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<p>RESUMO CONTEÚDO DE IED:</p><p>· A modernidade seus períodos-chaves para o Direito:</p><p>(I) Humanismo;</p><p>- Contrapõem-se ao estudo do homem no quesito somente espiritual. Volta-se, agora, ao estudo do homem no quesito material. Ex.: Da Vinci fez diversas pinturas que retratam a anatomia do homem.</p><p>-> A pintura da Monalisa é tão lembrada por tratar-se da pintura de uma pessoa sem importância. Apenas alguém. Um indivíduo. Isso foi revolucionário, porque, até então, apenas a realeza e pinturas voltadas a deuses eram representadas, e, agora, graças a Da Vinci, o olhar volta-se ao indivíduo. Dando-lhe importância, mesmo que seja socialmente “invisível”. Ou seja, há uma valorização do home enquanto indivíduo.</p><p>(II) Reforma Protestante;</p><p>- A igreja católica teve diversas cismas e reformas, entre vários desentendimentos internos.</p><p>- O protestantismo é a discórdia que gera a modernidade.</p><p>- Martinho Lutero foi muito importante pois ele traduziu a bíblia para o alemão, de forma que ela se tornasse acessível.</p><p>-> Mesmo que tal ideia não seja nova, é ele quem traz um grande ideal para a modernidade: eu não preciso de uma instituição dizendo no que devo acreditar e em como acreditar. Quem interpreta o texto sagrado sou eu. Minha relação com Deus é íntima. Minha fé vai de acordo com o que minha consciência entende do texto, da forma como eu o compreendo.</p><p>- Se você está errado, você está e ponto. Não importa quem seja. Essa é ideia de autonomia da consciência moderna.</p><p>- Ou seja, a Reforma Protestante critica a autoridade institucional da igreja, valoriza a compreensão do texto pelo indivíduo e diz que a fé é uma experiência individual.</p><p>(III) Revolução Científica;</p><p>- Dá abertura a modernidade.</p><p>- Começa com uma nova noção de como o universo se estrutura, já que, até então, a Terra era definida como o centro do universo.</p><p>- Copérnico apresenta uma teoria nova, heliocêntrica. Todavia, é Galileu que a confirma através de experimentos empiristas.</p><p>- Tal método fez com que o logos deixasse de ser especulativo e passasse a ser experimental. E é até hoje que usamos este método empírico para fazer ciência. Há, então, a separação ente ciência e filosofia,</p><p>-> A ciência se preocupa com o de como as coisas são. Usa o método experimental, onde, com um modelo, parte para o empírico. O conhecimento, então, irá explicar o agir do mundo de como ele é. A filosofia, por outro lado, se preocupa com o que é. Usa o método especulativo, onde, ao questionar, apresenta resultados para que as coisas melhorem. A filosofia se perguntará do sentido das coisas, procurando conhecer para entender a realidade.</p><p>- A Revolução Científica, então, apresenta o método experimental, o modelo heliocêntrico e infinidade do universo separando a ciência da filosofia e dando-lhe um método.</p><p>· Jusnaturalismo e o trio contratualista:</p><p>- Os três são defensores de um direito natural, e cada um vai elaborar a sua própria teoria de Estado e contrato social.</p><p>- O jusnaturalismo trata-se de um direito imutável e eterno, que existe desde sempre. Se você nasceu um ser humano, você já o possui.</p><p>- Já o direito positivo trata-se daquele que é instituído pelo homem. É elaborado pelo ser humano e transcrito nas leis.</p><p>- O direito natural, então, é aquele que pressupõe-se antes de qualquer instituição, Estado ou deus.</p><p>- Apesar de ser uma ideia antiga, aqui, ela se inova porque pela primeira vez o direito natural vai se encontrar com a teoria da formação do Estado.</p><p>(I) Thomas Hobbes:</p><p>- Para ele, a vida e a segurança são direitos naturais.</p><p>- Hobbes vai propor um exercício imaginativo anterior ao Estado (para explica-lo. Porque nos submetemos a ele? ), do qual ele chama de Estado de Natureza .</p><p>- Nesse Estado de Natureza, não há regras, normas. Trata-se de um Estado sem leis.</p><p>- Ele vai atribuir ao homem, capacidades físicas e faculdades iguais. Isso porque, de acordo com Hobbes, mesmo que alguém possua limitações, nada o impede de conseguir superar-se ou ao outro. Ele acrescenta, ainda, que nada também impede alguém de ir atrás daquilo que deseja.</p><p>- Hobbes diz que todo homem tem igualdade de capacidade e de esperança de atingir os seus fins, e, por isso, quando duas pessoas desejam a mesma coisa, elas tornam-se inimigas.</p><p>- Há um constante medo e desconfiança, temor e perigo justamente por conta da própria natureza do homem.</p><p>- Hobbes diz que o homem, por natureza, é competitivo, desconfiado e tende a se vangloriar, sendo estes, os três principais fatores da discórdia.</p><p>-> O homem é competitivo porque ele sempre vai querer bens, mesmo que esses bens sejam já de outro, ou, que outro também o queira.</p><p>-> O homem é desconfiado justamente porque possui bens, e por conta disso, sempre espera que o outro lhe tire esses bens, gerando hostilidade e desconfiança.</p><p>-> O homem tende a se vangloriar porque quer sempre ser reconhecido, glorificado, por tudo o que tem, já fez e etc.</p><p>- Por conta da natureza do homem, sem um Estado, haverá uma guerra constante de todos contra todos. No Estado de Natureza, não há artes, educação, não há sociedade, semente um medo constante onde a vida do homem é embrutecida e curta na Terra.</p><p>- Para enfatizar sua teoria de um Estado de Natureza tão violento, Hobbes exemplifica dizendo que mesmo havendo leis e funcionários públicos armados, as pessoas ainda assim fecham suas portas ao irem dormir e trancam seus cofres.</p><p>- No entanto, para Hobbes, mesmo caracterizando o Estado de Natureza como violento, o homem não é mau. Apenas ser humano. ( “Onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça. Na guerra, a força e a fraude são as duas virtudes cardeais. Não há propriedade nem domínio. Só pertence a cada homem aquilo que conseguir, e apenas enquanto conseguir conservá-lo.” ).</p><p>- Portanto, Hobbes não admite julgamento moral em tal Estado, pois a distinção de bem e mal nascem quando há sociedade.</p><p>- Hobbes, no Leviatã, define 3 leis naturais que mais se destacam:</p><p>1. O homem procura alcançar a paz, defendendo de todos os meios possíveis.</p><p>-> Ou seja, posso utilizar-me de qualquer meio, mesmo que seja matar, usar ou submeter.</p><p>2. Renuncia o direito sobre todas as coisas (inclusive os corpos dos outros) quando também os outros renunciam.</p><p>-> Abre a possibilidade da construção de uma sociedade civil.</p><p>3. Respeitar os pactos estipulados.</p><p>-> Dá legitimidade à sociedade civil.</p><p>- Então, nós nos submetemos ao Estado pela nossa própria segurança, abdicando de nossa liberdade absoluta. Ou seja, a sociedade se funda a partir do momento que rodos abdicam de parte de suas liberdades. O Estado surge, então, para garantir a nossa segurança.</p><p>- Hobbes diferencia contratos de pactos, dizendo que, contratos, é a transferência de direito em consideração a um benefício, enquanto que pactos baseiam-se em confiança. E, se um contrato for quebrado, ele pode ser cobrado, já os pactos não.</p><p>- Portanto, para que a palavra “justo” e “injusto” possam ter lugar, é necessário um poder coercitivo que obrigue ambas as partes a cumprirem os pactos, mediante o terror de algum castigo que seja superior ao benefício que esperam tirar do rompimento do pacto.</p><p>- É preciso que alguém de fora do pacto seja eleito para o cumprimento desse pacto, alguém sem interesse. E é daí que nasce o Estado. Hobbes diz que é preciso “conferir toda sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia de homens, que possa reduzir suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a uma só vontade”.</p><p>- O Leviatã, o deus mortal, portanto, seria o Estado, do qual damos nossa liberdade absoluta para que em troca, ele nos garanta segurança. Portanto, é possível ter liberdade e segurança, mas não de forma plena, pois, quando se tem mais liberdade, menos segurança, e mais segurança, menos liberdade.</p><p>- Contudo, Hobbes ainda acrescenta dizendo que se o Estado ordenar a alguém que abdique de sua própria vida, ou deixe de utilizar-se dos meios ou remédios ou qualquer outra coisa da qual não poderá viver sem, o indivíduo tem a liberdade de desobedecer.</p><p>- Em suma, o que fundamenta o Estado, para Hobbes,</p><p>é a abdicação da liberdade absoluta dos indivíduos.</p><p>(II) John Locke:</p><p>- A propriedade e a liberdade são direitos naturais.</p><p>- Locke parte da mesma premissa de Hobbes, onde, para se entender o porquê os homens se organizam em sociedade e obedecem ao Estado, imagina-se um Estado de Natureza, anterior à existência do Estado.</p><p>- Locke diz que num Estado de Natureza, ainda que naturalmente o homem saiba que não deve prejudicar a outrem em sua vida, liberdade ou posse, não há uma lei imposta que sirva de parâmetro. Ou seja, cada um está livre para decidir suas próprias ações e colocar tudo que que possui da forma como mais achar conveniente.</p><p>- Locke diz que mesmo que se trate de um Estado de perfeita liberdade e igualdade, não é um Estado libertino. Ou seja, o homem não pode destruir as dádivas da natureza em prol apenas de sua própria liberdade, mas apenas para poder preservar sua própria vida. Cada um deve, tanto quanto puder, preservar a vida da humanidade. Ou seja, mesmo para o pai do liberalismo, há limites na liberdade.</p><p>- Para Locke, o homem só entra em guerra para defender a propriedade.</p><p>- John Locke atribui a responsabilidade pela execução da lei da natureza depositada nas mãos de cada homem, pelo que cada um tem o direito de punir os transgressores da dita lei em grau que impeça sua violação. Pois, para ele, as leis da natureza seriam vãs caso não houvesse alguém que pudesse executá-las.</p><p>- Locke, ao imaginar esse Estado de Natureza, confere aos indivíduos alguns direitos: o de punir o crime e preveni-lo, e, também, reivindicar a reparação do dano causada, que remete-se apenas a parte prejudicada.</p><p>- Todavia Locke, ao dar o direito de punir aos homens, fala, também, que as paixões e a vingança podem muito bem leva-los longe demais na punição dos demais. Ele fala que Deus criou o governo para garantir a imparcialidade e conter a violência dos homens.</p><p>- Locke chama de governo civil aquilo que vem da necessidade de institucionalizar uma ordem superior que dê subsídios legais para que se possa disciplinar as relações entre as pessoas.</p><p>- Locke percebe que há elementos que só existem no Estado Civil, e não no Estado de Natureza, que são:</p><p>1. Leis que sejam elaboradas pelo próprio indivíduo, do qual ele chama de “leis estabelecidas, recebidas, conhecidas e consentidas”.</p><p>2. Juízes imparciais, pois, caso alguém passe do limite ao punir, quem irá estabelecer a pena?</p><p>3. Poder coercitivo. Falta algo ou alguém que use a força para valer o julgamento.</p><p>- Locke diz que a única maneira da qual alguém abdique de seus direitos naturais, é por meio do pacto social que une por consentimento os homens para formar um corpo político sob um governo único, que estará submisso à determinação da maioria.</p><p>- Ou seja, o pacto social ocorre por conta da concordância em unir-se em uma sociedade política. As pessoas criam um poder legítimo para governa-las.</p><p>- Locke afirma que somente o consentimento de um número de homens livres capazes de uma maioria no sentido de se unirem em uma sociedade é que dá legitimidade a qualquer governo.</p><p>- Para Locke, o homem é titular de seus direitos naturais e ele não faz uma transferência deles, mas sim uma sessão para o Estado. O Estado age para proteger esses direitos em nome dos indivíduos. Locke se importa com um Estado descentralizado de poder, já falando em separação dos poderes, já falando de representatividade e eleições.</p><p>- O direito de propriedade é extremamente importante para Locke, todavia, não limita-se à apenas propriedade de coisas, mais também, de si mesmo.</p><p>- A partir do momento em que ponho a minha energia em algo e produzo em cima disso, aquilo se torna meu, pois é produto da minha força de trabalho.</p><p>- O homem por ter o direito e dever de proteger e garantir a sua vida, a posse de todos os recursos que são imprescindíveis para essa preservação (como a água, comida, etc.), já vem antes da sociedade civil e independe dela.</p><p>- Para responder a questão de como definir o que pertence a quem, já que o homem tem direito a tudo o que a natureza oferece, é que os homens institucionalizam um poder para garantir garantirem os seus direitos, ou seja, aquilo que o homem conquista deverá ser garantido por um poder superior em uma sociedade civil.</p><p>- Em suma, o principal e fundamental motivo que os homens acabam por abdicar de seus direitos naturais unindo-se em uma sociedade política, é portanto para a preservação da propriedade.</p><p>(III) Jean-Jacques Rousseau:</p><p>- Aqui, a igualdade é que será o direito natural.</p><p>- Rousseau diz que há um grande equívoco na leitura do homem como um ser violento e competitivo, pois, tal leitura, trata-se do homem já na sociedade, na cidade. Para ele, o homem não teria razões para agir assim no Estado de Natureza.</p><p>- Para Rousseau, não é “o aumento das luzes nem o freio das leis que lhes impede de fazer mal, mas a calma das paixões e a ignorância dos vícios”.</p><p>- No Estado de Natureza de Rousseau, ele vê o homem como um ser sem paixões, ignorando os vícios. Não há propriedade e nem guerra. “Sem guerra e sem laços, sem qualquer necessidade dos seus semelhantes, também sem nenhum desejo de incomodá-los, o selvagem bastava-se para si mesmo” .</p><p>- O Estado de Natureza para Rousseau, então, está aquém do bem e do mal, pois não há o conhecimento sobre ambos, e, o homem se contenta com o que tem.</p><p>- Rousseau diz que quando a propriedade privada surge, é que o Estado de Natureza acaba. Rousseau fala que o primeiro a colocar uma cerca em volta de sua propriedade e dizer “isto é meu!”, e encontrou gente simples o bastante para acreditar nele é que é o verdadeiro fundador da sociedade civil. Portanto, para ele, não tem-se uma ruptura imediata do Estado de Natureza para a sociedade civil, mas sim que há um momento de corrupção que ocorre com o surgimento da propriedade.</p><p>- Para Rousseau, o homem no Estado de Natureza é bom, mas a propriedade e a acumulação de riquezas o corrompe. Ela traz o conflito, e uma vez com o conflito, é criado o Estado.</p><p>- O homem no Estado de Natureza vive em si mesmo. Já o homem em sociedade vive fora de si, vive da opinião dos outros, é desconhecido de si mesmo.</p><p>-> Este seria o conceito de “ignorância razoável”, criticando o conhecimento pelo conhecimento e propondo olhar para dentro.</p><p>-> Para resolver essa questão, ele propõe uma renaturalização, transparência entre o interior e exterior. Uma reconstrução do homem integral em uma direção comunitária.</p><p>- Para construir a sociedade, é aí que Rousseau propõe o surgimento do contrato social.</p><p>- Rousseau, ao elaborar a ideia de como criar um Estado minimamente legítimo, cria a ideia de autonomia, onde há a participação direta do cidadão na feitura da regra. A autonomia encontra-se na soberania popular.</p><p>- Para Rousseau, não há entrega de liberdade. Eu obedeço a regra que eu mesmo fiz, sendo este, o centro para a ideia de autonomia. No contrato social de Rousseau não há entrega, não há submissão. O homem era livre e continua sendo livre.</p><p>- Aqui, a sociedade civil vem antes do contrato social.</p><p>- Em suma, os indivíduos não abrem mão de nenhuma liberdade, não há nenhuma entrega de direito. Eles próprios criam a regra, participando diretamente – onde fazem o contrato social. A sociedade civil, anterior ao contrato, surge por conta da presença da propriedade privada, que é o motivo da corrupção do homem.</p>

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