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1 LISTA DE EXERCÍCIOS: REVISÃO 5 – FILOSOFIA MODERNA TEMA ABORDADO AULA 16 – Filosofia Moderna: Política - Nicolau Maquiavel. AULA 17 – Filosofia Moderna: Política - Thomas Hobbes. AULA 18 – Filosofia Moderna: Política - John Locke. AULA 19 – Filosofia Moderna: Política - Jean-Jacques Rousseau. AULA 20 – Filosofia Moderna: Política - Charles Montesquieu. 1. (Unioeste 2010) “Para bem compreender o poder político e derivá-lo de sua origem, devemos considerar em que estado todos os homens se acham naturalmente, sendo este um estado de perfeita liberdade para ordenar-lhes as ações e regular-lhes as suas posses e as pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos limites da lei da natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de qualquer outro homem. [...] Estado também de igualdade, no qual é recíproco qualquer poder e jurisdição, ninguém tendo mais do que qualquer outro […]. Contudo, embora seja um estado de liberdade, não o é de licenciosidade; apesar de ter o homem naquele estado liberdade incontrolável de dispor da própria pessoa e posses, não tem a de destruir-se a si mesmo ou a qualquer criatura que esteja em sua posse, senão quando uso mais nobre do que a simples conservação o exija. O estado de natureza tem uma lei de natureza para governá-lo, que a todos obriga. [...] E para impedir a todos os homens que invadam os direitos dos outros e que mutuamente se molestem, e para que se observe a lei da natureza, que importa na paz e na preservação de toda a Humanidade, põe-se, naquele estado, a execução da lei da natureza nas mãos de todos os homens, mediante a qual qualquer um tem o direito de castigar os transgressores dessa lei em tal grau que lhe impeça a violação, pois a lei da natureza seria vã, como quaisquer outras leis que digam respeito ao homem neste mundo, se não houvesse alguém nesse estado de natureza que não tivesse poder para pôr em execução aquela lei e, por esse modo, preservasse o inocente e restringisse os ofensores.” (Locke) Considerando o texto citado, é correto afirmar, segundo a teoria política de Locke, que A) o estado de natureza é um estado de perfeita concórdia e absoluta paz, tendo cada indivíduo poder ilimitado para realizar suas ações como bem lhe convier, sem nenhuma restrição de qualquer lei, seja ela natural ou civil. B) concebido como um estado de perfeita liberdade e de igualdade, o estado de natureza é um estado de absoluta licenciosidade, dado que, nele, o homem tem a liberdade incontrolável para dispor, a seu belprazer, de sua própria pessoa e de suas posses. C) pela ausência de um juiz imparcial, no estado de natureza todos têm igual direito de serem executores, a seu modo, da lei da natureza, o que o caracteriza como um estado de guerra generalizada e de violência permanente. D) no estado de natureza, pela ausência de um juiz imparcial, todos e qualquer um, julgando em causa própria, têm o “direito de castigar os transgressores” da lei da natureza, de modo que este estado seja de relativa paz, concórdia e harmonia entre todos. E) no estado de natureza, todos os homens permanentemente se agridem e transgridem os direitos civis dos outros. 2 2. (Uel 2010) Leia o seguinte texto de Locke: Aquele que se alimentou com bolotas que colheu sob um carvalho, ou das maçãs que retirou das árvores na floresta, certamente se apropriou deles para si. Ninguém pode negar que a alimentação é sua. Pergunto então: Quando começaram a lhe pertencer? Quando os digeriu? Quando os comeu? Quando os cozinhou? Quando os levou para casa? Ou quando os apanhou? (LOCKE, J. Segundo Tratado Sobre o Governo Civil. 3 ed. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 98) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de John Locke, é correto afirmar que a propriedade: I. Tem no trabalho a sua origem e fundamento, uma vez que ao acrescentar algo que é seu aos objetos da natureza o homem os transforma em sua propriedade. II. A possibilidade que o homem tem de colher os frutos da terra, a exemplo das maçãs, confere a ele um direito sobre eles que gera a possibilidade de acúmulo ilimitado. III. Animais e frutos, quando disponíveis na natureza e sem a intervenção humana, pertencem a um direito comum de todos. IV. Nasce da sociedade como consequência da ação coletiva e solidária das comunidades organizadas com o propósito de formar e dar sustentação ao Estado. Assinale a alternativa correta. A) Somente as afirmativas I e II são corretas. B) Somente as afirmativas I e III são corretas. C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. D) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 3. (Unioeste 2010) “Se os que nos querem persuadir que há princípios inatos não os tivessem compreendido em conjunto, mas considerado separadamente os elementos a partir dos quais estas proposições são formuladas, não estariam, talvez, tão dispostos a acreditar que elas eram inatas. Visto que, se as ideias das quais são formadas essas verdades não fossem inatas, seria impossível que as proposições formadas delas pudessem ser inatas, ou nosso conhecimento delas ter nascido conosco. Se, pois, as ideias não são inatas, houve um tempo quando a mente estava sem esses princípios e, desse modo, não seriam inatos, mas derivados de alguma outra origem. Pois, se as próprias ideias não o são, não pode haver conhecimento, assentimento, nem proposições mentais ou verbais a respeito delas. […] De onde apreende a mente todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento. Empregada tanto nos objetos sensíveis externos como nas operações internas de nossas mentes, que são por nós mesmos percebidas e refletidas, nossa observação supre nossos entendimentos com todos os materiais do pensamento.” (Locke) Tendo presente o texto acima, é correto afirmar, segundo Locke, que 3 A) há duas fontes de nossas ideias, a sensação e a reflexão, de modo que tudo o que é objeto de nossa mente, por ser ela como que um papel em branco, é adquirido por meio de uma ou de outra dessas duas fontes. B) contrariamente ao que afirma o texto, o autor admite excepcionalmente como inatos alguns princípios fundamentais e algumas ideias simples. C) chama-se experiência a forma de conhecimento que, produzido por meio das diferentes sensações, nos permite saber o que as coisas são em sua essência e na medida em que são independentes de nós. D) a ideia de substância é uma ideia simples formada diretamente a partir de nossa experiência das coisas e da capacidade que elas têm de subsistirem. E) todas as nossas percepções ou ideias provém das sensações externas e de nosso contato com o que existe fora de nós. 4. (Uff 2010) De acordo com o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), em seu estado natural, os seres humanos são livres, competem e lutam entre si. Mas como têm em geral a mesma força, o conflito se perpetua através das gerações, criando um ambiente de tensão e medo permanentes. Para Hobbes, criar uma sociedade submetida à lei e na qual os seres humanos vivam em paz e deixem de guerrear entre si, pressupõe que todos os homens renunciem a sua liberdade original e deleguem a um só deles (o soberano) o poder completo e inquestionável. Assinale a modalidade de governo que desempenhou importante papel na Filosofia Política Moderna e que é associada à teoria política de Hobbes. A) Monarquia censitária. B) Monarquia absoluta. C) Sistema parlamentar. D) Despotismo esclarecido. E) Sistema republicano. 5. (Ufsj 2010) Em Hobbes, é CORRETO afirmar que derivação dos direitos do soberano por instituição, é A) do poder dasassembleias democráticas de caráter participativo popular que nasce o poder do soberano, dado que seus participantes são obrigados pelo pacto a reconhecer a legitimidade do Estado absolutista. B) por meio da instituição do Parlamento, que deriva todo o poder do soberano, bem como todas as funções daqueles que com ele administram o pacto, criado e mantido pelo consentimento. C) da criação de magistraturas que nascem os direitos e os deveres do soberano, sustentados pelo pacto alcançado por uma vontade geral. D) da instituição do Estado que derivam todos os direitos e faculdades daquele ou daquelas a quem o poder soberano é conferido mediante o consentimento do povo reunido. 4 6. (Unioeste 2010) Na concepção política de Hobbes, o “acordo vigente” entre homens se dá através de um pacto, isto é, artificialmente, acordo que para “tornar-se constante e duradouro” exige, além do pacto, a instituição de “[...] um poder comum que os mantenha em respeito, e que dirija suas ações no sentido comum. [...] A única maneira de instituir um tal poder comum, capaz de defendê-los [...], garantindo-lhes assim uma segurança suficiente para que, mediante seu próprio labor e graças aos frutos da terra, possam alimentar-se e viver satisfeitos, é conferir toda a sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia de homens, que possa reduzir suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a uma só vontade. O que equivale a dizer: designar um homem ou uma assembleia de homens como representante de suas pessoas, considerando-se e reconhecendo-se cada um como autor de todos os atos que aquele que representa sua pessoa praticar ou levar a praticar, em tudo o que disser respeito à paz e segurança comuns; todos submetendo assim suas vontades à vontade do representante, e suas decisões a sua decisão. Isto é mais do que consentimento, ou concórdia, é uma verdadeira unidade de todos eles, numa só e mesma pessoa, realizada por um pacto de cada homem com todos os homens, de um modo que é como se cada homem dissesse a cada homem: Cedo e transfiro meu direito de governar-me a mim mesmo a este homem, ou a esta assembleia de homens, com a condição de transferires a ele o teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as suas ações. Feito isto, à multidão assim unida numa só pessoa se chama Estado […]. Graças a esta autoridade que lhe é dada por cada indivíduo no Estado, é-lhe conferido o uso de tamanho poder e força que o terror assim inspirado o torna capaz de conformar as vontades de todos eles, no sentido da paz no próprio país, e ajuda mútua contra os inimigos estrangeiros. É nele que consiste a essência do Estado, a qual pode ser assim definida: Uma pessoa de cujos atos uma multidão, mediante pactos recíprocos uns com os outros, foi instituída por cada um como autora, de modo a ela poder usar a força e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para assegurar a paz e a defesa comum. [...] Àquele que é portador dessa pessoa se chama soberano, e dele se diz que possui poder soberano. Todos os restantes são súditos.” (Hobbes) A partir deste texto, que trata da concepção política hobbesiana, seguem as seguintes proposições: I. O poder comum é originário de um pacto recíproco e consensual entre o Soberano a ser instituído e uma multidão de indivíduos que pactuam, reciprocamente, cada um com cada um, a Transferência de direitos naturais e deveres civis, com a finalidade de garantir a paz e segurança de todos no Estado. II. Na instituição do poder soberano, os pactuantes autorizam todos os atos e decisões tomadas pelo Soberano instituído, como se fossem seus próprios atos e suas próprias decisões, com a finalidade de, no Estado, viverem em paz, concórdia e segurança. III. A essência do Estado consiste na transferência, por parte de uma grande multidão, mediante pactos recíprocos, cada um com cada um, de direitos e liberdades naturais, para um Soberano, com poder absoluto, intransferível e ilimitado. IV. A instituição do poder soberano tem sua origem e fundamento no simples consentimento estabelecido entre uma multidão de indivíduos que pactuam, cada um com cada um, na transferência de uma parcela de seus direitos e liberdades civis. V. A saída do estado de natureza se dá através de um pacto, ou seja, artificialmente; para tornar-se constante e duradouro, é necessário a instituição de um poder comum que mantenha a todos em respeito e dirija as suas ações no sentido do benefício comum. 5 Das afirmações feitas acima A) apenas a afirmativa I está correta. B) apenas a afirmativa II está correta. C) apenas as afirmativas II e IV estão corretas. D) apenas as afirmativas III e IV estão corretas. E) apenas as afirmativas II, III e V estão corretas. 7. (Unicentro 2010) “[...] Todos correram ao encontro de seus grilhões, crendo assegurar sua liberdade [...] Tal foi ou deveu ser a origem da sociedade e das leis, que deram novos entraves ao fraco e novas forças ao rico, destruíram irremediavelmente a vontade natural, fixaram para sempre a lei da propriedade e da desigualdade, fizeram de uma usurpação sagaz, um direito irrevogável e, para proveito de alguns ambiciosos, sujeitaram doravante todo o gênero humano, à servidão e à miséria”. (ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem da desigualdade. In: WEFFORT, F. C. Os Clássicos da Política. São Paulo: Editora Ática: 1989-pg. 195). Todas as alternativas abaixo caracterizam o pensamento de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), exceto uma. Assinale-a. A) Rousseau parece demonstrar extrema nostalgia do estado feliz em que vive o bom selvagem, quando é introduzida a desigualdade entre os homens, a diferenciação entre rico e pobre, o poderoso e o fraco e a predominância da lei do mais forte. B) O soberano é, para Rousseau, um representante eleito pelo povo que expressa a vontade geral. A democracia rousseauísta considera que é esse representante do povo que ratifica as leis, sendo a obediência às leis que caracteriza a liberdade. C) Para Rousseau, o contrato social, para ser legítimo, deve se originar do consentimento necessariamente unânime. Pelo pacto, o homem abdica de sua liberdade, mas sendo ele próprio parte integrante e ativa do todo social, ao obedecer à lei obedece a si mesmo e, portanto, é livre. D) Para Rousseau, a soberania do povo, manifesta pelo legislativo é inalienável, ou seja, não pode ser representada. A democracia rousseauísta considera que toda lei não ratificada pelo povo em pessoa é nula. E) Rousseau preconiza a democracia direta e participativa, mantida por meio de assembleias frequentes de todos os cidadãos. O mesmo homem enquanto faz a lei é um cidadão e, enquanto a obedece e se submete, é um súdito. 8. (Ufu 2010) Segundo Thomas Hobbes, o estado de natureza é caracterizado pela “guerra de todos contra todos”, porque, não havendo nenhuma regra ou limite, todos têm direito a tudo o que significa que ninguém terá segurança de seus bens e de sua vida. A saída desta situação é o pacto ou contrato social, “uma transferência mútua de direitos”. HOBBES, T. Leviatã. Coleção Os Pensadores. Trad. João P. Monteiro e Maria B. N. da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 78-80. Com base nestas informações e nos seus conhecimentos sobre a obra de Hobbes, assinale a alternativa que caracteriza o pacto social. 6 A) Pelo pacto social, cria-se o Estado, que continua sendo uma mera reunião de indivíduos somente com laços de sangue. B) Pelo pacto social, a multidão de indivíduos passa a constituir um corpo político, uma pessoa artificial: o Estado. C) Pelo pacto social, cria-se o Estado, mas os indivíduos que o compõem continuam senhores de sua liberdade e de suas propriedades. D) O pacto social pressupõe que o Estado deverá garantir asegurança dos cidadãos, mas em nenhum momento fará uso da força pública para isso. 9. (Uel 2010) Leia os textos de Hobbes a seguir e responda à questão. [...] Os homens não podem esperar uma conservação duradoura se continuarem no estado de natureza, ou seja, de guerra, e isso devido à igualdade de poder que entre eles há, e a outras faculdades com que estão dotados. A lei da natureza primeira, e fundamental, é que devemos procurar a paz, quando possa ser encontrada [...]. Uma das leis naturais inferidas desta primeira e fundamental é a seguinte: que os homens não devem conservar o direito que têm, todos, a todas as coisas. (HOBBES, T. Do Cidadão. São Paulo: Martins Fontes, 1992, pp. 40 - 41; 45 - 46). [...] aquele que submete sua vontade à vontade outrem transfere a este último o direito sobre sua força e suas faculdades - de tal modo que, quando todos os outros tiverem feito o mesmo, aquele a quem se submeteram terá tanto poder que, pelo terror que este suscita, poderá conformar as vontades particulares à unidade e à concórdia. [...] A união assim feita diz-se uma cidade, ou uma sociedade civil. (HOBBES, T. Do Cidadão. São Paulo: Martins Fontes, p. 1992, p. 109). Para os jusnaturalistas o problema da legitimidade do poder político comporta uma questão de fato e uma questão de direito, isto é, o problema da instituição da sociedade civil e o problema do fundamento da autoridade política. Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o pensamento jusnaturalista de Hobbes, considere as afirmativas a seguir: I. A instituição da sociedade civil fundamenta-se na sociabilidade natural do ser humano, pela qual os indivíduos hipoteticamente livres e iguais decidem submeter-se à autoridade comum de um só homem ou de uma assembleia. II. Além do pacto de associação para união de todos em um só corpo, é preciso que ao mesmo tempo se estabeleça o pacto de submissão de todos a um poder comum para a preservação da segurança e da paz civil. III. A soberania do povo encontra sua origem e seus princípios fundamentais no ato do contrato social constituído pelas vontades particulares dos indivíduos a fim de edificar uma vontade geral indivisível e inalienável. IV. O estado de guerra decorre em última instância da necessidade fundamental dos homens, naturalmente iguais entre si, por sua preservação que faz com que cada um tenha direito a tudo. 7 Assinale a alternativa correta. A) Somente as afirmativas I e IV são corretas. B) Somente as afirmativas II e III são corretas. C) Somente as afirmativas II e IV são corretas. D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. E) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. 10. (Ufpa 2010) Em O Contrato Social, após reconhecer as vantagens da instituição do estado civil, Rousseau afirma a necessidade de se acrescentar à aquisição deste estado a liberdade moral, pois só assim o homem torna-se senhor de si mesmo. Com base nessa concepção, é correto afirmar: A) O estado civil é o único em que o homem pode viver em liberdade. B) No estado de natureza, todos os homens viviam em situação de escravidão moral. C) Na vida civil, os impulsos imorais do homem se acomodam incondicionalmente às regras do Estado de Direito. D) Não devemos situar em um mesmo plano civilidade e moralidade. E) Estado, lei e liberdade são uma só e mesma coisa. 8 RESOLUÇÕES Resposta da questão 1: [D] O texto nos oferece alguns, mas não todos os elementos para respondermos à questão. O Estado de Natureza não é um estado de absoluta licenciosidade, nem de perfeita concórdia ou perfeita paz, mas nem por isso é um estado de guerra e de transgressões. Ele é caracterizado pela ausência de um juiz parcial e, por isso, está nas mãos de todos os homens a execução das leis de toda natureza para a garantia da relativa paz e harmonia. Sendo assim, somente a alternativa [D] está correta. Resposta da questão 2: [B] Propriedade na visão de Locke argumenta que, quando os homens se multiplicaram a terra se tornou escassa, fizeram-se necessárias leis além da lei moral ou lei da natureza. Isto o leva a querer unir-se em sociedade com outros que tanto quanto ele tenha a intenção de preservar suas vidas, sua liberdade e suas posses, e a tudo isso Locke chama de "propriedade". Mas não é esta a causa imediata da constituição do governo. O direito à propriedade seria natural e anterior à sociedade civil, mas não inato. Sua origem residiria na relação concreta entre o homem e as coisas, através do processo do trabalho. O trabalho é a origem e justificação da propriedade. Se, graças a este o homem transforma as coisas, pensa Locke, o homem adquire o direito de propriedade. Locke considera que, no seu estado natural, o homem é senhor de sua própria pessoa, e de suas coisas, e não está subordinado a ninguém. O resultado que está sujeito constantemente à incerteza e à ameaça dos demais, pois no estado natural um é rei tanto quanto os demais, e como a maior parte dos homens não observa estritamente a equidade e a justiça, o desfrute da propriedade que um homem tem em uma situação dessas é sumamente inseguro. Resposta da questão 3: [A] A alternativa [A] é a única correta. Locke considera que as ideias provêm ou da sensação ou da reflexão. Ainda que o conhecimento advenha da experiência, esta não está relacionada somente às sensações externas, mas é “empregada tanto nos objetos sensíveis externos como nas operações internas de nossas mentes”. Resposta da questão 4: [B] O poder do soberano para Hobbes deve ser absoluto, isto é, ilimitado. A transmissão do poder dos indivíduos ao soberano deve ser total, caso contrário, um pouco que seja conservado liberdade natural do homem, instaura-se de novo a guerra. E se não há limites para ação do governante, não é sequer possível ao súdito julgar se o soberano é justo ou injusto, tirano ou não, pois é contraditório dizer que o governante abusa do poder: não há abuso quando o poder é ilimitado, assim, uma vez instituído o Estado não pode ser contestado, portanto, uma Monarquia absoluta que segundo Hobbes pode ser tanto constituída por um governante ou formado por muitos, por uma assembleia. 9 Resposta da questão 5: [D] Somente a alternativa [D] está correta. Segundo Hobbes, os direitos do soberano constituído por instituição é fruto do consentimento do povo que, através de um pacto, constitui um Estado. Em oposição a esse Estado por instituição está o Estado por aquisição. Resposta da questão 6: [E] Somente as afirmativas II, III e V estão corretas. Os pactos recíprocos entre todos os membros de uma multidão marcam a saída do Estado de Natureza e a instituição do poder soberano. Os homens entregam a este o uso legítimo da força em troca de segurança. Entretanto, não se pode dizer que o pacto implica na transferência de somente uma parcela dos direitos e liberdades civis ao soberano, inclusive porque não existiam liberdades civis antes do pacto social. Resposta da questão 7: [B] A alternativa [B] é a única incorreta. Rousseau é muitas vezes tido como um dos teóricos da democracia participativa. Isso porque, segundo ele, a soberania corresponde ao exercício da vontade geral do povo, não podendo ser transferida para a mão de um único homem. Resposta da questão 8: [B] Hobbes parte da concepção de que os homens isolados no estado de natureza se uniriam mediante contrato social para constituir a sociedade civil, tornando pelo pacto a legitimidade do poder do Estado. Resposta da questão 9: [C] Configurada nos séculos XVII e XVIII, tendo como seus representantes Hugo Grócio, Pufendorf e Hobbes, Jusnaturalismoé a doutrina que serviu de fundamento à reivindicação das duas conquistas fundamentais do mundo moderno no campo da política: o princípio da tolerância religiosa e o da limitação dos poderes do Estado dando autonomia a razão. Hobbes concebe a natureza humana como naturalmente agressiva e beligerante, assim, o homem se encontra na “guerra de todos contra todos”, e nas palavras de Hobbes, sendo “o homem lobo do homem”, é movido pelas paixões e desejos o que não o faz hesitar de matar e destruir seu semelhante. A liberdade do homem nada mais é do que a ausência de impedimento para sua ação. O poder soberano existe para impedir que o “estado de natureza” acorde e não coexista com os homens evitando que se exterminem entre si. As afirmativas II e IV pressupõe que os indivíduos cedam uma parte de seus direitos e os transfiram a um soberano que consiste num contrato social, por meio da qual a sociedade civil organizada evita a guerra de todos contra todos que pode ser tanto exercido por uma assembleia, um parlamento ou mesmo um rei. 10 Resposta da questão 10: [D] Aquilo que faz reconhecer o homem como um ser superior capaz de autonomia e liberdade é a superação a toda arbitrariedade submetendo-se a uma lei que ele se erga acima de si mesmo. O homem é livre na medida em que dá consentimento à lei por considerá-la válida e necessária.