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<p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA..................................................................... 1</p><p>1 PBL................................................................................................................................................. 2</p><p>2 HISTÓRIA DA MEDICINA ................................................................................................................ 6</p><p>3 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE............................................................................................................ 9</p><p>4 MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS............................................................................................ 12</p><p>5 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA............................................................................................................. 15</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO - EMBRIOLOGIA.................................... 18</p><p>6 PLANEJAMENTO FAMILIAR............................................................................................................ 19</p><p>7 FERTILIZAÇÃO................................................................................................................................. 26</p><p>8 GRAVIDEZ DE RISCO....................................................................................................................... 32</p><p>9 PRÉ-NATAL..................................................................................................................................... 37</p><p>10 GRAVIDEZ GEMELAR...................................................................................................................... 41</p><p>UC 3| ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE - SUS ................................................................. 45</p><p>11 HISTÓRIA DO SUS........................................................................................................................... 46</p><p>12 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA....................................................................................................... 55</p><p>13 SISTEMAS DE SAÚDE PÚBLICOS..................................................................................................... 60</p><p>14 POLÍTICAS DE SAÚDE...................................................................................................................... 66</p><p>15 REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA............................................................................................ 71</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS – FISIOLOGIA..................................................... 76</p><p>16 SISTEMA NEUROENDÓCRINO........................................................................................................ 77</p><p>17 SISTEMA RESPIRATÓRIO................................................................................................................ 86</p><p>18 SISTEMA CARDÍACO....................................................................................................................... 94</p><p>19 SISTEMA RENAL.............................................................................................................................. 104</p><p>20 SISTEMA DIGESTÓRIO.................................................................................................................... 110</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA - IMUNOLOGIA................................................ 117</p><p>21 LESÕES E ADAPTAÇÕES CELULARES............................................................................................... 119</p><p>22 RESPOSTA IMUNOLÓGICA............................................................................................................. 123</p><p>23 RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS VÍRUS........................................................................................... 128</p><p>24 RESPOSTA IMUNOLÓGICA ÀS BACTÉRIAS...................................................................................... 134</p><p>25 RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS FUNGOS E PARASITAS.................................................................. 143</p><p>UC 6 | METABOLISMO............................................................................................................ 149</p><p>26 METABOLISMO DE CARBOIDRATOS............................................................................................... 150</p><p>27 METABOLISMO DE LIPÍDEOS.......................................................................................................... 155</p><p>28 METABOLISMO DE PROTEÍNAS...................................................................................................... 160</p><p>29 CARÊNCIAS NUTRICIONAIS............................................................................................................ 166</p><p>30 OBESIDADE..................................................................................................................................... 171</p><p>UC 7 | NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO - PEDIATRIA............................... 178</p><p>31 DOENÇAS CONGÊNITAS................................................................................................................. 180</p><p>32 MÁS FORMAÇÕES CONGÊNITAS.................................................................................................... 183</p><p>33 NUTRIÇÃO INFANTIL...................................................................................................................... 189</p><p>34 DOENÇAS COMUNS NA INFÂNCIA................................................................................................. 196</p><p>35 SEGURANÇA INFANTIL................................................................................................................... 202</p><p>UC 8 | PERECEPÇÃO, CONSCIÊNCIA E EMOÇÃO - NEUROLOGIA............................................... 211</p><p>36 SISTEMA NERVOSO........................................................................................................................ 213</p><p>37 NEUROPATIAS................................................................................................................................. 221</p><p>38 MEMÓRIA E APRENDIZAGEM......................................................................................................... 231</p><p>39 ALTERAÇÕES DAS VIAS NEUROSSENSORIAIS: VISÃO E AUDIÇÃO................................................... 241</p><p>40 DISTÚRBIOS DO OLFATO E DO PALADAR........................................................................................ 252</p><p>UC 9 | DOENÇAS RESULTANTES DA AGRESSÃO AO MEIO AMBIENTE....................................... 257</p><p>41 INTOXICAÇÕES EXÓGENAS............................................................................................................. 259</p><p>42 ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS.................................................................................... 274</p><p>43 DOENÇAS RELACIONADAS AO MANEJO AMBIENTAL..................................................................... 280</p><p>44 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS E SAÚDE DO TRABALHADOR...................................................... 302</p><p>45 MATERIAL RADIOATIVO.................................................................................................................. 312</p><p>UC 10 | PROLIFERAÇÃO CELULAR............................................................................................ 319</p><p>46 CICLO CELULAR............................................................................................................................... 321</p><p>47 CARCINOGÊNESE............................................................................................................................ 332</p><p>48 PRINCIPAIS NEOPLASIAS NA MULHER............................................................................................ 341</p><p>49 PRINCIPAIS NEOPLASIAS DO SEXO MASCULINO............................................................................. 348</p><p>50 NEOPLASIAS DE PELE E TIREOIDE................................................................................................... 355</p><p>UC</p><p>identificação e seu número</p><p>de registro no CRM, bem como assinar em branco folhas de receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros documentos médicos.</p><p>“ [...] e este não sabia quem atendia primeiro [...] se atendeu as urgências ou emergências primeiro.”</p><p>Deve atender as ermegências primeiro, pois os pacientes estão em risco iminente de morte.</p><p>“ [...] realizava consultas ultrarrápidas e muitas vezes prescrevia tratamentos sem exame direto no paciente.” –</p><p>Cap. V Art.37. É vedado ao médico prescrever tratamento e outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de</p><p>urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realiza-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediatamente depois de cessado o</p><p>impedimento, assim como consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação em massa.</p><p>“Muitas vezes recusava atender certos pacientes dando jeito para os outros médicos atende-los” –</p><p>Cap. V. Art. 33. É vedado ao médico deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais em casos de urgência ou</p><p>emergência quando não houver outro médico ou serviço médico em condições de fazê-lo</p><p>“[...] erro médico, não sabia se era negligência, imperícia ou imprudência.”</p><p>Cap III. Art. 1º. É vedado ao médico causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou</p><p>negligência;</p><p>Paragrafo Único: A responsabilidade médica é sempre pessoal e não pode ser presumida.</p><p>Cap I. Princípio Fundamental II – O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o</p><p>máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional.</p><p>Cap I. Princípio Fundamental IV – Ao médico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da medicina, bem como pelo prestígio</p><p>e bom conceito da profissão.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|18</p><p>6</p><p>PLANEJAMENTO FAMILIAR........................................................................................................... 19</p><p>6.1 PLANEJAMENTO FAMILIAR................................................................................................................... 19</p><p>6.2 MÉTODOS E TÉCNICAS DE CONCEPÇÃO............................................................................................... 19</p><p>6.3 ANATOMIA REPRODUTORA MASCULINA E FEMININA......................................................................... 21</p><p>6.4 CICLO MENSTRUAL E HORMÔNIOS ENVOLVIDOS................................................................................ 22</p><p>6.5 GAMETOGÊNESE.................................................................................................................................. 24</p><p>7 FERTILIZAÇÃO............................................................................................................................... 26</p><p>7.1 INFERTILIDADE..................................................................................................................................... 26</p><p>7.2 MÉTODOS DE FERTILIZAÇÃO IN VITRO................................................................................................. 27</p><p>7.3 TESTES DE GRAVIDEZ............................................................................................................................ 27</p><p>7.4 MOSAICISMO E QUIMERISMO............................................................................................................. 28</p><p>7.5 CÉLULAS TRONCO EMBRIONÁRIAS...................................................................................................... 28</p><p>7.6 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO - 1ª SEMANA.............................................................................. 28</p><p>7.7 CARIÓTIPO HUMANO........................................................................................................................... 29</p><p>7.8 ASPECTOS ÉTICOS NA REPRODUÇÃO................................................................................................... 30</p><p>8 GRAVIDEZ DE RISCO...................................................................................................................... 32</p><p>8.1 FATORES QUE LEVAM À GRAVIDEZ DE RISCO ..................................................................................... 32</p><p>8.2 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DA 2ª E 3ª SEMANA................................................................... 32</p><p>8.3 FÁRMACOS TERAOGÊNICOS................................................................................................................. 33</p><p>8.4 ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA GRAVIDEZ PRECOCE........................................................................ 34</p><p>8.5 EXAMES PARA DETECÇÃO DE ANOMALIAS.......................................................................................... 35</p><p>8.6 QUESTÕES ÉTICAS NO ABORTO ........................................................................................................... 35</p><p>8.7 ANOMALIAS CONGÊNITAS................................................................................................................... 35</p><p>9 PRÉ-NATAL................................................................................................................................... 37</p><p>9.1 SISPRENATAL........................................................................................................................................ 37</p><p>9.2 VACINAS NA GESTAÇÃO....................................................................................................................... 37</p><p>9.3 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DA 4ª A 8ª SEMANA .................................................................. 37</p><p>9.4 CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL E DA DATA PROVÁVEL DO PARTO ............................................... 39</p><p>9.5 ALTERAÇÕES ANATOMOFISIOLÓGICAS DA GRÁVIDA........................................................................... 39</p><p>10 GRAVIDEZ GEMELAR..................................................................................................................... 41</p><p>10.1 TIPOS DE GESTAÇÃO GEMELAR............................................................................................................ 41</p><p>10.2 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DA 9ª A 37ª SEMANA................................................................. 42</p><p>10.3 FATORES QUE RESTRINGEM O DENSENVOLVIMENTO INTRAUTERINO............................................... 44</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|19</p><p>1 PLANEJAMENTO FAMILIAR</p><p>§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do</p><p>casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva</p><p>por parte de instituições oficiais ou privadas.</p><p>A lei 9263/96 regula o parágrafo 7 da CF-88</p><p>Nos artigos da lei, fica claro que o SUS é a maneira como o Estado chega e garante o direito ao planejamento familiar.</p><p>A) OS ARTIGOS 2º E 3º DEFINEM O QUE É O CONCEITO DE PLANEJAMENTO FAMILIAR PARA O ESTADO:</p><p>Art. 2º Para fins desta Lei, entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos</p><p>iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal.</p><p>Art. 3º O planejamento familiar é parte integrante do conjunto de ações de atenção à mulher, ao homem ou ao casal, dentro de uma visão</p><p>de atendimento global e integral à saúde.</p><p>B) E A MANEIRA COMO O SUS DEVE SE COMPORTAR, FICA NOS SEGUINTES ARTIGOS:</p><p>Parágrafo único - As instâncias gestoras do Sistema Único de Saúde, em todos os seus níveis, na prestação das ações previstas no caput,</p><p>obrigam-se a garantir, em toda a sua rede de serviços, no que respeita a atenção à mulher, ao homem ou ao casal, programa de atenção</p><p>integral à saúde, em todos os seus ciclos vitais, que inclua, como atividades básicas, entre</p><p>outras:</p><p>I - a assistência à concepção e contracepção/ II - o atendimento pré-natal; III - a assistência ao parto, ao puerpério e ao neonato/IV - o</p><p>controle das doenças sexualmente transmissíveis;/ V - o controle e a prevenção dos cânceres cérvico-uterino, de mama, de próstata e de</p><p>pênis.</p><p>C) OS DEVERES DO ESTADO PARA COM O PLANEJAMENTO FAMILIAR SÃO EXPLÍCITOS NOS ARTIGOS :</p><p>Art. 4º O planejamento familiar orienta-se por ações preventivas e educativas e pela garantia de acesso igualitário a informações, meios,</p><p>métodos e técnicas disponíveis para a regulação da fecundidade.</p><p>Parágrafo único - O Sistema Único de Saúde promoverá o treinamento de recursos humanos, com ênfase na capacitação do</p><p>pessoal técnico, visando a promoção de ações de atendimento à saúde reprodutiva.</p><p>Art. 5º - É dever do Estado, através do Sistema Único de Saúde, em associação, no que couber, às instâncias componentes do sistema</p><p>educacional, promover condições e recursos informativos, educacionais, técnicos e científicos que assegurem o livre exercício do</p><p>planejamento familiar.</p><p>Parágrafo único - Compete à direção nacional do Sistema Único de Saúde definir as normas gerais de planejamento familiar.</p><p>Art. 9º Para o exercício do direito ao planejamento familiar, serão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção</p><p>cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção.</p><p>Art. 14. Cabe à instância gestora do Sistema Único de Saúde, guardado o seu nível de competência e atribuições, cadastrar, fiscalizar e</p><p>controlar as instituições e serviços que realizam ações e pesquisas na área do planejamento familiar.</p><p>2 métodos e técnicas de contracepção</p><p>A) TABELA – o método se baseia na observação de vários ciclos menstruais pra determinar o período fértil do ciclo menstrual da mulher.</p><p>Ela deve marcar no calendário durante pelo menos 6 meses, o primeiro dia de cada menstruação, para ver quantos dias durou cada ciclo</p><p>menstrual e a partir daí calcular o período fértil.</p><p>B) COITO INTERROMPIDO – o homem retira o pênis da vagina um pouco antes da ejaculação. Não deve ser incentivado como método</p><p>anticoncepcional, porque o homem as vezes não consegue interromper a relação antes da ejaculação, e o líquido pré-seminal pode conter</p><p>espermatozóides.</p><p>C) ABSTINÊNCIA SEXUAL</p><p>D) MUCO CERVICAL – a determinação do ´período fértil acontece pela auto-observação das mudanças do muco cervical e da sensação</p><p>de umidade na vagina ao longo do ciclo menstrual. A medida que se aproxima o dia da ovulação, o muco fica mais parecido com a clara</p><p>de ovo, elástico, transparente e escorregadio e a vagina vai ficando mais úmida. Isso quer dizer que a mulher está no período fértil, e pode</p><p>engravidar.</p><p>E) TEMPERATURA BASAL – antes da ovulação a temperatura basal é um pouco mais baixa e permanece assim até a ovulação. Quando</p><p>ocorre a ovulação, a temperatura sobre alguns décimos de grau e permanece assim até a próxima menstruação. A mulher deve medir sua</p><p>temperatura pela manhã, antes de se levantar e depois de dormir no mínimo 5 horas, anotando-as em um gráfico.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|20</p><p>F) SINTOTÉRMICO – combinação da tabela, muco cervical, temperatura basal.</p><p>G) PRESERVATIVO MASCULINO – a camisinha atua como uma luva que envolve o pênis ereto e serve para reter a ejaculação. Após a</p><p>ejaculação, a camisinha deve ser retirada com o pênis ainda ereto. É um método anticoncepcional de grande eficácia e diminui o risco de</p><p>IST. Nunca deve ser reaproveitada.</p><p>H) PRESERVATIVO FEMININO – feita de polipropileno (menos alergênico que o látex) é uma bolsa leve e frouxa que se adapta a vagina</p><p>e protege o colo do útero (parte inferior), as paredes vaginais e se exterioriza na vulva, ficando aparente. Previne contra DST’s. Se usada</p><p>corretamente, o risco de gravidez é de 5%. A própria mulher introduz quando necessário. Pode causar irritação local, alergia, e inibir o</p><p>contato sexual. A base do preservativo serve para fixá-lo.</p><p>I) PÍLULA</p><p>● MONOFÁSICAS - a dose dos esteróides é constante nos 21/22 comprimidos da cartela.</p><p>● BIFÁSICAS - contém 2 tipos de comprimidos dos mesmos hormônios em proporções diferentes;</p><p>● TRIFÁSICAS – 3 tipos de comprimidos dos mesmos hormônios em proporções diferentes</p><p>Depois da pausa, a mulher deve retornar a tomar a pílula no oitavo dia ou até 5 dias do inicio da menstruação</p><p>● PÍLULA COMBINADA – são componentes que tem dois hormônios sintéticos (estrogênio e progesterona) semelhantes aos produzidos</p><p>pelo ovário da mulher. As pílulas combinadas atuam basicamente na inibição da ovulação, além de provocar alterações nas características</p><p>físico-quimicas do endométrio e do muco cervical. São muito eficazes, se usadas corretamente, a falha acontece em 0,1% dos casos no</p><p>primeiro ano de uso. Deve ser usada sempre no mesmo horário. A mulher ingere o 1º comprimido no 1º dia do ciclo menstrual. Ao final da</p><p>cartela (21 dias), faz-se uma pausa de 7 dias e reinicia outra cartela, independente do dia de inicio do fluxo menstrual. Alguns tipos já</p><p>possuem 7 dias de placebo, quando deve ocorrer o sangramento, não sendo necessário haver interrupção. Se na interrupção não haver</p><p>sangramento, deve-se iniciar uma nova cartela e ir até o serviço de saúde para descartar hipótese de gravidez. Não devem ser ingeridas</p><p>com alguns tipos de anticonvulsivantes, antibióticos e fungicidas. No caso de vômitos e/ou diarréia por 2 dias, existe a possibilidade da não-</p><p>absorção dos esteróides da pílula. Como complicações, pode ocorrer: AVC, Trombrose, infarto (em maior freqüência em fumantes),</p><p>alterações de humor, cefaléia. Reduz anemia, doença benigna de mama.</p><p>● MINIPÍLULA - ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS ORAIS A BASE DE APENAS PROGESTERONA – São comprimidos que contêm</p><p>uma dose muito baixa de progestogênio, que promove o espessamento do muco cervical, dificultando a penetração dos espermatozóides,</p><p>e inibe a ovulação em aproximadamente metade dos ciclos menstruais. Durante a lactação, quando usados de forma correta e consistente,</p><p>os anticoncepcionais orais de progestogênio têm uma taxa de falha de 0,5%, no primeiro ano de uso. Em uso habitual, a taxa de falha é de</p><p>1%. Previne câncer de endométrio ou de ovário, e doença inflamatória pélvica. Altera o fluxo mentrual, pode causar cefaléia e sensibilidade</p><p>mamária. Caso haja vômito ou diarréia por mais de 24 horas, deve evitar as relações sexuais ou usar preservativo até que tenha tomado a</p><p>pílula por dia durante 7 dias seguidos depois que cessarem tais sintomas. Se o vômito aparecer 1h depois da ingestão da pílula, deve-se</p><p>ingerir outra pílula de outra cartela.</p><p>J) ANTICONCEPCIONAL INJETÁVEL MENSAL E TRIMESTRAL - O anticoncepcional hormonal injetável, aprovado para uso no Brasil, é</p><p>um derivado da 17 alfahidroxiprogesterona, preparado em suspensão microcristalina, para administração intramuscular profunda. Além de</p><p>inibirem a ovulação, aumentam a viscosidade do muco cervical dificultando a passagem dos espermatozóides. No primeiro ano de uso, a</p><p>taxa de falha deste método é de 0,3%, com injeções regulares a cada três meses. Em média o retorno à fertilidade pode levar 4 meses</p><p>após o término do efeito (7 meses após a última injeção). (com progesterona isolada). Deve-se repetir a ingestão a cada intervalo definido,</p><p>podendo ser feita até no máximo 15 dias após a data estipulada</p><p>anticoncepcional hormonal injetável combinado – soma de progesterona sintética e estradiol. Não há demora na recuperação da fertilidade.</p><p>Geralmente o retorno é imediato. Inibem a ovulação e tornam o muco cervical espesso, impedindo a passagem de espermatozóides. Deve-</p><p>se aplicar por via intramuscular profunda. Se houver atraso de mais de três dias para a nova injeção, a mulher deve ser orientada para uso</p><p>de preservativo.</p><p>K) DISPOSITIVO INTRAUTERINO COM COBRE (DIU T CU) – dispositivo de plástico no formato da letra T, podendo ter partes metálicas</p><p>(cobre) ou ser</p><p>utiliza com hormônio (DIU Mirena) e é introduzido no interior do útero, provocando inflamação do mesmo para que o corpo</p><p>acredite que os sais de cobre em contato com o endométrio sejam corpos estranhos e ative o sistema imunologico. O DIU de cobre mata</p><p>ou modifica os espermatozóides e impede a fertilização. O DIU com hormônio libera pequenas quantidades de progesterona no interior do</p><p>útero, provocando alterações do endométrio (camada que reveste o útero) e do muco o colo uterino, dificultando a entrada, a mobilidade e</p><p>a sobrevivência dos espermatozoides. O risco de gravidez é 0,3% para o DIU de cobre e 0,1% para o DIU hormonal. Necessita ser colocado</p><p>pelo ginecologista, e podem permanecer por alguns anos. Tem excelente eficácia contraceptiva. O DIU hormonal reduz a menstruação; já</p><p>o DIU de cobre pode aumentar o fluxo menstrual e provocar cólicas.</p><p>L) DIAFRAGMA – método de barreira. Normalmente é de silicone, tem o formato de um disco maleável. É introduzido no interior da vagina</p><p>formando uma barreia na frente do colo uterino para que os espermatozóides não entrem no útero. Deve ser colocado antes do ato sexual</p><p>em conjunto com gel e creme espermicida para melhorar sua eficácia e aplicação. Se usado corretamente, o risco de gravidez é de 15%.</p><p>A maleabilidade do disco permite que ele seja dobrado com os dedos e facilmente introduzido na vagina, assim como um absorvente</p><p>interno. Mas deve ter orientação do ginecologista para o uso adequado. Traz liberdade para a mulher controlar a contracepção, não aparece</p><p>após sua acomodação e não é percebido pelo parceiro. Mas, deve ser retirado de 6 a 8 horas após a ultima relação, sua eficácia é baixa,</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|21</p><p>pode causar infecção urinária, irritação local, alergia, necessidade de complementação com o gel espermicida e menor proteção contra</p><p>IST’s.</p><p>M) ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA – PÍLULA DO DIA SEGUINTE – só deve ser tomada a pílula em situações especiais, após no</p><p>máximo 72h da relação sexual sem a devida proteção. Ela impede ou retarda a ovulação, interferindo na capacidade espermática e na</p><p>maturação do ovócito, impedindo também o processo de nidação. Não interrompe gravidez em andamento. Probabilidade de 2% de risco</p><p>de gravidez se a pílula é tomada. Previne a gravidez em ¾ dos casos.</p><p>N) CONTRACEPTIVO HORMONAL – ADESIVO CUTÂNEO – pequenos selos adesivos que se colocam na pele, e liberam hormônios</p><p>absorvidos e liberados na circulação sanguinea. Atuam como os contraceptivos hormonais orais. Se usado corretamente, o risco de gravidez</p><p>é de 0,3%. A própria paciente coloca o selo, trocado a cada semana, sobre a pele em regiões de pouco atrito como nádegas, ombro,</p><p>lombar. A vantagem é a facilidade e a não-necessidade de se lembrar de utilizar. A desvantagem é que pode causar irritação na pele e não</p><p>protege contra DST’s.</p><p>O) CONTRACEPTIVO HORMONAL – ANEL VAGINAL - Anel de silicone maleável com cerca de 4 cm, que contém hormônio estrogênio</p><p>e progesterona no seu interior. É introduzido na vagina onde se acomoda e permanece por três semanas liberando localmente seus</p><p>hormônios que serão absorvidos pela mucosa vaginal para a circulação sanguínea. Os efeitos contraceptivos são os mesmos da pílula. Se</p><p>usado corretamente, o risco de gravidez é de 0,5% por ano de uso. A própria mulher introduz no interior da vagina, e é semelhante a um</p><p>absorvente interno. Tem os mesmos efeitos da pílula, sem ter que lembrar de tomar os comprimidos diariamente. Pode provocar os mesmos</p><p>efeitos colaterais da pílula, além de irritação vaginal e corrimento. Não protege contra DST’s.</p><p>P) VASECTOMIA – é uma cirurgia onde se corta ou cauteriza o ducto deferente, interrompendo o caminho que seria percorrido pelo</p><p>espermatozoide. Ele continua sendo produzido, mas como não sai do testículo, é reabsorvido.</p><p>Q) LAQUEADURA OU LIGAÇÃO TUBÁRIA – cirurgia onde se interrompe a permeabilidade das tubas uterinas, ou seja: há o corte da tuba</p><p>uterina, não deixando que o óvulo saia e se encontre com o espermatozoide.</p><p>3 anatomia reprodutora masculina e feminina</p><p>A) MASCULINO</p><p>● TESTÍCULO – Local de produção de</p><p>espermatozoides e hormônios como a</p><p>testosterona.</p><p>● EPIDÍDIMO – Local onde ocorre o</p><p>armazenamento e maturação dos</p><p>espermatozoides</p><p>● CANAL DEFERENTE – Transporta os</p><p>espermatozoides do epidídimo até a vesícula</p><p>seminal e auxilia na ejaculação.</p><p>● VESÍCULA SEMINAL – produz o líquido</p><p>seminal (+abundante, nutre o espermatozoide,</p><p>transparente, espesso) que compõe o sêmen.</p><p>● DUCTO EJACULATÓRIO – transporta os</p><p>espermatozoides da vesícula seminal para a</p><p>glândula prostática e auxilia na ejaculação.</p><p>● GLÂNDULA PROSTÁTICA – Produz o líquido prostático (- abundante, - viscoso, cor leitosa, neutraliza o pH da vagina e auxilia na nutrição</p><p>do espermatozoide), que irá compor o sêmen</p><p>● URETRA – Conduz o esperma para o meio externo; e a urina também</p><p>● GLÂNDULA BULBORRETAL OU GLÂNDULA DE COUPER – O líquido da glândula bulborretal lubrifica e lima o canal da uretra, além de</p><p>regular o pH. Ele é suficiente para transmitir certas IST’s.</p><p>● PÊNIS – facilitador da introdução dos gametas masculinos no corpo feminino (órgão copulatório).</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|22</p><p>B) FEMININO</p><p>● OVÁRIO – órgão produtor de gametas (óvulos/ovócitos) e secretor de progesterona e estrogênio.</p><p>● TROMPAS/TUBA UTERINA – via condutora do óvulo fertilizado ou não do ovário para o útero; no interior dela ocorre a fecundação.</p><p>● ÚTERO – órgão que recebe os ovócitos e aloja o embrião, do seu desenvolvimento até o nascimento. O COLO DO ÚTERO faz projeção</p><p>na vagina e se comunica com ela pelo ÓSTIO do útero.</p><p>● VAGINA – órgão copulatório, que recebe o pênis e o sêmen durante a relação sexual, servindo como via para que o sêmen alcance o</p><p>útero, atua como canal de parto, e escoa o sangue menstrual. O ÓSTIO da vagina é fechado parcialmente pelo HÍMEN.</p><p>● VULVA – ESTRUTURA GERAL DOS ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS -</p><p>● LÁBIOS MAIORES – pregas de pele preenchidas por gordura E MENORES – pregas de pele finas e sem gordura</p><p>● ÓRGÃOS ERETEIS – Clitóris e bulbo do vestíbulo(interno) – homólogos aos corpos cavernosos e bulbo do pênis.</p><p>4 ciclo menstrual e hormônios envolvidos</p><p>A) HORMÔNIOS ENVOLVIDOS:</p><p>● FSH (HORMÔNIO FOLÍCULO LUTEINIZANTE)</p><p>- Estimular o crescimento e desenvolvimento do folículo nos primeiros 14 dias;</p><p>- Transformar ovócito I em ovócito II;</p><p>- Produzir estrogênio através da0</p><p>- estimulação do folículo (FOLÍCULO=Tecido que nutre, envolve e protege o ovócito).</p><p>- Estimula a puberdade (homem)</p><p>- Espermatogênese (produção de espermatozoide, ejaculação)</p><p>● LH (HORMÔNIO LUTEINIZANTE)</p><p>- Ovocitação – romper o folículo já maduro e liberar ovócito II para fecundação nas tubas uterinas</p><p>- Formar corpo lúteo (composto de glicogênio+lipídeos)</p><p>- Estimular o corpo lúteo a produzir progesterona</p><p>- Caracterização sexual: libido, desenvolvimento da vagina</p><p>● ESTROGÊNIO – promove o crescimento e desenvolvimento endometrial do 1º ao 14º dia;</p><p>● PROGESTERONA – mantém o endométrio com ou se embrião até o fim do ciclo. (14 ao 28 dia);</p><p>● TESTOSTERONA</p><p>- Auxilia na espermatogênese e maturação do espermatozoide (FSH e LH)</p><p>- Proporciona libido</p><p>- Auxilia no desenvolvimento da musculatura e ossos</p><p>- Estimula o desenvolvimento de pelos no corpo</p><p>- Promove o desenvolvimento da genitália masculina</p><p>- Timbre de voz</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|23</p><p>B) CICLO OVARIANO</p><p>1. Fase Folicular: período de crescimento folicular no ovário;</p><p>2. Ovulação: Quando um ou mais folículos amadurecem, o ovário libera ovócitos durante a ovulação;</p><p>3. Fase lútea: fase pós-ovulatória. O folículo rompido é transformado em corpo lúteo (amarelado e depósito de lipídeos). O corpo</p><p>lúteo secreta hormônios que continuam a preparação para a gestação. Se não há gestação, o corpo lúteo para de funcionar</p><p>após</p><p>duas semanas e o ciclo ovariano é reiniciado.</p><p>C) CICLO MENSTRUAL</p><p>1. Fase Menstrual – se inicia no primeiro dia da menstruação</p><p>(sangramento mensal). Dura de 3 a 7 dias, e o sangue descartado</p><p>pela vagina está misturado com fragmentos do tecido endometrial.</p><p>O endométrio adquire um caráter delgado.</p><p>2. Fase proliferativa (folicular ou estrogênica) – fase de reparo e</p><p>proliferação. Dura em torno de 9 dias. No início dessa fase, o epitélio</p><p>reconstrói-se e recobre o endométrio. Coincide com o crescimento</p><p>dos folículos ovarianos, controlada pelo estrogênio secretado por</p><p>tais folículos. Ocorre um aumento na espessura do endométrio.</p><p>3. Fase lútea (secretora, progestacional) – dura por volta de 13 dias,</p><p>coincide com a formação, crescimento e funcionamento do corpo</p><p>lúteo. A progesterona produzida pelo corpo lúteo estimula a</p><p>secreção de um material rico e glicogênio, espessando ainda mais</p><p>o endométrio.</p><p>4. Se há fertilização, há formação do blastocisto pela clivagem do zigoto e ele começa a se implantar no endométrio em torno do</p><p>6º dia de fase lútea (dia 20, no ciclo de 28). A HCG mantém o corpo lúteo secretando estrogênio e progesterona. A fase lútea</p><p>prossegue e não ocorre menstruação. O endométrio passa para uma fase gravídica.</p><p>5. Fase Isquêmica – ocorre quando o ovócito não é fertilizado. O corpo lúteo se degenera, os níveis hormonais despencam e o</p><p>endométrio secretor aparece. Ocorre a menstruação. O endométrio se empalidece (isquemia: redução do suprimento sanguíneo).</p><p>Isso faz com que o corpo lúteo diminua bastante a secreção dos hormônios, principalmente a progesterona. O endométrio começa</p><p>a se retrair de maneira acentuada, e o corpo lúteo está em processo de degeneração. No fim da fase isquêmica, acontece uma</p><p>necrose nos tecidos superficiais, a ruptura da parede dos vasos lesados com essa redução de suprimento sanguíneo e lagos de</p><p>sangue são formados, rompendo-se na superfície endometrial e sendo eliminados através da vagina. De 3 a 5 dias, toda a camada</p><p>é eliminada na menstruação, o remanescente é regenerado.</p><p>6. Fase pré-menstrual ou isquêmica: período de queda das concentrações dos hormônios ovarianos, quando a camada superficial</p><p>do endométrio perde seu suprimento sangüíneo normal e a mulher está prestes a menstruar. Dura cerca de dois dias, podendo</p><p>ser acompanhada por dor de cabeça, dor nas mamas, alterações psíquicas, como irritabilidade e insônia (TPM ou Tensão Pré-</p><p>Menstrual).</p><p>RESUMO CICLO MENSTRUAL</p><p>1. O ciclo menstrual se inicia no primeiro dia da menstruação. Varia de 3 a 5 dias o período de sangramento. Nesse período, o</p><p>endométrio bem desenvolvido começa a escamar e também começa a crescer. Tal crescimento é desencadeado pela secreção</p><p>de maiores quantidades de FSH e pequenas quantidades de LH pela adenohipófise. Os níveis hormonais nesse período estão</p><p>relativamente baixos. Juntos, promove o crescimento folicular.</p><p>2. Por volta do 7º dia, começa a produção e secreção considerável de estrogênio, devido ao pico de FSH. O estrogênio inibe a</p><p>secreção do FSH e LH, fazendo suas taxas caírem bastante. Mas volta a estimular a secreção de LH pela hipófise</p><p>3. Por volta do 14º dia, há um pico de LH no sangue e crescentes níveis de FSH e de estrogênio, induzindo a ovulação (dia fértil).</p><p>Esse processo leva ao rompimento do folículo ovariano maduro e a liberação do óvulo na tuba uterina.</p><p>4. Após a ovulação, o folículo se reconstrói – transforma-se em corpo lúteo (glândula endócrina lipídica) – influenciado pelo LH</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|24</p><p>5. Por volta do 21º dia, O corpo lúteo secreta elevadas quantidades</p><p>de progesterona e quantidades consideráveis de estrogênio,</p><p>aumentando o desenvolvimento das glândulas endometriais.</p><p>6. Se houve fertilização por volta do 16º dia, o corpo lúteo se torna a</p><p>principal fonte de hormônios nos 90 dias seguintes, devido a</p><p>estimulação do B-HCG para manter a produção de progesterona e</p><p>estrogênio.</p><p>7. Por volta do 25º dia, os níveis de estrogênio e progesterona estão</p><p>altíssimos no corpo da mulher (TPM). Por um feedback negativo, a</p><p>adenohipófise diminui a produção de FSH e LH. Se não houve</p><p>fertilização, o corpo lúteo começa a sofrer involução (degeneração)</p><p>ocorrendo acentuada queda dos níveis de estrogênio e</p><p>progesterona, no 28º dia. Como não acontece estimulo hormonal,</p><p>o endométrio passa por redução da secreção glandular, e</p><p>descamação, devido a baixa de progesterona; enquanto as veias</p><p>locais continuam absorvendo liquido. Dessa forma, em um curto</p><p>período de tempo, os tecidos sofrem colapso. As artérias se</p><p>rompem e ocorre hemorragia, rompendo o revestimento epitelial,</p><p>as glândulas e tecidos fibrosos; porém a integridade do endométrio</p><p>é mantida. A vasoconstrição reflexa limita a hemorragia. O tecido</p><p>rompido, sangue e óvulos não fertilizados seguem a direção a</p><p>vagina. Reduz a 1mm de espessura e pode chegar a 5m..</p><p>8. Depois, Nessa ocasião, a parte a adenohipófise, que estava inibida pelo estrogênio e pela progesterona, começa a secretar outra</p><p>vez grandes quantidades de FSH, iniciando um novo ciclo. Esse processo continua durante toda a vida reprodutiva da mulher.</p><p>5 gametogênese</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|25</p><p>A) ESPERMATOGÊNESE – (sofrem maturação da puberdade até a velhice) .</p><p>As espermatogônias (2n) começam a aumentar de número aumentam de número. Depois de várias divisões mitóticas, elas crescem e se</p><p>desenvolvem, formando os espermatócitos primários (2n).</p><p>Cada espermatócito primário sofre a primeira divisão meiótica (reducional) e forma 2 espermatócitos secundários haploides (n) , com</p><p>metade do tamanho dos espermatocitos primários.</p><p>Depois, os espermatócitos secundários (n) sofrem a segunda divisão meiótica, formando 4 espermátides haploides (n). As espermatides</p><p>são transformadas em espermatozoides maduros de maneira gradual pelo processo de espermiogênese. (a espermátide arredondada se</p><p>transforma em um espermatozoide alongado composto por cauda, acrossomo, bainha mitocondrial e sem citoplasma.)</p><p>B) OVOGÊNESE – inicia antes do nascimento e é completado depois da puberdade, continuando até a menopausa.</p><p>● MATURAÇÃO PRÉ-NATAL DOS OVÓCITOS - Durante a vida fetal, as ovogônias se proliferam por divisão mitótica para formar os</p><p>ovócitos primários antes do nascimento. O Ovócito primário é circundado por uma camada de células epiteliais foliculares, que constituem</p><p>um folículo primordial. Os ovócitos iniciam sua primeira divisão meiótica antes do nascimento, mas param na prófase I (diplóteno) até a</p><p>adolescência. (secreção de OMI – substância inibidora da maturação do ovócito).</p><p>● MATURAÇÃO PÓS-NATAL DOS OVÓCITOS – Após o nascimento, não se forma mais nenhum ovócito primário (ao contrário do homem).</p><p>Os mais de 2milhões de ovócitos primários permanecem em repouso até a puberdade (por isso, acontecem muito erros meióticos com o</p><p>aumento da idade materna). Na adolescência, estima-se que restam cerca de 40 mil e apenas 400 se tornam ovócitos secundários liberados</p><p>na ovulação.</p><p>A partir da puberdade, um folículo amadurece a cada mês, completa a primeira divisão meiótica e para na metáfase da segunda divisão</p><p>meiótica. Forma-se o ovócito secundário, recebedor de quase todo citoplasma, e o primeiro corpo polar (célula pequena, não funcional, que</p><p>logo degenera) que recebe muito pouco.</p><p>Antes da ovulação, o núcleo do ovócito secundário inicia a segunda divisão meiótica, mas progride só até a metáfase, quando a divisão é</p><p>interrompida. Se um espermatozoide penetra esse ovócito, a divisão é completada e novamente a maior parte do citoplasma é mantida no</p><p>ovócito secundado e a menor parte vai para o segundo corpo polar.</p><p>O ovócito primário é envolvido pela zona pelúcida, uma camada de material glicoproteico secretada tanto pelos ovócitos quanto pelas</p><p>células foliculares.. Quando o folículo primário exibe mais de uma camada de células foliculares,</p><p>ele é chamado de folículo secundário</p><p>(após a segunda divisão meiótica). Essa zona age como barreira para os espermatozoides. Depois da fertilização, ela bloqueia a</p><p>poliespermia e protege o embrião.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|26</p><p>1 INFERTILIDADE</p><p>A) MASCULINA</p><p>● Orquite (inflamação no testículo) pós-caxumba – infecção evitada por vacina, que pode afetar as glândulas parótidas ou pode se instalar</p><p>também nos testículos provocando sua inflamação (orquite). Nesse caso, a área atingida é a de fabricação de espermatozoides, ela pode</p><p>provocar infertilidade.</p><p>● Torção testicular</p><p>● Diabetes – doença crônica que desregula o sistema hormonal do corpo, pode reduzir os níveis de testosterona e interferir no processo</p><p>de fabricação e maturação das células reprodutivas do homem. A doença causa problemas que causam má-formação do embrião e abortos</p><p>espontâneos, como espermatozoides com DNA fragmentado e ejaculação retrógrada.</p><p>● Clamídia e Gonorreia (IST’s) – as feridas dessas doenças podem causar aderências nas estruturas do aparelho reprodutor masculino,</p><p>atrapalhando a passagem do sêmen e dificultando a mobilidade interna.</p><p>● Anticorpos antiespermatozoides – pacientes com doenças autoimunes, que tem varicocele ou infecções podem produzir anticorpos que</p><p>atrapalham o deslocamento das células, quando se liga a cauda do espermatozoide, ou atrapalha a penetração no óvulo, quando ligado à</p><p>cabeça do espermatozoide. Porém, ainda são desconhecidos os motivos que estão por trás da criação de células de defesa que atacam o</p><p>sistema reprodutor.</p><p>● Criptoquirdia – testículos que demoraram a descer para o escroto após o nascimento;</p><p>● Infecções como prostatites, epididimite (causa obstrução dos ductos) uretrites, infecções urinárias</p><p>● Drogas, doenças neurológicas, traumas testiculares</p><p>● ejaculação dentro da bexiga, em vez de expelir o sêmen para fora, ou ausência/obstrução nos canais seminais</p><p>● Varicocele – inchaço das veias do testículo, causando varizes na região</p><p>● Idade – Com a idade, diminui-se a produção de espermatozoides. E pais mais velhos podem ocasionar embriões que tem maiores</p><p>chances de ter síndrome de Down, autismo, etc...</p><p>● Câncer – a própria doença pode colocar os homens em situação de infertilidade, as cirurgias para redução de tumores que podem lesar</p><p>partes anatômicas importantes no aparelho reprodutor do homem, bem como as sessões de radioterapia e medicamentos que podem</p><p>comprometer a produção de espermatozoides ao danificar o material genético deles.</p><p>● Sem causa aparente.</p><p>B) FEMININA</p><p>● Endometriose – caracterizada pela presença de fragmentos do endométrio fora de sua localização normal, formando cistos com sangue</p><p>alterado.</p><p>● Pólipos endometriais e miomas – tumores benignos do útero, que provocam uma alteração na anatomia normal da cavidade endometrial,</p><p>causando dificuldades para que o embrião se implante.</p><p>● Insuficiência ovariana prematura – também conhecida por menopausa precoce, pode ser causada pela exposição a produtos químicos,</p><p>radioterapia, quimioterapia, cistos, endometriose ou doenças genéticas e imunológicas</p><p>● Síndrome dos ovários policísticos ou síndrome da anovulação – Aumento do tamanho dos ovários, criando bolsas cheias de líquido</p><p>(cistos), e aumento dos níveis de hormônios masculinos. Caracteriza por ciclos menstruais com intervalos extremamente longos associados</p><p>a sintomas como acne, oleosidade, pelos no rosto. (menstruação anormal/amenorreia e períodos de menstruação intensa e prolongada).</p><p>● Hiperprolactinemia – trata-se do aumento da secreção de prolactina da prolactina. A hipófise produz prolactina sem que a mulher esteja</p><p>no puerpério e amamentando. Isso acaba atrapalhando a secreção correta dos hormônios, inibindo a ovulação. Pode ocorrer devido a uso</p><p>de medicação, tumores hipofisários, estresse..</p><p>● Idade – a medida que a idade avança, vai acontecendo o esgotamento da reserva ovariana da mulher e piorando a qualidade dos seus</p><p>óvulos, diminuindo portanto as taxas de gravidez e aumentando as chances de aborto e malformações</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|27</p><p>● Obstrução tubária - As tubas uterinas ficam bloqueadas ou envolvidas por algum tecido cicatricial (aderências), impedindo a fertilização</p><p>e o caminho do óvulo e posteriormente do embrião. É causada por infecções, endometriose, apendicectomia, laqueadura.</p><p>● Alterações na secreção do muco cervical</p><p>● Vigor do espermatozoide e do óvulo</p><p>●Defeito nos cromossomos ou nas estruturas que regulam a fusão dos dois gametas</p><p>2 MÉTODOS DE FERTILIZAÇÃO IN VITRO</p><p>A) ICSI – injeção do espermatozóide diretamente no citoplasma do ovócito maduro.</p><p>B) CRIOPRESERVAÇÃO DE EMBRIÕES – os embriões em estágios iniciais resultantes da FIV podem ser preservados por longos</p><p>períodos congelando-os em nitrogênio líquido ou outro crioprotetor (ex: glicerol). Após o descongelamento, são transferidos para o útero</p><p>embriões de 4 a 8 células e de blastocistos. O mais longo período que resultou num procedimento bem-sucedido foi 21 anos.</p><p>C) FERTILIZAÇÃO ASSISTIDA IN VIVO (transferência intrafalopiana de gametas) – Envolve a superovulação, a coleta de ovócitos e</p><p>espermatozóides e a colocação, através de laparoscoia, de vários ovócitos e espermatozóides no interior das tubas uterinas. A fecundação</p><p>então, ocorre na ampola, seu local normal.</p><p>D) MÃES SUBSTITUTAS – Embriões são transferidos para o útero de outra mulher. Mas existe uma alta incidência de nascimentos</p><p>defeituosos.</p><p>E) FERTILIZAÇÃO IN VITRO E TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES (FIV) –</p><p>1 – os folículos ovarianos são estimulados a se desenvolverem e amadurecerem por meio hormonal, (gonadotrofina – superovulação)</p><p>resultando em vários folículos maduros;</p><p>2 – Oócitos maduros são colhidos/aspirados dos folículos durante uma laparoscopia.</p><p>3 – Os oócitos são colocados em uma placa de Petri contendo um meio de cultura especial e espermatozóides capacitados. (fertilização</p><p>‘in vitro’ )</p><p>4 – A fertilização dos oócitos e a clivagem dos zigotos são monitoradas microscopicamente por 3 a 5 dias, até alcançar estágios de 4 a 8</p><p>células (blastocistos iniciais).</p><p>5 – Dependendo da idade da mãe, (até 35 – 2emb / de 36 a 39 – 3emb/ 40 ou + - até 4emb) de 1 a 3 embriões formados (não pode ser</p><p>superior a 4) são transferidos para o interior do útero introduzindo-se um cateter através da vagina e do colo uterino. Qualquer embrião</p><p>remanescente é armazenado em nitrogênio líquido para uso posterior</p><p>6 – A paciente permanece em posição supina por horas. As chances de gravidez múltipla são maiores, assim como a incidência de abortos</p><p>espontâneos.</p><p>3 TESTES DE GRAVIDEZ</p><p>A) URINA – TRG (Testes Rápidos de Gravidez – testes de ‘farmácia’ – O método é simples: Deve-se colocar o produto em contato com a</p><p>urina. Os exames medem o nível de betaHCG (hormônio gonadotrofina coriônica humana). Esse hormônio, que aparece na urina, é</p><p>secretado pelo trofoblasto no momento da implantação do embrião no útero. Seus níveis dobram a cada 48 horas. Ex: por volta da quinta</p><p>semana de gravidez, os níveis estão acima de 1000mUI/ml.</p><p>Tais testes contem anticorpos que encontram o HCG através de uma fita de papel absorvente. A reação dos hormônios com os anticorpos</p><p>forma uma coloração a segunda listra. Se for negativo, só uma listra aparece, porque não houve a reação.</p><p>B) SANGUE – As taxas de betaHCG no sangue são medidas, possibilitando detectar até quantidades baixas de betaHCG, e permite um</p><p>resultado quantitativo, que ajuda a verificar se a gestação está indo bem, porque mede a quantidade de hormônio circulante. A taxa média</p><p>do hormônio no sangue é de 5UI/L, significando que deu positivo e a mulher está gravida. (na maior parte dos laboratórios).</p><p>UI – unidades internacionais – sistema de medidas da indústria farmacêutica e química , comparativa, em substancias que não permitem</p><p>uma boa relação entre as massas e seus efeitos biológicos.</p><p>5 a 50 mlU/ml – 3 semanas;</p><p>5 a 426 mlU/ml – 4 semanas;</p><p>18 a 7340 mlU/ml – 5 semanas;</p><p>1080 a 56.500 mlU/ml – 6 semanas</p><p>7650 a 229.000 mlU/ml – 7 a 8 semanas</p><p>25.700 a 288.000 mlU/ml – 9 a 12 semanas;</p><p>13.300 a 254.000 mlU/ml – 13 a 16 semanas</p><p>4060 a 165.500 mlU/ml – 17 a 24 semanas</p><p>3640 a 117.000 mlU/ml – 25 a 40 semanas.</p><p>http://www.cordvida.com.br/blog/estou-gravida-e-agora-conheca-os-primeiros-cuidados/</p><p>http://www.cordvida.com.br/blog/cheguei-semanas-de-gravidez-e-agora/</p><p>http://www.cordvida.com.br/blog/o-que-acontece-nas-primeiras-semanas-de-gravidez/</p><p>http://www.cordvida.com.br/blog/terceiro-trimestre-da-gravidez-o-bebe-esta-chegando-e-agora/</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|28</p><p>4 MOSAICISMO E QUIMERISMO</p><p>● MOSAICISMO – é definido como a existência de duas ou mais populações de células de constituições cromossômicas diferentes e</p><p>provenientes de um único zigoto/ de um mesmo indivíduo (DECS). Ex: um tumor – células mutadas originadas do próprio indivíduo, mas</p><p>de genótipo diferentes.</p><p>● QUIMERISMO – é definido como a ocorrência em um indivíduo de duas ou mais populações de células de constituições cromossômicas</p><p>diferentes, provenientes de indivíduos diferentes, devido a fusão de células de dois ou mais embriões. (DECS) – dois óvulos fertilizados se</p><p>fundem em um.</p><p>5 CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS</p><p>As células-tronco são células com capacidade de</p><p>autorrenovação e diferenciação em diversas</p><p>categoriais funcionais de células, já que ainda não</p><p>estão totalmente especializadas, não tem ainda</p><p>função definida no nosso organismo. Ao se</p><p>multiplicarem, Elas podem ser programadas para</p><p>desenvolver funções especificas, já que estão em</p><p>um estágio, na fase embrionária (blastocisto – 4/5</p><p>dias pós-fecundação) em que ainda não estão</p><p>totalmente especializadas. Após os 5 dias de</p><p>gestação, as o embrião já apresenta estruturas mais</p><p>complexas em desenvolvimento, como o coração e</p><p>o SN, ou seja, suas células já se especializaram, e</p><p>dessa forma, as células-tronco após esse período já</p><p>são consideradas adultas.</p><p>Totipotentes –</p><p>Multipotentes -</p><p>Pluripotentes -</p><p>Obs: células tronco de pluripotência induzida – produzidas inicialmente em laboratório pelo japonês Shynia Yamanaka, que reprogramou</p><p>células da cauda de um camundongo e elas voltaram a se comportar como células-tronco embrionárias (2006). Em 2007, foi feito com</p><p>células humanas, a partir da pele. O processo de reprogramação se dá através da inserção de vírus com 4 genes que se inserem no DNA</p><p>da célula adulta e reprogramam o código genético.</p><p>6 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO – 1ª SEMANA</p><p>- Passagem do espermatozoide através da corona radiata (envolve o ovócito e por quimiotaxia, atrai os espermatozoides) do ovócito(reação</p><p>acrossômica): Auxiliado pela ação da enzima hialuronidase, liberada do acrossoma do espermatozóide, e também, pelo movimento da</p><p>cauda do espermatozóide.</p><p>- Penetração na zona pelúcida: Formação de um caminho na zona pelúcida através da ação de enzimas. Logo que o espermatozóide</p><p>penetra a zona pelúcida desencadeia o fim da segunda meiose e uma reação zonal, mudanças das propriedades físicas da zona pelúcida</p><p>que a torna impermeável a outros espermatozóides (figura 1).</p><p>- Fusão das membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozóide: A cabeça e a cauda do espermatozóide entram no citoplasma do</p><p>ovócito na área de fusão.</p><p>- Término da segunda divisão meiótica do ovócito: Formação do ovócito maduro (pronúcleo feminino) e o segundo corpo polar.</p><p>- Formação do pronúcleo masculino: Dentro do citoplasma do ovócito, o núcleo do espermatozóide aumenta para formar o pronúcleo</p><p>masculino, enquanto que a cauda do espermatozóide se degenera. Durante o crescimento, os pronúcleos replicam seu DNA.</p><p>- Lise da membrana do pronúcleo: Ocorre a agregação dos cromossomos (23 cromossomos de cada núcleo resulta em um zigoto) para a</p><p>divisão celular mitótica e primeira clivagem do zigoto.</p><p>À medida que o zigoto passa pela tuba uterina em direção ao útero, sofre rápidas divisões mitóticas (segmentação) responsáveis pela</p><p>formação de blastômeros.</p><p>No 3º dia pós-fertilização, o ovo já conta com 16 ou mais blastômeros, é denominado mórula e penetra na cavidade uterina.</p><p>https://www.famema.br/ensino/embriologia/img/primeiras-semanas/primeiras-semanas/primeirassemanastabela.jpg</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|29</p><p>No 4º dia, uma cavidade se forma na</p><p>mórula, que se converte e blástula (ou</p><p>blastocisto) – constituído por embrioblasto</p><p>(conj. De blastômeros que darão origem ao</p><p>embrião); blastocele; trofoblasto (células</p><p>externas que englobam as outras duas</p><p>camadas e fomará a parte embrionária da</p><p>placenta.).</p><p>No 4º e 5º dia, o blastocisto está livre na</p><p>cavidade do útero.</p><p>No 5º dia, a zona pelúcida (camada</p><p>glicoproteica da membrana plasmática que</p><p>envolve o óvulo, dá a ele proteção</p><p>mecânica, barra espermatozoides de outras</p><p>espécies e impede a entrada de outros</p><p>espermatozoides quando o óvulo já está</p><p>fecundado) se degenera e desaparece.</p><p>No 6º dia, o trofoblasto se diferencia em</p><p>duas camadas: citotrofoblasto (camada</p><p>interna de células) e sincicitrofoblasto</p><p>(camada externa).</p><p>No 7º dia, as células do trofoblasto</p><p>começam a invadir o epitélio do endométrio.</p><p>No fim da 1ª semana, o ovo está</p><p>superficialmente implantado no endométrio,</p><p>na parte póstero superior do útero através</p><p>do endoderma embrionário (formado a partir</p><p>do sincicitroflobasto), a 1ª das 3 camadas</p><p>germinativas primárias do embrião.</p><p>7 CARIÓTIPO HUMANO</p><p>● CARIÓTIPO: carga cromossômica (conj. Cromossômico 2n – 22 pares autossômicos e 1 par alossômico sexual) de uma célula, individual</p><p>de cada espécie.</p><p>Cariótipo humano: 46XX/46XY</p><p>Conceitos básicos:</p><p>● Cromossomo – molécula de DNA associada a proteínas – sequência de genes – responsável pela herança genética, fica no núcleo da</p><p>célula.</p><p>● Gene – menor porção do DNA capaz de produzir um efeito que pode ser detectado no organismo e que pode ser transcrita em moléculas</p><p>de DNA.</p><p>● Cromatina – conjunto de filamentos de longas moléculas de DNA associadas a proteínas histonas.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|30</p><p>● Genoma – conjunto de todo o DNA que determinado organismo tem em cada uma de suas células</p><p>● Hereditariedade – transmissão de caracteres de uma geração para outra.</p><p>● Cromossomos homólogos – cromossomos com a mesma sequência gênica.</p><p>● Cromossomos sexuais (heteressomos) – cromossomos que determinam o sexo no óvulo fecundado.</p><p>● Cromossomos autossomos – os demais cromossomos</p><p>● Genótipo – tipo genético do indivíduo.</p><p>● Fenótipo – conj. dos caracteres observáveis e aparentes de um individuo, devido essencialmente aos fatores hereditários e à influência</p><p>exercida pelas condições do meioambiente.</p><p>● Alelo – variedades de genes que ocupam a mesma posição em cromossomos homólogos. Atuam na determinação de variedades de</p><p>uma característica.</p><p>● Célula diploide (2n) / haploie (n) – célula que possui pares de cromossomos homólogos. Ex: células hepáticas, esplênicas, somáticas /</p><p>célula em que cada cromossomo possui uma sequência genica diferente. Ex: gametas</p><p>● Cromátide – cada um dos dois filamentos de DNA formados pela duplicação de um cromossomo durante os processos de divisão celular</p><p>(Fase S Intérfase)</p><p>8 ASPECTOS ÉTICOS DA REPRODUÇÃO</p><p>Resolução CFM nº 2168/2017 – adota as normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida.</p><p>I – PRINCÍPIOS GERAIS</p><p>5 – As técnicas de RA não podem ser aplicadas com a intenção de selecionar o sexo ou qualquer outra característica biológica do futuro</p><p>filho, exceto para evitar doenças no possível descendente.</p><p>6 – É proibida a fecundação de oócitos com qualquer outra finalidade que não seja a procriação humana.</p><p>8 – Em caso de gravidez múltipla decorrente do uso de técnicas de RA, é proibido a utilização de procedimentos que visem</p><p>redução</p><p>embrionária</p><p>II – PACIENTES DAS TÉCNICAS DE RA</p><p>1 – Todas as pessoas capazes, que tenham solicitado o procedimento [...] podem ser receptoras das técnicas de RA, desde que estejam</p><p>de inteiro acordo e devidamente esclarecidos, conforme legislação</p><p>2 – É permitido o uso das técnicas de RA para relacionamentos homoafetivos e pessoas solteiras, respeitado o direito a objeção de</p><p>consciência por parte do medico.</p><p>3 – É permitida a gestação compartilhada em união homoafetiva feminina em que não exista infertilidade.</p><p>IV – Doação de gametas ou embriões</p><p>1 – A doação não poderá ter caráter lucrativo ou comercial</p><p>2 – Os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa.</p><p>4 – Será mantido, obrigatoriamente, sigilo sobre a identidade dos doadores de gametas e embriões, bem como dos receptores. Em</p><p>situações especiais, informações sobre os doadores por motivação médica podem ser exclusivamente fornecidas para médicos,</p><p>resguardando-se a identidade civil do doador.</p><p>5 – Na região de localização da unidade, o registro dos nascimentos evitará que um doador tenha produzido mais de duas gestações de</p><p>crianças de sexos diferentes em uma área de 1.000.000 de habitantes. Um mesmo doador poderá contribuir com quantas gestações forem</p><p>desejadas, desde que em uma mesma família receptora.</p><p>8 – Não é permitido aos médicos, funcionários e demais integrantes da equipe multidisciplinar das clínicas, unidades ou serviços participar</p><p>como doadores nos programas de RA.</p><p>9 - É permitida a doação voluntária de gametas, bem como a situação identificada como doação compartilhada de oócitos em RA, em que</p><p>doadora e receptora, participando como portadoras de problemas de reprodução compartilham tanto do material biológico quanto dos</p><p>custos financeiros que envolvem o procedimento de RA. A doadora tem preferência sobre o material biológico que será produzido.</p><p>V – Diagnóstico genético pré-implantacional</p><p>1 - As técnicas de RA podem ser aplicadas à seleção de embriões submetidos a diagnóstico de alterações genéticas causadoras de</p><p>doenças – podendo nesses casos ser doados para pesquisa ou descartados, conforme a decisão do(s) paciente(s) devidamente</p><p>documentada em consentimento informado livre e esclarecido específico.</p><p>VII – Sobre a gestação de substituição (cessão temporária do útero)</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|31</p><p>1. A cedente temporária do útero deve pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até o quarto grau</p><p>(primeiro grau –mãe/filha; segundo grau –avó/irmã; terceiro grau –tia/sobrinha; quarto grau –prima). Demais casos estão sujeitos à</p><p>autorização do Conselho Regional de Medicina.</p><p>2. A cessão temporária do útero não poderá ter caráter lucrativo ou comercial.</p><p>3.3 - Termo de Compromisso entre o(s) paciente(s) e a cedente temporária do útero (que receberá o embrião em seu útero), estabelecendo</p><p>claramente a questão da filiação da criança;</p><p>Código de Ética Médica</p><p>III – Responsabilidade Profissional</p><p>Art. 15. Descumprir legislação específica nos casos de transplantes de órgãos ou de tecidos, esterilização, fecundação artificial,</p><p>abortamento, manipulação ou terapia genética.</p><p>§ 1º No caso de procriação medicamente assistida, a fertilização não deve conduzir sistematicamente à ocorrência de embriões</p><p>supranumerários.</p><p>§ 2º O médico não deve realizar a procriação medicamente assistida com nenhum dos seguintes objetivos:</p><p>I - criar seres humanos geneticamente modificados;</p><p>II - criar embriões para investigação;</p><p>III - criar embriões com finalidades de escolha de sexo, eugenia ou para originar híbridos ou quimeras.</p><p>§ 3º Praticar procedimento de procriação medicamente assistida sem que os participantes estejam de inteiro acordo e devidamente</p><p>esclarecidos sobre o método.</p><p>Art. 16. Intervir sobre o genoma humano com vista à sua modificação, exceto na terapia gênica, excluindo-se qualquer ação em células</p><p>germinativas que resulte na modificação genética da descendência.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|32</p><p>1 FATORES QUE LEVAM A GRAVIDEZ DE RISCO</p><p>● CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS E CONDIÇÕES SOCIODEMOGRÁFICAS DESFAVORÁVEIS:</p><p>- Idade maior que 35 anos; - Idade menor que 15 anos ou menarca há menos de 2 anos*;</p><p>- Altura menor que 1,45m;</p><p>- Peso pré-gestacional menor que 45kg e maior que 75kg (IMC30);</p><p>- Anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos;</p><p>- Situação conjugal insegura; - Conflitos familiares; - Baixa escolaridade; - Condições ambientais desfavoráveis;</p><p>- Dependência de drogas lícitas ou ilícitas; - Hábitos de vida – fumo e álcool;</p><p>- Exposição a riscos ocupacionais: esforço físico, carga horária, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos</p><p>nocivos, estresse.</p><p>● HISTÓRIA REPRODUTIVA ANTERIOR:</p><p>- Abortamento habitual; - Morte perinatal explicada e inexplicada;</p><p>- História de recém-nascido com crescimento restrito ou malformado</p><p>- Esterilidade/infertilidade;</p><p>- Intervalo interpartal menor que dois anos ou maior que cinco anos;</p><p>- Síndrome hemorrágica ou hipertensiva; - Diabetes gestacional;</p><p>- Cirurgia uterina anterior (incluindo duas ou mais cesáreas anteriores).</p><p>Condições clínicas preexistentes:</p><p>- Hipertensão arterial; - Cardiopatias; - Pneumopatias; - Nefropatias; - Endocrinopatias (principalmente diabetes e tireoidopatias); -</p><p>Hemopatias; - Epilepsia;</p><p>- Doenças infecciosas (considerar a situação epidemiológica local); - Doenças autoimunes;</p><p>- Ginecopatias; - Neoplasias.</p><p>● EXPOSIÇÃO INDEVIDA OU ACIDENTAL A FATORES TERATOGÊNICOS.</p><p>● DOENÇA OBSTÉTRICA NA GRAVIDEZ ATUAL:</p><p>- Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico;</p><p>- Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada;</p><p>- Ganho ponderal inadequado;</p><p>- Pré-eclâmpsia e eclâmpsia; - Diabetes gestacional;</p><p>- Hemorragias da gestação; - Insuficiência istmo-cervical;</p><p>- Aloimunização;</p><p>- Óbito fetal.</p><p>● INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS:</p><p>- Doenças infectocontagiosas vividas durante a presente gestação (ITU, doenças do trato respiratório, rubéola, toxoplasmose etc.);</p><p>- Doenças clínicas diagnosticadas pela primeira vez nessa gestação (cardiopatias, endocrinopatias).</p><p>2 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DA 2ª E 3ª SEMANA</p><p>● 2ª SEMANA – FORMAÇÃO DO DISCO EMBRIONÁRIO DIDÉRMICO (BILAMINAR)</p><p>- produção de um disco embrionário bilaminar formado pelo epiblasto e hipoblasto. O disco embrionário origina as camadas germinativas</p><p>que formam todos os tecidos e órgãos do embrião. As estrutura extraembrionárias que se formam durante a segunda semana são: cavidade</p><p>amniótica, âmnio, vesícula umbilical conectada ao pedículo e o saco coriônico.</p><p>- assim que o blastocisto completa a implantação no endométrio uterino ocorre uma rápida proliferação e diferenciação do trofoblasto -</p><p>organizam-se, definitivamente duas camadas bem diferenciadas: o citotrofoblasto (camada interna) e o sinciciotrofoblasto (camada externa);</p><p>O sincicitrofoblasto invade o tecido conj. endometrial, fazendo as células endometriais se deslocarem no local de implantação e sofrerem</p><p>apoptose</p><p>- forma-se, ao mesmo tempo, a vesícula umbilical primitiva e ocorre o desenvolvimento do mesoderma extraembrionário. O celoma</p><p>(cavidade) extraembrionário forma-se a partir de espaços presentes no mesoderma extraembrionário. Posteriormente, o celoma se torna a</p><p>cavidade coriônica.</p><p>- a vesícula umbilical primitiva diminui e desaparece gradativamente conforme ocorre o desenvolvimento da vesícula umbilical secundária.</p><p>- a cavidade amniótica aparece entre o citrotrofoblasto e o embrioblasto.</p><p>- o embrioblasto se diferencia em um disco embrionário bilaminar formado pelo epiblasto, voltado para a cavidade amniótica e pelo</p><p>hipoblasto, adjacente a cavidade blastocistica.</p><p>- o desenvolvimento da placa pré-cordal, um espessamento localizado no hipoblasto, indica a futura região cranial do embrião e o futuro</p><p>local da boca; a placa pré-cordal</p><p>também é um importante organizador da região da cabeça.</p><p>- lacunas se desenvolvem no sinciciotrofoblasto assim que se forma o amnio, o disco embrionário e a vesícula umbilical primitiva e logo,</p><p>fusionam-se para formar a rede lacunar;</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|33</p><p>- o trofoblasto erode os sinusoides maternos; (vasos terminais de paredes finas e mais largos que os capilares normais)</p><p>- o sangue flui para o interior da rede lacunar e forma a circulação uteroplacentária primitiva: comunicação entre os capilares endometriais</p><p>rompidos com as lacunas no sinciciotrofoblasto.</p><p>- as vilosidades primárias originam-se na face externa do saco coriônico;</p><p>- no 10º dia, a implantação se completa,, e o ovo está totalmente mergulhado no endométrio. A reação decidual, a partir do inchaço das</p><p>células do tec. Conjuntivo endometrial com glicogênio e lipídios, faz com que o embrião tenha fornecimento de nutrientes e proteção</p><p>imunológica em um local privilegiado.</p><p>- o final da 2ª semana é marcado pelo aparecimento das vilosidades coriônicas.</p><p>● 3ª SEMANA – GASTRULAÇÃO – FORMAÇÃO DO DISCO EMBRIONÁRIO TRIDERMICO (TRILAMINAR)</p><p>- o disco embrionário bilaminar é convertido em um disco embrionário durante a gastrulação. A gastrulação é o processo pelo qual as três</p><p>camadas germinativas (ectoderma [epiderme, SNC, ouviso internos, crista neural], endoderma [revestimentos epiteliais dos sistemas</p><p>respiratório e digestório e as células glandulares fígado e pâncreas] e mesoderma embrionário [ músculos esqueléticos, células sanguineas,</p><p>revestimento de vasos sanguineos, ductos e órgãos do sistema excretor e genital, cartilagem, osso, tendões]) percursoras de todos os</p><p>tecidos embrionários, são estabelecidas nos embriões.</p><p>- A linha primitiva resulta da migração de células do epiblasto para o plano mediano do disco. A invaginaçãodas células epiblásticas a partir</p><p>da linha primitiva dá origem as células mesenquimais [ formadora dos tecidos de sustentação do embrião] que migram ventral, lateral e</p><p>cranialmente entre o epiblasto e o hipoblasto.</p><p>• Logo que a linha primitiva começa a produzir células mesenquimais, o epiblasto passa a ser conhecido como ectoderma embrionário.</p><p>Algumas células do epiblasto deslocam o hipoblasto e formam o endoderma embrionário. As células mesenquimais produzidas pela linha</p><p>primitiva logo se organizam em uma terceira camada germinativa, o mesoderma intraembrionário ou embrionário, ocupando a área entre o</p><p>antigo hipoblasto e as células do epiblasto. As células do mesoderma migram para as bordas do disco embrionário,onde se unem ao</p><p>mesoderma extraembrionário que reveste o âmnio e a vesícula umbilical.</p><p>• Ao final da terceira semana, o embrião é um disco embrionário oval e O mesoderma</p><p>existe entre o ectoderma e o endoderma do disco em toda a sua extensão, exceto na membrana bucofaríngea; no plano mediano, ocupado</p><p>pela notocorda e na membrana cloacal</p><p>• No início da terceira semana, as células mesenquimais da linha primitiva formam o processo notocordal, entre o ectoderma e o endoderma</p><p>embrionário. O processo notocordal se estende do nó primitivo até a placa pré- cordal. Formam-se aberturas no assoalho do canal</p><p>notocordal, que logo coalescem, formando a placa notocordal. Essa placa se invagina para formar a notocorda, o eixo primitivo do embrião</p><p>ao redor do</p><p>qual se forma o esqueleto axial (p. ex., a coluna vertebral).</p><p>• A placa neural aparece como um espessamento do ectoderma do embrião, induzido pelo desenvolvimento da notocorda. Um sulco neural</p><p>longitudinal se desenvolve na placa neural, e é margeado pelas pregas neurais. A fusão das pregais neurais forma o tubo neural, o primórdio</p><p>do SNC</p><p>• À medida que as pregas neurais se fusionam para formar o tubo neural, as células neuroectodérmicas formam a crista neural entre o</p><p>ectoderma superficial e o tubo neural.</p><p>• O mesoderma de cada lado da notocorda se condensa para formar colunas longitudinais de mesoderma paraxial, que, até o final da</p><p>terceira semana, dão origem aos somitos.</p><p>• O celoma (cavidade) no interior do embrião surge como espaços isolados no mesoderma lateral e no mesoderma cardiogênico. As</p><p>vesículas celômicas em seguida coalescem formando uma única cavidade, em formato de ferradura, que, posteriormente, originam as</p><p>cavidades do corpo.</p><p>• Os vasos sanguíneos aparecem primeiro na parede da vesícula umbilical, do alantoide e do córion. Eles se desenvolvem no interior do</p><p>embrião logo em seguida. As hemácias fetais se desenvolvem a partir de precursores hematopoiéticos diferentes.</p><p>• O coração primitivo é representado pelos tubos cardíacos endocárdicos pareados. Até o final da terceira semana, os tubos cardíacos se</p><p>fundiram, formando um coração tubular, que está unido aos vasos sanguíneos do embrião, da vesícula umbilical, do córion e do pedículo</p><p>de conexão, formando um sistema</p><p>cardiovascular primitivo.</p><p>• As vilosidades coriônicas primárias se tornam vilosidades coriônicas secundárias quando adquirem um eixo central mesenquimal. Antes</p><p>do final da terceira semana, ocorre o desenvolvimento de capilares transformando-as em vilosidades coriônicas terciárias. As extensões</p><p>citotrofoblásticas das vilosidades-tronco se unem para formar uma capa citotrofoblástica que ancora o saco coriônico no endométrio.</p><p>3 FÁRMACOS TERATOGÊNICOS</p><p>● Categoria de Risco A – estudos controlados demonstram não haver risco. Estudos adequados, bem controlados, em mulheres grávidas</p><p>não mostraram risco para o feto.</p><p>● Categoria B – sem evidência de risco humano. Estudos em animais mostraram risco, mas estudos em humanos não o mostraram, ou,</p><p>se não há estudos adequados em humanos, os estudos em animais são negativos.</p><p>● Categoria C – O risco não pode ser afastado. Faltam estudos em humanos, e os estudos em animais ou são positivos para o risco fetal</p><p>ou igualmente faltam. Entretanto, os benefícios potenciais podem justificar o possível risco.</p><p>● Categoria D – há evidência positiva de risco. Dados de investigação preliminar ou pós-comercialização mostram risco para o feto.</p><p>Entretanto, os benefícios potenciais podem ser maiores que o risco potencial.</p><p>● Categoria X – contraindicada na gravidez. Estudos em animais ou humanos ou relatos de investigação preliminar ou pós-comercialização,</p><p>mostraram risco fetal que claramente se sobrepõe a qualquer possível benefício para a paciente.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|34</p><p>4 ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA GRAVIDEZ PRECOCE</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|35</p><p>5 EXAMES PARA DETECÇÃO DE ANOMALIAS</p><p>● CARIÓTIPO PRÉ-NATAL – É feita a análise cromossômica da cultura das células do feto obtidas por meio da BVC e da coleta de líquido</p><p>amniótico. Essa técnica tem por finalidade identificar alterações numéricas (aneuploidias) e estruturais (translocações, inversões, grande</p><p>duplicações ou deleções) nos cromossomos do feto</p><p>● VILOSIDADE CORIÔNICA – obtém-se tecido trofoblástico fetal a partir da biópsia da placenta em desenvolvimento, por via transcervival</p><p>ou transabdominal. O método direto oferece resultado limitado para análise detalhada de cromossomos. A cultura de longa duração obtém</p><p>material com bandas de boa resolução.</p><p>● LÍQUIDO AMNIÓTICO – A AMNIOCENTESE é a punção que se retira uma amostra do líquido amniótico por via transabdominal. O</p><p>ultrassom auxilia o procedimento, confirmando a idade gestacional e demonstrando a localização do feto e da placenta.</p><p>● SANGUE FETAL – A CORDOCENTESE é pra obter sangue fetal diretamente do cordão umbilical</p><p>● SEXAGEM FETAL – além de identificar o sexo do bebe, pode ser útil para verificar doenças genética tipicamente masculinas, como a</p><p>Hemofilia</p><p>● FENOTIPAGEM DO GENE RHD</p><p>● TRANSLUCÊNCIA NUCAL – mede a espessura da nuca do feto identificando risco de alterações cromossômicas que podem causar</p><p>anomalias morfológicas, como a Sindrome de Down.</p><p>● ECOCARDIOGRAFIA FETAL –</p><p>realizado através do ultrassom pélvico, detecta más-formações cardíacas.</p><p>● ULTRASSOM DE TERCEIRA DIMENSÃO – detecta má formação anatômica.</p><p>● CONCENTRAÇÃO DE ALFAFETOPROTEÍNA NO SANGUE – pode indicar defeito no tubo neural</p><p>● ELETROFORESE DE HEMOGLOBINA: identifica a doença falciforme ou a talassemia, (anemia crônica e hereditária caracterizada</p><p>por um defeito na síntese de hemoglobina que se traduz freq. em esplenomegalia e alterações nos ossos e na pele) e requerem cuidados</p><p>especiais na gravidez.</p><p>6 QUESTÕES ÉTICAS NO ABORTO</p><p>No Brasil o abortamento é permitido:</p><p>● quando representa risco de morte para a mãe</p><p>● nos casos de estupro (se a mulher deseja interromper a gravidez)</p><p>● quando o feto é anencéfalo.</p><p>Em casos de anencefalia, por exemplo, o médico deve tomar o cuidado de pedir a autorização do promotor ou juiz para não correr o risco</p><p>de ser processado. Deve-se respeitar a vontade da paciente e do médico, que pelo Código de Ética, não é obrigado a praticar um ato que</p><p>contrarie seus ditames de consciência, mesmo que seja um ato legal.</p><p>7 ANOMALIAS CONGÊNITAS</p><p>Anomalias congênitas são todas as anomalias morfológicas (estruturais), funcionais ou bioquímicas, presentes no nascimento. São</p><p>classificadas em 4 tipos clinicamente significativos: má-formação, distúrbio, deformação e displasia.</p><p>Estas anomalias podem ser causadas por fatores genéticos (como anormalidades cromossômicas), fatores ambientais (como fármacos,</p><p>agentes infecciosos) ou herança multifatorial (causada por fatores genéticos e ambientais que atuam conjuntamente).</p><p>ANOMALIAS CONGÊNITAS CAUSADAS POR FATORES GENÉTICOS – em termos de número, são as causas mais importantes.</p><p>Qualquer mecanismo como a meiose e a mitose funciona mal. As alterações podem alterar cromossomos autossômicos, sexuais ou ambos.</p><p>E usualmente, as pessoas com anomalias cromossômicas apresentam fenótipos característicos.</p><p>A) NUMÉRICAS – usualmente, são resultado de um erro na divisão celular, onde 1 par de cromossomos ou 2 cromátides não se separam</p><p>durante a mitose ou meiose. O par de cromossomos vai pra célula filha e a outra não recebe nenhum.</p><p>● SINDROME DE TURNER – monossomia do X (45,X). As características sexuais secundárias não se desenvolvem, devido a 75% dos</p><p>casos contarem com o cromossomo X do pai ausente. As meninas com Turner apresentam características clássicas: baixa estatura,</p><p>ausência de maturação sexual, tórax largo com mamilos muito separados, linfedema das mãos e dos pés.</p><p>●TRISSOMIA – três cromossomos de um tipo estão presentes, em vez de um par usual. Não há a disjunção meiótica dos cromossomos,</p><p>resultando em um gameta com 24 em vez de 23 cromossomos, e um zigoto com 47 cromossomos.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|36</p><p>↪ TRISSOMIA DO 21/SÍNDROME DE DOWN – deficiência mental, braquicefalia, rosto arredondado; ponte nasal achatada, inclinação</p><p>superior das fissuras palpebrais, língua projetada, prega simiesca; dedos curtos, com clinodactilia (dedo voltado pra dentro) do 5º dedo da</p><p>mão; defeitos congênitos do coração</p><p>↪TRISSOMIA DO 18/SÍNDROME DE EDWARDS – deficiência mental, retardo do crescimento; esterno curto; defeito do septo ventricular;</p><p>orelhas malformadas em posição baixa; mãos fechadas, com os dedos das mãos fletidos (dedos sobrepostos); pelve estreita; unhas</p><p>hipoplásicas; plantas dos pés arredondadas; occipúcio saliente; micrognatia;– raramente sobrevive além dos 6 meses.</p><p>↪ TRISSOMIA DO 13/SÍNDROME DE PATAU – deficiência mental; más-formações graves do SNC; fronte inclinada; orelhas malformadas;</p><p>defeitos no couro cabeludo; microftalmia; fenda bilateral do lábio e/ou palato; polidactilia; saliência posterior dos calcanhares – raramente</p><p>sobrevive além dos 6 meses.</p><p>↪ TRISSOMIA DO X (47,XXX) – FEMININO – Aparência normal, frequentemente fértil; 15 a 25% apresentam leve retardo mental</p><p>↪ 47,XXY – MASCULINO – Síndrome de Klinefelter – testículos pequenos, ginecomastia, inteligência abaixo do nível normal;</p><p>frequentemente altos, com membros inferiores longos</p><p>----- 47,XYY – FEMININO – Aparência normal, geralmente altas.</p><p>B) ESTRUTURAIS – anomalias que resultam da quebra de cromossomos seguida pela reconstituição em uma combinação normal. Tal</p><p>quebra pode ser induzida por radiação, vírus, fármacos, produtos químicos. A anomalia resultante na estrutura do cromossomo depende</p><p>do que ocorreu com os pedaços quebrados.</p><p>↪ TRANSLOCAÇÃO – transferência de um pedaço de cromossomo para um cromossomo não homólogo. A translocação não causa</p><p>necessariamente, desenvolvimento anormal. Mas as pessoas se tornam portadoras de translocação equilibrada, apresentando tendência</p><p>a produzir células germinativas com uma translocação anormal.</p><p>↪ DELEÇÃO – quando um cromossomo se quebra e a parte dele é perdida. No cromossomo 5, causa a síndrome do miado de gato. As</p><p>crianças afetadas apresentam um choro fraco ao nascer, semelhante ao miado de gato; crescimento retardado com microcefalia; olhos</p><p>afastados (hipertelorismo); orelhas baixas; micrognatia (mandíbula pequena); retardo mental grave e doença congênita do coração.</p><p>C) CAUSADOS POR GENES MUTANTES – uma mutação que envolve a perda ou troca na função de um gene.</p><p>↪ ACONDROPLASIA – anomalia na conversão da cartilagem do osso; membros e dedos curtos, comprimento normal do tronco, cabeça</p><p>relativamente grande, fronte saliente e deprimida</p><p>↪ SÍNDROME DO X FRÁGIL – responsável por retardamento mental ou distúrbios mentais moderados. A síndrome é causada por</p><p>mutações no gene FRM1(Fragile X Mental Retardation 1), presentes numa falha, que recebeu o nome de sítio frágil, localizada na</p><p>extremidade do braço longo do cromossomo X. A alteração faz com que esse gene deixe de codificar, em níveis adequados, a proteína</p><p>FMRP (Fragile X Mental Retardation Protein) essencial para o desenvolvimento das conexões entre as células nervosas e a maturação das</p><p>sinapses. Rosto longo e orelhas salientes.</p><p>D) CAUSADOS POR FATORES AMBIENTAIS</p><p>↪ TERATÓGENOS (agente capaz de produzir um efeito congênito ou aumentar a incidência de um efeito na população),</p><p>↪ ÁLCOOL – SINDROME DO ALCOOLISMO FETAL – retardo do crescimento intrauterino, deficiência mental, microcefalia; anomalias</p><p>articulares e oculares; distúrbios cognitivos;</p><p>↪ ISOTRETINOÍNA – anomalias craniofaciais; defeitos no tubo neural (espinha bífida); defeitos cardiovasculares; fenda palatina</p><p>↪ COCAÍNA – retardo do crescimento intrauterino; prematuridade; microcefalia; infarto encefálico; anomalias urogenitais; distúrbios</p><p>neurocomportamentais</p><p>↪ VÍRUS DA RUBÉOLA – RCIU; retardo do crescimento pós-natal; anomalias cardíacas e dos grandes vasos; microcefalia; surdez;</p><p>catarata;glaucoma;deficiência mental; defeitos dentários; osteopatia; hepatoesplenomegalia;</p><p>↪ RADIAÇÃO IONIZANTE – microcefalia; cataratas; anomalias esqueléticas</p><p>↪ SÍFILIS – infecção fetal e defeitos congênitos graves em sífilis adquirida durante a gravidez e sem tratamento. Adquirida antes da</p><p>gravidez raramente resultam em doenças ou anomalias fetais. Se a mãe permanecer sem tratamento, ocorrem natimortos em 25% dos</p><p>casos.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|37</p><p>1 SISPRENATAL</p><p>- O SisPreNatal é um software desenvolvido para acompanhamento adequado das gestantes inseridas no Programa de Humanização no</p><p>Pré-Natal e Nascimento (PHPN), do SUS.</p><p>- Tem o objetivo de reduzir a mortalidade materna e infantil e garantir os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres, homens, jovens e</p><p>adolescentes.</p><p>- qualifica os serviços ofertados pelo SUS no planejamento familiar, na confirmação da gravidez, no pré-natal, no parto e no puerpério</p><p>- Fornece informações fundamentais para planejamento, acompanhamento e avaliação das ações desenvolvidas através do PHPN;</p><p>- melhora o acesso, cobertura e qualidade do acompanhamento pré-natal e permite o repasse do incentivo financeiro aos municípios;</p><p>- Cadastra diversos dados sobre procedimentos</p><p>envolvidos na assistência pré-natal, desde a primeira consulta, exames, vacinas,</p><p>acompanhamentos e consulta de puerpério;</p><p>- permite o acompanhamento de gestação de alto risco;</p><p>- gera relatório de indicadores, relatórios de acompanhamento, registro diário de atendimento às gestantes...</p><p>2 VACINAS NA GESTAÇÃO</p><p>A mulher grávida deve tomar as vacinas contra a GRIPE, DTPa (Tríplice Bacteriana Adulta) e Hepatite B.</p><p>Vacinas de vírus (Sarampo, caxumba, rubéola, varicela, febre amarela) e bactérias (BCG) vivos ou atenuados podem fazer com que a</p><p>mulher grávida desenvolva a doença, já que sua imunidade está alterada por conta da gestação.</p><p>● RECOMENDAÇÕES EM SITUAÇÕES ESPECIAIS : Febre amarela, hepatite A, meningocócicas conjugadas, meningocócica B (vacinas</p><p>inativadas, portanto, sem contraindicação teórica para a gestante e o feto.), raiva (situações de pós-exposição).</p><p>● GRIPE TRIVALENTE (A e B sazonais + H1N1) – a única vacina que pode ser tomada em qualquer período da gestação, e deve ser</p><p>aplicada mesmo que a mulher já tenha sido vacinada na gravidez anterior. A gripe pode colocar a mulher em uma condição até 4x maior</p><p>de desenvolver uma condição crítica, podendo vir até a óbito, e a doença pode aumentar em 30% o risco de nascimento prematuro do</p><p>bebê, e 20% da natimortalidade do bebê.</p><p>● DTPa – A tríplice bacteriana adulta protege contra coqueluche [infecção respiratória com tosse intensa], difteria [doença bacteriana grave</p><p>que causa infecção na garganta, com placas na orofaringe, atingindo o coração, rins, SNC e fígado) e tétano. A coqueluche é a 5ª maior</p><p>causa de morte em crianças, sendo especialmente grave em bebês de até 6 meses. O tétano possui alta taxa de letalidade devido à</p><p>contaminação do cordão umbilical durante o parto, então a vacina é administrada como forma de prevenção ao tétano acidental e ao tétano</p><p>neonatal A difteria pode causar obstrução respiratória, tendo alta taxa de mortalidade entre os recém-nascidos. E a gestante transfere os</p><p>anticorpos ao feto, protegendo-os até que possa ser imunizado.</p><p>● HEPATITE B – É importante pois as crianças podem vir a morrer de cirrose, carcinoma hepatocelular devido a infecção hepática crônica</p><p>(25% dos casos).</p><p>3 DESENVOLVIMENTO GESTACIONAL – 4ª A 8ª SEMANA</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|38</p><p>● 4ª SEMANA – tubo neural formado frente aos somitos e aberto nos</p><p>neuroporosrostral e caudal</p><p>- Com 24 dias, o primeiro arco faríngeo (arco mandibular) é distinto</p><p>- O embrião está levemente encurvado por causa das pregas cefálica e caudal</p><p>- O coração forma uma grande saliência ventral e bombeia sangue</p><p>26º dia – três pares de arcos faríngeos são visíveis</p><p>- O encéfalo faz uma elevação saliente na cabeça;</p><p>- Os brotos dos membros inferiores são reconhecíveis;</p><p>- As fossetas óticas, primórdios da orelha interna, são visíveis;</p><p>- Placodes do cristalino, que formarão o cristalino futuro, são visíveis nos lados da</p><p>cabeça;</p><p>- No fim da quarta semana, o neuroporo caudal está fechado, é possível ver uma</p><p>longa eminência caudal.</p><p>5ª SEMANA –</p><p>- Crescimento da cabeça excede o crescimento de outras regiões, devido a ao rápido</p><p>desenvolvimento do encéfalo e das proeminências faciais.</p><p>- Seio cervical – depressão ectodérmico em ambos os lados devido ao crescimento</p><p>do segundo arco faríngeo sobre o terceiro e o quarto arco.</p><p>- As cristas mesonéfricas indicam o local dos rins mesonéfricos – órgãos excretores</p><p>provisórios</p><p>6ª SEMANA</p><p>- os embriões apresentam respostas reflexas ao toque.</p><p>- desenvolvimento dos cotovelos e grandes placas de mãos</p><p>- primórdios dos dedos começam a se desenvolver nas placas das mãos – raios</p><p>digitais</p><p>- contrações musculares do tronco e dos membros</p><p>- desenvolvimento dos membros inferiores de 4 a 5 dias após o</p><p>desenvolvimento dos membros superiores</p><p>- saliências auriculares (contribuem para a formação da parte externa da orelha)</p><p>em torno da fenda faríngea (se tornarão o meato acústico externo)</p><p>- olhos bem evidentes</p><p>- endireitamento do tronco e do pescoço</p><p>- herniação do cordão umbilical para acomodar o rápido crescimento do intestino</p><p>7ª SEMANA</p><p>- indicação clara dos futuros dedos e início da ossificação dos ossos superiores</p><p>8ª SEMANA</p><p>- separação dos dedos das mãos (mesmo assim, ainda unidos por membranas); cortes em formatos de meia lua (chanfraduras) visíveis</p><p>entre os raios digitais dos pés; - plexo vascular do couro cabeludo, formando uma faixa característica que envolve a cabeça</p><p>- movimentos voluntários dos membros</p><p>- ossificação começa no fêmur</p><p>- FIM: todos os membros são evidentes, dedos mais compridos e totalmente separados;</p><p>- FIM: desaparecimento dos sinais de eminência caudal</p><p>- cabeça ainda desproporcionalmente grande</p><p>- características nitidamente humanas</p><p>- região do pescoço definida e pálpebras mais evidentes;</p><p>- intestinos ainda na porção proximal do cordão umbilical</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|39</p><p>4 CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL E DATA PROVÁVEL DO PARTO</p><p>A gravidez é datada do 1º dia do último período menstrual, ou seja, o primeiro dia do Último Ciclo normal de menstruação. A duração média</p><p>da gestação é 280 dias (40semanas) e isso fornece a data provável de parto, assumindo que o ciclo é de 28dias; a ovulação ocorreu</p><p>geralmente no 14º dia do ciclo; e o ciclo foi normal, ou seja, não ocorreu imediatamente após a parada de contracepção ou após gravidez</p><p>anterior.</p><p>REGRA DE NAGELE: data da última menstruação, + 7dias + 9 meses (ou -3meses se o calculo for retrógado. Ex: se a ultima menstruação</p><p>foi dia 10/11, adiciona-se 7 dias (17) e subtrai-se 3 meses (11-3=8). Então a data provável é 17/08 do próximo ano. A gravidez avaliada</p><p>não teria os 280 dias de duração média(9x30=270+7=277) , mas há uma correspondência perfeita: o fato de 3 ou 4 meses terem 31 dias</p><p>no decorrer dos 9 meses, o que torna a regra de Nagele bem aproximada.</p><p>Outra regra é : primeiro dia da última menstruação + 14 dias + 9 meses (ou -3meses) nas mulheres com ciclo regular de 28 dias. Nas</p><p>mulheres em ciclo mais curto ou longo, altera-se a contagem com base de a ovulação ser aproximadamente 15 dias antes do inicio da</p><p>menstruação seguinte.</p><p>5 ALTERAÇÕES ANATOMIFISIOLÓGICAS NA GESTANTE</p><p>- Mudança de postura: lordose da coluna lombar: o centro de gravidade da gestante se desvia</p><p>para frente e todo o corpo, em compensação, se projeta pra trás. (as mamas dilatadas e</p><p>engrandecidas pesam no tórax, e a matriz apoia-se a parede abdominal. A gestante então,</p><p>empina o ventre).</p><p>- afastamento dos pés</p><p>- ↑ da capacidade pélvica – marcha anserina -> passos de ‘ganso’.</p><p>- ↑do volume das mamas, para prepara-las para amamentação</p><p>- ↑ da circunferência do pescoço, por causa da hipertrofia da tireoide</p><p>- estrias</p><p>- hiperpigmentação da linha alva nas mulheres de pele mais escura</p><p>- ↑ varizes, e edema em final de gravidez</p><p>● ALTERAÇÕES METABÓLICAS</p><p>- metabolismo lipídico: acúmulo de lipídios nos tecidos da gestante;</p><p>Metabolismo glicídico: diminuição da utilização de glicose pelo corpo graças a hormônios</p><p>placentários contrainsulares – resistência à insulina no final do 2º trimestre. Poupamento de</p><p>glilcose e aminoácidos para serem destinados ao feto, em que ácidos graxos livres ( aumento da</p><p>mobilizaçãoo de lipídios decorrente do aumento do hormônio do crescimento placentário humano)</p><p>servem de fonte de energia.</p><p>Metabolismo hidroeletrolítico – retenção de liquido intra e extrcelular, reduzindo o sódio, mantendo um novo nível de isotonicidade e</p><p>osmolaridade, e por causa disso, há aumento do débito cardíaco, elevação do fluxo plasmático renal e redução na concentração de</p><p>hemoglobina.</p><p>● ALTERAÇÕES HEMODINâMICAS</p><p>- ↑ de volume sanguíneo total e aumento do débito cardíaco materno (40 a 50%)</p><p>- ↓diminuição da pressão sanguinea (10%)</p><p>– ↑ da frequência cardíaca (10 a 20%),</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO</p><p>11 | SAÚDE DA MULHER E PLANEJAMENTO FAMILIAR....................................................... 367</p><p>51 ALTERAÇÕES FEMININAS NA ADOLESCÊNCIA................................................................................ 368</p><p>52 DISTÚRBIOS GINECOLÓGICOS........................................................................................................ 381</p><p>53 GRAVIDEZ PLANEJADA.................................................................................................................... 396</p><p>54 DISTÚRBIOS HEMORRÁGICOS NA GESTAÇÃO DE RISCO................................................................ 414</p><p>55 DISTÚRBIOS HIPERTENSIVOS ESPECÍFICOS NA GESTAÇÃO............................................................. 422</p><p>UC 12 | DOR............................................................................................................................ 428</p><p>56 DOR NOCICEPTIVA SOMÁTICA....................................................................................................... 429</p><p>57 DOR NEUROPÁTICA........................................................................................................................ 446</p><p>58 DOR PSICOGÊNICA.......................................................................................................................... 460</p><p>59 DOR VISCERAL................................................................................................................................ 469</p><p>60 DOR ONCOLÓGICA E DOR MISTA................................................................................................... 482</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|1</p><p>1</p><p>PBL............................................................................................................................................... 2</p><p>1.1 LEI RELACIONADA AO PBL.................................................................................................................... 2</p><p>1.2 CARACTERÍSTICAS DO PROFISSIONAL FORMADO POR PBL.................................................................. 2</p><p>1.3 ORIGEM DO PBL NO BRASIL................................................................................................................. 3</p><p>1.4 FUNÇÃO DOS INTEGRANTES DA TUTORIA NO PBL............................................................................... 3</p><p>1.5 MÉTODO AVALIATIVO FORMATIVO-SOMATIVO.................................................................................. 3</p><p>1.6 TIPOS DE METODOLOGIA ATIVA.......................................................................................................... 3</p><p>1.7 PRÓS E CONTRAS DA INTERDISCIPLINARIDADE NO PBL....................................................................... 4</p><p>1.8 DIFERENÇAS ENTRE PBL E MÉTODO TRADICIONAL.............................................................................. 5</p><p>2 HISTÓRIA DA MEDICINA................................................................................................................ 6</p><p>2.1 MEDICINA DAS ANTIGAS CIVILIZAÇÕES................................................................................................ 6</p><p>2.2 JURAMENTO DE HIPÓCRATES.............................................................................................................. 6</p><p>2.3 NOMES DO DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA.................................................................................. 6</p><p>2.4 AS GRANDES EPIDEMIAS...................................................................................................................... 7</p><p>2.5 OS TIPOS CELULARES............................................................................................................................ 7</p><p>2.6 MEDICINA X ARTE MÉDICA................................................................................................................... 8</p><p>3 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE........................................................................................................... 9</p><p>3.1 PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E ORGANIZAÇÃO DO SUS.............................................................................. 9</p><p>3.2 INDICADORES DE SAÚDE...................................................................................................................... 9</p><p>3.3 DATASUS.............................................................................................................................................. 9</p><p>3.4 EPIDEMIOLOGIA E CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS................................................................. 9</p><p>3.5 CONSELHOS E CONFERÊNCIAS DE SAÚDE............................................................................................ 10</p><p>3.6 SANEAMENTO BÁSICO E ENDOPARASITAS.......................................................................................... 10</p><p>4 MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS............................................................................................ 12</p><p>4.1 MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS.................................................................................................. 12</p><p>4.2 ÓRGÃOS DE APOIO À PESQUISA........................................................................................................... 12</p><p>4.3 TIPOS DE ESTUDO................................................................................................................................. 13</p><p>4.4 PASSO A PASSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA........................................................................................... 13</p><p>5 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA........................................................................................................... 15</p><p>5.1 UBS E UPA............................................................................................................................................ 15</p><p>5.2 NEGLIGÊNCIA, IMPERÍCIA, IMPRUDÊNCIA E DOLO.............................................................................. 15</p><p>5.3 RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE............................................................................................................... 15</p><p>5.4 EXEMPLO DE SITUAÇÕES QUE FERIRAM A ÉTICA MÉDICA................................................................... 16</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|2</p><p>1 LEI RELACIONADA AO PBL</p><p>● LEI 12.871 DE 22/10/13 – Institui o Programa Mais Médicos e dá outras providências</p><p>● RESOLUÇÃO Nº 3 DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE 20 DE JUNHO DE 2014</p><p>Seção III Artigo 7º - Na Educação em Saúde, o graduando deverá corresponsabilizar-se pela própria formação inicial, continuada e em</p><p>serviço, autonomia intelectual, responsabilidade social, ao tempo em que se compromete com a formação das futuras gerações de</p><p>profissionais de saúde, e o estímulo à mobilidade acadêmica e profissional, objetivando:</p><p>I - aprender a aprender, como parte do processo de ensinoaprendizagem, identificando conhecimentos prévios, desenvolvendo a</p><p>curiosidade e formulando questões para a busca de respostas cientificamente consolidadas, construindo sentidos para a identidade</p><p>profissional e avaliando, criticamente, as informações obtidas, preservando a privacidade das fontes;</p><p>II - aprender com autonomia e com a percepção da necessidade da educação continuada, a partir da mediação dos professores e</p><p>profissionais do Sistema Único de Saúde, desde o primeiro ano do curso;</p><p>III - aprender interprofissionalmente, com base na reflexão sobre a própria prática e pela troca de saberes com profissionais da área da</p><p>saúde e outras áreas do conhecimento, para a orientação da identificação e discussão dos problemas, estimulando o aprimoramento da</p><p>colaboração e da qualidade da atenção à saúde;</p><p>Art. 26. O Curso de Graduação em Medicina terá projeto pedagógico centrado no aluno como sujeito da aprendizagem e apoiado no</p><p>professor como facilitador e mediador do processo, com vistas à formação integral e adequada do estudante, articulando</p><p>DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|40</p><p>- ↑ de leucócitos, diminuição da concentração de hemoglobina e do número de hemácias</p><p>● SISTEMA RESPIRATÓRIO</p><p>- hiperventilação por causa do aumento do volume-corrente</p><p>- consumo de oxigênio aumentando em 15 a 20% por causa do acréscimo nas necessidades metabólicas</p><p>● SISTEMA URINÁRIO</p><p>- Os rins se deslocam pra cima e aumentam em média 1cm;</p><p>- ↑da filtração glomerular renal e do fluxo plasmático renal, diminuindo a ureia no sangue e a glicose na urina</p><p>● SISTEMA DIGESTIVO</p><p>- ↑ crescente de hCG e estrogênio causando náuseas</p><p>- ↑ de progesterona ocasiona um esvaziamento gástrico mais lento, diminuição da motilidade intestinal, relaxamento do esfíncter esofágico</p><p>● ÓRGÃOS GENITAIS</p><p>- ↑ de secreção vaginal com pH mais ácido pra proteger de infecção ascendente;</p><p>- volume crescente do útero, aumento de peso do órgãos</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|41</p><p>1 tipos de gestação gemelar</p><p>A) CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDEZ GEMELAR:</p><p>● QUANTIDADE DE FETOS: dupla/tripla/quádrupla...</p><p>(obs: gravidez de trigêmeos – 1 zigoto e serem os 3 idênticos/ 2 zigotos, com gêmeos idênticos e 1 diferente/ 3 zigotos ser do mesmo sexo</p><p>ou sexo diferentes – como se fossem 3 gestações separadas.)</p><p>● ZIGOTIA – quantidade de ovos fertilizados</p><p>● MZ – GÊMEOS MONOZIGÓTICOS, VERDADEIROS, UNIOVULARES OU UNIVITELINOS – cerca de 1/3 dos gemelares, são resultado</p><p>da fertilização de um óvulo por um único espermatozóide (1 único zigoto). Podem corresponder a qualquer tipo de placentação –</p><p>monocoriônica (MC) ou dicoriônica (DC). O sexo, as características físicas, os grupos sanguíneos e as tendências patológicas são iguais</p><p>obrigatoriamente</p><p>● DZ – GÊMEOS DIZIGÓTICOS, FRATERNOS, BIOVULARES OU BIVITELINOS - resultado de 2 ovos fertilizados por 2 espermatozoides,</p><p>(2 zigotos) são 2/3 dos gemelares. A placentação é obrigatoriamente dicoriônica (DC), embora a placenta possa estar fusionada. Podem</p><p>ser do mesmo sexo ou não, e tem características físicas diferentes.</p><p>● AMNIONIA – quantidade de cavidades amnióticas.</p><p>● CORIONIA – quantidade de placentas</p><p>- os monocoriônicos tem morbiletalidade perinatal de 3 a 5 vezes maior que a dicorionica.</p><p>Os gêmeos DZ são sempre DC – duas placentas.</p><p>Nos gêmeos MZ, a placenta pode ser MC ou DC, depende da época na qual ocorre a divisão do zigoto. Se ele se dividir de maneira precoce,</p><p>durante os 3 primeiros dias pós-fertilização pela divisão da mórula, formam-se 2 blastocistos e os gêmeos serão DC e DA (dicoriônicos e</p><p>diamnióticos).</p><p>Quando a divisão ocorre entre o 3º e 8º dia pós-fertilização, por divisão do embrioblasto antes da formação do âmnio, a placenta será MC</p><p>e DA (monocoriônica e diamniótica).</p><p>Se a divisão acontece entre o 8º e 13º dia pós-fertilização, por divisão completa do disco embrionário após a formação do âmnio, a</p><p>placentação é MC MA (1% dos MZ – monocoriônica e monoamniótica).</p><p>Se a divisão ocorrer após o 13º dia da fertilização, a separação do disco embrionário será incompleta, resultando em gemelidade imperfeita</p><p>(Rara) e a placentação será obrigatoriamente MCMA. A principal modalidade de gemelidade imperfeita é de gêmeos acolados. Em 70%,</p><p>eles tem fusão do tórax. Nos outros 30%, podem apresentar fusão do abdome, pelve ou crânio. Cerca de 30% dos acolados são natimortos</p><p>e 1/3 nascem com defeitos não passíveis de intervenção cirúrgica</p><p>e 60% suportam a cirurgia e sobrevivem.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|42</p><p>B) DEFINIÇÕES DAS MEMBRANAS E DA PLACENTA</p><p>● ALANTOIDE : não funcional nos embriões humanos, é importante por 3 razões:</p><p>- formação do sangue ocorre em sua parede da 3ª a 5ª semana de gestação;</p><p>- seus vasos sanguíneos tornam-se veias e artérias umbilicais;</p><p>- a porção intraembrionária do alantóide vai do umbigo até a bexiga. Com o crescimento da bexiga, o alantóide involui para um tubo espesso</p><p>(úraco). Depois do nascimento, o úraco se torna um cordão fibroso, o ligamento umbilical mediano, que se estende do ápice da bexiga</p><p>urinária até o umbigo.</p><p>● VESÍCULA UMBILICAL : sua presença é essencial pelas seguintes razões:</p><p>- transfere nutrientes para o embrião na 2ª e 3ª semana antes de a circulação uroplacentária ser estabelecida;</p><p>- durante a 4ª semana, a parte dorsal da vesícula umbilical é incorporada no embrião como intestino primitivo. Sua endoderma dará origem</p><p>ao epitélio da traquéia, brônquios, pulmões e aparelho digestório.</p><p>- células germinativas primordiais aparecem no revestimento endodérmico na 3ª semana e depois migram para as gônadas em</p><p>desenvolvimento, se diferenciando depois.</p><p>● ÂMNIO, CAVIDADE AMNIÓTICO E LÍQUIDO AMNIÓTICO</p><p>– O excesso de água no sangue fetal – devido a deglutição do feto - é absorvido pelo trato gastrointestinal e é excretado pelos rins fetais e</p><p>retorna para o saco amniótico (urina fetal); expele urina na cavidade amniótica;</p><p>- permite o crescimento externo uniforme do embrião;</p><p>- atua como barreira contra infecção;</p><p>- permite o desenvolvimento do pulmão fetal;</p><p>- evita a aderência do âmnio ao embrião</p><p>- protege o embrião contra lesões recebidas pela mãe, distribuindo o impacto;</p><p>- ajuda a controlar a temperatura do corpo;</p><p>- permite o livre movimento do feto, contribuindo para o desenvolvimento muscular;</p><p>- auxilia na manutenção da homeostasia de líquido e eletrólitos.</p><p>● CÓRION – membrana externa da placenta, em contato com o endométrio.</p><p>2 desenvolvimento embrionário – 9ª a 37ª semana</p><p>A) DA 9ª A 12ª SEMANA DE GESTAÇÃO</p><p>ENTRE A 9ª E 12ª SEMANA – formação da urina; a urina é lançada no líquido amniótico pela uretra, o feto reabsorve parte do líquido</p><p>depois de degluti-lo e suas excretas são transferidas para a circulação materna;</p><p>9ª semana – (INÍCIO) cabeça constitui quase a metade da medida do feto</p><p>- pernas curtas, coxas pequenas</p><p>- rápida aceleração do crescimento do comprimento do corpo</p><p>- face larga, olhos separados, pálpebras fundidas</p><p>- fígado: principal local de formação de hemáceas</p><p>- (FIM) genitália externa semelhante</p><p>10ª semana – (METADE) as alças intestinais são claramente visíveis na extremidade proximal do cordão umbilical;</p><p>11ª semana – intestino retorna ao abdome.</p><p>12ª semana – apesar da cabeça diminuir seu crescimento consideravelmente, ainda permanece desproporcionalmente grande em</p><p>comparação ao resto do corpo.</p><p>(FIM)- membros superiores alcançam quase seu comprimento final relativo, mas os membros inferiores ainda não estão bem</p><p>desenvolvidos, continuam um pouco curtos.</p><p>- centros de ossificação primária aparecem no crânio e ossos longos</p><p>- eritropoese (formação de hemáceas) diminui no fígado e passa a ser realizada no baço.</p><p>B) DA 13ª À 16ª SEMANA DE GESTAÇÃO</p><p>- PERÍODO – determinação do padrão dos cabelos do couro cabeludo</p><p>- reconhecimento da genitália entre 12 e 14 semanas</p><p>14ª semana – movimentos dos membros ficam coordenados, visíveis ao ultrassom porém desapercebidos pela mãe.</p><p>- movimentos dos olhos</p><p>16ª semana – ossificação ativa, deixando os ossos claramente visíveis nas imagens de ultrassom</p><p>- olhos na em posição anterior na face</p><p>- orelhas externas próximas de sua posição definitiva;</p><p>C) DA 17ª À 20ª SEMANA DE GESTAÇÃO</p><p>- movimentos fetais percebidos com maior frequência pela mãe;</p><p>- pele coberta pelo verniz caseoso – material gorduroso proveniente das glândulas sebáceas fetais, protegendo a pele do feto de</p><p>rachaduras, endurecimento; o que poderia levar a uma exposição do líquido amniótico.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|43</p><p>18ª SEMANA – útero formado, canalização da vagina e formação de muitos folículos ovarianos primordiais, contendo ovogônias.</p><p>- 20ª SEMANA – sobrancelhas e cabelos visíveis</p><p>- lanugem – cobertura delicada de penugem, que ajuda a manter o verniz caseoso preso à pele.</p><p>- formação da gordura parda – produz calor, particularmente ao recém nascido, através da oxidação de ácidos graxos.</p><p>- descimento dos testículos, mas ainda sem estarem</p><p>localizados na parede abdominal posterior.</p><p>D) DA 21ª À 25ª SEMANA DE GESTAÇÃO</p><p>- ganho substancial de peso, deixando o feto mais proporcional;</p><p>- pele enrugada, e mais translúcida, com sangue visível nos capilares.</p><p>-células epiteliais excretoras (pneumócitos II) dos septos interalveolares do pulmão começam a secretar um lipídio tensoativo que mantém</p><p>abertos os alvéolos pulmonares em desenvolvimento – surfactante (lecitina) – e impede o colapso dos pulmões no nascimento</p><p>- sistema respiratório ainda imaturo</p><p>- bebês que nascem nesse período podem sobreviver, mas podem apresentar alto risco de problemas no desenvolvimento neuronal.</p><p>21ª SEMANA – movimentos rápidos dos olhos</p><p>24ª SEMANA – presença das unhas dos dedos das mãos;</p><p>E) DA 26ª SEMANA À 29ª SEMANA DE GESTAÇÃO</p><p>- pulmões e vasos pulmonares com desenvolvimento suficiente para realizar trocas gasosas</p><p>- SNC amadurecido, já comandando os movimentos respiratórios e rítmicos e controlando a temperatura corporal.</p><p>- unhas dos dedos do pé visíveis</p><p>- gordura subcutânea presente, eliminando o aspecto enrugado da pele (aumento de quantidade de gordura amarela – 3,5% do peso</p><p>corporal).</p><p>- 26ª SEMANA – pálpebras abertas, lanugo e cabelo bem desenvolvidos</p><p>- 28ª SEMANA – a medula óssea se torna o principal local do processo de eritropoese, tirando do baço tal responsabilidade.</p><p>F) DA 30ª À 34ª SEMANA DE GESTAÇÃO</p><p>- pele rosada e lisa</p><p>- membros inferiores e superiores gordos</p><p>- gordura : 8% do peso corporal</p><p>- fetos com 32 semanas ou mais sobrevivem se nascerem prematuramente.</p><p>G) DA 35ª A 38ª SEMANA DE GESTAÇÃO</p><p>- crescimento se torna mais lento a medida que o nascimento se aproxima</p><p>- feto chega a ganhar 14g de gordura por dia, chegando a ter 16% do peso constituído por gordura amarela.</p><p>- tórax saliente, mamas em protusão leve</p><p>- testículos no escroto</p><p>- 36ª SEMANA - circunferência da cabeça e do abdomem iguais (Feto gordo) – depois disso, a circunferência abdominal se torna maior.</p><p>37ª SEMANA – pé > fêmur</p><p>● CIRCULAÇÃO UTEROFETAL – DOPPLERFLUXOMETRIA</p><p>- aumento do débito cardíaco (volume de sangue bombeado pelo coração em 1min) e do volume cardíaco, entre 12 e 16 semanas de</p><p>gravidez, aumentando progressivamente até 32 semanas e se estabilizando em níveis elevados até o final da gravidez.</p><p>- dilatação das artérias uterinas</p><p>- O exame baseia-se no emprego de sons de alta freqüência na investigação do fluxo sanguíneo de um vaso. Quando uma onda sonora</p><p>de alta freqüência (ultra-som) é dirigida para um alvo em movimento, ela é refletida com uma freqüência diferente daquela que caracterizava</p><p>o som emitido. Essa diferença de freqüência é o que se chama de efeito Doppler. Quando um feixe ultra-sônico é dirigido para um vaso</p><p>sanguíneo, a onda é refletida principalmente pelas células que fluem no interior desse vaso, notadamente as hemácias. Essa é a base para</p><p>o uso da tecnologia Doppler na avaliação de parâmetros relacionados ao fluxo de sangue. Nesses parâmetros se identifica diabetes</p><p>gestacional, eclampsia, a hemodinâmica do feto, entre outros fatores.</p><p>- o sistema cardiovascular começa a se desenvolver no final da 3ªsemana a partir de células mesenquimais derivadas do mesoderma</p><p>esplâncnico; o coração primitivo começa a bater no início da 4ªsemana e até a 7ª semana se torna dividido em 4 câmaras.</p><p>- As veias do sistema vitelino (veias porta), as veias cardinais (veias cavas) e as veias umbilicais drenam para o coração primitivo.</p><p>- As artérias faríngeas do saco aórtico penetram os arcos faríngeos formados na 4ª e 5ª semana. Na 6ª semana, tais artérias são</p><p>transformadas na distribuição arterial adulta das artérias carótida, subclávia e pulmonar.</p><p>- como os pulmões não são funcionais na vida pré-natal, o sistema cardiovascular fetal é elaborado para que o sangue seja oxigenado na</p><p>placenta e se desvie dos pulmões. A ausência de modificações para consertar o mecanismo durante a infância gera duas anomalias</p><p>congênitas: forame oval patente e DAP ( ducto arterioso patente)</p><p>-a divisão do coração primitivo (processos celulares complexos entre os dias 20 e 25 pós-fecundação) pode ocasionar defeitos congênitos,</p><p>no septo ventricular; ou a partir da transformação anormal das artérias dos arcos faríngeos.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 2 | CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO</p><p>TUTORIA</p><p>|44</p><p>3 fatores que restringem o desenvolvimento intratuterino</p><p>● CIR (Crescimento IntraUterino Restrito) – o feto não conseguiu atingir seu potencial genético de crescimento.</p><p>● PIG- Pequeno para Idade Gestacional</p><p>● Baixo peso – nascimento inferior a 2500g, mas não é PIG necessariamente</p><p>● CIR SIMÉTRICO – pequenas dimensões de cabeça e abdome, determinado por anomalias estruturais e cromossomiais, infecções,</p><p>drogas ilícitas e álcool. O crescimento é simétrico porque ocorreu no momento em que o feto se desenvolvia por divisão celular.</p><p>● GRAVIDEZ GEMELAR - Os nascidos de gestações múltiplas nascem mais leves, porque ter dois ou mais fetos excede a capacidade da</p><p>placenta de fornecer suprimento nutricional ideal durante o 3º trimestre de gestação.</p><p>● CIR ASSIMÈTRICO – conseqüente a fatores extrínsecos, à disponibilidade inadequada de substratos para o metabolismo fetal. A cabeça</p><p>tem dimensões preservadas, mas o abdome está reduzido pelo menor tamanho do fígado e pela escassez de tecido adiposo abdominal.</p><p>Acontece geralmente após 325 semanas, quando o feto cresce por hipertrofia e não mais pelo aumento do número de células.</p><p>● CIR FETAL - anormalidades estruturais e cromossomiais fetais – pode acontecer de anomalias na replicação celular, defeitos metabólicos</p><p>e vasculares da placenta.</p><p>- fetos com malformações estruturais e cariótipo normal (ex: defeitos cardíacos, displasia esquelética, anencefalia, gastrosquise, agnesia</p><p>renal);</p><p>● RCIU (Retardo do Crescimento IntraUterino) – tabagismo; síndrome do alcoolismo fetal e de drogas ilícitas; redução crônica do fluxo</p><p>sanguíneo do útero que causa fome fetal; disfunção ou defeitos da placenta;</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|46</p><p>11 HISTÓRIA DO SUS............................................................................................................................... 47</p><p>11.1 PRINCÍPIOS DO SUS.................................................................................................................................... 47</p><p>11.2 ESF.............................................................................................................................................................. 50</p><p>11.3 NÍVEIS DE ATENÇÃO DO SUS...................................................................................................................... 50</p><p>11.4 FINANCIAMENTO E GESTÃO DO SUS......................................................................................................... 50</p><p>11.5 CAMPOS DE ATUAÇÃO DO SUS.................................................................................................................. 52</p><p>11.6 DIRETRIZES CURRICULARES DOS CURSOS DE MEDICINA PÓS 2014........................................................... 52</p><p>12 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA............................................................................................................ 55</p><p>12.1 SURTO, EPIDEMIA, ENDEMIA, PANDEMIA................................................................................................. 55</p><p>12.2 VIGILÂNCIAS E INDICADORES EM SAÚDE.................................................................................................. 55</p><p>12.3 INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO................................................................................................................... 56</p><p>12.4 PATOGENICIDADE, VIRULÊNCIA, INFECTIVIDADE, AUTÓCTONE................................................................ 56</p><p>12.5 VETORES, HOSPEDEIROS, RESERVATÓRIO, PREVENÇÃO, CONTROLE, TRANSMISSÃO.............................. 57</p><p>12.6 SISTEMAS....................................................................................................................................................</p><p>57</p><p>12.7 COBERTURA VACINAL E EFEITO REBANHO................................................................................................. 58</p><p>13 SISTEMAS DE SAÚDE PÚBLICOS................................................................................................................ 60</p><p>13.1 SISTEMAS DE SAÚDE PÚBLICA.................................................................................................................... 60</p><p>13.2 POLÍTICAS NO COMBATE AS ISTS............................................................................................................... 60</p><p>13.3 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA.................................................................................................................... 61</p><p>13.4 SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE.............................................................................................................. 65</p><p>14 POLITICAS DE SAÚDE................................................................................................................................. 66</p><p>14.1 PNTC - PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA TUBERCULOSE............................................................. 66</p><p>14.2 POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO................................................................................................... 67</p><p>14.3 PNAB - POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA.................................................................................... 68</p><p>14.4 PNAD E SISNAD - POLÍTICA NACIONAL DO USO DE ÁLCOOL E DROGAS.................................................... 69</p><p>15 REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA................................................................................................. 71</p><p>15.1 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO........................................................................................................................... 71</p><p>15.2 REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA........................................................................................................ 71</p><p>15.3 REGULAÇÃO DO SUS.................................................................................................................................. 71</p><p>15.4 PAPEL DO HOSPITAL ARAÚJO JORGE......................................................................................................... 72</p><p>15.5 ATRIBUIÇÕES DO SAMU E CORPO DE BOMBEIROS.................................................................................... 72</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|47</p><p>1 PRINCÍPIOS DO SUS</p><p>A) PRINCÍPIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)</p><p>● Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o</p><p>acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação ou outras</p><p>características sociais ou pessoais em todos os níveis de assistência.</p><p>●Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as</p><p>pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os</p><p>desiguais, investindo mais onde a carência é maior.</p><p>● Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante</p><p>a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o pr incípio</p><p>de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as</p><p>diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos.</p><p>Princípios Organizativos</p><p>● Regionalização e Hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma</p><p>determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos e com definição e conhecimento da população a s er</p><p>atendida.</p><p>A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos .</p><p>Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da</p><p>complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região.</p><p>● Descentralização e Comando Único: descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com</p><p>relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle e a fiscalização por pa rte dos</p><p>cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao município</p><p>condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da descent ralização,</p><p>existe a concepção constitucional do mando único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades,</p><p>respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.</p><p>● Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as</p><p>Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde.</p><p>B) BASES HISTÓRICAS</p><p>1543 – Criação da Santa Casa de Misericórdia de Santos</p><p>1808 - Criação da primeira organização nacional de saúde pública no Brasil. Foi a chegada da família real ao Brasil em 1808, por pressão</p><p>da invasão napoleônica, que criou a necessidade da organização de uma estrutura sanitária mínima, capaz de dar suporte ao poder que</p><p>se instalava na cidade do Rio de Janeiro.</p><p>1808 - criação da Escola de Cirurgia da Bahia, atual Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, a primeira escola de estudos</p><p>médicos no Brasil</p><p>1850 - Até esse ano, as atividades de Saúde Pública estavam limitadas a: delegação das atribuições sanitárias às Juntas Municipais;</p><p>Controle de Navios e Saúde dos Portos e Autoridades Vacinadoras contra a varíola.</p><p>- No começo do século XX, a população pobre só dispunha do atendimento filantrópico nos hospitais de caridade mantidos pela Igreja</p><p>(Casas de Misericórdia)</p><p>1900 - Foi criado, o Instituto Soroterápico Federal, com o objetivo de fabricar soros e vacinas contra a peste.</p><p>1904 - Na reforma de Oswaldo Cruz, foi criada a Diretoria Geral de Saúde Pública, (Oswaldo Cruz era o diretor, um cargo equivalente</p><p>ao Ministro da Saúde) a qual se destinava a atender aos problemas de saúde da capital do país e prosseguir na defesa sanitária dos</p><p>portos brasileiros.</p><p>- o Governo enviou ao Congresso projeto reinstaurando a obrigatoriedade de vacinação antivariólica. – Revolta da Vacina</p><p>1907 - Criação do Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos (atual Instituto Oswaldo Cruz), onde foram estabelecidas normas</p><p>e estratégias para o controle dos mosquitos, vetores da febre amarela (Decreto nº 1.802, de 12/12/1907).</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|48</p><p>1908 - Oswaldo Cruz reformou o Código Sanitário e reestruturou todos os órgãos de saúde e higiene do país.</p><p>1909 - Oswaldo Cruz, , lançou importantes expedições científicas, que possibilitaram maior conhecimento sobre a realidade sanitária do</p><p>interior do país e contribuíram para a ocupação da região. Erradicou a febre amarela no Pará e realizou a campanha de saneamento na</p><p>Amazônia, que permitiu o término da obras da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. O sanitarista recomendou uma série de medidas</p><p>drásticas a serem implantadas, como exames periódicos nos empregados, desconto dos dias em que o trabalhador não ingerisse o</p><p>medicamento e gratificação para o operário que passasse três meses sem sofrer nenhum acesso de malária. Finalmente, aconselhou</p><p>a construção de galpões telados para alojamento do pessoal, fornecimento de água fervida, uso de calçados, locais determinados para</p><p>a defecação. Também</p><p>em 1909, Carlos Chagas descobriu a doença, provocada pelo Tripanosoma cruzi, que então passou a se chamar</p><p>doença de Chagas.</p><p>1920 - reforma de Carlos Chagas que criou o Departamento Nacional de Saúde Pública.</p><p>1930 - Criação do Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública</p><p>1932 – Getúlio Vargas cria o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Marítimos, para substituir as Caixas de Aposentadoria e Pensão</p><p>(CAPs) e fala de seu projeto para estender o benefício para as outras classes trabalhistas. Uma fração tirada do salário do trabalhador</p><p>garantia a ele plena assistência médica, aposentadorias e pensões. A administração foi dividida entre o governo e a sociedade. Em</p><p>contrapartida, os recursos dos IAPs foram aplicados pelo governo no financiamento da industrialização do país, e para posteriormente</p><p>financias a 2ª Guerra Mundial para agradar a sessão rica do país. Getúlio: “mãe dos ricos” – O direito à assistência médica e aposentadoria</p><p>funcionava igual o FGTS (dinheiro parado)</p><p>1941 - 1ª Conferência Nacional de Saúde: Defesa sanitária, assistência social, proteção da maternidade, infância, adolescência</p><p>Governo Dutra (46-51) – os médicos especialistas iam contra os Centros de Saúde. Os hospitais se tornaram complexos gigantescos pela</p><p>influência norte-americana pós-guerra. Assinado convênio básico, que estabelecia o desenvolvimento de atividades de saneamento,</p><p>profilaxia da malária e assistência médico-sanitária às populações da Amazônia, onde se extraía a borracha necessária ao esforço de</p><p>guerra.</p><p>1948 - Criação do primeiro Conselho de Saúde, considerado o marco inicial da Saúde Pública moderna.</p><p>1950 – 2ª Conferência Nacional de Saúde: Higiene e segurança do trabalho e prevenção da saúde a trabalhadores e gestantes</p><p>1953 - Criação do Ministério da Saúde, regulamentado pelo Decreto nº 34.596, de 16 de novembro de 1953 (Lei nº 1.920, de</p><p>25/7/1953) para enfatizar as ações em saúde pública, a medicina preventiva. Já se falava de um projeto futuro municipalista. Há um</p><p>maior incentivo e propraganda à indústria farmacêutica</p><p>1954 - Estabeleceu normas gerais sobre a defesa e proteção da saúde. Art.1º É dever do Estado, bem como da família, defender e</p><p>proteger a saúde do indivíduo.</p><p>- criação do INPS – Instituto Nacional de Previência Social – unificação do Sistema Previdenciário (incorporação dos IAPs)</p><p>1961 - Regulamentação do Código Nacional de Saúde, Lei nº 2.312/54, estabelecendo as Normas Gerais sobre Defesa e Proteção da</p><p>Saúde</p><p>1963 – 3ª Conferência Nacional da Saúde: Proposta inicial de descentralização da saúde</p><p>- Governo Jânio Quadros : Desigualdade de IAPs faz surgir a medicina de grupo: o chamado atualmente de convênios médicos empresariais</p><p>1967 – 4ª Conferência Nacional da Saúde: Recursos humanos necessários as demandas de saúde no país.</p><p>1970 - Reorganizou administrativamente o Ministério da Saúde, criando a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (Sucam),</p><p>subordinada à Secretaria de Saúde Pública e incorporando o DENERu, a CEM e a CEV (Decreto nº 66.623, de 22/5/1970).</p><p>- Criação da Divisão Nacional de Epidemiologia e Estatística da Saúde (Dnees), no Departamento de Profilaxia e Controle de Doenças..</p><p>1970 - o dinheiro do INPS foi voltado para as construções faraônicas da época da ditadura, já que era muito dinheiro, praticamente o mesmo</p><p>tanto do orçamento da União. Mas em contrapartida, foram criadas linhas de financiamento com o dinheiro do INPS para que grandes</p><p>hospitais particulares fossem construídos, afim de aumentar o número de leitos e estender o atendimento aos trabalhadores conveniados.</p><p>A previdência e a aposentadoria foram estendidos aos trabalhadores rurais. Teriam direito também a assistência médica. Quando os</p><p>hospitais particulares se sentiram capitalizados, se descredenciaram do convênio com o governo.</p><p>- Em contrapartida, era o maior orçamento da história do país sem controle do governo. Não havia fiscalização dos atendimentos médicos</p><p>privados, financiados pelo dinheiro do INPS</p><p>1971 - Criação da Central de Medicamentos (Ceme) e início da organização do sistema de produção e distribuição de medicamentos</p><p>essenciais, inclusive produtos imunobiológicos.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|49</p><p>1975 - Dispôs sobre a organização das ações de vigilância epidemiológica, e o Programa Nacional de Imunizações. Estabeleceu</p><p>normas relativas à notificação compulsória de doenças (Lei nº 6.259, de 30/10/1975).</p><p>- Início da implantação, em todo país, do sistema de registro de doses de vacinas aplicadas.</p><p>– 5ª Conferência Nacional de Saúde: elaboração de uma política nacional de saúde. Implementação do Sistema Nacional de Saúde;</p><p>Programa de Saúde Materno-Infantil; Sistema Nacional de Vigilância</p><p>1977 - Publicação do Manual de Vigilância Epidemiológica e Imunizações Normas e Instruções. – 6ª Conferência Nacional de Saúde:</p><p>controle das grandes endemias e interiorização dos serviços.</p><p>1978 - Movimento de Saúde : pessoas da comunidade discutiam a questão da saúde e da infraestrutura pelo crescimento rápido da</p><p>população. A censura militar não deixava que a informação chegasse até o povo, se chegasse, vinha de forma mais branda, minimizando</p><p>as epidemias de poliomielite e principalmente, meningite. Na periferia, estudantes, professores, médicos sanitaristas encabeçaram o</p><p>movimento, centradas na atenção básica, buscando alternativas à assistência popular</p><p>1979 - Dispôs sobre a intensificação e expansão de serviços básicos de saúde e saneamento; aprovou o Programa de Interiorização</p><p>das Ações de Saúde e Saneamento (Piass) para o período 1980-1985 (Decreto nº 84.219, de 14/11/1979).</p><p>1980 – 7ª Conferência Nacional de Saúde: implantação e desenvolvimento de serviços básicos de saúde – PrevSaúde. Extensão das ações</p><p>de saúde por meio dos serviços básicos.</p><p>1984 - Realizados dois dias nacionais de multivacinação, com a aplicação seletiva das vacinas DPT e contra o sarampo, em 24 unidades</p><p>federadas. Publicação e distribuição da primeira edição do Manual de Vacinação do PNI.</p><p>- estrutura seguro saúde, que vai bem somente quando a economia cresce, criada na época de Getúlio.</p><p>1986 – 8ª Conferência Nacional de Saúde: marco da reforma sanitária. Saúde com direito; reformulação do Sistema Nacional de</p><p>Saúde e Financiamento Setorial, marco para as bases da criação do SUS</p><p>- movimentos sociais, trabalhadores da saúde e gestores reinvidicam um sistema único de saúde público e de qualidade controlado por</p><p>conselhos de saúde (população) , fazendo esforços para aprovar na Constituinte as propostas.</p><p>1987 - Dispôs sobre a criação do Programa de Desenvolvimento de Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (Suds) nos</p><p>estados (Decreto nº 94.657, de 20/7/1987).</p><p>1988 – A Constituição Federal define: toda a população tem direito de acesso universal à saúde, por meio de um Sistema Único</p><p>de Saúde</p><p>É criado o SUS – Sistema Unificado de Saúde – com os princípios norteadores do Sistema dentro da Constituição Federal de 1988. Os</p><p>princípios são a universalidade/equidade/integridade. OS SUS nasce como direito, não como privilégio/caridade. Para todos.</p><p>1990 - Instituiu o SUS, definindo seus objetivos, competências e atribuições; princípios e diretrizes; organização, direção e gestão.</p><p>Criou o subsistema de atenção à saúde indígena; regulou a prestação de serviços privados de assistência à saúde; definiu políticas</p><p>de recursos humanos; financiamento; gestão financeira; planejamento e orçamento (Lei nº 8.080, de 19/9/1990). - É regulamentado</p><p>os serviços, a participação da sociedade e as bases de funcionamento do Sistema Único de Saúde – SUS pelas leis n. 8080</p><p>e n. 8142</p><p>- Gestão participativa no SUS; forma de alocação dos recursos oriundos do Fundo Nacional de Saúde (Lei nº 8.142, de 28/12/1990).</p><p>- Evolução das coberturas de vacinação para índices em torno de 90%.</p><p>1992 – 9ª Conferência Nacional de Saúde: descentralizando e democratizando o conhecimento. Municipalização é o caminho</p><p>1993 - Definiu a descentralização e municipalização das ações e serviços de saúde da Fundação Nacional de Saúde (FNS), como prioridade</p><p>político-institucional (Portaria FNS nº 1.883, de 16/12/1993). E a extinção do Inamps (Instituto Nacional de Assistência Médica da</p><p>Previdência Social )</p><p>1994 - Estruturação da Saúde da Família com equipes multidisciplinares atuando nas comunidades, assistência domiciliar. (PSF)</p><p>1996 – 10ª Conferência Nacional de Saúde: Construindo um modelo de atenção à saúde para a qualidade de vida.</p><p>- Redefinição do modelo de gestão do SUS que disciplina as relações entre União, estados, municípios e Distrito Federal. (NOB)</p><p>1997 - Criação do Piso de Atenção Básica (PAB) - repasse de recursos ao gestor municipal, por pessoa, para o atendimento à Saúde.</p><p>Criação do Disque Saúde.</p><p>1998 - Sistema Nacional de Transplantes.</p><p>1999 - Criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - uma nova etapa no registro e fiscalização de medicamentos e</p><p>alimentos; Política Nacional dos Medicamentos Genéricos.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|50</p><p>2 ESF</p><p>O PSF (Programa Saúde da Família) foi implementado em 1994 pelo Ministério da Saúde, como estratégia prioritária para reorganizar e</p><p>fortalecer a APS. Resume-se em uma equipe de profissionais multidisciplinar trabalhando de forma articulada, conhecendo a realidade da</p><p>população sob sua responsabilidade naquela microárea, desenvolvendo um processo de planejamento pactuado na programação,</p><p>execução e avaliação. Não espera a população ser atendida, vai até ela.</p><p>Foi renomeado para ESF visto que o termo programa aponta para algo com início, meio e fim. O termo estratégia vem de aplicar com</p><p>eficácia recursos de que se dispõe visando ao alcance de objetivos. A Estratégia Saúde da Família é a porta de entrada do SUS. Busca</p><p>conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis e identificar os problemas de saúde mais comuns e situações de risco aos</p><p>quais a população está exposta, aproximando a equipe de saúde do usuário e dessa forma, facilitar a adesão aos tratamentos e</p><p>intervenções propostos pela equipe, vinculada a UBS, e resolvendo a maioria dos problemas da população na atenção básica, sem precisar</p><p>da intervenção de média e alta complexidade da UPA 24h ou hospital; se necessário, a ESF faz o encaminhamento.</p><p>Promove a qualidade de vida da população brasileira e intervir em fatores que colocam a saúde em risco, como falta de atividade física,</p><p>má-alimentação. Cria um vínculo longitudinal, focando na pessoa e não na doença, com as ações pautadas pelo principio da humanização,</p><p>concretizado a partir do acolhimento.</p><p>● Agente Comunitário de Saúde (ACS) – cadastra e acompanha toda as famílias da microárea de sua responsabilidade por meio de</p><p>visitas domiciliares e na comunidade. Integra a população à equipe e ao sistema de saúde como um todo. O ACS deve ser o grande</p><p>mobilizador das famílias, comunidades e dos diversos setores que podem colaborar para a melhora da qualidade de vida de sua população</p><p>e do sistema de saúde.</p><p>● Enfermeiro – realiza ações de gerenciamento na unidade de saúde. Dá assistência integral as famílias da área de abrangência da equipe</p><p>em todas as fases do ciclo de vida; é responsável pelas atividades de educação permanente e pelo planejamento, coordenação e avaliação</p><p>das ações dos ACSs e da equipe de enfermagem.</p><p>● Médico – realiza assistência integral a famílias e indivíduos em todas as fases do desenvolvimento humano, na unidade, nos domicílios</p><p>ou em qualquer espaço da comunidade, que seja resultado de demanda espontânea ou programada, com resolubilidade e</p><p>responsabilidade. Contribui com o enfermeiro nas atividades de supervisão e educação permanente dos ACSs e no gerenciamento da</p><p>unidade de saúde.</p><p>● Téc. De Enfermagem – realiza ações de gerenciamento na unidade de saúde; realiza procedimentos de enfermagem na unidade, nos</p><p>domicílios ou na comunidade; realiza ações de educação em saúde.</p><p>● Cirurgião dentista – trabalha de forma integral com os demais membros da equipe; identifica o perfil epidemiológico e realiza</p><p>planejamento de ações em saúde bucal para procedimentos clínicos e referenciar para outros níveis se necessário; realiza atividades de</p><p>educação em saúde integral e em saúde bucal com a comunidade e com a equipe; faz a supervisão do THD e do ACD.</p><p>● Téc. Em Higiene Dental (THD) – colabora com o dentista em todas as funções; apoia as atividades dos ACDs e dos ACSs nas ações</p><p>de prevenção e promoção da saúde bucal.</p><p>● Aux. De Consultório Dentário (ACD) – realiza desinfecção, esterilização e manutenção dos instrumentos utilizados; organiza a agenda</p><p>clinica.</p><p>3 NÍVEIS DE ATENÇÃO DO SUS</p><p>APS – primeiro nível de contato de indivíduos, famílias e comunidades. Aborda os problemas mais comuns na comunidade, com serviços</p><p>de prevenção, cura e reabilitação. Permite o acesso e a atenção à saúde o mais próximo possível do local de vivência e trabalho as pessoas.</p><p>(UBS) Ações anteriores à doença, como a imunização, as campanhas de prevenção.</p><p>ASS – diagnóstico/tratamento/hospital/recuperação/reabilitação</p><p>ATS – UTI/Cirurgia/Quimioterapia/</p><p>AQS – evitar tratamento excessivo e intervenções médicas inapropriadas nos pacientes.</p><p>4 FINANCIAMENTO E GESTÃO DO SUS</p><p>● NORMA OPERACIONAL DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE (NOAS) – instituída em 26 de janeiro de 2001, após a 11ª Conferencia Nacional</p><p>de Saúde, no final de 2000 que tinha como tema principal: “Acesso, qualidade e humanização na Atenção em Saúde e Controle Social”. O</p><p>objetivo é promover maior equidade na alocação de recursos e no acesso da população aos serviços de saúde em todos os níveis.</p><p>Estabelece o processo de regionalização estratégica de hierarquização, e delimita as responsabilidades e organização territorial do âmbito</p><p>municipal e estadual. Institui um plano diretor de regionalização, devendo o mesmo ser aprovado pela comissão de intergestores bipartide</p><p>e pelo Conselho Estadual de Saúde. Resulta do continuo movimento de pactuações entre os 3 níveis de gestão, visando o aprimoramento</p><p>do SUS.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|51</p><p>● NORMA OPERACIONAL BÁSICA DO SUS (NOB) - Isso implica aperfeiçoar a gestão dos serviços de saúde no país e a própria</p><p>organização do Sistema, visto que o município passa a ser, de fato, o responsável imediato pelo atendimento das necessidades e demandas</p><p>de saúde do seu povo e das exigências de intervenções saneadoras em seu território.</p><p>Ao tempo em que aperfeiçoa a gestão do SUS, esta NOB aponta para uma reordenação do modelo de atenção à saúde, na medida em</p><p>que redefine:</p><p>a) os papéis de cada esfera de governo e, em especial, no tocante à direção única;</p><p>b) os instrumentos gerenciais para que municípios e estados superem o papel exclusivo de prestadores de serviços e assumam seus</p><p>respectivos papéis de gestores do SUS;</p><p>c) os mecanismos e fluxos de financiamento, reduzindo progressiva e continuamente a remuneração por produção de serviços e ampliando</p><p>as transferências de caráter global, fundo a fundo, com base em programações ascendentes, pactuadas e integradas;</p><p>d) a prática do acompanhamento, controle e avaliação no SUS, superando os mecanismos tradicionais, centrados no faturamento de</p><p>serviços produzidos, e valorizando os resultados advindos de programações com critérios epidemiológicos e desempenho com qualidade;</p><p>e) os vínculos dos serviços com os seus usuários, privilegiando os núcleos familiares e comunitários, criando, assim, condições para uma</p><p>efetiva participação e controle social.</p><p>A NOB/SUS 01/96 promoveu um avanço no processo de descentralização, criando novas condições de gestão para os Municípios e</p><p>Estados, caracterizando as responsabilidades sanitárias do município pela saúde de seus cidadãos e redefinindo competências de</p><p>Estados e Municípios. Os objetivos gerais da Norma Operacional Básica 01/96 foram:</p><p>• Caracterizar a responsabilidade sanitária de</p><p>cada gestor, diretamente ou garantindo a referência, explicitando um novo pacto federativo</p><p>para a saúde;</p><p>• Reorganizar o modelo assistencial, descentralizando aos municípios a responsabilidade pela gestão e execução direta da atenção</p><p>básica de saúde;</p><p>• Aumentar a participação percentual da transferência regular e automática (fundo a fundo) dos recursos federais a Estados e Municípios,</p><p>reduzindo a transferência por remuneração de serviços produzidos.</p><p>Entre as principais características observadas na NOB/SUS 01/96 temos:</p><p>• Transfere aos Municípios habilitados como Plena da Atenção Básica, os recursos financeiros com base per capita relativos a esta</p><p>responsabilidade, criando o PAB (Piso Assistencial Básico), repassado fundo a fundo de forma regular e automática, e com base em valor</p><p>nacional per capita para a população coberta;</p><p>• Reorganiza a gestão dos procedimentos de média complexidade ambulatorial (Fração Ambulatorial Especializada - FAE);</p><p>• Reorganiza a gestão dos procedimentos de alta complexidade ambulatorial com a criação da Autorização de Procedimentos de Alta</p><p>Complexidade/Custo (APAC);</p><p>• Incorpora as ações de Vigilância Sanitária, criando o Incentivo para as ações básicas de Vigilância Sanitária;</p><p>• Incorpora as ações de Epidemiologia e Controle de Doenças;</p><p>• Promove a reorganização do modelo de atenção, adotando-se como estratégia principal a ampliação de cobertura do Programa de</p><p>Saúde da Família e Programa de Agentes Comunitários de Saúde, com a criação de Incentivo financeiro (PAB variável);</p><p>• Aprimora o planejamento e define a elaboração da Programação Pactuada e Integrada (PPI);</p><p>• Define as responsabilidades, prerrogativas e requisitos das Condições de Gestão Plena da Atenção Básica e Plena de Sistema</p><p>Municipal de Saúde para os municípios, e Avançada do Sistema Estadual e Plena de Sistema Estadual para os Estados.</p><p>● FINANCIAMENTO TRIPARTITE – municípios e DF aplicam no mínimo 15% da arrecadação de impostos em ações e serviços públicos</p><p>de saúde; os estados, 12%. A União deve aplicar o valor colocado no ano anterior somado à porcentagem de variação do IPCA (Indice</p><p>Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).</p><p>O SUS tem dois importantes blocos de financiamento: Bloco de Custeio e Bloco de Investimento (portaria MS 3992/2017 e Lei</p><p>Complementar 141/2012)</p><p>BLOCO DE CUSTEIO – Composto pelos recursos oriundos dos programas, estratégias e ações que integravam os blocos de atenção</p><p>básica, assistência farmacêutica, média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar, vigilância em saúde e gestão.</p><p>BLOCO DE INVESTIMENTO – composto pelos recursos destinados a obras novas, reformas, ampliações e adequações de unidades já</p><p>existentes, bem como os recursos destinados à aquisição de equipamentos e mobiliários.</p><p>Os recursos devem ser transferidos fundo a fundo.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|52</p><p>5 CAMPOS DE ATUAÇÃO DO SUS</p><p>A) DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA) > Tem por finalidade institucional promover a proteção da saúde da população, por intermédio</p><p>do controle sanitário da produção e consumo de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos</p><p>processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos, fronteiras e recintos</p><p>alfandegados. conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes</p><p>do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: o controle dos bens</p><p>de consumo que se relacionem com a saúde, direta ou indiretamente, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao</p><p>consumo; e o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde (ANVISA).</p><p>B) DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA – conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer</p><p>mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas</p><p>de prevenção e controle das doenças ou agravos.</p><p>C) DE SAÚDE DO TRABALHADOR – conjunto de atividades que se destina à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim</p><p>como visa à recuperação e a reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho,</p><p>abrangendo:</p><p>D) DE ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA INTEGRAL, INCLUSIVE FARMACÊUTICA</p><p>II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;</p><p>III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;</p><p>IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;</p><p>V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;</p><p>VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação</p><p>na sua produção;</p><p>VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde;</p><p>VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano;</p><p>IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos</p><p>e radioativos;</p><p>X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico;</p><p>XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.</p><p>6 diretrizes curriculares dos cursos de medicina pós 2014</p><p>Art. 2º Parágrafo único. O Curso de Graduação em Medicina tem carga horária mínima de 7.200 (sete mil e duzentas) horas e prazo mínimo</p><p>de 6 (seis) anos para sua integralização.</p><p>Art. 3º O graduado em Medicina terá formação geral, humanista, crítica, reflexiva e ética, com capacidade para atuar nos diferentes níveis</p><p>de atenção à saúde, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, nos âmbitos individual e coletivo, com</p><p>responsabilidade social e compromisso com a defesa da cidadania, da dignidade humana, da saúde integral do ser humano e tendo como</p><p>transversalidade em sua prática, sempre, a determinação social do processo de saúde e doença.</p><p>Art. 4º e Art. 8º as iniciativas e ações esperadas do egresso, agrupar-seão nas respectivas Áreas de Competência (competência é</p><p>compreendida como a capacidade de mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes, com utilização dos recursos disponíveis, e</p><p>exprimindo-se em iniciativas e ações que traduzem desempenhos capazes de solucionar, com pertinência, oportunidade e sucesso, os</p><p>desafios que se apresentam à prática profissional, em diferentes contextos do trabalho em saúde, traduzindo a excelência da prática médica,</p><p>prioritariamente nos cenários do Sistema Único de Saúde (SUS) ) a seguir relacionadas:</p><p>I - Área de Competência de Atenção à Saúde;</p><p>II - Área de Competência de Gestão em Saúde; e</p><p>III - Área de Competência de Educação em Saúde.</p><p>Art. 12. A ação-chave Identificação de Necessidades de Saúde comporta os seguintes desempenhos e seus respectivos descritores:</p><p>I - Realização da História Clínica:</p><p>II - Realização do Exame Físico:</p><p>III - Formulação de Hipóteses e Priorização de Problemas:</p><p>IV - Promoção de Investigação Diagnóstica:</p><p>a) proposição e explicação, à pessoa sob cuidado ou responsável, sobre a investigação diagnóstica para ampliar, confirmar ou afastar</p><p>Art. 13. A ação-chave Desenvolvimento e Avaliação de Planos Terapêuticos comporta os seguintes desempenhos e seus respectivos</p><p>descritores:</p><p>I - Elaboração e Implementação de Planos Terapêuticos:</p><p>II - Acompanhamento e Avaliação de Planos Terapêuticos:</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|53</p><p>Art. 23. Os conteúdos fundamentais para o Curso de Graduação em Medicina devem estar relacionados com todo o processo saúde-</p><p>doença do cidadão, da família e da comunidade e referenciados na realidade epidemiológica e profissional, proporcionando a integralidade</p><p>das ações do cuidar em saúde, contemplando:</p><p>I - conhecimento das bases moleculares e celulares dos processos normais e alterados, da estrutura e função dos tecidos, órgãos, sistemas</p><p>e aparelhos, aplicados aos problemas de sua prática e na forma como o médico o utiliza;</p><p>II - compreensão dos determinantes sociais, culturais, comportamentais, psicológicos, ecológicos, éticos e legais, nos níveis individual e</p><p>coletivo, do processo saúde-doença;</p><p>III - abordagem do processo saúde-doença do indivíduo e da população, em seus múltiplos aspectos de determinação, ocorrência e</p><p>intervenção;</p><p>IV - compreensão e domínio da propedêutica médica: capacidade de realizar história clínica, exame físico, conhecimento fisiopatológico</p><p>dos sinais e sintomas, capacidade reflexiva e compreensão ética, psicológica e humanística da relação médico-pessoa sob cuidado;</p><p>V - diagnóstico, prognóstico e conduta terapêutica nas doenças que acometem o ser humano em todas as fases do ciclo biológico,</p><p>considerando-se os critérios da prevalência, letalidade, potencial de prevenção e importância pedagógica;</p><p>VI - promoção da saúde e compreensão dos processos fisiológicos dos seres humanos (gestação, nascimento, crescimento e</p><p>desenvolvimento, envelhecimento e morte), bem como das atividades físicas, desportivas e das relacionadas ao meio social e ambiental;</p><p>VII - abordagem de temas transversais no currículo que envolvam conhecimentos, vivências e reflexões sistematizadas acerca dos direitos</p><p>humanos e de pessoas com deficiência, educação ambiental, ensino de Libras (Língua Brasileira de Sinais), educação das relações étnico-</p><p>raciais e história da cultura afro-brasileira e indígena; e</p><p>VIII - compreensão e domínio das novas tecnologias da comunicação para acesso a base remota de dados e domínio de, pelo menos, uma</p><p>língua estrangeira, que seja, preferencialmente, uma língua franca.</p><p>Art. 24. A formação em Medicina incluirá, como etapa integrante da graduação, estágio curricular obrigatório de formação em serviço, em</p><p>regime de internato, sob supervisão, em serviços próprios, conveniados ou em regime de parcerias estabelecidas por meio de Contrato</p><p>Organizativo da Ação Pública Ensino-Saúde com as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, conforme previsto no art. 12 da Lei nº</p><p>12.871, de 22 de outubro de 2013.</p><p>§ 2º A carga horária mínima do estágio curricular será de 35% da carga horária total do Curso de Graduação em Medicina.</p><p>§ 3º O mínimo de 30% da carga horária prevista para o internato médico da Graduação em Medicina será desenvolvido na Atenção Básica</p><p>e em Serviço de Urgência e Emergência do SUS, respeitando-se o mínimo de dois anos deste internato.</p><p>§ 4º deve predominar a carga horária dedicada aos serviços de Atenção Básica sobre o que é ofertado nos serviços de Urgência e</p><p>Emergência.</p><p>§ 6º Os 70% da carga horária restante do internato incluirão, necessariamente, aspectos essenciais das áreas de Clínica Médica, Cirurgia,</p><p>Ginecologia-Obstetrícia, Pediatria, Saúde Coletiva e Saúde Mental, em atividades eminentemente práticas e com carga horária teórica que</p><p>não seja superior a 20% do total por estágio, em cada uma destas áreas.</p><p>§ 10. Para o estágio obrigatório em regime de internato do Curso de Graduação em Medicina, assim caracterizado no Projeto Pedagógico</p><p>de Curso (PPC), a jornada semanal de prática compreenderá períodos de plantão que poderão atingir até 12 horas diárias, observado o</p><p>limite de 40 horas semanais, nos termos da Lei Federal nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, que dispõe sobre o estágio de estudantes.</p><p>Art. 26. O Curso de Graduação em Medicina terá projeto pedagógico centrado no aluno como sujeito da aprendizagem e apoiado no</p><p>professor como facilitador e mediador do processo, com vistas à formação integral e adequada do estudante, articulando ensino, pesquisa</p><p>e extensão, esta última, especialmente por meio da assistência.</p><p>Art. 29. A estrutura do Curso de Graduação em Medicina deve:</p><p>I - ter como eixo do desenvolvimento curricular as necessidades de saúde dos indivíduos e das populações identificadas pelo setor saúde;</p><p>II - utilizar metodologias que privilegiem a participação ativa do aluno na construção do conhecimento e na integração entre os conteúdos,</p><p>assegurando a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão;</p><p>III - incluir dimensões ética e humanística, desenvolvendo, no aluno, atitudes e valores orientados para a cidadania ativa multicultural e</p><p>para os direitos humanos; V - criar oportunidades tendo as Ciências Humanas e Sociais como eixo transversal na formação de profissional</p><p>com perfil generalista;</p><p>IV - promover a integração e a interdisciplinaridade em coerência com o eixo de desenvolvimento curricular, buscando integrar as dimensões</p><p>biológicas, psicológicas, étnicoraciais, socioeconômicas, culturais, ambientais e educacionais;</p><p>VI - inserir o aluno nas redes de serviços de saúde, consideradas como espaço de aprendizagem, desde as séries iniciais e ao longo do</p><p>curso de Graduação de Medicina, a partir do conceito ampliado de saúde;</p><p>VII - utilizar diferentes cenários de ensino-aprendizagem, em especial as unidades de saúde dos três níveis de atenção pertencentes ao</p><p>SUS, permitindo ao aluno conhecer e vivenciar as políticas de saúde em situações variadas de vida, de organização da prática e do trabalho</p><p>em equipe multiprofissional;</p><p>VIII - propiciar a interação ativa do aluno com usuários e profissionais de saúde, desde o início de sua formação, proporcionando-lhe a</p><p>oportunidade de lidar com problemas reais, assumindo responsabilidades crescentes como agente prestador de cuidados e atenção,</p><p>compatíveis com seu grau de autonomia, que se consolida, na graduação, com o internato;</p><p>IX – vincular a formação médico-acadêmica às necessidades sociais da saúde com ênfase no SUS;</p><p>Art. 34. O Curso de Graduação em Medicina deverá manter permanente Programa de Formação e Desenvolvimento da Docência em</p><p>Saúde, com vistas à valorização do trabalho docente na graduação, ao maior envolvimento dos professores com o Projeto Pedagógico do</p><p>Curso e a seu aprimoramento em relação à proposta formativa contida no documento, por meio do domínio conceitual e pedagógico, que</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|54</p><p>englobe estratégias de ensino ativas, pautadas em práticas interdisciplinares, de modo a assumirem maior compromisso com a</p><p>transformação da escola médica, a ser integrada à vida cotidiana dos docentes, estudantes, trabalhadores e usuários dos serviços de</p><p>saúde.</p><p>Art. 36. Fica instituída a avaliação específica do estudante do Curso de Graduação em Medicina, a cada 2 (dois) anos, com instrumentos</p><p>e métodos que avaliem conhecimentos, habilidades e atitudes § 1º A avaliação de que trata este artigo é de caráter obrigatório, processual,</p><p>contextual e formativo, considerando seus resultados como parte do processo de classificação para os exames dos programas de</p><p>Residência Médica, credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), sendo sua realização de âmbito nacional.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|55</p><p>1 surto, epidemia, endemia, pandemia</p><p>SURTO – ocorrência de uma doença ou fenômeno restrita a um espaço extremamente delimitado (colégio, quartel, creches); tempo</p><p>pequeno/espaço pequeno/ quantidade aumento súbito.</p><p>EPIDEMIA – incidência em curto período de tempo, de grande número de casos de uma doença. tempo pequeno/espaço grande/</p><p>quantidade aumento súbito.</p><p>ENDEMIA – doença habitualmente comum entre pessoas de uma região, cuja incidência é relativamente constante e se prende a ocorrência</p><p>de determinados fatores locais. tempo longo/espaço médio ou regional/ quantidade constante.</p><p>PANDEMIA – epidemia de grandes proporções, que se espalha a vários países e a mais de um continente. tempo variável/espaço</p><p>transcontinental/ quantidade variável.</p><p>2 vigilânciaS e indicadores em saúde</p><p>A) VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA</p><p>● CONCEITO</p><p>DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA – segundo a LEI Nº 8080/90 -“conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a</p><p>detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade</p><p>de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.”</p><p>● FUNÇÕES DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA:</p><p>- Coleta de dados</p><p>- Processamento de dados coletados</p><p>- Análise e interpretação dos dados processados</p><p>- Recomendação das medidas de controle apropriadas</p><p>- Promoção das ações de controle indicadas</p><p>- Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas</p><p>- Divulgação de informações pertinentes</p><p>● DADOS QUE ALIMENTAM A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA</p><p>- Dados demográficos, socioeconômicos e ambientais:</p><p>- Dados de morbidade(taxa de portadores de determinadas doenças)</p><p>- Dados de mortalidade</p><p>- notificação de surtos e epidemias</p><p>B) VIGILÂNCIA SANITÁRIA</p><p>● CONCEITO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA- é definida como um conjunto de ações que visam eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde</p><p>decorrentes do meio ambiente (água, esgoto, lixo, vetores e transmissores de doenças, poluição do ar, e do solo, etc), da produção(riscos</p><p>ocupacionais: processo de produção, carga horária, ritmo e ambiente de trabalho), da circulação de bens (transporte, alimentos, substâncias</p><p>psicoativas) e da prestação de serviços (riscos iatrogênicos, provenientes de tratamento médico e uso dos serviços de saúde: radiação,</p><p>procedimentos, infecção hospitalar).</p><p>● FUNÇÕES DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA:</p><p>- Estabelece normas e regulamentos para cada tipo de produto ou serviço que pode ter algum impacto sobre a saúde da população;</p><p>- Concede ou cancela registro de produtos e autorizações de funcionamento de empresas</p><p>- Fiscaliza estabelecimentos e aplica multas sempre que encontrar alguma irregularidade;</p><p>- Atua em portos, aeroportos e fronteiras, pois são áreas estratégicas para a propagação de agentes causadores de doenças de um país</p><p>para outro.</p><p>C) VIGILÂNCIA AMBIENTAL</p><p>● CONCEITO DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL: A Vigilância Ambiental em Saúde constitui-se no conjunto de ações e serviços que</p><p>proporcionam o conhecimento e a detecção de fatores de risco do meio ambiente que interferem na saúde humana. O sistema integra</p><p>informações e ações de diferentes setores com o objetivo de prevenir e controlar os fatores de risco de doenças e de outros agravos à</p><p>saúde, decorrentes do ambiente e das atividades produtivas. Tais ações e serviços são prestados por órgãos e entidades públicas e</p><p>privadas.</p><p>● FUNÇÕES DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL:</p><p>- produzir, integrar, processar e interpretar informações, visando a disponibilizar ao SUS instrumentos para o planejamento e execução de</p><p>ações relativas às atividades de promoção da saúde e de prevenção e controle de doenças relacionadas ao meio ambiente;</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|56</p><p>- estabelecer os principais parâmetros, atribuições, procedimentos e ações relacionadas à vigilância ambiental em saúde nas diversas</p><p>instâncias de competência;</p><p>- identificar os riscos e divulgar as informações referentes aos fatores ambientais condicionantes e determinantes das doenças e outros</p><p>agravos à saúde;</p><p>- intervir com ações diretas de responsabilidade do setor ou demandando para outros setores, com vistas a eliminar os principais fatores</p><p>ambientais de riscos à saúde humana;</p><p>- promover, junto aos órgãos afins ações de proteção da saúde humana relacionadas ao controle e recuperação do meio ambiente;</p><p>- conhecer e estimular a interação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento, visando ao fortalecimento da participação da população</p><p>na promoção da saúde e qualidade de vida.</p><p>● DADOS QUE ALIMENTAM A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA AMBIENTAL:</p><p>- Epidemiologia Descritiva – que utiliza o método científico para estudar a distribuição dos riscos e dos efeitos adversos à saúde da</p><p>população; e</p><p>- Epidemiologia analítica – que estuda a relação entre a exposição a um determinado fator e algum efeito adverso à saúde.</p><p>- os fatores de risco existentes (físicos, químicos, biológicos, mecânicos, ergonômicos ou psicossociais);</p><p>- as características especiais do ambiente que interferem no padrão de saúde da população;</p><p>- os efeitos adversos à saúde relacionados à exposição a fatores de risco ambientais.</p><p>D) INDICADORES DE SAÚDE</p><p>• analisar a situação atual de saúde;</p><p>• fazer comparações;</p><p>• avaliar mudanças ao longo do tempo.</p><p>Os indicadores de saúde são construídos por meio de razões (freqüências relativas), em forma de proporções ou coeficientes. As</p><p>proporções representam a “fatia da pizza” do total de casos ou mortes, indicando a importância desses casos ou mortes no conjunto total.</p><p>● Os coeficientes (ou taxas) representam o “risco” de determinado evento ocorrer na população (que pode ser a população do país, estado,</p><p>município, população de nascidos vivos, de mulheres, etc.).</p><p>Coeficiente de incidência- representa o risco de ocorrência (casos novos) de uma doença na população.</p><p>Coeficiente de prevalência - representa o número de casos presentes (novos + antigos) em uma determinada comunidade num período</p><p>de tempo especificado.</p><p>3 inquérito epidemiológico</p><p>A) PASSOS DA INVESTIGAÇÃO</p><p>1 – Notificação dos casos suspeitos ou confirmados</p><p>2 – Coleta de dados (tipos de dados/ fontes/ quem, quando, quanto? / instrumentos – anamnese e exame físico /busca).</p><p>3 – Confirmação do diagnóstico (surto, epidemia)</p><p>4 – Definição e identificação de outros casos (busca ativa)</p><p>5 – Processar, analisar, confirmar, refinar os dados e hipóteses</p><p>6 – Medidas de controle e prevenção</p><p>7 – Relatório Final, Comunicação e Divulgação dos resultados</p><p>B) ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA</p><p>Os dados coletados pelos sistemas rotineiros de informações e nas investigações epidemiológicas, são ordenados de acordo com as</p><p>características de pessoa, lugar e tempo em tabelas, gráficos, mapas da área em estudo, fluxos de pacientes, relevância e outros. Essa</p><p>disposição fornecerá uma visão de conjunto das variáveis selecionadas para análise, por tipo de doença ou evento investigado, e sua</p><p>comparação temporal com períodos semelhantes de anos anteriores. Em geral, as variáveis utilizadas referem-se ao tempo, espaço e</p><p>pessoas (quando? onde? quem?) e à associação causal (por que?). É importante lembrar que, além das freqüências absolutas, devem ser</p><p>calculados coeficientes (incidência, prevalência, letalidade e mortalidade, entre outros), que permitem melhor comparação das ocorrências.</p><p>A partir do processamento dos dados, deverá ser realizada a análise criteriosa dos dados, em maior ou menor complexidade, dependendo</p><p>dos dados disponíveis e da formação profissional da equipe, transformando-os em INFORMAÇÃO capaz de orientar a adoção das medidas</p><p>de controle. Quanto mais oportuna for a análise, mais eficiente será o sistema de vigilância epidemiológica.</p><p>4 patogenicidade, virulência, infectividade, autóctone</p><p>A) PATOGENICIDADE: é a capacidade de um agente infeccioso de produzir sintomas e a doença em pessoas infectadas. Os graus de</p><p>patogenicidade significam que: agentes altamente patogênicos, como da raiva, da AIDS e do resfriado comum, praticamente cada infecção</p><p>em um indivíduo suscetível gera sintomas e sinais de doença; e nos de de nível inferior de patogenicidade, os infectados são assintomáticos,</p><p>como 90% dos infectados com o vírus da poliomielite.</p><p>B) VIRULÊNCIA: é a capacidade do agente infeccioso de produzir casos graves e fatais, em proporção ao número total de casos aparentes</p><p>no mesmo período. Alta virulência significa grande proporção de casos graves/fatais. Usada para descrever a gravidade de uma epidemia;</p><p>e a letalidade</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|57</p><p>C) INFECTIVIDADE: é a capacidade do agente infeccioso de poder se alojar e multiplicar dentro de um hospedeiro. A medida básica de</p><p>infectividade é o numero mínimo de partículas infecciosas necessárias para</p><p>produzir uma infecção. (ex: sarampo/varicela: máx. infectividade</p><p>= fácil transmissão; lepra: infectividade baixa).</p><p>D) AUTÓCTONE - quando o agente ou vetor é nativo de determinada área ou região;</p><p>E) IMPORTADOS (ALÓCTONE) – quando o agente ou vetor é vindo de outra área ou região.</p><p>5 vetores, hospedeiros, reservatório, prevenção, controle, transmissão</p><p>A) VETOR: inseto ou qualquer portador vivo que transporta um agente infeccioso desde um indivíduo ou seus excrementos até um indivíduo</p><p>suscetível, sua comida ou seu ambiente imediato. O agente pode ou não se desenvolver, propagar ou multiplicar dentro do vetor.</p><p>● VETOR MECÂNICO: translado do agente infeccioso por meio de um inseto, por contaminação de suas patas/tromba ou pela passagem</p><p>em seu trato intestinal, sem multiplicação ou desenvolvimento cíclico do micro-organismo</p><p>● VETOR BIOLÓGICO: o agente deve necessariamente multiplicar, desenvolver ciclicamente ou ambos no artrópode-vetor antes que</p><p>possa transmitir a forma infectante ao ser humano. O artrópode se torna infectante só depois do período de incubação pós-infecção. O</p><p>agente infeccioso pode se transmitir as gerações sucessivas do vetor e dos estágios do ciclo biológico, até a fase adulta. A transmissão</p><p>ocorre através da saliva pela picada, pela regurgitação (peste) ou ao depositar sobre a pele as fezes do vetor com agentes infecciosos que</p><p>entram pela ferida por meio da picada ou do ato de coçar.</p><p>B) HOSPEDEIRO: é uma pessoa ou animal vivo que em circunstâncias naturais, permite a subsistência e o alojamento de um agente</p><p>infeccioso.</p><p>C) RESERVATÓRIO: qualquer ser humano, animal, artrópode, planta, onde normalmente vive e se multiplica um agente infeccioso e do</p><p>qual depende para sua sobrevivência, reproduzindo-se de forma que possa ser transmitido a um hospedeiro suscetível.</p><p>D) MODO DE TRANSMISSÃO: é a forma que o agente infeccioso se transporta do reservatório ao hospedeiro.</p><p>● TRANSMISSÃO DIRETA: é a transferência direta do agente infeccioso por uma porta de entrada para que se possa efetuar a infecção;</p><p>a transmissão de pessoa a pessoa. Pode acontecer através da dispersão de gotículas ao espirrar, tossir, cuspir, falar, e pelo contato direto,</p><p>como toque, beijo e relações sexuais.</p><p>● TRANSMISSÃO INDIRETA: através de objetos ou materiais contaminados, como: lenços, instrumentos cirúrgicos, água, alimentos. O</p><p>agente pode ou não ter se multiplicado ou desenvolvido no veículo antes de ser transmitido. Ou por meio de um vetor</p><p>E) AGENTE CAUSADOR: é um fator, que pode ser um microrganismo, substância química ou forma de radiação, cuja presença, presença</p><p>excessiva ou relativa ausência é essencial para a ocorrência da doença. Os agentes podem ser divididos em:</p><p>● biológicos: organismos vivos capazes de causar uma infecção ou doença no ser humano e nos animais. As espécies causadoras são</p><p>chamadas patogênicas. (ex: vírus [sarampo, ebola, febre amarela); bactérias [V. cholerae, M. tuberculosis]; Protozoários [ E. hystolitica, G.</p><p>lambia]; Artrópodes [Sarcoptesscabiei, Pediculosis SP.]; metazoários, fungos, clamídias, príons, etc).</p><p>● não biológicos: agentes químicos (pesticidas, fármacos) e físicos (calor, radiação, ruído, luz).</p><p>NA FEBRE AMARELA,</p><p>FORMAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO: impedir que o vírus transmitido pelos vetores penetre nas zonas urbanas, vacinando a</p><p>população que vive em áreas endêmicas; combater o mosquito na área urbana eliminando criadouros.</p><p>Vetor:Aedes aegypti (urbana) / do gênero Haemagoguse Sabethes (silvestre)</p><p>Hospedeiro: macacos / homem: hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata.</p><p>Reservatório: macacos (primatas não humanos)</p><p>Modo de transmissão: picada dos mosquitos transmissores - ></p><p>1 – um macaco contaminado pela doença é picado pelo Haemagogus</p><p>2 – O mosquito é contaminado e passa a carregar o vírus</p><p>3 – uma pessoa não vacinada é picada em área silvestre. Se ela for pra cidade, leva o vírus e inicia o ciclo urbano.</p><p>4 – O Aedes aegypti pica a pessoa infectada e passa a carregar o vírus</p><p>5 – o mosquito infectado transmite a doença para outras pessoas.</p><p>Agente Causador:arbovírus (vírus transmitidos por mosquitos) – do gênero Flavivirusfebricis</p><p>6 sistemas</p><p>● SI-PNI (Sistema Integrado do Programa Nacional de Imunizações) – Sistema desenvolvido para possibilitar aos gestores envolvidos</p><p>no PNI a avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do registro dos imunobiológicos aplicados e do</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|58</p><p>quantitativo populacional vacinado, agregados por faixa etária, período de tempo e área geográfica. Possibilita também o controle do</p><p>estoque de imunobiológicos necessários aos administradores que têm a incumbência de programar sua aquisição e distribuição.</p><p>● Cartão SUS – É o documento que possibilita vincular os procedimentos, ações e serviços de saúde executados no âmbito do Sistema</p><p>Único de Saúde (SUS) ao cidadão, ao profissional de saúde que os realizou e também à unidade de saúde onde foram realizados; mediante</p><p>a construção de cadastros de usuários, de profissionais de saúde e de unidades de saúde, com um número nacional de identificação.</p><p>● IBGE – Compreende as informações sobre saúde, abrangendo morbidade e causas de mortalidade; acesso e utilização de serviços de</p><p>saúde; gastos com saúde; estilo de vida (alimentação, tabagismo, consumo de álcool); nutrição (aquisição de alimentos, segurança</p><p>alimentar e nutricional, avaliação nutricional); deficiência e capacidade funcional; infraestrutura e gestão da saúde; e conta-satélite da saúde,</p><p>entre outros aspectos.</p><p>● SIA-SUS (Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS) – instrumento de ordenação do pagamento dos serviços ambulatoriais.</p><p>● SIH (Sistema de Informações Hospitalares do SUS) - A finalidade do AIH (Sistema SIHSUS) é registrar todos os atendimentos</p><p>provenientes de internações hospitalares que foram financiadas pelo SUS, e a partir deste processamento, gerar relatórios para que os</p><p>gestores possam fazer os pagamentos dos estabelecimentos de saúde. Além disso, o nível Federal recebe mensalmente uma base de</p><p>dados de todas as internações autorizadas (aprovadas ou não para pagamento) para que possam ser repassados às Secretarias de Saúde</p><p>os valores de Produção de Média e Alta complexidade, além dos valores de CNRAC, FAEC e de Hospitais Universitários – em suas variadas</p><p>formas de contrato de gestão.</p><p>● SIAB (Sistema de Informação da Atenção Básica) - O Sistema de Informação da Atenção Básica foi implantado para o</p><p>acompanhamento das ações e dos resultados das atividades realizadas pelas equipes do Programa Saúde da Família - PSF. O SIAB foi</p><p>desenvolvido como instrumento gerencial dos Sistemas Locais de Saúde e incorporou em sua formulação conceitos como território,</p><p>problema e responsabilidade sanitária.Através dele obtêm-se informações sobre cadastros de famílias, condições de moradia e</p><p>saneamento, situação de saúde, produção e composição das equipes de saúde. Principal instrumento de monitoramento das ações do</p><p>Programa Saúde da Família.</p><p>● SINAVISA (Sistema Nacional de Informação em Vigilância Sanitária) - permite que as autoridades sanitárias locais cadastrem</p><p>estabelecimentos, programem inspeções, acompanhem a qualidade dos produtos que circulam no município e organizem planos de ação.</p><p>● HIPERDIA (Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos) - O Hiperdia destina-se ao cadastramento</p><p>e acompanhamento de portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus atendidos na rede ambulatorial do Sistema Único de Saúde</p><p>– SUS, permitindo gerar informação para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos</p><p>os pacientes cadastrados.</p><p>● SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) - tem por objetivo consolidar os dados referentes às ações de Vigilância</p><p>Alimentar e Nutricional, desde o registro de dados antropométricos e de marcadores de consumo alimentar</p><p>até a geração de relatórios nos</p><p>serviços de saúde da Atenção Básica inclui a avaliação antropométrica (medidas corporais) e do consumo alimentar,</p><p>● SIM (Sistema de Informação de Mortalidade) – criado para obtenção regular de dados sobre mortalidade no país. A análise dos dados</p><p>coletados permite a construção de indicadores para o delineamento do perfil de saúde da região, obtendo a mortalidade proporcional por</p><p>causa, faixa etária, sexo, etc</p><p>● SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) – tem o objetivo de coletar e processar dados sobre agravos de doenças</p><p>de notificação compulsória.</p><p>● SINASV (Sistema de Informações de Nascidos Vivos) – temo objetivo de coletar dados sobre os nascimentos informados em todo</p><p>território nacional e fornecer dados sobre natalidade para todos os níveis do Sistema de Saúde.</p><p>7 cobertura vacinal e efeito rebanho</p><p>Vacinação –Lei 6259/75 – estabeleceu as ações de vigilância epidemiológica, o PNI (73) e as normas relativas a notificação compulsória.</p><p>Início do sistema de registro de doses de vacinas aplicadas. Manual de Vigilância Epidemiológica e Imunizações (77)</p><p>1984 – 1ª ed. Do Manual de Vacinação do PNI, com a realização de 2 dias nacionais de multivacinação de sarampo e DPT</p><p>1990 – Evolução das coberturas de vacinação para índices em torno de 90%</p><p>A) COBERTURA VACINAL – Esse termo refere-se ao percentual da população que está vacinada. Quanto mais pessoas receberem</p><p>determinada vacina, maior será a cobertura vacinal. A eliminação ou controle de qualquer doença imunoprevenível depende da obtenção</p><p>desse índice de sucesso.</p><p>Um exemplo clássico do resultado de alta cobertura vacinal é o da varíola, doença que assolava o mundo matando aos milhares. Depois</p><p>do esforço mundial para vacinar praticamente todas as pessoas, o vírus por fim desapareceu e agora a varíola é apenas parte da história.</p><p>O mesmo resultado é pretendido no combate a outras doenças graves, como a poliomielite (paralisia infantil), o sarampo, a rubéola e a</p><p>hepatite B, por exemplo. Para acabar com elas, é necessário que a maior parte da população esteja vacinada. Mas para a erradicação ou</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|59</p><p>controle não basta apenas atingir altas coberturas vacinais, é preciso mantê-las até que o agente causador da doença esteja eliminado.</p><p>Mesmo que em determinado momento ocorram apenas poucos casos de alguma doença graças à vacinação, se a população parar de se</p><p>vacinar, cada vez mais pessoas ficarão desprotegidas e outras tantas serão infectadas, voltando a espalhar a doença, e assim, em pouco</p><p>tempo, todo o progresso obtido ao longo dos anos estará perdido.</p><p>B) HOMOGENEIDADE – quando uma área atinge um índice de cobertura vacinal. Estratégias: multivacinação, monitoramento rápido de</p><p>coberturas (verificando a situação vacinal local e resgatar não vacinados) e vigilância das coberturas vacinais, monitorando os resultados</p><p>e intervindo.</p><p>C) EFEITO REBANHO - Trata-se do efeito obtido quando algumas pessoas são indiretamente protegidas pela vacinação de outras, o que</p><p>acaba beneficiando a saúde de toda a comunidade. Funciona da seguinte forma: a pessoa vacinada não transmitirá a doença para outros</p><p>que não estão imunizados por razões como: são muito novos para tomar alguma vacina; têm algum problema que impede a vacinação;</p><p>foram vacinados antes, porém, não produziram níveis ideais de anticorpos, logo, não ficaram devidamente imunizados.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|60</p><p>1 SISTEMAS DE SAÚDE PÚBLICA</p><p>A) REINO UNIDO (UK) – Sistema Nacional de Saúde (NHS) foi criado em 1948, é universal e inteiramente gratuito. De fácil acesso,</p><p>segurança e eficiência. O médico generalista é o eixo do sistema. O paciente primeiro passa pelo médico generalista e depois, se tiver</p><p>certeza que é necessário, é encaminhado para um especialista. Dessa forma, as pessoas deixam de marcar consulta se o caso não for</p><p>grave. O MG é remunerado de acordo com os atendimentos que faz, então tende a ser produtivo e a cumprir metas. O gasto público em</p><p>saúde no Reino Unido é superior ao brasileiro, mas por passar por uma grave crise financeira no sistema, as tendências são opostas.</p><p>Emprega 1,3 milhão de pessoas e atende 1 milhão de pacientes a cada 36h. Cerca de 78% da população se considera satisfeita. O governo</p><p>britânico investe 8,2% do PIB em saúde – ou $3.348/capita</p><p>B) CANADÁ – Sistema de Saúde em que todo cidadão tem direito a saúde gratuita e com qualidade. O sistema de saúde é realmente</p><p>único, não há sistema privado ou plano de saúde. Mesmo em uma clínica de propriedade privada, o pagamento do tratamento é feito pelo</p><p>governo e não pelo paciente. O sistema privado pode ser usado apenas para alguns serviços como testes, diagnósticos, cirurgias estéticas</p><p>e tratamento odontológico. O sistema é definido como um seguro público ou nacional, financiado por fontes fiscais compartilhadas entre</p><p>governos federal e provinciais.</p><p>C) USA – Exemplo de saúde majoritariamente privada. O país se destaca na implantação de novas tecnologias desse setor e no uso da</p><p>medicina preventiva; mas os custos do acesso à saúde são um dos mais caros do mundo. O ObamaCare, implantado em 2010, incluiu</p><p>estratégias para que todos os cidadãos tivessem ao mínimo convênio particular, formulando estratégias com as empresas para que elas</p><p>oferecessem melhores descontos nos planos a seus funcionários. A cobertura médica privada não custeia todos os tipos de serviço; então,</p><p>os americanos tendem a evitar acompanhamento médico preventivo. O problema também são as inúmeras limitações para os clientes</p><p>aderirem aos planos.</p><p>D) FRANÇA – O sistema de saúde na França é universal e financiado boa parte pelo estado (sistema público). Os trabalhadores tem uma</p><p>parte do seu salário descontado para a Segurança Social. Na França, todos passam primeiro pelo clinico geral para depois serem</p><p>encaminhados. O SOS médico funciona 24h/dia. O atendimento acontece na residência do solicitante. Os franceses também realizam as</p><p>consultas sempre com o mesmo generalista, que tem controle sobre seu histórico. O governo tem medo das pessoas, dos protestos, das</p><p>reações. E Nos EUA, as pessoas tem medo do governo. O Estado gasta 9,3% Do PIB no setor, U$3.969/capita, o modelo vem de uma</p><p>tradição de 650, quando foi inaugurado o Hotel-Dieu para os pobres. O sistema mistura seguro público com contribuição na folha de salário.</p><p>A população tem o cartão de seguridade para quitar despesas médicas e com remédios.</p><p>E) BRASIL – SUS inspirado no Reino Unido, é o maior sistema público de saúde do mundo, universal, direito de todos e dever do estado.</p><p>Porém, ainda carece muito de ajustes administrativos.</p><p>2 POLÍTICAS NO COMBATE AS ISTS</p><p>Criado em 1986, o Departamento de Vigilância Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) tornou-se</p><p>referência mundial no tratamento e atenção à aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. Ligado à Secretaria de Vigilância em</p><p>Saúde do Ministério da Saúde, o Departamento trabalha para reduzir a transmissão do HIV/aids e das hepatites virais e para promover a</p><p>qualidade de vida dos pacientes.</p><p>A) OBJETIVOS:</p><p>- Reduzir a transmissão do HIV, das infecções sexualmente transmissíveis e das hepatites virais.</p><p>- Melhorar a qualidade de vida das pessoas com IST, HIV, aids e hepatites virais.</p><p>B) GRANDES EIXOS</p><p>- Fortalecimento da rede de atenção e linhas de cuidado às IST, aids e hepatites virais.</p><p>- Prevenção e diagnóstico precoce da infecção pelo HIV e pelas hepatites virais e redução de risco e vulnerabilidade.</p><p>- Promoção de direitos humanos e articulação com redes e movimentos sociais.</p><p>- Aprimoramento e desenvolvimento da vigilância, informação e pesquisa.</p><p>- Aprimoramento da governança e da gestão.</p><p>- Acesso universal aos medicamentos, preservativos e outros insumos estratégicos.</p><p>Pela sua magnitude, transcendência, vulnerabilidade e factibilidade de controle,</p><p>ensino, pesquisa</p><p>e extensão, esta última, especialmente por meio da assistência.</p><p>Art. 29. A estrutura do Curso de Graduação em Medicina deve:</p><p>I - ter como eixo do desenvolvimento curricular as necessidades de saúde dos indivíduos e das populações identificadas pelo setor saúde;</p><p>II - utilizar metodologias que privilegiem a participação ativa do aluno na construção do conhecimento e na integração entre os conteúdos,</p><p>assegurando a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão;</p><p>VIII - propiciar a interação ativa do aluno com usuários e profissionais de saúde, desde o início de sua formação, proporcionando-lhe a</p><p>oportunidade de lidar com problemas reais, assumindo responsabilidades crescentes como agente prestador de cuidados e atenção,</p><p>compatíveis com seu grau de autonomia, que se consolida, na graduação, com o internato;</p><p>Art. 32. O Curso de Graduação em Medicina deverá utilizar metodologias ativas e critérios para acompanhamento e avaliação do processo</p><p>ensinoaprendizagem e do próprio curso, bem como desenvolver instrumentos que verifiquem a estrutura, os processos e os resultados, em</p><p>consonância com o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) e com a dinâmica curricular definidos pela IES em que</p><p>for implantado e desenvolvido</p><p>2 CARACTERÍSTICAS DO PROFISSIONAL FORMADO POR PBL</p><p>- trabalho em grupo, respeito pelo grupo, capacidade de ouvir, cooperação, respeito pela visão do outro, avaliação crítica da literatura,</p><p>aprendizagem auto-dirigida, usos de recursos, habilidades de comunicação, mais acostumado a conseguir lidar com a mudança</p><p>- enxergar melhor o paciente de maneira integral</p><p>- motivação para o aprendizado, estruturação do conhecimento em contexto clinico, desenvolvimento de habilidades de auto-aprendizado</p><p>- motivação ativada pelo dinamismo: a motivação desperta o interesse e a curiosidade do aluno pelos temas, gerando qualidade, ampliação</p><p>do conhecimento e maior satisfação</p><p>- criatividade: a motivação é reforçada pelo fato e os alunos trabalharem com problemas que irão enfrentar em sua futura profissão</p><p>- integração do conhecimento: o pbl possibilita uma maior fixação e transferência do conhecimento. Ao desenvolver o novo conhecimento</p><p>integrando-o com o conhecimento prévio, ocorre a integração da aprendizagem, que permite a transferência a ampliação e duração do</p><p>conhecimento produzido. Assim, o conhecimento é integrado e memorizado de forma mais eficaz.</p><p>- habilidade de pensamento crítico: o aluno desenvolve a habilidade de pensar de forma crítica e realize uma permanente investigação das</p><p>informações e dos conhecimentos para depois analisa-los criticamente e elaborar as questões necessárias a resolução dos problemas. O</p><p>pensamento crítico estimula a imaginação e a criatividade necessárias à aprendizagem dos conhecimentos conceituas de forma</p><p>transdisciplinar</p><p>- a interação e as habilidades interpessoais, são fundamentais no trabalho em grupo. A interação implica em uma relação geral entre os</p><p>envolvidos na sala, buscando além de tudo, aprendizagens mais amplas de caráter educativo interpessoal para desenvolver habilidades</p><p>afetivas, de convivência e personalidade dos alunos. Os participantes aprendem a conviver e trabalhar com outros.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|3</p><p>3 ORIGEM DO PBL NO BRASIL</p><p>1990 - Primeiras experiências de adoção da ABP no Brasil, nos currículos de educação médica da Universidade de Marília, no estado de</p><p>São Paulo e da Universidade de Londrina, no Paraná. - O curso médico da Faculdade de Medicina de Marília adotou o PBL a Aprendizagem</p><p>Baseada em Problemas, implementou o novo currículo de forma gradual, série a série, e em 2002 graduou-se a primeira turma de</p><p>estudantes formada pela metodologia da ABP.</p><p>4 FUNÇÃO DOS INTEGRANTES DA TUTORIA NO PBL</p><p>● COORDENADOR – lidera o grupo em todo o processo, encorajando a participação de todos, mantendo a dinâmica do grupo e controlando</p><p>o tempo e a ordem de fala. Também assegura que o relator anote de maneira adequada os pontos de vista do grupo. Mas também deve</p><p>participar da discussão, afinal, é um membro do grupo.</p><p>● RELATOR – participa das discussões, mas também deve registrar os pontos de vista relevantes apontados pelo grupo, ajudar a ordenar</p><p>o raciocínio do grupo e registrar as fontes de pesquisa utilizadas pelo grupo.</p><p>● DEMAIS MEMBROS DO GRUPO – participam das discussões, fazem questionamentos, ouvem e respeitam a opinião dos colegas,</p><p>procuram alcançar os objetivos</p><p>● TUTOR – estimula a participação do grupo, auxiliando o coordenador na dinâmica, verificar a relevância do que foi anotado, não deixa</p><p>que haja desvio no foco da discussão e confere se o grupo está realmente entendendo as questões discutidas.</p><p>5 MÉTODO AVALIATIVO FORMATIVO-SOMATIVO</p><p>A somativa possibilita a verificação dos conhecimentos incorporados ao final de determinado período e a formativa possibilita o</p><p>acompanhamento processual da construção dos conhecimentos, atitudes e habilidades por parte do aluno.</p><p>6 TIPOS DE METODOLOGIA ATIVA</p><p>● APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS - São selecionados problemas mal-estruturados e o professor orienta o processo de</p><p>aprendizagem, conduzindo um interrogatório completo na conclusão da experiência de aprendizagem. Nas sessões de aula, os alunos e o</p><p>instrutor discutem os detalhes do conteúdo, envolvendo-se em conversas significativas semelhante ao que seria feito na vida profissional ,</p><p>em quatro fases distintas: intenção, planejamento, execução e julgamento. há três categorias deste método:</p><p>(i) Projeto construtivo: introduzindo alguma inovação, propor uma solução nova para um problema ou situação. Possui a dimensão da</p><p>inventividade, na função, na forma ou no processo;</p><p>(ii) Projeto investigativo: desenvolvimento de pesquisa sobre uma questão ou situação, mediante o emprego do método científico; e</p><p>(iii) Projeto didático (ou explicativo): procura responder questões do tipo: “Como funciona? Para que serve? Como foi construído?” Busca</p><p>explicar, ilustrar, revelar os princípios científicos de funcionamento de objetos, mecanismos, sistemas etc.</p><p>● PEER INSTRUCTION (PI) Consiste em fazer com que os alunos aprendam enquanto debatem entre si, provocados por perguntas</p><p>conceituais de múltipla escolha (ConcepTests), direcionadas para indicar as dificuldades dos alunos e promover ao estudante uma</p><p>oportunidade de pensar sobre conceitos desafiadores. Após uma breve apresentação pelo instrutor, o foco muda do instrutor para o aluno,</p><p>com o professor apresentando o ConcepTest. Antes de mostrar aos alunos o que acontece quando determinado experimento é feito, os</p><p>instrutores podem pedir aos alunos para prever os resultados, por promover, desta forma, maior compreensão dos conceitos (MAZUR,</p><p>1996). Depois de um a dois minutos para pensar, os alunos fornecem uma resposta individual. A progressão no conteúdo depende do</p><p>resultado em tempo real da classe (LASRY, 2008). Dependendo do percentual de acertos o instrutor pede aos alunos que debatam suas</p><p>respostas com os demais alunos ao seu redor. Os alunos discutem em pares ou pequenos grupos e são incentivados a encontrar alguém</p><p>com uma resposta diferente. O professor (ou sua equipe) circula pela sala para incentivar discussões produtivas e conduzir o pensamento</p><p>dos estudantes. Depois de vários minutos, os alunos respondem novamente ao mesmo ConcepTest. O professor explica, então, a resposta</p><p>correta e, dependendo das respostas dos alunos, pode apresentar outro ConcepTest relacionado ou passar para um topico diferente</p><p>Atualmente, dois métodos de quantificar o desempenho dos alunos nos ConcepTests em tempo real são usados: flashcards (cartões que</p><p>são levantados pelos alunos indicando sua resposta) e clickers (mecanismos eletrônicos portáteis de resposta wireless).</p><p>● JUST-IN-TIME TEACHING (JITT) - Consiste na leitura prévia de material que envolva a aula subsequente e atividades que proporcionem</p><p>um feedback antes da aula, indicando o conhecimento</p><p>as DST devem ser priorizadas enquanto agravos em saúde</p><p>pública.</p><p>C) ESTRATÉGIAS</p><p>● PREVENÇÃO - estratégia básica para o controle da transmissão das DST e do HIV, dar-se-á por meio da constante informação para a</p><p>população geral e das atividades educativas que priorizem: a percepção de risco, as mudanças no comportamento sexual e a promoção e</p><p>adoção de medidas preventivas com ênfase na utilização adequada do preservativo. As atividades de aconselhamento das pessoas com</p><p>DST e seus parceiros durante o atendimento são fundamentais, no sentido de buscar que os indivíduos percebam a necessidade de maior</p><p>cuidado, protegendo a si e a seus parceiros, prevenindo assim a ocorrência de novos episódios. Deve-se sempre enfatizar a associação</p><p>existente entre as DST e a infecção pelo HIV. Deve-se, ainda, estimular a adesão ao tratamento, explicitando a existência de casos</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|61</p><p>assintomáticos ou pouco sintomáticos, também suscetíveis a graves complicações. A promoção e disponibilização de preservativos deve</p><p>ser função de todos os serviços, desta forma, a assistência pode se constituir em um momento privilegiado de prevenção.</p><p>● DETECÇÃO DE CASOS - Tão importante quanto diagnosticar e tratar o mais precocemente possível os portadores sintomáticos é realizar</p><p>a detecção dos portadores assintomáticos. Entre as estratégias que poderão suprir essa importante lacuna estão os rastreamentos de DST</p><p>assintomáticas, especialmente sífilis, gonorréia e clamídia em gestantes e/ou adolescentes, em serviços que executam atendimento</p><p>ginecológico, em especial os de planejamento familiar, de pré-natal e os serviços de prevenção do câncer ginecológico. Algumas mudanças</p><p>na orientação dos profissionais de saúde para que passem a fazer assistência integral aos usuários são de fundamental importância pois,</p><p>com isso, pessoas em situação de risco teriam oportunidade para diagnóstico e/ou aconselhamento.</p><p>● TRATAMENTO IMEDIATO - O tratamento deve ser instituído no momento da consulta, preferencialmente com medicação por via oral e</p><p>em dose única, ou com o menor número possível de doses. A utilização de alguns fluxogramas desenvolvidos, testados e já validados,</p><p>provê a possibilidade de tratamento imediato e a ruptura imediata da cadeia de transmissão. Nesta abordagem, são pesquisados os sinais</p><p>e sintomas que, agrupados, forneçam o diagnóstico de uma síndrome. O tratamento visará, então, 15 aos agentes etiológicos mais comuns</p><p>na síndrome em estudo. Para que esse tipo de assistência seja adequadamente implementada, pode incluir ainda a coleta de material que</p><p>permita a realização do diagnóstico etiológico em laboratório local ou de referência, aconselhamento para redução de risco, tratamento de</p><p>parceiros, orientações para adesão aos tratamentos fracionados, promoção e disponibilização de preservativos</p><p>● ABORDAGEM SINDRÔMICA - As principais características da abordagem sindrômica são:</p><p>- classificar os principais agentes etiológicos, segundo as síndromes clínicas por eles causados; • utilizar fluxogramas que ajudam o</p><p>profissional a identificar as causas de uma determinada síndrome;</p><p>- indicar o tratamento para os agentes etiológicos mais freqüentes na síndrome;</p><p>- incluir a atenção dos parceiros, o aconselhamento e a educação sobre redução de risco, a adesão ao tratamento e o fornecimento e</p><p>orientação para utilização adequada de preservativos;</p><p>- incluir a oferta da sorologia para sífilis, hepatites e para o HIV.</p><p>● FLUXOGRAMAS - são as ferramentas essenciais na abordagem sindrômica, porque permitem que profissionais de saúde, mesmo não</p><p>especializados, diagnostiquem e tratem pacientes com DST no primeiro atendimento.</p><p>3 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA</p><p>Notificação é a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais de</p><p>saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes.</p><p>Os dados coletados sobre as doenças de notificação compulsória são incluídos no Sistema Nacional de Agravos Notificáveis (Sinan).</p><p>Estados e municípios podem adicionar à lista outras patologias de interesse regional ou local, justificada a sua necessidade e definidos os</p><p>mecanismos operacionais correspondentes.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|62</p><p>A) PARÂMETROS PARA INCLUSÃO NA LISTA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA</p><p>● MAGNITUDE – aplicável a doenças de elevada frequência, que afetam grandes contingentes populacionais e se traduzem por altas taxas</p><p>de incidência, prevalência, mortalidade e anos potenciais de vida perdidos.</p><p>● POTENCIAL DE DISSEMINAÇÃO – representado pelo elevado poder de transmissão da doença</p><p>● TRANSCENDÊNCIA – expressa-se por características subsidiárias que conferem relevância especial à doença ou agravo, destacando-</p><p>se: severidade, medida por taxas de letalidade, de hospitalização e de sequelas; relevância social, avaliada, subjetivamente, pelo valor</p><p>imputado pela sociedade à ocorrência da doença, e que se manifesta pela sensação de medo, de repulsa ou de indignação; e relevância</p><p>econômica, avaliada por prejuízos decorrentes de restrições comerciais, redução da força de trabalho, absenteísmo escolar e laboral,</p><p>custos assistenciais e previdenciários, entre outros.</p><p>● VULNERABILIDADE – medida pela disponibilidade concreta de instrumentos específicos de prevenção e controle da doença, propiciando</p><p>a atuação efetiva dos serviços de saúde sobre indivíduos e coletividades.</p><p>● COMPROMISSOS INTERNACIONAIS – relativos ao cumprimento de metas continentais ou mundiais de controle, de eliminação ou de</p><p>erradicação de doenças, previstas em acordos firmados pelo governo brasileiro com organismos internacionais, como a OPAS/PAHO</p><p>(Organização Pan-Americana de Saúde) e a OMS (Organização Mundial de Saúde).</p><p>B) CONCEITOS</p><p>● AGRAVO: qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por circunstâncias nocivas, tais como acidentes,</p><p>intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas ou lesões decorrentes de violências interpessoais, como agressões e maus tratos,</p><p>e lesão autoprovocada;</p><p>● AUTORIDADES DE SAÚDE: o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios, responsáveis</p><p>pela vigilância em saúde em cada esfera de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS);</p><p>● DOENÇA: enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou possa representar um dano significativo</p><p>para os seres humanos;</p><p>● EPIZOOTIA: doença ou morte de animal ou de grupo de animais que possa apresentar riscos à saúde pública;</p><p>● EVENTO DE SAÚDE PÚBLICA (ESP): situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, como a ocorrência de surto ou</p><p>epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão clínicoepidemiológico das doenças conhecidas, considerando o</p><p>potencial de disseminação, a magnitude, a gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos</p><p>decorrentes de desastres ou acidentes;</p><p>● NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou</p><p>responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo</p><p>ou evento de saúde pública, descritos no anexo, podendo ser imediata ou semanal;</p><p>● NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA IMEDIATA (NCI): notificação compulsória realizada em até 24 (vinte e quatro) horas, a partir do</p><p>conhecimento da ocorrência de doença, agravo ou evento de saúde pública, pelo meio de comunicação mais rápido disponível;</p><p>● NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA SEMANAL (NCS): notificação compulsória realizada em até 7 (sete) dias, a partir do conhecimento da</p><p>ocorrência de doença ou agravo;</p><p>● NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA NEGATIVA: comunicação semanal realizada pelo responsável pelo estabelecimento de saúde à</p><p>autoridade de saúde, informando</p><p>que na semana epidemiológica não foi identificado nenhuma doença, agravo ou evento de saúde pública</p><p>constante da Lista de Notificação Compulsória;</p><p>● VIGILÂNCIA SENTINELA: modelo de vigilância realizada a partir de estabelecimento de saúde estratégico para a vigilância de morbidade,</p><p>mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para a saúde pública, com participação facultativa, segundo norma técnica específica</p><p>estabelecida pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS).</p><p>C) ASPECTOS QUE DEVEM SER CONSIDERADOS NA NOTIFICAÇÃO:</p><p>• Notificar a simples suspeita da doença ou evento. Não se deve aguardar a confirmação do caso para se efetuar a notificação, pois isso</p><p>pode significar perda da oportunidade de intervir eficazmente.</p><p>• A notificação tem de ser sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito médico-sanitário em caso de risco para a comunidade,</p><p>respeitando-se o direito de anonimato dos cidadãos.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|63</p><p>• O envio dos instrumentos de coleta de notificação deve ser feito mesmo na ausência de casos, configurando-se o que se denomina</p><p>notificação negativa, que funciona como um indicador de eficiência do sistema de informações.</p><p>Nº DOENÇA OU AGRAVO (Ordem alfabética) Periodicidade de notificação</p><p>Imediata (até 24</p><p>horas) para*</p><p>Semanal*</p><p>MS SES SMS</p><p>1</p><p>a. Acidente de trabalho com exposição a material</p><p>biológico</p><p>X</p><p>b. Acidente de trabalho: grave, fatal e em</p><p>crianças e adolescentes</p><p>X</p><p>2 Acidente por animal peçonhento</p><p>X</p><p>3</p><p>Acidente por animal potencialmente transmissor</p><p>da raiva</p><p>X</p><p>4 Botulismo X X X</p><p>5 Cólera X X X</p><p>6 Coqueluche</p><p>X X</p><p>7 a. Dengue - Casos</p><p>X</p><p>b. Dengue - Óbitos X X X</p><p>8 Difteria</p><p>X X</p><p>9 Doença de Chagas Aguda</p><p>X X</p><p>10 Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ)</p><p>X</p><p>11 a. Doença Invasiva por "Haemophilus Influenza"</p><p>X X</p><p>b. Doença Meningocócica e outras meningites</p><p>X X</p><p>12 Doenças com suspeita de disseminação</p><p>intencional: a. Antraz pneumônico b. Tularemia</p><p>c. Varíola</p><p>X X X</p><p>13 Doenças febris hemorrágicas</p><p>emergentes/reemergentes: a. Arenavírus b.</p><p>Ebola c. Marburg d. Lassa e. Febre purpúrica</p><p>brasileira</p><p>X X X</p><p>14 a. Doença aguda pelo vírus Zika</p><p>X</p><p>b. Doença aguda pelo vírus Zika em gestante</p><p>X X</p><p>c. Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika X X X</p><p>15 Esquistossomose</p><p>X</p><p>16 Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua</p><p>ameaça à saúde pública (ver definição no Art. 2º</p><p>desta portaria)</p><p>X X X</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|64</p><p>17</p><p>Eventos adversos graves ou óbitos pós-</p><p>vacinação X X X</p><p>18 Febre Amarela X X X</p><p>19 a. Febre de Chikungunya</p><p>X</p><p>b. Febre de Chikungunya em áreas sem</p><p>transmissão X X X</p><p>c. Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya X X X</p><p>20</p><p>Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de</p><p>importância em saúde pública X X X</p><p>21 Febre Maculosa e outras Riquetisioses X X X</p><p>22 Febre Tifoide</p><p>X X</p><p>23 Hanseníase</p><p>X</p><p>24 Hantavirose X X X</p><p>25 Hepatites virais</p><p>X</p><p>26 HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da</p><p>Imunodeficiência Humana ou Síndrome da</p><p>Imunodeficiência Adquirida</p><p>X</p><p>27 Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou</p><p>puérpera e Criança exposta ao risco de</p><p>transmissão vertical do HIV</p><p>X</p><p>28</p><p>Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência</p><p>Humana (HIV)</p><p>X</p><p>29</p><p>Influenza humana produzida por novo subtipo</p><p>viral X X X</p><p>30 Intoxicação Exógena (por substâncias</p><p>químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos</p><p>e metais pesados)</p><p>X</p><p>31 Leishmaniose Tegumentar Americana</p><p>X</p><p>32 Leishmaniose Visceral</p><p>X</p><p>33 Leptospirose</p><p>X</p><p>34 a. Malária na região amazônica</p><p>X</p><p>b. Malária na região extra Amazônica X X X</p><p>35 Óbito: a. Infantil b. Materno</p><p>X</p><p>36 Poliomielite por poliovirus selvagem X X X</p><p>37 Peste X X X</p><p>38 Raiva humana X X X</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|65</p><p>39 Síndrome da Rubéola Congênita X X X</p><p>40 Doenças Exantemáticas: a. Sarampo b.</p><p>Rubéola</p><p>X X X</p><p>41 Sífilis: a. Adquirida b. Congênita c. Em</p><p>gestante</p><p>X</p><p>42 Síndrome da Paralisia Flácida Aguda X X X</p><p>43 Síndrome Respiratória Aguda Grave</p><p>associada aCoronavírus a. SARS-CoV b.</p><p>MERS- CoV</p><p>X X X</p><p>44 Tétano: a. Acidental b. Neonatal</p><p>X</p><p>45 Toxoplasmose gestacional e congênita</p><p>X</p><p>46 Tuberculose</p><p>X</p><p>47 Varicela - caso grave internado ou óbito</p><p>X X</p><p>48 a. Violência doméstica e/ou outras violências</p><p>X</p><p>b. Violência sexual e tentativa de suicídio</p><p>X</p><p>4 DIFERENCIAR SENSIBILIDADE DE ESPECIFICIDADE</p><p>A) SENSIBILIDADE - capacidade do sistema detectar casos, discriminar entre os suspeitos aqueles efetivamente doentes, usando para os</p><p>testes indivíduos que tem demonstração do agente etiológico. “A positividade” da doença, a porcentagem de positivos.</p><p>● Verdadeiros Positivos – indivíduos que têm a doença e o teste foi positivo;</p><p>● Falsos Negativos – indivíduos que tem a doença e o teste foi negativo.</p><p>B) ESPECIFICIDADE - capacidade de excluir os “não-casos”, de o teste ser negativo. A amostra utilizada é de indivíduos que não apresenta</p><p>a doença em questão.</p><p>● Verdadeiros Negativos – indivíduos que não têm a doença e o teste foi negativo.</p><p>● Falsos Positivos – indivíduos que não tem a doença e o teste foi positivo; (a pessoa pode ter outras doenças, em alguns casos, mas não</p><p>a em questão).</p><p>OBS: VDRL - VenerealDiseaseResearchLaboratory – exame de sangue simples, analisada em laboratório, para diagnosticar sífilis.</p><p>Especificidade de 98%</p><p>FTA-abs – teste 100% específico para confirmação diagnóstica de sífilis. Não é útil para seguimento após realização do tratamento, pois</p><p>os anticorpos específicos podem permanecer detectáveis indefinidamente, podendo significar uma infecção tratada anteriormente. Ele tem</p><p>boa especificidade pois bloqueia anticorpos não específicos eventualmente presentes no soro, a partir de imunofluorescência.</p><p>Nesses testes de floculação são detectados anticorpos IgM (ImunoGlobulina M) e IgG contra o material lipídico liberado pelas células</p><p>danificadas em decorrência da sífilis e possivelmente contra a cardiolipina liberada pelos treponemas.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|66</p><p>1 PNTC – PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA TUBERCULOSE</p><p>A) OBJETIVO GERAL – ↓morbidade, mortalidade e transmissão da TB</p><p>B) OBJETIVOS ESPECÍFICOS</p><p>- Aperfeiçoar a vigilância epidemiológica para aumentar a detecção de casos novos, aumentar a cura e diminuir o abandono do tratamento;</p><p>- Expandir o tratamento supervisionado na atenção básica;</p><p>- Desenvolver ações educativas em saúde, comunicação e mobilização social, enfocando a promoção, prevenção, assistência e reabilitação</p><p>da saúde;</p><p>- Capacitar profissionais que atuam no controle e prevenção da TB</p><p>- Manter a cobertura adequada de vacinação de BCG;</p><p>- Aperfeiçoar o sistema de informação – SINAN</p><p>C) METAS</p><p>- Manter a detecção anual de pelo menos 70% dos casos estimados de TB</p><p>- Tratar corretamente 100% dos casos diagnosticados e curar no mínimo 85%</p><p>- Manter registro atualizado dos casos diagnosticados e 100% do resultado do tratamento</p><p>- Disponibilizar teste anti-HIV para 100% dos adultos com TB</p><p>- Aumentar em 100% o número de sintomáticos respiratórios examinados</p><p>- Expandir para 100% o tratamento supervisionado nas US dos municípios prioritários</p><p>D) COMPONENTES</p><p>● Vigilância Epidemiológica – monitorar a situação e a tendência da doença para recomendar, executar e avaliar as atividades de controle.</p><p>- descoberta precoce de casos novos e reforço na investigação de casos</p><p>- criar facilidades, implantar e intensificar a identificação de sintomáticos respiratórios</p><p>- oferecer o teste do anti-HIV</p><p>- implantar cultura de escarro com teste de sensibilidade as drogas e baciloscopia em todas as UBS</p><p>● Tratamento</p><p>e Acompanhamento</p><p>- atualizar material técnico-instrucional-educacional</p><p>- organizar e divulgar a rede assistencial e laboratorial</p><p>- fornecer e divulgar tratamentos com esquemas padronizados para todos os casos</p><p>- implantar e manter o controle de qualidade dos fármacos</p><p>- capacitar profissionais da saúde</p><p>- acompanhar, avaliar e divulgar as informações da correlação TB/AIDS</p><p>- utilizar o SINAN</p><p>● Medidas de proteção</p><p>- apoiar a programação, implantação e avaliação da vacinação BCG</p><p>- monitorar eventos adversos associados a vacina</p><p>● Ações integradas de educação em saúde, comunicação e mobilização social</p><p>● Capacitação e treinamento</p><p>● Sustentação político social</p><p>● Avaliação, acompanhamento e monitoramento das ações do PNCT</p><p>E) TUBERCULOSE</p><p>● AGENTE CAUSADOR – bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis)</p><p>● HOSPEDEIRO – ser humano</p><p>● RESERVATÓRIO – homem</p><p>● MODO DE TRANSMISSÃO – aérea, a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse de</p><p>pessoas com tuberculose ativa, que lançam no ar partículas que contem bacilos.</p><p>● SINTOMAS – febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento, cansaço/fadiga</p><p>● EXAMES PARA DIAGNÓSTICO – baciloscopia (exame de escarro) teste rápido molecular para tuberculose, cultura para micobactéria,</p><p>radiografia de tórax</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|67</p><p>● TRATAMENTO – dura no mínimo 6 meses, ingerindo medicamentos (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol).</p><p>● PREVENÇÃO – Manter o ambiente ventilado e com luz natural direta (bacilo sensível a luz solar); cobrir a boca com braço ou lenço ao</p><p>tossir/espirrar; vacina BCG dada as crianças ao nascer, ou até no máximo 04 anos e 11 meses; tratamento preventivo em pessoas</p><p>diagnosticadas com a infecção latente da tuberculose.</p><p>2 POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO</p><p>A) TECNOLOGIAS LEVES - tecnologias de relações do tipo produção de vínculo, autonomização, acolhimento, gestão como uma forma</p><p>de governar processos de trabalho;</p><p>B) TECNOLOGIAS LEVE-DURAS - Como no caso dos saberes bem estruturados que operam no trabalho em saúde, como a clínica</p><p>médica, a psicanalítica, a epidemiológica, o taylorismo</p><p>C) TECNOLOGIAS DURAS – como no caso de equipamentos tecnológicos do tipo máquinas, normas, estruturas organizacionais.</p><p>D) O QUE É A PNH?</p><p>O HumanizaSUS, como também é conhecida a Política Nacional de Humanização, aposta na inclusão de trabalhadores, usuários e gestores</p><p>na produção e gestão do cuidado e dos processos de trabalho. A comunicação entre esses três atores do SUS provoca movimentos de</p><p>perturbação e inquietação que a PNH considera o “motor” de mudanças e que também precisam ser incluídos como recursos para a</p><p>produção de saúde.</p><p>Humanizar se traduz, então, como inclusão das diferenças nos processos de gestão e de cuidado. Tais mudanças são construídas não por</p><p>uma pessoa ou grupo isolado, mas de forma coletiva e compartilhada. Incluir para estimular a produção de novos modos de cuidar e novas</p><p>formas de organizar o trabalho</p><p>A PNH busca:</p><p>- Ampliar as ofertas da Política Nacional de Humanização aos gestores e aos conselhos de saúde, priorizando a atenção</p><p>básica/fundamental e hospitalar, com ênfase nos hospitais de urgência e universitários;</p><p>- Incentivar a inserção da valorização dos trabalhadores do SUS</p><p>- Divulgar a Política Nacional de Humanização e ampliar os processos de formação e produção de conhecimento em articulação com</p><p>movimentos sociais e instituições.</p><p>E) PRINCÍPIOS DO HUMANIZASUS</p><p>● TRANSVERSALIDADE - Transversalizar é reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde podem conversar com a</p><p>experiência daquele que é assistido. Juntos, esses saberes podem produzir saúde de forma mais corresponsável.</p><p>● INDISSOCIABILIDADE ENTRE ATENÇÃO E GESTÃO</p><p>● PROTAGONISMO, CORRESPONSABILIDADE E AUTONOMIA DOS SUJEITOS E COLETIVOS</p><p>G) DIRETRIZES DO HUMANIZASUS</p><p>● ACOLHIMENTO</p><p>● GESTÃO PARTICIPATIVA E COGESTÃO</p><p>Cogestão expressa tanto a inclusão de novos sujeitos nos processos de análise e decisão quanto a ampliação das tarefas da gestão -</p><p>que se transforma também em espaço de realização de análise dos contextos, da política em geral e da saúde em particular, em lugar</p><p>de formulação e de pactuação de tarefas e de aprendizado coletivo.</p><p>● AMBIÊNCIA</p><p>Criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e</p><p>sejam lugares de encontro entre as pessoas.</p><p>● CLÍNICA AMPLIADA E COMPARTILHADA</p><p>● VALORIZAÇÃO DO TRABALHADOR</p><p>● DEFESA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS</p><p>G) REDE HUMANIZASUS</p><p>O HumanizaSUS aposta em inovações em saúde</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|68</p><p>• Defesa de um SUS que reconhece a diversidade do povo brasileiro e a todos oferece a mesma atenção à saúde, sem distinção de</p><p>idade, etnia, origem, gênero e orientação sexual;</p><p>• Estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão;</p><p>• Mapeamento e interação com as demandas sociais, coletivas e subjetivas de saúde;</p><p>• Valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores;</p><p>• Fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos e dos coletivos;</p><p>• Aumento do grau de corresponsabilidade na produção de saúde e de sujeitos;</p><p>• Mudança nos modelos de atenção e gestão em sua indissociabilidade, tendo como foco as necessidades dos cidadãos, a produção</p><p>de saúde e o próprio processo de trabalho em saúde, valorizando os trabalhadores e as relações sociais no trabalho;</p><p>• Proposta de um trabalho coletivo para que o SUS seja mais acolhedor, mais ágil e mais resolutivo;</p><p>• Qualificação do ambiente, melhorando as condições de trabalho e de atendimento;</p><p>• Articulação dos processos de formação com os serviços e práticas de saúde;</p><p>• Luta por um SUS mais humano, porque construído com a participação de todos e comprometido com a qualidade dos seus serviços</p><p>e com a saúde integral para todos e qualquer um.</p><p>H) METAS DO HUMANIZASUS</p><p>- Contagiar trabalhadores, gestores e usuários do SUS com os princípios e as diretrizes da humanização;</p><p>- Fortalecer iniciativas de humanização existentes;</p><p>- Desenvolver tecnologias relacionais e de compartilhamento das práticas de gestão e de atenção;</p><p>- Aprimorar, ofertar e divulgar estratégias e metodologias de apoio a mudanças sustentáveis dos modelos de atenção e de gestão;</p><p>- Implementar processos de acompanhamento e avaliação, ressaltando saberes gerados no SUS e experiências coletivas bem-</p><p>sucedidas.</p><p>- Redução de filas e do tempo de espera, com ampliação do acesso;</p><p>- Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco;</p><p>- Implantação de modelo de atenção com responsabilização e vínculo;</p><p>- Garantia dos direitos dos usuários;</p><p>- Valorização do trabalho na saúde;</p><p>- Gestão participativa nos serviços.</p><p>3 PNAB – POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA</p><p>A) DEFINIÇÃO</p><p>A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção,</p><p>diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de</p><p>cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais</p><p>as equipes assumem responsabilidade sanitária.</p><p>- A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro de comunicação da RAS, ofertada integralmente e gratuitamente a todas as</p><p>pessoas;</p><p>- É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero,</p><p>estado de saúde, condição socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual, funcional e outras.</p><p>B) PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS E DA RAS OPERACIONALIZDOS NA ATENÇÃO BÁSICA:</p><p>● PRINCÍPIOS:</p><p>- Universalidade;</p><p>- Equidade;</p><p>- Integralidade.</p><p>● DIRETRIZES:</p><p>- Regionalização e Hierarquização;</p><p>- Territorialização;</p><p>- População Adscrita;</p><p>- Cuidado centrado na pessoa;</p><p>- Resolutividade;</p><p>- Longitudinalidade do cuidado;</p><p>- Coordenação do cuidado;</p><p>- Ordenação da rede;</p><p>- Participação da comunidade.</p><p>- A PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica.</p><p>- Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de Atenção Básica, no âmbito do SUS, serão denominados Unidade</p><p>Básica de Saúde</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|69</p><p>● OPERACIONALIZAÇÃO DA PNAB</p><p>- Recomenda-se que as Unidades Básicas de Saúde tenham seu funcionamento com carga horária mínima de 40 horas/semanais, no</p><p>mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do ano, possibilitando acesso facilitado à população.</p><p>- teto máximo de equipes de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF): População/2.000.</p><p>Deverá estar afixado em local visível, próximo à entrada da UBS:</p><p>- Identificação e horário de atendimento; Mapa de abrangência, com a cobertura de cada equipe; Identificação do Gerente da Atenção</p><p>Básica no território e dos componentes de cada equipe da UBS; Relação de serviços disponíveis; e Detalhamento das escalas de</p><p>atendimento de cada equipe.</p><p>C) TIPOS DE EQUIPES</p><p>- Equipe de Saúde da Família (eSF)</p><p>- Equipe da Atenção Básica (eAB)</p><p>- Equipe de Saúde Bucal (eSB)</p><p>- Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS)</p><p>● NASF (Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica) - Constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por</p><p>categorias de profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção Básica. É formada por diferentes ocupações</p><p>(profissões e especialidades) da área da saúde, atuando de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos</p><p>profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB).</p><p>● EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA PARA POPULAÇÕES ESPECÍFICAS</p><p>Equipes de Saúde da Família para o atendimento da População Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantaneira</p><p>Equipe de Consultório na Rua (eCR)</p><p>Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP)</p><p>D) ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA</p><p>- Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe</p><p>- Cadastrar e manter atualizado o cadastramento e outros dados de saúde das famílias e dos indivíduos no sistema de informação da</p><p>Atenção Básica vigente</p><p>- Realizar o cuidado integral à saúde da população adscrita</p><p>- Realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade de saúde da população local</p><p>- Participar do acolhimento dos usuários, proporcionando atendimento humanizado,</p><p>- Responsabilizar-se pelo acompanhamento da população adscrita ao longo do tempo</p><p>- Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação compulsória</p><p>- Realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe, integrando áreas técnicas, profissionais de diferentes formações e até mesmo outros</p><p>níveis de atenção, buscando incorporar práticas de vigilância, clínica ampliada e matriciamento ao processo de trabalho cotidiano para essa</p><p>integração (realização de consulta compartilhada reservada aos profissionais de nível superior, construção de Projeto Terapêutico Singular,</p><p>trabalho com grupos, entre outras estratégias, em consonância com as necessidades e demandas da população);</p><p>- Realizar ações de educação em saúde à população adstrita</p><p>- Promover a mobilização e a participação da comunidade</p><p>4 PNAD E SISNAD – POLÍTICA NACIONAL DO USO DE ÁCOOL E DROGAS E SISTEMA NACIONAL</p><p>DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS</p><p>A) FINALIDADE DO SISNAD</p><p>- articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com:</p><p>prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas;</p><p>a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.</p><p>B) DEFINIÇÃO - o conjunto ordenado de princípios, regras, critérios e recursos materiais e humanos que envolvem as políticas, planos,</p><p>programas, ações e projetos sobre drogas, incluindo-se nele, por adesão, os Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Estados,</p><p>Distrito Federal e Municípios.</p><p>C) PRINCÍPIOS</p><p>- respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana e à diversidade</p><p>- promoção dos valores éticos, culturais, de consensos nacionais, e de responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade</p><p>- reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o</p><p>seu tráfico ilícito;</p><p>- a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e</p><p>dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;</p><p>- a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do</p><p>Sisnad;</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|70</p><p>- a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção do</p><p>uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito</p><p>de drogas;</p><p>- a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas - Conad.</p><p>D) OBJETIVOS</p><p>- contribuir pra inclusão social do cidadão</p><p>- promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país</p><p>- integração entre políticas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão</p><p>a sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito</p><p>E) SEMANA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS</p><p>I - difusão de informações sobre os problemas decorrentes do uso de drogas;</p><p>II - promoção de eventos para o debate público sobre as políticas sobre drogas;</p><p>III - difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, acolhimento e reinserção social e econômica de usuários de drogas;</p><p>IV - divulgação de iniciativas, ações e campanhas de prevenção do uso indevido de drogas;</p><p>V - mobilização da comunidade para a participação nas ações de prevenção e enfrentamento às drogas;</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|71</p><p>1 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO</p><p>2 REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA</p><p>A) COMPLEXIDADE</p><p>● BAIXA - UBS</p><p>● MÉDIA – hospitais secundários, ambulatórios de especialidades</p><p>● ALTA – hospitais terciários</p><p>B) REFERÊNCIA – Ato formal de encaminhamento de um cliente atendido em um determinado estabelecimento de saúde para outro de</p><p>maior complexidade.</p><p>C) CONTRARREFERÊNCIA - Ato formal de encaminhamento de um cliente ao estabelecimento de origem (que o referiu) após resolução</p><p>da causa responsável pela referência.</p><p>ex: pacientes de alta complexidade atendidos, em unidades básicas de saúde ou em hospitais secundários, podem ser encaminhados</p><p>(referência) para hospitais de alta complexidade (hospitais terciários). Depois de ter sua necessidade atendida e seu quadro clínico</p><p>estabilizado, o paciente é reencaminhado (contrarreferência) para uma unidade de menor complexidade, para dar seguimento ao tratamento</p><p>3 REGULAÇÃO DO SUS</p><p>A) REGULAÇÃO DE SISTEMAS DE SAÚDE - executando ações de monitoramento, controle, avaliação, auditoria e vigilância do sistema</p><p>estadual, municipal e federal</p><p>I - Elaboração de decretos, normas e portarias que dizem respeito às funções de gestão;</p><p>II - Planejamento, Financiamento e Fiscalização de Sistemas de Saúde;</p><p>III - Controle Social e Ouvidoria em Saúde;</p><p>IV - Vigilância Sanitária e Epidemiológica;</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|72</p><p>V - Regulação da Saúde Suplementar;</p><p>VI - Auditoria Assistencial ou Clínica; e</p><p>VII - Incorporação de Tecnologias em Saúde.</p><p>B) REGULAÇÃO</p><p>DA ATENÇÃO À SAÚDE - tem como objetivo garantir a adequada prestação de serviços à população</p><p>FUNÇÕES</p><p>- cadastramento de estabelecimentos, profissionais de saúde e usuários nos Sistemas</p><p>- elaboração e incorporação de protocolos de regulação que ordenam os fluxos assistenciais;</p><p>- avaliação de desempenho dos serviços e da gestão e de satisfação dos usuários</p><p>.</p><p>C) REGULAÇÃO DO ACESSO À ASSISTÊNCIA - tem como objetos a organização, o controle, o gerenciamento e a priorização do acesso</p><p>e dos fluxos assistenciais no âmbito do SUS</p><p>D) COMPLEXO REGULADOR</p><p>FUNÇÕES</p><p>I - fazer a gestão da ocupação de leitos e agendas das unidades de saúde;</p><p>II - absorver ou atuar de forma integrada aos processos autorizativos;</p><p>III - efetivar o controle dos limites físicos e financeiros;</p><p>IV - estabelecer e executar critérios de classificação de risco; e</p><p>V - executar a regulação médica do processo assistencial.</p><p>4 PAPEL DO HOSPITAL ARAÚJO JORGE/GO</p><p>● CENTRO DE ASSISTÊNCIA DE ALTA COMPLEXIDADE EM ONCOLOGIA (CACON) – Entende-se por Centro de Assistência de Alta</p><p>Complexidade em Oncologia o hospital que possua as condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos humanos</p><p>adequados à prestação de assistência especializada de alta complexidade para o diagnóstico definitivo e tratamento de todos os tipos de</p><p>câncer.</p><p>Deve possuir os seguintes atributos:</p><p>- ser Hospital de Ensino</p><p>- ter uma base territorial de atuação: 1 p/ até 12.000/ 2 entre 12 e 24.000 /3 entre 24 e 48.000/ 4 entre 48 e 96.000 e 5 acima de 96.000</p><p>casos novos anuais</p><p>Prestar atendimento nos serviços abaixo descritos:</p><p>Serviço de Cirurgia Oncológica;</p><p>Serviço de Oncologia Clínica;</p><p>Serviço de Radioterapia;</p><p>Serviço de Hematologia;</p><p>Serviço de Oncologia Pediátrica.</p><p>Preferencialmente, deverão ser autorizados como Centros de Referência os hospitais públicos, filantrópicos, sem fins lucrativos e com fins</p><p>lucrativos, nesta ordem.</p><p>Estrutura física e funcional mínima para serviços hospitalares gerais:</p><p>AMBULATÓRIO - Assistência ambulatorial em: clínica médica e/ou pediátrica; e demais especialidades clínicas e cirúrgicas exigidas para</p><p>o respectivo credenciamento.</p><p>PRONTO-ATENDIMENTO que funcione nas 24 horas, para os casos de urgência oncológica dos doentes matriculados no hospital.</p><p>SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICO – modalidades de diagnóstico disponíveis para o atendimento ambulatorial e de internação – de rotina e</p><p>de urgência: - Endoscopia, - Laparoscopia., - Laboratório de Patologia Clínica; Diagnóstico por imagem –, Laboratório de Anatomia</p><p>Patológica</p><p>ENFERMARIAS, CUIDADOS PALIATIVOS, IODOTERAPIA, TRANSPLANTES, CENTRO-CIRÚRGICO, UNIDADE DE TERAPIA</p><p>INTENSIVA, HEMOTERAPIA, FARMÁCIA HOSPITALAR, RADIOTERAPIA</p><p>5 ATRIBUIÇÕES DO SAMU E CORPO DE BOMBEIROS</p><p>SAMU – específico da área da saúde</p><p>A) AMBULÂNCIAS</p><p>- adquiridas na proporção de:</p><p>USB (Suporte Básico à Vida) – para cada grupo de 100.000 a 150.000 habitantes</p><p>USA (Suporte Avança à Vida) - para cada 400.000 a 450.000 por habitantes.</p><p>● TIPO A – Ambulância de Transporte: veículo destinado ao transporte de pacientes que não apresentam risco de vida, para remoções</p><p>simples e de caráter eletivo. 2 profissionais, sendo um o motorista e o outro um técnico ou auxiliar de enfermagem.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|73</p><p>● TIPO B – Ambulância de Suporte Básico: veículo destinado ao transporte inter-hospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e ao</p><p>atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, não classificado com potencial de necessitar de intervenção</p><p>médica no local e/ou durante transporte até o serviço de destino. 2 profissionais, sendo um o motorista e um técnico ou auxiliar de</p><p>enfermagem</p><p>● TIPO C – Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de urgências pré-hospitalares de pacientes vítimas de acidentes ou em locais</p><p>de difícil acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e em alturas). 3 profissionais militares, policiais rodoviários,</p><p>bombeiros militares, e/ou outros profissionais, sendo um motorista e os outros dois profissionais com capacitação e certificação em</p><p>salvamento e suporte básico de vida.</p><p>● TIPO D – Ambulância de Suporte Avançado: veículo destinado ao atendimento e transporte de pacientes de alto risco em emergências</p><p>pré-hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidados médicos intensivos. Deve contar com os equipamentos</p><p>médicos necessários para esta função. 3 profissionais, sendo um motorista, um enfermeiro e um médico</p><p>● TIPO E – Aeronave de Transporte Médico: aeronave utilizada para transporte inter-hospitalar de pacientes e helicóptero para ações de</p><p>resgate, dotada de equipamentos médicos. Para os casos de atendimento pré-hospitalar móvel primário não traumático e secundário, deve</p><p>contar com o piloto, um médico, e um enfermeiro; - Para o atendimento a urgências traumáticas em que sejam necessários procedimentos</p><p>de salvamento, é indispensável a presença de profissional capacitado para tal.</p><p>● TIPO F – Embarcação de Transporte Médico: veículo destinado ao transporte por via 100 marítima ou fluvial. Deve possuir os</p><p>equipamentos médicos necessários ao atendimento de pacientes conforme sua gravidade. Equipe deve ser composta 2 ou 3 profissionais,</p><p>de acordo com o tipo de atendimento a ser realizado, contando com o condutor da embarcação e um auxiliar/ técnico de enfermagem em</p><p>casos de suporte básico de vida, e um médico e um enfermeiro, em casos de suporte avançado de vida.</p><p>B) PROFISSIONAIS QUE COMPÕEM AS EQIUIPES DE VIATURAS E DA CENTRAL DE SAMU 192</p><p>- Médicos Reguladores e Intervencionistas, Enfermeiros, Técnicos e/ou Auxiliares de Enfermagem, Motoristas, Telefonistas Auxiliares de</p><p>Regulação e Operadores de Frota;</p><p>C) PROFISSIONAIS ORIUNDOS DA ÁREA DA SAÚDE</p><p>● COORDENADOR DO SERVIÇO: profissional oriundo da área da Saúde, com experiência e conhecimento comprovados na atividade de</p><p>atendimento pré-hospitalar às urgências e de gerenciamento de serviços e sistemas;</p><p>● RESPONSÁVEL TÉCNICO: médico responsável pelas atividades médicas do serviço;</p><p>● RESPONSÁVEL DE ENFERMAGEM: enfermeiro responsável pelas atividades de enfermagem;</p><p>● MÉDICOS REGULADORES: médicos que, com base nas informações colhidas dos usuários, quando estes acionam a central de</p><p>regulação, são os responsáveis pelo gerenciamento, definição e operacionalização dos meios disponíveis e necessários para responder a</p><p>tais solicitações, utilizando-se de protocolos técnicos e da faculdade de arbitrar sobre os equipamentos de saúde do sistema necessários</p><p>ao adequado atendimento do paciente;</p><p>● MÉDICOS INTERVENCIONISTAS: médicos responsáveis pelo atendimento necessário para a reanimação e estabilização do paciente,</p><p>no local do evento e durante o transporte;</p><p>● ENFERMEIROS ASSISTENCIAIS: enfermeiros responsáveis pelo atendimento de enfermagem necessário para a reanimação e</p><p>estabilização do paciente, no local do evento e durante o transporte;</p><p>● AUXILIARES E TÉCNICOS DE ENFERMAGEM: atuação sob supervisão imediata do profissional enfermeiro;</p><p>OBS.: As responsabilidades técnicas poderão ser assumidas por profissionais da equipe de intervenção, sempre que a demanda ou o porte</p><p>do serviço assim o permitirem.</p><p>CORPO DE BOMBEIROS – coordenador e executar ações de defesa civil, proteção, resgate, primeiros-socorros, prevenção e combate a</p><p>incêndio e explosão em locais de risco, buscas e salvamentos</p><p>A) CBMGO</p><p>- Serviço de Regulação Médico</p><p>- Unidade de Suporte Avançado (equipada com aparelhos médicos de emergência, e composta por um médico e um enfermeiro)</p><p>- SIATE (Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergência) - controlar e levar para todo o Estado um serviço padronizado de</p><p>atendimento ao trauma.</p><p>- Serviço de Resgate</p><p>B) COMPOSIÇÃO DAS EQUIPES DE RESGATE AEROMÉDICO</p><p>● HELICÓPTEROS</p><p>- Oficial Comandante da aeronave e de Operações, que também exerce a função de copiloto;</p><p>- Tripulante operacional;</p><p>- Médico; e Enfermeiro</p><p>● AVIÕES</p><p>- Oficial Comandante da aeronave e o de Operações, que também exerce a função de copiloto;</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 3 | ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE</p><p>TUTORIA</p><p>|74</p><p>- Médico; e Enfermeiro.</p><p>● COMPETÊNCIAS/ATRIBUIÇÕES:</p><p>- comunicar imediatamente a existência de ocorrência com potencial de vítimas ou demandas de saúde à Central de Regulação Médica de</p><p>Urgências;</p><p>- avaliar a cena do evento e transmitir, identificar e gerenciar situações de risco na cena do acidente, estabelecer a área de operação e</p><p>orientar a movimentação da equipe de saúde;</p><p>- realizar manobras de suporte básico de vida, sob orientação do médico regulador;</p><p>- obter acesso e remover a(s) vítima(s) para local seguro onde possam receber o atendimento adequado pela equipe de saúde</p><p>- avaliar as condições da vítima, identificando e informando ao médico regulador as condições de respiração, pulso e consciência, assim</p><p>C) GOIÁS (2003)</p><p>USB - Unidades de Suporte Básico de Vida – Campos Belos, Porangatu, Iporá</p><p>USA - Unidades de Suporte Avançado (UTI Móveis) – Goiânia/Aparecida de Goiânia, Luziânia, Formosa, Uruaçu, Ceres, Anápolis, Goiás,</p><p>Rio Verde, Itumbiara, Catalão, Caldas Novas (centrais – 2010)</p><p>No estado existem 12 centrais distribuídas pelas regiões do estado (Porangatu, Anápolis, Ceres, Goiânia, Aparecida de Goiânia, Iporá,</p><p>Cidade de Goiás, Formosa, Rio Verde, Caldas Novas, Itumbiara e Luziânia).</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|76</p><p>16</p><p>SISTEMA NEUROENDÓCRINO 77</p><p>16.1 ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO 77</p><p>16.2 SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO 81</p><p>16.3 SNC E SNP ANATOMOFISIOLOGIA 81</p><p>16.4 ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA ENDÓCRINO 82</p><p>16.5 ANATOMOFISIOLOGIA DOS HORMÔNIOS TIREOIDEANOS 83</p><p>16.6 FEEDBACK POSITIVO E NEGATIVO PARA O CONTROLE HOMEOSTÁRICO 84</p><p>17 SISTEMA RESPIRATÓRIO 86</p><p>17.1 ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 86</p><p>17.2 HEMATOSE: PROCESSO DE TROCAS GASOSAS 88</p><p>17.3 EFEITO BOHR E HALDANE 91</p><p>17.4 FUNÇÃO DA ERITROPOIETINA 91</p><p>17.5 VOLUME E CAPACIDADE RESPIRATÓRIA 92</p><p>17.6 MECANISMO DE CONTROLE DA RESPIRAÇÃO (BULBO) 92</p><p>18 SISTEMA CARDÍACO 94</p><p>18.1 ANATOMOFISIOLOGIA DO CORAÇÃO E CICLO CARDÍACO 94</p><p>18.2 CICLO CARDÍACO, PEQUENA E GRANDE CIRCULAÇÃO 95</p><p>18.3 EXCITAÇÃO-CONDUÇÃO DO MÚSCULO CARDÍACO 97</p><p>18.4 MECANISMO DE FRANK STARLING - REGULAÇÃO DO BOMBEAMENTO CARDÍACO 98</p><p>18.5 ECG E MARCADORES BIOQUÍMICOS CARDÍACOS 99</p><p>18.6 CONTROLE E REGULAÇÃO DA P.A. 101</p><p>18.7 FIBRAS MUSCULARES E OS PROCESSOS DE CONTRAÇÃO 102</p><p>19 SISTEMA RENAL 104</p><p>19.1 ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA RENAL 104</p><p>19.2 PROCESSO DE FORMAÇÃO DA URINA 105</p><p>19.3 SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA 106</p><p>19.4 EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE 106</p><p>19.5 EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO 108</p><p>19.6 PROCESSO DE FORMAÇÃO DA EPO 109</p><p>20 SISTEMA DIGESTÓRIO 110</p><p>20.1 ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO 110</p><p>20.2 HORMÔNIOS ATUANTES NO SISTEMA DIGESTÓRIO 112</p><p>20.3 CONTROLE NEURAL DO SISTEMA DIGESTÓRIO 112</p><p>20.4 EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO NO SISTEMA DIGESTÓRIO 112</p><p>20.5 FASES DA DIGESTÃO 113</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|77</p><p>1 ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO</p><p>A) SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) – composto por ENCÉFALO + MEDULA ESPINAL</p><p>● ENCÉFALO – composto por 4</p><p>partes principais: tronco encefálico</p><p>(bulbo + ponte + mesencéfalo),</p><p>cerebelo, diencéfalo (tálamo +</p><p>hipotálamo + epitálamo) e</p><p>telencéfalo (cérebro).</p><p>● MEDULA ESPINAL –</p><p>Os ligamentos cerebrais (coluna</p><p>vertebral), as meninges e o líquido</p><p>cefalorraquidiano fornecem</p><p>proteção adicional ao encéfalo e à</p><p>medula espinal.</p><p>São 3 meninges: dura-máter (superficial), - espaço subdural c/ líquido intersticial -, aracnoide-máter (intermediária, delgada e avascular) –</p><p>espaço subaracnoide - e pia-máter (fina, mais interna e vascularizada).</p><p>B) SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP) – composto por todo o tecido nervoso fora do SNC NERVOS CRANIANOS (12 pares) +</p><p>NERVOS ESPINAIS (31 pares) + GÂNGLIOS (massas de tecido nervoso compostas por corpos celulares, localizados fora do encéfalo e</p><p>da medula espinal) + PLEXOS ENTÉRICOS (redes neuronais localizadas nas paredes de órgãos do sist.. digestório , auxiliando a regulação</p><p>desse sist.) DO INTESTINO DELGADO + RECEPTORES SENSITIVOS (estruturas que monitora as mudanças nos ambientes externo ou</p><p>interno)</p><p>● SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO – composto por neurônios sensitivos que transmitem informações para o SNC por meio de</p><p>receptores somáticos e por neurônios motores que conduzem impulsos nervosos do SNC para os músculos esqueléticos.</p><p>● SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO – composto por neurônios sensitivos que levam informações para o SNC e neurônios motores que</p><p>conduzem os impulsos do SNC para o músculo liso, estriado cardíaco e as glândulas. A ação do SNA é involuntária.</p><p>C) CÉLULA NERVOSA – O NEURÔNIO</p><p>● ESTRUTURA</p><p>✓ DENDRITOS – formam a principal região</p><p>receptora ou de entrada</p><p>✓ CORPO CELULAR – a integração</p><p>✓ AXÔNIO – via de saída; conduz impulsos</p><p>nervosos e transmite a mensagem para outro</p><p>neurônio ou célula efetora por meio da liberação</p><p>de um neurotransmissor nos botões sinápticos.</p><p>● CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL</p><p>✓ Multipolares – maioria dos neurônios do SNC,</p><p>bem como os neurônios motores. Vários</p><p>dendritos e um axônio.</p><p>✓ Bipolares – encontrados na retina, orelha interna</p><p>e área olfatória do encéfalo; um dendrito</p><p>principal e um axônio.</p><p>✓ Unipolares – maioria dos neurônios do SNP.</p><p>Tem dendritos e um axônio que se fundem para</p><p>formar um prolongamento contínuo que emerge</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|78</p><p>do corpo celular; são denominados, na verdade, de pseudounipolares, pois no embrião dão bipolares. Os dendritos da maioria desses</p><p>neurônios atuam como receptores sensitivos. Sua zona-gatilho está localizada na junção dos dedritos com o axônio.</p><p>✓ Alguns neurônios são descritos com base no neurologista que primeiro os descreveu, como as células de Purkinje no cerebelo, ou de</p><p>acordo com algum aspecto de seu formato ou aparência, como as células piramidais (corpos celulares nesse formato) do córtex</p><p>cerebral.</p><p>● CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL</p><p>✓ Sensitivos (ou aferentes) – contém receptores sensitivos em suas extremidades distais (dendritos), ou estão logo após sensores</p><p>sensitivos. Levam informações sensitivas ao SNC através dos nervos cranianos ou espinais. A maioria é estruturalmente unipolar.</p><p>✓ Motores (ou eferentes) – transportam PA para fora do SNC em direção aos efetores [músculos e glândulas], na periferia (SNP)</p><p>por meio de nervos cranianos ou espinais. Estruturalmente, são em sua maioria multipolares.</p><p>✓ Interneurônios (ou neurônios de associação) – Processam informações sensitivas vindas de neurônios sensitivos e promovem</p><p>uma resposta motora ativando os neurônios motores adequados; São localizados no SNC entre os neurônios sensitivos e motores e em</p><p>sua maioria, são bipolares.</p><p>D) CÉLULA NERVOSA - NEURÓGLIA</p><p>– fornece suporte, nutrição e proteção para os neurônios, além de manter o líquido intersticial que os banha (preenchendo o espaço em</p><p>caso de lesão). Composta por:</p><p>SNC</p><p>● ASTRÓCITOS</p><p>- formato de estrela</p><p>- contém microfilamentos que dão suporte de neurônios</p><p>- o prolongamento deles envolvidos em capilares sanguíneos isola os neurônios do SNC de substâncias potencialmente nocivas.</p><p>- ajudam a manter o ambiente químico adequado para a geração de impulsos nervosos</p><p>- parecem influenciar a formação de sinapses neuronais, tendo função no aprendizado e na memória.</p><p>● OLIGODENTRÓCITOS – formação e manutenção da bainha de mielina (cobertura lipoproteica multicamada que envolve e isola alguns</p><p>neurônios e aumenta a velocidade de condução do impulso nervoso) ao redor dos axônios do SNC, mielinizando vários axônios por vez.</p><p>● MICRÓGLIA – funcionam como fagócitos, removendo restos celulares de tecido nervoso danificado, e também microrganismos.</p><p>●CÉLULAS EPENDIMÁRIAS – produzem e</p><p>monitoram o líquido cerebroespinal e formam a barreira hematencefálica.</p><p>SNP</p><p>● CÉLULAS DE SCHWANN – formam a bainha de mielina ao redor dos axônios do SNP, mielinizando um axônio por vez. Participam</p><p>também da regeneração do axônio (neurolema).</p><p>● CÉLULAS SATÉLITES – células achatadas que envolve os corpos celulares dos neurônios nos gânglios do SNP, fornecendo suporte</p><p>estrutural e regulando as trocas de substâncias entre os corpos celulares neuronais e o líquido intersticial.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|79</p><p>OBS:</p><p>→ SUBSTÂNCIA BRANCA – agregado de axônios mielinizados.</p><p>→ SUBSTÂNCIA CINZENTA – contém corpos celulares, dendritos e terminais axônicos de neurônios; axônios não-mielinizados e a</p><p>neuroglia. Há pouca ou nenhuma mielina nessas áreas.</p><p>→ MIELINIZAÇÃO – aumenta a velocidade de condução do impulso nervoso, fazendo com que a substância branca pareça brilhante e</p><p>branca.</p><p>E) A SINAPSE</p><p>Sinapse é a região onde corre a comunicação de neurônios entre si ou de neurônios com um efetor (músculo/glândula).</p><p>Células Pré-Sinápticas são células nervosas que conduzem o impulso nervoso em direção a uma sinapse. (levam o sinal)</p><p>Células Pós-Sinápticas são aquelas que recebem o sinal, podendo ser um neurônio pós-sináptico ou uma célula efetora que responde ao</p><p>impulso da sinapse.</p><p>As sinapses permitem a filtração e a integração das informações. Existem dois tipos:</p><p>● SINAPSE QUÍMICA – transmite as informações em sentido único – de um neurônio pré-sináptico para um outro pós-sináptico.</p><p>As MP dos neurônios pré e pós-sinápticos são separadas por uma fenda sináptica (espaço preenchido por líquido intersticial, onde não</p><p>podem ser conduzidos os impulsos nervosos). Dessa forma, ocorre um retardo sináptico: o neurônio pré-sináptico demora 0,5ms para</p><p>converter o sinal elétrico (impulso nervoso) em sinal químico (neurotransmissor liberado)</p><p>TRANSMISSÃO DE SINAL NA SINAPSE QUÍMICA</p><p>1 – o impulso nervoso chega ao botão sináptico de um neurônio pré-sináptico</p><p>2 – ocorre a despolarização da MP, abrindo os canais de Ca+ (canais dependentes de voltagem: se abrem apenas em resposta a um</p><p>estímulo elétrico), permitindo a entrada desse íon ( + concentrado no líquido extracelular) nos botões sinápticos.</p><p>3 – o aumento de concentração de Ca+ dentro do neurônio pré-sináptico é um sinal que dispara a exocitose da vesículas sinápticas. As</p><p>membranas vesiculares então, se fundem à MP, liberando os neurotransmissores que estavam dentro delas na fenda sináptica.</p><p>4 – As moléculas de neurotransmissores se espalham pela fenda sináptica e se ligam a receptores na MP do neurônio pós-sináptico.</p><p>Existem dois tipos de receptores: ionotrópico e metabotrópico.</p><p>5 – a ligação entre neurotransmissores e receptores faz com que os canais ativados por ligantes se abram, permitindo a passagem de íons</p><p>específicos pela membrana.</p><p>6 – A medida que os íons passam, a voltagem da MP se modifica. Essa mudança de voltagem é chamada de potencial pós-sináptico.</p><p>Dependendo da quantidade de íons, esse potencial pode ser despolarizante (Excitação) ou hiperpolarizante (inibição).</p><p>7 – Quando um potencial pós-sináptico despolarizante atinge o limiar, ele dispara um PA no axônio do neurônio pós-sináptico.</p><p>OBS: por ter a ligação neurotransmissores-receptores, a sinapse química é unidirecional.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|80</p><p>● SINAPSE ELÉTRICA – os PA são conduzidos diretamente entre as MP de neurônios adjacentes por meio de junções comunicantes.</p><p>Apresentam duas vantagens:</p><p>- Comunicação mais rápida > o PA passa diretamente de uma célula pré-sináptica para uma pós-sináptica.</p><p>- Sincronização > as sinapses elétricas permitem que um grande número de neurônios ou fibras musculares produzam PA sincronizados,</p><p>caso estejam conectados por junções comunicantes. Ex: geração de batimento cardíaco (PA : contração coordenada da fibras).</p><p>● NEUROTRANSMISSORES</p><p>- podem ser excitatórios em alguns locais e inibitórios em outros.</p><p>De moléculas pequenas:</p><p>- acetilcolina:</p><p>- aminoácidos</p><p>glutamato e aspartato > efeito excitatório</p><p>- GABA (1/3 no SNC) e glicina > efeito inibitório</p><p>- aminas biogênicas – noradrenalina, adrenalina, dopamina e serotonina</p><p>- ATP e outras purinas</p><p>- óxido nítrico</p><p>- monóxido de carbono.</p><p>De neuropeptídios</p><p>- substância P</p><p>- encefalinas</p><p>- endorfinas</p><p>- dimorfinas</p><p>- hormônios hipotalâmicos liberadores e inibidores</p><p>- angiotensina II</p><p>- colecistocinina (CCK)</p><p>● RECEPTORES IONOTRÓPICOS: receptores que contém um sítio de ligação para um neurotransmissor e um canal iônico, fazendo parte</p><p>da mesma proteína; um canal ativado por ligante.</p><p>● RECEPTORES METABOTRÓPICOS – receptores com sítio de ligação, mas sem canal iônico na sua estrutura. Seu receptor está em</p><p>um canal iônico separado por meio de uma proteína de membrana: a proteína G.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|81</p><p>2 SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO</p><p>A parte motora do SNA é divida em simpática e</p><p>parassimpática.</p><p>A) DIVISÃO SIMPÁTICA, de modo geral, é</p><p>dominante em ações de emergência – como luta ou</p><p>fuga. A maioria das vias simpáticas origina-se nas</p><p>regiões torácica e lombar da medula espinal. A</p><p>maioria dos gânglios simpáticos está perto da</p><p>medula espinal. Quase todas as terminações</p><p>nervosas simpáticas secreta norepinefrina</p><p>(noradrenalina - transmissor simpático – fibras</p><p>adrenérgicas); poucas secretam acetilcolina.</p><p>B) DIVISÃO PARASSIMPÁTICA, de modo geral, é</p><p>dominante em ações de digestão e repouso. A via</p><p>parassimpática origina-se no tronco encefálico ou</p><p>na região sacral da medula espinal. Os gânglios</p><p>parassimpáticos estão localizados nos seu órgãos-</p><p>alvo ou próximo a eles. Em todas ou quase todas as</p><p>terminações nervosas do sistema parassimpático</p><p>secretam acetilcolina (transmissor parassimpático –</p><p>fibras colinérgicas). Todos os neurônios pré-</p><p>ganglionares são colinérgicos.</p><p>3 SNC E SNP ANATOMOFISIOLOGIA</p><p>A) POTENCIAL DE AÇÃO (OU IMPULSO NERVOSO) – sequência rápida de eventos que diminui e reverte o potencial de membrana e</p><p>posteriormente o leva novamente para o seu estado de repouso. O diâmetro de um axônio, a existência ou não da bainha de mielina e a</p><p>temperatura determinam a velocidade de propagação de um potencial de ação. O PA é composto por 3 estágios: REPOUSO,</p><p>DESPOLARIZAÇÃO E REPOLARIZAÇÃO</p><p>Estágio 1 : REPOUSO > é o potencial de repouso da MP</p><p>do axônio, antes do potencial de ação. Diz-se que nesse</p><p>estágio a membrana está polarizada, em razão do</p><p>potencial de membrana de -90mV negativo existente.</p><p>Todos os canais de Na+ e K+ dependentes de voltagem</p><p>estão fechados. Existem pequenas concentrações de</p><p>cargas (-) na superfície interna da membrana e uma</p><p>concentração semelhante de cargas (+) na superfície</p><p>externa.</p><p>Estágio 2: DESPOLARIZAÇÃO > um potencial</p><p>graduado (comunicação a curta distância)</p><p>despolarizante, ou algum outro estímulo, faz com que a</p><p>membrana – ao atingir o limiar - fique subitamente muito</p><p>permeável aos íons sódio, abrindo os canais de Na+ permitindo que grande número deles, positivamente carregados, se difundam para o</p><p>interior do axônio.</p><p>O estado polarizado ( -90mV) é imediatamente neutralizado pelo influxo (fluxo contrário ao gradiente de concentração) dos íons sódio com</p><p>carga positiva, aumentando rapidamente esse valor para um valor positivo. Isso é referido como despolarização.</p><p>Estágio 3: REPOLARIZAÇÃO > uma fração de milissegundos depois de a membrana ter ficado muito permeável aos íons sódio, os canais</p><p>de Na começam a se fechar e os de K a se abrir mais que o normal.</p><p>Então, a rápida difusão dos íons potássio para o exterior concentra cargas negativas ao longo da superfície interna da membrana,</p><p>restaurando o potencial de repouso dela. Isso é referido como repolarização da membrana. O retorno ao repouso acontece quando os</p><p>canais de K+ se fecham. E assim termina o potencial de ação.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|82</p><p>PRINCÍPIO DO TUDO OU NADA – Se um estímulo é intenso o suficiente para gerar um potencial de ação, o impulso gerado tem um</p><p>tamanho constante, de um ponto a outro da membrana sem diminuir de tamanho, ideal para a comunicação a longas distâncias. Quanto</p><p>maior a intensidade do estímulo, maior será a frequência dos potenciais de ação.</p><p>B) BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO</p><p>- bomba eletrogênica - maior quantidade de cargas positivas são bombeadas pra fora que pra dentro ( 3 Na+ FORA / 2 K+ DENTRO),</p><p>deixando déficit real de íons positivos na parte de dentro, gerando potencial negativo no lado de dentro das membranas celulares:</p><p>- mantém as diferentes concentrações de sódio e potássio através da membrana celular, bem como o estabelecimento da voltagem negativa</p><p>intracelular.</p><p>- importante para o controle do volume celular : caso a célula comece a inchar por alguma razão, o sistema da bomba é ativado, transferindo</p><p>ainda mais íons para fora da célula.</p><p>- transporte ativo primário > energia derivada diretamente da degradação de ATP ou de qualquer outro composto de fosfato com alta</p><p>energia.</p><p>- o ATP transfere energia para a bomba e a sua clivagem fornece o meio para modificar o formato tridimensional dela, ao adicionar fosfato</p><p>na proteína da bomba.</p><p>FUNCIONAMENTO</p><p>- 3 íons Na+ se ligam à superfície interna da proteína transportadora da bomba</p><p>- essa ligação faz com que ocorra a hidrólise de ATP em ADP e um grupo fosfato.</p><p>- a alta energia resultante dessa clivagem (ATP = ADP + P ) faz com que se modifique o formato da proteína da bomba, expelindo os 3 íons</p><p>Na+ para o líquido extracelular. (p/ fora)</p><p>- esse formato modificado, favorece a ligação de 2 íons K+ na superfície externa da proteína transportadora da bomba.</p><p>- tal ligação faz com que o grupo fosfato (P) seja liberado da proteína da bomba, causando mais uma vez uma alteração no formato da</p><p>proteína bomba, retornando ao seu formato original.</p><p>- ao retornar ao seu formato original, a proteína move o K+ para dentro da célula (citosol), fazendo com que a bomba esteja novamente</p><p>pronta para ligar 3 íons Na+ e repetir o ciclo.</p><p>4 ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA ENDÓCRINO</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|83</p><p>As células no hipotálamo sintetizam 9 hormônios diferentes e a hipófise secreta 7.</p><p>A hipófise é dividida em: neuro-hipófise (lobo posterior, constituído por tecido neural) e adeno-hipófise (lobo anterior, constituída opor tecido</p><p>epitelial).</p><p>A) ADENO-HIPÓFISE – secreta hormônios. Composta por 5 tipos de células que secretam 7 hormônios.</p><p>● Somatotrofos – secretam hormônio do crescimento (GH – somatotrofina) e estimula vários tecidos a secretarem fatores de crescimento</p><p>insulino-símiles (IGF – estimulam o crescimento corporal geral e regulam aspectos do metabolismo).</p><p>● Tireotrofos – secretam TSH, que controla as secreções e outras atividades da glândula tireoide.</p><p>● Gonadotrofos - secretam duas gonadotrofinas: FSH e LH - estimulam a secreção de estrogênios e progesterona e a maturação de</p><p>ovócitos nos ovários, além de estimularem a produção de espermatozoides e a secreção de testosterona nos testículos.</p><p>● Lactotrofos – secretam prolactina, que inicia a produção de leite nas glândulas mamárias.</p><p>● Corticotrofos – secretam ACTH (hormônio adenocorticotrófico), que estimula o córtex da glândula suprarrenal a secretar glicocorticoides</p><p>como o cortisol</p><p>O núcleo supraquiasmático do hipotálamo funciona como o relógio biológico do corpo porque ele estabelece ritmos circadianos (diários),</p><p>padrões de atividade biológica (com o ciclo sono-vigília) que acontecem em um período circadiano (24h). Este núcleo recebe aferências</p><p>dos olhos (Retina) e envia eferências para outros núcleos hipotalâmicos.</p><p>5 ANATOMOFISIOLOGIA DOS HORMONIOS TIREOIDEANOS</p><p>• REGULAÇÃO DA SECREÇÃO E AÇÕES DOS HORMÔNIOS DA TIREOIDE.</p><p>• AÇÕES DOS HORMÔNIOS DA TIREOIDE</p><p>- aumento da taxa metabólica basal</p><p>- estímulo à síntese de Na+/K+ ATPase</p><p>- elevação da temperatura corporal (efeito calorigênico)</p><p>- promoção da síntese de proteína</p><p>- intensificação do uso de glicose e ácidos graxos para a produção de ATP</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|84</p><p>- estimulo à lipólise</p><p>- acentuação de algumas ações das catecolaminas</p><p>- regulação do desenvolvimento e crescimento dos ossos e tecido nervoso.</p><p>TSH – estimula a síntese e a secreção de T3 e T4 na tireoide.</p><p>T4 (Tiroxina)</p><p>T3 (Tiri-iodotironina)</p><p>Calcitonina (CT) – diminui o nível sanguíneo de cálcio por meio da inibição da</p><p>ação de osteoclastos por um sistema de feedback negativo.</p><p>Cortisol – responsável por cerca de 95% da atividade glicocorticoide. Tem os</p><p>seguintes efeitos:</p><p>- intensifica a taxa de degradação de proteína</p><p>- formação de gliose</p><p>- estimulam a lipólise</p><p>- resistência ao estresse</p><p>- inibem a participação dos leucócitos nas respostas inflamatórias e, por</p><p>consequência, atrasam o reparo tecidual</p><p>- depressão das repostas imunes.</p><p>Hipertireoidismo – aumento do tamanho da tireoide e da secreção de</p><p>hormônios tireoideanos. Pode ser causado por Doença de Graves, bócio</p><p>tóxico, e adenoma tireoideano.</p><p>Hipotireoidismo – causado por autoimunidade contra a tireoide (doença de</p><p>Hashimoto), que destrói a glândula (deterioração e por fim fibrose da glândula),</p><p>resultando em diminuição ou ausência do hormônio tireoideano.</p><p>6 FEEDBACK POSITIVO E NEGATIVO PARA O CONTROLE HOMEOSTÁTICO</p><p>A) HOMEOSTASIA</p><p>Homeostasia é a condição de equilíbrio no ambiente corporal interno</p><p>produzida pela ação conjunta de todos os processos regulatórios</p><p>corporais.</p><p>Quando a disrupção da homeostasia e é moderada e temporária, as</p><p>respostas das células do corpo restabelecem rapidamente o equilíbrio</p><p>no ambiente interno. Se a disrupção for extrema, a regulação</p><p>homeostática pode falhar.</p><p>O sistema nervoso e o endócrino atuam em conjunto para regular o</p><p>controle homeostático. O sistema nervoso detecta mudanças no corpo</p><p>e envia impulsos nervosos para balancear mudanças em condições</p><p>controladas. O sistema endócrino regula a homeostasia pela secreção</p><p>de hormônios.</p><p>B) FEEDBACK OU SISTEMA DE RETROALIMENTAÇÃO é um ciclo</p><p>de eventos em que o estado de uma condição corporal é monitorado,</p><p>avaliado, alterado, remonitorado, reavaliado e assim por diante. Cada</p><p>variável monitorada é chamada de condição controlada (ex: pressão</p><p>arterial, nível de glicose sanguínea); e qualquer perturbação é</p><p>chamada de estímulo.</p><p>Um sistema de retroalimentação inclui 3 componentes básicos:</p><p>● Receptor – estrutura corporal que monitora modificações e envia</p><p>informações (influxo – na forma de impulsos nervosos ou sinais</p><p>químicos) para um centro de controle. Chamado também de via</p><p>aferente, porque o influxo flui para o centro de controle.</p><p>● Centro de controle – estabelece a faixa de valores em que uma condição controlada deve ser mantida. (ponto de ajuste/set point), avalia</p><p>as informações que recebe a partir dos receptores e gera comandos de saída (efluxo - na forma de impulsos nervosos, hormônios ou outros</p><p>sinais químicos) quando eles são necessários. Chamado também de via eferente, porque a informação flui para fora do centro de controle.</p><p>● Efetor – estrutura corporal que recebe efluxos do centro de controle e provoca uma resposta ou um efeito ( o feedback) que modifica a</p><p>condição controlada.</p><p>C) FEEDBACK NEGATIVO - Um sistema de retroalimentação negativo reverte/diminui uma variação em uma condição controlada (estímulo</p><p>original). Geralmente, são condições que permanecem razoáveis por longos períodos.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|85</p><p>Ex: Regulação de pressão arterial, Pressão arterial (condição controlada), Pressão Arterial</p><p>- barorreceptores (células nervosas sensíveis à pressão – receptores) nos vasos sanguíneos enviam impulsos (influxos) para o encéfalo</p><p>(centro de controle). O encéfalo envia impulsos (efluxos) para o coração (efetor). Resultado:</p><p>Frequência cardíaca (Resposta)</p><p>Pressão Arterial até o normal (restauração da homeostasia).</p><p>D) FEEDBACK POSITIVO</p><p>O sistema de retroalimentação positivo tende a aumentar ou a reforçar continuamente uma mudança em uma condição controlada.</p><p>Geralmente, são condições que não ocorrem muito frequentemente. E é necessário que haja algum mecanismo exterior ao sistema para</p><p>interrompê-la. Caso isso não ocorra, ele pode se descontrolar e até provocar problemas fatais</p><p>Ex: o parto.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|86</p><p>1 ANATOMIFISIOLOGIA DO SISTEMA</p><p>RESPIRATÓRIO</p><p>A) FUNÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO</p><p>- Possibilitar trocas gasosas: ingestão de O2 para</p><p>entregá-lo as células corporais e remoção do CO2</p><p>produzido pelas células do corpo;</p><p>- Ajudar a regular o pH do sangue;</p><p>- Conter receptores para o sentido do olfato, filtrar o ar</p><p>inspirado, produzir sons vocais (fonação) e eliminar</p><p>água e calor.</p><p>B) ESTRUTURAS E ÓRGÃOS</p><p>● NARIZ – estrutura externa e visível constituída por</p><p>cartilagem e pele, revestida por túnica mucosa.</p><p>● CAVIDADE NASAL Composta pelo septo nasal, que</p><p>a divide em lados direito e esquerdo. A parte anterior</p><p>(vestíbulo do nariz) se funde ao nariz, e a parte</p><p>posterior da cavidade nasal se comunica com a faringe</p><p>através de duas aberturas chamadas de cóanos.</p><p>As estruturas internas do nariz tem 3 funções:</p><p>- aquecimento, umidificação e filtragem do influo de ar;</p><p>- detecção de estímulos olfatórios</p><p>- modificação das vibrações da fala à medida que elas passam pelas grandes e ocas câmaras de ressonância (ressonância = prolongar,</p><p>amplificar ou modificar um som pela vibração).</p><p>Seios paranasais – drenam/produzem muco e são câmaras de ressonância para o som.</p><p>Seios lacrimonasais – drenam lágrimas</p><p>● FARINGE – tubo em forma de funil com aproximadamente 13cm, composto por músculos esqueléticos e revestido por túnica mucosa.</p><p>Os músculos esqueléticos quando contraídos, auxiliam na deglutição.</p><p>A faringe:</p><p>- atua como passagem para o ar e para a comida;</p><p>- fornece uma câmara de ressonância para os sons da fala</p><p>- abriga as tonsilas, que participam das reações imunológicas contra invasores estranhos.</p><p>● NASOFARINGE (parte nasal da faringe) – recebe o ar e o muco com pó por meio dos cóanos. Os cílios da nasofaringe movem o muco</p><p>para a parte mais inferior da faringe; também troca pequenos volumes de ar com as tubas auditivas para equalizar a pressão do ar entre a</p><p>orelha média e a atmosfera.</p><p>● OROFARINGE (parte oral da faringe) – serve como via comum para o ar, a comida e a bebida.</p><p>● LARINGOFARINGE (parte laríngea da faringe) – via respiratória e digestória.</p><p>● LARINGE – pequena conexão entre a laringofaringe e a traqueia. Composta por 9 fragmentos de cartilagem. Dentre elas:</p><p>- CARTILAGEM ARITENOIDEAS – influenciam as mudanças de posição e na tensão das pregas vocais.</p><p>- CARTILAGEM TIREOIDEA (pomo de Adão) – formato triangular conferido a laringe a partir de lâminas de cartilagem fundidas.</p><p>- EPIGLOTE – Cartilagem solta que se move para cima e para baixo, cobrindo e descobrindo a glote. Durante a deglutição, a faringe e a</p><p>laringe se movem para cima. A elevação da faringe amplia-a pare receber alimentos ou bebidas a elevação da laringe faz com que a</p><p>epiglote se mova para baixo, fechando a glote (composta pelas pregas vocais). Dessa forma, líquidos e alimentos são desviados para o</p><p>esôfago, se mantendo fora da laringe e das vias respiratórios. Quando pequenas partículas “escapam”, ocorre um reflexo de tosse para</p><p>expeli-las.</p><p>- CARTILAGEM CRICOIDEA – marco para fazer um acesso de emergência às vias respiratórias (traqueostomia)</p><p>● TRAQUEIA – via tubular para o ar de aproximadamente 12cm. Formada por anéis de cartilagem, cada anel é cruzado pelo músculo</p><p>traqueal e tecido conjuntivo elástico, que possibilitam a mudança sutil de diâmetro da traqueia durante a inspiração e expiração, mantendo</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|87</p><p>o fluxo de ar eficiente; os anéis de cartilagem também fornece um suporte semirrígido que não deixa a parede traqueal colapsar para dentro</p><p>(especialmente durante a inspiração), impedindo a passagem de ar.</p><p>● BRÔNQUIOS</p><p>ÁRVORE BRONQUIAL</p><p>- a traqueia se divide em dois brônquios principais: esquerdo (vai para o pulmão esquerdo) e direito (vai</p><p>para o pulmão direito).</p><p>- o brônquio principal, ao entrar nos pulmões, se divide em brônquios lombares (pulmão direito = 3 lobos/</p><p>pulmão esquerdo = 2 lobos)</p><p>- os brônquios lobares se ramificam em brônquios segmentares, que irrigam seguimentos</p><p>broncopulmonares específicos dentro dos lobos.</p><p>- os brônquios segmentares se dividem em bronquíolos, que se ramificam em bronquíolos terminais.</p><p>- os bronquíolos terminais contém células exócrinas que podem proteger contra toxinas inaladas e</p><p>substâncias cancerígenas; produzem o surfactante (previne o colapso pulmonar durante a expiração); e</p><p>funcionam como células-tronco.</p><p>● PULMÕES – órgãos cônicos pareados, separados pelo coração e por outras estruturas do mediastino, mantendo a cavidade torácica</p><p>dividida em duas câmaras distintas. São estruturas elásticas que colapsam e expelem todo o ar pela traqueia, toda vez que não existe força</p><p>para mantê-lo inflado. O pulmão esquerdo é aproximadamente 10% menor (devido o espaço ocupado pelo coração) que o pulmão direito,</p><p>que por sua vez é mais curto por causa da acomodação do fígado no diafragma, que é maior do lado direito. Estão presos à parede torácica,</p><p>mas deslizam-se livremente na expansão e contração do tórax.</p><p>- os seguimentos broncopulmonares tem pequenos compartimentos que contém um vaso linfático, uma arteríola, uma vênula e uma</p><p>ramificação de um bronquíolo terminal, chamados de lóbulos.</p><p>- os bronquíolos terminais se subdividem em bronquíolos respiratórios, compostos por alvéolos, que iniciam a zona respiratória do sistema</p><p>respiratório.</p><p>● ALVÉOLOS – envaginação em forma de taça. Um saco alveolar tem dois ou mais</p><p>alvéolos que compartilham uma abertura comum. São formados por dois tipos de</p><p>células:</p><p>ALVEOLARES DO TIPO I - revestimento da parede alveolar</p><p>ALVEOLARES DO TIPO II OU CÉLULAS SEPTAIS – contém</p><p>microvilosidades, secretam líquido alveolar com surfactante.</p><p>- A troca de O2 e CO2 entre os alvéolos nos pulmões e no sangue se dá por difusão</p><p>através das paredes alveolares e capilares (membrana respiratória).</p><p>● DIAFRAGMA – músculo mais importante da respiração, esquelético, em formato</p><p>de cúpula, inervado por fibras do nervo frênico.</p><p>- contração: achata o diafragma, abaixando sua cúpula e aumentando a cavidade</p><p>torácica verticalmente, aumentando a capacidade para inalar mais ar.</p><p>- responsável por 75% do ar que entra nos pulmões durante a respiração tranquila.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|88</p><p>● M. INTERCOSTAIS EXTERNOS</p><p>- contração: faz com que as costelas se elevem, aumentando a cavidade torácica anteroposteriormente e lateralmente.</p><p>- responsável por aproximadamente 25% do ar que entra nos pulmões.</p><p>● M. ESTERNOCLEIDOMASTOIDEOS – elevam o esterno</p><p>● M. ESCALENOS – elevam as duas primeiras costelas</p><p>● M. PEITORAL MENOR – eleva as costelas III a V.</p><p>● M. SERRÁTEIS ANTERIORES – elevam muito as costelas</p><p>● M. RETO ABDOMINAL – puxa as costelas inferiores para baixo e também comprime o conteúdo abdominal para cima contra o diafragma</p><p>● M. INTERCOSTAIS INTERNOS – puxam a caixa torácica pra baixo na expiração</p><p>2 HEMATOSE: PROCESSO DE TROCAS GASOSAS</p><p>A) FUNÇÕES DA RESPIRAÇÃO</p><p>1 – ventilação pulmonar (influxo e efluxo de ar entre a atmosfera e os alvéolos pulmonares)</p><p>2 – difusão de O2 e CO2 entre os alvéolos e o sangue</p><p>3 – transporte de O2 e CO2 no sangue e nos líquidos corporais e suas trocas com as células de todos os tecidos do corpo</p><p>4 – regulação da ventilação</p><p>B) INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO</p><p>Tem 3 passos básicos:</p><p>● VENTILAÇÃO PULMONAR (ou respiração) – inspiração (inalação) e expiração (exalação) do ar e envolve a troca de ar entre a atmosfera</p><p>e os alvéolos dos pulmões.</p><p>● RESPIRAÇÃO EXTERNA (pulmonar) – troca de gases entre os alvéolos dos pulmões e o sangue nos capilares pulmonares através da</p><p>membrana respiratória. Neste processo, o sangue capilar pulmonar ganha O2 e perde CO2.</p><p>● RESPIRAÇÃO INTERNA (tecidual) – troca de gases entre o sangue nos capilares e as células teciduais. Nessa etapa, o sangue perde</p><p>O2 e ganha CO2. Dentro das células, as reações metabólicas que consomem oxigênio e liberam gás carbônico durante a produção de ATP</p><p>são denominadas respiração celular.</p><p>Na ventilação pulmonar, o ar flui entre a atmosfera e os alvéolos em decorrência da diferença de pressão produzida na contração e</p><p>relaxamento dos músculos respiratórios.</p><p>INSPIRAÇÃO (INALAÇÃO)</p><p>- pouco antes de cada inspiração, a pressão do ar dentro dos pulmões é igual a pressão do ar na atmosfera (1 atm)</p><p>- para o ar fluir para os pulmões, a pressão intra-alveolar tem que ser mais baixa que a pressão atmosférica. Tal condição é alcançada</p><p>aumentando o tamanho dos pulmões.</p><p>- Processo ativo</p><p>1 - Contração do diafragma e dos m. intercostais externos</p><p>2 - ↑ Cavidade torácica, pulmão e o volume pulmonar (expansão)</p><p>3 - ↓Pressão nos pulmões (alveolar), abaixo da pressão atmosférica</p><p>4 - Na inspiração profunda, os m. escalenos e esternocleidomastoideos expandem ainda mais o tórax, aumentando ainda mais a queda da</p><p>pressão alveolar.</p><p>EXPIRAÇÃO</p><p>- a pressão nos pulmões é maior do que a pressão atmosfera.</p><p>- processo passivo (não há contrações musculares envolvidas). Somente em casos de respiração forçada (ao tocar instrumento de sopro,</p><p>por exemplo), se torna um processo ativo.</p><p>(processo ativo: m. expiratórios se contraem, aumenta a pressão nas regiões abdominal e torácica, a contração dos m. move as costelas</p><p>inferiores p/ baixo e comprime as vísceras, forçando o diafragma superiormente. A contração dos m. intercostais internos puxa as costelas</p><p>inferiormente.</p><p>● EXPIRAÇÃO NORMAL</p><p>1 - Relaxamento do diafragma (movendo sua cúpula pra cima) e m. intercostais externos (costelas são deprimidas)</p><p>2 - ↓ Cavidade torácica (contrai), tórax e pulmão (retrai) , diafragma (relaxa)</p><p>3 - ↑ Pressão alveolar, acima da pressão atmosférica</p><p>4 - ↓ Volume pulmonar (ar flui pra fora dos pulmões)</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|89</p><p>5 - Durante as expirações forçadas os m. intercostais internos e abdominais se contraem, reduzindo mais ainda o tamanho da cavidade</p><p>torácica e elevando mais a pressão alveolar.</p><p>C) TROCAS GASOSAS dependem de vários fatores:</p><p>1 – diferença de pressão parcial dos gases</p><p>2 – área de superfície disponível para as trocas gasosas</p><p>3 – distância de difusão;</p><p>4 – peso molecular e solubilidade dos gases</p><p>● RESPIRAÇÃO EXTERNA = difusão do O2 do ar nos alvéolos pulmonares para o sangue dos capilares pulmonares e a difusão do CO2</p><p>na direção oposta.</p><p>- converte o sangue venoso (baixo O2 ) que vem do lado direito do coração em sangue arterial (rico e saturado em O2 ), que retorna pro</p><p>lado esquerdo do coração.</p><p>- conforme o sangue flui pelos capilares pulmonares, capta O2 do ar alveolar e descarrega CO2 no ar alveolar.</p><p>- A respiração externa ocorre somente nos pulmões.</p><p>● RESPIRAÇÃO INTERNA = troca de O2 e CO2 entre capilares sistêmicos e células teciduais. Conforme o O2 deixa a corrente sanguínea,</p><p>o sangue oxigenado é convertido em sangue venoso.</p><p>- A respiração interna ocorre em tecidos de todo o corpo.</p><p>RESUMO</p><p>- o sangue venoso que retorna aos capilares pulmonares nos pulmões contém CO2 dissolvido no plasma sanguíneo, CO2 combinado à</p><p>globina como carbaminoemoglobina e CO2 incorporado ao HCO3- dentro das hemácias.</p><p>- as hemácias também captaram H+ alguns dos quais se ligaram à hemoglobina e foram tamponados por ela.</p><p>- à medida que o sangue passa pelos capilares pulmonares, as moléculas de CO2 dissolvidas no plasma sanguíneo e o CO2 que se</p><p>dissocia da porção globina da hemoglobina se difundem no ar alveolar e são expirados;</p><p>- ao mesmo tempo, o O2 inspirado está se difundindo do ar alveolar nos eritrócitos e está se ligando à hemoglobina para formar a</p><p>oxihemoglobina.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|90</p><p>- o CO2 também é liberado do HCO3- quando o H+ se combina ao HCO3- no interior das hemácias.</p><p>- o ácido carbônico formado a partir dessa reação se divide em CO2 , que é expirado, e H2O.</p><p>- à medida que a concentração de HCO3- diminui no interior das hemácias dos capilares pulmonares, o HCO3- se difunde do plasma</p><p>sanguíneo na troca por Cl- .</p><p>- em suma, o sangue oxigenado que sai dos pulmões tem um teor de O2 aumentado e quantidades reduzidas de CO2 e H+. Nos capilares</p><p>sistêmicos, como as células usam O2 e produzem CO2 , as reações químicas são invertidas.</p><p>- Os gases se difundem de área de pressão maior para áreas de pressão mais baixas.</p><p>D) CURVA DE DISSOCIAÇÃO OXIGÊNIO-HEMOGLOBINA</p><p>- Sob condições normais, o O2 é transportado para os tecidos quase inteiramente pela hemoglobina (97%; 3% dissolvido na água do plasma</p><p>e das células sanguíneas).</p><p>PERCENTUAL DE SATURAÇÃO DA HEMOGLOBINA:</p><p>↑PO2</p><p>↑% de hemoglobina ligada ao O2</p><p>- à medida em que o sangue deixa os pulmões e entra nas artérias,</p><p>é possível ver que a saturação usual de oxigênio no sangue arterial</p><p>é em média 97%, e a PO2 é em torno de 95mmHg</p><p>- Por outro lado, no sangue venoso normal, a saturação de</p><p>hemoglobina é em média 75% e a PO2 cerca de 40mmHg</p><p>FATORES QUE DESVIAM A CURVA DE DISSOCIAÇÃO, ↑ A</p><p>DISSOCIAÇÃO ENTRE HB E O2 (DESVIO PARA DIREITA)</p><p> Concentração de CO2</p><p> Temperatura corporal</p><p> BPG (2,3-bifosfoglicerato)</p><p> pH ( de 7,4 p/ 7,2)</p><p> pH (desvio para a esquerda – de 7,4 p/ 7,6)</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|91</p><p>3 EFEITO BOHR E HALDANE</p><p>A) EFEITO BOHR</p><p>- enquanto o sangue atravessa os tecidos, o CO2 se difunde das células para o sangue. Com isso:</p><p>↑ PO2 do sangue - que, por sua vez:</p><p>↑ Concentração de H2CO3</p><p>↑ Concentração dos íons H+ no sangue.</p><p>- esse efeito desloca a curva de dissociação oxigênio-hemoglobina para a direita e para baixo, forçando a liberação de O2 pela</p><p>hemoglobina e portanto, liberando maior quantidade de O2 para os tecidos.</p><p>- nos pulmões, ocorre exatamente o oposto: O CO2 se difunde do sangue para os alvéolos. Com isso:</p><p>↓ P CO2 do sangue</p><p>↓ Concentração de íons H+ no sangue</p><p>- a curva de dissociação oxigênio-hemoglobina é deslocada para a esquerda e para cima, portanto, a quantidade de O2 que se liga à</p><p>hemoglobina em qualquer PO2 fica maior, permitindo assim maior transporte de O2 para os tecidos.</p><p>Em suma:</p><p>Hb pode atuar como tampão para os íons H+. Mas quando os íons H+ se liga a aminoácidos na Hb, eles alteram um pouco sua estrutura,</p><p>diminuindo sua capacidade de transporte de oxigênio. Assim, o pH reduzido expulsa o oxigênio da Hb, disponibilizando mais oxigênio para</p><p>as células teciduais. Em contraste, o pH elevado aumenta a afinidade da Hb pelo O2 e desloca a curva de dissociação oxigênio-hemoglobina</p><p>para a esquerda.</p><p>EM UM AMBIENTE ACIDO, A AFINIDADE ENTRE HB E O2 É MENOR E O O2 SE DISSOCIA MAIS FACILMENTE.</p><p>B) EFEITO HALDANE</p><p>- a combinação O2 + Hb nos pulmões faz com que a Hb passe a atuar como ácido mais forte, deslocando CO2 do sangue para os alvéolos</p><p>nas seguintes maneiras:</p><p>1ª maneira:</p><p> Acidez da hemoglobina</p><p> Tendência dela se combinar com o CO2 e formar carbaminoemoglobina</p><p>- dessa forma, grande parte de CO2 presente no sangue é deslocado na forma carbamino.</p><p>2ª maneira:</p><p> Acidez da hemoglobina</p><p> Liberação de íons H+ que se ligam aos íons HCO3 p/ formar ácido carbônico.</p><p>- o ácido carbônico então se dissocia em água e CO2 , sendo o CO2 liberado do sangue para os alvéolos e dos alvéolos para o ar.</p><p>- o Efeito Haldane praticamente DUPLICA a quantidade de CO2 liberada no sangue e pulmões e DUPLICA a captação de dióxido de</p><p>oxigênio nos tecidos.</p><p>Em suma:</p><p> Quantidade de Hb-O2</p><p> Capacidade de transporte</p><p>dos alunos e compreensão do material. O método proporciona ao aluno a</p><p>oportunidade de verificar sua própria compreensão durante a leitura pré-classe, auxiliando os alunos a reconhecerem quando não entendem</p><p>um conceito, quando são incapazes de responder a uma pergunta, ou quando não podem dar explicações completas para os seus pares</p><p>durante a discussão em sala de aula. Com este feedback interno, os alunos podem aprender a avaliar melhor a sua própria compreensão</p><p>durante o processo de aprendizagem, incentivando-os a assumir a responsabilidade por sua própria aprendizagem, ao passo que as</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|4</p><p>respostas dos alunos permitem ao professor uma melhor preparação para as aulas, pois os ajudam a saber quais são as dificuldades dos</p><p>alunos, se estão apreensivos e que conceitos os alunos compreendem bem</p><p>● APRENDIZAGEM BASEADA EM TIMES (TBL). Os alunos são organizados em grupos permanentes e o conteúdo do curso é organizado</p><p>em grandes unidades (geralmente cinco a sete). As atribuições da equipe devem visar o uso de conceitos da disciplina para tomada de</p><p>decisão, de forma a promover a aprendizagem por meio da interação do grupo. Antes de qualquer trabalho em sala de aula, os alunos</p><p>devem estudar materiais específicos. É executado um pequeno teste sobre as ideias-chave, a partir das leituras individuais dos alunos; em</p><p>seguida, o teste é refeito em grupo, chegando a um consenso sobre as respostas da equipe. Os alunos recebem feedback imediato sobre</p><p>o teste da equipe e, em seguida, têm a oportunidade de escrever apelos baseados em evidências, se eles sentem que podem apresentar</p><p>argumentos válidos para as respostas julgadas erradas. A etapa final do processo é uma apresentação (curta e específica), que permite ao</p><p>professor esclarecer quaisquer equívocos que se tornam aparentes durante o teste de equipe e os apelos. O restante da unidade de</p><p>aprendizagem é usado em atividades em sala e tarefas que exigem que os alunos pratiquem, utilizando o conteúdo do curso.</p><p>● MÉTODOS DE CASO - Baseia-se na apresentação de dilemas reais, onde decisões devem ser tomadas e consequências enfrentadas.</p><p>As soluções devem ser encontradas e propostas pelos alunos, que para isso usarão as informações contidas no caso, as teorias</p><p>apresentadas na disciplina e suas próprias experiências profissionais. [...] a estrutura clássica [...] conta com um dilema central e um</p><p>protagonista – que promove a identificação do aluno com a situação – [...] o processo de aprendizado no método caso é composto por três</p><p>estágios:</p><p>(i) a preparação individual, na qual o aluno lê o caso, estudas as fontes teóricas indicadas e prepara-se para a discussão;</p><p>(ii) o debate em pequenos grupos, quando o aluno compara as suas reflexões e respostas com as dos demais colegas, ou seja, grupos de</p><p>até seis pessoas com diferentes formações, experiências e percepções: busca-se, nesse estágio, ampliar a visão e chegar a diferentes</p><p>conclusões; e</p><p>(iii) discussão em sala de aula, em que cada aluno, na plenária, é responsável pelas suas ideias e conclusões, que devem ser defendidas,</p><p>conduzida pelo professor por meio de um processo de questionamento crítico preparado por ele.</p><p>● SIMULAÇÕES - objetivo de melhorar a motivação e a atenção; reduzir custos, quando a utilização do objeto e do ambiente real for mais</p><p>dispendiosa que a simulação; e possibilitar que se façam coisas que são impossíveis de serem feitas no mundo real. Outra vantagem é</p><p>poder mostrar o que não é visível a olho nu ou fenômenos caros ou perigosos para sala de aula ou laboratórios escolares.</p><p>7 PRÓS E CONTRAS DA INTERDISCIPLINARTIDADE NO PBL</p><p>● PRÓS</p><p>- A interdisciplinaridade do PBL acontece como uma investigação, e parte de uma cultura colaborativa e suportiva. Os professores e alunos</p><p>aprendem juntos.</p><p>- O PBL objetiva: estimular as práticas de estudo independente, visando a uma progressiva autonomia profissional e intelectual do aluno;</p><p>- Encorajar o aproveitamento do conhecimento, habilidades e competências adquiridas fora do ambiente escolar, inclusive as que se</p><p>referirem à experiência profissional julgada relevante para a área de formação considerada.</p><p>● CONTRAS DO PBL</p><p>- insegurança inicial do aluno diante da mudança de método de ensino, porque diferente do tradicional, traz a tona muitas inquietações,</p><p>dúvidas, questionamentos</p><p>- o tempo, pois o professor tutor precisa de mais tempo para elaborar os cenários problemáticos e acompanhar os alunos no</p><p>desenvolvimento da aprendizagem, assim como, os alunos precisam de tempo para alcançar uma aprendizagem satisfatória, e construir o</p><p>conhecimento. E também, já que os alunos são autônomos em sua aprendizagem, eles precisam de tempo para se prepararem,</p><p>pesquisarem e não se sentirem inseguros acerca do que adquiriram.</p><p>- inadequação do currículo – algumas faculdades utilizam o chamado método misto. Isso dificulta para o aluno, porque se o currículo não</p><p>estiver inteiramente adequado, haverá desequilíbrio na aprendizagem do aluno, pois alguns professores usarão, outros não, e alguns</p><p>assuntos podem ser abordados de maneira mais ou menos aprofundada, já que se trata de trabalhar com problemas.</p><p>- avaliação – é difícil para o aluno se autoavaliar e avaliar os membros do grupo, assim como os tutores são avaliados pelos alunos.</p><p>- falta de habilidade do professor tutor – o tutor não pode ser alguém tão estático. Ele deve ser dinâmico e conhecer bem o PBL para</p><p>dominar as suas etapas e estar bem preparado para definir novas estratégias.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|5</p><p>8 DIFERENÇAS ENTRE PBL E MÉTODO TRADICIONAL</p><p>● MÉTODO TRADICIONAL:</p><p>- É centrado no professor, baseado em aulas expositivas. O conhecimento é transmitido do professor para o estudante, sendo o estudante,</p><p>passivo.</p><p>- Ênfase na aquisição do conhecimento fora do contexto em que está aplicado.</p><p>- O professor fornece a informação e é o avaliador principal, o ensino e a avaliação são separados</p><p>- A avaliação é feita para monitorar a aprendizagem</p><p>- Privilegia a reprodução do conhecimento e é dirigido para as avaliações</p><p>- A motivação é extrínseca e a organização é departamental/disciplinar</p><p>- O professor tem grande autonomia da aula, é senhor do conteúdo que ministra independente do currículo.</p><p>- ênfase da aprendizagem em respostas corretas.</p><p>- a aprendizagem desejada é acessada indiretamente através de testes objetivos (provas)</p><p>● MÉTODO PBL:</p><p>- É centrado no aluno. Ele constrói o conhecimento através da busca, obtenção e sintetização da informação, resolução de problemas</p><p>- Há ênfase no uso da comunicação e do conhecimento em questões e problemas da vida real</p><p>- A avaliação é em parceria, para promover e diagnosticar a aprendizagem</p><p>- A ênfase da aprendizagem é a partir dos erros,e a aprendizagem é acessada diretamente através de artigos, projetos, desempenhos,</p><p>portfólios</p><p>- O aprendizado independente é estimulado e recompensasdo</p><p>- O Currículo é maleável, temático, interdisciplinar</p><p>9 OS 7 PASSOS DA TUTORIA</p><p>PASSO 1 – Esclarecer os termos ou expressões desconhecidas no problema</p><p>PASSO 2 – Definir o problema a ser discutido</p><p>PASSO 3 – Analisar e trocar os conhecimentos sobre o problema (chuva de ideias), tentando solucionar o problema com base nos</p><p>conhecimentos prévios – ativar conhecimentos prévios</p><p>PASSO 4 – Revisão dos passos 2 e 3, com sistematização das hipóteses do passo 3 para resolução do problema; RESUMIR AS</p><p>CONCLUSÕES – elaborar novas informações e motivar a aprendizagem</p><p>PASSO 5 – Definir os objetivos de aprendizagem, as metas de estudo</p><p>PASSO 6 – Levantar os recursos de aprendizagem e estudo individual – aquisição e elaboração de novos conhecimentos</p><p>PASSO 7 – Discutir e solucionar o problema a partir da revisão do passo 4 , a partir dos conhecimentos adquiridos no passo 6. – reformular,</p><p>sistematizar, elaborar e estruturar os conhecimentos, dividi-los com o grupo</p><p>de CO2 no sangue</p><p>- devido a desoxi-hemoglobina se ligar ao CO2 e transportar mais CO2 do que a Hb-O2 (oxi-hemoglobina)</p><p>- a desoxi-hemoglobina tampona mais H+ do que a Hb-O2, desse modo removendo H+ da solução e promovendo a conversão de CO2 em</p><p>bicarbonado por meio da reação catalisada pela anidrase carbônica.</p><p>NA PRESENÇA DE O2, MENOS CO2 SE LIGA A HEMOGLOBINA.</p><p>4 FUNÇÃO DA ERITROPOIETINA (EPO)</p><p>- produzida nos rins (90%) e o restante a maior parte no fígado. Não se sabe qual a localidade exata da produção, mas acredita-se que</p><p>seja em células intersticiais em torno dos túbulos do córtex renal; também sugere a existência de algum tipo de sensor não renal que envia</p><p>sinal adicional para os rins, para a produção de EPO em situação de hipóxia em outras partes do corpo.</p><p>- estimula a produção de hemácias pelas células-tronco hematopoiéticas e sua formação ↑em resposta à hipóxia até que ela desapareça.</p><p>- também estimula a diferenciação mais rápida das células em relação ao processo normal, acelerando a produção de novas hemácias,</p><p>caso a pessoa continue ainda em estado de baixo teor de oxigênio ou até que hemácias suficientes tenham sido produzidas para transportar</p><p>quantidades adequadas de oxigênio aos tecidos apesar da baixa concentração de oxigênio.</p><p>OBS: pessoas que fazem hemodiálise ou tiveram rins removidos tem queda na produção de EPO</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|92</p><p>5 VOLUME E CAPACIDADE RESPIRATÓRIA</p><p>A) VOLUME PULMONAR - são listados 4 volumes pulmonares, que quando somados são iguais ao volume máximo de expansão dos</p><p>pulmões.</p><p>● VC - VOLUME CORRENTE (500ml) – volume de ar inspirado ou expirado em cada respiração normal;</p><p>● VCI - VOLUME DE RESERVA INSPIRATÓRIO (3000ml) – volume extra de ar que pode ser inspirado, além do volume corrente normal,</p><p>quando a pessoa inspira com força total;</p><p>● VRE - VOLUME DE RESERVA EXPIRATÓRIO (1100ml) – o máximo volume extra de ar que pode ser expirado na expiração forçada,</p><p>após o final de expiração corrente normal</p><p>● VR - VOLUME RESIDUAL (1200ml) – volume de ar que fica nos pulmões após a expiração mais forçada.</p><p>B) CAPACIDADE PULMONAR - combinações de dois ou mais volumes.</p><p>● CAPACIDADE INSPIRATÓRIA = VC+VRE – quantidade de ar (3500ml) que a pessoa pode respirar, começando a partir do nível</p><p>expiatório normal e distendendo os pulmões até seu máximo.</p><p>● CAPACIDADE RESIDUAL FUNCIONAL = VRE+VR – quantidade de ar (2300ml) que permanece nos pulmões, ao final da expiração</p><p>normal.</p><p>● CAPACIDADE VITAL = VRI+VC+VRE – quantidade máxima de ar que a pessoa pode expelir dos pulmões, após primeiro enchê-los à</p><p>sua extensão máxima e então expirar, também à sua extensão máxima (4600ml)</p><p>● CAPACIDADE PULMONAR TOTAL (capacidade vital + volume residual) – volume máximo a que os pulmões podem ser expandidos com</p><p>o maior esforço (5800ml)</p><p>OBS: Nas mulheres, os volumes e capacidades são cerca de 20 a 25% menores que nos homens, e são maiores em pessoas atléticas e</p><p>com massas corporais maiores.</p><p>6 MECANISMO DE CONTROLE DA RESPIRAÇÃO (BULBO)</p><p>A) CENTRO RESPIRATÓRIO BULBAR – composto por 2 grupos de neurônios dispersos:</p><p>- GRD (Grupo Respiratório Dorsal) – área inspiratória – controla a respiração tranquila normal</p><p>- GRV (Grupo Respiratório Ventral) – área expiratória – utilizado durante a respiração forçada e controla o ritmo da respiração.</p><p>B) CENTRO RESPIRATÓRIO PONTINO – na ponte</p><p>- pode modificar o ritmo da respiração durante o exercício, a fala e o sono.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|93</p><p>C) REGULAÇÃO DO CENTRO RESPIRATÓRIO</p><p>● INFLUÊNCIAS CORTICAIS NA RESPIRAÇÃO</p><p>- podemos alterar de maneira voluntária nosso padrão respiratório; o controle voluntário é protetor, pois possibilita evitar que água ou gases</p><p>irritantes entrem nos pulmões.</p><p>- no entanto, quando a PCO2 e a concentração de H+ aumentam, os neurônios do GRD bulbar são fortemente estimulados, e a respiração</p><p>é retomada através de impulsos nervosos enviados à musculatura inspiratória, queira a pessoa ou não.</p><p>● REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO POR QUIMIORRECEPTORES</p><p>A atividade do centro respiratório pode ser modificada em resposta a estímulos</p><p>(aferências) de várias partes do corpo, a fim de manter a homeostasia da</p><p>respiração.</p><p>Estes estímulos incluem influências corticais; o reflexo da insuflação; estímulos</p><p>químicos como os níveis de CO2 , O2 e H+; aferências dos proprioceptores;</p><p>alterações na PA; estimulação do sistema límbico; temperatura; dor e irritação</p><p>das vias respiratórias.</p><p>● REFLEXO DE INSUFLAÇÃO</p><p>- receptores de estiramento localizados nos brônquios quando são distendidos</p><p>durante a hiperinsuflação dos pulmões, impulsos nervosos são enviados pelo</p><p>nervo vago até o GRD bulbar. O GRD então é inibido, os músculos diafragma e</p><p>intercostais externos relaxam, a respiração adicional é interrompida e a</p><p>expiração começa. Os pulmões se esvaziam e os barorreceptores não são mais</p><p>estimulados. Assim, o GRD não é mais inibido e se começa uma nova</p><p>inspiração.</p><p>● ESTIMULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO POR PROPRIORECEPTORES</p><p>- durante o exercício, a frequência e a profundidade respiratória aumentam</p><p>mesmo antes de acontecer alteração nos níveis de PO2 , PCO2 , ou H+. Os</p><p>proprioreceptores que fazem essas mudanças rápidas, pois monitoram</p><p>movimento e articulações e músculos. Os impulsos nervosos deles estimulam o</p><p>GRD do bulbo ao mesmo tempo que axônios colaterais dos neurônios motores</p><p>superiores também alimentam os impulsos excitatórios no GRD</p><p>● OUTRAS INFLUÊNCIAS:</p><p>- estimulação do sistema límbico (antecipação de uma atividade ou ansiedade</p><p>emocional);</p><p>- temperatura (episódios de febre ou exercício muscular vigoroso, estímulo frio</p><p>repentino)</p><p>- dor (súbita e intensa = apneia breve/ somática prolongada aumenta a freq.</p><p>Respiratória)</p><p>- estiramento do músculo esfíncter do ânus (aumenta a freq., respiratória)</p><p>- irritação das vias respiratórias; (provoca a cessação imediata da respiração,</p><p>seguida por tosse/espirro)</p><p>-pressão arterial (aumento súbito diminui a frequência; queda aumenta a</p><p>frequência).</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|94</p><p>1 anatomofisiologia do coração e ciclo cardíaco</p><p>A) ANATOMIA</p><p>- O coração está localizado no mediastino, com 2/3 de sua massa à esquerda da linha mediana.</p><p>- É envolvido por uma membrana: o pericárdio, que consiste em duas partes:</p><p>FIBROSO: superficial, resistente, denso e irregular, de tec. Conjuntivo inelástico. Fornece proteção, ancora o coração no</p><p>mediastino e impede a hiperdistensão do coração.</p><p>SEROSO: profundo, fino, delicado, com uma dupla camada: epicárdio (lâmina visceral) e a lâmina parietal</p><p>● CAMADAS DA PAREDE DO CORAÇÃO – epicárdio, miocárdio e endocárdio.</p><p>EPICÁRDIO: contém vasos sanguineos, vasos linfáticos e vasos que irrigam o miocárdio. A camada externa do epicárdio (lâmina visceral</p><p>do pericárdio seroso) tem tecido adiposo, e abriga as principais artérias coronárias e vasos cardíacos.</p><p>MIOCÁRDIO: camada média, responsável pela ação de bombeamento do coração e é composto por tecido muscular cardíaco, compondo</p><p>aproximadamente 95% da parede do coração. (involuntário).</p><p>ENDOCÁRDIO: camada mais interna, fornece revestimento liso para as câmaras do coração e abrange as valvas cardíacas.</p><p>● CÂMARAS DO CORAÇÃO – são 4 câmaras: 2 de recepção superior (átrios) e 2 de bombeamento inferior (ventrículos).</p><p>ÁTRIOS – recebem sangue das veias (vasos sanguíneos que retornam sangue do coração)</p><p>VENTRÍCULOS – ejetam o sangue do coração para vasos sanguíneos (artérias)</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|95</p><p>B) FISIOLOGIA DO CORAÇÃO - 3 tipos de músculo: atrial, ventricular e fibras especializadas excitatórias e condutoras.</p><p>ATRIAL E VENTRICULAR – contração de grande duração, parecida com a contração de músculos esqueléticos.</p><p>FIBRAS EXCITATÓRIAS E DE CONDUÇÃO – contração mais fraca, por terem poucas fibras contráteis, mas apresentam descargas</p><p>elétricas rítmicas automáticas na forma de potenciais de ação ou fazem a condução desses potenciais de ação.</p><p>Contém miofibrilas com filamentos de actina e miosina que deslizam juntos nas contrações</p><p>2 CICLO CARDÍACO, PEQUENA E GRANDE CIRCULAÇÃO</p><p>A) CICLO CARDÍACO – consiste em uma sístole e uma diástole dos átrios e uma sístole e uma diástole dos ventrículos. E depois, o período</p><p>de relaxamento.</p><p>(1) SÍSTOLE ATRIAL – os átrios estão se contraindo e os ventrículos, relaxados.</p><p>- a despolarização do nó SA provoca a despolarização atrial (onda P no ECG)</p><p>- a despolarização atrial causa a sístole atrial. Conforme o átrio se contrai, ele pressiona o sangue dentro dele, o que o força a passar</p><p>através das valvas AV abertas para os ventrículos.</p><p>- o fim da sístole atrial sinaliza o fim da diástole ventricular (relaxamento) e determina o VDF (volume diastólico final)</p><p>(2) SÍSTOLE VENTRICULAR – os ventrículos se contraem e os átrios estão relaxados (diástole atrial)</p><p>- a despolarização ventricular provoca a sístole ventricular. Conforme a sístole ventricular começa, a pressão intraventricular se eleva e</p><p>empurra o sangue contra as valvas atrioventriculares, forçando seu fechamento. A contração nesse momento é isovolumétrica: as fibras</p><p>musculares estão contraindo, exercendo força, mas não estão se encurtando ainda (isométrica). Como as 4 valvas ainda estão fechadas,</p><p>o volume ventricular também permanece o mesmo (isovolumétrica)</p><p>- a contração continuada dos ventrículos faz com que a pressão no interior das câmaras aumente acentuadamente. Quando se é</p><p>ultrapassado o limiar de pressão (pressão ventricular esquerda fica 80 mmHg maior que a pressão aórtica e a pressão ventricular direita</p><p>sobe 20 mmHg acima da pressão no tronco pulmonar), as valvas do tronco pulmonar e a aorta se abrem, fazendo com que o sangue seja</p><p>ejetado do coração. Esse período de abertura é denominado ejeção ventricular. (A pressão continua subindo até 120 mmHg no VE e do</p><p>VD sobe até 30 mmHg).</p><p>- o volume remanescente em cada ventrículo no final da sístole é o VSF (Volume Sistólico Final).</p><p>- VS (Volume sistólico = volume ejetado a cada batimento por cada ventrículo) = VDF-VSF</p><p>- a onda T do ECG marca o início da repolarização ventricular.</p><p>(3) PERÍODO DE RELAXAMENTO – os átrios e ventrículos estão relaxados. Conforme aumenta a frequência cardíaca, o período de</p><p>relaxamento se encurta e a sístole atrial e a diástole ventricular discretamente também se encurtam.</p><p>- a repolarização ventricular provoca a diástole ventricular. Conforme os ventrículos relaxam, a pressão no interior das câmaras cai, e o</p><p>sangue da aorta e do tronco pulmonar começa a refluir para as regiões de baixa pressão nos ventrículos. O fluxo retrógrado de sangue</p><p>atinge as válvulas das valvas e fecha as valvas do tronco pulmonar e da aorta. Depois disso, existe um pequeno intervalo (Relaxamento</p><p>isovolumétrico) em que o volume de sangue do ventrículo não se modifica porque as 4 valvas estão fechadas.</p><p>- conforme os ventrículos continuam relaxando, a pressão cai rapidamente. Quando a pressão ventricular fica abaixo da pressão atrial, as</p><p>valvas do tronco pulmonar e da aorta se abrem e começa o enchimento ventricular, No final do período de relaxamento, os ventrículos</p><p>estão cerca de 75% cheios. A onda P aparece no ECG e sinaliza então, o início de outro ciclo cardíaco.</p><p>B) CIRCULAÇÃO PULMONAR</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|96</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|97</p><p>3 EXCITAÇÃO-CONDUÇÃO DO MÚSCULO CARDÍACO</p><p>A) FIBRAS AUTORRÍTMICAS – fibras musculares cardíacas</p><p>especializadas autoexcitáveis. Tem duas funções importantes:</p><p>1 agir como marca-passo, definindo o ritmo da excitação elétrica</p><p>que provoca a contração do coração;</p><p>2 formar o sist. De condução do coração – rede de fibras</p><p>musculares que oferecem uma via para que cada ciclo de</p><p>excitação cardíaca se propague pelo coração. A contração</p><p>coordenada das câmaras devido esse sist. De condução, garante</p><p>que o coração seja uma bomba eficaz.</p><p>B) SISTEMA DE CONDUÇÃO</p><p>(1) A excitação cardíaca começa no nó sinoatrial (SA),</p><p>onde suas células se despolarizam espontaneamente</p><p>(potencial marca-passo) e repetidamente até um limiar.</p><p>Quando esse limiar é alcançado, ele dispara um</p><p>potencial de ação (PA). Cada PA do AS se propaga ao</p><p>longo de ambos os átrios via junções comunicantes nos</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|98</p><p>discos intercalares das fibras musculares atriais. Após o PA, os 2 átrios se contraem ao mesmo tempo.</p><p>(2) Ao ser conduzido ao longo das fibras musculares atriais, o PA alcança o nó atrioventricular (AV). No AV, o PA se desacelera</p><p>consideravelmente, como resultado de diferenças na estrutura celular do nó AV. Este atraso fornece tempo para os átrios</p><p>drenarem seu sangue para os ventrículos.</p><p>(3) A partir do AV, o PA entra no fascículo atrioventricular (feixe de His). Este fascículo é o único local em que os PA podem ser</p><p>conduzidos dos átrios para os ventrículos.</p><p>(4) Depois da propagação pelo fascículo, o PA entra nos ramos direito e esquerdo. Os ramos se estendem ao longo do septo</p><p>interventricular em direção ao ápice do coração.</p><p>(5) Por fim, os ramos subendocárdios calibrosos (fibras de Purkinje) conduzem rapidamente o PA começando no ápice do coração</p><p>e subindo em direção ao restante do miocárdio ventricular. Em seguida, os ventrículos se contraem, deslocando o sangue para</p><p>cima em direção às válvulas semilunares.</p><p>- o nó SA define o ritmo de contração do coração (marca-passo natural), cerca de 100x/min (a cada 0,6s)</p><p>- obs: os impulsos nervosos do SNA e os hormônios transportados pelo sangue modificam sua sincronização e força a cada batimento</p><p>cardíaco, mas não estabelecem o rimo de base.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|99</p><p>4 MECANISMO DE FRANK STARLING – REGULAÇÃO DO BOMBEAMENTO CARDÍACO</p><p>A) DÉBITO CARDÍACO (DC) → volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo (ou direito) na aorta (ou tronco pulmonar) a cada</p><p>minuto.</p><p>DC (ml/min) = VS (Volume sistólico – volume de sangue ejetado pelo ventrículo a cada contração ml/batimento) x FC (frequência cardíaca</p><p>= qntd de batimentos/minuto).</p><p>B) RESERVA CARDÍACA → DC Máx – DC Repouso .</p><p>Fatores que regulam o volume sistólico:</p><p>- Pré-carga: grau de estiramento do coração antes de contrair – efeito do alongamento/estiramento, que aumenta para aumentar a força de</p><p>contração das fibras musculares cardíacas.</p><p>- Contratilidade: vigor da contração das fibras musculares ventriculares individuais</p><p>- Pós-carga: pressão que tem que ser sobrepujada antes que possa ocorrer ejeção do sangue a partir dos ventrículos. – essa pressão faz</p><p>com que os ventrículos pressionem a abertura das válvulas semilunares.</p><p>C) PÓS-CARGA</p><p>Volume sistólico (ou seja > mais sangue permanece nos ventrículos no final da sístole. hipertensão ou alteroesclerose aumentam a pós</p><p>carga.)</p><p>Lei de Frank-Starling:</p><p> Coração enche de sangue na diástole (VDF – Volume Diastólico Final = pré carga maior)</p><p> Força de contração na sístole (até que seu alongamento se torne excessivo)</p><p>- a Lei de Frank Starling equaliza o volume ejetado pelos ventrículos direito e esquerdo e mantém o mesmo volume de sangue que flui para</p><p>as circulações sistêmica e pulmonar.</p><p>- dois fatores determinam o VDF: (1) – duração da diástole e (2) retorno venoso</p><p>- ex: se o lado esquerdo bombeia mais sangue do que o lado direito, o volume de sangue que retorna (retorno venoso) para o ventrículo</p><p>direito aumenta. Com isso, o aumento do VDF faz com que o VD se contraia com mais força no próximo batimento, trazendo os dois lados</p><p>de volta pro equilíbrio.</p><p>5 ECG E MARCADORES BIOQUÍMICOS CARDÍACOS</p><p>A) ECG - é composto pelo registro do PA produzido por todas as fibras musculares do coração durante cada batimento cardíaco. O</p><p>eletrocardiógrafo amplifica os sinais elétricos do coração e produz 12 traçados diferentes. Com isso, é possível determinar se:</p><p>(1) A via condutora está anormal</p><p>(2) O coração está dilatado</p><p>(3) Determinadas regiões do coração estão danificadas</p><p>(4) E a causa da dor torácica.</p><p>3 ondas são claramente reconhecíveis cada batimento cardíaco:</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|100</p><p>● ONDA P – representa a despolarização atrial, identificada como um pequeno desvio pra cima no ECG > se propaga do nó SA ao longo</p><p>das fibras contráteis em ambos os átrios. Ondas P maiores indicam ↑ das dimensões de um átrio</p><p>● COMPLEXO QRS – representa a despolarização ventricular rápida, conforme o PA se propaga ao longo das fibras contráteis</p><p>ventriculares. Onda Q alargada pode indicar um IAM e Onda R alargada geralmente indica ventrículos aumentados.</p><p>● ONDA T – indica a repolarização ventricular, identificada como um desvio pra cima em forma de cúpula > é menor e mais larga que o</p><p>complexo QRS porque a repolarização ocorre mais lentamente do que a despolarização. Durante o período de platô da despolarização</p><p>constante, o traçado do ECG é reto. A onda T quando mais plana que o normal quando o músculo cardíaco não está recebendo O2</p><p>suficiente. E pode estar elevada em excesso de K+ no sangue.</p><p>A análise de um ECG envolve medir também os intervalos de tempo entre ondas.</p><p>● INTERVALO P-Q – tempo desde o início da onda P até o início</p><p>do complexo QRS. O tempo de condução do início da excitação</p><p>atrial até o início da excitação ventricular. Tal intervalo é</p><p>necessário para que o potencial de ação avance pelos átrios, nó</p><p>AV e fibras restantes do sist. De condução. Ele se alonga se o</p><p>PA, por exemplo, é forçado a se desviar de um tecido cicatricial</p><p>ocasionado da doença da artéria coronária.</p><p>● SEGMENTO S-T – começa no fim da onda S e termina no</p><p>início da onda T. Representa o momento em que as fibras</p><p>contráteis ventriculares são despolarizadas durante a fase de</p><p>platô do PA. Fica elevado no IAM e pra baixo quando o musculo</p><p>cardíaco não recebe O2 suficiente.</p><p>● INTERVALO Q-T – se estende do início do complexo QRS até</p><p>o final da onda T. É o tempo a partir do início a despolarização</p><p>ventricular até o fim da repolarização ventricular. Pode ser</p><p>prolongado por por dano miocárdio, isquemia miocárdica</p><p>(diminuição do fluxo sanguineo) ou anormalidades no coração.</p><p>B) MARCADORES CARDÍACOS</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|101</p><p>6 CONTROLE E REGULAÇÃO DA P.A.</p><p>- o centro cardiovascular, localizado no bulbo, recebe informações de vários receptores sensoriais e dos centros cerebrais superiores (como</p><p>o sist. Límbico e o córtex cerebral). O centro cardiovascular então direciona o débito apropriado, aumentando ou diminuindo a frequência</p><p>dos impulsos nervosos nas partes simpáticas e parassimpáticas do SNA.</p><p>- os quimiorreceptores monitoram alterações químicas no sangue.</p><p>- os barorreceptores monitoram o estiramento das principais artérias e veias causado pela pressão do sangue que flui neles.</p><p>- nervos vagos (NC X) direito e esquerdo – transmitem os impulsos nervosos parassimpáticos até o coração.</p><p>A) REGULAÇÃO NEURAL DA PRESSÃO SANGUÍNEA</p><p>O sistema nervoso controla a pressão sanguínea por meio de alças de feedback negativo que ocorrem como dois tipos de reflexos:</p><p>barorreceptores e quimiorreceptores.</p><p>● Reflexos barorreceptores - Os barorreceptores são receptores sensitivos sensíveis à pressão, sendo os mais importantes o reflexo do</p><p>seio carótico e o reflexo da aorta. → O reflexo do seio carótico (pequenas ampliações das artérias carótidas interna direita e esquerda)</p><p>ajuda a regular a pressão sanguinea no encéfalo. A PA distende a parede do seio carótico, o que estimula os barorreceptores. Os impulsos</p><p>nervosos se propagam dos barorreceptores do seio carótico para os axônios sensitivos nos nervos glossofaríngeos (IX) para o centro</p><p>cardiovascular no bulbo. Os impulsos nervosos chegam ao centro cardiovascular via axônios sensitivos do nervo vago (X). Os</p><p>barorreceptores da parede da parte ascendente da aorta e arco da aorta iniciam o reflexo da aorta, que regula a pressão arterial sistêmica.</p><p>● Reflexos quimiorreceptores – os quimiorreceptores são receptores sensitivos que monitoram a composição química do sangue. → Estão</p><p>localizados perto dos barorreceptores do seio carótico e do arco da aorta em pequenas estruturas chamadas glomos caróticos e glomos</p><p>para-aórticos. Esses quimiorreceptores detectam mudanças nos níveis sanguineos de O2, CO2 e H+. Hipoxia, acidose ou hipercapnia</p><p>estimulam os quimiorreceptores a enviar impulsos ao centro cardiovascular. Em resposta, o centro CV aumenta a estimulação simpática</p><p>de arteríolas e veias, provocando vasoconstrição e aumento da pressão sanguinea. Esses qumiorreceptores também fornecem infos ao</p><p>centro respiratório no tronco encefálico para ajustar a frequência respiratória.</p><p>B) REGULAÇÃO HORMONAL DA PRESSÃO SANGUÍNEA</p><p>● SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA</p><p>Quando o volume de sangue cai ou o fluxo sanguineo para os rins diminui, as células justaglomerulares dos rins secretam renina na corrente</p><p>sanguinea.</p><p>Na sequência, a renina e a enzima conversora de angiotensina (ECA) atuam sobre seus substratos para produzir o hormônio angiotensina</p><p>II, que ↑ a pressão arterial de duas maneiras:</p><p>1 a angiotensina é um potente vasodilatador; portanto ↑ a PA ao ↑ a resistência vascular sistêmica.</p><p>2 estimula a secreção de aldosterona, que ↑ a reabsorção de ions sódio e agua pelos rins. A reabsorção de água ↑ o volume sanguineo</p><p>total, elevando assim a PA.</p><p>● ADRENALINA E NORADRENALINA</p><p>A medula da glândula suprarrenal libera adrenalina e noradrenalina. Esses hormônios aumentam o débito cardíaco elevando a velocidade</p><p>e a força das contrações cardíacas. Também causam constrição das arteríolas no musculo cardíaco e esquelético, o que ajuda a aumentar</p><p>o fluxo sanguíneo para o músculo durante o exercício.</p><p>● HORMONIO ANTIDIURÉTICO</p><p>Produzido pelo hipotálamo e liberado pela neuro-hipófise e resposta a desidratação ou a diminuição no volume sanguíneo. O HAD aumenta</p><p>a PA ao causar vasoconstrição, por isso também é chamado de vasopressina. Promove também o deslocamento de água dos túbulo renais</p><p>para a corrente sanguínea, resultando em um aumento no volume sanguíneo e diminuição na produção de urina.</p><p>● PEPTÍDEO NATRIURÉTICO ATRIAL (PNA)</p><p>Liberado pelas células do átrio do coração, o PNA reduz a pressão arterial ao causar vasodilatação e promover a perda de sal e água na</p><p>urina, reduzindo assim o volume sanguíneo.</p><p>AUTORREGULAÇÃO DA PRESSÃO SANGUÍNEA</p><p>ALTERAÇÕES FÍSICAS – aquecimento (vasodilatação); resfriamento (vasoconstrição)</p><p>PRODUTOS QUÍMICOS VASODILATADORES E VASOCONSTRITORES – células que liberam substâncias químicas (K+, H+, ácido</p><p>lático, adenosina, óxido nítrico das células endoteliais – vasodilatadoras / serotonina, radicais superóxidos - vasoconstritores) alteradoras</p><p>do diâmetro do vaso sanguíneo.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|102</p><p>7 fibras musculares e os processos de contração</p><p>A) TIPOS DE TECIDO MUSCULAR</p><p>● TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO – funciona principalmente de maneira voluntária.</p><p>● TECIDO MUSCULAR ESTRIADO CARDÍACO – apenas o coração contém esse tecido; apresenta ação involuntária. O coração possui a</p><p>autorritmicidade, propriedade devido o marca-passo natural em cada contração.</p><p>- CONTRAÇÃO: a presença de discos intercalados (espessamentos transversos irregulares do tecido muscular [sarcolema] que conectam</p><p>as extremidades das fibras musculares cardíacas umas as outras) contem desmossomos e junções comunicantes que permitem os</p><p>potenciais de ação muscular se propaguem de uma fibra muscular cardíaca para outra.</p><p>- A contração fica 10 a 15x mais que no músculo estriado esquelético, porque é fornecido Ca+ ao sarcoplasma de maneira prolongada.</p><p>- O tecido muscular cardíaco se contrai quando estimulado</p><p>por suas próprias fibras autorrítmicas. Ele possui mitocôndrias em maior tamanho</p><p>e número, dando a entender que o músculo cardíaco depende amplamente da respiração aeróbica para gerar ATP, requerindo um grande</p><p>suprimento constante de oxigênio; pode usar também acido lático pra gerar ATP</p><p>● TECIDO MUSCULAR LISO – localizado nas paredes das estruturas internas ocas, como os vasos sanguíneos e vias respiratórias. Não</p><p>apresenta estriações. A ação é involuntária, e parte dos músculos lisos apresenta autorritmicidade, como pode ser visto nos músculos que</p><p>empurram os alimentos pelo trato intestinal.</p><p>-CONTRAÇÃO: neurotransmissor/hormônio/sinal autorritmico estimula uma fibra, o PA muscular é transmitido às fibras vizinhas por meio</p><p>de sinapses que, por sua vez, se concentram como uma só unidade.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|103</p><p>B) TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR</p><p>● ISOTÔNICA → a força de contração (tensão) desenvolvida no músculo permanece quase constante enquanto seu comprimento se</p><p>modifica. São usadas para realizar movimentos corporais e mover objetos.</p><p>ISOTÔNICA CONCÊNTRICA – se a tensão gerada é grande o suficiente para transpor a resistência do objeto movido, o músculo encurta</p><p>e puxa outra estrutura (ex tendão) para produzir o movimento e reduzir o ângulo na articulação.</p><p>ISOTÔNICA EXCÊNTRICA – quando o comprimento do músculo aumenta durante uma contração</p><p>● ISOMÉTRICA → o músculo não muda seu comprimento, porque a tensão gerada não é suficiente para transpor a resistência do objeto</p><p>a ser movido. Essas contrações são importantes para manter postura e suportar objetos em posições fixas.</p><p>C) CONTRAÇÃO NO MÚSCULO ESQUELÉTICO</p><p>- Impulso nervoso chega no axônio (terminal do neurônio motor) e desencadeia a liberação de acetilcolina.</p><p>- A acetilcolina se difunde pela fenda sináptica, se liga aos seus receptores na placa motora e desencadeia um potencial de ação muscular;</p><p>desse modo, os canais de liberação de Ca+ na membrana do reticulo sarcoplasmático se abrem</p><p>- O Ca+ se liga a troponina expondo os locais de ligação com a miosina</p><p>- Contração: movimento de força. Usam ATP quando as cabeças de miosina se ligam à actina, rodam e soltam; os filamentos finos são</p><p>deslocados para o centro do sarcômero.</p><p>- Os canais de liberação de Ca+ no retículo sarcoplasmático fecham e as bombas de transporte ativo de Ca+ usam ATP para restaurar o</p><p>baixo nível de Ca+</p><p>- o complexo troponina-tropomiosina desliza de volta para a posição onde bloqueia os locais de ligação da miosina na actina.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|104</p><p>1 ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA RENAL</p><p>A) ESTRUTURAS</p><p>● URETER – tubos que transportam a urina dos rins para a bexiga</p><p>urinária.</p><p>● BEXIGA – armazena a urina temporariamente até que seja</p><p>conveniente eliminá-la do corpo.</p><p>● URETRA – tubo de drenagem que transporta a urina e a elimina</p><p>do corpo</p><p>B) RIM</p><p>● FUNÇÕES</p><p>- regula a composição iônica (Na+, Ca2+, Cl-, K+);</p><p>- regula o volume (conservação/eliminação de água na urina) e pH</p><p>do sangue (excreção de íons H+/preservação de íons bicarbonato);</p><p>- regula a PA (secreção da renina);</p><p>- mantém a osmolaridade do sangue constante;</p><p>- produz hormônios (calcitriol – regula a homeostasia de cálcio - e eritropoietina – estimula a produção de eritrócitos);</p><p>- regula o nível sanguíneo de glicose (gliconeogênese = síntese de glicose a partir de aminoácidos e outros percursores);</p><p>- excreta produtos indesejáveis do metabolismo(amônia, ureia, bilirrubina, creatinina, ác. Úrico) e substâncias químicas estranhas</p><p>(fármacos, toxinas ambientais).</p><p>● ANATOMIA EXTERNA</p><p>POSIÇÃO e CARACTERÍSTICAS FÍSICAS - Os rins são um par de órgãos avermelhados em forma de feijão, localizados entre o peritônio</p><p>e a parede posterior do abdome (retroperitoneais), entre as últimas vértebras torácicas e a 3ª vértebra lombar, protegidos pelas costelas XI</p><p>e XII. Um rim adulto normal tem o tamanho de um sabonete comum.</p><p>HILO RENAL – recorte através do qual o ureter emerge do rim, juntamente com os vasos sanguíneos, linfáticos e os nervos.</p><p>TECIDOS</p><p>- CÁPSULA FIBROSA – camada mais profunda, que serve como barreira contra traumatismos e ajuda a manter a forma do rim.</p><p>- CÁPSULA ADIPOSA – camada intermediária adiposa que circunda a cápsula fibrosa, também protege o rim de traumas e o ancora</p><p>firmemente na sua posição na cavidade abdominal.</p><p>- FÁSCIA RENAL – camada superficial fina que ancora o rim às estrutura vizinhas e à parede abdominal. Localiza-se profundamente ao</p><p>peritônio.</p><p>● ANATOMIA INTERNA</p><p>- CÓRTEX RENAL – região vermelha clara superficial e mais fina, dividida em zona cortical externa e zona justamedular interna. As partes</p><p>que se estendem entre as pirâmides renais são as colunas renais.</p><p>- MEDULA RENAL – região interna mais escura que consiste em várias pirâmides renais em forma de cone. A base das pirâmides fica</p><p>voltada para o córtex e o ápide voltado para o hilo renal, mais estreito e chaado de papila renal.</p><p>- PARÊNQUIMA – junção do córtex e da medula renal, constituindo a porção funcional do rim. Dentro dele existe os néfrons (estruturas</p><p>microscópicas funcionais do rim).</p><p>- DUCTOS COLETORES – drenam o filtrado formado pelos néfrons para os cálices renais maiores e menores (estruturas em forma de</p><p>taça); se estendem através da papila renal das pirâmides.</p><p>- CÁLICES RENAIS MENORES – recebem urina dos ductos coletores de uma papila renal e a transporta (carreia) para um cálice renal</p><p>maior.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|105</p><p>- SEIO RENAL – cavidade no interior do rim, expansão do hilo, que contém parte da pelve renal, os cálices e ramos dos vasos sanguíneos</p><p>e nervos renais.</p><p>- NÉFRONS –</p><p>- unidades funcionais dos rins, consistem em duas partes: corpúsculo renal (onde o plasma é filtrado) e túbulo renal (tubo por onde passa</p><p>o líquido filtrado).</p><p>- o corpúsculo renal é composto pelo glomérulo e pela cápsula glomerular (cápsula de Bowmann).</p><p>2 PROCESSO DE FORMAÇÃO DA URINA</p><p>- o plasma sanguíneo é filtrado na cápsula glomerular</p><p>- o líquido filtrado passa para o túbulo renal, que é composto por 3 partes: túbulo contorcido proximal (TCP), alça de Henle e túbulo</p><p>contorcido distal (TCD)</p><p>- Os TCD drenam para um único ducto coletor</p><p>- o filtrado formado pelos néfrons é drenado para grandes ductos coletores, que se unem e convergem em várias cente</p><p>- em um néfron, a alça de Henle comunica os TCP e TCD.</p><p>- a parte final ascendente da alça de Henle</p><p>nas de grandes ductos papilares, que drenam para estruturas em formato de taça: os cálices renais maiores e menores.</p><p>- os cálices renais menores recebem urina dos ductos coletores de uma papila renal e a transporta para um cálice renal maior. Quando o</p><p>filtrado entra nos cálices, torna-se urina, porque não pode mais ocorrer reabsorção.</p><p>- dos cálices renais maiores, a urina flui para uma grande cavidade única chamada pelve renal, em seguida para fora do ureter até a bexiga</p><p>urinária.</p><p>RESUMO</p><p>● FILTRAÇÃO - a água, e a maior parte dos solutos do plasma sanguíneo atravessam a parede dos capilares glomerulares, onde são</p><p>filtrados e passam para o interior da cápsula glomerular e, em seguida, para o túbulo renal.</p><p>●REABSORÇÃO - conforme o líquido filtrado flui pelos túbulos renais e ductos coletores, as células tubulares reabsorvem</p><p>aproximadamente 99% da água filtrada e muito solutos úteis. A água e os solutos retornam ao sangue que flui pelos capilares peritubulares</p><p>e arteríolas retas. Reabsorção = retorno de substâncias para a corrente sanguínea.</p><p>● SECREÇÃO TUBULAR - conforme o líquido filtrado flui pelos túbulos renais e ductos coletores, as células dos túbulos renais e dos ductos</p><p>secretam outros materiais para o líquido. A secreção tubular remove uma substância do sangue.</p><p>- os solutos e o líquido que fluem para os cálices renais menores e maiores e para a pelve renal formam a urina</p><p>e são excretados.</p><p>TAXA DE EXCREÇÃO URINÁRIA = TFG + TAXA DE SECREÇÃO – TAXA DE REABSORÇÃO.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|106</p><p>3 SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA</p><p>↓ volume sanguíneo e fluxo sanguíneo para os rins</p><p>↓PA</p><p>↓ Distensão das paredes das arteríolas glomerulares aferentes</p><p>- nessas condições, as células justaglomerulares secretam a enzima renina no sangue.</p><p>- a renina retira o peptídeo angiotensina I, com 10 aminoácidos.</p><p>- ao retirar mais 2 aminoácidos, a ECA (Enzima Conversora de Angiotensina) converte a angiotensina I em angiotensina II, que é a forma</p><p>ativa do hormônio.</p><p>- a angiotensina afeta a fisiologia renal de 3 modos:</p><p>1) ↓ a filtração glomerular, causando vasoconstrição das arteríolas glomerulares aferentes</p><p>2) ↑ a reabsorção de Na+, Cl- e água no túbulo contorcido proximal, estimulando a atividade dos contra-transportadores Na+ e H+</p><p>3) estimula o córtex da glândula suprarrenal a liberar aldosterona, que por sua vez estimula as células principais dos ductos coletores a</p><p>reabsorver mais Na+ e Cl- e a secretar mais K+. A consequência osmótica de reabsorver mais Na+ e Cl- é que a água é reabsorvida,</p><p>provocando ↑ do volume sanguíneo e da PA.</p><p>OBS: a angiotensina é um potente vasodilatador, portanto ↑ a PA ao ↑ a resistência vascular sistêmica.</p><p>4 EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE</p><p>As reações metabólicas frequentemente produzem um excesso de H+ considerável que, se não houvessem mecanismos para retirar esse</p><p>excesso de H+, poderia chegar até a letalidade. A homeostasia essencial é feita, portanto, de três mecanismos principais:</p><p>1) SISTEMA TAMPÃO – os tampões agem rapidamente para ligar temporariamente o H+, removendo o excesso altamente reativo de H+</p><p>da solução. Assim, os tampões aumentam o pH dos líquidos corporais, porém não removem o H+ do sangue.</p><p>2) EXPIRAÇÃO DE CO2 – aumentando a frequência e a profundidade respiratórias, mais CO2 pode ser exalado. Em alguns min, isso reduz</p><p>os níveis de ácido carbônico no sangue, o que eleva o pH sanguineo (reduz os níveis de H+ no sangue).</p><p>3) EXCREÇÃO RENAL DE H+ - excreção de H+ pela urina. (+ lento, porém único meio de eliminar quaisquer tipos de ácidos do sangue).</p><p>A) ALTERAÇÕES DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE</p><p>B) ACIDOSE (pH < 7,35)</p><p>● METABÓLICA</p><p>↓HCO3-</p><p>↓pH</p><p>devido a:</p><p>- perda real de HCO3-</p><p>- acúmulo de um ácido diferente do ácido carbônico</p><p>- falha da excreção de H+ pelos rins.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|107</p><p>● RESPIRATÓRIA</p><p>↑ PCO2</p><p>↓ pH</p><p>- qualquer condição (enfisema, edema, lesão no CR Bulbar, obstrução das vias respiratórias) que diminua o movimento de CO2 do sangue</p><p>para os alvéolos, causa o acúmulo de CO2 , ácido carbônico e de H+.</p><p>- se a condição for muito grave, os rins podem ajudar a elevar o pH sanguineo para a faixa normal aumentando a excreção de H+ e</p><p>reabsorção de HCO3- (compensação renal).</p><p>- tratamento: aumentar a exalação de CO2 e administração intravenosa de HCO3-</p><p>C) ALCALOSE (pH > 7,45)</p><p>● METABÓLICA</p><p>↑ [ ] HCO3- no sangue</p><p>↑ pH , devido a uma perda excessiva de ácido (ex: excesso de vômito do conteúdo gástrico = ácido clorídrico) ou ingestão excessiva de</p><p>fármacos alcalinos (ex:antiácidos).</p><p>- a compensação respiratória por hipoventilação pode retornar o pH para a normalidade.</p><p>● RESPIRATÓRIA</p><p>↓ PCO2</p><p>↑ pH , devido a hiperventilação</p><p>- devido à deficiência de O2 em grandes altitudes ou doença pulmonar, AVC, ansiedade</p><p>- compensação renal pode trazer o pH de volta pra normalidade</p><p>- tratamento: aumento de CO2 no sangue.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|108</p><p>5 EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO</p><p>Equilíbrio hidroeletrolítico significa que existem os volumes necessários de água e de solutos e apresentam a proporção correta entre os</p><p>vários compartimentos.</p><p>Os hormônios que regulam a reabsorção renal de Na+ e Cl- (íons perdidos na urina, onde o grau de perda de tais íons é o principal fator</p><p>que determina o volume de líquidos corporais, variando a excreção desses íons para que a homeostasia seja mantida) são:</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|109</p><p>6 PROCESSO DE FORMAÇÃO DA EPO</p><p>Cerca de 90% da eritropoietina é produzida pelos rins; os outros 10%, formados em sua maior parte no fígado. Não se sabe onde é</p><p>exatamente produzida nos rins; mas acredita-se, por meio de estudos sugestivos, que seja nas células intersticiais em torno dos túbulos do</p><p>córtex e medula excretor e secrete onde ocorre grande parte do consumo renal de oxigênio. É provável que outras células secretem EPO</p><p>em resposta à hipóxia.</p><p>A hipóxia do tecido renal leva ao aumento dos níveis teciduais de HIF-1 (fator induzível por hipóxia – 1).</p><p>O HIF-1 se liga ao elemento de resposta a hipóxia, residente no gene da EPO, induzindo a transcrição de mRNA e por ultimo, aumentando</p><p>síntese de EPO. Adrenalina, noradrenalina e diversas prostaglandinas estimulam a produção de EPO, sugerindo que exista algum sensor</p><p>não renal que envia sinal adicional para os rins produzirem esse hormônio.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|110</p><p>1 ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|111</p><p>DIGESTÃO MECÂNICA E QUÍMICA NO ESTÔMAGO</p><p>1 Alimento no estômago → Ondas de peristaltismo (a maior parte das ondas começa no corpo gástrico e se intensifica à medida que</p><p>alcança o antro pilórico).</p><p>2 Propulsão → a onda peristáltica move o conteúdo gástrico do corpo gástrico para baixo, para dentro do antro pilórico.</p><p>3 Retropulsão → o conteúdo gástrico é forçado para trás, para o corpo gástrico (o a maior parte das partículas de alimento no estômago</p><p>inicialmente são muito grandes para passarem através do estreito óstio pilórico, que permanece quase completamente fechado).</p><p>4 Esse ciclo Propulsão-Retropulsão se repete algumas vezes → forma o quimo (conteúdo de consistência líquida/pastosa, resultado da</p><p>mistura entre o conteúdo e o suco gástrico).</p><p>5 Esvaziamento gástrico → Momento que as partículas são suficientemente pequenas para passarem através do óstio pilórico.</p><p>6 Os alimentos podem permanecer no fundo gástrico até 1 h sem serem misturados ao suco gástrico → a digestão pela amilase salivar</p><p>das glândulas salivares continua.</p><p>7 Quando a mistura acontece a amilase salivar é inativada e a lipase lingual produzida pela língua é ativada, começando a digerir os</p><p>triglicerídios em ácidos graxos e diglicerídios.</p><p>8 Secreção de ácido clorídrico (HCl):</p><p>- As células parietais secretem os íons hidrogênio (H+) e íons cloreto (Cl–) separadamente no lúmen do estômago.</p><p>- Bombas de prótons → transportam ativamente o H + para o lúmen enquanto trazem os íons potássio para dentro da célula;</p><p>- Ao mesmo tempo, o Cl– e o K+ se difundem para o lúmen através dos canais de Cl–e K+ da membrana apical. enzima anidrase carbônica</p><p>→ abundante nas células parietais, catalisa a formação de ácido carbônico (H2O + CO2 → H2CO3).</p><p>- Dissociação do H2CO3 → fonte de H+ para as bombas de prótons; também libera HCO3- (sai da célula parietal na troca por Cl- via</p><p>antiportadores Cl- HCO3- ).</p><p>A secreção de HCl pelas células parietais pode ser estimulada:</p><p>- Acetilcolina (ACh) → liberada pelos neurônios parassimpáticos;</p><p>- Gastrina → secretada pelas células secretoras de gastrina;</p><p>- Histamina → substância parácrina liberada pelos mastócitos na lâmina própria das proximidades.</p><p>- Efeito sinérgico da Histamina → a acetilcolina e a gastrina estimulam as células parietais a secretar mais HCl na presença de histamina.</p><p>9 ABSORÇÃO NO ESTÔMAGO</p><p>Apenas uma pequena quantidade de nutrientes é absorvida no estômago, porque suas células epiteliais são impermeáveis à maior parte</p><p>dos materiais. No entanto, as células mucosas do estômago absorvem um pouco de água, íons e ácidos graxos de cadeia curta, bem como</p><p>determinados fármacos (especialmente o</p><p>ácido acetilsalicílico) e álcool.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|112</p><p>2 HORMÔNIOS ATUANTES NO SISTEMA DIGESTÓRIO</p><p>Peptídeo Inibidor Gástrico – estimula liberação de insulina; inibe a secreção de ácido gástrico</p><p>Motilina – estimula motilidade gástrica e intestinal</p><p>3 CONTROLE NEURAL DO SISTEMA DIGESTÓRIO</p><p>SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO</p><p>● PLEXO MIOENTÉRICO – possui neurônios motores que controlam a motilidade do canal alimentar: frequência e força de contração da</p><p>túnica muscular. ↑contração da parede intestinal ↑intensidade das contrações rítmicas e do ritmo de contração ↑rapidez do movimento das</p><p>ondas peristálticas.</p><p>● PLEXO SUBMUCOSO – possui neurônios motores que controlam as secreções dos órgãos do canal alimentar, pois irrigam as células</p><p>secretoras do epitélio da túnica mucosa.</p><p>● QUIMIORRECEPTORES – receptores sensitivos que respondem a determinados produtos químicos dos alimentos presentes no lúmen</p><p>● MECANORRECEPTORES – receptores ativados quando o alimento distende a parede de um órgão do canal alimentar.</p><p>● VIAS REFLEXAS GASTROINTESTINAIS – regulam a secreção e motilidade em resposta a estímulos presentes no lúmem do canal</p><p>alimentar. Os componentes das via reflexa G1 típica são os receptores sensitivos (quimiorreceptores e mecanorreceptores). Os axônios</p><p>dos neurônios sensitivos do Sistema Nervoso Entérico (SNE) podem fazer sinapse com outros neurônios no SNE, SNC ou SNA, informando</p><p>estas regiões em relação à natureza do conteúdo e grau de distensão do canal alimentar. Os neurônios do SNE, SNC ou SNA</p><p>posteriormente ativam ou inibem glândulas e músculo liso, alterando a secreção e motilidade do canal alimentar.</p><p>1. Reflexos completamente integrados na parede intestinal do SNE. Incluem reflexos que controlam grande parte da secreção</p><p>gastrointestinal, peristaltismo, contrações de mistura, efeitos inibidores, etc.</p><p>2. Reflexos do intestino para os gânglios simpáticos pré vertebrais e que voltam para o trato gastrointestinal. – transmitem sinais</p><p>por longas distancias para outras áreas do trato gastrointestinal como: reflexo gastrocólico (sinais do estômago que causam a</p><p>evacuação do colon); reflexo enterogástrico; reflexo colonoileal</p><p>3. Reflexos do intestino para a medula ou para o tronco cerebral e que voltam para o trato gastrointestinal – reflexos de defecação,</p><p>que vão do colon e do reto para a medula espinhal e retornam, produzindo as contrações colonicas, retais e abdominais</p><p>necessárias à defecação; reflexos de dor para inibição geral de todo o trato gastrointestinal e reflexos do estomago e duodeno</p><p>que vão para o tronco cerebral e voltam, para controlar a atividade motora e secretora gástrica.</p><p>4 EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO NO SISTEMA DIGESTÓRIO</p><p>ABSORÇÃO DE ELETRÓLITOS NO INTESTINO DELGADO – os eletrólitos absorvidos são provenientes das secreções gastrintestinais e</p><p>alguns de parte dos alimentos e líquidos ingeridos.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|113</p><p>- os íons Na+ são transportados ativamente para fora das células absortivas por bombas e sódio-potássio basolaterais depois que se</p><p>moverem para as células absortivas por difusão e transporte ativo secundário; assim, a maior parte dos íons sódio das secreções do canal</p><p>alimentar é recuperada e não é perdida nas fezes.</p><p>- os íons negativos (Cl-, bicarbonato, iodeto, nitrato) podem seguir passivamente o Na+ ou serem transportados ativamente.</p><p>- os íons Ca+ também são absorvidos ativamente em um processo estimulado pelo calcitriol.</p><p>ABSORÇÃO DE VITAMINAS – Quase todas as vitaminas hidrossolúveis são absorvidas por difusão simples. A vitamina B12, no entanto,</p><p>combina-se ao fator intrínseco produzido pelo estômago e esta combinação é absorvida no íleo por meio de um mecanismo de transporte</p><p>ativo.</p><p>ABSORÇÃO DE ÁGUA NO INTESTINO DELGADO – o intestino delgado absorve aproximadamente 8L de líquido; o restante é passa pro</p><p>intestino grosso e é absorvido também (cerca de 1L). Apenas 0,1L de água é excretado nas fezes/dia</p><p>- toda a absorção de água no canal alimentar ocorre via osmose do lúmen dos intestinos por meio das células absortiva e para os capilares</p><p>sanguíneos. Como a água atravessa a túnica mucosa intestinal em ambos os sentidos, a absorção de água depende da absorção de</p><p>eletrólitos e nutrientes para manter um equilíbrio osmótico com o sangue. Os eletrólitos, monossacarídeos e aminoácidos absorvidos</p><p>estabelecem um gradiente de concentração de água que promove a absorção de água por osmose.</p><p>5 FASES DA DIGESTÃO</p><p>A) CONTRAÇÕES DE MISTURA</p><p>As contrações dividem o intestino delgado em segmentos, em que enquanto um segmento contrai outro relaxa. AS contrações dividem o</p><p>quimo 2/3x por minuto, promovendo a mistura do alimento com as secreções do intestino delgado.</p><p>No intestino grosso, há contrações combinadas de faixas circulares e longitudinais de músculos</p><p>B) FASES DA DIGESTÃO</p><p>● FASE CEFÁLICA</p><p>O olfato, a visão, o pensamento ou o gosto inicial da comida ativam centros neurais no córtex cerebral, no hipotálamo e no tronco encefálico.</p><p>O tronco encefálico então ativa os nervos facial (NC VII) e glossofaríngeo (NC IX) que estimulam as glândulas salivares a secretar saliva,</p><p>enquanto o nervo vago (NC X) estimula as glândulas gástricas a secretar suco gástrico, preparando então a boca e o estômago para o</p><p>alimento prestes a ser ingerido.</p><p>● FASE GÁSTRICA – quando o alimento chega ao estômago – secreção do suco gástrico e a motilidade gástrica</p><p>REGULAÇÃO NEURAL</p><p>- O alimento distende o estômago e estimula os receptores de estiramento em suas paredes.</p><p>- Os quimiorreceptores no estômago monitoram o pH do quimo</p><p>- ↑ pH quando as paredes são distendidas, porque proteínas tamponam um pouco do ácido estomacal, os receptores de estiramento e</p><p>quimiorreceptores são ativados, e um ciclo de feedback negativo neural é acionado.</p><p>- os IN se propagam para o plexo submucoso, ativando neurônios parassimpáticos e entéricos</p><p>- os IN resultantes causa ondas de peristaltismo e continuam estimulando o fluxo de suco gástrico das glândulas gástricas.</p><p>- as ondas peristálticas misturam os alimentos com o suco gástrico</p><p>- uma pequena quantidade de quimo passa pelo esvaziamento gástrico para o duodeno quando as ondas de peristaltismo se tornam fortes</p><p>o suficiente.</p><p>- ↓ pH do quimo do estômago ↓ distensão das paredes do estômago, porque o quimo passou pro intestino delgado, suprimindo a secreção</p><p>de suco gástrico.</p><p>REGULAÇÃO HORMONAL</p><p>- gastrina é estimulada a ser liberada pelas células secretoras das glândulas gástricas quando há ↑pH em resposta a: distensão do</p><p>estômago pelo quimo, proteínas parcialmente digeridas no quimo, ↑ pH do quimo por causa dos alimentos no estômago, cafeína no suco</p><p>gástrico, e acetilcolina liberada pelos neurônios parassimpáticos</p><p>- gastrina entra na corrente sanguínea e chega aos órgãos-alvo; ela estimula as glândulas gástricas a liberarem grandes quantidades de</p><p>suco gástrico e reforça a contração do esfíncter esofágico inferior para impedir o refluxo do quimo ácido para o esôfago, ↑ motilidade do</p><p>estomago e relaxa o músculo esfíncter piloro, que promove o esvaziamento gástrico.</p><p>- a secreção de gastrina é inibida com ↓pH do suco gástrico (2)</p><p>- esse mecanismo de feedback negativo ajuda a proporcionar o ↓pH ideal para o funcionamento da pepsina, a matar microrganismos e</p><p>desnaturar proteínas no estômago.</p><p>● FASE INTESTINAL – quando o alimento entra no intestino delgado > efeitos inibitórios que retardam a saída do quimo do estômago,</p><p>impedindo o duodeno de ser sobrecarregado com mais quimo que ele consiga suportar.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|114</p><p>REGULAÇÃO NEURAL</p><p>- distensão do duodeno pelo quimo causa o reflexo gastrofágico. Os receptores de estiramento da parede duodenal enviam IN pro bulbo,</p><p>onde inibem o estímulo parassimpático e estimula os nervos parassimpáticos</p><p>que inervam o estômago</p><p>- a motilidade gástrica é inibida e ↑ contração do esfíncter piloro, ↓ esvaziamento gástrico</p><p>REGULAÇÃO HORMONAL</p><p>- mediada pela CCK e secretina</p><p>- CCK é secretada pelas células CCK das glândulas do intestino delgado em resposta ao quimo contendo aminoácidos de proteínas</p><p>parcialmente digeridas e ácidos graxos de triglicerídeos parcialmente digeridos.</p><p>- CCK estimula a secreção do suco pancreático (rico em enzimas digestórias), relaxamento do esfíncter da ampola hepatopancreática (que</p><p>possibilita a bile e o suco pancreático chegarem até o duodeno); retarda o esvaziamento gástrico (pela contração da piloro), produz</p><p>saciedade, crescimento e manutenção do pâncreas e incrementa os efeitos da secretina</p><p>- quimo ácido entra no duodeno e estimula a liberação de células S das glândulas intestinais do intestino delgado</p><p>- secretina estimula o fluxo de suco pancreático (rico em bicarbonato) para tamponar o quimo ácido que entra no duodeno a partir do</p><p>estomago</p><p>- ela também inibe a secreção de suco gástrico, promove o crescimento normal e a manutenção do pâncreas, e incrementa os efeitos da</p><p>CCK</p><p>- secretina portanto causa o tamponamento do ácido do quimo que chega ao duodeno e diminui a produção de ácido no estômago</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|115</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 4 | FUNÇÕES BIOLÓGICAS</p><p>TUTORIA</p><p>|116</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA</p><p>TUTORIA</p><p>|118</p><p>21 LESÕES E ADAPTAÇÕES CELULARES............................................................................ 119</p><p>21.1 INFLAMAÇÃO.................................................................................................................... 119</p><p>21.2 DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO E DA DIFERENCIAÇÃO CELULAR..................................... 120</p><p>21.3 CAUSAS DE LESÃO CELULAR............................................................................................. 120</p><p>21.4 TIPOS DE LESÃO CELULAR................................................................................................. 120</p><p>21.5 ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS NAS CÉLULAS................................................................... 121</p><p>21.6 MECANISMOS DA LESÃO CELULAR................................................................................... 122</p><p>22 RESPOSTA IMUNOLÓGICA............................................................................................... 123</p><p>22.1 CÉLULAS E ÓRGÃOS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO............................................................ 123</p><p>22.2 RESPOSTA IMUNE............................................................................................................. 124</p><p>22.3 MECANISMOS EFETORES DA RESPOSTA IMUNE.............................................................. 125</p><p>22.4 ANTICORPOS..................................................................................................................... 127</p><p>23 RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS VÍRUS............................................................................ 128</p><p>23.1 IMUNIZAÇÃO.................................................................................................................... 128</p><p>23.2 IMUNODEFICIÊNCIAS........................................................................................................ 128</p><p>23.3 VACINAS............................................................................................................................ 129</p><p>23.4 RESPOSTA IMUNE AOS VÍRUS........................................................................................... 129</p><p>23.5 HISTÓRIA NATURAL DO HIV.............................................................................................. 132</p><p>24 RESPOSTA IMUNOLÓGICA ÀS BACTÉRIAS....................................................................... 134</p><p>24.1 CARACTERÍSTICAS DAS BACTÉRIAS................................................................................... 134</p><p>24.2 RESPOSTA IMUNE INATA E ADAPTATIVA......................................................................... 137</p><p>24.3 REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE................................................................................... 139</p><p>24.4 PATOGENICIDADE E VIRULÊNCIA BACTERIANOS.............................................................. 140</p><p>24.5 CIPROFLOXACINA E CEFTRIAXONA................................................................................... 142</p><p>25 RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS FUNGOS E PARASITAS.................................................. 143</p><p>25.1 CARACTERÍSTICAS DOS FUNGOS...................................................................................... 143</p><p>25.2 MECANISMOS DE DEFESA ÀS INFECÇÕES FÚNGICAS....................................................... 145</p><p>25.3 PATOGENICIDADE E VIRULÊNCIA FÚNGICA...................................................................... 145</p><p>25.4 MECANISMOS DE DEFESA ÀS INFECÇÕES PARASITÁRIAS................................................. 146</p><p>25.5 PATOGENICIDADE E VIRULÊNCIA DOS PARASITAS........................................................... 147</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA</p><p>TUTORIA</p><p>|119</p><p>1 INFLAMAÇÃO - é uma reação que acontece nos tecidos vascularizados caracterizada pela exsudação (saída) de elementos</p><p>celulares e plasmáticos do vaso para o tecido em resposta à um estímulo (agente fogístico) de natureza física (traumas</p><p>mecânicos/radiação/extremos de temperatura), química (álcool/cigarro) ou biológica (vírus/bactérias/fungos/protozoários/helmintos).</p><p>A) ETAPAS DA INFLAMAÇÃO (5 R)</p><p>(1) Reconhecimento do agente lesivo</p><p>(2) Recrutamento dos leucócitos</p><p>(3) Remoção do agente</p><p>(4) Regulação (controle) da resposta</p><p>(5) Resolução (reparo)</p><p>B) SINAIS CARDINAIS (MANIFESTAÇÕES EXTERNAS DA INFLAMAÇÃO)</p><p>- dor</p><p>- calor</p><p>- rubor</p><p>- tumor</p><p>- perda da função</p><p>C) INFLAMAÇÃO AGUDA</p><p>- resposta rápida</p><p>- ocorre alterações vasculares e alguns eventos celulares</p><p>D) INFLAMAÇÃO CRÔNICA</p><p>- resposta prolongada ao estímulo, lenta e duradoura</p><p>- mediada por macrófagos/linfócitos/fibroblastos</p><p>E) FASES DA INFLAMAÇÃO</p><p>(1) Irritativa – agente (físico, químico ou biológico) reconhecido</p><p>(2) Vascular - ↑ vasodilatação, c/ recrutamento de leucócitos. Agente localizado</p><p>(3) Exsudativa – remoção do agente – permeabilidade, exsudato</p><p>(4) Degenerativa – células mortas, produtos de degeneração, controle da resposta</p><p>(5) Reparativa – multiplicação de células, reparo tecidual, local (busca regenerar/cicatrizar)</p><p>F) CASCATA DA INFLAMAÇÃO</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA</p><p>TUTORIA</p><p>|120</p><p>2 DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO E DA DIFERENCIAÇÃO CELULAR</p><p>A) HIPOTROFIA/ATROFIA – ↓ do tamanho das</p><p>células e do órgão afetado</p><p>- degradação de organelas</p><p>- ↓ atividade metabólica</p><p>- causa fisiológica: ex senilidade (envelhecer)</p><p>das células;</p><p>- causa patológica: inanição (deficiência</p><p>nutricional); desuso; compressão de tecidos</p><p>vizinhos (tumores, aneurismas); obstrução</p><p>vascular; deficiência hormonal; falta de estímulo</p><p>na inervação (ex poliomielite).</p><p>B) HIPERTROFIA – aumento do tamanho das</p><p>células e por consequência, do órgão afetado;</p><p>- ocorre em tecidos incapazes de ter divisão</p><p>celular</p><p>- causas patológicas – processos não</p><p>programados: aumento da resistência vascular periférica (sobrecarga do coração); força braçal; aumento das paredes de órgãos ocos (Ex:</p><p>próstata > hiperplasia da próstata > obstrução urinária > hipertrofia vesical)</p><p>C) HIPERPLASIA - aumento do número de células de um órgão ou parte dele devido a aumento da proliferação celular. (aumento de</p><p>volume e peso)</p><p>- causa fisiológica – compensadoras: lesão em um dos rins, hiperplasia no outro</p><p>- causa patológica – hiperestimulação hormonal</p><p>D) HIPOPLASIA– redução do volume e da quantidade de células no tecido e consequentemente, do peso</p><p>- causa</p><p>fisiológica – involução das gônadas no climatério</p><p>- causa patológica – medula óssea em infecções</p><p>E) METAPLASIA – transformação de um tecido em outro mais resistente às agressões. Pode resultar em perda de função.</p><p>- propensão para transformação maligna</p><p>- p.ex.: metaplasia escamosa: tecido epitelial do trato respiratório é transformado em tabagistas</p><p>3 CAUSAS DE LESÃO CELULAR</p><p>A) EXTRÍNSECAS</p><p>● Agentes Físicos – trauma mecânico/extremos de temperatura/radiação</p><p>● Agentes Químicos – venenos/álcool/remédios/inseticidas</p><p>● Agentes Biológicos – agentes infecciosos (vírus/bactérias/fungos/parasitas)</p><p>B) INTRÍNSECAS</p><p>● hipóxia, isquemia</p><p>● doenças autoimunes, reações alérgicas</p><p>● anomalias genéticas</p><p>● desequilíbrios nutricionais</p><p>4 TIPOS DE LESÃO CELULAR</p><p>A) LESÕES REVERSÍVEIS</p><p>- estímulos iniciais ou leves</p><p>- s/ danos severos</p><p>- membrana intacta</p><p>p.ex.: Tumefação celular – falência das bombas de íons dependentes de energia</p><p>e ↑ volume tecidual</p><p>degenerações gorduras – ocorre em lesão hipóxica e tem o surgimento de</p><p>vacúolos lipídicos no citoplasma</p><p>B) LESÕES IRREVERSÍVEIS = morte celular (necrose e apoptose)</p><p>- persistência do dano</p><p>● NECROSE</p><p>- enzimas extravasam dos lisossomos, entram no citoplasma e digerem as</p><p>células.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA</p><p>TUTORIA</p><p>|121</p><p>- Sempre patológica e acompanhada de inflamação</p><p>- Necrose de coagulação: falta de fornecimento sanguíneo para o tecido orgânico.</p><p>- Necrose liquefativa: formação de pus como resultado da fagocitose de células mortas.</p><p>- Necrose caseosa: o tecido apresenta uma aparência esbranquiçada e ocorre o acúmulo de gordura.</p><p>- Necrose fibrinóide: comum em doenças autoimunes e forma fibrina na parede arterial.</p><p>- Necrose gangrenosa: perda de fornecimento de sangue, tecidos secos e duros com odor pútrido e formação de bolhas gasosas.</p><p>●APOPTOSE</p><p>- morte celular programada/suicídio celular</p><p>- célula privada de fatores de crescimento /DNA ou proteínas são danificados s/ reparação</p><p>- dissociação nuclear s/ perda integral da membrana >então> não terá reação inflamatória</p><p>FISIOLÓGICA: perda de estímulos hormonais</p><p>PATOLÓGICA: danos ao DNA, infecções e proteínas mal dobradas</p><p>MECANISMO DA APOPTOSE</p><p>● AUTOFAGIA</p><p>- processo em que a célula digere seu próprio conteúdo, através de autofagossomos, que se fundem com os lisossomos e digerem o</p><p>material celular;</p><p>- acontece durante a privação de nutrientes, a célula então se ‘canibaliza’ para sobreviver.</p><p>- pode ser:</p><p>>>>mediada por chaperonas</p><p>>>>Microautofagia – invaginação p/ dentro da membrana lisossomal</p><p>>>>Macroautofagia – sequestro e transporte de porções do citoplasma pra dentro de um autofagossomo.</p><p>ETAPAS DA AUTOFAGIA</p><p>- formação de uma membrana de isolamento, o fagóforo, e sua nucleação; membrana derivada do reticulo endoplasmático;</p><p>- alongamento da vesícula;</p><p>- maturação do autofagossomo, sua fusão com lisossomos e eventual degradação dos conteúdos.</p><p>5 ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS NAS CÉLULAS</p><p>A) ALTERAÇÕES DAS LESÕES REVERSÍVEIS</p><p>- bolhas na MP/ perda de microvilosidades</p><p>- tumefação generalizada da célula e organelas > acontece quando as células se tornam incapazes de manter o equilíbrio eletrolítico devido</p><p>a falência das bombas de íons dependentes de energia na MP. Quando afeta muitas células, provoca palidez, ↑ turgor ↑ peso do órgão</p><p>(degeneração hidrópica)</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA</p><p>TUTORIA</p><p>|122</p><p>- aparecimento de densidades amorfas (mitocôndria)</p><p>- Dilatação do retículo endoplasmático – aparecimento de figuras de mielina, destacamento de polirribossomos</p><p>- Alterações nucleares – desagregação dos elementos granulares, agregação da cromatina nuclear</p><p>- Eosinofilia – pela ↓ de RNA citoplasmático</p><p>B) ALTERAÇÕES IRREVERSÍVEIS</p><p>- alterações nucleares > fragmentação e</p><p>dissolução na necrose</p><p>-> cariólise – basofilia da cromatina</p><p>esmaecida, que reflete a perda de DNA pela</p><p>degradação enzimática por endonucleases;</p><p>> picnose – aumento da basofilia</p><p>acompanhada de retração nuclear. A</p><p>cromatina se condensa em uma massa sólida</p><p>contraída basófila</p><p>> cariorrexe – núcleo picnótico sofre</p><p>fragmentação; com o decorrer do tempo, o</p><p>núcleo da célula necrótica desaparece</p><p>totalmente.</p><p>C) HIPÓXIA - privação de oxigênio,</p><p>↓ capacidade de transporte de O2; isquemia</p><p>D) EQUILÍBRIO ELETROLÍTICO</p><p>- tumefação celular</p><p>- influxo de Ca2+</p><p>E) STRESS OXIDATIVO</p><p>- ↑ O2</p><p>- espécies aeróbias detonam patógenos</p><p>- “super respiração”</p><p>6 MECANISMOS DA LESÃO CELULAR</p><p>- lesão mitocondrial → depleção de ATP → (baixa atividade da bomba de Na+ e K+) → falha nas funções dependentes de energia →</p><p>necrose</p><p>- influxo de Ca+ → pode disparar apoptose</p><p>- acúmulo de espécies reativas de oxigênio – modificação de proteínas, ácidos nucleicos, lipídeos</p><p>- aumento da permeabilidade das membranas celulares → culmina em necrose</p><p>- acúmulo de DNA danificado e proteínas mal dobradas → dispara a apoptose</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA</p><p>TUTORIA</p><p>|123</p><p>1 CÉLULAS E ÓRGÃOS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO</p><p>A) ÓRGÃOS LINFOIDES PRIMÁRIOS (órgãos geradores)</p><p>● MEDULA ÓSSEA</p><p>- local de geração da maioria das células sanguíneas (hematopoese) circulantes; órgão difuso</p><p>- produção e maturação de linfócitos B</p><p>- produção de células linfoides mieloides</p><p>● TIMO</p><p>- local de maturação dos linfócitos T</p><p>B) ÓRGÃOS LINFOIDES SECUNDÁRIOS – órgãos espelhados pelo corpo onde se inicia a RIA, dando uma reação rápida. Para eles,</p><p>migram as células apresentadoras de antígenos para interagirem com as células efetoras da resposta imune.</p><p>● BAÇO</p><p>- hemocaterese – destruição de hemácias antigas</p><p>- produção de linfócitos ativados e anticorpos</p><p>- armazena linfócitos T</p><p>● TONSILAS</p><p>- possuem função semelhante aos linfonodos</p><p>- estão localizadas na parte posterior da boca, e acima da garganta</p><p>● LINFONODOS</p><p>- presentes nos vasos linfáticos, filtram a linfa.</p><p>- contém células do sist. Imunológico</p><p>- presentes nas regiões axilares, cervicais, inguinais, retroperitoneais, mediastinais</p><p>● ADENOIDES</p><p>- massa de tecidos linfoides protetores localizados no fundo da cavidade nasal</p><p>- ajudam a proteger o organismo de bactérias e vírus causadores de doenças transmitidas pelo ar</p><p>C) CÉLULAS</p><p>● FAGÓCITOS – células cuja função</p><p>primária é ingerir e destruir</p><p>microrganismos e se livrar dos tecidos</p><p>danificados.</p><p>● MACRÓFAGOS – responsáveis</p><p>pela remoção de tecidos necrosados</p><p>ou inflamados.</p><p>MONÓCITOS: evolução dos</p><p>macrófagos – são células fagocitárias</p><p>livres na corrente sanguínea</p><p>originadas na medula óssea.</p><p>Produzem e secretam citocinas para</p><p>recrutar mais monócitos e outros</p><p>leucócitos para o local da infecção,</p><p>ampliando a resposta imune contra</p><p>microrganismos.</p><p>● NEUTRÓFILOS – tornam-se</p><p>fagocitários quando e contato com</p><p>substâncias sólidas.</p><p>- tem em maior quantidade no</p><p>organismo migrando rapidamente pra locais de infecção</p><p>- Dois formatos: bastonete e segmentados</p><p>- importantes na defesa contra bactérias</p><p>● EOSINÓFILOS – presentes nas respostas alérgicas (hipersensibilidade tipo I) e defesa contra helmintos.</p><p>- produzem histaminas (substâncias vaso dilatoras)</p><p>- 2 a 5% dos leucócitos</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA</p><p>TUTORIA</p><p>|124</p><p>● BASÓFILOS – produzem heparina e histaminas; são encontrados com pouca frequência na corrente sanguínea</p><p>● MASTÓCITOS – encontrados no tecido conjuntivo, armazenam mediadores químicos da inflamação (sendo um importante sinalizador</p><p>quimiotáxico – além de armazenar e produzir heparina, histamina e serotonina</p><p>● LINFÓCITOS – são células presentes no sangue</p><p>derivadas dos glóbulos brancos</p><p>LINFÓCITOS B – quando ativados, recebem a</p><p>denominação de plasmócitos, e produzem anticorpos</p><p>LINFÓCITO T – maturam-se no timo; reconhece o</p><p>antígeno. > T auxiliares: secretam citocinas (proteínas que</p><p>estimulam a proliferação e a diferenciação de células T e</p><p>ativação de macrófagos e leucócitos)</p><p>> T citotóxicos –</p><p>destroem células que produzem antígenos estranhos (Ex:</p><p>infectados por vírus). Apresenta-se sob vários perfis: TH1,</p><p>TH2, TH17.</p><p>● CÉLULAS DENDRÍTICAS – encontradas na circulação</p><p>linfática, linfonodos, baço.</p><p>- funcionam como APCs profissionais (Apresentadoras de</p><p>Antígenos), capturando o agente microbiano do ambiente</p><p>externo, e transporta-o para os órgãos linfoides</p><p>- ativam células T näives (células T virgens)</p><p>● CÉLULAS NK (NATURAL KILLERS) – fornece defesa</p><p>inicial contra patógenos infecciosos, reconhece células</p><p>estressadas e danificadas e auxiliam na destruição de</p><p>células neoplásicas ou infectadas por vírus, por indução de</p><p>morte celular (apoptose)</p><p>2 RESPOSTA IMUNE</p><p>A) CONCEITOS</p><p>● ANTICORPOS – células produzidas em resposta à corpos estranhos</p><p>●ANTÍGENOS – substâncias estranhas que induzem as respostas imunes específicas ou são reconhecidas pelos linfócitos ou anticorpos</p><p>● IMUNIDADE ATIVA - imunidade adquirida por uma resposta a um antígeno. Ex.: vacina</p><p>● IMUNIDADE PASSIVA – imunidade conferida pela transferência de anticorpos ou células efetoras. Ex: soro, placenta</p><p>B) RESPOSTA IMUNE INATA/NATURAL (RII)</p><p>- 1ª linha de defesa: resposta rápida à infecção</p><p>- presente antes do encontro com o patógeno</p><p>- não possui memória imunológica; inespecífica</p><p>- barreiras físicas e químicas (pele e anexos, mucosas) e células fagocitárias</p><p>(macrófagos, neutrófilos, dendríticas e NK)</p><p>C) RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA/ADQUIRIDA (RIA)</p><p>- possui memória imunológica (aumentada por exposições repetidas ao</p><p>antígeno)</p><p>- específica para diferentes microrganismos</p><p>● CARACTERÍSTICAS:</p><p>Especifidade - garante o direcionamento correto e específico da resposta</p><p>imune ao agente do microrganismo</p><p>Diversidade - permite a resposta a muitos antígenos variados</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA</p><p>TUTORIA</p><p>|125</p><p>Memória - aumenta a habilidade à infecções repetidas</p><p>Expansão clonal - nº de linfócitos = nº de microrganismos p/manter</p><p>homeostasia</p><p>Especialização - gerar respostas efetivas</p><p>Contração e homeostasia - permite a rápida recuperação do sist.. imune</p><p>para efetivamente responder em tempo hábil a antígenos recentes</p><p>- Não reatividade ao próprio - previne lesões danosas ao hospedeiro.</p><p>● RESPOSTA IMUNE HUMORAL > defesa a microrganismos</p><p>extracelulares > linfócitos B – mediada</p><p>por anticorpos</p><p>● RESPOSTA IMUNE CELULAR ></p><p>defesa contra microrganismos</p><p>intracelulares > linfócitos T – citocinas</p><p>3 MECANISMOS EFETORES DA RESPOSTA IMUNE</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA</p><p>TUTORIA</p><p>|126</p><p>COMO ACONTECE?</p><p>A) RESPOSTA IMUNE INATA</p><p>(1) os macrófagos ativados secretam citocinas que promovem o recrutamento de outros leucócitos a partir dos vasos sanguíneos para o</p><p>local da infecção.</p><p>(2) os leucócitos se acumulam no local e sua ativação são denominados ‘inflamação’.</p><p>(3) ação do interferon: citocinas antivirais ativadas junto com as células NK para destruir as células infectadas por vírus.</p><p>(4) micróbios que resistem a tais reações caem na corrente sanguínea e são reconhecidos por proteínas plasmáticas circulantes. Tais</p><p>proteínas são ativadas diretamente pelas superfícies microbianas resultando em produtos de clivagem que estimulam a inflamação,</p><p>revestem os micróbios para a fagocitose intensificada e furam as membranas celulares microbianas, levando À sua lise.</p><p>Obs: porém, os micróbios patogênicos já evoluíram para serem resistentes À imunidade natural.</p><p>B) RESPOSTA IMUNE ADQUIRIDA</p><p>3 ESTRATÉGIAS:</p><p>(1) anticorpos secretados ligam-se aos micróbios extracelulares, bloqueiam sua capacidade de infectar células do hospedeiro, e promovem</p><p>sua ingestação e consequentemente destruição por fagócitos.</p><p>(2) fagócitos ingerem os micróbios e os destroem, e as células T auxiliares aumentam as capacidades microbicidas dos fagócitos.</p><p>(3) Linfócitos T citotóxicos (T CD8) destroem as células infectadas por micróbios que são inacessíveis aos anticorpos.</p><p>C) MECANISMO EFETOR DA RESPOSTA IMUNE HUMORAL: O SISTEMA COMPLEMENTO</p><p>SISTEMA COMPLEMENTO É um sistema de proteínas séricas e de membrana que interagem para formar produtos proteicos</p><p>biologicamente ativos, ativado quando um patógeno penetra no organismo.</p><p>- a proteína C3 é clivada, os produtos de C3 se ligam às superfícies microbianas ou as dos anticorpos através de 3 vias, a depender da</p><p>situação:</p><p>● VIA ALTERNATIVA – ativada sem anticorpos, pois ocorre uma ligação com a superfície celular do patógeno</p><p>● VIA CLÁSSICA – ativada somente por anticorpos ligados a antígenos (imunocomplexo), está associada com a resposta imune humoral</p><p>● VIA DAS LECTINAS – ativadas por carboidratos circulantes (colectinas) aos antígenos</p><p>● ETAPA FINAL DA ATIVAÇÃO – as três vias de ativação convergem para a via comum, para a formação do Complemento de Ataque a</p><p>Membrana (MAC)</p><p>D) MECANISMO DE RECONHECIMENTO DE ANTÍGENOS (RECEPTORES)</p><p>- PAMPS (Padrões Moleculares Associados aos Patógenos) – faz ativação primária ao reconhecer patógenos</p><p>- DAMPS (Padrões Moleculares Associados ao Dano) – reconhecem estruturas danificadas e mortas</p><p>- TLR (TOLL LIKE RECEPTORS) – receptores da imunidade inata + receptores de ligação para reconhecer patógenos. São liberados por</p><p>células estressadas ou por lesão celular.</p><p>- PRR – presentes em superfícies das membranas. Quando se ligam aos PAMPs e DAMPs ativam vias de transdução de sinal que</p><p>promovem as funções antimicrobianas e pré-inflamatórias das células nas quais elas estão expostas.</p><p>E) MECANISMO EFETOR DA RESPOSTA IMUNE ADQUIRIDA MEDIADA POR CÉLULAS</p><p>(1) reconhecimento pelas células T näives de antígenos MHC nos órgãos linfoides</p><p>(2) expansão clonal das células T e sua diferenciação em células T efetoras</p><p>(3) migração de células T efetoras para o local da infecção</p><p>(4) eliminação</p><p>- AS CÉLULAS APC SECRETAM CITOCINAS QE CONTROLAM A DIFERENCIAÇÃO DAS CÉLULAS TCD4 EM:</p><p>● TH1</p><p>- TH1 secretam citocina IFN-gama</p><p>- IFN-gama favorece a imunidade mediada por fagocitose: facilita o reconhecimento de antígenos de micróbios já ingeridos por fagócitos e</p><p>estimulam a ativação de macrófagos para eliminar os micróbios fagocitados</p><p>>>>>>>>>>>>>>>>>>> OU >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>></p><p>LINFÓCITOS TCD4 SE DIFERENCIAM EM CÉLULAS TH2</p><p>●TH2 quando ativada secreta IL-4 e IL-5 > favorecem as reações de imunidade mediadas por IgE, eosinófilos e mastócitos</p><p>- sendo: IL-4 > promove a troca de isótipo das células B e produzem IgE, revestindo os helmintos, desregula os mastócitos e media</p><p>inflamação ////// IL-5 > estimula diretamente eosinófilos para liberarem conteúdo que danifica o tegumento dos helmintos</p><p>●TH-17</p><p>- promovem respostas inflamatórias ricas em neutrófilos, importantes para mediar dano tecidual em doenças autoimunes e proteger contra</p><p>algumas infecções microbianas.</p><p>Diferenciação em TCD8</p><p>- eliminam células apresentadas junto com moléculas de MHC-I</p><p>- ação da granzima e da perforina ></p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA</p><p>TUTORIA</p><p>|127</p><p>(1) Todas as células do organismo possuem MHC-I (moléculas proteicas expressas em todas as células nucleadas) para não serem</p><p>eliminadas ou destruídas pelo sist. Imunológico.</p><p>(2) Células infectadas por vírus ou que sofreram mutação perdem a expressão do MHC-I. e se tornam alvo das células NK</p><p>(3) quando ativadas, as NK, produzem proteínas chamadas de perforinas, que perfuram as células infectadas por vírus ou células tumorais</p><p>e essas perforinas - ao promoverem os furos - permitem a entrada de proteínas com poder enzimático chamadas de granzimas.</p><p>(4) as granzimas ativam a via das caspases, que é uma via apoptótica, capaz de evoluir as células infectadas ou tumorais para a apoptose.</p><p>(5) as NK provocam então, a destruição direta dessas células e secretam citocinas inflamatórias, principalmente IFN-gama.</p><p>(3) migração de céulas T efetoras para o local da infecção</p><p>(4) eliminação</p><p>4 ANTICORPOS</p><p>A) FUNÇÕES</p><p>- Neutralização do antígeno > impedem os microrganismos de</p><p>interagir com os receptores celulares</p><p>- Fagocitose de partículas opsonizadas > fagocitadas pela ligação das porções Fc dos antígenos aos receptores Fc dos fagócitos. Existem</p><p>vários Fc específicos para IgG, IgE, IgA, a depender da afinidade. A ligação do Ig + antígeno (antígeno = estrutura estranha) ao Fc do</p><p>fagócito libera sinais que estimulam as atividades microbicidas dos fagócitos.</p><p>- Ativação do sist. complemento (IgG ou IgM)</p><p>B) ESTRUTURA DOS ANTICORPOS</p><p>- duas cadeias leves e duas cadeias pesadas idênticas, com um segmento variável (Fab) e um</p><p>segmento constante (Fc)</p><p>• (IgA): Imunidade das mucosas está no leite materno; protege o organismo de infecção A</p><p>vírus e bacterias</p><p>• IgD: Receptor de antígenos na célula B imatura</p><p>• IgE: Defesa contra parasitas, helmintos, hipersensibilidade imediata</p><p>• IgG: (anticorpo de memória); Imunidade neonatal, inibição por retroalimentação das células B (memória); atravessa a placenta,</p><p>anticorpo de memoria intra e extracelular</p><p>• IgM: (anticorpo de fase aguda); maior anticorpo; receptor da célula B imatura, monomérica e ativação do complemento (via</p><p>clássica)</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA</p><p>TUTORIA</p><p>|128</p><p>1 IMUNIZAÇÃO</p><p>A) IMUNIZAÇÃO ATIVA – a forma de imunidade que é induzida pela exposição a um antígeno estranho.</p><p>- O sistema imune é ativado pelo indivíduo através da presença de anticorpos.</p><p>- O indivíduo imunizado tem papel ativo na resposta ao antígeno;</p><p>- Gera resposta imunológica, produzindo anticorpos e células imunes (linfócito T)</p><p>- Duradoura: - natural: exposição à infecção</p><p>- artificial: vacina</p><p>B) IMUNIZAÇÃO PASSIVA – transferência de soro ou linfócitos de um indivíduo especificamente imunizado em situações experimentais,</p><p>um processo conhecido como transferência adaptativa.</p><p>- Produz uma proteção rápida e eficiente, porém temporária, durando poucas semanas ou meses.</p><p>- natural: ocorre através da passagem de anticorpos da mãe para o feto através da placenta; também pelo aleitamento materno;</p><p>- artificial: soro</p><p>- imunoglobulina humana combinada > produzida através da combinação de anticorpos IgG de milhares de doadores adultos;</p><p>- imunoglobulina humana hiperimune > mediante doação de plasma humano contendo os anticorpos de interesse</p><p>- soro heterólogo</p><p>C) IMUNIZAÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA</p><p>● PRIMÁRIA – resposta imune ao primeiro contato.</p><p>- resposta de 5 a 10 dias após o contato</p><p>- secreção de IgM</p><p>- pouca produção de IgG</p><p>- menor afinidade dos anticorpos</p><p>- respota mais lenta (sem memória).</p><p>● SECUNDÁRIA – resposta desencadeada na segunda</p><p>exposição aos mesmos antígenos</p><p>- resposta mais rápida: 1 a 3 dias pós contato</p><p>- secreção de IgG</p><p>- mudança de classe de cadeia pesada (IgA, IgE)</p><p>- maior afinidade dos anticorpos.</p><p>2 IMUNODEFICIÊNCIAS</p><p>A) CONCEITO - distúrbios graves e muitas vezes fatais desencadeados por defeitos em um ou mais componentes do sistema imune. Pode</p><p>ser resultado de defeitos do desenvolvimento ou da ativação dos linfócitos ou de defeitos nos mecanismos efetores da imunidade inata e</p><p>adaptativa.</p><p>B) CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS DOENÇAS POR IMUNODEFICIÊNCIAS</p><p>- a principal consequência da imunodeficiência é a maior suscetibilidade a infecções > a deficiência da imunidade humoral, por exemplo,</p><p>resulta em um aumento na suscetibilidade a infecções com bactérias piogênicas, enquanto defeitos na imunidade celular levam a infecções</p><p>com vírus e outros microrganismos intracelulares. Deficiências combinadas tornam o paciente suscetível a infecções de todas as classes</p><p>de microrganismos.</p><p>C) SUSCETIBILIDADE A INFECÇÕES</p><p>Deficiência de célula B > bactérias patogênicas (otite, pneumonia, meningite, osteomielite), bactérias e vírus entéricos, alguns parasitas</p><p>Deficiência de célula T > muitos vírus, micobactérias atípicas e fungos.</p><p>● IMUNODEFICIÊNCIA CONGÊNITA OU PRIMÁRIA são defeitos genéticos que resultam em um aumento na suscetibilidade a infecções,</p><p>manifestado de maneira precoce (infância e início da adolescência), porém detectado clinicamente em uma idade mais avançada.</p><p>- Em diferentes imunodeficiências congênitas, a anormalidade etiológica pode estar em componentes do sistema imune inato em diferentes</p><p>estágios de desenvolvimento dos linfócitos ou nas respostas dos linfócitos maduros asos estímulos antigênicos.</p><p>- As anormalidades herdadas relacionadas à imunidade inata mais comumente envolvem a via do complemento ou os fagócitos. As</p><p>anormalidades no desenvolvimento dos linfócitos podem ser causadas por mutações em genes que codificam enzimas, proteínas de</p><p>transporte, adaptadores e fatores de transição.</p><p>- Está no sistema inato em diferentes estágios dos linfócitos ou nas respostas imunes.</p><p>● IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA OU SECUNDÁRIA SE desenvolve devido à desnutrição, câncer disseminado, tratamento com</p><p>imunossupressores ou infecção das células do sistema imunológico (especialmente pelo HIV).</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA</p><p>TUTORIA</p><p>|129</p><p>3 VACINAS</p><p>O princípio fundamental da vacinação é administrar uma forma morta ou atenuada de um agente infeccioso ou um componente de um</p><p>microrganismo que não causa a doença, mas provoca uma resposta imune que fornece proteção contra a infecção pelo microrganismo</p><p>patogênico vivo.</p><p>As vacinas são eficazes, se o agente infeccioso não estabelecer latência; se não se passar por nenhuma ou por muita variação antigênica;</p><p>e se não interferir com resposta imunológica do hospedeiro.</p><p>A maioria das vacinas em uso atualmente trabalham induzindo a imunidade humoral (Estimulam o sistema a produzir anticorpos).</p><p>As melhores vacinas são aquelas que estimulam o desenvolvimento dos plasmócitos de longa via que produzem anticorpos de alta</p><p>afinidade, assim como as células B de memória</p><p>A) TIPOS DE VACINAS</p><p>● VACINAS ATENUADAS – feitas com bactérias ou vírus vivos, porém cultivados em condições adversas, de forma que percam a</p><p>capacidade de provocar a doença (sua virulência é atenuada). Ex: raiva, coléra, sarampo, febre amarela, poliomielite.</p><p>● VACINAS COM BACTÉRIAS E/OU VÍRUS INATIVOS – vírus ou bactérias que foram mortos por processos químicos ou físicos, como</p><p>por radiação ou calor. Ex: tríplice viral</p><p>● VACINAS CONJUGADAS – formadas pelo acoplamento dos polissacarídeos a proteínas. Estas vacinas funcionam como conjugados</p><p>carreadores de hopteno e são uma aplicação pratica do princípio da cooperação entre as células T e B. (Ex: vacinas contra pneumococos</p><p>e meningococos).</p><p>● VACINAS DE ANTÍGENOS SINTÉTICOS – identifica antígenos ou epítopos microbianos e sintetiza-os no laboratório. (Ex: hepatite,</p><p>herpes simples, febre aftosa, HPV.)</p><p>4 RESPOSTA IMUNE AOS VÍRUS</p><p>Os vírus são os microrganismos intracelulares obrigatórios que utilizam os componentes do ácido nucleico e a maquinaria da síntese de</p><p>proteínas do hospedeiro para se replicar e se espalhar. Eles utilizam moléculas de superfície de células normais como receptores para</p><p>entrar nas células, podendo causar lesão tecidual e doença por uma série de mecanismos.</p><p>A replicação viral interfere na síntese de proteína e função de células normais, leva à lesão e depois à morte celular da célula infectada.</p><p>A) CICLO LÍTICO – ocorre a replicação do vírus</p><p>utilizando toda a maquinaria da célula hospedeira e</p><p>ocorre a lise (morte) da célula hospedeira; rompe a</p><p>célula para sair.</p><p>1. Ligação do vírus, altamente específica</p><p>2. Penetração ></p><p>3. Síntese de ácidos nucleicos e proteínas</p><p>virais (produção de DNA polimerase viral,</p><p>enzimas que promoveram a lise da célula</p><p>e proteínas do capsídeo).</p><p>4. Montagem rápida e aleatória</p><p>5. Liberação (enzimas produzidas do próprio</p><p>material viral digerem a membrana</p><p>plasmática da célula hospedeira e liberam</p><p>todos os virions [forma infecciosa</p><p>propriamente dita dos vírus]).</p><p>B) CICLO LISOGÊNICO – não ocasiona morte da célula; o material genético viral é incorporado ao DNA da célula hospedeira de modo</p><p>que, se a célula hospedeira se multiplicar, o material</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|6</p><p>1 A MEDICINA DAS ANTIGAS CIVILIZAÇÕES</p><p>A) EGÍPCIOS: uma das primeiras civilizações a tratar a medicina como ciência, apesar da saúde ainda estar bastante atrelada aos princípios</p><p>da magia cultural (religião). Confeccionaram o Papiro Ebers, o mais antigo tratado médico já encontrado. Nele, além de descrições de</p><p>procedimentos cirúrgicos (próteses, partos, obturações) e de dissecação em corpos profanados (mumificação cultural, própria da</p><p>civilização), identificou também a maneira como os médicos (sacerdotes) atuavam (em endereços fixos, por exemplo). Vale ressaltar que</p><p>o governo controlava rigorosamente o sistema de saúde</p><p>B) CHINESES: a medicina chinesa foi desenvolvida empiricamente a partir da experiência clínica e holística. O princípio básico da medicina</p><p>chinesa se baseia na energia vital, que é influenciada pelo equilíbrio das forças opostas yin e yang que circulam no corpo através de canais</p><p>(meridianos). Os principais métodos de tratamento são a fitoterapia, a massagem terapêutica e a acupuntura (disponibilizada gratuitamente</p><p>hoje em dia pelo SUS).</p><p>C) GREGOS: no período arcaico, as doenças eram vistas como castigos divinos, assim como a medicina egípcia (saúde=princípios mágico-</p><p>culturais).</p><p>A partir do período clássico, houve a desvinculação da saúde com a religião, graças ao trabalho dos pensadores gregos (Hipócrates, Platão,</p><p>Aristóteles, etc.) em especial a edificação da ética médica a partir do juramento de Hipócrates.</p><p>2 O JURAMENTO DE HIPÓCRATES</p><p>Hipócrates mudou a visão da medicina: passou a tratar o paciente como um todo. Uniu os princípios holísticos da medicina antiga com as</p><p>ciências biomédicas: a doença seria algo natural, passível de explicação; por isso foi iniciado o hábito de registros clínicos.</p><p>O “juramento” de Hipócrates (tanto o antigo quanto o atual) continuam estabelecendo a conduta ética para o médico, tanto prof issional</p><p>quanto pessoal.</p><p>"Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e</p><p>todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue:</p><p>Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário</p><p>for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se</p><p>eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar</p><p>dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos</p><p>inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.</p><p>Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar</p><p>dano ou mal a alguém.</p><p>A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo</p><p>modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.</p><p>Conservarei imaculada minha vida e minha arte.</p><p>Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos</p><p>que disso cuidam.</p><p>Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de</p><p>toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou</p><p>escravizados.</p><p>Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou</p><p>ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.</p><p>Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha</p><p>profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário</p><p>aconteça."</p><p>3 os nomes do desenvolvimento da medicina</p><p>A) GALENO:</p><p>- fez um trabalho sobre o sistema circulatório, provando que o sangue arterial se diferencia do venoso, diferenciando veias e artérias</p><p>- distinguiu nervo sensorial do nervo motor</p><p>- identificou que o rim era responsável por secretar urina</p><p>B) PASTEUR:</p><p>- primeiro a utilizar o termo vírus; e a utilizar bactérias para produzir vacinas (cólera e raiva)</p><p>- criou o processo de pasteurização, aquecendo e resfriando alimentos para reduzir a presença de microrganismos</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|7</p><p>- desenvolveu a teoria da biogênese (um ser vem do outro)</p><p>- desenvolveu também os processos de assepsia e esterilização (por calor)</p><p>- inventor do microscópio</p><p>C) KOCH:</p><p>- descobriu o agente causador da tuberculose e do carbúnculo</p><p>- principal responsável pela compreensão de epidemiologia das doenças transmissíveis</p><p>- estabeleceu os princípios para pesquisa microbiológica</p><p>D) DA VINCI:</p><p>- pai da anatomia</p><p>- trouxe inovações para facilitar a dissecação de cadáveres</p><p>- usou da matemática e do desenho para entender todo o funcionamento do corpo (órgãos vitais, esqueleto, músculos e tendões).</p><p>E) VESALIUS:</p><p>- pai da anatomia moderna</p><p>- estabeleceu um modelo para estudo do crânio</p><p>- publicou o 1º atlas de anatomia</p><p>- corrigiu os erros de Galeno acerca da fisiologia humana</p><p>F) VIRCHOW:</p><p>- pai da patologia moderna</p><p>- introduziu os termos “trombose e embolia”</p><p>- descreveu de maneira objetiva a leucemia</p><p>- se preocupou bastante com o sanitarismo, por ser político e pai da patologia.</p><p>G) FLEXNER:</p><p>- idealizador do relatório flexner (reforma das escolas médicas)</p><p>- descobriu o soro para tratamento da meningite</p><p>- descobriu o bacilo causador da disenteria</p><p>4 AS GRANDES EPIDEMIAS</p><p>Em tese, as grandes epidemias foram causadas pela falta de profilaxia higiênica (saneamento básico). As consequências na conduta</p><p>médica implicaram na criação de vacinas para combate às doenças; adoção de medidas de assepsia e antissepsia; criação de sistema de</p><p>saneamento básico e tratamento de esgoto; maior preocupação com o ciclo biológico dos vírus e vetores.</p><p>Podemos citar:</p><p>A) PESTE NEGRA: dizimou 1/3 da população europeia. A transmissão se dava pelos carrapatos de ratos</p><p>B) MALÁRIA: transmitida pelo Anopheles infectado pelo plasmódio. Doença típica de áreas tropicais</p><p>C) CÓLERA: transmitida através da ingestão de alimentos e água contaminados pelo vibrião colérico</p><p>D) VARÍOLA: transmitida pelo ar (espirro, tosse...); contato com secreções ou itens contaminados. Erradicada em 1980, segundo a OMS.</p><p>E) FEBRE TIFÓIDE: doença bacteriana causada pela salmonela</p><p>F) TIFO EXANTEMÁTICO: conjunto de doenças epidêmicas bacterianas transmitidas por parasitas comuns no corpo humano, que causam</p><p>lesões avermelhadas (Ex: piolho)</p><p>5 OS TIPOS CELULARES</p><p>A) CÉLULAS PROCARIONTES:</p><p>- não possui organelas</p><p>- material genético disperso (anucleadas) e em contato no citoplasma</p><p>- exclusivas ao Reino Monera</p><p>- ausência de citoesqueleto, cílios e flagelos</p><p>B) CÉLULAS EUCARIONTES:</p><p>- apresentam núcleo definido (material genético dentro do núcleo)</p><p>- possui citoesqueleto e diversas organelas</p><p>C) ORGANELAS</p><p>Retículo Endoplasmático Rugoso – transporte intracelular</p><p>Retículo Endoplasmático Liso – transporte de lipídeos; desintoxicação celular nos hepatócitos</p><p>Lisossomos – digestão celular</p><p>Ribossomos – participam da síntese proteica</p><p>Complexo de golgi – armazenamento e secreção de enzimas</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|8</p><p>Mitocôndria – respiração celular</p><p>Vacúolos – armazenamento de substâncias</p><p>Citoesqueleto – estruturação</p><p>Cílios – proteção e deslocamento (flagelos)</p><p>Peroxissmos – catalisam reações e armazenam enzimas; desintoxicação celular (quebra álcool e peróxido de hidrogênio)</p><p>Centríolos – participam do processo de divisão celular e abrigam o conjunto de estruturas do citoesqueleto</p><p>Nucléolo – coordena os processos de divisão celular através da síntese de proteínas</p><p>Cromatina – função de armazenar todo o DNA</p><p>DNA – contém informação genética.</p><p>ÁTOMO – MOLÉCULA – CÉLULA – TECIDO – ÓRGÃO – SISTEMA – ORGANISMO</p><p>6 MEDICINA X ARTE MÉDICA</p><p>A medicina deveria ser uma harmonia proporcional</p><p>genético também é multiplicado.</p><p>A célula-filha já sai infectada.</p><p>RESPOSTA IMUNE INATA E ADAPTATIVA CONTRA OS VÍRUS</p><p>- tem como objetivo bloquear a infecção e eliminar as células infectadas. A infecção é prevenida por interferons do tipo I como parte da</p><p>imunidade inata;</p><p>- já anticorpos neutralizantes contribuem para a imunidade adaptativa.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA</p><p>TUTORIA</p><p>|130</p><p>C) IMUNIDADE INATA CONTRA VÍRUS</p><p>- os principais mecanismos de imunidade inata contra os vírus são a inibição da infecção por interferons do tipo I e a destruição das células</p><p>infectadas mediada pelas células NK.</p><p>Os interferons tipo I são induzidos através do reconhecimento de várias famílias de receptores celulares que ativam fatores de transcrição</p><p>(proteínas IRF) que estimulam a produção dos interferons tipo I (IFN-alfa; IFN-beta).</p><p>- Como dito antes, são produzidos pelas células infectadas com vírus em resposta à sinalização intracelular o TLR e outros sensores de</p><p>RNA viral. Eles se ligam a receptores nas células não infectadas vizinhas e ativam as vias de sinalização JAK- STAT, que induzem a</p><p>expressão de genes cujos produtos interferem na replicação viral ( essa é a função principal: inibir a replicação viral em ambas as células,</p><p>infectadas e não infectadas).</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA</p><p>TUTORIA</p><p>|131</p><p>Os interferons tipo I causam sequestro de linfócitos nos linfonodos,</p><p>maximizando a oportunidade de encontrar antígenos microbianos. Eles</p><p>aumentam também a citotoxicidade das células NK e promovem a</p><p>diferenciação das células T imaturas em subgrupos de céllas T auxiliares</p><p>TH1. Esses efeitos aumentam as imunidades inata e adaptativa contra</p><p>infecções intracelulares.</p><p>Os interferons tipo I também aumentam a probabilidade de que as células</p><p>viralmente infectadas sejam reconhecidas e mortas pelos CTL e CD8, ao</p><p>facilitarem o reconhecimento e expressão de moléculas de MHC de</p><p>classe I na superfície das células infectadas. (resumo: ativação de vias de</p><p>morte apoptóticas intrínsecas em células infectadas e sensibilidade</p><p>aumentada aos indutores extrínsecos da apoptose).</p><p>- a imunidade adaptativa é estimulada pelas respostas imunes inatas no</p><p>reconhecimento do antígeno pelos linfócitos, que fornece sinal 1 p/</p><p>ativação dos linfócitos, enquanto as moléculas induzidas nas células do</p><p>hospedeiro durante as respostas imunes inatas aos microrganismos</p><p>fornecem o sinal 2. Linfocitos B e T tem a aplicação do mesmo princípio;</p><p>vão se diferir na natureza dos sinais secundários.</p><p>As células NK reconhecem ligantes nas células infectadas ou células</p><p>submetidas a outros tipos de estresse e matam as células do hospedeiro.</p><p>Dessa maneira, as células NK eliminam os reservatórios de infecção, bem como as células disfuncionais. (perforina perfura a cél. Infectada/</p><p>granzina entra na cél., estimulando uma via apoptótica). Elas são um importante mecanismo de imunidade contra os vírus no inicio do curso</p><p>da infecção, antes das respostas imunes adaptativas terem se desenvolvido.</p><p>D) IMUNIDADE ADAPTATIVA CONTRA OS VÍRUS</p><p>A imunidade adaptativa contra as infecções virais é mediada</p><p>pelos anticorpos, que bloqueiam a ligação do vírus e entram nas</p><p>células hospedeiras, e por CTLs, que eliminam a infecção</p><p>matando as células infectadas.</p><p>Os anticorpos são eficazes contra os vírus apenas durante a fase</p><p>extracelular das vidas desses microrganismos. Os vírus podem</p><p>ser extracelulares nos seguintes momentos:</p><p>- no início do curso da infecção;</p><p>- antes que eles infectem as células hospedeiras;</p><p>- quando são liberados de células infectadas por vírus por</p><p>brotamento ou se as células infectadas morrerem.</p><p>Os anticorpos antivirais ligam-se ao envelope viral ou aos</p><p>antígenos do capsídeo e funcionam principalmente com</p><p>anticorpos neutralizantes para impedir a fixação e a entrada do vírus nas células hospedeiras, evitando tanto a infecção inicial quanto a</p><p>disseminação célula a célula.</p><p>Além da neutralização, os anticorpos podem opsonizar partículas virais e promover a sua depuração por fagócitos. Uma vez que os vírus</p><p>entram nas células e começam a replicar intracelularmente, eles se tornam inacessíveis aos anticorpos. Por isso, a imunidade humoral</p><p>induzida por infecção ou vacinação prévia é capaz de proteger as pessoas contra a infecção viral, mas não pode, por si só, erradicar uma</p><p>infecção estabelecida.</p><p>A eliminação dos vírus que residem dentro das células é mediada por CTL, que matam as células infectadas. A maioria dos CTLs específicos</p><p>para vírus são células T CD8+ que reconhecem peptídeos virais, citosólicos, geralmente sintetizados endogenamente e que são</p><p>apresentados por moléculas de classe I do MHC.</p><p>- em infecções latentes, o DNA viral persiste nas células do hospedeiro, mas o vírus não se replica ou destrói as células infectadas.</p><p>Em algumas infecções virais, a lesão no tecido pode ser causada por CTLs.</p><p>● IMUNIDADE HUMORAL B</p><p>- inibe a ligação do vírus na fase extracelular</p><p>- opsoniza Ig</p><p>- quando a célula sofre lise detectando os vírus</p><p>> IgA : mucosa respiratória e trato gastrointestinal</p><p>> CLT: matam qualquer célula nucleada e infectada pelo vírus</p><p>>CTD8: reconhece peptídeos virais citotóxicos</p><p>>CTD4 (ativa fagócitos)</p><p>---- TH1 (recruta neutrófilo p/ infecções crônicas)</p><p>---- TH2 (doenças alérgicas e helmintos)</p><p>---- TH17 (bactérias e fungos)</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 5 | MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA</p><p>TUTORIA</p><p>|132</p><p>OBS: os vírus podem alterar seus antígenos e portanto, deixam de ser alvos da resposta imune. Os genomas virais sofrem mutações nos</p><p>genes que codificam proteínas de superfície e variações ocorrem. Os rearranjos dos genes virais resultam em alterações importantes na</p><p>estrutura antigênica, o que cria vírus distintos (Ex: Influenza, rhinovírus, HIV).</p><p>- alguns vírus inibem a apresentação de antígenos de proteínas citossólicas associados ao MHC-1.</p><p>- alguns vírus produzem moléculas que inibem a resposta imunológica</p><p>- os vírus podem infectar e destruir/inativar as células imunocompetentes (ex: HIV).</p><p>4 HISTÓRIA NATURAL DO HIV</p><p>O HIV é um membro da família dos Lentivírus de retrovírus</p><p>animais. São causadores de doenças fatais de progressão</p><p>lenta, que incluem síndromes e degeneração do SNC.</p><p>HIV-1 > a causa mais comum de AIDS</p><p>HIV-2 > é diferente na sua estrutura genômica e</p><p>antigenicidade, causa uma forma de AIDS de progressão</p><p>mais lenta do que a doença desencadeada pelo HIV-1.</p><p>AIDS – É uma doença causada pela infecção com HIV e</p><p>caracteriza-se por uma profunda imunossupressão</p><p>acompanhada por infecções oportunistas e tumores</p><p>malignos, emaciação e degeneração do SNC.</p><p>O HIV infecta vários tipos de células do sistema</p><p>imunológico, incluindo células T CD4+ auxiliares,</p><p>macrófagos e células dendríticas.</p><p>>> Uma partícula infecciosa do HIV consiste em duas</p><p>cadeias idênticas de RNA acondicionadas dentro de um</p><p>núcleo de proteínas virais, circundado por um envelope</p><p>composto por uma bicamada fosfolipídica derivada da</p><p>membrana da célula hospedeira, mas com inclusões de</p><p>proteínas de membrana codificadas pelo vírus.</p><p>- A sequência gap codifica proteínas estruturais do núcleo;</p><p>- a sequência env condifica glicoproteínas gp120 e gp41</p><p>do envelope, que não estão covalentemente associadas</p><p>uma à outra e são necessárias para a infecção das células.</p><p>- a sequência pol codifica as enzimas virais transcriptase reversa, integrase e protease, que são necessárias para a replicação viral.</p><p>- LTR > Transcrição do genoma viral; integração do DNA viral no genoma da célula hospedeira; ocal de ligação para fatores de transcrição</p><p>do hospedeiro;</p><p>- gap (antígeno específico do grupo) – proteínas do centro do nucleocapsídeo e da matriz</p><p>- pol (polimerase) > transcriptase reversa, protease, integrasse e ribonuclease</p><p>- env (envelope) > proteínas do envelope viral (gp120 e gp41)</p><p>- vif (fator de infecciosidade viral) – supera os efeitos inibidores das enzimas da célula hospedeira, promove a replicação</p><p>de ciência e arte. A ciência seria a tecnicidade da medicina: o entendimento da doença,</p><p>um diagnóstico certeiro, uma cirurgia bem sucedida... A arte seria o entendimento do paciente: a maneira do médico se expressar, se</p><p>humanizar, se adequar as mazelas do paciente e enxergá-lo como um todo biopsicossocial. Mas, a medicina existe separada como</p><p>puramente ciência e/ou puramente arte.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|9</p><p>1 princípios, diretrizes e organização do sus</p><p>A) PRINCÍPIOS</p><p>UNIVERSALIDADE/IGUALDADE/INTEGRALIDADE</p><p>I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;</p><p>II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e</p><p>coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;ser assistido de maneira biopsicossocial; garantir</p><p>proteção(acesso ao tratamento), promoção(prevenção: campanhas de vacinação, preservativo; manter a boa vida (o individuo não esta</p><p>doente), recuperação(reabilitação).</p><p>IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; - preconceito positivo: tratar os desiguais de</p><p>maneira desigual</p><p>B) DIRETRIZES ORGANIZACIONAIS</p><p>DESCENTRALIZAÇÃO/PARTICIPAÇÃO SOCIAL/REGIONALIZAÇÃO/HIERARQUIZAÇÃO/ RESOLUBILIDADE</p><p>VIII - participação da comunidade; - Através da Lei nº 8.142/90 que define a instauração dos Conselho de Saúde nas esferas</p><p>governamentais (federal, estadual e municipal) e da realização a cada 4 anos das Conferências Nacionais de Saúde.</p><p>IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:</p><p>a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;</p><p>b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;</p><p>REDES DE ATENÇÃO</p><p>APS (Atenção Primária à Saúde) – primeiro nível de contato de indivíduos, famílias e comunidades. Aborda os problemas mais comuns na</p><p>comunidade, com serviços de prevenção, cura e reabilitação. Permite o acesso e a atenção à saúde o mais próximo possível do local de</p><p>vivência e trabalho das pessoas;</p><p>ASS (Atenção Secundária à Saúde) – tratamento/hospital</p><p>ATS (Atenção Terciária à Saúde) – UTI/Cirurgia/quimioterapia</p><p>PACIENTE REFERÊNCIA/PACIENTE CONTRARREFERÊNCIA</p><p>XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; - resolubilidade</p><p>2 INDICADORES DE SAÚDE</p><p>Os indicadores de saúde foram desenvolvidos para facilitar a quantificação e avaliação das informações produzidas. Juntos, os indicadores</p><p>devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para vigilância das condições de saúde e o desempenho do sistema. Tende</p><p>a facilitar o monitoramento de objetivos e metas de saúde, estimular o fortalecimento da capacidade analítica das equipes e promover o</p><p>desenvolvimento de sistemas de informação intercomunicados.</p><p>Os dados de importância para a análise da situação da saúde são dados demográficos (número de habitantes, idade, sexo, raça);</p><p>socioeconômicos (renda, ocupação, classe social, tipo de trabalho, condições de moradia e alimentação); dados de morbidade (doenças</p><p>que ocorrem na comunidade) e eventos vitais (óbitos, nascimentos) e fatores de risco, recursos e cobertura: dados ambientais (poluição,</p><p>abastecimento de água, tratamento de esgoto, coleta de lixo); serviços de saúde (hospitais, ambulatórios, unidades de saúde e acesso</p><p>aos serviços);</p><p>RIPSA ( Rede Interagencial de Informações para a Saúde) – estratégia de cooperação entre as principais estruturas do Ministério da Saúde,</p><p>a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde/OMS) e as instituições-chave da política de informações em saúde no país (IBGE, FSP-</p><p>USP, Ipea) viabilizando e sistematizando as parcerias entre tais entidades para entender a realidade sanitária brasileira, suas tendências...</p><p>aperfeiçoando a capacidade de produção e uso das informações que refletem o estado de saúde da população nacional.</p><p>3 DATASUS</p><p>DATASUS – Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde surgiu com o Decreto 100/91, que instituiu a FUNASA (Fundação</p><p>Nacional de Saúde) e sua estrutura básica (Art. 3º) que inclui o Departamento de Informática do SUS.</p><p>O DATASUS deve principalmente integrar as bases de dados e sistemas desenvolvidos e implantados no SUS entre o Ministério da Saúde,</p><p>as Secretarias Estaduais e demais órgãos vinculados ao SUS; mantendo o acervo das bases. E também está vinculado a implementação</p><p>de sistemas e disseminação de informações necessárias as ações de saúde. Padroniza todo o sistema de informática vinculado com o</p><p>SUS, garantindo o acesso, e transferência de tecnologia e metodologia de informação e informática em saúde.</p><p>4 EPIDEMIOLOGIA E CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS</p><p>A política pública deve ser construída a partir da participação direta ou indireta da sociedade civil, visando assegurar um direto a</p><p>determinado serviço, ação ou programa.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|10</p><p>Neste contexto, o programa de Políticas Públicas e Modelos de Atenção e Gestão à Saúde (PMA), desenvolvido pela Vice-Presidência de</p><p>Pesquisa e Coleções Biológicas, tem como papel estratégico a indução do processo de aplicação dos resultados das pesquisas em soluções</p><p>no campo das políticas públicas e modelos de atenção e gestão à saúde, buscando aperfeiçoar o desempenho do SUS e a melhoria das</p><p>condições de vida e saúde da população.</p><p>É preciso assinalar que os instrumentos epidemiológicos não são os únicos válidos e legítimos para a definição de prioridades mas, sem</p><p>dúvida, o reconhecimento da sua contribuição significa um enorme avanço e uma ruptura com a lógica da tomada de decisões, utilizada</p><p>anteriormente pelos serviços de saúde. Uma parceria estreita com a área do Planejamento em Saúde e com a Administração é fundamental</p><p>para viabilizar esta perspectiva.</p><p>Um outro aspecto de destaque na atual conjuntura de saúde é a incorporação legal do controle social no Sistema Único de Saúde. A</p><p>presença destes atores coloca novas possibilidades e tarefas para a Epidemiologia. A divulgação de dados epidemiológicos pertinentes</p><p>para os conselhos municipais e estaduais, para a imprensa e para grupos organizados da população pode contribuir para a decisão sobre</p><p>a alocação de recursos e conferir maior transparência ao processo decisório.</p><p>Merece destaque a importância de utilizar-se metodologias que possam explicitar as desigualdades em saúde, de forma a permitir</p><p>intervenções diferenciadas sobre os grupos populacionais em função de suas especificidades epidemiológicas, expressas por</p><p>características econômico-sociais e de morbi-mortalidade que lhes são próprias.</p><p>Neste sentido, tem sido recomendada a utilização de análises que incorporem a dimensão espacial, tendo em vista a definição de regiões</p><p>epidemiologicamente homogêneas, que permitam intervenções específicas, diferenciadas e efetivas.</p><p>- padronizar o conjunto de variáveis, cujos resultados (efeitos esperados e inesperados) responderão pelo efeito final.</p><p>5 CONSELHOS E CONFERÊNCIAS DE SAÚDE</p><p>A) CONFERÊNCIA DE SAÚDE – reunião a cada 4 anos com representantes de vários segmentos sociais para avaliar a situação de saúde</p><p>e propor as diretrizes para a formulação da politica de saúde nos níveis correspondentes.</p><p>B) CONSELHO DE SAÚDE – órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde, e</p><p>usuários, formulando estratégias e o controle da execução da política de saúde na instância correspondente (municipal, estadual, federal),</p><p>inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologados pelo chefe de poder de cada esfera do governo.</p><p>16ª Conferência Nacional de Saúde – agosto de 2019 - tem por tema “Democracia e Saúde: Saúde como Direito e Consolidação e</p><p>Financiamento do SUS”</p><p>6 SANEAMENTO BÁSICO E ENDOPARASITOSES</p><p>Fatores ambientais como a condição climática, tipo de solo, saneamento,</p><p>juntamente com os hábitos culturais e de higiene das populações</p><p>são fatores frequentemente associados à exposição e colonização por parasitas intestinais. Na Região Amazônica, essa situação constitui</p><p>um dos principais problemas de saúde pública, especialmente em comunidades ribeirinhas onde as condições de saneamento básico são</p><p>precárias, inexistindo infraestrutura que viabilize o destino adequado dos dejetos, bem como o acesso à água potável. Desse modo, o uso</p><p>da água do rio nas atividades domésticas e higiene pessoal representam um risco à saúde da população devido à presença de diferentes</p><p>patógenos que são veiculados pela água contaminada. Esta situação torna-se mais agravante devido o lançamento de dejetos diretamente</p><p>nos cursos d'água, situação verificada em várias comunidades que habitam as áreas ribeirinhas, que desprovida de água do sistema</p><p>público, utilizam a água do próprio rio para onde escoam os dejetos, favorecendo a manutenção e disseminação de enfermidades intestinais.</p><p>A transmissão desses enteropatógenos está associada a fatores como hábitos de higiene pessoal, cuidados no prepara e no consuma de</p><p>alimentos, e manipulação da água nos domicílios, uma vez que a principal forma de transmissão destes agentes ocorre por via fecal-oral,</p><p>ou seja, através do consumo de alimentos e água contaminados com ovos e cistos dos parasitas.</p><p>Principalmente os ribeirinhos amazônicos, em virtude de além de tudo isso, terem baixo nível socioeconômico, condições precárias nas</p><p>habitações...</p><p>Prejuízos no desenvolvimento físico e mental das crianças dessas áreas, porque as enteroparasitoses acometem mais a faixa etária de 1</p><p>aos 12 anos.</p><p>A falta de informação também ocasiona a resistência parasitária, já que os adultos medicam por conta própria as crianças com</p><p>antiparasitários, e também o tratamento é inespecífico contra o parasito em questão.</p><p>O processo natural da doença, assim instalado no corpo humano, evolui em dois períodos consecutivos:</p><p>1) O período pré-patogênico, em que a patologia ainda não está manifesta, os determinantes intrínsecos ao sujeito estruturam disposições</p><p>ao adoecimento: são os agentes físicos e químicos, biopatógenos, agentes nutricionais, agentes genéticos, determinantes econômicos,</p><p>culturais e psicossociais. Esse período etiológico está também designado no nível de atenção primária, porque podemos atuar</p><p>coletivamente agindo com ações de prevenção, promovendo a saúde (com educação, por exemplo) e fazendo a proteção específica da</p><p>saúde (por exemplo, com vacinas).</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|11</p><p>2) O período patogênico, no qual já se encontra ativo o processo patológico, período em que a doença se processa naturalmente no corpo</p><p>do ser humano, iniciamse as primeiras alterações no estado de normalidade, pela atuação de agentes patogênicos. Seguem-se</p><p>perturbações bioquímicas em nível celular, provocando distúrbios na forma e função de órgãos e sistemas, evoluindo para as seguintes</p><p>possibilidades: defeito permanente (sequela), cronicidade, morte ou cura.</p><p>Almeida Filho e Rouquayrol (2002) afirmam que, embora o modelo multicausal da história natural das doenças tenha por foco reconhecer</p><p>no processo saúde-doença múltiplas determinações - e por isso mesmo é que poderia representar um avanço na história da epidemiologia</p><p>-, é forte a influência que recebe do hegemônico modelo biomédico. Para os autores, há uma tendência em valorizar de modo secundário</p><p>os determinantes sociais, sobre a qual fazem a seguinte crítica: a) a determinação dos fenômenos da saúde não se restringe à causalidade</p><p>das patologias (patogênese); b) a história natural das doenças de maneira nenhuma é tão somente natural.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|12</p><p>1 MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS</p><p>A medicina baseada em evidências é a associação da epidemiologia com a pesquisa científica: seria a utilização racional e judiciosa da</p><p>melhor evidência científica disponível para se tomar decisões clínicas e os cuidados de saúde;</p><p>Significa, portanto, o emprego do que há de melhor nos resultados disponíveis procedentes da pesquisa e investigação, e não do que se</p><p>dispõe as teorias fisiopatológicas e autoridade ou experiência individual. Passa-se a reconhecer como de valor cientifico apenas as</p><p>informações oriundas da pesquisa de cientistas de peso em estudos demorados e com expressivo número de pacientes observados nos</p><p>serviços de excelência. Uma medicina baseada na análise estatística de efeitos. Uma medicina de resultados, de modo que os verdadeiros</p><p>progressos das pesquisas médicas sejam transpostos para a prática.</p><p>(CONASS) No livro Direito à Saúde – Análise à luz da judicialização são apresentados os níveis de estudos da MBE, que podem ser assim</p><p>resumidos:</p><p>Nível 1 – Revisão sistemática e metanálise: é o mais alto nível de evidência (prova) de efetividade, realizada mediante a análise de</p><p>artigos científicos sobre determinado tema, sintetizando cientificamente as evidências apresentadas pelos mesmos. Não trabalha com os</p><p>doentes, apenas com os trabalhos científicos de qualidade.</p><p>Nível 2 – O Ensaio Clínico Randomizado Mega Trial (com elevado número de pacientes) estão no segundo nível hierárquico das</p><p>evidências: estudos comparativos entre dois grupos de pacientes, distribuídos aleatoriamente, submetidos a diferentes tratamentos para a</p><p>mesma moléstia. Um dos grupos, geralmente, recebe o novo tratamento, ao passo que o outro grupo recebe um tratamento convencional</p><p>ou placebo. Nem os pacientes, tampouco os médicos que realizam a pesquisa sabem quais pacientes receberam o novo medicamento,</p><p>quais receberam placebo ou o medicamento convencional. Por isso o teste é conhecido como duplo-cego.</p><p>Nível 3 – O Ensaio clínico randomizado com baixo número de pacientes está no terceiro nível de evidência, com pelo menos um ensaio</p><p>clínico randomizado. Em nada destoa do nível anterior de evidência, mas o número reduzido de pacientes deve ser considerado para fins</p><p>do grau de evidência do resultado apresentado.</p><p>Nível 4 – Estudos observacionais de Coorte é um estudo observacional de pacientes que possuem características semelhantes, os quais</p><p>são divididos em grupos segundo sua maior ou menor exposição a determinados fenômenos, com acompanhamento do prolongado</p><p>período. O nome coorte remonta às legiões romanas, sendo por vezes usados como sinônimo de estudo longitudinal ou de incidência.</p><p>Nível 5 – O Estudo de caso controle é um tipo de estudo observacional onde os pacientes que possuem um determinado desfecho são</p><p>comparados com pacientes sem este desfecho, com o propósito de determinar fatores que possam ter causado a diferença entre os grupos.</p><p>Nível 6 – O Estudo de série de casos ou consecutivos são relatos de diversos casos envolvendo vários pacientes, com o intuito de</p><p>informar um aspecto novo ou não amplamente conhecido de uma doença ou terapia. São analisados vários tratamentos realizados e os</p><p>resultados obtidos.</p><p>Nível 7 – Por fim, a Opinião de especialistas, que é o mais baixo grau de evidência, porque se funda exclusivamente na avaliação de um</p><p>especialista. O baixo grau de evidência decorre da humanidade do especialista, seja porque este pode errar nas suas avaliações, seja</p><p>porque ele pode sofrer influências externas ou até mesmo ter interesse no encaminhamento de determinada opinião.</p><p>2 ÓRGÃOS DE APOIO À PESQUISA</p><p>A) CNPQ – CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO – criado em 1951 e atualmente veiculado</p><p>ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, tem como principal atribuição fomentar, formular e conduzir as políticas da ciência,</p><p>tecnologia e inovação (a pesquisa científica) e incentivar a formação de pesquisadores brasileiros e seu reconhecimento perante a</p><p>comunidade internacional.</p><p>B) FAPEG – FUNDAÇÃO DO AMPARO À PESQUISA NO ESTADO DE GOIÁS – criada pela lei 15.472/05, atua no financiamento,</p><p>desenvolvimento de projetos de</p><p>pesquisa, na integração com o setor empresarial, no incentivo à capacitação de recursos humanos para a</p><p>ciência e tecnologia, através de bolsas nos mais variados níveis de formação, e fixação e consolidação de grupos de pesquisa e com</p><p>parcerias com outras FAPs, outros órgãos federais de fomento a pesquisa (CNPq, CAPES, etc.) com vistas ao desenvolvimento científico</p><p>e tecnológico do estado De Goiás.</p><p>C) CEP – COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA – comitê multi e transdisciplinar do CONEP, que salvaguarda os direitos e dignidades dos</p><p>sujeitos da pequisa, contribuindo para a qualidade das pesquisas e para a discussão do papel da pesquisa no desenvolvimento institucional</p><p>e social da comunidade; e também valoriza o pesquisador ao reconhecer que sua proposta é eticamente adequada.</p><p>D) CONEP – COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA EM PESQUISA – diretamente ligado ao Conselho Nacional de Saúde, avalia aspectos</p><p>éticos das pesquisas que envolvem seres humanos no país, atualizando e elaborando diretrizes e acompanhando protocolos de pesquisas</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|13</p><p>em áreas como genética e reprodução, novos procedimentos, projetos ligados a biossegurança, etc, através de uma equipe multi e</p><p>transdisciplinar com profissionais das ciências biomédicas, humanas e sociais.</p><p>E) PLATAFORMA BRASIL - A Plataforma Brasil é uma base nacional e unificada de registros de pesquisas envolvendo seres humanos</p><p>para todo o sistema CEP/CONEP. Ela permite que as pesquisas sejam acompanhadas em seus diferentes estágios - desde sua submissão</p><p>até a aprovação final pelo CEP e pela CONEP, quando necessário - possibilitando inclusive o acompanhamento da fase de campo, o envio</p><p>de relatórios parciais e dos relatórios finais das pesquisas (quando concluídas). O sistema permite, ainda, a apresentação de documentos</p><p>também em meio digital, propiciando ainda à sociedade o acesso aos dados públicos de todas as pesquisas aprovadas.</p><p>F) CAPES – COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR – fundação do MEC que tem a função de</p><p>avaliar, expandir e consolidar a pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados e cooperando de maneira</p><p>internacional.</p><p>G) FINEP – FINANCIADORA DE INOVAÇÃO E PESQUISA</p><p>H) TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – RESOLUÇÃO Nº 466/12</p><p>Seção IV – Do Processo de Consentimento Livre e Esclarecido</p><p>É documento no qual é explicitado o consentimento livre e esclarecido do participante e/ou de seu responsável legal, de forma escrita,</p><p>devendo conter todas as informações necessárias, em linguagem clara e objetiva, de fácil entendimento, para o mais completo</p><p>esclarecimento sobre a pesquisa a qual se propõe participar.</p><p>Resolução 466/12 – Institui as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Abrange aspectos de</p><p>definições, ética, processo de consentimento livre e esclarecido, riscos e benefícios, protocolo de pesquisa, o sistema CEP/CONEP e as</p><p>suas atribuições, processo de análise ética.</p><p>3 TIPOS DE ESTUDO</p><p>A) TRABALHO DE CAMPO – através de entrevistas, questionários, abordagens, investigam a realidade de determinado grupo de acordo</p><p>com o problema e objetivos estabelecidos</p><p>B) ESTUDO DE CASO-CONTROLE – Tipo de estudo observacional com a seleção de um grupo de pessoas portadoras de alguma doença</p><p>(casos) e um outro grupo de pessoas que não sofrem de determinada condição (controle). Dessa forma, o objetivo desse estudo é identificar</p><p>características (exposições, fatores de risco) que ocorrem em maior ou menor frequência entre casos do que entre controles. Abrir uma</p><p>chave entre expostos e não expostos dentro do controle e dos casos.</p><p>C) ESTUDO DE COORTE – tipo de estudo observacional em que a situação dos participantes quanto sua exposição determina sua seleção</p><p>e classificação para/dentro do estudo. Os participantes são monitorados ao longo do tempo para avaliar a incidência da doença ou outro</p><p>caso de interesse. São classificados em prospectivos (a data de inicio aconteceu antes da data que se iniciou a pesquisa; o fim ainda não</p><p>ocorreu e/ou ocorreu antes do inicio da pesquisa) e retrospectivos (contrário).</p><p>D) ESTUDOS EXPERIMENTAIS – estudos em que os indivíduos são alocados de modo aleatório em diferentes grupos de exposição aos</p><p>fatores que se julga serem de risco/prognóstico. E o investigador controla a exposição ao fator de interesse.</p><p>E) ESTUDOS OBSERVACIONAIS – o investigador não controla nem a exposição nem a alocação dos indivíduos, lançando mão de uma</p><p>situação dada e observando os resultados.</p><p>4 PASSO A PASSO DA INICIAÇÃO CIENTÍFICA</p><p>A) ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA</p><p>1. A escolha do tema</p><p>2. A escolha do orientador</p><p>3. Anotar as referências atualizadas pesquisadas ao longo do tempo</p><p>4. Justificativa: abordar a relevância e importância do tema, como o projeto irá contribuir para a resolução de um problema e os benefícios</p><p>a serem alcançados.</p><p>5. Formulação do problema: definir qual o desafio e o problema que a pesquisa solucionará, objetivos e metodologia</p><p>6. Recursos: definir quais serão necessários, sejam financeiros, humanos ou materiais</p><p>7. Cronograma: data de inicio, prazo para realizar cada etapa e data para a apresentação.</p><p>B) EXECUÇÃO</p><p>1. coleta e organização dos dados (questionário/entrevista/observação)</p><p>2. análise e discussão dos resultados</p><p>3. conclusão</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|14</p><p>C) APRESENTAÇÃO DO TRABALHO: ARTIGO, MONOGRAFIA, TESE, ETC</p><p>1 - Inicialmente deve-se escolher o tema, para tanto, o pesquisador deverá observar:</p><p>a) Afetividade em relação ao tema (gosto pelo assunto a ser tratado)</p><p>b) Tempo disponível para a realização do trabalho de pesquisa e entrega do relatório</p><p>c) Disponibilidade de orientador para acompanhar a projeto</p><p>d) Limite das capacidades do pesquisador em relação ao tema</p><p>e) A importância do tema escolhido</p><p>f) Material de consulta e dados necessários ao pesquisador</p><p>2 A definição do problema A capacidade de ler a realidade do cotidiano e fazer questionamentos a ela é fundamental para o sucesso de</p><p>um projeto. Os melhores projetos surgem quando somos capazes de visualizar um problema no cotidiano e queremos buscar uma solução</p><p>ou uma resposta. Esse questionamento, criado pelo pesquisador, irá definir o que a pesquisa se propõe a responder, esclarecer. Pode ser</p><p>expresso em forma de pergunta ou descrito como afirmação. Sugere-se, neste curso, que seja descrito como pergunta.</p><p>3 Por que esta pesquisa é importante? (justificativa) Fazer uma justificativa significa argumentar, porque o trabalho é importante, tanto para</p><p>a comunidade escolar, quanto para a sociedade, ou até mesmo para um indivíduo. É um convencimento sobre o valor do projeto a ser</p><p>desenvolvido. É um dos pontos que mais pesa na seleção de trabalhos para concorrer a bolsas ou financiamentos. Alguns pontos podem</p><p>ser abordados na justificativa:</p><p>a) Qual a importância do tema do ponto de vista geral;</p><p>b) esclarecer de forma mais detalhada o problema que o projeto vai contribuir para resolver;</p><p>c) mostrar possíveis relações do projeto com outros já desenvolvidos na área;</p><p>d) indicar quais os benefícios que poderão ser alcançados com a execução do projeto. Deve-se atentar para o fato de que não deve haver</p><p>respostas ou conclusões ao problema proposto.</p><p>4 (objetivos) Deve esclarecer o que se pretende atingir com a realização do trabalho de pesquisa, com a implementação do projeto. Pode</p><p>ser apresentado em Objetivos Gerais e Objetivos Específicos.</p><p>a) Objetivo Geral: Corresponde a finalidade maior que a pesquisa quer atingir. Deve expressar o que se quer alcançar ao final do projeto.</p><p>(CRUZ; RIBEIRO, 2004)</p><p>b) Objetivos específicos: Corresponde às ações que se propõe a executar dentro de um determinado período de tempo. Apresentam caráter</p><p>mais concreto. Tem função intermediária e instrumental, indicando o caminho para se atingir o objetivo geral.</p><p>5 O que já sei sobre o tema?</p><p>(Revisão da literatura)</p><p>Toda pesquisa parte de alguns referenciais já conhecidos pela comunidade científica. Nesta etapa é que se define os conceitos utilizados</p><p>e esclarece quais os autores que fundamentam o trabalho. Mesmo numa pesquisa de caráter exploratório, é fundamental que se busque</p><p>em fontes documentais ou bibliográficas (impressas ou digitais) outras pesquisas semelhantes ou complementares já desenvolvidas.</p><p>Lembre-se qualquer fonte consultada deve ser anotada detalhadamente para compor as referências ao final do projeto.</p><p>6 Como vou fazer meu trabalho? (metodologia) Explicar detalhadamente como o trabalho será desenvolvido, etapa por etapa e quem</p><p>participará de sua pesquisa (definição da população). Explicação sobre o tipo de pesquisa, os procedimentos técnicos, as técnicas que</p><p>serão utilizadas e como os dados serão tabulados e analisados. Informar também sobre possíveis materiais que serão utilizados e a equipe</p><p>envolvida.</p><p>7 Quando desenvolverei cada etapa da pesquisa? (cronograma)</p><p>Detalhamento do tempo a ser destinado a cada etapa da pesquisa. Descrever pontualmente data de início, data de realização de cada fase</p><p>e data de conclusão/apresentação dos trabalhos.</p><p>8 Quanto e com o que irei gastar? (Recursos - orçamento) Item essencial somente quando o projeto for apresentado para uma Instituição</p><p>financiadora de Projetos de Pesquisa ou se for necessário à aquisição de algum material, equipamento pelo CAC ou pelo pesquisador.</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|15</p><p>1 ubs x upa</p><p>A) EMERGÊNCIA - são aqueles casos em que há risco imediato de morte ou de lesões irreparáveis para o paciente. Exige que o tratamento</p><p>seja feito imediato para manter as funções vitais e evitar complicações graves.</p><p>Ex: um infarto do coração, traumatismo crânio-encefálico parada respiratória.</p><p>B) URGÊNCIA - são processos agudos clínicos, mas sem risco de vida iminente. Não há risco de evolução para complicações mais graves.</p><p>Geralmente, aqueles resultantes de acidentes pessoais: (por exemplo, uma fratura causada por uma queda), transtornos psiquiátricos,</p><p>asma ou de complicações na gravidez.</p><p>C) UBS (Unidade Básica de Saúde) deve ser procurada como porta de entrada do cidadão. Em caso de consultas agendadas, pacientes</p><p>com sintoma não grave, vacinação, testes rápidos, entrega de medicamentos, troca de curativos, injeções e atendimento médico,</p><p>odontológico e de enfermagem característicos da atenção primária. As UBS contam com serviços de Pediatria, ginecologia/obstetrícia e</p><p>clínica médica. Algumas outras oferecem serviços de nutrição, psicologia e atendimento familiar.</p><p>D) UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) atendem tratamentos de urgência e emergência, de maior complexidade. Elas funcionam</p><p>24h/dia , 7dias/semana. Não conta com sistemas de internação.</p><p>2 negligência, imperícia, imprudência e dolo</p><p>A) IMPERÍCIA: fazer algo que não é da sua “ossada”, mesmo que saiba fazer o procedimento e salve o paciente. Falta ou deficiência de</p><p>habilidades técnicas da profissão. Despreparo prático, usar técnica não indicada para o caso, executar funções de outros profissionais da</p><p>área da saúde, deficiência de conhecimentos técnicos da profissão.</p><p>B) IMPRUDÊNCIA – Comportamento de precipitação. Saber o certo e, mesmo assim, fazer o errado.</p><p>Ex: alta prematura, não colocar EPIs</p><p>C) NEGLIGÊNCIA – falta de cuidado ou precaução com que se executam certos atos.</p><p>Inação/indolência/inércia/passividade/desleixo/preguiça/descuido em determinada situação, tarefa ou ocorrência. Ex: dar alta pra paciente</p><p>que não está clinicamente recuperado</p><p>3 relação médico-paciente</p><p>Art. 31.Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou</p><p>terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte.</p><p>Art. 32. Deixar de usar todos os meios disponíveis de promoção de saúde e de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças,</p><p>cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente.</p><p>Art. 33. Deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais em casos de urgência ou emergência quando não houver</p><p>outro médico ou serviço médico em condições de fazê-lo.</p><p>Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação</p><p>direta possa lhe provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante legal.</p><p>Art. 35. Exagerar a gravidade do diagnóstico ou do prognóstico, complicar a terapêutica ou exceder-se no número de visitas, consultas ou</p><p>quaisquer outros procedimentos médicos.</p><p>Art. 36. Abandonar paciente sob seus cuidados.</p><p>§ 1° Ocorrendo fatos que, a seu critério, prejudiquem o bom relacionamento com o paciente ou o pleno desempenho profissional, o médico</p><p>tem o direito de renunciar ao atendimento, desde que comunique previamente ao paciente ou a seu representante legal, assegurando-se</p><p>da continuidade dos cuidados e fornecendo todas as informações necessárias ao médico que o suceder.</p><p>§ 2° Salvo por motivo justo, comunicado ao paciente ou à família, o médico não o abandonará por este ter doença crônica ou incurável e</p><p>continuará a assisti-lo e a propiciar-lhe os cuidados necessários, inclusive os paliativos.</p><p>Art. 37. Prescrever tratamento e outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e</p><p>impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediatamente depois de cessado o impedimento, assim como</p><p>consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa.</p><p>§ 1º O atendimento médico a distância, nos moldes da telemedicina ou de outro método, dar-se-á sob regulamentação do Conselho Federal</p><p>de Medicina.</p><p>§ 2º Ao utilizar mídias sociais e instrumentos correlatos, o médico deve respeitar as normas elaboradas pelo Conselho Federal de Medicina.</p><p>Art. 38. Desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados profissionais.</p><p>Art. 39. Opor-se à realização de junta médica ou segunda opinião solicitada pelo paciente ou por seu representante legal.</p><p>Art. 40. Aproveitar-se de situações decorrentes da relação médicopaciente para obter vantagem física, emocional, financeira ou de qualquer</p><p>outra natureza.</p><p>Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal. Parágrafo único. Nos casos de doença</p><p>incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas</p><p>JOÃO GUILHERME S. RAMOS</p><p>UC 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA</p><p>TUTORIA</p><p>|16</p><p>inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante</p><p>legal.</p><p>Art. 42. Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre método contraceptivo, devendo sempre esclarecê-lo sobre indicação,</p><p>segurança, reversibilidade e risco de cada método.</p><p>Carl Rogers (década de 50) – abordagem centrada na pessoa</p><p>- Empatia: “a empatia era vista por Rogers não apenas como uma resposta reflexa ao comportamento do outro mas também como uma</p><p>habilidade aprendida/ desenvolvida que envolve o estabelecimento de vínculos cognitivo-afetivos entre duas ou mais pessoas, durante os</p><p>quais alguém se permite, deliberadamente, sensibilizar-se e envolver-se com a vida privada de outros”;</p><p>- Comunicação Não-Violenta; melhora da comunicação</p><p>- aumento da reflexividade (autoconsciência ) do médico – transferência e contra-transferência</p><p>- Compreensão da doença</p><p>- tratamento da doença</p><p>- respeito a diversidade (de crenças/sáude em diversos países)</p><p>- avaliação do papel do contexto</p><p>4 EX DE situações que feriram a ÉTICA MÉDICA</p><p>“Um médico em plantão lotado, [...] deixou várias receias brancas de controle especial já carimbadas e assinadas...” –</p><p>Cap III Art. 11: É vedado ao médico receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a devida</p>