>O vínculo do hotel é apenas com empresa, através de contrato. A empresa, por</p><p>sua vez, contrata os animadores, que podem ser “freelances” ou funcionários da</p><p>mesma.</p><p>Nesse caso, os vínculos dos animadores são com a empresa e não com o hotel.</p><p>Esse sistema é mais utilizado hotéis que dão preferência à terceirização, tendo</p><p>que se preocupar com detalhes técnicos e deixando mais tempo disponível para</p><p>outros setores. Efetivamente, o custo, neste caso, para o hotel, é mais oneroso.</p><p>Plano de ação</p><p>25</p><p>O número de animadores que atuam em uma equipe de animação para hotéis</p><p>varia de acordo com a capacidade de hospedagem do hotel, sua ocupação, a</p><p>quantidade de atividades propostas, o nível de exigência por parte dos hóspedes</p><p>etc. De uma forma geral, podemos aproximar uma proporção média de um</p><p>animador para cada 40 hóspedes. Mesmo assim, é desaconselhável qualquer</p><p>tipo de atuação de um indivíduo sozinho.</p><p>Essa equipe deverá ser dividida em setores de atuação, para melhor divisão do</p><p>trabalho.</p><p>Em face da necessidade do momento, qualquer divisão coerente com a realidade</p><p>do local deve ser adotada.</p><p>Porém, é de suma importância que exista essa divisão, a fim de que todos os</p><p>setores tenham seu responsável. Apesar da divisão, os setores não devem</p><p>separar-se, havendo um auxílio entre uns e outros.</p><p>Em qualquer dos casos, destacar-se-á um coordenador da equipe, que será o</p><p>elo entre esta e o hotel. Quanto maior a equipe e quanto maior o número de</p><p>setores em que esta se divide, mais necessário se faz que o coordenador deixe</p><p>de ter as funções de animador, para tomar a posição apenas de supervisor,</p><p>apoiando e dando subsídios para todos os setores e seus respectivos</p><p>animadores trabalharem nas melhores condições possíveis.</p><p>Reciclagem dos recreacionistas e das atividades</p><p>A sobrecarga de trabalho, o desgaste físico, psicológico e mental de um</p><p>animador, principalmente em altas temporadas, é frequentemente observado. A</p><p>fim de evitar tais problemas, é importante que sejam respeitadas as devidas</p><p>horas de descanso, folgas periódicas e férias anuais.</p><p>Existe também a necessidade de uma reciclagem periódica das atividades</p><p>propostas, para que o hóspede que retome ao mesmo hotel possa sempre</p><p>encontrar novidades e não se sature.</p><p>Portanto, é importante que os animadores estejam frequentemente reciclando</p><p>seus conhecimentos através de cursos, estudos, congressos, intercâmbios, etc.</p><p>Pois deverão estar a par de todo o universo da recreação e não somente da</p><p>organização onde trabalha. Isto facilitará a elaboração de novas atividades.</p><p>26</p><p>Equipamentos e materiais</p><p>Os equipamentos e materiais utilizados para as atividades de recreação devem</p><p>ser de propriedade do hotel, porém são os recreacionistas os responsáveis por</p><p>eles, uma vez que são os profissionais que mantêm contato mais frequente com</p><p>esses materiais. Antes das atividades, os recreacionistas deverão determinar o</p><p>material necessário, requisitar e fazer aquisição desse material, colocando-o</p><p>instalado e à disposição no local de execução da atividade. Durante a atividade,</p><p>suprem as estações, cuidando para que se faça o uso devido desse material.</p><p>Também substituem e reparam o material desgastado além de evitar</p><p>depredações e gastos desnecessários. Após a atividade, os recreacionistas</p><p>recolhem o material não perecível, devolvem o material emprestado ou alugado,</p><p>fazem ou recomendam reparos se necessário, bem como arquivam, guardam e</p><p>armazenam todo o material reaproveitável.</p><p>A RECREAÇÃO EM ACAMPAMENTOS E ACONTONAMENTOS</p><p>27</p><p>Tanto a palavra “acampamento” quanto a palavra “acantonamento” têm</p><p>dupla conotação. Vem daí a dúvida quanto às diferenças entre elas.</p><p>Vamos então, analisá-las.</p><p>ACAMPAMENTO</p><p>Atitude: Instalar-se em barracas. Toda pessoa que estiver utilizando</p><p>barracas como forma de acomodação estará fazendo um acampamento.</p><p>Espaço Físico: O local onde as barracas são montadas costuma ser</p><p>chamado de acampamento.</p><p>ACANTONAMENTO</p><p>Atitude: Quando um grupo de pessoas com alguma característica comum</p><p>se desloca para um mesmo lugar, tendo pelo menos um objetivo comum</p><p>e com espírito lúdico, essas pessoas estarão fazendo um acantonamento,</p><p>não importando se isso acontece num hotel, num sítio ou mesmo numa</p><p>casa de praia.</p><p>Espaço Físico: Alguns espaços, basicamente sítios ou chácaras, foram</p><p>adaptados e aperfeiçoados para receberem pessoas que saiam para</p><p>acantonar-se. Esses locais pouco a pouco foram se especializando cada</p><p>vez mais nesse tipo de negócio e de tanto serem utilizados para</p><p>acantonamentos, passaram a ser chamados acantonamentos, porém no</p><p>sentido de espaço local: alojamentos (chalés ou quartos); refeitório;</p><p>melhoramentos (luz, água, esgoto etc.); banheiros com as devidas</p><p>28</p><p>instalações; instalações esportivas e recreativas; áreas verdes livres</p><p>disponíveis; exploração comercial.</p><p>O Acantonamento Recreativo Educacional- ARE – é uma atividade</p><p>sugestiva, que implica em dinamismo e diversão, vivida junto à natureza,</p><p>ao ar livre, junto ao mar, à montanha ou ao campo. Os participantes irão</p><p>com intenções diversas, que podem ser desde relaxar, brincar, passar o</p><p>tempo, até o esquecimento de suas preocupações e compromissos. Não</p><p>há qualquer cobrança de retorno específico.</p><p>O ARE deve propiciar para que o participante tenha integração íntima</p><p>com</p><p>a Natureza, desenvolvimento da sociabilidade, consciência de seus</p><p>direitos e deveres e aquisição de autoconfiança.</p><p>Os principais objetivos de quem organiza um ARE são a possibilidade</p><p>educacional que ele oferece e exploração comercial, transformando-o em</p><p>um meio lucrativo.</p><p>Os objetivos dos clientes de um ARE podem estar voltados para o próprio</p><p>participante, ou no caso de menores, podem estar voltados aos interesses</p><p>dos pais ou responsáveis.</p><p>Dentre os principais objetivos dos clientes, podemos salientar a</p><p>complementação escolar, a sociabilização, a quebra da rotina de estudos,</p><p>família, trabalho, ou a possibilidade de manter as crianças sadiamente</p><p>ocupadas enquanto os dedica seu tempo a outros afazeres.</p><p>O ARE pode estar baseado em algum programa especializado, ligado à</p><p>sociabilização, á Natureza, ou à cultura e educação, como no caso de</p><p>acantonamentos voltados para modalidades esportivas, estudos de</p><p>idiomas, encontros religiosos, movimentos ou estudos ecológicos, estudos</p><p>de meio ambiente, entre outros.</p><p>RECREAÇÃO EM FESTAS</p><p>29</p><p>Festas são reuniões de pessoas para fim de divertimento, solenidade,</p><p>comemoração ou celebração de acontecimentos. As pessoas vão a festas</p><p>com interesses que podem ser semelhantes ou diferentes. O</p><p>desenvolvimento de cada festa varia de acordo com a entidade que a</p><p>promove.</p><p>Os principais tipos de festas existentes são: folclóricas, religiosas,</p><p>familiares, cívicas, escolares, empresariais, classistas, de clubes,</p><p>comerciais, de datas especiais e outras.</p><p>A principal característica de uma festa é o imaginário. A festa tem a</p><p>possibilidade de despertar o imaginário de seus participantes, fazendo-os</p><p>adotar posturas e comportamentos diferentes do seu dia-a-dia, em função</p><p>de uma grande motivação do lúdico de qualquer ser humano, que é o “ver</p><p>e ser visto”. Fazem parte desse despertar do imaginário a elaboração da</p><p>fantasia, a simulação do belo, a representação social, a indumentária, a</p><p>gestualidade, a postura física, a linguagem etc.</p><p>As festas podem ser classificadas em pequenas e grandes, sendo que as</p><p>pequenas contam com um número de pessoas reduzido, formando</p><p>um grupo fechado, com maior número de interesses comuns. Já as</p><p>grandes têm grande número de pessoas que caracterizam um grupo mais</p><p>aberto, onde os participantes não se inter-relacionam na sua totalidade.</p><p>30</p><p>São vários os motivos pelos quais os recreacionistas são contratados para</p><p>elaboração e execução de festas. O contratante necessita de uma</p><p>autoafirmação social; necessita de autoafirmação econômica; percebe</p><p>uma possibilidade de melhor organização, através de um trabalho</p><p>profissional. Essa contratação se deve ainda ao comodismo, falta de</p><p>tempo e falta de criatividade do contratante, ou ainda, ao modismo.</p><p>Em caso de festa infantil, quase sempre festas de aniversário, temos que</p><p>observar todos estes pontos já levantados e além deles outros dois itens</p><p>de especial importância, que se encontram no diagnóstico. São eles o</p><p>conhecimento do tema da festa, isto é, se ela se baseia em algum fato ou</p><p>personagem da época, pois deveremos adaptar a esse tema todas as</p><p>atividades, ornamentação do salão, vestimentas, linguagem etc. O outro</p><p>item é a preferência do dono da festa, para ter certeza de satisfazer seus</p><p>anseios e não insistir em pontos não agradáveis. A partir daí, as outras</p><p>etapas prosseguem normalmente.</p><p>Ao elaborarmos uma festa, devemos sempre fazer um “check-list”, ou seja,</p><p>uma lista de todos os detalhes que não podem ser esquecidos</p><p>(anamnese), o qual deverá conter todo o cronograma das atividades,</p><p>materiais utilizados, recursos humanos necessários e espaços onde as</p><p>atividades serão desenvolvidas. O intuito desses check-list é organizar ao</p><p>máximo o trabalho, não sendo pego de surpresa por situações adversas…</p><p>A grande festa, pelas suas características (grande número de</p><p>participantes e grupo aberto) demanda cuidados especiais de elaboração</p><p>e organização, a fim de que sejam atendidas todas as expectativas dos</p><p>mais diferentes públicos. Vamos estudá-los cuidadosamente.</p><p>A partir da recepção, já devemos nos preocupar com o fato de chamar a</p><p>atenção dos participantes para o local onde a festa está sendo</p><p>desenvolvida e lhes mostrando que acontecendo atividades recreativas e</p><p>que esse é um elo pontos alta festa. A entrada do espaço utilizado deverá</p><p>estar especialmente decorado e enfeitado com elementos de animação já</p><p>a porta, tal qual bandinha de música, recepcionistas, animadores,</p><p>bichinhos fantasiados etc. Em seguida, o conjunto formado por uma boa</p><p>aparelhagem de som e um bom animador ao microfone darão vida à festa,</p><p>comunicando, animando e informando aos participantes tudo o que está</p><p>disponível para sua total diversão. Música de fundo é de extrema</p><p>importância. As atividades acontecerão em diversos pontos diferentes,</p><p>explorando interesses diferentes, ocorrendo paralelamente. Podem-se</p><p>31</p><p>dividir as atividades por estações, observando-se as faixas etárias ou o</p><p>perfil dos participantes ou qualquer outra característica que os una. Essas</p><p>atividades são de pouca ou muita movimentação, tentando aproveitar o</p><p>espaço disponível na sua totalidade. Temos, como exemplo de atrações,</p><p>os jogos, brincadeiras, concursos, competições, gincanas, artes plásticas,</p><p>pintura no rosto das crianças, shows de mágica, palhaços, malabaristas,</p><p>dança, cantores etc.</p><p>É importante escalonar as atividades e promover para que haja momentos</p><p>onde o participante da festa estará no papel de espectador e outros</p><p>momentos onde ele será o protagonista das atividades. Sempre que</p><p>possível, a festa deve culminar em um ápice, um ponto alto, encerrando-</p><p>se com uma dinâmica de impacto. É também o momento de se processar</p><p>a entrega de prêmios c brindes, caso existam.</p><p>Os participantes sempre saem de urna festa esperando a data da próxima.</p><p>Numa festa infantil de aniversário, o procedimento básico está em</p><p>observar que as atividades de início não deverão contar com número exato</p><p>de participantes, pois os convidados estão chegando aos poucos e temos</p><p>o intuito de mantê-los juntos, na mesma atividade, ao mesmo tempo.</p><p>Depois de a maioria já estar presente, iniciam-se as atividades de maior</p><p>dinamismo e culmina-se com o cantar dos Parabéns, bolo, doces e</p><p>entrega de lembranças.</p><p>A RECREAÇÃO EM CLUBES</p><p>32</p><p>Apesar de podermos encontrar alguns clubes que desenvolvem</p><p>programas de atividades recreativas durante a semana, sabemos que o</p><p>grande potencial da recreação nos clubes acontece nos finais de semana.</p><p>Nos sábados, domingos e feriados, notamos crianças e adolescentes</p><p>desfrutando de toda a animação que um clube oferece, inclusive muitas</p><p>vezes sob orientação de recreacionistas especializados, os quais</p><p>programam a melhor maneira de desfrutar o tempo livre. Durante todo o</p><p>dia diversas atividades são promovidas sempre na tentativa de agradar a</p><p>todos os gostos.</p><p>Além dos finais de semana, temos também nos clubes os programas de</p><p>férias, que, assim como nas escolas, acontecem nas férias escolares. As</p><p>crianças passam todo o dia no clube, durante um período preestabelecido,</p><p>fazendo atividades recreativas que se complementam dentro de um</p><p>programa maior.</p><p>Em alguns casos, as crianças passam a noite também no clube, seja na</p><p>sede urbana ou na sede campestre, acomodado em alojamentos</p><p>33</p><p>adaptados em salões ou outro espaço; disponíveis, numa atividade</p><p>idêntica aos acantonamentos recreativos. Ainda há casos de clubes que</p><p>levam seus associados para outros espaços, viagens, excursões,</p><p>passeios, acantonamentos propriamente ditos, piqueniques etc.</p><p>Os profissionais de recreação que atuam em clubes, em geral, são</p><p>funcionários do próprio clube, a não ser em eventos especiais que</p><p>demandam um número maior de recreacionistas, os quais podem ser</p><p>contratados como freelances. Em grandes eventos também vemos a</p><p>ocorrência</p><p>de contratação de empresas prestadoras de serviços de</p><p>recreação.</p><p>As atividades recreativas a serem desenvolvidas devem sempre ser</p><p>programadas de acordo com os recursos humanos, recursos materiais e</p><p>principalmente espaços disponíveis, pois nem sempre os espaços</p><p>existentes estão livres para utilização com atividades recreacionais, pois a</p><p>recreação normalmente não tem posição de destaque dentro das</p><p>prioridades do clube.</p><p>O desenvolvimento do programa recreativo se dá através de diversas</p><p>atividades concomitantes, as quais pretendem ir de encontro aos anseios</p><p>de todo um grande número de associados de diversas faixas etárias.</p><p>O adulto, por sua vez, não tem a predisposição de ir até o clube para</p><p>participar de atividades recreativas como competições, jogos e gincanas.</p><p>Há uma busca maior por atividades sociais, como atividades na piscina,</p><p>festas, o encontro no bar ou prática puramente desportiva. Devemos</p><p>lembrar que esses momentos devem, então, ser explorados pelo</p><p>recreacionista que estará atento às atividades que condizem com esse</p><p>comportamento peculiar.</p><p>Há ainda as festas, que em clubes são eventos de destaque, sendo uma</p><p>das melhores opções de recreação.</p><p>Não podemos deixar de citar outros tipos de animação como salas de</p><p>televisão, vídeo, cinema, teatro, exposições, desfiles, carteado, shows,</p><p>espaços de dança etc; que também deverão ser programados e realizados</p><p>pelos recreacionistas.</p><p>A RECREAÇÃO EM EMPRESAS</p><p>34</p><p>O desenvolvimento do trabalho de recreação dentro de empresas começa</p><p>a ser desenvolvido pelos grêmios e associações classistas, na tentativa de</p><p>se manter um funcionário mais integralmente preparado, pois o homem</p><p>que não se recreia é um animal doente. Pouco a pouco o recreacionista</p><p>vai encontrando seu espaço nesse filão do mercado, podendo vir a</p><p>desenvolver atividades esportivas e de diversão comum durante os finais</p><p>de semana.</p><p>Porém, a idéia de recreação na empresa extrapola esses limites e vai-se</p><p>fazendo necessária a animação a todos os momentos, dentro da empresa</p><p>e durante a permanência do trabalhador dentro dela.</p><p>As atividades recreacionais que aconteciam em finais de semana, como</p><p>festas, jogos, bingos, quermesses etc. abrem espaço para os pequenos</p><p>entretenimentos mais simples que aconteciam inclusive em horários de</p><p>almoço e final de expediente. O trabalhador que tem 1 hora para seu</p><p>almoço utiliza 15 minutos para se alimentar e os outros 45 minutos em</p><p>função de seu lazer. É o momento que o recreacionista deve aproveitar</p><p>para oferecer aos funcionários aquilo que ele necessita para desenvolver</p><p>sua recreação.</p><p>35</p><p>Num outro enfoque, poder desfrutar do seu ambiente de trabalho para</p><p>desenvolvimento de atividades lúdicas, cria no funcionário uma empatia</p><p>com seu local de produção, e ele vai se sentir muito melhor quando lá</p><p>estiver.</p><p>As atividades e eventos de lazer que trazem a do trabalhador para dentro</p><p>das paredes da empresa possibilita a esse trabalhador expor a seus</p><p>familiares o espaço onde ele passa a maior parte de seu tempo, mais ainda</p><p>que em sua própria casa. A família passa a respeitar mais a empresa e o</p><p>trabalhador terá oportunidade de se orgulhar do que faz.</p><p>Os recreacionistas, então, deverão se preocupar com uma programação</p><p>diversificada, uma vez que se pretende contentar adultos e crianças,</p><p>homens e mulheres. A recreação para a família vai acontecer</p><p>principalmente nos finais de semana, mas insistimos que a recreação do</p><p>trabalhador deve ser otimizada no dia-a-dia.</p><p>A integração com os outros funcionários, até mesmo de outros setores,</p><p>também é um fator importante que acontece em consequência da</p><p>recreação. Muitos funcionários que nem mesmo se veem durante o</p><p>período de trabalho vão se encontrar nas mesas de carteado ou numa</p><p>sessão de vídeo exibido pela empresa. A recreação equilibra diferenças,</p><p>pois, diretores, gerentes e operários jogam basquete no mesmo time e</p><p>nenhum deles tem superioridade hierárquica naquele momento.</p><p>Outro benefício que as empresas podem oferecer em função do lúdico é</p><p>a divulgação e viabilização da participação de seus funcionários em</p><p>passeios, atividades culturais, shows, cinema, teatro, parques privados</p><p>etc, através de convênios e promoções que minimizam os custos de</p><p>ingressos, algumas vezes tornando-os até mesmo gratuitos.</p><p>A recreação em empresas, como vimos, tem como objetivo principal, a</p><p>melhora da qualidade de vida dos funcionários e familiares.</p><p>A RECREAÇÃO EM ACADEMIAS DESPORTIVAS</p><p>36</p><p>O trabalho de recreação em academias é uma novidade, uma vez que as</p><p>próprias academias tomam vulto há não muito tempo. Porém, as</p><p>academias desportivas já começam a explorar diversas opções de lazer.</p><p>Nas academias, o trabalho vai se assemelhar muitas vezes com o trabalho</p><p>na escola e outras vezes com o trabalho no clube. Em grandes centros</p><p>urbanos, é muito comum reparar-se que as academias tiram o público dos</p><p>clubes, substituindo-os.</p><p>A recreação se desenvolve de forma estruturada em datas especiais,</p><p>como o aniversário da academia ou simplesmente no final de semana,</p><p>buscando a integração de seus frequentadores entre si e com a academia.</p><p>Também pode acontecer no final de uma aula ou num dia escolhido</p><p>aleatoriamente pelo professor. O trabalho recreativo durante as próprias</p><p>aulas atrai mais o público e descontrai o grupo, possibilitando uma melhor</p><p>predisposição para a busca do desempenho.</p><p>A academia busca um desempenho físico, porém, integrada com a</p><p>recreação, pode propiciar também um trabalho de relaxamento mental,</p><p>pois um bem-estar não está completo quando só trata do corpo; há que se</p><p>preocupar também com a mente e o espírito.</p><p>37</p><p>Também na academia precisamos nos preocupar com as diversas faixas</p><p>etárias, pois elas estão quase todas ali representadas e devemos adaptar</p><p>o trabalho a todas elas.</p><p>Os professores das academias podem estar preparados para o</p><p>desenvolvimento das atividades recreativas, porém se necessário,</p><p>acontecerá à contratação de recreacionistas profissionais ou empresas</p><p>especializadas.</p><p>Na dificuldade de espaços disponíveis, qualquer um pode ser adaptado</p><p>para a.recreação, como as piscinas, jardins, estacionamentos, salas de</p><p>ginástica, pequenas quadras etc.</p><p>5. ESTRUTURA E ELABORAÇÃO DE ATIVIDADES PRÁTICAS</p><p>Diferenças entre jogos e brincadeiras</p><p>- Dentre as diversas discussões sobre terminologia, uma delas é sobre a</p><p>diferença entre brincadeira e jogo. Vamos, portanto, estabelecer algumas</p><p>características de um e de outro para podermos padronizar essa nomenclatura.</p><p>- Toda atividade recreativa, qualquer que seja sempre será ou uma brincadeira</p><p>ou um jogo, não fugindo a isso.</p><p>Os jogos, por sua vez, podem ser divididos em pequenos jogos e grandes jogos</p><p>A importância de se fixar essa diferenciação é que de acordo com a faixa etária</p><p>que estivermos pretendendo animar, poderemos escolher que tipo de atividade</p><p>empregar, pois de acordo com suas características, é notório que as brincadeiras</p><p>atingem faixas etárias mais baixas, enquanto pequenos jogos atingem faixas</p><p>etárias intermediárias, e os grandes jogos são mais propícios, às faixas etárias</p><p>mais elevadas.</p><p>O próprio recreacionista pode utilizar uma mesma atividade em forma de</p><p>brincadeira, ou pequeno jogo ou grande jogo, adaptando-a ao público a ser</p><p>atingido. Para transformar uma brincadeira em jogo, um pequeno jogo em grande</p><p>jogo ou vice-versa, basta utilizar as regras de acordo com as características da</p><p>atividade.</p><p>DIFERENÇA ENTRE JOGOS E BRINCADEIRAS</p><p>BRINCADEIRA JOGO</p><p>38</p><p>Vencedor: É a principal e</p><p>fundamental diferença. Não há</p><p>como se vencer uma brincadeira.</p><p>Ela simplesmente acontece e</p><p>segue se desenvolvendo enquanto</p><p>houver motivação e interesse por</p><p>ela.</p><p>- Formalidade: As brincadeiras</p><p>nem sempre apresentam evolução</p><p>regular. Nem sempre há maneiras</p><p>formais de proceder seu</p><p>desenvolvimento, como</p><p>podemos</p><p>observar nos itens abaixo:</p><p>– Regras: As brincadeiras são</p><p>mais livres, podem ter regras, mas</p><p>podem também não ter. As</p><p>brincadeiras sem regras são</p><p>individuais. O grupo só por existir,</p><p>já sugere regras.</p><p>– Final: A brincadeira não tem final</p><p>predeterminado; como já</p><p>dissemos, ela prossegue enquanto</p><p>tiver motivação e interesse por</p><p>parte dos participantes. Talvez</p><p>uma brincadeira termine, também</p><p>por parte dos participantes, ou por</p><p>ocorrência de fatores externos a</p><p>ela , como o término do tempo livre</p><p>, chuva, etc.</p><p>– Ápice: As brincadeiras podem ter</p><p>um ponto alto a ser atingido, mas</p><p>muitas vezes não tem.</p><p>– Modificações: A brincadeira pode</p><p>sofrer modificações durante seu</p><p>desenrolar, de acordo com os</p><p>Vencedor: Se uma atividade</p><p>recreativa, permite alcançar</p><p>vitórias, ou seja, pode haver um</p><p>vencedor, estamos tratando de um</p><p>jogo. O jogo busca um vencedor.</p><p>- Formalidade: Todo jogo</p><p>apresenta uma evolução regular;</p><p>ele tem começo, meio e fim.</p><p>Conseqüentemente. Existem</p><p>maneiras formais de se proceder,</p><p>como podemos observar nos itens</p><p>abaixo:</p><p>– Regras: O jogo sempre terá</p><p>regras. Não existe jogo sem pelo</p><p>menos uma regra que seja</p><p>– Final: O jogo sempre tem seu</p><p>final previsto, quer seja por pontos,</p><p>por tempo, por número de</p><p>repetições ou por tarefas</p><p>cumpridas.</p><p>– Ápice; O jogo sempre terá um</p><p>ponto alto a ser atingido, como por</p><p>exemplo, marcar o ponto ou</p><p>cumprir uma tarefa.</p><p>– Modificações: Se pretendemos</p><p>fazer uma modificação em um jogo,</p><p>devemos interrompê-los inserir a</p><p>modificação como nova regra e</p><p>depois iniciá-lo</p><p>– Consequências: Podemos tentar</p><p>prever algumas consequências dos</p><p>39</p><p>interesses do momento e com a</p><p>vontade dos participantes.</p><p>– Consequências: As brincadeiras</p><p>por ser muito mais desvinculadas</p><p>de padrões, tem consequências</p><p>imprevisíveis</p><p>jogos.</p><p>DIFERENÇA ENTRE PEQUENO JOGO E GRANDE JOGO</p><p>PEQUENO JOGO GRANDE JOGO</p><p>Regras: Nos pequenos jogos, as</p><p>regras são cobradas de forma mais</p><p>flexível, são mais simples e em</p><p>menor quantidade</p><p>Regras: Nos grandes jogos, todas</p><p>as regras são cobradas de forma</p><p>totalmente rígida, são mais</p><p>complexas e em maior quantidade</p><p>Atuação do profissional: Nos</p><p>pequenos jogos, o recreacionista</p><p>atua apenas como um orientador</p><p>Atuação do profissional: Nos</p><p>grandes jogos, o recreacionista</p><p>cobra as regras com um árbitro.</p><p>Adequação das Atividades Lúdicas às Diversas Faixas Etárias</p><p>Não acreditamos que existam atividades específicas para determinadas</p><p>faixas etárias. Qualquer atividade pode ser adaptada a qualquer faixa</p><p>etária, sempre se respeitando as características das idades. Assim sendo,</p><p>vamos desenvolver um estudo sobre características e comportamentos de</p><p>cada faixa etária, adequando atividades a cada uma delas.</p><p>40</p><p>APROXIMADAMENTE O a 2 ANOS</p><p>Características:</p><p>– Egocentrismo;</p><p>– Descoberta: Tato, movimento, formas, pessoas, texturas, reproduzir</p><p>sons, engatinhar, andar;</p><p>– Coordenação Motora: Abrir, fechar, empilhar, encaixar, puxar, empurrar,</p><p>comunicação.</p><p>Tipos de atividades adequadas:</p><p>Brincadeiras referentes à educação sensório-motora (sentir/executar);</p><p>Exploração, canto, perguntas e respostas, esconder.</p><p>APROXIMADAMENTE 2 a 4 ANOS</p><p>Características:</p><p>– Continuam as características anteriores;</p><p>– Fantasia e Invenção;</p><p>– Criatividade Tipos de atividades adequadas: Brincadeiras sem regras;</p><p>Brincadeiras com poucas regras simples;</p><p>Utilização das formas básicas de movimento (andar, correr, saltar, rolar</p><p>etc.); Estimulação; Representação (imitações de situações conhecidas:</p><p>escolinha, casinha).</p><p>APROXIMADAMENTE 4 a 6 ANOS</p><p>Características:</p><p>– Muita movimentação;</p><p>– Começa a aceitar regras e a compreendê-las;</p><p>– Maior atenção e concentração;</p><p>– Interesse por números, letras, palavras e seus significados;</p><p>41</p><p>– O grupo começa a ter importância. Tipos de atividades adequadas:</p><p>Brincadeiras com ou sem regras; Atividades de muita movimentação;</p><p>Representação.</p><p>APROXIMADAMENTE 6 a 8 ANOS</p><p>Características: – Muita movimentação;</p><p>– Boa discriminação visual e auditiva;</p><p>– Atenção e memória;</p><p>– Aceita regras;</p><p>– Convive bem em grupo;</p><p>– Começa a definir seus próprios interesses;</p><p>– Despertar natural da competitividade. Tipos de atividades adequadas:</p><p>Brincadeiras;</p><p>Alguns pequenos jogos; Atividades em equipes; Desafios (com os outros</p><p>e consigo mesmo); Atividades de muita. Movimentação.</p><p>APROXIMADAMENTE 8 a 10 ANOS</p><p>Características:</p><p>– O grupo é cada vez mais importante;</p><p>– Memória plenamente desenvolvida;</p><p>– Raciocínio concreto e aquisição do raciocínio abstrato;</p><p>– Capacidade de reflexão (medir consequências).</p><p>Tipos de atividades adequadas: Brincadeiras; pequenos jogos; Atividades</p><p>em equipes; Atividades que envolvam estratégias; Atividades de</p><p>raciocínio; Atividades de desafio.</p><p>APROXIMADAMENTE 10 a 12 ANOS</p><p>Características:</p><p>– Separação dos sexos;</p><p>– Compreensão da sexualidade;</p><p>42</p><p>– Início das diferenças de habilidades matara entre os sexos;</p><p>– Início das diferenças de maturidade (meninas na pré puberdade e</p><p>meninos mais infantis);</p><p>– Isolam-se em pequenos grupos (“panelinhas”).</p><p>Tipos de atividades adequadas: Menor interesse pelas brincadeiras;</p><p>Pequenos jogos em potencial; Grandes jogos simplificados; Atividades de</p><p>integração social (aproximação); Atividades em equipes.</p><p>APROXIMADAMENTE 12 A 14 ANOS</p><p>Características:</p><p>– Revalorização sexo oposto</p><p>– Supervalorização da competição;</p><p>– Grande discrepância ele habilidades e de maturidade entre os sexos;</p><p>– Necessidade de autoafirmação;</p><p>– Falta de percepção dos limites sociais;</p><p>– Grandes conflitos de personalidade;</p><p>– São altamente influenciáveis.</p><p>Tipos de atividades adequadas:</p><p>Desvalorização das brincadeiras;</p><p>Pequenos jogos em pequena escala;</p><p>Grandes jogos em potencial.</p><p>APROXIMADAMENTE 14 a 18 ANOS</p><p>Características:</p><p>– Identificação plena com o sexo oposto;</p><p>– Grande diferença de habilidade entre os sexos;</p><p>43</p><p>– Aceitação e discussão das diferenças de habilidades entre os sexos;</p><p>– Ainda apresenta necessidade de autoafirmação;</p><p>– Começa a supervalorizar a estética;</p><p>– Desprezo pela atividade motora (idade da preguiça);</p><p>– Visão da atividade lúdica não só como atividade física;</p><p>– Valorização das atividades sociais e culturais.</p><p>Tipos de atividades adequadas:</p><p>Esporte propriamente dito;</p><p>Gincanas de múltiplas dificuldades;</p><p>Grandes jogos com grande complexidade de regras;</p><p>Atividades junto à Natureza; Modismos; Cinema, teatro, shows, dança;</p><p>Festas, reuniões, bate-papo; Passeios e viagens.</p><p>ADULTOS</p><p>Características:</p><p>– Revalorização da atividade física;</p><p>– Valorização da atividade lúdica;</p><p>– Aceitação do sexo oposto na atividade lúdica;</p><p>– Supervalorização da estética (em maior intensidade);</p><p>– Visão da atividade lúdica não só como atividade física;</p><p>– Preferência pela atividade lúdica em grupo;</p><p>– Dificuldade de se expor, por medo do ridículo;</p><p>– Dificuldade para se aproximar de outros indivíduos para a atividade</p><p>lúdica; Aceita a derrota e a vitória (com exceções).</p><p>Tipos de atividades adequadas:</p><p>44</p><p>Esporte propriamente dito;</p><p>Atividades em grupo; Grande enfoque aos jogos de salão e de mesa;</p><p>Jogos de sorte e azar: apostas; Modismos; Cinema, teatro, shows, dança;</p><p>Festas, reuniões, bate-papo;</p><p>Gincanas; Atividades culturais; Passeios e viagens; Flanar, vagar,</p><p>contemplar, “nada-fazer”.</p><p>TERCEIRA IDADE</p><p>Características:</p><p>– necessidade de integração social (muitas vezes discriminados);</p><p>– Necessita e valoriza a atividade em grupo;</p><p>– Necessita e valoriza a atividade física;</p><p>– Necessita e valoriza a atividade lúdica;</p><p>– Valoriza a atividade cultural;</p><p>– Dificuldade de aceitação dos erros e acertos das outras pessoas;</p><p>– Dificuldade de</p><p>aceitação do novo;</p><p>– Não sente tanta dificuldade de se expor (permite-se mais);</p><p>– Consegue aceitar a derrota com naturalidade;</p><p>– Valoriza mais a participação que o resultado.</p><p>Tipos de atividades adequadas:</p><p>Esportes (aceita adaptação das regras à sua faixa etária);</p><p>Atividades artesanais e trabalhos manuais;</p><p>Bricolagem; Jogos de salão em potencial;</p><p>Jogos de mesa em potencial;</p><p>Cinema, teatro, shows; Festas dança música;</p><p>45</p><p>Atividades junto à Natureza; Excursões, viagens, passeios, piqueniques.</p><p>Por ser a terceira idade um segmento especial ao qual podemos dedicar</p><p>atividade recreativa fará ainda algumas considerações quanto ao trabalho com</p><p>essa faixa etária.</p><p>Deve-se levar em conta que não haja muita informação e que não seja muito</p><p>complicada; evitar explicações muito longas ou duvidosas; não utilizar</p><p>velocidade; prever problemas de equilíbrio; não chegar à fadiga; evitar</p><p>permanecer em pé muito tempo; evitar mudanças rápidas de posição; evitar</p><p>posições suspensas; evitar bloqueios respiratórios; evitar extensões musculares</p><p>forçadas.</p><p>Deve-se procurar com a atividade recreativa, elevar e manter os níveis de saúde</p><p>física e mental, fomentar a integração e participação; despertar “alegria e prazer”,</p><p>realização de seus anseios e inquietudes; aumentar os desejos de viver,</p><p>desfrutar a vida, apreciar o positivo; incorporar novas pautas e valores de</p><p>convivência; ativar e melhorar a concentração; aumentar a capacidade</p><p>pulmonar; aumentar e manter a mobilidade geral; aprender novas linguagens</p><p>expressivas; boa adaptação cardíaca.</p><p>A atividade lúdica na terceira idade deve permitir que a pessoa se expresse se</p><p>sinta livre, útil, gratificada em algum aspecto e possa resolver situações de forma</p><p>“criativa”, sentindo prazer pela atividade.</p><p>PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS</p><p>Quando abordamos o tema “faixas etárias”, não podemos deixar de comentar</p><p>sobre portadores de necessidades especiais. Não pretendemos nos aprofundar</p><p>muito nesse assunto, mas apenas ressaltar que, em se tratando de recreação,</p><p>não devemos levar em consideração a idade cronológica do indivíduo, mas sim</p><p>sua maturação biológica. Isto é, de acordo com as características que esse</p><p>indivíduo apresenta, poderá ser inserido nos grupos de faixa etária com</p><p>características semelhantes, independentemente de sua idade.</p><p>ATIVIDADES LÚDICAS DE SOCIABILIZAÇÃO</p><p>46</p><p>Em um primeiro momento de uma reunião de um grupo, as pessoas estão</p><p>distantes umas das outras, mesmo que em um local ou em uma situação que</p><p>sugira divertimento. Em caso, principalmente, de adultos, esse momento tem</p><p>que ser dominado e bem trabalhado pelo recreacionista, que irá utilizar-se de</p><p>atividades com características de sociabilização para “quebrar o gelo” e</p><p>promover um primeiro contato e a integração do grupo.</p><p>Essas atividades não são atividades exclusivas. O que queremos dizer com isso</p><p>é que toda atividade recreativa pode ser adaptada para sociabilização, desde</p><p>que cumpra com algumas exigências, que veremos a seguir. Algumas atitudes</p><p>deverão estar implícitas nas regras de uma atividade de sociabilização, como:</p><p>OLHAR: As pessoas, durante a atividade, deverão ter momentos onde irão olhar</p><p>para as outras, inclusive observando detalhes. Apesar de parecer uma atitude</p><p>comum, algumas pessoas têm certa dificuldade em fazê-lo. Uma vez</p><p>estimuladas pela própria atividade, viabilizará a integração.</p><p>FALAR: Uma atividade de sociabilização deve propiciar para que as pessoas</p><p>falem umas com as outras, trocando algumas informações ou dizendo até</p><p>mesmo pequenas frases decoradas. Melhor ainda se as regras estimularem os</p><p>participantes a dizerem seus nomes, cognomes ou apelidos.</p><p>TOCAR: Pode ser uma atitude delicada, pois as pessoas muitas vezes têm uma</p><p>relutância ao se sugerir que se toquem. Esse toque pode ser sutil e rápido, como</p><p>um aperto de mãos ou um toque de dedos. Se o grupo apresenta características</p><p>favoráveis, esse toque pode passar a ser um abraço ou outra situação que</p><p>exprima um maior contato físico. O toque ajuda muito a “quebrar o gelo” e</p><p>desinibir os participantes.</p><p>TRABALHO EM GRUPO: É uma faca de dois gumes, pois os participantes de</p><p>um mesmo grupo estarão se integrando fortemente, pela necessidade que têm</p><p>uns dos outros. Porém, componentes de grupos diferentes não se sociabilizam,</p><p>e até mesmo podem vir a se distanciar em caso de atividades competitivas.</p><p>Portanto, sugerimos que o trabalho em grupo seja desenvolvido com todas as</p><p>pessoas fazendo parte de um mesmo grupo, único e maior. Em caso de vários</p><p>grupos, suprimir a competição em momentos de sociabilização.</p><p>Todas essas atitudes serão bem mais eficientes se acontecerem em situações</p><p>divertidas ou até mesmo hilariantes. É muito mais descontraído dizer-se o</p><p>apelido que o nome completo; outras adaptações também podem ser feitas em</p><p>função do riso. É importante salientar que essas atitudes não deverão ser</p><p>47</p><p>impostas. Se colocadas como simples regras da atividade, os participantes não</p><p>terão dificuldade em cumpri-las.</p><p>AS GINCANAS</p><p>Gincanas são atividades com caráter lúdico predominante e onde há sempre a</p><p>busca da vitória. Assim, são consideradas um tipo de jogo. Portanto, como todo</p><p>jogo, possuem algumas características:</p><p>– Podem ser atividades físicas e/ou mentais;</p><p>– Seu final é sempre previsto;</p><p>– Sempre têm regras (simples ou complexas).</p><p>Por outro lado, diferenciam-se outros jogos quaisquer pelas suas características</p><p>específicas:</p><p>– Têm sequência de várias tarefas ou provas interligadas (normalmente com</p><p>pomos acumulativos);</p><p>– Nelas são levadas em conta não só a habilidade como também a rapidez com</p><p>que os participantes cumprem as tarefas predeterminadas.</p><p>Além de busca de diversão, do lúdico, os organizadores de uma gincana podem</p><p>ter alguns outros objetivos com ela, como, por exemplo, objetivos educacionais,</p><p>objetivos de integração dos participantes, objetivos de divulgar as entidades que</p><p>promovem essa gincana, objetivos beneficentes e outros.</p><p>Uma das principais preocupações de um animador em uma gincana é não</p><p>perder-se dos objetivos. Assim sendo, as gincanas devem ser plenamente</p><p>controladas e dominadas pelo animador.</p><p>Os principais tipos de gincana existentes são:</p><p>GINCANA DE SOLICITAÇÔES: Também conhecida como “Quero·-quero”, é</p><p>composta por tarefas em que o recreacionista pede coisas difíceis de serem</p><p>obtidas e os participantes deverão trazer em um determinado prazo de tempo.</p><p>GINCANA CULTURAL: É aquela em que as tarefas constam de perguntas e</p><p>respostas e outras atividades de conhecimentos gerais, que deverão ser</p><p>48</p><p>decifradas ou respondidas pelos participantes, sempre dentro de um prazo de</p><p>tempo determinado previamente. É uma gincana de caráter intelectual.</p><p>GINCANA MUSICAL: Não deixa de ser uma gincana cultural. As provas versarão</p><p>sobre conhecimentos que os participantes deverão ter sobre música,</p><p>instrumentos musicais, composições, cantores e intérpretes etc. A gincana</p><p>musical pode se desenvolver com ou sem a utilização de equipamentos de som.</p><p>GINCANA DE HABILIDADES: São diversos os tipos de gincanas de habilidades,</p><p>por isso subdividiremos este item em vários:</p><p>– GINCANA DE SALÃO: suas tarefas são de habilidade física e situações</p><p>hilariantes; apesar do nome, não se desenvolvem apenas em salões, mas</p><p>também em outros espaços, como quadras esportivas, gramados, parques de</p><p>estacionamento etc. Suas tarefas são paródias de situações corriqueiras, que</p><p>acontecem de forma engraçada tanto para quem participa quanto para quem</p><p>assiste;</p><p>– GINCANA RÚSTICA: as tarefas se desenvolvem em contato direto com a</p><p>Natureza, e as dificuldades são devidas a ela;</p><p>– GINCANA ESPORTIVA: as tarefas se baseiam em modalidades esportivas das</p><p>mais variadas espécies;</p><p>– GINCANA AQUÁTICA: as tarefas se desenvolvem dentro d’água,</p><p>principalmente em piscinas;</p><p>– GINCANA DE CIRCUITO:</p>

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